ESTRUTURAS ARMAZENADORAS E QUALIDADE DAS ÁGUAS

SUBTERRÂNEAS DO AQÜÍFERO SERRA GERAL EM

Luis Eduardo Spiller Resumo

Vários poços perfurados no interior paulista, na região centro, norte e oeste do estado onde afloram rochas predominantes arenitos da Fm. Adamantina e basaltos da Fm. Serra Geral foi verificada a litologia, profundidade do poço, espessura perfurada em basaltos, estruturas geológicas, teste de vazão do poço e análise física - química da água proveniente de rochas basálticas, a fim de caracterizar a estrutura armazenadora e a qualidade das suas águas. A partir destes dados pesquisados a mais de 17 anos em várias empresas perfuradoras buscou-se comparar estas águas com a água da formação ( aqüífero Guarani ) e evidenciar algumas relações entre as duas formações.A pesquisa também pretende mostrar a importância do aqüífero Serra Geral, que devido a sua litologia é desconsiderado e dado pouca importância para a captação de água no abastecimento público, irrigação e outros empreendimentos comerciais.

Palavras Chave : água subterrânea, hidrogeoquímica, estruturas geológicas.

Abstract

Plenty drilled wells in the “paulista “ interior, in the center region, north and west of the state where predominant “ Adamantina Formation “ sandstones and “ Serra Geral Formation “ basalts appear. It was checked the litodogy, the wells depth, the thickness of the drilled sandstones, in order to characterize the supplying structure and the water qualities. From those researchers of many drilling enterprises it was compared that water to the water of “ Botucatu Formation “ ( aquifer Guarani and Adamantina ) and it was shown some relations between the formations. The research also intends to show the importance of Serra Geral aquifer, although its litology it is disconsidered of the importance of water supply to public provision, irrigation and other comercial enterprises.

Key-words :groundwater,hydrogeochemistry, geologic structure.

Geólogo – Pós Graduação Unesp – Rio Claro. Geominas – Serviços Geológicos e Laboratoriais – Rua Olinda, 1698 – Santo Antonio – /SP. PABX ( 17 ) 3521-1747 – e-mail: [email protected]

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 1 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste 1. Introdução

Com base em 80 poços perfurados por varias empresas perfuradoras nos últimos 10 anos captando água de rochas basálticas da Fm. Serra Geral, buscou-se relacionar as variações da composição dos derrames, suas estruturas geológicas, a hidráulica, capacidade armazenadora e a hidroquímica das águas. Posteriormente foi comparada com algumas características hidrogeológicas da Fm. Adamantina, sobrepostas e da Fm. Botucatu sotoposta para verificar possíveis relações destas águas. Estes resultados iniciais vêm destacar a importância desta formação geológica e sua contribuição para a captação de águas subterrâneas, esclarecendo algumas condições de perfuração, a identificação da qualidade das águas e estruturas armazenadoras para os perfuradores e usuários.

2. Geologia da Bacia e Estruturas

A região de afloramento das formações Serra Geral e Adamantina no interior do estado de São Paulo está inserida na Bacia Sedimentar do Paraná, uma unidade geotectônica estabelecida sobre a Plataforma Sul-Americana a partir do ordoviciano / siluriano ( 450 milhões de anos ), e tem nesta região sua borda leste, de modo geral com as camadas de sedimentos com declividade para noroeste, no centro da bacia, onde está a calha do Rio Paraná. A constante subsidência dessa bacia, com caráter oscilatório, permitiu a acumulação de grande espessura de sedimentos, lavas basálticas e sills de diabásio, resultando uma espessura total de mais de 5 mil metros. Devido à inclinação homoclinal das camadas paleozóicas e mesozóicas e vários tipos de estruturas como alinhamentos, arcos, sinclinais e falhas geológicas resultantes da movimentação das placas tectônicas, que culminou no período juro-cretáceo ( 140 a 70 milhões de anos ) na fragmentação do continente Gonduânico e a formação do oceano Atlântico, permitiu em uma estrutura tipo rift , (White;McKenzie - 1989 ) um extenso derramamento de lava basáltica toleitica atingindo uma área de mais de 1 milhão de km² no interior da bacia, através de estruturas reativadas, onde atualmente situam-se parte dos principais rios tais como: Tietê, Grande, , Paraná, Iguaçu, e outros menores.

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 2 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste Figura 1 – Secção geológica esquemática sudeste nordeste do Estado de São Paulo

O fenômeno diastrófico manifestou-se por movimentação de antigos falhamentos, no aparecimento de outros, movimentação vertical de blocos de falhas, estruturas locais de dobramentos, flexuramentos, horsts , grabens e domos. Os arqueamentos marginais à Bacia do Alto Paraná sofreram realçamentos importantes e através de falhas e fraturas de tensão surgiu o magma basáltico, formando diques que foram à via de acesso ao magma basáltico que se extravasou, formando o pacote de lavas sobrepostas. ( IPT – 1981 ) Estudos para petróleo utilizando métodos geofísicos gravimétricos, resultou no perfil de Anomalia Bouguer , com direção E – W, onde fica evidenciado existência das estruturas acima citadas. Figura 2 – Interpretação Tectônica da Anomalia Bouguer – S. J. do Rio Preto – Campo Grande

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 3 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste A historia geológica da bacia do Paraná em São Paulo, desenvolveu-se em grande parte em função das estruturas de maior ordem, com inicio no paleozóico, comprovado pela presença de sedimentação fossilífera, sendo admitida uma evolução cíclica, caracterizada por sucessões estratigráficas, separadas por descontinuidades regionais. Nesta Bacia podemos distinguir quatro estágios de evolução, os primeiros correspondendo à etapa de estabilização da plataforma, e o último, à etapa de sua reativação tectôno-magmática. ( IPT – 1989 ). Nas primeiras seqüências se depositaram as formações dos Grupos Paraná e Tubarão em ambiente predominantemente marinho, representado por sedimentos litorâneos, marinhos, glaciais e deltaicos etc., com variações verticais e horizontais de litofaciéis caracterizada pela subsidência da Bacia, com fases de retomada e com ingressões e transgressões marinhas vindas do sul. No permiano médio e superior inicia a deposição dos sedimentos finos do Grupo Passa Dois, dominantemente pelítica em ambiente aquoso em um mar epicontinental, sem salinidade normal em plataforma epinerítica. O Arco de Ponta Grossa, principal feição estrutural praticamente dividia a Bacia em duas sub-bacias, inicialmente em condições calmas quando no final do permiano superior inicia-se um comportamento epirogênico da bacia, pondo fim aos fenômenos sedimentares e instalando-se processos erosivos e mudanças bruscas de litologias. No inicio do mesozóico, no triássico inferior, parte sul da bacia é afetada por movimentação com falhamentos com descontinuidades e discordâncias a nível regional, começando haver num tipo de sedimentação, que passa a francamente arenosa, assim como a nova compartimentação, com subsidência de duas sub-bacias, que receberiam a sedimentação triássica do Grupo São Bento, representados pela formação Pirambóia, Botucatu e Serra Geral em São Paulo, as duas primeiras precederam à reativação da Plataforma Sul-Americana em ambiente continental úmido, evoluindo inicialmente para um clima francamente desértico. A formação Botucatu reflete em detalhes o subambientes de um grande deserto climático arenoso, com ergs movidos com ventos com direções N a NE, oueds e regs aluviais e pequenas lagoas em planícies anuviais. Nestas condições paleogeográficas iniciou-se a fragmentação do super continente Gonduano, a partir do final do jurássico, marcando o inicio da Reativação Wealdeniana, correlacionada aos processos que levaram à abertura do oceano Atlântico sendo a bacia inundada por lavas basálticas. Três fases foram reconhecidas nesse fenômeno, considerando a natureza e intensidade que se manifestou. No estado de São Paulo a primeira fase do cretáceo inferior Pré-Aptiano, foi a mais intensa correspondendo ao estágio rift valley , da ruptura continental, a segunda desenvolveu-se entre o Aptiano e Eoceno, seguindo-se a terceira no restante do Cenozóico.

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 4 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste Figura 3 – Mapa da Bacia Sedimentar do Paraná

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 5 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste Na parte central da bacia ao norte, a espessura dos basaltos da formação Serra Geral alcança até 1500 metros ocupando um grande volume, acompanhado de uma subsidência com deformações locais do pacote de lavas, chegando haver ausência da Fm. Serra Geral, em autos estruturais e falhamentos, das camadas paleozóicas da região de , cobertas em discordâncias angular pelo Grupo Bauru. Nesta primeira fase o vulcanismo basáltico também foi controlado pelo Arco de Ponta Grossa em elevação, sujeitando-se a intenso fraturamento distencional, cujas falhas e fraturas sem deslocamento alojaram enxames de diques de diabásio, associados à sills, mais intensos em São Paulo e no Paraná, na zona do Alinhamento Estrutural de Guapiara, do alinhamento do Rio Alonso e do Rio Tietê, com numerosas intrusões diabasicas nos sedimentos da bacia, nas rochas cristalinas do planalto atlântico e do litoral, além intrusões alcalinas relacionadas a essa fase, no franco do Arco e associadas aos alinhamentos estruturais.

Figura 4 – Mapa de Isópacas da Fm. Serra Geral

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 6 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste A segunda fase da reativação caracterizou-se pelo termino do vulcanismo basáltico e diminuição dos processos tectônicos, contudo o magmatismo alcalino continuou a se manifestar em pontos isolados ao norte e nordeste da bacia ( região litorânea e áreas da serras do Mar e Mantiqueira no estado de São Paulo ), onde precedeu o desenvolvimento do sistema de rifts que ali evoluiu na terceira fase. A deposição do Grupo Bauru durante o Cretáceo superior, no interior da bacia e regiões vizinhas no pré-cambriano, efetuou-se numa depressão desenvolvida na metade norte da bacia, do Arco do Alto Paraíba até a atual região costeira, sendo que o Arco de Ponta Grossa e o Alinhamento de Guapiara continuaram ativos nessa segunda fase. O grupo recobre em discordância angular os pacotes de basaltos, acunhados pela erosão que desenvolveu a chamada superfície Pós-Gonduânica.

3. Formação Serra Geral

Esta formação é representada por rochas vulcânicas toleiticas, dispostas em derrames basálticos, com coloração cinza a negra, textura afanítica, com intercalações de arenitos intertrapeanos, finos a médios apresentando estratificação cruzada tangencial. Ocorrem esparços níveis vitrofiricos não individualizados, além de brechas basálticas interderrames, assim como no topo de alguns derrames, toma aspecto melafirico, parecendo vesículas e amígdalas, com freqüência alongada horizontalmente, sendo parcial ou totalmente preenchida por calcedônias, quartzo, calcita, zeolitas e nontronita, mineral que lhes imprime cor verde. Grandes geodos de quartzo e calcedônia podem existir na parte mais profunda desta zona melafirica, assim como na zona basal dos derrames, poder apresentar aspectos semelhantes, mas com espessura e abundancia mais reduzida. Tanto nas porções basais como no topo de grandes derrames apresentam-se juntas horizontais, devido em parte do escoamento laminar da lava no interior dos derrames. Estruturas fluidais raramente se observam assim como bombas, lapilli e cinzas, comprovando a existência de fenômenos explosivos no campo de lavas. Petrograficamente os basaltos da Fm. Serra Geral apresentam mineração geológica muito simples, constituídos principalmente de labradorita zonada associada à climopixocenios ( augita e as vezes pigeonita ). Acessoriamente aparece titano-magnetita, abatita, quartzo e raramente olivina ou seus produtos de transformação. A textura destes é intergranular ou intercetal, fina a muito fina, às vezes microlitica e com estrutura fluidal. Os diques e os sills têm granulação, mas grossa, são holocristalinos e frequentemente apresentam textura ofitica. Nas bordas, contudo, textura e estruturas semelhantes ás dos basaltos são ás vezes observadas em diques e sills em pequena espessura. Os basaltos da formação se originaram dos extravasamentos rápidos de lava muito fluida através de geoclases e menores falhas.

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 7 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste 3.1 Morfogênese dos Derrames Basálticos

Os derrames de lavas básicas originário de geoclases podem atingir longas distancias de ate 100 km, diferentes dos derrames ácidos e suas feições características versados na moderna vulcanologia. As feições internas dos derrames observados em uma coletânea de trabalhos executados em canteiros de obras de usinas hidrelétricas e em pesquisa para petróleo, através de levantamento de sessões geológicas com camadas-guia e levantamentos geofísicos, ainda está longe de esclarecer sua gênese e manifestações ou geometria, conforme observados por Guidicini e Campos -1968 , e Guidicini -1979 . Para melhor compreender os mecanismos e as particularidades foi subdividas esquematicamente o lençol de lava em três secções principais: Parte basal – a contração por resfriamento e o decréscimo gradual da velocidade da lava provoca nesta faixa basal uma tendência á subdivisão segundo laminas sobrepostas, delimitadas por fissuramento no plano horizontal, sendo muitas vezes observados a presença de finos veios de calcitas preenchendo os espaços vazios, com predominância de basalto vesicular pouco espesso no inicio com o diaclasamento sobreposto.

Parte central – o resfriamento mais lento ocasiona o aparecimento de uma rocha compacta, microcristalina, com presença, às vezes, de fenocristais. O diaclasamento de contração tem formato predominante vertical, dando à rocha o típico aspecto pseudo-colunar, nem sempre evidente, dependendo da maior espessura do derrame. ( espessura superior a 15 metros ). Os três horizontes acham-se delimitados por duas juntas continuas e bem definidas, de andamento horizontal a subhorizontal, localizada na parte central do derrame, separando da base e do topo.

Porção superficial – representa a faixa de desgasificação superior, resultante do rápido resfriamento do magma. A lava ao extravasar-se das geoclases vem carregada de elevada quantidade de gases, que diminui gradualmente à medida que o lençol de lava avança que passam a emigrar da massa fluída para a superfície perdendo-se. A presença de vesículas está mais diretamente associada à vicosidade da lava, que permite ou não sua conservação. As partes dos derrames que sofrem um resfriamento rápido ( topo e base ) conservam gases e vapores, ao passo que o mais lento resfriamento da porção central, permite que o escape de tais elementos, resultando na isenção de amígdalas. Pode ocorrer em derrame de pequena espessura ( menor que 8 metros ) que toda secção é constituída por basalto vesicular, com ausência do termo compacto. ( Guidicini; Campos – 1968 ).

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Figura 5 – Secção típica do derrame

3.2 Hidrogeologia do Aqüífero

A área de afloramento das rochas basálticas no estado é estimada em 35 mil km², expostos nos vales dos principais rios do estado e principalmente ao norte e nordeste do estado, na região de Ribeirão Preto, , , , Jaú, e , área intensamente ocupadas por atividades de agropecuária e agroindustrial. Milhares de poço já foram perfurados diretamente nos basaltos, mas a grande maioria dos poços é de captação mista entra as formações Serra Geral e Adamantina ou Serra Geral e Botucatu. As vazões dos poços estão condicionadas a presença de fraturas subverticais ou horizontais, estas últimas apresentando vazões geralmente maiores, principalmente quando atingem basalto vesicular e amigdoloidal mais espessos ( > 8 metros ), contendo geodos, amígdalas mineralizadas e com a presença de estruturas tipo fraturamento horizontal interderrame, juntas de cizalhamento, juntas-falhas, brechas basálticas e falhas geológicas. Os basaltos maciços comumente apresentam diaclasamento colunar ou esfenoidal, resultado do resfriamento do derrame, a presença de água está condicionada ao tamanho e profundidade da rocha diaclasada ( grau de fraturamento ), presença de diques ou não, e espessura do derrame. Portanto, a produtividade hídrica está condicionada à presença de fraturamento e do basalto vesicular, com suas estruturas características. Os derrames basálticos por si só não constituem aqüíferos e somente nas estruturas acima citadas é que são aqüíferos. As vazões médias oscilam entre 10 a 25 m³/h, sendo raras as vazões mais elevadas. As capacidades especificas variam de 0,65 a 50 m³/h/m.

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Tabela 1 – Vazão dos Poços Vazão ( m³ / h ) Aqüífero 5 5 - 20 20 - 50 50 - 100 100 - 200 Total Bauru + basaltos 1 14 21 4 2 42 Estruturas no basalto 7 15 12 3 1 38

4. Parâmetros Hidráulicos dos Poços

Devido à dificuldade na determinação exata dos parâmetros hidráulicos em operação, os valores obtidos foram baseados nos dados de testes de vazão, efetuados no final da construção dos poços.

Tabela 2 – Distribuição dos Níveis Estáticos nos Poços Nível Estático ( m ) Aqüífero 0 - 25 25 -50 50 - 75 75 - 100 100 - 125 Total Bauru + basaltos 6 19 13 5 - 42 Estruturas no basalto 17 13 7 1 - 38

Observar que a maioria dos poços perfurados somente em basalto, o nível estático está mais alto que o encontrado nos poços em arenitos da Fm. Adamantina ( Grupo Bauru )

Tabela 3 – Distribuição dos Níveis Dinâmicos nos Poços Nível Dinâmico ( m ) Aqüífero 0 - 25 25 -50 50 - 75 75 - 100 100 - 125 Total Bauru + basaltos 3 13 18 5 3 42 Estruturas no basalto 8 16 9 4 1 38

Nota-se que a variação do nível dinâmico é maior nos poços com aqüífero misto Bauru + basaltos, onde as capacidades específicas dos arenitos serem menores que nos basaltos. As capacidades especificas nos arenitos da Fm. Adamantina varia de 0,1 a 5 m³/h/m, portanto, menores que os valores encontrados nos basaltos. Isto é devido a granulometria fina a muito fina dos arenitos geralmente intercalados com siltitos e lamitos e por vezes a cimentação carbonática que reduz a permeabilidade, constituindo aqüífero tipo livre ou semi-livre, enquanto que nos basaltos predomina aqüífero tipo fraturado, podendo ocorrer também o tipo livre em poços mais rasos. Nos basaltos a porosidade é de fissura e a permeabilidade apresenta-se mais elevada nas estruturas horizontais de grande extensão, bem com nas faixas fraturas e juntas-falhas, enquanto nas estruturas verticais, geralmente de pequena extensão, apresentam permeabilidade inferiores às horizontais.

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5. Hidroquímica do Aqüífero

A coleta da água foi efetuada após o desenvolvimento de limpeza dos poços e nos poço pré- existentes, a água foi coletada diretamente no cavalete e levados para o laboratório no mesmo dia, seguindo metodologia e norma NTA-60, da Saúde Pública Estadual ( São Paulo ) e neste último ano seguindo a Portaria 518 - Ministério da Saúde. Os resultados das análises de todos os parâmetros físico-químicos determinados em 79 amostras ( poços ) foram interpretados conforme os parâmetros a seguir: O pH varia de 4,8 a 10,1, sendo a maioria de 5,8 a 7,9, relativo às águas do aqüífero Serra Geral. Os valores de pH > 9 em poços de basalto estão relacionados com presença de fraturas horizontais, brechas basálticas com amigdalas cristalizadas com zeólitas, fluorita, calcita, quartzo, calcedônia e malaquita, podendo ocorrer também para águas do aqüífero Botucatu, confinado e do aqüífero Bauru, quando a cimentação carbonática, alcalinidade e dureza forem altas.

A condutividade elétrica varia de 20 a 450 µS/cm, de uma forma geral apresentam baixa mineralização, sendo que nos arenitos a uma tendência no aumento devido a presença de cimentação carbonática, atingindo valores de até 200 µS/cm , enquanto que nos poço de basaltos esses valores variam de 20 a 200 em poços com fraturas subverticais e baixas vazões, ou de 60 a 450 em poços com fraturas horizontais, com alcalinidade dupla e presença de minerais. A composição físico-químico mostra basicamente dois tipos de água distinta, conforme as concentrações abaixo: Tabela 4 – Química das Águas 1º TIPO 2º TIPO 4,5 ≤ pH < 8,5 pH > 9 100 < CE < 250 uS 250 < CE < 450 100 < RS < 200 mg/l 250 < RS < 400

50 < HCO 3 < 300 20 < HCO 3 < 60

CO 3 < 10 30 < CO 3 < 150 0,5 < Cl < 1,0 Cl > 3

0 < SO 4 < 15 20 < SO 4 < 70 10< Ca < 60 Ca ≤ 20 3< Mg < 15 Mg = 0 0,5 < Na < 15 20 < Na < 80 0,5 < K < 5 K ≤ 1,5

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 11 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste Fazendo-se uma correlação com os perfis litológicos dos poços, nota-se que as águas do primeiro tipo são provenientes do aqüífero Bauru e as dos segundo tipo as águas do aqüífero basáltico com fraturas horizontais e presença de minerais. As águas provenientes do aqüífero Bauru são pouco mineralizadas, geralmente sem carbonatos e muito pouco cloretos, sulfatos e sódio, sendo ligeiramente duras pela presença de bicarbonato de cálcio. As águas do basalto também apresentam uma relação: rCa > rMg >> RNa > rK, quando predomina fraturas subverticais mostrando uma estreita relação com os arenitos sobrepostos ou uma relação: rNa >> rCa > rK > rMg, quando as águas estão confinadas nas estruturas horizontais cristalizadas ou não. O comportamento dos cátions pode ser dividido em dois grupos: a) teores em alcalinos terrosos são superiores aos alcalinos rCa + rMg > rNa + rK Todas as águas provenientes dos poços do arenito da Fm. Adamantina obedece a essa relação e os poços da Fm. Serra Geral que interceptaram fraturas subverticais, com grande contribuição de água superficial e dos arenitos. b) teores em alcalinos são superiores aos alcalinos terrosos rNa + rK ≥ rCa + rMg Em quase todas as águas obtidas nos poços que atingiram fraturas horizontais, com presença de cristais observando-se alcalinidade dupla de carbonatos e bicarbonatos, fluoretos ( > 0,12 mg/l F ), pH > 8,5, a presença de sulfatos, sódio, cloretos. - – O ânion dominante é o HCO 3 , seguido do Cl nos poços com água proveniente de fraturas - subverticais ou proveniente dos arenitos da Fm. Adamantina, aparecendo o NO 3 em algumas zonas urbanas e zonas rurais com intensa plantação, supondo estar ligado à contaminação das águas por esgoto ou adubação. Os valores de SiO 2 são mais elevados nos poços com arenitos ou com fraturas - subverticais, podendo até interferir nas dosagens do HCO 3 A correlação entre o pH medido e o pH de equilíbrio ( pHe ) estabelece o campo as águas com comportamento agressivo ou incrustante. Nos poços com água do basalto observa-se nítido comportamento agressivo, em mais de 60% dos poços, 22% caem na faixa das águas em equilíbrio e 14% caem no campo das águas incrustantes, geralmente provenientes dos poços que interceptaram fraturas horizontais.

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 12 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste 6.Gráficos Interpretativos

Muitos gráficos são utilizados, para melhor caracterizar a composição química das águas, e foi escolhido o Diagrama de Stiff , pela simplicidade e efeito visual, mostrando bem os fácies hidroquimico, sendo que os cátions e o ânion são representados meq/l. ( Hem – 1970 ). Os gráficos caracterizando as águas dos diferentes aqüíferos e do basalto são mostrados abaixo:

Figura 6 – Diagrama de Stiff para o Aqüífero Serra Geral

Notar a forte presença dos ânions HCO 3 + CO 3 seguido dos cloretos, e no campo dos cátions a maior presença de Ca e Mg seguido do Na + K. Para os poços com águas provenientes da fraturas horizontais o pico maior seria Na + K.

Figura 7 – Diagrama de Stiff para Aqüífero Basalto / Guarani

Nos poços com captação mista, proveniente dos basaltos e do Botucatu, as relações entre cátions e ânions acompanham grosso modo a distribuição bem parecida aos basaltos, predominando

HCO 3 + CO 3 e Ca + Mg > Na + K.

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 13 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste Figura 8 – Diagrama de Stiff para Aqüífero Adamantina / Basalto

O comportamento de cátions e ânions para aqüífero livre ou semi-livre Adamantina, com predomínio HCO 3 + CO 3 e Ca + Mg > Na + K evidenciando forte relação com as águas superficiais, de origem fluviais ou outras, sob as condições atmosféricas. O diagrama de Stiff seria um pouco diferente para o aqüífero Botucatu confinado, onde a relação Na + K predominaria juntamente com HCO 3 + CO 3.

Figura 9 – Diagrama de Piper para os basaltos

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 14 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste O Diagrama de Piper mostra a classificação química das águas provenientes só dos basaltos, notando-se dois grupos ou dois tipos de águas conforme tabela 4, em maior quantidade as águas do Tipo 1, classificadas como Bicarbonatadas Cálcicas e secundariamente Magnesianas menos mineralizadas e associadas às fraturas subverticais, forte relação com as águas da Fm. Adamantina ou com as águas superficiais, quando o basalto é aflorante. As águas do Tipo 2 são mais mineralizadas, estão associadas às fraturas horizontais, com os minerais citados, pH alcalino e classificadas como Carbonatadas Sódicas e secundariamente como Carbonatadas Cálcicas.

7. Relação entre Estruturas Verticais e Horizontais

Estruturas Verticais Na relação dos 79 poços apresentadas foi observado que nenhum está sobre fotolineamentos, alinhamento estruturais ou zona falha / fratura, estando raros poços nas proximidades com uma possível estrutura, não confirmada no campo. Os poços analisados com maior capacidade específica não estão localizados sobre os lineamentos verticais traçados em mapas. Foi observado que os poços em basalto armazenando uma quantidade significativa de água foram atingidos nos primeiros três derrames superiores, até uma profundidade de 150 metros, percebendo-se que abaixo dessa profundidade as fraturas verticais não estão mais abertas e, portanto, não contém água. Estruturas Horizontais Estas estruturas podem conter maior quantidade de água quando presentes, principalmente quando se percebe durante a perfuração uma rápida e brusca descida da ferramenta, notadamente nas máquinas percussoras a cabo, mais difícieis de perceber nas máquinas roto-pneumáticas com dispositivos hidráulicos. Outra evidência desta estrutura é a repentina subida do nível da água, associado à rápida descida da ferramenta de perfuração, mesmo nas máquinas roto-pneumáticas. Também foi constatada uma maior presença de “cachoeiras” em poços com estruturas subhorizontais, ficando clara a contribuição de água de um horizonte superior, de menor capacidade produtiva, e que na consegue manter a sua carga hidráulica na altura deste horizonte, lançando a água para o centro do poço, até atingir um nível inferior, que é a principal contribuição do poço. Estas estruturas podem estar no topo da formação em contato com o solo alterado ou em contato com a Fm. Adamantina sobreposta, e aqui também, estas estruturas também ocorrem geralmente nos três primeiros derrames superiores. Outra constatação foi que as águas encontradas nas fraturas horizontais mais profundas, apresentam águas mais mineralizadas, com pH mais alcalino e condutividade elétrica > 200 µS/cm .

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 15 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste Tabela 5 – Poços Tubulares na Fm. Serra Geral

Prof. Perfuração Vazão Usuário Local Uso da Água Formação ( m ) em Basalto do Poço Sebastião Garcia 70 70 5 Jaboticabal Doméstico S. Geral Teobaldo Recchia 142 142 8 Igarapava Doméstico S. Geral Cláudio de Cezari 70 70 8 Pradópolis Lazer S. Geral Camilo Alimentos Ltda. 45 45 4,5 Barretos Ind. / sanitario S.Geral Vitória Park Hotel 70 70 8 Ibitinga Comercial S.Geral Sítio Raça Forte 142 54 46 Itápolis Irrigação Adam/S. Geral Sítio N. S. Aparecida 198 88 30 Monte Alto Irrigação Adam/S. Geral Ass. dos Plantadores de Cana 150 150 10 Sertãozinho Comercial S. Geral Vitor E. Marques Jr. 60 60 6 Barretos Doméstico S. Geral Fazenda Aparecida - P02 220 118 37 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Fazenda Aparecida - P03 196 90 22 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Fazenda Aparecida – P04 228 134 31,5 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Fazenda Aparecida – P05 180 94 19 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Fazenda Aparecida – P06 175 93 60 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Fazenda Aparecida – P07 124 56 198 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Fazenda Aparecida – P08 192 97 35 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Fazenda Aparecida – P09 157 96 88 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Fazenda Aparecida – P10 117 47 158 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Fazenda Aparecida – P11 190 78 46,6 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Ass. Recreat. Santo André 338 294 12 Jaboticabal P. de Serviço Adam/S. Geral Ind. Com. Beb. Palazzo Ltda. 120 79 15 Jaboticabal Ind. / sanitário Adam/S. Geral Ind. Com. Beb. Palazzo Ltda. 410 360 33 Jaboticabal Ind. / sanitário Ad./S.Geral/Bot Antônio T. Torres de Oliveira 60 60 5 Barretos Doméstico S. Geral P.M. Sertãozinho-Construcity 250 108 60 Sertãozinho Abast. Público S. Geral/ Bot Secundino D. Ariaz - Agrofaz 162 28,5 27,6 São Carlos Domest. /rural S. Geral/ Bot Coopercitrus 90 90 3,5 Pirassununga P. de Serviço Diabásio Fernando C. Brito Nogueira 45 45 6 Barretos Doméstico S. Geral Cond. Edif. Porto das Canoas 52 22 15 Igarapava C. Residencial S. Geral/Bot. Urias Borrasca 84 64 2 Sertãozinho Doméstico S. Geral M.J.C. Romanini – Itapoágua 142 90 16 Itápolis Industrial S. Geral Rodrigo Franco-Faz. Cava P1 150 36 33 Colina Irrigação Adam/S. Geral Rodrigo Franco-Faz. Cava P2 190 70 41 Colina Irrigação Adam/S. Geral Álvaro J. – Faz. Jaraguá P1 162 58 33 Colina Irrigação Adam/S. Geral Álvaro J. – Faz. Jaraguá P2 151 36 18 Colina Irrigação Adam/S. Geral Waldir T. Turco-Faz.Sta. Ana 170 120 34 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral João Staconi -S.Sto. Antônio 182 70 47 Vista A. Alto Irrigação Adam/S. Geral Agrop. Sta. Therezinha P01 150 14 25,4 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Agrop. Sta. Therezinha P02 150 15 25 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Agrop.Sta. Therezinha P03 180 64 23,5 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral Agrop. Sta. Therezinha P04 150 30 34,4 Bebedouro Irrigação Adam/S. Geral W. Arroyo -Faz. S. Francisco 180 40 90 Bariri Irrigação S. Geral/ Bot Antonio Didone - Mineração 108 10 11 Rincão Domest. /rural Ad./S.Geral/Bot Empreend. Caetano Floridi 116 100 7 Viradouro Abast. Loteam. S. Geral Tadeu Arioli - S.S. Sebastião 136 88 44 Taquaritinga Irrigação Adam/S. Geral Osmar Jandoti - Sítio 184 144 52 S.J. 02 Pontes Irrigação Adam/S. Geral Francisco J. Aquaroni – Sítio 80 46 23 Taquaritinga Rural S. Geral Roberto Gomide-Faz.B. Vista 115 10 36 Monte Azul Irrigação Adam/S. Geral

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 16 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste Roberto Gomide-Faz.B. Vista 131 15 48 Monte Azul Irrigação Adam/S. Geral Irmãos M.–Faz. S.Adelina P1 323 275 102 Itápolis Industrial S. Geral/Bot. Irmãos M.–Faz. S.Adelina P2 292 267 46 Itápolis Industrial S. Geral/Bot. Irmãos M.–Faz. S.Adelina P3 262 254 48 Itápolis Industrial S. Geral/Bot. Ivanir Puglieri S. Sta. Tereza 305 155 8 Guaraci Rural Adam/S. Geral Dolores P. ME - Elli A. Ltda. 80 22 12 Taquaritinga Industrial Adam/S. Geral Armando Pastrelo – S. Lagoa 160 145 36 Taquaritinga Irrigação Adam/S. Geral Via Néctare Ltda. 250 84 30 Taquaritinga Industrial S. Geral/Bot. Hotel Faz. Thermas de Ibirá 160 125 12 Thermas Ibirá P. de Serviço Adam/S. Geral Emp. de Água Mineral Ibirá 85 54 18 Ibirá Thermas Industrial Adam/S. Geral Apamagis 65 30 8 Thermas Ibirá P. de Serviço Adam/S. Geral Spa Thermas 80 45 12 Thermas Ibirá P. de Serviço Adam/S. Geral Usina A. Guairá Ltda. 120 82 20 Guairá Industrial Adam/S. Geral Bascitrus Agroindustrial S/A. 220 80 30 Industrial Adam/S. Geral Destilaria Pignata Ltda. 218 78 50 Sertãozinho Industrial S. Geral/Bot Sebastião Garcia 70 70 6 Jaboticabal Dom./Sanitario S. Geral Loteamt. Maria Luiza – TAB 420 418 32 Viradouro Condomínio S. Geral/Bot P.M. Dumont 208 191 15 Dumont Abast. Público S. Geral/Bot. Fundição B.B. Ltda. 175 5 12 Monte Alto Industrial Adam/S. Geral Fund. Agroind. de Bebedouro 136 38 15 Bebedouro P. de Serviço Adam/S. Geral João A. Santos – Estância RR 145 80 8 Rural Adam/S. Geral José Micheletti – S.Valentim 210 155 30 Itápolis Irrigação Adam/S. Geral Alceu L. Casali – S. Recreio 162 44 10 S.J. 02 Pontes Irrigação Adam/S. Geral Antônio L. Silva – Superm. 100 84 2 Pitangueiras P. de Serviço Adam/S. Geral Luciano F. Ferraz – Loteam. 202 162 12 Adolfo Condomínio Adam/S. Geral P.M. Orindiúva 100 158 10 Orindiúva Abast. Público S. Geral Rosin & Cia Ltda - Retífica 150 150 9,5 Jaú P. de Serviço S.Geral Metalúrgica Rivertec 36 36 2,6 Jaú P. de Serviço S. Geral Loteam. Faz. São José – TAB 156 81 31 Taquaritinga Condomínio Adam/S. Geral Sítio Daisa 98 18 20 Pirangi Rural Adam/S. Geral Faz. Antequeira – R. Guerra 83 83 3,5 PaulodeFaria rural S. Geral Luis F.Ferreira–S. 2 Irmãos 116 116 35 Terra Roxa Irrigação S. Geral Murilo G. Morelli 80 80 8 Jaboticabal Doméstico S. Geral Total = 80 poços

Finalizando, outra constatação foi nos poços que interceptam as fraturas horizontais, o rebaixamento do NA é menor devido uma capacidade especifica maior nestes horizontes, mesmo nos poços com vazões inferiores a 10 m³/h.

8. Conclusões

O aqüífero Serra Geral dentro da área estudada apresenta características próprias e relevantes, com fluxo anisotrópico devido à heterogeneidade da sua permo-porosidade, condicionadas as fissuras horizontais e verticais. O armazenamento substancial de água está condicionado a presença de estruturas perceptíveis durante a perfuração, que podem ser quantificadas através do teste de vazão.

XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços 17 II Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste A presença do basalto vesículo-amigdoloidal associados a minerais cristalizados durante o resfriamento da lava são indicativos de uma anomalia hidrogeoquímica, com alteração de parâmetros como pH, condutividade elétrica, alcalinidade, dureza, fluoreto, sódio, e outros cátions e ânions, como cloretos, sulfatos, potássio, sílica, diferentes das condições superficiais e das águas do aqüífero Adamantina, mostrados nos diagramas de Stiff e de Piper . Diferente de que se suponha o grau de fraturamento subvertical, quase sempre não condiciona um maior armazenamento de água, e sim, nas fraturas horizontais, comprovado em vários poços com vazões e capacidades especificas maiores.

9. Bibliografia

1. Guidicini, G. ; Oliveira Campos, J.. Notas sobre a Morfogênese dos Derrames Basálticos. Boletins da Sociedade Brasileira de Geologia. 1968 – V. 17, n° 1 - p. 15 - 28.

2. Guidicini, G. Juntas Horizontais de Grandes Continuidades em Derrames Basálticos da Bacia do Paraná. In: Atas do II Simpósio Regional de Geologia, Rio Claro – 1979, 2: p. 13 – 21.

3. Hem, J.D. Study and interpretation of the chacarteristics of natural waters. 2., Geological Survey Water-Supply Paper, Washington ( DC ), n° 1473, p. 1 - 334,1970.

4. IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Mapa geológico e de ocorrências minerais do Estado de São Paulo – São Paulo, 1981.

5. IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Compartimentação estrutural e evolução tectônica do Estado de São Paulo – São Paulo, 1989.

6. White, R.S.: McKenzie D.P., Volcanism at Rifts. Scientific American, july 1989. p. 62 – 71.

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