Redalyc.A Suíte Metatholeiítica Da Seqüência
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Rem: Revista Escola de Minas ISSN: 0370-4467 [email protected] Escola de Minas Brasil Andreatta e Silva, Gorki Pomar; Carneiro, Mauricio Antônio A suíte metatholeiítica da seqüência metavulcanossedimentar Rio Manso, Quadrilátero Ferrífero (MG) Rem: Revista Escola de Minas, vol. 62, núm. 4, octubre-diciembre, 2009, pp. 423-430 Escola de Minas Ouro Preto, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=56416740003 Como citar este artigo Número completo Sistema de Informação Científica Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto Gorki Pomar Andreatta e Silva et al. Geociências A suíte metatholeiítica da seqüência metavulcanos- sedimentar Rio Manso, Quadrilátero Ferrífero (MG) (The metatholeiitic suite of the Rio Manso metavolcanosedimentary sequence, Iron Quadrangle (MG)) Resumo A seqüência metavulcanossedimentar Rio Manso compreende rochas me- taultramáficas com intercalações de metamafitos e rochas metassedimentares psa- mo-pelíticas. Localiza-se no domínio geológico do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, porção meridional do Cráton São Francisco. O mapeamento litoestrutural (escala 1:10.000) assim como os estudos petrográficos, mineralógicos e litogeoquí- micos permitiram identificar, no âmbito dessa seqüência, uma Suíte Metatholeiítica. Em termos geoquímicos, se comparada com outras ocorrências mundiais, a Se- qüência Metavulcanossedimentar Rio Manso se assemelha à Seqüência Mesoar- queana de Barbeton. Essa semelhança sugere que a Seqüência estudada corres- ponde a um terreno granito-greenstone que poderia representar a continuidade nordeste do Complexo Metamórfico Campo Belo de idade mesoarqueana. Palavras-chave: Metaultramafitos, Quadrilátero Ferrífero, seqüência meta- vulcanossedimentar de Rio Manso, arqueano. Abstract Gorki Pomar Andreatta e The Rio Manso Metavolcanosedimentary Sequence comprises Silva metaultramafic rocks with intercalations of metamafic and psammo-pelitic metasedimentary rocks located in the geologic domain of the Iron Quadrangle in Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Minas Gerais, southern São Francisco Craton. The litho-structural mapping Preto - PPECRN (1:10,000), as well as petrographic, mineralogical and lithogeochemical studies E-mail: [email protected] allowed the identification of a metatholeiitic suite in the range of this sequence. When compared to other world sequences in terms of geochemistry, the Rio Manso Mauricio Antônio Carneiro Metavolcanosedimentary Sequence is similar to the Mesoarchean Barbeton Sequence. This similarity suggests that the studied Sequence corresponds to a Departamento de Geologia, Escola de granite-greenstone terrain which may represent the northeastern extension of Minas, Universidade Federal de Ouro the Mesoarchean Campo Belo Metamorphic Complex. Preto - PPECRN E-mail: [email protected] Keywords: Metaultramafites, Iron Quadrangle, Rio Manso, metavolcanosedimentary sequence, archean. REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 62(4): 423-430, out. dez. 2009 423 A suíte metatholeiítica da seqüência metavulcanossedimentar Rio Manso, Quadrilátero Ferrífero (MG) 1. Introdução intercalações de metamafitos e metasse- estabilizada no Neoarqueano (e.g. Com- dimentos de natureza psamo-pelítica. plexo Metamórfico Campo Belo); 2) se- Apresentam-se, nesse trabalho, os qüências supracrustais arqueanas (Su- O conhecimento geológico acerca resultados de um estudo geológico rea- pergrupo Rio das Velhas - Dorr II, 1969; da SMRM é escasso, destacando-se o lizado na seqüência metavulcanossedi- Schorscher et al., 1982, Ladeira, 1980, trabalho de Pinheiro (1998), que relata a mentar Rio Manso, que compreendeu 1981, 1988) e 3) seqüências supracrus- existência de rochas vulcânicas (com e mapeamento geológico (1:10.000), petro- tais proterozóicas (e.g. Supergrupo Mi- sem textura spinifex) e a presença de logia, minerografia e litogeoquímica. Essa nas - Dorr II, 1969). O Supergrupo Rio derrames maciços e acamadados, com seqüência, doravante designada como das Velhas é uma seqüência metavulca- variadas texturas e estruturas ígneas. SMRM, ocorre nas proximidades da ci- nossedimentar do tipo greenstone belt, Tectonicamente, a SMRM está inserida dade de Rio Manso, no domínio geoló- constituída, da base para o topo, pelos no contexto do Cráton São Francisco gico do Quadrilátero Ferrífero em Minas grupos Quebra Ossos, Nova Lima e Meridional e compreende: 1) uma crosta Gerais (Figura 1) e compreende um cin- Maquiné (Dorr II, 1969, Schorscher et turão de rochas metaultramáficas com siálica (Carneiro 1992; Teixeira et al. 2000) Figura 1 - Geologia da porção meridional do Cráton São Francisco, modificado de Campos (2004). 1 = Terrenos Arqueanos e Paleoproterozóicos Indiferenciados; 2 = Seqüências greenstone arqueanas [Supergrupo Rio das Velhas e Correlatos]; 3 = Suítes Máfico-Ultramáficas [Ribeirão dos Motas e Correlatos]; 4 = Rochas Gabróicas e Dioríticas Indiferenciadas; 5 = Granitóides Arqueanos, 6 = Supergrupo Minas; 7 = Seqüências tipo greenstone indiferenciadas (Proterozóico); 8 = Granitóides Proterozóicos; 9 = Grupos São João del-Rey e Andrelândia; 10 = Supergrupo Espinhaço, e 11 - Cobertura Cratônica Indivisa; 12 = Falhas e Lineamentos (ZCC – Zona de Cisalhamento Cláudio, ZCJB – Zona de Cisalhamento Jeceaba-Bom Sucesso, LCg – Lineamento Congonhas); 13 = Eixos de Dobras; 14 = A) Traço das Foliações Regionais, B) Contatos Geológicos; 15 = Cidades: B) Barbacena, Bf) Bonfim, BH) Belo Horizonte, BS) Bom Sucesso, CB) Campo Belo, CL) Conselheiro Lafaiete, D) Divinópolis, DER) Desterro de Entre Rios, L) Lavras, Ol) Oliveira, OP) Ouro Preto, PT) Passa Tempo, SAA) Santo Antônio do Amparo, SJR) São João del-Rey. SMRM – Área de ocorrência da Seqüência Metavulcanossedimentar Rio Manso. 424 REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 62(4): 423-430, out. dez. 2009 Gorki Pomar Andreatta e Silva et al. al., 1982, Ladeira, 1980, 1981, 1988). O sim sendo, Teixeira et al. (1996) denomi- e estruturais diversos (Figura 2), desta- principal evento tectônico imposto a naram de Complexo Metamórfico Cam- cando topos enrugados pelo arrefeci- essa seqüência é do Neoarqueano e teve po Belo toda a crosta siálica a oeste do mento brusco de magmas viscosos e lugar à volta de 2,78 Ga (Machado & Car- Complexo Metamórfico Bonfim na região truncamentos vulcânicos (Figura 2C). neiro, 1992). Com relação à ocorrência do Quadrilátero Ferrífero, de forma a di- Numerosos afloramentos exibem acama- de ultramafitos na região, Harder e Cham- ferenciar duas grandes crostas arquea- mentos ígneos destacados pela ação berlain (1915) foram os pioneiros na ca- nas de história evolutiva polifásica. deutérica seletiva, que é mais pronunci- racterização desses litotipos no Quadrilá- ada nos níveis peridotíticos e piroxeníti- tero Ferrífero, que, posteriormente, foram cos, geralmente situados na base e no classificados em tipos intrusivos e extrusi- 2. Materiais e métodos topo dos derrames. Os acamamentos íg- vos (Maxwell, 1972). Schorscher (1978) O mapeamento geológico e os es- neos podem ser facilmente caracteriza- identificou texturas spinifex nos ultra- tudos petrográficos, minerográficos, pe- mafitos extrusivos, classificando-os dos através da textura e granulação dos trológicos e litogeoquímicos realizados como lavas metaultramáficas komatiíti- minerais, sendo confirmados pela pre- na SMRM abarcaram, além da área estu- cas e propondo a sua inclusão, junta- sença de sulcos (depressões) e protu- dada por Pinheiro (1998), a continuidade mente com os metabasaltos e metassedi- berâncias, referentes às partes basais e setentrional dessa seqüência, localizada mentos, na base do Supergrupo Rio das de topo dos derrames, respectivamente. a oeste da sede da cidade de Rio Manso Velhas. Com isso, formalizou-se o Grupo Nos metavulcanitos, o acamamento é ir- (Figura 1). No caso dos estudos litogeo- Quebra Ossos (Sichel & Valença, 1983). regular, devido ao resfriamento rápido, químicos, antecedendo a preparação Regionalmente citam-se, também, os mas, nos metaplutonitos, é perfeitamen- propriamente dita das amostras em labo- metaultramafitos do Córrego dos Boi- te plano. Quanto às texturas, destacam- ratório, alguns procedimentos foram re- adeiros (Gair, 1962, Pomerene, 1964, se a cumulática, que nos derrames confi- alizados no campo. Para evitar contami- Padilha, 1984, Padilha et al., 1985, 1991, gura-se como um nível basal de peridoti- nação do material a ser analisado, as cros- Costa, 1995); Tinguá-Caeté (Souza Filho tas intemperizadas, ou porções inade- to, e o nível de topo mais piroxenítico, 1991, Oliveira, 1986); Lafaiete (Pires, 1977; quadas, foram removidas a golpes de que pode conter as texturas: spinifex (Fi- Schorscher et al., 1982; Seixas, 1988); marreta. Na impossibilidade dessa remo- guras 2A e 2B); brechas de topo e textu- Itaguara (Goulart, 2006), Ribeirão dos ção in situ, utilizou-se, em laboratório, ra vítrea ou amorfa. Tais feições textu- Motas (Carneiro, 1966, Carneiro et al., de uma serra circular diamantada para rais permitem obter informações geope- 1997, Oliveira, 1999, Carvalho Jr., 2001; tais. Adicionalmente relata-se a presen- Oliveira, 2004, Fernandes, 2001); fatiar e remover as porções isentas de ça de fraturas de resfriamento e, ainda, Itapecerica (Oliveira, 1999); Cláudio intemperismo, que foram, então, cominu- tubos de lava circundados por almofa- (Couto 2004; Couto & Carneiro, 2007); ídas, quarteadas, pulverizadas e armaze-