185

6 CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO E DA SOCIEDADE NO ESTADO DA

Este capítulo tem por objetivo apresentar informações sobre a localização do Estado da Bahia no Brasil, a formação de seu território ao longo de sua história, o quadro de seus recursos naturais, além de dados sobre sua população, suas atividades econômicas e a organização do seu espaço.

6.1 LOCALIZAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA

O Estado da Bahia está localizado na região Nordeste (Mapa 19), onde ocupa uma área de 567.295 km2 e se abre para o oceano Atlântico numa extensão de 932 km. Limita-se a nordeste por e , ao norte por e Piauí, a oeste por Goiás e Tocantins e ao sul por e Espírito Santo (Mapa 16 no capítulo anterior).

MAPA 19 A BAHIA NO BRASIL 65 o 55 o 45 o 35 o GU IA NA VEN EZU ELA GU IA NA FRA NC ESA SURINAME CO LÔM BIA

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o o 65 o 55 o 45 35 Fonte: IBGE, 2000.

6.2 A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO DO ESTADO DA BAHIA18

A Bahia foi o berço da nação brasileira, pois em aportaram os portugueses da frota de Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500. É possível que a nau mensageira enviada por Pedro Álvares Cabral para dar conta ao rei D. Manuel I das novas terras

18 Dados extraídos de SILVA et al.., 2000: ALMANAQUE, 2002.

186 descobertas tenha percorrido a costa da Bahia para o norte, a partir de Porto Seguro, antes de se lançar à travessia do Atlântico.

Os primeiros registros da região de Salvador foram feitos pela expedição de 1501, enviada por D. Manuel para explorar a então chamada ilha de Santa Cruz. Américo Vespúcio, que participava da expedição, foi o primeiro a falar da baía a que chamaram "de Todos os Santos", por ter sido encontrada em 1o de novembro, dia de Todos os Santos. O nome "Bahia" iria estender-se ao território que se constituiu com as terras das capitanias doadas a Francisco Pereira Coutinho, Pero de Campos Tourinho, Jorge de Figueiredo Correia, D. Antônio de Ataíde e D. Álvaro da Costa. O Mapa 20 mostra como o Brasil foi dividido em grandes lotes chamados Capitanias Hereditárias e a localização da Capitania da Bahia de Todos os Santos.

MAPA 20 BRASIL – CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

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0 1 50 3 00 4 50 km

Fonte: Silva et al., 2000

O Brasil, até então praticamente improdutivo, reclamava uma forma eficiente de governo, o que Portugal tentou fazer através da implantação do sistema de capitanias, cedo malogrado. Para substituí-lo, deliberou D. João III instalar um governo-geral, com sede na Bahia, que, embora situada a distâncias desiguais dos extremos da costa ocupada pelos portugueses, oferecia boas condições para apoiar as outras capitanias, ministrar justiça e prover os

187 interesses da coroa portuguesa.

Para cumprir essa política, foi nomeado Tomé de Sousa, que, de acordo com o regimento de 17 de dezembro de 1548, deveria edificar uma fortaleza e povoação grande e forte num lugar conveniente. A Bahia é a primeira das capitanias hereditárias a se transformar em capitania real. Em 1549, o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, construiu a cidade de São Salvador, na Baía de Todos os Santos, para ser a capital da colônia. Além de sede política e administrativa, funcionou como pólo de desenvolvimento econômico de toda a região, com açúcar, tabaco e algodão no século XVIII e tráfico de escravos até meados do século XIX. Com a colonização, a capitania da Bahia incorporou os territórios das capitanias de Ilhéus, Itamaracá e Porto Seguro.

A partir da ocupação de Salvador e arredores, nos dois primeiros governos-gerais do Brasil, existiram distinções muito nítidas entre Salvador — e seu recôncavo — e o interior mais distante. Apesar das excelências do fundeadouro descoberto em 1501, os portugueses abandonaram-no nas duas primeiras décadas de existência da colônia, dando margem a que franceses ali negociassem com os indígenas. Em face desse abandono, explica-se a surpresa de Pero Lopes de Sousa, cuja viagem é de 1530, ao encontrar na Bahia o lendário Caramuru, que desde 1510 ou 1511, quando naufragara, vivia entre os selvagens.

Não foi somente com boiadas e currais que se completou a incorporação dos sertões à Bahia, mas também com as guerras contra os índios amoipiras, acroás e paiaias. Após a primeira e segunda guerras contra os índios de e Paraguaçu (1558 e 1559), concluiu-se a posse de Matuim e Passé. Além disso, as missões religiosas dos padres da Companhia de Jesus e dos frades de São Francisco e do Monte Carmelo muito contribuíram para as atividades civilizadoras, produtivas e constantes. Outro estímulo para o povoamento consistiu no descobrimento de ouro na serra de .

No século XVIII, quando da divisão da Bahia em quatro comarcas, as duas do sertão já possuíam 77.000 habitantes. Acompanhando, por um aspecto, a conquista do território, e correspondendo, por outro, à orientação de Portugal, ficaram caracterizadas quatro zonas de produção: 1) o Recôncavo, para a cana-de-açúcar; 2) Jaguaripe e , para a farinha de mandioca; 3) tabuleiros ou areais, para fumo e mandioca; 4) o sertão, para o gado. A principal característica da economia foi estar voltada para o mercado externo, com as terras da Bahia fornecendo matérias-primas e artigos da lavoura tropical, que interessavam à Europa.

188

Implantada sob os condicionamentos da economia mercantil, a economia de exportação teve como base o trabalho escravo. Desenvolveu-se, porém, de forma variada e complexa, com um elenco mais extenso e mais expressivo de artigos e produtos, como pau-brasil e outras madeiras, açúcar, algodão, fumo, ouro, couro cru, cachaça e farinha.

O Mapa 21 mostra como evoluiu a ocupação do território da Bahia do Século XVI ao Século XIX.

MAPA 21 ESTADO DA BAHIA – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO

SÉCULO XVI SÉCULO XVII

4 6’ 4 4’ 4 2’ 4 0’ 3 8’ 4 6’ 4 4’ 4 2’ 4 0’ 3 8’

Pernambuco Pernambuco

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SÉCULO XVIII SÉCULO XIX

4 6’ 4 4’ 4 2’ 4 0’ 3 8’ 4 6’ 4 4’ 4 2’ 4 0’ 3 8’

Pernambuco Pernambuco

o Piauí o ã Piauí ã 9’ h 9’ 9’ 9’ h n n a r a r a Alagoas a Alagoas M M

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VE G E TA Ç ÃO NATURAL T IPO S DE USOS PREDOMINANTES F lore sta com ocorrência de pau-brasil C an a-de-açu car e agricultura de subsistência Exploração mineral F lore sta, cerrado, caatinga / u so rarefeito ou sem uso C ria ção de gado Indústria F um o Fonte: Atlas escolar, Bahia: espaço geo-histórico e cultural. João Pessoa: Grafset, 2000. C acau

Fonte: Silva et al., 2000

189

6.3 GEOGRAFIA FÍSICA DO ESTADO DA BAHIA 19

6.3.1 Relevo, geologia e tipos de solos

Aproximadamente 70% do território estadual se encontra entre 300 e 900m e 23% abaixo de 300m de altitude. O quadro morfológico compreende três unidades: a baixada litorânea, o rebordo do planalto e o planalto. Constitui a baixada litorânea o conjunto de terras situadas abaixo de 200m de altitude. Erguem-se aí, dominando as praias e os areais da fímbria litorânea, terrenos de feição tabular, os chamados tabuleiros areníticos (Mapa 22).

Para o interior, esses terrenos cedem lugar a uma faixa de colinas e morros argilosos, de solo espesso, relativamente fértil, sobretudo no Recôncavo, onde se encontra o famoso massapê baiano. Tanto a faixa das colinas e morros como a dos tabuleiros são cortadas transversalmente pelos rios que descem do planalto; ao longo deles estendem-se amplas planícies aluviais (várzeas) sujeitas a inundações que lhes renovam periodicamente os solos com a deposição de novos aluviões.

O rebordo do planalto ergue-se imediatamente a oeste dos morros e colinas, formando uma faixa de terrenos muito acidentados, por meio da qual se ascende da baixada ao planalto. Ao norte de Salvador, o rebordo do planalto desaparece, pois a transição entre planalto e baixada se faz suavemente. O planalto ocupa a maior parte do estado e está dividido em cinco compartimentos bem individualizados: planalto sul-baiano, Espinhaço, depressão são- franciscana, planalto ocidental e pediplano.

O planalto sul-baiano, talhado em rochas cristalinas antigas, situa-se no sudeste do Estado. Sua superfície, com 800 a 900m de altitude média, apresenta-se suavemente ondulada, com amplos vales de fundo chato. Entretanto, o e o Paraguaçu abriram em seu seio profundos vales, dividindo-o em três seções: o planalto de Conquista, no sul; o de Itiruçu, no centro; o de , no norte.

O Espinhaço consiste em uma faixa de terrenos elevados (1.300m de média e 1.850m no pico das Almas, seu ponto culminante) que corta o Estado da Bahia de norte a sul pelo centro. Sua superfície ora se apresenta como alinhamentos montanhosos (cristas quartzíferas), ora como elevações tabulares ou cuestas. Essas últimas predominam na porção oriental e setentrional, formando um amplo conjunto de formas suaves denominado Chapada Diamantina.

19 Dados extraídos de SILVA et al., 2000; ALMANAQUE, 2002; SEI.

190

MAPA 22 ESTADO DA BAHIA ± RELEVO 46’ 44’ 42’ 40’ 38’

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O Pla nalto Sul-Baiano 17’ 17’ C hapada Diamantina

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Se rra Geral do Espinhaço

D epressão Sertaneja ES PÍR IT O 0 3 0 6 0 9 0 km SA N TO 46’ 44’ 42’ 40’ 38’ Fonte: Silva et al., 2000

A depressão são-franciscana estende-se a oeste do Espinhaço, com disposição semelhante, isto é, formando faixa de sentido norte-sul. Constituem-na terras de reduzida altitude (400m em média) e relativamente planas que, com suave inclinação, caem para o rio São Francisco. Ao longo dos vales de alguns afluentes do curso médio desse rio, especialmente dos rios Corrente e Grande, a depressão lança para oeste prolongamentos em forma de dedos. No fundo da depressão fica a planície aluvial do São Francisco, periodicamente inundada por suas cheias.

O planalto ocidental, constituído de rochas sedimentares, ergue-se a oeste da depressão são- franciscana, com uma altura aproximada de 850m. Seu topo regular imprime-lhe feição tabular e o caráter de extenso chapadão, a que se aplica o nome genérico de Espigão Mestre.

191

O pediplano compreende toda a porção nordeste do planalto baiano. Aí se desenvolvem amplas superfícies que se inclinam suavemente para o litoral, a leste, e para a calha do São Francisco, ao norte, com altitudes entre 200 e 500m. Esses terrenos exibem o modelado típico de clima semi-árido, observado em todo o sertão da região Nordeste: grandes planuras nas quais despontam, aqui e ali, picos e maciços isolados (inselbergs). Formam o subsolo dessa região rochas cristalinas antigas, com exceção de uma faixa de formações sedimentares, que do Recôncavo se projeta para o norte, dando lugar a uma série de chapadas areníticas também denominadas tabuleiros (Mapa 23).

MAPA 23 ESTADO DA BAHIA ± GEOLOGIA 46 44 42 40 38

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RO CHAS CARBON¡ TIC AS S ANTO PROTEROZ” ICO M …DIO SUPERGRUPO ESPIN HA« O G ranitÛides Intrusivos 19

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60 0 6 0 1 20 1 80km

FONTE: SGM, 1994 E S C A LA 1 :6 .00 0.000 Fonte: SEI

O Mapa 24 apresenta dados sobre os tipos de solos existentes no Estado da Bahia.

192

MAPA 24 ESTADO DA BAHIA ± SOLOS 46 44 42 40 38

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SOLOS COM H ORIZONTE B TEXTU RAL 17

SOLOS COM H ORIZONTE B N¡ TRICO

SOLOS COM H ORIZONTE B ESP” DICO B R AS IL

SOLOS COM H ORIZONTE B IN CIPIENTE OU C¬ M BICO E S P ÕR ITO S A N TO

SOLOS POUCO D ESENVOLVIDOS

19 SOLOS DE M ANGUE

42 40 38

60 0 60 120 180km

FONTE:E MBRAPA,S UDENE,1 976 e 1977 E SCALA 1:6.000.000 Fonte: SEI.

6.3.2 Recursos minerais

Ao analisar o Mapa 25, pode-se constatar que os recursos minerais da Bahia são bastante variados, embora apenas alguns ofereçam possibilidades efetivas de exploração comercial, como o petróleo e o gás natural, recursos de que a Bahia é, respectivamente, o terceiro e segundo produtor nacional. A área de exploração é o Recôncavo baiano, onde se perfuram poços tanto na terra como no mar. Parte da produção é processada localmente, na refinaria

193

Landulfo Alves. Outras riquezas do subsolo são objeto de pesquisa e exploração: amianto, barita, berilo, columbita, cristal de rocha, magnesita, mica, chumbo, mármore, cromo, manganês, talco, diamante, titânio, urânio, vanádio e cobre. A mina de ouro de Morro do Vento, em Jacobina, começou a operar em 1983.

MAPA 25 ESTADO DA BAHIA ± RECURSOS MINERAIS 46 44 42 40 38

A M P E R N B U C O

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TIPOS OcorrÍ ncia Jazida M ina

60 0 6 0 120 180km

FO NTE: SGM, 1995 E S C A LA 1 :6.000.0 00 Fonte: SEI.

194

6.3.3 Clima, temperatura e precipitação média anual

O mapas 26, 27 e 28 apresentam respectivamente os principais tipos de clima, a temperatura média anual e a precipitação média anual existente no Estado da Bahia.

MAPA 26 ESTADO DA BAHIA – PRINCIPAIS TIPOS DE CLIMA

Fonte: Silva et al., 2000

Três tipos climáticos se observam na Bahia: o clima quente e úmido sem estação seca, o clima quente e úmido com estação seca de inverno e o clima semi-árido quente, identificados no sistema de Köppen pelos símbolos Af, Aw e BSh, respectivamente. O primeiro domina ao longo do litoral, com temperaturas médias anuais de cerca de 23oC e totais pluviométricos superiores a 1.500mm. O segundo caracteriza todo o interior, com exceção da parte

195 setentrional e do vale do São Francisco. Apresenta temperaturas médias anuais que variam entre 18o C nas áreas mais elevadas e 22oC nas áreas mais baixas, e totais pluviométricos equivalentes a mil milímetros. O terceiro tipo climático é encontrado no norte do estado e no vale do São Francisco. As temperaturas médias anuais superam 24o C e mesmo 26o C, mas a pluviosidade é inferior a 700mm.

MAPA 27 ESTADO DA BAHIA – TEMPERATURA MÉDIA ANUAL

Fonte: Silva et al., 2000

O clima seco predominante na maior parte do interior do Estado da Bahia (região semi-árida) e a baixa precipitação pluviométrica nela existente explicam porque essa região apresenta um menor nível de desenvolvimento do que as demais (Litoral e Oeste da Bahia). A barreira representada pelo clima adverso e pela escassez de chuvas na região semi-árida ao processo

196 de desenvolvimento econômico e social poderia ser superada com a adoção de políticas públicas apropriadas de combate à seca, fato esse que não ocorreu até o presente momento.

MAPA 28 ESTADO DA BAHIA – PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL

Fonte: Silva et al., 2000

6.3.4 Vegetação

Perto de 64% do território baiano é revestido por caatingas, 16% por cerrados, 18% por florestas e 2% por campos. As florestas ocorrem na área litorânea e ocupam uma faixa de terra cuja largura varia entre 100km (no Recôncavo) e 250km (no vale do rio Pardo). No lado oriental apresentam-se como matas perenes, no centro como semidecíduas e no lado ocidental como decíduas (Mapa 29).

197

MAPA 29 ESTADO DA BAHIA – VEGETAÇÃO 46 44 42 40 38

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REGI O DA SAVANA EST…PICA (CAATINGA DO SERT O ¡ RIDO)

17 REGI O DA FLORESTA OM BR” FILA DENSA (FLORESTA TROPICAL PLUVIAL) Teixeira de Freitas REGI O DA FLORESTA ESTACIONAL SEM IDECIDUAL (FLORESTA TROPICAL SUBCADUCIF” LIA) BR ASIL REGI O DA FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL (FLORESTA TROPICAL CADUCIF” LIA) E SPÕR ITO ¡ REAS DAS FORM A« ’ ES PIONEIRAS COM INFLU NCIA M ARINHA SA NTO E FLUVIOM ARINHA (VEGETA« O DE RESTINGA E M ANGUEZAL)

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REF/ GIO ECOL” GICO 42 40 38

6 0 0 6 0 12 0 1 80k m F O N T E : IBG E, 1994 E S C AL A 1 :6.0 0 0 .00 0 Fonte: SEI.

A principal área de ocorrência de cerrados é o planalto ocidental. Outras manchas, pequenas, surgem em meio às áreas de caatinga. Os campos aparecem também no planalto ocidental, formando uma estreita mancha disposta no sentido norte-sul. As caatingas revestem todo o resto do estado, isto é, a maior parte de seu interior. Todos esses tipos de vegetação encontram-se hoje bastante modificados por interferência do homem.

O clima seco predominante na maior parte do interior do Estado da Bahia (região semi-árida), baixa precipitação pluviométrica nela existente e vegetação caracterizada pela caatinga explicam também porque essa região apresenta um menor nível de desenvolvimento do que as demais (Litoral e Oeste da Bahia). A barreira representada pelo clima adverso, pela escassez

198 de chuvas e pelas características da vegetação na região semi-árida ao processo de desenvolvimento econômico e social poderia ser superada com a adoção de políticas públicas apropriadas de combate à seca, fato esse que não ocorreu até o presente momento.

6.3.5 Recursos hidrográficos

Os rios da Bahia pertencem a dois grupos: o primeiro é integrado pelo São Francisco e seus afluentes. Entre esses últimos destacam-se os afluentes da margem esquerda, que nascem no planalto ocidental (, Correntes, Grande e seu afluente, o Preto). O segundo grupo compreende os rios que correm diretamente para o Atlântico (, Jequitinhonha, Pardo, Contas, Paraguaçu, e Vaza Barris). Os dois grupos incluem, na região semi-árida, rios de regime intermitente (Mapa 30).

MAPA 30 ESTADO DA BAHIA – BACIAS HIDROGRÁFICAS E PRINCIPAIS RIOS 4 6 4 4 4 2 40 3 8

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12 R io Jequitinhonha ESCA LA 1:6.000.000 19 13 B acia do Extremo Sul 4 2 4 0 38 Fonte: SEI.

O clima seco predominante na maior parte do interior do Estado da Bahia (região semi-árida)

199 e a baixa precipitação pluviométrica nela existente que contribuem para seu menor nível de desenvolvimento em comparação com as demais (Litoral e Oeste da Bahia) poderiam ser enfrentados pelo governo do Estado da Bahia com a adoção de políticas públicas apropriadas visando o aproveitamento racional dos recursos hídricos nela existentes.

6.4 REGIÕES ECONÔMICAS DO ESTADO DA BAHIA

O Estado da Bahia possui 15 regiões econômicas (Mapa 47 do capítulo 8) e 415 municípios20 discriminados no Anexo A que apresenta dados sobre a população estimada, área e densidade demográfica, segundo as regiões econômicas e municípios do Estado da Bahia referentes a 1999. O Mapa 31 apresenta a divisão político-administrativa do Estado da Bahia com a indicação dos limites geográficos de seus municípios.

MAPA 31 ESTADO DA BAHIA – DIVISÃO POLITICO-ADMINISTRATIVA 46 4 4 4 2 4 0 38

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60 0 60 120 180km

ESPÍRITO SANTO ESC ALA 1:6.000.000 19

4 2 4 0 3 8 Fonte: SEI.

20 Incluindo-se dois municípios recentemente criados, totaliza 417.

200

6.5 POPULAÇÃO21

No ano 2000, a população do Estado da Bahia correspondia a 13.066.910, a densidade demográfica era de 23,2 habitantes/km² e a taxa de urbanização foi de 67,1%. O crescimento demográfico entre 1991 e 2000 foi de 1,1% ao ano. A população da Bahia apresenta forte contingente de negros e mulatos, concentrados no Recôncavo, além de numerosos caboclos, que predominam no planalto. A distribuição populacional apresenta grandes contrastes regionais (Mapa 32).

MAPA 32 ESTADO DA BAHIA – POPULAÇÃO 1996

População de 1996, habitantes 0 a 5.000 5 .001 - 10.000 1 0.001 - 20.000 2 0.001 - 50.000 A c im a de 50.001

Fonte: IBGE . Con tagem de População de 2000

Fonte: IBGE, 1999.

21 Dados extraídos de SILVA et al., 2002; ALMANAQUE, 2002; SEI.

201

No Recôncavo e na região cacaueira registram-se densidades superiores a 100 habitantes por quilômetro quadrado. Já em amplas áreas do interior, o povoamento se torna escasso, caindo esses índices para cerca de 15 hab./km2 nos chapadões, na Chapada Diamantina e no sertão semi-árido (Mapa 33).

MAPA 33 ESTADO DA BAHIA – DENSIDADE DEMOGRÁFICA, 2000

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D e nsid ade Demográfica (hab/km 2 ) Q de de Municípios 1 ,0 a 9,9 7 1 1 0 ,0 a 19,9 1 0 8 2 0 ,0 a 49,3 1 5 0 5 1 ,0 a 97,8 5 0 1 0 2 ,2 a 182,6 2 3 2 0 2 ,8 a 489,9 1 0 1 .0 9 4, 2 a 1.892,4 2 7 .5 1 7, 3 1 ESPÍRITO SANTO

Fonte: SEI, 2000. Elaboração própria.

202

No Mapa 34 tem-se o tamanho da população das cidades do Estado da Bahia, destacando-se entre elas, Salvador, , Feira de Santana, Camaçari, Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista, Jequié e Juazeiro.

MAPA 34 ESTADO DA BAHIA – POPULAÇÃO DAS CIDADES, 2000 4 6 4 4 4 2 4 0 3 8

N A M B R U C 9 E O 9 P

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E&F!G§D H§CF@IJ)KL M J-NM O§P CD 60 0 6 0 12 0 18 0km ESPÍRITO SANTO

ES CA LA 1:6.0 0 0.0 0 0

4 2 4 0 3 8 Fonte: SEI, 2000.

A análise do Mapa 34 permite constatar que alguns municípios (Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Feira de Santana, Juazeiro, Jequié, Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista e Barreiras) que possuem população acima de 120.001 habitantes concentram a maior parte da

203 população do Estado da Bahia o que se explica pelo fato de serem os municípios de maior dinamismo econômico.

O Mapa 35 mostra que há predominância de população rural na maioria dos municípios do Estado da Bahia e o Mapa 36, que a maioria de seus municípios tem grau de urbanização inferior a 50%. Essa situação configura o atraso econômico e social em que se encontra o Estado da Bahia na maior parte de suas regiões.

MAPA 35 ESTADO DA BAHIA – PREDOMINÂNCIA DE POPULAÇÃO URBANA OU RURAL, 2000 46 4 4 4 2 4 0 38

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E C O Predominância de população urbana Predominância de população rural

60 0 60 120 1E8S0PkÍRmIT O SANTO 19 ESCA LA 1:6.000.000 4 2 4 0 3 8 Fonte: IBGE.

204

MAPA 36 ESTADO DA BAHIA – GRAU DE URBANIZAÇÃO, 2000 46 4 4 4 2 4 0 38

N A M B R U C 9 E O 9 P

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60 0 60 120 180km E SP ÍRITO SANTO

19 ES CA LA 1:6.000.000 4 2 4 0 3 8 Fonte: SEI.

6.6 ATIVIDADES ECONÔMICAS DO ESTADO DA BAHIA 22

6.6.1 Agricultura e pecuária

O principal produto agrícola da Bahia é o cacau, cultivado sobretudo para exportação. Sua área de cultura por excelência são as colinas e morros da região litorânea ao sul do Recôncavo, principalmente nos municípios de Ilhéus e Itabuna. A soja vem em seguida

22 Dados extraídos de SILVA et al., 2002; ALMANAQUE, 2002; [email protected]

205 concentrando sua produção no oeste do Estado da Bahia.

A produção de mandioca apresenta uma distribuição geográfica dispersa, que, de certa forma, reproduz a distribuição da população do Estado da Bahia. Produto básico da alimentação baiana e cultura pouco exigente quanto às condições ecológicas, é natural que acompanhe o homem onde quer que ele se instale. A área de maior concentração da produção é o Recôncavo, onde a mandioca, cultivada nos solos pobres sobre as formações areníticas, assume o caráter de lavoura comercial. No interior aparece geralmente como cultura de subsistência.

O terceiro produto agrícola do Estado, o feijão, é cultura geograficamente dispersa, com características de pequena lavoura comercial e, também, de subsistência. O café se situa em quarto lugar, sendo sua produção localizada principalmente em Vitória da Conquista. A cana-de-açúcar vem em quinto lugar quanto ao valor de produção. Grande lavoura comercial ligada à agroindústria (usinas de açúcar), domina os ricos solos de massapê do Recôncavo. Surge também no interior do Estado integrada na pequena lavoura comercial, para a produção de aguardente e rapadura ou como simples cultura de subsistência. Seguem-se em ordem decrescente, por valor de produção, mamão, banana, mamona, algodão e laranja.

A criação de gado de corte se faz em todas as regiões do Estado, mas observa-se um certo grau de especialização regional: de um lado, áreas de caatinga, voltadas para a reprodução dos rebanhos, e de outro, áreas de florestas do rebordo oriental do planalto, reservadas para a engorda dos animais provenientes das primeiras. A pecuária leiteira assume grande vulto na região de Itapetinga, e a produção estadual de leite é considerável. Áreas antes áridas, como Iaçu e Itaberaba, foram convertidas à pecuária graças à introdução de capins africanos.

O Mapa 37 mostra as áreas de aptidão agrícola das terras e de pastagem do Estado da Bahia. Sua análise permite constatar que as áreas classificadas como boas para lavoura e pastagem são em menor número. Observando o semi-árido, percebe-se que existe grande número de áreas regulares para lavoura que poderiam ser mais bem aproveitadas se existissem políticas públicas eficazes de combate à seca e se se utilizasse a irrigação em larga escala.

206

MAPA 37 ESTADO DA BAHIA – APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS 46 44 42 40 38

A M B P E R N U C O

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G Itabuna VitÛria da Il hÈus 1 5 Conqui sta 15 I N A S G Itapetinga M E R A I S

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17 APTID O REGULAR PARA LAVOURAS Teixeira de Freitas APTID O RESTRITA PARA LAVOURAS

B R AS IL APTID O BOA, REGULAR OU RESTRITA PARA PASTAGEM PLANTADA ES P ÕR ITO APTID O BOA, REGULAR OU RESTRITA OU SEM APTID O PARA S A N TO SILVICULTURA E/OU PASTAGEM NATURAL

SEM APTID O PARA USO AGRÕCOLA. INDICADO PARA PRESERVA« O DA FLORA, FAUNA OU RECREA« O 19

42 40 38

60 0 60 120 180km

F O N TE :S U P L A N , 19 78 ESCALA 1:6.000.000 Fonte: SEI

O Mapa 38 mostra os municípios onde predominam as lavouras permanentes e temporárias. Sua análise permite constatar que, próximo ao litoral, prevalecem as lavouras permanentes favorecidas provavelmente pelo regime pluviométrico e pela disponibilidade de recursos hídricos.

207

MAPA 38 ESTADO DA BAHIA – PREDOMINÂNCIA DE LAVOURAS PERMANENTES E TEMPORÁRIAS, 1995–1996

Fonte: Silva et al., 2000

6.6.2 Indústria de transformação

As atividades industriais da Bahia, de pouca expressão no passado, desenvolveram-se bastante a partir da década de 1950 com a implantação da refinaria de Mataripe. Estado de tradicional estrutura agrária, a Bahia ocupa hoje no setor secundário considerável parcela de sua população economicamente ativa. Persistem, no entanto, numerosas indústrias de pequeno porte, de caráter artesanal, como as que produzem artigos de consumo sertanejo (rapadura, aguardente, farinha de mandioca). Entre as de maior porte, destacam-se a indústria química (inclusive refino de petróleo), petroquímica, metalúrgica, de produtos alimentares (especialmente usinas de açúcar), têxtil e de fumo.

208

Na década de 1960, o crescimento econômico baiano se acelerou com a criação do Centro Industrial de Aratu (cimento, metalúrgicas) e com a promoção da agricultura na bacia do São Francisco que, na década seguinte, passou a ser fomentada pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). O posterior desenvolvimento industrial da Bahia centrou-se no Pólo Petroquímico de Camaçari, inaugurado em 1978. Na mesma época, o turismo também ganhava força como fonte de riqueza. Na década de 1990, a lavoura cacaueira do sul baiano, outro esteio econômico do Estado, foi prejudicada pela crise provocada pela disseminação da vassoura-de-bruxa, praga que provocou queda substancial na produção e muito desemprego, e pela queda dos preços do cacau no mercado internacional.

MAPA 39 ESTADO DA BAHIA – DISTRIBUIÇÃO DAS INDÚSTRIAS 46’ 44’ 42’ 40’ 38’

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O 1 - 50 indústrias 17’ 17’ 51 - 200 indústrias

20 1 - 800 indústrias

1.01 3 indústrias

4.27 8 indústrias ESPÍRITO 0 30 60 90 km SANTO 46’ 44’ 42’ 40’ 38’ Fonte: Silva et al., 2000

209

Concentra-se em torno de Salvador o grosso da produção industrial, sobretudo no Centro Industrial de Aratu, localizado na própria Região Metropolitana de Salvador, e no Pólo Petroquímico de Camaçari, um dos mais modernos do mundo. Além de Aratu e Camaçari, a Bahia conta ainda com o Centro Industrial do Subaé em Feira de Santana e o Centro Industrial de Ilhéus, dentre outros. Maiores detalhes sobre o processo de industrialização do Estado da Bahia serão apresentados no capítulo 7.

Como pode ser visto no Mapa 39, a maior parte das indústrias do Estado da Bahia está concentrada sobretudo em Salvador, Camaçari e Feira de Santana. Por sua vez, o Mapa 40 mostra que há uma concentração dos pólos e centros industriais do Estado da Bahia na RMS — Região Metropolitana de Salvador.

MAPA 40

ESTADO DA BAHIA – PÓLO S E CENTROS INDUSTRIAIS

46º 44 º 42 º 40 º 38 º

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D istrito s industriais

N ú cleos industriais SEI,

60 0 60 120 180km F onte: SEI, 2000. M ucuri A tlas escolar, Bahia; espaço geo-histórico e cultural. ES PÍR ITO SANTO João Pessoa: Grafset, 2000. 19 º 19 º

44 º 46 º 4 2º 4 0º 3º8º Fonte: Silva et al., 2000

210

6.6.3 Turismo

Dentre as zonas e centros turísticos do Estado da Bahia, destaca-se todo o litoral como a área preferencial desse empreendimento (Mapa 41).

MAPA 41 ESTADO DA BAHIA – ZONAS E CENTROS TURÍSTICOS 46’ 44’ 42’ 40’ 38’

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S AU B AR A S AN TA CRUZ M A DR E DE C ABRÁLIA D E U S M A RA G O GIP E P O RT O SEGURO COSTA DO B AÍA DE TO D OS OS SANTOS DESC OB RIMENTO S AL IN A S DA MARGARIDA ITA PA RIC A

17’ V ER A CRUZ 17’

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BAÍA DE TODOS OS SANTOS N O VA VIÇOSA COSTA DAS M U C U R I BALEIAS ESPÍRITO 0 3 0 6 0 9 0 km SANTO 46’ 44’ 42’ 40’ 38’ Fonte: Silva et al., 2000

A Tabela 19 mostra a evolução do turismo em Salvador de 1980 a 1997.

211

Tabela 19 – Fluxo de Turistas – Número de estabelecimentos, vagas, hóspedes e alguns indicadores da rede hoteleira – Salvador – 1980–1997

Estabelecimentos Hóspedes Indicadores

Pensões, casas Ano Taxa de Taxa de Hotéis de hospedagem Permanência Brasileiros Estrangeiros Total ocupação por ocupação por classificados e hotéis não média leito U.H. classificados

1980 37 109 52.945 11.017 63.962 4,3 45,8 57,4 1981 38 120 189.318 19.707 209.025 3,9 43,7 55,0 1982 36 113 196.990 24.911 221.901 4,0 44,7 53,5 1983 36 105 215.834 35.226 250.660 3,6 44,5 53,2 1984 36 130 231.225 56.510 287.735 3,6 46,4 53,7 1985 41 148 240.084 65.651 305.735 3,7 47,4 53,0 1986 42 167 301.624 80.136 381.760 3,6 54,7 63,8 1987 44 168 269.875 73.557 343.432 3,6 48,9 56,4 1988 46 141 232.521 73.487 306.008 3,5 40,2 48,0 1989 47 141 256.870 69.217 326.087 3,4 41,4 50,2 1990 47 141 204.876 54.084 258.960 3,4 34,5 42,7 1991 46 141 226.967 69.695 296.662 3,5 35,5 44,0 1992 43 141 200.675 89.778 290.453 3,6 38,7 47,3 1993 42 165 211.995 105.089 317.084 3,8 45,8 53,4 1994 44 177 229.342 107.955 337.297 3,7 46,6 54,3 1995 42 189 255.932 86.931 342.863 3,6 43,1 54,1 1996 42 194 258.857 71.553 330.410 3,5 40,0 49,7 1997 41 201 277.587 61.497 339.084 3,3 39,0 50,2 Fonte: Bahiatursa, 1998.

6.6.4 Energia Elétrica

A energia elétrica distribuída na Bahia é predominantemente de origem hidráulica, oriunda do Sistema Interligado CHESF — Companhia Hidroelétrica do São Francisco, que cobre 8 estados da Região Nordeste, exceto o Maranhão. Assim, a CHESF é o fator dominante na geração de energia elétrica para a Bahia, suprindo a COELBA — Companhia de Eletricidade da Bahia e a COPENE — Companhia Petroquímica do Nordeste, além de fornecer energia diretamente aos maiores consumidores industriais do Estado da Bahia. Com efeito, o sistema de geração da CHESF (composto por 14 usinas hidrelétricas e 2 termelétricas) tem potência nominal instalada da ordem de 10.705 MW. Nesse contexto, a geração hidrelétrica representa 96% da potência total instalada da CHESF.

De acordo com o Sistema de Informações Empresariais do Setor de Energia — SIESE, da Eletrobrás, a capacidade nominal instalada de geração de energia elétrica no Brasil e na região Nordeste é apresentada na Tabela 20.

212

Tabela 20 – Usinas hidráulicas e térmicas – Capacidade nominal instalada – MW -– Brasil, Nordeste e estado da Região – 1999–2000

1999 2000 Variação % Estados / Nordeste / Brasil Participação Participação na MW na Região NE M W Região NE 2 0 00 / 199 9 % % Bahia 5.397 50,2 5.397 50,2 - Sergipe 3.000 27,9 3.000 27,9 - Pernambuco 1.644 15,3 1.644 15,3 - Alagoas 440 4,1 440 4,1 - Piauí 235 2,2 235 2,2 - Ceará 22 0,2 22 0,2 - Maranhão 6 0,1 6 0,1 - Paraíba 4 0,0 4 0,0 - - - - - - Região Nordeste em 10.748 16,8 10.748 15,9 - relação ao Brasil Total – Brasil 63.816 100,0 67.713 100,0 6,1 Fonte: Eletrobrás, 2000. Nota – Exclusive estatísticas de auto-produtores.

Vê-se que, em 2000, a Bahia foi responsável por 31,1% do consumo total de energia da Região Nordeste, equivalentes a 5% do consumo total nacional. A taxa de crescimento do consumo total na Bahia alcançou 6,9%, no período analisado, situando-se acima das médias brasileira e da Região Nordeste (Tabela 21).

Tabela 21 – Consumo total de energia elétrica – Brasil, Nordeste e estados da Região – 1999–2000

1999 2000 Variação Estados / Nordeste / Brasil Participação Participação na MW na Região NE M W Região NE 2 0 00 / 199 9 % % % Bahia 14.376 30,4 15.361 31,1 6,9 Maranhão 8.041 17,0 8.265 16,7 2,8 Pernambuco 7.197 15,2 7.637 15,4 6,1 Ceará 5.792 12,2 5.916 12,0 2,1 Alagoas 3.342 7,1 3.387 6,8 1,3 Rio Grande do Norte 2.663 5,6 2.737 5,5 2,8 Paraíba 2.507 5,3 2.588 5,2 3,2 Sergipe 2.101 4,4 2.176 4,4 3,6 Piauí 1.315 2,8 1.390 2,8 5,7 Região Nordeste em 47.334 16,2 49.457 16,2 4,5 relação ao Brasil Total – Brasil 292.677 100,0 305.603 100,0 4,4 Fonte: Eletrobrás, 2000. Nota – Exclusive estatísticas de autoprodutores.

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Tabela 22 – Consumo industrial de energia elétrica– Brasil, Nordeste e estado da Região – 1999–2000

1999 2000 Variação Estados / Nordeste / Brasil Participação Participação na 2000/1999% MW na Região NE M W Região NE % % Bahia 7.236 33,3 7.906 34,7 9,3

Maranhão 6.174 28,4 6.312 27,7 2,2

Pernambuco 1.954 9,0 2.016 8,9 3,2

Alagoas 1.878 8,6 1.885 8,3 0,4

Ceará 1.718 7,9 1.796 7,9 4,5

Sergipe 959 4,4 1.023 4,5 6,7

Paraíba 854 3,9 892 3,9 4,4

Rio Grande do Norte 837 3,9 828 3,6 -1,1

Piauí 113 0,5 112 0,5 -0,9 Região Nordeste em 21.723 17,5 22.770 17,4 4,8 relação ao Brasil Total – Brasil 124.380 100,0 131.182 100,0 5,5 Fonte: Eletrobrás, 2000. Nota – Exclusive estatísticas de autoprodutores.

Em 2000, a participação relativa da Bahia no consumo industrial de energia elétrica da Região Nordeste alcançou 34,7%, equivalentes a 6% do consumo industrial nacional (Tabela 22).

Cabe observar que o Brasil e o próprio Estado da Bahia enfrentaram em 2002 problemas de racionamento de energia elétrica devido à insuficiência de investimentos para a expansão do sistema elétrico nacional. A falta de investimentos na expansão da capacidade geradora do sistema elétrico e do sistema de transmissão, associada à queda no nível de água dos reservatórios das usinas hidroelétricas devido à escassez de chuvas, contribuiu para que se materializasse o racionamento de eletricidade em todo o país. A falta de investimentos na expansão da capacidade geradora do sistema elétrico foi o resultado da equivocada política de privatizações das empresas estatais no contexto da política do governo federal de abertura da economia brasileira, conforme exposto no capítulo 4.

O Mapa 42 e o diagrama de blocos (Figura 25) mostram respectivamente o sistema elétrico interligado do Brasil nas regiões Norte e Nordeste e o caminho que a energia elétrica percorre até as diferentes classes de consumidores no Estado da Bahia.

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MAPA 42 SISTEMA ELÉTRICO INTERLIGADO NO NORDESTE DO BRASIL

Fonte: Brasil. Ministério das Minas e Energia.

3.3 40 Re sidê ncia s

2.303 Ind ústrias (no registro da COELBA)

1.9 76 Co m ércio CO E L B A 11 .044 (P erda s e diferenças: 1278) 577 Ilu m inação pública

503 Á gua, esgoto e saneamento

1.0 40 De m ais

4.673 G ra ndes CH ESF Co nsum idores (G e rda u,S ibra, Alcan, Caraíba, CQR 16.631 Ind ustriais Do w, Mineração Caraíba, Schincariol)

62 2 914 CO P EN E , consumo cativo CO P EN E 1.37 5 1.0 83 Co nsum o Pólo

CO P EN E A UT OGERAÇÃO 1.0 83 Estim ativa de Consumo Industria em 2000: 9.000 GWh Elaboração própria..

Figura 25 – Estrutura da distribuição de energia elétrica na Bahia, 2000

215

6.6.5 Transporte

O Mapa 43 mostra a distribuição espacial dos principais meios de transporte do Estado da Bahia, e as tabelas 23 e 24 apresentam respectivamente a extensão da rede rodoviária existente no Estado da Bahia de 1983 a 1998 e o declínio do movimento de passageiros e de cargas na rede ferroviária no Estado, de 1984 a 1997.

MAPA 43 ESTADO DA BAHIA ± PRINCIPAIS MEIOS DE TRANSPORTE 46’ 44’ 42’ 40’ 38’

P E R N A M B U C O

o BARRAGEM isc O c DE ITAPARICA an à r F P I A U Í o 9’ H ã 9’ S N BARRAGEM DE io R A C u ra çá SO BRADINHO

R P a u lo A L A G O A S A A fonso M 6 1

Ju a ze iro 1 - B R R B - 4 0 7

S e n to Sé 0 P ilão Arcado 1 1

-

R

B

E

P S e n h or do Bonfim I

G

R X iq ue-Xique E F o rm osa do B a rra 11’ S 11’ O u ro lâ nd ia Tu ca n o R io Preto B R - o 1 c Ja co b ina 3 s 5 i c n B A

1 - a Ire cê 0 5 6 r 2

1 F

-

A

S o

B ã N I S

T

o i

N R A F e ira de C o nde C

O B a rreiras S a n ta n a A la goinhas T B R -242 9 BR 9 - 3 -0 24 A L e n çó is B 1

6 0

1 6 - C a m a çari

S a n ta n a 1 0 - A 2 A 0 B - 13’ B 13’ R B B S a lva do r S a n ta Maria A B o m Jesus -1 d a Vitória d a Lapa 56 Va len ça B 6 A -02 49 -1 BA R -3 4 B 2 S

Á

I Je q u ié

O

G C a rin ha nha G uanambi C a e tité BR Ita ca ré -03 0 B ru m ad o 6 1 M a lhada -1 O R B

C Ita buna Ilh é u s I V itó ria da Conquista T 15’ M 5 15’ 4 1 I - N N A B R S G Â E R L A U n a I S C a navieiras T

A

1 0 B e lm o nte 1 O A e ro p orto - R

B N

P o rto A P o rto Seguro R o dovia E u n á po lis E

C

F e rrovia O 17’ Ita nhém 17’ O le o d uto Te ixe ira d e Freitas P ra d o E tenoduto Ib ira p oã C a ra vela s C idade M u curi ESPÍRITO 0 3 0 6 0 9 0 km SANTO 46’ 44’ 42’ 40’ 38’ Fonte: Silva et al., 2000

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Tabela 23 – Extensão da rede rodoviária por dependência administrativa da Bahia – 1983–1998

Não Pavimentada Pavimentadas Ano Estadual Estadual Federal Estadual Municipal Federal Estadual Municipal Total Transitória Transitória 1983 1.138 2.182 5.721 99.378 3.710 845 4.654 228 9.437 1984 1.102 2.156 5.569 99.378 3.710 924 4.696 228 9.558 1985 932 2.156 5.512 99.378 3.805 924 4.891 228 9.848 1986 1.043 2.114 5.518 99.378 3.717 966 5.034 228 9.945 1987 979 2.061 5.910 99.378 3.891 1.019 4.827 228 9.965 1988 810 1.964 5.853 99.378 4.127 1.023 4.927 228 10.305 1989 804 1.899 6.020 99.378 4.127 1.048 4.922 228 10.325 1990 804 1.899 6.020 99.378 4.127 1.048 4.922 228 10.325 1991 804 1.899 6.020 99.378 4.127 1.048 4.922 228 10.325 1992 802 1.812 5.510 99.378 4.121 1.128 5.854 228 11.331 1993 717 1.849 5.506 99.378 4.175 1.188 5.960 228 11.551 1994 ...... 1995 692 1.849 5.506 99.378 4.243 1.188 5.960 228 11.619 1996 ...... 1997 ...... 1998 731 1.849 7.884 101.381 4.427 1.225 6.479 240 12.371 Fonte: SEI.

Tabela 24 – Movimento de passageiros e carga transportada na rede ferroviária – Bahia, 1984–1997

Passageiros Carga Transportada ( t ) Ano Suburbano Interior Total Combustível Outros Total 1984 6.274.921 41.792 6.316.713 315.817 1.315.960 1.631.777 1985 7.730.030 60.893 7.790.923 321.978 1.332.990 1.654.968 1986 6.800.478 67.512 6.867.990 340.770 1.608.960 1.949.730 1987 6.657.273 73.008 6.730.281 352.167 1.596.827 1.948.994 1988 4.987.884 68.782 5.056.666 323.056 1.429.908 1.752.964 1989 5.601.604 13.901 5.615.505 239.491 1.003.482 1.242.973 1990 4.902.511 - 4.902.511 322.178 1.160.481 1.482.659 1991 4.759.060 - 4.759.060 424.786 1.276.079 1.700.865 1992 1.779.668 - 1.779.668 349.019 821.907 1.170.926 1993 2.358.744 - 2.358.744 352.545 657.825 1.010.370 1994 1.882.397 - 1.882.397 365.676 717.897 1.083.573 1995 1.514.464 - 1.514.464 355.573 735.402 1.090.975 1996 1.211.078 - 1.211.078 359.615 668.604 1.028.219 1997 1.080.887 - 1.080.887 ...... Fonte: SEI.

A principal rodovia pavimentada do Estado é a Rio-Bahia (BR-116), que corta o interior de sul para norte, passando por Vitória da Conquista, Jequié e Feira de Santana. Nessa cidade, a Rio-Bahia é interceptada por outra importante estrada pavimentada, que parte de Salvador em direção a Juazeiro-Petrolina. De Salvador para nordeste estende-se a BR-101, também pavimentada, que alcança Natal, no Estado do Rio Grande do Norte, em sua extremidade setentrional, depois de passar por em Sergipe, Maceió em Alagoas e João Pessoa na Paraíba. Todas essas rodovias foram construídas pelo governo federal.

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A rede ferroviária é constituída por três grandes ramos que partem de Salvador para nordeste, na direção de Sergipe; para noroeste, na direção do Piauí; para sudoeste, na direção de Minas Gerais. Com exceção dos trechos que cortam o Recôncavo e a zona da Mata sergipana, as linhas servem a áreas de baixa densidade demográfica e fraca atividade econômica.

É importante destacar a precariedade em que se encontram as rodovias do Estado da Bahia, sobretudo as federais, devido à falta de manutenção, a queda vertiginosa na disponibilidade de linhas da rede ferroviária em operação, sobretudo após a privatização da Rede Ferroviária Federal, e o declínio no movimento dos portos existentes no Estado da Bahia. A precariedade da infra-estrutura de transporte vem comprometendo sobremaneira o desenvolvimento econômico do Estado da Bahia

O Estado da Bahia possui dois grandes aeroportos, o de Salvador e o de Porto Seguro. O movimento de aeronaves, passageiros, cargas e correio no aeroporto de Salvador foi crescente nas décadas de 80 e 90 (Tabela 25). Possui também quatro portos: Aratu, Camamu, Ilhéus e Salvador. Em Madre de Deus, município de Salvador, funciona o terminal marítimo Almirante Alves Câmara, da Petrobrás, por onde se exportam petróleo bruto e produtos da refinaria Landulfo Alves. A Tabela 26 mostra o declínio nas décadas de 80 e 90 no movimento de navios e mercadorias pelos principais portos existentes no Estado da Bahia.

Tabela 25 ± Movimento de aeronaves, passageiros, cargas e correio no aeroporto de Salvador ± 1984±1997

Aeronave Passageiros Carga (kg) Correio (kg) Ano Pouso Decolagem Embarcado Desembarcado Embarcada Desembarcada Embarcado Desembarcado 1984 20.260 20.261 577.609 498.762 3.921.816 7.467.963 2.403.479 96.118 1985 20.335 20.335 620.152 532.750 3.659.357 6.030.465 218.403 107.619 1986 22.908 22.908 805.875 666.843 5.842.732 8.620.584 291.979 120.843 1987 22.362 22.362 793.460 682.208 7.850.836 10.368.362 725.001 1.223.295 1988 23.322 23.322 781.848 699.018 5.793.200 10.893.136 3.842.559 7.210.391 1989 24.012 24.012 866.015 787.846 9.506.542 13.547.584 3.998.206 5.134.039 1990 24.772 24.772 828.601 745.166 9.114.567 11.349.397 2.439.211 6.086.009 1991 26.211 26.211 830.128 760.145 5.763.030 8.332.991 5.771.664 4.596.271 1992 22.937 22.937 720.248 627.104 4.609.247 7.192.785 6.246.527 4.567.946 1993 21.060 24.060 684.809 671.287 3.374.200 6.123.210 8.115.692 7.740.477 1994 26.426 26.426 697.842 769.960 4.369.523 9.345.025 8.470.925 6.998.724 1995 27.231 27.135 833.944 855.995 7.245.493 13.684.516 7.629.214 7.169.221 1996 27.847 27.593 760.561 801.341 6.845.693 12.139.414 7.503.918 6.016.730 1997 30.982 30.568 802.668 945.633 9.402.156 16.670.876 8.237.874 7.351.463 Fonte: SEI.

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Tabela 26 – Movimento de navios e mercadorias por portos organizados – Bahia – 1984–1997

Aratu Malhado Ano Exportação I m po rtação Exportação I m portação Navios Navios ( t ) ( t ) ( t ) ( t ) 1984 1.413 6.135.941 4.207.255 458 192.009 373.422 1985 1.332 5.285.221 5.458.425 495 280.024 417.838 1986 1.495 5.726.239 7.170.765 323 213.516 485.916 1987 1.556 5.724.734 7.126.358 289 246.784 448.403 1988 1.603 5.853.164 7.812.687 288 199.313 452.125 1989 1.522 5.858.448 7.961.770 212 214.916 455.553 1990 1.280 5.915.958 7.510.967 237 210.986 454.153 1991 1.189 4.577.215 6.942.515 199 179.133 378385 1992 1.167 5.411.660 8.076.107 175 170.635 312.033 1993 1.383 5.601.620 8.406.792 143 288.807 356.609 1994 1.288 5.193.546 8.444.111 161 562.609 394.055 1995 1.294 4.948.954 8.577.922 90 372.882 441.341 1996 1.309 4.989.310 9.883.553 72 151.511 270.912 1997 1.392 5.168.331 10.726.242 56 339.285 92.302

Salvador Total Ano Exportação I m po rtação Exportação I m portação Navios Navios ( t ) ( t ) ( t ) ( t ) 1984 1.164 946.266 485.459 3.035 7.274.216 5.066.136 1985 1.100 916.470 427.850 2.927 6.481.715 6.304.113 1986 925 677.386 592.700 2.743 6.617.141 8.249.381 1987 879 635.547 666.193 2.724 6.607.065 8.240.954 1988 990 775.160 465.602 2.881 6.827.637 8.730.414 1989 796 887.664 382.935 2.530 6.961.028 8.800.258 1990 844 959.717 479.157 2.361 7.086.661 8.444.277 1991 815 920.198 419.291 2.203 5.676.546 7.740.191 1992 991 1.348.716 408.764 2.333 6.931.011 8.796.904 1993 722 1.248.195 418.029 2.248 7.138.622 9.181.430 1994 652 1.520.207 451.270 2.101 7.006.362 9.289.436 1995 583 1.083.790 519.656 1.967 6.405.626 9.538.919 1996 534 1.087.469 547.043 1.915 6.228.290 10.701.508 1997 439 981.732 590.777 1.887 6.489.348 11.412.321 Fonte: SEI.

6.6.6 Telecomunicações

Os principais aspectos a serem destacados na área de telecomunicações são, de um lado, o grande crescimento dos terminais em serviço com celulares e, de outro, a estagnação dos telefones em serviço fixo no período analisado. É possível que o uso de celulares tenha contribuído para a queda no uso de telefones em serviço fixo (Tabela 27).

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Tabela 27 – Terminais e telefones em serviço, fixo e móvel celular – Bahia – 1983–1997

Terminais em serviço Ano Telefones em serviço fixo Convencional Celular 1983 223.850 - 354.374 1984 242.732 - 389.731 1985 256.295 - 412.768 1986 270.408 - 450.744 1987 290.282 - 485.310 1988 308.899 - 519.399 1989 344.617 - 565.142 1990 392.682 - 610.553 1991 409.041 - 619.918 1992 430.985 - 598.299 1993 451.694 4.670 598.051 1994 476.554 29.322 609.201 1995 540.540 96.256 618.110 1996 636.544 157.900 610.802

1997 769.522 174.829 595.307 Fonte: SEI.

6.6.7 Mudanças na economia

De perfil predominantemente agrícola no passado, a Bahia é atualmente um estado com uma importante indústria química e petroquímica. O Pólo Petroquímico de Camaçari é o grande responsável pela atual performance do Estado da Bahia no setor industrial. A indústria petroquímica baiana, responsável por grande parcela do PIB industrial, foi decisiva para que o Estado da Bahia apresentasse as empresas de mais elevada média de crescimento no Brasil em 1999: 27,4%. Na lista das dez maiores empresas do Estado da Bahia, o Pólo Petroquímico de Camaçari incluiu quatro. Outro segmento que vem crescendo no Estado da Bahia é o turismo.

Em Ilhéus, cresce o pólo de informática, e a montadora Ford já construiu sua planta em Camaçari que deverá atrair fornecedores de autopeças. A montadora Ford deixa de se instalar no Rio Grande do Sul e se instala na Bahia, atraída pelos incentivos fiscais oferecidos pelo governo do Estado da Bahia. Beneficiada também por incentivos fiscais, a empresa Monsanto, que produz transgênicos, implantou em Camaçari uma fábrica de herbicidas, com investimentos de 550 milhões de dólares. A unidade de Camaçari é a maior fábrica da multinacional fora dos Estados Unidos, mas a concessão de incentivos aos norte-americanos acirra a guerra fiscal entre os estados.

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Com os investimentos realizados nos últimos 15 anos no Estado da Bahia surgiram pelo menos três novas áreas prósperas que se destacam das demais, as regiões do Baixo Médio São Francisco, Oeste e Sul do Estado da Bahia, que concentram grandes empreendimentos. As duas primeiras revelam potencial para atividades ligadas ao agro- negócio, baseadas principalmente na agricultura irrigada, expondo os contrastes de um estado com dois terços de seu território no semi-árido. A terceira região, que dependeu durante anos do cacau, volta-se para o turismo e a produção de celulose. De 2000 para 2001, a safra de cacau caiu de 159 mil toneladas para 139 mil. E o produto responde por apenas 5% das exportações baianas.

Surgem também com força o algodão e o café, além da mamona, melancia, feijão e a pecuária. Entre os principais produtos agrícolas estão a cana-de-açúcar, a soja, a mandioca e o milho. A soja, principal produto agrícola do Oeste, apesar de safra recorde — fechada para o ano 2000 em 1,5 milhões de toneladas — , deixa de ser o centro das atenções dos agricultores, que apostam no milho. Surgem também com força o algodão e o café, além de mamona, melancia, feijão e a pecuária.

Na pecuária, a criação de caprinos adapta-se às condições do semi-árido e traz bom retorno econômico. O Estado da Bahia tem o maior rebanho de cabras do país, com 3,4 milhões de animais em 1999. Na região semi-árida ainda são criados quase 3 milhões de carneiros e ovelhas, o segundo maior rebanho brasileiro. A criação de bovinos é a oitava do país e atinge 10 milhões de cabeças.

A análise detalhada de cada região e, sobretudo, dos focos dinâmicos e dos problemas mais críticos de desenvolvimento do Estado da Bahia e de suas regiões se encontra no capítulo 8.

6.7 O ESTADO DA BAHIA E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

As cidades principais (Mapa 44) do Estado da Bahia agem como verdadeiros pólos econômicos, sobretudo no sertão. São elas: Feira de Santana, na periferia do Recôncavo; Itabuna e Ilhéus, na região cacaueira; Jequié e Vitória da Conquista, no planalto; Porto Seguro no Extremo Sul; Barreiras no Oeste e Juazeiro à margem direita do São Francisco.

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MAPA 44 ESTADO DA BAHIA ± HIERARQUIA URBANA HIE RARA QU IA UR BAN A

4 6º 4 4º 4 2º 4 0º 38 º

A M B R N U C 9º E O 9º P

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F onte: S EI, 2000 ESCALA 1:6 .000 .000 19 º Atla s escolar, Bah ia ; espaço geo-h istóri co e cultura l. Jo ão P essoa: G ra fset, 2000. 40 º 4 2º 4 0 º 3 8 º Fonte: Silva et al. 2000

Além das funções de capital político-administrativa, de porto e de centro industrial, a cidade de Salvador desempenha o papel de metrópole regional para uma vasta área, que compreende quase todo o território baiano e ainda todo o estado de Sergipe e o extremo sul do Piauí. Do território estadual escapam à influência econômica de Salvador apenas pequenas áreas situadas nos extremos norte e sul, que são vinculadas a , Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Entretanto, sob sua ação direta se encontra apenas o Recôncavo (Mapa 45).

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MAPA 45 ESTADO DA BAHIA – RECÔNCAVO 3 8 °

Terra C atu N ova P ojuca A m élia R odrigues M ata de S.João 1 3 ° S .Am aro S .Sebastião 1 3 ° do Passé C achoeira D ias D'Ávila S .Francisco S .Félix do Conde C andeias C am açari

S aubara M adre de S im ões Filho M aragogipe D eus

Itaparica O S alinas da Lauro de Freitas C TI M argarida N Vera Cruz A N azaré TL S ALVAD O R A

O A ratuípe N A E Jaguaripe C O

3 8 ° Elaboração própria

6.8 SÍNTESE DOS DADOS REFERENTES AO ESTADO DA BAHIA

Quadro 6 – Aspectos geográficos

Área 564.273 km² Relevo Planície no litoral, depressão a Norte e Oeste e planície no Centro Ponto mais elevado Serra do Barbado (2.033,30 m Rios principais São Francisco, Paraguaçu, Jequitinhonha, Itapicuru, Capivari, de Contas Vegetação Floresta tropical, mangues litorâneos, caatinga e cerrado Clima Tropical Unidades de conservação 3.531 km² (junho./2001) N.º de municípios 417 Salvador (2.440.828), Feira de Santana (481.137), Vitória da Conquista (262.585), Ilhéus Municípios mais populosos (221.883), Itabuna (196.456), Juazeiro, (174.101), Camaçari (161.151), Jequié (147.115), Barreiras (131.335), (129.617) Fonte: Almanaque, 2002 e IBGE.

Quadro 7 – Dados demográficos

Total 13.070.250 (2000) Densidade 23,2 habitantes/km² (2000). Crescimento demográfico 1,1% ao ano (1991-2000) População urbana 67,1% (2000) Domicílios 3.170.403 (2000) Carência habitacional 503.468 (1998). Padrão de vida IDH de 0,6548 – 20ª posição no Brasil. Acesso à água 68% (1999). Acesso à rede de esgoto 37,2% (1999). Fonte: Almanaque, 2002 e IBGE.

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Quadro 8 – Dados de saúde

Mortalidade infantil 44,7‰ (2000). Médicos 8,3 por 10 mil habitantes (ago./2001). Leitos hospitalares 2,3 por mil habitantes (1999). Fonte: ALMANAQUE, 2002.

Quadro 9 – Dados de educação

Matrícula na educação infantil 295.520 (74,2% na rede pública).

Matrícula no ensino fundamental 3.726.074 (95% na rede pública)

Matrícula no ensino médio 648.757 (92,1% na rede pública) (2001). Matrícula no ensino superior 73.785 (59,4% na rede pública) (1999). População com oito anos ou 24,9% (1999) mais de estudo Analfabetismo 24,70% Analfabetismo funcional 48,3% (1999) Fonte: Almanaque, 2002.

Quadro 10 – Dados econômicos

Composição do PIB Agropecuária: 15,4%; indústria: 36,7%; serviços: 52% (1999) Participação no PIB nacional 4,40% Renda per capita US$: 1.590 (1999)

Cana-de-açúcar (4.711.788 t), mandioca (4.247.881 t), soja (1.407.600 t), milho (1.121.716 t), Agricultura feijão (348.027 t), sisal (158.474 t), guaraná (3.475 t), cacau (139.251 t), mamona (79.334 t), laranja (3.373.493.000 frutos), coco-da-baía (423.283.000 frutos) (preliminar junho./2001)

Aves (25.895.149), bovinos (9.170.680), caprinos (3.464.308), ovinos (2.808.846), suínos Pecuária (1.970.778) (1999) Pedra britada (2.335.109 m3), magnesita (241.991 t), talco (42.182 t), gás natural (1.860 Mineração milhões m3), petróleo (2.728.882 m3), ouro (5.017.818 t), prata (320.193 t), cromo-cromita (121.187 t), cobre (85.792 t) (1999)

Alimentícia, química e metalúrgica. Extrativa.: castanha-de-caju (2.568 t), umbu (8.955 t), Indústria fibras (88.568 t), piaçava (88.514 t), carvão vegetal (20.022 t), lenha (14.910.724 m3), madeira (1.939.735 m3), oleaginosos (6.003 t) (preliminar 2001) Petroquímicos (28%), celulose e papel (15%), mineral metálico (12%), combustível (11%), Exportações soja (5%), cacau (5%), outros vegetais (8%) Nafta (25%), veículo automotivo (17%), sulfeto de cobre (12%), combustível (7%), Importações petroquímicos (6%) (2000) Fonte: Almanaque, 2002.

Quadro 11 – Energia elétrica

Geração 19.424 GWh Consumo 15.361 GWh (2000)

Fonte: Almanaque, 2002.

Quadro 12 – Telecomunicações

Telefonia fixa 1.858,8 mil linhas Celulares 1.460,6 mil (estimativa 2001) Fonte: Almanaque, 2002.

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Quadro 13 ± Dados da capital ± Salvador

População 2.440.828 hab. (2000) Malha pavimentada 70% (1999) Vias urbanas iluminadas 80% (1999) Automóveis 312.831 (1999) Jornais diários 4 (2001)

Cultura e lazer Bibliotecas públicas (5), museus (8), teatros e casas de espetáculo (10), cinemas (25) (1999) Data de fundação 29/3/1549 Fonte: IBGE, Almanaque, 2002.

6.9 PRINCIPAIS CONCLUSÕES SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO E DA SOCIEDADE NO ESTADO DA BAHIA

Pelo exposto neste capítulo, pode-se concluir que os recursos minerais do Estado da Bahia são bastante variados embora apenas alguns ofereçam possibilidades efetivas de exploração comercial, como o petróleo e o gás natural, recursos de que a Bahia é, respectivamente, o terceiro e segundo produtor nacional. A área de exploração de petróleo e gás natural é o Recôncavo baiano, onde se perfuram poços tanto na terra como no mar. Parte da produção é processada localmente, na refinaria Landulfo Alves. Outras riquezas do subsolo são objeto de pesquisa e exploração: amianto, barita, berilo, columbita, cristal de rocha, magnesita, mica, chumbo, mármore, cromo, manganês, talco, diamante, titânio, urânio, vanádio e cobre.

O clima seco predominante na maior parte do interior do Estado (região semi-árida) e a baixa precipitação pluviométrica nela existente representa uma das explicações para o fato de a região semi-árida apresentar um menor nível de desenvolvimento do que as demais (litoral e oeste). A barreira ao processo de desenvolvimento econômico e social representada pelo clima adverso e pela escassez de chuvas na região semi-árida poderia ser superada, entretanto, com a adoção de políticas públicas apropriadas de combate à seca e o aproveitamento racional dos recursos hídricos nela existentes, o que não ocorreu até o presente momento.

É no Recôncavo e na região cacaueira, onde são registradas as maiores densidades populacionais, que superam 100 hab./km2. Já em amplas áreas do interior, o povoamento se torna escasso, caindo esses índices para cerca de 15 hab./km2 nos chapadões, na Chapada Diamantina e no sertão semi-árido. Há predominância de população rural na maioria dos municípios do Estado da Bahia os quais têm grau de urbanização inferior a 50%. Essa situação configura o atraso econômico e social em que se encontra o Estado da Bahia na maior parte de suas regiões.

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As maiores cidades do Estado da Bahia em tamanho da população são Salvador, Lauro de Freitas, Feira de Santana, Camaçari, Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista, Jequié e Juazeiro. As cidades principais agem como verdadeiros pólos econômicos. São elas: Salvador no Recôncavo, Feira de Santana, na periferia do Recôncavo; Itabuna e Ilhéus, na região cacaueira; Jequié e Vitória da Conquista, no planalto; Porto Seguro no Extremo Sul; Barreiras no Oeste e Juazeiro à margem direita do São Francisco.

A maior parte das indústrias do Estado está concentrada, sobretudo em Salvador, Camaçari e Feira de Santana e as áreas preferenciais de empreendimentos turísticos do Estado da Bahia estão situadas em toda extensão do litoral, sobretudo em Salvador e Porto Seguro. As áreas do Estado classificadas como boas para lavoura e pastagem são em menor número. Observando o semi-árido, percebe-se que existe grande número de áreas regulares para lavoura que poderiam ser mais bem aproveitadas se existissem políticas públicas eficazes de combate à seca e se se utilizassem água subterrânea e a irrigação em larga escala.

O Brasil e a Bahia enfrentaram em 2002 problemas de racionamento de energia elétrica devido à insuficiência de investimentos para a expansão do sistema elétrico nacional. A falta de investimentos na expansão da capacidade geradora do sistema elétrico e do sistema de transmissão, associada à queda no nível da água dos reservatórios das usinas hidroelétricas devido à escassez de chuvas, contribuiu para que se materializasse o racionamento de eletricidade em todo o país, sobretudo no Nordeste. A falta de investimentos na expansão da capacidade geradora do sistema elétrico foi o resultado da equivocada política de privatizações das empresas estatais no contexto da política do governo federal de abertura da economia brasileira.

É importante destacar a precariedade em que se encontram as rodovias do Estado da Bahia, sobretudo as federais, devido à falta de manutenção, a queda vertiginosa nas linhas da rede ferroviária em operação, principalmente após a privatização da Rede Ferroviária Federal, e o declínio no movimento dos portos existentes no Estado. A precariedade da infra-estrutura de transporte vem comprometendo sobremaneira o desenvolvimento econômico do Estado da Bahia.