Leonardo Assunção Bião Almeida
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ LEONARDO ASSUNÇÃO BIÃO ALMEIDA A TRAJETÓRIA SERTANEJA NA CINEMATOGRAFIA BRASILEIRA: das representações literárias e cinemanovistas à reconfiguração do sertão em “Árido Movie” e “O céu de Suely” Ilhéus – BAHIA 2012 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ A447 Almeida, Leonardo Assunção Baião. A trajetória sertaneja na cinematografia brasilei- ra: das representações literárias e cinemanovistas à reconfiguração do sertão em “Árido Movie” e “O Céu de Suely” / Leonardo Assunção Baião Almeida. – Ilhéus, BA: UESC, 2012. 151f. : il. Orientador: Ricardo Oliveira de Freitas. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Le- tras: Linguagens e Representações. Inclui bibliografia. 1. Linguagem e línguas. 2. Cinema e literatura. 3. Representação cinematográfica. 4. Cinematogra- fia – Brasil. I. Título. CDD 400 LEONARDO ASSUNÇÃO BIÃO ALMEIDA A TRAJETÓRIA SERTANEJA NA CINEMATOGRAFIA BRASILEIRA: das representações literárias e cinemanovistas à reconfiguração do sertão em “Árido Movie” e “O céu de Suely” Dissertação apresentada como requisito à obtenção do título de mestre ao Mestrado em Letras: linguagens e representações da Universidade Estadual de Santa Cruz– UESC. Área de concentração: Estudos da Linguagem. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Oliveira de Freitas Ilhéus - BAHIA 2012 LEONARDO ASSUNÇÃO BIÃO ALMEIDA A TRAJETÓRIA SERTANEJA NA CINEMATOGRAFIA BRASILEIRA: das representações literárias e cinemanovistas à reconfiguração do sertão em “Árido Movie” e “O céu de Suely” Ilhéus – BA, 26/03/2012. Ricardo Oliveira de Freitas - Prof. Dr. UESC - BA (Orientador) _ Júlio César Lobo - Prof. Dr. UNEB - BA _ Marlúcia Mendes da Rocha - Profa. Dra. UESC - BA Aos meus pais, Adilza e Aloísio, fontes permanentes de apoio e segurança, com amor, dedico. AGRADECIMENTOS À Universidade Estadual de Santa Cruz, à FAPESB e ao Mestrado em Letras: linguagens e representações, pela oportunidade e suporte para que ocorresse o desenvolvimento desta pesquisa. Ao Dr. Ricardo Oliveira de Freitas, pela orientação primorosa e pela amizade construída ao longo desse processo. Aos meus colegas do mestrado, em especial a Scheilla e Catherine, pelo apoio constante, mesmo à distância. À Taiala, peça fundamental da minha felicidade, pelo amor, compreensão e companheirismo. Ao meu irmão, Igor, pela eterna referência que ele representa pra mim. Aos meus amigos, válvulas de escape presenciais ou virtuais, por todos os momentos, principalmente os de alegria e desestresse. À minha família, em especial Tia Iza e Diva, pelo afeto e atenção de sempre. À minha ―família de Ilhéu sǁ, Tânia, César, Isis e Fênix, pelo carinho e pelo cuidado que sempre foi despendido a mim a cada vez que eles me recebiam. A TRAJETÓRIA SERTANEJA NA CINEMATOGRAFIA BRASILEIRA: das representações literárias e cinemanovistas à reconfiguração do sertão em “Árido Movie” e “O céu de Suely” RESUMO O Sertão brasileiro tem sido alvo constante de representações desde o final do século XIX. Fora retratado na literatura brasileira, sobretudo pelo Romance de 30, como o ambiente detentor da essência de uma possível ―brasilidadeǁ, fato que se deve, em grande parte, à ideia de que, ao passo que os grandes centros do país começavam a se desenvolver e a entrar em contato com culturas estrangeiras, o Sertão permanecia inalterado, conservando raízes autênticas, genuínas. O Cinema Novo, herdeiro dessa concepção literária, foi o responsável por consolidar o Sertão como temática crucial no terreno das representações, trazendo à tela um Sertão configurado como palco de questionamentos políticos e sociais. A chamada fase de retomada, ainda na década de 1990, e, em seguida, a fase de pós-retomada da cinematografia brasileira, que se inicia na primeira década deste século, também lançaram mão das representações do Sertão, substituindo, nesse momento, seu caráter engajado por uma visão mais subjetiva. Ou seja, o Sertão passa a ser, a partir de então, palco de dilemas pessoais. Nesta pesquisa, propomo-nos analisar o cinema contemporâneo brasileiro de pós-retomada, através dos filmes ―ÁridoMovie ǁ, de Lírio Ferreira, e ―O céu de Suely ǁ, de KarimAïnouz, que se apresentam como potenciais ilustrações das mudanças e transformações nas representações do Sertão, ao mostrar o diálogo da cultura sertaneja tradicional com a cultura mundializada. Palavras-chave: Sertão; representação; literatura brasileira; cinematografia brasileira; pós-retomada. THE SERTANEJA’S TRAJECTORY IN BRAZILIAN CINEMA: from literary and New Cinema’s representations to the reconfiguration of sertão in “Árido Movie” and “O céu de Suely”. ABSTRACT The Sertão of Brazil has been a constant target of representations since the late nineteenth century. It was portrayed in brazilian literature, especially the Romance of 30, as the holder of the environmental essence of a possible "brazilianness", a fact which is due in large part to the idea that, while the large cities of the country began to develop and contact with foreign cultures, the Sertão remained unchanged, keeping authentic and genuine roots. The New Cinema, heir of literary conception, was responsible for consolidating the Sertão as a crucial theme in the field of representations, bringing to the screen a Sertão set as the stage for political and social questions. The so-called recovery phase, even in the 1990s, and then the post-recovery of Brazilian cinema, which begins in the first decade of this century, also made use of representations of the Sertão, replacing at this time, his character engaged for a more subjective perspective. Therefore, the Sertão becomes be, from then on, the scene of personal dilemmas. In this research, we will consider the contemporary Brazilian cinema of post-recovery, through the films "Árido Movie," of Lírio Ferreira, and "O céu de Suely", KarimAïnouz, which are presented as potential illustrations of the changes and transformations of the Sertão‘s representations, showing dialogue with the traditional sertaneja‘s culture and globalized culture. Key-words: Sertão; representation; brazilian literature; brazilian cinema; post- recovery. SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................................................... v INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9 1 O NORDESTE É O SERTÃO? ......................................................................................... 14 1.1 O Regionalismo de Gilberto Freyre ............................................................................. 25 1.2 Ser tão brasileiro, ser tão nacional ............................................................................. 35 2 CARTOGRAFIA DO SERTÃO NO CINEMA E NA LITERATURA BRASILEIRA ................ 45 2.1 O romance de trinta .................................................................................................... 49 2.2 O Sertão e a representação da seca nas obras literárias ―A bagaceiraǁ, ―O quinzeǁ e ―Vidas Secasǁ ................................................................................................................................. 53 2.3 Primeiras décadas do século XX: a incipiência do sertão no cinema brasileiro ........... 69 2.4 O Sertão cinemanovista ............................................................................................. 83 2.5 Da trilogia do Sertão à decadência ............................................................................. 88 3 O SERTÃO RECONFIGURADO NA CINEMATOGRAFIA BRASILEIRA DE RETOMADA E PÓS-RETOMADA ............................................................................................................... 101 3.1 Sertão pop e ―glocalǁ em Árido Movie ................................................................................ 110 3.1.1 Primeiro trecho: um road movie no sertão contemporâneo ................................. 113 3.1.2 Segundo trecho: revelação, negação e pertencimento ........................................ 118 3.1.3 Terceiro trecho: um sertão de dúvidas ................................................................ 121 3.2 O retorno ao lugar de partida em ―O céu de Suelyǁ ......................................................... 126 3.2.1 Primeiro trecho: a volta esperançosa ao sertão ................................................... 129 3.2.2 Segundo trecho: de Hermila a Suely ................................................................... 132 3.2.3 Terceiro trecho: ―Preciso ir vó, confia em mimǁ ........................................................ 136 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 142 5 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 147 5.1 Bibliográficas ............................................................................................................. 147 5.2 Eletrônicas ................................................................................................................ 149 5.3 Filmográficas ............................................................................................................. 150 Quando falamos na emergia de uma nova visibilidade e dizibilidade, falamos da emergência de novos conceitos, novos temas, novos objetos, figuras, imagens, que permitem ver e falar de forma diferenciada da forma como se via o sublunar, anteriormente. Que permitem organizá- lo de uma