Sociabilidade E Distinção Em Évora No Século XIX

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Sociabilidade E Distinção Em Évora No Século XIX Maria Ana Bernardo .-4 O TRABALHO AQUI DESENVOLVIDO ESCOLHEU A CIDADE DE ËVOR COMO OBSERVATÓRIO DE UMA SOCIEDADE EM MUDANÇA, ENTRE PRIMEIROS ANOS DE UM LIBERALISMO MITIGADO E OS PRIMEIR: S DA MANIFESTAÇÃO DOS IDEAIS E DOS MOVIMENTOS REPUBLICANOS. E NESTE MICROCOSMO QUE CONSEGUIMOS PERCEBER COMO DINÂMICAS DE INTEGRAÇÃO SURGEM ASSOCIADAS ÀS PRÓFRZAS PRÁTICAS DE DISTINÇÃO. A ANÁLISE EM PROFUNDIDADE QUE MARIA ANA BERNARDO DESENVOLVE SOBRE OCIRCULO EBOREN E VEM CONFIRMAR ESSA DINÂMICA ESPECÍFICA DE UMA CIDADE E A ELITE TRADICIONAL DE PROPRIETÁRIOS E LAVRADORES ASSL ‘< MECANISMOS DA DOMINAÇÃO ATÉ BEM TARDE, APENAS ESBOÇANDH AO LONGO DA SEGUNDA METADE DE OITOCENTOS, UMA 1tflD ABERTURA A OUTROS GRUPOS EMERGENTES. Do Prefácio de DavidJustino U Sociabilidade e Distinção em Évora no Século XIX O Círculo Eborense ‘-o Ç) (JD geral Edição apoiadapela Câmara Municial de Évora. Índice Na capa: fotografia de grupo tirada no Círculo Eborense (1890). Propr!edade de João Silveira, gentilmente cedida pela Base de Imagens do Projecto JNICT/ /PCSH/HIS/1002/95, Universidade de Évora. 11 Nota prévia 13 Prefácio de David Jistino 17 Introdução Parte primeira As redes de sociabilidade eborenses © 2001, Edições Cosmos e Maria Ana Bernardo na segunda metade do século XIX 27 1. Problemas e fontes Composição: Edições Cosmos Revisão: Levi Condinho 30 2. As sociabilidades eborenses: imagens e representações Impressão: Garrido artes gráficas 36 3. A diversidade das práticas Março de 2001 3.1. Assoirées,36 3.2. As associações culturais e recreativas, 39 3.3. O teatro, 52 ISBN 972-762.201-1 3.4. Os cafés, 57 Depósito legal 158219/00 3.5. O Passeio Público, 59 3.6. As touradas, 60 3.7.As feiras, 61 Edições Cosmos 3.8. Festividades e celebrações religiosas, 63 Av. Júlio Dinis, 6C, 4.° dto. - P 1050-131 Lisboa e comemorações profanas, 66 Telefone 21 799 99 50 Fax 21 799 99 79 3.9. Festividades 68 www.liv.arcoiris.pt 3.10. Em vilegiatura — ou a busca de outros espaços, [email protected] 71 4. «Entre práticas e representações»: uma rede significante Difusão: Livraria Arco-Íris www.liv-arcoiris.pt 74 Notas Parte segunda Agradecimeiitos O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção 87 1. Problemas e fontes 89 2. Fundação e organização interna da sociedade 96 3. O perfil sociológico dos associados 3.1. Sócios fundadores: a dinâmica inicial, 100 3.2. Sécios ordinários: garante de funcionalidade, 110 3.3. Sécios extraordinários: a estratégia de diversificação, 122 129 4. O universo dos sócios numa perspectiva integrada Este trabalho apenas se tomou possível pela ajuda e incentivo que fui 131 Notas recebendo ao longo da sua feitura, em particular na fase final. Não posso, por isso, deixar de agradecer às pessoas que me acompanha ram mais directamente, comentando diversas partes do texto e adiantando Fonseca, Maria de Fátima Nunes, 137 Fontes e Bibliografia informações: Ana Cardoso Matos, Helder Nuno Teixeira e Tereza Amado. expressar reconhecimento a todos os colegas e amigos Anexos Quero também do Departamento de História da Universidade de Evora que, com o seu . - . 157 1. Dados estatisticos sobre os socios do Circulo Eborense precioso incentivo nos momentos de desalento, tornaram possível a conclu 167 II A. Identificação biográfica dos sócios ordinários são do trabalho. Gratidão, ainda, para a Graça, a D. Una e o Pedro. A sua amizade per dos sócios extraordinários 193 B. Identificação biográfica mitiu que respondessem com total disponibilidade no apoio às minhas solicitações. Uma palavra de apreço, também, para os responsáveis pelo Círculo Eborense que facilitaram o acesso à documentação da associação. Ao Prof. Doutor David Justino, sob cuja orientação científica decorreu este trabalho, agradeço as sempre valiosas sugestões e a disponibilidade e simpatia que tem manifestado. Nota prévia A possibilidade de publicação do texto das Provas de Capacidade Cien tífica e Aptidão Pedagógica, decorridos alguns anos sobre a sua apresentação académica, implicou que se fizessem opções. Ou se desenvolviam e actuali zavam os resultados, ou se assumia o trabalho de então como legítimo representante de um percurso de investigação que, em determinado mo mento, produziu determinadas conclusões. A passagem do tempo favoreceu o distanciamento crítico e a pesquisa entretanto efectivada enriqueceu os dados empíricos e o acervo bibliográfico. A trilhar-se tal caminho o resultado seria, provavelmente, um outro trabalho. Ponderado este aspecto, e aten dendo que a hipótese de publicação teve como base a versão original, deciciu-se que não se fariam modificações substanciais. A bibliografia não sofreu actualização e apenas se fizeram alterações ao texto para o expurgar das redundâncias e aclarar a sintaxe. Prefácio Quando no final da década de 50 do século passado Teixeira de Vascon celos publicou Les Conremporains Portugais, Epagno/s es Brésiliens, logo no seu prefácio traduziu bem os sinais dos tempos e a visão optimista que o acesso aos novos bens de civilização sustentava: «...la vapeur et l’électricité, en raprochant les peuples, ont contribué à rendre plus vive la curiosité publi que à l’égard des nations arrivés les dernières dans ce siècle au banquet universel du progrès et de la civilisation, aprês avoir été des premiers aux agapes sociales des époques antérieures»’, A ideia de proximidade e de acessibilidade a esses novos bens criava a ilusão da partilha de uma nova cultura em que o conhecimento mútuo e universal dos governos e dos povos seria o princípio fundador de um novo iluminismo assente na tecnologia e na ciência. O efeito de contágio sobre os países mais atrasados como Ikrtugal tornar-se-ia irresistível, impregnando o tecido social em toda a sua extensão e acentuando os contrastes entre uma modernidade de inovação e a tradição dos costumes. Um dos exemplos que Teixeira deVasconcelos destaca é precisamente o das práticas e dos espaços de sociabilidade: «Les villes principales du Portugal ont adopté la mode des clubs ou cercles; cc qui n’a pas entièrement détourné des pharmacies les personneshabituées à se réunir pour savoir les nouvelies du quartier, de la ville, et même du royaume: en province, les pharmaciens jouissent encore de cc privilége dans toute sa force>’2. Sobre a tradicional socialibilidade informal de um local de encontro, estruturava-se agora uma outra feita de clubes, círculos, associações, sociedades e gabine tes. Maior formalidade, mas também maior diversificação nos objectivos e, acima de tudo, da composição social de cada uma dessas alternativas. 1 Paris, 1859, p. V 2 Ibid.,p.144. 14 Prefácio David Justino 15 O entusiasmo generalizado pela ideia de quebrar barreiras sociais e sociedade, da almejada civilização a que o progresso material e moral conduzi superar os factores de distinção e diferenciação saldava-se num voluntarismo ria. O estudo de Maria Ana Bernardo dá-nos as imagens e perspectiva-nos os igualitário a que o próprio Teixeira de Vasconcelos não consegue fugir: «La grandes eixos problemáticos desse processo de mudança social que acompa société portugaise na eu qu’a s’applaudir de l’adoption d’un tel usage; et la nha o lento, limitado, mas inegável desenvolvimento registado durante o réunion des différentes classes, dans des salons oi les rangs se confondent período Regenerador. sous le principe générale de la bonne conduite, de l’éducation et d’une con dition sociale convenable, a eu une influence sensible sur les anciens préju Oeiras, 8 de Junho de 2000 DAVID JUSTINO gés aristocratiques. Combien de pays civilisés s’obstinent encore à faire semblant de garder la séparation complète des classes, sans vouloir recon nakre que, dans leurs salons, les exceptions se présentent souvent plus fortes que la règle générale! Que de fois, par fidélité au principe de ne recevoir que des gens de sa condition, on attribue la noblesse à des person nes qui nen ont pas la prétention!». O problema, tal como é colocado pelo autor, acaba por transformar estas novas plataformas de socialização como microcosmos de uma sociedade repartida entre a velha ordem aristocrática e os novos vectores de estruturação social. Aquela assentava sobre os princí pios da linhagem, esta nova sociedade sobre a ideia de civilidade manifesta pela boa conduta, a educação e uma condição social convenable. E neste quadro problemático que se integra o trabalho desenvolvido por Maria Ana Bernardo. Escolheu, para o estudo de um caso exemplar desta dinâmica, a cidade de Evora como observatório de uma sociedade em mu dança, entre os primeiros anos de um liberalismo mitigado e os primeiros da manifestação dos ideais e dos movimentos republicanos. E neste microcos mos que conseguimos perceber como as dinâmicas de integração surgem associados às próprias práticas de distinção. Ou seja, essas novas práticas de convivialidade, esses novos espaços de socialização, acabam, no seu seio e no seu conjunto, por serem espaços de diferenciação e de distinção. A análise, em profundidade, que Maria Ana Bernardo desenvolve sobre o Círculo Eborense vem confirmar essa dinâmica específica de uma cidade em que a elite tradicional de proprietários e lavradores assume os mecanis mos da dominação até bem tarde, apenas esboçando, ao longo da segunda metade de oitocentos, uma tímida abertura a outros grupos sociais emergen tes. A convivialidade entre grupos, torna-se limitada, incentivando a criação de associações alternativas, socialmente diferenciadas, culturalmente dis tintas, nas suas práticas, nos seus objectivos, na sua capacidade de reprodu ção dos mecanismos de distinção social. Na história da Regeneração tem sido dado ênfase ao referencial dos melhoramentos materiais, contudo eram os próprios regeneradores a desta car o papel decisivo da associação como base estruturadora de uma nova Introdução O estudo das sociabilidades foi, durante muito tempo, um tópico quase residual face aos grandes temas da história económica, social e das mentali dades’. Os aspectos da vida em sociedade normalmente referenciados sob tal designação eram encarados como interesses da petite histoire e domínio de curiosos e eruditos locais.
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