Embrapa Tabuleiros Costeiros Relatório Final
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EMBRAPA TABULEIROS COSTEIROS OS Nº 09 / 2014 - Delimitação da área de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros RELATÓRIO FINAL COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO Ana Alexandrina Gama da Silva – Pesquisadora - Membro Antônio Carlos Barreto – Pesquisador – Pesquisador - Membro Lauro Rodrigues Nogueira Junior – Pesquisador - Membro Manuel Alberto Gutierrez Cuenca – Pesquisador - Membro Marcelo Ferreira Fernandes – Chefe Adjunto de P&D - Membro Márcia Helena Galina – Pesquisadora - Membro Marcos Aurélio Santos da Silva – Pesquisador - Membro Marcus Aurélio Soares Cruz – Supervisor de Núcleos Temáticos - Membro Ronaldo Souza Resende – Chefe Adjunto de TT - Presidente Walane Maria Pereira de Mello Ivo – Pesquisadora - Membro Aracaju – SE Novembro/2014 1 I. CONTEXTUALIZAÇÃO No ano de 1993, foi criado o Centro Nacional de Pesquisa dos Tabuleiros Costeiros, Unidade de caráter Ecorregional, sendo posteriormente denominada Embrapa Tabuleiros Costeiros. A partir desse ano, a Unidade deixou seu caráter de centro de produto (Centro Nacional de Pesquisa do Coco – CNPCo) para transformar- se em Unidade Ecorregional. Sua atuação foi definida como sendo a área correspondente aos ambientes Tabuleiros Costeiros e Baixada Litorânea, definidos pelo Zoneamento Agroecológico do Nordeste – ZANE (EMBRAPA, 2000). O estudo de caráter sistêmico, por meio da caracterização e espacialização dos ambientes em função da diversidade dos recursos naturais e socioeconômicos, compartimentou em 20 grandes Unidades de Paisagem (dentre elas os Tabuleiros Costeiros e a Baixada Litorânea), que juntas agrupam 172 Unidades Geoambientais, as quais possuem informações numa escala mais detalhada. Embora estudiosos indiquem que a ocorrência dos tabuleiros costeiros se estenda em terras além da Região Nordeste (Acre, Espiríto Santo, Rio de Janeiro, entre outros) definiu-se, por meio dos planos diretores anteriores, que a atuação da Unidade seria focada entre os estados do Ceará e da Bahia, englobando assim os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Vale chamar a atenção que esses documentos excluíram os estados do Maranhão e Piauí da área de atuação da Unidade, pelo fato deles já apresentarem outras Unidades Ecorregionais da Embrapa na sua área de domínio. Segundo o relatório proveniente do zoneamento, o ambiente de Tabuleiros Costeiros na Região Nordeste compreende uma área de aproximadamente 8,42 milhões de hectares e se caracteriza predominantemente por áreas de relevo de plano a ondulado com altitude média de 50-100m e platôs de origem sedimentar, que apresentam grau de entalhamento variável, ora com vales estreitos e encostas abruptas, ora abertos com encostas suaves e fundos com amplas várzeas. De modo geral, os solos são profundos e de baixa fertilidade, pode-se destacar a ocorrência de Latossolos, Podzólicos e Areias Quartzosas. O clima tropical úmido, com precipitação variando de 1200-2000 mm anuais condiciona a ocorrência da vegetação natural e as práticas agropecuárias. Daí a ocorrência dos seguintes tipos de formações vegetais: Floresta Perenifólia, Subperenifólia, Caducifólia e Caatinga nas áreas do semiárido, 2 além de Florestas Ciliares e manchas de Cerrado. A zona mais úmida é de domínio da cana-de-açúcar (agroindústrias) e a zona mais seca é de domínio da pecuária extensiva à semiextensiva, com atividades agrícolas limitadas em médias e pequenas propriedades. O nível de intensificação e de diversificação agrícola desses sistemas depende da pluviosidade. A principal atividade pecuária é a bovinocultura de corte e de leite, que vem passando por processo de intensificação com a introdução de pastagens. A agricultura é diversificada, pois são encontradas culturas de subsistência (milho, feijão, arroz, mandioca), fruteiras (laranja, banana, caju) e outras, como cana- de-açúcar, coco e fumo. A Baixada Litorânea , por sua vez, compreende uma área de aproximadamente 1,6 milhão de hectares. Nessa unidade há a ocorrência de Restingas, Dunas e Mangues; nota-se grandes diferenças climáticas em função de suas posições geográficas, com clima tropical úmido a precipitação varia de 1600-2000 mm anuais, portanto o potencial de água de superfície é muito alto, com rios desaguando em estuários e formando um sistema bastante intrincado de circulação da água. Há a ocorrência de solos de Mangues, Areias Quartzosas Marinhas, Gleissolos, Podzóis; o relevo é predominantemente plano. O sistema dominante é o de pecuária extensiva (bovinocultura de corte), com atividades agrícolas limitadas. Nos locais mais favoráveis existe um processo de intensificação da pecuária. A agricultura baseia-se em produtos e subsistência (milho, feijão, arroz, mandioca), com destaque ao extrativismo (coco-da-bahia). A elevada variabilidade temática de demandas relacionada à nova missão da Unidade Descentralizada “Tabuleiros Costeiros” resultou em uma dispersão espacial da atuação, bem além dos limites dos ambientes representativos da Unidade. À luz dessa constatação, entendeu-se necessário buscar uma formalização da atuação da Unidade, efetuada quando da elaboração do III PDU; no qual fora acrescentado a atuação na então denominada “áreas adjacentes”. Na época, a definição utilizada para esse termo foi “paisagens do cristalino associadas ao Agreste e à Zona da Mata, onde historicamente a Unidade desenvolve ações de pesquisa ”. Naquele momento, no entanto, não havia sido elaborada a delimitação espacial do que seria essa adjacência, dando margem à ampliação da dispersão da atuação e consequente risco de perda de foco. Embora não se tenha mais referenciado o termo “áreas adjacentes” na descrição da missão da unidade junto ao IV PDU, na prática essas áreas permaneceram incorporadas como áreas naturais de atuação da Unidade. Ao longo dos últimos anos, no entanto, tem vindo à tona recorrentemente a problemática do foco da atuação temática e espacial da Unidade. Embora seja essa visão comum às Unidades Ecorregionais da Empresa, faz-se necessário, num primeiro 3 esforço, delimitar espacialmente, segundo a divisão política municipal, as chamadas áreas adjacentes, no sentido de colaborar com esforços na elaboração de políticas para a Unidade. Nesse sentido, a Chefia Geral estabeleceu uma Ordem de Serviço (OS Nº 09/2014) compondo uma Comissão com a seguinte missão: “Estabelecimento dos limites geográficos de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros”. II- ATIVIDADES REALIZADAS E RESULTADOS ALCANÇADOS Para a definição da missão da Unidade e delimitação inicial da sua atuação foi adotado o conceito de Unidade Geoambiental, que pode ser definido como uma porção de território com elevado grau de similaridade entre as características físicas e bióticas, podendo abranger diversos tipos de ecossistemas com interações funcionais e forte interdependência. As várias Unidades Geoambientais formam as grandes Unidades de Paisagem (ZANE). Na figura 1, encontra-se destaque para as unidades de paisagem correspondentes aos Tabuleiros Costeiros e Baixada Litorânea. a b Figura 1. Delimitação de ocorrência dos Tabuleiros Costeiros (vermelho) e Baixada Litorânea (laranja), de acordo com a base cartográfica do ZANE. Por outro lado, a Lei n 7.827, de 27 de dezembro de 1989, definiu como semiárido: “A região inserida na área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - Sudene, com precipitação pluviométrica média anual igual ou inferior a 800 mm (oitocentos milímetros), definida em portaria daquela Autarquia”. Em 10 de março de 2005 foi efetivada pelos Ministérios da Integração Nacional-MI e do Meio Ambiente- MMA uma nova delimitação da área do semiárido, por meio da Portaria do Ministro da Integração Nacional a partir das conclusões do Grupo de Trabalho Interministerial 4 instituído através da Portaria Interministerial N° 6, de 29 de março de 2004. Para essa nova delimitação, foram considerados os seguintes critérios: 1. Precipitação pluviométrica média anual inferior a 800 milímetros; 2. Índice de aridez de até 0,5 calculado pelo balanço hídrico que relaciona as precipitações e a evapotranspiração potencial, no período entre 1961 e 1990; 3. Risco de seca maior que 60%, tomando-se por base o período entre 1970 e 1990. Assim, a observa-se que a delimitação dessa região foi efetuada apenas com base em critérios climáticos (Figura 2). Figura 2. Nova delimitação oficial do Semiárido brasileiro Observa-se que nos estados que compõem a atuação do CPATC, a linha que delimita os tabuleiros costeiros (ZANE) se coloca “paralela” àquela que delimita a denominada região semi-árida (MI), sendo esta última área pertinente à atuação da Embrapa Semi-Árido. Com base nisso, a proposição da Comissão foi a de que a determinação da área adjacente fosse efetuada entre a linha que delimita a atuação do CPATC e aquela de atuação do CPATSA, uma região de transição que corresponde naturalmente à área de maior atuação da Unidade fora dos Tabuleiros Costeiros e Baixada, característica de Agreste. Essa proposição foi discutida na primeira reunião da Comissão, ocorrida em 16 de outubro de 2014 (Anexo 4 – Atas de reuniões). Após amplo debate, a proposição acima foi aprovada, tendo sido acordado que o trabalho seria conduzido sob as seguintes premissas: i. Os municípios atingidos pelos polígonos que representem no ZANE as Unidades de Paisagem “Tabuleiros Costeiros” e “Baixada Litorânea”, no todo de 5 suas áreas municipais ou ainda que parcialmente, serão selecionados, num software com ambiente georreferenciado; ii. Para o caso dos municípios não situados nessas Unidades de Paisagem (áreas adjacentes), serão computados aqueles