PARANÁ Autor: Mauricio Homiak
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DIVERSIFICAÇÃO NO ESPAÇO AGRÁRIO A PARTIR DAS LENTES FOTOGRÁFICAS NO MUNICÍPIO DE GUAMIRANGA - PARANÁ Autor: Mauricio Homiak1 Orientador: Marcelo Barreto Agradecimentos Ao bom Deus por toda vida e criação no universo. À minha família e amigos colegas de trabalho pelo apoio. À prefeitura de Guamiranga pelo respaldo na criação da obra do livro Guamiranga: como tudo começou... Ao professor orientador Marcelo Barreto pela orientação. RESUMO O presente trabalho objetiva caracterizar o espaço agrário e suas contradições no Município de Guamiranga – Paraná, utilizando fotos atuais e antigas e também vídeos com história oral. O trabalho foi realizado de forma teórica e prática com alunos do segundo ano do ensino médio do Colégio Estadual Francisco Ramos no município de Guamiranga/PR. Após a abordagem da temática da geografia agrária de maneira geral e exposição de dados e objetivos, realizou-se a pesquisa na biblioteca e laboratório de informática da escola. Por meio da internet, livros didáticos e esclarecimentos da realidade agrária do lugar, debateram-se as dúvidas e polêmicas acerca do assunto, inclusive inseridos no meio rural. A partir de visitas aos agricultores, foram coletadas entrevistas, imagens atuais e antigas a partir de aparelhos de celular a fim de obter informações das características agrárias históricas e atuais. De maneira breve pôde-se notar alguns fatos do tempo em determinados períodos históricos. Assim, foi possível conhecer de maneira mais crítica a evolução de parte da agricultura guamiranguense. Isso inclui a formação do povoado, as formas de cultivo e criação e organização dos faxinais, envolvendo um pouco da história até o presente momento. A partir dos resultados com as fotos e vídeos, a finalidade é organizar documentários sobre o município. Quanto ao tipo de atividades agrícolas a serem abordadas procurar-se-á focar nas culturas anuais mais comuns como feijão, milho, soja e fumo. A ideia é refletir primeiro o município a partir de sua história agropecuária depois mostrar como aconteceram as atividades com os alunos trabalhando com a temática do espaço agrário. Palavras chave: espaço agrário, Guamiranga, fotos, vídeos, história oral, documentário. 1 Professor licenciado pela Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná – UNICENTRO em 2002. Pós graduado (especialização) pela Univale – Universidade do Vale do Itajaí – 2003: Ensino de Geografia e História. Educação do Campo em 2012. Professor QPM desde 2003 no município de Guamiranga. I - INTRODUÇÃO Depois de doze anos de docência com alunos do colégio Francisco Ramos de Guamiranga pôde-se implementar um projeto utilizando fotografias, vídeos e entrevistas sobre os contrastes observados no espaço agrário do município. Nesses anos de trabalho em sala de aula foi se percebendo a carência de elementos tecnológicos de acesso à informação. Em plena era da informação, falta um conjunto de meios de comunicação que realmente deem conta de suprir as necessidades dos profissionais da educação no processo ensino e aprendizagem a ponto de atingir resultados satisfatórios na formação dos cidadãos. Nos últimos anos a escola vem se organizando para melhor atender às demandas que aparecem com o avanço dos mecanismos de acesso à informação. Os equipamentos vão sendo instalados, mas ainda falta tecnologia, visto que esta se encontra instalada de forma parcial e muitas vezes ineficaz. Assim, a proposta deste trabalho foi a de associar os recursos disponíveis na escola e somar àqueles trazidos pelo aluno, no caso, celulares e smartfones e tentar obter resultados didáticos pedagógicos melhores nas aulas de Geografia. Se de um lado, as tecnologias da informação estão cada vez mais presentes na sociedade, do outro, nas escolas, existe um déficit de recursos pedagógicos atraentes aos alunos que possam ajudar os profissionais da educação a alcançar o sucesso no processo ensino-aprendizagem. Desta forma pensou-se em unir o que é útil à educação e agradável aos estudantes: usar seus celulares e smartfones com aplicativos para processar dados e criar informações úteis ao conhecimento formal nas escolas. Desafio este nada fácil, pois é notório o abismo que separa o conhecimento útil às banalidades disseminadas por esses recursos tecnológicos da informação. Pensando em planejar maneiras de se trabalhar com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) é que se objetivou produzir e reproduzir fotos, coletar relatos de pessoas da comunidade, fundamentar com referências, editar e socializar as informações. Pois, segundo Stürmer (2011), grandes portais divulgam a Geografia pela internet, por exemplo: Portal do Professor – com vasto conteúdo multimídia (BRASIL, 2010b); Banco Internacional de Objetos Educacionais que apresenta objetos educacionais digitais para download (IDEM, 2010a); Rede Interativa Virtual de Educação (Rived) que traz objetos de aprendizagem produzidos pela Secretaria de Educação a Distância, em parceria com universidades de todo o Brasil (IDEM, 2010c). No entanto, todas essas informações ainda esperam ser acessadas pela comunidade discente. Buscou-se também esclarecer ao estudante sobre as possibilidades que ele tem na escola como porta de acesso ao universo da informação, bem como mostrar a importância da sua base de conhecimentos adquiridos durante sua história de vida na sociedade, valorizando suas raízes, sua cultura e saberes do senso comum a partir das comunidades dos alunos pesquisadores. Acredita-se que é possível ter uma noção mais clara das vivências daquele grupo social a partir da soma destes procedimentos, ainda mais com o contato direto entre pesquisadores e alunos por meio de trabalho campo. A lembrança da história a partir das fotos também apareceu como recurso importante dentre as atividades exercidas. Afinal, a importância disso foi exatamente rever o trabalho executado pelos antepassados, as transformações que fizeram no espaço e assim notar os erros e acertos, os desafios encarados, da natureza e da própria sociedade do Guamiranga, bem como seu surgimento enquanto povoado e recentemente como município. Da mesma forma faz-se necessário mostrar as características do uso do solo pelas atividades agropecuárias. Por fim, com essa temática, foi elaborada a descrição das atividades de estudo com os alunos na escola; desde a metodologia de pesquisa até os resultados conseguidos. O texto está dividido da seguinte forma: na primeira parte será feito um resgate do contexto histórico do município elencando o processo de ocupação e sua formação do espaço agrário com a agricultura tradicional e a transformação deste espaço na produção da agricultura moderna. Na segunda parte foi descrita a metodologia do trabalho por meio das atividades realizadas com os alunos, juntamente com seus desafios e possibilidades encontradas na confecção de documentários. Por fim estão os resultados obtidos a partir da análise dos dados. Nas considerações finais serão mostradas conclusões obtidas a partir da experiência pedagógica com os alunos, bem como a interatividade com os professores de Geografia que contribuíram a partir da plataforma ―Moodle‖ e na própria escola, trocando ideias e somando conceitos ao trabalho. II - DESENVOLVIMENTO 1 – CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DO MUNICÍPIO DE GUAMIRANGA Os dados lexicográficos e toponímicos revelam a língua de origem Tupi e uma classificação taxionômica fitotopônima do nome Guamiranga (ANANIAS e ZAMARIANO, 2014). Do tupi guarani: goá - folha e piranga – vermelho, ficando assim ―árvore de folhas de cor vermelha‖. O dicionário de Clovis Chiaradia (2008) menciona a cor vermelha do sufixo piranga para barreiro, lamaçal, atoleiro de barro vermelho. Então, a referência para os abundantes solos argilosos, dos quais as históricas olarias retiram a matéria prima. A cidade teve duas denominações antes da atual. Até as primeiras décadas do século XX chamou-se Monjolinho, em função dos monjolos construídos nos rios próximos à estrada dos tropeiros. Através do simples, mas importante equipamento podia-se processar sementes para o consumo, como fazer canjica do milho, descascar o arroz ou fazer paçoca do amendoim. Registros cartorários de 1905, quando foi decretado o distrito, até meados da década de 1930 mostram o nome monjolinho no fim das atas. Da mesma forma os registros das reuniões nas antigas capelas, como a de dezembro de 1909, da igreja de João Batista de Guamirim revela que o povoado também era chamado Monjolinho. O nome ―Natal‖ foi o próximo nome e se manteve por poucos anos. Finalmente em 1945 a denominação foi alterada para Guamiranga. O município foi criado pela Lei Estadual nº 11.203, de 16 de novembro de 1995, e instalado em 1º de janeiro de 1997 e desmembrou-se de Imbituva. O município de Guamiranga está localizado às margens da BR-373, que liga Guarapuava a Ponta Grossa. Dista 194 quilômetros de Curitiba. As coordenadas 25º 11’ de latitude sul apontam a faixa subtropical do globo terrestre. Posicionado na longitude de 50º 48’ oeste dá três horas de atraso em relação ao fuso horário inicial de Greenwich. A cidade encontra-se a uma altitude média de 800 metros. Seu território se estende numa área de clima subtropical. A vegetação da floresta ombrófila mista se apresenta devastada com poucos capões de mato nativos preservados. Os solos têm, na maioria dos casos, origem das rochas vulcânicas, e se formaram depois do intemperismo químico, físico e biológico das rochas. Há ocorrências de afloramentos rochosos com solos pouco profundos. Isto ocorre porque o processo de desgaste ocorreu por menos tempo. Por sofrer com severos processos erosivos