PREFEITURA DE CARAVELAS - BA

Plano Municipal de Saneamento – Água e Esgoto (Minuta)

0

ÍNDICE 1. APRESENTAÇÃO E ABRANGÊNCIA DO PLANO ...... 6 1.1 FONTES CONSULTADAS PARA A REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS ...... 7 2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ...... 8 2.1. INSERÇÃO REGIONAL ...... 8 2.2. CARACTERÍSTICAS REGIONAIS ...... 10 2.3. ASPECTOS GERAIS, FÍSICOS, SÓCIO ECONÔMICOS E DA INFRAESTRUTURA ...... 11 3. DIAGNÓSTICO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ... 39 3.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS ...... 39 3.2. CONDIÇÕES DOS MANANCIAIS ...... 40 3.3. SISTEMA EXISTENTE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 40 3.3.1. Distrito Sede e Ponta de Areia ...... 40 3.3.2. Localidade Barra de Caravelas ...... 45 3.3.3. Distrito de Juerana ...... 45 3.3.4. Localidade de Nova Esperença (Espora Gato)...... 47 3.3.5. Localidade de Taquari ...... 47 3.3.6. Localidade de Ferraznópolis ...... 48 3.3.7. Localidade de Nova Tribuna ...... 49 3.3.8. Distrito de Santo Antônio de Barcelona ...... 50 3.3.9. Localidade de Rancho Alegre ...... 52 3.4. SISTEMA EXISTENTE DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 53 3.4.1. Distrito Sede ...... 53 3.4.2. Demais Localidades ...... 59 3.5. CONDIÇÕES DOS CORPOS RECEPTORES E MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS .... 59 3.6. ESTUDOS E PROJETOS EXISTENTES ...... 60 3.7. AVALIAÇÃO CRÍTICA DO SISTEMA EXISTENTE ...... 60 3.8. INDICADORES DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES EM SANEAMENTO ...... 61 4. POPULAÇÃO DE PROJETO E DEMANDAS...... 61 4.1. PROJEÇÕES E DEMANDAS ...... 61 5. DIAGNÓSTICO DOS ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E COMERCIAIS ...... 66 5.1. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E FUNCIONAL ...... 66 5.1.1. organograma ...... 66

1

5.1.2. Plano funcional ...... 67 5.2. ESTRUTURA FÍSICA, SISTEMAS E EQUIPAMENTOS ...... 68 5.2.1. Instalações administrativas ...... 68 5.2.2. Sistemas e equipamentos ...... 68 5.2.3. Sistema contábil ...... 68 5.4. ESTRUTURA COMERCIAL ...... 68 5.4.1. Sistema tarifário ...... 68 5.4.2. Análise crítica do sistema tarifário ...... 71 5.5. ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA ...... 72 5.5.1. Histórico das receitas e despesas ...... 72 5.5.2. Demonstrações financeiras e balanços ...... 72 6. PROPOSIÇÕES ...... 74 6.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 74 6.1.1. Objetivos gerais e específicos ...... 74 6.1.2. Identificação das carências ...... 74 6.1.3. Proposição e hierarquização das intervenções identificadas ...... 75 6.1.4. Quadro resumo de intervenções no abastecimento de água ...... 76 6.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 77 6.2.1. Objetivos gerais e específicos ...... 77 6.2.2. Identificação das carências ...... 78 6.2.3. Ações em andamento ...... 78 6.2.4. Proposição e hierarquização das intervenções identificadas ...... 78 6.2.5. Quadro resumo de intervenções no esgotamento sanitário ...... 79 6.3. METAS DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 80 6.4. METAS DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 80 6.5. ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E DE COMERCIALIZAÇÃO ...... 81 6.5.1. Objetivos gerais e específicos ...... 81 6.5.2. Proposições identificadas ...... 81 7. OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS DE AÇÃO ...... 83 7.1. CONTEXTO INSTITUCIONAL ...... 83 7.1.1. Consolidar a política municipal de saneamento ...... 83 7.1.2. Conformar um sistema administrativo pluri-institucional para as ações de planejamento e gestão dos serviços ...... 83

2

7.1.3. Estabelecer estratégias para uma maior participação social nos processos decisórios ...... 83 7.2. CONTEXTO ADMINISTRATIVO ...... 83 7.2.1. Aprimorar os mecanismos de processamento de informações gerenciais ...... 83 7.2.2. Consolidar e assegurar a revisão periódica do plano diretor municipal ...... 84 7.2.3. Aprimorar os mecanismos de mapeamento da distribuição dos consumidores efetivos e potenciais ...... 84 7.3. CONTEXTO OPERACIONAL...... 84 7.3.1. Ampliar os níveis de cobertura da rede de abastecimento de água e de esgotamento sanitário ...... 84 7.3.2. Ampliar a capacidade e a efetividade dos sistemas ...... 84 8. AÇÕES EMERGENCIAIS E DE CONTINGÊNCIA ...... 86 8.1. PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 86 8.1.1. Falta de água generalizada ...... 86 8.1.2. Falta de água parcial ou localizada ...... 86 8.2. PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS EM SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 87 8.2.1. Abatimentos e / ou obstruções na rede coletora ...... 87 8.2.2. Ocorrências de refluxo ou retorno de esgotos em imóveis ...... 87 8.2.3. Rompimentos de linhas de recalque, redes, coletores-tronco e emissários ...... 87 8.2.4. Rompimentos de emissários com extravasamento em logradouros próximos a corpos d'água (praia, rios, lagos ou mananciais) sujeitos a riscos sanitários e desastres ambientais ...... 87 8.2.5. Extravasamentos de esgoto em poços de visita das redes coletoras ...... 87 8.2.6. Obstruções nas estações elevatórias de esgoto ...... 88 8.2.7. Extravasamentos de esgotos em estações elevatórias de esgoto ...... 88 8.2.8. Paralisações das estações de tratamento de esgoto ...... 88 9. METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DA APLICAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO ...... 90 10. CARACTERIZAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS E RECURSOS E PROGRAMA DE EXECUÇÃO 91 11. FLUXOGRAMA DE APROVAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO ...... 94 12. MINUTA DE ENCAMINHAMENTO DO PMSB ...... 95 13. AVISO DE AUDIÊNCIA E CONSULTA PÚBLICA ...... 96 14. LEI MUNICIPAL AUTORIZATIVA DO PMSB ...... 97 15. ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE PRADO, ESTADO DA , REALIZADA EM [-] DE [-] DE 20[-] ...... 98

3

16. LISTA DE PRESENÇA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA ...... 101 17. FORMULÁRIO PARA REALIZAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES ...... 102 18. FORMULÁRIO PARA MANIFESTAÇÃO VERBAL ...... 103

4

LISTA DE ABREVIATURAS

AGERSA Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia ANA Agência Nacional das Águas CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento EE Estação Elevatória de Água ou Esgoto ETA Estação de Tratamento de Água ETE Estação de Tratamento de Esgoto IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística PIB Produto Interno Bruto SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação PLANSAB Plano Nacional de Saneamento Básico DERBA Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia

5

1. APRESENTAÇÃO E ABRANGÊNCIA DO PLANO Nossa sociedade está sujeita a transformações significativas e a cada dia de maneira mais veloz. Para que os desafios decorrentes sejam superados é necessário que os entes responsáveis pela gestão dos serviços públicos busquem implementar políticas de longo prazo, contando com a participação da sociedade. Nesse contexto, o presente documento corresponde ao Plano Municipal de Saneamento do município de Caravelas, situado no Estado da Bahia. O Plano se centra no âmbito específico do abastecimento de água e do esgotamento sanitário, em consonância com a Lei Federal 11.445/07, que instituiu a Política Nacional de Saneamento Básico e de acordo com o estabelecido no Edital, sendo condição para a eventual contratação da prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário sob o regime de concessão, objeto da PMI - Edital de Chamamento Público 003/2017 divulgado pela prefeitura do município. O município de Caravelas apresenta uma extensão territorial de 2.368,75 km². Segundo o censo IBGE 2010 a população total do município é de 21.414 hab estando 11.309 na área urbana. Resulta uma densidade populacional de cerca de 9,05 hab/km². O presente Plano diagnostica e traz proposições detalhadas para o abastecimento de água e esgotamento sanitário das áreas urbanas, extendendo-se ainda para áreas de nítido processo de urbanização, abrangendo dessa forma as áreas de maior densidade populacional. O objeto do presente estudo considera a concessão dos serviços de abastecimento de água e de coleta, tratamento e disposição final de esgoto das áreas consideradas urbanizadas da Sede, dos distritos de Ponta da Areia, Juerana e Santo Antônio de Barcelona e das localidades de Barra de Caravelas e Rancho Alegre. Caberá à Prefeitura considerar complementarmente o atendimento da população residente nas localidades de menor densidade, vilas, aglomerados rurais, povoados, lugarejos e aldeias, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida em toda a região. Deverão ser desenvolvidos outros programas e ações voltadas à essas populações, no sentido de implantar, como necessário, soluções localizadas satisfatórias para abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, de forma a suprir as necessidades humanas de água e garantir as condições de saúde das pessoas, assim como conservar a qualidade ambiental dos corpos hídricos. Dessa forma, as ações desenvolvidas englobarão integralmente o território do município. Além do presente plano, a Prefeitura deverá ter como desafio e diretriz de planejamento enxergar todo o setor de saneamento, por meio da consolidação de uma política, estruturação dos segmentos e harmonização de ações, focalizando também a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e a drenagem e manejo de águas pluviais, em prol de uma melhor qualidade de vida e de saúde ambiental coletiva como um todo no município.

6

1.1 FONTES CONSULTADAS PARA A REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS

A elaboração do presente trabalho se fundamentou, essencialmente, na análise de dados primários e, em caráter complementar, na aquisição de dados secundários. Estes últimos foram levantados por meio de questionários e entrevistas junto ao corpo técnico da Prefeitura Municipal de Caravelas e à população e em pesquisas em publicações: Informações geológico-geomorfológicas como subsídios à análise ambiental: o exemplo da planície costeira de Caravelas – Bahia (Andrade, Dominguez), relatório Ação Emergencial para Delimitação de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa do CPRM(2014), relatório de Vulnerabilidade costeira em praias do norte do Espírito Santo e sul da Bahia- Juliana dos Santos Ribeiro (2014), EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), SEI (Sistema Eletrônico de Informação), ANDRADE, A. C. da S. et al. Informações geológico-geomorfológicas como subsídios Boletim Paranaense de Geociências, n. 51, p. 9-17, 2002- Editora UFPR, Diagnóstico socioeconômico da região Cacaueira (1975), DERBA (Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia), Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações) e Ministério do Meio Ambiente.

Para outros dados foram utilizadas, além dos acima citados, as seguintes fontes: IBGE, Agencia Nacional de Águas – ANA, Atlas do Desenvolvimento Urbano (PNUD-2013), Inema – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Governo do Estado da Bahia – Secretaria do Meio Ambiente), Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia – AGERSA e Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A – EMBASA.

Foram ainda realizadas visitas de inspeção às instalações dos sistemas de abastecimento de água e de coleta, tratamento e destinação do esgoto sanitário do município.

7

2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 2.1. INSERÇÃO REGIONAL

O Município de Caravelas pertence ao estado da Bahia, estando sua sede municipal situada a 721 km da capital, Salvador. Seu território possui limites confrontantes, com os municípios de Alcobaça, , , Lajedão, Ibirapuã e Nova Viçosa, conforme figura abaixo:

Fonte: IBGE

De acordo com os dados do censo demográfico do IBGE 2010, o município situa-se na Zona fisiográfica do extremo sul Baiano. Possui área de 2.368,75 km² e densidade demográfica média de 9,05 habitantes/km², contando com uma população de 21.414 habitantes, sendo que, 11.309 (52,8%) residem na área urbana e os restantes 10.105 (47,2%) na área rural. O município de Caravelas está inserido na Região de Planejamento e Gestão das Águas – III dos Rios Peruípe, Itanhém e Jucuruçu. Sua gestão é feita por meio do Comitê de Bacia Hidrográfica que leva o mesmo nome e que se encontra inserido na Região Hidrográfica Atlântico Leste.

8

Região de Planejamento e Gestão de Águas

Regiões de Planejamento e Gestão de Águas – RPGA – Estado da Bahia (2014) - Fonte: Inema

A Região Hidrográfica do Atlântico Leste, segundo dados da ANA (Agencia Nacional de Águas), tem uma área de 388.160km², equivalente a 4,5% do território brasileiro. Essa região contempla as capitais dos estados de Sergipe e da Bahia, alguns grandes núcleos urbanos e um parque industrial significativo. A população da Região Hidrográfica Costeira do Leste, em 2010, era de 15.066.543 habitantes, representando 7,9% da população do País. Seguindo a tendência da distribuição populacional brasileira, 75% (aproximadamente 11,2 milhões de pessoas) desse contingente encontravam-se nas cidades, principalmente nas regiões metropolitanas de Salvador e Aracaju. Na região existe uma densidade demográfica de 39 hab/km², enquanto a média do Brasil é de 22,4 hab/km².

Em toda a região estão 468 sedes municipais (8% do País). A distribuição da área da bacia nas unidades da federação é: Sergipe - 3,8%, Bahia - 66,8%; Minas Gerais - 26,2%, e Espírito Santo - 3,2%, conforme pode ser verificado no mapa apresentado a seguir.

9

Fonte: ANA (Agencia Nacional de Águas)

2.2. CARACTERÍSTICAS REGIONAIS O município de Caravelas está inserido na Zona do extremo Sul Baiano que é formada pela união de setenta municípios agrupados em três microrregiões, ocupando uma área de 54.642,35 km² e apresenta localização e população conforme os dados apresentados no quadro abaixo. Características do município de Caravelas:

10

Características Locacionais Município de Caravelas Microrregião (1) Mesorregião Sul Baiano (1) Latitude/Longitude 17° 43′ 55″ S, 39° 15′ 57″ W (3) Alcobaça, Teixeira de Freitas, Medeiros Neto, Lajedão, Municípios limítrofes Ibirapuã e Nova Viçosa (3) Área (km²) 2.368,75 km² (2) População Total (2010) 21.414 (2) Pop. Urbana (2010) 11.309 (2) Pop. Área Rural (2010) 10.105 (2) Sede, Ponta de Areia, Juerana, Santo Antônio de Barcelona Distritos (2) Rancho Alegre, Barra de Caravelas, Ferraznopolis, Nova Localidades Esperança (Espora Gato), Taquari e Nova Tribuna. Fonte: Atlas de Desenvolvimento Urbano Brasil (1), IBGE 2010 (2), e Wikipédia (3). 2.3. ASPECTOS GERAIS, FÍSICOS, SÓCIO ECONÔMICOS E DA INFRAESTRUTURA

Geologia, Geomorfologia e Recursos minerais De acordo com as Informações geológico-geomorfológicas como subsídios à análise ambiental: o exemplo da planície costeira de Caravelas – Bahia (Andrade, Dominguez), os Tabuleiros Costeiros e a Planície Costeira representam os dois grandes domínios geológico-geomorfológicos presentes no município de Caravelas. Os Tabuleiros Costeiros constituem os sedimentos areno-argilosos de idade terciária do Grupo . Esta unidade está em contato com a Planície Costeira através de uma linha de falésias inativas. As falésias ativas ocorrem ao Sul e ao Norte da área do município, onde os Tabuleiros Costeiros alcançam a linha de costa. A planície costeira engloba os sedimentos quaternários de origem marinha e flúvio-estuarina, incluindo-se aí terraços marinhos, aqui denominados de Terraços Arenosos Internos e Terraços Arenosos Externos, terraços lagunares (Terraços Argilosos), terras úmidas (Manguezais/Planície de Maré, Brejos) e Praias (Andrade 1994). Características das unidades geológicas-geomorfológicas:

11

Fonte: ANDRADE, A. C. da S. et al. Informações geológico-geomorfológicas como subsídios Boletim Paranaense de Geociências, n. 51, p. 9-17, 2002. Editora UFPR

As principais características das unidades geológico-geomorfológicas e os processos ativos associados estão descritos a seguir. -TABULEIROS COSTEIROS Os depósitos desta unidade são constituídos por sedimentos areno-argilosos, pobremente selecionados, com permeabilidade moderada e níveis cimentados por óxido de ferro. Do ponto de vista geotécnico esta unidade não deve apresentar grandes problemas à ocupação (como por exemplo, fissuras no solo, rachaduras nas casas etc), uma vez que o mineral de argila presente é do tipo não- expansivo (caolinita). Além do mais, os terrenos areno-argilosos apresentam boa capacidade de suporte (Pianca 1979). As áreas com alto declive como, por exemplo, as falésias e paredes dos vales, são altamente suscetíveis a movimentos de massa. As falésias ativas estão sujeitas a movimentos de massa rápidos (deslizamentos e desmoronamentos), sendo este último devido ao contínuo solapamento da base das escarpas pela ação das ondas. Nas falésias inativas, evidências de movimentos de massa lentos (creep, rastejamento ou reptação) são observadas. As falésias inativas também estão sujeitas a movimentos de massa rápidos. A superfície do Grupo Barreiras constitui a área de recarga do aqüífero livre, contido na mesma. Nos interflúvios, o lençol freático situa-se, em geral, entre 5 e 10 metros de profundidade (dados de poços da CERB 1972-1988). -TERRAÇOS ARENOSOS INTERNOS Os Terraços Arenosos Internos, de idade pleistocênica, ocorrem na porção interna da planície e apresentam relevo plano a levemente ondulado, com altitudes variando de 6 a 11 metros. Apresentam, em sua superfície, vestígios de antigas cristas de cordões litorâneos. Os cordões são largos e elevados, separados entre si por zonas baixas que podem ou não estar ocupadas por terras úmidas. A espessura total deste terraço situa-se na ordem de uma ou duas dezenas de metros. Esses

12

terraços são constituídos por sedimentos arenosos, de granulometria média a grossa, bem selecionados e com permeabilidade alta. É um material pouco coeso, a exceção de um nível cimentado por ácidos húmicos e óxido de ferro, situado a cerca de 3 a 4 metros da superfície. As areias, sem condição de fuga, apresentam grande sustentabilidade (boa capacidade de suporte), não sendo, portanto, obstáculo às obras de engenharia (Pianca 1979). Nos bancos côncavos de canais de maré e rios ocorre erosão desses terraços, associada à migração lateral desses cursos d’água. Esta unidade é potencialmente favorável à acumulação de água subterrânea em decorrência da boa permeabilidade e da alta pluviosidade da área estudada, ainda que constituindo aqüíferos pobres devido à sua pouca espessura. A superfície desse terraço constitui a própria área de recarga do aqüífero do Terraço Arenoso Interno que, nesse local, adquire características de aqüífero livre. A profundidade do lençol freático encontra-se a menos de 4 m. A principal restrição à ocupação desta unidade é a sua alta vulnerabilidade à poluição dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, representada pela baixa capacidade de retenção de impurezas decorrente de sua elevada permeabilidade, ausência de argila, baixo teor de matéria orgânica no solo e pela pequena profundidade em que se encontra o lençol freático. -TERRAÇOS ARENOSOS EXTERNOS Os Terraços Arenosos Externos, de idade holocênica, apresentam altitudes variando de poucos centímetros a 6 metros, com espessura entre 2,5 a 4,0 metros e ocupam uma grande extensão da planície costeira de Caravelas. Estão localizados próximos à linha de praia atual e exibem uma topografia levemente ondulada devido à presença, em superfície, de cristas de cordões litorâneos. Estes são bem delineados, estreitos, pouco elevados, com notável paralelismo e grande continuidade lateral, por vezes interrompidos por cursos d’água. São separados entre si por zonas baixas, muitas vezes ocupadas por terras úmidas. Esta unidade é constituída por areias finas a médias, bem selecionadas e com alta permeabilidade. Este tipo de substrato é considerado de excepcional qualidade para a construção civil (Pianca 1979). As areias apresentam alta sustentabilidade quando não existe possibilidade de fuga destas. Ao sul do canal de Caravelas, na Ilha da Caçumba, os depósitos arenosos desse terraço apresentam pouca espessura (aproximadamente 3 metros) e assentam-se diretamente sobre lamas plásticas de cor cinza, de origem marinha. Em Caravelas, um pacote de lama com 9 metros de espessura se encontra a 2 metros de profundidade. Estas lamas plásticas, sobre as quais os Terraços Arenosos estão assentados podem alterar as propriedades físicas do substrato e causar problemas geotécnicos (deformação e afundamento de obras de engenharia). As áreas de intercordões encontram-se, ocasionalmente, alagadas. Nas regiões de altitudes mais baixas, o alagamento ocorre geralmente nos períodos chuvosos, quando o lençol freático chega a aflorar à superfície. Nos bancos côncavos de canais de maré e rios, a migração lateral dos mesmos tem provocado erosão localizada desses terraços. Sua superfície constitui área de recarga do próprio aqüífero livre do Terraço Arenoso Externo, que está a pouca profundidade (menos de 3 metros) e que, em alguns pontos, nos períodos mais chuvosos, chega a aflorar à superfície. A alta vulnerabilidade dos aqüíferos livres à poluição favorece a contaminação dos recursos hídricos subterrâneos por atividades antrópicas. -TERRAÇOS ARGILOSOS Os Terraços Argilosos constituem os depósitos lagunares holocênicos aflorantes, que ocorrem principalmente na porção a SW da Ilha da Caçumba. Apresentam topografia plana e estão a aproximadamente 1 metro acima do nível da preamar máxima atual. Constituem os sedimentos que foram depositados num ambiente lagunar num período de nível do mar mais elevado que o atual e que, com o subseqüente abaixamento, ficaram expostos subaereamente. Estes terraços são

13

constituídos por sedimentos argilosos, moderadamente consolidados e com baixa permeabilidade. O mineral de argila presente, determinado a partir da análise de raios-x, é a caolinita (argila nãoexpansiva). Sendo assim, problemas geotécnicos como fissuras no solo, rachaduras nas casas etc. – decorrentes da expansão das argilas – são pouco prováveis. No entanto, esta unidade não apresenta boa capacidade de suporte devido ao comportamento plástico das argilas. Além do mais, a baixa permeabilidade favorece alagamentos em períodos mais chuvosos. -MANGUEZAIS/PLANÍCIES DE MARÉ A presença de uma ampla planície de maré desenvolvida em terrenos topograficamente planos e baixos, protegidos da ação de ondas e sob a influência de inundações regulares de água salgada caracteriza a porção sul da planície costeira de Caravelas. Partes da planície de maré são colonizadas pelo mangue (região de intermarés) enquanto outras são desprovidas de vegetação (região de supramaré). Os depósitos de manguezais/planície de maré são constituídos por sedimentos argilosiltosos, plásticos e inconsistentes, ricos em matéria orgânica, restos de madeira e conchas. São solos plásticos e, portanto, incapazes de suportar sem deformação estruturas como casas, estradas etc. Qualquer ocupação nestas áreas implica na realização de aterros e, conseqüentemente, na eliminação destes ecossistemas. Os manguezais são considerados ecossistemas de transição entre o ambiente oceânico e terrestre (SchaefferNovelli 1989). Devido a esta condição, estão sob forte influência dos processos marinhos e terrestres, inclusive sob efeito das atividades antrópicas desenvolvidas no continente, além dos processos atmosféricos. A área é cortada por inúmeros canais (tidal creeks), que servem de conduto para a entrada e saída das marés. É um ambiente totalmente instável por estar sujeito às inundações periódicas pela água do mar. A região de intermarés é inundada duas vezes ao dia, enquanto que a região de supramarés é inundada somente nas marés mais altas de sizígia e, esporadicamente, em marés altas de tempestade. O substrato dos bosques de mangue está sujeito a mudanças periódicas devidas à erosão e sedimentação, geralmente resultante das inundações estuarinas (Masteller 1989). Nas margens dos canais podem ocorrer deslizamentos (slumps). -BREJOS Os depósitos de brejo ocupam principalmente as zonas baixas que separam os Terraços Arenosos Internos dos Externos e os vales dos rios e riachos. No primeiro caso, tratam-se de áreas anteriormente ocupadas por lagunas, enquanto que no segundo, estão associados às planícies de inundação dos rios e riachos. Na zona, ocorrem ainda intercordões. A espessura destes sedimentos é desconhecida, contudo pode alcançar até 5 metros, por comparação com espessuras destes depósitos encontradas nas planícies costeiras dos rios Jequitinhonha-BA e Doce-ES (Dominguez 1983, Dominguez & Wanless 1991). A porção superior é capeada por uma camada de turfa com espessura decimétrica. O substrato desta unidade é constituído, via de regra, por sedimentos argilosos ricos em matéria orgânica, plásticos e com baixa permeabilidade. Em conseqüência, sua capacidade de suporte é muito baixa. Os brejos são áreas sujeitas à inundação. Podem permanecer secos em períodos de estiagem prolongada, mas, em função do clima desta região, geralmente estão alagados com água doce. Constituem um importante ecossistema. -PRAIAS As praias estão em contato direto com a água do mar, sofrendo a ação das marés, correntes e ventos. A praia é um sistema em “equilíbrio dinâmico”. Este dinamismo é representado pelas fases de erosão e deposição, cujos principais fatores controladores são: nível do mar, energia das ondas e marés,

14

suprimento de sedimentos e atividades antrópicas (Hanson 1988, Pilkey 1991). Na região foram observados, por meio de evidências de campo e da comparação de fotografias aéreas tomadas em diferentes épocas (1955, 1975, 1989 e 1991), trechos da linha de costa que apresentaram alterações perceptíveis em sua geometria durante as últimas décadas. Foram identificados, para a área estudada, trechos da linha de costa em erosão (ou recuo), em acumulação (ou progradação) e em equilíbrio. Foi, ainda, identificada uma quarta classe, aqui referida como área de mudança generalizada, que corresponde às desembocaduras dos rios Peruípe e Itanhém, onde ocorre erosão ou acumulação de sedimentos. As desembocaduras fluviais são parcialmente obstruídas por pontais arenosos e apresentam um complexo padrão de mudanças relacionadas à própria dinâmica de funcionamento destas desembocaduras. Nestas áreas, flutuações nas vazões dos rios ou correntes de maré alteram a dinâmica costeira provocando erosão e deposição localizadas, que não estão necessariamente relacionadas às tendências apresentadas pela linha de costa em regiões afastadas da desembocadura. Quanto aos recursos minerais, de acordo com o Diagnóstico socioeconômico da região Cacaueira (1975), o Brasil detém pequena reserva de rutilo no litoral do Ceará, em Goiás e também no litoral da Bahia. Rutilo é o principal mineral do minério de titânio, dióxido de titânio, menos abundante que a ilmenita. No Estado da Bahia o rutilo ocorre associado às áreas monazíticas da faixa entre os munícipios de Prado e Caravelas. Segundo Maciel (60) a reserva de rutilo associado a areias monazíticas é de aproximadamente 1% da tonelagem total de monazítica, ou seja, 5.000 t de rutilo, que é muito pequena em relação ao consumo interno. Ainda de acordo com o Diagnóstico socioeconômico da região Cacaueira (1975), a ilmenita, subordinada ao rutilo, é um dos principais minerais de titânio. É utilizada para obtenção de dióxido de titânio, de grande emprego na indústria de pigmentos, aeronáutica e de equipamentos industriais. O Brasil, embora possua inúmeras ocorrências de ilmenita, às vezes associada a outros minerais de titânio, e conte com substâncias reservas, ainda importa o minério. Na Bahia, desde 1969, encontra- se em operação a principal fábrica de dióxido de titânio do país, com capacidade atual de 44.000 t, por ano. Segundo Ferreira Neto (35) “o suprimento da Tibrás em ilmenita é ainda discutível, pois embora existam reservas utilizáveis não há estrutura mineira ainda para competir com o material importado da Austrália”. Uma empresa subsidiária da Tibrás, a Rutilo e ilmenita do Brasil – R.I.B., na tentativa de suprir a empresa em titânio vem há alguns anos prospectando o litoral sul da Bahia, onde são conhecidas de longa data extensas áreas de ocorrências de ilmenita nos depósitos de praia. Os principais depósitos estendem-se entre os municípios de Caravelas, Prado, Alcobaça, Porto Seguro, Belmonte e . É regra a associação de outros minerais pesados- monazita, zirconita e mesmo de rutilo.

Topografia O relevo baiano caracteriza-se pela grande diversidade, que inclui a existência de dunas, planícies, um planalto localizado na parte sudeste, serras e a depressão do vale do rio São Francisco que corta o Estado. O ponto mais elevado de seu território é a serra do Barbado, com 2.033 metros de altitude. A maior parte do território (80%) está situado acima dos 200m, denotando assim um estado montanhoso. Na figura abaixo é possível observar as unidades de relevo presentes no Estado da Bahia.

15

Fonte: SEI (Sistema Eletrônico de Informação) Como pode-se observar, na região do Município de Caravelas, o relevo que prevalece é a planície costeira. São planícies classificadas como costeiras pois são formadas pela ação do mar, ou seja, pela decomposição de sedimentos marinhos. Essas planícies possuem terrenos baixos e mais ou menos planos, próximos ao nível do mar, com baixa densidade de drenagem. Altitude da sede: 10m. Pedologia De acordo com a EMBRAPA, a pedologia do município de Caravelas se distribui conforme figura abaixo.

16

Fonte: EMBRAPA

Como pode-se obeservar na imagem, os domínios de solos que se encontra no municípo de Caravelas é o Latosso Vermelho Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo, Solos Halomórficos e Podzol. De acordo com a EMBRAPA, os Latossolos Vermelho-Amarelos são identificados em extensas áreas dispersas em todo o território nacional associados aos relevos, plano, suave ondulado ou ondulado. Ocorrem em ambientes bem drenados, sendo muito profundos e uniformes em características de cor, textura e estrutura em profundidade. São muito utilizados para agropecuária apresentando limitações de ordem química em profundidade ao desenvolvimento do sistema radicular se forem álicos, distróficos ou ácricos. A classe dos Podzólico Vermelho-Amarelos está presente em todo o território nacional, do Amapá ao Rio Grande do Sul, constituindo a classe de solo das mais extensas no Brasil, ao lado dos Latossolos. Ocorrem em áreas de relevos mais acidentados e dissecados do que os relevos nas áreas de ocorrência dos Latossolos. As principais restrições são relacionadas à fertilidade, em alguns casos, e susceptibilidade à erosão. Os solos halomórfico, também chamando de solos salinos, caracterizam-se pelo alto índice de sais solúveis, próprios de regiões áridas e próximas ao mar. Possuem uma baixa fertilidade. Os podzóis são solos férteis, graças à acumulação de minérios, húmus e matéria orgânica, e são próprios de climas frios e temperados. Processos erosivos e sedimentológicos O termo “erosão” se refere a um conjunto de processos associados à desagregação, remoção, transporte e deposição de rochas e materiais sedimentares, estando sua ocorrência ligada a um conjunto de fatores, como a composição litológica, a atuação climática e a conformação do relevo. Os agentes erosivos são a água da chuva, os ventos, a gravidade e, ainda, a ação do gelo. O estado da Bahia tem 26% do litoral em erosão, 6% em progradação e 8% estabilizado por obras de engenharia. Os números mostram que a maior parte da linha de costa encontra-se em equilíbrio. Os principais casos de erosão estão associados à dinâmica de desembocaduras fluviais (migração lateral no caso de pequenos cursos d’água, mudanças na configuração das barras de desembocadura e variações naturais da vazão sólida e líquida). Outros casos de erosão severa estão associados à retenção de areia por instalações portuárias (Ilhéus) e em cabos inconsolidados (Caravelas). Os casos mais significativos de progradação foram verificados nas desembocaduras dos rios Jequitinhonha e Contas.

17

De acordo com o relatório de Vulnerabilidade costeira em praias do norte do Espírito Santo e sul da Bahia- Juliana dos Santos Ribeiro (2014), o índice de vulnerabilidade costeira resultante para Caravelas foi de 4,10, indicando uma vulnerabilidade moderada à erosão costeira. A morfologia da Praia da Barra e da Praia do Grauçá foi classificada como de alta vulnerabilidade, uma vez que há índícios de erosão em parte do trecho. Não há presença de obras de engenharia costeira e a região é margeada pelo rio Caravelas. A vegetação se apresenta de forma significativa, mas com evidências de erosão. Quanto aos ângulos incidentes das ondas, Caravelas não teve ângulos de alta vulnerabilidade, apresentou 5 ângulos de média vulnerabilidade e 13 de baixa. A força das ondas foi classificada como fraca. O regime de tempestade predominante na localidade é o de inundação. A maioria da área analisada (52,87%) está numa altura menor do que 3 metros. Áreas de fragilidade De acordo com o relatório Ação Emergencial para Delimitação de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa do CPRM (2014), em Caravelas foram diversos aspectos observados tidos como indícios ou evidências de movimentos de massas e situações de risco. Entre eles estão trincas em muros e paredes, trincas longitudinais em trilhas, depressão de pavimentos, presença de voçorocas, presença de areia lavada em canalizações abertas, inclinação e tombamento de obras, embarrigamento de muros de contenção, descalçamento de fundações e outros. A localização da construção e o próprio histórico local de acidentes pretéritos (relatos de moradores antigos) são também levados em consideração. Um setor de alto e muito alto risco da área urbana e distritos do município de Caravelas é a Rua da Matriz, na Barra de Caravelas. É possível observar essa área na figura a seguir.

Fonte: CPRM (2014)

Os problemas mais graves foram identificados em áreas onde predominou a ocupação desordenada e irregular e a despeito da ação contínua da fiscalização, pessoas insistem em ocupar áreas com histórico de inundação, nas margens e nas planícies de inundação dos rios. Predomina nesses locais a ausência de:

18

1. Melhorias na infraestrutura urbanística; 2. Rede de esgoto, que contemple todas as casas; 3. Rede de drenagens de águas pluviais eficientes, para aumentar a velocidadede escoamento das águas para fora da área de inundação; 4. Manutenção dos canais que trazem as águas pluviais; 5. Políticas de controle urbano para evitar construções e intervençõesinadequadas em áreas de inundação; 6. Pluviômetros, que registrem a precipitação diária das chuvas, para à detecção antecipada de possíveis precipitações anômalas; 7. Marcadores de nível d'água dos rios em diversos pontos do município, para auxiliar no alerta de cheias; 8. Sistema de alerta para chuvas anômalas, para que os moradores possam ser removidos temporariamente do local com antecedência. Alguns distritos instalados na planície de inundação, como por exemplo: Barra de Caravelas sofre com inundações e estas são agravadas pelo mau dimensionamento da drenagem e pelo parcial estrangulamento do leito do rio, como por exemplo, ocorre sob a ponte sobre o rio Acare que tem o seu vão estreitado e não suporta uma maior vazão proveniente de chuvas anômalas, se comportando como uma “barreira”, impedindo qualquer extravasamento das águas dos rios ao mar. A situação é agravada quando há a combinação de fortes chuvas e maré cheia que dificulta o escoamento das águas.

Fonte: CPRM

O nível d’água ultrapassou a marca de 1 metro das residências.

19

Fonte: CPRM O rio Acare tem seu leito estreitado devido ao pequeno vão da ponte, o que dificulta a vazão em dias de chuvas.

Fonte: CPRM Casas construídas indevidamente às margens do rio Acare ocupando inadvertidamente a planície de inundação.

Mau dimensionamento da rede de drenagem pluvial, a qual não permite uma eficiente vazão das águas.

20

Com relação às áreas de inundação, foi constatada a falta de um sistema de alerta para a remoção temporária da população, durante os eventos de precipitação elevada com risco de inundação - com ou sem influência do regime de marés. Mesmo que o risco de morte seja baixo, as pessoas precisam ser avisadas com a antecedência da possibilidade de atingimento pelas águas, para se evitar as perdas materiais ou proliferação de doenças. Em linhas gerais os principais tipos de risco e maior impacto a população foram inundações. Os escorregamentos são inexistentes no município.

Vegetação O domínio terrestre do município está todo inserido no bioma mata atlântica (THOMAS, 2003), e as formações vegetais presentes em seus limites são: - as florestas ombrófilas, de tabuleiro e de mussununga (essas muito impactadas pela monocultura de eucalipto e a pecuária), os manguezais (associados ao estuário do rio Caravelas) e as restingas (fragmentadas por ocupações humana, pecuária e monoculturas de coco e eucalipto).

Clima

O clima de Caravelas é considerado tropical (do tipo Af na classificação climática de Köppen-Geiger), com muitas chuvas durante todos os meses e temperatura média anual de 24,3 °C. Fevereiro é o mês mais seco do ano, apresentando uma média de 68 mm e novembro é o mês de maior precipitação, com uma média de 200 mm. O mês mais quente do ano é janeiro com uma temperatura média de 26,6 °C, enquanto junho é o mais frio, apresentando uma temperatura média de 22,3 °C. A precipitação média anual é de 1519 mm.

Uso e Cobertura do Solo Tendo-se por base as informações disponibilizadas pelo IBGE (2014) em relação ao uso da terra no Brasil foi possível determinar o uso e cobertura no município de Caravelas. A distribuição está apresentada na figura a seguir.

21

Fonte: IBGE 2014

22

Nas imagens abaixo destacam-se o Município de Caravelas e legenda com a classificação das áreas.

Uso da terra no município de Caravelas

Fonte: IBGE 2014

Percebe-se, em linhas gerais, que o Município de Caravelas possui extensas áreas associadas às atividades voltadas para silvicultura, pastagem natural, pequenas áreas de vegetação florestal com atividade agrícola e ainda pequenas porções associadas à pastagem com manejo.

23

Áreas de Preservação Permanente

Determinar as Áreas de Preservação Permanente (APP) de forma precisa e ágil é de extrema importância para o meio ambiente, pois são áreas que tem a função de garantir o equilíbrio do uso da terra com a manutenção da vegetação nativa, proteção dos recursos hídricos e a estabilidade geológica, bem como a preservação da paisagem, proteção do fluxo gênico da fauna e flora e o bem- estar das populações humanas (BRASIL 2012).

Os usos e proteção destas áreas estão regulamentados segundo o atual código florestal, Lei 12.651/12, e também pela a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), 303/2002. Constantemente, as APP são submetidas às pressões antrópicas, sendo uma das principais causas da degradação das APP o crescimento desordenado dos municípios e o desmatamento. As Intervenções nas APP para promover novas áreas agrícolas comprometem posteriormente, a reposição de água nos aquíferos, a qualidade de água superficial e subterrânea, perda de solo, ameaças à saúde humana e a sanidade dos mananciais, além de comprometer a produção de alimentos (RIBEIRO et al, 2015).

A área de Preservação Permanente - APP e, em especial, a vegetação que a reveste deve ser mantida ou recomposta para garantir e recuperar suas funções ambientais.

A supressão de vegetação em áreas de Preservação Permanente – APP bem como a ocupação total ou parcial ou qualquer tipo de interferência antrópica só serão permitidas no caso de implantação de empreendimentos de utilidade pública, interesse social ou atividades de baixo impacto, nas condições estabelecidas na legislação federal pertinente, Resolução CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006 e em suas normas regulamentares.

Os manguezais, em toda sua extensão compreendendo mangues, restingas estabilizadoras de mangue e praias nas margens dos cursos d'água limitadas pelo mangue, são considerados Reservas Ecológicas - Áreas de Preservação Permanente.

Áreas de Proteção Ambiental A seguir estão listadas as Áreas de Proteção Ambiental do município de Caravelas. -Parque Nacional Marinho de Abrolhos: àrea de preservação criada em 1983 com 91.300 ha, sob controle do IBAMA e apoio da Marinha, abrangendo o Parcel de Abrolhos, um arquipélago com 5 ilhas de origem vulcânica e os Recifes das Timbebas. Foi o primeiro parque marinho a ser criado no Brasil. Seu nome deve-se à frase “Quando te aproximares da terra, abre os olhos” dita por Américo Vespúcio em 1503. A atração principal fica por conta das baleias Jubarte, corcunda ou cantora que usam o Parque como área de reprodução e criação de filhotes, entre os meses de julho a novembro, mas ainda conta com gaivotas, tartarugas marinhas, atobá branco e marrom, pelicanos, golfinhos e diversas espécias marinhas. -Área de Proteção Ambiental Ponta da Baleia: Área de Preservação com 34.600 ha, criada em 1993, nas terras dos municípios de Alcobaça e Caravelas, abrangendo o litoral e a área oceânica próxima ao arquipélago de Abrolhos. Protege os recifes, os bancos coralíneos associados à fauna e à flora marinha e os estuários dos rios que abrigam extensos manguezais. Recebe a visita anual das baleias jubarte, tartarugas-marinhas e aves migratórias. -Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fazenda Ivaí: Área de preservação de Mata Atlântica com 469,1 ha, criada em 1990.

24

-Reserva Particular do Patrimônio Natural da Lagoa do Peixe: Área de preservação de Mata Atlântica com 31 ha, criada em 2000. -A região ainda abriga também um importante conjunto de Unidades de Conservação: em sua porção costeiro-marinha estão as Reservas Extrativistas do Cassurubá (municípios de Caravelas, Nova Viçosa e Alcobaça/BA). Na figura abaixo pode-se observar as áreas de proteção Estadual e Federal do município de Caravelas.

Fonte: Diagnóstico sobre o turismo e uso público nas unidades de conservação federais do extremo sul da Bahia (2014)

Hidrografia superficial

O Município de Caravelas está inserido na Região de Planejamento e Gestão das Águas III dos Rios Peruípe, Itanhém e Jucuruçu e sua gestão é feita por meio do Comitê de Bacia Hidrográfica que leva o mesmo nome. O principal instrumento de gestão é o Plano de Bacia, responsabilidade do órgão gestor estadual.

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos

25

O município de Caravelas é privilegiado pela bacia do rio Peruípe. De acordo com a Biota Neotropica (2007), a Bacia do Rio Peruípe está localizada entre os paralelos 17° 24’ e 17° 58’ S e os meridianos 39º 21’ e 40° 09’ W, limitada ao norte pela Bacia do Rio Itanhém, ao sul e oeste pela Bacia do Rio , e a leste pelo Oceano Atlântico. A bacia do Rio Peruípe ocupa uma área de 4.780 km2 (MMA/SRH 1997) e apresenta uma densa malha de drenagem em forma de leque. Possui muitos tributários, entre os quais se destacam os rios Peruípe Sul e Peruípe Norte. O Rio Peruípe Sul nasce a aproximadamente 345 m de altitude, no município de Ibirapuã, próximo à divisa estadual Minas Gerais – Bahia, com uma extensão de 63 km e possui sentido de escoamento nordeste até sua confluência com o Rio Peruípe Norte. Seu principal tributário é o Rio do Meio ou Rio do Pato, que nasce a uma altitude aproximada de 248 m, no município de Ibirapuã. O principal formador do Rio do Meio é o Córrego do Queijada. O Rio Peruípe Norte é formado pelas confluências do Córrego do Vinho e Córrego Barcelona. O Córrego do Vinho nasce a aproximadamente 220 m de altitude, próximo à fronteira dos municípios de Medeiros Neto e Caravelas, e desce suavemente até juntar-se ao curto Córrego Barcelona para formar o Rio Peruípe Norte. Este braço da bacia tem uma extensão de 45 km e seu sentido de escoamento é sudeste, até o ponto de confluência deste com o Rio Peruípe Sul. O Rio Peruípe recebe este nome após a confluência dos Rios Peruípe Norte e Peruípe Sul, aproximadamente 5 km à montante da cidade de Helvécia, e tem uma extensão de 58 km (MMA/SRH 1997). O Rio Pau Alto nasce a aproximadamente 198 m de altitude, próximo à fronteira entre Minas Gerais e Bahia e forma uma bacia mais ao Sul correndo no sentido Oeste-Leste, só indo encontrar o Rio Peruípe praticamente na sua Foz. Um dos formadores do Rio Pau Alto é o Córrego da Estiva. Optou-se por dividir a bacia em trechos de acordo com os quadrantes longitudinais. O curso superior do Rio Peruípe é considerado como sendo a malha fluvial entre as longitudes 40° 00’ W e 40° 30’W; o curso médio entre as longitudes 40° 00’ W e 39° 30’ W; e o baixo curso do Peruípe, localmente chamado de Rio Caravelas, está entre a longitude 39° 30’ W e o delta. Localização da Bacia do Rio Peruípe

Fonte: Biota Neotropica

Bacia do Rio Peruípe

26

Fonte: Biota Neotropica

Disponibilidade hídrica e monitoramento hidrológico Em função da hidrografia o município de Caravelas conta com as principais disponibilidades de mananciais superficiais e subterrâneos: • Rio Caravelas: O rio Caravelas tem como principais afluentes os rios Cupido, Jaburuna, Macaco, Caribê e Largo, que são abastecidos pelo regime de precipitação geral da bacia hidrográfica do extremo sul baiano, recebendo águas do escoamento superficial de uma bacia de drenagem relativamente pequena (±600 km²) e sua descarga fluvial não é monitorada. O rio Caravelas é navegável e apresenta grande variedade de peixes. Abriga a Ilha do Pontal do Sul, grande extensão de manguezal e uma faixa de Mata Atlântica, que são convites aos passeios ecológicos. • Rio Peruípe: Rio que nasce no Município de Nova Viçosa, pela confluência dos Rios Peruípe Sul e Peruípe Norte, é navegável desde o canal principal até os do manguezal e braços de mar, em barco, lancha ou canoa. Próximo a foz, recebe as águas dos rios Pitu-açu, Pau Alto, Marobá e de inúmeros riachos, formando um emaranhado de caminhos aquáticos que ligam ao Rio Caravelas. Desemboca na Praia da Barra, em Nova Viçosa. O Rio Peruípe tem uma bacia de drenagem aproximada de 4.600 km². • Rio do Macaco: Rio navegável e com grande variedade de peixes. • Rio Caribê: Rio navegável e com grande variedade de peixes. • Rio Massangano: Rio navegável e com grande variedade de peixes. • Rio do Cupido: Rio navegável e com grande variedade de peixes. • Poços Profundos: A disponibilidade de água subterrânea é suficiente para atendimento da sede e demais localidades.

27

Fonte: Diagnóstico sobre o turismo e uso público nas unidades de conservação federais do extremo sul da Bahia (2014)

Caravelas possui estações pluviométricas e é ausente de estações fluviométricas. Os dados relativos às estações pluviométricas são mostrados na tabela abaixo. Códido Estação Entidade Nome da Estação Entidade Operadora Município Pluviométrica Responsável 1739012 Ponta Da Areia (Efbm) ANA ANA Caravelas 1739011 Caravelas (Sbcv) DEPV DEPV Caravelas 1739013 Emarc - T. Freitas CEPLAC CEPLAC Caravelas 1739008 Caravelas SUDENE SUDENE Caravelas 1739007 Caravelas INMET INMET Caravelas Fonte: Hidroweb

Hidrogeologia Na região da Bahia, os domínios hidrogeológicos podem ser observados na imagem abaixo.

28

Fonte: CPRM

Como pode-se observar, o domínio hidrogeológico da região do munícipio de Caravelas são Formações Cenozóicas do tipo poroso com médio a alto potencial. O mapa a seguir mostra os principais aquíferos do Brasil e onde se localizam. Como pode-se observar, no munícipio de Caravelas encontra-se o aquífero Barreiras.

29

Fonte: MMA 2003

Sob a denominação genérica de Coberturas Cenozóicas, este grupo engloba o aquífero Barreiras, de grande importância regional que deve ser individualizado como uma unidade aquífera independente que ocorre ao longo do litoral Atlântico, principalmente na região sul do estado da Bahia, onde a densidade de drenagem é alta com uma frequência acentuada do padrão de drenagem paralelo.

Gestão ambiental e de recursos hídricos A elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado da Bahia (PERH-BA) foi contratada pela Superintendência de Recursos Hídricos (SRH) da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) com o Consórcio MAGNA-BRLi/GERSAR, através do Contrato nº 046/01-SRH/PGRH/BIRD, firmado em 05 de outubro de 2001, tendo sido conduzida de acordo com os delineamentos estabelecidos na Lei Nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, segundo a qual os Planos de Recursos Hídricos caracterizam-se, na perspectiva do País, como planos diretores destinados a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.

30

O PERH-BA também foi pautado pela perspectiva do longo prazo, segundo a qual o planejamento deve estar compatível com os períodos de implantação dos programas e projetos, estruturados segundo conteúdo mínimo que envolva a formulação de diagnóstico dos recursos hídricos, a análise das alternativas de crescimento demográfico, a evolução das atividades produtivas e as conseqüentes modificações dos padrões de ocupação do solo e seja pautado pelo balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, vis-à-vis os conflitos atuais e potenciais.

Afinado com os princípios da Política Nacional de Recursos Hídricos, o PERH-BA também contém explicitações sobre metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis. Envolveu, em conseqüência, novas medidas de ação programática, além de dar seqüência a trabalhos que se encontram em andamento no Estado, a cargo de órgãos setoriais e multissetoriais.

Na linha das orientações que estão sendo privilegiadas pelo Governo do Estado, o Plano, conforme elaborado, conferirá prioridade aos serviços de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de sua dominialidade, estabelecendo diretrizes e critérios para a cobrança destes recursos. Nessa linha, colocará em prática iniciativas destinadas à criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos.

As ações do Plano foram definidas segundo as possibilidades e restrições das treze principais Bacias Hidrográficas do Estado, tomando por base as informações geradas nas unidades de balanço hídrico destas bacias. Para melhor pautar as ações de planejamento de curto e médio prazos, tais informações foram agregadas em conformidade com os condicionantes das dezessete Regiões de Planejamento e Gestão da Água - RPGA resultantes do estudo combinado das diferentes regionalizações existentes no Estado.

O estado da Bahia está dividido em sete Mesoregiões. A nomeação destas regiões são: Metropolitana de Salvador, Extremo Oeste Baiano, Vale São Franciscano da Bahia, Centro Sul Baiano, Sul Baiano, Centro Norte Baiano e Nordeste Baiano.

Caravelas se localiza ao Sul do Estado; Divisão Regional: Mesorregião Sul Baiano, na Microrregião Geográfica Porto Seguro. Está inserida nas Regiões de Planejamento e Gestão das Águas III– dos Rios Peruípe, Itanhém e Jucuruçu e sua gestão é feita por meio do Comitê de Bacia Hidrográfica que leva o mesmo nome, estando vinculada à Região Hidrográfica do Atlântico Leste.

Assim, entende-se a importância da gestão ambiental dentro da bacia hidrográfica, de forma a proporcionar o ganho ambiental em ações de preservação e de melhoria da qualidade de vida da população.

Aspectos socioeconômicos

Origem do município

O atual Município de Caravelas foi um dos primeiros pontos visitados pelos navegadores, pois em 1503 ali aportou o navegador Américo Vespucci. Este, retornando a Portugal, primeiro fundou uma feitoria, deixando nela 24 homens, e fortificada por 12 peças de artilharia. Esta feitoria perdeu-se com o tempo, supondo-se que tenha sido destruída pelos índios daquela região. Na época em que o Brasil esteve dividido em capitanias hereditárias, as terras de Caravelas pertenciam à capitania de Porto Seguro,

31

doada a Pero Campos Tourinho, em Carta-Régia de 27 de maio de 1534. O desbravamento e colonização de Caravelas tiveram início em 1549 quando o 1° governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, cumprindo ordens de Portugal, iniciou e incentivou a colonização do litoral e a penetração pelo interior. A bandeira de Espinoza foi, sem dúvida, a primeira a tocar o porto de Caravelas, pois percorreu o litoral desde Jequitinhonha até São Mateus. Contudo, não se tem notícia da fundação de algum povoado. Somente em 1581 um missionário, cujo nome é ignorado, fundou uma aldeia, erigindo ali uma igreja que chamou de Santo Antônio do Campo dos Coqueiros. Essa aldeia, mais tarde, foi abandonada por seus habitantes, voltando a ser agrupada e a apresentar progresso a partir de 1694. Pois já em 1700 foi elevada à categoria de vila, com o nome de Santo Antônio do Rio das Caravelas e confirmado em alvará real no ano seguinte. A Lei provincial n. 521, de 23 de abril de 1855, deu foros de cidade a sede do Município, denominando-a Cidade de Caravelas com um único distrito-sede já criado em 1755 (18 de janeiro). Até 1938 assim permanecia quando começou a sofrer reformulações administrativas, chegando a 1960, com 6 distritos. Depois desta data, sofreu desmembramentos ficando, em 1963 reduzido aos distritos de Caravelas (sede), Juerana. Ponta de Areia e Santo Antônio de Barcelona. População, dinâmica social e desenvolvimento urbano Conforme dados apresentados pelo Atlas do Desenvolvimento Humano (PNUD, 2013), Caravelas entre 2000 e 2010, a população cresceu a uma taxa média anual de 0,63%, enquanto no Brasil foi de 1,17%, no mesmo período. Nesta década, a taxa de urbanização do município passou de 51,40% para 52,81%. Em 2010 viviam, no município, 21.414 pessoas. Entre 1991 e 2000, a população do município cresceu a uma taxa média anual de 0,32%. Na UF, esta taxa foi de 1,08%, enquanto no Brasil foi de 1,63%, no mesmo período. Na década, a taxa de urbanização do município passou de 45,72% para 51,40%.

População Total, por Gênero, Rural/Urbana - Município - Caravelas – BA

População % do Total População % do Total População % do Total População (1991) (1991) (2000) (2000) (2010) (2010)

População total 19.535 100,00 20.103 100,00 21.414 100,00

População residente 9.928 50,82 10.228 50,88 10.873 50,78 masculina

População 9.607 49,18 9.875 49,12 10.541 49,22 residente feminina

População urbana 8.932 45,72 10.332 51,40 11.309 52,81

População rural 10.603 54,28 9.771 48,60 10.105 47,19 Fonte: PNUD, Ipea e FJP

32

Predomina no município a população de faixa etária entre 15 a 64 anos, equivalente a 63,89% do total, seguida pela população com idade menor que 15 anos (29,17%). A faixa etária acima de 65 anos representa 6,94% da população. Quanto ao número de homens e mulheres, o mesmo é relativamente próximo, correspondendo a 50,78% e 49,22% da população, respectivamente.

Fonte: IBGE

Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais (ou seja, o percentual dessa população que era economicamente ativa) passou de 62,10% em 2000 para 62,26% em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população economicamente ativa que estava desocupada) passou de 14,82% em 2000 para 13,52% em 2010. Em 2010, das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município, 32,51% trabalhavam no setor agropecuário, 0,16% na indústria extrativa, 4,62% na indústria de transformação, 6,27% no setor de construção, 0,43% nos setores de utilidade pública, 7,89% no comércio e 34,81% no setor de serviços. Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, o Município de Caravelas apresenta IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – em 2010 igual a 0,616. Levando-se em conta que o Índice varia entre 0 e 1 e que valores mais próximos de 1 correspondem a um desenvolvimento humano melhor, o município é enquadrado como médio desenvolvimento humano (IDHM entre 0,600 e 0,699). A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,791, seguida de Renda, com índice de 0,626, e de Educação, com índice de 0,473 e ocupa a 3771ª posição no ranking em relação aos 5.565 municípios do Brasil. Desde 1991 o IDHM do município vem aumentando a cada avaliação realizada, seguindo a mesma tendência geral para os diversos municípios do estado e do país. Entre 1991 e 2000, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi educação (com crescimento de 0,215), seguida longevidade e por renda.

33

Habitação

A tipologia das edificações é prioritariamente térrea e unifamiliar.

Para complementar o entendimento sobre a ocupação do município de Caravelas é importante ressaltar a sua infraestrutura habitacional, apontando as áreas de maior concentração populacional, bem como a maneira como estão consolidadas. Atualmente, a população caravelense se concentra, principalmente, na área urbana do distrito sede e em aglomerados urbanos nos demais distritos e povoados.

Muitas casas foram construídas no período colonial neoclássico, com fachadas em azulejos de Macau – datam do século XIX, período pleno na economia da cidade por conta do plantio de café e do intenso comércio no porto. Também é importante apontar a existência de habitações precárias e de coabitação familiar, traduzidas pelo déficit habitacional básico do município, relacionado a moradias sem condições de serem habitadas em razão da precariedade das construções ou do desgaste da estrutura física. No que tange o acesso à infraestrutura e saneamento básico pela população residente em habitações precárias, sua precariedade está relacionada com a situação de irregularidade das ocupações e parcelamentos, com a inadequação da moradia (ausência de unidade sanitária, estado de conservação) e com a falta de acesso a equipamentos e serviços públicos. Tal situação também é observada em moradias rurais do município

Saúde

Doenças relacionadas à ausência de saneamento básico ocorrem devido à dificuldade de acesso da população a serviços adequados de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais, coleta e destinação de resíduos sólidos. Podem ser transmitidas por contato da pele com solo e lixo contaminados, bem como pela ingestão de água contaminada por agentes biológicos (por contato direto ou por meio de insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico). A presença de esgoto, água parada e lixo são exemplos de condições que contribuem para o aparecimento de insetos e parasitas transmissores de doenças.

De acordo com o IBGE, a taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 21,01 para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias são de 0.3 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 120 de 417 e 333 de 417, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 1076 de 5570 e 3907 de 5570, respectivamente.

Atividades e vocações econômicas De forma geral, as principais atividades econômicas da região são: agricultura, pecuária, pesca e turismo. Na agricultura, a região de Caravelas está economicamente baseada especialmente na produção de banana, borracha, cacau, café, coco-da-baía, goiaba, laranja, limão, mamão, maracujá, pimenta-do- reino e urucum que são lavouras permanentes. Quanto às lavouras temporárias, Caravelas é beneficiado com lavouras de abacaxi, amendoim, cana-de-açúcar, feijão, mandioca, melancia e milho.

34

A pecuária ocupa também grande parte das propriedades rurais, abrigando importantes rebanhos bovinos com um total de cerca de 55.427 cabeças, e outros rebanhos menores como bubalino, caprino, equino, ovino, galináceo e suíno, além da produção do mel de abelha. O município de Caravelas é a porta de entrada para o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, aonde partem os barcos que levam ao arquipélago, considerado um dos melhores pontos do mundo para a prática do mergulho. Dados de monitoramento pesqueiro mostram que a pesca nas regiões vizinhas ao Parque movimenta mais de R$ 100 milhões por ano, o que representa 10% da receita da atividade no Brasil. A unidade assegura a procriação das espécies contribuindo para a manutenção da pesca nas regiões vizinhas, que é o meio de subsistência para cerca de 20 mil pessoas na região. O turismo é outra expressão da importância econômica da unidade, o fluxo turístico gerado pelo Parque garante centenas de empregos em hotéis, pousadas, restaurantes e demais atividades ligadas ao setor. Segundo dados do PRODETUR o turismo representa 20% do PIB dos municípios da Costa das Baleias, zona turística correspondente ao litoral do extremo sul da Bahia. Pesquisas da BAHIATURSA apontam que mais de 90% dos turistas que visitam a região tem como motivação principal os atrativos naturais. As águas claras de temperatura amena, naufrágios e a rica fauna marinha fazem do Parque dos Abrolhos o atrativo natural mais importante da Costa das Baleias. Segundo dados do IBGE (2014), o Produto Interno Bruto Total do Municipal (PIBM) de Caravelas, era de R$ 287.036.000,00 o que equivale a um PIB per capita de R$ 12.790,13. O setor de Agropecuária possui o maior índice de contribuição no PIB municipal, sendo que o setor industrial foi o que apresentou o menor índice. Já o setor de serviços mostrou boa evolução. A Tabela abaixo apresenta a evolução do PIB de Caravelas para os anos de 2005, 2010 e 2014.

Setor 2005 2010 2014 Agropecuária 134.458 102.882 108.688 Indústria 4.554 38.342 12.730 Serviços 26.246 62.630 85.344 Administração, saúde e educação públicas, seguridade social e impostos 30.664 58.947 80.275 Fonte: IBGE

Mão De Obra Ocupada Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais (ou seja, o percentual dessa população que era economicamente ativa) passou de 62,10% em 2000 para 62,26% em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população economicamente ativa que estava desocupada) passou de 14,82% em 2000 para 13,52% em 2010. Em 2010, das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município, 32,51% trabalhavam no setor agropecuário, 0,16% na indústria extrativa, 4,62% na indústria de transformação, 6,27% no setor de construção, 0,43% nos setores de utilidade pública, 7,89% no comércio e 34,81% no setor de serviços.

35

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Distribuição da Mão-de-obra Ocupadas por Setor - Fonte: IBGE

36

Sistema viário e transporte

Quanto à característica do arruamento na Sede as ruas do centro são em poliédricos/paralelepípedos ou em intertravado de concreto sendo que muitas não são pavimentadas. Essa característica se repete nas outras localidades. Em Caravelas, como na maioria das cidades, o transporte intramunicipal é uma concessão pública de prestação de serviço.

Energia Elétrica

A Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA) atende a distribuição de energia elétrica no município de Caravelas.

Sistemas de Comunicação

Podem ser identificados quatro principais sistemas de comunicação para a análise: telefonia fixa, telefonia móvel, comunicação de multimídia e televisão por assinatura.

Prestadoras Antenas Participação CLARO 2 28,57% OI 3 42,86% TIM 1 14,29% VIVO 1 14,29% Total de Antenas 7 100% Fonte: Telebrasil

Meios diversos: -Jornais e sites; -Rádios; -TV aberta.

37

ACESSOS AO MUNICÍPIO Seus principais acessos são as rodovias BR-418, BR-101, BA-001, BA-489.

Mapa de localização e acesso ao município de Caravelas - Fonte: DERBA

As distâncias do município à capital do Estado, Salvador e principais centros, são apresentados no Quadro abaixo.

Características do Macroacesso do município de Caravelas Município Distância (km) Centro Vias de Macroacesso BR-324/ BR-101/ BA-489/ BA-001/ 721 Salvador BR-418 927 Rio de Janeiro BR-101/ BR-418 Caravelas 1.334 São Paulo BR-381/ BR-120/ B3-116/ BR-418 404 Vitória BR-101/ BR-418 1.406 Brasília BR-040/ BR-259/ BR-116/ BR-418 Fonte: Google Maps Os acessos existentes entre os municípios limítrofes e seus distritos e localidades rurais, bem como às áreas de serviços públicos como captações, estações de tratamento de água, estações de tratamento de esgotos e aos aterros sanitários/controlados ou lixões se consolidam por vias federais, estaduais ou mesmo por vias locais. A seguir são apresentadas as distâncias entre os municípios. Distâncias entre Caravelas e os outros municípios Município Distância aproximada a (km) Principais Vias de Macroacesso (Rodovias) Porto Seguro – 257 km BR-367/ BR-101/ BA-489/ BA-001/ BR-418 Caravelas Eunápolis – 194 km BR-101/ BA-489/ BA-001 – 754 km BA-502/ BR-101/ BA-489/ BA-001/ BR-418 Fonte: Google Maps

38

3. DIAGNÓSTICO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 3.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS A Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. - EMBASA é responsável pelo sistema de abastecimento de água e também responsável pela coleta e tratamento do esgoto sanitário apenas na Sede. A concessão encontra-se vencida desde maio de 2012 e até o momento não foi celebrada nova contratação dos serviços para a manutenção da prestação pela EMBASA com o município de Caravelas. A EMBASA é uma empresa de economia mista e capital fechado, pessoa jurídica de direito privado, tendo como acionista majoritário o Governo do estado da Bahia e foi criada em 11 de maio de 1971 pela Lei Estadual 2.929. Seu principal acionista é o Governo do Estado da Bahia. A atribuição principal da empresa é construir, operar e manter sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. A Prefeitura Municipal de Caravelas é a responsável pela operação do sistema de abastecimento de água do distrito de Juerana e outras pequenas localidades, tais como Nova Tribuna, Ferraznópolis, Taquari e Nova Esperança (Espora Gato) e quanto ao sistema de esgotamento sanitário é praticamente inexistente. O abastecimento de água é o principal eixo atual do saneamento no município. De acordo com o SNIS (2015), no município de Caravelas, 11.908 habitantes são atendidos pelo sistema de abastecimento de água e o índice de atendimento urbano de água é de praticamente 100% e aproximadamente 53% da população total. Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, atualmente, existem deficiências decorrentes da ausência de redes e sistema de tratamento dos esgotos, o que reflete diretamente nas condições sanitárias do Município. Somente a população urbana da Sede possui sistema de coleta de esgoto e tratamento adequado. Este sistema, conforme notícia do Governo do Estado, teve inauguração em setembro de 2016 e atende a cerca de 95% da Sede do município. Conforme edital de licitação da PMI, os distritos e localidades não possuem sistema de esgotamento sanitário, existindo apenas fossas. Entretanto, no distrito de Barcelona, uma parte do esgoto é coletada por um sistema de esgotamento simples e lançado no córrego próximo, sem tratamento. De acordo com o relatório AGERSAXEMBASA (2016), consta que: “Segundo informações do Censo Demográfico FIBGE (2010), dos 5.698 domicílios particulares permanentes com banheiro ou sanitário de Caravelas, 16,79% lançam os esgotos sanitários na rede geral e 83,21% o fazem por meio de fossas tipo sépticas ou de outras formas, sendo que 418 domicílios sequer possuem banheiro ou sanitário”. A Lei Federal 11.445/2007 estabelece a obrigatoriedade de elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico pelo titular dos serviços, que deve contemplar, entre outros, o diagnóstico dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, assim como, as projeções para a gradual universalização dos serviços no horizonte de 20 anos. O município de Caravelas não possui plano municipal de saneamento (PMS) vindo o presente documento preencher esta lacuna com relação ao abastecimento de água e esgotamento sanitário. O referido Plano é premissa para a celebração de eventuais contratos que tenham por objeto a prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, o qual deverá considerar metas de universalização e melhoria da qualidade dos serviços.

39

3.2. CONDIÇÕES DOS MANANCIAIS As condições dos mananciais de abastecimento de água, no que diz respeito à proteção da bacia de contribuição, estão associadas a fatores como o estado da cobertura vegetal, a qualidade da água, fontes de poluição e ocupações por assentamentos humanos, dentre outros aspectos. Caravelas á abastecida por poços profundos que extraem água de aquífero subterrâneo. De acordo com o relatório anual ao consumidor, os poços captam água de lençois profundos que estão situados fora do perímetro Urbano. São bem protegidos, não havendo riscos evidentes de sofrerem contaminações e a água é de ótima qualidade. Através dos parâmetros analisados, não há evidências de que existem contaminações por elementos e ou substâncias químicas indesejáveis. O órgão responsável pelo monitoramento e proteção dos mananciais, na Bahia, é o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Inema. A qualidade da água fornecida pela Embasa é controlada diariamente na captação, durante o processo de tratamento e na operação de distribuição, até chegar ao consumidor. São analisados, também, todos os produtos químicos utilizados para o tratamento da água. O controle da água distribuída é realizado através de análises execuadas em laboratórios próprios da Embasa e/ou terceirizados, seguindo diretrizes do Ministério da Saúde (Portaria n.º 518/04). A AGERSA – Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia realiza o acompanhamento e a fiscalização dos serviços prestados para o sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário no município de Caravelas realizados pela EMBASA. Quanto à região operada pela Prefeitura, não foi encontrada nenhuma referência de atuação reguladora.

3.3. SISTEMA EXISTENTE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA O sistema de abastecimento de água (SAA) no município de Caravelas se constitui das infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais, contemplando também os instrumentos de medição. 3.3.1. Distrito Sede e Ponta de Areia Operado pela EMBASA, com 13 (treze) funcionários, sendo 1 (um) Gerente (EMBASA) através de uma empresa terceirizada é o principal sistema do município. De acordo com o relatório de fiscalização da AGERSA (2016) o sistema de Abastecimento de Água (SAA) da Sede do município e do distrito de Ponta de Areia é composto por captação de águas através de poços artesianos, adução, reservação, estação de tratamento de água (ETA) e distribuição.

40

Diagrama do Sistema de Abastecimento de Água de Caravelas e Ponta de Areia

Fonte: EMBASA

 Captação por Poço Profundo No município de Caravelas existem:

Captação do tipo profundo proveniente de aquíferos subterrâneos através da captação de 2(dois) poços (Poço 3 e 5) conforme relatório EMBASAxAGERSA. O Poço 3 com vazão de 25m³/h (6,94 l/s), profundidade de 180 m e Poço 5 com capacidade de captação variando de 50-90m³/h (13,88 a 25,00 l/s ), profundidade de 200 m, abastecem a Sede e o distrito de Ponta de Areia e são operados por uma empresa terceirizada.

Poço 5 Poço 3

41

 Adutora de Água Bruta

Conforme relatório da AGERSAxEMBASA (junho de 2016), através das adutoras de água bruta (AAB3 e AAB5) a água subterrânea captada é aduzida para o reservatório elevado (REL). A adutora AAB3 tem aproximadamente 200m de extensão, enquanto a adutora AAB5 tem aproximadamente 72m. Ambas em PVC com diâmetro de 150mm.

 Tratamento de Água

Após a água bruta da captação ser aduzida ao reservatório elevado, é encaminhada a Estação de Tratamento de Água (ETA).

O tratamento é simplificado com processo de simples desinfecção com cloração e fluoretação. O cloro utilizado é o dicloro isocianurato de sódio anidro-granulado. A ETA conta com escritório, almoxarifado, casa de química, laboratório, área de serviço, além do reservatório elevado e um poço artesiano.

Segundo a EMBASA (2016), a vazão média efetiva da ETA Caravelas é de 33,10 l/s e seu tempo de funcionamento é de 12h/dia (das 6h as 18h).

ETA e Reservatório  Reservação O reservatório é do tipo elevado e tem capacidade de 150m³.

42

REL (150m³) Fonte: Relatório AGERSAxEMBASA (2016)  Estações Elevatórias

Não existem estações elevatórias de água tratada.

 Adução de água tratada

Através das adutoras de água tratada (AAT1 e AAT2) com aproximadamente 30m e 3.800m de extensão respectivamente e ambas em tubo de PVC diâmetro de 160mm.

 Rede de Distribuição de Água A extensão da rede de água é de aproximadamente 55 km, conforme SNIS (2015) e 5.195 ligações ativas. As redes não possuem sistemas de manobra, descargas, setorização piezométrica. Não foram localizados dispositivos de combate a incêndio (hidrantes).  Hidrometração A micromedição é realizada pela EMBASA S.A. Não foi possível avaliar a idade média dos hidrômetros e também não foi possível aferir se existe uma rotina para verificação da confiabilidade de leitura desses equipamentos. Não existe uma padronização das ligações prediais.

A seguir é apresentado um Diagrama (croquis) simplificado do Sistema de Abastecimento de Água da Sede

43

Fonte: Relatório AGERSA/EMBASA

44

3.3.2. Localidade Barra de Caravelas • Captação 1 (um) poço artesiano para captação de água, operado pela EMBASA através de uma empresa terceirizada com 1 (um) funcionário. O poço tem profundidade de 150m e vazão de 8 l/s. O sistema não possui reservatório, sendo operado por sistema pressurizado direto do poço. • Estação de tratamento de Água ETA simples, com apenas o processo de cloração. Segundo a EMBASA, já está autorizada uma reforma geral, inclusive com construção de novo poço artesiano.

ETA – Barra de Caravelas

• Hidrômetração Ligações de água – aproximadamente 1.026 hidrometradas. • Redes de Água A extensão da rede de água é de aproximadamente 16 km. Não foi encontrado um cadastro técnico das redes de distribuição, portanto não foi possível um levantamento por diâmetros, materiais e extensão. As redes não possuem sistemas de manobra, descargas, setorização piezométrica. Não foram localizados dispositivos de combate a incêndio (hidrantes). 3.3.3. Distrito de Juerana O sistema do distrito de Juerana é operado pela Prefeitura através de 1 (um) administrador da localidade.  Captação

Através de 4 (quatro) poços artesianos para captação de água. O poço 1, sem dados técnicos, é ligado na rede e em 1 (uma) caixa d’água de concreto de 50m³. O poço 2, sem dados técnicos,

45

é ligado na rede e em 1 (uma) caixa d’água de fibra de 10m³. O poço 3 e 4, sem dados técnicos, é ligado na rede e em 1 (uma) caixa d’água de fibra de 20m³. A empresa AQUALUX auxilia no processo de manutenção dos poços artesianos.

Poços do distrito de Juerana

 Tratamento de Água Não faz cloração.  Reservação A água chega até os reservatórios por sistema pressurizado. O sistema é composto por 3 (três) reservatórios, sendo eles com capacidade de 10m³, 20m³ e 50m³.

Reservatorios do distrito de Juerana

 Rede de Distribuição de Água A extensão da rede de água é de aproximadamente 13 km, entretanto, não foi encontrado um cadastro técnico das redes de distribuição, portanto não foi possível um levantamento por diâmetros e materiais. As redes não possuem sistemas de manobra, descargas, setorização piezométrica. Não foram localizados dispositivos de combate a incêndio (hidrantes).  Hidrometração Os sistemas possuem ligações não hidrometradas e não é cobrada tarifa de água. Não existe uma padronização das ligações prediais.

46

3.3.4. Localidade de Nova Esperença (Espora Gato) • Captação Através de 1 (um) poço artesiano para captação de água, operado pela Prefeitura, através de 1 (um) administrador da localidade. A empresa AQUALUX auxilia no processo de manutenção dos poços artesianos. • Reservatório O poço alimenta um reservatório de 10m³.

REL 10 m3 – Nova Esperança (Espora Gato) • Hidrômetração Possui ligações não hidrômetradas. • Redes de Água A extensão da rede de água é de aproximadamente 1 km.

3.3.5. Localidade de Taquari • Captação Através de 1 (um) poço artesiano para captação de água, operado pela Prefeitura, através de 1 (um) administrador. A empresa AQUALUX auxilia no processo de manutenção dos poços artesianos.

47

Poço da localidade de Taquari

 Reservatório O poço alimenta um reservatório de 20m³.

REL 20 m3 – Taquari • Hidrômetração Possui ligações não hidrômetradas.  Redes de Água A extensão da rede de água é de aproximadamente 1 km.

3.3.6. Localidade de Ferraznópolis • Captação Através de 1 (um) poço artesiano para captação de água, operado pela Prefeitura, por 1 (um) administrador da localidade.

48

Poço da localidade de Ferraznópolis

• Reservatório O poço alimenta um reservatório de 20m³.

REL 20 m3 - Ferraznópolis

• Hidrômetração Possui ligações não hidrômetradas. • Redes de Água A extensão da rede de água é de aproximadamente 3 km.

3.3.7. Localidade de Nova Tribuna • Captação Através de 3 (três) poços artesianos para captação de água, operado pela Prefeitura, por um administrador da localidade.

49

Poços da localidade de Nova Tribuna • Reservatório Cada poço abastece 1 (uma) caixa d’água de fibra de 20m³ cada.

Reservatórios da localidade de Nova Tribuna

• Hidrômetração Possui ligações não hidrômetradas. • Redes de Água A extensão da rede de água é de aproximadamente 2 km.

3.3.8. Distrito de Santo Antônio de Barcelona • Captação Através de 1 (um) poço artesiano para captação de água, operado pela EMBASA através de 2 (dois) funcionários de uma empresa terceirizada. O poço tem profundidade de 120m e capacidade de 6 l/s.

50

Poço do distrito de Santo Antônio de Barcelona

• Estação de Tratamento de água ETA simples, com apenas o processo de cloração e fluoretação operando de 12 a 15h/dia. A vazão média da ETA é de 280 m³/dia (3,2 l/s).

ETA – Distrito de Barcelona

• Reservatório O poço alimenta um reservatório de 150m³ em concreto, que abastece por gravidade. O abastecimento é desligado em horários pré-determinados.

REL 150 m3 – Distrito de Barcelona

51

• Hidrômetração Ligações de água – aproximadamente 800 com hidrometação.

• Redes de Água A extensão da rede de água é de aproximadamente 8 km.

3.3.9. Localidade de Rancho Alegre • Captação Captação superficial em pequena barragem de regularização, operado pela EMBASA através de 2 (dois) funcionários de uma empresa terceirizada.

Captação superficial: Pequena Barragem – Rancho Alegre

• Estação de Tratamento de água ETA composta de filtros Russos.

ETA e Reservatório da localidade de Rancho Alegre

• Reservatório

52

O sistema abastece um reservatório elevado de concreto com capacidade de 150m³ que abastece por gravidade.

REL 150 m3 – Localidade de Rancho Alegre

• Hidrômetração Ligações de água – aproximadamente 1.200 (não possui hidrometração – cobrança por estimativa).

• Redes de Água A extensão da rede de água é de aproximadamente 7 km.

3.4. SISTEMA EXISTENTE DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Sistema dinâmico de coleta de esgotos, tratamento e disposição final dos efluentes gerados atende somente a Sede municipal e é operado pela EMBASA desde 2016. Edital da PMI, no distrito de Barcelona, área operada pela EMBASA, possui uma parte do esgoto que é coletado por um sistema de esgotamento simples e lançado no córrego próximo, sem tratamento. Nos demais distritos e localidades não existe sistema de esgotamento sanitário, existindo apenas fossas. Não existem informações referentes ao sistema de esgotamento sanitário de Caravelas no SNIS (2015). 3.4.1. Distrito Sede O sistema de esgotamento sanitário da Sede de Caravelas, de acordo com informativo da EMBASA atende a uma população de aproximadamente 11,6 mil habitantes garantindo a cobertura de 95% dos domicíios da Sede do município. O sistema de esgotamento sanitário da Sede de Caravelas é composto por 1 (uma) Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), 7 (sete) Estações Elevatórias de Esgoto (EEE), redes coletoras, linhas de recalque e emissário de responsabilidade da EMBASA.

53

A rede coletora é do tipo separador absoluto, em concordância com as diretrizes de saneamento básico. O transporte se dá através de recalques e por gravidade. A ETE – Estação de Tratamento de Esgoto de Caravelas, foi inaugurada em 2016 e é composta por uma caixa de areia, 3 (três) DAFA’s, 2 (duas) lagoas facultativas, 3 (três) lagoas de maturação, 3 (três) leitos de secagem e um medidor de vazão (Calha Parshall). Segundo a EMBASA (Edital PMI 003-2017), a vazão média da ETE é de 21 l/s.

ETE – Sede de Caravelas

Pode-se observar todo o processo de funcionamento da ETE Caravelas no fluxograma a seguir.

54

Fonte: EMBASA

O efluente entra pelo fundo do DAFA e encontra o leito de lodo onde a matéria orgânica do esgoto é adsorvida. No processo são formados gases. O efluente da saída do Dafa é clarificado. Os Dafa’s são compostos por separadores trifásicos, responsáveis por separar o líquido, os sólidos e os gases. A eficiência na remoção de DBO é de 70% enquanto que a eficiência na remoção de sólidos em suspensão é de 75%. O esgoto entra continuamente em uma extremidade da lagoa onde permanece em torno de 20 dias, até a saída na extremidade oposta. Uma parte da matéria orgânica sedimenta e a outra parte é decomposta por bactérias facultativas. Essas bactérias podem atuar tanto na presença quanto na ausência do oxigênio, daí o termo “Lagoas Facultativas”. O objetivo principal das lagoas de Maturação é a remoção de organismos patogênicos garantindo a eficiência no tratamento do esgoto em atendimento à Resolução CONAMA 430/11- a eficiência na remoção de coliformes é de 99%. Nas lagoas predominam condições adversas como: radiação ultravioleta, elevado pH e elevada concentração OD o que favorece a morte dos organismos patogênicos.

EEE - Estações Elevatórias de Esgoto são 7 (sete) estações sendo:

- EEE-A - Vazão de 5,5 l/s

55

EEE-A

- EEE-B1 - Vazão17,68 l/s.

EEE-B1

- EEE-B2 - Vazão de 5,5l/s.

56

EEE-B2

- EEE-D - Vazão de 5,5l/s.

EEE-D

- EEE-E - Vazão de 28,91l/s.

57

EEE-E

- EEE-F (Final) - Vazão de 43,42l/s.

EEE-F (Final)

- EEE-G - Vazão de 5,5l/s.

Linhas de Recalque

- EE-A com 163m em tubo de PVC DeFOFO DN 100mm; - EE-B1 com 1.564m em tubo de PVC DeFOFO DN 150mm; - EE-B2 com 237m em tubo de PVC DeFOFO DN 100mm; - EE-D com 404m em tubo de PVC DeFOFO DN 100mm; - EE-E com 397m em tubo de PVC DeFOFO DN 200mm; - EE-F com 1.483m em tubo de PVC DeFOFO DN 200mm;

58

- EE-G com 336m em tubo de PVC DeFOFO DN 100mm.

Emissário Final

Com 1.447m em tubo de PVC DeFOFO/PEAD DN 300 mm.

O fluxograma abaixo mostra o sistema de esgotamento sanitário da Sede.

Fonte: EMBASA

3.4.2. Demais Localidades Conforme edital de licitação da PMI, os distritos e localidades não possuem sistema de esgotamento sanitário, existindo apenas fossas. Entretando, o distrito de Barcelona, possui uma parte do esgoto que é coletado por um sistema de esgotamento simples e lançado no córrego próximo, sem tratamento.

3.5. CONDIÇÕES DOS CORPOS RECEPTORES E MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS Os cursos d’água, receptores naturais das águas servidas, são impactados por lançamentos de esgotos in natura diretamente em seus leitos comprometendo assim a qualidade das águas que cortam o Município. O tratamento por meio de fossas compromete a qualidade dos lençóis freáticos. Como já descrito anteriormente, o município de Caravelas, com excessão da Sede, praticamente não possui um sistema de esgotamento sanitário em que os esgotos gerados pela população tenham coleta, tratamento e destinação ambientalmente adequada.

59

No caso da Sede o corpo receptor é o Estuário do Rio Caravelas. Em boas condições de operação, a ETE da Sede pode chegar a uma eficiência na remoção de DBO e de sólidos em suspensão de 80% e eficiência na remoção de coliformes de 99%. Entretanto, não foram encontrados dados de monitoramento de corpos receptores de lançamentos de esgoto sanitário tratados ou não. 3.6. ESTUDOS E PROJETOS EXISTENTES Conforme dados obtidos no site da EMBASA e constante nos Relatórios da Administração Demonstrações Financeiras 2015 e 2016 não existem previsão para investimentos no município de Caravelas relacionados ao abastecimento de água potável e quanto ao esgotamento sanitário no Relatório de 2016 consta um investimento de R$ 17,1 milhões para implantação de um Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Caravelas, o qual beneficiará uma população de 17.000 habitantes. De acordo com uma notícia divulgada pela EMBASA, em 21/12/2011, cerca de R$500 milhões de recursos, através do PAC 2, serão destinados ao Estado e prefeituras. Das 135 obras contratadas, 55 serão executadas pela Embasa em cidades como Amélia Rodrigues, Conceição de Feira, Caetité, , Caravelas, Conde, Iaçu, Ibirapuã, Santo Estevão, Rio do Antônio, Riacho de Santana, Castro Alves, Santa Bárbara, São Desidério, , Mairi, , Nazaré, Coronel João Sá, entre outras. Em 15/01/2016 a AGERSA divulgou que o governo da Bahia fechou o ano de 2015 com investimentos de mais de R$ 500 milhões em sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O município de Caravelas se encontra entre os municípios contemplados 3.7. AVALIAÇÃO CRÍTICA DO SISTEMA EXISTENTE Embora Índice de atendimento urbano de água nos sistemas operados pela EMBASA seja de 100% (SNIS 2015), o sistema de abastecimento do município de Caravelas deve ser reavaliado como um todo e melhorado, de forma a ofertar à população um produto de qualidade e de acordo com os padrões de potabilidade exigidos pela legislação. Com relação aos sistemas operados pela Prefeitura não existem informações sistematizadas de índice de atendimento. Uma parcela reduzida da população do Município não está ligada à rede de distribuição de água e depende de fontes alternativas, cuja qualidade da água é desconhecida. Essa população deverá ser interligada à rede oficial de abastecimento. Redes antigas e insuficientes, um sistema de micromedição deficiente e também a forma inadequada pela cobrança da prestação dos serviços de abastecimento de água, contribuem para a ocorrência de perdas nos sistemas. Um alto índice de perdas indica a existência de vazamentos e ligações clandestinas na rede de distribuição de água, que devem ser reparadas e fiscalizadas e ainda a necessidade de implantação de um sistema comercial abrangente. As demais unidades do sistema também devem ser reavaliadas quanto a sua vida útil. As localidades operadas pelo Município, tais como Nova Esperança (Espora Gato), Ferraznópolis e Taquari por exemplo, contém sistemas de abastecimento de água precários. Nessas localidades deverão ser envidados esforços para reavaliar esses sistemas e planejar obras que sejam implantadas de forma tecnicamente adequada e econômicamente sustentáveis. Com excessão da Sede, no restante do município inexiste um sistema completo de esgotos sanitários, arriscando a população a conviver com condições insalubres e com possibilidade real de ter sua saúde comprometida por doenças de veiculação hídrica. O lançamento de esgoto em fossas, na rede pluvial ou à céu aberto contribui para a deterioração da qualidade da água dos corpos hídricos. No município, devido ao baixo índice de atendimento, existe a necessidade de

60

implantação de sistemas completos de esgotamento sanitário em localidades do município, objeto deste plano, com a construção de redes coletoras, interceptores, estações elevatórias de esgoto, estações de tratamento convencionais e/ou simplificadas e emissários.

3.8. INDICADORES DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES EM SANEAMENTO

Pesquisa realizada junto ao SNIS (Sistema Nacional de Informações no Saneamento) mostra que a EMBASA mantém atualizada as informações relativas a abastecimento de água, sendo que a última atualização se refere ao ano de 2015. Entretanto não constam informações quanto aos sistemas de esgotamento sanitário por ela operados. Quanto à Prefeitura, não foram encontradas informações no SNIS. A tabela destes Indicadores é bastante extensa, não justificando a transcrição de seus dados neste estudo, já que estão disponíveis ao público em geral no site do SNIS. Entretanto, para entendimento e embasamento dos estudos alguns indicadores principais, tanto técnicos como econômicos, foram extraídos e apresentados a seguir.

Principais Indicadores do SNIS (2015)

Abastecimento de Água AG001 - População total atendida com abastecimento de água (Habitantes) 14.771 Estimativa da População rural atendida com abastecimento de água 2.863 AG026 - População urbana atendida com abastecimento de água (Habitantes) 11.908 IN023 - Índice de atendimento urbano de água (percentual) 100 IN055 - Índice de atendimento total de água (percentual) 65,51 AG021 - Quantidade de ligações totais de água (Ligações) 5.863 IN009 - Índice de hidrometração (percentual) 98,8 IN049 - Índice de perdas na distribuição (percentual) 18,9 Fonte: SNIS (2015) 4. POPULAÇÃO DE PROJETO E DEMANDAS 4.1. PROJEÇÕES E DEMANDAS A implantação de infraestruturas coletivas tradicionais de abastecimento de água e de esgotamento sanitário de acordo com a realidade e a experiência brasileiras requerem uma densidade populacional mínima que justifique economicamente a implantação. Ao contrário do que ocorre na sede e nos principais distritos do município de Caravelas, a incidência da população residente nas demais áreas ante a totalidade da população do município é pequena e dispersa em uma grande área, com baixa densidade populacional.

61

O presente Plano diagnostica e traz proposições detalhadas para o abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgotos das áreas de maior densidade populacional, através de sistemas coletivos tradicionais. Considerou-se nessa condição as localidades de Sede do município, Ponta de Areia, Barra de Caravelas, Juerana, Santo Antônio de Barcelona, Rancho Alegre e Nova Trubuna, já cobertas pela EMBASA e Prefeitura. Devido ao elevado custo para atendimento coletivo tradicional nas localidades de menor densidade habitacional ou de pequeno porte, deverão ser adotadas soluções particulares e localizadas. Destacam-se as comunidades de Nova Espereança (Espora Gato), Ferraznópolis e Taquari. O detalhamento dessas soluções não é considerado no objeto do presente plano. O Quadro a seguir apresenta a projeção da população de projeto nas localidades a serem atendidas, agrupadas por Sistemas Coletivos Tradicionais e Soluções Particulares Localizadas.

Tabela – Projeção populacional de Projeto

PROJEÇÃO POPULACIONAL

Soluções Sistemas Coletivos Tradicionais Particulares População Localizadas Ano Município Sede, Barra de Áreas de Rancho Caravelas e Juerana Barcelona expansão e Alegre Ponta de Areia rural Ano Ano Civil (hab) (hab) (hab) (hab) (hab) (hab) 0 2017 22.740 14.410 2.671 1.214 2.113 2.332 1 2018 22.854 14.482 2.685 1.220 2.123 2.344 2 2019 23.051 14.607 2.708 1.231 2.142 2.364 3 2020 23.249 14.733 2.731 1.241 2.160 2.384 4 2021 23.450 14.860 2.755 1.252 2.179 2.405 5 2022 23.652 14.988 2.778 1.263 2.197 2.425 6 2023 23.856 15.117 2.802 1.274 2.216 2.446 7 2024 24.061 15.247 2.826 1.285 2.235 2.467 8 2025 24.269 15.379 2.851 1.296 2.255 2.489

62

PROJEÇÃO POPULACIONAL

Soluções Sistemas Coletivos Tradicionais Particulares População Localizadas Ano Município Sede, Barra de Áreas de Rancho Caravelas e Juerana Barcelona expansão e Alegre Ponta de Areia rural Ano Ano Civil (hab) (hab) (hab) (hab) (hab) (hab) 9 2026 24.478 15.511 2.875 1.307 2.274 2.510 10 2027 24.689 15.645 2.900 1.318 2.294 2.532 11 2028 24.902 15.780 2.925 1.330 2.314 2.554 12 2029 25.117 15.916 2.950 1.341 2.333 2.576 13 2030 25.333 16.053 2.976 1.353 2.354 2.598 14 2031 25.551 16.192 3.001 1.364 2.374 2.620 15 2032 25.772 16.331 3.027 1.376 2.394 2.643 16 2033 25.994 16.472 3.053 1.388 2.415 2.666 17 2034 26.218 16.614 3.080 1.400 2.436 2.689 18 2035 26.444 16.757 3.106 1.412 2.457 2.712 19 2036 26.672 16.902 3.133 1.424 2.478 2.735 20 2037 26.902 17.047 3.160 1.436 2.499 2.759 21 2038 27.134 17.194 3.187 1.449 2.521 2.782 22 2039 27.367 17.342 3.215 1.461 2.543 2.806 23 2040 27.603 17.492 3.243 1.474 2.565 2.831 24 2041 27.841 17.643 3.270 1.487 2.587 2.855 25 2042 28.081 17.795 3.299 1.499 2.609 2.880 26 2043 28.323 17.948 3.327 1.512 2.631 2.904 27 2044 28.567 18.103 3.356 1.525 2.654 2.929 28 2045 28.814 18.259 3.385 1.538 2.677 2.955 29 2046 29.062 18.416 3.414 1.552 2.700 2.980 30 2047 29.313 18.575 3.443 1.565 2.723 3.006 Fonte: IBGE, EMBASA , PREFEITURA DE CARAVELAS e PREFISAN

Os percentuais de crescimento até o ano de 2047, horizonte deste estudo, são apresentados na tabela a seguir.

63

Cresci- População de 2017 Cresci- Crescimento 2027 2037 2047 mento Projeto (Ano 0) mento (%) (%) (%) Sede, Ponta de Areia e Barra 14.410 15.645 8,6% 17.047 9,0% 18.575 9,0% de Caravelas Juerana 2.671 2.900 8,6% 3.160 9,0% 3.443 9,0% Barcelona 1.214 1.318 8,6% 1.436 9,0% 1.565 9,0% Rancho Alegre 2.113 2.294 8,6% 2.499 9,0% 2.723 9,0% Dispersa 2.332 2.532 8,6% 2.759 9,0% 3.006 9,0% Total 22.740 24.689 8,6% 26.902 9,0% 29.313 9,0% Fonte: Estudos Prefisan

Para determinação da demanda por serviços de abastecimento de água no município de , adotou-se o valor de 180 l/habitante/dia, já consideradas as perdas no sistema. O consumo per capita multiplicado pela população a ser atendida (população de projeto), resulta na estimativa de produção diária necessária para o seu abastecimento, considerando-se a operação do sistema durante 18 horas/dia. A população de projeto nas áreas urbanas a serem atendidas e respectivas demandas de produção até o ano de 2047, são apresentados na tabela a seguir. Tabela - Projeção da demanda de água e população de projeto deste estudo – 2017 a 2047 População de Projeto deste Ano Estudo 2017 20.408 2027 22.157 2037 24.143 2047 26.307 Demanda de Produção (l/s) para 18 hs/dia em operação 2017 56,7 2027 61,5 2037 67,1 2047 73,1 Fonte: Estudos PREFISAN

Com a identificação da demanda atual e futura é possível realizar-se uma análise da situação do abastecimento de água, considerando a estrutura atualmente em funcionamento e as necessidades futuras, no horizonte deste estudo. A Tabela apresentada a seguir mostra o cenário estimado para o abastecimento de água no município de Caravelas, a partir da dinâmica populacional, demandas e estruturas instaladas, com foco no atendimento de aproximadamente 100% da população de projeto nas localidades urbanas atendidas. Tabela – Análise do abastecimento no município de Caravelas para os sistemas propostos

Demanda Demanda Capacidade Sistemas atual p/ 18h Reservação futura p/ 18h nominal (l/s) (2017) (l/s) * (2047)

64

existente (m³) Sede 33,1 150 Ponta de Areia 40,0 51,6 Barra de 8,0 Não Possui Caravelas Juerana 7,4 - 80 9,6 Barcelona 3,4 5,6 150 4,3 Rancho Alegre 5,9 - 150 7,6 Total 56,7 - 530 73,1 Fonte: Estudos PREFISAN * As populações aproximadas servidas por cada um dos sistemas foram calculadas aproximadamente.

Concluídas as obras de melhoria no sistema de abastecimente de água, a capacidade nominal instalada do sistema passará a ser suficiente para garantir o abastecimento atual e futuro da população residente e flutuante, com uma água de qualidade adequada para o consumo.

Destaca-se um déficit na disponibilidade de informações relativas ao sistema de abastecimento para alguns distritos/localidades do município, o que compromete a apreciação e análise dos resultados.

Em item anterior destes Estudos, foi avaliada a demanda atual e futura para o abastecimento de água do município, nas localidades objeto deste estudo. A demanda de esgoto está relacionada de maneira íntima com a demanda de abastecimento de água.

A técnica utilizada para o cálculo da demanda de coleta e tratamento de esgoto baseia-se na demanda do abastecimento de água, reduzida por um “fator de retorno”, da água fornecida, ao sistema de esgoto sanitário e acrescida de um “coeficiente de infiltração” (chuvas, lençol freático, etc.) na rede de coleta de esgoto.

Neste Estudo, adotou-se como resultado para “fator de retorno” e “coeficiente de infiltração” o equivalente a 80%. Apresenta-se a seguir, no quadro resumo abaixo, o resultado da demanda estimada de esgoto resultante de tal procedimento.

Tabela – Estimativa da demanda de esgoto e população de projeto – 2017 a 2047

População Ano Projeto 2017 20.408 2027 22.157 2037 24.143 2047 26.307 Estimativa de Demanda de Esgoto (l/s) 2017 45,4

65

2027 49,2 2037 53,7 2047 58,5 Fonte: Estudos PREFISAN De maneira análoga ao abastecimento de água verifica-se que a demanda por tratamento de esgoto na Sede, Ponta de Areia e Barra de Caravelas é de cerca de 32 l/s. De acordo com a expansão urbana, os distritos de Ponta de Areia e Barra praticamente viraram bairros da Sede. Segundo a EMBASA a vazão média da ETE existente no distrito Sede é de 21 l/s, indicando a necessidade de ampliação da capacidade ou a implantação de unidades de tratamento complementares, além de elevatórias e sistema de coleta abrangente.

5. DIAGNÓSTICO DOS ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E COMERCIAIS 5.1. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E FUNCIONAL A Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A - EMBASA, sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de direito privado, tendo como acionista majoritário o Governo do Estado da Bahia e criada em 11 de maio de 1971 pela Lei Estadual 2.929, é a principal gestora dos sistemas de abastecimento e tratamento de água e também pela coleta e tratamento do esgoto sanitário de pequena parte do município. O contrato de operação está vencido desde 28/05/2012 de acordo com o relatório EMBASAxAGERSA 2016. Os serviços fornecidos pela Prefeitura são geridos através da sua própria estrutura orgânica. 5.1.1. Organograma Segundo informações constantes no site da EMBASA, Caravelas pertence à Superintendência da Região Sul, conforme organograma apresentado abaixo.

66

Fonte: Site da EMBASA.

A operação dos sistemas de responsabilidade da prefeitura é subordinada à Secretaria de Obras, sem um organograma detalhado. 5.1.2. Plano funcional De acordo com os dados coletado durante a visita técnica, foi levantado que a EMBASA opera da seguinte forma: na Sede, com: 13 (treze) funcionários sendo 1(um) gerente (EMBASA) através de uma empresa terceirizada. Ponta de Areia é abastecida com a água que vem do

67

sistema da Sede. A localidade de Barra de Caravelas é operada por um único funcionário de uma empresa terceirizada. O Distrito de Barcelona e a localidade de Rancho Alegre são operadas por 2 (dois) funcionários de uma empresa terceirizada, em cada localidade. Operados pela Prefeitura, o distrito de Juerana e as localidades Nova Esperança, Taquari, Ferraznopolis e Nova Tribuna são operados por um administrador de cada localidade.

5.2. ESTRUTURA FÍSICA, SISTEMAS E EQUIPAMENTOS 5.2.1. Instalações administrativas A área administrativa da EMBASA ocupa um imóvel situado na Sede do município de Caravelas. Considera-se que os locais utilizados pelo EMBASA são suficientes para o desempenho de suas funções administrativas. Os serviços fornecidos pela Prefeitura são administrados através da sua própria estrutura orgânica. 5.2.2. Sistemas e equipamentos A EMBASA possui Sistemas Informatizados. Os equipamentos existentes basicamente se referem à área de informática e atendem, dentro de um nível razoável a bom, as necessidades atuais. Na localidade de Barra de Caravelas a leitura é feita manualmente e depois levada ao escritório para ser lançada no sistema e posteriormente impressa. Face à análise crítica dos sistemas, é recomendado que se faça um trabalho de avaliação e atualização entre os sistemas e equipamentos existentes e aquele a ser eventualmente implantado ou ampliado, já que os serviços operacionais e comerciais deverão ser ampliados. 5.2.3. Sistema contábil Deverá ser implantado um sistema de contabilidade capaz de atender e unificar as novas demandas. 5.4. ESTRUTURA COMERCIAL 5.4.1. Sistema tarifário O Sistema Tarifário da EMBASA pode ser resumido na tabela apresentada a seguir.

Tabela de Tarifas – EMBASA (Vigência a partir de 06 de junho de 2017).

68

69

70

Fonte: Site da EMBASA

A população onde os Sistemas são administrados pela Prefeitura não paga as respectivas tarifas de água e esgoto.

5.4.2. Análise crítica do sistema tarifário

A seguir apresenta-se uma análise do Sistema Tarifário da EMBASA para o município de Caravelas vigente sob três aspectos muito importantes, a saber:  Abrangência: Por uma questão de justiça, todas as categorias de usuários devem contribuir para a viabilidade econômica do Sistema de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de uma Comunidade, sendo que a contribuição de cada setor deve ser proporcional à sua capacidade de pagamento, bem como proporcional aos possíveis ganhos, se for o caso, derivados da utilização do serviço público. Pode-se verificar, analisando o quadro comparativo acima, que a Tarifa da Classe Industrial é sempre maior, quando comparada com as demais classes, em todos os Sistemas apresentados, isto justifica-se tanto pelo fato de que uma indústria tem maior poder aquisitivo do que um cidadão comum ou um pequeno comércio, por exemplo, como também pelo fato de utilizar o serviço público como insumo do produto que irá comercializar, ou seja, irá usufruir de um ganho financeiro sobre o serviço prestado a ela. Outro aspecto é a Tarifa para a Classe dos prédios públicos que deve ter valores mais próximos as demais classes, evitando-se que a população subsidie o Poder Público que, em tese, deveria contribuir para a redução da tarifa a ser cobrada da população mais carente, através da melhoria da

71

viabilidade econômica do Sistema de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário da Comunidade que representa. A tarifa social é sempre menor pois contempla um público de menor poder aquisitivo.  Justiça Social: Verifica-se que somente parte da população abastecida pela EMBASA é tarifada dentro do seu Sistema Tarifário Próprio e o restante da população onde os Sistemas são administrados pela Prefeitura não paga nenhuma tarifa.  Cobrança Adequada aos Serviços Prestados: Pelo fato de somente parte da população arcar com os custos tarifários relativos aos sistema de abastecimento de água e esgoto, faz-se necessária a adequação do Sistema Tarifário à esta nova situação, para remunerar adequadamente o prestador do serviço público. Ressalta-se, como pode ser verificado, que a maior carência identificada no Sistema Comercial do município é que parte da população paga pelos serviços prestados e outra não. Assim por uma questão de justiça social há que se corrigir tal situação tarifando a todos que recebem os serviços, podendo ser adotada a tabela de tarifas da EMBASA para a totalidade do município. 5.5. ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA 5.5.1. Histórico das receitas e despesas Não foi possível obter tais informações pois pelo lado da EMBASA seus dados são consolidados para todo o estado da Bahia não havendo detalhamento das receitas por município atendido. Quanto à Prefeitura, esta não arrecada pelos serviços prestados. Por motivos semelhantes, não foi possível de se obter os dados relativos as despesas dos sistemas de abastecimento de água e de coleta e tratamento do esgotamento sanitário do município. A Prefeitura não dispõe dessas informações de forma estruturada. 5.5.2. Demonstrações financeiras e balanços

5.5.2.1. Endividamento Por motivos semelhantes aos elencados acima, não foi possível obter os dados relativos ao endividamento específico relativo aos sistemas de abastecimento de água e de coleta e tratamento do esgotamento sanitário do município.

5.5.2.2. Indicadores SNIS 2015 Como referência, apresenta-se a seguir os principais indicadores comerciais extraídos do banco de dados, relativos à EMBASA, cabendo destacar que embora não constem receitas relativas a esgoto, a maior parte dos investimentos foi em esgotamento sanitário.

Receitas e Despesas (R$) FN006 - Arrecadação total (R$/ano) 2.530.828,06 FN008 - Créditos de contas a receber (R$/ano) 236.189,35 Estimativa da Arrecadação Prevista 2.767.017,41 FN015 - Despesas de Exploração (DEX) (R$/ano) 1.404.789,20

72

FN017 - Despesas totais com os serviços (DTS) (R$/ano) 1.792.960,82 FN037 - Despesas totais com o serviço da dívida (R$/ano) 438.431,34 IN101 - Índice de suficiência de caixa (percentual) 132,50 FN030 - Investimento com recursos próprios realizado pelo prestador 12.078.511,57 de serviços (R$/ano) FN033 - Investimentos totais realizados pelo prestador de serviços 17.561.920,85 (R$/ano)

73

6. PROPOSIÇÕES 6.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 6.1.1. Objetivos gerais e específicos Como objetivo geral das propostas, apresentadas nos itens subsequentes deste estudo, a melhoria da qualidade e disponibilidade no abastecimento de água do município sintetiza o objetivo principal das intervenções propostas. Em resumo, as melhorias têm como objetivo principal a adequação, nas áreas urbanizadas da Sede, localidades de Ponta de Areia, Barra de Caravelas, Juerana, Santo Antônio de Barcelona e Rancho Alegre, da oferta de água captada, a melhoria no sistema de tratamento, de acordo com a demanda existente e futura, bem como a solução de gargalos na rede de distribuição, para atendimento com qualidade e quantidade adequada a população atendida. Para as demais vilas, aglomerados rurais, povoados, lugarejos e aldeias, deverão ser desenvolvidos, por parte da Prefeitura, outros programas e ações voltadas à essas populações, no sentido de implantar, como necessário, soluções localizadas satisfatórias para abastecimento de água, de forma a suprir as necessidades humanas de água e garantir as condições de saúde das pessoas. Dessa forma, as ações desenvolvidas englobarão integralmente o território do município. 6.1.2. Identificação das carências As principais carências identificadas no Sistema de Abastecimento de Água do município de Caravelas foram:  Infraestrutura precária em várias localidades. Locais sem o mínimo de segurança patrimonial necessária;  Presença de rachaduras e exposição das ferragens;

ETA Barra De Caravelas

 Infraestrutura da ETA Caravelas está deficitária com necessidade de melhorias, comprometendo o tratamento de água;  Redes de água antigas e deficientes;  Macromedição/Setorização e automação precárias;  Hidrometração precária, deficiente ou inexistente;  Grande desperdício de água decorrentes de hidrometração ineficiente;  Reservação insuficiente para atendimento da população;  Em algumas localidades, o sistema de abastecimento de água é desligado diariamente;  Instalações precárias;

74

 Poços de captação sem a devida proteção, podendo resultar em contaminação, dentre outros problemas relacionados à sua operação;

Poços profundos sem nenhuma proteção

 Ausência de medidores de vazão e manômetros nos poços profundos;  Será necessário levantar e definir locais adequados para implantação das ETA’s, EEA’s, reservatórios e para recebimento dos seus respectivos resíduos, além do estudo, definição e licenciamentos necessários.

6.1.3. Proposição e hierarquização das intervenções identificadas A seguir são descritas as intervenções que foram identificadas nestes estudos como necessárias ao bom funcionamento do Sistema de Abastecimento de Água, sendo que sua ordem de apresentação é também a ordem da prioridade de suas execuções. O Quadro Resumo de Intervenções apresentado no final, complementa o entendimento das intervenções propostas.

6.1.3.1. Melhorias nas Captações

 Melhoria na captação, para obtenção de volume adequado à demanda;  Implantação de segurança patrimonial necessária;  Implantação de sistema de manobra;  Instalação de medidores de vazão.

Essas intervenções são prioritárias em relação a quaisquer outros melhoramentos que se queira implantar no Sistema de Abastecimento de água.

6.1.3.2. Melhorias e reforma das ETA’s Sede (atende também: Ponta de Areia) e Barra de Caravelas, e implantação/melhorias no Tratamento Simplificado em Juerana, Rancho Alegre e Santo Antônio de Barcelona

Nada adianta aumentar o volume captado se a capacidade de tratamento do sistema não for suficiente para atender ao volume que chegará até a ETA. Desta maneira, no mesmo nível de prioridade da implantação de um novo sistema produtor, está a execução de melhorias e ampliação da estação de tratamento existente.

75

A proposta que se faz é a de ampliar e melhorar as ETA’s Sede, Barra de Caravelas, Rancho Alegre e Santo Antônio de Barcelona, bem como a Implantação de tratamento simplificado na localidade de Juerana adequando-a as demandas existente e futura.

6.1.3.3. Ampliação de Reservação, Adutoras e Rede de Distribuição

Para a melhoria do sistema de distribuição, foram previstos, os seguintes serviços principais:  Construção de redes para melhoria operacional do sistema;  Implantação e melhorias de Estações Elevatórias;  Reservatórios: Construção e ampliações;  Troca de trechos das redes existentes já comprometidas.

Outros pequenos serviços foram considerados para serem executados pelas equipes responsáveis pela manutenção rotineira.

6.1.3.4. Ampliação e Melhoria da Hidrometração

Para o sistema de micromedição foi considerada a instalação de hidrômetros em todas as ligações que não o possuem, além de um programa de manutenção e troca de todos os hidrômetros no horizonte dos próximos 05 anos, prazo em que a idade dos hidrômetros existentes atingirá seu limite de vida útil. 6.1.4. Quadro resumo de intervenções no abastecimento de água

Item Descrição Un Quant

1 SEDE, PONTA DE AREIA E BARRA DE CARAVELAS

1.1 Poços Artesianos un 6

1.2 ETA - SEDE - Ampliação Melhorias vb 1

1.3 ETA - BARRA - Ampliação Melhorias vb 1

1.4 Rede Água - Novas e Substituição m 30.526 1.5 Ampliação Reservatórios m3 1.470

1.6 Substituição Hidrômetros un 30.303

1.7 Automação/ Macromedição / Setorização vb 1

1.8 EATs - Implantação vb 1

1.9 Programa Combate à perda d'água vb 1

1.10 Instalação Hidrômetros un 500

2 DISTRITO DE JUERANA

2.1 Poços Artesianos un 3

2.2 Captação - Melhorias vb 1

2.3 ETA Simplificada - Cloração e Fluor - Implantação vb 1

76

Item Descrição Un Quant

2.4 Reservatório m3 260

2.5 Rede Água - Novas e Substituição m 6.814

2.6 Instalação Hidrometros un 750

2.7 Substituição Hidrometros un 4.250

3 LOCALIDADE DE RANCHO ALEGRE

3.1 Captação - Ampliação e Melhorias vb 1

3.2 ETA - Melhorias vb 1

3.3 Reservatório m3 165

3.4 Rede Água - Novas e Substituição m 3.606

3.5 Instalação Hidrômetros un 225

3.6 Substituição Hidrometros un 3.000

4 DISTRITO DE SANTO ANTÔNIO DE BARCELONA

4.1 Poços Artesianos un 2

4.2 Captação - Melhorias vb 1

4.3 ETA Simplificada - Melhorias vb 1

4.4 Reservatório m3 120

4.5 Rede Água - Novas e Substituição m 4.324

4.6 Instalação Hidrômetros un 225

4.7 Substituição Hidrometros un 3.000

Será necessário levantar e definir locais adequados para implantação das ETA’s e recebimento dos seus resíduos, EEA’s e reservatórios, além do estudo, definição e licenciamentos necessários.

6.2. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 6.2.1. Objetivos gerais e específicos A implantação do sistema de esgotamento sanitário do município em suas áreas urbanas sintetiza o objetivo principal das intervenções propostas. As melhorias têm como foco a adequação e/ou implantação, nas áreas urbanas da Sede, Ponta de Areia, Barra de Caravelas, Juerana, Rancho Alegre e Santo Antônio de Barcelona, da coleta, tratamento e disposição final do esgoto sanitário de acordo com a demanda existente e futura.

77

Para as demais vilas, aglomerados rurais, povoados, lugarejos e aldeias, deverão ser desenvolvidos, por parte da Prefeitura, outros programas e ações voltadas à essas populações, no sentido de implantar, como necessário, soluções localizadas satisfatórias para coleta e tratamento de esgoto, de forma a suprir as necessidades humanas e garantir as condições de saúde das pessoas, assim como conservar a qualidade ambiental dos corpos hídricos. Dessa forma, as ações desenvolvidas englobarão integralmente o território do município. 6.2.2. Identificação das carências De acordo com o diagnóstico, descrito no item 3 deste Plano, somente a Sede do município de Caravelas é que possui um sistema de esgotamento sanitário completo, sendo que o restante do município não possui. 6.2.3. Ações em andamento Conforme dados obtidos no site da EMBASA e constante nos Relatórios da Administração Demonstrações Financeiras 2015 e 2016 não existem previsão para investimentos no município de Caravelas relacionados ao abastecimento de água potável e quanto ao esgotamento sanitário no Relatório de 2016 consta um investimento de R$ 17,1 milhões para implantação de um Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Caravelas, o qual beneficiará uma população de 17.000 habitantes. Em 15/01/2016 a AGERSA divulgou que o governo da Bahia fechou o ano de 2015 com investimentos de mais de R$ 500 milhões em sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O município de Caravelas se encontra entre os municípios contemplados. Segundo o SNIS 2015, o investimento anual realizado pelo prestador de serviços foi de R$ 2.520.601,31 em abastecimento de água e de R$ 12.278.278,39 em esgotamento sanitário.

6.2.4. Proposição e hierarquização das intervenções identificadas A seguir são descritas as intervenções que foram identificadas nestes estudos como necessárias ao funcionamento do Sistema de Esgotamento Sanitário, sendo que sua ordem de apresentação é também a ordem da prioridade de suas execuções.

6.2.4.1. Implantação de sistema de esgotamento sanitário

 Implantação de redes coletoras e ligações;  Implantação de estações elevatórias de esgoto (EEE);  Implantação de linhas de recalque;  Implantação de interceptores;  Implantação de estação de tratamento de esgotos (ETE);  Implantação de emissário;  Destinação adequada dos efluentes e dos resíduos gerados no tratamento

O Quadro Resumo de Intervenções apresentado a seguir complementa o entendimento das intervenções propostas, onde se estabelece preliminarmente uma ordem de execução dos serviços a ser avaliada.

78

6.2.5. Quadro resumo de intervenções no esgotamento sanitário

Item Descrição Un Quant

1 SEDE, PONTA DE AREIA E BARRA DE CARAVELAS

1.1 ETE - Ampliação e Melhorias vb 1

1.2 EEEs - Implantação un 8

1.3 Redes Coletoras - Novas e substituição m 44.093

1.4 Interceptores - Implantação m 4.409

1.5 Programa Caça Esgoto mês 60

1.6 Linhas de Recalque m 9.577

2 DISTRITO DE JUERANA

2.1 Redes Coletoras / Interceptoras m 19.494

2.2 EEE vb 5

2.3 ETE Compacta vb 1

2.4 Linhas de Recalque m 2.750

3 LOCALIDADE DE RANCHO ALEGRE

3.1 Redes Coletoras / Interceptoras m 10.255

3.2 EEE vb 3

3.3 ETE Compacta vb 1

3.4 Linhas de Recalque m 1.650

4 DISTRITO DE SANTO ANTÔNIO DE BARCELONA

4.1 Redes Coletoras / Interceptoras m 13.122

4.2 EEE vb 4

4.3 ETE Compacta vb 1

4.4 Linhas de Recalque m 2.200

Será necessário levantar e definir locais adequados para implantação das ETE’s, EEE’s e para recebimento dos seus respectivos resíduos, além do estudo, definição e licenciamentos necessários dos pontos de lançamento dos efluentes.

79

6.3. METAS DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA Como referência e orientação, o PLANSAB (Plano Nacional de Saneamento Básico) indica algumas metas a serem observadas, as quais citamos abaixo: A2. % de domicílios urbanos abastecidos por rede de distribuição e por poço ou nascente com canalização interna: Ano A2 2018 98% 2023 100% 2033 100% 2038 100%* Fonte: PLANSAB

A6. % do índice de perdas na distribuição de água:

Ano A6 2018 44% 2023 41% 2033 33% 2038 33%* Fonte: PLANSAB

A7. % de serviços de abastecimento de água que cobram tarifa:

Ano A7 2018 95% 2023 97% 2033 100% 2038 100%* Fonte: PLANSAB

* - Meta PLANSAB 2033 6.4. METAS DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO Como referência e orientação, o PLANSAB indica algumas metas a serem observadas, as quais citamos abaixo: E2. % de domicílios urbanos servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários: Ano E2 2018 66% 2023 73% 2033 86% 2038 86%* Fonte: PLANSAB

E4. % de tratamento de esgoto coletado:

Ano E4 2018 77% 2023 82% 2033 93% 2038 93%* Fonte: PLANSAB

80

E6. % de serviços de esgotamento sanitário que cobram tarifa:

Ano E6 2018 51% 2023 61% 2033 81% 2038 81%* Fonte: PLANSAB

* - Meta PLANSAB 2033 6.5. ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E DE COMERCIALIZAÇÃO 6.5.1. Objetivos gerais e específicos Os objetivos de um Sistema Tarifário podem ser resumidos em dois principais aspectos:  Modicidade Tarifária

O princípio da Modicidade Tarifária decorre de um raciocínio simples: o serviço público tem que atingir e satisfazer os diversos grupos sociais na persecução do bem comum. Sendo assim, quando esse serviço depender de uma cobrança, ela deve ser condizente com as possibilidades econômicas do público a que se destina. Deve-se reconhecer que a aplicação da modicidade tarifária deve ser visualizada também sob o contexto da necessidade da cobrança para prestação de alguns serviços públicos pelo Estado, para viabilidade e sustentabilidade da prestação do serviço, garantindo acesso ao serviço à coletividade como um todo, de forma isonômica, assegurando ao indivíduo o direito de acesso ao serviço público.  Viabilidade e Sustentabilidade da Prestação do Serviço

O princípio de Viabilidade e Sustentabilidade de qualquer empreendimento está intimamente ligado à remuneração adequada e suficiente que um prestador de serviços deve receber para que seja viável não somente a sua implantação como também sua conservação, manutenção e operação, não se desprezando também o fato de que sua remuneração deve ainda cobrir a renovação e atualização, segundo as técnicas e processos mais atualizados. 6.5.2. Proposições identificadas A recomendação que se faz é que a Prefeitura, pratique um Sistema Tarifário, adequando às necessidades do usuário e também às necessidades do prestador dos serviços, no que tange à modicidade tarifária, viabilidade e sustentabilidade dos serviços prestados. Chama-se a atenção de que a viabilidade e sustentabilidade não objetiva a manutenção desta ou daquela entidade e sim da prestação dos serviços propriamente ditos, que serão descontinuados ou prestados de maneira inadequada, caso o equilíbrio entre as tarifas cobradas e os custos de investimentos e operação, necessários à qualidade, continuidade e adequabilidade dos serviços, for rompido. Propõe-se a adoção do Sistema Tarifário semelhante ao da EMBASA, já que além de ser o utilizado na maioria dos municípios da Bahia, tal sistema foi, e continuará sendo amplamente discutido com as entidades reguladoras. Finalmente cabe ressaltar que a cobrança deverá ser aplicada à toda população atendida.

81

82

7. OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS DE AÇÃO O objetivo principal deste Plano consiste na superação das deficiências de ordem quantitativa e qualitativa da prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário no município, observando-se os princípios definidos pela Lei Federal n° 11.445/2007 como a universalização progressiva do acesso, eficiência e sustentabilidade econômica, uso de tecnologias apropriadas, transparência, segurança, regularidade e qualidade, entre outros. As principais metas estão aqui organizadas em três categorias (segundo os contextos institucional, administrativo e operacional) e identificadas pelos número de “7.1. , 7.2. e 7.3.” Para cada meta estão apresentadas as respectivas linhas de ação sugeridas para o cumprimento das metas. 7.1. CONTEXTO INSTITUCIONAL 7.1.1. Consolidar a política municipal de saneamento As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem o estabelecimento de instrumentos para a articulação dos serviços de saneamento com as diretrizes do planejamento municipal atribuídos para as áreas de interesse social, habitação, serviços públicos e mobilidade, a seleção de tecnologias apropriadas que considerem as particularidades locais, a definição de ações para a promoção da educação ambiental, saúde coletiva e saneamento básico nos seus diversos segmentos e áreas do município e a institucionalização de instrumentos para a regulação dos serviços, entre outras. 7.1.2. Conformar um sistema administrativo pluri-institucional para as ações de planejamento e gestão dos serviços As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a criação de uma organização envolvendo representantes das três esferas governamentais e dos órgãos ou empresas responsáveis pela operação dos serviços, técnicos e representantes da sociedade civil para a determinação de diretrizes para o planejamento e gestão dos serviços e a definição de estratégias para a atuação em áreas onde se fará necessária a recuperação ou a qualificação integrada do território (drenagem urbana, pavimentação de vias, regularização dominial e saneamento rural, por exemplo), entre outras. 7.1.3. Estabelecer estratégias para uma maior participação social nos processos decisórios As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a criação de um plano de participação social, a convocação da sociedade civil com o objetivo de conscientizar acerca do sistema existente e respectivos planos, de sua operacionalização e da prestação dos serviços, a realização de consultas públicas para a identificação complementar de carências e prioridades, a identificação de lideranças locais e seu treinamento enquanto agentes multiplicadores e agentes moderadores na relação entre os organismos vinculados à prestação dos serviços e a comunidade, entre outras.

7.2. CONTEXTO ADMINISTRATIVO 7.2.1. Aprimorar os mecanismos de processamento de informações gerenciais As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a elaboração de um Plano de Gestão da Informação, o desenvolvimento e a implementação de sistemas (banco de dados) para a coleta, carregamento, processamento e análise de informações, e treinamento periódico dos profissionais que irão utilizar tais sistemas, a definição de equipes de suporte técnico e a geração de relatórios estatísticos, boletins e demais publicações com os resultados

83

desse processamento, entre outras. A regularização das informações no SNIS faz parte desta ação. 7.2.2. Consolidar e assegurar a revisão periódica do plano diretor municipal As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a atualização e conciliação dos estudos preliminares e anteprojetos existentes para os sistemas de saneamento, a execução de estudos e anteprojetos para áreas ainda não contempladas e a consolidação de estratégias para a ação integrada entre as entidades prestadoras dos serviços, o Município, o Estado e a União em áreas críticas ou de ocupação irregular (sejam elas de urbanização precária ou de ocupação de terrenos não edificáveis ou de domínio público) para a prestação de serviços nessas localidades, entre outras. A revisão periódica do PMSB faz parte desta ação. 7.2.3. Aprimorar os mecanismos de mapeamento da distribuição dos consumidores efetivos e potenciais As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a atualização periódica das bases cartográficas, a criação de bancos de dados associados a técnicas modernas de geoprocessamento e o desenvolvimento de ferramentas para a integração com o setor comercial, o desenvolvimento de pesquisas de mercado, entre outras. O mapeamento das áreas de expansão urbana visando a ampliação sustentável dos sistemas de água e/ou de esgotos e o estudo e levantamento de população flutuante usuária dos serviços de saneamento fazem parte desta linha de ação. 7.3. CONTEXTO OPERACIONAL 7.3.1. Ampliar os níveis de cobertura da rede de abastecimento de água e de esgotamento sanitário As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a elaboração de projetos básicos e, logo, de projetos executivos dos sistemas, observando as carências e planos estabelecidos, a recuperação dos dispositivos existentes, a construção de redes, ramais, adutoras, emissários, estações elevatórias e de tratamento, acompanhando a expansão e o adensamento (ou seja, a execução de redes de atendimento) dos sistemas abrangidos pelo Município. No que concerne ao adensamento, destacam-se linhas de ação como a consolidação de programas para a facilitação de pagamento ou subsídios para a execução das redes intra- domiciliares e a ampliação do programa de identificação e regularização de ligações clandestinas dentro de um programa maior de controle de perdas, entre outras. 7.3.2. Ampliar a capacidade e a efetividade dos sistemas As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a modernização e otimização dos processos e métodos construtivos, de tratamento e de disposição de resíduos gerados adequados à realidade municipal e a criação de programas de qualificação da mão de obra técnica vinculada por exemplo à operação dos sistemas, entre outras. As metas aqui listadas, excetuando-se as duas últimas listados no contexto operacional (identificadas pelos números "7.3.1" e "7.3.2", deverão ser atendidas ainda no cenário de curto prazo, definido como o horizonte de quatro anos, com manutenção e revisão permanente até o cenário de fim de plano. As duas últimas metas - que abrangem a implantação, recuperação e ampliação dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário apresentam perspectivas graduais de cumprimento, acerca das quais se pretende extender , nas localidades atendidas, o atendimento de água em nivel próximo de 100% no curto prazo e extender o nível de cobertura de esgotamento sanitário para aproximadamente 90% no longo prazo, tendo como objetivo atingir progressivamente níveis de mais de 90%, na direção da "universalização " ao longo do período

84

de concessão. No contexto de fim de plano, estima-se atender o chamado "crescimento vegetativo dos sistemas", que constitui a implantação de novas redes na medida que forem incorporados novos empreendimentos ou parcelamentos.

85

8. AÇÕES EMERGENCIAIS E DE CONTINGÊNCIA Os impactos decorrentes de acidentes em sistemas de infraestrutura urbana podem afetar sobremaneira a população, o meio natural ou o meio construído, bem como prejudicar o desenvolvimento de atividades produtivas e a continuidade da prestação de serviços públicos enquanto as condições iniciais não forem restabelecidas. Partindo-se destas considerações e com base na Lei Federal 11.445/2007, os planos municipais de saneamento devem apresentar propostas de ações emergenciais e de contingência relativos à operação desses sistemas. Entende-se por ações emergenciais aquelas que têm como objetivo minimizar ou dirimir os impactos derivados de acidentes, enquanto as ações de contingência são aquelas que têm como objetivo prevenir tais situações. Neste sentido, é primordial que o prestador dos serviços relacionados ao abastecimento de água e de esgotamento sanitário no município atente para a elaboração de um planejamento periodicamente complementado e revisado para a manutenção e conservação das unidades, com estabelecimento e realização de rotinas de manutenção nos diversos dispositivos componentes dos sistemas, por melhor que tenha sido a qualidade das obras executadas quando da construção dos mesmos. Naturalmente, as rotinas de manutenção devem atender os níveis de segurança tidos como aceitáveis para a sustentabilidade econômica dos serviços. Com base na experiência da gestão de sistemas de água e esgoto em diversos municípios brasileiros, são identificadas as principais situações de emergência que são passíveis de ocorrer na operação de sistemas desse tipo. A seguir está apresentado um conjunto de situações, os prováveis fatores de origem e as correspondentes ações que deverão ser executadas para mitigá-los. Naturalmente as situações aqui descritas são uma abordagem inicial para o planejamento. Uma vez implantado o sistema de gestão, caso venham a ocorrer situações emergenciais diferentes daquelas aqui descritas, estas recomendações para ações contingenciais deverão ser atualizadas logo em sequência ao evento, como uma ação de caráter preventivo ante novas ocorrências de caráter similar. 8.1. PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 8.1.1. Falta de água generalizada As prováveis origens comumente encontradas para este tipo de situação referem-se: às inundações das captações superficiais de água com danificação de equipamentos eletromecânicos ou até de estruturas; qualidade da água bruta temporariamente inadequada; deslizamento de encosta ou movimentação do solo que podem danificar tubulações de adução; interrupção prolongada no fornecimento de energia elétrica nas instalações de produção; vazamentos de produtos químicos, por ex. cloro, nas instalações de tratamento e ações de vandalismo. As principais ações de contingência a destacar são a comunicação à população, instituições, autoridades e defesa civil; comunicação à polícia; comunicação à operadora de energia elétrica; mobilização de caminhões tanque; controle imediato da água disponível nos reservatórios; implementação de rodízio de abastecimento; reparo imediato das instalações danificadas e verificação e adequação dos planos de ação às características da ocorrência. 8.1.2. Falta de água parcial ou localizada As origens mais comuns a esta situação referem-se à deficiência de água nos mananciais; interrupção temporária no fornecimento de energia elétrica nas instalações de produção de

86

água; interrupção parcial no fornecimento de energia elétrica principalmente em setores de distribuição; danificação em equipamentos de estações elevatórias de água, principalmente de água tratada; danificações de estruturas de reservatórios ou de elevatórias de água tratada; rompimento de redes e linhas adutoras de água tratada e ações de vandalismo. Além das mesmas ações de contingência para a falta de água generalizada, destaca-se a análise imediata e providências de transferência de água entre setores de abastecimento. 8.2. PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS EM SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 8.2.1. Abatimentos e / ou obstruções na rede coletora Tais situações podem ocorrer devido ao mau uso da rede, à depredação e a ações de vandalismo, a vícios de construção da rede ou ao excesso de carga sobre a pavimentação. Para mitigar estes abatimentos e obstruções são necessárias ações de conscientização junto à comunidade (por exemplo, por meio das associações de moradores) com o objetivo de informar quanto ao uso adequado do sistema. Ações imediatas de reparo da rede devem ser executadas diante de atos de depredação ou vandalismo. 8.2.2. Ocorrências de refluxo ou retorno de esgotos em imóveis Além das obstruções citadas anteriormente, o lançamento indevido de águas pluviais em redes coletoras de esgoto pode ocasionar o retorno de águas residuais em imóveis. Nestes casos, a ocorrência deverá ser comunicada à Vigilância Sanitária do município e deverão ser iniciados imediatamente os trabalhos de limpeza e reparos das instalações danificadas. 8.2.3. Rompimentos de linhas de recalque, redes, coletores-tronco e emissários Estes rompimentos usualmente ocorrem em função de desmoronamentos de taludes, desgastes de paredes de canais de macrodrenagem, erosões de fundos de vale e rompimento de travessias. Nestes casos, a ocorrência deverá ser comunicada aos órgãos de controle ambiental e deverá ser realizado o reparo imediato das instalações danificadas, muitas vezes com o envolvimento imediato da prefeitura ou outras operadoras de serviços. 8.2.4. Rompimentos de emissários com extravasamento em logradouros próximos a corpos d'água (praia, rios, lagos ou mananciais) sujeitos a riscos sanitários e desastres ambientais A principal ação nestes casos é preventiva devendo ser previsto no planejamento e sistema de gestão o mapeamento das áreas de riscos nas adjacências dos emissários e, com base neste mapeamento, elaborar Planos de Contenção e Recuperação para as áreas de riscos. A ação corretiva de emergência seria comunicar aos órgãos de controle ambiental e à defesa civil e, consecutivamente, implementar os Planos de Contenção e Recuperação. 8.2.5. Extravasamentos de esgoto em poços de visita das redes coletoras Devem-se principalmente a lançamentos indevidos, quer sejam por contribuições residenciais ou comerciais (como por ex. descargas inadequadas de gordura ou de outros materiais) e mesmo por interligações de captações de águas pluviais a estas redes coletoras. Devido ao fato de que normalmente não se considera em projeto uma intensa influência das contribuições oriundas da infiltração de águas pluviais, nas épocas chuvosas os extravasamentos podem tornar-se frequentes pois os coletores não foram dimensionados e não estão aptos para suportar tal vazão. Estes extravasamentos, além de contribuírem para proliferação de agentes nocivos à saúde pública, representam perdas ambientais e implicam em questões de ordem jurídica a serem arbitradas entre os órgãos dirigentes.

87

Ante situações como estas o programador e o encarregado operacional deverá solicitar ao órgão de trânsito da Prefeitura orientação para o isolamento do local da ocorrência e/ou o desvio do trânsito na região de entorno, de modo a propiciar condições para a execução dos serviços necessários para a readequação. 8.2.6. Obstruções nas estações elevatórias de esgoto A origem da obstrução das estações elevatórias geralmente corresponde ao mau uso da rede coletora, à quebra ou queima dos conjuntos moto-bomba, a atos de depredação ou vandalismo e à falta ou insuficiência de rotinas de limpeza nos dispositivos componentes das estações elevatórias, como por ex. as caixas de areia e grades/cestos de retenção. Para contingenciar estas obstruções são necessárias ações junto à comunidade (por ex. meio das associações de moradores) para informar e conscientizar quanto ao uso do sistema, bem como a elaboração e verificação anual de um planejamento da operadora para a manutenção e conservação das unidades. Ações imediatas de manutenção mecânica devem ser tomadas em caso de quebra ou queima dos conjuntos moto-bomba, assim como devem ser executados reparos imediatos na unidade quando ocorrerem atos de depredação ou vandalismo. 8.2.7. Extravasamentos de esgotos em estações elevatórias de esgoto As prováveis causas para este tipo de situação referem-se à interrupção de energia elétrica nas instalações, à danificação de equipamentos eletromecânicos e às ações de depredação ou vandalismo. Em caso de ocorrência destas paralisações, o fato deverá ser comunicado imediatamente à operadora de energia elétrica, aos órgãos de controle ambiental e à defesa civil e, em seguida, proceder ao reparo das instalações danificadas. Caso o fator de origem reporte-se à interrupção de energia elétrica, o setor de Manutenção Eletromecânica do prestador dos serviços de esgotamento sanitário deverá instalar no local geradores móveis de energia. O prestador deverá dispor de equipamentos como esse para pronto atendimento a qualquer unidade elevatória que venha deixar de operar por falta de energia elétrica. Caso a origem não seja falta de energia elétrica, o operador (ou rondante rotineiro nas situações de operação automatizada das elevatórias) deverá checar a condição da chave-bóia dentro do poço, que pode estar aderida à placa de gordura na posição desligada ou presa na articulação. Ainda, se a questão se dever a falhas de comando no painel elétrico ou irregularidade operacional no conjunto de recalque, deve-se então informar imediatamente o programador de serviço ou encarregado operacional e solicitar providências da Manutenção. 8.2.8. Paralisações das estações de tratamento de esgoto Paralisações em estações de tratamento de esgoto podem ocorrer devido à interrupção de energia elétrica nas instalações de tratamento, à danificação de equipamentos eletromecânicos e a ações de depredação ou vandalismo. De forma análoga a itens anteriores, o fato deverá ser comunicado imediatamente à operadora de energia elétrica, aos órgãos de controle ambiental e a defesa civil e, em seguida, proceder ao reparo das instalações danificadas. Em síntese, o que se pretende neste capítulo é padronizar ações para que os efeitos destes incidentes sejam mitigados, com uso dos recursos disponíveis e a agilidade que a situação exige, Contudo esta padronização de ações não pretende esgotar em definitivo o assunto, atendendo a todas as situações, mas através desta receber aprimoramento devido às singularidades de cada caso. Portanto, conforme citado nos itens anteriores é imprescindível uma rotina de atualização do planejamento, planos de ação e procedimentos operacionais para quando novos tipos de ocorrências que não foram citadas neste plano, mas que porventura venham surgir,

88

sejam analisadas e tratadas, sendo elaboradas as revisões ou novos planos de atuação na medida que acontecerem. A articulação entre o prestador de serviços e organismos das diversas esferas governamentais é imprescindível, de forma que estejam dispostos os requisitos para o acionamento eficiente de equipes de trabalho e para a provisão dos recursos necessários para o atendimento emergencial e a reversão dos problemas operacionais que ocorrerem.

89

9. METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DA APLICAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO Para a avaliação da aplicação deste Plano devem ser adotados métodos objetivos, que se apoiem em informações primárias sistemáticas, no levantamento de informações complementares e em técnicas de tratamento e análise destas informações. A avaliação também deve apoiar-se em métodos subjetivos, relacionados a pesquisas investigatórias da situação dos serviços em campo (infra-estruturas, operação, gerenciamento etc.) e em pesquisas de opinião junto aos usuários e não usuários dos serviços. O objeto da avaliação deve contemplar pelo menos os indicadores quantitativos, qualitativos e temporais assumidos nas metas, programas e ações propostas. O processo de avaliação deve tratar, entre outros temas, da estrutura e adequação dos recursos humanos e tecnológicos, das instalações e equipamentos e dos sistemas gerenciais administrativos e operacionais às necessidades dos serviços prestados, inclusive dos indicadores de produtividade e de eficiência destes recursos. O Plano deverá ser revisto periodicamente, em prazo não superior a 4 (quatro) anos. No que se refere aos resultados da aplicabilidade do Plano, devem ser monitorados e avaliados, entre outros:  Informações da evolução das instalações existentes no município, como por exemplo a quantidades de redes, adutoras, coletores e emissários executados, a quantidade de ligações atendidas, a quantidade de estações elevatórias e estações de tratamento, de água e de esgoto, executadas, reformadas, ampliadas etc.;  Indicadores técnicos e operacionais relacionados à utilização efetiva da infra-estrutura instalada;  Indicadores da qualidade da água bruta e tratada, dos efluentes dos esgotos e dos corpos receptores, aferidos através de ensaios laboratoriais para a verificação da eficácia dos tratamentos;  Indicadores de regularidade da prestação dos serviços, estimados a partir da análise da evolução dos atendimentos, comparando o indicador com as metas do plano e analisando as condições e eventuais restrições do acesso aos serviços disponíveis, particularmente as de natureza econômica;  Indicadores de atendimento da demanda efetiva e potencial, verificados através do mapeamento geográfico e análise do perfil social da população e de usuários não atendidos (com ou sem serviço à disposição) e da observação das soluções adotadas para atendimento. Estes indicadores também podem ser obtidos através do mapeamento geográfico e análise do perfil sócio-econômico dos usuários inadimplentes e da interpretação da política de subsídios e sua conformidade com a realidade social, sua abrangência e efetividade;  Indicadores financeiros, capazes de refletir as informações referentes aos investimentos realizados ano a ano;  Monitoramento das interfaces dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário com as políticas de saúde e ambiental, objetivando avaliar os impactos nos indicadores de saúde, na salubridade ambiental e nos recursos naturais. Os dados e indicadores relativos à prestação dos serviços deverão ser disponibilizados no SNIS – Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico e sistematicamente atualizados.

90

10. CARACTERIZAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS E RECURSOS E PROGRAMA DE EXECUÇÃO A Prefeitura, de acordo com a sua estrutura orgânica, deverá, além de prestar os serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, realizar investimentos para a criação, ampliação, recuperação ou modernização da infra-estrutura necessária ao desempenho dos referidos serviços, possibilitando, assim, a prestação de serviço adequado à coletividade. Diante do vulto dos investimentos, as fontes de recursos para as obras/instalações e melhorias administrativas não necessitam se limitar ao financiamento público, existindo alternativas para implementação das soluções propostas no Plano através de investimentos privados, a serem avaliadas e desenvolvidas. O edital de chamento público 003-2017, orientador do presente plano, considera a prestação dos serviços relativos aos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitario do Municipio de Caravelas/BA, por empresa privada, sob regime de concessão.

Os investimentos previstos visam à universalização dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário e o atendimento das exigências dos padrões legais de lançamento de efluentes de esgoto, devendo adequar-se a viabilidade econômico-financeira de um programa de forma que os benefícios atingidos tenham continuidade. A universalização dos serviços conforme este Plano está avaliada em aproximadamente R$ 57 milhões xxxxxxxxxxi referenciados nas tabelas SINAPI/EMBASA a preços de janeiro de 2018. Este valor corresponde à totalidade dos sistemas urbanos de água e esgoto abrangidos pelo Plano e ações pontuais estendidas à área rural dispersa. A síntese das necessidades de recursos previstas para este Plano e seu programa de execução nos cenários de prazo curto (4 anos), médio (8 anos), longo (12 anos) e de crescimento vegetativo (30 anos), está distribuída conforme o quadro a seguir:

Quadro de Investimentos 13 - 30 0 - 4 anos 5 - 8 anos 9 - 12 anos Item Descrição anos Curto Médio Longo Vegetativo 1 SEDE 1.1 ÁGUA 1.1.1 Poços Artesianos 960.000 0 0 0 ETA - SEDE - Ampliação 1.1.2 605.000 0 0 0 e Melhorias Rede Água - Novas e 1.1.4 320.000 0 0 0 Substituição Rede Água - Novas e 1.1.4 1.307.001 392.686 392.686 1.570.746 Substituição 1.1.5 Ampliação Reservatórios 1.293.600 0 0 0 1.1.5 Substituição Hidrômetros 313.479 417.972 417.972 1.880.876 Automação/ 1.1.6 Macromedição / 605.000 0 0 0 Setorização 1.1.7 EATs - Implantação 285.000 0 0 0 Programa Combate à 1.1.8 91.333 91.333 91.333 411.000 perda d'água 1.1.9 Instalação Hidrômetros 109.500 73.000 0 0 1.2 ESGOTO

91

Quadro de Investimentos 13 - 30 0 - 4 anos 5 - 8 anos 9 - 12 anos Item Descrição anos Curto Médio Longo Vegetativo ETE - Ampliação e 1.2.1 1.200.000 400.000 0 0 Melhorias 1.2.2 EEEs - Implantação 2.280.000 0 0 0 Redes Coletoras - Novas 1.2.3 3.663.111 2.594.703 305.259 1.373.667 e Substituições Interceptores - 1.2.4 1.421.903 473.968 0 0 Implantação 1.2.5 Programa Caça Esgoto 405.000 540.000 540.000 1.215.000 1.2.6 Linhas de Recalque 2.657.618 885.873 0 0 2 DISTRITO DE JUERANA 2.1 Poços Artesianos 480.000 0 0 0 2.2 CAPTAÇÃO - Melhorias 80.000 0 0 0 ETA Simplificada - 2.3 Cloração e Fluor - 205.000 0 0 0 Implantação 2.4 Reservatório 152.533 76.267 0 0 Rede Água - Novas e 2.5 81.768 140.428 71.103 319.962 Substituição 2.6 Instalação Hidrometros 273.750 0 0 0 2.7 Substituição Hidrometros 0 38.636 77.273 309.091 Redes Coletoras / 2.8 0 1.754.460 1.754.460 0 Interceptoras 2.9 EEE 0 712.500 712.500 0 2.10 ETE Compacta 0 530.000 530.000 0 2.11 Linhas de Recalque 0 508.750 508.750 0 3 LOCALIDADE DE RANCHO ALEGRE Captação - Ampliação e 3.1 365.000 0 0 0 Melhorias 3.2 ETA - Melhorias 205.000 0 0 0 3.3 Reservatório 96.800 48.400 0 0 Rede Água - Novas e 3.4 43.272 74.315 37.628 169.325 Substituição 3.5 Instalação Hidrômetros 82.125 0 0 0 3.6 Substituição Hidrometros 0 36.000 48.000 216.000 Redes Coletoras / 3.7 0 1.845.900 0 0 Interceptoras 3.8 EEE 0 855.000 0 0 3.9 ETE Compacta 0 1.060.000 0 0 3.10 Linhas de Recalque 0 610.500 0 0 4 DISTRITO DE SANTO ANTÔNIO DE BARELONA 4.1 Poços Artesianos 250.000 0 0 0 4.2 Captação - Melhorias 80.000 0 0 0 ETA Simplificada - 4.3 105.000 0 0 0 Melhorias 4.4 Reservatório 70.400 35.200 0 0 Rede Água - Novas e 4.5 51.888 89.112 45.120 203.040 Substituição 4.6 Instalação Hidrômetros 82.125 0 0 0 4.7 Substituição Hidrometros 60.000 80.000 80.000 80.000 Redes Coletoras / 4.8 0 2.099.520 0 0 Interceptoras

92

Quadro de Investimentos 13 - 30 0 - 4 anos 5 - 8 anos 9 - 12 anos Item Descrição anos Curto Médio Longo Vegetativo 4.9 EEE 0 1.140.000 0 0 4.10 ETE Compacta 0 1.040.000 0 0 4.11 Linhas de Recalque 0 814.000 0 0 SIMPLES 20.282.206 19.458.523 5.612.085 7.748.706 SUBTOTAL ACUMULADO 20.282.206 39.740.729 45.352.814 53.101.520 PROGRAMAS E AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E 1.622.576 1.556.682 448.967 619.896 SANEAMENTO RURAL SIMPLES 21.904.782 21.015.205 6.061.051 8.368.603 TOTAL ACUMULADO 21.904.782 42.919.988 48.981.039 57.349.642

93

11. FLUXOGRAMA DE APROVAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

94

12. MINUTA DE ENCAMINHAMENTO DO PMSB

À

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARAVELAS, ESTADO DA BAHIA

[endereço]

A/C: Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal Silvio Ramalho da Silva

C/C:

COMISSÃO ESPECIAL DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DAS PROPOSTAS DO PMI

A/C: Sr. Mikey Delgado Guida

Presidente da COPEI

Ref.: PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE – PMI – PROCESSO LICITATÓRIO N.º 003/2017 – Seleção de estudos para a Gestão, Estruturação de Projetos de Implantação, Expansão, Restauração e Operação do Sistema de Abastecimento de Água (SAA), Coleta e Tratamento de Esgotos (SES) e Sistema de Abastecimento Coletivo (SAC) no Município de Caravelas/BA, que aportem alternativas para ampliação da capacidade de investimentos, para fins de universalização de saneamento básico, possibilitando apoiar na tomada de decisão que seja vantajosa para o Município, mas que também garanta um retorno e atratividade do negócio para o privado. (“Estudos”).

Assunto: Carta de apresentação dos Estudos.

Prezados Senhores,

PREFISAN ENGENHARIA LTDA. (doravante denominada “PREFISAN”), pessoa jurídica de direito privado, com sede Av. Álvares Cabral, nº 1777, Sala 1701, Bairro Lourdes, na Cidade de Belo Horizonte, Estado de Mina Gerais, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 01.127.225/0001-76, por meio de seu representante legal, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar os Estudos objeto do Procedimento de Manifestação de Interesse – PMI em epígrafe.

95

A PREFISAN, coloca-se, desde já, a inteira disposição de Vossas Senhorias para fazer quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários, sendo disponibilizado, para tanto, nossos contatos: telefax (31) 3516-0200; e, e-mail: [email protected].

Ademais, caso Vossas Senhorias entendam necessária a complementação/alteração de alguma informação constante da documentação objeto do PMI, a PREFISAN coloca-se à disposição para realizá-las.

Sendo o que cabia expor para o momento, aproveita-se a oportunidade para reiterar nossos votos de estima e consideração.

Belo Horizonte/MG, 23 de fevereiro de 2018.

Atenciosamente,

PREFISAN ENGENHARIA LTDA. Eng° Cláudio Franklin da Silva Magalhães CREA/MG 59.886/D Procurador

13. AVISO DE AUDIÊNCIA E CONSULTA PÚBLICA

A PREFEITURA MUNICIPAL DE CARAVELAS, ESTADO DA BAHIA, comunica aos interessados que realizará, no dia [-] de [-] de 20[-], às [-]:[-] h., no Salão [Nobre, por exemplo] da Prefeitura Municipal de Caravelas – BA, situada à [-], AUDIÊNCIA PÚBLICA para discussão do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB do Município, em atendimento ao disposto no artigo 11, inciso IV da Lei Federal n.º 11.445/2007, e ao artigo 39, inciso IV do Decreto Federal n.º

96

7.217, de 21 de junho de 2010. Os interessados em se manifestar verbalmente na Audiência Pública deverão necessariamente preencher o “Formulário para Manifestação Verbal”, disponibilizado no sitio eletrônico da Prefeitura Municipal de Caravelas – BA, no link: [www.], e encaminhá-lo ao endereço eletrônico: [-], ou ao endereço físico [-] - aos cuidados de [-] -, até o dia [-], às [-]:[-] h. Será fraqueada a entrada de todos os interessados, observado o limite máximo de pessoas que comporta o local.

A PREFEITURA MUNICIPAL DE CARAVELAS, ESTADO DA BAHIA, comunica, ainda, que a minuta do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB de Água e Esgotamento Sanitário, bem como os estudos que o fundamentam, encontram-se disponíveis para CONSULTA PÚBLICA, no sítio eletrônico da Prefeitura Municipal de Caravelas – BA mencionado acima, no período de [-] de [- ] a [-] de [-] de 20[-], para recebimento de sugestões, críticas, contribuições e comentários. As sugestões, críticas, contribuições e comentários propostos pelos interessados deverão necessariamente seguir o “Formulário para Recebimento de Contribuições”, disponibilizado no sítio eletrônico da Prefeitura Municipal de Caravelas – BA, o qual deverá ser encaminhado ao endereço eletrônico: [-], até o último dia da Consulta Pública.

[local], de [-] de [-] 20[-].

SILVIO RAMALHO DA SILVA

PREFEITO MUNICIPAL

14. LEI MUNICIPAL AUTORIZATIVA DO PMSB

LEI MUNICIPAL N.º [-], DE [-] DE [-] DE 20[-]

“Aprova o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Caravelas – BA.”

PREFEITO MUNICIPAL DE CARAVELAS, ESTADO DA BAHIA, faço saber que a Câmara Municipal aprova e eu sanciono a seguinte Lei:

97

CONSIDERANDO a existência da Lei Federal n.º 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico (novo marco regulatório dos serviços públicos de saneamento básico); CONSIDERANDO que o artigo 19, § 1.º da Lei Federal n.º 11.445/07, determina que os Planos de Saneamento Básico deverão ser elaborados pelos titulares desses serviços; CONSIDERANDO que o mesmo artigo 19 da Lei Federal n.º 11.445/07, determina que os Planos de Saneamento Básico poderão ser específicos para cada serviço; CONSIDERANDO que, conforme disposto no artigo 11, inciso I da Lei Federal n.º 11.445/07, a existência de Plano de Saneamento Básico é condição de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação desses serviços públicos;

Art. 1.º. Fica aprovado e instituído o Plano Municipal de Saneamento Básico de Água e Esgoto (PMSB) do Município de Caravelas, Estado da Bahia, na forma do Anexo I desta Lei.

Art. 2.º. Caberá ao Poder Executivo Municipal definir as metas finais que devem ser atendidas pelo prestador de serviços, observadas as diretrizes e alternativas do PMSB.

Art. 3.º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Plenário Minervino Macedo, [-] de [-] de 20[-].

SILVIO RAMALHO DA SILVA PREFEITO MUNICIPAL

15. ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE PRADO, ESTADO DA BAHIA, REALIZADA EM [-] DE [- ] DE 20[-]

Aos [data por extenso], às [-] h., na sede da Prefeitura Municipal de Caravelas, Estado da Bahia, situada à [endereço], em consonância com o disposto na Lei Federal n.º 11.445/2007, com a presença dos Senhores Secretários Municipais, Representantes Legislativos, funcionários, técnicos e cidadãos, foi realizada Audiência Pública para atendimento ao estabelecido no artigo 11, inciso IV da Lei Federal n.º 11.445/2017 (que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico), a fim de proporcionar a ampla divulgação do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB referente aos serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário, bem como os estudos/relatórios que o fundamentam. Registre-se que, o aviso de realização da presente Audiência Pública foi publicado na Imprensa Oficial do Município e no

98

Jornal de Grande Circulação [-], na data de [-], tendo sido, ainda, referidos documentos submetidos à Consulta Pública, no período de [-] de [-] a [-] de [-] de 20[-], no sítio eletrônico da Prefeitura Municipal de Caravelas – BA, no link: [-], para recebimento de sugestões, críticas, contribuições e comentários.

DA ORDEM:

A presente Audiência Pública tem por objeto: (i) a apresentação do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB de Água e Esgoto Sanitário do Município de Caravelas – BA; (ii) a coleta de sugestões, críticas, contribuições e comentários, de modo a possibilitar o seu aperfeiçoamento; (iii) conhecer e/ou identificar possíveis anseios, temores, dúvidas dos usuários dos serviços públicos de saneamento básico; por fim, (iv) a apresentação da minuta de Projeto de Lei que aprova o PMSB.

DA COMPOSIÇÃO DA MESA:

Foram convidados pelo Senhor [-] (Secretário Municipal de [-]), para compor a mesa os Senhores [-] (Prefeita Municipal de [-]); [-] (Secretário Municipal de [-]); [-] (Técnico de [-]); [-] (Procurador do Município).

DOS TRABALHOS:

Os trabalhos foram abertos pelo Secretário Municipal de [-], que cumprimentando a todos, ressaltou a importância da realização da presente Audiência Pública para discussão do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB de Água e Esgoto Sanitário do Município, não só para atender à exigência prevista na Lei Federal n.º 11.445/2007, dando ampla publicidade ao PMSB, como também para receber sugestões, críticas, contribuições e comentários da população. O Senhor Secretário Municipal anunciou que os Formulários para Realização de Contribuições/Questionamentos e para Manifestação Verbal poderiam ser entregues até o início da Audiência Pública, pelo que não seriam mais recebidos. Aproveitou a oportunidade para destacar que os documentos relacionados ao PMSB foram submetidos à Consulta Pública, no período de [-] de [-] a [-] de [-] de 20[-], no sítio da Prefeitura Municipal de Caravelas – BA, no link: [-], dando, portanto, ampla divulgação e transparência ao presente processo, em conformidade com os princípios basilares da Administração Pública. Em seguida, esclareceu que, dado a quantidade de contribuições/questionamentos recebidas, em âmbito de Audiência Pública, parte das respostas seriam fornecidas na presente Audiência Pública e o restante seria

99

disponibilizado no endereço eletrônico mencionado acima, em conjunto com as respostas às sugestões, críticas, contribuições e comentários recebidos em sede de Consulta Pública, até o dia [-]. Esclareceu que tal medida era necessária, para que, os presentes tivessem a oportunidade de se manifestar verbalmente na Audiência Pública. Na sequência, o Senhor Secretário Municipal certificou todos acerca do seu poder de dar e cassar a palavra, bem como de determinar a retirada de qualquer pessoa que esteja tumultuando a Audiência. Feitos esses breves esclarecimentos, o Senhor Secretário Municipal deu início a apresentação do PMSB. Foram abordados na apresentação o Diagnóstico e Proposições para setor de saneamento básico local quanto aos aspectos de abastecimento de água e esgotamento sanitário, as Metas e Programas de Ações a serem tomadas, incluindo a mobilização social e participação técnica de interessados, o Programa de Execução e os mecanismos planejados para a Avaliação Sistemática do PMSB. Ao final, foi também apresentada a minuta de Projeto de Lei que aprova o PMSB, para o amplo conhecimento de todos. Após a apresentação, os membros da Mesa iniciaram respondendo alguns questionamentos formulados por meio dos Formulários para Realização de Contribuições, em seguida, foi dado aos presentes a oportunidade de se manifestarem, de forma oral. Tanto as contribuições/questionamentos, quanto as respostas da Mesa, escritas e verbais, seguem anexas à presente Ata. Terminados os trabalhos, o Senhor Secretário Municipal agradeceu a presença de todos, bem como as sugestões, críticas, contribuições e comentários apresentados, dando-se, assim, por encerrada a Audiência Pública, ocasião na qual foi lavrada a presente Ata que segue assinada pelos presentes, conforme lista de presença anexa.

[Secretário Municipal de [-]

Presidente da Mesa

[nome completo]

Secretário da Audiência Pública

100

16. LISTA DE PRESENÇA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA

ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE CARAVELAS, ESTADO DA BAHIA

REALIZADA EM [-] DE [-] DE 20[-]

Nome CPF: E-mail: Assinatura

101

17. FORMULÁRIO PARA REALIZAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES

[local], de [-] de [-] de 20[-].

À

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARAVELAS, ESTADO DA BAHIA

Ref.: Audiência Pública e Consulta Pública relativas ao Plano Municipal de Saneamento Básico de Água e Esgotamento Sanitário (PMSB).

Prezados Senhores,

Nome: ______

Empresa: ______

Venho à presença de Vossas Senhorias, apresentar a seguinte dúvida/contribuição relativa ao PMSB:

Questionamentos/Contribuição ______

102

18. FORMULÁRIO PARA MANIFESTAÇÃO VERBAL

[local], de [-] de [-] de 20[-].

À

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARAVELAS, ESTADO DA BAHIA

Ref.: Audiência Pública e Consulta Pública relativas ao Plano Municipal de Saneamento Básico de Água e Esgoto (PMSB).

Prezados Senhores,

Nome:

Empresa:

RG: E-mail:

CPF: Telefone:

Endereço: Bairro:

Cidade: UF:

Venho a presença de Vossas Senhorias, requerer autorização para me manifestar, de forma verbal, na Audiência Pública para discutir sobre o Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB do Município de Caravelas – BA, que acontecerá no dia [-], às [-], na [endereço], sede da Prefeitura Municipal de Caravelas – BA.

[enviar este Formulário à Prefeitura Municipal de [-], no endereço [-] – Setor de Protocolos, ou, para o endereço eletrônico: [-], até o dia [da Audiência, por exemplo]

103