Ano 5 - Número 38 - outubro 2018

FAEMGFederação da Agricultura e Pecuária do Estado de MinasI GeraisSENAR 7 Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG

ZZN Peres/Fazenda Canoas/Divulgação Pecuária OS MUNICÍPIOS LÍDERES

Christiano Nascif Novo curso: Análise Peixes ornamentais Renda extra com assume SENAR Sensorial da premiados em mel no Norte do MINAS Cachaça concurso mundial estado Qual deve ser a prioridade do novo governador em relação ao agronegócio? Victor Schawner Victor Maria Teresa Leal Maria Teresa Leal Maria Teresa

“Desburocratizar as licenças “Falta apoio aos órgãos de “Precisamos de internet com ambientais. Muitas iniciativas pesquisa e extensão rural. qualidade e outros atrativos para ficam travadas no campo Precisamos de mais engenheiros que os jovens permaneçam no porque não se conseguem as agrônomos e técnicos no interior campo. A sucessão familiar nas devidas licenças. O produtor é para melhorar a produtividade propriedades é um problema um defensor da natureza, e não o e rentabilidade dos produtores e que precisa ser visto pelo poder contrário.” diminuir o êxodo rural.” público.” Luiz Cláudio dos Santos Chaves, Marcelo de Paula Pereira, presidente do Evando Lage Avelar, presidente do SPR presidente do SPR de Manga SPR de de Ludymila Toledo Ludymila Maria Teresa Leal Maria Teresa Arquivo Sistema FAEMG Sistema Arquivo

“Gostaria que houvesse mais “A desburocratização é “A prioridade é a regulamentação investimentos na segurança, com extremamente necessária. Há da nova lei estadual do Queijo mais patrulhamento, viaturas processos que estrangulam o Minas Artesanal para que centenas e policiais. Estamos à mercê dos produtor. Também precisamos de de produtores trabalhem com mais bandidos.” mais segurança com a volta das segurança e possam comercializar Maurílio Guilhoto, presidente do SPR de patrulhas rurais.” livremente seus produtos. Isso Monte Azul Chico Augusto de Castro, presidente do significará mais dignidade e renda SPR de para esses trabalhadores e menos êxodo rural.” Roberto de Castro, presidente do SPR do

Avenida do Contorno, 1.771 - Floresta - - 30.110-005 - Fones: (31) 3074-3100 e 3074-3094 - www.sistemafaemg.org.br REVISTA I facebook.com/SistemaFaemg Twitter: @sistemafaemg FAEMG SENAR Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG FAEMG PRESIDENTE Roberto Simões VICE-PRESIDENTES Afonso Luiz Bretas, Alberto Adhemar SENAR MINAS PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Roberto Simões do Valle Júnior, Délio Prado Lopes, Domingos Frederico Neto, Eduardo de Carvalho Pena, José SUPERINTENDENTE INTERINO Celso Furtado Júnior Éder Leite, Leonardo dos Reis Medeiros, Lino da Costa e Silva, Políbio Esteves Guedes Júnior, Revista FAEMG|SENAR Editado pela Assessoria de Comunicação Renato José Laguardia de Oliveira, Ricardo Quadros Laughton, Rivaldo Machado Borges Coordenador DE COMUNICAÇÃO: Lauro Diniz Júnior, Salviano Junqueira Ferraz Júnior, Thiago Soares Fonseca, Weber Bernardes de Andrade Equipe: Ana Paula Teixeira, Flávio Amaral, Graziela Reis (edição), Janaína Rochido, Ludymila DIRETORES SECRETÁRIOS Rodrigo Sant’Anna Alvim, Antônio de Salvo DIRETORES Marques, Maria Teresa Leal, Rodrigo Moinhos e Silvana Matos (edição) TESOUREIROS Breno Pereira de Mesquita, Jerônimo Giacchetta CONSELHO FISCAL Geraldo Revisão: Gustavo Abreu Ferreira Porto, Jadir Maurício Lanza Rabelo, José Alfredo Quintão Furtado projeto gráfico e Edição de arte: BravaDesign IMPressão: Global Print Os artigos assinados e declarações são de inteira responsabilidade dos autores. Envie suas sugestões de pauta para [email protected]

2 www.sistemafaemg.org.br Rafael Motta

Página Stock 10

Carta do Presidente Roberto Simões Presidente do Sistema FAEMG Prezado Produtor, Podemos nos orgulhar: Minas Gerais é 4 PECUÁRIA | Pesquisa 27 ABC CERRADO realmente uma potência pecuária. Café e revela os municípios de Alunos aprimoram leite sempre foram pilares do agronegócio do estado. Unindo a tradição com as novas Minas que se destacam na equipamento de coleta tecnologias, os pecuaristas estão conseguindo produção animal de solo cada vez melhores resultados. A Pesquisa Pecuária Municipal (PMM) do 10 ORNAMENTAIS 28 ENTREVISTA IBGE mostrou que os produtores mineiros Criadores mineiros de Christiano Nascif assume estão caprichando na produção. Temos o peixes ganham concurso a superintendência do maior rebanho de vacas ordenhadas do país. no Norte do país SENAR MINAS Consequentemente, somos campeões na produção de leite: são 8,9 bilhões de litros 12 AGENDA | Fique por 30 CACHAÇA | SENAR lança ordenhados por ano. E, o mais importante, a dentro da Semana curso de análise sensorial produtividade só cresce. E aumenta também Internacional do Café em outras áreas. Apesar da crise, a produção mineira de DIVULGAÇÃO 32  equinos, suínos, búfalos, aves, ovos e alevinos 14 BALDE CHEIO Festivais e feiras ajudam registrou alta. É o resultado da eficiência na a aumentar a venda de criação dos animais. 16 CAFÉ + FORTE produtos de alunos do Nesta edição da revista, reportagens SENAR tratam ainda de prêmios importantes 17 GRANDE ENCONTRO alcançados pelos produtores rurais do Produtores e familiares se 34 SENAR 25 ANOS estado. As mulheres mostram a sua força na reúnem em Lima Duarte Gilmar Cabral, o aluno cafeicultura. Agricultores familiares estão que virou instrutor criando os mais belos peixes ornamentais. SINDICATOS e especialista em Foram os vencedores de concurso mundial. 18 E ainda podemos observar como o Norte degustação de café de Minas está se destacando na produção 19 AGROINDÚSTRIA do mel de aroeira. O entreposto de Bocaiuva Empresa de Paraopeba 36 GQC | Resultados vai ajudar a melhorar ainda mais a renda lucra com o controle animam produtores em daqueles que são tão castigados pela falta biológico de pragas Limeira do Oeste de água. Enfim, o homem do campo mostra seu 22 NOSSA GENTE 38 CAVALGADA DO valor em diversas áreas do agronegócio. BATOM | Mulheres Sabe fazer seu trabalho. Mas precisa que os 24 APICULTURA | Mel percorrem 15 quilômetros próximos governantes, que acabam de ser de aroeira conquista na região de Santa Maria eleitos, ajudem a impulsionar suas atividades, agricultores familiares do de Itabira reduzindo impostos e outros entraves. Vamos seguir vigiando e cobrando ações para a Norte de Minas melhoria da agricultura e da pecuária.

FAEMG | SENAR 3 OS MAIORES DA pecuária mineira Por atividade, a revista FAEMG/SENAR apresenta os municípios que mais se destacam na produção animal

inas Gerais é uma do Instituto Brasileiro de Geografia e potência pecuária. Estatística (IBGE). Também apresenta Está no primeiro lugar bons resultados e fica na terceira no ranking nacional colocação no rebanho total de bovinos, em número de vacas na extração de mel, na criação de Mordenhadas, na produção de leite e codornas e na produção de ovos de na criação de equinos, de acordo a galinhas e codornas. O rebanho mineiro última Pesquisa Pecuária Municipal, de suínos é o quarto maior do país.

4 www.sistemafaemg.org.br Historicamente, o estado “Minas Gerais é uma “O leite é produzido em “Em relação ao leite, produz de 25% a 30% do potência na pecuária todos os municípios podemos observar que os leite do país. No último leiteira, primeiramente, mineiros. Observamos pecuaristas que participam ano, observamos um por tradição. O estado tem que em Minas há uma do Balde Cheio conseguem crescimento expressivo ainda o maior rebanho aproximação dos rebanhos resultados ainda melhores. da produtividade, de girolando do país, que se das regiões produtoras de A média no estado é 45,2%. Isto mostra a destaca pela boa produção. grãos, para otimizar custos. de 2.619l/vaca/ano. Os profissionalização do E os pecuaristas investem Os pecuaristas estão mais participantes do programa setor.” cada dia mais em eficiência. tecnificados, buscando alcançam 4.600l/vaca/ Humberto Silva Augusto, Este é um caminho sem gestão e produtividade ano, mesmo índice na supervisor de Pesquisa volta.” para se manterem no Argentina, Uruguai e Nova Agropecuária do IBGE em Minas Rodrigo Alvim, diretor mercado.” Zelândia.” da FAEMG e presidente da Aline Veloso, coordenadora Walisson Lara Fonseca, Comissão Nacional de Pecuária da Assessoria Técnica da FAEMG coordenador Geral do Programa de Leite Balde Cheio pela FAEMG

Líderes Municípios que se destacaram nas atividades pecuárias mais revantes para Minas FAEMG Arquivo BOVINOS Município rebanho 1º Prata (Triângulo) 407.810 2º Campina Verde (Triângulo) 337.663 3º Unaí (Noroeste) 270.360 4º Paracatu (Noroeste) 235.181 5º Santa Vitória (Triângulo) 230.752 6º João Pinheiro (Noroeste) 228.140 7º Uberlândia (Triângulo) 224.450 8º (Triângulo) 223.740 9º (Alto Paranaíba) 219.002 10º Carlos Chagas (/Mucuri) 207.772 VACAS ORDENHADAS Município rebanho 1º Prata (Triângulo) 56.000 2º Patos de Minas (Alto Paranaíba) 44.230 3º Unaí (Noroeste) 37.900 4º Monte Alegre de Minas (Triângulo) 33.500 5º Teófilo Otoni (Jequitinhonha/Mucuri) 31.382 6º Pompéu (Central) 30.750 7º Passos (Sul) 30.450 8º Patrocínio (Alto Paranaíba) 29.000 9º Coromandel (Alto Paranaíba) 26.420 10º Paracatu (Noroeste) 25.000

FAEMG | SENAR 5 os MAIORES da pecuária Maria Teresa Leal al sso pe o iv u q r A

Prata tem o maior rebanho de Minas e o maior número de vacas ordenhadas. Temos clima bom e terras planas e férteis. A logística também é ótima: estamos ao lado de polos consumidores, como São Paulo; e perto de áreas importantes na agricultura, o que facilita o acesso aos insumos para rações. Além disso, temos o Sindicato e a Cooperativa atuantes, estimulando produtores a adotar as melhores práticas. Prata é exemplo para todo o Brasil na pecuária de leite de produção familiar. Temos 70 projetos de pastagens irrigadas de pequeno porte. Na pecuária de corte, temos muitos confinamentos.” Adelino José Pereira Neto, presidente do SPR de Prata

r ne aw ch S r o t c i V LEITE Município Produção (Em litros) 1º Patos de Minas (Alto Paranaíba) 191.328.000 2º Patrocínio (Alto Paranaíba) 144.432.000 “Somos os primeiros em produção 3º Coromandel (Alto Paranaíba) 119.070.140 leiteira porque temos pecuaristas 4º Pompéu (Central) 117.899.585 com boas estruturas e várias cooperativas. Os produtores de Patos 5º Lagoa Formosa (Alto Paranaíba) 98.310.000 são dedicados, mesmo quando 6º Prata (Triângulo) 95.000.000 o preço do litro deixa a desejar. 7º Carmo do Paranaíba (Alto Paranaíba) 93.596.000 Podemos citar também o clima, as boas pastagens e os sistemas de 8º Unaí (Noroeste) 91.301.000 silagem. São fatores importantes 9º Perdizes (Alto Paranaíba) 86.020.000 para a alta produção leiteira.” 10º Rio Paranaíba (Alto Paranaíba) 83.173.000 Elhon Cruvinel, presidente do SPR de Patos de Minas

6 www.sistemafaemg.org.br os MAIORES da pecuária

al sso pe o iv u q r A Henrique Macedo

EQUINOS É surpreendente Carlos Chagas Município Rebanho na primeira colocação na criação 1º Carlos Chagas (Jequitinhonha/Mucuri) 11.060 de equinos. Acredito que seja pelo 2º (Norte) 7.200 número de animais usados na lida com o gado – somos fortes na 3º Uberlândia (Triângulo) 7.117 criação de bovinos (10º lugar). Na 4º Governador Valadares (Rio Doce) 6.958 região, também há um movimento crescente de cavalgadas, nas quais 5º Teófilo Otoni (Jequitinhonha/Mucuri) 6.905 o mangalarga marchador é o 6º (Triângulo) 6.671 preferido, e de provas de laço, tambor 7º Prata (Triângulo) 6.515 e vaquejada, que têm o quarto de milha em destaque. Em apenas uma 8º Unaí (Noroeste) 5.990 cavalgada de julho, chegamos a 9º João Pinheiro (Noroeste) 5.620 reunir 1.200 cavalos. A turma daqui 10º São Francisco (Noroeste) 5.505 gosta bastante.” Agropecuária Xapetuba Willer Martins da Silveira, presidente do SPR de Carlos Chagas

U R S m o c s A

“A BRF (Sadia/Perdigão) é fundamental para este desempenho recorde de SUÍNOS Uberlândia na produção de Município Rebanho suínos e galináceos. Pelo sistema 1º Uberlândia (Triângulo) 638.000 de integração proposto por 2º (Zona da Mata) 269.007 eles, a indústria entra com a matéria-prima e os remédios; e os 3º Patos de Minas (Alto Paranaíba) 233.450 produtores com a infraestrutura 4º Urucânia (Zona da Mata) 210.800 e a mão-de-obra. Além disso, Uberlândia está a um raio de mil 5º Pará de Minas (Central) 194.500 quilômetros de grandes centros 6º Patrocínio (Alto Paranaíba) 150.600 consumidores, como BH, Brasília, 7º Ponte Nova (Zona da Mata) 109.700 Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.” 8º Monte Alegre de Minas (Triângulo) 105.600 Gustavo Galassi, presidente do SPR de 9º Santa Juliana (Alto Paranaíba) 103.100 Uberlândia 10º Ituiutaba (Triângulo) 100.400

FAEMG | SENAR 7 os MAIORES da pecuária u had an It PR GALINÁCEOS S o iv u q Município Número r A de cabeças 1º Uberlândia (Triângulo) 12.950.000 2º São Sebastião do Oeste (Centro Oeste) 9.637.900 3º Pará de Minas (Central) 7.900.000 4º Itanhandu (Sul) 4.700.000 5º São José da (Central) 4.537.000 6º Pitangui (Central) 4.181.000 7º Monte Alegre de Minas (Triângulo) 3.600.000 8º (Central) 3.353.000 9º Uberaba (Triângulo) 3.148.000 A produção de galinhas e ovos 10º Montes Claros (Norte) 2.895.315 de galinha em Itanhandu é uma tradição de mais de 60 anos. Stock Temos muitas granjas de grande porte, como o Aviário Mantiqueira, o maior da América Latina, e outras como a Iana, a Santa Marta, o Sétimo Céu e a Isméria. Favorecem a quantidade e a qualidade dos ovos: o know-how (pessoal altamente tecnificado), tecnologia de ponta e galpões automatizados, com o mínimo de interferência humana.” Lucas Alves da Silva Freitas, presidente do SPR de Itanhandu

OUTROS RAMOS Na atividade pecuária, a produção mineira de caprinos e ovinos ocupa, respectivamente, o 11º e o 16º lugares no ranking nacional de criatórios. Uberlândia é o município com o maior rebanho de cabras. E São João da Ponte GALINHAS tem o maior número de ovelhas. Em Município Número relação à criação de alevinos, está na de cabeças 13º colocação, mas apresentou alta de 1º Itanhandu (Sul) 3.604.000 26,3% frente ao registrado em 2016. O 2º Montes Claros (Norte) 2.040.000 município que mais produz alevinos 3º Passa Quatro (Sul) 1.911.000 em Minas é Alfenas. Já no ranking nacional da produção de peixes, 4º (Sul) 1.577.000 ocupa o 6º lugar. E Morada Nova de 5º Santo Antônio do Monte (Centro Oeste) 828.400 Minas responde pela maior produção 6º (Sul) 805.000 – 10,5 milhões de quilos em 2017. A 7º Divinópolis (Centro Oeste) 704.680 criação de bubalinos no estado é a 8º Uberlândia (Triângulo) 634.090 sétima maior do país e o município de 9º (Centro Oeste) 348.000 destaque é . 10º Bom Despacho (Centro Oeste) 318.500

8 www.sistemafaemg.org.br os MAIORES da pecuária es rdõ Pe PR OVOS DE GALINHA S o iv u q Município Produção r A (Dúzias) 1º Itanhandu (Sul) 74.610.000 2º Montes Claros (Norte) 52.789.145 3º Passa Quatro (Sul) 38.806.000 4º Pouso Alto (Sul) 35.923.000 5º Santo Antônio do Monte (Centro Oeste) 18.965.300 6º Nepomuceno (Sul) 17.760.000 7º Divinópolis (Centro Oeste) 16.650.000 8º Uberlândia (Triângulo) 10.393.000 9º (Sul) 7.776.470 10º Carmo do Cajuru (Centro Oeste) 6.865.054 A produção de codornas é expressiva em Perdões basicamente CODORNAS por causa do sucesso da Município Número Granja Loureiro. Uma empresa de cabeças agrícola referência na produção, processamento, comercialização e 1º Perdões (Centro Oeste) 900.000 distribuição de ovos de codorna em 2º Itanhandu (Sul) 585.350 conserva. É uma produção muito 3º Lavras (Sul) 376.000 importante para a economia da 4º Pouso Alto (Sul) 376.000 cidade. Os ovos são enviados para todo o Brasil e a atividade gera 5º Delta (Triângulo) 40.000 empregos diretos e indiretos. A 6º Itamonte (Sul) 35.050 produção de ovos em conserva gira 7º Jesuânia (Sul) 25.000 em torno de 200 toneladas/mês.” 8º Virgínia (Sul) 16.000 Danilo Vilela, presidente do SPR de 9º Itaúna (Centro Oeste) 10.000 Perdões 10 º Passa Quatro (Sul) 7.200 FORÇA DAS

Arquivo SPR Perdões Arquivo ABELHAS

OVOS DE CODORNAS Município Produção A produção mineira de mel é (Dúzias) a terceira maior do país, com 4,5 milhões de quilos em 2017. Os 1º Perdões (Centro Oeste) 18.000.000 maiores municípios produtores 2º Itanhandu (Sul) 12.597.300 são , com 347,8 mil 3º Lavras (Sul) 6.300.000 quilos (Jequitinhonha/Mucuri), 4º Pouso Alto (Sul) 3.600.000 e Bocaiuva (Norte), com 211,5 mil 5º Delta (Triângulo) 900.000 quilos. A apicultura se transforma 6º Itamonte (Sul) 547.900 em opção para diversificação e 7º Jesuânia (Sul) 432.000 ganhos extra nas regiões mais 8º Virgínia (Sul) 350.000 secas do estado (veja reportagem 9º Itaúna (Centro Oeste) 274.000 sobre o mel do Norte de Minas nas 10º (Norte) 195.120 páginas 24, 25 e 26).

FAEMG | SENAR 9 Arquivo Inatuz

Vencedores mineiros do Concurso Mundial de Peixes Ornamentais

Maria Teresa Leal Aquacultura Sucesso nos aquários Criadores de peixes ornamentais mineiros são premiados em evento mundial no Rio Grande do Norte iNCENTIVO Para a diretora de Aquacultura da Seapa Quando o mestre de cerimônias Odair e outros nove pro- (Secretaria de Estado da Agricultura, anunciava os vencedores do “Concur- dutores mineiros ganharam Pecuária e Abastecimento), Ana Carolina de so Mundial de Peixe Ornamental”, em 45 prêmios no evento, que foi Castro Euller, o desempenho dos mineiros Natal (RN), o piscicultor Odair Francis- realizado junto à Feira Interna- no concurso mostra que, além de sermos co Silveira, de São Francisco do Glória, cional de Aquarismo e contou o maior produtor de peixes ornamentais Zona da Mata, deixou o recinto. “Saí com a participação de criadores do país, temos também uma criação de para espairecer. Vi tanto peixe bonito das Américas do Norte, do Sul, qualidade. que achei que não teria chance”, disse. Austrália, Europa, Ásia e de 14 Ele mal pôde acreditar quando foi cha- estados brasileiros. Os criadores “Precisamos continuar mado para receber os troféus: ganhou tiveram acesso a material gené- quatro, com as espécies Plati Azul e tico de primeira linha (matrizes investindo neste setor Rubi. “Fiquei muito feliz. Depois de e reprodutores) para compor que gera emprego e tantos anos de trabalho, finalmente, seus plantéis e a muitas oportu- um reconhecimento.” nidades de negócios. renda a agricultores familiares.”

10 www.sistemafaemg.org.br Arquivo pessoal Fotos: Alexandre Mota

Beleza está entre os atributos dos ornamentais criados em Minas “O mercado de peixes ornamentais está em ascensão, com o aumento VENCEDORES da demanda. Os produtores “Ganhei sete prêmios no concurso. entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por mês que oferecem beleza, saúde, Trabalho no ramo desde 1996. e vendo, principalmente, para boa coloração e tamanho Hoje, tenho 60 mil unidades das BH, São Paulo, Santa Catarina e não estão dando conta da espécies Molinésia e Guppy. Vendo Curitiba.” para distribuidoras que revendem demanda. Mas eles são Odair Francisco, criador de São para BH, Brasília, São Paulo, Rio, Francisco do Glória poucos. A maioria é carente de Curitiba e Rio Grande do Sul. É informações: comete erros de prazeroso trabalhar com peixes. Participar do concurso valorizou “Estou no ramo desde 2000. nutrição e de seleção genética. meu produto e me proporcionou Construí 120 tanques que abrigam Os cursos do SENAR ajudam bons contatos.” 2 mil unidades da espécie muito. Como instrutor, eu vejo Maxuel Laviola Leite, criador de São Beta. Em Natal, ganhei cinco Francisco do Glória primeiros lugares, dois segundos como informações simples e um terceiro. Fiquei surpreso! O fazem enorme diferença.” resultado aumentou a procura “Crio peixes ornamentais há por meus peixes em 30%. Mas já Gabriel Miranda Batista, médico- 20 anos. Estava desempregado veterinário, presidente da Associação dos vivi tempos melhores com um quando fui convencido por rendimento bruto entre R$ 5 mil Aquicultores de Patrocínio do Muriaé e amigos a iniciar a atividade. Hoje, e R$ 6 mil por mês. A produção Barão de Monte Alto, criador e instrutor do tenho cerca de 2 mil unidades é quase toda vendida para SENAR de peixes das espécies Platy, comerciantes de São Paulo.” Guppy e Paulistinha. Cultivo em caixas próprias, tanques e poços Vando Caetano Vardiero, criador de Cursos do senar escavados. Minha renda varia São Francisco do Glória n Tanque-rede n Peixes ornamentais n Tanque escavado 350 Produtores familiares trabalham com peixes, artesanalmente, em Minas, segundo a Seapa 45 prêmios para Minas Gerais no Concurso Mundial de Peixes Ornamentais

FAEMG | SENAR 11 SEMANA INTERNACIONAL DO Vitor Macedo CAFÉ Atrações do maior encontro brasileiro da cafeicultura que você não pode perder, entre 7 e 9 de novembro, no Expominas

O evento reunirá 20 mil visitantes, de mais de 40 países. Serão 25 ações simultâneas, entre encontros, semi- nários, cursos, competições e sessões de cupping. A programação é dividida em três temas: Mercado & Consumo, DESTAQUES Conhecimento & Inovação, Negócios n Exposição de produtos n Fórum da Cafeicultura Sustentável 2018 & Empreendedorismo. Promoção: A plataforma de negócios reunirá novidades Reunirá os principais profissionais do setor FAEMG, em parceria com o Sebrae, a e oportunidades para produtores rurais, para debater ações na cafeicultura e os Café Editora e o governo de Minas. cooperativas, torrefadores, exportadores, próximos passos para o desenvolvimento varejistas, empreendedores, food service, sustentável das gerações futuras. baristas e consumidores. Serão 180 “A SIC mostra como o Brasil tem empresas expositoras e previsão de mais n Conferência Global de Sustentabilidade produzido café com competência, de R$ 38 milhões em negócios. do Café 2018 qualidade e muita sustentabilidade É um dos eventos mais importantes sobre – econômica, social e ambiental. n DNA Café 2018 sustentabilidade do mundo. Especialistas, Estamos no caminho certo e há um Simpósio com atores da cadeia cafeeira pesquisadores, técnicos, produtores, mundo de oportunidades. O desafio nacional e internacional para debater exportadores, industriais e sociedade é conectar os elos.” tendências, desafios e ações para o futuro do civil (ONGs) discutem perspectivas mercado de café mundial. Os encontros são para o mesmo (grande) desafio: a Breno Mesquita, diretor do Sistema realizados em formato de mesas redondas, sustentabilidade da cafeicultura. FAEMG e presidente das comissões técnicas com representantes de diversos setores e de Cafeicultura da FAEMG e da CNA mediadores.

Bruno Lavorato Bruno Lavorato

Há várias oportunidades para conhecer o mercado e fazer negócios durante o evento A SIC é palco para o aprendizado

12 www.sistemafaemg.org.br Espaço Café+Forte Campeonatos Além de promover o encontro Também são destaques os mundiais e a capacitação dos técnicos minicursos e oficinas A Copa do Mundo do café promete e produtores participantes, acirrados combates entre centenas será oportunidade para que os n Qualidade como estratégia de de competidores de mais de 40 visitantes da SIC conheçam o comercialização – degustação países, em quatro campeonatos programa do Sistema FAEMG comentada simultâneos. n  voltado à gestão de custos Apuração de custos de produção na n World Latte Art Championship é o desenho da cafeicultura. O ponto alto cafeicultura com leite na superfície do café, pela será o lançamento oficial do n Aspectos sensoriais para degustação manipulação do fluxo de leite (“free pour latte Sistema de Gestão do Café+Forte de cafés art”) ou com o uso de uma ferramenta para o (SGC+F), plataforma on-line para n Planejamento operacional da desenho (etching). n  gerenciamento de custos da cafeicultura World Coffee in Good Spirits Championship atividade cafeeira. é o preparo do café com drinques alcoólicos e outros ingredientes que harmonizam com a bebida quente ou fria. Espaço Inovação NovoAgro 4.0 n World Brewers Cup é a avaliação da Startups e empresas de base tecnológica apresentarão seus performance do barista ao preparar café em produtos e serviços relacionados, direta ou indiretamente, método filtrado de sua escolha, alcançando com a cadeia produtiva do café. sabores surpreendentes. n World Cup Tasters Championship é o campeonato destinado aos provadores de DESTAQUES café. A cada rodada é preciso acertar qual é o café diferente entre as amostras. Bruno Lavorato n Encontro Nacional IWCA Brasil A Aliança Internacional das Mulheres do Café do Brasil reunirá 400 cafeicultoras, MAIS DE CAFÉ empresárias e baristas de todo o país para Cup of Excellence/Divulgação debater os principais passos para atuação do grupo.

n Cafeteria Modelo No espaço, empreendedores encontrarão orientação em planejamento de negócios e capacitação técnica, apresentações e workshops com profissionais conceituados, sobre os segredos de No Coffee of The Year o público experimenta e escolhe os melhores cafés do Brasil espressos e drinques, torra, degustações e os diferentes métodos de preparo da bebida. n Coffee of the Year Brasil 2018 Em um novo recorde, o concurso recebeu este ano 405 amostras de café de todo o Bruno Lavorato país. Os 10 melhores serão provados pelo público. O mais votado será premiado Foram vencedores da etapa como o melhor café do Brasil desta safra. internacional do Cup of n Sessões de Cupping & Negócios Excellence – 2018, em Amostras de cafés da safra atual de todo Guaxupé: o Brasil serão provadas por classificadores e compradores nacionais e internacionais n Categoria “Pulped Naturals” (cereja para a negociação direta com os descascado: café “gueixa” da Fazenda produtores. Primavera, em Angelândia, na Chapada de Minas, com 93,89 pontos. Leonardo n Cursos e workshops Montesanto Tavares recebeu o troféu. Torra Lab – técnicas de torra especial e n Categoria “Naturals”: café cultivado gestão de microtorrefações por Maria do Carmo Andrade, na Sensory Skills – análise sensorial Fazenda Paraíso, em Carmo do Barista Skills – práticas para preparos de Paranaíba, no Cerrado Mineiro, com café 93,26 pontos. Ismael José de Andrade Fermentação para cafés especiais foi quem recebeu o troféu.

FAEMG | SENAR 13 A produção das vacas aumentou com o manejo correto da pastagem

Assistência que faz Depois de muitos prejuízos, diferença pecuarista equilibra sua produção Fotógrafo, especialista em ima- lhar. “Eu não sabia tirar leite. As vacas ficiente para o tamanho da terra e a gens aéreas, Paulo Oliveira tornou-se ficaram muito inquietas pela falta da produção de leite caiu. pecuarista de leite sem planejar, sem ordenha. Foi desesperador.” Como se não bastasse, seu reba- conhecimento técnico e sem vocação Em vez de desistir, Paulo adquiriu nho foi contaminado pelo Trypano- nenhuma. É que sua esposa, Talita, uma ordenhadeira mecânica. Buscou soma, parasita que age na corrente recebeu uma terra de herança no mu- informações técnicas na cooperativa sanguínea do gado, podendo levar ao nicípio de Prata, tradicional região local, comprou mais vacas e cons- óbito. O jeito foi vender algumas va- produtora de leite, e ele, interessado truiu dois silos para armazenagem de cas e uma casa para pagar as dívidas numa atividade que o mantivesse em ração. Chegou a tirar, nesta época, mil e tratar os animais doentes. “Nessa casa, perto da família, decidiu investir litros de leite por dia, com 90 vacas época, eu me senti muito desani- no segmento. Comprou dez vacas e em lactação. Na sequência, montou mado e pensei em vender ou alugar contratou um funcionário para a or- um sistema de irrigação para 5 hec- a propriedade e voltar a fotografar. denha. Tudo ia bem até que, um dia, o tares. Mas, quando chegou o período Graças ao apoio da minha esposa, colaborador não apareceu para traba- de seca, o sistema mostrou-se insu- não desisti.”

14 www.sistemafaemg.org.br Paulo Oliveira Imagens Aéreas/Divulgação

Maria Teresa Leal

A virada Um dia, Paulo foi contratado Estância do Vovô e surpreendeu- para fotografar uma propriedade se com o fato de a propriedade em Araxá que era atendida pelo ter muita tecnologia e pouco Balde Cheio. O proprietário con- manejo. Os nove hectares eram, tou que também havia passado integralmente, utilizados para a por momentos difíceis e que as pastagem do rebanho. “Tenho muito orgulho de coisas só começaram a melhorar “Nossa primeira recomenda- ser técnico do Balde Cheio. quando ele pôde contar com a ção foi reduzir essa área para um assistência do programa da Em- hectare, economizando água, Antes, eu só fazia assistência brapa, coordenado pela FAEMG. tempo e dinheiro. Talita passou para apagar fogo, por não Paulo procurou se informar a a anotar as despesas, receita, conhecer a metodologia. respeito. pluviometria, parição, cobertura Agora, tenho mais “Esperei que o engenhei- e pesagem do leite uma vez por ro ambiental da Cooperativa, mês. Adriano lembrou a impor- segurança e conhecimento Adriano Ferreira, concluísse sua tância de o produtor aprender a para trabalhar. A troca formação, como técnico do Bal- manejar o pasto, roçando e adu- de informações com o de Cheio para que pudéssemos bando, conforme as recomenda- trabalhar juntos.” Deu certo. Três ções. Mas ele nem sempre acata- supervisor Lucas Leocádio meses depois, Adriano esteve na va o que lhe era pedido. e os coordenadores Walter Miguel Ribeiro (estadual) e Artur Chinelato (nacional) é Unidade Demonstrativa muito saudável.” Em dezembro de 2016, faltou a confiar na nossa metodologia”, Adriano Ferreira, técnico do Balde Cheio ureia no mercado. Por conta pró- disse Adriano. Hoje, a Estância pria, o produtor deixou de “roçar do Vovô é uma UD (Unidade De- o pasto”, pensando que, assim, o monstrativa), uma espécie de capim cresceria e ele teria mais “propriedade-modelo” do Balde MODELO alimento. Só que, nessa condi- Cheio. O próximo passo é inves- Propriedade atendida: Estância do Vovô ção, a vegetação ganha fibras e tir em melhoramento genéti- Supervisor: Lucas Leocádio perde proteínas. “Logo, Paulo co. “Trabalho muito mais feliz Técnico: Adriano Ferreira percebeu que a produtividade e com os dois pés no chão”, diz Entidade parceira: Cooperativa do Prata tinha caído e, a partir daí, passou Paulo. Antes do Balde Cheio vacas em Litros/dia lactação

6 40 Depois do Balde Cheio

Paulo Oliveira, com a esposa, Talita, e os filhos, Mateus e Gabriel: suporte 15 250

FAEMG | SENAR 15 Sonho que rende frutos montanhosa, sinto falta de um trator e Produtor do Sul de Minas uma bomba para pulverizar”, disse. aumenta produção em Quando começou a trabalhar com 40% com participação no cafeicultura, Vicente tinha pouca ex- periência. “Eu comprava o adubo er- “Vicente evoluiu bastante, programa rado, de má qualidade, e aplicava em desde que aderiu ao Café grande quantidade. Gastava muito e Vicente de Paulo Ireno, de Boa Es- meu café não rendia.” + Forte. Ele é dedicado perança, foi tipógrafo em gráficas de Há três anos, Vicente passou a ser e fez adequações na Belo Horizonte e São Paulo e lavrador atendido pelo Café + Forte. O hábito de propriedade para em Boa Esperança. Mas só quando teve anotar despesas e receita o ajudou a ter um negócio próprio – um bar-mercea- mais controle financeiro, a saber o que conseguir as certificações ria – é que conseguiu juntar dinheiro mais pesa no custo e onde é necessário Fair Trade e UTZ: para realizar um sonho antigo: adqui- investir. Na cooperativa local, ele conta construiu um depósito rir um pedaço de terra e plantar café. com assistência de um agrônomo que para armazenar produtos Isso foi há 15 anos. Hoje, Vicente lhe dá dicas de manejo e faz análises tem três alqueires de sua Fazenda periódicas do solo. Com isso, sua pro- agroquímicos, um Felícia ocupados pelos cafezais e co- dução aumentou entre 30% e 40%. terreiro de secagem e um lhe 200 sacas por safra. Ele tem ajuda “Meu sonho, agora, é ter meus fi- barracão para guardar apenas da esposa, Ivaneide, porque os lhos aqui comigo para me ajudar. Eles suplementos e adubos.” dois filhos, Ricardo e Lucas, já adultos, estão vendo meu progresso e um deles moram em outras cidades. “A gente dá já pensa, seriamente, em voltar”, diz o Walter Pinheiro, engenheiro agrônomo e conta, mas, como estou numa região cafeicultor de 65 anos. técnico do Café Mais Forte Fotos: Arquivo pessoal

Administra o custo da produção e identifica o momento mais vantajoso para negociar o café. A metodologia simples e eficiente pode ser adotada por todos os cafeicultores, qualquer que seja o tamanho da propriedade, e permite o controle gerencial on-line.

“Meu sonho, agora, é ter meus filhos aqui comigo para me ajudar. Eles estão vendo meu progresso e um deles já pensa, seriamente, em voltar”. Vicente de Paulo Ireno, cafeicultor

16 www.sistemafaemg.org.br Álvaro Modesto/Divulgação Álvaro

LIMA DUARTE Por dentro das novidades Grande Encontro contou com palestras sobre inovação, sindicalismo e mercado do leite

vidos por informações, 600 rar a gestão das fazendas. Trata-se de agricultores e pecuaristas uma plataforma que reúne informa- Mérito Rural participaram do 13º Encon- ções sobre rebanho, produtividade, Homenageados com medalhas durante o tro de Produtores Rurais de dados zootécnicos e genéticos de to- Grande Encontro: LimaÁ Duarte. O evento, promovido dos os bovinos do planeta. Produtora rural, da fazenda Pão de Angu: Maria no Centro Esportivo Lincoln Morei- As outras palestras, do coordena- Terezinha de Campos e filhos ra, motiva a troca de ideias entre ho- dor da assessoria sindical da FAEMG, Assessor jurídico da FAEMG: mens e mulheres do campo. Wilson Moura, e do presidente da Francisco Barbosa Simões O palestrante Mauro Carrusca fa- Comissão de Pecuária de Leite da Coordenador da Assessoria Sindical da FAEMG: lou sobre inovação e citou a ‘internet FAEMG, Eduardo Pena, também Wilson Moura das vacas’, espécie de rede social da apresentaram novidades de suas áre- Coordenador do programa Balde Cheio: Walter Miguel pecuária leiteira, criada para melho- as aos produtores rurais. Ribeiro

resa Lea a Te l ari M s: to o F

“Este encontro “É muito bom “Os produtores “Estamos num “Falei sobre o existe para porque ficamos lá rurais devem se momento de Conseleite, que trazer motivação na roça, sem saber manter abertos transição na forma é um modelo de e novidades de nada. Aqui, às novas ideias, de atuação dos autogestão para o tecnológicas. É sempre tem alguém aproximando-se das sindicatos e da preço do leite. Não é uma forma de esclarecido que novas gerações e Federação. Por isso, um tabelamento. É fazer o produtor chama a atenção ajudando a evitar o lançamos novos uma sugestão, com rural abraçar para uma ideia êxodo rural.” serviços, como o base em indicadores as novidades e interessante. Eu Mauro Carrusca, FAEMG Seguros e dos pecuaristas a necessidade anoto no meu presidente da Carrusca o FAEMG Saúde. e da indústria de de gestão mais caderninho e Inovation e vice- E estão vindo por laticínios. É uma eficiente.” pesquiso para presidente da Sucesu aí a central de forma de colocar os saber se é o caso de compras coletivas, dois lados juntos, Olivier de Paula, Minas presidente do sindicato adotá-la.” a conta virtual e a tendo a universidade de Lima Duarte Paulo Cândido da certificação digital.” como mediadora.” Cunha, produtor rural Wilson Moura, Eduardo Pena, coordenador da presidente da Comissão Assessoria Sindical da de Pecuária de Leite da FAEMG FAEMG

FAEMG | SENAR 17 Sindicatos Victor Schawner Dificuldades Entre 1980 e 1990, o sindicato oferecia serviços médicos e odontológicos a seus associados, chegando a ter 3.500 contribuintes. “Funcionávamos como uma clínica de saúde, uma vez que no município não havia outros profissionais que prestassem estes serviços”, diz José Davi. Com a criação do SUS pela Constituição Federal em 1988, a necessidade do serviço médico pela população diminuiu. O sindicato perdeu associados e passou por um período difícil. Nos anos 2000, a crise atingiu o auge. José Davi, funcionário do sindicato por 10 anos, foi eleito presidente em 2009. Para reerguer a casa, ele fez parcerias com 23 empresas e profissionais liberais, de diversos José Davi Ervilha segmentos, que oferecem descontos aos associados. Também são oferecidos diversos cursos e serviços. Festa para Fotos: Arquivo SPR Guiricema os 50 anos O sobrado verde, inspirado na arquitetura barroca, na Rua Celso Machado, centro de Guiricema, é o símbolo do empreendedorismo do sindicato, que comemora 50 anos. O primeiro presidente, Milton Ribeiro Toledo, adquiriu o imóvel, juntamente com o terreno ao lado. Foi ele quem – em parceria com Boanergis Vilas Boas e outros 39 Diretores produtores rurais – fundou, em 1955, José Davi Ervilha / José Lopes de Lima / Mauro a Associação Rural de Guiricema. Lucio Evangelista / João Batista Sartori / Antônio Em 1968, a entidade virou sindicato Jose Capobiango / Francisco Jose Ribeiro / e Milton foi empossado como Domingos Cadedo / Terezinha Toledo Pereira presidente. / Rosilene Rodrigues Henrique / Paulo Hoje, o sobrado verde e outro Antônio Toledo / José Ferreira dos Santos / José prédio formam um complexo de Francisco Pereira / Claudete Toledo Martins / lojas, consultórios e um laboratório, Laerte Martins da Cruz. avaliado em R$ 2 milhões. “O aluguel destes espaços ajuda a manter o Presidentes – 1968 / 2018 equilíbrio financeiro do sindicato”, Milton Ribeiro Toledo, Paulo Sérgio di Mingo, diz o atual presidente, José Davi Antônio Vaz de Melo, Waldir Barbosa e José Davi Ervilha (foto). Ervilha

18 www.sistemafaemg.org.br CAMPANHA Nova Gestão Homenagem ao bom trabalho a Leal SPR de Monte Carmelo/Divulgação res Te a ri Mário César Lemes a M (foto) foi eleito para a presidência do Sindicato de Campanha. Ele é fruticultor e era o tesoureiro da casa, há três anos. O ex-presidente Rafael Arcuri Neto será o vice. As prioridades da nova diretoria são: continuar a oferecer serviços como folha de pagamento, ITR, eSocial e impostos e incentivar os produtores a se aproximarem da tecnologia. Outra prioridade é a construção de uma nova sede e a reforma da antiga, instalada num Cidadã monte-carmelense, a cafeicultora cafés especiais. A produção é rastreada e a prédio tombado pelo Patrimônio Histórico Márcia Yoshimi Aoki Takiut foi homenageada fazenda é certificada UTZ e AAA Cerrado, o Municipal. O espaço será alugado para pelas Damas do Sindicato dos Produtores que nos dá o selo de denominação de origem”, eventos, gerando renda para o sindicato. Rurais “por seu dinamismo”. Dona da fazenda disse. “Márcia é um exemplo de mulher “Estou motivado, mas sei que é preciso Letícia, ela tem 55 hectares de café irrigado empreendedora, uma inspiração para todos seriedade e criatividade para sobreviver e por gotejamento e produz 90 toneladas nós”, ressaltou Pablo Carvalho Cardoso, avançar.” do grão por ano. “Estamos investindo em presidente do Sindicato. PRATINHA O trabalho continua Fossas dentro da lei icatubas Maria Jaqueline da Silva/Divulgação bot Ja PR O presidente do S o v i Sindicato de u q r A Jaboticatubas, José do Carmo de Oliveira, foi reeleito para o triênio 2018-2021. Ele está no cargo desde 2006 e este é seu quinto mandato. Para a próxima gestão, planeja trabalhar pela efetividade política da entidade, aumentar o número de associados, melhorar as instalações físicas e viabilizar novos cursos do SENAR. Outro investimento será na divulgação das novas tecnologias para o campo. “Nosso dever é sermos um instrumento de valorização e de defesa dos produtores rurais”, disse. Os outros membros da diretoria são: O Sindicato dos Produtores Rurais tem divulgar o nosso Sindicato, fortalecer os Vice-presidente: estimulado a regularização de fossas sépticas, produtores e até trazer novos associados”, disse Francisco José de Souza Maia tendo em vista a obrigatoriedade e o aumento Geraldo Cezar Júnior, presidente do SPR de Tesoureira: das fiscalizações. “Já tínhamos feito outras ações Pratinha. Segundo o mobilizador do Sindicato Elzira Gonçalves Marques Santos para ajudar na construção de fossas sépticas, Ronaldo Rosa, a turma teve 13 participantes, que Secretário: mas agora é que tivemos êxito, com curso do aprenderam a construir a fossa no modelo de Ângelo Marcos Marques SENAR MINAS. Com a capacitação, conseguimos Tanque de Evapotranspiração (Tevap).

FAEMG | SENAR 19 Agroindústria Na guerra contra as lagartas Expansão do controle biológico de pragas com o uso de microvespas estimula investimentos JB Bio/Divulgação rise é uma palavra desco- nhecida no vocabulário da JB Biotecnologia, de Paraopeba. A empresa foi criada há três anos pelo economista Júlio CEdmar da Cruz e a engenheira flores- tal Bianca Vique. Como trabalhavam na área de florestas, observaram a ne- cessidade do controle biológico. “Era alto o uso de produtos químicos para combater a lagarta e todos estavam buscando alternativas”, diz Júlio. A princípio, eles desenvolveram o negócio para o controle da praga em áreas de florestas. No ano passado, co- meçaram a atender também a deman- Júlio Cruz e Bianca Vique apresentam as técnicas para visitantes da de agricultores para implantar os ini- migos naturais de lagartas em lavouras destroem plantações) como hospe- dos insetos. São 16 funcionários e três de milho, soja, feijão, cana-de-açúcar, deira e impede sua proliferação. Já a estagiários trabalhando com o con- algodão, hortaliças, entre outras. do trichogramma parasita os ovos das trole biológico. O controle biológico é feito, prin- lagartas e impede que eles eclodam. “Temos clientes do Brasil inteiro”, cipalmente, com as microvespas: conta Júlio Cruz. “É cada dia maior a Trichogramma pretiosum; Tricho- Expansão demanda pelo controle sem uso de gramma galoi e Palmistichus elaiseis. A sede da JB Biotecnologia ocupa produto químico e que também olha Segundo Júlio Cruz, a do gênero pal- uma chácara de 4,5 hectares (ha). To- o lado da saúde de quem aplica e de mistichus usa a pupa da lagarta-do- dos os cômodos da casa foram trans- quem consome. Por isso, nosso cres- cartucho (ou de outras lagartas que formados em laboratório para criação cimento chega a 100% ao ano.” principais espécies que mais ameaçam a produtividade Fotos: Reprodução da internet

1 2 3 Lagarta Lagarta falsa- Lagarta- helicoverpa medideira da-soja (Helicoverpa (Chrysodexis (Anticarsia armigera) includens) gemmatalis)

20 www.sistemafaemg.org.br O controle Tipo exportação Após o contato do cliente, um téc- Funcionários do governo de 11 países africanos ainda não tinham nico vai até a lavoura para avaliar a in- países da África estiveram em Mi- sido atingidos pela praga, principal- festação e a necessidade do controle nas Gerais para buscar medidas de mente na cultura do milho. Regi- biológico. Depois, é feito um treina- controle de uma das mais devasta- ões da África Central e do Sul estão mento dos funcionários para espa- doras pragas da agricultura, a Spo- no nível máximo de alerta. Com o lhar os ovos das vespinhas (enviados doptera frugiperda, conhecida co- apoio da Embrapa, eles visitaram a em lâminas, por correio) na área defi- mo lagarta-do-cartucho. Segundo a JB Biotecnologia. “Os ministros da nida. Drones também começam a ser Organização das Nações Unidas pa- África ficaram muito interessados usados no trabalho. ra Agricultura e Alimentação (FAO), em levar nossa tecnologia para lá”, no início de 2018, apenas 10 dos 54 diz Júlio Cruz. O normal é distribuir: Armas eficientes Cerca de 10 milhões de hectares das Empresas de Controle Biológi- 100.000 são tratados com biodefensivos no co), em parceria com a Informa FNP. Brasil. As culturas que mais têm con- O levantamento constatou que ovos de Trichogramma trole biológico são as de soja, cana, a aceitação de biodefensivos co- pretiosum por hectare café, hortaliças e frutas. O controle mo arma para controle de pragas e biológico já movimenta R$ 528 mi- doenças é quase total por quem já lhões. Os dados são de estudo inédi- utiliza: 98% dos entrevistados que to da ABC Bio (Associação Brasileira usaram na safra 2017/18 afirma- ram que pretendem repetir a dose. 700 Entre os fatores mais citados para Palmistichus elaiseis por As vespinhas Trichogramma a decisão do uso estão: eficiência hectare pretiosum e Trichogramma galoi do controle (76%) e segurança da estão entre as mais utilizadas aplicação (60%). Entre os ativos bio- O custo fica a partir de lógicos mais utilizados pelos agri- nas lavouras brasileiras para cultores, os preferidos são: Bacillus controle biológico das lagartas, sp (diversos tipos), Baculovirus, Be- R$ 35 por hectare segundo a ABC Bio auveria, Cotesia, Metarhizium, Pae- cilomyces, Pochonia, Trichoderma e para a aplicação Trichogramma. principais espécies que mais ameaçam a produtividade o ã ç a g l

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Capacidade de controle da JB Biotecnologia 100.000 ha/ano 4 em área Lagarta-do- cartucho 50.000 ha/ano (Spodoptera em área agrícola frugiperda)

FAEMG | SENAR 21 Nossa gente MINEIRAS CAMPEÃS Dedicadas e sempre atualizadas. Essas são características das duas “Voltei para Três Pontas. Abri cafeicultoras que venceram o Prêmio Novo Agro do Santander e da Esalq/USP, mão da minha vida no Rio. O na categoria “Mulheres na Gestão”. Também têm em comum a busca pela Paulo Fernando já trabalhava capacitação (inclusive em cursos da FAEMG e do SENAR MINAS), vontade de com meu pai e assumi a gestão ampliar o patrimônio de suas famílias e aumentar o valor agregado do café junto com ele. Ficar apenas com a commodity não daria para que produzem. E se preocupam com a sucessão. gerar renda para os cinco irmãos. Fotos: Arquivo Pessoal Pesquisei. Montei um projeto. armem Lúcia Chaves de Fiz capacitações em gestão Brito, conhecida como Ucha, cafeeira, agronegócio, treinei os é a gestora das fazendas funcionários (tínhamos que nos Caxambu e Aracaçu (que certificar primeiro internamente juntas têm cerca de 400ha), para depois buscar os certificados Cem Três Pontas, e presidente da externos), busquei um consultor BSCA (Associação Brasileira de técnico, fiz parcerias importantes. Optei pelo café especial.” Cafés Especiais). Está na terceira geração da família no negócio do “Não foi simples. Trocamos café. Sua trajetória apontava para muitos procedimentos um caminho diferente, mas, em operacionais. Avaliamos nossos uma reviravolta, se transformou pontos fortes e fracos. Definimos em nome feminino de peso da nossos objetivos. Construímos cafeicultura nacional. juntos. Nossa produção era de 3 mil a 5 mil sacas de café por “Nasci neste meio, morei na “Há 11 anos, meu pai, Francisco José ano. Hoje, é de 10 mil sacas fazenda de herança materna de Brito, morreu. Veio aquele impacto. anuais e cerca de 62% delas são até os sete anos. Aos 16 anos, ‘E agora?’ Caí na real. Chamei meus vendidas como grãos especiais, e fui para o Rio de Janeiro. quatro irmãos (Denise, Letícia, o restante, como fine cups. Nada Fiz faculdades de educação Paulo Fernando e Paulo Roberto) mais é commodity. Vendemos física, psicologia, mestrado e para conversar. Eu queria honrar tudo diretamente para todos os doutorado. Estava longe, mas tudo o que meu pai fez e propus não continentes. Nosso maior cliente nunca perdi o vínculo com dividirmos as terras. Não dá para é do Japão. Realizamos um minha origem na fazenda.” fragmentar uma fazenda de café.” sonho.”

Edu Pestana/Divulgação Na fila de trás, Steven Assis (Universia/ Santander Brasil) com vencedores do Prêmio Novo Agro em inovação, empreendedorismo e sustentabilidade, Thiago mansur, Luiz Pianta, Waldemir Assarisse, Alaor Procópio e Durval Dourado (vice-diretor da Esalq/USP)

Na fileira da frente, o engenheiro agrônomo Lister Parreira Duarte, Carlos Aguiar (diretor de Agronegócios do Santander Brasil), os vencedores Regina Gruisen Breg, Carmem Lúcia, Simone Carneiro e José Eduardo de Macedo Soares Jr, com Roberto Rodrigues (ex-ministro da Agricultura e presidente de honra do Esalqshow) e Luiz Gustavo Nussio (diretor da Esalq/USP)

22 www.sistemafaemg.org.br imone Carneiro de abalados demais. Mas resolvi Morais Sousa, está à focar também na qualidade. frente da Fazenda Santa Entrei para a BSCA. Criamos a Associação das Mulheres Quitéria, de 54ha, em Empreendedoras do Café da Cambuquira. Representa Serra da Mantiqueira (AMECAFÉ Sa quarta geração de mulheres na Mantiqueira). Passei a ter uma cafeicultura. Sua bisavó, Maria motivação de liderança que Ubelina; sua avó, Gabriela; e sua ultrapassa a questão do café.” mãe, que tem o mesmo nome da bisavó, traçaram os rumos “Somos 104 mulheres. Nosso que chegaram ao café especial. objetivo é desenvolver uma Zootecnista formada na Ufla, cafeicultura com capacitação, casada com Arthur, que era seu oportunidades de negócios, que colega de sala, transformou a garanta renda, com um pacto social e sustentável. Nosso foco é produção. Sofreu muito com o café especial. As mulheres são a perda do filho, mas tirou da diferenciadas por serem mais atividade mais força para seguir cuidadosas, mais pacientes. em frente. Também são determinadas.”

“ Desde criança sempre fui produtividade, que era de 20 a 25 “Fiz um curso da FAEMG sobre ligada à cafeicultura. E desde sacas por hectare, chegou a 40 sucessão, que foi excelente. Esta é 2001 concentrei meus trabalhos sacas/ha e nossa meta é chegar outra das preocupações das mães apenas na fazenda. Para a 45.” cafeicultoras, que pretendem melhorar a produtividade, gerar renda para manter os filhos buscamos novas variedades, “Quando o Gustavo, meu filho, no campo. Minha filha, Sílvia, fiz cursos de gestão no SENAR, faleceu, em 2006, foi muito trabalha na Embrapa. Mas meu passei a ter um foco empresarial difícil. Ele que estava à frente genro, Carlos, está comigo na voltado para produção. do processo de certificação. fazenda. Espero motivar meus Traçamos um programa de Era o gás novo que completava netinhos, Rodrigo e Felipe, para longo prazo. Deu certo. A nossa experiência. Ficamos que sigam na cafeicultura.”

Bayer/divulgação MULHERES DO AGRO As mineiras Laura Junqueira Mendes de Barros, responsável pelo Café Condado (Santa Rita do Sapucaí), e Marisa Helena Oliveira de Souza Contreras, da Fazenda Capoeira Coffee (Areado), conquistaram o primeiro e o segundo lugar, respectivamente, no 1º Prêmio Mulheres do Agro, na categoria de médias propriedades. O evento, realizado pela Bayer, com apoio da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), contemplou nove mulheres que se destacaram pela gestão inovadora com práticas sustentáveis.

FAEMG | SENAR 23 Arquivo Pessoal

Os apicultores Geovanni Alves e João Fernandes esperam melhoria dos negócios Apicultura Saem vacas, entram abelhas Produção de mel do Norte de Minas é valorizada com Guinada inauguração de entreposto em Bocaiuva O entreposto para processar e em- Produtores rurais estão trocando Produtores Rurais de Montes balar o Mel das Gerais, marca dos pro- a pecuária pela apicultura no Norte Claros, Ricardo Laughton. dutos da região, foi inaugurado em 18 do estado. A falta de água dificulta Geovanni Antônio de Jesus Alves, de outubro em Bocaiuva e recebeu o a criação de bois, mas as abelhas de 43 anos, tinha dificuldades com a número do SIF (Serviço de Inspeção trabalham bem nos períodos falta de água na região de Bocaiuva Federal). A partir dele, a expectativa de seca. A valorização do mel de quando trabalhava com paisagismo. é que o mel da região possa alcançar aroeira, mais escuro e apreciado Há três anos, descobriu que poderia valores ainda melhores. O engenhei- no estrangeiro, também estimula ter uma nova fonte de renda no ro agrônomo da Unidade de Desen- principalmente agricultores Sítio Soledad. “Abelha não precisa volvimento Territorial da Codevasf familiares. de muita água. Comecei com 10 (responsável pelo entreposto) Alex “A região tem potencial para colmeias e agora tenho 200.” Sua Demier diz que a estrutura deve bene- ser a maior produtora de mel primeira colheita de mel rendeu 400 ficiar 600 apicultores. A previsão é que do país. A atividade sozinha ou kg. Hoje, ele produz de seis a oito a renda com o mel processado aumen- consorciada representa renda extra toneladas. “O lucro pode chegar a te pelo menos 50%. Para ele, o produto para agricultores e pecuaristas”, 70%. E vai ficar ainda melhor com o da Mata Seca é um “diamante bruto”. diz o presidente do Sindicato dos entreposto.” Luciano Fernandes de Souza é pre-

24 www.sistemafaemg.org.br sidente da Cooperativa dos Apiculto- “A FAEMG e o INAES (Instituto res e Agricultores Familiares do Norte Antônio Ernesto de Salvo) ajuda- de Minas (Coopemapi), que reúne ram muito com assistência técnica 250 associados de 23 municípios. Ele quando começamos a desenvolver também está animado com o início a apicultura na região, há sete anos”, das atividades do entreposto. No ano diz Luciano de Souza. Para ele, é im- passado, a produção de cerca de 140 portante capacitar o pequeno produ- toneladas de mel movimentou R$ 1,6 tor, que também precisa faturar “em milhão. Neste ano, deve chegar a 200 plena seca”. Com o entreposto, ele ob- toneladas e R$ 2,3 milhões. E, para o serva que será possível vender o Mel próximo ano, com o entreposto, a das Gerais para outros países. “Neste expectativa é que esta mesma quanti- caso, o valor de um frasco de 500 g do Números do mel dade passe a movimentar entre R$ 6 mel de aroeira pode ser vendido por milhões e R$ 9 milhões. US$ 18 (cerca de R$ 66).” Outros processos R$ 650 mil Investimento no entreposto de Bocaiuva O processo para a obtenção da (Instituto Nacional da Propriedade Indicação Geográfica para o mel de Industrial) entre o fim deste ano e o aroeira também pode trazer ganhos início do próximo. para os apicultores da região. A área Há estudos da Unimontes e da está sendo delimitada pelo IMA – 64 UFMG sobre outras floradas do mel 1.500 É o número de produtores envolvidos com a municípios do Norte e Noroeste de do Norte de Minas. E também desen- apicultura no Norte de Minas Minas. Segundo Demier, os papéis volvimento de novos produtos, como devem ser apresentados junto ao INPI a cerveja com mel de aroeira. 800 t Especial e social De mel foram produzidos na região em 2017 O mel unifloral da Aroeira é estu- “O mel de aroeira possui fenó- dado pela Fundação Ezequiel Dias (Fu- licos em quantidade elevada, com ned) desde 2009. Dois projetos coorde- atividade microbiana”, explica nados pela pesquisadora Esther Bastos Paula Calaça. “É um alimento com 300% Aumento do ganho com o mel vendido tiveram o objetivo de decifrar o produ- características propícias ao com- fracionado (previsão) to escuro e de sabor mais forte produ- bate de algumas bactérias.” Por ser zido na estação seca. Segundo Paula unifloral, tem um sabor constan- Calaça, subcoordenadora do Projeto te, que garante padrão e facilita a Mel de Aroeira da Funed, o mel prefe- utilização na gastronomia. “Ainda rido era o mais claro, mas as pesquisas tem forte reflexo social, por exem- 30.000 Colmeias são exploradas no Norte de Minas reforçaram o potencial na produção na plo, por ser fruto de uma atividade (estimativa) região de Mata Seca. (transição entre sustentável em período de escassez Cerrado e Caatinga). hídrica.” Divulgação 30% do mel produzido na região é de aroeira R$ 30 Preço do quilo do mel sem identificação da florada R$ 56 Valor do quilo do mel de aroeira orgânico

É crescente o número de produtores de mel na região Fontes: Produtores, Coopemapi e Codevasf

FAEMG | SENAR 25 Apicultura Por mais valor Capacitação ajuda a melhorar a produtividade e a qualidade do mel do Norte de Minas Cecília Oliveira, de Montes Claros com sindicatos e associações rurais, ca- pacitou tecnicamente para a produção RESULTADOS Como a produção de mel se trans- apícola cerca de 2.100 trabalhadores e Ainda segundo o instrutor do SENAR, que formou em uma fonte de renda para produtores rurais, em 125 eventos. De também é apicultor, essa mudança no centenas de famílias de pequenos acordo com o instrutor Gláucio Gurgel panorama só foi possível por causa da agricultores do Norte de Minas, SENAR Spínola, a apicultura no Norte de Minas especialização técnica dos produtores e do MINAS, Codevasf, Emater-MG, Sebrae e era de pouca eficiência, uma atividade apoio à atividade. Gláucio Spínola conta que a associações de pequenos produtores de subsistência, com baixos rendimen- produtividade média da região passou de 18 estão estimulando a capacitação. Os tos, quase que exclusivamente extra- kg/caixa/ano (média nacional), para 70 kg/ caixa/ano. A evolução foi registrada depois das trabalhos oferecidos têm o objetivo de tivista. “O dinheiro da venda do mel capacitações técnicas promovidas pelo SENAR compartilhar conhecimentos técnicos mal dava para pagar uma conta de luz. MINAS, nas quais os apicultores adquiriram sobre a criação de abelhas e extração Mas, a atividade vem evoluindo”, diz. conhecimentos técnicos e ferramentas para de mel, cera, pólen, própolis; a doa- “Hoje, a venda de produtos apícolas mudar seu negócio. “Mesmo trabalhando no ção de equipamentos e utensílios; e a está transformando a vida do produtor semiárido, a gente consegue produtividade igual comercialização. rural, com uma apicultura moderna e ou superior à de outras regiões do mundo.” Nos últimos cinco anos, a gerência ótimos índices de produtividade, mos- As produtoras Aparecida da Silva e Terezinha regional do SENAR MINAS, em parceria trando que é possível viver do mel.” Meira foram capacitadas em cursos do SENAR MINAS. Elas contam que encontraram na Arquivo Senar atividade uma fonte mais rentável e econômica, pois os gastos são muito menores. As duas entendem que a capacitação para trabalhar na atividade é essencial. Pedro Meira, filho de Terezinha, trabalha com a mãe na produção de mel. Ele ainda está cursando o ensino médio, mas já tem planos de fazer um curso superior na área da agricultura e ampliar a atividade. Em expansão Os municípios do Norte de Minas em que a produção de mel mais cresce são: Bocaiuva, Guaraciama, Januária, São Francisco, Mirabela e Porteirinha. Segundo a Emater-MG, o estado conta com cerca de

7 mil apicultores, sendo a atividade apícola geradora de

42 mil empregos diretos e indiretos. Desse universo de produtores, cerca de

A produtividade média da região passou de 18 kg de mel/caixa/ano para 70 kg/caixa/ano 1.500 estão no Norte de Minas. 26 www.sistemafaemg.org.br Cedidas por Adílio Camargo Júnior por Adílio Camargo Cedidas

ABC CERRADO Patente Agora, a proposta é patentear a criação com a participação de todos os envolvidos e o próximo passo é buscar Inovação na apoio de empresas do setor para colocar a ideia no mercado. “A turma está se mobilizando, indo atrás da documentação necessária e pagando todos os custos para patentear coleta de solo o equipamento”, ressalta o instrutor. A participante Ananda Paulino ficou tos bons, mas com precisão menor. responsável por dar andamento ao Turma de Uberaba O coletor que foi aprimorado visa projeto. aprimora equipamento e aumentar essa precisão, o que aju- “Já temos um projeto em 3D e dará o pequeno e médio produtor a estamos aumentando a eficiência aguarda patente atingir patamares da agricultura de do equipamento ao desenvolver precisão, melhorando todo o proces- brocas também de aço inox. Assim, a Viviane Santana, de Uberaba so, tanto quantitativamente quanto contaminação do solo diminui e teremos financeiramente. precisão de quase 100% nas amostras A turma que está sendo capacitada “Quando falamos em amostra de coletadas. Patentear um produto não pelo Projeto ABC Cerrado em Ubera- solo, para se ter resultados expressi- é barato e demanda tempo. Outras ba na tecnologia ILPF (Integração La- vos, é preciso fazer de 15 a 20 sub-a- pessoas já se interessaram por nosso voura, Pecuária, Floresta) trabalhou mostras – em áreas uniformes e ho- projeto e estamos atrás de parceiros. com o instrutor Eugênio Silveira para mogêneas para formar uma amostra Queremos oferecer um equipamento aperfeiçoar um coletor de amostra de composta e confiável. O equipamen- de qualidade com preço acessível. solo, aprofundando ainda mais a prá- to que foi melhorado em conjunto é Qualquer um pode coletar o solo, mas tica das atividades. O equipamento muito eficiente e tem precisão acima com quase 100% de eficiência só o nosso recebeu o nome de Coletor Advanced de 95% das amostras coletadas, o que equipamento”, disse Ananda. e foi pensado para atender as dificul- aumenta a confiabilidade e minimiza Em Uberaba, o ABC Cerrado já formou dades em retirar amostras de solo, du- erros. Com este equipamento, o pro- duas turmas: de Recuperação de rante as aulas. dutor terá mais segurança na hora Pastagens Degradadas e ILPF. O projeto Segundo Eugênio, as amostras de investir, de comprar adubos e cor- é promovido na região pelo SENAR de solo ainda são retiradas de forma retivos, reduzindo os custos”, explica MINAS com o apoio do Sindicato Rural de rudimentar ou com equipamen- Eugênio. Uberaba e da ABCZ.

FAEMG | SENAR 27 Entrevista Novos ares Christiano Nascif, novo superintendente do SENAR ter minha empresa de consultoria (a La- MINAS, fala sobre sua forma de trabalho e suas bor Rural), que executava o programa, foi crescendo, e hoje tem outras ações perspectivas para o futuro em consultoria, assessoria e assistência técnica. Também fui ligado ao Projeto Educampo, do Sebrae. O trabalho com O zootecnista Christiano Nascif Fale um pouco sobre sua trajetória profissional. o professor Sebastião Teixeira Gomes assumiu a superintendência me despertou para o lado da gestão, do do SENAR MINAS em outubro, Eu comecei como estagiário do Pro- planejamento, da administração rural e depois da saída de Antônio do grama de Desenvolvimento da Pecu- devo muito a ele por não ter ficado num Carmo Neves, que ficou à frente ária Leiteira (PDPL) de Viçosa em 1991. viés muito tecnicista. da entidade por quase 13 anos. Quando entrei no estágio eu estava meio perdido, tinha pensado até em Descendente de libaneses, Qual era a sua relação com o SENAR abandonar o curso. Mas no estágio me com sólida experiência em MINAS? identifiquei com o trabalho e, quan- assistência técnica e consultoria, do me formei, em 94, fui convidado Era uma relação de admiração. Eu já Nascif está cheio de planos a trabalhar no programa, onde fiquei conhecia o Antônio do Carmo e o Ro- para fortalecer a integração do até agora. Nesse período muitas coisas berto Simões e tinha uma ligação com SENAR com as outras entidades aconteceram: de funcionário passei a o SENAR Administração Central, para do SISTEMA FAEMG e estreitar a relação com o mercado, a fim de colher resultados que mostrem à sociedade como o SENAR contribui efetivamente para a economia do país. Confira!

Qual é a sua relação com o campo? Veio dos meus avós e da família, sempre moramos no interior. Eles vieram do Líbano e um deles, o pai do meu pai, foi muito empreendedor. Ele

era um sitiante pequeno na região de Janaina Rochido Fotos: , perto de Viçosa, e sempre bus- cou coisas diferentes. Foi o primeiro a trabalhar com milho híbrido e mudas cítricas. Isso passou para os meus tios e meu pai, que é farmacêutico bioquími- co, mas sempre teve propriedade rural. Desde cedo, me envolvi com as coisas da família, na produção e no comércio, sempre tivemos uma loja. Nasci em Visconde do Rio Branco, morei em São Geraldo e depois mudei para Viçosa, mas minha família é de Cajuri, onde tinha a propriedade, baseada no confi- namento e no café. Isso me estimulou a fazer zootecnia.

28 www.sistemafaemg.org.br Entrevista

Quais serão suas primeiras medidas Temos que atuar naquilo que im- à frente do SENAR MINAS? pacta. A quantidade não quer dizer Sou otimista Temos algumas ações isoladas, mas qualidade; não no sentido da qualida- por natureza, a ênfase é otimizar os recursos e medir de da capacitação, mas o que que deve os resultados do trabalho do SENAR, ser capacitado. Esse é o primeiro pon- mas realista; divulgando para os públicos direto e in- to. Nossos cursos são excelentes, são ousado, mas com direto. Mostrar o resultado do trabalho muito bem avaliados; o carinho que da nossa Federação, como são aplica- o SENAR tem no interior é admirável, responsabilidade” dos os recursos, do ponto de vista qua- mas acredito que precisamos sintoni- litativo e quantitativo. Trabalhar com zar um pouco mais com a demanda do quem desenvolvi alguns trabalhos de números, com antes/depois, relação mercado. Outro ponto é a sucessão fa- consultoria, principalmente em assis- custo/benefício, com a transformação miliar. Precisamos fazer um trabalho tência técnica e gerencial (ATeG), com da sociedade, com a geração de empre- de valorização do produtor, do traba- praticamente todas as cadeias, trei- go e renda - isso é muito importante até lhador rural e de seus familiares, para nando os profissionais, elaborando para fortalecer a contribuição sindical, que continuem no meio rural, além de a metodologia e desenhando todo o essa participação do produtor rural no prepará-los cada vez mais. modelo de ATeG. nosso Sistema, que é dele, é para ele.

Como recebeu o convite para a O país está passando por mudanças e superintendência? o ano que vem promete ser de muitos O presidente me ligou procuran- desafios. Qual sua perspectiva para a do indicações para superintendência. atuação do SENAR? Falou do perfil da vaga e eu pensei O cenário sinaliza para algo bem bastante, estava na hora de oxigenar a diferente porque a tendência, longe carreira, ter novos desafios... eu tenho de questões partidárias, são pessoas que estar sempre inovando, mudando novas na gestão pública. Eu sou oti- de lugar de tempos em tempos. Fiquei mista por natureza, mas realista; ou- 27 anos no PDPL, que já tem 30 anos, já sado, mas com responsabilidade – eu tinha contribuído com esse programa acredito que as coisas irão melhorar. pelo qual tenho muita gratidão e ca- Vamos trabalhar forte com os mobi- Pinga-fogo rinho, então achei que estava na hora lizadores, que têm responsabilidade n Time: América mineiro de sair e deixar o lugar para pessoas fundamental na promoção dos cursos n Livro: “Tuareg” (de Alberto Vázquez- com ideias novas. Da conversa com o e programas, melhorar a qualidade da Figueroa), que conta a saga dos presidente surgiu o convite. A minha demanda dos treinamentos e capaci- andarilhos do deserto e mostra como empresa continua, mas totalmente in- tações, estimular a arrecadação e mos- a sabedoria, resiliência, insistência e dependente, com outro gestor, e hoje trar ao produtor como é o Sistema. paciência ajudam a vencer os obstáculos. tenho dedicação total ao SENAR. Vamos ter um trabalho forte também Isso tudo você pode trazer para o mundo com as entidades cooperadas. Temos corporativo como exemplo. n  No que a sua experiência pode que aproximar muito delas e dos pre- Viagem: para o Líbano, onde conheci a vila em que nasceram meus quatro contribuir para o SENAR? sidentes de sindicatos, que são a mola avós. Tive o prazer de ir lá com meu pai Queremos trazer para os produto- propulsora do nosso Sistema. Estamos e conhecer o país como um todo. Outra res e trabalhadores rurais acesso rápi- dispostos a fazer uma linha direta com viagem que fiz e que gostei muito e foi do às novas tendências, trabalhando cada um deles e tentar ajudá-los, den- muito marcante foi para o interior da muito com a saúde (na Promoção tro de sua realidade, da sua região, a floresta amazônica, onde tive contato Social), sucessão familiar, empreende- gerenciar o sindicato da melhor forma com pequenos produtores rurais. dorismo e comercialização agrícola. possível, oferecendo produtos e servi- n Prato preferido: a culinária árabe e a Focar um pouco mais na parte de cus- ços aos produtores sindicalizados. Isso mineira, todos os pratos! to, de técnicas de negociação e comer- fortalece todo o Sistema, fortalece a n Pessoa que admira: meu pai. cialização. A gente sabe que o mercado base, precisamos disso. n Frase: do Guimarães Rosa que, na sua é soberano, mas temos algumas ferra- simplicidade, diz muito: “é junto dos bão mentas para ajudar o produtor a não Mesmo com a crescente oferta de que a gente fica mió” – e aqui no SENAR eu com certeza estou junto dos “bão” ficar tão refém do mercado. Desenvol- cursos, o campo ainda carece de mão para tentar ficar “mió”. ver um trabalho bem forte de ATeG em de obra qualificada. O que falta para todas as cadeias, além de café e leite. suprir isso?

FAEMG | SENAR 29 Maria Teresa Leal

Cachaça Atestado de qualidade Curso de Análise Sensorial e Classificação de Cachaça do SENAR MINAS passa por ajustes e já está pronto para formar profissionais

mito da cachaça como bebida barata e de composição duvi- dosa definitivamente caiu por terra. Com a profissionalização Odos produtores e o avanço dos métodos e tecnologias para sua produção e enve- lhecimento, a ‘branquinha’ hoje alcan- çou o status de bebida requintada, com sabores e marcas diversos e valores que podem ultrapassar R$ 2 mil por garrafa. Para acompanhar essa evolução, os produtores e demais envolvidos na ca- deia sentiram necessidade de se aprimo- rar, e o SENAR MINAS entrou em campo lançando este ano o curso de Análise Sensorial e Classificação de Cachaça, cujo piloto foi realizado em maio, em , para membros da Associação Nacional de Produtores de Cachaça de Qualidade (ANPAQ). Agora, após alguns ajustes, o treinamento está liberado e já consta no rol de cursos do SENAR. Duas turmas concluiram o treinamento em setembro. O curso forma pessoas capazes de identificar e classificar os diferentes aromas e sabores da cachaça. De acordo com Arnaldo Ribeiro, instrutor do curso e também produtor da bebida, a princi- pal mudança no conteúdo foi quanto à rotulagem: “recebemos um material muito completo sobre a legislação de rotulagem e constatamos que pratica- mente todas as cachaças têm proble- mas nos rótulos”, explicou. “Além disso, foi feita uma atualização metodológica que introduziu diversas formas de ques- tionamentos verbais e criamos testes sensoriais com notas por resultado”, acrescentou.

30 www.sistemafaemg.org.br Janaina Rochido

o curso Carga horária: 32 horas. Público alvo: Qualquer pessoa que aprecie a cachaça e queira conhecer melhor a bebida. Quem pode fazer: Maiores de 18 anos. Arnaldo Ribeiro orienta participantes durante o curso piloto, realizado em maio Principais conteúdos: identificação dos aromas da cachaça pela análise sensorial; diferenças entre as Isenção na análise cachaças de coluna e alambique; Algumas cachaçarias formam seus por este novo curso é fundamental identificação dos gostos básicos profissionais, mas a importância do para garantir a qualidade do produto da cachaça (Ácido, Adocicado, Amargo, Salgado e Umami); especialista que sai da capacitação do e para obtenção do selo de qualidade identificação de madeiras usadas no SENAR é, principalmente, a isenção da ANPAQ. “O classificador também envelhecimento de cachaças; tipos na análise da bebida, por não estar pode atuar como consultor, orien- de tostas; defeitos sensoriais da vinculado a nenhuma marca. Com tando o produtor nos pontos em que cachaça e suas origens; destilação; o reconhecimento da cachaça como ele deve melhorar para atingir mais armazenamento e envelhecimento; bebida de qualidade, este profissional qualidade em sua bebida. A análise envase e estocagem; montagem tem atuação garantida em concursos sensorial indica a qualidade sensorial da roda de aromas para a cachaça e de qualidade e empresas que desejam do produto, que é a interação entre ele treinamento com os kits de aromas; refinar sua produção e se diferenciar e o ser humano. Um produto pode ter degustação às cegas e elaboração no mercado. qualidade química e não ter qualida- de laudo completo com classificação sensorial final. Arnaldo, que também ministra de sensorial; e isso é muito comum para o SENAR os cursos de Fabrica- com as cachaças industriais, ou seja, Como solicitar: procure o Sindicato ção de Cachaça e de Fabricação de em termos químicos, elas passam nas dos Produtores Rurais do município. Melado, Açúcar Mascavo e Rapadura, análises; mas sensorialmente, elas explica que o profissional formado têm problemas”, explicou. Ganhos Dirlene Maria Pinto/Divulgação Carlos Roberto de Castro foi um dos alunos da segunda turma do cur- so. Auditor fiscal federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci- mento, ele conta que gostou bastante das aulas e elogiou a didática do ins- trutor. Para ele, que trabalha com pro- dutos agroartesanais, o que aprendeu é importante pelos aspectos senso- riais, para trabalhar com outros itens. No entanto, Carlos aponta outro ga- nho: “discutimos muito também sobre a indicação geográfica para a cachaça de Minas, que seria a primei- Segunda turma do curso aprovou a capacitação, que tem mais uma fila de interessados ra do estado; isso vai alavancar e con- solidar a imagem da bebida mineira”. bebida: “quando eu comecei, a gente bém destaca que o treinamento vai Mesmo com toda a experiência aprendia na prática; então o curso é preencher uma lacuna, ao atender às como representante da Cachaça Ger- super necessário para o pessoal ‘das exigências do mercado e normas das mana, Dirlene Maria Pinto, que foi antigas’, e principalmente para quem leis, como análise química e sanitá- da mesma turma de Carlos, viu no está entrando agora no setor, seja o ria, e a análise dos rótulos. “Tem uma curso a oportunidade de se reciclar, profissional que faz drinks, analista lista enorme de pessoas interessadas tendo em vista a rapidez do desen- sensorial, produtor ou fiscal. Muitís- em fazer, inclusive fora do estado”, volvimento tecnológico da cadeia da simo importante”, frisou. Ela tam- revela Dirlene.

FAEMG | SENAR 31 Nayara Moreira

SENAR 25 ANOS Alunos do SENAR MINAS participam de eventos que ajudam a aumentar a Vitrine venda de seus produtos Denise Bueno, de Passos sos do SENAR MINAS expuseram seus queijo tipo canastra e o doce de quei- produtos em busca de aproximação jo. Este último é uma especiaria pro- O Festival do Queijo Canastra & com possíveis compradores, que vão duzida por sua bisavó materna, cuja Convidados terminou há um mês, em desde revendedores até donos de re- receita foi preservada pela família. Passos, mas os benefícios prometem des de supermercados. Pesquisas indicam que 67% dos ne- se estender por muito mais tempo. O Nilseia Vilela tem uma queijaria na gócios são fechados até 12 meses após mesmo ocorreu com a 32ª edição do região conhecida como Portal da Ser- um festival. Esse índice comprova Congresso e Feira Supermercadista ra da Canastra, em São João Batista do que os alunos do SENAR têm vivencia- e da Panificação – SuperMinas Food Glória, onde vende os produtos Quin- do pós- evento. Nilséia tem recebido Show, em BH, onde ex-alunos dos cur- tal do Glória, entre os quais estão o mais compradores em sua queijaria Fotos: Denise Bueno Fotos:

32 www.sistemafaemg.org.br Nayara Moreira depois da participação no Festival. Na proporcionou excelente recepção, loja da Caprivama, em Alfenas, onde boas conversas e muita troca de ex- são comercializados queijos de leite periência, o que motivou outras par- de cabra, a procura aumentou, bem cerias, novas ideias e negócios. Esse como a venda pela internet. Na Búfala fato ocorreu antes mesmo do Festi- Mineira, em Passos, os proprietários val e foi aprovado durante o evento. receberam a indicação para montar Os produtores de leite de cabra e de uma loja. búfala firmaram parceria com a ge- Outro caso de sucesso ficou com os lateria D’ÔCE, de Passos, que criou Doces São Francisco, uma marca tra- gelatos diferenciados para o evento, dicional de Passos, que nasceu como como o produzido com leite de cabra Chiquinho dos Doces. Atualmente a com mescla de figo, o de doce de lei- loja é mantida pelas herdeiras, mãe te de cabra e o de leite de búfala com e filhas. Taliane Bueno, da segunda castanhas. geração, neta do Chiquinho, é uma delas. No SENAR, ela aprendeu a pro- duzir doces cristalizados para diver- “O Festival amplia sificar os tradicionais doces de massa criados pelo avô. Após o Festival de mercados para os Queijo, viu a procura por licor aumen- produtos produzidos tar e foi para o SENAR se especializar. pelos alunos e isso é A sua loja não terá produtos terceiri- zados, apenas licores da sua marca. muito bom” O ambiente do Festival, organiza- Rodrigo de Castro Diniz do pelo arquiteto César Tadeu Elias, Gerente do SENAR em Passos

Novos Denise Bueno negócios A Dandara Milk, de Uberaba, participou pela primeira vez com o SENAR da SuperMinas. Patrícia Dorneles, uma das proprietárias, disse que a O instrutor Giancarlo Ferreira e os produtores Nilséia Vilela, Heliomar Souza, Cleuziane Ferreira aceitação da muçarela de búfala foi muito boa. “Muita gente conhece a minha Diversidade cidade como a terra do zebu, Heliomar Souza, que reside na re- Valéria Soares, da Fazenda Água então ficam curiosos com os gião onde o marolo é fruta nativa, levou Limpa, de Carmo do Rio Claro, levou búfalos. Fomos procurados o doce de marolo e ficou surpreso com para o Festival doces em compotas por supermercados, pode a aceitação. Para o produtor, o Festival de figo, laranja, mamão e especiarias ser um possível início de foi um marco e a produção de doces se- como pimentas, jurubeba e conser- negócio.” gue firme. Em outubro, ele participou vas. O resultado do evento foi tão De Cambuquira, na região do curso do SENAR para a produção de positivo que a Regional do SENAR da Mantiqueira, no Sul de doces sem glúten, lactose e açúcar para em Passos estuda a possibilidade de Minas, vieram Leila do Carmo atender um mercado crescente. promover um festival apenas com ex Lemes e Margarida Maria Cleuziane Ferreira, doceira tradi- -alunos do SENAR, podendo mostrar Camarini Santos, do Café Sítio cional de Passos, também abriu novos o trabalho desenvolvido nas oitenta da Serra. “O que eu mais gostei mercados. Mesmo com a diversidade cidades que estão sob a sua coorde- foi que três clientes passaram de ofertas, seus doces tiveram excelente nação. “O Festival amplia mercados pelo estande e reconheceram venda, bem como o queijo fresco, que para os produtos produzidos pelos nossa marca, o que foi muito também produz. Para o filho de Cleuzia- alunos e isso é muito bom”, constata bom para nós e mostra que a ne, André Ferreira, o mercado local pas- o gerente do SENAR em Passos, Ro- marca chegou a outros lugares sou a respeitá-los mais após o Festival. drigo de Castro Diniz. no Sul de Minas.”

FAEMG | SENAR 33 Fotos: Lisa Fávaro

Gilmar (ao centro, de colete), orienta os alunos durante a aula

SENAR 25 ANOS Eu tinha apenas 18 anos quando participei do primeiro História da curso. Ali começou a minha caminhada para ser instrutor e provador de cafés” persistência Gilmar Reis Cabral Gilmar Cabral: de aluno a instrutor e especialista na degustação e classificação de café

Lisa Fávaro, de Lavras meiro momento, Gilmar não gostou, nar-se instrutor do SENAR. Passou na achou que não tinha talento, mas nas seleção, depois de um susto na pri- Considerado um dos principais aulas práticas mudou de ideia. O mo- meira etapa. “Achei que não tinha me provadores e degustadores de café do vimento seguinte foi acompanhar o saído bem e fiquei meio desanimado. Brasil, Gilmar Reis Cabral descobriu a trabalho do provador de café, Evan- A seleção continuava no dia seguinte, profissão no curso do SENAR MINAS: dro Mesquita, que na época estava na precisava comprar uma balança para “Eu tinha apenas 18 anos quando par- Cooperativa Agropecuária de Boa Es- a parte prática, mas não tinha ânimo. ticipei do primeiro curso. Ali começou perança (Capebe). “Eu dividia o meu Porém resolvi continuar depois de a minha caminhada para ser instrutor tempo – trabalhava como adestrador conversar com meu colega de quarto, e provador de cafés”. Hoje, aos 33 anos, de cães na metade do dia e, na outra, o instrutor Antônio Jackson. Quando faz parte da equipe de instrutores do acompanhava o Evandro, com quem abri meu presente de amigo oculto, curso de Classificação e Degustação aprendi muito.” uma brincadeira que fizemos no pri- de Café e Cafés Especiais, do SENAR. Pouco depois, Gilmar trabalhou no meiro dia, não acreditei. O Cristiano Gilmar conta que, em 2003, o pai, setor de café na Capebe por dois anos. de Almeida Dias, também instru- Natanael Morais Cabral, seu maior Essa experiência o motivou a buscar tor, tinha me dado a balança que eu incentivador, indicou o curso. No pri- outros caminhos. O objetivo era tor- precisava.”

34 www.sistemafaemg.org.br Motivação Em setembro de 2018, Gilmar sificação e degustação de cafés) e tra- completou o treinamento de nú- balhamos juntos. E devo todo esse in- mero 100. Além do conhecimento centivo ao Gilmar e ao SENAR, que, pra que repassa para os alunos, é grande mim, é um transformador de vidas.” motivador e exemplo de vida para os O lema do Gilmar é: “Não desista no participantes. primeiro obstáculo. Persistam no so- “Sabe aquela coisa de que santo de nho”. “O meu desejo era ser instrutor Seminário do eSocial e EFD-Reinf em casa não faz milagre, pois é, eu nunca e hoje estou aqui pra contar a minha Almenara - agosto 2018 incentivei meu filho a trabalhar na história. A minha obrigação é prepa- área, mas após o curso com o Gilmar, rar o aluno, motivá-lo a buscar sempre a vida dele se transformou”, conta seu objetivo, nunca desistir.” No encer- eSocial Beatriz de Souza Pereira, amiga de ramento dos cursos, ele exibe a foto Gilmar e também ex-aluna do SENAR dele e do Cristiano Dias, que lhe deu sem dúvidas MINAS. Hoje ela trabalha na área de a balança em um momento difícil e o certificação e mercado da Coopera- ajudou a persistir. “Eu visto mesmo a Contabilistas, funcionários de tiva de Pequenos Produtores de San- camisa, sou fã da entidade, transmito sindicatos e profissionais das áreas tana da Vargem – Coopasv. “O SENAR conhecimento e aprendo muito tam- de departamento pessoal e seguran- abriu portas para a minha carreira e bém em cada curso.” ça no trabalho estão tendo, ao longo agora também para o meu filho.” de 2018, uma ajuda do SENAR MINAS Beatriz conta que o filho João Vitor para lidar com as inovações trazidas Pereira da Silva, aos 18 anos, partici- pelo eSocial. O sistema foi criado pou do mesmo curso que ela. “Não Experiência para empregadores comunicarem acreditava que ia dar certo, pois sem- n Atuou por três vezes como árbitro ao governo, de forma unificada, as pre achei que o futuro do João estava internacional do Cup of Excellence no informações fiscais para a Previdên- no mundo tecnológico. Eu me enga- Brasil (2013 a 2015), inclusive na 100ª cia Social, Ministério do Trabalho e edição mundial; nei completamente.” Emprego, Caixa Econômica e Recei- n Q-Grader, em 2013; João Vitor, que está com 20 anos, fez n Primeiro presidente da Associação ta Federal. o curso com Gilmar e foi o melhor alu- Brasileira de Degustadores e Junto com parceiros, o SENAR no da turma. “Foi uma mistura de ale- Classificadores do Brasil (gestão 2017 vem promovendo encontros para gria, nó na garganta, surpresa, sei lá. Eu a 2019); informar as novidades e capacitar disse para o Gilmar que meu filho não n  Participação em feiras internacionais esse público para o correto funcio- passaria do segundo dia de curso. Hoje, em café: duas vezes nos Estados Unidos namento da ferramenta. De acordo João Vitor tem o Q-Grade (certificação (2017 e 2018) e uma na Holanda (2018). com Isaías de Souza Claudiano, ana- mundial dada a profissionais de clas- lista em arrecadação da Coordena- doria de Administração e Finanças do SENAR, são três tipos de eventos, todos gratuitos, voltados para isso: um curso para funcionários de sin- dicatos rurais, com carga horária de 12 horas; um seminário com du- ração de 4 horas, direcionado para profissionais das áreas contábeis e de departamento pessoal; e um se- minário com foco em saúde e segu- rança do trabalho, direcionado para usinas do setor sucroenergético. “Antes as empresas precisavam prestar informações a cada órgão, separadamente. Com o eSocial, as empresas informam seus dados em um único Portal e cada órgão busca o que lhe interessa”, explica Isaías. Até agora, ao todo já foram realiza- dos sete eventos e, até o fim do ano, ainda serão mais 12, como adianta o Gilmar e João Vitor (de óculos): de melhor aluno da turma a Q-grader analista do SENAR.

FAEMG | SENAR 35 Fotos: Arquivo pessoal

Walmes Mendonça (sexto à direita) com a turma GQC Gestão jovem Resultados empolgam produtores em Limeira do Oeste “Ao ver os benefícios do Programa, os próprios Viviane Santana, de Uberaba melhorou a qualidade na produção, reduziram as despesas. Ao ver participantes se Quanto tenho gastado? Qual é os benefícios do Programa, os tornaram divulgadores a minha rentabilidade? Quando e próprios participantes se tornaram e, por isso, estamos quanto é possível investir? Como divulgadores e, por isso, estamos melhorar o relacionamento com tendo tanto sucesso com o GQC”, tendo tanto sucesso os colaboradores? Se o produtor, explica o mobilizador do Sindicato com o GQC” ao responder essas questões, Vanderlei Queiroz Pereira. Vanderlei Queiroz Pereira descobre que gerenciar é muito mais complicado do que estava imaginando, o primeiro passo Olho do dono é procurar ajuda e melhorar os processos de gestão dentro da A máxima “o olho do dono é que engorda o gado” ainda vale muito no campo, mas, além de colocar em propriedade rural. prática a sabedoria popular, os jovens querem enxergar mais longe. O GQC de Limeira do Oeste contou Em Limeira do Oeste, município com a participação de famílias que estão fazendo a transição nos negócios. Confira os depoimentos: do Pontal do Triângulo, produtores buscaram apoio do Sindicato “Fiz o GQC porque ele amplia Rural e do SENAR MINAS ao os conhecimentos sobre gestão perceberem que era preciso financeira, de pessoas, de processos e de estratégias de mercado. É investir em gerenciamento para preciso saber se está ganhando ou administrar de forma eficiente seus perdendo. Hoje tenho uma nova empreendimentos rurais. visão, mudei questões relacionadas às “Como estamos diretamente pessoas e à ordenha. As decisões são ligados aos produtores, sabemos tomadas de forma consciente e estou como a gestão é difícil. Com conseguindo aperfeiçoar setores da as aulas e as consultorias nas propriedade. Foi muito produtivo.” propriedades, eles perceberam que Osvaldo Vitória de Assunção

36 www.sistemafaemg.org.br Cooperação

Desenvolvido em módulos, com a carga horária de 86 horas, o Programa atende diversos setores da agropecuária. Em Limeira do Oeste, em um ano, três turmas se formaram, Lair Covizzi Júnior capacitando produtores da pecuária de leite e corte. “É muito bom ver Exemplo uma comunidade sendo Vindo de uma família de produto- ça foi o pecuarista e agrônomo Saulo transformada com o res, o jovem veterinário Lair Covizzi Jú- Gonçalves Silva Junior. Conhecedor conhecimento gerado pelo nior saiu da tradição de que a informa- dos benefícios que os treinamentos GQC. No ano passado, visitei ção no meio rural é passada somente do SENAR proporcionam, já fez cursos uma fazenda com animais de pai para filho e buscou mais. Inscre- em diversas áreas e foi um dos repre- morrendo. Fizemos o veu-se no GQC, capacitou-se e, em me- sentantes mineiros do CNA Jovem, é planejamento e revertemos nos de um ano, já notou os avanços. categórico ao dizer que o GQC é fun- a situação”, explica Walmes “Primeiro implantei as novidades damental para conduzir um negócio Mendonça, instrutor do na minha área arrendada, e meu pai rentável. Programa. percebeu que os resultados foram po- “Eu tinha que ter feito este progra- “Nestas três turmas foi sitivos. A partir daí, comecei a colocar ma há 5 anos. Foi a melhor oportuni- possível ver nascer um espírito as ideias em prática na propriedade dade que eu tive, pois mudou 100% a de cooperação. Eles estão dele. Minha mãe, que fez o curso comi- parte administrativa da minha pro- vivenciando um momento go, me ajudou e conseguimos mudar priedade e também a gestão de pes- de sucessão familiar. Os filhos muitas coisas. Cada dia implemen- soas. Antes, a gente fazia de qualquer estão conscientes de que tamos novas ações e melhoramos os jeito, não tinha controle e nem plane- deverão fazer algo para que o processos. A produção de leite dobrou jamento. Agora faço projeto, planejo futuro seja mais promissor para e, no futuro, vamos investir no apri- o ano. A maioria dos produtores tra- todos. O GQC abre horizontes moramento genético. Aos poucos, os balha para fechar o mês e não vê o re- para o empreendedorismo, para princípios do GQC vão entrando na sultado no ano, por exemplo. Quando a gestão com maior eficácia, nossa mente e aperfeiçoando todo você faz o GQC, joga tudo na ponta da com foco em resultados reais, processo. Em casa, até o diálogo está caneta, faz as planilhas, aí já é possível amplia a visão para um futuro melhor”, ressalta Lair. ter uma visão diferente do negócio”, melhor”, completa Walmes. Quem também sentiu a diferen- entusiasma-se Saulo. Olho do dono

“A gente sabe trabalhar, mas não “A margem de lucro no meio rural “Com a ajuda do instrutor foi administrar. O programa abriu é pequena, então, se você não possível implantar rotinas minha mente para modificar administra direito, não consegue relacionadas à gestão. Antes algumas coisas, saber onde estou sobreviver. É por isso que muitos comprávamos apenas de um errando, onde estou ganhando. produtores desistem. O GQC te dá fornecedor, mas percebemos Agora conto com a ajuda da minha outra visão. Além da teoria, tem que nem sempre é o melhor. É filha e já estamos conseguindo muita prática, exemplos reais, com preciso cotar para obter melhores melhorar a administração. o acompanhamento do instrutor preços. Sabemos o que fazer, pois Vendi as vacas que não estavam que é muito bom. Depois do temos um planejamento para os produzindo e investi nas mais Programa, faço conta de tudo e as próximos 5 anos.” produtivas.” decisões não são de impulso. Agora Cleiton Martins da Silva Dalcir Nunes da Silva temos um projeto a seguir.” Chester Souza Prado

FAEMG | SENAR 37 Martinelle/Divulgação A feminilidade foi o destaque Lazer da cavalgada. Com muita descontração, as 200 amazonas percorreram o percurso. Meninas, como Giovana, de 7 anos, também Sela, arreio participaram do passeio

“Eu nunca tinha montado a cavalo. No começo, fiquei com medo e tive dificuldade, mas muita gente e batom me ajudou e fui me sentindo mais Cavalgada de 15 quilômetros atrai segura. Apesar das dores no corpo mulheres em no dia seguinte, valeu a pena! Os cavalos são extremamente dóceis e uzentas mulheres, entre 4 de Itabira, João Monlevade, , companheiros” e 70 anos, percorreram, a , São Domingos do Prata, Fer- Lucimeire Veloso, empresária cavalo, caminhos de terra ros, Santo Antônio do Rio Abaixo, São e pedra na 2ª Cavalgada do Sebastião do Rio Preto, Governador “Diferentemente de outros eventos, Batom, em Santa Maria de Valadares, Santa Bárbara, Barão de Co- que priorizam a competição, o DItabira. O evento foi organizado pelo cais, Passa-Bem e Belo Horizonte. passeio é um incentivo para que as Núcleo do Mangalarga Marchador No Haras Belagi, destino final, as mulheres se aproximem de ações e do Centro Leste Mineiro, em parceria amazonas foram recebidas com ban- eventos relacionados ao cavalo” com os Haras Guerra Santa, Belagi e da de música e um almoço mineiro. Gustavo Matoso, presidente do Núcleo Pau D’Alho. O número de inscrições dos Criadores do Cavalo Mangalarga dobrou em relação à edição do ano Marchador do Centro Leste Mineiro passado. “Ficamos felizes por que a Tradição intenção era aproximar as mulheres “Gostei da organização e da escolha do universo da equinocultura e acho As cavalgadas no Brasil surgiram durante do percurso, que passou por lugares que conseguimos. Também nos di- o processo de ocupação de territórios, muito aprazíveis. Cavalgar é ótimo entre os séculos XVII e XVIII. Os cavaleiros, vertimos e aprendemos muito”, disse para socializar, manter contato com a também conhecidos como tropeiros, iam natureza e relaxar. É uma terapia” a médica-veterinária Martielly Assis. de uma fazenda a outra, conduzindo bois, O percurso de 15 quilômetros in- cavalos e alimentos. Suzel Pires, produtora rural e vice- cluiu passagem pelo centro de Santa presidente do Sindicato de Santa Maria de Maria e contou com representantes Itabira

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