Análise Especial IFDM 2011:

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) foi criado em 2008 tendo em vista a necessidade de se monitorar o desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros. Sob a ótica das três áreas fundamentais ao desenvolvimento humano: Educação, Saúde e Emprego & Renda, o IFDM possui periodicidade anual, recorte municipal e abrange os 5.565 municípios brasileiros, utilizando exclusivamente estatísticas públicas oficiais. A leitura dos resultados é bastante simples: o índice varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da localidade.

Nesta edição, a metodologia do IFDM foi aprimorada para captar os novos desafios do desenvolvimento brasileiro. O principal incremento foi situar o Brasil no mundo. A nova metodologia buscou padrões de desenvolvimento encontrados em países mais avançados, utilizando-os como referência para os indicadores nacionais. Outro ponto importante foi a atualização de metas e parâmetros nacionais. Neste caso, o ano de referência deixou de ser 2000 e passou a ser 2010.

Entre as áreas de desenvolvimento, a Saúde ganhou um novo componente: Internações Sensíveis à Atenção Básica. Este indicador acompanha as internações hospitalares que poderiam ter sido evitadas caso os serviços de atenção básica de saúde tivessem sido efetivos - anemia, hipertensão ou diabetes são exemplos nesse sentido. Além disso, foram incorporados parâmetros internacionais para as taxas de óbitos infantis, bem como aumentadas as exigências quanto ao atendimento às gestantes e à identificação de óbitos.

Em Emprego&Renda foram introduzidos dois novos conceitos: desigualdade e grau de formalização do mercado de trabalho local. O primeiro incorpora ao cálculo do IFDM o tradicional índice de Gini, medido a partir da remuneração dos trabalhadores com carteira assinada. Dessa forma, é possível avaliar a concentração da renda gerada no mercado de trabalho local. O segundo conceito procura medir a capacidade do município de absorver a população local, através da relação entre o estoque de trabalhadores com carteira assinada e a população em idade ativa. Além disso, a variável salário foi substituída pela massa salarial, de forma a captar a relevância econômica do município e, portanto, seu potencial de servir como vetor de desenvolvimento para outros municípios.

No IFDM Educação não houve inclusão de variáveis, mas sim atualização dos parâmetros de desenvolvimento, que passaram a se basear no ano 2010, em metas de governo e em padrões internacionais. Dessa forma, foram reforçadas as exigências quanto à formação de professores e ao atendimento em creches e pré-escolas, bem como às taxas de abandono e de distorção idade série.

Quadro-Resumo dos Componentes do IFDM

IFDM

Emprego&Renda Educação Saúde

. Geração de emprego formal . Matrículas na educação infantil . Número de consultas pré-natal

. Absorção da mão de obra local . Abandono no ensino . Óbitos por causas mal-definidas fundamental . Geração de Renda formal . Óbitos infantis por causas . Distorção idade-série no ensino evitáveis . Salários médios do emprego fundamental formal . Internação sensível à atenção . Docentes com ensino superior no básica (ISAB) . Desigualdade ensino fundamental

. Média de horas aula diárias no ensino fundamental . Resultado do IDEB no ensino fundamental

Em 2011, as cidades de Pernambuco apresentaram um quadro socioeconômico abaixo do captado no quadro Distribuição dos Municípios por Grau de Desenvolvimento Brasil: 34,6% de seus municípios apresentaram IFDM 70,3% moderado e nenhum município possui alto 2010 64,9% desenvolvimento, enquanto a nível nacional 60,7% 2011 possuem ao menos classificação moderada. Isso significa 34,6% 28,6% que apenas 64 dos seus 185 possuem pontuação superior a 0,6 pontos. Vale mencionar que apenas a capital – 0,5% 0,0% 0,0% 0,0% – está entre os 500 maiores IFDMs do país. Entretanto, a Baixo Regular Moderado Alto proporção de municípios com classificação de *0,5% dos municípios de PE não foram avaliados em 2010 e 2011 desenvolvimento baixo ou regular diminuiu frente a 2010, e passou de 70,8% para 64,9% como mostra o gráfico ao lado. Essa migração para faixas mais altas de desenvolvimento foi possível graças ao avanço observado no IFDM2011 de 78,9% das cidades pernambucanas.

Analisando as áreas de desenvolvimento do IFDM, Saúde é a vertente que possui maior número de municípios em alto grau de desenvolvimento, 25 (13,5% do total). Há ainda 109 cidades (58,9%) com IFDM Saúde moderado, 47 (25,4%) com conceito regular e apenas quatro (2,2%) com baixo desenvolvimento1. Na comparação com 2010, 80% dos municípios registraram crescimento no indicador de Saúde, devido, sobretudo, a avanços no acompanhamento pré-natal que aumentou em 85,4% dos municípios.

Na vertente Educação, apenas as cidades de e Triunfo (1,1% do total) apresentaram em 2011 alto desenvolvimento, 119 (64,3%) registraram desenvolvimento moderado, enquanto 64 (34,6%) se enquadraram na classificação regular. O IFDM Educação foi a variável que registrou o maior percentual de avanço frente à medição anterior: 162 cidades pernambucanas (87,6%) evoluíram nessa área, impulsionadas principalmente por melhorias nas distorções idade-série e nas notas do IDEB.

Na vertente Emprego&Renda, as cidades deste estado se concentraram principalmente nas classificações mais baixas: 74 cidades (40,2%) apresentaram baixo grau de desenvolvimento e 81 (44%) registraram IFDM Emprego&Renda regular. Nos dois maiores conceitos, 26 municípios (14,1%) exibiram desempenho moderado do mercado de trabalho, ao passo que apenas três (5,4%) registraram alto desenvolvimento: , , e Recife. Vale mencionar que, diante de um cenário de arrefecimento da atividade econômica, 96 municípios (52,5%) apresentaram declínio em seu IFDM Emprego&Renda frente à 2010.

No Top 10 IFDMs do estado, todos os municípios apresentaram grau de desenvolvimento moderado, nenhum registrou alto desenvolvimento. Das 10 cidades, apernas três apresentaram crescimento nas três variáveis: Timbaúba, e . Além disso, observa-se que os dez registraram crescimento no IFDM Educação na comparação com o ano anterior. O município de Fernando de Noronha (2º), apesar de apresentar reduções em Emprego&Renda e Saúde, registrou avanço em Educação passando a apresentar alto desenvolvimento nessa variável. Já Ipojuca (5º) apresenta o maior índice de Emprego&Renda nacional, o que contrasta com o desenvolvimento regular observado no IFDM Educação do município. Por fim, vale destacar o avanço registrado nos municípios de (6º) e Lagoa do Itaenga(9º) que, devido às conquistas no mercado de trabalho e na educação, subiram de posições e passaram a integrar o Top 10 estadual em 2011.

1 São elas Afrânio, Buíque, Inajá e

Tabela 1: 10 maiores IFDMs do estado em 2011 Ranking PE IFDM Var. Emprego & Renda Educação Saúde Municípios 2010 2011 2010 2011 (%) 2010 2011 2010 2011 2010 2011 1º 1º Recife 0,7749 0,7829 1,0% 0,8226 0,8139 0,6707 0,6915 0,8313 0,8434 2º 2º Fernando de Noronha 0,7662 0,7762 1,3% 0,6373 0,6128 0,7974 0,8633 0,8639 0,8526 3º 3º Cabo de Santo Agostinho 0,7416 0,7546 1,8% 0,7953 0,8212 0,6024 0,6156 0,8270 0,8270 4º 4º 0,7297 0,7410 1,6% 0,7862 0,7749 0,5960 0,6275 0,8070 0,8207 5º 5º Ipojuca 0,7293 0,7345 0,7% 0,8935 0,8938 0,5026 0,5246 0,7918 0,7850 29º 6º Itapissuma 0,6364 0,7171 12,7% 0,4554 0,6974 0,6374 0,6472 0,8163 0,8068 8º 7º 0,7005 0,7126 1,7% 0,7687 0,7382 0,6077 0,6367 0,7252 0,7630 10º 8º Timbaúba 0,6807 0,7064 3,8% 0,5939 0,6191 0,6532 0,6888 0,7949 0,8114 24º 9º Lagoa do Itaenga 0,6448 0,7045 9,3% 0,6223 0,6937 0,5558 0,6418 0,7565 0,7780 9º 10º Petrolina 0,6871 0,7034 2,4% 0,7350 0,7377 0,6600 0,7042 0,6663 0,6683 No outro extremo, três municípios estrearam entre os 10 menores IFDMs do estado: , Quipapá e Manari. Apesar de ainda apresentarem um nível de desenvolvimento menor do que o restante do estado, sete municípios exibiram crescimento em seus IFDMs. Buíque foi o único município entre os menores de 2011 que registrou aumento nas três de desenvolvimento. Vale mencionar que, entre os resultados mais baixos, nenhum município apresentou queda simultânea nos três indicadores acompanhados pelo IFDM. Tabela 2: 10 menores IFDMs do estado em 2011 Ranking PE IFDM Var. Emprego & Renda Educação Saúde Municípios 2010 2011 2010 2011 (%) 2010 2011 2010 2011 2010 2011 173º 175º Santa Maria da Boa Vista 0,4505 0,4761 5,7% 0,2883 0,3930 0,5525 0,5452 0,5106 0,4901 178º 176º Águas Belas 0,4427 0,4734 6,9% 0,4457 0,4153 0,4522 0,5250 0,4302 0,4798 174º 177º Quipapá 0,4503 0,4708 4,6% 0,3220 0,4177 0,5515 0,5286 0,4773 0,4659 181º 178º Orocó 0,4298 0,4542 5,7% 0,2869 0,3280 0,5821 0,6112 0,4203 0,4234 182º 179º Afrânio 0,4193 0,4525 7,9% 0,4080 0,4628 0,5184 0,5732 0,3314 0,3214 184º 180º Buíque 0,3451 0,4461 29,3% 0,1584 0,4290 0,5371 0,5584 0,3398 0,3508 179º 181º Itaíba 0,4417 0,4377 -0,9% 0,3963 0,4025 0,5301 0,4979 0,3986 0,4128 183º 182º Tupanatinga 0,4002 0,4281 7,0% 0,3804 0,3819 0,5117 0,5414 0,3085 0,3609 172º 183º Manari 0,4521 0,4255 -5,9% 0,3587 0,2940 0,5439 0,4980 0,4536 0,4845 180º 184º Inajá 0,4319 0,4122 -4,6% 0,3362 0,3558 0,4770 0,5001 0,4825 0,3807 As imagens geograficamente referenciadas abaixo ilustram os níveis de desenvolvimento encontrados no estado de Pernambuco nos anos de 2010 e 2011. Na comparação das imagens, é possível identificar a extinção do município de baixo desenvolvimento e um pequeno avanço na passagem de municípios do desenvolvimento regular para o moderado. Por fim, nota-se também a ausência de pontos azuis escuros indicando que não há cidades com alto desenvolvimento socioeconômico no estado do Rio de Janeiro.

EXPEDIENTE: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) - Av. Graça Aranha, 01 CEP: 20030-002 - Rio de Janeiro. Presidente: Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira; Vice-Presidente Executivo: Augusto Franco Alencar; Diretora de Desenvolvimento Econômico: Luciana de Sá; Gerente de Economia e Estatística: Guilherme Mercês; Equipe: Tatiana Sanchez, Marcelo Nicoll, Jonathas Goulart, Marcio Afonso, João Alter, Carolina Neder, William Figueiredo, Alexandre Gomes, Davidson Nascimento. Sugestões e Informações: [email protected] Visite nossa página na internet: www.firjan.org.br/ifdm