ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA RONDONÓPOLIS – MIR 405 (SE.21-X-B) – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-GL-MT-048

PLANO DA OBRA

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

Parte 1: Consolidação de Dados Secundários Parte 2: Sistematização das Informações Temática Parte 3: Integração Temática Parte 4: Consolidação das Unidades

Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral (SEPLAN) Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA RONDONÓPOLIS – MIR 405 (SE.21-X-B) – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO

MÁRIO VITAL DOS SANTOS

CUIABÁ

MAIO, 2000

CNEC - Engenharia S.A.

GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Dante Martins de Oliveira

VICE-GOVERNADOR José Rogério Salles

SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL Guilherme Frederico de Moura Müller

SUB SECRETÁRIO João José de Amorim

GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO Mário Ney de Oliveira Teixeira

COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Márcia Silva Pereira Rivera

MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Wagner de Oliveira Filippetti

ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD Arnaldo Alves Souza Neto

EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN

Coordenadora do Módulo MARIA LUCIDALVA COSTA MOREIRA (Engª Agrônoma)

Supervisor do Tema JURACI DE OZEDA ALLA FILHO (Geólogo)

Coordenação e Supervisão Cartográfica LIGIA CAMARGO MADRUGA (Engª Cartógrafa)

Supervisão do Banco de Dados GIOVANNI LEÃO ORMOND (Administrador de Banco de Dados) VICENTE DIAS FILHO (Analista de Sistema)

EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO

CNEC - Engenharia S.A.

LUIZ MÁRIO TORTORELLO (Gerente do Projeto) KALIL A. A. FARRAN (Coordenador Técnico) MÁRIO VITAL DOS SANTOS (Coordenador Técnico do Meio Físico - Biótico)

TÉCNICA

DIRCEU PAGOTTO STEIN (Geólogo) PAULO CESAR PRESSINOTTI (Geólogo)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 01

2. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 03

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS 04

3.1. GRUPO CUIABÁ 06

3.2. SUÍTE INTRUSIVA SÃO VICENTE 07

3.3. GRUPO RIO IVAÍ 07

3.4. FORMAÇÃO FURNAS 10

3.5. FORMAÇÃO PONTA GROSSA 11

3.6. FORMAÇÃO AQUIDAUANA 12

3.7. GRUPO PASSA DOIS 14

3.8. FORMAÇÃO BOTUCATU 14

3.9. FORMAÇÃO MARÍLIA 15

3.10. SUPERFÍCIE PALEOGÊNICA PENEPLANIZADA COM LATOSSOLIZAÇÃO 16

3.11. FORMAÇÃO PANTANAL 17

3.12. ALUVIÕES ATUAIS 18

4. PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS 18

5. RECURSOS MINERAIS 19

5.1. JAZIMENTOS MINERAIS 19

5.2. SITUAÇÃO LEGAL 20

6. POÇOS TUBULARES PROFUNDOS 21

7. ÁREAS CRÍTICAS E DEGRADADAS 25

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 27

9. FOTOGRAFIAS 29

10. BIBLIOGRAFIA 47

ANEXOS

ANEXO I - MAPAS

A001 “PONTOS/ESTAÇÕES GEOLÓGICAS DA FOLHA RONDONÓPOLIS - MIR 405 (SE.21-X-B) - 1:250.000 (INCLUI A LOCALIZAÇÃO DOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS SELECIONADOS)”

A002 “PRINCIPAIS ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA RONDONÓPOLIS - MIR 405 (SE.21-X-B) – 1:250.000”

A003 “POTENCIALIDADE MINERAL E SITUAÇÃO LEGAL DA FOLHA RONDONÓPOLIS – MIR 405 (SE.21-X-B) - 1:250.000”

ANEXO II - RELAÇÃO DAS FICHAS COM DESCRIÇÕES DE CAMPO

ANEXO III - RELAÇÃO DAS FICHAS COM CADASTRO DE JAZIMENTOS MINERAIS E SITUAÇÃO LEGAL

ANEXO IV - RELAÇÃO DAS FICHAS COM CADASTRO DE POÇOS TUBULARES PROFUNDOS SELECIONADOS

LISTA DE QUADROS

001 RELAÇÃO DOS DADOS FÍSICOS REFERENTES À QUANTIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SECUNDÁRIAS E PRIMÁRIAS 04

002 QUANTIFICAÇÃO DOS TÍTULOS MINERÁRIOS POR “STATUS” DA SITUAÇÃO LEGAL SEGUNDO AS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS MINERAIS 20

003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA RONDONÓPOLIS – MIR 405 (SE.21-X-B) 21

LISTA DE FIGURAS

001 COLUNA LITOESTRATIGRÁFICA DA FOLHA RONDONÓPOLIS – MIR 405 (SE.21-X-B) 05

LISTA DE FOTOGRAFIAS

001 SÃO LOURENÇO DE FÁTIMA (DP-405-21). ICNOFÓSSEIS EM INTERCALAÇÕES DE SILTITOS E ARGILITOS CONTIDOS EM SEQÜÊNCIA PREDOMINANTEMENTE ARENOSA. GRUPO RIO IVAÍ. 29

002 SERRA SÃO JERÔNIMO, CÓRREGO MUTUM (DP-405-23). SUCESSÃO DE PEQUENAS CORREDEIRAS NA DESCIDA DA SERRA SÃO JERÔNIMO PARA BAIXADA DO PANTANAL. GRUPO RIO IVAÍ. 30

003 SERRA SÃO JERÔNIMO, CÓRREGO MUTUM (DP-405-23). CONTROLE TECTÔNICO N50E VERTICALIZADO, FORMANDO DESFILADEIRO COM LARGURA DE 4 M NO LOCAL. GRUPO RIO IVAÍ. 31

004 MT-310 (DP-405-39). BANCOS DE ARENITOS MACIÇOS DISPOSTOS PLANO-PARALELAMENTE. A PORÇÃO INFERIOR POSSUI TÊNUE ESTRATIFICAÇÃO E INTERCALAÇÕES DE LENTES DELGADAS DE ARGILITO. FORMAÇÃO FURNAS. 32

005 BR-364 (DP-405-04). REGIÃO DE PEDRA PRETA. ARGILITOS CINZENTOS FINAMENTE LAMINADOS, COM INTERCALAÇÕES CENTIMÉTRICAS DE ARGILITOS SILTOSOS, ENDURECIDOS. TODO O PACOTE TEM CAIMENTO DE 7º SE. FORMAÇÃO PONTA GROSSA. 33

006 MT-310 (DP-405-44). LENTE DECIMÉTRICA DE HEMATITA INTERCALADA NOS SILTITOS. FORMAÇÃO PONTA GROSSA. 34

007 MT-310 (DP-405-44). ARGILITOS FINAMENTE LAMINADOS COM INTERCALAÇÕES ESPESSAS DE SILTITO ESTRATIFICADO E FERRUGINIZADO. FORMAÇÃO PONTA GROSSA. 35

008 MT-310 (DP-405-41). RELEVO COLINOSO DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA, A SUL DE RONDONÓPOLIS – , REGIÃO DA BAIXADA DE RONDONÓPOLIS. 36

009 REGIÃO DE PEDRA PRETA (DP-405-06). MORRO RESIDUAL DA FORMAÇÃO AQUIDAUANA. O NÍVEL BAIXO CORRESPONDE À FORMAÇÃO PONTA GROSSA. SITUAÇÃO TÍPICA NA BAIXADA DA SERRA PETROVINA. 37

010 REGIÃO DE JARUDORÉ (DP-405-53). RELEVO PLANO DE TERRAÇO E MORRO RESIDUAL AQUIDAUANA. NOTAR HORIZONTALIDADE DOS PACOTES. 38

011 SERRA DA SAUDADE (DP-405-01). DETALHE DE ARENITOS FINOS, SILICIFICADOS, COM ESTRATIFICAÇÃO CRUZADA DA FORMAÇÃO BOTUCATU. 39

012 SERRA PETROVINA (DP-405-03). TOPO COM LATERITA, FORMAÇÃO MARÍLIA SILICIFICADA E AQUIDAUANA NA BASE. 40

013 SERRA PETROVINA (DP-405-03). VISTA PARA SE. DO PONTO À PRIMEIRA RUPTURA DE DECLIVE É A FORMAÇÃO MARÍLIA; ABAIXO, É AQUIDAUANA. 41

014 ESTRADA RONDONÓPOLIS - POXORÉO (DP-405-58). MORRO RESIDUAL DE ARENITO AQUIDAUANA COROADO POR RESTO DE ARENITO MARÍLIA. 42

015 SERRA PETROVINA (DP-405-01, 5 KM PARA NE). PERFIL LATERÍTICO SUSTENTANDO TOPO DE ESCARPA DA SERRA PETROVINA. ESPESSURA MAIOR QUE 8 M. PASSAGEM PARA O NÍVEL CIMEIRO (SUPERFÍCIE PALEOGÊNICA PENEPLANIZADA COM LATOSSOLIZAÇÃO), SOBRE ARENITOS BOTUCATU. DIVISOR BAP/ARAGUAIA. 43

016 SERRA DA PETROVINA (DP-405-03). SOLAPAMENTO / ABATIMENTO DAS PAREDES DA VOÇOROCA PROVOCADO POR ESCOAMENTO PLUVIAL E “PIPING” (NOTAR CAVERNAS ABERTAS POR “PIPING” SOB PNEUS). OS PNEUS SÃO INDEVIDAMENTE COLOCADOS NOS ENTORNOS DA CICATRIZ PARA BARRAR O ESCOAMENTO PLUVIAL. PROCEDIMENTO MAL EXECUTADO, TORNA-SE LIXO NO INTERIOR DA EROSÃO. 44

017 SERRA DA PETROVINA (DP-405-03). COLAPSOS CONSECUTIVOS DA PAREDE DA VOÇOROCA. 45

018 SERRA DA PETROVINA (DP-405-03). REGIÃO DE CONTATO ENTRE AS FORMAÇÕES AQUIDAUANA E MARÍLIA. VOÇOROCA PROVOCADA POR ÁGUA SERVIDA DE ESTRADA. 46

LISTA DE MAPAS

001 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA MAPEADA 02

1

1. INTRODUÇÃO

A presente Memória Técnica refere-se aos trabalhos de geologia executados na Folha Rondonópolis – MIR 405 (SE.21-X-B), situada na porção sudeste do Estado, delimitada pelos paralelos 16°00’ e 17°00’ de latitude sul e 55°30’ e 54°00’ de longitude oeste de Gr (Mapa 001). O principal centro urbano é a cidade de Rondonópolis, localizada na porção central da folha, as margens do Rio Vermelho; outros dois centros urbanos menores ocorrem nos domínios da folha, representados pelas cidades de Pedra Preta e , ambas às margens da BR 364.

A folha é bem servida de estradas por toda sua borda oriental, sendo cruzada pela BR 364 e pelas MTs 130, 163 e 310 e outras estradas municipais. No setor sudoeste iniciam-se os terrenos baixos do pantanal, apresentando, neste setor, acesso mais restrito. A rede de drenagem flui para a bacia do Rio Paraguai, em grande porção representada pela bacia do Rio São Lourenço, sendo este o principal rio que corta a folha. Os rios que drenam o setor sudoeste da folha fazem parte da bacia do Rio , enquanto os que drenam a porção noroeste fazem parte da Bacia do Cuiabá.

63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54°00' 52°30' 51°00' 49°30' 7° 7° LEGENDA SB 21 YD N

220 SC 22 XC Código da Base Cartográfica 8° 8° SC 20 XA SC 20 XB SC 21 VA SC 21 VB 278 Código MIR

244 245 246 247 9° 9° SC 20 XC SC 20 XD SC 21 VC SC 21 VD SC 21 XC SC 21 XD SC 22 VC SC 22 VD SC 22 XC Área Mapeada Referente a Memória Técnica

270 271 272 273 274 275 276 277 278 10° 10° SC 20 ZA SC 20 ZB SC 21 YA SC 21 YB SC 21 ZA SC 21 ZB SC 22 YA SC 22 YB SC 22 ZA FONTE : CNEC,1997

295 296 297 298 299 300 301 302 303 11° 11° SC 20 ZD SC 21 YC SC 21 YD SC 21 ZC SC 21 ZD SC 22 YC SC 22 YD SC 22 ZC

316 317 318 319 320 321 322 323 12° 12° SD 20 XB SD 21 VA SD 21 VB SD 21 XA SD 21 XB SD 22 VA SD 22 VB SD 22 XA

336 337 338 339 340 341 342 343 13° 13° SD 20 XD SD 21 VC SD 21 VD SD 21 XC SD 21 XD SD 22 VC SD 22 VD SD 22 XC

353 354 355 356 357 358 359 360 14° 14° SD 20 ZB SD 21 YA SD 21 YB SD 21 ZA SD 21 ZB SD 22 YA SD 22 YB SD 22 ZA

369 370 371 372 373 374 375 376 15° 15° SD 20 ZD SD 21 YC SD 21 YD SD 21 ZC SD 21 ZD SD 22 YC SD 22 YD

385 386 387 388 389 390 391 16° 16° SE 20 XB SE 21 VA SE 21 VB SE 21 XA SE 21 XB SE 22 VA SE 22 VB

401 402 403 404 405 406 407 17° 17° SE 21 VD SE 21 XC SE 21 XD SE 22 VC

417 418 419 420 18° 18° Mapa 001 SE 22 YA TÍTULO 0 50 100 250 Km LOCALIZAÇÃO DA ÁREA MAPEADA ( Esquemático )

433 19° 19° 63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54°00' 52°30' 51°00' 49°30' MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTEGRAÇÃO NACIONAL

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 2000 Engenharia S. A. 3

2. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

A metodologia geral que norteou os trabalhos de geologia na escala de 1:250.000, apresentados em 53 Memórias Técnicas que recobrem todo Estado de Mato Grosso, encontra- se detalhadamente descrita no Relatório DSEE-GL-RT-003 - “Apresentação Geral das Memórias Técnicas-Geologia”, onde são tratadas as informações gerais do projeto tais como a documentação geológica recuperada e analisada, os critérios interpretativos utilizados na identificação de zonas homólogas, os trabalhos de campo efetuados, e os aspectos temáticos no sensu strictu, como a conceituação das unidades litoestratigráficas aflorantes no Estado, os recursos minerais existentes, potencialidade e fragilidade geológica e o cadastro dos poços tubulares profundos.

Destacamos abaixo os projetos de cunho regional que abrangem o domínio da Folha Rondonópolis e suas imediações, sendo eles:

− Geologia do Centro Leste de Mato Grosso, PETROBRÁS, Relatório DESUL 394, 1970;

− Projeto de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Araguaia-Tocantins. Brasília. PRODIAT, 1982 (escala 1:1.000.000);

− Projeto RADAMBRASIL Folha SE.21 Corumbá. MME, 1982 (escala 1:1.000.000)

− Uso da Terra e o Garimpo na Bacia do Rio São Lourenço, Mato Grosso. FEMA- MT; UFMT, 1990 (escala 1:1.000.000); e,

− Projeto Zoneamento das Potencialidades dos Recursos Naturais da Amazônia Legal. IBGE, 1990 (escala 1:2.500.000).

As imagens de satélite TM 226/71 (13/08/94), 226/72 (12/07/94), 225/71 (09/10/94) e 225/72 (09/10/94) P&B banda 4, e falsa cor bandas 3, 4 e 5; e o mosaico de radar SE.21-X-B (Projeto Radambrasil) todos na escala 1:250.000, foram utilizados na delimitação das zonas homólogas, e abrangem totalmente a área da folha estudada.

O Quadro 001 sintetiza os principais dados físicos levantados na Folha Rondonópolis, com um total de 64 afloramentos descritos, 17 pontos amostrados, 20 jazimentos minerais cadastrados, 116 poços tubulares profundos cadastrados e 78 áreas de situação legal analisadas.

Os pontos de afloramentos descritos e os recuperados de outros projetos (fichas com descrição de campo, Anexo II) e os poços tubulares profundos (fichas cadastrais, Anexo IV) encontram-se espacializados no Mapa A001 “Pontos/Estações Geológicas da Folha Rondonópolis – MIR 405”, Anexo I.

4

QUADRO 001 RELAÇÃO DOS DADOS FÍSICOS REFERENTES À QUANTIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SECUNDÁRIAS E PRIMÁRIAS. DADOS LEVANTADOS DADOS DADOS PRIMÁRIOS TOTAL SECUNDÁRIOS (SEPLAN/CNEC) INFORMAÇÕES TEMÁTICAS Afloramentos Descritos - 64 64 Amostras Coletadas - 17 17 Jazimentos Minerais 20 Poços Tubulares Profundos 116 Situação Legal (no de processos - ref. 78 Jul./95-DNPM) FONTE: CNEC, 1997

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

Na Folha Rondonópolis afloram 12 unidades litoestratigráficas (Figura 001), representadas pelo Grupo Cuiabá, Suíte Intrusiva São Vicente, Grupo Rio Ivaí, Formações Furnas, Ponta Grossa, Aquidauana, Grupo Passa Dois, Formação Botucatu e Marília, Superfície Paleogênica Peneplanizada com Latossolização, Formação Pantanal e as Aluviões Atuais.

O Grupo Cuiabá aflora em faixa alongada e estreita no rebordo ocidental da Serra de São Jerônimo, representando menos de 3% de exposição no domínio da folha; a Suíte Intrusiva São Vicente está representada por pequena extensão do granito São Vicente, no extremo noroeste da folha, e apresenta exposição inferior a 0,1%; o Grupo Rio Ivaí aflora mais continuamente no vale do Rio São Lourenço e no rebordo da Serra de São Jerônimo, a norte do Rio São Lourenço, com exposição ao redor de 2%; a Formação Furnas ocorre sustentando os grandes chapadões da Serra de São Jerônimo, ocupando grandes extensões da folha, ao redor de 15%; as Formações Ponta Grossa e Aquidauana distribuem-se por todo bordo oriental da folha, representando ao redor de 30 e 25% de exposição, respectivamente; a Formação Botucatu ocorre localizadamente no extremo sudeste da área, com representação espacial inferior a 1%; a Formação Marília ocorre a sul do rio Vermelho, associada a chapadões, apresentando cerca de 5% de exposição; a Superfície Paleogênica Peneplanizada com Latossolização ocorre capeando os grandes chapadões a sul da folha, com exposição ao redor de 5%; a Formação Pantanal ocorre em toda porção sudoeste da folha, recobrindo uma superfície ao redor de 17%, o Grupo Passa Dois aflora no extremo sudeste da folha com porcentagem inferior a 0,1%, e as Aluviões Atuais que desenvolvem-se com grande possança ao longo do Rio São Lourenço, representando ao redor de 2%.

Estas unidades encontram-se descritas a seguir e espacializadas no Mapa A002 "Principais Aspectos Geológicos da Folha Rondonópolis", Anexo I.

5

FIGURA 001 COLUNA LITOESTRATIGRÁFICA DA FOLHA RONDONÓPOLIS

EON ERA PERÍODO DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

Ha - Aluviões Atuais: areias, siltes, argilas e cascalhos

Qp - Formação Pantanal: Sedimentos arenosos, síltico-argilosos, argilo-arenosos e areno- conglomeráticos semi-consolidados e inconsolidados. Localmente impregnações ferruginosas e salinas QUATERNÁRIO

CENOZÓICO Tpspl - Superfície Paleogênica Peneplanizada com Latossolização: solos argilosos a argilo-arenosos microagregados de coloração vermelho-escuro. Podem apresentar na base crosta ferruginosa, raramente com nódulos concrecionários de caulim sotopostos as crostas ferruginosas PALEOGENO

Km - Formação Marília: arenitos de granulometria variada, paraconglomerados e arenitos argilosos, calcíferos em diferentes horizontes e, subordinadamente, níveis de siltitos e argilitos CRETÁCEO

Jb - Formação Botucatu: arenitos finos a médios, bimodais, com grãos bem arredondados e MESOZÓICO estratificações cruzadas de grande porte. Podem ocorrer na forma de intertrapes com basaltos. Desenvolvem extensos areiais JURÁSSICO

Ppd - Grupo Passa Dois: reúne as Formações Corumbataí e Irati não individualizadas. Pi - Formação Irati: alternância de folhelhos petros pirobetuminosos e fétidos, siltitos, calcários dolomíticos e cherts; Pc - Formação Corumbataí: alternância rítmica de siltitos, folhelhos, GRUPO

PERMIANO argilitos e níveis de calcários. PASSA DOIS

FANEROZÓICO CPa - Formação Aquidauana: arenitos com níveis conglomeráticos e intercalações de siltitos, argilitos e subordinadamente diamictitos PERMO- TUBARÃO SUPERGRUPO CARBONÍFERO

Dpg - Formação Ponta Grossa: arenitos finos a muito finos com intercalações de siltitos, argilitos e delgados níveis conglomeráticos DEVONIANO

PALEOZÓICO SDf - Formação Furnas: arenitos ortoquartzíticos de granulometria grosseira a localmente

GRUPO PARANÁ finos. Na base apresentam horizontes conglomeráticos monomíticos de espessuras

SILURO- métricas DEVONIANO

OSri - Grupo rio Ivai: arenitos finos em bancos espessos e maciços, ocasionalmente grosseiros e conglomeráticos em posições basais SILURIANO ORDOVÍCIO-

∈Oγv - Suíte Intrusiva São Vicente: granitos isótropos róseos de composição alcalina a subalcalina CAMBRIANO

PScb - Grupo Cuiabá: filitos diversos, metassiltitos, ardósias, metarenitos, metarcóseos, metagrauvacas, xistos, metaconglomerados, quartzitos, metavulcânicas ácidas e básicas, mármores calcíticos e dolomíticos. Presença conspícua de veios de quartzo SUPERIOR

PROTEROZÓICO FONTE: CNEC, 1997

6

3.1. GRUPO CUIABÁ

De acordo com MARINI et al. (1984), o nome Cuiabá foi primeiramente empregado por EVANS (1894) e incorporado na literatura pelos sucessivos trabalhos de ALMEIDA (1945, 1954, 1964 e 1965). É constituído por metamorfitos de baixo grau, facies xisto-verde, com predomínio de filitos, micaxistos e, subordinadamente, quartzitos e metagrauvacas, mármores calcíticos e dolomíticos, calcários e metaconglomerados. Os xistos classificam-se petrograficamente em micaxistos quartzosos ou feldspáticos, mais raramente, calcoxistos. Veios de quartzo são ubíquos nessas rochas. São observadas passagens gradacionais de mica xistos para filitos e quartzitos e, com menor freqüência, para metarcóseos e metagrauvacas. Filitos grafitosos e hematíticos ocorrem não tão amiúde.

Os calcários, via de regra, em bancos maciços, juntamente com os mármores, ocorrem sob forma lenticular dentro da seqüência xistosa, possuem pequena espessura e aspecto sacaróide. Os quartzitos possuem granulação fina, estratificação plano-paralela, raramente cruzada, com abundância de moscovita. As grauvacas relativamente freqüentes, têm grande dureza e quase nunca ostentam estratificação, as vezes intercalam-se com filitos produzindo típicos acamamentos gradacionais.

Distribui-se ao longo de um arco com concavidade para sudeste, extenso por cerca de 1.500 km, que constitui a Faixa de Dobramentos Paraguai - Araguaia, ocupando a porção interna desta faixa. Porém, em grande parte, acha-se oculto sob as coberturas fanerozóicas da Bacia Sedimentar do Paraná, dos pantanais matogrossenses e da Depressão do Araguaia. Encontra-se exposto praticamente ao longo de toda borda noroeste da Bacia Sedimentar do Paraná, desde a região de Bonito (MS) até Aragarças (GO).

Na Folha Rondonópolis, o Grupo Cuiabá ocorre ao longo da Serra de São Jerônimo, em contato com os sedimentos quaternários da planície pantaneira, no sopé da serra, e sotoposto às seqüências paleozóicas do Grupo Rio Ivaí e da Formação Furnas.

É constituído por metassedimentos com grau metamórfico incipiente. São metargilitos, metassiltitos e metarenitos com tênue foliação. A constituição dos arenitos é quartzo-feldspática. Micas ocorrem em pequena porcentagem, mesmo nos termos finos.

Metarenitos e metassiltitos ocorrem no núcleo de dobras macroscópicas, muito pouco foliados e mesmo maciços. Os metargilitos, em posição de flanco de dobra, apresentam foliação mais desenvolvida.

A orientação geral da foliação está para nordeste, com mergulhos para sudeste. É deslocada freqüentemente por falhamentos normais. A estruturação geral indica dobras recumbentes com vergência para norte. São dobras muito fechadas, de flancos paralelos e eixos direcionados para nordeste, com mergulho das camadas para sudeste.

Ocorrem solos residuais e, localizadamente, solos coluviais em encostas, com espessura variável, no geral, entre 0,5 e 1,0 m, comumente laterizados. Ravinamentos constituem processos naturais de evolução de encostas.

O padrão de imageamento que retrata o Grupo Cuiabá caracteriza-se por relevo de morros e morrotes digitados sob chapadões, com perfis convexos e entalhes pronunciados dos ramos de drenagem, até atingir a planície pantaneira, com modelados suaves. A tonalidade é cinza escuro e a textura é lisa.

7

3.2. SUÍTE INTRUSIVA SÃO VICENTE

De acordo com ALMEIDA (1954), as intrusivas de São Vicente correspondem a um conjunto de 6 corpos granitóides (1-São Vicente, Cuiabá - MT; 2-Serra Negra, Sul de Goiás; 3- Coxim, Mato Grosso do Sul; 4-Taboco, Mato Grosso do Sul; 5-Serra do Iran; e 6-Granito Serra do Impertinente – Rapakivi). Estes corpos apresentam características de corpos intrusivos pós- tectônicos, formando comumente auréolas de contato nas encaixantes. De acordo com ALMEIDA (1954), o corpo de São Vicente possui coloração rosada, com matizes variadas amarelas ou cinzas, de granulação média a grosseira, isótropo, com cristais de ortoclásio ultrapassando um centímetro de comprimento, não tendo sido observados tipos com textura porfirítica e só raramente apresentando tipos orientados Neste corpo ocorrem mineralizações sulfetadas de hematita; molibdenita ocorre em fraturas.

HASUI & ALMEIDA (1970) encontraram idade mínima de 504 ± 12 Ma (K-Ar em biotita) e ALMEIDA & MANTOVANI (1975) dataram este maciço através de uma isócrona Rb-Sr em rocha total, com idade em torno de 483 ± 8 Ma e razão inicial de 0,709 ± 0,002, o que de acordo com CORDANI & TASSINARI (1979) possui excelente confiabilidade em razão da boa distribuição dos pontos no diagrama, elevadas razões rubídio total e estrôncio total e sua magnífica colinearidade, permitindo considerá-la como provável época de colocação desse plutonito.

No contexto da folha, os granitóides do maciço São Vicente manifestam-se em seu extremo noroeste, apresentando litotipos como adamelitos, leucogranodioritos, monzogranitos e alcali-sienitos, conforme constatado nos afloramentos investigados nas folhas contíguas de Cuiabá - MIR 388 e - MIR 389.

3.3. GRUPO RIO IVAÍ

Conforme ASSINE (1996), o Grupo Rio Ivaí compreende, da base para o topo, as formações Alto Garças, Iapó e Vila Maria. Das três, apenas a última foi até o momento datada, tendo sido deposicionada no Llandoveriano Inferior, verificada com base em tetradas de esporos de plantas terrestres e no fitoplâncton (GLAY et al., 1985 apud ASSINE, 1996).

A Formação Furnas foi durante muitos anos considerada a unidade litoestratigráfica basal da Bacia do Paraná em sua porção brasileira, embora sedimentos subjacentes já tivessem sido constatados por MAACK (1947), que descobriu diamictitos sob os arenitos conglomeráticos daquela unidade em afloramentos no Estado do Paraná. Para tais sedimentos, propôs a denominação de Formação Iapó, sugerindo idade siluriana por correlação com unidades presentes no Grupo Table Mountain da África do Sul. Estes fatos, porém, não tiveram muita repercussão na comunidade geológica brasileira até que fosse comunicada a descoberta de sedimentos da Formação Vila Maria (FARIA & REIS NETO, 1978), na borda norte da bacia.

8

A Formação Vila Maria, definida por FARIA & REIS NETO (op. cit.), compreende um pacote sedimentar com espessura máxima de 40 m, aflorante na região de Piranhas - Bom Jardim, no sudoeste de Goiás, sotoposta a Formação Furnas, em contato concordante e gradacional. A designação provém do povoado Vila Maria, ao sul de Arenópolis, no Estado de Goiás. Da base para o topo, FARIA & REIS NETO (op. cit.) descreveram-na como constituída de conglomerado polimítico com intercalações de folhelhos, folhelhos gradando de cinza esverdeado a marrom, fossilíferos (orbiculóidea), com laminações de calcita, arenito com laminação cruzada e estrutura flaser em interlaminações de siltitos e folhelho; siltito vermelho gradando para arenito fino, laminado e moscovítico. A seqüência inferior (conglomerado e folhelho) apresenta características de um turbidito de facies proximal, enquanto a seqüência arenosa superior, de planície de maré.

FARIA (1982) dividiu-a em três seqüências litológicas: seqüência basal, constituída de diamictitos polimíticos com ocasionais intercalações delgadas de folhelhos e arenitos; seqüência intermediária, composta de folhelhos fossilíferos com bancos de arenitos finos, feldspáticos a arcoseanos e calcíferos; e a seqüência superior, constituída de arenitos róseos a avermelhados, finos, feldspáticos, que são sotopostos por siltitos avermelhados com níveis arenosos.

Os níveis de folhelhos contém a fauna fóssil da formação, (brachiopodos, pelecípodos e archeogastrópodos). A fauna fóssil coletada não forneceu caracteres seguros para afirmação de idade siluriana para a Formação Vila Maria, entretanto a ocorrência do icnogênero arthrophycus descrita por BURJACK & POPP, (1981), permitiu atribuir idade Llandoveriano Inferior (Siluriano Inferior) para a Formação Vila Maria.

Quanto ao ambiente de sedimentação, FARIA, (op. cit.) considera ambiente litorâneo de águas rasas sob influência de marés, com exposições periódicas (laminações cruzadas e gretas de contração). A presença de importantes intervalos pelíticos demonstra condições temporárias de ambiente sub-litorâneo. A cor vermelha predominante, sobretudo nos siltitos e arenitos feldspáticos, sugere ambiente oxidante para essas litologias.

ASSINE, et al. (1994), propuseram a subtração da seção basal, constituída por diamictitos e fácies associadas, por considerarem-na a expressão da Formação Iapó no flanco norte da bacia. A Formação Vila Maria, assim redefinida, inicia-se com uma seção de folhelhos, que apresentam colorações geralmente vermelhas, com ocorrências locais de cor cinza-escura. Em direção ao topo, intercalações de arenitos muito finos dão origem a facies heterolíticas, caracterizadas pela interestratificação de delgadas camadas de arenitos muito finos, retrabalhados por ondas e de siltitos argilosos com abundantes marcas de ondas assimétricas (Assini, 1996).

De acordo com ASSINE, (op. cit.), a origem marinha da Fm. Vila Maria é atestada pela presença de variados tipos de invertebraos (pelecípodos, gastrópodos e braquiópodos inarticulados), descritos por POPP et al., (1991) e acritarcas (GRAY et al., 1985).

De acordo com ASSINE, (1996), os arenitos da Fm. Alto Garças são facilmente confundidos com os da Formação Furnas. A chave para a sua identificação é a constatação dos diamictitos da Formação Iapó e/ou folhelhos da Formação Vila Maria, que, toda via, nem sempre ocorrem devido a erosão do topo do Grupo Rio Ivaí.

A constituição litológica do Grupo Rio Ivaí nos Estados de Goiás e Mato Grosso, particularmente na região de Rondonópolis, apresenta muita similaridade quando confrontada com as seqüências atribuíveis à Formação Furnas. É provável que a inexistência de trabalhos de detalhe estejam levando a considerar os mesmos pacotes no âmbito de uma ou outra unidade estratigráfica.

9

Isto posto, a regionalização das unidades deve ser feita a partir de mapeamento sistemático, apoiado por cuidadoso estudo paleontológico, pois critérios litológicos não são conclusivos na distinção das unidades estratigráficas silurianas ou pré-silurianas. O conteúdo fossilífero é o critério diagnóstico.

Desse modo, adotou-se cartografia conservadora para o Grupo Rio Ivaí, atribuindo- lhe apenas os termos sobrepostos ao Grupo Cuiabá na delgada faixa ao longo das escarpas da Serra São Jerônimo e aqueles aflorantes nas calhas dos rios São Lourenço, Vermelho e Jerigue. Não se pode descartar, que a unidade tenha maior extensão que a mapeada, principalmente ante a Formação Furnas.

A distribuição espacial do Grupo Rio Ivaí está condicionado ao limite inferior de grandes blocos estruturais delimitados por importantes lineamentos tectônicos. Movimentos relativos de blocos foram diagnosticados ao longo de seus traçados, com rejeitos ainda indeterminados, mas, presumivelmente, da ordem de dezenas de metros.

A unidade é constituída por seqüências em que predominam termos arenosos ou então pelíticos, com intercalações subordinadas de um em outro. O acamamento tem mergulhos suaves para SE, em vários locais, modificadas até 8o no mesmo rumo, ou para NW, como é o caso no córrego Mutum, refletindo basculamentos tectônicos de blocos, principalmente nas escarpas.

Os arenitos são finos a muito finos, menos freqüentemente médios, quartzosos, pobres em matriz e quase sempre micáceos, ocasionalmente feldspáticos. O selecionamento é bom e o arredondamento variado, geralmente bom. Constituem bancos maciços, esbranquiçados, de espessuras métricas, por vezes, internas aos estratos, laminação grossa e cruzadas de porte médio. Os termos areníticos são mais expressivos na Serra São Jerônimo, com intercalações finas, extremamente micáceas, subordinadas.

Argilitos e siltitos, subordinadamente, formam estratos de espessuras decimétricas a métricas, com forte estruturação plano-paralela e laminação fina. São muito micáceos, de cores acizentadas claras. Intercalações areníticas, geralmente feldspáticas, são comuns.

Em Fátima do São Lourenço, às margens do rio homônimo (DP-405-21), argilitos e siltitos micáceos intercalados a arenitos preservam moldes de cruzianas (Foto 001). Tal afloramento corresponde a ponto de campo no 41 de ASSINE (1996), tendo sido reportado como sedimentos da Formação Vila Maria (PEREIRA, et al., 1995 apud ASSINE, 1996), com níveis portadores de Anthrophycus.

Conglomerados e diamictitos polimíticos mencionados na literatura foram observados associados às seqüências descritas, principalmente em posições basais. Por outro lado, delgados estratos de argilitos e siltitos micáceos, comumente laminados, ocorrem com relativa freqüência na zona de contato superior e inferior da unidade, geralmente intercalados a seqüências areníticas micáceas predominantes.

O fraturamento nordeste, característico da região dessa borda da bacia, marca as seqüências do Rio Ivaí, como no vale do córrego Mutum, na Serra São Jerônimo, onde patamares sucessivos marcam o relevo estrutural (Foto 002), controlado pelos termos areníticos e pronunciados entalhes do talvegue refletem as estruturas (Foto 003). No local, sistema N50E, verticalizado associa-se a rocha silicificada afanítica, sendo interceptado por sistema N40W onde a drenagem se encaixa num vão de 2 m de largura.

10

A unidade desenvolve solos residuais arenosos, bem desenvolvidos, de espessura variável. Nas escarpas da Serra São Jerônimo o padrão de imageamento da unidade é pouco definido, decorrência da estreita faixa de exposição. Mostra tons médios de cinza e textura lisa, que se repete nos vales dos rios, com traços claros, refletindo a estruturação nordeste.

3.4. FORMAÇÃO FURNAS

A Formação Furnas é a unidade basal do Grupo Paraná. O nome Furnas foi utilizado por OLIVEIRA (1912) para designar os arenitos das escarpas da Serra de Furnas e de Serrinha (PR), aflorantes desde o norte da estação Serrinha até as imediações de Itapeva (SP). A mesma seqüência sedimentar havia recebido anteriormente outras denominações, entre as quais a de Serrinha (DERBY, 1878), Arenito Branco de Faxina (GONZAGA DE CAMPOS, 1889) e Arenito da Chapada (EVANS, 1894). Em que pese o caráter prioritário destas últimas denominações, o nome Furnas prevalece por ser de aceitação e uso generalizado (MÜHLMANN, et al., 1974, In: Revisão estratigráfica da Bacia do Paraná. PETROBRAS, Relatório DESUL-444, 1974).

A Formação Furnas consiste de arenitos esbranquiçados, localmente arroxeados, médios a grosseiros, friáveis em superfície, regularmente selecionados, grãos angulares a subangulares, quartzosos e com matriz caulinítica. Secundariamente, desenvolvem-se intervalos de pequena espessura de arenitos conglomeráticos, arenitos finos e siltitos argilosos, sendo estes últimos freqüentemente micáceos. Os arenitos conglomeráticos são mais freqüentes na parte inferior da formação, e as partículas constituem-se principalmente de seixos e grânulos de material quartzoso. Estratificação cruzada acanalada é a feição sedimentar mais conspícua da formação. Além desta, encontram-se também intervalos com estratificação cruzada planar e estratificação plano-paralela.

O ambiente de sedimentação é controverso sendo postulado ambiente praial, estuarino principalmente, francamente marinho a continental para sua gênese, por diferentes autores.

De acordo com MÜHLMANN et al. (op. cit.), o tipo de estratificação cruzada, a presença de estruturas de corte e preenchimento, depósitos residuais de canais nos quais são encontrados seixos de argila e a neoformação de caulinita indicam ambiente continental fluvial para a Formação Furnas.

A Formação Furnas ocorre sobreposta à Formação Vila Maria e sotoposta à Formação Ponta Grossa, ambas aflorantes na Folha Rondonópolis, mostrando contatos transicionais. A passagem para a unidade inferior foi definida a partir da zona onde passam a predominar termos francamente areníticos, por vezes conglomeráticos, em bancos maciços. Para o topo, seu limite é balizado pelas primeiras ocorrências de pelitos laminados, intercalados a arenitos. Com a Formação Marília o contato é erosivo.

Ocorre em extensas áreas de topo da Serra São Jerônimo, sobre o Grupo Cuiabá ou Formação Vila Maria, estendendo-se para leste e ocupando os vales do São Lourenço, Vermelho e Jerigue, em ampla região rebaixada ao longo dos mesmos. Sua distribuição regional, tanto quanto o Grupo Rio Ivaí, obedece ao condicionamento dos grandes blocos estruturais.

Desenvolve solos espessos, que quando observado em ravinas (DP-405-22/25) varia de 3 a 5 m de espessura. São arenosos, predominantemente residuais, e solos mais delgados nas áreas mais íngremes. Ravinas, algumas voçorocas e quedas de blocos são os processos dominantes na evolução das escarpas.

11

Os arenitos são dispostos, predominantemente, em bancos maciços de espessuras métricas (Foto 004). Ocasionalmente, apresentam estratificação cruzada de porte variado, tangencial na base. Pacotes com laminação grossa refletem arenitos com constituição micácea, sendo mais comumente encontrados no topo da unidade. As seqüências mais comuns mostram bancos de arenitos finos e muito finos alternados, ocasionalmente de granulometria média e, mais raramente, com intercalações conglomeráticas de matriz média a grossa e pequenos seixos e grânulos de quartzo.

São freqüentemente quartzosos, ocasionalmente com alguma mica. Podem conter feldspatos e, neste caso, filmes de caulim envolvem os grãos de areia. De modo geral, são arenitos bem selecionados, com grãos subangulosos a arredondados, pobres em matriz. Texturas sacaróides são raras. A cor branca é característica.

Os sistemas de fraturas nordeste afetam a unidade originando padrão de imageamento característico, com tons de cinza-claro e textura predominantemente fina.

A alternância de bancos condiciona relevo estruturalmente escalonado. No extenso chapadão, a noroeste da folha, as coberturas arenosas de topo e as rupturas de declive marcando níveis são muito características; feição que se desfaz a sul, sob a cobertura Marília. Nos vales do São Lourenço e Vermelho, o relevo é arrasado, suavemente colinoso, com padrões de imageamento mostrando tons cinza médios a claros e textura mais lisa.

3.5. FORMAÇÃO PONTA GROSSA

O termo Ponta Grossa foi utilizado pela primeira vez por OLIVEIRA (1912) para designar os folhelhos aflorantes nos arredores da cidade homônima, no Paraná. A Formação Ponta Grossa constitui-se de folhelhos, folhelhos sílticos e siltitos cinza escuros a pretos, localmente carbonosos, fossilíferos, micáceos, com intercalações de arenitos cinza claros, finos a muito finos, grãos angulares e subangulares, argilosos, micáceos, fossilíferos, localmente formando bancos de até 5 m de espessura. Quando alterada, a Formação apresenta cores variegadas, predominando colorações amarela, arroxeada e castanha.

A estrutura sedimentar mais conspícua é a laminação plano-paralela. Em certos intervalos são observadas estratificações cruzadas de pequeno porte, localmente acanalada, laminação cruzada, laminação flaser, marcas onduladas, bioturbação e estruturas de escorregamento.

O conteúdo fossilífero da Formação Ponta Grossa indica, de maneira inquestionável, condições marinhas de deposição. A maior parte dos sedimentos da Formação Ponta Grossa foram depositados em ambiente de águas rasas sob influência de marés. Os folhelhos pretos laminados parecem ter-se depositados em águas calmas, e estão presentes em subsuperfície (MÜHLMANN, et al., 1974, In: Revisão Estratigráfica da Bacia do Paraná. PETROBRAS, Relatório DESUL-444, 1974).

Na Folha Rondonópolis, a Formação Ponta Grossa tem ampla distribuição na metade leste, condicionando relevos colinosos de formas suavemente convexas, com ramos primários de drenagem cortando as encostas, denotando evolução por ravinamento. Topos achatados refletem controle litológico, dado principalmente pela alternância de estratos arenosos e sílticos, mais resistentes. Um conjunto de morros e morrotes residuais da Formação Aquidauana sobrepõe-se às colinas, na região de contato entre as unidades.

12

Ocorre sobreposta a Formação Furnas, em contato transicional, e sotoposta à Formação Aquidauana, em contato erosivo. No centro sul da folha é recoberta discordantemente pela Formação Marília. A transição para o Furnas origina uma zona de passagem onde o contato é assumido quando os terrenos laminados começam a ocorrer persistentemente.

A constituição básica da Formação Ponta Grossa é caracteristicamente de argilitos micáceos finamente laminados, cinzentos a esverdeados, com evidente estruturação plano- paralela de estratos decimétricos e métricos. O empastilhamento nos litotipos mais finos é típico (Foto 005). Não raro, níveis hematíticos com lentes de espessura até decimétrico ocorrem intercalado às frações argilosas ou siltosa (Foto 006).

Camadas e lentes de siltitos micáceos aparecem intercalados com freqüência. São acinzentados, maciços ou com laminação grossa, geralmente decimétricos. Mais raramente ocorrem camadas de arenitos e arenitos siltosos, maciços ou com laminação grossa, micáceos. O conjunto de camadas, quando presentes termos mais grossos, podem configurar estratos cruzados de grande porte, com inclinações muito suaves, geralmente capeados por argilitos horizontalizados.

Particularmente, entre as localidades de Vale Rico e Tarumã, situadas no centro leste da folha, aparece uma seqüência de argilitos laminados, arroxeados, com intercalação métrica de siltito ferruginizado, contendo lentes maciças de hematita com até 20 cm de espessura. Capeando a seqüência aparece camada de hematita empastilhada com cerca de 1,5 m de espessura (DP-405-44 Foto 007).

Em diversas situações a seqüência Ponta Grossa mostra-se controlada por falhamentos normais, constituindo relevos rebaixados e arrasados, com formas residuais da Formação Aquidauana sobrepostos. Os locais mais típicos estão a nordeste da área. Em Vale Rico, planos de movimentação normal associados a brechas configuram estreitos grabens. Na região de Jarudoré, seqüências Aquidauana são sucessivamente rebaixadas por um conjunto de estruturas normais, com os blocos de capa voltados para oeste. O domínio de colinas nos vales dos rios formadores do Vermelho reflete os termos Ponta Grossa, com arenitos Aquidauana abatidos e sobrepostos diretamente ao terraço em Jarudoré.

Regionalmente, as camadas Ponta Grossa têm caimento de 2o a 3o para sudeste. Em diversos locais observam-se blocos adernados por falhamentos normais que produzem mergulhos de até 8o, como os estratos no sopé da Serra Petrovina.

Os solos são residuais, rasos, localmente métricos. Predominam solos argilo-siltosos. Os processos erosivos são principalmente ravinas, assim como, as incisões de encostas, embora pouco freqüentes.

O padrão de imageamento da Formação Ponta Grossa é dado por tons médios de cinza, com tendência a mais escuros que o padrão Furnas. A textura é basicamente lisa, em muito refletindo o relevo colinoso característico da unidade (Foto 008).

3.6. FORMAÇÃO AQUIDAUANA

O nome Aquidauana foi utilizado pela primeira vez por LISBOA (1909) para designar sedimentos vermelhos que ocorrem no vale do Rio Aquidauana, Mato Grosso do Sul, indicando como seção tipo aquela atravessada pela estrada de Ferro Noroeste do Brasil, neste mesmo vale.

13

No Estado de Mato Grosso, de acordo com GONÇALVES & SCHNEIDER (1970, In: Geologia do Centro Leste de Mato Grosso, Petrobrás, 1970) a Formação Aquidauana constitui- se predominantemente de sedimentos arenosos de coloração vermelha arroxeada. Grosseiramente, podem ser identificados 3 conjuntos litológicos nessa formação. A porção inferior caracteriza-se pela predominância de arenitos vermelho arroxeados, médios a grosseiros, contendo estratificação cruzada acanalada, com desenvolvimento subordinado de diamictitos, clásticos finos, arenito esbranquiçado grosseiro e conglomerático e delgado conglomerado basal.

Na porção média tem-se amplo desenvolvimento de siltitos, folhelhos e arenitos finos, vermelho arroxeados, finamente estratificados plano-paralelamente; localmente, intercalados neste conjunto, ocorrem diamictitos, folhelhos cinza e cinza esverdeados; nos termos argilosos a estratificação apresenta localmente aspecto várvico.

Na porção superior da unidade voltam a predominar os sedimentos arenosos; no topo da unidade ocorre, em muitos locais, um pacote de 30 m de espessura constituído de arenito vermelho-tijolo, médio, regularmente selecionado, com estratificação cruzada do tipo planar.

A coloração avermelhada dos sedimentos e as estruturas sedimentares, principalmente cruzada acanalada, sugerem que a deposição ocorreu em ambiente continental, altamente oxidante, por sistemas fluviais e lacustrinos associados. Não são encontrados sedimentos tipicamente glaciais, embora seja suposta a presença de glacial próximo a área de sedimentação.

A área de ocorrência da unidade, na Folha Rondonópolis, reflete a progressiva ascensão do relevo para configurar o divisor entre as bacias hidrográficas do Araguaia e Paraguai. Ocupa posição cimeira, sustentando serras e desfazendo-se em morros tabulares rumo ao caimento da drenagem, sempre com escarpas e cornijas a partir de topos achatados. Inúmeras formas residuais preservam-se nas regiões de transição para níveis rebaixados (Fotos 009 e 010), por vezes do próprio arenito. O relevo escalonado em patamares é típico, refletindo o acentuado controle litológico dado pelo empilhamento de camadas da unidade. A Serra da Petrovina, no limite sudeste da folha, é a feição mais espetacular dos relevos Aquidauana na região.

A Formação Aquidauana ocorre sobreposta à Formação Ponta Grossa e sotoposta, em parte, à Formação Marília, com ambas as unidades mostrando contatos discordantes erosivos. No extremo sudeste da folha, exposições restritas da Formação Botucatu recobrem o Aquidauana.

Os arenitos Aquidauana são basicamente quartzosos, com presença comum de feldspatos em baixas proporções. Micas ocorrem nos estratos basais. No geral, são pobres em matriz. Grãos finos e muito finos são sempre angulosos, com melhoria de arredondamento nas granulometrias maiores. Os conglomerados têm matriz grossa a média, com grânulos e pequenos seixos de quartzo. Termos diamictíticos são raríssimos.

Deformações hidroplásticas aparecem ocasionalmente, configurando ondulações e dobramentos aleatórios dos pacotes. Geralmente, nessas situações ocorrem intercalações de argilitos e principalmente siltitos. O acamamento mantém-se generalizadamente sub-horizontal para sudeste, com alterações impostas por falhamentos.

14

O padrão de imageamento mostra variações que refletem mudanças faciológicas da unidade. Nos termos arenosos, predominantes na folha, apresenta tons de cinza-médio a claro, com textura lisa. O relevo tabular condiciona escarpas com notórias rupturas de declividade. Nas porções mais arrasadas, os vales são abertos, com vegetação ou presença de areia que contrastam com os cerrados e campos das encostas e topos. Cerrados fornecem tons mais escuros, principalmente se associados a lateritas. Vales entalhados e profundos são condicionados pela estruturação tectônica impressa, associados a relevos mais acidentados.

Os solos são espessos, no geral entre 1 a 3 m, porém podendo atingir intervalos de 3 a 5 m, arenosos, residuais, com alta susceptibilidade a ravinas e voçorocas, embora não manifestadas na folha.

3.7. GRUPO PASSA DOIS

O nome Passa Dois foi introduzido por WHITE, (1906, 1908), na coluna estratigráfica da Bacia do Paraná, representando o intervalo estratigráfico: folhelho Irati, folhelho Estrada Nova e Calcário Rocinha. MENDES, (1967), adotou o nome na categoria de Grupo, composta pelas Formações Irati, Estrada Nova e Rio do Rasto. MÜHLMANN et al., (op. cit.), mantiveram para o Grupo Passa Dois o mesmo limite estratigráfico estabelecido por MENDES, (1967), onde, na porção sul da Bacia do Paraná, está representado pelas formações Irati, Serra Alta, Terezina e Rio do Rasto, enquanto que, nos Estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso, pelas formações Irati e Corumbataí.

Ocorre como uma mancha muito pequena no extremo sudeste, sem representatividade nesta folha, e que se prolonga para leste e sul nas folhas contíguas (MIR 406 e MIR 419).

3.8. FORMAÇÃO BOTUCATU

O nome Botucatu foi introduzido na literatura da Bacia do Paraná por GONZAGA DE CAMPOS (1889). MÜHLMANN, et al. (1974 In: Revisão Estratigráfica da Bacia do Paraná. PETROBRAS, Relatório DESUL-444, 1974), empregou o nome Botucatu na categoria de formação para designar arenitos eólicos situados imediatamente abaixo dos primeiros derrames basálticos da Formação Serra Geral.

Compreende uma seqüência de arenitos avermelhados, finos a médios, com abundantes estratificações cruzadas. Os grãos apresentam distribuição bimodal, são quartzosos, friáveis, foscos e geralmente bem arredondados. Localmente, e com maior freqüência na parte basal, ocorrem arenitos argilosos mal selecionados.

A Formação Botucatu aparece restritamente no extremo sudeste da Folha Rondonópolis, inferior a 1 %, em contato discordante erosivo com a Formação Aquidauana, sotoposta. A Formação Marília recobre a unidade, sem mostrar contatos diretos, em função do recobrimento por horizontes pedológicos e perfis lateríticos.

Na pequena área de afloramento, a Formação Botucatu é representada por arenito muito fino silicificado, com estratificação cruzada de grande porte (Foto 011). Apresenta-se bem selecionado e arredondado, de cor ocre-rosado.

O padrão de imageamento mostra tom de cinza claro a médio e textura lisa e apresenta formas rebaixadas de topos achatados.

Os solos são arenosos, espessos, no geral entre 3 a 5 m, residuais, com alta susceptibilidade a ravinas e voçorocas, embora não manifestadas na folha.

15

3.9. FORMAÇÃO MARÍLIA

As primeiras considerações a respeito da Formação Marília devem-se a ALMEIDA & BARBOSA (1953), quando, no Estado de São Paulo, definiram-na para representar sedimentos ricos em cimento calcífero, amplamente fossilíferos, ocorrentes na parte superior da “Série” Bauru. A unidade foi descrita composta por arenitos grosseiros a conglomeráticos, matriz calcífera, ocorrência em bancos com espessura média de 1 a 2 m, maciços ou com acamamento incipiente subparalelo e descontínuo, raramente apresentando estratificações cruzadas de médio porte, com seixos concentrados nos estratos cruzados; raras camadas descontínuas de lamitos vermelhos e calcário são encontrados.

As condições de aridez são responsáveis por calcretização e silcretização, especialmente na região de São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Neste aspecto, quando o cimento e os nódulos de carbonato de cálcio são abundantes é possível utilizá-los como corretivo de solos, desde que blendados com calcários magnesianos. A presença de calcretes de águas subterrâneas no Triângulo Mineiro representa na região importante fonte de calcário para cimento

A Formação Marília ocorre na porção leste do Estado de Mato Grosso, na forma de manchas descontínuas e isoladas, distribuídas caoticamente na Bacia do Paraná e controlada por grandes lineamentos que permitem supor uma sedimentação mais extensa e que esta tenha sido destruída em decorrência de atividade tectônica moderna e processos erosivos subseqüentes.

A grande variação composicional apresentada pelo Grupo Bauru é reflexo da diversificação de áreas-fonte. No Estado de Mato Grosso, GONÇALVES & SCHNEIDER (In: Geologia do Centro Leste de Mato Grosso. PETROBRAS, 1970), a grosso modo, distinguem duas facies: uma inferior, constituída por arenitos argilosos e calcíferos, conglomerados de matriz argilosa abundante e lentes de calcário; e um superior, essencialmente arenosa.

Na Folha Rondonópolis, a Formação Marília ocupa posições cimeiras em extensos chapadões cobertos por espessos horizontes lateríticos que condiciona latossolos argilosos. Aflora nas escarpas da Serra Petrovina (Fotos 012 e 013) e no fundo de vales suaves que ocorrem no topo do chapadão, que se estende para leste; nas rupturas sustentadas por laterita da Serra São Jerônimo e extensões para leste; na Serra Bogovira, um residual aplanado no interior da planície pantaneira; a norte no interflúvio entre os rios São João/Poxoréu e tributários do São Lourenço e Vermelho, onde ocupa o topo de morros residuais (Foto 014).

A caracterização da Formação Marília na área é restrita a conglomerados e arenitos silicificados, com níveis de silcretes intercalados. Os conglomerados mostram características que variam localmente. São comumente silicificados, de cor marrom e marrom-arroxeado, ricos em matriz, com grânulos, seixos e blocos polimíticos. Clastos de quartzo e sílica amorfa são predominantes, com tamanhos mais comuns entre 1,5 e 6,0 cm, variando para cada local. O arredondamento é muito variado. São comuns clastos maiores de arenitos e argilitos Ponta Grossa e Aquidauana. A matriz é abundante, com argila e areia grossa a média. Muito raramente a silicificação deixa preservadas estruturas fluviais, principalmente estratificações cruzadas e feições de granocrescência internas aos pacotes.

Arenitos conglomeráticos também são comuns, geralmente maciços, marrom arroxeados, ricos em matriz arenosa. No geral, dominam grânulos e pequenos seixos de quartzo, arredondados a subangulosos. Raramente apresentam feldspatos e comumente são silicificados.

16

Os arenitos da Formação Marília mostram granulometria predominantemente fina, com termos médios e grossos subordinados. São quartzosos, ocasionalmente feldspáticos e mesmo com alguma mica. Ocorrem em bancos decimétricos alternados, maciços ou com laminação grossa, ricos em estruturas fluviais internas, principalmente estratificação cruzada acanalada. Geralmente são silicificados. As cores amarronzadas são características. Quando alterados, a cimentação origina material argiloso esbranquiçado. O selecionamento tende a bom, embora variado, tanto quanto o arredondamento dos grãos. As melhores exposições destacam acamamento horizontalizado.

Uma feição característica da área de afloramentos Marília é a presença de silcretes. São comuns os aglomerados silicosos envolvendo grãos e clastos maiores, dispostos segundo a estratificação plano-paralela. Ocorrem também sob a forma de nódulos formando horizontes intercalados aos estratos laminados. A coloração esbranquiçada e a sustentação de bossas e rupturas do relevo são notórias.

Os solos são arenosos, residuais, geralmente espessos, da ordem de 1 a 3 m, podendo atingir espessuras entre 3 a 5 m. São comuns cascalhos dispersos na superfície. Ravinamento é o processo dominante de erosão concentrada, embora não generalizado.

Em termos de padrão de imageamento, caracteriza-se por relevo tabular ou suavemente dissecado, em superfícies elevadas, mostrando padrão de drenagem subdendrítica fracamente estruturado, tonalidade cinza-escura e textura lisa.

3.10. SUPERFÍCIE PALEOGÊNICA PENEPLANIZADA COM LATOSSOLIZAÇÃO

Trata-se de uma extensa superfície de aplanamento paleogênica, com grandes testemunhos na Chapada dos Parecis e na Bacia do Paraná, que se desenvolveu mais tipicamente sobre formações cretácicas.

O material subjacente a esta superfície corresponde a porção soft de perfis lateríticos, ou seja, representam a porção desmantelada por processos intempéricos. Apresentam cor vermelho escuro, sem estruturação e nem segregações de ferro ao longo do perfil de natureza eminentemente argilosa, podendo atingir até 30 m de espessura, conforme medido em campo, nas proximidades das cidades de e Campos de Júlio (Folha Vila Oeste – MIR 354), através de altímetro e também através de poços tubulares profundos na cidade de (Folha Utiariti - MIR 355). Na base do perfil, pode ou não aparecer crosta laterítica com 1 a 2 m de espessura (também detectada em poços tubulares profundos), capeando horizonte arenoso com nódulos concrecionários de caulinita com 2 a 10 cm de diâmetro.

É considerada como formação edafoestratigráfica, supostamente admitida de ter-se desenvolvida em superfície peneplanizada no Paleogeno, laterizada com geração de crostas lateríticas, as quais foram posteriormente destruídas por processos pedogenéticos que geraram os latossolos argilosos vermelho-escuro. Na Chapada dos Parecis esta unidade é aproveitada na quase totalidade pela agricultura mecanizada.

Estes solos têm como característica uma macro estrutura porosa constituída por grumos de argila ligados entre si através de pontes de materiais mais finos e/ou ligações cimentantes e por partículas maiores de silte e areia. Do ponto de vista geotécnico, estes solos quando submetidos a uma solicitação externa e saturados sofrem deslocamentos verticais (recalques) significativos, que podem chegar a dezenas de centímetros (Conciani, 1997). Estes recalques são devidos a perda de estabilidade de sua estrutura, ocasionada pela queda de resistência das ligações de sua macro-estrutura. A queda de resistência é provocada principalmente pela saturação da água que, por sua vez, ocasiona queda de resistência das

17

ligações cimentantes e redução das tensões de sucção (tensões capilares) existentes nas pontes de materiais mais finos.

A grande quantidade de argila neste material imprime excelente resistência ao estabelecimento de processos erosivos, não tendo sido identificado processos de erosão concentrada nestes materiais argilosos.

Na Folha Rondonópolis tais coberturas ocorrem no chapadão da Serra Petrovina (Foto 015); em extensões para norte na Serra da Jibóia, que se eleva no limite sul da folha; no chapadão da Serra São Jerônimo e extensões laterais para leste; e, localmente, sobre o chapadão da Serra São Jerônimo a norte do Rio São Lourenço. Ocorrências de pequena extensão ocorrem invariavelmente, não sendo passíveis de cartografia.

No SE da folha, nas escarpas da Serra Petrovina, observou-se as maiores espessuras do perfil de alteração, essencialmente argiloso, com cerca de 8 m de espessura mínima.

Apenas no chapadão a NW da folha observou-se que a laterita e os latossolos ocorrem sobre arenitos da seqüência Furnas. Nas demais áreas sempre os latossolos estão associados a Formação Marília. A homogeneidade dos materiais é marcante.

O padrão de imageamento é dado por tons de cinza escuro, textura lisa, baixa densidade de drenagem, com mudanças para tons mais claros nas bordas dos chapadões e ao longo de drenagens. Pequenas escarpas são sempre marcantes nos limites de tais coberturas.

3.11. FORMAÇÃO PANTANAL

OLIVEIRA & LEONARDOS (1943) referem-se a vazas, arenitos e argilas como formando uma capa relativamente delgada sobre o embasamento paleozóico da bacia do . ALMEIDA (1964), define a Formação Pantanal como constituída de sedimentos de natureza arenosa fina a síltico argilosa, com pouco cascalho disperso. Faz menção a existência de um terraço mais antigo, elevado, isto é, pleistocênico, que não é inundável nas épocas de cheia. FIGUEIREDO & OLIVATTI (1974: In: Projeto Alto Guaporé, DNPM/CPRM, 1974) englobam dentro da Formação Pantanal os sedimentos que compõem todos os níveis de terraços fluviais, sendo, o mais elevado, caracterizado como planície aluvial antiga (QP1), o nível intermediário, como terraço aluvial sub-recente (QP2); e o nível mais baixo, como aluviões recentes (QP3).

A planície pantaneira bordeja o limite oeste da Folha Rondonópolis, mais expressivamente no quadrante sudoeste. Em superfície, ocorrem areias inconsolidadas de cor bege, granulometria predominantemente fina a média, mal selecionadas e com bom arredondamento. São essencialmente quartzosos e pobres em matriz, onde em superfícies ligeiramente deprimidas, condicionam termos areno-argilosos ricos em matéria orgânica. Esse conjunto ocupa os terraços mais altos, não submetidos as inundações sazonais.

As margens do Rio São Lourenço foram observados terraços em cortes de 7 a 10 m de espessura. Na base afloram pacote de argila de cores variegadas, maciça, com espessura observada de 2 a 3 m. Sobreposto, ocorre banco maciço de areia fina a média, mal selecionada, de bom arredondamento, bege, inconsolidada, essencialmente quartzosa.

Os padrões de imageamento refletem áreas secas ou encharcadas, com tons de cinza claros e escuros, respectivamente, e textura média. A superfície extremamente aplanada destaca qualquer elevação presente, bem como ramos pequenos da drenagem.

18

Praticamente não há desenvolvimento de solos, constituídos, estes, por areias quartzosas.

3.12. ALUVIÕES ATUAIS

As aluviões são constituídos por areias, siltes, argilas e cascalhos com litificação variável. Representam unidades do Quaternário e conseqüentemente as litologias mais jovens no âmbito da folha. Em termos de padrão de imageamento, apresentam relevo plano sendo áreas de acumulação ao longo das drenagens, textura lisa e tonalidade cinza escuro.

Compreendem todos os depósitos de planícies aluviais ao longo da rede de drenagem. São muito expressivos ao longo do Rio São Lourenço, no âmbito da planície pantaneira. São muitos restritos no restante da área, só ocasionalmente cartografáveis na escala de trabalho. Nestes casos, refletem alvéolos condicionados por litotipos resistentes a erosão.

São constituídas predominantemente por areias e, subordinadamente, por argilas e cascalhos, inconsolidados, essencialmente quartzosas. Mostram padrão imageamento típico, com superfícies planas, com tons claros ao longo das drenagens e ausência de estruturação tectônica.

No entorno de Rondonópolis, ao longo do Rio Vermelho e afluentes, tem-se várias extrações de areia e cascalho, ligados a depósitos fluviais, conforme apresentado no Mapa de Potencialidade Mineral e Situação Legal, Anexo I. Apesar de contestada a presença de faixa aluvionar, não foi possível sua cartografia diante da escala de trabalho efetuada.

4. PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS

As principais estruturas geológicas da Folha Rondonópolis correspondem a importantes lineamentos de direções N-S e NE-SW, menos destacados a NW-SE. Associam- se-lhes falhas normais e, raramente, movimentos inversos.

Compartimentam a área em grandes blocos estruturais que, denotado por basculamentos locais, desorganizam a foliação metamórfica do Grupo Cuiabá e o acamamento das unidades páleo-mesozóicas.

Surgências de águas termais associam-se a movimentos normais em Juscimeira e Águas Quentes. O bloco delimitado pelos lineamentos N-S e NE-SW ao longo do rio São Lourenço, com falhas normais associadas, eleva e bascula para oeste as unidades do quadrante noroeste.

A seqüência de abatimentos, definidos por falhas normais ao longo do lineamento NE-SW que corta a metade leste da folha, com capas a noroeste, controla exposições importantes da Formação Ponta Grossa. Aliados a movimentos inversos de direção NW-SE que alcançam o rio Vermelho, controlam afloramentos da Formação Vila Maria ao longo deste rio.

Falhas normais localizadas originam pequenos grabens na região de Vale Rico e Tarumã, com abatimentos da Formação Aquidauana.

19

Formas residuais no interior da planície do pantanal mostram-se rebaixadas e foram cartografadas como Fm. Furnas. Aparentemente lineamento a NE-SW controla as aluviões holocênicas do Rio São Lourenço, sugerindo atividade tectônica recente.

O conjunto metassedimentar do Grupo Cuiabá expõe foliação tênue em flancos de dobras fechadas. Posiciona-se a NE-SE com mergulhos variados para SE. A observação mesoscópica sugere dobramentos recumbentes. A notória estruturação NE das formações Furnas e Vila Maria parece refletir movimentações rúpteis a partir das descontinuidades proterozóicas.

SCHOBBENHAUS FILHO et al. (1975) definiram uma importante faixa do território brasileiro, intensamente falhada, representando uma descontinuidade estrutural de primeira ordem com mais de 2700 km de extensão e direção nordeste, a qual denominaram de Lineamento Transbrasiliano. DRAGO et al. (1981, In: Projeto RADAMBRASIL Folha SD.22 Goiás, MME, 1981), associaram o posicionamento das alcalinas mesozóicas do Grupo Iporá (GO) com o referido lineamento.

GONZAGA & TOMPKINS (1991) apresentaram uma faixa com mais de 200 km de largura e direção nordeste, com o limite oeste balizado pela cidade de Poxoréu (MT), afetando todo o sudeste do Estado de Mato Grosso e passando pelas folhas de Dom Aquino – MIR 389, General Carneiro – MIR 390, Barra do Garças – MIR 391, Rondonópolis – MIR 405, Guiratinga – MIR 406 e Mineiros – MIR 420. A importância destas descontinuidades reside em apresentar focos com intrusões de kimberlitos, lamproítos e magmatitos alcalinos.

5. RECURSOS MINERAIS

Neste item serão tratados os jazimentos minerais e a situação legal. Os jazimentos minerais serão abordados do ponto de vista factual, ou seja, o que realmente é conhecido em termos de indícios, ocorrências, depósitos, jazidas, garimpos e minas; e do ponto de vista previsional, através do raciocínio analógico comparado com áreas sabidamente mineralizadas. Quanto a situação legal será apresentado uma quantificação dos títulos minerários relacionando-os com as principais substâncias requeridas

A espacialização dos jazimentos minerais e da situação legal (lavra garimpeira e licenciamento) encontra-se no Mapa A003 “Potencialidade Mineral e Situação Legal da Folha Rondonópolis - MIR 405”, Anexo I. A relação das fichas com o cadastro de jazimentos minerais e informações sobre situação legal encontra-se no Anexo III.

5.1. JAZIMENTOS MINERAIS

No contexto da Folha Rondonópolis, os destaques de potencialidade mineral dizem respeito a depósitos de diamante de tipo placer na extremidade norte da folha, depósitos de bens minerais para construção civil e uma pequena área da Suite Intrusiva São Vicente – Granito São Vicente, o qual possui indícios de mineralização de molibdenita.

A potencialidade para diamante é alta na área demarcada no extremo norte da folha (córrego Córguinho ou córrego Bandeirante). Também é alta a potencialidade para agregados de construção civil (areia, argila e cascalho) no Rio Vermelho, nos arredores de Rondonópolis.

20

Em relação a mineralização de molibdenita no Granito São Vicente, a despeito deste corpo apresentar várias ocorrências, especialmente na borda, estas ocorrências quando estudadas no início da década de 80 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT, mostraram-se com baixo teor, afora a mineralização se constituir em filmes de molibdenita ao longo de fraturas, com espaçamento entre elas ao redor de 1 m, o que agrega muito estéril ao material lavrado, diminuindo substancialmente o teor.

Na Serra da Onça, próximo a BR-163, a sul de Rondonópolis, têm-se duas explorações de brita. O material explorado corresponde a sedimentos silicificados da Formação Marília.

Para a Formação Ponta Grossa, do ponto de vista exclusivamente previsional, tendo em conta que a unidade é marinha com descrição de P2O5 na região de Rondonópolis (AITA, 1978, apud Projeto RADAMBRASIL Folha SE.21 Corumbá e parte da Folha SE.20, MME, 1982), é suposto que quando se verificar a presença de sedimentos químicos as possibilidades para mineralizações de fosfato ficarão fortalecidas.

Em Juscimeira e Água Quente (distrito de Juscimeira) há infra-estruturas de lazer com utilização de nascentes de águas termais, e de poços tubulares profundos, também termais (poços cadastros no 85 – Juscimeira, e no 004-97 – Águas Quentes). Nesta folha ainda tem-se o cadastro de mais 04 poços tubulares profundos, nos 84, 86, 87 e 88, localizados em São José do povo, Naboleiro, Jarudoré e Santa Elvira, respectivamente. São águas aquecidas ao redor de 43oC, com surgência ao longo de linhas de falhas normais.

5.2. SITUAÇÃO LEGAL

Segundo o Programa Títulos Minerários do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, de julho de 1995, a Folha Rondonópolis - MIR 405 apresenta um total de 78 áreas requeridas.

Esses requerimentos referem-se a 16 pedidos de lavra garimpeira, 09 licenciamentos, 09 autorizações de pesquisa e 44 pedidos de pesquisa, conforme ilustra o Quadro 002 a seguir.

QUADRO 002 QUANTIFICAÇÃO DOS TÍTULOS MINERÁRIOS POR “STATUS” DA SITUAÇÃO LEGAL SEGUNDO AS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS MINERAIS.

SUBSTÂNCIA DIAMANTE FOLHETO ARGILA TURFA OURO ÁGUAS OUTROS TOTAL STATUS TERMAIS Lavra 0 Lavra Garimpeira 16 16 Licenciamento 9 9 Autorização de Pesquisa 3 1 1 1 1 2 9 Pedido de Pesquisa 14 9 7 2 1 11 44 Total 16 17 10 8 3 2 22 78 Fonte: DNPM, 1995 (modificado) As informações referentes a lavra garimpeira e licenciamento, podem ser consideradas como indicativas da presença do jazimento mineral e encontram-se contempladas no Mapa A003 “Potencialidade Mineral e Situação Legal da Folha Rondonópolis”, Anexo I.

21

6. POÇOS TUBULARES PROFUNDOS

Na Folha Rondonópolis - MIR 405 tem-se o cadastro de 116 poços tubulares profundos, conforme apresentado no Quadro 003 a seguir, que sintetiza as principais informações hidrogeológicas recuperadas referentes a estes poços.

QUADRO 003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA RONDONÓPOLIS. VAZÃO VAZÃO N° MUNICÍPIO/ PROF. N° SEQ. MÉDIA ESP. UNIDADE/LITOLOGIA CADASTRO LOCALIDADE (M) (M³/H) (M³/H/M) 1 1.001.567-1 São José do Povo 150,00 13,20 0,36 Formação Ponta Grossa Pedra Preta/ 2 1.001.570-1 150,00 5,60 0,11 Formação Ponta Grossa Nova Galiléia 3 1.001.571-0 São José do Povo 150,00 1,50 0,02 Formação Ponta Grossa Rondonópolis/Vila 4 1.001.605-8 115,50 5,50 0,13 Progresso 5 1.001.685-6 Rondonópolis 155,00 13,00 0,43 Formação Ponta Grossa (?) Rondonópolis/Alto 6 43-96 Posto Comboio – 150,00 8,90 1,17 Formação Ponta Grossa (?) BR-364 Km 210,7 7 105-96 Rondonópolis 100,00 1,49 0,02 7,0 a 104,0 m: Formação Ponta Rondonópolis/Alto Grossa (siltitos) 104,0 a 8 46-95 Posto Comboio – 150,00 8,90 1,17 150,0m: Formação Furnas BR-364 Km 210,7 (arenitos) 5,0 a 45,0 m: Formação São José do Povo/ Aquidauana 9 1.001.572-8 201,00 SD SD Nova Catanduva 45,0 a 201,0 m: Formação Ponta Grossa 10 5-96 Rondonópolis 416,00 0,00 0,00 Formação Ponta Grossa 11 113-96 Rondonópolis 78,00 6,49 SD Formação Furnas (arenitos) Formação Ponta Grossa/ 12 1.001.562-0 Rondonópolis 111,00 2,40 0,07 Formação Furnas (?) Pedra Preta/São 13 1.001.589-2 56,00 5,10 0,51 José do Planalto Formação Furnas/ Formação 14 1.001.694-5 Juscimeira 100,00 SD SD Vila Maria (?) Formação Furnas/ Formação 15 1.001.705-4 Juscimeira 100,00 0,90 0,09 Vila Maria (?) Rondonópolis/ 16 1.001.710-0 101,00 8,00 0,27 Fazenda Luar Formação Ponta Grossa/ 17 1.012.360-1 São José do Povo 290,00 120,00 4,38 Formação Furnas 18 1.012.361-0 São José do Povo 250,00 0,90 0,01 Formação Ponta Grossa 19 1.012.362-8 São José do Povo 170,00 6,00 0,10 Formação Ponta Grossa 20 1.012.363-6 São José do Povo 140,00 15,60 0,20 Formação Ponta Grossa 21 1.012.364-4 Rondonópolis 120,00 42,35 1,76 Formação Furnas 22 1.012.365-2 Rondonópolis 145,00 20,00 0,80 Formação Furnas 23 1.012.366-0 Rondonópolis 170,00 60,00 6,18 Formação Furnas 24 1.012.372-5 Rondonópolis 135,00 0,80 0,01 Formação Ponta Grossa 25 1.012.868-9 Rondonópolis 150,00 28,28 7,07 Formação Ponta Grossa 26 1.012.869-7 Rondonópolis 150,00 22,00 5,50 Formação Ponta Grossa 27 1.012.872-7 Rondonópolis 150,00 32,40 5,40 Formação Ponta Grossa (?) 28 1.012.873-5 Rondonópolis 198,00 1,20 0,02 Formação Ponta Grossa (?) (continua...)

22

QUADRO 003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA RONDONÓPOLIS. (...continuação) VAZÃO VAZÃO N° MUNICÍPIO/ PROF. N° SEQ. MÉDIA ESP. UNIDADE/LITOLOGIA CADASTRO LOCALIDADE (M) (M³/H) (M³/H/M) Formação Ponta Grossa/ 29 1.012.882-4 Rondonópolis 231,00 52,00 5,20 Formação Furnas Rondonópolis/ 30 1.012.904-9 150,00 5,60 0,18 Alegre Rondonópolis/ 31 1.012.905-7 105,00 14,00 0,36 Alegre Rondonópolis/ 32 1.012.906-5 125,00 14,00 0,36 Alegre 33 1.012.986-3 Rondonópolis 150,00 26,66 5,33 Formação Ponta Grossa (?) 34 1.012.987-1 Rondonópolis 145,00 64,45 6,78 Formação Ponta Grossa (?) 35 1.012.988-0 Rondonópolis 130,00 21,17 1,01 Formação Ponta Grossa (?) Formação Furnas/ Formação 36 1.012.989-8 Rondonópolis 250,00 240,00 240,00 Ponta Grossa (?) 37 1.012.990-1 Rondonópolis 150,00 11,00 1,38 Formação Ponta Grossa (?) 38 1.012.991-0 Rondonópolis 150,00 30,00 4,29 Formação Ponta Grossa (?) 39 1.012.992-8 Rondonópolis 150,00 22,00 5,50 Formação Ponta Grossa (?) Rondonópolis/ 40 1.013.830-7 150,00 8,50 0,16 Formação Ponta Grossa Santa Elvira Rondonópolis/ 41 1.013.831-5 150,00 10,00 0,19 Formação Ponta Grossa Santa Elvira Poxoréo/Paraíso 42 1.013.840-4 192,00 1,20 0,00 Formação Ponta Grossa do Leste Formação Furnas/ Formação 43 1.013.841-2 Rondonópolis 60,00 48,00 8,28 Ponta Grossa (?) 44 1.013.842-0 Rondonópolis 80,00 15,00 5,00 Formação Furnas (?) 45 1.013.843-9 Rondonópolis 128,00 20,00 3,33 Formação Furnas 46 1.013.844-7 Rondonópolis 71,00 34,34 0,97 Formação furnas Rondonópolis/ 47 1.101.675-2 290,00 0,95 0,01 Gleba Cascata Rondonópolis/ 48 1.101.676-0 385,00 24,75 0,37 Gleba Cascata Rondonópolis/ 49 009-94 Estância Manga 100,00 3,23 0,07 Larga Rondonópolis/ 50 055-94 Rodovia 120,00 4,61 0,26 Formação Ponta Grossa BR-364 Km 12 51 018-93 Rondonópolis 118,00 13,60 1,89 Formação Ponta Grossa Rondonópolis/Porto 52 036-93 100,00 4,10 0,41 Formação Furnas (?) Transamérica (continua...)

23

QUADRO 003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA RONDONÓPOLIS. (...continuação) VAZÃO VAZÃO N° MUNICÍPIO/ PROF. N° SEQ. MÉDIA ESP. UNIDADE/LITOLOGIA CADASTRO LOCALIDADE (M) (M³/H) (M³/H/M) Rondonópolis/ 53 180-95 Rua São 126,00 13,89 2,15 Formação Furnas Joaquim, 399 54 1.012.011-4 Pedra Preta 115,00 55,00 14,10 Formação Furnas (?) Rondonópolis/ Formação Ponta Grossa/ 55 1.012.359-8 380,00 42,00 52,50 Naboreiro Formação Furnas 56 1.012.881-6 Rondonópolis 204,00 206,00 42,92 Formação Furnas (?) 57 1.012.903-0 Pedra Preta 141,00 39,60 3,05 Formação Furnas (?) 58 1.012.993-6 Rondonópolis 128,00 20,00 3,33 Formação Furnas (?) Pedra 59 079-94 Preta/Fazenda 126,00 15,53 0,22 Bahia Pedra Preta/ 60 090-94 165,00 24,00 0,53 Fazenda Bahia Juscimeira/ 61 22-94 289,00 40,00 SD Chácara Alto Juscimeira/ 62 32-93 Fazenda Nossa Sra 359,00 33,00 SD Aparecida 63 1.012.871-9 Rondonópolis SD 28,80 4,50 Formação Ponta Grossa (?) Guiratinga/ 64 443/01 Vale Rico (Vila 120,00 4,16 0,17 Formação Aquidauana Braquiaria) Rondonópolis/ 65 136/01 Parque de 98,00 2,70 0,18 Formação Furnas (arenitos) Exposição Rondonópolis/ 66 137/02 Parque de 350,00 18,33 SD Formação Furnas (arenitos) Exposição Rondonópolis/Rua Formação Ponta Grossa/ 67 142/07 João XXIII – Vila 380,00 15,55 0,74 Formação Furnas Operário Rondonópolis/Rua 68 143/08 231,00 58,33 5,83 Formação Furnas (arenitos) Domingos de Lima Rondonópolis/Rua 69 144/09 Olavo – Rijiac – 131,00 8,33 0,28 Formação Furnas (arenitos) Rua Filinto Müller Rondonópolis/Rua 70 145/10 Ceará – Vila 60,00 13,33 0,46 Formação Furnas (arenitos) Planalto Rondonópolis/Rua 71 146/11 Paulista – Rua 145,00 9,44 0,93 Formação Furnas (arenitos) Duque de Caxias Rondonópolis/ 72 171/16 Rua Oswaldo Cruz 150,00 8,33 0,83 Formação Furnas (arenitos) – Rua Filinto Müller Rondonópolis/Rua 73 172/17 Otávio Pitaluga – 160,00 10,00 0,91 Formação Furnas (arenitos) Rua Dom Aquino Rondonópolis/ Rua Nossa 74 173/18 102,00 8,33 0,44 Formação Furnas (arenitos) Sra da Aparecida – Rua Bahia Rondonópolis/Rua 75 174/19 Domingos Lima – 170,00 44,44 0,77 Formação Furnas (arenitos) Leopoldo Carvalho (continua...)

24

QUADRO 003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA RONDONÓPOLIS. (...continuação) VAZÃO VAZÃO N° MUNICÍPIO/ PROF. N° SEQ. MÉDIA ESP. UNIDADE/LITOLOGIA CADASTRO LOCALIDADE (M) (M³/H) (M³/H/M) Rondonópolis/Rua 76 175/20 Ramiro Berna – Av. 145,00 5,55 0,22 Formação Furnas (arenitos) Arão G. Bezerra Rondonópolis/ 77 176/21 150,00 66,66 2,22 Formação Furnas (arenitos) Próx. ao Rio Ararual Rondonópolis/Dom 78 177/22 Pedro II – Av. 128,00 5,55 0,56 Formação Furnas (arenitos) Ponce de Arruda Rondonópolis/Jd. 79 178/23 Das Flores (saída 150,00 22,22 0,54 Formação Furnas (arenitos) para Poxoréo) Rondonópolis/Vila 80 179/24 130,00 6,94 0,33 Formação Furnas (arenitos) Pindorama – Rua 1 Rondonópolis/ 81 337/25 Rua 1 – Rua CA – 274,00 14,72 0,82 Formação Furnas (arenitos) Jardim Atlântico Rondonópolis/ 82 193/01 150,00 5,00 0,09 Formação Ponta Grossa Nova Galiléia 83 353/02 Rondonópolis 267,00 6,67 0,15 Formação Ponta Grossa Pedra Preta/ 84 187/01 115,00 23,61 4,72 Formação Furnas Próx.ao córrego Pedra Preta/Rua 85 188/02 Oscar Soares – 150,00 7,14 0,22 Formação Furnas Rua Dourados Pedra Preta/Próx. 86 189/03 do Parque 275,00 13,88 0,32 Formação Furnas Municipal Pedra Preta/ 87 190/04 290,00 13,49 0,39 Formação Furnas COHAB Pedra Preta/ 88 411/99 SD 10,48 0,50 Formação Furnas Frigorífico São José do Povo/Margem do 89 339/05 290,00 33,33 1,47 Formação Furnas (?) Córrego das Pombas Juscimeira/Pátio da 90 226/01 281,00 18,33 45,83 Formação Furnas (?) SANEMAT Juscimeira/Santa 91 227/01 150,00 2,22 0,04 Formação Furnas (?) Elvira – Rua Míriam Juscimeira/ Formação Ponta Grossa 92 228/02 150,00 2,36 0,04 Santa Elvira (siltitos, folhelhos) Juscimeira/ Formação Ponta Grossa 93 229/03 150,00 2,78 0,05 Santa Elvira (siltitos, folhelhos) 94 138/03 Rondonópolis SD 3,50 0,00 95 139/04 Rondonópolis SD 3,30 SD 96 140/05 Rondonópolis SD 31,40 SD 97 141/06 Rondonópolis SD 31,10 SD Rondonópolis/ 98 167/12 Av. Sete Copas – 120,00 13,88 0,36 Formação Furnas (?) Coophalis Rondonópolis/Rua 99 168/13 Miroshi Kawa Toko 120,00 11,11 0,62 Formação Furnas (?) – Parque Real Rondonópolis/ 100 169/14 Rua Frei Servácio – 150,00 21,66 0,80 Formação Furnas (?) Rua Rio Branco 101 170/15 Rondonópolis SD 12,80 SD (continua...)

25

QUADRO 003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA RONDONÓPOLIS. (...continuação) VAZÃO VAZÃO N° MUNICÍPIO/ PROF. N° SEQ. MÉDIA ESP. UNIDADE/LITOLOGIA CADASTRO LOCALIDADE (M) (M³/H) (M³/H/M) Pedra Preta/ 102 364/02 288,00 SD SD Formação Ponta Grossa Nova Araçatuba 103 342/01 São Pedro da Cipa 220,00 20,00 3,33 Formação Furnas (?) 0,00 a 30,00 m: Formação Aquidauna Poxoréo/Jarudoré 30,00 a 380,00 m: Formação 104 245/01 504,00 19,45 SD (pátio da unidade) Ponta Grossa 380,00 a 504,00 m: Formação Furnas 105 26-81 Rondonópolis 152,00 12,00 0,24 Formação Vila Maria (?) 106 27-82 Rondonópolis 160,00 6,60 0,31 Formação Ponta Grossa (?) Juscimeira/ 107 32-89 182,00 12,50 0,42 Fazenda Carandá Juscimeira/ 108 410/01 150,00 0,56 0,01 Formação Furnas (?) Irenópolis Formação Furnas/ Formação 109 04-88 Pedra Preta 290,00 48,59 1,38 Vila Maria (?) 110 84 São José do Povo 290,00 60,00 SD Formação Ponta Grossa (?) 111 85 Juscimeira 276,00 55,00 SD Formação Furnas (?) Rondonópolis/ Formação Ponta Grossa/ 112 86 387,00 65,00 SD Naboreiro Formação Furnas (?) Formação Aquidauana/ Rondonópolis/ 113 87 506,00 75,00 SD Formação Ponta Grossa/ Jarudoré Formação Furnas Juscimeira/ 114 88 207,00 20,00 SD Formação Ponta Grossa (?) Santa Elvira Juscimeira/Distrito 115 004-97 SD SD SD Formação Ponta Grossa (?) de Águas Quentes Rondonópolis/ 116 007-97 80,00 SD SD Formação Furnas Rua Amazonas SD: Variável sem dados FONTE: DNPM/SISON, GEOESTE, SANEMAT, PROMON, AHEC-ARAL e CNEC (modificado)

Os poços cadastrados encontram-se nos municípios de Rondonópolis (77), Juscimeira (13), Pedra Preta (13), São José do Povo (9), Poxoréo (2), Guiratinga (1) e São Pedro da Cipa (1). Destinam-se, geralmente, ao abastecimento urbano, comunitário e múltiplo.

Estes poços foram perfurados em sedimentos da Bacia do Paraná, representados pelas formações Furnas, Ponta Grossa, e, secundariamente, a Formação Aquidauana e Grupo Rio Ivaí. Mostram variações de profundidades no intervalo de 56,0 a 506,0 m; vazão média entre 0 e 240,0 m³/h; e vazão específica entre 0 e 240,0 m³/h/m.

Nota-se uma grande variação nos valores de vazão média e específica, o que demonstra a necessidade da realização de estudos hidrogeológicos prévios antecedendo novas perfurações, no sentido de se identificar as estruturas geológicas/aqüíferos que possam se constituir nos melhores prospectos para a locação de novos poços tubulares.

7. ÁREAS CRÍTICAS E DEGRADADAS

Quanto a processos erosivos, as áreas mais suscetíveis correspondem a relevos escarpados e relevos de transição interplanáltica, em terrenos de substrato arenítico.

26

Tais condições se manifestam na região da Serra Petrovina e avançam para norte, bordejando a folha até as cabeceiras de tributários do Rio São Lourenço, na região de Cantagalo. É área de domínio de arenitos da Formação Aquidauana (Fotos 016 e 017), com a Formação Marília, ocorrendo restritamente (Foto 018). Em escarpas e nas cornijas mais proeminentes ocorrem escorregamentos e quedas de blocos. No sopé das formas, onde se apresentam rampas de colúvio e tálus, o ravinamento é processo natural de evolução. Sempre que há fluxo de águas servidas inadequadamente, seja pela ocupação extensiva, principalmente em chapadões, seja por drenagem de estradas ou de núcleos rurais, tais processos são incrementados, daí a presença acentuada de ravinas de todo porte associadas às estradas e algumas voçorocas, até gigantescas, como na BR-364, na Serra Petrovina, onde o conjunto de processos de evolução das mesmas encontram-se ativos.

No sul da folha, na vertente leste da Serra São Jerônimo, e na vertente norte da Serra da Jibóia (Folha Itiquira), com relevo mais enérgico associado a Formação Marília, concentram-se alguns processos erosivos, principalmente ravinas. Movimentos de massa são raros. Ao longo da BR-163 ocorrem ravinas profundas e algumas voçorocas, sempre associadas à estrada.

As vertentes escarpadas da Serra São Jerônimo, que se voltam para a planície pantaneira, mostram grande número de cicatrizes ligadas a evolução natural das formas. São suportadas por arenitos das formações Furnas e Vila Maria, com relevo de sopé suportado por metamorfitos do Grupo Cuiabá. Escorregamentos e quedas de blocos são comuns. O ravinamento é intenso, marcando sobremaneira os morros metamórficos e remontando para os chapadões. Por indução da ocupação e de estradas sempre se manifestam ativos, com a vegetação presente reduzindo a incidência de processos. Áreas com um faixa razoável de cerrado nas bordas dos chapadões são sempre menos afetadas.

Os chapadões a noroeste da folha e os relevos rebaixados ao longo de calhas, sustentados por Furnas e Vila Maria, com relevos mais suaves e solos mais permeáveis, apresentam maior incidência de erosão. Contudo, ao longo da BR-364, a ocupação urbana e a malha viária condicionam grande quantidade de ravinas, algumas de grande porte. A mesma situação é observada nos domínios colinosos de argilitos da Formação Ponta Grossa, inclusive com incremento de ravinas de portes variados e pelo menos uma grande voçoroca, processos associados a estradas e núcleos urbanos ao longo das rodovias BR-364 e MT-310, embora haja baixa susceptibilidade natural de processos erosivos concentrados.

A planície pantaneira, área natural de acumulação é afetada por erosão às faldas da Serra São Jerônimo, quando presentes, suaves rampas detríticas já ao nível da planície. A erosão é sempre induzida pela ocupação do chapadão e estradas.

O impacto da erosão é sentido mais diretamente nos cursos d’água do que nos solos. O assoreamento das calhas é generalizado, tanto maior quanto mais próximos de estradas, núcleos urbanos e chapadões com intensa mecanização agrícola.

Fora da planície pantaneira, os pequenos cursos tributários apresentam–se totalmente colmatados. É impressionante o assoreamento nas calhas principais, como dos rios Vermelho, São Lourenço, Ponte de Pedra, Jurigue e Areia.

Além do assoreamento por erosão de encostas, os rios estão muito afetados por lançamento de efluentes urbanos. O mais impactado é o Rio Vermelho, que recebe o esgoto de Rondonópolis, e várias outras pequenas cidades e recebe águas poluídas de tributários importantes. Os efeitos já estão sendo sentidos no Rio São Lourenço, em trecho de planície pantaneira.

27

A presença de lixo urbano é outro fator de grande impacto ambiental. Todas as cidades da região não têm disposição adequada para resíduos sólidos das mais diversas naturezas. Há simples despejo do material, constituindo lixões, muitas vezes no interior de erosões. Ao longo de estradas, na proximidades de núcleos urbanos, sempre existem disposição aleatória de lixo e entulho de construção civil.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A individualização do Grupo Rio Ivaí e das formações Furnas e Ponta Grossa, exige uma avaliação de seus respectivos conteúdos fossilíferos. A caracterização dos litotipos, por si só, não permite uma individualização segura, pois os contatos são transicionais e, no presente caso, o caráter é de levantamento não-sistemático. Para tal, faz-se necessário perfis de detalhe em áreas chave.

As unidades geológicas sofrem forte controle tectônico em sua distribuição espacial. É necessário definir detalhadamente a natureza e características dos movimentos, tanto por análise estrutural mesoscópica quanto por intermédio de investigação geofísica, principalmente das grandes suturas regionais.

Nos solos argilosos vermelhos escuros que ocorrem sob a Superfície Paleogênica Peneplanizada com Latossolização, são relatados casos de acidentes em fundações de construções de armazenagem de grãos, conforme o caso histórico de um silo que sofreu um recalque da ordem de 70 cm, provocando a perda de 1.500 toneladas de grãos, na cidade de Campo Novo do Parecis (CONCIANI, 1997).

Estes solos são bastante homogêneos quanto sua constituição e sobre eles dá-se o grande impulso do desenvolvimento agrário do Estado, através da agricultura mecanizada. Como conseqüência, prevê-se a implantação de novos centros urbanos e rurais, geração de obras rodoviárias, ferroviárias, de armazenamento de grãos, irrigação, produção de energia elétrica, edificações etc., para o que se alerta, desde já, a natureza colapsível destes solos que, quando da implantação de obras civis, certamente demandarão tratamento adequado para que o processo de desenvolvimento ocorra com sucesso.

Aliado ao problema da colapsividade, nos chapadões podem ocorrer processos de piping, principalmente nas encostas onde o horizonte laterítico normalmente está ausente e os solos são francamente arenosos. Diagnosticar as áreas mais propensas é importante para prevenir a eclosão de voçorocas, pois estas encontrariam condições muito favoráveis ao desenvolvimento avantajado.

A agricultura extensiva provoca grande degradação dos chapadões, principalmente da vegetação do cerrado. A baixa incidência de erosão deve-se às condições favoráveis do meio físico, com solos razoavelmente permeáveis e topografia plana. Contudo, o tipo de ocupação promove escoamentos superficiais descontrolados e despejos servidos inadequadamente que produzem grandes impactos nas encostas e depósitos de sopé, fator determinante do aparecimento de muitos processos erosivos.

A legislação ambiental obriga a preservação permanente da vegetação natural num conjunto de unidades da paisagem, como margens de cursos d’água, nascentes, encostas de declive acentuado etc. Os caminhamentos efetuados mostram total desrespeito a tais obrigações, o que se constitui numa das causas da profunda degradação observada em algumas áreas. A manutenção de uma faixa de cerrado ao longo das bordas dos chapadões, vegetação que não é protegida por legislação específica, permitiria minimizar em muito o

28

impacto do escoamento pluvial superficial nas escarpas e feições associadas, além de constituir elemento de atenuação dos intensos vendavais, conforme relatos locais.

O assoreamento da rede de drenagem é reflexo da agricultura e, localmente, da malha viária. Percebe-se, em decorrência de prejuízos e não de preocupação conservacionista, que o emprego de algumas práticas de conservação, dependendo do compartimento de paisagem, deveria se tornar obrigatória por lei. A malha viária é implantada sem critérios técnicos em sua quase totalidade, mesmo as rodovias principais. Orientação técnica e incentivo ao poder público municipal devem ter prioridade do Estado, com isso minimizando impactos e gastos com manutenção. Percebe-se alguns locais com sistemas de drenagem e, principalmente, de contenção do escoamento, mas sempre onde os impactos já ocorreram e com o intuito de preservar as estruturas construídas, não o meio.

Nas áreas habitadas e no meio agrícola, a disposição de lixo de toda natureza é sempre inadequada. Muitos núcleos produzem quantidades de resíduos facilmente controláveis. É necessário difundir e subsidiar técnicas adequadas para construção de aterros e valas sanitárias. Da mesma forma é entendido o problema com despejo de efluentes em áreas urbanas e núcleos rurais. No campo, algumas ações indicam intenção de minimizar a poluição com pesticidas, como construção de cercados para embalagens, porém de forma aleatória.

29

9. FOTOGRAFIAS

FOTO 001 SÃO LOURENÇO DE FÁTIMA (DP-405-21). ICNOFÓSSEIS EM INTERCALAÇÕES DE SILTITOS E ARGILITOS CONTIDOS EM SEQÜÊNCIA PREDOMINANTEMENTE ARENOSA. GRUPO RIO IVAÍ.

FONTE: CNEC, 1997

30

FOTO 002 SERRA SÃO JERÔNIMO, CÓRREGO MUTUM (DP-405-23). SUCESSÃO DE PEQUENAS CORREDEIRAS NA DESCIDA DA SERRA SÃO JERÔNIMO PARA BAIXADA DO PANTANAL. GRUPO RIO IVAÍ.

FONTE: CNEC, 1997

31

FOTO 003 SERRA SÃO JERÔNIMO, CÓRREGO MUTUM (DP-405-23). CONTROLE TECTÔNICO N50E VERTICALIZADO, FORMANDO DESFILADEIRO COM LARGURA DE 4 M NO LOCAL. GRUPO RIO AVAI.

FONTE: CNEC, 1997

32

FOTO 004 MT-310 (DP-405-39). BANCOS DE ARENITOS MACIÇOS DISPOSTOS PLANO-PARALELAMENTE. A PORÇÃO INFERIOR POSSUI TÊNUE ESTRATIFICAÇÃO E INTERCALAÇÕES DE LENTES DELGADAS DE ARGILITO. FORMAÇÃO FURNAS.

FONTE: CNEC, 1997

33

FOTO 005 BR-364 (DP-405-04). REGIÃO DE PEDRA PRETA. ARGILITOS CINZENTOS FINAMENTE LAMINADOS, COM INTERCALAÇÕES CENTIMÉTRICAS DE ARGILITOS SILTOSOS, ENDURECIDOS. TODO O PACOTE TEM CAIMENTO DE 7º SE. FORMAÇÃO PONTA GROSSA.

FONTE: CNEC, 1997

34

FOTO 006 MT-310 (DP-405-44). LENTE DECIMÉTRICA DE HEMATITA INTERCALADA NOS SILTITOS. FORMAÇÃO PONTA GROSSA.

FONTE: CNEC, 1997

35

FOTO 007 MT-310 (DP-405-44). ARGILITOS FINAMENTE LAMINADOS COM INTERCALAÇÕES ESPESSAS DE SILTITO ESTRATIFICADO E FERRUGINIZADO. FORMAÇÃO PONTA GROSSA.

FONTE: CNEC, 1997

36

FOTO 008 MT-310 (DP-405-41). RELEVO COLINOSO DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA, A SUL DE RONDONÓPOLIS – GUIRATINGA, REGIÃO DA BAIXADA DE RONDONÓPOLIS.

FONTE: CNEC, 1997

37

FOTO 009 REGIÃO DE PEDRA PRETA (DP-405-06). MORRO RESIDUAL DA FORMAÇÃO AQUIDAUANA. O NÍVEL BAIXO CORRESPONDE À FORMAÇÃO PONTA GROSSA. SITUAÇÃO TÍPICA NA BAIXADA DA SERRA PETROVINA.

FONTE: CNEC, 1997

38

FOTO 010 REGIÃO DE JARUDORÉ (DP-405-53). RELEVO PLANO DE TERRAÇO E MORRO RESIDUAL AQUIDAUANA. NOTAR HORIZONTALIDADE DOS PACOTES.

FONTE: CNEC, 1997

39

FOTO 011 SERRA DA SAUDADE (DP-405-01). DETALHE DE ARENITOS FINOS, SILICIFICADOS, COM ESTRATIFICAÇÃO CRUZADA DA FORMAÇÃO BOTUCATU.

FONTE: CNEC, 1997

40

FOTO 012 SERRA PETROVINA (DP-405-03). TOPO COM LATERITA, FORMAÇÃO MARÍLIA SILICIFICADA (Kb) E AQUIDAUANA NA BASE (CPa).

FONTE: CNEC, 1997

41

FOTO 013 SERRA PETROVINA (DP-405-03). VISTA PARA SE. DO PONTO À PRIMEIRA RUPTURA DE DECLIVE É A FORMAÇÃO MARÍLIA; ABAIXO, É AQUIDAUANA.

FONTE: CNEC, 1997

42

FOTO 014 ESTRADA RONDONÓPOLIS - POXORÉO (DP-405-58). MORRO RESIDUAL DE ARENITO AQUIDAUANA (CPa) COROADO POR RESTO DE ARENITO MARÍLIA (Kb).

FONTE: CNEC, 1997

43

FOTO 015 SERRA PETROVINA (DP-405-01, 5 KM PARA NE). PERFIL LATERÍTICO SUSTENTANDO TOPO DE ESCARPA DA SERRA PETROVINA. ESPESSURA MAIOR QUE 8 M. PASSAGEM PARA O NÍVEL CIMEIRO (SUPERFÍCIE PALEOGÊNICA PENEPLANIZADA COM LATOSSOLIZAÇÃO), SOBRE ARENITOS BOTUCATU. DIVISOR BAP/ARAGUAIA.

FONTE: CNEC, 1997

44

FOTO 016 SERRA DA PETROVINA (DP-405-03). SOLAPAMENTO / ABATIMENTO DAS PAREDES DA VOÇOROCA PROVOCADO POR ESCOAMENTO PLUVIAL E “PIPING” (NOTAR CAVERNAS ABERTAS POR “PIPING” SOB PNEUS). OS PNEUS SÃO INDEVIDAMENTE COLOCADOS NOS ENTORNOS DA CICATRIZ PARA BARRAR O ESCOAMENTO PLUVIAL. PROCEDIMENTO MAL EXECUTADO, TORNA-SE LIXO NO INTERIOR DA EROSÃO.

FONTE: CNEC, 1997

45

FOTO 017 SERRA DA PETROVINA (DP-405-03). COLAPSOS CONSECUTIVOS DA PAREDE DA VOÇOROCA.

FONTE: CNEC, 1997

46

FOTO 018 SERRA DA PETROVINA (DP-405-03). REGIÃO DE CONTATO ENTRE AS FORMAÇÕES AQUIDAUANA E MARÍLIA. VOÇOROCA PROVOCADA POR ÁGUA SERVIDA DE ESTRADA.

FONTE: CNEC, 1997

47

10. BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, F.F.M. de. Geologia do Sudoeste Matogrossense. B. Div. Geol. Mineral. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, nº 116, 1945. 118p. ______de Geologia do Centro Leste Matogrossense. B. Div. Geol. Mineral. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, nº 150, 1954. 97p. ______de. Geologia do Centro Oeste Matogrossense. B. Div. Geol. Mineral. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro. nº 215, 1964. 137p. ______de. Geossinclíneo paraguaio. Semana de Debates Geológicos - SEDEGEO, 1, Porto Alegre: DNPM, 1965. nº 1, p. 87-101. ______de. & BARBOSA, O. Geologia das quadrículas de Piracicaba e Rio Claro. DNPM. DGM., 1953. Bol. 143, Rio de janeiro ______de. & MANTOVANI, M.S.M. Geologia e geocronologia do granito de São Vicente, Mato Grosso. An. Acad. Bras. Ci. , Rio de Janeiro, 47 (3-4): 451-58, dez. 1975. ASSINE, M.L. Aspectos da estratigrafia das seqüências pré-Carboníferas da Bacia do Paraná no Brasil. Tese de Doutoramento. IGUSP. 207p. 1996. ASSINE, M.L.; SOARES, P.C.; MILANI, E.J. Seqüências tectono-sedimentares mesopaleozóicos da Bacia do Paraná, sul do Brasil. Rev. Bras. Geoc., 24(2):77-89. 1994. BURJACK, M.I.A., POPP, M.T.M. A Ocorrência do Icnogênero Arthrophycus no Paleozóico da Bacia do Paraná. Pesquisas, Porto Alegre, 1981, 14:163-168. CONCIANI, W. Estudo do Colapso do Solo Através de Ensaios de Placa Monitorados com Tensiômetros e Tomografia Computadorizada. Tese de Doutoramento. USP, Escola de Engenharia São Carlos. 1997. 177p. e 6 Apêndices. CORDANI, U.G. & TASSINARI, C.C.G. Comentários sobre os dados geocronológicos disponíveis para as folhas SD.21 Cuiabá, SE.21 Corumbá e SF.21 Rio Apa In: SCHOBBENHAUS FILHO, C. Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo. Brasília, BNPM, 1979. 13p., 1 tab. DERBY, O.A. A. Geologia da região diamantífera do Paraná no . Arq. Mus Nac., n.3, p.89- 96, Rio de Janeiro,1878. EVANS, J.W. The geology of Matto Grosso, particulary the region drained by the upper Paraguai. Q. J. Geol. Soc. London, 50 (2):85-104,1894. FARIA, A. Formação Vila Maria – nova unidade litoestratigráfica siluriana da Bacia do Paraná. Ciências da Terra nº 3, 1982 p. 12-15. FARIA, A & REIS NETO. Nova unidade litoestratigráfica Pré-Furnas no sudoeste de Goiás. In: Congr. Bras. Geol., 30, Recife, 1978. Resumo das Comunicações. Recife, SBG, 1978 p. 137-137. GEOLOGIA DO CENTRO LESTE DE MATO GROSSO, Ponta Grossa: PETROBRÁS, 1970. Relatório nº 394. 46 p. GONZAGA DE CAMPOS, L.F. Seção Geológica. In: Comissão Geographica e Geológica. Relatório...1889. São Paulo. p 21-34. GONZAGA, M.G. & TOMPKINS, L.A. Geologia do Diamante. In: Schobbenhaus, C. et al. Principais Depósitos Minerais do Brasil – Gemas e Rochas Ornamentais – Volume IV, Parte A. Cap. IV. DNPM/CPRM, 1991 p. 53-117. GRAY, J.; COBATH, G.K.; FARIA, A.; BOUCOT, A.J.; ROHR, D.M. Silurian-age fossils from the Paleozoic Parana Basin, Sothern Brazil. Geology 13:521-525. 1985.

48

HASUI, Y. & ALMEIDA F.F.M. de. Geocronologia do Centro-Oeste Brasileiro. Soc. Bras. Geol., São Paulo, 19(1): 5-26, set. 1970. LISBOA, M.A.R. Oeste de São Paulo, Sul de Mato Grosso, geologia, indústria mineral, clima, solo agrícola, industria pastoril. Rio de Janeiro; Typ. Jornal do Comércio, 1909. 172p. MAAK, R. Breves notícias sobre a geologia dos estados do Paraná e Santa Catarina. Curitiba. Arquivos de Biologia e Tecnologia (IBPT), 11:63-154. 1947. MARINI, O.J. et al. As Faixas de Dobramentos Brasília, Uruaçu e Paraguai-Araguaia e o Maciço Mediano de Goiás. In: SCHOBBENHAUS, C et al. Geologia do Brasil; texto explicativo do mapa geológico do Brasil, e da área oceânica adjacente, incluindo depósitos minerais, escala 1:2.500.000. Brasília. DNPM. 1984. p.251-306. POPP, M.T.B.; BURJACK, M.I.; ESTEVES, I.R. Estudo preliminar sobre o conteúdo paleontológico da Formação Vila Maria (pré-Devoniano) da Bacia do Paraná. Pesquisas 14:169-180. 1981. O USO DA TERRA E O GARIMPO NA BACIA DO RIO SÃO LOURENÇO, MATO GROSSO. FEMA-MT, UFMT, 1990. OLIVEIRA, A.I & LEONARDOS O.H. Geologia do Brasil 2. Ed. Rio de Janeiro. Serv. Inf. Agric., 1943. 813p. (Série Didática, 2). OLIVEIRA, E.P. Terreno Devoniano do sul do Brasil. Anais da Escola de Minas de Ouro Preto, n.14, p.31-41. 1912. PROJETO ALTO GUAPORE, RELATÓRIO FINAL. Goiânia. DNPM/CPRM, 1974. v. XI. Inédito. PROJETO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO ARAGUAIA-TOCANTINS. Brasília. PRODIAT, 1982. PROJETO RADAMBRASIL FOLHA SD.22 Goiás. Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia, 1981, v.25, 300p. ______FOLHA SE.21 CORUMBÁ E PARTE DA FOLHA SE.20 Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia, 1982. v.27, 160p. PROJETO ZONEAMENTO DAS POTENCIALIDADES DOS RECURSOS NATURAIS DA AMAZÔNIA LEGAL. Rio de Janeiro: IBGE, Dpto. Rec. Est. Amb., 1990. 211p. Convênio: IBGE/SUDAM. REVISÃO ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO PARANÁ. 1974. PETROBRÁS,. Relatório DESUL-444. 187p. SCHOBBENHAUS FILHO, C. et alii. Folha Goiás (SD.22) SCHOBBENHAUS FILHO, C., coor. Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo. Brasília. DNPM, 1975. WHITE, I.C. Geologia do Sul do Brasil. (Geology of South Brasil). Trad. Manuel I. Ornellas. B. Direc Agric. Viação Ind. Obras Públ. , Salvador, 8(6):582-86 1906.

ANEXOS

ANEXO I - MAPAS

ANEXO II - RELAÇÃO DAS FICHAS COM DESCRIÇÕES DE CAMPO

ANEXO III - RELAÇÃO DAS FICHAS COM CADASTRO DE JAZIMENTOS MINERAIS E SITUAÇÃO LEGAL

ANEXO IV - RELAÇÃO DAS FICHAS COM CADASTRO DE POÇOS TUBULARES PROFUNDOS SELECIONADOS