Elias Ferreira Veras
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Elias Ferreira Veras CARNE, TINTA E PAPEL: A EMERGÊNCIA DO SUJEITO TRAVESTI PÚBLICO- MIDIATIZADO EM FORTALEZA (CE), NO TEMPO DOS HORMÔNIOS/ FARMACOPORNOGRÁFICO Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História, como requisito para obtenção do título de Doutor em História. Área de Concentração: História Cultural. Orientadora: Dra. Roselane Neckel Coorientadora: Dra. Joana Maria Pedro Florianópolis 2015 Dedico este trabalho às travestis que fazem de sua existência cotidiana uma “batalha” contra os preconceitos, a favor da liberdade. Dedico-o, especialmente, à Dediane Souza, pela amizade, pelo aprendizado e pela inspiração. Aprendi com Dê que as questões teóricas só têm sentido se forem utilizadas como instrumentos críticos de transformação social. AGRADECIMENTOS Parece que foi ontem... Juliana lendo a primeira versão do meu projeto de pesquisa (e me falando de Ilca); Ana Rita lendo a última (e me sugerindo acrescentar Joan Scott); o primeiro encontro com Luciana, nos corredores da UFSC, durante o processo seletivo; as professoras Joana, Roselane e o professor Rogério me entrevistando, na sala do LEGH; a aprovação no doutorado; a comemoração com Letícia... Não foi ontem. Foi há um pouco mais de quatro anos. Desde então, graças ao doutorado, os encontros e as amizades (muitas delas têm a idade desta tese) se multiplicaram. A dificuldade de interromper este trabalho se deveu, em parte, ao temor da orfandade dos momentos felizes proporcionados pelo doutorado. Todavia, assim como esta pesquisa não se encerra com esta tese, os encontros e as amizades também não (não foi fácil me convencer disso). Avante! É justamente às pessoas queridas, cujas presenças atravessam este texto, que manifesto os meus mais profundos agradecimentos. Agradeço à Letícia Lopes, pela amizade generosa, pelas conversas animadoras (“Vai dar certo!”), presentes (Foram tantos os docinhos!), cobranças (“Quantas páginas você escreveu hoje?”) e ajuda na pesquisa. Sem o companheirismo de Letys, tudo seria mais difícil. À Juliana Justa, por ter me encorajado a trilhar os caminhos do “universo trans”. Aprendi com Ju, com nossas andanças embriagadas de vida por becos, bares, cinemões e eventos acadêmicos, o que não poderia ter aprendido nos bancos da academia. Que o nosso primeiro encontro, o nosso primeiro café e a nossa primeira cerveja se prolonguem infinitamente. À Cíntia Lima, que me acolheu em Florianópolis, por me ensinar os fantásticos caminhos da noite blue de floripa, a força do feminismo e a beleza das regras gramaticais. Pelas leituras críticas e sugestões a este texto, e, sobretudo, pela amizade, através da qual aprendi a admirar e a amar a diferença. Obrigado, Piri. Ao Kênyo Araújo, que, nos momentos mais angustiantes da escrita deste trabalho, afagou, generosamente, o meu coração. Pela presença (via Facebook e Skype), pelas ponderações e pela sabedoria. Be, quem sabe um dia não escrevamos um livro sobre a importância do “mapa mental” na elaboração de uma tese? À Luciana Andrade, por nossos cafés-divãs, nos quais discutíamos as dores e as delícias da escrita da nossa tese, que também eram as dores e as delícias de tantas mudanças em nossas vidas; por me ensinar mais sobre a importância das palavras e da amizade. À Idalina Freitas, que me apresentou as profanações de Michel Foucault, pela amizade inspiradora e pelas gargalhadas foucaultianas que ainda virão. À querida Soraia Carolina, pela amizade e pelos sonhos compartilhados, que adoçaram a angustiante vida de doutorado. Que nossos encontros-cafés se prolonguem por outras paisagens histórico- afetivas. À Maria Helena Lenzi, mais um presente do doutorado em minha vida. Por compartilhar comigo, principalmente, nos meses finais da escrita da tese, reflexões e gargalhadas foucaultianas. Os dias que antecederam à “conclusão” de nossos trabalhos foram mais leves, graças às nossas mensagens trocadas via Whatsapp. O mundo nos aguarda, Be! Aos amados Pereira (Junior), Tel Candido, Alexandre Joca, Alex Sousa, Cadu Bezerra, Oseias dos Reis, Paulo Victor Fernandes, Elton Francisco, Rafael Saldanha, Fernando Damázio, João Paulo Pereira, Edgar Gomes e Carlos Cariacás, pela amizade-presente, pelo cuidado- incentivo. Por nossa comunidade de bichas. Tudo fica mais alegre na companhia de vocês. Ao meu irmão querido, Neto Veras, pela presença e pela cumplicidade. Ao Gilmar de Carvalho, que, ao longo da escrita da tese, para minha sorte e alegria, deixou o lugar de “fonte” e de interlocutor da pesquisa para ocupar o de amigo e leitor afetuoso. Às queridas Ana Rita Fonteles, Cristiane Marinho, Ilidiana Diniz e Fernanda Queiroz, por suas estéticas existenciais e intelectuais inspiradoras e pela amizade afetuosa. Ao Henrique Barbosa, pelas leituras críticas que não deixaram que este trabalho escapasse (demais) dos trilhos da disciplina histórica. Ao Juliano Gadelha, por me apresentar o fascinante mundo de Paul B. Preciado. Sou grato às/aos amigas/os de Fortaleza, Aline Silva, Cícera Barbosa, Claudio Junior, Daniel Ribeiro, Eduardo Estevam, Geovânia Lavor, Laodicéia Flores (Lao), Márcia Moreno, Marcos Lima, Marília Duarte, Micheline Rocha, Raimundo Hélio, Raquel Rocha, Suely Freitas, Waldeiysa Monteiro, Valéria Laena, pela presença afetuosa; aos/às amigos/as que conheci em Floripa, Alexandre Dezidério, Betty Kammers, Camila Serafim, Gabriela Marques, Gleidiane de Sousa, Jimena Massa, Jocemara Triches (Joce), Larissa Freitas, Luã Freitas, Mairla Pires, Maria Fernanda, Mirian Nascimento, Misael Correa, Rochelle Santos, Silvana Pereira, Simone Ávila, Tarcísio Meneghetti, Vera Gasparetto, Verônica Siqueira, por fazerem da ilha um lugar inesquecível; aos/às amigos/as que conheci em Barcelona, Adriana Pimentel, Ana Lúcia, Benito Rigueira, Cristina Flavia, Diego Alonzo, Eduardo de Oliveira, Esther Vives, Eulália, Filipe Fernandes, Glauber Moreira, Julieta Vartabedian, Nádia Aroca, Péricles Carvalho, Ramon Guardia, pela felicidade do encontro; aos meus novos amigos, Herley Lins, Jonhn Mafra, Paulo Souto Maior, Roberto Josino, pelas histórias que ainda compartilharemos. Ao meu psicanalista, Luiz Antônio, que me ensinou a sobreviver aos gozos e às castrações da tese. Ao Igor Queiroz, com carinho e admiração (In memoriam). À minha orientadora, Roselane Neckel, que esteve presente (mesmo na ausência) por meio das suas pesquisas históricas, das suas lições aprendidas na disciplina da linha “Relações de poder e subjetividades” e do seu sorriso foucaultiano inspirador e encorajador. À minha querida co-orientadora, Joana Maria Pedro, que soube orientar este trabalho equilibrando conhecimento histórico, rigor acadêmico, afeto e generosidade. Aprendi, com Joana, que é possível escrever uma história daqueles/as que (ainda) estão à margem da história; que o conhecimento histórico é lugar de transformação social; e que é possível escrever uma tese com riso e alegria. Obrigado pela presença, compreensão e inspiração. Ao querido Oscar Guasch, que supervisionou meu “doutorado Sanduíche” em Barcelona. Aprendi com Oscar que a pesquisa acadêmica também é feita de humor e de prazer, além de compromisso intelectual e político. Aos/às colegas do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH-UFSC), Grupo de Pesquisas e Estudos em História e Gênero (GPEHG-UFC) e do Grupo de Estudos Foucaultianos (GEF-UECE), pelo aprendizado que atravessa este trabalho. Aos/às militantes do Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB), pela oportunidade de pesquisar, em seu acervo histórico, sobre a memória LGBT de Fortaleza. Aos/às funcionários/as da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel (BPGMP), de Fortaleza. Aos/às funcionários/as do Banco de Dados da Fundação Demócrito Rocha e da Biblioteca da Universidade de Fortaleza (Unifor), que me possibilitaram consultar, no período em que a BPGMP esteve fechada para reforma, os jornais O Povo e Diário do Nordeste. Ao Hugo Santos, Val Menezes e Will Lacerda, que me ajudaram na pesquisa na BPGMP, pelos achados e pela agradável companhia durante as tardes de pesquisa. Aos professores que participaram da minha qualificação, Alexandre Fleming Câmara Vale, Durval Muniz de Albuquerque Junior e Rogério Luiz de Souza, pelas sugestões e críticas. Ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina; aos/às colegas de turma do doutorado; e aos/às professores/as, especialmente, à Bernadete Ramos Flores, Pedro de Souza, Cristina Scheibe Wolff e Luzinete Simões, pelos inestimáveis ensinamentos. À Capes, pela bolsa de doutorado e pela bolsa “sanduíche”, que possibilitaram minha estadia/estudos/pesquisas em Florianópolis/Fortaleza/Barcelona. Às travestis e aos homossexuais que colaboraram com esta pesquisa, por compartilharem comigo suas memórias, acervos e histórias: Thina Rodrigues, Rogéria, Bianca, Eva Gardney, Dami Cruz, Jovanna Cardoso, Keila Simpson, Fernanda Bevenutty, Gilmar de Carvalho, Orlaneudo Lima, Francisco Pedrosa, Granja, Gurgel do Amaral. Espero que, em trabalhos futuros, eu possa contemplar a riqueza das narrativas daqueles/as que não apareceram diretamente citados ao longo desta tese. Finalmente, e, principalmente, agradeço à minha mãe, Mariazinha Ferreira, e ao meu pai, Eli Veras, pelo amor e pelo cuidado incondicionais. Por me ensinarem que o afeto, a generosidade, o conhecimento e a coragem são indispensáveis na vida. Ora, se o genealogista tem o cuidado de escutar a história em vez de acreditar na metafísica, o que é que ele aprende? Que atrás das coisas “há algo inteiramente diferente”: não seu segredo essencial e sem data, mas o segredo que elas são sem essência, ou que sua