Woody Allen: O Intelectual Judeu Entre a Construção Biográfica E a Figura Pública

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Woody Allen: O Intelectual Judeu Entre a Construção Biográfica E a Figura Pública WOODY ALLEN: O INTELECTUAL JUDEU ENTRE A CONSTRUÇÃO BIOGRÁFICA E A FIGURA PÚBLICA Roberta do Carmo Ribeiro Resumo: Pensar Woody Allen como “cineasta historiador” será o fio condutor desta pesquisa. Pretendemos analisar como Woody Allen “escreve” em algumas obras de sua filmografia a História da América do período entre guerras a partir de elementos advindos de sua formação enquanto judeu americano e artista preocupado com a questão da identidade judaica. Para isso faremos uma apresentação das principais características de sua linguagem cinematográfica. Faz-se, a saber, o uso da linguagem irônica e da sátira para dialogar com o público. Mapearemos a construção da biografia oficial do cineasta, assim como a construção de sua imagem pública. Palavras-Chave: Woody Allen, cinema, ironia, identidade judaica, período entre guerras. Abstract: Thinking about Woody Allen as "historian movie maker" will be the central idea and core theme of this research. We will examine how Woody Allen "writes" the History of the United States during the interwar period in some of his works, starting with his personal education as an American Jew and artist concerned about the question of the Jewish identity. We will present the main features of his cinematographic language, that is, using satire and ironic language in order to discuss with the audience. We will provide a synthesis of Allen's official biografy, as well as a presentation of his public image. Key words: Woody Allen, cinema, irony, Jewish identity, interwar period. “As pessoas pensam que a pessoa ficcional que criei sou eu. Não sou. Acontece que ela anda como eu, se veste como eu [ri], é isso realmente o que ela é.” (Woody Allen, em entrevista para Eric Lax) A primeira cena de Cidadão Kane (1941), considerado por muitos como o maior filme de todos os tempos, é um close numa placa, afixada numa cerca ameaçadora, em que se lê: “proibida a entrada”. Ao fundo, vemos Xanadu, o castelo do personagem título, o milionário da imprensa e do ouro Charles Foster Kane. O recado é direto. Ao longo de todo o Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e professora da Universidade Estadual de Goiás, no Campus de Pires do Rio. Correio eletrônico: [email protected] Revista PLURAIS – Virtual – v.4, n.2 – 2014 – ISSN: 2238-3751 filme se tentará desvendar a personalidade do protagonista. A chave será a palavra Rosebud. Vários depoimentos são recolhidos, alguns se contradizendo. Perspectivas múltiplas, em múltiplas temporalidades desfilam na tela. Na última cena o mistério do “botão de rosa” é desvendado, mas o mistério de Kane permanece. O filme fecha com a mesma placa, com o mesmo recado: “proibida a entrada”. O que fica é uma reflexão: nenhum ser humano pode ser desvendado completamente. Nem mesmo quando se tem todos os dados, aparentemente, imediatos de sua biografia “em marcha”. Sua tese é a de que o ser humano é inescrutável, praticamente impossível de ser decifrado. Um artista, talvez, ainda mais. O cineasta, escritor e músico norte-americano Woody Allen é um bom exemplo. Existem sobre ele diversos livros, infinitos artigos e um número considerável de trabalhos acadêmicos. Mesmo com todo esse material, sua figura permanece nas brumas, apenas se insinua. De certo modo eclipsado por um personagem que ele criou para ser sua persona pública. Portanto, nessa parte do trabalho não temos de modo algum a pretensão de desvendá-lo por meio de sua biografia, mas apenas traçar possibilidades, procurar as marcas deixadas por seu “trenó” na neve de sua filmografia. Quando se refere a seu passado, sua infância e juventude, trata mais do contexto do que dos detalhes, fazendo a mesma coisa em seus filmes. Muitos desses filmes são considerados biográficos e nesse trabalho os trataremos assim. Mas é preciso deixar claro desde o início que se trata de inspiração biográfica, não necessariamente de uma biografia oficial. São memórias aplicadas a arte, não confissões expostas via arte. Em outras palavras: o personagem Woody Allen, em suas diversas facetas fílmicas, como ele mesmo, como uma criança, como um alter ego, não é o mesmo que seu criador, mas, sim, uma das faces desse criador. Da mesma forma que um dos depoimentos sobre Kane, ou mesmo o conjunto deles, não define quem é Kane. Tampouco “rosebud” faz isso. Não procuramos o rosebud de Woody Allen, simplesmente porque sabemos que, se ele existe, não o define. Segundo Allen, “quase todo meu trabalho é autobiográfico, mas tão exagerado e distorcido que me parece ficção” (LAX, 2009, p. 28). Em se tratando de Allan Stewart Konigsberg, o nome verdadeiro de Woody Allen, pensar nesse limite entre real e ficcional é uma tarefa complexa. Não se pode dizer que Woody Allen seja um artista recluso, ao estilo de J. D. Salinger. O mais correto seria defini-lo como discreto. Morando em Nova Iorque, não costuma badalar por Hollywood, que fica na 60 outra costa do país. Com exceção do célebre escândalo envolvendo sua ex-companheira a Página Revista PLURAIS – Virtual – v.4, n.2 – 2014 – ISSN: 2238-3751 atriz Mia Farrow e sua enteada de origem vietnamita Soon-Yi, raramente aparecia em colunas de fofocas. Woody Allen sempre foi mais um frequentador de restaurantes exclusivos, ginásios de esportes e shows de jazz do que de festas de celebridades. Muito de sua biografia pública é, deliberadamente, performance. Pouco se sabe sobre sua vida particular. Ele faz questão de mantê-la o mais distante possível da mídia. Mesmo em sua biografia oficial, escrita por Eric Lax, a vida particular é deixada em segundo plano. As biografias não autorizadas, talvez por falta de fontes disponíveis, tendem a ser poucas e a repetir informações já conhecidas. O que se sabe como fato é que nasceu em 01 de dezembro de 1935 no bairro do Brooklyn, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Membro de uma família judia. Seu pai, Martin Konigsberg (1990 – 2001) foi livreiro e restaurador. Sua mãe, Nettie “Cherry” (1908 – 2002), esperava que ele fosse médico ou farmacêutico. Sua irmã, Letty Aronson, trabalha como produtora de seus filmes. Casou-se quatro vezes. A primeira vez com HarleneRosen, de 1956 a 1962, depois com Louise Lasser, de 1966 a 1969,Mia Farrow de 1980 a 1992, e Soon- Yi Previn, de 1997 aos dias atuais. Namorou a atriz Diane Keaton em 1969. Tem quatro filhos: Ronan Farrow, Dylan O’Sullivan Farrow, Bechet Allen, Manzie Tio Allen e Moses Farrow. O nome Woody Allen foi adotado como nome artístico aos 16 anos de idade. Sobre Allen, o jornalista e biógrafo Ruy Castro brincou que “Woody levou apenas alguns anos para fazer sucesso da noite para o dia. Mas também não foi fácil. Como quase todo mundo, ele começou de baixo e custou a decolar. Afinal, não deve ter sido brincadeira nascer no Brooklyn, em 1935, e de uma família pobre” (s/d, p. 3-4). A mãe de Woody Allen deu um depoimento sobre o filho, para o documentário Um Retrato de Woody Allen (1996), da cineasta Bárbara Kopple. Ela diz que Eu jamais imaginei que o Woody fosse fazer tanto sucesso. Eu sabia que ele tinha uma ótima cabeça, mas ele não demonstrava muito talento. Ele era muito bom em esportes. Mas ele me disse muitos anos atrás que se ele tivesse que escolher uma carreira ele escolheria música. De qualquer maneira já foi (1:36:05). Esse judeu pobre se tornou comediante, cineasta, roteirista, escritor, ator e de vez em quando se arrisca como músico tocando clarinete em uma banda de jazz. Atualmente com setenta e oito anos de idade, possui em sua filmografia cerca de cinquenta filmes. Dentre eles algumas obras-primas, alguns sucessos de grande público e outras produções que 61 Página Revista PLURAIS – Virtual – v.4, n.2 – 2014 – ISSN: 2238-3751 decepcionaram a crítica especializada. Talvez essa oscilação entre um filme e outro seja decorrente de seu constante trabalho. Ele produz pelo menos um filme por ano. Sua carreira pública teve início já na adolescência. Aos dezesseis anos de idade começou a escrever piadas e histórias engraçadas para diversos jornais e revistas em Nova Iorque. Atividade na qual ele mantinha sua identidade em sigilo. Seus escritos eram enviados sempre com um pseudônimo diferente. Não demorou muito e logo adotou o seu nome artístico, sua fama começou a ganhar os holofotes e sua personalidade a circular na mídia. Durante o período em que trabalhou como colaborador em jornais e revistas, segundo o seu biógrafo Eric Lax, estima-se que ele tenha escrito cerca de vinte mil piadas. Nesta fase de sua carreira já era possível perceber algumas características marcantes do cineasta que ficariam muito conhecidas ao longo de sua obra: visão cômica acerca de diversos fatos da vida cotidiana e política utilizando-se de uma linguagem culta e ao mesmo tempo acessível. Uma de suas maiores ambições era a de conseguir escrever roteiros atraentes sobre assuntos sérios. Todavia, com o seu talento idiossincrático e bastante original ele conseguiu ao longo dos anos o status de gênio do cinema. Trabalhar com Woody Allen é considerado uma honra no mundo do cinema. Várias estrelas aceitam atuar em seus filmes recebendo o valor mínimo do sindicato. É compreensível, pois ter um filme de Allen no currículo concede prestígio. Paradoxalmente, é preciso reconhecer que Woody Allen não é um cineasta particularmente técnico, como alguns de seus colegas de geração: Copolla, Scorsese, Spielberg dentre outros. Embora tenha realizado obras impecáveis, do ponto de vista fotográfico e edição, como Manhattan (1979) e Crimes e Pecados (1989), tal qualidade nem sempre transparece no produto final que lança nos cinemas. O crítico de cinema Pablo Villaça, do site “Cinema em Cena”, em um podcast1 dedicado a obra do cineasta, do qual participou a professora Dra.
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