TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS - DMU

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PROCESSO TCE 02/06733020

UNIDADE Prefeitura Municipal de Rio Rufino

RESPONSÁVEL Sr. Quintino de Bona Sartor, ex - Prefeito Municipal, gestão 1997/2000.

INTERESSADO Sr. Ângelo José Beretta – ex - Presidente da Câmara Municipal de Rio Rufino (Exercício 1998)

ASSUNTO Denúncia acerca de averiguação de irregularidades sobre atos de pessoal – Exercício de 1997 e janeiro a maio de 1998 - Reinstrução

RELATÓRIO N° 3.718/2008

INTRODUÇÃO

Tratam os autos de inspeção decorrente da manifestação do Egrégio Plenário deste Tribunal, em sessão de 20/05/1998 (fls. 124), que determinou a adoção de providências para apuração dos fatos denunciados, acerca de averiguação de irregularidades sobre atos de pessoal – Exercício de 1997 e janeiro a maio de 1998.

A Decisão foi proferida em razão das irregularidades delatadas, quando o Processo mereceu apreciação da extinta Diretoria Especial de Auditoria - DEA, através da Informação nº 040/1998, de 28/04/1998 (fls. 115 a 118 dos autos).

Assim sendo, realizou-se Inspeção “in loco”, entre os dias 01 a 04 de junho de 1998, conforme Of. TCE/DEA nº 5.427/98, (fls. 125), para verificação de irregularidades cometidas no âmbito da Prefeitura Municipal de Rio Rufino.

Os trabalhos foram confiados aos Auditores Fiscais Elisabete Peluso Gebler (Coordenadora) e Édio de Souza.

Das ações de inspeção procedidas, originou-se o Relatório de Inspeção nº 056/98, constante às fls. 126 a 243 dos autos, propugnando recomendação no sentido do encaminhamento do presente, ao Responsável, Sr. Quintino de Bona Sartor – Prefeito, à época, do Município de Rio Rufino, a fim de que atendesse

1 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução às solicitações de informações, esclarecimentos e documentos constantes do Instrumento Instrutivo (Relatório nº 056/98).

Sugeriu-se, também, a remessa de cópia do Relatório de Inspeção nº 056/98, ao Sr. Pedro Oselame, Vice-Prefeito de Rio Rufino, naquele período, com o objetivo de que o mesmo se manifestasse a respeito do item 14, do citado Relatório, tendo em vista que à época do acontecimento ali registrado, ele se encontrava no exercício do cargo de Prefeito.

Em 05/02/1999, foram encaminhadas as cópias do Relatório de Inspeção nº 056/98, (DEN-0073800/81), aos interessados, Prefeito e Vice-Prefeito de Rio Rufino, através dos oficios n° 513 e 514/99, às fls.1303 e 1304, para que se manifestassem sobre as restrições ali contidas. Solicitada a prorrogação do prazo de 30 dias, para a devida resposta (fls. 1308), foram concedidos 15 dias além do prazo regimental, conforme Of. TCE/DEA n° 2.0979/99, datado de 10/03/99 (fls. 1309).

II – DA MATÉRIA ENFOCADA

A Denúncia descrita na inicial (fls. 02/04) discorre sobre as seguintes alegações:

“A Câmara de Vereadores de Rio Rufino, no seu papel de fiscalização, detectou divergências na folha de pagamento de pessoal, relativa aos exercícios de 1997 e 1998, consistindo esta irregularidade em concessão de vantagens sem previsão legal e também o pagamento de horas extras sem o competente controle de ponto, conforme pode-se verificar, facilmente, através da análise das cópias das folhas de pagamento.

A Câmara, após ter identificado as irregularidades, emitiu uma instrução e solicitou ao Poder Executivo que tomasse as medidas cabíveis, haja vista que estava envolvido o interesse pecuniário dos funcionários.

O Poder Executivo, diante da ação do legislativo, encaminhou um Projeto de Lei estabelecendo o reenquadramento e a conseqüente reclassificação de cargos e salários.

A Lei foi aprovada em 19/03/98, sendo que seus efeitos legais já influenciariam a folha de pagamento de salários do mês de MARÇO/1998.

Entretanto, o Prefeito em exercício, Sr. Pedro Oselame não cumpriu a Lei e determinou que se calculasse e elaborasse a respectiva folha de pagamento com base na situação anterior.

Pode-se verificar, então, que a folha de pagamento de salários é elaborada sem nenhum critério, sendo concedidas vantagens a “bel prazer” do Chefe do Poder Executivo.

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Como exemplo, cita-se o filho do Prefeito e funcionário, Adílio José Sartor, que está afastado respondendo inquérito administrativo, recebeu vantagem sobre o exercício de função, que por motivo de afastamento não está exercendo, portanto, não teria direito.

Ainda, sobre o referido funcionário, observa-se que é um Agente Administrativo, cargo igual ao da funcionária Ana Maria Christoff, onde esta recebe seu vencimentos sobre a base de R$ 253,19, enquanto o filho do Prefeito percebe sobre a base de R$ 562,62.

Na folha de pagamento do mês de fevereiro/1998, podemos constatar que a Administração não calculou corretamente o direito ao adicional de férias, cometendo erros primários na elaboração da folha de pagamento, ora beneficiando alguns funcionários, ora prejudicando outros, cometendo, inclusive, crime de improbidade administrativa.

Podemos constatar, também, que a administração paga adicional de insalubridade a funcionários sem cumprir as formalidades, inclusive a que consiste na medição do grau de insalubridade.

O Vereador e também funcionário, Saulo Belizário Pereira Vieira, exerce a função de motorista de Kombi, conforme se verifica na folha de pagamento do mês de março de 1998, no entanto, recebe adicional de insalubridade, sem estar exposto a nenhum tipo de agente insalubre. Desta forma, entendemos que o Vereador está sujeito a processo de cassação do mandato, previsto no artigo 7º, inciso III do Decreto Lei 201/67.

Na folha de pagamento do mês de setembro de 1997, verificamos que eram concedidas vantagens horizontais, não autorizadas em Lei, de até 250% (duzentos e cinqüenta por cento) para alguns funcionários, enquanto que outros estavam aterrorizados sem perspectiva de um plano de carreira, que é direito de todo o funcionalismo.

Entendemos que os Agentes Públicos agiram de forma discriminatória, paternalista e imoral, beneficiando tão somente seus parentes.”

III - DA REINSTRUÇÃO

Na inspeção dos aspectos legais em denúncia, resultou evidenciado e apurado o Relatório de Instrução nº 056/98, conforme segue:

“1. PASTAS FUNCIONAIS

No exame das pastas funcionais, no decorrer da auditoria, em busca de informações sobre o assentamento individual dos funcionários componentes do

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"Quadro de Servidores" da Prefeitura Municipal de Rio Rufino-SC, a Equipe de Analistas deste Tribunal de Contas, deparou-se com várias dificuldades, fruto da desordem em que se encontravam esses controles.

A maioria das pastas não apresentavam os documentos necessários para se conhecer a vida funcional dos servidores. Não continham cópias de atos referentes à nomeação, posse, férias, concessão de gratificações, vantagens pecuniárias tais como adicionais de insalubridade, horas-extras, etc. Muitos, não continham, na ficha individual, os dados pessoais do servidor nem a fotografia do mesmo.

José Cretella Júnior, em seu livro "Curso de Direito Administrativo", 12ª Edição à folha 469, referindo-se sobre o assentamento individual do funcionário, assim se expressa:

"Tão importante é a fiscalização do exercício efetivo da função pública, que a lei determina sejam anotadas, em lugar especial, as menores peculiaridades que lhe dizem respeito. O lugar que a Administração ordena que se faça o registro do início, da interrupção e do reinicio do exercício é a ficha ou assentamento individual do funcionário público. Do assentamento individual, cujos dados serão fornecidos pelo próprio funcionário ao serviço do pessoal respectivo, após ter tomado posse e antes de entrar em exercício, constarão, primeiramente, os elementos de qualificação necessários à abertura da ficha; mais tarde, integrado ao serviço público terá, periodicamente, transplantados para o assento os principais fatos que assinalam as diversas fases de sua vida funcional, não só os merecimentos como também as punições sofridas".

A desorganização verificada nas pastas funcionais dos servidores municipais de Rio Rufino em muito prejudicou o andamento da auditoria, tendo em vista que a totalidade da denúncia se referia a infrações decorrentes de atos de pessoal e suas conseqüências.

Essa circunstância conflita com a exigência contida no inciso IV, do artigo 67 da Lei Orgânica do Município auditado.

Está assim expresso o artigo 67, IV da L.O:

"Art.67 -- O Poder Executivo manterá sistema de controle interno, com a finalidade:

I - ... II - ... III - ... IV - Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucionaL"

O responsável deverá providenciar a regularização da restrição aqui mencionada.

(Relatório nº 056/98 (fls. 126/243) de inspeção “in loco” - Citação, item 1)

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O Responsável apresentou as seguintes justificativas:

“Quanto ao apontado, estamos realizando a reestruturação do Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura, juntando todos os documentos relativos ao servidor em um única pasta, que conterá os seguintes documentos, entre outros:

a) - Portaria de nomeação e outras; b) - recibos de salários e férias; c) - cópia de perícia concedendo insalubridade; d) - cartões de ponto; e) - atestados médicos; f) - outros.

O registro do funcionário é feito em livro próprio, devidamente registrado no Ministério do Trabalho.

Quanto a manutenção dos registros funcionais, todos os funcionários estão devidamente registrados, conforme se comprova com cópia em anexo do livro de registro, inclusive os assentamentos funcionais, estão sendo todos atualizados, fato que demandará algum tempo.

Ainda assim, apenas para ilustrar, anexa pasta de um funcionário, já atualizada, trabalho que demandará para a totalidade dos funcionários pelo menos mais um mês". (grifamos) (documentos de fs.1750 a 1796)

Considerando que a Pasta Funcional já atualizada da funcionária Ana Maria Christoff deve servir de modelo para a organização das demais pastas funcionais nessa Prefeitura, segundo informações do Sr. Prefeito Municipal, contrapomos o que segue:

(fls. 1751) - Alteração de salário - Somente foram feitas anotações até julho/93 quando, segundo fls. 1798, 1802, 1806, 1808 e 1811, por exemplo, constam valores diferenciados de salário sem, no entanto, estarem devidamente registrados.

(fls. 1751) - Alteração de cargo - Em 04 de janeiro de 1993 a funcionária foi admitida para exercer a função de Professora. Não consta a data da alteração desta para o cargo de Agente Administrativo nem deste para o de Agente de Enfermagem o que, de acordo com a Portaria n° 047/98 (fls.1753), ocorreu em 31 de março de 1998.

(fls. 1751) - Férias concedidas - Dá os períodos de férias até 1997 e não cita a que exercícios as mesmas se referem. O próprio "Comunicado de Férias" está incompleto uma vez que não menciona o período a que se refere as férias que estão sendo concedidas. (fls. 1755 a 1758)

Outrossim, Portaria como a de n° 028/97, não está registrada em sua Ficha Funcional, contrariando as informações prestadas anteriormente. (fls. 1795 e 1796).

Ratificando, pois, as observações proferidas em Relatório, de que houve desrespeito ao artigo 67 da Lei Orgânica do Município auditado, assim expresso:

‘Art. 67 - O Poder Executivo manterá sistema de controle interno com a finalidade: I - ... II ... III ... 5 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

IV - Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.”

Alertamos para que a situação supra mencionada seja regularizada.

Outrossim, cabe multa a ser imputada ao Sr. Prefeito Municipal, como Ordenador Primário, pelo descumprimento do Art. 77, III da Lei Complementar n° 31/90, por ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 1)

2 - CONCESSÃO DE FUNÇÃO GRATIFICADA E GRATIFICAÇÕES

No item 12 do Expediente remetido a este Tribunal de Contas, o denunciante acusa o seguinte:

"Na folha de pagamento do mês de setembro de 1997, verificamos que eram concedidas vantagens horizontais, não autorizadas em Lei, de até 250%(duzentos e cinqüenta por cento) para alguns funcionários, enquanto que outros estavam aterrorizados sem perspectiva de um plano de carreira que é direito de todos os funcionários.”

Porém, deve-se dizer que não foi apenas no mês de setembro de 97 que ocorreu a circunstância acima denunciada.

Constatou-se, no decorrer da auditoria, através da análise dos contracheques e fichas financeiras (folhas de pagamento), registrando a remuneração paga aos servidores municipais de Rio Rufino, que diversos funcionários perceberam valores pecuniários a título de gratificação e função gratificada, nos exercícios financeiros de 1997, janeiro a dezembro e 1998, janeiro a maio, mês até onde se estendeu o levantamento.

Os pagamentos aqui referidos encontram-se demonstrados nos quadros denominados "TABELA DE GRATIFICAÇÕES" e "PAGAMENTOS DE FUNÇÃO GRATIFICADA", produzidos pela Equipe de Auditoria, utilizando dados extraídos de documentos apresentados pela denunciada, anexados ao Relatório às folhas 196 a 212.

2.1. ADICIONAL DE FUNÇÃO GRATIFICADA

A Lei Municipal n. 11, de 01 de janeiro de 1993, institui o seguinte:

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"Lei nº 11, de 01 de Janeiro de 1993

INSTITUI FUNÇÃO GRATIFICADA A SERVIDORES RESPONSÁVEIS POR UNIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA.

Eu, CARLOS OSELAME, Prefeito Municipal de RIO RUFINO, no uso da competência conferida pelo Artigo 50 inciso VI da Lei Orgânica de , promulga e sanciona a seguinte Lei:

Art. 1° - Fica o Chefe do Poder Executivo Municipal autorizado a conceder adicional de Função Gratificada a servidores Municipais responsável pela unidade onde desenvolverá sua atividade.

Parágrafo Primeiro - A Gratificação mencionada no caput deste artigo, é limitada até 100% do salário base do Servidor beneficiado.

Art. 2° - A extinção da Gratificação constante desta Lei é de exclusiva competência do Chefe do Poder Executiva.

Art. 3° Esta Lei entra em vigor em 01 de Janeiro de 1993." (sic. - grifou-se)

Como se constata, a concessão da função gratificada, pelo Chefe do Poder Executivo, a servidor, depende do mesmo ser “Responsável" pela Unidade onde desenvolva sua atividade, limitada ao percentual de 100% (cem por cento).

O servidor municipal deve estar exercendo a função de Chefe de Setor, Departamento, Divisão, Seção, etc.

Servidores que no período auditado perceberam função gratificada cujo valor ultrapassou o limite de 100% do permitido pela Lei n° 011/93:

- Gilberto Nava – Secr. Agricultura – 200% - Gilberto E. Oliveira – Secr. Saúde – 170% - Carlos E. M. Granzoto - Secr. Administração - 250%

No decorrer dos trabalhos, dentre os documentos apresentados pela Prefeitura, não foram encontrados Atos formais, emitidos pelo Prefeito Municipal, concedendo adicional de função gratificada aos servidores municipais de Rio Rufino, relacionados aqui neste Relatório, apesar de terem sido solicitados verbalmente.

Estranhando-se a ausência desses documentos, em 03/06/98, a Equipe de Auditoria emitiu a Requisição nº 011/98 à Prefeitura Municipal de Rio Rufino, documentos de folhas 244 a 247, solicitando, em seu item 06, o seguinte:

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"Apresentar cópia dos atos de concessão de gratificações aos servidores abaixo relacionados, emitidos pelo Prefeito Municipal."

No dia 08/06/98, a Prefeitura se manifestou, através do Oficio nº 048/98, folhas 248 e 249, respondendo:

"(...) Quanto ao item 06 pelo reduzido prazo de requerimento, venho através deste solicitar prorrogação de prazo para posterior juntada de documentos, tendo em vista a reavaliação de todas as gratificações."

Em 15/06/98, voltou a se manifestar a Prefeitura, pelo Oficio nº 052, passado por Fax, folha 250, afirmando o que segue:

"Quanto ao item 06, reitero a informação verbal da semana passada de que as gratificações serão analisadas caso a caso, razão pela qual peço prazo para juntada posterior dos atos solicitados."

As manifestações acima transcritas, além de corroborar os comentários dos Analistas deste Tribunal de Contas, produzidos para o item 1 deste Relatório de Auditoria Especial, tendo em vista que esses documentos, Atos emitidos pelo Chefe do Executivo Municipal, concedendo vantagens a servidores públicos de Rio Rufino devessem estar juntados às pastas funcionais dos beneficiados, deixam dúvidas de que realmente os mesmos tenham sido elaborados e assinados pelo Prefeito.

Em 26/03/98, foi publicada a Lei Municipal n. 163/98, dispondo sobre o novo "Quadro de Pessoal" da Prefeitura de Rio Rufino, surtindo efeitos sobre a folha de pagamento de salário do mês de março de 1998, conforme artigo 11. Documentos de folhas 371 a 375.

A referida lei expressa o seguinte em seus artigos 7°, 8° e 10:

"Art. 7° - Aos Servidores ocupantes de cargos efetivos, fica instituída uma vantagem pecuniária de até 50% do salário-base do seu cargo de livre concessão e retirada através de decreto do executivo.

Art. 8° - Aos Servidores ocupantes de cargo em comissão, fica instituída uma vantagem pecuniária de até 20% do salário-base, a exclusivo critério do chefe do Poder Executivo.

Art. 10 - Revogam-se todas as disposições em contrário especialmente a Lei n. 11/93."

Os artigos 7° e 8° serão discutidos quando da análise do item - Concessão de Vantagem Pecuniária.

Entende-se que o artigo 10 da Lei n°163/98, revogou a Lei n°11/93, de 01/01/93, extinguindo, portanto, o adicional de função gratificada, a partir da elaboração da folha de pagamento do mês de março.

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Porém, examinando-se alguns contracheques de servidores do Município de Rio Rufino, referentes aos meses de janeiro a maio de 1998, constatou-se que os mesmos perceberam no mês de março, adicional de função gratificada conforme se demonstrará abaixo.

Portanto, após entrar em vigor a Lei n° 163/98, que revogou a vantagem acima mencionada, representam esses pagamentos uma liberalidade do Ordenador Primário da Despesa, recaindo-lhe a responsabilidade pelos dispêndios acontecidos.

VALOR DA NOME DO PERCENTUAL CARGO MÊS FUNC. SERVIDOR % GRATIF. ANA MARIA AG. ADMINIST. MARÇO 45,00 113,94 CHRISTOFF DELOURDES I. M. AG. ADMLN1ST. MARÇO 4,00 113,94 MAFIOLETTICHRISTOFF AMADEU R. DE AGENTE DE MARÇO 97,39 136,99 OLIVEIRAMAFIOLETTI CONSERVAÇÃO SILVESTRE DELLA AUX. DE SERV. MARÇO 100,00 393,85 JUOLIVEIRASTINA CONSERVAÇÃOGERAIS PLINIO RIBEIRO MÉDICO MARÇO 100,00 562,62 RAMOSJUSTINA VETERINÁRIOGERAIS ARLETE COSTA AUXILIAR DE MARÇO 59,00 83,12 BANCKRAMOS SERV. GERAIS SOMA REGINA C. MÉDICO MARÇO 50,00 281,31 OSELAMEBANCK VETERINÁRIO VELOCINO S. ENGENHEIRO MARÇO 100,50 562,62 BOLZANIOSELAME NETO

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – Citação, item 2.1)

Quando da sua defesa, o Senhor Quintino de Borba Sartor, Prefeito Municipal, apresentou a seguinte argumentação: folha 1315 dos autos:

“A concessão de Função Gratificada aos Secretários Municipais, da Administração, Saúde e Agricultura, sendo que para o Secretário de Administração concedeu-se gratificação de 100% para dirigir a Secretaria de Administração e Finanças, devidamente comprovada pela Lei nº 011/93 e os demais 150%, correspondem a administração e gerência do Fundo Rotativo Habitacional e Fundo Municipal de Assistência Social.”

O Secretário da Saúde percebia 100% como Secretário de Saúde e 70% como responsável pelo plantão médico aos municípios, Hospital e Maternidade São José em Urubici.

O Secretário da Agricultura, 100% como Secretário de Agricultura e Abastecimento e 100% como responsável técnico do viveiro de experimento de cultivo de vime, projeto este que comentaremos no item 12 deste Relatório.

Havia entendimento por parte do executivo de que a Lei nº 11/93 amparava tal procedimento, por se tratar de cargos comissionados e técnicas 9 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução fundamentais para a realização dos serviços ao município:

Na falta de pessoas habilitadas e com experiência no setor público, procurou-se utilizar o material humano já disponível do quadro.

Com o início da reforma administrativa em Novembro de 1997, foram suspensas tais gratificações, como podem ser verificadas no quadro de adicional de função gratificada do Relatório:

Como a Lei n°163/98 foi implantada em abril de 1998, com efeitos retroativos a Março os contracheques de março/98 foram impressos na situação anterior a Lei, como não podia ser diferente». (sic)

A Constituição Federal em seu artigo 37, XVI, XVII, expressa o seguinte:

"Art. 37 - A Administração Pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá: aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte: (...)

XVI-é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos privativos de médico;

XVII - a proibição de acumular estende-se a emprego e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público."

Em seu compêndio "DECISÕES EM CONSULTAS - Prejulgados - Edição Consolidada, Revista e Ampliada em 1998, o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, registra o Prejulgado de N° 553, tendo como Origem a Prefeitura Municipal de , Processo de N° 0277403/79 - Parecer N° COG- 0007/98 com o Auditor Evângelo Spyros Diamantaras como Relator, exarando a seguinte decisão em data de 08/06/98:

“553. É vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções, frente ao disposto no artigo 37, XVI e XII, da Constituição Federal: Destarte, é ilegal a concessão de gratificação a ocupante de cargo comissionado como retribuição ao desempenho de atividade não inerente ás atribuições de seu cargo.”

O Administrativista Hely Lopes Meirelles em seu Livro Direito Administrativo Brasileiro, 158 Edição Atualizada pela Constituição de 1988, nas folhas 375 e 376, expressa o seguinte sobre a acumulação de cargos, empregos e funções públicas:

"A acumulação de Cargos, empregos e funções públicas - A proibição de acumulação de cargos, empregos e funções, tanto na Administração Direta como na Indireta (Const. Rep., art. 37, XVI e XVII), visa a impedir que um mesmo cidadão passe a ocupar vários lugares

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ou exercer várias funções, sem que possa desempenhar proficientemente, embora percebendo integralmente os respectivos vencimentos. As origens dessa vedação vem de longe, ou seja, do Decreto dá Regência de 18.06.1822, da lavra de Jose Bonifácio, cuja justificativa tem ainda plena atualidade quando esclarece que por ele „se proíbe que seja reunido em uma SÓ pessoa mais de um oficio ou emprego, e vença mais de um ordenado, resultando manifesto dano e prejuízo à Administração Pública e ás partes interessadas, por não poder de modo ordinário um tal empregado publico ou funcionário cumprir as funções e as incumbências de que duplicadamente encarregado, muito principalmente sendo incompatíveis esses oficios e empregos; e acontecendo, ao mesmo tempo, que alguns desses empregados e funcionários públicos, ocupando os ditos empregos e oficios, recebem ordenados por aqueles mesmo que não executam, ou por serem incompatíveis, ou por concorrer o seu expediente nas mesmas horas em que se acham ocupados em outras repartições‟.

A própria Constituição, entretanto, reconhecendo a conveniência de melhor aproveitamento da capacidade técnica e científica de determinados profissionais, abriu algumas exceções à regra da não acumulação, para permiti-la expressamente quanto a cargo da magistratura e do magistério (art. 95, parágrafo único, I), a dois cargos de magistério (art. 37, XVI, a), a de um destes com outro, técnico ou científico (art. 37, XV, b) e a de dois cargos privativos de médico (art. 37, XVI, c), contanto que haja compatibilidade de horários (art. 37, XVI). A vedação é genérica e, ressalvadas as mencionadas exceções, prevalece entre quaisquer cargos - de nomeação ou eletivos - ocupados a qualquer título, de qualquer entidades estatais, autárquicas e paraestatais, das três esferas administrativas (Const. Rep. Art. 37, XVII) ...

(...)

Desde a Constituição de 1967, a norma proibitória refere-se à acumulação remunerada de cargos e funções, diversamente da que lhe correspondia na Constituição de 1946, que apenas vedava a acumulação de cargos, quaisquer cargos, silenciando sobre a remuneração e funções, (art. 185). Daí porque em edições anteriores deste manual defendemos a legalidade da acumulação remunerada de cargo e função, sob o fundamento de que a proibição de acumular, sendo uma restrição de direito, não pode ser interpretada ampliativamente. Pela mesma razão entendemos que atualmente inexistem óbices constitucionais a acumulação de cargos, funções ou empregos do serviço público, desde que o servidor seja remunerado apenas pelo exercício de uma das atividades acumuladas. Trata-se, todavia, de uma exceção e não de uma regra, que as Administrações devem usar com cautela, pois, como observa Castro Aguiar, cujo pensamento, neste ponto, coincide com o nosso "em geral, as acumulações são nocivas, inclusive porque cargos acumulados são cargos mal desempenhados" (grifo nosso)

Ante todo o acima exposto, não restam quaisquer dúvidas quanto à ilegalidade da concessão de Função Gratificada, aos servidores aqui referidos, acima dos limites estabelecidos pela Lei Municipal n° 11/93, pelo fato gerador dessas majorações serem uma afronta a dispositivos constitucionais, representando acúmulo de funções com os pagamentos das respectivas

11 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução remunerações.

Por não terem guarida legal, esses pagamentos significam liberalidade do Ordenador Primário da Despesa, ou seja, do Prefeito Municipal, Senhor Quintino de Bona Sartor, enquadrando-se esses atos nos ditames do artigo 41, III, c, por terem causado injustificado dano ao erário do Município de Rio Rufino.

Portanto, valores pagos acima do percentual permitido, para os servidores em questão, deverão serem imputados à responsabilidade do Senhor Quintino de Bona Sartor, Prefeito Municipal de Rio Rufino, com a respectiva devolução, por ele, do montante abaixo demonstrado aos cofres do Município, igual a: R$ 15.307,21 equivalente a 16.754,6093 UFIR.

O ressarcimento, acima mencionado não exonera o Prefeito Municipal da possibilidade do seu enquadramento no artigo 10, VII e IX, da Lei Federal n° 8.429/92, de 02/06/92, sujeitando-o às sanções ali previstas.

Com referência à Lei n° 163/98, que dispõe sobre o novo Quadro de Pessoal da Prefeitura de Rio Rufino-SC, concorda-se em parte com a argumentação do Respondente, quando diz que a mesma, apesar de ter os seus efeitos retroativos a elaboração da folha de pagamento do mês de março/98, só foi publicada em abril, sendo por isso que os contracheques do mês de março apresentaram ainda a situação anterior.

No entanto, os valores pagos a maior para os servidores de Rio Rufino, no mês de março, em relação a Lei n° 163/98, deveriam ter sido descontados da remuneração dos referidos funcionários nos meses posteriores, pois, não estavam fundamentados em lei.

Todavia, levando-se em conta os documentos e registros contidos nos autos, provenientes da auditoria e aqueles juntados ao processo pelo denunciado, não se verificou a ocorrência desses ajustes, representando esses pagamentos liberalidade do Chefe do Executivo do Município de Rio Rufino.

FUNCIONÁRIOS QUE PERCEBERAM FUNÇÃO GRATIFICADA EM PERCENTUAIS ACIMA DO AUTORIZADO POR LEI, QUE PREVIA UM MÁXIMO DE 100% (CEM POR CENTO) SOBRE O VENCIMENTO BÁSICO.

- Gilberto Nava – Secretário da Agricultura – 200% - Gilberto E. De Oliveira – Secretário da Saúde – 170% / 125% - Carlos E. M. Granzotto – Secretário da Administração – 250%

12 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

VALOR DIFERENÇA VALOR MÁXIMO V ALOR MÊS/ANO NOME BASE AUTORIZAD REDUZIDO O POR LEI EM R$ EM UFIR JANEIRO/9 GILBERTO NAVA 525,13 525,13 1.050,26 525,13 - 7 GILBERTO E. 525,13 525,13 892,72 367,59 - OLIVEIRA CARLOS E. M. 525,13 525,13 1.312,83 787,70 - GRANZOTTO SOMA - 1.575,30 3.255,81 1.680,42 1.844,9934

FEVEREIR GILBERTO NAVA 525,13 525,13 1.050,26 525,13 - O/97 GILBERTO E. DE OLIVEIRA 525,13 525,13 892,72 367,59 - CARLOS E. M. GRANZOTTO 525,13 525,13 1.312,83 787,70 - SOMA - 1.575,30 3.255,81 1.680,42 1.844,9934

MARÇO/97 GILBERTO NAVA 525,13 525,13 1.050,26 525,13 - GILBERTO E. DE OLIVEIRA 525,13 525,13 656,41 131,28 - CARLOS E. M. GRANZOTTO 525,13 525,13 1.312,83 787,70 - SOMA - 1.575,30 3.019,50 1.444,11 1.585,5402

ABRIL/97 GILBERTO NAVA 525,13 525,13 1.050,26 525,13 - GILBERTO E. DE OLIVEIRA 525,13 525,13 656,41 131,28 - CARLOS E. M. GRANZOTTO 525,13 51.312.83 787,70 - S - 1.575,30 2 3.019,50 1.444,11 1.585,5402 O 5 MAIO/97 GILBERTO NAVAM 562,62 562,62 1 1.125,24 562,62 - GILBERTO E. A DE 3 OLIVEIRA 562,62 562,62 703,27 140,65 - CARLOS E. M. GRANZOTTO 562,62 562,62 1.406 55 843,93 - S - 1.687,86 3.235,06 1.547,20 1.698,7264 O JUNHO/97 GILBERTO NAVAM 562,62 562,62 1.125,24 562,62 - GILBERTO E. A DE OLIVEIRA 562,62 562,62 703,27 140,65 - CARLOS E. M. GRANZOTTO 562,62 51.406,55 843,93 - SOMA 1.687,86 6 3.235,06 1.547,20 1.698,7264 2 JULHO/97 GILBERTO NAVA 562,62 562,62 , 1.125,24 562,62 - GILBERTO E. DE 5 OLIVEIRA 562,62 562,62 2 703,27 140,65 - CARLOS E. M. GRANZOTTO 562,62 562,62 1.406,55 843,93 - SOMA 1.687,86 3.235,06 1.547,20 1.698,7264

13 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

DIFERENÇA VALOR MÁXIMO MÊS/ANO NOME VALOR AUTORIZADO VALOR EM R$ EM UFIR BASE POR LEI RECEBIDO

GILBERTO NAVA 562,62 (4) 112,52 562,62 450,10 - GILBERTO E. OLIVEIRA 187,53 (4) 37,51 187,53 150,02 _ CARLOS E. M. GRANZOTTO 375,09 (4) 75,02 375,09 300,07 MARÇO/98 SOMA 225,05 1.125,24 900,19 936,6247

TOTAL - 15.528,53 30.835,74 15.307,21 16.754,6093

Obs:* Recebeu a função gratificada com percentual de 170% nos meses de janeiro e fevereiro/97, passando em março para 125% até outubro de 1997. A partir de novembro/97 até fevereiro/98 – 100%.

(1) Passou a perceber o percentual de 50% (2) Passou a perceber 100% (3) Passou a perceber 100% (4) Percentual instituido pela Lei n° 163/98

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 2.1)

2.2. - GRATIFICAÇÕES

Constatou-se, através da análise da documentação apresentada pela Prefeitura (Folha de Pagamento), que no período de janeiro a outubro de 1997, alguns servidores municipais de Rio Rufino receberam vantagens pecuniárias a título de Gratificação, conforme Quadro de folhas 196 a 198, denominado TABELA DE GRATIFICAÇÃO.

A partir de novembro de 1997, esses servidores passaram a perceber, em substituição à gratificação, a vantagem intitulada Função Gratificada (f. 199 a 212).

A Lei Municipal nº 001/93, de 10/05/93, que revogou a Lei nº 008/93, folhas 376 a 396 do Relatório, em seu artigo 19, expressa o seguinte:

14 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

"Art. 19 - Aos servidores ocupantes de cargos permanentes, fica instituída uma gratificação de até 50% (cinqüenta por cento) do vencimento. " (sic)

Porém, o parágrafo único desse artigo está assim escrito:

"Parágrafo Único - A gratificação será regulamentada por decreto do Chefe do Poder Executivo".

Entende-se que o artigo 19 da Lei Municipal nº 001/93 não seja auto aplicável, necessitando por isso mesmo de um outro ato legal que o regulamente, conforme previsto em seu parágrafo único, para que possa ser executada a prerrogativa por ele concedida.

O Administrativista Hely Lopes Meirelles em seu livro Direito Administrativo Brasileiro, conceitua na forma abaixo transcrita o que seja "Decreto regulamentar ou de execução."

"Decreto regulamentar ou de execução: é o que visa a explicar a lei e facilitar sua execução, aclarando seus mandamentos e orientando sua aplicação. Tal decreto comumente aprova, em texto à parte, o regulamento a que se refere. Questiona-se se esse decreto continua em vigor quando a lei regulamentada é revogada e substituída por outra. Entendemos que sim, desde que a nova lei contenha a mesma matéria regulamentada.

Regulamentos - Os regulamentos são atos administrativos, postos em vigência por decreto, para especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda não disciplinadas por lei. Esta conceituação ressaltam os caracteres marcantes do regulamento: ato administrativo (e não legislativo); ato explicativo ou supletivo da lei; ato hierarquicamente inferior à lei; ato de eficácia externa. Leis existem que dependem de regulamento para sua execução; outras há que são auto- executáveis (self executing). Qualquer delas entretanto, pode ser regulamentada, com a só diferença de que nas primeiras o regulamento é condição de sua aplicação, e nas segundas é ato facultativo do Executivo,” (grifou-se)

No decorrer da auditoria, dentre os documentos solicitados relativos à concessão de gratificações a servidores municipais não se constatou a existência do "decreto", elaborado pelo Chefe do Poder Executivo, expresso no parágrafo único do artigo 19 da Lei nº 001/93, deixando a suposição de que o mesmo não foi formalizado.

Caso seja verdadeira essa circunstância, as gratificações não poderiam ter sido pagas aos servidores municipais de Rio Rufino, uma vez que, inexistindo o decreto regulamentador, toma-se inaplicável o artigo 19 da Lei nº 001/93.

Outrossim, não foram apresentados atos formais, emitidos pelo Chefe do Poder Executivo, concedendo a referida vantagem aos servidores beneficiados e relacionados no "Quadro Tabela de Gratificações". 15 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Conforme já dito anteriormente, a partir de novembro de 1997, os servidores que anteriormente receberam gratificações, passaram a perceber essa vantagem sob o titulo de função gratificada, conforme registros constantes das folhas de pagamentos apresentadas.

A Lei Municipal nº 163/98 de 26/03/1998, alterou a denominação dessa vantagem, passando-lhe a atribuir o título de VANTAGEM PECUNIARIA, limitando a concessão em até 50% do salário base para servidores ocupantes de cargos efetivos e em 20% para ocupantes de cargos em comissão, artigos 7° e 8°, respectivamente.

A análise desses artigos será feita no item relativo aos pagamentos de vantagens pecuniárias.

O Prefeito Municipal de Rio Rufino, Senhor Quintino de Bona Sartor, deverá se manifestar a respeito dos questionamentos, dúvidas e irregularidades suscitadas nos tópicos 2.1 e 2.2 deste Relatório de Auditoria Especial, apresentando informações e esclarecimentos devidamente comprovados, a respeito dos atos administrativos por ele praticados e registrados nos itens acima citados.

Deverá remeter ainda o seguinte:

- Cópia do Decreto regulamentador do artigo 19 da Lei Complementar nº 001/93;

- Cópias de todos os atos emitidos pelo Prefeito Municipal, concedendo gratificações e função gratificada aos servidores municipais de Rio Rufino, relacionados nos "Quadros" de folhas 196 a 212 deste Relatório;

- Informar e/ou comprovar o procedimento adotado para a realização do pagamento da remuneração aos servidores.

Acontecendo através de ordem bancária, apresentar as relações remetidas para o banco, para o crédito na conta do funcionário, registrando o nome e o valor devidamente havido, com a respectiva autenticação da instituição financeira.

- Cópias dos contracheques, no período de janeiro a dezembro de 1997, incluindo os do 13° Salário, e janeiro a maio de 1998, dos servidores a seguir relacionados:

1. Clarice de Lima Martinhago 2. Adílio José Sartor 3. Arlete Costa Banck 4. Carlos E. Moraes Granzoto 5. Francisco Correta de Melo 6. Janete Aparecida Costa Furlan 16 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

7. José Enevaldo Costa 8. Maria Goretti Mendes 9. Ana Maria Christoff 10. Delourdes Irene M. Mafioletti 11. Gilberto Eder de Oliveira 12. José Antonio Mello 13. Luiz Gonzaga de Oliveira 14. Amadeu Rodrigues de Oliveira 15. Silvestre Della Justina 16. Cesar Paulo Walter 17. Gilberto Gava 18. Plinio Ribeiro Ramos Júnior 19. Sonia Regina Cardoso Oselame 20. Suzete de Souza Oselame 21. Zapelini Sartor 22. Marcirio M. Antunes * 23. Erovaldo miguel anzas 24. Claudia A. D. Justina So 25. Sidney Donizete da Silva 26. Renato P. Carpeti 27. Velocino S. Bolzani Neto 28. Maristela Piucco 29. Saulo B. Ferreira Vieira* 30. Cirlei Cascaes de Souza* 31. Virgilio Gueber Dias

(Relatório n.º 056/98 de inspeção “in loco” - Citação, item 2.2)

Manifestando-se, em sua resposta, o Senhor Quintino de Bona Sartor, às folhas 1316 dos autos, assim se defende:

"A concessão de gratificações a servidores, sempre foi.' feita com base na Lei nº 011/93 e nunca na lei complementar n° 001/93, do que decorre que a necessidade de regulamento prevista na L.C. nº 001/93, no seu artigo 19, parágrafo único não sustenta qualquer das vantagens concedidas, razão porque não há necessidade da existência de tal ato, que de fato não existe.

O que ocorreu foi confusão de eventos, ou seja o uso incorreto de nomenclatura; a Lei nº 11/93 utiliza "função "gratificada" e a Lei Complementar usa "gratificação" e por imperícia foram usadas como se fossem a mesma coisa.

Mas verificando-se as portarias em anexo, pode se verificar que de fato a vantagem concedida foi de "função gratificada" prevista na lei nº 11/93.

A partir da Lei nº 163/98, que revogou a Lei nº 11/93, substitui-se a função gratificada por uma vantagem pecuniária concedida por ato do executivo, no caso sempre se adotou portarias, que inclusive constam em anexo".

Mais adiante afirma, ainda, em relação a esse item:

17 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

"Quanto aos: atos concedendo gratificação, estamos encaminhando cópia das Portarias n° 028/97, 105/98 e 001/99.”

Quanto à solicitação de remessa de documentos:

O requerido Decreto regulamentando o artigo 19 da Lei Complementar 001/93 de fato não existe, mas porém, é relevante esclarecer que a lei nunca foi utilizada como amparo legal para a concessão de "gratificação" para qualquer funcionário.

Registre-se, novamente, por oportuno, que a expressão "gratificação" foi utilizada indevidamente pelo departamento de pessoal, para pagar de fato a vantagem "função gratificada" prevista na Lei nº 11/93".

Juntamente com sua resposta, o Senhor Quintino de Bona Sartor, remeteu a este Tribunal de Contas as Portarias n° 028/97, de 24/01/97, folhas 1795 e 1796, e 105/98, de 25/06/98. Na primeira, o Prefeito Municipal concede "gratificação" a diversos servidores ali relacionados, em percentuais variando de 24% (vinte e quatro por cento) a 100% (cem por cento), apresentando como fundamentação legal a Lei Municipal nº 11/93, de 01/01/93.

Na Segunda, de n° 105/98, o Prefeito Municipal concede Vantagem Pecuniária a diversos servidores, ali relacionados, variando os percentuais entre 10% (dez por cento) e 50% (cinqüenta por cento), retroagindo aos efeitos da Lei nº 163/98, de 31/03/98.

Repete-se, aqui, o que a Instrução já havia colocado quando da elaboração do Relatório n° 56/98, à folha 130, com referência à Lei Municipal n° 11/93, que institui "Função Gratificada a Servidores Responsáveis por Unidades da Administração Direta".

O artigo primeiro, assim como já estava expresso no preâmbulo acima transcrito, exara uma condição essencial para o servidor receber a dita função gratificada.

Está assim expresso:

"Art. 1° Fica o Chefe do Poder Executivo Municipal autorizado a conceder adicional de Função Gratificada a servidores Municipais responsáveis pela unidade onde desenvolverá sua atividade." (grifou- se)

Como se constata, a concessão da "função gratificada, pelo Chefe do Poder Executivo, a servidor Municipal, depende do mesmo ser "Responsável" pela Unidade de onde desenvolva sua atividade, limitada ao percentual de 100% (cem por cento).

O servidor municipal deve estar exercendo, formalmente, a função de chefe, diretor ou coordenador, caracterizando dentro da hierarquia funcional que o mesmo, em contrapartida da vantagem pecuniária recebida, arca com o ônus 18 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

da responsabilidade de dirigir, chefiar ou coordenar a Unidade Administrativa onde desenvolva sua atividade. Vide entendimento sobre matéria exarada pelo Administrativista Hely Lopes Meirelles, transcrito nas folhas 137 a 140 do Relatório de Instrução n° 56/98.

Porém, daqueles funcionários nominados na Portaria n° 028/97, apenas para os casos dos Secretários, Chefes de Gabinete e Diretores, houve comprovação do cumprimento da exigência contida no artigo 1° da Lei nº 11/93.

São os seguintes os servidores para os quais houve comprovação ao cumprimento do artigo 1° da Lei Municipal nº 11/93, possibilitando-lhe o recebimento da função gratificada; nas condições ali especificadas e no limite percentual imposto pelo parágrafo 1°, desse mesmo artigo:

- Carlos E. Moraes Granzoto - Sec. Ad. Finanças - Clarice de Lima Martinhago - Chefe Gabinete - Francisco Correa de Mello - Diretor Departamento Pessoal - Gilberto Nava - Sec. Agricultura - Salete Zapelini Sartor - Diretor Dep. Bem Estar Social - Gilberto Eder Oliveira - Secretário da Saúde

Para o restante dos servidores, nem a Portaria nº 028/97 informa qual a função especial por eles desenvolvida, impondo-lhe responsabilidade de direção, chefia ou coordenação, tampouco o Prefeito apresentou atos formais nomeando essas pessoas para desempenhar as atividades acima mencionadas, dando-lhes a condição de se beneficiarem da vantagem pecuniária aqui discutida e autorizada pela Lei n° 11/93.

Portanto, os valores pagos a título de "Função Gratificada", aos servidores adiante relacionados, inclusive 13° salário incluindo essa vantagem, representam liberalidade do Gestor do Município de Rio Rufino, Senhor Quintino de Bona Sartor, devendo o montante ser imputado à sua responsabilidade, com a devida devolução, devidamente corrigido, ao erário da Prefeitura auditada, por se enquadrar tal ação, nos ditames do artigo 41, III, "c" da Lei Complementar n° 31/90.

O Responsável fica passível, ainda, de ser incurso no artigo 10, VII e IX, da Lei Federal nº 8.429/92, sujeitando-se às sanções ali previstas.

O período observado compreende janeiro/97 a março de 1998.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 2.2)

3. VANTAGEM PECUNIÁRIA

Em 1998, a Lei nº 163 de 26 de março, com vigência a partir da elaboração da folha de pagamento do mês em questão, revogou a Lei 11/93, 19 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

extinguindo o adicional de função gratificada e criando a gratificação intitulada vantagem pecuniária através dos seus artigos 7° e 8°.

Estão assim expressos esses artigos:

"Art. 7° - Aos Servidores ocupantes de Cargos Efetivos, fica instituída uma vantagem pecuniária de até 50% do salário base do seu cargo, de livre concessão e retirada através de decreto do executivo.

Art. 8° - Aos Servidores ocupantes de Cargo em Comissão, fica instituída uma vantagem pecuniária de até 20% do salário base, a exclusivo critério do Chefe do Executivo."

Os dois artigos acima transcritos apresentam aspectos de inconstitucionalidade por se contraporem ao princípio da impessoalidade estabelecido no artigo 37 da Constituição Federal.

Ao aprovar a Lei Municipal nº 163/98, contendo os artigos 7° e 8° ditando o acima transcrito, a Câmara de Vereadores de Rio Rufino deu ao Chefe do Poder Executivo uma "carta branca" para que o mesmo a seu "bel prazer" majorasse a remuneração de servidores por ele escolhidos, abrindo a possibilidade da ocorrência de protecionismo e injustiças dentro da administração municipal.

A Lei Municipal nº 163/98, obrigatoriamente deveria definir em quais casos e em que circunstâncias poderia ser concedida a vantagem aqui comentada.

A gratificação não pode ser concedida graciosamente como quer fazer parecer a Lei Municipal nº 163/98, em seus artigos 7° e 8°.

A concessão da gratificação deve ser fruto de situação especial, vivida, funcionalmente, pelo servidor beneficiado, no seu desempenho dentro da Administração Pública.

O sempre lembrado administrativista Hely Lopes Meirelles, em seu livro Direito Administrativo Brasileiro, folhas 417 a 420, assim define o que seja "gratificação":

"Gratificações: são vantagens pecuniárias atribuídas precariamente aos servidores que estão prestando serviços comuns da função em condições anormais de segurança, salubridade ou onerosidade (gratificações de serviço), ou concedidas como aj'uda aos servidores que reunam as condicões pessoais que a lei especifica (gratificações especiais). As gratificações - de serviço ou pessoais - não são liberalidades puras da Administração; são vantagens pecuniárias concedidas por reciproco interesse do serviço e do servidor, mas sempre vantagens transitórias, que não se incorporam automaticamente ao vencimento, nem geram direito subjetivo à 20 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

continuidade de sua percepção. Na feliz expressão de Mendes de Almeida, 'são partes contingentes, isto é, partes que jamais se incorporam aos proventos, porque pagas episodicamente ou em razão de circunstancias momentâneas'. Como já vimos precedentemente, as gratificações distinguem-se dos adicionais porque estes se destinam a compensar encargos decorrentes de funções especiais, que se apartam da atividade administrativa ordinária, e aquelas - as gratificações - visam a compensar riscos ou ônus de serviços comuns realizados em condições extraordinárias, tais como os trabalhos executados em perigo de vida e saúde, ou no período noturno, ou além do expediente normal da repartição, ou fora da sede etc. As gratificações são concedidas em razão das condições excepcionais em que está sendo prestado um serviço comum (propter laborem) ou em face de situações individuais do servidor (propter personam), diversamente dos adicionais, que são atribuídos em face do tempo de serviço (ex facto officii). Não há confundir, portanto,gratificação com adicional, pois são vantagens pecuniárias distintas, com finalidades diversas, concedidas por motivos diferentes. A gratificação é retribuição de um serviço comum prestado em condições especiais. Daí por que a gratificação é, por índole, vantagem transitória e contingente e o adicional é, por natureza, permanente e perene. Em última análise, a gratificação não é vantagem inerente ao cargo ou à função, sendo concedida em face das condições excepcionais do serviço ou do servidor. Feitas essas considerações preliminares sobre as gratificações, vejamos as duas modalidades em que se apresentam na Administração Pública: gratificação de serviço e gratificação pessoal.

Gratificação de serviço (propter laborem) é aquela que a Administração institui para recompensar riscos ou Ônus decorrentes de trabalhos normais executados em condições anormais de perigo ou de encargos para o servidor, tais como os serviços realizados com risco de vida e saúde ou prestados fora do expediente, da sede ou das atribuições ordinárias do cargo. O que caracteriza essa modalidade de gratificação é sua vinculação a um serviço comum, executado em condições excepcionais para o funcionário, ou a uma situação normal do serviço mas que acarreta despesas extraordinárias para o servidor. Nessa categoria de gratificações entram, dentre outras, as que a Administração paga pelos trabalhos realizados com risco de vida e saúde; pelos serviços extraordinários; pelo exercício do Magistério; pela representação de gabinete; pelo exercício em determinadas zonas ou locais; pela execução de trabalho técnico ou científico não decorrente do cargo; pela participação em banca examinadora ou comissão de estudo ou de concurso; pela transferência de sede (ajuda de custo); pela prestação de serviço fora da sede (diárias). Essas gratificações só devem ser percebidas enquanto o servidor está prestando o serviço que as enseja, porque são retribuições pecuniárias pro labore faciendo e propter laborem. Cessado o trabalho que lhes dá causa ou desaparecidos os motivos excepcionais e transitórios que as justificam, extingue-se a razão de seu pagamento. Daí por que não se incorporam automaticamente ao vencimento, nem são auferidas na disponibilidade e na aposentadoria, salvo quando a lei expressamente o determina, por liberalidade do legislador. Dentre as gratificações de serviço merece algumas considerações, por sua novidade e generalidade no serviço público, a que se paga aos servidores que executam trabalho com risco de vida ou saúde. A gratificação por risco de vida ou saúde é uma vantagem pecuniária 21 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

vinculada diretamente às condições especiais de execução do serviço. Não é uma retribuição genérica pela função desempenhada pelo servidor; é uma compensação especáfica pelo trabalho realizado em condições potencialmente nocivas para o servidor. O que se compensa com esta gratificação é o risco, ou seja, a possibilidade de dano à vida ou à saúde daqueles que executam determinados trabalhos classificados pela Administração como perigosos. Daí por que tal gratificação só é auferível enquanto o servidor estiver executando o trabalho beneficiado com essa vantagem.

Essa gratificação só pode ser instituída por lei, mas cabe ao Executivo especificar, por decreto, quais os serviços' e os servidores que irão auferi-la. Não será o servidor, nem o Judiciário, que dirá se ocorre o risco gratificável, porque o conceito de risco, . para fins de vantagem pecuniária, não é técnico, nem jurídico: é meramente administrativo. O risco só existe, para efeito de gratificação, onde a Administração o admitir, e cessará quando ela o considerar inexistente. Por esse motivo, a gratificação por risco de vida ou saúde pode ser suprimida, ampliada ou restringida a todo tempo, sem ofensa a direito dos que a estavam percebendo. Por outro lado, o Executivo não pode estender essa vantagem a serviços e servidores que não satisfaçam os pressupostos legais para seu auferimento, porque, como bem decidiu o STF, isto importaria majoração de vencimento por decreto, o que é inadmissível para o serviço público de qualquer das entidades estatais. Observe-se, finalmente, que a gratificação por risco de vida ou saúde não cobre o dano efetivo que o servidor venha a suportar no serviço. Essa gratificação visa a compensar, apenas,. a possibilidade de dano, vale dizer, o risco em, si mesmo, e não a morte, a doença ou a lesão ocasionada pelo trabalho. Se nada ocorrer ao servidor durante o serviço, cessado este, deve cessar a gratificação, por afastada a potencialidade do dano, que é o risco. Assim, todavia, não tem sido entendido pela jurisprudência, que vem considerando a gratificação incorporada ao vencimento e integrante dos proventos da aposentadoria. Não podemos abonar esse entender, contrário à natureza e à , finalidade da vantagem em exame, que é uma gratificação de serviço, e não um componente do padrão de vencimento, que deva acompanhá-lo na inatividade. Gratificação pessoal, ou, mais precisamente, gratificação em razão de condições pessoais do servidor (propter personam), é toda aquela que se concede em face de fatos ou situações individuais do servidor, tais como a existência de filhos menores ou dependentes incapacitados para o trabalho (salário família) e outras circunstâncias peculiares do beneficio. Tais gratificações não decorrem de tempo de serviço, nem do desempenho de determinada função, nem da execução de trabalhos especiais, mas, sim, da ocorrência de fatos ou situações individuais ou familiares previstas em lei. Daí por que podem ser auferidas independentemente do exercício do cargo, bastando que persista a relação de emprego entre o beneficiário e a Administração, como ocorre com os que se encontram em disponibilidade ou na aposentadoria. O salário família é uma típica gratificação pessoal, pois é concedido aos. servidores em exercício ou em inatividade, desde que apresentem as condições familiares estabelecidas na lei respectiva. Essa gratificação não deflui do serviço público, nem lhe é privativa, mas encontra justificativa no interesse do Estado em amparar os servidores que tenham maiores encargos pessoais para a manutenção de filhos menores ou de dependentes incapacitados para o trabalho. Com essa vantagem pecuniária a Administração atende à recomendação constitucional para que se dê à família especial 22 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

proteção do Estado (CF, art. 226). A gratificação por filho, impropriamente denominada salário família, não se incorpora ao vencimento, mas deve ser auferida na disponibilidade e na aposentadoria enquanto subsistirem as condições legais para sua percepção. Desde que o salário família não integra o vencimento, sobre esta gratificação não devem incidir os adicionais de tempo de serviço ou de função, nem as gratificações de serviço, os quais terão para base de cálculo o padrão do cargo, se de outra forma não dispuser a lei. A Constituição de 1988 acrescentou dentre os direitos dos servidores públicos, civis e militares, a licença-gestante e a licença paternidade (arts. 39, § 2°, e 42, § 11), as quais, embora não sejam tipicamente vantagens pecuniárias, assumem esse caráter, por serem remunerados os períodos de afastamento do trabalho." (grifou-se)

Ante o aqui exposto, entende-se que a concessão e o pagamento de vantagem pecuniária autorizada pela Lei Municipal nº 163/98, apresenta-se irregular se não for comprovada a situação excepcional exigida que possibilite a ocorrência dessa circunstância.

Os pagamentos ocorridos sob este título estão demonstrados no Quadro "Vantagens Pecuniárias" (fls. 213 a 216), com dados extraídos das folhas de pagamento dos meses de janeiro a maio de 1998, o que já é de se estranhar, uma vez que a gratificação com esse nome somente começou a vigorar a partir de março/98, principalmente levando-se em conta que os contracheques de alguns dos servidores relacionados, não registram essa vantagem.

O montante pago no período de janeiro a maio de 1998, levando em conta os dados constantes das folhas de pagamentos desses meses foi igual a R$ 15.644,02 (quinze mil, seiscentos e quarenta e quatro reais e dois centavos), equivalentes a 17.176,1309 (dezessete mil, cento e setenta e seis vírgula hum mil, trezentos e nove) UFIR's.

O Responsável deverá manifestar-se a respeito do apontado para este item.

(Relatório n.º056/98 , de inspeção “in loco” – item 3)

Justifica-se o interessado que,

"a concessão de vantagem pecuniária' na prática não está beneficiando quase ninguém, pois só tem vantagem quem já tinha, sob outros títulos, que entendemos de difícil corte, por discutível a questão do direito adquirido. (grifamos) ...... Relativamente a questão levantada pelos doutos técnicos do TC, de que a Lei nº 163/98 pode ser inconstitucional, temos que de fato esta vigiado e produzindo seus efeitos, salvo melhor juízo.

23 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Ainda assim, repita-se a vantagem esta sendo concedida na maioria dos casos, apenas a quem já vinha, por qualquer outra forma percebendo formas de salários adicionais".

Conforme registrado em Relatório preliminar (fls. 136), os artigos 7° e 8° da Lei Municipal nº 163/98 desconsideram o Princípio da Impessoalidade previsto no artigo 37 da Constituição Federal, ao beneficiar servidores sem que fique definido o tipo de retribuição pecuniária a que se referem tais vantagens.

Sobre o assunto, foi transcrito e grifado às fls. 138 a 140 dos autos o entendimento do jurista e administrativista Hely Lopes Meirelles, extraído do seu livro Direito Administrativo Brasileiro, folhas 417 a 420, de cujo texto repetimos um parágrafo, a saber:

"Gratificações: são vantagens pecuniárias atribuídas precariamente aos servidores que estão prestando serviços comuns da função em condições anormais de segurança, salubridade ou onerosidade (gratificações de serviço), ou concedidas como ajuda aos servidores que reunam as condições pessoais que a lei especifica (gratificações especiais). As gratificações - de serviço ou pessoais -- não são liberalidades puras da Administração; são vantagens pecuniárias concedidas por recíproco interesse do serviço e do servidor, mas sempre vantagens transitórias, que não se incorporam automaticamente ao vencimento, nem geram direito subjetivo à continuidade de sua percepção". (grifamos)

Cabe, portanto, ao Poder Público, conceder vantagem pecuniária a quem de direito, e não simplesmente por liberalidade desse Poder.

Como não ficou "comprovada a situação excepcional exigida que possibilite a ocorrência dessa circunstância", solicitação esta expressa à fls. 140, levamos à responsabilidade do ordenador primário, Sr. Quintino de Bona Sartor, a importância de R$ 15.644,02 (quinze mil, seiscentos e quarenta e quatro reais e dois centavos), equivalentes a 17.176,1309 (dezessete mil, cento e setenta e seis virgula hum mil trezentos e nove) UFIR.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 3)

4 - ADICIONAL NOTURNO

Houve pagamento, no decorrer do exercício de 1997 e de janeiro a maio de 1998, conforme registrado no anexo abaixo nas Tabelas de Adicional Noturno, nominando-se: Adicional Noturno Inform. e Adicional Noturno Autom., sob os códigos 25 e 26.

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Pergunta-se o significado das nomeclaturas adotadas, bem como o cargo, função e lotação dos servidores que perceberam tal benefício, inclusive o registro de freqüência no trabalho, no decorrer deste período.

Remeter, ainda, o embasamento legal que permitiu esses pagamentos e os atos autorizativos passados pelo Chefe do Poder Executivo, concedendo o referido adicional aos servidores beneficiados, no valor de R$ 2.064,78, equivalendo a 1.880,6017 UFIR‟s.

EXERCICIO: 1997 ADICIONAL NOTURNO MÊS SERVIDOR A*/I** VALOR(R$) UFIR JANEIRO JOSÉ ANDRADE DE LIZ I** 102,05 92,9471 JANEIRO DILSON JOSÉ ANDRADE 1** 102,05 92,9471 FEVEREIRO JOSÉ A. DE LIZ 1** 102,05 92,9471 FEVEREIRO DILSON J. ANDRADE 1** 102,05 92,9471 MARÇO JOSÉ A. DE LIZ I** 102,05 92,9471 ABRIL. JOSÉ A A. DE LIZ I** 102,05 92,9471 MAIO JOSÉ A . DE LIZ I** 109,33102,05 99,5778 JUNHO JOSÉ A. DE LIZ 1** 109,33 99,5778 JULHO JOSÉ A. DE LIZ I** 109,33 99,5778 AGOSTO JOSÉ A. DE LIZ I** 109,33 99,5778 SETEMBRO JOSÉ A. DE LIZ I** 109,33 99,5778 OUTUBRO JOSÉ A. DE LIZ I** 109,33 99,5778 NOVEMBRO JOSÉ A. DE LIZ 1** 109,33 99,5778 DEZEMBRO JOSÉ A. DE LIZ 1** 109,33 99,5778 TOTAL 1.486,94 1.354,3050

EXERCÍCIO: 1998 ADICIONAL NOTURNO MÊS SERVIDOR A*11** VALOR(R$) UFIR JANEIRO JOSÉ A. DE LIZ A* 37,50 34,1550 JANEIRO DARCI BUENO A* 38,01 34,6195 FEVEREIRO JOSÉ A. DE LIZ I** 109,33 99,5778 FEVEREIRO DARCI BUENO I** 109,33 99,5778 MARÇO JOSÉ A. DE LIZ A* 37,50 34,1550 MARÇO DARCI BUENO A* 37,50 34,1550 ABRIL JOSÉ A. DE LIZ A* 60,01 54,6571 ABRIL DARCI BUENO A* 37,50 34,1550 ABRIL LUIZ FERNANDO DIAS A* 35,16 32,0237 MAIO JOSÉ A. DE LIZ A* 37,50 34,1550 MAIO DARCI BUENO A* 37,50 34,1550 TOTAL 577,84 526,2967 LEGENDA: A* = Adicional Noturno Autom.(?) I** = Adicional Noturno Inform.(?)

(Relatório nº 056/98 , de inspeção “in loco” – item 4)

Foram solicitados pelos técnicos deste Tribunal, alguns esclarecimentos sobre as siglas adotadas para denominar "Adicional Noturno", ou seja, A* e I**, bem como informações sobre os servidores beneficiados e o embasamento legal e atos autorizativos que lhes possibilitou percebê-los.

Em resposta, fomos informados de que os servidores elencados neste

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item às fls. 141 e 142 são, de direito, ocupantes do cargo de Servente, desenvolvendo, porém, de fato, suas atividades como Guardas Noturnos.

É citado, inclusive, o art. 76 do ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO, LC nº 044/93, como sustentáculo para esta vantagem, sem no entanto transcrevê-lo integralmente, a fim de que ficasse configurado o direito do servidor em receber o referido adicional.

Cabe-nos, porém, apontar o desvio de função a que estão submetidos estes servidores, o que torna indevido o seu desempenho como guardas noturnos e, conseqüentemente o pagamento no valor de R$ 1.486,94 (1997) e R$ 577,84 (1998), equivalendo a 1.632,5642 e 600,1864 UFIR, respectivamente, no montante de R$ 2.064,78 ou 2.232,7506 UFIR, por cujos valores deve responder o Sr. Prefeito Municipal, como Ordenador Primário, conforme artigo 77, II da Lei Complementar n° 31/90, em razão de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário. (Valores em UFIR corrigidos frente ao Relatório anterior).

Deve, ainda, o Sr. Prefeito Municipal, encontrar maneira adequada para solucionar tal irregularidade, sob pena de responder administrativamente pelo montante pago indevidamente aos servidores supra mencionados, a partir do momento que tomar ciência dos fatos aqui apontados.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 4)

5 - INDENIZAÇÕES

Os servidores abaixo elencados, receberam, a título de Indenizações, nos meses de janeiro e fevereiro/98, a importância de R$ 904,00 (novecentos e quatro reais), equivalendo a 928,8701. UFIR's.

Esclarecer a que se referem os valores ali relacionados, bem como o embasamento legal para o seu pagamento.

INDENIZAÇÕES

JANEIRO/98 NOME VALOR(R$) UFIR ANA MARIA CHRISTOFF X 71,93 74,8413 DELOURDES 1. MAFIOLETTI n 71,93 74,8413 ERIONETE DE S. POSSENTI 85,16 88,6068 JANETE A C. FURLAN 30,00 31,2142 LUIZ FERNANDO DIAS 65,00 67,6308 EDSON V. COSTA 80,01 83,2484 ILSON COSTA 80,01 83,2484 CIRLEI C. DE SOUZA 91,24 94,9329 SAULO B. FERREIRA VIEIRA 109,48 113,9111 26 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

SILVIO DE OLIVEIRA 35,80 37,2490 DONIZETE R. DE OLIVEIRA 35,80 37,2490 TOTAL 756,36 786,9733

FEVEREIRO/98

NOME VALOR(R$) UEIR SAULO B. FERREIRA VIEIRA 147,64 141,8968 147,64 141,8968 TOTAL OBSERVAÇÃO: Nos meses de março, abril e maio de 1998 não houve pagamento a titulo de Indenização registrado nas Folhas de Pagamento.

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 5)

Às fls. 142 e 143, dos autos, foram elencados os servidores que perceberam vantagens sob o título indevido de INDENIZAÇÕES, nos meses de janeiro e fevereiro/98. Digo indevido, pois segundo a defesa apresentada à fls. 1318, as despesas referem-se "a pagamento do adicional de insalubridade do mês 12/97" de nove funcionários cujos cargos foram ali nominados e que, ou diferem dos registrados às fls. 1662, 1669, 1670 e 1671 ou das Secretarias onde prestaram serviço.

Além disso, não foram mencionadas na defesa as funcionárias Erionete de S. Possenti e Janete A. C. Furlan, Agente Administrativo e Agente de Conservação, respectivamente, ambas lotadas na Secretaria de Administração e Finanças, nem apresentado o embasamento legal, solicitado pelos técnicos desta Casa, que permitisse, à época, o pagamento dessa Vantagem.

A defesa reconhece ainda que "a partir de 02/98, verificou-se a ausência de laudo técnico relativo a insalubridade, o que permitiu a tomada de decisão no sentido de suspender o pagamento do adendo.".

O próprio Estatuto dos Servidores Públicos de Rio Rufino (LC nº 044/93), no seu Art. 72, "caput" e § 3°, e art. 73, "caput", exara:

"Art. 72 - Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o vencimento do cargo efetivo.

...

§ 3° - A definição de locais insalubres, perigosos ou pesos será objeto de laudo pericial passado por Órgão técnico competente, que será obrigatório para efeitos de concessão. (grifamos)

Art. 73 - Haver permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos."

27 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

No entanto, as justificativas anteriormente expostas, vem se contrapor com o item 8 desta Reinstrução, haja vista o pagamento de vantagem a título de Adicional de Insalubridade para alguns desses funcionários já mencionados, ou seja: Ana Maria Christoff, Delourdes I. Mafioletti, Edson V. Costa e Saulo B. Ferreira Vieira, fazendo-nos acreditar na ocorrência de pagamento do Adicional de Insalubridade em duplicidade ou em informação incorreta.

Portanto, face ao aqui exposto, consideramos irregular os pagamento de vantagens a título de Indenizações nos meses de janeiro/98 (R$ 756,36 ou 786,9733 UFIR) e fevereiro/98 (R$ 147,64 ou 153,6156 UFIR), num montante de R$ 904,00, equivalentes a 940,5889 UFIR por cujos valores (em UFIR foram retificados frente ao Relatório anterior) deve responder o Sr. Prefeito Municipal, como Ordenador Primário.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 5)

6 - ESTOURO DO MÊS

Segundo Folha de Pagamento de janeiro/98, o servidor Luiz Gonzaga de Oliveira, Odontólogo, percebeu R$ 69,20 (sessenta e nove reais e vinte centavos) equivalendo a 72,0008 UFIRs, a titulo de "Estouro do Mês".

Que seja esclarecido ou comprovado o termo e o motivo do pagamento do mesmo ao referido servidor.

(Relatório n.º056/98 , de inspeção “in loco” – item 6)

Foi denunciado que em janeiro/98, a Prefeitura Municipal de Rio Rufino pagou a Luiz Gonzaga de Oliveira, Odontólogo, a importância de R$ 62,20 equivalente a 72,0008 UFIR, a título de "Estouro do Mês".

Solicitados esclarecimentos sobre o referido pagamento, manifestou-se o interessado às fls. 1318 dos autos, que houve erro no programa que gerou aquela folha de pagamento, e que o "erro deve ser debitado a informação incorreta fornecida aos auditores, pelo DRH, pelo que desde já pedimos escusas."

Diz, inclusive, que aquele funcionário "teve seu contrato de trabalho reincidido em dezembro de 97, e no mês de janeiro o mesmo não recebeu qualquer valor a título de salário, conforme se comprova com o anexo relação dos líquidos da folha de pagamento do mês 01/98, remetido para o BESC, para crédito em Conta Corrente, onde se prova que o mesmo não recebeu qualquer valor no mês em questão."

28 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

No entanto, anexo a sua defesa, constam das folhas de n° 1679 (dez/97), 1702 (jan/98), 1722 (fev/98) e 1744 (março/98), o nome do funcionário Luiz Gonzaga de Oliveira, percebendo normalmente seus vencimentos como Odontólogo, contrariando o exposto no parágrafo anterior, da mesma forma que os contracheques de fls. 2166, 2235, 2260, 2288 e 2302, correspondentes aos meses de dezembro/97 e janeiro a abril/98.

Pelo exposto, deve o Prefeito Municipal de Rio Rufino responder como Ordenador Primário pela importância de R$ 69,29 equivalente a 72,0008 UFIR, restrição esta prevista no artigo 77, 11 da Lei Complementar n° 31/90, em razão de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 6)

7 - HORAS EXTRAS

7.1. PAGAMENTOS COM PERCENTUAIS DE ACRÉSCIMO NÃO PREVISTOS NA LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO.

O Estatuto dos Servidores da Prefeitura Municipal' de Rio Rufino, Lei Complementar n. 044/93, no que concerne ao Adicional por Serviço Extraordinário, diz em seus arts. 74 e 75:

"Art. 74 - O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho. Art. 75 - Somente será permitido serviço extraordinário para atender situações excepcionais e temporárias, respeitando o limite máximo de 2(duas) horas por jornada e de 360 (trezentas e sessenta) horas por ano".

Estranhamente, no período de janeiro a maio de 1998, alguns funcionários passaram a ter a quantidade das horas-extras, supostamente trabalhadas, divididas em duas parcelas, sendo uma acrescida com o percentual de 50% (cinqüenta por cento) em relação a hora normal e a outra, em 100% (cem por cento).

Outros passaram a perceber 100% (cem por cento) e ainda, houve aqueles servidores que tiveram divididas em duas parcelas, cada urna acrescida de 50% (cinqüenta por cento), o que representa na verdade, 100% (cem por cento).

Abaixo será demonstrada essa situação:

FONTE: FOLHA DE PAGAMENTO

29 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

NOME CARGO S.BASE DATA VL. QTD. ACRES. TOT. HE RS H. S.E. % PAGAS R$ RS SAULO B. F. VIEIRA MOTORISTA 364,95 12/97 1,66 15.50 50 38,57 SAULO B. F. VIEIRA MOTORISTA 364,95 12/97 1,66_ 8.50 100 2838.57,20 DELOURDES AG. ADMINISTR. 253,19 12/97 1,15 38.00 50 65,60 MAFIOLETTI DELOURDES AG. ADMINISTR. 253,19 12/97 1,15 5.00 100 11,51 MAFIOLETTI ANA MARIA AG. ADM1NISTR 253,19 12/97 1,15 22.00 50 37,98 CHRISTOFF ANA MARIA AG. ADMINISTR. 253,19 12/97 1,15 5.00 100 11,51 CHRISTOFF ANA MARIA AG. ENFERMAG. 380,00 01/98 1,72 22.00 50 60,60 CHRISTOFF ANA MARIA AG. ENFERMAG. 380,00 01/98 1,72 18.00 100 66,11 CHRISTOFF SAULO B. F. VIEIRA MOTORISTA 365,00 01/98 1,66 39.00 50 97,06 SAULO B. F. VIEIRA MOTORISTA 365,00 01/98 1,66 21.00 100 69,68 ANA MARIA AG. ENFERMAG. 253,19 02/98 1,15 20.00 50 50,06 CHRISTOFF ANA MARIA AG. ENFERMAG. 253,19 02/98 1,15 3.00 100 10,01 CHRISTOFF DELOURDES AG. ENFERMAG. 253,19 02/98 1,15 17.50 50 43,81 MAFIOLETTI DELOURDES AG. ENFERMAG. 253,19 02/98 1,15 3.00 50 10,01 MAFIOLETTI CERLITO J. MOTORISTA 364,96 02/98 1,66 8.50 50 21,15 ALEXANDRE CERLITO J. MOTORISTA 364,96 02/98 1,66 3.00 100 9,95 ALEXANDRE PLINTO R. RAMOS MÉD. VETERIN. 562,62 02/98 2,56 11,00 50 84,39 JÚNIOR PLINTO R. RAMOS MÉD. VETERIN. 562,62 02/98 2,56 4,00 100 40,92 JUN IOR SIDNEY NURNBERG MOTORISTA 364,95 02/98 1,66 20,00 50 49,77 SIDNEY NURNBERG MOTORISTA 364,95 02/98 1,66 5,00 100 16,59 ANA MARIA AG. ENFERMAG. 380,00 04/98 1,72 25,00 50 68,80 CHRISTOFF ANA MARIA AG. ENFERMAG. 380,00 04/98 1,72 10,00 100 96,73 CHRISTOFF DELOURDES AG. ENFERMAG. 285,00 04/98 1,30 32,00 50 67,42 MAFIOLETTI DELOURDES AG. ENFERMAG. 285,00 04/98 1,30 3,00 100 8,43 MAFIOLETTI

NOME CARGO S. BASE DATA VL. QTD. TOT. HE ACRES. R$ H. H.E. PAGAS R$ % R$ EDSON V. COSTA OP. EQUIPAM. 365,00 04/98 1,66 54,50 50 135,6 EDSON V. COSTA OP. EQUIPAM. 365,00 04/98 1,66 8,00 100 26,553 DONIZETE R. SERVENTE 150,00 04/98 0,68 3,50 50 3,50

DONIZETEOLIVEIRA R. SERVENTE 150,00 04/98 0,68 5,00 100 6,82

SIDNEYOLIVEIRA NURNBERG MOTORISTA 365,00 04/98 1,66 5,00 50 13,26

30 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

SIDNEY NURNBERG MOTORISTA 365,00 04/98 1,66 25,50 100 90,18 ANA MARIA AG. ENFERMAG. 380,00 05/98 1,72 27,00 50 74,37

ANACHRISTOFF MARIA AG. ENFERMAG: 380,00 05/98 1,72 19,00 100 69,78

DELOURDESCHRISTOFF AG. ENFERMAG. 285,00 05/98 1,30 39,00 50 82,17

DELOURDESMAFIOLETTI AG. ENFERMAG. 285,00 05/98 1,30 6,00 100 16,85

LAURIMAFIOLETTI T. SOUZA SERVENTE 200,00 05/98 0,91 100,00 100 181,82 SAULO B. F. VIEIRA MOTORISTA 365,00 05/98 1,66 2,00 100 6,64 SIDNEY NURNBERG MOTORISTA 365,00 05/98 1,66 20,00 50 53,05 SIDNEY NURNBERG MOTORISTA 365,00 05/98 1,66 30,00 100 106,09

Levando-se em conta os dados registrados na folha de pagamento emitida em março de 1998, constata-se que nesse mês não ocorreram pagamentos sob o título de Horas-Extras.

O Responsável deverá se manifestar a respeito das ocorrências aqui mencionadas e demonstradas.

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 7.1)

7.2 - OUTRAS RESTRIÇÕES LEVANTADAS REFERENTES À CONCESSÃO E PAGAMENTO DE HORAS-EXTRAS

Relacionando-se nas Tabelas de Horas Extras (fls. 217 a 236) os servidores que perceberam esse adicional, conforme Folhas de Pagamento, verificou-se várias irregularidades na sua concessão e respectivos pagamentos, como se passará , a demonstrar a seguir:

7.2.A - Pagamento de Hora-Extra com valor fixo

Houve, no decorrer de 1997, o pagamento de hora-extra a servidores, com Valor Fixo, ou seja, foi estipulado a cada servidor um valor "x" repassado durante esse exercício, independente do cumprimento de horas-extras trabalhadas ou não.

Tal procedimento caracteriza uma forma de complementação salarial que, se invocada, futuramente, pelo servidor, causará sérios transtornos financeiros à Prefeitura Municipal. Isto, sem considerar o total descumprimento à legislação supra mencionada, nos seus arts. 74 e 75, uma vez que não foi considerado o percentual sobre a hora normal trabalhada, nem ficou caracterizada situação excepcional e temporária prevista nessa legislação. 31 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Convém mencionar que, referente ao exercício de 1997, período de janeiro a novembro, a Prefeitura Municipal de Rio Rufino, quando da auditoria, não apresentou o cartão-ponto ou qualquer outra forma de registro ou marcação de freqüência dos seus servidores, que comprovassem o comparecimento ao local de trabalho e a respectiva contraprestação em forma de serviços da remuneração recebida.

Esses documentos foram solicitados verbalmente, não tendo sido entregues.

Então, os Analistas deste Tribunal, encarregados da auditoria, emitiram à Prefeitura Municipal de Rio Rufino a Requisição de n. 01/98, de 03/06/98, cujo item 01 solicitava o seguinte:

"01 - Informar qual o procedimento adotado quanto ao controle de ponto dos funcionários desta Prefeitura, de janeiro a novembro de 1997, bem como fornecer cópias desses registros no período em questão."

Em 08/06/98, através do Oficio n. 048/98, a Prefeitura Municipal de Rio Rufino se manifestou, respondendo o seguinte:

"Cumprimentando-o cordialmente, venho através deste, encaminhar nossas justificativa em relação ao solicitado em sua requisição n. 001/98 como segue: Quanto ao item 01: Considerando que quando da implantação da Prefeitura de Rio Rufino, foi adotado controle de ponto através de livro, onde todos os funcionários rubricavam suas presenças no trabalho, com o objetivo de implementar o controle de ponto, foi adquirido um relógio ponto, onde esta iniciativa foi frustrada pela não cooperação dos servidores e pela inviabilidade de manutenção do referido equipamento. Voltou-se a utilizar sistema de livro ponto onde o responsável pelo departamento de pessoal após verificar a presença ou falta dos servidores, inutilizando as folhas ponto, impossibilitando-nos de remeter cópia do referido controle. Finalmente no mês de dezembro de 1997 implantamos uma sala especifica do controle de entrada e saída de servidores, com equipamento eletrônico e com Vigia, para orientar e controlar o ponto"

Inaceitável a ponderação do Responsável referente à solicitação acima transcrita.

Ele não esclarece e/ou comprova o motivo da inviabilidade da manutenção do relógio ponto. Tampouco esclarece qual o procedimento adotado pelos servidores que frustou a iniciativa da Administração em implementar o controle de ponto.

Só se pode supor, através da resposta do Senhor Prefeito, que ocorreram atos de indisciplina por parte dos servidores impossibilitando que houvesse o obrigatório controle da freqüência.

32 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Caso essa hipótese se apresente como verdadeira, pode-se dizer que houve omissão do Administrador ao permitir que isso ocorresse, tendo em vista que uma de suas principais funções é fazer valer a disciplina dentro da burocracia.

Obrigatoriamente, o Mandatário de Rio Rufino, escorado nos mandamentos exarados pelo Estatuto dos Servidores Públicos desse Município, administrativamente, deveria ter tomado a atitude a ele legalmente permitida, coibindo a indisciplina insinuada em sua resposta.

Quanto à segunda parte da resposta, onde ele diz que, ao se voltar ao sistema de livro ponto o responsável pelo Departamento de Pessoal, após verificar a presença ou falta dos servidores, inutilizava as folhas, impossibilitando a remessa das cópias pedidas, dá mostra mais uma vez da desorganização administrativa, já mencionada no item "l", deste Relatório, que se instalou na Prefeitura Municipal de Rio Rufino.

Como pode o Prefeito permitir que um servidor inutilize informações que, pela utilidade dentro da burocracia, deveriam ser perenes, uma vez que, no futuro, obrigatoriamente, a elas a Administração terá que recorrer para a execução de alguns atos, como por exemplo, na contagem de tempo de serviço dos servidores para aposentadoria ou promoções, verificação de assiduidade para a concessão de licença-prêmio, etc.

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 7.2.A)

7.2.B - Pagamento de Hora Extra Fixa a Aposentado

O Senhor Atanalides P. Medeiros, Agente de Conservação, foi aposentado em 17/03/97, conforme Portaria n. 54/97.

No entanto, percebeu regularmente, até outubro/97, a importância de R$ 107,00 (cento e sete reais), a título de Hora Extra Fixa.

Cabe o esclarecimento por parte da Prefeitura Municipal de Rio Rufino sobre esses pagamentos.

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 7.2.B)

7.2.C - Hora Extra de Janeiro/98 paga sobre base salarial maior que a de Fevereiro/98

Transpondo os dados da Folha de Pagamento para a Tabela de Horas Extras (doc. Fls. 230 a 236), constatou-se que as horas extras pagas em

33 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

janeiro/98 foram calculadas sobre base salarial maior que as do mês de fevereiro/98, respectivamente, R$ 380,00 e R$ 253,19 .

Curiosa e inexplicavelmente, os Contracheques (a exemplo do de Ana Maria Christoff (fls. 877, 835 e 814) de janeiro a março deste mesmo exercício foram emitidos sobre a mesma base salarial de R$ 253,19 (duzentos e cinqüenta e três reais e dezenove centavos).

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 7.2.C)

7.2.D - Pagamentos de Horas Extras acima da quantidade trabalhada

Analisando-se as folhas de pagamento do Município de Rio Rufino-SC, de dezembro de 1997 a maio de 1998, constata-se que diversos servidores receberam, continuadamente, valores indenizatórios decorrentes de trabalhos realizados em períodos extraordinários, sob o título de horas-extras, conflitando com o artigo 75 da Lei Complementar n. 44/93, já aqui transcrito, no que se refere ao atendimento de situações excepcionais e temporárias.

No entanto, confrontando-se a folha de pagamento com o cartão-ponto dos servidores recebedores da indenização supra referida, constata-se que a maioria foi beneficiada com horas-extras acima daquelas realmente trabalhadas.

Outros servidores beneficiados, nem ao menos tinham esse direito, uma vez que em seus cartões de registros do ponto não se verifica a ocorrência de trabalhos em período fora do expediente oficial do Município de Rio Rufino.

Constata-se, inclusive, servidores sem qualquer registro em seus cartões no decorrer de todo o mês examinado, dando a impressão da ocorrência de completa inassiduidade, percebendo, porém, os funcionários em causa, a remuneração integral, com o acréscimo ainda de horas-extras.

Repete-se aqui, o já observado anteriormente:

O Estatuto dos Servidores da Prefeitura Municipal de Rio Rufino, Lei Complementar nº 044/93, em seu artigo 24, estabelece o que segue:

“Seção II

Portanto, para efeito de levantamento, quando da análise dos cartões-ponto só se levará em conta, aceitando-se como válidos, os registros feitos nos mesmos de forma mecânica.

Não se pode aceitar como válidas outras formas de registros, principalmente, aqueles feitos a caneta ou de maneira parcial, ou seja, marcação apenas da entrada sem grafar a saída ou registro da saída sem 34 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

marcação do horário da entrada, ou ainda horários ininterruptos, qual seja somente a marcação da entrada matutina e saída vespertina ou extraordinária.

As circunstâncias a seguir relatadas, encontram-se demonstradas no quadro denominado "TABELA DE HORAS EXTRAS", anexado ao Relatório às folhas 217 a 236, de onde se recolheram as observações que se passa a apresentar.

DEZEMBRO/97

SAULO B. F. VIEIRA

Servidor ocupante do cargo de Motorista, lotado na Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte, informações constantes da folha de pagamento e cartão-ponto, recebeu em dezembro/97, 15:50 h.(quinze horas e cinqüenta minutos), de horas-extras com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) e 8:50 h. (oito horas e cinqüenta minutos), acrescidas de 100% (cem por cento), totalizando R$ 66,77.

Porém, levando-se em conta os registros constantes do seu cartão-ponto, verifica-se o seguinte:

1ª Quinzena:

O cartão não apresenta quaisquer registros nos dias: 01, 02, 04, 08, 09, 10, 11, 12 e 15, supondo-se, salvo novos documentos e informações, que não houve comparecimento ao trabalho nesse período.

No dia 05, houve no período matutino, registro de entrada às 10:57 h, sem a marcação da respectiva saída.

No período vespertino, marcou o ingresso às 18:13 h., voltando, estranhamente, a repetir essa operação às 18:14 h., sem novamente haver o registro da saída.

No campo destinado ao período extraordinário, registrou o ingresso à 01:27 h.(madrugada), sem a marcação da saída.

2° Quinzena

Não compareceu nos dias 16, 17, 18 e 19, levando-se em conta a inexistência de registros no cartão-ponto, nesse período.

No dia 20 (Sábado), portanto fora do expediente oficial, registrou no cartão, no campo destinado às horas-extras, ingresso às 06:38 e saída às 18:30 h;

35 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

No Domingo, dia 21/12, no período extraordinário registrou ingresso às 06:57 e saída às 19:39 h;

Voltou a registrar no Sábado, dia 27, no período extra, ingresso às 12:40 h. com saída às 18:52 h;

No dia 22/12, segundo o cartão ponto, trabalhou no período vespertino, 06:50/11:47 h. e no extraordinário, 20:39/22:34 h;

No dia 24, houve marcação no período da manhã, apenas o ingresso, 07:39 horas; no período vespertino o cartão registra somente a saída, 18:09 h., ainda com comparecimento extraordinariamente das 19:38 às 21:43 h;

No dia 29/12, no período matutino, o servidor conseguiu a façanha de entrar às 06:50h. e sair às 06:49 h. Trabalhou, ainda, à tarde, das 12:53 às 19:01 h. e extraordinariamente, das 19:01 h. às 20:03 h;

Nos dias 30 e 31, trabalhou de manhã das 07:00 às 08:59 h., à tarde 12:50/20:06 h, de manhã 07:04/09:10 (?), preenchido a caneta, e à tarde, 18:42 às 19:35 h., respectivamente.

O servidor recebeu a remuneração integral.

Levando-se em conta o horário estabelecido pelo Decreto n. 134/97, para os servidores públicos municipais de Rio Rufino-SC, das 13:00 h. às 19:00 h., no período de 13/10/97 a 15/02/98, e ainda os artigos 74 e 75 da Lei Municipal n. 044/93, o servidor em questão teria no máximo direito ao recebimento de 13 (treze) horas-extras.

Isso, ainda, com a devida comprovação da situação excepcional que motivou o trabalho em horários extraordinários, principalmente no Sábado e Domingo.

DELOURDES IVONE MAFIOLETTI

Servidora, segundo registros constantes das folhas de pagamento, ocupante do cargo de Agente de Enfermagem, lotada na Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social, recebeu 38:00 horas extras com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) totalizando R$ 65,60 e 5:00 horas extras com acréscimos de 100%, somando R$ 11,51 .

No entanto, analisando-se o cartão-ponto da servidora em questão, folha 570, verifica-se que o mesmo apresenta registro de comparecimento ao serviço apenas no dia 11/12/97, com entrada as 07:40 e saída às 11:50 horas; para o restante dos dias o cartão apresenta-se completamente em branco.

Mesmo assim, a Prefeitura pagou integralmente a remuneração da servidora, inclusive, como já foi dito acima, com indenização de horasextras. 36 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

ANA MARIA CHRISTOFF

Servidora Agente de Enfermagem, lotada na Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social, recebeu 22:00 horas-extras, com acréscimo de 50%, somando R$ 37,98 e mais 5:00 h, acrescidas de 100%, totalizando R$ 11,51.

Observando-se o cartão-ponto da servidora ora referida, folha 571, constata-se a existência de diversas irregularidades, que deverão ser esclarecidas pela Origem, tais como:

 Cartão adulterado, no campo que registra os dias da semana, denominado “Horas Normais – Dias”, tendo esses dados sido reescritos a caneta na primeira quinzena;

 Marcação adulterada do dia 1°, Segunda-feira: o ingresso, registrado no campo destinado ao período matutino, aconteceu às 18:01 h., tendo sido alterado para 08:01h.

Essa artimanha possibilitou que fosse marcada a caneta, a saída matutina às 12:00 h. e a entrada vespertina, também a caneta, às 13:00 h. A saída, com marcação mecânica, aconteceu às 19:17 h.

Grande parte dos registros de comparecimento foram marcados a caneta, contrariando o artigo 24 da Lei Complementar n. 044/93, já transcrito neste Relatório, não se podendo considerar como freqüência do servidor ao trabalho, salvo outras informações e/ou documentos que mudem este entendimento, nos dias a seguir relacionados:

- dia 1° - Saída matutina e entrada vespertina; - dia 02 - entrada e saída matutina e entrada vespertina; - dia 03 - entrada e saída matutina; - dia 04 - entrada e saída matutina; - dia 05 - entrada e saída matutina; - dia 09 - entrada vespertina; - dia 10 - entrada e saída matutina; - dia 15 - não há registro. Consta observação no cartão nos seguintes termos: Reunião em . Prestar os devidos esclarecimentos, com comprovação; - dia 17 não há registros na entrada e saída matutina, tampouco entrada vespertina. Observação: Reunião em Lages, esclarecer e comprovar; - dia 22 - entrada e saída matutina; - dia 23 - entrada e saída matutina; - dia 28 - entrada e saída vespertina; - dia 29 - entrada e saída matutina; - dia 30 - entrada e saída matutina, não marcou a saída vespertina.

37 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Através dos dados constantes do cartão-ponto, não se vislumbra que a servidora tenha trabalhado em período extraordinário que lhe desse direito ao pagamento de horas-extras.

RENATO PEDRO COPETI

Servidor ocupante do cargo de Operador de Equipamento, lotado na Secretaria Municipal de Viação e Obras, segundo folha de pagamento, percebeu 40:00 horas-extras com acréscimo de 50%, totalizando R$ 38,36.

Cartão apresentando diversas irregularidades no seu preenchimento, conforme segue:

- nos dias 01, 02, 04, 05, 08, 09, 10, 11, 15, 16, 23, marcou somente a entrada matutina e a saída vespertina, aproveitando-se desse artifício para acumular horas supostamente trabalhadas em período extraordinário.

A entrada dos dias 1° e 02 foi marcada a caneta.

Nos dias 02 e 03, marcou no campo destinado ao período extra, apenas a entrada.

Através da análise dos dados registrados no cartão-ponto, não foram verificadas informações que garantissem direito ao servidor de receber valor indenizatório a título de horas-extras.

DARCI BUENO

Servidor lotado na Secretaria de Viação e Obras, ocupando o cargo de servente, foi beneficiado com o pagamento de 25:00 horas-extras acrescidas de 50%, totalizando R$ 23,98.

Porém, a quantidade de horas-extras calculadas, partiu de uma contagem irregular e ilegal, levando-se em conta os registros contidos no cartão-ponto.

Como parece ter-se tornado uma prática comum na Prefeitura Municipal de Rio Rufino, para contemplar servidor com vantagem indenizatória sob o título de hora-extra, o cartão-ponto recebeu marcação apenas para a entrada matutina e a saída respectiva, passando a impressão de que o funcionário trabalhou ininterruptamente, diariamente, o mês inteiro, das 07:00 h. até as 19:00 h., não parando nem para almoçar.

38 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Esse procedimento gerou outra ilegalidade; consideraram para o cálculo quantidade de horas por jornada acima daquela permitida pelo artigo 75 da Lei Complementar n. 044/93, já transcrita neste Relatório.

Estão marcadas a caneta as saídas vespertinas dos dias 08, 09 e 10. - Não compareceu no dia 12 ao serviço.

O servidor realizou trabalho no período extraordinário, nos dia 27 e 28, Sábado e Domingo, respectivamente, entrando no Sábado às 12:41 h. e saindo às 19:02 h. e Domingo, entrando às 19:01 e retirando-se às 20:15 h.

Deverá ser comprovado pelo Responsável o serviço realizado pelo servente DARCI BUENO, nos dois dias acima mencionados e a necessidade do mesmo ser realizado em um sábado e em um domingo.

Mesmo levando-se em conta os registros marcados no cartão-ponto, legalmente o servidor teria o direito de receber 07:00 horas-extras e não 25:00, conforme foi beneficiado.

EDSON VALENTIN COSTA (Operador de Equipamento - Secretaria da Agricultura)

 Recebeu 14:00 horas-extras + 50%, totalizando R$ 34,84.  Direito somente a 12:00 horas-extras.

Comprovar quais os trabalhos realizados e a imperiosa necessidade dos mesmos terem acontecidos nos dias 03, das 22:19 h. às 01:27 h., 04, das 22:22 h. às 00:14 h. e 08, das 21:13 h. ás 23:31 h.

Dias em que não houve marcação de freqüência no cartão-ponto: 12 e 26.

Explicar e/ou comprovar, dia 1°, período extraordinário, entrada com horário marcado posterior ao da saída ou seja, 23:54 h. e 22:20 h., respectivamente.

BRAULINO MACCARINI (Cartão-ponto não apresentado)

ILSON COSTA (Operador de Equipamento - Sec. Educação, Cultura e Esporte)

Cartão-ponto apresentando diversas rasuras.

39 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

 O cartão, nos dias 03, 04, 05, 11, 15, 16 e 17, registra, no período matutino, apenas a marcação da entrada, com os campos destinados à saída matutina e a entrada vespertina apresentando escrita a palavra "diárias", sendo que nesses dias aparecem marcações para a saída vespertina e para período extraordinário, Entrada/Saída.

Deverá ser esclarecido, com as devidas comprovações, a circunstância em questão.

 Cartão preenchido a caneta nos dias 11 e 19.

 Dia 1°, entrada no período extraordinário posterior à saída, ou seja, 23:53 h. e 22:18 h., respectivamente.

- Pagamento de 13:00 horas-extras com acréscimo de 50%, igual a R$ 32,35, quando caberia, conforme cartão-ponto, apenas 07:00 horas.

ANTÔNIO PEREIRA (Operador de Equipamento - Secretaria da Agricultura)

 Recebeu 40:00 horas-extras acrescidas de 50%, totalizando R$ 99,53.

- Nos dias 01, 02, 04, 05, 09, 10, 11, 23 e 30, o cartão ponto registra apenas a marcação da entrada no período matutino, geralmente ás 08:00 h., e a saída vespertina, não acontecendo a marcação para a saída matutina e tampouco a entrada no expediente vespertino, passando a impressão que nesses dias o servidor trabalhou ininterruptamente. Por conta dessa artimanha, o servidor foi irregularmente beneficiado com o pagamento de 40:00 horas-extras.

Porém, salvo outras informações e/ou documentos porventura existentes que comprovem trabalho nesse período extraordinário remunerado, não se vislumbra, levando-se em conta o cartão-ponto, o direito a qualquer hora-extra pelo servidor Antônio Pereira.

GIL MÁRIO MARCELINO (Operador de Equipamento - Secretaria de Viação e Obras)

O servidor recebeu 18:00 horas-extras, com acréscimo de 50%, totalizando R$ 67,04.

O cartão foi preenchido a caneta nos dias 08, saída matutina e entrada vespertina; 11, entrada e saída vespertina; 17, saída matutina e entrada vespertina, não há marcação da saída; 19, saída matutina e entrada vespertina.

40 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Levando-se em conta os registros no cartão-ponto, o servidor tinha direito apenas a ser indenizado em 04:00 horas.

FRANCISCO CORREIA DE MELLO (Técnico em Agropecuária - Secr. Administração e Finanças)

Recebeu 03:00 horas-extras em uma só jornada de trabalho, no dia 1°, quando a lei só permite no máximo 02:00 horas-extras/dia.

CERLITO JOSÉ ALEXANDRE (Motorista - Secretaria Viação e Obras)

Recebeu 07:00 horas-extras, com acréscimo de 50%, total R$ 17,42.

Cartão-ponto preenchido a caneta nos dias 02, 03; entrada e saída vespertina; dia 07, saída matutina e entrada vespertina.

Cartão preenchido parcialmente nos dias 10, onde não há marcação da saída matutina nem da entrada vespertina, e 30, idem.

O cartão não apresenta registro de freqüência nos dias 12, 22, 26 e 27.

- Não se verificou, através da análise do cartão, direito do servidor a perceber horas-extras no mês de dezembro de 1997.

SIDNEY NURNBERG (Motorista - Sec. Educação, Cultura e Esporte)

Recebeu 19:00 horas-extras acrescidas de 50%, totalizando R$ 47,28.

Também, nesse caso, o servidor na maioria dos dias de expediente marcou o cartão apenas na entrada matutina e na saída vespertina, conforme documento de folha 588 e 589, beneficiando-se, assim, do pagamento de 19:00 horas - extras.

Porém, levando-se em conta as marcações existentes no cartão-ponto, o servidor teria, no máximo, direito a 08:00 horas - extras.

Deverão ainda ser prestados pelo Responsável, esclarecimentos acompanhados de documentos e registros que comprovem a imperiosa necessidade de um motorista lotado na Secretaria de Educação, Cultura e Esporte, conforme folha de pagamento, iniciar seu expediente às 06:40 h, 08:00 h., 07:58 h. e 08:06 h. da manhã, nos dias 15, 17, 18 e 19, respectivamente, quando nesse período, o horário oficial da Prefeitura iniciava às 13:00 horas.

41 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

EXERCÍCIO DE 1998

JANEIRO

Levantamento prejudicado, nesse mês, pela ausência das cópias de cartão-ponto de diversos servidores, conforme relação abaixo e que deverão ser remetidas a este Tribunal, no prazo regimental.

- Arlete C. Banck - Ana Maria Christoff - Delourdes Mafioletti - Plínio R. Ramos Júnior - Avelino de Oliveira - Márcio L. P. Costa - Sidney Nurnberg

Todavia, no confronto entre os dados constantes do cartão-ponto e folha de pagamento, constata-se a permanência da situação já registrada no mês de dezembro de 1997 e aqui comentada, repetindo-se os problemas e as irregularidades naquele período praticadas.

A seguir, far-se-á uma demonstração mês a mês, apresentando-se aqueles casos, registrando situações mais graves:

JOSÉ ENEVALDO DA COSTA (Assessor Financeiro -- Sec. Adm. e Finanças)

- Recebeu em janeiro/98, 08:00 horas-extras com acréscimo de 50%, totalizando R$ 43,64. Porém, só tinha direito, conforme Cartão-Ponto, folhas 426 e 427, a 5:00 horas extras.

SAULO B. F. VIEIRA (Motorista -- Sec. Educação Cultura e Esporte)

O servidor recebeu 39:00 horas-extras com acréscimos de 50%, rendendo-lhe R$ 97,06 e mais 21:00 com acréscimo de 100%, somando R$ 69,68, totalizando no mês, 60 horas-extras recebidas.

Essa quantidade de horas-extras foi conseguida através da seguinte apuração pela Origem:

42 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

DIAS QUANTIDADE DE HORAS-EXTRAS 07 3 08 2 09 6 10 - Sábado 6 11- Domingo 4 12 4 13 7,5 14 5 15 4 16 1 19 4 21 1,5 22 6 27 2 28 2 30 2 Total. 60 Horas-Extras

Inicialmente, percebe-se que mais uma vez a Lei Complementar 044/93 não foi obedecida em seu artigo 75, no que se refere ao limite máximo de 2 (duas) horas por jornada, para a concessão de horas-extras.

Além disso, o cartão-ponto do servidor Saulo B. F. Vieira, motorista da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte, no mês de janeiro/98, apresenta outras irregularidades, considerando-se a legislação do Município de Rio Rufino, pertinente ao caso, conforme exposto a seguir:

- O cartão foi preenchido a caneta nos seguintes dias:

1º - entrada e saída matutina, entrada e saída vespertina, entrada no período extraordinário; não registrou a saída; obs: dia 1° de janeiro: feriado universal.

02 - idem acima; 03 - Sábado, preenchido somente a saída matutina e ainda assim a caneta; 04 - Domingo - idem; 07, 10 - Sábado, 11 Domingo e 15, saída matutina; 16 - saída vespertina; 20 - entrada vespertina; 28 - saída matutina e saída extraordinária.

- O cartão foi marcado parcialmente nos seguintes dias: 09 - somente marcou a entrada matutina e a saída vespertina; 22 - marcou somente a entrada matutina e a saída vespertina; 23 - idem e a entrada e saída extraordinária; 26 - entrada matutina e saída vespertina.

Levando-se em conta o artigo 75 da Lei Complementar n° 044/93 e os dados registrados no cartão-ponto, o servidor ora analisado, merecia receber apenas 14 horas-extras e não as 60 pagas pela Prefeitura de Rio Rufino.

43 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

O Responsável deverá comprovar a necessidade operacional do motorista, lotado na Secretaria da Educação, Cultura e Esporte, prestar seus serviços no Sábado, dia 10 e Domingo, dia 11 e ainda no feriado do dia primeiro de janeiro.

Deverá, ainda, comprovar a imperiosa necessidade do servidor iniciar seu expediente às vezes às 06:30 h., outras às 07:30 h., ou ainda, trabalhar até às 23:00 horas, quando o horário oficial da Prefeitura nesse período era das 13:00 às 19:00 horas.

ADÍLIO JOSÉ SARTOR (Assessor Especial - Sec. Administração e Finanças)

O servidor recebeu em janeiro/98, 20:00 horas-extras acrescidas de 50%, totalizando R$ 109,09.

Porém, o servidor em questão só cumpriu expediente na Prefeitura Municipal de Rio Rufino em janeiro, conforme cartão-ponto, no período de 05 a 09, tendo sido afastado do exercício, a partir do dia 10 de janeiro, por força de um processo administrativo instaurado contra o mesmo.

O afastamento foi limitado em 30 dias.

No período trabalhado, o servidor marcou o cartão, mecanicamente, dentro do horário oficial da Prefeitura, ou seja, das 13:00 h. às 19:00, nos dias 05 a 08.

No dia 07, foi acrescentado a caneta, no campo destinado a marcação do horário extraordinário, estranhamente, a entrada do servidor às 22:30h e saída às 01:50h da madrugada.

No dia 09, assinalou somente a entrada matutina às 09:13 e a saída vespertina às 19:10 hora.

Portanto, levando-se em conta o artigo 24 da Lei Complementar n° 044/93, e os dados constantes do cartão-ponto, folhas 430 e 431, não se vislumbra que em janeiro de 1998 o servidor Adilio José Sartor tenha trabalhado em período extraordinário que lhe desse direito ao recebimento da indenização intitulada horas extras.

44 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

DARCI BUENO (Servente - Sec. Viação e Obras)

Recebeu 02:00 horas-extras com acréscimo de 50%, totalizando pecuniariamente, R$ 2,05.

Cartão-ponto, folhas 432 e 433, marcado de maneira completamente irregular.

Não há registro de freqüência para os dias 05, 06 e 07.

Nos campos destinados ao horário normal, ou seja, matutino e vespertino, verifica-se apenas 03 (três) marcações no decorrer de todo o mês de janeiro:

 dia l° (?) feriado, somente a entrada às 18:49 h., estranhamente registrada no campo matutino;  dia 02 - somente a saída matutina registrada às 07:09 h.; - dia 15 - somente e de maneira estranha às 07:06 h. como saída no campo vespertino.

Para o restante dos dias, o cartão está marcado apenas no campo destinado ao período extraordinário e de maneira parcial, inclusive nos sábados e domingos.

A partir do dia 08 até o dia 30, o cartão-ponto foi sistematicamente preenchido em ziguezague, ou seja, um dia registrava somente a entrada, no outro apenas a saída, tudo no campo destinado ao período extraordinário.

Levando-se em conta os dados constantes no cartão-ponto, verifica-se que no decorrer de todo o mês de janeiro o servidor em nenhum dia cumpriu expediente completo.

Não se constata tampouco ocorrência de registros que dessem direito ao recebimento de horas-extras.

Porém, o servidor recebeu seu vencimento integral e ainda diversas vantagens funcionais, tais como: adicional noturno, indenizações, horas-extras (02:00 h.) e vantagem pecuniária.

O Responsável deverá se manifestar a respeito do que foi apontado referente ao servidor Darci Bueno.

45 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

GILBERTO NAVA

Este servidor merecerá comentários no item 12, deste Relatório.

FEVEREIRO

Para esse mês não foram apresentados os cartões-ponto dos servidores Braulino Macarini e Janir L. de Souza. O Responsável deverá remeter a este Tribunal de Contas cópias dos mesmos.

Nesse mês, permaneceram as mesmas restrições já apontadas em dezembro/97 e janeiro/98, no que se refere à marcação do cartão-ponto, e à conseqüente concessão de horas-extras, não obedecendo á Lei Complementar n° 044/93.

Os servidores repetiram a prática de preencher o cartão a caneta ou ainda de maneira parcial, sem que a Administração tomasse providência para coibir esse procedimento.

A Prefeitura continuou a considerar na jornada de trabalho, horas-extras acima da quantidade permitida pela L.C. n° 044/93, indenizando, às vezes, até 04:00 horas em um só dia.

Tendo em vista a repetição das irregularidades, não se fará aqui a análise individual dos servidores que deram origem a esses erros.

Estas restrições estão presentes nos cartões-ponto anexados às folhas 446 a 478 e 758 a 812 deste Relatório e demonstradas no quadro "TABELAS DE DIÁRIAS".

SITUACÕES MAIS GRAVES:

CLÁUDIA DELLA JUSTINA

A Prefeitura deverá comprovar como chegou à quantidade de 60 diárias pagas a CLAUDIA DELLA JUSTINA, tendo em vista que, pelos dados registrados no cartão-ponto, a mesma não trabalhou em período extraordinário que lhe desse direito a qualquer hora-extra.

SAULO B. F. VIEIRA

No período normal marcou apenas a entrada matutina, geralmente às 06:00 horas, e a saída vespertina, aproveitando-se desse artificio para

46 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

acumular horas-extras. Deverá o responsável comprovar a necessidade da realização de serviços no período das 22:00 h. às 23:00 h.

MARÇO

Levando-se em conta os dados constantes nas folhas de pagamento, verifica-se que nesse mês não ocorreram pagamentos a titulo de horas-extras.

Porém, a folha de pagamento não expressa a verdade ocorrida no mês de março, no que se refere a horas-extras.

Consultando-se alguns contracheques, constatou-se que diversos servidores no mês de março receberam valores indenizatórios a título de horas- extras, conforme demonstração abaixo:

1. Ana Maria Christoff 28:00 H.E. 50% R$ 70,09 Ana Maria Christoff 06:00 H.E. 100% R$ 20,03 2. Delourdes I. M. Mafioletti 31:0011E. 50% R$ 77,60 3. Romário Rodrigues de Oliveira 00:50 H.E. 50% R$ 1,24 4. Edson Valentin Costa 49:50 H.E. 50% R$ 123,17 5. Avelino de Oliveira 05:00 H.E. 50% R$ 18,62 6. Gil Mário Marcelino 07:50 H.E. 50% R$ 27,93 7. Sidney Nurnberg 18:00 H.E. 50% R$ 44,79 8. Antônio Vilson de Oliveira 01:50 H.E. 50% R$ 3,73

Examinando-se o cartão-ponto, registrando a freqüência dos servidores acima mencionados em, confronto com os dados dos contracheques, chega-se a seguinte realidade, levando-se em conta a Lei Complementar n. 044/93:

ANA MARIA CHRISTOFF

Cartão-ponto preenchido em grande parte a caneta. A servidora não tinha direito a receber vantagem indenizatória a título de horas-extras. Portanto, foram pagos indevidamente R$ 90,12, equivalentes a 93,7676 UFIRs;

DELOURDES L M. MAFIOLETTI

Constata-se a mesma situação. Não tinha direito a hora-extra, recebendo indevidamente R$ 77,60, equivalentes a 80,7408 UFIRs;

47 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

EDSON VALENTIN COSTA

Cartão-ponto rasurado e/ou preenchido a caneta e ainda de maneira parcial. Só tinha direito a 20:00 horas extras, percebendo a maior R$ 73,40, equivalentes a 76,3708 UFIRs.

A Prefeitura deverá comprovar a imperiosa necessidade de usar os serviços do servidor Edson Valentin Costa em praticamente todo o mês de março, no horário das 22:30 à 00:00 horas.

AVELINO DE OLIVEIRA

Cartão-ponto quase que totalmente preenchido a caneta. Não se vislumbrou direito de perceber horas-extras. Portanto, a Prefeitura pagou indevidamente R$ 18,62, equivalentes a 19,3736 UFIRs.

GIL MÁRIO MARCELINO

Cartão-ponto preenchido a caneta, rasurado e de maneira parcial. Não se percebeu direito a hora-extra. A Prefeitura pagou indevidamente R$ 27,93, equivalentes a 29,0605 UFIRs.

SIDNEY NURNBERG

Cartão-ponto rasurado, preeenchido a caneta e de forma parcial. Levando-se em conta a marcação no cartão e a Lei Complementar 044/93, só poderia receber 14:00 horas-extras . Portanto, a Prefeitura pagou 04:00 horas- extras a mais, totalizando R$ 9,95, equivalentes a 10,3527 UFIRs.

A Prefeitura deverá comprovar a imperiosa necessidade de utilizar os serviços do servidor Sidney Nurnberg em dias de sábado e domingo, conforme ocorreu nos dias 1°, 07, 28 e 29 de março/98, e ainda no horário das 22:42 h.a 00:33 h, e 22:54 h. a 01:33 h. nos dias 12 e 29 (Domingo), respectivamente.

ANTÔNIO VILSON DE OLIVEIRA

Cartão-ponto quase que totalmente preenchido a caneta, de maneira parcial além de apresentar algumas rasuras. Pelos registros no cartão-ponto, o servidor não tinha direito a receber horas-extras. A Prefeitura pagou indevidamente 01:50 h., monetariamente igual a R$ 3,73 e equivalentes a 3,8810 UFIRs.

Levando-se em conta os outros meses analisados, acredita-se que em março de 1998 o número de servidores recebedores de pagamento a título de hora-extra deve ter sido acima dos oito aqui listados. 48 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

A Prefeitura deverá remeter o contracheque dos servidores que receberam horas-extras em março de 1998 e que aqui não foram mencionados.

ABRIL

Não se percebeu mudanças em relação aos meses anteriores e já aqui comentados. Permanecem os mesmos erros referentes ao preenchimento do cartão-ponto e ao pagamento indenizatório aos servidores, sob o titulo de horas-extras.

SITUAÇÕES OBSERVADAS:

SUZETE DE S. OZELAME

Cartão rasurado no dia 07, saída matutina;

SAULO B. F. VIEIRA

Cartão rasurado no dia 16, no campo destinado à marcação do período extraordinário;

EDSON V. COSTA

Recebeu 54:50 horas-extras, sendo que 30:50 h. foram supostamente trabalhadas em março/98. Porém, pelos registros no cartão-ponto, mês de março, e levando-se em conta a L. C. 044193, teve direito somente a 18:00 horas trabalhadas em período extraordinário. A prefeitura deverá comprovar a necessidade do servidor, de manhã, iniciar seu expediente às 07:40 h. e no decorrer de todo o mês trabalhar extraordinariamente das 22:00 h. às 23:00 h. e às vezes até às 00:00 horas. Em abril não se constatou que tenha havido merecimento a receber horas-extras.

49 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

ILSON COSTA

Cartão-ponto rasurado, rebatido, modificando os dados registrados nos dias 14, 15, 27 e 28 de abril.

O servidor recebeu a título de horas-extras, R$ 185,82, decorrentes de 71:00 horas supostamente trabalhadas em período extraordinário, sendo que 62:00h., segundo informação registrada no rodapé do cartão, foram em abril; o restante das horas foram trabalhadas em março.

Porém, o servidor registrou em todas as jornadas extraordinárias, quantidades de horas, supostamente trabalhadas, acima do limite permitido pela L. C. 044/93. Chegou a registrar 05:50, em alguns dias.

Levando-se em conta a Lei Complementar n. 044/93 e os dados constantes dos cartões dos meses de março e abril, o servidor poderia ter trabalhado e recebido 48:00 horas-extras, desde que comprovada pela Administração a necessidade imperiosa dessa realização em período extraordinário.

A Administração deverá remeter memória de cálculo e a fundamentação legal que lhe possibilitou chegar à quantidade de 71:00 horas-extras, concedidas ao servidor ILSON COSTA

JANIR L. DE SOUZA

Motorista, lotado na Sec. Viação e Obras.

Recebeu no mês de abril a título de horas-extras, R$ 124,43 referentes a 50:00 horas trabalhadas em período extraordinário. O cartão-ponto, folhas 515 e 516, está preenchido de maneira completamente irregular.

A Prefeitura deverá remeter a este Tribunal de Contas, dentro do prazo regimental, a memória de cálculo e a fundamentação legal que lhe possibilitou chegar à quantidade de 50:00 horas-extras pagas ao servidor JANIR L. DE SOUZA, tendo em vista que pelos registros marcados no cartão-ponto, no decorrer de todo o mês de abril, o mesmo não teria direito nem à remuneração normal.

EMERSON S. DA SILVA

Cartão-ponto, folhas 533 e 534, completamente rasurado nas duas quinzenas do mês de abril/98, tendo sido os registros várias vezes rebatidos.

50 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

A Prefeitura deverá comprovar a imperiosa necessidade do servidor, Técnico em Agropecuária, prestar serviços em período extraordinário, no horário das 22:00 h. às 23:45 h. ou 00:00 horas, como aconteceu nos dias 10, 02, 06, 07, 08, 13, 16, 17, 22 e 24 e ainda em um sábado, dia 04, das 12:30 h. às 14:41h.

MAIO

Permaneceram nesse mês as mesmas restrições já anotadas nos meses anteriores no que se refere ao preenchimento dos cartões-ponto e ao conseqüente pagamento de horas-extras de maneira irregular por ferir, também, a Lei Complementar n. 044/93.

ANA MARIA CHRISTOFF

Cartão-ponto preenchido, quase que completamente, a caneta.

A Prefeitura deverá apresentar a memória de cálculo e a fundamentação legal que lhe permitiu chegar a quantidade de 46:00 horas trabalhadas pela servidora em causa em período extraordinário, tendo em vista que, pelos registros marcados no cartão, de acordo com o artigo 24 da Lei Complementar n. 044193, ela não teria direito a qualquer recebimento de horas-extras.

DELOURDES 1. MAFIOLETTI

IDEM restrições e solicitações anotadas acima.

JOSÉ ENEVALDO COSTA

Cartão preenchido a caneta no dia 04, entrada e saída matutina e entrada vespertina. LAURI TORQUATO DE SOUZA

Servente, lotado na Secretaria de Viação e Obras da Prefeitura Municipal de Rio Rufino, recebeu em maio de 1998, conforme registro constante da folha de pagamento a importância de R$ 181,82, correspondente a 100:00 (cem) horas de trabalho supostamente realizado em período extraordinário.

Porém, examinando-se o cartão-ponto do servidor em questão, folha 543 e 544, verifica-se, levando-se em conta a marcação mecânica, que não houve realização de trabalho em período extraordinário.

No entanto, constam no cartão registros feitos a caneta nos dias 02 ,03, 09, 10, 16, 17, 23 e 24, sábados e domingos, respectivamente, com entrada às 08:00 horas e saída às 11:00 horas.

51 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

O próprio cartão registra, em seu rodapé, a observação 14:00 horas- extras, dando a impressão de ser a quantidade levantada pela Administração.

A Prefeitura deverá esclarecer todas essas divergências.

Deverá remeter memória de cálculo comprovando de que maneira chegou à quantidade de 100:00 (cem) horas trabalhadas em maio/98 pelo servidor Lauri Torquato de Souza e a fundamentação legal que lhe possibilite receber R$ 181,82 a título de horas-extras.

Deverá comprovar a imperiosa necessidade da realização de trabalhos pelo servidor Lauri Torquato de Souza em todos os sábados e domingos do mês de maio/98.

OLIVIO LORENZETTI

Cartão-ponto preenchido a caneta no decorrer de todo o mês de maio/98.

Não teve direito a horas-extras, por não ter trabalhado em período extraordinário, levando-se em conta os registros constantes no cartão-ponto.

CERLITOS J. ALEXANDRE

Cartão-ponto rasurado e preenchido de maneiro parcial.

Não se vislumbra, levando-se em conta o cartão-ponto e a Lei Complementar n. 044/93, direito do servidor a receber horas-extras.

SAULO B. E VIEIRA

Motorista, lotado na Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte, recebeu a título de horas-extras, R$ 155,96, decorrente de 62:00 horas supostamente trabalhadas em período extraordinário,

Porém, levando-se em conta o cartão-ponto e a Lei n. 044/93, o servidor só poderia ter recebido 34:00 horas-extras.

A Prefeitura deverá comprovar a imperiosa necessidade desse servidor realizar trabalhos, diariamente, durante todo o mês, em período extraordinário iniciando no período matutino às 06:30 horas e à noite, das 22:30 às 00:00 horas, inclusive aos sábados.

52 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

SIDNEY NURNBERG

Motorista, lotado na Secretaria de Viação e Obras, recebeu no mês de maio R$ 159,14, proveniente de 50:00 horas supostamente trabalhadas em período extraordinário.

Levando-se em conta os dados constantes do cartão-ponto, folhas 551 e 552, verifica-se que essas horas-extras foram, quase que todos, conseguidas em decorrência de trabalhos supostamente acontecidos em sábados e domingos. O cartãoponto apresenta a seguinte marcação:

- dia 03 (Domingo), entrada 08:02 da manhã, saída somente às 19:55 horas, porém registrada somente no dia 19. Usando esse artificio o servidor induziu a Administração a lhe considerar a contagem de 12:00 horas, que o mesmo recebeu como horas-extras, com acréscimo de 100%.

- dia 10 (Domingo), entrada matutina 10:57 e saída vespertina 17:06h.; recebeu 8 horas-extras com acréscimo de 100%.

- dia 23 (Sábado), entrada matutina 07:58 e saída vespertina às 15:58h., recebeu 07:00 horas-extras com acréscimo de 100%.

- dia 30 (Domingo), cartão preenchido a caneta; nesse dia: entrada matutina 08:00 h., saída matutina 12:00h.; entrada vespertina, 16:00 h. e saída vespertina (?) 22:20 h. Recebeu por conta desse dia, 10:00 horas-extras com acréscimo de 100%.

Nos outros dias em que também existem registros com recebimento de horas-extras, o cartão apresenta-se preenchido parcialmente e/ou apresenta rasuras.

A Prefeitura deverá se manifestar, comprovando a imperiosa necessidade do senhor Sidney Nurnberg prestar a ela serviços nos dias de sábado e domingo, explicando ainda a contagem de horas-extras trabalhadas ultrapassando a quantidade permitida pela L. C. n. 044/93, principalmente a estranha circunstância do dia 03/05/98, onde a saída batida marca o dia 19.

JANIR LUIZ DE SOUZA

Motorista, lotado na Secretaria de Viação e Obras.

Recebeu no mês de maio/98 a importância de R$ 149,38, provenientes de 60:00 horas supostamente trabalhadas em período extraordinário.

53 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

No entanto, analisando-se o cartão-ponto do servidor, folhas 559 e 560, verifica-se que o mesmo encontra-se completamente em branco, ou seja, sem apresentar qualquer registro de freqüência.

Levando-se em conta as exigências constantes do artigo 24 da Lei Complementar n. 044/93, já transcrito neste Relatório, chega-se obrigatoriamente à conclusão que o servidor Janir Luiz de Souza não compareceu à Prefeitura Municipal de Rio Rufino no mês de maio/98, não lhe prestando serviços nesse período.

Assim, o referido servidor não teria merecido nem a sua remuneração normal, pela falta de comprovação da prestação de serviços, pela inexistência de freqüência, tampouco poderia ter sido beneficiado com o pagamento de horas-extras.

RENATO COPETTI

Operador de Equipamento, lotado na Secretaria de Viação e Obras, no mês de maio, supostamente, trabalhou 48:00 horas em período extraordinário, recebendo por conta disso, R$ 97,53.

Deve-se dizer, que o cartão-ponto, folha 563 e 564, nesse período foi quase que totalmente preenchido a caneta, ferindo o artigo 24 da Lei Complementar n. 044/93 .

A Prefeitura deverá comprovar junto a este Tribunal de Contas, a imperiosa necessidade do servidor Renato Copetti lhe prestar serviços, no decorrer de todo o mês de maio, no período extraordinário das 22:00 às 00:00h.

ILSON COSTA

Operador de Equipamento, lotado na Secretaria da Educação, Cultura e Esporte, recebeu R$ 149,32, provenientes de 60:00 horas, trabalhadas em período extraordinários.

Observando-se o cartão-ponto, constata-se que quase toda a quantidade de horas-extras trabalhadas ocorreu no período das 22:00 h. à 00:00 hora.

A Prefeitura deverá comprovar a imperiosa necessidade de contar com os serviços desse servidor, no horário acima citado.

Deverá, ainda, repetimos, manifestar-se a respeito de todas as restrições aqui mencionadas, apresentando para todos os casos listados na "TABELA DE HORAS EXTRAS", folhas 567 e 568, memória de cálculo e fundamentação legal, comprovando a maneira como chegou à quantidade de horas-extras concedidas e pagas aos servidores ali mencionados.

54 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 7.2.D)

O Responsável defende-se às folhas 1319 e 1339 dos autos, apresentando a argumentação referente aos itens 7.1,7.2.A, 7.2.B,7.2.C e 7.2.D)

Confrontando-se a defesa do Senhor Quintino de Bana Sartor com os apontamentos registrados pela Instrução no Relatório n° 56/98, fruto da auditoria especial, tende-se a manter o entendimento exarado pelos Analistas deste Tribunal de Contas, pelos motivos a seguir expostos.

O Estatuto dos Servidores da Prefeitura Municipal de Rio Rufino, Lei Complementar n° 44/93, no que concerne ao "Adicional por Serviço Extraordinário, diz em seus arts. 74 e 75:

"Art. 74 - O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação a hora normal de trabalho.

Art. 75 - Somente será permitido serviço extraordinário para atender situações excepcionais e temporários, respeitando o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada e 360 horas por ano".

Essa mesma lei em seu artigo 24, expressa a seguinte exigência:

"Art. 24 - O registro. de freqüência é diário é mecânico ou, nos casos definidos em ato próprio da autoridade competente, por outra forma que vier a ser adotada.

Parágrafo 1° - Todos os servidores devem observar rigorosamente o seu horário de trabalho previamente estabelecido.

Parágrafo 2° - A marcação do. cartão ponto deve ser feita pelo próprio servidor, sob pena de prática de indisciplina.”

O Administrativista Hely Lopes Meirelles, em seu Livro Direito Administrativo, 158 - Edição atualizada pela Constituição de 1988, Editora Revista dos Tribunais - São Paulo, 1990, nas folhas 78 e 79, define o principio constitucional da legalidade, estabelecido no caput do Artigo 37 da Constituição Federal, da seguinte maneira:

"Legalidade - A legalidade, como principio de administração, (Const. Rep., art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bemcomum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. A eficácia de toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei. Na Administração Pública, não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só e permitido fazer o que a lei 55 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

autoriza. A lei para o particular, significa "pode fazer assim"; para o administrador público significa "deve fazer assim". As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos não podem ser descumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contém verdadeiros poderesdeveres, irrelegaveis pelos agentes públicos. Por outras palavras, a natureza da função pública e a finalidade do Estado impedem que seus agentes deixem de exercitar os poderes e de cumprir os deveres que a lei lhes impõe. Tais poderes, conferidos à Administração Pública para serem utilizados em beneficio da coletividade, não podem ser renunciados ou descumpridos pelo administrador, sem ofensa ao bem-comum, que é o supremo e único objetivo de toda ação administrativa. O princípio da legalidade, que até bem pouco so era sustentado pela doutrina, passou agora a ser imposição legal entre nós, pela lei reguladora da ação popular que considera nulos os atos lesivos ao património público quando eivados de "ilegalidade do objeto' que a mesma norma assim o conceitua: "A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo"(Lei 4.717/65, art, 2°, c e parágrafo único, c). Além de atender à legalidade, o ato do administrador público deve conformar-se com a moralidade e a finalidade administrativas para dar plena legitimidade a sua atuação. Administração legítima só é aquela que se reveste de legalidade e probidade administrativas, no sentido de que, tanto atende às exigências da lei, como se conforma com os preceitos da instituição pública. Cumprir simplesmente a lei na frieza de seu texto não é o mesmo que atendê-la na sua letra e no seu espírito. A administração, por isso, deve ser orientada pelos princípios do direito e da moral, para que ao legal se ajunte o honesto e o conveniente aos interesses sociais. Desses princípios é que o direito público extraiu e sistematizou a teoria da moralidade administrativa, que passaremos a analisar."

Portanto, não poderia o senhor Quintino de Bona Sartor, Prefeito Municipal de Rio Rufino, deixar de obedecer, no decorrer da sua Administração, na prática de Atos relativos aos servidores Municipais, aos ditames da Lei nº 44/93, principalmente, nos casos em tela, dos artigos 24, 74 e 75.

Ratifica-se, por este motivo, todos os apontamentos e entendimento da Instrução, para este item, devendo ser imputados à responsabilidade do Senhor Quintino de Bona Sartor os valores pagos indevidamente, a seguir demonstrados, por incorrer em prática enquadrável no artigo 41, IlI, "c", da Lei Complementar n° 31/90, de 29/09/1990, sem prejuízo de outras possíveis sanções a serem aplicadas face ao seu enquadramento em outras leis atinentes ao caso.

EXERCÍCIO DE 1997

Horas extras valor fixo - R$ 11.113,20 equivalente a 12.201,5809 UFIR Horas extras (dez/97) - R$ 436,89 equivalente a 479,6772 UFIR

56 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

EXERCÍCIO DE 1998

Diferença paga a maior - R$ 2.969,14 equivalente a 3.089,3143 UFIR (janeiro a maio)

Além da responsabilização supramencionada, sugere-se, ainda, que seja o Ordenador Primário da Despesa enquadrado no artigo 77, III, da Lei Complementar n° 31/90, por não ter atendido em sua gestão, nos casos aqui mencionados, exigências a ele imposta pela Lei Complementar n° 44/93 - ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICIPIO DE RIO RUFINO.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 7)

8 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O Estatuto dos Servidores Públicos que rege a Prefeitura Municipal de Rio Rufino (Lei Complementar n° 044/93), diz em seu art. 72, caput e § 3°, respectivamente:

"Art. 72 -- Os servidores que trabalhem com habitualidade em efetivo locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o vencimento do cargo. (...) § 3° - A definição de locais insalubres, perigosos ou penosos será objeto de laudo pericial passado por órgão ou técnico competente, que será obrigatório para efeitos de concessão."(sic)

No exercício de 1997, de janeiro a outubro, foram pagos, a título de Insalubridade, gratificações a dois motoristas, um lotado na Secretaria de Educação, Cultura e Esporte e outro na Secretaria de Viação e Obras e a um mecânico, também lotado nessa Secretaria.

Em momento algum foi observada a legislação supra citada, haja vista o valor indiscriminado pago a esses servidores, sem se preocupar com o percentual nela previsto, bem como pela ausência de laudo pericial que lhes autorizasse essa concessão e do Ato formal emitido e assinado pela autoridade competente. (Tabelas de Adicional de Insalubridade, fls. 237 a 243).

Segundo a lei, a base de cálculo é de 30% sobre o vencimento do cargo efetivo. Na Tabela acima referida, os vencimentos base de mecânico e motorista são distintos entre si, não estando evidenciados os níveis inerentes a cada um deles, que justifiquem essa diferença. (Mecânico = R$ 525,63 e Motorista = R$ 340,63 de Salário Base).

Para justificar o recebimento do Adicional de Insalubridade por parte dos servidores da Prefeitura em questão, foram solicitadas, através da Requisição 01/98, de 03/06/98, no seu item 05, as cópias dos laudos periciais passados

57 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

por técnico competente, no exercício de 1997.(doc. fls. 244 a 247)

Em resposta, através de FAX, foi emitido o Ofício n° 052/98, dando a lotação dos servidores beneficiados à época com o referido adicional (doc. fls.251), sem que fossem anexados os respectivos Atos, formalizando-os, uma vez que nos fora informado verbalmente que os mesmos inexistiam.

Quanto ao exercício de 1998, os meses de janeiro e fevereiro se baseiam, ainda, no Estatuto dos Servidores Públicos já citado neste Relatório.

O mesmo procedimento irregular adotado para os beneficiados com o Adicional de Insalubridade no exercício de 1997, ou seja, a desconsideração dos mesmos, ausência de laudos técnicos e de parâmetros para o pagamento desse Adicional ou da emissão de Ato formal por parte da autoridade competente se repetem nesse início de exercício.

No entanto, no mês de janeiro/98, aumentou consideravelmente o número de beneficiados com o referido adicional, sendo esses servidores das mais variadas classes e salários (Tabela de Adicional de Insalubridade, fls. 240), enquanto que, em fevereiro/98, houve apenas um beneficiado (fls. 241).

Em 09 de março de 1998, foi promulgada e sancionada a Lei n° 162/98, que trata da Insalubridade dos Servidores Municipais.

No seu art. 1°, Parágrafo Único, foi fixado o Adicional de Insalubridade em 10% (dez por cento), 20% (vinte por cento) e 30% (trinta por cento) para as atividades de baixo, médio e máximo nível, respectivamente, revogando-se aqui o art. 72, da Lei Complementar nº 044, de 20 de setembro de 1993.

Nota-se, primeiramente, que a retrocitada lei, que é ordinária, revogou expressamente disposições constantes de uma Lei Complementar, circunstância capaz de invalidar a primeira, por ofensa à hierarquia legislativa. Considerando que a Lei n° 162/98 atinge o patrimônio jurídico dos servidores municipais, os eventuais prejuízos decorrentes de declaração judicial de sua inaplicabilidade podem ser levados à responsabilidade do Gestor do Executivo Municipal.

Foi apresentada cópia do Laudo Ambiental da Prefeitura de Rio Rufino expedido em Lages em 01 de abril de 1998 pelo Dr. Carlos Augusto Matiotti Leite, Médico do Trabalho, informando os setores da referida Prefeitura sujeitos ao Adicional de Insalubridade. (doc. fls. 368 a 370)

No entanto, não nos foram informadas pela Origem a lotação de cada servidor e a respectiva função, bem como o grau de insalubridade a que o mesmo está submetido.

Conforme se pode constatar, através das Tabelas de Insalubridade de fls. 242 e 243, o percentual previsto na Lei n° 162/98, sobre o menor vencimento 58 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

pago pelo município para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais está calculado sobre os valores estabelecidos pela Lei n. 163/98 - Quadro de Pessoal da Prefeitura Municipal de Rio Rufino. Entretanto, de acordo com o Laudo Ambiental já citado, tanto os funcionários lotados na sala dos Veterinários quanto os que desempenham as funções de soldador, mecânico e lavador engraxate estão amparados pelo adicional de insalubridade em grau máximo. Porém, observada rigorosamente essa Tabela, vemos discrepâncias na concessão desse adicional. Por exemplo, apenas os Médicos Veterinários e um dos Operadores de Equipamentos lotados na Secretaria da Agricultura recebem o grau máximo, ao contrário de outros Operadores lotados na mesma Secretaria (grau médio) e das Agentes de Enfermagem (grau médio).

Há que se destacar, ainda, que os dados constantes das Tabelas de Adicional de Insalubridade de fls. 237 a 243, foram retirados da Folha de Pagamento. Estranhamente, estes dados não conferem com os constantes dos Contracheques vistos "in loco", a exemplo de Arlete Costa Banck, que conforme Contracheque de janeiro/98 (doc. fls. 892), não percebe Insalubridade, ao contrário do registrado na Ficha de Pagamento e transcrito para a Tabela de Adicional de Insalubridade (fls. 240), onde consta a esse título o pagamento de R$ 24,00 (vinte e quatro reais).

Por todas estas divergências apontadas no decorrer deste item Adicional de Insalubridade, que se manifeste a Origem, apresentando a documentação comprobatória do pagamento efetivo dessa despesa.

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 8)

No decorrer da auditoria realizada "in loco", foram apuradas várias irregularidades na concessão da Vantagem acima mencionada, conforme detalhadamente exploradas às fls. 168 a 170.

Através da Requisição nº 01/98, de 03/06/98, no seu item 05 já haviam sido solicitadas as cópias dos laudos periciais passados por técnico competente referente ao exercício de 1997 a janeiro e fevereiro de 1998, bem como os respectivos Atos formalizando-os, sem que os mesmos fossem apresentados.

Ao responder à diligência, manifestaram-se os interessados às fls. 1340, reconhecendo a necessidade de laudo técnico para pagamento do Adicional de Insalubridade sem que a Prefeitura houvesse cumprido o determinado pelo art. 72, § 3° do Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Rio Rufino - LC nº 44/93, regularizado no seu entendimento a partir de 01/04/98, "quando feito o laudo pericial competente".

Em 09/03/98, esta Lei Complementar (Estatuto) foi indevidamente alterada por uma Lei Ordinária, a de n° 162/98, já mencionada no Relatório de Auditoria nº 056/98, porém, "considerando que a Lei nº 162/98 atinge o patrimônio jurídico dos servidores municipais, os eventuais prejuízos

59 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

decorrentes de declaração judicial de sua inaplicabilidade podem ser levados à responsabilidade do Gestor do Executivo Municipal".

Reconhece, ainda, a Origem, procedente "as discrepâncias apontadas pelos Srs. Auditores, pois os mesmos, por erro, como já informado pelo RH, foram municiados com uma folha de pagamento, cujos dados cadastrais tinham sido alterados, pela Lei nº 163/98, razão porque em anexo, remete-se cópia da folha com os dados corretos".

No entanto, as Folhas de Pagamento, onde os técnicos embasaram suas restrições, emitidas em junho/98, quando da auditoria "in loco" e desconsideradas pela Origem, foram substituídas por outras anexadas aos Autos quando da resposta da diligência, fls. 1344 a 1746, e extraídas posteriormente, em 16/04/99, quando no nosso entendimento deveriam ser apresentadas aquelas emitidas à época do respectivo pagamento e da emissão dos contracheques e arquivadas na própria Prefeitura Municipal de Rio Rufino.

Assim sendo, as Folhas de Pagamento recentemente anexadas aos Autos não devem servir como documento hábil para elucidação dos fatos.

Portanto, face ao aqui exposto, consideramos irregular os pagamento de vantagens a título de Adicional de Insalubridade no exercício de 1997 (R$ 1.804,62 ou 1.981,3570 UFIR) e nos meses de janeiro e fevereiro/98 (R$ 688,52 ou 755,9507 UFIR), num montante de R$ 2.493,14 equivalentes a 2.737,3077 UFIR por cujos valores deve responder o Sr. Prefeito Municipal, como Ordenador Primário.

Com referência aos meses de abril e maio de 1998, deve o Sr. Prefeito Municipal de Rio Rufino responder como Ordenador Primário pela importância de R$ 939,12 equivalente a 1.031,0936 UFIR, restrição esta prevista no artigo 77, II da Lei Complementar n° 31/90, em razão de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 8)

9 - DISCREPÂNCIAS ENTRE AS INFORMAÇÕES REGISTRADAS NAS FOLHAS DE PAGAMENTOS E OS CONTRACHEQUES

Confrontando-se as folhas de pagamento e os contracheques, constata- se a existência de divergências entre os dados registrados nesses dois documentos. Verifica-se, inclusive, conforme o exame dos contracheques, o pagamento a servidores que não se encontram registrados nas folhas de pagamento.

Estranha-se essa ocorrência, uma vez que ambos os documentos registram as circunstâncias financeiras, os pagamentos de remunerações e os

60 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

descontos, acontecidos mensalmente para cada servidor que recebe dos cofres da Prefeitura.

O contracheque, obrigatoriamente deve ser cópia fiel da folha de pagamento, no que se refere às informações individuais dos servidores.

O contracheque é a folha de pagamento individualizada.

A seguir, serão apresentados alguns exemplos dessas divergências:

EXERCÍCIO DE 1997

SITUAÇÃO REGISTRADA NO CONTRA-CHEQUE SITUAÇÃO REGISTRADA NA FOLHA DE PAG. Data: Janeiro/97 Servidor: Velocino S. Bolsani Neto N. – 83 Cargo: Engenheiro NÃO APARECE NA FOLHA DE PAGAMENTO 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 525,13 251- Funç. Gratificada 100% R$ 525,13 995 - Salário Família 1 R$ 5,50 999 - Imposto de Renda (R,$ 9,04)

SITUAÇÃO REGISTRADA NO SITUAÇÃO REGISTRADA NA FOLHA DE CONTRACHEQUE PAGAMENTO Data: Janeiro/97 Servidor: : Salete Zapelini Sartor N. -122 Cargo: Diretor de Bem Estar Social NÃO APARECE NA FOLHA DE PAGAMENTO 1 - Horas Normais - 212,67 R$ 444,18 251 - Funç. Gratificada 100% R$ 459,50 997 - I.P.E.S.C. (R$ 72,29) Data: Janeiro/97 Servidor: Erovaldo Miguel Auras N.-110 Cargo: Técnico em Contabilidade NÃO APARECE NA FOLHA DE PAGAMENTO 1 - Horas Normais – 220,00 R$ 157,54 251 – Funç. Gratificada 100% R$ 157,54 997 – I.P.E.S.C. (R$ 25,21) 251Data:- Funç. Janeiro/97 Gratificada 100% R$ 157,54 NÃO APARECE NA FOLHA DE PAGAMENTO Servidor:997 - I.P.E.S.C. Virgílio Guerber Dias(R$ 25,21) *R N. - 78 Cargo: Auxiliar de Serviços Gerais 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 113,63 151-- Horas Extras Fixas em valor R$ 46,48 995 - Salário Família - 3 - R$ 16,50 997 – I.P.E.S.C. (R$ 12,81)

997 - LP.E.S.C. (R$ 12,81) I

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Data: Abril/97 NÃO APARECE NA FOLHA DE PAGAMENTO Servidor: Adílio José Sartor Junior N.-132 Cargo: Operador de Equipamento 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 340,63 150 - Horas Extras 50%- 27,00 R$ 62,71 997-LP.E.S.C. (R$ 27,25) OBS: A situação acima demonstrada perdurou por todo o exercício de 1997.

EXERCÍCIO DE 1998 - JANEIRO A MAIO SITUAÇÃO REGISTRADA NO SITUAÇÃO REGISTRADA NA FOLHA DE CONTRACHEQUE PAGAMENTO Data: Janeiro/98 Data: Janeiro/98 Servidor: ANA MARIA CHRISTOFF Servidor: ANA MARIA CHRISTOFF N.- 1 N.- 1 Cargo: Agente administrativo Cargo: Agente de Enfermagem 1-Horas Normais - 220,00 R$ 253,19 1-Horas Normais - 220,00 R$ 380,00 30 --- Indenizações R$ 71,93 17 - Insalubridade 20% R$ 24,00 150 - Horas Extras 50% 22,00 R$ 55,07 30 - Indenizações R$ 71,93 192 - Triênio Rio Refino 6,00 R$ 15,19 150 -- Horas Extras 50% 22,00 R$ 60,60 200 - Horas Extras 100%- 18,00 R$ 60,08 192 - Triênio Rio Refino 6,00 R$ 22,80 200 - Horas Extras 18,00 R$ 66,11 251 - Função Gratificada 45% R$ 113,94 445100% -- Salário Família 1 R$ 6,08 995 - Salário Família 1 R$ 6,08 997 - I.P.E.S.C. (R$ 39,43) 997 - LP.E.S.C. (R$ 35,39) Data: Março/98 Data: Março/98 Servidor: ANA MARIA CHRISTOFF Servidor: ANA MARIA CHFtISTOFF N.-1 N.- 1 Cargo: Agente administrativo Cargo: Agente administrativo 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 253,19 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 380,00 34 --Férias Indeniz. R$ 127,44 34 -Fériaslndeniz. R$ 127,44 150 - Horas Extras 50% 28,00 R$ 70,09 192 - Triênio Rio 6,00 R$ 22,80 192 - Triênio Rio Refino 6,00 R$ 15,19 Refino940 -Diferença de R$ 20,22 200 - Horas Extras 100%- 6,00 R$ 20,03 Férias 995 - Salário Família 1 R$ 6,08 251-Função Gratificada 45% R$ 113,94 994 – Contribuição (R$ 12,67) 995 - Salário Família 1 R$ 6,08 Sindical 997 -I.P.E.S.C. (R$ 33,84) 994 - Contribuição Sindical (R$ 11,44) 997-LP.E.S.C. (R$ 33,81)

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SITUAÇÃO REGISTRADA NO SITUAÇÃO REGISTRADA NA FOLHA DE CONTRACHEQUE PAGAMENTO Data: Janeiro/98 Data: Janeiro/98 Servidor: DELOURDES IRENE M Servidor: DELOURDES IRENE M MAFIOLETTI MAFIOLETTI N.- 2 N.- 2 Cargo: Agente administrativo Cargo: Agente de Enfermagem 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 253,19 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 285,00 30 -Indenizações . R$ 71,93 17 - Insalubridade ' R$ 24,00 150 - Horas Extras 50% 11,00 R$ 27,53 30 -Indenizações R$ 71,93 192 - Triênio Rio Rufino 6,00 R$ 15,19 150 - Horas Extras 50% 11,00 R$ 23,18 251- Função Gratificada R$ 113,94 192 - Triénio Rio Rufino 6,00 R$ 13,10 45% 300 -Vantagem Pecuniária 28,00 R$ 79,80 R$ 6,08 995 -Salário Família 1 (R$ 33,81) 995 - Salário Família 1 R$ 6,08 997- LP.E.S.C. 997 - LP.E. S.C. (R$ 32,47) Data Março/98 Data: Março/98 Servidor: DELOURDES IRENE M Servidor: DELOURDES IRENE M MAFIOLETTI MAFIOLETTI N.- 2 N.- 2 Cargo: Agente Administrativo Cargo: Agente de Enfermagem 1-Horas Normais - 220,00 R$ 253,19 1-Horas Normais - 220,00 R$ 285,00 150 -Horas Extras 50% 31,00 R$ 77,60 192 - Triênio Rio Rufino 6,00 R$ 17,10 192 - Triênio Rio Rumo 6,00 R$ 15,19 300 - Vantagem Pecuniária 28,00 R$ 79,80 251-Função Gratificada 45% R$ 113,94 940 - Diferença de Férias R$ 20,22 940 -Diferença de Férias R$ 20,22 995 -Salário Família 1 R$ 6,08 995 - Salário Família 1 R$ 6,08 994 - Contribuição Sindical (R$ 9,50) 994 - Contribuição Sindical (R$ 11,03) 997 -I.F.E.S.C. (R$ 32,17) 997 - I.P.E. S. C. (R$ 32,20) Data: Janeiro/98 Data: Janeiro/98 Servidor: SIDNEY DONIZETE DA SILVA Servidor: SIDNEY DONIZETE DA SILVA N.- 15 N.-15 Cargo: Professor Cargo: Professor 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 168,79 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 172,70 192 - Triênio Rio Rufino 6,00 R$ 10,13 21-Função Professor ACT. R$ 172,70 995 - Salário Família 1 R$ 6,08 192 --Triênio Rio Refino 6,00 R$ 10,13 995 - Salário Família 1 R$ 6,08 997 -I.F.E. S.C. (R$ 14,31) 1001- Gratific. Regência 50,00 R$ 86,85 997-LP.E.S.C. (R$ 35,37)

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SITUAÇÃO REGISTRADA NO SITUAÇÃO REGISTRADA NA FOLHA DE CONTRACHEQUE PAGAMENTO Data: Janeiro/98 Data: Janeiro198 Servidor: AMADEU RODRIGUES DE OLIVEIRA Servidor: AMADEU RODRIGUES DE N.- 17 OLIVEIRA N. - 17 Cargo: Agente de Conservação Cargo: Oficial de Obras 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 140,00 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 274,00 192 - Triênio Rio Refino 6,00 R$ 8,44 17 - Insalubridade 20% R$ 24,00 251-Função Gratific. 97,39 R$136,99 192 - Triênio Rio Refino 6,00 R$ 16,44 997-LP.E.S.C. (R$ 25,16) 997 - LP.E.S.C. (R$ 22,89) .

Data: Março/98 Data: Março/98 Servidor: AMADEU RODRIGUES DE OLIVEIRA Servidor: AMADEU RODRIGUES DE N.- 17 OLIVEIRA N.- 17 Cargo: Agente de Conservação Cargo: Oficial de Obras 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 140,66 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 274,00 192 - Triênio Rio Rufino 6,00 R$ 8,44 192 - Triênio Rio Rufino 6,00 R$ 16,44 251-Função Gratificada 97,39 R$ 136,99 940 - Diferença de Férias R$ 5,70 940 -Diferença de Férias R$ 5,70 995 - Salário Família 1 R$ 6,08 994 - Contribuição Sindical (R$ 4,69) 994 - Contribuição Sindical (R$ 9,13)

997Data: - I.P.E.S.C.Janeiro/98 (R$ 23,34) Data:997 Janeiro/98 - LP.E.S.C. (R$ 20,49) Servidor: ROMÁRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA Servidor: ROMÁRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA N. - 36 N. - 36 Cargo: Agente de Conservação Cargo: Oficial de Obras . 1 -Horas Normais - 220,00 R$ 364,95 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 365,00 192 Triênio Rio Rufino 6,00 R$ 21,90 17 - Insalubridade 20% R$ 24,00 995 - Salário Família 4 R$ 24,32 192 - Triênio Rio Refino 6,00 R$ 21,90 995 - Salário Família 4 R$ 24,32 997 - LF.E. S.C. (R$ 30,95) 997-I.P.E.S.C. . (R$ 32,87) Data: Março198 Data: Março198 Servidor: ROMÁRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA Servidor: ROMÁRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA N. - 36 N.- 36 Cargo: Agente de Conservação Cargo: Oficial de Obras 1 - Horas Normais -- 220,00 R$ 364,95 1 - Horas Normais - 220,00 R$ 365,00 150 -Horas Extras 50% 0,50 R$ 1,24 192 - Triênio Rio Refino 6,00 R$ 21,90 192-Triênio Rio Rufino 6,00 R$ 21,90 940 - Diferença de Férias R$ 11,51 940 - Diferença de Férias R$ 11,51 995 - Salário Família 4 R$ 24,32 995 - Salário Família 4 R$ 24,32 994 - Contribuição Sindical (R$ 12,17) 994 - Contribuição Sindical (R$ 12,21) 997 - I.P.E.S.C. (R$ 31,87) 997 - I.P.E.S.C. (R$ 31,87)

64 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Deve-se salientar que esses foram apenas alguns exemplos, havendo outros casos de divergências entre o contracheque e a folha de pagamento.

Assim como aconteceu no período de 1997, também nos meses de janeiro a maio de 1998, as folhas de pagamentos não apresentam registros dos servidores abaixo relacionados:

83- Velocino Salvador Bolsani Neto 122 - Salete Zapelini Sartor 110 - Erovaldo Miguel Auras 78- Virgilio Guerber Dias 132 - Adilio José Sartor Júnior

O Prefeito Municipal de Rio Rufino deverá se manifestar apresentando esclarecimentos devidamente comprovados sobre os motivos que deram causas às discrepâncias neste item apontadas.

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 9)

Foram solicitados esclarecimentos ao Sr. Prefeito Municipal a fim de que elucidasse as discrepâncias existentes entre os dados constantes dos contracheques e das folhas de pagamento dos servidores relacionados às fls. 171 a 176 dos Autos.

As informações foram prestadas e segundo a Origem, na época da auditoria "in loco", "o responsável pelo DRH extraiu relatórios de meses anteriores com a mesma base de dados da atual folha, quando o correto seria ter utilizado do Backup do mês correspondente ao solicitado", e que estavam "encaminhando cópia das folhas de pagamento dos meses de janeiro a dezembro de 1997, 13° salário, janeiro a maio de 1998 e relação dos demitidos em 1997".

Porém, como se pode ver às fls. 1344 a 1746, estes novos documentos também foram extraídos em data atual, ou seja, 22/03/99, quando de fato deveriam ter sido emitidos nas datas correspondentes às dos contracheques e constantes dos arquivos dessa Prefeitura.

Ainda que conste das folhas de pagamento recém anexadas pela Origem aos Autos, às fls. 1413, 1414, 1415 e 1417 o nome dos servidores Virgilio Guerber Dias, Velocino S. Bolsani Neto, Erovaldo Miguel Auras e Salete Zapelini Sartor, com valores iguais aos levantados pelos técnicos e constantes dos contracheques anteriormente apresentados (não foi encontrado o nome do Sr. Adilio José Sartor Júnior), não podemos considerar como confiáveis estas novas folhas de pagamento, face ao já apontado acima, bem como pela contradição constatada no item 6 deste Relatório, no que diz respeito ao Sr. Luiz Gonzaga de Oliveira, quando às fls. 1805 a 1805 não foi feito em seu nome depósito bancário de salário referente a janeiro/98 65 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

enquanto que às fls. 1702 aparece este nome como servidor da Prefeitura Municipal de Rio Rufino, no mesmo período.

Pela restrição acima registrada, deve o Prefeito Municipal de Rio Rufino responder como Ordenador Primário pela importância de R$ 2.854,47, equivalente a 3.444,5155 UFIR, conforme artigo 77, II da Lei Complementar n° 31/90, em razão de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 9)

10 - PAGAMENTO DE UM TERÇO DE FÉRIAS APRESENTANDO PARÂMETROS DISTINTOS (BASE DE CÁLCULO), ENTRE OS VÁRIOS SERVIDORES DA PREFEITURA.

O Sr. Ângelo José Beretta, no item 9 do seu expediente-denúncia afirma o seguinte:

"Na folha de pagamento do mês de fevereiro de 1998, podemos constatar que a Administração não calculou direito o adicional de férias cometendo erros primários na elaboração da folha de pagamento, hora beneficiando alguns funcionários, hora prejudicando outros, estando ao nosso ver cometendo inclusive crime de improbidade administrativa."

De fato, examinando-se os registros, constantes na folha de pagamento, referentes a remuneração de um terço de férias, permitido pelo artigo 7°, XVII, da Constituição Federal, constatou-se que a Prefeitura de Rio Rufino, não tem um critério definido para calcular o abono acima mencionado, utilizando parâmetros diferentes para os seus diversos servidores.

Entende-se que o servidor tem o direito de usufruir das férias, percebendo a remuneração que lhe é devida na data de sua concessão, com o acréscimo de pelo menos um terço calculado sobre seus vencimentos.

Porém, isso não ocorreu no Município de Rio Rufino, quando da concessão de férias aos servidores da Prefeitura, levando-se em conta os valores registrados na folha de pagamento do mês de fevereiro de 1998, pagos a título de remuneração.

O abono, que pela Constituição Federal deve representar no mínimo um terço a mais do que o "salário normal", no Município de Rio Rufino quando do pagamento dessa vantagem aos servidores da Prefeitura Municipal, ficou sempre abaixo do limite legalmente estabelecido.

Além disso, verificou-se que o parâmetro utilizado não é o mesmo para todos os servidores, conforme se constata no quadro “DEMONSTRATIVO DO PAGAMENTO DO ABONO DE 1/3 DE FÉRIAS AOS SERVIDORES DA PREFEITURA DE RIO RUFINO", podendo-se dizer que para cada funcionário 66 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

a Prefeitura adota critérios distintos, estabelecendo bases de cálculo diversos.

Na maioria dos casos, vide quadro de folhas 179 a 184 do relatório, assim sinalizado (*), a base de cálculo registrou valor abaixo, inclusive, do próprio vencimento, acepção estrita, codificado e denominado pala Prefeitura Municipal de Rio Rufino, como "1- HORAS NORMAIS".

Causa estranheza, também, a diferença de vencimento (horas normais), pago a servidores ocupantes de cargos idênticos, ou de cargos pertencentes ao mesmo grupo de Atividade ou Carreira, com valores diferenciados, conforme já se registrou no quadro de folhas 241 a 243 do relatório e alguns exemplos que se apresentará a seguir:

FONTE: FOLHA DE PAGAMENTO (EXTRATO MENSAL DE FEV/98)

SERVIDOR CARGO/GRUPO (VENCIMENTO) 1 - HORAS NORMAIS R$ Lauri Torquato de Souza Servente 196,62 José Bomfim Neto Servente 140.66 Janete Aparecida Costa. Servente 121.74. Amadeu Rodrigues de Oliveira Oficial de Obras 140.60 Romário Rodrigues de Oliveira Oficial de Obras 364.95. Silvestre Delia 7ustina Oficial de Obras 393.85 Antonio Vilson de Oliveira Oficial de Obras 364.95 Ilson Costa Oper. de Equipamento 364.95 Braulino Maccarini Oper. de Equipamento 364.95 Gil Mário Marcelino Oper. de Equipamento 546.24 Renato Pedro Copetti Oper. de Equipamento 140.60 Olívio Lorenzetti Oper. de Equipamento 546.24 Avelino de Oliveira Oper. de Equipamento 546.24 Edson Valentia Costa Oper. de Equipamento 364.95 Francisco Correia de Mello Téc. em Agropecuária (II) 562.62 Ana`inaria Cluistof Ag. de Enfermagem (II) 253.13 Delourdes Irene Mafioletti Ag. de Enfermagem (II) 253.13

67 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

SERVIDOR CARGO/GRUPO (VENCIMENTO) 1 - HORAS NORMAIS RS Erionete de Souza Possenti Ag. Administrativo (Il) 253.13 Emerson Souza da Silva Téc. Em Agropecuária (II) 337.58 Adilio José Sartor Ag. Administrativo (II) 562.62 Terezirúra Baldessar Ghizoni Merendeira (IHI) 180.00 .Iolete Terezinha da Silva Merendeira (Hl) 180.00 José Bomfini Neto Servente-(11I) 140.6 Lauri Torquato de Souza Servente (Hl) 196.926 Cerlito José Alexandre Motorista (III) 364.95 Janete Aparecida Costa Furlan Servéritë`(LTI) 12174 Maria Goreti Mendes Recepcionista (III) 121.74 Cirlei Cascaes de Souza Motorista (Hl) 364.95 JóaquimChiei Cascaes Arosni de Berreta Souza Aux. Serv. Gerais .(III) 364.95 Edir Veríssimo Darroite Servente (1H) 121.74

OBS: GRUPO II - ATIVIDADE OPERACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO GERAL - DAG -(LEI COMPLEMENTAR N. 001/93) GRUPO III -- TRANSPORTES E SERVIÇOS AUXILIARES - ISA (LEI COMPLEMENTAR N. 001/93)

A circunstância acima anotada agride a Constituição Federal em seu artigo 39, parágrafo único, que expressa o seguinte:

"Art. 39 :

Parágrafo Único -- A lei assegurará, aos servidores da administração direta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho".

A Prefeitura Municipal de Rio Rufino deverá informar e/ou comprovar junto a este Tribunal de Contas, dentro do prazo regimental, o critério utilizado para calcular o abono de 1/3 de férias pagos aos seus servidores no mês de fevereiro de 1998, apresentando cópia da fundamentação legal que permitiu os parâmetros usados gerando os valores registrados na coluna "valor de 1/3 de férias pago" do quadro "DEMONSTRATIVO DO PAGAMENTO DO ABONO DE 1/3 DE FÉRIAS AOS SERVIDORES DA PREFEITURA. DE RIO RUFINO - SC", deste Relatório, extraídos da folha de pagamento do mês acima mencionado.

Deverá ainda, esclarecer e/ou justificar de maneira legalmente comprovada os motivos das discrepâncias verificadas entre o pagamento do vencimento (horas-normais), para servidores ocupantes do mesmo cargo com valores diferentes.

68 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

DEMONSTRATIVO DO PAGAMENTO DO ABONO DE 113 DE FÉRIAS AOS SERVIDORES DA PREFEITURA DE RIO RUFINO

FONTE: FOLHA DE PAGAMENTO (EXTRATO MENSAL - FEV/98)

SERVIDOR/REMUNERAÇÁO (R$) BASE DE BASE DE VALOR 1/3 FÉRIAS CÁLCULO CÁLCULO CORRETA USADA PELA MERECIDO PAGO PARA 1/3 PREFEITURA

Nome: Ana Maria Christoff 442,39 321,69 147,45 107,22 Cargo: Agente de Enfermagem Horas Normais 253,19 Horas Extras 50% 50,06 Triênio 15,19 Horas Extras 100% 10,01 Função Gratificada 113,94 Salário Família 6,08 Total 448,47 Nome: Delourdes Irene Mafioletti 436,14 3470 145,36 107,22 Cargo: Agente de Enfermagem Horas Normais 253,19 Horas Extras 50% 43,81 Triênio 15,19 Horas Extras 100% 10,01 Função Gratificada 113,94 Salário Família 6,08 Total 442,22 Nome: Erionete de Souza Possenti 274,46 *244,46 91,49 81,48 Cargo: Agente Administrativo Horas Normais 253,19 Triênio 15,19 Salário Família 6,08 Total 274,46 Nome: Eli Fátima Coelho Costa 389,91 * 162,98 129,96 54,32 Cargo: Professor Horas Normais 168,79 Função Prof. ACT 168,79 Triênio 10,13 Salário Família 18,24 Gratific. de Regência 42,20 Total 408,15 Nome: AmadeuR de Oliveira 286,09 260,58 95,36 86,85 Cargo: Oficial de Obras Horas Normais 140,66 Triênio 8,44 Função Gratificada 136,99 Total 286,09

69 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

BASE DE BASE DE VALOR 1/3 FÉRIAS SERVIDOR/REMUNERAÇÃO (R$) CÁLCULO CÁLCULO

CORRETA USADA PELA MERECIDO PAGO PARA 1/3 PREFEITURA Nome: José Bomfim Neto 149,10 * 135,79 49,70 45,26 Cargo: Servente Horas Normais 140,66 Triênio 8,44 Total 149,10 Nome: José Enevaldo Costa 1074,10 953,20 358,03 317,70 Cargo: Assessor Financeiro Horas Normais 262,62 Horas Extras 50% 27,62 Triênio 33,76 Função Gratificada 450,10 Salário Família 12,16 Total 1086,26

Nome: Cerlito José Alexandre 417,95 * 332,40 139,30 110,79 Cargo: Motorista Horas Normais 364,95 Horas Extras 50% 21,15 Triênio 21,90 Horas Extras 100% 9,96 Salário Família 12,16 Total 430,11 Nome: Fátima Inês Walter da Silva 190,80 * 130,36 63,60 43,45 Cargo: Merendeira Horas Normais 180,00 Triênio Rio Rufino 10,80 Salário Família 6,08 Total 196,88 Nome: Terezinha B. Ghizoni 190,80 * 130,63 63,60 43,45 Cargo: Merendeira Horas Normais 180,00 Triênio 10,80 Total 190,80 Nome: Iolete Terezinha da Silva 190,80 * 130,36 63,60 43,45 Cargo: Merendeira Horas Normais 180,00 Triênio Rio Rufino 10,80 Salário Família 12,16 Total 202,96 Nome: Clarice de Lima Martinhago 718,77 654,69 239,57 218,21 Cargo: Chefe de Gabinete(Prefeito) Horas Normais 492,31 Triênio 29,54 Função Gratificada 196,92 Total 718,77

70 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

71 BASE DE BASE DE VALOR 1/3 FÉRIAS CÁLCULO CÁLCULO SERVIDOR/REMUNERAÇÃO (R$) CORRETA MERECIDO PAGO PARA 1/3 USADA PELA PREFEITURA Nome:,Márcia de Liz e Souza 238,00 * 162,98 79,33 .54,32 Cargo: Professor Horas Normais 168,79 Triênio 10,13 Salário Família 6,08 Gratific. de Regência 42,20 Gratific. Transf. Escolar 16,88 Total 244,08 Nome: Lauri Torquato de Souza 208,74 * 191,21 69,58 63,73 Cargo: Servente Horas Normais 196,92 Triênio 11,82 Salário Família 6,08 Total 214,82 Nome: Suzete de Souza Ozelame 329,37 300,00 109,78 99,99 Cargo: Agente Social Horas Normais 253,19 Triênio 15,19 Função Gratificada 60,99 Salário Família 18,24 Total 347,61 Nome: Maria Pedroso Cesconetto 389,91 * 163,00 _ 54,32 Cargo: Professor 129,96 Horas Normais 168,79 Função Professor ACT 168,79 Triênio 10,13 Salário Família 6,08 Gratific. de Regência 42,20 Total 395,99 Nome: PaulinaP. Cabral Costa 178,92 * 162,98 59,63 54,32 Cargo: Professor Horas Normais 168,79 Triênio 10,13 Salário Família - 6,08 Total 185,00 _ Nome: Janete A. Costa Furlan 250,78 228,41 83,58 76,13 Cargo: Servente Horas Normais 121,74 Triênio 7,30 Salário Família 12,16 Função Gratificada 121,74 Total 262,94 Nome: Romário R. de Oliveira 386,85 * 352,35 128,94 117,44 Cargo: Oficial de Obras Horas Normais 364,95 Triênio 21,90 Salário Família 24,32 Total 411,17

71 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

BASE DE BASE DE VALOR 1/3 FÉRIAS CÁLCULO CALCULO SERVIDOR/REMUNERAÇÃO (R$) CORRETA USADA PELA MERECIDO PAGO PARA 1/3 PREFEITURA

Nome: Maria Goreti Mendes 189,91 172,97 63,30 57,65 Cargo: Recepcionista Horas Normais 121,74 Triênio 7,30 Salário Família. 6,08 Função Gratificada 60,87 Total 195,99 Nome: Leci Aparecida Ghizoni 143,14 * 130,36 47,70 43,45 Cargo: Professor Horas Normais 135,04 Triênio 8,10 Salário Família 24,32 Total 167,4.6 Nome: Edson Valentin Costa 449,06 * 332,40 149,67 110,79 Cargo: Operador de Equipamento Horas Normais 364,95 Horas Extras 50% 62,21 Triênio 21,90 Salário Família 6,08 Total 455,14 Nome: llson Costa 491,36 *332,40 163,77 110,79 Cargo: Operador de Equipamento Horas Normais 364,95 Horas Extras 50% 104,51 Triênio 21,90 Salário Família 6,08 Total 497,44 Nome: Braulino Maccarini 401,78 332,40 133,91 110,79 Cargo: Operador de Equipamento Horas Normais 364,95 Horas Extras 50% 14,93 Triênio 21,90 Total 401,78 Nome: José Andrade de Liz 258,43 244,04 86,13 81,34 Cargo: Servente Horas Normais 140,66 Adicional Noturno 109,33 Triênio 8,44 Salário Família 12,16 Total 270,59 Nome: Avelino de Oliveira 579,01 * 529,73 192,98 176,56 Cargo: Operador de Equipamento Horas Normais 546,24 Triênio 32,77 Salário Família 12,16 Total 591,17

72 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

BASE DE BASE DE ' VALOR 1/3 FÉRIAS CÁLCULO CÁLCULO SERVIDOR/REMUNERAÇÃO (R$) CORRETA USADA PELA MERECIDO PAGO PARA 1/3 PREFEITURA

Nome: Gil MárioMarcelino 606,94 * 528,74 202,29 176,23 Cargo: Operador de Equipamento Horas Normais 546,24 Horas Extras 50% 27,93 Triênio 32,77 Salário Família 6,08 Total 613,02 Nome: Cirlei Cascaes de Souza 396,80 * 352,36 132,25 117,44 Cargo: Motorista Horas Normais 364,95 Horas Extras 50% 9,95 Triênio 21,90 Salário Família 6,08 Total 402,88 Nome: Silvestre Della Justina. 843,55 739,00 281,15 246,16 Cargo: Oficial de Obras Horas Normais 393,85 Horas Extras 50% 32,22 Triênio 23,63 Função Gratificada 393,85 Salário Família 6,08 Total 849,63 Nome: Joaquim Arosni Berreta 386,85 * 352,36 128,94 117,44 Cargo: Auxiliar de Serv. Gerais Horas Normais 364,95 Triênio 21,90 Salário Família 12,16 Total 399,01 Nome: Silvio Donizeti de Oliveira 149,10 * 135,79 49,70 45,26 Cargo: Servente Horas Normais 140,66 Triênio 8,44 Total 149,10 Nome: Francisco Correia de Mello 882,36 702,97 294,09 234,30 Cargo: Técnico Agropecuário Horas Normais 562,62 Horas Extras 50% 117,19 Triênio 33,76 Função Gratificada 168,79 Salário Família 6,08 Total 888,44

73 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

SERVIDOR/REMUNERAÇÃO (R$) BASE DE VALOR 1/3 FÉRIAS CÁLCULO CÁLCULO CORRETA USADA PELA MERECIDO PAGO PARA 1/3 PREFEITURA. Nome: Plínio Ribeiro Ramos Júnior 1.284,31 1.004,90 428,06 334,93 Cargo: Médico Veterinário Horas Normais 562,62 Horas Extras 50% 84,39 Horas Extras 100% 40,92 Triênio 93,76 Função Gratificada 562,62 Total 1.284,31 Nome: Sidney Nurnberg 453,21 * 352,36 151,05 117,44 Cargo: Motorista Horas Normais 364,95 Horas Extras 50% 49,77 Horas Extras 100% 16,59 Triênio 21,90 Salário Família 6,08 Total 459,29 rNome: SERVIDOR/REMUNERAÇÃ Olivio Lorenzetti O (R$) BASE579,01 DE BASE DE* 497,54 VALOR192,98 113 FÉRIAS165,83 Cargo: Operador de Equipamento Horas Normais 546,24 Triênio 32;77 Salário Família 6,08 Total 585,09 Nome: Renato Pedro Copetti 372,39 269,31 124.12 89.76 Cargo: Operador de Equipamento Horas Normais 140,66 Substituição Função 223,29 Triênio 8,44 Salário Família 6,08 Total 378,47 Nome: Antônio Vilson de Oliveira 396.80 * 329.19 132.25 109.72 l Cargo: Oficial de Obras Horas Normais 364,95 Horas Extras 50% 9,95 Triênio 21,90 Total 396,80 Nome: Sonia Regina C. Ozelame 843.93 768.71 281.28 256.21 Cargo: Médico Veterinário Horas Normais 562,62 Função Gratificada 281,31 Total 843,93

(Relatório n.º056/98 , de inspeção “in loco” – item 10)

As restrições apontadas no Relatório de Instrução n° 056/98 sobre as diferenças de 1/3 das férias pagas a menor no mês de fevereiro/98, a vários servidores, foram de fato regularizadas no mês seguinte, conforme esclarecimento prestado no item 10 deste Relatório (fls. 1341) e constatado nas folhas de pagamento, sanando-as.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 10)

74 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

11 - SERVIDORES MUNICIPAIS OCUPANDO CARGOS INEXISTENTES NO QUADRO DE PESSOAL DA PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO RUFINO-SC, CRIADO PELA LEI MUNICIPAL N. 001/93.

FONTE: FOLHA DE PAGAMENTO

A Lei Complementar n. 001/93, que vigorou de 10/05/93 a 28/02/98, estabeleceu, nesse período, o "Quadro de Pessoal" da Prefeitura Municipal de Rio Rufino da seguinte maneira:

"ANEXO 1 - LEI COMPLEMENTAR 001/93 DE 10 DE MAIO

DE 1993 GRUPOS OPERACIONAIS

GRUPO I - ATIVIDADE DE NÍVEL SUPERIOR - ANS

 ADVOGADO  ADMINISTRADOR  CONTADOR  ENGENHEIRO  MÉDICO  ODONTÓLOGO  ASSISTENTE SOCIAL

GRUPO II - ATIVIDADE OPERACIONAL DE ADM1 IST. GERAL - OAG

. AGENTE ADMINISTRATIVO . AUXILIAR DE ENFERMAGEM  TÉCNICO EM CONTABILIDADE  FISCAL DE TRIBUTOS  FISCAL DE. OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS  TÉCNICO EM AGROPECUARIA  AGENTE DE MANUTENÇÃO . AUXILIAR DE ENSINO

GRUPO III - TRANSPORTE E SERVIÇOS AUXILIARES -- TSA

 AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS  AGENTE DE CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO  MERENDEIRA  MOTORISTA  MECÂNICO  OPERADOR DE EQUIPAMENTO

75 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

 PROFESSOR  PROFESSOR I  PROFESSOR II  PROFESSOR III

ANEXO IV

NÚMERO DESCRIÇÃO DO CARGO NIVEL DE CARGOS GABINETE DO PREFEITO 01 CHEFE DE GABINETE DASU -2 03 ASSESSORES DASU -3

SECRETARIA MUNIC. DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS 01 SECRETÁRIO MUNIC. DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS DASU - 1

SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA 01 SECRETÁRIO MUNICIPAL DE AGRICULTURA DASU - 1

SECRETARIA MUNIC. DE SAÚDE ASSISTÊNCIA SOCIAL 01 SECRETÁRIO MUNIC. DE SAÚDE ASSISTÊNCIA SOCIAL DASU -1

SECRETARIA MUNIC. DE TRANSPORTES E OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS 01 SECRETÁRIO MUNICIPAL DE TRANSPORTES E OBRAS E DASU -7 SERVIÇOS PÚBLICOS

SECRETARIA MUNIC. DA EDUCAÇÃO CULTURA ESPORTES 01 SECRETÁRIO MUNIC. DA EDUCAÇÃO CULTURA ESPORTES DASU -1 09 TOTAL

ANEXO V

GRUPO: DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO SUPERIOR- DASU

QTIDADE DIREÇÃO SUPERIOR ASSESSOR SUPERIOR NIVEL VENCIMENTO 05 SECRETÁRIO DASU-1 9.000.000 03 ASSESSOR DASU -2 8.500.000 01 CHEFE DE GABINETE DASU-3 8.000.000

Porém, examinando-se as folhas de pagamentos de janeiro a dezembro de 1997 e janeiro a fevereiro de 1998, constata-se que, nesse período, servidores ocuparam cargos não previstos e não autorizados pela Lei Complementar n. 01/93, conforme se demonstrará a seguir:

76 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

SERVIDOR CARGO 17 -AMADEU RODRIGUES DE OLIVEIRA 41- OFICIAL DE OBRAS. 31 - SUZETE DE SOUZA OSELAME 40 - AGENTE SOCIAL 36 - ROMÁDRIO RODRIGUES DE 41- OFICIAL DE OBRAS OLIVEIRA 41- OFICIAL DE OBRAS 52 - SILVESTRE DELLA JUSTINA 41- OFICIAL DE OBRAS 71 - JOSÉ DAROIT 41- OFICIAL DE OBRAS 75 - ANTÔNIO VILSON DE OLIVEIRA 41- OFICIAL DE OBRAS 92 - ZANI FLÁVIO COELHO 47 - COORDENADORA DE 123 -- RELIA LAVINA DE BONA SARTOR ATIVIDADES AFINS O responsável deverá se manifestar a respeito da circunstância aqui comentada.

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 11)

Reconheceu a Origem, como inexistentes no exercício de 1997 e janeiro e fevereiro de 1998, os cargos apontadas às fls.185 a 187 dos Autos, extraídos das folhas de pagamento fornecidas aos técnicos indevidamente "por problemas na base acessada" e anexadas ao Relatório nº 056/98, sendo a referida nomenclatura devida às leis nº 153/97 (Coordenadora de Atividades Afins) e 163/98 (demais cargos), criadas posteriormente, sendo este o motivo da divergência de informações anteriormente apontadas.

Face aos esclarecimentos prestados e consultadas as folhas de pagamento frente às leis acima referidas, entendemos como sanada a restrição.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 11)

12 - SERVIDOR INASSÍDUO PERCEBENDO REMUNERAÇÃO INTEGRAL

No decorrer da auditoria, examinando-se a pasta funcional do servidor Gilberto Nava, ocupante do cargo de Engenheiro, lotado na Secretaria da Agricultura de Rio Rufino-SC, constatou-se a existência do Oficio n. 003/97, folha 405 do Relatório, assinado pelo Secretário Municipal da Agricultura, senhor Cesar Paulo Walter, nos seguintes termos:

"TERMO DE COMPROMISSO

A Secretaria da Agricultura do Município de Rio Rufino, juntamente com o Poder Executivo, vem através deste termo reivindicar a presença do servidor público municipal, Sr. GILBERTO NAVA, portador da Carteira de Identidade n.

77 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

10 R-1.914.058 e com Cadastro de Pessoa Física n. 681.682.509-82, que o mesmo cumpra a sua jornada de trabalho de no mínimo 03 (três) dias por semana, totalizando assim 60% das 220 horas mensais.

Ciente do termo, eu GILBERTO NAVA assino:" (grifou-se)

Soa estranho o texto do Ofício acima transcrito, deixando a impressão de que o servidor ali nominado não vinha cumprindo a carga horária normal de trabalho exigida pela Prefeitura, ou seja, 220 horas mensais, tendo o empregador aberto uma exceção para que o funcionário em questão trabalhasse apenas 3 (três) dias dos 5 (cinco) que lhe seriam obrigatórios.

A Lei Complementar nº 001/93, de 10/05/93, que dispõe sobre o "Quadro de Pessoal" da Prefeitura Municipal de Rio Rufino e dá outras providências, estabelece em seu artigo 10° o seguinte:

"Art. 10° - O servidor incluído no Quadro de Pessoal, fica sujeito ao horário estabelecido por ato do Poder Executivo, exceto:

I - Os da categoria funcional de Professor, que poderão ser designados para cumprir o regime de 20 (vinte) horas aula por semana, percebendo salário mensal proporcional às horas trabalhadas.

II - Os da categoria funcional de Médico e Odontólogo, que poderão ser designados para exercerem a carga semanal de 20 (vinte) horas, percebendo vencimento proporcional às horas efetivamente trabalhadas.

Parágrafo único: A pedido do funcionário e no interesse da Prefeitura, a carga horária poderá ser reduzida com a conseqüente redução salarial, na mesma proporção."(grifou-se)

Como se observa, a lei possibilita a redução da carga horária a pedido do funcionário e no interesse da administração com a conseqüente redução salarial na mesma proporção.

No entanto, para o caso ora discutido, dentre os documentos examinados não se encontrou qualquer solicitação de redução de horário por parte do servidor ou ato passado pela Prefeitura declarando ser do interesse dela essa diminuição.

Também, não se encontrou qualquer ato da Prefeitura formalizando a redução da remuneração do servidor Gilberto Nava, proporcional a diminuição da sua carga horária, conforme exigência do parágrafo único do artigo 10 da Lei Complementar n. 001/93, já aqui transcrito.

Tampouco o Ofício n° 003/97, registra essa circunstância.

Assim, o servidor Gilberto Nava, apesar de ter a sua carga horária reduzida em 40% (quarenta por cento), continuou percebendo integralmente a sua remuneração, recebendo, inclusive, hora-extra e a gratificação denominada vantagem pecuniária, 12% sobre o salário base, conforme informações registradas nas folhas de pagamento. 78 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Tendo em vista o aqui anotado, os pagamentos feitos a Gilberto Nava, de horas não trabalhadas, representam uma liberalidade do Ordenador Primário da Despesa, cabendo-lhe a responsabilização dos valores dispendidos na forma que a seguir será demonstrada.

Pelos motivos já citados no item 7.2.A deste Relatório, o confronto entre as horas trabalhadas pelo servidor Gilberto Nava e a remuneração por ele percebida ficará restrito ao período de dezembro de 1997 a maio de 1998, ficando prejudicado o levantamento referente ao início do exercício de 1997, ou seja, janeiro a novembro.

O horário normal da Prefeitura Municipal de Rio Rufino, estabelecido no Decreto nº 118/97, de 13/02/97 é o seguinte:

- das 9:00 às 12:00 horas; das 13:30 às 17:00 horas, funcionários internos; - das 8:00 às 12:00 horas e da 13: às 18:00 horas, funcionários com atividades externas.

Excepcionalmente, no horário de verão, o Decreto n.134/97, de 10/10/97, estabeleceu o horário das 13:00 às 19;00 horas, para funcionários internos e externos, pelo período de 13 de outubro de 1997 a 15 de fevereiro de 1998.

O Estatuto dos Servidores da Prefeitura Municipal de Rio Rufino, Lei Complementar nº 044/93, em seu artigo 24, estabelece o que segue:

"SEÇÃO II

DO HORÁRIO DE TRABALHO

"Art. 24 - O registro de freqüência é diário e mecânicá ou, nos casos definidos em ato próprio da autoridade competente, por outra forma que vier a ser adotada.

Parágrafo 1° - Todos os servidores devem observar rigorosamente o seu horário de trabalho previamente estabelecido.

Parágrafo 2° A marcação do cartão de ponto deve ser feita pelo próprio servidor, sob pena de prática de indisciplina."(grifou-se)

Portanto, para efeito de levantamento, quando da análise dos cartões ponto só se levará em conta, aceitando-se como válidos, os registros feitos nos mesmos de forma mecânica.

Não serão aceitas, como válidas outras formas de registro, principalmente aqueles feitos a caneta ou de maneira parcial ou seja, marcação apenas da entrada sem grafar a saída ou registro da saída sem marcação do horário da entrada.

79 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

QUADRO COMPARATIVO ENTRE A REMUNERAÇÃO LEGALMENTE MERECIDA PELO SERVIDOR GILBERTO NAVA E A REALMENTE POR ELE RECEBIDA NO PERÍODO DE DEZEMBRO/97 A MAIO/98 FONTE: Folha de Diferença Valores Corretos Pagamento Mês Horas Valor da Hora Merecidos Valores pagos pela Em Trabalhadas Em R$ (Cartão-Ponto) Prefeitura UFIR 1-Horas Normais 132 1-Horas Normais 220 337,92 562,62 12/97 60% 2, 56 251-Func. Gratif 50% 251-Func. Gratif. 50% 337,05 370,4593 168,96 281,31 Total Total 506,88 843,93 1-Horas Normais 1-Horas Normais 110 750,00 375,10 150-H. Extra 50%-20 300-Vant. Pecun. 12% 102 37(1) 01/98 50% 3 , 41 522,17 543,3045 45,00 300-Vant. Pecun. Total 90,00 420,10 Total 942,27 1-Horas Normais 132 1-H. Normais 132 337,92 562,62(2) 251-Func. Gratif. 50% 251-Func.Gratif. 50% 02/98 60% 2,56 337,05 350,6919 168,96 281,31

Total Total 506,88 843,93

80 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

FONTE: Folha de Diferença Valor da Valores Corretos Mês Horas Pagamento Hora Merecidos Valores pagos pela Em Trabalhadas Em R$ (Cartão-Ponto) Prefeitura UFIR 1-Horas Normais 99 1-H. Normais 220 337,60 750,00 03/98 45% 3 , 41 300-Vant. Pecun. 12% 300-Vant.Pecun. 12% 461,90 480,5951 40 51 90,00 Total Total 378,11 840,00 1-Horas Normais 132 1-11. Normais 220 450,12 750,00 300-Vant. Pecun. 12% 300-Vant.Pecun. 12% 04/98 60% 335,87 349,4642 3 , 41 54 01 90,00 Total Total 504,13 840,00 1-Horas Normais 136 1-Horas Normais 220 465,12 750,00 300-Vant. Pecun. 12% 300-Vant Pecun. 12% 55,81 90,00 62% 3,41 319,07 331,9842 05/98 931113 Férias 931-113 Férias 280,00 280,00 Total Total 800,93 1.120,00 TOTAL GERAL (12/97 A 05/98) R$ 3.117,03 R$ 5.430,13 2.313,10 2.426,0992

OBSERVAÇÕES: (1) Analisando-se o cartão-ponto do servidor Gilberto Nava, mês de janeiro/98, não se vislumbrou o registro de horas trabalhadas em período além do expediente normal que lhe desse o direito de perceber o valor indenizatório referente a prestação de serviços em horário extraordinário. (2) Estranha-se que o salário base de fevereiro/98 seja inferior ao de janeiro/98. O Responsável deverá se manifestar a respeito das restrições aqui apontadas. (Relatório n.º056/98 , de inspeção “in loco” – item 12)

81 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Ficou constatado que o servidor Gilberto Nava, ocupando o cargo de Engenheiro Agrônomo na Prefeitura Municipal de Rio Rufino, "apesar de ter sua carga de trabalho reduzida em 40% (quarenta por cento), continuou percebendo integralmente a sua remuneração, recebendo, inclusive, hora-extra e a gratificação denominada vantagem pecuniária, 12% sobre o salário base, conforme informações registradas nas folhas de pagamento". (fls.188)

Quis o Sr. Prefeito Municipal, na sua defesa de fls. 1341 e 1342, ressaltar o potencial técnico desse servidor como indispensável ao Município.

No entanto, apesar das justificativas apresentadas, nada veio a acrescentar ao já apontado pelos técnicos, quanto ao cumprimento do seu horário de trabalho, face ao Ofício nº 003/97, fls. 405 dos autos, que lhe exortava a cumprir "a sua jornada de trabalho de no mínimo 03 (três) dias por semana, totalizando 60% das 220 horas mensais", quando a Lei Complementar nº 001/93, de 10/05/93, que dispõe sobre o "Quadro de Pessoal" da Prefeitura Municipal de Rio Rufino e dá outras providências, exara o seguinte no seu artigo 10°:

"Art. 10° - O servidor incluído no Quadro de Pessoal, fica sujeito ao horário estabelecido por ato do Poder Executivo, exceto: I - [...] II - Os da categoria funcional de Médico e Odontólogo, que poderão ser designados para exercerem a carga semanal de 20 (vinte) horas, percebendo vencimento proporcional às horas efetivamente trabalhadas. (grifamos)

Parágrafo Único: A pedido do funcionário e no interesse da Prefeitura, a carga horária poderá ser reduzida com a conseqüente redução salarial, na mesma proporção ". (grifamos)

Ainda que autorizada por lei a redução da carga horária, a pedido do funcionário e no interesse da Prefeitura, nenhum ato administrativo foi localizado ou apresentado posteriormente ou a justificativa devidamente embasada em norma legal que pudesse sanar a irregularidade antes apontada.

Segundo manifestação dos técnicos às fls. 145 a 147 (item 7.2.A), "o confronto entre as horas trabalhadas pelo servidor Gilberto Nava e a remuneração por ele percebida ficará restrito ao período de dezembro de 1997 a maio de 1998, ficando prejudicado o levantamento referente ao restante do exercício de 1997, ou seja, janeiro a novembro", obedecendo o horário previsto no Decreto nº 118/97, de 13/02/97 e o do Decreto nº 134/97, de 10/10/97 (horário de verão), bem como à Lei Complementar nº 44/93, em seu art. 24, que trata da forma de registro de freqüência do servidor. (Estatuto dos Servidores da Prefeitura Municipal de Rio Rufino)

Portanto, face ao aqui exposto, consideramos irregular os pagamentos feitos a maior ao Servidor Gilberto Nava (Tabelas fls. 191 e 192), nos meses de dezembro/97, (no valor de R$ 337,05 ou 370,0593 UFIR) e de janeiro/98 a maio/98, (R$ 1.976,05 ou 2.056,0399 UFIR), num montante de R$ 2.313,10

82 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

equivalentes a 2.426,0992 UFIR por cujos valores deve responder o Sr. Prefeito Municipal, como Ordenador Primário.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 12)

13. SERVIDOR AFASTADO, RESPONDENDO A INQUÉRITO ADMINISTRATIVO, PERCEBENDO REMUNERAÇÃO INTEGRAL, INCLUSIVE FUNÇÃO GRATIFICADA.

O Denunciante em um dos trechos do seu expediente, acusa o seguinte:

"Numa análise simplesmente superficial, podemos verificar que a folha de pagamento de salários é elaborada sem nenhum critério, sendo concedidas vantagens ao 'bei prazer' do Chefe do Poder Executivo.

Só para tomar como exemplo na folha do mês de março de 1998, o filho do Prefeito e funcionário ADÌLIO JOSE SARTOR, que está afastado respondendo inquérito administrativo recebeu vantagem sobre o exercício de função que por motivo do afastamento não está exercendo, portanto não teria direito".

Realmente, constatou-se na auditoria a existência do Processo Disciplinar n. 01/98, contra o servidor Adílio José Sartor, documentos de folhas 413 a 425, e que no período acima mencionado, o mesmo encontrava-se afastado do exercício do Cargo.

Quanto ao servidor em questão ter recebido função gratificada no período do afastamento, deve-se dizer que este ato está legalmente amparado no artigo 144 da Lei Complementar n° 044/93, abaixo transcrita:

"CAPÍTULO II

DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

“Art. 144 - Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo Único: O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo". (grifou-se).

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 13)

83 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Situação sanada.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 13)

14 - INOBSERVÂNCIA A DISPOSITIVO LEGAL

A Lei nº 163/98 de 26/03/98, que dispõe sobre o novo Quadro de Pessoal da Prefeitura Municipal de Rio Rufino, diz em seu artigo 11 o seguinte:

"Art. 11 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação surtindo seus efeitos sobre a folha de pagamento de salário do mês de março de 1998"

Aqui, mais uma vez ficam evidenciadas as discrepâncias entre as folhas de pagamento e os contracheques na Prefeitura Municipal de Rio Rufino - SC.

Levando-se em conta os registros contidos nas folhas de pagamento dos meses de fevereiro e março, no confronto, verifica-se as mudanças permitidas pela Lei n. 163/98.

No entanto, comparando-se os contracheques de diversos servidores, documentos de folhas 814 a 855, constata-se que as situações apresentadas no mês de fevereiro de 1998, em março desse mesmo ano permaneciam as mesmas.

Deve-se frisar, que as informações contidas nos contracheques são mais confiáveis, uma vez que os mesmos estão firmados pelos servidores, levando à conclusão de que o artigo 11 da Lei n. 163/98 não foi obedecido, fato que foi denunciado no item n. 5 do expediente apresentado pelo Presidente da Câmara.

Na ocasião, o Prefeito em exercício era o Senhor Pedro Oselame.

A Prefeitura deverá se manifestar, tendo em vista que a circunstância aqui mencionada fere o princípio da legalidade estabelecido no artigo 37 da Constituição Federal.

(Relatório n.º 056/98 , de inspeção “in loco” – item 14)

O Vice-Prefeito de Rio Rufino, Sr. Pedro Oselame, no período de 11 a 31 de março de 1998 respondeu pelo cargo de Prefeito, devido ao licenciamento do seu titular, Sr. Quintino de Bona Sartor.

A Lei nº 163/98, de 26/03/98, que dispõe sobre o novo Quadro de Pessoal dessa Prefeitura, diz em seu art. 11:

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"Art. 11 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação surtindo seus efeitos sobre a folha de pagamento de salário do mês de março de 1998"

Os vencimentos dos servidores, no mês de março/98, foram pagos sem que fossem considerados os valores correspondentes aos devidos enquadramentos previstos na referida Lei, pois segundo os esclarecimentos prestados às fls. 1342 e 1343, "quando foi rodada a folha de 03/98, a mesma ainda não estava vigindo, tanto isto é que a Lei foi sancionada pelo Prefeito Quintino de Bona Sartor, que só retornou ao cargo em 01/04/98, pois se encontrava licenciado". Em vista do aqui exposto, fica isento de responsabilidade o Sr. Pedro Oselame, Prefeito em exercício no período de 11 a 31/03/98.

Consta ainda das informações prestadas às fls. 1342 que, "A manifestação do Vice-Prefeito, prefeito em exercício de 11 a 31 de março é no sentido, de que na oportunidade, de fato, por decorrência da reforma administrativa que se votava, havia um clima de insegurança bastante grande, o projeto de lei havia sido encaminhado pelo Prefeito Quintino de Bona Sartor, afastado com problemas de saúde, a Câmara publicara a redação final, exatamente no dia em que fora rodada a folha. Diante dos fatos, optou por manter a situação anterior, transferindo a responsabilidade de promover as alterações para o Prefeito, que no seu entender, poderia rodar uma folha complementar, ou simplesmente acertar no mês seguinte". (grifamos)

Pelo que se pôde constatar, frente à documentação apresentada, não houve o pagamento retroativo a março pago em folha complementar ou na folha de abril/98, tendo, portanto, o Sr. Prefeito Municipal ignorado o prescrito no art. 11 da Lei nº 163/98, acima transcrito.

Assim sendo, pela restrição acima registrada, deve o Prefeito Municipal de Rio Rufino responder como Ordenador Primário pela inobservância do artigo 77, III da Lei Complementar n° 31/90, em razão de ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.

(Relatório nº 045/99, de Reinstrução do Relatório nº 056/98, item 14)

IV- DO JULGAMENTO, PELO PLENO, DAS IRREGULARIDADES CONSTATADAS NO PROCESSO DEN 0073800/81

Em sessão de 27/12/99, através do Acórdão nº 221/99, o Tribunal Pleno desta Corte de Contas, diante das razões apresentadas pelo Relator e com fulcro no artigo 59, c/c o artigo 113 da Constituição do Estado, no artigo 65,

85 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução inciso II, da Lei Complementar nº 31/90 e no artigo 7º do Regimento Interno, julgou irregulares, na forma do artigo 41, III, “c” da Lei Complementar nº 31/90, as despesas relacionadas a seguir, condenando o Responsável – Sr. Quintino de Bona Sartor – Prefeito Municipal de Rio Rufino, a época, ao pagamento das quantias decorrentes das mesmas, fixando-lhe o prazo de 30 dias a contar da publicação do referido Acórdão no Diário Oficial do Estado, para comprovar, perante o Tribunal , o recolhimento dos valores dos débitos aos cofres do Tesouro do Municipio de Rio Rufino, atualizados monetariamente e acrescidos dos juros legais (artigos 44 e 50 da Lei Complementar nº 31/90 c/c os artigos 251, 260 e 261 do Regimento Interno), calculados a partir da data da ocorrência até a data do recolhimento, sem o que ficou desde logo autorizado o encaminhamento da dívida a cobrança judicial (artigo 53, II, da Lei Complementar nº 31/90):

1. Concessão de função gratificada de forma indevida ou de maior valor que o previsto em lei, gerando despesas na ordem de R$ 15.307,21, equivalendo a 16.754,6093 UFIR, contrariando as Leis Municipais nº 011/93 e 163/98;

2. Concessão de gratificação indevida ou de maior valor que o previsto em lei, gerando despesas na ordem de R$ 65.679,67, equivalente a 71.273,5599 UFIR, contrariando as Leis Municipais nº 011/93 e 163/98;

3. Concessão indevida a servidor, de vantagem pecuniária, gerando despesa na ordem de R$ 15.644,02, equivalente a 17.176,1309 UFIR (desconsiderando o artigo 37 da CF/88);

4. Pagamento efetuado, de forma indevida, a titulo de indenização, gerando despesa na ordem de R$ 904,00, equivalente a 940,5889 UFIR, contrariando a Lei Complementar nº 044/93, artigo 72, caput e § 3º e artigo 73, caput do Estatuto dos Servidores Públicos de Rio Rufino;

5. Pagamento indevido, a servidor, de horas extras, gerando despesa na ordem de R$ 11.550,09 (1997) e R$ 2.969,14 (1998), equivalentes a 12.681,2581 UFIR (1997) e 3.089,3143 UFIR (1998), respectivamente, num valor total de 15.770,5724 UFIR, contrariando a Lei Municipal nº 44/93;

6. Concessão indevida a servidor, de adicional de insalubridade, gerando despesa na ordem de R$ 2.493,13, equivalente a 2.737,3077 UFIR, em descumprimento ao artigo 72, § 3º do Estatuto dos Servidores Públicos de Rio Rufino ;

7. Pagamento de remuneração integral a servidor que teve carga horária reduzida, gerando despesa na ordem de R$ 2.313,10, equivalente a 2.426,099 UFIR, desrespeitando a Lei Municipal nº 44/93.

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V – DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Em 29/05/2000, o Sr. Quintino de Bona Sartor, Prefeito Municipal de Rio Rufino, à época, opôs Embargos de Declaração relativamente aos termos do Acórdão n° 221/99, de 27/12/1999 (fls. 2466 – Processo DEN 0073800/81), resultando no Processo REC 00/01454161).

Nos citados embargos, requereu que fosse concedido na forma do artigo 284 do RI do TCE, efeito suspensivo à decisão prolatada.

Alega, em síntese, que:

“Verifica-se que o Acórdão nº 221/99, em seu item 2, identifica o problema encontrado no Município, como sendo relativo à “legalidade dos atos de pessoal”, basicamente questões controvertidas de direito.

O objeto da denúncia era a verificação de regularidade ou legalidade dos atos de pessoal, pelo menos assim foi entendido o processo até o presente momento.

Todos os lançamentos decorrem de fatos não julgados pelo Acórdão nº 221/99, não restando declarada a inconstitucionalidade da Lei Municipal nº 163/98, causa da glosa de R$ 15.644,02; não restando julgada a questão de que se deve ou não constar da Portaria nº 028/97 a função do servidor, causa da glosa de R$ 65.679,67; se o pagamento do adicional de insalubridade é ilegal por falta de laudo técnico fixando o grau, etc.

A capitulação legal pertinente, para efeitos de julgamento, deveria ser o artigo 85 da LC nº 31/90, ou no Regimento Interno do TCE, a constante do capítulo II, que trata “Da apreciação da Legalidade dos Atos da Administração”, especificamente tratados nos artigos 207 a 221.

É de se afastar de pronto qualquer enfoque no sentido de que está se tratando de problemas de natureza contábil, orçamentária financeira, operacional ou patrimonial, não se trata das questões previstas no artigo 84 da LC n° 31/90.

Verifica-se, no entanto, que o julgamento adotou como fundamentação, capitulação legal relativo a “Tomada e Prestação de Contas”, considerando irregulares as despesas, determinando o seu recolhimento, como se fosse Tomada de Contas.

A questão posta, é se a interpretação da Lei feita pelo Executivo está ou não correta, se podia ou não pagar na forma que fez, decidindo a questão o TCE estará esclarecendo os fatos. A decisão deveria ser no sentido de fixar o prazo para o responsável adotar as providências necessárias, na forma constante do artigo 85 da Lei Complementar nº 31/90.

Portanto, requer-se que seja esclarecido se os atos de pessoal foram julgados, e se foram julgados, quais os termos do julgamento e quais as providências a serem tomadas, se for o caso.

É de se afastar de pronto, a questão de ser feito julgamento como se fosse prestação de contas. A questão posta é se os atos praticados foram ou não legais (questões de direito)”.

87 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Na seqüência, os autos foram encaminhados a Consultoria Geral do TCE - COG, o qual após a devida análise, em 15/03/2002, propôs ao Conselheiro Relator o conhecimento dos Embargos de Declaração oferecidos pelo Sr. Quintino de Bona Sartor – Prefeito Municipal de Rio Rufino, à época, relevando, com fulcro no § 1º do artigo 275 do Regimento aprovado pela Res. NTC 11/91, à época vigente, a intempestividade, verificado pelo atraso de dois dias, para no mérito alterar a redação do Acórdão embargado, CONVERTENDO, preliminarmente, O PROCESSO DEN 0073800/81, EM TOMADA DE CONTAS ESPECIAL, com fundamento no artigo 86, da Lei Complementar nº 31/90, ficando mantidos os demais itens do Acórdão nº 221/99 (fls. 2.466/2.467).

Assim, através do Acórdão nº 361/2002, de 13/05/2002 (fls. 18/19 – do Processo REC 00/01454161), o Tribunal Pleno converteu o presente Processo em Tomada de Contas Especial, nos termos do artigo 65, § 4º da Lei Complementar nº 202/2000, determinando, ainda, a citação do Sr. Quintino de Bona Sartor – ex - Prefeito Municipal de Rio Rufino, nos termos do artigo 15, II da Lei Complementar nº 202/2000, para no prazo de 30 dias, a contar do recebimento desta, apresentar alegações de defesa ou recolher aos cofres do Município, as quantias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros legais, calculados a partir da data da ocorrência do fato gerador do débito (artigos 40 e 44 do mesmo diploma legal):

- R$ 15.307,21, referente a despesas com concessão de adicional de função gratificada de forma indevida ou de maior valor que o previsto em lei, contrariando as Leis Municipais nº 011/93 e 163/98 (item 2.1. do Relatório de Reinstrução DEA nº 045/99- fls.2427/2461 do Processo DEN 0073800/81);

- R$ 65.679,67, referente a despesas com concessão de gratificação indevida ou de maior valor que o previsto em lei, contrariando as Leis Municipais nº 011/93 e 163/98 (item 2.2 do Relatório de Reinstrução DEA nº 045/99);

- R$ 15.644,02 referente a despesas com concessão indevida a servidor, de vantagem pecuniária, desconsiderando o artigo 37 da CF/88 (item 3 do Relatório de Reinstrução DEA nº 045/99);

- R$ 904,00, referente a despesas com pagamento indevido de vantagem pecuniária sob o título de “indenizações” a servidores, contrariando a Lei Complementar nº 044/93, “caput” e § 3º do artigo 72, e “caput” do artigo 73 – Estatuto dos Servidores Públicos de Rio Rufino (item 5 do Relatório de Reinstrução nº 045/99);

- R$ 14.519,23, referente a despesas com pagamento indevido de horas-extras a servidor, contrariando a Lei Municipal nº 44/93 (item 07 do Relatório de Reinstrução nº 045/99);

- R$ 2.493,14, referente a despesas com concessão indevida de adicional de insalubridade a servidor, em descumprimento ao § 3º do artigo

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72, do Estatuto dos Servidores Públicos de Rio Rufino (item 8 do Relatório de Reinstrução nº 045/99);

- R$ 2.313,10, referente a despesas com pagamento de remuneração integral a servidor com carga horária reduzida, desrespeitando a Lei Municipal nº 44/93 (item 12 do Relatório de Reinstrução nº 045/99).

O referido Processo DEN 0073800/81 foi convertido no atual Processo TCE 02/06733020.

Através do Oficio nº 5.215/2002, datado de 04/06/2002, o Sr. Quintino de Bona Sartor, ex- Prefeito Municipal de Rio Rufino foi citado, nos termos do artigo 15, II da Lei Complementar nº 202/2000, para no prazo de 30 dias, a contar do recebimento deste, apresentar a este Tribunal, alegações de defesa sobre as restrições constantes do item 6.1.2 do Acórdão nº 0361/2002, de 13/05/2002 (fls. 02/03 do Processo TCE 02/06733020).

Em 08/07/2002, através do Protocolo 015896, o ex – Prefeito, Sr. Quintino de Bona Sartor, apresentou as suas alegações de defesa, às fls. 08/42, sobre as restrições constantes do item 6.1.2 do Acórdão nº 0361/2002, que substituiu o Acórdão nº 221/99, por entender que o mesmo não lhe fez justiça, o qual passaremos a narrar:

“Em preliminar, requer seja declarada a nulidade do presente Acórdão de n° 0361/2002, posto que os Embargos de Declaração opostos ao Acórdão nº 221/99, admitida a nova redação do art. 78 da Lei nº 202/2000, só tem o condão de "corrigir obscuridade, omissão ou contradição da decisão recorrida", não há possibilidade técnica de por este ato do interessado, alterar o inteiro teor do Acórdão anterior, pelos seguintes razões dentre outras:

Verifica-se que a denúncia já estava julgada e o atual Acórdão nº 0361/2002, de fato alterou por inteiro o teor do julgado, pelo que o novo julgado é nulo, pois "extra petita";

Do Acórdão nº 221/99, entende-se na forma do art. 75 e sg. só caberia os embargos declaratórios e o reexame, recursos previstos na lei orgânica, e de forma alguma o embargo de declaração, por mais ampla que seja admitida a sua interpretação, não tem o condão de modificar o teor da sentença, pois instrumento próprio para esclarecer, não alterar como ocorreu;

Diante desta situação ambígua, a defesa titubeia porquanto não sabe qual a regra a seguir, pois de direito em sendo procedente esta preliminar, o que acreditamos ocorra, vale o teor do primeiro Acórdão, caso contrario, valeria o segundo, o que é causa de cerceamento.

Por outro norte, ainda há que se transpor outro problema, como transformar a Denúncia em Tomada de Contas, com base e na forma do art. 65 § 4º da Lei nº 202/2000, quando esta não vigia a época dos fatos.

De se anotar que o ato de transformar a denúncia em tomada de contas é matéria de direito, não é processo, pelo que é nulo o Acórdão, pois a lei capitulada não vigia a época dos fatos;

89 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Demais disto, transformada em prestação de contas a Denúncia, sem permitir o uso de todos os recursos a disposição do interessado tem se causa de cerceamento de defesa, note-se que o Acórdão nº 221/99 ainda não transitou em julgado, o interessado está no prazo legal de ofertar pedido de reconsideração;

De forma que o atual Acórdão não pode sobreviver no mundo jurídico, e o anterior, como bem anotado pela Consultoria Geral, atribuiu débito, sem que houvesse um processo de prestação de contas, logo ausente elemento essencial, e, portanto nula a atribuição do débito ocorrida, que de resto é obrigação, em caso de procedência do processo dos servidores que receberam tais valores, e não do interessado. Aliás, neste sentido cumpria ter oportunizado aos servidores o contraditório, posto que ao final terão a obrigação de devolver tais valores, em sendo procedente a Denúncia, o que também poderá ser causa de nulidade;

Na forma constante do Acórdão 221/99, não há que se falar em prestação de contas como quer o novo Acórdão, e sim em aplicação do disposto no art. 85 da Lei nº 31/90, verificada ilegalidade de ato, cumpre assinalar prazo para correção.

E é ilegal a conversão da Denúncia em Prestação de Contas - art. 86 da lei 31/90, pois o Tribunal nunca ordenou tal ato, e nem o Acórdão que se pretende reexaminar, nesta oportunidade, o fez.

De forma que, entende-se que as questões postas nos embargos declaratórios opostos, de fato não restaram resolvidas, e data vênia para dizê-lo, penso que o TCE usou os embargos opostos pelo interessado para resolver outros problemas que não os requeridos no declaratório, o que é causa de nulidade também do novo Acórdão, e se requer seja reapreciado desta feita,

Requer seja declarada a nulidade do Acórdão nº 0361/2002 em preliminar de mérito.

DENUNCIAÇÃO A LIDE

Admitido, seja afastada por razões técnicas a preliminar argüida, presente que a prestação de contas objetiva imputar débito ao interessado como se depreende do teor do acórdão, então, cumpre chamar ao processo quem de fato e de direito recebeu os valores mencionados, pois serão demandados em ação de regresso, aliás, já respondem.

Por analogia, e porque provavelmente este processo terminará indo para a Justiça Comum, quando julgado, vez que os servidores tem obrigação em ação de regresso de indenizar os valores recebidos indevidamente, cumpre na forma do art. 37, VI da Constituição Federal c/c o art. 70, III do CPC chamar os mesmos para que integrem a lide.

E a denunciação é obrigatória, pois por lei cada um dos servidores terá que ressarcir o erário, em sendo o caso, (repetir) sob pena de enriquecimento sem causa.

Note-se que é incontroverso que o interessado não se apropriou de qualquer valor, o debito eventual decorre de pagamentos feitos a maior, segundo o TCE, por erro na interpretação da lei, não houve sequer insinuação de que o interessado tenha se apropriado de qualquer valor.

90 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

A vista do exposto, cumpre denunciar a lide todos os servidores para que resistam querendo, a imputação do débito, vez que são partes, terão obrigação de indenizar, requerendo-se a sua citação.

OUTRAS QUESTÕES

O objeto da denúncia, portanto, da auditoria haveria que se manter nos limites estreitos e específicos de uma auditoria, não cabia fazer tomada de contas especial, não lhe cabia fazer julgamento dos atos e eventual ilegalidade dos mesmos merece a resposta prevista no então vigente art. 85 da LC nº 31/90.

Demais disto, por conta de denúncia a auditoria se limitou a apontar procedimentos que entendeu irregulares e ou ilegais, o Acórdão "julgou irregular" as despesas que aponta, por óbvio, que até a data do julgamento como anotado nos embargos. declaratórios, não havia Tomada de Contas Especial, em nenhum momento do processo a auditoria fora transformada em tomada de contas, o que por si só fulmina de nulidade o Acórdão nº 221/99, pois este deveria ter sido redigido nos limites do art. 85 da LC nº 31/90.

Demais disto, a auditoria a fls. 2433 aponta o ato de conceder função gratificada (Lei nº 11/93) como ilegal por acúmulo de função, o que seria causa de dano ao erário, o que não é falacioso, o acumulo de função é ilegal, porém não é causa de dano ao erário, smj.

Em nenhum momento a relatoria anota a ocorrência de desfalque ou de dano ao erário, consta do relatório apenas a expressão "procedimentos irregulares", o que afasta a aplicação do art. 86 da LC 31/90, quanto mais a imputação de débito ao administrador, até porque seria caso de enriquecimento sem causa dos servidores beneficiados, não denunciados.

As verbas pagas o foram de forma legal, não houve desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade que fosse causa de dano ao erário_ Os funcionários perceberam as vantagens de forma correta, segundo os termos da lei. As leis produziram efeitos, foram respeitadas e cumpridas, problemas com obrigações acessórias (procedimentos irregulares) devem ter assinados prazos para correção, não podem implicar em devolução dos valores recebidos legalmente.

Finalmente, os pagamentos feitos aos funcionários, se indevidos, e como já quantificados os valores individuais, cumpre proceder a sua repetição, não a imputação de débito ao interessado, até para evitar crime de enriquecimento sem causa, repita-se.

A título de argumento, quando da auditoria, a totalidade das "irregularidades" já tinha sido sanada, por iniciativa do próprio Prefeito, independentemente inclusive do TC apontá-las.

Diante deste fato, em sede de reexame se requer seja assim declarada a nulidade do Acórdão nº 221/99.

91 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

MÉRITO

Cumpre inicialmente relembrar o quadro administrativo organizacional vigente a época em que ocorreu a denuncia e a auditoria, cuja síntese pode ser assim anotada.

A administração herdara a organização de pessoal encontrada pelos auditores da gestão anterior. O ano de 1997 foi gasto para solucionar os problemas financeiros e mesmo adquirir os conhecimentos básicos necessários para a gestão da coisa pública. Um ano e três meses depois, independente de qualquer ação do TC, o Prefeito tomou as providências para diagnosticar e corrigir os problemas de pessoal, como faz prova com a lei 163/98, a fls. 2.412 e sg. de 26/03/98, dos autos.

De fato os problemas de pessoal apontados pela auditoria, podem ter sido negligenciados num primeiro momento, o que pode ser debitado a inexistência de problemas aparentes na área, tanto que o responsável pelo setor de pessoal continuava sendo o mesmo funcionário, as contas vinham sendo aprovadas sem problemas, além de outros sinais de normalidade, inclusive com recomendação do TCE.

Pensamos inclusive que é caso de culpa recíproca, do Executivo Municipal e do Tribunal de Contas, que durante o ano de 1997, na gestão, portanto, emitiu parecer pela aprovação das contas do ano de 1996, em situação absolutamente semelhante, pois como já demonstrado nestes autos, os problemas já vinham de anos anteriores.

Relevante ratificar o registro de que antes da auditoria do TC, o Executivo por iniciativa própria, já tomara as providências para, diagnosticado resolver os problemas herdados da gestão anterior, e o fez com a Lei nº 163/98, na maior parte.

Cumpre ainda antes de entrar na análise de mérito propriamente dita, chamar atenção para o fato de que o interessado, em nenhum momento causou dano ao erário, cometeu ato de gestão ilegítimo ou antieconomico, desfalque, desvio de dinheiro bens ou valores públicos pelo que, não há que se falar em imputação de débito ao interessado, até porque os valores em questão foram pagos aos funcionários e o interessado não é beneficiário de nenhum valor o que afasta o art. 17 § 1 ° do Regimento Interno.

6.1.2.1 - "ADICIONAL DE FUNÇÃO GRATIFICADA" ( Leis nº 11/93 e nº 163/98 )

Sob estes títulos foram lançadas o denominado "Adicional de Função Gratificada" e a "Gratificação".

Cumpre esclarecer que de fato e de direito o município usou as duas nomenclaturas para um único objetivo, qual seja o de conceder com base nas Leis nº 11/93 de 01/01/93 a vantagem denominada "FUNÇÃO GRATIFICADA ou "GRATIFICAÇÃO" são sinônimas segundo a própria Lei nº 11/93, doc. de fls. 399, a Lei usa as duas expressões para um único significado, como inclusive capitulado no Acórdão, verbis:

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"art. 1º - Fica o chefe do Poder Executivo Municipal autorizado a conceder adicional de função gratificada a servidores municipais, responsável pela unidade onde desenvolva suas atividade.

Parágrafo Primeiro: A gratificação mencionada no caput deste artigo, é limitada até 100%, do salário base do servidor beneficiado.

Art. 2º - a extinção da gratificação constante desta lei é de exclusiva competência do Chefe do Poder Executivo.

Art. 3°- Esta lei entra em vigor em 01 de janeiro de 1993.

Por primeiro, o interessado vem alegar em sua defesa que sempre usou esta lei (11/93) como um instrumento para administrar o pessoal, como de resto, já vinha sendo usada também, desde a gestão anterior. O item 6.1.2.1 - Adicional de Função Gratificada precisa ser dividida em duas partes, como aliás fez a Auditoria, a primeira relativa aos 100% que tanto interessado como o TCE concordam é legal, portanto incontroverso, que a Lei nº 11/93 permitia pagar o adicional de 100% sobre os vencimentos aos servidores que menciona, com fundamento no art. 1° da lei.

O objeto deste item é de fato os pagamentos feitos no que excede a 100% até o limite de 250%, que não é causa de dano ao erário, mas que reflete o pagamento de acumulação de cargos, como ocorreu.

Neste sentido, o interessado requer seja tido em consideração que a acumulação do cargo, em que pese ilegal, não é caso de dano ao erário, os serviços foram executados pelos servidores que menciona que acumularam as funções, inclusive em jornada elastecida e por óbvio não reconhecida legalmente, pois ocupavam cargo de comissão, porém de fato e de direito é de se admitir que é ilegal o acúmulo de cargos.

Requer o interessado a vista da ausência de dano ao erário que seja convertida a imputação de débito em pena de multa, em sendo possível, pois é certo que não houve proveito pessoal, foi erro cometido pelo servidor.

6.1.2.2 - GRATIFICAÇÃO

Este item, com certeza absoluta, foi mal analisado.

Como já mencionado a expressão "GRATIFICAÇÃO", de fato e de direito é o "ADICIONAL DE FUNÇÃO GRATIFICADA", para todos os efeitos legais, admitido que o erro foi gerado pelo município que induziu aos técnicos a busca da resposta para a expressão gratificação na legislação, até encontrarem a Lei nº 01/93.

Toda a discussão constante do relatório relativamente a questão de ser ou não regulamentada a Lei nº 01/93 é desfocada, verifique-se que os próprios técnicos transcrevem a informação prestada a fls. 1316 e, no entanto mantém a posição.

Admitido que houve imperícia no uso das expressões, fato já devidamente esclarecido, inclusive comprovado com a cópia das portarias no caso a 028/97 e 105/98, é de se ter como sanado o problema.

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O Acórdão nº 0361/2002, item 6.1.2.2 trata de "Gratificação", expressão que de fato e de direito é sinônima da expressão "Adicional de Função Gratificada" a teor da Lei municipal n° 11/93, como acima demonstrado.

Observe-se que no item anterior o Acórdão admite como legal o pagamento de até 100% com base na lei 11/93, e neste item, porque houve uma confusão inicial no sentido de que o adendo teria sido pago com base na lei 01/93 foi entendido como irregular, o que demonstra inclusive a contradição do próprio Acórdão, problema que precisa ser sanado.

Note-se que o acórdão registra o valor de R$ 65.679,67 como referente a despesa com concessão de gratificação indevida ou de maior valor que o previsto em lei, contrariando as leis municipais de n° 11/93 e 163/98 (item 2.2 do Relatório de Reinstruçáo DEA N. 045/99)

Compulsando o relatório mencionado, que se repita, nota-se que o mesmo esta desfocado, aborda questão como se submetida a lei 001/93, e concorda-se com o que ali esta anotado no que tange a tal lei, ressalva, no entanto que como consta do mesmo em sua manifestação tal lei nunca foi usada para conceder qualquer vantagem, de fato ficou evidenciada a confusão.

Os técnicos quando da Auditoria, entenderam que o Município usava a Lei nº 01/93 para conceder a vantagem e como ausente decreto que a regulamentasse, entenderam corretamente, que eram indevidos os pagamentos feitos.

Note-se que esta a razão da confusão, pois de fato e de direito a vantagem foi paga com base na lei 11/93, inclusive como anotado na portaria 028/97 fls. 1795, que concedeu o adendo aos funcionários em questão, verbis:

Art. 1° "Conceder Gratificação de acordo com a Lei nº 11/93 de 01 de janeiro de 1993, para os Servidores Públicos Municipais sobre o Salário Base, abaixo mencionado:

A contradição do Acórdão é evidente, no item 1 a aplicação da Lei nº 11/93 até o limite de 100% é tido por legal, no item 2 é ilegal.

Esclarecida a questão, ou seja, foram legais os pagamentos feitos com base na Lei nº 11/93 cumpre afastar a imputação do débito, até porque seria imoral repetir os salários recebidos pelos servidores.

Arremata a questão o fato de que o Acórdão lança valor constante do item 6.1.2.2 - Gratificação, no importe de R$ 65.679,67 adotando como base o Relatório de Reinstrução do DEA nº 45/99, em seu item 2.2, o que é impossível vez que, e data vênia para dizê-lo, o Relatório em questão não contém esta informação.

6.1.2.3 - VANTAGEM PECUNIÁRIA

Lei nº163/98

Neste item o Acórdão imputa débito ao interessado no valor de R$ 15.644,02, ao argumento de que a Lei nº163/98 é inconstitucional, por

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afrontar o art. 37 da Constituição Federal, conforme item 3 do Relatório de Reinstrução do DEA nº 045/99.

É de se esclarecer que a Lei nº 163/98, publicada dia 01/04/98, com efeitos retroativos a março de 1998, revogou a Lei nº 11/93, modificou a denominação de adicional de função gratificada da Lei nº 11/93 para "Vantagem Pecuniária" limitando os percentuais, verbis:

Lei nº 163/98 - art. 7° "Aos servidores ocupantes de cargo efetivo, fica instituída urna vantagem pecuniária de até 50% do salário base de seu cargo; de livre concessão e retirada através de decreto do Executivo".

Art. 8° -"Aos servidores ocupantes de cargo em comissão, fica instituída uma vantagem pecuniária de até 20% do salário base, a exclusivo critério do chefe do Poder Executivo".

A auditoria entendeu que a lei é inconstitucional, por afrontar ao art. 37 da Constituição Federal posto que Câmara de Vereadores teria dado urna carta branca ao Prefeito, o que é ilegal, sustentando seu entendimento nos seguintes termos:

"Como não ficou "comprovada a situação excepcional exigida que possibilite a ocorrência dessa circunstância" solicitação esta expressa a fls. 140 , levamos a responsabilidade do ordenador primário, Sr. Quintino.

......

Após colacionar doutrina, a auditoria conclui a fls. 140 que o pagamento da vantagem pecuniária é irregular se não for comprovada a situação excepcional exigida que possibilite a ocorrência dessa circunstância, (não indica qual, presume-se art. 37 da CF).

Verifica-se ausente de fato qual a situação que se refere, tanto no relatório preliminar quanto na reinstrução, pensamos que os referidos pagamentos foram legais sim, mais que isto, previamente autorizados pela Egrégia Câmara de Vereadores, e inclusive com parecer prévio do TCE, foram as contas do ano e do seguinte aprovadas, houve entendemos, engano.

O meio processual adequado para discutir a constitucionalidade da lei, não é neste processo, pelo que cumpre apenas verificar a legalidade do ato, pensamos, ao interessado, não era dado discutir o teor da lei emanada da Câmara de Vereadores.

Oportuno ainda notar que o valor lançado está incorreto, pois foram lançados valores a título de vantagem pecuniária relativos ao período janeiro a março quando neste período, inexistia a lei, vigia a Lei nº 11/93, não a Lei nº 163/98.

Na oportunidade foram juntadas as cópias das folhas de pagamento e recibos de salário que provam o erro, inclusive com a relação dos créditos bancários feitos nas contas correntes dos funcionários mês a mês.

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A vista de todo o exposto, é certo que os pagamentos feitos foram legais, não houve afronta a lei nº 163/98, o que faz com que não seja correto imputar débito por conta de tal situação ao interessado.

Note-se que o descumprimento da lei é que poderia gerar processo contra o interessado, demais disto, imputar débito de terceiros ao interessado é caso de "enriquecimento sem causa", o interessado nada recebeu a este título, mais, os pagamentos foram previamente autorizados pela Câmara de Vereadores, pelo que improcede o lançamento, inclusive também porque contém erros, quanto aos valores.

6.1.2..4 – INDENIZAÇÃO (Insalubridade)

Neste item o acórdão imputa débito ao interessado no valor de R$ 904,00 ao argumento de que os funcionários Ana Maria Cristoff, Delourdes Mafioletti Edson Costa e Saulo B F Vieira, as duas primeiras auxiliares de enfermagem e os dois últimos motoristas da ambulância, receberam, sob título de "indenização", nos meses de janeiro e fevereiro, o valor devido como "insalubridade", o que constitui ato ilegal.

Admitido o erro com relação a rubrica, não com relação ao valor devido. O problema com a nomenclatura, não dá passagem ao dano ao erário dos servidores em questão, como prova o laudo, posteriormente elaborado, doc. de fls. 2.409 era devido, pelo valor pago.

Até porque, é do senso comum auxiliar de enfermagem e motoristas de ambulância estão expostos a agentes insalubres, o que faz improcedente a imputação de responsabilidade, quanto mais se não há dano ao erário.

6.1.2.5 - HORAS EXTRAS

Neste item, o Acórdão imputa débito ao interessado no valor de R$ 14.519,23, ao argumento de que a não foi respeitado o Estatuto do Servidor Público no que tange a questão basicamente os art. 74 e 75 e 24, tudo como segue:

O Art. 74 fixa o preço da jornada extra em 50% além da normal, e o município cumpriu o mesmo, as horas laboradas foram pagas com o adicional de 50%, como manda o Estatuto, o que faz com que o mesmo tenha sido respeitado:

O Art. 75 fixa o limite de 2,00 horas diárias e máximo de 360 horas ano este também foi respeitado ninguém recebeu mais que 2,00 horas dia.

Não ocorreu a discussão de ser ou não necessário a utilização dos serviços em jornada extra, porém anota que de fato houve necessidade e só recebeu quem tinha direito, demais disto, é poder discricionário dado ao administrador.

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O último artigo mencionado, o 24, diz respeito ao registro do ponto, e a questão foi defendida a fls. 1319 a 1339, inclusive com a juntada dos documentos próprios, razões que se requer sejam aqui tidas como constante desta peça.

A possível discussão se houve ilegalidade no que tange ao descumprimento do art. 24 pode ser admitida, porém em nenhum momento houve ato ilegítimo ou antieconômico que resultasse em "INJUSTIFICADO DANO AO ERÁRIO", pois as horas pagas foram efetivamente laboradas e portanto devidas, até porque o Estatuto proíbe a prestação de serviços gratuitos.

Admitido tal fato, ou seja, ausência de ato ilegítimo ou antieconômico que fosse causa de dano ao erário, cumpre requerer seja convertida em multa a questão, pois não é correto deixar de pagar ou buscar de volta o valor pago, até porque o servidor iria para a Justiça comum e cobraria tudo de novo.

6.1.2.6 - INSALUBRIDADE

Neste item, o Acórdão imputa débito ao interessado no valor de R$ 2.493,14 ao argumento de que as folhas anexadas não podem servir de base por intempestivas, mais que havia ausência de laudo pericial, pelo que cumpria apontar como irregular.

A questão do laudo foi resolvida, o mesmo esta anexado a fls. 2.409, e não restou evidenciada nenhuma diferença, de fato a auditoria não demonstrou que qualquer dos servidores que recebeu ao adendo não tivesse direito ao mesmo, o que dá passagem a ausência de dano ao erário, admitido até que havia procedimento errado, mas de forma alguma dano, má fé, etc.

O valor pago era devido, o que faz improcedente a imputação de débito, admitida a ofensa ao procedimento prescrito, porém é certo que não há dano ao erário.

6.1.2 7 - REDUÇÃO DE CARGA HORÁRIA

Neste item, o Acórdão imputa débito ao interessado no valor de R$ 2.313,10 ao argumento de que os salários pagos ao servidor foram integrais quando o mesmo cumpria jornada reduzida, por afronta ao Estatuto item 12 do Relatório de Reinstrução n. 45/99.

Como consta do processo, o servidor teve sua carga horária reduzida para 60% no interesse recíproco, de fato, o município tinha interesse absoluto em manter o servidor no quadro de pessoal, por razões econômicas.

Note-se que daqueles trabalhos sobre o vime resultaram grande parte da economia atual do município. O servidor queria ir embora não havia como aumentar o salário, afinal encontrou-se uma solução paliativa, por algum tempo o mesmo ainda deu assistência e treinou gente, com resultados excelentes para a comunidade.

Demais disto, houve redução da jornada e na proporção do vencimento, não se tratou de ato antieconomico, ou ilegal, não houve dano ao erário, inclusive

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as faltas, como as do mês de dezembro (três dias por semana) foram regularmente descontadas, não houve dano ao erário isto é certo.

Se mantida a restrição, impor-se-a afinal a repetição dos valores, porém, registre-se será uma medida ilegal, melhor imoral, pois o servidor cumpriu o que se comprometeu a fazer ao município, o resto, talvez seja o caso de abrandar um pouco o rigorismo da lei.

*********

Por derradeiro cumpre informar, antes de pronunciar o julgamento de mérito, que o interessado, a época dos fatos na qualidade de Prefeito determinou a abertura de processo administrativo, de nº 242/2000 pelo qual cada um dos servidores foi lançado pelo valor do débito constante do Acórdão nº 221/99, pelo qual os valores apontados pelo TCE foram lançados contabilmente contra cada um dos servidores, estando desde então sendo descontados dos salários dos mesmos, mês a mês, o que entendemos é indevido, porém vem ocorrendo.

Estas as alegações da defesa do interessado, que roga vênia sejam tidas como suficientes para resolver o problema, pois de fato e de direito toda a situação já fora resolvida quando da denúncia, pela lei 163/98 e não houve nem ato de gestão ilegítimo ou antieconômico que resultasse injustificado dano ao erário como requer o art. 77 da LC 31/90 para imputação de débito.

Requer ao final sejam recebidas as presentes alegações de defesa, para julgar como improcedentes a imputação dos débitos, e, alternativamente, a critério de Vossas Excelências, ausente o dano injustificado, ou qualquer beneficio pessoal para o interessado, seja aplicada, sendo o caso a pena de multa corno permite a lei, inclusive resolvendo desta forma o problema de todos os servidores envolvidos, que tem obrigação de regresso.”

VI - DA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO

Por força dos artigos 1º e 2º, da Resolução TC nº 10/2007, de 26 de fevereiro de 2007, que altera a estrutura e as competências dos órgãos auxiliares do Tribunal de Contas de Santa Catarina e artigo 1º, Inciso I, alínea “b” e III da Portaria nº TC 136/2007, de 27/02/2007, o presente processo foi encaminhado à Diretoria de Controle dos Municípios.

VII – DAS JUSTIFICATIVAS APRESENTADAS PELO DENUNCIADO

Diante das justificativas trazidas pelo denunciado, naquela ocasião, esta instrução inferiu que:

Apesar das alegações expostas nesta oportunidade, quando da conversão do processo em Tomada de Contas Especial, o denunciado informou, às fls.19 (Proc. TCE 02/06733020) que, tão logo esta Egrégia Corte de Contas expediu o Acórdão nº 221/99, na sessão datada de 27/12/99, o mesmo determinou a abertura de Processo Administrativo, através do Decreto nº 242/2000, de 27/04/2000, com a finalidade de constituir, via direito de regresso, o crédito do Município relativamente aos pagamentos indevidos feito aos funcionários, na forma constante do Processo de Denúncia nº DEN 0073800/81. Definiu, ainda,

98 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução o mencionado Decreto, que fosse feita a notificação de cada um dos interessados, inclusive os afastados, cientificando-os dos valores lançados, bem como do prazo de 30 (trinta) dias para pagar ou oferecer defesa, findo o qual os valores não parcelados seriam inscritos em dívida ativa não tributária. O parcelamento dos débitos seria realizado em parcelas mínimas de 10% do valor bruto dos vencimentos, convertidos em UFIR’s.

Assim sendo, como não houve manifestação de defesa dos servidores quanto a determinação contida no Decreto nº 242/2000, iniciou- se a cobrança de valores, segundo cálculos apresentados por esta Casa de Contas, segundo listagem a seguir apresentada.

No entanto, cabe salientar, que, a Decisão expedida no Acórdão nº 221/99, julgou irregulares as seguintes despesas realizadas através da :

1. Concessão indevida ou de maior valor que o previsto em lei, gerando despesas na ordem de R$ 15.307,21, equivalente a 16.754,6093 UFIR (contrariando as Leis nº 011/93 e 163/98), referente à Função Gratificada; (item 2.1, do Relatório nº 045/99).

2. Concessão indevida ou de maior valor que o previsto em lei, gerando despesas na ordem de R$ 65.679,67 equivalente a 71.273,5599 UFIR (contrariando as Leis 011/93 e 163/98), referente à Gratificação; (item 2.2, do Relatório nº 045/99).

3. Concessão indevida a servidor, gerando despesa na ordem de R$ 15.644,02 equivalente a 17.176,1309 UFIR (desconsiderando o art. 37 da Constituição Federal), referente à Vantagem Pecuniária; (item 3, do Relatório nº 045/99).

4. Concessão indevida a servidor, gerando despesa na ordem de R$ 904,00 equivalente a 940,5889 UFIR (contrariando a Lei Complementar 044/93, Art. 72, "caput" e § 73, "caput" - Estatuto dos Servidores Públicos de Rio Rufino) a título de Indenização; (item 5, do Relatório nº 045/99).

5. Concessão indevida a servidor, gerando despesa na ordem de R$ 11.550,09 (1997) e R$ 2.969,14 (1998), equivalentes a 12.681,2581 UFIR (1997) e 3.089,3143 UFIR (1998), respectivamente, num valor total de 15.770,5724 UFIR (desconsideração para com a Lei nº 44/93), referente à Pagamento de Horas Extras; (item 7, do Relatório nº 045/99).

6. Concessão indevida a servidor, gerando despesa na ordem de R$ 2.493,14 equivalente a 2.737,3077 UFIR (descumprimento do art. 72, § 3°), referente ao Pagamento de Adicional de Insalubridade (item 8, do Relatório nº 045/99).

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7. Concessão indevida a servidor, gerando despesa na ordem de R$ 2.313,10, equivalente a 2.426,099 UFIR (desconsideração para com a Lei nº 44/93), referente à Inassiduidade de Gilberto Nava; (item 12, do Relatório).

Todavia, a condenação referente às despesas irregulares foi imputada ao Responsável – na época, o Sr. Quintino de Bona Sartor, Prefeito Municipal de Rio Rufino - pelos atos de sua gestão, e não aos servidores que receberam os valores, da Administração Municipal, de boa fé.

A jurisprudência é pacífica quanto à impossibilidade de devolução por parte dos servidores públicos, de valores recebidos indevidamente, a qual não deram causa ao erro cometido pela Administração e que, além disso foram recebidos de boa-fé.

Consoante a este entendimento, o Egrégio Tribunal de Contas da União acena para a aplicação do disposto na Súmula nº 249, cujo teor é o seguinte:

“SÚMULA 249 - OBRIGATORIEDADE E DISPENSA - É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais.”

Na verdade, a culpa do transtorno ocasionado na vida funcional do servidor é única e exclusiva da Administração, uma vez que, por um equívoco do serviço competente, foi acrescida à remuneração do servidor, parcela à qual não fazia jus.

Ressalte-se, ainda, que outro não tem sido o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, conforme se depreende da decisão a seguir transcrita, prolatada em 05/10/2000:

“Restituição de Débito ao Erário. A jurisprudência desta Corte vem se firmando no sentido de que é dispensável a restituição de importância recebida indevidamente pelo servidor, desde que caracterizada a boa- fé. Processo TST/TP/RMA nº 486212/98. Relator: Ministro Luciano de Castilho Pereira. in DJ do dia 27-10-2000.”

Aliás, merece ser transcrita parte da fundamentação da citada decisão, porque própria ao caso em tela:

“O Ministério Público do Trabalho interpõe recurso, sustentando, em síntese, que os valores recebidos indevidamente, ainda que de boa-fé, devem ser devolvidos ao Erário, em consonância com o que dispõem os arts. 46 da Lei nº 8.112/90 e 5º, II, c/c o art. 37, caput, ambos da Constituição Federal, que alega violados. É certo, pois, que o art. 46 da Lei nº 8.112/90, em sua nova redação, não faz menção às hipóteses em que a importância recebida de boa-fé deve ou não ser dispensada. É igualmente correto que a matéria em debate encontra-se no âmbito do Direito Administrativo, onde impera o princípio da legalidade, para o

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qual só é permitido fazer o que a lei autoriza. Não obstante tudo isso, a jurisprudência vem temperando a letra seca do art. 46 da Lei nº 8.112/90 e concedendo, não raro, a dispensa da devolução de importâncias pagas indevidamente pela Administração, desde que caracterizada a boa-fé do servidor público. Assim tem ocorrido no âmbito deste C. Tribunal, conforme se verifica nas decisões proferidas nos processos nºs RMA-421509, Rel. Min. Galba Velloso; RMA-426630/98, Min. C. Moreira; RMA-344312/97, Min. Vasconcellos e RMA-305367/96, Min. Francisco Fausto (grifei).

Desse modo, é forçoso concluir que o recebimento de valores pagos equivocadamente, mas recebidos de boa-fé pelo servidor, nos termos da retro mencionada Súmula do TCU, atende aos princípios de razoabilidade, proporcionalidade, mas não de igualdade ou equivalência isonômica e eqüidade. Mormente, porque existindo norma orientadora de inexigibilidade da devolução que deva ser adotada no caso de recebimento de valores recebidos de boa-fé por servidores inativos em função de reforma, aposentadoria ou pensão, por interpretação equivocada da administração, não é razoável, proporcional e isonômica a ordem de devolução, estando presentes os mesmos fatos, por se tratar de servidor da ativa à época, e mesmo porque tal tratamento viola a igualdade constitucional (art. 5º) e a vedação de tratamento desigual aos servidores em atividade e aposentados (art. 40 e seus parágrafos). Entendimento diverso importaria em tratamento desigual ao reverso da ressalva de garantia constitucional.

Enfim, a dispensa da devolução aos servidores ativos que recebem valores de boa-fé, por culpa exclusiva da Administração Pública, está em consonância com o que prevê a Súmula nº 249 do TCU, dando-se a ela interpretação mais abrangente, a fim de aplicar as regras constitucionais genéricas que tratam do servidor público, em observância aos princípios de igualdade, eqüidade, razoabilidade e proporcionalidade.

Vale invocar, a propósito de tanto, os seguintes julgados do Superior Tribunal de Justiça:

"ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. PENSÃO. VALORES RECEBIDOS INDEVIDAMENTE. BOA-FÉ. RESTITUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. MATÉRIA PACÍFICA. 1. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento de ser incabível a restituição de valores recebidos indevidamente em razão de interpretação equivocada ou má aplicação da lei, quando verificada a boa-fé dos servidores beneficiados. 2. Agravo regimental a que se nega provimento." (AgRg no REsp 597.827/PR, Relator Ministro Paulo Gallotti, in DJ 25.09.2006 p. 319)

"RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. VALORES PAGOS A MAIOR PELA ADMINISTRAÇÃO. ART. 46 DA LEI 8.112/90. BOA-FÉ DO BENEFICIADO. RESTITUIÇÃO. INVIABILIDADE. 1. Consoante recente posicionamento desta Corte Superior de Justiça, é incabível o desconto das diferenças recebidas indevidamente pelo servidor, em decorrência de errônea interpretação ou má aplicação da lei pela Administração Pública, quando constatada a boa-fé do beneficiado. Precedentes.

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2. Recurso desprovido." (AgRg no Ag 756.226/RS, Relatora Ministra Laurita Vaz, in DJ 14.08.2006)

"ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. SERVIDORES PÚBLICOS. ERRÔNEA INTERPRETAÇÃO LEGAL POR PARTE DA ADMINISTRAÇÃO. DEVOLUÇÃO. VALORES RECEBIDOS INDEVIDAMENTE. BOA-FÉ. IMPOSSIBILIDADE. Firmou-se o entendimento, a partir do julgamento do REsp 488.905/RS por esta Quinta Turma, no sentido da inviabilidade de restituição dos valores pagos erroneamente pela Administração em virtude de desacerto na interpretação ou má aplicação da lei, quando verificada a boa-fé dos servidores beneficiados. Agravo regimental desprovido." (AgRgREsp nº 612.101/RN, Relator Ministro Felix Fischer, in DJ 1°/7/2005).

"ADMINISTRATIVO. E PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO MONOCRÁTICA. POSSIBILIDADE DO RELATOR NEGAR SEGUIMENTO AO RECURSO COM BASE NO ART. 557 DO CPC. SERVIDOR PÚBLICO. VALORES INDEVIDOS PAGOS PELA ADMINISTRAÇÃO. RESTITUIÇÃO DOS VALORES RECEBIDOS DE BOA-FÉ. INVIABILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. I - Nos termos do artigo 557 do Código de Processo Civil, o referido artigo autoriza o relator a negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com jurisprudência dominante no respectivo tribunal. Assim sendo, não existe a irregularidade apontada. II - O Superior Tribunal de Justiça vinha se manifestando no sentido de que a Administração Pública, após constatar que estava procedendo erroneamente o pagamento de valores, podia efetuar a correção do ato administrativo, de forma a suspender tal pagamento, bem como proceder ao desconto das diferenças recebidas indevidamente pelo servidor. III - Em recentes julgados a Eg. Quinta Turma, revendo o posicionamento anterior, entendeu que diante da presunção de boa-fé no recebimento de valores pelo servidor, incabível é a restituição do pagamento efetuado erroneamente pela Administração. Precedentes. IV - Agravo interno desprovido." (AgRgREsp nº 729.834/RN, Relator Ministro Gilson Dipp, in DJ 23/5/2005). In casu, a boa-fé do servidor exsurge da letra mesma do acórdão recorrido, e não foi objeto de impugnação pela recorrente em suas razões recursais, resultando, pois, incontroversa.

Confiram-se, ainda, nesse sentido, os seguintes precedentes jurisprudenciais:

"RECURSO ESPECIAL. APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR APOSENTADO. VALORES PAGOS A MAIOR PELA ADMINISTRAÇÃO. ART. 46 DA LEI 8.112/90. BOA-FÉ DO BENEFICIADO. RESTITUIÇÃO. INVIABILIDADE. 1. Consoante recente posicionamento desta Corte Superior de Justiça, é incabível o desconto das diferenças recebidas indevidamente pelo servidor, em decorrência de errônea interpretação ou má aplicação da lei pela Administração Pública, quando constatada a boa-fé do beneficiado. Precedentes. 2. Recurso desprovido." (REsp n° 645.165/CE, Relatora Ministra Laurita Vaz, in DJ 28/3/2005).

102 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

"ADMINISTRATIVO. REAJUSTES SALARIAIS EFETUADOS INDEVIDAMENTE PELA ADMINISTRAÇÃO. RESTITUIÇÃO DOS VALORES RECEBIDOS DE BOA-FÉ. INVIABILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. I - O Superior Tribunal de Justiça vinha se manifestando no sentido de que a Administração Pública, após constatar que estava procedendo erroneamente o pagamento de valores, podia efetuar a correção do ato administrativo, de forma a suspender tal pagamento, bem como proceder ao desconto das diferenças recebidas indevidamente pelo servidor. II - Em recente julgado a Eg. Quinta Turma, revendo o posicionamento anterior, entendeu que diante da presunção de boa-fé no recebimento de gratificação pelo servidor, incabível é a restituição do pagamento efetuado erroneamente pela Administração. Precedente. III - Agravo interno desprovido" (AgRgREsp n° 675.260/CE, Relator Ministro Gilson Dipp, in DJ 7/3/2005).

"RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS. PISO SALARIAL DE ENGENHEIROS. ERRÔNEA INTERPRETAÇÃO LEGAL POR PARTE DA ADMINISTRAÇÃO. DEVOLUÇÃO. VALORES RECEBIDOS INDEVIDAMENTE. ART. 46 DA LEI Nº 8.112/90. BOA-FÉ. IMPOSSIBILIDADE. Firmou-se o entendimento, a partir do julgamento do REsp 488.905/RS por esta e. Quinta Turma, no sentido da inviabilidade de restituição dos valores pagos erroneamente pela Administração em virtude de desacerto na interpretação ou má aplicação da lei, quando verificada a boa-fé dos servidores beneficiados. Recurso desprovido." (REsp nº 598.395/SC, Relator Ministro Felix Fischer, in DJ 29/11/2004).

"RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. SERVIDORES. GRATIFICAÇÃO. RECEBIMENTO INDEVIDO EFETUADO PELA ADMINISTRAÇÃO POR SUA RESPONSABILIDADE. BOA-FÉ NO RECEBIMENTO. RESTITUIÇÃO DOS VALORES. DESCONTO EM FOLHA. INVIABILIDADE. Ante a presunção de boa-fé no recebimento da Gratificação em referência, descabe a restituição do pagamento indevido feito pela Administração em virtude de errônea interpretação ou má aplicação da lei. Recurso desprovido" (REsp nº 488.905/RS, Relator Ministro José Arnaldo da Fonseca, in DJ 13/9/2004).

ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REGULAR PROCESSO LEGAL. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA.

VERBAS RECEBIDAS DE BOA-FÉ PELOS SERVIDORES. 1. São imperativos constitucionais: ninguém será privado da liberdade ou de bens sem o devido processo legal (art. 5º, LIV) e aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla

defesa,com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV). Tais diretrizes jurídicas, dentre outras pertinentes, devem ser observadas pelas autoridades administrativas nas relações

103 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

travadas com os administrados; é direito subjetivo destes de só submeter seu patrimônio jurídico à eficácia das decisões após o regular processo legal, bem assim dever da Administração instaurar o expediente para garantir a validade de seus atos. 2. As verbas recebidas de boa-fé pelos servidores devem ser preservadas, não sendo razoável exigir-se, quanto mais sob pretexto de exercício da autotutela, a devolução de valores

unilateralmente estabelecidos pela Administração, instalando insegurança quanto à verba alimentar. (TRF4, 3ª. Turma, AG 200404010395720/RS, Relator Desembargador Federal Luiz Carlos de Castro Lugon, julgado

por maioria em 26.4.2004, publicado no DJ em 1°.6.2005, p. 374)

Em conclusão, não são passíveis de devolução os valores recebidos de boa-fé pelo servidor, ainda que erroneamente pagos pela Administração, tendo em vista a natureza alimentar das verbas remuneratórias e a presumida boa-fé dos agentes públicos.

Como, mediante o Decreto Municipal nº 242/2000, os servidores ficaram sujeitos a devolução dos valores recebidos a maior, por falha da Administração Municipal, onde muitos já restituíram grande parte, outros já restituíram tudo, e outros, ainda, nada devolveram, esta Instrução entende que, deva ser cessada a cobrança, caso ainda esteja ocorrendo.

Em 27/06/2008, após contato telefônico, a Prefeitura remeteu à Instrução, através do Protocolo 014321 (fls.45 a 430 – Processo TCE 02/06733020), todas as fichas financeiras, planilhas de descontos e ficha de notificação dos servidores referente ao Decreto Municipal nº 242/2000, demonstrando o que efetivamente foi devolvido aos cofres públicos.

Na seqüência, passaremos a confrontação dos totais pagos pelos servidores envolvidos, e os valores efetivamente apurados pela Instrução, quando da realização da Inspeção “in loco”.

104 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Servidores que, conforme Auditoria “in loco”, perceberam irregularmente valores referentes a gratificações, horas extras, gratificações e outros.

Servidores que devolveram aos Total pago(através de cofres públicos valores recebidos a Cargo desconto em folha de total calculado para mais para menos

maior, segundo Decreto Municipal pagamento) nº 242/2000 AVELINO DE OLIVEIRA Operador de equipamentos R$ 847,43 R$ 781,57 R$ 65,86 AMADEO RODRIGUES DE OLIVEIRA Ag. Conservação/ Ofic. Obras R$ 2.432,68 R$ 2.078,95 R$ 353,73 ANA MARIA CHRISTOFF Ag. Efermagem / Ag. Administrativa R$ 2.927,66 R$ 2.638,31 R$ 289,35 ANTONIO PEREIRA Operador de equipamentos R$ 341,05 R$ 260,61 R$ 80,44 ANTONIO VILSON DE OLIVEIRA Ofic. Obras R$ 37,60 R$ 33,96 R$ 3,64 ARLETE COSTA BANCK Servente/ Merendeira R$ 1.783,58 R$ 1.519,88 R$ 263,70 ATANALIDES PEREIRA DE MEDEIROS Aposentado/ Ag. Conservação R$ 1.250,48 R$ 1.070,00 R$ 180,48 BRAULINO MACCARINI Operador de equipamentos R$ 326,59 R$ 246,12 R$ 80,47 CERLITO JOSE ALEXANDRE Motorista R$ 155,52 R$ 109,57 R$ 45,95 CIRLEI CASCAES DE SOUZA Motorista R$ 1.120,00 R$ 898,63 R$ 221,37 CLAUDIA A. DELLA JUSTINA SO Ag. Administrativo R$ 1.737,10 R$ 1.772,20 R$ 35,10 DARCI BUENO Servente/ Aux. Serviços Gerais R$ 1.082,78 R$ 931,68 R$ 151,10 Ag. Enfermagem/ Ag. DELOURDES IRENE M. MAFIOLETTI R$ 3.451,03 R$ 2.923,98 R$ 527,05 Administrativa DILSON JOSUE ANDRADE Servente/ Ag. Conservação R$ 253,82 R$ 203,00 R$ 50,82

DONIZETE RODRIGUES DE OLIVEIRA Ag. Conservação R$ 499,24 R$ 408,49 R$ 90,75 EDIR VERISSIMO DARROITE Aux. Serviços Gerais R$ 543,25 R$ 464,80 R$ 78,45 EDSON VALENTIN COSTA Operador de equipamentos R$ 1.112,76 R$ 969,50 R$ 143,26 ERIONETE DE SOUZA POSSENTI Ag. Administrativo R$ 867,59 R$ 710,96 R$ 156,63 GIL MARIO MARCELINO Operador de equipamentos R$ 1.003,98 R$ 866,56 R$ 137,42 ILSON COSTA Operador de equipamentos R$ 1.138,72 R$ 955,78 R$ 182,94 JANETE APARECIDA COSTA FURLAN Servente/ Ag. Conservação R$ 2.674,28 R$ 2.340,62 R$ 333,66 JANIR LUIZ DE SOUZA Motorista R$ 343,77 R$ 273,90 R$ 69,87

105 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Servidores que devolveram aos total pago(através de cofres públicos valores recebidos a Cargo desconto em folha de total calculado para mais para menos maior, segundo Decreto Municipal pagamento) nº 242/2000 JOAQUIM AROSNI BERETTA Aux. Serviços Gerais R$ 26,50 R$ 24,00 R$ 2,50 JOSE ANDRADE DE LIZ Servente R$ 299,25 R$ 246,00 R$ 53,25 JOSE ANTONIO MELLO Médico R$ 5.404,89 R$ 3.700,48 R$ 1.704,41 JULIANA FELIPE COPETI SARTOR Aux. Secretaria R$ 12,33 R$ 11,14 R$ 1,19 LAURI TORQUATO DE SOUZA Ag. Conservação R$ 236,90 R$ 193,28 R$ 43,62 LUIZ FERNANDO DIAS Ag. Conservação R$ 872,02 R$ 715,00 R$ 157,02 MARCIO LUIZ PERAO COSTA Motorista R$ 142,94 R$ 98,44 R$ 44,50 MARCIRIO MORAES ANTUNES Mecânico R$ 4.800,60 R$ 2.800,56 R$ 2.000,04 MARIA GORETTI MENDES Recepcionista R$ 1.073,07 R$ 896,81 R$ 176,26 MARISTELA PIUCCO R$ 1.238,56 R$ 1.012,74 R$ 225,82 OLIVIO LORENZETTI Operador de Equipamentos R$ 608,60 R$ 763,96 R$ 155,36 PLINIO RIBEIRO RAMOS JUNIOR Médico Veterinário R$ 9.435,17 R$ 9.362,45 R$ 72,72 RENATO PEDRO COPETTI Aux. Serviços Gerais R$ 3.254,75 R$ 2.811,36 R$ 443,39 ROMARIO RODRIGUES DE OLIVEIRA Ofic. Obras R$ 26,50 R$ 24,00 R$ 2,50 SAULO BELISARIO FERREIRA VIEIRA Motorista R$ 3.672,97 R$ 3.121,91 R$ 551,06 SIDNEY DONIZETE DA SILVA Professor R$ 1.411,47 R$ 1.485,36 R$ 73,89 SIDNEY NURNBERG Motorista R$ 434,51 R$ 354,34 R$ 80,17 SILVESTRE DELLA JUSTINA Aux. Serviços Gerais R$ 5.446,70 R$ 6.572,86 R$ 1.126,16 SILVIO DONIZETI DE OLIVEIRA Servente R$ 474,54 R$ 393,80 R$ 80,74 SONIA REGINA CARDOSO OSELAME Médico Veterinário R$ 5.973,70 R$ 5.045,17 R$ 928,53 SUZETE DE SOUZA OSELAME Professor/ Ag. Social/ Ag. Enfermag. R$ 1.040,38 R$ 966,56 R$ 73,82

TOTAL R$ 71.817,26 R$ 63.059,29 R$ 12.362,42 R$ 1.390,51

106 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Servidores que receberam valores irregularmente, mas não obtiveram desconto em folha de pagamento

ADILIO JOSE SARTOR Assessor Especial R$ 0,00 R$ 6.356,43 R$ 6.356,43 CARLOS E. M. GRANZOTTO Secretário Adminisrtativo R$ 0,00 R$ 9.324,37 R$ 9.324,37 CELSO PEREIRA DE SOUZA Assessor Especial R$ 0,00 R$ 320,00 R$ 320,00 CESAR P. WALTER Secretário da Agricultura R$ 0,00 R$ 4.748,30 R$ 4.748,30 CLARICE DE LIMA Chefe de Gabinete R$ 0,00 R$ 400,00 R$ 400,00 EMERSOM SILVA Técnico Agropecuário R$ 0,00 R$ 155,05 R$ 155,05 EROVALDO M. AURAS Técnico Contábil R$ 0,00 R$ 2.200,28 R$ 2.200,28 FRANCISCO MELO Téc. Agropecuário/ Administrador R$ 0,00 R$ 1.056,15 R$ 1.056,15 GILBERTO E. OLIVEIRA Secretário de Obras R$ 0,00 R$ 2.801,62 R$ 2.801,62 GILBERTO NAVA Engenheiro R$ 0,00 R$ 7.476,20 R$ 7.476,20 JOSE ENEVALDO COSTA Assistente Financeiro R$ 0,00 R$ 6.985,47 R$ 6.985,47 LUIZ G. OLIVEIRA Odontólogo R$ 0,00 R$ 3.938,10 R$ 3.938,10 VELOCINO S. BOLZANI Engenheiro R$ 0,00 R$ 8.326,59 R$ 8.326,59

TOTAL R$ 0,00 R$ 54.088,56 R$ 0,00 R$ 54.088,56

TOTAL GERAL R$ 71.817,26 R$ 117.147,85 R$ 10.148,48 R$ 55.479,07

107 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

DESCONTOS EM R$, OCORRIDOS MÊS A MÊS, CONFORME DECRETO MUNICIPAL Nº 242/00 Servidores: 10/2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 SOMA

ALVELINO DE OLIVEIRA 162,08 220,52 464,83 847,43 AMADEO RODRIGUES DE OLIVEIRA 121,64 476,13 486,24 486,24 508,88 353,55 2.432,68 ANA MARIA CHRISTOFF 168,72 506,16 506,16 506,16 529,76 618,30 92,40 2.927,66 ANTONIO PEREIRA 162,08 178,97 341,05 ANTONIO VILSON DE OLIVEIRA 37,60 37,60 ARLETE COSTA BANCK 66,60 302,65 312,00 312,00 326,56 332,36 131,41 1.783,58 ATANALIDES PEREIRA DE MEDEIROS 113,68 341,04 341,04 341,04 113,68 1.250,48 BRAULINO MACCARINI 162,08 164,51 326,59 CERLITO JOSE ALEXANDRE 155,52 155,52 CIRLEI CASCAES DE SOUZA 162,08 597,92 360,00 1.120,00 CLAUDIA A. DELLA JUSTINA SO 168,72 210,90 581,94 635,52 140,02 1.737,10 DARCI BUENO 66,60 280,65 266,67 312,00 156,86 1.082,78 DELOURDES IRENE M. MAFIOLETTI 126,56 620,36 644,80 607,20 635,52 545,66 270,93 3.451,03 DILSON JOSUE ANDRADE 66,60 176,65 10,57 253,82 DONIZETE RODRIGUES DE OLIVEIRA 66,60 280,65 151,99 9,24 EDIR VERISSIMO DARROITE 66,60 236,65 240,00 543,25 EDSON VALENTIN COSTA 162,08 534,72 415,96 1.112,76 ERIONETE DE SOUZA POSSENTI 168,72 506,16 192,71 867,59 GIL MARIO MARCELINO 162,08 700,52 141,38 1.003,98 ILSON COSTA 162,08 534,72 441,92 1.138,72 JANETE APARECIDA COSTA FURLAN 66,60 302,65 312,00 312,00 326,56 338,96 465,80 549,71 2.674,28 JANIR LUIZ DE SOUZA 162,08 181,69 343,77

108 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

JOAQUIM AROSNI BERETTA 26,50 26,50 JOSE ANDRADE DE LIZ 66,60 232,65 299,25 JOSE ANTONIO MELLO 266,40 1.165,50 1.198,80 1.198,8 0 1.254,72 320,67 5.404,89 JULIANA FELIPE COPETI SARTOR 12,33 12,33 LAURI TORQUATO DE SOUZA 88,80 148,10 236,90 LUIZ FERNANDO DIAS 66,60 236,65 284,00 284,77 872,02 MARCIO LUIZ PERAO COSTA 142,94 142,94 MARCIRIO MORAES ANTUNES 355,60 1.066,80 1.066,80 1.066,80 1.066,80 177,80 4.800,60 MARIA GORETTI MENDES 66,60 280,65 288,00 306,00 131,82 1.073,07 MARISTELA PIUCCO 76,68 230,04 230,04 230,04 381,12 90,64 1.238,56 OLIVIO LORENZETTI 162,08 446,52 608,60 PLINIO RIBEIRO RAMOS JUNIOR 333,00 1.401,05 1.437,60 1.437,60 479,20 1.785,14 1.977,96 583,62 9.435,17 RENATO PEDRO COPETTI 121,64 466,02 486,24 575,12 561,80 573,50 470,43 3.254,75 ROMARIO RODRIGUES DE OLIVEIRA 26,50 26,50 SAULO BELISARIO FERREIRA VIEIRA 162,08 700,52 482,00 720,00 753,60 616,20 238,57 3.672,97 SIDNEY DONIZETE DA SILVA 76,68 230,04 230,04 257,46 32,45 539,22 45,58 1.411,47 SIDNEY NURNBERG 162,08 272,43 434,51 SILVESTRE DELLA JUSTINA 162,08 700,52 720,00 720,00 753,60 688,80 902,88 798,82 5.446,70 SILVIO DONIZETI DE OLIVEIRA 66,60 236,65 171,29 474,54 SONIA REGINA CARDOSO OSELAME 266,40 865,80 1.379,70 1.440,00 1.506,57 515,23 5.973,70 SUZETE DE SOUZA OSELAME 126,56 495,62 418,20 1.040,38

TOTAL 5.592,15 16.529,78 13.680,98 11.695,17 10.155,02 5.311,69 4.896,78 3.372,07 583,62 71.817,26

109 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Constatou -se, ainda, em Auditoria “in loco”, que alguns servidores perceberam irregularmente valores referentes a gratificações, horas extras, dentre outros, apontados pela Instrução que se quer constam na Lista da Prefeitura, conforme abaixo:

Nome Cargo

SALETE SARTOR Diretora de Bem Estar Social ZÉLIA OZELAME VIEIRA Secretária da Educação

AVELINO DE OLIVEIRA Operador de Equipamento VIRGÍLIO GUERBER Aux. Serviços Gerais ADÍLIO JOSÉ SARTOR JR. Operador de Equipamento

Diante do quadro comparativo apresentado, verificou-se que, conforme definido pelo Relatório de Inspeção e ratificado pelo Acórdão nº 221/99 e posteriormente pelo Acórdão nº 0361/2002, o total a ser devolvido aos cofres municipais montava em R$ 116.860,37.Como, mesmo de forma errônea (pois ocorreu a cobrança diretamente dos servidores que receberam tais valores de boa-fé), já foram devolvidos aos cofres municipais R$ 71.817,26, restam, ainda, a serem restituídos R$ 45.043,11.

Os valores recambiados aos cofres públicos do Município de Rio Rufino, no montante de R$ 71.817,26, foram descontados dos servidores municipais, como já explanado anteriormente. No entanto, segundo a documentação comprobatória encaminhada pela Origem (fls.45 a 430 – Processo TCE 02/06733020), não há como discriminar o que foi devolvido a título de adicional de função gratificada pago irregulamente, ou concessão de gratificação ou vantagem pecuniária indevida, ou ainda, pagamentos impróprios a título de indenizações, horas extras e adicional de insalubridade, uma vez que a apuração da dívida ocorreu de forma específica (realizada pela Prefeitura), mas o desconto dos servidores ocorreu apenas sob a rubrica “DESCONTO DECRETO Nº 242/2000” (conforme fichas financeiras encaminhadas). Como, mesmo irregularmente, nem todos os servidores foram compelidos a devolução do montante recebido a maior, ainda restam R$ 45.043,11, a serem ressarcidos ao erário.

Assim sendo, esta instrução, diante das apurações realizadas, registra a seguinte restrição:

VII.1. Concessão indevida ou de maior valor do que o previsto em lei, referente a despesas pagas a título de função gratificada, gratificação, vantagem pecuniária, indenizações, horas extras, adicional de insalubridade, remuneração integral a servidor com carga horária reduzida, contrariando as Leis Municipais nº 011/93 e 163/98, a Lei

110 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

Complementar Municipal nº 044/93, “caput” e § 3º do artigo 72, e “caput” do artigo 73 – Estatuto dos Servidores Públicos de Rio Rufino, bem como os princípios da legalidade, impessoalidade e da moralidade previstos no artigo 37 da CF/88, no montante de R$ 45.043,11.

CONCLUSÃO

À vista do exposto e considerando a inspeção “in loco” realizada na Prefeitura Municipal de Rio Rufino, entende a Diretoria de Controle dos Municípios - DMU, com fulcro nos artigos 59 e 113 da Constituição do Estado c/c o artigo 1º, inciso III da Lei Complementar n.º 202/2000, que possa o Tribunal Pleno, decidir por:

1 - CONHECER do presente Relatório de Reinstrução, decorrente do Relatório de Inspeção nº 045/99, resultante da inspeção “in loco” realizada na Prefeitura Municipal de Rio Rufino, para, no mérito:

2 - JULGAR IRREGULARES:

2.1 - com débito, na forma do artigo 18, inciso III, alínea “c” c/c o artigo 21 caput da Lei Complementar n.º 202/2000, as contas referentes à presente Tomada de Contas Especial e condenar o Responsável, Sr. Quintino de Bona Sartor – Ex-Prefeito Municipal, CPF 104.055.859-34, residente à Rua Rita de Bona Sartor, nº 58 – Centro - Rio Rufino – CEP 88.658-970, ao pagamento da quantia abaixo relacionada, fixando-lhe o prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação do acórdão no Diário Oficial do Estado para comprovar, perante este Tribunal, o recolhimento dos valores dos débitos aos cofres públicos municipais, atualizados monetariamente e acrescidos dos juros legais (artigos 40 e 44 da Lei Complementar n.º 202/2000), calculados a partir da data da ocorrência até a data do recolhimento sem o que, fica desde logo autorizado o encaminhamento da dívida para cobrança judicial (artigo 43, II da Lei Complementar n.º 202/2000):

2.1.1. Concessão indevida ou de maior valor do que o previsto em lei, referente a despesas pagas a título de função gratificada, gratificação, vantagem pecuniária, indenizações, horas extras, adicional de insalubridade, remuneração integral a servidor com carga horária reduzida, contrariando as Leis Municipais nº 011/93 e 163/98, a Lei Complementar Municipal nº 044/93, “caput” e § 3º do artigo 72, e “caput” do artigo 73 – Estatuto dos Servidores Públicos de Rio Rufino, bem como os princípios da legalidade, impessoalidade e da moralidade previstos no artigo 37 da CF/88, no montante de R$ 45.043,11. (item VII.1, deste Relatório);

111 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução

3 - APLICAR MULTA ao Sr. Quintino de Bona Sartor – Ex - Prefeito Municipal de Rio Rufino, conforme previsto no artigo 70, I da Lei Complementar n.º 202/2000, pelo cometimento da irregularidade abaixo relacionada, fixando- lhe o prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação do Acórdão no Diário Oficial do Estado para comprovar ao Tribunal o recolhimento da multa ao Tesouro do Estado, sem o que fica desde logo autorizado o encaminhamento da dívida para cobrança judicial, observado o disposto nos artigos 43, II e 71 da Lei Complementar n.º 202/2000:

3.1 - Concessão indevida ou de maior valor do que o previsto em lei, referente a despesas pagas a título de função gratificada, gratificação, vantagem pecuniária, indenizações, horas extras, adicional de insalubridade, remuneração integral a servidor com carga horária reduzida, contrariando as Leis Municipais nº 011/93 e 163/98, a Lei Complementar Municipal nº 044/93, “caput” e § 3º do artigo 72, e “caput” do artigo 73 – Estatuto dos Servidores Públicos de Rio Rufino, bem como os princípios da legalidade, impessoalidade e da moralidade previstos no artigo 37 da CF/88, no montante de R$ 45.043,11. (item VII.1, deste Relatório.

4 - DAR CIÊNCIA da decisão ao Denunciado, Sr. Quintino de Bona Sartor - Ex - Prefeito Municipal de Rio Rufino e ao Denunciante, Sr. Ângelo José Beretta – Ex-Presidente da Câmara Municipal de Rio Rufino (Exercicio 1998).

É o Relatório.

DMU/DCM 5, em...../...... /2008.

Najla Saida Fain Auditor Fiscal de Controle Externo

Gilson Aristides Battisti Auditor Fiscal de Controle Externo Chefe de Divisão

DE ACORDO. Em..../...../2008

Paulo César Salum Coordenador de Controle Inspetoria 2

112 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução