nicolau nasoni no contexto da arquitectura barroca rui leandro maia

Revista Zero 3.indd 96-97 21-11-2003, 11:46 Revista Zero3.indd 97 momento o seu maior estudioso, Robert Chester Smith. Todos os edifícios ou obras que aqui que obras ou edifícios Todosos Smith. Chester Robert estudioso, maior seu o momento ao até foi que daquele trabalhos nos sobretudo apoio com Nasoni”, Nicolau de arquitectura que aprecedeu, sobretudonocasoportuguês. aquela e barroca arquitectura a entre analogias e distinções algumas estabelecer tentamos não só na sua componente arquitect6nica, como também nas outras artes, e, simultaneamente, tratado, artístico período do conjunto de visão uma fornecer precedentes)”, períodos os diferenças com e (conexões ao Nasoni Nicolau de chegada à até em introdução monumento, analisar osaspectosbarrocosdasuaarquitectura. diferentes. artísticos períodos de característicos aspectos artista, do pessoais tendências as com par a confunde, si em que Nasoni, Nicolau de arquitectura da estudo pelo interessadotivéssemos nos estilísticas, distinções devidas as fazer que tal, como havendo, artístico, período naquele ou neste edifício um totalidade na inscrever podemos sempre nem porque também e motivo, Talvezeste analisadas. por ser podem e olhos nossos aos ressaltampasso o todo a que as são arquitectura, de as concretamente arte, de obras as Destes, legando. vai nos Hist6ria a bin6mio o que em cultura/civilização s6podeseranalisadopelotempolongo. medida na relevante, importância uma assume passado o perspectiva, valores a um espaço comum; e os de ordem civilizacional, que materializam os primeiros. Nesta mesmos pelos ligadas encontram se modo, algum de ou, habitam que pessoas de conjunto determinado distinguem e identificam que cultural, ordem de os fundamentais: factores dois a introdução Na sequência desta abordagem prosseguimos analisando as “Influências artísticas na artísticas “Influências as analisando prosseguimos abordagem desta sequência Na sua e barroco estilo do geral “Abordagem uma com tentando, estudo este Iniciamos 2. cada de exaustiva descrição fazermosuma de preocupação qualquer Procuramos,sem Apercebemo-nos de tudo isto através dos testemunhos, quer psíquicos, quer físicos, que 1. Ao fazermos um estudo exaustivo de qualquer comunidade não podemos ficar alheios 96-97 21-11-2003, 11:46 98 21-11-2003, 11:47 O templo de Vignola, arquitecto que 1 98-99 O seu arranjo interior corresponde às preocupações apologéticas da ordem neste período

da Contra-Reforma. Na sua enorme nave retoma-se a parte concepção central dominante, de mas pela Miguel primeira Ângelo, vez, com de uma uma redução das naves laterais, que são Com este trabalho, desejamos contribuir para um melhor conhecimento da arquitectura de arquitectura da conhecimento melhor um para contribuir desejamos trabalho, este Com A finalizar temos a “Conclusão: Nicolau Nasoni, arquitecto barroco?”, em que descrevemos, descrevemos, que em barroco?”, arquitecto Nasoni, Nicolau “Conclusão: a temos finalizar A Na “Análise arquitectónica do estilo barroco nasoniano, segundo os princípios expostos segundo os princípios expostos Na “Análise arquitectónica do estilo barroco nasoniano, Este estilo encontra as suas raízes no maneirismo e nos ditames da Igreja Católica. “La A Itália esteve durante séculos na vanguarda dos maiores movimentos culturais e

havia colaborado com o mestre Miguel Ângelo, preludia a nova era. preludia a nova com o mestre Miguel Ângelo, havia colaborado com os períodos precedentes até à chegada de nicolau nasoni ao porto – conexões e diferenças nasoni ao porto – conexões até à chegada de nicolau estilísticas que mais a caracterizam: o barroco. estilísticas que mais a caracterizam: estilo barroco e da sua introdução em portugal do 1. abordagem geral Nicolau Nasoni, nomeadamente através dos seus edifícios portuenses, numa das vertentes artista, alguns aspectos em que a sua arquitectura se mostra barroca. se mostra em que a sua arquitectura artista, alguns aspectos na sequência daquilo que já tínhamos aflorado ao tratarmos das influências sofridas pelo português. ao mesmo tempo, os aspectos em que ele se mostrou um arquitecto convencionalmente como criador de espaços tipicamente barrocos, sobretudo na Igreja dos Clérigos, apontando, por Bruno Zévi no seu livro Saber ver a arquitectura”, procuramos ver Nicolau Nasoni

hipóteses ou conclusões. ou hipóteses apontamos apontamos como sendo da autoria de Nicolau Nasoni têm como base as suas certezas,

systématiquement aux prestiges de la représentation.” contre-réforme, faute contre-réforme, de pouvoir compter sur la simple évidence de la presénce recourt divine,

Borozzi, o Vignola, desenhou para a cidade de Roma a célebre igreja de Il Gesu. a célebre Roma a cidade de o Vignola, desenhou para Borozzi, também que o estilo barroco deu os primeiros passos, quando, em 1568, o arquitecto Jacopo artísticos europeus. Terra mãe de filósofos, poetas, teóricos, tratadistas e grandes artistas, foi aí foi artistas, grandes e tratadistas teóricos, poetas, filósofos, de mãe Terra europeus. artísticos Revista Zero 3.indd Revista Zero3.indd 99 inúmeras tendências barrocas na arte do século XVI...” século do arte na barrocas tendências inúmeras “O precedentes. maneirismo representação estava latente no de período culto anterior na formas mesma extensão o em e que exemplo,estavam latentes conceitos as (por de frutos desprendido nem seus imagens), os das dar a viessem elas embora muito Trento, de imperial cidade na tomadas decisões as com subitamente nasce não barroco o Porém, eclesiástica. -Média comfrescosecenasdescritivas. igrejas edeumnovocaminhopictural acomunicaràspessoas. pioneira como jesuítica eclesiástica. ordem da fundação a com Católica, Europa na fé da recuperação à barroco. o todo; ela “era sobretudo equilíbrio, medida, sobriedade,racionalismo,medida, equilíbrio,lógica”. sobretudo “era ela todo; o com relação na articulável é partes das uma cada que em racionais, formas das e inequívoca pelo não finito, peloscontrastes epela audaciosa mistura detodas asartes”. e infinito pelo amor novidade, de ânsia movimento, “foi Ele imediato. e intenso é arte de obra da emocional impacto o e agitação de sentimento um sugerido é sensíveis, mais tornam-se formas das atitudes as manchados, ficam aguçados perfis emocional; elemento o mais pesa que o barroco se constituiu como estilo autónomo. suiço H. Wolfflin, fundamentando o seu estudo em monumentos italianos e alemães, demonstrou italiana, não como um desenvolvimento lógico do estilo clássico mas sim numa atitude oposta. O Alguns historiadores de arte descrevem todo este movimento como produto da vontade da produto como movimento este todo descrevem arte de historiadores Alguns Na representação artística pretende-se agora dramatizar, tal como se havia feito na Idade- Engrandecer as forças espirituais coincide com a necessidade de aumentar o número de período A revitalização espiritual da Igreja, assinalada pleno no Concílio de Trento (1545-1563), conduziu em desenvolvidas e retomadas tarde mais serão concepções Tais da altacúpulabanhadadeluz. penumbra que vela as capelas laterais; em seguida a grande nave e o espectáculo surpreendente entrada da igreja, surpreende-nos, em primeiro lugar, o predomínio da parte central da abóbada e a passagens.estreitas por à si Logo entre central,para ligadas a abrindo-se capelas quatro apenas 98-99 2

4 A arte do renascimento depende da clareza 3 . Nasce na sequência da renascença da sequência na Nasce . 21-11-2003, 11:47 6 5 Com o barroco o Com Revista Zero 3.indd 100-101 21-11-2003, 11:47 Revista Zero3.indd 101 côncava, sãodoisexemplos destasuamovimentada edílica.EscreveuBrunoZévi: alia Sapienza, de planta em forma de estrela com seis pontas, e Santa Agnese, com a frontaria um projecto, tenta encontrar um traçado, um movimento. Consegue-o aqui plenamente. Sant’lvo definir em preocupar se sem arquitecto, O Carlino. San de carinhosamente chamam romanos o os que Borromini, Fontane,de Porém,Ouatro alie Carlo San é lisas. elíptica planta de edifícios dos e protótipo rectais pilastras as com semicircular proveniente pórtico dinamismo do contraste vivo pelo um fachada, visível da é exterior seu No capelinhas. por ladeada elíptica edifício deplantacentrada. estruturaiselementos (tambor, o desenvolve-se e homogeneízam-se uniões) lanterna, cúpula, regiões aelaligadas. influenciou, que linguagem nova uma saiu Deles Borromini. o Casteli,Francesco e LorenzoBernini Giancaracterizam: a mais que e criação sua da cerne no estão afigura-se que italianos edílica arquitectos dos obra nova da sumária, esta que ainda análise, compreender uma indispensável possamos que Para cronológico. estudo um a cingirmos nos se português caso relação o para evidente nenhuma aliás, Contudo,realidade, barroco, verdadeiro ou o com XVIII. pouca teve século época do nesta produzida começo arte ao da até muita restrito, XVII sentido em século do início o desde europeia arte da de intençãonaescultura enaarquitectura deBernini(1598-1680). similaridades estreitas com barroca, pintura da nomes grandes dois citar só para 1640), (1577- confundindo-se infinito, Caravaggiode (1573-1610)Rubens telas de nas e óbvio é Isto esforçada. perspectiva uma com o representar de tentativa numa arquitectura com pintura -, através - de uma iluminação dramática, profundamente sombreada ou I’oeil” “trompe na culminante pqea gea e atAde a Oiiae Rm) d rlgoo enn, d planta de é Bernini, religioso do (Roma), Ouirinale al Sant’Andrea de igreja pequena A Os tripartida. renascentista caixa da e simétrico plano do abandono um a Assistimos período o para convincente descritivo termo um é barroco histórico, vista de ponto Do realista, ilusionismo o como técnicas por ganhos foram efeitos estes XVII século No continuum das estruturas. É a sua inequívoca opção desde San Carlino alie Ouatro Fontane [...]. Fontane Ouatro alie Carlino San desde opção inequívoca sua a É estruturas. das continuum o Broii umn a nepntaã d eeets saii, u s rprue no repercute se que espaciais, elementos de interpenetração a culmina Borromini Com 100-101 21-11-2003, 11:47 td a uoa e Europa a toda grosso-modo, 102 21-11-2003, 11:47

7 chega ao ponto de considerar o manuelino - 8 102-103

Eugénio d’Ors, na sua obra Lo barroco Como fez notar Albert Einstein, um acontecimento localiza-se no tempo e no espaço. O singularismo precoce do barroco italiano finda, como refere com certa razão M. Dois Dois pares de elipses sobrepostas e numa configuração que forma indecifrável desde tortuosauma um único ponto de mural, vista união e capaz de assimilar um constante movimento neste O espaço.[...]. ilimitado, génio e pequeno, de apesar Borromini disso faz o milagre: dinamiza de uma no centro. colocado um organismo forma emocionante Encontramos Encontramos a Norte e Sul do edificaçõesTejo de cariz popular que oexemplificam. O Não obstante as dificuldades inerentes ao movimento da restauração (1640), ele foi Representações Representações como a famosa janela do Convento de Cristo, mais em não Tomar, são

forma irregular), viram no aparecimento do novo estilo uma criação portuguesa. no aparecimento do forma irregular), viram significado etimológico da palavra barroco (termo de origem portuguesa que designa pérola de pérola designa que portuguesa origem de (termo barroco palavra da etimológico significado continente, continente, muito menos em Portugal. Apesar disto, estudiosos houve que, à semelhança do espanhóis haviam já Não desbravado. surgiu simultaneamente por todos os países do velho características características locais, em toda a Europa e para lá do Atlântico, em terras que portugueses e Enquanto movimento pluralista é assim que teremos de analisar o barroco. Ele tomou

parte do seguinte, irromper noutros países. irromper parte do seguinte, Wackernagel, com a morte de Bernini, em 1680. Iria ainda, neste final do século XVII e por grande grande por e XVII século do final neste ainda, Iria 1680. em Bernini, de morte a com Wackernagel, espalhados por todo o país. Nossa Senhora Nossa da Encarnação, em Santa Maria da Feira, é um dos muitos edifícios deste tipo plano centralizado vai-se instalando progressivamente ao longo do século XVII. A capela de diferenciação relativamente a Espanha. diferenciação relativamente a entrando em Portugal a par com as correntes maneiristas, procurando-se por esta via criar uma criar via esta por procurando-se maneiristas, correntes as com par a Portugal em entrando tripartido. O barroco vinha ainda longe. tripartido. do que simples expressões plásticas integradas numa massa de pedra, de espaço interior ultrapassada. a representações espectaculares. Ao falarmos de arquitectura, consideramos hoje esta tese estilo nacional por excelência - como um “arquétipo do barroco”, sobretudo no que respeita Revista Zero 3.indd Revista Zero3.indd 103 dada aosefeitosdeluz,queamesmacúpula cria. importância a e igreja, da cúpula maravilhosa na protagonizadas aqui complicadas, formas das procura a barroca: arquitectura da essenciais atributos dois destacam se particularmente do barrococlássico italiano. convexa, apesar de ter a frontaria construída em tijolo, é um dos exemplares mais significativos aqui aideiademovimento. Borromini, foi o autor do traçado do Palácio Carignano, em Turim. Como ninguém, sabe expressar Providência. Divina a Lisboa: de cidade a para barroco gosto ao igreja uma desenhasse que tratadista, e posição deindependênciafaceàEspanha,progredia-senaadopçãodonovoestilo uma certariquezadecorativa. corrente da exemplos são 1675, maneirista persistente. Tudo em é tradicional nelas, excepto iniciada algumas fachadas que apresentam já Congregados, dos a ou 1622, em inaugurada Álvares, Baltasar de Grilos, dos ou Lourenço São de a Marques, Diogo (1602-1707),de Bento S.de Nasoni.Igreja Nicolau assimA de e chegada artísticas, à correntes até novas continuará baldaquino da Basílica de São Pedro, em Roma. As colunas que o arquitecto-escultor italiano arquitecto-escultor o que colunas As Roma. em Pedro, São de Basílica da baldaquino monumental sacrário no utilizara no Bernini que vez, torsas colunas primeira as Lisboa, pela em Justa, 1661, Santa de em Igreja da criou, Ele país. no plásticos elementos novos dos vinham vez Nunes Tinoco, só ainda apegado a concepções tardo-classicistas, uma terá sido o primeiro implantador de João feito. que já havia se algo Porém, nacional. arquitectónica tradição complexos,a com cortar bruscamente assaz empreendimentos, tais para preparado o éuo VI a iae o ot, id d fiã mdea, notas fcaa às fechada encontra-se medieval, feição de ainda Porto, do cidade a XVII, século No Do projecto da Divina Providência ficou-nos a planta. ficou-nos Providência Divina da projecto Do onde Turim, em Lourenço, São de Igreja da risco do autor também foi monge O Este monumento, de fachada ondulada, onde a parte central sobressai pela sua saliência italiana, barroca arquitectura da mestre grande do seguidor fiel mais o Guarini, Guarino Alguém pediu ao monge teatino italiano Guarino Guarini (1624-1683), arquitecto, matemático sua a Europa na firmando ia Portugal enquanto XVII, século do 60-70 de décadas Nas 102-103 21-11-2003, 11:47 9 otgl ã etv ainda estava não Portugal . Revista Zero 3.indd 104-105 21-11-2003, 11:47 Revista Zero3.indd 105 nacional. edifício uma forma quase circular, onde é visível a unidade do barroco enquanto estilo à escala ao dando arredondados, exteriores braços de grega, cruz de planta De (1704). Barcelos em Antunes de“inventor”dobarrocoportuguês. João isso, apelidar por podendo-se, estilo, novo o para maneirismo do passagem a definitivo, expressandoem contrastantesfeita, claro-escuro.efeitos nele do os É e movimento de ideia a Portugal, em entrar a estava internacional barroco o que realidade, na demonstra, edifício O convexas. e côncavas paredes de alternado jogo um alçados os formando onduladas, cerimónia, são de pano um parecendo exteriores, fachadas quatro as arquitectónico: ambiente já odiscursoedílicojoanino, muitoembora asuafeitura tenha sidoobra deconfraria. dasgrandes inicial marco sua o construções barrocas em Portugal. Lançada a primeira pedra em 1682, Santa a Engrácia preludia é,verdadeiramente, para concorreu projecto 1681, Onovo em Lisboa, ganhando. de reedificação, Engrácia Santa de Igreja da desabamento do aquando que, arquitectura da novato este (1645-1712).Foi Antunes João aprendiz como teve o todo por espalharam mundo. se doravante que série enorme uma de pioneiras foram concebeu Pedro II. Pode “Magnânimo”. considerar-se de a sua governação um apelidou prolongamento político e cultural do reinado história de seu pai, D. a que aquele trono ao sobe anos, 17 apenas com É também da sua autoria, entre outras obras, a graciosa Igreja do Bom Jesus da Cruz, da Jesus Bom do Igreja graciosa a obras, outras entre autoria, sua da também É ao novo de algo traz português, gosto o para dimensões grandes de igreja, A onde Lisboa, de Vicente São em sítios, outros entre trabalhou, Tinoco Nunes João grande florescimentodobarrocopleno. do quando joanino, reinado no desenvolvidos serão parte grande em latentes que rumos já apontando ideias e sistematizando nacional, arquitectura da novo período um facto, de abre, Ela frustes. e ambíguas resultado haviam entendimento, deficiente por que, ruralizantes formas as e E, efectivamente, o “barroco pleno” estava prestes a florescer. A 1 de Janeiro de 1707, de Janeiro 1 A florescer. a prestes estava pleno” “barroco o efectivamente, E, or d Jã Atns lrpsa .. a ucoaiae srt, smlcdd decorativa simplicidade a estrita, funcionalidade a [...] ultrapassa Antunes João de obra A 104-105 10

21-11-2003, 11:47 106 21-11-2003, 11:47

11 106-107

L’histoire de au I’architecture, XVIII” siecle est [...] résultante d’une double impulsion: I’évolution L’histoire

12 Mercê da actividade comercial, a cidade do Porto vinha alargando a sua área desde du langage architectural, puis Ia volonté des monarques (et des gens fortunés - nobles ou roturiens ou nobles - fortunés gens des (et monarques des volonté Ia puis architectural, langage du - qui les imitent avec des moindres moyens). La vie des formes est inséparable ici de I’histoire des du pas séparent se ne tour, leur à goûts, ces intentions, ces et patrons; les par formulées intentions social, politique et psychique de l’époque. contexte A vinda desta plêiade de arquitectos estrangeiros (muitos havia ainda para citar) não Afluíram, então, nosso ao país inúmeros artistas estrangeiros, sobretudo italianos. Porém, Porém, à semelhança do que já havia acontecido na época áurea dos descobrimentos

urbano. dinâmica comercial que lhe deu, mas também pela crescente fixação de pessoas no espaço - Tratado - de Tratado Methuen), permitindo um desenvolvimento significativo da cidade, não só pela a nova fonte de riqueza - o comércio de vinho do Porto - conquistou o mercado inglês (1703 esta via, duas riquezas que contribuíram para o engrandecimento da urbe. No século XVIII, avançada, a uma ligação de filhos de comerciantes com a nobreza territorial, por fundindo-se, o século XVI, o que levou a uma expansão habitacional extra-muros e, numa fase mais chamaram, na intenção de construírem ao gosto europeu. na intenção de construírem ao chamaram, esteve somente a cargo do monarca. Grandes senhores e instituições religiosas também os Tojal. Custódio Custódio Vieira e Manuel da Maia, e dirigiu as obras do da Palácio Mitra em Santo António do ainda ligado ao grandioso Aqueduto das Aguas Livres (Lisboa), ao lado dos portugueses onde trabalharam também os estrangeiros Filipe Juvara e António Canevari. Este último esteve esteve último Este Canevari. António e Juvara Filipe estrangeiros os também trabalharam onde conjunto Palácio-Convento-Igreja de Mafra, cujas obras principais decorreram entre 1717-1730, e 1717-1730, entre decorreram principais obras cujas Mafra, de Palácio-Convento-Igreja conjunto Frederico Ludovice, ourives-arquitecto responsável, entre outras realizações, pelo risco do Refiramos alguns dos mais importantes ligados à arquitectura: o alemão romanizado João

arquitectura. Foi o que aconteceu. Foi o que arquitectura. rendimentos rendimentos do ouro e dos diamantes do Brasil), enriquecer o reino com pintura, escultura e com com D. Manuel I, D. João V podia agora, mercê da favorável conjuntura económica (os Revista Zero 3.indd Revista Zero3.indd 107 generis adaptado aogosto doNorte dePortugal. estilo um sofridas, influências as com par criar,a soube Grão-Mestre, do palácio no em pintor como trabalhado ter de finalmente, e, Roma de artísticos valores os com contactado ter de -, Nasini Giuseppe mestre seu do ajuda a com pintor de dotes os desenvolveu onde - desenho deourivesaria, torêutica,talhaemobiliário. renascença, desenvolveu a sua actividade em diversos campos: pintura, escultura, arquitectura, perfeitamente aobra donosso artista. os e primários define asserção conceitos esta dúvida, Sem existentes.possibilidades e desenvolve meio o com acordo de que adapta aquele com grandiosidade da cume o também 2. influênciasartísticasnaarquitectura denicolaunasoni Cidade Invicta,em1725. a para Nasoni Nicolau de vinda à ligado directamente esteve - Malta de Ordem da chanceler vacância sua da período (1717 no -1741). RoquealturaTávora,vice- Dom na de Portoirmão seu de intermédio por - parece que Ao do Sé da Deão Foi 11). nota (v. Starovinski Jean fala nos desde Novembrode1725, instala-seemPortugal, ondeviráamorrer30deAgosto1773. pelo Grão-Mestre da Ordem de Malta, o português Dom António Manuel Vilhena. E, pelo menos porém, queapreendeuumasériedeconcepçõesmaistardeaplicaránonos religiosa artista edecorativa. o pintura anos, em mestre 22 - Nasini Com Giuseppe de aluno Florença. foi onde de , em trabalhar próximo a encontrava-se Cima, de Valdarno de João São em 1691, de Depois de ter adquirido uma série de conhecimentos e toda uma aprendizagem em Siena da homem o norteou que universalista espírito do imbuído ainda Nasoni, Nicolau atinge ela cria, a quem de originalidade na só está não arte de obra da validade A que de clero, ao ligado endinheirados, homens destes um é Távora de Jerónimo Dom De acordo com a biografia de Ettore Romagnole Ettore de biografia a com acordo De Da Roma dos Papas passou à ilha de Malta, onde foi solicitado como pintor decorador pintor como solicitado foi onde Malta, de ilha à passou Papas dos Roma Da sabe-se,obra, sua da vestígiosexistirem aqui não de Roma.Apesar passouSienaa De 106-107 13 , Nicolau Nasoni nasceu a 2 de Junho de 2 a nasceu Nasoni Nicolau , 21-11-2003, 11:47 so país. sui- Revista Zero 3.indd 108-109 21-11-2003, 11:47 Revista Zero3.indd 109 m uts o su eiíis cm pr xml: a aié a é o ot, o aái de Palácio no Porto, do Sé da galilé Nasoni na exemplo: reflecte-o por motivo, como edifícios, Este seus Florença. dos muitos de na em Ofícios Buontalenti dos Bernardo Palácio 1580, do de edifícios Supplicine, cerca outros delle feito, Porta muitos havia de que semelhança do e à Toscânia invertido, da seiscentistas frontão de motivo o com encimadas onde oartistasoubeser acimadetudoumdecorador . monumentos, seus nos repercutem se estas que em medida na actividades, outras suas das português, sãoasmaisimportantes. arquitect6nico iluminismo exemplodo exímio Lamego, de Sé da pinturas as quais das Nasini, Giuseppe de via por transmitidas Cartona da Pietro de influências também denotam se onde decorativa, pintura na aplicadas fase primeira numa Foram Nasoni. por sofridas ornamentais propósitorefere Aeste Robert Smith: Borromini. Francesco e olombardo Buontalenti Bernardo fiorentino s otds a aeamr a é o ot, m ds rmia ors e aoi são Nasoni, de obras primeiras das uma Porto, do Sé da capela-mor da portadas As análise uma fazer necessário portanto, será, Nasoni de arquitectura a estudarmos Para influências as parte grande em sintetiza citação esta extensa, pouco um que Ainda o italianos: mestres dois de influência a essencialmente notamos edifícios seus Nos de perfil ondulante ou bojudo e os arcos de feitio especial com que Nasoni coroou a capela de Fafiães capela ecriouoritmodasfachadasdeMatosinhosMateus. a coroou Nasoni que com especial feitio de arcos os e bojudo ou ondulante perfil de cimalhas as com junto e Borromini de plástico mais barroco alto do sim mas Buontalenti, de não lhe da sua carreira, no chafariz da Sé e numa das janelas laterais da igreja dos Clérigos. O motivo veio- constantemente preocupado com o capitel jónico como elemento decorativo, empregou no princípio Nasoni, que voluta, dupla a é frontões, de ornato no elemento, este a Aliada [...]. distribuição larga talvez mais do que qualquer outro ornamento, associa-se com a arte de Nasoni, alcançando a mais Este,invertida. forma de frontão o 3) exóticascurvas; predominam também onde teatral, e opulenta forma de fogaréus e jarros os 2) XIX; século do véspera à até regional arquitectura da ornato no e côncava, que afectivamente lançaram o jogo de curvas que se ia manter como elemento constante arquitectura setecentista do Norte. Estes são: 1) as grandes cartelas barrocas de superfície convexa o sio o rmio irm aé d td, rs oio d spea motni pr a para importância suprema de motivos três tudo, de além vieram, primeiro do estilo Do 108-109 21-11-2003, 11:47 14 110 21-11-2003, 11:47 é uma grande composição italiana, baseada no motivo de um arco alternando 110-111 16 , Nasoni trouxe também na mente o feitio de muitas das suas jarras, bacias, 15 A fachada teatral evocando cenografia e paladianismo o do arco de triunfo do arcebispo

com aberturas menores, tornado famoso pelos livros de Serlio e Palladio, arquitectura muito do sul empregado de na Portugal nos séculos XVI e XVII. É de especial interesse do tema e precisamente no por no País ter momento expressão sido grandiosa em executada que por ser a última em um Roma desenho semelhante de Ferdinando Galilei ganhou o concurso para a nova fachada também a de João ligação S. de É que Latrão. de tem interesse com a ilha de Malta, pois ali existem duas igrejas que possuem alpendres com este motivo, ambos do começo do século XVIII, tendo Do barroquismo precoce dos florentinos, dos quaisBernardo Buontalenti representa a Analogamente, Analogamente, existe entre os dois artistas o gosto pela aplicação de efeitos bizarros, de Siena, de 1715,

com a energia” e primeira fantasia de detalhe, numa espécie de liberdade formal que combina a obstinação transição, rompendo com a estaticidade dos edifícios, através de “uma verdadeira dramatização dramatização verdadeira “uma de através edifícios, dos estaticidade a com rompendo transição,

leões rampantes com duas fiores-de-lis. com duas leões rampantes Guerra Junqueiro, são visíveis os motivos do brasão dos Barbosas de Albuquerque: um par de par um Albuquerque: de Barbosas dos brasão do motivos os visíveis são Junqueiro, Guerra Nasoni empregou elementos heráldicos. Na Casa do Dr. Domingos Barbosa, o actual Museu de elementos heráldicos, segundo uma italiana. tradição Em todas as suas casas portuenses, pitorescos pitorescos e realistas, extremamente explorados por Nasoni na arquitectura civil com o uso

de Mateus. S. S. João Novo, na Igreja de Bom Jesus de Bouças (Matosinhos), no do Palácio no Freixo, Solar mesmo edifício. Sobre a primeira obra, escreveu Robert Smith: escreveu Robert obra, Sobre a primeira mesmo edifício. subjacentes à arte maneirista. Provam-no a galilé da Sé do Porto e as portas do claustro do pelo menos numa primeira fase da sua carreira em Portugal, de certos princípios que estiveram que estiveram de certos princípios em Portugal, fase da sua carreira pelo menos numa primeira exterior, permitindo abranger visualmente toda a unidade espacial, Nasoni não se desprendeu, desprendeu, se não Nasoni espacial, unidade a toda visualmente abranger permitindo exterior, -, dos quais, para além dos ornamentos, destacamos a escadaria de lanços, tanto interior como interior tanto lanços, de escadaria a destacamos ornamentos, dos além para quais, dos -, edifícios. Contudo, e apesar de ter introduzido no Porto elementos da ordem vigente - o barroco o - vigente ordem da elementos Porto no introduzido ter de apesar e Contudo, edifícios. peanhas e balaústres - motivos que estarão presentes em praticamente todos os seus Revista Zero 3.indd Revista Zero3.indd 111 Nasoni -, a arquitectura civil mantém-se, neste século XVIII, conservadora. Há a referir um maior barrocas que apresentam por vezes um acentuado dinamismo - dois elementos utilizados por aoperíodo medieval. atorre, quenosaparece, porexemplo, nasquintasdoChantreedeRamalde. que remonta portuguesa a tradição edificações nalgumas juntou simbiose, feliz escadaria exterior de lanços (v. Plantas 1 e 5). A estes dois elementos, o nosso arquitecto, numa do Freixo. Genericamente, deste tipo de casas consta uma passagem térrea abobadada e uma e que com Nasoni iria ter os seus pontos altos no Solar de Mateus, de planta em U, e no Palácio constituiu um veículo de difusão de um novo tipo de edifício civil que se espalharia Europa fora mais, vez Uma único. estilo Robert Smithnoselucida: num -, nortenha sobretudo - nacional tradição a com conjunto palácios e dos típica igrejas maltesas. da decoração tudo folheadas, e volutas florões os verticais, frisos os háa arquitectónica, referir o emprego do disco de decoração oval de forma convexa, aplicado, por exemplo, demotivos na Torre dos Clérigos, àassimilação concerne que no finais.Ainda conchas ou jarras volutas, exemplo,duplas por com, decorativa plástica a arquitecto o expôs lineares aberturas as Sobre barroca. arquitectura na acontece como dramáticos e dinâmicos das de Nasoni, elas são maneiristas, isto é, são focos de decoração e artifício, mas nunca focos iad a otiuço aa eo éuo VI it é a lna m , a escadarias as e U, em planta a é, isto XVII, século pelo dada contribuição a Tirando de Bernini, daautoria de 1630, década na edificado Roma, de Barberini de Palácio O em resultaram, que influências sofreu Nasoni plantas, de desenho ao refere que No maioria na também como Porto, do Sé da claustro do portas oito às respeito diz que No quando dapermanênciadeNasoniemMalta,quepodiaterficado nasuamemória. novidade uma portanto Era 1713. em acrescentado Valeta, em Itália, de Catarina Santa de o sido famosos CampanilideSiena eFlorença. Dr. do Casa na aplicado Domingos Barbosa] e aparte superior, [sistema de tronco recuado, da Torre campo dos Clérigos, que nos sugere os de casas das angulares torres as como tais toscana, Não devemos olvidar certas composições que lhe vieram da velha arquitectura tradicional arquitectura velha da vieram lhe que composições certas olvidar devemos Não 110-111 18 21-11-2003, 11:47 17 Revista Zero 3.indd 112-113 21-11-2003, 11:47 Revista Zero3.indd 113 aul qe o os etd mi dz epio a lna lpia esid n Irj dos Igreja na ensaiada elíptica, Clérigos. planta a respeito: diz mais estudo nosso ao que aquela e seguinte realiza-semedianteasditasesquinas côncavas,parecendoenormescolunas. canto o com articulação A Borromini. de diagonais herdado as procedimento um abrupta, redondas, esquinas tão são fosse não Clérigos dos Torre da quadrados dos lados os entre estabelecer-se a confusão entre arquitectura ou espaço interior e ornamentação arquitectónica. enormes. são Nasoni de Torre a de Contini, com analogias Nueva cujas La Torre Saragoça, em exemplo, por Refira-se, 6). Planta (V. destaque de lugar ocupa ela onde Ibérica, Península da sobretudo barroco, ideário do representativo bem autónomo que Ainda monumento um ocupa. só, si por Torreé, que a perspectiva, e em alinhamento geográfica pelo conjunto autonomia ao situação vinculada Nasoni pela pretendeu parte, minhotas, em conseguida, igrejas - nas independência uso já era como edifícios, destes arquitectos: JosédeFigueiredoSeixas,seucontemporâneo, eobracarense AndréSoares. estilo um referido, foi já como estruturais,criando,elementos e ornatos seus os religiosa,juntar na como arquitecturacivil na princípios expostos porbrunozéviem“saberver aatrquitectura” 3. análise arquitectónicadoestilobarroco nasoniano, segundoos Paço Episcopal.Diz-nos CarlosdeAzevedo: exemplo,no por visível, nobre”, “andar no sobretudo destaca se que decoração na emprego Em termos espaciais, Nasoni recebeu de Borromini a influência barroca mais importante mais barroca influência a Borromini de recebeu Nasoni espaciais, termos Em aa Tre o Céio, opnne a gea d hsia, ooaa cabeceira à colocada hospital, do e igreja da componente Clérigos, dos Torre a Para tanto Nasoni, soube imperam, branca cal a e granito o onde nortenho, edílico gosto Ao feune o mnas e itra e re u a eciã d agm monumento algum de descrição na ou arte de história de manuais nos frequente É carácter dopovoeemtradições autóctones. no raízes suas as também mergulha -, português nacional génio do estimuladores os como estilo novo dum introdutores os tanto foram não vezes, por que, - estrangeiros artistas por influenciada u poes d asmlço au nsa rutcua cvl broa qe aé de além que, barroca, (civil) arquitectura nossa a saiu assimilação de processo Dum 112-113 o gad ifuni, ortd n or dedois na obra sobretudo influência, grande com sui-generis 19 21-11-2003, 11:47 20 aa u a ruptura a que Para 114 , para 23 21 21-11-2003, 11:47 22 114-115 Frequentes vezes. um condiciona a outra (pensemos numa catedral gótica francesa. ou na [...] as quatro fachadas de uma casa, de uma igreja, ou de um palácio. por mais belas que Se podemos encontrar na arquitectura as contribuições das outras artes, é o espaço interior, artes, é o espaço as interior, contribuições das outras na arquitectura Se podemos encontrar

maior parte dos edifícios autenticamente modernos). mas essa regra tem numerosas excepções no excepções numerosas tem regra essa mas modernos). autenticamente edifícios dos parte maior barroca. particularmente na arquitectura que diz respeito ao passado, sejam. constituem apenas a caixa dentro da qual está contida a jóia arquitectónica. [...]. Em todos os todos Em [...]. arquitectónica. jóia a contida está qual da dentro caixa a apenas constituem sejam. interior. o conteúdo o espaço edifícios o continente é a caixa mural, Foi a revolução cubista, operada ao longo do primeiro quartel século, do que nosso com O espaço interior barroco foge às formas simétricas fechadas, recorrendo, entre outros o espaço que nos rodeia e nos inclui. que dá o lá na apreciação sobre um edifício, o que constitui o sim ou não de todas as sentenças estéticas sobre o a resto arquitectura. Todo é importante. ou melhor, pode sê-lo, mas é função da concepção espacial. as Todas vezes que, na história e na crítica, se perde de vista esta hierarquia de valores, gera-se a confusão e acentua-se a presente desorientação em matéria de arquitectura. São do mesmo arquitecto as palavras que se seguem: que São do mesmo arquitecto as palavras

expressar mobilidade, inquietação, sentido de unidade. inquietação, mobilidade, expressar que nos assenhoreamos da sua arquitectura. Bruno Zévi elucida-nos a este respeito: Bruno da sua arquitectura. que nos assenhoreamos do Homem num espaço tridimensional. É, portanto, passando as paredes exteriores de edifício de exteriores paredes as passando portanto, É, tridimensional. espaço num Homem do percurso ao qual está inerente o factor isto tempo, é, a quarta criada dimensão, pela presença percorrer visualmente todo o seu espaço e analisá-lo sob um número de ângulos infinitos, se esgota na sua largura, comprimento e altura; para que o possamos entender temos que aquilo que hoje entendemos por arquitectura. Descobriu-se que o estudo de um edifício não a descoberta da quarta dimensão, onde o Homem é o protagonista. em grande parte definiu arquitectónica de Nicolau Nasoni. Nasoni. de Nicolau arquitectónica procurar procurar descrever em separado o que é arquitectura e o que é ornamentação na obra Nos Nos trabalhos publicados sobre Nicolau Nasoni raramente esta distinção é pois, feita. Vamos, tipos, à planta elíptica, “forma que melhor traduz os seus propósitos de envolvência” Revista Zero 3.indd Revista Zero3.indd 115 Kr s hroia cm at qe s rcdu Cm ls abet epesv do expressivo ambiente o eles Com precedeu. os que arte a com harmonizam se Karr e - explica a maneira um pouco inesperada, I como os monumentos neo-clássicos de Whitehead também viu-se Nasoni português, obrigado aadoptá-lapela resistênciadamatériaprimaempregue: o gr gosto ao bem é planta de tipo este se Mas 4). planta (v. simetricamente fechadas características dos períodos arquitectónicos precedentes em Portugal mural”rectangular,“caixa ou tradicional“continente” do adopção formas pela as mantendo-se rectângulo num traduz-se interior espaço de concepção religiososa edifícios para fez Nasoni que plantas outras as todas em igreja, desta excepção À barroco. arquitecto um considerar poderemos o edifício, do interior espaço de concepção a somente conta em tendo aqui, Só (v. planta6). capela-mor e pela supressão do lanternim ou zimbório, que diminuiu a entrada de luz na igreja entanto,no da prejudicada, rectangular elíptica, alongamento planta pelo a Clérigos, dos Igreja João Frederico Ludovice numa das salas do Convento de Mafra, Nasoni introduziu, ao traçar a feito Porto,havia No já planta. como de tipo este exemplo,-, por Fontane Quatro alie Carlo São domínio espacial resulta da planta e alçados e não de engenhosos artifícios decorativos”. artifícios engenhosos de não e alçados e planta da resulta espacial domínio que natural, contrasta comasombra criada pelorectângulodacapela-mor. iluminação de notáveis efeitos criam laterais fachadas das superiores janelas A capela-morestárodeadapordoiscorredoreslaterais quedãoentrada nanave. de unidade e envolvência criado pela nave, cuja forma elíptica se repete na abóbada da igreja. sentido o com vivamente contrastam corpos dois Estes convencional. planta de igreja uma de eo dopresbitério; dentro tratar-sesugere frente de contempla o quem a que grandiosoprincipal, fachada da rectângulo sentados ficarem os clérigos para suficiente espaço exigia que rectângulos: o da capela-mor, onde sobressai o altar, surgido por uma imposição da Irmandade, “Não esqueçamos que o carácter que o granito deu ao barroco como já dera ao românico Como já foi referido no capítulo I, Francesco Borromini utilizou, como ninguém - admire-se,utilizou,- FrancescoBorromini ninguém I, como capítulo no referido foi já Como Como fez notar o Dr.o notar Coutinho fez Xavier Como “No panorama da obra de Nasoni destaca-se justamente a Igreja dos Clérigos, onde o onde Clérigos, dos Igreja a justamente destaca-se Nasoni de obra da panorama “No as e fachada da central janela grande a zimbório, do inexistência actual da Apesar 114-115 24 , a Igreja dos Clérigos é um oval inscrito entre dois entre inscrito oval um é Clérigos dos Igreja a , 21-11-2003, 11:47 anito. 25

Revista Zero 3.indd 116-117 21-11-2003, 11:47 Revista Zero3.indd 117 estilo barroco? Porqueno nelas encontramos elementos característicos daarquitectura barroca. obras suas das parte maior a incluir ou designar porquê Então, barroca. ortodoxamente é não Clérigos, dos Igreja da analisado já caso o exceptuando Nasoni, Nicolau de edifícios urn, ne s uvtrs e lenm m ovxs côncavas. e convexas em alternam se curvaturas as onde Guarini, a caixasimetricamente fechada,bemmaisaogostodaarquitectur porque a matéria prima usada, o também granito, e a tradiçãomas arquitectónica portuguesa - onde barroco,domina do típica homogeneidade a edifício cada em criar a tendem não rizam nal das edificações italianas deste período artístico, não só porque os elementos que a caracte- 4. conclusão:nicolaunasoni, arquitectobarroco? mudou.” não Porto recursos financeiros, ele soube criar espaços tipicamente barrocos ao empregar aplanta empregar ao elíptica, assalasamplas,escadariasdelanços easgrandes barrocos janelas. tipicamente espaços criar soube ele escassos financeiros, pelos vezes, recursos por e, prima matéria pela nacional, gosto pelo condicionado de apesar ver interiores, se espaços de definição de é, isto arquitectónicos, termos em -, Bonjóia) e Ramalde de (Quintas neogótico tardiamente, e, barroco extremis”, “in maneirista artista um com e, Francisco grandiosidade, noPaço Episcopal(v.plantas2,3e7). S. de Terceira Ordem da Despacho do Casa na Junqueiro, Guerra Museu ou dois em Casa na repete-se escadaria, a sempre antecede ampla sala a que em fórmula, A lanços. mais divide se e superiores andares aos conduz que aberta central escadaria uma por substituída aqui foi percorremos, a que medida à sucessivas partes suas as visualmente Portugal (v. planta 8). A escadaria fechada nos ângulos das casas, onde apenas se abrangem de aberta em novidade foi escadaria Novo, João S. de a Palácio no vez primeira e pela ensaiada planta, ampla Esta lanços. sala ou átrio o barrocos: tipicamente espaciais elementos dois rectangular,configuração de uma dotou-os apresentarem Nasoni edifícios seus os todos A arquitectura nasoniana, de feição italianizante, está longe de causar o impacto emocio- ã vms o rso d tsao ahds mnia e ormn o d Guarino de ou Borromini de maneira à fachadas toscano do riscos nos vemos Não e ioa Nsn pso pr iess ae a lno a u crer - ed sido tendo - carreira sua da longo ao fases diversas por passou Nasoni Nicolau Se 116-117 26 aqietr cvl ã fi xeço et rga Cnuo aea de apesar Contudo, regra. esta a excepção foi não civil arquitectura A 21-11-2003, 11:47 a renascentista-oimpediu. 27 epcaiae dos espacialidade A 118 21-11-2003, 11:47 118-119

Mandava a doutrina que as fachadas fossem decoradas de imagens, com ordenamentos ordenamentos com imagens, de decoradas fossem fachadas as que doutrina a Mandava Ordenava a nova doutrina que as igrejas construídas fossem de modo a dominarem em Por Por volta S. de Carlos 1572, Borromeu começou a aplicar a doutrina do decreto tridentino, Por Por se tratar de uma conclusão, e atendendo às relações que o nosso artista tem com Às janelas e portas rectangulares, Nasoni, à maneira barroca, encimou-as de aberturas Ao gosto barroco, como fez Borromini, por exemplo, no Oratório dos Filippini, em Roma, Tal como Tal Bernini fez para Sant’Andrea, no Ouirinal, em Roma, também Nasoni utilizou a

próximas da tríplice coroa papal e da cruz de três braços. visíveis os tais santos colocados sobre nichos: as estátuas de S. Pedro e de S. Filipe Néri, vontade do arquitecto, na fachada superior da Igreja dos Clérigos, ricamente decorada, são sérios e decentes. Ou por imposição da Irmandade dos Clérigos, o que é mais provável, ou por ou provável, mais é que o Clérigos, dos Irmandade da imposição por Ou decentes. e sérios

num alto, algo a ver com esta ordenação? Pensamos que sim. Pensamos algo a ver com esta ordenação? num alto, pequena altura o sítio da sua implantação. a Terá construção da Igreja dos Clérigos, situada vindo eles, certamente, a influenciar a construção das edificações religiosas. vindo eles, certamente, estabelecidos pelo Concílio. Portugal prontamente acatou os novos preceitos do catolicismo, exigindo exigindo dos representantes eclesiásticos e dos arquitectos o cumprimento dos requisitos Trento na determinação arquitect6nica dos edifícios, nomeadamente nos de Nasoni. na determinação arquitect6nica dos edifícios, nomeadamente Trento o estilo barroco, cabe aqui uma breve reflexão sobre a importânciaexercida pelo Concílio de Episcopal). usou o arco abatido (por exemplo, nas salas de entrada do Palácio de S. João Novo e no Paço Paço no e Novo João S. de Palácio do entrada de salas nas exemplo, (por abatido arco o usou ovais (por exemplo, na Igreja dos Clérigos ou no Palácio de S. João Novo). Frequentemente borrominesca. Igreja do Bom Jesus de Bouças, é característico da arquitectura barroca, nomeadamente da O uso de pesadas cornijas repartidas na Galilé da Sé do Porto, no Solar de Mateus e na utilizou na Igreja dos Clérigos o frontão quebrado (como que cortado e continuado mais acima). acima). mais continuado e cortado que (como quebrado frontão o Clérigos dos Igreja na utilizou

idênticas às do Palácio ‘Barberini, em Roma. em ‘Barberini, às do Palácio idênticas italiano, empregou nas suas escadarias, por exemplo na da Galilé da Sé do Porto, balaustradas balaustradas Porto, do Sé da Galilé da na exemplo por escadarias, suas nas empregou italiano, dupla dupla coluna na entrada principal da Igreja dos Clérigos. À semelhança do mesmo mestre Revista Zero 3.indd Revista Zero3.indd 119 barroco. artista um estrangeiro, ou nacional arquitecto qualquer que do mais verdadeiramente, foi ele traduzirespectacularidade, a requereu que período expressõesgranitoum o para saber de papel típicas do ao teatrais, efeitos de criação Na obras. suas as todas quase em empregou que barroca cenografia pela período deste nacional arquitecto outro qualquer de entanto, no dourada. Revelou-se um seguidor da planta disposição arquitectónica ao sua gosto português, pela destacando-se, talha talvez de retábulo o autoria, altar-mor, domina o onde sobre sua fixamos nos quadrangular,imediatamente da igreja numa entrarmos Ao todo. no integra se edifício do partes das uma cada que em envolvente, espacialidade de sentido o nacionais, construção). da arquitectos os como resto tal religiosos, edifícios seus nos criou não do Nasoni Nicolau aspecto, Neste margem à. arquitect6nico elemento um é não cúpula A espaço. todo o em sente-se escuridão na quase partes as e iluminadas partes as efeito entre o contrastante Guarini, Guarino de Turim, em Lourenço, S. de Igreja na exemplo, (por visível bem é arquitect6nica homogeneidade a onde barrocos, classicamente estrangeiros arquitectos dos desenvolvimento escult6rico de um único plano, a fachada, o que difere enormemente da obra sua a o para tendência a suma, e frontal visão a denota-se Em Nela ornamentação. de tinta está etc. arquitectura pináculos, simb6licos: fogaréus, e jarrões, ornamentais volutas, motivos pendurados, de festões série grinaldas, uma repetição em visíveis são fachadas das Miseric6rdia, e, naarquitectura civil,‘\.,fachadadoSolardeMateuseo Palácio doFreixo. da e Clérigos dos igrejas as religiosa, \. arquitectura destacam-se,na decorativaexuberância sua Pela escult6rlca. ornamentação de carregados estarem por tudo pinturade acima a escultura, a arquitectura, enquadramno e a - se entre harmonia civis a e estreita é que índice em artístico - religiosos período no barroco, estilo seus edifícios citados dos estudiosos parte muitos amaior de que opinião bibliográfico, a com consonância em consideramos, Finalizando este modesto contributo para o estudo da arquitectura de Nicolau Nasoni, Nicolau de arquitectura da estudo o para contributo modesto este Finalizando Nos seus edifícios, Nasoni combina as linhas rectas com as semicirculares. Nas paredes Nas semicirculares. as com rectas linhas as combina Nasoni edifícios, seus Nos 118-119 21-11-2003, 11:47 Revista Zero 3.indd 120-121 21-11-2003, 11:47 Revista Zero3.indd 121 psíquico daépoca.” essas intenções, esses e gostos, em seu proveito, não se separam do contexto social, patronos; político e pelos formuladas intenções das hist6ria A da posses) inseparável menores aqui é com formas imitam das os vida que - plebeus e nobres - endinheiradas gentes das (e monarcas dos vontade a depois arquitectural, linguagem da evolução a impulsão: dupla uma 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 notas 204 e210 p 17 Trad.. “A contra-reforma, incapaz de se afirmar com a simples presença divina, recorre divina, presença sistematicamente aosprestígios darepresentação.” asimples com afirmar se de incapaz contra-reforma, “A Trad.. 17 p vindo aserdestruldaem1689, porameaçarruína,serpequenaeirregular. e civil”,inHist6riadeArteemPortugal, Lisboa,PublicaçõesAlfa,1986, vol. 8, p. 50. ut i XII dvs i XI ou!, aaa e 85 qe e nota aucia a biblioteca na manuscrita encontra se municipal de Siena. que 1835, de datada volum!’, XII in divisa XVIII, il tutto Faculdade deLetras, 1974 Jean Starovinski, L ‘invention de Ia liberté (1700-1789), Genéve, Éditions D’Art Albert Skira, 1964, Jean Starovinski, op cit, p. 13. Trad “A hist6ria da arquitectura, no século XVIII, é resultante de resultante é XVIII, século no arquitectura, Tradda 13. p.hist6ria cit, “A op Starovinski, Jean FlavioConti, Comoreconheceraartebarroca,Lisboa,Edições70, 1986, p4 JohnShearman,OManeirismo, SãoPaulo, Editora Cultix, 1978, p. 22 MartinWackernagel, Renascimento eBarroco, Lisboa,EditorialVerbo, 1969, pp144-147. Bruno Zévi, A linguagem da arquitectura moderna, Lisboa, Publicações Dom Ouixote, 1984, pp. A construção da igreja da Divina Providência foi realizada em três meses, no ano de 1653, de ano no meses, três em realizada foi Providência Divina da igreja da construção A Ibidem EugénioD’Ors,OuBaroque, Paris, s./e., 1966 H.Wblfflin, Principes fondamentauxdeI’HistoireI’art, Paris, s/e, 1952 Ettore Romagnoli escreveu uma biografia cronológica ‘di belliartista senensi dai sécolo XII a XII sécolo dai senensi cronológica biografia belliartista uma ‘di escreveu Romagnoli Ettore Porto, Setecentos), de prim6rdios nos Porto (o evolução em cidade Uma Cruz, António V José Fernandes Pereira, “Resistências e aceitação do espaço barroco a arquitectura religiosa 120-121 21-11-2003, 11:47 Revista Zero 3.indd 122-123 21-11-2003, 11:48 Revista Zero3.indd 123 capítulo Iefaça-seumacomparação comaarquitectura deNicolauNasoni. 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 p 179 XXVII, fasc63, 1974. PedroSão Nasoni,N. Oporto,Clérigos, en dos Braga, separataBracara revista da vol Augusta, para ahistóriadoPorto, Porto, n.36, 1965, p87. Breve, vol103, 1986, p. 108. a históriadoPorto, Porto, 1952,p. 10. BrunoZévi, SaberveraArquitectura, Lisboa,Editora Arcádia,1966, pp23-24 JohnShearman,OManeirismo, SãoPaulo, Editora Cultix, 1978, p190 Robert ChesterSmith,opcit,p70 sg CarlosdeAzevedo, Solares Portugueses, Lisboa,LivrosHorizonte, 1969, p66 Nasonifezosornatosdopercursoeumarcotriunfalpara umaprocissão Idem,p56 1966, Horizonte, Livros Lisboa, Porto, do Arquitecto - Nasoni Nicolau Smith, Chester Robert JoséFernandesPereira, op. cit.,p. 108. José Fernandes Pereira, Arquitectura barroca em Portugal, Lisboa, Livraria Bertrand, Biblioteca Idem,p37. Da autoria deste arquitecto analisem-se as plantas e fotografias dos edifícios citados no citados edifícios dos fotografias e plantas as analisem-se arquitecto deste autoria Da Reinaldo dos Santos, O Porto barroco, separata do vol. XXI dos Documentos e memórias para Ct Alfonso Rodriguez Cebaballos, La TorreRodriguezLa Alfonso Cebaballos, Ct TorreZaragoza,Contini,Ia en B y G de Nueva, de Bernardo Xavier Coutinho, A Igreja e a Irmandade dos Clérigos, in Documentos e memórias e Documentos in Clérigos, dos Irmandade a e Igreja A Coutinho, Xavier Bernardo 122-123 21-11-2003, 11:48