Universidade Estadual Do Ceará Centro De
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA APLICADA – PosLA MESTRADO ACADÊMICO EM LINGUÍSTICA APLICADA ALAN GEORGE FÉLIX MENDONÇA A FORTALEZA CANTADA: O DIÁLOGO SUJEITO-CIDADE NO DISCURSO LÍTERO MUSICAL CEARENSE DA DÉCADA DE 1990 E SEUS ARREDORES FORTALEZA – CEARÁ 2016 ALAN GEORGE FÉLIX MENDONÇA A FORTALEZA CANTADA: O DIÁLOGO SUJEITO-CIDADE NO DISCURSO LÍTERO MUSICAL CEARENSE DA DÉCADA DE 1990 E SEUS ARREDORES Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Linguística Aplicada, do Centro de Humanidades, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Linguística Aplicada. Área de concentração: Linguagem e Interação. Orientadora: Profª. Drª. Dina Maria Machado Andréa Martins Ferreira. Co-orientador: Prof. Dr. Nelson Barros da Costa FORTALEZA – CEARÁ 2016 A Claudiana, pelas sete cantigas pra voar. AGRADECIMENTOS A Dina Ferreira, Nelson Costa e João Batista Gonçalves, pela paciência de me ensinarem para além do que se fale ou cante; A Claudiana Nogueira, Maria das Dores, Benedita Sipriano, Fernando Rosa e Diltino Ferreira, pelos olhos e ouvidos “rasgando um buraco no azul”, a desfazer do tempo, “cumprindo o destino do ser”; Ao meu avô, José Félix, pelas tardes de cantoria na antiguidade da Rádio Progresso; A minha mãe, Lourdes, pela voz que vem por todos os cantos da casa; A meu pai, Bento Mendonça, pela casa de discos e vitrolas, histórias e liberdades; A meu irmão, Bento Guimarães, pela agulha das descobertas; A tia Socorro, pelas cançõeszinhas de tudo; A meus irmãos, Eduardo e Caio, pela ludicidade de, quando menino, compor para brincar com as palavras, para, quando adulto, brincar com as palavras compondo para viver; A Lauriene Marreiro, pelo “luar do sertão” e a “estrada de Canindé”, e a “cabecinha no ombro” a ouvir estrelas e estórias; Aos deuses, que, às vezes, se assanham de canários; A FUNCAP, pelo financiamento dessa pesquisa. “Uma só voz nada termina, nada resolve. Duas vozes são o mínimo de vida.” (Mikhail Bakhtin) RESUMO Este trabalho, intitulado “A Fortaleza Cantada – o diálogo sujeito-cidade no discurso lítero musical cearense da década de 1990 e seus arredores”, segue a linha dos Estudos Críticos da Linguagem e trata-se de uma investigação das práticas discursivas e práticas sociais “ditas” pelo subterfúgio das canções, através da análise dos processos semântico-discursivos presentes nas criações de uma cidade cantada por seus artistas da palavra por música, para entender de que modo se dá a constituição dos sentidos transeuntes pelo diálogo sujeito- cidade no discurso lítero musical cearense da década de 1990, promovendo uma revisão teórico-metodológica das análises efetuadas na Linguística, na Literatura, na Psicologia Ambiental, bem como da sua relação dialógica com as diversas análises do discurso que observamos nos autores do chamado Círculo de Bakhtin e em Dominique Maingueneau, além do que acreditamos serem os mais “completos” autores nas áreas pelas quais estudaremos. Este trabalho apresenta um estudo dialógico-discursivo do gênero canção popular brasileira, focando na vertente produzida no Estado do Ceará, mais especificamente na cidade de Fortaleza, e o diálogo sujeito-cidade na década de 1990 dentro do contexto histórico do movimento que ficou conhecido como Música Plural. A partir das teorias do Círculo de Bakhtin para o estudo dos gêneros discursivos, realizamos uma descrição do gênero canção popular, dando atenção ao seu caráter dialógico. Juntamente com as teorias do Círculo de Bakhtin, trabalhamos com as propostas de Dominique Maingueneau para o estudo da enunciação e propomos um modelo de análise discursiva da canção popular fundamentado nos conceitos de ethos, cenas de enunciação e interdiscurso. Esta escrita pretende identificar as marcas do diálogo sujeito-cidade nas letras da canção cearense; analisar a constituição do sujeito-artista a partir de suas marcas autorais dialogadas com a cidade cantada; analisar a construção da imagem do interlocutor-cidade-povo a partir de elementos textuais inseridos no cantar verbal dessas referidas criações. Palavras-chave: Discurso. Canção. Dialogismo. ABSTRACT This paper, entitled "The Fortaleza Sung - the subject-city dialogue in Ceará Music literary discourse of the 1990‟s and its surroundings", follows the line of Critical Studies of Language and it is an investigation of the discursive practices and social ones "said" by the subterfuge of the songs, by analyzing the semantic-discursive processes present in the creations of a city sung by his word artists in music, intheway for understanding how it gives the constitution of passersby sense by the subject-city dialogue in literary discourse Ceará Music of the 1990s, promoting a theoretical and methodological review of analyzes made in linguistics, literature on environmental psychology, as well as its dialogic relationship with the various analyzes of discourse we observe in the authors of so-called Bakhtin Circle and in Dominique Maingueneau, by far we believe are the most "complete" authors in the areas in which we will study. This paper presents a dialogical discursive study of the genre Brazilian popular song, focusing on the aspect produced in the state of Ceara, more specifically in the city of Fortaleza, and the subject-city dialogue in the 1990‟s within the historical context of what became known as Plural music. From the Bakhtin Circle theories to the study of genres, we conducted a description of the genre popular song, paying attention to the dialogic character. Along with the theories of the Bakhtin Circle, we work with proposals of Dominique Maingueneau for the study of enunciation and discourse analysis. Therefore, we propose a model of the popular song based on the concepts of ethos, scenes of enunciation and interdiscourse. This writing aims to identify the marks of the subject-city dialogue in the lyrics of the Ceará songs; analyze the constitution of the subject-artist from their copyright marks dialogued with the sung town; and finally analyze the construction of the image of the “party-town-people” from textual elements inserted into these verbal-sung creations. Keywords: Speech. Song. Dialogism. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 11 2 A FORTALEZA CANTADA: O CONTEXTO ..................................................... 15 2.1 A CANÇÃO POPULAR CEARENSE: NOMES E HISTÓRIAS DE UM CANTO APALAVRADO............................................................................. 15 2.1.1 A música plural cearense: a década de 1990 e seus arredores.............................. 27 2.1.2 A Fortaleza: a cidade e o território.......................................................................... 43 3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS............................................................................... 49 3.1 GÊNEROS DISCURSIVOS....................................................................................... 49 3.1.1 Canção popular brasileira: o gênero....................................................................... 54 3.1.2 Gênero canção popular brasileira: a evolução da alegoria................................... 57 3.2 A CANÇÃO POPULAR BRASILEIRA E O DIALOGISMO.................................. 65 3.2.1 Da parte ao todo: o enunciado e o dialogismo........................................................ 65 3.2.2 Na ponta da agulha: as relações dialógicas............................................................. 74 3.2.3 A canção popular brasileira e as relações dialógicas ............................................ 76 3.2.3.1 Canções entre canções: o intradialogismo.................................................................. 77 3.2.3.2 Um canto por cada canto: o interdialogismo.............................................................. 92 3.3 A CANÇÃO POPULAR BRASILEIRA E A LETRA EM AMPLIFICAÇÃO......... 96 3.3.1 Do ato de fala ao ato de canto: a amplificação....................................................... 96 3.3.2 Por ser e por ter de ser: os gêneros primários na canção.................................... 100 3.3.3 Poesia de papel e letra de canção: o expresso complexo dos dois....................... 105 3.4 A CANÇÃO POPULAR BRASILEIRA E A ENUNCIAÇÃO DISCURSIVA...... 116 3.4.1 O ato de enunciar em palavras: a enunciação...................................................... 116 3.4.2 A canção popular brasileira e o ethos discursivo................................................. 121 4 METODOLOGIA................................................................................................... 137 4.1 CORPUS................................................................................................................... 137 4.2 PROCESSOS DE SELEÇÃO DO CORPUS E DOS DADOS................................ 138 4.3 MODOS E PROCESSOS DE ANÁLISE................................................................. 141 5 O DIÁLOGO SUJEITO-CIDADE NA CANÇÃO POPULAR CEARENSE.... 144 5.1 NA PONTA DA AGULHA: AS RELAÇÕES INTERDISCURSIVAS.................. 144 5.2 A CANÇÃO POPULAR CEARENSE E AS RELAÇÕES INTERDISCURSIVAS............................................................................................. 152 5.2.1 O discurso de exaltação.......................................................................................... 153 5.2.2 O discurso de chegada............................................................................................ 163 5.2.3 O discurso de saída................................................................................................