A VOZ DOS FAVELADOS

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REMOÇÕES AINDA AMEAÇAM EDITORIAL

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Enquanto a bola rolava na Copa, muita coisa tava acontecendo no Rio. Andei por muitas co- ' munidades nestes últimos dias. Confesso que vi- \ 1 brei com a criatividade e a organização da moçada, ■ mas também fiquei triste com tanta pobreza e broncas que ouvi por aí !

Caminhei pelo Grotão sob ameaça de remo- icão- fui a Antares onde os removidos são todos /favelados; assisti a um tal de convênio com os )Cabritos-BNH~CEF e a assinatura do termo de ) posse da Tijuquinha; me esbaldei nas festas jum- 'nas do Cabritos, Tavares Bastos, Santa Marta, \Manguinhos, Santa Tereza, Chapéu ,^ i Cantagalo, 177 na Rua do Bispo e Pavão - Ha- [vãozinho; fui no Lins, no Morro do Ceu, onde \ houve um golpe do deputado Paulo Areai; subi 'o Borel e fiquei maravilhado com a rapaziada; ! fui também nos Guararapes e no Vidigal onde andei xeretando sobre as oficinas comunitárias I e por fim visitei as pastorais da Oeste, Suburbana e Norte.

0 que ouvi de broncas está tudo aqui: o povo está invocado com os recentes aumentos1, durantes as emoções da Copa. Vejam só, o Gover- no aumentou: café, leite, ônibus, cigarro, gas de \tijão, luz elétrica, telefone, aluguéis e etc. / A mãe tá desesperada. A seleção não ganhou a { Copa do Mundo e o Povão não pode esquecer que uma outra copa se disputa no campo da Cares-\ tia e do Aumento do Custo de Vida. Desse jeito < não tem Telê nem reajuste salarial que acompanhe a Inflação nem os frangos de Waldir Perez.

EXPEDIENTE FAVELÃO

Um jornal feito por favelados para favelados

n9 6 - junho/julho 82

Endereço - Rua da Democracia, 27

Secretária Geral: Célia Fernandes Arte: Sérgio Canda e Ubirajara Silva Colaboradores: Marcao, Reginaldo, Marcos, César, Vera, Ubiratan, Verô- nica, Edinal e Tatá. Assessoria Técnica: Gilda Vieira e Hermó- genes Filho Composição: Profissionais Autônomos: Neide 253-2179/234-2898

Impressão: Editora O Fluminense S. A. ! Rua Visconde de Itaboraí, 184 Vencerlor do Concurso irnç do no 5? numnro Niterói -Tel. 719-3311 Sernio Luís R. Mota - Morador do Caju LíDERES CARA*CARA COMAS AUTORIDADES

Por uma educação voltada para os interes- ses populares. Este foi o principal desafio lançado pelas lideranças comunitárias às autoridades e pessoas com poder decisó- rio, durante o XXVI Encontro que teve como tema: A Educação na Perspectiva da Campanha da Fraternidade: A Verdade Vos Libertará; realizado nos dias 21 e 22 de maio de 1982, no Centro de Estudos do Sumaré.

ACEITANDO OS DESAFIOS

Na Abertura do Encontro, Dom Eugênio Sales pediu para que todos refletissem seriamente sobre a grave situação da edu- cação, e, particularmente as autoridades fizessem um exame de consciência. Presen- tes estavam: o delegado regional do MEC, Pery Porto; o Secretário Estadual de Edu- cação, Arnaldo Niskier; a Secretária Muni- Líderes comunitários confraternizam com Pe.Ávila e o cipal de Educação, Lucy Vereza e a esposa senador Saturnino Braga num intervalo para cafezinho do atual Governador do Estado, Zoé Cha- gas dentre muitos outros professores, agen- tes pastorais e líderes comunitários. A 1? exposição: Desafios da Educação QUEM MUDA AS COISAS E TAMBÉM CONCLUSÕES das Populações de Baixa Renda à Luz da OUEM SOFRE Doutrina Social da Igreja, esteve a cargo do Durante a apresentação das conclusões, Pe. Fernando Bastos de Ávila da Pastoral O painel seguinte, trouxe os relatos de ex- notamos a necessidade do seguinte: dos Meios Culturais, que fez uma inda- periência dos líderes comunitários: Agnal- 1Q ) democratização do ensino com dis- gação: "não estará o Brasil, pagando mais do Bezerra (Bola) e Benedita de Souza (Be- cussão dos currículos entre a comu- por não solucionar o problema educacional, né), do morro do Chapéu Mangueira; Fran- nidade e os professores; se tivesse procurando resolver este pro- cisco Sales da favela Marcílio Dias; Dilma blema?" e Eliza do morro da ; Ubiratan da 29 ) estudo da gestão da escola por um 0 Pe, Ávila, abordou a situação do trabalha- favela Tavares Bastos; Tunico e Ubirajara corpo diretor eleito pela associação de pais dor, que tem muito mais a dar que simples- do Morro Azul e muitos moradores de e professores; mente suas forças físicas. Em resumo, ele conjuntos habitacionais. ja) que a escola comunitária deve conti- citou a Enciclíca de João Paulo II, desta- As respostas comunitárias às dificuldades nuar como iniciativa das comunidades en- cando a urgência de uma importância do encontradas, foram objetivas e concretas quanto que a instalação de mais escolas de- Trabalho sobre a Capital, porque senão a na medida em que propuseram uma mudan- va atender à demanda de cada comunidade; desigualdade e a injustiça social ainda per- ça radical a partir de um debate Escola/Co- munidade. Os depoimentos foram uma de- durará por muito tempo. 4°.) que a educação é um direito inaliená- monstração do nível de organização e como vel de todos os credos e raças, estando o go- muitas iniciativas comunitárias tem contri- buído para ampliar o debate, procurando verno federal, responsabilizado pela crise A EDUCAÇÃO NA VISÃO DOS TÉCNICOS atender um número cada vez maior de cri- e pelos recursos destinados à área social; anças que abandonam as escolas municipais. 5°.) que as instituições religiosas conti- A 23 expositora foi a profa Zaia Brandão, Mas até quando continuará caindo sob a nuem buscando novas pistas que promovam citando alguns aspectos alarmantes da crise e responsabilidade de lideranças comunitárias encontros de conscientização sobre a esco- propondo medidas alternativas; a prof? a tarefa fundamental de uma sociedade que la e a comunidade, e que a educação religio- conseguiu chamar a atenção dos presentes é a educação, a alimentação, a saúde e a ha- sa funcione como um instrumento para des- para problemas como: evasão e repetência bitação para as populações de baixa renda? pertar a consciência da pessoa humana. de alunos da IP à b? séries, atinge mais de 50% dos matriculados a cada ano. Pro- blema ocasionado por inúmeros fatores que atinge as famílias desfavorecidas economica- mente. Outros dados fornecidos pela profa Zaia, comprovaram a situação de crise da Educação tanto a nível das práticas pedagó- gicas como a nível da administração dos Ao lado, minguados recursos destinados à sua manu- tenção. Bola fala da No dia seguinte, as autoridades apresentaram grave seus painéis com muitas cores e números, situação mas estiveram muito aquém da expectativa das lideranças presentes. Muitos concorda- da Educação ram que os projetos oficiais têem funcionado no município» como medidas provisórias, adiando um pro- provocando blema social de responsabilidade do Estado risos no para os ombros de líderes comunitários nas suas Associações de Moradores. plenário FAVELA DA TIJUQUINHA VAI MUDAR PARA TAQUARA MORRO DOS CABRITOS FAZ CONVÊNIO PARA A favela da Tijuquinha que ocupava um terreno da CONSTRUIR SUAS CASAS Rio-Financeira, na Estrada da Barra, vai mudar para Taquara em uma área de 15 metros quadrados de O dia 4 de junho foi muito importante para os mo- propriedade da Sr^ Glória do Carmo, que recebeu radores do morro dos Cabritos principalmente aos in- da empresa Cr$ 18 milhões. tegrantes do projeto de construção da casa própria do Condomínio Santa Cruz, nome dado em homenagem Das 85 famTlias que moram na favela, apenas 54 a Paróquia Santa Cruz, que muito ajudou. assinaram o termo de posse, isto no dia 23/06/82, mas até o dia 01 /06/82, mais 3 famílias procuraram a Esta luta começou há 4 anos, quando 102 famílias Pastoral de , que foi intermediária do acordo, subdivididas em núcleos se viram ameaçadas de despe- e assinaram o termo de posse. jo, pois a Companhia Pires e Santos queria a área vazia para a construção de espigões; para isso ela ofereceu Se o mínimo de 70 moradores aceitarem fazer o uma indenização de 600 mil, dividindo este dinheiro, acordo, a Rio Financeira dará uma ajuda de custo de daria 6 mil para cada morador, então o pessoal endoi- Cr$ 100 mil cruzeiros, mas se apenas 60 aceitarem a dou. ajuda de custo será de Cr$ 75 mil cruzeiros. Os mora- Nesta época a Associação não era representativa, mas dores tem 120 dias para realizarem as mudanças. pessoas que participavam da Pastoral de Favelas ajuda- Os moradores assinaram o termo de posse, na pre- ram na organização dos documentos que provassem tem- sença de D. Affonso Gregory, bispo auxiliar da Ar- po de moradia. quidiocese do e do presidente da As- Várias reuniões foram feitas para decidir o que fazer sociação de Moradores da Tijuquinha, Sr. Ramiro com o dinheiro, chegou-se a conclusão de que usaria o José Duarte, que gostou do acordo e complementou dinheiro em conjunto, daí começaram a procurar dizendo: "foram realizadas várias assembléias com os terreno para comprar. moradores e aqueles que não quizeram sair tem casa Receberam ajuda da Prefeitura e da Secretaria de fora e alguns tem advogados que vão protestar". Desenvolvimento e a colaboração de estudantes de O Sr. Ramiro, disse ficar triste com as famílias que Engenharia. até aquela data ainda não haviam se decidido a serem Contudo precisavam de uma ajuda das Instituições transferidas para Taquara, mas esperamos que até o Habitacionais para levarem as obras em diante, já que prazo final .para as mudanças, todos enxerguem a conseguiram comprar o terreno. vantagem que estão tendo neste acordo. Para felicidade dos moradores, por intermédio da Arquidiciocese do RJ, o Banco Nacional da Habita- ção (BNH) e a Caixa Econômica Federal (CEF) for- malizaram o convênio para financiar a construção de 102 casas em forma de mutirão; este financiamento deverá ser pago pelos moradores em mensalidades de IZESCWECeU NO CEV. 2,4 mil por família, com o prazo de 25 anos. MAIS UMA VEZ O FAVELADO LEVA A PIOR

Os moradores do Morro do Céu usam a luz de cabine, querendo entrar na eletrificação que a LIGHT vem fa- zendo junto as favelas, foram requisitar, mas não pude- ram porque estavam em débito. ASSINE O FAVELAO POR 1 ANO Cr$ 500,00 Não entenderam, pois os moradores afirmaram que a conta havia sido paga ao Carlinhos (responsável pela (não mande cheque nem dinheiro, aguarde nossa visita) luz) e tinham recibos provando. Mas na verdade nin- nome: ninguém sabia onde foi parar o dinheiro que o Carlinhos end.: entregava ao Paulo Areai para fazer o pagamento junto à nQ apto .: ,tel.: LIGHT. Eles tiveram a sua luz cortada e estão dispostos a Envie este recorte para a redação do jornal processar Paulo Areai. liiiiin Rua da Democracia, 27 - Parada de Lucas CEP. 21.200 oficinas nas UM CAMINHO DE FORMAÇÃO PARA O TRABALHO

O Favelao anda muito preocupado com o destino de muito favelado tido sempre como suspeito, como um mar- ginal quando na verdade o favelado não passa de um cida- dão sem os seus direitos fundamentais a uma vida digna. Portanto o Favelão que caminha nas ruelas e becos sem saída das favelas do município, resolveu apontar o cami- nho de formação para o trabalho.

NO GUARARAPES UM BELO Cr$ 250.000,00 na compra de EXEMPLO uma serra elétrica, uma furadei- ra elétrica de coluna e um apare- Na favela dos Guararapes, lho de oxigênio e acetíleno. |B^' f^n I em com mais de 150 Esse investimento foi parte residências e 1.500 habitantes, de alguma economia do Cláu- Acima uma das primeiras favelas do dio e do Alceu, os outros profis- Rio. n trabalho sionais foram chamados para r, realizar com eles o grande ser- no smí?t:il Quem nos conta é Cláudio viço. Nenhuma instituição foi Worais, presidente da Associação ao lado chamada para ajudar, apenas a de Moradores há alguns anos, "a Cláudio na Funabem recebeu uma cópia história da ocupação desta favela do projeto mas até hoje não se •f u radeira tem documentos que provam a manifestou. elétrica ocupação por operários desde 1908. A propriedade da terra é a da Associação que juridicamen- te estão num sistema de condo- A OFICINA OCUPA O mínio". ESPAÇO DA ASSOCIAÇÃO A Oficina tem um espi te juvenil ou ao ex-presidiário No Largo do Vinte está o O oficina gerada a partir rito comunitário e o projeto rejeitado pela sociedade; um es- barracão de 60 metros quadra- de um grupo de operários mo- não tem previsão de término, paço onde o homem possa se re- do?, o único problema para os vidos pela necessidade de tra- pois tem havido um grande in- cuperar das mazelas do sistema operários, moradores dali mesmo balho, ocupa o espaço que era teresse por parte dos adoles- capitalista. que sobrevivem do seu próprio da Associação e já começa a centes pelo trabalho. O que não Entendemos porém, que es- trabalho após muitas idas e vol- haver algumas controvérsias. Os há ê espaço e recursos para te projeto tem um pouco do'sis- tas. No barracão, estão Luiz Car- próprios operários acham que remunerar tantos desemprega- tema capitalista, na medida em los que é serralheiro, Luiz Cláu- devem desocupar o espaço da dos. Pois no entender deles, que ele transa com capital e dio que é estofador ma's agora Associação, mas a maioria acha todo aspirante é importante. trabalho, mas é de um "capi- está na oficina e de tudo faz um que a Oficina está muito bem A idéia final e' fazer uma talismo" justo e honesto, onde pouco, outro é Osmar Vieira que naquele lugar, pagando seus fun- cooperativa de mão-de-obra, a realação entre capital e traba- é pintor, Maurício Sales faz ser- cionários Cr$ 4.000,00 a um, uma espécie de "centro de lho é uma relação onde se reco- viços gerais. Além deles Cláudio Cr$ 6.000,00 a outros, e até formação para o trabalho", onde nhece o valor do esforço huma- Morais e Alceu que são serralhei- Cr$ 8.000,00 por semana. se dê importância ap delinqüen- no. ro, ambos foram os financiado- res iniciais do projeto. E é Cláudio, que nos explica que a idéia da Oficina de outro exemplo: Serralheria faz parte de um Vidigal projeto muito mais amplo, onde existiria uma carpintaria e uma Também no Vidigal existe uma oficina de marcinaria, idéias que ainda borracharia chamada "São Jorge", onde os estão amadurecendo ! funcionários já estiveram envolvidos nos ar- tigos 16 (uso de tóxico) e 59 (vadiagem). COMO FUNCIONA UMA OFICINA NA FAVELA Um deles é Francisco (Moco) de 18 anos. Disse que já esteve internado na FUNABEM A implantação da Oficina e nada melhorou na sua vida: de Serralheria, onde era a sede da Associação de Moradores do Até alguns dias atrás ninguém queria me dar emprego, quando o patrão via meus Guararapes, se acelerou a partir antecedentes dizia que a vaga já havia sido*or J da necessidade de se fazer um preenchida. grande serviço, solicitado por uma arquiteta. Daí então, o Sr. Na borracharia ío Jorge", Jorge Luis ^Ç Alceu procurou alguns profissio- (Baiano) trabalha sem descanso, é um nú- mero muito grande de automóveis com ^ nais desempregados, sujeitos a serem confundidos pela polícia pneus furados ou estragados ou mesmo com +» que discrimina os negros que são a parte mecânica enguiçada. £ a maioria nas favelas. O projeto — Eu não conheço malandro bem sucedi- abriu para eles um mercado de do, os que não morreram estão guardados Que sirva de exemplo, as oficinas nas trabalho, a folha de pagamento (presos); hoje a malandragem é ganhar a favelas, empregam cada vez mais um núme- semanal é de Cr$ 48.000,00. vida honestamente, ganhar tudo que temos ro maior de jovens e adultos que viviam en- No barracão, existe uma direito. Não devo nada a ninguém, pago to- tre o desemprego e a deliqüência, entre uma máquina de solda elétrica que já dos os impostos, tenho carro próprio e ainda cela de cadeia e um barraco arrombado. Ofi- cinas que vem prestando um grande serviço era da Associação, o Cláudio ti- emprego esses "neguinhos" aí, que nin- nha um torno, um esmeril e al- guém quer dar uma chance para se recupe- à sociedade que é de responsabilidade do gumas ferramentas leves. O In- rar. Estado. vestimento foi mais ou menos de é composta de quatro moradores orientados pela Sra Irani Tolentino Lopes - Nós moradores conse- Como é de costume publicarmos entrevistas com os quimos construir um posto médico ao ^al a Associa^ dirigentes de Associações de Moradores e a comunidade, FUNDAÇÃO LEÃO XIII. rãn não oarticipou quem nos ajudou, foi a UKUt,vi Na realidade, eu sou o primeiro presidente da Associa- neste número do FAVELÃO demos uma longa volta DE ÍALTA èTlGREJA BOM JESUS DA PENHA. ção, e meu mandato só termina em Outubro de 1983, pelo Parque Proletário do Grotão que fica na Penha. A situação jurídica do Grotão não esta legal, pois a mas devido a problemas particulares, estou me afas- CIA de Armazéns Gerais pediu a reintegração da posse; tando. só que o processo foi anulado no Tribunal por irregula- — Como você está construindo a Sede? Como você vê todo o quadro hoje da Associação? ridade Mas isso foi por maioria e não por unanimidade, A mesma está sendo construída com dinheiro dos Sr Reginaldo Bernardino de Andrade - Muito mal estando essa decisão sujeita a ser modificada. Portanto, associados, em sistema de mutirão. administrada, a Diretoria não atua e o Presidente e o o processo dos moradores que está nas mãos da Funda- Os políticos entram por aqui (na Associação)? ção Leão XIII e havia perdido na primeira instância, de- R Só houve políticos por aqui, na hora em que está- Todo o sistema de benefício na favela, é feito pelos vamos instalando a rede de água (todo o material ne- ve continuar vigorando desde que a Fundação nao deixe moradores na realidade a Associação não participa o processo na gaveta como de costume. cessário foi doado por um Deputado). Nosso maior problema, é a falta de confiança no Pre- - Quais as dificuldades encontradas ? sidente o mesmo só procura trazer para a favela po- A maior dificuldade encontrada é a falta de verba, litiqueiros que a nós nada traz. O Presidente veta a todos os moradores e Diretores participam. entrada da PASTORAL DE FAVELA em nosso — Quais os planos de trabalho? recinto, apoiando a LEÃO XIII que nada tem feito Neste momento, estou preparando a casa para en- Existe um rio que traz mosquitos demais para a co- por nós. munidade. As crianças não têm sossego e não se pode tregá-la ao próximo Presidente, e o mesmo deverá 0 Presidente retirou por alta recreação o processo dar prosseguimento aos trabalhos. fazer comida com aquele cheiro. Para amenizar as tris- da PASTORAL e entregou-o a LEÃO XIII, e a mesma tezas de terem sido enganados, os moradores agradecem permite que o processo corra a revelia. Hoje nos mo- a Creche que funciona e ao ColégioOtelo Souza Heis — O que você acha da Associação dos morado- radores, nos sentimos quase despejados, gritamos por onde a diretora Dona Dirce trata muito bem os alunos. res e do seu Presidente? socorro. . , . Sr. Rosalvo Acho que esta Associação funciona Toda comunidade, deseja que o processo seja anulado muito bem e nosso maior problema é que a maior eque a PASTORAL passe a dar assistência jundira. Pergunto a Damião o que seria preciso em Antares. parte dos associados não pagam, não tenho críticas Antares precisa de muitas coisas, as mais importan- a fazer. Ubiraten (Tavares Bastos) tGS SdO ' Sr. Mário Jorge Acho que a Associação está indo - Água - que a daqui é pouca e ruim o abasteci- muito bem, o único problema são os sof isma das pes- soas de oposição, os mesmos tentam iludir o povo. - Ti um inação pública - a gente anda no escuro, tem Sr. Felinto Macieira da Silva - (Presidente da Comis- poste mas não tem luz. são Eleitoral) Estamos hoje com uma ajuda gover- - Cobrir o valão (Rio Cação) ou fazer uma encosta nativa e estamos preparando chapas para que haja e dedetizar. eleições no dia 27/06/82. ANTARES EM SANTA CRUZ - Telefone público - não pinta nem um orelhão na Retrato de uma Remoção Acho que nossa ida a Prefeitura, foi de suma impor- área. . v„ tância para os moradores permanecerem onde estão. - Sinalização da Avenida Antares, pois morre muita Túnica (Marro Azul) - Quando foi fundada a Associação dos Mora- Estamos aguardando os fatos, ou seja, orientação da - UmTQuadra para o Bloco Carnavalesco - que nin- dores do Parque Ploretariado do Grotão? Prefeitura, tudo está sendo dirigido pelos Advogados da LEÃO XIII. Nesta época de eleições questiona-se muito aual se- guém é de ferro. Pastor Jordival da Paixão - (Presidente) A Associação ria a melhor opção para os favelados: Remoção ou foi fundada em 1979 e em 1980 foi a primeira au- Urbanização, queremos deixar a decisão para os nos- diência. Houve necessidade devido aos invasores, a sos leitores, por isso damos um retrato vivo de Antares mesma funciona normalmente, internamente, mas ju- e o que fizeram com os nossos favelados. «•d*^ ridicamente estamos em lutas contra COMPANHIA CIA DE ARMAZÉNS GERAIS. O local pertencia a Cheoo a Antares às 10:00 horas de um Sábado e as antiga CATRONE (Pedreira), e foi leiloada tendo a oessoas estão divididas entre fazer o almoço e arrumar COMPANHIA CIA DE ARMAZÉNS GERAIS adqui- P a casa os garotos passeando pelo bairro a procura de rido, mas neste período já existia 50% dos mora- alquma diversão, encontro com Damiao, liderança lo- dores. cal e presidente do Bloco, converso com ele e per- -n Na primeira audiência, que foi em 1980, não foi dado o liminar aos moradores (Dr. Heitor, 69 Vara Civil). gunto - como vai Antares? Em 1982, foi a segunda audiência na 89 vara de al- a çada, mesmo assim, não foi dado a limiar, mediante Quando nos tiraram do Morro Azul, disseram que i I aqui seria só uma e depois iríamos para uma aos sete invasores, não mais encontrarem-se morando ■x no local, o que foi citado pelo Dr. Walter Guimarães casa própria, mas estamos aqui até hoje e em Antares i li CD falta tudo. A coisa não está boa. n -Advogado da FUNDAÇÃO LEÃO XIII. □ — Quais as atividades que a Associação vem de- n Sr Jorge Ferreira Guimarães - Nós moradores, nos Antares reúne famílias de vários morros e que foram senvolvendo? sentimos prejudicados e já estamos nos organizando Pastor Jordival da Paixão - (Presidente) A primeira tiradas pelos mais variados motivos, mas nao deram in- E ando pela comunidade e converso com outras para concorrer as próximas eleições, somente assim as atividade dessa Associação foi água em geral. fra-estrutura para que se pudesse viver como dente Jm pessoas. Os problemas são os mesmos. Existe uma benfeitorias chegarão a todos os setores da Comuni- A rede de esgoto aqui foi feita pelos próprios mora- Antares falta tudo,não há telefone publico (Orelhão), esperança: que se olhe para Antares e entendam que o dade e não só a parte privilegiada do Presidente não existe iluminação pública, o transporte e caro e pessoal paga imposto, tem direito a melhorias pelo Es- dores através de mutirão. O Presidente (Sr. Jordeval), apresentou um candidato Fizemos no ano passado, a iluminação interna de toda deficiente, não há nada que possa assegurar a garantia tado. Antares quer ter supermercados, lazer e cultura. a Sucessor (Sr. Alberto Góes Teles), que nao reside a favela, só está faltando a pública. de vida que um cidadão precisa. O Centro Social de Antares quer enfim o sagrado direito de viver como dentro da favela, o mesmo tem um barraco (arruma- Até o próximo dia 20/06/82 deveremos ter um tele- Antares está fechado e não se sabe por que a Comlurb gente. do pelo Presidente), o qual não mora nele, cito que fone comunitário. Estamos neste exato momento, em não faz a limpeza do conjunto. processo eleitoral na Associação, e a Junta Eleitoral o Sr. Alberto mora na favela Vila Cruzeiro. 8

\0 A %; compra das necessidades básicas: arroz, fei- jão, pão, leite, etc. ^ P K/AC \ X Pior são as repressões policiais, as enchen- tes e os problemas de saúde.

Mas ele é forte! Wao só no sentido de vender sua força de trabalho, mas no sentido de se organizar, buscar melhores condições de vida, salário digno através da organização sindical, e as outras lutas por água, luz, es- goto, saúde, que é direito de todos.

Esta é a história de um povo, que luta com dificuldades, constrói as riquezas do país, e tem sua cultura enraizada, nas lutas por uma vida mais digna.

César Gomes languinhos

O homem sai do campo, em busca de me- ele ajuda a construir, não pode morar, as lhores condições de vida, nos grandes centros vezes só quando está em construção, no urbanos Mas para que ele possa ter melho- MlíSTOlf alojamento! res condições de vida, ele necessita de tudo que lhe é de direito. Ele, como um ser que necessita também Será que ele consegue melhores condições de moradia, mulher e filhos, passa a cons- de vida? Esses direitos são respeitados? Qual truir sem vender sua força de trabalho, por- o seu primeiro emprego? Ele sendo um Ho- que agora e' a vez de seu barraco, apesar do mem do campo, que nunca estudou, por não espaço não ser também de sua propriedade. ter acesso à escola, por sua vida restrita à terra, no plantio, na colheita, que não são de Que espaço é este? A favela. É o espaço sua propriedade. em que a maioria da população vive na mi- séria, mas todos têm uma cultura, soli- Ele vai direto para a obra, deixa de ser dariedade entre si, aquela do me empresta bóia fria, para ser peão. um pouquinho de sal, ou um pouquinho de pó de café, o lazer que é a pelada no campo COMECEM Aô CAMPANA A cidade é bonita! Tudo é lindo! Por- construfdo por eles mesmos (mutirão), o que outros peões por aqui passaram. Por ELEiro/^IG, CARTAZ^, menino que engraxa sapatos, o que vende isso que a cidade está linda! bala no trem, o amendoim, o picolé, o carre- DISCURSOS,T/qpw/^e Este peão precisa comer, beber, dormir, to, tudo isso também são formas de solida- A/OS O/vlfi>^05... ter saúde, prá que ele possa existir. Onde riedade dos filhos, com os pais, na ajuda da

O VOTO

Agora que estamos próximo das eleições HISTÓRIA DA CLASSE OPERÁRIA somos atacados diariamente por políticos que sò surgem aos nossos olhos com solu- Caros amigos ções e obras "imediatas", para pequena par- te dos nossos problemas, quando na verdade Nós do Favelão tivemos uma idéia muito matérias-primas e do produto, etc. . . e co- eles deveriam ouvir e trabalhar durante o seu boa, que seria reconstituir um pouco da nhecer o outro lado, que são as condições mandato para solucionarem os problemas da "História da Classe Operária", do Brasil, sua precárias de trabalho da classe operária, sem sociedade como um todo. origem, suas lutas, derrotas e conquistas. horário de trabalho e sem proteção. Como se por um passe de mágica, vemos Para podermos entender a classe operária Muitas vezes os livros de escola esconde desfilar aos nossos olhos candidatos que di- hoje é preciso que saibamos o seu surgimen- coisas importantes, e contam a história con- zem que o governador não dá atenção aos to, e para isso temos que voltar atrás na his- forme a opinião dos Portugueses, dos ricos, problemas dessa ou daquela parte da popu- tória, precisamos saber o que se passou com dos poderosos, desvalorizando as coisas, o lação, ou até mesmo dizer que: Quando eu os trabalhadores brasileiros no tempo da Co- trabalho e as lutas dos índios, dos negros for eleito farei ... E prá mostrar que fará lônia e do Império, desde 7500, quando vie- escravos, dos camponeses, dos operários; ele dá um angu, um jogo de camisa, instala ram os primeiros trabalhadores (escravos), enfim do povo brasileiro. água em sua comunidade; chega até a conse- trabalharem nas lavouras de cana de açúcar guir emprego prá você. e café. Para ajudar reconstituir essa história pedimos a quem tiver material escrito, Mas aí fica uma pergunta. Em quem A "Abolição dos Escravos" em 1888 e as endereçar à equipe do Favelão. votar ? mudanças na economia, na política e na vida dos trabalhadores do Brasil. E bom saber como foram enfrentados Se o exercício do voto é algo sadio e no passado, os desafios da realidade. todas as propostas ou programas dos parti- É bom que a gente saiba também a situa- dos são bons e até mesmo parecidos, em ção dos proprietários de fazendas de café, A experiência nos convenceu de que nada quem votar? dos comerciantes, dos capitalistas estran- nos foi dado de mão beijada, mas que tudo geiros donos das indústrias, máquinas, ferra- (o pouco que temos), foi ganho de uma con- A resposta é simples, o importante é mentas, prédios (os meios de produção). quista. elegermos bons políticos que conheçam nossas realidades e que lutem ao nosso lado. \\N\\\XNX\N\\X\\\\VX\\N\\V^^^ Morreu, aos 64 anos, D. Elvira Almeida Lima, uma senhora que ficou muito conhe- cida, em todo Brasil, quando o Santo Padre, Joio Paulo II visitou o Vidigal e na oportuni- dade, entrou em sua casa.

D. Elvira não apresentava nenhuma do- ença, apenas se queixava de solidão, porém todos sabiam que ela morava perto de dois filhos casados, com família, inclusive, vizi- nho de um deles, o Armando.

Ela faleceu dormindo, estava na casa de seu filho, Aluízio. Pela manhã, sua nora Foto Carlos Ivan sentiu que ela não se levantou, então foi chamá-la e ao abrir a porta percebeu que Na madrugada, d. Elvira dormia o sono da eternidade. Descanse em paz d. Elvira, que Deus a tenha no reino da glória, pois todos povo foi ao PaPa da comunidade oram pela senhora. Foi alugado um dnibus, fizemos Foi na noite do dia 11 de junho faixas e cartazes saudando o Santo (quase dois anos após sua visita ofi- Padre e no momento exato em que cial ao Brasil) que o papa João Paulo ele pisou no nosso solo, os sinos das II, desembarcou no aeroporto inter- igrejas repicaram. nacional do Rio de Janeiro com des- Era uma manhã linda de fim de tino à Argentina. outono, o céu todo estrelado, a lua Durante a escala no Rio, muita e o sol disputavam a primazia da be- gente foi recebê-lo e dentre tantas leza do universo e na terra todos pessoas os representantes da comuni- relembravam as palavras sagradas de dade do Vidigal não poderiam faltar. João de Deus.

CENTRO COMUNITÁRIO

O Centro Comunitário 19 de maio, funciona na capela do morro com cur- sos profissionalizantes de: eletricista, la numa boa, em termo de favela ainda UMA FAVELA NO CORAÇÃO DA bombeiro, corte e costura e datilogra- não vi tanta fidelidade as nossas fia e futuramente será instalado um ra ízes. posto médico e um cine club. A Em pleno contraste com a classe Subimos mais um pouco até a casa administração dos cursos é feita pelos dominante, situado no coração da Ti- do Almir, que é morador atualizado, próprios moradores. juca, está o Morro do Borel, um morro que participa dos acontecimentos da A Associação e moradores já está com mais de 4 mil casas e 20 mil mo- comunidade e o próprio Almir nos radores. providenciando água para toda favela, fala das lutas do Borel - Aqui' no Bo- também uma estrada, passarela e rel anda acontecendo coisas boas de Subimos o morro e conversamos material de construção. saber: o teatro de bonecos, é um com alguns moradores influentes na acontecimento para as crianças, e tem No Borel existe duas agremiações comunidade, vimos os principais pro- a proposta de fazer os fantoches com de samba, Unidos da Tijuca e Chico blemas do Borel. Subimos de kombi os alunos da Escola Comunitária. Há Junto. E uma favela que valoriza até o fim do asfalto, depois seguimos a também um grupo de mulheres discu- demais nossas raízes, em todo canto pé até a tendinha de um senhor que tindo coisas a respeito da sexualidade, por onde se passa, tem sempre grupos atende carinhosamente como Zoiô, es- suas propostas de trabalho e a educa- cantando samba como se fossem te tem um cavaquinho que quando ção de seus filhos; e sempre com a profissionais; dando assim um ótimo não usa, empresta a qualquer pagodei- participação de nossa música. Como exemplo a todos nós favelados. Prá ro, ele quer mais é ver o samba rolar. pode ser visto nossas raízes se faz frente Borel, pois este exemplo tem Ali, a qualquer dia e hora o samba ro- presente no Borel. que ser seguido. CURTAS © mds. •• Foi morto brutalmente no Vidiaal o de- linqüente Juvenil Valderli Rosas de Oli- SAO PAULO FAVELADA veira, (Burunga), chamado de terror do .AINII3TIK TOTAI morro, "assaltante" e "traficante" pela Os moradores do con- junto habitacional Vila Uma Suíça cercada de Biafras por imprensa sensacionalista, que só impressio- todos os lados. Para quem ainda pu- nou a quem não o conhecia. Kennedy receberam anis- tia pelo Diário Oficial em desse considerar um exagero esta defi- Na hora do crime, às 18h, muitos jovens relação ao saldo devedor, nição da cidade de São Paulo, reco- e moradores desciam para a escola ou vol- quantia que todos os mo- menda-se a leitura dos dados que a tavam do trabalho e uma multidão esteve radores devem pagar an- Coordenadoria do Bem-Estar Social da em volta do corpo até a chegada do rabecão. tes da construção de suas Prefeitura (Cobes) extraiu dos últimos Três dias depois, deu-se início ao progra- casas pela CEHAB; porém recenceamentos. Entre 1970 e ma de "Implantação de Núcleo de Atendi- é necessário a anistia por 1980, enquanto a população total do parte da construtora mento Sócio-Recreativo-Cultural em Comu- município aumentou 44%, o número nidade". Sob a responsabilidade da psicó- (CEHAB) e do BNH que também participa na cons- de favelados aumentou dez vezes mais, loga Tereza Abreu Souza e a pedagoga Lia ou seja, 4467c. E não é tudo. En- Machado de Paiva. trução das casas. Em torno do valão que quanto anteriormente o crescimento As crianças queriam uma encenação de corta toda a comunidade das favelas era atribuído sobretudo às morte de um marginal, então, fizeram más- de vai ser migrações, na década passada o fator caras e revólveres de papel para representar. construído um muro em que sobressai é o empobrecimento da Ao final houve um diálogo com as crianças torno da metade, pois a população. Expulsos de suas casas sobre as causas da violência e as conseqüên- Associação de moradores pelo aumento dos aluguéis, a estagna- cias de um crime. não tem grana suficiente ção dos salários reais e o desemprego, para emurar todo o valão. Como a notícia da morte de Burunga os trabalhadores urbanos vão erguer foi um escândalo nos jornais sobre este barracos ao lado dos que aqui chega- assunto. Muitos magistrados da cultura ram das áreas menos desenvolvidas apareceram como defensores das pobres do País, tangidos pela esperança de criancinhas da favela; sem terem a menor I melhores condições de vida na cidade experiência sobre a problemática das comu- grande. nidades faveladas. A psicóloga e a pedagoga no mínimo ti- veram coragem de enfrentar a situação, en- No dia 19 de maio, o sa- quanto que os intelectuais de gabinete tem lário foi reajustado. Os como porta-voz a imprensa sensacionalista. trabalhadores que ganham sa- CUIDADO mdh F lário mínimo passaram a ga- Aproveitando-se da posse da diretoria do nhar Cr$ 16.500,00 ou Cr$ morro da Chacrinha, o Sr. Jonas Rodrigues 14.400,00 ou Cr$ 13.920,00, (secretário da FAPERJ) apelou para propa- dependendo da região. ganda política de seu partido durante o even- A lei que regula o salário to, tentando fazer a cabeça da moçada, porém mínimo, diz que este deveria alertamos aos moradores que votem conscien- satisfazer as necessidades do tes em seus candidatos e NÃO se deixe influ- trabalhador e sua família. . enciar por propagandistas políticos que só aparecem em épocas de eleições. PftEoiOÊNPO <^ AP.K&B&NTANDO Já é tempo de parar de prender as pessoas por falta Com a Copa do ivlundo, muita publicidade de documentos, criando-se tanto caso em torno do nada. tem sido feita explorando a inocência das cri- Perca de tempo para os companheiros trabalhadores, anças e ignorância dos adultos. As gomas de para a polícia que deveria trabalhar e não praticar. mascar Ping-Pong estão distribuindo álbuns Abuso de autoridade, perca de tempo para os Juizes, para coleção de 300 figurinhas dos jogadores que vão julgar o desnecessário. Isso parece escravidão. da Copa. Cada chiclete custa Cr$ 5,00; será É absurdo as pessoas saírem numeradas, carimbadas e gasto um total de Cr$ 1.500 cruzeiros para com firma reconhecida pelas ruas. - •»- — completar o álbum (sem contar as figurinhas repetidas). WTI^K çO (\W}0 VI 4üT0Rn;Küfe- Com isso as crianças estão consumindo ;Luiz Carlos Gomes dos Santos, do morro dos enorme quantidade de chicletes ocasionando ;Cabritos, foi preso na madrugada do dia 20 de ju- diarréia e cárie dentária e perdem o apetite ;nho, na Av. Princesa Isabel, simplesmente porque buscando distração nas figurinhas que não •reagiu aos policiais que quizeram prendê-lo, embora tem nada a ver com sua realidade. Tcom documentos, porém sem a carteira profissional ; assinada. 0 Sr. Luis Severiano, que controla 70% dos cinemas do Rio, fechou o Cinema Santa Alice, Luiz Carlos reagiu de tal forma que foram neces- o único espaço cultural do bairro do Engenho : sários 3 patrulinhas para prendê-lo. Novo, alegando prejuízo. | 0 Delegado, estipulou a quantia de Cr$ 50.000,00 '.de fiança para soltá-lo. Com a intervenção dos advo- A Comunidade está mobilizando através da I gados da Pastoral de Favelas, ele foi solto ediSpensa- Associação de Moradores (AME"/i), nos fins ! do da fiança, devendo responder o inquérito policiai de semana está havendo ato público e apresen- '. de desacato à autoridade em liberdade provisória. tação de curta metragem. As reivindicações 1 A 12? DP deixou porém sua marca em seu corpo, são: que seja reaberto ou o espaço seja usado ; há hematomas por todo lado, de tanto que apanhou o para outra atividade como teatro. * companheiro. #. • CURTAS ® ESCOLA DE SAMBA UWIDOS^T 'VANGUIWHOS DE de Jun h -ostJi q ue o °rrà 24 d jü)h0/ e

4 de Coroné nenhum ÓV^0 e'.e nun" fo ELAS - t Ét^ADO É CIDADÃO o:srMa'o'^Kdonoda e an 9 U 0S da Preta ^a, do poVo qí c 0 ní ' Ve- Baseado -\^ P.a^ Participado 5a S aS nqUe2as do sendo estudado^^S ■ v'^ demônio no binpV ' 0palha?0^e = Prc H-erá concurso de'quadr,has barra-

V Denúnc/a dasis ca «rra P/^l^ange/^:o £-^e . ^«"íl^rtalmenS 9?atVitos, num so^^ '• . . ^ H/re face ao conse- (cessáriostotaimen ) favelados 2 A lá,/ e os )idja,àspcpu»vr^tas. - ' n h0OSs paraK"' ... /uta f VAtAOS LA'Ul se"5 d/re' 1/ do Cristão30 na ouirem ^""naoele do Cr/s" -ão do paP !M/fílado. 1 direitos 0 < 3r estes /^noX^ Bcrlpodemser ) l. Os documentos que P c tidão ffMTorí rea/^a-se \áe Casamento e ^a o e s teira de Identidade ' , 4 tJ^ca seresta dançan- 7 í; Regularização m.e^ ^.^de

I ) Eteitor (sem ^^^^'político).ue ^ i M An a votar em qualQ L **

\ Çao defines edTnr^9- \ 9rupo pOD... ^aspelo ' cAMrAA;.DO e 3 ten \ CEDAE está melhoran , ter derrotar avVtaJo T^J ™ do o abastecimento de agua 1 Previdência" oue J% ° Pac0te da no morro aede aamaSanta Marta.•■"■- ça~o de 8% 'para irrv T3 ' contr'bui- lAS através de esforços da Asso- ciação de Moradores. rAVELA^ARÍÍ^ # • • Esta-s felizes poroBN^-u.ue({ Está indo de vento em po- 7 pa o mutirão de construção na0 s da creche que atendera a nossa comunidade^Itcrtinuicomanossalu . ^Vcom a nossa lu- \\da creche que atendera as , urSfzada. Vamos c-^ .ida me- | crianças do CantadoCantagalo. j

ta oara que o nosso povo teni de ou. y 1 licjais não tem o me- 4 ^ será ZlSa ^^J!^ "^a 3 para 1 P todos saibam quem ^o ^f " ^ lhor. cspeia...— -■- r Tn. ^ de favelaT isto acontece IV Povo e não os rZ S ln'm'9os do tras comunidades que trabalhos ( ( ;_e s odos os d.as no f / 0 , quaseu ase quee ttodos os diu ^5 de novembro ^ ^ elei^ de continue com seus / 1 morro ^e Santa Marta; che^ avela melhor contm 0 pois a vitória será c M gam a dizer que ali «o rn ^ gue f -^ / ^titnta e ladrão. Pode l olho Z^bZ^''^ ^'"^ '^r de dopovo ^ de P°"'t'cos traidores ♦mHm*WHwmww ^^íSD

•v K/ W IfJ w V/ FESTA JUNINA DO GRUPO ECO

O grupo Eco, do morro de SantaSanta Mar f P^--~___~~~~ ) FESTAS JUNINAS i - -"^ ta está de parabéns, organizou uma festa 1 1 ' *" -—' junina na Praça Corumbá que foi um tre- I Um pequeno passeio feito por nós mendo baratão. um grande baile organizado pela As- Nos dias 12 e 13 de junho houve muita da Equipe do Favelão, vendo e partici- sociação de moradores; para fechar movimentação e alegria; com as barracas pando das grandes festas das comuni- o sábado com chave de ouro fomos de doces e salgados, jogos e o buteco (com dades. ao Chapéu Mangueira que por sua vez muita cerveja e refrigerante). Também não A primeira que visitamos foi o mor- tinha uma sanfona animando o baile. podia faltar quentão, milho verde, canjica e ro 117 que fica próximo á rua do Bis- um leilão bem variado. O Grupo tocadores po, 117. A festa foi realizada no meio No domingo continuamos a visitar Nordestino "arretados" animaram a moçada do caminho e não podia deixar deter as festas, fomos ao Cantagalo que es- e teve até casamento de quadrilha. as famosas barraquinhas na intenção tava com um festão, até casamento O dinheiro arrecadado será revertido para de arrecadar dinheiro para fazer obras à moda da roça e muito som. No as despesas da colônia de férias do Eco. na comunidade. Pavão e Pavãozinho a festa ficou a Este grupo vem valorizando esta comuni- Em nossa caminhada estivemos em cargo do grupo jovem, melodia não dade através do seu jornal, da sua colônia de Santa Tereza, onde vários grupos de faltou. férias e atualmente alguns componentes dança se apresentaram, após a dança Mas as festas continuam em ritmo fazem parte da diretoria da Associação do um agitadíssimo baile e novamente se de discoteque, samba, e baião ani- Morro de Santa Marta, inclusive seu presi- faziam presente as barraquinhas. mado pelos artistas da comunidade. dente. Sônia Já na comunidade de Tavares Bas- (M.S.T.). tos, a festa estava muito animada com Marcos (Galo J (MOVIMENTO CULTURAL DE FAVELAS» _-^ _ MO «#*«-■-« PCORRIDA DO MORRO AZUL> LARGADA: Vde AGOSTO^» 324» CRECHE^ SEGUNDA FAMÍLIA

• CRECHE É A SOLUÇÃO ? . Um dos maiores problemas para as mães faveladas, é onde deixar os filhos ao sairem para o trabalho. Onde elas poderão recorrer ? Pagar uma babá? Um colégio maternal? É sonho que não acaba mais. Daí surge uma opção, a Creche na favela. Neste nQ vamos mostrar a experiência e o funcionamento da Creche Monsenhor França, situada na Favela de Tavares Bastos. Através da arrecadação de festa, bingos e um sistema de carne, pago mensalmente pelos "padrinhos" das crianças; ten- do a coordenação da Igreja da Glória, a Associação de Mora- dores conseguiu em forma de mutirão construir uma creche na favela. A creche atende 60 crianças de 1 a 5 anos de segunda à sexta feira, a partir das 7 horas até às 17 horas. D. Ilza, coordenadora, afirmou que no ini'cio a comuni- dade não acreditava que a creche fosse prá frente. Quanto ao atendimento aos pequeninos, é da melhor qualidade. São servidas de 4 refeições as crianças; uma coisa é garan- tida, elas têm onde comer. Muita alegria. Todos nós sabemos que criança necessita de atividades que possam desenvolver os seus sentidos e a capacidade cria- dora. Em Tavares Bastos as monitoras de turma dão várias atividades para as crianças como: pintura, jogos e desenvol- vem hábitos e atitudes.

DOAÇÃO OU SALÁRIO?

Um dos maiores problemas que vem preocupando a coor- denadora é a falta de funcionários, pois no momento conta apenas com 5 e não tem condições de contratar outras. O pagamento das 5 funcionárias é feito graças a um sistema de carne, as pessoas apacTrmlíam as crianças e se comprometem em pagar mensalmente uma quantia para ajudar nas despesas da creche. Dependemos muito do voluntariado. Quanto a alimentação das crianças, foi feito um convênio com a LBA.

OPINIÃO

Lúcia, moradora da comunidade, falou que a creche é útil na favela, cita o exemplo de sua mãe — Minha mãe trabalha para sustentar 4 filhos e quem ficava tomando conta dos ou- tros 3 era eu; agora eles estão na creche e ela sabe que nada Brincar, comer e dormir, vai faltar prá eles. E as mães : tranaililas . ^r ^ c^> SEM A NATUREZA VIVA... MORR^MOS.^

A QUESTÃO ECOLÓGICA E NOSSO MEIO AMBIENTE res humanos acreditam que podem interferir na natureza à vonta- de, começam a notar que os resíduos de suas indústrias ao des- Neste período comemora-se e discute a "questão ecológica", truTrem os vegetais, diminuem a quantidade de alimentos e reduz que por si só já trás também em seu conteúdo a "questão do a produção de oxigênio, matando insetos com inseticida, impedin- meio ambiente". do muitas plantas de se reproduzirem, resultando no desapareci- A preocupação com relação a "preservação da natureza", é mento das aves que vivem de tais plantas. A morte das aves tra- atitude extremamente inportante e fundamental, na medida em zem por sua vez, novas alterações, numa corrente de transforma- que envolve a saúde da população. ções profundas, que, na maioria das vezes não nos trazem bene- Devemos sempre procurar manter o equilíbrio entre as árvo- fícios algum. res, as flores, aos pássaros, aos insetos e aos peixes e uma série de outras coisas vitais, principalmente o ar que respiramos, a Essas coisas desequilibram a harmonia natural. O fato é que alimentação, a comunidade, etc. precisamos do oxigênio,, das plantas, dos animais, das florestas, dos campos e dos bosques, e ao mesmo tempo, manter as indús- SE AS COISAS CONTINUAREM ASSIM. . . trias funcionando a todo vapor. Como se pode sentir, a "questão ecológica" é algo senssimo, envolve situações que anos após anos, vêm se transformando num Os estudos â procura de soluções têm-se desenvolvido larga- ktormento para as populações do mundo, por exemplo: muitos se- mente e muitos "remédios" vêm sendo sugerido. ■X—-—^—-^* ■»>_ UbiraiaraR.Silva (M Azul) ^^i