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REDE DE AVALIAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS DIRETORES PARTICIPATIVOS

Roteiro para Relatório Estadual de Avaliação dos Planos Diretores

Nome do pesquisador responsável: Valéria Pinheiro E-mail e telefone de contato: [email protected] / 85 8855.9909 Estado: Municípios analisados: , Beberibe, , , Coreau, Eusébio, , , , Icó, Irauçuba, , Nova , , Pacatuba, Redenção, Russas, Santana do Acaraú, São Benedito, Sobral, e . (obs.: Foram analisados também os Planos Diretores dos Municípios de Quixadá, e , mas estes não foram considerados na elaboração deste relatório estadual por serem anteriores ao Estatuto da Cidade) Estudo de Caso: Juazeiro do Norte, Irauçuba e Beberibe

I. Caracterização do Estado

1. Caracterização socioeconômica do Estado. Entre as informações sugeridas para essa síntese, destacam-se: a) população urbana e rural (Contagem 2007 – IBGE) O Estado do Ceará, pela Contagem 2007 do IBGE, contava com 4.820.630 habitantes, sendo 2.758.807 de população urbana e 2.061.823 rural. b) renda per capita do Estado. 5.636 (IBGE 2006) c) Breve avaliação da dinâmica urbana no estado, destacando municípios/regiões do Estado com crescimento urbano significativo e regiões/municípios que estão vivendo processos de esvaziamento econômico e demográfico A partir da década de 1950 o Estado do Ceará passou a apresentar déficits migratórios negativos, por conta dos intensos êxodos populacionais. Um grande número de cearenses saiu do Estado em busca de melhores condições de vida, principalmente na região Sudeste. A partir da década de 80 acontece um crescimento econômico do Estado, com a retomada dos investimentos nos setores produtivos. Naquela época o Ceará passou a ocupar o terceiro lugar dentre as economias nordestinas, que perdura até hoje. Assim, houve um redirecionamento dos

1 fluxos migratórios, como se percebe no quadro abaixo:

Tabela 3 - Saldos migratórios dos estados nordestinos entre 1986 a 2006 Saldos Migratórios Unidades da 1986 a Federação 1991 1995 a 2000 2001 a 2005 2006 Maranhão -134.479 -173.653 -71.919 -66.707 Piauí -66.498 -52.075 -8.103 -11.352 Ceará -123.512 -23.785 31.705 38.329 Rio Grande do Norte -874 6.630 24.886 30.423 Paraíba -85.156 -61.480 10.200 -25.661 Pernambuco -145.554 -115.419 -10.221 -10.044 Alagoas -51.751 -71.983 -43.952 -35.125 Sergipe 13.765 -4.817 -3.291 -6.303 Bahia -282.477 -267.465 -39.409 33.017 Nordeste (Total) -876.536 -764.047 -110.104 -53.423

A partir dos mapas em anexo é possível perceber que regiões/municípios do Estado concentram o crescimento urbano e em quais se percebe o esvaziamento demográfico. Anexo 1: Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População 1991-2000 (fonte: IPECE) Anexo 2: Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População Urbana 1991-2000 (fonte: IPECE) Anexo 3: População Urbana 1980 (fonte: IPECE) Anexo 4: População Urbana 2007 (fonte: IPECE) Ao se observar principalmente o mapa que traz a representação cartográfica da Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População Urbana entre 1991 e 2000, se verifica que em 157 dos 184 municípios do Estado houve uma taxa de crescimento de 1,88 a 11,24%, sendo os mesmos municípios bem distribuídos por todo o território. Mas vale destacar que a participação da Região Metropolitana na população urbana total aproxima-se da metade da população do Estado. Em 2006, o Estado do Ceará contava com um total de 2.179.000 domicílios particulares, sendo este número 16,1% maior que o de 2001. Destes, 42,5% estão na Região Metropolitana de Fortaleza. Há uma tentativa dos vários governos em descentralizar as atividades econômicas, serviços sociais, etc, mas não foram tão bem sucedidas a ponto de um crescimento urbano mais eqüitativo pelo interior do Estado. d) tendências gerais da situação do acesso à moradia e serviços urbanos (destacar déficit habitacional e déficit de acesso aos serviços de saneamento ambiental) Cumpre ressaltar que o crescimento urbano das cidades cearenses não vem acompanhado de uma melhoria na qualidade de vida das pessoas. Há um aumento da população morando em

2 situações precárias, crescimento da poluição dos recursos naturais próximos aos centros urbanos e poucas possibilidades de geração de emprego e renda. O processo de urbanização do nosso Estado foi/é caracterizado por uma notória desigualdade econômica. Um dos problemas gerados é a falta de moradia digna. De acordo com o estudo Déficit Habitacional no Brasil (2005), do Ministério das Cidades, o déficit no Ceará é de 424.321 moradias, sendo 156.335 na RMF. Já sobre o saneamento ambiental no Ceará, a partir dos mapas em anexo listados abaixo, destacamos: ABASTECIMENTO URBANO DE ÁGUA 2005 % N° de municípios 17,11 a 40,00 3 40,01 a 60,00 10 60,01 a 80,00 33 80,01 a 90,00 55 90,01 a 100,00 83

ESGOTAMENTO SANITÁRIO URBANO 2005 % N° de municípios 0,00 a 5,00 119 5,01 a 20,00 28 20,01 a 40,00 18 40,01 a 60,00 10 60,01 a 96,11 9

PERCENTUAL DE PESSOAS QUE VIVEM EM DOMICÍLIOS COM BANHEIRO E ÁGUA ENCANADA % Nº de municípios - 1991 Nº de municípios - 2000 0,17/1,05(2000) a 15,00 69 7 15,01 a 25,00 60 13 25,01 a 35,00 30 47 35,01 a 50,00 17 74 50,01 a 74,02/84,03(2000) 8 43

SERVIÇO DE COLETA DE LIXO % Nº de municípios - 1991 Nº de municípios - 2000

3 0,10/13,53(2000) a 30,00 88 9 30,01 a 50,00 49 17 50,01 a 70,00 34 64 70,01 a 80,00 11 48 80,01 a 84,72/95,07(2000) 2 46

Anexo 5: Percentual de pessoas que vivem em domicílios urbanos com banheiro e água encanada 1991 (fonte: IPECE) Anexo 6: Percentual de pessoas que vivem em domicílios urbanos com banheiro e água encanada 2000 (fonte: IPECE) Anexo 7: Percentual de domicílios com serviço de coleta de lixo 1991 (fonte: IPECE) Anexo 8: Percentual de domicílios com serviço de coleta de lixo 2000 (fonte: IPECE) Anexo 9: Abastecimento Urbano de água 2005 (fonte: IPECE) Anexo 10: Esgotamento Sanitário Urbano 2005 (fonte: IPECE)

e) Quantidade de cidades acima de 20 mil e quantos elaboraram e/ou revisaram os Planos Diretores (destacando quantos ainda tramitando nas Câmaras de Vereadores) Segundo a Secretaria das Cidades do Governo do Estado do Ceará - utilizando-se de dados do IPECE - o Estado conta atualmente com 92 municípios com mais de 20.000 habitantes. Ainda de acordo com informações da Secretaria das Cidades, a situação dos Planos Diretores é a seguinte: PROURB-SEINFRA (43 concluídos): , Acarau, Aquiraz, , , Baturité, Beberibe, Brejo Santo, , Campos Sales, Canindé, Cascavel, , Crateús, Crato, Eusébio, Guaiúba, Horizonte, Icó, , Ipu, , Itapajé, , Jaguaribe, Jijoca, Juazeiro do Norte, , Maracanau, , , , , Quixadá, Quixeramobim, Redenção, Russas, São Benedito, São Gonçalo do Amarante, Sobral, Tauá, Tianguá. PROURB-SDLR (05 concluídos): , , , Ubajara, Viçosa do Ceará. SEINFRA (01 concluído): Nova SDLR (01 iniciado e paralisado): Massapé Secretaria das Cidades (01 em andamento): Santa Quitéria SETUR-PRODETUR (17): Aquiraz (finalizado, está em análise no MTUR); Caucaia (não iniciado); São Gonçalo do Amarante (paralisado); (concluído, previsão de votação em dez.2008); , , Itapipoca, Acaraú, , Jijoca, Granja, Camocim,

4 , Chaval e Cruz (em andamento); Itarema (concluído); MINISTERIO DAS CIDADES/CEF (08): (não iniciado); Crato (em andamento); Eusébio (iniciado e paralisado); Horizonte (em andamento); Juazeiro do Norte (não iniciado); Maracanau (iniciado e paralisado); Pacajus (iniciado e paralisado); Pacatuba (em andamento). APRECE (13): Assaré, Aracati, Coreau, Limoeiro do Norte, Forquilha, Iguatu, Farias Brito, Mombaça, Nova Russas, , Orós, Russas e São Benedito. Importa destacar que a relação acima encontra-se com algumas imprecisões e necessita ser atualizada. Alguns municípios que foram analisados nesta pesquisa – a exemplo de Eusébio e Aquiraz – constam na lista do Governo do Estado como em andamento ou paralisados.

II. Síntese da Avaliação dos Planos Diretores dos Municípios Selecionados A. Informações gerais dos municípios avaliados. 1. Síntese da caracterização sociodemográfica e econômica dos municípios selecionados (se possível, introduzir mapa situando os municípios). Entre as informações sugeridas para essa síntese, destacam-se:

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a) população urbana e rural (Contagem 2007 – IBGE) e sua evolução nos últimos 20 anos.

Município IBGE 1991 IBGE 2000 Contagem 2007 Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Aquiraz 40.772 5.533 46.305 54.682 5.787 60.469 59.894 7.371 67.265 Beberibe 10.520 26.281 36.801 19.697 22.646 42.343 19.881 26.274 46.155 Brejo Santo 17.364 16.357 33.721 22.678 15.806 38.484 24.330 15.259 39.589

6 Chorozinho 4.299 11.193 15.492 9.469 9.238 18.707 10.592 7.616 18.261 Coreaú 8.439 9.126 17.565 11.263 8.718 19.981 12.112 9.059 21.171 Eusébio 20.410 - 20.410 31.500 - 31.500 38.107 - 38.107 Farias Brito 6.871 10.754 17.625 8.726 11.589 20.315 8.091 11.153 19.244 Forquilha 8.229 7.016 15.245 11 619 5 869 17 488 13.550 6.631 20.181 Fortaleza 1.768.637 - 1.768.637 2.141.402 - 2.141.402 2.431.415 - 2.431.415 Icó 22.513 37.953 60.466 26.047 36.474 62.521 28.817 34.445 63.262 Irauçuba 7.704 9.451 17.155 10.873 8.687 19.560 13.362 8.559 21.921 Itarema 7.719 17.829 25.548 9.901 20.446 30.347 13.950 20.346 34.296 Nova 20.526 17.306 37.832 20.844 8.503 29.347 22.194 8.421 30.615 Russas Ocara 5.182 14.646 19.828 6.372 15.212 21.584 7.131 16.228 23.359 Pacatuba 53.626 6.522 60.148 47.028 4.668 51.696 57.244 8.528 65.772 Redenção 10.718 12.039 22.757 12.787 12.206 24.993 14.790 10.912 25.702 Russas 27.055 19.511 46.566 35.323 21.997 57.320 40.839 23.136 63.975 Santana 8.729 13.718 22.447 12.454 13.744 26.198 14.481 14.260 28.741 São 15.258 21.442 36.700 20.970 18.924 39.894 23.322 19.755 43.077 Benedito Sobral 103.868 103.868 127.489 134.508 20.768 155.276 Ñ ident. Ñ 176.895 ident. Tabuleiro 12.687 12.419 25.106 15.852 11.246 27.098 17.365 10.926 28.291 Ubajara 9.113 14.261 23.374 12.490 14.605 27.095 14.195 15.374 29.569

b) renda per capita do município. (resposta no quadro do item d) c) déficit habitacional e déficit de acesso aos serviços de saneamento ambiental. As fontes utilizadas para responder tal item foram diversas. Em alguns municípios também só encontramos a quantificação por número, não a porcentagem dos domicílios que compõem os deficit. Os relatórios que trouxeram os dados da Fundação João Pinheiro de 2000 também merecem ressalva por conta destes só tratarem dos domicílios urbanos. De qualquer modo, segue abaixo a compilação destes números: Município (+Fonte) Déficit Habitacional Total Urbano Rural Aquiraz (2000) 2.636 2.395 241 Beberibe Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon.

7 Brejo Santo Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Chorozinho (2000 IBGE) 1.327 756 571 Coreaú Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Eusébio (leitura técnica) 2.076 Ñ dispon. Ñ dispon. Farias Brito Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Forquilha Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Fortaleza (Plano Diretor de Habitação, 106.941 106.941 - 2005) Icó (FJP 2000) 2.950 854 2.096 Irauçuba Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Itarema (informações da Prefeitura) 1.300 Ñ dispon. Ñ dispon. Nova Russas Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Ocara Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Pacatuba Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Redenção Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Russas (FJP 2000) 2.361 1.052 1.309 Santana Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. São Benedito Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Sobral (2000 FJP) 4.864 3.882 982 Tabuleiro Ñ dispon Ñ dispon Ñ dispon Ubajara Ñ dispon Ñ dispon Ñ dispon * Ñ dispon. = informação não disponível nos relatórios municipais Município Déficit Saneamento Sem Água Sem Esg. Sanit. Sem Coleta Lixo Aquiraz (2000 FJP) 2.723 366 19 Beberibe Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Brejo Santo Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Chorozinho (2000 IBGE) 80,7% - Ñ dispon. Coreaú 55% 50% 82% Eusébio 55% 85,1% - Farias Brito 52% 56% 66% Forquilha 31% 36% 49% Fortaleza Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Icó Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Irauçuba Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon.

8 Itarema 6,6% 86,20% Ñ dispon. Nova Russas Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Ocara (2000 IBGE) 4.530 - 3.216 Pacatuba 17,3% 11% 22,3% Redenção (IBGE 2000) 36,39% - Ñ dispon. Russas - Ñ dispon. Ñ dispon. Santana (Leitura Técnica Ñ dispon. 64% Ñ dispon. do Município) São Benedito Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Sobral Ñ dispon. Ñ dispon. Ñ dispon. Tabuleiro Ñ dispon Ñ dispon Ñ dispon Ubajara 51% 40% 84% * Ñ dispon. = informação não disponível nos relatórios municipais d) localização do município na caracterização dos tipos de municípios do PlanHab. Município Renda Per Capita Tipologia Aquiraz 5.096 C Beberibe 3.196 H Brejo Santo 3.408 H Chorozinho 2.548 C Coreaú 2.095 H Eusébio 15.018 C Farias Brito 1.958 H Forquilha 3.447 H Fortaleza 8.309 C Icó 2.123 H Irauçuba 2.361 H Nova Russas 2.929 H Ocara 2.238 H Pacatuba 3.266 H Redenção 3.272 H Russas 4.702 H Santana do Acarau 2.109 H São Benedito 2.566 H Sobral 8.356 E Tabuleiro do Norte 2.887 H

9 Ubajara 3.234 H

2. Ao final da leitura do Plano Diretor, com foco nos aspectos elencados nesse roteiro, solicita-se uma avaliação sintética, buscando refletir sobre o sentido geral dos planos avaliados, procurando responder às seguintes questões: (i) Os planos apresentam estratégias econômica/sócio-territorial para o desenvolvimento dos municípios? Quais são os elementos centrais dessas estratégias? Caso não apresente uma estratégia de desenvolvimento econômico/sócio/territorial, qual é o sentido dos planos avaliados? Há uma grande variedade de “elementos centrais” nos Planos Diretores avaliados. O sentido do PD não é claro Coreau, São Benedito, Itarema, Farias Brito, Nova Russas Valorização do patrimônio turístico Aquiraz, Beberibe, Fortaleza, Sobral, Chorozinho (Religioso) Estímulo à industrialização Aquiraz ,Chorozinho, Icó, Sobral, Tabuleiro Desenvolvimento Rural Chorozinho, Forquilha, Redenção, Ocara

Centro de referência regional Fortaleza, Juazeiro, Sobral

Aproveitamento de áreas com infra-estrutura Eusébio, Redenção, Russas, Santana pra edificação prioritária

Integração Municipal Aquiraz, Fortaleza, Sobral, Ocara

Sentido do PD não se reflete nas diretrizes, Brejo Santo, Ubajara, Sobral, Pacatuba zoneamento, definição de prioridades Desenvolvimento do comércio e serviços / Icó, Tabuleiro, Sobral ampliação do setor produtivo Sustentabilidade Urbana Forquilha, Tabuleiro

Qualidade de vida Aquiraz, Ocara

Preocupação ambiental Ocara, Santana

Integração das Políticas Irauçuba

(ii) Os planos definem prioridades de investimentos, relacionando-as ao ciclo de elaboração orçamentária subseqüente? Em sua grande maioria os planos não definem as prioridades de investimentos. Sobre a relação destes com o ciclo orçamentário subseqüente, o levantamento é o seguinte:

10 - SIM (3): Tabuleiro, Santana do Acarau, Forquilha (documento não disponibilizado) - GENERICAMENTE (10): São Benedito, Russas, Coreau, Fortaleza, Brejo Santo, Nova Russas, Chorozinho, Sobral, Ocara, Eusébio - NÃO (9): Aquiraz, Ubajara, Icó, Irauçuba, Beberibe, Itarema, Farias Brito, Redenção, Pacatuba.

(iii) Os planos diretores estão orientando os investimentos do PAC ou outros relevantes para as cidades consideradas? Dos 25 planos avaliados, apenas no de Fortaleza se percebe/prevê uma ligação do que traz a lei do Plano Diretor com grandes investimentos/empreendimentos previstos para o Município. Em relação ao PAC, a maioria dos Planos Diretores avaliados é anterior ao mesmo.

B. Acesso à terra urbanizada Fazer uma leitura sintética, podendo ilustrar com alguns exemplos retirados das avaliações dos planos diretores dos municípios selecionados, sobre os seguintes aspectos: a) em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito aos seguintes aspectos:

 Diretrizes para o cumprimento da função social da propriedade. Este item está previsto em todos os planos diretores analisados. Em apenas um deles o termo não aparece textualmente, mas se percebe nas diretrizes gerais essa garantia (Ubajara). Os Planos Diretores de Ocara, Redenção e Santana do Acarau tratam também da função social da propriedade rural. Vale destacar ainda o Município de São Benedito que de certa maneira, ao tratar da Zona Urbana de Expansão, dá uma certa concretude à esta diretriz, prevendo: “1) priorizar a ocupação dos vazios urbanos nas Áreas de Interesse Social; 2) constituir áreas para atender às novas demandas habitacionais; e 3) definir normas que permitam a regulamentação fundiária(sic) e a titularização das habitações em situação irregular, visando à garantia da posse e/ou do domínio útil do imóvel.”

 Garantia do direito à terra urbana e moradia.

 Gestão democrática por meio da participação popular.

 Ordenação e controle do uso e ocupação do solo de modo a evitar a retenção especulativa de terrenos.

 Regularização Fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda. Já os 4 aspectos acima listados são citados na maioria dos Planos Diretores, mas sem nenhuma

11 inovação. Quando não repetem o que diz o Estatuto da Cidade, o fazem mudando algumas palavras. Mas as diretrizes que tratam da “Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização” e da “Recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos” aparecem em uma minoria dos PDs analisados, retratando portanto a pouca preocupação em mobilizar o incremento do valor da terra em benefício da comunidade. b) Zoneamento e Controle do Uso e Ocupação do Solo.

 Qual o significado do zoneamento propostos nos planos avaliados sob o ponto de vista do acesso à terra urbanizada? Atenção: incluir as ZEIS nesta análise, porém não restringir a avaliação apenas às ZEIS, caso existam zonas do macrozoneamento que permitam, pelas características e parâmetros de uso e ocupação do solo, a produção de moradia popular. De início, cumpre registrar que esta análise resta prejudicada por alguns fatores: - Precariedade do diagnóstico que embasa alguns Planos Diretores - Dificuldade de acesso a mapas, LUOS, índices urbanísticos - Acesso a mapas do zoneamento apenas em preto e branco, impossibilitando a leitura a partir das legendas - Falta de conhecimento dos mercados imobiliários locais - Falta de conhecimento da disponibilização da infra-estrutura urbana em cada área - Falta de macrozoneamento Mas, a partir do que foi possível analisar pelos/as pesquisadores, se conclui que os Planos Diretores em geral apontam dificuldades de acesso à terra urbanizada pela população de baixa renda por vários motivos: - Em alguns municípios a população de baixa renda chega a 95%. Isso, somado ao alto custo da terra faz com que sejam necessários projetos do poder público em grande escala para se resolver este problema; - Falta de políticas de acesso à terra urbanizada, através da previsão de instrumentos, de orçamento, de planejamento a longo prazo, etc. - Não demarcação/regulamentação de Zeis. Em 06 dos 25 municípios analisados elas não são previstas (Aquiraz, Ubajara, Brejo Santo, Itarema, Nova Russas (só citada), Tabuleiro do Norte (só citada)). Em apenas 10 municípios são previstas zeis de vazio, ou similares (Chorozinho, Irauçuba, Fortaleza, Farias Brito, Sobral, Redenção, Ocara, Santana do Acaraú, Eusébio,

12 Pacatuba). - As ZEIS, quando demarcadas, encontram-se na periferia, nas áreas de expansão urbana, em áreas carentes de infra-estrutura e serviços (apenas em 2 municípios – dos que conseguimos a localização das ZEIS - elas se encontram em áreas centrais) - Dimensões de terrenos e índices urbanísticos mantêm padrões de ocupação incompatíveis para o acesso à famílias de baixa renda (mantendo-as em situação de ilegalidade fundiária); - não permissão de usos mistos - Necessidade de regulamentações por leis posteriores c) Instrumentos de Política Fundiária Em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito aos instrumentos de política fundiária?

Prevê % Prevê e é autoaplicável %

Edificação/Parc Aquiraz, Ubajara, São Benedito, Icó, elamento Russas, Forquilha, Fortaleza, Beberibe, Compulsórios Chorozinho, Irauçuba, Itarema, Farias Brito, Tabuleiro, Sobral, 86,36 13,63 IPTU Coreau Redenção, Ocara, Santana do Acarau, progressivo no Eusébio, Chorozinho, Irauçuba, Coreau tempo

Outorga Onerosa Chorozinho, Ubajara, Itarema, Farias (direitos de Brito, Sobral, Redenção, Santana do Aquiraz, Fortaleza, 50 13,63 construção ou Acarau, Pacatuba, Aquiraz, Fortaleza, Eusébio alteração de Eusébio usos)

Operação Icó, Beberibe, Ocara, Sobral 18,18 Sobral 4,54 Interligada

Chorozinho, Russas, Forquilha, Coreau, ZEIS – Zonas Fortaleza, Beberibe, Farias Brito, Irauçuba, Sobral, de Especial Ocara, Santana do Acarau, Eusébio, 68,18 13,63 Redenção Interesse Social Pacatuba, Redenção, Irauçuba, Sobral, Redenção

Operação Aquiraz, Icó, Coreau, Fortaleza, 50 0 Urbana Beberibe, Itarema, Farias Brito, Nova

13 Russas, Sobral, Eusébio, Pacatuba

Transferência Fortaleza, Beberibe, Itarema, Sobral, Chorozinho, Redenção, do Direito de Pacatuba, Chorozinho, Redenção, 45,45 Ocara, Santana do 22,72 Construir Ocara, Santana do Acarau, Eusébio Acarau, Eusébio

Chorozinho, Aquiraz, Irauçuba, Beberibe, Pacatuba, Forquilha, Coreau, EIV – Estudos Chorozinho, Aquiraz, Forquilha, Fortaleza, Itarema, de Impacto de Coreau, Fortaleza, Itarema, Nova 68,18 Nova Russas, Sobral, 54,54 Vizinhança Russas, Sobral, Redenção, Ocara, Redenção, Ocara, Santana do Acarau, Eusébio Santana do Acarau, Eusébio

Ubajara, Forquilha, Coreau, Eusébio, Chorozinho, Fortaleza, Concessão de Pacatuba, Chorozinho, Fortaleza, Beberibe, Sobral, uso especial 54,54 31,81 Beberibe, Sobral, Redenção, Ocara, Redenção, Ocara, para moradia Santana do Acarau Santana do Acarau

Chorozinho, Fortaleza, Aquiraz, Ubajara, Forquilha, Pacatuba, Beberibe, Itarema, Direito de Chorozinho, Fortaleza, Beberibe, 59,09 Sobral, Redenção, 40,90 superfície Itarema, Sobral, Redenção, Ocara, Ocara, Santana do Santana do Acarau, Eusébio Acarau, Eusébio

Chorozinho, Aquiraz, Icó, Fortaleza, Direito de Itarema, Sobral, Redenção, Ocara, 59,09 Forquilha, Coreau 10 preempção Santana do Acarau, Eusébio, Pacatuba, Forquilha, Coreau

Os instrumentos listados, em sua grande maioria, não apresentam novidades em relação à sua previsão no Estatuto da Cidade. Destacamos portanto: - o fato do plano diretor de Brejo Santo não conter disposição alguma sobre nenhum dos instrumentos; - o EIV, no Município de Nova Russas, tem que contemplar “os efeitos positivos ou negativos”, ao contrário do que preconiza o Estatuto da Cidade, que dispõe que este instrumentos deve analisar os efeitos positivos E negativos. Além disso, há uma diferença também quando dispõe sobre os aspectos mínimos a serem analisados no EIV; - alguns PDs, quando tratam do IPTU progressivo, deixam de dispor sobre a Edificação e

14 Utilização compulsórios, assim como alguns não se referem à desapropriação.

C. Acesso aos serviços e equipamentos urbanos, com ênfase no acesso à habitação, ao saneamento ambiental e ao transporte e à mobilidade. Questões centrais: C.I – O Plano Diretor e a Integração das Políticas Urbanas Deve-se fazer uma leitura sintética buscando avaliar em que medida os planos diretores incorporaram uma abordagem integrada das políticas urbanas, através da adoção de diretrizes, políticas e instrumentos concretos visando esse objetivo.

Definição de Diretrizes/Políticas Criação de programas/políticas Existência de (16) (13 conselho, 4 outros) contradições (3) Chorozinho, Aquiraz, São Conselho: Chorozinho, Aquiraz, São Benedito, Coreau, Beberibe, Benedito, Icó, Russas, Irauçuba, Icó, Russas, Fortaleza, Beberibe, Itarema, Nova Itarema Coreau, Fortaleza, Beberibe, Russas, Tabuleiro do Norte, Redenção, Ocara, Brejo Santo, Farias Brito, Santana do Acarau Tabuleiro do Norte, Sobral, Eusébio (políticas para as ZEIS), Ubajara Redenção, Santana do Acarau, (projetos estruturantes), Irauçuba (sistema Eusébio municipal de desenvolvimento urbano), Coreau

C.II – O Plano Diretor e a Política de Habitação. Deve-se fazer uma leitura sintética buscando identificar: 1. Se os planos diretores definiram estratégias de aumento da oferta de moradias na cidade pela intervenção regulatória , urbanística e fiscal na dinâmica de uso e ocupação do solo urbano. SIM (11 municípios): Chorozinho, Ocara, Santana, Eusébio, Aquiraz (utilização dos recursos oriundos da cobrança da outorga para habitação de interesse social), Forquilha (elaborar o levantamento e diagnóstico do déficit habitacional no município; substituição das casas de taipa na zona rural do município), Irauçuba (Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social), Coreau (garantia do acesso o acesso à terra urbanizada e à moradia; estimulo à iniciativa privada para a produção popular; investimentos em agrovilas); Fortaleza (regulação do solo com medidas que busquem o fim da especulação imobiliária; ZEIS tipo 3, vazios urbanos demarcados na cidade e destinados para habitação popular); Farias Brito (incentivo à pesquisa, incorporação de desenvolvimento tecnológico e de formas alternativas de

15 produção habitacional; adoção de mecanismos de acompanhamento e avaliação de indicadores de impacto social das políticas, planos e programas; captação de recursos de programas federais e estaduais já existentes para construção e melhoria das unidades habitacionais; fiscalização da aplicação das normas urbanísticas e edilícias, assim como orientação técnica para a construção de melhoria dos edifícios), Redenção (ZEIS). NÃO (10 municípios): Ubajara, Icó, Russas, Beberibe, Brejo Santo, Itarema, Nova Russas, Tabuleiro, Sobral, Pacatuba. Vale lembrar neste item que há casos de municípios que até trazem instrumentos com este teor, mas são previstos para Zonas cujos objetivos são outros que não o de aumento da oferta de moradia. 2. Se os planos diretores definiram instrumentos específicos visando a produção de moradia popular e se definiram instrumentos específicos voltados para cooperativas populares. SIM (8 municípios): Chorozinho (ZEIS de vazio), Aquiraz (“os casos de empreendimentos da iniciativa privada ou de entidades representativas de comunidades, com características enquadradas como Conjunto Habitacional de Interesse Social deverão ser analisados como projeto especial”), Fortaleza (ZEIS de vazio, transferência do direito de construir, consórcio imobiliário), Farias Brito (ZEIS e CDRU), Tabuleiro (Programa de Formação de Estoque de Terras), Redenção (ZEIS), Santana, Eusébio. Apenas o Plano Diretor de Tabuleiro do Norte fala em cooperativas, ao disciplinar, em seu artigo 29, que “o Poder Público Municipal poderá ceder áreas para fins específicos de projetos de habitação coletiva para cooperativas habitacionais”. NÃO (14 municípios): Ubajara, São Benedito, Icó, Russas, Forquilha, Irauçuba, Coreau, Beberibe, Brejo Santo, Itarema, Nova Russas, Sobral, Ocara, Pacatuba. No caso de Icó e Sobral, não há sequer flexibilização de índices urbanísticos para empreendimentos de habitação de interesse social. Os conjuntos habitacionais deverão seguir o zoneamento da zona na qual serão inseridos. 3. Se os planos diretores instituíram programas específicos voltados para a moradia popular (urbanização de favelas, regularização de loteamentos, etc.) SIM (8 municípios): Russas (previsão de provisão habitacional para moradores/as para áreas de risco), Forquilha (regularização de parcelamentos urbanos e rurais; substituição de casas de taipa; serviço gratuito de assistência técnica para desenvolvimento de projetos e construção de unidades habitacionais), Irauçuba (como objetivo da política urbana há a implantação de um Programa de Regularização Fundiária, não detalhado, nem colocado prazos de sua

16 implementação; e do Sistema Municipal de Habitação de Interesse Social), Tabuleiro (citado no item anterior), Farias Brito (ZEIS e CDRU), Ocara, Santana, Eusébio. NÃO (14 municípios): Chorozinho, Aquiraz, Ubajara, São Benedito, Icó, Coreau, Fortaleza, Beberibe, Brejo Santo, Itarema, Nova Russas, Sobral, Redenção, Pacatuba.

4. Em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito à política de habitação? Verificar, em especial, (i) a instituição de ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, inclusive em áreas vazias;

Chorozinho, Russas, Forquilha, Coreau, Fortaleza, Beberibe, Instituição de ZEIS Farias Brito, Ocara, Santana do Acarau, Eusébio, Pacatuba, 15 Redenção, Irauçuba, Sobral, Irauçuba

Previsão de ZEIS de Chorozinho, Coreau, Fortaleza, Farias Brito, Ocara, Santana do 10 vazio Acarau, Eusébio, Pacatuba, Redenção, Irauçuba

Auto-aplicabilidade Irauçuba, Sobral, Redenção 3 das ZEIS

(ii) a demarcação de áreas dotadas de infra-estrutura, inclusive em centrais, para fins de habitação popular; Na maioria dos municípios avaliados (17 - Aquiraz, Ubajara, São Benedito, Icó, Forquilha, Irauçuba, Coreau, Beberibe, Brejo Santo, Itarema, Farias Brito, Nova Russas, Tabuleiro do Norte, Sobral, Ocara, Santana do Acarau, Pacatuba) não há nenhuma previsão neste sentido. Afere-se isso por citações dos/as pesquisadores/as nos relatórios municipais como: lotes mínimos estipulados na zona central de 150 m², alargamento dos limites da zona urbana, dubiedade entre o zoneamento estabelecido e os instrumentos utilizados. No geral, as previsões legais para as áreas centrais tratam apenas da dimensão da proteção ao patrimônio histórico- cultural ou de área para comércio e serviços. Este conjunto de fatores analisado, portanto, inviabiliza o acesso a terra nas áreas centrais para a habitação de interesse social. Há artigos nos Planos Diretores que direcionam a ocupação de áreas dotadas de infra-estrutura para moradia popular apenas em Chorozinho (na área central é permitida residência multifamiliar com lotes de 125 m²), Russas (prevê ZEIS nas áreas centrais), Fortaleza (estímulo à construção nas áreas centrais com infra-estrutura; Centro como Zona de Ocupação Prioritária), Redenção (centro como Zona de Adensamento) e Eusébio (na Zona de Urbanização Central há a indicação de ampliação dos níveis de adensamento construtivo,

17 implementação de instrumentos de indução do uso e ocupação do solo, construção de novas habitações de interesse social, promoção de regularização urbanística e fundiária dos núcleos habitacionais de interesse social existentes, etc.).

(iii) o estabelecimento de parâmetros de uso e ocupação do solo condizentes com os princípios da função social da propriedade; Faltam elementos para resposta dessa pergunta de maneira mais completa, pois para a maioria dos municípios, os parâmetros não são estabelecidos no Plano Diretor, restando prejudicada a análise. Alem disso, há casos em que o Plano Diretor não traz explicitadas as definições de vazio urbano para se poder fazer a relação com o cumprimento da função social da propriedade, a não previsão de ZEIS – para haver a flexibilização dos parâmetros e a conseqüente regularização das áreas ocupadas informalmente, há contradição entre os parâmetros previstos e os objetivos do zoneamento, não se define coeficientes de aproveitamento básico e máximo... Portanto, se conclui que – em pelo menos 20 dos municípios avaliados - pouco se preocupou em realizar um zoneamento que garantisse o acesso a terra urbanizada para a população de baixa renda.

(iv) a outorga onerosa do direito de construir; Instrumento citado em apenas 11 municípios, e que só é auto-aplicável em 3 (Aquiraz, Fortaleza e Eusébio).

(v) o parcelamento compulsório e o IPTU progressivo – e sua relação com a política de habitação definida no plano diretor, observando a aplicação desses instrumentos em áreas definidas, seus objetivos e o estabelecimento de prazos. Dos 22 municípios avaliados, este instrumento é previsto em 20 deles. A área de sua aplicação está em 12 dos 20 que trazem o instrumento (Chorozinho, São Benedito, Russas, Forquilha, Coreau, Irauçuba, Fortaleza, Beberibe, Redenção, Ocara, Santana, Eusébio). Na grande maioria deles não há vinculação da política de habitação (até porque esta é inexistente quase que de maneira plena) a nenhum objetivo deste instrumento, nem na definição das suas áreas de aplicação. Este instrumento só é auto-aplicável em 3 municípios.

5. Se os planos diretores incorporaram o uso de outros instrumentos voltados para a política habitacional tais como consórcios imobiliários, operações interligadas com destinação de recursos para o Fundo de Habitação, etc.

18 Município Previsão de outros instrumentos Chorozinho Consórcios imobiliários para viabilizar empreendimentos habitacionais de interesse social. Aquiraz Foram relegados a lei específica. Apenas no que tange a outorga onerosa, fica definido que os recursos daí oriundos deverão ser utilizados para (i) regularização fundiária; (ii) execução de programas e projetos habitacionais de interesse social; (iii) constituição de reserva fundiária; (iv) ordenamento e direcionamento da expansão urbana; (v) implementação de equipamentos urbanos e comunitários; (vi) criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; (vii) criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas verdes; (vii) criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental; e, (viii) proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico. Ubajara Apenas instrumentos de regularização fundiária, que foram citados.

São Único previsto dentre os citados é o Consórcio Imobiliário, o qual, entretanto, não está previsto como componente de política habitacional. Ele somente é mencionado como Benedito faculdade dos proprietários de terrenos em que se está aplicando o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios (parág. único do art. 40). Icó Não há detalhamento de política habitacional no documento, nem mesmo a referência à mecanismos para sua implementação. Russas - Forquilha Apenas instrumentos de regularização fundiária, que foram citados. Irauçuba - Coreau Apenas instrumentos de regularização fundiária, que foram citados. Fortaleza Transferência do direito de construir, que poderá ser utilizada pelo proprietário de imóvel nas ZEIS 3 quando este promover habitação popular, sendo um estímulo para a efetivação das ZEIS. O consórcio imobiliário surge como instrumento que estimula o acesso a terras para a promoção de habitação. Outro instrumento é a política de terras públicas que destina prioritariamente para o assentamento da população de baixa renda, para a implantação de áreas verdes e para a instalação de equipamentos coletivos dos bens públicos dominiais não utilizados. Beberibe - Brejo Santo - Itarema - Farias Brito - Nova - Russas Tabuleiro - Sobral O Consórcio Imobiliário foi um dos únicos instrumentos com eficácia plena após aprovação da lei do Plano Diretor. Não há estabelecimento de outros instrumentos voltados à política de habitação, pois foram remetidos à elaboração da Política Municipal de Habitação.

19 Redenção O consórcio imobiliário surge como instrumento que estimula o acesso a terras para a promoção de habitação Ocara Há a possibilidade de consórcios imobiliários Santana Consorcio Imobiliário Eusébio Consorcio Imobiliário Pacatuba - 6. Se os planos diretores definiram objetivos, diretrizes e prazos para a elaboração dos planos municipais de habitação. Município Chorozinho O estabelecimento de plano municipal de habitação se dará no prazo de 1 ano da aprovação do plano Aquiraz Não foi estabelecido Ubajara Vem indicado no diagnóstico do plano a elaboração do Plano Municipal de Moradia. Mas, não encontra-se essa mesma afirmação no texto da lei. São Não há previsão de plano municipal de habitação. Benedito

Icó O plano habitacional encontra-se em processo de elaboração e deverá ser concluído até final de 2009, devido ao prazo determinado pelo Ministério das Cidades para acesso ao Fundo Nacional de Habitação. Russas É estabelecido prazo, conteúdo mínimo e diretrizes para sua elaboração Forquilha A instituição do Plano de Habitação aparece no Título de instrumentos da política urbana referentes à regularização fundiária. O Plano Habitacional é delineado a partir de diretrizes das quais destacam-se: garantir o direito à moradia para a população de baixa renda, proceder o registro de imóveis a serem regularizados, identificar e cadastrar terras públicas dos poderes estaduais e federais e proceder processo administrativo para transferência de domínio para o poder executivo municipal, criar programas de inclusão social pós-regularização fundiária. Irauçuba Na Lei Nº 563/2007, que institui o Plano Diretor Participativo são colocadas como diretrizes do Plano a implementação de programa de regularização fundiária e a implantação do Sistema Municipal de Habitação de Interesse Social. Não foram verificados prazos. Coreau O projeto de lei do Plano Municipal de Habitação deveria ter sido elaborado e aprovado em 90 dias contados da data de aprovação do PDPC. Fortaleza O plano coloca como ação estratégica elaborar e implementar um plano da política habitacional e de regularização fundiária para o Município de Fortaleza, no prazo de 2 (dois) anos Beberibe O plano habitacional encontra-se em processo de elaboração e deverá ser concluído até final de 2009, devido ao prazo determinado pelo Ministério das Cidades para

20 acesso ao Fundo Nacional de Habitação. Brejo Santo Embora na legislação apresentada pelo município para análise não conste nada em referência a Plano Municipal de Habitação, o Plano Estratégico, integrante dos estudos do PDDU, faz menção a um Programa Habitacional de Interesse Social. Itarema - Farias Brito Não foi proposto o Plano Habitacional no PD. Nova - Russas Tabuleiro - Sobral O Plano Municipal de Habitação foi remetido à lei específica sem prazo para sua elaboração Redenção O plano traz como ação elaborar, a partir do diagnóstico, e implantar um Plano Habitacional de Interesse Social (PHIS) para o Município em prazo de 1 (um) ano para adequação ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS); Ocara Uma das ações previstas no Plano Diretor é a criação do Plano Habitacional Municipal no prazo de 1 (um) ano da data de aprovação do Plano Diretor. Santana Art. 67. São ações a serem implementadas na Produção de Habitação de Interesse Social: II - elaborar, a partir do diagnóstico, e implementar um Plano Habitacional de Interesse Social-PHIS para o Município em prazo estipulado pelo Plano Diretor para adequação ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social - SNHIS; Observa-se que não há qualquer previsão de prazo para a execução dessa ação. Eusébio - Pacatuba -

7. Se os planos instituíram fundo específico de habitação de interesse social, ou de fundo de desenvolvimento urbano (desde que também seja destinado à habitação), e suas fontes de recursos. Município Chorozinho Cria o FMHIS e o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano. Fontes: recursos próprios do Município; transferências intergovernamentais; transferências de instituições privadas; transferências do exterior; transferências de pessoa física; receitas provenientes da utilização de Bens Públicos, através de edificações, solo, subsolo, e espaço aéreo, não afetado por Programas Habitacionais de Interesse Social; valores devidos das medidas mitigadoras determinadas pelos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV); contribuição de melhoria decorrente de obras públicas realizadas com base neste Plano Diretor; rendas provenientes da aplicação financeira dos seus recursos próprios; multas provenientes de infrações edilícias e urbanísticas; doações; recursos provenientes da Outorga Onerosa de Alteração de Uso; receitas

21 provenientes da Concessão do Direito de Superfície; Receitas provenientes da Concessão do Direito Real de Uso de áreas públicas, exceto das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS); outras receitas que lhe sejam destinadas por lei. Aquiraz - Ubajara Fundo Municipal de Moradia é citado no diagnostico, mas não aparece na lei. São - Benedito

Icó - Russas Cria o FMHIS, cujos recursos provêm: recursos do Município destinados por disposição legal; transferências da União e do Estado do Ceará; empréstimos internos e externos e recursos provenientes da ajuda e cooperação internacional e de acordos inter-governamentais; produto das operações de crédito e rendas provenientes da aplicação de seus recursos; receitas resultantes de aplicação de multas legalmente vinculadas ao Fundo; doações de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, nacionais, estrangeiras ou multinacionais; outros eventuais recursos. Forquilha Cria o FMHIS, sem maiores detalhamentos Irauçuba A lei do Plano institui Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano e Territorial (FMDUT) e Fundo Municipal da Habitação de Interesse Social (FMHIS); os recursos para preenchimento destes fundos serão oriundos da previsão de recursos do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei orçamentária Anual, multas e programas do Governo Federal. Coreau - Fortaleza Cita como ação a instituição do FMHIS, mas não regulamenta nada Beberibe Cria o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, que tem, dentre suas finalidades: avaliação sistemática do mercado imobiliário e regularização fundiária e políticas habitacionais não contempladas pelo Fundo Municipal de Habitação. Seus recursos provêm: Recursos próprios do Município; transferências inter- governamentais; transferências de instituições privadas; transferências de entidades ou organismos internacionais; transferências de pessoa física; receitas provenientes da utilização de Bens Públicos: edificações, solo, subsolo, e espaço aéreo, não afetados por Programas Habitacionais de Interesse Social; valores devidos das medidas compensatórias determinadas pelos Estudos de Impacto de Vizinhança; contribuição de melhoria decorrente de obras públicas realizadas com base neste Plano Diretor; rendas provenientes da aplicação financeira dos seus recursos próprios; multas provenientes de infrações edilícias e urbanísticas; doações; outras receitas que lhe sejam destinadas por lei; receitas provenientes das Operações Urbanas Consorciadas; receitas provenientes da Concessão do Direito de Superfície” Brejo Santo - Itarema - Farias Brito - Nova Russas Traz como diretriz a criação do FMHIS, mas não há referências além disso.

22 Tabuleiro Institui o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, mas não vincula recursos. Sobral - Redenção Prevê a criação do FMHIS, mas não há referências posteriores. Ocara Determina a criação do FMHIS e Fundo de Desenvolvimento Urbano, tendo este último recursos provenientes de: recursos próprios do Município; transferências intergovernamentais; transferências de instituições privadas; transferências do exterior; transferências de pessoa física; receitas provenientes da utilização de Bens Públicos, através de edificações, solo, subsolo, e espaço aéreo, não afetado por Programas Habitacionais de Interesse Social; valores devidos das medidas mitigadoras determinadas pelos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV); contribuição de melhoria decorrente de obras públicas realizadas com base neste Plano Diretor; rendas provenientes da aplicação financeira dos seus recursos próprios; multas provenientes de infrações edilícias e urbanísticas; doações; recursos provenientes da Outorga Onerosa de Alteração de Uso; receitas provenientes da Concessão do Direito de Superfície; Receitas provenientes da Concessão do Direito Real de Uso de áreas públicas, exceto das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS); outras receitas que lhe sejam destinadas por Lei. Santana Prevê o FMHIS Eusébio Prevê o Fundo Municipal de Habitação e o Fundo de Desenvolvimento Urbano Pacatuba -

8. Se existem nos planos analisados definições relativas ao orçamento municipal (PPA, LDO e LOA), como tornar obrigatório a existência de um Programa de Habitação a ser contemplado nos instrumentos orçamentários PPA,LDO e LOA ou a determinação de prioridades de investimentos, a definição de obras e investimentos concretos na área habitacional, por exemplo. Esta relação apenas aparece em 2 dos PDs avaliados, da seguinte maneira: - Irauçuba estabelece como prioridades: Relocalização da população da Vila São Raimundo, em Coité; Desenvolver Programa de Regularização Fundiária Municipal, efetuando ações de Cadastro Técnico, Orientação Jurídica, Assistência Social e outras que se façam necessárias - Santana do Acaraú prevê uma Área Especial de Infra-Estrutura Prioritária (AEIP), que “são áreas caracterizadas pela inexistência ou precariedade da infra-estrutura e dos serviços urbanos, carência de equipamentos e espaços públicos e incidência de núcleos habitacionais precários de baixa renda” que receberão, “prioritariamente, a requalificação urbanística e ambiental e a adequação das condições de habitabilidade, acessibilidade e mobilidade”

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9. Se foram adotados critérios de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas. A dimensão de raça/etnia, gênero e de outros segmentos mais vulneráveis apenas aparece em 6 dos PDs avaliados, da seguinte maneira: - São Benedito: O Plano traz como princípio da política urbana garantir terra urbanizada para todos os segmentos sociais, especialmente visando à proteção do direito à moradia da população de baixa renda e das populações indígenas (tradicionais) do município. - Russas: Alguns dispositivos prevêem a necessidade de considerar questões de gênero e etnia além de prever prioridade para grupos em situação de vulnerabilidade (art. 56): II - a caracterização do perfil socioeconômico do contingente populacional que demanda investimentos habitacionais de interesse social considerando a composição familiar, a existência de famílias que convivem em um mesmo domicílio, idade, gênero, etnia, nível de instrução, renda familiar, renda domiciliar, ocupação principal e secundária dos membros da família; V - a análise sobre as condições de acesso à terra urbana e à moradia por parte dos diferentes grupos sociais e étnicos que vivem no município). - Coreau: Foi definida no zoneamento uma zona especial voltada a garantir a permanência das formas de uso e ocupação do solo segundo costumes, usos e tradições das comunidades quilombolas. - Fortaleza: Dentre as diretrizes, art. 5º, temos a referência de políticas afirmativas: II — articulação entre a política de habitação e regularização fundiária com as demais políticas setoriais na efetivação de políticas públicas inclusivas, com atenção especial aos grupos sociais vulneráveis; XIV — consideração, nos programas habitacionais, do atendimento às famílias diagnosticadas como sendo moradoras de rua e das famílias que possuam pessoas com deficiência;) - Farias Brito: Também como diretriz, visa estabelecer mecanismos de quotas para idosos, deficientes e famílias chefiadas por mulheres dentre o grupo identificado como o de menor renda. - Eusébio: Com relação a este item, encontramos disposições em dois momentos. Primeiramente, uma relativa a “grupos socialmente vulneráveis” quando a Lei dispõe sobre a política habitacional. Em segundo lugar, no momento em que o Plano estabelece as diretrizes para a elaboração dos Planos de Urbanização das ZEIS 01, dentre as quais aparece “a promoção do desenvolvimento humano com redução das desigualdades de gênero, raça, renda, idade e condição física”. Art. 33. (...)

24 §2º A política habitacional deverá ser articulada com as demais políticas setoriais na efetivação de políticas públicas inclusivas, com atenção especial aos grupos sociais vulneráveis. Art. 279. São diretrizes dos Planos de Urbanização: (...) IV - a promoção do desenvolvimento humano e comunitário, com a redução das desigualdades de gênero, raça, renda, idade e condição física;

10. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política habitacional dos planos analisados. Em alguns casos não há plano ou política de habitação estabelecida no PD (alguns sequer remetem para lei específica). O grau de auto-aplicabilidade verificado é baixíssimo, por diversos fatores (alguns se repetem em vários planos diretores avaliados): - por não se prever instrumentos, prazos, responsáveis, nem uma espacialização do problema habitacional do município; - pela necessidade de criação de mecanismos institucionais, ficando as determinações para serem concretizadas a longo prazo; - quando é estabelecida a Política Habitacional, esta o é por meio de diretrizes, sem detalhamento de mecanismos, ações, prazos, responsabilidades, etc; - pelo alto índice de remissão para leis especificas, no detalhamento de instrumentos e procedimentos.

11. Se foram adotados, nos planos analisados, instrumentos e mecanismos de controle social na política de habitação. Há a previsão de conselhos com esta atribuição na maioria dos municípios analisados, tratando-se majoritariamente dos Conselhos das Cidades (e similares), com Câmaras Temáticas de Habitação.

C.III – O Plano Diretor e a Política de Saneamento Ambiental. Deve-se fazer uma leitura sintética buscando identificar: 1. Se os planos diretores analisados definiram objetivos e estabeleceram metas concretas para a política de saneamento. Verificar se os PDs apresentam definições sobre a titularidade municipal do serviço ou sobre o papel do município na gestão dos serviços, se traz alguma indicação de privatização dos mesmos, ou ainda se traz alguma informação relativa ao contrato com a prestadora de serviços. Sobre o estabelecimento de metas concretas, elas podem ser consideradas previstas em cerca de metade dos PDs. Mas em apenas 5 deles se verifica definições sobre a titularidade do serviço

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2. Se os planos diretores definiram instrumentos específicos visando a universalização do acesso aos serviços de saneamento ambiental. Apesar deste tema ser recorrente quando se trazem as diretrizes gerais dos planos diretores, a universalização do acesso aos serviços de saneamento ambiental se traduz em instrumentos específicos em apenas 4 municípios.

3. Em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito à política de saneamento ambiental – em especial, (i) a instituição de ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, inclusive em áreas vazias; (ii) a demarcação de áreas dotadas de infra-estrutura, inclusive em centrais, para fins de habitação popular; (iii) o estabelecimento de parâmetros de uso e ocupação do solo condizentes com os princípios da função social da propriedade; (iv) a outorga onerosa do direito de construir; (v) o parcelamento compulsório e o IPTU progressivo – e sua relação com a política de saneamento ambiental. Pouquíssimos municípios trazem instrumentos relacionados à política de saneamento ambiental. Destacamos Ubajara, que prevê mecanismos de contrapartida mínima para loteadores a elaboração de projetos de abastecimento de água, de soluções para o tratamento dos esgotos gerados e de Plano de Drenagem Natural. Outros trazem as ZEIS como relacionadas à necessária instalação de infra-estrutura urbana – incluindo-se, portanto, o saneamento (Irauçuba, Redenção, Santana e Eusébio) e Farias Brito prevê o consórcio intermunicipal.

4. Se os planos diretores analisados definem objetivos, diretrizes e o estabelecimento de prazos para a elaboração dos planos municipais de saneamento ambiental. Não há o estabelecimento/previsão de plano municipal de saneamento ambiental em Aquiraz, Chorozinho, São Benedito, Irauçuba, Sobral Brejo Santo, Itarema, Nova Russas, Tabuleiro, Ocara, Santana, Pacatuba. Em Ubajara, Icó, Farias Brito, Redenção há a previsão do mesmo, mas sem prazos. Apenas em Russas, Forquilha, Coreau, Fortaleza, Eusébio se prevê a elaboração do plano e seu respectivo prazo.

26 5. Se os planos diretores instituíram fundo específico de saneamento ambiental, ou de fundo de desenvolvimento urbano (desde que também seja destinado ao saneamento ambiental), e suas fontes de recursos. O Fundo é criado nos municípios de Chorozinho, Irauçuba, Beberibe, Tabuleiro, Sobral, Redenção, Ocara, Santana, Eusébio – sendo estes de desenvolvimento urbano ou específico para saneamento.

6. Se foram adotadas definições relativas ao orçamento municipal (PPA, LDO e LOA), como a determinação de prioridades de investimentos, ou a definição de obras e investimentos concretos na área de saneamento ambiental, por exemplo. Apenas em Chorozinho, Russas, Nova Russas, Tabuleiro, Santana e Eusébio se percebe uma certa priorização de investimentos na área de saneamento ambiental.

7. Se foram adotados critérios de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas. Somente Russas traz uma política afirmativa, mas essa se trata de instituição de tarifa social para alguns serviços públicos.

8. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política de saneamento ambiental. A partir das avaliações dos pesquisadores, se percebe um baixo grau de autoaplicabilidade em cerca de metade dos PDs, ficando a outra metade com um alto grau de autoaplicabilidade das definições referentes ao saneamento ambiental (Chorozinho, São Benedito, Icó, Russas, Fortaleza, Itarema, Tabuleiro, Redenção, Ocara, Santana, Eusébio).

9. Se foram adotadas políticas de extensão da rede de serviços de saneamento ambiental na expansão urbana. Na grande maioria dos municípios analisados não se adota a extensão de serviços na expansão urbana, ocorrendo esta previsão apenas em Chorozinho, Icó, Russas, Sobral, Santana, Eusébio.

10. Se foram adotados instrumentos e mecanismos de controle social na política de saneamento ambiental. Há a previsão de conselhos com atribuição de monitoramento da política de saneamento ambiental em Chorozinho, Aquiraz, Icó, Russas, Irauçuba, Beberibe, Itarema, Nova Russas, Tabuleiro, Sobral, Redenção, Ocara, Santana e Eusébio.

27 D. O Plano Diretor e a Política de Mobilidade e Transporte. Deve-se fazer uma leitura sintética buscando identificar: 1. Se os planos diretores analisados definiram objetivos e estabeleceram metas concretas, com ênfase na inclusão social, para a política de mobilidade e transportes. Identificar em especial a adoção de políticas ou diretrizes relativa às tarifas. A maioria estabelece metas concretas. Mas vale ressaltar que, ao tratarem da inclusão social, todos eles se referem apenas à melhoria das condições de acessibilidade das pessoas com dificuldade de locomoção – portadores de necessidades especiais. A questão das tarifas é tratada apenas em Santana e em Beberibe, que traz como ação estratégica prioritária da Política de Mobilidade intra-municipal “priorizar investimentos para a rede estrutural de transporte de passageiros e sistema tarifário que garanta o amplo acesso da população ao transporte”.

2. Se os planos definiram instrumentos específicos visando a ampliação da mobilidade da população e promoção de serviços de transporte público de qualidade (identificando a existência de política de promoção de ciclovias e transportes não-poluentes e/ou não- motorizados). Podemos responder afirmativamente esta questão para os municípios de Russas, Forquilha, Beberibe, Brejo Santo, Itarema, Tabuleiro, Santana e Sobral. Mas tais previsões não trazem nada de inovador e na maioria das vezes não se confirma na priorização dos investimentos.

3. Em que medida os planos incorporaram as diretrizes do Estatuto da Cidade, no que diz respeito à política de mobilidade e transportes – em especial, (i) a instituição de ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social, inclusive em áreas vazias; (ii) a demarcação de áreas dotadas de infra-estrutura, inclusive em centrais, para fins de habitação popular; (iii) o estabelecimento de parâmetros de uso e ocupação do solo condizentes com os princípios da função social da propriedade; (iv) a outorga onerosa do direito de construir; (v) o parcelamento compulsório e o IPTU progressivo – e sua relação com a política de mobilidade e transportes. Não se preconiza a relação dos instrumentos acima destacados com a política de mobilidade e transporte na quase totalidade dos municípios. Com exceção apenas de Irauçuba – cuja classificação e hierarquização do sistema viário proposto consideraram as ZEIS previstas – e Sobral – que traz como uma das diretrizes da Política Municipal de Mobilidade Urbana “XVII - aplicar requisitos quanto ao uso e ocupação do solo, normas edilícias, esquemas especiais de

28 circulação, acesso e saída de veículos, estabelecidos em Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), para as atividades geradoras de interferência no tráfego”

4. Se os planos analisados definem objetivos, diretrizes e o estabelecimento de prazos para a elaboração de planos viários das cidades. A elaboração de planos viários é assegurada legalmente em Russas, Forquilha, Fortaleza, Farias Brito e Nova Russas. Todos os outros são silentes.

5. Se os planos analisados instituem fundo específico de mobilidade e transportes, ou de fundo de desenvolvimento urbano (desde que também seja destinado a área de transporte e mobilidade), e suas fontes de recursos. O Fundo – sendo em sua maioria de Desenvolvimento Urbano em geral – é instituído em Chorozinho, Irauçuba, Beberibe, Tabuleiro, Sobral, Redenção, Ocara, Santana e Sobral.

6. Se foram adotadas definições relativas ao orçamento municipal (PPA, LDO e LOA), como a determinação de prioridades de investimentos, ou a definição de obras e investimentos concretos na área de mobilidade e transportes, por exemplo. Chorozinho, Russas, Irauçuba, Nova Russas, Tabuleiro, Redenção, Ocara, Santana e Sobral trazem prioridades de investimentos.

7. Se foram adotadas critérios de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas. As dimensões de gênero, etnia/raça e outros/as não são vislumbradas em nenhum dos PDs. Em alguns aparece apenas como diretriz a questão da adequação dos locais da cidade às pessoas portadoras de deficiência.

8. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política de mobilidade e transportes. Apesar de demandarem um alto volume de recursos públicos e poucos instrumentos que poderiam facilitar esta concretização das definições serem previstos, os/as pesquisadores/as consideraram um alto grau de auto-aplicabilidade das mesmas nos municípios de Chorozinho, São Benedito, Russas, Fortaleza, Brejo Santo, Itarema, Nova Russas, Redenção, Ocara, Santana e Sobral, na medida em que não carecem de mais regulamentações.

29 9. Se foram definidas políticas de extensão da rede de serviços de transportes públicos na expansão urbana. Apenas os planos diretores de Chorozinho, Russas e Redenção prevêem a extensão dos serviços de transporte nas áreas de expansão urbana.

10. Se foram definidos instrumentos e mecanismos de controle social na política de transporte e mobilidade. Os conselhos de desenvolvimento urbano – ou, na minoria dos PDs, específicos para a questão da mobilidade urbana – são previstos em Chorozinho, Russas, Irauçuba, Beberibe, Itarema, Nova Russas, Tabuleiro, Redenção, Ocara, Santana e Sobral.

E. O Plano Diretor e a Política de Meio Ambiente. Deve-se fazer uma leitura sintética buscando identificar: 1. Se os planos diretores analisados definiram objetivos e estabeleceram metas concretas para a política ambiental. Identificar particularmente se existem dispositivos restritivos à moradia de interesse social (por exemplo, remoções de moradias em áreas de preservação). A maioria dos PDs traz objetivos e metas concretas para a política ambiental. Apenas Russas e Brejo Santo trazem dispositivos restritivos à moradia de interesse social. Ex.: Russas: “O artigo 26 traz dentre suas ações regulamentar as zonas especiais de interesse social, sendo as porções territoriais destinadas à recuperação urbanística, regularização fundiária, produção e manutenção de habitações de interesse social, as quais não poderão localizar-se em, ou substituir no todo ou em parte, zonas industriais e zonas de área verde.” Já em São Benedito, não se verificou dispositivos restritivos à HIS e, ao contrário, prevê em seu artigo 27, quando trata dos objetivos da Zona Urbana de Expansão, “qualificar as áreas ocupadas para reversão dos danos ambientais e recuperação das áreas degradadas”. 2. Se foram definidos instrumentos específicos visando a sustentabilidade ambiental (zoneamento ambiental e instrumentos jurídicos e fiscais). O zoneamento ambiental é previsto em Chorozinho, Aquiraz, Russas, Forquilha, Coreau, Fortaleza, Beberibe, Brejo Santo, Farias Brito, Tabuleiro, Redenção e Ocara, mas na maioria dos casos não é vinculado a instrumentos. 3. Se foram definidos objetivos e diretrizes e estabelecidos prazos para a elaboração de plano municipal de meio ambiente. Em nenhum dos municípios analisados há esta previsão.

30 4. Se foram instituídos fundos específicos de meio ambiente e suas fontes de recursos. Apesar da não-previsão de Planos Municipais de Meio Ambiente, há a previsão de fundos em Forquilha (sem detalhamento), Coreau (sem detalhamento), Fortaleza, Farias Brito, Tabuleiro e Sobral. 5. Se foram adotadas definições relativas ao orçamento municipal (PPA, LDO e LOA), como a determinação de prioridades de investimentos, ou a definição de obras e investimentos concretos na área ambiental, por exemplo. Há esta priorização apenas em Chorozinho, Russas e Redenção. 6. Se foram adotados critérios de gênero, etnia/raça ou de outras políticas afirmativas. Em nenhum dos municípios analisados há esta previsão. 7. O grau de auto-aplicabilidade das definições estabelecidas na política de meio ambiente. O grau de auto-aplicabilidade é alto na maior parte dos planos diretores, não dependendo de regulamentações posteriores. 8. Se foram definidos instrumentos e mecanismos de controle social na política de meio ambiente. Aquiraz, Icó, Russas, Irauçuba, Fortaleza, Beberibe, Brejo Santo, Itarema, Nova Russas, Tabuleiro, Sobral, Redenção e Ocara prevêem conselhos de desenvolvimento urbano ou específicos do meio ambiente como forma de controle social de suas políticas de meio ambiente.

F. O Plano Diretor e a Política Metropolitana (apenas para os estados com municípios situados em regiões metropolitanas). Para os municípios situados em regiões metropolitanas, buscar-se-á fazer uma síntese avaliando que medida os planos diretores incorporaram instrumentos de gestão compartilhada em torno das políticas urbanas. Deve-se identificar:

Município Diretrizes na Objetivos e metas Instrumentos Grau de auto- perspectiva da concretas visando específicos visando a aplicabilidade integração dos uma política gestão compartilhada das definições municípios à metropolitana? e cooperativa com estabelecidas na metrópole outros municípios política metropolitanos e se metropolitana. envolve outros

31 âmbitos federativos Aquiraz Não Não Não Não há definições para a política metropolitana Chorozinho Sim, principalmente Os objetivos e metas Não São auto- relacionadas à questão existem no sentido aplicáveis, mas a do desenvolvimento de integrar o falta de organismos econômico município no de gestão processo de metropolitana no desenvolvimento Ceará dificulta a econômico da sub- implementação de região dentro da uma política RMF metropolitana Eusébio Sim, há diretrizes Sim, principalmente Sim, listados nas Baixo, pois muitas relacionadas à relacionados à estratégias delas dependem de ampliação do debate questão do acordos e participativo sobre a transporte público, convênios com RMF, definição de saneamento, outros municípios instrumentos de gestão tratamento de consorciada e outros resíduos sólidos e habitação. Fortaleza Destacam-se: - Sim Constituição de Há a carência de definição e consórcios mecanismos que implementação de mecanismos que visem intermunicipais, devem ser à integração do sistema câmaras regionais e regulamentados na de transporte do Município e da RMF agencias de esfera estadual - integrar as políticas desenvolvimento para municipais de habitação implementação de do Município de ações de interesse Fortaleza às políticas de comum dos habitação dos municípios municípios da RMF consorciados Pacatuba Reforço da polarização Não O artigo 39 da lei regional exercida pela 002/2007 traz a cidade de Pacatuba, possibilidade de atuar melhorando a infra- conjuntamente com

32 estrutura básica outros municípios para existente (artigo 9) suprir os sistemas básicos de infra- estrutura

G. Sistema de Gestão e Participação Democrática Deve-se fazer uma leitura sintética buscando identificar: 1. Os elementos presentes nos planos diretores que garantam a implementação do estatuto das cidades nos itens referentes à participação social no planejamento e gestão das cidades. Município Chorozinho Previsão de audiências, consultas públicas, iniciativa popular de projeto de lei, plebiscito, referendo, Conferência Municipal de Política Urbana, Conselho Municipal de Planejamento e Gestão, Aquiraz Previsão de audiência para o EIV e Conselho Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente Ubajara Prevê a criação de um sistema de planejamento urbano capaz de assegurar a elaboração, implementação, fiscalização e avaliação do Plano Diretor e a institucionalização do planejamento como processo participativo permanente (Art. 5°). Todavia, não coloca instrumentos para este fim. São Previsão de audiências públicas, debates e consultas públicas (como faculdade do Benedito poder executivo), plebiscito, referendo, Conferencia Municipal de Desenvolvimento Territorial (apenas citada), Conselho Municipal da Cidade.

Icó Previsão de plebiscito, referendo popular e Conselho de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente Russas Previsão de Audiências Públicas, consultas públicas (apenas citada), Conselho Municipal da Cidade Forquilha Previsão de Conferência das Cidades e de Conselho da Cidade Irauçuba Previsão de audiências, plebiscito, referendo, veto popular, projeto de lei de iniciativa popular, Conferência da Cidade, Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Territorial, assembléias populares Coreau Previsão de Conferência Municipal da Cidade e Conselho da Cidade. Fortaleza Previsão de audiências públicas (para EIV, para formatação do Conselho de Desenvolvimento Urbano e gestão orçamentária), iniciativa popular, veto popular, plebiscito, referendo, Conferência Municipal de Desenvolvimento urbano (apenas citada), debates, consultas públicas, o Sistema Municipal de Desenvolvimento Urbano e Participação Democrática e Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano;

33 Conselho Municipal de Meio Ambiente; Conselho Municipal de Habitação Popular; Conselho Municipal de Transporte Urbano; Conselho Municipal de Cultura (conselhos estes apenas citados). Beberibe Destaca-se a criação do Sistema Municipal Integrado de Planejamento e Gestão Urbana Municipal e Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial, Conferencias Municipais, audiências, debates e consultas públicas, iniciativa popular de projeto de lei, plebiscito e referendo Brejo Santo Prevê a criação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e fóruns setoriais Itarema Conselho Cidadão e Fórum do Plano Diretor Farias Brito Prevê um sistema municipal de planejamento e gestão; subsistema municipal de informações; fortalecimento da capacidade de planejamento e gestão democrática, com a promoção da efetiva participação dos diferentes grupos sociais; modernização administrativa da Prefeitura e órgãos municipais; capacitação e aperfeiçoamento dos recursos humanos envolvidos na gestão municipal; melhoria das estruturas de fiscalização e arrecadação fiscal; implantação de práticas em parceria público – privada. Nova Conselho Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente – COMUM - e do Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social Russas Tabuleiro Estabelecimento do Conselho Municipal do Plano Diretor Participativo e a citação do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA Sobral Previsão de audiências, debates e consultas públicas e a iniciativa popular de Projeto de Lei, Conselho Municipal do Plano Diretor, Congresso da Cidade Redenção Previsão de audiências publicas, consultas públicas, debate, iniciativa popular de projeto de lei, plebiscito, referendo, Conferencias Distritais e Municipais da Cidade, Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Ocara Previsão de audiências publicas (não regulamentado), consultas públicas (não regulamentado), Conferencias Municipais da Cidade, Conselho Municipal de Planejamento e Gestão e Conselho Municipal de planejamento, gestão, defesa do meio ambiente e desenvolvimento habitacional Santana Previsão de audiências publicas, consultas públicas, debate, iniciativa popular de projeto de lei, plebiscito, referendo, Conferencias Municipais da Cidade, Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Eusébio Previsão de audiências publicas, consultas públicas, debate, iniciativa popular de projeto de lei, plebiscito, referendo, Conferencias Municipais de Política Urbana, Conselho Municipal de Política Urbana Pacatuba Traz nas diretrizes especiais do Plano Diretor (artigo 6 da lei 002/2207): conselhos, fóruns ou comissões com representações da sociedade civil, de entidades comunitárias e de profissionais. (mas nada é regulamentado). Cria o Conselho Municipal da Cidade.

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2. Se foram regulamentados, criados ou previstos os Conselhos das Cidades e outros Conselhos ligados à política urbana (Conselho Gestor do Fundo de Habitação de Interesse Social, Conselho de Transporte, Conselho de Saneamento, de Desenvolvimento Urbano, etc.) e se existem conexões ou mecanismos de articulação entre estes. No caso dos conselhos, fazer uma síntese das definições relativas aos seguintes aspectos: (i) Composição do poder público e sociedade; (ii) Caráter (consultivo ou deliberativo ou ambos); (iii) atribuições; (iv) a definição de critérios de gênero na composição do conselho. Além disso, se foram criados ou previstos outros mecanismos de participação. Município Previsão Conselho Composição Caráter Critérios de gênero Chorozinho Conselho Municipal de 33,33% Poder Público, deliberativo Não Planejamento e Gestão 66,67% Soc. Civil; Aquiraz Conselho Municipal de 50 % Poder Público, consultivo Não Urbanismo e Meio 50% Sociedade Civil; Ambiente Ubajara Conselho Municipal de Não definido deliberativo Não Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano São Conselho Municipal da 52,3 % Poder Público, consultivo Não Benedito Cidade 47,7 % Sociedade Civil;

Icó Conselho de 50 % Poder Público, consultivo Não Desenvolvimento Urbano 50% Sociedade Civil; e Meio Ambiente Russas Conselho Municipal da 16,67,33% Poder Público Deliberativo Não 83,33% Sociedade Civil Cidade (no que se refere à política hab.) Forquilha Conselho Municipal da 40 % Poder Público, deliberativo Não Cidade 60% Sociedade Civil; Irauçuba Conselho Municipal de 40 % Poder Público, consultivo e Sim Desenvolvimento Urbano 60% Sociedade Civil; deliberativo e Territorial Coreau Conselho Municipal da Informação não consultivo e Não Cidade disponível deliberativo Fortaleza Conselho Municipal de Não regulamentado Não Não Desenvolvimento Urbano regulamentad regulamen

35 o tado Beberibe Conselho Municipal de Maioria Soc. Civil (não é consultivo e Não Planejamento e Gestão possível determinar a deliberativo Territorial. porcentagem) Brejo Santo Conselho Municipal de 50 % Poder Público, consultivo Não Desenvolvimento Urbano 50% Sociedade Civil; Itarema Conselho Cidadão 50 % Poder Público, consultivo Não 50% Sociedade Civil; Farias Brito Conselho Municipal de Não regulamentado Não Não Desenvolvimento regulamentad regulamen Sustentável o tado Nova Conselho Municipal de 50 % Poder Público, consultivo Não Urbanismo e Meio 50% Sociedade Civil; regulamen Russas Ambiente – COMUM - e tado do Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social Tabuleiro Conselho Municipal do 50% Poder Público deliberativo Não 50% Soc. Civil Plano Diretor Participativo Sobral Conselho Municipal do Não regulamentado deliberativo Não Plano Diretor regulamen tado Redenção Conselho Municipal de 41,67% Poder Público deliberativo Não 58,33% Soc. Civil Planejamento e Gestão Ocara Conselho Municipal de Não regulamentado deliberativo Não Planejamento e Gestão regulamen tado Santana Conselho Municipal de 35,48% Poder Público deliberativo Não Planejamento e Gestão 64,52% Soc. Civil Eusébio Conselho Municipal de Inf. Não disponível consultivo e Não Política Urbana deliberativo Pacatuba Conselho Municipal da 40% Poder Público consultivo e Não 60% Soc. Civil Cidade deliberativo

Município Atribuições do Conselho Chorozinho Promover a aplicação e fiscalizar o cumprimento da legislação municipal referente ao Plano Diretor; opinar sobre os projetos de lei, decretos e demais atos regulamentares necessários à atualização e complementação do Plano Diretor; opinar sobre propostas de alterações dos padrões urbanísticos; opinar sobre a programação de investimentos

36 anual e plurianual dos instrumentos de planejamento municipal; promover a integração das atividades de planejamento urbano municipal ao desenvolvimento estadual e regional; promover as atividades de planejamento urbano, acompanhando a sua execução, atualização permanente e revisão periódica; fiscalizar a ordenação do uso e ocupação do solo; promover um canal de comunicação efetivo entre o Poder Executivo e os cidadãos, no que tange à execução da política urbana; baixar normas de sua competência, necessárias à execução e implementação da política urbana do município; submeter, por intermédio do Secretário de Agricultura à apreciação do Chefe do Poder Executivo, as propostas referentes à concessão de incentivos e benefícios fiscais e financeiros, visando à melhoria da qualidade urbana; requisitar o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), em estreita articulação com os outros conselhos existentes, de projetos de urbanização e de equipamentos urbanos que venham a causar significativo impacto, principalmente quanto à: a) preservação do meio-ambiente;b) paisagem;c) economia. Aquiraz Zelar pela aplicação da legislação municipal relativa ao planejamento e desenvolvimento urbano de Aquiraz, propor e opinar sobre a atualização, complementação, ajustes e alterações do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Aquiraz; promover, através de seus representantes, debates sobre os planos e projetos que incidam na área urbana do Município; receber e encaminhar para discussão matérias oriundas de setores da sociedade que sejam de interesse coletivo; zelar pela integração de políticas setoriais que tenham relação com o desenvolvimento urbano do Município; propor a programação de investimentos com vistas a assessorar a implantação de políticas de desenvolvimento urbano ambiental do Município; e propor critérios e parâmetros para a avaliação de Projetos Especiais. Ubajara Assegurar a elaboração, implementação, fiscalização e avaliação do Plano Diretor São Colaborar na aplicação e fiscalização do Plano e de outras leis urbanas do Município; indicar as prioridades das ações previstas no Plano Diretor, compatibilizando-as com as Benedito dos demais órgãos da administração; propor estudos e alterações nas referidas leis; opinar sobre os casos omissos no Plano e das demais leis urbanas do município; e 5) elaborar seu regimento interno. Já no art. 52, cabe ao Conselho: 1) sugerir e encaminhar propostas para o Poder Executivo sobre a execução da Política Urbana; 2) manifestar-se sobre a implantação de projetos de impacto urbano, solicitando ao Poder Executivo, quando for o caso, a elaboração de Relatório de Impacto de Vizinhança; 3) sugerir e encaminhar propostas de alteração de leis urbanas; e 4) encaminhar propostas para o orçamento participativo. Icó Avaliar, propor e apreciar reformulações e complementações na legislação urbana; colaborar na manutenção e reformulação da política e diretrizes relativas ao meio ambiente expressas nesta Lei; colaborar na elaboração de planos, programas e projetos intersetoriais, regionais, locais e específicos de desenvolvimento do Município;opinar sobre planos, programas e projetos bem como sobre obras, instalações e operações que possam causar significativo impacto ambiental, podendo convocar para tanto audiências públicas, bem como requisitar aos órgãos públicos competentes e às

37 entidades privadas informações e estudos complementares que se façam necessários; apreciar e pronunciar-se sobre Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA / RIMA) e Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV); utilizar-se de convênios e contratos de assistência técnica para análise de relatórios ambientais.” Russas colaborar na aplicação e fiscalização desta e de outras leis urbanas do Município; indicar as prioridades das ações previstas no Plano Diretor, compatibilizando-as com as dos demais órgãos da administração; propor estudos e alterações nas referidas leis; opinar sobre os casos omissos nesta lei e das demais leis urbanas do município; elaborar seu regimento interno. O artigo 96 traz outras atribuições: sugerir e encaminhar propostas para o Poder Executivo sobre a execução da Política Urbana; manifestar-se sobre a implantação de projetos de impacto urbano, solicitando ao Poder Executivo, quando for o caso, a elaboração de Relatório de Impacto de Vizinhança; sugerir e encaminhar propostas de alteração de leis urbanas; encaminhar propostas para o orçamento participativo. Forquilha convocar e coordenar o processo de revisão do plano diretor; analisar e aprovar a criação de unidades de conservação; analisar e aprovar os projetos de parcelamento do solo; analisar e aprovar os projetos sujeitos ao estudo prévio de impacto de vizinhança e de impacto ambiental; emitir parecer sobre incompatibilidades entre as leis orçamentárias municipais e o plano diretor; emitir parecer sobre projetos de lei que tenham como objeto políticas públicas relacionadas ao desenvolvimento urbano, ao meio ambiente, a habitação, ao patrimônio cultural e a mobilidade; gerir os fundos específicos de cada política setorial; acompanhar, controlar e fiscalizar as ações para a implantação das normas da lei do plano diretor; avaliar e deliberar sobre proposta de demolição de edificações, bem como intervenções em imóveis de interesse cultural, tombados ou não; sugerir e convocar audiências públicas para discussão da implantação de empreendimentos nas áreas de sua atuação; convocar e coordenar a conferência da cidade. Irauçuba Promover a integração e a articulação das políticas específicas e setoriais na área do desenvolvimento urbano, como planejamento e gestão do uso do solo, habitação, saneamento ambiental, transporte e mobilidade urbana; Mediar os interesses existentes em cada local, constituindo-se em um espaço permanente de discussão, negociação e pactuação, visando garantir a gestão pública e participativa no município de Irauçuba; Consolidar a gestão democrática, estimulando a ampliação e o aperfeiçoamento dos mecanismos de participação e controle social, fortalecendo os atores/sujeitos sociopolíticos em sua representatividade, autonomia e capacidades de monitoramento e avaliação das intervenções e das políticas públicas; Promover e coordenar o processo de mobilização social para garantir a implementação

38 da gestão orçamentária participativa nas dimensões urbana, territorial e ambiental; Promover a interação proativa entre as Comissões Temáticas do CONDUTI e as demais instâncias do Sistema Integrado de Desenvolvimento Urbano e Territorial de Irauçuba, garantindo o atendimento das demandas e das agendas de prioridades sociais e territoriais; Tornar público o processo de implementação das Diretrizes, Propostas e Ações previstas na legislação urbana, territorial e ambiental e do Plano Estratégico Participativo de Desenvolvimento Sustentável de Irauçuba; Deliberar, debater, avaliar, propor, definir e fiscalizar programas, projetos e as políticas urbanas, territoriais, ambientais e orçamentárias municipais; Deliberar sobre questões territoriais, urbanas e ambientais de acordo com a legislação urbana, territorial, ambiental e orçamentária municipal, promovendo o direito à cidade e o cumprimento da função social da propriedade Urbana; Monitorar e fiscalizar a implementação das Políticas Públicas e a adequação das peças orçamentárias municipais às diretrizes, propostas e ações previstas no Plano Diretor Participativo de Irauçuba e no Plano Estratégico Participativo de Desenvolvimento Sustentável de Irauçuba; Gerenciar o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano e Territorial – FMDUT, propondo e aprovando critérios organizativos e instrumentos de viabilidades técnico- operacionais, fiscalizando a alocação dos recursos; Gerenciar o Fundo Municipal para Habitação de Interesse Social – FMHIS, propondo e aprovando critérios organizativos e instrumentos de viabilidades técnico-operacionais, fiscalizando a alocação dos recursos; Gerenciar o Fundo Municipal do Saneamento Ambiental, propondo e aprovando critérios organizativos e instrumentos de viabilidades técnico-operacionais, fiscalizando a alocação dos recursos; Coordenar a realização das Conferências Municipais da Cidade, em compatibilidade com as agendas dos encontros nacional e estadual da Cidade e com as atividades de planejamento municipal; Promover e coordenar a revisão participativa do Plano Diretor, conforme diretrizes e instrumentos previstos ou regulamentados no Estatuto da Cidade e no Conselho Nacional das Cidades; Realizar a atualização do Diagnóstico Socioespacial Participativo de Irauçuba, no último ano da gestão de cada mandato do Conselho; Realizar a qualificação do Plano Municipal de Combate a desertificação, num prazo máximo de um ano após a publicação deste Plano Diretor;

39 Participar de capacitações e promover articulações com movimentos políticos, redes e outras formas de organização pelo direito à cidade; Estimular ações que visem propiciar a geração, apropriação e utilização de conhecimentos científicos, tecnológicos, gerenciais e organizativos pelas populações das áreas urbanas; Assumir as competências e atribuições para a implementação, dos instrumentos previstos na Legislação Ambiental, fiscalizando, monitorando, deliberando e resolvendo acerca dos mecanismos de utilização sustentável dos recursos ambientais, analisando, sobretudo, a implementação obras e empreendimentos de potencial degradação ambiental. Coreau Examinar, emitir pareceres e sugerir propostas relacionadas à política e à legislação urbana; participar das discussões e da análise dos orçamentos municipais quanto à execução das prioridades estabelecidas nesta lei; examinar e emitir pareceres sobre os RIAU; colaborar na aplicação e fiscalização da lei do Plano Diretor e de outras leis urbanas; indicar prioridades das ações previstas no Plano Diretor. Fortaleza Não regulamentado Beberibe I - Aprovar os Estudos de Impacto de Vizinhança; II - convocar, organizar e coordenar as Audiências Territoriais e a Conferência Municipal de Política Urbana; III - convocar audiências públicas; IV - promover um canal de comunicação efetivo entre o Poder Executivo e os cidadãos, no que tange à execução da política urbana; V - baixar normas de sua competência, necessárias à execução e implementação da política urbana do município; VI - sugerir, quando julgar necessário, a realização de estudos sobre alternativas e possíveis conseqüências urbanísticas e ambientais, de projetos públicos ou privados, com vistas à adequação dos mesmos às diretrizes constantes nesta Lei; VII - requisitar o Estudo de Impacto de Vizinhança de projetos de urbanização e de equipamentos urbanos que venham a causar significativo impacto, principalmente quanto: à preservação do meio-ambiente, à paisagem, à economia, em estreita articulação com respectivos órgãos executivos da gestão ambiental e urbana no município; VIII - propor programas, instrumentos, normas e prioridades da Política Municipal de Desenvolvimento Urbano; IX - acompanhar e avaliar a implementação da Política Municipal de Desenvolvimento Urbano, em especial os programas relativos à política de gestão do solo urbano e rural, de saneamento ambiental, de mobilidade e transporte urbano, e recomendar as providências necessárias ao cumprimento de seus objetivos; X - emitir orientações e recomendações sobre a aplicação do Estatuto da Cidade e dos demais atos normativos relacionados ao desenvolvimento urbano; XI - promover, quando necessário, a realização de seminários ou encontros regionais sobre temas de sua agenda, bem como estudos sobre a definição de convênios na área de desenvolvimento urbano sustentável e da propriedade urbana, a serem firmados com organismos nacionais e internacionais públicos e privados; XII - dar publicidade e divulgar seus trabalhos e decisões; XIII - aprovar seu regimento interno e decidir sobre as alterações propostas por seus membros;

40 XIV - propor a criação de instrumentos institucionais e financeiros para a gestão da política urbana; XV - criar formas de interlocução entre os conselhos das cidades nos âmbitos nacional, estadual, e entre municípios, estimulando a troca de experiências; XVI - promover processos de capacitação sobre assuntos de interesse do desenvolvimento urbano municipal.” Brejo Santo Assessorar e emitir pareceres para subsidiar decisões do Chefe do Executivo Municipal; Acompanhar a execução do PDDU no que se refere ao cumprimento de suas diretrizes e na implantação de ações e projetos impactantes na estrutura urbana, na economia ou no desenvolvimento social do município de Brejo Santo; Propor e examinar alterações e ajustes necessários ao PDDU. Interpretar a legislação urbana municipal. Analisar e orientar a formulação de projetos de lei oriundos dos poderes Legislativo e Executivo, complementares ou em modificação ao PDDU.

Itarema I - acompanhar a implementação e execução do Plano Diretor Participativo; II - auxiliar o poder executivo municipal, sugerindo alterações ao Plano Diretor Participativo e colaborando em todas as atividades que se relacionem com o planejamento do desenvolvimento do Município; III - atuar na integração das diversas políticas públicas constituídas no município, como órgão consultivo e fiscalizador; IV - participar da organização das Conferências, Reuniões e Audiências Públicas do Município de Itarema, relacionadas com o objetivo do Conselho; V - propor a realização de estudos, pesquisas, debates, seminários ou cursos afetos à política de desenvolvimento sustentável local e de planejamento urbano; VI - organizar a realização periódica do Fórum do Plano Diretor; VII - zelar pela interpretação exata e correta da aplicação do instrumento "Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança — EIV", em observação ao disposto no Plano Diretor; VIII - dar encaminhamento, no que couber, às deliberações das Conferências Nacionais e Estaduais das Cidades em articulação com o Conselho Nacional das Cidades e com o Conselho Estadual das Cidades; IX - acompanhar e avaliar a execução da Política Urbana Municipal em especial as políticas de habitação, de saneamento ambiental, de transportes e de mobilidade urbana e, recomendar às providências necessárias ao cumprimento de seus objetivos; X - emitir orientações e recomendações referentes à aplicação da Lei Federal n° 10.257, de 10 de julho de 2001, e das demais legislações e atos normativos relacionados ao desenvolvimento urbano; XI - atuar como canal de discussões, sugestões, queixas e denúncias relativas às ações de implementação do Plano Diretor Participativo; XII - estimular ações que visem a propiciar a geração e utilização de conhecimentos científicos, tecnológicos, gerenciais e organizacionais ligados à política de

41 desenvolvimento sustentável; XIII - promover, em parceria com organismos governamentais e não governamentais, nacionais ou internacionais, a identificação de sistemas de indicadores no sentido de estabelecer metas ou procedimentos com base nesses indicadores, para monitorar a aplicação das atividades relacionadas com o desenvolvimento local sustentável; XIV - propor e fiscalizar ações de regularização fundiária e urbanística; XV - acompanhar e participar do processo de elaboração do Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretriz Orçamentária - LDO, Lei Orçamentária Anual - LOA, visando à execução das prioridades de investimentos estabelecidos no Plano Diretor; e XVI - estabelecer programa de formação continuada, visando à permanente qualificação dos membros do Conselho Cidadão e demais interessados da sociedade civil. Farias Brito Não regulamentado Nova Emitir parecer sobre as propostas de implantação, modificação e aperfeiçoamento das Russas políticas, diretrizes e normas no plano e em toda a legislação urbanística (art. 73). Tabuleiro analisar e propor medidas de efetivação da política urbana, bem como verificar o cumprimento das diretrizes expressas no Plano. Sobral promover a aplicação e fiscalizar o cumprimento da legislação municipal referente ao Plano Diretor, estabelecendo a interpretação uniforme e adequada dos dispositivos legais pertinentes; emitir parecer sobre os projetos de lei, decretos e demais atos regulamentares necessários à atualização e complementação da presente Lei, observado o competente processo legiferativo; deliberar sobre propostas de alterações dos padrões urbanísticos; opinar sobre a programação anual e plurianual de investimentos das ações voltadas para o desenvolvimento urbano; promover a integração das atividades de planejamento urbano municipal atinentes ao desenvolvimento estadual e regional; promover as atividades de planejamento urbano, acompanhando a sua execução, em especial quando do estabelecimento, atualização permanente e revisão periódica: da ordenação do parcelamento, do uso e da ocupação do solo urbano; e de definição das prioridades governamentais; promover um canal de comunicação efetivo entre o poder executivo e os cidadãos sobralenses, no que tange à execução da política urbana; baixar normas de sua competência, necessárias à execução e implementação da política urbana do município; determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos sobre alternativas e possíveis conseqüências urbanístico / ambientais, de projetos públicos ou privados, com vistas à adequação dos mesmos às diretrizes constantes nesta Lei; submeter, por intermédio do Secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, à apreciação do Chefe do Poder

42 Executivo, as propostas referentes à concessão de incentivos e benefícios fiscais e financeiros, visando à melhoria da qualidade urbana; apreciar os projetos de urbanização e de equipamentos urbanos que venham a causar significativo impacto ambiental em estreita articulação com o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente - COMDEMA, e respectivos órgãos executivos da gestão ambiental e urbana, a nível do município; exercer outras atividades que lhe venham a ser conferidas por lei. Redenção I - promover a aplicação e fiscalizar o cumprimento da legislação municipal referente ao Plano Diretor; II - opinar sobre os projetos de lei, decretos e demais atos regulamentares necessários à atualização e complementação do Plano Diretor; III - opinar sobre propostas de alterações dos padrões urbanísticos; IV - opinar sobre a programação de investimentos anual e plurianual dos instrumentos de planejamento municipal; V - promover a integração das atividades de planejamento urbano municipal ao desenvolvimento estadual e regional; VI - promover as atividades de planejamento urbano, acompanhando a sua execução, atualização permanente e revisão periódica; VII - fiscalizar a ordenação do uso e ocupação do solo; VIII - promover um canal de comunicação efetivo entre o Poder Executivo e os cidadãos, no que tange à execução da política urbana; IX - baixar normas de sua competência, necessárias à execução e implementação da política urbana do Município; X - submeter, por intermédio do Secretário de Transporte, Obra e Meio Ambiente à apreciação do Chefe do Poder Executivo, as propostas referentes à concessão de incentivos e benefícios fiscais e financeiros, visando à melhoria da qualidade urbana; XI - requisitar o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), em estreita articulação com os outros conselhos existentes, de projetos de urbanização e de equipamentos urbanos que venham a causar significativo impacto, principalmente quanto à: a) preservação do meio-ambiente; b) paisagem; c) economia. Ocara Mesmo do anterior, seguindo a orientação nacional Santana Mesmo do anterior, seguindo a orientação nacional Eusébio Mesmo do anterior, seguindo a orientação nacional Pacatuba Não regulamentado

3. Se foram definidos critérios e mecanismos de articulação entre as ações do PD e o processo orçamentário (PPA, LDO e LOA). Isso ocorreu apenas em: - São Benedito: cabe ao Conselho Municipal da Cidade indicar as prioridades das ações previstas no Plano Diretor, compatibilizando-as com as dos demais órgãos da administração(art. 49, parág. 1°); bem como encaminhar propostas para o orçamento participativo(art. 52) - Russas: O único dispositivo que se refere ao orçamento participativo é o que diz que uma das

43 atribuições do COMCIDADES é encaminhar propostas para o orçamento participativo - Forquilha: Segundo o art. 62 do PDMF, as propostas de lei: plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual devem ser precedidas de debates, audiências públicas e consultas públicas como requisito obrigatório para sua aprovação na câmara municipal - Coreau: O art. 147 obriga o poder executivo municipal submeter ao Conselho da cidade um relatório sobre a gestão do exercício e um plano de ação para o próximo) - Farias brito: O Plano criou um mecanismo de apreciação (art. 43) dos projetos de lei do plano plurianual e do orçamento anual à apreciação das associações representativas, antes de encaminhá- los a Câmara Municipal, a fim de receber sugestões quanto à oportunidade e o estabelecimento de prioridades das medidas propostas. - Tabuleiro: Não há a criação de instâncias mas dentro das competências do Conselho temos a de opinar sobre a programação anual e plurianual de investimentos das ações voltadas para o desenvolvimento urbano e rural.) - Santana: prevê como competência do Conselho Municipal de Planejamento e Gestão opinar sobre a programação de investimentos anual e plurianual dos instrumentos de planejamento municipal e submeter, por intermédio do Secretário de Agricultura à apreciação do Chefe do Poder Executivo, as propostas referentes à concessão de incentivos e benefícios fiscais e financeiros, visando à melhoria da qualidade urbana.

4. Se foram adotadas definições relativas à estrutura de gestão da Prefeitura e as condições para o planejamento das ações e seu monitoramento. Identificar as formas de articulação das ações dos diferentes órgãos municipais, as formas de planejamento urbano, as definições relativas à participação da sociedade, e os mecanismos e instrumentos de monitoramento das ações no território municipal.

Município Chorozinho Não há disposição sobre a relação que existe entre a definição de obras e investimentos propostos com a capacidade financeira do município. Há normas referentes a um sistema municipal de planejamento e gestão territorial com competências centralizadas na Secretaria Municipal de Agricultura. Há também a previsão de Comissão Permanente e Comissões Temporárias de Implementação e Avaliação do Plano Diretor, sendo esta formada por técnicos da administração municipal Aquiraz Nenhuma previsão

44 Ubajara Nenhuma previsão São O Plano menciona, eventualmente, alguns órgãos municipais já existentes e outros que deverão ser criados(Departamento Municipal de Trânsito – DEMUTRAN, e Benedito Autarquia Municipal de Meio-Ambiente). Isso, no entanto, não é tratado por ele de maneira sistemática e integrada, não havendo, portanto, uma definição de uma estrutura de gestão municipal da política de desenvolvimento urbano. O Plano não cria qualquer descentralização/regionalização da gestão. Deve-se levar em conta que, apesar de o município contar com uma sede e dois distritos, ele continua sendo de pequeno porte, não acarretando, desse modo, grande prejuízo a centralização da gestão municipal. Tendo em vista, portanto, essa centralização da gestão e o caráter pouco sistemático do Plano, fica evidente que este não traz definições claras e concretas acerca das formas de planejamento e execução das ações. Como diretriz geral, nesse sentido, a lei estabelece que o processo de gestão Urbana será desenvolvido pelo Poder Executivo, pela Câmara Municipal e pela sociedade civil organizada através do Conselho Municipal da Cidade (COMCID) – art. 48. Cumpre lembrar também que, como já comentado acima, uma das situações em que o município está obrigado a realizar audiências públicas é na elaboração de planos, projetos e leis que tratem de assuntos relacionados ao planejamento e desenvolvimento urbano(art. 46). Icó Remetida è lei específica que tanto estruturará os órgãos da administração pública, quando regulamentará o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Russas Não há dispositivos neste sentido. Forquilha Não foi constatada no plano nenhuma definição de estruturação institucional. Não foi constatada no plano nenhuma definição de execução de ações pela gestão pública à exceção da Secretaria municipal de agricultura e recursos hídricos e meio ambiente, responsável pela fiscalização e cumprimento de toda a legislação ambiental no território municipal. Irauçuba Não há, em nenhuma das 3 lei analisadas definições claras a cerca dos investimentos / obras e a capacidade financeira do município, nem sobre a instituição de um sistema de gestão Coreau Não foi identificado nenhum plano de gestão municipal. É proposta que a Secretaria Municipal da Agricultura e de Recursos Hídricos e Minerais e do Meio Ambiente assuma a gestão da política urbana municipal. Fortaleza Como já dito acima o plano traz o Sistema Municipal de Desenvolvimento Urbano e Participação Democrática, que é organizado da seguinte forma: I — órgãos ou entidades do Poder Público Municipal responsáveis pelo ou pela: a) planejamento urbano; b) infraestrutura; c) meio ambiente; d) habitação; e) controle urbano; f) trabalho/abastecimento; g) finanças;

45 h) turismo; i) mobilidade urbana; j) limpeza e urbanização; k) cultura; l) consultoria / representação jurídica; m) execução regional; n) Gabinete da Prefeita; II — instrumentos de planejamento: a) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); b) Plano Plurianual (PPA); c) Lei do Orçamento Anual; d) Lei de Uso e Ocupação do Solo; e) Lei de Parcelamento do Solo; f) Planos Diretores Regionais; g) Código Municipal Ambiental; h) Plano Diretor Participativo; i) inventário ambiental; j) Código de Obras e Posturas do Município de Fortaleza; III — instrumentos de gestão: a) Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano; b) Conselho Municipal de Meio Ambiente; c) Conselho Municipal de Habitação Popular; d) Conselho Municipal de Transporte Urbano; e) Conferência Municipal de Desenvolvimento Urbano; f) assembléias territoriais de política urbana por administração regional; g) Sistema de Informações Municipais; h) estudo de impacto de vizinhança (EIV); i) Conselho Municipal de Cultura; IV — instrumentos financeiros: a) Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano; b) Fundo de Defesa do Meio Ambiente (FUNDEMA); c) Fundo Municipal de Habitação; d) outorga onerosa do direito de construir; V — instrumentos de participação popular: a) audiências, debates e consultas públicas; b) iniciativa popular de projetos de lei, de planos, programas e projetos de

46 desenvolvimento urbano; c) plebiscito e referendo popular; d) orçamento participativo; e) veto popular. Beberibe No âmbito da gestão, estrutura e articulação das ações dos diferentes órgãos, o município criou o Sistema Municipal Integrado de Planejamento. “ Art. 33 - O Sistema Municipal Integrado de Planejamento e Gestão Urbana Municipal é o conjunto de órgãos e entidades públicas e representantes da sociedade civil voltados para propiciar o desenvolvimento de um processo contínuo, dinâmico e flexível de planejamento e gestão da política urbana. Art. 34 - O Sistema Municipal Integrado de Planejamento e Gestão Urbana Municipal é composto pela seguinte estrutura: I - Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial; II - Coordenação de Implementação e Avaliação do Plano Diretor Participativo vinculada a Secretaria de Administração;” (Lei do Plano Diretor)

Brejo Santo Nada definido. Itarema O plano diretor remete à lei complementar a regulamentação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão a ser elaborada e aprovada em um prazo máximo de dois anos. Não foi constatada no plano nenhuma definição de execução de ações pela gestão pública muito menos mecanismos efetivos de participação da sociedade. Farias Brito Prevê um sistema municipal de planejamento e gestão Nova Não há regulamentação neste sentido. Russas Tabuleiro Há o estabelecimento do Sistema Integrado de Planejamento Municipal nos artigos 18 a 21. O Sistema traz a seguinte estrutura: I – Órgão Superior – o Conselho Municipal do Plano Diretor; II – Órgãos Centrais – as Secretarias de Obras e Serviços, Planejamento e desenvolvimento Econômico e de Meio Ambiente e Turismo; III – Órgãos / Entidades Seccionais – os órgãos, entidades ou comissões específicas instituídas no âmbito da Administração Pública Municipal, cujas atividades sejam associadas, direta ou indiretamente, à implementação da política urbana e das diretrizes expressas do Plano Diretor Participativo. Sobral É citada a criação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão (SIPLAG) que compreende os canais de participação. No entanto, a regulamentação do SIPLAG é remetida a lei específica. Redenção O art. 182 do plano diretor institui o Sistema Municipal de Planejamento e Gestão (SMPG), elencando como instâncias administrativas: I – Secretaria Municipal de Transporte, Obra e Meio Ambiente; II – Conselho Municipal de Planejamento e Gestão (CMPG); III – Comissão Permanente e Temporária de Implementação e Avaliação do

47 Plano Diretor. Ocara O Plano prevê um Sistema Municipal de Planejamento e Gestão (art. 147), composto por: Secretaria Municipal de Transportes, Obras e Meio Ambiente; Conselho Municipal de Planejamento e Gestão; e Comissão Permanente de Implementação e Avaliação do Plano Diretor. Santana O Plano prevê um Sistema Municipal de Planejamento e Gestão Eusébio O PD prevê um Sistema Municipal de Planejamento e Gestão que tem como objetivo geral implementar, atualizar e monitorar as ações da política de planejamento e gestão do território municipal. A descentralização prevista ocorre no âmbito do Conselho, que contará em sua composição com representantes dos bairros do Eusébio. Pacatuba Prevê dentre suas diretrizes: criação de um sistema de planejamento e gestão participativo que potencialize a cultura pluralista e o movimento comunitário do município e que fortaleça os instrumentos de planejamento setorial existentes nas áreas de Educação, Saúde, Turismo e Assistência Social.

III. Avaliação Qualitativa dos Planos Diretores 1. Tendo como referência o ideário e a agenda da reforma urbana, qual o balanço que pode ser feito dos planos diretores avaliados? Levar em consideração, entre outros, os seguintes aspectos: a) incorporação do Estatuto das Cidades b) grau de auto-aplicação dos instrumentos aprovados c) inovações na utilização dos instrumentos d) integração das políticas setoriais e) inclusão e mecanismos de participação e controle social Os planos diretores avaliados no Estado do Ceará, em sua maioria, trazem incorporadas as diretrizes do Estatuto da Cidade. Mas, na quase totalidade deles, tais diretrizes não são consideradas no seu zoneamento, na definição de prioridades, no estabelecimento de instrumentos e na sua aplicabilidade imediata. O grau de auto aplicabilidade das suas previsões é, de maneira geral, baixo, pois remetem definições imprescindíveis para sua efetividade para leis posteriores (e não indicam prazos para as mesmas). Não há quase nenhuma inovação na utilização dos instrumentos, nem sua adequação ao porte dos municípios do interior. Há ainda situações em que os mapas prevêem zonas (por exemplo) sequer mencionados na lei. E instrumentos não associados a nenhuma estratégia. As políticas setoriais continuam previstas de maneira segmentada. E como alguns planos tratam

48 de desenvolvimento social em geral, o tema do planejamento urbano em si fica em segundo plano. Há casos em que a política habitacional é tratada com o mesmo grau de importância de pavimentação. Os instrumentos de controle social são bem presentes nas leis avaliadas, com um bom grau de composição majoritária da sociedade civil e com atribuições relevantes para o monitoramento do desenvolvimento urbano de suas cidades. Resta saber se tais previsões legais foram implementadas e de que maneira. Destacamos ainda como importante a absoluta falta de consideração das dimensões de gênero e raça na perspectiva das políticas urbanas municipais. Podemos concluir de tudo que foi analisado que, sem dúvida, as leis municipais de desenvolvimento urbano não se preocupam com a garantia do direito à cidade para todos e todas, com a “localização dos pobres”, com a garantia de recursos para implementação de políticas, nem com o efetivo controle social. Portanto, os Planos Diretores do Ceará, a partir das amostras dos 25 analisados, não incidem sobre a propriedade urbana no sentido de garantir a sua função social

2. Levando em conta as definições estabelecidas nos planos analisados e o estudo de caso avaliado, quais os principais desafios para a efetividade dos planos diretores? - dificuldade de acesso à informação - falta de equipe técnica nas Prefeituras - diagnósticos superficiais - desconhecimento do tema (pelo poder público e sociedade civil) - falta de motivação dos movimentos locais, pelo desgaste dos processos - precariedade do conhecimento das questões urbanas locais - pouco envolvimento de todos os setores/segmentos (pacto) - pouco/nenhum envolvimento das Câmaras Municipais - falta de integração entre as políticas urbanas - não cumprimento da elaboração das leis específicas - pouca/nenhuma efetividade dos Conselhos das Cidades e similares

3. Que indicações de conteúdos para estratégias e ações de capacitação para implementação dos Planos no seu Estado podem ser feitas a partir da avaliação realizada? Percebe-se um desconhecimento (intencional ou não) do Estatuto enquanto lei que busca garantir o Direito a Cidade, e que este deve ser reverberado no âmbito municipal a partir dos planos

49 diretores. É preciso que se divulguem casos de aplicação eficaz dos instrumentos do Estatuto e seus resultados concretos na melhoria da vida nas cidades. É preciso também um maior conhecimento em relação aos recursos utilizados nos municípios para as políticas setoriais, de maneira que se possa exigir uma aplicação dos mesmos de acordo com o que preconiza o PD. Para além dos conteúdos, é preciso uma atuação do governo do Estado (Secretaria das Cidades) no sentido de apoiar os Municípios na capacitação do seu corpo técnico para conhecer e aplicar o Estatuto das Cidades. É preciso um envolvimento das Câmaras de Vereadores nisso também. Por fim, cabe ressaltar a importância de articulações como o Fórum de Reforma Urbana do Ceará no fortalecimento do tema do desenvolvimento urbano e do controle social como caminho para a construção de cidades mais justas e sustentáveis.

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