ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA.

ATA Nº 067

PRESIDENTE - DEPUTADO SEBASTIÃO REZENDE

O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Autoridades presentes, senhoras e senhores, bom-dia. Declaro aberta esta Audiência Pública que tem como objetivo discutir as questões dos projetos de assentamentos da região Sul do Estado. Nesta oportunidade, antes de convidar as autoridades para compor a mesa, solicito aos nossos companheiros que estão lá fundo, se puderem vir mais para frente, para ficarmos mais próximos, é extremamente importante que nos agrupemos mais. Convido para fazer parte da mesa, a Deputada Profª Vilma; o Vice-Prefeito do Município de Pedra Preta, Sr. Marcionilio Cortez Souza; o Prefeito do Município de São José do Povo, Sr. João Batista de Oliveira; o Vice-Prefeito de São José do Povo, Sr. Genésio Gomes; o Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Pedra Preta, Sr. Semy Mendes de Freitas; o Superintendente do IBAMA, Sr. Ramiro Martins Costa; o Superintendente Regional do INCRA, Sr. Willian César Sampaio; o Presidente do INTERMAT, nosso companheiro Afonso Dalberto; o Gerente de Desenvolvimento da CONAB, Sr. Jacir Lopes da Silveira; o Vereador Paulo Roberto Santana, Vice-Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Pedra Preta; o Vereador Juvenal Pereira Brito, de Pedra Preta; o Vereador Valdir José Rodrigues, nosso companheiro, também do Município de Pedra Preta; o Vereador Hélio de Farias, nosso companheiro, de Pedra Preta; o Vereador Marcos André Batista Amorim, do Município de Pedra Preta; o Sr. Adilson Vieira Rodrigues, Secretário Municipal de Saúde do Município; o Sr. Ernani Carneiro Gomes, Secretário Municipal de Administração do Município de Pedra Preta; o Sr. Paulo Roberto Carvalho, Secretário Municipal do Município de Pedra Preta; a Srª Iraci Ferreira, Coordenadora da Secretaria Municipal de Agricultura; o nosso companheiro, Vereador Nilson Tavares Cerqueira, do Município de São José do Povo; o nosso companheiro Vereador Everaldo Neves Cabral, do Município de São José do Povo; o nosso amigo, o Vereador Valter Correa Cadidé, o Racum; e o Sr. Edgar Paz, que é o empresário, proprietário da empresa Geo e Imagem, que também terá oportunidade de falar um pouco sobre essa questão do georreferenciamento. Informo que, se tiver outra autoridade, vereador, prefeito, vice-prefeito presente, é só passar o nome para o nosso Cerimonial, para que possamos convidá-lo para compor a mesa. Composta a mesa, convido a todos para em pé cantarmos o Hino Nacional. (EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL.) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Ainda em pé, eu gostaria de cumprimentar todas as autoridades eclesiásticas presentes na nossa Audiência Pública. Quero convidar o Pastor Sebastião Raimundo, que é Pastor Presidente da Igreja Assembleia de Deus, representando todas as autoridades eclesiásticas, para fazer uma oração, a fim Pág. 1 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. de que, efetivamente, possamos iniciar a nossa Audiência Pública agradecendo a Deus, pedindo a Ele para que esta Audiência Pública seja profícua, que possamos tirar daqui resultados práticos para todas as dificuldades que temos vivido nos nossos assentamentos com nossos acampados. Com a palavra, o Pastor Sebastião Raimundo. O SR. SEBASTIÃO RAIMUNDO - Bom-dia a todos! Vamos interceder a Deus para que ele venha nesta manhã nos abençoar, que tudo o que for tratado aqui tenha a proteção de Deus, protegendo nossas vidas e abençoando todas as nossas autoridades civis, militares e eclesiásticas e todos quantos foram constituídas por Deus, pois a Bíblia diz que todas as autoridades são constituídas pelo Senhor Deus. Vamos interceder ao Senhor que vem derramar sobre nós a Tua benção e que tudo ocorra normal para a glória do Seu nome. Senhor nosso, te louvamos neste momento, somos gratos, Senhor, por este privilégio de termos, de agora interceder ao Senhor no início desta reunião. Eu peço que venha abençoar. No Senhor não há mudança nem sombra alguma de variação. O Senhor que está entronizado entre os querubins, intercedemos agora a Tua benção, venha nos abençoar, Senhor, que tudo ocorra normal, que a Tua mão seja estendida para abençoar as nossas vidas. Em nome de Jesus intercedemos a Tua benção, pois tu és o nosso Deus. Amém e amém. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Muito obrigado, Pastor. Podem sentar. Quero agradecer a presença do Pastor Carlos Caetano, da Igreja Evangelho Quadrangular; do Pastor José Bispo do Nascimento Júnior, Pastor da Igreja Batista Nacional Esperança; do Sr. Raul José Machado, Presidente da Associação Alto da Colina, de Pedra Preta; do Sr. Antônio Pereira Ferreira, Presidente do Assentamento Frei Servácio, de Pedra Preta; do Sr. Marcílio Nunes Porto, Presidente dos Pequenos Produtores Rurais do Projeto de assentamento Dois Irmãos, do Município de ; do Sr. Valderson Coelho Pessoa, Presidente do Assentamento 26 de Janeiro; do Sr. Odenilson Alves de Souza, Presidente dos Pequenos Rurais do PA Fortuna; do Sr. Cícero Fernandes de Andrade, Presidente da Associação São João Batista, PA Monte Azul; do Sr. Célio Rocha Teodoro, neste ato representando a Srª Maria Aparecida Pereira, Presidente do Assentamento Vista Alegre; do Sr. Juraci Barbosa, representante da Associação Barra Bonita, Município de Poxoréo; do Sr. Gilmar Medeiros Conceição, Presidente do PSDB do Município de Pedra Preta; do Sr. Santo Martino Fontes, Presidente do PT. Agradecemos a presença de toda população do Município de Pedra Preta. Agradecemos, também, a presença dos servidores da Prefeitura Municipal de Pedra Preta; do Sr. Guimar Rodrigues de Oliveira, nosso amigo e companheiro, representando o Movimento dos Acampados 13 de Outubro, do Município de Rondonópolis, que têm travado uma luta muito forte. Temos acompanhado esse trabalho e quero deixar registrado o nosso apoio a todo tempo a esse projeto. Nossos agradecimentos pela presença de todos! Com os agradecimentos feitos, na sequência ouviremos algumas autoridades da mesa e, também, abriremos a oportunidade para que toda plateia fale. As inscrições já estão abertas. Gostaríamos que os representantes dos assentamentos registrassem seus nomes com o Cerimonial. Elas colherão os seus nomes. Cada pessoa terá a oportunidade de se expressar por três minutos, pois, temos um período para que a

Pág. 2 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Audiência Pública ocorra e sabemos da ocupação de todos. Então, ocorrerá a limitação de tempo. É importante que todos os representantes dos assentamentos tenham a oportunidade de falar. Solicitamos esta Audiência Pública porque na região Sul temos aproximadamente quarenta, cinquenta assentamentos no entorno e para dar a oportunidade à população, aos nossos trabalhadores rurais, de se manifestar, com a presença do Superintendente do INCRA, do Superintendente do IBAMA; do representante do Governo do Estado, nosso companheiro Afonso Dalberto, que é o Diretor-Presidente do INTERMAT, e com a participação da CONAB. Houve o convite, também, à Superintendência do Banco do Brasil para estar presente, enfim, todas as autoridades que estão ligadas a esse meio. A participação, hoje, da população é extremamente importante. A Audiência Pública tem a finalidade de ouvir a população, de trazer as autoridades para próximo dos nossos trabalhadores. Gostaria de, nesta oportunidade, ouvir o Vice-Prefeito do Município de Pedra Preta, Município onde este Audiência Pública está sediada. O Sr. Marcionilio falou da impossibilidade do Prefeito estar presente neste ato, mas ele aqui está. Então, passaremos a palavra ao Sr. Marcionilio Cortes Souza, até com o propósito de dar boas-vindas a todos. O SR. MARCIONILIO CORTES SOUZA - Obrigado, Deputado. Em primeiro lugar, quero agradecer a presença de todos aqui, hoje, nesta Audiência Pública. Quero cumprimentar o nosso amigo Deputado Sebastião Rezende por esse trabalho. Seja bem-vindo a Pedra Preta! Cumprimentar a Deputada Profª Vilma; o Prefeito de São José do Povo, o Vice- Prefeito; os Superintendentes do IBAMA, do INCRA e todos os Vereadores. Quero deixar bem claro, Deputado, que hoje é um dia muito importante para o Município de Pedra Preta, para esse povo dos assentamentos, que está aqui presente, com a realização desta Audiência Pública. É um povo sofrido, Deputado! Tenho conhecimento sempre do que acontece do lado deles, pois, tenho o testemunho dele. O INCRA, Sr. Superintendente, nesses cinco anos que ando junto com o Prefeito, pois, não faço parte da Administração, porque Vice-Prefeito é só estas horas... Até hoje não veio nada para estrada. Só tem promessa que vem um milhão, que vem quinhentos mil. Até hoje não veio nenhum centavo para a Prefeitura arrumar as estradas dos assentamentos. Se alguma coisa ruim foi feita, bem ou mal, é o Prefeito que tem dado cobertura para esse povo dos assentamentos de Pedra Preta. Quero deixar bem claro, Deputado, que o senhor nos representa no Poder Legislativo e tem conhecimento da situação. Esta Audiência Pública é bem-vinda aqui. Como eu já disse uma vez, quero solicitar ao Superintendente do INCRA que dê mais apoio para nós daqui, de Pedra Preta, para esse povo sofrido que está aqui e o senhor está vendo essa gente sofrida. Muito obrigado a todos! (PALMAS).

Pág. 3 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Com a palavra o Prefeito de São José do Povo, que é um Município que tem aproximadamente de oito a dez assentamentos, que terá a oportunidade de expressar o seu posicionamento. O SR. JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA - Bom-dia a todos! Na pessoa da Deputada Profª Vilma, quero cumprimentar todas as autoridades que compõem a mesa; na pessoa dessa trabalhadora que está bem aqui, na faixa, quero cumprimentar todos os trabalhadores e trabalhadoras que se encontram presentes aqui, nesta Audiência Pública. Primeiramente, Deputado, quero agradecê-lo pela iniciativa de fazer esta Audiência Pública aqui, em Pedra Preta. Faço das minhas as palavras do Vice-Prefeito de Pedra Preta: os assentamentos da região se encontram, na verdade, desamparados. Até agora o INCRA falhou na ajuda aos nossos trabalhadores. O nosso município é composto por cinco assentamentos e mais quatro assentamentos vizinhos, que nós ajudamos, do Vale Rico; daqui, de Pedra Preta, o Flor da Serra. As pessoas não têm mesmo estrada. Estrada é tudo! Se tivermos estradas boas, teremos boa saúde; teremos boa educação, porque as crianças não faltam as aulas. E, hoje, lamentamos, porque devido às chuvas que vêm caindo na nossa região, os nossos alunos estão parados. Não tem como fazer o transporte escolar. Já estive por diversas vezes no INCRA e todas as vezes fui muito bem recebido pelo Sr. Willian. Ele sempre nos recebeu muito bem. É muito atencioso. Sei que nem tudo depende dele. Não tem como ele no INCRA fazer milagres. Mas nós cobramos, Sr. Willian, que olhe com muita atenção para o Município de São José do Povo. O Município de São José do Povo é carente. É um município de pouca arrecadação. Sobrevivemos mais de FPM e dependemos muito da ação do INCRA. É um município composto praticamente, como disse o Deputado, só de assentamentos. É preciso que as autoridades do INCRA daqui do Estado e em nível federal que olhem com carinho para os nossos assentamentos. Um dia desses tivemos uma Audiência Pública com o Deputado Riva e conseguimos um poço artesiano por meio do Sr. Afonso, do INTERMAT. Somos agradecidos pela sua boa-vontade. Portanto, Deputado, mais uma vez, parabéns pela sua ação. Vossa Excelência sabe que tem o nosso apoio, que tem a nossa gratidão, porque é um Deputado que sempre tem os olhos voltados ao Município de São José do Povo. A Deputada Profª Vilma também tem sempre marcado presença em nosso município. Muito obrigado, Deputada! Vamos cobrar forte mesmo, trabalhadores, do INCRA para que faça alguma coisa por nós de São José do Povo, de Guiratinga, de Pedra Preta e de Rondonópolis também. Muito obrigado! Bom-dia! Uma boa reunião para todos nós. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Com a palavra, o Presidente da Câmara Municipal de Pedra Preta, Vereador Semy Mendes de Freitas. O SR. SEMY MENDES DE FREITAS - Gostaria de cumprimentar o Deputado Sebastião Rezende e ao mesmo tempo parabenizá-lo por esta Audiência Pública. Em nome do Deputado Sebastião Rezende, cumprimento os Deputados presentes, o nosso Vice-Prefeito, neste momento, representando o Prefeito, o Superintendente do IBAMA e o Superintendente do INCRA; em nome do nosso Presidente da Câmara Municipal de São José do Povo, cumprimento os demais Vereadores, as nossas autoridades e os nossos Secretários. Pág. 4 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Quero parabenizar e desejar boas-vindas a todos que se fazem presentes nesta Audiência Pública. Estamos aqui mais para ouvir o Superintendente do INCRA, o Deputado Sebastião Rezende e todos os Deputados. Gostaria que na fala do Superintendente do INCRA ficasse bem claro o que é de obrigação do INCRA e o que é de obrigação do Poder Executivo de Pedra Preta, porque há uma briga interna e os assentados ficam meio perdidos. Eles vão ao Prefeito, falam que é obrigação do INCRA, com isso, é o que o Vice-Prefeito acabou de dizer, eles estão desassistidos e sofrendo. Sabemos que tem assentamentos que estão interditados, ilhados, não têm como sair, e isso é uma grande preocupação. A Câmara Municipal pouco pode fazer com relação a isso, porque estamos ali para aprovar os projetos que vêm de interesse dos assentados. Mas como muita coisa pelo que sabemos é de obrigação do INCRA, temos pouco a fazer, a não ser sempre estarmos presentes em Cuiabá, na Superintendência do INCRA. Esta Audiência Pública, Deputado Sebastião Rezende, é de grande valia, porque ao invés dos Vereadores e dos assentados irem à Superintendência do INCRA, o Superintendente está hoje na nossa cidade. É isso que temos a agradecer e parabenizar também o Superintendente por essa disponibilidade. Desejo a todos uma boa reunião. Sejam todos bem-vindos! Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Muito obrigado Vereador Semy. Quero dizer da importância da Audiência Pública. Nós temos reunidos aqui, a quem reitero meus agradecimentos: ao Superintendente do INCRA Regional; ao Superintendente do IBAMA; a CONAB; ao Governo do Estado, representado pelo nosso amigo Afonso. Então, são as autoridades que efetivamente estão participando desse processo, neste momento, com a participação deles juntos. Até as dúvidas, que são conflitantes, de responsabilidade, temos a oportunidade de tirá- las nesta Audiência Pública. Então, quero dizer que sem dúvida será extremamente oportuna esta Audiência Pública. Por isso, vocês estarão fazendo uso da palavra e poderão formular seus questionamentos bem direcionados e ter as respostas aqui. Quero também passar a palavra ao Vereador Valdir José, que fez a solicitação desta Audiência Pública e tem acompanhado junto com os nossos vereadores de Pedra Preta, de São José do Povo, de Poxoréu e toda região essas dificuldades dos nossos trabalhadores rurais, assentados, daqueles que estão acampados, aguardando, Willian, a possibilidade de serem assentados também, buscando a sua oportunidade, que tem sido uma luta muito grande nesse aspecto. Com a palavra, o Vereador Valdir José. O SR. VALDIR JOSÉ - Bom-dia a todos! Em nome do Deputado Sebastião Rezende, cumprimento as autoridades da mesa; em nome do nosso companheiro Mineirinho, cumprimento todos os assentados e acampados presentes; em nome do Secretário de Administração Hernane, cumprimento os nossos Secretários municipais, coordenadores e funcionários públicos. Estou aqui, Vereador Semy, para agradecer ao Deputado Sebastião Rezende pela realização desta Audiência Pública. Eu e o Deputado Sebastião Rezende nos reunimos na Câmara com os oito Vereadores para dizer das reuniões que fizemos nos assentamentos. Sempre que fazemos as reuniões Pág. 5 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. pegamos as reivindicações dos assentados e levamos ao INCRA. Estivemos em mais de dez audiências em Cuiabá e nunca fomos atendidos. Então, reunimos os vereadores e decidimos convidar o senhor para requerer esta Audiência Pública em nosso município. Estou feliz porque o senhor atendeu a nossa reivindicação. Pedra Preta hoje está feliz porque estão aqui todas as autoridades estaduais presentes em um só lugar. Então, vamos aproveitar esta Audiência Pública para cobrar duro. O Dr. Willian Sampaio, que é uma pessoa educada, toda vez nos recebeu muito bem, mas só que as ações do INCRA neste Município estão sendo poucas. Então, temos que cobrar aqui para que algo seja definido, com possibilidade de execuções em nosso Município. Era para participar desta Audiência Pública mais de mil pessoas. Duvido se não tivesse, porque não temos estrada, não temos ponte, não temos nada nos nossos assentamentos para trazer o nosso povo. O pessoal lá do Assentamento Caboclo tem dois caminhões cheios de gente, mas não tem a ponte para vir, Deputado. Como que o pessoal vem? Vêm dois, três, de moto. No Assentamento Vale do Prata temos duas ou três pessoas... Por que não tem uma ponte? Caiu uma ponte de quarenta e oito metros quadrados e não tem nenhum desvio para ser feito. Então, estamos aqui alegres, abençoados nesta manhã, porque recebemos as nossas autoridades. Aproveitamos a presença de vocês nesta manhã para cobrar. Está aqui o nosso Presidente Willian Sampaio, que é o “cara”, aqui, hoje; ele é que tem que sair daqui com as soluções. Na última audiência que tivemos em seu gabinete, saímos de lá decepcionados com o INCRA, não com a pessoa de Vossa Excelência, que é o representante do INCRA lá. Saí decepcionado. Num outro dia, a nossa Senadora Serys esteve em nosso Município e fiquei mais decepcionado com o INCRA. Aí eu fiquei louco e falei: isso não tem condições! Se a nossa Senadora, que é do PT; se o nosso Coordenador do INCRA, que é do PT, não tem soluções para Pedra Preta, então foi por isso que convocamos esta Audiência Pública, para sairmos daqui com soluções. O que tem sido feito em nosso município, Deputado Sebastião Rezende, é a Prefeitura que tem assumido tudo, inclusive as pontes nas estradas. Então, nós temos que cobrar duramente do Dr. Willian Sampaio nesta manhã. Falando as palavras do Prefeito de São José do Povo, vocês podem ver que não é só o Município de Pedra Preta que tem problemas nos assentamentos, mas também São José do Povo tem e a região Sul. Então, está faltando gerenciamento do INCRA para a distribuição dos recursos para o nosso município. Então, Deputado Sebastião Rezende, mais uma vez agradeço a Vossa Excelência por ter convocado esta Audiência Pública em nosso Município. Todas as vezes que dependemos de Vossa Excelência em Cuiabá, fomos atendidos. Então, só tenho a agradecer a Vossa Excelência, aos acampados, aos assentados nesta manhã. Esta talvez seja uma oportunidade única que temos hoje aqui. Se daqui não sairmos com nada, não adiantará mais irmos a Cuiabá. Eu já falei até com os nossos colegas Vereadores que se depender de eu ir a Cuiabá cobrar do INCRA, já não vou mais. Estou decepcionado! Andamos trezentos quilômetros, Vereador Nilsinho, para ir ao INCRA e sair de lá de mala vazia, sem esperança, sem nada. Então, a partir de hoje não vou ao INCRA mais. Está aqui a oportunidade de cobrarmos, nesta manhã, do Superintendente do INCRA, do representante, que faz parte da mesa. Era só. Muito obrigado.

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Passo a palavra ao Presidente da Câmara de Vereadores de São José do Povo, Nilson Tavares, que também, como nós, tem estado muito preocupado com todas essas questões e tem participado efetivamente de todo esse processo. O SR. NILSON TAVARES - Bom-dia a todos e todas. Em nome do Deputado Sebastião Rezende, quero cumprimentar a Mesa, os companheiros Vereadores aqui de Pedra Preta; o Presidente da Câmara; o Valdir; os companheiros ao meu lado, os Vereadores de São José do Povo; o Everaldo Neves Cabral; o Racum, o Vice- Prefeito de São José do Povo, Genésio Gomes; o Prefeito João Batista; a Iraci; o Ernani; o Dr. William, a Deputada Profª Vilma e demais representantes e autoridades do Estado. Ultimamente estou sendo muito conhecido no INCRA - já estão interpelando se sou funcionário do INCRA ou do Deputado Sebastião Rezende -, porque a minha ida ao INCRA é diária. Toda semana, vira e mexe, estou indo lá para reivindicar. São José do Povo é um eixo de assentamentos. Temos Vale do Prata, Flor do Prata, Furnas, Wilson Medeiros, Strozake, Dois Irmãos, Monte azul. Então, ali é um eixo. E os vereadores estão à disposição da comunidade, são as pessoas que a comunidade tem mais acesso e nós vemos às dificuldades dos Presidentes de Associação em se deslocar para Cuiabá. Então, como estamos indo diariamente, nós levamos as reivindicações. Nós temos reivindicações dos materiais - vemos outros assentamentos recebendo esses materiais - e temos assentamentos que não estão recebendo, alguns têm dinheiro já em conta desde 2007, 2006, estão tendo rendimento e até hoje não foi concluído nada. Estamos vendo dificuldades quanto a estradas, escolas e falta de água. Nós gostaríamos de reivindicar aqui uma posição ao Assentamento Wilson Medeiros, porque é um assentamento que até hoje não tem nada de infraestrutura a não ser casas e energia. Já foi feito um levantamento para a possibilidade de perfuração de poços, que é de 800 metros acima, e nós temos água na região da Formosa que dá para sustentar 10, 15, 20 assentamentos ali em volta, por isso, foi feito um levantamento, por meio da SEDER e do Sindicato aqui de Pedra Preta. Senhores, estou falando de Pedra Preta, porque o pessoal me cobra, mas temos comunidades tanto em Pedra Preta como na região de Guiratinga. Nós estamos no eixo. Então, nós temos esse projeto em andamento, foi à mesa do Governador, mas até hoje não tivemos solução. Estive na semana passada com o Prefeito e o Vice-Prefeito de São José do Povo em Brasília, reivindicando essa possibilidade de melhorar as condições dos nossos assentamentos. Quero deixar aqui o meu abraço e desejar que os senhores ter êxito nas reivindicações. Pág. 7 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Eu quero registrar também a presença do Prefeito Municipal de Pedra Preta, Augustinho Freitas, e convidá-lo a tomar assento na Mesa. Tivemos a oportunidade de representar a Assembleia Legislativa numa reunião em Brasília na Superintendência do INCRA, na companhia do Willian, que é o nosso Superintendente Regional, junto com toda a Bancada Federal, e tivemos a oportunidade de falar das dificuldades que vive a nossa região Sul, inclusive conclamar, solicitar, do Presidente Nacional do INCRA recursos, porque o nosso Estado é um dos Estados com maior número de assentamentos do País, que vivem aqui com dificuldades muito grandes, muito fortes. É importante que nós tenhamos a participação efetiva do INCRA nacional, até para subsidiar o Superintendente Regional do INCRA. Sabemos da dificuldade que ele vive, não tem orçamento, não tem recurso e é fundamental que todos nós estejamos falando isso. Eu quero inclusive aproveitar, Sr. Willian, a TV Assembleia para parabenizar toda a Assembleia Legislativa, a Mesa Diretora, por estar oportunizando este momento. Estão aqui as nossas Taquígrafas, está aqui toda a imprensa da Assembleia Legislativa e a TV Assembleia dando cobertura a esse evento. Toda a nossa Audiência Pública estará sendo retransmitida na íntegra na Baixada Cuiabana. E nós vamos pegar uma fita ou uma cópia dessa Audiência Pública, um CD, e vamos enviar ao Presidente Nacional do INCRA, para que ele saiba de toda a discussão que está sendo tratada, das dificuldades que estamos vivendo aqui no Estado de Mato Grosso, especialmente na nossa região, a região sul do Estado, que hoje vive esse drama muito forte. Temos aqui dificuldade de toda natureza e é importante a participação do Sr. Ramiro, que é o Superintendente do IBAMA, para que possamos entender esse relacionamento INCRA/IBAMA, no que concerne às licenças ambientais e este momento será extremamente oportuno. Nós sabemos que já há um entendimento, está sendo trabalhado esse entendimento, inclusive um Termo de Ajustamento de Conduta, para que possamos ver, efetivamente, a regularização acontecendo, a titularidade, porque hoje, Sr. Willian, nós temos um questionamento muito forte dos assentados, daqueles que já estão assentados que não podem fazer o financiamento junto ao Banco do Brasil, porque não há titularidade, ele não tem como provar que é dono da terra, e precisa fazer o georreferenciamento. Mas o INCRA não tem também condição de disponibilizar recurso e fazer o georreferenciamento e o assentado fica lá na terra sem poder produzir, sem poder dar condição de sustentação para sua família e tem que abandonar a terra, porque não tem recurso para a produção. Então, este é um momento importante para que possamos tirar daqui efetivamente decisões práticas. Eu estive conversando com o Vice-Governador, agora Governador em exercício, Silval Barbosa, por telefone, dizendo: vamos ter uma Audiência Pública e queremos uma manifestação também do nosso Governo, do Governo do Estado, para saber onde ele pode nos auxiliar. E está aqui o nosso companheiro Afonso Dalberto, que é o nosso Presidente do INTERMAT, que poderá também nos dar um direcionamento, uma luz nesse sentido. Nós temos aqui, fizemos questão, Afonso, de convidar uma empresa que atua na área georreferenciamento até para falar um pouquinho dessa questão também. Então, será a oportunidade que temos de ver definido essas questões, saber quais são as responsabilidades, de quem são, para que possamos ter aí um rumo e o nosso trabalhador possa não mais viver a situação que tem vivido, que é dramática. Nesta Audiência Pública, como já foi dito aqui pelos vereadores, Pág. 8 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. disseram: “Olha, nós estamos presos aqui e não temos como ir na Audiência Pública. Nós acertamos um ônibus, cada um ajudou um pouquinho para poder ir, nós queremos ir na Audiência Pública”, mas não puderam vir porque não tem estrada, não puderam chegar até aqui. Então, tudo isso é lastimável e é triste. Agora, é importante que estejamos discutindo esta questão neste momento. Nesta oportunidade, quero passar a palavra ao Prefeito Augustinho Freitas, que também terá oportunidade de falar, na sequência, começaremos ouvir a nossa população para expressar e deixar um pouco mais para o final o nosso Superintendente do INCRA, Dr. Willian, o Superintendente do IBAMA, para que eles possam aquilatar um pouquinho a fala da nossa população. Com a palavra, o Prefeito Augustinho Freitas. O SR. AUGUSTINHO FREITAS MARTINS - Quero cumprimentar o Deputado Sebastião Rezende, o qual preside esta Audiência Pública importante para o nosso município e para nossa região; Superintendentes do IBAMA e do INCRA; nosso companheiro Afonso Dalberto, cumprimento-o cumprimentando todas as autoridades; cumprimento o Vereador Semy Mendes de Freitas, em nome do Presidente da Câmara todos os vereadores; senhores e senhoras aqui presentes. Eu estava agora, Deputado, exatamente, numa reunião em Rondonópolis, peço até desculpas pelo meu atraso, onde confesso que estava cuidando de alguns assuntos particulares meus, tratando exatamente deste assunto. Eu tive uma informação no final de semana passado, eu deveria ter essa informação antecipada e não tinha, que nós temos agora o protocolo do ADA junto ao IBAMA, com relação à algumas escrituras particulares nossa nós temos um prazo até 31 de dezembro, segundo a informação que tenho. Portanto, hoje, realmente o que nós temos encontrado, evidente que a discussão é nacional, nós ligamos a televisão e toda hora estamos acompanhando, observando, o que está acontecendo no mundo, hoje, relacionado ao meio ambiente, mas em contrapartida as exigências, a legislação vai mudando no dia-a-dia e não tem realmente conseguido atender as expectativas, Deputada Teté Bezerra, que acompanhou bem em Brasília também, as exigências, quando a SEMA exige a LAU, quando o INCRA exige o Geo, quando o IBAMA exige a ADA, mas não têm competência de tocar esses processos. Ou seja, nós temos processos na SEMA, o processo mais novo que temos lá dentro faz quatro anos, cinco anos, mais ou menos, que até hoje não saiu nenhum processo da LAU. Portanto, essas são as dificuldades que nós encontramos na condição de agricultor, na condição de pecuarista, não importa se é o pequeno, se é o médio, se é o grande, são realmente essas dificuldades. Mas assim eu justifico o meu atraso quando estávamos cuidando dessa parte também. Mas aqui nesta Audiência Pública, a importância dessas autoridades que vieram aqui, e o nosso Município de Pedra Preta, eu não tenho a informação precisa, mas eu acho que é campeã no Estado de Mato Grosso em números de assentamentos. Nós temos aqui vários assentamentos onde a Prefeitura ofereceu as condições mínimas que ela podia. Hoje, fazer gestão no Município não está fácil também quando nós temos obrigações, legislação, exigências através do Tribunal de Contas, através do Ministério Público ligado à saúde, ligado à educação e se não bastasse também uma decisão da Assembleia Legislativa, se não me falha a memória é um Projeto do Deputado Riva que nós tivemos uma perda de receita. Ou seja, os municípios produtores, ao longo desses quatro anos, só perderam receita. O ICMS saiu

Pág. 9 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. de 1,74 para 0,76 e para 2010 cai mais um pouco. Nós teremos de cem por cento da receita do ICMS. Hoje, de manhã, eu recebi três ligações do pessoal da liderança de Galiléia, que é Município de Rondonópolis, mas a divisa está bem ali, beirando a vila de Galiléia, o Distrito de Galiléia, pedindo para que demos uma atenção à estrada de Galiléia o qual já demos uma atenção recentemente com recurso do Município quando a responsabilidade é do Estado, só que o Estado não assume a sua responsabilidade e não assume a sua obrigação, e acaba desencadeando para os municípios. Quase todos os assentamentos aqui hoje têm os seus questionamentos em relação à ponte, à estrada, à escola e à educação, e eu tenho absoluta consciência. Com quase todos que eu tenho conversado, tenho mostrado o esforço da nossa parte, a parceria que nós já fizemos e o que o município já pode oferecer. Mas nós não damos conta de atender a todos. Hoje com certeza, Deputado, nós não temos, que eu saiba, a menos que tenha acontecido de uma semana para cá, nenhum assentamento ou estrada impedidos de acesso. Todo o município nosso hoje tem o acesso. Precário, melhor ou pior, mas tem o acesso. Quando as lideranças me pediram também o transporte para trazer os assentados até aqui, eu pessoalmente hoje respondo um processo na Polícia Federal, quando de um movimento em Rondonópolis nós mandamos um ônibus do município para atender uma comunidade em Rondonópolis. Por isso, eu respondo processo na Polícia Federal, que são os impedimentos. E eu tentei justificar para algumas lideranças o porquê de eu não poder mandar o ônibus. E quantas vezes eu ajudei fora da prefeitura, ou seja, com ajuda pessoal minha para que pudesse dar condições. Portanto, é muito importante. O INCRA, principalmente, é um órgão financiador dos assentamentos, é um órgão que tem recursos. Nós gastamos, ao longo de 2007, 2008 e 2009, algo em torno de quase duzentos mil reais só em projetos, só em projetos, para todos os assentamentos. Foi feita uma reunião com as lideranças e fizemos um convênio com o INCRA no ano de 2007 ainda para 2008 lá para o Vale do Prata, mas aquele projeto estava errado. Foi aprovado pelo INCRA errado. Era um projeto totalmente inadministrável. Era uma licitação, um convênio com o INCRA de um recurso na conta da Prefeitura. E a empreiteira já havia começado a obra. E aquele recurso foi devolvido pelo INCRA pelo fato de o projeto estar errado. Não tinha como continuar o projeto. E a prefeitura arcou com as consequências junto com a empreiteira que perdeu parte daquele serviço que foi feito no Vale do Prata. Nós elaboramos outro projeto, e o Deputado Sebastião Rezende esteve junto, esteve numa audiência lá no INCRA, mas não foi viabilizado. As parcerias que nós pudemos fazer relacionadas à água, relacionadas a poço artesiano, relacionadas à implantação dos assentamentos definitivos, as divisões do lotes, o município procurou corresponder naquilo que estava ao seu alcance. E continuará à disposição. Portanto, eu quero agradecer a cada um de vocês pela compreensão e dizer a essas autoridades que são muito bem-vindas ao nosso Município de Pedra Preta. Muito obrigado por terem marcado esta Audiência Pública tão importante aqui em nossa cidade. E continuarei à disposição também ao longo desta Audiência Pública para algum questionamento. Parabéns a todos vocês que vieram até aqui. Para uma manifestação, essa é uma reunião muito importante, em que nós podemos discutir a viabilidade econômica definitiva dos assentamentos que tanto precisam do apoio desses órgãos competentes. Muito obrigado! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Com a palavra, agora, a Deputada Profª Vilma. Pág. 10 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. A SRª PROFª VILMA - Cumprimento o companheiro Deputado Sebastião Rezende, inclusive, parabenizo-o por esta Audiência Pública. Sabemos da importância de um momento como este, e sei da ansiedade de cada um dos senhores e das senhoras olhando no rostinho de cada um, porque temos acompanhado o problema dos assentamentos. E sei da importância que é. Por isso é que temos que aproveitar este momento, que é bastante especial. Cumprimento também o representante do INCRA, Sr. Willian, com quem já estivemos conversando, intermediando os problemas dos assentamentos. Cumprimento também o Sr. Ramiro, do IBAMA; o Prefeito aqui do Município, Sr. Augustinho Freitas; o Vice-Prefeito aqui presente; o Prefeito de São José do Povo, Sr. João Batista; o Vice-Prefeito de São José do Povo também; representando o INTERMAT, o Sr. Afonso Dalberto; representado o Governo do Estado, a companheira Teté Bezerra; enfim, no nome dessas pessoas eu cumprimento os demais aqui da mesa. Quero dizer que sabemos das dificuldades, porque aqui também estivemos acompanhando, estivemos reunidos com alguns vereadores preocupados, até porque a Câmara Municipal, companheiros Vereadores, é a casa de ressonância do povo e é ande o povo vem cobrar, às vezes, achando que tem condições de fazer alguma coisa, como também é na Assembleia Legislativa. Estivemos visitando São José do Povo, onde a reclamação é geral. Sabemos da ansiedade, dos problemas que vocês passam. É problema por falta de ponte, por falta de estradas, de escolas, enfim... Não só isso, mas também a questão da regularização. Eu quero deixar este espaço, que é especial, para vocês, porque só quem está vivendo o problema, quem está lá, é que está sabendo das dificuldades que estão passando. Hoje, aqui, nós tivemos a oportunidade de ouvir o INCRA, e esperamos que realmente as repostas sejam concretas. Se não pode resolver, mas o que fazer para resolver, onde estar indo, estar indo para Brasília, para realmente acabar com essa angústia e esse sofrimento do nosso povo. Eu quero cumprimentar todos vocês carinhosamente. No nome do companheiro Ari, cumprimento e abraço a cada um de vocês. E sei dos problemas, porque mesmo quando éramos vereadora, quantas reuniões tivemos ali nos assentamentos, muita coisa sem poder fazer, intermediando junto ao INCRA e ao IBAMA. Hoje nós esperamos que seja o dia “D”, um dia de expectativa, mas de respostas, de respostas concretas. Um abraço a todos! E, mais uma vez, companheiro, parabéns! Eu sei que só podemos resolver o problema ouvindo aqueles que estão realmente passando pelo problema. E, para ouvir, tem que ser por meio das Audiências Públicas, para que tenha os encaminhamentos. Um abraço a todos e que tenhamos uma ótima Audiência Pública! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Nós vamos intercalar as falas das autoridades com os nossos companheiros e companheiras da platéia. Com a palavra, o Sr. Cícero Fernandes de Andrade, Presidente da Associação São João Batista, do PA Monte Azul. O SR. CÍCERO FERNANDES DE ANDRADE - Bom-dia, pessoal! Quero agradecer a oportunidade, agradecer o Deputado Sebastião Rezende por encaminhar essa discussão que é de suma importância para toda a nossa região. E agradecer todas as autoridades que estão à Mesa e os companheiros de luta, porque eu faço parte de um Movimento chamado MTA, um Movimento Estadual. Esse Movimento fez uma grande luta e os Srs. Deputados Pág. 11 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. já sabem da luta do movimento social. É um Movimento que, aqui no Município de Pedra Preta, como o Prefeito Augustinho falou, trouxe esses assentamentos para cá, que o município nem esperava, mas que foi implantado. Assentamento que, às vezes, o INCRA não estava com disposição para fazer, mas que com pressão, com mobilizações, foram feitos esses assentamentos aqui no município. E quero dizer que conheço toda a luta dos companheiros desta região. E os assentamentos que foram criados, eles cuidaram de seguir uma legislação, seguindo leis para implantar esses assentamentos. Até as famílias assentadas cuidavam de fazer o Projeto de Desenvolvimento do Assentamento, que era o PDA. E, hoje, é barrado no TAC, uma legislação ambiental que vem barrando, vem atrapalhando. Para ter esse conhecimento, nós sempre fomos parceiros e - igual o Prefeito de São José do Povo falou - essa parceria tem que continuar. Aqui nós somos parceiros, os Deputados presentes têm que ser parceiros lá na criação das leis, para que essas leis não venham, às vezes, abrir um leste, e só precisamos da LAU. Mas, e essa LAU? Quando nós conseguimos a assinatura dessa Licença Única, assinatura do TAC? Todos os órgãos ambientais assinam, às vezes, e o IBAMA fica sem assinar. A minha reivindicação seria da seguinte forma: conseguir uma solução do IBAMA, do INCRA, para que possa verificar cada assentamento que tem essa necessidade. O INCRA não vai resolver o problema de todos os assentamentos de uma só vez, e cada assentamento está num pé. Eu acho que tem que ter um rastreamento dos assentamentos que estão pelo caminho correto, seguindo a legislação da forma correta, para que venha atender as necessidades de cada um. Eu agradeço a oportunidade, às vezes ficamos um pouco nervoso... O INCRA sabe das reivindicações do movimento que traz para a região sul os encaminhamentos que são todos encaminhados perante o INCRA, e acho que o Willian irá falar a respeito disso. Teremos também a posição do IBAMA, porque só falta a assinatura do IBAMA para o TAC. Eu agradeço a oportunidade (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Agradeço a citação do Cícero. Vamos passar a palavra ao Belmiro Francisco Júnior, Secretário do PA Furnas, que também terá três minutos para se expressar. Como o tempo é curto, nós precisamos objetivar bem a nossa Audiência Pública. O SR. BELMIRO FRANCISCO JÚNIOR - Bom-dia a todos os presentes! Eu serei breve. Bom-dia a todas as autoridades e a todos os companheiros de luta! Eu gostaria de ir direto ao assunto. É uma ilustre alegria conhecer o senhor, Prefeito Augustinho, em dois anos! Eu sou assentado do Assentamento Furnas, não tive a oportunidade e hoje estou tendo. Eu quero direcionar para o senhor as seguintes perguntas: qual é o seu planejamento administrativo para o ano que se inicia, 2010? Nós tivemos e temos vários problemas em todos os assentamentos: saúde, educação... Nossos filhos, literalmente, não estudam. Infelizmente, vamos para as propriedades rurais e nossos filhos ficam analfabetos. Não temos estradas, não temos pontes, não temos saúde, educação, a culpa é do INCRA, a culpa é do Governo do Estado, a culpa é do Governo Federal. Não sejamos tão coniventes com tantas dificuldades. Nós, aqui, Dr. Willian Sampaio, não somos meramente números. Somos pessoas! Temos famílias e contribuímos para o crescimento do nosso País. As grades fazendas próximas produzem o quê? Soja, milho e algodão. De onde vem o arroz, o feijão, a banana, o porco e a farinha? Vem, na grande maioria, da agricultura familiar. Então, Prefeito, eu direciono a Vossa Excelência esses problemas que temos.

Pág. 12 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. As Secretarias, a meu modo de ver, precisam ter mais autonomia. Sei das dificuldades da Prefeitura. Hoje, a União concentra os recursos para si e não distribui de forma adequada. É na porta da Prefeitura que o cidadão bate e não na porta da Presidência. Dr. Willian Sampaio, temos o grave problema das emissões da DAP. Aqui, no Município, precisamos do Conselho Municipal de Agricultura. Ele não está formado! Entendo as dificuldades, mas gostaria que o senhor olhasse com carinho, Prefeito. Com carinho! É muito importante esse Conselho. Os nossos documentos iniciam-se no Conselho Municipal de Agricultura. Dr. Willian Sampaio, do INCRA, precisamos muito do TAC-Termo de Ajuste de Conduta. Dr. Ramiro, responsável pelo IBAMA, temos muitas dúvidas. Não é só fazer errado e depois levar o puxão de orelha. Nós, dos assentamentos, gostaríamos de saber o que fazer da maneira correta para produzirmos de forma sustentável. Não adianta eu ir lá e desmatar a beirada de um córrego. Se eu preciso derrubar uma árvore para fazer uma cerca, tenho que derrubá-la de forma racional. Quais são os limites? Tem a reserva coletiva. Eu tenho dez hectares, dez alqueires de terra, eu posso desmatar tudo ou não, porque eu já tenho reserva coletiva e eu tenho que respeitar, apenas, as valas, as nascentes? Posso? Não posso? O que fazer? É isso que nós gostaríamos de saber de forma bem clara. Dr. Afonso Dalberto, que aqui representa o Governo do Estado e o INTERMAT, gostaríamos de saber, de forma bem definida, de quem é a responsabilidade da estrada principal; de quem é a responsabilidade da ponte; de quem é a responsabilidade, Dr. William, das estradas internas dos assentamentos; Sr. Prefeito de quem é a responsabilidade, qual o percentual de responsabilidade de cada envolvido? Porque se a ponte cair, eu vou à Prefeitura; se o carro atolar, eu vou à Prefeitura; se a estrada se romper, eu vou á Prefeitura. E o prefeito: “não é comigo! É o Governo do Estado”. Eu vou ao Governo do Estado: “é o Governo Federal.”. E não temos a solução! É isso que gostaria de deixar bem claro para os senhores. Gostaríamos de conclusões exatas. Vamos ser francos um com o outro. A política é necessária! É melhor que o autoritarismo dos militares. Mas a politicagem, em alguns momentos, não é bem vinda. Há momentos decisivos. Temos que ser francos uns com os outros. Estamos aqui pedindo socorro. O nosso grito é de: socorro!. Queremos produzir. Eu, por exemplo, sou um dos únicos em quarenta e sete lotes que estou produzindo com recursos próprios. Eu olho para os meus companheiros, para os meus vizinhos eu me sinto até envergonhado. Porque só eu produzo? Eu tive o privilégio de ter um recurso. Vendi casa, vendi carro, vendi caminhonete, para colocar dentro do sítio. Hoje, estou com um problema grave. Eu sou produtor de banana; tenho um escoamento de cinco toneladas por mês; vou passar para vinte toneladas e não tem ponte que aguenta um veículo com 10.000 mil quilos de bananas em cima. Se eu colocar, ela cai. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Um minuto para concluir, Belmiro... (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Vamos passar a palavra, agora, ao Sr. Marcílio Nunes Porto, Presidente dos Pequenos Produtores Rurais do PA Dois Irmãos, do Município de Guiratinga.

Pág. 13 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Quero dizer que todos os questionamentos que estão sendo feitos: pelo Cícero, pelo Belmiro, estão sendo anotados e obviamente que, no momento oportuno da fala, serão respondidos. É por isso que é importante a Audiência Pública. Temos na mesma mesa as autoridades que irão nos esclarecer esses pontos importantes. Com a palavra, o nosso companheiro Marcílio Nunes Porto. O SR. MARCILIO NUNES PORTO - Em primeiro lugar, quero agradecer a Deus por nos ter concedido este momento tão importante. Agradecer ao Deputado Sebastião Rezende por nos trazer esta Audiência Pública. Em nome do nosso amigo e companheiro, Prefeito da cidade vizinha de São José do Povo, João Batista, quero cumprimentar toda a mesa. Quero dizer aos companheiros, às autoridades, que o anseio do Assentamento Dois Irmãos não é diferenciado dos demais companheiros. Parabenizo os Prefeitos de São José do Povo, de Pedra Preta, porque pelo menos eles ainda vão aos assentamentos. Nós, do Município de Guiratinga, não temos ninguém a não ser nós mesmos. Temos sempre andado nos ombros do Prefeito de São José do Povo, João Batista. E o Deputado Sebastião Rezende está sempre nos apoiando. Quero dizer às autoridades presentes que representam o nosso Estado, o Sr. Willian; o companheiro do INTERMAT, que está representando o Governo do Estado e demais autoridades, que nos deem as respostas de todas as perguntas que o companheiro fez. Você está de parabéns, companheiro! Você falou em nome de toda comunidade! É disso que nós precisamos: de estradas, de educação e que o IBAMA, o meio ambiente, o INCRA, resolvam o problema do TAC. Não adianta colocar o cidadão no mato; dizer que vai ajudar e hoje ele estar proibido. Ele não tem como andar. O TAC segura o homem no campo. Ele não tem direito a fazer um financiamento. Não tem direito a nada. E preciso que vocês nos deem resposta concreta para todos nós. No mais, muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Com a palavra, o Vice-Prefeito da Câmara de Vereadores do Município de Pedra Preta, Sr. Paulo Santana. O SR. PAULO SANTANA - Bom-dia a todos e a todas! Não quero me estender. Em nome do nosso Prefeito, cumprimento a mesa. Em nome do representante ou da representante do Assentamento do Prata, cumprimento a todos que se fazem presentes. Não poderia deixar, neste momento, de estender aos nossos munícipes, aos representantes de assentamentos e acampamentos, a minha solidariedade e reforçar o meu compromisso como integrante e desta Casa de Leis. Muito obrigado! (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Com a palavra, o Sr. Célio Rocha Teodoro, do Assentamento Vista Alegre. O SR. CÉLIO ROCHA TEODORO - Bom-dia aos componentes da mesa e a todos os presentes nesta Audiência Pública! Estou aqui representando o Assentamento Vista Alegre. Gostaria de dizer que tivemos, há alguns dias, uma reunião, Superintendente do INCRA, em Cuiabá, com o Deputado Sebastião Rezende, com a ex-Deputada Tetê Bezerra e quatro Pág. 14 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Vereadores representantes do Município de Pedra Preta: Juvenal Pereira Brito, Marco André Amorim, Hélio de Farias e Valdir José. Nós estamos precisando, Superintendente, de casa e não de estrada. Infelizmente, não temos nossas casinhas lá. Mas agora fica barrado nesse TAC. Estamos com a LAU em fase de aprovação, que, segundo a SEMA, não pode ser aprovada enquanto o TAC não sair. Há alguns dias, em Cuiabá, conversei com o Sr. Luis Barreto, que liberou dois servidores para virem aos nossos assentamentos: Vista Alegre e Monte Azul. Mas o servidor, conversando com ele, disse que não pode vir porque se vier o Ministério Público ferra com ele. Porque depois o INCRA não dará suporte a ele. Com isso, ele não virá para fazer o licenciamento das casas. Ele alega que devido não ter a aprovação do CCU não pode liberar a verba inicial para a liberação das casas. Então, estamos presos nisso aí. Gostaríamos que o INCRA liberasse essas casas, porque acho que não tem nada a ver ou tem - eu não sei - a moradia com o TAC. Será que é possível liberar pelo menos isso para nós? É possível, Sr. Superintendente? Agradecemos a todos. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Obrigado, Sr. Célio. Depois, o Dr. Willian e o Dr. Ramiro vão responder esse questionamento. Com a palavra a ex-Deputada Federal Tetê Bezerra, neste ato, representando o Deputado Federal Carlos Bezerra. A SRª TETÉ BEZERRA - Bom-dia a todos os trabalhadores e trabalhadoras, aqui, presentes. Quero cumprimentar os componentes da mesa: o Deputado Sebastião Rezende, que preside, nesta manhã, esta importante Audiência Pública; a Deputada Profª Vilma; os Prefeitos João Batista, de São José do Povo, o Augustinho Freitas, que nos recebe, e os seus vices; os Superintendentes do IBAMA e do INCRA; os Vereadores e as demais autoridades da mesa. Parabenizo a Assembleia Legislativa, principalmente o Deputado Sebastião Rezende, pela sensibilidade em entender a necessidade que os projetos de assentamentos da reforma agrária de todo o Estado de Mato Grosso precisam, sim, do trabalho em conjunto de todos os segmentos do nosso Estado. Nós precisamos acompanhar, porque os problemas que são trazidos, hoje, pelos companheiros de São José do Povo, de Guiratinga e principalmente de Pedra Preta não são diferentes das outras regiões do Estado. Gostaria de dizer que estivemos acompanhando por diversos momentos, e, aliás, em Pedra Preta acompanhamos desde a primeira reivindicação e da primeira invasão que houve, naquela época na Fazenda Aliança, há mais ou menos treze ou quatorze anos, onde o movimento, por esses assentamentos, começou e hoje é a realidade dos diversos e diversos assentamentos que têm aqui no município. De lá, então, estamos acompanhando a grande necessidade e a grande dificuldade que esses assentamentos passam pela região e pelo Município de Pedra Preta. Gostaria de dizer que o Prefeito Augustinho tem sido parceiro... O Deputado Federal Carlos Bezerra conseguiu que a FUNASA viesse a este município e perfurasse alguns poços artesianos. Naquela época, foram propostos três poços, mas se acabou perfurando quatro. Mas temos ainda, Prefeito, três poços para serem perfurados. Assistimos aqui o seu depoimento com relação à queda de arrecadação do município, mas sabemos que o custo-benefício para perfuração desses poços é muito baixo em função do grande benefício que pode trazer para a comunidade.

Pág. 15 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Então, precisamos para este município de mais três poços artesianos, mas estamos esperando e necessitando da assinatura da Cooperação Técnica que o senhor e a administração municipal terão que fazer com a FUNASA para que esses poços sejam perfurados. Gostaria de dizer que temos também neste município uma Emenda minha, de quando fui Deputada Federal, no valor de cento e seis mil reais, que também é para perfuração de poço artesiano. E estamos esperando do INCRA um documento que fala da questão do contrato de concessão de uso do solo. Se não tivermos isso concedido pela Procuradoria do INCRA e pelo INCRA até o final deste mês, até nos próximos quinze dias, perderemos definitivamente esse recurso. É importante, Superintendente, que os nossos recursos, que são tão escassos e tão poucos, sejam concretizados. Gostaria também de colocar que houve uma audiência, em Cuiabá, com diversos Líderes dos Movimentos, dos Projetos de Assentamentos e das Associações, junto com o Vereador Clelismar, há uns sessenta dias, onde fomos reivindicar um recurso para infraestrutura dos nossos projetos de assentamentos. E foi assegurado pelo Superintendente um recurso no valor de setecentos e cinquenta mil reais, podendo chegar esse recurso até um milhão e duzentos mil reais. Mas na última audiência que tivemos o Superintendente estava um pouco preocupado em função dos recursos e da lotação desse recurso para o Estado de Mato Grosso. Gostaríamos também que o Superintendente se pronunciasse com relação à liberação desses recursos para este município para a implantação da infraestrutura, principalmente de estradas e pontes que são tão necessárias. Eu queria dizer também que o Superintendente Willian Sampaio convocou a Bancada Federal, pouco mais de trinta dias, para solicitar empenho para uma lotação de recursos por meio de emendas ou de garantias junto ao Orçamento no valor de doze milhões de reais para que fosse feito um georreferenciamento de vários projetos de assentamentos do Estado de Mato Grosso. Gostaria de dizer que o Deputado Carlos Bezerra tem trabalhado junto ao Subrelator do Orçamento Geral da União para que esse volume, que o Superintendente colocou, seja conseguido e, inclusive, ampliado. Isso viria, inclusive, atender as demandas, que vários líderes colocaram, da necessidade de se ter esses recursos alocados aqui. Queria dizer que não só na questão da infraestrutura, mas também no Programa Luz Para Todos, que é um grande Programa do Presidente Lula, que faz com que a zona rural deste País passe por uma outra realidade, onde todos vão poder ter acesso à energia, onde todos vão poder ter acesso à luz dentro da sua propriedade. Aqui mesmo dentro do município de Pedra Preta nós fizemos várias ações junto à ELETRONORTE, junto à Rede CEMAT, o Vereador Clerismar sempre solicitando e nos convocando para que estivéssemos presentes. E nós estivemos, inclusive no PA Formosa, que é um dos PA que ainda falta, e o Cícero colocou aqui a questão da energia, mas quero dizer que esse foi o motivo de uma audiência nossa e está no planejamento para ser executado agora em 2010. Outros projetos foram contemplados, ou serão contemplados a partir de agora, como é o caso de Furnas e Vista Alegre, que já começou neste mês, nesta semana, o atendimento do Luz Para Todos para aquelas famílias. Queria dizer também que estivemos, há uma semana atrás, com o Vice- Governador Silval Barbosa, em Brasília, para uma audiência com o Ministro da Reforma Agrária, e o Vice-Governador levou a proposta de que o Ministério da Reforma Agrária tivesse um olhar diferenciado para Mato Grosso, principalmente na questão do apoio às famílias que estão nos Pág. 16 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. projetos de assentamento, trazendo a oportunidade da assistência técnica. O Vice-Governador Silval Barbosa disse que assume o Governo do Estado a partir de abril e é projeto dele reforçar e estruturar a nossa EMPAER, que está totalmente desarticulada e precisa de uma articulação, e o Vice- Governador teve um total apoio do Ministro da Reforma Agrária, porque ele fala que esse é um projeto do Presidente Lula. Agora, para que possamos também produzir, para que possamos ter assistência técnica, para que possamos ter o acompanhamento dos nossos parceleiros com relação à produção e à consolidação dos nossos projetos de assentamentos, é necessário que tenhamos também a infraestrutura: é necessário que tenhamos a energia, que tenhamos estradas, escolas, enfim, que tenhamos tudo o que é importante para a consolidação desses projetos de reforma agrária. E levei a ele, Superintendente William, uma reivindicação, porque eu acho que o pior INCRA em nível de estrutura de todos os do País é o de Mato Grosso. É o INCRA com menos profissionais lotados, é o INCRA com menos condições de trabalho, e o INCRA com menos unidades executoras. Precisamos lutar e aí eu acho importante a Assembleia Legislativa apoiar, através dos nossos Deputados, a Bancada Federal, os nossos Deputados Federais e Senadores, para que tenhamos aqui na Superintendência do INCRA mais unidades executoras. É impossível! Por exemplo, em todo o sul do Estado não temos uma unidade executora do INCRA. É necessária uma iniciativa como a do Deputado Sebastião Rezende, trazer uma Audiência Pública como esta para essas discussões, para trazermos aqui a figura institucional do INCRA e dos outros órgãos do Governo Federal. Se tivéssemos uma unidade executora do INCRA aqui no Sul do Estado, com certeza os nossos projetos de assentamentos estariam numa situação melhor, os nossos Prefeitos teriam a quem recorrer. Mas essa é uma reivindicação que nós temos que fazer, inclusive em função da grande demanda que o Governo Federal nos últimos, principalmente 10, 12 anos, tem colocado para Mato Grosso, uma grande meta de famílias assentadas, de projetos de reforma agrária implantados - acredito que são mais de 500 projetos de reforma - e uma unidade como esta que nós temos aqui do INCRA no Estado não consegue acompanhar as demandas, não conseguem acompanhar a necessidade dos senhores. Então, nós parabenizamos os senhores pela mobilização. Os companheiros do município são extremamente presentes sempre na luta dos senhores, os Vereadores, os companheiros que têm mandatos aqui no município estão preocupados com a situação da reforma agrária, e nós precisamos, sim, nos mobilizar, precisamos estar presentes, reivindicar e fazer com que as nossas autoridades, que têm o poder de encaminhar as reivindicações, de trazer a solução para as nossas reivindicações, possam ser ouvidas. Então, eu quero parabenizar toda a Mesa de autoridades, parabenizar principalmente os trabalhadores e trabalhadoras da reforma agrária desta região pela mobilização e pelo engajamento na luta. Podem contar conosco, comigo e com o Deputado Carlos Bezerra. Vamos estar sempre atentos e procurando ir ao encontro das reivindicações que vocês sempre trazem. Bom-dia a todos! Muito obrigada!(PALMAS.) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Eu gostaria, Sr. Willian, que o senhor anotasse aí que nós temos um problema há algum tempo com relação à ponte no Vale do Prata, ligando o município de Guiratinga a Pedra Preta. Uma ponte de 73 metros acabou rodando, Pág. 17 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. caindo, para verificar, nesse caso específico, o que é que o INCRA pode fazer, porque é uma ponte extremamente importante, ligando os dois municípios. Hoje os nossos trabalhadores do Vale do Prata ficam numa situação difícil, praticamente sem trafegabilidade e eu gostaria que o senhor, depois, nos passasse uma posição nesse sentido. Com a palavra o Sr. Juraci Barbosa, representante da Associação Barra Bonita, do município de Poxoréo. O SR. JURACI BARBOSA - Bom-dia a todos! Cumprimento a Mesa em nome do Deputado Sebastião Rezende. Nós do Assentamento Mártires de Carajás, no município de Poxoréo, passamos por todos esses problemas que os companheiros acabaram de falar. Eu creio que o nosso problema lá é uma questão ambiental também, Sr. Ramiro. O assentamento foi concedido, foi cortado, foi feito um corte de área lá porque os lotes pegaram áreas de mata fechada e nós temos um problema lá de Plano de Manejo, porque nós não temos Plano de Manejo, e o pessoal precisa plantar na área, mas não tem como plantar nessa área. E nós precisamos de um apoio, o mais urgente possível, nessa questão de estradas também do assentamento. Foi feito um corte na área sem prestar atenção nas áreas acidentadas e a maioria das estradas passaram por áreas acidentadas. Creio que as reivindicações dos companheiros que aqui se encontram foram exatamente nesse sentido, o profissional do INCRA não prestou atenção, não consultou a comunidade para fazer essas estradas e é por isso que hoje os assentamentos em geral estão passando por essas dificuldades de estradas. Se tivessem o cuidado, o próprio INCRA, e reconhecemos que são mais de 540 assentamentos em todo o Mato Grosso, e sabemos que não tem nem esse número de funcionários dentro do INCRA, mas se esse funcionário chegasse lá e tivesse a humildade de consultar cada um dos assentados para ver essa questão de estrada, eu acho que o INCRA e a Prefeitura teriam menos problemas com estradas. Sr. Superintendente, nós temos já depositado em conta no nosso assentamento desde o ano de 2005, o dinheiro para a construção das casas e até agora não foi liberado nada. Quero perguntar ao Sr. Ramiro do IBAMA: essa questão do TAC é responsabilidade de quem? Por que não assina esse TAC? Por que as famílias ficam dependendo desse TAC para essa liberação de recursos para os assentamentos? Nós temos lá... Eu, principalmente, peguei um lote que é 100% mata nativa e nós precisamos de um plano de manejo, porque se nós vamos ficar com muita madeira lá perdida, jogada no mato e nós sem podermos derrubar essas madeiras, sem poder fazer nenhum tipo de lavoura lá dentro. Nós precisamos o mais urgente possível de uma ponte que corta todo Assentamento Mártires de Carajás; nós precisamos fazer a segunda etapa de estrada, hoje, nós temos famílias que não conseguem chegar nem a cavalo dentro dos lotes. Por quê? Porque foi cortado em áreas acidentadas e áreas de matas nativas. Então, nós precisamos do apoio do INCRA lá dentro, desde 2008 nós estamos assentados e até hoje teve duas ações do INCRA lá dentro. Então, precisamos que o INCRA nos ajude na questão do Assentamento Mártires de Carajás. Eu estou aqui como representante lá do Assentamento Mártires de Carajás, representando a associação Barra Bonita. Nós queremos apenas o andamento do assentamento, nós queremos o que for de melhor para as famílias ali assentadas. Pág. 18 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Eu agradeço a oportunidade (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Muito obrigado, Juraci. Passo a palavra ao Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Pedra Preta, Sr. Marques Antônio da Silva, que dispõe de três minutos. O SR. MARQUES ANTÔNIO DA SILVA - Bom-dia! Em nome de todos os trabalhadores e trabalhadoras aqui presentes, eu cumprimento a mesa; o Deputado; o prefeito; os vereadores; e demais autoridades. Deputado, eu parabenizo-o pela Audiência Pública que realiza aqui hoje, gostaria, como o tempo é curto, falar direto. Quanto às reivindicações a serem feitas, as que estão sendo feitas aqui hoje, o INCRA já se encontra entupido de ofícios dessas reivindicações. Eu não sei o que acontece, eu acho que nós temos que buscar um meio de solucionar de outra forma, porque pelo meio pacífico não adianta mais. E nós, autoridades, representantes, estamos aqui passando por incompetentes, nós lideranças do Movimento. Gostaria de dizer que foi solicitado lá a liberação de LAU, liberação de recursos para a ampliação das casas, solicitação de cumprimento dos TDAs dentro dos assentamentos, Dr. Willian, e nada disso acontece. Quanto ao INTERMAT e a Deputada Teté Bezerra colocou aqui a perfuração de três poços artesianos, eu gostaria de informar ao INTERMAT, à Deputada e às demais autoridades que esses poços foram furados, sim. Portanto, se encontram lá simplesmente tampados sem servir a ninguém, a ninguém. Encontram-se lá sem servir uma gota de água a ninguém dentro desses assentamentos. Então, isso precisa ser revisto, Deputada. Outra situação que eu gostaria que o senhor levasse, porque o pessoal da SEDER não está aqui, é que o senhor lutasse pelo aumento do teto da aquisição de área pelo crédito fundiário para a nossa região sul. Porque é uma dificuldade muito grande fazer assentamento, há a necessidade de aumento do teto. Ao Dr. Willian Sampaio também, nós do Sindicato dos Trabalhadores fizemos uma solicitação para que isso se estendesse, se liberasse logo o CCU-Contrato de Concessão de Uso a todos os assentamentos, porque a falta desses contratos implica na vida desses trabalhadores em uma série de questões. Que não os impeçam de se desenvolverem dentro de seus assentamentos, dentro dos seus lotes. Junta o INSS, porque necessitam disso para o amparo social, para o salário- maternidade. Então, seria necessário. Willian Sampaio, nós estamos em uma região altamente produtiva, difícil de se fazer reforma agrária e eu gostaria que tanto os Deputados aqui presentes como o Dr. Willian Sampaio tratassem a nossa região de maneira especial, porque é uma área que está sendo reivindicada para atender os anseios desses trabalhadores. E geralmente são áreas que não estão ocupadas, são áreas consideradas quase que improdutivas e são áreas que estão sendo destinadas à reforma agrária. Então, para a nossa região, teria que ser destinado recurso com valor diferenciado para obtenção, ou seja, aquisição de área para se fazer reforma agrária. Eu quero dizer a vocês Deputados, Dr. Willian Sampaio e autoridades aqui presentes, que o Sindicato de Pedra Preta foi fundado em 1978. São mais de trinta anos de fundação. Sempre esteve na luta fazendo representação. E eu gostaria de colocar para vocês que estamos de braços abertos... (TEMPO ESGOTADO.) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Concedo mais um minuto para concluir. Pág. 19 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. O SR. MARQUES ANTÔNIO SILVA - Tranquilo. Eu acho muito pouco, Deputado, mas estou concluindo. Estamos de porta abertas para vocês que quiserem mudar a forma de fazer reivindicação. Estamos aí. Porque nem fechar BR nem mandar ofício para o INCRA resolvem mais. Estamos dispostos a apoiar e mudar a forma de fazer reivindicação para que sejamos ouvidos em nossos anseios. Obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Marques, a importância da Audiência Pública é exatamente nesse aspecto: fazer com que as autoridades estejam aqui, como estão: INCRA, IBAMA, Governo do Estado, representado aqui pelo companheiro Afonso Dalberto. E a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso tem tido essa preocupação de estar sempre constante fazendo essas cobranças. Hoje todas essas autoridades estão aqui de forma institucional e tudo aqui que está sendo falado, todos os questionamentos, como eu já disse, estão sendo gravados pela TV Assembleia Legislativa. E nós vamos ter a oportunidade de enviar isso para o Governo Federal. Porque muitas das questões que estão sendo feitas e dos problemas que nós temos, infelizmente acabam não sendo resolvidos aqui em nível de Estado. Depende de dinheiro e recurso federal. Então esta vai ser a oportunidade de nossos companheiros que estão falando serem ouvidos lá. Pelo menos nós vamos ter condições de enviar e dizer dos problemas que nós estamos vivendo aqui. E é por isso que eu fico muito feliz com a participação popular, com a presença de vocês aqui. Isso realmente mostra o interesse de todos os nossos trabalhadores por ver resolvidas todas as questões que afligem a todos. Eu quero passar a palavra agora a Srª Deuzinete Francisca Souza, Vice-Presidente da Associação do Vale do Prata, aqui do Município de Pedra Preta. A SRª DEUZINETE FRANCISCA SOUZA - Bom-dia a todos! Olha, eu sou do Vale do Prata e estou representando o meu assentamento neste momento. Nós estamos passando por muitas dificuldades. Neste momento, nós nos encontramos ilhados, nós não temos como sair, cai muita chuva, temos velhinhos, temos crianças, muitas famílias que estão sofrendo, porque não têm como sair e nem chegar as coisas até nós. Estamos ilhados. Peço às autoridades aqui presentes... Eu trouxe fotos lá da ponte que caiu, e vou repassar para a Tetê Bezerra... (NESTE MOMENTO PASSA A FOTO PARA A TETÉ BEZERRA)... Que vocês olhem essas imagens, que são da ponte que caiu, e entendam a dificuldade na passagem. Esses dias, uma senhora enfartou e foi retirada numa rede, por esse desvio, por onde estão empurrando esse carro aí na foto. É a Dona Maria das Virgens, que é a merenda da escola. Ela está há quase um mês internada no Hospital Regional e talvez vá precisar fazer uma cirurgia em Cuiabá. Então, nós estamos pedindo para que vocês, como autoridades, nos ajudem. Nós precisamos dessa ponte o mais rápido possível. Peço ao Superintendente, neste momento, para que ele também nos ajude no problema do TAC, porque não temos nosso crédito. Tem mais de um ano que está depositado e não chega a nossas mãos esse dinheiro. E não tem mais como viver lá dentro, as famílias que estão lá. Se vocês não nos ajudarem, não sabemos como fazer. Peço que vocês tenham dó de nós, misericórdia, vamos dizer logo assim, misericórdia, e nos ajudem, dando-nos condições de sobrevivermos ali dentro.

Pág. 20 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Temos aqui os Vereadores que sempre nos ajudam. Eles conhecem o nosso problema. É o que peço para vocês. Obrigada. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Fica aí, Dona Deusanete, a solicitação da senhora a todos, e para o nosso companheiro Superintendente Willian ver a possibilidade de resolver essa questão da ponte, reconstruir, porque sem dúvida alguma a situação do Vale do Prata é muito séria e precisa dessa atenção mais do que especial, em todos os assentamentos. Eu quero aqui, até para ter a oportunidade de nos posicionarmos, ouvir o Superintendente do INCRA, Sr. Willian, que vai falar um pouco, que, particularmente, já é um resumo de todos os problemas que nós estamos vivendo. Nós estamos constantemente na Superintendência do INCRA, fazendo os questionamentos, levando as reivindicações junto com os nossos Vereadores e Prefeitos da região. Agora, é importante que a população esteja acompanhando. E, a presença de vocês aqui, Sr. Willian e Sr. Ramiro, do IBAMA, da CONAB e do Governo do Estado, representado pelo companheiro Afonso Dalberto, do INTERMAT, é importante exatamente nesse sentido. E quero registrar, inclusive, que a Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado de Mato Grosso - SEDER foi convidada para esta Audiência Pública e não está presente. O Sr. Luis Henrique Daldegan, que é o Secretário da SEMA, está viajando. Mas houve o compromisso da Casa Civil de enviar o Secretário-Adjunto para estar aqui, porque a presença da SEMA é importante nessa Audiência Pública. E, infelizmente, não está. Então fica o registro de que tanto a SEDER quanto a SEMA foram convidadas, e nós vamos cobrar, inclusive da Secretaria da Casa Civil, por que é que não estão aqui, o que é que, efetivamente, ocorreu. Passo a palavra ao Sr. Willian César Sampaio. O SR. WILLIAN CÉSAR SAMPAIO - Bom-dia a todos e a todas! Quero cumprimentar, de maneira especial, todos os assentados e assentadas dos Municípios de Pedra Preta, Guiratinga, São José do Povo, Poxoréo, enfim, todos os assentados da região. Dizer que a oportunidade de estarmos aqui nesta Audiência Pública, nesse contato direto, para nós do INCRA é de uma importância muito grande, porque nós temos dificuldade de momentos, de oportunidades como esta, para trocar informações, prestar conta do trabalho que está sendo feito, falar das nossas ações, das nossas dificuldades. E acho que num ambiente democrático não tem nada pior do que a ausência do diálogo, da conversa e, por isso, nós estamos sempre que possível atendendo aos convites, fazendo-nos presente, fazendo as reuniões. Tanto que na sede da Superintendência diariamente atendemos muita gente dos assentamentos, como também em momentos como este. Quero cumprimentar o Prefeito de Pedra Preta, Augustinho Freitas; o Prefeito de São José do Povo; de maneira especial quero cumprimentar o Deputado Sebastião Rezende, agradecer muito esta oportunidade que esse Parlamentar está propiciando para os órgãos federais, IBAMA e INCRA, e também para os órgãos estaduais, de fazer esses esclarecimentos, ouvir a demanda do povo, saber de fato o que está pegando e quais são as dificuldades que o povo mato- grossense está sentindo. Então, Deputado, agradeço muito esta oportunidade; também à Deputada Profª Vilma. Pág. 21 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. É como eu estava dizendo, a nossa missão enquanto agente público, enquanto servidor público é estar sempre aberto para ouvir, para prestar o melhor esclarecimento, para dar a informação correta, transparente e verdadeira. E quero dizer que uma Audiência Pública como esta acaba se tornando um momento difícil para nós fazermos discussões, porque tratamos ao mesmo tempo de problemas, de questões mais estruturais, de problemas de longos anos e que dependem de soluções maiores do que a Superintendência de Mato Grosso pode gerar. Também tratamos de questões menores, mais pontuais e de demanda mais direta sobre as quais temos condições de agir. Eu acho que a primeira coisa numa Audiência Pública como esta, o primeiro desafio das autoridades públicas é procurar fazer esse esforço de separar o que é uma agenda política, o que é uma agenda estruturante, de uma mudança macro; que depende, inclusive, de mudanças legislativas, de mudança mesmo da concepção da forma de fazer reforma agrária, da forma de desenvolver os assentamentos, das agendas mais pontuais. E acho que não podemos, mesmo correndo risco, muitas vezes, de não sermos bem entendidos por todos, nós não podemos desperdiçar uma oportunidade desta, porque uma Audiência Pública como esta aqui serve também para construirmos a sociedade civil do Brasil. Ela serve também para fortalecermos a sociedade e o Estado. Seria muito pobre se entrássemos direto dizendo assim: posso fazer isso, posso fazer, e não fizesse uma reflexão um pouco maior, porque aqui todos são brasileiros e brasileiras. Nós temos obrigação de entender o que está se passando no nosso País; as dificuldades que o Estado tem; as dificuldades que a sociedade tem e como que essas coisas podem se complementar; como essas coisas podem se relacionar para resultar em melhoria de vida às pessoas. Quero dizer que o INCRA foi muito mencionado, muito citado aqui. Acho que se viesse uma pessoa de fora, uma pessoa de outro Estado, de outro País e ouvisse todos os relatos que foram dados aqui, ficaria com a impressão de que a reforma agrária, o trabalho executado pelo INCRA, só está servindo para fazer com que as pessoas fiquem mais pobres. A impressão é essa. Parece que tirávamos pessoas ricas de suas casas e as colocávamos num assentamento para ficarem pobres. A ideia da reforma agrária não é essa! A ideia da reforma agrária é pegar pessoas pobres, empobrecidas - a lei, inclusive, coloca esses critérios para assegurar que vá para o assentamento pessoas que têm renda abaixo de três salários-mínimos - e gerar uma oportunidade a essas pessoas que têm dificuldade de conseguir emprego, que sempre sonharam em ter um pedaço de terra, de produzirem e melhorarem suas rendas. Trabalhamos a reforma agrária com essa ideia, com essa concepção de oportunizar melhoria de vida às pessoas. Tenho certeza que das oitenta mil famílias que assentadas em Mato Grosso, a maioria absoluta faz um balanço positivo da vida que tinha antes de receber um lote e da vida que tem hoje. Não que hoje elas não tenham mais problemas, mais dificuldades; não que hoje estejam permanentemente num estado de felicidade, ganhando e enriquecendo rapidamente. O que as pessoas fazem é comparar a vida de antes e a de depois. Tenho certeza que muitas pessoas que veem que essa melhoria não está acontecendo mudam seus projetos de vida, desistem da reforma agrária. Porque a reforma agrária não e uma prisão para ninguém. O Estado brasileiro não aprisiona as pessoas no assentamento para dizer: agora, você tem que ficar aqui e abandonar qualquer outra oportunidade, qualquer outra perspectiva, porque aqui você está preso; é um castigo para o resto de sua vida. As pessoas têm liberdade. É por isso que existe um percentual de rotatividade nos assentamentos. As pessoas têm oportunidade e saem. Tenho certeza que aquelas que permanecem estão fazendo um balanço de que a reforma agrária; que a oportunidade de ter um lote, é boa para sua vida. Ela tem dificuldades; ela quer coisa melhor, luta por uma coisa melhor, mas está fazendo Pág. 22 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. uma comparação de que ela está melhorando, que ela está numa escala de melhoria de condições de vida. Acho que se fosse ao contrário teríamos apenas lotes abandonados nos assentamentos, não haveria ninguém. Porque ninguém seria bobo de lhe impor uma condenação por causa de um projeto furado - se fosse furado -; por causa de um projeto totalmente inviável, se fosse inviável o projeto da reforma agrária. Então, quero dizer que a sociedade tem obviamente o direito, a obrigação de exercer a sua cidadania, de apresentar sua reivindicação, de fazer sua luta, mas precisamos, ao meu ponto de vista, fazer essa luta com discernimento, com muito cuidado para não jogar fora, junto com a água, também, a criança. E momento como este é a oportunidade para melhorarmos a nossa compreensão sobre as coisas. Entendo, prefeitos, autoridades, vereadores e lideranças aqui presentes, que nenhum vereador, nenhum prefeito, nenhum secretário municipal, quer ser responsabilizado pelo fato de não ter estradas nos assentamentos, pelo fato de não ter o crédito. Ninguém quer ser responsabilizado diretamente. Então, acaba falando: o problema é do INCRA. Eu quero trazer uma reflexão: acho que não adianta querermos tratar o desenvolvimento rural, a reforma agrária como se fosse o problema de uma criança feia que está sendo emburrada ora para um, ora para outro. Fui questionado diretamente - muitas pessoas fizeram essa pergunta de maneira direta: de quem é a obrigação? De quem é a responsabilidade. Respondo da seguinte maneira: o desenvolvimento rural, a reforma agrária, é uma política para trazer oportunidades às pessoas. Nesta região, considerando Guiratinga, Pedra Preta e São José do Povo, foram construídos, implantados pelo INCRA diretamente e, também, reconhecidos assentamentos estaduais, num total de vinte, e trinta e seis mil hectares. Trinta e seis mil hectares! Há casos em muitos municípios que apenas um assentamento passa de trinta e seis mil hectares. Aqui, na região, temos mil, cento e setenta famílias. Tenho caso de assentamentos, se pegarmos dois, que têm duas mil famílias. O que estou querendo dizer com isto? Que são poucos assentamentos aqui, na região. São poucos! Deveriam ser mais! Ao invés de darmos oportunidade para 1.170 famílias, deveríamos dar oportunidade para três mil famílias. E por que são poucos? Porque a terra é cara nesta região. A terra nesta região é mais valorizada. É uma das regiões mais valorizadas. E a reforma agrária é feita contra a tendência da sociedade, que é desapropriar. Na maior parte dos assentamentos feitos aqui, o Estado tomou uma propriedade, desapropriou um proprietário que foi considerado que tinha uma área improdutiva. Por interesse social o Estado desapropriou. É claro, ele pagou e empregou milhões de reais em TDA, em dinheiro, para dar oportunidade a essas famílias de terem um pedaço de terra. O que eu acho falso é acharmos que o INCRA sozinho tem condições de fazer esse processo completo: conseguir a terra, fazer a implantação do assentamento, fazer as estradas, como se ele fosse um Estado dentro do Estado. O INCRA não é um Estado. O INCRA é uma autarquia. Ele é um órgão que, ao longo dos últimos trinta anos, só perdeu em número de servidores. Na década de 60 o INCRA de Mato Grosso tinha três vezes mais de servidores do que tem hoje e os assentamentos foram sendo criados. É verdade que o recurso do INCRA vai aumentando e se temos aqui vários assentamentos que não estão atendidos, temos muitos assentamentos que estão sendo atendidos aqui, no Estado de Mato Grosso. Eu vou citar alguns números, peço um pouco de paciência, só para vermos um pouco da magnitude do trabalho que é feito e que, muitas vezes, não é visto. As pessoas não veem porque não aconteceu no seu assentamento; não aconteceu no assentamento ao lado. Mas esses Pág. 23 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. dados são todos reais, verdadeiros, que podemos encaminhar para qualquer pessoa que desconfiar deles. Só no período de 2006 a 2008 o INCRA aplicou, investiu, cento e cinquenta e dois milhões, trezentos e vinte e sete mil e seiscentos e noventa e cinco reais na construção de vinte e oito mil casas e para apoiar dezoito mil, novecentas e trinta e uma famílias com apoio inicial. Cento e cinquenta e dois milhões, acho que devem passar do orçamento de todas as prefeituras juntas durante esse período. É um montante grande de recurso que o Governo está colocando para apoiar o desenvolvimento rural. É insuficiente! É menor que a demanda, mas é um recurso que antes não tinha nesse volume e nessa magnitude. Para reformar casa, nesse período de 2006 a 2008, foram setenta e nove milhões e cento e cinquenta e dois mil reais, reformando 15.884 casas. Não chegou a reforma da casa no Assentamento de São José do Povo, de Pedra Preta? Talvez não, talvez sim, mas chegaram a outros assentamentos dentro do município, dentro da região, dentro do Estado. O INCRA tem, dentro dos assentamentos, aproximadamente 118.000 quilômetros de estrada. É muito mais do que tem o DNIT e a SINFRA juntos somados. É uma malha viária fantástica, extraordinária! É impossível para qualquer gestor público, qualquer pessoa habituada a lidar com números, com metas, imaginar que o INCRA daria conta de fazer a manutenção todos os anos de todas essas estradas, de toda essa quilometragem de estrada. São 102.000 quilômetros de estradas coletoras, vias coletoras, que são aquelas vias não principais, e 16.700 quilômetros das vias alimentadoras, aqueles eixos, aquele linhão principal do assentamento. Ao longo de 2003 a 2008, o INCRA abriu em Mato Grosso 3.351 quilômetros de estradas, mais do que o Governo do Estado fez. Não que eu esteja fazendo essa comparação para dizer o que é melhor e o que é pior, mas é para dizer que um único órgão faz isso graças à parceria das Prefeituras, porque se fosse fazer sozinho não faria nem 10% disso aí, porque não tem pessoal para isso, não tem estrutura para fazer. Então, se esse trabalho é feito é porque temos gestores municipais e pessoas preocupadas, que querem ajudar e que fazem e tornam possível que aquele recurso seja aplicado. Foram recuperados 5.393 quilômetros de estradas e foram construídos 227 metros de pontes nesse período. Então, tudo isso custa muito dinheiro. São cento e vinte e oito milhões de reais que foram aplicados nesse período de cinco anos. Cento e vinte e oito milhões de reais! Isso aqui vai modificar a vida de vocês? Vai fazer vocês ficarem conformados com a ação do INCRA? Estou falando isso com esse objetivo? Não. Estou falando isso para informar que o INCRA está agindo, que o INCRA está fazendo as coisas e reconhecendo que o que está sendo feito é menos do que a demanda da sociedade. O que nós precisamos para ter condições de dar um salto de qualidade é fazer mudanças estruturais na política de reforma agrária. Nós fizemos, ao longo dos últimos trinta anos, quatrocentos e seis assentamentos em todas as regiões. Sabem quantos assentamentos desses trinta anos para cá já vivem independente do INCRA, que não depende mais do INCRA, que as pessoas já estão totalmente tituladas e já estão cuidando de suas vidas? Nenhum. Nenhum assentamento! Então, a reforma agrária de Mato Grosso é como se fosse uma sala que só tem uma porta para entrada; só vai aumentando a demanda; todo ano cria mais assentamento e isso é impossível. O que precisamos para atender bem os assentamentos mais novos é emancipar, titular, fazer com que aquelas pessoas que têm mais de quinze anos, vinte ou vinte e cinco anos assentados possam receber o seu título e tocar a sua vida independente do INCRA; que possam Pág. 24 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. buscar outras políticas para acessar; e que aquelas estradas, que antes eram responsabilidade exclusiva do INCRA, passem a ser responsabilidade de outros órgãos, de outros entes do Governo. Porque para acessarmos as propriedades particulares, as fazendas, não é uma área dentro do INCRA, alguém tem que fazer essa estrada. Então, não é possível que fiquemos imaginando que para esses quatrocentos e seis assentamentos, para esses cento e dezoito mil quilômetros, só poderemos ter acesso se tiver o recurso do INCRA. Eu quero dizer que isso não acontece. Hoje, temos muitos casos, graças a Deus, para a reforma agrária e para os assentados e que os prefeitos fazem com recursos próprios. Há muitos casos desses. É como eu falei: temos dezesseis mil quilômetros só de estrada alimentadora, se trabalhamos nesses últimos cinco anos três mil e poucos quilômetros, imaginem se não tivesse então essa ação das prefeituras com seus recursos próprios fazendo seus investimentos. Então, seria muito simples se eu chegasse aqui e usasse a palavra para dizer assim: tudo que vocês estão pedindo será atendido, será resolvido; fiquem tranquilos; voltem felizes para casa de vocês; agradeço as lideranças municipais, porque tudo que vocês trouxeram serão atendidos. Isso seria uma coisa muito simples, eu sairia daqui aplaudido, mas com a consciência que enganei vocês, que perdi uma oportunidade de fazer uma discussão importante para o desenvolvimento rural, para o fortalecimento da sociedade e para colocarmos na cabeça de cada um e de cada uma as coisas do jeito que elas são, a realidade do jeito que ela é. Então, para não ficar só nessa reflexão maior, que acho importante, o que poderemos fazer? Qual é a agenda? Qual é a proposta de trabalho para o INCRA que podemos trazer de ação concreta aqui para a região? Primeiro, com relação à infraestrutura, com obra, com estrada, não tem outro caminho para o INCRA fazer que não seja por meio da análise de uma proposta da prefeitura municipal para fazer um convênio para liberar esses recursos. Neste ano, estamos trabalhando para fazer agora, até o final da semana, empenhos na ordem de vinte e três milhões de reais para atender um número de aproximadamente trinta prefeituras com convênio para atender assentamentos. E essa questão da gestão é de você fazer compromissos possíveis de serem executados e tomar uma decisão. No caso de Pedra Preta, recebi lá, conforme relatado aqui, uma delegação de autoridades, representantes do Município, que, naquela oportunidade, constatamos que ainda não tinha chegado ao INCRA o Projeto para fazer o convênio. Isso significa que no exercício de 2009 não teremos como fazer esse convênio. Isso não quer dizer que esse projeto não possa ainda ser feito para fazermos o convênio no ano que vem para ver quais são as prioridades, as urgências maiores. Eu sei que já tem esse levantamento, o Prefeito já deu depoimento que já gastou recurso para fazer esse levantamento, para fazer esse projeto, mas precisamos receber esse projeto o mais rápido possível para ver se nos primeiros meses do ano que vem, assim que liberar o orçamento, nós possamos atender essas demandas que são mais urgentes. Eu entendo que poderíamos incluir aí essa ponte do Vale do Prata nesse projeto para o ano que vem, porque pelo que estamos vendo aqui é uma situação que acontece - e não foi o único lugar que aconteceu. Então, além de fazermos uma nova ponte, muitas vezes temos que refazer outras. Na região de São Félix do Araguaia, no município de São José do Xingu, se não me falha a memória, teve uma tempestade que destruiu todas as ponte de dois assentamentos vizinhos e o prefeito teve que decretar calamidade pública no município.

Pág. 25 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. A vida é sempre assim, fazendo coisa, muitas vezes tendo que refazer o que você já fez por causas da natureza. Então, quero dizer isso... O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Sr. Willian, para que os nossos trabalhadores tenham um esclarecimento hoje: o que está acontecendo? O que o INCRA não tem condições de titularizar, dar o título para esses proprietários? Necessita do georreferenciamento? O INCRA não tem condições de fazer esse georreferenciamento? O que está acontecendo? Pergunto para que os nossos trabalhadores saibam e para que nós possamos inclusive ajudar no aspecto desses encaminhamentos. O SR. WILLIAN CÉSAR SAMPAIO - Nós vamos entrar agora nesses dois assuntos - eu os tinha deixado para o final na minha lista -, um é a questão ambiental, e para isso está aqui também o Superintendente do IBAMA, o Ramiro, que também vai dar suas informações sobre isso e a questão do georreferenciamento, que é a questão da titulação. No caso dos assentamentos de vocês aqui, São José do Povo tem apenas um assentamento mais antigo, que é de 1996, Pedra Preta tem um de 1999 e Guiratinga tem um de 1998, mas a maior parte dos assentamentos é desta década de 2000, são assentamentos feitos dentro desta década, ou seja, assentamentos que ainda não completaram dez anos. Quero dizer que a titulação definitiva pode ser feita logo que cria o assentamento. Desde que você faz o parcelamento dele você já pode emitir o título. O primeiro título que o INCRA emite é um título chamado Contrato de Concessão de Uso. Esse título comprova que aquele assentado é uma pessoa que está ali autorizado pelo INCRA, comprova que é uma pessoa homologada, que passou pela seleção, que é uma pessoa que, se atender todas as condições resolutivas que estão ali, cumprir com suas obrigações, receberá seu título definitivo quando acontecer o georreferenciamento, receberá o título definitivo para ser o proprietário particular do imóvel. A partir do momento em que recebe aquele título ele vai ao cartório, antes mesmo de pagar todo o título, porque depois que ele recebe tem dez anos para pagar, mas ele pode pagar com menos tempo se ele tiver recurso para isso, entretanto, a partir do momento que ele recebe aquele título, a terra não é mais do INCRA, a terra é daquele assentado, daquela assentada. Aqui no Mato Grosso nós temos uma defasagem muito grande nessas emissões de títulos, uma defasagem muito grande. A partir do ano de 2001 foi criada uma lei de georreferenciamento para que possa fazer essa titulação, é preciso o georreferencial ao assentamento, e criou uma dificuldade a mais para fazer essa titulação definitiva. Como é que estamos trabalhando? Com o recurso que o INCRA recebe anualmente, estamos priorizando fazer o georreferenciamento dos assentamentos novos, dos assentamentos mais recentes, até para poder começar já esse assentamento com tudo certinho, para não juntar mais passivo. Então, essa é uma decisão de gestão que nós tomamos. Mas os recursos que vêm para Mato Grosso são muito poucos para fazer na quantidade de assentamentos que precisam fazer. Nós fizemos um levantamento e nos reunimos com a Bancada Federal para apresentar, porque isso é uma demanda muito grande, principalmente depois da lei da regularização fundiária, que aumento muito. Falou-se muito na regularização fundiária, as pessoas vieram cobrar e saber. Nós fizemos um levantamento e precisaríamos de 47 milhões de reais para fazer o georreferenciamento de todos os assentamentos que têm mais de dez anos de idade, mais de dez anos de criação. Então, a nossa política é fazer dos assentamentos mais recentes. Pág. 26 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Para o caso dos assentamentos da região, vamos fazer para emissão do contrato de concessão de uso começando pelas prioridades, por aqueles assentamentos que ainda tem que receber o recurso da casa, que é 15 mil por família. Outro problema grande, um tema de bastante preocupação, que muita gente falou aqui, é a questão ambiental, de regularização ambiental. Falamos aqui de um TAC para poder liberar o recurso. Eu quero dar uma explicação sobre isso também, eu acho que é importante termos uma boa compreensão sobre o problema. A questão é que por causa da questão ambiental, por causa do tema do meio ambiente, da preocupação que o mundo está tendo cada vez com mais força sobre o compromisso de termos um planeta que possa ainda ser usado pelas gerações futuras, o tema meio ambiente, de 1992 para cá, veio cada vez mais se impondo como uma agenda, se impondo como um tema que não temos como fugir, como escapar dele. Então, chegou um momento em que sentou o Presidente do Banco Central, o Ministro da Fazenda, o Ministro do Planejamento, que são as autoridades que compõem o Conselho Monetário Nacional e tomaram a decisão de que o Crédito Rural no Brasil não poderá mais ser aplicado nos imóveis rurais que não tenham Licença Ambiental ou que não estejam em vias de obter a Licença Ambiental. De uma maneira resumida é isso: não é uma coisa do INCRA, é uma coisa do Conselho Monetário Nacional, é uma decisão que não afeta só o INCRA, não afeta só os imóveis, afeta todos os assentamentos, aliás, todos os imóveis rurais e particulares também, bem como os assentamentos estaduais criados pelo INTERMAT. E essa restrição do crédito está sendo uma coisa péssima para os assentados, uma coisa terrível. O INCRA tem a sensibilidade para isso - eu tenho contato, os servidores do INCRA têm - porque nós sabemos que o oxigênio do assentamento é o crédito. Então, este ano e o ano passado foram anos muito difíceis, porque sem o crédito até a expectativa do futuro fica mais difícil, até a esperança fica mais difícil. Os políticos tentaram derrubar essa Resolução do Conselho Monetário e não conseguiram. Eu acho que essa Resolução não será derrubada. Então, o que é que nós temos que fazer? Nós temos que cuidar de encontrar uma solução para um problema que é um problema estrutural. Os assentamentos que foram feitos nos últimos 30 anos, todos os assentamentos que foram feitos, do mesmo jeito que a maioria das fazendas particulares, não estão legais do ponto de vista ambiental, não estão em dia, não estão redondos, não estão licenciados, estão devendo alguma coisa. Então, vamos dizer que o INCRA errou nesses 30 anos por não ter dado o exemplo, “vamos fazer o Licenciamento Ambiental, vamos deixar tudo arrumadinho...”, porque a lei já existia. Mas não foi só o INCRA que errou! Todo mundo errou! Os donos de fazenda particular também. O que é que estamos fazendo para resolver isso? Eu quero que os senhores entendam a dimensão do problema, o problema é ambiental. Esse problema vai sair da nossa vista, vai sair da nossa cabeça na semana que vem, mês que vem, ano que vem? Eu digo que não. Então temos que ter tranquilidade para lidar com esse assunto, temos que ter maturidade, temos que entender que é uma questão planetária assim como foi a revolução industrial lá há dois séculos, assim como foi a questão do petróleo e da energia. Agora, o mundo está passando por essa questão ambiental.

Pág. 27 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Então, não vamos ficar desesperados, não vamos perder nosso sono, não vamos morrer por causa disso, vamos enfrentar isso com tranquilidade. O que estamos fazendo para isso? Nós estamos criando um sistema de licenciamento mais simples, porque o sistema de licenciamento que existe é muito caro, muito exigente, tem que gastar dinheiro com técnico e tem que fazer projetos. Por quê nós estamos procurando melhorar? Porque o próprio assentado não pode fazer o licenciamento do assentamento porque a terra é do INCRA, então, o INCRA é que tem que fazer. Se deixasse o próprio assentado até ele teria dificuldade de fazer. Então, o INCRA está correndo atrás desse tema. Não é um tema fácil, é uma coisa que eu já falei, é fácil de falar: vamos resolver, vamos fazer o TAC. É difícil de operacionalizar porque não depende só do INCRA. Se fosse o próprio INCRA que licenciasse os seus assentamentos, talvez, fosse mais fácil achar uma solução caseira para resolver, mas não depende disso, depende do órgão que faz a licença. Nós últimos anos o INCRA protocolou quarenta pedidos de Licença ambiental, isso passa de 10% dos assentamentos, mas isso não resultou no licenciamento, o prefeito falou isso aqui, que parece que ele também está vivendo esse problema e muitos fazendeiros também estão vivendo isso, protocola e a licença não sai. É a mesma coisa que está acontecendo no INCRA... O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Willian, quem está travando isso? É o IBAMA ou é a SEMA? Qual é o órgão responsável? Para ficar claro nesse aspecto, porque se for a SEMA, a SEMA deveria estar aqui e não está e vamos fazer a cobrança da Secretaria de Meio Ambiente para saber porque está travando isso. O SR. WILLIAN CÉSAR SAMPAIO - Então, é o seguinte: para ficar bem esclarecido, nós temos autoridades aqui que precisam compreender bem como o Presidente da Audiência Pública está colocando. Nós chegamos de fazer uma cooperação técnica com a SEMA e com o INTERMAT, para resolver porque seria um caminho para a solução disso. Essa cooperação foi assinada pelo INCRA, pelo INTERMAT e pela SEMA. Essa cooperação o IBAMA entendeu que não estava bom desse jeito que estava sendo feito, essa cooperação é de agosto, de 08 de agosto deste ano. O IBAMA considerou que aquele formato, aquele jeito de fazer licenciamento não seria o adequado, ele propôs uma nova forma de resolver esse problema. Então, nós estamos discutindo, estamos fazendo agora um outro Termo de Cooperação, que é esse que eu falei que é o mais simplificado, vamos dizer assim. Esse Termo de Cooperação foi elaborado a quatro mãos entre o IBAMA e o INCRA, e já está conversado com a SEMA, Secretario de Meio Ambiente e o Governador já deram a palavra deles já que não tem problema nenhum de fazer esse novo tipo de licenciamento, esse novo procedimento, e ele está lá com a Presidência do IBAMA, depois o Superintendente vai nos atualizar sobre os passos que precisam. Nós estamos, da parte do INCRA, na torcida para que isso se resolva o quanto antes. Então, qual será o caminho para resolver esse tema que eu acho que pode ser, Deputado, um dos encaminhamentos concretos que nós podemos tirar aqui, eu vou dar uma sugestão de como fazer isso. Podemos fazer em São José do Povo, podemos fazer em Pedra Preta também e em todos os outros municípios que interessarem. Qual é o caminho? Nós vamos fazer o início do Licenciamento Ambiental com base num diagnóstico feito por imagem de satélite. Sem precisar ir aos assentamentos, os técnicos vão analisar e interpretar as imagens, as fotografias dos assentamentos para calcular quanto está devendo de Reserva Legal e de APP. E esse diagnóstico vai ser protocolado no IBAMA. Pela Pág. 28 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Resolução do Conselho Monetário Nacional, a partir do momento em que protocola isso aqui, estamos cumprindo a exigência de mostrar que está no caminho da regularização ambiental, que está buscando a regularização. O simples fato de protocolar já permite liberação do crédito. Então, o que nós propusemos e o que eu posso propor aqui para vocês fazerem para acelerar isso? O INCRA disponibiliza essa base cartográfica do assentamento, as coordenadas, a planta do assentamento, a planta básica do assentamento e aí a SEMA disponibiliza essa imagem para colocar em cima da planta básica para o técnico fazer a interpretação e criar esse diagnóstico. Já existe um Termo de Referência, feito pelo IBAMA, que diz exatamente como é que tem que ser esse procedimento pelo técnico que for contratado para fazer isso. Então, o que está pegando agora, o nó é: quem faz essa interpretação? Nós fizemos uma proposta para os municípios do Vale do Arinos, e a Assembleia Legislativa entrou com a contratação de técnicos para fazer essa interpretação. Então, foi uma cooperação assim: o INCRA fornece a base cartográfica; a SEMA, a imagem; e a Assembleia Legislativa contrata os técnicos para fazer. Se houver essa possibilidade de fazer aqui com a prefeitura ou algum outro, é um trabalho barato - é bom que se diga isso. Essa interpretação dessa imagem não é coisa cara, não é o georreferenciamento, não tem nada a ver com o georreferenciamento. Então, assim, de todo modo estou propondo isso aqui, mas talvez não tenha condições de isso ser feito, essa pareceria. Talvez a prefeitura não tenha recurso. Nós temos que entender isso também. Ninguém trabalha com o recurso que gostaria de ter, nenhum ente, nenhum órgão. Nós sabemos das dificuldades de todo mundo. O INCRA vai contratar esse serviço para todos os assentamentos. E onde houver a possibilidade de fazer uma coisa mais ágil, de outra forma, nós também autorizamos, o INCRA autoriza outro ente a contratar esse técnico. Então, nós vamos dar início a esse licenciamento ambiental nessa região sul aqui. O licenciamento ambiental não é tão difícil, não é tão duro, tão doído, como fazer no norte, porque no norte do Estado são 80% de reserva legal. Imagine o que é você fazer uma regularização e ter que recompor muitas vezes 60%, 70% de reserva legal. Aqui a situação é mais fácil. A reserva legal é menor. Por fim, para concluir, para não ficar falando muito, porque quando nós falamos muito acabamos embaralhando mais, eu queria fazer uma proposta, esta, sim, uma proposta bem concreta, porque eu acho que é o caminho que nós temos para resolver a questão dos assentamentos de forma mais ágil, de forma mais rápida: a contratação de serviços de assistência técnica. Só através da assistência técnica, nós vamos poder acelerar esse processo de emissão da CCU, liberação dos créditos para fazer as casas, para reformar as casas, a própria licença ambiental para cada família fazer o seu Termo de Ajustamento de Conduta individual, depois que tiver o diagnóstico total feito. Então, o Presidente Lula mandou para o Congresso Nacional uma lei para facilitar a forma de contratar a assistência técnica. Essa lei foi aprovada pelos Deputados e está agora no Senado. E a avaliação do Ministério é a de que será votada ainda antes do recesso para que, a partir do ano que vem, nós já tenhamos um instrumento de fazer essa contratação de maneira mais simplificada. Não precisa fazer aqueles convênios, não precisa fazer licitação para contratar, não precisa assinar a carteira do prestador de serviço. E quero propor aos Prefeitos que estão aqui que ficássemos de olhos atentos a essa lei para que assim que ela estiver aprovada, nós façamos a contratação dos técnicos para a assistência técnica. Porque é assim. Qual é o problema aqui no Estado?

Pág. 29 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. O INCRA já tem um convênio de assistência técnica para EMPAER, para nove mil famílias em duas regiões do Estado. Estamos fazendo agora uma parceria com a OSCIP lá de Cuiabá e vamos atender mais doze mil famílias. Então, nós vamos chegar o ano que vem com 21 mil famílias atendidas. Recursos para assistência técnica têm bastante no INCRA, mas a burocracia, a dificuldade de fazer é que impede que nós avancemos na assistência técnica para todos os assentados. Essa nova lei para nós é um alento, é uma coisa boa que está surgindo. E quero convidar os Prefeitos dos municípios que estão aqui para fazermos essa parceria já no ano que vem, assim que tiver essa nova lei, porque colocaremos o assistente técnico dentro de cada assentamento. Esse assistente técnico, além de dar a assessoria da produção, vai cuidar da regularização ambiental, o suporte técnico vai cuidar de emitir esse CCU, vai trabalhar nas liberações das casas, dos recursos. Tudo que temos de dificuldade do INCRA, hoje, boa parte é falta de perna, falta de gente para estar dentro do assentamento fazendo o trabalho que tem que ser feito. Eu vou concluir por aqui. Vou ficar à disposição para mais, se for necessário, alguma ou outra complementação de informação. E dizer que tenho consciência, e não tenho nenhuma dúvida, do que estou falando aqui. Boa parte das coisas que eu falei aqui não vai trazer tranquilidade, não vai trazer alegria para o coração de vocês, não é uma promessa que estou fazendo, porque quando eu entrei no INCRA, tinha consciência de que estava entrando num órgão muito difícil. Sabia que era um órgão que tem muito mais demanda do que condições de atender essa demanda. E aí eu fiz um voto comigo mesmo de criar condições para sair do INCRA do mesmo jeito que entrei, de cabeça erguida e sendo considerado uma pessoa confiável. Eu poderia vir aqui, esconder a verdade, falar uma mentira, fazer uma promessa. Só que isso não condiz com a minha conduta. Eu sou servidor público, sou cuiabano, tenho filhos e vou continuar morando aqui. O órgão tem muita demanda? Tem! Mas isso aí é da vida, não é problema exclusivo do Willian, da pessoa Willian! Então o agente público Willian tem que ser transparente, tem que ser honesto, tem que ser claro, porque, senão, os senhores misturam uma coisa com a outra e depois sai de lá a pessoa Willian destruída, sendo que a culpa não é pessoal dele, a culpa é toda do sistema, é da política, é do desenho dessa Reforma Agrária do jeito que é. Em todo lugar que eu vou, a minha fala é esta aqui. Falo dos problemas, falo do que é possível fazer. E isso que é possível, nós vamos nos empenhar para procurar fazer, para trazer essas coisas para cá... A SRª TETÉ BEZERRA - Superintendente, o senhor me permite um aparte? O SR. WILLIAN CÉSAR SAMPAIO - Pois não! A SRª TETÉ BEZERRA - Sr. Willian, nós entendemos que a sua fala com relação à discussão da Reforma Agrária, a necessidade aqui do nosso Estado “n” vezes maior do que efetivamente é possível se fazer. Mas acho que foram colocadas aqui questões pontuais que nós não podemos perder a oportunidade, do senhor estando aqui presente conosco, de vê-las respondidas. Por exemplo, eu tenho um convênio que é muito pequeno perto da grande necessidade que aqui no Município de Pedra Preta tem. Mas eu deixei de ser Deputada Federal no ano de 2006. No ano de 2005, nós fizemos no Orçamento uma Emenda de cento e seis mil reais que é para um Projeto de Assentamento - eu acho que Canudos. E, desde 26 de janeiro de 2006, esse dinheiro está empenhado, está liberado, apenas faltando do INCRA o Contrato de Concessão de Uso do terreno para se perfurar o poço artesiano. Quer dizer, é uma questão concreta... (PARTICIPANTE FALA DA PLATÉIA - INAUDÍVEL.) Pág. 30 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. A SRª TETÉ BEZERRA - Falta receber esse recurso. E a Prefeitura está impedida, porque não tem esse contrato. Na última Audiência Pública o senhor colocou: “Ah! Mas não é só conceder! Precisa das coordenadas geográficas, precisa de todo o processo!” O representante do Prefeito que esteve na Audiência Pública, naquele momento, e colocou que todos esses itens já estavam lá. Então, o pessoal aqui quer saber: Vai ser feito o Contrato de Concessão de Uso especificamente para esse convênio ou não? Com relação ao Recupera de muitas casas, tem mais de dois anos que esse dinheiro está sendo liberado e as famílias estão sendo penalizadas, porque esse dinheiro não pode ser aplicado. Então, são questões pontuais que estão - é lógico, não atende nem 10% da demanda do Município de Pedra Preta -, mas estão aí e ficamos angustiados de ver que o dinheiro está liberado, está aí e não pode ser aplicado. Então, nós gostaríamos que o senhor colocasse essas questões pontualmente. Com relação à liberação daquele recurso, que inclusive era para atender essa ponte que está em dificuldade de tráfego, que a presidente aqui colocou e mostrou as fotos, nós vimos que, na verdade, vai ficar penalizado pela questão do projeto. Mas se for essa questão mesmo, do projeto, porque ficou, inclusive, uma demanda lá entre o Departamento de Engenharia da Superintendência e o representante da Prefeitura com relação se tinha lá ou não, é que somemos os esforços, prefeitura, INCRA, para que possamos ter esses pedidos atendidos. Cada passo que avançamos um pouco mais é que vamos ter esses pedidos atendidos. Era só isso, Sr. Presidente (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Willian, é importante observarmos que a nossa população precisa de respostas bem claras, objetivas, do que está acontecendo...(PALMAS)... Se há recursos, se não há recursos, o que aconteceu, o que a nossa Bancada Federal precisa fazer, a pressão que precisa fazer, porque o objetivo é exatamente dar essas explicações. Os pequenos produtores, os assentados vieram aqui exatamente para ouvir isso, se há recurso ou não há. Inclusive, eu quero informar aos nossos trabalhadores que a Assembleia Legislativa... Eu tive o privilégio de, em 2003, assumindo na Assembleia Legislativa, começar esse trabalho muito forte, Prefeito Augustinho, de convencer o Governador Blairo Maggi. E aí a Assembleia Legislativa participou muito efetivamente ao longo desse período da importância de valorizar as nossas prefeituras, os municípios que vivem uma situação de penúria. E para poder atender os assentamentos, o trabalhador que precisa escoar o pouco de produção que consegue produzir lá, precisa de estrada, e sem estrada não tem como escoar produção. Nós fizemos esse trabalho muito forte ao longo desses anos. No ano passado, nós tivemos a alegria de fazer esse convencimento ao Governador Blairo Maggi e disponibilizar. O Governo do Estado enviou para a Assembleia Legislativa uma Mensagem solicitando autorização para fazer um financiamento no valor de cento e sessenta milhões de reais para adquirir maquinários e destiná-los às prefeituras que hoje precisam desse apoio. Isso foi feito e até fevereiro é bem possível que as prefeituras recebam esses maquinários. Esse é o compromisso de todos os prefeitos que estão aqui: do Prefeito Augustinho Freitas, do Prefeito João Batista. Eles sabem do compromisso de prioritariamente arrumar todas as estradas dos assentamentos para que o nosso trabalhador tenha condição de trafegabilidade (PALMAS.).

Pág. 31 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Esse compromisso já foi feito e o Governo do Estado está participando efetivamente. Esse é o trabalho, Prefeito Augustinho Freitas, Prefeito João Batista, trabalhadores. Não teremos mais problema com as estradas. Os alunos precisam ser transportados às escolas e não tem condições de transportá-los; precisa-se escoar a produção e não tem como escoá-la. Enquanto Deputado eu fico feliz, Deputada Profª Vilma, por ter trabalhado muito forte, assim como todos os Srs. Deputados, para que os municípios recebessem infraestrutura. Todos os municípios da região, de todo Estado estão recebendo esse benefício. Acredito que não teremos mais desculpas dos assentamentos não terem estradas. Eu tenho certeza! O João Batista já assumiu aqui esse compromisso comigo. Ele disse: “Deputado Sebastião Rezende, recebendo as máquinas todos os assentamentos de São José do Povo estarão arrumados”. E tenho certeza que no Município de Pedra Preta será da mesma forma. Precisamos agora, Willian Sampaio, resolver a questão dos investimentos para as casas; do porquê elas não saíram. Essa questão do georreferenciamento nós temos que resolver de qualquer forma. Eu quero aqui, aproveitando a presença do nosso companheiro Sr. Afonso Dalberto... Sr. Afonso Dalberto, falei ao Governador, em exercício, Silval Barbosa, que queremos a mesma atenção e o mesmo compromisso que foi dado à região Norte, ao Vale do Arinos, com relação ao georreferenciamento: que seja disponibilizado, também, para a região Sul do Estado; que esse mesmo investimento seja feito aqui para que possamos resolver de forma definitiva essa questão (PALMAS.). Porque sendo feito, o nosso trabalhador poderá receber esse investimento, que é importante. Como ele vai produzir se não tem dinheiro, se não tem recurso para investir ali? Como ele fará o investimento como? Então, fica a nossa solicitação, Sr. Afonso Dalberto, do seu pronunciamento. Se tiver condição de clarear alguma coisa nesse sentido, será extremamente importante. A solicitação eu já fiz, Sr. Willian Sampaio, ao Governador, em exercício, Silval Barbosa nesse sentido: que a nossa região tenha esse mesmo tratamento e receba recurso do Governo do Estado para auxiliar na questão do georreferenciamento. Queremos, também, que você pense na resposta que daremos; que você dará aos nossos acampados do 13 de Outubro, que estão no Município de Rondonópolis...(MANIFESTAÇÃO DA PLATEIA.). São centenas e centenas de trabalhadores que aguardam a possibilidade de ter, também, o seu pedaço de terra. Essa luta vem há algum tempo. Porque você poderá dizer objetivamente: não, não há recursos ou precisa da Bancada Federal ir lá bater na mesa e dizer que precisa desse dinheiro. O nosso trabalhar precisa realmente das respostas de forma bem clara, sem nenhuma preocupação. Sabemos da sua dificuldade. Estivemos lá, como a ex-Deputada Tetê Bezerra disse, em audiência, juntamente com os vereadores. O Sr. Willian Sampaio foi muito claro. Tínhamos para o Estado de Mato Grosso recursos na ordem de trinta e dois milhões de reais e o INCRA nacional pegou esse dinheiro de volta. Precisamos de mais investimentos e o INCRA nacional tira o dinheiro para levar para onde? E o nosso trabalhador, a nossa população, os nossos assentados, como ficam? Então, é importante essa mobilização da nossa Bancada Federal. E aqui todos nós chamamos à responsabilidade, porque sem esse empenho, sem essa ação forte com o Governo Federal, para dizer: olha, trinta e dois milhões são pouco. Precisamos em Mato Grosso para resolver Pág. 32 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. o problema, segundo informações do próprio INCRA, de quatrocentos milhões de reais para os projetos de assentamentos que aí estão. Então, a luta tem que continuar. Esta Audiência Pública é importante porque vamos enviar tudo o que está sendo dito àquelas autoridades federais para sentirem o drama que vivemos aqui, o desespero que vivemos aqui por ver o nosso trabalhador precisando se deslocar de um lugar para outro, no entanto, sem poder fazê-lo porque caiu a ponte e não há dinheiro para arrumar. Isso é doído; é algo que nos aflige. É importante termos, Sr. Willian Sampaio, a condição de dizer, de forma muito clara, ao nosso trabalhador: olha, não tem dinheiro; não vai. Vamos buscar, correr e cobrar de quem tem que resolver esse problema porque o nosso trabalhador precisa de resposta objetiva, de forma muito clara. Quero ouvir um pouco mais os nossos trabalhadores. Sei que já foi dito quase tudo, mas vamos ouvir o Sr. Antônio Pereira Ferreira, Presidente do Assentamento Frei Servácio Schults, até porque vieram aqui para falar e terão oportunidade de falar. Sr. Antônio, quanto mais objetivo puder ser será melhor para objetivar a nossa Audiência Pública. Os nossos trabalhadores já estão começam a se cansar. Então, vamos ser bem objetivos. O SR. ANTÔNIO PEREIRA FERREIRA - Boa-tarde a todos! Eu sou Antônio, Presidente da Associação do Assentamento Frei Servácio Schults. Basicamente, tudo já foi dito. Então, resta pouca coisa a dizer. Eu só gostaria de dizer ao Superintendente do INCRA e do nosso Prefeito que já foram gastos recursos da Prefeitura para projetos de estrada. Do meu assentamento, inclusive, não foi pouco dinheiro. Foi bastante! E, agora, o Superintendente nos disse que no INCRA não tem projeto das estradas não só do meu assentamento, mas de vários assentamentos. Eu, inclusive, posso garantir que tem projeto no INCRA porque acompanhei todo esse processo. Não foi só uma vez que eu fui ao INCRA, juntamente com a Prefeitura. Existe lá esse projeto. Onde ele está escondido, não sei dizer. Gostaria de ouvir essa resposta do Sr. Willian porque esse projeto está lá. Ele foi entregue nas mãos do Edson João, que é o responsável pelo setor. Esse projeto está lá, sim. Se não vier esse recurso para Pedra Preta, está havendo alguma irresponsabilidade da parte de alguém que eu não sei quem é, mas gostaria de saber. Outro assunto é o TAC, que já foi falado. Acho que o representante do IBAMA falará depois alguma coisa a respeito. O Deputado Sebastião Rezende falou sobre o abandono de lote. Quanto a isso, depois o Sr. Willian esclareceu que a pessoa tem liberdade. Só que não é isso que ouvimos nos assentamentos, inclusive, das equipes do INCRA que vão lá. Dentro dos assentamentos elas falam que quem abandona o lote é passivo de perder essa parcela. Então, foi bom o senhor ter esclarecido isso porque muitos assentados não saem, inclusive, para procurar um trabalho fora, com medo realmente de perder essa parcela. Outra coisa, eu quero frisar o que a ex-Deputada Tetê Bezerra falou da questão do CCU dos poços artesianos. Essa é uma questão que já procuramos saber como será feita, mas não tivemos nenhuma resposta concreta. Esse Contrata de Concessão de Uso-CCU é muito necessário. Nós temos, inclusive, um recurso alocado pela FUNASA no valor de quatrocentos mil reais para a Prefeitura, depositado em conta da Prefeitura, para ser feita a distribuição de água para os Assentamentos Frei Servácio, Vila Garça Branca e Canudos, mas acrescido dos cento e seis mil reais alocados, na época, pela Deputada Tetê Bezerra. E o CCU também dos parceleiros. Os parceleiros Pág. 33 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. necessitam muito do CCU. O meu assentamento é um deles, que não é diferente dos outros. Todos têm essa necessidade. Da minha parte, era isso. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Quero dizer que nós temos feito essas visitas constantes ao INCRA e - reforçando a palavra do Prefeito Augustinho - na última estada nossa lá, há um ano aproximadamente, um ano e pouco, foi feito o compromisso - a priori , o Sr. Willian não estava ainda Superintendente - de um investimento para alguns assentamentos deste município: Vale do Prata, Wilson Medeiros, Frei Servácio, Furnas e o PA 26 de Janeiro, na ordem de dois milhões e setecentos e quinze mil reais. Estava lá o Vereador Valdir José com os demais Vereadores e nós também, onde foi feito esse compromisso. Todos os projetos foram elaborados e protocolados no INCRA. Em dezembro de 2008, nós estivemos juntos e daí para cá sempre a situação: “Ah, porque mudou agora a forma do Projeto e não pode ser dessa forma. Mudaram as planilhas...” Então, sempre esses questionamentos e aí fica a população sem ser atendida. Quer dizer, é uma preocupação muito séria nesse aspecto e a luta tem sido travada ao longo desse período. Então, a Prefeitura apresenta aqui as planilhas orçamentárias todas no valor de dois milhões, setecentos e quinze mil reais. Então, o que nós precisamos na realidade é dessas definições mais céleres, mais rápidas, porque o trabalhador é que fica sofrendo com a falta de estradas, sem essas condições de assistência para a nossa população. Nós estivemos juntos, Willian, e até cobrei do Presidente Leonel Wohlfahrt aquela questão da água, e nós temos aqui o exemplo do Assentamento Wilson Medeiros, com mais de dez anos, que não tem água. São cento e oito famílias que não tem água. Como é que os assentados ficam ali? É muito difícil, é muito complicado (PALMAS). Foi feito um projeto, e o Nilsinho já falou dele, para atender essas famílias e dará para atender outros assentamentos. É óbvio que é um projeto um pouco mais oneroso, mas nós temos que tomar essa posição firme e a sua palavra nesse sentido será algo importante se deixar de forma clara: olha, o Presidente Nacional do INCRA disse que não vão atender Mato Grosso nesse projeto, ou vai atender nesse percentual, porque aí todos nós teremos que correr e buscar solução. O que não pode são essas cento e oito famílias, que sonharam com terra, com a condição de produzir e tirar sustento para a família, ficarem sem água. Então, eu quero que no finalzinho o senhor fale objetivamente: isso é; não é; daí, nós teremos que buscar a solução que for necessária de qualquer forma porque o trabalhado não pode ficar da forma como está. Vamos ouvir o Gilmar Medeiros da Conceição, de Pedra Preta, que também fará uso da palavra de forma objetiva. O SR. GILMAR MEDEIROS DA CONCEIÇÃO - Gostaria de cumprimentar os componentes da mesa em nome da ex-Deputada Teté Bezerra, cujo trabalho conhecemos em prol do Município de Pedra Preta. Deputado Sebastião Rezende, é um prazer muito grande ter Vossa Excelência com esta grande multidão para discutir e reivindicar algumas coisas. Gostaria de pedir ao Superintendente do INCRA que, por gentileza, com muita educação, na hora que for fazer a sua explanação que fale em português para que toda população entenda, porque o que vemos hoje, aqui, são pessoas analfabetas, que não estudaram. Nós sabemos que a tecnologia hoje mudou, mas não foi para todos, devido às dificuldades, as estradas, as pontes, os recursos que os assentamentos têm para habitar em nosso município. Pág. 34 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. O Superintendente falou há pouco que se hoje vier alguém estranho, de fora para cá, vê que está impondo outras coisas, gente que está tirando para um assentamento. Mas, Sr. Presidente, o senhor sabe por que hoje temos assentamentos e por que todos estão aqui reivindicando? Porque a esperança deles é grande. A esperança dele é a última que morre, porque não são pessoas estudadas, não são pessoas que tiveram a oportunidade para o dia de amanhã ser um professor, ser um Superintendente de um órgão como o senhor, ser um Deputado. São pessoas humildes, são pessoas que dependem dos seus braços para sobreviver, para dar um pão para o seu filho, para dar um arroz para a sua filha, para tratar a sua família como deve ser. São pessoas que não estão nas ruas roubando, criticando, mas que estão reivindicando ao senhor o que tem por direito. Eu ouvi alguém questionando o atual Prefeito Augustinho Freitas sobre as pontes, sobre as estradas que não tem. Antes do Prefeito Augustinho Freitas chegar, várias pessoas criticaram que não tem acesso à educação, à saúde, devido às estradas. E o Deputado Sebastião Rezende fez a seguinte pergunta ao Superintendente: “De quem seria a culpa? Quem é realmente o responsável?” Muitos aqui procuraram de quem é a responsabilidade. O Deputado pediu ao Superintendente para que ele falasse de quem é a culpa, se é da FUNASA, se é da... De quem seria a culpa? Infelizmente, Deputado, junto com Vossa Excelência eu volto a cobrar o Superintendente, ele trocou e trocou de roda e não respondeu de quem é a culpa. O que a população quer, o que os assentamentos querem, Superintendente, é que o senhor fale quem realmente é o culpado para que o Deputado, para que as autoridades possam ir até ele e cobrar com sinceridade e com honestidade. Porque não tem como nos deslocarmos de uma cidade para a outra, vir aqui e não entender a linguagem de Vossa Excelência. Então, eu quero pedir encarecidamente ao senhor que falem em português para os assentamentos, para os acampamentos, que estão aqui presentes, ouçam o que o senhor está falando para mais tarde sair discutindo ou até mesmo bater palmas a Vossa Excelência. Essas são as minhas palavras. Muito obrigado. (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Muito obrigado. Quero aqui mais uma vez reiterar o meu agradecimento ao Willian Sampaio de ter gentilmente atendido a nossa solicitação de poder estar aqui; o Sr. Ramiro; o representante da CONAB, o nosso companheiro Afonso Dalberto, porque a Audiência Pública é importante com a presença deles, que são autoridades. Nós reconhecemos o quando é importante a presença de vocês para direcionarmos nas reivindicações da nossa comunidade. Ouviremos rapidamente o Raul José Machado, Presidente da Associação Alto da Colina, do Município de Pedra Preta. O SR. RAUL JOSÉ MACHADO - Bom-dia a todos! Cumprimento os componente da mesa e agradeço ao Deputado Sebastião Rezende por ter promovido esta Audiência Pública. Gostaria de ser bem rápido nas minhas palavras. O meu assentamento é a dez quilômetros daqui de Pedra Preta, bem pertinho, mas daqui há alguns dias que começam as chuvas e não anda de novo - dez quilômetros. Quero falar também sobre água. No meu assentamento tem quarenta e cinco lotes e dois poços artesianos, mas ninguém tem água. Falta encanamento. Eu quero também, Superintendente, perguntar para o senhor sobre os créditos da reforma das casas. Eu tenho uma história de luta por esses créditos que se eu for contar vocês vão até Pág. 35 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. ri. Em outubro de 2007 eu estive na Superintendência da Caixa Econômica e o Sr. José Luis falou assim: “Isso é para ontem, não é para hoje”. Estamos em 2009, entrando em 2010, e eu já fui treze vezes a Cuiabá atrás disso, não foram três não, uma dúzia e mais um. Na cidade de Rondonópolis as casas de material de construção nem fazem mais licitação para nós, porque nós fazemos licitação e enrolam, enrolam, enrolam e não sai. Vamos de novo. Daqui a alguns dias ninguém quer mais fazer nem a licitação. Vamos ficar com esse crédito de que jeito? Primeiro era a Caixa, depois era o INCRA e você vai ao INCRA. Estive na segunda-feira em Cuiabá, hoje está com oito dias, assinei todos os projetos. Eu não sei o que está acontecendo! É uma coisa difícil, complicada! Treze vezes, Superintendente, daqui a Cuiabá. Isso não é brincadeira não. Muito obrigado a todos. (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Vamos ouvir agora o Roildo Glimal da Silva, Coordenador do Assentamento Sagrada Família. O SR. ROILDO GLIMAL DA SILVA - Em nome da Deputada Profª Vilma eu quero cumprimentar toda a população de assentados e acampados que aqui está e nome do prefeito Augustinho de Freitas quero cumprimentar a Mesa. Superintendente, é muito fácil falar essas quantidades de dinheiro que o senhor fala que está aplicado. Nós sabemos que o Presidente Lula está emprestando dinheiro para o FMI e nós aqui passando fome, passando dificuldades. Estamos assentados numa favela rural. Nós aqui estamos numa favela rural, o Presidente Lula emprestando dinheiro para o FMI e é o senhor que está levando a culpa. Para estar aqui hoje... Eu sou assentado do Vale do Prata e dentro do assentamento precisa fazer sete pontes. Há alguns dias nós tivemos que tirar uma companheira nas costas porque não tinha condições. Nós estamos rodando 160 quilômetros para chegar aqui porque nós não temos acesso dentro do município. O Assentamento Vale do Prata precisa de fazer oito quilômetros de estrada, nos goianos, as fazendas dividem o assentamento, e nós não temos condições de estar aqui, porque temos que passar por essa ponte caída, porque nós não temos condições de passar dentro do município para vir aqui por causa de oito quilômetros de estrada que precisa ser aberta. Agora eu não sei se essa culpa é do INCRA ou se é do Governo do Estado, do tal de FETHAB, também que é um elefante branco e não consegue fazer estrada. Muitas vezes nós passamos por nossas dificuldades sabendo que há possibilidades. Os Deputados estão aí ao seu lado disponibilizando condições para buscar recurso, falta vocês se dar as mãos para ir em busca dessa campanha. Tem também o pessoal da beira da estrada. Temos um acampamento 25 quilômetros depois de Pedra Preta, tem outro na saída de para Barra do Garças; tem outro na saída de Primavera do Leste para e estamos criando outro em Poxoréo. Como vamos assentar essas famílias com essas pendências? O que o senhor vai falar para nós, para essas famílias que estão aqui precisando de ser assentadas? Essa é a pergunta que quero que seja esclarecida pelo senhor, porque tem o compromisso do Governo do Presidente Lula para assentar as pessoas que estão na beira da estrada. Isso o senhor vai responder de forma clara e objetiva. Não quero incomodar mais. Meu muito obrigado! (PALMAS) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Sr. Roildo, nós já informamos aqui a ação forte do Governo do Estado nesse aspecto, com a participação da Assembleia Pág. 36 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Legislativa, na aquisição de todos esses maquinários, que vão estar disponibilizados para as prefeituras e todas as prefeituras assumiram um compromisso de prioritariamente arrumar todas as estradas dos nossos assentamentos. Acreditamos que até o mês de fevereiro estarão disponíveis nas prefeituras patrol, caminhões, pá carregadeira. Enquanto Deputado Estadual eu vou ter a tranquilidade, Prefeito Augustinho Freitas, de vir cobrar do Prefeito de Pedra Preta, porque ele vai ter maquinário novo para isso, assim como do Prefeito João Batista e demais Prefeitos de todo o Estado. Nós vamos cobrar porque os nossos assentados vão poder dizer: “Olha, agora nós queremos ver as nossas estradas todas arrumadas, porque tem estrutura para isso.” Aquele trabalhador que for questionar a questão da estrada já tem essa informação de que até fevereiro do próximo ano já tem o compromisso, já foi feito todo o processo licitatório, para a aquisição de todos esses maquinários, que vão estar disponibilizados para as nossas Prefeituras. Eu quero aqui aproveitar a oportunidade e parabenizar o Governo do Estado, o Governador Blairo Maggi, sensível que tem sido nessas ações de atender as nossas Prefeituras - todos os 141 municípios, toda a região sul vai ter o seu maquinário. Então, os nossos assentados não vão ter esse problema com relação às estradas. Vai ficar a demanda das pontes, que é uma discussão que vamos ter naturalmente. Caiu uma ponte? Tem que arrumar a ponte. E vamos travar essas lutas para que não tenhamos esse problema de acessibilidade, de ligação, de transportes dos nossos assentados. Vão continuar! É importante os nossos assentados saberem que temos ido constantemente ao INCRA e vamos trabalhar todos os nossos assentamentos que tem problema de água. Vamos fazer esse contato. O Prefeito Augustinho Freitas já se disponibilizou para fazer isso, está trabalhando projetos para colocar água nos assentamentos para viabilizar o recurso junto ao Governo Federal. O projeto estando pronto de acordo com a legislação e as normas que são estabelecidas, teremos condição de fazer essa cobrança, como já fizemos. Não é, Prefeito? Da mesma forma o Prefeito João Batista e os demais Prefeitos de toda a nossa região, para que tenhamos condição de fazer essas cobranças e os nossos assentados poderem ter a água que tanto almejam. Com relação aos nossos acampados, eu já disse e o Sr. Willian estará falando ao final como é que está essa questão, que é uma preocupação muito grande. O Sr. Willian sabe e tem acompanhado a questão dos acampados do Assentamento 13 de Outubro, na região de Rondonópolis. São centenas de acampados que estão lá aguardando as áreas para serem assentadas, que demanda recursos financeiros, mas ele vai poder, objetivamente, nos responder. Vamos ouvir agora o Sr. Valderson Coelho Pessoa, que vai falar em nome do Assentamento 26 de Janeiro. O SR. VALDSON COELHO PESSOA - Vamos direto aqui por causa do tempo. Primeiro, dirijo-me ao Superintendente. O Superintendente falou que tinha 40 assentamentos já protocolados à Licença Ambiental na SEMA e desses 40 os de Pedra Preta estão contemplados, estão credenciados para pegar o PRONAF-A. O empecilho que está tendo para os assentamentos depois de 2005 aqui em Pedra Preta para acessar o PRONAF é o fomento, porque o fomento, sim, precisa do TAC, precisa do TAC e da emissão do CCU.

Pág. 37 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Nós tivemos a informação dentro do INCRA que a Superintendência tem autonomia para chegar e falar: vamos liberar o PRONAF. Aí os assentados irão aguardar o percurso normal do fomento, no dia que sair o TAC vai lá e paga o fomento. Ou, então, até fazer uma assembleia nos assentamentos e alguns parceleiros estão dispostos até a abrir mão desse recurso que está, na verdade, atrapalhando acessar o recurso maior. Para sair esse fomento também o INCRA, em dezembro, ele reuniu lá em Brasília, levou o servidor de Mato Grosso, fez uma normativa de n° 79 e trouxe para Mato Grosso, jogou aqui de goela abaixo para nós e disse: “Vocês tem que cumprir essa Normativa n° 79.”. Mas, ele não trouxe nenhum modelo do projeto que tinha que ser feito porque era um projeto novo em Mato Grosso, não tem modelo. Aí, o que fizemos? Fizemos esse projeto várias e várias vezes. Trouxemos assistência técnica do INCRA para Pedra Preta, aí ele nos orientou e a informação que nós temos é que está aprovando agora o projeto desse fomento. Nós queremos pedir a interferência do senhor, porque esse projeto está em análise lá no setor de ATES do jeito que ele pediu, há mais de dez anos nós fizemos e está lá para ser analisado. Se for o caso desse TAC sair logo, se não for, que o senhor libere o PRONAF. Libere o PRONAF e vamos esperar esse fomento, no dia de Deus botar na cabeça do IBAMA que o IBAMA assinar esse TAC. Certo? Outra coisa, falou aqui em CCU, CCU, CCU... O INCRA, Superintendente, o Assentamento 26 de Janeiro, Assentamento Canudos, Assentamento Vale do Prata e Assentamento São José no Município de Pedra Preta, nós estamos aguardando a servidora do INCRA que iria chegar aqui na semana passada para entregar o CCU. Aí tivemos a informação que ela não veio ainda porque o setor, a Luciana não disponibilizou para ela uma diária e uma caminhonete para ela trazer o CCU! Para nós acessarmos o crédito tem que pegar o CCU, o CCU está lá pronto. Então, quando o senhor chegar em Cuiabá, o senhor chama o Setor de Desenvolvimento de Assentamento e determina para eles: vai para Pedra Preta, leva o CCU que está pronto e entrega, se tem que entregar vamos entregar logo. Outra coisa que eu gostaria de pedir aqui também: a assinatura. Eu queria que o IBAMA, na hora em que ele fosse explicar, explicasse para nós em que lugar que fala que Mato Grosso está no Bioma Amazônico, porque aquela Normativa do Conselho Monetário Nacional diz que, a partir de julho, obrigatoriamente, para os que se encontrarem no Bioma Amazônico, e nós somos do cerrado, até o corte aqui foi feito como cerrado... Aí diz que lá no INCRA, ou lá no IBAMA, não sei aonde tem um entendimento que tirou uma linha reta lá do nortão de Mato Grosso e trouxe essa linha... (TEMPO ESGOTADO.) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Eu concedo mais um minuto para concluir. O SR. VALDSON COELHO PESSOA - ...Que trouxe essa linha reta na imaginação: ah, eu vou imaginar que aqui existe uma linha reta aqui, vamos colocar dentro do Bioma Amazônico, sendo que somos da região de cerrado, tanto é que a nossa reserva foi 35%. Outra coisa que eu queria pedir, tem aquela questão das pessoas que são professores e merendeira dentro do assentamento há mais de dez anos que está naquela questão da RDI, que a Procuradoria falou que estava arrumando um parecer Jurídico lá para o senhor assinar, reconhecendo esse pessoal que trabalha nos colégios. Esse é o nosso pedido. Agora eu quero falar aqui em relação à Bancada Federal. No dia 27 nós tivemos uma reunião aqui com a Senadora Serys. A Senadora Serys falou que ela é a Vice-Presidente do Congresso Nacional, Senadora da República e amiga particular do Presidente Lula, que inclusive Pág. 38 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. ajudamos a eleger. Temos também outro Deputado, o Carlos Abicalil, que também foi eleito com votos dos munícipes de Pedra Preta, em especial dos professores e dos sem-terras, e ele é Vice-Líder do Governo lá na Câmara dos Deputados. Então, essa Bancada Federal com dois, uma é Vice- Presidente do Congresso Nacional e o outro é Vice-Líder do Governo, é porque está faltando política, falta vontade política do Governo do PT, Governo que nós ajudamos a eleger, fomos para a rua, pedimos voto para resolver o problema da reforma agrária, especialmente do Município de Pedra Preta. Vou até fazer um apelo aqui a pedido de um parceleiro meu, quando fala na questão das estradas: eu duvido que, se pegarmos aquele ônibus ali agora e chegarmos lá no Rio Jurigue, eu duvido que a mesa aqui, a não ser os Vereadores que estão acostumados A passar, terá coragem de atravessar uma ponte que tem lá dentro daquele ônibus ali. E nossas mulheres estão lá embaixo lavando a roupa, os nossos filhos estão todos os dias passando para ir para a escola, a ponte está lá, balança mas não cai. No dia em que ela cair, vai morrer gente, porque ela tem não sei quantos metros de altura. O comprimento eu não sei. E quero dizer o seguinte: na questão dos projetos, não sei... (TEMPO ESGOTADO.) O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Só mais um minuto. O SR. VALDSON COELHO PESSOA - Um minuto até mesmo para nós não fazermos injustiça. Foi citado aqui, eu não sei se já falei, que a Prefeitura não tinha projeto dentro do INCRA. Mas tem. Nós levamos o projeto juntamente com o Secretário da Prefeitura e com os Vereadores. O projeto era de dois milhões, setecentos e quinze mil, duzentos e noventa e cinco reais e cinco centavos. Aí se disse que não tinha esse dinheiro. Nós acordamos naquele dia, conversamos com o senhor lá e dissemos para o senhor: Superintendente, se atolar, nós empurramos e vai. Mas nós precisamos da ponte para atravessar e do bueiro. Se não têm os dois milhões, setecentos e quinze mil, que seja liberado um milhão e pouco, porque dá para fazer os bueiros e as pontes dos assentamentos para o povo ir e vir. Se precisar empurrar, nós empurramos. Nós colocamos os cavalos para puxarem, os burros. Entenderam? Nós queremos esse entendimento do senhor para ver a possibilidade de liberar esse dinheiro para as pontes e bueiros, no valor de um milhão e pouco, um milhão e cem, um milhão e duzentos, porque vai contribuir com isso aí. Muito obrigado (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Passo a palavra para o Sr. Guimar Rodrigues de Oliveira, representante do Movimento 13 de outubro. O SR. GUIMAR RODRIGUES DE OLIVEIRA - Eu quero cumprimentar e parabenizar o Deputado Sebastião Rezende pela iniciativa de requerer a realização aqui em nossa região desta Audiência Pública. Isso estava realmente precisando. E em nome dele eu cumprimento todos os componentes da mesa e todos os representantes das instituições que estão aqui presentes. Quero cumprimentar todas as companheiras e companheiros assentados e acampados, em especial do Acampamento 13 de outubro e do Acampamento União de Poxoréu (PALMAS). Deputado, nós já estamos há quase três anos mobilizando o trabalhador em busca de um pedaço de terra, e o Willian Sampaio sabe disso, porque semanalmente nós estamos no INCRA, às vezes reunidos com o Willian Sampaio e o Waldir Barranco que são os dois Superintendentes, o titular e o adjunto, na divisão de obtenção de terras.

Pág. 39 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. E o que deixa o trabalhador indignado é que sempre que vai levar o mesmo ofício cobrando, chega lá, é muito bem atendido, mas o que falta é executar as ações. Nós não queremos apenas ser atendidos pelos responsáveis do INCRA, mas também queremos a execução das ações no que foi combinado. Dentro disso aqui, Willian, eu quero cobrar aqui firme o que combinamos na Semana Nacional de Mobilização, onde foi feito uma série de acordos. Nós já voltamos lá outras vezes. Foram confirmados esses acordos e até agora nada foi feito. Nós estamos fazendo o papel do INCRA. Mas como representante do trabalhador, nós estamos fazendo o serviço que o INCRA deveria fazer, que é a busca nos cartórios dos municípios, cópia da cadeia dominial para que faça com que esse processo se acelere, e mesmo assim não tem andado o processo. Eu gostaria de pedir, Willian, o aceleramento dos processos da Fazenda Roseiral, da Fazenda Meia Lua de Ouro, de Vale Feliz, em Poxoréo; Fazenda Moça Bonita, em Poxoréo, a Estância Alcina, em Rondonópolis. E, aproveitando a oportunidade, já que você está na região Sul, inclusive na Pedra Preta, que você fizesse a visita na Fazenda Santa Adelaide, como foi prometido e aqui está no município e você poderia aproveitar a oportunidade e fazer uma visita lá onde foi inviabilizada a fazenda pelos técnicos do INCRA. Eu gostaria que você fizesse essa visita. E quero aqui também reforçar as reivindicações dos companheiros e companheiras na questão da ponte do Vale do Prata, que nós temos pessoas lá também do pré-assentamento e estão ilhadas. Não é apenas dificuldade. Está impossibilitado de trafegar por aquelas estradas por falta da ponte que rodou. Deputado, nós temos todos os processos de reforma agrária pelo Ministério Público, pela Presidência Nacional do INCRA com a questão da Resolução nº 21. Eu não sei por que quando é para regularizar terra da União para os grandes produtores não falta recurso. Mas quando é para aplicar recurso na agricultura familiar, aí falta. E a agricultura familiar é que produz aproximadamente 60% da alimentação da sociedade brasileira, inclusive do Presidente da República, porque os grandes produtores produzem ... O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Para concluir, Guimar. O SR. GUIMAR RODRIGUES DE OLIVEIRA - Então, quero deixar esse pedido. Eu gostaria que na próxima Audiência Pública, que não demorasse, que acredito que há necessidade de fazer, que estivesse aqui o Ministério Público Federal, também, inclusive o Mário Lúcio Avelar que está inviabilizando os processos e o andamento da Reforma Agrária de Mato Grosso (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Obrigado! Com a palavra, o Presidente do INTERMAT, Dr. Afonso Dalberto, que vai falar representando o Governo do Estado. Quero reiterar o convite que fizemos à SEMA e à SEDER, inclusive a Casa Civil ficou de oficializar e eu tenho certeza que o fizeram, mas, infelizmente, não estão aqui presentes. E dizer que eu, por telefone, fiz a solicitação ao Governador em exercício, Silval Barbosa, de que pudesse também fazer o compromisso de ajudar financeiramente no georreferenciamento da nossa região sul aqui. O SR. AFONSO DALBERTO - Bom-dia a todos e a todas aqui presentes! Cumprimento especialmente o Deputado Sebastião Rezende e o parabenizo pela Audiência Pública. A Audiência Pública, na verdade, é uma ressonância da sociedade para com os Poderes Constituídos. Pág. 40 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Isso é muito importante, Deputado! Não é a primeira e com certeza não será a última que Vossa Excelência no seu mandato, no seu tempo como Deputado fará. Cumprimento a Deputada Profª Vilma, nossa amiga há tantos anos em Rondonópolis... Eu acho que uns 20 anos... Não vamos ficar contando a nossa idade, não é, Deputada? Senão... É mais de 20 anos, quase 30 anos! Cumprimento os representantes do Governo Federal; o Sr. Willian, do INCRA; o Sr. Ramiro, do IBAMA; o nosso companheiro de trabalho da CONAB, Sr. Jacir Lopes; e os Prefeitos e Vereadores, cumprimento em nome do anfitrião, Prefeito Augustinho Freitas, com quem tivemos grandes labutas políticas desde 1990, buscando resultado à sociedade. Na verdade, esta região sul, especificamente Pedra Preta, é áreas do Governo Federal, do INCRA. Nós, INTERMAT, não temos possibilidade de chegar aqui, meter o bedelho e começar a achar solução nas áreas que não é a nossa casa, é casa dos outros, é do INCRA. O Sr. Willian está no INCRA como Superintendente, ele é funcionário da Secretaria de Planejamento, Engenheiro Agrônomo e um grande trabalhador. Todas as dificuldades que os senhores estão colocando aqui, que estão passando, é uma angústia que passa por nós do INTERMAT, que passa pelo Superintendente Willian lá no INCRA. “Ah, Afonso, você está aí para defender o Willian?” Não. Eu estou colocando uma realidade da pessoa Willian, a Superintendência do INCRA é outra instituição, não é a pessoa Willian, e essa colocação é muito clara. Quando eu fui para o INTERMAT, o Governador me chamou. Era muito fácil eu falar para ele: deixa aqui, Governador. Por quê? Eu era Secretário-Adjunto de Obras, tinha reorganizado a SINFRA junto com o Pagot, estávamos numa situação muito tranquila para trabalhar e ele me disse: “Você tem uma missão, que é ir para o INTERMAT.”. Aí eu não tive como dizer não, não vou, porque quando o chefe, o Governador diz a missão você tem que cumprir, e assim eu fui para lá. É evidente que eu estava muito mais tranquilo como Secretário-Adjunto de Obras Públicas. Essas dificuldades que estamos passando hoje, é em função da liberação de recursos por meio da resolução que foi baixada pelo Banco Central, pelo Ministério do Meio Ambiente, no travamento de liberação. Ela é a grande angústia que temos trabalhando junto à SEMA, ao IBAMA e ao Ministério Público Federal, porque, na verdade, a nossa preocupação não é com o assentamento, é com gente, porque lá no assentamento tem gente e é com gente a nossa preocupação. Essa busca pela liberação ambiental é muito mais forte do que se discutir, ou falar, o que é, ou o que deixa de ser um TAC, porque não existe essa palavra, não é isso que está acontecendo. O que é, o que vai ser, o que vai deixar de ser o Termo de Cooperação Técnica no qual será assinado pelo INCRA, pelo IBAMA, pelo Ministério Público Federal em solução para os assentados. O INTERMAT vai aderir ao MT Legal, que não é o caso dos assentamentos do INCRA e, sim, o caso específico dos nossos assentamentos do Estado que são, na verdade, reconhecidos e também com recursos do próprio INCRA, do MDA e nós estaremos aderindo ao MT Legal, para buscarmos solução desses casos de liberação ambiental por meio da própria SEMA e do MT Legal. O que o Deputado colocou, que é a questão do georreferenciamento da região norte, Deputado, foi um acordo entre a Assembleia Legislativa, os assentados, os presidentes, líderes daquela região, mais o INCRA. E haverá uma liberação de recurso. Sim, o INTERMAT participará Pág. 41 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. tranquilamente desse programa, junto com o Governador. Acabei de falar por telefone com o Governador Silval Barbosa. É uma questão de traçarmos uma estratégia, um método de trabalho, levantamento de custo e buscarmos solução. Só sairá se houver dinheiro, recurso, para contratar a empresa e trabalhar. Fora disso, não acontecerá! Não vamos ficar aqui sonhando que cairá do céu. É por meio de contato ou coisa parecida. Esse trabalho do senhor, Deputado Sebastião Rezende, com o Deputado Otaviano Pivetta, se me permite falar, com o Deputado Riva, Presidente da Assembleia Legislativa; e com o Governador Silval Barbosa, é em busca de quê? De recurso especificamente para essas áreas. É claro que cada um no seu quadrado: o INTERMAT nas áreas de assentamentos do Estado; o INCRA em seus assentamentos. Sempre colocamos - e temos um trabalho muito conjunto com o Dr. Willian Sampaio - que o INTERMAT tem estudos e trabalha em convênio especificamente no georreferenciameto dos assentamentos federais no caso dos assentamentos do INCRA. São trabalhos conjuntos! Gostaria de falar a respeito da questão colocada aqui pelo Sr. Juraci Barbosa Marques: do poço artesiano que o INTERMAT não colocou bomba. Sr. Juraci, não estou nem sabendo o que é. A Deputada Teté Bezerra foi bem clara: são poços furados pela FUNASA. Quanto à bomba ou coisa parecida, não é uma ação do INTERMAT! Aliás, eu nem tinha conhecimento que a FUNASA furou poço aqui, em Pedra Preta. Portanto, a sua colocação pode ter sido por engano, citou INTERMAT e não FUNASA. Mas não é uma ação do INTERMAT! São ações da própria FUNASA, talvez, em convênio com o INCRA ou com prefeitura para resolver esse assunto. Temos, sim, um Projeto a pedido do Prefeito João Batista e da Vereadora Maria José, juntamente com o Deputado Riva. Achamos o projeto do Executivo de um poço artesiano em São José do Povo. Estão metendo a colher, o bedelho, nas áreas do INCRA. É um poço com 660m para achar água. Olhe a dificuldade que tem quando se fala em poço artesiano em São José do Povo! Essa é a dificuldade! Não tem como pensar em poço com menor profundidade. É acima de 600m. Portanto, é um projeto separado. O projeto é apenas e tão-somente do poço artesiano, bomba, quadro e caixa d’água. Esse projeto já está na SINFRA para ser trabalhado. Quanto às estradas teve um senhor que perguntou: “quem é o responsável pelas estradas?”. Começa pela sociedade! Começa pela sociedade e evidentemente chegará onde? Chegará aos Poderes constituídos. Estrada federal é do Governo federal. Pelas MTs, sim, o Estado tem que responder. As estradas municipais, ainda, não são responsabilidade do Estado. O que acontece com as estradas estaduais? A grande dificuldade são os 25.000Km de estradas estaduais de chão. O Governo do Estado, o Governador Blairo Maggi, criou o sistema de Consórcio. Quase todos estão funcionando muito bem e outros estão com certa dificuldade. Ele cedeu para o Consórcio cinco caminhões, uma escavadeira, duas motos niveladoras, um comboio, que é o meloso que chamamos, e uma prancha para atender os municípios do Consórcio. Apenas e tão-somente isso! É claro que das estradas estaduais, MTs. Para as municipais, que é o grande gargalo dos assentamentos, o Deputado Sebastião Rezende já falou claramente, a busca do Governo Blairo Maggi é trazer equipamentos novos para as prefeituras. Para Pedra Preta isso já foi licitado, contratado e faturado. O problema Pág. 42 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. está na entrega. As indústrias estão no gargalo. Mas começarão a entregar agora, em janeiro. É o prazo para se começar a entregar. Os Municípios de Pedra Preta e São José do Povo - vou só citar estes dois municípios - vão receber uma motoniveladora, uma pá carregadeira e três caminhões. Este é o equipamento que será doado aos municípios. Para quê? Para fazerem o trabalho nas estradas municipais, evidentemente, de preferência, nos acessos aos assentamentos. E aí também, o trabalho. Se pensarmos: e dentro do assentamento quem é? É o INCRA? É a prefeitura? Quem é? Nesse caso tem que ter parceria. E há diversas dessas. Esse equipamento, com certeza, facilitará. Ao invés de contratar empresas, talvez, que sejam feitas parcerias, Willian Sampaio, não vou intrometer aqui, de óleo diesel, alguma coisa parecida, que facilite, que diminua, o custo desse trabalho da Prefeitura, juntamente com o INCRA e os assentamentos. Então, essa é a realidade que temos hoje quando se fala em estrada. O Estado tomou esse tipo de atitude. Porque o custo da contratação por quilômetro/hora ou hora/quilômetro, como queiram, de terceiros é muito alto. Baixará muito esse custo com a aquisição desses equipamentos. Tem uma pergunta sobre a Certidão de Legitimidade da Fazenda Pau D’Alho: que o INCRA fez Ofício ao INTERMAT e até hoje não obteve resposta. Temos um convênio com o INCRA, que foi assinado há pouco tempo, Dr. Willian, com prazo para atender. O que existe quando se fala em Certidões de Legitimidade de Origem? Essa Certidão é o cruzamento de informação do georreferenciamento com a cadeia dominial e o cadastro que o INTERMAT tem. Nem sempre essas situações, o georreferenciamento e tal, chegam. Eu não faço Certidão de Legitimidade de Origem se eu não tiver o georreferenciamento porque não tem como fazer. No caso do INCRA é um estudo cadastral com localização da área para que seja conferido se aquele documento, aquela cadeia dominial, aquele título emitido pelo Estado em 1900 e antigamente coincide com aquela área. O que aconteceu muito sem esse estudo! Quando os senhores viram essas denúncias de aquisição de terras, que não eram verdadeiras; que foram presas pessoas ou coisa parecida foi por falta de estudo cadastral. Foram comprados documentos realmente sem lastros, sem condições jurídicas de ser daquelas áreas. Então, existe certa demanda no estudo? Sim! Quando eu assino um documento como esse dizendo que ali pode ser comprado - e quem assina sou eu - ela tem que ser 100% correta. Se eu tiver dois técnicos - o Ademir Castilho e o Ademir Leal, que fazem esse estudo - e tivermos dúvida, estudamos, estudamos e estudamos porque a responsabilidade de alguns milhões de reais que saem do Governo Federal para aquisição daquela terra passa por mim e, depois, passa pelo Sr. Willian. Portanto, há certas demoras que têm justificativas, sim, e muita justificativa. Tem que haver um estudo muito acurado, muito claro, porque é muito dinheiro que entra para aquisição de uma terra. Então, tem que se saber o que está comprando e ter certeza do que se está fazendo. Eu não sei se foi um senhor ou uma senhora que trouxe aqui... Mas teve alguém que me perguntou da plateia. Eu vou levar isto aqui... (ALGUÉM FALA DA PLATEIA - INAUDÍVEL) O SR. AFONSO DALBERTO - O senhor. O.K !

Pág. 43 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Levarei isto aqui para Cuiabá hoje. Alias, antes de ir, vou telefonar e pedir para que termine esse estudo cadastral. Agora: Demora? Demora! Só vou assinar aquilo que eu tiver certeza. E posso assinar o que está correto, assim como posso dizer: “Willian, não compra, que está errado”. Entendeu? Então, essa é a realidade do que se faz. Se é certidão da origem, onde tem georreferenciamento ou coisa parecida, junta, acompanhando, e o geo está correto ou coisa parecida, da mesma forma! Da mesma forma! Se existe demora acima do limite, vou cobrar duramente dos meus técnicos para que resolvam isso imediatamente. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Sr. Afonso... O SR. AFONSO DALBERTO - Pois, não. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Sr. Afonso, depois o senhor atende junto... O SR. ORADOR - Sr. Willian, é o seguinte: Nós fomos a Cuiabá, levantamos todo o processo da Fazenda Pau d’Alho e o que consta é que foi feita uma emissão de posse e até hoje não se tem certidão de legitimidade. Então, o pessoal está lá a Deus dará. O SR. AFONSO DALBERTO - Então, está respondida. Já vou responder rapidamente para o senhor. Não precisa nem perguntar para o Sr. Willian. Não é o Willian que manda para nós isso aí, companheiro! Quando o Willian faz a emissão de posse, o trabalho todo, encaminha-se ao Poder Judiciário Federal; o Poder Judiciário manda para o Ministério Público, e o Ministério Público cria o quê? Põe o pé na parede e fala: “Eu quero ter certeza”. Retorna o processo novamente e aí é que vai para o estudo do INTERMAT. Portanto, não é culpa do Willian, não é culpa do Afonso, não é culpa de ninguém, é excesso de zelo. Foi feita a emissão de posse ou coisa parecida, mas depende da autorização judicial para poder fazer esse trabalho. Então, é isso. Não temos mais nada para conversar sobre esse assunto, Sr. Willian! Vamos responder ao Ministério Público o que ele quer que respondamos e ponto. É essa a verdade. Nós temos que ser claros nessa hora. Nós não temos que falar administrativamente sobre o processo entre eu e ele. É INTERMAT - não sou eu - INCRA e Ministério Público. Então, essa é a realidade! Então, essa demora é em função disso. Pessoal, o Governo do Estado de Mato Grosso... Nós temos 125 assentamentos, o INCRA tem 600 por aí, 700, sei lá, é um monte, e todos eles passam hoje pela dificuldade da liberação de recursos, por meio de quê? Da Licença Ambiental. Volto a repetir: a angústia nossa não é por um pedaço de chão. A nossa angústia é com gente que está lá aguardando recurso, seja ele de construção de casas, seja de PRONAF, seja de custeio, seja o que for. Isso, nós temos que buscar solução com o Governo Federal, temos que fazer com que o Ministério Federal, que é envolvido nessa área ambiental, entenda que acima de árvore, de onça, de macaco, de veados, de animais silvestres, acima disso tudo, existe gente e lá também tem a responsabilidade de cada um dos assentados que tem que cuidar do quê? Das APPs e das reservas. Não entre em APP e não entre em reserva, porque o INTERMAT e o INCRA não vão salvar a pele de vocês, ponto. Quem agrediu a APP? Quem agrediu reserva? Quem invadiu reserva e quem agrediu APP, quem não tem cadastro de reforma agrária, que já tem outro tipo de investimento, que é funcionário público, não pensem que o INTERMAT e o INCRA irão salvar a pele de vocês. Não tem jeito. Serão feitos os cadastros, serão encaminhados, aí a auditoria do Pág. 44 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. INCRA, do Estado e do INTERMAT, esse pessoal irá analisar, entrar no sistema: “esse CPF é de uma pessoa que vende quinhentos bois gordos no frigorífico tal”. Tchau! Não é assentado. “Esse CPF é de uma pessoa que é funcionária de tal lugar”. Não é assentado. Não somos nós que vamos conseguir resolver esse assunto. Vamos fazer o levantamento: “está ocupada”. É reserva legal. Não somos nós que vamos resolver isso aí. Agrediu APP. Vai recuperar. Não somos nós que vamos resolver isso. Essa é a realidade dos assentamentos e ter que ser claro nessa hora, deixar isso muito claro para todo mundo. Foge hoje o sistema de reforma agrária do Presidente do INTERMAT; foge do Superintendente do INCRA e do Presidente do INCRA. É o sistema que diz quem pode e quem não pode; quem não é cliente e quem é cliente; quem agrediu reserva e quem agrediu APP. Nós teremos que ser parceiros nessa hora, trabalhar em conjunto. Na hora de fazer uma licença ambiental de um assentamento, os assentados terão que saber que tem que recuperar e que nós temos que trabalhar. Essa é a verdade que temos que viver. Estamos em falta, tanto o INCRA, como o IBAMA, como a SEMA, como o INTERMAT, nesse trabalho de reforma agrária não é de hoje. São trinta anos, quarenta anos de assentamento no Estado e nunca houve, por parte do Estado, por meio do INTERMAT, por parte do INCRA, Licença Ambiental para fazer esse trabalho. E isso caiu tudo de uma vez só. Nós do INTERMAT temos lá quarenta e só agora que estamos aplicando recurso por meio de liberação de Licença Ambiental provisória da SEMA, o restante temos que trabalhar. Prefeito Augustino Freitas, Deputado Sebastião Rezende, o nosso trabalho lá no INTERMAT está à disposição dentro daquilo que podemos trabalhar. O Governador Blairo Maggi e o Governador em exercício Silval Barbosa nos têm dado apoio e ações, construção de casas - não vou nem ficar citando aqui porque é uma questão lá da Baixada Cuiabana - estamos lá com as nove mil casas construídas em assentamentos e tal, mas isso tudo são ações que acontecem com muita dificuldade e essa resolução ambiental está trazendo realmente dificuldade. O IBAMA entrou de cabeça nisso. E isso é importante, porque antes nós reclamávamos que o IBAMA não vinha; hoje, ele entrou e está junto, buscando o Termo de Cooperação Técnica para poder chegar a algum lugar dos investimentos. Muito obrigado a todos. É um prazer estar aqui em Pedra Preta. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Obrigado, Afonso Dalberto. Ouviremos os três últimos inscritos e depois passaremos a palavra ao representante da CONAB, ao Dr. Ramiro, que é do IBAMA e, ao final, para concluir ouviremos o Sr. Willian Sampaio, respondendo aos nossos questionamentos. Ouviremos agora a Srª Aparecida Prado Rocha, Presidente da Associação Colina Verde, do Município de Pedra Preta. A SRª APARECIDA PRADO ROCHA - Bom-dia aos componentes da mesa e a todos os assentados aqui presentes. Assim como os outros, não tenho muita a reclamar. A minha reivindicação é com relação ao crédito fundiário. O nosso representante, pelo que vi, não está aqui, que seria da SEDER. Quero falar sobre os pagamentos das parcelas da terra. A escritura foi feita em 2007, e quando foi em 2009 venceu a parcela, o PRONAF saiu no mesmo ano e nós estávamos assentando, chegando para morar na terra e não tem como pagar essa parcela.

Pág. 45 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Então, eu gostaria de saber onde buscaremos ajudar para ver esse problema da comunidade, porque só agora vamos começar a produzir, só agora vamos fazer parte dos produtos da CONAB, que é um projeto que já está sendo estudado... O SR. AFONSO DALBERTO - Senhora, esclareça-me uma coisa, já começou a vencer a parcela? A SRª APARECIDA PRADO ROCHA - Já pagamos esse ano - desde o dia 31 de julho. Tiveram pessoas que pegaram o PRONAF no mês de maio e já tiveram que pagar. Então, a maioria está inadimplente, porque não teve condições de pagar. Essa é a questão do nosso assentamento. Temos também a falta de assistência técnica do PRONAF. Hoje queremos produzir frango para entregar para a CONAB e não temos como porque o projeto tinha que ser junto com o PRONAF e não temos acompanhamento. Então, essa é uma coisa que gostaríamos muito de pedir e, se vocês puderem fazer alguma coisa, agradecemos. Outra coisa que também gostaríamos de falar é que temos que agradecer à Câmara Municipal, em todos os aspectos, porque tem nos dado força para no que puderam e no que podem, bem como o prefeito. Essas eram as minhas reivindicações. Meu muito obrigado a todos (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - O Superintendente Afonso Dalberto está fazendo as anotações e com certeza vai passar para o Secretário de Desenvolvimento Rural, Neldo Egon. O senhor consegue responder? O SR. AFONSO DALBERTO - Não. Vou apenas e tão-somente informar exatamente o que o senhor falou. Vou levar para o Superintendente e para o Secretário Neldo Egon, porque é uma área praticamente privada. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Está certo. Passo a palavra agora ao Sr. Irineu de Assis Sampaio, Presidente da Associação Wilson Medeiros. O SR. IRINEU DE ASSIS SAMPAIO - Boa-tarde a todos! Quero falar que estamos com nove anos de assentados naquela área de terra do Wilson Medeiros. Quando o INCRA nos colocou lá prometeu que logo, em breve faria pontes, estradas, poços artesianos, no caso eram três poços, e até hoje nunca cavou um poço para nós. Nosso povo vive lá bebendo água de córrego e de represa. Então, estamos passando por muitas dificuldades. Outra coisa: temos uma ponte, graças ao Deputado Sebastião Rezende, que é a ponte do Córrego Mano, mas outras pontes que tinham que ser feitas até hoje não foram feitas. Fizemos uma ponte de madeira branca e colocamos lá, que é por onde nós passamos, mas está caindo, porque está com nove anos. E as verbas numa foram destinadas para essas obras e nós vivemos lá dentro, o nosso meio de sobreviver lá é o leite e têm os caminhões que pegam o leite, mas do jeito que está daqui a mais alguns dias não terá como buscar, porque as estradas acabaram, estão todas cheias de buraco. Pelos córregos cheios também não passa. Nós vamos lá e colocamos pedras naqueles buracos, pegamos o caminhão, o trator, colocamos pedras para passar, mas está difícil. A minha colocação era essa. Muito obrigado (PALMAS).

Pág. 46 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Concluindo aqui os inscritos, a participação da plateia, vou chamar aqui Iraci Ferreira, Coordenadora da Secretaria de Agricultura do município de Pedra Preta. A SRª IRACI FERREIRA DE SOUZA - Bom-dia a todos e todas! Em nome do Deputado Sebastião Rezende queremos cumprimentar a Mesa, os demais presentes e a Srª Deputada aqui presentes nos dando essa força. Como assentada do Banco da Terra, as nossas dificuldades não são diferentes de todos os assentamentos. Hoje vemos o assentamento Colina Verde e tudo depende do desenvolvimento do TAC. Por quê? Porque se tivéssemos essa questão resolvida já teríamos dado oportunidade para eles produzirem através da CONAB. Uma das maiores dificuldades para o desenvolvimento hoje são as estradas do nosso município. Quando apresentamos para os produtores a proposta eles ficam muito animados. Mas como sair? Temos dado apoio para todos os agricultores, através da Secretaria, que estão lá toda semana cobrando, e as portas estão sempre abertas, o prefeito também já abriu as portas da Prefeitura e disse: “Vai até o INCRA, vai até Cuiabá, resolve esta situação, porque nós aqui não sabemos mais qual é a decisão a tomar referente aos casos dos assentados.”. É muito válida a participação de todos os trabalhadores e trabalhadoras presentes, mas também gostaríamos de reforçar que queríamos a presença da SEDER, porque nós também fazemos parte do Assentamento Banco da Terra e estamos nessa mesma dificuldade de inadimplência. Hoje uma das nossas maiores dificuldades é perante o Banco do Brasil, porque se o trabalhador rural não tiver em dia como vai sanar suas dívidas? Quero agradecer a presença de todos, agradecer principalmente aos organizadores desta Audiência Pública, que não fique só nessa, que nos deem mais oportunidades e que aconteça também aqui dentro do nosso município Audiência Pública para nos organizarmos internamente. Tem 14 assentamentos dentro do nosso município hoje, organizados com o projeto de levantamento da demanda do nosso município, e podemos organizar quase meio milhão para a produção da CONAB. Então, hoje a preocupação da Secretaria de Agricultura é a comercialização. A comercialização está aí e nós estaremos à disposição para organizar, para montar os projetos - estamos trabalhando junto com a EMPAER nessa montagem dos projetos - e gostaríamos muito que o Poder Estadual nos ajudasse, nos desse força também, porque com as estradas arrumadas poderíamos estar muito mais organizados dentro do nosso assentamento. Referente ao Conselho de Agricultura, vou dar a resposta que já foi passada para o Prefeito, que faz parte da minha pasta. O Conselho de Agricultura venceu em janeiro, aguardamos que os membros que estavam participando tomassem alguma decisão e, não tomando decisão, nós tomamos uma decisão própria. Encaminhamos ofícios para todas as entidades governamentais e não governamentais que fazem parte do Conselho e estamos aguardando a resposta quanto à participação para que façamos nova eleição. Então, espero que até janeiro, se os representantes estiverem todos aqui, nos enviem os ofícios dando-nos uma resposta se vão participar do Conselho Municipal, porque nós também dependemos muito desse Conselho. Não são só os agricultores, não, mas até para o desenvolvimento mesmo do município e para os projetos, para os planos que temos para o ano que vem, que dependem que esse Conselho sente junto conosco para nos organizar. No mais, muito obrigado. Estaremos à disposição (PALMAS). O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Obrigado. Pág. 47 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Vamos ouvir agora também o Sr. Jacir Lopes da Silveira, Gerente de Desenvolvimento da CONAB; depois ouviremos o Dr. Ramiro Martins, Superintendente do IBAMA; depois o Prefeito de Pedra Preta, Augustinho Freitas, que estará fazendo suas considerações como prefeito anfitrião; e encerrando, com o Dr. Willian, que é o nosso Superintendente aqui do INCRA. Com a palavra, o Sr. Jacir Lopes da Silveira. O SR. JACIR LOPES DA SILVEIRA - Boa-tarde a todos e a todas! Nós queremos aqui enaltecer a iniciativa do nosso nobre Deputado Sebastião Rezende, porque eventos dessa natureza é que permite sentarmos, conversarmos e expormos os problemas e buscarmos soluções. Quero agradecer a todos, o Prefeito de Pedra Preta que nos acolheu. Serei breve, não vou me delongar. Quero dizer que a CONAB, enquanto operadora do PAA, executora desse programa de aquisição de alimentos ela pode contribuir com os agricultores, com os assentados dentro dos municípios. Inclusive, aqui em Pedra Preta nós já temos três projetos já saindo, formatados, dependendo somente do retorno deles em Brasília para começarmos a operacionalizar no ano que vem. Então, já é o terceiro ano que estamos operando aqui. Ainda são projetos pequenos, mas eles dependem, para que possamos atuar mais forte no município, de outras ações que já foram colocadas aqui inclusive pela companheira Iraci, como a questão das estradas, a questão dos consumidores e a organização dos produtores. Mas sempre que demandados e tivermos a oportunidade estaremos aqui à disposição de vocês, à disposição da Prefeitura, do Deputado Sebastião Rezende, para desenvolvermos o nosso trabalho. Vou ser curto e dizer que estarei aqui posteriormente, se houver alguma demanda. Se tiver alguma questão mais particular que o pessoal quiser tratar comigo, pode me solicitar. Estaremos à disposição. Também quero trazer um abraço aqui do nosso Superintendente, Ovídio Costa Miranda, que não pôde estar neste evento por compromisso já assumido anteriormente ao convite. Quero dizer que estamos à disposição lá em Cuiabá, de portas abertas. Muito obrigado a todos e vamos aproveitar o restante deste evento. Uma boa-tarde (PALMAS). O PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Obrigado, Sr. Jacir. Passo a palavra ao Dr. Ramiro Martins Costa, Superintendente do IBAMA. O SR. RAMIRO MARTINS COSTA - Bom-dia, Deputados, Deputada Profª Vilma, Prefeitos, Vereadores, Willian Sampaio, senhoras e senhores. Eu não vou repetir nem enaltecer aqui o que todos já disseram da importância da Audiência Pública. Ela é sempre muito importante. Mas nessa questão aqui que está tratando sobre o licenciamento, eu acho muito oportuno vir. Cancelei alguns compromissos e, quando Vossa Excelência me ligou, eu estava em Brasília, porque está havendo uma grande confusão a respeito do que está acontecendo, virou bandeira e a questão que eu estou vendo aqui é achar culpados e não responsáveis. Então, nós vamos tentar fazer bem breve alguns esclarecimentos do que está pegando com relação à Resolução do Banco Central, a 3.545, porque realmente está travando. Na verdade, a questão ambiental não é que está na moda que ela está sendo discutida, porque as leis são bastante antigas e remontam ao descobrimento do Brasil. A questão é que nós todos, o povo brasileiro, nunca somos acostumados a respeitar lei, muito menos o Estado. Como hoje nós vivemos Pág. 48 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. num Estado Democrático de Direito, inclusive o Presidente Lula também tem o direito de reclamar do IBAMA, quando não sai uma licença, porque não basta uma canetada dele. Ele também tem que respeitar a lei. Assim também é dentro dos assentamentos e dentro de toda sociedade. Inclusive os servidores do IBAMA e do INCRA também não podem dar canetada, porque eles também estão sujeitos a lei. Foi-se o tempo em que a sociedade não podia falar, mas também o Governo podia fazer o que quisesse e do jeito que quisesse. Está aí a Transamazônica feita sem licenciamento e que virou floresta de novo. Estão aí tantos outros projetos que foram feitos porque se tinha o poder de fazer e fazer com a celeridade que nós gostaríamos que o gestor público tivesse. Não é bem assim. Com relação ao tal TAC, eu vou explicar o seguinte: o gestor florestal, quem é responsável por licenciar, dar autorização de desmatamento, conceder licença de instalação para uma indústria poluidora, licença de operação, no caso dos Estados hoje são as OEMAS, são as SEMAs, as FEMAs, enfim, o nome que tiver o órgão estadual. Mas existe, o que é meio ficção até mas nós lutamos por ele, um sistema chamado SISNAMA, que é o Sistema Nacional de Meio Ambiente. Nós estamos sempre buscando que as prefeituras também venham a compor os seus Conselhos de Meio Ambiente, as suas Secretarias de Meio Ambiente para também elas poderem fazer os seus licenciamentos nas suas esferas. Dento desse SISNAMA, as competências foram sendo passadas para os Estados e Municípios. Com relação ao licenciamento nos Estados, a Resolução do CONAMA nº 3.545 na verdade é lei para cumprir lei. Porque gera, óbvio, e isso também já estava em outra lei de que não sei dizer o número, que as entidades financiadoras públicas só podem financiar aqueles que estão legais. Ponto final. A verdade é que também não se respeitava a lei. Também existe uma Resolução do CONAMA, que tem força de lei, que desde 2002 no norte do Estado o INCRA não fizesse o modelo de PA que estava fazendo, porque estava incidindo sobre a reserva legal. Na reserva legal é para entrar sim, mas para explorar economicamente, e não para degradar. Reserva legal é diferente de APP. Depois eu vou chegar ao ponto que uma pessoa colocou sobre área de floresta. Mas o IBAMA, então, não tinha parte nessa questão do licenciamento. A briga era do INCRA com a SEMA. A SEMA dizia: “Não dá para licenciar por isso e por aquilo.” Os motivos cabe a SEMA dizer e eram muitos, tenho certeza, alguns eram técnicos e outros poderiam ser mais fáceis de resolver, mas não se sabe. A verdade é que quando o Willian Sampaio assumiu ele pensou o seguinte: “Não dá mais. Temos que buscar uma alternativa para isso.” E foi proposto um modelo de Termo de Ajuste de Conduta. O que é isso? Eu me comprometo a ajustar minha conduta, a agir de forma diferente do que eu venho agindo, na forma da lei. Geral para todos os assentamentos. E chamaram, convidaram o IBAMA para fazer parte disso. Convidaram. Não era uma obrigação o IBAMA fazer. O IBAMA disse o seguinte: “Bom, sinto muito, têm pessoas, nós estamos preocupados com as pessoas, mas do ponto de vista ambiental, que é o que nos cabe, esse TAC não vai resolver nada. Ele vai liberar o recurso e vai ficar tudo como está.” Porque não tem como resolver os problemas dos assentamentos, uma vez que as realidades ambientalmente falando são diferentes no norte do Estado e aqui. Enfim, o que o IBAMA fez? Ele não se eximiu da sua responsabilidade quanto ao meio ambiente. Apesar, por exemplo... Nós que buscamos. “Assim não dá. Fazer um TAC só, o IBAMA não participa. Façam com a SEMA. Façam com o INTERMAT. Façam com o Ministério Público Estadual.” Muito bem! Quem sabe consegue destravar a questão do financiamento e quiçá consiga também resolver as questões ambientais, os passivos ambientais.

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Construiu um Termo de Cooperação, no qual o IBAMA abre a sua porta para também fazer uma licença prévia, uma licença que não só destravaria os financiamentos como possibilitaria o ajuste de assentamento por assentamento. E no momento em que assinarmos esse Termo de Cooperação, que já está praticamente pronto, até porque o INTERMAT foi convidado e ele resolveu também, como convidado, dizer. “Não, não. Eu vou ficar com a SEMA.” É uma possibilidade, assim como foi levado ao Ministério Público Federal, e agora o Ministério Público Federal disse o seguinte: “IBAMA, não assina. Não assina porque vocês vão chamar problema que não é de vocês, para o colo de vocês.” É isso que o Ministério Público... Tiramos e estamos assumindo o risco e a responsabilidade de trazer um problema do ponto de vista administrativo, mas também uma solução, talvez, possível para a questão ambiental. O foco do IBAMA não é o Banco Central, não é o Banco do Brasil. Ele sabe que isso é importante, até porque as pessoas parem de quê? Não tendo recurso, irem buscar no meio ambiente, muitas vezes de forma desesperada, o seu financiamento próprio. Lá no Norte do Estado isso é muito comum, serralherias sendo instaladas dentro de assentamento e tal, aí sim agredindo a reserva legal daquilo que não pode ser. Então, esse Termo de Cooperação vai ser assinado, mas não vai de imediato destravar financiamento nenhum, por quê? Porque ele diz lá, entre outras coisas, que o IBAMA criou Termo de Referência de como vai ser feito o diagnóstico ambiental por satélite, que o Willian colocou muito bem, e o IBAMA vai validar esse diagnóstico. Eles vão dizer: “Esse diagnóstico está o.k. Eles podem ser utilizados para fazer o licenciamento”. E vai assinar um TAC de assentamento por assentamento. E o INCRA vai ter um prazo de um ano para identificar todos os assentados. E em relação às APPs, que são as beiras de rios, e vai dizer onde tem que recuperar e onde não tem, vai ter que ser feito um TAC, assentado por assentado em relação às APPs, não a questão do financiamento. Isso destrava quando se faz o TAC na medida em que é apresentado o projeto de cada assentamento. De cada assentamento vai ser apresentado um diagnóstico ambiental. O IBAMA recepciona disso. Não. Esse aqui dá para nós analisarmos. Aí nós recepcionamos. Aquele assentamento está liberado do ponto de vista para o Banco Central. Então, a questão sobre o TAC não existe um “TACZÃO” como queriam, que o IBAMA vá fazer parte. Até porque o IBAMA não iria fazer aquilo que ele acha que seja irresponsável. Willian estava me dizendo. “Poxa, mas vocês não quiseram assinar aquele, mas quiseram assinar aquele que dá muito mais trabalho?” E é verdade, porque o nosso foco, que é a questão ambiental, é óbvio que tem que dar mais trabalho, porque senão é mentira, nós vamos mentir. Nós vamos conseguir liberar o recurso, é ano de eleição e aí, de repente, muda governo, mudam as pessoas e como é que fica o meio ambiente? Que todos precisamos, não só os assentados. Então, é nesse sentido que eu quero explicar, não sei se consegui me fazer entender, a relação que existe sobre o IBAMA estar travando financiamento. O IBAMA está sendo Pág. 50 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. pró-ativo, ele está colocando, além da SEMA, mais uma porta, mais um guichê que possa fazer o Licenciamento Ambiental. E o Licenciamento Ambiental, essa legislação... O IBAMA, o INCRA e a SEMA não fazem leis, quem faz leis são os Deputados Estaduais, Vereadores, Deputados Federais, Senadores. No caso ambiental, nós somos executores disso. Então, se a lei está errada, muitas vezes, eu acho que ela é difícil de se cumprir, tem que buscar quem faz a lei para mudar a lei. O Sr. Cícero perguntou: Qual é a solução? Nós não sabemos como fazer, onde é que está a solução ambiental, o que é que pode usar. Na LAU, nos licenciamentos, se tivessem já sido feitos, lá diz... Por isso que é importante o licenciamento, porque o licenciamento diz o que você pode, como pode e onde pode! Porque, senão, nós ficamos perdidos mesmo! Eu sou Engenheiro Agrônomo, antes de fazer o concurso do IBAMA dava assistência técnica, e nós ficamos perdidos! Então, na hora que você faz o licenciamento, o órgão ambiental competente vai dizer: “Olha, Sr. Cícero, o senhor pode fazer assim, a reserva legal é para isso, é para aquilo”, até a APP você pode mexer. A lei diz que pode, mas como pode também. É nesse momento, é nesse ambiente que tem que sair. Então, respondendo ao Sr. Cícero: É no licenciamento ambiental, porque nós podemos fazer uma equipe de educação ambiental e sair por aí fazendo, como nós fazemos... No norte do Estado, meu Deus! Aqui talvez vocês já tenham sido visitado pelo Mauro Baldini, é um servidor nosso que dá a questão da Educação Ambiental. Ele anda de assentamento por assentamento, explicando a legislação e tal. Mas só isso não basta! No momento em que você se compromete, assinando os TACs lá, para conseguir a LAU: “Olha, isso aqui é minha responsabilidade!” Tem uma outra questão... Eu não sei se com relação TAC consegui explicar qual é a situação que nós estamos hoje. Mas, uma outra questão que levantaram é sobre quem disse que isso aqui é Bioma Amazônico? Ninguém! Porque isso aqui não é Bioma Amazônico! A questão dos 80% e dos 35% que está naquilo que é possível de ser utilizado como desmatamento, como lavoura, ele não fala em Bioma Amazônico, ele fala Amazônia Legal. E Mato Grosso está inteirinho na Amazônia Legal. No site do IBAMA, qualquer um de vocês que tiver uma coordenada apenas da região, você vai ter declaração de que a propriedade está fora do Bioma Amazônico. Você clica lá e o IBAMA vai emitir um papel dizendo: “Sua propriedade está fora do bioma amazônico”, mas ela não está fora da Amazônia Legal. Essa questão de bioma amazônico e Amazônia Legal tem que ser resolvido no Congresso, enquanto a lei disser que na Amazônia Legal você pode converter para uso alternativo do solo nas áreas de floresta da Amazônia Legal até 20% e nas áreas de cerrado da Amazônia Legal até 35%. Rondonópolis, Pedra Preta e região terão essa possibilidade, ou até que se altere o Código Florestal, que é uma discussão que está posta no Senado. Uma outra coisa que eu quero chamar a atenção, só para reforçar aquilo que o Afonso colocou, reserva legal é, sim, uma área que você pode manejar. Nós entendemos que uma reserva legal de cerrado para dar renda é bem diferente de uma reserva legal do norte do Estado que tem um potencial madeireiro muito grande. Se eu ganhasse na Mega Sena, sairia do IBAMA e comprava uma área de floresta para fazer plano de manejo florestal sustentável sério, porque dá mais dinheiro do que soja e boi junto. O problema é que todo mundo quer tudo, quer fazer plano de manejo florestal, depois quer entrar com boi e depois com a soja, aí complica um pouco.

Pág. 51 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Mas, reserva legal é uma área possível, aliás, ela é destinada para isso. Reserva legal não é só floresta, você pode e deve entrar dentro da reserva legal e utilizá-la. Dentro do quê? Dentro de um plano de manejo. Para vocês terem uma idéia, o Rio Grande do Sul tem uma discussão com relação ao plantio de eucalipto na fronteira com o Uruguai. Por que eu estou dizendo isso? Porque lá é um campo! Parece um campo de futebol e aquilo é uma reserva legal e plantio de eucalipto lá vai contra o princípio da reserva legal, que é utilizar aquele bioma sem modificá-lo, sem deixar de ser o que é. O que é floresta continua sendo floresta, o que é campo continua sendo campo, você utiliza com gado, com pecuária, o que é pantanal continua sendo pantanal, você não vai drenar que nem o Governo militar fez barbaridades, tentativas no Pantanal. Então, para esclarecer, nós sabemos que a questão ambiental não é só modismo, não. O Brasil tem as legislações, o Código Florestal que falam que é de 65, ele é de 37! Começou um estudo em 1924, na verdade, é de duzentos para trás, no José Bonifácio já fazia lei. O problema é que nós não respeitamos leis, e nós eu digo, inclusive, o Estado brasileiro, que não sabe e está aprendendo a viver num estado democrático de direito agora, recentemente. Coincidentemente, quando começamos a aplicar as leis e as pessoas começam a falar em mudar o Código Florestal. Por que só agora? Porque agora a lei manda que o IBAMA entre numa fazenda, ou um assentamento que está sem licenciamento, que está utilizado além do que pode, embarga, a lei manda isso. Aliás, ela sempre mandou, mas antes o IBAMA não fazia e não acontecia nada. Então, não é porque é moda agora. É porque, agora, todos nós temos que respeitar a lei (PALMAS). Muito obrigado! O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Passo a palavra ao Prefeito Augustino Freitas Martins. O SR. AUGUSTINHO FREITAS MARTINS - Acho que o tempo está adiantado, mas é importantíssima esta Audiência Pública. Entendo que tanto as colocações, as perguntas, quanto as respostas, os questionamentos, por si próprias, já se encarregaram... Mas é importante, Deputado, fazer algumas colocações. Gostaria de ter o dom e a sabedoria da linha do raciocínio depois de ter ouvido tanto, Sr. Willian Sampaio, que, também, gostaria de alinear, para ir com bastante prudência às respostas e observações. Tive a oportunidade de ser vereador no Município de Rondonópolis; Deputado Federal por dois mandatos e, enfim, estou no meu segundo mandato de Prefeito, e ao longo da nossa história trabalhamos com muita dedicação, com muita seriedade. A Legislação, como o Sr. Willian Sampaio disse e como o Ramiro também acabou de dizer com relação à Legislação, é fundamental. Recentemente, tive as contas da Prefeitura de 2008 aprovadas pelo Tribunal de Contas. Pela primeira vez o Tribunal de Contas separou as contas em três. Até 2008, votada as de 2007, era uma conta só. Agora, o Tribunal de Contas dividiu em três por um questionamento, na última aprovação, por um resto a pagar de cento e setenta mil reais de 2008 para 2009, sendo que peguei, em janeiro de 2005, com quase três milhões empenhados de resto a pagar e mais o que tivemos de ações ao longo dos quatro anos passados. O Tribunal de Contas não quis entender assim, mas acabou entendendo na nossa justificativa e aprovou as nossas contas. Está aqui o exemplo do Sr. Antônio, do Frei Servácio. Tivemos reuniões esses dias e o problema deles é de manilhamento, de manilhas. Não é de estradas. Essa é uma situação importante. São baixadas que precisam dessas manilhas. Pág. 52 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Eu fiz o compromisso de atender, mas infelizmente não tive como licitar para comprar essas manilhas agora, em dezembro. Só conseguir fazer isso em janeiro, no próximo orçamento. Temos uma situação que o Governo do Estado tem dificultado bastante e olha que todos sabem que o Blairo Maggi é meu amigo particular, pessoal! Abonei a primeira ficha partidária do Blairo Maggi, mas o questiono em algumas decisões relacionadas a sua administração. É o melhor governador da história? É indiscutível! Indiscutível! Mas dou um exemplo: temos o problema sério das pontes como todos sabem e colocaram aqui. Estive com o Secretário Vilceu Marchetti insistentemente durante o ano todo e fizemos o convênio de quatro pontes da MT da estrada Nova Araçatuba, que todos conhecem, e, ainda, tivemos que colocar a contrapartida do município nessas pontes com o compromisso de que ele me ajudaria nas outras pontes do município. Mas não ajudou dizendo que não pode assinar convênio para a construção de ponte, que não pode liberar recurso para a rede municipal de estradas. Quem não sabe que essa ponte na saída para Galiléia caiu esses dias? E essa ponte não é MT? Questionei bastante o Governo do Estado, o Sr. Vilceu Marchetti, que é meu amigo, meu irmão, foi Prefeito de Primavera do Leste quando eu era Deputado Federal. Ele não liberou o recurso. Arrumamos essa ponte com o dinheiro do município. Portanto, há muitas coisas para ser questionadas. A implantação que o Sr. Afonso Dalberto disse há pouco, do Consórcio de Estradas. Tem um patrulhamento em cada Consórcio. Cada região tem um Consórcio. O Consórcio do qual Pedra Preta participa é de seis ou sete municípios. Esse equipamento fica um mês em cada município que contribui, se não me falhe a memória, com seis, sete mil reais por mês, o que dá na ordem quase setenta mil reais, mais ou menos, por ano para pagar o pessoal que trabalha no Consórcio. Eu questionei por várias vezes o Consórcio, inclusive, o Governador Blairo Maggi pessoalmente. Qual de nós não sabe que a nossa estrada mais importante hoje, que tem maior necessidade, é a que liga Petrovina, que liga Furnas, que liga Wilson Medeiros, que liga o Prata, que sai na MT de Guiratinga, lá no pneu - qual de nós não sabe -, voltando para o Município de São José de Povo? E questionei insistentemente que esse maquinário que virá agora, em fevereiro, entre nessa estrada ligando o Prata, ao Wilson Medeiros e passando pelos Goianos. Quer dizer, todos nós temos essa consciência! É importante que o Consórcio ofereça esse desprendimento, Deputado, Deputada Profª Vilma, para que possamos, também, atender. Porque o Governo busca do município e não está devolvendo para o município devidamente, conforme o município precisa. É fundamental a consciência do Governo nesse sentido, porque fizemos uma parceria, estamos pegando dinheiro do município para arrumar problema do Estado e não do município. Esse é um dos principais problemas que estamos enfrentando. Quanto dessas pontes, desses acessos... Recentemente, caiu uma ponte entre Furnas e Formosa e fomos lá e fizemos a ponte. E eu tenho a consciência que a outra lá no Wilson Medeiros está com problema sério. Temos essa ponte no Cambaúva e acabamos de fazer uma ponte antes do assentamento. Essa outra ponte está depois do assentamento ou dentro do assentamento. É uma ponte de quase 60, 70m e não é barata para o Município de Pedra Preta fazer.

Pág. 53 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Sr. Willian, de janeiro de 2005 a dezembro de 2009 não conseguimos um centavo do INCRA para ser parceiro, para ajudar de uma forma ou de outra para que pudéssemos dar condições de trafegabilidade aos assentamentos, condições de vida digna. A todos os projetos que a mim foram reivindicados por vocês em nenhum deles eu disse não. Todos nós contratamos para que fossem à FUNASA, ao INCRA, para qualquer Ministério do Governo Federal ou Secretaria de Estado. Por meio da influência de vocês, da amizade de vocês com o Deputado Carlos Bezerra, com a ex-Deputada Teté Bezerra, com o Deputado Zé Carlos do Pátio, com o Deputado Sebastião Rezende, enfim, com todas as lideranças políticas, os projetos que a mim foram encaminhados prontamente eu mandei fazer. Nós, da Prefeitura de Pedra Preta, Prefeito João Batista, não temos equipe para fazer projetos, como Vossa Excelência não tem. Tem que contratar uma equipe; tem que contratar uma empresa especializada para fazer o projeto que não fica barato. Portanto, é fundamental, Sr. Willian, a necessidade de se buscar informações dentro do próprio INCRA. Causou-me até um espanto quando o senhor disse que na década de 70 tinha três vezes mais pessoas do que hoje. Reconheço o seu esforço, as suas dificuldades. Não podemos ter demagogia um com o outro ou coisa parecida, como o Congresso Nacional não pode; os nossos Parlamentares, os nossos Deputados Federais, os nossos Senadores, também, não podem porque estão aqui essas dificuldades do IBAMA, dificuldade... Quer dizer, quem vai assumir? O INTERMAT nós vamos tirar da reta, porque vai sobrar e vai sobrar mesmo, sabemos disso; o IBAMA sai de lado porque é sério o problema; o INCRA é da mesma forma. Quer dizer, estamos vendo o circo... Como se chama o Ministro de Meio Ambiente? (PARTICIPANTES RESPONDEM AO ORADOR)... Sr. Carlos Minc. Estou vendo todos falar que ele está montando circo, montando circo, montando circo. Essa é uma grande verdade. Com isso, estamos com essas dificuldades porque o próprio IBAMA, que é um órgão federal; o próprio INCRA, que é um órgão federal, diante das exposições nacionais inibe. Porque qualquer um de nós que está à frente do Executivo está sujeito a responder pessoalmente. Não é a Prefeitura - como o Sr. Afonso disse - que vai responder, não é o INTERMAT que vai responder, é a pessoa que vai responder. Há pouco foi questionado com relação a essas parcerias. Nós firmamos um compromisso, naquela oportunidade, de dois poços artesianos - o Vereador Iná estava aqui há pouco - e fizemos a parceria para que esses poços fossem furados. Lá na Cambaúva mesmo, lá no Assentamento 26 de Janeiro, foram furados dois e em nenhum dos dois deu água. Sensibilizada com o problema deles, a Prefeitura recentemente fez uma licitação e comprou o encanamento para amenizar o problema deles. Ora, será que a Prefeitura está tão ausente assim? Nós construímos uma escola lá. Nós fomos questionados pelo Sr. Belmiro, se não me falha a memória, com relação à educação que não tem. Você está no Furnas, ao lado do Formosa. O Formosa tem uma escola; no Wilson Medeiros tem uma escola; lá no Vale do Prata tem uma escola; no Formosa e no Furnas nós temos o transporte escolar. Ora, temos problema? Temos problema, mas não estamos ausentes não. Nós estamos lá presentes. É fundamental essa consciência de que a Prefeitura está presente e ela é parceira. Nós não fugimos da nossa responsabilidade. Agora, há de entender de que esses órgãos competentes e esta Audiência Pública que está acontecendo hoje é fundamental, porque os projetos, a exemplo do que o Willian disse há pouco, o Superintendente do INCRA, pelo que eu pude observar não tinha informação que lá já tem Pág. 54 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. um projeto protocolado. Mas recentemente foi dito pela sua própria pessoa para o Luciano Duran, Chefe de Gabinete, a quem pedi para que cuidasse com carinho de todos os projetos nossos sobre antecipação de convênios, que precisava fazer - até usou um nome técnico há pouco para mim - um kit. O nome técnico agora lá é kit, ou seja, tem esse projeto aqui, tem essa planilha, tem que formalizar um kit. E o Willian mesmo pediu que não fizesse o kit, porque ele era de seiscentos e poucos mil reais, que era aquele outro recurso que veio para o Vale do Prata e que foi devolvido para o INCRA, porque o projeto estava errado, apesar de licitado, e que na sua disposição de aumentar o recurso, que não fizesse o kit, o qual ficou sobre aguardo. Mas está lá o projeto. E esse projeto foi discutido com a sociedade, foi discutido com as lideranças dos assentamentos, que ele tornou esses dois milhões e setecentos e poucos mil reais que foi protocolado em janeiro de 2008. Portanto, Willian, é importante essa sensibilidade sua. Eu sei que muitas coisas você não tem o poder da decisão, mas tem o poder da influência: a influência com o seu Presidente; com as suas lideranças políticas nacional de Brasília; com o seu Ministério, para que de uma vez por todas... E no assentamento, no nosso Município de Pedra Preta... Alguém me antecedeu aqui, acho que é de Poxoréu... Para nós, aqui, não é diferente, se uma estrada lá no Birro custa, digamos, dez mil por quilometro, aqui custa trinta, porque é morro, a topografia não ajuda. É tudo muito mais caro para nós. Os assentamentos, todos eles, da minha época para cá não vem sequer do INCRA ajuda para fazer os marcos. A prefeitura que fez os marcos para dividir os lotes, as aberturas dos lotes nas divisas. Recentemente lá em Furnas que ainda ficaram algumas famílias por fora porque não tinha condições ainda de abertura da estrada para o Linhão, para energia elétrica para eles, a prefeitura foi lá e fez agora precariamente. Todos nós temos essa consciência. Precariamente! Mas fomos lá fazer. Ou seja, mostramos que somos parceiros, não fugimos da nossa responsabilidade. Se o nosso pão é pequenininho, mas estamos dividindo com vocês. Isso eu acho fundamental e acho importante. Portanto, Afonso, você que teve a oportunidade de estar comigo por muitos anos... O Afonso foi meu chefe de gabinete quando fui Deputado Federal, é meu amigo pessoal, enfim... Quando eu saí, ele foi indicado para a CONAB, depois o Governador Blairo Maggi puxou-o para o Estado. Eu não estou aqui mandando uma indireta, não, para o Governador Blairo Maggi, para o Vilceu e para quem quer que seja do Estado. Eu estou mandando uma direta mesmo, porque apesar do final de mandato do Governador Blairo Maggi, mas ainda tem tempo de ele fazer alguma coisa. A exemplo desse consórcio, nós precisamos de uma interferência forte. Quem não tem a consciência de que é muito melhor fazer essa estrada do que fazer essa estrada da Nova Araçatuba de novo? Porque... A da Nova Galileia, a Taboca e lá do Birro. Quer dizer, um maquinário daquele, que poderia nos ajudar e muito... Inclusive, nesse maquinário que foi licitado agora, que será entregue em janeiro ou fevereiro, nós estivemos com os vereadores em Rondonópolis, com o Vice-Governador, hoje Governador em exercício, e reafirmamos o compromisso com ele. Ele pediu para mim que a contrapartida de Pedra Preta seria atender os assentamentos. E nós, de pronta hora, assinamos o compromisso com ele. É fundamental esse maquinário, mas é fundamental o consorcio também contribuir para que possamos agilizar dessa forma. Portanto, quero agradecer ao Afonso do INTERMAT; ao João Batista, Prefeito de São José do Povo; ao Willian, do INCRA; ao Ramiro, do IBAMA. Muito obrigado, Ramiro, por sua

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Sobre a questão da possibilidade da Prefeitura receber o recurso da FUNASA, eu quero dizer que nós faremos a entrega do Termo de Cessão de Uso para a Prefeitura, a área é do INCRA e, portanto, precisa ser cedida por 20 anos, para que a FUNASA possa liberar esse recurso, não tem nenhuma impossibilidade para fazer isso, é uma coisa que pode e será feita. Só é importante que as pessoas saibam que esse não é o único pedido de Cessão de Uso que tem lá no INCRA, nós trabalhamos com centenas desse tipo de pedido e é por esse motivo que isso não sai na semana seguinte, porque é um processo que tem que passar por vários setores dentro do INCRA, é um processo que termina com o registro em cartório de uma área que é cedida e têm vários critérios técnicos a serem seguidos para isso poder acontecer. Com o PAC e com outros programas de construção, fizemos um levantamento e temos mais de 300 obras em execução dentro de assentamentos e essas 300 obras precisam desse termo de Cessão de Uso. Cada um acha que o dele é o único pedido que tem lá e não é essa a realidade. Com relação à questão do convênio da estrada quero dizer que é óbvio que do ponto de vista da Prefeitura, que começou a negociar com o INCRA esse convênio desde o ano 2005, existe uma legitimidade para uma insatisfação desse convênio não ter virado realidade - não aconteceu em 2005, não aconteceu em 2006, não aconteceu em 2007, não aconteceu em 2008. Mas eu quero dizer que eu só assumi o INCRA em 2009 e eu não tenho responsabilidade nenhuma por tratamentos, por compromissos que foram feitos antes de mim que não foram honrados. Todos os compromissos que eu faço, eu faço tudo o que é possível, a minha influência, o meu trabalho e a minha dedicação para que seja feito. O que eu tenho a dizer sobre esse convênio das estradas de Pedra Preta é que agora, talvez há 20 dias, talvez menos, não sei, recebi lá - estava esse senhor que está aqui ao meu lado, a ex-Deputada Tetê Bezerra e mais um secretário - e de dentro do meu gabinete a pessoa indicada pelo prefeito telefonou para o engenheiro, e o engenheiro, eu chamei o engenheiro do INCRA, chegou com a informação: “Não tem projeto de Pedra Preta dentro do INCRA.” Ele telefonou para o engenheiro, o engenheiro confirmou que ele não entregou o projeto no INCRA. Então, se ele não achava necessário entrar nesse nível de detalhe aqui, não é uma questão de quem é culpado como falou aqui o Ramiro. O fato é o seguinte: tem aqui, me mostro um documento que está protocolado lá de janeiro deste ano, segundo ele estava falando, já estava protocolado em 2008. O que acontece é o seguinte: a orientação para fazer os projetos que é o chamado Kit Técnico de Orientação do Projeto, ele ficou pronto nomeio do ano, no mês de agosto se não me engano. Por que ele demorou para ficar pronto? Porque no ano passado, em 2008, não existia SICONV, que é um sistema obrigatório para fazer os convênios. Então, teve que mudar o kit para orientar, dizendo como é que faz no SICONV, sistema de convênios do Governo Federal. Também porque, em 2008, o INCRA usava planilha de preço de referência para as obras da SINFRA. A Controladoria Geral da União determinou que o INCRA usasse do DNIT. Então, o INCRA mudou totalmente de 2008 para 2009 as orientações para a elaboração do projeto técnico. Pág. 58 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Na minha visão, talvez, foi essa coisa da prefeitura ter certeza que estava lá, porque protocolou em janeiro e o INCRA dizer que não está lá porque não está conforme as orientações de 2009. É uma coisa fácil de entender. Essa informação que não está de acordo com as orientações para 2009 foi feita dentro da minha sala, numa conversa de engenheiro para engenheiro. Se alguém tiver internet aqui, abrir agora o SICONV, vamos ver se estiver o projeto de Pedra Preta ele estará com uma data posterior aquele dia que fizemos a reunião lá. Então, reconheço o compromisso, a responsabilidade da prefeitura, a determinação de fazer a cobrança porque não foi nem uma, nem duas vezes que eles foram lá, mas infelizmente aconteceu esse problema do projeto 2009 não chegar no INCRA a tempo de ser incluído nesse orçamento. Com tudo, eu falo aqui o compromisso se a prefeitura entregar isso logo, ainda nos primeiros meses, se não entregar em dezembro, em janeiro, assim que abrir o orçamento 2009, nós fazemos esse convênio. Analisamos esse convênio para poder liberar o recurso para as estradas aqui dentro de Pedra Preta. Em relação ao Projeto de Abastecimento de Água, eu também não tenho o projeto, precisamos ter o projeto, por mais que ele seja oneroso, o que eu discuti lá quando recebi ainda no primeiro semestre uma delegação aqui de Pedra Preta, eu falei: já que ele é caro, nós podemos fazer um parcelamento dele, dividir por fases para podermos atender em um ano uma parte desse recurso, no outro ano outra parte desse recurso e buscar também parceria, contrapartida de outros lugares para poder fazer esse projeto de abastecimento de água. Com relação a INE-70, que é a questão das notificações que as famílias estão recebendo, professores, servidor público e tal, essa é uma longa história que eu vou resumir da seguinte maneira: a Reforma Agrária tem sido muito questionada ultimamente, o trabalho do INCRA e a lisura do INCRA tem sido muito questionado. Existem muitas denúncias, mas muitas denúncias mesmo de que tem muitas pessoas que não precisam e mais do que isso, não podem estar assentadas e que estão assentadas, as denúncias são gerais. Resultado que o Ministério Público faz nessa denúncia, CGU, Tribunal de Contas, resultado dessa denúncia: houve uma intervenção no Banco de Dados do INCRA, foi tirado todos os CPFs de todos os assentados do INCRA do Brasil inteiro e esses CPFs foi levado para o Dataprev, fez um cruzamento de dados com o Banco de Dados do INSS e da Receita Federal e levantou mais ou menos cinco mil casos de CPF suspeitos de terem irregularidade dentro do Mato Grosso, cinco mil casas. Olha só o tamanho do... Esses CPFs suspeitos, com indícios de ser de uma pessoa que não tem o direito de estar no assentamento, de ser proibido de estar no assentamento, não quer dizer que a pessoa automaticamente está fora, porque isso é só um indício. Muito desses casos estão sendo visto. As pessoas não enquadram no critério da eliminação, são pessoas que viraram servidoras públicas depois que já tinha sido homologado. Ou é um professor, ou é um agente de saúde, um motorista de ônibus... Tem muitos casos até mesmo em que a pessoa é Presidente de Associação. Então ele tem um CNPJ no nome dele, e se levantou esse indício de que poderia ser uma pessoa que tem uma empresa. Mas, na verdade, o que ele é? Ele é um diretor da associação, do assentamento, alguma coisa assim. E tem alguns casos de irregularidade, sim. Inclusive tem caso até de servidor do INCRA que está lá, que tem um lote, funcionário federal que ganha sete mil reais por mês e que tem um lote. A ordem do INCRA é regularizar toda essa situação, moralizar isso. Se foi identificado o problema, nós temos que regularizar. Então, o que eu passo é uma mensagem para tranquilizar também no sentido de que a identificação do problema, a notificação não quer dizer que a pessoa vai ser eliminada. Isso não tem um jeito de você tratar no atacado. Ele é analisado caso a caso, porque cada um vai ter a sua Pág. 59 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. defesa, vai ter a forma de explicar. O que está acontecendo é uma questão de suspensão desses nomes. Ele fica suspenso, recebe uma notificação, apresenta a sua defesa, essa defesa é julgada, analisada e depois para cada caso sai uma decisão. Ou ele permanece como assentado ou ele é eliminado como assentado. Então, eu sei que isso cria uma insegurança, uma insatisfação, mas isso está sendo feito a bem da reforma agrária, a bem da moralização da reforma agrária, a bem de levar a política pública para quem interessa. Nós do INCRA e do Ministério de Desenvolvimento Agrário somos contrários a essa ideia de que a pessoa é assentada e ela não pode ser servidora pública, no sentido de ser um servidor que está dentro daquele projeto de desenvolvimento rural. Ele é uma pessoa que presta um serviço, que colabora com o desenvolvimento da região, no sentido de ser um professor, ser uma professora lá do assentamento, motorista de ônibus, merendeira, agente de saúde e até mesmo técnico agrícola. O fato é que a legislação é uma legislação anacrônica, muito antiga, não foi atualizada e ela não permite que nós tiremos uma consequência direta da nossa ideia, da nossa visão de desenvolvimento rural, do que nós achamos que é correto e o que de fato tem que ser observado. Então, esse é outro motivo de nós fazermos a análise sempre caso a caso. Toda vez que houver uma possibilidade legal daquele servidor público continuar no assentamento, nós estamos dando parecer favorável a isso. Aí tem uma explicação sobre essa questão que foi levantada. E com relação à questão da liberação dos créditos, volto a falar uma coisa que eu disse: O INCRA tem muito dinheiro para o crédito, para a construção de casa, para a reforma de casa, para o fomento. Nós temos um problema de operacionalizar isso. Nós recebemos milhões, esse ano foram cento e seis milhões de reais para fazer esse tipo de crédito, só que nós recebemos pouquinho dinheiro para operacionalizar, para pagar diária para o técnico, para colocar combustível no carro. Você entendeu? Então isso gera atraso nesse ritmo da aplicação desse recurso. E a norma de aplicação desse recurso sempre exige que seja um servidor do INCRA fazendo esse trabalho de aplicação. Contudo, a norma permite. Então, quero dizer o seguinte: Todos os dias do mês, todas as semanas, o ano inteiro, tem gente do INCRA trabalhando, pagando os créditos, todos os dias. E as pessoas falam assim: “Ah, eu estou com quatro anos o dinheiro parado.” Está quatro anos pagando para o outro lá que está há cinco anos, seis anos com o dinheiro na conta. Ele vai fazendo esse pagamento. E acontece que a disponibilidade de recurso para operacionalizar é pequena. Mas aqui na região eu sei de assentamentos que estão recebendo. Aqui vocês vão poder testemunhar, muitos vão dizer que estão recebendo esse crédito, e tem gente do INCRA trabalhando nisso. Mas, assim como esse trabalho de pagar o crédito, esse outro trabalho da licença ambiental, etc., ele poderia ser mais ágil, poderia ser mais rápido se o INCRA pudesse aumentar a sua presença, a sua capacidade de trabalhar dentro do assentamento por meio de assistência técnica. Então, o INCRA tem recurso para isso. E aí eu volto a colocar a proposta, aqui, de trabalharmos no ano que vem para fazer a contratação de serviço de assistência técnica, aproveitando essa nova legislação que vai facilitar, que vai simplificar, porque o INCRA tem esse diagnóstico de que só o dinheiro não resolve; porque a burocracia para fazer esse dinheiro ser aplicado tem sido empecilho. Todo o ano sobra dinheiro de assistência técnica, porque é muito burocrático. Se for para uma empresa privada você tem que licitar, se for uma empresa pública, tem que fazer convênio. E agora essa mudança da legislação com essa simplificação, se nós trabalharmos aqui de maneira séria, de maneira coesa com bastante transparência, eu tenho a convicção de que podemos, já que tem a preocupação aqui dos Pág. 60 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. Prefeitos dos Municípios de ter essa agilidade, nós podemos ver de que maneira poderemos fazer essa contratação com esse novo marco legal para acelerar essa liberação desses créditos e essa regularização ambiental em todos os assentamentos. E aí, para concluir, devido o adiantado da hora também, acho que estamos passando do limite de produtividade, de ser produtivo, de render isso aqui, e quero dizer que têm várias outras colocações e tal que eu vou evitar responder, coisa que fala em termos de Bancada, citando nome de Deputado e Senadora do PT. Eu acho que devemos evitar politizar as coisas, partidarizar, ficar criando um clima de disputa, falar que falta vontade de “A” ou sobra vontade em “B”. Eu acho que a sociedade está madura para entender que as coisas não são bem assim. Não se trata de interesse. Tem várias pessoas que passaram aqui, o próprio Prefeito já foi Deputado, a Tetê Bezerra já foi Deputada e tal. E nós sabemos que as mudanças, independente da vontade, elas são lentas, elas são graduais, as coisas não acontecem porque a pessoa é Líder do Congresso ou Presidente, não sei o que é que tem... E, eu acho que a sociedade tem toda condição de comparar o que é que foi feito no geral no Brasil, se melhorou ou se não melhorou, entendeu? Então, eu não entro muito nesse... Não entro, porque eu acho que não cabe e que não ajuda. Então, concluo agradecendo a Assembleia Legislativa, em nome do Deputado Sebastião Rezende, da Deputada Profª Vilma, que cumpriram o seu papel de Parlamentar, de lideranças da região, convocaram as autoridades públicas para vir aqui, para fazer o seu depoimento, para prestar conta, para fazer compromissos. E que nós, no INCRA, estamos muito acostumados - por mais que eu esteja lá há onze meses à frente do órgão -, já tínhamos a tradição de fazer, de participar do debate da Audiência Pública. Então, não é nenhuma coisa fora da nossa rotina. Isso aqui é bom que aconteça, é bom que a sociedade cobre, é bom que esteja mobilizado e, principalmente, é bom que se mantenha o respeito, que se mantenha o clima respeitoso, cordial, de relação, porque é só assim que as coisas podem avançar e melhorar. Se as coisas fossem fáceis, estava tudo feito e não tinha mais problema nenhum para ser resolvido. Agradeço muito por esta oportunidade. Essa presença minha aqui é importante que todos saibam que não é uma falta do que fazer. O fato de estarmos aqui significa que estamos deixando de fazer outra coisa, de atender outros municípios, outra região, assim como todas as outras autoridades que estão aqui. É uma questão de entendermos o nosso papel, a nossa obrigação, de arrumar um tempo para fazer essa discussão, que só mesmo Audiências Públicas como essas pode oportunizar. E este é o momento oportuno para isso. E no ano que vem, como é ano eleitoral, aí já temos que pensar duas vezes antes de fazer um evento deste, uma Audiência Pública desta, porque, com toda certeza, o clima de disputa estará na mente e no coração de todo mundo. Aí espaço para ter uma produção produtiva e isenta será mais difícil. Então, eu aproveitei este ano, nós fizemos vinte audiências deste tipo aqui nos municípios da região do Arco Verde e mais umas dez ou doze audiências fora da região do Arco Verde, que é uma oportunidade fundamental para as pessoas que são clientes do INCRA e são clientes do Estado brasileiro e de outras organizações, receber das próprias autoridades as informações, em que pé anda o projeto da reforma agrária, as ações que são feitas, as dificuldades que têm e como é que está trabalhado para enfrentar essas dificuldades. Agradeço a todos, desejo uma semana muito boa para todos, muito produtiva, um bom retorno para casa, que Deus nos abençoe, nos ilumine e acompanhe a todos.Muito obrigado (PALMAS). Pág. 61 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. O SR. PRESIDENTE (SEBASTIÃO REZENDE) - Quero mais uma vez agradecer a presença de todos os nossos companheiros assentados, Assentamento 26 de Janeiro; Furnas; Monte Azul; Vale do Prata; Dois Irmãos; Vista Alegre; Mártires de Carajás; Santo Antônio do Norte; Frei Servácio; Wilson Medeiros; Márcio Pereira; Movimento dos Trabalhadores Rurais; 13 de Outubro, que estão aqui até agora. Nós tivemos aqui, aproximadamente, quatro horas de Audiência Pública, tivemos a oportunidade de debater diversos assuntos, fazer os nossos questionamentos. Quero aqui, mais uma vez, agradecer a presença do nosso Superintendente do INCRA, Dr. Willian César Sampaio, pelo desprendimento de vir até aqui e poder ouvir todos nossos companheiros trabalhadores assentados e acampados. Também agradeço a presença do Jacir Lopes da Silveira, Gerente de Desenvolvimento da CONAB; o Dr. Ramiro Martins Costa, Superintendente do IBAMA, que atendendo a nossa solicitação aqui veio; o Afonso, Presidente do INTERMAT; o Prefeito Augustinho Freitas; o Vice-Prefeito Marcionílio; Prefeito João Batista; nosso companheiro Genésio, Vice-Prefeito do Município de São José do Povo, enfim, todos que aqui estão; os Vereadores que vieram e que trabalharam muito para que este evento pudesse acontecer. Vários vereadores se esforçaram muito. O Nilsinho ligou para vários Presidentes de Assentamentos: o Willian Sampaio, do Município de São José do Povo; o Audir José fez da mesma forma, enfim, todos vocês. Os servidores da Prefeitura Municipal que trabalharam na organização; a Assembleia Legislativa aqui presente com as nossas taquígrafas, com o operador de som; toda TV Assembleia Legislativa aqui presente, com repórter, cinegrafistas, enfim, toda a estrutura da Assembleia Legislativa que aqui está. Muito obrigado! A Deputada Estadual Profª Vilma, que também se encontra até este momento conosco. Enfim, a todos vocês, muito obrigado. Esta Audiência Pública no Município de Pedra Preta foi para valorizar o interior do Estado, Prefeito Augustinho Freitas; a região Sul do Estado, pois, descentralizou tirou a Assembleia Legislativa de Cuiabá e a trouxe até a região Sul do Estado. A todos vocês, muito obrigado! Um forte abraço! Está encerrada esta Audiência Pública. (PALMAS).

Equipe Técnica: - Taquigrafia: - Aedil Lima Gonçalves; - Amanda Sollimar Garcia Taques Vital; - Cristiane Angélica Couto da Silva Faleiros; - Cristina Maria Costa e Silva; - Dircilene Rosa Martins; - Donata Maria da Silva Moreira; - Isabel Luíza Lopes; - Tânia Maria Pita Rocha; Pág. 62 - Secretaria de Serviços Legislativos ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR AS QUESTÕES DOS PROJETOS DE ASSENTAMENTOS DA REGIÃO, REALIZADA NO DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2009, ÀS 09:00 HORAS, EM PEDRA PRETA. - Suely Maria Pita Rocha. - Revisão: - Ila de Castilho Varjão; - Nilzalina Couto Marques; - Regina Célia Garcia; - Rosa Antonia de Almeida Maciel Lehr; - Rosivânia de França Daleffe.

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