Universidade Estadual Da Paraíba Centro De Educação Departamento De Letras E Artes Programa De Pós-Graduação Em Literatura E Interculturalidade

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Universidade Estadual Da Paraíba Centro De Educação Departamento De Letras E Artes Programa De Pós-Graduação Em Literatura E Interculturalidade UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E INTERCULTURALIDADE ANÁLISE DE CONTEÚDO INFORMATIZADA APLICADA AO TEXTO LITERÁRIO: UM ESTUDO DE O CORTIÇO, DE ALUÍSIO AZEVEDO PRISCILLA VICENTE FERREIRA Campina Grande - PB Setembro/2012 PRISCILLA VICENTE FERREIRA ANÁLISE DE CONTEÚDO INFORMATIZADA APLICADA AO TEXTO LITERÁRIO: UM ESTUDO DE O CORTIÇO, DE ALUÍSIO AZEVEDO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade do Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual da Paraíba, área de concentração Literatura e Estudos Interculturais, na Linha de Pesquisa: Estudos Socioculturais pela Literatura, em cumprimento à exigência para obtenção do grau de Mestre. ORIENTADORA: Profa. Dra. Geralda Medeiros Nóbrega Campina Grande - PB 2012 3 4 4 À memória de meu pai, ―metade adorada de mim‖. 5 AGRADECIMENTOS À querida orientadora, Geralda Medeiros Nóbrega, pelo apoio e pelas palavras de incentivo, que me ajudaram a driblar os eventuais desânimos. Ao professor Luciano Barbosa Justino, também entusiasta do Naturalismo, pelo estímulo ao experimento com a análise de conteúdo, e por me fazer ver a estética naturalista com outros olhos. À querida professora Zuleide Duarte, pelos livros emprestados e por todo carinho. Ao professor Francisco Albuquerque, pelo empréstimo do ALCESTE. Ao professor Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho, pelo auxílio no manuseio do programa e pela bibliografia sobre análise de conteúdo. Ao professor Saulo Cunha Serpa Brandão, que aceitou estar presente em minha banca e que, decerto, me ajudará nesta relação ainda pouco usual entre literatura e informática. A Roberto e Alda, da coordenação do PPGLI, pela paciência e pelo auxílio. A Helder Holanda, meu amigo querido, que me acolheu em Campina Grande e que, com seu otimismo diário, me ajudou a enfrentar meu novo caminho. À Danielle Lima Ribeiro, minha grande amiga e companheira de graduação, com quem dividi boa parte das minhas ideias, por todo apoio nas alegrias, nas incertezas, nos choros e nas conquistas. A Nayara Brito, que animou os meus raros dias fora de casa, pela amizade e pelo carinho. À minha mãe, à minha irmã e à família Ambrósio, pela luz, no início de 2012. A Diógenes André Vieira Maciel, professor, amigo e anjo da guarda, com quem aprendi que ―partir também é voltar‖, que ―partir, às vezes, é ficar‖; pelo apoio acadêmico, pelas leituras atenciosas, pelo sem-número de livros emprestados, cujas pesquisas me fizeram descobrir e me apaixonar pela dramaturgia naturalista, pelo cuidado, pelas pequenas alegrias de cada musical, por cada café compartilhado e pelos ―five hundred twenty-five thousand moments so dear‖. 6 RESUMO Caracterizada como uma literatura bastarda por parte da crítica tradicional, o Naturalismo permanece até hoje em posição inferior dentre as escolas literárias. Com poucos estudos brasileiros sobre a estética e com opiniões compartilhadas no que toca à imitação de Zola, à pornografia e às mazelas sociais, ao Naturalismo cabe a constante dependência ao Realismo e raros elogios sobre seus estudos de quadros coletivos, tanto no romance quanto no drama. Em razão disto, este trabalho propõe-se a inventariar a crítica canônica frente à estética zoliana, apontando opiniões condicionadas e contradições por parte de um mesmo autor, com o intuito de iniciar uma discussão sobre a necessidade de novos estudos sobre o movimento literário. No Brasil, O Cortiço é a única obra de cunho naturalista bem aceita pela crítica, devido ao seu tom de denúncia social e à verossimilhança com que Aluísio Azevedo retratou o cenário sociocultural do fim dos oitocentos. Assim, são inventariadas as possíveis referências espaciais, urbanas e sociais, observadas para a reprodução do romance. Em meio às políticas higienistas contra cortiços e casas de cômodos, Aluísio Azevedo viveu nestas habitações e frequentou estabelecimentos cujos fregueses pertenciam à classe proletária. Destes espaços destinados à pobreza fez seu laboratório, elaborando sua obra máxima. A partir da prioridade dada ao espaço da narrativa, em O Cortiço, e da configuração de um ―Brasil em miniatura‖, proposta por Candido (2004), resultados obtidos através de uma análise de conteúdo informatizada são apresentados, revelando as relações interpessoais e espaciais de personagens e do cortiço em si. Para tanto, o experimento contou com a utilização do ALCESTE, um software desenvolvido por Max Reinert (1990, 2000), que analisa dados textuais, como os de entrevistas, jornais, revistas, músicas e obras literárias. Em se tratando de uma análise literária brasileira, o ALCESTE é utilizado pela primeira vez. Palavras-chave: Naturalismo, inventário, O Cortiço, análise de conteúdo, ALCESTE. 7 ABSTRACT Characterized as a bastard literature by the traditional criticism, Naturalism remains today in an inferior position among the literary movements. With few studies about the aesthetic and shared opinions regarding the imitation of Zola, pornography and social ills. Is up to Naturalism the constant dependence of Realism and rare compliments for their studies of collective scenes, in both the novel and the drama. For this reason, this study proposes to survey the critical views against the aesthetic zoliana, pointing out conditioned opinions and contradictions by the same author, aiming to initiate a discussion concerning the need for new studies on the literary movement. In Brazil, O Cortiço is the only work of naturalistic slant widely accepted by critics, due to its tone of social protest and the verisimilitude that Aluísio Azevedo portrayed the social-cultural scene of the late nineteenth century. Therefore, the possible spatial references, urban and social, observed for the novel reproduction will be surveyed. In the midst of political hygienists against slums and rooming houses, Aluísio Azevedo lived in these dwellings and frequented establishments whose customers belonged to the proletarian class. From those spaces destined to poverty made his laboratory, elaborating his masterpiece. From the priority of the space of narrative, in O Cortiço, and the setting of "Brazil in miniature", proposed by Candido (2004), results obtained through a computerized content analysis are presented, revealing the interpersonal and spatial relationships of the characters and the slum itself. For this purpose, the experiment included the use of Alceste, a software developed by Max Reinert (1990, 2000), which analyzes text data such as interviews, newspapers, magazines, music and literary works. In terms of a Brazilian literary analysis, ALCESTE is used for the first time. Keywords: Naturalism, inventory, O Cortiço, content analysis, ALCESTE. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11 CAPÍTULO 1 - O NATURALISMO E A CRÍTICA CANÔNICA ................................ 22 1.1. O zolaísmo: a desumanização do romance ................................................ 22 1.2. O Naturalismo no Brasil: uma estética sifilítica......................................... 29 1.3. O Naturalismo revisitado: romances de 30, romances-reportagem e literatura marginal ................................................................................................ 43 1.4. O zolaísmo no teatro ................................................................................... 46 1.4.1. Os palcos brasileiros: o Naturalismo em meio aos ―dramas de casaca‖...... ......................................................................................................... 53 CAPÍTULO 2: O CORTIÇO: O BRASIL EM MINIATURA ...................................... 62 2.1. Inventário naturalista arroz com feijão: cortiços, freges e tipos ................... 62 2.3. O espaço naturalista: o físico como símbolo do social .................................. 73 2.4. O espaço da narrativa, em O Cortiço ............................................................. 78 CAPÍTULO 3: Palavras inventariadas: a percepção do texto literário através de uma análise de conteúdo informatizada .................................................................. 83 3.1. Da análise de conteúdo .................................................................................. 83 3.2. Análise de conteúdo informatizada aplicada a textos literários ................... 85 3.3. ALCESTE - Analyse Lexicale par Contexte d‘un Ensemble de Segments de Texte.......................................................................................................................87 3.4. Resultados e discussão .................................................................................. 89 3.5. Descrição e análise das classes ...................................................................... 92 3.5.1. Classe 1 – Os conflitos interpessoais do cortiço ................................... 94 3.5.2. Classe 2 - Rita Baiana e Jerônimo: seu entorno espacial e interpessoal................................ ...................................................................... 106 3.5.2. Classe 3 – João Romão e Miranda: seu entorno espacial e interpessoal............. .......................................................................................... 118 3.5.4. Classe 4 - O dia-a-dia do cortiço e seus arredores (taverna e pedreira)................. ..........................................................................................132 9 3.5.5. Classe 5 – Sexualidade e agressão .....................................................
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