Produção De Informação Estatística Oficial Na (Des)Ordem Social Da Modernidade
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ ESCOLA DE COMUNICAÇÃO - ECO CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO - CNPq INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA - IBICT PRODUÇÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA OFICIAL NA (DES)ORDEM SOCIAL DA MODERNIDADE Tese de Doutorado em Ciência da Informação ROSA MARIA PORCARO Orientadora: Prof. GILDA MARIA BRAGA Rio de Janeiro Março de 2000 Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Escola de Comunicação - ECO Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT PRODUÇÃO DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA OFICIAL NA (DES)ORDEM SOCIAL DA MODERNIDADE ROSA MARIA PORCARO Tese apresentada ao Curso de Doutorado em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em convênio com a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Doutor em Ciência da Informação. BANCA EXAMINADORA Gilda Maria Braga (Orientadora) Ph.D em Ciência da Informação, Case Western Reserve University, Cleveland, USA Luiz Antônio Machado da Silva Ph.D em Sociologia na Rutgers University, New Jersey, USA Maria Cristina Cacciamali Doutora em Economia, USP Maria Nélida González de Gomez Doutora em Comunicação, UFRJ Lena Vania Ribeiro Pinheiro Doutora em Ciência da Informação, UFRJ Jane Maria Pereira Souto de Oliveira (Suplente) Doutora em Saúde Coletiva, UERJ Icléia Thiessen Magalhães Costa (Suplente) Doutora em Ciência da Informação, UFRJ Rio de Janeiro 13 de dezembro de 1999 II Para: DÊDÊ, MESTRA PRIMEIRA GILDA, MESTRA ACADÊMICA ANA CARLA E VANIA LUCIA O(S) JORGE(S): PAI, IRMÃO, SOBRINHO E AFILHADO AGRADEÇO: III A minha orientadora Gilda Braga, por me trazer de volta à Academia; Aos meus professores do Doutorado, com especial menção aos Profs. Aldo Albuquerque Barreto e Maria Nélida Gonzáles de Gomez do IBICT/CNPq e ao Prof. Ued Maluf do Instituto de Psicologia/UFRJ; Ao Professor Lorenzo Bernardi da Università degli Studi di Padova - Itália, que muito gentilmente me acolheu e orientou na realização da Bolsa Sanduíche no Dipartimento di Scienze Statistiche - Facoltà di Scienze Statistiche; À CAPES que me proporcionou a referida Bolsa Sanduíche e ao CNPq que me concedeu Bolsa de Estudo para parte do Doutorado; Ao IBGE - Diretoria de Pesquisas, instituição em que trabalho, que me propiciou a oportunidade de realização deste Doutorado e me deu suporte conceitual para o desenvolvimento desta tese; All'amico e professore Carletto che, con pazienza, dedizione e piacevole lavoro, mi ha aiutata a qualificarmi per la Borsa di Studio in Italia; Às amigas e companheiras de tantas discussões, acadêmicas, profissionais e do dia-a-dia, Vania Lucia Pereira, Jane Souto, Lucia Elena Oliveira e Tereza Cristina Araujo, presentes, também, neste estudo; Aos colegas do Doutorado, em especial, a Edna Lucia da Silva, Cristina Guimarães e Icléia T. M. Costa, pelas trocas formais, informais e amizade; Ao pessoal técnico e administrativo do Departamneto de Ensino e Pesquisa do IBICT/CNPq, em particular a Selma Santiago e Abneser Cunha; Aos amigos Vania Lucia Pereira, Ana Carla Briote e Sergio Cortes, que muito me ajudaram, respectivamente, na revisão geral, na bibliografia e nas transparências e impressão do volume final; Last but not least aos amigos, sobrinhos e irmãos que sempre me incentivaram e, pacientemente, me esperaram para muito king, sol, chope, bate-papo, vôlei, mountain bike etc. então adiados. IV “Também na ciência, é impossível abrir novos caminhos se não se estiver disposto a deixar o ancoradouro seguro da doutrina aceita e enfrentar o perigo de um arriscado salto à frente em direção ao vazio. (...) Em geral, o progresso na ciência não exige mais do que a absorção de idéias e a elaboração de novas idéias - e esse é um chamado que a maioria dos cientistas se compraz em atender. Entretanto, quando se trata de enveredar por novos territórios, a própria estrutura do pensamento científico (e não apenas seu conteúdo) pode ter que se alterar, para que seja possível compreender o novo.“ WERNER HEISENBERG (1996, p.87) V PORCARO, Rosa Maria. Produção de informação estatística oficial na (des)ordem social da modernidade. Rio de Janeiro, 1999, 194p. Tese de Doutorado em Ciência da Informação - Escola de Comunicação - ECO / Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. Resumo O estudo discute como as grandes transformações que marcam a sociedade atual se refletem na pertinência das informações estatísticas oficiais, consubstanciadas no denominado Sistema de Informação Estatística. A configuração social atual, em transformação, é enfocada sob os ângulos de três abordagens: a sociedade da informação, a sociedade pós-fordista e a sociedade pós-moderna. Questiona-se, então, se as transformações apontadas por tais recortes interpretativos são passíveis de serem apreendidas com o arcabouço conceitual-metodológico dos atuais levantamentos construído e consolidado para “retratar” a sociedade capitalista industrial moderna de escopo nacional, hoje completamente modificada. Aponta-se, então, que fenômenos “não-materiais” que ganham centralidade no contexto atual - cultural, de conhecimento & informação e de signos & imagens - ou não são contemplados pelo Sistema de Informação Estatística ou são por ele apropriados a partir da lógica de representação da sociedade industrial anterior, fortemente material, o que os desfoca. Abstract This study deals with the big changes that characterize today’s society and how they affect the relevance of official statistics which are brought together under the Statistical Information System. Our society’s configuration is examined under three different approaches: the Information Society, the Post-Fordism Society and the Post-Modern Society. It is argued that the changes pointed out by the interpretative frame of these three different approaches can not be captured with the conceptual-methodological framework used by the Statistical Information System, tailored to fit the Industrial Capitalist Society, greatly modified nowadays. The study reveals that certain “non-material” phenomena, central to our society’s concerns – cultural, knowledge-related, informational, sign & image formed – are not included in (covered by) the Statistical Information System or are included from the standpoint of the "materially” oriented Industrial Capitalist Society, having as a consequence the misrepresentation of these phenomena. VI SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................3 1.1 APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 5 1.2 CONFIGURAÇÃO DO PROBLEMA....................................................................... 7 1.2.1 Sociedade em transformação: contexto atual ......................................................... 7 1.2.2 Estabilidade e certeza: contexto anterior .............................................................. 14 1.2.3 A produção estatística oficial: o sistema de informação estatística...................... 15 1.3 HIPÓTESE ................................................................................................................ 19 2 ASPECTOS METODOLÓGICOS ....................................................................20 2.1 UM “MOSAICO METODOLÓGICO”.................................................................. 20 2.2 ESCOPO DA PESQUISA ........................................................................................ 26 2.2.1 A (re)construção .................................................................................................... 26 2.2.2 As estatísticas oficiais........................................................................................... 27 3 MODERNIDADE: CISÃO DO CULTURAL E DO ECONÔMICO, SOB A DINÂMICA NACIONAL ...................................................................................33 3.1 UMA VISÃO GERAL DA MODERNIDADE ....................................................... 35 3.2 UMA VISÃO PARTICULAR DA MODERNIDADE: CISÃO EM MODERNISMO E MODERNIZAÇÃO................................................................. 41 3.2.1 Modernismo: a ótica cultural................................................................................ 42 3.2.1.1 Subordinação do cultural ao econômico ........................................................ 45 3.2.2 Modernização: a ótica econômica ........................................................................ 47 3.2.3 Outras dimensões institucionais da modernidade................................................. 52 3.3 SOCIEDADE CAPITALISTA INDUSTRIAL NACIONAL: UMA INTERAÇÃO INSTITUCIONAL DA MODERNIDADE.................................... 55 3.3.1 Modernidade organizada: fase de regulação econômica ...................................... 58 3.3.2 Convenções e representações de práticas sociais ................................................. 66 1 3.4 SISTEMA DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA: UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL DA MODERNIDADE ORGANIZADA.................................................. 70 3.4.1 Desenvolvimento inicial das estatísticas .............................................................. 70 3.4.2 A Ciência Estatística e as estatísticas de