GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

Simão Robison Oliveira Jatene Governador do Estado do Pará

José da Cruz Marinho Vice-Governador do Estado do Pará

Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará - Fapespa

Eduardo José Monteiro da Costa Diretor-Presidente

Helder de Paula Mello Diretor Científico

Geovana Raiol Pires Diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural

Maria Glaucia Moreira Diretora de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação

Iloé Listo de Azevedo Diretor de Pesquisas e Estudos Ambientais

Marco Antônio Barbosa da Costa Diretor Administrativo Eduardo Alberto da Silva Lima Diretor de Planejamento, Orçamento e Finanças

Paulo Henrique Cunha Diretor Interina de Operações Técnicas

EXPEDIENTE

Publicação Oficial: © 2015 Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – Fapespa Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

1ª edição - 2015 Elaboração, edição e distribuição Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – Fapespa

Endereço: Tv. Nove de Janeiro, 1686, entre Av. Gentil Bittencourt e Av. Conselheiro Furtado. Bairro: São Braz – Belém – PA, CEP: 66.060-575 Fone: (91) 3323 2550 Disponível em: www.fapespa.pa.gov.br Diretor-Presidente Eduardo José Monteiro da Costa Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural - Fapespa Geovana Raiol Pires Coordenadoria de Núcleo de Estudos Sociais - Fapespa Edson da Silva e Silva Equipe Técnica - Fapespa Edson da Silva e Silva Marcelo Santos Chaves Marcos Roberto

Elaboração dos Mapas Lucas Pereira Silva Daniele Ferreira Gomes Walenda Silva Tostes

Equipe Técnica - ADEPARÁ Rogério F. Lourenço

Produção Editorial

Revisão

Normalização

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará

(Fapespa), por meio deste estudo denominado Boletim Agropecuário do

Estado do Pará, disponibiliza os principais resultados do setor

Agropecuário paraense do ano de 2016. Este é um esforço da Fundação

em sistematizar e organizar as informações de um dos segmentos

produtivos estaduais de grande importância para a economia do Pará.

Trata-se não somente de uma apresentação dos dados, mas também de

uma análise de configuração das culturas, dos rebanhos, dos produtos, das

atividades etc. do setor Agropecuário paraense, para que a sociedade tome

conhecimento do mosaico produtivo posto de um setor responsável por

gerar R$ 13,436 bilhões de PIB estadual e empregar 862.064 pessoas. A

principal diretriz norteadora deste esforço institucional foi a de

instrumentalizar o debate, o processo de formulação, monitoramento e

avaliação de políticas públicas, e o exercício de um efetivo controle social,

no âmbito das políticas direcionadas ao desenvolvimento do setor

Agropecuário do estado do Pará. Convém destacar que este Boletim, de

produção anualizada, foi realizado com base nos resultados das principais

pesquisas e estudos referentes ao setor Agropecuário elaborados no âmbito

do governo federal e estadual. Assim, o conjunto das informações são

oficiais, portanto, balizador dos instrumentos de gestão governamental.

Dessa forma, este Boletim pode ser compreendido como um documento

para o uso do planejamento público, além de estar acessível à sociedade

civil e à classe empresarial para consulta e absorvência da informação e do

conhecimento.

Boa Leitura!!!

Eduardo José Monteiro da Costa

Diretor-Presidente da FAPESPA

3

Sumário

INTRODUÇÃO ...... 5 1 PRODUÇÃO PECUÁRIA NO ESTADO DO PARÁ ...... 7 LABORATÓRIO DA QUALIDADE DO LEITE ...... 16 1.1 PESCA E AQUICULTURA NO ESTADO DO PARÁ ...... 17 1.1.1 Produção Pesqueira ...... 17 1.1.2 Estabelecimentos na Atividade Pesqueira ...... 19 POLO DE AQUICULTURA E PESCA DO NORDESTE DO PARÁ(POLO BRAGANÇA) ..... 22 1.1.3 Ocupação e Vínculos Empregatícios na Atividade Pesqueira ...... 23 1.1.4 Comércio Exterior da Atividade Pesqueira ...... 28 A POLÍTICA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARÁ ...... 31 2 PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO ESTADO DO PARÁ ...... 36 2.1 LAVOURA PERMANENTE ...... 41 O CULTIVO DE CACAU NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO PARÁ ...... 46 2.2 LAVOURA TEMPORÁRIA ...... 53 EXTRATIVISMO VEGETAL E SILVICULTURA NO PARÁ ...... 63 PAINEL DE INDICADORES ...... 66 3 MERCADO DE TRABALHO AGROPECUÁRIO DO PARÁ ...... 68 4 CRÉDITO RURAL ...... 73 ANEXOS ...... 79 REFERÊNCIAS ...... 90

4

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

INTRODUÇÃO

O setor Agropecuário do Pará passa por um momento de reconhecimento no cenário nacional. Isso devido ao grau de importância de alguns dos produtos cultivados e produzidos no estado e que possuem destaque no Brasil com as maiores produções, tendo como exemplo o dendê, açaí, abacaxi, cacau, pimenta-do-reino e mandioca. Soma-se, ainda, o gado paraense, que está entre os cinco maiores rebanhos do país. A Agropecuária paraense possui alguns pontos favoráveis para o seu desenvolvimento, tanto pelo lado produtivo quanto mercadológico, isso por alinhar elementos como o clima, água abundante e terras com preços acessíveis aos aspectos logísticos de exportação. Essa configuração tem caracterizado o estado como a fronteira agrícola da Amazônia a ser superada. Não por acaso, nos últimos anos, houve um avanço de atividades agrícolas no estado, tendo como exemplo a soja, que teve sua produção elevada em 700% nos últimos dez anos. Essa cultura ampliou no Pará uma discussão que vai além de o estado consolidar-se como grande produtor de soja, compreende também o fato de o Pará ser considerado uma importante plataforma logística, já que os portos paraenses permitem o escoamento de produtos oriundos do centro sul do país, sendo a soja a commodity agrícola de maior destaque. Com isso, a ampliação do acesso ao mercado internacional, via portos, evidencia a necessidade de se repensar a estrutura portuária e as malhas hidroviárias e ferroviárias do estado. Nesse sentido, o Pará 2030 surge como um instrumento importante para o agronegócio no estado, com propostas de consolidação da agricultura, atrelada à verticalização dos produtos, inserindo o estado em uma realidade que agrega, ainda, a infraestrutura logística de exportação. Dessa forma, com o Pará no centro das discussões sobre a Agropecuária brasileira, oportunidades de novos negócios tornaram-se vibrantes, abrindo espaço para que outras culturas agrícolas e pecuárias passassem a ser vislumbradas. No bojo desse cenário, surgem o açaí, o abacaxi, a pimenta-do-reino, o dendê, o gado, entre outros, sendo cultivos ofertados tanto no mercado interno quanto para exportação. Desse modo, para a compreensão desse cenário, o Boletim Agropecuário do Estado do Pará apresenta um diagnóstico do setor, levando em consideração alguns dos principais indicadores pertinentes ao segmento agrícola e pecuário. Neste estudo, é considerada a

5

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

quantidade produzida dos cultivos agrícolas, assim como as áreas plantadas e colhidas, valores da produção e rendimento médio. Soma-se, também, o quantitativo de rebanho, áreas de pastagens e produtos de origem animal. Ressalta-se, além disso, que o Boletim analisa o setor Agropecuário paraense sob a ótica das ocupações e dos empregos gerados, e dos investimentos disponibilizados pelas linhas de créditos rurais. Com isso, são oferecidas informações transversais ao setor Agropecuário estadual. Acrescentam-se, também, as análises paralelas sob a formatação de boxes, nos quais são oferecidas leituras focais de temas ou assuntos pertinentes à temática da agropecuária. Para isso, este Boletim foi elaborado levando em consideração alguns dos principais estudos e pesquisas, assim como relatórios e base de dados oficias, tendo seu eixo de abordagem a Produção Agrícola Municipal (PAM) e Produção da Pecuária Municipal (PPM), conduzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao ano de 2016. Convém destacar que pela primeira vez o IBGE divulga informações sobre a produção de açaí, na qual o Pará possui relevância com 99% do cultivo nacional. Incorporaram-se, também, informações do Ministério do Trabalho; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior; Agência de Defesa Agropecuária do estado do Pará, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca; e Banco Central. Com o objetivo de melhor ratificar a análise desses indicadores, são observadas informações relacionadas ao Setor, tais como: vacinação, exportação, mercado de trabalho, crédito rural, PIB entre outros.

6

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

1 PRODUÇÃO PECUÁRIA NO ESTADO DO PARÁ

A bovinocultura1 contribui para que o Pará detenha o principal rebanho do Norte do Brasil, com destaque para o município de maior efetivo bovino no país, tornando a pecuária paraense um segmento importante para a economia do estado, que conta também com a criação de aves, suínos, equinos, ovinos e caprinos. A relevância da pecuária na matriz econômica paraense está expressa na sua participação de 26% do PIB2 do setor primário. Entre os rebanhos paraenses, a bovinocultura destaca-se como o 5º maior efetivo do país, sendo superior a 20 milhões de cabeças, segundo o IBGE, ou de mais de 22 milhões, consoante dados da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), o que o tornaria o 3º maior do Brasil. Esse posicionamento do rebanho bovino do Pará favorece o desenvolvimento dos segmentos alimentícios como o da carne e o do leite. A evolução da pecuária nacional e paraense nos últimos 10 anos (2007 a 2016) mostra que o efetivo bovino do Pará cresceu acima da média brasileira. Enquanto o rebanho nacional obteve variação de 9,25%, o paraense obteve crescimento de 33,36%, resultado superior até mesmo ao verificado nos estados com maior efetivo bovino: Mato Grosso (17,96%), Minas Gerais (4,71%), Goiás (11,76%) e Mato Grosso do Sul (-0,14%).

Gráfico 1 – Evolução do rebanho bovino no estado do Pará e Brasil, 2007- 2016 Brasil Pará

220,000 25,000

215,000 20,000 210,000 15,000 205,000 10,000 200,000

195,000 5,000

190,000 0,000 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Brasil 199,752 202,307 205,308 209,541 212,815 211,279 211,764 212,366 215,221 218,225 Pará 15,354 16,241 16,857 17,633 18,263 18,605 19,165 19,911 20,272 20,477

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM,2017.Elaboração: FAPESPA, 2017.

1 Trata-se do rebanho bovino e bubalino. 2 Participação do setor primário no PIB paraense: 56% agricultura, 26% pecuária e 18% outros (silvicultura, exploração florestal e pesca) (Relatório do PIB estadual Pará 2014 - http://www.fapespa.pa.gov.br/produto/series/29?&mes=&ano=2016)

7

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Ao enfocar no biênio 2015/2016, observa-se que, com exceção de Minas Gerais que apresentou retração, os principais rebanhos tiveram crescimentos relevantes, sobretudo, quando levado em conta que, no plano nacional, a variação foi de 1,41%. Nesse contexto, os rebanhos paraenses registraram incremento de 1,01%, ao passo que Mato Grosso (3,17%), Goiás (4,53%) e Mato Grosso do Sul (2,08%) mantiveram-se acima da média do país (Tabela 1). Nesse cenário, o efetivo bovino do Pará passou a representar 9,38% do nacional, ante os 9,42% em 2015.

Tabela 1 - Efetivo bovino (em cabeças) do Brasil e das dez unidades federativas de maior rebanho (2016/2015)

Ano Var. (%) Part. (%) Posição Brasil e UFs 2015/2016 2016 2015 2016 Brasil 215.199.488 218.225.177 1,41 100 1º Mato Grosso 29.364.042 30.296.096 3,17 13,88 2º Minas Gerais 23.768.959 23.637.803 -0,55 10,83 3º Goiás 21.887.720 22.879.411 4,53 10,48 4º Mato Grosso do Sul 21.357.398 21.800.990 2,08 9,99 5º Pará 20.271.618 20.476.783 1,01 9,38 6º Rondônia 13.737.316 13.682.200 -0,40 6,27 7º Rio Grande do Sul 13.397.970 13.590.282 1,44 6,23 8º São Paulo 10.758.372 11.031.408 2,54 5,06 9º Bahia 10.468.135 10.363.291 -1,00 4,75 10º Paraná 9.314.908 9.487.999 1,86 4,35 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM,2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

Nos últimos anos, a evolução competitiva da pecuária bovina do Pará tem se apresentado ligada às variáveis naturais, econômicas e tecnológicas, agrupadas a uma estrutura de governança que estabelece condições de aplicabilidade de ações na melhoria dos fatores de regulação da atividade bovina, pactuada com os segmentos produtivos. Soma-se, ainda, a qualidade e a disponibilidade de terras a preços mais baixos em relação a outras regiões do país; o clima favorável às pastagens, ideal para o desenvolvimento de capim e de forrageiras; o melhoramento genético e sanitário dos animais; a qualidade da carne produzida, fruto da alimentação exclusivamente a pasto dos animais (boi verde), o que lhe confere características organolépticas peculiares. Adicionalmente, o estado conquistou a Certificação Internacional de Área Livre de Aftosa através da vacinação e, com isso, os produtores paraenses tiveram acesso a novos mercados nacionais e internacionais.

8

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

As condições favoráveis da criação de gado no estado têm favorecido a comercialização dos produtos bovinos com o alcance a vários centros consumidores. Um fator relevante que ajuda a interpretar tal assertiva pode ser verificado por meio das exportações de carne bovina, que, em 2016, registrou aumento de 18,50% na comparação com o ano de 2015. Nos últimos cinco anos (2012-2016), a média anual de expansão é de 12,28%. O desenvolvimento da produção bovina paraense está atrelado ao aperfeiçoamento tecnológico e de gestão que estabelece a introdução de novos sistemas de produção, como o pastejo rotacionado, integração lavoura/pecuária/floresta, melhoramento de pastagens, aprimoramento genético e sanitário do rebanho, somados à preocupação com o bem-estar animal. O resultado desse empenho é a melhoria produtiva da pecuária bovina do Pará, uma das que mais se expandem no país.

Figura 1 – Fatores de influência da atividade bovina paraense

Elaboração: Fapespa, 2017

Entre alguns dos componentes importantes da pecuária, encontra-se a área de pastagem, compreendida como relevante na avaliação de expansão do potencial produtivo, sendo que, no Pará, ela correspondeu a 16 milhões de hectares ou 13% do território total do estado em 2014. Desse quantitativo, 72% compreendem as áreas de pastos limpos, 16% de pastos sujos e 12% as áreas de regeneração com pasto (Figura 2). Somente o pasto limpo expandiu sua área em 39% de 2004 a 2014, e, quando observada a variação de 2012 para 20143, o incremento foi de 12% ((TERRACLASS, 2014).

3 Metodologicamente, os dados do TERRACLASS obedecem ao intervalo de dois anos.

9

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Os dados mostram que houve expansão da área de pastagem de 13,058 mi/ha em 2004 para 14,635 mi/ha em 2008, elevação de 12%. Em 2010, houve novo incremento para 14,065 mi/ha ou de 2,97%. Contudo, em 2012, ocorreu declínio da pastagem em 9,13% ou 13,690 mi/ha, fato que está relacionado com a capacidade de verificação das áreas pelo satélite, a qual foi prejudicada por nuvens, portanto, não diz respeito a nenhum fator estruturante da atividade bovina. No ano de 2014, ocorreu nova expansão em 17,32% ou o estabelecimento de uma área de pastagem em 16,062 mi/há (Figura 2) (TERRACLASS, 2014).

Figura 2 – Área de pastagem – Pará (2004-2014) 18.000.000

16.000.000 2014

14.000.000 16% 12.000.000 12% (ha) 10.000.000 72%

8.000.000

6.000.000

4.000.000

2.000.000 Pasto Limpo Pasto Sujo 0 2004 2008 2010 2012 2014 Regeneração com Pasto Área de Pastagem 13.058.971 14.635.782 15.065.539 13.690.806 16.062.328

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

A distribuição de pastagem entre os municípios do estado caracteriza o município de São Felix do Xingu como o de maior parcela no recorte de área de pasto no Pará e no Brasil. Somente em relação ao estado, o município responde por 8,31% da área total de pastagem ou 1,334 mi/ha, e Marabá (4,04%) e (3,77%) em seguida, com respectivos 649,156 mil/ha e 605,989 mil/ha. Ressalta-se, nesse aspecto, que São Felix do Xingu e Marabá são os de maior rebanho bovino no Pará e Cumaru do Norte obtém o quarto maior quantitativo de cabeças de gado, como mostra a Tabela 2.

10

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 2 - Municípios com maiores rebanhos bovinos (em cabeças) no Pará, 2015 e 2016 Ano Var. (%) Part. (%) Posição Pará e Municípios 2015 2016 2015/2016 2016 Pará 20.271.618 20.476.783 1,01 100 1º São Félix do Xingu 2.222.949 2.200.338 -1,02 10,75 2º Marabá 1.070.400 1.072.999 0,24 5,24 3º 930.123 970.262 4,32 4,74 4º Cumaru do Norte 772.554 808.396 4,64 3,95 5º Altamira 628.481 657.436 4,61 3,21 6º Santa Maria das Barreiras 597.906 627.470 4,94 3,06 7º Água Azul do Norte 590.693 620.683 5,08 3,03 8º Pacajá 573.471 585.925 2,17 2,86 9º 567.077 579.218 2,14 2,83 10º 564.445 566.729 0,4 2,77 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

Mapa 1 – Espacialização da produção bovina, por município, 2016

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

11

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

A pecuária está presente em todos os municípios paraenses, estabelecida em 52 deles como uma das atividades econômicas predominantes4. Destaca-se, ainda, que os 10 municípios de maior produção pecuária respondem por 42% da produção total do estado, participação que configura as regiões Sul e Sudeste como as protagonistas na criação bovina. Nesse sentido, a Região de Integração Araguaia lidera a produção de gado com o efetivo de 7.450.661 cabeças de gado, 36,39% do total do estado, com a RI Carajás (3.389.151) e a RI Xingu (2.590.997) em seguida, contabilizando 16,60% e 12,65%, respectivamente. Juntas, essas regiões concentram 13.439.809 unidades bovinas, 65% do contingente bovino paraense (Mapa 2).

Mapa 2- Espacialização da produção bovina, por RI, 2016

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

A dinâmica da produção pecuária estabelecida nessas regiões consolidou a cadeia bovina no estado, que, além da criação de gado, agrupa também a produção leiteira, somando a indústria de carne e a de laticínios, segmentos produtivos de agregação de valor e de

4 Calculado com base no valor adicionado no PIB de 2016, exclusive administração, saúde e educação públicas e seguridade social (Fapespa, 2016).

12

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

dinamismo econômico. O resultado disso converge para uma comercialização de produtos que atende tanto o mercado interno, com o consumo de carne e derivados, quanto o externo, com a exportação de gado e de subprodutos da carne bovina. Com relação ao rebanho bubalino, o Pará lidera o ranking nacional com um efetivo de 519.586 cabeças, em 2016, equivalente a 37,90% da produção brasileira e 57,29% em relação à Região Norte, quantidade 0,51% menor em relação ao ano de 2015 (Tabela 3). Os principais municípios produtores são Chaves (30,96%), Soure (14,36%), (9,00%) e (7,68%), que somados concentram 62% desse rebanho no estado.

Tabela 2 - Municípios com maiores rebanhos bubalinos (em cabeças) no Pará, 2016

Pará e Ano Posição Var. (%) 2015/2016 Part. (%) 2016 Municípios 2015 2016 Pará 522.250 519.586 -0,51 100 1º Chaves 163.480 160.849 -1,61 30,96 2º Soure 76.068 74.589 -1,94 14,36 Cachoeira do 3º 43.892 46.758 6,53 9,00 Arari 4º Ponta de Pedras 38.928 39.897 2,49 7,68 5º Almeirim 30.248 32.698 8,10 6,29 6º 27.577 29.088 5,48 5,60 7º Prainha 27.379 28.012 2,31 5,39 Santa Cruz do 8º 15.380 14.300 -7,02 2,75 Arari 9º Muaná 11.820 11.100 -6,09 2,14 10º Santarém 9.475 10.056 6,13 1,94 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

Ainda que os rebanhos bovinos e bubalinos detenham grande relevância na produção pecuária, a população de aves no Pará, em especial de galináceos, alcançou números consideráveis em 2016, com um rebanho estimado em mais de 26 milhões. Os galináceos compreendem galos, galinhas, frangas, frangos, pintos e pintainhas (IBGE, 2015). A Tabela 4 apresenta esse rebanho para o Brasil, Região Norte e estado do Pará, nos anos de 2015 e 2016.

13

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 3 - Rebanhos de galináceos (cabeças) no Brasil, Norte e Pará, 2015/2016 Ano Unidade Geográfica Var.(%) 2015/16 2015 2016 Brasil 1.332.078.050 1.352.291.029 1,52 Norte 49.296.645 50.928.659 3,31 Pará 26.020.054 26.378.888 1,38 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

A evolução da criação de galináceos em um ano foi de 1,52% no Brasil, 3,31% na Região Norte e 1,38% no Pará, sendo o rebanho paraense o maior do Norte do país. A Tabela 5 apresenta os 10 municípios com maiores rebanhos, que, juntos, acumulam, aproximadamente, 72% do rebanho galináceo paraense, com a maior parcela concentrada em Santa Isabel do Pará, que registrou 8.161 milhões de animais, 30,94% do total, seguido por , com 3.300 milhões (12,51%), e Igarapé-Açu, com 1.586 milhão (6,01%).

Tabela 4 – Municípios paraenses com os maiores rebanhos de galináceos, 2015 e 2016

Ano Var. (%) Part. (%) Posição Pará e Municípios 2015/2016 2016 2015 2016 - Pará 26.020.054 26.378.888 1,38 1º Santa Isabel do Pará 8.681.116 8.161.400 -5,99 30,94 2º Castanhal 3.055.147 3.300.000 8,01 12,51 3º Igarapé-Açu 1.654.214 1.586.000 -4,12 6,01 4º Vigia 1.176.305 1.240.000 5,41 4,70 5º Santarém 1.079.232 1.144.934 6,09 4,34 6º São Francisco do Pará 908.500 984.300 8,34 3,73 7º Santo Antônio do Tauá 827.432 925.600 11,86 3,51 8º Benevides 567.141 650.000 14,61 2,46 9º São Miguel do Guamá 540.200 514.380 -4,78 1,95 10º Tomé-Açu 463.736 445.186 -4,00 1,69 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

Além dos rebanhos de maior representatividade, já mencionados, a agropecuária paraense conta também com outros efetivos, a exemplo do rebanho suíno, o qual, em 2016, registrou mais de 636 mil cabeças, com aumento de tamanho em 14,16%; equino (380 mil), que apresentou crescimento de 11,11%; ovino (280 mil), o qual obteve crescimento de 18,98%; além do caprino (80 mil) e codornas (21 mil), com esta última apresentando redução de 31,34% (Tabela 6).

14

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 5 – Rebanhos de Ovinos, Equinos, Codornas, Caprino e Suínos no estado do Pará, 2015-2016 Ano Unidade Geográfica Var.(%) 2015/16 2015 2016 Equino 342.779 380.845 11,11 Ovino 235.388 280.063 18,98 Caprino 70.982 80.965 14,06 Codornas 31.036 21.308 -31,34 Suíno 557.848 636.859 14,16 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

15

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Em 2015 foi assinado um convênio entre Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA) e Universidade Federal do Pará (UFPA), através de uma ação coordenada do Governo Estadual, em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica

(SECTET), no valor de R$ 2.863.608,62, sendo que R$ 1.343.608,62 foram oriundos de recursos da FAPESPA, para implantação do Laboratório de Qualidade do Leite, o primeiro do gênero a entrar em operação na Região Norte e o mais moderno do Brasil, instalado no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT Guamá), com o objetivo de auxiliar os produtores de leite e as indústrias de laticínios paraenses a alcançar maiores índices de produtividade, melhorar a qualidade da matéria-prima e dos produtos derivados.

O Laboratório irá rastrear a produção leiteira paraense, conferindo-lhe controle e selo de qualidade. Além da certificação dada ao leite produzido no estado, o laboratório garantirá também a avaliação da qualidade dos subprodutos derivados como queijo e iogurtes. Em curto prazo, será possível melhorar a base do processo a partir do controle zootécnico e da avaliação da qualidade microbiológica, físico-química e microscópica do leite paraense. Em médio prazo, isso possibilitará a criação de estratégias para agregar valor ao leite, contribuindo para a verticalização da cadeia e, dentro de alguns anos, o investimento em uma linha própria de produtos, passíveis de serem comercializados no mercado. O Laborat ório da Qualidade do Leite, que tem capacidade de analisar 250 mostras por hora, também vai contar com uma unidade móvel que poderá ser levada para diversos municípios com a mesma sofisticação da sede no PCT Guamá. O projeto é levar o laboratório móvel para locais onde se tem uma maior concentração da bacia leiteira para que os produtores percebam a importância da análise, de ter e oferecer produto de qualidade no mercado. O Laboratório é um exemplo de ação do planejamento estratégico formatado pelo governo estadual no plano Pará 2030.

16

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

1.1 PESCA E AQUICULTURA NO ESTADO DO PARÁ

1.1.1 Produção Pesqueira Entre 1990-20115 o estado do Pará consolidou-se entre as maiores potências pesqueiras do país, e ao longo desses vinte e dois anos sustentou a segunda colocação no ranking nacional, com um patamar de produção média anual de 121 mil toneladas de pescado6. Atrás apenas do estado de Santa Catarina, e seguido por Maranhão e Bahia, nesta ordem, o Pará atingiu o máximo de sua produção pesqueira no ano de 2002 com volume de pescado da ordem de 174 mil toneladas (Gráfico 2). Outra informação relevante para o setor é o valor adicionado bruto relativo à atividade pesqueira, que em 2014 foi de R$ 2,384 bilhões7.

Gráfico 2 – Produção de pescado (em mil toneladas) do Brasil e dos quatro maiores estados, 1990- 2011*

UFs Brasil 250 1.600

1.400 200 1.200

150 1.000 800

100 600

400 50 200

0 0

Santa Catarina Pará Maranhão Bahia Brasil

Fonte: IBAMA, 2011. Elaboração: FAPESPA, 2017. (*) Último ano da informação disponível.

É possível examinar os níveis de produção do pescado paraense também por intermédio da desagregação de suas categorias e modalidades, na qual se observa que em média, por ano, a categoria pesca extrativa responde a 98% da produção total do estado ou

5 Desde 2011, tanto IBAMA como também o extinto Ministério da Pesca, deixaram de divulgar dados relativos à produção pesqueira do país. O Jornal do Estado de São Paulo, em sua edição de 19/01/2015, caderno Ciência, informa que divergências entre o seguimento produtivo pesqueiro de Santa Catarina e o IBAMA quanto à nova lista de espécies de peixes ameaçadas de extinção vem inviabilizando a divulgação de dados mais recentes sobre a atividade pesqueira no país. 6 Entenda-se por pescado a composição formada por: pesca extrativa + aquicultura. 7 Esse valor adicionado bruto também leva em consideração a produção florestal.

17

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

142,912t, com ênfase maior de produção na modalidade marinha8, com 87.509t. Já na produção aquícola, observa-se maior pujança na pesca continental, com 10.280t, 99% do total (Tabela 7).

Tabela 7 – Evolução da produção pesqueira (t) paraense, por categoria e modalidade, 2000-2011

Categoria/ Pará Pesca Extrativa Aquicultura Modalidade Total Total Marinha Continental Total Marinha Continental 2000 145.610 144.419 101.519 42.901 1.191 140 1.051 2001 159.454 156.781 98.556 58.225 2.673 150 2.523 2002 174.228 171.905 104.706 67.199 2.323 78 2.245 2003 154.546 152.385 93.306 59.079 2.162 324 1.838 2004 153.806 151.523 88.980 62.543 2.284 242 2.042 2005 146.896 144.545 83.692 60.853 2.351 278 2.073 2006 152.830 150.393 78.443 71.950 2.437 250 2.187 2007 129.982 127.748 65.461 62.287 2.234 200 2.034 2008 151.422 148.086 83.537 64.549 3.336 265 3.071 2009 138.050 134.130 92.048 42.082 3.920 246 3.674 2010 143.078 138.534 87.585 50.949 4.544 258 4.286 2011 153.332 142.912 87.509 55.403 10.420 141 10.280 Fonte: IBAMA, 2011. Elaboração: FAPESPA, 2017.

No que tange a aquicultura, o IBGE detém dados anuais mais recentes tanto em relação à desagregação por espécies como também por valor da produção. De acordo com a PPM-2015, o Tambaqui é a espécie de maior volume de produção, sendo que, em 2014, atingiu patamar de crescimento de quase 190% em relação a 2013 e encerrou o ano com 8.233 toneladas. Para 2015, a aquicultura no estado totalizou 9.098 toneladas, aumento de 11% (Tabela 8). Em seguida, veio o Tambacu, Tambatinga, com crescimento médio anual de 29% em 2016, tendo a produção atingido 2.939t.

8 De acordo com a Lei Federal nº 11.959/2009, entende-se por pesca marinha aquela efetuada no mar, enquanto que a pesca continental é aquela exercida em rios, bacias, ribeirões, lagos, lagoas, açudes ou quaisquer depósitos de água não marinha, naturais ou artificiais, e nos canais que não tenham ligação com o mar.

18

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 8 – Volume e valor da produção da aquicultura, por espécies no Pará, 2013-2015

Produção da aquicultura Valor da produção (Mil Reais)** Espécies 2013 2014 2015 2013 2014 2015 Total Pará (Toneladas)* 5.104 11.991 14.087 38.502 90.797 117.562 Tambaqui (Toneladas) 2.850 8.233 9.098 21.059 60.000 73.080 Tambacu, tambatinga (Toneladas) 1.591 2.264 2.939 11.580 17.261 23.654 Pirapitinga (Toneladas) 62 518 552 455 3.435 4.032 Tilápia (Toneladas) 173 335 384 1.265 2.786 3.533 Pirarucu (Toneladas) 34 137 173 661 2.066 2.951 Pintado, cachara, cachapira e pintachara, surubim (Toneladas) 101 118 233 1.074 1.289 2.868 Pacu e patinga (Toneladas) 71 78 205 605 859 1.983 Piau, piapara, piauçu, piava (Toneladas) 68 90 132 479 871 1.398 Matrinxã (Toneladas) 63 74 105 630 843 1.278 Camarão (Toneladas) 40 42 67 343 450 790 Jatuarana, piabanha e piracanjuba (Toneladas) 1 1 84 9 5 724 Curimatã, curimbatá (Toneladas) 32 43 58 222 318 478 Larvas e pós-larvas de camarão (Milheiros) - - 3 - - 366 Ostras, vieiras e mexilhões (Toneladas) 8 43 38 54 451 231 Tucunaré (Toneladas) 6 6 9 56 77 114 Lambari (Toneladas) 0 5 5 0 63 64 Traíra e trairão (Toneladas) 1 3 3 4 12 16 Outros peixes (Toneladas) - 0 0 - 1 0 Carpa (Toneladas) 1 1 - 6 8 - Alevinos (Milheiros) 10 17 12 1.423 1.815 1.897 Sementes de moluscos (Milheiros) 1 1 3 29 107 282 Dourado (Toneladas) ------Truta (Toneladas) ------Outros produtos (rã, jacaré, siri, caranguejo, lagosta, etc) ------Fonte: PPM/IBGE, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2017. * Não inclui espécies catalogadas em milheiros. ** Valores corrigidos pelo IGP-DI a preços de dez/2016.

1.1.2 Estabelecimentos na Atividade Pesqueira Em um exame extraído na base de dados da Relação Anual de Informação Social (RAIS) do Ministério do Trabalho de 2015, é possível identificar que os estabelecimentos relativos à cadeia produtiva da pesca no Pará comportam-se em três setores econômicos, subdivididos em 16 atividades produtivas. Dentre esses setores, o Comércio é o que detém o

19

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

maior número de estabelecimentos (172), sendo que a atividade de comercialização no varejo de Artigos de Caça, Pesca e Camping foi o ramo de maior colaboração nesse montante (78 estabelecimentos). O setor Agropecuário é o segundo setor com o maior número de empresas (77), tendo na Pesca de Peixes em água Salgada e na Criação de Peixes em água Doce as atividades com o maior número de estabelecimentos (23 cada). E, por fim, a Indústria de Transformação com um total de 39 personalidades jurídicas, na qual a atividade de Fabricação de Conservas de Peixes, Crustáceos e Moluscos é a que registra o maior número de empreendimentos privados, com um total de 18 empreendimentos em 2015 (Tabela 9).

20

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 9 – Número de estabelecimentos da cadeia produtiva da pesca no Pará, 2006-2015

Setor Econômico Atividade - CNAE 2.0 Subclasse 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total da Cadeia 208 205 219 207 209 223 257 273 275 288 Comércio Comércio Varejista de Artigos de Caça, Pesca e Camping 53 55 59 60 69 71 73 77 72 78 Comércio Comércio Atacadista de Pescados e Frutos do Mar 33 26 36 38 37 36 47 43 46 51 Comércio Peixaria 8 12 14 15 18 20 27 44 43 43 Agropecuária Pesca de Peixes em água Salgada 39 30 23 19 16 22 31 28 27 23 Agropecuária Criação de Peixes em água Doce 4 7 8 7 9 10 16 14 14 23 Agropecuária Pesca de Crustáceos e Moluscos em água Salgada 24 29 27 22 17 20 22 19 21 19 Indústria de Transformação Fabricação de Conservas de Peixes, Crustáceos e Moluscos 22 24 28 22 20 22 20 18 18 18 Indústria de Transformação Preservação de Peixes, Crustáceos e Moluscos 5 7 8 11 10 9 9 12 15 17 Agropecuária Pesca de Peixes em água Doce 5 3 4 2 1 3 4 5 5 4 Indústria de Transformação Fabricação de Artefatos para Pesca e Esporte 0 1 3 2 1 0 1 3 4 4 Agropecuária Atividades de Apoio à Pesca em água Salgada 8 6 5 4 6 4 2 3 3 3 Agropecuária Criação de Peixes Ornamentais em água Doce 1 2 2 2 2 3 3 2 3 2 Agropecuária Atividades de Apoio à Pesca em água Doce 1 2 0 0 2 1 2 2 2 1 Agropecuária Criação de Peixes em água Salgada e Salobra 2 1 1 3 1 1 0 1 0 1 Agropecuária Pesca de Crustáceos e Moluscos em água Doce 1 0 0 0 0 1 0 2 1 1 Agropecuária Criação de Peixes Ornamentais em água Salgada e Salobra 2 0 1 0 0 0 0 0 1 0 Fonte: RAIS/MT, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017. Nota: A RAIS/MT não disponibiliza informações desagregadas dessa cadeia para anos anteriores a 2006.

21

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

O Governo Estadual por meio da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA) deu um grande passo em promover mais um avanço na área de Ciência e Tecnologia com a implementação do Polo de Aquicultura e Pesca do Nordeste do Pará (Polo Bragança), em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica do Pará (SECTET), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) e a Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA), que inicia com o Apoio Técnico e Financeiro entre os participes para implantação e operacionalização do Polo Cientifico Tecnológico de Pesca e Aquicultura pelo Campus de Bragança e do Centro de Piscicultura no município de Bragança (Cepis) para a promoção do desenvolvimento da piscicultura paraense , bem como aprimoramento na estrutura do curso Técnico em aquicultura do Instituto Federal de Educação , Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) . O investimento totaliza um valor global de R$ 5.226.700,28 milhões, onde a FAPESPA investiu R$ 1.961.590,95 , a SECTET aportou R$ 200.000,00 , a IFPA como contra partida não financeira ofereceu R$ 9000.029,33 e a UFPA também como contra partida não financeira aportou R$2.065.080,00 O Polo faz parte da política do Governo do Estado para alavancar o desenvolvimento do setor, no nordeste paraense, tendo como objetivo gerar, compartilhar e disseminar tecnologias, promovendo o desenvolvimento sustentável da Aquicultura. A FAPESPA articulou uma parceria interinstitucional de modo que as instituições federais de ensino, pesquisa e extensão, se unissem e utilizassem a massa crítica existente, a infraestrutura disponível e a ser construída nessas instituições para solucionarem os gargalos que impedem o desenvolvimento da aquicultura e pesca nesta região. O Projeto inclui na agenda a construção do Laboratório de Biologia Molecular da instituição, além da instalação de 12 mil metros cúbicos de lâmina d’água em viveiros para alevinos. As etapas da implantação do Cepis também incluem a aquisição de um aparelho sequenciador genético. Além disso, o acordo firmado resultará em mais R$ 1,5 milhão destinado pela Fapespa em novos editais ao fomento à pesquisa dirigidos especificamente ao Polo Científico e Tecnológico de Bragança. Estima -se como impacto de curto prazo um acréscimo de 150 toneladas na produção anual de surubins, além de outras 300 toneladas a mais na produção de piaus, em toda a região bragantina – o que significa uma previsão de R$ 4 milhões a mais injetados na economia da piscicultura e aquicultura da região a cada vez que esse ciclo produtivo possa ser repetido. Quando essa estrutura estiver instalada, serão produzidos 400 mil alevinos de piau ao ano, além de outros 110 mil alevinos de surubim, com garantia de melhoria da qualidade genética do pescado produzido na região. Estima -se ainda que, após a assinatura do convênio entre IFPA, FAPESPA e SECTET, até R$ 1,4 milhão poderá ser movimentado na economia local bragantina nos próximos quatro anos. Quanto ao convênio assinado pela FAPESPA, SECTET e UFPA, que faz parte do programa Inova Pará, os R$ 3,4 milhões investidos foram destinados à implantação do Centro de Pesquisas em Aquicultura (Ceanpa) de Bragança, beneficiando também a formação de profissionais pelos cursos de Engenharia da Pesca e as pós-graduações em Biologia Ambiental e em Aquicultura e Pesca. A aquicultura e a pesca estão entre as 12 cadeias produtivas consideradas estratégicas para o programa Pará 2030, que fomenta a verticalização da produção e a geração de renda no Estado. Em Bragança, são 17 os piscicultores e aquicultores cadastrados pelo município, além de outros 50 mapeados na região.

22

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

1.1.3 Ocupação e Vínculos Empregatícios na Atividade Pesqueira Sob a ótica geral do Mercado de Trabalho, estimou-se haver no estado, em 2015, cerca de 110 mil pessoas possuindo como atividade principal a ocupação no segmento pesqueiro no Pará. Isto representou aproximadamente 13% do total de ocupados no setor agropecuário do estado naquele ano. Em 2015, as ocupações do Pará no setor pesqueiro elevaram-se 16% na comparação com o ano anterior, após dois anos seguidos de retração do contingente de trabalhadores. O quantitativo de ocupados no estado, em 2015, é o segundo maior dos últimos cinco anos (Gráfico 3).

Gráfico 3 - População ocupada na atividade pesqueira9 no Pará, 2011-2015

140.000 130.571 113.817 110.968 120.000 96.338 100.078 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 2011 2012 2013 2014 2015 Média Móvel (Pesca): 2 períodos

Fonte: PNAD, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2017.

Sob o aspecto do emprego formal e considerando os níveis de desagregação dos dados divulgados pela RAIS/MT, é possível examinar o desenvolvimento de modalidade de vínculo em toda cadeia da pesca. Diante disso, infere-se que o setor que mais empregou, em 2015, foi a Indústria de Transformação, com um total de 1.296 vínculos empregatícios, com destaque para atividade de Fabricação de conservas de peixes, crustáceos e moluscos, que registrou o quantitativo de 768 postos de trabalho. Em seguida, aparece o setor do Comércio, com 731 vínculos no período, tendo sua maior pujança no Comércio atacadista de pescados e frutos do mar (339 vínculos). E, em terceiro, a Agropecuária, com um total de 682 vínculos, com destaque para atividade de

9 Considera-se como atividade pesqueira na PNAD a soma das subatividades: Aquicultura e serviços relacionados e Pesca e serviços relacionados. 23

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Pesca de crustáceos e moluscos em água salgada, que registrou 313 vínculos trabalhistas em 2015 (Tabela 10).

24

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 10 – Número de vínculos empregatícios da cadeia produtiva da pesca, 2006-2015

Setor Econômico Atividade - CNAE 2.0 Subclasse 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total da Cadeia 3.378 3.387 3.539 3.123 3.078 3.027 3.076 2.291 2.538 2.709 Indústria de Transformação Fabricação de conservas de peixes, crustáceos e moluscos 1.207 1.349 1.623 1.420 1.268 1.356 893 551 748 768 Indústria de Transformação Preservação de peixes, crustáceos e moluscos 179 276 155 282 362 278 220 471 492 523 Comércio Comércio atacadista de pescados e frutos do mar 174 121 189 208 212 233 329 328 332 339 Agropecuária Pesca de crustáceos e moluscos em água salgada 740 759 756 477 541 464 500 254 256 313 Comércio Comércio varejista de artigos de caça, pesca e camping 143 156 167 205 208 230 249 193 206 244 Agropecuária Pesca de peixes em água salgada 335 184 70 117 117 345 660 213 186 235 Comércio Peixaria 25 42 50 48 35 59 70 148 163 148 Agropecuária Atividades de apoio à pesca em água doce 4 13 0 0 0 6 92 71 78 52 Agropecuária Criação de peixes em água doce 15 24 30 21 30 28 31 22 28 42 Agropecuária Pesca de crustáceos e moluscos em água doce 6 0 0 0 0 0 0 10 19 27 Agropecuária Atividades de apoio à pesca em água salgada 513 410 424 311 286 14 1 7 7 6 Indústria de Transformação Fabricação de artefatos para pesca e esporte 0 2 4 1 0 0 13 3 5 5 Agropecuária Criação de peixes em água salgada e salobra 1 0 4 14 1 0 0 4 0 3 Agropecuária Pesca de peixes em água doce 5 41 55 7 5 10 14 14 13 2 Agropecuária Criação de peixes ornamentais em água doce 2 10 11 12 13 4 4 2 4 2 Agropecuária Criação de peixes ornamentais em água salgada e salobra 29 0 1 0 0 0 0 0 1 0 Fonte: RAIS/MT, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2017.

25

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Outro parâmetro a se destacar é a distribuição do estoque de emprego por tamanho de empreendimentos. Tomando por base o ano de 2015, percebe-se que a faixa de estabelecimentos que mais empregou foi a de 100 a 249 estabelecimentos, com 982 vínculos, especialmente no setor da Indústria de Transformação - Atividade: Fabricação de conservas de peixes, crustáceos e moluscos (508 vínculos). Em seguida, apareceu a faixa das empresas que empregaram de 20 a 49 funcionários, totalizando 448 vínculos, em especial no setor da Agropecuária - Atividade: Pesca de crustáceos e moluscos em água salgada, com 119 vínculos em 2015 (Tabela 11).

26

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 11 – Número de vínculos empregatícios da cadeia produtiva da pesca por tamanho de estabelecimento no Pará, 2015 1000 ou Setor Econômico Atividade - CNAE 2.0 Subclasse De 1 a 4 De 5 a 9 De 10 a 19 De 20 a 49 De 50 a 99 De 100 a 249 De 250 a 499 De 500 a 999 Total Mais Total da Cadeia 348 214 348 448 369 982 0 0 0 2.709 Indústria de transformação Fabricação de conservas de peixes, crustáceos e moluscos 12 15 28 58 147 508 0 0 0 768 Indústria de transformação Preservação de peixes, crustáceos e moluscos 26 14 0 88 52 343 0 0 0 523 Comércio Comércio atacadista de pescados e frutos do mar 52 41 136 60 50 0 0 0 0 339 Agropecuária Pesca de crustáceos e moluscos em água salgada 19 18 26 119 0 131 0 0 0 313 Comércio Comércio varejista de artigos de caça, pesca e camping 116 75 53 0 0 0 0 0 0 244 Agropecuária Pesca de peixes em água salgada 20 15 68 64 68 0 0 0 0 235 Comércio Peixaria 60 31 25 32 0 0 0 0 0 148 Agropecuária Atividades de apoio à pesca em água doce 0 0 0 0 52 0 0 0 0 52 Agropecuária Criação de peixes em água doce 25 5 12 0 0 0 0 0 0 42 Agropecuária Pesca de crustáceos e moluscos em água doce 0 0 0 27 0 0 0 0 0 27 Agropecuária Atividades de apoio à pesca em água salgada 6 0 0 0 0 0 0 0 0 6 Indústria de transformação Fabricação de artefatos para pesca e esporte 5 0 0 0 0 0 0 0 0 5 Agropecuária Criação de peixes em água salgada e salobra 3 0 0 0 0 0 0 0 0 3 Agropecuária Pesca de peixes em água doce 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Agropecuária Criação de peixes ornamentais em água doce 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2

Fonte: RAIS/MT, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2017.

27

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

De modo geral, é possível inferir, a partir da série histórica, uma tendência recessiva no estoque de emprego dessa cadeia produtiva, que entre 2006-2015 registrou retração de 19,80%. Por outro lado, o número de empreendimentos contabilizou incremento de 38,46% no mesmo período, totalizando 288 em 2015 (Gráfico 4).

Gráfico 4 – Número de vínculos e de estabelecimentos da cadeia produtiva da pesca paraense, 2006- 2015

Vínculos Estabelecimentos 4000 350

3500 300 3000 250 2500 200 2000 150 1500 100 1000 500 50 0 0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Nº Vinculos Nº Estabelecimentos Linear (Nº Vinculos) Linear (Nº Estabelecimentos)

Fonte: RAIS/MT, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2017.

1.1.4 Comércio Exterior da Atividade Pesqueira

Os níveis de atividade produtiva da cadeia da pesca no Pará também podem ser mensurados pelas relações comerciais do estado com o resto do mundo. Dados extraídos da plataforma AliceWeb, administrado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), dão conta de que, entre 2006 a 2016, o estado remeteu para o exterior cerca de 73 mil toneladas de produtos derivados da atividade pesqueira10, contabilizando um montante de US$ 533,003 milhões. Somente em 2015, o valor exportado foi contabilizado em US$ 55,600 milhões e a quantidade em 7.024 toneladas (Gráfico 5).

10 Para a filtragem dos produtos pesqueiros, utilizaram-se os seguintes códigos: NCM 304; NCM 160.

28

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Gráfico 5 – Exportações de produtos derivados da cadeia pesqueira paraense, 2006-2016

(Mil US$ FOB) (Mil Toneladas) 70.000 14

60.000 12

50.000 10

40.000 8

30.000 6

20.000 4

10.000 2

0 0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Valor (US$) 65.760.060 46.987.269 36.184.003 25.869.992 37.498.116 41.408.111 51.585.368 55.698.635 56.930.948 59.481.377 55.599.755 Qtd (Toneladas) 11.771 9.234 6.781 4.700 5.824 5.530 5.662 5.696 4.866 6.297 7.024

Fonte: AliceWeb/MDIC, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

29

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

A partir do Gráfico 5, percebe-se claramente uma retração nos níveis de quantidade exportada, que, no período ilustrado, contabilizou perda de 4.746 toneladas entre 2006-2016. Inicialmente, o valor exportado acompanhou a tendência de queda do volume até o ano de 2009, e, desde então, notou-se que apenas o valor exportado retomou a níveis de crescimento próximo ao verificado em 2006, ficando a quantidade exportada relativamente estabilizada entre 5 a 7 mil toneladas. Uma das justificativas disso reside no aumento de produtos pesqueiros industrializados na pauta de exportados, como: Cabeças, caudas e bexigas natatórias, de peixes e Pargo (Lutjanus purpureus), congelado.

Tabela 12 - Os dez principais produtos pesqueiros exportados do Pará, 2016 Valor Quantidade Produtos Ordem (US$) Part.(%) (Ton) Part.(%) Total Exportado da Cadeia da Pesca 55.599.755 100 7.024 100 1º Cabeças, caudas e bexigas natatórias, de peixes 18.960.187 34,1 501 7,1 2º Pargo (Lutjanus purpureus), congelado 17.913.195 32,2 3.088 44,0 3º Outros peixes congelados, exceto filés, outras carnes,etc. 5.629.998 10,1 1.722 24,5 4º Outros peixes ornamentais, vivos, de água doce 4.026.527 7,2 26 0,4 5º Outros camarões, que não inteiros, congelados 3.479.700 6,3 325 4,6 6º Pescadas (Cynoscion spp.), congeladas 2.747.561 4,9 1.056 15,0 7º Outros filés congelados, de peixes 1.020.073 1,8 106 1,5 8º Filé de pargo (Lutjanus purpureus) 964.854 1,7 77 1,1 9º Outros camarões inteiros, congelados 454.702 0,8 53 0,8 10º Outras lagostas (Palinurus spp., Panulirus spp., Jasus spp.), 255.030 0,5 10 0,1 congeladas, exceto as inteiras - Demais produtos 147.928 0,3 61 0,9

Fonte: AliceWeb/MDIC, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

Dentre os principais parceiros do estado na compra de produtos derivados da pesca em 2016, estão Hong Kong, com participação de 32,5% do valor total exportado, seguido pelos EUA, com 31%, e China, com 11%. Os principais produtos demandados pelo mercado hong- konguês foram Cabeças, caudas e bexigas natatórias, de peixes (436 toneladas) e Outros peixes congelados, exceto filés, outras carnes, etc. (19 toneladas). Já o mercado norte-americano, com uma pauta mais diversificada de produtos pesqueiros, demandou do estado 11 produtos, com destaque para o consumo de Pargo congelado (2.156 toneladas) e Outros peixes congelados, exceto filés, outras carnes, etc. (362 toneladas). E, por fim, o mercado chinês demandou Pescadas (Cynoscion spp.), congeladas (746 toneladas) e Outros peixes congelados, exceto filés, outras carnes, etc. (438 toneladas).

30

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) é responsável pela execução de políticas de Defesa Agropecuária em todo o estado do Pará, controlando o trânsito intra e interestadual de plantas, animais e produtos de origem agropecuária e florestal, através de Postos de Fiscalização Zoofitossanitário s; inspeciona e fiscaliza a qualidade dos insumos e serviços usados nas atividades agropecuárias que compõem o Agronegócio Paraense; executa programas de controle e erradicação de pragas e doenças, animal e vegetal; inspeciona e padroniza produtos de origem animal e vegetal, seus subprodutos, derivados e resíduos de valor econômico; e realiza ações de Educação Sanitária. A estrutura da Agência é constituída por 20 Gerências Regionais, 93 Unidades Locais de Sanidade Agropecuária - ULSA, 62 Escritórios de Atendimento à Comunidade e 24 Postos de Fiscalização Agropecuária – PFA.

PRINCIPAIS PROGRAMAS ESTRATÉGICOS

Serviço de Inspeção Sistemas de Defesa Sanitária Defesa Sanitária Educação Sanitária de Produtos de Informações Animal Vegetal Origem Animal Geográficas

 2.1 Educação Sanitária

O Programa de Educação Sanitária da Adepará tem como objetivo dar suporte às ações de inspeção e defesa animal e vegetal, buscando informar e estimular a mudança de hábitos em seu público alvo, através do desenvolvimento de campanhas e projetos educativos, contribuindo para uma atividade agropecuária e agroindustrial sustentável no estado. As ações educativas são desenvolvidas junto às comunidades e entidades representativas de produtores rurais, além de escolas do meio rural urbano, feiras agropecuárias e outros eventos do setor. Tais ações são programadas e executadas em parceria com órgãos e entidades, bem como, com as próprias comunidades, valorizando a integração interinstitucional e o conhecimento local.

Total do público atingido nos eventos de educação sanitária no ano de 2016 ORIENTAÇÃO A TOTAL TOTAL ANO PRODUTORES RURAIS GERAL

EVENTOS PÚBLICO ULSA/PROPRIEDADE PÚBLICO

2016 1.587 12.787 18.117 36.020

Fonte: Adepará, 2017.

31

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

 Defesa Sanitária Animal

A Defesa Sanitária Animal objetiva promover e salvaguardar a sanidade dos rebanhos pecuários do estado, bem como preservar os interesses sociais, econômicos e de saúde pública, através da prevenção, combate e erradicação de doenças dos animais, buscando a conformidade e qualidade da produção pecuária. Os programas sanitários e a vigilância epidemiológica também buscam minimizar os riscos de introdução e disseminação de doenças exóticas.

Evolução da cobertura vacinal no estado do Pará (em %) no ano de 2016

COBERTURA VACINAL (%) ÁREAS Mar/Abr Maio Jul/Ago Ago/Set Nov/Dez Área Livre de Febre Aftosa - 98,86 - 96,72 98,21 Área Não Livre de Febre Aftosa 97,78 97,14 100 98,67 98,33 Fonte: Adepará, 2017

Atividades de vigilância sanitária e epidemiológica relacionadas ao controle dos transmissores da raiva no ano de 2016

ATIVIDADES DE CONTROLE 2016 Controle de focos 8 Animais Vacinados 52.052

Morcegos hematófagos capturados 384 Equipes treinadas para captura 0 Fonte: Adepará, 2017

Atividades realizadas pelo Programa Estadual de Sanidade Avícola – vigilância epidemiológica, no ano de 2016 ATIVIDADES DE CONTROLE 2016

Quantidade de municípios atendidos 26

Quantidade de visitas realizadas 291 População de aves atendidas 2.383 Fonte: Adepará, 2017

Atividades realizadas pelo Programa Estadual de Sanidade Suídea - vigilâncias epidemiológicas, no ano de 2016 ATIVIDADES DE CONTROLE 2016

Quantidade de municípios atendidos 28 Quantidade de visitas realizadas 232 População de suídeos existentes 18.862 Fonte: Adepará, 2017

Atividades realizadas pelo Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose, no ano de 2016

ATIVIDADES DE CONTROLE 2016 Bezerras Bovídeas Existentes* 2.157.671 Bezerras Bovídeas Vacinadas 1.693.943

Fonte: Adepará, 2017. * Número total de bezerras entre 3 e 8 meses de idade

32

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

 Defesa Sanitária Vegetal

A Defesa Sanitária Vegetal é responsável por assegurar a sanidade dos vegetais para estarem aptos à comercialização, através de ações de combate, controle e erradicação de pragas que possam causar prejuízos aos cultivos agroflores tais do estado. As ações de prevenção minimizam os riscos de introdução e disseminação de pragas exóticas de risco potencial para a agricultura estadual.

É importante destacar, nas atividades de defesa vegetal, o efetivo combate à praga Bactrocera carambolae (mosca da carambola), considerada uma das espécies prejudicial à fruticultura mundial. O combate a esta praga visa evitar que esta se estabeleça no estado do Pará e, posteriormente, nos outros estados da Federação, o que poderá representar perdas na ordem de R$ 400.000.000,00 no setor da fruticultura brasileira, ocasionando aumento nos custos de produção, impactos ambientais e queda nas exportações de frutos ‘in natura’. Assim, impedir que esta praga se instale em território paraense tem sido uma preocupação constante da Adepará, que vem investindo, reiteradamente, na fiscalização de fronteira com o Amapá, bem como em ações contínuas de monitoramento das armadilhas instaladas para combate a esta praga.

Atividades realizadas na prevenção da Mosca da Carambola no ano de 2016 Descrição do Indicador 2016 Monitoramentos realizados 6.181 Fonte: Adepará, 2017. Levantamento fitossanitário para detecção de pragas na cultura de soja do estado no Pará no ano 2016 Descrição do Indicador 2016 Levantamentos fitossanitários (unitário) 2.297 Área inspecionada (ha) 173.999,18 Área fiscalizada (vazio sanitário da soja – ha) 218.253,91 Fonte: Adepará, 2017. Atividades realizadas de levantamento e detecções das pragas dos citros no ano 2016 Descrição do Indicador 2016 Inspeções realizadas 303 Fonte: Adepará, 2017.

Atividades realizadas no programa fitossanitário na cultura do cacau e cupuaçu no ano 2016 Descrição do Indicador 2016 Inspeções realizadas 551 Fonte: Adepará, 2017.

Atividades realizadas no controle e inspeção de agrotóxicos no ano de 2016 Atividades Und 2016 Fiscalização realizada em revendas unit. 618 Fiscalizações realizadas em prestadoras de serviços unit. 18 Fiscalizações realizadas em propriedades rurais unit. 435 Revendas e prestadoras de serviços registradas unit. 269 Produtos agrotóxicos pré-cadastrados unit. 1.066 Embalagens devolvidas de agrotóxicos kg 260.514 Fonte: Adepará, 2017.

33

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

 Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal

O Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal é um setor de vital importância ao agronegócio, por possuir um amplo leque de atuação na cadeia produtiva da pecuária do estado do Pará, garantindo a oferta de produtos de origem animal com qualidade, inócuos à saúde pública, inspecionados e seguros ao consumidor final, além de assegurar um aproveitamento racional e completo dos produtos e derivados de origem animal, minimizando, desta forma, a agressão ao meio ambiente.

Quantitativo de empresas registradas no SIE no ano de 2016 Natureza do Estabelecimento (Classificação) 2016 Entreposto de Pescados 14 Fábrica de Conservas 5 Fábrica de Laticínios 48 Matadouro de Aves e Coelhos 2 Matadouro Frigorífico 18 Usina de Beneficiamento 8 Granja Avícola 1 Entreposto de Mel e Cera de Abelhas 1 TOTAL 97 Fonte: Adepará, 2017.

Volume de abate nos estabelecimentos registrados no SIE no ano de 2016 Espécie 2016 Aves 13.321.792 Bovinos 525.657 Bubalinos 6.910 TOTAL 15.699.280 Fonte: Adepará, 2017.

 Sistema de Informações Geográficas A informatização de todos os procedimentos de defesa e inspeção agropecuária, realizadas pela Adepará, vem aumentando o número de propriedades rurais georreferenciadas e controlando, em tempo real, a movimentação de trânsito agropecuário e campanhas de vacinação. A Guia de Trânsito Animal Eletrônica (e-GTA), a Permissão de Trânsito Vegetal Eletrônica (e-PTV), e o Guia de Trânsito Vegetal Eletrônica (e-GTV) já estão implantadas na quase totalidade das unidades da Agência em todo o estado.

Emissão documentos de trânsito agropecuário no ano de 2016

Indicador 2016 GTA Eletrônica emitida 549.103 PTV Eletrônica emitida 5.212 GTV Eletrônica emitida 2.857 Fonte: Adepará, 2017.

34

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Atualmente, a Adepará, por meio do Sistema de Integração Agropecuária (SIAPEC), acompanha a produção agropecuária de um total de 118.737 propriedades rurais. A evolução deste controle é destacada no quadro seguinte.

Evolução das propriedades rurais cadastradas e georreferenciadas inseridas no SIAPEC pelo período de 2013-2016

Indicador 2013 2014 2015 2016 Propriedades rurais cadastradas 91.429 110.505 116.873 164.745 Fonte: Adepará, 2017.

DESEMPENHO DO PPA (2016-2019)

Dentro das metas estabelecidas no Plano Plurianual de Governo (PPA) pelo período de 2016-2019, a Adepará vem realizando suas atividades com o objetivo de cumpri-las conforme o quadro, a seguir, que demonstra o executado até outubro de 2016.

Ações previstas executadas pela ADEPARÀ no PPA 2016-2019 Ações Indicador Meta Alcançado Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia de Produtor Atendido (unidade) 765 671 Produtos Artesanais Agropecuários Classificação de Produtos de Origem Vegetal Produto Classificado (toneladas) 17.355 31.482

Combate, Controle e Erradicação de Doenças dos Propriedade Inspecionada (unidade) 396 0* Animais Aquáticos Combate, Controle e Erradicação de Doenças dos Propriedade Inspecionada (unidade) 10.754 27.475 Animais e de Pragas de Vegetais Fiscalização e Inspeção Agropecuária Inspeção Realizada (unidade) 69.682 53.420

Promoção da Educação Sanitária Evento Realizado (unidade) 2.016 3.428 Vacinação do Rebanho Pecuário Rebanho Vacinado (em percentual) 94% 98% Fonte: Adepará, 2017. *Ação planejada com valores de Convênio com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que, até o momento, não foram liberados.

35

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

2 PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO ESTADO DO PARÁ

O estado do Pará é detentor de uma área de 1,248 milhão de km², sendo que desse total 0,26% corresponde às áreas destinadas ao cultivo agrícola, o equivalente a 3,191 mil km². O território cultivável no estado encontra-se em um mosaico de uso e cobertura de terras, que compreende ainda: florestas, mineração, área urbana, pastos, rios etc. A configuração territorial do Pará e a capacidade de expansão da atividade agrícola a caracteriza como uma “fronteira agrícola”, terminologia que alia, ainda, fatores logísticos e climatológicos, isso devido o estado oferecer condições favoráveis do ponto de vista de localização e de clima. Diante disso, a agricultura no Pará vem garantindo, nos últimos anos, boa participação no contexto nacional, contribuindo para o avanço do setor no Brasil que apresenta notória repercussão no mercado externo, fato que tem garantido o país no cenário do comércio internacional como um grande exportador de commodities agrícolas. Entre as Unidades Federativas (UF), o Pará possui a 11ª colocação tanto em área plantada quanto em quantidade produzida, o que lhe confere participação de 2% e 1%, respectivamente, da agricultura nacional, que encerrou 2016 com 472 milhões toneladas produzidas e 77 milhões de hectares de área plantada. Os percentuais de participação do estado equivalem a uma área plantada de 1.567.967h e a uma produção de 11.555.755t, sendo 68% do cultivo oriundo da lavoura Permanente e 32% da Temporária (Figura 3). Diante dessa configuração, ressalta-se que a produção agrícola estadual registrou redução de 1,54% em 2016, na comparação com 2015.

Figura 3 – Produção agrícola (t) paraense, 2016

3.663.753t (32%)

11.555.755t

7.892.002t (68%) Agricultura Permanente Agricultura Temporária

Fonte: IBGE, 2017. Elaboração: Fapespa, 2017.

36

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Entre os cultivos, a mandioca continua sendo a cultura de maior produção, 36,89% do total agrícola produzido no estado, seguida pelo dendê (12,86%) e pela soja (11,29%) (Gráfico 6). Essa última apresenta significativo destaque na expansão produtiva, uma vez que, em 2015, a participação era de 9,52% do total cultivado no Pará, ao passo que a mandioca manifestou comportamento contrário, visto que foi identificada parcela de 43,74% no mesmo ano.

Gráfico 6 - Participação (%) das 10 maiores lavouras em produção (t), 2016

Mandioca 36,89% (4.263.013 t)

Dendê 12,86% (1.486.082t)

Soja 11,29% (1.304.598t)

Açaí 9,35% (1.080.612t)

Cana-de-açúcar 7,95% (918.560t)

Milho 5,56% (643.008t)

Banana 4,37% (504.907t)

Abacaxi 3,57% (412.102t)

Laranja 1,66% (191.287t)

Arroz 1,57% (181.660t) Part.(%) 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00%

Fonte: IBGE/PAM, 2016. Elaboração: FAPESPA, 2016.

Em 2016 o Açaí teve a produção aumentada em 7,97% na comparação com o ano anterior, mesmo comportamento seguido pelo Dendê (7,75%), Soja (27,57%), Abacaxi (10,58%), Arroz (7,89%) e a Cana-de-Açúcar (0,03%). Por outro lado, a Mandioca (-9,22%), o Milho (-15,36%), a Banana (-15,22%), a Laranja (-4,93%) e o Coco-da-Baía (-13,29%) foram as culturas que apresentaram redução na produção. Ao se averiguar o valor da produção agrícola estadual, concluiu-se que os dez produtos de maior valor responderam por 94% do total gerado, o equivalente a R$ 11 bilhões de um montante de 11,803 bilhões. Cada cultura possui características de produção e dinâmicas diferenciadas, sendo que cinco delas correspondem à lavoura permanente e cinco à temporária, com destaque para o açaí que concentrou o maior valor produzido entre todas as culturas, R$ 3,911 bilhões, ou 33% do montante. A mandioca (16%) e a soja (13%) foram a segunda e a terceira, respectivamente (Gráfico 7). 37

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Gráfico 7 – Participação (%) das 10 maiores culturas agrícolas em valor (R$ mil), 2016

R$ 3.911.348 R$ 789.946 R$ 836.182

7% 7% 33%

R$ 671.194 R$ 715.242

6% 6% R$ 1.933.296 16%

R$ 470.505 4% 3% R$ 1.574.891 13% 1% 3%

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2016. Elaboração: FAPESPA, 2016

O valor total da produção em 2016 (R$ 11,088 bilhões) foi 6,96% maior que o do ano anterior, quando o montante atingiu a cifra de R$ 10,367 bilhões (valor corrigido pelo IPCA 2016). Entre as principais produções a Soja obteve a maior variação positiva, 58,95%; seguida da Mandioca 48,96% e do Arroz, 27,95%. Seguiram ainda com esse comportamento o Milho (11,06%), o Dendê (10,52%) e a Banana (6,11%). Por outro lado, entre as culturas com variação negativa o destaque foi para o Abacaxi (-22,93%), o Açaí (-9,57%), o Cacau (-7,75%) e a Pimenta-do-Reino (-6,99%). Sobre a área plantada, a expansão de algumas culturas favoreceu para que o estado encerrasse 2016 com 1.567.967ha, 6,72% da área a mais que em 2015. Entre os principais cultivos, os de maiores incrementos foram: Soja (28,71%), Açaí (22,70%) e Dendê (15,66%). Por outro lado, entre os que apresentaram maior retração destacam-se: Milho (13,29%), Feijão (13,76%), Banana (7,83%). Salienta-se que os dez cultivos agrícolas de maior área plantada no Pará concentram 95% do total destinado ao plantio no estado.

38

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Ressalta-se que nos últimos dez anos, o cultivo de Soja no estado foi o que mais obteve incremento de área, multiplicando-se 5 vezes, totalizando 433.813ha em 2016, ou 29% da área de agricultura paraense (Gráfico 8). Alguns fatores estruturantes explicam tal dinamismo, entre eles, o fato de o Pará possuir terras abundantes e de estar estrategicamente localizado a uma distância mais acessível dos grandes mercados internacionais, o que lhe configura como corredor de exportação, fronteira produtiva e plataforma logística. Por outro lado, entre as áreas cultivadas que mais reduziram ao logo dos últimos 10 anos, o destaque é dado à cultura do Arroz, com retração de 75,56%, totalizando, em 2016, 72.973ha, 1% da área cultivada do estado (Gráfico 8). Essa cultura está fortemente associada à agricultura familiar, segmento produtivo que passou a competir com produtores adeptos de uma agricultura mais intensiva, fato que conduziu à substituição de culturas tradicionais por culturas de grandes plantações e plantio de pastos para a criação bovina.

Gráfico 8 – Evolução das áreas plantadas (ha) e participação (%) das principais culturas paraenses, 2006-2016 Hectare mil (ha)

1% 2% 5% 3% 7% 9% 11%

13%

19%

29%

*

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017. * Só constam dados a partir de 2015.

No âmbito municipal, a agricultura paraense tem em Ulianópolis o principal produtor do estado, com 1.116.568t, 9,66% da produção total paraense. (532.796t), Acará (519.579t) e Tailândia (474.431t) (Gráfico 9) são os municípios que compõem a relação dos 10

39

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017 de maior produção agrícola estadual, reunindo juntos 41,19% do quantitativo produzido no Pará. Entre eles, três possuem predominância no cultivo de Mandioca (Portel, Acará e Santarém); dois em Dendê (Tailândia e ); dois em Soja (Paragominas e ); um em Açaí (Igarapé- Miri); um em Abacaxi (); e um em Cana-de-Açúcar (Ulianópolis).

Gráfico 9 – Dez municípios paraenses com as maiores produções agrícolas (t), 2016

Ulia nópolis 9,66% 1.116.568t

Paragominas 4,61% 532.796t

Acará 4,50% 519.579t

Ta ilâ ndia 4,11% 474.431t

Moju 3,50% 404.233t

Floresta do Araguaia 3,21% 370.542t

Portel 3,09% 357.150t

Dom Eliseu 2,94% 340.184t

Igarapé-Miri 2,81% 324.767t

Santarém 2,77% 319.839t (t) - 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

40

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

2.1 LAVOURA PERMANENTE

As culturas ou lavouras permanentes compreendem plantios agrícolas de longa duração, de modo que, após a colheita, não necessitam de um novo plantio, produzindo por vários períodos consecutivos (IBGE, 2017). Nesse segmento, o estado do Pará registrou, em 2016, uma produção de 3.663.753 toneladas, com crescimento de 0,92% em comparação ao ano de 2015 (2.412.791t). Essa variação foi decorrente de dois movimentos distintos provocados pelas principais culturas. O primeiro, ocasionado pela expansão produtiva do Dendê (7,75%) e do Açaí (7,97%), as duas maiores lavouras em quantidade colhida. O segundo, pelo comportamento contrário apresentado pelas lavouras de Banana (-15,22%), Laranja (-4,93%), Coco-da-Baía (- 13,29%) e do Cacau (-18,97%), que juntas representam 26% da produção total da lavoura Permanente do estado. Como resultado, o crescimento dessa categoria de cultivo foi relativamente baixo. Ainda nesse segmento, destacaram-se a Pimenta-do-Reino (10,58%), o Mamão (4,99%) e a Goiaba (22,24%) (Figura 4). O dendê manteve-se, em 2016, com a maior produção entre as culturas permanentes, com 1.486.082t, correspondente a 40,56% do total. A área colhida foi 15,66% maior em relação a do ano anterior. Contudo, o rendimento médio (15t/ha) da lavoura esteve abaixo (-6,84%) do registrado em 2015 (16t/ha). Esse desempenho é o terceiro consecutivo dos últimos três anos, o que revela um efeito negativo da expansão da área plantada nos últimos anos face ao incentivo dado pelo Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), criado em 13/01/2005 pela Lei nº 11.097 e que estabelece a obrigatoriedade da adição de progressivo percentual de biodiesel ao óleo diesel oriundo do petróleo, medida que abriu novas perspectivas para a cultura da palma de óleo no Pará. Tanto que, em dez anos (2007-2016), a produção de dendê teve incremento de 70,86% e a área plantada dobrou, o que caracteriza o Pará como o grande produtor nacional, gerando 90% da produção brasileira. São vários os fatores que favorecem esse quadro, destacando-se o fato de o Pará possuir cerca de 10% de seu território, ou seja, por volta de 13,1 milhões de hectares, propícios para o cultivo de dendê, de acordo com o Zoneamento Agroecológico e de Risco Climático, realizado pela EMBRAPA / Centro Nacional de Pesquisas e Solos, que estão situados em área já alterada, dispensando, por conseguinte, o desmatamento de novas áreas. Além disso, a infraestrutura disponível e em fase de implantação; a larga experiência dos produtores com a cultura da palma, acumulada em mais de quatro décadas; conjugada à capacidade total de aproveitamento de todos

41

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017 os seus produtos e subprodutos e às perspectivas favoráveis de mercado tornam essa cultura uma importante alternativa de investimento. O cultivo de palma de dendê no Pará conta com condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da prática produtiva, além de uma legislação que incentiva a expansão do plantio. Soma-se ainda o apoio de entidades públicas e privadas com apoio técnico e financeiro. Nesse sentido, o município de Tailândia destaca-se como o maior produtor no estado (27,26%), seguido por Concórdia do Pará (14,45%) e Acará (13,12%), que, juntos, perfizeram 55% do total da produção dessa lavoura no Pará (Gráfico 10).

Gráfico 10 - Participação (%) dos municípios com as 10 maiores produções de dendê do Pará, 2016

Tailândia 27,26% 405.055t

Concórdia do Pará 14,45% 214.800t

Acará 13,12% 195.000t

Tomé-Açu 10,70% 159.000t

Moju 9,50% 141.151t

Bonito 7,17% 106.502t

Santo Antônio do Tauá 6,50% 96.600t

Igarapé-Açu 3,78% 56.100t

Abaetetuba 1,35% 20.000t

Irituia 1,25% 18.564t

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% Part.(%)

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

Por sua vez, o Açaí, fruto de importante valor econômico e cultural da região, vem se destacando nos últimos anos no cenário nacional e internacional. Essa notoriedade levou ao interesse de novos produtores e à dotação de técnicas produtivas, como a plantação irrigada, por exemplo. Como efeito, os incentivos ao plantio do açaí passaram a fazer parte da agenda governamental, com ações presentes em toda a cadeia do fruto, como no incentivo ao plantio (técnico e financeiro), melhoria no beneficiamento do açaí (normativas sanitárias e uso de equipamentos adequados) entre outros. Vale ressaltar o apoio dado pela esfera estadual com a implementação do Arranjo Produtivo Locais do Açaí do Baixo Tocantins, formatação que compreende o cultivo do Açaí

42

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017 como uma importante prática capaz de configurar sinergias entre os atores envolvidos, com transbordamento de emprego e renda alicerçados em uma base institucional, territorial e cultural. Nessa mesma linha, o Pará 2030 amplia o reconhecimento e o apoio, destacando a cadeia do Açaí como uma das oportunidades de negócios prioritárias do planejamento estratégico do governo estadual para os próximos 15 anos. Tal iniciativa visa incorporar à cadeia do Açaí cada vez mais agregação de valor, com o incremento de tecnologias, verticalização da atividade e criação de novos produtos. Não por acaso, esse contexto se configura em um cenário no qual o açaí destaca-se como a segunda maior cultura Permanente do estado, que consolidou uma produção de 1.080.612t em 2016, 7,97% maior que a do ano anterior. A área destinada ao plantio foi de 166.509ha, 22,70% superior à apresentada no ano de 2015. Os maiores produtores foram os municípios de Igarapé- Miri (28,28%), Cametá (10,36%) e (10,11%), que juntos responderam por 49% de toda a produção de Açaí do estado (Gráfico 11).

Gráfico 11 - Participação dos municípios com as 10 maiores produções de açaí no Pará, 2016

Igarapé-Miri 28,28% 30.510t

Cametá 10,36% 7.972t

Abaetetuba 10,11% 7.382t

Bujaru 7,00% 4.849t

Portel 6,94% 3.798t

Barcarena 5,18% 3.489t

Tucuruí 3,88% 3.435t

3,69% 2.887t

Oeiras do Pará 2,59% 2.728t

Muaná 2,45% 2.683t

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% Part.(%)

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

O cultivo da Banana teve retração em sua quantidade produzida variando -15,22%, encerrando 2017 com 504.907t. Esse fruto destaca-se no ranking mundial das frutas, sendo a segunda fruta mais consumida no mundo. No âmbito nacional, o Pará ocupa a 5ª colocação na produção de Banana. Quanto à área plantada houve redução de 7,82%, após dois anos seguidos

43

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017 de expansão, e o estado encerrou o ano com 42.510ha. A produção do fruto tem grande destaque nas regiões do Xingu, Tapajós e Lago de Tucuruí, onde os municípios com as maiores participações são: Novo Repartimento (16,74%), Medicilândia (8,38%) e Altamira (7,85%) (Gráfico 12).

Gráfico 12 - Participação dos municípios com as 10 maiores produções de banana no Pará, 2016

Novo Repartimento 16,74% 84.500t

Medicilândia 8,38% 42.300t

Altamira 7,85% 39.630t

Tucuruí 5,20% 26.250t

Moju 4,95% 25.000t

São Geraldo do Araguaia 3,57% 18.000t

Itaituba 3,49% 17.640t

Uruará 3,27% 16.500t

Parauapebas 3,24% 16.375t

Rurópolis 2,77% 14.000t

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% Part.(%)

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

No que tange ao Cacau, o Pará possui uma área destinada à colheita de 130,193ha, a segunda maior do grupo das lavouras Permanentes com participação de 38,96% do total no estado, atrás somente da área plantada do açaí. A produção, em 2016 contabilizou 85,926t de amêndoas, menos 18,97% na comparação com o ano anterior. O cultivo é efetuado basicamente por pequenos e médios agricultores, estabelecido predominantemente em solos de média a alta fertilidade, sendo a cacauicultura paraense uma das mais produtivas do país, principalmente quando se considera o rendimento médio da lavoura (661 kg/ha), superior ao do estado da Bahia (209 Kg/ha), observado no Território da Transamazônica11, zona que concentra mais de 80% da produção estadual. O Gráfico 13 apresenta os 10 municípios com as maiores produções de Cacau no estado, verificando-se que a produção é relativamente concentrada na Região de Integração do Xingu, com destaque para Medicilândia, que, em 2016, deteve 35,55 do total estadual, seguida por

11 Altamira, , , Medicilândia, Uruará, , Rurópolis, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio e Pacajá, perfazendo um total de 240.297 km2. 44

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Uruará (9,29%) e Placas (8,60%), contabilizando juntos 53% da produção cacaueira paraense. Nessa região, o crescimento da cultura cacaueira proporcionou reconhecimento nacional, em que o município de Medicilândia destacou-se como o maior produtor de Cacau do Brasil, tendo registrado em 2016 35.510t, 17% da produção nacional.

Gráfico 13 - Participação dos municípios com as 10 maiores produções de cacau do Pará, 2016

Medicilândia 35,55% 30.510t

Uruará 9,29% 7.972t

Placas 8,60% 7.382t

Novo Repartimento 5,65% 4.849t

Altamira 4,43% 3.798t

Brasil Novo 4,07% 3.489t

Tucumã 4,00% 3.435t

Cametá 3,36% 2.887t

Vitória do Xingu 3,18% 2.728t

Anapu 3,13% 2.683t

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% Part.(%)

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

O avanço na produção de Cacau no estado tem, entre outros fatores de indução, o incentivo dado à cultura através do Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (FUNCACAU), instrumento de fomento do governo do estado do Pará à produção e distribuição de sementes híbridas de cacau. Essa iniciativa ajudou a promover nos últimos anos a expansão de áreas cultivadas do fruto. Soma-se ainda, investimentos em capacitação técnica e em tecnologias sustentáveis, refletindo no melhoramento do nível tecnológico e na elevação da produtividade. O Fundo ainda possui outros focos como: apoio ao cooperativismo, contemplando ações direcionadas à organização de produtores, da produção, da comercialização e agregação de valor ao produto, mediante incentivo a pequenas e médias unidades industriais. Complementarmente, a realização e participação de produtores em feiras locais, nacionais e internacionais constituem estratégia para estimular a capacitação, o desenvolvimento tecnológico e a realização de negócios no segmento da cacauicultura, buscando dar visibilidade à produção paraense. Mais

45

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

recentemente, ênfase especial vem sendo dada à melhoria da qualidade das amêndoas e à verticalização da produção, especialmente de chocolates premium.

A produção de amêndoas de cacau no Pará tem sido elevada de maneira substancial nos últimos dez anos. Dados extraoficiais de entidades ligadas à produção cacaueira no estado enfatizam que o Pará já é considerado o maior produtor de cacau do país, contudo, levantamentos oficiais do IBGE confirmam o Pará com a segunda maior produção, obtendo o quantitativo de 85.826 toneladas em 2016, ficando atrás somente da Bahia (115.756t), o principal produtor de amêndoas de cacau. Com base nisso, as informações apresentadas neste BOX enfatizam os dois estados e apresentam a trajetória nos últimos dez anos da produção de amêndoa de cacau, tendo, posteriormente, uma síntese das principais iniciativas do Estado quanto ao apoio ao desenvolvimento da cacauicultura no Pará. Em 2007, o Pará ultrapassou a marca de 40 mil/t. colhidas e, desde então, a produção de cacau tem aumentado tanto em razão da área destinada ao cacau, que saltou de pouco mais de 65 mil/ha para mais de 120 mil/ha em 2015, quanto em função da elevação da produtividade. O efei to desse processo foi que a produção do Pará dobrou em dez anos, saltando de 43.207t para 85.826t, ao passo que o quantitativo produzido pela Bahia retraiu 14%, encerrando 2016 com 115.756 toneladas produzidas. Nos últimos quatro anos, o volume de cacau colhido no Pará aumentou significativamente, mesmo com o último ano da série apresentando declínio, como mostra o Gráfico, a seguir. Produção de Cacau (t) – Pará e Bahia (2007-2016)

Toneladas (t) 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 - 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Pará 43.207 47.108 54.216 59.537 63.799 67.299 79.727 100.293 105.914 85.826

Bahia 133.943 131.060 137.929 148.254 156.289 159.432 152.592 161.096 158.432 115.756

Fonte: IBGE /PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

46

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Como mostra o próximo Gráfico, em 2015, a produtividade do cacau no Pará foi de 0,86t/há, enquanto que a Bahia alcançou 0,29t/há. Ademais, verifica-se que a produtividade paraense foi sucessivamente crescente de 2011 a 2015, porém registrou uma significativa queda na produção de amêndoas em 2016.

Produtividade da Lavoura de Cacau (t./ha.) – Pará e Bahia (2007-2016)

1,40 0,82 0,86 0,86 1,20 0,77 0,73 0,75 0,76 0,67 0,69 1,00 0,66 0,80 0,60 0,40 0,27 0,29 0,29 0,30 0,29 0,29 0,29 0,26 0,25 0,21 0,20 0,00 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Bahia Pará

Fonte: IBGE, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

Ressalta -se que a produção de cacau no estado é acompanhada também pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), órgão federal que promove a competitividade e sustentabilidade dos segmentos agropecuário, agroflorestal e agroindustrial para o desenvolvimento das regiões produtoras de cacau. De acordo com CEPLAC, o quantitativo de cacau produzido no Pará em 2016 foi de 117.813 toneladas, total que credencia o estado ao maior produtor do país. Contudo, para efeito comparativo, adotado neste box, foram utilizado os dados do IBGE.

O excelente desempenho da cacauicultura, que vem se expandindo em todas as regiões do estado, tem explicação no fato de que, em 2011, o Governo do Estado do Pará, através da extinta Secretaria de Agricultura, definiu esse segmento como um dos prioritários da política agrícola estadual e elaborou, em parceria com a CEPLAC, o Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Cacau. A execução do referido programa é apoiada pelo Fundo de Desenvolvimento do Cacau (FUNCACAU), constituído por recursos oriundos da comercialização do cacau. Diante desse cenário, o FUNCACAU tem exercido papel importante no crescimento da cultura no estado. Somente em 2016, o valor destinado aos investimentos foi de R$ 4,441milhões. Além disso, o Governo do Pará vem criando mecanismos para estruturar a cadeia do cacau no estado, sendo o Pará 2030 o programa que assegura algumas das principais iniciativas de desenvolvimento da cacauicultura paraense.

47

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Dentro do Programa “Pará 2030”, a verticalização da cadeia do cacau é um objetivo do Governo do Pará, que tem se comprometido em apoiar a implantação de projetos que possam auxiliar nesse objetivo, inclusive, integrando apoio à agricultura familiar, com a apreciação do processo de licenciamento ambiental e a concessão de incentivos fiscais. Com a garantia da produção e da oferta de cacau, a verticalização é prevista com a fabricação de produtos oriundos da amêndoa como chocolates e bebidas. Diante desse processo, dois elementos importantes, enquadrados no Pará 2030, convergem para que a região de maior produção de cacau no Pará se consolide como uma referência no cultivo cacaueiro e na fabricação de chocolates. Um desses elementos diz respeito à inserção da cultura no conceito de Arranjos Produtivos Locais, reconhecimento formalizado pelo governo estadual em 2016, com a criação do Plano de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local do Cacau e do Chocolate da região do Xingu. O outro está relacionado ao segmento turístico, compreendido como Rota Turística do Cacau, que alia as características atrativas regionais à potencialidade produtiva, em uma vertente do turismo que trata tanto de negócios quanto de lazer. Essa configuração da rota faz parte de uma política federal de exploração de novos conteúdos turísticos do Brasil, para os quais os estados, com as políticas locais, possam criar promoções de valorização dos aspectos históricos, culturais, naturais etc.

48

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Outra cultura importante para a economia paraense é a Pimenta-do-Reino, que desponta como o produto de maior valor de produção no grupo das lavouras permanentes, embora possua a 5ª maior área cultivada (5%). A expansão dessa cultura, em grande parte, está associada ao fato de que esse produto, por ser uma commodity, tem seu preço estabelecido no mercado internacional, e a expansão/retração da produção guarda relação direta com as oscilações de preços. Com área colhida de 16.668 ha e produção de 35.845 t, o Pará é o maior produtor de pimenta-do-reino do país, participando com 66% do total nacional em 2016. Apesar da característica de expansão já mencionada, a produção dessa commodity ainda é significativamente dispersa no Pará, conforme pode ser visualizado no Gráfico 14, de modo que os dez municípios de maiores lavouras somaram 55% da produção dessa cultura no estado em 2016. Tomé-Açu detém a maior participação na produção (11,16%), seguido por Igarapé-Açu (8,37%) e Baião (5,71%).

Gráfico 14 – Participação (%) dos municípios com as 10 maiores produções de pimenta-do-reino do Pará, 2016

Tomé-Açu 11,16% 30.510t

Igarapé-Açu 8,37% 7.972t

Baião 5,71% 7.382t

Capitão Poço 5,30% 4.849t

Acará 5,02% 3.798t

Castanhal 4,29% 3.489t

Cametá 3,98% 3.435t

Concórdia do Pará 3,91% 2.887t

Garrafão do Norte 3,63% 2.728t

Mocajuba 3,57% 2.683t

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% Part.(%)

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

A Figura 4 contempla as principais culturas da lavoura permanente no estado do Pará, apresentando: quantidade produzida (t), área colhida (ha), valor da produção (R$) e rendimento (Kg/ha).

49

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Figura 4 – Cinco maiores quantidades produzidas, áreas colhidas, valores da produção e rendimentos médios da lavoura permanente do Pará , 2015- 2016 Produção (t) - 2016/2015 Área Colhida (ha) - 2016/2015

1.486.082t 129.829ha Dendê Cacau 1.379.192t 7,75% 123.350ha 5,25%

1.080.612t 99.402ha Açaí Dendê 1.000.850t 7,97% 85.942ha 15,62%

504.907t -15,22% 42.472ha -7,83% Banana 2016 Banana 595.527t 46.079ha 2016 2015 2015 191.287t -4,93% 19.128ha -5,92% Coco-da-baía Coco-da-baía 201.212t 20.331ha

178.345t -13,29% 16.668ha Laranja Pimenta-do-reino 205.691t 15.891ha 4,89% Tonelada (t) Hectare (ha) - 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 - 50.000 100.000 150.000

Valor da Produção (R$ mil) - 2016/2015* Rendimento Médio da Produção (t/ha) - 2016/2015

R$ 3.911.355 -9,57% 25,88 Açaí Abacate R$ 4.325.374 25,58 1,19%

R$ 836.182 -6,99% 17,12 Pimenta-do- Goiaba reino R$ 898.999 15,70 9,04%

R$ 789.946 -7,75% 16,35 -4,05% Cacau 2016 Mamão 2016 R$ 856.319 17,04 2015 2015

R$ 671.194 15,00 -11,99% Banana Limão R$ 632.562 6,11% 17,05

R$ 382.478 14,95 -6,84% Dendê Dendê Rendimento 16,05 R$ 346.056 10,53% Valor (R$ mil) médio (t/ha)

R$ 0 R$ 2.000.000 R$ 4.000.000 R$ 6.000.000 0,00 10,00 20,00 30,00

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017.Elaboração: FAPESPA, 2017.*Valores corrigidos pelo IPCA a preço de 2016. 50

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Quando observada a produção de todas as lavouras permanentes, o município paraense de maior cultivo agrícola em 2016 foi Tailândia, que respondeu por 11,20% do total produzido no estado, com destaque para o Dendê como o principal cultivo do município, com 85,37% de participação na lavoura permanente municipal, produção que equivale a 31,92% do dendê cultivado no Pará. A Tabela 14 apresenta os dez municípios com as maiores produções no estado e a participação de cada um.

Tabela 14 – Os dez municípios paraenses com as maiores produções da lavoura permanente no estado, 2015–2016 2015 2016 Municípios Part. (%) Var.(%) (tonelada) (tonelada) 1º Tailândia 410.283 410.283 11,20 - 2º Igarapé-Miri 537.246 307.783 8,40 -42,71 3º Moju 237.306 270.314 7,38 13,91 4º Acará 175.894 242.528 6,62 37,88 5º Concórdia do Pará 164.877 229.685 6,27 39,31 6º Tomé-Açu 166.908 177.052 4,83 6,08 7º Capitão Poço 100.965 154.950 4,23 53,47 8º Abaetetuba 251.077 132.498 3,62 -47,23 9º Cametá 210.730 117.767 3,21 -44,11 10° Santo Antônio do Tauá 94.637 116.970 3,19 23,60 Fonte: PAM/IBGE, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

A distribuição do total da produção da lavoura permanente para todos os municípios paraenses pode ser observada no Mapa 3, evidenciando as participações dos municípios da RI Tocantins (Tailândia, Acará e Moju), tendo o Dendê e o Coco como as principais culturas; RI Xingu (Medicilândia, Altamira e Uruará); e RI Tapajós (Novo Repartimento), sendo o Cacau o maior cultivo; além do Nordeste do estado (Capitão Poço, Bonito, Tomé-Açu e Igarapé-Açu), destacando-se o plantio de Laranja e Pimenta-do-Reino.

51

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Mapa 3 – Espacialidade da produção agrícola (t) na lavoura permanente no estado do Pará, 2016

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

52

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

2.2 LAVOURA TEMPORÁRIA

As culturas ou lavouras temporárias abrangem as áreas para o plantio de culturas de curta duração (via de regra, menor que um ano) e que normalmente necessitam de novo plantio após cada colheita (IBGE, 2017). Essas culturas são as mais representativas no conjunto da produção agrícola paraense, respondendo, em 2017, por 56,10% da área colhida (1.065.687 ha) e 68,29% da quantidade produzida (7.892.002 t). Contudo, no valor da produção, detém menos da metade do montante contabilizado (40,60%, R$ 4,763 bilhões). Com exceção da quantidade produzida (- 2,63%), todas as demais variáveis apresentaram variação positiva: área colhida (4,99%), Valor da produção (34,60%) e rendimento médio (16,86%). Nesse contexto, a Mandioca sobressaiu como a cultura de maior destaque neste grupo, compreendendo 54,02% da quantidade produzida e 40,34% do valor da produção na lavoura temporária. O destaque da produção de mandioca estadual credencia o Pará como o maior produtor nacional, sendo que a proeminência da mandiocultura estadual está relacionada ao hábito alimentar da população, fazendo-se presente em todas as regiões do estado, em grande parte, cultivada por agricultores familiares. A quantidade produzida de Mandioca no Pará, nos últimos dez anos, vem apresentando declínio, fato constatado pela variação ao longo desse período que identificou retração média de 1,62% ao ano. Em 2016, a produção de mandioca no estado foi de 9,22%, na comparação com 2015. Tal comportamento é justificado por fatores como o baixo nível tecnológico do sistema de produção, a redução da mão de obra familiar em face à opção dos trabalhadores por atividades não agrícolas, e a escolha de produtores por outras culturas de maior rentabilidade. Em 2016, os cinco principais municípios produtores de Mandioca foram: Portel (6,62%), Acará (6,50%), Santarém (5,62%), Alenquer (4,69%) e Oriximiná (4,22%); e considerando-se os dez maiores, esses corresponderam a 42% dos mais de 4,263 milhões de toneladas produzidas no estado (Gráfico 15).

53

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Gráfico 15 – Participação (%) dos municípios com as 10 maiores produções de mandioca do Pará, 2016

Portel 6,62% 282.000t

Acará 6,50% 277.000t

Santarém 5,62% 239.470t

Oriximiná 4,22% 180.000t

São Domingos do Capim 3,75% 160.000t

Óbidos 3,38% 144.000.t

Viseu 3,27% 139.455t

Moju 3,00% 128.000t

Castanhal 2,81% 120.000t

Alenquer 2,71% 115.500t

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% Part.(%)

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2016. Elaboração: FAPESPA, 2017.

A Soja se apresenta como a segunda maior produção entre as lavouras temporárias (1.304.598 t), resultante de uma área colhida de 433.813 ha e com contribuição de 32,86% para o total de valor de produção do estado. Ressalta-se a significativa variação da área colhida em 28,71%, acompanhado da quantidade produzida, que variou 7,89%, diferentemente do rendimento médio, que teve retração de 1,77%. A expansão da soja no estado tem no Sudeste do Pará a região de maior produção, com o município de Paragominas respondendo por 25,84% da safra total paraense. Dom Eliseu (17,71%), Santana do Araguaia (12,33%) e Ulianópolis (11,64%) seguem como os três municípios de maior cultivo de soja (Gráfico 16). É importante observar que Santarém (3,31%), Belterra (3,14%) e Mojuí dos Campos (2,83%) destacam-se como potenciais produtores de soja dada a inserção do agronegócio da região Oeste paraense, sobretudo, o relacionado à plataforma logística de escoamento da produção, oriunda, em grande parte, do Centro Oeste brasileiro, com destino ao mercado internacional.

54

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Gráfico 1 – Participação dos municípios com as 10 maiores produções de soja no Pará, 2016

Paragominas 25,84% 337.138t

Dom Eliseu 17,71% 231.000t

Santana do Araguaia 12,33% 160.800t

Ulianópolis 11,64% 151.800t

Rondon do Pará 9,20% 120.000t

Novo Progresso 3,68% 48.0002t

Cumaru do Norte 3,45% 45.000t

Santarém 3,31% 43.200t

Belterra 3,14% 41.016t

Mojuí dos Campos 2,83% 36.900t Part.(%) - 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

O avanço da produção de grãos no Pará envolve, especialmente, áreas antropizadas de pastagens, sendo sua expansão favorecida por dois fatores principais. O primeiro deles diz respeito às condições climáticas e à posição geográfica do estado, que conformam vantagens competitivas. Com efeito, são citados como pontos fortes do estado para a produção de grãos os seguintes: a) chuvas regulares e grande incidência de luz; b) solos de qualidade com alta fertilidade; c) condições de produzir com segurança duas safras anuais; d) existência de áreas antropizadas de pastagens, que são pouco exigentes no uso de calcário e adubo; e) a maior proximidade do mercado internacional, que confere valorização em torno de 10% no preço da soja paraense em relação à de outras regiões do País, devido à redução do custo de transporte. O segundo fator refere-se a vantagens infraestruturais e a externalidades geradas pelos investimentos na logística do estado que, quando estiver totalmente consolidada, permitirá significativa redução do custo de transportes e, consequentemente, o aumento da competitividade desses produtos no mercado internacional. Nesse contexto, o asfaltamento da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e da BR-230 (Transamazônica); a viabilização da hidrovia Araguaia-Tocantins; a ampliação do Porto de Santarém; a implantação do Terminal Portuário de Outeiro (que deverá ser o maior porto graneleiro do Brasil) e de novos terminais no porto de Vila do Conde, em Barcarena, deverão inverter o curso da logística de escoamento da produção agrícola nacional, deslocando-a para a região Norte, mais particularmente para o estado do Pará. 55

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Na continuidade das maiores produções da lavoura temporária, apresenta-se o Milho, que totalizou 643.008 t em 2016. Contudo, esteve abaixo (-15,36%) do quantitativo produzido no ano anterior. Essa redução esteve ligada à área colhida, que foi 13,81% menor que a do ano anterior. Um fator importante a considerar é que em 2015 a produção obteve incremento de 28,73%, levando a uma oferta maior do produto, impactando desfavoravelmente na relação valor/tonelada. Em 2016, com a oferta menor, o valor por tonelada do Milho foi superior ao apresentado um ano antes. O Gráfico 17 apresenta a produção de Milho no Pará, com Dom Eliseu sendo o principal produtor (11,20%), seguido de Paragominas (10,64%) e São Félix do Xingu (8,12%). O processo de cultivo do milho acompanha as condições produtivas e logística praticados na soja, o que favorece para que na identificação geográfica, alguns municípios produtores de soja sejam também cultivadores de milho.

Gráfico 2 – Participação dos municípios com as 10 maiores produções de milho do Pará, 2016

Dom Eliseu 11,20% 72.000t

Paragominas 10,64% 68.389t

São Félix do Xingu 8,12% 52.200t

Ulianópolis 7,31% 46.988t

Tailândia 5,78% 37.146t

Monte Alegre 4,55% 29.250t

Belterra 3,69% 23.700t

Água Azul do Norte 3,61% 23.240t

Santarém 3,07% 19.740t

Piçarra 3,06% 19.680t

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% Part.(%)

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017.Elaboração: FAPESPA, 2017.

O estado do Pará é o principal produtor nacional de abacaxi, com produção de 412.102 t de frutos e uma área colhida de 13.429ha. Isso se deve, basicamente, a alguns fatores, entre os quais, destacam-se: (i) condições edafoclimáticas favoráveis ao desenvolvimento da cultura; (ii) grande disponibilidade de áreas apropriadas ao cultivo do abacaxizeiro; e (iii) produtividade média superior à nacional. Outro ponto relevante para a abacaxicultura paraense diz respeito ao

56

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017 período anual da safra que se concentra entre os meses de agosto a novembro coincidindo com a entressafra de outras regiões produtoras do país. O abacaxi é cultivado em quase todo o estado, com destaque para a RI Araguaia, responsável por 91% da produção paraense. No ranking estadual, destacam-se como maiores produtores (Gráfico 18) os municípios de Floresta do Araguaia (76,38%), Conceição do Araguaia (10,40%) e Rio Maria (2,72%). Floresta do Araguaia é o maior produtor nacional e apresenta a maior indústria de suco concentrado da fruta do Brasil com capacidade de 4 mil toneladas/mês, exportando para os países da União Europeia, Estados Unidos e MERCOSUL.

Gráfico 18 – Participação dos municípios com as 10 maiores produções de abacaxi do Pará, 2016

Floresta do Araguaia 76,39% 314.820t

Conceição do Araguaia 10,40% 42.800t

Rio Maria 2,72% 11.200t

Salvaterra 2,67% 11.000t

Cachoeira do Arari 0,63% 2.600t

Santa Maria das Barreiras 0,58% 2.400t

Breu Branco 0,53% 2.200t

São Félix do Xingu 0,36% 1.500t

Moju 0,35% 1.440t

Mojuí dos Campos 0,29% 1.200t

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Part.(%)

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

Na distribuição da produção, Salvaterra destina cerca de 90% do seu cultivo para o abastecimento de Belém e Região Metropolitana, enquanto a produção dos municípios de Floresta do Araguaia e Conceição do Araguaia é quase que totalmente exportada para outras regiões do país. Não obstante esta grande produção, ainda existe necessidade de fomentar boas práticas de cultivo, visando o incremento da tecnologia, controle de pragas e doenças e racionalidade na utilização de agrotóxicos com respeito ao meio ambiente. Neste viés, grandes avanços foram alcançados com a difusão da Produção Integrada no estado.

57

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

A Produção Integrada de Abacaxi12 no estado do Pará foi iniciada no ano de 2006 com a realização de um diagnóstico sobre a cultura por especialistas da Embrapa. Nesse ano e no seguinte foram realizadas capacitações em alguns municípios líderes na produção da cultura. Com base no diagnóstico, foi desenvolvido no período de 2008 a 2011 o projeto de “Transferência e Difusão da Produção Integrada de Abacaxi no Estado do Pará", uma parceria da Secretaria de Estado de Agricultura do Pará (atual SEDAP), Superintendência Federal de Agricultura no Pará (SEPDAGPA/SFA/MAPA), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER-PA) e prefeituras municipais. Em 2016, o cultivo do Arroz teve produção de 181.660 t para a área plantada de 72.766 ha, apresentando variação positiva em relação a 2015, da ordem de 7,89% e 9,83%, respectivamente. Do ponto de vista econômico, participa com 2,30% no valor da produção das culturas temporárias e 3,12% no que se refere ao valor da produção agrícola estadual. No Pará, predomina a produção de arroz de sequeiro, cultivado em áreas de terra firme, registrando-se, também, pequenas dimensões de plantio em várzea, efetuado por pequenos produtores ribeirinhos. Entretanto, desde 2011, foi iniciado o plantio, em larga escala, de arroz irrigado no município de Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó, compreendendo área de 12 mil hectares, dos quais já se encontram implantados 3,5 mil hectares, gerando duas safras anuais, cuja produção está sendo comercializada no mercado local. A produção de arroz no Pará em 2016 foi a sexta maior do país, com destaque para a produção do município de Novo Progresso (19,64%), seguido por Paragominas (12,21%) e Ulianópolis (12,00%), que juntos acumulam 43,85% do cultivo estadual (Gráfico 19).

12A Produção Integrada de Frutas é um sistema que emprega tecnologias que permitem a aplicação de boas práticas agrícolas e a obtenção de alimentos seguros, isentos de resíduos de agrotóxicos. É realizado o controle de todo o processo produtivo com o monitoramento e rastreabilidade de todas as etapas, desde a produção até o consumidor final. Essas práticas culturais, por limitarem o uso de energia e de insumos, permitem diminuir o custo de produção. 58

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Gráfico 3 – Participação dos municípios com as 10 maiores produções de arroz do Pará, 2016

Novo Progresso 19,64% 35.676t

Paragominas 12,21% 22.186t

Ulianópolis 12,00% 21.800t

Cachoeira do Arari 10,62% 19.300t

Dom Eliseu 7,93% 14.400t

Altamira 5,00% 9.075.t

Santa Maria das Barreiras 4,95% 9.000t

Tucuruí 3,30% 6.000t

Floresta do Araguaia 3,10% 5.637t

Santana do Araguaia 2,75% 5.000t

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% Part.(%)

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

A Figura 5 contempla as principais culturas da lavoura temporária no estado do Pará, apresentando: quantidade produzida (t), área colhida (ha), valor da produção (R$) e rendimento (t/ha).

59

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Figura 5 – Principais culturas da Lavoura Temporária paraense por quantidade produzida, área colhida, valor da produção e rendimento médio, 2015–2016 Produção (t) - 2016/2015 Área Colhida (ha) - 2016/2015

4.263.013 -9,22% 433.813 Mandioca Soja 4.695.735 337.056 28,71%

1.304.598 291.740 -5,57% Soja Mandioca 1.022.677 27,57% 308.964

918.560 197.261 -13,81% Cana-de-açúcar 2016 Milho 2016 918.297 228.866 0,03% 2015 2015

643.008 -15,36% 72.766 Milho Arroz 759.662 66.255 9,83%

412.102 31.312 -13,87% Abacaxi Feijão 372.686 36.354 10,58% Tonelada (t) Hectare (ha) - 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 - 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000

Valor da Produção (R$ mil) - 2016/2015 Rendimento Médio da Produção (t/ha) - 2016/2015

R$ 1.933.296 68,76 -0,41% Mandioca Cana-de-açúcar R$ 1.221.060 58,33% 69,04

R$ 1.574.981 35,00 Soja Cebola* R$ 932.225 68,95% 0

R$ 470.505 30,69 -1,54% Milho 2016 Abacaxi 2016 R$ 398.561 18,05% 31,17 2015 2015

R$ 368.823 -18,08% 25,91 Abacaxi Tomate R$ 450.243 25,88 0,12%

R$ 149.324 21,3 -3,27% Arroz Melancia Rendimento R$ 109.799 36,00% 22,019 Valor (R$ mil) Médio (t/ha) R$ - R$ 1.000.000 R$ 2.000.000 R$ 3.000.000 0 20 40 60 80

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015.Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.*Não constam dados para 2015. 60

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Considerando-se todas as Lavouras Temporárias de todos os municípios no estado do Pará no ano de 2016, Ulianópolis obteve maior participação entre os municípios paraenses (14,13%), sendo o primeiro no cultivo de cana-de-açúcar (890.000 t), com 97% da produção estadual, destacando-se ainda na produção de soja (12%). Paragominas é o segundo colocado, detendo 6,68% do total cultivado nesse segmento, sobressaindo na produção de soja com a maior lavoura (26%) e na de mandioca, sendo o segundo maior cultivo do município com 99.000 t. A Tabela 14 apresenta os dez municípios de maiores produções na lavoura temporária.

Tabela 6 – Participação dos municípios na lavoura temporária do estado do Pará, 2016– 2015 2015 2016 Municípios Part. (%) Var.(%) (tonelada) (tonelada) 1º Ulianópolis 1.068.272 1.115.388 14,13 4,41 2º Paragominas 512.000 526.863 6,68 2,90 3º Floresta do Araguaia 333.686 369.542 4,68 10,75 4º Dom Eliseu 345.418 335.537 4,25 -2,86 5º Santarém 400.134 316.545 4,01 -20,89 6º Portel 40.834 282.080 3,57 590,80 7º Acará 381.584 277.051 3,51 -27,39 8º Santana do Araguaia 186.837 196.150 2,49 4,98 9º Oriximiná 220.394 183.698 2,33 -16,65 10º São Domingos do Capim 141.053 160.962 2,04 14,11 Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

O município de Floresta do Araguaia se apresenta em terceiro lugar na produção em lavoura temporária no Pará com 4,68% do total, destacando-se por ser o maior produtor de Abacaxi no estado, com 76% do montante cultivado. O município de Dom Eliseu detém 4,25% da quantidade produzida desse segmento, sendo o segundo maior produtor de soja (18%). O município de Santarém sinalizou a quinta colocação, acumulando 4,01% do total do estado, sendo a mandioca o cultivo de maior representatividade, respondendo por 5,62% dessa lavoura no estado, sobressaindo também na produção de soja, aparecendo em segundo lugar com 3,31% do total do estado. A distribuição do total da produção da lavoura temporária para todos os municípios paraenses pode ser observada no Mapa 4.

61

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Mapa 4 – Espacialidade da produção agrícola na Lavoura Temporária no estado do Pará, 2016

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

62

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

A densidade florestal e os rios da Amazônia dão à região Norte do país uma riqueza incalculável que, além dos produtos existentes, somam-se também aos serviços ambientais oferecidos. Nesse contexto, povos tradicionais e os que migraram para região fizeram do extrativismo vegetal mais que uma prática de sobrevivência; constituíram uma atividade econômica. No Pará, a atividade extrativa foi responsável pela retirada de, aproximadamente, 100 milhões de metros cúbicos de produtos madeireiros e 4 milhões de produtos não-madeireiros das florestas paraenses, nos

últimos dez anos. Apesar da grande relevância do segmento extrativo vegetal para o estado, nota-se que a extração madeireira sofreu forte declínio na última década. Entre 2006-2016, essa atividade registrou perda acumulada de produção da ordem de 8,272 milhões de metros cúbicos, encerrando 2016 com 5.035.761m³ extraídos. No que tange à atividade não madeireira, observa-se que a mesma, após forte retração verificada entre 2007-2008, vem relativamente mantendo seu patamar de produção, com uma média anual de 3,7 milhões de toneladas; em 2016, o quantitativo extraído foi de 312.874t.

Gráfico 1: Evolução da Quantidade Produzida no Extrativismo Vegetal, Pará (2006-2016)

Madeireiro (M³) Não-Madeireiro (t) 16.000.000 500.000 14.000.000 450.000 400.000 12.000.000 350.000 10.000.000 300.000 8.000.000 250.000 6.000.000 200.000 150.000 4.000.000 100.000 2.000.000 50.000 0 0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Extrativo Madeireiro Extrativo Não-Madeireiro

Fonte: PEVS/IBGE, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017. Nota: Extrativo Madeireiro não inclui produção de carvão vegetal, uma vez que a PEVS o dimensiona em toneladas.

O declínio da atividade extrativa é resultado da implementação de politicas públicas restritivas de combate ao desmatamento, a exemplo do Cadastro Ambiental Rural (CAR), instrumento de auxílio no processo de regularização ambiental de propriedades rurais e que passou a ser exigido no acesso ao credito rural a partir de 2007. Soma-se, também, a intensificação das ações de fiscalização ambiental, especialmente a partir de 2007, em que o poder público federal passou a compartilhar com o ente estadual (Pará), a competência para implementação da gestão florestal

(como análise de planos de manejo, concessão de florestas públicas e monitoramento de desmatamentos e queimadas a partir de sensoriamento remoto).

63

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Entre 2006-2016, a atividade extrativa vegetal no Pará contabilizou valor produtivo acumulado de R$ 23,973 bilhões. Contudo, ressalta-se que tal renda vem registrando declínio médio anual de aproximadamente 3,2%, resultado dos padrões recessivos ora apontados sobre a atividade madeireira. Em 2016, o montante gerado foi de R$ 1,724 bilhões, 11,13% menor que o do ano anterior, sendo a terceira retração seguida.

Evolução do Valor (Mil R$) da Produção no Extrativismo Vegetal (madeireira e não madeireira), Pará (2006-2016) 3.000.000

2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: PEVS/IBGE, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017. Nota: Valores corrigidos pelo IPCA a preços de dez/2016.

Outra atividade importante a se destacar é a silvicultura, que, entre 2006-2014, apresentou perda produtiva de quase 2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora1, porém, nos últimos 2 anos, vem apresentado uma forte pujança, chegando a ultrapassar os patamares de produção verificados em 2006, encerrando 2016 com 5.368.861m³ produzidos e R$ 246,633 milhões gerados.

Evolução da Quantidade e Valor da Produção de Madeira em Tora na Silvicultura, Pará (2006-2016)

Metro Cúbico R$ (mil) 6.000.000 600.000 5.000.000 500.000

4.000.000 400.000

3.000.000 300.000

2.000.000 200.000

1.000.000 100.000

0 0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Produção (M³) Valor da Produção (R$)

Fonte: PEVS/IBGE, 2016. Elaboração: FAPESPA, 2017. Nota: Valores (R$) corrigidos pelo IPCA a preços de dez/2016.

64

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Até 2013, o estado do Pará só produzia madeira em tora de eucalipto para produção de papel e celulose, porém, em 2013, verificou-se que a mesma passou a ser aproveitada para outras finalidades. No ano de 2010, foi implantada a primeira estrutura industrial com a finalidade de produção de MDF no estado, sendo esta a primeira também das regiões Norte e Nordeste a produzir MDF oriundo 100% de áreas reflorestadas. Com uma previsão inicial de produção da ordem de 90 mil m³/ano de madeira processada, em 2012 passou a contabilizar um nível de produção de 180 mil m³/ano, com perspectiva de triplicação, 580 mil m³ em 2014. Tal produção advém de um parque de reflorestamento de espécies, como eucalipto e paricá (EMOBILE, 2012). Diante desse contexto, a produção de floresta plantada aumentou, e o resultado foi uma elevação na produção de eucalipto para papel e celulose de quatro vezes mais, na comparação de 2014 com 2013. Em 2016, o incremento foi de 7,05% e o quantitativo produzido atingiu 4.460.257m³. Da mesma forma, a madeira produzida para outras finalidades encerrou 2016 com aumento, 43,13%, totalizando 908.604m³.

Quantidade Produzida de Madeira em Tora (m³) na Silvicultura, Pará (2013-2016) Produto 2013 2014 2015 2016 Total Madeira em Tora (A + B) 2.101.565 1.501.161 4.801.194 5.368.861 (A) Madeira em tora para papel e celulose 1.561.140 834.563 4.166.394 4.460.257

Madeira em tora de eucalipto para papel e celulose 1.561.140 834.563 4.166.394 4.460.257

(B) Madeira em tora para outras finalidades 540.425 666.598 634.800 908.604 Madeira em tora de eucalipto para outras finalidades 308.040 405.745 399.000 693.604 Madeira em tora de outras espécies para outras finalidades 232.385 260.853 235.800 215.000

Fonte: PEVS/IBGE, 2016. Elaboração: FAPESPA, 2017.

65

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

PAINEL DE INDICADORES DO AGRONEGÓCIO NO PARÁ AGROPECUÁRIO INDÚSTRIA COMÉRCIO Abate bovino (cabeças) SIF Soja (t) Produtos Exportados 2015 (US$ FOB) 2016 (US$ FOB) Var.(%) Açaí (t) Soja 320.405.975 325.693.622 2% Em 2016 o Pará Carnes de bovino 193.681.715 219.962.921 14% 2016 2.191.497 Pimenta-do-reino 227.639.182 173.814.701 -24% 2016 1.304.598 2016 1.080.612 10% foi o 6º estado Bovinos 124.530.961 108.574.416 -13% 8% 28% do país de maior Couros e peles de bovinos 70.212.477 48.416.939 -31% 2015 1.993.822 Madeira serrada 57.996.841 44.100.404 -24% 2015 1.022.677 2015 1.000.850 abate bovino Óleo de dendê 80.391.821 30.947.982 -62% 0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 Miúdos bovinos 32.464.527 30.058.312 -7%

- 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 1.400.000 - 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 Abate de aves (cabeças) SIF Suco de frutas 27.981.011 20.882.926 -25% Cabeças, caudas e bexigas natatórias, de peixes 19.462.628 18.960.187 -3% Mandioca (t) Madeira compensada 6.528.060 9.946.974 52% Dendê (t) 2016 42.117.195 Peixes congelados 6.152.563 6.747.811 10% A soja Castanha-do-pará 20.172.034 5.216.081 -74%

2016 1% Frutas 3.459.452 4.367.037 26% 4.263.013 2016 1.486.082 obteve o 5º 2015 42.662.956 Moudura, armação e artefatos de madeira 2.432.530 3.570.860 47% 8% maior valor 28% Móveis e estruturas pré-fabricadas de madeira 1.578.337 1.929.892 22% 0 10.000.000 20.000.000 30.000.000 40.000.000 50.000.000 exportado Palmito 1.174.358 1.324.482 13% 2015 4.695.735 2015 1.379.192 2015 2016 pelo estado Laranja 156.644 1.033.771 560% O Pará possui Arroz 0 792.980 - - 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000 3.500.000 4.000.000 4.500.000 5.000.000 - 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 1.400.000 1.600.000 em 2016 Milho 11.214.542 716.814 -94% Fabricação de produtos de madeira cerca de 30% da -22% -30% Cacau 1.593.118 613.101 -62%

Leite (Mil litros) Ovos de galinha (Mil dúzias) produção Importação (US$ FOB) de Adubos e Fertilizantes Fabricação de produtos alimentícios leiteira do -2% -6% 2016 577.522 2016 32.596 2016 34.069.989 Estabelecimentos 2016 -2% 1% Fabricação de Móveis com Predominância de Madeira 161 38% Fabricação de Conservas de Frutas 74 Fabricação de Madeira Laminada e de Chapas de Madeira 65 2015 567.231 2015 32.168 Fabricação de Esquadrias de Madeira e de Peças de Madeira 52 2015 24.561.220 Frigorífico - Abate de Bovinos 47 Belém, - 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 - 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 Fabricação de Alimentos para Animais 28 Matadouro - Abate de Reses Sob Contrato, Exceto Abate de Suínos 21 Ananindeua, 0 10.000.000 20.000.000 30.000.000 40.000.000 Ovos de codorna (Mil dúzias) Fabricação de óleos Vegetais em Bruto, Exceto óleo de Milho 18 Mel de abelha (Quilogramas) Fabricação de Conservas de Peixes, Crustáceos e Moluscos 18 Castanhal e Fabricação de Sucos de Frutas, Hortaliças e Legumes, Exceto Concentrados 16 Importação (US$ FOB) de Arames farpados ou Fabricação de Sucos Concentrados de Frutas, Hortaliças e Legumes 14 Santarém, tiras de aço para cercas 2016 206 2016 523.999 Preparação de Subprodutos do Abate 13 Beneficiamento de Arroz 12 respondem por Preparação do Leite 10 2016 66.366 -54% -1% Abate de Aves 9 50% do total de Fabricação de Farinha de Milho e Derivados, Exceto óleos de Milho 7 2015 452 2015 531.559 131% Fabricação de Farinha de Mandioca e Derivados 7 estabelecimento Fabricação de óleos Vegetais Refinados, Exceto óleo de Milho 4 2015 28.701 Fabricação de Frutas Cristalizadas, Balas e Semelhantes 3 s de fabricação - 100 200 300 400 500 - 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 Frigorífico - Abate de Suínos 2 de móveis no 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 Abate de Pequenos Animais 1 Matadouro - Abate de Suínos Sob Contrato 1 Pá Fonte: IBGE; MDIC; MT; MAPA, 2017. Fabricação de Aguardente de Cana-De-Açúcar 1 Elaboração: Fapespa, 2017. Beneficiamento de Café 1 66

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

PAINEL DE INDICADORES DO AGRONEGÓCIO NO PARÁ AGROPECUÁRIO COMÉRCIOINDÚSTRIA COMÉRCIOFOMENTO Tambaqui (Quilogramas) Estabelecimentos 2016 Comércio Varejista de Medicamentos Veterinários 274 O Tambaqui e o Comércio Varejista de Artigos de Caça, Pesca e Camping 81 2016 8.533.965 Tambacu Comércio Varejista de Plantas e Flores Naturais 67 Comércio Atacadista de Defensivos Agrícolas, Adubos, Fertilizantes e Corretivos do Solo 65 -6% respondem por Comércio Atacadista de Pescados e Frutos do Mar 48

2015 9.098.068 Comércio Atacadista de Sementes, Flores, Plantas e Gramas 41 85% de toda a Comércio Atacadista com Predominância de Insumos Agropecuários 34 aquicultura do Comércio Atacadista de Matérias-Primas Agrícolas 32 - 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000 10.000.000 Comércio Atacadista de água Mineral 20 estado. Tambacu, tambatinga (Quilogramas) Representantes Comerciais de Matérias-Primas Agrícolas e Animais Vivos 17 Comércio Atacadista de Leite e Laticínios 14 Comércio Atacadista de Couros, Lãs, Peles e Outros 13

2016 2.865.590 Comércio Atacadista de Medicamentos e Drogas de Uso Veterinário 12 Preço Médio (US$/t) do Cacau no Mercado -2% Internacional Preço Médio (US$/t) da Soja no Mercado Internacional 2015 2.938.597 2016 2.890,83 Crédito bancário para a pecuária 2015 (R$) 2016 (R$) Var.(%) Bovinos 324.502.320,00 337.163.531,66 3,90 2016 405,67 - 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 -8% Petrechos para pesca (anzóis, iscas, cordas, bóias, 4% 5.483.672,99 4.258.863,85 -22,34 Pirarucu (Quilogramas) Camarão (Quilogramas) 2015 3.136,67 combustível, redes, mão-se-obra ETC) Vacinas, sais minerais e medicamentos 2.815.296,58 4.203.591,57 49,31 0,00 500,00 1.000,00 1.500,00 2.000,00 2.500,00 3.000,00 3.500,00 2015 390,42 Avicultura 1.256.917,61 3.928.156,55 212,52 2016 150.754 2016 60.000 Processamento de Couros Bovinos (unidade) Capital de giro 750.278,14 2.142.000,00 185,49 0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00 350,00 400,00 450,00 Pastagens 2.200.368,63 871.384,52 -60,40 -14% -10% 2016 2.543.812 Preços do boi gordo (R$/@ à vista) Piscicultura (cutivo de peixes) 237.437,18 354.919,69 49,48 2015 174.384 2015 67.000 -8% Municípios 2015 2016 Var.(%) Outros animais 0,00 341.767,00 - Paragominas 129,40 133,90 3 2015 2.761.388 Redenção 127,00 133,60 5 Aquisição de insumos 198.622,91 182.494,81 -8,12 - 50.000 100.000 150.000 200.000 - 20.000 40.000 60.000 80.000 Marabá 128,10 132,40 3 Suínos 373.424,15 90.000,00 -75,90

0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000 Búfalos 667.492,65 81.423,73 -87,80 Arrecadação (ICMS) Setor Primário - R$ mil* Prestação de assessoria técnica e empresarial; consultoria Preços de Terras de Alta Produção (R$/ha) 0,00 14.731,50 - O Pará Pastagem Floresta Grãos Fruticultura e elaboração de projetos e treinamentos Municípios (alta produção) (média produção) (média produção) (média produção) Apicultura 19.311,39 9.047,36 -53,15 2016 116.520 (R$) Var.(%) (R$) Var.(%) (R$) Var.(%) (R$) Var.(%) responde por Leite 0,00 7.473,13 - 40% do ICMS Paragominas 5.500 2 3.500 0 9.417 -1 - - Redenção 6.700 8 3.000 5 - - - - -3% arrecadado no 2015 120.131 Santarém 6.000 0 850 -18 8.000 0 - - O chocolate produzido no Pará, com as setor primário Marabá 4.983 -7 1.900 0 - - - - amêndoas da cacauicultura do estado, é São Félix do Xingu 4.000 1 1.500 0 - - - - 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 da região Norte exportado para países como EUA, Japão, Medicilância ------9.250 -12 França, Holanda e Bélgica Fonte: IBGE; MDIC; MT; MAPA, CONFAZ, IndexMundi, AGROPEC, Castanhal 3.450 17 ------BACEN, 2017. Elaboração: Fapespa, 2017. * Valor corrigido (IPCA 2016). Breves 300 -3 ------67

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

3 MERCADO DE TRABALHO AGROPECUÁRIO DO PARÁ

A dinâmica econômica do setor agropecuário tem seus resultados na criação de emprego e na geração de renda. Nesse sentido, em 2015 foram registrados no Pará 862.064 trabalhadores em ocupações ligadas ao setor Agropecuário, desempenhando atividades eminentemente primárias. O contingente de pessoas ocupadas correspondeu a 24% do total de trabalhadores do estado, e quando observado ao logo dos últimos dez anos o ano, nota-se que 2015 obteve o segundo maior quantitativo de trabalhadores, ao passo que 2008 apresentou o menor volume de ocupações (Gráfico 18).

Gráfico 18 – Número de pessoas ocupadas no setor Agropecuário paraense, 2005-2015*

Ocupações 1.000.000 900.000 800.000 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013 2014 2015 Agropecuária 639.687 689.688 737.830 637.383 702.494 866.751 817.410 796.079 792.887 862.064

Fonte: PNAD/BME/IBGE, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2017. *O ano de 2010 não consta na série uma vez que o IBGE não realiza a PNAD em ano censitário.

De 2014 a 2015 houve incremento de 69.177 novos trabalhadores no montante de ocupados da agropecuária, o equivalente a 9% de crescimento. Ressalta-se que essa variação interrompeu uma tendência de retração que durou três anos seguidos (2012 a 2014) (Gráfico 18). Examinando o comportamento das ocupações do setor agropecuário por atividades, observa-se que, de 2014 a 2015, a pecuária foi a que apresentou maior crescimento (25,50%), e, dentre as atividades associadas à mesma, as de maior destaque foram: Criação de aves

68

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

(38,2%), seguida por Criação de suínos (30,2%) e Criação de bovinos (30%). No entanto, a agricultura obteve resultado recessivo da ordem de 3,60% no período em comento, tendo sua maior perda no Cultivo de banana (-56,2%) e em Atividades de serviços relacionados com a agricultura (-31,8%). Contudo, cabe frisar o forte crescimento da atividade cacaueira, que registrou incremento de 57,80%.

Tabela 15 - Pessoas ocupadas na agropecuária por trabalho principal no Pará, 2014–2015 Var.(%): Atividades 2014 2015 2015/2014 Total ocupação na agropecuária 792.887 Part.(%) 862.064 Part.(%) 8,7 Cultivo de mandioca 210.883 26,60 191.558 22,2 -9,20 Criação de bovinos 131.589 17,00 171.065 20,00 30,00 Criação de aves 95.124 12,00 131.479 15,30 38,20 Pesca e serviços relacionados 96.338 12,00 110.968 13,00 15,20 Cultivo de outros produtos de lavoura permanente 50.565 6,40 62.131 7,20 22,90 Cultivo de hortaliças, legumes e outros produtos de horticultura 48.769 6,00 42.076 5,00 -13,70 Cultivo de cacau 20.244 2,60 31.944 3,70 57,80 Atividades de serviços relacionados com a agricultura 43.503 5,00 29.668 3,00 -31,80 Silvicultura e exploração florestal 21.691 2,70 20.504 2,40 -5,50 Produção mista: lavoura e pecuária 17.569 2,00 17.207 2,00 -2,10 Cultivo de outros produtos de lavoura temporária 10.122 1,30 12.368 1,40 22,20 Cultivo de arroz 15.906 2,00 11.852 1,00 -25,50 Cultivo de milho 9.158 1,20 10.304 1,20 12,50 Cultivo de frutas cítricas* x - 7.930 1,00 - Criação de suínos 5.302 0,70 6.901 0,80 30,20 Cultivo de banana 9.376 1,00 4.109 0,00 -56,20 Criação de outros animais de grande porte 6.748 0,90 0 0,00 -100,0 Fonte: PNAD/BME/IBGE, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2017. * Por uma questão de sigilo, o IBGE optou por não divulgar os dados para o ano de 2014.

Cabe ressaltar que tanto a agricultura quanto a pecuária estão contempladas no Programa Pará 203013, que tem como um de seus objetivos a verticalização da produção paraense com desdobramentos na competitividade, na geração de emprego e renda e na internalização da riqueza produzida no estado. Para isso, no setor agropecuário as oportunidades de negócios são prioritárias nas cadeias de grãos, cacau, açaí, aquicultura e pescado, pecuária sustentável, floresta plantada, entre outras.

13 Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Pará 2030 (http://para2030.com.br/).

69

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Outro fato importante a se destacar é que, se considerarmos em 2015 o total de empregos formais no setor agropecuário, divulgados pelo Ministério do Trabalho – MT, face aos 862.064 ocupados deste setor, poder-se-ia inferir que o nível de formalidade representa apenas 6% do total de ocupados no setor. E, não menos importante, cabe frisar que para cada emprego direto constituído são compostos 2,2914 novos empregos indiretos no setor agropecuário. Em um exame mais específico no rol de ocupados na agropecuária, é possível tecer considerações a respeito da evolução do emprego formal15 neste setor, tendo como base os dados de vínculos trabalhistas divulgados pelo Ministério do Trabalho – MT. O Gráfico 19 registra o desempenho do estoque de empregos formais no setor Agropecuário do estado entre 2006 e 2015, extraídos do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS/MT). Em 2015 foram registrados no Pará 51.692 vínculos formais associados ao setor Agropecuário, desempenhando atividades eminentemente primárias. Esse total se constitui de uma retração de 1.751 vínculos empregatícios, ou -3,30% de trabalhadores do estoque formal. No curso temporal em análise percebe-se uma trajetória de crescimento que teve em 2010 acentuado salto no volume de empregos, chegando a 47.522, variação de 19% na comparação com o ano anterior, ou acréscimo de 7.546 novos empregos (Gráfico 19).

Gráfico 19 – Estoque de empregos formais do setor agropecuário paraense, 2002–2015

Emprego Agropecuário 60.000

50.000

40.000

30.000

20.000

10.000

0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Emprego Agropecuário 35.573 38.404 39.013 38.753 39.976 47.522 50.980 51.878 53.443 51.692

Fonte: RAIS/MT, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2017.

14 Valor obtido a partir dos efeitos multiplicadores do emprego da Matriz de Insumo Produto – Medidas da Atividade Econômica no Pará – FAPESPA, 2015. 15 Refere-se à modalidade de contratação que garante direitos como a seguridade social, licença maternidade, entre outros auxílios disponíveis.

70

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Examinando o emprego formal do setor agropecuário por atividades, observa-se que entre 2014-2015 as principais atividades associadas à pecuária foram as que apresentaram, juntas, maior crescimento (12%), dentre as quais se destacam: Criação de frangos para corte (128,3%) e Criação de bovinos para leite (13,1%). Por outro lado, a agricultura registrou recessão de 15,80% em suas principais atividades no período em comento, tendo sua maior perda no Serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita (-55,3%) e Cultivo de dendê (- 19,5%), sendo que o contraponto coube ao elevado crescimento do Cultivo de soja, com incremento de 19% no número de vínculos formais.

Tabela 16 – Número de empregos formais por atividade da agropecuária paraense, 2014-2015

Var.(%): Atividade (CNAE 2.0 Subclasse) 2014 2015 Ordem 2015/2014 Total de Vínculos na Agropecuária 53.443 Part.(%) 51.692 Part.(%) -3,3 1º Criação de bovinos para corte 19.214 36,0 20.073 38,8 4,5 2º Cultivo de dendê 13.227 24,7 10.643 20,6 -19,5 3º Criação de frangos para corte 1.347 2,5 3.075 5,9 128,3 4º Cultivo de coco-da-baía 3.355 6,3 2.852 5,5 -15,0 5º Atividades de apoio à agricultura não especificadas anteriormente 2.503 4,7 2.226 4,3 -11,1 6º Criação de bovinos para leite 1.271 2,4 1.437 2,8 13,1 7º Extração de madeira em florestas nativas 1.157 2,2 1.058 2,0 -8,6 8º Cultivo de pimenta-do-reino 909 1,7 875 1,7 -3,7 9º Criação de bovinos, exceto para corte e leite 847 1,6 848 1,6 0,1 10º Atividades de apoio à pecuária não especificadas anteriormente 762 1,4 845 1,6 10,9 11º Cultivo de eucalipto 781 1,5 769 1,5 -1,5 12º Cultivo de soja 484 0,9 576 1,1 19,0 13º Extração de madeira em florestas plantadas 449 0,8 573 1,1 27,6 14º Criação de aves, exceto galináceos 555 1,0 536 1,0 -3,4 15º Cultivo de arroz 525 1,0 490 0,9 -6,7 16º Cultivo de outras plantas de lavoura permanente não especificadas anteriormente 452 0,8 443 0,9 -2,0 17º Pesca de crustáceos e moluscos em água salgada 256 0,5 313 0,6 22 18º Serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita 640 1,2 286 0,6 -55,3 19º Cultivo de outros cereais não especificados anteriormente 228 0,4 267 0,5 17,1 20º Cultivo de mudas em viveiros florestais 281 0,5 264 0,5 -6,0 - Demais atividades* 4.200 7,9 3.243 6,3 -22,8 Fonte: RAIS/MT, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2017. * compreende 64 atividades com menos de 300 vínculos em 2016.

71

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Em uma análise mais recente, é possível constituir considerações quanto ao fluxo de vínculos empregatícios formais no âmbito do setor Agropecuário16. Em 2016 esse setor contabilizou saldo negativo de 1.006 vínculos formais, patamar bem menor se comparado ao exercício de 2015, quando esse saldo atingiu -2.989 vínculos. A atividade que registrou a maior perda em 2016 foi o Cultivo de Dendê (-718 vínculos), seguido pelas Atividades de Apoio à Produção Florestal (-354 vínculos) e o Cultivo de Pimenta-do-Reino (-175 vínculos). Aquelas que conseguiram gerar novos postos de trabalho na agropecuária no período foram: Criação de Bovinos para Corte (285 vínculos), Extração de Madeira em Florestas Plantadas (129 vínculos) e Criação de Frangos para Corte (121 vínculos) (Tabela 17).

Tabela 17 – Movimentação de vínculos formais do setor agropecuário paraense por atividade, 2015- 2016 2015 2016 Atividades (CNAE 2.0 Subclasse) Ordem Admitidos Desligados Saldo Admitidos Desligados Saldo Total de Vínculos na Agropecuária 29.408 -32.397 -2.989 24.669 -25.675 -1.006 1º Criação de bovinos para corte 13.713 -13.416 297 12.340 -12.055 285 2º Extração de madeira em florestas plantadas 388 -350 38 490 -361 129 3º Criação de frangos para corte 1.195 -1.064 131 981 -860 121 4º Cultivo de soja 252 -257 -5 440 -320 120 5º Cultivo de coco-da-baía 957 -1.412 -455 615 -516 99 6º Pesca de peixes em água salgada 193 -140 53 185 -135 50 7º Conservação de florestas nativas 66 -73 -7 49 -22 27 8º Cultivo de açaí 42 -33 9 74 -55 19 9º Cultivo de outros cereais não especificados anteriormente 228 -196 32 211 -197 14 Cultivo de frutas de lavoura permanente não especificadas 10º 111 -99 12 53 -39 14 anteriormente 11º Criação de equinos 22 -23 -1 36 -24 12 12º Produção de ovos 36 -34 2 30 -19 11 13º Atividades paisagísticas 110 -132 -22 122 -113 9 14º Cultivo de mamão 39 -9 30 10 -4 6 15º Cultivo de cacau 76 -71 5 59 -53 6 16º Criação de bufalinos 18 -10 8 11 -5 6 17º Criação de peixes em água doce 27 -13 14 22 -16 6 18º Cultivo de cítricos, exceto laranja 27 -24 3 29 -24 5 19º Serviço de manejo de animais 4 -2 2 6 -1 5

16 Até a data de elaboração deste boletim, a RAIS/MT não havia disponibilizado/publicado dados relativos ao estoque de emprego para o ano de 2016. Dessa forma, para se ter uma dimensão do comportamento do mercado de trabalho na agropecuária para o referido ano, optou-se pela extração dos dados Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que disponibiliza informações a respeito da movimentação de vínculos formais por setor e atividade.

72

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

20º Extração de madeira em florestas nativas 1.134 -1.084 50 736 -731 5 - Demais atividades* 10.770 -13.955 -3.185 8.170 -10.125 -1.955 Fonte: CAGED/MT, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017. * compreende 62 atividades com menos de 4 vínculos em 2016. Nota: considerou-se as declarações dentro e fora do prazo. Dados extraídos em 03.10.2017.

4 CRÉDITO RURAL

As informações, ora apresentadas de forma analítica, referem-se à disponibilidade de recursos na carteira de crédito rural do Brasil, em nível nacional, regional, estadual e municipal, nos mais diversos tipos de programas e fundos para o ano de 2016, e foram extraídas da Matriz de Dados do Crédito Rural do Banco Central do Brasil (BACEN). A economia brasileira registrou, em 2016, uma carteira de crédito rural de R$ 157,280 bilhões, valor 4,8% menor que o registrado em 2015. Na região Norte, verificou-se que o montante disponível foi de R$ 6,495 bilhões, que correspondeu a 4,10% do valor total disponível no País. Nesse contexto o estado do Pará registrou valor de R$ 1,365 bilhão de crédito rural, representando 21% do total da carteira de crédito rural da região Norte, e 0,9% de todo o volume de recursos de crédito rural disponível no país. Na comparação com as cifras de 2015, observou-se retração de 21,8% (Gráfico 20). Ressalta-se que o crédito utilizado na agricultura do estado apresentou declínio pelo segundo ano consecutivo, comportamento também identificado a nível regional e nacional. Essa realidade foi resultante de dois anos de recessão econômica no Brasil, onde os efeitos do cenário econômico desfavorável impactaram negativamente nos setores produtivos e, por consequência, no nível de investimento. A pecuária foi o segmento que apresentou redução na capitação de recursos de crédito rural, tendo obtido variação negativa de 31,21%, e encerrou o período com R$ 917,341 milhões. A agricultura, por sua vez, registrou crescimento no volume de investimento, sendo 8,6% maior que o valor capitado no ano de 2015, consolidando R$ 448.272.448 em 2016 (Gráfico 21).

73

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Gráfico 20 – Evolução do crédito rural (R$ Milhões) no Brasil, Norte e Pará, 2007-2016

PA/NO (R$ Milhões) BR (R$ Milhões) Pará (%) Demais UF (RN) (%) 12.000 250.000

10.000 21% 200.000

8.000

150.000 79% 6.000

100.000

4.000

50.000 2.000

0 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Brasil (R$) 90.311.951.566 107.063.125.559 123.411.627.200 121.043.711.555 132.188.408.492 149.227.875.122 171.712.180.670 195.173.303.011 165.253.257.357 157.280.720.226 Pará (R$) 1.090.454.189 1.129.251.094 879.947.918 950.483.973 905.728.221 1.489.303.750 1.890.972.158 2.542.923.837 1.746.460.510 1.365.613.662 Norte (R$) 2.971.551.179 3.191.234.944 3.550.517.679 3.803.066.689 3.862.858.273 5.983.368.397 7.233.577.109 9.786.246.030 7.757.289.849 6.495.894.104

Fonte: MDRC/BACEN, 2017.Elaboração: FAPESPA, 2017.*Valores corrigidos pelo IGP-DI a preços de Dez/2016.

74

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Gráfico 21 – Evolução da distribuição do crédito rural (R$ Milhões) no Pará, 2007-2016 R$ (Milhões) 2.500

R$ 448.272.448

2.000

R$ 1.365.613.662

1.500

Crédito Agrícolo R$ 917.341.214 Crédito Pecuário

1.000

500

0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Agricola 278.366.199 234.770.706 256.364.386 261.101.911 200.846.057 371.362.946 470.915.514 604.864.021 412.859.132 448.272.448 Pecuária 812.087.991 894.480.388 623.583.531 689.382.062 704.882.165 1.117.940.804 1.420.056.645 1.938.059.816 1.333.601.378 917.341.214

Fonte: MDRC/BACEN, 2017.Elaboração: FAPESPA, 2017.*Valores corrigidos pelo IGP-DI a preços de Dez/2016.

75

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Os municípios paraenses que mais se destacaram na captação desses recursos em 2016 foram: Paragominas (R$ 122,014 milhões), São Félix do Xingu (R$ 66,414 milhões) e Santana do Araguaia (R$ 58,660 milhões), sendo que esses dois últimos foram impulsionados, em maior medida, pela atividade pecuária, enquanto Paragominas, pela atividade agrícola (Tabela 18).

Tabela 18 – Os 10 municípios com maior volume de crédito rural, 2016 Quant. de Valor Contratado Município Atividade Contratos (R$) Agrícola 213 104.217.235,03 Paragominas Pecuária 53 17.797.347,67 Total 266 122.014.582,70 Agrícola 17 2.813.696,66 São Félix do Xingu Pecuária 649 63.601.022,63 Total 666 66.414.719,29 Agrícola 23 27.499.057,42 Santana do Araguaia Pecuária 114 31.161.716,65 Total 137 58.660.774,07 Agrícola 3 147.522,57 Novo Repartimento Pecuária 351 49.182.572,44 Total 354 49.330.095,01 Agrícola 55 20.940.134,24 Rondon do Pará Pecuária 312 28.051.792,42 Total 367 48.991.926,66 Agrícola 72 33.440.875,24 Santa Maria da Barreiras Pecuária 156 11.345.767,06 Total 228 44.786.642,30 Agrícola 4 355.000,00 Marabá Pecuária 600 42.312.393,81 Total 604 42.667.393,81 Agrícola 7 642.900,00 Água Azul do Norte Pecuária 518 39.755.201,33 Total 525 40.398.101,33 Agrícola 118 28.861.369,14 Dom Eliseu Pecuária 40 7.040.936,93 Total 158 35.902.306,07 Agrícola 4 534.072,73 Pecuária 168 34.249.919,34 Total 172 34.783.992,07 Fonte: MDRC/BACEN, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

76

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Observa-se que os dez municípios listados na Tabela 18, os mesmos distribuem-se nas Regiões Araguaia (5), Rio Capim (3), Lago de Tucuruí (1) e Carajás (1). Sete dos desses municípios capitaram valores para a pecuária superiores aos da atividade agrícola. No tocante à agricultura familiar, o Programa Nacional de Incentivo à Agricultura Familiar (PRONAF)17 em 2016 disponibilizou, nacionalmente, a título de crédito rural, através da composição de diversos fundos e linhas de financiamento, montante de R$ 22,221 bilhões, que correspondeu a 14,13% da carteira de crédito rural nacional. Em 2016 o PRONAF apresentou redução de 4,66%, na comparação com o ano anterior. No âmbito do estado do Pará, o PRONAF disponibilizou R$ 266,483 milhões a título de crédito rural em 2016, o que representa 17,25% do montante de crédito disponibilizado para região Norte e 1,2% do montante de crédito disponibilizado nacionalmente pelo programa. A atividade pecuária foi a principal atividade contemplada no total de crédito do PRONAF destinado ao Pará, absorvendo 66% do montante disponível, totalizando em 2016 R$ 175,755 milhões, Agricultura por sua vez absorveu crédito de R$ 90,728 milhões. Ressalta-se que nos últimos dois anos os valores concedidos para esses segmentos foram sucessivamente menores, reflexo da conjuntura econômica recessiva (Gráfico 21).

Gráfico 21 – Distribuição dos recursos do PRONAF por segmento agropecuário no Pará, 2007–2016 (R$ Milhões) R$ (milhões) 450

400

350

300

250

200

150

100

50

- 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Agrícola (R$) 139.079.915 104.836.878 149.767.520 124.533.088 76.109.190 115.779.524 152.872.229 161.204.712 106.386.725 90.728.212 Pecuária (R$) 303.658.627 255.607.174 345.015.561 297.562.316 255.176.349 338.928.032 318.629.333 395.836.479 274.126.923 175.755.244

Fonte: MDRC/BACEN, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.*Valores corrigidos pelo IGP-DI a preços de Dez/2016.

17 Criado em 1996, através do decreto 1.946/1996, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, através de financiamentos de projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária.

77

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

No que tange aos municípios paraenses, os maiores beneficiários pelo PRONAF em 2016 foram Pacajá (R$ 10,697 milhões), Água Azul do Norte (R$ 10,256 milhões) e (R$ 10,105 milhões), tendo a atividade pecuária como a única beneficiária em todos os casos. Ainda com relação aos dados do PRONAF, na Tabela 19 destaca-se 3 municípios da Região de Integração do Araguaia entre os dez maiores beneficiários do estado, seguida por Carajás (2), Xingu (2), Lago de Tucuruí (1), Guamá (1) e Tapajós (1). Outro elemento a se destacar é que entre os 10 maiores beneficiários, 8 investiram os maiores volumes de recursos na atividade pecuária.

Tabela 19 – Os 10 municípios paraenses com maior volume de crédito rural via PRONAF, 2016

Quant. de Município Atividade Valor Contratado (R$) Contratos

Pecuária 338 10.697.527,49 Pacajá (Xingu) Total 338 10.697.527,49 Pecuária 376 10.256.870,11 Água Azul do Norte (Araguaia) Total 376 10.256.870,11 Pecuária 813 10.105.358,05 Itupiranga (Lago de Tucuruí) Total 813 10.105.358,05 Agrícola 128 4.323.751,79 Floresta do Araguaia (Araguaia) Pecuária 120 3.157.045,23 Total 248 7.480.797,02 Agrícola 7 31.455,02 Eldorado dos Carajás (Carajás) Pecuária 491 7.334.187,97 Total 498 7.365.642,99 Agrícola 8 193.683,81 Rurópolis (Tapajós) Pecuária 290 7.080.579,98 Total 298 7.274.263,79 Agrícola 1 12.984,50 São Félix do Xingu (Araguaia) Pecuária 279 6.963.638,91 Total 280 6.976.623,41 Agrícola 464 6.427.509,87 São Domingos do Capim (Guamá) Pecuária 32 346.204,32 Total 496 6.773.714,19 Agrícola 60 2.165.712,60 Medicilândia (Xingu) Pecuária 140 4.028.249,11 Total 200 6.193.961,71 Pecuária 222 6.189.524,16 São Geraldo do Araguaia (Carajás) Total 222 6.189.524,16 Fonte: MDRC/BACEN, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

78

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

ANEXOS

Tabela 20 – Evolução do crédito rural no Brasil, Norte e Pará, 2004 – 2016

Variação Anual (%) Participação (%) Pará Ano Pará (R$) Norte (R$) Brasil (R$) Pará Pará Norte Brasil PA/N PA/BR N/BR Agrícola (R$) Pecuária (R$) Agrícola Pecuária 2004 436.437.825,77 749.413.779,59 1.185.851.605,36 3.482.209.911,48 80.928.237.324,11 - - - - - 34,1 1,5 4,3 2005 328.768.938,98 775.087.832,50 1.103.856.771,48 3.411.014.929,66 82.971.827.518,97 -24,7 3,4 -6,9 -2,0 2,5 32,4 1,3 4,1 2006 312.872.732,07 995.974.073,53 1.308.846.805,60 2.943.330.062,19 83.348.485.427,12 -4,8 28,5 18,6 -13,7 0,5 44,5 1,6 3,5 2007 278.366.198,53 812.087.990,82 1.090.454.189,35 2.971.551.178,53 90.311.951.565,72 -11,0 -18,5 -16,7 1,0 8,4 36,7 1,2 3,3 2008 234.770.706,16 894.480.388,15 1.129.251.094,32 3.191.234.943,93 107.063.125.559,31 -15,7 10,1 3,6 7,4 18,5 35,4 1,1 3,0 2009 256.364.386,49 623.583.531,04 879.947.917,52 3.550.517.678,66 123.411.627.199,91 9,2 -30,3 -22,1 11,3 15,3 24,8 0,7 2,9 2010 261.101.910,92 689.382.061,95 950.483.972,87 3.803.066.689,28 121.043.711.554,78 1,8 10,6 8,0 7,1 -1,9 25,0 0,8 3,1 2011 200.846.056,82 704.882.164,51 905.728.221,34 3.862.858.273,19 132.188.408.492,26 -23,1 2,2 -4,7 1,6 9,2 23,4 0,7 2,9 2012 371.362.946,04 1.117.940.803,74 1.489.303.749,78 5.983.368.396,74 149.227.875.122,06 84,9 58,6 64,4 54,9 12,9 24,9 1,0 4,0 2013 470.915.513,59 1.420.056.644,67 1.890.972.158,26 7.233.577.109,06 171.712.180.669,98 26,8 27,0 27,0 20,9 15,1 26,1 1,1 4,2 2014 604.864.021,20 1.938.059.816,22 2.542.923.837,42 9.786.246.029,69 195.173.303.010,92 28,4 36,5 34,5 35,3 13,7 26,0 1,3 5,0 2015 412.859.132,45 1.333.601.377,54 1.746.460.509,99 7.757.289.849,20 165.253.257.356,94 -31,7 -31,2 -31,3 -20,7 -15,3 22,5 1,1 4,7 2016 448.272.448,03 917.341.213,51 1.365.613.661,54 6.495.894.103,82 157.280.720.226,20 8,6 -31,2 -21,8 -16,3 -4,8 21,0 0,9 4,1 Fonte: MDRC/BACEN, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017. * Valores corrigidos pelo IGP-DI a preços de Dez/2016.

79

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 21 – Evolução do crédito rural do PRONAF no Pará, 2004 – 2016

Variação Anual (%) Participação em Relação ao Total (%) Ano Total (R$) Agrícola (R$) Pecuária (R$) Total Agrícola Pecuária Agrícola Pecuária 2004 182.723.432,33 38.350.034,80 144.373.397,53 - - - 21,0 79,0 2005 311.943.283,05 66.229.008,80 245.714.274,24 70,7 72,7 70,2 21,2 78,8 2006 685.097.177,14 148.931.841,53 536.165.335,60 119,6 124,9 118,2 21,7 78,3 2007 442.738.542,12 139.079.915,31 303.658.626,81 -35,4 -6,6 -43,4 31,4 68,6 2008 360.444.052,61 104.836.878,40 255.607.174,21 -18,6 -24,6 -15,8 29,1 70,9 2009 494.783.080,79 149.767.520,18 345.015.560,61 37,3 42,9 35,0 30,3 69,7 2010 422.095.404,01 124.533.087,69 297.562.316,32 -14,7 -16,8 -13,8 29,5 70,5 2011 331.285.538,83 76.109.190,17 255.176.348,66 -21,5 -38,9 -14,2 23,0 77,0 2012 454.707.555,97 115.779.524,37 338.928.031,60 37,3 52,1 32,8 25,5 74,5 2013 471.501.561,58 152.872.228,89 318.629.332,69 3,7 32,0 -6,0 32,4 67,6 2014 557.041.190,97 161.204.711,63 395.836.479,35 18,1 5,5 24,2 28,9 71,1 2015 380.513.648,61 106.386.725,22 274.126.923,38 -31,7 -34,0 -30,7 28,0 72,0 2016 266.483.456,01 90.728.212,45 175.755.243,56 -30,0 -14,7 -35,9 34,0 66,0 Fonte: MDRC/BACEN, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017. * Valores corrigidos pelo IGP-DI a preços de Dez/2016.

80

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 22 – Evolução, variação anual e participação do crédito rural no Brasil e Regiões, 2004 – 2016

(R$ Milhões) Variação Anual (%) Participação em Relação ao Brasil (%) Ano Centro- Centro- Centro- Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Oeste Oeste Oeste 2004 3.482,21 5.937,14 20.495,07 33.116,88 17.896,94 80.928,24 ------4,3 7,3 25,3 40,9 22,1 2005 3.411,01 7.729,38 23.170,69 31.344,72 17.316,02 82.971,83 -2 30,2 13,1 -5,4 -3,2 2,5 4,1 9,3 27,9 37,8 20,9 2006 2.943,33 8.475,76 28.522,54 29.929,76 13.477,09 83.348,49 -13,7 9,7 23,1 -4,5 -22,2 0,5 3,5 10,2 34,2 35,9 16,2 2007 2.971,55 8.111,13 32.389,37 32.941,14 13.898,77 90.311,95 1 -4,3 13,6 10,1 3,1 8,4 3,3 9 35,9 36,5 15,4 2008 3.191,23 8.947,99 35.816,06 42.837,18 16.270,66 107.063,13 7,4 10,3 10,6 30 17,1 18,5 3 8,4 33,5 40 15,2 2009 3.550,52 9.942,57 42.986,32 48.133,85 18.798,37 123.411,63 11,3 11,1 20 12,4 15,5 15,3 2,9 8,1 34,8 39 15,2 2010 3.803,07 10.021,96 39.967,10 46.647,53 20.604,06 121.043,71 7,1 0,8 -7 -3,1 9,6 -1,9 3,1 8,3 33 38,5 17 2011 3.862,86 10.950,74 42.629,91 49.963,80 24.781,10 132.188,41 1,6 9,3 6,7 7,1 20,3 9,2 2,9 8,3 32,2 37,8 18,7 2012 5.983,37 12.626,12 43.746,11 55.399,64 31.472,63 149.227,88 54,9 15,3 2,6 10,9 27 12,9 4 8,5 29,3 37,1 21,1 2013 7.233,58 14.656,68 48.592,92 63.928,51 37.300,48 171.712,18 20,9 16,1 11,1 15,4 18,5 15,1 4,2 8,5 28,3 37,2 21,7 2014 9.786,25 16.335,91 53.256,77 72.458,53 43.335,85 195.173,30 35,3 11,5 9,6 13,3 16,2 13,7 5 8,4 27,3 37,1 22,2 2015 7.757,29 12.961,59 44.095,97 63.518,68 36.919,73 165.253,26 -20,7 -20,7 -17,2 -12,3 -14,8 -15,3 4,7 7,8 26,7 38,4 22,3 2016 6.495,89 11.764,68 42.884,88 60.493,74 35.641,53 157.280,72 -16,3 -9,2 -2,7 -4,8 -3,5 -4,8 4,1 7,5 27,3 38,5 22,7 Fonte: MDRC/BACEN, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017. * Valores corrigidos pelo IGP-DI a preços de Dez/2016.

81

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Tabela 23 – Distribuição do crédito rural por municípios, segundo segmento agropecuário no Pará, 2016

Quantidade de Município Atividade Valor (R$) Contratos Pecuária 338 10.697.527,49 PACAJÁ Total 338 10.697.527,49 Pecuária 376 10.256.870,11 ÁGUA AZUL DO NORTE Total 376 10.256.870,11 Pecuária 813 10.105.358,05 ITUPIRANGA Total 813 10.105.358,05 Agrícola 128 4.323.751,79 FLORESTA DO ARAGUAIA Pecuária 120 3.157.045,23 Total 248 7.480.797,02 Agrícola 7 31.455,02 ELDORADO DO CARAJÁS Pecuária 491 7.334.187,97 Total 498 7.365.642,99 Agrícola 8 193.683,81 RURÓPOLIS Pecuária 290 7.080.579,98 Total 298 7.274.263,79 Agrícola 1 12.984,50 SÃO FÉLIX DO XINGU Pecuária 279 6.963.638,91 Total 280 6.976.623,41 Agrícola 464 6.427.509,87 SÃO DOMINGOS DO CAPIM Pecuária 32 346.204,32 Total 496 6.773.714,19 Agrícola 60 2.165.712,60 MEDICILÂNDIA Pecuária 140 4.028.249,11 Total 200 6.193.961,71 Pecuária 222 6.189.524,16 SÃO GERALDO DO ARAGUAIA Total 222 6.189.524,16 Agrícola 295 5.815.428,60 GURUPÁ Pecuária 28 280.929,13 Total 323 6.096.357,73 Agrícola 77 1.034.410,12 VISEU Pecuária 296 4.951.536,20 Total 373 5.985.946,32 Pecuária 350 5.822.028,41 MARABÁ Total 350 5.822.028,41 Agrícola 171 4.747.551,20 SANTARÉM Pecuária 82 1.017.775,18 Total 253 5.765.326,38 Agrícola 37 1.194.935,24 URUARÁ Pecuária 153 4.564.869,89 Total 190 5.759.805,13 Agrícola 581 2.491.201,82 MOJU Pecuária 150 2.653.910,69 Total 731 5.145.112,51 Agrícola 169 4.659.285,69 TOMÉ-AÇU Pecuária 5 101.898,00

82

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Total 174 4.761.183,69 Agrícola 20 289.788,53 BRASIL NOVO Pecuária 119 4.456.092,14 Total 139 4.745.880,67 Agrícola 117 1.691.927,59 CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA Pecuária 159 3.044.633,40 Total 276 4.736.560,99 Agrícola 132 2.267.363,33 Pecuária 140 2.189.243,14 Total 272 4.456.606,47 Agrícola 29 426.203,03 ALENQUER Pecuária 211 3.943.475,74 Total 240 4.369.678,77 Agrícola 289 4.209.110,50 ACARÁ Pecuária 8 139.877,30 Total 297 4.348.987,80 Agrícola 3 46.314,73 PLACAS Pecuária 171 4.119.412,43 Total 174 4.165.727,16 Agrícola 1 3.245,21 PIÇARRA Pecuária 185 4.155.010,16 Total 186 4.158.255,37 Agrícola 82 732.877,29 TAILÂNDIA Pecuária 166 3.389.100,77 Total 248 4.121.978,06 Agrícola 192 3.472.272,09 ALMEIRIM Pecuária 23 547.463,31 Total 215 4.019.735,40 Agrícola 1 99.874,37 RONDON DO PARÁ Pecuária 152 3.622.085,03 Total 153 3.721.959,40 Agrícola 2 89.534,89 ANAPU Pecuária 126 3.628.454,26 Total 128 3.717.989,15 Agrícola 48 3.287.218,87 DOM ELISEU Pecuária 22 310.182,90 Total 70 3.597.401,77 Agrícola 145 1.368.905,47 CAPITÃO POÇO Pecuária 207 1.806.852,60 Total 352 3.175.758,07 Agrícola 3 339.123,20 ALTAMIRA Pecuária 68 2.715.674,16 Total 71 3.054.797,36 Agrícola 13 454.129,37 TUCUMÃ Pecuária 151 2.471.424,76 Total 164 2.925.554,13 Pecuária 129 2.922.087,00 SÃO DOMINGOS DO ARAGUAIA Total 129 2.922.087,00 Agrícola 193 860.393,94 MONTE ALEGRE Pecuária 131 1.937.784,02

83

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Total 324 2.798.177,96 Agrícola 12 259.068,26 RIO MARIA Pecuária 110 2.376.059,05 Total 122 2.635.127,31 Agrícola 103 2.439.679,90 CAMETÁ Pecuária 3 190.841,26 Total 106 2.630.521,16 Agrícola 16 73.727,32 SANTA MARIA DAS BARREIRAS Pecuária 115 2.495.194,41 Total 131 2.568.921,73 Agrícola 3 77.020,00 NOVO PROGRESSO Pecuária 43 2.345.673,24 Total 46 2.422.693,24 Agrícola 43 811.210,02 CACHOEIRA DO PIRIÁ Pecuária 123 1.557.470,79 Total 166 2.368.680,81 Agrícola 1 5.372,73 XINGUARA Pecuária 76 2.359.844,62 Total 77 2.365.217,35 Agrícola 45 679.381,23 AURORA DO PARÁ Pecuária 136 1.672.253,82 Total 181 2.351.635,05 Pecuária 175 2.326.590,01 Total 175 2.326.590,01 Agrícola 172 2.139.188,04 BELTERRA Pecuária 32 129.322,04 Total 204 2.268.510,08 Pecuária 110 2.141.980,33 SÃO JOÃO DO ARAGUAIA Total 110 2.141.980,33 Agrícola 78 1.969.615,61 CASTANHAL Pecuária 16 161.565,18 Total 94 2.131.180,79 Agrícola 89 2.026.136,36 AFUÁ Pecuária 2 7.000,00 Total 91 2.033.136,36 Agrícola 43 155.500,00 GOIANÉSIA DO PARÁ Pecuária 150 1.792.870,18 Total 193 1.948.370,18 Agrícola 105 1.807.389,00 ANAJÁS Total 105 1.807.389,00 Agrícola 84 1.710.582,60 PONTA DE PEDRAS Pecuária 17 42.500,00 Total 101 1.753.082,60 Agrícola 27 440.070,01 BAIÃO Pecuária 55 1.232.914,11 Total 82 1.672.984,12 Pecuária 63 1.661.483,71 PALESTINA DO PARÁ Total 63 1.661.483,71 Agrícola 117 1.618.366,95 IGARAPÉ-AÇU Pecuária 3 12.000,00

84

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Total 120 1.630.366,95 Agrícola 19 1.069.811,88 PARAGOMINAS Pecuária 11 489.572,34 Total 30 1.559.384,22 Agrícola 2 10.000,00 NOVO REPARTIMENTO Pecuária 76 1.515.508,86 Total 78 1.525.508,86 Agrícola 117 424.050,31 ÓBIDOS Pecuária 186 1.075.646,63 Total 303 1.499.696,94 Agrícola 3 7.500,00 JACUNDÁ Pecuária 54 1.352.063,04 Total 57 1.359.563,04 Agrícola 8 500.442,03 REDENÇÃO Pecuária 29 843.886,78 Total 37 1.344.328,81 Agrícola 7 17.500,00 BOM JESUS DO TOCANTINS Pecuária 65 1.309.702,04 Total 72 1.327.202,04 Agrícola 101 1.284.111,60 Pecuária 1 3.000,00 Total 102 1.287.111,60 Agrícola 83 773.697,04 NOVA ESPERANÇA DO PIRIÁ Pecuária 33 483.603,29 Total 116 1.257.300,33 Agrícola 4 10.000,00 Pecuária 69 1.245.660,58 Total 73 1.255.660,58 Agrícola 16 248.509,23 IPIXUNA DO PARÁ Pecuária 48 990.002,33 Total 64 1.238.511,56 Agrícola 83 1.136.642,55 CONCÓRDIA DO PARÁ Pecuária 2 65.178,00 Total 85 1.201.820,55 Agrícola 18 1.114.972,27 ULIANÓPOLIS Pecuária 6 53.569,34 Total 24 1.168.541,61 Agrícola 151 873.855,94 GARRAFÃO DO NORTE Pecuária 30 208.852,94 Total 181 1.082.708,88 Agrícola 132 430.522,09 SANTA LUZIA DO PARÁ Pecuária 115 593.047,36 Total 247 1.023.569,45 Agrícola 114 262.395,30 ORIXIMINÁ Pecuária 46 677.851,53 Total 160 940.246,83 Agrícola 81 847.077,44 OEIRAS DO PARÁ Pecuária 13 50.200,00 Total 94 897.277,44 SÃO FRANCISCO DO PARÁ Agrícola 87 867.321,47

85

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Pecuária 4 27.850,00 Total 91 895.171,47 Agrícola 127 837.521,48 Pecuária 14 48.499,00 Total 141 886.020,48 Agrícola 1 51.022,49 SANTANA DO ARAGUAIA Pecuária 23 796.711,62 Total 24 847.734,11 Agrícola 52 819.521,36 IGARAPÉ-MIRI Pecuária 8 20.000,00 Total 60 839.521,36 Pecuária 21 784.699,48 Total 21 784.699,48 Pecuária 69 764.398,88 MÃE DO RIO Total 69 764.398,88 Agrícola 58 666.386,61 OURÉM Pecuária 6 81.159,30 Total 64 747.545,91 Agrícola 39 341.648,50 CACHOEIRA DO ARARI Pecuária 158 395.000,00 Total 197 736.648,50 Pecuária 23 724.876,25 SENADOR JOSÉ PORFÍRIO Total 23 724.876,25 Pecuária 27 690.583,22 Total 27 690.583,22 Agrícola 49 653.847,80 ABAETETUBA Pecuária 11 34.200,00 Total 60 688.047,80 Agrícola 52 644.913,29 BREVES Total 52 644.913,29 Agrícola 94 437.748,50 SANTA MARIA DO PARÁ Pecuária 16 203.058,55 Total 110 640.807,05 Agrícola 1 39.179,52 Pecuária 13 572.915,64 Total 14 612.095,16 Agrícola 69 407.918,04 CAPANEMA Pecuária 7 168.035,24 Total 76 575.953,28 Agrícola 102 446.913,77 MOJUÍ DOS CAMPOS Pecuária 30 85.548,00 Total 132 532.461,77 Agrícola 157 509.950,00 Pecuária 7 20.456,00 Total 164 530.406,00 Agrícola 49 122.500,00 PRAINHA Pecuária 63 405.021,61 Total 112 527.521,61 Pecuária 31 514.543,17 OURILÂNDIA DO NORTE Total 31 514.543,17

86

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Agrícola 18 449.943,88 Total 18 449.943,88 Pecuária 16 439.439,61 CANAÃ DOS CARAJÁS Total 16 439.439,61 Agrícola 16 338.956,43 SÃO MIGUEL DO GUAMÁ Pecuária 12 95.037,28 Total 28 433.993,71 Pecuária 21 430.797,00 CURIONÓPOLIS Total 21 430.797,00 Agrícola 118 401.737,92 MARACANÃ Pecuária 6 23.200,00 Total 124 424.937,92 Pecuária 37 411.569,85 Total 37 411.569,85 Pecuária 12 398.297,96 TRAIRÃO Total 12 398.297,96 Pecuária 15 377.094,00 Total 15 377.094,00 Agrícola 72 258.111,82 VIGIA Pecuária 33 104.613,20 Total 105 362.725,02 Agrícola 42 127.500,00 BRAGANÇA Pecuária 17 229.174,64 Total 59 356.674,64 Agrícola 79 231.835,00 SÃO CAETANO DE ODIVELAS Pecuária 42 120.324,00 Total 121 352.159,00 Agrícola 61 328.927,31 PORTEL Pecuária 9 22.500,00 Total 70 351.427,31 Agrícola 45 152.010,00 CHAVES Pecuária 72 194.000,00 Total 117 346.010,00 Agrícola 60 204.590,00 PEIXE-BOI Pecuária 18 135.050,86 Total 78 339.640,86 Pecuária 10 320.455,18 VITÓRIA DO XINGU Total 10 320.455,18 Agrícola 65 282.411,59 SANTO ANTÔNIO DO TAUÁ Pecuária 8 23.310,00 Total 73 305.721,59 Agrícola 16 47.479,06 SOURE Pecuária 101 256.897,13 Total 117 304.376,19 Agrícola 63 299.809,45 Pecuária 1 2.500,00 Total 64 302.309,45 Agrícola 57 175.170,00 SANTA BÁRBARA DO PARÁ Pecuária 31 109.864,08 Total 88 285.034,08

87

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Agrícola 62 245.522,10 SALVATERRA Pecuária 10 25.000,00 Total 72 270.522,10 Agrícola 29 146.515,69 AUGUSTO CORRÊA Pecuária 10 95.606,52 Total 39 242.122,21 Agrícola 58 236.148,82 Pecuária 1 2.500,00 Total 59 238.648,82 Agrícola 2 80.000,00 AVEIRO Pecuária 6 131.919,66 Total 8 211.919,66 Agrícola 3 3.340,00 TUCURUÍ Pecuária 12 203.013,51 Total 15 206.353,51 Agrícola 53 181.600,00 SANTA IZABEL DO PARÁ Pecuária 6 20.000,00 Total 59 201.600,00 Agrícola 51 187.898,49 CURUÇÁ Pecuária 3 10.400,00 Total 54 198.298,49 Agrícola 41 174.481,00 TERRA ALTA Pecuária 2 7.872,00 Total 43 182.353,00 Agrícola 43 147.119,00 SANTARÉM NOVO Pecuária 7 21.895,00 Total 50 169.014,00 Agrícola 18 139.158,00 BONITO Pecuária 9 22.999,50 Total 27 162.157,50 Pecuária 5 155.379,28 SAPUCAIA Total 5 155.379,28 Agrícola 43 148.020,00 SÃO JOÃO DA PONTA Pecuária 1 4.000,00 Total 44 152.020,00 Agrícola 4 3.280,00 CUMARU DO NORTE Pecuária 10 147.397,54 Total 14 150.677,54 Pecuária 10 139.800,01 PAU D'ARCO Total 10 139.800,01 Agrícola 50 67.500,00 JURUTI Pecuária 14 63.480,58 Total 64 130.980,58 Agrícola 26 85.713,00 PRIMAVERA Pecuária 13 36.275,00 Total 39 121.988,00 Agrícola 33 119.780,00 MAGALHÃES BARATA Total 33 119.780,00 Agrícola 18 110.076,00 ANANINDEUA Pecuária 3 9.000,00

88

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

Total 21 119.076,00 Agrícola 26 95.930,00 SALINÓPOLIS Pecuária 2 21.841,89 Total 28 117.771,89 Pecuária 8 104.737,46 BELÉM Total 8 104.737,46 Agrícola 10 49.569,31 FARO Pecuária 8 54.321,10 Total 18 103.890,41 Agrícola 19 98.796,47 Pecuária 1 4.000,00 Total 20 102.796,47 Agrícola 4 85.680,00 Total 4 85.680,00 Agrícola 5 78.213,60 BARCARENA Pecuária 1 2.500,00 Total 6 80.713,60 Agrícola 24 60.000,00 Total 24 60.000,00 Agrícola 9 40.407,30 Pecuária 1 11.730,00 Total 10 52.137,30 Agrícola 6 15.000,00 MUANÁ Pecuária 4 10.000,00 Total 10 25.000,00 Agrícola 5 19.000,00 SÃO JOÃO DE PIRABAS Pecuária 1 4.000,00 Total 6 23.000,00 Agrícola 1 2.500,00 BENEVIDES Total 1 2.500,00 Agrícola 1 2.500,00 Total 1 2.500,00 Fonte: MDRC/BACEN, 2017. Elaboração: FAPESPA, 2017.

89

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

REFERÊNCIAS

BRASIL. Banco Central do Brasil (BACEN). Sistema Financeiro Nacional: Crédito Rural. Sistema de operação de crédito rural (SICOR). Disponível em:

EMOBILE. A produção da fábrica da Floraplac em Paragominas, no Pará, série triplicada até 2014. In: Emobile 2012. Disponível em http://www.emobile.com.br/revistas/ Acesso em: 18/04/2017.

______, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar. Disponível em . Acesso em: 01/07/2015.

______, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Indicadores. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/conceitos.shtm. Acesso em 28/09 2017.

______, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sistema de Recuperação Automática (SIDRA). Disponível em: . Acesso em: 28/09/2017.

______, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sistema de Recuperação Automática (SIDRA). Pesquisa Agrícola Municipal2013. Disponível em: www.sidra.ibge.gov.br/. 04/10/2017.

______, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sistema de Recuperação Automática (SIDRA). Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD). Disponível em: . 17/10/2017.

______, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sistema de Recuperação Automática (SIDRA). Pesquisa Pecuária Municipal, 2013. Disponível em: . Acesso em: 28/09/2017..

______, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Sistemas de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal(SIGSIF). Disponível em: . Acesso em: 27/10/17.

______, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Web (Aliceweb). Disponível em . Acesso em: 10/10/ 2017

______, Ministério do Trabalho, Emprego e Renda (MTE). Programa de Disseminação de Estatística do Trabalho (PDET). Relação Anual de Informações Sociais 2013 (RAIS). Disponível em. 03/10/2017.

CRUVINE, P. E. MARTIN NETO, L. Subsídios para o Desenvolvimento do Agronegócio Brasileiro:o programa automação agropecuária, visão e estratégias. Embrapa Comunicado Técnico.

90

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO PARÁ 2017

n 32, São Carlos: Setembro, 1999, pp. 1-4. Disponível em . Acesso em 29 abr. 2015

PARÁ, Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ). Revista Adepará em Ação. Ano 2, n. 10, Belém, out. de 2017.

______, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca do Pará (SEDAP). Dados agropecuários. Disponível em: . Acesso em: 03/10/2017.

91