E Surge O Samba – Possíveis E Prováveis “Origens” De Uma Epopéia Popular

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

E Surge O Samba – Possíveis E Prováveis “Origens” De Uma Epopéia Popular 31º ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, DE 22 A 26 DE OUTUBRO DE 2007, CAXAMBU, MG. ST 15 - ECONOMIA POLÍTICA DA CULTURA E SURGE O SAMBA – POSSÍVEIS E PROVÁVEIS “ORIGENS” DE UMA EPOPÉIA POPULAR DMITRI CERBONCINI FERNANDES1 1 Bacharel em Ciências Sociais pela FFLCH – USP, Doutorando do Departamento de Sociologia da FFLCH – USP e Bolsista FAPESP. E-mail: [email protected] I – DESDE QUE O SAMBA É SAMBA As décadas de 1910-30 marcaram o surgimento de diversas instituições e atores que deram força e molde a um domínio até então carente de expressão e reconhecimento legítimos no mundo artístico: o da música popular urbana (MPU2). Estas manifestações musicais eram majoritariamente criadas e reproduzidas por elementos destituídos de posses econômicas e culturais, em sua maioria jovens negros moradores de subúrbios, morros, favelas ou cortiços. Penetrando um pouco mais as peculiaridades dessas décadas, ao frisar os principais processos ocorridos nos períodos em que a formação institucional de um campo da música popular brasileira se fazia presente, a literatura acadêmica3 sublinha na década de vinte as lutas acirradas e os contatos diversos entre membros de distintas segmentações sociais. Estas lutas e contatos teriam assim contribuído para o início da legitimação do domínio das artes populares em instâncias de uma indústria cultural em expansão. Já a década de trinta seria o palco do assentamento de um veículo de comunicação de grande alcance popular (o rádio), do estabelecimento de indústrias fonográficas multinacionais e, na arena política, do câmbio das elites que até então governavam o país. Estas décadas, de fato, servem ao analista como um fértil período para a compreensão das futuras modificações e legitimações que vieram a ocorrer no gosto musical que predominava entre os distintos estratos da população. Em 1940, já era possível vislumbrar a sedimentação do primeiro período do processo de modificação da posição do “popular” no campo das artes do Brasil, que teve como resultado a legitimação do gênero musical popular mais conhecido ainda nos dias de hoje, o chamado “samba”. O processo de legitimação deste gênero e a decorrente autonomização do campo da MPU, nos termos de Bourdieu (cf. BOURDIEU, 1996: 101), que se deu ao longo da história, foi determinado sobremaneira pela ação de agentes geralmente ignorados pela literatura acadêmica, conforme tentarei demonstrar. O imenso processo de alquimia social realizado, uma conversão simbólica coletiva que teria contado com diversas forças e instituições, não poderia ter sido levado a cabo sem a importante contribuição do trabalho destes agentes presentes exclusivamente na cena 2 Este conceito é aproximativo e tem a pretensão de apenas realizar uma assemblage das diversas manifestações musicais executadas no período do final do século XIX e começo do século XX, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro, capital de então e principal centro urbano do país. Após um longo processo de disputa simbólica, conforme tento demonstrar no decorrer do artigo, estas manifestações foram reduzidas ao termo genérico “samba”. 3 Penso sobretudo nestes trabalhos: CUNHA (2004); LOPES (1992); FROTA (2003); MORAES (1997 e 2000); VIANNA (2004); REIS (1999); FENERICK (2002); NAPOLITANO (2007) e WISNICK (1983). 1 cultural carioca. A imposição de uma estética musical popular (feito inédito) e que, quase que inacreditavelmente, tornar-se-ia, em muito pouco tempo - levando-se em consideração as disposições estéticas da elite de então - dominante, deve assim muito a estes personagens. A influência que diferentes espécies de trabalhos intelectuais exerceram para a formatação e a posterior legitimação do samba como “identidade nacional” entre diversas frações da sociedade fornece o mote principal da minha análise. II – O SAMBA PEDE PASSAGEM Além dos avanços técnicos na área musical que teriam marcado as décadas de 1920-30 no Brasil, forjando uma grande transformação dos padrões e gostos dominantes relativos à esfera musical, uma cultura musical popular no universo urbano moderno se estabelecia, tendo como principais veículos institucionais de difusão o rádio, o disco, o teatro de revistas e uma parcela da imprensa (jornais diários, periódicos matutinos e vespertinos, revistas especializadas etc). Conseqüentemente, o músico popular podia vislumbrar, já a partir deste período, uma possibilidade de profissionalização através das instâncias que surgiam, ainda que bem poucos obtivessem o êxito e a relativa independência econômica que daí pudessem provir (PEREIRA, 1967). Em 1930, contabilizavam-se exatas quatro estações de rádio na cidade do Rio de Janeiro. Já no final da mesma década, mais oito emissoras de rádio juntaram-se àquelas nesta cidade, e estas eram, dentre as instâncias citadas, os principais meios e locais de concentração do músico popular e de reprodução de sua música (cf. MORAES, 2000, p. 22). Este número de estações duplicaria até a década de cinqüenta, quase atingindo vinte estações. Sem dúvida, neste período, antes do advento da televisão no Brasil, o rádio era o principal veículo de comunicação, possuindo altíssimos índices de audiência, infiltrando-se no grosso da população urbana com seus programas de notícias, humorísticos e o seu veio principal a partir de meados de 1932, a música popular4. A indústria fonográfica beneficiar-se-ia muito deste veículo. Gravando 4 Em 1932, um decreto presidencial de Vargas permite a venda de quotas do tempo de transmissão das rádios para anúncios comerciais, modificando o caráter e a estrutura dos programas transmitidos até então. Passa-se a investir no arrebatamento de um maior número de público ouvinte, através de programas mais “ligeiros” e de feições populares. Aliás, quando do surgimento das transmissões radiofônicas no Brasil (1922-3), palestras, discursos políticos, músicas eruditas e outras atividades “culturais e educativas” representavam a finalidade deste então nobre instrumento de comunicação (CABRAL, 1996, pp. 6-15). Passado este período inicial, com a abertura de novas estações, estas não mais sociedades de mantenedores e amantes do rádio, mas sim estações “semiprofissionais” que visavam o lucro, houve uma modificação profunda nos caracteres dos programas veiculados. Assim, uma programação mais ágil e 2 majoritariamente músicas de teor popular5, as “gravadoras” terão um eficaz meio de divulgação de seus produtos através das rádios, que, em contrapartida, podiam ter seus tempos preenchidos com esta arte-média6 de fácil assimilação já conhecida do grande público, correspondente aos anseios e ao estado de penúria apresentados pelas camadas populares no manejo da cultura então legítima. Simbiose quase perfeita. O público das rádios passava a contar assim, a partir de 1932, com um enorme contingente de desprivilegiados de toda sorte (analfabetos, desempregados, empregadas domésticas, lumpens-proletários etc.), sendo a grande maioria excluída do sistema cultural legítimo. Este público detentor de disposições legitimamente inferiores era o espelho da maioria da população brasileira naquele período7. A existência de uma estrutura objetiva hierarquizante e hierarquizada, que marcava a distância entre as disposições estéticas de camadas distintas da população, permanecia vigente ainda em 1940 entre alguns jornalistas porta-vozes de parcela da elite8. Assim, podemos inferir que o público ouvinte das irradiações da época era constituído por uma maioria desprovida dos capitais culturais legítimos, diferentemente dos primórdios da irradiação no Brasil (1922), em que as já citadas sociedades educativas utilizavam as ondas sonoras para promoverem a música erudita e a “boa” educação popular. Estas camadas com feições populares reinará quase que absolutamente em todas as estações, aproximando-se do gosto médio da maioria da população urbana do período. 5 Pois, além de outros motivos, os meios de gravação eram extremamente precários e este gênero de música possuía menos dificuldades técnicas para se gravar, tendo em vista o número reduzido de instrumentos e vozes, ao contrário, por exemplo, de uma orquestra de música erudita. Além disso, pululavam compositores e cantores desse gênero nas grandes aglomerações urbanas, o que facilitava a escolha e o preenchimento de repertório. Estes cantores e compositores oriundos das baixas camadas sociais, diga-se de passagem, nada ou quase nada recebiam naquela época da gravadora pelos seus serviços prestados, muito menos pelos inexistentes “direitos autorais”. Ver Tinhorão (TINHORÃO, 1974). 6 A expressão “arte média” é tomada neste trabalho conforme a definição de Bourdieu (in: BOURDIEU, 2001, p. 136): “(...) a arte média, em sua forma típico-ideal destina-se a um público muitas vezes qualificado de “médio” (...) e mesmo quando não se dirige especificamente a uma categoria determinada de não-produtores está em condições de atingir um público socialmente heterogêneo, quer de maneira imediata, quer mediante uma certa defasagem temporal. É lícito falar de cultura média ou arte média para designar os produtos do sistema da indústria cultural pelo fato de que estas obras produzidas para seu público encontram-se inteiramente definidas por ele.” 7 Quando as rádios começaram a montar platéias abertas ao público em seus estúdios (cerca de 1935), a presença constante de mulheres pobres e negras acabou motivando um jornalista a escrever uma crônica em um jornal carioca na década de 1940. Esta crônica chamava a estas pejorativamente de “macacas de auditório”, por causa da cor e do modo “inadequado” pelo qual se portavam, longe do padrão blazé esperado pelo
Recommended publications
  • A Rainha Quelé: Raízes Do Empretecimento Do Samba1
    A RAINHA QUELÉ: RAÍZES DO EMPRETECIMENTO DO SAMBA1 “Quelé” Queen: The Roots of the Samba Blackening Dmitri Cerboncini Fernandes* RESUMO Neste artigo analiso o advento de Clementina de Jesus ao cenáculo artístico na década de 1960. Seu surgimento possibilitou que certo nacionalismo de esquerda, até então propugnado de modo unívoco por um grupo de intelectuais e ativistas das artes populares, descobrisse uma nova feição, a que viria a ser considerada a mais “autêntica”: a afro-negro-brasileira. A partir deste ponto abria-se uma via aos movimentos negros e aos construtos que davam conta da categorização do outrora “nacional-universal” samba: o “verdadeiro” samba encontrava doravante a sua raiz exclusivamente afro-negra, ao passo que, de outro lado, o que se pode denominar imprecisa e vagamente de “cultura” afro-brasileira – ideário que em partes subsidiou a formação do Movimento Negro Unificado – o seu símbolo-mor nas artes nos anos 1970-80: o samba “verdadeiro”. Palavras-chave: Movimento Negro, Samba, Sociologia da Arte. ABSTRACT In this article I analyse the advent of Clementina de Jesus within the artistic cenacle of the 1960s. Her rise made possible that a certain left-wing nationalism, thus far advocated univocally by a group of intellectuals and activists from the popular arts, discovered a new feature, one that would come to be considered 1 Uma primeira versão deste artigo foi apresentada no 36.º Encontro anual da Anpocs, Grupo de Trabalho 30 – Relações Raciais: desigualdades, identidades e políticas públicas, em outubro de 2012. Agradeço as críticas e sugestões de Walter Risério. * Professor Adjunto II de Ciências Sociais na Universidade Federal de Juiz de Fora.
    [Show full text]
  • O Homoerotismo Em Canções Interpretadas Por Cássia Eller: Psicologia, Literatura E Semiótica
    O HOMOEROTISMO EM CANÇÕES INTERPRETADAS POR CÁSSIA ELLER: PSICOLOGIA, LITERATURA E SEMIÓTICA Ertz Clarck Melindre dos Santos* (Técnico em Assuntos Educacionais do Departamento de Antropologia e Museologia/UFPE-Campus Recife, Licenciado Pleno em Letras/UNIFAP, Psicólogo/UFMS-Campus do Pantanal, Designer de Moda/Faculdade SENAC-PE, Especialista em Literatura Brasileira/PUC Minas, Mestre em Psicologia Clínica/UNICAP e Doutorando em Psicologia/UNESP-Campus de Assis, Recife/PE – Brasil); Fernando Silva Teixeira Filho (Mestre e Doutor em Psicologia Clínica/PUC-São Paulo, Professor Adjunto e Livre Docente em Psicologia Clínica no Departamento de Psicologia Clínica da UNESP, Campus de Assis – Brasil). contato: [email protected] Palavras-chave: Homossexualidades. Música popular brasileira. Interpretações. O HOMOEROTISMO EM CANÇÕES INTERPRETADAS POR CÁSSIA ELLER: PSICOLOGIA, LITERATURA E SEMIÓTICA. 1. Introdução A música popular brasileira é uma expressão artística de notória riqueza em se tratando de cantores, estilos e ritmos. Para Tatit (1995, p. 11) “o compositor traz sempre um projeto geral de dicção que será aprimorado ou modificado pelo cantor e, normalmente modalizado pelo arranjador. Todos são, nesse sentido cancionistas”. Baseando-nos na visão integralizante acima mencionada podemos considerar cancionistas personalidades como Caetano Veloso, Chico Buarque, Cazuza, Gilberto Gil, Hermelino Neder, Arrigo Barnabé, Luiz Pinheiro, Riachão, Ataulfo Alves e Itamar Assumpção. O estudo dessa futura pesquisa será acerca de uma outra cancionista que interpretou todos esses profissionais da MPB anteriormente elencados: Cássia Rejane Eller, ou melhor, Cássia Eller. Em 1962, ano de seu nascimento, o mundo passava a conhecer a Bossa Nova, pois algumas canções da época como “Samba de uma nota só” (Tom Jobim) e “O barquinho” (Roberto Menescal) foram apresentadas no Carnegie Hall, em Nova York.
    [Show full text]
  • Tessituras Artísticas
    TESSITURAS ARTÍSTICAS Quando o Tiê Virou Melodia: Uma radiobiografia de Dona Ivone Lara1 Elaine Gonzaga de Oliveira2 Resumo: As mulheres negras sempre estiveram presentes no processo de formação da 93 cultura brasileira. Literatura, teatro, cinema, artes plásticas e música. Suas presenças, porém, acabam reduzidas ao âmbito de suas comunidades imediatas, como a família, vizinhança e amigos. Suas produções são pouco disseminadas e analisadas. No campo da música, algumas dessas mulheres negras são verdadeiras guardiãs das tradições orais da musicalidade negra. Mesmo se deslocando e se expressando dentro de ambientes racistas e patriarcais, elas mantêm vivas as memórias por meio da força de suas músicas e, ainda, se tornando pilares de sustentação da ancestralidade. Dona Ivone Lara é uma dessas mulheres. Filha de uma cantora e de um violonista, traz a arte dentro de si. Sua genialidade fez com que ela disseminasse, mesmo que tardiamente, sua música por todo mundo e deixasse de ser Yvonne, a prima de Fuleiro, esposa de Oscar, para se tornar a Dona Ivone Lara, a Dona da Melodia. Voa, Tiê! Palavras-chave: Mulheres; Gênero; Raça; Samba; Radiobiografia. Introdução O ponto de partida desse trabalho é a vida de Dona Ivone Lara. Não somente a artista, mas, principalmente, Ivone, mulher negra, órfã e moradora de periferia. Este trabalho busca entender o lugar de algumas mulheres negras na formação dos processos culturais brasileiros. O fato de ter escolhido essa grande melodista, jongueira, cavaquinhista deu-se por ser Dona Ivone, ainda, uma sambista sem igual, respeitavelmente reconhecida no meio musical. 1 Este trabalho é um extrato do Trabalho Final de Curso, apresentado em forma de projeto experimental, que deu origem ao programa de rádio “O Tiê que virou Melodia – Uma radiobiografia de Dona Ivone Lara”.
    [Show full text]
  • Universidade Federal De Santa Catarina Luciano
    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA LUCIANO CARVALHO DO NASCIMENTO JEQUITIBAOBÁ DO SAMBA: o eco da voz do dono Florianópolis 2014 LUCIANO CARVALHO DO NASCIMENTO JEQUITIBAOBÁ DO SAMBA: o eco da voz do dono Tese submetida ao Programa de Pós-graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do Grau de Doutor em Literatura – Teoria Literária. Orientador: Prof. Dr. Pedro de Souza. Florianópolis 2014 LUCIANO CARVALHO DO NASCIMENTO JEQUITIBAOBÁ DO SAMBA: o eco da voz do dono Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de Doutor em Literatura – Teoria Literária, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 27 de novembro de 2014. _________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Maria Lúcia de Barros Camargo Coordenadora do Curso Banca Examinadora: _________________________________________________ Prof. Dr. Pedro de Souza Orientador Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC _________________________________________________ Prof. Dr. Júlio Diniz Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio _________________________________________________ Prof. Dr. Felipe Ferreira Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Uerj _________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Tânia Ramos Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC _________________________________________________ Prof. Dr. Claudio Celso Alano da Cruz Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
    [Show full text]
  • Inside the Brazilian Rhythm Section for Guitar, Piano, Bass and Drums
    Inside The Brazilian Rhythm Section for Guitar, Piano, Bass and Drums by Nelson Faria & Cliff Korman Guest musicians: David Finck (Acoustic Bass) Itaiguara Brandão (Electric Bass) Paulo Braga (Drums) Café (Percussion) Sher Music Company Inside the Brazilian Rhythm Section TABLE OF CONTENTS Note from the authors . 10 Drum notation . 13 CD 1 – for guitar and piano players . 14 CD 2 – for drummers and bass players . 15 General information . 18 CHAPTER 1 Underlying rhythmic reference . 18 Samba Sample parts . 19 “Brasilified” – guitar/piano part . 20 “Brasilified” – bass part . 22 “Brasilified” – drum part . 24 Performance notes and extracted examples . 26 General information . 32 CHAPTER 2 Underlying rhythmic reference . 32 Bossa Nova Sample parts . 33 “Rio” – guitar/piano part . 34 “Rio” – bass part . 36 “Rio” – drum part . 38 Performance notes and extracted examples . 39 General information . 42 CHAPTER 3 Underlying rhythmic reference . 42 Partido-Alto Sample parts . 43 “Brooklyn High” – guitar/piano part . 44 “Brooklyn High” – bass part . 46 “Brooklyn High” – drum part . 48 Performance notes and extracted examples . 50 General information . 54 CHAPTER 4 Underlying rhythmic reference . 54 Choro Sample parts . 55 “Saudade do Paulo” – guitar/piano part . 57 “Saudade do Paulo” – bass part . 60 “Saudade do Paulo” – drum part . 62 Performance notes and extracted examples . 64 8 Inside the Brazilian Rhythm Section General information . 68 CHAPTER 5 Underlying rhythmic reference . 68 Baião Sample parts . 68 “Playground” – guitar/piano part . 70 “Playground” – bass part . 72 “Playground” – drum part . 74 Performance notes and extracted examples . 75 General information . 80 CHAPTER 6 Underlying rhythmic reference . 80 Frevo Sample parts . 81 “Sombrinhas de Olinda” – guitar/piano part .
    [Show full text]
  • Rhythm, Percussion, and Samba in the Formation of Brazilian National Identity (1902-1958)
    Wesleyan University The Honors College Brazil is Samba: Rhythm, Percussion, and Samba in the Formation of Brazilian National Identity (1902-1958) by Lindsay Walsh Class of 2010 A thesis submitted to the faculty of Wesleyan University in partial fulfillment of the requirements for the Degree of Bachelor of Arts with Departmental Honors in Latin American Studies and Music Middletown, Connecticut April, 2010 Table of Contents Acknowledgments ii Introduction 1 Chapter 1 THE PREDECESSORS OF SAMBA: CHORO, MAXIXE, AND LUNDU (1902-1917) 12 Chapter 2 “PELO TELEFONE” AND THE OITO BATUTAS (1917-1928) 27 Chapter 3 NOEL ROSA, “NA PAVUNA”, AND THE RISE OF THE ESTÁCIO SOUND (1928-1937) 41 Chapter 4 PERCEPTIONS OF SAMBA ABROAD: ARI BARROSO AND CARMEN MIRANDA (1937-1945) 67 Chapter 5 SUBVERSIONS OF RACIAL DEMOCRACY: WILSON BATISTA AND GERALDO PEREIRA (1945-1958) 92 Conclusion 108 Glossary 113 Bibliography 117 Discography 121 i Acknowledgments This thesis would not have been possible without the encouragement, support, interest, and assistance of so many different people. On the academic front, I would like to thank Professor Marc Hertzman for introducing me to the realm of samba, and of Brazil. Without his passion for the subject, the idea for this thesis never would have taken hold. I would also like to thank him for encouraging me to pursue a topic that I was fascinated with, even though I had little experience with it. His encouragement and expertise have been invaluable, and this project would not have been possible without him. I would also like to thank my academic advisers, Professor Ann Wightman and Professor Yonatan Malin, who have helped guide me through my time here at Wesleyan.
    [Show full text]
  • Uma Árvore Da Música Brasileira, Das DA MÚSICA EINURDOÍGPEENIAA Edições Sesc São Paulo, E Não Pode Ser Vendido Separadamente
    Cordel do Fogo Encantado Mestre Ambrósio Pitty Beto Guedes Paulinho Moska Cássia Eller Nação Zumbi Lô Borges Rumo Nuno Mindelis Capital Inicial Titãs DJ Patife Maria Rita Renato Braz Mundo Livre S/A Suzana Salles Legião Urbana Velhas Virgens Itamar Assumpção Tavinho Moura Cólera Skank André Christovam Suba Sepultura Chico César Damiano Cozzella Chico Science Inocentes T DJ Dolores Ultraje a Rigor Pato Fu Djavan Luiz Tatit Wagner Tiso Flávio Guimarães A Blues Etílicos E O Rappa Guilherme Arantes B Ira! Zélia Duncan Rogério Duprat E U DJ Marky Arrigo Barnabé Márcio Borges Ratos de Porão G Engenheiros do Havaii Jota Quest N Camisa de Vênus RPM Marina Lima Seu Jorge A Celso Blues Boy M DJ Mau Mau Vânia Bastos Toninho Horta Júlio Medaglia Cazuza Mamonas Assassinas P Fátima Guedes Tony Osanah U N Karol Conka Oswaldo Montenegro Ná Ozzetti BL K Barão Vermelho Milton Nascimento O Terço UES Ritchie Criolo Raimundos Adriana Calcanhoto Lobão Léo Jaime Rincon Sapiência Premeditando o Breque Lanny Gordin Kid Abelha Ludmilla V Ronaldo Bastos Som Nosso de Cada Dia Charlie Brown Jr. AN Sabotage G Ney Matogrosso Zé Ramalho U Paralamas do Sucesso Emicida A C R Made in Brazil Anitta D L Capinan Blitz A U Black Alien Fafá de Belém P B Emílio Santiago A Rappin’ Hood E Fábio Jr. Simone U L D Secos & Molhados Lulu Santos Rosa Passos Bonde do Tigrão Alceu Valença I S A T Torquato Neto Marcelo D2 Danilo Caymmi A E Belchior N Wando S Tati Quebra-Barraco Walter Franco A Joelho de Porco Q Rita Lee Leny Andrade Sérgio Mendes Aldir Blanc Gabriel, o Pensador Fagner
    [Show full text]
  • Redalyc.(En)Canto Científico: Temas De Ciência Em Letras Da Música Popular Brasileira
    História, Ciências, Saúde - Manguinhos ISSN: 0104-5970 [email protected] Fundação Oswaldo Cruz Brasil de Castro Moreira, Ildeu; Massarani, Luisa (En)canto científico: temas de ciência em letras da música popular brasileira História, Ciências, Saúde - Manguinhos, vol. 13, 2006, pp. 291-308 Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=386137997018 Como citar este artigo Número completo Sistema de Informação Científica Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto (EN)CANTO CIENTÍFICO FONTES (En)canto científico: temas de ciência em letras da música popular brasileira Scientific enchantment: science topics in the lyrics of popular Brazilian music MOREIRA, I. de C.; MASSARANI, L.: (En)canto científico: temas de ciência em letras da música popular brasileira. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 13 (suplemento), p. 291-307, outubro 2006. As relações entre ciência e música são muito profundas e têm suas raízes no próprio surgimento da ciência moderna. A música tem uma base física importante: são os sons afinados pela cultura que a constituem. Por outro lado, ela foi utilizada muitas vezes como metáfora e como inspiração para interpretar o mundo físico, em particular nos modelos cosmológicos. Este artigo explora, de forma preliminar, como surgem e se expressam Ildeu de Castro Moreira temas e visões sobre a ciência, a tecnologia e seus impactos na Instituto de Física vida moderna nas letras de canções da música popular brasileira. Universidade Federal do O objetivo primordial do trabalho – que constitui uma análise Rio de Janeiro – UFRJ qualitativa não-exaustiva – é proceder a um mapeamento inicial Praia do Flamengo 200, 8º andar, de como temas de ciência, atividade social imersa em Flamengo 22210-030 Rio de Janeiro – RJ – determinado contexto cultural, podem surgir na manifestação das Brasil artes populares, neste caso a música brasileira.
    [Show full text]
  • Relatório De Ecad
    Relatório de Execução Musical Razão Social: EBC - EMPRESA BRASIL DE COMUNICAÇÃO CNPJ: 09.168.704/0002-23 Nome Fantasia: Rádio Nacional do Rio de Janeiro - Dial 1130 AM - Cidade: Rio de Janeiro - UF: RJ Execução Data Hora Música Intérprete Compositor Programa Vivo Mec. 01/04/2019 01:31:34 Negro Velho Zé Carlos Caramez Caramez Programação Musical X 01/04/2019 10:12:37 Quero Te Encontrar Kid Abelha Buchecha/Flávio Venutes Programação Musical X Moreira da Silva 01/04/2019 11:46:06 Na Subida do Morro Moreira da Silva Programação Musical X Ribeiro 01/04/2019 14:48:29 Pega na Mentira Erasmo Carlos Roberto Carlos/Erasmo Carlos Programação Musical X 01/04/2019 15:15:27 Pressentimento Alcione Elton Medeiros/Hermínio Bello de Carvalho Programação Musical X 01/04/2019 15:36:21 Malandros Maneiros Galocantô Zé luis/Nei lopes Programação Musical X 01/04/2019 15:55:03 Amigo Urso Moreira da Silva Henrique Gonçalez Programação Musical X 01/04/2019 20:12:02 Pega na Mentira Erasmo Carlos Roberto Carlos/Erasmo Carlos Programação Musical X 01/04/2019 20:16:12 Coração Bobo Alceu Valença Alceu Valença Programação Musical X 01/04/2019 20:53:57 Madalena do Jucu Martinho da Vila Martinho da Vila Programação Musical X 01/04/2019 20:57:43 A Dois Passos do Paraiso Blitz Evandro Mesquita/Ricardo Barreto Programação Musical X 01/04/2019 21:48:28 O Tempo não Para Barão Vermelho Cazuza/Arnaldo Brandão Programação Musical X 01/04/2019 21:52:55 Meia Lua Inteira Caetano Veloso Carlinhos Brown Programação Musical X 01/04/2019 21:57:12 Matrafona Zeca Pagodinho & Emicida Susana
    [Show full text]
  • Dona Ivone Lara: Voz E Corpo Da Síncopa Do Samba
    DONA IVONE LARA: VOZ E CORPO DA SÍNCOPA DO SAMBA by KATIA REGINA DA COSTA SANTOS (Under the Direction of Susan Canty Quinlan) ABSTRACTS By starting off with redefinitions of the musical term, syncope, this study centers on the importance of the historical and social contribution of samba to Afro-Brazilian cultural history of Rio de Janeiro and by extension, to Brazil by examining the work of contemporary composer, singer and lyricist, Dona Ivone Lara, an octogenarian dedicated to composing and performing Samba. Lara’s work is chosen for its quality to illustrate the trajectory and representativeness of historical and theoretical contributions to a formation of Black Brazilian culture. Samba is an under theorized art form or cultural manifestation in the country. As Samba is one of the strongest manifestations of popular cultural Brazil, it is critical to examine Lara’s work in light of keeping tradition alive. Samba’s history is often taken for granted or is characterized as an innate component of Black Brazilian culture. This genre of Brazilian music becomes the national emblem, which is used by official and political Brazilian institutions and non-Brazilians to identify Afro-Brazilian contributions to nationalism and negritude. However, this study shows that these concepts are not that easily accepted in the country, and it explains also the origins of the blackness attached to the history of Samba and their supporters and contributors. Este trabalho de pesquisa tem como objetivo examinar a concepção histórica e social do samba, uma das mais importantes formas de manifestação cultural no Brasil. A obra e carreira da cantora e compositora Dona Ivone Lara serão aqui examinadas como uma forma de ilustrar a trajetória e representatividade dos fundadores do samba carioca e daqueles que ainda hoje fazem do samba uma cultura em constante movimento.
    [Show full text]
  • Um Ensaio Sobre a Geografia Da Violência Na Cidade Do Rio De Janeiro Carlos Walter Porto-Gonçalves Universidade Federal Fluminense, Rio De Janeiro, Brasil
    Polis, Revista de la Universidad Bolivariana, Volumen 10, Nº 28, 2011, p. 323-356 Da Lógica do Favor à Lógica do Pavor: um ensaio sobre a Geografia da violência na cidade do Rio de Janeiro Carlos Walter Porto-Gonçalves Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil. Email: [email protected] Rodrigo Torquato da Silva Universidade Federal Fluminense, Angra dos Reis, Brasil. Email: [email protected] Resumo: O presente artigo trata da geografia da violência urbana na cidade do Rio de Janeiro. Mostra como a ação do Estado está permeada por ignorâncias acerca das lógicas de experiências espaciais com que se organizam e operam as classes populares trabalhadoras do Rio de Janeiro. O objetivo é estimular uma discussão que impulsione as análises para além dos discursos estigmatizadores com relação à população favelada. A metodologia adotada assemelha-se às sinuosidades dos becos e vielas, visto que optamos em nos entranhar empiricamente na concretude do espaço favelado e, também, nas re-leituras das narrativas marginalizadas, dos compositores que há décadas oferecem pistas para que possamos esboçar um mapeamento das lógicas de sociabilidades e das experiências de espaço dessa população. Assim, podemos afirmar – ainda que hipoteticamente – que os mecanismos convencionais de análises e os instrumentos metodológicos funda- mentados no distanciamento dos seus “objetos” são insuficientes para uma míni- ma compreensão do que se passa nos cotidianos de opressão e resistências das classes populares. O máximo que se tem alcançado historicamente, tanto com as pesquisas quantitativas acerca do tema quanto com os apelos midiáticos, é a forte influência na construção de discursos universalistas que naturalizam a criminalização dos citadinos mais pobres e as suas lógicas de integração- sobrevivência nas cidades.
    [Show full text]
  • Desde Que O Samba É Samba: Identidade E Diversidade Do Gênero Musical Nacional
    Desde que o Samba é Samba: Identidade e Diversidade do Gênero Musical Nacional Flavia Prando1 RESUMO: Este artigo apresenta considerações sobre a origem e evolução das manifestações denominadas como samba que são cultivadas no território brasileiro, destacando-se os Estados de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. O presente trabalho pretende traçar as principais características que diferenciam e unificam estas manifestações enquanto gênero musical ligado às diversas identidades nacionais. Tem como pretexto o Ciclo Desde que o Samba é Samba realizado no Centro de Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc em São Paulo, 2014. Palavras-chave: samba, música popular, folclore, cultura brasileira. Este artigo visa expor alguns apontamentos apresentados durante as palestras e debates do Ciclo Desde que o Samba é Samba realizado no Centro de Pesquisa e Formação2 do SESC em São Paulo, em novembro de 2014. O presente trabalho pretende também relatar o que estes encontros apresentaram em comum em relação ao samba e quais especificidades apresentadas pelos distintos lugares de fala de cada participante, na tentativa de traçar um panorama da diversidade e identidade brasileiras a partir desse gênero musical. O Ciclo Desde que o Samba é Samba foi composto por seis encontros, combinando palestras, mesas e debates que ocorreram dentro do conjunto de programação intitulado Perspectivas, cuja proposta é apresentar diversas abordagens sobre temas e questões do campo da cultura. As atividades realizadas no CPF são registradas e visam a construção de fontes primárias para futuras pesquisas. Por meio da história do samba na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, o ciclo apresentou e contextualizou diferentes manifestações ou subgêneros do samba.
    [Show full text]