sessão cineclube Grupo EstaçãoeContracampo. Eduardo P M P M r r e e o o d d g g i i r r a a a a ç ç m m FILMOGRAFIA ã ã o o a a V (1940- ) ç ç

alente eRuyGardnier d d ã ã www.estacaovirtual.com 1991 Vida eNada Mais(Ea Vida Continua...) 1975 2003 ( 2001 ABCÁfrica 1997 OGosto daCereja ( 2004 1999 O Vento nosLevará ( 1990 Close-up( 1989 LiçãodeCasa( aCasadeMeu1987 OndeFica Amigo? 1984 1983 1982 1981 1980 1979 1978 1976 AsCores ( 1974 Viajante ( 1973 1972 1970 1994 Através dasOliveiras ( 1977 ORelatório ( 2002 Dez ( 1995 L o o o o

D D e e

e e P P realização b b r r 10 on Five Avaliha Hamshahri Hamsarayan Be TartibBedoun-e Tartibya Behdasht-e Dandan Ghazieh-e Ghazieh-e Shekl-e Aval, Rah Hal-e Yek Man hamMitoumam Tadjrebeh Zang-e Tafrih Nan va Koutcheh Bord Um Terno para oCasamento ( Zeyton ( Estefadeh Konim? A mo'Allem Bozorgdasht-e "Repérages") lasuite À proposdeNice, ( Dandan Dard Shekl-e Dou Wom B Dow RahehalBaraye yek Massaleh o o a a Z Khane-ye DoustKodjast? umièr araye Arossi z Oghat-eFaraghat-e Khod Chegouneh t t d d endegi v e e u u : : ç ç

) Ten ã ã T o o e Cia( ) en : : )

Mossafer Rangha Nema-ye Nazdik a Dig ABC Africa Gozaresh ) . Mashgh-e Shab L ar Hich umière etC ) ) Ta'm eGuilass Bad maraKhahad Zire Darakhatan ) ) ) ) (episódio ) ompagnie Lebassi ) ) 23/jun 24 HORAS DESONHO 24HORAS 23/jun próxima sessão ) transformada. Em d a as palavras,àsv acontece algumacoisa.Nãosepodecontrolar breu total.Eulançooanzol efelizmente fabricado. Écomosefôssemospescar, num que acontece." que esperávamos, masnãoháoquefazer, éo desejos, nossasvontades, eàsvezes nãoéo personagens nasceramdoqueacontecia.Em de ChiancaGarcia contece relacionadoàrealidade,mastrata-se CITAÇÕES e umarealidadecompleamente "É justamenteo forma oudeoutra." do cinema,elesdevem utilizá-losdeuma que estãosobaslimitaçõesdosinstrumentos tantos instrumentos.Agora sãooscineastas contas. Issoacabou.Ocinemanãoprecisade dinheiro, temoslimitações,precisamosprestar capitalistas, comaquelesquedisponibilizamo cinema. Quandotrabalhamoscomos distanciemos datecnologiaeindústriado " relações instaladasnofilme." pessoa umaauma,eorganizamostodasas Dez q d " A câmeradigitalpermitequenos Quando fizofilme,achava queeradiferente e tudoqueeutinhafeito antes.Depois,achei ue pareciamuitocom , nóspreparamostudo,escolhemoscada e z es elasultrapassamnossos happening www.contracampo.com.br Close Up colaboração C lose Up Abbas Kiarostami , todosos da coisa,nãoé . Tudo de AbbasKiarostami DEZ 16 deJunho2004-AnoII–Ediçãonº55 SINOPSE criando um sensível retrato dafeminialidade noIrã. prostitura, uma jovem apaixonada, umasenhora, seu filho,ela dá caronaaváriasmulheres, uma por nãoagirdentro docódigo moraldo Irã.Alémde casamento, que,noentanto,não cansadeculpá-la outro homem,elatemum filhodoprimeiro uma jovem mulher. Divorciada erecém-casadacom se passamemdiasdiferentes, massemprenocarro de momento par mulheres eosdesafioscomque elassedeparamnum Ten: sequênicasnavidaemocionaldeseis dez ticular de suas vidas. Dez episódiosque ticular desuasvidas.Dez apresenta cineclube sessão

FICHA TÉCNICA Elenco: Produção: Trilha Sonora Original: Montagem: Dir Ten –França/Irã/EUA, 2002,cor, 92' Bahman Kiarostami Katay Arabshahi, AmeneMoradi,MandanaSharbaf (Amin), KamranAdl,Ro eção, Roteiro eFotografia: oun T Mania Akbari(motorista),AminMaher aleidzadeh. Marin KarmitzeAbbas Kiarostami Vahid Ghazi,Abbas Kiarostamie ya Arabashi,Roya Howard Blake Ab bas Kiarostami , 10. Quando do lançamento de Dez, alguns fãs de Abbas Kiarostami olharam jazz moderno se tornou muito mais difícil quando se conseguiu desconfiados. O que bem seria este filme? Onde estavam afinal as belas imagens, os pela primeira vez afirmar seu público. Com um circuito de jazz planos abertos que marcavam o trabalho anterior do cineasta? Elas não estão em Dez. pela primeira vez formado, os músicos se viram diante de um Como também não está a paisagem rural do Irã que nos acostumamos a ver em seus público que ansiava pela mesma meia dúzia de standards a ser filmes anteriores. Trata-se também de um filme urbano, com foco e ponto de vista repetidos à exaustão. O universo do cinema de autor, desde que centrado na classe média iraniana. Uma ruptura na obra do cineasta? Ao contrario. venceu a batalha e se estabeleceu (e por conseqüência foi Dez é um avanço natural, um passo dentro de um caminho que o cineasta vem absorvido pelo mercado), vive um impasse similar. Dez é um dos traçando em seus filmes. primeiros filmes sobre este impasse feito de dentro. 9. Abbas Kiarostami é um cineasta que mantém o meio em constante fluxo. A cada 4. Como já mencionado antes tudo aquilo que num primeiro filme há a necessidade de chegar à imagem/abordagem mais justa. Daí seus filmes momento associamos a Abbas Kiarostami desaparece em Dez. O desconcertarem num primeiro momento. Neste sentido, sua mudança para o digital que o cineasta faz aqui, de certa forma, é explicitar como a maior parece nos colocar diante de um problema de percepção. Se ABC África ainda podia parte daquilo que temos como cinema de autor não passa de uma ser justificado como filme humanista, isso parece mais difícil de ser feito aqui já que, superfície atraente. “Kiarostami” desaparece, mas o filme não apesar do tema politicamente correto, Dez parece por demais incompleto quando deixa de ser a essência destilada de Kiarostami. Orson Welles visto como editorial sobre a situação da mulher no Irã. fizera algo similar no seu Verdades e Mentiras, que não surpreendentemente foi acusado já naquela época de não ser um 8. Numa simplificação grosseira, pode-se dizer que o que atraiu Kiarostami no digital filme de Orson Welles devido a falta de imagens de Orson Welles. é que ele torna o processo de filmagem mais simples. O formato permite que se Mas o que diabo seria uma imagem de Orson Welles? Porque nós elimine todo o aparato cinematográfico costumeiro. Kiarostami, assim, pode cinéfilos sempre acreditamos ter o poder de saber o que é melhor permanecer mais próximo do que ele transformará em imagem. Pode parecer bobo para os nossos autores favoritos? É preciso, Kiarostami nos de tão simples – e recentemente em Cannes houve cínicos que ridicularizaram seu demonstra, implodir o autor, para lhe devolver a importância. documentário sobre a realização do filme, , por defender idéias tão óbvias –, mas isto está longe de parecer simples para um cineasta como Kiarostami. Seus 3. Dez certamente tem “imagens de Kiarostami”. Ao menos se por filmes são assombrados por todas as questões éticas/morais que este ato, a princípio esta expressão temos imagens que se preocupam com o que elas muito simples, que é transformar algo numa imagem, levanta. Basta lembrar da representam. O que é esta imagem?, Kiarostami parece sempre equipe de a esperar que uma senhora de 100 anos morra para então poder registrá- perguntar. Já se definiu mise-en-scène como todos os recursos la. O cinema capta a morte em progresso, escreveu certa vez Jean Cocteau. É algo que um diretor tem para expressar sua relação para com seu muito sério. objeto. Com Dez, o cineasta se coloca numa posição em que estes

? recursos se tornam limitados. A função de diretor parece se tornar 7. Captar uma imagem, portanto, é algo que termina por revelar um certo poder. muito mais a do promotor de uma situação (que posteriormente Relações de poder estão no cerne de qualquer filme, por mais que para muitos

M vai poder organizar na sala de montagem). Só que, ao mesmo diretores isso seja uma questão que nunca se manifesta. Em Kiarostami ela está em tempo, poucos filmes parecem mais preocupados com esta E cada fotograma, em cada opção sua como diretor. Ter resolvido filmar alguém num relação. No carro de Dez não estão em jogo somente as relações determinado espaço já revela o poder que ele e sua câmera possuem sobre esta G daquelas personagens, mas também as do diretor com a sua pessoa e/ou espaço. Se nos filmes de Makhmalbaf (para ficarmos no outro grande câmera, com seus atores e com as imagens que eles produzem A veterano do cinema iraniano) esta posição de poder patriarcal do diretor nunca chega juntos. Filme-impasse, mas também um filme-processo a constituir um problema, para Kiarostami ela será sempre uma questão, extremamente preocupado consigo próprio. Mas Kiarostami sabe M independente da figura do diretor ser mais (Através das Oliveiras) ou menos (O que se um cineasta não pode também correr o risco de se fechar I Vento nos Levará) benigna. Abbas Kiarostami descreveu Dez como um filme sem

em si mesmo. O filme anda nesta corda bamba, mas nunca cai. diretor. Paradoxalmente, quanto mais sem diretor Dez se revela, mais ele se afirma

A como um filme de Kiarostami. 2. Hoje, com a crítica se apaixonando novamente por uma idéia romanceada de documentário, Dez é essencial. Como Close-Up, T 6. É justamente por colocar suas preocupações com o poder da figura do diretor que Kiarostami acaba com a linha tênue documental/ficção. Todo filme Abbas Kiarostami termina por abrir espaço para que o seu lado político aflore. Há S é afinal representação: os atores não-profissionais interpretam diversas formas de poder se relacionando aqui. Não é à toa que a motorista (Mena

E versões de si mesmos (à exceção da prostituta, já que o cineasta Akabari) se veja às vezes por cima, às vezes por baixo nas relações que trava com seus

o não conseguiu convencer nenhuma a atuar no filme), as conversas

d passageiros. Muito mais que a escolha do tema, Dez se mostra político pelo que tem foram desenvolvidas depois de longas discussões da equipe. O É a de confrontador. Cada uma das seqüências do filme é aberta com o soar de um gongo t

ressentimento do garoto Amin é verdadeiro: importa se estamos r de boxe. Filme de impasse, sem espaço para reconciliações, o filme não dará trégua

u diante de um filme de ficção? De novo, o Welles de Verdades e E

F ao espectador. Não surpreende que seja um campeão de expulsões da salas de Mentiras é uma boa referencia (mas também O Filme de Nick, de

e cinema. U Wenders e Ray). p i l

i 5. Abbas Kiarostami, como se sabe, não é cinéfilo; mas, como todo grande cineasta, Q

F 1. Mais importante: Dez é um filme que pensa a imagem, sem

pensa o cinema. Dez também é político pelo que diz sobre o “cinema de arte” hoje.

r deixar de pensar o mundo. O que é cada vez mais raro e por isso

o Eric Hobsbawn no seu “A História Social do Jazz” comenta como a vida do músico de mesmo essencial. O p