Dos Modos De Beber E Cozinhar Cauim: Ritos E Narrativas Dos Ka'apores

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Dos Modos De Beber E Cozinhar Cauim: Ritos E Narrativas Dos Ka'apores UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO GUSTAVO GODOY DOS MODOS DE BEBER E COZINHAR CAUIM: ritos e narrativas dos ka’apores RIO DE JANEIRO 2015 Gustavo Godoy DOS MODOS DE BEBER E COZINHAR CAUIM: ritos e narrativas dos ka’apores Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Antropologia Social Orientadora: Bruna Franchetto Rio de Janeiro 2015 Espaço para ficha catalográfica: http://fichacatalografica.sibi.ufrj.br/ Gustavo Godoy DOS MODOS DE BEBER E COZINHAR CAUIM: ritos e narrativas dos ka’apores Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Antropologia Social Aprovada em 23/02/2014 _________________________________________ Presidente, Profa. Dra. Bruna Franchetto (PPGAS/MN/UFRJ) _________________________________________ Profa. Dra. Luisa Elvira Belaunde Olscheswki (PPGAS/MN/UFRJ) _________________________________________ Profa. Dra. Joana Miller (UFF) _________________________________________ Prof. Dr. Edmundo Marcelo Mendes Pereira (PPGAS/MN/UFRJ) _________________________________________ Profa. Dra. Tania Stolze Lima (UFF) Para as formigas Embora eu me interesse mais pelas suas primas melíponas, estas cortadeiras e suas castas é que devem ser lembradas, sejam elas nômades, praticantes de pastoreio, de cultivo ou as que forrageiam nossas casas. Em especial para duas espécies: as poneríneas predadoras de térmitas (Neoponera commutata), presentes nos ritos ka’apores, e as cortadeiras de ambiente restrito que talvez deixemos de conhecer: a saúva-preta (Atta robusta). "As formigas são muito diligentes, seus negócios muito complicados, e nesse pequeno trecho do deserto elas encenam um drama rico e perpétuo, alheias a todos os outros dramas que me acompanharam durante o resto do ano. Mais uma vez, descubro minha irrelevância diante das formigas." (Deborah Gordon) Agradecimentos Agradeço aos ka’apores que me receberam, principalmente Filomena, Mati, Irasui, Valdemar, Lucineia, Xa’i, Mariaru, Herino, Jamoi, Tete, Jiri, Karairan, Mirixi, Mutum, Ro’o, Moró e muitos outros. A Bruna, pela orientação, atenção e revisão. A Denny Moore pelas hospedagens, receptividade e pelos equipamentos emprestados. A Claudia Lopez pelo contato e informações sobre os ka’apores. A William Balée pelas informações e fotos disponibilizadas. Às auxiliares de enfermagem, vizinhas na aldeia Xie. A Emídio Tembé, afim dos ka’apores, que me apresentou Paragominas. A Mayra Levandoski pelas fotos do acervo do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná (MAE-UFPR). A Glenn Shepard pelas fotos da apresentação dos ka’apores no Museu Paraense Emílio Goeldi. Ao Museu do Índio, pelo empréstimo dos equipamentos. Aos professores e colegas do PPGAS, Museu Nacional e aos colegas do PPGARQ. Aos funcionários da secretaria do PPGAS que ajudaram sempre que preciso. Vários dos materiais em língua ka’apor foram obtidos no Centro de Documentação de Línguas Indígenas (CELIN), com auxílio da bibliotecária Lourdes Cristina. Parte do dinheiro utilizado com os gastos da pesquisa foi obtida com o Edital de Auxílio à Pesquisa PPGAS/MN/UFRJ e CAPES (2013/2). À CAPES também pela bolsa recebida durante o mestrado. A Joana Miller e Luisa Elvira Belaunde, membros da banca examinadora desta dissertação. A minha família, que sempre ajudou de diversas formas: Manuella, Rita e Manoel. A Carol pelas revisões, pela convivência destes anos e por me aguentar. Mba'eeté ka'ugûasu, kaûĩ moîeby'îebyra. Aîpó saûsukatupyra, aîpó anhẽ. Îamombe'u aîpó i momorangymbyra. Serapûan kó mosakara, i kaûĩgûasuba'e. Kaûĩ mboapyareté, a'e marã monhangara, marana potá memẽ. (O capiroto Guaixará1) Coisa muito boa é uma grande bebedeira,/ ficar vomitando cauim./ Isso é que deve ser bem amado,/ isso realmente! Afirmamos/ que isso é que deve ser festejado./ São famosos esses moçacaras,/ que são uns beberrões./ O que esgota verdadeiramente o cauim,/ esse é o fazedor de mal,/ querendo guerra sempre. 1 Anchieta 1587. Auto de São Lourenço, em Teatro. São Paulo: Martins Fontes, 2006: 8. RESUMO Este é um trabalho sobre a cauinagem ka’apor, os rituais e as narrativas míticas a ela associadas. Descrevo as etapas que devem ser cumpridas para a realização da festa, encargo de pais e padrinhos de um recém-nascido. Comento sobre os ritos que compõe a festa ou que a compuseram em outra época: a nomeação, o fim do resguardo dos matadores e das moças que começaram a menstruar, amarração dos pênis dos moços e passagem das chefias. Exponho os resguardos que precedem a cauinagem e que são momentos do controle da suscetibilidade a que os reclusos estão expostos. Relato e comento os mitos que contam a origem de aspectos relacionados a estes rituais ou que esclarecem alguns de seus aspectos: as narrativas sobre a metamorfose de pais de recém-nascidos, sobre a origem de funções corporais associadas aos resguardos, sobre o jabuti – alimento essencial à reclusão – e outros mitos. Palavras-chave: ka’apor; cauim; rituais; mitologia. ABSTRACT This is a work on the ceremony of brewed beverage by Ka’apor Indians, the rituals and myths associated with it. Describes the steps of the party, which is sponsored by parents and godparents of a newborn. I comment on the rites that take place on that party: the name-giving, the end of the seclusion of killers and girls who began menstruating, the boys puberty initiation and the transfer of chieftainship. I expose the seclusion and fasting that precede the festival and that require self-control behaviors. I report the myths that tells the origin of aspects related to these rituals or clarify some of its aspects. Keywords: ka’apor; ritual of brewed beverage; rites; mythology; LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Jeperai (ouvinte) fazendo o sinal para ‘falar’ ou ‘contar’. Não há diferença entre este sinal quando se refere à fala ou à sinalização e o sinal também pode ser articulado com todos os dedos estendidos. (gravação de 25/06/2014) ..................... 28 Figura 2: Irasui (surdo) sinalizando a primeira parte do sinal para dizer ‘(bola de) futebol’ (gravação de 24/07/2014). ............................................................................ 28 Figura 3: Irasui narrando sobre a dificuldade de se matar Curupira. Irasui (nascido em 11/10/2000) foi o único surdo ka’apor que conheci, vivendo ele na aldeia Xie. .. 29 Figura 4: Sinal para 'muitos'. ..................................................................................... 29 Figura 5: Salomão-mãj diz xe warahy ‘ali (ao leste) está Sol’. .................................. 30 Figura 6: W. Balée, início dos anos 1980. ................................................................. 39 Figura 7: V. Kozák 1958-9, acervo Museu Paranaense. ........................................... 40 Figura 8: V. Kozák 1958-8, acervo Museu Paranaense. ........................................... 41 Figura 9: V. Kozák 1958-8, acervo Museu Paranaense. ........................................... 42 Figura 10: V. Kozák 1958-8, acervo Museu Paranaense. ......................................... 44 Figura 11: Foto de Gustavo Godoy (28/10/2014). ..................................................... 45 Figura 12: Sinal para PAJÉ CANTANDO. ................................................................. 46 Figura 13: Thevet ...................................................................................................... 48 Figura 14: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná (MAE-UFPR), foto de Mayra Levandoski). ................................................................ 50 Figura 15: (coleção etnográfica de Carlos Estevão, Museu de Pernambuco). .......... 51 Figura 16: Imagem retirada do filme de Kozák, acervo do Museu Paranaense. ....... 66 Figura 17: Na cauinagem de 2007, no Xie; imagens retiradas da gravações feita por Rose Costa e Thiago Costa, acervo do Museu Goeldi. ............................................. 68 Figura 18: Na cauinagem de 2007, no Xie; imagens retiradas da gravação feita por Thiago Costa, acervo do Museu Goeldi. ................................................................... 69 Figura 19: Kozák 1958-9, acervo Museu Paranaense. ............................................. 73 Figura 20: À esquerda (2ª viagem SPI, acervo Museu do Índio): tukwaj; À direita (Acervo Museu Goeldi). ............................................................................................. 73 Figura 21: Kozák 1958-9, acervo Museu Paranaense. ............................................. 74 Figura 22: Acervo Museu Goeldi, gravação de Thiago Castro. ................................. 75 Figura 23: Kozák 1958-9, acervo Museu Paranaense. ............................................. 76 Figura 24: Kozák 1958-9, acervo Museu Paranaense. ............................................. 76 Figura 25: Kozák 1958-9, acervo Museu Paranaense. ............................................. 77 Figura 26: Kozák 1958-9, Acervo Museu Paranaense. ............................................ 78 Figura 27: Acervo Museu do Índio, 2ª viagem do SPI. .............................................. 79 Figura 28: Vladimir Kozák 1959, Museu Paranaense. .............................................. 80 Figura 29: Kozák 1958-9, acervo do Museu Paranaense. ........................................ 81 Figura 30: Gravação de Rose Costa, acervo
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