Arquitetura Moderna No Rio De Janeiro a Dimensão Brutalista
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Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro a dimensão brutalista Flavio Castellotti Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Programa de Pós-graduação em Arquitetura História e Preservação do Patrimônio Cultural Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro a dimensão brutalista Flavio Spilborghs Castellotti Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências em Arquitetura, área de concentração em História e Preservação do Patrimônio Cultural. Orientador: Gustavo Rocha-Peixoto Rio de Janeiro junho de 2006 Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro a dimensão brutalista Flavio Spilborghs Castellotti Orientador: Gustavo Rocha-Peixoto Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em Arquitetura, Faculdade deArquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências em Arquitetura, área de concentração em História e Preservação do Patrimônio Cultural. Aprovada por: presidente: Prof. Dr. Gustavo Rocha-Peixoto Prof. Dr. José Simões de Belmont Pessôa Prof. Dr. Roberto Luís Torres Conduru Rio de Janeiro junho de 2006 Castellotti, Flavio Spilborghs. Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro - a dimensão brutalista / Flavio Spilborghs Castellotti. - Rio de Janeiro: UFRJ / FAU, 2006. vii, 172f.: il.;31 cm. Orientador: Gustavo Rocha-Peixoto Dissertação (mestrado) - UFRJ/ PROARQ/ Programa de Pós- graduação em Arquitetura, 2006. Referências Bibliográficas: f. 170-173. 1. Arquitetura moderna. 2. Rio de Janeiro. 3. Brutalismo. I. Rocha-Peixoto, Gustavo. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós- graduação em Arquitetura. III. Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro - a dimensão brutalista. Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro a dimensão brutalista Flavio Spilborghs Castellotti Orientador: Gustavo Rocha-Peixoto Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências emArquitetura. Esta dissertação examina, inicialmente, o processo de formação, em meados do século 20, da linguagem arquitetônica brutalista na Europa, derivada sobretudo dobéton brut de Le Corbusier e das teorias (“éticas”) deAlison e Peter Smithson. Posteriormente, estuda-se como ocorreu a penetração dessa linguagem no meio arquitetônico carioca pelas mãos de dois arquitetos: Affonso Eduardo Reidy e Sérgio Bernardes. Por fim, analisa-se uma série de obras executadas no Rio de Janeiro entre 1955 e 1985, de arquitetos como Arthur Lício Pontual, Paulo Casé e Luiz Paulo Conde, entre outros, que correspondem a interpretações regionalistas do idioma. Palavras-chave:Arquitetura Moderna; Brutalismo; Rio de Janeiro. Rio de Janeiro junho de 2006 Modern Architecture in Rio de Janeiro the brutalist dimension Flavio Spilborghs Castellotti Orientador: Gustavo Rocha-Peixoto Abstract da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências emArquitetura. Firstly, this work examines the constitution process (in the middle of last century) of the Brutalist architectural language in Europe, which originates mostly from Le Corbusier'sbéton brut and Alison and Peter Smithson's “ethic” principles. Subsequently, it studies how the language penetrated the architectural realm of Rio de Janeiro by the hands of two architects:Affonso Eduardo Reidy and Sérgio Bernardes.At last, it analyses some buildings executed in Rio de Janeiro between 1955 and 1985, designed by architects such as Arthur Lício Pontual, Paulo Casé and Luiz Paulo Conde (among others), which consist in regionalist interpretations of the idiom. Key-words: ModernArchitecture; Brutalism; Rio de Janeiro. Rio de Janeiro junho de 2006 SUMÁRIO Introdução 8 Capítulo 1 Oéthos brutalista - a ‘verdade’estrutural e a expressão do concreto 15 Capítulo 2 Adimensão brutalista na arquitetura moderna do Rio de Janeiro 61 2.1 Affonso Eduardo Reidy e Sérgio Bernardes: A valorização da construção 61 2.2 A'verdade' racionalista e os 'estilos' cariocas 98 2.2.1 Escolas - do concreto e tijolo à pré-fabricação 105 2.2.2 Casas - economia e despojamento 123 2.2.3 Vertente 'plástica' - as torres comerciais 138 2.2.4 Originalidade formal - as composições celulares 152 2.2.5 Maneirismos construtivos - o 'estilo brutalista' 157 Conclusão 168 Bibliografia 170 Relação das fontes de imagens 174 Anexos (planilhas de obras) 176 Introdução Basicamente nos mesmos anos em que se construía Brasília, marco da arquitetura moderna, alguns arquitetos do Rio de Janeiro passaram a manipular uma linguagem arquitetônica distinta daquela que levara a cidade (e o Brasil) a uma posição de destaque no panorama mundial da arquitetura. Essa linguagem, conhecida em boa parte do mundo como “brutalismo”, fundamenta-se na aliança entre materiais construtivos (aparentes), técnicas de manejo e expressão formal. Adotada pelos arquitetos cariocas, ganhou acento próprio, novos signos e nova gestualidade, em função de valores e características locais e de determinadas circunstâncias temporárias vigentes. Os projetos arquitetônicos realizados no Rio de Janeiro, entre 1955 e 19851, sob influência do brutalismo europeu, constituem a tendência dominante da arquitetura moderna local. Esta dissertação de mestrado tem por objetivo fomentar o debate crítico sobre essa produção, que, ofuscada pelo antecedente período áureo da arquitetura carioca, permanece pouco valorizada, e pouco estudada (para não dizer, esquecida). Assim procedendo, espera-se estar contribuindo não apenas para o entendimento desta produção arquitetônica especificamente, mas para a compreensão dos rumos (ou desrumos) tomados pela arquitetura carioca posteriormente. O trabalho divide-se em dois capítulos principais: o primeiro (constituído de dois tópicos) expõe a formação da linguagem brutalista na Europa e examina como ocorreu a apreensão dessa linguagem pelos arquitetos do Rio de Janeiro; o segundo apresenta uma análise (de caráter genérico, baseada em exemplos construídos) das principais características (projetuais e estilísticas) da vertente carioca da linguagem brutalista. Constam ainda da dissertação a conclusão, a bibliografia, a relação de origem das ilustrações e, como anexo, a transcrição de algumas das entrevistas realizadas. A dissertação baseia-se na leitura de livros relacionados ao tema proposto, revistas brasileiras de arquitetura publicadas à época (Módulo, Arquitetura, Arquitetura Brasileira e Acrópole) e também algumas revistas estrangeiras, sobretudo Architecture Aujourd’hui e The Architectural Review. Podem ser citados como principais fontes bibliográficas os textos e projetos dos arquitetos cariocas, publicados sobretudo nas revistas nacionais de arquitetura das décadas de 1960, 70 e 80; e os livros “The New Brutalism – Ethic or Aesthetic?”, de Reyner Banham; “Le Corbusier and the Continual Revolution in Architecture”, de Charles Jencks; e “Alison + Peter Smithson. Works and Projects”, de Marco Vidotto. Foram realizadas, especialmente para este estudo, visitas e levantamentos fotográficos de dezenas de obras do período em questão e entrevistas com os seguintes arquitetos e críticos de arquitetura do Rio de Janeiro: Marcello Fragelli, Marcos Konder Netto, Luiz Paulo Conde, Davino Pontual, Italo Campofiorito, Flavio Ferreira, Paulo Casé, Alfredo Britto, Francisco Bolonha, Jorge Czajkowski e Ana 1 Vale dizer que este período (1955 – 1985) não corresponde a um recorte temporal rígido desta dissertação, mas sim ao tempo em que é mais facilmente perceptível a presença da dimensão brutalista na arquitetura carioca. 8 Luiza Nobre. Em São Paulo, entrevistou-se o arquiteto Fábio Penteado. A maioria das entrevistas está gravada em fita cassete. Elas têm duração de 45 minutos a uma hora e meia. Por fim, as disciplinas cursadas durante o ano de 2004 no curso de mestrado do Programa de Pós- Graduação em Arquitetura (Proarq) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro forneceram as necessárias ferramentas para a análise dos projetos selecionados. Terminologia Para os fins deste trabalho, pode-se afirmar que o termo “brutalismo” tem suas origens no debate travado na Inglaterra, em meados dos anos 1950, acerca de determinada produção arquitetônica que buscava diferenciar-se (sob aspectos estilísticos e teóricos) da produção até hoje identificada como a mais característica do Movimento Moderno, aquela do período 1920-40. O centro desse debate era Londres; seus principais canais, as revistas inglesas The Architectural Review e Architectural Design, e os principais articuladores, o crítico Reyner Banham e o casal de arquitetos Alison e Peter Smithson (os primeiros a associarem, por vontade própria, o adjetivo “brutalista” a seus projetos arquitetônicos). Banham não apenas participou intensamente, nos anos 1950, como “debatedor” (fazia parte do corpo editorial de The Architectural Review), como publicou, em 1966, o livro até hoje considerado o mais completo estudo sobre o tema, “The New Brutalism – Ethic or Aesthetic?”. Os Smithsons, além