PROCESSO TCE 02/06733020 UNIDADE Prefeitura Municipal De Rio Rufino RESPONSÁVEL Sr. Quintino De Bona Sartor, Ex

PROCESSO TCE 02/06733020 UNIDADE Prefeitura Municipal De Rio Rufino RESPONSÁVEL Sr. Quintino De Bona Sartor, Ex

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS - DMU Rua Bulcão Viana, 90, Centro – Florianópolis – Santa Catarina Fone: (048) 3221 - 3764 Fax: (048) 3221-3730 Home-page: www.tce.sc.gov.br PROCESSO TCE 02/06733020 UNIDADE Prefeitura Municipal de Rio Rufino RESPONSÁVEL Sr. Quintino de Bona Sartor, ex - Prefeito Municipal, gestão 1997/2000. INTERESSADO Sr. Ângelo José Beretta – ex - Presidente da Câmara Municipal de Rio Rufino (Exercício 1998) ASSUNTO Denúncia acerca de averiguação de irregularidades sobre atos de pessoal – Exercício de 1997 e janeiro a maio de 1998 - Reinstrução RELATÓRIO N° 3.718/2008 INTRODUÇÃO Tratam os autos de inspeção decorrente da manifestação do Egrégio Plenário deste Tribunal, em sessão de 20/05/1998 (fls. 124), que determinou a adoção de providências para apuração dos fatos denunciados, acerca de averiguação de irregularidades sobre atos de pessoal – Exercício de 1997 e janeiro a maio de 1998. A Decisão foi proferida em razão das irregularidades delatadas, quando o Processo mereceu apreciação da extinta Diretoria Especial de Auditoria - DEA, através da Informação nº 040/1998, de 28/04/1998 (fls. 115 a 118 dos autos). Assim sendo, realizou-se Inspeção “in loco”, entre os dias 01 a 04 de junho de 1998, conforme Of. TCE/DEA nº 5.427/98, (fls. 125), para verificação de irregularidades cometidas no âmbito da Prefeitura Municipal de Rio Rufino. Os trabalhos foram confiados aos Auditores Fiscais Elisabete Peluso Gebler (Coordenadora) e Édio de Souza. Das ações de inspeção procedidas, originou-se o Relatório de Inspeção nº 056/98, constante às fls. 126 a 243 dos autos, propugnando recomendação no sentido do encaminhamento do presente, ao Responsável, Sr. Quintino de Bona Sartor – Prefeito, à época, do Município de Rio Rufino, a fim de que atendesse 1 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução às solicitações de informações, esclarecimentos e documentos constantes do Instrumento Instrutivo (Relatório nº 056/98). Sugeriu-se, também, a remessa de cópia do Relatório de Inspeção nº 056/98, ao Sr. Pedro Oselame, Vice-Prefeito de Rio Rufino, naquele período, com o objetivo de que o mesmo se manifestasse a respeito do item 14, do citado Relatório, tendo em vista que à época do acontecimento ali registrado, ele se encontrava no exercício do cargo de Prefeito. Em 05/02/1999, foram encaminhadas as cópias do Relatório de Inspeção nº 056/98, (DEN-0073800/81), aos interessados, Prefeito e Vice-Prefeito de Rio Rufino, através dos oficios n° 513 e 514/99, às fls.1303 e 1304, para que se manifestassem sobre as restrições ali contidas. Solicitada a prorrogação do prazo de 30 dias, para a devida resposta (fls. 1308), foram concedidos 15 dias além do prazo regimental, conforme Of. TCE/DEA n° 2.0979/99, datado de 10/03/99 (fls. 1309). II – DA MATÉRIA ENFOCADA A Denúncia descrita na inicial (fls. 02/04) discorre sobre as seguintes alegações: “A Câmara de Vereadores de Rio Rufino, no seu papel de fiscalização, detectou divergências na folha de pagamento de pessoal, relativa aos exercícios de 1997 e 1998, consistindo esta irregularidade em concessão de vantagens sem previsão legal e também o pagamento de horas extras sem o competente controle de ponto, conforme pode-se verificar, facilmente, através da análise das cópias das folhas de pagamento. A Câmara, após ter identificado as irregularidades, emitiu uma instrução e solicitou ao Poder Executivo que tomasse as medidas cabíveis, haja vista que estava envolvido o interesse pecuniário dos funcionários. O Poder Executivo, diante da ação do legislativo, encaminhou um Projeto de Lei estabelecendo o reenquadramento e a conseqüente reclassificação de cargos e salários. A Lei foi aprovada em 19/03/98, sendo que seus efeitos legais já influenciariam a folha de pagamento de salários do mês de MARÇO/1998. Entretanto, o Prefeito em exercício, Sr. Pedro Oselame não cumpriu a Lei e determinou que se calculasse e elaborasse a respectiva folha de pagamento com base na situação anterior. Pode-se verificar, então, que a folha de pagamento de salários é elaborada sem nenhum critério, sendo concedidas vantagens a “bel prazer” do Chefe do Poder Executivo. 2 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução Como exemplo, cita-se o filho do Prefeito e funcionário, Adílio José Sartor, que está afastado respondendo inquérito administrativo, recebeu vantagem sobre o exercício de função, que por motivo de afastamento não está exercendo, portanto, não teria direito. Ainda, sobre o referido funcionário, observa-se que é um Agente Administrativo, cargo igual ao da funcionária Ana Maria Christoff, onde esta recebe seu vencimentos sobre a base de R$ 253,19, enquanto o filho do Prefeito percebe sobre a base de R$ 562,62. Na folha de pagamento do mês de fevereiro/1998, podemos constatar que a Administração não calculou corretamente o direito ao adicional de férias, cometendo erros primários na elaboração da folha de pagamento, ora beneficiando alguns funcionários, ora prejudicando outros, cometendo, inclusive, crime de improbidade administrativa. Podemos constatar, também, que a administração paga adicional de insalubridade a funcionários sem cumprir as formalidades, inclusive a que consiste na medição do grau de insalubridade. O Vereador e também funcionário, Saulo Belizário Pereira Vieira, exerce a função de motorista de Kombi, conforme se verifica na folha de pagamento do mês de março de 1998, no entanto, recebe adicional de insalubridade, sem estar exposto a nenhum tipo de agente insalubre. Desta forma, entendemos que o Vereador está sujeito a processo de cassação do mandato, previsto no artigo 7º, inciso III do Decreto Lei 201/67. Na folha de pagamento do mês de setembro de 1997, verificamos que eram concedidas vantagens horizontais, não autorizadas em Lei, de até 250% (duzentos e cinqüenta por cento) para alguns funcionários, enquanto que outros estavam aterrorizados sem perspectiva de um plano de carreira, que é direito de todo o funcionalismo. Entendemos que os Agentes Públicos agiram de forma discriminatória, paternalista e imoral, beneficiando tão somente seus parentes.” III - DA REINSTRUÇÃO Na inspeção dos aspectos legais em denúncia, resultou evidenciado e apurado o Relatório de Instrução nº 056/98, conforme segue: “1. PASTAS FUNCIONAIS No exame das pastas funcionais, no decorrer da auditoria, em busca de informações sobre o assentamento individual dos funcionários componentes do 3 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução "Quadro de Servidores" da Prefeitura Municipal de Rio Rufino-SC, a Equipe de Analistas deste Tribunal de Contas, deparou-se com várias dificuldades, fruto da desordem em que se encontravam esses controles. A maioria das pastas não apresentavam os documentos necessários para se conhecer a vida funcional dos servidores. Não continham cópias de atos referentes à nomeação, posse, férias, concessão de gratificações, vantagens pecuniárias tais como adicionais de insalubridade, horas-extras, etc. Muitos, não continham, na ficha individual, os dados pessoais do servidor nem a fotografia do mesmo. José Cretella Júnior, em seu livro "Curso de Direito Administrativo", 12ª Edição à folha 469, referindo-se sobre o assentamento individual do funcionário, assim se expressa: "Tão importante é a fiscalização do exercício efetivo da função pública, que a lei determina sejam anotadas, em lugar especial, as menores peculiaridades que lhe dizem respeito. O lugar que a Administração ordena que se faça o registro do início, da interrupção e do reinicio do exercício é a ficha ou assentamento individual do funcionário público. Do assentamento individual, cujos dados serão fornecidos pelo próprio funcionário ao serviço do pessoal respectivo, após ter tomado posse e antes de entrar em exercício, constarão, primeiramente, os elementos de qualificação necessários à abertura da ficha; mais tarde, integrado ao serviço público terá, periodicamente, transplantados para o assento os principais fatos que assinalam as diversas fases de sua vida funcional, não só os merecimentos como também as punições sofridas". A desorganização verificada nas pastas funcionais dos servidores municipais de Rio Rufino em muito prejudicou o andamento da auditoria, tendo em vista que a totalidade da denúncia se referia a infrações decorrentes de atos de pessoal e suas conseqüências. Essa circunstância conflita com a exigência contida no inciso IV, do artigo 67 da Lei Orgânica do Município auditado. Está assim expresso o artigo 67, IV da L.O: "Art.67 -- O Poder Executivo manterá sistema de controle interno, com a finalidade: I - ... II - ... III - ... IV - Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucionaL" O responsável deverá providenciar a regularização da restrição aqui mencionada. (Relatório nº 056/98 (fls. 126/243) de inspeção “in loco” - Citação, item 1) 4 DMU/Processo TCE 02/06733020 / Prefeitura Municipal de Rio Rufino – Reinstrução O Responsável apresentou as seguintes justificativas: “Quanto ao apontado, estamos realizando a reestruturação do Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura, juntando todos os documentos relativos ao servidor em um única pasta, que conterá os seguintes documentos, entre outros: a) - Portaria de nomeação e outras; b) - recibos de salários e férias; c) - cópia de perícia concedendo insalubridade; d) - cartões de ponto; e) - atestados médicos; f) - outros. O registro do funcionário é feito em livro próprio, devidamente registrado no Ministério

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