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DOMINGO.13.MAI 2018 WWW.DIARIODOMINHO.PT 0,90 € Diretor: DAMIÃO A. GONÇALVES PEREIRA | Ano XCIX | n.º 31759 DOMINGO.13.MAI 2018 WWW.DIARIODOMINHO.PT 0,90 € Diretor: DAMIÃO A. GONÇALVES PEREIRA | Ano XCIX | n.º 31759 António Silva Caminha inaugurou Cais dos Pescadores REGIÃO P.11 Expresso de Fafe Merli mais rápido D. Jorge pede Fafe abriu portas nos treinos da Rampa à Feira Franca aos finalistas REGIÃO P.13 que ajudem a construir um mundo DESPORTO P.17-18 DM melhor BRAGA P.04-06 6R``9R #ƈơƠèơơƆơƾëơƠ¢ƾƿ #ƈơƢëơƠ¢ƾƠ ƈƋƆƐƆ¢ƒƆƗ0ƏƑƌƏæƈƇƋƈƆëƾǀƢƾƠƤƾƢƠçƆƓƓƓêƐƈƅƊƆƐƋƈƆêƍƐ 02 DIÁRIO DO MINHO / DOMINGO / 13.05.18 www.diariodominho.pt p. rui rosas Eduardo Jorge Madureira lopes O injusto fim de Alfie Evans, OS DIAS DA SEMANA criança de 23 meses A má informação lfie Evans era um bebé in- desejo de experimentar novas possibi- ntem, a informação servia gações entre as coisas ou a confrontar glês, de Liverpool, com 23 lidades de tratamento se consiga”. para informar; hoje, a in- opiniões, constata Denis Muzet, assina- meses, que sofria de uma Na segunda-feira anterior à sua mor- formação é para consumir. lando que, agora, a informação é, por doença degenerativa gra- te – dia em que se determinou a inter- Ontem, o leitor, adulto e si só, suficiente. Sublinha o sociólogo ve, para a qual os médi- rupção do tratamento de Alfie, por se cidadão, procurava com- que o consumidor de informação não cos que o tratavam não concluir que o sofrimento da criança preender, ter um ponto de quer compreender alguma coisa sobre Aencontraram solução. Depois de qua- estava a ser prolongado inutilmente Ovista; hoje, o que há é um zappeur in- o rumo dos acontecimentos; ele quer se um ano e meio de tratamento, sem – o governo de Roma concedeu-lhe a fantil, que absorve com bulimia, pas- apenas acumular dados informativos. se assinalar melhoria, tomou-se a deci- nacionalidade italiana com a esperan- sando de um facto a outro sem nunca O que ele faz é comer depressa, dis- são no hospital onde estava internado ça de facilitar a sua transferência para parar. Ontem, tínhamos confiança no cutir pouco, confortar-se socialmente de desligar o suporte vital da criança, um hospital do país. Nada se conse- conhecimento e na compreensão; ho- sobre este ou aquele ponto, debican- A justiça britânica sancionou esta me- guiu. Na quarta-feira seguinte, o juiz je, o excesso torna as pessoas desconfia- do apenas alguns factos ou ideias ge- dida. O rapazinho durou ainda alguns Andrew McFarlane, da Alta Corte de das e mal informadas. Ontem, pensáva- rais sem se comprometer em demasia. dias, mas acabou por falecer. Londres, determinou que as diligências mos; hoje, drogamo-nos. O diagnóstico Para Denis Muzet, “o que o consumidor Os pais lutaram com denodo contra nesse sentido apresentadas separada- sobre o consumo dos media, aqui bas- de media ingurgita compulsivamente é essa solução – simultaneamente eugé- mente pelo pai e pela mãe de Alfie fos- tante sintetizado, é de um sociólogo apenas um alimento superficial”. É por nica e eutanásica – de destruir uma vi- sem rejeitadas. Ainda com o filho vivo, francês, Denis Muzet, autor de um li- isso que, quando questionado sobre o da considerada perdida, inútil e desne- Thomas Evans, na terça-feira seguinte vro sobre “a má informação”. O pas- que se passou verdadeiramente nesta cessária. Os médicos de Alfie e a justiça ao fim dos cuidados médicos, comen- sado, como com frequência sucede, é ou naquela matéria, o porquê, o como, do seu país não reconheceram, porém, tou: “Poderia estar na Itália a estas ho- objecto de uma certa idealização, mas, quem são os intervenientes, o contex o direito natural da paternidade. Ser ras. Eu não o abandono, porque o Al- quanto ao presente, a descrição é glo- to, as consequências que podem advir, pai duma criança não é razão suficien- fie respira. Não sofre”. balmente adequada, sendo certo que o sobre, em síntese, os contornos globais, te para que um ser indefeso continue Insiste-se: não se trata de dar crédito presente a que o livro alude tem uma ele tem dificuldade em responder. a viver. Por isso, é possível condená-lo ao encarniçamento terapêutico, com o dúzia de anos. O livro sobre os consumidores de à morte. Assim determina a legislação qual não deve pactuar-se por ser inútil O olhar que se encontra em La mal media inclui um capítulo que pretende que foi promulgada para se cumprir. e até inumano, quando não existe qual- info. Enquête sur des consommateurs de me- ajudar a evitar a má informação. A pri- Com isto não se quer defender o quer alternativa de subsistência do en- dia (Éditions de L’Aube, 2006) encon- meira recomendação é para que se faça chamado encarniçamento terapêuti- fermo. Neste caso concreto a que nos tra-se voltado, tal como o título indica, um certo jejum mediático, libertador co, mas apenas chamar a atenção dos referimos, a lei condena à morte, con- para o modo como as pessoas conso- de um tempo que pode ser reinvestido perigos que corre qualquer cidadão, tra a vontade dos pais, um ser inocen- mem os media. Como elas usam metá- num consumo diferente e mais equi- quando a lei permite a eutanásia ou te, que tinha possibilidade de, talvez foras alimentares para descrever esse librado. Ou seja, “em alimentos mais o aborto, (sendo este um modo ainda como último recurso, experimentar consumo, Denis Muzet, também fun- consistentes e revigorantes”. mais subtil e camuflado de acabar com um prolongamento do seu tratamen- dador do Institut Médiascopie, propõe Denis Muzet também se dirige aos a existência dum ser humano). A per- to com nova equipa médica que esta- algo que tanto serve para lidar com a patrões dos media e aos jornalistas, pe- da do sentido da inviolabilidade da vi- va disposta a recebê-lo. comida quanto com a informação. Pe- dindo-lhes, entre outras coisas, menos da transforma casos semelhantes numa Provavelmente, esta concordaria com rante uma epidemia de obesidade in- informação em bruto, como a que se emergência clínica habitual, que faci- o fim dos esforços terapêuticos. Mas, formativa, o remédio é “exercício, die- encontra em todo o lado, e mais infor- lita a opção pela morte, desde que as pelo menos, reconhecia-se aos pais, pri- ta e um pouco de musculação”. mações trabalhadas, mais ângulos de esperanças de cura se mostrem muito meiros, naturais e principais respon- “Mediático-sensíveis”, é nisso que as visão, mais olhares distanciados, mais longínquas ou muito obscuras. sáveis pela existência do Alfie, o direi- pessoas se transformaram, observa o tratamento aprofundado. Pode argumentar-se que o Alfie se to de lutar até ao fim por conservar a autor de La mal info. Os media são a sua No Dia Mundial das Comunicações manteve sob cuidados terapêuticos, du- vida do seu filho. Que a lei condene à alimentação e a sua referência – quan- Sociais, que hoje se assinala, há remé- rante quase um ano e meio. É certo, mas morte um criminoso inveterado, sádi- do o livro foi publicado a mesa estava dios e pedidos merecedores de atenção. os seus pais não estiveram sozinhos na co ou patológico é uma realidade que posta para servir não ainda as redes so- luta de procurar novas formas de tra- a maior parte dos países civilizados já ciais, mas apenas os jornais, a rádio e tamento. O próprio Papa Francisco se aboliu. Que a lei prive um ser inocen- a televisão, o que, todavia, pouco mu- interessou pelo caso. Na sequência de te de, eventualmente, poder continuar da. “Insaciável, até se tornar bulímico, uma audiência privada concedida ao a viver, eis o que a eutanásia e o abor- o consumidor de media está sempre a progenitor da criança no Vaticano, o to, de forma descarada, são capazes de petiscar. Fá-lo em todo o lado e a todo Santo Padre efectuou vários telefone- levar a cabo perante o silêncio e até a o tempo, de modo muito apressado e mas onde pedia que o bebé fosse man- aprovação despreocupada e legal dos simples. Por não querer desequilibrar tido vivo. Era possível transferi-lo para mesmos países. o seu regime alimentar, o sobreconsu- um hospital da Cidade Eterna. Obser- mo mediático provoca-lhe uma forma vava o Romano Pontífice: “Comovido de obesidade”. pelas orações e pela ampla solidarie- O freguês dos media julga que o ob- dade a favor do pequeno Alfie Evans, jectivo principal da informação não renovo o meu apelo para que o sofri- é ajudar a compreender o mundo, a mento de seus pais seja ouvido e o seu fornecer-lhe sentido, a estabelecer li- 13.05.18 / DOMINGO / Publicidade / DIÁRIO DO MINHO 03 www.diariodominho.pt 6R``9R #ƈơƠèơơƆơƾëơƠ¢ƾƿ #ƈơƢëơƠ¢ƾƠ ƈƋƆƐƆ¢ƒƆƗ0ƏƑƌƏƆƓƓƓêƐƈƅƊƆƐƋƈƆêƍƐ ƈƇƋƈƆëƾǀƢƾƠƤƾƢƠ dZE^WKZdKZK&//>͗ D/WZdEZ͗ WK/K^͗ WdZK/EKZ͗ 04 DIÁRIO DO MINHO / DOMINGO / 13.05.18 www.diariodominho.pt Igreja estará sempre Cada um é chamado disponível para vos acolher a lançar sementes de e acompanhar naquilo que esperança na vida Braga for necessário. pessoal, familiar, política, ARCEBISPO DE BRAGA económica e ética. Arcebispo de Braga falava na homilia da missa de bÊnção dos finalistas, que decorreu ontem na Avenida Central em Braga D. Jorge Ortiga pediu aos finalistas um mundo com mais justiça e ética O Arcebispo de vosso tempo», exortou-os. Braga celebrou E o Arcebispo de Bra- ga deixou mais um ape- ontem a missa António Silva da bênção dos lo aos finalistas: «o proje- finalistas das to de uma sociedade mais universidades humana e solidária está minhotas, que nas vossas mãos.