Educacional Brasileira
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REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS, órgão dos estudos e pesquisas do Ministério da Educação e Cul- tura, publica-se sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, e tem por fim expor e discutir questões gerais da pedagogia e, de modo especial, os problemas da vida educacional brasileira. Para isso aspira congregar os estudiosos dos fatos educacionais do país, e refletir o pensamento de seu magistério. REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGÓ- GICOS publica artigos de colaboração, sempre solicitada; regis- tra resultados de trabalhos realizados pelos diferentes órgãos do Ministério e peias Secretarias Estaduais de Educação. Tanto quanto possa, REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDA- GÓGICOS deseja contribuir para a renovação científica do tra- balho educativo e para a formação de uma esclarecida menta- lidade pública em matéria de educação. A Revista não endossa os conceitos emitidos em artigos assinados e matéria transcrita. REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS PUBLICADA PELO INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA VOL. XXXV JANEIRO-MARÇO 1961 N.° 81 INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS Diretor — Anísio Spinola Teixeira CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS EDUCACIONAIS Diretor Executivo — Péricles Madureira de Pinho Divisão de Aperfeiçoamento do Magistério Coordenador — Lúcia Marques Pinheiro Divisão de Documentação e Informação Pedagógica Coordenador — Elza Rodrigues Martins Divisão de Estudos e Pesquisas Educacionais Coordenador — Jaime Abreu Divisão de Estudos e Pesquisas Sociais Coordenador — Darci Ribeiro Toda correspondência relativa à REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS deverá ser endereçada ao Diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, Caixa Postal 1669 — Rio de Janeiro — Estado da Guanabara — Brasil. REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS Vol. XXXV Janeiro-março, 1961 N° 81 SUMARIO Editorial 3 Estudos e debates: ABREU, Jaime — Ensino médio em geral e ensino secundário 7 AZEVEDO, Fernando de — Gilberto Freyre e a cultura brasileira 25 LOURENÇO FILHO, M. B. — Educação para o desenvolvimento 35 RENAULT, Abgar — Financiamento do ensino primário na América Latina 67 TEIXEIRA, Anísio — Educação e desenvolvimento 71 Documentação: Ação do I N E P e Centros de Pesquisas no qüinqüênio 1956-1960 93 Ensino primário complementar, iniciação profissional (Conclusões do Encontro Nacional de Educadores para o Desenvolvimento — Seção de Recife) 136 NOTAS PARA A HISTORIA DA EDUCAÇÃO A educação na Constituinte da Guanabara 141 Informação do País 147 Informação do Estrangeiro ....' 160 LIVROS: AZEVEDO, Fernando de — Novos caminhos e novos fins; BARROS, Roque Spencer Maciel de — A ilustração brasileira e a idéia da universidade; LISBOA, J. Carlos — O estudo de letras neolatinas no Brasil; MOREIRA, J. Roberto — Educação e desenvolvimento no Brasil; SODHÉ, Nelson Werneck — O que se deve ler para conhecer o Brasil 164 REVISTAS: MOREIRA, J. Roberto — Sociologia política da Lei de Diretrizes e Bases; TEIXEIRA, Anísio — Plano de construções escolares de Brasília 172 JORNAIS: Bagrichevsky, Manuel — A informação ocupacional no ensino mé- dio; Carvalho, Antônio Pinto de — Haverá uma pedagogia operária?, Lourenço Filho, M. B. — Dramatização de temas cívicos nas escolas; Mascaro, Carlos Corrêa — Novos horizontes para a pes- quisa científica em S. Paulo 200 ATOS OFICIAIS: Lei nº 3.835, de 13 de dezembro de 1960 — Federa- liza a Universidade da Paraíba, cria a Univ. Federal de S. Paulo e dá outras providências; Lei nº 3.843, de 15 de dezembro de 1960 — Concede autonomia à Escola Nacional de Minas e Metalurgia, a qual, desligada da Univ. do Brasil, passará a denominar-se Escola de Minas de Ouro Preto Decreto nº 49.121-B, de 17 de outubro de 1960 — Aprova o Regimento do Serviço Nacional de Aprendiza- gem Industrial (SENAI); Decreto nº 49.259, de 17 de novembro de 1960 — Institui a Campanha de Radiodifusão Educativa; De- creto nº 49.304, de 21 de novembro de 1960 — Modifica o Regula- mento do Ensino Industrial, aprovado pelo Dec. n° 47.038, de 16/10/959; Decreto nº 49.305, de 21 de novembro de 1960 — Institui a Campanha de Formação de Meteorologistas (CAME); Decreto nº 49.340, de 25 da novembro de 1960 — Dispõe sobre o Corpo de Estagiários Permanentes do Instituto Benjamim Constant do Minis- tério da Educação e Cultura; Decreto nº 49.355, de 28 de novembro de 1960 — Cria a Comissão Supervisora do Plano dos Institutos (COSUPI), determina seu funcionamento sob a forma de Campa- nha e dá outras providências; Portaria n° 202, de 10 de outubro de 1960 (DASP) — Expede instruções gerais para a realização de concursos 215 Editorial PROGRAMA EDUCACIONAL DA MENSAGEM AO CONGRESSO Já se encontram adiantados os estudos a serem enviados ao Congresso Nacional sobre a reforma da estrutura da Secretaria de Estado incumbida dos negócios da educação e cultura, cuja organização, arcaica e obsoleta, já não corresponde aos reclamos de uma ação eficiente e dinâmica. A tarefa do Poder Executivo de reestruturar o mecanismo institucional encontra-se, no en- tanto, na dependência do projeto de lei de diretrizes e bases, ainda sob a apreciação do Congresso Nacional, o qual visa a complementar os dispositivos constitucionais e a colocar a legis- lação ordinária em consonância com os princípios da Constitui- ção Federal. Na discussão dessa matéria, são descabidas falsas posições doutrinárias entre escola pública e escola particular, face aos inequívocos termos do mandamento constitucional, que incumbe aos poderes públicos ministrar o ensino dos diferentes ramos, e também o deixa livre à iniciativa particular, respeitadas as leis que o regulem. Escola pública e escola particular têm seu papel no esforço comum de redenção do País pela educação. O que se deve esperar desse novo estatuto legal é a regulamen- tação dos preceitos constitucionais, permitindo a libertação do processo educacional das peias e imposições burocráticas, para dar lugar à diversidade dos currículos e à flexibilidade dos pro- gramas. Nessas condições, reintegrar-se-á o Ministério da Edu- cação e Cultura nas suas funções precípuas de órgão orientador e estimulador dos programas das unidades federativas. No setor do ensino primário, tradicionalmente de compe- tência dos Estados, residirão os principais esforços da Adminis- tração Pública, tanto por imperativo constitucional, que o manda gratuito e obrigatório, quanto por sua óbvia necessidade. Não se trata, apenas, de expandir, indiscriminadamente, a rede de esco- las primárias, através de artifícios simplificadores, que retirem a ela todo conteúdo educativo, para limitá-la a mera aquisição de técnicas. Importa enriquecer a substância da escola, sobre- tudo quando ela tem de compensar a deficiência dos lares menos favorecidos. A atividade da União exercer-se-á através da atua- ção indireta, pelo auxílio financeiro, pela assistência técnica, pelo aperfeiçoamento do pessoal docente e administrativo, pela manutenção de escolas experimentais, enfim, pela pesquisa, esti- mulando e favorecendo os esforços dos Estados e Municípios. REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS Paralelamente, como medida de emergência, visando a sanar erros do passado, criar-se-á um movimento de âmbito nacional, mobilizando todos os recursos existentes e apelando para todas as pessoas de boa vontade, com o fim de combater, de forma inapelável, o analfabetismo. No ensino médio reside o ponto nevrálgico do problema educacional, que no mundo atual enfrentam todos os países civi- lizados. A sociedade democrática, pela qual lutarnos, não se pode compadecer com a existência de um sistema dual de ensi- no: um, supostamente intelectual, para desenvolver as atividades do espírito, e que constituiria uma etapa propedêutica ao supe- rior; outro, de tipo vocacional, com horizontes limitados, e des- tinado às classes menos favorecidas. Na verdade, deve-se en- carar o ensino médio como uma preparação para as múltiplas e diversificadas tarefas de uma sociedade industrial, em que se vai transformando o Brasil. Temos urgentemente de estabelecer um sistema de igualdade das oportunidades educacionais, em que todos, sem exceção, tenham possibilidade de ascender aos níveis mais altos da escala educacional, sem outras limitações que as oriundas de suas capacidades e aptidões. A solução mais aconselhável, a demandar entretanto maiores estudos e indaga- ções, seria a instituição de um tronco comum para todos os estu- dantes do ensino médio, findo o qual se abririam largas oportu- nidades de escolha, a fim de atender às necessidades dos mer- cados de trabalho. O que não é justo e razoável é prolongar a situação atual, acenando a milhares de jovens com a perspectiva de um curso secundário, de tipo acadêmico, que não lhes pro- porcionará nenhuma ferramenta de trabalho para o sustento, mas possibilitará unicamente o eventual ingresso num curso su- perior de tipo profissional, apesar de estarem as portas da Universidade abertas a uma pequena parcela desses moços. Essa preocupação de vincular o sistema educacional do País a neces- sidades de sua economia, evitando, destarte, graves problemas de natureza social, não exclui, antes impõe, a compreensão do fenômeno educacional numa ampla base cultural, de sentido pro- fundamente humanístico, em que se dê a devida atenção às di- mensões mais autênticas da personalidade humana. Não menos grave se apresenta o problema ão ensino supe- rior. A criação indiscriminada de novas universidades e a incorporação ao sistema federal de ensino de outras instituições desse tipo. com pesados encargos de ordem