Rolling Stones
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
ROLLING STONES BIOGRAFIA O nome da banda formada em 25 de Maio de 1962 vem de uma canção do Pai dos Blues Muddy Waters chamada Rollin’ Stone. Por incrível que pareça, ainda existem cépticos arrogantes que duvidam da influência absoluta e constante dos blues no rock n roll. No ano de 1963, ainda no anonimato, os Stones assinaram um contrato com a Decca Records para a gravação de um disco demo. Nada de tão incomum, se alguns meses antes a Decca não tivesse rejeitado uma chance a garotos de Liverpool chamados de The Beatles. Seria trágico se não fosse absolutamente cómico. Em junho de 1965 lançaram o single (I Can't Get No) Satisfaction, que entrou no almejado Hot 100 da revista Billboard dos EUA. O hit permaneceu entre as dez melhores por 14 (QUATORZE) semanas seguidas, das quais esteve na liderança durante 4. Os Stones foram um dos percursores da psicadélica junto com uns “rapazes” de Cambridge liderados por Roger Waters (Pink Floyd). “Nadaram contra a maré”, já que na época quem estava em evidência era Bob Dylan. A princípio, a música Sympathy for the Devil (da mesma forma que Satisfaction) deveria seguir os princípios dos ícones do folk, entretanto Keith Richards (e a sua psicadélica perene) resolveu tomar como base algo parecido com uma bossa, dando destaque à percussão e alguns teclados. Alguns dizem que a inspiração veio dos batuques do candomblé, que Mick e Keith ouviram na Bahia. A música ainda foi banda sonora de um belo documentário dirigido por Jean-Luc Godard. A suposta rivalidade e “luta” com os Beatles (que só existe para os média, já que Lennon e Jagger foram amigos próximos) começou no ano de 1967. Enquanto os Beatles lançavam oSgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, os Stones lançavam Their Satanic Majesties Request. A rebeldia dos Stones em resposta à paz e serenidade dos garotos de Liverpool. Their Satanic Majesties Request é considerado até hoje como “presunçoso e bagunçado”. O título do disco também ajuda no crescimento dos rumores e comentários sobre o satanismo. Uma parvoíce total. Em resposta aos comentários sobre devoção a satã unidos a reclamações sobre as letras da banda não terem nexo algum, Mick Jagger fez a seguinte declaração: "Não se deve prestar atenção às letras. É por isso que não as imprimimos nas capas dos discos. Elas devem ser entendidas dentro do contexto da música. É desse modo que as atitudes e as emoções são transmitidas" Em dezembro de 1968, o grupo reuniu-se com o incontornável Eric Clapton, John Lennon e os não menos épicos The Who para dois dias de concertos num circo. A apresentação é nomeada The Rolling Stones Rock n Roll Circus e ainda hoje é lembrada como um dos grandes momentos do rock. O ano de 1969 foi marcado pelo afastamento de Brian Jones da banda, devido a sérios problemas com drogas. Algum tempo após sua saída da banda, foi encontrado morto afogado numa banheira. Mais um entre os artistas que morreram aos 27 anos, Jones deixou o posto de segundo guitarrista para Mick Taylor, que permaneceu na banda por pouco tempo (até 1974), e participou apenas das gravações de Let It Bleed. Apesar de toda a falácia de algumas referências que o povo faz com os nomes dos discos (Let it Bleed dos Stones e Let it Be, dos Beatles, lançado quatro meses depois), as coincidências param por aí. O álbum dos Stones diz respeito à época sangrenta (literalmente), e principalmente à Guerra do Vietnam. Os Rolling Stones foram a primeira banda a apresentar um show épico no Madison Square Garden, em Nova York, no ano de 1970. O ginásio já era um templo do Hockey no Gelo e do basquete. Transformou-se num templo da música após a gravação do Get Your Ya-Ya's Out, primeiro disco ao vivo da banda, gravado em estéreo autêntico com altíssima fidelidade. Keith, Jagger e cia. apresentaram-se no Madison Square antes de Elvis Presley (72), Led Zeppelin (73) e Pink Floyd (77). A mudança para a Atlantic Records em 1971 permite o lançamento do selo próprio, denominado Rolling Stones Records. O primeiro disco sob o selo da RS Records foi o Sticky Fingers. A polémica capa do LP original foi concebida pelo artista americano Andy Warhol e retracta a virilha de um modelo desconhecido (NÃO É O MICK JAGGER) vestindo um jeans apertado. Não preciso dizer que a capa de Sticky Fingers foi censurada em N territórios ao redor do mundo. A principal revolução do Sticky Fingers vai além da capa polémica e de algumas músicas com rifes inesquecíveis. Foi a primeira vez em que o logotipo lips and tongue (“lábios e língua”, em português) foi usado. Para pessoas ligadas à publicidade é fascinante ver um logotipo sem elementos tipográficos ser facilmente relacionado à marca (uma banda no caso). "Se eu ainda cantar Satisfaction quando tiver quarenta anos, suicido- me", diz Mick Jagger No meio de brigas entre Keith Richards e a sua mulher, tratamentos de desintoxicação e acusações de tráfico (quando cito o Keith eu preciso mesmo esclarecer que falo sobre drogas?), além de um exílio forçado da banda em terras francesas por conta de problemas de impostos no Reino Unido, as gravações de um próximo disco ficaram suspenas por um tempo, até que em 1972 chegava às lojas uma das obras mais admiráveis da história da música. Um álbum que ocupa a sétima posição na lista dos “500 melhores da história”, organizada pela revista Rolling Stone e situa-se entre os 200 discos definitivos do Rock’n’Roll Hal of Fame: Exile on Main Street. O álbum não soa apenas como homenagem explícita ao R&B, jazz e soul. Ele basicamente dá a impressão de que foi composto pelos maiores ícones dos géneros inspiradores. É o auge de Keith Richards como músico e compositor. No ano de 1975 a banda deu início à tournée denominada Tour of the Americas, que a princípio incluía shows nos Estados Unidos, Canadá, Venezuela, México e Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro). Entretanto, as ditaduras predominavam (e assolavam) a maioria dos países da América Latina. A imagem rebelde de sexo, drogas e rock’n’roll transportada na bagagem da banda era o que os ditadores menos desejavam por esses lados. Em junho de 78, os Stones voltam ao prime. E ao topo. O disco Some Girls apresenta um ritmo acelerado, o qual alguns especialistas ousam sugerir influência directa do movimento punk (crescente nos EUA) unido à “discotecagem” marcada pela bateria que não descansa um segundo. Ao ritmo das músicas de Some Girls Mick Jagger tornou-se a maior referência em termos de presença de palco em toda a história da música. O termo Moves Like Jagger surgiu a meio de uma tournée do álbum. A mesma tournée foi o pontapé-inicial para os mega-shows. Estruturas megalomaníacas (até para os dias de hoje) eram um diferencial para um verdadeiro show de rock que seria musicalmente espectacular até se fosse apresentado sobre um palco de qualquer pequeno bar. Já citamos Exile on Main Street e Some Girls como obras-primas. Então, em que categoria se encaixa o Tatto You? Lançado em agosto de 81, faltam palavras para descrevê-lo. Inclui os hits Start Me Up, Waiting on a Friend e No Use in Crying. Com o lançamento de Tattoo You, a estrutura dos shows cresce ainda mais, e a duração mínima dos mesmos vai para três horas, e nenhuma banda resistiria a uma sequencia tão forte sem ao menos sentir um golpe, e foi o que aconteceu com os Rolling Stones. Em 1983, após o lançamento do mediano disco Undercover, os rumores de separação do grupo fortalecem-se, os boatos são reforçados pela ausência de tournées e pelo facto dos integrantes começarem a trabalhar em projetos paralelos. Mick Jagger comentou o caso na época: “A minha Mãe vai ficar encantada com o fim dos Stones, ela sempre desaprovou este meu emprego.” Os rumores de fim da banda duraram até o fim dos anos 80. Todos os integrantes lançaram ao menos um álbum a solo até ao ano de 1990. Entretanto, não houve nenhum tipo de anúncio oficial sobre fim ou hiato. O álbum Flashpoint trouxe os Stones de volta. De volta aos palcos, de volta a público, e o principal: de volta aos média. Foi com o sucesso da “reunião” da banda que foi descoberto o potencial da Marca Rolling Stones. Milhares e milhares de pessoas se espremiam, se empurravam e passavam noites em filas para comprar bilhetes para os shows dos Rolling Stones. Cada centímetro quadrado ali era disputadíssimo e tinha uma procura escandalosamente maior que a oferta. São quatro anos de inactividade (aos olhos do público) e encubação criativa entre a tournée do Flashpoint até ao lançamento do Voodoo Lounge em 1994, que teve tournée homónima. Esta tournée que durou um ano e um mês arrecadou 400 milhões de dólares líquidos. Após uma acomodação justificável de 8 anos, em 2002 é lançado o disco duplo Forty Licks, com 36 dos chamados Greatest Hits mais 4 singles inéditos. O Forty Licks tem o objetivo de comemorar os 40 anos de banda. Greatest Hits. Foi bom tocar no assunto. Todos achavam que depois de quarenta anos a banda teria o fim certo e só lançaria álbuns com os sucessos remasterizados, ainda mais com a agravante de um cancro na garganta do baterista Charlie Watts. Foi nessa época, em 2005, que Keith Richards e Mick Jagger surpreendem o público e a crítica lançando o álbum de estúdio A Bigger Bang. Seria possível? Mais um dos melhores álbuns de estúdio de todos os tempos, lançado, de novo, pelos Rolling Stones.