DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 075.4.55.O DATA: 17/04/18 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 20h06min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador

Obs.: Incluídos os seguintes discursos: do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates da Câmara dos Deputados nº 005, realizada em 07 de fevereiro de 2018; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates da Câmara dos Deputados nº 012, realizada em 22 de fevereiro de 2018; do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Não Deliberativa de Debates da Câmara dos Deputados nº 64, realizada em 05 de abril de 2018.

Ata da 75ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Ordinária, Vespertina, da 4ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª legislatura, em 17 de abril de 2018. Presidência dos Srs.: Rodrigo Maia, Presidente. JHC, 3º Secretário. Pedro Uczai, 3º Suplente de Secretário. Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário. Raquel Muniz, Pedro Fernandes, Átila Lira, Alberto Fraga, nos termos do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.

ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Rodrigo Maia Fábio Ramalho André Fufuca Giacobo Mariana Carvalho JHC Rômulo Gouveia Dagoberto Nogueira César Halum Pedro Uczai Carlos Manato

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A lista de presença registra na Casa o comparecimento de 65 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

II - LEITURA DA ATA

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Fica dispensada a leitura da ata da sessão anterior, a pedido do nobre Deputado Luiz Couto.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado João Daniel, do PT de Sergipe.

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O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós gostaríamos de divulgar, no programa A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação da Casa, pronunciamento sobre o transcurso dos 22 anos do massacre de Eldorado do Carajás.

A luta dos trabalhadores do Pará pela reforma agrária, lamentavelmente, levou dezenas de companheiros a serem assassinados pelo Estado do Pará, pela polícia. Continuamos cobrando punição a todos os assassinos e aos mandantes desses crimes contra esses lutadores e essas lutadoras.

Nesta manhã, faríamos uma sessão solene em homenagem ao Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, mas isso não foi possível. Portanto, solicito ao

Presidente que, durante o mês de abril ou no próximo mês, seja realizada uma homenagem a esses mártires, a esses lutadores da terra.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vamos divulgar o pronunciamento de

V.Exa. no programa A Voz do Brasil, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje o massacre de Eldorado do

Carajás completa 22 anos.

Em 1996, no Pará, cerca de 1.500 pessoas do Movimento Sem Terra marchavam pela rodovia PA-150, na luta pela reforma agrária e pela desapropriação da Fazenda Macaxeira. À época, o Presidente da República era o tucano Fernando

Henrique e o Governador do Estado do Pará era o também tucano Almir Gabriel.

A Polícia Militar teria sido enviada a partir da acusação de que os sem-terra estavam bloqueando a rodovia. Ao chegarem ao local, os policiais abriram fogo contra os trabalhadores e as trabalhadoras, matando 19 pessoas na hora e deixando

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mais de 100 pessoas feridas. Posteriormente, duas pessoas morreram em decorrência dos ferimentos.

Foram indiciados pelo massacre 155 policiais, mas nenhum foi punido. Em maio de 2012, foram presos o Coronel Mário Pantoja e o Major José Maria Oliveira.

Os dois estavam soltos por força de um habeas corpus do Supremo Tribunal

Federal, que permitiu que recorressem da sentença em liberdade.

A violência no campo, que não começou agora, seguiu o seu curso. Durante os Governos FHC, ocorreram os piores conflitos agrários no País. Nos Governos

Lula e Dilma, houve uma redução significativa desses índices, devido a políticas de melhoria das condições de vida no campo e a ações institucionais de acompanhamento dos conflitos pela Ouvidoria Agrária e também pelo Ministério da

Justiça.

No período de 2004 a 2014, houve em torno de 33 assassinatos ao ano, segundo a Comissão Pastoral da Terra — CPT. Em 2003, houve 73 mortes violentas de trabalhadores do campo. Em 2015, com a política de pressão contra o Governo

Dilma, o número cresceu para 50 assassinatos. Com o golpe, o crescimento desses

índices continuou, chegando a 61 assassinatos em 2016 e a 70 assassinatos em

2017, o mais alto desde 2003.

Em 2018, com o golpe estabelecido e a ditadura envolvida em setores do

Executivo, do Legislativo e do Judiciário, com o apoio de organizações internacionais e nacionais interessadas unicamente em nossas riquezas, o tensionamento tende a ser maior, inclusive com atitudes como a prisão do maior líder brasileiro, o Presidente Lula, vítima de um tribunal de exceção que o condenou sem provas e o prendeu sem que o processo fosse concluído.

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Vamos continuar lutando com a nossa arma do convencimento, já que as armas que assassinam estão nas mãos daqueles que querem ganhar nossas terras, nosso patrimônio mineral e ambiental e os nossos direitos. Precisamos mudar esse quadro que aí está, que vem tirando vidas no campo e nas cidades, como vimos no caso da execução de Marielle e do seu motorista Anderson.

Esse sistema que mantém Lula preso sem nenhuma prova e que vem fomentando a violência no campo e nas cidades não pode mais continuar. Só com a libertação de Lula é que o nosso povo poderá voltar a ter esperança.

Carajás nunca mais!

Salve o Dia da Reforma Agrária!

Lula livre!

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O SR. GIOVANI CHERINI (PR-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Parlamentares, eu quero falar aqui sobre um dos eventos mais inspiradores já realizados no País.

Aconteceu neste fim de semana, de 13 a 15 de abril, em Porto Alegre, o 12º

Encontro Holístico Brasileiro — Ciência Saúde e Espiritualidade, no Centro de

Eventos da PUC.

Com um público recorde de mais 6 mil participantes, o evento, promovido pela

Frente Parlamentar de Práticas Integrativas em Saúde desta Casa, foi considerado o maior evento holístico da América Latina. Ele contou com o apoio do Hospital São

Lucas da PUC.

Realizamos mais de 30 palestras, vivências e mostra holística. O tema central foi a implementação das práticas integrativas e complementares em saúde pelos

Municípios do Rio Grande do Sul.

Tivemos a participação de 34 pessoas inspiradoras. O nosso desafio é sensibilizar os gestores a implantar essas práticas.

Peço a divulgação deste discurso no programa A Voz do Brasil, Sr.

Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vamos divulgar no programa A Voz do Brasil, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz

Couto, do PT da Paraíba. Em seguida, falará a Deputada Zenaide Maia.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, hoje, dia 17 de abril, o Brasil inteiro lembra-se de 2 anos atrás, quando a Câmara dos

Deputados realizou o dia mais infame da história deste País: autorizou a retirada do mandato da nossa Presidenta. Ficou assim definido o golpe de 2016.

Esperamos que aqueles que fizeram essa barbaridade possam repensar e não cometam mais essas atrocidades.

Também quero registrar a morte, ontem, de Paul Singer, aos 86 anos, no

Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado.

As nossas condolências aos familiares e aos amigos. Peço a Deus que possa reconfortá-los nesse momento de dor e de sofrimento.

Sr. Presidente, solicito a publicidade, nos meios de comunicação da Casa, dos dois pronunciamentos que acabo de dar como lidos.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, dia 17 de abril deste, o Brasil inteiro lembra-se de 2 anos atrás, quando a Câmara dos Deputados realizou o dia mais infame da história deste País.

Em referência ao dia 17 de abril, ficou definido o golpe de 2016, que o escritor português Miguel Sousa Tavares chamou de uma “assembleia de ladrões presidida por um ladrão”.

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Soa até de forma sarcástica, mas não poderia deixar de mencionar que o próprio Parlamentar que conduziu aquela infame sessão foi condenado a mais de 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Já o Governo que golpeou e assumiu na sequência é hoje conduzido pelo golpista e usurpador Michel Temer, já denunciado como corrupto e chefe de quadrilha. O líder do golpe, Senador Aécio Neves (PSDB-MG), está para se tornar réu no dia de hoje, por ter pedido propina de R$ 2 milhões à JBS. Enquanto isso, a

Presidenta deposta Dilma Rousseff, mesmo derrubada pelo Parlamento considerado

“mais corrupto da história do País”, mantém-se digna e de pé.

E ainda hoje Sergio Moro será jugado pelo CNJ por ter cometido, além de ser aliado do golpe, crimes, em razão de ter autorizado a divulgação dos áudios referentes à interceptação telefônica entre a Presidenta deposta Dilma Rousseff e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Este tipo de data não é por acaso, mas a justiça de Deus está se mostrando contra os corruptos que julgaram sem provas e condenaram sem culpa.

Era o que tinha a dizer.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em meio aos tempos difíceis que estamos vivendo, com a prisão política de Luiz Inácio Lula da Silva, gostaria de lamentar o falecimento, no dia de ontem, do economista Paul Singer, aos 86 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado e não resistiu ao quadro de septicemia — infecção generalizada.

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Singer se formou em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), onde obteve o título de Doutor em Sociologia e de onde também foi professor. Em 1980, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores.

O Sr. Singer foi um militante incansável. Foi um dos responsáveis pela formulação do programa de desenvolvimento do País, a partir do fortalecimento do mercado interno, por meio da distribuição de renda — alicerce econômico que marcou o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva. No Governo Lula, assumiu a

Secretaria Nacional de Economia Solidária, órgão ligado ao Ministério do Trabalho.

Seu filho, André Singer, foi o porta-voz do Governo.

Apesar de seus 86 anos, com a saúde frágil, ainda destilava sabedoria e saúde. Em sua militância, nunca se furtou a se mudar de lado. Sua história e seu legado nunca morrerão.

Deus o chamou para sua morada celestial. Rezo para que a família e os amigos estejam fortes para honrar sua jornada.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada

Zenaide Maia, do PHS do Rio Grande do Norte.

A SRA. ZENAIDE MAIA (PHS-RN. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, eu quero falar aqui sobre a última reunião da Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil — CNBB, realizada em Aparecida, São Paulo, onde foram mostrados a deteriorização do quadro político brasileiro dos três Poderes da República, as perdas e conquistas sociais, a criminalização dos pobres, o domínio da imprensa por oligopólios econômicos e a transformação num campo de batalha do Supremo

Tribunal Federal, exibida em rede nacional, envergonhando o povo brasileiro.

Isso tudo mostra que, se for feita uma pesquisa, este Congresso está no mesmo nível de descredibilidade da Justiça brasileira.

Sr. Presidente, eu quero que meu discurso seja dado como lido e publicado no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.

CARTA A QUE SE REFERE A ORADORA

Carta aberta aos bispos brasileiros, por ocasião da Assembleia Geral da CNBB[1] Senhores bispos, Mais uma vez a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se reúne em assembleia para discutir os rumos da Igreja Católica no Brasil. A CNBB nasceu da inspiração de Dom Hélder, o “santo rebelde”. E Dom Helder se tornou referência ética e profética para os cristãos porque sempre foi um discípulo que tinha lado: o lado dos pobres, dos excluídos, dos marginalizados, dos sem voz e sem vez. Optou por seguir, radicalmente, Jesus de Nazaré — que nunca deixou de afirmar com gestos, palavras, ações e testemunhos que o Deus da vida é do Deus dos pobres e dos sofredores.

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Neste ano do laicato, a CNBB está a insistir no protagonismo dos leigos. Pois muito bem! Estou aqui para incitá-los a um debate e uma reflexão sobre a vida (e a morte) dos brasileiros e o papel da Igreja Católica no momento atual do nosso país. Num país marcado pela secular e avassaladora desigualdade social[2], pela violência estrutural[3] e pela injustiça[4], a impossibilitar condições de vida com dignidade a milhões de brasileiros[5], o testemunho cristão é um imperativo ético, um dever profético e uma atitude de fé. Nos últimos anos assistimos em nosso país ao recrudescimento de disputas reais e simbólicas que redundam num quadro de deterioração sem precedentes de conquistas sociais e políticas dos brasileiros. Como se não bastasse tão grandiosa desventura, um clima de ódio e de violências se espraiam no país. A CNBB já se manifestou algumas vezes sobre alguns desses temas[6]. Não obstante, a coalizão governista toca uma avassaladora política ultraliberal e continua a empreitada de privatização e esfacelamento do estado e das políticas sociais. Por outro lado, há um vertiginoso crescimento de grupos religiosos ultraconservadores, inclusive dentro do espectro do catolicismo, colonizando os poderes públicos e usando de estratégias violentas para a criminalização dos mais pobres, dos defensores dos direitos humanos, dos movimentos sociais organizados; enfim, de segmentos que lutam por uma sociedade mais justa, igualitária, fraterna e inclusiva. No quadro político, a deterioração dos três poderes da República sinaliza a ausência de qualquer perspectiva para saídas democráticas e constitucionais à crise institucional que se instalou no país desde as eleições de 2014, agravando-se com o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff, sem comprovação de crime de responsabilidade, e a controversa prisão do ex-presidente Lula, marcada por um processo caracterizado pela politização judicial[7]. Esses fenômenos não podem ser naturalizados e refletem os caminhos tortuosos da vida política nacional. A imprensa, dominada por oligopólios econômicos, atua em uníssono como um partido político, a impor uma “verdade única” e a insuflar a radicalização dos discursos de ódio. As redes sociais se transformam num patíbulo.

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O desrespeito à ordem constitucional levou membros das Forças Armadas, na ativa, a desrespeitarem flagrantemente a lei[8], manifestando publicamente suas posições políticas e partídárias. O Supremo Tribunal Federal se transformou num campo de batalhas, exibidas em rede nacional, para o constrangimento geral. O panorama eleitoral é dos mais complexos: projeções especializadas dão conta que é alta a tendência, nas eleições deste ano, de manutenção dos atuais ocupantes do Congresso Nacional[9}, caracterizado pelo conservadorismo[10] e por implementar uma série de reformas que maculam a Constituição Federal de 1988. Sob outra perspectiva, há uma clara estratégia de empoderamento político- partidário de muitas igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais e partidos ligados a elas para ampliarem suas bancadas na Câmara e no Senado a partir de 2019.[11] O quadro torna-se ainda mais complexo à medida que está cada vez mais incerta a realização das eleições, previstas para outubro deste ano. Nesse cenário, a tendência de um acirramento das disputas parece evidente. Além do escandaloso contingente de homicídios no país (cerca de 60 mil por ano, vitimando principalmente pobres, negros e jovens), o número de ativistas executados nos últimos cinco anos já chega a 194, sendo 20 apenas no Rio, segundo levantamento do jornal “O Estado de São Paulo”. A União de Vereadores do Brasil informa que o número de vereadores e de prefeitos mortos entre 2017 e 2018 já chega a 23. Estão de volta os crimes políticos, a nos recordarem, entre outros acontecimentos, os tempos sombrios da Ditadura. Como é sabido, num país historicamente marcado pela aniquilação das vozes que discordam do establishment, certamente serão os pobres, os movimentos sociais e os grupos vulneráveis que padecerão da violência estatal à medida que se aprofundam as crises polftica, econômica e institucional. Por isso, penso que a CNBB, tendo em vista sua história na luta pelas liberdades democráticas e pela justiça social, é convidada a se posicionar claramente sobre a situação polftica atual do nosso país, a indicar à sociedade brasileira caminhos de superação da crise.

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Está em jogo, no atual momento, o futuro da nossa Nação. Muitos podem argumentar que a pior atitude da Igreja, com vista a agradar gregos e troianos, seria a omissão. É fato que uma atitude profética sempre implicará em riscos. O medo e a paralisia que se abateram sobre muitas lideranças sociais e políticas — e que trarão consequências perversas à vida do nosso povo — poderiam ser enfrentados com corajosa atitude profética dessa Conferência, nesse momento crucial da vida nacional. Não poderia ser diferente. Termino essa modesta missiva com um trecho da última exortação apostólica do Papa Francisco: “Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo em que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente. “ (Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, 101). [1] De 11 a 20 de abril de 2018, em Aparecida (SP). [2] Relatório de janeiro de 2018 da ONG Oxfam aponta que cinco bilionários em nosso país têm a mesma riqueza que a metade mais pobre dos brasileiros e os 5% mais ricos detém a mesma fatia de renda dos demais 95% da população. [3]CNBB. Texto-base da Campanha da Fraternidade de 2018: “A violência como sistema no Brasil”, pp 24-29. [4] CNBB. Texto-base da Campanha da Fraternidade de 2018: “A ineficíência do aparato judicial”, pp 38-40. [5] “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). [6] Nota sobre o momento nacional, de 21 abr. 2015; Nota sobre a PEC 241, de 27 out. 2016; Nota sobre a PEC 287/2016 (Reforma da Previdência), de 23 mar. 2017; Nota pública contrária ao projeto de reforma trabalhista, de 10 jul. 2017 e Nota sobre o atual momento político, de 26 out. 2017. [7] O jurista italiano Luigi Ferrajoli, um dos expoentes das teorias do garantismo constitucional, escreveu sobre o tema. Confira no link a seguir: [https://rodrigocarelli.org/2018/04/07/uma-agressao-judiciaria-a-democracia-luigi- ferrajoli]. O livro “Comentários a uma Sentença Anunciada: o Processo Lula”, reúne

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103 artigos, de 122 juristas, que apontam problemas e equívocos na sentença do Juiz Sergio Moro, que condenou o ex-presidente Lula no caso do tríplex. [8] O decreto 4.346, de 26 de agosto de 2002, que regula o comportamento de militares das Forças Armadas Brasileiras não permite a manifestação pública, sem uma autorização prévia, sobre política. Trata-se do item 57 do anexo sobre a relação de transgressões: “Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária.” O texto foi assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. [9] “Câmara deverá ter um dos maiores índices de reeleição das últimas décadas, projeta Diap”. Veja em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/camara-deveter-um-dos-maiores- indices-de-reeleicao-das-ultimas-decadas-projeta-diap]. [10] Segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, de 06 de outubro de 2014, “o aumento de militares, religiosos, ruralistas e outros segmentos mais identificados com o conservadorismo refletem, segundo o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto Queiroz, [que] o novo Congresso é, seguramente, o mais conservador do período pós-1964”. [11] “Evangélicos querem eleger 150 deputados e 15 senadores”. Fonte: [http://www.valor.com.br/politica/5257923/evangelicos-querem-eleger-150- deputados-e-is-senadores-este-ano]. Veja, também: “Evangélicos querem Crivella presidente e bancada de um terço da Câmara em 2018”. Fonte: [https://jornalggn.com.br/noticia/evangelicos-querem-crivella-presidente-e- bancadade-um-terco-da-camara-em-2018/].

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Rocha, por

1 minuto.

O SR. ROCHA (PSDB-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero aqui registrar e lamentar que a Comissão de Direitos Humanos do Senado use recursos públicos, recursos do povo brasileiro, para fazer uma visita a um presidiário.

É interessante frisar que a Comissão de Direitos Humanos não recebeu — como de fato a imprensa não divulgou — nenhuma notícia de maus-tratos e nenhuma notícia de tortura a que tenha sido submetido o ex-Presidente, hoje preso,

Luiz Inácio Lula da Silva.

Eu quero aqui, Sr. Presidente, registrar que vamos entrar com todos os mecanismos possíveis para que o povo brasileiro não pague essa conta. Já basta o que foi roubado do povo brasileiro, e ainda querem agora que o povo brasileiro custeie viagens para confabulação dentro de presídios.

É importante frisar que essa mesma Comissão de Direitos Humanos do

Senado não se lixa e não olha para as condições dos presídios brasileiros, que são caóticas.

Então, Sr. Presidente, quero aqui fazer este registro e pedir sua divulgação pelos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra a Deputada Janete

Capiberibe, do PSB do Amapá, por 1 minuto.

A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Srs. Parlamentares, este Plenário aprovou, no mês de março, a urgência para a votação do Projeto de Lei nº 9.617, de 2018, do Senado, que regulamenta o uso de um aplicativo de celular para a gestão compartilhada na administração pública. Essa matéria é consenso.

Eu peço ao Presidente desta Casa que inclua o projeto em pauta, a fim de aprovarmos essa proposta que aproxima os cidadãos da administração pública, por meio do acompanhamento e da fiscalização de obras e projetos.

Eu e o Senador Capi usamos a gestão compartilhada para acompanhar as nossas emendas. O resultado é muito positivo: envolve os interessados, dá mais rapidez, mais qualidade e economiza recursos. Vamos votar e aprovar esta matéria.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vamos divulgar o pronunciamento de

V.Exa. no programa A Voz do Brasil, Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Pompeo de Mattos, por 1 minuto.

O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero reafirmar o direito irrevogável dos nossos quilombolas, da comunidade negra do nosso País, que têm uma história e uma memória de serviços prestados à nossa Nação. E o faço na figura do grande Senador Abdias Nascimento, falecido há poucos anos, que deixou marcas no Parlamento nacional.

Os negros prestaram relevante serviço a este País. Está aí o País do futebol, da musicalidade, da integração, um Brasil forte, robusto, digno. As comunidades negras precisam ser respeitadas, reconhecidas, e não pisadas —alguns que disseram que os negros não servem nem para procriar.

Nós do PDT respeitamos a negritude, respeitamos a dignidade e proclamamos a importância do negro na economia, no saber, no conhecimento, na vida desta Nação brasileira.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Bohn

Gass, por 1 minuto.

O SR. BOHN GASS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente.

Hoje faz 22 anos que o Brasil envergonhou o mundo com o massacre de

Eldorado do Carajás. Foi uma coisa tão cruel que o 17 de abril passou a ser o Dia

Internacional das Lutas Campesinas.

Nos 13 anos dos Governos do PT, reduzimos pela metade o número de mortes por conflitos agrários. Chegamos a uma média de 35 por ano. Isso graças às nossas políticas públicas e, principalmente, ao fato de não criminalizarmos os movimentos sociais.

Mas aí veio o golpe. E o resultado não pode ser pior: em 2016, quase dobramos a média, com registro de 61 mortes no campo. O ano de 2017, então, confirmou a tragédia: 70 mortes. O golpe teve o latifúndio como um dos seus principais apoiadores.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje faz 22 anos que o Brasil envergonhou o mundo com o massacre de Eldorado do Carajás.

Foi uma coisa tão cruel que o 17 de abril passou a ser o Dia Internacional das

Lutas Campesinas.

Nos 13 anos dos Governos do PT, reduzimos pela metade o número de mortes por conflitos agrários. Chegamos a uma média de 35 por ano. Isso, graças

às nossas políticas públicas e, principalmente, ao fato de não criminalizarmos os movimentos sociais.

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Mas aí veio o golpe. E o resultado não pode ser pior: em 2016, quase dobramos a média, com registro de 61 mortes no campo. E 2017, então, confirmou a tragédia: 70 mortes.

O golpe, que teve o latifúndio como um dos seus principais apoiadores, fez o

Brasil voltar ao tempo dos massacres.

O golpe é uma vergonha! Além de tudo, é assassino!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Celso

Maldaner.

O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, demais colegas Parlamentares, eu trago à tribuna grande preocupação no que se refere à viagem que o nosso Ministro Blairo Maggi fez a Bruxelas para tratar da barreira que a União Europeia quer impor às exportações das plantas da

BRF e de outras empresas brasileiras de carne de frango, bovina, pescado e mel.

Sr. Presidente, nós não podemos aceitar pacificamente que prejudiquem o

Brasil dessa maneira. Nós temos que envolver não só o Ministério da Agricultura, mas também o Palácio do Planalto. O Governo em si tem que se envolver nessa questão, porque isso está prejudicando muito as exportações brasileiras.

Então, é importante levamos isso a sério. Se não houver outra maneira, quem sabe possamos também bloquear os produtos europeus que vêm para o nosso País.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na semana passada, uma delegação brasileira liderada pelo Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, esteve em Bruxelas para tratar sobre a barreira que a União Europeia quer impor às exportações das plantas da BRF e de outras empresas brasileiras de carnes de frango, bovina, pescado e mel.

O principal foco da visita foi a negociação com a Comissão Europeia no sentido de que o embargo continue restrito às três plantas da BRF investigadas na

Operação Trapaça e não para toda a cadeia. Nesta semana, a União Europeia irá se reunir para decidir se a barreira para a BRF e as outras empresas será imposta.

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Pois bem, ao meu ver, Sr. Presidente e demais colegas Parlamentares, nós não podemos aceitar essa decisão de braços cruzados. Se pegarmos como exemplo a China, que respondeu rapidamente aos embargos movidos pelos Estados Unidos sobre as tarifas de importação, ou até mesmo os Estados Unidos, que nesta semana prometeram novas sanções à Rússia devido à crise na Síria, veremos que o Brasil tem que fazer alguma coisa.

Se a decisão da União Europeia for mesmo a de impor a barreira para nossas exportações, nós também temos que retaliar as importações dos produtos desse bloco.

Sei que uma guerra comercial não é a melhor forma de resolver esse impasse, mas, esgotadas as negociações diplomáticas, temos que entrar em ação e não permitir que só o mercado brasileiro, e em especial o produtor, sofra as consequências.

O Palácio do Planalto precisa ser acionado para que, como falei, aplique sanções aos produtos europeus, não só agropecuários, pois, além de queijos, vinhos e azeites, a Europa comercializa conosco automóveis e autopeças.

Temos que tomar uma decisão antes que seja tarde demais!

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Domingos

Sávio.

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Parlamentares, quero registrar nesta tribuna um voto de pesar pelo passamento da nossa querida ex-Prefeita, Conselheira do Tribunal de Contas de Minas Gerais, Adriene Andrade, que foi, sem dúvida, uma das referências na luta pelo municipalismo.

Adriene Andrade, que era esposa do ex-Senador e ex-Vice-Governador

Clésio Andrade, Presidente da Confederação Nacional do Transporte, foi Prefeita,

Presidente da AMM e a primeira mulher a ser Conselheira do Tribunal de Contas de

Minas, indicada, à época, pelo então Governador Aécio Neves.

Adriene deixa, de fato, não só tristeza e pesar, mas um vazio, porque foi, sem dúvida, uma mulher exemplar, uma grande liderança.

Registro o nosso voto de pesar e os nossos sentimentos a todos os seus familiares.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Será divulgado no programa A Voz do

Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Edmilson Rodrigues.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, 3 mil cidadãos, grande parte deles educadores e educadoras do

Arquipélago do Marajó, da cidade de Breves, que é conhecida como a Capital do

Marajó — há ainda a cidade de Soure, que tradicionalmente também se intitula capital —, lutam para impedir ataques aos seus direitos, enquanto categoria profissional.

Amanhã, há previsão de uma reunião mediada pelo Ministério Público do

Estado, e eu faço um apelo ao Prefeito Toninho Barbosa no sentido de que mostre sensibilidade. Não é possível que não se resolvam, através do diálogo, problemas possíveis de se resolver. Tenta-se tirar direitos, inclusive o direito a horas suplementares, num Município que precisa de educadores, para favorecer a contratação temporária, o que é inadmissível.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a resistência é a essência das lutas coletivas! Eu quero, neste momento, prestar minha total solidariedade aos educadores e educadoras do Município de Breves, na Ilha do Marajó, no Pará, que estão há uma semana ocupando a sede da Secretaria Municipal de Educação. E quero também saudar a bravura desses servidores e servidoras, que estão batalhando pelos seus direitos, por dignidade e respeito ao trabalho que prestam ao povo de Breves, ao povo paraense!

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O protesto é organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação

Pública do Pará — SINTEPP/PA e conta com cerca de 3 mil pessoas, o que evidencia a força dessa mobilização social.

Faço aqui um apelo aos Parlamentares que compõem a Câmara Municipal de

Breves para que legislem a favor dos profissionais da educação, que sejam sensíveis às reivindicações de uma categoria fundamental para o desenvolvimento da nossa gente. Ainda esta semana, os Vereadores devem deliberar sobre o veto da

Prefeitura que barra a execução de horas suplementares, o que prejudica a categoria.

Além disso, os manifestantes exigem mudanças na portaria de lotação e posse da Diretoria eleita e dos novos membros do Conselho Municipal de Educação.

Neste dia 18, a Prefeitura vai se reunir com representantes do SINTEPP, numa conversa que será mediada pelo Ministério Público do Estado (MPPA), para debater a pauta da categoria.

Peço ao Prefeito de Breves, Toninho Barbosa, que priorize o atendimento das demandas dos trabalhadores em educação, que resistem bravamente na ocupação, lutando pela educação pública com qualidade social.

Nosso apoio aos educadores e educadoras da rede pública de Breves!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada

Benedita da Silva, por 1 minuto.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero registrar com muito pesar o falecimento de Dona Ivone Lara.

Como todos nós sabemos, Dona Ivone Lara foi a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de uma escola de . Essa mulher negra é um patrimônio da música popular brasileira que fica marcado para todos aqueles que vieram depois.

Quero também falar do meu sentimento pela passagem de um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Paul Singer, que nos deixa aos 86 anos, foi responsável por um grande legado de resistência e de sabedoria. Todo e qualquer partido pode fazer uso desse legado, que se baseia na consciência acima de todas as coisas.

Obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo

Sabino.

O SR. CABO SABINO (Bloco/AVANTE-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer um registro de agradecimento ao

Partido da República, o PR, o meu primeiro partido, no qual passei 3 anos. Através desse partido, eu pude fazer mais de 280 pronunciamentos nesta Casa, participar de mais de 22 Comissões Permanentes e Especiais, apresentar mais de 160 projetos e ganhar notoriedade com relação ao trabalho realizado pelo Estado do Ceará, sendo eleito três vezes pela mídia cearense como o Deputado cearense que mais apresentou projetos na área legislativa.

Então, eu sou muito grato ao PR e faço este agradecimento hoje em público, dada a nossa ida para o AVANTE, partido pelo qual eu espero ter também o mesmo carinho e respeito. Também espero ter o mesmo desempenho parlamentar, se for essa a vontade de Deus.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Raimundo Gomes de Matos.

O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, solicito a divulgação nos meios de comunicação desta Casa do pronunciamento em que registro que no último dia 4 de abril a Organização das

Cooperativas Brasileiras, em evento promovido pelo dinâmico Presidente Márcio

Freitas, entregou a Agenda Institucional do Cooperativismo 2018.

Estiveram presentes Senadores, Deputados, Deputadas e inclusive o

Presidente Michel Temer, com vários Ministros. Naquele momento foi oficializada a pauta que permitirá que nós, aqui na Câmara Federal, como também no Senado, trabalhemos para dinamizar a economia do nosso País.

Com o cooperativismo em várias áreas — na educação, na agricultura, no turismo, na saúde, na parte de crédito, também na parte de seguro —, nós poderemos ter, acima de tudo o fortalecimento da economia, gerando mais de 300 mil empregos.

Temos cerca de 13 milhões de cooperados no Ceará, graças ao trabalho do

João Nicédio, que vem fazendo com que naquele Estado cresça a cultura do cooperativismo.

Nós queremos...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, com a geração de 376 mil empregos formais e o surgimento de mais de 13,2 milhões de cooperados nos últimos anos, o

Brasil conta hoje com 6,6 mil cooperativas, distribuídas em 13 ramos de atividades.

No Ceará, 4.764 pessoas trabalham em uma das 115 cooperativas existentes, que contam com aproximadamente 61 mil cooperados e tiveram um faturamento de

R$ 3 bilhões no ano de 2016.

Dada a importância deste segmento na contribuição para o crescimento econômico, para a inclusão social, para a geração de renda e para o desenvolvimento regional, foi lançada no último dia 4 de abril, aqui em Brasília, a

Agenda Institucional do Cooperativismo 2018, já em sua 12ª edição.

Nesta Casa Legislativa há 25 Comissões Permanentes, além de outras 14 no

Senado Federal, as quais trabalham na discussão e aprovação de matérias importantes para o cooperativismo nos setores agropecuário, de consumo, de crédito, de educação, especial, de habitação, de infraestrutura, de mineração, de produção, de saúde, de trabalho, de transporte, de turismo e lazer.

Atualmente, mais de 900 proposições de interesse desses setores estão em tramitação, sendo 36 delas elencadas na Agenda Institucional do Cooperativismo

2018 como prioritárias para este ano. Entre elas, destaco: o Projeto de Lei

Complementar nº 271, de 2005, sobre o tratamento tributário ao ato cooperativo; o

Projeto de Lei nº 3.067, de 2011, que possibilita o acesso aos recursos do FAT pelo cooperativismo de crédito; o Projeto de Lei Complementar nº 461, de 2017, desde que inclua as especificidades das cooperativas de saúde em relação ao ISS; o substitutivo ao Projeto de Lei nº 4.860, de 2016, que reconhece a categoria de

Cooperativa de Transporte Rodoviário de Cargas (CTC); e o substitutivo ao Projeto

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de Lei nº 3.139, de 2015, que permite a operação de seguros por sociedades cooperativas.

A consolidação das prioridades em uma agenda única do cooperativismo tem por objetivo promover a competitividade de todos os envolvidos e, assim, fazer com que cada Parlamentar acompanhe as matérias de interesse deste setor que estão em tramitação e que são uma alternativa econômica para impulsionar o crescimento do País.

“Com o nosso jeito cooperativo de fazer negócios, gerar riquezas e multiplicar resultados, já assumimos importante destaque em setores como o agropecuário, o financeiro, o de saúde e o de transporte. E, como armazéns de confiança, as cooperativas assumem, também, o papel de protagonista desse processo de transformação”, ressaltou o Presidente do Sistema OCB — Organização das

Cooperativas Brasileiras, Márcio Freitas, durante o lançamento da Agenda

Institucional do Cooperativismo 2018.

O evento foi prestigiado pelo Presidente da República, Michel Temer, por integrantes do Governo Federal, por representantes do movimento cooperativista brasileiro e por Parlamentares.

Tivemos mais uma vez a honra de acompanhar o lançamento, para aqui nesta Casa Legislativa trabalharmos em prol do cooperativismo, que vem gerando milhares de empregos e renda para a população.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sabemos que este é um ano atípico, com eleições majoritárias e encerramento da 55ª Legislatura. No entanto, o nosso compromisso com o crescimento e o desenvolvimento do País — do campo às

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grandes cidades — tem que estar acima deste cenário político e precisa ser suprapartidário.

Reforço: as cooperativas desempenham um papel fantástico e são de fundamental importância para a nossa economia. Como integrante da Frente

Parlamentar do Cooperativismo e da Comissão de Agricultura, Pecuária e

Desenvolvimento Rural na Câmara dos Deputados, estarei atento às matérias prioritárias do cooperativismo, para que avancem nesta Casa Legislativa.

Ao falar deste setor, não poderia deixar de mencionar iniciativa do Presidente da OCB/SESCOOP-CE, João Nicédio Alves Nogueira, que lançou no ano passado o

1º Prêmio Cooperativismo Cearense de Jornalismo, tendo como tema A importância das cooperativas cearenses para o desenvolvimento econômico e a inclusão social.

Os profissionais da imprensa cearense puderam participar nas categorias

Destaque Acadêmico-Universitário, Profissional WebJornalismo, Profissional

Telejornalismo, Profissional Radiojornalismo e Profissional Jornalismo Impresso.

Encerro este pronunciamento me colocando à disposição dos Presidentes

Márcio Freitas (OCB) e João Nicédio Alves Nogueira (OCB/SESCOOP-CE) para, juntos, avançarmos nas discussões e aprovações de matérias de interesse do cooperativismo na Câmara dos Deputados.

Era o que tínhamos a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Marcos Rogério.

O SR. MARCOS ROGÉRIO (Bloco/DEM-RO. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero registrar que depois de muitas queixas sobre as condições da BR-364 no Estado de Rondônia nós agora temos os primeiros trechos dessa rodovia em processo de recuperação.

No trecho entre Ouro Preto do Oeste e Jaru, a obra já se encontra em andamento. O próximo trecho a ser recuperado será o que fica entre Jaru e

Ariquemes, que é o mais crítico. Nessa rodovia registram-se acidentes diariamente, sendo muitos deles fatais, com perda de vidas e mutilações.

Toda a bancada federal cobrou muito do Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transportes — DNIT a realização dessa obra, que hoje já se encontra em andamento lá no Estado de Rondônia.

Portanto, registro aqui o início dessa obra. A nossa expectativa é que ela seja finalizada com qualidade e que dure mais do que vêm durando as últimas obras.

Um abraço, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Nilto

Tatto.

O SR. NILTO TATTO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, há 22 anos, ocorreu no Pará um dos mais vergonhosos episódios da nossa história: o massacre de 21 trabalhadores rurais sem-terra pelas forças policiais do Estado, a mando do latifúndio. Até hoje o fato não foi apurado e não foram punidos os mandantes, os responsáveis.

Lembro esta terrível chacina para saudar as lideranças sem-terra em todo o

País, pessoas destemidas que lutam por um pedaço de terra para trabalhar.

Nós sabemos que no Brasil há muita gente que, acampada, luta por um pedaço de terra para trabalhar. Sabemos também que muita terra continua nas mãos de pequenos latifundiários. Portanto, é importante lembrar esta data, para que o Estado assuma o seu papel e faça a reforma agrária já.

É esta a luta da hora, a luta da ordem do dia.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado Nilto

Tatto.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Geraldo Resende, por 1 minuto.

O SR. GERALDO RESENDE (PSDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, estivemos ontem acompanhando a comitiva do Governador Reinaldo

Azambuja eu, vários Deputados Estaduais, o Prefeito de Caarapó, o Prefeito de

Amambai e outros Prefeitos da região, a fim de presenciarmos a entrega da obra de recuperação completa da rodovia que liga Caarapó a Amambai, Municípios importantes na Região da Grande Dourados e da Fronteira.

Além da inauguração dessa que é uma das rodovias com maior trânsito no

Mato Grosso do Sul, também presenciamos, tanto em Caarapó como em Amambai, a assinatura de convênios, os quais vão possibilitar, em Caarapó, a revitalização do

Hospital São Mateus, graças ao envio de 2 milhões de reais, frutos da parceria com o Governador Reinaldo Azambuja e com a bancada federal — os recursos foram destinados através da emenda parlamentar deste Deputado —, e, em Amambai, a ampliação do hospital do Município.

Um milhão de reais...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

Vamos determinar a divulgação do pronunciamento de V.Exa. no programa A

Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Afonso

Motta.

O SR. AFONSO MOTTA (PDT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Parlamentares, registro que, na última semana, estivemos em Alegrete, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, minha terra natal e terra de Oswaldo

Aranha. No Município, com a presença do Procurador de Justiça e ex-Deputado

Federal Vieira da Cunha, foi realizado um debate sobre ética e política.

Fomos acolhidos na reitoria pelo Sr. Julio Otaran, coordenador dos cursos da universidade. O evento contou com a presença maciça dos alunos. Foi uma grande satisfação acompanhar o ex-Deputado Vieira da Cunha no nosso Alegrete.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que divulgue o meu pronunciamento no programa A Voz do Brasil pela importância do tema.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Luiz

Carlos Hauly.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, acabo de chegar da Frente Parlamentar da Agricultura, pela qual o pré- candidato Alvaro Dias foi recebido hoje e fez uma excelente exposição para todos os

Deputados, Senadores e pessoas ligadas ao agronegócio brasileiro, que sustenta a economia brasileira.

A Frente Parlamentar também já ouviu Flávio Rocha, o empresário do Rio

Grande do Norte, também muito inteligente, muito preparado, e o Ex-Governador de

São Paulo, nosso pré-candidato, também muito preparado, muito competente.

Ouvindo esses pré-candidatos, a Frente Parlamentar percebe um sinal de que há pessoas preparadas para dirigir o Brasil. São 25 candidatos, e eu acredito que teremos condição de escolher um bom Presidente da República para o Brasil — e também escolhemos um novo Parlamento, que, sem dúvida alguma, vai redirecionar para o futuro o Brasil, que nós precisamos tanto redimir.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Gonzaga Patriota.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, peço a V.Exa. que dê divulgação a esse registro que faço aqui.

O BNDES está financiando o Estado de Pernambuco no Programa Pacto pela

Vida para a aquisição de motocicletas para a segurança das polícias, principalmente a Polícia Militar de Pernambuco.

Mas eu quero fazer aqui um apelo ao Governador do Estado e ao

Comandante-Geral da Polícia Militar de Pernambuco para que não façam o que anunciaram em Petrolina — e eu vi isso ontem lá: proibir que os veículos da Polícia

Militar de Pernambuco, a partir das 18 horas, liguem o ar-condicionado. Pernambuco

é um Estado quente em tudo. Não se pode, por economia, desligar o ar- condicionado de um veículo. Esse é o apelo que faço aqui ao Governador e ao

Comandante da Polícia.

Liguem esse ar-condicionado e corram atrás dos bandidos!

Obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, “Pernambuco é o primeiro Estado da

Federação a apresentar proposta de financiamento para a área de Segurança

Pública, atendendo a proposta do Governo Federal”, afirmou o Governador Paulo

Câmara, que se reuniu recentemente com a Diretora de Gestão Pública do BNDES,

Marilene Ramos, para discutir os estudos de novos empréstimos para Pernambuco.

Quem também participou da reunião foi o Secretário de Planejamento e Gestão do

Estado, Márcio Stefanni.

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O Governador informou que as motocicletas irão para a Polícia Militar e serão utilizadas pelos batalhões de área e unidades especializadas da corporação em todo o Estado. “Esse policiamento ostensivo e preventivo sobre duas rodas é mais ágil e facilita o deslocamento em áreas de difícil acesso e locais congestionados. O incremento dessa frota auxiliará especialmente no combate aos crimes contra o patrimônio, que já vêm registrando redução desde o segundo semestre do ano passado”, argumentou o Governador.

Segundo o Governador, os técnicos do BNDES conhecem o Programa Pacto

Pela Vida e sabem do trabalho integrado e de inteligência na área de segurança desenvolvido pelo Governo de Pernambuco. “Isso ajudou na hora de explicar as nossas prioridades”, frisou o Governador.

Parabéns ao Governo pernambucano pela iniciativa.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra por 1 minuto ao

Deputado Nelson Marquezelli.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu só queria aproveitar este momento para fazer um cumprimento: finalmente, acabamos com a febre aftosa no Brasil. O agronegócio agradece por essa atuação. Isso não vem de agora, é um trabalho dos dois governos anteriores que culminou agora.

Parabéns! O Brasil se projeta no mundo como um país sem febre aftosa. Isso vinha sendo batalhado nos últimos 15 anos pelos governos anteriores e foi concluído agora pelo Ministro Blairo Maggi.

Parabéns.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sabemos que a febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta animais bovinos e suínos e que pode causar importantes perdas econômicas para o País.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ao longo dos anos, vem desenvolvendo programas para erradicar a febre aftosa dos rebanhos brasileiros. E os avanços já podem ser comprovados. O último caso registrado no

Brasil foi em 2006. O objetivo principal desse trabalho é o reconhecimento mundial de país livre da febre aftosa.

O último programa de enfrentamento da doença foi desenvolvido pelo MAPA: o Plano Estratégico para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da

Febre Aftosa, com o objetivo de criar e manter condições sustentáveis para garantir

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 075.4.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/04/2018 Montagem: 5199

o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional.

Então, Sr. Presidente, quero aqui parabenizar o Ministro Blairo Maggi e todos os envolvidos no Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, que contribui com a proteção do patrimônio pecuário nacional produzindo o máximo de benefícios à sociedade brasileira.

Era isso, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Pedro Uczai, por 1 minuto.

O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em meu nome e em nome da nossa bancada, queríamos render as nossas homenagens a um homem extraordinário, de uma história extraordinária, que também foi um economista extraordinário e um militante político extraordinário: Paul Singer.

Deixamos a nossa homenagem a Paul Singer e a seus amigos e, aos seus familiares, a nossa solidariedade.

Com certeza, a experiência da economia solidária no mundo, em especial no

Brasil, mais especificamente em Santa Catarina, onde há dezenas de experiências de economia solidária, perde o seu grande papa, o seu grande mestre, o seu grande protagonista, que defendia essa experiência produtiva, social e econômica.

Portanto, em nome de todas as entidades, das lideranças e das pessoas que viveram e vivem essas experiências, desejamos que Paul Singer siga em paz! Aqui vão ficar sua memória e sua história, para iluminarem novas experiências produtivas e econômicas que transformam a vida das pessoas com a experiência da economia solidária.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Deputada Jandira Feghali, V.Exa. pode se dirigir à tribuna, porque, em seguida, eu a chamarei.

Com a palavra o Deputado Carlos Henrique Gaguim.

Em seguida, falarão os Deputados Zé Geraldo e Afonso Hamm. Assim, finda- se a lista.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (DEM-TO. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, somos membros da Frente Parlamentar da Agricultura — FPA, na qual representamos a Região Norte, os nossos Estados do Maranhão, Tocantins,

Piauí e Bahia — MATOPIBA.

Estamos incrementando o agronegócio e vamos convidar o Presidente desta

Casa, pré-candidato ao cargo de Presidente da República, o Deputado Rodrigo

Maia, para visitar a nossa Frente Parlamentar da Agricultura e falar sobre seus projetos referentes ao segmento — se não for neste mês, poderá ser no próximo.

Tenho certeza de que o nosso Presidente Rodrigo Maia está preparado para comandar este País. Ali, com os Parlamentares, vai apresentar o seu projeto para o

Brasil.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação deste pronunciamento pelos meios de comunicação desta Casa, bem como no programa

A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Zé

Geraldo.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero registrar que amanhã, às 15 horas, nós teremos uma audiência com o Ministro dos

Transportes e com lideranças das obras da BR-230, a Rodovia Transamazônica, para discutir a paralisação dos trabalhos no Estado do Pará.

Essas obras de asfaltamento fazem parte do Programa de Aceleração do

Crescimento — PAC. O DNIT não está nem consertando os trechos da rodovia que estão estragando, muito menos construindo novos trechos.

Portanto, amanhã, nós vamos querer ouvir do Ministro o que vai ser feito neste ano, já que faz 2 anos que as obras na BR-230 estão caminhando a passos de tartaruga no Estado do Pará.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. a divulgação desta minha fala no programa A

Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Afonso Hamm.

O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu queria fazer um agradecimento muito especial ao Ministério da

Saúde. Agradeço ao Ministro, ao Secretário de Atenção à Saúde e à Dra. Maria

Victória Paiva, Diretora do Departamento de Certificação das Entidades

Beneficentes de Assistência Social na Área de Saúde — DCEBAS. Nós conseguimos o reconhecimento da filantropia da Santa Casa de Bagé. Até o final do ano, foi recuperada a condição de instituição filantrópica na área de saúde.

Agradeço também ao Dr. Thiago Rodrigues Santos, Coordenador-Geral de

Equipamentos e Materiais de Uso em Saúde, do Ministério da Saúde, com quem estamos tratando sobre a radioterapia. A conquista da filantropia desencadeia condições para utilizarmos a radioterapia no tratamento contra o câncer na Santa

Casa de Bagé.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vamos divulgar o pronunciamento de

V.Exa. no programa A Voz do Brasil.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, recebemos a excelente notícia de que o Ministério da Saúde renovou a certificação de filantropia da Santa Casa de

Caridade de Bagé, através da Portaria nº 415, de 2018, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, dia 16.

Acompanhado do provedor da instituição, Dr. Airton Lacerda, e do vice- provedor, Dr. Jorge Moussa, estive à frente das agendas no Ministério da Saúde

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para tratar da Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social em Saúde e do Plano de Expansão da Radioterapia da Santa Casa.

Agradeço à Diretora do Departamento de Certificação das Entidades

Beneficentes de Assistência Social na Área de Saúde — DCEBAS, Dra. Maria

Victória Paiva, que, durante a reunião, assegurou a prorrogação dos prazos e orientou o provedor a respeito das medidas para o cumprimento dos requisitos para a certificação.

Da mesma forma, agradeço ao Coordenador-Geral de Equipamentos e

Materiais de Uso em Saúde, Thiago Rodrigues Santos, que confirmou a manutenção da instituição no Plano de Expansão da Radioterapia até que sejam resolvidos os entraves documentais.

Após 2 semanas, recebemos a confirmação da renovação da certificação de filantropia, condição que habilita a entidade a implantar o serviço de radioterapia.

Destaco que a radioterapia irá permitir um melhor tratamento oncológico aos pacientes, diminuindo o sofrimento pelas longas viagens e acelerando o processo de recuperação.

Ressalto o esforço e a disponibilidade da provedoria da Santa Casa em se deslocar até Brasília para participar das audiências, priorizando os investimentos importantes para a nossa comunidade de Bagé e da região.

Essa é uma grande notícia para o Município de Bagé e para toda a região. A nossa prioridade é a saúde!

Era o que eu tinha a manifestar.

Muito obrigado.

Peço a divulgação deste pronunciamento no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Sra. Deputada

Jandira Feghali, para uma Comunicação de Liderança, pelo PCdoB.

A SRA. JANDIRA FEGHALI (PCdoB-RJ. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, hoje são 17 de abril. Eu quero iniciar minha intervenção, pela Liderança da Minoria, primeiro homenageando um filho e uma filha ilustres deste País que ontem, dia 16 de abril, nos deixaram.

Um deles é Paul Singer, mestre em Economia, de esquerda, iniciador, projetista, alguém que embasou a economia solidária brasileira. Este mestre de tantas gerações da Economia, de tantos economistas, que com ele aprenderam a lidar com o povo, com sua história, com seu contexto social, foi embora ontem, aos

86 anos de idade, mas deixou um imenso legado para o povo brasileiro.

A filha ilustre que nos deixou aos 97 anos de idade é D. Ivone Lara, que teve uma história muito forte, inclusive na área da saúde, a história de quem conviveu com , uma revolucionária na área da saúde mental. D. Ivone Lara foi assistente social e enfermeira, lidou com pacientes que sofrem de transtorno mental, mas não foi por este pedaço da sua vida que ela ficou conhecida. D. Ivone Lara ficou conhecida pela sua arte, pela diva, pela rainha do samba que foi, alguém que tanta felicidade e tanta alegria deu ao povo brasileiro.

D. Ivone Lara, com sua forte história no samba e na Música Popular

Brasileira, nunca teve medo de se expor politicamente. Tenho a honra e o orgulho de ter tido seu apoio em algumas campanhas.

D. Ivone Lara era uma mulher simples, mas, ao mesmo tempo, sofisticada, uma mulher lutadora, que teve uma vida simples até o fim da sua vida — morava em

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Oswaldo Cruz, numa casa que tive o prazer de conhecer. Sei que, até o fim da vida, honrou suas raízes, seu povo, sua terra, seu pedaço e o samba brasileiro.

Portanto, tenho muito orgulho, muita honra e muita emoção em falar de D.

Ivone Lara, muito carinho por ela e por tudo que ela conseguiu construir, valorizar e homenagear o povo brasileiro.

É desta tribuna que faço esta homenagem, por não estar, pessoalmente, hoje na sua despedida, na cidade do .

Sr. Presidente, gostaria de usar a outra parte do tempo da Liderança para falar da data de hoje, 17 de abril de 2018. Exatamente hoje, faz 2 anos que aconteceu a fatídica sessão em que neste plenário, deste corredor central, os

Deputados, representantes do povo, exararam seus votos e autorizaram dar seguimento ao processo contra nossa Presidenta Dilma Rousseff. Ali, daquele corredor, de onde tudo falaram, menos dos autos do processo, homenagearam tudo e todos, até seus cachorros de estimação, mas não conseguiram dar um voto em que a prova contra a Presidenta Dilma pudesse ser explicitada. Ali, nós vimos a exaltação, a necessidade clara e absoluta de apear do poder uma mulher legitimamente eleita, para cuja retirada, no entanto, não havia nenhuma prova.

Nenhum crime foi configurado, não conseguiram explicitar nenhum crime.

Dois anos depois, fica claro para a sociedade brasileira que nenhum problema

ético era o que estava em jogo, porque se instalou no Planalto uma quadrilha, cujas provas de ilícito são robustas, na situação ética, política e social gravíssima em que nosso País se encontra hoje.

Hoje nós temos um país socialmente em crise, um país eticamente muito mais violado, um país financeiramente aturdido, arrebentado, e um país em que o

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Parlamento e o Executivo estão desmoralizados e o Judiciário precisa recuperar sua credibilidade.

Hoje nós temos uma democracia absolutamente instável, que corre o gravíssimo risco de ficar numa situação cada vez pior. Hoje nós temos, a partir daquele parâmetro constituído no dia 17 de abril de 2016, uma Constituição que deixou de ser referência para o Brasil. Ali, violou-se a Constituição e a partir dali os parâmetros se perderam. Chegamos ao ponto de não termos mais a presunção da inocência para ninguém.

Temos um preso político da dimensão do ex-Presidente Lula num cárcere, numa solitária, na Polícia Federal em Curitiba. Aquilo é uma prisão política contra quem também não há nenhuma prova, afirmo com a convicção de quem fala com tranquilidade. Não tenho por que vir a este microfone falar de algo em que não acredito.

Esta é a minha história, e falo olhando para os senhores e para as senhoras, olhando para alguns que votaram no impeachment, aqueles que sorriem com a prisão do ex-Presidente Lula, mas que deveriam fazer agora uma autocrítica do que fizeram com este País. Estão desafiados à autocrítica. Estão desafiados a provar o crime de Dilma Rousseff e a provar o crime de Lula.

Cuidado, porque, quando a presunção da inocência cai, ela cai para todos!

Agora estão desafiados a provar a inocência destes que V.Exas. colocaram no Planalto. Ali, sim, há provas robustas, com vídeos, áudios, papéis, muitas delações já aprovadas. O País afunda na lama, no desemprego, na economia estagnada, e, com a soberania aviltada, entrega-se tudo: a ELETROBRAS, o pré-

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sal, a Casa da Moeda. Tudo está indo embora para o capital financeiro e para os estrangeiros.

Este País está perdendo a altivez e a soberania. O povo, desgraçadamente, está voltando à miséria absoluta.

Dia 17 de abril é a marca histórica da violação democrática, da violação do seu patrimônio e dos sequestros dos direitos do povo brasileiro.

Nós precisamos exigir autocrítica de quem votou aqui. O Judiciário precisa recuperar a Constituição brasileira, e este Parlamento, também. Falo com a altivez de quem votou contra tudo isso, contra o impeachment, contra o roubo de direitos.

Falo como alguém que precisa, de uma vez por todas, apelar e contribuir para a volta da democracia brasileira e da liberdade.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Obrigado, Deputada Jandira Feghali.

Durante o discurso da Sra. Jandira Feghali, o Sr.

Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário, deixa a cadeira

da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Pedro Uczai, 3º

Suplente de Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Antes de conceder a palavra aos

Deputados Arnaldo Jordy e Angelim, vou passar a palavra ao Deputado Pompeo de

Mattos, para fazer o registro de uma liderança gaúcha que o acompanha.

O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Presidente Pedro Uczai.

Está aqui presente o Vereador Paulinho da Farmácia, de Cachoeirinha, no

Rio Grande do Sul. Trata-se de Vereador de primeiro mandato, jovem, mas que já tem um relevante serviço prestado à comunidade de Cachoeirinha. O Município — uma expressão econômica, industrializado, com mais de 100 mil habitantes — integra a Região Metropolitana.

Ele veio a Brasília em busca de recursos e aperfeiçoamento da sua atividade legislativa. E nós, com muito carinho, estamos acolhendo-o aqui em Brasília, até porque Cachoeirinha é um pouco a minha terra, um tanto a minha cidade, cidade da minha mãe, das minhas irmãs, da minha família. Eu tenho um carinho muito grande por Cachoeirinha e pelo querido Vereador Paulinho da Farmácia diante do excelente trabalho que está fazendo. Não tenho dúvida de que o povo de Cachoeirinha reconhece e respeita os valores que esse Vereador está empreendendo no mandato que desempenha.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Depois de conceder a palavra ao

Deputado Deley, passaremos aos inscritos no Pequeno Expediente.

O SR. DELEY (Bloco/PTB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu recebi um comunicado informando que foi suspensa pela Casa da Moeda a compra de moedas no exterior.

Nós votamos uma lei que dizia que o Banco Central só poderia comprar moedas ou notas quando a Casa da Moeda demonstrasse incapacidade de fazê-lo.

Eu quero repetir — e isso não é um fala de esquerda ou de direita — que a

Casa da Moeda tem uma capacidade instalada para fabricar moeda para o Brasil e para vários outros países da América do Sul. Repito: não se trata de uma fala de esquerda nem de direita.

Os 15 maiores PIBs do mundo não deixam, em hipótese alguma, que as suas moedas e as suas notas sejam feitas em outros países. Isso é uma questão de segurança nacional.

Portanto, eu espero que o Banco Central reflita e não cometa esse erro.

Muito obrigado, Presidente e Deputado Arnaldo Jordy.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Obrigado.

Cumprimento V.Exa. pelo pronunciamento.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado

Edmilson Rodrigues.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero apenas pedir que seja dado como lido pronunciamento que resume um ato, com muitas pessoas, realizado na Praça da

República, em Belém, em solidariedade ao Ministério Público, ao Instituto Evandro

Chagas e ao Instituto de Química da Universidade Federal do Pará.

Por terem feito laudos que comprometem a Hydro e mostram a contaminação dos rios e os prejuízos às comunidades do Município de Barcarena, essas três instituições sofreram uma tentativa de desqualificação por parte da Hydro, com a contratação de empresa privada, certamente, mediante o pagamento de milhões, os quais a Hydro não quer investir para reverter os prejuízos, os estragos, a destruição ambiental e social que está perpetrando no Município de Barcarena.

Ao Instituto Evandro Chagas, que acaba de descobrir a vacina para a Zika, deixo a minha solidariedade.

Não aceitamos o vilipêndio a uma instituição como o IEC, Instituto Evandro

Chagas, que há 80 anos ajuda a humanidade a diagnosticar e combater as doenças, particularmente as doenças tropicais.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho manifestar minha solidariedade ao Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão público federal de reconhecimento internacional que acaba de descobrir a vacina para a Zika, a pedido de instituições científicas norte-americanas, assim como ao Ministério Público do Estado do Pará,

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em razão da ofensiva adotada pela empresa norueguesa Hydro, acusada de provocar grave contaminação ambiental no Município de Barcarena, no Nordeste

Paraense, por meio da refinaria de alumínio Hydro Alunorte.

O IEC e o MPE-PA receberam o apoio popular durante um ato público realizado no último domingo, dia 15 de abril, na Praça da República, em Belém, do qual participei.

O ato ratificou o repúdio à tentativa de desqualificação do IEC pela Hydro, com o uso de laudo gracioso feito por uma consultoria particular contratada pela empresa, o qual contesta a eficiência do Evandro Chagas, negando a contaminação por metais pesados que foi atestada pelo Instituto não apenas no meio ambiente, mas também em amostras de fios de cabelo dos habitantes de Barcarena.

Além disso, a Hydro se recusa a assinar o Termo de Ajustamento de Conduta proposto pelo MPE, enquanto ameaça processar o órgão oficial de defesa dos interesses difusos e coletivos.

Trata-se de uma audácia sem precedentes de uma empresa poderosíssima no mundo, logo após o seu Presidente mundial, Svein Brandtzaeg ter admitido perante a imprensa internacional que os rejeitos tóxicos contendo metais pesados foram deliberadamente lançados no meio ambiente em Barcarena.

Até agora, o governo da Noruega, que é um dos donos da Hydro, não se pronunciou sobre a contaminação ambiental provocada por sua empresa no Brasil, a qual está matando os moradores de câncer, inclusive.

É importante, portanto, reafirmar o apoio e a solidariedade aos órgãos verdadeiramente interessados em defender e apoiar a população de Barcarena, como o IEC e o MPE-PA.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado Arnaldo

Jordy, pelo tempo regimental de 5 minutos.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, inicialmente, eu queria cumprimentar a Justiça brasileira, que, por uma determinação do CNJ, obrigou o Ministério do Trabalho a publicar o cadastro de empregadores flagrados e autuados ao submeterem trabalhadores a condição análoga à de escravo.

Isso era um tabu que se vinha discutindo há quase 2 anos. Inclusive o ex-

Ministro e Deputado Ronaldo Nogueira, nosso colega, quando esteve à frente do

Ministério, teve uma orientação nesta direção, o que achei lamentável, porque, talvez a maior penalização a esses empregadores, além das ações legais amparadas no ordenamento jurídico brasileiro, seja a sociedade brasileira, a opinião pública brasileira e os consumidores brasileiros terem o direito, como em qualquer país republicano e democrático do mundo, de punir, pela prática cotidiana do consumo, aqueles empreendedores que trabalham praticando essa patologia do século XVIII e do século XIX que ocorre ainda no País que tem o oitavo PIB do mundo, embora já devesse ter sido extirpada.

Não é aceitável a existência de trabalho análogo ao escravo no Brasil. Nós não podemos ficar reféns disso. Não há razão para um empreendimento, rural ou urbano, continuar praticando o trabalho análogo ao escravo.

São 34 novos os nomes divulgados agora. Somando esse relatório aos anteriores, são 165 nomes no total, num parecer de mais de 12 páginas.

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O Estado de Minas Gerais é o que mais tem empregadores listados no mapa, com 42 nomes. Lamentavelmente, o meu Estado do Pará é o segundo com maior número de empregadores no cadastro, com 20 nomes.

Felizmente, esse ato de sabedoria da Justiça brasileira obriga o Ministério do

Trabalho a divulgar de forma atualizada, a cada 6 meses, a relação integral desses empregadores, para o conhecimento da sociedade brasileira.

Por fim, Sr. Presidente, eu queria registrar e lamentar o falecimento, ontem, daquela que foi uma expoente da cultura popular brasileira.

Aos 97 anos nos deixou Dona Ivone Lara. Ela era compositora, e sua primeira composição foi aos 12 anos de idade. Ela era filha de instrumentista, oriunda do morro, de uma população pobre do Rio de Janeiro. A mãe dela era cantora de ranchos no Rio de Janeiro. Ela teve uma participação revolucionária, inédita, na música brasileira, pois foi a primeira mulher a fazer parte de uma ala de compositores de uma escola de samba. Ela teve, muitas vezes, que emprestar sua autoria para homens, porque era quase proibido mulher ser autora de enredo. Não havia chance de ser consagrada a sua obra.

Lamentavelmente, ontem, deixou-nos essa consagrada cantora, cujas canções foram interpretadas por vários dos melhores artistas e sambistas do Brasil, como , , Alcione e tantos outros intérpretes, que fizeram, hoje, no velório da Dona Ivone Lara, a sua última homenagem.

O mundo do samba, do saber e da cultura popular lamenta a perda dessa grande intérprete do samba e da música popular: Dona Ivone Lara.

Deixo aqui o meu registro.

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Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação deste registro pelos veículos de comunicação da Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Eu defiro o seu pedido para que seja divulgado o seu pronunciamento no programa A Voz do Brasil e pelos meios de comunicação do Parlamento brasileiro.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Antes de conceder a palavra ao próximo orador inscrito, o Deputado Angelim, do PT do Acre, passo a palavra ao Deputado

Marcus Pestana, para que faça um registro.

O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero fazer um breve registro de uma preocupação profunda. O Brasil vive um horizonte povoado de interrogações e incertezas. São cinco crises superpostas: econômica, política, moral e ética, institucional e cultural, com o império da intolerância e do radicalismo.

Nós estamos a menos de 6 meses de uma eleição. Precisamos recolocar o

Brasil nos trilhos. A pergunta seminal é: o Brasil precisa de mais intolerância e radicalismo ou de serenidade, competência e capacidade de diálogo?

A decisão está nas mãos da população brasileira, porque o poder volta para o seu verdadeiro dono, que é o eleitor.

Quiçá achemos um bom caminho para construir, reconstruir o horizonte do

Brasil, superando essa fase complexa, desafiadora, difícil, na qual há essa superposição de múltiplas crises! Só a sociedade pode apontar novos caminhos, confiando na tolerância, na democracia, na liberdade e no diálogo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil parece estar revivendo

Pirandello no seu Seis Personagens à Procura de um Autor. O País enfrenta um horizonte povoado de incertezas e interrogações. Mergulhado em profunda crise de

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múltiplas faces, tem dificuldades de se libertar dos fantasmas do passado e olhar para frente descortinando seu futuro.

Estou completando 36 anos de vida pública, metade no executivo, a outra em mandatos parlamentares e na militância política. Fui eleito muito cedo, aos 22,

Vereador em Juiz de Fora, em 1982. Sou da geração que lutou e vivenciou todo o processo de redemocratização a partir da segunda metade dos anos de 1970.

Neste longo período, jamais assisti a uma crise tão complexa e desafiadora como a atual. Na verdade, vivemos a superposição de cinco crises, com suas dinâmicas próprias, que se retroalimentam.

A primeira, aquela que mais afeta o cidadão brasileira, a econômica. A maior recessão de nossa história, com 14 milhões de desempregados, crescimento negativo, falência de empresas, endividamento das famílias, estrangulamento fiscal inédito, crise federativa, queda dos investimentos. A atual retomada tem folego curto, se não forem feitas as mudanças e reformas necessárias.

A segunda, a política. Um afastamento de uma Presidente da República e duas denúncias contra o atual Presidente, com suas cicatrizes e feridas ainda abertas. A instabilidade foi uma nota permanente nestes tempos sombrios.

A terceira, ética e moral. A Lava-Jato e congêneres revelaram um submundo marcado por um patamar inacreditável de corrupção em escala industrial, institucionalizada e endêmica. Isso abalou profundamente a confiança no sistema político, já frágil, dentro da sociedade brasileira, gerando um perigoso abismo, o que pode ser fatal para a nossa democracia.

A quarta, institucional. A exposição negativa do Supremo Tribunal Federal, os conflitos entre os poderes, as polarizações entre Ministério Público, Congresso,

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Poder Executivo e Judiciário, alimentaram uma insegurança que não faz nada bem à necessária estabilidade para que o País construa seu futuro.

Por último, a cultural. A combinação das várias crises simultâneas deu margem ao nascimento de um caldo cultural marcado por uma mescla de radicalismo, sectarismo, intolerância, desconfiança, falta de canais de diálogo e desânimo. Vamos combinar que não é o ambiente ideal para uma escolha serena e madura sobre o futuro.

Estamos a 6 meses das eleições presidenciais. A questão seminal é: de que o

Brasil precisa? Mais radicalismo, mais instabilidade, mais intolerância? Ou ao contrário, serenidade, experiência comprovada, competência testada, capacidade de diálogo e visão de futuro?

O bom da democracia é que nas eleições o poder é devolvido aos seus verdadeiros donos, os cidadãos eleitores. Está em nossas mãos pavimentar os caminhos para a construção do futuro do País.

Oxalá façamos as escolhas certas. Não é hora de apagar o incêndio com gasolina.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Tem a palavra o Deputado Giovani

Cherini, do PR do Rio Grande do Sul.

O SR. GIOVANI CHERINI (PR-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu quero falar sobre um dos eventos mais inspiradores já realizados no nosso Estado. Aconteceu nesse final de semana, de 13 a 15 de abril, em Porto Alegre, o 12º Encontro Holístico Brasileiro — Ciência, Saúde e Espiritualidade, no Centro de Eventos PUCRS, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Com um público recorde, de mais de 6 mil participantes, o evento, promovido pela Frente Parlamentar Mista de Práticas Integrativas em Saúde, já considerado o maior evento holístico da América Latina, contou com o apoio do Hospital São Lucas da PUCRS, realizou mais de 30 palestras, vivências e mostras holísticas. O tema central foi a implementação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde pelos Municípios do Rio Grande do Sul, o PROSIM, destacando o total de 29 terapias, aprovadas pelo Ministério da Saúde para serem utilizadas no Sistema

Único de Saúde — SUS. É sabido que, desde 2006, o Ministério da Saúde contemplava apenas cinco práticas integrativas.

Na abertura do encontro, ocorrida na sexta-feira, realizamos a entrega do

Prêmio Kokhmahá 2018 às entidades, instituições e pessoas que se destacaram na prática e divulgação de linhas de cuidados, prevenção e promoção da saúde de forma integral, contribuindo para a melhoria da saúde da humanidade. Estes são os ganhadores do prêmio, chamado de Oscar das práticas integrativas do Rio Grande do Sul: Núcleo Espírita Nosso Lar, Magda Lasta, Sahaja Yoga no Brasil, Dr. Rogério

Loredo, Jim Humble (descobridor do MMS-CD), Erick Schulz, Instituto Hahnemann,

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Ponto de Luz, Centro Diocesano de Apoio à Vida, Dr. Wilfredo Urruchi, Luz da Serra e Ricardo Monezi. Esses foram os contemplados com o Prêmio Kokhmahá. Em hebraico, kokhmahá quer dizer “seja sábio”.

Contamos com a participação do Coordenador do Núcleo das Práticas

Integrativas e Complementares em Saúde do Departamento de Atenção Básica do

Ministério da Saúde, Daniel Amado, que proferiu palestra sobre este tema: O que são as Práticas Integrativas e Complementares e as suas ações na promoção da saúde?

O evento foi totalmente direcionado às Práticas lntegrativas, já que estamos trabalhando para implantar no Rio Grande do Sul o PROSIM — Práticas lntegrativas em Saúde nos Municípios. Estamos apostando no PROSIM! Essas práticas garantem saúde de qualidade, saúde integral, com acesso para toda a população. É uma mudança do modelo convencional, que está focado na doença, na intervenção, na medicalização e em procedimentos de alta complexidade, para um modelo de promoção da saúde com foco na melhoria da qualidade de vida, no empoderamento das pessoas, em práticas de mudança de estilo de vida, e com ampliação das ofertas terapêuticas de que os profissionais de saúde dispõem para realizar o cuidado.

Assim como o Brasil, outros países já incluíram as práticas integrativas em suas rotinas: a Suíça oferece em seu sistema público de saúde a homeopatia, a antroposofia, a fitoterapia; a Inglaterra oferece hipnose, meditação, massagem, quiropraxia e musicoterapia; o México, fitoterapia e homeopatia. Todos estão baseados em ampla produção científica que tem mostrado a segurança e a efetividade dessas modalidades para a saúde das pessoas. Práticas como

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meditação e ioga já são reconhecidas, em relação às quais existem amplas pesquisas a respeito do tratamento de hipertensão, ansiedade e depressão, por exemplo.

As Práticas Integrativas e Complementares, as PICs, têm como principal objetivo ajudar na mudança desse sistema voltado a tratar somente das doenças. O objetivo é que passe a cuidar da saúde das pessoas.

O meu Estado ostenta altos índices de câncer — inclusive, agora, uma pesquisa mostrou que, em 140 Municípios do Rio Grande do Sul, o maior fator de morte é o câncer —, de depressão e de suicídios. As PICs podem contribuir significativamente para a diminuição desses índices.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o mencionado evento contou com a participação de 34 pessoas inspiradoras. Mostramos a experiência do Município de

Uberlândia. Estamos agora trabalhando para que sejam implantadas, nos 497

Municípios do Rio Grande do Sul, as PICs, o PROSIM.

Nós estamos muito felizes. Mais de 6 mil pessoas estiveram presentes em nosso evento, um grande sucesso de participação. A doença chegou ao momento final da sua existência. Nós temos que investir na prevenção, e as Práticas

Integrativas e Complementares são a forma de mobilizar o País e mudar essa lógica terrível de tratar a doença. São gastos milhões na doença. Vamos gastar na prevenção, implantando as Práticas Integrativas e Complementares no Brasil.

Muito obrigado.

O SR. SARAIVA FELIPE - Deputado Giovani Cherini, eu queria cumprimentá- lo pela atividade na coordenação da Frente Parlamentar Mista de Práticas

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Integrativas em Saúde e parabenizá-lo por esse importante evento realizado em seu

Estado, o Rio Grande do Sul.

Vamos adiante, com a introdução cada vez maior das práticas integrativas de cuidado da saúde no Sistema Único de Saúde — SUS.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero falar sobre um dos eventos mais inspiradores já realizados no nosso País. Aconteceu nesse final de semana, de

13 a 15 de abril, em Porto Alegre, o 12º Encontro Holístico Brasileiro — Ciência,

Saúde e Espiritualidade, no Centro de Eventos da PUC.

Com um público recorde, de mais de 6 mil participantes, o evento promovido pela Frente Parlamentar Mista de Práticas Integrativas em Saúde, já considerado o maior evento holístico da América Latina, contou com o apoio do Hospital São Lucas da PUCRS, realizou mais de 30 palestras, vivências e mostras holísticas. O tema central foi a implementação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde pelos Municípios do Rio Grande do Sul, o PROSIM, destacando o total de 29 terapias, aprovadas pelo Ministério da Saúde para serem utilizadas no Sistema

Único de Saúde — SUS. É sabido que, desde 2006, o Ministério da Saúde contemplava apenas cinco práticas integrativas.

Na abertura do encontro, ocorrida na sexta-feira, realizamos a entrega do

Prêmio Kokhmahá 2018 às entidades, instituições e pessoas que se destacaram na prática e divulgação de linhas de cuidados, prevenção e promoção da saúde de forma integral, contribuindo para a melhoria da saúde da humanidade. Estes são os ganhadores do prêmio, chamado de Oscar das práticas integrativas do Rio Grande

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do Sul: Núcleo Espírita Nosso Lar, Magda Lasta, Sahaja Yoga no Brasil, Dr. Rogério

Loredo, Jim Humble (descobridor do MMS-CD), Erick Schulz, Instituto Hahnemann,

Ponto de Luz, Centro Diocesano de Apoio à Vida, Dr. Wilfredo Urruchi, Luz da Serra e Ricardo Monezi.

Contamos com a participação do Coordenador do Núcleo das Práticas

Integrativas e Complementares em Saúde do Departamento de Atenção Básica do

Ministério da Saúde, Daniel Amado, que proferiu palestra sobre este tema: O que são as Práticas Integrativas e Complementares e as suas ações na promoção da saúde?

O evento foi totalmente direcionado às Práticas lntegrativas, já que estamos trabalhando para que o PROSIM — Programa de Práticas lntegrativas em Saúde seja implementado em todos os Municípios do Rio Grande do Sul. Estamos apostando no PROSIM! Essas estas práticas trazem a garantia de saúde de qualidade, de saúde integral, com acesso para toda a população. É uma mudança do modelo convencional, que está focado na doença, na intervenção, na medicalização e em procedimentos de alta complexidade, para um modelo de promoção da saúde com foco na melhoria da qualidade de vida, no empoderamento das pessoas, em práticas de mudança de estilo de vida, e com ampliação das ofertas terapêuticas de que os profissionais de saúde dispõem para realizar o cuidado.

Assim como o Brasil, outros países já incluíram as práticas integrativas em suas rotinas: a Suíça oferece em seu sistema público de saúde a homeopatia, a antroposofia, a fitoterapia; a Inglaterra oferece hipnose, meditação, massagem, quiropraxia e musicoterapia; o México, fitoterapia e homeopatia. Todos estão

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baseados em ampla produção científica que tem mostrado a segurança e a efetividade dessas modalidades para a saúde das pessoas. Práticas como meditação e ioga já são reconhecidas, em relação às quais existem amplas pesquisas a respeito do tratamento de hipertensão, ansiedade e depressão, por exemplo.

As Práticas Integrativas e Complementares — PICs têm como principal objetivo ajudar na mudança desse sistema voltado tratar doenças. O objetivo é que passe a cuidar da saúde das pessoas.

O meu Estado ostenta altos índices de câncer, depressão e suicídio. As PICs podem contribuir significativamente para a diminuição desses índices.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o mencionado evento contou com a participação de 34 pessoas inspiradoras que foram palestrantes e focalizaram vivências: Adélio Ari Szlachta, Bruno J. Gimenes, Conceição Trucom, Daniel Miele

Amado, Elainne Ourives, Elma Santana Eloir Severo, Ema Maria A. Klausgraber,

Eunice Quiumento Velioso, Eva Solange de Oliveira, Fábián László, Gladis Regina

Machado, Isnar Amaral, José lrineu Golbspan, Júlio Alberto Wong Um, Manuel

Cátedra, Márcio Bontempo, Mauro Rosso, Nédia Mileto, Neider Dagort, Padre Paulo

Wendling, Patrícia Cândido, Patrícia Preiss Rafael Souza Mello, Reinaldo Momo,

Ricardo Monezi, Rogério Loredo, Rubiamara Teixeira, Sidimar Terra Mendes, Sílvia

Beatriz lankowski, Wilfredo Urruchi, Wilma Nunes e Zélia Villarinho.

Mostramos a experiência do Município de Uberlândia, a do Estado do ACRE e de Municípios gaúchos que estão utilizando as PICs para a diminuição da doença e o aumento da qualidade de vida das pessoas.

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Através das PICs é possível pensar além da sobrevivência, levar mais vida para as pessoas. Não se trata de excluir os métodos tradicionais, mas sim de complementá-los.

O evento também abordou a espiritualidade, ou seja, a conexão com o sagrado que habita dentro de cada ser, a transcendência.

Contou ainda o evento com muitas vivências. Várias foram realizadas por mim. Refiro-me a uma delas: o resgate, no caso de pai, mãe e filho, com gratidão e perdão.

Na praça de vivência realizamos, durante os intervalos, prática corporal chinesa Lian Gong, terapia comunitária integrativa, aplicação de Jin Shin Jyutsu, danças circulares.

Dentre os muitos temas abordados, destaco a aromaterapia. O Prof. Fabian

Laszlo, cientista aromatólogo, falou a respeito de como os aromas nos influenciam e da importância do uso da aromaterapia nas práticas holísticas. Na palestra, Fabian indicou os meios pelos quais as moléculas voláteis promovem dentro das células a expressão ou repressão de genes, manipulando a atividade do DNA e, consequentemente, gerando a restauração da saúde. Ainda existem pessoas que não acreditam na aromaterpia. Convido-as a cheirar cola de sapateiro...

Com o Dr. Julio Wong Um, professor-adjunto do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense, abordamos a Educação Popular em Saúde, com a participação de terapeutas e benzedeiras.

Enfim, a proposta do encontro também foi propagar um novo paradigma holístico capaz de trabalhar o ser humano em todas as suas dimensões: física, mental, emocional e espiritual.

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Foi cumprida a missão do 12º Encontro Holístico Brasileiro: sensibilizar cada indivíduo sobre a importância das práticas integrativas em saúde e da espiritualidade, propiciando aos participantes reflexões e vivências que os levem a encontrar caminhos que possibilitem, por meio do despertar da consciência, do amor, da sabedoria e da ética, inerentes a todos os seres, promover a saúde, o reequilíbrio do bem-estar e o aumento da qualidade de vida.

Vamos continuar trabalhando para a implantação das Práticas Integrativas e

Complementares nos Municípios. Atualmente, as PICs já fazem parte do dia a dia de mais de 9.300 estabelecimentos de saúde do SUS e beneficiam mais de 5 milhões de brasileiros, com mais de 3.100 Municípios ofertando pelo menos uma prática. O nosso maior desafio é sensibilizar os gestores, capacitar os profissionais de saúde e incluir as práticas nos Planos Municipais de Saúde.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - O próximo orador é o Deputado Bohn

Gass, que substitui o Deputado Angelim.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Sr. Presidente, por favor, eu estou inscrito.

Estou esperando.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - O.k. Não tem problema nenhum. Já lhe dei espaço várias vezes para uso da palavra, mesmo quando V.Exa. não estava inscrito.

O SR. BOHN GASS - Sr. Presidente, a permuta entre Parlamentares não é regimental?

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Já vou verificar isso e responder a

V.Exa.

O SR. BOHN GASS - É regimental a permuta entre Parlamentares inscritos.

Eu também estou inscrito. A permuta é regimental, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Sim. O Deputado Angelim solicitou a permuta porque teve que dar uma saída, e a permuta é com o Deputado Bohn Gass.

Aguarde só um momento, Deputado Bohn Gass, que eu vou verificar isso no

Regimento.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Não é nada pessoal, só estou pedindo a palavra porque tenho compromisso também.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo

Sabino. (Pausa.)

Enquanto o Deputado Cabo Sabino se dirige à tribuna, concedo a palavra ao

Deputado Carlos Gomes, para um breve registro.

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O SR. CARLOS GOMES (PRB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, faço um breve registro para agradecer ao Sr. Gilmar Souza, Secretário Nacional de

Desenvolvimento Urbano, e ao Sr. Silvio Figueiredo, Diretor de Assuntos Fundiários

Urbanos, que estiveram ontem em Porto Alegre para tratar da nova lei de regularização fundiária.

Eles trouxeram números interessantes. Nós temos Municípios no Brasil com cerca de 80% de residências irregulares. Precisamos, portanto, investir na regularização fundiária. Eles lembram que é possível apresentar emendas individuais que podem ajudar nesta esfera.

Fazemos um apelo ao nosso Relator, que ficou com a competência de fazer a regularização a partir da nova lei e, assim, destinar mais recursos aos Municípios.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que faça constar nossa fala no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo

Sabino, pelo tempo regimental de 5 minutos.

O SR. CABO SABINO (Bloco/AVANTE-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aqueles que nos acompanham pela TV Câmara, pelo portal desta Casa e pela Rádio Câmara, eu defendo que cada cidadão brasileiro, tenha a profissão que tiver, tem o direito de defender as pessoas de quem ele gosta e as ideias em que acredita. Contudo, quando esse cidadão está investido de determinada profissão... Não se pode confundir as coisas.

Um fato lastimável ocorreu no meu Estado do Ceará semana passada, na

Escola de Ensino Médio Professor Otávio Terceiro de Farias. Em vídeo claro, nítido, que não deixa dúvidas, transmitido em redes sociais, vê-se um professor de História e Sociologia chegar à sala de aula e perguntar aos alunos quem pretende votar em

Jair Bolsonaro para Presidente da República. Cerca de 70% da sala levanta a mão, e então o professor escreve no quadro branco: “Se Bolsonaro for eleito, vai matar 30 mil brasileiros”. Um dos alunos não concorda com a declaração, explica o porquê, e o professor simplesmente diz: “Ou foi um policial imbecil quem lhe disse isso, ou foi um pastorzinho vagabundo da sua igreja”.

Sr. Presidente, isso é uma agressão pura, clara, nítida, de intolerância!

Não satisfeito, o professor começa a discutir com o aluno e o expulsa da sala de aula, sob vaias dos colegas. O aluno é assediado moralmente pelo professor.

Passa por um constrangimento terrível.

A escola foi visitada por vários vereadores. Nos muros da escola, na parte externa, havia gravuras ofensivas à bandeira nacional, críticas a policias, frases sobre a ditadura militar, dizendo que ela foi no passado e é no presente.

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Nós nos indagamos sobre a verdadeira mensagem disso. Como a direção da escola aceita que esse tipo de profissional agrida jovens, adolescentes?

Estamos pedindo ao Ministério Público, à Promotoria da Infância e da

Juventude, que adote as medidas cabíveis, que instaure o devido processo disciplinar, para que seja elucidado esse fato e sanada toda e qualquer dúvida, porque aquele jovem, aquela criança que foi submetida a tal vexame, exposta nas redes sociais para o mundo inteiro ver, essa criança que virou motivo de chacota na sua escola, diante dos seus colegas, diante dos seus pares, ela tem que ser defendido pelo Ministério Público, pelo conselho de pais e alunos da escola e, acima de tudo, pelas pessoas que sustentam a democracia neste País.

Eu não sou contra, pelo contrário, sou a favor, repito, de que toda e qualquer pessoa defenda quem ela acredita que deve ser defendido. Eu vou para o meu quarto ano nesta Casa, e ninguém me vê aqui atacando A, B, C ou D. Eu tenho os meus posicionamentos. Todo mundo sabe que voto em Jair Bolsonaro para

Presidente da República, mas nem por isso ataco aqui outros candidatos, ou faço chacota. Eu nunca me manifestei aqui, em momento algum, achando boa ou ruim a prisão do ex-Presidente Lula, porque acho que não se bate em ninguém na hora da dor. Então, não posso aceitar que um professor, dentro de sala de aula, agrida quem ele deveria educar, ensinar e proteger acima de tudo. Afinal de contas, o professor é um mestre na sala de aula, ele deve ser o exemplo, tanto do ensinar quanto do comportar-se. Não é com esse tipo de exemplo que nós vamos construir uma sociedade mais justa, muito menos uma juventude mais esclarecida. Não é com preconceitos, não é deixando de aceitar o posicionamento dos alunos, tenham eles

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a idade que for, que nós vamos ter uma educação melhor, mais sadia e justa. Este

País precisa viver a democracia que conquistou.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - A próxima oradora é a Deputada

Zenaide Maia. Enquanto S.Exa. se dirige à tribuna, concedo a palavra ao Deputado

Prof. Gedeão Amorim, do PMDB do Amazonas, para um pequeno registro.

O SR. PROF. GEDEÃO AMORIM (PMDB-AM. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu aproveito esta oportunidade para registrar duas festas culturais em Municípios amazonenses.

Uma delas será realizada em Urucurituba, nos dias 27, 28 e 29 deste mês. É uma festa famosa, que homenageia a produção dos cacaueiros do Município, organizada pelo Prefeito José Claudenor de Castro.

E a outra é a Festa do Cupuaçu, no Município de Presidente Figueiredo, que será realizada nos dias 27, 28, 29 e 30 deste mês. Será uma realização do Prefeito

Romeiro Mendonça.

Sr. Presidente, faço este registro para que todos os amazonenses possam prestigiar tais festas.

Obrigado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos dias 27, 28 e 29 de abril, será realizada a XV Festa do Cacau no Município de Urucurituba pelo meu amigo Prefeito

José Claudenor de Castro Pontes.

Essa será uma grande festa, com shows nacionais e regionais, nesse

Município tão querido.

Deixo aqui o registro, aproveitando para convidar toda a população amazonense.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, convido a todos vocês para participar da 28ª Festa do Cupuaçu no Município de Presidente Figueiredo, que será realizada nos dias 27, 28, 29 e 30 de abril, na área central da cidade e na corredeira de

Urubuí. O evento contará com a presença de artistas nacionais. Deixo aqui o meu grande abraço ao Prefeito dessa estimada cidade, Romeiro José Costeira de

Mendonça.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado

Delegado Edson Moreira, para um rápido registro.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu estive ontem no Colégio Santo

Agostinho, participando de uma reunião sobre os grandes assaltos e os crimes violentos que estão acontecendo na região centro-sul de Belo Horizonte.

Crianças de 8, de 10, de 12 anos estão apavoradas, amedrontadas, porque saem à rua e já encontram um motoqueiro levando alguém que aponta uma arma na cara da criança para tomar-lhe o celular ou qualquer outra coisa. Providências têm que ser tomadas.

Dou como lido um relato sobre essa reunião. As crianças que vão à escola estudar estão apavoradas!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nossos ouvintes e telespectadores da Rádio Câmara, do programa A Voz do Brasil e da TV Câmara, participei ontem, dia 16 de abril, de uma reunião no Colégio Santo Agostinho, na região centro-sul de

Belo Horizonte, para tratar de um alerta de violência no bairro e em suas imediações. Muito próximo ao Colégio, funciona também o meu escritório político, em região de grande movimento da cidade. As últimas ocorrências de roubos a alunos e transeuntes foram motivo de reunião entre Polícia Militar, pais, alunos, representantes da escola e associação de moradores. Participei do debate como convidado de pais de alunos, como representante da segurança pública e também

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como morador, para tentar encontrar soluções de curto e médio prazo para a população.

Alunos de 8, de 10, de 12 anos estão assustados e com medo de atravessar a porta da escola na saída, dado o frequente roubo de celulares e de mochilas.

Desde o dia 15 de março, foram registrados pelo menos sete casos, isto sem contar a subnotificação, porque a população, desacreditada na justiça em nosso País, muitas vezes nem chega a registrar ocorrência. Uma das medidas que precisam ser adotadas é a de registrar a ocorrência, pois só assim a Polícia pode investigar quem está cometendo os delitos. Além disso, precisamos de reforço para a Polícia Militar, que na reunião prometeu a reativação de um posto policial localizado nas imediações e reforço de policiais com bicicleta no bairro.

Sr. Presidente, estou encaminhando à Prefeitura Municipal de Belo Horizonte pedido de especial atenção à região. Farei o esforço necessário para que aumente a segurança no local e assim volte a tranquilidade para a vizinhança, os alunos e os pais de alunos que precisam circular na região. Além disso, continuarei firme na cobrança de investimentos e de valorização para as nossas forças de segurança, que precisam de auxílio para que possam ajudar de maneira satisfatória a conter a criminalidade.

É o que tenho a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado

Vanderlei Macris.

O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, em primeiro lugar, eu gostaria de cumprimentar o Deputado Cauê

Macris, Presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, que está presente nesta

Casa hoje. É uma alegria muito grande estar em companhia da melhor parte da família.

Em segundo lugar, quero convidar todos os colegas Parlamentares para uma cerimônia que ocorrerá logo mais, às 17 horas, no Salão Nobre desta Casa, ao lado do Cafezinho. Vamos tomar posse como Presidente da Frente Parlamentar da

Indústria de Máquinas e Equipamentos do nosso País, onde espero fazer um bom trabalho.

Convido todos os nossos colegas, de todos os partidos, para participarem desse movimento. Assumirei a Presidência dessa frente parlamentar, tão importante para o Congresso Nacional, para o nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Presidente da Assembleia Legislativa de

São Paulo, bem-vindo a esta Casa, bem-vindo ao Parlamento brasileiro! (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado Alan

Rick, para um pequeno registro.

O SR. ALAN RICK (DEM-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, venho parabenizar os médicos brasileiros formados no exterior e acolhidos recentemente pelo último ciclo do Programa Mais Médicos.

Estive ontem à noite no hotel onde esses médicos estão hospedados e fui recebido com muito carinho. Parabenizei os profissionais por estarem dispostos a atender os brasileiros mais carentes, nos Municípios mais distantes do Brasil, por meio desse programa tão importante do Governo Federal. Entre eles, mais de 400 são do meu querido e amado Estado do Acre, o que muito nos alegra.

Sr. Presidente, solicito que este registro seja transmitido nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra à Deputada Zenaide

Maia. (Pausa.)

O SR. RÔMULO GOUVEIA - Sr. Presidente, peço a palavra por 1 minuto.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado Rômulo

Gouveia — a Deputada Zenaide Maia está tolerante.

O SR. RÔMULO GOUVEIA (PSD-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, agradecendo à nossa futura Senadora Zenaide Maia a concessão, quero registrar que faleceu ontem aqui em Brasília o ex-Deputado Federal da Paraíba, ex-

Ministro do Superior Tribunal Militar, operador do Direito e advogado José Luiz

Clerot, que residia há muito tempo aqui em Brasília.

Há pouco, estive em seu velório, transmitindo nossos sentimos à sua família.

Ele será sepultado hoje no final da tarde.

Faço este registro de pesar pelo falecimento do ex-Deputado Federal paraibano e ex-Presidente da CCJ José Luiz Clerot.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado Elizeu

Dionizio, para o registro da presença de uma liderança de seu Estado.

O SR. ELIZEU DIONIZIO (PSB-MS. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.

Presidente. Obrigado, Deputada Zenaide Maia.

Quero apenas registrar a presença do Vereador César, da cidade de Jardim, no Mato Grosso do Sul. Esse nosso companheiro, que tem como bandeiras a luta pela saúde e pela fiscalização da coisa pública, está em Brasília hoje para participar de um seminário da ABRACAM — Associação Brasileira de Câmaras Municipais e esta tarde nos dá o prazer da sua presença aqui na Câmara dos Deputados.

Era esse o registro, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra à Deputada Zenaide

Maia. S.Exa. dispõe de 5 minutos.

A SRA. ZENAIDE MAIA (PHS-RN. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente e colegas Deputados, há 2 anos esta Casa votou e aprovou por maioria o impeachment da Presidente Dilma Rousseff, com a promessa para o povo brasileiro de que Eduardo Cunha e Michel Temer seriam a solução para nosso País, mas não com o meu voto — todos sabem que eu disse não ao impeachment, já que eu tinha certeza de que eles não eram a solução para o Brasil.

O que temos visto até agora é o fechamento de 134 mil empresas brasileiras, o que tem produzido desempregos no nosso País. A gasolina, que na época custava

2,76 reais, hoje, em todas as cidades brasileiras, não custa menos que 4 reais. Hoje o botijão de gás de cozinha custa o dobro do que custava antes.

Em seguida, apresentou-se a PEC do Teto de Gastos, que, na verdade, era a

PEC da Morte.

Ouço alguns colegas dizer que temos que investir em segurança pública, mas eu lhes pergunto: como, se Michel Temer e a maioria desta Casa congelaram, por

20 anos, os investimentos em saúde, educação, segurança pública e assistência social? Foi isso que eles inseriram na Constituição.

O investimento de empresas no nosso País nos dava credibilidade, mas o que temos agora é a venda das nossas tecnologias de ponta, das nossas empresas, do patrimônio do povo brasileiro, que está sendo vendido a preço de banana em fim de feira, além do desemprego dos cidadãos.

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Cancelaram 1 milhão e 600 mil benefícios do Bolsa Família! Isso significa

1,50 real por jovem de cada casa e 1,30 real por criança, no máximo, 2,85 reais ao dia para uma família brasileira. Isso é uma crueldade!

É o desmonte do Estado. Venderam nosso pré-sal, mas o mais grave, coisa que eu acreditava que o Supremo vetaria, foi a Medida Provisória nº 795, que Michel

Temer mandou para esta Casa, que a aprovou, promovendo a anistia, por 25 anos, do Imposto de Renda Retido na Fonte e do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Estes dois impostos formam o Fundo de Participação dos Municípios e dos

Estados. Os técnicos desta Casa dizem que, em 25 anos, 1 trilhão de reais deixarão de ser arrecadados, mas o Governo Temer diz que serão apenas 800 bilhões de reais. Tiraram da educação, da saúde, da segurança pública dos Estados e

Municípios, onde o povo nasce, mora e vive.

Anistiaram também a CSLL, o PIS/PASEP e a COFINS, que são retirados da

Seguridade Social, e dizem que a Previdência está falida. Enquanto isso, os Estados

Unidos taxam nosso aço e nosso alumínio, e nós liberamos impostos para empresas petroleiras estrangeiras, pobrezinhas que são, como a Shell e a British Petroleum.

O que estamos vendo é a perda de conquistas sociais importantes, uma verdadeira caça às bruxas aos trabalhadores deste País.

Quero chamar a atenção para o fato de que, no meu Estado, o Ministério do

Desenvolvimento Social cancelou 10 milhões de reais do Programa Um Milhão de

Cisternas para o Rio Grande do Norte, onde o Semiárido atinge até a área do litoral.

Reitero que nós vamos lutar para repor os 10 milhões para o Estado. Esta

Deputada chama a atenção do povo brasileiro para o desmonte do nosso patrimônio. Querem vender até a ELETROBRAS! No meu Estado, estamos quase

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alcançando a autossuficiência em energia eólica, uma energia renovável. Vamos entregá-la aos outros? O Brasil quer passar o interruptor a um país estrangeiro que pode apagar sua energia a qualquer hora.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que este pronunciamento seja divulgado pelo programa A Voz do Brasil.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Solicito que o programa A Voz do Brasil dê publicidade ao pronunciamento da Deputada Zenaide Maia.

Durante o discurso da Sra. Zenaide Maia,

assumem sucessivamente a Presidência a Sra. Raquel

Muniz, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, e o Sr. Pedro Uczai, 3º Suplente de Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Tem a palavra o Deputado Betinho

Gomes.

O SR. BETINHO GOMES (PSDB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a imprensa nacional divulgou matéria recente levantando a preocupação com a possibilidade de não tramitar e não se votar a PEC do fim do foro privilegiado.

A nossa bancada do PSDB, desde o ano passado, quando essa discussão se iniciou aqui, já indicou seus membros para debater esse assunto e está aguardando que os demais partidos também façam a indicação, a fim de que se admita a proposta na Comissão de Constituição e Justiça e o debate possa avançar.

Aguardamos, evidentemente, que a intervenção federal no Rio de Janeiro seja suspensa para que esse tema chegue ao Plenário. O fato é que nós temos compromisso com essa matéria, até porque o PSDB liderou, tempos atrás, a mudança do foro privilegiado. Antes, era necessária uma autorização do Plenário para se processar Parlamentar, mas isso se extinguiu, e essa alteração foi defendida lá atrás pelo PSDB.

Portanto, vamos defender essa matéria e consideramos fundamental e necessário o debate, a fim de acabar com o foro de todas as autoridades — não só de Parlamentares, mas de promotores, juízes, enfim, de todas as autoridades que tenham algum tipo de responsabilidade pública.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Tem a palavra o Deputado Luiz Carlos

Hauly. S.Exa. dispõe do tempo regimental.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o brasileiro sempre se pergunta: por que o Brasil não cresce e não prospera como o Canadá, os Estados

Unidos, as nações da Europa e os países do Sudeste Asiático? Por que o Brasil não dá certo?

Como homem público — são 45 anos de vida pública —, economista, professor que estuda e vive esta matéria, acho que há alguns erros estruturantes. O primeiro é o sistema político brasileiro. O presidencialismo brasileiro, infelizmente, só produz desastres. O presidencialismo brasileiro é imperial: não divide seus poderes harmonicamente entre o Legislativo e o Judiciário. O Poder Executivo interfere no

Parlamento, interfere na Justiça, interfere na vida do cidadão.

Eu, que sou parlamentarista, o modelo francês e português, o voto distrital puro ou misto, vejo que o maior erro do Brasil é de natureza política.

O segundo grande erro da estrutura brasileira é o seu sistema tributário anárquico e caótico. Trata-se de um verdadeiro manicômio tributário, do ponto de vista jurídico e funcional, um Frankenstein: é burocratizado, caro, custoso. Tem carga tributária 50% maior de alíquotas do que de arrecadação efetivamente arrecadada. O sistema tributário é o maior empecilho ao desenvolvimento brasileiro, porque ele mata as empresas e os empregos, encarece a vida da população.

Os tributos excessivos na base de consumo vão todos para o preço, e o consumidor brasileiro paga, na base de consumo, a maior carga tributária do mundo.

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Para termos uma ideia, a carga tributária de consumo no Brasil representa 54,4% da arrecadação. Nos Estados Unidos, é de apenas 18%.

Ora, o americano não arrecada? Arrecada, sim, muito Imposto de Renda e muito imposto patrimonial, o que compensa a arrecadação menor na base de consumo.

A terceira grande questão é o tamanho do Estado. O Estado brasileiro não cabe no bolso do consumidor, do contribuinte, do eleitor, que são as mesmas pessoas. O Estado brasileiro precisa, fundamentalmente, fazer uma reengenharia do ponto de vista fiscal, do lado da receita, que é uma reforma tributária simplificadora e tecnológica e, do lado da despesa, fazer com que a Nação brasileira possa suportar o Estado.

Nós temos os principais itens de despesa pública brasileira, a começar pela aposentadoria. Hoje são mais de 30 milhões de pessoas aposentadas pelo INSS, mais de 4 milhões de pessoas no Benefício de Prestação Continuada, quase 50 milhões de pessoas dependentes do Programa Bolsa Família, originário do Bolsa

Escola e do Bolsa Alimentação, criados no Governo Fernando Henrique Cardoso.

A questão estruturante é, portanto, básica. Se o Brasil tivesse adequado o sistema político — presidencialismo com o parlamentarismo, voto distrital puro ou misto —, nós teríamos uma troca de governo muito mais rápida do que o processo de impeachment.

Eu participei de dois processos de impeachment: o de Fernando Collor de

Mello e o de Dilma Rousseff. Foram traumáticos para todos! Quem paga o trauma deste processo político é o povo, que viu a maior recessão econômica. Em 2014,

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2015 e 2016, eram 8,2% negativos e, no período de Collor, em 1989, 1990 e 1991, eram 7,7% negativos.

Nós temos que realizar uma mudança política radical, para rumarmos à modernidade.

O sistema político em toda a Europa é parlamentarismo com presidencialismo, monarquia e outros sistemas. O sistema nos Estados Unidos é presidencialista, mas eles têm um Parlamento forte, um Judiciário forte, os Estados são muito fortes.

Eu proponho uma estrutura tributária harmônica, como a europeia, canadense e americana, e um Estado adequado. Não sou a favor do Estado grande, nem do mínimo: sou a favor do Estado necessário para o povo brasileiro.

Muito obrigado.

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O SR. VITOR VALIM - Sr. Presidente, solicito a palavra para um pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - O Deputado Rocha já está na tribuna.

Vou conceder a palavra à Deputada Raquel Muniz, para um pequeno registro. Em seguida, falará V.Exa., Deputado Vitor Valim, e o Deputado Roberto de Lucena.

Posteriormente, passaremos para o Grande Expediente com a Deputada Benedita da Silva e o Deputado Osmar Serraglio, que já estão no plenário. Esse será o encaminhamento.

Tem a palavra a Deputada Raquel Muniz.

A SRA. RAQUEL MUNIZ (PSD-MG. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, meu primeiro registro diz respeito à visita que fizemos ao Município de

Bocaiúva para a entrega de equipamentos à comunidade de Pedregulho, que ficou muito feliz com esta iniciativa. Fui recebida pelo Presidente da Associação

Comunitária do Povoado de Pedregulho, José Aelson, e pela comunidade. A população solicitou, também, uma pequena sala para leitura e o calçamento da via principal de Pedregulho, onde as pessoas trabalham no garimpo.

Reitero minha alegria por ter visitado o Município de Pedregulho.

O outro registro, Sr. Presidente, se dá em homenagem à D. Ivone Lara, dama do samba. Ela continuará nos encantando com sua música, o samba, que ficou eternizado no Brasil. Em uma de suas músicas, ela canta: “Sonho meu, sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu”, e ela buscou.

Em Minas Gerais, somos grandes fãs da nossa querida D. Ivone Lara, a grande dama do samba.

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Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meus dois registros sejam divulgados pelo programa A Voz do Brasil e pelos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Concedo a palavra ao Deputado Vitor

Valim.

O SR. VITOR VALIM (Bloco/PROS-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu, Deputado Vitor Valim, do PROS do Estado do Ceará, venho ao microfone da Câmara dos Deputados hoje para tratar de dois assuntos.

Primeiro, quero pedir ao Presidente Rodrigo Maia que volte a pautar o projeto de lei que disciplina a instalação de bloqueadores de sinal de telefone celular nos presídios. Não podemos comungar com a ideia de que bandidos, de dentro dos presídios, continuem orquestrando crimes e promovendo matanças, que não param de crescer no meu Estado.

O segundo assunto diz respeito ao foro privilegiado. Político honesto não precisa de foro privilegiado, não precisa do manto da impunidade. Quem não deve não teme! Eu entendo muito bem a revolta da população por ver processos contra políticos rodarem meses, rodarem anos, até prescreverem e o político corrupto não ser julgado.

Então, peço ao Presidente desta Casa que paute também a PEC que acaba com o foro privilegiado e com a impunidade. Reforma política tem que passar pelo fim do foro privilegiado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Uczai) - Tem a palavra o Deputado Rocha, do

PSDB do Acre, pelo tempo regimental de até 5 minutos.

O SR. ROCHA (PSDB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero trazer um assunto que julgo muito importante.

Certamente, o Brasil vive hoje a maior crise da sua história. Faltam recursos para todas as áreas. No meu Estado do Acre, um Estado pobre, não é diferente. Há as mesmas dificuldades.

No Acre, há dezenas de obras paralisadas por falta de recursos públicos.

Lamento que o Governo do Estado e o ex-Secretário de Segurança Pública Emylson

Farias deixem sair pela porta dos fundos uma emenda que apresentei, ainda em

2015, com a destinação de 2 milhões de reais para a implementação do Colégio

Militar no Estado.

Sra. Presidente, tenho aqui o espelho da emenda apresentada em 2015, que garantia ao Estado a alocação de 2 milhões de reais para a importante área da educação. Depois, houve a apresentação do plano de trabalho e o Governo já fez uma alteração, que foi acolhida pelo Programa Calha Norte.

Para a nossa surpresa, ao final de todo esse processo, o projeto foi assinado.

Inclusive, quero mostrar a assinatura do Governador Tião Viana. Ele assinou, em

2016, essa emenda que traria 2 milhões de reais para investimentos na educação do nosso Estado.

Repito que lamento profundamente que os gestores do meu Estado permitam que o interesse político acarrete a perda de recursos públicos. Coloca-se o interesse político-partidário à frente do interesse da população.

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É bom que se diga que, ainda em 2017, o Calha Norte pediu ao Governo do

Estado que simplesmente apresentasse três situações, para a efetivação desse convênio: o plano de trabalho, que já havia sido assinado; a licença ambiental; e o registro do imóvel. Até o final do mês passado, o Governo nada disse.

Eu quero fazer mais um registro. Para isso, trago uma cópia do Decreto nº

3.621, de 4 de novembro de 2015, em que o Governador Tião Viana colocava à frente desse convênio o ex-Secretário de Segurança Emylson Farias, o mesmo que disse que não precisava da Polícia Militar.

É bom que se diga, Sra. Presidente, que esta não é a primeira vez que o

Governador Tião Viana e sua equipe usam de critérios político-partidários em detrimento do povo do nosso Estado, que precisa tanto de recursos. Fizeram a mesma coisa com uma emenda do Deputado Alan Rick, que alocava mais 4 milhões de reais para o hospital de Sena Madureira.

Nós não podemos admitir isso. Eu vou ao Ministério Público do meu Estado para buscar uma responsabilização. Nós não podemos admitir que o gestor público trate com desídia, trate com descaso o trabalho de Parlamentares que buscam recursos para os seus Estados.

Esse ex-Secretário de Segurança Emylson Farias foi o mesmo que tratou com descaso, durante toda a sua gestão, a Polícia Militar, chegando ao cúmulo de dizer que não precisava da Polícia Militar no Estado do Acre.

Então, Sra. Presidente, nós vamos ao Ministério Público do Estado do Acre para buscar a responsabilização destes gestores públicos — o Governador Tião

Viana e o ex-Secretário Emylson Farias —, pela desídia com que trataram essa emenda alocada para investimento na educação do nosso povo. Certamente, com

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esses recursos, nós teríamos alguns avanços na área da educação, que é muito carente.

Sra. Presidente, quero finalizar pedindo a V.Exa. a divulgação deste meu pronunciamento no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta

Casa.

Obrigado.

A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Deputado Rocha, o seu pedido será atendido. O seu pronunciamento será divulgado nos meios de comunicação desta

Casa e no programa A Voz do Brasil.

Durante o discurso do Sr. Rocha, o Sr. Pedro

Uczai, 3º Suplente de Secretário, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pela Sra. Raquel Muniz, nos

termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Concedo a palavra ao Deputado

Ricardo Izar.

O SR. RICARDO IZAR (Bloco/PP-SP. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidente, ontem estive presente, em São Paulo, junto com o Ministro do Trabalho,

Helton Yomura, na Feira Internacional de Beleza, Cabelos e Estética, a Hair Brasil.

Fiquei muito feliz em saber dos dados. A Lei do Salão-Parceiro, resultante de proposição de minha autoria, já trouxe para a formalidade 700 mil profissionais da

área de beleza.

Ficamos satisfeitos em saber que o projeto de lei deu certo e está trazendo tantos profissionais para a formalidade.

Obrigado, Sra. Presidente.

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A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Peço desculpas à Deputada Benedita da Silva, a primeira oradora do Grande Expediente, que está aguardando o início dessa fase da sessão. O Deputado que estava na Presidência anunciou o orador que agora ocupa a tribuna, ainda no Pequeno Expediente.

Concedo a palavra ao Deputado Roberto de Lucena, com a compreensão da

Deputada Benedita da Silva, que será a primeira a falar no Grande Expediente.

O SR. ROBERTO DE LUCENA (Bloco/PODE-SP. Sem revisão do orador.) -

Muito obrigado.

Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu trago a esta tribuna, nesta oportunidade, a minha preocupação em relação à exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil.

Nós temos estado envolvidos com uma agenda bastante acirrada, bastante tensa e bastante densa nesta Casa. São temas prioritários de interesse da sociedade brasileira e temas de interesse do Brasil. Mas este assunto — o enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes — não pode ser baixado à condição de tema secundário.

Eu quero registrar, com profundo pesar e lamento, a ocorrência de um suicídio em Santos, no meu Estado de São Paulo, na região da Baixada Santista, uma região turística que pode ser considerada a ponta seca do compasso, no que diz respeito ao turismo. Ali uma criança de 13 anos de idade atentou contra sua própria vida — num prédio público municipal, inclusive.

Por trás desta tragédia está exatamente a grande vergonha, o grande e terrível crime da exploração sexual de crianças e adolescentes.

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Ela, infelizmente, nós não pudemos proteger e não pudemos salvar. E todos nós, como sociedade, temos um pedaço, temos uma parte de culpa, por vermos interrompidos os sonhos de uma criança que tinha tudo, tudo para trazer muitas alegrias ao nosso País e ser uma pessoa de muito sucesso, mas, pelo nosso descuido como sociedade, pela nossa conivência a partir da nossa omissão, teve a sua vida drástica e tragicamente interrompida.

Na Baixada Santista, um repórter que é muito conhecido pelas matérias investigativas, o jornalista Ratton, tem levantado constantemente este tema, este assunto.

Como Secretário de Estado de Turismo em São Paulo, nós promovemos diversas ações com motoristas de táxis, com cooperativas de transportes, com cooperativas de vans, com agentes públicos, exatamente no sentido de fazermos a prevenção e chamarmos a atenção da sociedade para a gravidade do assunto.

A Polícia Rodoviária Federal diz, através dos seus relatórios, que nós temos dois mil pontos vulneráveis nas estradas e nas rodovias de todo o Brasil. O Estado de São Paulo, infelizmente, está neste mapa: o mapa da vergonha, o mapa que nós precisamos eliminar da nossa história.

Eu quero, portanto, apelar à consciência das nobres Deputadas e dos nobres

Deputados, para que nós nos unamos e apoiemos o fantástico trabalho desenvolvido pelos Conselhos Tutelares, formados por verdadeiros anjos que, sem recursos, sem estrutura, sem equipagem, fazem o trabalho de proteção das nossas crianças e adolescentes.

Dia 28 de junho, nós teremos aqui, Sra. Presidente, uma Comissão Geral que tratará deste assunto, e eu quero desde já encorajar e incentivar a Deputada

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Benedita e todas as senhoras e senhores para que nós nos engajemos e procuremos alternativas e saídas, porque é a nossa responsabilidade levantar muros de proteção em torno das crianças e dos adolescentes de todo o Brasil.

Parabéns aos Conselhos Tutelares pelo trabalho que fazem!

Eu me solidarizo com a população de Santos e com aqueles que, nessa tragédia, conseguiram sentir, conseguiram ter sensibilidade e percepção e, assim, ter motivo para chorar, motivo para se lamentar de que nos dias de hoje nós ainda tenhamos que conviver com o acontecimentos como esse.

Era o que eu tinha a dizer, Sra. Presidente.

Muito obrigado, nossa Ministra Benedita da Silva.

Que Deus nos ajude e que Deus abençoe o Brasil!

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A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Concedo a palavra ao Deputado

Arnaldo Jordy, por 1 minuto.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sra. Presidente, quero cumprimentar a Presidente do Supremo Tribunal Federal,

Ministra Cármen Lúcia, que finalmente pautou, naquela Casa, a retomada do julgamento sobre o fim do foro privilegiado, essa patologia jurídica, esse manto da impunidade, que hoje protege cerca de 54.900 pessoas: 38.400 amparadas pela

Constituição Federal e 16.559 amparadas pelas Constituições dos Estados.

Hoje, o Supremo Tribunal Federal leva, em média, 12 anos para apreciar uma ação como essa. Há mais de 500 ações tramitando. Nos últimos 10 anos, 34% delas foram prescritas, ou seja, perderam o prazo por conta deste enredo que representa a impunidade.

Parabéns, Ministra Cármen Lúcia! Isso vai acabar com essa patologia.

Parabéns, Deputado Betinho Gomes...

(Desligamento automático do microfone.)

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A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - A nobre Deputada Benedita da Silva também está permitindo que o Deputado Prof. Gedeão Amorim faça seu registro, por

1 minuto. Tem S.Exa. a palavra.

O SR. PROF. GEDEÃO AMORIM (PMDB-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, Deputada Raquel Muniz, quero agradecer à Deputada

Benedita da Silva e dizer que é rápida a minha comunicação.

Sras. e Srs. Deputados, há poucos dias, estive aqui relatando a situação de penúria em que se encontram os órgãos de pesquisa do Norte do Brasil. Não falo de todos porque não sei a situação de cada Região, mas me refiro a órgãos importantes que pesquisam as epidemias das doenças tropicais que estão batendo

às portas, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia — INPA, as universidades públicas, o INCRA, a FIOCRUZ, a EMBRAPA e o Museu Paraense

Emílio Goeldi, em Belém. São entidades com focos bastante distintos em pesquisa.

Dito isso, eu venho hoje requerer a realização de uma audiência pública para a qual convidaremos representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia,

Inovações e Comunicações, da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e dos diversos institutos de pesquisa aos quais me referi.

Muitíssimo obrigado, Deputada Benedita da Silva.

O SR. VITOR VALIM - Sra. Presidente, Deputada Raquel Muniz, depois de a

Deputada Benedita da Silva falar no período do Grande Expediente, eu gostaria de me inscrever.

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A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

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A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.

Deputados, eu gostaria de dizer que, sob a minha Presidência, hoje — e é tão raro as mulheres ocuparem este espaço aqui —, tenho a honra de abrir o Grande

Expediente com a Deputada Benedita da Silva. S.Exa. já ocupou vários espaços de poder e é do Rio de Janeiro. A Deputada Benedita da Silva verdadeiramente nos representa.

Hoje lamentamos a morte da nossa querida sambista que está eternizada no samba Sonho meu, que assim se inicia: “Sonho meu, sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu”.

Como atual Presidente da Comissão de Cultura e hoje como Presidente da

Câmara dos Deputados, tenho a honra de anunciar a Deputada Benedita da Silva.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sra.

Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, no dia 16 de abril — portanto, ontem —, a intervenção militar na área da segurança pública do Rio de Janeiro completou 2 meses.

Abro a minha fala afirmando que a medida é totalmente injustificável, porque o

Rio está longe de ser a cidade mais violenta do Brasil, conforme atestam diversos organismos nacionais e internacionais. Se a alegação para a intervenção está atrelada aos índices de violência, outras 18 cidades brasileiras muito mais violentas do que o Rio de Janeiro deveriam também estar sob a intervenção federal.

Sra. Presidenta, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, criador da Ação da

Cidadania contra a Fome e a Miséria e pela Vida disse há mais de 20 anos uma frase que se aplica à atual situação do Rio de Janeiro:

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Não basta entregar o feijão, o arroz, o pão e leite

às pessoas em situação de vulnerabilidade social. Se

quisermos resolver de vez o problema da fome é preciso

perguntarmos aos desassistidos pelo Estado e pela

sociedade que tipos de alimentos eles mais necessitam. E

mais do que isso: quais as sementes mais adequadas

para que eles mesmos façam o cultivo de seus alimentos.

Embora Betinho estivesse se referindo a um outro contexto — o combate à fome extrema em meados da década de 90 —, a frase reflete com perfeição a maneira destrambelhada como o Governo golpista de Michel Temer agiu em relação

à segurança pública no Estado do Rio de Janeiro.

Uma decisão dessa importância, que gera impactos profundos na vida de mais de 15 milhões de habitantes, foi tomada sem o mínimo de planejamento, a tal ponto que o próprio interventor federal designado para o cumprimento da tarefa, o

General de Exército Walter Souza Braga Netto, se mostrou surpreso com o anúncio de que assumiria a espinhosa missão.

Mas, senhoras e senhores, não foi apenas o General que foi pego de surpresa. Todas as instituições de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro foram os últimos a saberem da intervenção federal. Mas quem pelo menos soube dessas articulações foram os próprios interessados no desdobramento das ações: a população carioca e fluminense, sobretudo aquela parcela que historicamente mais sofre com os reflexos da violência em meu Estado.

É justamente por isso que a intervenção militar no Rio de Janeiro já nasceu fadada ao fracasso. O que se pretendeu desde o início da operação foi criar apenas

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uma cortina de fumaça para encobrir o retumbante descrédito desse Governo ilegítimo. A intenção é que o nevoeiro do Rio crie algum tipo de factoide que viabilize

Temer e seu MDB como candidatos às próximas eleições. É disso que se trata, com todas as letras.

A intervenção federal no Rio de Janeiro é uma ação de perfumaria, é um gesto político para, numa tentativa desesperada, colher algum cacife para que o

Governo temerário continue operando o maior desmonte institucional, trabalhista, previdenciário e de direitos sociais de toda a nossa história republicana.

Se a comunidade de segurança pública do Rio de Janeiro, a sociedade civil organizada e os cidadãos cariocas e fluminenses fossem ouvidos, diriam alto e em bom som para os interventores e o Governo espúrio que eles representam: “Não queremos intervenção, não queremos ocupação de nossos espaços, não queremos que continuem trucidando o povo pobre, humilde e negro do Rio de Janeiro!”

E a população continuaria bradando: “Queremos solução definitiva de nossos problemas. Queremos educação. Queremos saúde. Queremos políticas públicas que resgatem nossa dignidade, que nos proporcionem melhoria de qualidade de vida!”

Srs. Parlamentares, Deputado Pedro Uczai, não é de agora que as Forças

Armadas são chamadas para, num passe de mágica, resolver os graves problemas que infelicitam a vida dos cidadãos do Estado do Rio de Janeiro.

Os números, no entanto, contradizem esse tipo de estratégia. Segundo o

Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro – ISP, autarquia vinculada à

Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, nas 11 intervenções federais no Rio de Janeiro, nos últimos 25 anos, somente em uma oportunidade houve

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diminuição, ainda assim muito discreta, dos principais indicadores criminais analisados. Nas outras 10 oportunidades, houve considerável acréscimo desses

índices, sobretudo no que se relaciona a homicídios, roubos a pedestre, roubos de carga e roubos de veículos.

Qualquer solução para combater essas forças organizadas do crime também terá que considerar um plano para as fronteiras nacionais e os aspectos regionais da

América do Sul, especialmente da Bolívia, Colômbia, Peru e Paraguai. Sem a ação dos países vizinhos, o problema do narcotráfico não será resolvido em nenhum lugar.

Sras. e Srs. Deputados, não dá para glamourizar o crime organizado. As primeiras vítimas são os mais pobres. Os dados mostram que são negros e pobres, de 15 a 25 anos, além das mulheres, as maiores vítimas do crime organizado.

Segundo Jailson de Souza e Silva, doutor em Sociologia e criador do

Observatório das Favelas:

Não se trata de um problema conjuntural, mas de

uma concepção de Estado — e não só do Estado do Rio

de Janeiro, mas do Estado Nacional brasileiro — de

priorizar o combate aos pobres e aos espaços populares

como eixo fundamental. Não é uma política de segurança

pública que temos, é uma política em que os moradores

das favelas são confundidos propositalmente com

criminosos, quando os dados apontam que apenas 1% a

1,5% da população das comunidades é que está

envolvida com atividades criminosas.

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Outra coisa: é preciso reorganizar a polícia. A estrutura de polícia existente hoje não tem nenhum cabimento. Uma mudança constitucional que permita uma mudança na estrutura policial é fundamental. Com a PM e a Polícia Civil que temos hoje, com essa falta de coordenação e de ação, não há nenhuma chance de dar certo. Vejam o absurdo de como as polícias são treinadas. A sua formação é para matar, para a guerra, e não para proteger a sociedade e garantir direitos. O combate

à violência se faz com política de segurança pública, planejamento e inteligência.

Essa política não pode ser implementada pelas Forças Armadas, que são treinadas para a guerra e para eliminar o inimigo.

Minhas senhoras e meus senhores, outra questão fundamental: enfrentar o problema da criminalidade, em qualquer lugar do mundo, é sufocar economicamente o crime organizado, diminuindo, dessa forma, o seu poder junto à população e ao próprio aparelho do Estado. Isso só se faz com inteligência, informação e forças policiais capacitadas para isso. Por isso, é fundamental melhorar as condições de trabalho das forças policiais, valorizando suas carreiras e dando condições salariais e materiais dignas.

É crucial também eliminar o grau de conluio que existe entre forças da polícia e grupos criminosos, especialmente a milícia.

Outra medida é enfrentar a questão das drogas. Não tem sentido essa política de guerra às drogas, que se revela um fracasso absoluto. Nos países que estão tendo êxito no combate às drogas, cada vez mais se avança na perspectiva de descriminalização da maconha. O Brasil, que é um dos países mais vitimizados por essa política, continua com ela.

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Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, não poderia deixar de dar uma palavrinha sobre as primeiras execuções políticas provenientes dessa nefasta intervenção do Governo Temer no Rio de Janeiro. Falo dos assassinatos da

Vereadora Marielle Franco e do motorista que a conduzia, Anderson Gomes. Tudo leva a crer que, de fato, trata-se de uma execução política, pois 2 dias antes de sua morte Marielle havia denunciado os crimes que ocorrem contra a população negra e pobre da periferia e da favela. E a intervenção militar segue atuando nessa lógica, pois até agora o que se viu foi o Exército atuando exclusivamente nas favelas.

O assassinato de Marielle constitui-se na metáfora de um país perverso que teima em querer eliminar não apenas corpos, mas também ideias. Os atiradores que ceifaram a vida de Marielle não queriam apenas silenciar sua voz, mas também eliminar suas ideias e mandar um recado para todos aqueles que ousarem trilhar o caminho da indignação diante das injustiças. Uma parte do serviço sujo já foi feita; a outra parte está sendo realizada pelos pacatos cidadãos que, sob o véu do anonimato, utilizam as redes sociais para, no caso, até desqualificar a luta de

Marielle, que é a luta de todos que defendem um outro projeto de país radicalmente diferente do modelo que nos tem sido imposto.

Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, no Brasil, como na América Latina, existe uma guerra não contra a pobreza, mas contra os pobres, notadamente nos países de alta desigualdade, a exemplo de El Salvador, Brasil, México, Venezuela,

Colômbia e daí por diante. Todos sabem que violência e pobreza andam juntas. Um relatório da ONU aponta que é a região mais violenta do mundo. É também a região mais desigual do mundo e com a maior desigualdade urbana do mundo.

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Das 50 cidades mais violentas do mundo, 19 são brasileiras e 43 são latino- americanas. O Rio de Janeiro não está entre elas, o que comprova o caráter politiqueiro da intervenção militar no Estado. Acabar com a violência no Rio de

Janeiro e no Brasil depende de uma gama de ações como as que descrevi ao longo de meu discurso. Mas nenhuma ação pode abrir mão da participação popular, porque sem esta não há a menor possibilidade de qualquer política de regulação do espaço público funcionar.

Esta é a situação verdadeira que analisamos junto com a Federação de

Favelas do Estado do Rio de Janeiro — FAFERJ, com as organizações não- governamentais que trabalham nessas comunidades, com psicólogos, com sociólogos, com advogados, até com juristas que trabalham conosco e com assistentes sociais. Verdadeiramente está acontecendo no Estado do Rio de Janeiro essa cortina de fumaça, para que possam viabilizar a entrega deste País, como se está fazendo, para que a Justiça também possa cometer os seus crimes, dizendo que está combatendo um crime, como o que acontece com Luiz Inácio Lula da Silva, que está condenado por um crime que não cometeu.

E pasmem! E pasmem! Hoje nós tivemos uma notícia com a qual eu não fiquei perplexa, porque acho que a população brasileira está se levantando contra essa situação. Estou falando do caso ocorrido em São Paulo, onde assistimos destacadamente ao MTST ocupar, com surpresa para alguns, o apartamento tríplex que o Juiz Moro diz que é do Lula. Que coisa vergonhosa! Que coisa feia! Não foram os petistas que lá estavam, nem foram as centrais dos trabalhadores, mas um movimento social que já entende que está diante de um grande golpe e de uma grande falácia. Que vergonha! O tríplex é uma vergonha! O tríplex é uma vergonha!

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Nenhum apartamento que nós ocupamos se parece, mas nem de perto, com o tríplex de Lula. Impressionante!

O Sr. Zé Geraldo - Conceda-me um aparte, Deputada?

A SRA. BENEDITA DA SILVA - Concedo o aparte a V.Exa., mas antes quero dizer o seguinte: ele é condenado por essa farsa. Se o apartamento é do Lula, se o tríplex é do Lula, vamos ocupá-lo. Foram lá, fizeram uma intervenção de uma forma arbitrária, anônima, sem nenhuma ordem judicial. Ora, se é do Lula e o Lula não reclamou, por que eles foram lá fazer isso? Então, por favor, soltem o Lula, porque o tríplex não é do Lula.

O Moro que se vire, o Moro que diga para a população brasileira que ele o condenou politicamente, porque ele tem intenções de ordem política para prender o

Lula. Ele não quer que Lula se candidate a Presidência da República. Lula não pode, porque, segundo seus interesses político-ideológicos, se o Lula vier, vai ganhar as eleições.

As pesquisas estão demonstrando isso, mesmo quando ele foi preso, porque o povo não é bobo. O povo está acompanhando tudo isso, desde o golpe. E está fazendo 2 anos hoje o grande golpe dado à Nação, que tirou uma legítima

Presidenta. Esse golpe tem o seu desdobramento, e o povo está acompanhando. Eu já sei que muita gente que se vestiu de verde e amarelo, que bateu panela está quieta, porque eles sabem que foram enganados com uma proposta de moralidade, de combate à corrupção, para acabar com as fraudes neste País, para prender o maior criminoso deste País, o maior chefe do bando que roubou esta Nação: Luiz

Inácio Lula da Silva. Pois agora ficou mais do que claro, patente, evidenciado que

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Moro age politicamente e que o Lula está condenado como um preso político, por perseguição política, para ser inviabilizado.

Concedo um aparte ao Deputado Zé Geraldo.

O Sr. Zé Geraldo - Deputada Benedita da Silva, primeiro, quero parabenizar

V.Exa. pelo brilhante trabalho que faz nesta Casa, V.Exa. que é uma incansável

Parlamentar do Rio de Janeiro. E ninguém conhece melhor a realidade do Rio de

Janeiro do que V.Exa. Mas é interessante que agora nós estejamos descobrindo por que o Juiz Sergio Moro não concedeu uma perícia no apartamento que ele diz ser do Lula, exatamente porque a perícia ia mostrar que lá não tem uma reforma de 1,2 milhão. Veja bem, se o apartamento vale 800 mil, como é que tem uma reforma de

1,2 milhão, Deputada? Nenhum cidadão precisa fazer conta: apartamento de 2 milhões é um superapartamento, é apartamento de cobertura em qualquer capital do

Brasil. Agora, Deputada Benedita da Silva, V.Exa. quer ver como a coisa vai se complicando? Eu quero ver a hora em que o apartamento for para leilão e aquele que arrematar esse apartamento tiver que documentar. Vamos ver quem é que vai dar a documentação para o arrematante desse leilão. Então, esse Sergio Moro é um fascista, é um irresponsável, é um cretino, é um lambe-botas dos Estados Unidos, é um mentiroso. Agora, como é que nós vamos clamar por justiça? É por isso que não funciona no Rio de Janeiro e em nenhum lugar do Brasil, porque estão desmoralizados. O Temer chega a 5% nas pesquisas, então, é um Governo desmoralizado. O Sergio Moro é um mentiroso, está aí a mentira, alegando uma reforma de 1,2 milhão num apartamento que não é do Presidente Lula. Se fosse, a polícia não teria ido lá em 2 horas tirar o pessoal, teria deixado o pessoal lá. Então, estão ficando cada vez mais enrolados, desmoralizados. Eu não sei o que eles vão

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fazer para sair dessa, porque o golpe não pode durar muito tempo. O golpe não vai durar muito tempo. Parabéns a V.Exa.

A SRA. BENEDITA DA SILVA - Eu agradeço o aparte de V.Exa. e concedo o aparte ao Deputado Pedro Uczai.

O Sr. Pedro Uczai - Deputada Benedita da Silva, cumprimento-a e parabenizo-lhe pelo seu pronunciamento e por colocar o dedo na ferida, como diz o povo, sobre a questão da violência no Rio de Janeiro. Sua denúncia é contundente sobre a farsa desta intervenção militar, que, efetivamente, tem conotação política e não tem vontade e decisão de combater o crime organizado. E o que a gente percebe, justamente pela sua fala, é que nesse período de 2 meses avança a violência no Rio de Janeiro, inclusive ceifando a vida de uma grande líder, como a

Vereadora Marielle. Portanto, essa farsa tem que ser denunciada. Parabéns a

V.Exa., parabéns por sua posição clara sobre onde está o enfrentamento à violência.

E o segundo ponto que V.Exa. traz aqui é que se passaram 2 anos do golpe. E dos

2 anos do golpe podemos fazer três grandes sínteses, e já concluo aqui. A primeira, o golpe contra a democracia e a Constituição, quando rasgam a Constituição, e, neste Parlamento, se serviram para dar um golpe em uma Presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff. O segundo golpe foi rasgar o programa vitorioso nas eleições, definidas pelo voto soberano e popular, e uma agenda ultraliberal que tirou direitos e o emprego do povo brasileiro, tirou dinheiro da saúde, da educação e da segurança pública, porque congelou os gastos por 20 anos. E em terceiro lugar, o golpe agora neste momento é judicial, porque, 2 anos depois, o Judiciário decide um novo golpe, porque não gosta da democracia, não gosta do voto soberano e popular, porque o povo quer votar pela quinta vez num programa que os inclui neste País

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chamado Brasil. Por isso, com a lembrança e a memória dos 2 anos do golpe que se completam nesta semana com a prisão do Presidente Lula como preso político, nós vamos defender: Lula livre! Lula inocente! Lula Presidente! Parabéns, Deputada

Benedita da Silva!

A SRA. BENEDITA DA SILVA - Agradeço o aparte de V.Exa. E continuo dizendo que, realmente, é Lula livre! É Lula livre, porque ele é um condenado político e está sendo perseguido por esta Nação. E nós não podemos deixar que este País seja entregue como está sendo entregue, Sra. Presidenta, nesses 2 anos de golpe. Acabou agora a presunção de inocência?

Nós estamos vendo que temos provas contra outros crimes que estão sendo verdadeiramente praticados, até no Palácio do Planalto. No entanto, não estamos vendo nenhuma manifestação e nenhuma indignação que possa corresponder a essa aflição do povo brasileiro em ver este País sendo entregue, a exemplo do nosso pré-sal, que deveria ser para a educação e para a saúde. Como uma estatal brasileira é menos competente do que uma estatal estrangeira? Porque foi para outra estatal que se vendeu o nosso pré-sal — aliás, que se deu de graça.

Nós estamos vendo o desemprego aumentando cada dia mais neste País nesses 2 anos. Nesses 2 anos aconteceram coisas incríveis, fantásticas, extraordinárias: a capacidade de destruição de coisas construídas em 20 anos. Eles conseguiram, em menos de 2 anos, destruir a capacidade do País de crescer, de se desenvolver. E ficam com essa falácia de discussão econômica, afirmando que a economia está equilibrada. Equilibrada para quem? Para quem, para quem vai à feira, para quem compra esse gás caríssimo, para quem está pagando energia mais

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cara, para quem está pagando a gasolina mais cara? Para quem? Evidentemente que essa economia está “maravilhosa”.

Então, é por isso, Sra. Presidenta, que eu peço realmente que o meu pronunciamento, que é muito mais longo do que esses 20 minutos, seja registrado e divulgado, na íntegra, no programa A Voz do Brasil.

A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Deputada Benedita, o pronunciamento de V.Exa. será divulgado pelos meios de comunicação, em especial no programa A Voz do Brasil.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Srs. e Sras. Parlamentares, quero aqui destacar a todos e todas que nos acompanham pela TV Câmara e pela Rádio Câmara uma ação política brilhante, ousada e inteligente realizada no dia de ontem no Município de

Guarujá.

Refiro-me à ocupação surpresa do apartamento tríplex, que o Juiz Moro diz que é de Lula, feita pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o MTST.

Por sua ação prática, o “Povo Sem Medo” do MTST quis mostrar ao Brasil toda a farsa da prova que condenou Lula injustamente. Se o tríplex é de Lula então

é do povo e somente ele poderia pedir reintegração de posse. Mas, não, a reintegração de posse foi feita pela polícia, de forma arbitrária, anonimamente, sem nenhuma ordem judicial. Era como se o tríplex não tivesse dono.

Os ocupantes filmaram o interior do tríplex e divulgaram amplamente. É um apartamento pequeno, mal planejado, que não se entende como ele seria destinado para o suposto “chefe” do crime organizado no País, como o procurador Dallagnol mostrou em seu ridículo Power Point.

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Todo esse enredo de filme B, digno do O Mecanismo inventado por José

Padilha, mostra somente que Lula é um preso político de Moro e do golpe que domina o País.

A sociedade democrática não engole essa mentira e continua apontando Lula como o seu candidato a Presidente da República. Mesmo depois de preso, Lula é franco favorito no primeiro turno e ganha em todos os cenários de segundo turno, o que deixa absolutamente claro que eleição sem Lula é fraude, golpe eleitoral que o povo brasileiro e a opinião pública internacional não aceitarão.

Lula é a bandeira da liberdade e de eleições democráticas!

Lula livre!

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A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Antes de chamar o próximo orador, com a permissão de S.Exa., peço que a Taquigrafia registre que meu pronunciamento proferido anteriormente ao da Deputada Benedita da Silva também seja divulgado pelo programa A Voz do Brasil.

Também quero manifestar os nossos sentimentos à família do querido

Senador Clésio Andrade pelo falecimento da sua esposa, Adriene Andrade, uma grande mulher que nos representou na política.

Deixo também um abraço afetuoso ao Deputado Diego Andrade, que é do nosso partido, o PSD.

Toda a nossa bancada já se manifestou, e deixo o nosso abraço afetuoso — meu e da minha família, do Ruy Muniz — a todos vocês, ao Clésio Andrade, ao

Diego Andrade e a toda a família da Adriene Andrade.

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A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Tenho a honra de conceder a palavra ao superrespeitado Deputado do PP do Rio de Janeiro, nosso professor aqui na

Casa, Simão Sessim.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Ponuncia o seguinte discurso.) - Obrigado, Deputada Raquel Muniz. É com orgulho que falo neste momento em que a sessão está sob a Presidência de V.Exa.

O registro que gostaria de fazer é um voto de louvor ao Município de São

Fidélis, na Região Norte Fluminense, que está festejando, esta semana, 168 anos de emancipação político-administrativa.

Trata-se, Sra. Presidente, nobres Deputados, de uma data muito especial para aquela população trabalhadora, ordeira, generosa, muito hospitaleira e que ocupa, com certeza, um espaço enorme bem no fundo do meu coração.

Conhecida carinhosamente como Cidade Poema, devido às belezas naturais como rios, cachoeiras e montanhas e ao seu grande número de poetas, São Fidélis acolhe também no seio de sua grandiosa generosidade imigrantes de várias origens, como portugueses, alemães, italianos e sírio-libaneses, que com a força do seu trabalho fortalecem a pujança da economia da região, baseada, sobretudo, no cultivo da agropecuária, além de outros setores, como indústria, comércio, cooperativas e pesca.

Abençoada por São Fidélis de Sigmaringa, cuja Igreja Matriz é uma das mais belas e significativas edificações do período colonial brasileiro, a cidade deu ainda ao Brasil filhos ilustres, como o pintor Oscar Pereira da Silva; políticos do peso de

Heitor Collet, José Richa, Rubens Rangel; o cantor Elson do Forrogode e o radialista

Waldir Vieira, entre outros.

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Na verdade, o povo fidelense tem me dado demonstrações inequívocas de apoio e carinho ao longo dos meus dez mandatos consecutivos neste Parlamento. E eu, sempre que posso, não tenho medido esforços no sentido de retribuir tamanha generosidade, levando também a minha contribuição para ajudar no crescimento e no desenvolvimento cada vez maior da cidade que aprendi a admirar e amar, como um filho adotado que percebo ter sido por seus habitantes.

Por ocasião do Dia do Padroeiro São Fidélis, comemorado também durante os festejos de aniversário da cidade, aproveito a oportunidade para levar a minha saudação pessoal ao Bispo Diocesano, Dom Roberto Francisco, e ao Bispo da

Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, Dom Fernando Arêas.

Estendo, ainda, as minhas saudações aos Padres Walace Azevedo e Gaspar

Pelegrini, bem como a toda a comunidade católica desse santo Município, rogando, por isso mesmo, a Deus e ao nosso Santo Padroeiro São Fidelis de Sigmaringa que abençoem e protejam a todos.

Por fim, Sra. Presidente, saúdo o Prefeito Amarildo Alcântara; seu Vice-

Prefeito José William e todos os Parlamentares e Vereadores da cidade de São

Fidélis, na pessoa do Presidente da Câmara Municipal, Vereador Rogerinho.

Eu não poderia ainda deixar de lembrar e saudar o ex-Prefeito e nosso querido e saudoso médico e correligionário Dr. Marcondes Teixeira de Abreu, que tanto lutou pelo crescimento e desenvolvimento de São Fidélis.

Parabéns, portanto, a São Fidélis! Que Deus derrame sobre a cidade e o seu povo a Sua bênção, dando-lhes proteção e sabedoria para alcançarem as conquistas que todos nós tanto almejamos!

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Com certeza, haveremos de continuar levando benefícios que permitam ao povo daquela região uma vida mais humanizada, com respeito e dignidade.

Muito obrigado, Presidente.

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A SRA. PRESIDENTA (Raquel Muniz) - Sras. e Srs. Deputados, estamos no

Grande Expediente.

Solicito ao Deputado Pedro Fernandes que assuma a Presidência, ao tempo em que peço à Taquigrafia que registre meus cumprimentos à família de Adriene

Andrade, esposa de Clésio Andrade e tia do nosso Deputado Diego Andrade.

Enquanto o Deputado Osmar Serraglio se dirige à tribuna, concedo a palavra ao Deputado Zé Geraldo. S.Exa. dispõe de 1 minuto, exatamente.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta, tivemos, no fim de semana próximo passado, muitas chuvas no Pará, que criaram muitos transtornos, danificaram várias rodovias.

Eu queria registrar um incidente climático maior no Município de

Paragominas, no Estado Pará, onde estourou um açude, devido a uma tromba d'água, danificando rodovias e várias residências. Duas pessoas foram a óbito.

Quero me solidarizar com as famílias e parabenizar todos aqueles que estão solidariamente ajudando com gêneros alimentícios, como a Defesa Civil do Estado e a Defesa Civil Municipal, neste momento de dificuldade em que se encontram as famílias que perderam suas casas e bens materiais, por causa do incidente climático no Município de Paragominas.

Sr. Presidente, peço que minha fala seja divulgada pelo programa A Voz do

Brasil.

A Sra. Raquel Muniz, nos termos do § 2º do art. 18

do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Pedro Fernandes, nos termos do

§ 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Fernandes) - Com a palavra a Deputada Yeda

Crusius, por 1 minuto.

A SRA. YEDA CRUSIUS (PSDB-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente, quero falar sobre um tema que toca muito de perto o Deputado

Osmar Serraglio.

Hoje, a TV Câmara vai discutir por que a redução da taxa básica de juros no

Brasil, que tem sido vigorosa e vital para que voltemos a respirar uma economia saudável, não tem chegado em termos de redução de spread.

Esse debate será interessantíssimo. Todos estamos querendo saber a respeito de um programa estruturalmente bem formulado, que seria capaz de diminuir essa diferença entre a baixa na taxa de juros e a sustentação do spread.

Obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Fernandes) - Concedo a palavra ao Deputado

Cleber Verde.

O SR. CLEBER VERDE (PRB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Deputado Pedro Fernandes, quero registrar que, no dia 14, sábado, nós estivemos na cidade de Caxias, onde inauguramos o Mirante da Balaiada, uma obra extraordinária, que vai impactar a cidade, principalmente na área do turismo.

Trata-se de um resgate da nossa história, da nossa cultura. Ao mesmo tempo, será um ponto turístico não só para Caxias, mas para todo o Maranhão.

O Prefeito Fábio Gentil tem trabalhado com muita responsabilidade e com muito compromisso. O pagamento da folha de pessoal é feito antes de vencerem os

30 dias de trabalho, ou seja, rigorosamente em dia. Além disso, o Prefeito entrega obras de qualidade.

Eu tenho dito que Caxias, hoje, é uma referência para o Maranhão, uma referência para o Nordeste. Com certeza, essa gestão eficiente é um exemplo para o

Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Pedro Fernandes) - Eu tenho certeza de que os caxienses reconhecerão o seu trabalho. V.Exa. será o mais votado em Caxias e contará com o apoio do Prefeito.

O SR. CLEBER VERDE - Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Fernandes) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado Osmar Serraglio.

O SR. OSMAR SERRAGLIO (Bloco/PP-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no sorteio anual para pronunciamento nesta tribuna, por extraordinária coincidência, neste mesmo horário, neste exato momento, está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal quem já foi candidato a Presidente da República e que foi colhido em ligação telefônica com o acusado Joesley Batista, em que demonstravam revolta com minha conduta, quando Ministro da Justiça, por me recusar a ceder as suas pressões objetivando a indicação de Delegado da

Polícia Federal de sua preferência para investigar suas ações delituosas. Pressões semelhantes advieram do Senador Renan Calheiros, ex-Presidente do Congresso

Nacional, multi-investigado pela Polícia Federal.

Sr. Presidente, por aí já se descortinam algumas das razões, de alto nível político-partidário, que instabilizaram minha permanência na Pasta. Político modesto, da hinterlândia brasileira, este Parlamentar não dispunha de escudo para confrontar esses plenipotenciários nem de vontade de rasgar sua trajetória nem de se submeter aos que desprezam a máxima republicana da igualdade dos cidadãos.

Já demonstrara, em outra quadra da história deste Parlamento, não ser homem de temores.

Hoje aqui estou, no Plenário da Casa do Povo. Tivesse sido cooptado, outro seria o locus em que deveria agora estar presente: o báratro da Corte.

Sr. Presidente, a verdade vencerá!

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ainda há outra coincidência a registrar. Há 12 anos, em abril de 2006, começava uma história diferenciada no

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combate à corrupção neste País. Tudo começou com o semanário Veja, em sua edição nº 1.905, de 18 de maio de 2005, que publicou a matéria intitulada “O homem chave do PTB”, na qual eram transcritos diálogos de que participava diretor da

Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e que indicavam a ocorrência de atos de corrupção ativa e passiva no âmbito daquela empresa estatal e sugeriam diversos outros equívocos administrativos. Revelaram, ademais, informações a respeito de supostos procedimentos de troca de apoio político, no Congresso

Nacional, por cargos e posições de mando em empresas estatais e diversos órgãos públicos da administração direta e indireta.

Depois de rigorosa e imparcial investigação, foi aprovado o relatório final que apresentei, como Relator da CPMI — Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos

Correios, uma das mais memoráveis do Parlamento, integrada por 16 Senadores, 16

Deputados Federais e mais 32 suplentes. Levamos 11 meses apenas e, é bom comparar, o Supremo demandou mais de 5 anos para concluir o inolvidável julgamento do mensalão, sob a relatoria destemida do Ministro Joaquim Barbosa, em parte alimentado e fortalecido pelas densas provas coligidas sob nossa relatoria, tantas vezes recordada naquela Corte.

Lá na CPMI, como hoje, foram e são muitas as alegrias e decepções deste

Parlamentar: alegria por saber que começamos um tempo novo, corajosamente escancarando para o País as mazelas da corrupção orquestrada e sistêmica; decepção por assistir, aqui e agora, que os fatos se repetiram com mais intensidade no imbróglio do petróleo, trazido à lume pela Operação Lava-Jato, sob as batutas, é bom que se diga, do Juiz Sérgio Moro e do Procurador da República Deltan

Dallagnol, de Curitiba.

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Na ocasião da CPMI dos Correios, foram muitos os pronunciamentos sobre o relatório que ofereci. Colho, para que não sejam minhas as palavras, uma dessas manifestações, que, com fidedignidade, espelha o que então ocorria. É pronunciamento feito no plenário do Senado Federal pelo então Senador César

Borges, homem público de história política invejável, Governador da Bahia, Senador e Ministro. Disse, na ocasião, o Senador César Borges:

... neste momento, está sendo lido o relatório final

dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de

Inquérito dos Correios, que está sendo apresentado em

dois volumes ...

O relatório é de responsabilidade do Deputado

Osmar Serraglio, Relator escolhido pela CPMI dos

Correios e que tem sofrido todo tipo de pressões, vindas

de vários setores. Para que essas pressões e qual o

destino delas? Deseja-se tirar nomes de figuras que

estão, de forma insofismável, ligadas a todo esse

escândalo que, há mais de um ano, vem sendo do

conhecimento do País e que começou com a questão do

Waldomiro Diniz, ocasião em que a CPI dos Bingos não

foi instalada — somente o foi a partir de uma decisão do

Supremo Tribunal Federal.

Depois das denúncias que apareceram por conta

da fita gravada nos Correios, mais uma vez, o Governo

usou de toda a força que tem neste Congresso Nacional

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na tentativa de impedir que a CPMI dos Correios fosse

implantada — sabe V. Exa. Disso. Fez- se todo tipo de

pressão. Durante todo esse período, de maio do ano

passado até hoje, após a instalação da CPMI, houve

pressão e sobre pressão, de todo tipo.

Prosseguiu o eminente Senador relatando a sequência da investigação, lembrando que, na medida em que evoluíamos na busca dos fatos, eram eles translucidamente apresentados à CPMI. Disse:

Primeiro, disseram que desconheciam qualquer

anormalidade, depois, tentaram desmerecer qualquer

depoimento, mas as coisas foram aparecendo: Marcos

Valério, “valerioduto”, Henrique Pizzolato, Visanet, Duda

Mendonça... Marcelo Sereno, José Genoino. Tantas

figuras apareceram, que os nomes desses denunciados

— a maioria deles perdeu o cargo. Constam de três

páginas só de providências tomadas por outras

instituições, mas originárias das investigações da CPMI

dos Correios. Ministros caíram dois: José Dirceu, Ministro

da Casa Civil, e Luiz Gushiken. Do PT saíram: José

Genoino, Sílvio Pereira — aquele do Land Rover —,

Delúbio Soares, Marcelo Sereno,... Além disso, caiu o

diretor de FURNAS; diversos assessores foram demitidos;

na Casa da Moeda, o Presidente foi demitido; na Abin, o

Diretor foi demitido; na Eletronorte, também houve

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demissão do Presidente; no IRB, cujo Presidente também

foi substituído,... Deputados foram indicados à Comissão

de Ética da Câmara dos Deputados...

Sr. Presidente, sobre as pressões e ameaças que então sofremos, na condição de Relator da CPMI, assim afirmou o Senador César Borges:

Sr. Presidente, veja que tudo isso foi resultado de

uma CPI da qual o PT dizia que não havia necessidade, e

o Governo Federal pressionou para que ela não existisse.

Mas aqui está o resultado. Esse resultado saiu fácil, Sr.

Presidente? Não. Só nós podemos saber e imaginar — a

imprensa noticiou — as pressões sofridas pelo Deputado

Osmar Serraglio, Relator da CPMI. Quero parabenizá-lo.

S.Exa. iniciou o seu trabalho sob a suspeição de que era

uma chapa branca. No entanto, mostrou seriedade,

competência, determinação, hombridade e está

apresentando esse relatório.

Até o Chefe da Controladoria-Geral da União, Sr.

Waldir Pires, fez pressão sobre o Deputado Osmar

Serraglio...

Ontem, nesta Casa — volto a dizer, o Senador

César Borges falou no plenário do Senado —, o Senador

Pedro Simon disse que até ameaça de morte o Deputado

Serraglio recebeu. E não podemos duvidar do Senador

Pedro Simon. Felizmente, o Deputado Serraglio mostrou

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que a dança da pizza, Sr. Presidente, não chegou à CPMI

dos Correios. Ela ficou lá, na dança da petista Angela

Guadagnin, mostrando como o PT se portou durante todo

esse episódio, porque assistimos sempre ao mesmo

esquema, à mesma formulação —- parece que o autor

intelectual é o mesmo — em que todos saem dizendo:

“Queremos apuração até o final. Vamos verificar. Vamos

indiciar Palocci. A Polícia Federal vai até o fim”. E

sabemos que tudo isso é para inglês ver, porque, no

fundo, à medida que o assunto sai da mídia, à medida

que o assunto não é mais recorrente, o que acontece? O

esquecimento, e nada se faz.

A seguir, o então Senador César Borges chamava a atenção para um ponto muito controvertido, até hoje, Sr. Presidente, em relação àqueles que duvidavam e ainda duvidam do fato de a CPMI dos Correios ter sim evidenciado que o Presidente

Lula sabia que o mensalão corria solto entre a Câmara dos Deputados e o Poder

Executivo, sob o comando direto do Ministro José Dirceu, qualificado mais tarde como chefe da quadrilha pelo Procurador-Geral da República.

Sobre isso, afirmou o Senador:

Então, Sr. Presidente, o que posso dizer é que o

Deputado Serraglio fez o seu trabalho, a ponto, inclusive,

de inserir no relatório aquilo que eles tanto temiam, que

era a menção ao Presidente Lula, e ele foi citado. O

Presidente Lula tinha conhecimento, porque quem esteve

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na CPI afirmou, de forma insofismável, que lhe havia dado

conhecimento. Isso está na página 767 — é até a

numeração de um Boeing —-, a qual vou ler, Sr.

Presidente:

Passa, então, o Senador a ler o meu Relatório, na parte em que evidenciei o conhecimento que o Presidente Lula tinha do mensalão.

Lerei texto do meu relatório.

A ciência do Presidente Lula

Uma das questões mais recorrentes nesta CPMI é

a ciência que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha

sobre o envolvimento de Parlamentares com os ilícitos

investigados.

A imprensa tem arrolado ocasiões em que o fato

teria sido a ele informado. Esta CPMI, nos limites da

constatação que lhe foi oportunizada, recolheu prova

testemunhal que incide sobre esse foco consoante se

atenta pelas afirmações seguintes provenientes de

diversas fontes.

Em seguida, o Senador lê os depoimentos do então Deputado Roberto

Jefferson e do Deputado Aldo Rebelo, que era Presidente da Câmara dos

Deputados, nos quais se comprovava ter sim o Presidente Lula conhecimento da irrigação de recursos que se estabelecia na Câmara dos Deputados.

Sras. e Srs. Deputados, concluindo seu pronunciamento, assentou o Senador

César Borges:

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Não é possível que possamos aceitar que — aí,

sim — os interesses político-partidários do Partido dos

Trabalhadores atinjam a CPMI dos Correios, com o

objetivo de diminuir a importância desse relatório, um

relatório corajoso do Deputado Osmar Serraglio.

Sr. Presidente, esse é o orgulho que tenho. E, por isso, comemoro esses 12 anos da aprovação daquele relatório. Tenho orgulho de saber que não tergiversei, a despeito do que eu e minha família sofremos, desde o envio de pó venenoso para o gabinete parlamentar até as interrupções por dias seguidos das minhas linhas telefônicas, sendo que às vezes até preferia isso às ameaças que através delas provinham.

Na ocasião da CPMI dos Correios, sob a competente sub-relatoria do

Deputado Onyx Lorenzoni...

O Sr. Pedro Fernandes - V.Exa. me concede um aparte, nobre Deputado?

O SR. OSMAR SERRAGLIO - Com muito orgulho, Deputado Pedro

Fernandes.

O Sr. Pedro Fernandes - Sr. Deputado Osmar Serraglio, lembro-me bem da

CPMI dos Correios. Lembro-me bem do sufoco que V.Exa. passou como Relator.

Lembro-me de quase todos os depoimentos. Acompanhei, mesmo não fazendo parte daquela CPI. Acho que ela atingiu um ponto alto nesta Câmara dos

Deputados, o que não ocorreu com a CPI da PETROBRAS, que foi um fracasso completo — não se esmerou no exemplo da CPI do Correios. Eu queria destacar um homem do meu partido, Deputado Roberto Jefferson, pela coragem e determinação que teve, com as denúncias. Lembro-me daquele episódio nos Correios, em que o

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cidadão recebeu 3 mil reais, uma pessoa que não foi indicada por Roberto Jefferson, mas a grande mídia publicou como se tivesse sido Roberto Jefferson que havia indicado. Aquilo foi o bastante para descobrirmos o mar de lama que estava por trás de tudo naquela época. O Deputado Roberto Jefferson foi destemido. Eu até dizia que ele foi um camicase. Colocou inclusive sua liberdade em jogo, para que as denúncias fossem realmente dadas como verdadeiras. Eu queria fazer uma saudação não só a V.Exa., como Relator, e a todos os membros da CPMI, mas também ao depoente, porque não acho Roberto Jefferson um delator, como querem dizer. Ele foi um homem que denunciou tudo aquilo que sabia, inclusive as conversas particulares que teve com as mais altas autoridades deste País.

Parabéns, Deputado Osmar Serraglio!

O SR. OSMAR SERRAGLIO - Fico orgulhoso de ouvir V.Exa., Deputado

Pedro Fernandes, nosso sempre Ministro, que, com certeza, traz à tona esse aspecto, que reconheço. Não fora a colaboração do Deputado Roberto Jefferson, a

CPMI dos Correios não teria tido o êxito que teve, porque ele abriu o mapa de como as coisas estavam ocorrendo, tanto que uma das obrigações de uma CPI, ao seu final, é fazer proposições, e uma das proposições que nós fizemos partiu exatamente dessa colaboração. Nós temos uma proposta, oriunda da CPMI, que procura valorizar aqueles cidadãos que colaboram, contribuem, para que possamos desvendar aquilo que está por trás das portas. Como disse V.Exa., nesse caso, os fatos foram evidenciados pelo Deputado Roberto Jefferson.

Concedo um aparte ao Deputado Rocha, com muito prazer.

O Sr. Rocha - Deputado Osmar Serraglio, uso um pouco do seu tempo só para reafirmar a admiração que tenho por V.Exa., por sua vida pública invejável.

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Aprendi muito com V.Exa. na Comissão de Constituição e Justiça e mesmo no dia a dia desta Casa. Parabenizo e cumprimento V.Exa. mais uma vez. O Paraná tem um grande representante aqui. Deixo o registro de que certamente é um dos quadros mais qualificados desta Casa, principalmente na esfera do Direito Constitucional.

Cumprimento seu discurso e sua pessoa.

O SR. OSMAR SERRAGLIO - Agradeço, Deputado Rocha. Reputo, certamente, esses elogios à amizade que V.Exa. me tributa. Não os mereço, mas fico muito orgulhoso.

Sr. Presidente Átila Lira, como disse, este é o orgulho que tenho ao comemorar a aprovação do relatório final: saber que não tergiversei, a despeito do que nós sofremos, como havia relatado.

Ao final, sob a sub-relatoria do Deputado Onyx Lorenzoni, nós procuramos formular proposições que evitassem fatos trágicos que aconteceram — que todos nós gostaríamos que não tivessem ocorrido —, como o petrolão.

As propostas nossas começaram pela criação de uma comissão mista, do

Congresso Nacional, permanente de combate à corrupção. Ou seja, ao lado das demais comissões permanentes, nós teríamos uma com dedicação exclusiva ao combate à corrupção. Indicamos como sendo rol dos temas prioritários a limitação do foro privilegiado — há 12 anos, na CPI, nós preconizamos a eliminação do foro privilegiado —, objetivo até agora não alcançado —; a submissão dos repasses de recursos públicos feitos a ONGs a processo licitatório, objetivo também ainda não conseguido, consoante valores escandalosos recentemente evidenciados pela CPI da FUNAI; a conversão do orçamento brasileiro de autorizativo em impositivo, para

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impedir a cooptação do Parlamento, objetivo em parte atingido, com as emendas impositivas.

A CPMI dos Correios, Sr. Presidente, se antecipou em diversas das tão propaladas medidas anticorrupção, que suscitaram e suscitam tanta celeuma.

Compulsem-se as seguintes proposições, formalizadas e justificadas pela

CPMI: a necessidade de revisão e atualização da Lei dos Crimes de Lavagem de

Dinheiro, o que efetivamente depois ocorreu, possibilitando os instrumentos de que se valeu a Operação Lava-Jato, inexistentes no nosso tempo; a instituição do

Programa de Incentivo à Revelação de Informações de Interesse Público, como esse a que agora há pouco fiz referência, quando do pronunciamento do companheiro Deputado Pedro Fernandes — volto a dizer, a instituição do Programa de Incentivo à Revelação de Informações de Interesse Público, como foi a revelação do Deputado Roberto Jefferson —; a redução da discricionariedade nas licitações; a redução do número de cargos em comissão nas três esferas da Federação — a nossa proposta inclusive traz detalhes sobre os percentuais possíveis nos diversos níveis —; a criação da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, congregando todas as instituições a que está afeta a matéria — nós achamos mais de 1 quinzena de instituições que se dedicam ao combate à corrupção, sem que haja interação, interlocução ou troca de informações —; a inclusão dos dirigentes de entidades da administração indireta para prestar informações ao Congresso Nacional como convocados, e não apenas como convidados; a divulgação, via Internet, do currículo e agenda dos agentes políticos e ocupantes de cargos em comissão, para conferir mais transparência à administração

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pública; finalmente, a limitação das despesas com publicidade — nós persistimos acompanhando o quanto se gasta neste País com a publicidade pública.

Assim, Sr. Presidente, certamente, é motivo de orgulho saber que plantamos sim sementes que, ainda que vagarosamente, vêm germinando no combate à corrupção.

Sr. Presidente, ao final, a verdade vencerá!

Muito obrigado.

Durante o discurso do Sr. Osmar Serraglio, o Sr.

Pedro Fernandes, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Átila Lira, nos termos do § 2º do art. 18

do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Tem a palavra o Deputado Pedro

Fernandes.

O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, chove muito no Estado do Maranhão. Chove na Capital, chove no interior. Em alguns pontos, chove acima da média histórica. Há cidades que estão sofrendo debaixo de chuva. São Luís ontem foi castigada por um temporal enorme, que alagou avenidas e bairros inteiros.

Nós precisamos cuidar para que tenhamos recursos para a recuperação de nossas cidades. Cito Municípios como Pedreiras, Caxias, Bacabal, Esperantinópolis e vários outros que precisarão, com certeza, da ajuda do Governo Federal.

Os nossos Prefeitos estão tomando todas as providências. Estão declarando estado de calamidade pública ou estado de emergência. Precisamos urgentemente da proteção do Governo Federal, não só com o Ministério da Integração ou com a

Defesa Civil, mas também com a ajuda da Companhia Nacional de Abastecimento

— CONAB, do Ministério dos Transportes e de todos os órgãos federais, para que possamos levar alento aos desabrigados.

O auxílio deve ser dado não só agora, no momento de necessidades urgentes, mas também depois, com a criação de um programa amplo de recuperação das nossas cidades, das nossas estradas vicinais, das nossas BRs, das nossas estradas estaduais.

É uma calamidade pública tremenda! Como dizem no Maranhão, abriram chuvas mil. Contudo, neste ano chove exageradamente em alguns pontos, inclusive enchendo todos os nossos rios. Por um lado, é bom, pois revitaliza os rios; por outro lado, a população sofre bastante.

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Quero dizer que a bancada está toda unida em Brasília, percorrendo os

Ministérios e todo o Governo, para que possamos levar esse conforto aos maranhenses.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Muito bem, Deputado Pedro Fernandes!

Hoje, este é um problema em toda a Região Nordeste. O Ministro da Integração esteve no Piauí com o propósito de buscar soluções para a emergência. No

Maranhão, a mesma situação. Este está sendo o maior inverno dos últimos anos, em 7 anos, e os problemas estão ocorrendo.

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O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Concedo a palavra à Deputada Rosangela

Gomes.

A SRA. ROSANGELA GOMES (PRB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, boa tarde. Sras. e Srs. Deputados, boa tarde.

Quero fazer o registro da entrega de mais uma emenda orçamentária de minha autoria ao Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O valor da emenda é de 1 milhão e 600 mil reais e será destinado à recuperação da parte digital do hospital.

Depois de entregar, no final do ano, um orçamento extra de 30 milhões e, no início do mês de dezembro, uma emenda de bancada de 15 milhões de reais, agora podemos entregar ao Hospital da Posse mais 1 milhão e 600 mil reais fruto de emenda de minha autoria.

Sr. Presidente, eu sei isso está longe do nosso ideal, que é o aumento do repasse mensal do Governo Federal para o hospital, que atende mais de 5 milhões de habitantes, que é o nosso sofrimento na Baixada Fluminense, mas é um passo importante. Esse valor é extremamente expressivo e significativo para a Baixada

Fluminense, no que tange ao tratamento da saúde da população da região.

Eu queria fazer esse registro e dizer que a nossa luta não para aqui, que nós lutaremos, junto com o novo Ministro, para efetivamente entregar o repasse mensal ao Hospital da Posse.

Sr. Presidente, gostaria que o meu pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do Brasil, para que todas as pessoas da Baixada e do Estado do

Rio de Janeiro saibam do nosso empenho, da nossa dedicação, desde o primeiro

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dia em que pisamos nesta Casa, com relação à saúde do Estado, com relação à saúde da Baixada Fluminense.

Sr. Presidente, muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Vou dar início às breves comunicações.

Concedo a palavra por 1 minuto ao Deputado Silas Câmara.

O SR. SILAS CÂMARA (PRB-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, primeiro quero dizer que é uma honra vê-lo presidindo os trabalhos desta Casa, Deputado Átila Lira, meu querido amigo e companheiro do Piauí.

Gostaria de fazer um registro muito importante. Na última sexta-feira, no

Centro de Convenções Vasco Vasques, a Fundação Nacional de Saúde —

FUNASA, comandada no meu Estado pelo Dr. Wenderson Monteiro e presidida pelo

Dr. Rodrigo, lançou um programa chamado Solução Alternativa, Coletiva,

Simplificada de Tratamento de Água para Consumo Humano — SALTA-Z, do qual eu sou entusiasta.

Eu trabalhei para que esse programa fosse implantado no Estado do

Amazonas, cujo objetivo é filtros de tratamento com caixas de água para cem casas ou mil pessoas por ciclo.

No Estado do Amazonas, onde há quase 8 mil comunidades organizadas e o nosso principal desafio é o tratamento de água, esse programa vai ser uma revolução. Se há alguns anos nós estivemos aqui festejando o programa Luz para

Todos, na sexta-feira foi lançado no Amazonas um programa que eu posso chamar de água potável para todos.

Nobres Deputados, companheiros e companheiras, fiquem atentos! O nome do sistema é SALTA-Z, em que cada conjunto produz água potável colhida do rio para mil pessoas. Esse é o remédio e a solução para as comunidades.

Aqui, mais uma vez eu parabenizo a FUNASA. Estou muito feliz de registrar essa conquista e dizer que sou parte dessa luta lá no nosso Estado do Amazonas.

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Sr. Presidente, peço a V.Exa. que este pronunciamento seja registrado pelos

órgãos de imprensa desta Casa e no programa A Voz do Brasil.

Era o que eu tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Concedo a palavra ao Deputado Décio

Lima, do PT de Santa Catarina, para dar como lido o seu discurso.

O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, venho expressar a clara compreensão do povo brasileiro: a mentira foi vencida. Os resultados de todos os institutos de pesquisa, particularmente a expressão colhida no próprio jornal Estadão da pesquisa Ipsos, revelam que 73% do povo brasileiro não está absolutamente concordando com a condenação vil, sem provas, do ex-Presidente Lula. Mais do que isso, em todos os institutos, o Presidente

Lula ganha as eleições contra quaisquer dos candidatos concorrentes. Portanto, Sr.

Presidente, a mentira foi derrotada, e o povo brasileiro retoma a consciência de construir uma perspectiva de um novo horizonte para o nosso País.

Rogo a V.Exa. que receba como lido este pronunciamento e lhe dê divulgação nos meios de comunicação da Casa.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, dois acontecimentos recentes confirmam que a estratégia da direita, da Globo, do PIG (Partido da Imprensa

Golpista) e do Judiciário partidário fracassou. Dez dias após a prisão política e ilegal do Presidente Lula, 58% da população brasileira acredita que a Lava-Jato só condenou Lula porque ele vem de origem humilde; 55% afirmam que a Lava-Jato faz perseguição política contra Lula. E impressionantes 73% acreditam que os poderosos querem tirar Lula das eleições, conforme a pesquisa Estadão-Ipsos, divulgada no dia 14 de abril de 2018.

Está evidente para a população brasileira que prenderam uma das maiores lideranças políticas e sociais do Brasil sem um único crime, apenas pelo fato de

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liderar todas as pesquisas de intenções de votos. Não podemos nos enganar: a

Justiça no Brasil tem lado e há um grande acordo entre parte das instituições. A

Procuradora-Geral da República, Raquel Dogde, está trabalhando pesado para o

PSDB. Livrou Alckim da Lava-Jato e iniciou processo para prender Bolsonaro. Em 4 anos de investigação da Lava-Jato, o PSDB está blindado.

Mas, se pensaram que, prendendo Lula, iriam derrotá-lo, deram um tiro no pé.

Lula se agigantou! A pesquisa do Instituto Vox Populi realizada nos dias 11 e 15 de abril mostrou que Lula vence fácil, no primeiro e no segundo turno, em qualquer cenário para Presidente da República. E só por isso foi condenado e está preso em

Curitiba. Lula marcou 39% das intenções de votos (eram 38% na pesquisa Vox de dezembro de 2016). Nos cenários comparáveis de segundo turno, Lula marca 56% contra 12% de Geraldo Alckmin, do PSDB; 54% contra 16% de Marina Silva, da

Rede; e 54% contra 20% de Joaquim Barbosa, do PSB. Além de Lula vencer em todos os cenários, a pesquisa mostrou que aumentou o sentimento de que o ex-

Presidente Lula é vítima de uma injustiça.

Por isso, continuaremos a denunciar o regime de exceção no Brasil às cortes internacionais. Continuaremos a desafiar a Polícia Federal da Lava-Jato, o Ministério

Público da Lava-Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que Lula cometeu. Continuaremos junto ao ex-Presidente Lula na Vigília pela

Democracia, na frente da sede da Polícia Federal, até que se dê liberdade a Lula.

Lula não é mais o candidato do PT, Lula é o candidato do povo brasileiro.

Eu rogo a V.Exa., portanto, que receba como lido este pronunciamento e lhe dê divulgação nos meios de comunicação desta Casa.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Tem a palavra o Deputado Daniel Almeida.

O SR. DANIEL ALMEIDA (PCdoB-BA. Pela ordem. Com revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu gostaria de anunciar que ontem no , em São Paulo, foi lançado o manifesto Liberdade para o Brasil, para Lula e para os brasileiros e brasileiras, que embasa a pré-candidatura da Deputada Manuela D’ávila à

Presidência da República.

Foi um ato vibrante, que contou com a participação de muitas lideranças do movimento cultural, artístico e social e de lideranças políticas expressivas dos diversos partidos da esquerda brasileira.

Esse manifesto, Sr. Presidente, procura trazer uma alternativa para resgatar a democracia brasileira e a nossa soberania nacional, os direitos sociais, os direitos dos trabalhadores, que estão sendo violentados por este Governo entreguista, bem como a defesa das nossas estatais e o desenvolvimento econômico. Ele destaca os principais pontos da plataforma que Manoela defende.

Temos o desafio de construir um projeto nacional que aponte para o desenvolvimento econômico do Brasil. Há necessidade de se fazer isso aglutinando amplas forças do movimento social do nosso País e forças políticas que atuam no cenário institucional brasileiro. Para esse desafio há necessidade de haver convergência de amplos setores em torno desse resgate.

Não podemos, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, deixar que avancem as ideias conservadoras, antidemocráticas e as reformas que retiram direitos.

Portanto, parabéns, Manuela D´Ávila, por ser uma candidatura que a cada dia ganha a mente e o coração dos brasileiros!

Era o que tinha a dizer.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem (16), a pré-candidata à

Presidência do Brasil pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, lançou o Manifesto Liberdade para o Brasil, para Lula e para as Brasileiras e Brasileiros, destacando os principais pontos da plataforma que defende.

Com o Teatro Oficina, em São Paulo, lotado de artistas, intelectuais, lideranças políticas e sociais e da filha do ex- Presidente Lula, Lurian Lula da Silva,

Manuela D’Ávila defendeu a unidade das forças progressistas, principalmente a defesa pela participação do ex-Presidente Lula como candidato.

Neste 17 de abril de 2018, completados 2 anos do golpe contra a soberania do voto do povo brasileiro, quando autorizado o impeachment da Presidenta Dilma

Rousseff, temos um cenário caótico no Brasil: são 13 milhões de desempregados; perda de postos de trabalho; reforma trabalhista em vigor e desmontes na economia, educação, ciência e tecnologia.

Nessa conjuntura desafiadora, o PCdoB, em 95 anos de história, lança pela terceira vez uma candidatura própria. A pré-candidatura de Manuela representa o desafio de encaminhar um projeto transformador para nosso País, retomar o crescimento econômico e industrialização; a defesa dos direitos do povo, valorização do trabalho e desenvolvimento social e cultural.

Manuela, que é jornalista e Deputada Estadual pelo Rio Grande do Sul, foi

Deputada Federal por dois mandatos, sendo Líder do PCdoB na Câmara dos

Deputados. Ela foi indicada três vezes pelo Diap como uma das 100 “Cabeças” do

Congresso e cinco vezes ao Prêmio Congresso em Foco, que premia os melhores

Parlamentares do Brasil.

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Manuela explicita, através do manifesto, a necessidade de renovação do projeto político para o Brasil:

“Vivemos tempos dificeis de ameaças a conquistas

básicas da civilização no Brasil e no mundo. Trata-se de

uma crise de múltiplas dimensões, onde as liberdades, a

democracia e a soberania são a cada dia menos toleradas

por um capitalismo em crise, que saqueia riquezas de

povos e nações, ameaça garantias individuais, cerceia as

oportunidades das pessoas. Este é o compromisso deste

encontro: o de reafirmamos o nosso compromisso com a

liberdade dos brasileiros de serem governados por seus

próprios interesses. Ameaçam as liberdades individuais,

as garantias que cada um precisa ter diante das

violências promovidas pelo estado de exceção que já

existe há tempos na periferia, especialmente para a

população negra, se generaliza”.

Por esse motivo, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não vamos deixar que avancem as ideias conservadoras, antidemocráticas e as reformas que retiram direitos. A candidatura vem legitimar o comprometimento do Partido Comunista em resolver os principais problemas do País. Continuemos firmes e aguerridos na luta por democracia e por justiça!

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Tem a palavra o Deputado Ivan Valente.

Logo em seguida, irá se pronunciar o Deputado Nilson Pinto, que pediu a palavra como Presidente da Comissão de Relações Exteriores, para apresentar comitiva que está visitando hoje a Câmara.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu queria dar como lido meu pronunciamento, cujo título é Raquel

Trindade é para sempre. É com tristeza que recebemos a notícia do falecimento de

Raquel Trindade, um exemplo de ativismo na cultura, no movimento negro e na educação.

Filha do poeta , fundador do teatro popular brasileiro, Raquel morreu na cidade de Embu das Artes, onde viveu maior parte de seus dias, fazendo o melhor em matéria de arte.

Além de ser considerada a Rainha Kambinda, em alusão à nação africana matriarcal, Raquel concentrava enorme sabedoria e erudição, tendo sido docente da

UNICAMP e responsável, na UNFESP, pelo curso de extensão Identidade Cultural

Afro-Brasileira. Ela foi fundamental também na denúncia do racismo estrutural.

Como disse o poeta Sérgio Vaz, em nota de pesar, “tem gente que morre e fica ainda mais viva. Raquel é para sempre”.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Raquel Trindade é para sempre.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, recebemos com tristeza a notícia do falecimento de Raquel Trindade, neste fim de semana, em Embu das Artes. Aos 81 anos, uma trajetória digna de memória se completa, deixando saudade aos três

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filhos e ao neto, e um exemplo de ativismo na cultura, no movimento negro e na educação.

Filha do poeta Solano Trindade, Raquel foi escritora, professora, artista plástica, dançarina, cenógrafa e uma ferrenha defensora de nosso teatro e da cultura afro-brasileira. Natural de Recife, Raquel viveu a maior parte de sua vida em

Embu das Artes, contribuindo muito para tornar a cidade uma referência cultural.

Não haveria lugar melhor para seu corpo ser velado do que no Teatro Popular

Solano Trindade, que ela fundou há mais de 40 anos, em homenagem ao pai. O local tornou-se o maior centro de cultura popular negra de Embu. Solano, por sua vez, havia fundado no Rio de Janeiro o Teatro Popular Brasileiro. Nota-se, portanto, uma continuidade, uma herança que vai de geração para geração, que se espalha por diversas regiões e certamente não termina.

Raquel Trindade era conhecida como Rainha Kambinda, em alusão à nação africana matriarcal. Nação Kambinda é nome que batiza também a escola de maracatu fundada pela ativista. Raquel concentrava enorme sabedoria e erudição, tendo sido docente da UNICAMP e responsável, na UNIFESP, pelo curso de extensão Identidade Cultural Afro-Brasileira.

Raquel foi fundamental na denúncia do racismo estrutural, que penetra inclusive a universidade pública, e para a valorização da autoestima de negros e negras, com o resgate e reconhecimento da cultura de matriz africana. Como disse o poeta Sérgio Vaz, em nota de pesar, “tem gente que morre e fica ainda mais viva:

Raquel é para sempre”.

Raquel Trindade, presente!

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Concedo a palavra ao Deputado Nilson

Pinto.

O SR. NILSON PINTO (PSDB-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu tenho a satisfação de anunciar a presença em nosso plenário da Miss Mundo Manushi Chhillar, da Índia, que está nos visitando, juntamente com a Miss Brasil e a Miss Brasília.

Elas estão em nossa cidade hoje numa tarefa importantíssima! A Miss Mundo realiza uma missão humanitária, por meio de um programa chamado Beleza com

Propósito, em que estão todos envolvidos com a defesa das pessoas com deficiência, das pessoas que precisam de tratamento e das que mais necessitam de ajuda.

Quero parabenizar as Misses e o Mister Brasil, aqui presentes, pela missão que realizam e pelo trabalho que desenvolvem, ao tempo em que os recebo em nosso plenário e lhes dou boas-vindas na Câmara dos Deputados e no Congresso

Nacional.

Muito obrigado pela presença.

O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Convido o Deputado Nilson Pinto para recepcionar a representação das Misses neste plenário.

(Pausa.)

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O SR. PRESIDENTE (Átila Lira) - Concedo a palavra à Deputada Luiza

Erundina.

A SRA. LUIZA ERUNDINA (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, quero registrar, com enorme tristeza, o falecimento ontem à noite, em São Paulo, do companheiro Paul Singer, um extraordinário brasileiro que deixa um legado de produção intelectual na área da Economia.

Militante socialista, Singer foi fundador do Partido dos Trabalhadores. Eu tive o privilégio de tê-lo na minha equipe de governo, como Secretário de Planejamento.

Ele me ajudou na concepção de governo e na construção do primeiro Governo democrático e popular da cidade de São Paulo.

Deixo minha solidariedade aos seus familiares e aos seus amigos e agradeço a este homem tudo quanto ele fez por São Paulo e pelo Brasil.

Era esta a informação que eu gostaria de deixar registrada nesta sessão.

Muito obrigada.

O Sr. Átila Lira, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Pedro Fernandes, nos termos do § 2º do

art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Pedro Fernandes) - Passo a palavra ao Deputado

Edmilson Rodrigues.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu costumo dizer que a Deputada Luiza Erundina, quando

Prefeita de São Paulo, montou não um Secretariado, mas um verdadeiro Ministério.

E o seu “Ministério Municipal” contou com a presença de um dos mais brilhantes intelectuais deste País em toda a história: Paul Israel Singer.

Ele começou seu curso universitário aos 24 anos. Foi operário. Foi ligado ao

Sindicato dos Metalúrgicos. Participou de movimentos sociais, inclusive de greves importantes, mas se constituiu num dos mais brilhantes economistas.

Eu quero pedir a inserção nos Anais da Casa do artigo intitulado Morre, aos

86, Paul Singer, economista e fundador do PT, assinado por Oscar Pilagallo e publicado pela Folha de S. Paulo.

Só tenho uma observação a fazer. A compreensão de uma obra complexa como a marxiana foi tornada acessível pelas linhas de Paul Singer, que, como poucos, conseguiu explicar a teoria econômica marxista e abordar temas tão importantes como a renda da terra, incluindo a renda urbana, para que pudéssemos entender a especulação imobiliária.

Paul Singer traduziu aquela obra de forma didática como poucos. Diz-se que ele ajudou a Esquerda não marxista, mas ele ajudou a Esquerda marxista a pensar de forma dialética a obra do Marx, porque fora isso era negar o próprio marxismo.

Em certo momento, foi o Paul Singer enquadrado como um dos quatro maiores gênios brasileiros.

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Parabéns, Deputada Luiza Erundina, por ter dado ao Brasil e ao Município de

São Paulo a oportunidade de ter o gênio Paul Singer à frente da Secretaria de

Planejamento.

É graças ao brilhantismo do Paul Singer, que ocupou até 2016, no Governo da Dilma, posto importante nessa área da economia solidária, que a economia solidária tem tanto formulação teórica quanto as experiências espalhadas, inclusive de bancos populares.

Eu queria agora, Sr. Presidente, tratar de outro tema, se V.Exa. me permitir.

Sr. Presidente Carlos Manato, V.Exa. me concede 1 minuto de prorrogação do meu tempo?

Eu fui, com muita honra, representando a Comissão de Direitos Humanos — agradeço ao Presidente Luiz Couto —, ao meu Estado para contribuir com a elucidação do problema que gerou 22 mortes há cerca de 8 dias numa penitenciária no Município de Santa Izabel do Pará.

Estive lá ontem para entender o problema e exigir explicações acerca dos direitos e da assistência aos que sobreviveram. É preciso que expliquem por que cinco servidores foram baleados — um agente penitenciário morreu. Queremos também entender por que aqueles que agiram de fora para dentro, com explosivos e metralhadoras, conseguiram se evadir.

Naquele momento, outra rebelião ocorria no Município de Bragança, resultando em mais cinco mortos no Pará.

Permita-me mais 25 segundos, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Não, Deputado. Eu já dei 1 minuto a

V.Exa.

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Vamos determinar a divulgação do seu pronunciamento no programa A Voz do Brasil.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, por designação da Comissão de

Direitos Humanos e Minorias (CDHM) desta Casa, estive ontem, segunda-feira, 16 de abril, visitando o Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III), presídio de segurança máxima do Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará, onde 22 pessoas foram mortas, sendo 21 internos e um agente prisional, há 8 dias, durante uma tentativa de fuga frustrada pelo Batalhão de Policiamento Penitenciário

(BPOP), da Polícia Militar do Pará.

Foram convidados a nos acompanhar a Ouvidora de Segurança Pública,

Anna Lins; a Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos

Advogados do Brasil, Secção Pará, Juliana Fonteles; a Defensoria Pública do

Estado do Pará; e o Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos e Civis do

Estado do Pará (SEPUB), Ezequiel Sarges, que representa a categoria dos agentes penitenciários.

Fomos recebidos pelo Diretor-Geral da Superintendência do Sistema

Penitenciário do Pará (SUSIPE), Coronel Mauro Matos e pelo Diretor interino da unidade, Anderson Pena.

Foi possível confirmar a extrema gravidade da crise do sistema prisional paraense, que vem se agravando nos últimos meses, atingindo níveis verdadeiramente insuportáveis.

Cobramos das autoridades estaduais a apuração rigorosa e imparcial de todos os acontecimentos que levaram à morte dessas 22 pessoas, esclarecendo-se

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as circunstâncias e responsabilidades. Da mesma forma, demandamos que sejam divulgadas informações oficiais sobre a assistência à saúde de todos os feridos, sejam servidores públicos, sejam internos do sistema prisional.

Verificamos que o CRPP III tem problemas de gestão e de segurança antigos causados por falta de investimento ou investimento malfeito em obras fundamentais, como muros que impeçam o contato entre as penitenciárias, o acesso visual e físico e até o arremesso de objetos (como armas ou celulares) de uma penitenciária para outra.

Além disso, fomos informados de que o CRPP III está superlotado, com 606 internos para 432 vagas, e ainda há déficit de agentes penitenciários e deficiência na segurança.

A ausência de uma muralha que reforce o isolamento em relação a uma área de mata fechada, bem como da casa penal vizinha, a Colônia Agrícola Heleno

Fragoso, do regime semiaberto, foi uma das principais causas do ataque externo, em que pessoas fortemente armadas com fuzis e explosivos atacaram o CRPP III pela mata e pela colônia, formando duas frentes externas para o resgate de presos do regime fechado.

Ocorre que ontem verificamos, durante a visita, que existem somente cercas separando essas áreas, sendo uma bastante frágil, baixa e de arame farpado, e outra de cerca de 5 metros de altura, também de arame farpado e reforçada, porém insuficiente para conter projéteis de arma de fogo. A SUSIPE anunciou que em breve será construída uma muralha de 5 metros de altura para reforçar a segurança.

A terceira frente de ataque, que também denuncia outra fragilidade na segurança do CRPP III, foi o uso de duas pistolas de calibre ponto 40 — arma de

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uso exclusivo das forças de segurança — por internos dessa própria casa penal. A

Direção da SUSIPE ainda não soube explicar como essas armas foram introduzidas no presídio: se por meio de visitas, que são submetidas a revistas íntimas vexatórias; se por meio da facilitação de servidores públicos; ou se foram jogadas por cima da cerca, pelo lado externo do CRPP III, como costuma ocorrer com vários objetos, como celulares, armas, drogas e até emulsão para dinamite.

É preciso que isso seja apurado. Há de se resolver esse problema com urgência, assim como assegurar recurso público para construir um presídio semiaberto, na forma de colônia agrícola, em outro local.

Outro fato muito grave é que todos os mortos eram detentos do Sistema

Penal (do CRPP III e da Colônia Agrícola), ao contrário da primeira versão divulgada pelo Governo do Estado, que falava na existência de mortos entre os atacantes externos ao CRPP III. Na verdade, pelo menos 5 dos mortos eram internos do regime semiaberto que cumpriam pena na Colônia Agrícola Heleno Fragoso. Ou seja, eles foram cooptados pelas facções criminosas que dominam aquelas casas penais para participar ativamente da ação que visava pôr em liberdade uma ou mais pessoas. E esse é outro questionamento: quem eles queriam libertar?

Havia já a informação, obtida através de disque denúncia e do trabalho do

Setor de Inteligência, de que haveria uma tentativa de resgate. Isso tornou possível a ação imediata da polícia. Se não fosse isso, teria havido uma fuga em massa.

Os dois detentos do CRPP III que possuíam armas estavam na mesma cela, de onde eles e os demais internos saíram algemados para o solário. Mas, armados, eles libertaram presos de outras celas e tornaram reféns agentes penitenciários, sendo que um foi vítima fatal.

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Há ainda a ser considerada proporção entre detentos e agentes, que é discrepante e pode se agravar, porque o Governador quer demitir centenas de servidores temporários que ainda têm pelo menos 6 meses de contrato. Isso pode agravar a situação em meio a uma crise no sistema penitenciário. O Coronel Matos informou que 500 agentes recém-concursados estão sendo treinados para assumir os cargos na Susipe, reforçando várias unidades prisionais do estado. Entretanto, ainda é insuficiente o efetivo da Defensoria Pública do Estado do Pará para fornecer acompanhamento jurídico os processos criminais e ajudar a liberar vaga de detentos que já tenham cumprido a pena, a fim de reduzir ou solucionar o problema da superlotação. Mas também é preciso que o Poder Judiciário não priorize a punição por encarceramento, misturando detentos de menor potencial ofensivo com presos de alta periculosidade, integrantes do crime organizado, como o Comando

Vermelho, o que torna as unidades prisionais verdadeiras escolas do crime, em lugar da ressocialização.

Por meio da delegação conferida pela CDHM vamos através de ofícios formalizar o pedido de informações originados da visita realizada ontem. E vamos continuar acompanhando o desdobramento do caso para que possamos deliberar os encaminhamentos necessários capazes de contribuir com a melhoria do Sistema

Penitenciário e pleno respeito aos direitos humanos.

Finalmente, destaco que este fato grave ocorrido no CRPP III não foi isolado.

Ontem, enquanto estávamos em Santa Izabel do Pará, na Região Metropolitana, outro motim estourou no Centro de Recuperação Regional de Bragança, no

Nordeste do Estado, quando cinco pessoas morreram durante a perseguição policial e oito fugiram.

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É fundamental unir forças no sentido do enfrentamento deste quadro tão dramático, a fim de preservar o valor básico do respeito à vida humana e de todos os direitos fundamentais.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

Morre, aos 86, Paul Singer, economista e fundador do PT Oscar Pilagallo O economista Paul Singer morreu às 20h desta segunda-feira (16), aos 86 anos, em São Paulo. Ele havia sido internado no Hospital Sírio-Libanês na madrugada e teve septicemia. O velório ocorrerá nesta terça-feira (17), a partir das 9h, no Cemitério Israelita do Butantã. O sepultamento, no mesmo local, será às 14h30. Integrante do grupo de fundadores do PT em 1980, Singer foi um dos responsáveis pelo que o partido teve de mais celebrado em suas quase quatro décadas: a formulação de um programa de desenvolvimento a partir do fortalecimento do mercado interno via distribuição de renda. No campo acadêmico, autor de vários livros didáticos e de pesquisa econômica, tornou-se referência obrigatória para a divulgação do pensamento da esquerda não marxista. Talvez tenham sido esses os dois principais legados do professor Paul Israel Singer, nascido na Áustria em 1932 e que chegou ao Brasil aos 8 anos, quando a família judia fugiu do nazismo em seu país recém-anexado por Hitier. O nome do meio era uma exigência do regime que defendia uma “solução final” para os judeus. Para mais fácil identificação, os judeus homens foram obrigados a anexar “Israel” ao nome. Singer manteve o nome, mesmo quando não era mais necessário. Dizia que Hitier obrigava mesmo os judeus assimilados, como sua família de um subúrbio operário de Viena, a se voltarem para o judaísmo. Em sua juventude, foi sionista, mas sem muita convicção. Pertencia a uma corrente socialista do movimento.

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Aos 20 anos, começou a trabalhar como eletrotécnico. Filiado ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ajudou a organizar a greve dos 300 mil, que paralisou a indústria de São Paulo por mais de um mês em 1953. No ano seguinte se naturalizou. Filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro, mas não desenvolveu atividade partidária. Foi autodidata no estudo da economia e só em 1956 ingressou na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP. Ainda estudante, Singer foi convidado a tomar parte no “Seminário de Marx”, que mais tarde ganharia notoriedade devido às carreiras posteriores dos intelectuais que dele participavam, como o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, a antropóloga Ruth Cardoso e o filósofo José Arthur Giannotti. Na época, considerava-se um marxista. O grupo daria origem ao Cebrap, que reuniu a nata dos intelectuais de oposição à ditadura militar. Singer chegou a ficar preso por uma semana em 1974, mas não sofreu tortura. A atividade político-partidária só teria início com a fundação do PT. Singer foi o responsável pelo programa econômico do candidato Lula ao governo de São Paulo, em 1982, na primeira eleição direta ao cargo, ainda sob a ditadura, que só terminaria em 1985. Lula perdeu, mas o programa foi inscrito no DNA do partido. Singer defendia a ampliação do mercado interno via inclusão social, o que acabou ocorrendo durante a Presidência de Lula, de quem seu filho, o cientista político André Singer, hoje colunista daFolha, foi portavoz. Paul Singer considerava o programa reformista, O socialismo não entrava diretamente na equação. “A marcha para o socialismo consistia em ampliar a democracia, aprofundar a democracia para redistribuir a renda”, como disse em entrevista a Guido Mantega e José Marcio Rego, em 1997, registrada no livro “Conversas com Economistas Brasileiros”. No plano municipal, corno secretário de Planejamento de Luiza Erundina, prefeita de São Paulo a partir de 1989, não conseguiu implementar ideias que dependiam de uma ação do governo federal. Mas nunca desistiu da ideia.

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Em 2002, Singer aprofundou a proposta com a publicação do livro “Introdução à Economia Solidária”, obra de militância, editada pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. Defendia como princípios “a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito à liberdade individual”. Pela sua proposta, haveria também “um poder público com a missão de captar parte dos ganhos acima do considerado socialmente necessário para redistribuir essa receita entre os que ganham abaixo do mínimo considerado indispensável”. No ano seguinte, no início do governo Lula, assumiu a Secretaria Nacional de Economia Solidária, ligado ao Ministério do Trabalho, onde defenderia a criação de bancos comunitários como instrumento de erradicação da miséria. Apesar das crises do PT, Paul Singer se manteve ligado ao partido que ajudou a fundar, criticando-o pontualmente à esquerda, como fez em 2015, quando o governo de Dilma Rousseff promoveu um ajuste fiscal que, para ele, afastaria o PT de suas bases sociais. Foi autor de muitos livros, além da obra citada, entre os quais se destacam “Desenvolvimento e Crise” (1968) e “A Crise do Milagre” (1977). Viúvo, Paul Singer deixa, além de André, as filhas Helena e Suzana, ex- ombusdsman da Folha e atual editora de Treinamento do jornal. OSCAR PILAGALLO é jornalista e autor de “História da Imprensa Paulista” (Três Estrelas) e “A Aventura do Dinheiro” (Publifolha), entre outros livros. Durante o discurso do Sr. Edmilson Rodrigues, o

Sr. Pedro Fernandes, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de

Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu gostaria de registrar a presença dos Vereadores Clóvis Braun e Arlindo Repke, do Município de Santa Maria de

Jetibá. Eles vieram a esta Casa em busca de emendas do Orçamento da União, iniciativa que faz parte da atuação do vereador. O vereador não pode apenas ficar no Município fazendo leis e fiscalizando o orçamento. Cabe a ele se fazer presente em Brasília para acompanhar as demandas dos Municípios.

Parabéns, Vereadores Clóvis e Arlindo! É um prazer tê-los nesta Casa.

Concedo a palavra à Deputada Benedita da Silva. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aproveito uma nota da Federação Nacional dos Urbanitários, para fazer o registro do Dia Nacional de Luta contra a Privatização da ELETROBRAS no Estado do Rio de Janeiro. Tivemos a oportunidade de participar da iniciativa em defesa do patrimônio público, da soberania nacional e da segurança energética.

Toda a bancada do Rio de Janeiro, com membros da Esquerda, esteve presente, em apoio à manifestação. De acordo com o Vice-Presidente da Federação

Nacional dos Urbanitários, Nailor Guimarães, a privatização da ELETROBRAS significa aumento de tarifas, queda na qualidade dos serviços, demissões e perda da soberania nacional.

Trata-se de um problema grave não apenas para os eletricitários, mas também para toda a população. Vai haver aumento de 30% na tarifa, mesmo com as tarifas altíssimas que já temos. Outro impacto absurdo é o corte na tarifa social. Os

Deputados que trabalham nas suas bases pobres sabem perfeitamente o que

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significa a tarifa social: ela garante desconto na conta de energia para as pessoas de baixa renda. Hoje o desconto beneficia mais de 8 milhões de lares brasileiros, que sofrem com o aumento na tarifa de energia, na gasolina e em outras tarifas impostas à população pobre, a maioria desempregada, como podemos constatar no meu Estado do Rio de Janeiro.

Diante desses impactos, vai haver um grande retrocesso. Não podemos permitir a privatização das nossas estatais do setor elétrico. Estamos vendendo nossas estatais para outras estatais. Esta é a demonstração não só da incompetência, mas também de que há um processo de venda deste País a preço de banana. Temos que barrar esse retrocesso! Por isso, estamos juntos nas praças, nas ruas. E temos que pressionar os Parlamentares.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que minha fala seja divulgada pelo programa

A Voz do Brasil.

Muito obrigada.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, aproveitando a nota da Federação

Nacional dos Urbanitários — FNU, quero fazer o registro do Dia Nacional de Luta contra a Privatização da ELETROBRAS, em prol do patrimônio público, da soberania nacional e da segurança energética, realizado ontem em todo o País.

De acordo com o Vice-Presidente da FNU, Nailor Guimarães, a privatização da ELETROBRAS significa aumento nas tarifas, queda na qualidade de serviços, demissões e perda da soberania nacional. Trata-se de um problema grave, Sr.

Presidente, não só para os eletricitários, mas para toda a população brasileira, pois, com a privatização, o aumento da tarifa pode chegar a 30%.

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Outro impacto absurdo é o corte na tarifa social, que garante descontos na conta de energia para pessoas de baixa renda. Hoje o desconto beneficia mais de 8 milhões de lares brasileiros.

Diante de todos esses impactos e retrocessos, permitir a privatização das estatais do setor elétrico é promover mais desigualdade social e negar o acesso à energia para a população mais pobre do Brasil.

Assim, destaco para todo o povo brasileiro que, para barrar mais este retrocesso, é preciso paralisar os locais de trabalho, fazer atos e manifestações, ocupar ruas, avenidas e praças, além de pressionar os Parlamentares em suas bases eleitorais.

Não à privatização da ELETROBRAS!

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Reginaldo

Lopes.

O SR. REGINALDO LOPES (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, há 2 anos, esta Casa participou de um golpe midiático e jurídico comandado pelo mercado financeiro contra a Presidenta Dilma.

Naquele momento, com muita convicção, encaminhei o voto contrário ao golpe contra a Presidenta Dilma. De fato, esta Legislatura é revanchista em relação

à nossa Constituição Federal. Isso está comprovado, porque, depois do golpe, rasgaram as leis trabalhistas, votaram a terceirização, perseguem os direitos previdenciários e estão construindo um modelo econômico que vai levar o Brasil a uma convulsão social, lamentavelmente, se não houver uma retomada de rumos para uma economia mais popular, com transferência de renda, com geração de emprego, com foco no mercado interno.

Quero fazer este registro histórico neste dia...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Agradeço a V.Exa., Deputado Reginaldo Lopes.

Durante o discurso do Sr. Reginaldo Lopes, o Sr.

Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário, deixa a cadeira

da Presidência, que é ocupada pelo Sr. JHC, 3º

Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Convido o Deputado Delegado Edson Moreira a fazer uso da palavra.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, foi assassinado, na última sexta- feira, o policial civil Sirlan Versiani, da Delegacia de Homicídios de Contagem, Minas

Gerais. Sirlan trabalhou na investigação do goleiro Bruno.

No Rio de Janeiro, no domingo, um policial, ao sair do serviço, foi seguido por bandidos, que alvejaram o seu carro. Tiraram o policial do veículo e o jogaram escrachadamente no meio da rua.

Por que estou dizendo isso, Sr. Presidente? Já são mais de 50 policiais mortos apenas neste ano no Brasil, e ninguém fala nada! Os policiais estão sendo assassinados dia após dia. Com isso, a força do crime está cada vez mais presente, a ponto de criminosos serem contratados, sabe-se lá por quem, para assassinar uma Parlamentar no Rio de Janeiro.

O Brasil virou terra de ninguém. O Brasil virou terra da impunidade. Todo mundo mata, e não acontece nada!

Minas Gerais tem sofrido muito com essas ocorrências. O crime violento tomou conta do País inteiro, e Minas Gerais está dentro do País. Houve uma ocorrência em Passos, Minas Gerais. Usaram um drone. O aperfeiçoamento é tamanho, que explodiram um prédio quase todo para levar o numerário do caixa da cidade.

O Colégio Santo Agostinho, na região centro-sul, está um pandemônio: os alunos saem da escola, e os bandidos já estão à espera, com a arma na mão, para tomar o que eles têm de valor. Se eles não tiverem nada de valor, o bandido leva a

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vida dos alunos. São crianças de 8 anos, 12 anos ou, às vezes, 16 anos. São adolescentes.

Aonde vamos chegar, com tanta impunidade? O Brasil virou a maravilha dos criminosos: “Faço tudo, e não me acontece nada!” Este é o Brasil em que estamos vivendo. A polícia já não consegue fazer mais nada porque, quando age, ela é processada; quando não age, é assassinada. É assim que as coisas estão acontecendo neste País. Aonde vamos chegar?

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que nosso pronunciamento seja divulgado pelo programa A Voz do Brasil e pelos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - O pedido de V.Exa. será atendido, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Com a palavra o Deputado Alberto Fraga por 1 minuto.

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o DETRAN de Brasília está em greve há mais de 30 dias, e ninguém percebeu essa greve; ou seja, se uma categoria não faz falta à sociedade, não adianta fazer greve para pressionar o Governo.

Eu fiquei estarrecido com os números que chegaram até minha pessoa. Hoje, o DETRAN arrecada com taxas 63 milhões de reais por mês. É uma cifra razoável. A arrecadação com as multas que pagamos devido aos pardais das ruas é de 7 milhões de reais por mês. Ou seja, por mês essa entidade arrecada 70 milhões de reais dos bolsos dos contribuintes brasilienses.

É uma vergonha essa greve! A média salarial de um agente do DETRAN é de quase 20 mil reais. E eles ainda fazem greve! Trabalham 35 horas por semana e querem reduzir para 30 horas. Eu não sei onde está a força dessa categoria.

Insisto em dizer que o DETRAN é um órgão normativo e que tem que cuidar da frota, da CNH, da engenharia de trânsito. Não tem que ficar na rua multando carros, como está acontecendo.

Temos que entrar com uma ação contra esse pessoal, até mesmo porque são remunerados não pela Fonte 100, que é do Governo, e, sim, pela Fonte 220, que é proveniente de multas — o que arrecadam se transforma em salário! É uma vergonha para o Distrito Federal, e nós esperamos que o próximo Governo acabe com essa farra.

Muito obrigado, Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Pompeo de Mattos.

O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, não só esta Casa, mas também todo o País têm debatido muito a decisão de prisão após a condenação em segundo grau.

Eu tenho formação jurídica e, honrosamente, tenho experiência como advogado na área criminal, com mais de 400 juris Rio Grande afora e Brasil adentro.

Eu quero deixar expressa minha opinião, porque se faz necessário aprofundar este debate sem se valer da paixão, sem fulanizar, sem apontar o dedo, não em função deste ou daquele réu, mas do tema e da tese.

É importante dizer que o juízo de primeiro grau examina o mérito do fato criminoso, o mérito da denúncia, no que diz respeito ao autor, à autoria, à materialidade, à motivação. Com base nisso, ele estabelece a pena mediante sentença. A sentença examina a gravidade do ato criminoso e sua repercussão.

Examina a vida pregressa do autor e a reincidência do autor de determinado ato e do fato criminoso.

Pois bem. Consumado o julgamento de primeiro grau, vamos para o segundo grau. Nele, o tribunal, de forma colegiada e coletiva, reexamina, na amplitude, todo o processo, no que diz respeito à autoria, se for o caso. Quanto ao mérito, no mais amplo sentido, bem como à dosagem da pena, uma pena maior para crimes maiores, uma pena menor para crimes menores. Enfim, ele revisa a sentença e pode diminuir ou aumentar a pena e, eventualmente, até mesmo absolver o réu que havia sido condenado em primeira instância.

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O recurso de terceiro grau, no Superior Tribunal de Justiça, permite à Justiça examinar a tecnicidade do processo: se preencheu os requisitos legais, se não há a prescrição. Enfim, existe um amplo bojo de fatos que, no nível superior, a Justiça pode examinar e consolidar uma posição e dar a garantia jurídica de que o processo, em todos os aspectos, determinou a condenação ou a absolvição do réu.

De forma objetiva, Sr. Presidente, quero dizer que prender depois do julgamento em segundo grau é temerário. Eu diria que pode até ser um exagero. Por outro lado, não prender nunca um condenado também não é justo, não é correto.

Por isso, eu defendo que a prisão deve ocorrer depois do julgamento em terceiro grau, no Superior Tribunal de Justiça.

Com isso, o cidadão tem o triplo grau de jurisdição, sem chicanas, sem nada de recursos protelatórios. Quando julgado no terceiro grau, no primeiro julgamento, encerra-se o processo. Se quiser recorrer ou agravar ou embargar, que o faça, mas vai fazer preso. Se quiser recorrer ao Supremo Tribunal Federal, que o faça, mas vai recorrer preso.

Não é justo que seja recolhido depois do julgamento em segundo grau, mas é justo que seja recolhido depois do julgamento em terceiro grau.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 075.4.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/04/2018 Montagem: 5199

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Convido o Deputado Afonso Motta a fazer uso da palavra.

O SR. AFONSO MOTTA (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o fato é que vivemos num País dividido.

O Poder Judiciário está dividido, principalmente a Corte Suprema, que tem tanta responsabilidade e oferece a prestação jurisdicional em temas de relevância significativa, com grande repercussão na ordem institucional do País.

Vivemos com o Poder Legislativo dividido. E, mais do que a divisão, há posições radicais, grandes tensionamentos, muitas vezes superando a opinião e avançando pelo campo do ódio, do despropósito e do desrespeito à opinião.

Temos um Poder Executivo que padece de governabilidade. É mínima a governabilidade, o reconhecimento e o exercício por parte do Poder Executivo.

Portanto, esta é a realidade que desafia todos nós diante do necessário debate eleitoral, do necessário debate de posições e de ideias que há de culminar, pelo menos é este o calendário, com a escolha daquele que vai liderar o nosso País a partir de 2019.

E quantas pessoas perguntam qual é a saída para esta crise, para este momento dramático da vida nacional. Não há outra saída que não o processo democrático, o processo eleitoral.

Portanto, embora sejamos um Parlamentar de posições, embora sejamos um

Parlamentar que defenda com veemência a democracia e o Estado Democrático de

Direito, nós não nos furtaremos a acreditar na unificação nacional, na necessidade de termos um programa que possa unificar o País e conduzi-lo a novos caminhos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 075.4.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/04/2018 Montagem: 5199

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Comunico às Sras. Deputadas e aos Srs.

Deputados que chegou à Câmara dos Deputados o Ofício nº 204, de 2018, do

Congresso nacional, que encaminha, nos termos do § 8º do art. 62 da Constituição

Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, o processado da

Medida Provisória nº 809, de 2017, que “altera a Lei nº 11.516, de 28 de agosto de

2007, que dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade — Instituto Chico Mendes, e a Lei nº 7.957, de 20 de dezembro de

1989, que dispõe sobre a tabela de pessoal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis — IBAMA”.

À medida foram oferecidas 31 emendas, e a Comissão Mista emitiu o Parecer nº 1, de 2018 (CM MPV nº 806, de 2017), que conclui pelo Projeto de Lei de

Conversão nº 5, de 2018.

Comunico às Sras. Deputadas e aos Srs. Deputados que chegou à Câmara dos Deputados o Ofício nº 206, de 2018, do Congresso Nacional, que encaminha, nos termos do § 8º do art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela

Emenda Constitucional nº 32, o processado da Medida Provisória nº 810, de 2017, que “altera a Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, e a Lei nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991, e dá outras providências”.

À medida foram oferecidas 52 emendas, e a Comissão Mista emitiu o Parecer nº 1, de 2018 (CM MPV nº 810, de 2017), que conclui pelo Projeto de Lei de

Conversão nº 6, de 2018.

Comunico às Sras. Deputadas e aos Srs. Deputados que chegou à Câmara dos Deputados o Ofício nº 221, de 2018, do Congresso Nacional, que encaminha, nos termos do § 8º do art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 075.4.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/04/2018 Montagem: 5199

Emenda Constitucional nº 32, o processado da Medida Provisória nº 813, de 2017, que “altera a Lei Complementar nº 26, de 11 de setembro de 1975, para dispor sobre a possibilidade de movimentação da conta do Programa de Integração Social — PIS e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público — PASEP”.

À medida foram oferecidas 12 emendas, e a Comissão Mista emitiu o Parecer nº 1, de 2018 (CM MPV nº 813, de 2017), que conclui pelo Projeto de Lei de

Conversão nº 8, de 2018.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 075.4.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/04/2018 Montagem: 5199

VI - ORDEM DO DIA

PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 075.4.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/04/2018 Montagem: 5199

O SR. PRESIDENTE (JHC) - A lista de presença registra o comparecimento de 241 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 075.4.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/04/2018 Montagem: 5199

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Passa-se à apreciação da matéria sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 809, DE 2017

(DO PODER EXECUTIVO)

Discussão, em turno único, da Medida Provisória nº

809, de 2017, que altera a Lei nº 11.516, de 28 de agosto

de 2007, que dispõe sobre a criação do Instituto Chico

Mendes de Conservação da Biodiversidade — Instituto

Chico Mendes, e a Lei nº 7.957, de 20 de dezembro de

1989, que dispõe sobre a tabela de pessoal do Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis — IBAMA; tendo parecer da Comissão Mista,

pelo atendimento dos pressupostos constitucionais de

relevância e urgência; pela constitucionalidade,

juridicidade e boa técnica legislativa; e, no mérito, pela

aprovação desta; pela aprovação total ou parcial das

Emendas de nºs 7, 9, 13, 15, 18, 21, 29 e 30, na forma do

Projeto de Lei de Conversão nº 5, de 2018; e pela rejeição

das Emendas de nºs 1 a 6, 8, 10 a 12, 14, 16, 17, 19, 20,

22 a 28 e 31. (Relator: Senador Jorge Viana e Relator-

Revisor: Deputado Paes Landim).

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 075.4.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/04/2018 Montagem: 5199

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Passa-se à discussão.

Concedo a palavra ao Deputado Paulo Foletto, inscrito para falar a favor da matéria. (Pausa.)

A lista de inscrição está sobre a mesa à disposição dos Parlamentares que quiserem usar da palavra.

Deputado Delegado Edson Moreira, V.Exa. pode se inscrever com o

Secretário-Geral.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PP-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, enquanto não se inicia a discussão, aproveito a oportunidade para registrar, com alegria, que, com a liberação de recursos do

Ministério das Cidades, foi possível a retomada da Linha 9-Esmeralda da CPTM, que levará o metrô até Varginha. Nossa luta foi muito grande. Agradeço ao Ministro das Cidades e ao Secretário.

Hoje o Governador de São Paulo e o Secretário de Estado dos Transportes já autorizaram o início daquela obra, que será, sem dúvida nenhuma, um dos prolongamentos mais importantes que atenderá à região sul da cidade de São

Paulo.

Aproveito para também registrar que o General de Divisão Carlos dos Santos

Sardinha está deixando o Exército Brasileiro, após servir como Vice-Chefe do

Departamento-Geral do Pessoal. Ele veio de São Paulo e foi um brilhante comandante da 2ª Divisão do Exército. Acabamos de participar da cerimônia no

Forte Apache do Exército Brasileiro.

Obrigado, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Deputado Paulo Foletto.

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O SR. PAULO FOLETTO (PSB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero manifestar o meu apoio à discussão da matéria, ao tema, e também usar este tempo para lembrar a necessidade de o Governo Federal, através de seus órgãos, principalmente do Ministério da Agricultura, que conta com um Ministro que olha muito para o grande negócio, para o agronegócio, ter atenção com a cafeicultura, principalmente a capixaba, que é base da agricultura familiar.

As associações de pequenos produtores rurais são a base da grande produção do café conilon do Brasil, que é lá no Espírito Santo. A grande maioria desse produto é exportada. Agora nós estamos lidando com um problema sério: o

Presidente americano Donald Trump, com suas loucuras, baixou novas normas, o que representa uma ameaça à importação do café. E o Brasil exporta praticamente

20% de sua produção para os Estados Unidos.

Neste fim de semana, eu fui ao norte capixaba e trago um recado do Sr.

Cláudio Toledo, produtor de café do Município de Ecoporanga, que me pediu que fizesse esta manifestação. Há vídeos viralizados no Estado do Espírito Santo de alguns pequenos produtores ceifando os galhos e os pés de café, em razão do preço atual do café — ao preço de 250, 260, 270, 280 reais, não se paga o custo de produção.

O Governo Federal tem condições de regular o mercado, de comprar a safra, de fazer o mesmo que faz com a soja, com o milho, de fazer depósito, para que possamos ter um equilíbrio melhor no preço do café. O pequeno produtor capixaba não tem condições de pagar mão de obra, adubo e ainda contar com as intempéries, como a seca de quase 4 anos por que passamos. Neste ano, nós temos tido uma

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produção boa, apesar de não ter sido aquilo que foi falado, que haveria uma supersafra, o que, num determinado momento, baixou o preço do café.

O pequeno produtor capixaba da agricultura familiar necessita de uma proteção maior por parte do Governo Federal. O preço do café é dado pelo mercado internacional, pela Bolsa de Valores de Nova York, pela Bolsa de Valores de

Londres, mas o Governo Federal, o Ministério da Agricultura, tem que fazer uma regulação de mercado, para que nós não tenhamos, no momento da safra, uma desvalorização do café, com o preço lá embaixo, retirando o ânimo dos produtores da agricultura familiar.

Sr. Cláudio Toledo, está aqui a sua mensagem, em nome da agricultura familiar do Espírito Santo.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Convido o Deputado Ságuas Moraes para falar contra a matéria. (Pausa.)

O SR. GILBERTO NASCIMENTO - Sr. Presidente, enquanto o Deputado se dirige à tribunal, V.Exa. pode me conceder 1 minuto?

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Peço aos colegas que tenham compreensão, porque nós já saímos do período das breves comunicações. Como estamos na fase de discussão da medida provisória, nós temos os inscritos e vamos cumprir o

Regimento. Mas, assim que houver oportunidade, será ofertada a palavra aos colegas que quiserem se manifestar.

Com a palavra o Deputado Ságuas Moraes.

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, esta semana o PT está em obstrução novamente, bem como, provavelmente, os

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 075.4.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/04/2018 Montagem: 5199

partidos da Oposição, porque hoje completa 2 anos que esta Casa autorizou o prosseguimento do processo de impeachment contra a Presidenta Dilma.

À época, o Presidente Eduardo Cunha, o todo-poderoso desta Casa, viajou por todo o Brasil fazendo palestras nas Assembleias Legislativas, falando do trabalho desta Casa, e era seguido e admirado pela maioria dos membros desta

Casa. Naquele momento, fez-se um pacto com ele para que acontecesse o impeachment, na nossa opinião, sem nenhuma prova, sem nenhuma improbidade administrativa — nós dissemos isso aqui várias vezes —, e usou-se o jargão

“pedaladas” para algo que a maioria dos Governadores de Estados e Prefeitos são levados a fazer. Por conta desse ato, aconteceu o impeachment de uma Presidenta eleita por mais de 50 milhões de eleitores brasileiros. Foi um golpe contra a democracia.

E nós também já denunciávamos aqui naquele momento que esse golpe teria desdobramentos, porque não bastava a cassação da Presidenta Dilma, eles tentariam impedir o Presidente Lula de ser candidato. E esse impedimento não seria só de forma legal, seria um impedimento de registro da candidatura do Presidente

Lula, de preferência com a prisão dele. E há 9 dias aconteceu a prisão do Presidente

Lula, que foi condenado por envolvimento com a questão do tríplex do Guarujá, também sem uma única prova.

Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto — MTST ocuparam o prédio e invadiram o apartamento tríplex, no Guarujá, com faixas que diziam: “Se é do Lula, é nosso.” “Se não é, por que prendeu?”

Então, fica aí a contradição de parte do Judiciário deste País que condenou e prendeu o Presidente Lula sem uma única prova.

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Por isso, o Partido dos Trabalhadores entende que nós devemos fazer resistência nesta Casa, para que possamos salvaguardar a democracia. Esta é a

Casa da Democracia. Então, é na democracia que vamos continuar acreditando.

Como eu disse, vamos fazer essa resistência aqui, para que a democracia seja respeitada neste País e o Presidente Lula fique livre para disputar as eleições.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Deputado André Amaral, que falará pela Liderança do Bloco do PTB.

O SR. ANDRÉ AMARAL (Bloco/PROS-PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, venho a esta tribuna fazer o registro de dois falecimentos ocorridos nesses últimos 8 dias.

O primeiro deles é o do primeiro suplente de Vereador Maravilha, na cidade de Campina Grande, que foi alvejado com nove tiros. Ali foi ceifada a vida de um jovem idealista que acreditava na política e fazia dela um grande instrumento de transformação social do seu povo.

A minha vinda a esta tribuna é para me solidarizar com a família dele — hoje

é a missa de sétimo dia — e pedir à Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa

Social da Paraíba que investigue o caso com o maior critério possível, para que se descubra, com a maior brevidade possível, o que aconteceu com Maravilha, um jovem político que sonhava com uma nova política, com uma nova identidade para o povo de Campina Grande.

Como representante dos paraibanos, como representante dos jovens, eu não poderia deixar de vir a esta tribuna para pedir encarecidamente às autoridades policiais da minha querida Paraíba que se debrucem sobre esse caso, que parece ser um crime político. Espero que não seja. Clamo a Deus que não seja.

Peço ao Nosso Senhor Jesus Cristo que ofereça consolo aos corações dos irmãos, dos amigos, dos familiares, daqueles que tinham uma verdadeira amizade com Maravilha, uma verdadeira alegria e uma verdadeira devoção por Maravilha.

Que Deus console o coração daqueles que perderam um grande líder, um homem que, apesar de ter falecido recentemente, deixou uma marca, deixou pegadas,

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deixou uma história traçada no coração de cada um dos seus familiares lá na nossa querida Campina Grande!

Quero mandar um abraço à viúva, a todos aqueles que faziam o “Boi

Maravilha” e o “Natal Maravilha”. Maravilha se dedicava ao seu povo e fazia, por essência, o papel que o homem público deve fazer, que é a devoção, o sacerdócio aos seus.

Então, quero registrar o nosso pesar pelo falecimento de Maravilha, um jovem que tinha futuro na política. Tenho certeza de que o sonho de Maravilha jamais irá morrer.

Como Deputado Federal, representante do povo da Paraíba, como alguém que acredita na Justiça e na polícia, estaremos lutando, de forma incansável, em busca da verdade, para que se esclareça o que aconteceu com o primeiro suplente de Vereador da cidade de Campina Grande, o Maravilha.

O segundo falecimento que quero registrar é o do Ministro aposentado do

Superior Tribunal Militar e duas vezes Deputado Federal, pela minha querida

Paraíba, o nosso querido José Luiz Barbosa Ramalho Clerot.

Clerot foi Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, foi

Relator de matéria relativa ao ensino fundamental e, com capacidade para grandes articulações, trouxe à baila, nesta Casa, assuntos que mudaram de verdade o quotidiano de se fazer política e de se construir política pública.

Clerot era uma referência para todos nós. Foi um dos advogado mais celebrados do Brasil, um grande defensor, no período da ditadura, daqueles que estavam subjugados ou, muitas vezes, sem um representante, um advogado. E

Clerot se prestava a esse ofício.

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Então, queremos registrar, com muito pesar, a partida de Clerot, que era muito mais do que um grande amigo, do que um grande advogado, do que um grande Deputado. Ele era alguém que, por onde passava, deixava marcas nos corações de todos aqueles que o seguiam, a marca de um homem de muita cultura, de muito valor, que amava, acima de todas as coisas, a Paraíba, os paraibanos, os brasileiros. E era, é claro, um grande defensor do Estado Democrático de Direito.

Sr. Presidente, quero pedir a V.Exa. que este pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil. São duas perdas importantes: a do Vereador da

Paraíba e a do Dr. José Luiz Barbosa Ramalho Clerot, que já integrou esta Casa por duas vezes e, por isso, merece todas as homenagens por parte desta Câmara dos

Deputados.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Agradeço ao Deputado André Amaral.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Deputado Delegado

Edson Moreira, o próximo inscrito.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, antes de discutir a matéria, eu gostaria de dar como lido pronunciamento que faço sobre uma quadrilha especializada em roubo de cargas na

BR-116 e na BR-251. Ela foi presa. Estava sendo investigada pela Polícia Civil de

Minas Gerais, que conseguiu apreender a carga roubada. Esse inclusive hoje foi tema de uma reportagem do Jornal Hoje, que mostrou uma quadrilha roubando carga, em plena favela, em plena luz do dia, para todo mundo ver.

O crime está mandando neste País. Então, eu gostaria de dar como lido este meu pronunciamento.

Com relação à medida provisória, Sr. Presidente, somos favoráveis. Quanto ao Instituto Chico Mendes, é de suma importância que se financiem os projetos.

Somos pela aprovação.

Passando para outra matéria, já que somos favoráveis, que defendemos o

Instituto Chico Mendes, queremos encerrar nossa conversa dizendo que o Brasil está passando por um momento muito difícil. Na semana passada, esta Casa aprovou o SUSP, e creio que ele não vai resolver nada, não. O assassinato da

Parlamentar lá no Rio de Janeiro mostra que este País virou terra de ninguém.

Qualquer um pode ser morto, inclusive nós. É só a pessoa entender que vai matar. E não vai ter consequência nenhuma para ele. A impunidade neste País está chegando a um patamar insuportável.

Não há dinheiro para investigação. Estão matando a polícia investigativa, estão esfacelando toda ela, investindo numa outra polícia que não dá produto. O Rio

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de Janeiro e outros Estados estão aí. Os crimes estão acontecendo. Não há mais prevenção ao crime. Por quê? Porque a polícia preventiva se tornou ineficiente. Há que se investir na polícia investigativa, para se identificarem os criminosos, prendê- los e colocá-los nas prisões. Futuros crimes serão prevenidos com isso e crimes passados serão apurados, e os criminosos pagarão. É de suma importância que sejam investigados os crimes e não que o crime praticado vire apenas um número na estatística para, com isso, dizer que há violência e nada se faça.

Sr. Presidente, gostaríamos que o nosso discurso fosse divulgado no programa A Voz do Brasil e pelos meios de comunicação desta Casa.

Chega de tanta violência! Vamos fazer alguma coisa.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Agradeço ao Deputado Delegado Edson

Moreira.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nossos ouvintes e telespectadores da

Rádio Câmara, do programa A Voz do Brasil e da TV Câmara, uma quadrilha especializada em roubo de cargas nas rodovias BR-116 e BR-251 e que já vinha sendo investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais — PCMG foi presa em Pedra

Azul, na Região do Jequitinhonha.

Os quatro assaltantes presos tentavam levar um caminhão com artigos esportivos e de vestuário avaliados em R$ 1,7 milhão, mas foram pegos, graças ao trabalho da Polícia Civil e da Polícia Militar, às quais quero parabenizar neste momento.

Horas antes da prisão, a Delegacia Regional de Pedra Azul recebeu uma informação de que um veículo havia mudado de rota e que, supostamente, se

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tratava de roubo de carga, uma vez que o bando atuava com frequência na região.

Naquele momento, a Polícia Militar de Minas Gerais — PMMG foi acionada, fez a abordagem e prendeu um dos membros que dirigia o veículo com uma parte da carga roubada em Salinas, no Norte de Minas.

Já no Rio de Janeiro, hoje de manhã, um helicóptero flagrou criminosos roubando cargas de um caminhão no Complexo da Pedreira, Zona Norte do Rio.

Dois funcionários da transportadora chegaram a ser levados pelos criminosos até a região onde o caminhão foi saqueado. Minutos após o assalto, os funcionários da transportadora foram liberados e comunicaram o roubo a uma base de uma equipe da Força Nacional que, pasmem, ficava a cerca de 500 metros dali. Porém, já era tarde demais, os bandidos já haviam fugido.

De 2011 a 2016 o nosso País sofreu um prejuízo de mais de R$ 6,1 bilhões, devido ao roubo de cargas. Foram 97.786 ocorrências desse tipo no País nesse período, segundo os dados de um estudo sobre o impacto econômico do roubo de cargas no Brasil divulgado pelo Sistema FIRJAN. Um roubo de caminhão acontece a cada 23 minutos em todo o território nacional. Em uma lista com 57 países, o Brasil

é o oitavo mais perigoso para o transporte de cargas.

A Polícia Militar mineira passou a tratar de roubo de cargas em 2016 por meio do Programa Carga Segura, mas os índices de crimes continuam a crescer.

Enquanto isso, a Polícia Civil mapeia rotas, horários e possíveis receptadores de mercadorias. Mas manter os ladrões de cargas presos é difícil, já que o crime é considerado brando.

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Vamos mudar nossas leis e aumentar a punição para esse tipo de crime que vem se tornando cada vez mais comuns nas cidades brasileiras e que traz tantos prejuízos à nossa economia.

É o que tenho a dizer, Sr. Presidente.

O SR. SILVIO COSTA - Pela ordem, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Nós vamos apenas concluir aqui, Deputado, e, em seguida, eu oferto a palavra a V.Exa. (Pausa.)

V.Exa. gostaria de fazer algum comunicado ou é algo sobre a votação?

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/AVANTE-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - É um assunto profundamente grave. Na verdade, eu vou fazer uma questão de ordem, porque eu tenho 5 minutos.

Todos sabem que se há um órgão que a Polícia Federal deveria estar sempre observando é o Departamento Nacional de Trânsito — DENATRAN, que editou agora a Resolução nº 729, direcionada a beneficiar uma empresa alemã, em detrimento de 5 mil empresas nacionais, com relação a fornecimento placas. Estão efetivamente beneficiando o capital financeiro internacional. A empresa se chama

Utsch AG.

Há dois projetos aqui: um, do Deputado Expedito Netto; o outro, do Deputado

Hugo Leal. Eu gostaria de perguntar a V.Exa. se há requerimento de urgência para votar esses dois projetos e sustar a resolução escandalosa.

Há safadeza! Eu tenho certeza de que o Ministro Baldy não está sabendo disso. Isso é um escândalo! Há alguma safadeza — essa é a palavra — nessa

Resolução 729/18.

Eu queria saber se há algum requerimento de urgência.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Nós vamos, Deputado Silvio Costa, solicitar as informações à Secretaria-Geral e, a posteriori, comunicar a V.Exa.

Convido o Deputado Pedro Uczai para fazer uso da palavra, pelos oradores contrários à matéria.

O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, nós não podemos deixar no silêncio a data de hoje, que traz

à memória o fatídico dia 17 de abril, quando, neste Parlamento se rasgou a

Constituição e se desmontou o processo democrático, deslegitimando 54 milhões de brasileiros que depositaram nas urnas o voto na confiança de um programa de

Governo que incluía, que distribuía renda e oportunidade, que tinha o Programa

Minha Casa, Minha Vida, universidade pública, escola pública, escola técnica federal, que distribuía subsídio para os nossos agricultores, que distribuía esperança e futuro.

Comemoram-se 2 anos que uma quadrilha tomou de assalto o Palácio do

Planalto com uma agenda ultraliberal: congelamento dos gastos públicos na área social — segurança pública, educação, saúde, assistência social —, desmontagem de políticas historicamente construídas de inclusão social, econômica e produtiva.

Também há o desmonte do patrimônio brasileiro. Neste momento acontece audiência pública com o Presidente da ELETROBRAS, que não conseguiu explicar

— além das privatizações do pré-sal, de outras estatais —, a proposta de privatização da ELETROBRAS, que vale 400 bilhões de reais, e que vão entregar por 10 bilhões de reais. Portanto, há o desmonte do patrimônio, com aumento da taxa de energia, da soberania nacional e do setor energético em curso com essa quadrilha que tomou de assalto.

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Também não podemos deixar de denunciar aqui, mais uma vez, agora não mais o Parlamento, mas setores do Judiciário rasgando a Constituição, desmontando o Estado Democrático de Direito com medidas de exceção — estado de exceção —, prendendo, na segunda instância, um ex-Presidente, sem ter cometido crime e sem prova. Aí, a ocupação do apartamento desnudou a farsa do apartamento do Presidente Lula.

Dois anos de golpe! Nós queremos democracia e Lula livre. Lula é inocente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Respondendo ao Deputado Silvio Costa, há sim um requerimento de urgência.

Convido o Deputado Zé Geraldo para fazer uso da palavra pelos oradores contrários à matéria.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esse Governo não tem mais como governar o País. Ele tem aproximadamente 5% de aprovação. Nós não temos clima para votar nenhuma matéria nesta Casa. Neste momento, há quantos Parlamentares aqui? Onde estão os Parlamentares da base — PMDB, PSDB, Democratas —, principalmente os partidos responsáveis por votar? Nós estamos em obstrução.

Governo desmoralizado, Justiça desmoralizada. Vejam o que um grupo de sem-teto fez ontem em São Paulo para denunciar a farsa para o Brasil e para o mundo: “Se é do Lula, é nosso. Se não é, por que o prenderam?” Eles não ficaram 3 horas no apartamento e já chegou a polícia dizendo: “Ou saem daqui ou nós vamos quebrar vocês no pau”. E a turma saiu.

As fotos mostram um apartamentozinho em cuja reforma o juiz Sérgio Moro disse que foram gastos 1 milhão e 200 mil reais. Na cozinha, foram gastos 360 mil

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reais. Prestem atenção no que esse juiz fascista, golpista disse. Esse juiz condenou

Lula por isso.

Sr. Presidente, estamos aqui para dizer que, daqui para frente, o nosso tríplex

é este: Lula livre! Lula inocente! Lula Presidente! Esse é o verdadeiro tríplex para nós.

Eu quero ver, quando esse apartamento for leiloado, na hora de passar o documento para o arrematante, quem vai passar, se não é exatamente o dono da empreiteira que o colocou como penhora no seu processo? Por isso, ele vai para leilão.

Juiz Sérgio Moro, você é um lambe-botas dos Estados Unidos! Você é um mentiroso! Você é um fascista! Você é um golpista! Você não tem moral para mandar prender um homem como o Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Declaro encerrada a discussão.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Requerimento de votação pelo processo nominal:

Senhor Presidente,

Requeremos, nos termos do artigo 117, inciso XII,

combinado com o artigo 186, inciso II, do Regimento

Interno da Câmara dos Deputados, que a votação do

requerimento de adiamento de votação por duas sessões

apresentado à Medida Provisória nº 809, de 2017, seja

feita pelo processo nominal.

Sala das Sessões, 17 de abril de 2018

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Para falar a favor, tem a palavra o Deputado

Ságuas Moraes.

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós estamos pedindo o adiamento da votação, por três sessões. Mas já fiz minha fala, quando da discussão desta medida provisória.

Eu quero fazer uma reclamação aqui: hoje não houve reunião do Colégio de

Líderes. Toda semana, nas terças-feiras à tarde, antes de começar a Ordem do Dia, antes de começarem os trabalhos da semana, das matérias a serem votadas, há reunião do Colégio de Líderes, na qual, cada Parlamentar, cada Líder de cada partido tem a oportunidade de discutir a pauta que vai ser debatida durante a semana e votada.

Nesta semana, não houve a reunião do Colégio de Líderes. De supetão, entraram na pauta três medidas provisórias. Ou seja, a informação que nós tínhamos é de que, como não houve reunião do Colégio de Líderes, a pauta seria a da semana passada. Nós observamos que a pauta mudou na última hora.

Nós não estamos vivendo uma normalidade neste País. Nós estamos vivendo um momento de questionamento, de resistência, para o Partido dos Trabalhadores, um partido de Oposição, com o Presidente Lula condenado sem uma única prova contra ele.

Portanto, nós não podemos encarar com normalidade os trabalhos desta semana. Assim foi na semana passada. Estamos aqui fazendo a resistência, denunciando, porque, se isso aconteceu com o Presidente Lula, poderá acontecer com qualquer brasileiro. Eu fico imaginando o cidadão desconhecido, que não tem condições de contratar advogado, até porque advogado não está valendo muita

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coisa, o que está valendo é a convicção de determinados juízes. E o advogado, por mais que faça defesa brilhante do seu cliente, não vai ter êxito. Obviamente, nem todos os juízes fazem assim, mas os juízes da primeira e da segunda instância de

Curitiba e de Porto Alegre já provaram que o que vale são as convicções e não aquilo que está nos autos. Portanto, o cidadão comum, que não tem nem sequer oportunidade de contratar um advogado, apodrecerá na cadeia.

Por isso estamos aqui na resistência, protestando. Queremos Lula livre!

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Passa-se à orientação.

Como vota o Bloco do PP? (Pausa.)

Como vota o PT? (Pausa.)

Como vota o PMDB? (Pausa.)

Pois não, Deputado Pedro Uczai.

O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A nossa bancada vai entrar em obstrução porque tem posição política clara, muito mais no dia de hoje, quando trazemos à memória aquele espetáculo ridículo que aconteceu neste Parlamento e afastaram a Presidente Dilma Rousseff, há 2 anos.

Muitos Deputados hoje estão envergonhados, porque permitiram que uma quadrilha tomasse de assalto o Palácio do Planalto. E essa quadrilha gerou milhões de desemprego, tirou recurso da saúde, da educação, da segurança pública, está desmontando o patrimônio do povo brasileiro, como agora, quando quer vender, entregar, doar a ELETROBRAS, que vale 400 bilhões de reais, por 10 bilhões de reais.

Por isso a nossa bancada tem posição clara e vai obstruir esta votação.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o Democratas?

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O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quem tirou os empregos não foi este Governo, não, foi o Governo anterior. Que fique muito claro! Eu acho que este Plenário tem que começar a responder às barbaridades e às bobagens que vêm do lado da Esquerda, para não passarmos o recibo de que nós é que somos os culpados por esta tragédia que está o País.

Com relação ao requerimento, é mais uma forma de obstrução que a

Esquerda está fazendo, que a Oposição está fazendo. Trata-se de uma medida provisória importante. Nós precisamos votá-la. Veja que estão fazendo um requerimento para votação nominal do requerimento de adiamento de votação. É uma forma de continuar obstruindo as matérias de interesse para o País.

Por isso, o Democratas vai votar “não”.

O SR. ASSIS DO COUTO - Pelo PDT, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PMDB? (Pausa.)

Como vota o PSDB? (Pausa.)

Como vota o PR?

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PR, Sr. Presidente, vai votar “não”, já que estamos na Câmara para votar as matérias que deverão ser aprovadas aqui. Somos contrários a este tipo de artimanha de obstruir a pauta.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PSD?

O SR. THIAGO PEIXOTO (PSD-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PSD orienta o voto “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PSDB?

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O SR. SILVIO TORRES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PSDB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PMDB, Deputado Valdir Colatto?

O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, na semana passada, nós ficamos 2 dias aqui votando o Sistema

Único de Segurança Pública. E o PT votou contra. Aliás, não deixou que a matéria fosse votada, pois é contra as pessoas ficarem sabendo o que está acontecendo.

Um bandido de Santa Catarina pode ser gente boa em Roraima. Nós não conseguimos convencer a bancada da Oposição a votar essa matéria importante para o Brasil.

Agora, queremos votar outras matérias, e ficam com esta cantilena de discurso por causa disto, daquilo. Parece que o povo não tem memória. Eles esqueceram que deixaram uma herança maldita para este Governo e estão jogando a culpa nos outros. O Brasil sabe o que aconteceu. Não é por acaso que o ex-

Presidente Lula está na cadeia.

O PMDB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - O PMDB vota “não”.

Como vota o PTB? (Pausa.)

Como vota o PSB? (Pausa.)

Como vota o PRB? (Pausa.)

Como vota o PDT?

O SR. ASSIS DO COUTO (PDT-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PDT, Presidente, foi escolhido inclusive para presidir a Comissão Mista que trata

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desta MP 809/17. O Senador Jorge Viana foi o Relator e eu fui o Presidente da

Comissão.

Nós observamos que é uma medida provisória muito importante. Ela cria e estrutura o fundo privado para o recurso da compensação, trata da contratação temporária do pessoal do ICMBio. Também incluímos nela a abertura dos parques para o turismo, para a preservação e para a geração de emprego e renda, um tema importante.

Por essas razões, o PDT orienta o voto “não” e tem pressa em que esta medida provisória seja votada, pela sua importância.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PSB, Deputado Paulo Foletto?

O SR. PAULO FOLETTO (PSB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Presidente, a medida provisória em discussão autoriza o ICMBio a selecionar, sem licitação, um banco público para criar e gerir um fundo formado pelos recursos arrecadados com a compensação ambiental. O fundo é destinado a financiar unidades federais de conservação — parques nacionais, reservas biológicas e áreas de proteção ambiental.

É uma medida provisória necessária, ajuda a criarmos mecanismos de preservação ambiental.

Por isso, o PSB é favorável à matéria e vota “não” ao requerimento de votação nominal.

O SR. FAUSTO PINATO (Bloco/PP-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, o PP e o Bloco votam “não”.

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Presidente, o PTB vota “não”.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - O PTB vota “não”.

Como vota o PPS?

O SR. ALEX MANENTE (PPS-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PPS, Presidente, entende a obstrução como um procedimento legítimo, mas quer chamar a atenção para este tema extremamente relevante. Por isso, a obstrução, neste momento, pode prejudicar inclusive os investimentos adequados, uma vez que existe um gargalo jurídico nos investimentos da compensação ambiental.

É necessário que votemos esta medida provisória para destravar e fazer com que os investimentos sejam feitos de maneira adequada, nessa compensação ambiental, que é extremamente importante para a proteção do nosso meio ambiente e o desenvolvimento sustentável do nosso País.

Por isso, o PPS vota “não” à obstrução. Entende o procedimento adotado pela

Oposição, mas acredita que esse instrumento tem que ser usado em medidas que não tenham consenso na sociedade.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PRB?

O SR. CARLOS GOMES (PRB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PRB orienta o voto “não”.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - O PRB vota “não”.

Como vota o PCdoB? (Pausa.)

Como vota o Solidariedade? (Pausa.)

Como vota o PSL? (Pausa.)

Como vota o PSC? (Pausa.)

Como vota o PSOL?

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O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PSOL está em obstrução.

Quero aproveitar este momento para dar como lido pronunciamento sobre o assassinato de Marielle e Anderson, cujos criminosos continuam impunes. É um crime que vai entrar para a história do Brasil como expressão do ódio, da violência e da intolerância contra aqueles que lutam pelos que não têm direitos, vez nem voz na sociedade brasileira; que lutam pelos jovens negros e pobres das favelas, os quais sofrem na pele a indiferença de um sistema segregador que condena à miséria e à exclusão milhões de brasileiros.

Marielle era uma legítima representante de tudo isso. E, mesmo assim, foi atacada pela canalhice dos que tentaram difamar a imagem dela através de fake news — notícias falsas. Eles demonstram uma escalada fascista na sociedade brasileira.

Nós continuamos exigindo o esclarecimento imediato.

Marielle vive!

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o assassinato de Marielle e Anderson continua impune!

No dia 14 de abril de 2018, completou 1 mês dos brutais e covardes assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, vítimas de um crime bárbaro que fragilizou ainda mais a combalida democracia brasileira.

Um crime que entrará para a história do País como a expressão do ódio e da violência contra os que lutam em defesa daqueles que não têm direito e não têm voz, dos mais necessitados, dos jovens negros e pobres das favelas, que sofrem na

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pele a indiferença de um sistema que segrega e os condena à miséria e à exclusão social.

Esses assassinatos e a impunidade que até agora os cercam indicam para o mundo a verdadeira face do Brasil de hoje: um país estraçalhado pelo ódio e pela violência de classe contra os mais pobres e todos aqueles que ousam defender sua dignidade e direitos; um país que não conseguiu se desvencilhar de sua maldita herança escravocrata e cuja elite branca e privilegiada é a representação mais pura e simples do cinismo e da indiferença.

O ataque dos canalhas que tentaram difamar a imagem de Marielle Franco nas redes sociais, por meio de notícias falsas — fake news —, expressou a escalada fascista que vivemos no País, além da inoperância de uma justiça cada vez mais politizada e incapaz de fazer justiça. Os difamadores não representam apenas a ignorância voluntária e individual deste ou daquele “cidadão de bem”, mas sim a voz de uma força política consciente e determinada a corroer a democracia brasileira através do ódio e da intolerância.

Os assassinatos de Marielle e Anderson são a síntese de um processo histórico que chegou a seu ápice: a falência de um país fundado na desigualdade e na exclusão social, governado por corruptos e golpistas sem nenhum projeto de País e preocupados apenas em salvar a própria pele. Um País cuja Justiça protege sua elite, branca e privilegiada, enquanto persegue os mais pobres e os que um dia foram a representação de suas aspirações, como vemos agora na prisão política do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto tucanos sobrevoam livres as planícies do poder.

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Não descansaremos até que os mandantes do assassinato de Marielle e

Anderson sejam punidos. Não descansaremos até que o Brasil reencontre o caminho da democracia e da justiça social. Não descansaremos até que o povo pobre e trabalhador tenha seus direitos respeitados e plenamente estabelecidos.

Lutaremos até o fim, em memória de Marielle.

Marielle Vive!

O SR. GILBERTO NASCIMENTO - O PSC, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PSC?

O SR. GILBERTO NASCIMENTO (PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, há uma série de projetos na pauta que precisam ser votados, medidas provisórias que estarão vencendo nos próximos dias. Porém, neste momento, há tentativas de protelar qualquer votação neste plenário.

Acho que devemos ao menos discutir as matérias, e não simplesmente apresentar requerimentos, o que, logicamente, é democrático, mas, neste momento, não é o mais correto, na minha avaliação, porque nós queremos votar.

E exatamente por querermos votar é que nós votamos “não”!

O SR. PRESIDENTE (JHC) - O PSC vota “não”.

Como vota o PHS? (Pausa.)

Como vota o PV? (Pausa.)

Como vota a REDE? (Pausa.)

Como vota o PPL? (Pausa.)

Como vota a Minoria?

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a Minoria está em obstrução.

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Eu já disse da tribuna que o País não vive uma normalidade. Esta matéria foi colocada na pauta sem reunião do Colégio de Líderes. Entendemos a importância do tema, até porque o Instituto Chico Mendes foi criado ainda no Governo do

Presidente Lula. Sabemos da importância dessa instituição para o meio ambiente.

Porém, repito, não vivemos em um ambiente de normalidade.

A maioria dos partidos da Oposição está em obstrução. No entanto, como há algumas divergências sobre este tema entre esses partidos, a Minoria libera.

O SR. SIMÃO SESSIM - Presidente, o Governo vai encaminhar?

O SR. PEDRO UCZAI - Peço a palavra pela Oposição, para encaminhar,

Presidente.

O SR. SIMÃO SESSIM - A assessoria da Liderança do Governo... Posso falar? O Governo não está aí.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem V.Exa. a palavra, Deputado Simão Sessim.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, faço um apelo à Oposição. Acho que deve estar havendo um terrível engano. Esta medida provisória vem favorecer o Instituto Chico Mendes, que é emblemático para nós no Brasil em matéria de meio ambiente. Cria o fundo e estabelece que a entidade utilize o fundo sem licitação.

Sr. Presidente, veja que o Relator é o nobre Senador Jorge Viana, do PT. Eu pergunto à Oposição: o que está havendo? A Oposição está contra ela mesma?

Esta medida provisória é de interesse total suprapartidário. É matéria que diz respeito ao meio ambiente. O Governo vai encaminhar com certeza “não”.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota a Oposição?

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O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nós não estamos discutindo aqui o mérito da matéria, até porque temos posição favorável a ela. E fortalecer o Instituto Chico Mendes, fortalecer a preservação ambiental é sempre tema de defesa da nossa bancada e da Oposição neste Parlamento.

O que nós estamos discutindo aqui é um posicionamento político, no dia de hoje, em que se completam 2 anos que uma quadrilha tomou de assalto o Palácio do Planalto e 10 dias da prisão do ex-Presidente Lula, de forma injusta, ilegal, inconstitucional e imoral. Nós não podemos nos silenciar diante do estado de exceção, de medidas de exceção, tanto do Judiciário quanto do Parlamento brasileiro. É por isso que a Oposição marca obstrução como posição política.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Há alguém mais para orientar?

O SR. CARLOS MANATO - O PSL, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PSL, Deputado Carlos Manato?

O SR. CARLOS MANATO (PSL-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSL também vota “não”. Queremos discutir a matéria e continuar votação.

Parabenizo quem está obstruindo. Realmente, a obstrução diz respeito à parte política — Aécio foi condenado, então tem que obstruir mesmo!

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Há alguém mais para orientar? (Pausa.)

Vamos colocar em votação o requerimento.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Em votação.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Aqueles que forem pela aprovação do requerimento permaneçam como se acham. (Pausa.)

REJEITADO.

201

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O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT) - Peço verificação, Sr. Presidente.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ) - Verificação conjunta, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - A Presidência solicita aos Srs. Deputados que tomem seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema eletrônico.

Está iniciada a votação.

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O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, peço a palavra enquanto a votação está sendo realizada.

Quero registrar nos Anais da Casa, para nossa reflexão, a importância deste

17 de abril. Há 22 anos, tragicamente, trabalhadores sem-terra foram massacrados em Eldorado do Carajás, no Pará — um crime, na verdade, que aconteceu por leniência das autoridades estaduais de então. Há dois coronéis condenados, mas, evidentemente, 17 mortes não aconteceram em função desses dois coronéis apenas; há todo um sistema de poder que parece ser feito para matar e destruir, como aconteceu há 1 mês e 2 dias, no caso de Marielle e Anderson.

Faço também uma reflexão sobre aqueles que apoiaram com entusiasmo o impeachment de Dilma, há 2 anos. Vemos que o Brasil...

(Desligamento automático de microfone.)

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Zé Geraldo.

Após, ao Deputado Delegado Éder Mauro. (Pausa.)

O SR. CHICO ALENCAR - Para concluir, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra, para concluir, o Deputado Chico

Alencar. Nós vamos conceder a palavra a todos os colegas. Estamos em processo de votação.

O SR. CHICO ALENCAR - O Brasil, de 2 anos para cá, parece que continua chafurdando nas suas próprias contradições, numa corrupção sistêmica.

Hoje também, para marcar esta data, tardiamente, Aécio Neves é tornado réu por corrupção passiva e obstrução à justiça.

Que a justiça, que tanto tardou, seja feita.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, e todos os que assistem a esta sessão ou nela trabalham: 17 de abril de 2018, 2 anos do impeachment de Dilma. A corrupção continua enraizada no sistema, a descrença nas instituições desmotiva a população, o desemprego voltou a subir e atingiu 13 milhões de trabalhadores brasileiros, a desigualdade social se aprofunda. Cenário não muito diferente do que víamos em 2016.

Os hipócritas ainda vestem as máscaras da ética e da moralidade, e trocam descaradamente de partido, na base do seis por meia dúzia, de olho na reprodução dos seus mandatos. No fim de março, amigos de Michel Temer foram presos na

Lava-Jato por supostos favorecimentos a empresários do setor de portos. Até hoje, a origem dos 51 milhões de reais guardados no bunker do ex-Ministro Geddel Vieira

Lima, em Salvador, continua um mistério. Um sim à impunidade!

Os fundamentalistas e homofóbicos que não têm pudor de usar o nome de

Deus em vão seguem jogando sua maldição sobre quem diverge de suas posições.

Um sim à intolerância! Sem falar nos saudosistas da ditadura, que, com seus valores antidemocráticos, bradam a favor de intervenção militar e desprezam o voto popular.

O impeachment foi emoldurado pelo discurso enganoso da “mudança”, quando não havia qualquer proposta de revisão do modelo econômico e de reforma do sistema político. É um sim à continuidade do abismo entre Estado e sociedade, a costumeira “mudança” para manter tudo como está. No poder, há 2 anos, está uma coalizão de investigados, réus, privatistas máximos, serviçais dos grandes grupos privados que querem o desmonte do Estado — que, para eles, tem que ser mínimo.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Zé Geraldo.

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O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, também faço referência ao 17 de abril, quando tivemos um dos maiores massacres de trabalhadores rurais, na Curva do S, em Eldorado do Carajás.

De lá para cá, houve centenas de mortes de lideranças e daqueles que defendiam a causa da reforma agrária, mas também tivemos resultados. São centenas e centenas de famílias que foram assentadas em todo o Pará, o que trouxe desenvolvimento para o Estado.

A prova disso é que o Pará é o único Estado do Brasil que tem três superintendências do INCRA: uma em Belém, uma em Marabá e uma em Santarém, ou seja, nas três grandes regiões do Estado.

Sr. Presidente, quando Temer assume, extingue o Ministério do

Desenvolvimento Agrário. O INCRA está falido. O Estado do Pará vive um pesadelo!

Estamos num período de chuva rigoroso na Amazônia, que chamamos de inverno, com estradas cortadas, pontes caindo, e não temos nem o INCRA nem o Governo do Estado dando aos Prefeitos suporte para consertarem pelo menos algumas máquinas que estão quebradas.

O que ainda os salva são as nossas emendas parlamentares, que nos últimos

2 anos têm destinado muitas máquinas para as Prefeituras. Mas a tendência é a falência da reforma agrária no Pará, o que é um desastre para esse Estado amazônico depois de tantos anos de luta, de sofrimento, de investimento e de desenvolvimento...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Delegado Éder

Mauro.

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O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, com todo o respeito aos dois colegas que acabaram de se manifestar em relação ao — entre aspas — “massacre de Carajás”, é interessante notar algo. Eu ando por todo o Estado do Pará, em todos os cantos, e todo mundo me pergunta: “Delegado, como é que podemos entender ‘massacre de Carajás’, se o que nós vemos nas imagens — e o mundo todo vê — é um bando de gente armado de foice, armas, paus, partindo para cima dos policiais e fazendo eles se sentirem acuados?”

Eu pergunto a qualquer um deste País, inclusive aos que estão aqui falando: se vocês vissem um monte de pessoas com paus, armas, vindo para cima de vocês, e vocês armados, o que iriam fazer? Vocês iriam morrer?

É uma covardia o que o Governador do Estado na época fez, escondendo-se atrás da mesa, deixando os policiais serem indiciados! Hoje, um coronel paga na cadeia. Ali não houve massacre nenhum! O que houve foi uma covardia da Justiça e do Governador do Estado, que deixou os policiais serem indiciados e presos!

Parece que esses valores continuam até hoje. Ainda ontem, em Bragança, houve uma rebelião em que cinco bandidos foram mortos, em confronto, por policiais que tentaram impedir a rebelião. É engraçado que o Governador do Estado do Pará, hoje, mais uma vez, se esconde atrás da mesa, fazendo com que os policiais sejam autuados em flagrante pela morte dos bandidos.

De imediato, nós acionamos a população de Bragança, que foi para a porta da delegacia, e — pasmem! — eles recuaram. Nós vamos estar vigilantes! Não podemos deixar esses valores serem invertidos, com bandidos sendo prestigiados e homenageados nesta Casa.

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Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Só para orientar os colegas, informo que vamos convidar para fazer uso da palavra o Deputado Valdir Colatto, o Deputado Afonso

Hamm e o Deputado Edmilson Rodrigues.

O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, nós acabamos de ter uma audiência com o Ministro da Agricultura,

Blairo Maggi, que acaba de retornar de uma visita à Europa —Bélgica, França,

Alemanha, Irlanda — para tratar do boicote à carne brasileira naqueles países.

Na verdade, a União Europeia não faz boicote à nossa carne por temos problemas sanitários. Descaradamente, está fazendo um jogo comercial, uma guerra comercial. Veja, Sr. Presidente: se o Brasil pagar 1.204 euros por tonelada de carne de frango, pode entrar na Europa. Do contrário, essa carne é considerada contaminada. É um absurdo o que está fazendo com o Brasil a União Europeia!

Por isso, Sr. Presidente, esta Casa e o Congresso Nacional têm que se levantar e mostrar que há brasileiros que se preocupam com o País. Não podemos deixar que a agricultura seja o boi de piranha desse processo no mercado internacional, desse comércio, quando boicotam os nosso produtos.

Sr. Presidente, as maiores empresas multinacionais são as fornecedoras de insumos para a nossa agricultura. Quando a Volkswagen teve um problema mecânico nos seus automóveis, não sofreu nenhuma retaliação do Brasil. E agora o

Brasil está sendo descaradamente retaliado com as nossas carnes, o que acarreta prejuízos enormes para Santa Catarina e para o País, deixando os nossos agricultores sem onde entregar o produto. As carnes estão com o preço baixo em nosso mercado. E nós estamos quebrando a nossa economia.

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Por isso, nós temos que fazer um enfrentamento com essas empresas. Por que nós temos que importar tantos produtos, automóveis, máquinas, equipamentos, se lá fora boicotam a nossa carne? Nós temos que dar o troco. Nós temos que agir como Trump está fazendo com a China e defender o nosso País.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Afonso Hamm.

O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero manifestar que acabamos de concluir uma audiência com o

Ministro dos Transportes, Valter Casimiro Silveira.

Na condição de Presidente da Frente Parlamentar que defende a conclusão das obras de duplicação na BR-116 no trecho sul, entre Guaíba e Pelotas, dando acesso ao porto do Rio Grande, nós estamos pedindo um reforço orçamentário, com remanejamento de verbas, para que ainda no Orçamento de 2018 nós possamos ter, no mínimo, de 100 milhões a 200 milhões de reais para a conclusão dessa obra.

Só nos últimos 12 meses, a Polícia Rodoviária Federal registrou 31 mortes e

256 acidentes na região. É muito! Muitas vidas foram cerceadas. E há perda de competitividade do Rio Grande do Sul na estrada BR-116.

Sr. Presidente, eu peço a divulgação de meu pronunciamento no programa A

Voz do Brasil.

A SRA. LUCIANA SANTOS (PCdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, o PCdoB está em obstrução.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - O PCdoB orienta “obstrução”.

Tem a palavra o Deputado Edmilson Rodrigues e, logo após, o Deputado

Pedro Uczai.

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O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, cada cidadão, Deputado, Senador, analfabeto ou letrado tem o direito de interpretar os fatos.

Mas, há 22 anos, em Eldorado do Carajás, um contingente de trabalhadores sem-terra que rumava em direção a Belém, para reivindicar o direito à desapropriação, o direito à terra, foi cercado na Curva do S por dois batalhões de polícia, que cumpriam ordens do Governador e do Secretário de Segurança.

A polícia não tinha armas não letais, bombas de efeito moral, escudos ou capacetes. Dois batalhões de policiais com armas letais cumpriam ordem ilegal.

Dezenove pessoas foram mortas nesse dia, duas depois, e 67 foram atingidas por projéteis.

Se isso não é massacre, eu não sei mais o que é massacre. Então, é preciso punir o Brasil pelo massacre que ceifou vidas não de bandidos, mas de trabalhadores rurais sem-terra.

A polícia e os comandantes não podiam cumprir uma ordem ilegal, muito menos usar armas letais naquela operação, encurralando trabalhadores, se não estavam preparados para aquela ação. Fuzilar trabalhadores sem-terra com pedras na mão é crime, é massacre contra os direitos humanitários. Por isso, os culpados devem ser punidos.

Obrigado.

O SR. JOÃO DERLY (REDE-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, ainda que favorável ao mérito da medida provisória, por uma questão processual, vamos marcar “obstrução” no painel.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Deputado Pedro Uczai e, em seguida, ao Deputado Roberto Britto.

O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero dar como lido documento sobre a memória dos 2 anos do golpe parlamentar ocorrido no Brasil com a destituição da Presidenta Dilma.

Olhem a ironia da história: no dia de hoje, aquele que foi o responsável por sabotar e não aceitar o jogo democrático e a derrota eleitoral vira réu. Refiro-me a

Aécio Neves, Deputado Silvio Costa. Aécio Neves, o amigo do pó, o que se esfarelou, por 5 votos a 0 vira réu, denunciado por corrupção.

Olhem a ironia: a Presidenta Dilma continua digna, honrada e honesta, e vai ganhar a eleição em Minas Gerais, derrotando Aécio Neves no Senado Federal.

Essa é a história que tem que ser registrada, para que continuemos defendendo a democracia, sem rasgar a Constituição, sem rasgar a lei, sem dar golpe, em respeito à ex-Presidenta Dilma e ao ex-Presidente Lula.

Essa é a memória que nós trazemos no dia de hoje, denunciando o rompimento do jogo democrático deste País. Aécio Neves, aquele que foi o primeiro protagonista a romper o jogo democrático e a não aceitar a derrota eleitoral, passa a ser réu, juntamente com a quadrilha que tomou de assalto o Palácio do Planalto.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

Dois anos do golpe que afastou a Presidenta Dilma Rousseff Jamais vamos esquecer o dia 17 de abril de 2016, quando o golpe parlamentar interrompeu nossos sonhos ao afastar do Palácio do Planalto uma presidenta honesta. O Brasil completa hoje 2 anos mergulhado nessa grave crise política iniciada pelo Plenário da Câmara dos Deputados quando autorizou a

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abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma, sem crime de responsabilidade. Destituíram uma presidente reeleita democraticamente com 54 milhões de votos, em um golpe parlamentar que só prejudicou o país. Esse processo interrompeu a democracia e trouxe perdas para os brasileiros com o aumento do desemprego e da extrema pobreza, apontados por pesquisas recentes. A primeira parte do golpe foi a cassação da presidente Dilma, com o argumento fajuto de pedaladas fiscais — operações fiscais técnicas feitas em todas as esferas de governo e na contabilidade privada — que não são consideradas crimes de responsabilidade. A segunda etapa foram as reformas de interesse da elite e do capital financeiro que prejudicam os trabalhadores e a classe média. Começaram a vender o patrimônio brasileiro a empresas estrangeiras. Agora tentam privatizar a Eletrobras. Essa privatização significa colocar nas mãos do mercado os recursos naturais brasileiros. Significa aumento na conta de energia e insegurança na prestação do serviço. Esse programa neoliberal não foi o escolhido pela população nas urnas. Então precisou de um golpe parlamentar das forças conservadoras, derrotadas nas eleições, apoiado pelo oligopólio da mídia, para impor um retrocesso ao país. Com o Governo Democrático e Popular, as pessoas puderam sonhar e conquistar um emprego, uma casa própria, e milhares de jovens tiveram acesso à universidade. Podemos comemorar que muitos são os primeiros a chegar à universidade em sua família. Foi esse governo inclusivo que foi interrompido em 2016. Esse golpe na democracia, iniciado com a cassação da presidente Dilma, ainda se encontra em curso hoje, com apoio de setores do Judiciário que tentam impedir a candidatura de Lula nas eleições deste ano. Trata-se de uma tentativa de eliminação moral e física do principal líder do País. É a única forma que encontram para derrotar o Governo Democrático e Popular que levou Lula ao Palácio do Planalto em 2003, e foi vitorioso nas três eleições seguintes. Mas essa terceira fase do golpe que levou Lula à prisão, de forma ilegal e inconstitucional, no dia 7 de abril, fez renascer um movimento no Brasil e no mundo contra essa injustiça. Curitiba tem sido a capital da resistência desde a prisão do

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Lula. Ele tem recebido apoio de líderes internacionais e de milhares de militantes e simpatizantes que permanecem acampados próximos à sede da Polícia Federal. A pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no final de semana, mostra que, mesmo preso, Lula lidera a corrida presidencial em todos os cenários. Tem o dobro de intenções de votos do segundo colocado. E ainda: 30% dos entrevistados disseram que votam em quem ele indicar. Esses dados confirmam que Lula é a maior liderança popular do País. A população começa a perceber a perseguição política ao ex-presidente. Segundo as pesquisas, 73% acreditam que os poderosos querem tirar Lula da eleição e 55% acham que a Lava-Jato faz perseguição política ao ex-presidente. Esses resultados, o apoio popular e a certeza da prisão injusta nos dão energia para lutar pela liberdade do Lula e pela restauração da democracia no Brasil. O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Deputado Roberto Britto e, em seguida, ao Deputado Pastor Eurico.

O SR. ROBERTO BRITTO (Bloco/PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero agradecer ao Ministro Blairo

Maggi, com quem no ano passado tivemos uma reunião importante a respeito da

CEPLAC — Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira da Bahia. S.Exa. nomeou a

Dra. Larissa Schimidt para, através de um trabalho de assessoria, dar nova modelagem à CEPLAC.

Ela esteve presente no eixo Itabuna-Ilhéus, ouvindo os vários segmentos envolvidos na questão. Agora, ela está para emitir um relatório que certamente será da maior importância para a CEPLAC. Ela tem expertise em pesquisa, assistência técnica e extensão rural. Por isso, tenho certeza de que vai contemplar esses três segmentos, para que a entidade seja cada vez mais forte e pujante, como sempre foi, no interior da Bahia.

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Sr. Presidente, solicito que meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação da Casa.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - O pedido de V.Exa. será atendido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer um registro que muito me alegra, pelo nível de envolvimento do meu mandato com essa questão, da presença na sede da CEPLAC na Bahia da Dra. Larissa Schimidt, que está à frente do processo de construção da remodelagem jurídica dessa instituição que muito representa para o nosso Estado e o Brasil.

Essa informação me foi transmitida esta manhã pelo Dr. Carlos Alexandre,

Superintendente da CEPLAC na Bahia, em visita ao meu gabinete. Tenho as melhores informações do trabalho que a Dra. Larissa Schimidt vem realizando, cujo objetivo é aperfeiçoar a instituição, levando-a a conquistar uma maior participação do setor privado, com a atração de recursos internacionais e sistemas de produção com foco na sustentabilidade.

O resultado desse trabalho levará a CEPLAC a promover a recuperação da cacauicultura nacional, com o fortalecimento dos sistemas agroflorestais, o que acreditamos irá representar um grande avanço na recuperação de áreas degradadas nos biomas da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica.

É importante enfatizar que a CEPLAC representa um braço operacional que atua de forma multidisciplinar e integrada em ambientes de florestas, em atividades que incluem execução de instrumentos de políticas públicas, desenvolvendo suporte técnico e científico de inovação necessário à produção agrossilvipastoril, além de

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apoio ao produtor na obtenção de crédito rural, incentivo a organizações associativas e agroindustrialização.

Assim que os resultados da consultoria forem entregues ao Ministério da

Agricultura, nós da bancada federal da Bahia e dos Estados produtores de cacau e chocolate nos mobilizaremos para que o Governo consolide o novo modelo, que nascerá de uma ampla consulta que tem feito a todos os setores envolvidos nessa produção.

Peço, Sr. Presidente, que determine a divulgação deste pronunciamento através de todas as mídias da Câmara dos Deputados, em especial, no programa A

Voz do Brasil.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Deputado Pastor Eurico.

O SR. PASTOR EURICO (Bloco/PEN-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de registrar a nossa solidariedade aos nossos irmãos e amigos pernambucanos vitimados no Sertão pelas enchentes. Por incrível que pareça, após muito sofrimento com o sol causticante, os pernambucanos estão sendo vitimados com as enchentes.

Sr. Presidente, eu também queria fazer um apelo ao nosso Governador em prol de muitos cidadãos que perderam todos os documentos nas enchentes. Nós temos unidades móveis, numa espécie de apoio ao cidadão, para ajudar os sertanejos. A cidade de Bodocó, por exemplo, está praticamente ilhada — a ponte que a ligava a outras cidades caiu.

Sabemos que o Governador já está tomando as medidas necessárias, mas esperamos que faça ainda mais pelo povo. Solicito que possa providenciar a

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documentação daqueles que a perderam, porque, sem documentos, essas vítimas não podem dar sequência a alguns procedimentos da vida.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Com a palavra o Deputado Lincoln .

O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu gostaria de registrar o meu lamento, como nós temos usado questões individuais para servirem de emblema, em relação ao professor no Ceará que expulsou um aluno de sua classe por pensar de maneira diferente da dele.

Aquele aluno foi expulso da classe por ter uma posição de direita, sendo que o professor tinha uma orientação marxista. Por essa razão, eles entraram em confronto, gerando-se um conflito muito grande com aquele aluno, que foi existencialmente massacrado ao ser expulso da sala.

A questão ideológica dentro das escolas é algo muito sério. Nós temos que terminar com isso. Nem direita nem esquerda na escola. Nós queremos uma escola livre, sem alteração nesse contexto, nem de ideologia de direita nem de ideologia de esquerda. Que as escolas brasileiras e os alunos não sejam mais atormentados da maneira como estão sendo.

Com a tentativa da implantação do ateísmo, da desconstrução da família monogâmica e ainda da ideologia de gênero, essas coisas todas estão batendo de maneira muito forte em várias escolas brasileiras. Não posso, em hipótese alguma, generalizar, mas usar do direito de cátedra para massacrar os alunos não é correto.

Deixo aqui o meu protesto contra aquele professor do Ceará, provavelmente de Fortaleza — não me lembro da cidade —, que agiu dessa forma com aquele aluno, por este ter pensamentos de direita, e o professor, de esquerda.

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Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Com a palavra o Deputado Celso Maldaner.

O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, demais colegas Parlamentares, a situação econômica que o País vive é a melhor da história desde que o índice sobre juros começou a ser definido, em 1986. Não é a primeira vez que venho destacar que a baixa dos juros no mercado financeiro brasileiro faz bem.

Mas, enfim, essa redução e esse crescimento econômico podem influenciar diretamente na população? Com certeza, Srs. Deputados, pois a taxa SELIC agora está em 6,5%. Ela ainda não chegou ao consumidor, mas esperamos que, com a aprovação do Cadastro Positivo, os benefícios possam melhorar.

Portanto, Sr. Presidente, quero aqui dar como lido pronunciamento sobre o controle da inflação, da taxa SELIC e do crescimento do País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a situação econômica que o País vive

é a melhor da história desde que o índice de juros começou a ser definido, em 1986.

Não é a primeira vez que venho destacar que a baixa dos juros no mercado financeiro brasileiro faz bem. Mas, enfim, o que essa redução e o crescimento econômico podem influenciar diretamente na população?

Segundo as principais empresas de consultoria econômica do País e do mundo, se continuarmos nesse caminho, os baixos juros irão baratear o custo de grandes obras e atrair mais capital privado. Como resultado: pela primeira vez desde

1980 o volume de recursos pode superar 4% do PIB, mínimo necessário para

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modernizar o estoque e começar uma expansão. No caso, mais obras, mais empregos.

Poderemos chegar a nada mais nada menos de 1,1 trilhão de reais investidos em obras até 2022 caso esse cenário macroeconômico se mantenha. O valor é sete vezes maior do que o previsto no programa Avançar, lançado recentemente pelo

Governo Federal.

Falando em dinheiro no bolso do cidadão, em 5 anos, a renda média do brasileiro cresceria 20%, no caso 4.300 reais a mais, igualando-se à dos russos.

Agora, se esse cenário não continuar, a perda será de 1.800 reais.

E a tão sonhada casa própria? Em um cenário em que os juros caem com o avanço das reformas, o volume de recursos para esse setor deverá crescer 77% até

2022 — 683 bilhões de reais, valor que financiaria 2,8 milhões de casas. No cenário inverso, o crédito cairia 20%, ficando em 359 bilhões de reais, dando para construir

1,5 milhão de casas.

Pois bem, senhoras e senhores, esses são alguns exemplos do que podemos fazer com uma economia aquecida e juros baixos. Para esse cenário continuar, nós políticos temos grande influência. O que não podemos fazer é atrapalhar essa evolução.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Silvio Costa.

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/AVANTE-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, faz 2 anos, era um domingo, quando naquela mesa da Presidência estava sentado o então Deputado

Eduardo Cunha, e aqui era uma grande festa. Muitos dos Deputados que seguravam

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bandeiras do Brasil e vibravam hoje estão presos. Familiares de Parlamentares que vibravam, que diziam “em nome da ética”, “pelo Brasil”, “em nome da minha família”, naquelas cenas patéticas que o Brasil presenciou, Deputado Chico Alencar, no outro dia viram os parentes presos.

Eu já ouvi uma música de que fala “amigos presos”, mas em outro contexto — No woman, no cry. Hoje, para amigos presos, o contexto é literalmente diferente.

Pois bem. Esse pessoal todo que estava de amarelo e verde aqui dizia que era preciso tirar a Presidente Dilma Rousseff para o Brasil melhorar, para acabar a corrupção. Muito bem. Colocaram um Presidente que foi denunciado duas vezes.

Eles disseram que era preciso tirar a Presidente Dilma por conta do desemprego, que estava muito alto. Lamentavelmente, o desemprego continua. Eles tiraram a

Presidente Dilma e falaram em déficit público. Eles aumentaram o déficit para 170 bilhões de reais.

Na verdade, aquele cara de São Paulo, o “pato”, que gastou dinheiro,

Deputado Sibá — seja bem-vindo! —, para intimidar Deputados na televisão, hoje também está na Operação Lava-Jato. Falo daquele cara de São Paulo, da FIESP, o

Paulo Skaf. A campanha do pato foi idealizada por ele.

Eu não quero citar nomes porque não gosto de bater quando o cara está com dor, mas vocês da Oposição naquela época, hoje Situação, deveriam fazer uma reflexão. Vocês deram golpe, rasgaram a Constituição...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, estou falando pela Oposição. São 10 minutos.

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Hoje o Brasil continua passando vergonha lá fora. Eu vi uma cena esta semana em que Michel Temer, Deputado Ivan Valente, estava não sei onde, não sei em que país, e falava sobre corrupção. O Temer! Ele dizia: “Eu combato a corrupção”. Meu irmão, nunca vi tanta cara de pau! Como esse cara combate a corrupção, se duas vezes foi citado aqui por corrupção e foi salvo? Não dá para acreditar num país como este.

Vocês que bateram panela — estou falando para vocês mesmo, coxinhas —, coxinhas eleitores de Bolsonaro, vocês que bateram panela estão satisfeitos com o

País? O País melhorou?

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. SILVIO COSTA - Deputado JHC, V.Exa. é de Alagoas, Estado em que as pessoas conhecem as dores e os sorrisos.

Temer tem 86% de rejeição. Eu encontrei um Ministro de Temer, cujo nome eu não vou dizer, no aeroporto de Recife. Eu disse: “Meu Ministro de Temer”. Ele disse: “Pelo amor de Deus, não fale o meu nome, não diga que eu sou Ministro de

Temer”. Ou seja, Temer hoje está como carne de porco em hospital: ninguém quer estar perto dele.

Por que ele tem 86% de rejeição? Por que vocês Parlamentares que apoiam

Temer têm vergonha de dizer que são da base de Temer? Sabem por que vocês têm vergonha de dizer? É simples...

Deputado Alberto Fraga, você não é candidato a Governador do Distrito

Federal? Diga assim: “Eu sou candidato de Temer”. Diga, Fraga!

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Peço que conclua, Deputado.

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O SR. SILVIO COSTA - Você é candidato de Temer. Não afrouxe, não. Você defende Temer. Vocês são da base de Temer. Então assumam!

O SR. DELEGADO ÉDER MAURO - É ele? É o Fraga?

O SR. SILVIO COSTA - Assumam que defendem este Governo, assumam que deram o golpe para, em tese, melhorar o País. Vocês pioraram literalmente o

País.

O SR. DELEGADO ÉDER MAURO - É o Deputado Fraga o candidato de

Temer? Eu não votei em Temer.

O SR. SILVIO COSTA - Quem quiser que bote a carapuça na cabeça. A maioria — 99,9% — dos Deputados que deram o golpe estão com dificuldade de andar nas ruas do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Rubens Bueno, antes de encerrarmos a votação.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero apenas registrar a presença, hoje, em Brasília, do Deputado Luis

Florido, da Oposição venezuelana. Ele faz parte da MUD — Mesa de Unidade

Democrática da Venezuela e esteve aqui mais de uma vez para denunciar a ditadura sanguinária de Nicolás Maduro, que acaba de anunciar eleições para o dia 20 de maio, eleições que não permitem a presença de candidatos da Oposição, porque os partidos de oposição tiveram seus registros cassados, cassados por Maduro. Lá não há Oposição. Estas eleições nada mais são do que farsa, para tentar mostrar a democracia que lá não existe. Mais do que isso, a catástrofe econômica, política e social ele veio a demonstrar com toda a clareza.

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É preciso denunciar isso no plenário desta Câmara e em todos os

Parlamentos do mundo.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Vou encerrar a votação. (Pausa.)

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Está encerrada a votação. (Pausa.)

Resultado da votação:

SIM: 3;

NÃO: 260;

TOTAL: 263.

ART. 17: 1.

QUÓRUM: 264.

OBSTRUÇÃO: 37.

REJEITADO O REQUERIMENTO.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Sobre a mesa requerimento de quebra de interstício:

Senhor Presidente:

Requeremos, nos termos do art. 185, § 4º, do

Regimento Interno da Câmara dos Deputados, a quebra

do interstício para votação nominal do requerimento de

adiamento de votação p/ 2 sessões, apresentado à MPV

809/17.

Sala das Sessões, 17/04/2018

Deputado Ságuas Moraes

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Para falar a favor da matéria, tem a palavra o

Deputado Pedro Uczai. (Pausa.)

O SR. FABIO REIS (PMDB-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Fabio Reis, na votação anterior, votou de acordo com a orientação do seu partido.

A SRA. JÔ MORAES (PCdoB-MG. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente, a Deputada Jô Moraes votou com o seu partido.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Convido o Deputado Pedro Uczai para falar a favor da matéria. (Pausa.)

Passa-se à orientação.

O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PMDB vota “não” e solicita à base do Governo que vote “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como votam o PP, o PT e o PMDB? (Pausa.)

Como vota o PP, Deputado Simão Sessim?

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PP entende que esta é uma obstrução contra uma medida provisória cujo mérito interessa ao Brasil: é a proteção do meio ambiente, são recursos para o Instituto Chico Mendes, que é emblemático para nós que defendemos a preservação do meio ambiente.

O PP vota contra a obstrução, o PP vota “não”, Sr. Presidente.

Se V.Exa. puder, coloque para toda a base.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como votam o PT, o PSDB, o DEM, o PR?

(Pausa.)

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O SR. BOHN GASS (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Bohn Gass, na votação anterior, acompanhou a bancada.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como votam o PTB, o PSB, o PRB, o PDT, o

PCdoB, o Solidariedade, o PSL? (Pausa.)

O SR. SÁGUAS MORAES - O PT, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PT, Deputado Ságuas Moraes?

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PT continua em obstrução, Sr. Presidente. Aqui nós já dissemos que o nosso País não vive a normalidade e que não podemos tratar as sessões desta Casa com normalidade também.

Temos uma situação — e eu reclamei agora há pouco — em que não houve reunião do Colégio de Líderes. O momento do País é bastante grave, porque temos a prisão do Presidente Lula sem uma única prova — condenação e prisão do

Presidente Lula sem uma única prova. Nós vamos continuar resistindo nesta Casa, porque esta é a Casa da democracia, é a Casa da resistência, onde temos a oportunidade de denunciar injustiças que acontecem contra o Presidente Lula.

Por isso o PT continua em obstrução, Sr. Presidente.

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Democratas vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como votam o PSB, o PDT, o PCdoB, o PSOL?

(Pausa.)

O SR. CELSO RUSSOMANNO (PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PRB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - PRB, “não”.

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O SR. AUGUSTO COUTINHO (SD-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O Solidariedade vota “não”, Sr. Presidente.

A SRA. JÔ MORAES (PCdoB-MG. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - O

PCdoB está em obstrução.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PSOL, Deputado Edmilson

Rodrigues?

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - É de fundamental importância que nós tenhamos a possibilidade de votar eletronicamente, para que a população brasileira saiba o porquê, mesmo estando no

Regimento, eu me sinto, como representante do povo, golpeado, ao ver uma medida provisória tão importante, que privatiza funções, tanto do IBAMA quanto do ICMBio, o Instituto Chico Mendes, que estabelece a possibilidade de contratação temporária de funcionários que poderão agir no lugar de técnicos ambientais, com consequências enormes, inclusive com a possibilidade de prejuízos enormes à nossa biodiversidade, e o acesso da iniciativa privada a lucros a partir desse patrimônio biológico brasileiro.

Então, realmente é tão sério que não dá para admitir que nós não tenhamos o direito de votar, para que a população...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o PHS? (Pausa.)

Como vota a REDE? (Pausa.)

Como vota o PPL? (Pausa.)

Como vota a Minoria? (Pausa.)

Como vota a Oposição? (Pausa.)

Alguém mais quer orientar? (Pausa.)

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Em votação.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Aqueles que forem pela aprovação do requerimento permaneçam como se acham. (Pausa.)

REJEITADO O REQUERIMENTO.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Sobre a mesa requerimento de adiamento de votação.

Senhor Presidente:

Requeiro, nos termos do Artigo 193 do Regimento

Interno, o adiamento da votação da MP 809, por 2

sessões.

Sala das Sessões,

Deputado Ságuas Moraes.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Ságuas Moraes.

(Pausa.)

O SR. IZALCI LUCAS (PSDB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Izalci, na votação anterior, votou com o partido.

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Partido dos Trabalhadores continua em obstrução. Eu já disse várias vezes aqui que nós vivemos um ambiente bastante complicado em nosso País e que estamos na resistência e na defesa do Presidente Lula livre.

Nós também queremos externar a nossa preocupação com relação à privatização da ELETROBRAS. Este Governo golpista que aí está cassou muitos direitos dos trabalhadores brasileiros. Não conseguiu aprovar a “contrarreforma da

Previdência”, mas cassou muitos direitos dos trabalhadores brasileiros. Agora ele já entregou uma parte do patrimônio nacional, do pré-sal, de várias outras empresas nacionais.

Eu estava ouvindo agora no noticiário que ele queria concentrar as forças nesta semana — pelo que estamos vendo na pauta, isto não vai acontecer nesta semana — para a privatização da ELETROBRAS.

A ELETROBRAS, para que todo brasileiro saiba, é uma empresa nacional, é uma empresa estatal que detém 47% das linhas de transmissão no Brasil. De todos esses linhões de transmissão que vemos pelo Brasil afora, 47% pertencem à

ELETROBRAS.

Também a ELETROBRAS gera 31% da energia neste País, é detentora de

233 usinas de geração de energia neste País. E 70% da energia gerada pela

ELETROBRAS é energia limpa.

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É essa empresa, Sr. Presidente, que este Governo golpista que aí está quer entregar à iniciativa privada. A empresa que vale em torno de 380 bilhões a 400 bilhões de reais. O Governo quer entregá-la por 20 ou por 30. Ou seja, não está bem definido o valor — vai a leilão, e será o valor que acontecer no leilão.

Nós não podemos concordar com a entrega desse patrimônio estratégico, que

é a geração e a transmissão de energia elétrica. Foi graças à ELETROBRAS que, no Governo do Presidente Lula, não aconteceu o apagão. Foi graças à

ELETROBRAS que, no Governo da Presidenta Dilma, também não aconteceu o apagão.

Estamos na resistência, na obstrução.

O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Na votação anterior, o Deputado Luiz Sérgio votou de acordo com a orientação do partido.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Passa-se à orientação.

O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Deputado Décio Lima, na última votação, acompanhou o partido, Sr. Presidente.

O SR. WALNEY ROCHA (Bloco/PEN-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado Walney Rocha, na última votação, acompanhou o partido.

O SR. SERGIO SOUZA (PMDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Deputado Sergio Souza votou com o partido na votação anterior, Sr. Presidente.

O SR. IVAN VALENTE - O PSOL quer orientar.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o Bloco do PP, Deputado Simão

Sessim?

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O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Bloco do PP/PODE/AVANTE entende que esta obstrução a

Oposição não poderia nunca fazer. É uma posição contra o Instituto Chico Mendes,

é uma posição sem pé nem cabeça, porque só se está dando vantagem para o

Instituto. Esta medida provisória vai permitir um fundo, e esse fundo, sem licitação, pode ser aplicado pelo Instituto Chico Mendes. A Oposição, não sei por quê, está contra este mérito.

Eu queria, então, Sr. Presidente, pedir a todos os nossos colegas que se perfilassem contra a Oposição, contra a obstrução e votassem “não”. Toda a base,

Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - O.k., para toda a base.

O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Vanderlei Macris votou com o partido na última votação.

A SRA. JÔ MORAES (PCdoB-MG. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - O

PCdoB está em “obstrução”.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Convido para falar, pela Liderança do Partido dos Trabalhadores, o Deputado Carlos Zarattini.

O SR. CARLOS ZARATTINI (PT-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, os jornais noticiaram que o chamado Grupo de Lima, que é composto pelos países que se organizaram contra o

Governo venezuelano, capitaneados pelo Brasil, composto por Argentina, Chile,

Equador e Peru, fez uma declaração em que exigiu que as eleições na Venezuela sejam livres, porque a Oposição não poderia participar.

Eu acho que seria bom que esse tal Grupo de Lima discutisse também as eleições no Brasil, porque aqui está sendo feito exatamente o que eles falaram que está sendo feito na Venezuela. Na Venezuela, ninguém foi proibido de participar, mas aqui está sendo proibido de participar da campanha eleitoral o ex-Presidente

Lula, que lidera todos os cenários eleitorais, que é a principal liderança da Oposição, que não pode participar das eleições porque eles querem não só declará-lo ficha suja, como também mantê-lo preso, para que não possa fazer campanha eleitoral.

Pesquisa do Datafolha, que é um instituto “insuspeito”, entre aspas, diz que

Lula tem 31%, praticamente um terço do eleitorado brasileiro — 31% querem votar em Lula; que 30% dizem que vão votar, com certeza, no candidato que Lula indicar; que 16% dizem que poderão votar no candidato que Lula indicar. E por que ocorre isso? Ocorre isso porque o povo brasileiro já percebeu, em primeiro lugar, que existe uma perseguição contra Lula, uma perseguição que ficou evidenciada ontem, com a ocupação que o MTST fez do famoso tríplex do Guarujá. E filmou o que era o tríplex do Guarujá, mostrou que não tem nada a ver com o tal apartamento de 2 milhões de reais no qual foram gastos 1 milhão e meio em equipamentos. Balela! Um

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fogãozinho de quatro bocas, um armário de segunda, uma cama de terceira. Esse é o famoso tríplex do Guarujá. E foi por isso que condenaram Lula. Por quê? Porque ele é essa liderança que se opõe à forma como este País vem sendo governado. O povo brasileiro também se opõe a este Governo e a essa forma de governo que querem perpetuar nestas eleições. Querem ser vitoriosos nestas eleições.

O Presidente golpista Michel Temer recebeu uma verdadeira ofensa, uma cusparada do povo brasileiro: 70% de rejeição. O povo não aceita este Governo, o povo não suporta este Governo. E todos aqueles que vão fazer campanha dizendo que têm o apoio deste Governo vão sofrer uma tremenda rejeição, não apenas vão esconder que têm o apoio do Governo, mas também vão dizer que querem um governo novo, outsider.

Pois bem. O povo já entendeu que o objetivo daqueles que querem se manter no poder é exatamente manter o mesmo programa de governo, um programa de governo excludente, um programa de governo que não prevê a participação do povo, a distribuição de renda, o desenvolvimento nacional, um programa de governo que quer entregar o País.

Agora o Sr. Aloysio Nunes foi aos Estados Unidos e aceitou fazer o acordo do aço. Até Pascal Lamy, que foi Presidente da OMC, já denunciou: “O Brasil agachou- se para os Estados Unidos”.

Esta é a política deste Governo: aceitou a política de cotas americana, está entregando a ELETROBRAS, está entregando o petróleo do pré-sal. É um governo que não respeita o País, é um governo que não respeita o povo brasileiro, é um governo que quer massacrar o povo brasileiro. O que oferece este Governo ao

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povo? Absolutamente nada. E os candidatos da base deste Governo, o que pretendem oferecer? Absolutamente nada. É por isso que estão em crise.

É por isso, senhoras e senhores, que nós vamos manter a candidatura de

Lula para Presidente, vamos fazer a campanha com ele preso, vamos manter os acampamentos em Curitiba, aqui em Brasília e em tantas cidades onde o povo já se manifesta.

Existe uma vontade do povo brasileiro, que é a democracia. A democracia é fundamental. E há aqueles que não aceitam a democracia porque sabem que, quanto mais democracia, mais o povo sai vitorioso. Foi assim em 1950, com Getúlio, e em 1955, com Juscelino, que não queriam deixar que tomasse posse. O Marechal

Lott, um militar nacionalista, colocou a tropa na rua para defender a posse de

Juscelino, democraticamente eleito. Foi assim com João Goulart, quando derrotou o parlamentarismo no plebiscito e apontou um governo de reforma. Depois foi assim também com o MDB, em 1974, quando deu uma ampla vitória à Oposição sobre o regime militar.

Portanto, quando existe uma nesga de democracia, o povo sai vitorioso.

Vamos sair vitoriosos novamente, e vamos derrotar esta política retrógrada, e vamos derrotar o fascismo que se pretende impor no País, esse em que o gênio, quando sai da lâmpada, ninguém consegue pôr para dentro de novo.

Está aí o Sr. Aécio Neves, contra quem foi aceita denúncia hoje, um dos arquitetos do golpe. Agora ele sofre as consequências dessa política de devastação da democracia, dessa política “arrasa-quarteirão”, dessa política que está levando o

País para o fundo do poço.

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Vai, Sr. Aécio, vai ser condenado! O seu destino está traçado, como está traçado o de Geddel, que foi fazer manifestação contra a Dilma com camiseta verde e amarela e disse que tinha que prender todos os corruptos.

Nós vamos derrotá-los. O povo brasileiro vai dar uma lição àqueles que pretendem dar continuidade a esta política do autoritarismo, do atraso e de opressão ao povo brasileiro. O povo assiste a esta política a cada dia que passa mais atrasada.

Vamos vencer as eleições! Vamos colocar Lula como Presidente!

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O SR. RAFAEL MOTTA (PSB-RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Rafael Motta votou com o partido na última votação.

A SRA. LAURA CARNEIRO (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, a Deputada Laura Carneiro votou com o Democratas.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Para orientar.

O SR. VENEZIANO VITAL DO RÊGO (PSB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na última votação, o Deputado Veneziano, se cá estivesse, teria acompanhado o partido, o PSB.

O SR. SIBÁ MACHADO - Orientação da bancada do PT.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Nós vamos passar para a orientação — ainda há alguns partidos para orientar, como o PSB e o PDT —, mas há sobre a mesa um pedido do Deputado Beto Mansur para falar pela Liderança do Governo.

Convido o Deputado Beto Mansur para falar pela Liderança do Governo.

(Pausa.)

O SR. MIRO TEIXEIRA (REDE-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Com a autorização do PSOL para orientar, a REDE, neste caso aí, diz “não” ao adiamento da votação.

Eu, pessoalmente, justifico que, na anterior, não acionei a tecla de obstrução por considerar desnecessário e porque também tinha uma dúvida. Eu, a rigor, votaria “sim”. Só para consignar em ata.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Pois não, Deputado Miro.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Convido o Deputado Beto Mansur para falar pela Liderança do Governo.

O SR. BETO MANSUR (PMDB-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós estamos ouvindo uma série de falas, de discursos com relação à prisão do ex-Presidente Lula. E, a respeito de tudo aquilo que ocorreu ao longo desse tempo, muitas Lideranças aqui dizem que o País está fora da democracia, que está totalmente fora do direito, porque Lula está preso.

Na minha opinião e na opinião de muita gente, Lula está preso por tudo aquilo que foi feito, pelo conjunto da obra. Lula não está preso pura e simplesmente por causa do apartamento de frente para o mar na cidade do Guarujá. Quando eu era

Prefeito da cidade de Santos, o mundo sabia — e a Baixada Santista, principalmente

— que aquele apartamento era de Lula. Lula está preso por causa do sítio de

Atibaia.

Lula está preso, fundamentalmente, pelo conjunto da obra que nós vimos ao longo desses últimos anos, de desrespeito com o dinheiro público, de desrespeito com a sociedade brasileira, de desrespeito inclusive com uma empresa chamada

PETROBRAS, que tem ações dentro do Brasil e fora do nosso País. Lula é, sim, responsável por todos aqueles indicados.

Eu fui Prefeito, como muitos dos Parlamentares que estão aqui presentes já foram. Nós fomos e somos responsáveis por quem indicamos para empresas estatais nas nossas cidades. Lula era, sim, responsável pelas indicações para a

PETROBRAS. Lula era, sim, responsável pelas diversas empresas em que houve indicações e que roubaram o País.

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Imaginem V.Exas. o quanto de despesa para a sociedade brasileira nós estamos vendo e veremos ainda nos processos contra a PETROBRAS, contra o

Brasil, no mercado internacional.

Então, Lula não está preso pura e simplesmente por causa de um apartamento de frente para o mar que ele nunca quis dizer que era dele porque nunca poderia estar no Imposto de Renda de um cidadão que diz que é pobre. Na verdade, ele está sendo preso, repito, pelo conjunto da obra.

Eu relembro que o FBI, lá no passado, acabou prendendo Al Capone, não pelas mortes que cometeu, não pelos assassinatos que mandou produzir, mas pelo

Imposto de Renda que deixou de pagar.

Então, é importante dizer a todas e a todos que Lula está preso exatamente porque o Supremo Tribunal Federal decidiu, pela totalidade de seus membros, que deve ser preso aquele que já foi julgado em segunda instância.

Eu ouço aqui muita gente dizer que Lula é candidato, que Lula pode ser candidato mesmo preso. Isso para mim é um desrespeito com o eleitorado brasileiro,

é um desrespeito com quem já foi Presidente da República, porque Lula está condenado em segunda instância. Pela Lei da Ficha Limpa, aprovada por todos nós neste Parlamento, por estar condenado em segunda instância, ele não pode ter o seu registro homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Eu espero que, na hora em que o PT, irresponsavelmente, pedir que se coloque Lula como candidato, pedir o seu registro, o Tribunal Superior Eleitoral liminarmente não autorize, porque isso será o maior estelionato eleitoral que já vimos na República.

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O SR. VINICIUS CARVALHO - Sr. Presidente, solicito a palavra para orientar o PRB.

O SR. ORLANDO SILVA - Presidente, solicito a palavra para orientar o

PCdoB. Quero fazer um ajuste na orientação, por favor.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Deputado Vinicius

Carvalho, para orientar o PRB.

O SR. VINICIUS CARVALHO (PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Presidente, antes de orientar o partido, eu gostaria de agradecer ao nosso

Vereador José Carlos Albuquerque, de Marília, que ontem, em sessão na Câmara

Municipal, juntamente com todos os Vereadores, concedeu a mim o título de

Cidadão Mariliense.

Hoje recebi o comunicado da concessão desse título por intermédio do

Vereador Albuquerque, bem como do Presidente da Câmara Municipal, Delegado

Wilson Damasceno.

Quero aqui agradecer a todos eles. É um trabalho que nós temos feito em

Marília já há 4 anos ininterruptos. Sou o Parlamentar que mais apresentou emendas para Marília nesta Legislatura.

A nossa orientação é “não”, Sr. Presidente.

O SR. ORLANDO SILVA - Presidente...

O SR. WALTER ALVES (PMDB-RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Deputado Walter Alves votou com o seu partido na última votação.

O SR. SIBÁ MACHADO - Orientação, pelo PT.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota o Partido dos Trabalhadores?

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O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, essa medida provisória fere de morte a Constituição Federal.

A nossa Constituição é clara quando diz que o serviço público só pode ser exercido por pessoa que tenha feito concurso público, e essa medida provisória traz um escárnio, dizendo que o governante vai poder indicar sem concurso público os agentes que prestarão serviço no Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade — ICMBio.

E mais uma coisa, Sr. Presidente: enquanto não se fizer justiça no Brasil e se fizer a reparação do que foi essa grande injustiça contra o Presidente Lula, a nossa bancada continuará firme em obstrução nesta Casa.

Lula livre! Lula Presidente do Brasil!

O SR. VICENTE ARRUDA (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Deputado Vicente Arruda, na votação anterior, votou com o partido.

O SR. ORLANDO SILVA - Presidente...

O SR. PRESIDENTE (JHC) - V.Exa. quer mudar a orientação do PCdoB?

O SR. IVAN VALENTE - Presidente...

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Pois não, Deputado Orlando.

O SR. ORLANDO SILVA - Eu vou mudar a orientação.

O SR. IVAN VALENTE - Quero orientar o PSOL.

O SR. ORLANDO SILVA - Vou orientar pela Minoria, Presidente — um minuto, por favor!

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Com a palavra o Deputado Orlando Silva, pela

Minoria.

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O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Eu quero aproveitar este momento para falar, porque me causou espécie o pronunciamento do meu amigo Deputado Beto Mansur.

Eu recomendo ao Deputado Beto Mansur que leia a Constituição da

República Federativa do Brasil e leia o Código de Processo Penal, porque assim,

Presidente, S.Exa. vai perceber que não existe conjunto da obra no processo judicial do Brasil.

No Estado Democrático de Direito há investigação, processo e julgamento, e ninguém pode ser punido, sentenciado, sem prova de algum delito praticado. Por isso que o Presidente Lula diz: “Tem que ter prova, Moro”. Não há provas contra o

Presidente Lula.

E o argumento do Deputado Beto Mansur acerca do conjunto da obra é perigoso; flerta com autoritarismo. Hoje é esse caso; amanhã, outros réus podem ser vítimas do mesmo autoritarismo.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Para orientar, pelo PSOL, concedo a palavra ao

Deputado Ivan Valente, somado o tempo de Liderança. (Pausa.)

O SR. TADEU ALENCAR - Presidente, peço a palavra para orientar o PSB.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Prorrogo a sessão por 1 hora.

O SR. SÁGUAS MORAES - Peço a palavra, para orientar a bancada.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Deputado Tadeu Alencar, para orientar a bancada.

O SR. TADEU ALENCAR (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Presidente, o PSB vota “não”.

O Deputado Tadeu Alencar votou com o PSB na última votação.

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O SR. WALDENOR PEREIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O Deputado Waldenor Pereira votou com o partido.

O SR. JUNIOR MARRECA (Bloco/PEN-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado Junior Marreca votou com o partido na última votação,

Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Deputado Ivan Valente, pela Liderança do PSOL.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o PSOL está em obstrução, mas quer usar este tempo de Liderança para mostrar o que está acontecendo no nosso País.

Quero comentar duas notícias de hoje. A primeira diz que Temer é considerado ruim ou péssimo por 70% dos brasileiros; 41% da população dão nota zero para o Governo Temer; tem o apoio de 3% da população. E ele ainda quer remanejar 208 milhões de reais do SUS para a políticas de mulheres e para a reforma agrária, a fim de fazer propaganda.

Esse é Michel Temer!

E mais: ele pode ter processo aqui por causa da sua relação com a JBS, com a Odebrecht e pela Rodrimar. E 342 Deputados, no mínimo, salvaram a pele do

Temer aqui, um corrupto!

A segunda notícia é a de que hoje virou réu na Lava-Jato o Sr. Aécio Neves, articulador do golpe junto com Temer.

O PSDB fez questão de não reconhecer o resultado eleitoral de 2014. Fez uma série de chicanas jurídicas para impedir o resultado junto ao TSE. Fez de tudo para impedir o funcionamento desta Casa, inclusive votando contra o ajuste fiscal, que é a sua bandeira.

Mas a verdade veio à tona. Se nós recordássemos o que foi aquele tenebroso dia em que o delinquente Eduardo Cunha liderou aqui o processo de impeachment

— se nós recordarmos esse dia — e víssemos o que está acontecendo agora...

Cadê a Liderança do PSDB para falar? Cadê a Liderança do PMDB para falar aqui?

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Virou réu, e tem contra ele nove processos o Aécio Neves, com provas consistentes, com gravações. A acusação contra o ex-Presidente do PSDB é de corrupção explícita. O outro ex-Presidente, o Azeredo, está para ser preso, também depois de diversas manobras políticas.

Isso aqui é o espelho do Congresso Nacional, o mesmo sobre o qual a matéria de capa do jornal Valor de ontem falava. Dizia a matéria que 79 Deputados foram beneficiados pelo REFIS que eles aprovaram nesta Casa, a começar pelo próprio Relator, que tinha uma dívida de 12 milhões e vai pagar 900 mil reais. Mais de 260 milhões... E esses mesmos Deputados querem fazer a reforma da

Previdência, tirando a aposentadoria do trabalhador. Votaram a Reforma

Trabalhista, liquidando com direitos trabalhistas na CLT. Aprovaram o teto de gastos públicos, em razão do qual não há dinheiro para a saúde nem para a educação — mas há para fazer o REFIS do FUNRURAL, o REFIS da indústria, dos devedores da

Previdência.

Por isso, desta tribuna, nós queremos dizer: há um Presidente da República que está preso em Curitiba porque dizem que ele tem um tríplex, que não está no nome dele, enquanto a grande bandidagem está solta: Temer, Aécio Neves e todos aqueles que foram...

(Desligamento automático do microfone)

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O SR. DAMIÃO FELICIANO (PDT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O Deputado Damião Feliciano, na votação anterior, votou com o partido.

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PDT vai orientar “não”, e eu aproveito para justificar a minha ausência na votação anterior. Se aqui estivesse, o Deputado Mário Heringer teria votado com a orientação do partido.

Muito obrigado.

O SR. ALFREDO NASCIMENTO (PR-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado Alfredo Nascimento votou com o PR na última votação.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Orlando

Silva, para uma Comunicação de Liderança, pelo PCdoB.

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu venho a esta tribuna para retomar o debate que nós fizemos sobre a chamada Reforma Trabalhista, as mudanças que foram implementadas na Consolidação das Leis do Trabalho, durante muitos meses no ano passado.

Todos se recordam que era um projeto com meia dúzia de artigos, que acabou sendo convertido em centenas de modificações, desfigurando completamente a Consolidação das Leis do Trabalho.

Quando da votação dessa matéria aqui no Plenário, a bancada do PCdoB denunciou os riscos que oferecia para os trabalhadores brasileiros a aprovação daquela norma. E agora, meses após a aplicação da chamada reforma trabalhista, os primeiros resultados começam a aparecer.

O primeiro grande resultado é que há uma nítida precarização das relações de trabalho. Os poucos empregos gerados no último período são empregos informais, empregos sem registro em carteira, contratos temporários. Portanto, o primeiro resultado da malfadada reforma trabalhista é a piora das condições de trabalho para o nosso povo.

Aqui muito foi dito que se privilegiaria a negociação, mas o que se vê, como segundo resultado, é que nos primeiros 3 meses deste ano houve uma redução abrupta dos acordos coletivos. A grande maioria dos sindicatos patronais nem sequer se senta à mesa para negociar com os sindicatos laborais.

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E mais que isso, com o fim da ultratividade, quando eram mantidas as cláusulas dos acordos até uma nova convenção, o que se vê é a retirada de direitos, a retirada de conquistas que estavam consagradas em convenções coletivas.

Isso, para não dizer que os trabalhadores estão sendo intimidados, impedidos, praticamente, de recorrer à Justiça do Trabalho. Sob o argumento da litigância de má-fé, os trabalhadores são obrigados a renunciar aos seus direitos.

Apontei apenas três itens de uma agenda regressiva, destruidora do mercado de trabalho, destruidora dos direitos trabalhistas do nosso povo, uma agenda cruelmente implantada a partir do erro que foi a votação da chamada Reforma

Trabalhista.

Espero que este Plenário reflita e que nós possamos, num prazo curto, reverter esse processo, seja através de um referendo revogatório que o Governo democraticamente eleito pelo povo apresente a esta Casa, seja através de iniciativa dos próprios Parlamentares. Não dá para nós percebermos o dano causado à vida do povo trabalhador e seguirmos omissos. Eu acredito que as Sras. Deputadas e os

Srs. Deputados deveriam se debruçar sobre o assunto e analisar o impacto real que está havendo na vida do povo trabalhador, até porque seguramente essa matéria será alvo de debate durante a eleição, e aqueles que traíram os trabalhadores, que arrebentaram com a CLT, que destruíram os direitos trabalhistas seguramente hão de se dar mal, porque o povo brasileiro está de olho, e nós vamos derrotar todos aqueles que rasgaram a Consolidação das Leis do Trabalho.

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O SR. MOSES RODRIGUES (PMDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Presidente, o Deputado Moses Rodrigues votou com o partido na votação anterior. Votou “não”.

O SR. CÉSAR HALUM (PRB-TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Deputado César Halum votou com o partido, o PRB, na votação anterior.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Para falar pela Oposição, concedo a palavra ao

Deputado Helder Salomão.

O SR. HELDER SALOMÃO (PT-ES. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, colegas Deputados e Deputadas, estamos no debate sobre esta medida provisória, que, a meu ver, tem dois problemas sérios, entre outros.

O primeiro é que propõe de criação de um fundo que contraria as orientações do Tribunal de Contas da União. Isso deve ser levado em conta, deve ser considerado por todos nós.

O segundo, também importante, é que propõe a criação de cargos na mesma linha do que foi aprovado aqui em relação à terceirização, à reforma trabalhista, precarizando as relações de trabalho.

Além disso, os contratados cumpririam uma função que deve ser executada pelos analistas ambientais do IBAMA, ou seja, este Governo não se importa em escancarar o seu posicionamento contra as orientações do Tribunal de Contas e não leva em consideração que atividades-fim como as executadas pelos analistas do

IBAMA devem ser realizadas por servidores estatutários, e não por servidores contratados com essa finalidade.

Neste momento em que debatemos esta medida provisória, é importante falar o que o Governo golpista tem feito nos últimos meses e — por que não dizer? — nos

últimos 2 anos. Este Governo, que chegou ao poder por meio de um golpe parlamentar, apoiado por setores do grande empresariado e do grande capital e por parcelas importantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos de investigação, está impondo sacrifícios duros ao povo brasileiro. As reformas e as iniciativas do Governo aprovadas aqui têm, sim, precarizado a vida do trabalhador

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brasileiro. A reforma trabalhista, dentre outras coisas, tem produzido mais desemprego. É isto, Srs. Deputados e Sras. Deputadas: a reforma trabalhista, nos

últimos meses, tem produzido mais desemprego.

Além disso, por meio dos acordos coletivos, os trabalhadores estão perdendo cada vez mais. Estão vendo seus salários ficarem cada vez mais reduzidos e achatados.

Além disso, a reforma trabalhista está inibindo o trabalhador de procurar os seus direitos. Muitos trabalhadores hoje estão tendo que pagar por conta de ações na Justiça do Trabalho.

Portanto, este Governo, em pouco tempo, já conseguiu desagradar a grande maioria do povo brasileiro e não tem projeto palatável. Eu queria ver o candidato do

Governo defender a reforma da Previdência e ganhar os votos do povo brasileiro! Eu queria ver o candidato do Governo e dos golpistas defender essas reformas que retiram direitos do povo brasileiro e conseguir ganhar as eleições! O Governo não tem candidatos e não tem votos! E o projeto que tem não é um projeto que a população brasileira vá escolher nas eleições deste ano. Por isso, só resta a eles, que não têm projeto palatável, que não têm candidato, que não têm voto, tentar ganhar mais uma vez no tapetão, no golpe.

Assim, setores da Justiça, mancomunados com esse golpe, estão desdobrando aquilo que foi feito em 2016. A condenação e a prisão do ex-

Presidente Lula são a mais clara demonstração da falta de respeito às leis do nosso

País, são a mais clara demonstração da falta de respeito à nossa Constituição. Eles não gostam da democracia. Eles não sabem viver numa democracia e, por isso, têm que aplicar golpes.

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Mas o povo brasileiro, Deputado Pedro Uczai, está abrindo os olhos, está acordando. E muitos daqueles que foram às ruas pedir o impeachment da ex-

Presidente Dilma, muitos daqueles que se pintaram e se vestiram de amarelo e foram para as ruas pedir o fim da corrupção hoje se calam. Suas panelas estão guardadas. Eles se calam e não têm coragem de defender seus candidatos, aqueles que no passado diziam que combateriam a corrupção. Hoje, são eles que estão protagonizando os maiores escândalos de corrupção em nosso País. Que moral têm para questionar a postura política e a conduta do ex-Presidente Lula? Que moral têm? Que moral têm de chegar ao povo brasileiro e pedir voto nessas eleições?

Nós vamos continuar enfrentando o golpe, vamos continuar defendendo a democracia, vamos seguir firmes na defesa dos direitos do povo brasileiro.

Os governistas não conseguiram aprovar a reforma da Previdência, porque sabiam que, se essa reforma fosse aprovada com os seus votos, receberiam o troco do povo brasileiro nas eleições de outubro. Correram desse debate! Nós vamos continuar conversando, dialogando com o povo brasileiro sobre este momento e vamos, sim, vencer a batalha que vem pela frente. E essa batalha será vencida não só por aqueles que ocupam uma cadeira neste Parlamento, mas especialmente pela luta dos movimentos sociais em todos os cantos do País. Vamos continuar em vigília, vamos continuar na luta.

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. DANILO FORTE (PSDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nas votações anteriores, o Deputado Danilo Forte votou com o partido.

O SR. JOSÉ PRIANTE (PMDB-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Presidente, o Deputado José Priante votou com o PMDB na última votação.

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O SR. HELDER SALOMÃO - Sr. Presidente, para encerrar, queria dizer que essa medida provisória de que iniciamos o debate tem a mesma finalidade das outras medidas deste Governo.

Vamos defender o direito de o ex-Presidente Lula ser candidato à

Presidência. Vamos defender a democracia e denunciar este Governo, junto com a sua base, que não tem moral, que não tem projeto e que quer impor cada vez mais sacrifícios ao nosso povo.

Vamos em frente com a certeza de que os que estão hoje no Governo passarão, não vencerão, porque o povo está cada vez mais atento. E a nossa luta ganha cada dia mais adesão em todo o território brasileiro.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Alguém mais deseja orientar?

O SR. JOÃO MARCELO SOUZA (PMDB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado João Marcelo Souza votou com o partido na votação anterior.

O SR. BEBETO - Sr. Presidente...

O SR. DANILO FORTE - Sr. Presidente, eu só quero justificar o voto.

O SR. BESSA - Sr. Presidente...

O SR. SÁGUAS MORAES - Sr. Presidente, quero orientar pela Minoria.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Como vota a Minoria?

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu ouvi o Deputado Beto Mansur falar pela Liderança do PMDB. Agora eu vi que ele é um homem de coragem. Foi o Deputado que mais defendeu o

Governo Michel Temer nesta Casa. Eu acho que, tirando Carlos Marun, que virou

Ministro, ninguém defendeu mais o Governo Michel Temer, seja nos atos de corrupção, na defesa das cassações que ele fez por aqui, seja em qualquer ação do

Governo Michel Temer, do que o Deputado Beto Mansur, que dava entrevista aos domingos, aos sábados à noite.

Então, é alguém que merecia respeito pela defesa desse Governo golpista e corrupto que aí está. Agora, S.Exa. atacar o Governo Lula e falar em corrupção, aí é demais. Tenham paciência!

A Minoria orienta “obstrução”.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Posso colocar o requerimento em votação?

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O SR. BEBETO (PSB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior o Deputado Bebeto acompanhou a orientação do partido.

O SR. LAERTE BESSA (PR-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, peço a V.Exa. que cumpra o Regimento. Se eles estão obstruindo, tem que cumprir o Regimento.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Vou colocar em votação.

Aqueles que forem pela aprovação...

O SR. JORGE SOLLA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na votação anterior nós votamos com o partido.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Aqueles que forem pela aprovação do requerimento permaneçam como se acham. (Pausa.)

Deputada Erika Kokay, estou anunciando aqui várias vezes.

O SR. LAERTE BESSA - Sr. Presidente, vamos cumprir o Regimento. Estão obstruindo.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, nós da Oposição estamos numa ruptura democrática neste momento, com um preso político, Luiz Inácio Lula da Silva, que mais uma vez disse: “Apontem- me qual foi o crime que eu cometi. Apontem-me quais são as provas”.

O SR. LAERTE BESSA - Desse jeito não dá, Sr. Presidente! Nós não vamos terminar a votação dessa medida provisória nunca!

A SRA. ERIKA KOKAY - Portanto, nós estamos em obstrução política.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que assegure a minha fala, por favor.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Pode continuar, Deputada Erika Kokay.

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A SRA. ERIKA KOKAY - Nós da Oposição achamos extremamente cínica a declaração do Presidente golpista, que diz que não tolera a corrupção. Penso que ele não se tolera. Ele diz também que não se pode admitir o rompimento, a ausência de democracia. Penso também que não pode admitir seu próprio Governo. Nós estamos em obstrução em função do rompimento democrático que está em curso.

Portanto, em razão de termos um preso político, Luiz Inácio Lula da Silva, preso sem crime e preso sem provas, que, aliás, continua no primeiro lugar nas pesquisas, a Oposição obstrui.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Em votação.

O SR. BEBETO (PSB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PSB altera a orientação para “obstrução”.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - PSB altera para “obstrução”.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Em votação o requerimento.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Aqueles que forem pela aprovação do requerimento permaneçam como se acham. (Pausa.)

REJEITADO.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Há sobre a mesa requerimento de votação de proposição artigo por artigo.

Senhor Presidente,

Requeiro, nos termos do artigo 117, XIII, do

Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que a MP

809/2017 seja votada artigo por artigo.

Sala das Sessões, 17 de abril de 2018.

Deputado Ivan Valente

Líder do PSOL

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Para falar a favor da matéria, concedo a palavra ao nobre Deputado Glauber Braga.

O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados e principalmente aqueles que acompanham a sessão neste momento, aquilo que dizíamos aconteceu: foi votado neste plenário um REFIS que renegocia dívidas de Deputados e Senadores donos ou sócios de empresas.

Agora, saiu o listão dos aderentes, entre eles o Relator da matéria, tal como já dizíamos quando essa matéria tramitou. E perguntávamos ao Sr. Relator se S.Exa. assumiria o compromisso de não fazer a sua adesão, até porque, como é que se poderia relatar algo em benefício próprio, de sua empresa ou de sua família. Mas não adiantou.

Portanto, está aí o resultado de um Governo que se articula para os seus; esse mesmo Governo que hoje tenta aprovar a privatização da ELETROBRAS.

Hoje, a Comissão Especial recebeu o Presidente da ELETROBRAS, que tem dito que aqueles que se posicionam contra a privatização se movem por interesses não republicanos. Ah!, Sr. Presidente, com certeza o senhor está convivendo muito com o Sr. Michel Temer e com o “gato angorá”, o Sr. Moreira Franco. Esses, sim, movimentam-se por interesses nada republicanos, pois querem aumentar a tarifa da conta de energia elétrica para valores que a população brasileira não possa pagar e querem entregar o parque elétrico, o sistema elétrico brasileiro, para corporações internacionais e até para outros Estados.

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E aí eu pergunto: será que os chineses ou o Governo dos Estados Unidos entregariam o controle de seus sistemas elétricos? É lógico que não! Mas aqui alguns querem deixar o Brasil de joelhos.

Vamos resistir com todos os instrumentos contra essa entrega descarada da

ELETROBRAS.

O SR. LEONARDO PICCIANI (PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Presidente JHC, o Deputado Leonardo Picciani votou com o partido na votação anterior.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Para falar contrariamente, concedo a palavra ao

Deputado Beto Mansur.

O SR. BETO MANSUR (PMDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de ter acrescido ao meu tempo 1 minuto, porque fui citado por um

Parlamentar do nosso querido PT.

Eu só queria comentar quem é golpista aqui dentro. Eu, graças a Deus, coloquei no meu Instagram no dia de hoje que eu sou, sim, um dos golpistas que tiraram a Dilma Rousseff da Presidência. No dia de hoje, dia 17 de abril de 2018, faz exatamente 2 anos que esta Casa votou o impeachment da Presidente Dilma

Rousseff, com 367 votos a favor, para que ela se retirasse do cargo de Presidente da República.

Agora eu vou contar um pouco da história que possivelmente muitos aqui não conheçam.

Eu era Secretário da Câmara. Nós lutávamos muito pelo impeachment da

Presidente Dilma. E o Presidente à época, Eduardo Cunha, estava com um problema no Conselho de Ética, lutando muito para que tivesse os três votos do PT,

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negociando, prometendo exatamente a esses três Deputados que, se eles votassem a favor dele, ele não abriria o processo de impeachment contra a Dilma. E todos nós que estávamos trabalhando aqui pelo impeachment sabíamos disso, inclusive o próprio PT.

Quem deu o golpe na Dilma se chama Rui Falcão, então Presidente do PT, que, naquela oportunidade, 1 dia ou 2 dias antes da votação do Conselho de Ética, convocou os seus Parlamentares do PT para votarem contra Eduardo Cunha. A votação se encerrou com 11 a 9 votos. Esses votos levaram Eduardo Cunha a colocar, dias depois, o impeachment para ser votado. Quem era a favor do impeachment aplaudiu Rui Falcão naquela oportunidade.

É lógico que eu lutei muito para tirar a Dilma. Eu sou, sim, um golpista, porque eu defendo o Brasil. Agora, quem verdadeiramente lutou para tirar a Dilma Rousseff foi o PT, através de Rui Falcão, que não deu três votos para Eduardo Cunha naquela oportunidade.

Essa é a história verdadeira. O resto que ouvimos aqui é discurso barato.

O SR. CÉSAR MESSIAS (PSB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado César Messias votou com o PSB na última votação nominal.

O SR. ALFREDO KAEFER (Bloco/PP-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado Alfredo Kaefer votou de acordo com a orientação do PP na

última votação.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Bebeto, para falar pela Liderança do PSB.

O SR. BEBETO (PSB-BA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero desta tribuna criticar o Governo Federal mais uma vez. Aliás, isso é o que temos feito nesta Casa.

A reforma trabalhista, Sr. Presidente, foi apresentada a esta Casa como uma panaceia, ou seja, como solução para todos os males. Volto a esta tribuna para denunciar o caráter dessa reforma e os seus impactos na vida dos trabalhadores.

Essa reforma foi aqui apresentada como uma oportunidade para a geração de empregos, para a melhoria do panorama do trabalho no Brasil. Nós dissemos, e aqui eu quero repetir, que, em pesquisa realizada em 111 países, com dados comparativos da própria Organização Internacional do Trabalho — OIT, da

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico — OCDE e do próprio Fundo Monetário Internacional, chegou-se à conclusão de que, nesses 111 países que adotaram iniciativas para alterar as suas respectivas legislações trabalhistas com o mesmo discurso, não houve melhora no panorama do trabalho.

Aqui foi repetido à exaustão, como mantra, esse discurso de que seria possível melhorar o ambiente do trabalho. O resultado é que nós estamos com 3 anos consecutivos de recessão, com o avanço do desemprego no País.

A reforma trabalhista piorou o panorama do trabalho. Pela primeira vez na série histórica pesquisada neste País, o índice do trabalho informal foi muito maior do que o do trabalho formal, o que indica que aumentou neste País o número de bicos de pessoas que estão trabalhando por conta própria, como ambulantes, submetendo-se inclusive aos rapas nas diversas cidades. Mas não é só isso. Esta

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reforma trabalhista tinha três eixos. O primeiro era o de conferir autonomia coletiva

às partes para chegarem a uma negociação em que o negociado teria valor; o segundo, gerar emprego; e o terceiro, garantir segurança jurídica. Mas a eles não estamos assistindo.

Sob o ponto de vista da negociação coletiva, Sr. Presidente, nós estamos assistindo a uma incidência dos diversos setores empresarias sobre os trabalhadores. Na própria negociação que os trabalhadores estão estabelecendo para recomposição nas suas datas-bases dos acordos coletivos ou convenções coletivas, o que nós estamos vendo é um oportunismo de setores patronais, que agora impõem aos trabalhadores um processo de duro sacrifício, com uma tentativa de desmerecer as conquistas sociais, duramente alcançadas por diversas representações sindicais do nosso País.

O exemplo claro que eu trago é o da construção. Basta verificar as negociações em todo o País: no Rio de Janeiro, não se chegou a um acordo; no

Paraná, os trabalhadores não chegaram a um acordo; na Bahia, as negociações dos sindicatos da construção até agora não consolidaram um acordo. Qual é a razão? É uma vontade própria dos trabalhadores ou uma atitude dos empresários, que querem impor, a qualquer custo, o resultado da reforma trabalhista nas relações de trabalho, promovendo um aprofundamento da crise, promovendo, sem sombra de dúvidas, uma precarização do trabalho? É esta agenda, com a quebra da boa-fé no processo de negociação, que está sendo imposta pelos setores patronais aos trabalhadores.

Na Bahia, na construção pesada, nós estamos há 15 dias em greve, por não aceitar a agenda regressiva imposta pelo SINICON, com o respaldo de empresas

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como OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e tantas outras, que aqui eu denuncio, numa atitude desrespeitosa, numa quebra de boa-fé em relação àquilo que os trabalhadores têm feito para alcançar e para construir uma valorização social do trabalho.

Por isso, Sr. Presidente, quero parabenizar os trabalhadores da construção que resistem e estão desmoralizando, na prática, essa reforma trabalhista, com 15 dias de greve e mais de 30 mil trabalhadores lutando cotidianamente.

Parabéns à Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia, através do Presidente Irailson

Warneaux, e aos trabalhadores que têm coragem de sair às ruas dizendo que não aceitam em nenhuma hipótese a implementação...

(Desligamento automático do microfone.)

O Sr. JHC, 3º Secretário, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pelo Sr. Rodrigo Maia,

Presidente.

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O SR. MAURO MARIANI (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Presidente, o Deputado Mauro Mariani votou conforme orientação do PMDB.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Orientação de bancada.

O SR. IVAN VALENTE - Tenho uma questão de ordem, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Faça a questão de ordem, Deputado.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, com fundamento nos arts. 44, 45, 48, 59 e 61 da

Constituição Federal e no art. 113 do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias, também da Constituição Federal, e nos arts. 32, inciso X, e 101 do

Regimento Interno, e no art. 95, faço a seguinte questão de ordem. E peço a atenção de todos os Deputados, porque mais de 50 Deputados tiveram projetos de lei devolvidos aqui nesta Casa.

Nós apresentamos, a bancada do PSOL, no dia 14 de março de 2018, o projeto que determina a implementação do Programa Social de Intervenção Social para Prevenção à Violência, em parceria com as demais Unidades da Federação,

Sr. Presidente.

Para surpresa dos seus autores, em 3 de abril, foi publicado um despacho oriundo da Presidência desta Casa, determinando que a proposição fosse devolvida, com base no art. 137, § 1º, inciso I, do Regimento Interno da Câmara, por não atender aos requisitos do art. 103 do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias, incluído na Emenda Constitucional nº 95 , de 2016, a chamada PEC do

Teto.

O aludido inciso I determina que será devolvida ao autor qualquer proposição que não estiver devidamente formalizada e em termos. Qualquer rápido exame do

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PL de nossa autoria é suficiente para concluir que a proposição está devidamente formalizada e em termos.

Sr. Presidente, o art. 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias determina que a propositura legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de receita deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro.

Pois nós evidentemente sabemos, Sr. Presidente, que isso só é possível determinar no andamento do próprio projeto. O que está acontecendo é que 50 proposituras de Parlamentares foram devolvidas, atropelando-se na verdade um direito constitucional do Deputado de apresentar o projeto. Então, um assessor da

Mesa tem mais poder do que a CCJ, do que as Comissões Permanentes. Estão devolvendo os projetos.

Nós estamos dizendo aqui, Sr. Presidente, que desde sempre a estimativa do impacto orçamentário e financeiro das proposições que criam ou alteram despesa obrigatória ou renúncia de receita, justamente aquilo que se exige nos termos do art.

113 do ADCT, é realizada no momento adequado do trâmite legislativo na Comissão de Finanças e Tributação, nos termos do art. 32, inciso X, alínea “h”, do Regimento

Interno da Câmara dos Deputados.

Essa análise sempre acontece, Presidente, subsidiada por parecer técnico elaborado pela douta Consultoria do Orçamento e Fiscalização Financeira da

Câmara dos Deputados, composta por servidores altamente qualificados.

Sem embargo, tal parecer tem caráter opinativo, em última instância. Ou seja, em qualquer circunstância, os Parlamentares têm o direito de fazer tramitar os seus

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projetos, até porque, neste caso, a intervenção no Rio de Janeiro, inclusive, foi feita sem previsão orçamentária no momento da intervenção.

Por isso, Sr. Presidente, a decisão de V.Exa. de impedir a tramitação de proposição, nos termos do anúncio feito no dia 6 de dezembro de 2017, coloca o parecer de um órgão técnico da Casa acima da possibilidade de deliberação da proposição — frisa-se: de autoria de toda a bancada do PSOL, neste caso.

Não se discute a capacidade técnica dos servidores desta Casa. Todavia, parece-nos cristalino que a opinião de servidor público concursado não pode, sob pena de deturpar completamente o processo legislativo constitucional, se sobrepor à análise daqueles que estão aqui, em virtude da legitimidade do voto popular.

No caso em tela, a nossa proposição teve a sua relevância atestada inclusive pelo grupo de trabalho de segurança pública, coordenado pelo Deputado Cabo

Sabino, que colocou este projeto que nós apresentamos como um dos 15 projetos prioritários para votação.

Nesse sentido, Presidente, nós pedimos que seja revogado o despacho de 3 de abril de 2018, que determina a devolução do PL 9.762/18, permitindo, assim, o seu trâmite regular e que seja revisto o procedimento anunciado pelo Presidente desta Casa, em 6 de dezembro de 2017, reestabelecendo a competência dos colegiados desta Casa para apreciação dos critérios do art. 113 do Ato das

Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal.

Peço a todos os Parlamentares e aos partidos que tiveram a tramitação barrada dos seus projetos que também se pronunciem sobre esta questão de ordem, Presidente, porque esse tipo de devolução rebaixa não somente os

Deputados autores da proposição ou os membros do aludido grupo de trabalho, mas

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rebaixa, na verdade, todos os Deputados Federais. É a autonomia do Parlamento que está em jogo aqui. Eu peço a V.Exa., então, que revogue esse despacho e seja revisto o procedimento.

Quero protocolizar isso junto à Mesa.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Espere um pouquinho, Deputado.

Tem a palavra o Deputado Simão Sessim.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu quero contraditar.

Isso já não é mais obstrução. Até o Regimento eles querem atropelar. Art. 95,

§ 1º: “Durante a Ordem do Dia só poderá ser levantada questão de ordem atinente diretamente à matéria que nela figure”. Não é nada do que o Deputado Ivan Valente falou.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Ivan Valente, do ponto de vista político, eu tenho muita convergência com a tese, apesar de eu ter assinado diferentemente.

Então, eu vou recolher a sua questão de ordem, reavaliá-la e a respondo durante a semana. Do ponto de vista político, V.Exa., de fato, tem alguma razão em relação à prerrogativa parlamentar.

É claro que a Mesa Diretora, quando recebe a proposição, primeiramente avalia e depois encaminha para a Consultoria da Comissão de Orçamento para confirmar se haverá impacto. Em caso positivo, o Parlamentar deverá apresentar, dentro daquele impacto, de onde vai retirar os recursos para cobrir aquela nova despesa.

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Então, por um lado, do ponto de vista político, eu tendo a concordar, mas, do ponto de vista constitucional, essa é uma decisão que o Parlamento tomou com a aprovação da PEC do Teto.

Mas eu vou recolher a questão de ordem e, até quinta-feira, respondo a

V.Exa.

O SR. IVAN VALENTE - Sr. Presidente, eu agradeço a atenção de V.Exa.

Estamos aguardando a resposta. Mas queria dizer que, inicialmente, eu achava que essa era uma propositura deste Parlamentar e de outro Parlamentar, o Deputado

Glauber Braga, mas nós tomamos ciência — fizemos um levantamento — de que quase 50 Parlamentares tiveram seus processos barrados.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - São muitos. Mas é o que foi aprovado por esta Casa, na PEC do Teto.

Vamos continuar com a Ordem do Dia para que possamos acabar no horário adequado.

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, peço 1 minuto, por favor.

Essa matéria que o Deputado Ivan Valente apresentou foi objeto de um debate entre os Líderes da Oposição.

Então, eu quero apenas registrar que a bancada do PCdoB se soma com essa preocupação formulada na questão de ordem.

Creio, Sr. Presidente, que deveríamos até aprofundar a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Podemos.

O SR. ORLANDO SILVA - Há um entendimento, Sr. Presidente, por exemplo, da nossa bancada de que uma proposta de emenda à Constituição que permite a

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execução de pena a partir da segunda instância fere a Constituição, mas nem por isso ela deixou de ser encaminhada à CCJ para exame.

Nós queremos fazer um debate, reforçando a questão de ordem do Deputado

Ivan Valente, porque nós não podemos ser discricionários na definição do que deve ou não deve ter sequência naquilo que é apresentado pelos Parlamentares.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Vamos fazer esse debate com certeza.

Passamos à orientação de bancada.

Como vota o PP?

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Partido Progressista está fazendo um apelo à Oposição desde o início, porque se trata de matéria da maior importância, pertinente, urgente, relevante. Essas medidas provisórias autorizam a criação de um fundo para que o

Instituto Chico Mendes possa utilizá-lo sem licitação.

Chico Mendes já é ícone do meio ambiente, e a Oposição sempre o badalou.

Agora, o Instituto tem o seu nome, que é a grande trincheira a favor do meio ambiente, e esse fundo não está podendo ser aprovado, porque a Oposição está obstruindo.

Queria que V.Exa. considerasse o voto “não” para toda a base, Sr.

Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O Deputado Laerte Bessa está aqui com a representante do Distrito Federal a Miss Brasil, concurso que vai acontecer no dia 28 de maio no Rio de Janeiro. A vencedora representará o Brasil no Miss Mundo.

O nome dela é Bia Rodrigues, filha da nossa servidora Rosilene Rodrigues.

Todos nós desejamos muita sorte a ela.

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O SR. ALBERTO FRAGA - Vamos ganhar! Vamos ganhar! (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PT?

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PT vai continuar na resistência, vai continuar obstruindo.

Nós queremos Lula livre porque entendemos que seu julgamento foi feito sem uma única prova. Por isso nós queremos justiça.

Essa MP, Sr. Presidente, acrescenta quatro incisos que permitem a contratação de analista ambiental, uma função efetiva, por concurso, para que as pessoas contratadas desempenhem funções importantes na área ambiental, por até

2 anos.

Por isso, também vamos encaminhar a obstrução.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PMDB?

O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PMDB vota “não”.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota PSDB? (Pausa.)

Como vota o DEM?

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o Democratas vota “não”.

Percebe-se, mais uma vez, a tentativa de obstrução. Essa é uma matéria importante. O Instituto Chico Mendes foi criado exatamente pelo PT. Como todos sabem, esse instituto é ligado ao PT. Mesmo assim, eles obstruem, ainda que seja alguma coisa que vá beneficiá-los.

O Democratas vota “não”. Queremos votar essa matéria.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PR?

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O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não votar isso é perder a compensação ambiental. O

Instituto Chico Mendes foi criado para que a proteção à natureza fosse feita. O meio ambiente é importante.

Portanto, o nosso voto é “não”.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSD?

O SR. FÁBIO TRAD (PSD-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSD orienta “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PTB? (Pausa.)

Como vota o PSB?

O SR. BEBETO (PSB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSB vota

“não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PRB?

O SR. CARLOS GOMES (PRB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PRB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PDT?

O SR. DAMIÃO FELICIANO (PDT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PDT vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PCdoB?

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PCdoB vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o Solidariedade?

O SR. ZÉ SILVA (SD-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero argumentar com todos os Parlamentares desta Casa que o meio

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ambiente, em especial as Unidades de Conservação, não entende e não pode esperar essas disputas, que são legítimas e democráticas. Os agricultores esperam, há décadas, que haja recursos para que eles possam continuar com suas vidas.

Por isso, o Solidariedade vota “não”.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSL? (Pausa.)

Como vota o PPS?

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, o PPS orienta o voto “não”.

Precisamos avançar em relação às Unidades de Conservação. Precisamos avançar nesta medida provisória.

Portanto, o nosso voto é “não”.

O SR. JONY MARCOS (PRB-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Jony Marcos votou com o partido na última votação nominal.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSC? (Pausa.)

Como vota o PSOL? (Pausa.)

O SR. GILBERTO NASCIMENTO (PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PSC tem uma posição muito clara: entendemos que toda e qualquer obstrução é democrática. Porém, mais uma vez, gostaríamos de solicitar aos Srs. Deputados que, neste momento, pudéssemos obstruir o mínimo possível, marcando posição, mas votando as matérias.

O PSC é contra a votação artigo por artigo. Portanto, o voto é “não”.

O SR. MIGUEL HADDAD (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSDB orienta o voto “não”.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSOL?

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O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PSOL está nessa obstrução política. O Brasil vive um momento agudo. O

Parlamento deveria debater questões como a profunda desigualdade social que se agudiza, conforme dados recentíssimos do IBGE, a degradação e a descrença no sistema político e o paradoxo deste 17 de abril.

Há 2 anos, aqui neste plenário, como já lembrado, num momento de festa e euforia patriotesca, sob liderança do encarcerado Eduardo Cunha, a Presidente

Dilma foi impichada. Hoje, 17 de abril, um dos principais demiurgos e aparentemente vitoriosos com esse impeachment, o ilibado Aécio Neves, Presidente Nacional do

PSDB, está réu por corrupção e obstrução da Justiça.

Os tempos mudam, as opiniões...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota a REDE?

O SR. MIRO TEIXEIRA (REDE-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Nós vamos votar “não” ao requerimento de votação artigo por artigo.

Queremos votar o projeto, porque entendemos que o conteúdo é útil àqueles que preservam o desenvolvimento com proteção ambiental.

Consequentemente, votamos “não”.

O SR. MISSIONÁRIO JOSÉ OLIMPIO (DEM-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado Missionário José Olimpio votou com o partido nas últimas votações.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota a Minoria?

O SR. JORGE SOLLA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a Minoria indica a obstrução, combatendo o estado de exceção que se

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abateu sobre o Brasil, e denuncia a atitude criminosa — vou repetir: criminosa! — do

Juiz Sergio Moro e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que foi agora colocada em público mais uma vez, com as fotos e os vídeos do apartamento usados de forma mentirosa, para tentar forjar um processo, tornar o Presidente Lula réu, condená-lo e prendê-lo.

É um absurdo como a Justiça mente descaradamente! Aquilo ali é um muquifo. Não houve reforma nenhuma, muito menos uma reforma de 1,2 milhão de reais.

Novamente, delações foram negociadas com mentira, para tentar afastar o

Presidente Lula da eleição. Vocês, canalhas, morrem de medo da eleição do

Presidente Lula! Se ele for para as urnas, vai ganhar mais uma vez e vai reverter a destruição que estão fazendo em nosso País.

O SR. LELO COIMBRA (PMDB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A

Maioria vota “não”.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação o requerimento.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aqueles que forem a favor do requerimento permaneçam como se acham. (Pausa.)

REJEITADO.

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O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ) - Peço verificação, Sr. Presidente.

O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT) - Peço verificação, Sr. Presidente.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ) - Verificação conjunta, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Foi pedida verificação conjunta.

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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A Presidência solicita às Sras.

Deputadas e aos Srs. Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema eletrônico.

Está iniciada a votação.

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A SRA. MARIA HELENA (PMDB-RR. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente, eu quero pedir a V.Exa. que proceda à leitura da Medida Provisória nº 817, de 2018, que regulamenta a Emenda Constitucional nº 98 e que foi aprovada pela Comissão Especial Mista na semana passada, na terça-feira.

Se V.Exa. puder atender esse pedido, as bancadas de Roraima, Amapá e

Rondônia agradecem, porque essa medida provisória regulamenta a emenda constitucional que prevê o enquadramento dos servidores dos extintos Territórios nos quadros da União.

Muito obrigada.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PTB vota “não”.

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PCdoB muda para “obstrução”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O PCdoB está em obstrução. (Pausa.)

O Sr. Rodrigo Maia, Presidente, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pelo Sr. Alberto Fraga, nos

termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, neste momento, eu queria registrar um absurdo que está acontecendo com a Petros, fundo de pensão de trabalhadoras e trabalhadores da

PETROBRAS, que tiveram ampliada a sua contribuição em 200%, 250%. Isso é um grande absurdo.

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E quais são as exigências dos trabalhadores? Eles pedem algo muito razoável: uma auditoria independente, para que seja delimitado o que, de fato, é dívida dos participantes e assistidos.

Nós exigimos, junto com eles, a suspensão dos descontos e o respeito às liminares conquistadas pelos trabalhadores. Além disso, nós denunciamos aqui o não pagamento, por parte da PETROBRAS, de vários compromissos com a Petros.

Por último, denunciamos que esse é mais um ataque que visa à privatização da maior empresa estatal do Brasil.

Toda a nossa solidariedade aos trabalhadores!

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Com a palavra o Deputado Jorge Solla.

O SR. JORGE SOLLA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, parece que golpe e estado de exceção estão virando moda. Faz 2 anos que deram um golpe para tirar a Presidenta Dilma. Agora, o Presidente Lula está na cadeia graças a uma grande mentira, a uma grande farsa, a um grande absurdo.

Sr. Presidente, até os conselhos de corretores de imóveis estão passando por um grande golpe. Acredite ou não, a verdade é que todas chapas de oposição, em todos os Estados, foram impugnadas. Em todos os Estados, todas as chapas de oposição nas eleições dos conselhos regionais de corretores de imóveis foram impugnadas.

Estão falando até em ameaça. Agora quem visitar um imóvel que está à venda passa a ser o dono.

Mas, mais do que isso, a ditadura, o estado de exceção, a ditadura civil está estimulando atos de exceção em todas as áreas, inclusive em autarquias federais.

O SR. CAIO NARCIO - Sr. Presidente, o PSDB quer orientar.

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O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Aguarde 1 segundinho, Deputado.

Tem a palavra o Deputado Delegado Éder Mauro.

O SR. DELEGADO ÉDER MAURO (PSD-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero apenas questionar os políticos de esquerda que vêm aqui repetidamente defender Lula e dizer que não existe crime, que não existe materialidade.

Vejam que engraçado: o Juiz Sergio Moro estava errado, junto com o

Ministério Público e os juízes singulares; os três desembargadores, na segunda instância, e todo o Ministério Público estavam errados; os Ministros do Supremo e a

Procuradoria também estavam errados na condenação de Lula, quando negaram o habeas corpus.

É como se um carro entrasse na contramão na Avenida Paulista e achasse que só ele estava certo, e todo o mundo estava errado.

É brincadeira essa situação, Sr. Presidente!

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Tem a palavra o Deputado Caio

Narcio.

O SR. CAIO NARCIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, preocupa-me muito essa situação que estão criando em torno das empresas que fabricam placas de carros.

Estou sabendo que há um pedido de urgência para a apreciação de um projeto decreto legislativo para permitir que, nessa lógica da nova forma de produção das placas, as empresas que hoje prestam esse serviço continuem a fazê- lo.

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Há um entendimento por parte das agências, que estão querendo fazer com que uma única empresa possa fazer a produção. Isso não faz sentido. Isso é reserva de mercado, atrapalha a produção, não melhora a qualidade do serviço.

É preciso que seja feita a mudança preservando aqueles que fazem as placas com qualidade, enquadrando-os nas novas regras.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Concedo a palavra ao Deputado Fábio

Sousa.

O SR. FÁBIO SOUSA (PSDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero apenas fazer uma crítica construtiva.

Chego ao plenário hoje e vejo que agora nós temos mais um cargo de

Liderança. Antes eram apenas Liderança do Governo e Liderança da Minoria, que representava a Oposição. Depois, criou-se a Liderança da Maioria, e agora temos a

Liderança da Oposição.

Talvez o Parlamento brasileiro seja o único que tem duas Lideranças de

Governo e duas Lideranças de Oposição. Isso é a burocracia do Brasil, que cada vez mais se expressa de forma burra, uma “burrocracia”.

Eu quero fazer essa crítica construtiva e chamar o tema ao debate. Nós temos que parar com isso. O Parlamento brasileiro precisa, na verdade, reduzir o seu tamanho, em vez de aumentá-lo.

Era isso, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Obrigado, Deputado.

Tem a palavra o Deputado Hildo Rocha.

O SR. HILDO ROCHA (PMDB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nós tivemos hoje uma reunião com o Ministro da Integração Nacional,

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Antônio de Pádua, juntamente com outros Deputados da bancada do Maranhão, para tratar do apoio do Governo Federal aos Municípios que estão sendo atingidos pelas chuvas. No Maranhão, vários Municípios foram atingidos — em 12 deles já se decretou situação de emergência.

Inclusive, estivemos com o Prefeito de Marajá do Sena, Município que já foi afetado pelas chuvas, enxurradas e enchentes duas vezes neste ano. O Governo

Federal garantiu que vai dar apoio. Agora é necessário que o Governo do Estado também faça a sua parte e reconheça a situação em que se encontram os

Municípios maranhenses. Inclusive, já está acertado que um representante do

Governo Federal irá ao Maranhão nos próximos 10 dias.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Obrigado, Deputado.

Estamos em processo de votação.

O SR. ANTÔNIO JÁCOME (Bloco/PODE-RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Antônio Jácome votou com o partido na votação anterior.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Tem a palavra o Deputado Delegado

Edson Moreira.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu estou preocupado com essa matança de policiais. Está havendo um extermínio de policiais no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Na última sexta-feira, foi assassinado um investigador de polícia que trabalhava no departamento de homicídios. É muito grave essa situação, porque

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isso está virando troféu de criminoso. O que está acontecendo? Domingo, no Rio de Janeiro, metralharam o carro de um policial, tiraram-no do carro e exibiram o seu corpo morto, dando ainda mais tiros nele. Em Minas Gerais, não foi diferente.

Agarraram um policial, que estava distraído, tomaram-lhe a arma e ceifaram-lhe a vida. Isso é preocupante, Sr. Presidente.

O SR. WELITON PRADO (Bloco/PROS-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Na votação anterior, o Deputado Weliton Prado votou com o partido.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Tem a palavra o Deputado Fábio Trad.

O SR. FÁBIO TRAD (PSD-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, com relação aos crimes de maus-tratos de animais, de que trata a Lei de

Crimes Ambientais, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania desta

Casa aprovou, por unanimidade, projeto de lei, de autoria do Deputado Ricardo Izar, que criminaliza a prática da zoofilia, aumentando a pena, com a finalidade de repressão e prevenção proporcional e razoável dessa conduta criminosa.

Portanto, neste momento, eu parabenizo o Deputado Ricardo Izar, autor da proposição, e todos os membros da Comissão de Constituição e Justiça.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Muito obrigado.

Tem a palavra o Deputado Sergio Souza.

O SR. SERGIO SOUZA (PMDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, registro que está nos visitando a Prefeita Nerilda, de Arapoti, no

Paraná, juntamente com alguns amigos Vereadores, para conhecer o plenário desta

Casa.

Trata-se de um importante Município da Mesorregião Norte Pioneiro do

Estado do Paraná, dos Campos Gerais.

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Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Sejam bem-vindos!

Tem a palavra o Deputado Nilson Leitão.

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu gostaria de deixar registrado que se encontram aqui hoje vários representantes de fábricas de placas de veículos do Brasil inteiro. Esse setor está sendo muito prejudicado pela portaria do DENATRAN.

Quero aqui colocar a minha posição: é um absurdo essa portaria que abre a possibilidade de utilização da placa do MERCOSUL. Não somos contra a utilização desse tipo de placa; somos contra o monopólio que se criou, autorizando apenas duas ou três empresas a fabricarem essas placas. Isso acarretará um impacto de muitos bilhões de reais.

O Brasil precisa ter um sistema interligado de fato. Por exemplo, se roubarem um carro aqui e forem para a Bolívia, não serão localizados, pois a Bolívia não está interligada ao sistema do DENATRAN. Então, de nada adianta. É preciso haver um programa completo.

Por isso, é interessante e muito importante derrubar essa portaria para se discutir uma nova.

O SR. SUBTENENTE GONZAGA (PDT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Subtenente Gonzaga votou com o partido na votação anterior.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Concedo a palavra ao Deputado

Caetano, por 1 minuto.

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O SR. CAETANO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu gostaria de dizer que nós estamos vivendo um momento muito preocupante no Brasil, em função da crise que está havendo em nosso País do ponto de vista político e social.

Nós não aceitamos que Lula continue preso em Curitiba. O nosso movimento, a nossa luta é para que Lula fique livre, para consolidar a democracia brasileira, que corre risco neste instante, com essa confusão política em nosso País.

A nossa maior liderança hoje está na frente em todas as pesquisas e ganha em qualquer cenário, em qualquer pesquisa. A elite brasileira, o PSDB, o DEM e o

PMDB estão profundamente assustados com o que está acontecendo, porque não conseguem estabelecer um candidato, pois Lula ganha em todos os cenários.

Lula livre, Sr. Presidente!

O SR. MIRO TEIXEIRA (REDE-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) Sr.

Presidente, a REDE muda para “obstrução”.

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - A REDE muda para “obstrução”.

Tem a palavra o Deputado Jorge Solla.

O SR. JORGE SOLLA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu queria registrar que, neste último domingo, nós tivemos uma grande plenária em defesa do Presidente Lula, para denunciar os absurdos que o Governo golpista vem fazendo em nosso País. Essa plenária foi realizada em Amargosa, no

Vale do Jiquiriçá, na Bahia, com vários prefeitos, vice-prefeitos, mais de 30 vereadores, várias lideranças, secretários municipais de várias áreas.

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Ficou patente o absurdo e o descalabro desse atentado à democracia. Estão rasgando a Constituição. Estão rasgando o Código Penal. Estão colocando um inocente na prisão — não só o prenderam, com também o estão isolando.

É um crime o que está acontecendo com a prisão de Lula. E um crime maior ainda o isolamento que está sendo feito. Estão impedindo a visita de Governadores, de Senadores, de Parlamentares. Querem isolá-lo do mundo. Não vão conseguir.

Não adianta, porque a mentira não vai prosperar. O golpe não vai prevalecer. A destruição não vai continuar.

Lula livre!

O SR. PRESIDENTE (Alberto Fraga) - Concedo a palavra ao Deputado

Otavio Leite.

O SR. OTAVIO LEITE (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, é com pesar que eu compartilho com os colegas uma reflexão sobre aquele tema que é a maior paixão dos brasileiros: o futebol.

Tem-se notícia de que hoje houve a eleição do Presidente da CBF para os próximos 4 anos, uma eleição absolutamente ilegal, porquanto a assembleia não obedeceu aos princípios estabelecidos pela lei do PROFUT, da qual fui Relator.

Há 1 ano, houve uma assembleia da qual só as federações participaram — alijadas ficaram as séries A e B —, e ali definiram um quórum absolutamente injusto.

Portanto, a tentativa de oxigenação democrática na CBF não obteve êxito até o momento, mas nós vamos envidar todos os esforços, inclusive nas esferas judiciais, para que se corrija esse problema seriíssimo, porque há uma perpetuação de poder dentro da CBF. Isso está erradíssimo. Nós vamos a todas as instâncias necessárias para corrigir esse problema, Sr. Presidente.

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Muito obrigado.

O Sr. Alberto Fraga, nos termos do § 2º do art. 18

do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de

Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu gostaria de comunicar ao Plenário que, às 20 horas, haverá uma sessão extraordinária.

Concedo a palavra ao Deputado Valdir Colatto.

O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu apresentei o Projeto de Lei nº 6.268, de 2016, que trata de uma política para a fauna brasileira.

Nós aprovamos aqui o Código Florestal. Agora precisamos aprovar uma política para a fauna brasileira. É necessária uma regulamentação sustentável em relação aos animais que estão soltos na natureza e hoje se tornaram praga, como os javalis e as capivaras, que estão causando prejuízo econômico e transmitindo doenças, como tuberculose, febre aftosa, raiva, febre maculosa.

Muita gente está fazendo um “antitrabalho” para o Brasil. Há regulamentação da fauna no mundo há mais de 100 anos, mas nós ainda não temos lei que regule essa questão, a não ser portarias, atos infralegais.

Apresentamos o PL 6.268/16, e os ambientalistas radicais, que não leram o projeto e não sabem o que estão falando, estão dizendo por aí que nós estamos liberando a caça no Brasil. Essa é uma apologia do Deputado Nilto Tatto, Presidente da Comissão de Meio Ambiente, que colocou esse projeto debaixo do braço e o

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engavetou no ano passado, e agora está fazendo audiências públicas, levando mentiras sobre o nosso projeto, sem saber o que está falando.

Eu queria deixar registrado que esse projeto é realmente um marco regulatório de uma parte da fauna que está prejudicando o Brasil. Os javalis, por exemplo, trazem doenças, destroem propriedades. Chegou-se ao ponto de ter que fechar as propriedades com cercas para proteger a agricultura.

Nós queremos discutir esse projeto aqui nesta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

Eu gostaria de pedir aos Deputados que não votaram que votem. Já são

19h58min.

Tem a palavra o Deputado Gilberto Nascimento, por 1 minuto.

O SR. GILBERTO NASCIMENTO (PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste momento, ocupo este microfone para lamentar a morte, em São Paulo, ontem, aos 73 anos, do grande radialista Paulo Barboza.

Paulo Barboza começou em Petrópolis, depois foi para Rádio Globo, no Rio de Janeiro, e para a Rádio Tupi e Rádio Globo, em São Paulo. Foi o primeiro radialista a fazer debate político no rádio ouvindo pessoas. Foi um grande apresentador de rádio. Durante 56 anos, enalteceu a figura do radialista no Brasil.

Paulo trabalhou também na Bandeirantes, no SBT e em muitos outros lugares.

Ontem, às 0h20min um infarto do miocárdio o levou para o outro lado do mundo. Por isso, nós queremos manifestar os nossos sentimentos a toda a família de radialistas do Brasil, que perde esse grande nome, e também aos filhos de Paulo

Barboza.

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Que Deus conforte a família de Paulo Barboza e preencha essa lacuna deixada no coração de cada um dos familiares!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário,

deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.

JHC, 3º Secretário.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de avisar que o PTB, às 21 horas, entrará em obstrução, por unanimidade.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Pois não, Deputado Marquezelli.

Tem a palavra o Deputado Joaquim Passarinho.

O SR. JOAQUIM PASSARINHO (PSD-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para registrar que ontem estive na cidade de São Félix do Xingu, no Pará, no Alto Xingu, acompanhando a realização da Semana dos Povos Indígenas.

Nesse evento, reúnem-se todas as etnias indígenas, durante 1 semana, para a realização de jogos dos povos indígenas. Trata-se da ratificação da cultura indígena, muito forte na região do Rio Xingu.

Eu queria mandar um abraço à nossa Prefeita Minervina, aos Vereadores

Osmar, Cátia, Edna, enfim, a todos os que fazem aquela grande festa naquela região, que produz muito no Estado do Pará e mantém suas origens através do respeito aos povos indígenas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Fábio Trad.

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O SR. FÁBIO TRAD (PSD-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero fazer um apelo ao Presidente do BNDES.

O Prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, esteve reunido com o

Presidente do BNDES e com toda a bancada federal, Senadores e Deputados

Federais, para solicitar a liberação de um empréstimo de 200 milhões de reais para o recapeamento das principais ruas e avenidas de Campo Grande. Todas as tratativas já foram efetivadas. Parece-me que, nos próximos meses, esse empréstimo vai ser liberado.

Faço, então, a reiteração desse apelo, para que o BNDES atenda a Campo

Grande, Capital do Estado de Mato Grosso do Sul.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Tadeu Alencar.

O SR. TADEU ALENCAR (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu queria registrar que, de quinta para sexta-feira, chuvas torrenciais atingiram o Sertão de Pernambuco, mais especificamente a cidade de Bodocó — não foi como diz aquele verso do Gonzaga: “Pedi para chover, mas chover de mansinho”.

Com essas chuvas torrenciais, comunidades ficaram isoladas, centenas de famílias ficaram desabrigadas e houve o rompimento de uma ponte que faz a ligação entre as cidades de Bodocó e Ouricuri. Hoje a população dessa região tem que percorrer uma amarga distância de mais de 200 quilômetros para chegar a um local que fica a apenas 18 quilômetros dali. Isso atinge os pequenos comerciantes. Além disso, o Hospital Regional de Ouricuri não pode ser acessado pela população de várias cidades da região, como Exu, Moreilândia, Granito e Bodocó.

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Registro que nós vamos provocar as autoridades federais e o Governo de

Pernambuco para que deem total assistência àquela comunidade e à tão querida cidade de Bodocó.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Edmilson Rodrigues.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tenho consciência de que um povo, uma nação não consegue avançar na construção de um futuro justo, democrático e feliz sem identidade cultural.

Aqui nós temos uma bancada feminina, e nós sabemos o quanto a violência e o machismo ainda são muito fortes no País. Podemos confirmar isso a partir do número de feminicídios. As conquistas da sociedade, as conquistas das mulheres contra o machismo são uma luta que vem de longe.

Eu falo isso para homenagear uma mulher negra, favelada, que trabalhou como enfermeira e assistente social, mas ficou notabilizada no mundo inteiro como grande cantora e compositora, com vários sucessos na sua própria voz e na voz de grandes cantores brasileiros, tendo feito shows em países da Europa, nos Estados

Unidos, no mundo inteiro.

Dona Ivone Lara é orgulho da história do Brasil e orgulho para a luta das mulheres, porque, no momento em que se dizia que escola de samba não aceitava compositoras, ela se afirmou como a primeira compositora de uma escola de samba.

Viva Ivone Lara!

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Tem a palavra o Deputado Vicentinho, antes de encerrarmos.

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O SR. VICENTINHO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, ontem foi sepultada, em Embu das Artes, a grande Raquel Trindade.

Aos 81 anos, Raquel Trindade, filha do grande poeta Solano Trindade, deixou uma família grandiosa — não só a sua família carnal, mas também a sua família de agregados, como ela falava com muito orgulho.

Ela foi recebida pela sua comunidade religiosa com muito carinho, num gesto bonito, num cortejo que parou a cidade de Embu das Artes.

Quero aqui manifestar a minha mais profunda solidariedade e meus pêsames

à grande família de amigos e amigas dessa guerreira, que fez da vida a continuidade da poesia e da arte de Solano Trindade.

Raquel Trindade estará sempre presente em nossas vidas, pela mulher que era, pelo ser humano que foi.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Alguém mais vai votar? (Pausa.)

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Está encerrada a votação. (Pausa.)

Resultado da votação:

SIM: 6;

NÃO: 326;

TOTAL: 332.

ART. 17: 1.

QUÓRUM: 333.

OBSTRUÇÃO: 35.

O REQUERIMENTO FOI REJEITADO.

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO

O SR. ANTONIO BULHÕES (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, considero a dívida pública o real problema de nosso País. Enquanto não for equacionado, não adianta ficar promovendo medidas paliativas, como cortes nas despesas do Governo ou iniciativas similares.

Não só aqui, mas em muitos outros lugares, esta dívida é uma forma de o setor público se financiar, quando a arrecadação tributária não é suficiente para cobrir todas as suas obrigações. Portanto, em princípio, não há nada de errado com esse tipo de endividamento.

O que chama a atenção no Brasil é a associação de juros elevados, mesmo após as recentes reduções da SELIC, e prazos curtos de vencimento, em uma dinâmica que leva ao constante crescimento da dívida. Segundo dados do Tesouro, por exemplo, nos últimos 10 anos, a dívida federal mais que dobrou: em 2007, o estoque era de 1,33 trilhão de reais e, agora, está em 3,55 trilhões de reais.

Para que se tenha uma ideia do que isso representa, a lei orçamentária de

2018 prevê despesas de 3,5 trilhões de reais, e desse montante 1,16 trilhão de reais se destinam ao refinanciamento da dívida pública. Em outras palavras: um terço do

Orçamento será destinado ao pagamento desta dívida, melhor dizendo, dos juros, porque o principal quase não se consegue amortizar, sendo constantemente rolado.

Desta forma, o mecanismo desenvolvido para que o Estado pudesse fazer frente a suas obrigações, financiando melhores serviços de saúde, educação e segurança em prol da população, acabou sendo deturpado. Entramos em um círculo

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vicioso que impõe um enorme fardo à população brasileira. Suga grande parte dos recursos orçamentários, sem oferecer a devida contrapartida, e impede, assim, que o País se desenvolva.

O que parece é que este mecanismo agora serve apenas para canalizar recursos públicos em direção ao sistema financeiro, mediante a contratação de novas dívidas, a fim de pagar as antigas. Como estas são, em larga medida, constituídas pela cobrança de juros sobre juros, não importa quanto se pague: sempre se ficará devendo. É como enxugar gelo.

Não admira que os bancos, os grandes credores, estejam sempre anunciando lucros fantásticos, apesar da crise, da recessão e do desemprego, que tantos sacrifícios cobram do cidadão comum.

Por isso, defendo a realização de auditoria da dívida pública que mostre por que ela não para de crescer e de consumir parcelas cada vez maiores do

Orçamento, sem gerar benefício algum para a população. Segundo estimativas, mantendo-se o ritmo atual, a relação entre a dívida bruta do Governo geral, que engloba Estados e Municípios, e o PIB deverão atingir o patamar de 93,5% em

2025, ou seja, quase a totalidade de tudo o que é produzido no País.

Não tenho dúvida de que se trata de uma bomba relógio que precisa ser desarmada com urgência. Só se conhecendo seus mecanismos internos de funcionamento, isso poderá ser feito.

Assim, peço o seu apoio para a realização da auditoria da dívida pública, que nos trará os esclarecimentos sobre a gravidade do problema e nos permitirá propor as medidas necessárias para o seu equacionamento.

Muito obrigado.

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O SR. VINICIUS CARVALHO (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, demais presentes, caros telespectadores da TV Câmara e ouvintes da Rádio Câmara, estão por vir mudanças no cheque especial. Mas até que ponto a medida beneficia o consumidor? A partir de 1º de julho, os bancos entrarão em contato com os clientes que usarem mais de 15% do limite da conta por 30 dias consecutivos, oferecendo um financiamento pessoal mais barato como alternativa.

Segundo a FEBRABAN — Federação Brasileira de Bancos, a iniciativa representa um avanço para o setor. A instituição alega que o uso mais adequado vai reduzir a inadimplência sobre o cheque especial, permitindo a redução do juro. Mas já é possível prever que as mudanças terão pouco impacto na vida das pessoas, até porque a situação financeira da maioria dos brasileiros é muito difícil, diante da realidade do nosso País. Há, inclusive, a perspectiva de que essa alteração acabe levando o consumidor a uma situação de superendividamento, que é o que acontece para quem tem acima de 50% da renda comprometida com débitos.

É grande a possibilidade do cliente que entrou no cheque especial adquirir um financiamento pessoal, proposto pelo banco, e, no mês seguinte, retornar para o cheque especial. A consequência será perniciosa, porque em 30 dias ele transformará uma dívida em duas, e assim sucessivamente.

Considerar que os bancos estejam preocupados com os clientes parece-me surreal. Ao contrário, o que se observa é a ganância, a luta sem escrúpulos pelos lucros exorbitantes. Basta observar que 1 ano e 4 meses depois do início do corte dos juros pelo Governo, a taxa cobrada pelos bancos no cheque especial praticamente não saiu do lugar. Ou seja, ignoram a SELIC, que é a taxa que serve

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de referência para toda a economia.

O próprio Banco Central investigou como as instituições bancárias estão repassando as quedas da taxa básica de juros a consumidores e empresas. A constatação é de que o cheque especial, uma das linhas mais caras do mercado financeiro, é a única modalidade de crédito a não acompanhar o recuo da SELIC.

Nos últimos meses, inclusive, ganharam corpo críticas de que as instituições represaram o afrouxamento, o que teve como resultado taxas de mercado mais elevadas do que se poderia esperar com a SELIC no piso histórico de 6,5% ao ano.

Na contramão, a taxa média de juros cobrada pelos bancos atinge, em média,

324% ao ano. Isto significa que uma dívida de R$ 1 mil sobe para R$ 4.240 depois de 1 ano no cheque especial.

O que se projeta é que a nova regra dos bancos tende a alongar o tempo de dívida dos clientes. A inadimplência do cheque especial deve reduzir imediatamente, mas o grau de endividamento das famílias deve ficar o mesmo, a partir da percepção de que a inadimplência de curtíssimo prazo estará sendo pulverizada em outras de prazo maior. Tudo isso sem contar que, historicamente, é difícil a negociação com os bancos.

Uma pesquisa divulgada pelo IDEC — Instituto Brasileiro de Defesa do

Consumidor com 1.815 devedores concluiu que, dos 53,6% que já tentaram renegociar uma dívida, apenas 39,2% obtiveram sucesso. A maioria dos entrevistados disse que a instituição financeira não avaliou a capacidade de pagamento do cliente.

Paralelamente, os bancos vêm reajustando as tarifas avulsas e os pacotes de serviços bem acima da inflação. Temos, portanto, o aumento acentuado de preço,

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sem uma contrapartida de melhorias nos serviços prestados.

Todos os pontos analisados sinalizam para a necessidade urgente de aprimoramento das normas de regulação, incluindo os critérios de reajuste, afinal de contas o consumidor não pode ficar à mercê das imposições do mercado financeiro.

Muito obrigado!

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O SR. MARCIO ALVINO (PR-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta Casa ou em eventos estaduais e municipais, eu e o Deputado Estadual André do Prado trabalhamos e nos dedicamos para garantir a construção e entrega de obras que façam a diferença para a população. Entre as agências do INSS que eu e o Deputado Estadual André do

Prado trabalhamos para tirar do papel está a do Município de Guararema.

Com o objetivo de batizá-la com o nome de um cidadão ativo em sua comunidade e fazer com que seu bom exemplo fique registrado na História, apresentei o Projeto de Lei nº 10.005, de 2018, que a nomeia Agência Luiz Antonio

Serrano.

Serrano nasceu naquele Município em 1953, estudou Química e Mecânica e, antes mesmo de concluir o ensino superior, já trabalhava na estação de tratamento de água de sua cidade. Atuou como pesquisador na Johnson & Johnson e durante toda sua vida foi um exemplo de honestidade, integridade, caridade e amor ao próximo em suas ações, como técnico, cientista ou voluntário nos trabalhos da

Igreja. Sorridente, de palavra amiga e humor inteligente, era um bálsamo para todos aqueles com que conversava.

Pessoas íntegras, responsáveis, alegres e sensíveis como Luiz Antonio

Serrano devem ser homenageadas e perpetuadas em nossa memória.

Muito obrigado.

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O SR. RUBENS PEREIRA JÚNIOR (PCdoB-MA. Pronunciamento encaminhado pelo orador. ) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos termos do

Regimento Interno, dada a impossibilidade de leitura em plenário, solicito a V.Exa. que seja dado como lido, para efeito de registro nos Anais desta Casa, este discurso de minha autoria.

Lançamento da pré-candidatura da Manuela D'Ávila.

Caros, nesta segunda-feira, eu participei do lançamento do manifesto da pré- candidatura de Manuela D'Ávila (PCdoB) à Presidência da República, em São Paulo.

O Teatro Oficina, escolhido para receber o evento, foi ocupado por artistas, intelectuais, lideranças políticas e sociais, além da filha do ex-Presidente Lula,

Lurian Cordeiro Lula da Silva. Todos estiveram presentes, num ato marcado pela unidade em defesa da liberdade.

O ato representa o fortalecimento do campo progressista. Manuela D'Ávila mostrou que está pronta para o desafio, com boas ideias e um posicionamento moderno. É uma política do século XXI.

Durante o lançamento do manifesto pela liberdade, Manuela convidou todos a construírem a sua pré-candidatura, afirmando que, “para o Brasil ser uma grande

Nação, é preciso garantir liberdade para o País caminhar com suas próprias pernas,

é preciso liberdade para nossa gente e é preciso gritar em alto e bom som que queremos Lula livre, porque a liberdade de Lula é o resgate das soluções democráticas”.

Depois de ler o texto em que aponta os principais pontos da plataforma que defende, a pré-candidata fez uma defesa da unidade das forças progressistas, defendendo que a prisão de Lula simboliza a tentativa de conter as ideias de

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esquerda. Em suas palavras, “se Lula vale a luta, Lula também vale a nossa unidade e o estabelecimento de pontes. Nós nunca fomos óbice para a unidade. Pelo contrário. O PCdoB sempre foi a estrada que tentou conduzir o Brasil por esse caminho”. Ainda ressaltando a ousadia do partido ao lançar o seu nome à disputa presidencial, Manuela afirmou: “Ousamos porque dizemos que sonhamos, porque nossos sonhos valem a pena”.

Em uma noite permeada por músicas que remetiam em especial à resistência democrática das décadas de 1960 e 1970, a cantora Ana Cañas — que tem participado ativamente das manifestações contra o golpe e a prisão política do ex-

Presidente Lula — abriu o evento com a música Velha Roupa Colorida, de Belchior.

Diversos artistas e intelectuais, como Chico Buarque, ,

Gilberto Gil e , enviaram vídeos para o ato, em defesa das liberdades e em apoio a Manuela.

O teólogo ressaltou a importância da pré-candidatura comunista e disse se associar ao manifesto lido no evento. Ele defendeu que precisamos refundar o nosso País. O ator Wagner Moura celebrou o lançamento do nome da comunista e declarou que ficaria muito feliz em viver num país governado por ela.

Representantes do campo popular e democrático falaram sobre a atual conjuntura no País e saudaram a importância da pré-candidatura de Manuela nesse contexto. O ex-Ministro dos Governos Lula e Dilma Celso Amorim (PT) sublinhou a necessidade de se afastar o fascismo, em meio à escalada do ódio no País.

Na ocasião, o Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), ressaltou a sua admiração pelo PCdoB, afirmando que sempre estiveram ao seu

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lado os bravos guerreiros do PCdoB e que Manuela D'Ávila é uma “guerreira” que se propõe a esse desafio grandioso de disputar a Presidência pelo campo democrático e popular. Ele mencionou a comunista como a pessoa mais qualificada no cenário atual, tendo em vista que Lula está preso.

Obrigado.

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A SRA. BRUNA FURLAN (PSDB-SP. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Relator, Deputado Jhonatan de Jesus, ilustres convidados, representantes dos Ministérios Integrantes do Comitê

Federal de Assistência Emergencial, senhoras e senhores, o Senador Paulo Paim,

Presidente da Comissão Mista encarregada de examinar a Medida Provisória nº 820, de 2018, que “dispõe sobre medidas de assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária”, encontra-se hoje ausente de Brasília, devido a compromissos externos ligados a diligências da Comissão de Direitos Humanos e Legislação

Participativa do Senado (CDH), da qual é o Presidente.

Em virtude desse impedimento, o Senador solicitou-me que presidisse esta reunião de audiência pública da Comissão Mista, tarefa que muito me honra e que buscarei desempenhar como se o próprio Presidente da Comissão, com sua vasta experiência na área dos direitos humanos, aqui estivesse.

Na última terça-feira, dia 10 de abril, em nossa reunião inaugural, aprovamos o Plano de Trabalho da Comissão. O Plano prevê a realização de reuniões de trabalho, em Brasília; assim como de reuniões in loco, no Estado de Roraima. Foi prevista também a realização de três reuniões de audiência pública, com a participação dos principais atores envolvidos no atendimento da crise dos refugiados venezuelanos.

Na primeira reunião de audiência pública, que hoje realizamos, escutaremos os representantes dos Ministérios que integram o Comitê Federal de Assistência

Emergencial.

Na reunião de amanhã, dia 18 de abril, contaremos com a participação de

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representantes de organismos internacionais, como também de diplomata da

Embaixada do Canadá, país com bem-sucedida experiência no acolhimento de fluxo migratório derivado de crise humanitária.

Na audiência de quinta-feira, dia 19 de abril, será a vez de recebermos representantes de órgãos governamentais, universidades e entidades da sociedade civil que trabalham com a questão migratória.

Também na última terça-feira, dia 10, mantivemos — o Senador Paulo Paim, o Relator e eu — reunião informal, que contou com a participação de representantes do ACNUR, do Instituto DE Migrações e Direitos Humanos e da Defensoria Pública da União, entidades cuja parceria muito nos tem ajudado.

Em especial, gostaria de chamar a atenção de todos para o Relatório da

Missão Roraima, produzido pela Defensoria Pública da União, material de grande utilidade para os trabalhos da Comissão.

A Defensoria Pública da União tem atuado como importante guardiã da nova

Lei de Migração (Lei nº 13.445, de 2017), bem como da Lei do Refúgio (Lei nº 9.474, de 1997) e da Lei para a Prevenção e Repressão ao Tráfico de Pessoas (Lei nº

13.344, de 2017) — tríade legal de extrema relevância para o exame da atual crise dos migrantes venezuelanos.

Como todos sabem, a crise humanitária com que nos deparamos ganhou proporções significativas nos últimos meses. Segundo estimativas da Polícia

Federal, mais de 40 mil refugiados oriundos da Venezuela entraram no Brasil por

Roraima, e parte significativa permanece ainda em Boa Vista. Em Municípios de fronteira, como é o caso de Pacaraima, mais de 350 venezuelanos entram por dia.

Esse fluxo migratório exerce forte pressão sobre os serviços públicos, gerando ainda

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dificuldades de acomodação dos migrantes e significativo impacto sobre o mercado de trabalho. Como consequência, são crescentes as resistências entre a população local.

Tal situação requer a adoção de medidas emergenciais, sobretudo nas áreas de regularização de documentos, abrigo, saneamento, saúde e educação, que permitam o devido acolhimento dos refugiados e facilitem, num momento posterior, sua internalização e inserção produtiva em nosso País.

O texto da Medida Provisória nº 820, de 2018, complementado pelo Decreto nº 9.286, de 2018, instituiu o Comitê Federal de Assistência Emergencial, que irá coordenar as políticas públicas a serem adotadas pelo Governo Federal para atender os refugiados. O Comitê será integrado por representantes, titulares e suplentes, de 12 Ministérios: Casa Civil; Justiça; Defesa; Relações Exteriores;

Educação; Trabalho; Desenvolvimento Social; Saúde; Planejamento; Integração

Nacional; Direitos Humanos; e Gabinete de Segurança Institucional. Mais uma vez, saúdo a todos os representantes desses órgãos, que participaram da audiência pública de hoje.

As medidas de assistência emergencial previstas na MP 820/18 para acolhimento dos refugiados incluem políticas de proteção social, atenção à saúde, oferta educacional, garantia de direitos humanos, logística de distribuição de insumos, entre outras. Também serão priorizadas a mobilidade e a distribuição dos estrangeiros no País.

De imediato, a MP 820/18 será aplicada na elaboração de políticas públicas voltadas para o atendimento dos venezuelanos que estão migrando em massa para o Estado de Roraima. É importante notar, no entanto, que o texto dessa medida

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provisória tem como horizonte o porvir, conferindo parâmetros à ação governamental no caso de outras crises humanitárias que venham a ter impacto sobre o nosso

País.

Precisamos, por conseguinte, trabalhar com nossas atenções equilibradas entre o necessário equacionamento da atual crise migratória e o imperativo de estabelecermos uma legislação eficaz que nos permita lidar com todos os fluxos migratórios — presentes e futuros — decorrentes de crises humanitárias.

Devemos, nesse sentido, evitar a perspectiva meramente conjuntural sobre a crise humanitária que temos diante de nós, especialmente neste ano de calendário eleitoral intenso, ânimos exacerbados e sensacionalismo nos meios de comunicação e nas redes sociais.

Por esse motivo, recebi com profunda tristeza a notícia de que a Governadora

Suely Campos ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira, dia

13, a Ação Cível Originária (ACO) nº 3121, com pedido de tutela provisória, para pedir à União que feche temporariamente a fronteira entre o Brasil e a Venezuela, impedindo a entrada de cidadãos venezuelanos no Estado de Roraima.

Embora a ACO apresentada pela Governadora junto ao STF faça referência à

MP 820/18, seu texto demonstra surpreendente falta de coordenação com o

Legislativo, uma vez que desconsidera os esforços em curso no Congresso Nacional para que a ajuda federal ao Estado de Roraima se torne efetiva.

A proposta de simples fechamento da fronteira nada resolve. Ela apenas acirra os ânimos, ao afrontar princípios como a promoção e a garantia dos direitos humanos, a acolhida humanitária, o repúdio à xenofobia e a não criminalização da migração, consagrados na Constituição de 1988 e em nossa legislação recente, bem

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como em compromissos internacionais firmados pelo Governo brasileiro, tais como a

Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados e o Protocolo de 1967.

Estimados colegas, a solução da crise humanitária dos migrantes venezuelanos não virá por meio de ações unilaterais, movidas pelo espírito populista e por cálculos eleitorais. Pelo contrário. O desafio posto por essa crise requer o incremento das ações de acolhimento e internalização dos refugiados, com vistas a sua inserção harmoniosa e produtiva na sociedade brasileira.

Os imigrantes venezuelanos, mais do que nossos vizinhos, são nossos irmãos, que conosco compartilham a cultura latina e as raízes ibero-americanas.

Temos o dever de acolhê-los e de apoiá-los em seu momento de maior necessidade.

Tudo faremos, em parceria com os órgãos do Governo Federal aqui representados, para que os recursos cheguem a Roraima e para que a população do Estado seja protegida dos efeitos da crise migratória, sobretudo no que diz respeito à pressão sobre os serviços públicos.

Tenho a convicção de que a crise dos refugiados venezuelanos em Roraima é um fenômeno passageiro, que deverá se resolver em breve, assim como foi resolvida a situação dos imigrantes haitianos no Acre. Para isso estamos aqui — e nesse sentido iremos trabalhar, com afinco.

Existem, contudo, aspectos estruturais que podemos identificar na crise atual, e estes merecem toda a nossa atenção, sobretudo quando apontam para a necessidade de aprimoramento de nossa legislação e de nossas instituições.

Na crise dos migrantes venezuelanos vemos, por exemplo, o tema das migrações indígenas, que, desafortunadamente, acabou por ficar de fora da nova Lei

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de Migração devido a veto aplicado sobre o projeto original aprovado pelo

Congresso.

Vemos também, na atual crise, a questão das crianças e dos adolescentes não acompanhados, das mulheres desassistidas e da vulnerabilidade dos migrantes

à atuação das redes criminosas.

Temos ainda a questão dos migrantes não documentados, bem como o tema do reconhecimento de diplomas, fundamental para a inserção produtiva dos migrantes em nossa sociedade, matéria de que tratei no Projeto de Lei nº 9.947, de

2018, que concede aos refugiados admitidos no Brasil a isenção no pagamento de taxas relativas aos processos de revalidação (ou reconhecimento) de diplomas de graduação, mestrado e doutorado.

Esta é a pauta dos debates que hoje teremos. Mais uma vez, agradeço a presença de todos. Estou segura de que, nos trabalhos da Comissão Mista, poderemos aprimorar o texto da MP 820/18, acentuando seu caráter humanitário e estabelecendo melhores condições para o acolhimento dos refugiados em nosso

País e sua integração produtiva em nossa sociedade.

Muito obrigada.

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A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, desde que assumi o primeiro mandato como Deputada Federal, no ano de 2011, estabeleci o enfrentamento às drogas como prioridade da minha atuação parlamentar.

Ao longo dos últimos anos, busquei trabalhar com determinação no acompanhamento das políticas públicas sobre drogas, na proposição de projetos de lei e na discussão com especialistas e organizações que militam nessa área.

Participei da Comissão Especial de Políticas Públicas sobre Drogas na

Câmara ao lado de Parlamentares comprometidos com essa causa. Foram anos de muita dedicação, estudo e trabalho, que culminaram na elaboração, na discussão e na votação do Projeto de Lei nº 7.663, de 2010, de autoria do Deputado Osmar

Terra.

A proposta, que foi aprovada pela Câmara e está em processo final de tramitação no Senado, sugere um conjunto de ações e estratégias nas áreas da prevenção, do tratamento, da reinserção social e da repressão ao tráfico.

O projeto cria uma nova política nacional sobre drogas, cujo objetivo é oferecer programas de prevenção e de tratamento baseados em evidências, com cuidados adequados às necessidades de cada paciente.

Não tenho dúvidas de que esse projeto representa um enorme avanço na luta contra drogas. Todos nós sabemos que é fundamental reforçar as políticas públicas de enfrentamento das drogas, melhorar a rede de tratamento dos usuários, aprimorar os instrumentos de reinserção social dos dependentes químicos, bem como de recolocação dessas pessoas no mercado de trabalho e no sistema educacional.

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O projeto fortalece a rede de serviços de enfrentamento das drogas, criando estratégias capazes de melhorar o atendimento aos dependentes químicos e suas famílias, dando oportunidades concretas para que os usuários de drogas reconstruam suas vidas, fornecendo ferramentas para que se aprimorem as ações de repressão ao tráfico e também, com muita ênfase, as políticas de prevenção, voltando a atenção para as escolas, para as famílias, para as comunidades.

Entre os principais pontos do projeto estão, por exemplo, a definição da modalidade de acolhimento, a ser desenvolvida pelas comunidades terapêuticas; a organização do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas — SISNAD, com divisão de competências pelos entes federados e avaliação detalhada das políticas; o aumento de vagas de estudo e trabalho para os dependentes químicos; a indisponibilidade de uso dos bens dos traficantes; o aumento de penas para traficantes e a previsão de novos instrumentos de financiamento das ações.

Chegamos à conclusão de que o enfrentamento das drogas não pode ser realizado com sucesso sem a colaboração das comunidades acolhedoras e terapêuticas.

É necessário apoiar essas instituições, qualificá-las e financiá-las para que, integradas na rede de atenção integral ao usuário de drogas, ofereçam o melhor de si para a sociedade. Para viabilizar essa participação, elaboramos uma série de dispositivos para orientar a articulação e o financiamento dessas entidades na Rede

Nacional de Políticas sobre Drogas.

O projeto traz um amplo detalhamento a respeito de como funcionará o sistema, com a organização da rede, a definição dos atores e das competências de cada um deles, as diretrizes para a política e o papel dos conselhos, que passarão a

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funcionar como os conselhos tutelares, que têm poder, por exemplo, de requisitar informações às autoridades.

Uma novidade é a criação de mecanismos para avaliar e acompanhar as políticas públicas nessa área, com a previsão de sanções administrativas para os gestores que não cumprirem o que foi pactuado.

No tratamento, uma das novidades é o Plano Individual, com uma série de parâmetros para o atendimento de cada dependente químico. A existência desse plano ajudará na padronização do atendimento, o que não ocorre atualmente.

Outra proposta é a desintoxicação involuntária, ou seja, a possibilidade de o usuário de drogas ser internado contra a sua vontade, após decisão da família e parecer do médico.

A medida é considerada polêmica e divide as opiniões dos especialistas. No entanto, depois de percorremos todo o Brasil, conhecendo de perto o drama dos dependentes químicos e de suas famílias, concluímos que a internação involuntária, que deve ser adotada somente nos casos extremos, é necessária justamente para salvar vidas.

Muitos usuários, principalmente aqueles viciados em crack, perdem a capacidade de tomar decisões equilibradas. Por isso há necessidade da internação involuntária.

Não se trata de ferir o direito individual. Não é um retrocesso, como muitos creem. É apenas uma medida que se faz necessária em situações graves, em que a família se vê completamente impotente diante do sofrimento do dependente químico, que, aos poucos, vai destruindo a própria vida e a de quem o cerca.

É importante deixar claro que essa medida visa apenas a promover a

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desintoxicação. Depois desse período o paciente, para continuar o tratamento, é encaminhado a outros serviços, como os CAPS AD ou as comunidades terapêuticas.

Na parte penal, o projeto propõe o endurecimento das punições para os traficantes, com penas variando entre 8 e 15 anos e agravantes para quem misturar drogas. Outras medidas são a indisponibilidade dos bens dos traficantes e a disponibilização desses recursos para o poder público.

É importante ressaltar que, para os usuários, continua a ser aplicada a Lei nº

11.343, de 2006. Essa legislação despenaliza os usuários e evita que eles sejam presos por portar drogas para consumo próprio.

Um grande avanço do projeto é a questão do financiamento. A escassez de recursos para o enfrentamento das drogas aponta para a necessidade de serem criados outros mecanismos de financiamento para as políticas públicas nessa área.

Assim, a proposta traz um capítulo só para o financiamento das ações de prevenção e combate às drogas, contemplando o que diz o Projeto de Lei nº 1.359, de 2011, de minha autoria, que dispõe sobre a possibilidade de dedução, no Imposto de Renda, das doações feitas em favor dos Fundos Nacional, Estaduais, Distrital ou

Municipais de Políticas sobre Drogas.

É de fundamental importância facilitar a vida do contribuinte na hora da decisão sobre o destino de suas doações. Isso confere, com certeza, mais dinamismo a esses fundos, viabilizando, inclusive, que se aumente o montante a ser aplicado nas políticas de prevenção e combate às drogas.

A possibilidade de o contribuinte decidir como será aplicada parte do Imposto de Renda por ele devido significa, sem dúvida alguma, uma vitória na construção de

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uma cidadania responsável e solidária.

Portanto, Sras. e Srs. Deputados, acredito que é importante lutar para que o

Senado conclua o quanto antes esse processo, aprovando o projeto.

Trata-se de uma proposta que foi construída com a participação de especialistas, representantes do poder público e das organizações que atuam no enfrentamento às drogas, além de Parlamentares dos mais variados partidos.

O resultado foi a criação de uma consistente política pública de prevenção e combate às drogas que oferecerá instrumentos ao País para que possa avançar mais nessa batalha pela vida.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada.

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O SR. STEFANO AGUIAR (PSD-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as exportações do agronegócio mineiro alcançaram 7 bilhões e 900 milhões de dólares no ano passado, com crescimento de 8,1% em relação ao ano anterior. Os produtores rurais mineiros vêm criando cada vez mais riqueza para o País. Venho hoje parabenizá-los e agradecer- lhes.

Os números do agronegócio mineiro alegram o noticiário econômico e, claro, as refeições dos brasileiros. Minas Gerais é o maior produtor nacional de café e de leite de vaca; além disso, é o segundo maior produtor de cana-de-açúcar. Quer dizer, numa xícara de café com leite, é bem possível que todos os três principais componentes da bebida sejam de origem mineira. De Minas Gerais vem não só o café da manhã, mas também o almoço: o Estado já é o segundo maior produtor de feijão no País.

Se muito do que se produz é consumido no mercado interno, isso não impede que o volume e o valor das exportações continuem crescendo. Como já mencionado, no ano passado, o Estado vendeu a outros países quase 8 bilhões de dólares em produtos da agropecuária. Desse valor, 43,4% correspondeu à exportação de café. Foram remetidos ao exterior mais de 20 milhões de sacas.

Dentro da pauta de exportações do agronegócio mineiro, a segunda maior categoria depois do café foi a dos produtos sucroalcooleiros. Em seguida vieram os produtos da soja, como grãos, farelo e óleo; e, em quarto lugar, a carne, sobretudo a bovina.

O ano passado foi bom, e há motivos para otimismo também para este ano.

Para o café, por exemplo, a Companhia Nacional de Abastecimento calcula que, em

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2018, a produção de Minas Gerais seja entre 19% e 25% maior, chegando a cerca de 30 milhões de sacas.

Não são só produtos de base os exportados pelo campo mineiro. O pão de queijo, receita tradicional mineira, está se popularizando no exterior. Uma única empresa despachou 1.300 toneladas de pão de queijo para quinze países. Outra, envia 10 toneladas por mês ao Japão.

A diversificada produção de Minas Gerais alimenta a população, traz divisas para o País e gera emprego e renda. Do campo vêm grandes riquezas para o País.

Por isso, é preciso retirar obstáculos do setor.

A produtividade dentro das fazendas não para de crescer, mas ainda esbarra em gargalos de transporte e armazenamento. Esse e outros problemas diminuem a prosperidade dos empresários e trabalhadores do campo, e, indiretamente, de todo o País.

Na tarefa de reconduzir o Brasil ao crescimento econômico, a valorização do papel da agropecuária é indispensável. O campo já gera bilhões, e pode gerar ainda mais, em benefício de todos os brasileiros.

Por isso, eu parabenizo os produtores mineiros, e, a partir deles, todos os produtores rurais do País.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de comunicação desta Casa legislativa e no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PR. MARCO FELICIANO (Bloco/PODE-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com muita honra que uso esta tribuna para comentar a invasão do apartamento tríplex no

Guarujá, objeto de litígio envolvendo o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A invasão foi feita pelo MTST — Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, liderada pelo agitador social Guilherme Boulos. Cerca de 30 pessoas forçaram a entrada no edifício, em seguida arrombaram a porta do apartamento, estenderam faixas com palavras de ordem, numa demonstração de desprezo pelas leis e pelos direitos de moradores do local.

Cometeram o crime de esbulho possessório, previsto no art. 161 do Código

Penal, e contaram com a habilidade da Polícia Militar, que, evitando fazer o jogo dos criminosos, o de se vitimarem, deram prazo para que se retirassem, o que foi decidido pela liderança da invasão, sob pena de ser dada voz de prisão.

Aguardamos que as autoridades zelosas pela lei e pela ordem os responsabilizem, inclusive ao Sr. Guilherme Boulos, por induzimento ao crime, usando verbas de origem duvidosa para comprar pessoas humildes, para colaborar com a sanha criminosa de membros de partidos socialistas que tentam a qualquer custo voltarem ao poder de onde foram alijados por forte pressão popular.

Finalizo pedindo a Deus que ilumine as lideranças políticas para que se mantenham dentro da lei e derrame as mais escolhidas bênçãos celestiais a todos.

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VII - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (JHC) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:

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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Encerro os trabalhos, convocando Sessão

Deliberativa Extraordinária para hoje, terça-feira, dia 17 de abril, às 20h07min, com a seguinte Ordem do Dia: Medida Provisória nº 809, de 2017; Projeto de Lei nº 9.617, de 2018; e Projeto de Lei Complementar nº 441, de 2017.

Haverá matéria sobre a mesa para deliberação.

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O SR. PRESIDENTE (JHC) - Está encerrada a sessão.

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(Encerra-se a sessão às 20 horas e 6 minutos.)

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO AO GRANDE EXPEDIENTE DA SESSÃO NÃO DELIBERATIVA DE

DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 005, REALIZADA EM 07 DE

FEVEREIRO DE 2018 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Com revisão do orador.) - Sr.

Presidente, preliminarmente, gostaria de agradecer a distinção do eminente colega diplomata, Deputado Sóstenes Cavalcante, que teve a gentileza de me ceder o seu horário para que eu ocupasse, neste momento, o Grande Expediente.

Sr. Presidente, hoje reporto-me a um problema suscitado involuntariamente

— sei lá — entre este Parlamentar, o Congresso e o Ministério da Educação.

Em 2015, eu apresentei emenda de bancada destinando recursos para a

Universidade Federal do Piauí, no campus da Parnaíba, cujo objetivo era a construção do prédio da Faculdade de Medicina e um chafariz. Havia uma caixa d’água que estava parada há muitos anos. O Campus de Parnaíba demandava uma série de melhoramentos nos equipamentos laboratoriais e na sua infraestrutura. Em

2016, a Presidenta Dilma Rousseff autorizou a liberação, pouco antes de deixar o

Governo, de 9 milhões de reais empenhados para a Universidade, destinados à minha emenda pertinente ao campus da Universidade Federal do Piauí, em

Parnaíba. E, ao mesmo tempo, encaminhou ao Congresso, a meu pedido, um projeto de lei de competência privativa da Presidência da República, criando a

Universidade Federal do Delta do Parnaíba.

Como V.Exa. sabe, a Constituição Federal é bem clara, salvo engano, no seu art. 61, que diz que toda proposta que envolva a criação de cargos ou criação de

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despesas é de competência privativa da Presidência da República. Nós, do

Congresso, não temos a faculdade de elaborar projetos de lei que envolvam criação de cargos, de funções ou de despesas. Consequentemente, não podemos criar universidades. A proposta tem que ser do Executivo.

E aqui lutamos por ela, com muita dificuldade, com uma série de empecilhos que não vem ao caso comentá-las, mas que geraram obstáculos por parte de algumas autoridades, porém finalmente, por meio de acordo de Lideranças, conseguimos trazer para o Plenário, em dezembro, e aqui foi votada, por unanimidade, a criação da Universidade Federal do Delta do Parnaíba, que já tinha sido aprovada nas Comissões de Educação, de Trabalho e a de Finanças, onde, durante 6 meses, houve longos debates para que conseguíssemos aprovar naquela

Comissão.

Mas, Sr. Presidente, em 2016, eu apresentei uma emenda ao orçamento da

União para o Parque Nacional da Serra da Capivara. A Comissão de Orçamento indeferiu a minha emenda, alegando o seguinte: enquanto não fosse completada

100% da execução das emendas correspondentes às obras no campus na

Universidade Federal, em Parnaíba, eu não poderia apresentar outra emenda de bancada. Baseado, Sr. Presidente, na Resolução nº 1, de 2006, do Congresso

Nacional, que assim diz no seu art. 47:

Art. 47. As emendas de Bancada Estadual deverão:

(...)

§ 2º Os projetos constantes de lei orçamentária

anual, oriundos de aprovação de emendas de Bancada

estadual, uma vez iniciados, deverão ser, anualmente,

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objeto de emendas apresentadas pela mesma Bancada

Estadual até a sua conclusão (...)

Em razão disso, Sr. Presidente, o relatório Setorial

para a Área Temática do Meio Ambiente, publicado em

dezembro de 2016, da Comissão de Orçamento, fez a

seguinte observação ao indeferir a minha emenda:

“Destaque-se que a emenda de apropriação nº

71190001, da Bancada do Piauí, foi originalmente

destinada à ação 20WM - Apoio à Criação, Gestão e

Implementação das Unidades de Conservação Federais

— Parque Nacional Serra da Capivara — No Estado do

Piauí”.

Contudo, o conteúdo dessa emenda foi alterado

para atender determinação do Comitê de Admissibilidade

de Emendas — CAE, relativa à necessidade de repetição

obrigatória de emendas de bancada estadual, de

bancadas dos Estados, prevista nos §§2° e 3° do art. 47

da Resolução nº 1/2006-CN e no item 24 da Parte

Dispositiva do Relatório de Atividades do CAE. Tal

mudança consta de solicitação Sisel nº 62, de autoria da

referida Bancada Estadual.

Nesse sentido, então, a Comissão do Orçamento, de ofício, declinou a minha emenda de bancada, para o campus de Parnaíba, da Universidade Federal do Piauí.

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Em obediência à regra do comitê de admissibilidade tornou-se novamente obrigatória a reapresentação da mesma emenda, anexo 1, no Orçamento Geral da

União — OGU de 2018, conforme se extrai do texto publicado pela Comissão Mista do Orçamento — CMO, no item 6:

“Necessidade de repetição de obras iniciadas -

Projetos já contemplados por emendas de bancada que já

tiveram mais de 20% de execução física devem ser

repetidos. O art. 47, §2° da Resolução nº 1, de 2006-CN

torna obrigatória a repetição de emendas ao PLOA 2018

de obras incluídas na LOA 2017, por emenda.

(...)

Para subsidiar essa análise a cargo das bancadas

apresentamos listagem das programações que tiveram

empenhos em 2016 e 2017, anexo 1.

Dirigi, nesse sentido, expediente ao Ministro Eliseu Padilha e ao Ministro da

Educação.

Esclareço também que, em relação ao OGU de 2017, a emenda foi reapresentada sob o nº 71190001 e teve autorização de limite orçamentário no valor de R$ 6.821.524,00.

É bom reafirmar que no relatório de admissibilidade publicado em 1º de dezembro de 2016, eu havia sugerido uma emenda em benefício do Parque

Nacional Serra da Capivara, dada a situação crítica que se encontra aquela unidade federal de conservação ambiental — patrimônio, esse de relevância cultural da

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humanidade. Porém, a emenda foi retirada do orçamento devido à obrigatoriedade de reapresentação da emenda da universidade federal.

Para o Orçamento Geral da União de 2018, sugeri à bancada que apresentasse uma emenda destinada a obras na BR-020 — a grande obra de

Juscelino Kubitschek, a rodovia de integração nacional, hoje com o seu nome, graças à emenda de minha autoria, sancionada pelo Presidente Lula. No entanto, mais uma vez fomos impedidos, conforme se extrai da determinação do Comitê de

Admissibilidade de Emendas — CAE.

Em audiência com o Ministro da Educação, o mesmo me informou que a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros tem que partir da Secretaria de Governo e que o Ministério da Educação não está obrigado a cumprir “resolução” do Congresso Nacional. No entanto, a Constituição Federal, ao dispor sobre o processo legislativo, reza o seguinte:

Art. 59. O processo legislativo compreende a

elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

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Resolução é um instituto constitucional, e eu particularmente acho que o

Ministro da Educação não entendeu isso. O importante é cumprir a decisão da

Comissão de Orçamento.

Nesse sentido, Sr. Presidente, nós solicitamos ao Sr. Ministro que fossem disponibilizados recursos orçamentários no valor de 6 milhões 821 mil 524 reais para o empenho da emenda de bancada apresentada à OGU em 2017, bem como a liberação de pedido financeiro para a execução total da referida emenda.

Depois de muito apelo ao Ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun, conseguimos 5 milhões de reais. E com a dívida, fatura apresentada decorrida do orçamento de 2017, o Ministro da Educação, em vez de autorizar pagamento do saldo referente a emenda apresentada em 2016 — ele me falou que havia liberado

—, mas o que consta é um novo empenho de R$5.006.592,00 (cinco milhões seis mil e quinhentos e noventa e dois reais), referente a emenda reapresentada ao OGU

2017.

Então, Sr. Presidente, o apelo que eu faço ao Sr. Ministro da Educação é que ele reveja bem essa posição e que, através de crédito suplementar, corrija essa injustiça com o campus de Parnaíba. Que ele mande a sua assessoria, seu

Secretário de Ensino Superior, que só viaja para Uberlândia, que vá conhecer o campus de Parnaíba, vá conhecer os campi deste Brasil inteiro, às vezes prejudicados pelas reitorias que não aceitam que os campi se transformem em universidades ou que tenham essa perspectiva de se transformarem em universidades.

No caso, por exemplo, da Universidade Federal do Vale do São Francisco, situada em Petrolina, terra do eminente Ministro da Educação, que eu muito respeito

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e admiro, aliás, razão da longa amizade que eu tinha com o seu saudoso pai, todo ano coloca emendas para o campus de São Raimundo Nonato. Quando da criação da Universidade Federal do Vale do São Francisco, eu me empenhei para que fossem incluídos dispositivos do grande projeto idealizado por Osvaldo Coelho, junto ao Presidente da República, da criação dessa universidade, para que ela tivesse também poder de criar campus no Semiárido nordestino.

O primeiro campus criado, Sr. Ministro, foi o de São Raimundo Nonato, primeiro curso de graduação em Arqueologia do Brasil. Infelizmente depois foi criado em Recife, em Teresina. Um absurdo! Despesas desnecessárias! O MEC não tem planejamento para nada! O curso de Arqueologia deveria ser num local como a

Serra da Capivara, que é um laboratório vivo. Por que criá-lo em Teresina, em

Recife? Mais despesas e mais despesas! Exceto o seu curso de pós-graduação em

Arqueologia. Não precisava de uma graduação! Pois bem, tem sido maltratado. A

Reitoria de Petrolina maltrata o campus.

Agora mesmo o Ministro até autorizou o empenho de 3 milhões de reais de uma emenda individual e o Reitor disse simplesmente que não daria tempo de fazer licitação e tudo mais. Quer dizer, ele centraliza tudo e prejudica o próprio campus da

Universidade Federal do Vale do São Francisco, em São Raimundo Nonato. Por que isso? Porque não tem uma fiscalização permanente.

O Secretário de Educação Superior deveria fazer um giro pelas universidades do País para ficar a par das suas realidades. Mas ele só quer saber de viajar para

Uberlândia.

Então, Sr. Presidente, a respeito da minha emenda impositiva, eu só tenho um apelo a fazer: recorrer ao Tribunal de Contas da União, porque ele pode dirimir

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essas dúvidas do Sr. Ministro da Educação. Como é obrigatória, a emenda é impositiva, ele é obrigado a efetuar o seu pagamento, até porque está dando prejuízo. Não posso enviar recursos para outras instituições ou outras obras enquanto essa emenda impositiva não for cumprida em toda a sua plenitude.

Falo aqui por um princípio de educação. Tenho muito respeito pelo Sr.

Mendonça Filho, pelas razões já explanadas, pela sua cultura, pela sua honestidade, pela sua postura ética na política. Mas ele precisa ter um raciocínio jurídico. Ele precisa ler atentamente a resolução. Ele não tem assessoria jurídica à altura do

Ministério da Educação. Parece-me que essa é a verdade. Senão, eu vou ser obrigado a pedir ao Tribunal de Contas da União que faça uma reavaliação, que oriente o Sr. Ministro a cumprir o desiderato da Resolução nº 1, contida no

Congresso Nacional, onde é obrigado a cumprir, porque é uma determinação legislativa, é um instituto constitucionalmente previsto, como acabei de ler há poucos instantes.

Outro assunto, Sr. Presidente, que diz respeito à minha querida Parnaíba, é o problema do futebol. A Confederação Brasileira de Futebol, através do Superior

Tribunal de Justiça Desportiva, suspendeu os jogos na cidade de Parnaíba, há mais de 1 ano, alegando que não se podia jogar no estádio de futebol daquela cidade, em razão dos incidentes acontecidos na Copa do Brasil em 2016. O STJD agora mandou cumprir a decisão.

O jogo contra o Coritiba deveria ser realizado em Parnaíba, mas em razão dessa punição vai jogar em Teresina, num estádio vazio.

A CBF não liga para essa realidade do Brasil. O campo de futebol de Teresina

é um antiestádio, um elefante branco: o Albertão. Hoje, os estádios, as arenas de

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futebol têm que ter o torcedor próximo ao jogador. Aliás, temos que agradecer ao futebol europeu e que o Brasil começou a imitar agora essa modalidade de estádio desportivo com as arenas, no último campeonato mundial.

O Albertão é distante, vazio, aonde ninguém comparece. Em Teresina, há um belo estádio de futebol na cidade: o Lindolfo Monteiro. Coincidentemente, foi o auge do futebol piauiense, quando o Lindolfo Monteiro funcionava na sua plenitude.

Custava nada o Governador do Estado do Piauí, em convênio com a Prefeitura de

Teresina, transformar esse estádio em um verdadeiro estádio de futebol do Estado, enquanto se constrói outro estádio, se quiser, em vez desse Albertão, que não tem nenhuma finalidade no futebol hoje. Não se esconde nem o som dos torcedores, tal o seu vazio.

Então, os jogadores do Parnahyba vão jogar num estádio vazio, em Teresina.

Isso é um absurdo!

Sr. Presidente, eu não posso deixar de ressaltar a gentileza com que fui tratado pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva deste País, Dr.

Ronaldo Botelho Piacente, que me lamentou muito não poder me atender. As formalidades regulamentares, legais, segundo o Dr. Ronaldo, realmente, obrigavam a manter a decisão anterior de que o jogo fosse realizado em Teresina e não em

Parnaíba, até porque eu acho que ele foi mal informado. A súmula do juiz prejudicou o Parnahyba, porque a punição por ele aplicada — e foi exatamente a multa já paga

— não compensou, resultou numa perda contra o pobre clube do interior, que possui dificuldades, um clube tradicional dos mais antigos do País, com mais de cem anos de vida.

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E a CBF precisava entender mais o Brasil real, precisava mais intervir nos estádios. Os estádios de futebol no interior estão abandonados, os que têm jogos regionais. E a CBF não os fiscaliza, não faz uma auditoria neles, não incentiva, não aloca recursos para esses estádios de futebol. O Estado também é padrasto em relação a esses jogos de clubes do interior. O Parnahyba tem uma tradição de estar sempre disputando os primeiros lugares de campeonato, mas vem em último, em relação aos clubes da capital. Tudo isso é injustiça flagrante contra a Parnaíba, uma cidade belíssima e que Teresina sempre olhou um pouco enviezadamente, uma cidade que até os anos 50 era o mais importante centro econômico do Estado do

Piauí. Com a queda do preço da carnaúba, do babaçu, Parnaíba perdeu todo seu

ímpeto econômico, mas ela era tão importante que era chamada de o norte do

Brasil, não era nem do Piauí, tal a vibração que essa cidade teve a partir do final do século XIX até os anos 50 do século findo. Ingleses, franceses, europeus, judeus que aportavam à cidade deram a ela dimensão internacional até porque o próprio

Parnahyba foi criado em contraponto ao clube Internacional, dos chamados estrangeiros. E o saudoso José de Moraes Correa criou exatamente o Parnahyba para fazer esse contraponto.

Então, eu faria um apelo aqui ao Presidente da CBF, que ele revisse essas posições, que ele ajudasse clubes como o Parnahyba a terem seu próprio estádio de futebol. E que o Governador do Piauí revisse também a realização de jogos no estádio Albertão, uma homenagem a uma grande figura humana, Alberto Silva, que foi o construtor do estádio. Mas que hoje não corresponde mais à realidade, está defasado, virou um elefante branco. Que o Governador reveja a estratégia de futebol do Estado, recompondo o Lindolfo Monteiro, um estádio antigo, tradicional, de mais

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de 70 anos, mas que faz vibrar o torcedor, deixa o torcedor próximo do jogador e dá ao jogo a emoção que é própria dos campos de futebol e não a frieza de hoje do

Estádio Albertão com seu cimento frio, distante, longínquo em que o jogador não escuta a vibração dos torcedores do estádio.

Sr. Presidente, peço ao Governador do Piauí que nesse momento em que o nosso Parnahyba sofre prejuízos imensos com essa decisão do Superior Tribunal de

Justiça Desportiva, que ele procure pelo menos atenuar esse prejuízo do

Parnahyba, ajudando o clube que tem uma grande tradição esportiva do Estado e que disputará ainda a Copa do Nordeste. Ele pode realmente desempenhar um bom papel se o Parnahyba tiver o mesmo apoio, o mesmo incentivo que é dado aos clubes da capital.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pela atenção.

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO AO PEQUENO EXPEDIENTE DA SESSÃO NÃO DELIBERATIVA DE

DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 012, REALIZADA EM 22 DE

FEVEREIRO DE 2018 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Como Líder. Com revisão do orador.) -

Sr. Presidente, em nome do meu partido, quero aqui estender minhas condolências

à família de um probo cidadão do meu Estado, de Corrente, José Alves de Barros, conhecido carinhosamente como Zequinha, falecido ontem naquela cidade, aos 70 anos de idade.

Zequinha era o filho primogênito do Sr. José Alves de Barros Filho, Sr.

Zuzinha, e da D. Zuleica Pacheco Cavalcante Barros. A família do Sr. Zuzinha e D.

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Zuleica é uma família tradicionalmente dedicada à formação dos filhos, sem deixar de lado a sua vocação para a agropecuária e a paixão pelo Cerrado. Entre os filhos do casal, somente o Zequinha, que era o filho mais velho e que ajudou o pai a educar os outros filhos, e Roberto Gilson, que também deu continuidade ao negócio do pai na agropecuária, não tiveram formação superior. Todos os demais têm curso superior. Ou seja, é uma família formadora de cidadãos e profissionais de destaque na cidade de Corrente e de respeitabilidade em todo o sul do Piauí, que passo a elencar: a D. Maria Lúcia, professora; o Dr. Silvio Paulo, médico pediatra, já falecido; a Dra. Norma Alice, Promotora de Justiça; o Dr. João Pacheco, médico ortopedista; o Sr. Fernando Carlos, engenheiro agrônomo, também falecido; o Dr. Mozart

Augusto, médico veterinário; a Dra. Vera Regina, nutricionista; a Sra. Irlene Márcia, assistente social e funcionária do STJ; o Sr. Flávio Rivelino, engenheiro agrônomo,

Vereador do nosso partido em segundo mandato e ex-Presidente da Câmara

Municipal de Corrente.

É importante destacar, dentre todos eles, um dos maiores médicos que conheci no sul do Piauí, o Dr. João Pacheco, autoridade intelectual e moral inconteste, exatamente as qualidades de caráter e seriedade herdadas do pai e que são uma característica da família.

Já o Zequinha, juntamente com o seu pai, o Sr. Zuzinha, foram os responsáveis por levar para Corrente os primeiros exemplares de gado bovino da raça Guzerá. Por isso, foram considerados os maiores criadores da raça na região.

Conquistaram, inclusive, vários prêmios nas edições da Exposição Agropecuária — realizada sempre em Corrente, pela iniciativa da figura fascinante do Dr. Hélio

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Paranaguá — com seus animais selecionados, criados na fazenda da família, a fazenda Desejo.

Zequinha foi também comerciante e caminhoneiro na época do caminhão

Ford e, mais tarde, do Mercedes 1113. Na época, levava para Fortaleza, capital cearense, produtos produzidos no Cerrado e, de lá, traziam mercadorias que abasteciam o comércio local.

Muito querido na cidade, Zequinha chegou a exercer o mandato de Vereador de 1973 a 1977, com votação expressiva. Foi casado com Janete Guerra, com quem teve as filhas Mariângela, Estela e Ágata. Posteriormente, se casou com Ana Maria

Bezerra, com quem teve outra filha, Ana Zuleica, universitária na Universidade

Federal do Piauí — UFPI.

Dessa forma, expresso o meu mais sincero pesar a toda a família, especialmente ao meu amigo Dr. João Pacheco, pela morte do seu saudoso irmão

Zequinha.

Sr. Presidente, registro também, no horário de Liderança, o falecimento da

Dona Maria José de Carvalho, da minha cidade, São João do Piauí, esposa de uma das figuras mais fascinantes e respeitáveis da minha cidade, Ingrácio Amorim, um homem de uma seriedade e independência moral exemplar. Na cidade em que os

ânimos partidários são exacerbados, ele tem que ter sua postura própria, independente de suas escolhas. Teve na Maria José, de uma integridade moral também exemplar, uma companheira querida durante muitos longos anos.

Dona Maria José de Carvalho, junto com Ingrácio, era mãe de Geovanni,

Gilvani Amorim, Dóris Amorim, Juninha Amorim, Ney Amorim e Ingrácio Amorim

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Júnior, conhecido como Dr. Poroca, um médico querido, respeitado e conhecido da região.

É importante ser registrado também, Sr. Presidente, o meu mais sentido pesar pelo falecimento da Dona Maria José de Carvalho e, ao mesmo tempo, quero enviar ao Ingrácio meu abraço de solidariedade. Foram 90 anos de uma vida digna, exemplar e sóbria, sendo, sobretudo, um exemplo de bom caráter, umas das tradições divinas mais importantes que o cidadão pode legar aos seus descendentes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NO PERÍODO

DESTINADO AO PEQUENO EXPEDIENTE DA SESSÃO NÃO DELIBERATIVA DE

DEBATES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 064, REALIZADA EM 05 DE

ABRIL DE 2018 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Como Líder. Com revisão do orador.) -

Sr. Presidente, preliminarmente, eu quero parabenizar o Deputado Roberto Freire pela apresentação desse projeto em benefício das Santas Casas de Misericórdia do

País. É muito importante que uma reserva moral como Roberto Freire apresente projeto dessa importância.

As Santas Casas de Misericórdia foram criadas em uma época em que os governantes deixaram de lado a saúde pública. Foram os setores da elite empresarial da sociedade que criaram as Santas Casas de Misericórdia. Elas são mais do que centenárias, e o projeto de Roberto Freire é da maior significação para o futuro da saúde pública no nosso País.

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Sr. Presidente, eu quero hoje falar de outros assuntos, mas vou me reportar um pouco às palavras dessa competente e guerreira Deputada Erika Kokay.

Eu admiro a Deputada Erika Kokay, uma Deputada honesta, combativa.

Como ex-decano na Universidade de Brasília, já conhecia a sua fama de líder estudantil, de luta contra o regime autoritário. Ela honra este Parlamento e a representação do Distrito Federal.

Mas eu discordo dela, com todo o respeito que tenho por ela. Por exemplo: ela se reportou, não muito formalmente, à figura da Presidente do Supremo Tribunal

Federal, Ministra Cármen Lúcia. Eu lamento muito o processo contra o Presidente

Lula, uma pessoa que sempre me tratou muito bem. Poucos Presidentes da

República me trataram tão bem como o Presidente Lula. Era uma festa quando me encontrava! Minhas emendas, de um modo geral, foram liberadas no seu Governo.

Eu tenho impressão de que se não fossem certos ciúmes do PT do Piauí, ele teria me ajudado muito mais. Eu sou muito grato ao Presidente Lula.

Não entro no mérito do processo. Eu não estudei o assunto e fico triste com esse acontecimento todo. Mas a minha geração estudou numa escola de Direito que dizia o seguinte: Roma locuta est, causa finita est. Em outras palavras: Roma falou, a causa está encerrada.

Se a decisão da Suprema Corte agrada ou desagrada, temos de ter reverência. Se começarmos a questioná-la, nós vamos criar uma insegurança muito grande neste País, de natureza jurídica e institucional, etc.

Recordo-me da Suprema Corte americana que tomou uma decisão histórica, no caso da eleição do Presidente Bush. Por 5 votos a 4, a Suprema Corte americana determinou que cessasse a apuração das urnas na Flórida. Isso permitiu a eleição

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de Bush. Imaginem se os Estados Unidos fossem questionar aquela decisão! Eu acho até que desagradou todo o Partido Democrata e o então Presidente Clinton.

Tamanha reverência à Suprema Corte americana, que esses comentários devem ter ficado intramuros.

Eu acho que a Presidente Cármen Lúcia, independente do mérito do seu voto, se foi certo ou errado, é uma senhora que engrandece a mulher brasileira. Ela faz parte, aliás, daquele perfil de François Mitterrand, já citado por mim nesta tribuna, que um pouco antes de morrer, caro Deputado Roberto Freire, em conversa com o diretor da principal revista de esquerda da Europa, Le Nouvel Observateur, concedida a Jean Daniel, um grande arauto da esquerda francesa, disse que no século XXI haveria duas transformações importantes: o aumento da religiosidade, infelizmente, com uma série de conflitos — espero que no decorrer do século XXI isso seja superado —, e em relação ao papel da mulher, que seria importantíssimo no século XXI, porque as mulheres são mais organizadas, estudiosas e honestas.

A Presidente Cármen Lúcia é uma senhora republicana por excelência. Veja o exemplo da sua vida pessoal! Se ela comete erros nas suas decisões, é um problema de interpretação jurídica. Ela é uma senhora sóbria, digna e representa muito bem o papel da mulher na sociedade brasileira. Ela se impôs por conta própria no contexto da sociedade brasileira, posto que nascida nos sertões de Montes

Claros. Ela desafiou o seu destino!

Quanto ao outro assunto a que a Deputada Erika Kokay se reportou, com todo o meu respeito, e com a devida vênia, o General Villas Bôas não falou em nota oficial. Ele o fez no seu Twitter e deixou bem entendido a sua fé na democracia e no respeito à Constituição.

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Ele disse que, como Comandante do Exército, estava preocupado com os problemas institucionais do País. O General Villas Bôas apenas mostrou preocupação com a situação do País, de certo uma preocupação de toda a sociedade brasileira. Mas o seu perfil é de um homem defensor da Constituição e da democracia, bem patente em todos os atos da sua vida, em todos os cargos que ocupou, inclusive o de assessor parlamentar nesta Casa e o de Comandante Militar da Amazônia. É um homem estudioso. Ele vem de uma geração que me recorda um pouco, minha querida Deputada Erika Kokay, Márcio Moreira Alves, aquele homem que provocou o AI-5, uma absurdidade dos chefes militares de 1968.

Ele escreveu um artigo interessante uns 4 ou 5 anos antes de morrer.

Começou a visitar muito o Exército, sobretudo a Academia Militar das Agulhas

Negras, e observou que nas Agulhas Negras a nova geração de militares estudava mais Direito Constitucional do que nas faculdades de Direito do País. Eu me recordo que registrei a importante observação de Márcio Moreira Alves aqui nesta tribuna. A geração da Escola Militar do Realengo, com raras exceções, como a do saudoso

Marechal Teixeira Lott, deixou muito a desejar, sobretudo com o AI-5. Mas a geração das Agulhas Negras tem todo um perfil constitucionalista e a favor da democracia. Os Ministros do Exército e Comandantes do Exército que advieram das

Agulhas Negras são homens muito comprometidos com as liberdades democráticas e com o respeito à Constituição do País. E o General Villas Bôas faz parte desse perfil.

Eu quero dizer, minha querida Deputada Erika Kokay, que votei contra o impeachment da Presidente Dilma Rousseff, posto que não vislumbrei no julgamento da Câmara atos que justificassem o seu afastamento. A Câmara julgou livre e

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soberanamente dentro das regras constitucionais, mas votei também contra a autorização para que o Presidente Michel Temer fosse processado pelo STF, porque achei que o juízo era político. Não era o juízo jurídico.

Nós vimos exemplos agora, recentemente, na França, onde os ex-

Presidentes da República tiveram denúncias criminais suspensas, enquanto no exercício dos seus mandatos. Embora eu ache que o Procurador-Geral da República tenha exacerbado em suas ações, o certo é que nós decidimos aqui politicamente a suspensão de qualquer procedimento jurídico por parte do STF. Até porque não ficou comprovada nenhuma prática de ato ilegal do Presidente Michel Temer no exercício pleno das suas funções de Presidente da República.

Sr. Presidente, eu queria também me reportar a uma reportagem da Folha de

S.Paulo de sábado passado, dia 31 de março, que criticou Ministros do TSE —

Tribunal Superior Eleitoral — que, em sessão de menos de 2 minutos, receberam o jeton de 1.020 reais. Foi uma coisa mais ou menos assim. Raramente no Tribunal

Superior Eleitoral não há matéria eleitoral em pauta, mas isso não significa que os

Ministros não tenham trabalhos importantes, estudos, decisões, pesquisas importantes. São todos homens que ocupam funções ou na Suprema Corte ou no

Superior Tribunal de Justiça ou na advocacia.

Eu acho até errado a atual estrutura do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil.

Ou ele é uma Corte permanente ou então deixa de ser uma Corte eleitoral específica, como é nos países do mundo inteiro, praticamente.

Agora, o certo é que eles se reúnem duas vezes por semana, mas isso não significa que seu trabalho esteja reduzido apenas àquelas 2, 3 horas — ou às vezes até mais tarde — que eles trabalham nas sessões do Tribunal Superior Eleitoral.

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Eles preparam pareceres, decisões monocráticas, estudam. Quer dizer, é um processo de amadurecimento de decisões históricas que eles tomam nos casos mais importantes, mais ostensivos, como também nos casos anônimos deste vasto continente que é o Brasil.

Portanto, a reportagem no caso foi injusta. O fato de eventualmente haver sessões rápidas não significa que eles deixam de estudar, preparar processos, analisar jurisprudências, analisar os fatos concretos dos milhares de processos submetidos à apreciação do Superior Tribunal Eleitoral.

Mas, de qualquer maneira, no contexto atual das suas funções, dos seus cometimentos, eles atuam serenamente, historicamente, tenho certeza, com o dever cumprido, porque os seus trabalhos não se limitam só às sessões, mas sobretudo à preparação de relatórios, votos, à pesquisa, etc.

Sr. Presidente, eu queria, sobretudo, e era esse o intento da minha fala, nesta tarde, registrar, embora tardiamente, e lamento muito por isso, porque, quando ele morreu, eu não me encontrava em Brasília, estava fora do País, e descuidei-me de lamentar a morte do jornalista talvez mais ligado à academia que este País já teve,

Oliveiros Ferreira. Foi redator, Diretor do jornal O Estado de S.Paulo, seu editorialista. Eu tive o privilégio de estar várias vezes com Oliveiros Ferreira no jornal

O Estado de S.Paulo.

E lamento muito que, depois que ele deixou o jornal O Estado de S.Paulo, eu o tenha visto apenas uma vez. Foi uma falha lastimável minha, porque Oliveiros

Ferreira era uma universidade viva. Cada conversa com ele era um aprendizado. Foi professor de Ciência Política e Sociologia da Universidade de São Paulo. Tinha a

ética como o valor maior da sua vida de professor, de jornalista e de pensador.

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Os seus artigos e editoriais eram fantásticos. Desempenhou papel fundamental no regime autoritário. Com o apoio da família Mesquita, proprietária do jornal O Estado de S.Paulo, ele mantinha uma postura de independência, escrevia editoriais, informava e, em protesto contra a censura militar, no AI-5, a página da informação ou do artigo do jornal ficava em branco, ou, então, ele publicava versos de Camões e de outros poetas, para mostrar exatamente que aquela parte do jornal estava censurada.

Era um gigante do saber, um apaixonado pelos grandes pensadores do século XX, analisando-os do ponto de vista da teoria e da sociologia políticas. São pioneiros no Brasil, do ponto de vista rigorosamente cientifico, seus ensaios sobre

Rosa Luxemburgo, Trotsky, Gramsci e seus estudos das obras de Tocqueville e dos pensadores liberais de seu tempo.

Era uma figura fascinante Oliveiros Ferreira. Sobre a sua tese do concurso na

Universidade de São Paulo Os 45 Cavaleiros Húngaros, tive a oportunidade de escrever um breve e superficial registro, e ele, por escrito, agradeceu a minha modesta opinião a respeito do seu trabalho sobre Gramsci.

Era figura exemplar. O jornalismo brasileiro perdeu, com a morte de Oliveiros

Ferreira, talvez o seu grande expoente intelectual e acadêmico do século XX e do amanhecer do século XXI. Correto, puro, íntegro, casado em segundas núpcias com a grande intelectual que é Walnice Nogueira Galvão. Era, atualmente, padrasto desse grande jornalista William Waack, que definiu muito bem o seu perfil ao dizer que Oliveiros Ferreira “foi essencial e decisivo na minha formação pessoal, profissional e intelectual. Ensinou-me a importância da honestidade intelectual, do

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rigor analítico, da busca incessante pelo conhecimento, ética e disciplina do trabalho”.

A respeito, aliás, o respeitado e culto professor Rolf Kuntz, da Universidade de São Paulo, no Jornal da USP, em 17/11/2017, escreveu que “é tempo de esclarecer um detalhe relevante para entender e avaliar o trabalho acadêmico do

Oliveiros. Ele usa no livro sobre Gramsci a expressão Ciência Política, menos informativa, no seu caso, do que Sociologia Política. É este, de fato, seu campo preferencial de estudo”.

Oliveiros Ferreira marcou época, como intelectual honesto, professor dedicado, analista político, rigoroso jornalista ético. Era um homem culto, um cientista, um pensador. Eu tenho certeza de que as Academias, a imprensa livre deste País, a intelligentsia brasileira não poderão jamais deixar de homenagear a personalidade viva, vivificadora, que engrandece a história da cultura brasileira, o pensamento brasileiro, que foi essa figura fascinante chamada Oliveiros Ferreira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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