Analisando o Contexto Histórico da formação espacial de Ouro Branco/RN

Francisco Welligton Cardozo Licenciando em Geografia/UFRN [email protected]

Reinaldo Luciano da Silva Sousa Licenciando em Geografia/UFRN [email protected]

RESUMO

O presente trabalho buscou analisar o Contexto Histórico da formação espacial de Ouro Branco/RN a partir do processo de fundação do município de Ouro Branco – RN, numa análise aprofundada sobre a sua formação histórica e a conseqüente constituição de sua auto identidade e autoconstrução. Assim, a pesquisa questiona o período destacado como o de fundação de Ouro Branco, o qual é destacado na literatura vigente como no dia 16 de Julho de 1905, a partir do surgimento de uma feira livre na referida localidade. No entanto, ainda no censo demográfico de 1890, o distrito 34 do estado do do Norte, correspondente a localidade de Espirito Santo, nomenclatura anterior de Ouro Branco, já estava descrito na Sinopse dos resultados do censo de 1890, feito pelo então Ministério da Indústria Viação de Obras Públicas, órgão anterior ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, então responsável pelo recenseamento. Ademais, foram encontrados documentos que confirmam a existência de uma estruturação urbana, como o requerimento de 33 moradores fixos para a realização de uma manifestação comercial, mais precisamente uma feira livre. Assim, estes documentos auxiliam neste processo de questionamento sobre o Contexto Histórico da formação espacial de Ouro Branco/RN, onde além da documentação supracitada, também se realizou um levantamento de bibliografias, documentos e escrituras antigas, além de livros, artigos e entrevistas a moradores ourobranquenses. Na análise dos materiais coletados, ficou evidenciada a existência de uma ocupação populacional, com notáveis dinâmicas econômicas ligadas ao urbano ainda em fins do século XVIII, levando a consolidação deste processo no século XIX e a conseqüente fundação do núcleo populacional do Espírito Santo, atual município de Ouro Branco. Embora a documentação pesquisada demonstre a formação de Ouro Branco anterior à fundação da feira, em 1905, a mesma não se pode ser descartada como importante fator para o desenvolvimento da referida cidade potiguar.

PALAVRAS-CHAVE: Ouro Branco; Contexto histórico; formação espacial.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa buscou analisar o Contexto Histórico da formação espacial de Ouro Branco/RN, objetivando esclarecer o processo de fundação da referida localidade, analisando, como referencial teórico relativo à contextualização histórica e espacial ourobranquense, uma vez que autores como Morais (1998) e Morais (2005), afirmam que a cidade possui sua gênese a partir de uma feira comercial livre, fundada em 16 de julho de 1905. Entretanto, escrituras, documentos e relatos de moradores, demonstram que havia uma feira anteriormente a data supracitada, a qual já possuía uma notória dinâmica socioespacial. Nestes registros históricos há registros de fluxos comerciais, em especial dos fazendeiros e produtores rurais da localidade Espírito Santo, os quais, a partir destes fluxos comerciais, constituíram uma feira, ampliando as relações comerciais e alavancando o crescimento econômico e urbano do distrito. Dessa forma, averiguou-se, a partir da pesquisa bibliográfica, que o município já existia anteriormente ao registrado, uma vez que essas fazendas já possuíam situações sociais e culturais ritmadas, como cerimônias, casamentos e batizados, já durante o século XVIII. A execução do hábito comercial no final do século XVIII e inicio do século XIX, viabilizou uma base financeira para consolidar o processo de urbanização da então localidade de Espírito Santo. Assim, a partir desta contextualização, buscou-se constituir uma discussão relativa à formação socioespacial de fundação da cidade de Ouro Branco, por meio de uma extensiva pesquisa bibliográfica e documental, fomentando a compreensão sobre o passado e informações parcialmente esquecidas. Aprofundando os aspectos relativos aos procedimentos metodológicos utilizados, destaca-se que, a estrutura de presente pesquisa científica, incluiu a escolha do tema, a elaboração e a execução operacional do projeto, a organização do material coletado, a análise e discussão dos resultados, a elaboração do relatório final e divulgação dos resultados. Logo, após a escolha do tema, houve a formulação do problema e da justificativa, bem como a determinação dos objetivos. Em seguida, houve a execução,

correspondendo à elaboração da própria pesquisa, levantamento bibliográfico e documental, associado à coleta de dados e realização das entrevistas. E, finalmente, houve a análise, a tabulação dos dados e discussão dos resultados. No que se refere aos aspectos relativos à pesquisa bibliográfica e documental, houve uma análise dos materiais e documentos já publicados, fornecendo suporte à escolha do tema e determinação dos objetivos. Também se destaca a utilização da contribuição de diversos autores, permitindo a comparação das informações contidas na fonte original, o que se torna importante a obter os resultados deste trabalho. Portanto, a partir da pesquisa documental e bibliográfica, associado a levantamentos advindos dos censos demográficos desenvolvidos inicialmente pelo Ministério da Indústria Viação de Obras Públicas, e, posteriormente, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, além de diálogos abertos com os moradores, tornou-se plausível uma discussão que analise, numa forma aprofundada, o contexto Histórico da formação espacial de Ouro Branco/RN.

O CONTEXTO HISTÓRICO DA FORMAÇÃO ESPACIAL DE OURO BRANCO/RN

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Ouro Branco, está localizado no estado do Rio Grande do Norte, na atual região intermediária e imediata de Caicó (IBGE, 2017) ou na antiga mesorregião Central Potiguar (IBGE, 1989) e antiga microrregião do Seridó Ocidental (IBGE, 1989). Segundo os registros oficiais, a fundação ourobranquense ocorreu em 16 de julho de 1905, por Cirilo de Souza, conhecido popularmente por velho do Poção, e Manoel Correia do Cobiçado. O Povoado do Espírito Santo, que foi seu antigo nome até 1920, deu-se com a inauguração da primeira feira organizada por seus dois fundadores (MORAIS, 2005). A economia da época era voltada para a cotonicultura, exportando o algodão para o restante do país. A cidade tornou-se emancipada politicamente de Jardim do Seridó, município o qual Ouro Branco era parte integrante, em 21 de novembro de 1953, tendo Luiz Basílio

como um dos principais mediadores do processo de emancipação política de Ouro Branco, contando com o apoio do então deputado estadual João Guimarães. Ademais, segundo Ione Rodrigues Diniz Morais (2005), a vila de Espirito Santo, atual Ouro Branco, se destacou no então território municipal de Jardim do Seridó, no momento da construção da capela por Manoel Correia e Cirilo de Souza e Silva no ano de 1904. No ano de 1904, foi construída a Capela do Divino Espírito Santo por Cirilo de Souza e Silva (Cirilo do Poção) e Manoel Correia (do Cobiçado), imprimindo ao lugar um novo ritmo de vida. A capela tornou-se um marco na história local e os seus construtores foram considerados os fundadores do povoado que foi oficialmente instalado pelo presidente da Intendência, Filinto Elísio de Oliveira Azevedo, em 16 de julho de 1905, quando aconteceu a primeira feira (MORAIS, 2005, p. 222).

De acordo também com o livro terras potiguares do professor Marcus César Cavalcanti de Morais (1998), ele cita que dois moradores de Ouro Branco, Cirilo de Souza e Silva e Manoel Correia resolvem construir uma capela para o Divino Espirito Santo no ano de 1904 e na mesma época fundaram uma feira livre no lugar, e que em 16 de julho de 1905, aconteceu à instalação do povoado do Espírito Santo.

Tudo começou com a iniciativa de Cirilo de Souza e Silva, o Cirilo do Poção, e Manoel Correia, quando, no ano de 1904, resolveram construir uma capela em homenagem ao Divino Espírito Santo, começou a se desenvolver. Nessa mesma época teve início a realização de feiras na localidade. Um ano depois, no dia 16 de junho de 1905, aconteceu a instalação do povoado de Espírito Santo, feita por Filinto Elísio de Oliveira Azevedo, na época Presidente da Intendência de jardim do Seridó. Em 1918, por ocasião da criação de sua agência postal, a povoação passou a se chamar Ouro Branco (MORAIS, 1998).

O escritor Jurandir Pires Ferreira (2017), na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros volume XVII, descreve, nas páginas 120-122, que o município de Ouro Branco – RN “foi inicialmente distrito do município de Jardim do Seridó, região habitada pela tribo indígena dos Paiacus quando chegaram ali os primeiros colonizadores, em 1734”, acrescentando-se que “a cidade de Ouro Branco se originou da criação de uma feira e da edificação de uma capela, dedicada ao Divino Espírito Santo”.

Entretanto, é necessário discutir essas informações, para compreender efetivamente quando Ouro Branco realmente surgiu como povoamento, o que será realizado no tópico a seguir.

DISCUSSÕES

Conforme Corrêa (2001), a origem das feiras é incerta, mas alguns historiadores acreditam que este evento social exista desde 500 a.C., em algumas civilizações antigas. No fim da Idade Média as cidades medievais representaram o local do ressurgimento das feiras, de forma que se desenvolveram a partir da intensificação do comércio a partir do século XI, e mais adiante na história com o surgimento da burguesia e do crescimento demográfico. Note que anteriormente os burgos representavam os centros religiosos e militares, propriedades dos senhores feudais. Diante do crescimento demográfico, a intensificação do comercio e o êxodo rural para as cidades, as feiras se tornaram importante elo de distribuição, bem como forma de comunicação popular, sendo caracterizada por encontros periódicos de pessoas as quais se reuniam em locais pré-determinado da cidade com o intuito de vender seus produtos a população ou mesmo realizar trocas.

No Brasil, as feiras existem desde o tempo da colonização, evento social que promoveu o desenvolvimento da economia interna do país. Atualmente, é muito comum nas cidades brasileiras as feiras serem realizadas uma vez por semana em locais pré-determinados (CORRÊA, 2001).

No caso da cidade de Ouro Branco, apesar do povoado e da feira ter sido instalado oficialmente em 16 de julho de 1905, o requerimento solicitando a instalação da feira é de 10 de maio de 1905, e juntamente com o requerimento tinha um abaixo- assinado com as assinaturas de trinta e três moradores do povoado. O crescimento demográfico se intensifica, criando bases com a implantação da feira comercial, pois os encontros semanais estabelecem os fluxos sociais, bem como viabiliza e propicia as relações comerciais internas e com cidades vizinhas, ainda que sobre deslocamentos inapropriados. Além disso, há o fortalecimento das bases de valores culturais.

Com essa necessidade da constituição do distrito, trinta e três moradores assinaram uma petição, em 10 de maior de 1905, propondo permissão à Jardim do Seridó para a realização de uma feira no território do Espirito Santo. Este documento, que foi deferido, exibe a busca da autonomia da localidade em suas relações e trocas comerciais. Assim, na discussão sobre o efetivo período da constituição da feira livre que originou Ouro Branco, houve diálogos abertos com os moradores da cidade, os quais relataram que seus ancestrais já coabitavam no distrito do Espirito Santo e já comercializavam suas mercadorias. A partir de uma necessidade de expansão das relações comerciais, os moradores solicitaram as autoridades da região à implantação de uma feira livre no distrito para que então não mais necessitassem de um deslocamento para as cidades circunvizinhas. Nos diálogos com os moradores, se buscou informações acerca de como os ancestrais falavam sobre a fundação da cidade. O três moradores entrevistados sustentam o pensamento de um povoado antes da realização da aclamada feira, conforme poderá ser mais bem visualizado no apêndice A. Em um dos diálogos, um dos moradores informou que seu pai, na época, era comerciante e trabalhava em Jardim do Seridó, para arrecadação de dinheiro para a família: “Meu pai ficou muito esperançoso quando em um dia de sábado voltava para casa no ano de 1905 e um senhor da cidade falou no fato que iria montar uma feira no Espirito Santo”. Numa outra entrevista, foi relatado que seus ancestrais contavam que existiam escravos vivendo naquele local anteriormente ao ano de 1905. Somando-se a este relato, o mesmo afirmou que um irmão do seu bisavô assinou o requerimento para o desenvolvimento da feira naquele ano. Outro entrevistado, contou que ouvia dos moradores antigos que os vaqueiros foram os verdadeiros desbravadores dessas terras, pois eles lutavam com a criação do gado para consumo da carne e o couro era vendido para o brejo, no qual era valorizado. Também falou da receptividade da população de Ouro Branco com pessoas de outras cidades, onde permitiu o fortalecimento da economia.

Sobre a pesquisa documental, foi encontrado na Synopse do Recenseamento, feita pelo Ministério da Indústria Viação de Obras Públicas, de 31 de dezembro de 1890, que a cidade de Jardim do Seridó possuía o distrito 34 Espírito Santo – na página 98, como visualizado no anexo A, mais adiante. Este documento evidencia que 15 anos antes de registros documentais de qualquer relação comercial que constituísse a existência de uma feira livre, já existia uma sociedade organizada nas terras de Ouro Branco, mesmo sem o distrito possuir o devido reconhecimento da própria gestão local. No ano de 1890, a então república dos Estados Unidos do , com o decreto nº 659 – de 12 de agosto de 1890, determina observar as instrucções para o segundo recenseamento da população, através de boletins ou listas de famílias, no que concerne todos os habitantes no logar e na habitação ao qual se encontram. Numa análise dos documentos relativos ao censo de 1890, foi possível identificar que o município 14 - Jardim, atual Jardim do Seridó, já possuiaa 4 districtos: 31 Jardim, 32 Parelhas, 33 Periquito e 34 Espirito Santo - posteriormente Ouro Branco - pertencente a parochia de N. S. da Conceição. Outro documento encontrado é o requerimento pedindo a instalação da feira de 10 de maio de 1905, com o pedido de 33 moradores solicitando que seja inaugurada uma feira no distrito do Espirito Santo, conforme descrito no livro Ouro Branco 1722 a 1954, de José Fabrício de Lucena (2015), conforme mais bem visualizado no anexo B.

Apesar do povoado e da feira ter sido instalado oficialmente em 16 de julho de 1905, o requerimento pedindo a instalação da feira é de 10 de maio de 1905, e juntamente com o requerimento tinha um abaixo- assinado com as assinaturas de trinta e três moradores do povoado. (DE LUCENA, 2015, p. 155)

Assim, estas documentações pesquisadas, associadas os diálogos realizados com os moradores mais antigos da cidade, comprovam que, em 1890, Ouro Branco já se caracterizava como um distrito, 15 anos antes de sua fundação, muito embora não possuísse o devido reconhecimento oficial municipal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa procurou aprofundar o debate sobre a efetiva fundação do município de Ouro Branco – RN, uma vez que os atuais registros consagram a versão de que a fundação da cidade a partir de uma feira comercial no dia 16 de julho de 1905. Durante a pesquisa de documentos oficiais, evidenciou-se que essa versão pode ser questionada, uma vez que já havia registros do IBGE demonstrando que Ouro Branco, então chamada de Espirito Santo já possuía relações sociais 15 anos antes, quando o povoado Espírito Santo já era distrito de Jardim do Seridó/RN. Vale salientar que o registro desta data evidenciava o desenvolvimento econômico, social e político do lugar. Desta forma, espera-se que este trabalho possa contribuir para esclarecer a autoconstrução dos ourobranquenses, auxiliando numa compreensão da efetiva formação espacial do município de Ouro Branco, a partir da possibilidade da realização de novas pesquisas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORRÊA, R. L. Trajetórias geográficas. 2. ed. : Bertrand Brasil, 2001.

IBGE. Microrregiões e Mesorregiões Brasileiras. Rio de Janeiro, Ed. IBGE, 1989.

IBGE, As Regiões Intermediárias brasileiras. Rio de Janeiro: Ed. IBGE, 2017.

LUCENA, José Fabrício de. Ouro Branco: de 1722 a 1954. Editora Gráfica IDEAL LTDA. Patos – PB, 2015.

ENCICLOPÉDIA dos municípios brasileiros. Disponível em: . Acesso em: 26 nov. 2017.

MORAIS, Ione Rodrigues Diniz. Seridó Norte-Rio-Grandense: uma geografia da resistência. Caicó, 2005.

MORAIS, Marcus César Cavalcanti. Terras potiguares. Natal: Ed. Dinâmica, 1998.

APÊNDICE A – DIÁLOGOS COM OS MORADORES Nome: José Fabrício de Lucena, 46 anos. Fabrício, o senhor lembra como seus ancestrais falavam sobre a origem de Ouro Branco? “Os meus antepassados falavam que os fundadores de Ouro Branco eram Manoel Correia e Cirilo de Souza porque eles que teriam conseguido a permissão para a implantação de uma feira livre em 1905, nas terras da fazendo do Espirito Santo. Apesar de meus antepassados sempre repetirem a mesma história, eles também desconfiavam da veracidade da mesma, ou seja, tudo começou de uma feira, no entanto essas pessoas que conseguiram a feira, como também os que participavam dela teriam vindos de outras localidades ou já moravam aqui? Muitos fazem essa pergunta. A própria tradição oral já nos dava conta de fazendeiros vivendo aqui nos séculos XVIII e XIX, histórias de escravos, secas severas e etc”.

Nome: Francisco José de Souza, 83 anos. Seu Francisco, o senhor lembra como seus ancestrais falavam sobre a origem de Ouro Branco? “Meu pai, Zé Galdino (1885), falava que antes de 1905 já fazia a feira de Jardim do Seridó e um dia Manoel Correia falou para o pai dele que estava juntando umas assinaturas para fazer uma feira livre no Espirito Santo. O mesmo aprovou a ideia, pois a partir daí teria como comercializar suas mercadorias no local sem a necessidade de deslocamento para o município vizinho. E o mesmo já ajudava seu pai nos afazeres da casa”.

Nome: Francisco Lucena de Araújo Filho, 75 anos. Dr. Araújo, o senhor lembra como seus ancestrais falavam sobre a origem de Ouro Branco? “A história que eu ouvia falar era que Ouro Branco foi desbravada pelos vaqueiros logo no século XVIII, com a implantação de algumas fazendas para criação de gado na época do ciclo do couro e com o crescimento da economia local teve uma grande disputa para se implantar uma feira visando o escoamento da produção do

lugar. Entretanto antes a feira fosse criada já existia um grande fluxo de mercadorias dos moradores locais”.

ANEXO A – SYNOPSE DO RECENSEAMENTO

ANEXO B – REQUERIMENTO DOS 33 MORADORES