enau em ernos

TOMO XXXVII Outubro de 1996

EFEMÉRIDE HISTÓRICA DO MES

Morre aos 79 anos de idade, a 30 de outubro de 1899, na cidade de Braunschweig, sua terra natal, na Alemanha, o fundaU10r da cidade de - Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau .

ャmセhesDo@

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC A QUEM DEVEMOS A REGULARIDADE DESTAS EDiÇõES A FUNDAÇÃO CULTURAL DE BLUMENAU, EDITORA DESTA REVISTA, TORNA PÚBLICO O AGRADECIMENTO AOS AQUI RELACIONADOS PELA CONTRIBUI• çÃO FINANCEIRA QUE GARANTIRÃO AS EDiÇÕES MENSAIS DURANTE O CORRENTE ANO: - AlGA BARRETO M . HERING - ALFREDO LUIZ BAUMGARTEN - ALTAMIRO JAIME BUERGER - ANTõNIO ROBERTO NASCIMENTO - ARIANO BUERGER E FAMILlA - ARMANDO LUIZ MEDEIROS - ARTHUR FOUQUET - AUTO MECÃNICA ALFREDO BREITKOPF S/ A . - BENJAMIN MARGARIDA E FAMILlA - BUSCHLE & LEPPER S/ A - CASA FLAMINGO LTDA . - CLlCHERIA BLUMENAU LTDA . - COMPANHIA COMERCIAL SCHRADER - COOPERATIVA DE CONSUMO DOS EMPREGADOS DO GRUPO HERING - COOPERHERING - CREMER S/A. PRODUTOS tセxteis@ E CIRÚRGICOS - CURT FIEDLER - D . G. S. -':"FACrURING FOMENTO COMERCIAL LTDA. - DISTRIBUIDORA CAtARINENSE DE TECIDOS S/A. - G genセsio@ DESCHAMPS - GRAFICA 43 S/ A IND. E COM. - ENGEPROM ENGENHARIA, PROJETOS E MONTAGIiNS LTDA. - HERING tセxtil@ - HERWIG SHIMIZU ARQUITETOS ASSOCIADOS - HOH. - MAQUINAS E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS SI A. - JOALHERIA E ÓTICA SCHWABE LTDA. - L1NDNER ARQUITETURA E GERENCIAMENTO S/C LTDA. - MADEIREIRA ODEBRECHT LTDA. - M. J . T. REPRESENTAÇÕES E SERViÇOS LTDA. - NELSON VIEIRA PAMPLONA - NIELS DEEKE - PADRE ANTONIO FRANCISCO BOHN - PAUL FRITZ KUEHNRICH (in memória) - PICKLER CONSTRUÇÕES LTDA . - POSTO HASS LTDA . - RESTAURANTE A NAPOLITANA - RODIZIO DE MASSAS - SCHRADER S/A . comセrcio@ E REPRES!:NTAÇÕES - SILVIO PAULO ARALDI, ADVOGADO E FAMILlA - TEKA - TECELAGEM KUEHNRICH S/A. - TRANSFORMADORES MEGA LTDA . - UNIMED - BLUMENAU - VICTORIA E WILLV SIEVERT - WALTER SCHMIDT COM . E IND . ELETROMECÃNIC,A LTDA .

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC '" 6 ... . •

EM CADERNOS

TOMO XXXVII Outubro de 1996

SUMÁRIO Página

Verbetes para Dicionário de História (11) - Theobaldo Costa Jamundá ...... 290 Figu ra do passado - Armando Lui z Medei ros ...... 292 Conf issões da infância - Knut Evaldo Koster Mueller ...... 294 Autores Catarinenses -Enéas Athanázio ...... 296 Curiosidades de uma tpoca - XLVI - S.C . Wahle ...... 298 Reminiscências de' - Atilio Zonta ...... 299 Crônica de uma menina blumenauense - Edith Sophia Eimer ...... 301 Evolução histórica do Município de José Boiteux/ SC - Nilson Cesar Fraga ...... 302 Registros de Tombo de· Brusque (IX) - Pe . Antônio Francisco Bohn ...... 307 Jomais do me·u tempo (3) - Gervásio Tessaleno Luz ...... 310 Brusque foi uma colônia de ingleses? - Aloisius Carlos Lauth ...... 311 Aconteceu . ' . Setembro de 1996 ...... 315 Memórias de uma imigrante - Tradução de Valburga Huber ...... 316 Aconteceu . . . há 50 anos passados ...... 319 Cartas - Alfred Zinkhahn ...... 320

BLUMENAU EM CADERNOS Fundado por José Ferreira da Silva Órgão destinado ao Estudo e Divulgação da História de Propriedade da FUNDAÇÃO CULTURAL DE BLUMENAU Editor responsável: José Gonçalves - Reg nO . 19 Assinatura por Tomo (12 nOs .) R$ 20,00 Número avulso R$ 5,00 Assinatura para o exterior (porte via aérea) R$ 40,00 Rua 15 de Novembro, 161 Caixa Postal 425 - Fone 326-6787 89010-001 B L UM E NAU SANTA CATARINA B R A S I L

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC veセb￉ゥes@ PARA DICIONÀRIO DE histᅯセia@ (1i)

THEOBALDO COSIA JAMUNDÁ

1. OS IRMÃOS HERING 2. BLUMENAU SEM CASA BANCÁRIA A Câmara de Vereadores de Blume• nau, na significância maior de ser o A estrutura de serviços comunitários Poder Legislativo, homenageou, no dia de uma casa bancária chegou para Blu• 13.09.1996 solenemente, HERMANN menau a 16 de novembro de 1907. - HERING (1835-1915) e BRUNO HE• Chamou-se "Caixa Agrícola Cooperativa RING (1842-1918). - Ambos imigra• de responsabilidade limitada dos agricul• dos alemães, que em Blumenau revela• tores do município de Blumenau". O no• ram capacidade de trabalho, força de me oficial sem sofrer prejuízo, foi resu• vontade, sensibilidade praticada na meta mido na facilidade que o povo gosta: para o progresso . E que faz tempo estão "CAIXA AGRíCOLA". na História da Indústria Brasileira, capí• Compuseram a primeira diretoria e tulo referente a Indústria Têxtil catarinen• conselho fiscal, gente de responsabilida• se. de e notoriamente conceituada: Alwin Hermann e Bruno eram irmãos com Schrader, Carl Meyer, Eugen Fouquet, a diferença de sete anos. Os dois trou• Heinrich Muehe, João Hennings Sênior, xeram a herança familiar da fabricação Otto Sprengel, Wilhelm Weise e Bruno de têxteis. E fizeram a firma "GEBRU• Hering. (Note-se para avaliação do gru• EDER HERING". O idealismo forte e po responsável que Bruno Hering esta• o engenho de querer com os quais vi• va com 65 anos). veram, compuseram virtude de dignida• A instituição visou operar com as de com repercussão: (1) Na Pátria onde economias dos que guardavam o vintém a família é enraizada; (2) Na Pátria em poupado ou o tostão guardado, nos len• que a família por transmigração radicou• ços debaixo do colchão ou em pé de se. - Feliz o país-Brasil que os acolheu: meia sob o travesseiro. Foi iniciativa eles viveram o verde da esperança, cor para solucionar e fomentar o progrcsso, dos próprios olhos. E integraram-se no e atendeu a necessidade do desenvolvi• progresso catarinense com o perfil de mento da propriedade rural familiar, da gente modelar constante em página da agroindústria, do comércio, oficinas, es• Indústria plantada e crescida nos abeira• critórios e outras entidades relacionadas mentos do rio Itajaí-açu. na classe produtora. Daí a homenagem oficial provocar A crônica da CAIXA AGRíCOLA insinuações considerativas como sejam: informa sobre um tempo que na comuni• (1) Exaltar que os IRMÃOS HERING dade blumenauense existia intelectual servem de modelo; (2) Saiu do espaço idealista quanto ao bem estar coletivo. oficial da Câmara de Vereadores a rc• Veja-se na paisagem humana do princí• percussão assim como fazendo lembrar, pio do século, entre alguns talentos, por que os homenageados estão imortaliza• exemplo: (1) Três doutores, Blumenau. dos pelo que fizeram; (3) E que indire• Emil Odebrecht e o sábio Fritz Müller; tamente, ali, naquele dia, naquela hora, um trio envolvido no processamento do todo imigrado radicado na terra-Blume• progresso e outro trio composto por nau, também foi referenciado e exaltado. Eugen Fouquet, jornalista doutrinador

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC da germanidade superior e forte; G. Ar• comer, e que não perderam tempo re• thur Koehler, jornalista incabrestável e cordando o que deixaram onde nasceram. líder rural ativo; Hermann Faulhaber, re• Chegados em 1875 ou pouco mais para ligioso de confissão luterana e educador. frente foram assentados nos abeiramen• Os três jamais vestiram a mesma tos do e assumiram cons• camisa ideológica: um não comia pela truir, construir, construir. mão do outro; também não se juntaram E vem dessa vontade de vencer para comer a mesma sardinha. Entretan• adversidades e desconfortos os alcances to, estão na história do progresso, fa• mal conhecidos, mal estudados e mal zendo trio honesto nos interesses da fa• divulgados. E entretanto pertenceram a mília blumenauense. O Sindicato Agrí• eles o pioneirismo da pesquisa agronô• cola de Blumenau, interessado na exis• mica, a utilização do cooperativismo em tência e funcionamento da CAIXA AGRl• projeto de exportação de fumo, a apli• COLA colheu os aplausos que individual• cação da agricultura do arroz irrigado. mente deram: (1) os que tomavam à prá• Ali, na área territorial que em 1924 tica do Sindicalismo sendo meio ideoló• fazia o 6°. Distrito do município de gico para a organização da produção e Blumenau, chamado ENCRUZILHADA, indiretamente disciplinar os lucros; (2) eles influenciados pelo agrônomo Gio• Os que sendo líderes optaram pela pre• vanni Rossi (anarquista militante) asso• servação do progresso comunitário demo• ciaram ideologicamente, às teorias do cratizado . Entre os tantos salientaram• Anarquismo e do Cooperativismo. E co• se os três líderes mencionados por últi• mo se pode imaginar tiveram a oposição mo. Os dois jornalistas usaram as po• pastoral dos frades franciscanos. Oposi• tencialidades do jornal "DER URWALDS• ção forte e direta. Disse-me o frei So• BOTE"; e o pastor luterano trabalhan• lano Schmidt (sob apresentação ao meu do com a família e a ministração da favor do frei Luciano Wagner (Vigário instrução escolarizada. de ) que o relacionamcnto do Quando a CAIXA AGRíCOLA che• agrônomo anarquista com os frades dc gou já estava fazendo falta. Pois a eco• Encruzilhada, foi natural. A divergência nomia gerada pela propriedade familiar existiu quando os frades eram atuantes dependia do funcionamento de institui• no próprio ofício e o anarquista bitola• ção assemelhada . Sem tê-la a classe pro• do na ideologia. dutora consumira 57 anos sem uma Nenhum cantão rural blumenauen• agência bancária. É neste raciocínio se, da época, ativado pela presença do que se enxerga a paisagem humana de italiano e tirolês, foi assemelhado àque• Blumenau com fase diferenciadora: do le que no início, foi 'Pomerano-Santo aparecimento da CAIXA AGRICOLA Antônio", e adjacências com outros no• até o início da 1a. Guerra Mundial mes . Ali, na militância católica única (1914-1918) . e forte da maioria, funcionou minoria E também é possível fazer compa• de contar nos dedos, que nem se pode ração elucidativa entre o grupo do imi• dizer, tenha sido cédula anarquista, de grado procedente da Itália e dos Alpes certo, grupinho de informados sobre a montanhosos no norte italiano. Como se parola política de Carlos Cafiero e Ma• sabe estes últimos revelaram-se criatu• latesta, e se toma conta, que tal porção, ras de expansividade natural, inquietos fomentou insatisfações visando provocar e muito interessados em ocupar o espa• mudanças culturais democráticas e para ço brasileiro na direção do sucesso. bem estar. Dir-se-ia que superaram a nostal• Nenhuma novidade que uma cria• gia com o duro trabalho de plantar para tura fugada de quaisquer das Europali: - 291-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC emigrante lá e imigrante aqui, fosse co• território do Paraná (1891). nhecedora ou praticante dos movimen• Entre os satíltes do agrônomo anar• tos libertários e reformadores. Abre quista ficaram anotados os varões das fa• interesse de conhecimentos é, ter sido no mílias Campestrini, Dorogatti, Largura e território de Blumenau nos áres do rio Trentini. E quem deles desfrutou des• dos Cedros. E só neste espaço geográfi• taq ue político aplicado a preservação da co. Daí relacionar que o agrônomo ita• italianidade e esta ajustada ao abrasilei• liano Giovanni Rossi, por ali na incum• ramento foi EMEMBERGO PELlZZET• bência' oficial da prestação de assistência TI, que diz J. E. Finardi foi o motivado r técnica, sendo anarquista de corpo e al• e fundador da "Sociedade Cooperativa ma, funcionou como reativador e aglu• de Ascurra" (maio de 1905). - Portan• tinador dos que eram predispostos. - to antes da fundação da CAIXA AGR1- Até hoje não é conhecido o que decidiu COLA. Também foi ele Emembergo a localizar a Estação Agronômica nas pa• pessoa de mais estreita convivência com ragens do rio dos Cedros e dar a sua o agrônomo Rossi. E sabe-se também chefia ao agrônomo Rossi . .. por que o amor filial de sua filha possi• E no não saber provoca pergunta bilitou, que Emembergo Pelizzetti parti• intrigante, exatamente, porque ele tinha cipou na "Liga Operária Italiana" do vivido na Colônia Cecília, modelo de Rio de Janeiro, RJ. E nela foi ativador fracasso da aplicação do anarquismo, no do cooperativismo e do sindicalismo.

BIBLIOGRAFIA DE APOIO: "O ESTADO" (Florianópolis, SC, 16 .09 .96); "Os 75 Anos da Indústria Têxtil Cia. Hering, in "Revista Paulista de Indústria, nO. 34, separata; JOSÉ FERREIRA DA SILVA, A Im• prensa em Blumenau (Coleção Cultura Catarinense) Fpolis . SC, 1977; ALBUM HISTÓ• RICO CENTENÁRIO' DE 1851 - 9 de março - 1951, Sociedade Amigos dê' Joinville, Curitiba, PR; BEATRIZ PELlZZETTI, Pioneirismo Italiano no Brasil meridional, Curitiba , PR, 1981; ROMARia MARTINS, História do Paraná, 2a . edição, São Paulo, SP, J.E. FINARDI, Colonização Italiana de Ascurra, 1876-1976, Blumenau, SC, 1976.

FLGURA DO PASSADO

CID DE SOUZA MEDEIROS

O Reader' s Digest que me ros, que quando se vão deixam o perdoe pelo plágio do título. mas mundo um pouco melhor e mais é o que melhor se encaixa em meu feliz do que antes. Finalmente há personagem de hoje. aqueles que, sem poder nem que• re'r mudar o mundo à sua volta, Uma pessoa pode deixar lem• simplesmente vivem suas vidas, branças de varIas formas. Há procurando dela aproveitar seus aqueles que distribuem o mal, prazeres, por menores que sejam, mas que, felizmente. são sempre distribuindo alegria sem dar ne• uma minoria, da qual não quero nhuma atenção ,à mate• falar . Há aqueles, ainda mais ra- rial. Deste último tipo era meu --"' 292

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC tio Cidinho. Um tipo inesqueci• inestimá-vel auxíÍio na manipula• vel. ção de pomadas, atividade que Nascido em Laguna em 1895, exigia sua grande força muscular ainda recém-nascido mudou-se para a produção de uma mistura com a família para !tu, São Paulo, homogênea, nos imensos grais de onde o pai havia buscado abrigo cerâmica então usados. :Não dei• da repressão aos revolucionários xava nunca passar a oportunida• de dois anos antes. Já de volta de de fazer uma brincadeira, cama a Santa Catarina, aos quatorze a que fazia com quantidades enor• anos de idade, bem posIcionado mes de arsênico que fazia parecer em seus estudos ginasiais, crian• engolir, para susto de quem o ça forte e robusta, foi vitimado visse . .. por uma traiçoeira e cruel menin• Adorava atear fogo em qual• gite. O desenvolvimento poste• quer ,coisa. . Certa ocasião ficou rior de seu intelecto foi substituí• tentado ao ver a imensa quanti• do pelo de um enorme coração . dade de serragem depositada no Aos dezesseis anos "caiu na barranco da Rua Getúlio Vargas, estrada e acabou embarcado como o:c. de morávamos, pela fábrica de marinheiro de um navio mercan• móveis Rossmark, e não resistiu. te; a família, dele apenas ouviu Foram quinze dias de fumaça que falar depois de 'vári.os anos de a nada cedia, nem mesmo à chu• ansiosa espera, ao receber carta va . . . com uma fotografia, onde o filho Apreciava a boa comida sim• distante apare'cia montado a ca• p12S, sempre condimentada com valo, em farda da Força Pública quentíssimas quantidades de pi• de São Paulo. Voltando para Flo• menta. Fazia demonstrações, co セ@ rianópolis, casou-se com Édula mendo malaguetas curtidas, servi• de Athayde, da família do famoso das em colher ... imortal, futuro presidente de nos• Agüentava grandes quantida• sa Academia, de mesmo sobreno• des de bebidaol mas às vezes ultra• me . 'O casal .teve sete filhos. Cid, passava um pouco seus próprios sempre irrequieto, veio dar em limites, tal como aconteceu quan• Blumenau, onde já se haviam es• do passou a noite no velório de tabelecido seus pais e a maioria um vizinho . No dia seguinte, no de seus irmão's, trabalhando vá• cemitério, fe.z questão de proferir rios anos na Farmácia Central, do um discurso de despedida no qual pai. emocionou-se ao ponto de, tro• .os parágrafos acima forma• ,cando as pernas, cair dentro da riam um resumo de sua biogra• cova onde já havia sido deposita• fia oficial, próprio para um ne• do o caixão ... crológio. Sua vida real teve, no Era homem religioso e ia à entanto, um perfil muito mais va• missa todos os domingos, mas a riado e interessante. Vou tentar freqüência à igreja não impedia contar algumas de suas inúme• seu gosto pelo cinema erótico de ras histórias. então, aquele dos filmes franceses Na farmácia, ajudava em tu• "impróprios até dezoito anos" .. . do, da lavação de vidros ,à) compra Era, antes de tudo, simples e e entrega de remédio's, mas era de sincero. Com a mesma naturali-

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC c1ade Cofu que coi'nentavà sua ャイャ セ@ cérimÔniâ : Corrio descuipa pã.râ terpretação do sermão da última não ir, dizia que suas roupas boas missa de domingo, contava ane• estavam em casa e, além do mais, dotas em horas que para outros não tinha sapatos em condições . podiam parecer muito inconveni• Um par de sapatos foi consegui• entes, pelo menos ーセイ。@ a moral do em empréstimo, e ele foi, ヲ・ セ@ de então, como quando, num al• liz, buscar seu terno de festa. Não moço de família em casa de meu voltou, e nunca mais o vi. rígido avô João, contou a história Alguns anos mais tarde sou• da galinha que exclamou, depois be de seu falecimento. Sua morte de atropelada por um caminhão: foi tão pura e ingênua quanto sua "- Puxa! Que galo grande!" Meu vida. Numa quinta-feira de julho avô, visivelmente embaraçado com de 1974, meus pais fizeram-lhe a a situação criada, simplesmente última visita, quando já se encon• disse: "- Adélia, passe o arroz"! , trava em seu leito de morte no como se nada de· mais tivesse a• hospital, mantido apenas por ins• contecido . .. trumentos. Com um esforço su• Poucas vezes encontrei Tio premo balbuciou com visível ale• Cidinho depois de minha mudan• gria: ça para o Rio de Janeiro . A últi• - L uizinho, tira estes tubos! ma foi em dezembro de 1966, Não preciso ma.is disto, porque no quando ele estava passando al• sáJbado, Nossa Senhora vem me guns dias em casa de meus pais, buscar! no Garcia, como fazia de tempos Atendendo a seu pedi.do, os em tempos, talvez sempre que se tubos foram desligados. Ele ainda indispunha com a família . resistiu pelos dois dias seguintes . Havia passado, como de cos• Morreu no sáJbado, dia 27 do mês, tume, dias de frenética atividade tal como havia anunciado. de faxina nos porões e nos cantos Quem o conheceu tem certe• pouco usados da casa_ Avizinha• za que ele continua bem vivo, pe• va-se o ,casamento de meu irmão lo menos na lembrança. JoãO' Alfredo, e Tio Cidinho foi insistentemente convidado para a Armando Luiz Medeitros

Confissões da infância Knut Evaldo Koster Mueller

PERIQUITOS . .. etária aba.ixo da minha, por pou• Morávamos numa casa na co, mas válida e respeitada na• Alameda Rio Branco, que antes quela ápoca da infància subalter• tinha o número 28, depois foi mu• na. .o relacionamento era restri• dado para 286 ; hoje é conhecida to aos fe'stejos dos aniversários como o "Pontinho". Nosso vizÍ• toleradamente supervisionados pe• nho era o Senhor Frilman, e di• las respecUvas mamães. Nossos ga-se como válido: um bom vizi• dois territórios ,em nossa lingua• nho . Tinham dois filhos, o Hans gem, na dos adultos eram terre• e o Walter, ambos de hierarquia nos, separavam-se por uma cerca - 294 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC de tela de arame, presa por moi• mando como alvo o cone de zinco r6es de cimento, e vegetada por verde, invisível, atrás da sebe de uma sebe de hibiscus, aparada hibiscus. Um de cada vez, da me• na altura de uma pessoa de esta• lhor pontaria. possível. Quando tura normal. Logo em seguida uma pedra alcançava o telhado ao fundo das duas casas, haviam do viveiro provocava um alarido gramados de ambos os territó• dos piriquitos, anunciando tiro no rios, encimados por postes com alvo . Pode-se imaginar que não os varais para estender a roupa era fácil, o alvo tinha somente um para secar. Do nosso lado não se metro ou pouco mais de diâme• via o gramado do vizinho e vice• tro. O exercício de tiro não cha• versa. A sebe formava um muro mava muito a atenção, silêncio do vegetal opaco, salvo algumas si• nosso lado, ocasionalmente uma luetas ocasionais ressaltantes. gritaria dos periquitos. Rendeu Olhando do nosso lado, por cima por muitos meses. Mas descuida• do horizonte da sebe, destacavam• mos dos vestígios. se os galhos magestosos ' de uma Um dia minha mãe nos cha• alta e vigorosa pereira. Nada mou e disse, de uma maneira mais,. nem a posteação do varal de muito calma, que o Senhor Fril• roupas. Porém nós sabíamos, por man a havia chamado por cima reconhecimento avançado, ・ウーェウ L セ ᆳ da sebe, próximo ao pé de uvaia, do por entre os galhos da sebe, onde havia uma clareira para que lá estava, entre a horta, à es• conversações de vizinhos, e que ti• querda, e a pereira à direita, um nha apresentado queixa do nosso viveiro habitado por uma dúzia procedimento em atirar com fun• de periquitos belgas. Eram aves da em seus periquitos. ComO' pro• bem alimentadas, portanto cala• va do que. afirmava trazia um ces• das, salv'O algum disturbio próxi• to cheio de pedras redondas, ca• mo, nada se ouvia deles. Era um tadas por ele mesmo, entorno do cilindro de t-=la de arame, sobre seu viveiro de aves. Enfati.ca• um pedestal, encimado por um mente havia derramado todo o cone de zincO', tudo pintado de conteúdo de cesto por cima da verde . Pouco nos interessavam sebe, mostrando a prova do cri• aquelas aves. O Senhor Frilman me . Ela nos levou até o local e as inspecionava todos os domin• mostrou um monte de pedras gos . caidas do nosso lado. Ela nos pe• Nas tardes ensolaradas deitá• diu para deixarmos os periquitos V8mos de costas no gramado e, em paz. Nós concordamos e reco• olhando pela linha da sebe, víamos lhemos nossa preciosa munição. a pereira. Qual seri a a posiC;ão re• Iriamos certamente gastá-la em lativa da horta e do viveiro dos p e'• alvos inanimados, quanto muito riquitos? Havia uma solução prá• em algum cachorro ou galinha tica, Tinhamos fundas e pedras. perdidos, sem ferí-Ios. Vale o Pedras redondas, catadas criterio• exercício de tiro em alvo oculto, samente à beira do ribeirão Gar• como eu iria,muitos anos depois cia. Munição de primeira, Deitados praticar no curso de artilharia de costas, atiravamos as pedras no CPOR-RJ, no emprego do ma• para o alto, numa parábola, esti- terial l05mm de campanha .

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC AUTORES CA TARINENSES ======------Enéas Athanázio

CRôNICA, ALEGRE DA ILHA

Foi uma agradável surpresa a leitura de «Oh! Que delícia. de Ilha», de autoria de Riaul Caldas Filho, publicada pela Paralelo 27 e co-edito• ras (Flor'ianópolis - ' 1995), reunindo crônicas e quadros da vida floria• nopolitana, traçados por um nativo de outra ilha - São 'Francisco do Sul - mas- ambientado como poucos e desde 'a infância na de Santa Catarina. Num estilo leve e solto, repleto de observações, interessantes e, acima de tudo, dei humor, ele captou com per,feição e re·colheu ao livro o «clima» ilhéu, tão marcado de características inconfundíveis. Começando pelo perfil do ilhéu e a dEl'finição do que se,ja; o «m;a• nezinho» (que pode ser urbano ou do interior da Ilha), com seu tempe• ramento alegre e gozador, sempre pronto para tiradas espirituosas, des• c:reve a vida da cidade ao longo dos anos, numa espécie de história em que os aspectos mai,s galhofeiros são destacados, sempre ilustrados com saborosos casos, como a arte de dar apelidos, o anedotário, os relatos, os «fi9Waços» que já partiram e os de hoje, alguns ,deles conhe• cidos de várias gerações, a presença das bruxas que lá encontram am• biente ーイッー セ G 」ゥッ L@ os pontos de encontro (não faltando o Ponto Chic, o Senadinho e o antigo Chiquinho), sem esquecer a herança açoriana, tão importante na formação do povo. Também são repassados, episó• dios pitorescos, como a «Batalha do Senadinho», quando o ex-presiden• te Figueiredo entrou em conflito com a multidão e o ex-ministro Cals teria levado algumas «bolachas» nas respeitáveis orelhas . Tudo bem ilustrado com os causos, as anedotas, lendas, comentários e f.olfocas em que é pródiga a criatividade do ilhéu, ligado sempre nos detalhes de tudo para disparar uma definição dEl'finitiva e perfeita, logo difundi• da e incorporada ao «patrimônio coletivo .» Note'i algumas ausências notórias, como ,Monsieur» Adol.fo, um qua• se-mendigo com mania de potentado, e o Beteclive, ébrio contumaz que andava derrubando as calças, ambos assíduos do centro . E também o «Príncipe», - o bar que embebeda hoje o homem de amanhã, - cujo lema copiava uma loja do Rio que tinha. o mesmo nome e que se espe• cializava em roupas para meninos. O ,dono do bar se enfurecia ao ouvir isso . Essas observações não afetam, de forma alguma, o livro, q.ue é uma excelente crônica da Ilha e sua gente, cuja leitura é um prazer.

CAMPOS NOVOS EM REVISTA

A Prefeitura Municipal de Campos Novos, minha terra natal, acaba de publicar uma revista bilingüe (português-inglês) com o título de «Campos Novos - Celeiro da Integração», com o objetivo de mostrar as possibilidades do município em face da implantação qo fv1ERCOSUL,

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC êm cujo epicentro está slt.uado e pará onde confluem todos os caminhos. Revela, com abundância de dados, as oportunidades que oferece para as atividades c.omerciais, industriais, agricolas, pecuárias e outras dos que dese,jem investir no município que of'e'rece solo. clima e incentivos convidativos e compensadores . A publicação é ilus,trada com belíssimas fotos da cidade e da região, uma ,das mais belas do País, e está sendo distribuida a todos os interessados" bastando solicitar à Pre,feHura .

VARIADAS

Estão circulando os números 13 e 14 d,a terceira fase da «Revista do Instituto Histórioo e GeográNco de Santa Catarina», contendo infor• mações sobre as atividades, da instituição e muita matéria variada para lelr. * * * Recebi e acabo de examinar o volume «Estudo Histórico• Analítico do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina», de au·· toria de seu presidente, Walter F. Piazza, traç'ando a biografia da insti• tuição por ,ocasião das comemorações de seu centenário. * * * Está circulando mais, um número - o 58°. - do s.uplemento literário «A Ilha», editado pelo grupo do mesmo nome, da cidade de Joinvi

POESIA SEMPRE POESIA

Cons,iderado um dos maiores memoralistas de nossas letras, ten• do seus diversos, volumes de diários alcançado invulgar sucess.o, Ascen-

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC dlno Le,ite é também um grande poeta . Para comprová-ia, transcrevo aqui um de seus mai s recentes poemas, integrante da séi'ie «Jardim Marítimo . »

Adentremos o roteiro que aos cegos a luz leva. ORAÇÃO Vem; não te esquives de mim. Estou pronto como um noivo, um soldado da Rainha ou seu nome cobridor. Vem comigo o teu nome como agasalho do que sou. Nome do Padre e do Filho, Vem o teu jeito de olhar, nome do Espírito Santo. tua voz, o ar angélico, Nome de todos os, nomes, escapando de ti própria . nome de Deus, amém .

Curiosidades de uma Época - XLVI LEOPOLDINO AMORIIM. S .. C. Wahle 1995 Certa tarde, em torno das 16 ma, pois o avião irá esperar por horas recebi um telefonema do Você". E foi o que aconteceu . Sr. Henrique Schiefferdecker in• Leopoldino Amorim fora um formando-me ter recebido um te• oficial da marinha, que por moti• lefonema do Sr. Ernesto Stodi-eck vos políticos fora e:xduído das de Blumenau, pedindo para in• forças armadas em 1938. Como formar-me do falecimento de mi• tinha o direito de aproveitar as nha irmã 1s01de, casada COm [) matérias da Escola Naval, matricu• Sr. Walter Stodieck. O sepulta• lou-se com outros colegas da ma• mento seria em Florianópolis ás rinha, na Escola Naval de Enge• 9 horas do dia seguinte. O tem• nharia. Fomos bons colegas e poestava muito chuvoso, e só ha• formamos juntos. Ainda encon• via um avião para o sul, com ho• tramo-nos ,cada cinco anos na co• rário marcado para as 17 horas, memoração da data da formatu• impossível de alcança-lo pois te• ra. ria que ir até em casa, a.panhar Chegando ao aeroporto às algumas roupas. Tratava-se de cinco e meia, o avião estava espe• Um avião da Cruzeiro do Sul. rando. Ao adquirir a minha pas• Acontecia que o presidente desta sagem, havia mais algumas pes• empresa aérea era o Eng. Leopol• soas esperando uma oportunida• dino Amorim, um ex-colega da de para seguir para Florianópo• Escola N aeional de Engenharia. lis. Entre as pessoas encontrava• Ao telefonar-lhe, expliquei o moti• se o Sr. rngo Bering. Como o vO' da minha viagem. e ele disse• avião tinha recebido ordens de me: "Siegfried faça tudo com cal- espe'rar por mim O' agente do bal- - 298-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC cão perguntou-me se eu viajaria ceu-me, e eu expliquei-lhe a razão só ou acompanhado, pois só dis• da minha viagem e porque o avião punha de dois lu.gares , Foi quan• estava me esperando, Embarca• do reconheci o Sr, Ingo Hering, mos debaixo de muita chu.va, le• e sem saber das intenções dele, vamos cerca de uma hora a mais pois como sempre e também ai, devido ao mau tempo, para che• era uma ー・セウウッ。@ reservada, infor• gar-mos à Florianópolis , mei ao agente que ele viajava co• Graças a um compreensível migo, Disse-me com surpresa colega de escola foi possível che• que esta seria a última coisa que gar a tempo para acompanhar a poderia acontecer pois ele tinha minha irmã caçula ao seu último sido o último a chegar. Agrade- repouso.

REMINISCt:NCIAS DE ASCURRA ATILlO ZONT A GELINDO TES'I10NI, Prefeito eleito de Ascurra assume o exercício do cargo Em 31 de janeiro de 1969, gradeceu cordialmente, a atuação compareceu ao edifício da Prefei• dos nobres vereadores e, em espe• tura de Ascurra, Gelindo Testoni, cial, a toda a população ascurren• Prefeito eleito do município, no se, A seguir, fez um quadro expo• pleito que se realizou em ' 15 de sitivo do conjunto de suas reali• novembro, Em Sessão Solene- da zações, durante a permanência no Câmara MunirCipal, é guindado à Poder Executivo. Agradeceu a Chefia do Exe1cutivo, conforme va• presença de todos, e desejando mos verificar logo adiante. Aber• pl::: no êxito ao novo Prefeito, Ge• tos os trabalhos, o Prefeito Alean• lindo Testoni, dro Bastião Dalfovo abriu as so• Usando da palavra o novo ti• lenidades de transmissão de car• tular, fez um agrade/cimento a to• go, formando uma comissão com• dos quantos o guindaram, pelo posta pelos vereadores, Antônio voto, ao cargo de Prefeito, pro• Dalfovo e Alberto Possamai, para m.etendo-Ihes que atenderia a to• introduzirem na Câmara de Ve• dos indistintamente, dentro de readores, o Prefeito eleito, Gelindo suas possibilidades e dos meios Testoni que é recebido com calo• que o município di.spõe, E foi en• rosa salva de palmas , Ao ato, cerrada a solenidade de posse do grande número de ascurrenses fi• novo Prefeito Gelindo Testoni, ze'ram-se presentes. bem como, au• toridades civis, religiosas e mili• São elevadas à 1 a . c。エN M・ セッイゥ。@ as tares, locais 'e de outros municí- Escolas Municipais de ILSE e pios. , VINTE e NOVE. no Distrito de O Prefeito Aleandro Bastião A .;curra, Munirínio de Indaial DaJfovo, fez uso da palavra, enal• 'O cidadFío Fred€-rico Hardt, tEcendo o trabalho desenvolvido Prefe ito do Município de Indaial, pelos colaboradores durante o P.stado de Santa Catarina. usando seu período administrativo, e a- das atribuições que lhe sãoconfe-· -299 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC ridas, e tendo em vista a Lei nO. É nomeado o n()lvlo Intendente 8, de 5 de dezembro de 1936, Exator de Asourra O Prefeito Municipal de In• DECRETA: daial, resolve, Art. 1° . - Ficam elevadas à NOMEAR. la. Categoria as Escolas Munici• De acordo com 00 art. 127. da pais de ILSE, em Ascurra, e. de Lei n°. 55, de 20 de dezembro do, 2a., as de Subida, VINTE NOVE, 1938, de Ascurra, e Warnow Pequeno, eugセnio@ POFFO, para exer• Rio Morto e Polaquia, no primei• cer o cargo de Intendente ExatOor ro Distrito de Indaial. nO' Distrito de Ascurra. Art . 2°. - Revogam-se as Prefeitura Municipal de In• disposições em contrário. daial, em 24 de novembro de 1947. Prefeitura Municipal de In• Aroldo Neves daial, em 2 de janeiro de 1937. Prefeito. iFrederico Hardt Pedro Ferreira. Auxilio aoO Ginásio "São Paulo" Lei nO. 39, de 1°. de agosto de 1950'. Levando' eml conta o número de Subvenção ao Ginásio "São ma,trícula,SI el freq'llência. pOIJ.' Paulo" . HECRETO, ,é elevada à' la. cate'· Germano Brandes Júnior, goria a Es,cola Vinte e Nove Prefeito Municipal de Indaial, faço saJber a todos os habitantes deste o cidadão ,Frederico Hardt, município, que a Oâmara Munici• Prefeito Municipal de Indaial, Es• pal decreta e eu sanciono a se• tado de Santa Catarina, na forma guinte Lei: da Lei, Art. 1 0 . -- Fica o Governo Considerando, que a Escola do Miunicípio, autorizado a dar Municipal de Vinte e Nove, no Dis• auxílio financeiro ao GinásiOo "São trito de Ascurra, foi classificada Paulo", Ascurra, na importância em segunda categoria; de CINCO MIL CRUZEIROS (Cr$ Considerando, que o número 5.000,00. ) de matrículas e frequência da Art. 2°. - O crédito a que mesma Escola atingiu à primeira se rEfere o artigo anterior, cor• categoria; rerá à .conta de anulação de igual quantia na verba ()0.1 - Ajuda DECRErA. .o. de custo aos Vereadores. Fica elevada à primeira cate .. Art. 3° - Revogam-se as dis• goria a Escola lVrunicipal de VIN• posições em contrário. TE E NOVE. no Distrito de As• Prefeitura Municipal de In• curra, a contar de primeiro de daial, em 10. de agosto de 1950. abril do corrente ano. Germano Brandes Júnior Revogam-se as disposições em Prefeito. contrário . Publicado na Portaria, em 1°. Prefeitura Municipal de In• de alwsto de 19501. daial, em 31 de março de 1937. Theobaldo Costa Jamundá Frederico Hardt Secretário de Expediente Pedro Ferreira. セ@ Zー・ウセッ。ャ@ ..- 390-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC Crônica de uma menina blumenàuénSê (E.dith Sophia Eimer)

Em meus ouvidos ainda também os serviçais particiRavam ecoam as palavras Natal, Natal desta noite. Desde a mais nu mil• está prÓiximo . Aos cinco anos de de faxineira ao peão, estavam idade esta data tinha algo de má• presentes e recebiam suas pren• gico, a corôa de advento já tinha das, que para alguns era o primei• sido armada e se encontrava nu• ro natal; nunca tinham visto um ma mesinha da sala d€. visitas, on• igual como este e não escondiam de no grande dia se reuniria toda suas lágrimas de emoção. Pas• a família . Duas velas já tinham sado o primeiro deslumbramento, sido acesas e eu aguardava an.• passou-se a abrir os presentes e ciosa o acender das outras, prin• todos encontravam realizado um cipalmente a última. pequeno desejo guardado bem lá Estes dias que precediam o no fundo do coração. dia 25 de dezembro me trazem A minha mesa estava repleta ainda hoje gratas lembranças; eu de presentes, com as minhas bo• era uma menina feliz, cercada pe• necas preferidas; tinham um ves• lo carinho de todos, meus pais tido novo e num berço para bo• eram amáveis e carinhosos., meus necas dormia o b€·bê que encanta• avós paternos igualmente, irmãos va meus olhos. Também os pa• nunca tinra, €'Ia fHha única e de rentes distantes na Alemanha certo modo privilegiada. não se tinham esquecido do Na• Chegou finalmente o grande tal na distante Blumenau e en• dia. Já de manhã cedo a expecta• viado bonitos livros de estórias tiva me consumia e a noite demo• que posteriormente seriam lidos rava a chegar; a sala estava f2- por minha mãe ou avó. chada, porque nela trabalhava o Porém toda esta ansieda• Papai Noel e seus auxiliares. de pela tão esp3rada noite se fa• Mas a noite 'veio silenciosa e zia sentir agora e eu adormeci às oito horas em ponto soou o ba• abraçada à minha ibone,ca, entre dalo do sininho. Era o sinal de todos os outros presentes. Ama• que Papai Noel terminara seu nhã seria outro dia. trabalho e seguia para a próxima casa, onde outras crianças o a• Hoje já COm mais de ウ・エ・ョセ@ guardavam. ta anos, não esqueço esta data, Ao som da canção "Noite Fe• essa noite vivida entre meus en• liz", cantada por todos, papai tes queridos, que há muito já se abria a porta da sala, onde a ár• foram e me deixaram sozinha vore de Natal resplandescia em neste mundo, apenas com mi• toda sua beleza; de·zenas de veHts nhas recordações, que no entan• a iluminavam e bolas reluzentas to, ainda hoje me envolvem nu• a enfeitavam. Todos agora se di• ma imensa gratidão e do fundO' rigiam à sua mesa onde estavam do coração digo: - muito obri• os presentes expostos, digo todos, gada por minha infância tãO' pois além de meus pais e avós, feliz.! I , -301-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC Evoiúçâo hislôrlca do Munidpió de Jose Bolteux/SCl Uma contribuição para o centenário da colonização do Vale do Rio Itajaí do Norte pela Sociedade Colonizadora Hanseática (1897-1997)

NILSON CESAR FRAGA2 (Estudante de Geografia da UDESC)

RESUMO

A colonização do espaço geográ• curta, oS. T . F. julgou inconstitucio• fico onde se insere o município de nal a Lei nO. 380/1958, que o criara, e José Boiteux, deu-se no final do sécu• José Boiteux volta a condição de Dts lo passado e início deste, através da trito de . Somente em 1989, Sociedade Colonizadora Hanseática. consegue sua definitiva emancipação; No município de Ibirama, á antiga 10- justificada pelo fato que Ibirama não 'calidade de Scharlach foi dado o no• úportunizava o desenvolvimento exi_ me de Distrito de José Boiteux, em gido pela comunidade. Além dos da• homenagem ao notável catarinense dos históricos, apresentamos alguns José Arthur Boiteux. Em 1958, o dis• levantamentos sócio-econômicos que trito de José Boíteux, é elevado a caracterjzam o município no contextO 'condição de município, com terras desmembradas de Ibirama; mas a in• regional partindo da sua gênese até dependência administrativa tem vida os dias atuais.

Em 1997, O Vale do Rio Itajaí do o intuito de contribuir com subsídio Norte, comemora 100 anos de coloniza• teórico, até então inexistente, r..o que ção, propiciada pela Sociedade Coloni• tangenciava a exclusividade dos fatos zadora Hanseática. Para as pessoas que históricos deste município. tiveram suas vidas marcadas pelo ca. O núcleo urbano do município é rinho e dedIcação das comunidades que pequeno, quando da emancipação, ape• compõem aquela fértil região do Vale nas 269 edifícios formavam a cidade de do Itajaí, assim como eu, estes meses José Boiteux (sede). A infra· estrutura .que ar..tecedem as festividades do cen. urbana, e também a rur'al, exigem me· tenário são de ansiedade e alegria . did,as no sentido de proporcior..ar à po· Assim sendo, em agradecimento pe· pulação, serviço de água potável, trans• la magnífica infância que me proporcio• porte, energia elétrica, telefone, educa. nar'am às populações de José Boiteux e ção, saúde dentre outros. Ibirama, procedi levantamento dos A estrutura econômica está condi• acontecimentos que marcaram a histó• cionada no setor primário, isto ocorre ria do municíp:o de José Boiteux, com com a ampla maioria aos municípios ,1 - Parte integrante da pesquisa: "OBRAS POR MAIS DE UMA dセcadaB@ - Estu• dos do Processo de Construção da Barragem Norte no Município de José' Boiteux/ SC (1974·1992) - CNPq. Que está sob a orientação do Prof. Msc. MAURICIO aurセlQP@ DOS SANTOS: Mestre em Geografia pela UFSC. Professor da Gradua• ção da UDESG e da Pós-Graduação - Educação e Me'io Ambiente da UDESG. 2 - Autor/Pesquisador/Acadêmico da 8a . fase do curso de Geografia da Universidade do Estamo de sセ@ .. nta Catarina/UDESC . - ;;02-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC do Itajaí do Norte, que estão funda· cou a primeira área da nova Qolônia mentados especialmente na agricultura com 126 .332,70 hectares. e pecuária. Mas esta é outra história, Construiu-se também, uma estrada partimos agora para os fatos que mar· de aoesso à sede da colônia, Via RibeI• caram a evolução histórica deste mu• rão Cocho-Taquaras e edificou-se um niCÍpio. grande galpão para receber e hospedar Em 31 de março de 1897, foi .orga• os colonos que para ali se er.caminhas• r.izado em Hamburgo, na Alemanha, a SGm . Sociedade Colonizadora Hanseática, O SI', Willy Luderwald e sua espc• com as transferências das antigas con• E'a foram OS primeiros colonos recebi• cessões dadas pelo governo da ProviD.• dos na Sociedade em junho de 1899 . cia de Santa Catarina à Sociedade Co• N o final deste mesmo ano, Chegou a lonizadora Hamburguesa, fundada em primeira leva de colonos. 05 de maio de 1849, que tinha como fi. O município de Ibirama, assim co· nalidade primordial colonizar as terras mo o município de José Boiteux, ofere• devolutas dos vales do rio Itajaí do cem muita originalidade :r.-ela procedên• Norte (ou Hercílio) e Itapocu. cia e costumes de seus habitantes, des• O diretor da Sociedade Colonizad,o• tacamos algumas que marcaram a ra Hanseática, A. W. Sellin, o engenhei., formação étnica dessa colônia: os po• ro Emílio Odebrecht, acompanhado de loneses, povoaram a parte mais alta seis caboclos e um cozinheiro alemão, do municipio, como O rio da Prata, rio chegaram, a 08 de novembro de 1897, Veraneira e Mirador, eram procedentes á barra do ribeirão Taquaras, onde da ar.tiga Colônia Lucena, do Estado atualmente encontra. se o centro urba• do Paraná, ainda no período do litígio no do município de Ibirama; naquela entre Santa Catarina e aquele Estado, época fora denominado de Itajahy• e os que estavam localizados em Itaió• Hercílio e depois Hansa, este causou polis; os índios Botocudos, no Posto grande confusão (esta confusãO' r.ão se Duque de Caxias, em José Boiteux, que restringia a esta nova colônia, todas lá se encontram desde que foi celebra• as outras era conhecida apenas como da a Pacificação, em 20 de setembro Hansa, devido ao fato de estarem mui• de 1914; os Menonitas de descendência to afastadas umas das ,outras), mais alemã, que se viram obrigados a aban• tarde optou-se pela denomir.ação Ram_ nonar a Rússia-Soviética e se refugia• mônia, afim de não causar tantos em• ram na Alemanha. Aproximadamer.te, baraços. 1400 deles foram encaminhados, em A expedição segui o curso do rio 1930, por conta do governo alemão pa• Itaja:i do Norte, ou Rercílío, até alcan• ra o Brasil, onde primeiramente se es_ çar a Serra Dobrada, dali para fren· tabeleceram no Dollmann (José Boi• te era impossível seguir de canoa, ,o teux) e depois colonizaram o rio chefe da expedição observou em suas Krauel; temos ainda os alemães-russos, ar.otações que a extensão percorrida procedentes da Wolhyn (Ucrânia) e do já lhe permitiria executar o plano de Cáucaso: Grasna, Crans e Tiflis, esta• colonização de 20 anos, conforme o beleceram-se em Neu Bremen e Gustavo acordo de 1895, firmado com o governo Richard; 30 famílias suíças que vieram do Estado, Ao retornar a Taquaras, o em 1923 estabelec'eram-se em Bernburg, ciiretor A. W . Sellín mandou derrubar na Serra Vencida, o governo suíço aju• matas e abrir descampados, enquanto dou com dÍllheiro para a ('ompra das c engenheiro Emílio Odebrecht de mar- ter'ras, mais tarde enviou-lhes gado de

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC raça, poucos desses eram lavradores, a emancipação de alguns distritos, a a maioria seguiu para São Paulo e Pa• população absoluta de Ibirama é de raná; no distrito de José Boiteux e em 13.628 habitantes, conforme dados do Ribeirão do Ferro se estabeleceram ita_ Censo Demográfico de 1991 da Funda_ lianos provenientes de Indaial, ção Instituto Brasileiro de Geografia e e Timbó, além de outras famílias ale• 'Estatistica/FIBGE. mãs vindas do セLオャ@ do Estado. Com base nos fatos que marcaram O Decreto Estadual nO. 227, de 26 a c'olonização do atual município de de outubro de 1904, deu concessão à Ibirama, podemos afirmar, em linhas Sociedade Colonizadora Hanseática, gerais, que a história da fundação e para construir e explorar a estrada de colonização de José Boiteux tem liga• ferro Ibirama-Blumenau, o lévantamen• ção com a evolução histórica de i「ゥイ。セ@ to topográfico foi realizado em 1905. ma, pois deste foi desmembrado. As• Em 1906, a Sociedade transferiu a con• s;m, no início deste século, José Boi• cessão para a S.A. Estrada de Ferro teux teve seus pr';meiros C'olonizadores Santa Catarina, com sede em Berlim, estabelecidos, que eram imigmntes ale• Alemanha, que em 02 de dezembro de mães, da sociedade Colonizadora Han• 1906, iniciou a construção da estrada seática. de ferro. Em 03 de maio de 1910, cor• Em linhas gerais, esta é a gênese his• reu um trem especial para inaugurar o tórica do município de José Boiteux, trecho Blumenau-Warnow. A 01 de ou• que inicialmente chamava-se Schadach. tubro de 19101, chegou a Ibirama a pri• O Dr, Julius Scharlach (1842-1908), foi meira locomotiva. advogado de 'Hamburgo e primeiro pre_ No hlÍC'io do st"culo, foi instituído sidente do conselho fiscal da Sociedade no Rio Grande do Sul um concurso pa_ Colonizadora Hanseática. Esta localida• ra criar um hino teuto-brasi.Jeiro; ten• de recebeu a denominação, distrito de do como venc:edor o poeta Otto Mc-yer, ,Tosé Boiteux, em 1934, quando Ibir'ama estabelecido naquele eウエセ、ッ@ e alemão; ainda era distrito de Blumenau. de nascimento. Seus versos silo ma• Segundo MEIRINHO (1978), "no Mu• ravilhosos, mas não ecnseguiram em• niCípio de Ibirama, à antiga localidade polgar o Vale do Itajaí. Como hino de Scharlach foi dado o nome de Dis• teuto-brasileiro, cantava-se no vale tri to de José Boi teux"; o Decreto nO, "Mein Vaterhaus" (minha c:asa paterna), 469 do Cor.onel Aristiliano Ramos, In• de Rodolfo Damm. Outra letra para () terventor Federal no Estado de S:;I,nta referente concurso foi a do pastor e Catarina, no uso das suas atribuições professor Dr. Paulo aャ、ゥャセァーNイL@ de Ibira• e consultando aos interesses do Muni• ma: - OI Nun singt dem nCllen hcima• cípio de Blumenau, tland, Brasilie!u zu ehl'en... " (Cantai a nova pátria, em homenagem ao Brasil). "D'ECRETA: Art. 10. - Fica cre.ado Este hi.no foi cantado em todas as es• no municíp'io de BJumcnau, o dis• colas particulares de Ib:rama, (tas quais tri.to de José Boiteux, ( ... ). Pa,J1ácio ele era inspetor. do GO\lernlo em Florianópolis, 26 de O município de Ibirama, inc:billdo o janeiro de U?

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC Seus primeiros estudos foram na terra mente, ]l10r todos Os recantos da ter• natal, depois na capital, onde freqüen• ra natal, os núcleos de cultura que tou o Liceu Provincial. Matriculou-se n:l melhor tradurúram a fé inesgotável Faculdade de Medicina no Rlo de Jane:• da sua alma no espírito dos ho· r,o aos 18 anos, mas abandonou este mens que aqui nasceram."5 curso 1'!0 segundo ano, transferindo-se A neoessidade de incluirmos essa para o curso de Direito em São Paulo. pequena biografia de José Arthur Boi• Iniciou sua vida política om 1890 ' teux, deve ser considerada na medida quando regressou a Santa Catarina, do desconhecimento da gênese da no- sendo oficial de gabinete no primeiro menclatura ,. José Boiteux" naquele governo de Laur'O Müller até 1893. Nes• município. Deve ainda servir de subsí• te periodo, regressa à cidade do Rio do d'o para o esclarecimento da importân_ Janeiro onde trabalhou na administra• cia deste notável catar'inense na his• ção munici:r;::al. Em 1894 retorna a San• tória de Santa Catarina e patriarca do ta Catarina para ser Secretário do Go• Ensino Superior do Estaao. verno de Lauro Müller. Foi Deputado Federal entre 1900 e JOSIÉ BOITEUX: Evolução política. 1902; Deputado Estadual em três legis• A luta pela independência laturas e mais uma vez E,ecretário de adm1nistrativa. Estado no segundo governo de Rercílio Quando criado, o distrito de José Luz, ,ocupando a pasta do Interior e Boiteux, pertencia ao Municipio de Justiça. Blumenau, pois neste período Ibirama Participou da Fundação do Instituto ainda não havia conquistado sua auto• Históric'o e Geográfico de Santa Cata• nomia política: rina, em 1896. Incentivou a criação da "DECRETO N°. 469 Sociedade Catarinense de Letras, em O Corouel Aristilioano Ramos, Inter· 1920, hoje Academia Catarinense de Le· ventor f 'cderal 'no Es'tado de Sano tras. ta Ca,tadna, no USO das suas atri• .. A .'nst,alaçã1o do ensimo sUllcrior no buições e consultando aos intel'esses Estado também foi sua inic.;ativa. do município de BLUMENAU, em QセQW@ com o InsHtuto Politécnico D,ECRETA: e em lS32 com a faculdade de Di· Art. 1°. - Fica creado,. no municio reito."4 pio de Blumenau, o df!stil'to de J'osé No Gov.erno RerciliO' Luz, foi no• Boit?ux, com os seguintes limites: meado Desembargador e com a criação Ao NORTE, com o município de da Justiça Eleitoral, depois da Revolu• ャエ。ゥ￳セッャゥウL@ r or sev:s atuais limites ção de 1930, foi membro do Tribunal eom o ュャョQゥ」■ー セ ッ@ de Blumenau a Regional, onde faleceu em 08 de ja• !)artir da mais alta cabeceira do Rio neiro de 1934. da Prata até a セオN。@ foz no rio ItJa· Em nome da Academia Catarinen!:'G .lai (10 N,orte, e por ê'ste até a bar· de Letras, Diniz Junior disse: ra do rio do Toldo, o qu.al sobe até sua mais alta na,scente. "Josú Boiteux, um nome sem ne• nhuma fr,onte]l'a eln ョッセウ。@ terra, Ao SUL, com 0,8 distriltos de Har• consumiu os seus dias em busca 、 [セ L@ monia e Gusta,vo Richard, pelas intel;gência, semeando, infatigavel · seguintes divisas: pelas linhas late.

4 - MEIRINHO . 1978, p . 69. 5 - MEIRINHO. 1978, p. 71 . - ' 3'05 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC rais dos lotes coloniaios nrs. 201 e poUs, 26 de janeirO' de 1934. 213, seguindo pelos fundos dos lotes Aristllialllo r。ュッセ@ 1.147 a 1.149, e pela linha Lateral Plácidlo Olímpio de Oli'veira"6 dêste último até os lotes 1.150 e Até o final da década de oitenta, 1.151. pelos quais segue, tomando o município de lbirama possuía os se• as linhas dos lotes 384 e 386 e de• guintes distritos: Victor Meir'elles, DaL pois QSlセ@ a 1304, 1290 a 1296, 1.314 bérgia, Ibirama (sede) e José Boiteux; a 1.322, seguindo então pelo divisor em 1989 ocorreu o desmembramento de águas dos rios OiollmaJlln e dos distritos de Victor' Meirelles e de Krauel, até a Serra do Mirador. José Boiteux, até essa época Ibirama A LEST,E, com os distrito Bene• possuía uma das maiores áreas terri• dito-Timbó e h。イュッョセ。L@ seguindo toriais do Estado. pela linha lateral do lote 200 e fun• O processo de emancipação do dis• dos dos' lotes 937 a 939, depois pela trito de José Boiteux teve inicio no lateral do 10te 957 segue, indo en• primeiro semestre de 1986, onde vá• tão pelos fundos dêste até o lote rias reuniões foram executadas pela 967, seguindo pela li.nha lateral do comunidade eom o intuito de delinear lote 916 e depois pelos fundos dos os pontos para montar o proc'esso que lotes 2252 a 2244 a 2247 e laterais culminar;a com a solicitação de ple• do lote 916 e depois pelos fundos biscito junto a Prefeitura Municipal de dos lotes 2252 a 2249, de londe slegue Ibirama, esta por sua vez emitiu certi• pelo divisor de 9guas dos rios Bra• dão do cadastro imobiliário, ç'o Rafael e Seharlach até a Serra "Constatei que o Distrito de José do Mar e por esta até as cabecei• Bü,iteux, possue atualmente, em sua ras do rio Toldo. zona urba'na. um total de duzentos A OESTE, eom o municipio de e sessenta e duas (262) edificações, RiO' dO' Sul, pela Serra do Mirador. Clompreendoodo mO'radias unicelu• Art. 20. - A séde do f10VO dis• lares, casa comerciais e estabeleci• trito será lO povoado do rio Selta,r. mentos industriais".7 lach, qu:e pia8sará a denominar-se josセ@ BOITEUX_ No documento, consta que em Art. 3°. Para a in'stalação do eonformidade aos dados do Censo da distrito, ora creado, fica designado IBGE/ 1980, distrito possuía uma po• o dia 4 de fevereiro proximo vin• pulação de 6.089 habitantes, este do• douro. cumento, junto com outros, serviu de Art. 4°. - O primeiro provimen• anexo do abaixo-assinado encaminha• to セゥエ。ャ■」ゥッ@ das respectiva Escn'va• do ao Excelentíssimo Senhor Doutor nia Distrital" será feito livremente Stélio Cascaes Boabaid - DD. Presi• pelo Govêrno independente de con• dente da Assembléia Legislativa do curso. Estado de 8,anta Catarina, sendo lidai Art. 5°. - Revogam-se as dispo• no expediente da sessão de 18 de junho s,!ções em contrário. de 1986 e encaminhado á Comissão de Palácio do GO'vêmo em Florianó- Constituição e Justiça.

6 - Documento contido no proc€'SSO de emancipação do ュセャョゥ」■ーゥッ@ de José Boiteux, em 1986 . 7 - Certidão emitida pelo Sr . Luiz Alexandre Müller, Prefeito do Município de Ibira· ma, em 28 de junho de 1986. - 306-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC IIAlóO mエ^ G セeBᅮN@ ÂlJGUSTlNHÓ inénte, :reqUel'êr à essa Assemblêia FUSINATO, AUGUSTO MO'SER, Legislativa, e criação do município EVALDO POSSAMAI e outros abai· de josセ@ BOI'.UEUX, desmembrado ;xo 。ウウセョ。、ッウL@ todos brasile!ros, do atual município de Ibirama (... ) maiores, eleitores e residentes por Nestes Termos, Pedem DeferImen• período superior ao um aiIlO na area to. José BoitetLx - Ibirama - se, 05 em questão, ( .. .) vêm, respe\tosa- de jun,ho de 1986. "8

8 - Requerimento pelo plebiscito no Distrito de José Boit€'ux, para viabilizar a emano cipação. Documento constante dos arquivos da Assembléia Legislativa do Esta• do de Santa Catarina, 1986. (Continua no próximo número)

REGISTROS DE TOMBO DE BRUSQUE (IX) Pe. Antônio Francisco Bohn

26-27- Provisões de confessor ar· da comarca ao Pe. Francisco Schü}er, dinário das Irmãs (Pe. José Bollinger) em 25/GS. e confessor' extraordinário (Pe . Vicen• 40 _ .. Provisão de b ênção da nova te Brit:ren) em 14/03. Capela de Nova Itália, em 17/ 09. 28--30- Dispensas matrimoniais 41 - Provisão da Capela de Nova (Bráz Maçaneiro e Justina Maçaneiro / Itália ,em 17/09. Doming.o Merico e Erno Niebuhr / Se. 42 - Provisão de confessor extra. bastião Pontiolli e Verônica Marasky) ordinário das Irmãs da Divina Provi. em 29/03. dência em favor do Pe. José Bogmann, 31 - Provisão para receber na em 19/09 . Igreja Católica O' Sr'. João Zabel, em 43 - Termo de bênção da capela de 29/ 10/1920. Ribeirão do Mafra, pelo Pe. José BoI· 32 - Provisão de coadjutor e fa· linger, em 24/ 10. culdades ao Pe. J.osé Bogmann, em 44 - Dispensa matrimonial (Júlio 22/02/1921, Gevaerd e Anna Graupner), em 24/10. 33 - Prov;são para celebração de 45 '- Licença para bênção àa. Ca• Missa campal, em 06/ 05. pela de Santa Lucia no Morro dos Po· 34 - Provisão para recebel' na lacos, em 15/11. Igreja Católica o Sr. Pedro Jansen, em 46 _ . Dispensa matrimonial (Gui• 20/06. iherme Feush e Martha Boransosky) 35 - Provisão para bênção da re• em 07/12. construída capela de Ribeirão do M!;\• 47 - Licença para bênção do no· fra, em 06/07. vo sino e imagens na Capela de Águas 36 - Dispensa matrimonial (Car• Claras, em 07/12'. los Ristow e Ana Benting) em 25/ 06. 48 - Nomeação do Pe. José BoI• 37 - Dispensa matrimonial (Ma. linger, como C'oadjutor. em 15/12. noel Novaes e Lúcia de Souza), em 49 Provisões de faculdades, em 20/07. 15/12. 38 - Pr.ovisão de vigário ao Pe. 50 Nomeação do Pe. Francisco Francisco Schüler, em 25/08. Schüler, como vigário de Brusque em 39 - Provisão de vigário forâneo 15/12.

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC 51-53- Provisões de faculdades ao RWMSYセ@ Visitas paroquiais às ba. Vigário, em 15/12. pelas de Guabiruba (26/03) Ponta Rus• Ano de 1922: sa (28/03), Cedro Grande (31/03), Águas 1 - Termo de Visita do Vigário à Negras (03/04), Nova Itália (04/04), Capela de Limeira, em 02/01. Ribeirão do (06/ 04), セ N 。イNNエ。@ Luzia 2 - Dispensa matrimonial (Oswal• (06/04), Matriz de Porto Franco ..... do Ohlinger e Erna Bauer), em 03/01. (11/04), Cedro Pequeno (11/04), Limei• 3 - TGrmo de Visita do Vigário à ra (23/04), Guabiruba (05/ 04), Lageado Capela de Barracão, em 09/01. (3:Ji/04), Matriz de Porto Franco . .. _. 4 - Dispensa matrimonial (Augus. (08/ 05) . to c Maria Mar'k), em 07/0I. 40 - Provisão de vigário encarre_ 51 セセ@ Festa ,e Missa lla capela gado ao Pe. Germano Brand, em de Nova Itália, em 15/0I. 01/ 05, 6 - Termo de Visita à Capela do 41 - Provisão de vigário for:meo Lageado, em 15/0I. da Comarca de Brusque ao Pe. Ger• 7 - Provisão de coadjutor ao Pe. mano Brand, em 01/05. José Rogmann, em 15/12/192I. 42 - Licença para missa c expo• 8 - Termo de visita à capela de s'ç::í o ao SS . Sacramento, em 27/04. Cedro Grande ,em 19/01. 43 - Dispensa matrimonial (Frede• S- ll- Dispensas matrimor..iais rico Hofelmann e Luiza Bertoli) em (José Rudolf .e Ida Baungart/Leopoldo 06/05, Mafra e Felicidade Mafra / Augusto c 4·1-45- Visitas paroquiais às Ca• Mathilde Schweigert), em G1 /02. pelas de Barracão (15/05), e Gllabiru• 12' - Vis:ta e Missa na capela de ba (22/05). Guabiruba, em 09/ 02, 46 - Dispensa matrimonial (Er• 13 - Provisões anuais da Capeb nesto Comar..d'olli e Ana ColztmU. em de BlUsque, em 01/02. 22/05. 14 - Provisões anuais das Cape• 47- 52- Visitas paroquiais: Ri- las de Porto Franco, em 01/0Q. beirão do Our'o (26/05), Águas Negras 15 - Visita e Missa na Capela de (29/ 05), Guabiruba (05/06) Matriz de Ribeirão do Mafra, em 13/02. Porto Franco (16/ 06), Ribeirão do Ou• 16 -- Visita e Missa na Capela de ro (24/05), Cedro Grande (29/06). Guabiruba, em 15/02. '53 - Dispensa matrimonial (Fer_ 17--21- Visitas e Missas nas Cape• nando de Souza e Emerenciana de Sou• las de : Barrac'ão (20/02) Guabiruba za Silva). em 13/06. (27/02), Limeira C03/03), Lageado 54-54- Visitas paroquiais: PIa- (10/ 03), Planície Alta (12'/03). . nicie Alta (03/06), Nova Itália (10/07), 22 - Provisão de vigário em favor Cedro Pequeno (13/ 07»), Matriz de Por• do Pe. Germano Brand, em 10/03. to Franco (17/07), Barracão (23/07), 23 - Ata de posse do vigário, Guabiruba (30 / 07), Ponta Russa, (03/08), em 19/03. Limeira (07/OS), Matriz de Porto Fran• 24 - Festa na Cap:!la de Barracão, co (14/ 08), Lageado (21/08), Guabiruba em 19/03. (23/08) . 25 - Missa na capela ae Poço Fun• 65 - ProviSão para admissão na do, em 23/03. Igreja Católica: Martha Frensch, em 26 - Provisã.o anual dos Conse• 27/ 08. lhos de Fábrica da Matriz e Capelas, 66-78- Visitas par:oquai.R: Matriz em 31/01 . de Porto Franco (08/10) , Barracãd

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC (16 / 10), Aguas Negras (22/10), Gua.bi. ro dos Polacos, Santo Amaro, Ribeirão ruba (29 / 10) Cedro Grande (03/11), Li. do Ouro, Matriz de Porto Franco, meira (06/ 11), Ribeirão do Ouro Águas Negras, em 31101. (20/11) , Porto Franco (04/12), Lageado. ,32-45- Visitas paroquiais às Ca• (09/12), Guabiruba (10/ 12), Santa Lu• pelas acima citadas, em diversas datas. zia (13/ 12), Barracão (24/ 12) . 4B - Dispensa matrimonial (José da 79 - Provisão para erigir a Via. Cunha Bittencourt e Mariana da Silva, Sacra na Capela セ。ウ@ Irmãs e no Monte em 09/04. Calvário em Porto Franco, em 05/ 12. 47 - Provisão para receber na 80 - Pr,ovisão de confessor ordi. Igreja Católica: Alvina Kormann, Pau· nário das Irmãs em favor do Pe. g・イセ@ lina Villnock e Anna Naffiro, em 09/04. mano Brand, em 06/12. 48- 50- Visitas paroquiais: Limei• 81-83 - Dispensas matrimoniais ra (15/04), Guabiruba (16/04) e Barra• COtto Metzner / Teresa Rortámel) cão (29/04) . (Eduardo Jansen e Gertrudis Meye• 51 - Dispensa matrimonial (José ring) em 16/12. Hassmann e Ida Prieba), em 02/05 . 82 - Visita paroquial na Matriz da 52 - Visita paroquial: Guabirllbe. Porto Franco, em 30/12. (14/05) . 53 - Provisão para bênção da imagem de Nossa Senhora, em 02/05. Ano de 1923: 54 - TermO' da bênção, em 10/05. Visita pastoral de Dom Joaquim Do. 1 - Provisão de bênção de una• mingues de Oliveira, em 14/06. gero e sino na Capela de Aguas Ne· 55-73--- Visitas Paroquiais: GuabL gras, em 16/01. ruba (15/05), Cedro Grande (24/5) Bar• 2 - Provisão para construção da racão (04/0'6), Lageado (03/06) Guabi· Nova Capela em Guabiruba, em ruba (08/07), Cedr:o Pequeno (16/07), 18/11/1922. Barracão (23/07), Planície Alta '(30/07) 3- 9- Visitas paroquiais: Guabi. E,anta Luzia (06/08), Limeira (10/08), ruba (07/01), Nova Itália (15/01), Bar· Nova Itália (12/08), Ribeirão do MafTa rEwão (21/01), Cedro Grande (19/01), (19/08), Barracão (08/10), Lageado; Águas Negras (23/01), Ribeirão do Ou• (15/10), Ribeirão do Mafra (21110), Pla• ro (27/01), Matriz de Porto Franco nicioe Alta (29/10). (29/01). 74- 77- Provisões matrimoniais: 10- 13 - Provisões de faculdades Frederico Guckeisen e Sofia Korb ao vigário, coadjutores, em 29/01. (08/ 10), Carlos Ristow e ( ... ) (09/10), 14 - Dispensa matrimonial (João Antônio Niebuhr e Maria Pires (08/11), Raphael Sabino e Albertina Krause), em Vicente e Maria Erthal (8'/11). 29/01. 78- 79- Visitas paroquiais' Limei· 15-31- Provisões anuais das Ca• !'a (16/11), Cedro Grande (21111). pelas e Conselhos de Fábrica: Matriz, 80 - BênçãO da Nova Capela de Limeira, Poço Fundo, Lageado, Planí• Guabiruba, em 18/11. cie Alta, Ribeirão do Mafra, Cedro Pe· 81--83- Visitas Paroquiais: Santa queno, Barracão, Guabiruba, Cedro Luzia (16/12), Barracão (23/12), Guabi. Grande, ーッョエセ@ Russa, Bela Vista,. Mor- rubÇl (23/12) ,

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC Jornais do meu tempo (3)

Gervásio Tessaleno Luz Rubens Heusi, um cronista sonetista de primeira água. Sua que nunca escreveu, - como o cultura? Pouco, quase o mínimo, meu pai, o advogado Ademar Luz, de escola tradicional. Quase toda um poeta que recusou-se a deixar fruto de muita leitura, o que ca• versos escritos, - leu meus tex• racterizou toda uma ge'ração. Ah! tos sobre os jornais de B.lume• Os autodidatas! nau e emprestou-me, a título de Ferreira depõe: "A Cidade" subsídio, uma preciosidade. "Ota• foi premeditada e feita em seis viano Ramos", obra de José F'er• dias, tal como Deus criou o mun• reira da Silva. do. Com a diferença que Deus 'Os dois, amigos, fundaram fez obra grandiosa e nós um mi• um jornal que se tornou um mar• núsculo amontoado de "pastéis". co da imprensa cá da terra, nas E dá uma ·exata descrição do suas diversas fases. "A Cidade", espírito otaviano, quando descre-' mais tarde,"A Cidade de Blume· ve o desabafo do seu companheiro nau" . de empreendím :.> nto jornalísti• Tempos duros, década de 30. co: "É . .. parece que nós prevía• Fazer aqui um impresso em lín• mos tudo isso (preocupações, exi• gua portuguesa não significava gências de tipógrafos., reclamações bom negócio, em que pesassem os de assinantes e anunciantes, de objetivos nacionalistas. Prospe• colaboradores, falta, de numerário ravam apenas jornais em idioma para tinta e papel), ao batizarmos alemão. Para os "nossos" não ha• a nossa folha "A Cidade" é sinô• via leitores, muito menos publici• nimo de acidez. E como o diabol dade. '. ZG セイ@ desse jornal tem-me azedado a vi• E dois "imigrantes" criaram da! ..... "A Cidade de Blumenau". José E azedou também a vida de Ferreira da Silva e Otaviano Ra• seu novo proprietário . Vejam: mos eram nascidos à beira-mar. Nos tempos da ditadura de O primeiro, das Tijucas . 'O outro, Vargas, houve muita bravura. de São José. Fincaram pé no in• Achiles Balsini dirigia, a todo VR• terior e cresceram por, "A Cidade de Blumenau", ór• José Ferreira foi prefeito no• gão oficial da sempre vigilante meado e Otaviano, chefe da agên• UDN. Fazia de tudo: do eSCr3ver cia telegráfica nas terras do dI'. ao compor o jornal. Só faltava Blumenau . Dois amigos, pois es• mesmo ir de porta 'em porta en• critores, dois jornalistas. tregar o produto. Certa noite, de• Ferreira confessa que nunca pois de consumir umas e outras se atreveu a fazer versos. mesmo caninhas luizalvenses, recebe uma tentado nos tempos do prim2iro circular do DIP (Departamento amor. Com Otaviano foi diferen• de Imprensa e Propaganda) , na te. Comecou nos bancos escola• época um SNI (Serviço Nacional res, com rimas ingênuas. e acabou de Informações) da comunicação.

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC eontinha os assuntos de que; b diretor-comerciai e joma1is,ta réS .. jornal não deveria se ocupar. ponsável) em primeira página, Tomado de espírito cívico, caixa alta, cercado . Achiles, nome de guerreiro, irmão Queria que. o leitor soubesse de duas ilustres figuras - o mé• o porquê de suas estranhas ame• dico Afonso e o juiz Artur - não nidades. teve dúvida. A folha rodou, correu Blume• nau. Estampou o comunicadO' (fei·• Balsini, como diziam os rep6r• to apenas para ele, na condição teres policiais de antigamente, de proprietáriO', editor, repórter, passou. dias vendo o sol nascer redator, capidesque, secretário, quadrado .

BRUSQUE foi uma colônia de ingleses?

Aloisius Carlos Lauth Fone (047) 3,25-2316

Em época que se fala de glo• com os quais iria fundar uma colô• balização da economia e internacio• nia agrícola na margem direita do nalização dos costumes, é bom sa• Rio Itajaí-mirim . Bem perto daí, há ber que Brusque' fOi território de 4 km abaixo do rio, situava-se a colonização agrícola de diversas a Colônia Itajahy, de imigrantes ale• nacionalidades, principalmente de mães, dirigida por Maximiliano von ingleses. Não fiquemos apenas no Schneeburg . A sede ficava nos fun• sucesso da imigração alemã! É pou• dos do morro da Souza Cruz, nas co, perto do esforço humano de margens do rio, onde hO'je está a sobreviv,er na selva e criar os filhos Escola Municipal Padre Luiz Gon• para o futuro. Algumas famílias, zaga Steiner. Dalí seguia uma pi• como Winter e Murphy, são de ori• cada entre os morros em direção gem desta. colônia. Precisamos res• às 'Á'guas Claras . gatar quem deu vida a es,ta cidade. O Decreto Imperial de criação É pré-condição para estabelecer da «Colônia Príncipe D. Pedro» le• vínculos culturais e, por qu e não, va a data de 16 de janeiro de 1866. comerciais? Sabe como esta histó• O nome da colônia foi uma home• ria aconteceu? nagem da Diret.oria de Terras PÚ• blicas ao Imperador D _ Pedro 1\. A CHEGADA DOS INGLESES O Governo Brasileiro praticava uma poHtica de nacionalização, inclusi• No dia 11 de fevereiro de 1867, ve nas colonizações agrícolas, es• Dr. Barzillar Cottle recebia da Me• tando diante da Geurra do Para• sa de Rendas, na Vila do Itajahy, a guai . quantia de R$ 600$000 em paga• Para dirigir a nova colônia, foi mento das despesas de uma expe• contratado um diretor de origem dição de 98 imigrantes de língua irlandeza, que já havia realizado inglesa, quase todos repatriados ゥ、↑ ョ セ ゥ」ッ@ trabalho em terras mexica• dos IEs,tados Unidos da América, nas. Tendo em vista O' primeiro - 311-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC âéàmpart1ento dos caío,nós, pode• le térritóri,o, supondo éxístirérrt ter• mos assinalar a data de 10 de mar• ras férteis, apes,ar da geografia ço de 1867, como a de sua funda• acidentada. A colônia alemã ocu• ção. Os c·olonos eram em sua maio• pará, a partir de então, as terras ria de língua inglesa: ingleses, irlan• devolutas, do lado das, Bateias e da deses e sulistas americanos. Boa Limeira. parte deles, havia imigrado para o O clima social que se, criou território americano, numa época no Barracão dos Imigrantes, com a de di,ficuldades para o assentamen• vinda dos ingleses, americanos e to de colonos. Os EUA estavam i rlandeses, não .foi positivo. Os no• saindo da Guerra de Secessão e a v,os colonos esperavam encontrar crise econômica se alastraria pelo melhores condições e notícias, de sul do país. Grandes obras como riqueza que o Ribeirão do Ouro a construção das principais ferro• já assinalava . NãO havia picada vi as foram desativadas . A mão-de• para o interior do território e nem obra desqualificada, e que não ser• os I'otes tinham sido demarcados. via para a plantação dos algodoais, Corriam notícias da morte do ale• é dispensada. O Governo America• mão Heirinch Friedrich See,feld, no incentivaria a re-imigração dos flechado no coração por ataque colonos de língua inglesa . Ooinci• dos bugres. dentemente, o Governo Imperial Cottle' dedicou-se a definição Brasileiro está promovendo o in• da sede e ao reconhecimento topo• gr'esso de imigrantes para a colon i• grálfico do terreno . Escolheu a con• zação no sul do país . Assim, tive• fluência do Ribeirã,o das iÁguas mos a felicidade de ver nascer no Claras com o Rio Itajaí-mirim para munidpio de Brusque uma colônia a ins,talação inicial da novel colô• de ingleses . Eram col,onos de vá• nia, como se pode observar no ma• rias nacionalidades, mas que usa• pa . A Colônia Príncipe D. Pedro vam a Ifngua inglesa! situava-se 4 km acima da colônia Na Vila do Ita.jahy, Dr. Barzil• alemã . Identificou as terras de Ce• lar Co'ttle fretou pequenas embar• drinho e Águas Claras como pró• cações a remo e iniciou o tran·spor• prias para a Iav 'oura . Determinou te dos imigrantes em turmas. Von melhorias na picada que levava a Schneeburg enviou, igualmente, as Pedras Grandes e a chamou d:e Ro• duas canoas ,da dir,etoria da Colô• dges Road . nia Itajahy. Foram três longos, dias de trabalho rio acima . Os colonos OS PRIMEIROS CONFLITOS foram alojados no Barracão dos I migrantes, na Colônia Itajahy, que Os 98 colonos de língua ingle• servia der acomodação aos alemãe,s. sa aguardaram as providências, de Von Schneeburg f,oi sUllpreen• assentamento no Barracão dos Imi• d,ido com os acontecimentos. Re• grantes. Alguns deles eram irlan• clamou a posse' das terras da mar• deses e, logo de início, meteram• gem dire'ita ,do rio, coma Presidên• se em confusão na taverna de um cia da Província de Santa Catari• alemão . O fato chegou ·a,o conhe• na, onde já havia demarcado 21 lo• cimento do Dr. Cottle no dia 24 de tes e assentado alguns alemães na fevereiro daquele 1867. Este, ho• região de P,edras Grandes . Em sua mem tido como bom, sisudo, mas administração, havia planejado a circunstancial, decidiu expulsar os expansã,o da colônia alemã naque- tumultuosos . O gr.upo de colonos -312 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC se ap.oiou, entretanto, e resolveu dirigido pel,o Dr. Emmons van Gie• sair juntos da colônia. Os 17 imi• sen . O capelão católico era o Pe. grantes irlandeses retornaram à Vi• José Lazenby. substituído depois la do Itajahy, Jazendo muito estar• pelo inglês Pe. John Haber. Os dalhaço . A Presidência da Provín• colonos Charles Hughes e Edward cia alertou o Diretor das despesas Owens construPram o primeiro en• que já haviam 'ocorrido com os co• genho de farinha de milho . O en• lonos e recomend:o-Ihe imediata carregado do Armazém de Víveres transferência do acampamento pa• era Robert H. Nielson. A segurança ra o território dos americanos. da colônia foi entregue a p1atrick Assim, em março, os imigran• Murphy. Os, colonos novos estavam tes de língua inglesas buscaram sendo assentados nas セ・イイ。ウ@ do Ri• ocupar-se das terras. Novos co'o• beirão do Creecker e do Ribeirão nos continuavam vindo, aumentan• Alferes. Grandes despesas haviam do ,os problemas de acomodação sido feitas na Little Cities. O Barra• no barracão provisório e sobrevi• cão dos Imigrantes havia ·sido des,... vência dos mesmos . Eles desco• locado para a encruzHhada ·do Ri• nheciam o que ゥイゥ。ュ セ@ enfrentar: beirão dos Cedros. A sede tinha «correrias» dos bugres, mata para 33 casas, distribuídas em 4 ruas. ser derrubad's e primeiros plantios A colônia tinha 331 habitantes fixos, de mandioca, batata e milho; falta dos quais apenas 114 eram casa• de ·assistência médica; da falta de dos. ferramentas e instrumentos agríco• Os problemas que a colônia las e subs.ídios para a manutenção enfrentou eram idênticos aos das da famíHa . Já os colonos nem todos demais: financiamento das ativida• eram agricultores. Alguns eram des agrícolas dos colonos e obras solteiros . Os casados vieram sozi• de in.fra-estrutura . A flome reinava nhos. Tinham pmfissão de mecâ• em toda a linha colonial. Os cO'lo• nicos, ex-soldados da Guerra de nos passaram a formar grupo para Secessão, operadores de fábricas deixar o lugar. As.sim fizeram os e até construtores de ferrovias. líderes Patrick Fitzgerald, Cathari• Todos tinham espírit,o aventureir.o ne Conne·ly, Margareth Boewen e e se embrelharam na mata para Albert Pinson . A situação entre .os construir uma vila agrícola . col.onos. de língua inglesa e os ger• mânicos agrav1ou-se ainda mais A assistência social .foi minis• quando a Presidência da Província trada por abnegados como o D r . indicou o Barão Frederic von Klitz• Franklin Hutton, médico da plenlsil• ing, então ,diretor da Colônia Ita• vânia, USA, O Pe. José Lazenby, de jahy, comO' nov.o diretor da Colônia nacionalidade irlandesa, desenvol• Príncipe D. Pedro . O diretor não veu a pastoral dos 'casamentos e entendia o idioma inglês e s.ubstituiu batizados. Sua amizade com Dr. os cargos de confiança por ale• Cottle, valeu a conversão de credo mães . A colônia passou por uma 、。セ。@ religioso do diretor, em de 11 fase de pan-germanismo. Um .fato de feverei ro de 1868. esclarece a situação . Ao carregar Dois anos depois sua arma com munição, o médico Dr . Richard Windele fere, aciden• A Colônia Príncipe D. Pedro talmente, a mão de um colono ale• apresentava relativo desenvolvimen• mão. O ,delegado alemão, Frederi• to em fins de 1868. O' Hospital era co He'eren, prende O médico e' cria -313 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC um caso diplomático com a Ingla• tentável , Decidiu-se então pela terra . O Imperador D . Pedro 11 en• anexação territ.orial e administrativa viou para cá o Eng. Dr. Ignacio da das duas colônias. O ano terminou Cunha Galvão, do Ministério da com 70 pessoas ocupando as ter• Agricultura, Comércio e Obras PÚ• ras da Colônia Príncipe D . Pedro . blicas. O território só voltaria a ter nova vi• da com a Grande Imigração Italia• o abandono na, a partir de 1875. Os novos co• I'onos serão estabelecidos nos lotes A reação ,dos oolonos de língua demarcados do Ribeirão Alferes e inglesa éde desistência e aban• Ribeirão do Ouro. vindo depois sur• dono . Di'a 17 de setembro de gir e Botuverá. 1868, o secretário Elpídio de Mello A Colônia Príncipe Dom Pedro recebe, boquiaberto, um cortejo de é lição atual para o ・ウセッイ￧ッ@ humano 100 colonos. liderados por 3 ameri• de construir e desenv'olver uma ci• canos portando bandeiras de ori• dade. 'É lição para gov,ernantes no gem , O bumbo marcava o compas- zelo das coisas públicas, Eis aí os 50 . Os colonos cantavam marchas laços internacionais do povo brus• ,da Guerra Civil Americana . Exigem quense . melhorias e saúdam o diretor com 3 «vivas» . Esta.tística de imigrantes encam,i• Von Klitzing é preso por sus• nhados para a colônia' Príncipe Dom peita de desviar 12 contos, de réis Pedro pela Agência, Oficial de Colo- ,da Colônia Príncipe D . Pedro, jun• nização, no Rio de Janeiro, no tamente eram o agrimensor, Leo Ar• período de 1867 a 1869. noldi. E, ao final daquele ano, chu• vas torrenciais provocariam a maior Imigrantes - anos cheia ,do Rio Hajaí-mirim, c.ujo ní• Em 1867: 108 ingleses; 237 vel atingiu 29 palmos . As corren• americanos; 129 irlandeses; 61 ale• tezas foram cruéis. Destruíram o mães; 76 france'ses; 10 italian.os; 01 porto .fluvial, os caminhos vicinais, escocês; 05 s,uiços; 04 belgas; 02 as plantações de milho e feijão e espanhóis; 08 suecos; 29 outros. 'o único engenho de S'errar madei• Soma 670 , ra. O gado ficou 'dizimado. E, fata• , Em 1868: 249 ingleses, 22 ame- lidade, o afogament.o de Patrick ricanos; 114 irlandeses; 37 alemães; Hopkins, mulher e dois filhos. 06 franceses; 04 italianos; 03 esco• O Governo Imperial tenta rever• ceses; 04 suiços; 07 holandeses; 01 ter a situação ,de êxodo dos colo• sueco; 03 outros, Soma: 450. nos com novas levas, d'e toda sorte 1869: 13 ingleses; 03 irlandeses; de nacionalidade. Um grupo f,orte 05 escoseses . Soma: 21. foi o polonês, em 1869, assentados SOMA: 370 Ingleses; 259 ame• no Caminho dos 16. Por eles, fare• ricanos; 246 irlandeses; 98 alemães; mos a experiência de implan1tação 82 frances'es; 14 italianos; 09 esco• da indústria têxtil. Vieram os ex-Vo• ceses; 09 suiços; 07 holandeses; 04 luntários da Pátria, na Guerra do belgas; 02' espanhóis; 09 suecos; 32 Paraguai . Mas a situação é insus- outros,. SOMA 1141 .

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Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC ACONTECEU ... SE1i!MBRO DÊ 199B

- DIA 2 - O tradicional desfile das Sociedades de Atiradores e represe'nta• ções culturais outr>as foi destaque nas comemorações dos 146 anos de fundação de Blurnenau . A Esquadrilha da Fumaça da Força Aérea Brasileira fez e·voluções sobre a cidade . - DIA 1° . - Foi aberta, em concorrida solenidade, no Pavilhão A da PROEB, a Quinta Semana Verde, que contou com várias atrações em música, canto e dança clássica e folclórica . - DIA 3 - Para alegria dos moradores do bairro Garcia e arredores, foi rei nau• gurado o quartel do Corpo de Bombeiros à rua da Glória, ao lado do Centro Social Urbano. O quartel estava desativado há três anos. - DIA 7 - Exposição de flores pintadas a óleo sobre tela, da consagrada artis• ta Regina Locatelli, foi inaugurada no Parthenon Flate Service, à rua Curt Hering. - DIA 11 - No pequeno au ditório do Teatro Carlos Gomes, o Grupo de Teatro Phenix abriu sua temporada com êxito pleno e muitos aplausos. * * * Na Rua 7 de Setembro, 1956, foi aberta a Segunda Mostra de Arquitetura, Decoração, Design e Pai• sagismo. * * * Cerca de 3.000 pessoas da Terceira Idade, lotaram o Pavilhão B da PROEB, participando da Quarta Festa da Primavera, pessoas estas que representaram 150 Clubes de· Mães e 50 Clubes de Idosos. - DIA 12 - Em Rodeio, a Noite dos Prefeitos marcou o lançamento da Oitava La Sagra. festa tradicional que a cada ano vem alcançando mais sucesso. * * * No Rio de Janeiro, morreu, vitimado pelo câncer, o ex-presidente Ernesto Ge'isel . - DIA 13 - Este di a registrou os 15 anos de intensa e ininterrupta atividade da Orquestra de Câmara de Blumenau,. com uma invejável trajetória de amplos suces• sos em apresentações nacionais e internacionais . - DIA 15 - No Teatro Carlos Gomes aconteceu o show com o aplaudido saxofonista Leo Gandelman e sua Banda. - DIA 16 - Chuvas torrenciais assustaram os moradores do Garcia, causando deslisamentos de terras em vários pontos. Felizmente nada de muito grave acon• teceu. - DIA 17 - Em solenidade realizada no Salão Nobre da Prefeitura, o prefeito Renato Vianna fez entrega ao diretor vice-presidente da RBS em Santa Catarina, Pedro Sirotsky e ao vice-presidente do Jornal de Santa Catarina, Marcos Dvoskin, em ho• menagem aos 25 finos do referido jornal, o brasão da cidade de Blumenau, honraria máxima concedida a pessoas físicas ou jurídicas que destacam na Comunidade por relevantes serviços prestados . - DIA 18 - Um culto ecumênico às 9 horas da manhã na Prainha, marcou a abertura oficial da Semana Nacional do Trânsito em Blumenau. - DIA 21 - Dia da Árvore e Dia da Impre·nsa - foram motivos muito justos para muitas comemorações em Blumenau como em todo o país . - DIA 22 - O Jornal de Santa Catarina traz sua edição bem mais volumosa, com belas referências e registros do que divulgou de mais importante nos seus 25 anos de edições diárias, aconte'cimento comemorado nesta data . - DIA 24 - A Praça Hercílio Luz (Biergarten) que passou por uma reforma, reabriu nesta data com a inauguração da Minicervejaria "Continental", cuja solenidade contou com a presença de numeroso público e muita cerveja . - DIA 27 - No Teatro Carlos Gomes registrou-se belo e aplaudido espetáculo de Dança Flame·nca da Companhia de Arte Y Flamenco Cádiz, de Andalucia, Espanha. - 315-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC :- DIA 28 - As fortes chuvas caídas durante várias horas, cáLÍsàram, tlO bairros de Itoupava Central e Vorstadt, aquele na rua Wilhelm Knaesel e este na rua Pedro Krauss, deslisamentos de terra, abalando casas. Felizmente não houve vítimas. - DIA 31 - O Jornal de Santa Catarina registra com destaque o feito dos re· madores blumenauenses do C. N. América, que, na disputa do 23° . Mundial de Maste'r, alcançaram, em Budapest, um honroso 4°. lugar, disputando com o Double-Skiff contra 49 guarnições de 36 países do mundo. Parabéns!:

Memórias de uma imigrante Maria Schürmann Huber Trad. de Valburga Huber ( 4)

Na região onde morávamos nos cer - ainda relativamente jovem - aos 10s. tempos no Brasil (Mosquito Gran• 62 anos, em 1976). de - Serrinha), moravam quase só imi• Na colônia onde moravamos, lem• grantes alemães de modo que só falá• bro-me que os 2 primeiros cavalos que vamos alemão, o que despeltava preo• tivemos se chamavam "Jule", uma égua cupação em meu pai que achava que baia e "Hans", os quais me trazem a não aprenderíamos o português. Real• mente um fato engraçado. Certa veL mente, só vim a aprender a língua da quando eu chamava o cavalo com as pa• nossa nova terra no Internato em Blume• lavras "vem, Hans, vem!", para dar-lhe nau, onde haviam muitas meninas e mo• trato, estava casuaimente por perto o ças que não falavam alemão, embora a Sr. Viande, conhecido nosso, cujo pre• maioria fosse bilingüe. As irmãs do co• nome era Rans, justamente. Ele pronta• légio eram da Divina Providência, sendo mente respondeu: "As ordens! Que devo a sede da Congregação em Münster, fazer?" O que me deixOl} envergonhada Westfália, da nossa região de origem. e sem palavras, o que se deve à minha Como eu não fui à escola em Rio extrema timidez. Alguns anos mais tar• do Sul, tinha pouco contato com outros de certamente teria uma resposta para jovens e só tinha duas conhecidas: Lene ele, mas naquela época qualquer inciden• Bresan e Maria Scholl. Assim minha te assim me deixava simplesmente muda. ida para o Internato me deixou muito Por esta timidez eu também nunca ia feliz pois teria mais companhia. Virei fazer compras o que levava meus irmãos criança novamente, como já tive oportu• menores Josef e Alfonsa a se sentirem nidade de contar, e recuperei o tempo injustiçados e a dizerem, às vezes, que, perdido. Além disso, aprendi a costurar, a Maria (eu) também poderia ir. Isso bordar à máquina e a cozinhar. Duas mudou depois que fui para o colégio em irmãs daquele tempo ainda viviam em Blllmenall, com 18 anos, um ano ines• 1978 - a Irmã Luisa e a Irmã J acinta quecível. no lar das irmãs idosas da congregação Uma tia minha, irmã de minha mãe em Florianópolis, no bairro da Trindade, que era modista na Alemanha mandava onde ficava o 10. Colégio de freiras anti• para nós, tecidos lindos e celta vez ela gamente. (Neste lar esteve minha irmã mandou pano para casacão de inverno Alfonsa - chamada irmã Evarita na e dois outros para vestido. Eu os costu• Congregação - por muitos anos cuidan• rei lá no colégio e como eu aprendera do das irmãs velhinhas e ali veio a fale- a costura muito bem, pediram-me para -316 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC voltar no ano seguinte para ensinar as Lembro-me, também com clareza, outras meninas. Isso eu não queria, pois da família Messer, que chegou a nossa era muito nervosa para ser professora, região 2 anos depois de nós e que ti• mas em casa eu passei a costurar para nham vindo no mesmo navio que nós, o toda a família. Uma vez, quando meu Tucuman. Aquela fora a última viagem futuro marido me observava enquanto daquele velho vapor como navio de pas• eu talhava roupa, senti-me muito insegu• sageiros. O senhor Messer era, um mar• ra, continuava, pois, meio tímida. Naque• ceneiro-carpinteiro formidável e nos aju• la época cu cobrava 2 mil réis para cos• dou mais tarde em nossa serraria. Ele turar uma calça de homem. Fiquei tris• construiu uma outra serraria para ele te por meu pai não ter me comprado próprio, mas desistiu dela em poucu uma máquina de costura nova, na qual tempo pois só tinha filhas e nenhum eu também pudesse bordar. A nossa rapaz para ajudá-lo na empreitada. Mu• máquina era muito antiga para isso e dou-se depois para para tra• assim desaprendi o bordado à máquina balhar numa firma de beneficiamento de e só voltei a ter uma máquina para bor• madeira. Era um homem forte, que vi• dar muitos anos mais tarde, já casada. veu quase um século e sempre ativo nu• Lembro-me que já na Alemanha, quan• ma pequena oficina onde fazia móveis do menina, eu costurava roupas para mi• lindos. Sua mulher morreu mais cedo, nhas bonecas. Eu tinha uma boneca com era mais frágil, mas também chegou aos cabelos naturais, que tinha sido da mi• 82 anos e sua filha Kiate era costureira nha tia e cu ainda a tive no Brasil por de mão cheia em Rio do Sul e costurou muito tempo. Quando mais tarde nas• para nós mesmo quando já morávamos ceram minhas filhas, esta mesma tia em Curitiba e depois no Rio, pois em mandou bonecas para elas e as vestia nossas viagens a terrinha sempre levá• com roupas novas feitas por mim. A ca• vamos pano para ela costurar para nós. da Natal quando chegava a carroça do Certa vez, ainda na Alemanha, pós correio com os presentes da tia Marie• 1a. Guer.ra, meu pai estava chegando chen era uma alegria enorme e uma em casa quando um soldado da força lembrança maravilhosa para mim. Ela de ocupação exigiu seu passaporte e ale• era minha madrinha, ficou solteira c gos• gou que a foto não estava nítida. A isso tava muito de mandar presentes para os meu pai retrucou que ela sempre fora sobrinhos e sobrinhas. Um desses pre• nítida para os companheiros dele, o que sentes inesquecíveis foi um vestido de irritou o soldado que ameaçou prendê• veludo que me mandou certa vez. Na lo se o encontrasse novamente com o minha infância na Alemanha me lembro mesmo passaporte. Em outra ocasião das visitas com minha prima Relma a precisávamos de carvão que era sempre essa minha tia, nas férias escolares, o difícil conseguir, pois tais forças de ocu• que era sempre muito agradável. A ci• pação controlavam tudo. Só vez ou ou• dade, se chamava Castrop-Rauxel. Nós tra deixavam um carrinho de carvão. Íamos à confeitaria para comermos cuca Quando eram flagrados, porém, tinham (Kuchen) c sorvete. Depois de quase que colocar o carvão numa grande mon• 50 anos, encontrei aqui no Brasil a Sra. tanha. Nós simulamos certa vez uma Hanne Bonse, residente em Curitiba que pequena festa, colocando uma mesa na me perguntou qual nossa cidade natal na frente da casa e atrás dela se pegava Alemanha e quando respondi, descobri• carvão da tal montanha jogando-o com mos que a mãe desta senhora era filha pás para o porão. Certa vez, um rapaz de uma amiga dessa minha tia de Cas• da vizinhança chamou um senhor de trop. Coincidências interessantes da vi• "Stutzcr", mas ele não sabia que era da! membro da ocupação e teve que sair 317 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC correndo para não ser preso, pois "Stu• vezes e eu meio preocupada se estava tzer" quer dizer vaidoso, arrogante. Pas• fazendo a coisa certa. Os fregueses do sávamos por revista no trem, ao irmos bar fumavam cachimbo que eles acen• à cidade da minha mãe, pois havia bar• diam com tiras de papel reunidas em reira policial e não podíamos ter tecidos pequenos feixes, os quais eu tinha que ou roupas na mala. Para isso encontra• fazer, colocando-os na mesa num copo. mos uma solução bem esperta: cada ho• Eles vinham e acendiam os feixes no for• mem vestia 2 calças em casa e nós mu• no de aquecimento e daí acendiam os lheres amarrávamos a fazenda debaixo cachimbos, com um cheiro inesquecível. do vestido e na tal estação com barreira Minha madrinha na Alemanha que o tirávamos. Um belga nos dissera no morava com um irmão dela, sempre gos• trem: "Cubram sempre a roupa nova tava de ter sobrinhos em casa como visi• pois quando o francês chega, leva tudo". ta e assim eu ia frequentemente à casa Na realidade o temido francês queria dela. Como eram saborosos os sanduí• apenas checar os passaportes e não olha• ches que ela fazia para nós com queijos va para mais nada. suíços. Quando o queijo era muito pi• Em outra ocasião, minha tia que cante, eu retirava secretamente o queijo tinha uma drogaria nos deu uma conta• do pão e dava sumiço nele, o que cer• gota contra enjôo, no mar, que colocá• tamente não faria hoje em dia! vamos em pedrinhas de açúcar para en• Nos ensinavam naquele tempo que golir. Fora uma boa idéia, só que ela as meninas bem educadas tinham que também nos dera um vidro de água de dobrar levemente um dos joelhos ao colônia, que nós confundimos com o me• cumprimentar uma pessoa mais velha. dicamento. Tudo inutilizado, perfume e Eu não gostava desta "quebradinha de açúcar, que pena! Atualmente os remé• joelho" e nunca aprendi a fazê-Ia corre• dios contra enjôo de viagem são comuns tamente, pois eu a achava desnecessária e eu sempre preciso deles, mesmo quan• e um tanto ridícula. Na verdade, já des• do viajo de ônibus. Quanto a navios de de criança eu era um tanto avessa a es• grande porte, nunca voltei a viajar num sas finezas. deles no Brasil, somente em barcos a Quando um tio meu veio certa vez vapor pequenos, em excursões ou pas• para almoçar com a gente, havia um pra• seios como o que se faz a Ilha de Pa• to chamado "Himmel und Erde", quer quetá, perto do Rio de Janeiro ou às dizer: "Céu e terra". Era composto de Ilhas Virgens, na região de 'Angra dos maçã, pêra e batatas às quais se acres• Reis, onde o mar é muito lindo e tran• centava toucinho cozido. Meu tio não quilo . gostou da comida, mas a mim ela agra• Ainda menina, na Alemanha, lem• dou e sempre a fazia aqui no Brasil com bro-me de uma tia que morava numa ca• batatas doces e maçãs, sendo o sabor sa com um bar. Este era procurado igualmente ótimo . principalmente à noite por fregueses ha• Essa tia que acabei de mencionar, bituais. Certa vez, fiquei tomando conta queria muito que meus cabelos cresces• do negócio para uma das donas quando sem, pois enquanto minhas primas tinham chegou um senhor pedindo uma caeha• tranças maravilhosas, os meus cabelos einha. . Eu coloquei um trago e em se• eram finos e, pouco desenvolvidos. Aos guida fechei zelosamente a garrafa. Mal 16 anos, porém, 4 anos depois de minha o fizera, ele pediu mais uma. Abri a chegada ao Brasil, eles começaram a cres• garrafa novamente e ele rapidamente cer e encorpar incrivelmente. Usei então esvaziou o copo e pediu outra! Servi-o cabelõs longos a vida toda e até hoje novamentt:, sempre fechando a garrafa faço minha longa trança e prendo-o num em seguida. A cena se repetiu 3 ou 4 coque, o que está um pouco fora de -- SQセM

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC '\ セ@ .... moda . veram entãó qUe traba1har a bordo, · mas> Lembro-me tambêm m ulto bem qUe não contaram quem os havia colocado na Igreja, na minha infância, havia sem• secretamente no navio. Como o mundo pre um homem em longa vestimenta ver• é incrivelmente pequeno, depois de mui• melha, que cuidava da ordem. As crian• tos anos, quando já morávamos em Rio ças só podiam f icar bcm na frente, mas do Sul, veio a nossa casa uma vez um eu já ficava entre os adultos um pouco senhor cego, representante de um certo mais atrás. produto. Depois de curto diálogo, cons• Ocorre-me também que em nosso tatei que se tratava de um dos passagei• navio havia 3 passageiros cegos que ha• ros do "Tucuman" - o navio que nos viam se escondido no compartimento de trouxera para o Brasil em 1924. Assim carvão e só f oram descobertos quando nos encontramos, novamente, muito tem• o navio já estava em alto mar. Eles ti- po depois, por pura obra do acaso. Aconteceu... há 50 anos passados (Notícias copiladas das páginas do jornal "A Nação " - 1943-1980)

DIA 1°/ 10/ 1946 - O jornal divulga reunião realizada na sede do C.N Amé· rica, no dia 29 / 9, liderada por figuras da imprensa e do rádio, para a organização de uma campanha visando a instalação de monumento do poeta Olavo Bilac em Blumenau . - DIA 3/10/ 1946 - A página 3, encontra-se um artigo do jornalista Argemiro Carvalho, exaltando o abnegado trabalho do desportista Benjamim Margarida Júnior, inclusive como fundador da Liga Blume'nauense de Desportos . - DIA 5/ 10 / 1946 - No auditório do Teatro Carlos Gomes, aconteceu agradável espetáculo musical, com alunos e amadores da Orquestra Sinfônica do Teatro, sob a regência do Maestro F. Baumgarten . * * * O jornal registra o furto de 30 Quilos de linguiça ocorrido no Açougue Poerner, localizado à rua 15 de Novembro. 'em frente à Livraria Carl Wahle . * * * Nesta manhã realizou-se a solenidade de inauguração, na Indústria Têxtil Cia . Hering, da Instituição "Edy Hering., compreendendo creche e um ambulatório médico naquela importante empresa blumenauense . - DIA 13/ 10/1946 - Em Florianópolis, jogaram os selecionados de Santa Cata• rina e do Paraná. No primeiro tempo, os catarinenses venciam por 2 a O. No segundo tempo os paranaenses reagiram e empataram por 2 a 2. Os gols catarinenses foram marcados por Teixeirinha . Os dos paranaenses, por Jackson e Martins. . - DIA 24/10/ 1946 - O jornal traz denúncia de prote'sto de moradores .residentes no bairro da Velha, sobre o preço da carne . No açougue do Sr. Otto Pfuetzenneuter era cobrado o preço de 8 (oito) cruzeiros o quilo, quando a tabela oficial do governo deter• minava o preço de sete cruzeiros o quilo. * * * Na indústria Têxtil Cia . Hering, aconte• ceu alterações em sua administração. Com a renúncia do então dゥセ・エッイ L g・イ・ョエ・@ Ro• berto Grossembacher, a nova administração ficou assim constituida: Diretores: Felix Hering, Victor Hering, Walter Wemer, Ingo Hering e Roland Herbert Mueller Hering. Foram nomeados, ainda, os Srs. Nestor Heusi e Bruno Kochel, respectivamente para as funções de Secretário e Chefe da Contabilidade . - DIA - 23/ 10 / 1946 - Em concorrida solenidade foi inaugurado o novo pré• dio da firma comercial Carlos Koffke, situado à rua 15 de Novembro, esquina com a Alameda Duque de Caxias (ruas das Palmeiras). - DIA 25/ 10/ 1946 - O jornal noticia a mudança das Casas Buerger Ltda . , que até então achava-se instalada ao lado da Casa de Calçados Veterle. - DIA 30/ 10/ 1946 - O prefeito Germano Beduschi assinou decreto criando condições para instalação de feiras livres de gêneros alimentícios e hortifruti-granjeiros no centro e nos bairros da cidade . - 319-

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC eAATA·S (;.Ao Redator de BLuMENAU EM CADERNOS Prezado Senhor A leitura do artigo «Um Luso-Brasileiro em Blumenau» - A Cul• tura Teuto-Brasileira (Tomo XXXV II, nO. 7, Julho 1996) - de autoria do prezado amigo Ruy Moreira da Costa, filh.o do saudoso colega Acn• sio Moreira da Costa, com o qual labutei várj,os anos no extinto Banco Nacional do Comércio SI A, reviveu em minha memória o seguinte- epi• sódio: A mercê de um Juiz de Direito Minha filha nasceu em 1946, quas-e um ano e meio após o térmi• no da segunda guerra mundial. Já se praticava novamente em Blumenau - não tanto quanto antes o idioma alemão. No entanto no Cartório Civil o registro dos pre• nomes obedecia à um «critério todo nacionalista», de modo que o res• pectivo Titular, o saudoso e muito amigo meu «Bitú» Braga, muito a contra-gosto, teve que rejeitar o nome Freya que minha e-sposa havia escolhido para a nossa filhinha . «Eu estou impedido em registrá-l.o». disse-me ele sentido, «mas quem sabe o meretíssimo Juiz de Direito, Dr. Oscar Leitão, autorize o registro desse nome». Me dirigi ao gabi• nete do Dr. Oscar Leitão mas ele estava ausente . De bicicleta e guarda• chuva eu segui pela Rua Quinze de Novembro e quando cheguei a altura da Casa Comercial Meyer (onde hoje está instalado o Restauran• te Chinês e algumas outras lojas), percebi o Dr. Leitão debaixo da «marquise» de folhas, de zinco importadas, se protegendo contra a chu• va . Parei e pedi permissão para poder formular uma consulta. Gentil• mente o Dr. Leitão se prontificou em atender-me. Quando eu citei .o nome Freya ele me perguntou se eu havia «inventado» esse nome. Eu respondi que não . Nesse instante passa com o seu automóvel o já Lヲ。ャセ」ゥ、ッ@ Sr. Ralf Gross, ex-Diretor da Malharia de Artefatos, Finos SI A - MAFI8A. «Dr . Leitão. a esp-osa daquele senhor de carno também se chama Freya», acrescentei eu. «Eu vou estudar o assunto; passe amanhã no meu gabinete para obter a solu,ção . Lá chegando no dia seguinte não encontrei -o Dr. Leitão, mas sim um bilhete - guardado por mim -até hoje - contendo os s,eguin• tes dizeres escritos à lápiS: «FREYA»: Deusa d.os antigos germanos - tipicamente alemão» . O jeito era escolher outr.o nome e assim a minha filha acabou sendo batizada: VERA . .Quase dois anos, após nasceu meu filho. Como o Dr. Leitão já havia obtido conhecimentos preliminares da mitol·ogia dos antigos germanos, eu quis contribuir para qUe ele aprofundasse mais ainda sua sabedoria nesse setor e indiquei o nome GUNTER, para posteriormente - após a certa rejeição - escolher o nome definitivo. Mas qual não foi -a minha decepção: o meu amigo Bra• ga me indagou qual a ortografia c.orreta e sem cerimônia registrou o nome Gunter; que eu havia escolhido somente para que o Dr. Leitão lançasse mão, mais uma vez, de sua enciclopédia . Atenciosamente Alfred Zinkhahn -320 -

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC FUNDAÇAO CULTURAL DE BLUMENAU

Instituída pela Lei Municipal nO . 1.835, de 7 de abril de 1972. Alterada pela Lei Complementar nO . 108, de 22 de dezembro de 1995. Declarada de Utilidade Pública Municipal pela Lei nO. 2. 028, de 04/09/74 . Declarada de Utilidade Pública Estadual pela Lei nO. 6.643, de 03/10/85 . Registrada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas de Natureza Cultural Registrada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas de Natureza Cultural do Ministério da Cultur.a, sob o nO. 42.002219/87-50, instituído pela Lei nO. 7.505, de 02/07/86. 89010-001 B LU M E N AU Santa Catarina

INSTITUIÇAO DE FINS EXCLUSIVAMENTE CULTURAIS

SAO OBJETIVOS DA FUNDAÇAO : - Zelar pela conservação do patrImônio histórico e cultural do município;

- Organizar e manter o Arquivo Histórico do MunIcípIo;

- Promover a conservação e a divulgação das tradições culturaIs e do folclore regional;

- Promover a edição de livros e outras publicações que estudem e divulguem as tradições hIstórico-culturais do Município; -- Criar e manter museus, bibliotecas, pinacotecas, discotecas e outras atividades, permanentes ou não, que sirvam de Instrumento de divulgação €ultural;

- Promover estudos e pesquisas sobre a história, as tradições, o folclore, a genealogia e outros aspectos de interesse cultural do Municfplo; - A Fundação realizará os seus objetivos através da manutenção das bibliotecas e museus, de instalação e manutenção de novas unidades culturais de todos os tipos ligados a esses objetivos, bem somo através da realização de cursos, palestras, exposições, estudos, pesquisas e publicações.

A FUNDAÇAO CULTURAL DE BLUMENAU, MANTtM: Biblioteca Municipal • Dr. Fritz Müller" Arquivo Histórico "Prof. José Ferreira da Silva' Museu da Famflla Co!onial Horto Florestal • Edlth Gaertner" Edita a revista "Blumenau em Cadernos" Tipografia e Encadernação .

DIRETORIA: Presidente : Altair Carlos Pimpão Diretor Administrativo-Financeiro: Valter T. Ostermann Diretor de Cultura: Lygia Helena Roussenq Neves Diretor Depto . Histórico Museológico: Sueli M. V . Petry

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