Comunicado194 ISSN 1808-6802 Dezembro, 2016 Técnico Bento Gonçalves, RS

Bioecologia e caracterização de danos de bilobata Foto: Marcos Botton. (Say, 1832) (: ) em morangueiro

Marcos Botton1 Taciana Melissa de Azevedo Kuhn2 Maria Aparecida Cassilha Zawadneak3 Alci Enimar Loeck4

Introdução associados a diversos fatores, incluindo falhas na polinização (ANTUNES et al., 2007; MALAGODI- Durante os estádios fenológicos do morangueiro BRAGA, 2002) e deficiência nutricional (RODAS, há a ocorrência de diferentes espécies de 2008). Os insetos são também relacionados a esse insetos, moluscos, nematoides e ácaros fitófagos problema, muitas vezes de forma errônea, como (BOTTON; NAVA, 2010; GUIMARÃES et al., 2010; é o caso da atribuição dada a tripes Frankliniella ZAWADNEAK et al., 2014b; BERNARDI et al., occidentalis (Thysanoptera: Thripidae) (NONDILLO et 2015). Sob condições favoráveis, ocorre o aumento al., 2010). da população das pragas, exigindo que táticas de controle sejam utilizadas para minimizar as injúrias Em inventário de insetos-praga conduzidos em causadas. Dependendo da estratégia de controle morangueiro em Caxias do Sul- RS e São José dos adotada, tal prática pode resultar na presença de Pinhais-PR na safra 2008/2009, foi constatada a resíduos não autorizados no momento da colheita, presença do percevejo (Say, dificultando a consolidação da fruta como um 1832) (Hemiptera: Rhyparochromidae) (KUHN alimento seguro para os consumidores (BOTTON et et al., 2012) (Figura 1a). Os insetos foram al., 2010). observados alimentando-se de frutos verdes e maduros (Figuras 1 b e c), abrigando-se nas folhas Deformações nos frutos são frequentemente velhas e secas do estrato basal em plantas das relatadas durante o cultivo do morangueiro. No cultivares Albion, Aromas, Camarosa, Camino Real, entanto, existem várias lacunas em relação a esse Monterey, Palomar, Portola, San Andreas e Ventana tema, visto que essas deformações podem estar (KUHN et al., 2012; BENATTO et al., 2012b).

1 Eng. Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, RS. E-mail: [email protected] 2 Eng. Agr., Doutoranda em Entomologia, Esalq/USP. E-mail: [email protected] 3 Eng. Agr., Dra. Professora Associada II, UFPR-PR. E-mail: [email protected] 4Eng. Agr. Dr., Professor Titular, UFPel-RS. E-mail: [email protected] 2 Bioecologia e caracterização de danos de Neopamera bilobata (Say, 1832) (Hemiptera: Rhyparochromidae) em morangueiro . A Kátia Braga Foto: . B Maria Aparecida Cassilha Zawadneak Foto: . C Maria Aparecida Cassilha Zawadneak Foto:

Figura 1 – Adultos e ninfas de Neopamera bilobata em (A) flor de morangueiro, (B) frutos Fig. 1.verdes Adultos e ninfas(C) frutosde Neopamera maduros. bilobata emFotografia (A) flor de demorangueiro, Kátia (B)Br agafrutos (A)verdes e eMaria (C) frutos Aparecida maduros. Cassilha Zawadneak (B e C).

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O percevejo N. bilobata já foi relatado no início do Descrição século XX causando injúrias em morangueiro na Flórida (EUA), sendo atribuída a alimentação do A espécie N. bilobata é originária da América do inseto à paralização do crescimento, enrijecimento, Norte (ITIS, 2012) com registros na América Central secamento e coloração marrom dos pseudofrutos e do Sul (MELO et al., 2004; DELLAPÉ, 2005). Os em estágios iniciais (BROOKS et al. 1929). adultos de N. bilobata medem pouco mais de Posteriormente, poucos trabalhos foram realizados 0,5 cm de comprimento e possuem antenas com com o percevejo, resultando na necessidade de quatro segmentos, sendo que os três primeiros se ampliar as informações sobre os reais prejuízos possuem cor marrom-amarelada e o quarto é causados pela espécie na cultura. completamente marrom.

Este comunicado técnico tem como objetivo A espécie apresenta fêmures das pernas anteriores apresentar informações sobre a bioecologia e os engrossados (Figuras 2A e 2B), com duas fileiras danos causados pelo percevejo do morango de espinhos do lado interno. N.bilobata apresenta N. bilobata. dimorfismo sexual, sendo que o femur dos machos mais robustos e com espinhos maiores (Figuras 2C e 2D) (DELLAPÉ, 2005). Foto: Vitor C. Pacheco. Foto: Taciana M. A. Kuhn.

C C D D C C D D Foto: Taciana M. A. Kuhn. Foto: Taciana M. A. Kuhn.

12,5 X 12,5 X 12,5 X 12,5 X 12,5 X 12,5 X 12,5 X 12,5 X

FiguraFig. 2. Neopamera2 Figura– Neopamera bilobata 2 – adulto: Neopamera bilobata detalhe do fêmuradulto:bilobata (A, B); detalhe machoadulto: (C) fêmur e detalhefêmea (D).macho fêmur (A, macho C) e (A,fêmea C) e(B, fêmea D). (B, D). Figura Figura2 – Neopamera 2 – Neopamera bilobata bilobata adulto: adulto:detalhe detalhefêmur machofêmur macho(A, C) (A,e fêmea C) e (B,fêmea D). (B, D). FotografiaFotografia de Vitor C. de Pacheco Vitor C. (A)Pacheco e Taciana (A) e M. Taciana A. Kuhn M. (B, A. CKuhn e D). (B, C e D). FotografiaFotografia de Vitor de C. VitorPacheco C. Pacheco (A) e Taciana (A) e Taciana M. A. Kuhn M. A. (B, Kuhn C e (B,D). C e D).

Os ovos sãoOs ovosdepositados são depositados no colo da no planta, colo da sobre planta, as sépalassobre as ou sépalas no pseudofruto ou no pseudofruto Os ovosOs são ovos depositados são depositados no colo noda coloplanta, da planta,sobre as sobre sépalas as sépalas ou no pseudofruto ou no pseudofruto (Figura 3)(Figura. Os ovos 3). possuemOs ovos possuemformato alongado, formato alongado, com menos com de menos 1 mm dede 1comprimento, mm de comprimento, (Figura (Figura3). Os ovos3). Os possuem ovos possuem formato formato alongado, alongado, com menos com menosde 1 mm de de1 mmcomprimento, de comprimento, apresentandoapresentando cor amarelo-pálida cor amarelo-pálida tornando-se tornando-se vermelhos vermelh com oos desenvolvimento com o desenvolvimento do do apresentandoapresentando cor amarelo-pálida cor amarelo-pálida tornando-se tornando-se vermelh vermelhos comos o comdesenvolvimento o desenvolvimento do do embrião. Oembrião. período O de período ovo dura de ovoem tornodura emde 10torno dias de (23±1ºC, 10 dias 70±10%)(23±1ºC, 70±10%)(KUHN et (KUHN al., et al., embrião.embrião. O período O período de ovo dedura ovo em dura torno em de torno 10 diasde 10 (23±1ºC, dias (23±1ºC, 70±10%) 70±10%) (KUHN (KUHNet al., et al., 2014). 2014). 2014). 2014).

5 5 5 5

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Os ovos são depositados no colo da planta, coroa, amarelo-pálida tornando-se vermelhos com o sobre as sépalas ou no pseudofruto (Figura 3). desenvolvimento do embrião. O período de ovo dura Os ovos possuem formato alongado, com menos em torno de 10 dias (23±1ºC, 70±10%) (KUHN et de 1 mm de comprimento, apresentando cor al., 2014).

A B

A B Fotos: Taciana M. A. Kuhn. Fotos: Maria A. C. Zawadneak.

Fig. 3. OvoFigura de Neopamera 3 – Ovo bilobata de Neopamera depositado em (A) bilobata sépalas e depositadono (B) pseudofruto em de (A)morangueiro. sépalas e no (B) pseudofruto de morangueiro. Fotografia de Maria A. C. Zawadneak (A) e Taciana M. A. Kuhn (B). Figura 3 – Ovo de Neopamera bilobata depositado em (A) sépalas e no (B) pseudofruto de morangueiro. Fotografia de Maria A. C. Zawadneak (A) e Taciana M. A. Kuhn (B). A fase de ninfa passa por cinco instares (Figura 4 muito ágeis, assim como os adultos, movimentando- – A, B, C, D e E)A (PEREDO;fase de ninfaGAMEZ-VIRUES, passa por 2005; cinco instaresse bastante (Figura entre 4 – as A, plantas. B, C, D e E) (PEREDO; KUHNGAMEZ-VIRUES, et al., 2014), sendoA fase 2005;os de insetos ninfa KUHN passaneste et períodopor al., cinco 2014), instares sendo (Figura os in 4setos – A, B,neste C, D períodoe E) (PEREDO; muito ágeis, assim comoGAMEZ-VIRUES, os adultos, 2005; movimentando-se KUHN et al., 2014), bastante sendo osent inresetos as plantas.neste período muito ágeis, assim como os adultos, movimentando-se bastante entre as plantas. A B C A B C Fotos: Taciana M. A. Kuhn.

D E D E

Fig. 4. Ninfas de NeopameraFigura 4 – bilobata Ninfas do de primeiro Neopamera (A), segundo bilobata (B), terceiro do primeiro (C), quarto (A), (D) segundo e quinto (B),instares terceiro (E). (C), quarto (D) e quinto instares (E). Figura 4 – Ninfas de Neopamera bilobata do primeiro (A), segundo (B), terceiro (C), quarto Bioecologia (D) e quinto instares (E).

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Bioecologia

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Bioecologia verdes levaram em torno de 36 dias para atingir a fase adulta, com viabilidade de 51%, e os que se Em relação a plantas hospedeiras, N. bilobata já alimentaram com frutos maduros tiveram um tempo foi registrada associada com diversas espécies, de desenvolvimento médio de 32 dias, com uma dentre as quais algodão (SZUMKOWSKI; YÉPEZ, viabilidade de 27%, demonstrando que os frutos 1963) e frutíferas como Annona spp. e figo (PEÑA; verdes são os mais adequados ao desenvolvimento BENNETT, 1995; PEREDO; GAMEZ-VIRUES, 2005), da espécie (KUHN et al., 2014). As fêmeas assim como florestais das espéciesPinus palustres apresentaram uma longevidade entre 40 e 50 (WHEELER JR.; STOOPS, 2010), Melaleuca dias, enquanto que para os machos essa média foi quinquenervia (COSTELLO et al., 2003) e plantas maior, de 86 e 71 dias, para fruto maduro e verde daninhas como Chenopodium ambrosioides, respectivamente. O número total de ovos colocados Croton sp., Oenothera sp., Richardia sp., Solidago por fêmea foi em torno de 320, com média diária de sp. (ALTIERI; WHITCOMB, 1979), Euphorbia 8 ovos (KUHN et al., 2014). spp. (BROOKS et al., 1929; WATSON, 1931; WATSON; TISSOT, 1942; WHEELER JR., 1981; Número de gerações anuais PEREDO; GAMEZ-VIRUES, 2005) e Panicum repens (CUDA et al., 2007). No Brasil, até o registro da Considerando que a cultura do morangueiro no ocorrência da espécie no cultivo do morangueiro Brasil está difundida em diferentes regiões do país (KUHN et al., 2012), a presença de N. bilobata (ZAWADNEAK; SCHUBER; MOGOR, 2014) e que já havia sido relatada em fumo (COSTA LIMA, cada uma delas apresenta diferentes condições 1940), arroz (FERREIRA et al., 2001), tomateiro, edafoclimáticas, o conhecimento da constante couve-flor e brócolis (SOUZA et al., 2008), porém térmica de uma espécie é fundamental para definir sem informações relacionadas aos possíveis danos o seu potencial de estabelecimento em determinada causados pela espécie. região (TRUDGILL et al., 2005).

Em morangueiro, foi observado que, ao fornecer Ao estimar a temperatura base, constante térmica como alimento frutos verdes, maduros, folíolos e número de gerações anuais de N. bilobata para diferentes regiões produtoras de morango, e floresna duraçãode morangueiro, do ciclo indivíduos com reduzidaalimentados viabilidade (11%), indicando que em temperaturas apenas com folíolos e flores não completaram o ciclo foi possível observar que a 16°C não há biológico,como morrendo esta ou já nomaiores primeiro o instar desenvolvimento (KUHN et podedesenvolvimento ser prejudicado do inseto, (KUHN, sendo que2014). a faixa Com ótima al., 2014).essas Já observações os insetos alimentados foi possível com obter frutos a temperaturade desenvolvimento base de 15,19 da espécie °C (Tb) situou-se e a constante entre térmica (K) de 418,41 para N. bilobata.

100 50 90 45 80 40 70 35 60 30 50 25 40 20

30 15 Viabilidade (%) 20 10

Duração ovo-adulto (dias) ovo-adulto Duração 10 5 0 0 16 19 22 25 28 31 Temperatura (°C)

Duração ovo-adulto Viabilidade

Fig. 5.Figura Duração 5do –período Duração ovo-adulto do (dias)período e viabilidade ovo-adulto total (%) das(dias) fases e imaturas viabilidade de desenvolvimento total (%) de das Neopamera fases bilobata imaturas criada em seis temperaturas (16, 19, 22, 25, 28 e 30°C ±1°C) (UR 70 ± 10%; fotofase 12 horas) alimentada com frutos verdes de morangueiro.de desenvolvimento de Neopamera bilobata criada em seis temperaturas (16, 19, 22, 25, 28 e 30°C ±1°C) (UR 70 ± 10%; fotofase 12 horas) alimentada com frutos verdes de morangueiro.

Através dos dados de temperatura base e exigências térmicas, foi observado que em regiões de produção mais quentes, como, por exemplo, Bom Princípio (RS), o inseto pode completar 4 gerações ao ano, enquanto que em Caxias do Sul (RS) ocorrem 2 gerações anuais (KUHN, 2014).

Danos causados por N. bilobata em morangueiro Os danos causados por N. bilobata em morangueiro foram avaliados utilizando infestação artificial em ‘Aromas’ (KUHN, 2014). No trabalho, foi observado que, quando os insetos se alimentaram durante todo o período de desenvolvimento dos frutos, 95,5% deles apresentaram deformações graves, fato não registrado nos frutos sem infestação (Figura 6).

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22 a 28°C (Figura 5). Na temperatura de 30°C (RS), o inseto pode completar 4 gerações ao ano, ocorreu aumento na duração do ciclo com reduzida enquanto que em Caxias do Sul (RS) ocorrem 2 viabilidade (11%), indicando que em temperaturas gerações anuais (KUHN, 2014). como esta ou maiores o desenvolvimento pode ser prejudicado (KUHN, 2014). Com essas observações Danos causados por N. bilobata em foi possível obter a temperatura base de 15,19 °C morangueiro (Tb) e a constante térmica (K) de 418,41 para N. bilobata. Os danos causados por N. bilobata em morangueiro foram avaliados utilizando infestação artificial em Através dos dados de temperatura base e exigências ‘Aromas’ (KUHN, 2014). No trabalho, foi observado térmicas, foi observado que em regiões de produção que, quando os insetos se alimentaram durante todo mais quentes, como, por exemplo, Bom Princípio o período de desenvolvimento dos frutos, 95,5% deles apresentaram deformações graves, fato não registrado nos frutos sem infestação (Figura 6).

Com Neopamera bilobata Sem Neopamera bilobata Fotos: Taciana M. A. Kuhn.

Fig. 6. Fruto de morangueiroFigura 6 da - Frutocultivar de ‘Aromas’ morangueiro infestado da cultivar com Neopamera ‘Aromas’ infestados bilobata (à com esquerda) Neopamera e testemunhabilobata sem infestação (à direita). (à esquerda) e testemunha sem infestação (à direita).

O sintoma característicoO observadosintoma característico foi o reduzido observado foi o reduzidoverdes, c rescimentoos quais tambémdo receptáculo apresentavam na aparência crescimento do receptáculoregião apical dona fruto região (KUHN, apical 2014) do (Figura fruto 7). Dosde frutos secamento com a presença e escurecimento de N. bilobata (Figura 8), mesmo (KUHN, 2014) (Figuraque apresentaram 7). Dos frutos dano comconsiderado a presença grave, 47,6%passado mantiveram o tempo a aparência necessário de frutos para a sua maturação. de N. bilobata queverdes, apresentaram os quais também dano apresentavam considerado aparência Emde s ecamentoconsequência e escurecimento da presença (Figura do inseto, houve uma grave, 47,6% mantiveram8), mesmo passadoa aparência o tempo de frutosnecessário para a drásticasua matur (83%)ação. Em redução consequência no peso da dos pseudofrutos, presença do inseto, houve uma drástica (83%) redução no peso dos pseudofrutos. Fotos: Taciana M. A. Kuhn.

Fig. 7. Sintoma de secamento e paralização de desenvolvimento observado em frutos de morangueiro ‘Aromas’ confinados comNeopame - Figura 7 - Sintomas observados em frutos da cultivar ‘Aromas’ submetidos à alimentação ra bilobata durante seu desenvolvimento. do percevejo Neopamera bilobata durante todo o período de desenvolvimento do9 fruto.

Figura 8 - Sintoma de secamento e paralização de desenvolvimento observado em frutos de morangueiro ‘Aromas’ confinados com Neopamera bilobata durante seu desenvolvimento.

Em relação aos danos causados por N. bilobata, informações complementares devem ser obtidas visando estabelecer níveis de controle da espécie nas regiões onde o percevejo encontra-se presente associado à cultura do morangueiro.

Monitoramento e controle Embora ainda não tenham sido realizados trabalhos visando o estudo da melhor forma de monitoramento do inseto, até o momento sabe-se que a espécie pode ser

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Figura 7 - Sintomas observados em frutos da cultivar ‘Aromas’ submetidos à alimentação doBioecologia percevejo e caracterização Neopamera de danosbilobata de Neopamera durante bilobata (Say,todo 1832) o período (Hemiptera: de Rhyparochromidae) desenvolvimento em morangueiro do fruto.7

Fotos: Taciana M. A. Kuhn.

FiguraFig. 8.8 Sintoma - Sintoma de secamento de secamento e paralização de edesenvolvimento paralização observado de de em senvolvimento frutos de morangueiro ‘Aromas’observado confinados em com frutos de Neopameramorangueiro bilobata durante ‘Aromas’ seu desenvolvimento. confinados com Neopamera bilobata durante seu desenvolvimento.

Em relação aos danos causados por N. bilobata, Agradecimentos informações Em relação complementares aos danos devem sercausados obtidas por N. bilobata, informações complementares devemvisando ser estabelecer obtidas níveisvisando de controle estabelecer da espécie níveis deÀ CAPES, controle pelo apoioda espécie ao desenvolvimento nas regiões do onde o nas regiões onde o percevejo encontra-se presente trabalho. À Taxonline, Rede Paranaense de percevejoassociado encontra-se à cultura do morangueiro. presente associado à culturaColeções do Biológicas, morangueiro. pelas fotos em microscópio estereoscópico. Monitoramento e controle Referências bibliográficas Embora ainda não tenham sido realizados trabalhos Monitoramentovisando o estudo eda controle melhor forma de monitoramento ALTIERI, M. A.; WHITCOMB, W. H. Predaceous do inseto, até o momento sabe-se que a espécie associated with Mexican Tea in North pode serEmbora coletada ainda com armadilhas não tenham cromotrópicas sido realizadosFlorida. trabalhos Florida Entomologist visando, Lutz, o estudo v. 62, n. da 3, p.melhor amarelas do tipo Möericke e através de batida 175-182, 1979. formade plantade monitoramento em bandeja branca (BENATTOdo inseto, et al., até o momento sabe-se que a espécie pode ser 2012 a, b). ANTUNES, O. T.; CALVETE, E. O.; ROCHA, H. C.; NIENOW, A. A.; CECCHETTI, D.; RIVA, E.; MARAN, O fungo entomopatogênico Beauveria bassiana R. E. Produção de cultivares de morangueiro 10 apresentou efeito sobre o inseto (WILSON, 1938), polinizadas pela abelha jataí em ambiente protegido. podendo auxiliar no controle do percevejo, porém Horticultura brasileira, Campinas, v. 25, n. 1, p. 94- faltam trabalhos em relação a formulações desse 99, 2007. agente de controle biológico no Brasil. O inseto também pode ser predado por percevejos do gênero ANTUNES, L. E. C.; REISSER JUNIOR, C.; VIGNOLO, Geocoris spp. (CROCKER; WHITCOMB, 1980). G. K.; GONÇALVES, M. A. Morangos do jeito que o consumidor gosta. Campo & Lavoura, Anuário HF, n. Em relação ao efeito de inseticidas, experimentos 1, p. 64-72, 2015. conduzidos em laboratório demonstraram que azadiractina apresentou reduzida mortalidade do BENATTO, A.; ZAWADNEAK, M. A. C.; ARAUJO, inseto enquanto que o thiametoxam controlou ninfas E. S.; KUHN, T. M. de A.; MÓGOR, A. F. de primeiro instar (KUHN, 2014). Essas informações Monitoramento de artrópodes e moluscos associados podem ser adotadas como base para um programa ao morangueiro e seus inimigos naturais em Pinhais, de controle, sendo fundamental que novos trabalhos PR. In: Simpósio Nacional do Morango, 6, 2012, sejam conduzidos visando implementar uma Pelotas. Anais... Pelotas: Embrapa Clima Temperado, estratégia de manejo integrado da espécie na cultura 2012 a. do morangueiro. 8 Bioecologia e caracterização de danos de Neopamera bilobata (Say, 1832) (Hemiptera: Rhyparochromidae) em morangueiro

BENATTO, A.; KUHN, T. M. de A.; ZAWADNEAK, CUDA, J. P.; DUNFORD, J. C.; LEAVENGOOD M. A. C.; ARAUJO, E. S.; VIDAL, H. Monitoramento JR., J. M. Invertebrate fauna associated with de Neopamera bilobata (Say, 1831) em morangueiro torpedograss, Panicum repens (Cyperales: Poaceae), na região Metropolitana de Curitiba-PR. In: Simpósio in lake Okeechobee, Florida, and prospects for Nacional do Morango, 6, 2012, Pelotas. Anais... biological control. Florida Entomologist, Lutz, v. 90, Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2012 b. n. 1, p. 238-248, 2007.

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Embrapa Uva e Vinho Presidente: César Luis Girardi Comunicado Comitê de Técnico, 194 Rua Livramento, 515 - Caixa Postal 130 Secretária-executiva: Sandra de Souza Sebben 95701-008 Bento Gonçalves, RS Publicações Membros: Adeliano Cargnin, Alexandre Hoffmann, Fone: (0xx) 54 3455-8000 Ana Beatriz da Costa Czermainski, Henrique Fax: (0xx) 54 3451-2792 Pessoa dos Santos, João Caetano Fioravanço, https://www.embrapa.br/uva-e-vinho/ João Henrique Ribeiro Figueredo, Jorge Tonietto, Rochelle Martins Alvorcem e Viviane Maria Zanella Bello Fialho

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