PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE NEPOMUCENO PRODUTO 2 – DIAGNÓSTICO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE PARA OS EIXOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Setembro de 2019

MUNICÍPIO DE NEPOMUCENO

CNPJ: 18.244.350/0001-90

ENDEREÇO: Praça Padre José, nº180 Nepomuceno - MG CEP: 37250-000 TELEFONE (35) 3861-3622

Prefeita Luiza Maria Lima Menezes

Vice-Prefeito José Maria de Oliveira

2

CONSULTORIA CONTRATADA

EME ENGENHARIA AMBIENTAL LTDA CNPJ: 11 466 953/0001 – 66

Rua Emílio de Vasconcelos Costa, 85

BAIRRO CRUZEIRO

BELO HORIZONTE - MG

CEP: 30 310 - 250

TELEFONE: 2512 9088

E-mail: [email protected]

3

RONALDO LUIZ REZENDE MALARD Engenheiro Sênior – Eng. Civil, especialista em Saneamento Ambiental

DALTON LUCAS REZENDE MALLARD ANDRÉ PEREIRA NEIVA Engenheiro Civil, Sanitarista e Segurança do Biólogo, especialista em Eng.ª Ambiental, Trabalho MBA em Gestão de Projetos

DEBORAH FERREIRA DE AZEVEDO RONALDO LUIZ REZENDE MALARD Engenheira Ambiental FILHO Administração

GUSTAVO MELO MALARD PAULA VENINI DE BRAGANÇA Administração Graduanda em Engenharia Ambiental e Sanitária

4

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ...... 15

1.1 INFORMAÇÕES GERAIS ...... 16

1.2 EMPRESA CONSULTORA ...... 16

2 OBJETIVOS DO PRODUTO 2 ...... 17

3 CONTEXTUALIZAÇÃO ...... 18

3.1 CENÁRIO LEGAL DAS ATRIBUIÇÕES DE COMPETÊNCIAS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO BÁSICO 18

3.2 O PAPEL DO COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE E DAS ASSOCIAÇÕES ...... 19

4 DIRETRIZES GERAIS ...... 22

5 METODOLOGIA ...... 26

6 CARACTERIZAÇÃO GERAL ...... 28

6.1 GEOLOGIA ...... 28

6.2 RECURSOS MINERAIS ...... 31

6.3 GEOMORFOLOGIA ...... 32

6.4 TOPOGRAFIA ...... 34

6.5 PEDOLOGIA...... 35

6.6 POTENCIAL AGRÍCOLA ...... 38

6.7 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO E ESTRATÉGIAS DE MANEJO ...... 38

6.8 VEGETAÇÃO ...... 40

6.9 CLIMA ...... 42

6.10 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ...... 45

6.11 HIDROGRAFIA ...... 47

6.12 HIDROGEOLOGIA ...... 48

7 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ...... 50

7.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS ...... 50 7.1.1 Breve histórico ...... 50

7.2 INFORMAÇÕES DEMOGRÁFICAS ...... 51 7.2.1 População Urbana e Rural ...... 51 7.2.2 Distribuição da população por gênero ...... 53 7.2.3 Distribuição da população por raça ...... 54

5

7.2.4 Distribuição da população por faixa etária ...... 57 7.2.5 Distribuição da população nível de renda ...... 58

7.3 EDUCAÇÃO ...... 59

7.4 ASPECTOS DE EVOLUÇÃO POPULACIONAL E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO ...... 63

7.5 ASSISTÊNCIA SOCIAL ...... 65 7.5.1 Programas e Áreas de Atuação da Assistência Social ...... 65 7.5.2 Serviços Socioassistenciais em Funcionamento ...... 65 7.5.3 Agentes envolvidos e estrutura ...... 66

7.6 DESENVOLVIMENTO HUMANO E TAXA DE POBREZA ...... 66 7.6.1 Índice Gini ...... 66 7.6.2 Desnutrição ...... 68 7.6.3 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal ...... 68

7.7 SAÚDE ...... 69 7.7.1 Caracterização Municipal de agravos de saúde, por veiculação hídrica ...... 69 7.7.1.1 Rotavírus ...... 69 7.7.1.2 Botulismo ...... 70 7.7.1.3 Doença Transmitida por Alimento (DTA) ...... 70 7.7.1.4 Doenças Diarreicas Agudas (DDA) ...... 70 7.7.2 Caracterização dos parâmetros de morbidade ...... 72 7.7.3 Mortalidade Infantil ...... 74 7.7.4 Caracterização dos parâmetros de Fecundidade e Natalidade ...... 74 7.7.5 Investimentos e Infraestrutura Municipal de Saúde...... 75

7.8 EVOLUÇÃO DOS ASPECTOS ECONÔMICOS E CENÁRIOS DE POTENCIALIDADES ...... 76 7.8.1 Produto Interno Bruto ...... 76

7.9 INFRAESTRUTURA MUNICIPAL ...... 78

7.10 ASPECTOS JURÍDICOS ...... 80 7.10.1 Legislação Federal ...... 80 7.10.2 Legislação Estadual ...... 86 7.10.3 Legislação Municipal ...... 92

8 SANEAMENTO BÁSICO...... 94

8.1 SANEAMENTO BÁSICO NO CONTEXTO ORÇAMENTÁRIO DO MUNICÍPIO ...... 94

8.2 PROGRAMAS LOCAIS DE INTERESSE AO SANEAMENTO BÁSICO ...... 94

8.3 POSSÍVEIS ÁREAS OU ATIVIDADES JUNTO AOS MUNICÍPIOS VIZINHOS ...... 94

8.4 ANÁLISE SITUACIONAL DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 95

8.5 INFRAESTRUTURA DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 97

6

8.5.1 Sistema de Abastecimento de Água da sede do município ...... 97 8.5.1.1 Sede do município de Nepomuceno ...... 97 8.5.1.1.1 Manancial ...... 97 8.5.1.1.2 Captação ...... 100 8.5.1.1.3 Adutora de água bruta ...... 105 8.5.1.1.4 Estação de tratamento de água – ETA ...... 105 a) Medidor de vazão ...... 106 b) Floculadores ...... 107 c) Decantadores ...... 109 d) Filtros ...... 112 e) Casa de química ...... 114 f) Tanque de contato ...... 116 g) Elevatórias de água tratada ...... 118 h) Adutoras de água tratada ...... 121 i) Reservatório de Lavagem dos filtros ...... 121 8.5.1.1.5 Sistema de reservação ...... 121 a) Reservatório R1 e R2 (Geraldo de Castro) ...... 122 b) Reservatório R3 (Vila Esméria) ...... 122 c) Reservatório R4 e R5 ()...... 123 d) Reservatório R6 (COHAB) ...... 124 e) Reservatório R7 (Centenário) ...... 125 f) Reservatório R8 (Alto Cruzeiro) ...... 125 g) Resumo do sistema de reservação ...... 126 9.2.1.1.6 Rede de distribuição ...... 127 8.5.2 Sistema de abastecimento de água dos distritos e comunidades...... 129 a) São José da Margem Grande ...... 129 b) Messias ...... 130 c) Nazaré de Minas ...... 131 d) Porto ...... 132 e) Cedro ...... 134 f) Santo Antônio do Cruzeiro ...... 135 8.5.3 Localidades Sem Sistemas de Abastecimento de Água ...... 136

8.6 AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DOS SISTEMAS PRODUTORES ...... 137 8.6.1 Análise qualitativa da água na sede do município ...... 137 8.6.2 Análise quantitativa da água na sede do município ...... 142

8.7 MONITORAMENTO E QUALIDADE DA ÁGUA CONSUMIDA ...... 143

8.8 INFORMAÇÕES DO SISAGUA ...... 143

8.9 INFORMAÇÕES DO SNIS ...... 144

7

8.9.1 Análise econômico-financeira e investimentos ...... 145 8.9.2 Tarifação ...... 146 8.9.3 Análise institucional ...... 146 8.10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 149 8.10.1 Sede do município ...... 149 8.10.2 Distritos e comunidades ...... 150

9 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 152

9.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO...... 152 9.1.1 Sede do município de Nepomuceno ...... 152 9.1.1.1 Rede coletora de esgoto ...... 152 9.1.1.2 Interceptores ...... 153 9.1.1.2.1 Interceptor A do lado direito do talvegue ...... 153 9.1.1.2.2 Interceptor B do lado esquerdo do talvegue ...... 153 9.1.1.2.3 Interceptor C ( Principal) ...... 153 9.1.1.3 Estação Elevatória de Esgoto...... 154 9.1.1.4 Linha de recalque ...... 154 9.1.1.5 Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) ...... 155 9.1.2 Distritos e comunidades...... 160 9.1.2.5 São José da Margem Grande ...... 160 9.1.2.6 Messias ...... 161 9.1.2.7 Nazaré de Minas ...... 161 9.1.2.8 Porto ...... 162 9.1.2.9 Cedro ...... 162 9.1.2.10 Santo Antônio do Cruzeiro ...... 162 9.1.3 Resumo do sistema de esgotamento sanitário de Nepomuceno ...... 164

9.2 ANÁLISE INSTITUCIONAL ...... 166 9.2.1 Recursos humanos empregados no SAAE ...... 166 9.2.2 Recursos e maquinários do SAAE Nepomuceno...... 167

9.3 PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO ...... 167

9.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 168 9.4.1 Sede do município ...... 168 9.4.2 Distritos e comunidades...... 169

10 REFERÊNCIAS ...... 171

ANEXO I-RELAÇÃO DE BENS DO SAAE NEPOMUCENO ...... 173

ANEXO II-TARIFAÇÃO DO SAAE NEPOMUCENO ...... 180

8

ANEXO III-ASPECTOS DE DESTAQUE DA PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 5 ...... 181

ANEXO IV-ART – ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA ...... 204

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DA FOLHA NEPOMUCENO SF-23-V-D-III 1: 100.000 NO ESTADO DE E

ARTICULAÇÃO DA FOLHA...... 28

FIGURA 2 - ESTRUTURAS GEOLÓGICAS E TIPOS DE ROCHA DO MUNICÍPIO DE NEPOMUCENO ...... 29

FIGURA 3 - RECURSOS MINERAIS E ÁREAS DE EXPLORAÇÃO NO MUNICÍPIO DE NEPOMUCENO ...... 31

FIGURA 4 - MESORREGIÕES DO ESTADO DE MINAS GERAIS ...... 32

FIGURA 5 - RELEVO DE MINAS GERAIS ...... 35

FIGURA 6 - ÁREA PRIORITÁRIA PARA CONSERVAÇÃO AMBIENTAL EM NEPOMUCENO-MG ...... 39

FIGURA 7 - DISTRIBUIÇÃO DOS BIOMAS BRASILEIROS ...... 40

FIGURA 8 - VEGETAÇÃO DE MINAS GERAIS E DA REGIÃO DE NEPOMUCENO ...... 41

FIGURA 9 - CIMAS DE MINAS GERAIS ...... 42

FIGURA 10 -ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE LOCALIZADAS NA BACIA DO RIBEIRÃO SAPÉ/ BELA VISTA ...... 45

FIGURA 11 - BACIA HIDROGRÁFICA DO ENTORNO DO RESERVATÓRIO DE FURNAS ...... 47

FIGURA 12 - LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA BACIA DO RIO GRANDE ...... 48

FIGURA 13 - MAPA HIDROGEOLÓGICO DA REGIÃO DE NEPOMUCENO ...... 49

FIGURA 14 - MAPA RODOVIÁRIO DA REGIÃO DE NEPOMUCENO ...... 51

FIGURA 15 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA POPULAÇÃO DO SUDESTE SEGUNDO A COR ...... 55

FIGURA 16 - PIRÂMIDE ETÁRIA DE NEPOMUCENO ...... 57

FIGURA 17 - PIRÂMIDE ETÁRIA BRASILEIRA ...... 58

FIGURA 18 – LOCALIZAÇÃO DOS DISTRITOS E COMUNIDADES EM RELAÇÃO À SEDE DO MUNICÍPIO ...... 95

FIGURA 19 - BACIAS DOS MANANCIAIS SAPÉ E BELA VISTA A MONTANTE DA CAPTAÇÃO DE ABASTECIMENTO (FONTE CARTA

1:50.000 DO IBGE) ...... 99

FIGURA 20 - CARTA DO IBGE COM DESCARGA ESPECÍFICA MÉDIA DAS REGIÕES DE MINAS GERAIS (FONTE IBGE)...... 100

FIGURA 21 - BARRAGEM DE NÍVEL DE CONCRETO NO RIBEIRÃO SAPÉ ...... 101

FIGURA 22 - VERTEDOR RETANGULAR DA BARRAGEM DO RIBEIRÃO SAPÉ ...... 102

FIGURA 23 - ESQUEMA PARA ESTABELECER O PROCESSO DE MEDIÇÃO DAS VAZÕES...... 102

FIGURA 24 – VISTA DAS UNIDADES DA ETA ...... 105

FIGURA 25 - MEDIDOR DE VAZÃO DO TIPO CALHA PARSHALL ...... 106

FIGURA 26 – ESQUEMA DOS FLOCULADORES ...... 107

FIGURA 27 – DECANTADORES RETANGULARES UTILIZADOS ATUALMENTE...... 109

FIGURA 28 - DECANTADOR PROJETADO E CONSTRUÍDO PELO DENERU, DESATIVADO ...... 110

FIGURA 29 - ESQUEMA DO SISTEMA DE FILTRAÇÃO UTILIZADO NA ETA ...... 113

FIGURA 30 - HIPOCLORITO DE SÓDIO...... 115

10

FIGURA 31 – TANQUE DE CONTATO DA ETA ...... 117

FIGURA 32 – TANQUE DE SUCÇÃO ...... 118

FIGURA 33 - CONJUNTO MOTOBOMBA DA EEAT 1 ...... 119

FIGURA 34 - CONJUNTO MOTOBOMBA DA EEAT 2 ...... 120

FIGURA 35 –RESERVATÓRIOS R1 E R2 ...... 122

FIGURA 36 - RESERVATÓRIO DE SUCÇÃO ...... 123

FIGURA 37 - CONJUNTO MOTOBOMBA DA EAT 3 ...... 123

FIGURA 38 - RESERVATÓRIOS R4 E R5 ...... 124

FIGURA 39 – RESERVATÓRIO ELEVADO DO COHAB ...... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

FIGURA 40 - RESERVATÓRIO ELEVADO DO CENTENÁRIO ...... 125

FIGURA 41 - RESERVATÓRIO DO ALTO CRUZEIRO ...... 126

FIGURA 42 - ESQUEMA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 128

FIGURA 43 – RESERVATÓRIO DE 10 M³ DE FIBRA DA COMUNIDADE DE SÃO JOSÉ DA MARGEM GRANDE ...... 129

FIGURA 44 - POÇO DO TIPO ARTESIANO DA COMUNIDADE DE SÃO JOSÉ DA MARGEM GRANDE ...... 129

FIGURA 45 - RESERVATÓRIO DE ÁGUA DA COMUNIDADE DE MESSIAS ...... 130

FIGURA 46 – POÇO ARTESANAL DO DISTRITO DE NAZARÉ DE MINAS ...... 131

FIGURA 47 - RESERVATÓRIO DO DISTRITO DE NAZARÉ DE MINAS ...... 131

FIGURA 48 - POÇO ARTESANAL DA COMUNIDADE DE PORTO ...... 132

FIGURA 49 - CASA DE CLORAÇÃO ...... 133

FIGURA 50 - RESERVATÓRIO DA COMUNIDADE DE PORTO ...... 133

FIGURA 52 – POÇO ARTESANAL DA COMUNIDADE DE CEDRO ...... 135

FIGURA 51 - RESERVATÓRIOS DA COMUNIDADE DE CEDRO ...... 135

FIGURA53 - POÇO ARTESANAL DO DISTRITO DE SANTO ANTÔNIO DO CRUZEIRO ...... 136

FIGURA 54 - RESERVATÓRIO DO DISTRITO DE SANTO ANTÔNIO DO CRUZEIRO ...... 136

FIGURA 55 - INTERCEPTORES DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE DO MUNICÍPIO ...... 154

FIGURA 56 – ESQUEMA DA LINHA DE RECALQUE ...... 155

FIGURA 57 - ESQUEMA DA CALHA PARSHALL ...... 156

FIGURA 58 - REATOR RAFA ...... 157

FIGURA 59 - FILTRO BIOLÓGICO PERCOLADOR ...... 157

FIGURA 60 - DECANTADOR SECUNDÁRIO...... 158

FIGURA 61 - LEITO DE SECAGEM ...... 159

FIGURA 62 - CASA DE QUÍMICA ...... 159

FIGURA 63 - ESQUEMA DA ETE ...... 160

FIGURA 64 - CASA DE QUÍMICA E REATOR DA ETE ...... 161

FIGURA 65 - LEITO DE SECAGEM DA ETE ...... 162

11

FIGURA 66 - ETE DO DISTRITO DE SANTO ANTÔNIO DO CRUZEIRO ...... 163

FIGURA 67 - ESQUEMA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE NEPOMUCENO ...... 165 ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 - DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS DE NEPOMUCENO ...... 30

TABELA 2 - POPULAÇÃO DE NEPOMUCENO ...... 51

TABELA 3 - POPULAÇÃO TOTAL, POR GÊNERO, RURAL/URBANA - DO MUNICÍPIO DE NEPOMUCENO /MG ...... 53

TABELA 4 - EVOLUÇÃO DA RENDA PER CAPITA MÉDIA EM NEPOMUCENO E MINAS GERAIS ...... 58

TABELA 5 - TABELA COMPARATIVA % DE POBRES E EXTREMAMENTE POBRES NO MUNICÍPIO DE NEPOMUCENO ...... 59

TABELA 6 - NÍVEL DE INSTRUÇÃO DA POPULAÇÃO...... 59

TABELA 7 - TAXA DE DISTORÇÃO SÉRIE-IDADE PARA CADA ANO DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE NEPOMUCENO ...... 60

TABELA 8 - IDEB 2017 ...... 61

TABELA 9 - PROGRESSÃO DA POPULAÇÃO DE NEPOMUCENO ATÉ 2040 ...... 63

TABELA 10 - COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE GINI EM NEPOMUCENO, MINAS GERAIS E BRASIL ...... 66

TABELA 11 – PREVALÊNCIA DA DESNUTRIÇÃO NO MUNICÍPIO DE NEPOMUCENO - MG ...... 68

TABELA 12 - QUADRO COMPARATIVO DOS ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL ... 69

TABELA 13 – INCIDÊNCIA DE BOTULISMO NA POPULAÇÃO DE MINAS GERAIS E DO BRASIL ...... 70

TABELA 14 - NÚMERO DE SURTOS DE DTA, SEGUNDO O ANO NO BRASIL E MINAS GERAIS ...... 70

TABELA 15 – INCIDÊNCIA DE DDA NA POPULAÇÃO DE MINAS GERAIS ENTRE OS ANOS DE 2007 E 2010 ...... 72

TABELA 16 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS INTERNAÇÕES POR GRUPO DE CAUSAS E FAIXA ETÁRIA - CID10 NO MUNICÍPIO

DE NEPOMUCENO ...... 73

TABELA 17 - TAXA DE MORTALIDADE POR RESIDÊNCIA REFERENTE À NEOPLASIAS ...... 74

TABELA 18 - TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL EM NEPOMUCENO ...... 74

TABELA 19 - NASCIMENTO EM NEPOMUCENO ...... 75

TABELA 20 – TAXA DE FECUNDIDADE PARA O MUNICÍPIO DE NEPOMUCENO - MG ...... 75

TABELA 21- DESPESAS MUNICIPAIS COM SAÚDE DE NEPOMUCENO -MG ...... 76

TABELA 22 - MEIOS DE COMUNICAÇÃO DO MUNICÍPIO DE NEPOMUCENO ...... 80

TABELA 23 - VAZÃO DO VERTEDOR CONFORME ALTURA DA RÉGUA...... 104

TABELA 24 – TABELA DE MEDIDAS DE VAZÃO DA CALHA PARSHALL ...... 106

TABELA 25 - VAZÃO EM (L/S) CONFORME NÍVEL DA ÁGUA NA RÉGUA DE MEDIÇÃO...... 107

TABELA 26 - VALORES DO GRADIENTE NO FLOCULADOR EM FUNÇÃO DA VAZÃO...... 109

TABELA 27 – COMPOSIÇÃO DOS LEITOS FILTRANTES ...... 112

TABELA 28 - VAZÃO MÁXIMA DE TRATAMENTO PARA CADA UNIDADE DA ETA ...... 113

TABELA 29 - TEMPOS DE CONTATO EM RELAÇÃO AS VAZÕES PRODUZIDAS NA ETA ...... 116

TABELA 30 - RESERVATÓRIOS ...... 126

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TABELA 31 – TABELA DE PORCENTAGEM DAS TUBULAÇÕES SEGUNDO SEUS DIÂMETROS QUE COMPÕEM A REDE ...... 127

TABELA 32 - RESULTADOS DAS ANÁLISES PARA OS PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS ...... 137

TABELA 33- RESULTADOS DAS ANÁLISES PARA OS PARÂMETROS ORGANOLÉPTICOS ...... 138

TABELA 34- RESULTADOS DAS ANÁLISES PARA OS PARÂMETROS ORGÂNICOS ...... 139

TABELA 35 – RESULTADOS DAS ANÁLISES PARA OS PARÂMETROS INORGÂNICOS ...... 139

TABELA 36- RESULTADOS OBTIDOS PARA OS PARÂMETROS DE CIANOTOXINAS ...... 140

TABELA 37 – RESULTADO DAS ANÁLISES PARA OS PARÂMETROS DE AGROTÓXICOS ...... 140

TABELA 38 - TABELA DE DEMANDA HÍDRICA DE NEPOMUCENO ...... 143

TABELA 39 – PARÂMETROS DISPONIBILIZADOS PELO SNIS REFERENTE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE NEPOMUCENO. ... 145

TABELA 40 – TARIFAÇÃO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 146

TABELA 41 - TABELA DE RELAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS DO SAAE NEPOMUCENO ...... 147

TABELA 42 - TABELA DE VEÍCULOS E MAQUINÁRIOS DO SAAE NEPOMUCENO ...... 148

TABELA 43 - RELAÇÃO DA POPULAÇÃO ABASTECIDA PELO SERVIÇO SAAE...... 149

TABELA 44 - UNIDADES DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DOS DISTRITOS E COMUNIDADES DE NEPOMUCENO ..... 150

TABELA 45 - COMPOSIÇÃO DA REDE DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 152

TABELA 46 – TABELA DE RELAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS DO SAAE NEPOMUCENO ...... 166

TABELA 47 – TABELA DE VEÍCULOS E MAQUINÁRIOS DO SAAE NEPOMUCENO ...... 167

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - ÁREA OCUPADA PELAS PRINCIPAIS CLASSES DE SOLO EM MINAS GERAIS ...... 36

GRÁFICO 2 - PERCENTUAL DA ÁREA TERRITORIAL COM PLANTAÇÃO...... 38

GRÁFICO 3 - GRÁFICO DE CHUVA MENSAL MÉDIA EM NEPOMUCENO ...... 44

GRÁFICO 4 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA, RURAL E TOTAL DE NEPOMUCENO NOS ÚLTIMOS 40 ANOS...... 52

GRÁFICO 5 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA ZONA URBANA DE NEPOMUCENO NOS ÚLTIMOS 40 ANOS ...... 52

GRÁFICO 6 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA ZONA RURAL ATÉ 2019 ...... 53

GRÁFICO 7 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DO BRASIL SEGUNDO A RAÇA E A COR ...... 54

GRÁFICO 8 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DE NEPOMUCENO SEGUNDO A RAÇA E A COR ...... 54

GRÁFICO 9 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO DE NEPOMUCENO SEGUNDO A COR NAS ZONAS URBANA E RURAL ...... 56

GRÁFICO 10 -EVOLUÇÃO NACIONAL EM CADA ETAPA DE ENSINO E META PARA 2017...... 61

GRÁFICO 11 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DE NEPOMUCENO ATÉ 2040 ...... 63

GRÁFICO 12 - COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL...... 64

GRÁFICO 13 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA NOS PRÓXIMOS 20 ANOS ...... 64

GRÁFICO 14 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL NOS PRÓXIMOS 20 ANOS ...... 65

GRÁFICO 15 - COMPOSIÇÃO DO PIB DE NEPOMUCENO – MG ...... 77

GRÁFICO 16 - PIB MÉDIO PER CAPITA PARA NEPOMUCENO E BRASIL ...... 77

GRÁFICO 19 - ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA ÁREA URBANA ...... 168

GRÁFICO 20 - ESGOTAMENTO SANITÁRIO NA ÁREA RURAL DE NEPOMUCENO ...... 168

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1. APRESENTAÇÃO

O presente documento, intitulado Diagnóstico da Infraestrutura Existente, é o segundo produto integrante do Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nepomuceno - MG. O Plano Municipal de Saneamento Básico de Nepomuceno visa estabelecer o planejamento das ações de saneamento do município, atendendo aos princípios da Política Nacional de Saneamento Básico (Lei Nº 11.445/2007), com vistas à melhoria da salubridade ambiental, à proteção dos recursos hídricos e à promoção da saúde pública. A elaboração do PMSB abrange o conjunto de serviços, infraestrutura e instalações dos setores de saneamento básico, que, por definição, engloba abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.

No entanto, conforme ‘Processo Licitatório nº 024/2019”, na modalidade Carta Convite nº 001/2019, vencido por esta EME ENGENHARIA AMBIENTA LTDA, cabendo a esta empresa a elaboração do PMSB do MUNICÍPIO DE NEPOMUCENOdaparterelacionada aos eixos do saneamento básico compreendido pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário, de maneira a possibilitar a criação de mecanismos articulados e integrados da gestão pública da infraestrutura do município relacionados com esses dois setores do saneamento básico. Sendo assim, a EME vem neste Produto 2apresentar o Diagnóstico da Infraestrutura Existente relacionado com os dois eixos em questão.

O presente produto apresentado ao Município contém a descrição das atividades referentes ao desenvolvimento dos trabalhos de levantamento da situação no setor de água e esgotamento sanitário, existente em Nepomuceno, na data de sua elaboração.

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1.1 INFORMAÇÕES GERAIS

Razão Social: Município de Nepomuceno CNPJ: 18.244.350/0001-90 Praça Padre José, nº180 - Nepomuceno – MG Endereço: CEP: 37250-000 Telefone: (35) 3861-3622

1.2 EMPRESA CONSULTORA

Razão Social: EME Engenharia Ambiental Ltda. CNPJ: 11.466.953/0001-66 Rua Emílio de Vasconcelos Costa, nº 85, Bairro Cruzeiro – Endereço: /MG, CEP: 30.310-250 Telefone: (31) 2512-9088

E-mail: [email protected] Responsável Técnico: Ronaldo Luiz Rezende Malard Diretor Executivo/ Eng.º Civil especialista em Cargo/Função: Saneamento e Meio Ambiente

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2 OBJETIVOS DO PRODUTO 2

O objetivo geral do diagnóstico da situação do saneamento básico (água e esgotamento sanitário) é consolidar informações sobre as condições de salubridade ambiental e dos serviços de saneamento básico, considerando os dados atuais e projeções como o perfil populacional, o quadro epidemiológico e de saúde, os indicadores socioeconômicos e ambientais, o desempenho na prestação de serviços e dados de outros setores correlatos.

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3 CONTEXTUALIZAÇÃO

3.1 CENÁRIO LEGAL DAS ATRIBUIÇÕES DE COMPETÊNCIAS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO BÁSICO

A cronologia legal pertinente ao Saneamento Básico no Brasil fomenta a discussão do papel dos Estados em relação ao Saneamento Básico e do caráter difuso das normativas, principalmente no que diz respeito à Constituição Federal (CF) de 1988 a qual no seu art. 30 inciso V, garante a competência do Município para a prestação dos serviços de interesse local, assim descrita: Compete aos municípios “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”. Vale chamar a atenção que o transporte coletivo tem sua competência claramente atribuída aos municípios, o mesmo não se pode dizer com relação aos sistemas de Saneamento Básico (Galvão Júnior et. al. 2009). Diante do cenário difuso de competências dispostos na Constituição, vale acrescentar o panorama cronológico legal dos estados, no qual destaca-se o Estado de São Paulo como o primeiro a criar uma política estadual de saneamento em 1992, seguido por Minas Gerais (1994), Rio Grande do Sul (2003), Rio Grande do Norte e Goiás (2004). As cinco políticas estaduais têm como objetivos assegurar a salubridade da população e do ambiente e promover o planejamento e desenvolvimento do setor de saneamento em cada estado (Id.Ibid). Em Minas Gerais, as competências dos municípios quanto ao Saneamento Básico ficam mais claras, dentro da Lei Estadual nº 11.720 de 28 de dezembro de 1994, que dispõe sobre a Política Estadual de Saneamento Básico. Tais atribuições foram definidas no art. 4º inciso II e art. 5º inciso I, transcritos a seguir: Art. 4º A política estadual de Saneamento Básico será elaborada e executada com a participação efetiva dos órgãos públicos e da sociedade, considerando

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especialmente a atuação integrada dos órgãos públicos municipais, estaduais e federais no setor de Saneamento Básico; Cabendo ao Estado realizar os programas conjuntos com os municípios, mediante convênios de mútua cooperação, de assistência técnica e de apoio institucional, com vistas a: Assegurar a implantação, a ampliação e a administração eficiente dos serviços de Saneamento Básico de interesse local e de competência do Município; frente aos anseios jurídicos consolidados pela legislação vigente. Com esta finalidade o Governo Federal, em 2007,estabeleceu a Política Nacional de Saneamento Básico, instituída através da Lei Federal 11.445/2007, a qual criou a nova configuração institucional para o Setor, outorgando aos municípios o papel de titulares dos serviços de Saneamento Básico, cabendo-lhes, no exercício de sua titularidade, a formulação e implementação da Política Municipal de Saneamento, que perpassa pelo planejamento, prestação direta ou delegação dos serviços, fiscalização, regulação e controle social. Ou seja, a obrigatoriedade da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico como principal instrumento para o planejamento, prestação ou delegação, regulação, fiscalização e controle social dos Serviços de Saneamento Básico, que compreendem o Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário, Gestão de Resíduos Sólidos e Drenagem Pluvial. A partir da nova Lei, o Plano Municipal de Saneamento Básico constitui requisito legal obrigatório para celebração de convênios e contratação de financiamentos para obras de saneamento, para delegação de serviços de saneamento e para formação de Consórcios Municipais.

3.2 O PAPEL DO COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE E DAS ASSOCIAÇÕES

Por definição, comitê é uma comissão, acepção ou “Reunião de membros para avaliar questões de interesse comum”. (Michaelis, 2019)

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Somando – se ao significado de Bacia Hidrográfica, apresentado anteriormente no Produto 1, temos que Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) é um fórum onde um grupo de pessoas, com diferentes visões e atuações, se reúne para discutir o uso d’água na bacia. Por meio de discussões e negociações democráticas, os comitês avaliam os reais e diferentes interesses sobre os usos das águas das bacias hidrográficas. Tais comitês possuem poder de decisão e cumprem papel fundamental na elaboração das políticas para gestão das águas nas bacias, sobretudo em regiões sujeitas a eventos críticos de escassez hídrica, inundações ou na qualidade da água que possam colocar em risco os usos múltiplos da água.

O CBH constitui o “Parlamento das Águas”, espaço destinado à representantes da comunidade para discutirem e deliberarem a respeito da gestão dos recursos hídricos, compartilhando responsabilidades de gestão com o poder público. (ANA, 2019) Atualmente o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Grande é composto por 65 membros titulares e respectivos suplentes. As vagas são distribuídas da seguinte forma:

I. União: 3 (três) representantes;

II. Poder Público Estadual: 8 (oito) representantes;

III. Poder Público Municipal: 12 (doze) representantes;

IV. Usuários de Águas: 26 (vinte e seis) representantes; e

V. Organizações Civis: 16 (dezesseis) representantes.

Cabe ao Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Grande a aprovação do Plano Integrado de Recursos Hídricos (PIRH), voltado especificamente para a implantação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos, compilação de dados atualizados sobre a bacia do rio Grande, identificação de áreas críticas, proposição de metas e diretrizes para ações de curto, médio e longo prazo.

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Também é da competência do CBH promover o debate sobre questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes; arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos; acompanhar a execução do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia e sugerir providências necessárias ao cumprimento das metas; propor aos Conselhos de Recursos Hídricos as acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso e estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados. (CBH Grande, 2019)

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4 DIRETRIZES GERAIS

As diretrizes nacionais para o saneamento básico são estabelecidas pela Lei Federal n°.11.445/2007. Assim, o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) deve considerar o que a referida lei determina. Com base nessa premissa e considerando os anseios da população, foram estabelecidas as seguintes diretrizes gerais do PMSB de Nepomuceno, relacionadas aos diferentes setores:

• Garantir a adoção de ações para recuperação e conservação ambiental, evitando o assoreamento dos corpos hídricos e contaminação dos mananciais; • Estimular a adoção de mecanismos que minimizem a poluição ambiental; • Adotar medidas que contribuam para o desenvolvimento sustentável, considerando a relação existente entre os diversos setores do município; • Assegurar a prestação de serviços eficientes, garantindo publicidade às informações e sistema de atendimento ao usuário; • Priorizar ações que promovam a equidade social e territorial no acesso ao saneamento básico; • Ampliar progressivamente o acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços de saneamento básico considerando aspectos ambientais, sociais e viabilidade técnica e econômico-financeira; • Buscar o desenvolvimento sustentável, a regularidade, qualidade, atendimento às normas, eficiência e a eficácia dos serviços de saneamento; • Garantir meios adequados para o atendimento dos serviços de saneamento à população rural dispersa, inclusive mediante a utilização de soluções compatíveis com suas características econômicas e sociais peculiares;

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• Fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, a adoção de tecnologias apropriadas e a difusão dos conhecimentos gerados; • Estimular o uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços; • Buscar a uniformização dos bancos de dados do município, possibilitando a adoção da bacia hidrográfica como unidade de referência para o planejamento de suas ações; • Adotar subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente para cobrir o custo integral dos serviços de saneamento; • Buscar os recursos necessários para realização dos investimentos, de modo a cumprir as metas e objetivos dos serviços de saneamento; • Implementar ações referentes ao saneamento básico, atendendo o que é estabelecido pelos documentos legais pertinentes e contribuindo com as políticas públicas de outras esferas de governo, visando a melhoria da qualidade de vida, das condições ambientais e da saúde pública; • Assegurar publicidade dos relatórios, estudos e instrumentos equivalentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços de saneamento; • Promover a conscientização ambiental da população, considerando questões relacionadas à preservação, saneamento e saúde pública; • Promover educação sanitária e ambiental que vise à construção da consciência individual e coletiva e de uma relação mais harmônica entre o homem e o ambiente. No que se refere ao abastecimento de água e sistema de esgotamento sanitário, as diretrizes que são os dois ramos do saneamento básico abordados nesse trabalho são as seguintes:

➢ Abastecimento de água

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Ampliar progressivamente o acesso dos cidadãos, localidades de baixa renda e comunidades rurais aos serviços de abastecimento de água, considerando aspectos ambientais, sociais e viabilidade técnica e econômico-financeira; • Garantir o abastecimento de água eficaz a toda população municipal, considerando a qualidade da água, controle, regularidade e permanência na distribuição; • Criar mecanismos que garantam a preservação e manutenção de mananciais de abastecimento, garantindo água em quantidade e qualidade adequada para o abastecimento das presentes e futuras gerações; • Garantir a adoção de ações de controle e monitoramento da qualidade da água utilizada para o abastecimento, inclusive em soluções individuais; • Realizar avaliação periódica das tarifas e custos da manutenção dos serviços de abastecimento de água, incluindo subsídios à população de baixa renda, tendo em vista o equilíbrio econômico-financeiro; • Implementar medidas que promovam o uso racional, reuso e reaproveitamento da água.

➢ Sistema de esgotamento sanitário:

• Ampliar o sistema de esgotamento sanitário para atender toda população municipal adotando práticas adequadas para tratamento do esgoto gerado, sem causar prejuízos ao meio ambiente e saúde pública; • Criar mecanismos que garantam maior controle e monitoramento do sistema de esgotamento sanitário, assegurando o funcionamento adequado do sistema e evitando a contaminação ambiental; • Implementar medidas que garantam maior controle das fossas, promovendo a adequação das mesmas a critérios que assegurem a proteção dos mananciais;

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• Garantir a implementação de sistemas de divulgação e esclarecimento à população com relação ao esgotamento sanitário, incluindo obras previstas e executadas e custos cobrados pelos serviços prestados; • Assegurar o acesso da população de baixa renda aos serviços de esgotamento sanitário.

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5 METODOLOGIA

O desenvolvimento do Diagnóstico da Situação do Saneamento Básico, no que se refere ao Abastecimento de Água e Sistema de Esgoto Sanitário do municípiode Nepomuceno, ocorreu em consonância com o Termo de Referência do processo licitatório 024/2019. Foi elaborado levando em consideraçãoa perspectiva da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, que integra a Bacia do Paraná, considerando as escalas temporal e espacial, o que permite uma visão sistêmica e abrangente da situação atual do municípiocuja área está incluída nessa bacia hidrográfica. Logo, este trabalho possibilitará propor soluções e medidas de intervenção para se atingir a universalização do saneamento básico municipal, abrangendo as áreas urbanas e rurais, em atendimento a Lei nº 11.445/2007.

O trabalho foi realizado a partir de dados primários e secundários, sendo que os primários ocorreram por meio de diversas visitas a campo e entrevistas junto às secretarias da prefeitura, ao SAAE e à comunidade. Os dados secundários foram obtidos através de diversas fontes de consulta, abrangendo instituições nacionais, estaduais e municipais.

O trabalho de mobilização iniciou-se com uma reunião com a equipe executiva e consultiva da Prefeitura, para discutir os problemas vivenciados em relação ao saneamento básico, principalmente em relação ao abastecimento de água e sistema de esgotamento sanitário. Para uma efetiva participação popular serão utilizados no decorrer do desenvolvimento dos trabalhos diversos instrumentos de comunicação já disponíveis no município, como telefone, e-mail, rede social, jornal local e rádio FM. Além da confecção de banners, folders, e informativos, distribuídos nas escolas e áreas comuns da cidade.

A Conferência e a Audiência abrirão espaço para a troca de experiências entre a equipe de mobilização e os moradores locais, possibilitando

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sobretudoareflexão sobre os problemas inerentes de cada localidade, levando em consideraçãoa participação da comunidade em torno do saneamento básico e sua relação com a melhoria das condições locais de saúde, educação, desenvolvimento econômico, ambiental e cultural. Procurando também, trazer o cidadão para as discussões na busca de soluções integradas de saneamento.

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6 CARACTERIZAÇÃO GERAL

6.1 GEOLOGIA

Para o estudo da geologia do município de Nepomuceno foi utilizada a Folha Nepomuceno SF-23-V-D-III escala 1: 100.000, disponibilizada pelo IBGE, localizada na região centro-sul do Estado de Minas Gerais, entre as latitudes 21º00’S - 21º30’S e as longitudes 45º30’W - 45º00’W. Na articulação da folha, tem como limites as folhas (norte), (sul), (leste) e Alfenas (oeste), conforme indicado na Figura 1.

Figura 1 - Localização da folha Nepomuceno SF-23-V-D-III 1: 100.000 no estado de Minas Gerais e articulação da Folha.

Fonte: Programa Geologia do Brasil (2008)

A área em questão está inserida no contexto da geologia do sudeste do Brasil, na borda sul do Cráton do São Francisco. Resumidamente, são metassedimentos das megasseqüências São João Del Rei, Carandaí e Andrelândia, cavalgadas ou depositadas em discordância angular e litológica sobre embasamento arqueano-paleoproterozóico. Em grande parte da Folha Nepomuceno ocorrem rochas do embasamento, mas na sua porção sul ocorrem metassedimentos alóctones e autóctones da Megasseqüência Andrelândia.

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Conforme mostra a Figura 2 em associação à Tabela 1, é possível identificar 7 estruturas geológicas predominante no município de Nepomuceno.

Figura 2 - Estruturas geológicas e tipos de rocha do município de Nepomuceno

Fonte: RMMG 2019

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Tabela 1 - Descrição das estruturas geológicas de Nepomuceno

Fonte: RMMG 2019

6.2 RECURSOS MINERAIS

O estado de Minas Gerais é destaque no cenário nacional, possuindo algumas das maiores jazidas minerais do país, no que se refere ao minério de ferro, ouro, pedras preciosas e de ocorrências outros minereis em escala menores.

O Estado é composto pelo núcleo arqueano-paleoproterozoico onde estão, por exemplo, grandes regiões minerais de ouro e ferro, sendo esses, respectivamente, o Supergrupo – greenstonebelt Rio das Velhas e o Supergrupo Minas, ambos na região do Quadrilátero Ferrífero. Já nos cinturões marginais do estado estão a região de Porteirinha detentora de ferro; a Província Pegmatítica Oriental, com pedras preciosas; a jazida aurífera de Morro do Ouro; o nióbio do Maciço de Araxá; estanho e tântalo, além de bauxita. Outros bens minerais do estado ainda incluem, entre outros, depósitos e minas de Mn, Ni, Co, Al, Ta, diamante, P, Cr, esmeralda, calcário, grafita, e rochas ornamentais (Dardenne&Schobbenhaus 2001, Biondi 2015).

Apesar do município de Nepomuceno localizar-se me Minas Gerais, não possui nenhuma área de exploração mineral ou jazida expressiva, como mostra a Figura 3. Apenas nas regiões circunvizinhas há exploração de argila refratária, calcário, cromo e quartzo (areia industrial).

Figura 3 - Recursos minerais e áreas de exploração no município de Nepomuceno

6.3 GEOMORFOLOGIA

Nepomuceno faz parte do domínio morfoestrutural do Planalto dos Campos das Vertentes (Figura 4). Segundo Oliveira et al. (1983), os seguintes tipos de solos são encontrados na região: latossolos vermelho-amarelo álico, latossolos vermelho escuro distrófico, cambissolosálico e podzólico vermelho-amarelo álico ou distrófico. O relevo da área está condicionado ao tipo litológico aflorante sendo, em geral, do tipo mar de morros. Aonde afloram granitóides como nas áreas de ocorrência do granito Porto Mendes e do granitóide Rio do Amparo, o relevo é acidentado com altitudes que chegam a 1000-1100 metros. Pequenas serras são encontradas nas áreas de ocorrência de quartzitos da Megasseqüência Andrelândia. Nas áreas de ocorrência de rochas ultramáficas, máficas e xistos, o relevo é pouco acentuado, constituindo regiões de baixada com altitude média em torno de 800 metros.

Figura 4 - Mesorregiões do Estado de Minas Gerais

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Fonte: IBGE

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6.4 TOPOGRAFIA

O relevo é o conjunto de saliências e reentrâncias que compõem a superfície terrestre, segundo Martinelli (2009), é o resultado da ação de duas forças, a endógena (interna) e a exógena (externa). As primeiras são responsáveis pelas formas, ou seja, pelas estruturas, enquanto as segundas tomam parte na modelagem das formas. Se expressa na configuração plástica concreta e heterogênea das formas que compõem a superfície da Terra (ROSS, 1999).

O Estado de Minas Gerais possui um relevo que é marcado por uma grande proporção de terras altas, acompanhadas por planaltos, chapadas e depressões. Localizado na região de predomínio do Planalto Atlântico, podemos observar no Estado um relevo bastante acidentado, com a predominância de significativas elevações com relevos de "mares de morros ou ondulados" e altitudes que variam de 700 m à mais de 2000 m.

Valadão et.al (2008), divide o território do Estado de Minas Gerais em regiões de planalto, chapadas e de depressão. Para os autores, podemos dividir o território do Estado em 10 regiões, de acordo com a formação geológica e geomorfológica, que são:

• Serra do Espinhaço; • Quadrilátero Ferrífero;

• “Chapadas” do ; • “Chapadas do São Francisco;

• Planaltos do Leste e Sul de Minas;

• Planaltos da Bacia do Paraná;

• Depressão do São Francisco; • Depressão do Jequitinhonha;

• Depressão do Rio Doce; • Depressão do Paraíba do Sul;

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O município de Nepomuceno está localizado na região de Planaltos do Leste e Sul de Minas, forma de relevo conhecida por “mares de morros”. São relevos com forma geralmente ondulada, já que possuem formação geológica mais antiga e por isso, têm terrenos mais acidentados, devido ao processo de deposição e erosão do solo. Como mostra a Figura 5, Nepomuceno está localizado na região onde a altitude varia entre 800m e 1800m.

Figura 5 - Relevo de Minas Gerais

Fonte: Senac Minas

6.5 PEDOLOGIA

Analisando o Estado de Minas Gerais do ponto de vista pedológico, observa-se que o território é constituído por solos ácidos e pobres quimicamente, com predomínio de Latossolos Vermelho - Amarelos, Latossolos Vermelhos, CambissolosHáplicos e NeossolosLitólicos.Cerca de 53,5% do Estado é de Latossolos, coberturas estáveis, em avançado estágio de intemperismo, cuja evolução resulta de transformações intensas no material de origem. São solos profundos, com boas condições de drenagem, baixa capacidade de troca catiônica (CTC), quase sempre ácidos. Originam-se de material de origem 35

diversos e tendem a se localizar, sobretudo, em amplas e antigas superfícies de erosão, pedimentos ou terraços fluviais antigos.

Gráfico 1 - Área ocupada pelas principais classes de solo em Minas Gerais

Fonte: FEAM 2010

Uma das formas de estudar a pedologia é pela análise dos biomas, considerando que Nepomuceno integra predominantemente o bioma Mata Atlântica e Cerrado, o solo da região será composto por Latossolos Vermelho Amarelos, seguidos pelos Latossolos Vermelhos e Argissolos. As manchas de Latossolos encontram-se associadas às manchas de Argissolos, constituindo um sistema de transformação Latossolos - Argissolos no contexto dos mares de morros.

Reduzindo a área de análise, para a bacia do Ribeirão Sapé, manancial de captação e disposição final dos efluentes da ETE, pode se observar a

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predominância do bioma Cerrado, onde o solo é predominantemente Latossolo Vermelho e Argissolo Vermelho.

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6.6 POTENCIAL AGRÍCOLA

O município é impulsionado basicamente pelo setor agropecuário, em especial a cafeicultura, que representa cerca de 70% da matriz econômica do município, e a avicultura, sendo um dos 5 maiores produtores de ovos de Minas Gerais.

Comparação da área plantada no minicípio e no país 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Ano

NEPOMUCENO | MG MÉDIA NACIONAL

Gráfico 2 - Percentual da área territorial com plantação

Fonte: IPEADATA 2019 Como pode-se observar na Gráfico 2, o Município possui percentual de uso da terra para plantação muito superior à média nacional, e ainda há espaço para expansão do setor agropecuário do município. Destaca-se também a exportação de aves, produção de leite, pecuária e produção de milho, arroz e feijão para o mercado interno.

6.7 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO E ESTRATÉGIAS DE MANEJO

Em Janeiro de 2007 as áreas prioritárias para conservação ambiental foram revistas. O resultado da atualização das áreas prioritárias do Bioma Mata Atlântica indicou 880 áreas distribuídas em 428.409 Km2 Desse total, 522 são áreas novas e 358 são áreas sob algum tipo de proteção

Como o principal bioma encontrado no município de Nepomuceno é Mata Atlântica, na última atualização das áreas prioritárias para conservação foi estabelecido que uma porção leste do município é de alta prioridade, como mostra a figura a seguir.

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Figura 6 - Área prioritária para conservação ambiental em Nepomuceno-MG

Fonte: WebGis (2019)

As principais recomendações para mitigar os processos degradantes foram a formação de mosaico ou corredor ecológico, seguida da criação de UC (Unidade de Conservação), recuperação de áreas degradadas e/ou populações de espécies ameaçadas, criação de unidade de conservação de Proteção Integral, inventário biológico e criação de UC – Uso Sustentável.

A bacia responsável pelo abastecimento de água da sede do município está localizada na porção sul do território. A região apresenta alto potencial agrícola e possui uma significativa variação de tipos de solo. Através de estudo específico já realizado anteriormente é possível constatar que existe ao longo da bacia diversos pontos de conflito de uso do solo, demonstrando a necessidade da aplicação de técnicas vegetativas e mecânicas de manejo para garantir maior quantidade e qualidade dos recursos hídricos na bacia de captação de água do município.

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6.8 VEGETAÇÃO

Entende-se por biomas como regiões com características naturais muito parecidas e uma comunidade biológica semelhante, porém que compreendem uma grande variedade de ecossistemas. No Brasil são seis grandes biomas, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal e Pampa, distribuídos conforme a Figura 7.

Figura 7 - Distribuição dos biomas brasileiros

Fonte: IBGE

Minas Gerais, devido sua grande diversidade de clima e relevo, é composto basicamente por 3 biomas, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. Segundo dados divulgados pelo Instituto Estadual de Florestas de 2005, apenas um terço da cobertura vegetal nativa permanece preservada no Estado, sendo deste terço 19,9% Cerrado, 10,4% Mata Atlântica e 3,5% Caatinga.

O município de Nepomuceno tem sua vegetação composta predominantemente por Mata Atlântica e resquícios de Cerrado, conforme mostrado na Figura 8.

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Figura 8 - Vegetação de Minas Gerais e da região de Nepomuceno

Fonte: Descubra Minas Senac (2019)

Devido à extensão territorial e relevos diversos, um mesmo bioma pode apresentar especificidades que condizem com a sua localização. Na região do município de Nepomuceno a Mata Atlântica, também conhecida por floresta latifoliada tropical, possui grande biodiversidade, sendo sua fauna muito semelhante à do bioma Amazônia, contando com aproximadamente 850 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 espécies de mamíferos e 350 espécies de peixes. Cerca de 39% dos mamíferos desse bioma são endêmicos. Sua vegetação é de médio e grande porte do tipo ombrófila e estacionais. Sendo que a flora conta com aproximadamente 20 mil espécies de vegetais, das quais 8 mil existem apenas nessa região. Cerca de 55% das espécies arbóreas e 40% das espécies não arbóreas são endêmicas.

O clima da Mata Atlântica na região de Nepomuceno é o tropical de altitude, úmido e de verões brandos sujeitos a grandes estiagens esporádicas e com um inverno às vezes rigoroso, apresentando uma temperatura média anual de 41

21,2°C. Devido à sua umidade e a pouca incidência de sol na superfície por causa do estrato arbóreo característico, o solo da região é pobre e raso, além de apresentar elevada acidez.

A Mata Atlântica vem sendo degradada há anos com a expansão da população e substituição da mata por áreas de cultivos, o que coloca em risco diversas espécies da fauna e da flora que são endêmicas.

6.9 CLIMA

O município de Nepomuceno possui clima tropical de altitude (Figura 9), característico de regiões de relevo mais elevado.

Figura 9 - Cimas de Minas Gerais

Fonte SENAC MG (2019) É possível observar duas estações bem definidas, o verão é úmido e o inverno é seco. As chuvas concentram-se no período de Outubro à Abril, conforme pode ser observado no Gráfico 3, e o período de estiagem de Maio à Setembro. Devido à grande altitude, as temperaturas ao longo do ano são amenas.

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Gráfico 3 - Gráfico de chuva mensal média em Nepomuceno

Fonte: WeatherSpark

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6.10 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

Uma Área de Preservação Permanente (APP) é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa e pré-estabelecida por lei, independente do uso e da ocupação do espaço. Sua função ambiental é de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade. App’s são áreas naturais suscetíveis à ação antrópica e, portanto, com rígidos limites de exploração. É permitido o acesso de pessoa e animais apenas para obtenção de água e para atividades de baixo impacto ambiental. (PET Biologia ,2015)

O município de Nepomuceno está localizado na região da bacia do Ribeirão Sapé e Bela Vista contribuintes do lago de Furnas, e apresenta algumas áreas de preservação permanente conforme mostra o mapa a seguir.

Figura 10 -Áreas de preservação permanente localizadas na bacia do Ribeirão Sapé/ Bela Vista

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6.11 HIDROGRAFIA

O município de Nepomuceno, que se situa no sul do Estado de Minas Gerais, é integrante dos afluentes da Bacia Hidrográfica de Rio Grande, sendo banhado pelo Rio Grande, Ribeirão Congonha, Rio Cervo e Ribeirão Sapé. Sendo o manancial utilizado para captação e disposição final do esgotamento sanitário o Ribeirão Sapé.

A Figura 11 mostra a Bacia Hidrográfica do Entorno do Reservatório de Furnas GD3, onde está inserido o município de Nepomuceno e que possui o Comitê da Bacia do Entorno do Reservatório de Furnas, criado em 2002.

Figura 11 - Bacia Hidrográfica do Entorno do Reservatório de Furnas

Fonte: IGAM (2020)

A Bacia Hidrográfica Entorno do Reservatório de Furnas, mostrada na Figura 11, faz parte da Bacia do Rio Grande que integra a Região Hidrográfica do Paraná e é formada por 393 municípios, dos quais 325 têm área totalmente incluída na Bacia, além disso inclui dois importantes estados brasileiros: Minas 47

Gerais, a norte, com 60,2% da área de drenagem da bacia, e São Paulo, ao sul, com 39,8% da área.

Figura 12 - Localização geográfica da Bacia do Rio Grande

Fonte:CBH Grande

A abrangência da bacia hidrográfica garante a ela uma diversidade de ambientes, desde os típicos da Região Centro-Oeste, como os cobertos por vegetação de cerrado, até áreas montanhosas e típicas da costa Sudeste do Brasil, com perímetros de Mata Atlântica.

6.12 HIDROGEOLOGIA

Nos últimos trinta anos, o conhecimento dos solos cresceu muito, estabelecendo-se a pedologia tropical como um assunto importante para a engenharia civil. Em l968, a geologia apontava os solos do depósito de apatita de Araxá como os mais espessos do Brasil, total de 104 m (Barbosa,1968). Hoje, são conhecidos, no Brasil, solos com 300 metros de espessura.

Entretanto, em Minas Gerais, são encontrados solos com até 700 m de profundidade, todos eles satisfazendo os limites geotécnicos usuais. São semelhantes e na transição solo-rocha, que interessa em muito a hidrogeologia brasileira, são notáveis as altas porosidade e permeabilidade.

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O município de Nepomuceno está na província hidrológica do Escudo Oriental, no domínio cristalino. Área com ocorrência de aquífero fissural de produtividade média a alta, como pode ser observado na Figura 13, com potencialidade hídrica de muito alta a média. O que leva a região a ser um ponto de importante fonte de água mineral e potável de mesa.

Figura 13 - Mapa hidrogeológico da região de Nepomuceno

Fonte: IBGE (2015)

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7 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA

7.1 ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS

7.1.1 Breve histórico

A colonização do território onde hoje se localiza o município de Nepomuceno, antes ocupado por indígenas, teve início no século XVIII e foi protagonizada por desbravadores paulistas atraídos pela disponibilidade de boas terras. O capitão Mateus Luís Garcia obteve, por sesmaria, a fazenda , onde foi construída uma capela em honra a São João Nepomuceno. Em torno da capela formou-se o primeiro núcleo que deu origem ao Povoado de São João Nepomuceno, a povoação foi aumentando à medida que se fixavam novos agricultores, chegavam imigrantes e escravos. Tendo a atividade agropecuária sido a mola propulsora do progresso da comunidade, a região se desenvolvia a ponto de, em 1831, ser elevada a Distrito de paz (11 de setembro de 1831) e freguesia pela Lei Número 209, de 7 de abril de 1841. Em 30 de agosto de 1911, Nepomuceno conseguiu sua emancipação política administrativa, estabelecendo-se como município, através da Lei Estadual, nº 556, de 30 de agosto de 1911, sancionada pelo Exmo. Sr. Presidente do Estado de Minas Gerais, Dr. Júlio Bueno Brandão. O município de Nepomuceno desenvolveu-se pelo Sul do Estado de Minas Gerais, seus municípios limítrofes são Campo Belo, , , Três Pontas, , Lavras, Perdões, e . Suas coordenadas geográficas são 21º13’50” de Latitude Sul, 45º 10′50” de Latitude WGR, dista 240 km da Capital do Estadopor estradas pavimentadas. E encontra-se a 11Km da rodovia Fernão Dias, BR 381 que liga os Estados de Minas Gerais e São Paulo, conforme figura 14. Desta forma possui ligação através de Rodovias pavimentadas com as principais capitais do País e cidades vizinhas. A topografia é representada pelas Serras São João, Morembá, do Oriente, Dois Irmãos, do Carrapato e da Paineira.

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Figura 14 - Mapa rodoviário da região de Nepomuceno

Fonte:SENAC

7.2 INFORMAÇÕES DEMOGRÁFICAS

7.2.1 População Urbana e Rural

Segundo os dados apresentados pelo censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010, a população do município de Nepomuceno é de 25.733 habitantes, como pode-se observar na Tabela 2, sendo que cerca de 77% da população está localizada na zona urbana e 23% na zona rural. Sua extensão territorial é de 583,78 km², apresentando uma densidade demográfica de 44,17 Hab/km².

Tabela 2 - População de Nepomuceno

Ano 1970 1980 1991 2000 2010 2019 Rural 12964 10375 9489 6706 5797 4979 Situação do Domicílio Urbana 6407 10800 14580 18116 19936 21574 26553 População Total 19371 21175 24069 24822 25733

Fonte: IBGE (2019)

No Gráfico abaixo podemos ver o desenvolvimento da população de Nepomuceno nos últimos 50 anos.

51

População de Nepomuceno até 2019 30000

25000

20000

15000

10000

5000

0 1970 1980 1991 2000 2010 2019

Rural Urbana População Total

Gráfico 4 – Evolução da população urbana, rural e total de Nepomuceno nos últimos 40 anos. Como é possível observar no Gráfico 5 a população residente na zona urbana aumentou com o passar dos anos.

População Urbana até 2019 25000

20000

15000

10000

5000

0 1970 1980 1991 2000 2010 2019

Gráfico 5 - Evolução da população residente na zona urbana de Nepomuceno nos últimos 40 anos Ao contrário da população urbana, observa-se uma redução no número de residentes na zona rural, como mostra o Gráfico 6.

52

População Rural até 2019 14000

12000

10000

8000

6000

4000

2000

0 1970 1980 1991 2000 2010 2019

Gráfico 6 - Evolução da população residente na zona rural até 2019 7.2.2 Distribuição da população por gênero

Conforme mostra os dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de 2018, o número de mulheres no Brasil é superior ao de homens, seguindo a tendência mundial. A população brasileira é composta por 48,3% de homens e 51,7% de mulheres. Assim como o Brasil, Minas Gerais também apresenta uma população feminina superior à masculina, cerca de 51,1% são sexo feminino contra 48,9% masculino, segundo os dados da Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais (PAD-MG).

O município de Nepomuceno não foge das tendências mundiais, federais e estaduais. Como mostra a Tabela 3, a proporção de mulheres que compõe a população nepomucenense vem aumentando.

Tabela 3 - População Total, por Gênero, Rural/Urbana - do município de Nepomuceno /MG

População % do Total População % do Total População % do Total População (1991) (1991) (2000) (2000) (2010) (2010) População total 24.069 100 24.822 100 25.733 100 População residente 12.151 50,48 12.411 50 12.832 49,87 masculina População 11.918 49,52 12.411 50 12.901 50,13 residente feminina Fonte: PNUD, Ipea e FJP 53

7.2.3 Distribuição da população por raça

Segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de 2016 e divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), seguindo critérios de declaração de cor ou raça, a população brasileira residente é de maioria parda. (Gráfico 7)

Distribuição da população por raça e cor no Brasil

Parda Branca Preta Indígenas,amarelos e outros

8% 1%

47%

44%

Gráfico 7 - Distribuição percentual da população do Brasil segundo a raça e a cor Fonte:PNAD

Porém, o município de Nepomuceno mostra um cenário diferente do nacional, apresentando uma população branca maior. (Gráfico 8),

Distribuição da população por raça e cor em Nepomuceno

Branca Parda Negra Amarela

2% 11%

52% 35%

Gráfico 8 - Distribuição percentual da população de Nepomuceno segundo a raça e a cor

Fonte:PNAD

54

Por localizar-se no Sul de Minas Gerais, onde há uma predominância de residentes brancos (Figura 15), segundo os dados apresentados pelo IBGE, 52% da população residente de Nepomuceno é branca, 34% é parda, 11% é negra e 2% é amarela.

Figura 15 - Distribuição geográfica da população do Sudeste segundo a cor

Fonte: IBGE 2010

O Gráfico 9 mostra a distribuição da população de Nepomuceno considerando a raça ou cor e o domicílio.

55

Distribuição da população por raça e cor nas zonas consideradas urbanas e rurais

Urbana Rural

Amarela

Negra

Parda

Branca

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Gráfico 9 - Distribuição da população de Nepomuceno segundo a cor nas zonas urbana e rural

56

7.2.4 Distribuição da população por faixa etária

A população brasileira iniciou o processo de envelhecimento, como podemos observar na pirâmide etária (Figura 16).

Figura 16 - Pirâmide etária de Nepomuceno

Fonte: IBGE 2010

É possível identificar um estreitamento da base da pirâmide entre 2012 e 2018, indicando uma redução da natalidade e consequentemente uma porcentagem menor da faixa etária mais jovem. Em contrapartida, o topo da pirâmide vem se alargando, o que mostra um aumento da expectativa de vida e uma porcentagem maior de idosos compondo a população.

Quando comparada à pirâmide etária de Nepomuceno, vê-se que o município segue a tendência nacional no que tange o desenvolvimento da população (Figura 17). É possível observar também a tendência apresentada anteriormente da proporção de mulheres na população ser maior.

57

Figura 17 - Pirâmide etária brasileira

7.2.5 Distribuição da população nível de renda

Segundo dados fornecidos pelo PNUD, IPEA E FJP, observa-se que a renda per capita média de Nepomuceno cresceu 46,20% nas últimas duas décadas, sendo um percentual muito inferior ao encontrado para o Estado de Minas Gerais. Passando de R$ 328,85, em 1991, para R$ 429,72, em 2000, e para R$ 480,79, em 2010, isso equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 2,02%. A taxa média anual de crescimento foi de 3,02%, entre 1991 e 2000, e 1,13%, entre 2000 e 2010.Na Tabela 4 é possível fazer a comparação entre os dados para Nepomuceno e Minas Gerais.

Tabela 4 - Evolução da renda per capita média em Nepomuceno e Minas Gerais

Ano 1991 2000 2010 Nepomuceno R$ 328,85 R$ 429,72 R$ 480,79 Renda Per Capita Média Minas Gerais R$ 373,85 R$ 548,87 R$ 749,69 Fonte: Atlas Brasil

A proporção de pessoas pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de 48,11%, em 1991, para 23,83%, em 2000, e para 12,71%, em 2010. (Tabela 5)

58

Tabela 5 - Tabela comparativa % de pobres e extremamente pobres no município de Nepomuceno

Ano 1991 2000 2010

% de extremamente pobres 15,18 5,00 3,34

% de pobres 48,11 23,83 12,71 Fonte: Atlas Brasil

7.3 EDUCAÇÃO

• Conclusão Ensino Fundamental e Médio

Segundo informações divulgadas pelo IBGE, o censo de 2010 revelou que 65 % da população residente de Nepomuceno não possui educação formal ou possui o ensino fundamental incompleto. Já a parcela da população que possui o ensino fundamental completo e o nível médio incompleto é de 16%, o ensino médio completo e superior incompleto é de 14% e o ensino superior completo é de 5%.

A Tabela 6 permite comparar os dados do Censo educacional de 2010 de Nepomuceno com o de Minas Gerais e do Brasil. É possível observar que a porcentagem da população sem ensino ou com ensino fundamental incompleto é muito distante dos dados encontrados no âmbito estadual e federal.

Tabela 6 - Nível de instrução da população

Nepomuceno Minas Gerais Brasil SEM INSTRUÇÃO E FUNDAMENTAL INCOMPLETO 65% 53% 50% FUNDAMENTAL COMPLETO E MÉDIO INCOMPLETO 16% 17% 17% MÉDIO COMPLETO E SUPERIOR INCOMPLETO 14% 22% 23% SUPERIOR COMPLETO 5% 8% 8% NÃO DETERMINADO 0% 1% 1% Fonte : IBGE 2010

• Distorção Série-Idade

Há uma adequação teórica entre a série e a idade do aluno. No caso brasileiro, considera-se a idade de 6 anos como a idade adequada para ingresso no

59

ensino fundamental, cuja duração, normalmente, é de 9 anos. Seguindo este raciocínio é possível identificar a idade adequada para cada série. A taxa de distorção Série-Idade é um indicador que permite avaliar o percentual de alunos, em cada série, com idade superior à idade recomendada. O aluno que possui 2 anos ou mais de idade acima da idade ideal para a série é considerado como tendo idade acima da recomendada.

A taxa de distorção Série –idade, apresentada na Tabela 7, mostra quantos alunos estão com atraso escolar de dois anos ou mais para cada 100 alunos no município de Nepomuceno.

Tabela 7 - Taxa de distorção série-idade para cada ano de ensino do município de Nepomuceno

Ensino Fundamental Ensino Médio Ano 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° 1° 2° 3°

Distorção 1% 0% 0% 3% 2% 11% 20% 17% 13% 33% 36% 29% Série-Idade Fonte: INEP 2017

É possível observar pela tabela que a taxa de distorção série-idade aumenta muito nos anos finais do ensino.

• Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

O índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), foi criado em 2007 para medir a qualidade do ensino e leva em consideração no cálculo duas componentes: a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Inep. O Gráfico 10 mostra a evolução dos valores obtidos para o Brasil nos últimos anos e as metas estipuladas.

60

Gráfico 10 -Evolução nacional em cada etapa de ensino e meta para 2017

Fonte: Inpe 2018

Na Tabela 8 é possível fazer o comparativo dos índices divulgados em 2017 pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inpe) para o município de Nepomuceno, Minas Gerais e Brasil.

Tabela 8 - IDEB 2017

Minas Nepomuceno Brasil Gerais Anos iniciais do ensino 6,60 6,30 5,80 fundamental Anos finais do ensino 4,40 4,50 4,70 fundamental Ensino médio 3,20 - 3,80 Fonte: MEC e Inpe 2018

61

• Estrutura Educacional

O município de Nepomuceno conta com 21 instituições, dentre elas 5 privadas e 16 distribuídas entre municipais e estaduais.

• Esforço Orçamentário

O esforço orçamentário do município de Nepomuceno destinado à educação básica é gerenciado pela Secretaria Municipal de Educação que é responsável, entre outras funções, por elaborar e propor as políticas municipais de educação, administrar e desenvolver o ensino em âmbito municipal, controlar e gerenciar a movimentação do Ensino Municipal de Educação e demais recursos de aplicação na área de educação e administrar os estabelecimentos de ensino mantidos pelo Município. • Educação ambiental e sanitária

Os programas de educação ambiental vão além das escolas e do ensino formal, estão dentro de várias ações e programas desenvolvidos e gerenciados pelas unidades executivas do município voltadas para a comunidade de Nepomuceno.

62

7.4 ASPECTOS DE EVOLUÇÃO POPULACIONAL E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO

De acordo com o padrão de crescimento apresentado pelo município, a EME Engenharia calculou a progressão populacional total, utilizando o método aritmético e modelo de cálculo fornecido pelo IBGE, como mostra a tabela 9.

Tabela 9 - Progressão da população de Nepomuceno até 2040

População Total População Total População Total Ano Ano Ano (hab) (hab) (hab) 2011 25824 2021 26735 2031 27646 2012 25915 2022 26826 2032 27737 2013 26006 2023 26917 2033 27828 2014 26097 2024 27008 2034 27919 2015 26189 2025 27100 2035 28011 2016 26280 2026 27191 2036 28102 2017 26371 2027 27282 2037 28193 2018 26462 2028 27373 2038 28284 2019 26553 2029 27464 2039 28375 2020 26644 2030 27555 2040 28466

O gráfico 11 mostra a evolução da população total do município de Nepomuceno pelo método aritmético.

Evolução da população total 29000

28500

28000

27500

27000

26500

26000

25500

2034 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2035 2036 2037 2038 2039 2040 2020

Gráfico 11 - Evolução da população de Nepomuceno até 2040 63

O Gráfico 12 permite compararmos as linhas de progressão da população total, população rural e população urbana.

Evolução da população 30000

25000

20000

15000

10000

5000

0

2034 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2035 2036 2037 2038 2039 2040

População Total (hab) População Urbana (hab) População Rural (hab)

Gráfico 12 - Comparativo da evolução da população total, urbana e rural. Destrinchando o crescimento população observa-se padrões de progressão bem distintos para a população residente na zona rural e urbana. A população urbana terá um crescimento relativamente acelerado, apresentado no gráfico 13.

Evolução da população urbana 26000

25000

24000

23000

22000

21000

20000

19000

2034 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2035 2036 2037 2038 2039 2040 2020

Gráfico 13 - Evolução da população urbana nos próximos 20 anos

64

Enquanto a população rural irá reduzir drasticamente nos próximos 20 anos. (Gráfico 14)

Evolução da população rural

6000

5000

4000

3000

2000

1000

0

2034 2037 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2035 2036 2038 2039 2040 2020

Gráfico 14 - Evolução da população rural nos próximos 20 anos

7.5 ASSISTÊNCIA SOCIAL

7.5.1 Programas e Áreas de Atuação da Assistência Social

A Prefeitura de Nepomuceno possui programas de assistência social voltados para a população de baixa renda além de crianças e adolescentes, que são financiados pelo Fundo Municipal de Assistência Social. O fundo contempla os programas assistencialistas desenvolvidos pelo Governo Federal e financia a manutenção das atividades de programas como Bolsa Família, Conselho Tutelar e Conselho Municipal de Assistência Social.

7.5.2 Serviços Socioassistenciais em Funcionamento

Os programas de assistência social citados no item 7.5.1, que possuem diretrizes estabelecidas pelo Governo Federal, estão em pleno funcionamento e são contemplados no projeto orçamentário anual do Fundo Municipal de Assistência Social.

65

7.5.3 Agentes envolvidos e estrutura

Os programas de assistência social do município de Nepomuceno citados anteriormente, ficam a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social que é responsável por elaborar e propor as políticas municipais de Assistência Social, de enfrentamento da pobreza e desenvolvimento comunitário, controlar e gerenciar a movimentação do Fundo Municipal de Assistência Social e demais recursos de aplicação na área social além de incentivar e prestar apoio à entidade e associações civis que visem ao desenvolvimento comunitário e à assistência social.

7.6 DESENVOLVIMENTO HUMANO E TAXA DE POBREZA

7.6.1 Índice Gini

A evolução da desigualdade de renda pode ser descrita através do Índice de Gini, desenvolvido pelo estatístico italiano Conrado Gini publicado em 1912, e, atualmente, um dos principais indicadores de desigualdade social. O índice de Gini referente à Nepomuceno passou de 0,64, em 1991, para 0,57, em 2000, e para 0,44, em 2010.Também se mostrando inferior ao índice obtido para Minas Gerais e Brasil. (Tabela 10)

Lembramos que o Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. Portanto, a distribuição de renda no município de Nepomuceno vem melhorando no decorrer do tempo.

Tabela 10 - Comparativo da evolução do índice de Gini em Nepomuceno, Minas Gerais e Brasil

Ano 1991 2000 2010

Nepomuceno 0,64 0,57 0,44 Índice de Gini Minas Gerais 0,61 0,61 0,56 Brasil 0,60 0,59 0,54 66

Fonte: Atlas Brasil 2019

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7.6.2 Desnutrição

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, a prevalência da desnutrição aumentou no município de Nepomucenovinha caindo, no entanto, entre os anos de 2008 e 2009 houve um aumento, como pode ser observado na tabela a seguir.

Tabela 11 – Prevalência da desnutrição no município de Nepomuceno - MG

Ano 2006 2007 2008 2009

Prevalência da desnutrição 0,4 0,3 0,2 0,6 infantil*

*Em crianças menores de 2 anos, por 100 habitantes. Fonte:SIAB. Situação da base de dados nacional em 22/02/2010.

7.6.3 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

Segundo informações do PNUD o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), desenvolvido por MahbubulHaq e Amartya Sem, surgiu para ser um contraponto ao PIB (Produto Interno Bruto) pois leva em consideração a saúde, a educação e a renda, diferentemente do PIB que mostra apenas o ponto econômico do desenvolvimento. O IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) é um ajuste metodológico ao IDH Global, quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento da região.

O IDHM do município de Nepomuceno evoluiu positivamente nas últimas décadas. Entre 1991 e 2000 o IDHM passou de 0,402 em 1991 para 0,570 em 2000, uma taxa de crescimento de 41,79%. Nesse período, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,217), seguida por Longevidade e por Renda. Já entre 2000 e 2010 o IDHM passou de 0,570 em 2000 para 0,667 em 2010, uma taxa de crescimento de 17,02%. Nesse período, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi a Educação novamente (com crescimento de 0,174), seguida por Longevidade e por Renda.

68

O IDHM atual de Nepomuceno enquadra o município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM entre 0,600 e 0,699) e o parâmetro que mais contribui para esse valor é o da Longevidade, com índice de 0,822, seguida de Renda, com índice de 0,658, e de Educação, com índice de 0,549. Na Tabela 12 é possível fazer um comparativo do IDHM de Nepomuceno com o IDH de Minas Gerais e do Brasil. Tabela 12 - Quadro comparativo dos Índices de Desenvolvimento Humano Municipal, Estadual e Federal

1991 2000 2010 Nepomuceno 0,402 0,570 0,667 Minas Gerais 0,478 0,624 0,731 Brasil 0,493 0,612 0,727 Fonte: Atlas Brasil 2019

Nepomuceno apesar de ter apresentado um crescimento relativamente alto do índice ao longo dos anos, ainda se mostra aquém dos valores estaduais e nacionais.

7.7 SAÚDE

7.7.1 Caracterização Municipal de agravos de saúde, por veiculação hídrica

O município de Nepomuceno não apresenta dados específicos sobre a incidência das doenças de veiculação hídrica, mas devido a semelhança com as comunidades do entorno, pode se concluir que o município apresenta comportamento semelhante aos parâmetros de Minas Gerais. Segue os dados emitidos pelo Relatório de Situação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde:

7.7.1.1 Rotavírus No ano de 2010, foram notificados 38 casos suspeitos de rotavírus em Minas Gerais. Desses, 63,1% (24) tiveram amostras coletadas e 10,5% (4) foram confirmados. A positividade de rotavírus em Minas Gerais foi 14,8%, enquanto a positividade do Brasil no mesmo período foi 39,6%.

69

Tabela 13 – Incidência de botulismo na população de Minas Gerais e do Brasil

Nº de casos Nº de amostras Nº de casos UF Positividade (%) suspeitos coletadas confirmados Minas Gerais 38 24 4 14.8 Brasil 3.418 2.89 1.217 39.6 Fonte:SINAN

7.7.1.2 Botulismo No período de 2007 a 2010, o estado de Minas Gerais confirmou três casos de botulismo, todos da forma alimentar. Desses, um caso foi a óbito, letalidade de 33,3%. Os alimentos incriminados foram tanto de produção caseira (linguiça) quanto comercial (queijo muçarela e palmito e milho em conserva). As confirmações de dois casos foram por critério clínico- -epidemiológico e um por critério laboratorial. Apenas um dos três casos recebeu o tratamento com soro antibotulínico.

7.7.1.3 Doença Transmitida por Alimento (DTA) No período de 2007 a 2010, o estado de Minas Gerais notificou 214 surtos de DTA, com ocorrência de 12 óbitos. Excluindo os surtos sem informação, 38,2% ocorreram em residências e 9,5% em restaurantes/ padarias; 23,5% dos surtos foram causados pelo consumo de alimentos cárneos e 17,6% por água. Staphylococcus spp. e Escherichia coli foram detectados, respectivamente, em 36,8% e 24,6% dos surtos em que foi realizada a pesquisa de agentes etiológicos.

Tabela 14 - Número de surtos de DTA, segundo o ano no Brasil e Minas Gerais

UF 2007 2008 2009 2010 TOTAL Minas Gerais 20 46 91 57 214 Brasil 661 648 638 416 2.363 Fonte: UHA/CGDT/DEVEP/SVS/MS

7.7.1.4 Doenças Diarreicas Agudas (DDA) No período de 2007 a 2010, foram notificados 1.338.008 casos de DDA em Minas Gerais. A estimativa de incidência na população nesse período variou de 12,4 a 27,3/1.000 habitantes, 2010 obteve a maior estimativa de incidência.

70

71

Tabela 15 – Incidência de DDA na população de Minas Gerais entre os anos de 2007 e 2010

Ano Nº de casos de DDA Estimativa de incidência/1000 hab

2007 245.113 12.4 2008 297.079 15 2009 260.033 13 2010 535.783 27.3 Fonte: MDDA – Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais.

7.7.2 Caracterização dos parâmetros de morbidade

A morbidade é uma variável que se refere ao número de indivíduos de uma mesma população que adquirem doenças em um certo intervalo de tempo e local. São levadas em consideração a incidência, a prevalência, a taxa de ataque e a distribuição proporcional.

Para o município de Nepomuceno, segundo dados divulgados Ministério da Saúde em 2019, a principal enfermidade que acometeu a população ao longo dos 8 anos apresentados abaixo são as doenças do aparelho circulatório.

72

Tabela 16 - Distribuição Percentual das Internações por Grupo de Causas e Faixa Etária - CID10 no município de Nepomuceno

Quanto a taxa de mortalidade de pessoas acometidas por neoplasias é relativamente baixa quando comparada com os municípios vizinhos. A tabela a seguir apresenta os dados relativos à taxa de mortalidade devido à tumores por residência entre os anos de 2012 e 2018 segundo o DATASUS. Tabela 17 - Taxa de mortalidade por residência referente à Neoplasias

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Nepomuceno 34 37 23 27 40 28 26 Coqueiral 8 13 9 11 12 11 18 Lavras 90 111 129 112 105 124 113 Perdões 27 23 21 23 24 26 23 Três Pontas 67 57 53 72 56 73 71 Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade 2020

7.7.3 Mortalidade Infantil

A taxa de mortalidade infantil é um indicador social representado pelo número de crianças que morreram antes de completar um ano de vida a cada mil crianças nascidas vivas no período de um ano. Para o município de Nepomuceno, segundo dados fornecidos pelo IBGE em 2017, a taxa de mortalidade infantil é de 17,24%, um número superior ao encontrado para Minas Gerais, que é de 11,43%. Na Tabela 18 é possível observar a evolução da taxa de mortalidade infantil com o passar dos anos.

Tabela 18 - Taxa de Mortalidade Infantil em Nepomuceno

Ano Nepomuceno Minas Gerais 2017 17,24 11,43 2016 27,89 11,49 2015 16,72 11,44 2014 23,46 11,34 2013 14,93 12,15 2012 18,32 12,72 2011 15,15 13,05 2010 9,9 13,08 2009 16,56 13,97 2008 15,24 14,7 2007 11,59 14,87 Fonte: IBGE 2017

7.7.4 Caracterização dos parâmetros de Fecundidade e Natalidade

A taxa de natalidade é o número de nascidos vivos a cada 1000 habitantes em um ano para determinado local. Já a taxa de fecundidade mede o número médio de filhos por mulher em idade fértil. Para Nepomuceno observa-se que a taxa de natalidade está diminuindo com o passar do tempo, o que acompanha a tendência mundial. (Tabela 19)

Tabela 19 - Nascimento em Nepomuceno Condições 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Número de nascidos vivos 465 465 445 360 402 363 340 367 345 328 Taxa Bruta de Natalidade 18,2 18,7 17,9 14,4 16,0 14,4 13,4 14,5 13,5 13,0 % com prematuridade 3,9 5,2 4,7 5,6 5,2 6,9 6,2 7,1 8,7 4,6 % de partos cesáreos 41,8 39,6 38,7 38,1 37,1 41,9 38,8 46,6 40,0 47,3 % de mães de 10-19 anos 24,5 24,1 22,2 18,9 21,2 21,2 20,0 18,8 16,8 17,7 % de mães de 10-14 anos 0,9 - 0,7 0,3 0,5 0,3 1,2 0,8 0,6 0,3 % com baixo peso ao nascer - geral 9,5 8,2 8,6 9,5 9,2 9,9 9,7 11,7 12,5 6,7 - partos cesáreos 6,2 7,6 8,8 5,9 8,1 8,6 9,8 11,1 11,6 8,4 - partos vaginais 11,9 8,5 8,5 11,7 9,9 10,9 9,6 12,2 13,0 5,2 Fonte: SINASC 2009

A taxa de fecundidade, segundo dados do Atlas Brasil, vem caindo com o passar dos anos, como pode ser observado na Tabela 20.Tal fenômeno se deve à migração da população para o centro urbano, à mudança do estilo de vida da população e o crescimento da mulher no mercado de trabalho. A redução da taxa de fecundidade pode ser observada em diversas comunidades do mundo todo, portanto não se trata de uma peculiaridade do município.

Tabela 20 – Taxa de fecundidade para o município de Nepomuceno - MG

TAXA DE FECUNDIDADE 1991 2000 2010 3,4 2,5 1,9 Fonte:Atlas Brasil (2019)

7.7.5 Investimentos e Infraestrutura Municipal de Saúde

Segundo os dados divulgados pelo Caderno de Informações de Saúde do Ministério da Saúde, o município de Nepomuceno investiu na saúde cerca de R$ 240,00 reais por habitante em 2009, como pode ser observado na tabela a seguir. Atualmente o município conta com um hospital municipal Santa Casa, Centro De Atenção Psicossocial Mauricio Sarquis, Unidade Móvel De 75

Atendimento Básico, Centro De Saúde Unidade Básica Altamiro Lazarini, Centro De Saúde Unidade Básica Santo Antônio, Secretaria Municipal De Saúde De Nepomuceno, Centro De Saúde Unidade Básica Cohab, Policlínica De Nepomuceno, Centro De Saúde Unidade Básica Geni Ferreira Da Silva e Unidade Móvel De Atendimento Odontológico.

7.8 EVOLUÇÃO DOS ASPECTOS ECONÔMICOS E CENÁRIOS DE POTENCIALIDADES

Tabela 21- Despesas municipais com saúde de Nepomuceno -MG

Fonte: SIOPS. Situação da base de dados nacional

7.8.1 Produto Interno Bruto

O PIB do município de Nepomuceno veio crescendo nos últimos anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2015 o PIB municipal era de R$ 395.015.000,00. Segundo o Gráfico 15, observa-se que a maior parte do PIB de Nepomuceno é relacionado à prestação de serviços e à agropecuária.

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Composição do PIB de Nepomuceno R$500.000.000,00

R$400.000.000,00

R$300.000.000,00

R$200.000.000,00

R$100.000.000,00

R$- 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

SERVIÇOS INDÚSTRIA IMPOSTOS AGROPECUÁRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Gráfico 15 - Composição do PIB de Nepomuceno – MG

Fonte: IBGE (2015) Ao compararmos o PIB médio por habitante para Nepomuceno com o valor encontrado para o Brasil, vê-se que o PIB do município é bem abaixo da média nacional. (Gráfico 16)

PIB médio per capita federal e municipal R$50.000,00

R$40.000,00

R$30.000,00

R$20.000,00

R$10.000,00

R$0,00 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

PIB Nepomuceno per capita PIB médio Brasil per capita

Gráfico 16 - PIB médio per capita para Nepomuceno e Brasil

Fonte: IBGE (2015)

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7.9 INFRAESTRUTURA MUNICIPAL

• Transporte e pavimentação

A Secretaria Municipal de Obras Públicas e Serviços Urbanos do município de Nepomuceno tem como responsabilidade planejar, executar ou promover a construção e conservação de vias urbanas e estradas municipais e planejar, normatizar e fiscalizar a organização e o funcionamento dos sistemas viários e de transportes públicos. Sendo que 49,6 % do município possui suas vias públicas urbanizadas e conta com 133 ônibus destinados ao transporte público coletivo.

• Energia Elétrica

O fornecimento e distribuição de energia elétrica no município de Nepomuceno é de responsabilidade da CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais. Dos serviços básicos fornecidos à população o acesso à energia elétrica é o mais difundido, atendendo quase a totalidade dos residentes de área urbana e grande parcela dos residentes da área rural.

• Habitação

O município de Nepomuceno integra o Habitação Popular, programa do Governo de Minas Gerais destinado a atender a demanda habitacional da população carente. Tais casas são atendidas pelos serviços de saneamento básico do município, o que inclui o abastecimento de água e esgotamento sanitário do SAAE.

• Segurança Pública

O serviço de segurança pública de Nepomuceno é de responsabilidade do município e fica a cargo da polícia militar e da polícia civil. Além disso o município conta com um presídio administrado pela SUAPI, onde 30 agentes penitenciários, sendo 25 masculinos e 5 femininos, assumiram o trabalho de guarda e atendimento aos 42 presos locais.

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• Sistemas de Comunicação

O município de Nepomuceno possui diversas formas de comunicação social, como emissoras de tv, emissoras de rádio, jornais e revistas, conforme mostrado na tabela a seguir.

Tabela 22 - Meios de comunicação do município de Nepomuceno

COMUNICAÇÃO DESCRIÇÃO

Jornal • Melhor Opção, com circulação quinzenal Revista Folha Independente em Revista com circulação anual

Emissora de Rádio • Comercial: Rádio Clube Nepomuceno Ltda -Canal: FM 95,9 - Potência: 2.500 Watts • Comunitária: Rádio Liberdade - Canal: FM 104,9 - Potência: 25 Watts Emissora de TV DTTV Nepomuceno - Internet www.dttv.com.br

7.10 ASPECTOS JURÍDICOS

7.10.1 Legislação Federal

I. Constituição Federal

A Constituição Federal de 88, em seu art. 21, dispõe que compete à União instituir o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso, bem como instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos.

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No art. 22 a Constituição Federal dispõe que compete privativamente à União legislar sobre águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão e, no art. 23, que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, promover programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

O art. 25 orienta que os Estados devam organizar-se e reger-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição, sendo que os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

O art. 30 diz que compete aos municípios legislar sobre assuntos de interesse local; organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

O art. 175 informa que compete ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

O art. 182 dispõe que a política de desenvolvimento urbano será executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

O art. 200 informa que ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano.

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O art. 225 diz que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade devida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Ainda, para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; definir em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; proteger a fauna e a flora, vedadas, na formada lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. art. 241 dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão, por meio de lei, os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos (Emenda Constitucional nº 19/1998).

II. Leis Federais

Algumas leis que regulamentam os serviços relativos ao saneamento básico:

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o Lei n°. 8.666, de 21/06/93 - Regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal e institui normas para licitações e contratos da administração pública. o Lei n°. 8.987, de 13/02/95 - dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previstos no art. 175 da Constituição Federal. o Lei nº. 9.433, de 08/01/97, que estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos, e que são objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, com o objetivo assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. o Lei n°. 9.605, de 12/02/98, denominada Lei de Crimes Ambientais, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. o Lei nº. 9.795, de 27/04/99, institui a Política Nacional de Educação Ambiental. o Lei n°. 9.867, de 10/11/99, que trata da criação e do funcionamento de cooperativas sociais, visando à integração social dos cidadãos, constituídas com a finalidade de inserir as pessoas em desvantagem no mercado econômico, por meio do trabalho, fundamentando-se no interesse geral da comunidade em promover a pessoa humana e a integração social dos cidadãos. Define suas atividades e organização. o Lei n°. 10.257, de 10/07/2001, denominada Estatuto da Cidade. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

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o Lei n°. 11.107, de 06/04/2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. o Lei nº. 11.445, de 05/01/2007 - Esta Lei estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico.

O art. 2º estabelece que os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos seguintes princípios fundamentais: I - universalização do acesso; II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados; III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente; IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para a qual o saneamento básico seja fator determinante; VII - eficiência e sustentabilidade econômica; VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas; IX - transparência das ações, baseada em sistemas d e informações e processos decisórios institucionalizados; X - controle social; XI - segurança, qualidade e regularidade; XII - integração das infraestruturas e serviços coma gestão eficiente dos recursos hídricos. O art. 3° considera como saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água

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potável; b) esgotamento sanitário; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. O art. 4º informa que os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico. O art. 11 informa que são condições de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação de serviços públicos de saneamento básico: I - a existência de plano de saneamento básico; II - a existência de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico financeira da prestação universal e integral dos serviços, nos termos do respectivo plano de saneamento básico; III - a existência de normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes desta Lei, incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização; IV - a realização prévia de audiência e de consulta públicas sobre o edital de licitação, no caso de concessão, e sobre a minuta do contrato.

III. Normas e Resoluções

o Resolução CONAMA nº. 237, de 19/12/1997, que dispõe sobre licenciamento ambiental; competência da união, estados e municípios; listagem de atividades sujeitas ao licenciamento; estudos ambientais, estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental. o Resolução CONAMA nº. 357, de 17/03/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

o Resolução CONAMA nº. 377, de 09/10/2006, que dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado de sistemas de esgotamento sanitário. o Resolução CONAMA nº. 396, de 07/04/2008, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências.

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o Resolução CONAMA nº. 397, de 07/04/2008, que altera o inciso I do § 4º e a tabela do § 5º, ambos do art. 34 d a resolução CONAMA nº. 357 de 2005. o Resolução CONAMA nº. 430, de 13/05/2011, que dispõe sobre as condições e padrões de lançamentos de efluentes, complementa e altera a resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional Do Meio Ambiente CONAMA. o Resolução nº. 75, do Conselho das Cidades, de 02/07/2009, que estabelece orientações relativas à Política de Saneamento Básico e ao conteúdo mínimo dos Planos de Saneamento Básico. IV. Decretos

o Decreto nº. 5.440, de 04/05/2005, que estabelece definições e procedimentos sobre a qualidade da água e mecanismo para a divulgação de informação ao consumidor. o Decreto nº. 6.017, de 17/01/2007, que regulamenta a Lei n° 11.107, de 06/004/2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. o Decreto nº. 6.514, de 22/07/2008, que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências.

V. Portarias o Portaria de Consolidação nº 5 de 28/09/2017, que faz a Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (ver anexo)

7.10.2 Legislação Estadual

I. Constituição do Estado de Minas Gerais, de 1989, 14ª Edição (2011)

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O art. 158 dispõe que a lei orçamentária assegurará investimentos prioritários em programas de educação, saúde, habitação, saneamento básico, proteção ao meio ambiente, fomento ao ensino, à pesquisa científica e tecnológica, ao esporte e à cultura e ao atendimento das propostas priorizadas nas audiências públicas regionais. O art. 186 informa que a saúde é direito de todos, e a assistência a ela é dever do Estado. O art. 192 informa que p Estado formulará a política e os planos plurianuais estaduais de saneamento básico. O art. 214 dispõe que todos têm direito a meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, e ao Estado e à coletividade é imposto o dever de defendê-lo e conservá-lo para as gerações presentes e futuras. O art. 215 diz que é obrigação das instituições do Poder Executivo, com atribuições diretas ou indiretas de proteção e controle ambiental, informar o Ministério Público sobre ocorrência de conduta ou atividade considerada lesiva ao meio ambiente. O art. 216 dispõe que o Estado criará mecanismos de fomento a: I – reflorestamento; II – programas de conservação de solos; III – programas de defesa e recuperação da qualidade das águas e do ar; IV – projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a utilização de espécies nativas nos programas de reflorestamento. O art. 217 informa que as atividades que utilizem produtos florestais como combustível ou matéria-prima deverão, para o fim de licenciamento ambiental e na forma estabelecida em lei, comprovar que possuem disponibilidade daqueles insumos, capaz de assegurar, técnica e legalmente, o respectivo suprimento.

O art. 249 informa que a política hídrica e minerária executada pelo Poder Público se destina ao aproveitamento racional, em seus múltiplos usos, e à proteção dos recursos hídricos e minerais, observada a legislação federal.

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O art. 250 diz que, para assegurar a efetividade do objetivo do artigo anterior, o Poder Público, por meio de sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos e sistema estadual de gerenciamento de recursos minerários, observará, entre outros, os seguintes preceitos: I – adoção da bacia hidrográfica como base de gerenciamento e de classificação dos recursos hídricos; II – proteção e utilização racional das águas superficiais e subterrâneas, das nascentes e sumidouros e das áreas úmidas adjacentes; III – criação de incentivo a programas nas áreas de turismo e saúde, com vistas ao uso terapêutico das águas minerais e termais na prevenção e no tratamento de doenças; IV – conservação dos ecossistemas aquáticos; V – fomento das práticas náuticas, de pesca desportiva e de recreação pública em rios de preservação permanente; VI – fomento à pesquisa, à exploração racional e ao beneficiamento dos recursos minerais do subsolo, por meio das iniciativas pública e privada; VII – adoção de instrumentos de controle dos direitos de pesquisa e de exploração dos recursos minerais e energéticos; VIII – adoção de mapeamento geológico básico, como suporte para o gerenciamento e a classificação de recursos minerais; IX – democratização das informações cartográficas, de geociências e de recursos naturais; O art. 251 informa que a exploração de recursos hídricos e minerais do Estado não poderá comprometer os patrimônios natural e cultural, sob pena de responsabilidade, na forma da lei.

O art. 252 informa que os recursos financeiros destinados ao Estado, resultantes de sua participação na exploração de recursos minerais em seu território ou de compensação financeira correspondente, serão, prioritariamente, aplicados de forma a garantir o disposto no art. 253, sem prejuízo da destinação assegurada no § 3º do art. 214.

O art. 253 informa que o Estado assistirá, de modo especial, o município que se desenvolva em torno de atividade mineradora, tendo em vista a diversificação de sua economia e a garantia de permanência de seu desenvolvimento socioeconômico.

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II. Leis Estaduais

o Lei Estadual nº. 10.793, de 1992, que dispõe sobre a proteção de mananciais destinados ao abastecimento público no Estado. o Lei Estadual nº 10.595, de 1992, que proíbe a utilização de mercúrio e cianeto de sódio nas atividades de pesquisa mineral, lavra e garimpagem nos rios e cursos de água do Estado e dá outras providências. o Lei Estadual nº 11.720, de 28/122/1994, que dispõe Sobre a Política Estadual de Saneamento Básico e dá outras Providências. o Lei Estadual nº 12.503, de 1997, que cria o Programa Estadual de Conservação da Água. o Lei Estadual nº 13.199, de 29/01/1999, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências. o Lei Estadual nº 13.771, de 12/12/2000, que dispõe sobre a administração, a proteção e a conservação das águas subterrâneas de domínio do Estado e dá outras providências.

o Lei Estadual nº 14.596, de 2003, que altera os artigos, 17, 20, 22, e 25 da lei 13. 771, de 11 de dezembro de 2000, que dispõe sobre a administração, a proteção e a conservação das águas subterrâneas de domínio do estado e dá outras providências. o Lei Estadual nº 15.082, de 2004, que dispõe sobre os rios de preservação permanente e dá outras providências.

III. Decretos Estaduais o Decreto nº. 36.892, de 23/05/1995, que regulamenta o Fundo Estadual de Saneamento Básico - FESB e dá outras providências. o Decreto nº. 41.578, de 2001, que regulamenta a Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos. 89

o Decreto nº. 44.046, de 13/06/2005, que regulamenta a cobrança pelo uso de Recursos Hídricos de domínio do Estado. o Decreto nº. 44.547, de 22/06/2007, que altera o Decreto nº 44.046, de 13 de junho de 2005, que regulamenta a cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio do Estado.

o Decreto nº. 44.945, de 13/11/2008, que altera o Decreto nº. 44.046, de 13 de junho de 2005, que regulamenta a cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio do Estado, e o Decreto nº 41.578, de 08 de março de 2001, que regulamenta a Política Estadual de Recursos Hídricos. o Decreto nº. 45.181, de 25/09/2009, que regulamenta a Lei nº 18.031, de 12 de janeiro de 2009, e dá outras providências.

IV. Resoluções Estaduais

o Resolução Conjunta SEMAD-IGAM nº. 1548, de 29/03/2012, que dispõe sobre a vazão de referência para o cálculo da disponibilidade hídrica superficial nas bacias hidrográficas do Estado. o Resolução Conjunta SEMAD-IGAM nº. 4.179, de 29/12/2009, que dispõe sobre os procedimentos administrativos relativos à arrecadação decorrente da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos no Estado de Minas Gerais (CRH/MG), e dá outras providências. o Resolução Conjunta SEMAD-IGAM nº. 1.044, de 30/10/2009, que estabelece procedimentos e normas para a aquisição e alienação de bens, para a contratação de obras, serviços e seleção de pessoal, bem como estabelece a forma de repasse, utilização e prestação de contas com emprego de recursos públicos oriundos da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos, no âmbito das Entidades Equiparadas à Agência de Bacia Hidrográfica do Estado de Minas Gerais, e dá outras providências.

V. Portarias Estaduais

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o Portaria IGAM nº. 038, de 21/12/2009, que institui o valor mínimo anual da cobrança pelo uso de recursos hídricos para fins de emissão do Documento de Arrecadação Estadual – DAE; dispõe sobre o parcelamento do débito consolidado, e dá outras providências.

o Portaria IGAM nº. 029, de 04/08/2009, que convoca os usuários de recursos hídricos da sub bacia que indica para a Outorga de Lançamento de Efluentes, e dá outras providências. o Portaria nº. 361, de 23/10/2008, que aprova parecer que dispõe sobre transporte e disposição em aterros sanitários dos resíduos de serviços de saúde (RSS) no Estado de Minas Gerais, e dá outras providências.

VI. Deliberações Normativas

o Deliberação Normativa COPAM nº. 71, de 19/01/2004, que estabelece normas para o licenciamento e fiscalização ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos e dá outras providências. o Deliberação Normativa CBH Velhas nº. 03, de 20/03/2009, que estabelece critérios e normas e define mecanismos básicos da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. o Deliberação Normativa nº. 20, de 24/06/1997, que dispõe sobre o enquadramento das águas da bacia do Rio das Velhas. o Deliberação Normativa nº. 74, de 09/09/2004, que estabelece critérios para classificação, segundo o porte e potencial poluidor, de empreendimentos e atividades modificadoras do meio ambiente passíveis de autorização ou de licenciamento ambiental no nível estadual, determina normas para indenização dos custos de análise de pedidos de autorização e de licenciamento ambiental, e dá outras providências.

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o Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº. 01, de 05/05/2008, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. o Deliberação Normativa COPAM nº. 153, de 26/077/2010, na qual convoca os municípios para o licenciamento ambiental de sistemas de tratamento de água e dá outras providências. o Deliberação CBH nº 06, de setembro/2011, que estabelece procedimentos e critérios para apresentação de demandas de Planos e Projetos de saneamento básico pelas Prefeituras e/ou Autarquias Municipais da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas com vistas à seleção daqueles que poderão ser financiados com recursos da cobrança pelo uso da água. 7.10.3 Legislação Municipal

I. Leis Municipais As leis municipais relacionadas ao meio ambiente e aos quatro eixos do saneamento básico são: o LEI COMPLEMENTAR Nº 005/97, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1997, dispõe sobre a criação do regimento interno do Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE de Nepomuceno – MG. o LEI COMPLEMENTAR Nº 008/97, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1997, dispõe sobre o plano de cargos e salários do Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE de Nepomuceno – MG. o LEI COMPLEMENTAR Nº 34/9, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1997, dispõe sobre a regulametação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE de Nepomuceno – MG. o LEI COMPLEMENTAR N º 062/2006, de 20 de novembro de 2.006, no Título III dispõe sobre a política do meio ambiente e a política do saneamento.

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o LEI COMPLEMENTAR Nº 149, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2017, dispõe sobre a nova organização e estrutura administrativa do Serviço Autônomo De Água E Esgoto – SAAE do município de Nepomuceno, e dá outras providências. o Lei Municipal 0013/1997, de 14 de março de1997, dispões sobre a criação do SAAE Nepomuceno. o Lei Municipal Nº 508, de 23 de dezembro de 2014, dispões sobre a criação do Conselho Municipal de regulação e Controle Social dos serviços públicos de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto no âmbito do município de Nepomuceno – Mg.

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8 SANEAMENTO BÁSICO

8.1 SANEAMENTO BÁSICO NO CONTEXTO ORÇAMENTÁRIO DO MUNICÍPIO

A Secretaria Municipal de Obras Públicas e Serviços Urbanos da Prefeitura de Nepomuceno é a responsável por administrar a verba municipal disponível no planejamento orçamentário destinada ao saneamento básico, o que inclui a manutenção do saneamento básico urbano no que tange resíduos sólidos e drenagem pluvial e a manutenção do CONSANE (Consórcio Regional de Saneamento Básico). A manutenção e os pequenos investimentos em saneamento básico no que se refere aos sistemas de água e esgoto é de responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto- SAAE que utiliza os recursos provenientes das tarifas cobradas dos usuários para manutenção dos sistemas.

8.2 PROGRAMAS LOCAIS DE INTERESSE AO SANEAMENTO BÁSICO

Os programas locais de interesse ao saneamento básico são todos aqueles voltados para o público alvo que é a população do município, como os programas de educação ambiental e sanitária, que são de responsabilidade dasunidades executivas e as secretarias municipais. O município de Nepomuceno, conformeapresentado no item 6.2 do Produto 1, possui dez secretarias distintas, cada umacontribuindo para os programas sociais de sua área de competência.

8.3 POSSÍVEIS ÁREAS OU ATIVIDADES JUNTO AOS MUNICÍPIOS VIZINHOS

O município de Nepomuceno é uma unidade com autonomia no que se refere ao saneamento básico, em relação ao abastecimento de água e recolhimento e destinação final adequada do esgoto sanitário. Estas duas vertentes do saneamento básico são gerenciadas pelo SAAE. Quanto aos sistemas de abastecimentos de água da sede, distritose comunidades, são utilizadasbacias

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hidrográficas tanto superficial como subterrâneas. Superficial no caso da sede e subterrâneas no caso dos distritos e comunidades. Essas bacias estãocompreendidas na área do município, portanto não tendo interferências de outros municípios. No entanto, com relação ao sistema de esgoto, os corpos receptores transcendem as áreas do município, sendo assim, necessitando de uma maior interação com o Governo Estadual, e município vizinhos.

8.4 ANÁLISE SITUACIONAL DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O abastecimento de água no município é de responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, que além da sede do município atende também os distritos Santo Antônio do Cruzeiro e Nazaré de Minas e as comunidades rurais de São José da Margem Grande, Messias, Porto dos Mendes e Cedro.

Figura 18 – Localização dos distritos e comunidades em relação à sede do município

O sistema de abastecimento de água da sede do município possui 8287 ligações ativas que contemplam 100% dos habitantes e todas elas são

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hidrometradas. O sistema de abastecimento de água da sede possui as seguintes unidades:

• A captação é feita no ribeirão Sapé, por meio de barragem de nível em concreto praticamente a fio d’água; • O tratamento é realizado em uma ETA tipo convencional com floculadores, decantadores e filtros rápidos descendentes; • O sistema de reservação é constituído por 8 (oito) reservatórios que têm uma capacidade de reservaçãocomum total de 2895 m³.

O sistema de produção que compreende captação com capacidade de atingir até acima de 130 L/s e o tratamento que tem capacidade de 100 L/s. A Limitação hoje está compreendida as vazões mínimas do manancial (ver item 8.5.1).

Com relação aos distritos e comunidades podemos resumir no seguinte:

I. São José da Margem Grande: Essa comunidade, localizado à 10 Km da sede do município de Nepomuceno, possui aproximadamente 30 residências que são abastecidas pelo sistema de responsabilidade do SAAE, porém nenhuma delas possui hidrômetro. Para o abastecimento das residências é utilizado o manancial subterrâneo através de poço profundo. II. Messias:A comunidade localiza-se à 14 Km da sede do município de Nepomuceno, sendo que a responsabilidade do abastecimento de água está a cargo do SAAE, onde aproximadamente 34 residências são abastecidas pelo sistema, porém nenhuma delas possui hidrômetro. Hoje, para o abastecimento, são utilizadas minas, as águas não possuem tratamento, sendo necessário estabelecer um sistema único com o tratamento necessário. III. Nazaré de Minas: O distrito localizado à 18,3 Km da sede do município de Nepomuceno, possui um sistema de abastecimento de água de responsabilidade do SAAE e 178 ligações, todas elas hidrometradas.

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Para o abastecimento das residências é utilizado o manancial subterrâneo através de poço profundo. IV. Porto dos Mendes: A comunidade localizada à 21 Km da sede do município de Nepomuceno, possui um sistema de abastecimento de água de responsabilidade do SAAE e 80 ligações, todas hidrometradas. Para o abastecimento das residências é utilizado o manancial subterrâneo através de poço profundo. V. Cedro: A comunidade distrito, localizado à 18,1 Km da sede do município de Nepomuceno, possui aproximadamente 35 residências que são abastecidas pelo sistema de responsabilidade do SAAE, porém nenhuma delas possui hidrômetro. Para o abastecimento das residências é utilizado o manancial subterrâneo através de poço profundo. VI. Santo Antônio do Cruzeiro: O distrito localizado à 8,1 Km da sede do município de Nepomuceno, possui sistema de abastecimento de água de responsabilidade do SAAE e 231 ligações, todas elas hidrometradas. Para o abastecimento das residências é utilizado o manancial subterrâneo através de poço profundo.

8.5 INFRAESTRUTURA DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

8.5.1 Sistema de Abastecimento de Água da sede do município

8.5.1.1 Sede do município de Nepomuceno O sistema de abastecimento de água da sede é composto pelas seguintes unidades:

8.5.1.1.1 Manancial Os cursos d’água que são utilizados para abastecer a sede do município são mananciais Sapé e Bela Vista, as bacias dos dois mananciais a montante do ponto de captação totalizam uma área de 84,01 km², como pode-se verificar na figura a seguir.

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Figura 19 - Bacias dos mananciais Sapé e Bela Vista a montante da captação de abastecimento (Fonte carta 1:50.000 do IBGE)

Com a finaliade de estabelecer as vazões média dos manancias no ponto de captação do sistema que abastece a sede do município, utilisamos o mapa do IBGE do estado de Minas Gerais que define as descargas específicas por quilômetro quadrado de acordo com as varias regiãoes do estado. No caso da região onde se encontra a bacia dos mananciais em questão as descargas específicas estão compreendidas entre 15,45 e 22,15 L/s/km², portanto uma

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média de 18,8 L/s/Km².Por outro lado o dados obtidos pela IGAM o valor seria de 19,2 L/s/Km².No entanto os dados fornecidos pelo SAAE indicam vazões do manancial no ponto de captação de até 40 L/s em casos excepcionais.Essa diferença entre a realidade e os dados calculados provavelmente são decorrentes irrigação de áreas agrícolas, principalmente da cafeicultura como mencionado no item 6.6 do presente Produto.

Considerando o tempo de decorrência de vinte anos, ou seja em casos extremos como de secas prolongadas a vazão mínima do manancial pode ser inferior a essa calculada, como ocorreu em 2014. Portanto uma barragem de acumulação deve ser construída para garantir a vazão necessária nessas ocorrências, como a que já é planejada pelo SAAE.

Figura 20 - Carta do IBGE com descarga específica média das regiões de Minas gerais (Fonte IBGE).

8.5.1.1.2 Captação É feita através de barragem de concreto com 42 m de comprimento e 3 m de altura, com um vertedor retangular de 14,8 m de comprimento, sendo que a tomada de água é realizada diretamente. O ponto de captação está localizado nas coordenas S 21°15’36,5” e W 45°14’39,2” na altitude de 827 m. A

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barragem possui comporta de descarga de fundo, sendo que a tomada de água é realizada diretamente por meio de um stop log.

Figura 21 - Barragem de nível de concreto no ribeirão Sapé

A barragem possui um vertedor retangular com o objetivo de descargas das vazões excedentes. (Figura 22).

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Figura 22 - Vertedor retangular da barragem do Ribeirão Sapé Para que se possa estabelecer a vazão do manancial ao longo do tempo e possibilitar projeções futura permitindo tomar decisões antecipada com o objetivo de evitar colapso no sistema, torna-se importante estabelecer a vazão do manancial no ponto de captação.

Para estabelecer essa vazão, pode-se utilizar o vertedor retangular existente no maciço da estrutura da barragem por onde passa o total da vazão que não é captada para o abastecimento. Sendo assim, as vazões ao longo do tempo poderão ser obtidas utilizando a fórmula colocada a seguir e com as medidas efetuadas na régua instalada conforme esquema representado na Figura 23.

As vazões excedentes poderão ser estimadas através da fórmula:

Q= 1,838 L H 1,5

Sendo:

L = Comprimento da soleira do vertedor em metros;

H = Altura do nível da água sobre a soleira em metros

Q = Vazão em m³/s

Figura 23 - Esquema para estabelecer o processo de medição das vazões.

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A tabela a seguir mostra a vazões em função da altura medida na régua, considerando a largura do vertedor de 14,80 m.

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Tabela 23 - vazão do vertedor conforme altura da régua.

ALTURA ALTURA COMPRIMENTO DA COMPRIMENTO DA VAZÃO VAZÃO DA SOLEIRA LÂMINA DA SOLEIRA LÂMINA D'ÁGUA D'ÁGUA (m) (cm) (L/S) (m) (cm) (L/S) 14,8 0,5 9,62 14,8 16 1517,3 14,8 1 27,20 14,8 17 1621,9 14,8 1,5 49,97 14,8 18 1728,8 14,8 2 76,94 14,8 19 1838 14,8 2,5 107,53 14,8 20 1949,4 14,8 3 141,35 14,8 21 2062,9 14,8 3,5 178,12 14,8 22 2178,6 14,8 4 217,62 14,8 23 2296,3 14,8 5 304,13 14,8 24 2416,1 14,8 6 399,79 14,8 25 2537,9 14,8 7 503,80 14,8 26 2661,7 14,8 8 615,52 14,8 27 2787,4 14,8 9 734,46 14,8 28 2915,1 14,8 10 860,22 14,8 29 3044,7 14,8 11 992,42 14,8 30 3176,1 14,8 12 1130,78 14,8 31 3309,3 14,8 13 1275,04 14,8 32 3444,4 14,8 14 1424,95 14,8 33 3581,2 14,8 15 1580,32 14,8 34 3719,9

Lembramos que o espelho d’água da barragem deverá ser urbanizado e protegido com cerca para evitar o acesso de animais e vândalos que possam trazer problemas com acidentes e contaminação da água captada. A barragem se encontra altamente assoreada, deve-se promover a limpeza e desassoreamento do ponto a montante da barragem. Um acesso que possibilite a movimentação de veículos até a barragem deve ser providenciado com o objetivo facilitar o transporte de pessoal, matérias e ferramentas para realização dos trabalhos necessários.

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8.5.1.1.3 Adutora de água bruta É constituída por uma tubulação de PVC de 400 mm e comprimento de 400 m, sendo que a adução é realizada por gravidade até a ETA. A adutora tem início nas coordenadas S 21°15’36,5” e W 45°14’39,2” na altitude de 827 e termina nas coordenadas S21°15’14,4” e W 45°14’36,6” na altitude 823 m, com essas características a adutora tem capacidade de aduzir uma vazão de até 290 L/s, no entanto, considerando uma velocidade máxima aconselhada na referida tubulação de 1,5 m/s, a vazão limite será de 180 L/s. Logo, a adutora tem capacidade de atender até o final do plano, ou seja 2040.

8.5.1.1.4 Estação de tratamento de água – ETA A ETA localizada nas coordenadas S 21°15’14,4” e W 45°14’36,6” na altitude de 826 m, sendo do tipo convencional com medidor de vazão, floculadores, dois decantadores, dois filtros, reservatório de lavagem de filtro e tanque de contato. Todas essas unidades serão descritas a seguir com detalhes. A ETA de Nepomuceno é uma estrutura antiga e necessita de melhorias e reformas em todos os módulos de tratamento.

Figura 24 – Vista das unidades da ETA

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a) Medidor de vazão O medidor de vazão é do tipo calha Parshall, que é constituído de uma seção convergente, uma seção estranguladora e uma seção divergente, conforme a Figura 25, possuindo uma garganta de 9”.

Figura 25 - Medidor de vazão do tipo calha Parshall

Tabela 24 – Tabela de medidas de vazão da calha Parshall

MEDIDAS DO MEDIDOR DE VAZÃO TIPO CALHA PARSHALL EXISTENTE W A B C D E F G K N POLEGADAS MILIMETROS (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) 9 22,9 88,1 86,4 45,7 57,5 61,0 45,7 61,0 6,9 17,1

Esse tipo de medição de vazão é o mais adequado para a estação de tratamento de água em função de ser autolavável e ter mínima perda de carga.

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Tabela 25 - Vazão em (L/s) conforme nível da água na régua de medição

NÍVEL DA ÁGUA NÍVEL DA ÁGUA NÍVEL DA ÁGUA NA REGUA DE VAZÃO NA REGUA DE VAZÃO NA REGUA DE VAZÃO MEDIÇÃO MEDIÇÃO MEDIÇÃO (cm) (L/s) (cm) (L/s) (cm) (L/s) 3 2,5 11 18,1 19 42,3 4 4,0 12 20,4 20 45,7 5 5,5 13 23,8 25 64,2 6 7,3 14 26,6 30 85,0 7 9,1 15 29,2 35 106,8 8 11,1 16 32,4 40 131,0 9 13,5 17 35,6 45 157,0 10 15,8 18 38,8 50 185,0

Além desse medidor ser utilizado para definir a vazão de entrada na ETA, também possibilita a dispersão rápida adequada dos produtos utilizados para o tratamento de água, ou seja, a dispersão dos produtos químicos como o Policloreto de Alumínio atualmente utilizado coagulação. O policloreto de alumínio também conhecido como: PAC18 ou cloreto de polialumínio.

b) Floculadores A ETA possui um floculador do tipo hidráulico modelo Alabama, com 12 câmaras em série, todas elas com dimensões em planta de 2,0m x 2,25m e altura total de 3,65m. A passagem da água de uma câmara para outra é realizada em aberturas da direita para a esquerda e superior e inferior, sucessivamente.

Figura 26 – Esquema dos floculadores

Para se obter a eficiência da unidade de floculação deve-se calcular o gradiente pela fórmula:

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Ɣ ∗ 퐻 퐺 = √ 휇 ∗ 푡

Onde:

• G = Gradiente • T = tempo de detenção na câmara em segundos • µ = Viscosidade da água (1,002 * 10-3 kgf/m²) • Ɣ = Peso específico de água (1000 kgf/m²) • H = Perda de carga total da água

A perda de carga em cada câmara será de:

푄2 ℎ푓 = 퐶푑2 ∗ 푆𝑖2 ∗ 2푔

Onde:

• Si (área do orifício) = 0,4 m² • Cd (Coeficiente inferior) = 0,656 • Cd (Coeficiente superior) = 0,628 • Q (vazão em cada câmara) = Estabelecida na Tabela 26de 60 L/s ou 0,06 m³/s • g = 9,8 m/s²

Com as características do floculador e os valores anteriores temos que os valores dos Gradientes em função das vazões estão colocados na Tabela 23. Onde pode-se observar que a eficiência ótima do floculador se dá na faixa de 50 L/s a 100 L/s ou seja na faixa de gradiente de 20 a 70 s-1.

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Tabela 26 - Valores do gradiente no floculador em função da Vazão.

VAZÃO GRADIENTE VAZÃO GRADIENTE (L/s) (S-1) (L/s) (S-1) 40 17,17 90 57,98 50 24,01 100 67,91 60 31,56 110 78,34 70 39,77 120 89,27 80 48,59 130 100,66

Portanto, o floculador para atingir a eficiência desejada, deve operar na faixa de 50 L/s a 100 L/s.

c) Decantadores

Os dois decantadoresexistentes na ETA, são retangulares com 27 m de comprimento, 6,5 m de largura e profundidade de 4,0 m.

Figura 27 – Decantadores retangulares utilizados atualmente

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Além dos dois decantadores retangulares existe um outro decantador circular projetado pelo antigo DENERU, que se encontra desativado (Figura 28)

Figura 28 - Decantador projetado e construído pelo DENERU, desativado

Para analisar a eficiência do decantador teremos que verificar a taxa de escoamento superficial e período de detenção, considerando a área e a profundidade. Assim, esses valores serão considerados para estabelecer a eficiência de cada um deles em função das vazões a serem tratadas.

Os dois decantadores são iguais e possuem as seguintes dimensões:

✓ Comprimento: 27,0 m ✓ Largura: 6,5 m ✓ Profundidade: 4,0 m

Como já foi mencionado, para estabelecer as condições máximas de tratamento do decantador deveremos considerar a taxa de escoamento e o tempo de detenção.

• Taxa de escoamento

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Para estabelecer a taxa de escoamento superficial, deve-se considerar as características da água a ser tratada, sendo que a água captada que chega a ETA do sistema de tratamento da sede do município de Nepomuceno, é classificada como águas turvas normais. Nessas condições a taxa de escoamento máxima será de 60 m³/m²/dia. Sendo assim, a vazão máxima para o tratamento para cada decantadorserá de 121,9 l/s.

• Tempo de detenção

O tempo de detenção é o período entre a entrada e saída da água no decantador, ou seja, é o tempo que a água gasta na unidade. Este valor deve estar compreendido entre 2 e 3 horas. O valor é determinado pelas dimensões do mesmo, que são as seguintes:

• Comprimento do decantador: 27,0 m • Largura do decantador: 6,5 m • Profundidade do decantador: 4,0 m • Volume do decantador: 702,0 m³ • Período de detenção em horas: 2 (valor comumente adotado) Vazão máxima de tratamento de cada decantador: 97,5 L/s

Considerando a taxa de detenção e o escoamento superficial cada um dos dois decantadores tem condições de tratar uma vazão máxima de 97,5 L/s.

Os dois trabalhando juntos têm capacidades de tratar 195 L/s

Para possibilitar uma melhora das condições operacionais, principalmente quando da necessidade de lavagem de um dos decantadores, deverá ser estudado a reforma do decantador circular construído pelo DENERU.

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d) Filtros

O sistema de filtração da ETA é composto por dois filtros do tipo rápido descendente com camada filtrante de areia sobre suporte de cascalho rolado. Cada filtro tem 4,00 m de comprimento e 4,50 m de largura, portanto com 18,00 m² de área.Os leitos dos filtros são compostos por cascalho com granulometria com diâmetros diminuindo de baixo para cima. As camadas superiores são formadas por areia com granulometria específica. Após a água ser filtrada é encaminhada para o tanque de contato.

Tabela 27 – Composição dos leitos filtrantes

Coeficiente Espessura Tamanho Material de recomendada efetivo uniformidade (m) (mm) Camada superior Areia 0,35 a 0,45 < 1,8 Pedregulho 0,075 4,8 a 2,4 - Pedregulho 0,075 12,5 a 4,8 - Subcamadas Pedregulho 0,1 19 a 12,5 - Pedregulho 0,1 38,0 a 19,0 - Pedregulho 0,1 63,0 a 38,0 -

Conforme as características citadas na Tabela 27, os filtros possuem uma taxa que varia de 120 m³/m²*dia a 360 m³/m²*dia. Adotando o valor médio de 240 m³/m²*dia, cada um dos filtros tem capacidade de trabalhar com a seguinte vazão:

✓ Comprimento de cada filtro: 4,05 m ✓ Largura de cada filtro: 4,0 m ✓ Área de cada um dos filtros:18,0 m² ✓ Taxa de filtração média: 240 m³/m² dia ✓ Vazão normal de trabalho de cada filtro: 50,0 L/s

Portanto, os dois filtros têm capacidade de trabalhar concomitantemente com uma vazão de 100,0 L/s.

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Figura 29 - Esquema do sistema de filtração utilizado na ETA

• Lavagem dos Filtros

De acordo com o que foi observado a lavagem dos filtros tem duração aproximada de 5 minutos uma vez ao dia, o que é considerado normal, considerando as caraterísticas da água do manancial e do tipo de tratamento que antecede aos filtros

• Análise das unidades de tratamento

Para que possamos estabelecer a vazão máxima que a ETA pode tratar sem que haja danos a qualidade da água produzida, colocamos na Tabela 28 esses limites.

Tabela 28 - Vazão máxima de tratamento para cada unidade da ETA

UNIDADE VAZÃO MÁXIMA DE TRABALHO(L/S)

MEDIÇÃO DE VAZÃO 185,0

FLOCULADORES 100,7

DECANTADORES 195

FILTROS 100,0

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Portanto, a vazão máxima que a ETA pode tratar é 100,0 L/s sem que haja prejuízo para a qualidade da água.

Esta vazão não é suficiente para abastecer a cidade até o final do plano como estabeleceremos no Produto 3. Portanto no referido Produto 3 (Prognósticos e Estudos de Alternativas) vamos propor uma alternativa para solucionar o esse obstáculo.

e) Casa de química

Na casa de química são dosados os produtos destinados ao tratamento da água, como policloreto de alumínio e hipoclorito de sódio, conforme descrito a seguir.

• O policloreto de alumínio também conhecido como PAC18 ou cloreto de polialumínioé utilizado para a coagulação da água proporcionando uma sedimentação das partículas sólidas em suspensão e uma perfeita decantação. O produto tem a característica de não necessitar de outro produto químico para se conseguir o pH ideal.

• O hipoclorito de sódio é dosado na entrada do tanque de contato para a oxidação de todo o microrganismo patogênico que, porventura, passe através dos filtros. Esse produto garante também que a água seja entregue aos consumidores em perfeita condição de potabilidade.

Nesta unidade são realizadas as análises que exigem mais rapidez para que os operadores tenham condição de estabelecer a dosagem dos produtos químicos utilizados e atingir a maior eficiência da ETA. Para atender esses objetivos são realizadas as seguintes análises:

✓ pH – Través de peagrâmetro . ✓ Turbidez – Turbidímetro eletrônico.

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✓ Jartest – Para definição das dosagens de maior eficiência dopolicloreto de alumínio.

As demais análises necessárias e estabelecidas pelo Ministério da Saúde são realizadas por meio de laboratórios contratados como Bioética Ambiental.

Figura 30 - Hipoclorito de sódio

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f) Tanque de contato

O tanque de contato junto à ETA, tem a finalidade de manter a vazão da ETA em contato com o cloro antes que a água seja destinada ao consumidor. Esse contato tem o intuito de oxidar todos os microrganismos patogênicos presentes. O tanque existente na ETA tem comprimento de 7,00 m, 4,20 m de largura e profundidade de 3,35. Possuindo, portanto, 98,50 m³ de volume. Considerando as vazões de produção temos os tempos de contato do cloro com a massa líquida colocados na Tabela 29.

Tabela 29 - Tempos de contato em Relação as vazões produzidas na ETA

VAZÕES TEMPO DE CONTATO (L/s) (MINUTOS) 70 23,3 80 20,4

90 18,1

100 16,3

Considerando que o tempo ótimo de contato do cloro com a massa líquida é de 20 minutos, para que os efeitos desejados sejam atingidos. Sendo assim a vazão máxima é de 80 L/s. Podendo atingir até 90 L/s em função que o tempo necessário pode ser atingido nas tubulações e nos reservatórios. Entretanto para vazões de projeto superiores a 90 L/s o tanque de contato é um fator limitante da capacidade de tratamento da ETA, sendo assim necessária uma intervenção para a ampliação da estrutura do tanque.

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Figura 31 – Tanque de contato da ETA

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Além do tanque de contato, existe um tanque de sucção com diâmetros de 13,5 m da unidade de bombeamento de água tratada que pode também ser utilizado para contato do cloro com a massa líquida.

g) Elevatórias de água tratada

A ETA possui 2 elevatórias de água tratada, EAT 1 e EAT 2, responsáveis pelo abastecimento dos reservatórios localizados em Geraldo de Castro de 1000 m³ e 400 m³ e pelo abastecimento dos reservatórios de lavagem dos filtros. Além disso são abastecidas pelo tanque de sucção que apresenta 13,5 m de diâmetro 3 m de profundidade, portanto apresentando um volume de 430 m³.

Figura 32 – Tanque de sucção

• Elevatória de água tratada - EEAT 1

Localiza-se dentro da área da ETA, recebe água do tanque de sucção com diâmetro de 13,5 m, 3 m de profundidade totalizando um volume de 430 m³ e recalca para os reservatórios apoiados de 1000 m³ e 400 m³ (Geraldo de Castro), além disso, leva água para o tanque de lavagem dos filtros. A elevatória possui dois conjuntos motobomba instalados funcionando alternados, com 150 cv de potência cada e 1500 rpm.Essa elevatória está localizada nas coordenadas S21°15’14,4” e W45°14’36,6” e na altitude de 826 m.

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Figura 33 - Conjunto motobomba da EEAT 1

• Elevatória de água tratada - EEAT 2

Também se localiza dentro da área da ETA e é responsável por receber água do tanque de sucção e recalcar para os reservatórios apoiados de 1000 m³ e 400 m³ (Geraldo de Castro) e para o tanque de lavagem dos filtros. São dois conjuntos instalados com uma bomba de 150 cv e uma de 60 cv de potência e ambos com rotação de 3500 rpm. Como a EEAT1, essa elevatória está localizada nas coordenadas S21°15’14,4” e W45°14’36,6” e na altitude de 826 m.

119

Figura 34 - Conjunto motobomba da EEAT 2

120

Ambas as estações elevatórias necessitam de melhorias estruturais como reforma das bases de apoio dos conjuntos moto bombas, instalação de proteção física nos acoplamentos dos motores e instalação de sistema de içamento de carga para manutenção dos conjuntos.

h) Adutoras de água tratada

As adutoras de água tratada por recalque têm início na Elevatórias EAT1 e EAT2 e nas coordenadas S21°15’14,4” e W45°14’36,6” e na altitude de 826 m, terminando nas coordenadas S21°14’59,8” e W45°14’22,3”. Ambas adutoras têm diâmetros de 200 mm, são de ferro fundido e possuem comprimento de 800 m.

Nestas condições a EAT1 e EAT2 têm condições de cada uma aduzir uma vazão de 72 l/s, sendo que as duas trabalhando juntas têm capacidade de aduzir 144 l/s. Nesta situação a velocidade nas adutoras será de 2,3 m/s. Valor aceitável para recalque curtos de até 1000 m, que é o caso.

i) Reservatório de Lavagem dos filtros

O reservatório de lavagem dos filtros possui aproximadamente 11,2 m de diâmetro e 2,7 m de profundidade, totalizando um volume aproximado de 265 m³.O reservatório, que dista 165 m da ETA e está a uma altitude de 823 m, é bastecido por duas tubulações de PVC partindo da EAT 1 e EAT 2 com 2” de diâmetro.

8.5.1.1.5 Sistema de reservação O sistema de reservação é composto por 8 reservatórios, totalizando uma capacidade de reservação de 2.895 m³, conforme as características descritas de cada um, nos itens a seguir. Os reservatórios de água tratada com exceção dos reservatórios R4 e R5 necessitam de melhorias e reformas em suas estruturas afim de não vir a comprometer a qualidade da água armazenada.

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a) Reservatório R1 e R2 (Geraldo de Castro)

Esses dois reservatórios são abastecidos pela estação de tratamento de água por meio de duas adutoras de água tratada por recalque de ferro fundido, tendo início na EAT 1 e EAT 2, ambas com 200 mm de diâmetro e 800 m de comprimento e localizados nas coordenadas S 21°14’59,8’’ e W 45°14’22,3’’ e na altitude de 903 m.

O reservatório R1 é de concreto é quadrado de lado 15,2 m com profundidade 4,3 m, totalizando um volume 1000 m³. O R1 abastece o centro, Vila Leolita e Vila Esméria. O reservatório R2 de concreto é de base circular com 13,5 m de diâmetro e 3 m de altura, totalizando um volume de 400 m³.O R3 abastece a região do Alto Cruzeiro.

Figura 35 –Reservatórios R1 e R2

b) Reservatório R3 (Vila Esméria)

O reservatório R3 localizado nas coordenadas S21°14’40.7’’ e W45°13’48.0’’ é de concreto com volume de 180 m³ e recebe água do reservatório R1 por uma adutora de água tratada por gravidade de PVC – DeFoFo com 200 mm dediâmetro de 1500 m de comprimento. (Figura 36). Este reservatório está localizado a 892 m de altitude.

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Figura 36 - Reservatório de sucção

O R3 funciona como sucção da elevatória de água tratada 3 (EAT 3). Esta elevatória possui dois conjuntos motobomba de bomba centrífuga de eixo horizontal com potência de 50 cv cada um funcionando em paralelo.

Figura 37 - Conjunto motobomba da EAT 3

c) Reservatório R4 e R5 (Nova Era)

O reservatório R4 é metálico de base circular com capacidade de 1000 m³. O reservatório R5 é metálico do tipo taça e elevado com capacidade de 75 m³. O R4 e recebe água da EAT 3 por meio de uma tubulação de PVC – DeFoFo de 200 mm de diâmetro de 1200 m. Uma estação elevatória com

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bomba de potência 3 cv recalca a água por uma tubulação de Ferro fundido de 100 mm do R4 para o R5. Esses dois reservatórios estão localizados nas coordenadas S 21°15’09,2’’ e W 45°13’25,3’’ e na altitude de 939 m.

Figura 38 - Reservatórios R4 e R5

d) Reservatório R6 (COHAB) O reservatório R6 de 100 m³ feito de concreto e elevado, recebe água do reservatório de Nova Era por meio de uma adutora de cimento amianto por gravidade com 200 mm de diâmetro e de 1164 m de comprimento e trabalha como poço de sucção. Por meio de uma elevatória composta por um conjunto motobomba centrífuga de eixo horizontal de 1,5 CV, abastece o reservatório do Centenário. Este reservatório está localizado nas coordenadas S 21°14’33,0’’ e

Figura 39- Reservatório elevado do COHAB

124

W 45°13’13,4’’ e na altitude de 904 m

e) Reservatório R7 (Centenário) O reservatório R7 de 20 m³, metálico e elevado, recebe água da estação elevatória da COHAB junto ao reservatório R6 por meio de uma adutora de PVC de 60 mm de diâmetro e 470 m de comprimento.Este reservatório está localizado nas coordenadas S 21°14’44,0’’ e W 45°13’02,4’’ e na altitude de 935 m.

Figura 40 - Reservatório elevado do Centenário

f) Reservatório R8 (Alto Cruzeiro) O reservatório R8 de 300 m³ apoiado de concreto, recebe água do reservatório circular R2 Geraldo de Castro por meio de uma adutora de cimento amianto com 200 mm de diâmetro e 2000 m de comprimento. O R8 abastece o Alto Cruzeiro e Vista Verde por gravidade e, utilizando uma elevatória EAT 4 composta por um conjunto motobomba centrífuga de eixo horizontal de 1,5 cv de potência, abastece a parte alta do bairro Alto Cruzeiro. Este reservatório está localizado nas coordenadas S 21°14’01,1’’ e W 45°14’44,9’’ e na altitude de 895 m.

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Figura 41 - Reservatório do Alto Cruzeiro

g) Resumo do sistema de reservação Em resumo o sistema de abastecimento de água da sede do município de Nepomuceno tem uma capacidade de reservação de 2895 m³, conforme a Tabela 30 a seguir.

Tabela 30 - Reservatórios

Volume Localização Abatecido Abastece Tipo Coordenadas (m³) Centro Vila Esméria S 21°14'59.8'' 1000 R1 Geraldo de Castro ETA Vila Leolita Concreto apoiado de base quadrada W 45°14'22.3'' S 21°14'59.8'' 400 R2 Geraldo de Castro ETA Alto do Cruzeiro Concreto apoiado de base circular W 45°14'22.3''

R1 S 21°14'40.7'' 180 R3 Vila Esméria ( Sucção) Vila Esméria Nova Era Concreto apoiado de base circular W 45°13'48.0'' Nova Esperança Reservatório da COHAB R5 1000 Marciolandia Santo Antônio S 21°15'09.2'' R4 Nova Era R3 Padre Vitor Metálico apoiado de base circular W 45°13'25.3'' S 21°15'09.2'' 75 R5 Nova Era R4 Parte Alta do Nova Era Metálico tipo taça elevado W 45°13'25.3'' R4 Centenário S 21°14'33.0'' 100 R6 COHAB R5 COHAB ( Booster) Concreto elevado de base circular W 45°13'13.4'' Centenário S 21°14'44.0'' 20 R7 Centenário R6 Novo Horizonte Metálico elevado tipo taça W 45°13'02.4'' Alto do Cruzeiro S 21°14'01.1'' 300 R8 Alto Cruzeiro R2 Região oeste (EAT 4) Concreto apoiado de base circular W45°14'44.9'' TOTAL 3075 TOTAL DE RESERVAÇÃO 2895

126

9.2.1.1.6 Rede de distribuição A rede de distribuição cobre 100 % da sede do município de Nepomuceno com tubos de PVC de diâmetros de 20 mm, 32 mm, 50 mm, 60 mm, 75 mm, 100 mm, 150 mm e 200 mm. Os diâmetros de 50 mm e 60 mm cobrem cerca de 76 % da sede. Pela falta de setorização ajustada da rede de distribuição, quando é realizada manutenções, o abastecimento é interrompido em grandes áreas, não só apenas na micro região da intervenção.

Tabela 31 – Tabela de porcentagem das tubulações segundo seus diâmetros que compõem a rede

RESUMO

DIÂMETROS (mm )

32 50 60 75 100 150 200

13,9 42,7 34,0 1,2 3,4 2,0 2,7

Segundo a NBR 12.218 as tubulações da rede com diâmetro inferiores a 50 mm deverão ser substituídas.

A rede de distribuição de água do Município também apresenta grande quantidade de tubulações antigas que devem ser substituídas, buscando maior eficiência do sistema de abastecimento. Não existe um cadastro técnico confiável e atualizado, por isso é indicado que seja realizada a atualização cadastral de toda rede de distribuição de água tratada através de implantação de um cadastro técnico georreferenciado.

A Figura 42 representa a visualização total do sistema de abastecimento da sede do município de Nepomuceno.

127

Figura 42 - Esquema do sistema de abastecimento de água

128

8.5.2 Sistema de abastecimento de água dos distritos e comunidades a) São José da Margem Grande A comunidade de São José da Margem Grande localizado nas coordenadas geográficas S 21°09’42.1’’ e W 45°16’47.4’’ à 10 Km da sede do município de Nepomuceno com aproximadamente 150 habitantes é abastecido por um reservatório de fibra de 10 m³ que recebe água subterrânea por meio de um poço profundo localizado nas coordenadas geográficas S 21°09’37.0’’ e W 45°16’41.0’’. A água é distribuída sem nenhum tipo de tratamento, necessitando ser clorada. O poço artesiano e o reservatório não apresentão as devidas proteções e infraestruturas.

Figura 43 – Reservatório de 10 m³ de fibra da comunidade de São José da Margem Grande

Figura 44 - Poço do tipo artesiano da comunidade de São José da Margem Grande

129

b) Messias A comunidade de Messias localizado nas coordenadas geográficas S 21°08’08.2’’ e W 45°18’47.7’’ na altitude de 940 m à 14 Km da sede do município de Nepomuceno com aproximadamente 140 habitantespossui um reservatório metálico de base circular apoiado de 15 m³, porém atualmente encontra se desativado.A comunidade atualmente é abastecida por meio de minas individuais.O poço artesiano e o reservatório não apresentão as devidas proteções e infraestruturas.

Figura 45 - Reservatório de água da comunidade de Messias

130

c) Nazaré de Minas O distrito de Nazaré de Minas localizado nas coordenadas geográficas S 21°05’18.7’’ e W 45°18’41.1’’ possui aproximadamente 584 habitantes e 178 ligações hidrometradas. O distrito é abastecido por um reservatório metálico com volume aproximado de 18 m³ que possui um sistema de cloração e utiliza bomba dosadora. O reservatório recebe água subterrânea do poço profundo localizado na coordenada geográfica S 21°05’01.5’’ e W 45°18’47.0’’.

Figura 46 – Poço artesanal do distrito de Nazaré de Minas

Figura 47 - Reservatório do distrito de Nazaré de Minas

131

O poço artesiano e o reservatório não apresentão as devidas proteções e infraestruturas.

d) Porto A comunidade de Porto localizado nas coordenadas geográficas S 21°03’44.8’’ e W 45°18’38.6’’ possui, aproximadamente, 320 habitantes e 80 ligações hidrometradas. A região é abastecida por um reservatório de metálico tipo taça com 6 m de alturae 20 m³ que possui um sistema de cloração e utiliza uma bomba dosadora. O reservatório recebe água subterrânea do poço profundo localizado na coordenada geográfica S 21°03’44.8’’ e W 45° 18’38.6’’.

Figura 48 - Poço artesanal da comunidade de Porto

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Figura 49 - Casa de cloração

Figura 50 - Reservatório da comunidade de Porto

O poço artesiano e o reservatório não apresentão as devidas proteções e infraestruturas.

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e) Cedro

A comunidade de Cedro localizado nas coordenadas geográficas S 21°04’54.8’’ e W 45°17’11.0’’possui aproximadamente 150 habitantes. Cedro é abastecido por dois reservatórios um de fibra de 10 m³ e outro metálico de 6 m³, ambos recebem água subterrânea de poço profundo localizado nas coordenadas geográficas S 21°04’51.8’’ e W 45°17’13.5’’ .O poço artesiano e o reservatório não apresentão as devidas proteções e infraestruturas.

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Figura 52 – Poço artesanal da comunidade de Cedro

Figura 51 - Reservatórios da comunidade de Cedro

f) Santo Antônio do Cruzeiro

O distrito de Santo Antônio do Cruzeiro localizado nas coordenadas geográficas S 31°12’07.2’’ e W 45° 18’04.4’’possui aproximadamente 920 habitantes e 231 ligações hidrometradas. Santo Antônio do Cruzeiro é abastecido por um reservatório metálico de 20 m³ que recebe água subterrânea do poço profundo localizado nas coordenadas geográficas S 31°12’04.8’’ e W

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45°18’27.8’’.O poço artesiano e o reservatório não apresentão as devidas proteções e infraestruturas.

Figura53 - Poço artesanal do distrito de Santo Antônio do Cruzeiro

Figura 54 - Reservatório do distrito de Santo Antônio do Cruzeiro

8.5.3 Localidades Sem Sistemas de Abastecimento de Água Não existe região no município de Nepomuceno que não é atendida pelo abastecimento de água sob responsabilidade SAAE, com exceção da

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população dispersa. Apesar de que as comunidades de São José da Margem Grande, Messias e Cedro não possuem nenhum tipo de tratamento de água.

8.6 AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DOS SISTEMAS PRODUTORES

8.6.1 Análise qualitativa da água na sede do município

A Portaria de Consolidação nº 5, de 29 de setembro de 2017 do Ministério de Estado da Saúde, dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, que devem ser seguidos pelas instituições responsáveis pela distribuição de água. Para o estabelecimento da qualidade da água tratada para consumo humano ou potável, são avaliados diversos parâmetros, como a turbidez, composição microbiológica, PH, cor entre outros.

As tabelas a seguir relacionam os valores tabelados pelo Ministério de Estado da Saúde para água tratada e os valores encontrados pelas análises realizadas na amostra de água na saída da ETA, operada pelo SAAE, tendo como referência ao mês de Janeiro de 2019.

Tabela 32 - Resultados das análises para os parâmetros microbiológicos

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA PARÂMETRO RESULTADO VMP PARECER DA EME Bactérias Heterotróficas < 1.00 UFC/mL 500 UFC/mL DPQ Coliformes Totais Ausência Ausência em 100 mL DPQ Escherichia coli Ausência Ausência em 100 mL DPQ

* VMP – Valor Máximo Permitido *DPQ – Dentro dos Padrões de Qualidade *FPQ – Fora dos Padrões de Qualidade A Tabela 32 nos mostra que para os parâmetros microbiológicos, os resultados encontrados são satisfatórios e estão de acordo com os valores estipulados na Portaria Nº 2.914.

137

Tabela 33- Resultados das análises para os parâmetros organolépticos

ANÁLISE ORGANOLÉPTICA PARÂMETRO RESULTADO VMP PARECER DA EME Alumínio Total <0,05 mg/L 0,2 mg/L DPQ Amônia < 0,14 mg/L 1,5 mg/L DPQ Cloreto Total 2,68 mg/L 250 mg/L DPQ Cor Aparente < 3,00 UC 15 uH DPQ 1,2-Diclorobenzeno < 0,001 mg/L 0,01mg/L DPQ 1,4-Diclorobenzeno < 0,001 mg/L 0,03mg/L DPQ Dureza Total 19,50 mg/L 500mg/L DPQ Etilbenzeno < 0,001 mg/L 0,2mg/L DPQ Ferro Total 0,10 mg/L 0,3mg/L DPQ Gosto 0 6 DPQ Manganês Total < 0,03 mg/L 0,1mg/L DPQ Monoclorobenzeno < 0,001 mg/L 0,12mg/L DPQ Odor 0 6 DPQ PH 7,4 6,0 e 9,5 DPQ Sódio 1,35mg/L 200 mg/L DPQ Sólidos dissolvidos totais 32,00 mg/L 1000 mg/L DPQ Sulfato total 8,57 mg/L 250 mg/L DPQ Sulfeto de Hidrogênio < 0,002 mg/L 0,1 mg/L DPQ Surfactantes < 0,03 mg/L 0,5 mg/L DPQ Tolueno < 0,001 mg/L 0,17 mg/L DPQ Turbidez 0,20 NTU 5 uT DPQ Xilenos < 0,002 mg/L 5 mg/L DPQ Zinco total < 0,06 mg/L 5 mg/L DPQ * VMP – Valor Máximo Permitido *DPQ – Dentro dos Padrões de Qualidade *FPQ – Fora dos Padrões de Qualidade A Tabela 33 mostra que todos os resultados para os parâmetros organolépticos são satisfatório e estão dentro do estabelecido pelo Ministério da Saúde

138

Tabela 34- Resultados das análises para os parâmetros orgânicos

ANÁLISE ORGÂNICA PARÂMETRO RESULTADO VMP PARECER DA EME 1,1-Dicloroeteno < 1,000 μg/L 30 μg/L DPQ 1,2-Dicloroetano < 1,000 μg/L 10 μg/L DPQ 1,2-Dicloroeteno (Cis+Trans) < 1,000 μg/L 50 μg/L DPQ Benzeno < 1,000 μg/L 5 μg/L DPQ Benzo(a)pireno < 0,01000 μg/L 0,7 μg/L DPQ Cloreto de Vinila < 1,000 μg/L 2 μg/L DPQ Di(2-etilhexil) ftalato < 2,00 μg/L 8 μg/L DPQ Diclorometano < 1,000 μg/L 20 μg/L DPQ Estireno < 1,000 μg/L 20 μg/L DPQ Pentaclorofenol < 0,5000 μg/L 9 μg/L DPQ Tetracloreto de Carbono < 1,000 μg/L 4 μg/L DPQ Tetracloroeteno < 1,000 μg/L 40 μg/L DPQ Triclorobenzenos < 3,000 μg/L 20 μg/L DPQ Tricloroeteno < 1,000 μg/L 20 μg/L DPQ * VMP – Valor Máximo Permitido *DPQ – Dentro dos Padrões de Qualidade *FPQ – Fora dos Padrões de Qualidade A Tabela 34 mostra que, para os parâmetros orgânicos, os resultados encontrados estão dentro do estabelecido pela norma.

Tabela 35 – Resultados das análises para os parâmetros inorgânicos

ANÁLISE INORGÂNICA PARÂMETRO RESULTADO VALOR MÁXIMO PARECER DA EME Antimônio Total < 0,001 mg/L 0,005 mg/L DPQ Arsênio Total < 0,005 mg/L 0,01 mg/L DPQ Bário Total < 0,20 mg/L 0,7 mg/L DPQ Cádmio Total < 0,001 mg/L 0,005 mg/L DPQ Chumbo Total < 0,008 mg/L 0,01 mg/L DPQ Cianeto Total < 0,003 mg/L 0,07 mg/L DPQ Cobre Total < 0,008 mg/L 2 mg/L DPQ Cromo Total < 0,01 mg/L 0,05 mg/L DPQ Fluoreto Total < 0,05 mg/L 1,5 mg/L DPQ Mercúrio Total < 0,00020 mg/L 0,001 mg/L DPQ Níquel Total < 0,008 mg/L 0,07 mg/L DPQ Nitrato 1,28 mg/L N 10 mg/L DPQ Nitrito < 0,03 mg/L N 1 mg/L DPQ Selênio Total < 0,005 mg/L 0,01 mg/L DPQ Urânio Total < 0,01 mg/L 0,03 mg/L DPQ * VMP – Valor Máximo Permitido *DPQ – Dentro dos Padrões de Qualidade 139

*FPQ – Fora dos Padrões de Qualidade

A Tabela 35 mostra os resultados obtidos para os parâmetros inorgânicos, que, segundo os valores estabelecidos pelo Ministério da Saúde, são satisfatórios.

Tabela 36- Resultados obtidos para os parâmetros de Cianotoxinas

ANÁLISE DE CIANOTOXINAS PARÂMETRO RESULTADO VALOR MÁXIMO PARECER DA EME Microcistinas < 0,10 μg/L 1,0 μg/L DPQ Saxitoxinas (STX) < 0,02 μg/L 3,0 μg/L DPQ * VMP – Valor Máximo Permitido *DPQ – Dentro dos Padrões de Qualidade *FPQ – Fora dos Padrões de Qualidade

Segundo a Tabela 36 os valores encontrados nas análises são compatíveis com os valores estabelecidos pela norma.

Tabela 37 – Resultado das análises para os parâmetros de agrotóxicos

ANÁLISE DE AGROTÓXICOS PARÂMETRO RESULTADO VALOR MÁXIMO PARECER DA EME Alaclor < 0,10 μg/L 20 μg/L DPQ Aldrin + Dieldrin < 0,00100 μg/L 0,03 μg/L DPQ Atrazina < 0,10 μg/L 2 μg/L DPQ Clordano Gama < 0,010 μg/L 0,2 μg/L DPQ DDT + DDD + DDE < 0,00100 μg/L 1 μg/L DPQ Endosulfan (α β e sais) < 0,010 μg/L 20 μg/L DPQ Endrin < 0,00100 μg/L 0,6 μg/L DPQ Lindano (gama HCH) < 0,01000 μg/L 2 μg/L DPQ Metamidofós < 5,000 μg/L 12 μg/L DPQ Metolacloro < 0,10 μg/L 10 μg/L DPQ Molinato < 1,00 μg/L 6 μg/L DPQ Pendimentalina < 0,100 μg/L 20 μg/L DPQ Permetrina < 0,60 μg/L 20 μg/L DPQ Profenofós < 30,00 μg/L 60 μg/L DPQ Simazina < 0,50 μg/L 2 μg/L DPQ Tebuconazol < 30,000 μg/L 180 μg/L DPQ Terbufós < 0,50 μg/L 1,2 μg/L DPQ Trifluralina < 0,100 μg/L 20 μg/L DPQ * VMP – Valor Máximo Permitido *DPQ – Dentro dos Padrões de Qualidade *FPQ – Fora dos Padrões de Qualidade

140

Por último, a Tabela 37 mostra que os valores obtidos com as análises para os parâmetros que avaliam agrotóxicos estão todos de acordo com a Portaria Nº 2.914.

Com os dados apresentados nas tabelas acima e as análises feitas, conclui-se que os indicadores da água da ETA de Nepomuceno estão dentro dos estabelecidos por lei no anexo III da portaria consolidada nº5 do Ministério da Saúde, não sendo necessárias correções.

141

8.6.2 Análise quantitativa da água na sede do município

Atualmente o sistema de abastecimento de água do município de Nepomuceno produz uma vazão média de 75 L/s de água.A vazão de demanda da sede do município até o ano de 2040, que é o limite determinado pela Lei Federal Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 em que são estabelecidas as diretrizes da Política Nacional de Saneamento Básico, adotadas para este Plano Diretor de Abastecimento de Água será estabelecida no Produto 3.

Desta forma, para identificar a demanda per capita, utilizamos os valores definidos no referido manual da FUNASA e pela literatura relativa ao assunto. Para áreas urbanas, adotamos o valor do limite superior, ou seja, de 200 litros/habitante/dia, e um percentual de perdas estimado de 30% até 5 anos de plano, com posterior decréscimo até certo ponto e permanecendo constante até o fim de plano em 25%. Para estabelecer as vazões necessária no decorrer do período, foram utilizados também os seguintes parâmetros:

• População ao longo do período;

• Fator referente ao dia de maior consumo: k1 = 1,2;

• Fator referente ao maior consumo horário: K2 = 1,5;

• Per capita definida pela FUNASA, 200 l/hab/dia;

• Tempo de operação: 18 horas/dia;

• Volume de serviço: 3%

Todos estes valores serão considerados para o cálculo da demanda no Produto 3.A tabela a seguir apresenta a projeção da população de Nepomuceno.

142

Tabela 38 - Tabela da população de Nepomuceno segundo IBGE

População ANO atendida Sede

0 2.020 21.756 1 2.021 21.938 2 2.022 22.120 3 2.023 22.302 4 2.024 22.484 5 2.025 22.666 6 2.026 22.848 7 2.027 23.030 8 2.028 23.212 9 2.029 23.394 10 2.030 23.576 11 2.031 23.758 12 2.032 23.940 13 2.033 24.122 14 2.034 24.304 15 2.035 24.486 16 2.036 24.668 17 2.037 24.850 18 2.038 25.032 19 2.039 25.214 20 2.040 25.396

8.7 MONITORAMENTO E QUALIDADE DA ÁGUA CONSUMIDA

O SAAE de Nepomuceno realiza análises da água tratada periodicamente afim de garantir qualidade do serviço prestado à população. São realizadas análises químicas e microbiológicas

8.8 INFORMAÇÕES DO SISAGUA

O Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para ConsumoHumano (SISAGUA), plataforma utilizada pelo Programa Nacional de Vigilância daQualidade da Água para consumo Humano, atualmente não apresenta uma basede dados sólida com relação ao município de Nepomuceno. O município é citadoem alguns documentos e relatórios, mas 143

não há dados específicos analisando aqualidade da água ou reportando os boletins epidemiológicos.Nepomuceno é citado no relatório de qualidade da água para consumo humano de2011 de Minas Gerais, onde é um dos municípios que apresentou índices deagrotóxicos presentes na água superiores aos parâmetros de qualidadeestabelecidos na legislação considerados ótimos para consumo humano.Portanto, o presente estudo irá considerar os dados fornecidos pelo SNIS,apresentados mais a frente, e dados coletados in loco durante visita técnicarealizada pela equipe da EME Engenharia Ambiental.

8.9 INFORMAÇÕES DO SNIS

O SNIS abrange aspectos operacionais, administrativos, econômicos, financeiros, contábeis e de qualidade dos serviços de saneamento. As informações são fornecidas por companhias estaduais, empresas e autarquias municipais, empresas privadas e pela própria prefeitura. De acordo com a Lei n° 11.445/2007, deve-se estabelecer sistema de informações sobre os serviços articulado com o SNIS. Ressalta-se que a adimplência com o fornecimento dos dados ao SNIS é fundamental para acessar recursos de investimentos da FUNASA, conforme conta seus programas. A adimplência é concedida ao prestador de serviços e é extensiva ao município que o prestador opera sendo publicada anualmente na internet. A Tabela 39 a seguir apresenta dados do SNIS para o abastecimento de água do município de Nepomuceno.

144

Tabela 39 – Parâmetros disponibilizados pelo SNIS referente ao abastecimento de água de Nepomuceno.

ÁGUA 2018 2017 População total atendida com abastecimento de água 26.709 25.500 Quantidade de ligações ativas de água 8.493 8.363 Quantidade de economias ativas de água 8.493 8.363 Quantidade de ligações ativas de água micromedidas 8.493 8.363 Extensão da rede de água (Km) 30 30 Volume de água produzido (1000 m³/ano) 2.100,00 2.056,00 Volume de água tratada em ETAs (1000 m³/ano) 2.100,00 2.056,00 Volume de água micromedido (1000 m³/ano) 1.200,00 1.179,00 Volume de água consumido (1000 m³/ano) 1.200,00 1.179,00 Volume de água faturado (1000 m³/ano) 1.164,00 1.179,00 Volume de água macromedido (1000 m³/ano) 2.100,00 2.056,00 Quantidade de economias residenciais ativas de água 6.979 8.363 Quantidade de economias ativas de água micromedidas 8.493 8.363 Volume micromedido nas economias residenciais ativas de água (1000 m³/ano) 1.164,00 1.179,00 Quantidade de ligações totais de água 9.327 9.131 Quantidade de economias residenciais ativas de água micromedidas 6.979 8.363 Volume de serviço (1000 m³/ano) 75 75 População urbana atendida com abastecimento de água 20.692 20.950 Volume de água fluoretada (1000 m³/ano) 2.100,00 2.056,00 Consumo total de energia elétrica nos sistemas de água (1000 Kwh/ano) 1.422,00 1.410,00 Fonte: SNIS

8.9.1 Análise econômico-financeira e investimentos

O sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário do município de Nepomuceno é de responsabilidade do SAAE, que, em parceria com a Prefeitura de Nepomuceno, investe o capital, fruto de contribuições estaduais e federais, para ampliação e melhoria do saneamento básico. O presente PMSB irá explanar e apontar os quesitos a serem melhorados no sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário a fim de guiar os investimentos para otimizar o acesso e a qualidade do saneamento básico em Nepomuceno.

145

8.9.2 Tarifação

A política tarifária do SAAE Nepomuceno relativa aos serviços prestados de água compreende a cobrança de tarifa de água conforme mostra a tabela a seguir, sendo que estes valores estão sujeitos a alterações anuais. Tabela 40 – Tarifação do abastecimento de água

CONSUMO TARIFA CATEGORIA DESCRIÇÃO m³ R$ Residência com área construída inferior a 40 m² - Tarifa A1 - 8,3813 social A2 Residência com área construída entre 40 m² e 80 m² - 10,6704 A3 Residência com área construída entre 80,1 m² e 120 m² - 10,6704 A4 Residência com área construída superior a 120 m² - 10,6704 B Imóveis Comerciais 11 10,6704 C Imóveis Industriais 11 10,6704 D Órgãos públicos de acordo com legislação 11 10,6704

Com o objetivo de facilitar o acesso da população de baixa renda ao saneamento básico e contribuir para a universalização desses serviços, a Tarifa Social é concedida pelo SAAE.

Além das tarifas definidas pela Tabela 40, o SAAE, de acordo com o consumo, estabelece valores por m³ excedentes, previamente estabelecidos. Todas as tarifas estão descriminadas na resolução de 10 de julho de 2020, conforme decreto N°793 de 31 de março de 2017 (Ver ANEXO II). É bom lembrar que as tarifas não foram ainda reajustadas desde aquela data, ou seja, por 12 meses.

8.9.3 Análise institucional

Para desenvolver suas atividades o SAAE possui um quadro de colaboradores composto de 47 membros, cujos cargos estão estabelecidosna Tabela 41, com as respectivas quantidades hoje existentes.

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Tabela 41 - Tabela de relação de funcionários do SAAE Nepomuceno

CARGO QUANTIDADE Diretor Geral – Comissionado 1 Controlador Interno – Comissionado 1 Assessor Jurídico – Comissionado 1 Assessor Técnico – Comissionado 1 Auxiliar Administrativo 1 Auxiliar De Serviços Gerais 8 Encanador 8 Leiturista 2 Operador De Eta/Ete 9 Operador De Máquina 1 Técnico Em Contabilidade 1 Técnico Químico 1 Engenheiro Civil 1 Auxiliar Executivo 1 Oficial Executivo 1 Motorista 2 Fiscal 2 Almoxarife 1 Pedreiro 1 Estagiário 3 TOTAL 47

Na tabela a seguir, estão relacionados alguns dos veículos e maquinários utilizados pelo SAAE nos trabalhos executados de acordo com as características de cada atividade.( Anexo I)

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Tabela 42 - Tabela de veículos e maquinários do SAAE Nepomuceno

Relação de Veículos e maquinários Tipo Quantidade Duster Oroch 1.6 16 V Expression Renault 1 Motocicleta 150 Cc 1 Mercedes-Benz 710 1 Caminhonete FIAT STRADA AR 1 Caminhonete Fiat Strada 1.7 1 Retro-EscavadeiraJcb 1 Fiat Strada 1.4 Hard Wor 1 Fiat Strada 1.4 Working 1

Portanto o SAAE tem sobre sua responsabilidade o abastecimento de água da população colocada na Tabela 43.

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Tabela 43 - Relação da população abastecida pelo serviço SAAE.

LOCAL POPULAÇÃO Sede do município 21756 Distrito de São José da Margem Grande 150 Distrito de Messias, 140 Distrito se Nazaré de Minas 584 Distrito de Porto, 320 Distrito de Cedro 150 Distrito de Santo Antônio do Cruzeiro. 920 Total 24020

8.10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

8.10.1 Sede do município

A EME Engenharia Ambiental fez o levantamento in loco de todos os componentes do sistema de abastecimento da sede do município de Nepomuceno, onde foram levantados as características e detalhes com registros fotográficos e análises, conforme explanado no item 9 do presente produto. Foram levantadas as seguintes unidades:

• Captação • Adução de água bruta • Tratamento – ETA o Medidor de vazão o Floculadores o Decantadores o Filtros o Tanque de contato o Casa de química • Elevatória de água tratada • Reservação o R1 – Geraldo de Castro o R2 – Geraldo de Castro o R3 – Vila Esméria

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o R4 – Nova Era o R5 – Nova Era o R6 - COHAB o R7 - Centenário o R8 – Alto Cruzeiro • Rede de distribuição

No Produto 3 cada unidade será analisada com a finalidade de determinar a capacidade de cada unidade do sistema para definir se o sistema de abastecimento de água da sede do município de Nepomuceno atenderá de forma adequada a população até o final do plano em 2040.

8.10.2 Distritos e comunidades

Assim como feito na sede do município de Nepomuceno, a EME Engenharia Ambiental fez o levantamento in loco de todos os componentes do sistema de abastecimento de cada distrito e comunidade de Nepomuceno, onde foram levantados as características e detalhes com registros fotográficos e análises, conforme explanado no item 9 do presente produto. A Tabela 44 aponta as unidades estudadas.

Tabela 44 - Unidades do sistema de abastecimento de água dos distritos e comunidades de Nepomuceno

DISTRITO E COMUNIDADES SISTEMA DE ABASTECIMENTO Poço Profundo São José da Margem Grande Sem sistema de cloração Reservatório de fibra de 10 m³ Minas(Abastecimentos individuais) Messias Sem sistema de cloração Reservatório metálico de 15 m³ Poço Profundo Com sistema de cloração incluindo uso de bomba dosadora Nazaré de Minas Reservatório metálico de 18 m³ ETE inacabada Poço Profundo Porto Com sistema de cloração incluindo uso de bomba dosadora Reservatório metálico tipo taça de 20 m³ Poço Profundo Cedro Sem sistema de cloração Reservatório metálico de 10 m³ e um de fibra de 6 m³ Poço Profundo Santo Antônio do Cruzeiro Sem sistema de cloração

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Reservatório metálico de 20 m³ ETE em operação

No Produto 3 cada distrito e comunidade serão analisados no quesito abastecimento de água com a finalidade de determinar a capacidade de cada unidade, para definir se o sistema de abastecimento de cada distrito e comunidade de Nepomuceno atenderá de forma adequada a população até o final do plano em 2040 ou as intervenções necessárias para adequar o sistema à legislação vigente e atender a população de forma eficiente.

151

9 ESGOTAMENTO SANITÁRIO

9.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO

9.1.1 Sede do município de Nepomuceno

9.1.1.1 Rede coletora de esgoto A rede de esgotamento sanitário da sede do município cobre toda malha urbana, com aproximadamente 100 mil metros,100% do esgoto sanitário é coletado, porem apenas uma parcela de aproximadamente 30% recebe tratamento. Sendo importante levantar todos os impactos ambientais e sociais causados pala disposição inadequada do esgoto no meio ambiente. A rede de esgotamento sanitário é composta por tubulações de materiais e diâmetros diferentes, distribuídas de acordo com a tabela a seguir.

Tabela 45 - Composição da rede de esgotamento sanitário

Tubulação (%) Diâmetro (mm) Manilha Cimento Amianto PVC 32 0,9% 0,4% - 50 - - 2,4% 60 - 1,3% 0,3% 100 0,9% 0,5% - 150 61,1% 0,3% 27,6% 200 2,8% - - 300 1,5% - - TOTAL 67,2% 2,5% 30,3%

A região leste da cidade, que compreende os bairros Jardim de Maria, Marciolândia, Santo Antônio e Padre Vitor, à esquerda da Br 265, drena o esgoto para o interceptor do lado direito do talvegue que corta a cidade.

As regiões dos bairros Salgado Filho, Vila Esméria, Vila Esperança e parte da região central da cidade drenam para o interceptor do lado esquerdo do talvegue que corta a cidade, sendo direcionada para o interceptor principal que margeia toda a região norte, leste e nordeste. 152

A região central da cidade drena grande parte do esgoto para o interceptor principal. Porém, algumas ruas lançam o esgoto direto em brejos localizados na região oeste e noroeste da cidade.

Conforme dito anteriormente a rede de esgoto abrange toda a malha urbana da sede do município, porém existem algumas condições que deverão ser modificadas, tais como o lançamento de esgoto que drena pequenas áreas para os talvegues sem nenhum tratamento e concluir as unidades de tratamento da ETE para possibilitar que trate 100 % do esgoto coletado.

9.1.1.2 Interceptores 9.1.1.2.1 Interceptor A do lado direito do talvegue Interceptor A é dividido em dois trechos, sendo que o primeiro margeia o lado direito do talvegue que corta a cidade com uma tubulação de 200 mm de manilha cerâmica e comprimento aproximado de 546 m, lançando o esgoto drenado no interceptor do lado esquerdo. Nesse primeiro trecho, são encontrados 5 PV’s. O segundo trecho também margeia o lado direito do talvegue que corta a cidade com uma tubulação de 200 mm de manilha cerâmica e comprimento aproximado de 470 m, lançando o esgoto no interceptor do lado esquerdo do talvegue. Ao longo do segundo trecho são encontrados 4 PV’s.( Ver Figura 56)

9.1.1.2.2 Interceptor B do lado esquerdo do talvegue Interceptor B, margeia o lado esquerdo do talvegue que corta a cidade com uma tubulação de 300 mm de manilha cerâmica e comprimento aproximado de1700 m, sendo que a travessia da Br 265 é feita com tubos de Ferro Fundido. Ao longo da tubulação são encontrados 15 PV’s. ( Ver Figura 55)

9.1.1.2.3 Interceptor C (Principal) O interceptor C, margeia o talvegue que abrange toda a região leste e nordeste, iniciando próximo ao COHAB e terminando na Estação Elevatória de Esgoto - ETE na cota 820 e coordenadas S 21°13’34.5’’ e W 45°14’44.2’’. A

153

tubulação é de 300 mm de manilha cerâmica e comprimento aproximado de 3300 m. Ao longo da tubulação são encontrados 13 PV’s.( Ver Figura 55)

Figura 55 - Interceptores do sistema de esgotamento sanitário da sede do município

9.1.1.3 Estação Elevatória de Esgoto A estação elevatória de esgoto localizada nas coordenadas geográficas S 21°13’34.5’’ e W 45°14’44.2’’ e altitude 820 m, recebe esgoto direto da rede coletora referente à aproximadamente 1100 residências. A elevatória possui uma bomba centrífuga de eixo vertical com 13 cv e vazão6,6 L/s e lança o esgoto por meio de uma tubulação de recalque de tubulação inicial de ferro fundido com diâmetro de 250 mm, posteriormente com uma tubulação de PVC do tipo DeFoFo com comprimento de 1020 m e diâmetro de 250 mm e tubulação de chegada de 250 mm de ferro fundido até a ETE.

9.1.1.4 Linha de recalque A linha de recalque que tem início na elevatória de esgoto localizada nas coordenadas geográficas S 21°13’34.5’’ e W 45°14’44.2’’ e altitude 820 m é

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constituída por uma tubulação inicial de ferro fundido com diâmetro de 250 mm, posteriormente com uma tubulação de PVC do tipo DeFoFo com comprimento de 1020 m e diâmetro de 250 mm. Na chegada da ETE, localizada nas coordenadas geográficas S21°13’50.1’’ e W45°15’12.1’’, existe um pequeno trecho de ferro fundido com diâmetro de 250 mm. Sendo que, na entrada da ETE, ou seja, na calha Parshall, a altitude é de 814 m.

Figura 56 – Esquema da linha de recalque

9.1.1.5 Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) A Estação de Tratamento de Esgoto projetada para a tender a população da sede do município de Nepomuceno até 2030 está localizada nas coordenadas S 21°13’50.1’’ e W 45°15’12.1’’. Porém, foi construída até o memento apenas uma parte do que foi projetado. O projeto comtempla 4 módulos de tratamento para atender 100% da população até 2030 no entanto apenas 1 módulo foi construído e está em operação atualmente.

A ETE é composta pelas seguintes unidades:

a) Tratamento preliminar

O tratamento preliminar é realizado para a remoção de sólidos grosseiros por meio de gradeamento e duas caixas de areia que funcionam em paralelo com o objetivo de realizar a retirada dos sólidos sem que haja necessidade de paralisar a operação da ETE

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b) Medição de vazão

A medição da vazão na entrada da ETE é realizada por meio de calha Parshall com a garganta (w) de 9 polegadas instalada após as caixas de areia.

Figura 57 - Esquema da calha Parshall

c) Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente – UASB

Foram projetados 4 reatores anaeróbios de fluxo ascendente – UASB dos quais somente um está construído e em funcionamento. Os reatores foram projetados e executados com os seguintes dados:

• Altura útil...... 4,75 m • Diâmetro...... 8,50 m • Volume útil ...... 269,54 m³ • Vazão de cada módulo ...... 36 m³/h

156

Figura 58 - Reator RAFA

d) Filtro biológico

Foram projetados 4 filtros biológicos percoladores, dos quais somente um está em funcionamento. Os filtros foram projetados e executados com os seguintes dados:

• Área ...... 56,75 m² • Diâmetro...... 8,50 m • Volume...... 141,86 m³ • Profundidade ...... 2,5 m

Figura 59 - Filtro biológico percolador

157

e) Decantador secundário

Foram projetados 4 decantadores secundários, dos quais somente um está em funcionamento. Os decantadores foram projetados e executados com os seguintes dados:

• Área ...... 38,48 m² • Diâmetro...... 7,0 m • Volume...... 115,45 m³ • Profundidade ...... 3,0 m

Figura 60 - Decantador secundário

f) Leito de secagem

Foram projetados 4 leitos de secagem, dos quais somente um está em funcionamento. Os leitos foram projetados e executados com os seguintes dados:

Área ...... 112,0 m²

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Figura 61 - Leito de secagem

g) Casa de química

A ETE possui uma casa de química onde são realizadas as análises e monitoramentos.

Figura 62 - Casa de química

h) Resumo do sistema de recolhimento e tratamento do esgoto

A rede de esgoto com diâmetros variados e tubos predominantes de PVC e manilhas cerâmicas possui 100.000 m, cobrindo 100 % da área urbana da sede do município. Alguns diâmetros estão abaixo do recomendado para a rede de

159

esgoto, que é de 150 mm, portanto deverão ser substituídos. Existem 3 interceptores ao longo dos talvegues da área, que direcionam todo o esgoto recolhido para a elevatória. A elevatória recalca o esgoto recolhido para a ETE através de uma tubulação de 250 mm de diâmetro. A ETE projetada pela Planex S/A em julho de 2010, possui tratamento preliminar, 4 RAFA’s, 4 filtros biológicos percoladores, 4 decantadores secundários e 4 leitos de secagem. Porém, hoje só foram executados um módulo de cada unidade de tratamento. Essas unidades existentes têm condição de tratar 10 L/s de esgoto.

Figura 63 - Esquema da ETE

9.1.2 Distritos e comunidades

9.1.2.5 São José da Margem Grande A comunidade de São José da Margem Grande localizado nas coordenadas geográficas S 21°09’42.1’’ e W 45°16’47.4’’ à 10 Km da sede do município de Nepomuceno com aproximadamente 150 habitantes não possui sistema coletivo de recolhimento e tratamento de esgoto. As residências possuem fossas negras ou fossas sépticas com ou sem sumidouros, algumas das residências descartam os esgotos diretamente nos talvegues existentes.

160

9.1.2.6 Messias A comunidade de Messias localizado nas coordenadas geográficas S 21°08’08.2’’ e W 45°18’47.7’’ na altitude de 940 m à 14 Km da sede do município de Nepomuceno com aproximadamente 140 habitantes não possui sistema coletivo de recolhimento e tratamento de esgoto. Asresidências possuem fossas negras ou fossas sépticas com ou sem sumidouros. Como no distrito anterior, algumas das residências descartam os esgotos diretamente nos talvegues existentes.

9.1.2.7 Nazaré de Minas O distrito de Nazaré de Minas localizado nas coordenadas geográficas S 21°05’18.7’’ e W 45°18’41.1’’ possui aproximadamente 584 habitantes e possui uma estação de tratamento de esgoto do tipo RAFA - Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente), leito de secagem e filtro biológico, no entanto não se encontra em operação. O esgoto gerado é destinado ao receptor que margeia a ETE sem tratamento. Atualmente a população utiliza fossas negras ou fossas sépticas com ou sem sumidouros. Como nos outros distritos, algumas das residências descartam os esgotos diretamente nos talvegues existentes.

Figura 64 - Casa de química e reator da ETE

161

Figura 65 - Leito de secagem da ETE

9.1.2.8 Porto A comunidade de Porto localizado nas coordenadas geográficas S 21°03’44.8’’ e W 45°18’38.6’’ possui, aproximadamente, 320 habitantes não possui sistema coletivo de recolhimento e tratamento de esgoto. As residências possuem fossas negras ou fossas sépticas com ou sem sumidouros. Como nos outros distritos, algumas das residências descartam os esgotos diretamente nos talvegues existentes.

9.1.2.9 Cedro A comunidade de Cedro localizado nas coordenadas geográficas S 21°04’54.8’’ e W 45°17’11.0’’possui aproximadamente 150 habitantes não possui sistema coletivo de recolhimento e tratamento de esgoto. As residências possuem fossas negras ou fossas sépticas com ou sem sumidouros.Como nos outros distritos, algumas das residências descartam os esgotos diretamente nos talvegues existentes.

9.1.2.10 Santo Antônio do Cruzeiro O distrito de Santo Antônio do Cruzeiro localizado nas coordenadas geográficas S 31°12’07.2’’ e W 45° 18’04.4’’possui aproximadamente 920 habitantes possui uma estação de tratamento de esgoto do tipo RAFA ( Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente) filtro biológico e leito de secagem, que

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recentemente foi ativada. O esgoto gerado é enviado a ETE e 100% é tratado e lançado no corpo hídrico receptor.

Figura 66 - ETE do distrito de Santo Antônio do Cruzeiro

163

9.1.3 Resumo do sistema de esgotamento sanitário de Nepomuceno

A rede de esgotamento sanitário da sede do município de Nepomuceno tem um comprimento estimado de 100.000 m com diâmetros e materiais variados. Existem três interceptores, sendo dois secundários e um principal. Os interceptores secundários lançam esgoto no interceptor principal, que tem seu final na elevatória de esgoto que possui um conjunto motobomba do tipo centrífuga de eixo vertical com 15Cv de potência. A elevatória de esgoto –EEE com vazão de 6,6 L/s, recalca, através de uma linha de recalque de 1020 m de comprimento, o esgoto para a Estação de Tratamento de Esgoto. A ETE foi projetada com as seguintes unidades:

• Tratamento preliminar • 4 Reatores RAFA (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente) • 4 Filtros biológicos • 4 Decantadores secundários • 4 Leitos de secagem

No entanto, atualmente somente 1 módulo de cada unidade está em operação. O esquema abaixo ilustra o sistema geral de recolhimento e tratamento de esgoto.

164

Figura 67 - Esquema do esgotamento sanitário de Nepomuceno

165

9.2 ANÁLISE INSTITUCIONAL

Hoje o SAAE é responsável pelo sistema de esgotamento sanitário de Nepomuceno, composto por rede coletora, receptores, linha de recalque, tratamento e destinação final adequada.

9.2.1 Recursos humanos empregados no SAAE

O SAAE – Nepomuceno possui hoje 47 funcionários, conforme descrito na tabela a seguir.

Tabela 46 – Tabela de relação de funcionários do SAAE Nepomuceno

CARGO QUANTIDADE Diretor Geral - Comissionado 1 Controlador Interno - Comissionado 1 Assessor Jurídico - Comissionado 1 Assessor Técnico - Comissionado 1 Auxiliar Administrativo 1 Auxiliar De Serviços Gerais 8 Encanador 8 Leiturista 2 Operador De Eta/Ete 9 Operador De Máquina 1 Técnico Em Contabilidade 1 Técnico Químico 1 Engenheiro Civil 1 Auxiliar Executivo 1 Oficial Executivo 1 Motorista 2 Fiscal 2 Almoxarife 1 Pedreiro 1 Estagiário 3 TOTAL 47

166

9.2.2 Recursos e maquinários do SAAE Nepomuceno

Na tabela a seguir, descrevemos alguns dos veículos e maquinários utilizados pelo SAAE nos trabalhos executados de acordo com as características de cada atividade. (Ver ANEXO I)

Tabela 47 – Tabela de veículos e maquinários do SAAE Nepomuceno

Relação de Veículos e maquinários Tipo Quantidade Duster Oroch 1.6 16 V Expression Renault 1 Motocicleta 150 Cc 1 Mercedes-Benz 710 1 Caminhonete FIAT STRADA AR 1 Caminhonete Fiat Strada 1.7 1 Retro-EscavadeiraJcb 1 Fiat Strada 1.4 Hard Wor 1 Fiat Strada 1.4 Working 1 9.3 PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO

Para a realização do Plano Municipal de Saneamento Básico foi realizado o Plano de Mobilização social, no qual foi realizada uma pesquisa para saber a percepção da população em relação ao serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário fornecidos pelo SAAE e pela Prefeitura de Nepomuceno.

Analisando agora o sistema de esgotamento sanitário, a pesquisa realizada apontou que cerca de 90 % dos entrevistados residentes na sede do município usufruem do serviço prestado pelo SAAE no que tange esgotamento sanitário da região. O gráfico 19 apresenta os dados obtidos com a pesquisa.

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Esgotamento sanitário

Rede de esgoto ( SAAE) Fossa Não sabe

Gráfico 17 - Esgotamento sanitário da população residente na área urbana Para a população residente na área rural, a pesquisa apontou que cerca de 60% dos entrevistados usufruemdo serviço de esgotamento sanitário prestado pelo SAAE. O Gráfico 20 mostra os dados apresentados pela pesquisa.

Esgotamento sanitário na área rural

Rede de esgoto ( SAAE) Fossa Lançamento direto no rio Não sabe

Gráfico 18 - Esgotamento sanitário na área rural de Nepomuceno No Produto 3 serão estudados mais amplamente os dados coletados com a pesquisa para avaliar de forma mais detalhada a percepção da população em relação ao serviço de esgotamento sanitário fornecido e a qualidade do serviço.

9.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

9.4.1 Sede do município

168

A EME Engenharia Ambiental fez o levantamento in loco de todos os componentes do sistema de esgotamento sanitário da sede do município de Nepomuceno, onde foram levantados as características e detalhes com registros fotográficos e análises, conforme explanado no item 9 do presente produto. Foram levantadas as seguintes unidades:

• Interceptores • Estação Elevatória • Linha de recalque • Tratamento – ETE o Medidor de vazão o Tratamento preliminar o Reator UASB o Filtros biológicos o Decantador o Leito de secagem o Casa de química

No Produto 3 cada unidade será analisada com a finalidade de determinar a capacidade de tratamento do sistema para definir se o sistema de abastecimento de esgotamento sanitário da sede do município de Nepomuceno atenderá de forma adequada a população até o final do plano em 2040.

9.4.2 Distritos e comunidades

Assim como feito na sede do município de Nepomuceno, a EME Engenharia Ambiental fez o levantamento in loco da situação atual do esgotamento sanitário dos distritos e comunidades de Nepomuceno. Os distritos de Santo Antônio do Cruzeiro e Nazaré de Minas possuem um sistema de esgotamento sanitário unificado, conforme mostrado nos itens acima.Porém não foi identificado um sistema unificado de esgotamento sanitário para as demais comunidades, sendo a principal forma de esgotamento as fossas sépticas ou

169

negras com ou sem sumidouro ou até mesmo a disposição no corpo hídrico sem nenhum tratamento prévio.

No Produto 3 cada distrito e comunidade serãoanalisadoscom a finalidade de propor intervenções que atendam a legislação vigente e as necessidades da população até o final do plano em 2040.

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10 REFERÊNCIAS

• CBH GRANDE (Brasil). Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (singreh). SOBRE O COMITÊ: Histórico. 2019. Disponível em: . Acesso em: 23 set. 2019.

• Editora Melhoramentos. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa: Michaelis. 2019. Disponível em: . Acesso em: 23 jun. 2019.

• BRASIL. Agência Nacional das águas. Governo Federal. Comitês de Bacia Hidrográfica: Rio Grande. 2019. Disponível em: . Acesso em: 23 set. 2019.

• Instituto Estadual de Florestas – MG. A Cobertura Vegetal de Minas Gerais. Disponível em: http://www.ief.mg.gov.br/florestas. Acesso em 25 de setembro de 2019.

• GUIA DO ESTUDANTE: Geografia. São Paulo: Editora Abril, v. 9, 2016. Mensal. Disponível em:

171

. Acesso em: 10 out. 2019.

• BRASIL. Secretaria Executiva. Ministério da Saúde. Caderno de informações de saúde: Informações gerais. 2010. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2019

• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mapa Hidrogeológico da Região Sudeste. 2015. Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2019.

• Pet Biologia. Ufrgs. Unidade de Conservação, APP e Reserva Legal não é tudo a mesma coisa! 2016. Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2019.

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ANEXO I RELAÇÃO DE BENS DO SAAE NEPOMUCENO

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176

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ANEXO II TARIFAÇÃO DO SAAE NEPOMUCENO

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ANEXO III ASPECTOS DE DESTAQUE DA PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 5

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182

183

184

PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 5, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017

Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde.

TÍTULO I

As programação, proteção e recuperação da saúde

CAPÍTULO V DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Seção II Do Controle e da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano e seu Padrão de Potabilidade

Art. 129. O Anexo XX dispõe sobre o controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

ANEXO XX DO CONTROLE E DA VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO E SEU PADRÃO DE POTABILIDADE (Origem: PRT MS/GM 2914/2011)

Art. 1º Ficam definidos os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 1º)

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, CAPÍTULO I)

Art. 2º Este Anexo se aplica à água destinada ao consumo humano proveniente de sistema e solução alternativa de abastecimento de água. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 2º)

Parágrafo Único. As disposições deste Anexo não se aplicam à água mineral natural, à água natural e às águas adicionadas de sais destinadas ao consumo humano após o envasamento, e a outras águas utilizadas como matéria-prima para elaboração de produtos, conforme Resolução (RDC) nº 274, de 22 de setembro de 2005, da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 2º, Parágrafo Único)

Art. 3º Toda água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente por meio de sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água, deve ser objeto de controle e vigilância da qualidade da água. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 3º)

Art. 4º Toda água destinada ao consumo humano proveniente de solução alternativa individual de abastecimento de água, independentemente da forma de acesso da população, está sujeita à vigilância da qualidade da água. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 4º)

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APÍTULO II DAS DEFINIÇÕES (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, CAPÍTULO II)

Art. 5º Para os fins deste Anexo, são adotadas as seguintes definições: (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º)

I - água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, I)

II - água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido neste Anexo e que não ofereça riscos à saúde; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, II)

III - padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo humano, conforme definido neste Anexo; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, III)

IV - padrão organoléptico: conjunto de parâmetros caracterizados por provocar estímulos sensoriais que afetam a aceitação para consumo humano, mas que não necessariamente implicam risco à saúde; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, IV)

V - água tratada: água submetida a processos físicos, químicos ou combinação destes, visando atender ao padrão de potabilidade; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, V)

VI - sistema de abastecimento de água para consumo humano: instalação composta por um conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, desde a zona de captação até as ligações prediais, destinada à produção e ao fornecimento coletivo de água potável, por meio de rede de distribuição; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, VI)

VII - solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano: modalidade de abastecimento coletivo destinada a fornecer água potável, com captação subterrânea ou superficial, com ou sem canalização e sem rede de distribuição; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, VII)

VIII - solução alternativa individual de abastecimento de água para consumo humano: modalidade de abastecimento de água para consumo humano que atenda a domicílios residenciais com uma única família, incluindo seus agregados familiares; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, VIII)

IX - rede de distribuição: parte do sistema de abastecimento formada por tubulações e seus acessórios, destinados a distribuir água potável até as ligações prediais; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, IX)

X - ligações prediais: conjunto de tubulações e peças especiais, situado entre a rede de distribuição de água e o cavalete, este incluído; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, X)

XI - cavalete: kit formado por tubos e conexões destinados à instalação do hidrômetro para realização da ligação de água; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, XI)

XII - interrupção: situação na qual o serviço de abastecimento de água é interrompido temporariamente, de forma programada ou emergencial, em razão da necessidade de se efetuar reparos, modificações ou melhorias no respectivo sistema; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, XII) 186

XIII - intermitência: é a interrupção do serviço de abastecimento de água, sistemática ou não, que se repete ao longo de determinado período, com duração igual ou superior a seis horas em cada ocorrência; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, XIII)

XIV - integridade do sistema de distribuição: condição de operação e manutenção do sistema de distribuição (reservatório e rede) de água potável em que a qualidade da água produzida pelos processos de tratamento seja preservada até as ligações prediais; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, XIV)

XV - controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva de abastecimento de água, destinado a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar a manutenção desta condição; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, XV)

XVI - vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto de ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública para verificar o atendimento a este Anexo, considerados os aspectos socioambientais e a realidade local, para avaliar se a água consumida pela população apresenta risco à saúde humana; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, XVI)

XVII - garantia da qualidade: procedimento de controle da qualidade para monitorar a validade dos ensaios realizados; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, XVII)

XVIII - recoleta: ação de coletar nova amostra de água para consumo humano no ponto de coleta que apresentou alteração em algum parâmetro analítico; e (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, XVIII)

XIX - passagem de fronteira terrestre: local para entrada ou saída internacional de viajantes, bagagens, cargas, contêineres, veículos rodoviários e encomendas postais. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 5º, XIX)

CAPÍTULO IV DAS EXIGÊNCIAS APLICÁVEIS AOS SISTEMAS E SOLUÇÕES ALTERNATIVAS COLETIVAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, CAPÍTULO IV)

Art. 23. Os sistemas e as soluções alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo humano devem contar com responsável técnico habilitado. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 23)

Art. 24. Toda água para consumo humano, fornecida coletivamente, deverá passar por processo de desinfecção ou cloração. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 24)

Parágrafo Único. As águas provenientes de manancial superficial devem ser submetidas a processo de filtração. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 24, Parágrafo Único)

Art. 25. A rede de distribuição de água para consumo humano deve ser operada sempre com pressão positiva em toda sua extensão. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 25)

Art. 26. Compete ao responsável pela operação do sistema de abastecimento de água para consumo humano notificar à autoridade de saúde pública e informar à respectiva entidade reguladora e à população, identificando períodos e locais, sempre que houver: (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 26) 187

I - situações de emergência com potencial para atingir a segurança de pessoas e bens; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 26, I)

II - interrupção, pressão negativa ou intermitência no sistema de abastecimento; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 26, II)

III - necessidade de realizar operação programada na rede de distribuição, que possa submeter trechos a pressão negativa; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 26, III)

IV - modificações ou melhorias de qualquer natureza nos sistemas de abastecimento; e (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 26, IV)

V - situações que possam oferecer risco à saúde. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 26, V)

CAPÍTULO V DO PADRÃO DE POTABILIDADE (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, CAPÍTULO V)

Art. 27. A água potável deve estar em conformidade com padrão microbiológico, conforme disposto no Anexo 1 do Anexo XX e demais disposições deste Anexo. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 27)

§ 1º No controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras com resultado positivo para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, ações corretivas devem ser adotadas e novas amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que revelem resultados satisfatórios. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 27, § 1º)

§ 2º Nos sistemas de distribuição, as novas amostras devem incluir no mínimo uma recoleta no ponto onde foi constatado o resultado positivo para coliformes totais e duas amostras extras, sendo uma à montante e outra à jusante do local da recoleta. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 27, § 2º)

§ 3º Para verificação do percentual mensal das amostras com resultados positivos de coliformes totais, as recoletas não devem ser consideradas no cálculo. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 27, § 3º)

§ 4º O resultado negativo para coliformes totais das recoletas não anula o resultado originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amostras com resultado positivo. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 27, § 4º)

§ 5º Na proporção de amostras com resultado positivo admitidas mensalmente para coliformes totais no sistema de distribuição, expressa no Anexo 1 do Anexo XX , não são tolerados resultados positivos que ocorram em recoleta, nos termos do art. 27, § 1º . (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 27, § 5º)

§ 6º Quando o padrão microbiológico estabelecido no Anexo 1 do Anexo XX for violado, os responsáveis pelos sistemas e soluções alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo humano devem informar à autoridade de saúde pública as medidas corretivas tomadas. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 27, § 6º)

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§ 7º Quando houver interpretação duvidosa nas reações típicas dos ensaios analíticos na determinação de coliformes totais e Escherichia coli, deve-se fazer a recoleta. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 27, § 7º)

Art. 28. A determinação de bactérias heterotróficas deve ser realizada como um dos parâmetros para avaliar a integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede). (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 28)

§ 1º A de bactérias heterotróficas deve ser realizada em 20% (vinte por cento) das amostras mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de distribuição (reservatório e rede). (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 28, § 1º)

§ 2º Na seleção dos locais para coleta de amostras devem ser priorizadas pontas de rede e locais que alberguem grupos populacionais de risco. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 28, § 2º)

§ 3º Alterações bruscas ou acima do usual na contagem de bactérias heterotróficas devem ser investigadas para identificação de irregularidade e providências devem ser adotadas para o restabelecimento da integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede), recomendando-se que não se ultrapasse o limite de 500 UFC/mL. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 28, § 3º)

Art. 29. Recomenda-se a inclusão de monitoramento de vírus entéricos no(s) ponto(s) de captação de água proveniente(s) de manancial(is) superficial(is) de abastecimento, com o objetivo de subsidiar estudos de avaliação de risco microbiológico. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 29)

Art. 30. Para a garantia da qualidade microbiológica da água, em complementação às exigências relativas aos indicadores microbiológicos, deve ser atendido o padrão de turbidez expresso no Anexo 2 do Anexo XX e devem ser observadas as demais exigências contidas neste Anexo. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 30)

§ 1º Entre os 5% (cinco por cento) dos valores permitidos de turbidez superiores ao VMP estabelecido no Anexo 2 do Anexo XX , para água subterrânea com desinfecção, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 uT, assegurado, simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 uT em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede). (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 30, § 1º)

§ 2º O valor máximo permitido de 0,5 uT para água filtrada por filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta), assim como o valor máximo permitido de 1,0 uT para água filtrada por filtração lenta, estabelecidos no Anexo 2 do Anexo XX , deverão ser atingidos conforme as metas progressivas definidas no Anexo 3 do Anexo XX . (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 30, § 2º)

§ 3º O atendimento do percentual de aceitação do limite de turbidez, expresso no Anexo 2 do Anexo XX , deve ser verificado mensalmente com base em amostras, preferencialmente no efluente individual de cada unidade de filtração, no mínimo diariamente para desinfecção ou filtração lenta e no mínimo a cada duas horas para filtração rápida. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 30, § 3º)

Art. 31. Os sistemas de abastecimento e soluções alternativas coletivas de abastecimento de água que utilizam mananciais superficiais devem realizar monitoramento mensal de Escherichia coli no(s) ponto(s) de captação de água. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 31)

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§ 1º Quando for identificada média geométrica anual maior ou igual a 1.000 Escherichia coli/100mL deve-se realizar monitoramento de cistos de Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium spp. no(s) ponto(s) de captação de água. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 31, § 1º)

§ 2º Quando a média aritmética da concentração de oocistos de Cryptosporidium spp. for maior ou igual a 3,0 oocistos/L no(s) pontos(s) de captação de água, recomenda-se a obtenção de efluente em filtração rápida com valor de turbidez menor ou igual a 0,3 uT em 95% (noventa e cinco por cento) das amostras mensais ou uso de processo de desinfecção que comprovadamente alcance a mesma eficiência de remoção de oocistos de Cryptosporidium spp. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 31, § 2º)

§ 3º Entre os 5% (cinco por cento) das amostras que podem apresentar valores de turbidez superiores ao VMP estabelecido no art. 30, § 2º , o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser menor ou igual a 1,0 uT, para filtração rápida e menor ou igual a 2,0 uT para filtração lenta. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 31, § 3º)

§ 4º A concentração média de oocistos de Cryptosporidiumspp. referida no art. 31, § 2º deve ser calculada considerando um número mínino de 24 (vinte e quatro) amostras uniformemente coletadas ao longo de um período mínimo de um ano e máximo de dois anos. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 31, § 4º)

Art. 32. No controle do processo de desinfecção da água por meio da cloração, cloraminação ou da aplicação de dióxido de cloro devem ser observados os tempos de contato e os valores de concentrações residuais de desinfetante na saída do tanque de contato expressos nos Anexos 4, 5 e 6 do Anexo XX . (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 32)

§ 1º Para aplicação dos Anexos 4, 5 e 6 do Anexo XX deve-se considerar a temperatura média mensal da água. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 32, § 1º)

§ 2º No caso da desinfecção com o uso de ozônio, deve ser observado o produto, concentração e tempo de contato (CT) de 0,16 mg.min/L para temperatura média da água igual a 15º C. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 32, § 2º)

§ 3º Para valores de temperatura média da água diferentes de 15º C, deve-se proceder aos seguintes cálculos: (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 32, § 3º)

I - para valores de temperatura média abaixo de 15ºC: duplicar o valor de CT a cada decréscimo de 10ºC; e (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 32, § 3º, I)

II - para valores de temperatura média acima de 15ºC: dividir por dois o valor de CT a cada acréscimo de 10ºC. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 32, § 3º, II)

§ 4º No caso da desinfecção por radiação ultravioleta, deve ser observada a dose mínima de 1,5 mJ/cm2 para 0,5 log de inativação de cisto de Giardia spp. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 32, § 4º)

Art. 33. Os sistemas ou soluções alternativas coletivas de abastecimento de água supridas por manancial subterrâneo com ausência de contaminação por Escherichia coli devem realizar cloração da água mantendo o residual mínimo do sistema de distribuição (reservatório e rede), conforme as disposições contidas no art. 34. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 33)

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§ 1º Quando o manancial subterrâneo apresentar contaminação por Escherichia coli, no controle do processo de desinfecção da água, devem ser observados os valores do produto de concentração residual de desinfetante na saída do tanque de contato e o tempo de contato expressos nos Anexos 4, 5 e 6 do Anexo XX ou a dose mínima de radiação ultravioleta expressa no art. 32, § 4º . (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 33, § 1º)

§ 2º A avaliação da contaminação por Escherichia coli no manancial subterrâneo deve ser feita mediante coleta mensal de uma amostra de água em ponto anterior ao local de desinfecção. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 33, § 2º)

§ 3º Na ausência de tanque de contato, a coleta de amostras de água para a verificação da presença/ausência de coliformes totais em sistemas de abastecimento e soluções alternativas coletivas de abastecimento de águas, supridas por manancial subterrâneo, deverá ser realizada em local à montante ao primeiro ponto de consumo. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 33, § 3º)

Art. 34. É obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L de cloro residual livre ou 2 mg/L de cloro residual combinado ou de 0,2 mg/L de dióxido de cloro em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede). (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 34)

Art. 35. No caso do uso de ozônio ou radiação ultravioleta como desinfetante, deverá ser adicionado cloro ou dióxido de cloro, de forma a manter residual mínimo no sistema de distribuição (reservatório e rede), de acordo com as disposições do art. 34. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 35)

Art. 36. Para a utilização de outro agente desinfetante, além dos citados neste Anexo, deve-se consultar o Ministério da Saúde, por intermédio da SVS/MS. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 36)

Art. 37. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que representam risco à saúde e cianotoxinas, expressos nos Anexos 7 e 8 do Anexo XX e demais disposições deste Anexo. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 37)

§ 1º No caso de adição de flúor (fluoretação), os valores recomendados para concentração de íon fluoreto devem observar a Portaria nº 635/GM/MS de 26 de dezembro de 1975, não podendo ultrapassar o VMP expresso na Tabela do Anexo 7 do Anexo XX . (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 37, § 1º)

§ 2º As concentrações de cianotoxinas referidas no Anexo 8 do Anexo XX devem representar as contribuições da fração intracelular e da fração extracelular na amostra analisada. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 37, § 2º)

§ 3º Em complementação ao previsto no Anexo 8 do Anexo XX , quando for detectada a presença de gêneros potencialmente produtores de cilindrospermopsinas no monitoramento de cianobactérias previsto no art. 40, § 1º , recomenda-se a análise dessas cianotoxinas, observando o valor máximo aceitável de 1,0 µg/L. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 37, § 3º)

§ 4º Em complementação ao previsto no Anexo 8 do Anexo XX , quando for detectada a presença de gêneros de cianobactérias potencialmente produtores de anatoxina-a(s) no monitoramento de cianobactérias previsto no art. 40, § 1º , recomenda-se a análise da presença desta cianotoxina. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 37, § 4º)

Art. 38. Os níveis de triagem que conferem potabilidade da água do ponto de vista radiológico são valores de concentração de atividade que não excedem 0,5 Bq/L para atividade alfa total e 1Bq/L para beta total. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 38)

Parágrafo Único. Caso os níveis de triagem citados neste artigo sejam superados, deve ser realizada análise específica para os radionuclídeos presentes e o resultado deve ser comparado com os níveis de referência do Anexo 9 do Anexo XX . (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 38, Parágrafo Único)

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Art. 39. A água potável deve estar em conformidade com o padrão organoléptico de potabilidade expresso no Anexo 10 do Anexo XX . (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 39)

§ 1º Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 39, § 1º)

§ 2º Recomenda-se que o teor máximo de cloro residual livre em qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2 mg/L. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 39, § 2º)

§ 3º Na verificação do atendimento ao padrão de potabilidade expresso nos Anexos 7, 8, 9 e 10 do Anexo XX , eventuais ocorrências de resultados acima do VMP devem ser analisadas em conjunto com o histórico do controle de qualidade da água e não de forma pontual. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 39, § 3º)

§ 4º Para os parâmetros ferro e manganês são permitidos valores superiores ao VMPs estabelecidos no Anexo 10 do Anexo XX , desde que sejam observados os seguintes critérios: (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 39, § 4º)

I - os elementos ferro e manganês estejam complexados com produtos químicos comprovadamente de baixo risco à saúde, conforme preconizado no art. 13 e nas normas da ABNT; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 39, § 4º, I)

II - osVMPs dos demais parâmetros do padrão de potabilidade não sejam violados; e (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 39, § 4º, II)

III - as concentrações de ferro e manganês não ultrapassem 2,4 e 0,4 mg/L, respectivamente. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 39, § 4º, III)

§ 5º O responsável pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água deve encaminhar à autoridade de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios informações sobre os produtos químicos utilizados e a comprovação de baixo risco à saúde, conforme preconizado no art. 13 e nas normas da ABNT. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 39, § 5º)

ANEXO 1 DO ANEXO XX TABELA DE PADRÃO MICROBIOLÓGICO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 1)

Tipo de água Parâmetro VMP(1) Água para consumo humano Escherichia coli(2) Ausência em 100 mL Na saída do Coliformes totais (3) Ausência em 100 mL tratamento Escherichia coli Ausência em 100 mL Sistemas ou soluções Apenas uma amostra, entre as Água alternativas coletivas que amostras examinadas no mês, tratada No sistema de abastecem menos de 20.000 poderá apresentar resultado distribuição Coliformes habitantes positivo (reservatórios e rede) totais (4) Sistemas ou soluções alternativas coletivas que Ausência em 100 mL em 95% das abastecem a partir de 20.000 amostras examinadas no mês. habitantes

NOTAS: (1) Valor Máximo Permitido.

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(2) Indicador de contaminação fecal.

(3) Indicador de eficiência de tratamento.

(4) Indicador de integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede).

ANEXO 2 DO ANEXO XX TABELA DE PADRÃO DE TURBIDEZ PARA ÁGUA PÓS-FILTRAÇÃO OU PRÉ- DESINFECÇÃO (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 2)

Tratamento da água VMP(1) Desinfecção (para águas subterrâneas) 1,0 uT(2) em 95% das amostras 0,5(3)uT(2) em 95% das Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta) amostras 1,0(3)uT(2) em 95% das Filtração lenta amostras

NOTAS: (1) Valor Máximo Permitido.

(2) Unidade de Turbidez.

(3) Este valor deve atender ao padrão de turbidez de acordo com o especificado no § 2º do art. 30.

ANEXO 3 DO ANEXO XX TABELA DE METAS PROGRESSIVAS PARA ATENDIMENTO AO VALOR MÁXIMO PERMITIDO DE 0,5 UT PARA FILTRAÇÃO RÁPIDA E DE 1,0 UT PARA FILTRAÇÃO LENTA (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 3)

Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta) Período após a publicação da Turbidez £ 0,5 uT Turbidez £ 1,0 uT Portaria Em no mínimo 25% das amostras Final do 1º ano mensais coletadas Em no mínimo 50% das amostras Final do 2º ano mensais coletadas No restante das amostras mensais Em no mínimo 75% das amostras coletadas Final do 3º ano mensais coletadas Em no mínimo 95% das amostras Final do 4º ano mensais coletadas Filtração Lenta Período após a publicação da Turbidez £ 1,0uT Turbidez £ 2,0 uT Portaria Em no mínimo 25% das amostras Final do 1º ano mensais coletadas No restante das amostras mensais Em no mínimo 50% das amostras coletadas Final do 2º ano mensais coletadas

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Em no mínimo 75% das amostras Final do 3º ano mensais coletadas Em no mínimo 95% das amostras Final do 4º ano mensais coletadas

ANEXO 4 DO ANEXO XX TABELA DE TEMPO DE CONTATO MÍNIMO (MINUTOS) A SER OBSERVADO PARA A DESINFECÇÃO POR MEIO DA CLORAÇÃO, DE ACORDO COM CONCENTRAÇÃO DE CLORO RESIDUAL LIVRE, COM A TEMPERATURA E O PH DA ÁGUA(¹) (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 4)

Temperatura = 5ºC Temperatura = 10ºC Temperatura = 15ºC C Valores de pH Valores de pH Valores de pH (²) ≤6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 ≤6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 ≤6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 ≤ 38 47 58 70 83 98 114 27 33 41 49 58 70 80 19 24 29 35 41 48 57 0,4 0,6 27 34 41 49 59 69 80 19 24 29 35 41 49 57 13 17 20 25 29 34 40 0,8 21 26 32 39 46 54 63 15 19 23 27 32 38 45 11 13 16 19 23 27 31 1,0 17 22 26 32 38 45 52 12 15 19 23 27 32 37 9 11 13 16 19 22 26 1,2 15 19 23 27 32 38 45 11 13 16 19 23 27 32 7 9 11 14 16 19 22 1,4 13 16 20 24 28 34 39 9 11 14 17 20 24 28 7 8 10 12 14 17 20 1,6 12 15 18 21 25 30 35 8 10 16 15 18 21 25 6 7 9 11 13 15 17 1,8 11 13 16 19 23 27 32 7 9 11 14 16 19 22 5, 7 8 10 11 14 16 2,0 10 12 15 18 21 25 29 7 8 10 12 15 17 20 5 6 7 9 10 12 14 2,2 9 11 14 16 19 23 27 6 8 10 12 14 16 19 5 6 7 8 10 11 13 2,4 8 10 13 15 18 21 25 6 7 9 11 13 15 17 4 5 6 8 9 11 12 2,6 8 10 12 14 17 20 23 5 7 8 10 12 14 16 4 5 6 7 8 10 12 2,8 7 9 11 13 15 19 22 5 6 8 9 11 13 15 4 4 5 7 8 9 11 3,0 7 9 10 13 15 18 20 5 6 7 9 11 12 14 3 4 5 6 8 9 10

NOTAS:

(1) Valores intermediários aos constantes na tabela podem ser obtidos por interpolação.

(2) C: residual de cloro livre na saída do tanque de contato (mg/L).

Tabela de tempo de contato mínimo (minutos) a ser observado para a desinfecção por meio da cloração, de acordo com concentração de cloro residual livre, com a temperatura e o pH da água(¹)

Temperatura = 20ºC Temperatura = 25ºC Temperatura = 30ºC

C (²) Valores de pH Valores de pH Valores de pH 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 ≤6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 ≤6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0

194

≤ 0,4 14 17 20 25 29 34 40 9 12 14 18 21 24 28 6 8 10 12 15 17 20 0,6 10 12 14 17 21 24 28 7 8 10 12 15 17 20 5 6 7 9 10 12 14 0,8 7 9 11 14 16 19 22 5 6 8 10 11 13 16 3 5 6 7 8 10 11 1,0 6 8 9 11 13 16 18 4 5 6 8 9 11 13 3 4 5 6 7 8 9 1,2 5 7 8 10 11 13 16 4 5 5 7 8 10 11 3 3 3 5 6 7 8 1,4 5 6 7 9 10 11 14 3 4 5 6 7 8 10 2 3 3 4 5 6 7 1,6 4 5 6 8 9 11 12 3 4 4 5 6 7 9 2 3 3 4 4 5 6 1,8 4 5 6 7 8 10 12 3 3 4 5 6 7 8 2 2 3 3 4 5 6 2,0 3 4 5 6 7 9 10 2 3 4 4 5 6 7 2 2 3 3 4 4 5 2,2 3 4 5 6 7 8 9 2 3 3 4 5 6 7 2 2 2 3 3 4 5 2,4 3 4 4 5 6 8 9 2 3 3 4 4 5 6 2 2 2 3 3 4 4 2,6 3 3 4 5 6 7 8 2 2 3 3 4 5 6 1 2 2 3 3 4 4 2,8 3 3 4 5 6 7 8 2 2 3 3 4 5 5 1 2 2 2 3 3 4 3,0 2 3 4 4 5 6 7 2 2 3 3 4 4 5 1 2 2 3 3 3 4

NOTAS:

(1) Valores intermediários aos constantes na tabela podem ser obtidos por interpolação.

(2) C: residual de cloro livre na saída do tanque de contato (mg/L).

ANEXO 5 DO ANEXO XX TABELA DE TEMPO DE CONTATO MÍNIMO (MINUTOS) A SER OBSERVADO PARA A DESINFECÇÃO POR MEIO DE CLORAMINAÇÃO, DE ACORDO COM CONCENTRAÇÃO DE CLORO RESIDUAL COMBINADO (CLORAMINAS) E COM A TEMPERATURA DA ÁGUA, PARA VALORES DE PH DA ÁGUA ENTRE 6 E 9(¹) (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 5)

Temperatura (ºC) C (²) 5 10 15 20 25 30 ≤ 0,4 923 773 623 473 323 173 0,6 615 515 415 315 215 115 0,8 462 387 312 237 162 87 1,0 369 309 249 189 130 69 1,2 308 258 208 158 108 58 1,4 264 221 178 135 92 50 1,6 231 193 156 118 81 43 1,8 205 172 139 105 72 39 2,0 185 155 125 95 64 35 2,2 168 141 113 86 59 32 2,4 154 129 104 79 54 29 2,6 142 119 96 73 50 27

195

2,8 132 110 89 67 46 25 3,0 123 103 83 63 43 23

NOTAS:

(1) Valores intermediários aos constantes na tabela podem ser obtidos por interpolação.

(2) C: residual de cloro combinado na saída do tanque de contato (mg/L).

ANEXO 6 DO ANEXO XX TABELA DE TEMPO DE CONTATO MÍNIMO (MINUTOS) A SER OBSERVADO PARA A DESINFECÇÃO COM DIÓXIDO DE CLORO, DE ACORDO COM CONCENTRAÇÃO DE DIÓXIDO DE CLORO E COM A TEMPERATURA DA ÁGUA, PARA VALORES DE PH DA ÁGUA ENTRE 6 E 9(¹) (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 6)

Temperatura (ºC) C (²) 5 10 15 20 25 30 ≤ 0,4 13 9 8 7 6 6 0,6 9 6 5 6 4 4 0,8 7 5 4 4 3 3 1,0 5 4 3 3 3 2 1,2 4 3 3 3 2 2 1,4 4 3 2 2 2 2 1,6 3 2 2 2 2 1 1,8 3 2 2 2 1 1 2,0 3 2 2 2 1 1 2,2 2 2 2 1 1 1 2,4 2 2 1 1 1 1 2,6 2 2 1 1 1 1 2,8 2 1 1 1 1 1 3,0 2 1 1 1 1 1

NOTAS:

(1) Valores intermediários aos constantes na tabela podem ser obtidos por interpolação.

(2) C: residual de dióxido de cloro na saída do tanque de contato (mg/L).

ANEXO 7 DO ANEXO XX TABELA DE PADRÃO DE POTABILIDADE PARA SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS QUE REPRESENTAM RISCO À SAÚDE (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 7)

Parâmetro CAS(1) Unidade VMP(2) INORGÂNICAS

196

Antimônio 7440-36-0 mg/L 0,005 Arsênio 7440-38-2 mg/L 0,01 Bário 7440-39-3 mg/L 0,7 Cádmio 7440-43-9 mg/L 0,005 Chumbo 7439-92-1 mg/L 0,01 Cianeto 57-12-5 mg/L 0,07 Cobre 7440-50-8 mg/L 2 Cromo 7440-47-3 mg/L 0,05 Fluoreto 7782-41-4 mg/L 1,5 Mercúrio 7439-97-6 mg/L 0,001 Níquel 7440-02-0 mg/L 0,07 Nitrato (como N) 14797-55-8 mg/L 10 Nitrito (como N) 14797-65-0 mg/L 1 Selênio 7782-49-2 mg/L 0,01 Urânio 7440-61-1 mg/L 0,03 ORGÂNICAS Acrilamida 79-06-1 µg/L 0,5 Benzeno 71-43-2 µg/L 5 Benzo[a]pireno 50-32-8 µg/L 0,7 Cloreto de Vinila 75-01-4 µg/L 2 1,2 Dicloroetano 107-06-2 µg/L 10 1,1 Dicloroeteno 75-35-4 µg/L 30 1,2 Dicloroeteno 156-59-2 (cis) 156-60-5 (trans) µg/L 50 (cis + trans) Diclorometano 75-09-2 µg/L 20 Di(2-etilhexil) 117-81-7 µg/L 8 ftalato Estireno 100-42-5 µg/L 20 Pentaclorofenol 87-86-5 µg/L 9 Tetracloreto de 56-23-5 µg/L 4 Carbono Tetracloroeteno 127-18-4 µg/L 40 1,2,4-TCB (120-82-1) Triclorobenzenos 1,3,5-TCB (108-70-3 1,2,3- TCB µg/L 20 (87-61-6) Tricloroeteno 79-01-6 µg/L 20 AGROTÓXICOS µg/L 2,4 D + 2,4,5 T 94-75-7 (2,4 D) 93-76-5 (2,4,5 T) µg/L 30 Alaclor 15972-60-8 µg/L 20 Aldicarbe + 116-06-3 (aldicarbe) 1646-88-4 µg/L 10 197

Aldicarbesulfona (aldicarbesulfona) 1646-87-3 (aldicarbe +Aldicarbesulfóxido sulfóxido) Aldrin + Dieldrin 309-00-2 (aldrin) 60-57-1 (dieldrin) µg/L 0,03 Atrazina 1912-24-9 µg/L 2 Carbendazim + 10605-21-7 (carbendazim) 17804-35-2 µg/L 120 benomil (benomil) Carbofurano 1563-66-2 µg/L 7 Clordano 5103-74-2 µg/L 0,2 Clorpirifós + 2921-88-2 (clorpirifós) 5598-15-2 (clorpirifós- µg/L 30 clorpirifós-oxon oxon) p,p'-DDT (50-29-3) p,p'-DDD (72-54-8) p,p'- DDT+DDD+DDE µg/L 1 DDE (72-55-9) Diuron 330-54-1 µg/L 90 Endossulfan (a b e 115-29-7; I (959-98-8); II µg/L 20 sais) (3) (33213-65-9); sulfato (1031-07-8) Endrin 72-20-8 µg/L 0,6 Glifosato + AMPA 1071-83-6 (glifosato) 1066-51-9 (AMPA) µg/L 500 Lindano (gama 58-89-9 µg/L 2 HCH) (4) Mancozebe 8018-01-7 µg/L 180 Metamidofós 10265-92-6 µg/L 12 Metolacloro 51218-45-2 µg/L 10 Molinato 2212-67-1 µg/L 6 Parationa Metílica 298-00-0 µg/L 9 Pendimentalina 40487-42-1 µg/L 20 Permetrina 52645-53-1 µg/L 20 Profenofós 41198-08-7 µg/L 60 Simazina 122-34-9 µg/L 2 Tebuconazol 107534-96-3 µg/L 180 Terbufós 13071-79-9 µg/L 1,2 Trifluralina 1582-09-8 µg/L 20 DESINFETANTES E PRODUTOS SECUNDÁRIOS DA DESINFECÇÃO(5) Ácidos (6) mg/L 0,08 haloacéticos total Bromato 15541-45-4 mg/L 0.01 Clorito 7758-19-2 mg/L 1 Cloro residual livre 7782-50-5 mg/L 5 Cloraminas Total 10599-903 mg/L 4,0 2,4,6 Triclorofenol 88-06-2 mg/L 0,2 Trihalometanos (7) mg/L 0,1 Total

198

NOTAS:

(1) CAS é o número de referência de compostos e substâncias químicas adotado pelo Chemical Abstract Service.

(2) Valor Máximo Permitido.

(3) Somatório dos isômeros alfa, beta e os sais de endossulfan, como exemplo o sulfato de endossulfan,

(4) Esse parâmetro é usualmente e equivocadamente, conhecido como BHC.

(5) Análise exigida de acordo com o desinfetante utilizado.

(6) Ácidos haloacéticos: Ácido monocloroacético (MCAA) - CAS = 79-11-8, Ácido monobromoacético (MBAA) - CAS = 79-08-3, Ácido dicloroacético (DCAA) - CAS = 79-43-6, Ácido 2,2 - dicloropropiônico (DALAPON) - CAS = 75-99-0, Ácido tricloroacético (TCAA) - CAS = 76-03-9, Ácido bromocloroacético (BCAA) CAS = 5589-96-3, 1,2,3, tricloropropano (PI) - CAS = 96-18-4, Ácido dibromoacético (DBAA) - CAS = 631-64-1, e Ácido bromodicloroacético (BDCAA) - CAS = 7113-314-7.

(7) Trihalometanos: Triclorometano ou Clorofórmio (TCM) - CAS = 67-66-3, Bromodiclorometano (BDCM) - CAS = 75-27-4, Dibromoclorometano (DBCM) - CAS = 124-48- 1, Tribromometano ou Bromofórmio (TBM) - CAS = 75-25-2.

ANEXO 8 DO ANEXO XX TABELA DE PADRÃO DE CIANOTOXINAS DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 8)

CIANOTOXINAS Parâmetro(1) Unidade VMP(²) Microcistinas µg/L 1,0 (³) Saxitoxinas µg equivalente STX/L 3,0

NOTAS:

(1) A frequência para o controle de cianotoxinas está prevista na tabela do Anexo XII.

(2) Valor Máximo Permitido.

(3) O valor representa o somatório das concentrações de todas as variantes de microcistinas.

ANEXO 9 DO ANEXO XX TABELA DE PADRÃO DE RADIOATIVIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 9)

Parâmetro(¹) Unidade VMP Rádio-226 Bq/L 1 Rádio-228 Bq/L 0,1

199

NOTAS: (1) Sob solicitação da Comissão Nacional de Energia Nuclear, outros radionuclídeos devem ser investigados.

ANEXO 10 DO ANEXO XX TABELA DE PADRÃO ORGANOLÉPTICO DE POTABILIDADE (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 10)

Parâmetro CAS Unidade VMP(¹) Alumínio 7429-90-5 mg/L 0,2 Amônia (como NH3) 7664-41-7 mg/L 1,5 Cloreto 16887-00-6 mg/L 250 Cor Aparente (²) uH 15 1,2 diclorobenzeno 95-50-1 mg/L 0,01 1,4 diclorobenzeno 106-46-7 mg/L 0,03 Dureza total mg/L 500 Etilbenzeno 100-41-4 mg/L 0,2 Ferro 7439-89-6 mg/L 0,3 Gosto e odor (³) Intensidade 6 Manganês 7439-96-5 mg/L 0,1 Monoclorobenzeno 108-90-7 mg/L 0,12 Sódio 7440-23-5 mg/L 200 Sólidos dissolvidos totais mg/L 1000 Sulfato 14808-79-8 mg/L 250 Sulfeto de hidrogênio 7783-06-4 mg/L 0,1 Surfactantes (como LAS) mg/L 0,5 Tolueno 108-88-3 mg/L 0,17 Turbidez (4) uT 5 Zinco 7440-66-6 mg/L 5 Xilenos 1330-20-7 mg/L 0,3

NOTAS:

(1) Valor máximo permitido.

(2) Unidade Hazen (mgPt-Co/L).

(3) Intensidade máxima de percepção para qualquer característica de gosto e odor com exceção do cloro livre, nesse caso por ser uma característica desejável em água tratada.

(4) Unidade de turbidez.

ANEXO 11 DO ANEXO XX TABELA DE FREQUÊNCIA DE MONITORAMENTO DE CIANOBACTÉRIAS NO MANANCIAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 11)

200

Quando a densidade de cianobactérias Frequência (células/mL) for: £ 10.000 Mensal > 10.000 Semanal

ANEXO 12 DO ANEXO XX TABELA DE NÚMERO MÍNIMO DE AMOSTRAS E FREQUÊNCIA PARA O CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE SISTEMA DE ABASTECIMENTO, PARA FINS DE ANÁLISES FÍSICAS, QUÍMICAS E DE RADIOATIVIDADE, EM FUNÇÃO DO PONTO DE AMOSTRAGEM, DA POPULAÇÃO ABASTECIDA E DO TIPO DE MANANCIAL. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 12)

Saída do Tratamento Sistema de distribuição (reservatórios e redes)

Número de amostras Frequência Tipo de Parâmetro Nº População abastecida Manancial Frequência Amostras 50.000 a 50.000 a <50.000 >250.000 <50.000 >250.000 250.000 250.000 hab. hab. hab. hab. hab. hab. 40 + (1 1 para para cada Superficial 1 A cada 2horas 10 cada Mensal 25 mil 5mil hab hab) Cor 20 + (1 1 para para cada Subterrâneo 1 Semanal 5 cada 10 Mensal 50 mil mil hab hab) Turbidez, Cloro Superficial 1 A cada 2 horas Residual Livre(¹), 2 vezes por Conforme § 3º do Artigo 41 Conforme § 3º do Artigo 41 Cloraminas(¹), Subterrâneo 1 Dióxido de semana Cloro(¹) Superficial 1 A cada 2 horas pH e fluoreto 2 vezes por Dispensada a análise Dispensada a análise Subterrâneo 1 semana Superficial 1 Trimestral Gosto e odor Dispensada a análise Dispensada a análise Subterrâneo 1 Semestral Semanal quando n° de Cianotoxinas Superficial 1 cianobactérias Dispensada a análise Dispensada a análise 20.000 células/mL

Produtos Superficial 1 Trimestral 1(²) 4(²) 4(²) Trimestral secundários da Dispensada Dispensada a Subterrâneo 1(²) 1(²) 1(²) Anual Semestral Semestral desinfecção a análise análise

201

Demais Superficial parâmetros ou 1 Semestral 1(5) 1(5) 1(5) Semestral (³)(4) Subterrâneo

NOTAS:

(1) Análise exigida de acordo com o desinfetante utilizado.

(2) As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da água no sistema de distribuição.

(3) A definição da periodicidade de amostragem para o quesito de radioatividade será definido após o inventário inicial, realizado semestralmente no período de 2 anos, respeitando a sazonalidade pluviométrica.

(4) Para agrotóxicos, observar o disposto no parágrafo 5º do artigo 41.

(5) Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e, ou, no manancial, à exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição.

ANEXO 13 DO ANEXO XX TABELA DE NÚMERO MÍNIMO DE AMOSTRAS MENSAIS PARA O CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE SISTEMA DE ABASTECIMENTO, PARA FINS DE ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS, EM FUNÇÃO DA POPULAÇÃO ABASTECIDA (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 13)

Saída do Sistema de distribuição (reservatórios e rede) Tratamento População abastecida (Número de Parâmetro amostras por < 5.000 a 20.000 a unidade de 5.000 > 250.000 hab. 20.000 hab. 250.000 hab. tratamento) hab. Coliformes totais Duas amostras 1 para cada 30 + (1 para 105 + (1 para cada 5.000 10 Escherichia semanais(¹) 500 hab. cada 2.000 hab.) hab.) Máximo de 1.000 coli

NOTA:

(1) Recomenda-se a coleta de, no mínimo, quatro amostras semanais.

ANEXO 14 DO ANEXO XX TABELA DE NÚMERO MÍNIMO DE AMOSTRAS E FREQUÊNCIA MÍNIMA DE AMOSTRAGEM PARA O CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE SOLUÇÃO ALTERNATIVA COLETIVA, PARA FINS DE ANÁLISES FÍSICAS, QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS, EM FUNÇÃO DO TIPO DE MANANCIAL E DO PONTO DE AMOSTRAGEM (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Anexo 14)

Saída do Número de Frequência Parâmetro Tipo de manancial tratamento amostras de (para água retiradas no amostragem

202

canalizada) ponto de consumo (para cada 500 hab.)

Cor, turbidez, pH e coliformes Superficial 1 1 Semanal totais(¹) e (²) Subterrâneo 1 1 Mensal Superficial ou Cloro residual livre(¹) 1 1 Diário Subterrâneo

NOTAS:

(1) Para veículos transportadores de água para consumo humano, deve ser realizada uma análise de cloro residual livre em cada carga e uma análise, na fonte de fornecimento, de cor, turbidez, pH e coliformes totais com freqüência mensal, ou outra amostragem determinada pela autoridade de saúde pública.

(2) O número e a frequência de amostras coletadas no sistema de distribuição para pesquisa de Escherichia coli devem seguir o determinado para coliformes totais.

203

ANEXO IV ART – ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA

204