Pierre Boulez (1925-2016)

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Pierre Boulez (1925-2016) 8 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 7 JAN 2016 PIERRE BOULEZ (1925-2016) Até sempre, Pierre! às mais importantes orquestras Opinião mundiais; organizador, criou Pedro Amaral instituições que alteraram profundamente o panorama u não penso demasiado musical contemporâneo a nível no meu lugar na internacional. “ história” — Pierre Boulez Como compositor, a dizia-me. “Seja como for, preocupação fundamental de um belo dia você morre Boulez nos seus primeiros anos Ee há um musicólogo que foi, justamente, compreender vem inscrevê-lo na história. Você o seu passado próximo, fi ltrar passa a fazer parte dela e não é infl uências, criar uma genealogia, certo que, em vida, conseguisse inventar uma história de que fosse antecipar exactamente que lugar herdeiro e que, de certo modo, lhe estava destinado.” justifi casse a sua própria obra. Num homem que tanto Não foi tarefa fácil: o seu passado pensou o seu passado próximo, próximo era extraordinariamente a herança que pôde receber plural e heterogéneo, de uma dos antecessores, não era riqueza quase única em toda a surpreendente esta recusa história da música — esquecemo- em descodifi car o seu próprio nos facilmente de que escassos papel: cada compositor cria 14 anos separam a morte de a sua genealogia, cada nova Mahler do nascimento de Boulez, era reinterpreta o passado e e que quase todos os grandes reescreve-o à luz da sua própria vultos da primeira metade do lógica. E hoje, no luto por Pierre século XX — Stravinsky, Bartók, Boulez, cabe-nos refl ectir sobre Schönberg, Webern, Varèse, o que já é passado e deitar-lhe Messiaen — estavam ainda em um primeiro olhar retrospectivo: plena actividade quando Boulez quem foi Pierre Boulez? Qual foi, escreveu as suas primeiras afi nal, o seu papel na história? Que obras (Notations, 1945; Sonatina obra nos deixa? para Flauta e Piano, Primeira Boulez nasceu em Montbrison, Sonata e Le Visage Nuptial, 1946). entre guerras, em Março de Que via seguir, no seio deste 1925. Em jovem, anteviu duas labirinto de convergências e Char em Le Visage Nuptial (1946), vai mais longe e coroa a sua obra se aos mais amplos meios e às vias possíveis para o seu futuro divergências, nesta encruzilhada Le Soleil des Eaux (1948) e Le pianística com Sur Incises (1996) mais importantes instituições da profi ssional: a música e as ciências de personalidades e de percursos, Marteau sans Maître (1954); de para três pianos, três harpas e três vida musical. Obras como Rituel in exactas. Como todas as grandes de espólios, de obras mais ou Stéphane Mallarmé em Pli selon percussões, obra representativa do Memoriam Bruno Maderna (1974) escolhas que iriam marcar a sua menos cataclísmicas, mais ou Pli (1957-62) mas desde logo na género tipicamente bouleziano da e Notations pour Orchestre entram vida, também esta, inicial, foi menos condicionantes? O génio própria concepção da Terceira música para “ensemble”: música de hoje no repertório das mais rápida e defi nitiva: “Desde os 17 de Boulez foi o de conseguir uma Sonata para Piano (1957); e de E. câmara, se pensarmos no limitado importantes orquestras mundiais; anos que me vi mestre do meu síntese “cartesiana”, guiada por E. Cummings em Cummings ist número de intervenientes, mas e uma criação como Répons, para destino, mestre, pelo menos, uma dúvida metódica, do que lhe der Dichter (1970). A dimensão necessariamente dirigida por um seis solistas, ensemble instrumental da minha escolha de assumir a parecia essencial no seu passado poética será, aliás, a única base maestro. Nesta categoria inscreve- e electrónica em tempo real, música como função principal da próximo: a Stravinsky vai buscar o concreta, extramusical, numa obra se uma grande parte da sua obra: só é possível como fruto de um minha existência”. pensamento rítmico, a Schönberg praticamente fundada naquilo do já evocado Le Marteau sans cruzamento fértil entre duas Ao contrário da maior parte a dimensão harmónica liberta da a que se chama “música pura”, Maître a Dérive II (1988), passando grandes instituições: um instituto dos músicos, no entanto, esta tonalidade, a Webern a sintaxe onde a especulação da escrita e da por Polyphonie X (1951), Éclat dedicado à pesquisa tecnológica escolha viria a desdobrar-se numa dodecafónica, a Debussy a raiz arquitectónica musical, elevada (1966), ...explosante/fi xe... (1991) e na sua aplicação à criação musical pluralidade de caminhos, numa de uma reinvenção da forma e ao seu expoente máximo, se torna Domaines (1968), entre outras. e um ensemble de grandes solistas multiplicidade de facetas tão do timbre. “A existência cria a uma fi nalidade em si mesma. Se a música para ensemble dedicado à criação e interpretação diversas quanto complementares: essência”, escreverá num famoso Para piano, instrumento de nasce de um determinado da música contemporânea. compositor, foi um dos mais artigo de juventude. E é partindo aprendizagem que marcou a contexto histórico no seio do O Ircam (Instituto de Pesquisa determinantes da segunda metade desta leitura da história, como sua juventude, Boulez deixa qual a modernidade musical não e Coordenação Acústica/Música) do século XX; teórico, deixou- dado existencial, que irá fundar a um conjunto de três sonatas tinha um acesso fácil a meios e o Ensemble Intercontemporain nos os mais importantes escritos sua linguagem — o “serialismo” — e (1946, 1948, 1957) e diversas mais avultados, destinando-se correspondem, justamente, a sobre estética e técnica musical a sua obra como compositor. pequenas peças; multiplicando inicialmente a um determinado estas instituições. A primeira, desde o pós-Segunda Guerra Obra que irá atravessar as possibilidades polifónicas do tipo de sala, um determinado fundada por Boulez em 1969, a Mundial; maestro, reinterpretou paisagens muito diversas. As instrumento escreve ainda os dois formato instrumental e até convite do Presidente Georges todo o legado da primeira metade primeiras três décadas serão Livros de Structures para dois um determinado público, Pompidou, é um veículo essencial do século XX e de uma parte do profundamente marcadas pela pianos; exponenciando a paleta particularmente esclarecido; a no estudo e desenvolvimento dos romantismo germânico, frente presença da poesia: de René tímbrica e o virtuosismo técnico, música orquestral, essa, destina- meios tecnológicos aplicados à PÚBLICO, QUI 7 JAN 2016 | DESTAQUE | 9 MIGUEL MEDINA/AFP sucede na programação da Philharmonie de Paris, um dos grandes projectos pelos quais Trajectória de um Boulez pugnou incansavelmente, ao longo de anos, até o ver realizado já no fi nal da sua vida. compositor radical Boulez o organizador deu um contributo essencial à música do seu tempo, do mesmo modo que o fez Boulez o maestro. Director musical de grandes orquestras terem aproveitado a oportunidade aos restantes parâmetros musicais, na Europa e nos Estados Unidos, Cristina Fernandes para repensar a música a partir de nomeadamente ao timbre, à duração maestro convidado das mais novos princípios” — resolve tomar e à intensidade. O auge da aplicação importantes formações mundiais, O seu legado e a sua como sua essa tarefa. do serialismo integral deu-se com cabeça de cartaz das mais insignes personalidade permanecem A necessidade histórica do uso Structures I (1952) para dois pianos, editoras discográfi cas, Boulez da atonalidade e o corte com o neo- neste caso dedicando uma série aos levou sempre consigo a defesa como peças-chave dos classicismo foram premissas que to- “modos de ataque” do som pelos in- intransigente da modernidade, percursos coexistentes maram forma logo nas composições térpretes em vez de aos timbres. não apenas no repertório que na música do século XX iniciais (Notations, Sonatina para Outra das suas obras signifi cati- escolheu dirigir, mas também Flauta, Primeira Sonata para Piano, vas dos anos 50 foi Le Marteau sans na forma de (re)interpretar a s primeiros anos de Pierre Le Visage Nuptial), mas as primeiras Maître (1953-5), baseada na poesia música do passado, em particular Boulez foram marcados pela obras que fi zeram a reputação de de René Char e destinada uma voz a grande tradição orquestral das música e pela matemática, Boulez como compositor foram Le de contralto e a seis instrumentistas: últimas décadas do século XIX dois domínios para os Soleil des Eaux (1947) e a monumen- fl auta alto, xilomarimba, vibrafone, e das primeiras do século XX. quais apresentava aptidões tal Sonata para Piano n.º2 (1948). percussão, guitarra e viola. O fascí- Todo o seu olhar para o passado Oprecoces. As expectativas do A primeira interpretação desta úl- nio pelo seu exótico colorido instru- partia da sua óptica de compositor pai, um engenheiro ligado à indústria tima obra em Darmstadt, em 1952, mental, que emerge da concepção em permanente diálogo consigo do aço na região de Lyon, em relação por Yvonne Loriod, foi um aconte- relativamente estática do discurso, mesmo, em permanente ao futuro profi ssional do jovem Pierre cimento. Boulez explicou mais tar- contribuiu para uma ampla aceitação procura, em permanente utopia orientavam-se para o campo da de as suas intenções: “Foi provavel- junto do público que, fora dos circui- — “tentando ver por detrás de Engenharia, mas quando chegou a mente a tentativa da 2.ª Escola de tos especializados, considerava a sua um espelho inexistente para Paris em 1942 preferiu trocar a Escola Viena para reviver antigas formas obra de difícil e complexa audição. surpreender a razão”, como Politécnica pelo Conservatório. que me fez querer destruí-las: tentei O conceito de “obra aberta” foi escreverá na sua última e Os estudos anteriores de piano destruir as bases da forma-sonata no outro caminho explorado por Bou- extraordinária carta a John Cage. mostraram-se insufi cientes no exame primeiro andamento; desintegrar o lez nessa época com destaque para E não deixa de ser extraordinário de entrada, mas no domínio da teo- andamento lento através do uso de a Sonata para Piano n.º 3, iniciada como Boulez conseguiu conciliar ria musical e da composição rapida- um tropo, assim como a forma repe- em 1956.
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