Reserva Natural do Paul de Arzila Reserva Natural do Paul de Arzila

Instituto da Conservação da Natureza 2004 Com a participação da União Europeia Projecto cofinanciado pelo FEDER

PROGRAMA INTERREG III B - SUDOE

O presente trabalho foi elaborado no âmbito do projecto MW / SUDOE, co-financiado pelo programa INTERREG III B Sudoeste Europeu 2000 - 2006 – N.º S0/2.1/P20.

Ficha técnica: RNPA/CEZH 2004. Reserva Natural do Paul de Arzila. Reseva Natural do Paul de Arzila / Centro de Zonas Húmidas.

Trabalho acompanhado pela Mãe d’água - Consultadoria técnica em áreas de interesse natural, Lda. para o ICN.

Maquetação: Tânia Almeida Edição:Instituto da Conservação da Natureza (Reseva Natural do Paul de Arzila/Centro de Zonas Húmidas)

Depósito legal: xxxxxx/xx ISBN: xxx-xxx-xxx-x Impresso por: Palmigráfica Tiragem: 1000 exemplares Reserva Natural do Paul de Arzila

texto RNPA / CEZH

Agradecimentos

Gostariamos de agradecer a todos aqueles que contribuíram para o resultado final deste trabalho, especialmente à Anabela Simões pela compilação e redacção dos textos, contando para isso ainda com a sua experiência pessoal e dedicação ao Paul de Arzila.

À Carlota Lavinas e Silvia Carvalho pela elaboração dos mapas inseridos nesta publicação.

índice

1. Descrição ...... 9

1.1 Localização e descrição geral ...... 9 1.2 Estatutos de Conservação ...... 12 1.3 Regime de propriedade ...... 13 1.4 Instrumentos de ordenamento e gestão ...... 13

2. Caracterização física ...... 15 2.1 Clima ...... 15 2.2 Geologia ...... 17 2.3 Geomorfologia ...... 17

2.4 Pedologia ...... 18 2.5 Hidrologia ...... 19

3. Caracterização biológica ...... 21

3.1 Unidades ecológicas ...... 21 3.2 Flora e vegetação ...... 29 3.3 Fauna ...... 30

4. Caracterização paisagística ...... 33 4.1 DEscriçaõ da paisagem / unidades de paisagem ...... 33

5. Caracterização do património ...... 37 5.1 Património construído ...... 37 5.2 Património etnográfico ...... 37 5.3 Património arqueológico ...... 38

6. Caracterização socioeconómica ...... 39 6.1 População ...... 39 6.2 Actividades ...... 39

7. Referências bibliográficas ...... 43

Anexos ...... 45 8 Reserva Natural do Paul de Arzila 1. Descrição

Vista parcial do Paul de Arzila Fotografia: João Carlos Farinha

1.1 Localização e descrição geral A Reserva Natural do Paul de Arzila (RNPA) e a Zona de Protecção Especial Paul de Arzila (ZPE) situam-se em parte do vale percorrido pela Ribeira de , um afluente da margem esquerda do rio Mondego (Fig. 1).

Pertencem, administrativamente, à NUT I ( Continental), NUT II (Região Centro) e NUT III (Baixo Mondego). A área da RNPA e ZPE está inserida em parte nas freguesias de Arzila, Pereira e Anobra, pertencentes, respectivamente, aos concelhos de , Montemor-o-Velho e Condeixa-a-Nova, distando aproximadamente 10 Km da cidade de Coimbra, e, cerca de 12 Km de Condeixa-a-Nova e de Montemor-o-Velho.

A RNPA abrange uma área de 585 ha e distribui-se da seguinte forma pelas três freguesias: 93,28 ha na freguesia de Arzila; 239,36 ha na freguesia de Pereira e 252,83 ha na freguesia de Anobra. Apresenta o seguinte zonamento:

Reserva Natural do Paul de Arzila 9 Figura 1. Mapa com a localização do Paul de Arzila.

Áreas sujeitas a regime de protecção: área de protecção total, com 114,12 ha, abrange os biótopos “formações aluvionares e ripícolas”, “carvalhal”, “folhosas autóctones”, “caniçal/bunhal” e “valas, lagos e charcos”; área de protecção parcial, com 85,50 ha, que abrange os biótopos “terrenos agrícolas designados por ‘O campo’” e “arrozais”; área de protecção complementar, com 384,16 ha, que integra os biótopos “floresta/ matos” e “terrenos agrícolas designados por ‘O monte’”; área de intervenção específica para a conservação dos valores naturais e área de intervenção específica de utilidade pública; Áreas não sujeitas a regime de protecção, que totalizam uma área de 23,10 ha, incluem os solos com vocação para o processo de urbanização e edificação. O limite da RNPA e da ZPE Paul de Arzila encontram-se descritos no Anexo 1.

O paul de Arzila localiza-se numa área onde coabitam espécies representativas da Região Mediterrânica e da Região Eurossiberiana e daí, em parte, a sua riqueza e diversidade florística, que engloba várias comunidades vegetais, tanto xéricas e heliófilas (comunidades com sobreiros e matos, com esteva e rosmaninho), como higrófilas e, por vezes, ciáfilas (comunidades de ervas altas e trepadeiras) (Lopez et al., 2003).

10 Reserva Natural do Paul de Arzila A Zona Paludosa Ocupa o fundo do vale e é constituída principalmente por Caniço [Phragmites australis (Cav.) Trin. ex Steudel ssp. australis], Bunho (Scirpus lacustris L. ssp. lacustris), tabúas (Typha sp.), juncos (Juncus sp.) e grande quantidade de espécies herbáceas; ainda nesta zona ocorrem formações arbóreas e arbustivas, compostas por maciços de Salgueiro-preto (Salix atrocinerea Brot.), bosquetes de amieiros (Alnus glutinosa Gaertner) e exemplares algo dispersos de freixos (Fraxinus angustifolia Vahl.), ulmeiros (Ulmus sp.), choupos-negros (Populus nigra L.) e outros salgueiros. (Salix sp.) (Lopez et al., 2003).

A Zona Florestada Ocupa grande parte das encostas que ladeiam o paul; é composta principalmente por Pinheiro- bravo (Pinus pinaster Aiton), Eucalipto (Eucalyptus globulus Labill.), Sobreiro (Quercus suber L.) e Carvalho-cerquinho [Quercus faginea Lam. ssp broteroi (Coutinho) A. Camus], este constituindo também uma mancha quase estreme, e ainda o Carvalho-alvarinho (Quercus robur L.); no sub- bosque, encontra-se com frequência o Medronheiro (Arbutus unedo L.), o Espinheiro-alvar (Crataegus monogyna Jacq.), o Sabugueiro (Sambucus nigra L.), o Loureiro (Laurus nobilis L.), a Gilbardeira (Ruscus aculeatus L.), diversas espécies de tojos (Ulex sp.), urzes (Erica sp.), estevas (Cistus sp.) e trepadeiras; os estratos herbáceo e muscinal são igualmente ricos (Lopez et al., 2003).

Zona Florestal. Fotografia: Arquivo do RNPA.

Reserva Natural do Paul de Arzila 11 O Vale do Baixo Mondego foi, outrora, uma imensa Zona Húmida que, ao longo de milénios, proporcionou condições ideais para a existência e desenvolvimento de muitas espécies animais, que aí concentravam grandes efectivos populacionais. Actualmente, para além do estuário, restam apenas algumas zonas húmidas, que têm assegurado a continuidade das formações e comunidades representativas, e bem assim contribuído para a manutenção da sua diversidade biológica (Lopez et al., 2003).

A RNPA é uma dessas últimas zonas húmidas, com factores geográficos, extensão e cobertura vegetal adequados à fixação e desenvolvimento de diversas comunidades, principalmente aves, que utilizam a Reserva Natural quer como local de nidificação, quer como refúgio de Inverno ou, ainda, como área de repouso e alimentação durante as migrações (Lopez et al., 2003).

1.2 Estatutos de protecção A RNPA, criada pelo Decreto-Lei nº 219/88 de 27 de Junho, foi reclassificada em Reserva Natural pelo Decreto Regulamentar nº 45/97 de 17 de Novembro, e, o seu plano de ordenamento foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 75/2004 de 19 de Junho.

Do reconhecimento internacional dos valores naturais presentes na RNPA, resultou a atribuição a esta zona húmida de vários estatutos de protecção, ao abrigo de directivas comunitárias e convenções internacionais, que a seguir discriminamos:

Designada pelo Estado Português como Zona de Protecção Especial para a Avifauna (ZPE) em 1988 ao abrigo da Directiva Aves 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de Abril (o Decreto-Lei nº 140/99 de 24 de Abril procede à revisão da transposição desta Directiva para o direito interno), foi aprovada a sua delimitação pelo Anexo V do Decreto-Lei nº 384-B/99 de 23 de Setembro, com uma área de 482,03 ha. Trata-se de um local importante para algumas espécies constantes do Anexo I da Directiva Aves (ver Anexos 9); Designada como Sítio PTCON0005 – Paul de Arzila, pela Resolução do Conselho de Ministros nº 142/97 de 28 de Agosto (o Decreto-Lei nº 140/99 de 24 de Abril procede à revisão da transposição desta Directiva para o direito interno), possui uma área de 666 ha, verificando-se a ocorrência dos seguintes Habitats Naturais e Semi- naturais no território: 3130, 3150, 3270, 4020, 4030, 6430, 91E0, 9230, 9240, 92A0 (ver Anexo 4); Integra a Rede Natura 2000; Classificada, na totalidade da área, como Reserva Biogenética do Conselho da Europa, em Fevereiro de 1990;

12 Reserva Natural do Paul de Arzila Classificada, na totalidade da área, como Sítio Ramsar, em 9 de Maio de 996. A descrição dos critérios Ramsar que justificam a inclusão da RNPA na Lista de Zonas Húmidas de Importância Internacional encontra-se em Anexo 3; Seleccionada, na totalidade da área, como Important Bird Area in Europe (IBA); Inventariada, na totalidade da área, como biótopo CORINE (C 12200031), em Abril de 1987.

1.3 Regime de propriedade A área da RNPA é maioritariamente constituída por terrenos de propriedade privada, principalmente pertencentes a particulares, sendo 45 ha património do Estado (Instituto da Conservação da Natureza).

1.4 Instrumentos de gestão territorial Plano de Bacia Hidrográfica do Mondego (Decreto Regulamentar nº 9/2002 de 1 de Março).

Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Paul de Arzila (Resolução do Conselho de Ministros nº 75/2004 de 19 de Junho).

Plano Director Municipal de Coimbra (Resolução do Conselho de Ministros nº 24/ 94 de 22 de Abril).

Plano Director Municipal de Montemor-o-Velho (Resolução do Conselho de Ministros nº 118/98 de 9 de Outubro).

Plano Director Municipal de Condeixa-a-Nova (Resolução do Conselho de Ministros nº 12/94 de 25 de Fevereiro).

Reserva Natural do Paul de Arzila 13 14 Reserva Natural do Paul de Arzila 2. Caracterização física

Vista parcial do Paul de Arzila. Fotografia: Arquivo do RNPA.

2.1 Clima A classificação climática será obtida apenas da análise dos valores normais de precipitação média total mensal (mm) e de temperatura do ar média mensal (ºC), registados no período 1961/90 na estação meteorológica de Coimbra-Bencanta1, uma vez que a estação meteorológica do Aeródromo de Cernache só iniciou o seu funcionamento em 1996. Estes valores (Anexo 2), servirão de base para a elaboração do gráfico ombrotérmico (Fig. 2) e para a classificação climática da região onde se insere a RNPA (Simões, 1998).

De acordo com a classificação climática de Köppen, o local em estudo enquadra-se no clima temperado (C), que segundo Feio (1991), é caracterizado por: existência de pelo menos um mês com temperatura inferior a 18ºC, nenhum mês registar temperatura média inferior a 3ºC.

Trata-se de um clima tipo Cs – clima mediterrânico, caracterizado por o mês mais seco (Julho, com 11,5 mm de precipitação média), registar menos de 1/3 da precipitação média do mês mais chuvoso (Fevereiro, com 131,1 mm de precipitação média), e, a precipitação

1 Registos fornecidos pelo INM

Reserva Natural do Paul de Arzila 15 140 70 130 120 60 110 100 50 90 80 40 70 60 30 50 40 20 30 20 10 10 0 0 o o o o ro ir o il o o o o r ro r r i e ç r i h t b b b b r r b a nh l s u m ne e a A M u u o m t e m a v M J J g te u v ze J e A e O o e F S N D

precipitação (mm) temperatura (ºC)

Figura 2. Gráfico ombrotérmico para Coimbra-Bencanta, para o período 1961/1990

ocorrida no mês mais seco ser inferior a 30 mm (Feio, 1991).

Relativamente ao tipo de verão, a área enquadra-se no tipo b-verão fresco, já que nenhum mês regista temperatura média superior a 22ºC (Feio, 1991).

Assim, segundo o sistema de classificação de Köppen, o clima da região é do tipo Csb – temperado, com características mediterrânicas, com estação seca no verão, que é fresco (Feio, 1991).

A Figura 1 mostra, claramente, a existência de uma estação seca e de uma estação húmida, sendo Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro, os meses que mais contribuem para os 941,4 mm de precipitação total anual (Anexo 2). O máximo diário de precipitação é atingido em Novembro com 77,3 mm, logo seguido de Dezembro com 74,7 mm (Simões, 1998).

Quanto à temperatura, os valores médios mensais oscilam entre 9,6ºC em Janeiro e 21,1ºC em Julho, revelando uma moderada amplitude térmica anual (Anexo 2). Agosto é o mês mais quente, registando o valor mais elevado de temperatura média máxima mensal (28,2 ºC), e, o valor extremo máximo mensal mais alto (41ºC). Janeiro é o mês mais frio, com 4,7ºC de temperatura média mínima mensal, embora Dezembro registe o extremo mínimo de temperatura mais baixo (-5ºC), logo seguido de Janeiro com – 4,9ºC. A moderada amplitude térmica verifica-se igualmente ao longo de cada mês (Simões, 1998).

16 Reserva Natural do Paul de Arzila 2.2 Geologia Na área que hoje corresponde ao vale do Mondego, a sedimentação tornou-se greso-argilosa no início do Cretácico, em regime de planícies aluviais, até se dar o avanço do mar; após o recuo deste, no Cretácico Superior, observou-se a passagem de grés finos a grés grosseiros superiores (Ribeiro et al., 1979), argilosos, por vezes conglomeráticos, quartzosos a arcósicos, esbranquiçados, com camadas de areia grosseira ou média, branca ou amarelada, terminando em pelitos vermelho tijolo, originando a unidade conhecida como “Grés e Argilas de ”. Sobre esta unidade, e já durante o Plistocénico, constituíram-se os diferentes níveis de terraços fluviais (Ribeiro et al., 1979), compostos por camadas de areia e argila, de cor castanho amarelada; representam depósitos de antigas praias fluviais e são ricos em cascalho (seixos e calhaus rolados) de constituição quartzosa e quartzítica, ocupando, na região, diversos pontos de cota mais elevada. Finalmente, no Holocénico, iniciou-se a formação dos depósitos aluvionares (Ribeiro et al., 1979), processo que continua na actualidade (Lopez et al., 2003a). O esboço geológico do Paul de Arzila, então elaborado por estes autores, apresenta as seguintes unidades: Areias e Argilas de Taveiro, Formação Argilo Gresosa e Conglomerática do Bom Sucesso, Terraços fluviais e Aluviões + Coluviões (Lopez et al., 2003).

2.3 Geomorfologia A RNPA/ZPE paul de Arzila apresenta características geomorfológicas suaves que determinam a existência de um relevo considerado aplanado e de baixa altitude, constituído por pequenas colinas e um vale largo. O vale aberto é assimétrico, evidenciando declives mais acentuados na encosta poente que na encosta nascente. O comprimento total da Reserva Natural é aproximadamente 3,5 Km, sendo que, a zona apaulada se estende por 3 Km. A largura da Reserva Natural é menor na metade Norte, onde se regista a largura mínima de 1250 metros, aproximadamente, e, é maior na metade Sul, onde a largura máxima é cerca de 2,5 Km. A largura da zona apaulada varia entre cerca de 300 metros e 500 metros (Simões, 1998).

Na RNPA verificam-se os seguintes elementos geomorfológicos: um terraço fluvial bem conservado, com vertentes rectilíneas e adoçadas, perfeitamente individualizado, correspondendo a uma área com ocupação agrícola; a planície aluvial, área plana e de cotas baixas, que no geral corresponde à zona de paul e área agrícola a montante e a jusante; valeiros em ambas as encostas do vale, onde correm as linhas de água, que apresentam fundos arredondados ou planos (este segundo tipo resultando da intervenção do Homem) (Simões, 1998).

A altitude varia entre os 5 metros na planície aluvial e os 87 metros na encosta poente, a Norte do local denominado Costa.

Reserva Natural do Paul de Arzila 17 2.4 Pedologia As unidades pedológicas existentes na RNPA encontram-se ilustradas na Figura 3.

A planície aluvial apresenta solos evoluídos, com origem aluvionar: a jusante, aluviossolos modernos, hidromórficos, incipientes e não carbonatados, com boa aptidão agrícola, embora sujeitos a inundação; à medida que caminhamos de Norte para Sul, continuamos a encontrar aluviossolos modernos, hidromórficos, com textura mediana a pesada, mas, com presença de carbonatos (Simões, 1998), constituindo uma zona inculta – o caniçal.

Na vertente Oeste, a metade montante caracteriza-se por solos mediterrânicos, pardos a avermelhados, de materiais não calcários, para-hidrómorficos, provenientes de formações detríticas/pouco consolidadas, como os arenitos e argilas, solos fundos em algumas zonas, com uma textura da camada superficial frequentemente franco-arenosa, apresentando, por vezes, pedregosidade, que, no caso, é caracterizada por calhaus rolados de quartzo; a metade jusante, caracteriza-se por solos mediterrânicos vermelhos ou amarelos de arenitos arcósicos ou arcoses; também se encontram aluviossolos antigos de textura ligeira, e, alguns solos litólicos, de materiais arenosos pouco consolidados, com textura mais pesada, e, alguns solos de baixa ou Coluviossolos, incipientes localizados na base das encostas, não calcários, de textura mediana (Simões, 1998).

Na vertente Este, a metade montante é caracterizada por solos mediterrânicos pardos ou avermelhados, para-hidromórficos, de arenitos argilosos ou rochas afins, não calcários, com textura da camada superficial franca a franco-argilosa. À medida que caminhamos para jusante, passamos a encontrar solos litólicos, não húmicos, que são solos formados a partir de rochas não calcárias, pouco evoluídos, de arenitos finos, micáceos, e textura franco- arenosa a franca, ou de, arenitos grosseiros e textura superficial areno-franca a franco- arenosa. Encontramos solos de baixa na proximidade das linhas de água (Simões, 1998).

2.5 Hidrografia Localizada na bacia hidrográfica do rio Mondego, na parte terminal da sub-bacia hidrográfica da Ribeira de Cernache, um tributário daquele na margem esquerda, a RNPA é atravessada por três linhas de água (Fig. 4): a Oeste, a Vala da Costa conflui, em frente à povoação de Arzila, com a Vala do Meio, que, por sua vez, conflui a Norte, junto à Ponte do Paço, com a Vala dos Moinhos, localmente designada Vala do Monte. A partir da Ponte do Paço, a Vala Nova ou do Paul, conflui com a Vala da Remolha ou Vala do Sul junto à Ponte do Porto do Barreiro, dando origem à Vala de Pereira que desagua no rio Mondego, em Santo Varão (Simões, 1998).

18 Reserva Natural do Paul de Arzila Figura 3. Unidades pedológicas na RNPA.

Reserva Natural do Paul de Arzila 19 Figura 4. Mapa com as principais linhas de água.

As valas dos Moinhos e da Costa, que recebem as escorrências das encostas, têm origem na divisão da Vala Real, junto à Ponte da Melhora. É aberta uma terceira vala – a Vala do Meio, no local denominado Freixo, com o objectivo de drenar os terrenos situados entre as duas valas já mencionadas, que, até próximo ao final dos anos 70, foram cultivados com arroz, desde a Ponte da Melhora até sensivelmente metade da actual Área de Protecção Total. Só assim era possível o seu cultivo pois, a existência de exsurgências localmente designadas “olheiros”, conferiam-lhe o carácter de alagamento permanente (Simões, 1998).

20 Reserva Natural do Paul de Arzila 3. Caracterização biológica

Gallinula chloropus (Galinha-de-água) no Paul de Arzila. Fotografia: Arquivo do ICN.

3.1 Unidades Ecológicas Neste capítulo descrevem-se os diferentes tipos de habitats que se podem encontrar na RNPA/ZPE paul de Arzila, de acordo com vários tipos de classificações: Directiva Habitats, Convenção de Ramsar e Sistema de Descrição de Habitats MedWet.

No que respeita à tipologia de habitats adoptada pela Directiva Habitats (Anexo I da Directiva), podem-se distinguir 9 categorias, tal como representado na tabela 1.

Em termos de unidades ecológicas, podem-se definir 3 tipos: áreas com ocupação agrícola, florestas e meios semi-naturais, e zonas húmidas (Fig. 5). As áreas ocupadas por cada um destes tipos, e a percentagem da área da RNPA/ ZPE Paul e Arzila que ocupam, encontram- se na tabela 2.

Reserva Natural do Paul de Arzila 21 Tabela 1. Tipologia de habitats do Paul de Arzila, adoptada pela Directiva Habitats (Anexo I da Directiva).

Código Descrição

3130 - Águas estagnadas, oligotróficas a mesotróficas, com vegetação da Littorelletea uniflorae

e/ ou da Isoëto-Nanojuncetea.

3150 - Lagos eutróficos com vegetação natural do tipo Magnopotamion ou Hidrocharition

3270 - Cursos de água de margens vasosas com vegetação de Chenopodion rubri p.p. e de

Bidention p.p..

4030 - Charnecas secas (todos os subtipos).

6430 - Comunidades de ervas altas hidrófilas das orlas basais e dos pisos montano a alpino.

91E0 - Florestas aluviais residuais.

9230 - Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenauca.

9240 - Carvalhais ibéricos de Quercus faginea e Quercus canariensis.

92A0 - Florestas-galeria com Salix alba e Populus alba.

Fonte: Plano Sectorial da Rede Natura 2000, versão preliminar.

Figura 5. Principais unidades ecológicas presentes na RNPA/ ZPE do Paul de Arzila.

22 Reserva Natural do Paul de Arzila Tabela 2. Unidades ecológicas presentes na RNPA/ ZPE do Paul de Arzila, e respectivas áreas.

Unidades Área (ha) Percentagem (%)

Área com ocupação agrícola 264,2 38,3

Florestas e meios semi-naturais 257,8 37,3

Zonas húmidas 144,7 21,0

Áreas com ocupação agrícola Os Terrenos agrícolas, designadas por “o monte” por se situarem nas colinas, são ocupados por olival, vinha, hortas, pomares e culturas arvenses de sequeiro, ou designados por “o campo” se fazem parte da planície aluvial, sendo ocupados por culturas arvenses de regadio. Este mosaico diversificado oferece um leque variado de condições de alimentação ao longo do ano, sendo utilizado por um grande número de espécies faunísticas – 91 – o que atesta a sua importância.

Florestas e Meios Semi-naturais Esta unidade apresenta-se como importante na RNPA/ZPE Paul de Arzila, não só por ocupar uma área bastante vasta, como pela sua disposição – ao longo das vertentes e ultrapassando as linhas de festo, o que assume grande importância enquanto protecção das áreas de protecção total e parcial; são quase sempre povoamentos mistos de pinheiros e

Mancha de floresta envolvendo o paul. Fotografia: João Cralos Farinha

Reserva Natural do Paul de Arzila 23 eucaliptos de densidade variável. Coexistem o Pinheiro-bravo (Pinus pinaster Aiton), e o Pinheiro- manso (P. pinea L.), o Eucalipto (Eucalyptus globulus Labill.), exemplares dispersos de Sobreiro (Quercus suber L.), Carvalho-cerquinho [Quercus faginea Lam. ssp broteroi (Coutinho) A. Camus], e Carvalho-alvarinho (Quercus robur L.); no sub-bosque, encontra-se ainda o Medronheiro (Arbutus unedo L.), o Espinheiro-alvar (Crataegus monogyna Jacq.), a Gilbardeira (Ruscus aculeatus L.), diversas espécies de Tojos (Ulex sp.), Urzes (Erica sp.) e Estevas (Cistus sp.).

Zonas húmidas Esta unidade ecológica é a dominante na RNPA/ ZPE Paul de Arzila, ocupando cerca de 145 ha (19,4 % da área total), e abrange três tipos de zonas húmidas, de acordo com a classificação aprovada pela Convenção de Ramsar (Tabela 3, Fig. 6).

Pauis de água doce, permanentes ou lagos A área de Paul é constituída por zonas dominadas por vegetação emergente (caniçal/ bunhal), e por zonas com dominância de vegetação arbustiva (formações aluvionares e ripícolas) (Lopez et al., 2003).

O Caniçal/ bunhal é geralmente considerado como um dos biótopos mais ricos e diversificados, de grande importância em termos ornitológicos (tanto para nidificação como

Vista parcial do caniçal / bunhal. Fotografia: Arquivo do RNPA.

24 Reserva Natural do Paul de Arzila Tabela 3. Área aproximada ocupada por cada uma das tipologias RAMSAR de zonas húmidas.

Código Descrição Área Área Área Ramsar (ha) (% zona húmida) (% total)

T p Pauis de água doce permanentes ou lagos 17,9 12,4 2,6 4 Terrenos agrícolas inundados sazonalmente 10,6 7,3 1,5 9 Canais 116,4 80,3 16,9

Figura 6. Representação dos vários tipos de zonas húmidas na RNPA/ ZPE do Paul de Arzila, de acordo com a classificação adoptada pela Convenção de Ramsar.

Reserva Natural do Paul de Arzila 25 para abrigo e alimentação), principalmente se, como no caso presente, existirem no seu interior pequenos maciços arbustivos e arbóreos. Além do Caniço [Phragmites australis (Cav.) Trin. ex Steudel ssp. australis], e do Bunho (Scirpus lacustris L. ssp. lacustris), este biótopo é composto também por tabúas (Typha sp.), juncos (Juncus sp.), junças (Carex sp.), entre outras espécies. Regista-se a ocorrência de 53 espécies faunísticas (Lopez et al., 2003).

As formações aluvionares e ripícolas constituem não só um biótopo rico, como a sua existência enriquece os biótopos circundantes, nomeadamente os caniçais. Estendem-se ao longo das valas e linhas de água, ocupam os solos hidromórficos do fundo das vertentes, e surgem ainda em pequenos maciços no interior do caniçal, complementando-o. Encontram-se em expansão devido ao abandono de terrenos agrícolas. São compostas por maciços de Salgueiro- preto (Salix atrocinerea Brot.), bosquetes de amieiros (Alnus glutinosa Gaertner) e exemplares algo dispersos de freixos (Fraxinus angustifolia Vahl.), Sanguinhos-de-água (Frangula alnus Miller), Ulmeiros (Ulmus sp.), Choupos-negros (Populus nigra L.) e outros salgueiros (Salix sp.), além de outras espécies arbustivas e herbáceas (Lopez et al., 2003).

Terrenos agrícolas inundados sazonalmente Esta tipologia encontra-se representada por arrozais. Nestes, antes da sementeira, surgem Ranúnculos-aquáticos (Ranunculus peltatus Schrank), Sagitária (Sagittaria saggittifolia L.) e Milhãs.

Arrozais. Fotografia: João Carlos Farinha

26 Reserva Natural do Paul de Arzila No período de crescimento vegetativo, a inundação (em termos de duração) ocorre, maioritariamente, pela acção humana. Neste biótopo ocorrem 24 espécies faunísticas.

Canais Nos canais predominam a Espadana (Sparganium erectum L.), Agrião (Nasturtium officinale R. Br.), Erva-pinheirinha (Myriophyllum sp.), nenúfares [Nuphar luteum (L.) sm., Nymphaea alba L.], Lentilhas-de-água (Lemna sp.) e Lírio-amarelo-dos-pântanos (Iris pseudacorus L.), entre outras espécies. Este meio é fundamental para a existência de peixes e anfíbios, quer como habitat permanente, quer como área de reprodução e nursery. Constitui ainda um biótopo extremamente importante para a lontra (Lutra lutra) (Lopez et al., 2003).

Os diferentes habitats húmidos foram ainda classificados de acordo com o Sistema de Descrição de Habitats MedWet (Farinha et al., 1996; in press.). Este sistema é hierárquico, desenvolvendo-se por 10 níveis, do mais abrangente para o mais específico. O primeiro nível designa-se por Sistema, designando-se os níveis subsequentes por Subsistema, Classe e Subclasse. Este sistema de classificação conta ainda com outras categorias:

Modificadores – permitem a descrição do tipo de regime hídrico, salinidade e artificialidade dos habitats considerados. Dominância – permite assinalar as espécies da flora dominantes no habitat Contadores – permitem identificar outras categorias do habitat.

De acordo com este sistema, na área da RNPA/ ZPE Paul de Arzila, encontram-se dois sistemas de habitat:

Sistema Palustre – inclui habitats não tidais dominados por musgos emergentes, líquenes, vegetação emergente, arbustos ou arvoredo (com uma cobertura aérea superior a 30%). Na área da RNPA/ ZPE Paul de Arzila, este sistema é representado pela área de Paul, (formada pelo caniçal/ bunhal e por formações aluvionares ripícolas), e pelos arrozais, ocupando grande parte da planície aluvial.

Sistema Fluvial – inclui habitats contidos em canais naturais ou artificiais, onde a água, usualmente, apresenta um fluxo permanente. Na área da RNPA/ ZPE Paul de Arzila, este sistema é representado pelo conjunto de valas que atravessa o Paul.

Na tabela 4 encontram-se listados os códigos do Sistema de Descrição de Habitats MedWet que foram inventariados na área, assim como a área de cada um deles, e a sua relação com a tipologia Ramsar.

Reserva Natural do Paul de Arzila 27 Tabela 4. Habitats que ocorrem na área da RNPA/ ZPE Paul de Arzila, de acordo com o Sistema de Classificação de Habitats MedWet (Farinha et al. 1996; in press.).

Tipologia Ramsar Descrição Código MedWet Área (ha) Área (%)

Tp - Paul, com superfície aquática livre. PBOKPF- - 1,2 0,9 - Paul (caniçal/ bunhal), com Scirpus sp. PBEPLF-B 7,1 4,9 como espécie dominante.

- Paul (caniçal/ bunhal), com Phragmites PBEPLF-P 61,1 42,2 australis como espécie dominante.

- Paul (caniçal/ bunhal), com Phragmites PBEPPFDP 3,0 2,0 australis como espécie dominante, artificialmente controlado por um dique.

- Paul (caniçal/ bunhal), com Populus alba PBFDUF-L 0,7 0,5 como espécie dominante.

- Paul (formações aluvionares e ripícolas), PBUELF-S 0,3 0,2 com dominância de Salix sp. e inundação . semi-premanente

- Paul, (formações aluvionares e ripícolas), PBUEUF-S 34,6 23,9 com dominância de Salix sp. e solo saturado.

- Paul (formações aluvionares e ripícolas),, PBUEUF- 0,1 0,1 com mistura de espécies vegetais arbustivas.

- Paul (formações aluvionares e ripícolas),, PBUEUF-A 10,2 7,0 com dominância de Salix atrocinerea.

- Paul (formações aluvionares e ripícolas),, PBUEUF-C 1,1 0,8 com dominância de Salix alba. 4 - Arrozal, inundado sazonalmente e PBENSFFR 17,9 12,4 artificialmente.

9 - Canal de água corrente dominado por PBEPPF- - 1,7 1,1 vegetação emergente persistente.

- Canal de água corrente sem dominância RWOSPF- 5,9 4,1 de vegetação.

28 Reserva Natural do Paul de Arzila 3.2 Flora e vegetação A riqueza florística da Reserva Natural do Paul de Arzila evidencia-se no seu extenso elenco de espécies, que atinge mais de trezentas plantas (Paiva et al., 1993); este elevado número encontra paralelo na sua diversidade pois pela sua situação geográfica e características climáticas e edáficas, esta área apresenta espécies xerófilas e espécies higrófilas, além de, em termos mais latos, surgir uma ecotonia entre a Região Mediterrânica e a Região Eurossiberiana, com a presença de espécies próprias de cada uma delas, dado que esta área se situa biogeograficamente no Subsector Beirense-Litoral do Sector Divisório Português da Província Gaditano-Onubo-Algarviense (Costa et al., 1998).

Encontramos assim, um tanto inesperadamente, a Aveleira (Corylus avellana L.), o Carvalho- alvarinho (Quercus robur L.), o Feto-real (Osmunda regalis L.) e até o raro Selo-de-Salomão (Polygonatum odoratum L.) em locais húmidos e sombrios, enquanto que nas áreas mais secas e quentes se podem encontrar o Carvalho-cerquinho [Quercus faginea Lam. ssp broteroi (Coutinho) A. Camus], o Sobreiro (Quercus suber L.), o Rosmaninho [Lavandula stoechas L. ssp. pedunculata (Miller) Samp. ex Rozeira], as estevas (Cistus sp.) etc. Apesar da existência de alguns endemismos – Agrimónia-bastarda [Sanguisorba hybrida (L.) Nordbog], Rosmaninho [Lavandula stoechas L. ssp. pedunculata (Miller) Samp ex Rozeira], Galium broterianum Boiss. & Reuter, etc. – ou de maior especificidade em termos de habitat, considerou-se que, em termos qualitativos, não ocorrem na RNPA/ZPE Paul de Arzila valores de destaque ao nível das espécies (Lopez et al., 2003).

Quanto à Vegetação, a RNPA/ZPE Paul de Arzila apresenta uma paisagem vegetal diversificada, englobando várias Séries de Vegetação, tanto climatófilas como edafófilas. Assim, as comunidades vegetais existentes vão desde as Classes Quercetea Ilicis (onde se englobam os sobreiros) e Cisto-Lavanduletea (matos com estevas e rosmaninho), xéricas e heliófilas, às Classes Potametea (comunidades com nenúfares) e Artemisietea vulgaris (vegetação nitrófila, vivaz, com ervas altas e trepadeiras), higrófilas e por vezes ciáfilas.

O grande destaque vai para as formações aluvionares e ripícolas, como a Associação Ficario- Fraxinetum angustifoliae (com freixo-de-folha-estreita, ulmeiro e salgueiro-preto) e, principalmente, para a Associação Galio-Alnetum glutinosae (bosque de amieiros e salgueiros com presença de feto-real e de Galium broterianum) consideradas “extremamente raras no nosso país, encontrando-se as pouquíssimas existentes muito alteradas” (Alves et al., 1998) apresentando- se esta última em excelente estado de conservação. A vegetação paludícola – aquática, helófita e anfíbia – encontra-se representada por diversas Associações de que destacamos a Lemnetum minoris (comunidade de lentilhas-de-água) que surge nomeadamente nas valas e charcos e a Myriophyllum-Nupharetum (comunidade com erva-pinheirinha e nenúfares), fragmentária nas valas e completa nos lagos do paul, indicadora da qualidade da água, e principalmente as

Reserva Natural do Paul de Arzila 29 Associações Scirpo-Phragmitetum (comunidade de caniço e bunho) e Typho-Scirpetum (comunidade de bunho e tabúa) que ocupam quase todo o paul (nomeadamente a primeira, sendo a sua distribuição determinada pela profundidade e qualidade da água) (Lopez et al., 2003).

A lista total das espécies da Flora existentes pode ser consultada em Paiva et al. (1993).

3.3 Fauna Estão referenciadas até agora, 207 espécies de Invertebrados, pertencentes a 5 Classes: Turbelários (1 espécie), Moluscos (30 espécies), Anelídeos (4 espécies), Aracnídeos (1 espécie) e Insectos (171 espécies) (Lopez et al., 2003).

Relativamente às Classes de Vertebrados, estão referenciadas 181 espécies, cuja distribuição é a seguinte (Lopez et al., 2003):

Peixes Estão referenciadas 15 espécies (Anexo 6). Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados, existe 1 espécie com estatuto de Vulnerável, 1 espécie com o de Insuficientemente Conhecida e 1 com o de Comercialmente Ameaçada. No Anexo III da Convenção de Berna, encontram-se 3 espécies; no Anexo B II da Directiva Habitats encontram-se igualmente 3 espécies. Destacamos a ocorrência de 2 endemismos ibéricos – o Barbo (Barbus bocagei) e a Boga (Chondrostoma polylepis) – e 1 endemismo lusitano – Ruivaco (Rutilus macrolepidotus);

Anfíbios Foram identificadas até à data 8 espécies (Anexo 7). Encontram-se todas ao abrigo da Convenção de Berna, pertencendo 6 ao Anexo III e 2 ao Anexo II; a Directiva Habitats abrange 1 espécie do Anexo B II e 2 do Anexo B IV. Destacamos a ocorrência de 3 endemismos ibéricos – Tritão–de-ventre-laranja (Triturus boscai), Rã-de-focinho-ponteagudo (Discoglossus galganoi) e Sapinho-de-verrugas-verdes (Pelodytes ibericus);

Répteis Encontram-se referenciadas 11 espécies (Anexo 8). Estão todas abrangidas pela Convenção de Berna, sendo 8 do Anexo III e 3 do Anexo II; na Directiva Habitats encontram-se 3 espécies – 2 no Anexo B II e 1 no Anexo B IV. É de salientar a existência de 1 endemismo ibérico: o Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi);

30 Reserva Natural do Paul de Arzila Aves Os resultados dos diversos estudos e contagens, permitem-nos referenciar, até à data, um total de 126 espécies (Anexo 9). Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados, 1 espécie é considerada Em Perigo, 8 espécies têm estatuto Vulnerável, 6 têm estatuto de Rara e 5 o de Insuficientemente conhecida. Das 126 espécies, 117 encontram-se ao abrigo da Convenção de Berna, sendo 35 do Anexo III e 82 do Anexo II; 55 espécies pertencem ao Anexo II da Convenção de Bona; encontram-se ainda 17 espécies abrangidas pela Directiva Aves. Merecem destaque a Águia-pesqueira (Pandion haliaetus), o Goraz (Nycticorax nycticorax), a Garça-vermelha (Ardea purpurea), a Águia-sapeira (Circus aeruginosus), a Águia-calçada (Hieraaetus pennatus), a Cigarrinha-ruiva (Locustella luscinioides), a Águia-cobreira (Circaetus gallicus), o Garçote (Ixobrychus minutus), o Milhafre-preto (Milvus migrans), e a Narceja (Gallinago gallinago);

Mamíferos Registaram-se até agora 21 espécies de mamíferos (Anexo 10). Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados, 2 espécies têm estatuto de Vulnerável e 2 espécies o de Insuficientemente conhecida. Encontram-se abrangidas pela Convenção de Berna 13 espécies – 9 no Anexo III e 4 no Anexo II; 4 espécies pertencem ao Anexo II da Convenção de Bona e 1 ao Anexo B II da Directiva Habitats. Destaca-se a presença de 2 endemismos ibéricos: o Musaranho-de- dentes-vermelhos (Sorex granarius) e o Rato-das-hortas (Mus spretus); destaque ainda para a Lontra (Lutra lutra) e o Gato-bravo (Felis silvestris).

Reserva Natural do Paul de Arzila 31 32 Reserva Natural do Paul de Arzila 4. Caracterização paisagística

Vista parcial do Paul de Arzila. Fotografia: Arquivo do RNPA.

4.1 Descrição da paisagem/Unidades de paisagem A classificação das unidades de paisagem na RNPA teve por base a classificação de Campo e Monte referenciada para a região do Baixo Mondego por Coelho (1983) e Andresen et al. (1999). Assim:

Unidade campo Corresponde à zona que, geomorfologicamente, constitui a planície aluvial, aqui se diferenciando, quanto ao uso do solo (Lopez et al., 2003): Área de incultos, onde se distingue uma área central ocupada por um denso caniçal (com pequenos lagos e nascentes no interior), uma área menor de bunhal, e áreas dispersas de bosquetes aluvionares e ripícolas, de espécies arbóreas características das margens dos rios e de zonas húmidas, localizados essencialmente nas orlas; Área agrícola, situada a norte e a sul, caracteriza-se, numa parte significativa da área,

Reserva Natural do Paul de Arzila 33 Campo de milho. Fotografia: João Carlos Farinha

por um sistema agrícola de produção intensiva, onde predomina a cultura do milho, utilizando média tecnologia, e numa pequena área a cultura do arroz, onde é utilizada alta tecnologia.

Unidade monte Corresponde às encostas que ladeiam a planície aluvial, que, quanto ao uso do solo, se distinguem em (Lopez et al., 2003): Área florestal, que constitui o tipo de ocupação do solo predominante, e coincidente com as zonas de declive mais acentuado, caracterizando-se essencialmente por áreas de folhosas autóctones e áreas de resinosas e folhosas exóticas com sub-coberto de espécies autóctones; Área agrícola, que surge nas áreas de declive menos acentuado, circundando os núcleos urbanos, onde se desenvolve um sistema policultural tradicional, constituído por parcelas de culturas hortícolas com vinha em bordadura, árvores de fruto e oliveiras dispersas; Área não sujeita a regime de protecção, constituída por aglomerados e construções dispersas, de localização adjacente às estradas municipais existentes.

34 Reserva Natural do Paul de Arzila Paisagem cultural Outrora, quando a agricultura constituía a principal actividade económica, o paul era a principal fonte de rendimento para a população de Arzila, embora também as populações das povoações envolventes, principalmente as residentes na encosta nascente, usufruíssem deste local. Assim, no paul, cultivavam os seus terrenos obtendo alguns dos víveres essenciais, caçavam, pescavam, colhiam o bunho e o junção com os quais manufacturavam as esteiras, actividades praticadas respectivamente por homens e mulheres, cujo produto contribuía fortemente para a subsistência familiar. Também o paul permitia o acesso a outros bens, como o sal, especiarias, peças de pano, entre outros, já que dele partiam barcos e barcaças, que pelas valas entravam no Mondego e seguiam para Montemor-o-Velho, onde esteiras e outros produtos agrícolas por aqueles eram trocados. A floresta fornecia a lenha, utilizada como combustível, e, os matos, utilizados para as camas dos animais, posteriormente transformado em estrume com o qual fertilizavam as terras. O trabalho era árduo, mas respeitador da riqueza presente, e, por isso, a abundância, principalmente da caça e do peixe, não deixavam ninguém passar fome.

Com o passar dos anos, a atracção que Coimbra começou a exercer sobre as populações dos arredores, não só pelos empregos que oferecia, como pelo centro comercial e de negócios que passou a constituir, conduziu ao abandono da agricultura, como actividade principal, situação que hoje se verifica apenas em relação aos mais idosos, enquanto alguns dos mais novos, empregados nos sectores secundário e terciário, apenas se dedicam à agricultura a tempo parcial. É neste contexto que o tipo de agricultura praticada sofre grandes alterações: verificou-se uma redução da área agrícola, dado que as pessoas, com outras ocupações, foram tendo menos tempo para a ela se dedicarem; os terrenos ainda cultivados, com carácter de exploração familiar, são-no pela mão dos mais velhos e com o objectivo de obter os produtos hortícolas e frutícolas para consumo familiar; a área florestal aumenta, ocupando os solos que eram agricultados, mas adquire características muito diferentes, pois, enquanto outrora não havia o interesse de exploração económica, apenas se retirando os matos para as camas dos animais e a lenha para combustível, deixando-se os povoamentos florestais regenerar naturalmente; hoje, é essencialmente conduzida como um recurso para ter rentabilidade económica, através da venda de madeira. Daí que deixou de ser caracterizada por povoamentos de espécies autóctones e/ou de crescimento lento como o carvalho, o sobreiro e o pinheiro, sendo hoje essencialmente composta por povoamentos puros de eucalipto, ou mistos com pinheiro (Simões, 1998).

Reserva Natural do Paul de Arzila 35 36 Reserva Natural do Paul de Arzila 5. Caracterização do património

Moinho de água. Fotografia: João Carlos Farinha

5.1 Património construído Do património arquitectónico existente nas freguesias onde se insere a RNPA, destacamos:

Freguesia de Arzila – Igreja de Nossa Srª da Conceição Freguesia de Anobra – Igreja Paroquial Freguesia de Pereira - Igreja da Misericórdia, Capela de Nossa Srª do Pranto, Celeiro dos Duques de Aveiro.

5.2 Património etnográfico O fabrico da esteira Duas espécies vegetais espontâneas no paul, o bunho e o junção, estão na origem de uma actividade tradicional em Arzila, a manufactura de esteiras, hoje já sem o vigor de épocas

Reserva Natural do Paul de Arzila 37 passadas. No verão, cortam-se, escolhem-se e secam-se as plantas que, mais tarde, são levadas para o tear. Das hastes de bunho fazem-se então esteiras que servirão para decoração, protecção e transporte de plantas, acondicionamento de vasilhame ou simples protecção contra o sol. Esta actividade foi sucintamente descrita por Romão e Abade (1988). A manufactura das esteiras é presentemente uma actividade subsidiária, realizada apenas por cerca de uma dezena de mulheres já com uma certa idade, uma vez que o rendimento obtido em outras actividades permitiu o abandono desta trabalhosa tarefa.

5.3 Património arqueológico Na Área de Protecção Complementar, na encosta nascente, próximo ao local denominado Outeiro, existem vestígios de um edifício de cronologia, tipologia e funcionalidade ainda indeterminadas. O sítio arqueológico ainda não está classificado mas está designado por Arzila/Igreja dos Mouros, com o Código Nacional de Sítio 5763, freguesia de Arzila, concelho de Coimbra.

38 Reserva Natural do Paul de Arzila 6. Caracterização do socioeconómica

Apanha de bunho (Scirpus lacustris L. subsp. lacustris). Fotografia: Arquivo ICN

6.1 População A população residente na RNPA pertence aos lugares de Arzila (freguesia de Arzila), Lameira de Cima, Lameira de Baixo, Caneira, Casal de S. João, Casal das Amoreiras e Casal das Figueiras (freguesia de Anobra) e Montes de Cima (freguesia de Pereira).

O comportamento demográfico nas três freguesias onde se insere a RNPA (Tabela 5), evidencia um acentuado decréscimo populacional na última década na freguesia de Pereira, enquanto nas freguesias de Arzila e Anobra se registou um acréscimo populacional, que é acentuado em Anobra.

Os dados populacionais para as freguesias de Arzila, Anobra e Pereira encontram-se no Anexo 11.

Verifica-se um envelhecimento da população nas três freguesias (que se acentuou entre

Reserva Natural do Paul de Arzila 39 Tabela 5 – Taxas de variação relativa da população residente nas freguesias de Arzila, Anobra e Pereira,

Freguesias 1950/60 1960/70 1970/81 1981/91 1991/2001

Arzila - 1.51 8.73 37.18 - 27.00 2.40 Anobra 1.77 6.58 - 4.46 - 5.84 12.10 Pereira 2.29 - 1.22 8.55 - 0.08 - 11.70

1991 e 2001), a par de um fraco nível de instrução, constatando-se que, nas três freguesias, mais de metade da população possui apenas o ensino básico (até ao 3º ciclo). A taxa de analfabetismo é significativa, sendo mais elevada na freguesia de Anobra (INE, 2001).

6.2 Actividades Relativamente à população com actividade económica e empregada, verificamos que na freguesia de Arzila é o sector terciário que emprega o maior número de habitantes quer em 1981 quer em 1991, o que se deve à forte atracção que sobre esta zona exerce a cidade de Coimbra. Na freguesia de Anobra, embora o sector terciário absorva uma boa parte da população activa, é o sector secundário, pela proximidade da zona industrial de Condeixa-a- Nova, o que emprega maior número de habitantes, situação que se verificou tanto em 1981 como em 1991. Na freguesia de Pereira, à semelhança da de Arzila, é o sector terciário que emprega mais de 2/3 da população activa, sobretudo os serviços de transporte ferroviário, registando um considerável acréscimo entre 1981 e 1991 (RGP 1981; RGP 1991).

Torna-se evidente a alteração da estrutura produtiva nas três freguesias, verificando-se uma quebra da população activa no sector primário (bastante acentuada na freguesia de Arzila, moderada na de Pereira, e, menor na de Anobra), enquanto os outros dois sectores de actividade registam um aumento de activos. Na freguesia de Arzila é o ramo das actividades nos hospitais (CAE 9) o que maior número de activos emprega, justificando o predomínio da população activa no sector terciário, desenvolvendo uma actividade que só a sede de concelho pode proporcionar nos dois hospitais centrais aí localizados. Na freguesia de Anobra, a população empregada na agricultura em geral (CAE 1) confirma o grande acréscimo de activos no sector primário registado entre 1981 e 1991, logo seguido da fabricação de produtos cerâmicos refractários e não refractários (CAE 2), um ramo de actividade do sector secundário que registou um acréscimo naquele período e emprega o maior número de activos. Na freguesia de Pereira é o ramo dos caminhos-de-ferro (CAE 7), pertencente ao sector terciário que ocupa o maior número de activos (RGP 1981 e RGP 1991).

40 Reserva Natural do Paul de Arzila Relativamente à actividade agrícola, a evolução que se tem verificado nas últimas décadas relativamente ao uso do solo traduz-se por um aumento da área de matas e florestas e de incultos, e, por uma redução da superfície agrícola cultivada. Na freguesia de Arzila, a maior parte da terra arável é ocupada com culturas temporárias, sendo substancialmente menor a área ocupada por matas e florestas sem culturas sob-coberto, e, reduzida a área reservada às culturas permanentes sem culturas sob-coberto e à horta familiar;

Na freguesia de Anobra, observa-se um modo de utilização da superfície agrícola muito semelhante ao da freguesia de Arzila, sendo, no entanto, as áreas proporcionalmente maiores para cada tipo de ocupação do solo (dado a maior área que esta freguesia ocupa).

Na freguesia de Pereira é muito extensa a área ocupada por matas e florestas sem culturas sob-coberto, sendo a área reservada às culturas temporárias idêntica à de Anobra. A área destinada às culturas permanentes sem culturas sob-coberto e a horta familiar tem pouca expressão. As pastagens permanentes ocupam áreas pouco significativas nas três freguesias, relativamente aos restantes tipos de ocupação do solo (INE, 1991).

Reserva Natural do Paul de Arzila 41 42 Reserva Natural do Paul de Arzila 7. Referências bibliográficas

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Reserva Natural do Paul de Arzila 43 Romão J. e A. Abade 1988. Esteiras de Arzila. Antropologia Portuguesa. Instituto de Antropologia da Universidade de Coimbra, 6: 5-30.

Simões, A. 1998. Contribuição para a gestão da área florestal envolvente ao paul de Arzila. Trabalho de Seminário da Licenciatura em Geografia. Faculdade de Letras. Universidade de Coimbra.

44 Reserva Natural do Paul de Arzila Anexos

Reserva Natural do Paul de Arzila 45 46 Reserva Natural do Paul de Arzila Anexo I – Descrição dos limites da RNPA e ZPE Paul de Arzila

Limite da RNPA Com uma orientação geral NNW-SSE e coordenadas entre 40º 9´ e 40º 12´ de latitude Norte, e, entre 8º 32´ e 8º 34´ de longitude Oeste, a RNPA apresenta os seguintes limites: a Norte pela linha de caminho de ferro (linha do Norte), desde a Ponte da Remolha até ao local denominado Porto Barreiro, seguindo, a Oeste, à entrada de Pereira, pela estrada que conduz a Montes de Cima, com orientação Sul. Esta, liga à Estrada Municipal 1097 (estrada “nova de Pereira”) e entronca na Estrada Municipal 1096 (estrada “velha de Pereira”). Nesta estrada, no local denominado Costa, próximo ao ponto cotado 41 metros, o limite segue, agora com uma orientação geral NNW-SSE, pelo caminho florestal até às linhas de alta tensão, que constituem o limite Sul da RNPA. Segue pela estrada que liga o Casal das Figueiras ao Casal das Amoreiras (localmente denominado Casal da Amieira), e, depois, pela Estrada Municipal 1174 até entroncar junto ao Casal de S. João, na Estrada Municipal 605. Com uma orientação geral N-S, esta estrada limita a Este a RNPA até ao local denominado Caneira, onde o limite segue a estrada que liga à Lameira de Baixo e, depois, à Lameira de Cima. Aqui, inflectindo na direcção NE-SW, e, depois, com direcção aproximada N-S, dirige-se até à povoação de Arzila pelo caminho alcatroado, que a população apelida de “caminho da Lameira”. No interior do lugar de Arzila, toma a Rua do Brasil, a Rua de Aveiro e a Rua do Bairro, seguindo, pelo caminho vicinal junto ao lavadouro que entronca no caminho agrícola do “Rodelo”, em direcção à Estrada Nacional 341. Toma esta estrada com direcção SW-NE, e, a poucos metros, no local denominado “Cartucho”, inflecte com orientação geral NNW-SSE pelo caminho agrícola do Quintalejo até à Ponte da Remolha, junto à linha de caminho de ferro.

Limite da ZPE Paul de Arzila A ZPE Paul de Arzila abrange uma área de 482,03 ha e apresenta os seguintes limites: pela linha do caminho de ferro do Norte desde a passagem de nível próximo de Montes de Cima até à ponte da Remolha, daqui pela estrada do campo, cruzando a EN341 e continuando para sul até à serventia do Rodelo, seguindo pela curva de nível dos 10 m, até cruzar com o caminho de acesso à Ponte da Varzina. Deste cruzamento, segue pelo caminho próximo do ribeiro da Adega, até encontrar a Estrada Velha das Lameiras. Por esta estrada, para Sul, até intersectar a curva de nível dos 10 m, por esta até encontrar o caminho que segue para Sul para o Casal das Figueiras. Pelo caminho que do Casal das Figueiras segue para Sudoeste, próximo da Vala dos Moinhos, até chegar à ponte sobre o regueiro da Anobra. Do cruzamento da ponte sobre o regueiro da Anobra, para Sudoeste, pelo caminho que atravessa as valas até à Moita do Santo e daqui pelo caminho que segue para Palhagões, até

Reserva Natural do Paul de Arzila 47 intersectar a curva de nível dos 20 m, até encontrar as linhas de alta tensão (Casal das Figueiras - Casal do Minhoto); por estas linhas até à Estrada Velha de Pereira e, por esta, para Norte até à EM 1096. Segue por esta estrada até encontrar o caminho que, à direita, faz o contorno superior da Mata Vieira e, seguindo por este, até encontrar o caminho que, de Montes de Cima, desce para a Ponte do Passo. Por este caminho até encontrar a EN 341, seguindo por esta para Noroeste até ao acesso à passagem de nível de Montes de Cima e por este acesso até à linha de caminho de ferro do Norte.

48 Reserva Natural do Paul de Arzila Anexo II – Dados climatológicos locais

Normais climatológicais na estação meteorológica de Coimbra-Bencanta (1961-1990)

Temperatura do ar (ºC) Precipitação (mm) Mês valores médios extremos

mês máx. mín. máx. mín. média total máx. diário

Janeiro 9,6 14,6 4,7 22,4 -4,9 128,6 52,0 Fevereiro 10,6 15,5 5,8 24,5 -4,0 131,1 53,7 Março 12,0 17,5 6,5 27,8 -3,3 80,5 43,9 Abril 13,5 19,0 8,1 29,3 -1,5 84,4 51,3 Maio 15,9 21,7 10,2 36,6 2,0 71,3 38,5 Junho 19,1 25,1 13,1 41,6 4,1 47,2 39,6 Julho 21,1 27,7 14,5 40,2 6,8 11,5 46,0 Agosto 20,9 28,2 13,7 41,0 6,0 12,5 50,4 Setembro 20,0 27,1 13,0 40,0 2,0 44,5 49,8 Outubro 16,7 22,8 10,6 34,6 -2,6 89,0 56,4 Novembro 12,5 17,8 7,1 29,7 -3,1 123,8 77,3 Dezembro 10,1 14,8 5,3 25,2 -5,0 117,0 74,7

Ano 15,2 21,0 9,4 41,6 -5,0 914,4 77,3

Fonte: ESAC – Estação Meteorológica

Reserva Natural do Paul de Arzila 49 50 Reserva Natural do Paul de Arzila Anexo III – Critérios de RAMSAR que justificam a inclusão da RNPA

Descrição dos critérios RAMSAR que justificam a inclusão da RNPA na lista de zonas húmidas de importância internacional: critério A1 – o paul de Arzila constitui um exemplo representativo e raro deste tipo de zona húmida na região biogeográfica em questão; critério B2 – é um local que abriga um número significativo de espécies vulneráveis como o Ruivaco (Rutilus macrolepidotus), a Garça-vermelha (Ardea purpurea), a Cigarrinha- ruiva (Locustella luscinioides), o Açor (Accipiter gentilis), a Cegonha-branca (Ciconia ciconia), a Águia-sapeira (Circus aeruginosus), o Gato-bravo (Felis silvestris); critério B3 – no inverno, as contagens têm registado efectivos populacionais de anatídeos bastante elevados, sendo de destacar as populações de Marrequinha (Anas crecca) com 3,6% do total nacional e de Pato-real (Anas platyrhynchos) com 1% do total nacional [Rodrigues, D. et al.(1999)]. Abriga, igualmente, populações de espécies importantes para a manutenção da diversidade biológica na região biogeográfica em questão, tais como os endemismos: o Barbo (Barbus bocagei), a Boga (Chondrostoma polylepis), o Ruivaco (Rutilus macrolepidotus), o Tritão–de-ventre-laranja (Triturus boscai), a Rã-de-focinho-ponteagudo (Discoglossus galganoi), a Rã-castanha (Rana iberica), o Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), o Musaranho-de-dentes-vermelhos (Sorex granarius), o Rato-das-hortas (Mus spretus), destacando-se ainda para a presença da Lontra (Lutra lutra) e do Gato-bravo (Felis silvestris); critério B4 – é uma importante zona de passagem outonal para migradores transsaarianos, servindo como área de alimentação e repouso, em particular para passeriformes tais como Felosa-dos-juncos (Acrocephalus schoenobaenus), Rouxinol-dos-caniços (A. scirpaceus), Rouxinol-grande-dos-caniços (A. arundinaceus), Felosa-poliglota (Hippolais polyglotta), Felosa- musical (Phylloscopus trochilus) e Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica) - esta última espécie regista alguns indivíduos invernantes. Abriga também algumas aves nidificantes, nomeadamente importantes efectivos populacionais de espécies migradoras estritamente paludícolas, como é o caso do Acrocephalus scirpaceus e de A. arundinaceus, cujos efectivos estão a decrescer por toda a Europa, surgindo esta zona do Baixo Mondego como um importante núcleo de nidificação (Múrias dos Santos e Martins, 1991). Revela-se ainda como área importante para a nidificação de outras aves de caniçal, nomeadamente Garçote (Ixobrychus minutus), Goraz (Nycticorax nycticorax), Rouxinol- bravo (Cettia cetti), Cigarrinha-ruiva (Locustella luscinioides) e Escrevedeira-dos-caniços (Emberiza schoeniclus). Aqui ocorre um dormitório de Ardeídeos, representados pelo Carraceiro (Bubulcus ibis) e Garça-branca (Egretta garzetta), no qual em 1992 se registou cerca de 2% da população invernante destas duas espécies, a nível nacional (Farinha e Trindade, 1994). A Garça-vermelha (Ardea purpurea), espécie-símbolo da Reserva também é altamente dependente deste tipo de habitat, onde nidifica.

Reserva Natural do Paul de Arzila 51 O paul é fundamental para a existência de peixes e anfíbios, quer como habitat permanente, quer como área de reprodução e nursery. Os peixes, anfíbios, répteis e mamíferos foram já salientados no critério B3; critério B7 – é um local importante para algumas etapas do ciclo biológico e interacções de espécies de peixes autóctones como os já referenciados endemismos ibéricos Barbo (Barbus bocagei) e Boga (Chondrostoma polylepis), e, o endemismo lusitânico Ruivaco (Rutilus macrolepidotus).

52 Reserva Natural do Paul de Arzila Anexo IV – Habitats naturais e seminaturais presentes no território da RNPA/ ZPE Paul de Arzila

Habitats naturais e seminaturais presentes no território da RNPA/ZPE Paul de Arzila

3130 Águas estagnadas, oligotróficas a mesotróficas com vegetação da Littorelletea uniflorae e/ou da Isoëto- Nanojuncetea. 3150 Lagos eutróficos naturais com vegetação da Magnopotamion ou da Hydrocharition. 3270 Cursos de água de margens vasosas com vegetação da Chenopodion rubri pp. e da Bidention pp. 4020* Charnecas húmidas atlânticas temperadas de Erica ciliaris e Erica tetralix 4030 Charnecas secas europeias. 6430 Comunidades de ervas altas higrófilas das orlas basais e dos pisos montano a alpino. 91E0* Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae). 9230 Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica. 9240 Carvalhais ibéricos de Quercus faginea e Quercus canariensis. 92A0 Florestas-galeria de Salix alba e Populus alba.

* Habitat prioritário

Reserva Natural do Paul de Arzila 53 54 Reserva Natural do Paul de Arzila Anexo V – Valoração das espécies da fauna presentes no território da RNPA ZPE Paul de Arzila

“Valoração das espécies” A valoração das espécies (ver Anexos 6, 7, 8, 9 e 10) efectuou-se através da atribuição de um Valor Ecológico Específico, que foi calculado tendo por base 4 classes básicas de avaliação:

1. Estatuto de Conservação As variáveis incluídas neste estatuto reflectem o grau de ameaça de cada espécie e a responsabilidade política de Portugal em as conservar, no seguimento da assinatura e ratificação de convenções internacionais e da sua integração na CEE, actual União Europeia.

2. Estatuto Biogeográfico Estas variáveis exprimem a relevância das populações em função da representatividade nacional e internacional.

3. Sensibilidade Estas variáveis reflectem, em conjunto, a fragilidade biológica das espécies, através da medida de algumas características biológicas intrínsecas que poderão potenciar o risco de extinção.

4. Singularidades Variável de âmbito regional, que contempla espécies com interesse científico ou conservacionista particular, por exemplo espécies que apresentam na região estudada populações com características singulares relevantes.

A inventariação das comunidades e a sua caracterização foi elaborada com base em diversos estudos, verificações locais e bibliografia. Assim, todas as espécies citadas são de ocorrência confirmada na área da RNPA/ZPE Paul de Arzila, não se fazendo referência a outras, de ocorrência provável ou de carácter acidental.

Reserva Natural do Paul de Arzila 55 “Descrição dos parâmetros utilizados na valoração das espécies”

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO (EC)

EC = LV + Berna + Bona + DH + DA + UICN (valor máximo = 50)

Estatuto no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (LV)

• 10 - Em Perigo

• 8 - Vulnerável ou Indeterminado

• 6 - Rara

• 3 - Insuficientemente Conhecida

• 0 - Espécie não ameaçada

Convenção de Berna (Berna) Convenção relativa à conservação da vida selvagem e dos habitats naturais da Europa (D. L. 316/89 de 22 de Setembro), sendo o Anexo II relativo a espécies da fauna estritamente protegidas, e o Anexo III relativo a espécies da fauna protegidas.

• 10 - Espécies incluídas no Anexo II

• 4 - Espécies incluídas no Anexo III

• 0 - Não incluída na Convenção

Convenção de Bona (Bona) Convenção sobre a conservação das espécies migradoras pertencentes à fauna selvagem (Dec. Lei nº 103/80, de 11 de Outubro).

• 10 - Espécies incluídas no Anexo I, espécies migradoras ameaçadas

• 5 - Espécies incluídas no Anexo II, espécies migradoras cujo estado de conservação é desfavorável e que devem ser objecto de acordos internacionais para a sua conservação.

• o - Não incluída na Convenção

Directiva Habitats (DH) Presença na Directiva 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de Maio, relativa à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens.

• 10 - Espécies prioritárias incluídas no Anexo II, onde constam as espécies animais prioritárias de interesse comunitário cuja conservação exige a designação de zonas especiais de conservação

• 9 - Espécies incluídas no Anexo II, onde constam as espécies animais de interesse comunitário cuja conservação exige a designação de zonas especiais de conservação

• 5 - Espécies incluídas no Anexo IV, onde constam as espécies animais de interesse comunitário que exigem um protecção rigorosa

• 0 - Espécies não incluídas nos anexos

56 Reserva Natural do Paul de Arzila Directiva Aves (DA) Presença na Directiva 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de Abril, relativa à conservação das aves selvagens.

• 10 - Espécies prioritárias incluídas no Anexo I, relativo às espécies de aves prioritárias de interesse comunitário cuja conservação requer a designação de zonas de protecção especial

• 9 - Espécies incluídas no Anexo I, relativo às espécies de aves de interesse comunitário cuja conservação requer a designação de zonas de protecção especial

• 0 - Espécies não incluídas neste anexo

Estatuto no Livro Vermelho da UICN (IUCN)

• 10 - Em Perigo

• 8 - Vulnerável ou Indeterminado

• 6 - Rara

• 3 - Insuficientemente Conhecida

• 0 - Espécie não ameaçada

ESTATUTO BIOGEOGRÁFICO (EB)

EB = G + P (valor máximo = 20)

Distribuição global (G)

• 10 - Península Ibérica

• 8 - Península Ibérica + sul de França

• 4 - Menos de 30% da Europa

• 0 - Distribuição alargada

Distribuição em Portugal (P)

• 10 - Localizada

• 6 - Menos de 1/3 do País

• 3 - 1/3 a 2/3 do País

• 0 - Mais de 2/3 do País

Reserva Natural do Paul de Arzila 57 SENSIBILIDADE (Sen)

Sen = H + C + R (valor máximo = 30)

Especialização em termos de Habitat (H)

• 10 - Espécie muito especializada, dependente de biótopos pouco abundantes

• 5 - Espécie com uma situação intermédia

• 0 - Espécie de elevada plasticidade, ou dependente de biótopos abundantes

Concentração da População (C) A definição deste parâmetro parte do princípio que as espécies cujas populações se concentram numa dada fase do seu ciclo de vida são mais vulneráveis do que as espécies que não têm tendência para concentrar-se. Consideram-se colónias de reprodução, dormitórios, migrações, etc.

• 10 - Concentra-se no biótopo em causa, sendo uma espécie que se concentra em poucos sítios

• 5 - Concentra-se no biótopo em causa, sendo uma espécie que se concentra em pequeno número em muitos sítios

• 0 - Não se concentra no biótopo em causa

Dependência para Reprodução (R) Uma vez que a reprodução corresponde ao período mais vulnerável do ciclo de vida dos indivíduos foi atribuída uma ponderação, quando nesse biótopo a reprodução de uma espécie é provável ou está confirmada.

• 10 - Reprodução confirmada

• 8 - Reprodução provável, não confirmada

• 6 - Reprodução possível, não confirmada

SINGULARIDADES (Sin) (valor máximo = 10)

• 10 - Existência de Singularidade

• 0 - Inexistência de Singularidade

Assim, o valor ecológico da espécie (VEE) é determinado pela equação

VEE = EC + EB + Sen + Sin

58 Reserva Natural do Paul de Arzila VL VL VL VL VL VL VL VL VL VL VL, CB (continua) Hab. Pref. 3 8 8 8 8 30 34 16 17 12 118 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sing. 0 8 8 8 8 8 8 8 8 8 6 Repr. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Conc. 0 5 0 0 0 5 0 0 0 0 10 Hab. 0 3 0 3 0 3 0 0 0 3 10 D. Port. 0 0 0 0 0 0 0 0 10 10 10 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN 0 0 0 9 0 0 0 9 9 0 0 DH/DA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Bona 0 4 0 4 0 0 0 0 4 0 0 Berna 3 0 0 0 0 0 0 0 8 0 3 LV (Boga) (Esgana-gata) (Ruivaco) Espécies de Peixes referenciadas para a área. (Pimpão) (Escalo) i (Gambusino) (Enguia) (Barbo) (Serpentina) (Carpa) (Gobio) Anexo VI - Espécie ANGUILIFORMES ANGUILLIDAE Anguilla anguilla CYPRINIFORMES CYPRINIDAE Barbus bocagei Carassius carassius Chondostroma polylepis Cyprinus carpio Gobio gobio Leuciscus cephalus Rutilus macrolepidotus COBITIDAE Cobitis paludica CYPRINODONTIFORMES POECILLIDAE Gambusia holbrook GASTEROSTEIFORMES GASTEROSTEIDAE Gasterosteus aculeatus

Reserva Natural do Paul de Arzila 59 VL VL VL VL ves; (IUCN) Hab. Pref. 6 6 0 0 VEE 0 0 0 0 Sing. 6 6 0 0 Directiva Habitats / A Repr. (DH/DA) 0 0 0 0 Conc. 0 0 0 0 Hab. Convenção de Bona; 0 0 0 0 D. Port. (Bona) 0 0 0 0 D. Glob. 0 0 0 0 IUCN Convenção de Berna; 0 0 0 0 DH/DA (Berna) ALOR ECOLÓGICO DA ESPÉCIE; (Hab. Pref.) Habitat prefêncial: VL - valas, lagos e charcos; CB caniçal/bunhal; 0 0 0 0 Bona 0 0 0 0 Berna ertebrados de Portugal; 0 0 0 0 LV A - terrenos agrícolas; FM floresta/ matos; C carvalhal. ermelho dos V (Achigã) (Perca-sol) (Muge) Estatuto no Livro V (Taínha) V) .) Dependência para a reprodução; (Sing.) Singularidades; (VEE) V Espécie PERCIFORMES CENTRARCHIDAE Lepomis gibbosus Micropterus salmoides MUGILIDAE Lisa ramada Mugil cephalus Legenda: (L Estatuto no Livro Vermelho da UICN; (D. Glob.) Distribuição global; Port.) em Portugal; (Hab.) Especialização termos de Habitat; (Conc.) Concentração população; (Repr FR - formações aluvionares e rípicolas; T

60 Reserva Natural do Paul de Arzila VL ves; (IUCN) FR, VL, TA VL, AR, CB VL, AR, CB Hab. Pref. FR, TA, FM, C AR, FR, VL, TA FR, VL, AR, CB FR, TA, S, FM, C 23 20 90 33 12 12 27 26 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 Sing. 8 8 8 8 8 8 8 8 Directiva Habitats / A Repr. (DH/DA) 0 0 0 0 0 0 0 0 Conc. 0 0 5 5 0 0 5 5 Hab. Convenção de Bona; 0 0 3 6 0 0 0 0 D. Port. (Bona) 0 8 0 0 4 10 10 10 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN Convenção de Berna; 5 0 9 0 0 0 0 5 DH/DA (Berna) ALOR ECOLÓGICO DA ESPÉCIE; (Hab. Pref.) Habitat prefêncial: VL - valas, lagos e charcos; CB caniçal/bunhal; 0 0 0 0 0 0 0 0 Bona 4 4 4 4 4 4 10 10 Berna ertebrados de Portugal; 0 0 0 0 0 0 0 0 LV A - terrenos agrícolas; FM floresta/ matos; C carvalhal. ermelho dos V Espécies de Anfíbios referenciadas para a área. (Tritão-marmoreado) Estatuto no Livro V (Tritão-de-ventre-laranja) (Rela) V) (Rã-verde) (Sapo) .) Dependência para a reprodução; (Sing.) Singularidades; (VEE) V RANIDAE Rana perezi (Rã-de-focinho-ponteagudo) PELODYTIDAE Pelodytes ibericus (Sapinho-de-verrugas-verdes) BUFONIDAE Bufo bufo HYLIDAE Hyla arborea Anexo VII - Espécie URODELA SALAMANDRIDAE Salamandra salamandra (Salamandra-de-pintas-amarelas) Triturus boscai Triturus marmoratus ANURA DISCOGLOSSIDAE Discoglossus galganoi Legenda: (L Estatuto no Livro Vermelho da UICN; (D. Glob.) Distribuição global; Port.) em Portugal; (Hab.) Especialização termos de Habitat; (Conc.) Concentração população; (Repr FR - formações aluvionares e rípicolas; T

Reserva Natural do Paul de Arzila 61 62 Reserva Natural do Paul de Arzila FM FM, C FR, VL ves; (IUCN) TA, FM, C TA, FM, C TA, FM, C TA, FM, C TA, FM, C CB, VL, FR VL, CB, FR VL, CB, FR Hab. Pref. 90 76 20 25 25 20 26 20 16 16 12 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sing. 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 Directiva Habitats / A Repr. (DH/DA) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Conc. 5 0 5 5 0 0 0 0 0 0 0 Hab. Convenção de Bona; 3 3 3 0 0 0 0 0 0 0 0 D. Port. (Bona) 8 0 8 8 8 8 8 4 4 0 10 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN Convenção de Berna; 9 9 0 0 5 0 0 0 0 0 0 DH/DA (Berna) ALOR ECOLÓGICO DA ESPÉCIE; (Hab. Pref.) Habitat prefêncial: VL - valas, lagos e charcos; CB caniçal/bunhal; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Bona 4 4 4 4 4 4 4 4 10 10 10 Berna ertebrados de Portugal; 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 LV A - terrenos agrícolas; FM floresta/ matos; C carvalhal. ermelho dos V (Cobra-rateira) Espécies de Répteis referenciadas para a área. (Lagartixa-do-mato) (Lagartixa-ibérica) (Cágado) (Lagarto-de-água) (Cobra-de-escada) Estatuto no Livro V (Sardão) (Cobra-de-vidro) (Cobra-de-água-viperina) V) (Cobra-de-água-de-colar) .) Dependência para a reprodução; (Sing.) Singularidades; (VEE) V SAURIA ANGUIDAE Anguis fragilis SCINCIDAE Chalcides striatus (Cobra-de-pernas-tridáctila) LACERTIDAE Lacerta schreiberi Podarcis hispanica Psammodromus algirus Anexo VIII - Espécie TESTUDINES EMYDIDAE Mauremys leprosa SERPENTES COLUBRIDAE Elaphe scalaris Malpolon monspessulanus Natrix maura Natrix natrix Lacerta lepida Legenda: (L Estatuto no Livro Vermelho da UICN; (D. Glob.) Distribuição global; Port.) em Portugal; (Hab.) Especialização termos de Habitat; (Conc.) Concentração população; (Repr FR - formações aluvionares e rípicolas; T

Reserva Natural do Paul de Arzila 63 64 Reserva Natural do Paul de Arzila VL TA, AR FR, VL VL, AR CB, AR, VL CB, VL, FR CB, AR, VL (continua) Hab. Pref. AR, CB, TA, FR CB, AR, VL, FR CB, AR, VL, FR CB, AR, VL, FR 28 25 74 32 24 84 12 29 20 132 124 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 Sing. 0 0 0 0 0 0 0 10 10 10 10 Repr. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 10 Conc. 5 5 0 5 5 5 5 5 5 10 10 Hab. 0 3 0 6 3 3 6 0 6 10 10 D. Port. 0 4 0 0 4 0 0 4 4 4 0 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN 0 0 9 9 0 9 0 9 9 0 0 DH/DA 0 0 0 5 5 5 0 0 5 0 5 Bona 4 4 4 4 10 10 10 10 10 10 10 Berna 0 0 0 0 0 8 0 0 8 8 0 LV (Goraz) (Mergulhão-pequeno) Espécies de Aves referenciadas para a área (Garçote) (Garça-vermelha) (Garça-branca) (Cegonha-branca) (Garça-real) (Pato-colhereiro) (Carraceiro) (Arrabio) PELECANIFORMES PHALACROCORACIDAE Phalacrocorax carbo ANSERIFORMES ANATIDAE Anas acuta Anexo IX - Espécie PODICIPEDIFORMES PODICIPEDIDAE Tachybaptus ruficollis Ixobrychus minutus (Corvo-marinho-de-faces-brancas) CICONIIFORMES ARDEIDAE Ardea cinerea Egretta garzetta Nycticorax nycticorax CICONIIDAE Ciconia ciconia Anas clypeata Ardea purpurea Bubulcus ibis

Reserva Natural do Paul de Arzila 65 FM FM, C TA, FM TA, FM AR, VL AR, VL TA, FM, C TA, FM, C TA, FM, C TA, FM, C FM, FR, TA VL, FR, CB CB, AR, VL CB, AR, VL (continua) FM, FR, CB CB, AR, FR Hab. Pref. 27 25 16 17 82 88 25 30 24 33 34 30 78 136 102 108 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 10 10 Sing. 6 0 8 8 0 0 0 0 0 8 10 10 10 10 10 10 Repr. 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 10 10 Conc. 0 0 0 0 5 0 0 5 0 5 5 0 5 5 5 10 Hab. 3 0 0 0 3 3 3 3 0 6 6 0 0 6 3 10 D. Port. 0 0 4 4 0 4 4 4 4 0 4 0 0 0 4 0 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN 0 0 9 0 0 9 9 9 9 0 0 0 0 0 0 0 DH/DA 5 5 5 0 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 Bona 4 4 4 4 4 4 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Berna 3 0 0 0 0 0 8 3 0 0 0 0 6 8 8 10 LV (Pato-real) (Águia-calçada) (Águia-sapeira) (Águia-pesqueira) (Peneireiro) (Águia-cobreira) (Codorniz) (Açor) (Ógea) (Piadeira) (Milhafre-preto) (Frisada) (Perdiz) (Águia-de-asa-redonda) (Marrequinha) GALLIFORMES PHASIANIDAE Alectoris rufa FALCONIFORMES FALCONIDAE Falco subbuteo Falco tinnunculus Coturnix coturnix Milvus migrans PANDIONIDAE Pandion haliaetus Hiraaetus pennatus Espécie Anas crecca Circaetus gallicus Circus aeruginosus Anas penelope Buteo buteo Anas platyrhynchos Anas strepera Accipiter nisus (Gavião) ACCIPITRIFORMES ACCIPITRIDAE Accipiter gentilis

66 Reserva Natural do Paul de Arzila VL VL VL VL VL TA, AR CB, VL CB, VL CB, VL CB, AR TA, FM, C CB, AR, VL CB, AR, VL (continua) Hab. Pref. 3 22 22 29 78 15 15 29 25 23 20 80 23 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 Sing. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 10 10 Repr. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 Conc. 5 5 4 5 0 5 5 5 5 5 5 5 5 Hab. 3 3 6 6 3 6 6 6 6 3 6 6 6 D. Port. 0 0 4 4 0 4 0 4 0 0 0 4 0 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN 0 0 0 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 DH/DA 0 0 5 5 0 0 0 0 0 5 5 5 5 Bona 4 4 0 0 4 4 4 4 4 4 10 10 10 Berna 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0 3 0 0 LV (Pernilongo) (caimão) (Narceja) (Galinha-de-água) (Galinhola) (Abibe) (Guincho) (Frango-d'água) (Maçarico-bique-bique) (Gaivota-tridáctila) (Gaivota-de-asa-escura) (Galeirão) Espécie GRUIFORMES RALLIDAE Fulica atra Gallinula chloropus RECURVIROSTRIDAE Himantopus himantopus LARIDAE Larus cachinnans (Gaivota-de-patas-amarelas) Larus fuscus Larus ridibundus Rissa tridactyla Rallus aquaticus (Borrelho-pequeno-de-coleira) Vanellus vanellus SCOLOPACIDAE Gallinago gallinago Scolopax rusticola Tringa ochropus Porphyrio porphyrio CHARADRIIFORMES CHARADRIIDAE Charadrius dubius

Reserva Natural do Paul de Arzila 67 FM FM, C FM, C FM, C FM, C TA, FM TA, FM TA, FM, C TA, FM, C TA, FM, C (continua) Hab. Pref. 10 17 20 36 12 22 20 20 12 29 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sing. 6 8 8 8 10 10 10 10 10 10 Repr. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Conc. 0 0 0 5 0 0 0 0 0 5 Hab. 0 3 0 3 0 0 0 0 0 3 D. Port. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN 0 0 0 9 0 0 0 0 0 0 DH/DA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Bona 0 4 4 4 4 10 10 10 10 10 Berna 0 0 0 8 0 3 0 0 0 3 LV (Noitibó-cinzento) (Rola-turca) (Pombo-torcaz) (Rola-brava) (Cuco) a (Mocho-galego) (Coruja-do-mato) (Andorinhão-preto) (Bufo-pequeno) (Coruja-das-torres) Espécie COLUMBIFORMES COLUMBIDAE Columba palumbus Streptopelia decaocto CAPRIMULGIFORMES CAPRIMULGIDAE Caprimulgus europaeus APODIFORMES APODIDAE Apus apus Streptopelia turtur Strix aluco TYTONIDAE Tyto alba CUCULIFORMES CUCULIDAE Cuculus canorus Athene noctu STRIGIFORMES STRIGIDAE Asio otus

68 Reserva Natural do Paul de Arzila TA TA TA, S TA, S FM, C CB, TA TA, CB TA, FM TA, FM VL, FR TA, FM, S TA, FM, C (continua) Hab. Pref. 7 19 18 20 10 20 20 20 12 21 34 22 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sing. 0 0 0 8 8 0 10 10 10 10 10 10 Repr. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Conc. 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 Hab. 0 3 0 0 0 0 0 3 0 0 0 3 D. Port. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN 9 0 0 0 0 0 0 0 0 9 9 0 DH/DA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 Bona 0 4 4 4 10 10 10 10 10 10 10 10 Berna 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 LV (Pica-pau-malhado) (Petinha-dos-campos) (Laverca) (Cotovia-de-poupa) (Abelharuco) (Andorinha-dos-beirais) (Cotovia-dos-bosques) (Andorinha-das-chaminés) (Andorinha-das-barreiras) (Poupa) (Guarda-rios) (Peto-real) MOTACILLIDAE Anthus campestris Hirundo rustica Riparia riparia PICIFORMES PICIDAE Dendrocopus major PASSERIFORMES ALAUDIDAE Alauda arvensis Galerida cristata Lullula arborea HIRUNDINIDAE Delichon urbica UPUPIDAE Upupa epops Picus viridis Espécie CORACIIFORMES ALCEDINIDAE Alcedo atthis MEROPIDAE Merops apiaster

Reserva Natural do Paul de Arzila 69 CB TA, S TA, S TA, S TA, S CB, VL FR, VL CB, FR CB, FR CB, AR TA, FM, C TA, FM, C TA, FM, C Hab. Pref. CB, AR, VL (continua) TA, S, FM, C TA, FM, C, S TA, FM, C, S TA, FM, C, S TA, FM, C, S TA, FM, C, S, FR 9 33 25 19 17 17 25 23 78 18 10 20 21 25 23 18 21 31 27 18 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sing. 0 8 8 0 0 8 6 0 8 8 0 0 0 8 10 10 10 10 10 10 Repr. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Conc. 5 0 0 0 0 0 0 5 5 0 0 0 5 0 0 0 5 5 5 0 Hab. 3 0 0 0 0 0 0 3 6 0 0 0 6 0 0 0 6 6 6 0 D. Port. 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 DH/DA 5 5 5 5 5 5 5 5 5 0 0 0 0 5 5 0 0 0 0 0 Bona 4 4 4 4 4 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Berna 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 6 0 LV s (Carriça) (Ferreirinha) (Petinha-ribeirinha) (Alvéola-cinzenta) (Petinha-dos-prados) (Picanço-real) (Petinha-das-árvores) (Alvéola-amarela) (Alvéola-branca) (Rouxinol-grande-dos-caniços) Turdus iliacus (Tordo-ruivo) Turdus merula (Melro) Turdus philomelos (Tordo-pinto) Turdus viscivorus (Tordoveia) SYLVIIDAE Acrocephalus arundinaceus Saxicola torquata (Cartaxo-comum) Phoenicurus ochrurus (Rabirruivo) Oenanthe oenanthe (Chasco-cinzento) LANIIDAE Lanius excubitor TROGLODYTIDAE Troglodytes troglodyte Luscinia svecica (Pisco-de-peito-azul) Motacilla flava PRUNELLIDAE Prunella modularis TURDIDAE Erithacus rubecula (Pisco-de-peito-ruivo) Luscinia megarhynchos (Rouxinol) Motacilla cinerea Espécie Anthus pratensis Anthus spinoletta Anthus trivialis Motacilla alba

70 Reserva Natural do Paul de Arzila CB CB FR CB CB CB TA, S FM, C FM, C FM, C FM, C FM, C FM, C TA, FM TA, CB CB, FR TA, FM, S TA, CB, S TA, FM, C Hab. Pref. (continua) TA, FM, C, S TA, FM, C, S 21 23 20 20 20 27 36 29 24 18 25 21 15 30 18 96 19 29 29 33 30 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sing. 6 0 8 6 0 0 0 0 0 0 0 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Repr. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Conc. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 5 0 0 0 5 5 Hab. 0 3 0 0 0 6 0 0 3 3 0 6 0 6 3 6 0 0 0 3 6 D. Port. 0 0 0 0 0 0 4 4 0 0 0 0 0 4 0 4 4 4 4 0 4 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 DH/DA 5 0 0 0 0 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 Bona 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Berna 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 0 LV Muscicapa striata (Taralhão-cinzento) PARIDAE Parus ater (Chapim-carvoeiro) Parus caeruleus (Chapim-azul) Parus cristatus (Chapim-de-poupa) Parus major (Chapim-real) MUSCICAPIDAE Ficedula hypoleuca (Papa-moscas) (Toutinegra-dos-valados) Sylvia undata (Toutinegra-do-mato) Sylvia melanocephala Sylvia communis (Papa-amoras) Regulus ignicapillus (Estrelinha-real) Sylvia atricapilla (Toutinegra-de-barrete) Sylvia borin (Toutinegra-das-figueiras) Phyloscopus collybita (Felosinha) Phyloscopus trochilus (Felosa-musical) Locustella naevia (Cigarrinha-malhada) Locustella luscinioides (Cigarrinha-ruiva) Hippolais polyglotta (Felosa-poliglota) Cisticola juncidis (Fuínha-dos juncos) (Rouxinol-pequeno-dos-caniços) Cettia cetti (Rouxinol-bravo) (Felosa-dos-juncos) Acrocephalus scirpaceus Espécie Acrocephalus schoenobaenus

Reserva Natural do Paul de Arzila 71 TA, S TA, S TA, S FM, C FM, C FM, C FM, C CB, TA CB, TA CB, TA, S TA, FM, C TA, FM, C TA, FM, C (continua) Hab. Pref. TA, FM, C, S TA, FM, C, S TA, FM, C, FR CB, TA, FM, C, S CB, TA, FM, C, S 0 25 14 20 19 20 16 20 10 28 18 14 14 28 20 22 22 20 VEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Sing. 0 0 0 0 8 0 8 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Repr. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Conc. 5 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 5 0 0 Hab. 6 0 0 6 0 6 0 0 0 0 0 0 0 3 0 3 0 0 D. Port. 4 0 0 4 0 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 4 4 0 D. Glob. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 IUCN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 DH/DA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Bona 4 4 4 0 0 4 4 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Berna 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 LV Fringilla coelebs (Tentilhão) Carduelis spinus (Lugre) Fringilla montifringilla (Tentilhão-montês) Carduelis chloris (Verdilhão) Pyrrhula pyrrhula (Dom-fafe) PASSERIDAE Passer domesticus (Pardal) Sturnus vulgaris (Estorninho-malhado) Carduelis carduelis (Pintassilgo) Serinus serinus (Milheirinha) Passer montanus (Pardal-montês) ESTRILDIDAE Estrilda astrild (Bico-de-lacre) STURNIDAE Sturnus unicolor (Estorninho-preto) (Escrevedeira-dos-caniços) FRINGILLIDAE Carduelis cannabina (Pintarrôxo) Emberiza schoeniclus CERTHIIDAE Certhia brachydactila (Trepadeira) EMBERIZIDAE Emberiza cia (Cia) Emberiza cirlus (Escrevedeira) Espécie AEGITHALIDAE Aegithalus caudatus (Chapim-rabilongo)

72 Reserva Natural do Paul de Arzila FM, C ves; (IUCN) TA, FM, C TA, FM, C Hab. Pref. TA, FM, C, S 16 10 10 10 VEE 0 0 0 0 Sing. 6 10 10 10 Directiva Habitats / A Repr. (DH/DA) 0 0 0 0 Conc. 0 0 0 0 Hab. Convenção de Bona; 0 0 0 0 D. Port. (Bona) 0 0 0 0 D. Glob. 0 0 0 0 IUCN Convenção de Berna; 0 0 0 0 DH/DA (Berna) ALOR ECOLÓGICO DA ESPÉCIE; (Hab. Pref.) Habitat prefêncial: VL - valas, lagos e charcos; CB caniçal/bunhal; 0 0 0 0 Bona 0 0 0 10 Berna ertebrados de Portugal; 0 0 0 0 LV A - terrenos agrícolas; FM floresta/ matos; C carvalhal. ermelho dos V Estatuto no Livro V V) .) Dependência para a reprodução; (Sing.) Singularidades; (VEE) V Espécie ORIOLIDAE Oriolus oriolus (Papa-figos) CORVIDAE Corvus corone (Gralha-preta) Garrulus glandarius (Gaio) Pica pica (Pega) Legenda: (L Estatuto no Livro Vermelho da UICN; (D. Glob.) Distribuição global; Port.) em Portugal; (Hab.) Especialização termos de Habitat; (Conc.) Concentração população; (Repr FR - formações aluvionares e rípicolas; T

Reserva Natural do Paul de Arzila 73 74 Reserva Natural do Paul de Arzila Anexo x – Dados de população e habitação para a área.

Freguesia: Arzila

Designação do indicador valor unidade periodo

Área Total 3.45 km2 2001 Densidade Populacional 211.24 hab/km2 2001 População Residente HM 728 indivíduos 2001 População Residente H 362 indivíduos 2001 População Presente HM 704 indivíduos 2001 População Presente H 343 indivíduos 2001 População Presente M 361 indivíduos 2001 População Residente M 366 indivíduos 2001 Alojamentos Familiares - Total 273 nº 2001 Alojamentos Familiares - Clássicos 273 nº 2001 Alojamentos Familiares - Outros 0 nº 2001 Alojamentos Colectivos 0 nº 2001 Edifícios 245 nº 2001 Superfície agrícola utilizada (SAU) 93 ha 1999 Superfície agrícola utilizada (SAU) - Por conta própria 82 ha 1999 Superfície agrícola utilizada (SAU) - Arrendamento 12 ha 1999 Superfície agrícola não utilizada 2 ha 1999 SAU por exploração 1.91 ha/exploração 1999 Blocos com SAU por exploração 5.69 nº/exploração 1999 População Agrícola 137 indivíduos 1999

Freguesia: Anobra

Designação do indicador valor unidade periodo

Área Total 16.38 km2 2001 Densidade Populacional 82.83 hab/km2 2001 População Residente HM 1357 indivíduos 2001 População Residente H 685 indivíduos 2001 População Presente HM 1307 indivíduos 2001 População Presente H 651 indivíduos 2001 População Presente M 656 indivíduos 2001 População Residente M 672 indivíduos 2001 Alojamentos Familiares - Total 587 nº 2001 Alojamentos Familiares - Clássicos 586 nº 2001 Alojamentos Familiares - Outros 1 nº 2001 Alojamentos Colectivos 0 nº 2001 Edifícios 563 nº 2001

Reserva Natural do Paul de Arzila 75 Designação do indicador valor unidade periodo

Superfície agrícola utilizada (SAU) 288 ha 1999 Superfície agrícola utilizada (SAU) - Por conta própria 194 ha 1999 Superfície agrícola utilizada (SAU) - Arrendamento 86 ha 1999 Superfície agrícola não utilizada 19 ha 1999 SAU por exploração 2.82 ha/exploração 1999 Blocos com SAU por exploração 8.34 nº/exploração 1999 População Agrícola 300 indivíduos 1999

Freguesia: Pereira

Designação do indicador valor unidade periodo

Área Total 12.42 km2 2001 Densidade Populacional 180.51 hab/km2 2001 População Residente HM 2241 indivíduos 2001 População Residente H 1095 indivíduos 2001 População Presente HM 2182 indivíduos 2001 População Presente H 1048 indivíduos 2001 População Presente M 1134 indivíduos 2001 População Residente M 1146 indivíduos 2001 Alojamentos Familiares - Total 948 nº 2001 Alojamentos Familiares - Clássicos 941 nº 2001 Alojamentos Familiares - Outros 7 nº 2001 Alojamentos Colectivos 0 nº 2001 Edifícios 917 nº 2001 Superfície agrícola utilizada (SAU) 270 ha 1999 Superfície agrícola utilizada (SAU) - Por conta própria 194 ha 1999 Superfície agrícola utilizada (SAU) - Arrendamento 76 ha 1999 Superfície agrícola não utilizada 0 ha 1999 SAU por exploração 1.83 ha/exploração 1999 Blocos com SAU por exploração 4.76 nº/exploração 1999 População Agrícola 279 indivíduos 1999

76 Reserva Natural do Paul de Arzila Reserva Natural do Paul de Arzila 77 78 Reserva Natural do Paul de Arzila Reserva Natural do Paul de Arzila 79 80 Reserva Natural do Paul de Arzila