MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT

Subprograma 10.3 do Programa Básico Ambiental de Ictiofauna

Monitoramento e Resgate da Ictiofauna no rio Teles Pires, na Área de Influência da Usina Hidrelétrica Colíder – MT

Relatório Parcial da 26ª Campanha do Monitoramento da Ictiofauna – Fase de Operação

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELO DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES DO PROGRAMA INTEGRANTES CONSELHO CTF ASSINATURA DE CLASSE IBAMA Marcia Oliveira Barbosa 13426/04-D 361640 Silva

Camila Barbosa Silva 80684/04D 5425595

Felipe Talin Normando 57255-04/D 2846403

Yuri Simões Martins 62134/04-D 3445029

Dezembro de 2018

Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT PEIXES UHE COLÍDER

Sumário

1 APRESENTAÇÃO ...... 4 2 OBJETIVO GERAL ...... 4 3 ATIVIDADES REALIZADAS ...... 5 4 MATERIAIS E MÉTODOS ...... 6 4.1 Descrição da Área de Estudo ...... 6 4.2 Descrição dos Trechos de Coleta ...... 6 4.3 Coleta de Peixes e Processamento do Material em Campo ...... 10 4.4 Coleta de Peixes e Processamento do Material no STP ...... 11 4.5 Triagem dos Peixes ...... 12 4.6 Identificação Taxonômica dos Exemplares Capturados ...... 13 4.7 Análises de Hábito Alimentar e Estrutura Trófica da Ictiofauna ...... 13 4.8 Cálculo da Abundância Total e Relativa e Constância de Espécies ...... 14 4.9 Curva Riqueza de Espécies-Amostragem ...... 15 4.10 Estrutura das Populações ...... 15 4.11 Análise da diversidade, equitabilidade e similaridade ...... 15 4.12 Biologia reprodutiva ...... 16 4.13 Coleta e análise de ovos e larvas da ictiofauna ...... 17 4.14 Marcação de peixes com “T-TAG” ...... 19 4.15 Análise dos parâmetros abióticos da água ...... 20 4.16 Análise dos Níveis de Mercúrio...... 20 4.17 Análise Genéticas ...... 21 5 RESULTADOS ...... 21 5.1 Parâmetros Abióticos da àgua ...... 21 5.2 Composição da Ictiofauna ...... 22 5.3 Estutura das populações ...... 26 5.4 Distribuição espacial ...... 30 5.5 Captura por unidade de esforço ...... 33 5.6 Diversidade e equitabilidade ...... 38 5.7 Similaridade ...... 38 5.8 Curva acumulativa de espécies ...... 40 5.9 Guildas Tróficas ...... 40 5.10 Processo Reprodutivo ...... 40 5.11 Parasitas ...... 43 5.12 Ovos e Larvas ...... 43 2 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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5.13 Táxons de Interesse para a Conservação (Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas e de Especial Interesse) ...... 49 5.14 Espécies Migradoras ...... 50 5.15 Espécies Exóticas ou alóctones e Ameaçadas de Extinção ...... 50 5.16 Níveis de mercúrio na ictiofauna ...... 50 5.17 Ictiofauna no STP ...... 50 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 51 7 RECOMENDAÇÕES ...... 53 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 53

3 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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1 APRESENTAÇÃO

Situada entre 7°10’ e 14°45’ de latitude Sul e 53°45’ e 58°10’ de longitude Oeste, a bacia hidrográfica do rio Teles Pires abrange setores territoriais dos estados do Pará e principalmente do estado do Mato Grosso, totalizando uma área de drenagem de 141.905 km².

A bacia está situada ainda entre as bacias dos rios Juruena, a Oeste, e Xingu, a Leste. Em conjunto com o rio Juruena, que também drena importante porção territorial do estado do Mato Grosso, o rio Teles Pires forma o rio Tapajós, um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas.

A Usina Hidrelétrica Colíder se localiza no Médio rio Teles Pires, na divisa entre os municípios de Nova Canaã do Norte (margem direita) e Itaúba/MT (margem esquerda), sub-bacia do Tapajós, bacia Amazônica. Suas coordenadas geográficas são: zona 21 L, 10° 59’ 06.62” Sul e 55º 45’ 52.06” Oeste ou 8785362 S e 635070 L no sistema de coordenadas UTM. O reservatório (lago) ocupa áreas dos municípios de Claudia, Colíder, Itaúba e nova Canaã do Norte, no estado do Mato Grosso. O lago formado pela barragem apresenta uma área de 182,77 km² e o empreendimento tem potência instalada de 300MW.

Este documento contém as informações parciais obtidas através da execução do Subprograma 10.3 do Programa Básico Ambiental de Ictiofauna “ Monitoramento e resgate da ictiofauna existente no rio Teles Pires, na área de influência da Usina Hidrelétrica Colíder (UHE Colíder) ”, como parte do Programa 10 “Monitoramento de Ecossistemas Aquáticos”.

O relatório está em atendimento ao Parecer Técnico da Licença Especial de pesca N°: 116098/CFRP/SUBIO/2018, Processo N° 12965/2018.

O objetivo do presente relatório é apresentar os resultados da vigésima sexta coleta de monitoramento (dezembro/2018) e análise de dados da ictiofauna na área de abrangência da UHE Colíder. A campanha de campo realizada no presente relatório foi realizada pela Bios Consultoria e Serviços Ambientais Ltda.

2 OBJETIVO GERAL

Monitorar a ictiofauna de acordo com o Subprograma de Resgate e Monitoramento da ictiofauna da UHE Colíder, gerando informações que permitam avaliar as alterações na estrutura, distribuição, 4 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT PEIXES UHE COLÍDER abundância, biologia e ecologia da comunidade íctica, visando acompanhar a evolução da mesma decorrente das mudanças associadas à implantação da UHE Colíder.

Os objetivos específicos deste Programa são:

• Complementar o inventario da ictiofauna e definir padrões para as comunidades de peixes na área de influência da UHE Colíder, bacia do rio Teles Pires, incrementando o conhecimento taxonômico dessa fauna;

• Acompanhar a composição de espécies (riqueza, abundância e diversidade), e biomassa da ictiofauna no rio Teles Pires, no reservatório, a jusante e a montante do eixo da UHE Colíder, durante e após a formação do reservatório;

• Fornecer subsídios para a normatização da pesca desenvolvida em nível local;

• Identificar e quantificar os teores de mercúrio principalmente nas espécies piscívoras de topo de cadeia;

• Auxiliar na identificação das rotas de migração reprodutiva ou trófica, e as zonas de recrutamento e crescimento, bem como monitorar e verificar a eficácia do STP;

• Reunir e comparar os resultados das coletas com os dados de pesca na região de estudo;

• Indicar a realização ou não do Subprograma Piscicultura e Repovoamento da Ictiofauna, do PBA da UHE Colíder, orientando sobre as espécies alvos do repovoamento e demais questões técnicas pertinentes;

• Elencar medidas de conservação para a ictiofauna;

Acessórios a esses objetivos estão a marcação e soltura de espécimes e a caracterização e monitoramento genético do matrinchã Brycon falcatus .

3 ATIVIDADES REALIZADAS

A vigésima sexta coleta foi realizada no período de 2 a 8 de dezembro de 2018 conforme resultados apresentados neste relatório.

5 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Descrição da Área de Estudo

O Programa de Monitoramento da Ictiofauna é realizado na área de influência direta (AID) da UHE Colíder, nessa área incluem as regiões a montante e a jusante do eixo do barramento. É importante ressaltar que essas áreas foram afetadas de modo distinto. A área total da AID é de 596,1 km 2, considerando o reservatório, a área do eixo do barramento, bem como as áreas de apoio, a área da ADA totaliza 140,63 km 2.

A área do reservatório tem 182,77 km 2 de área e 148,71 km 2 de terrenos inundados. O comprimento do reservatório entre o barramento e o remanso é de 94 km. Conforme estudos, a vida útil do reservatório será de 150 anos e a usina deverá operar em nível d’agua normal de 272,00 m. Com tempo médio de residência da água de 20 dias, o reservatório será considerado um ambiente intermediário (entre lótico e lêntico), conforme a Resolução Conama 357/2005.

4.2 Descrição dos Trechos de Coleta

Para manutenção do mesmo padrão de monitoramento já praticado, com comparabilidade dos resultados, foram adotados os mesmos trechos de coleta do monitoramento de ictiofauna promovido pela UNEMAT. Originalmente eram 15 trechos de coleta. Após desvio do rio e formação da barragem, o trecho 13 foi subdividido em trecho 13 A, a jusante da barragem, e trecho 13 B, a montante da barragem. Assim, são hoje 16 trechos de coleta, dispostos conforme Tabela 1, extraídos do relatório de monitoramento de ictiofauna elaborado pela UNEMAT, 2016.

Após início da operação do STP, na escada de peixes modelo “Vertical Slot”, foram feitas coletas dentro da escada, na primeira porção a jusante (“entrada”) e na porção a montante (“saída”). Pela proximidade, estas coletas foram concomitantes as coletas nos trechos 13 A e B, sendo denominadas trechos 13 C e 13 D.

A localização dos pontos à montante tiveram alguns ajustes em função da formação do reservatório, um novo ambiente. Alguns desses pontos foram deslocados para as margens mais

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MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT PEIXES UHE COLÍDER próximas da localização original do ponto (Tabela 1 e Figura 1).

As coletas foram realizadas em 18 trechos (Tabela 1) cobrindo toda a área de abrangência do futuro reservatório.

Tabela 1 - Localização dos trechos de coleta de peixes na área de abrangência da UHE Colíder, municípios de Itaúba, Colíder e Nova Canaã do Norte – MT. Trecho Local Latitude (S) Longitude (W) Ictio 001 Canal do Rio Teles Pires – Final reservatório 669017 8757580 Ictio 002 Canal do Rio Teles Pires – Poço 677952 8768652 Ictio 003 Foz do Rio Renato 685157 8773901 Ictio 004 Rio Renato 688675 8777197 Ictio 005 Rio Teles Pires – Corredeira ilhas 678225 8781189 Ictio 006 Córrego Cruzeiro 659359 8778110 Ictio 007 Córrego Cruzeiro 658856 8780581 Ictio 008 Foz do Córrego Cruzeiro 660902 8782455 Ictio 009 Rio Teles Pires – três ilhas 647570 8788677 Ictio 010 Foz igarapé 3° braço 643975 8785378 Ictio 011 Foz igarapé 2° braço 637240 8785117 Ictio 012 Canal do Rio Teles Pires 636324 8787270 Ictio 013A Rio Teles Pires – Barragem Jusante 634285 8785201 Ictio 013B Rio Teles Pires – Barragem Montante 635417 8785585 Ictio 013C STP – Jusante 634370 8786179 Ictio 013D STP – Montante 634495 8786464 Ictio 014 Rio Teles Pires – jusante 628512 8785473 Ictio 015 Ribeirão das Águas 625520 8781523

Foram marcados quatro trechos de coleta de peixes a jusante, e quatorze trechos a montante da área da futura barragem (Figura 1 a Figura 19).

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Figura 1- Mapa com 1 8 trechos de amostragem de peixes na Usina Hidrelétrica Colíder.

Figura 2 - Ictio 001 - Canal do Figura 3 - Ictio 002 - Canal do Figura 4 - Ictio 003 - Foz do Rio Rio Teles Pires – Final Rio Teles Pires - Poço Renato reservatório

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Figura 6 - Ictio 005 - Rio Teles Figura 7 - Ictio 006 - Córrego Figura 5 - Ictio 004 - Rio Renato Pires - Corredeira ilhas Cruzeiro

Figura 8 - Ictio 007 - Córrego Figura 9 - Ictio 008 - Foz do Figura 10 - Ictio 009 - Rio Teles Cruzeiro Córrego Cruzeiro Pires – três ilhas

Figura 11 - Ictio 010 - Foz Figura 12 - Ictio 011 - Foz Figura 13 - Ictio 012 - Canal do igarapé 3º braço igarapé 2º braço Rio Teles Pires

Figura 14 - Ictio 013A - Rio Figura 15 - Ictio 013B - Rio Figura 16 - Ictio 013C - STP- Teles Pires – Barragem - Teles Pires – Barragem - Jusante Jusante Montante

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Figura 19 - Ictio 015 - Ribeirão Figura 17 - Ictio 013C - STP- Figura 18 - Ictio 014 - Rio Teles das águas - Margem esquerda Montante Pires - Jusante jusante

4.3 Coleta de Peixes e Processamento do Material em Campo

As amostragens quantitativas foram realizadas com a utilização de redes de espera de 10 m (com malhas de 2, 3, 4, 5, 10 e 20 cm entre nós opostos – Figura 20 e Figura 21) totalizando 90 m² de esforço por ponto amostral e campanha amostral. Nos trechos amostrais foi utilizada uma bateria de redes em cada local. Todas as redes permaneceram na coluna d’água por aproximadamente 24 horas e vistoriadas de 8 em 8 horas.

Figura 20 - Instalação de redes de emalhar. Figura 21 - Detalhe da captura de peixes com redes de emalhar.

Foram realizadas também, amostragens em caráter qualitativo com a utilização de arrastos, tarrafas, anzóis de espera, caniço e peneiras, objetivando amostrar o maior número de espécies e possíveis juvenis de espécies migradoras. Os arrastos de tela tinham 10 metros de comprimento por 1 metro de altura, e foram dados 2 lances consecutivos em cada ponto de amostragens, totalizando área de 20 m 2 (Figura 22 e Figura 25). 10 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Figura 22 - Utilização de arrasto de tela Figura 23 - Captura de peixes no arrasto. mosquiteiro.

Figura 24 - Instalação de anzóis de espera de Figura 25 - Instalação de anzóis de espera de superfície. superfície.

4.4 Coleta de Peixes e Processamento do Material no STP

Para as amostragens a jusante e montante do STP, foram realizadas cinco tarrafadas na entrada e cinco tarrafas na saída do mecanismo (Figura 26 e Figura 27). Esta metodologia foi empregada em caráter experimental, visto que a amostragem do STP da UHE Colíder deve ser realizada a partir de um programa específico para a avaliação e monitoramento do STP. Não foi possível a utilização de redes de emalhar devido as dificuldades da instalação do petrecho próximo ao mecanismo. Os resultados parciais são mostrados em um item separado dos demais resultados encontrados na área de influência do empreendimento.

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Figura 26 - Amostragem com tarrafa a jusante Figura 27 - Amostragem com tarrafa a do STP. montante do STP.

4.5 Triagem dos Peixes

Os peixes capturados foram separados por local de captura, pelo tipo de petrecho utilizado, e acondicionados em sacos plásticos, contendo etiqueta com indicações de sua procedência, data de coleta e nome do coletor. Foi realizada triagem dos peixes, baseada em tipos morfológicos. Os indivíduos capturados foram identificados, medidos e pesados para a obtenção dos dados biométricos (peso corporal em gramas e comprimento total e padrão em centímetros). No laboratório de campo, os peixes destinados aos estudos reprodutivos foram dissecados, por meio de incisão ventral, para obtenção do diagnóstico macroscópico de maturação gonadal. Foram feitas descrições macroscópicas do estádio de maturação gonadal. As gônadas foram classificadas em escala de maturação seguindo características propostas por Bazzoli (2003) – (Figura 28 a Figura 31).

Figura 28 - Laboratório, detalhe de exemplares Figura 29 - Laboratório, detalhe de exemplares sendo separados. sendo separados.

12 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Figura 30 - Detalhe da triagem de exemplar em Figura 31 - Detalhe da fixação de exemplar em campo. campo.

Após os procedimentos de registros de informações dos exemplares capturados, estes foram devidamente descartados e enterrados em valas sanitárias.

4.6 Identificação Taxonômica dos Exemplares Capturados

Para a identificação das espécies foi utilizado o livro dos peixes do rio Teles Pires publicado por Ohara et al., (2017), além de consultas à especialistas em sistemática de peixes, ao Fishbase (www.fishbase.org) e ao Catalog of Fishes (http://research.calacademy.org/research/ichthyology/catalog).

4.7 Análises de Hábito Alimentar e Estrutura Trófica da Ictiofauna

O estado do volume de preenchimento dos estômagos (grau de repleção estomacal) foi qualificado macroscopicamente em categorias (G1, vazio; G2, parcialmente cheio; G3, totalmente cheio). Para cada item (Figura 32) foi calculada a frequência de ocorrência (F i = n o de estômagos em que ocorre o item i/total de estômagos com alimento) e seu peso relativo (Pi = Peso do item i/ peso total de todos os itens), combinados no índice Alimentar (IAi ) modificado de Kawakami & Vazzoler (1980):

n IAi = (Fi. Pi) / ΣFi. Pi, onde: i=1 IAi = índice alimentar do item i, Fi = frequência de ocorrência do item i, 13 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Pi = peso proporcional do item i

Figura 32 - Detalhe de coleta de estômago.

As estimativas das guildas tróficas (hábito alimentar das espécies) foram baseadas na riqueza de espécies na área de influenciada da UHE Colíder.

4.8 Cálculo da Abundância Total e Relativa e Constância de Espécies

A abundância total e a relativa de cada espécie foram calculadas por meio dos dados das capturas com redes de emalhar, com a equação da Captura por Unidade de Esforço (CPUE) (GULLAND, 1969; GREEN, 1979), em número e biomassa. O cálculo das CPUE's foi efetuado, para cada trecho amostrado e tamanho de malha, por meio das seguintes equações:

n n CPUEn = ∑ N / E x 100 e CPUEb = ∑ B / E x 100 , i=1 i=1 onde: CPUEn = captura em número em 100 m 2 por unidade de esforço; CPUEb = captura em biomassa (kg) em 100 m 2 por unidade de esforço; N = nº de peixes capturados; B = biomassa (kg) dos peixes capturados; E = esforço de pesca empregado durante o tempo de exposição.

A constância de ocorrência (CO) das espécies foi obtida através da utilização do índice de Dajoz (1983), calculado com base nos valores de distribuição por unidade de amostragem, que permitiu avaliar o grau de ubiquidade das espécies. Os intervalos para classificação quanto à ocorrência temporal são: constante, C > 50%; acessória, 25% < C < 50%; e acidental ou rara, C < 25%.

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4.9 Curva Riqueza de Espécies-Amostragem

Foi empregada a ferramenta da curva do coletor para verificar a eficiência da amostragem. A estimativa da riqueza total através da curva de rarefação Jackknife de primeira ordem (SMITH & GERARD, 1984), utiliza-se do número de espécies distribuídas não parametricamente, em estações amostrais independentes sem reamostragem, que foi obtida através da equação:

, onde:

Sp= riqueza esperada; S 0= número observado de espécies; f 1,2,3...n = número de espécies observadas 1, 2, 3...n vezes; N= número de estações amostrais. Esta análise foi empregada para amostragem total (espécie/ponto).

Para a análise dos parâmetros ecológicos citados neste documento foram utilizados os pacotes eco estatísticos Biodiversity pro 2.0, Estimate S 9.1, PAST - statistics.

4.10 Estrutura das Populações

A estrutura em tamanho das populações foi analisada, para cada sexo, através da distribuição da frequência das diferentes classes de comprimento padrão, e a proporção sexual foi determinada através das frequências percentuais de machos e fêmeas de cada população estudada. A relação peso/comprimento para cada espécie foi estabelecida através do método dos mínimos quadrados.

4.11 Análise da diversidade, equitabilidade e similaridade

Para o cálculo da diversidade de espécies foram empregados os dados quantitativos obtidos através das capturas com redes de emalhar (CPUE) e abundância relativa encontrada nas amostragens por arrasto e peneira. Foi utilizado o índice de diversidade de Shannon (Magurran, 1988), descrito pela equação:

15 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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, onde: pi = (n i/N) proporção de cada espécie na amostra; onde: ni=número de indivíduo da espécie i; N=número total de indivíduos; S= número de espécies, chamado também de riqueza. Foi calculada a equitabilidade J’ (Pielou, 1984):

J´= (H’/ H Max ) x 100: Sendo H max = log S (riqueza de espécies), que demonstra quanto a diversidade H’ representa dentro da diversidade máxima.

A equitabilidade que varia de 0 a 1 (quando todas as espécies são igualmente abundantes), mostra o grau de uniformidade ou o grau de dominância de algumas espécies (Magurran, 2004).

Para verificar a similaridade entre os trechos, foram utilizados somente as capturas com rede de emalhar, foi realizado agrupamento hierárquico baseado no coeficiente de Bray-Curtis, calculado a partir da diversidade por trecho e comparação entre esses agrupamentos por ano (PIELOU, 1984).

4.12 Biologia reprodutiva

As gônadas dos exemplares capturados foram retiradas para análise macroscópica do estádio de maturação gonadal, baseando-se na classificação proposta por Bazzoli (2003), onde se observaram características como o percentual de ocupação da cavidade celômica, forma, transparência, turgor, grau de irrigação sanguínea, presença e tamanho dos ovócitos (fêmeas) (Tabela 2, Figura 33 e Figura 34).

Através dessas análises será possível determinar o período e possíveis locais de desovas das diversas espécies de peixes da bacia do rio Teles Pires. A informação sobre a determinação das informações supracitadas será atualizada conforme a obtenção dos resultados ao longo das campanhas do monitoramento.

Tabela 2 - Características macroscópicas dos estádios de maturação gonadal de machos e fêmeas de peixes. ESTÁDIO FÊMEAS MACHOS

1 Ovários finos e transparentes. Testículos finos e translúcidos.

16 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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ESTÁDIO FÊMEAS MACHOS

Ovários com maior volume, alguns ovócitos Testículos com maior volume e 2 visíveis a olho nu. esbranquiçados.

Ovários atingem volume máximo com grande Testículos atingem volume máximo e cor 3 número de ovócitos. branco-leitosa.

Ovários flácidos com áreas hemorrágicas, Testículos flácidos com áreas translúcidas e 4 redução no número de ovócitos. hemorrágicos.

Figura 33 - Detalhe das gônadas de exemplar Figura 34 - Detalhe das gônadas de exemplar fêmea de cachorra ( tatauaia ), com fêmea de mandi (Pimelodus ornatus ), com ovários repletos de ovócitos vitelogênicos (F3). ovários repletos de ovócitos vitelogênicos (F3).

4.13 Coleta e análise de ovos e larvas da ictiofauna

Foram realizadas coletas de ovos e larvas em todos os pontos de monitoramento da ictiofauna da área estudada, durante a presente campanha. As mesmas foram executadas no período da manhã e noite nas margens direita, esquerda e no centro da calha do corpo d’água, em cada ponto de coleta. Para cada turno foram utilizadas uma rede superficial e uma rede de fundo, todas expostas por 10 minutos. O material coletado foi fixado em formalina a 4% tamponado com carbonato de cálcio e etiquetado, observando-se local, data, horário e tipo de aparelho utilizado (Figura 35 e Figura 36).

17 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Figura 35 - Detalhe das coletas de ovos e Figura 36 - Detalhe dos procedimentos de larvas de ictiofauna com rede de ictioplâncton, coleta de amostras de ovos e larvas de diurna. ictiofauna, noturna.

A triagem das amostras consiste na separação dos ovos e larvas de outros organismos e de detritos, com o auxílio de peneiras metálicas com aberturas gradativas e a análise do material coletado foi realizada com auxílio de estereomicroscópio.

A identificação das larvas consiste na separação dos espécimes nos menores níveis taxonômicos possíveis, mediante análise morfométrica e merística. As descrições, chaves e ilustrações publicadas na literatura especializada, são formas de se chegar ao nível taxonômico específico.

Entretanto, o número de espécies com descrição adequada nas fases de desenvolvimento é reduzido, sendo frequentes situações em que a identificação, mesmo em níveis taxonômicos superiores, é impossível. A densidade de ovos e larvas são expressas em número de ovos ou larvas por 10m 3 de água filtrada, para cada ponto de coleta.

As densidades de capturas de ovos e larvas foram calculadas e padronizadas para um volume de 10m 3, utilizando-se a expressão:

Y=(X/V).10 Onde: Y = Densidade de ovos ou larvas X = Número de ovos ou larvas capturadas; V = Volume de água filtrada (m 3). Para o cálculo do volume de água filtrada será utilizada a expressão:

V= a. n.c Onde: 18 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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V = Volume de água filtrada (m 3); a = Área da boca da rede (m 2); n = Número de rotações do fluxômetro; c = Fator de calibração do fluxômetro.

4.14 Marcação de peixes com “T-TAG”

Dentre as espécies descritas para bacia do rio Teles Pires e encontradas na área de influência da UHE Colíder várias apresentam comportamento migrador como o jaú ( Zungaro zungaro ), a piraíba ou filhote ( Brachyplatystoma filamentosum ), a cachorra (Hydrolycus armatus ), a pirarara (Phractocephalus hemioliopterus ), o matrinchã ( Brycon falcatus ), a curimba ( Prochilodus nigricans ), os pacus ( Tometes sp. “Teles Pires” e Myloplus rubripinnis ), a cachara ( Pseudoplatystoma punctifer ) e o caparari (Pseudoplatystoma tigrinum) . Todas essas espécies de peixes realizam migração na época de enchente e cheia para se reproduzir e devem ter atenção especial durante as campanhas de monitoramento, justificando a seleção das mesmas para receberem uma Tag (marca), após a captura.

Os peixes em questão, após a captura, foram retirados das redes, arrastos, espinhéis, tomando-se todos os cuidados necessários ao bem-estar dos mesmos, para evitar lesões. Foram identificados, pesados, medidos, avaliados externamente quanto à atividade reprodutiva e, quando possível, determinado o sexo.

Para cada exemplar, foram anotadas todas as informações como data, horário de captura, local, etc., em planilha com numeração individual.

Os peixes capturados foram marcados com etiqueta do tipo “T-TAG”, apropriadas para aplicação externa, constando de um tubo plástico contendo numeração específica, presa ao corpo do peixe por um tipo de etiqueta plástica. Os peixes foram marcados na região dorsal, entre as nadadeiras dorsal e adiposa. Após a marcação, o local foi banhado com solução curativa “polvidine” e os peixes foram soltos no mesmo local de captura.

19 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Figura 37 - Detalhe da marcação da cachorra Figura 38 - Detalhe da soltura da ca chara (Hydrolycus armatus ). (Pseudoplatystoma punctifer ).

4.15 Análise dos parâmetros abióticos da água

As análises de oxigênio dissolvido, condutividade, temperatura da água, pH e transparência da água (disco de Secchi) foram medidas in loco com o auxílio de uma sonda multi-parâmetros e medidores de campo (oxímetro, condutivímetro e pHmetro) (Figura 39 e Figura 40). As medições foram realizadas em três turnos (manhã, tarde e noite) em todos os trechos amostrais.

Figura 39 - Medições de parâmetros abióticos Figura 40 - Medições de parâmetros abióticos da água com auxílio de oxímetro durante as da água com auxílio de disco de Secchi atividades de monitoramento da ictiofauna. durante as atividades de monitoramento da ictiofauna.

4.16 Análise dos Níveis de Mercúrio

Durante a presente campanha não foram coletados fragmentos de tecido muscular de exemplares

20 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT PEIXES UHE COLÍDER de peixes das espécies previamente estabelecidas para análises laboratoriais de concentrações de nível de mercúrio, sendo estas Serrasalmus rhombeus (piranha) , Prochilodus nigricans (curimba) , Brycon falcatus (matrinchã) , B. aff. pesu (beiradeira) e Hydrolycus armatus (cachorra). Amostras coletadas durante o mês de junho de 2018 ainda estão em sendo analisadas. A próxima coleta será realizada durante a campanha de janeiro de 2019, respeitando a periodicidade semestral da amostragem de metal pesado para os peixes da área de influência da UHE Colíder.

4.17 Análise Genéticas

Durante a presente campanha não foram registrados exemplares da espécie migradora Brycon falcatus, espécie alvo do estudo genético.

5 RESULTADOS

5.1 Parâmetros Abióticos da àgua

A maioria dos valores médios das variáveis físicas e químicas nos 18 pontos de amostragem nas coletas de dezembro de 2018 (Tabela 3) estavam em conformidade como os valores limites estabelecidos pela Resolução CONAMA Nº357/2005. Além disso, na área de estudo, não foram registrados peixes perecidos ou com comportamento anormal como natação irregular ou peixes arfando na superfície que sugere algum tipo de estresse ambiental. Contudo, é importante ressaltar que os pontos mais críticos ou com risco potencial de mortandade de peixes devido à piora da qualidade da água, como aqueles localizados a jusante, estão sendo alvo de monitoramentos periódicos.

Tabela 3 - Valores médios dos parâmetros abióticos da água dos pontos amostrais durante o monitoramento da ictiofauna na área de influência da UHE Colíder, dezembro de 2018. PONTO TEMP. (°C) O.D. (mg/l) C.E. (µs/cm) pH TRANSP. (cm) AMOSTRAL ICTIO01 25,6 6,3 11,2 7,5 56,0 ICTIO02 25,7 6,2 11,5 7,6 52,5 ICTIO03 27,4 6,2 11,8 7,7 34,0 ICTIO04 27,0 6,3 11,0 7,5 34,0 ICTIO05 26,7 6,3 11,0 7,8 30,5 ICTIO06 25,8 6,3 9,3 8,2 65,0 ICTIO07 25,9 6,3 9,3 8,2 65,0 21 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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PONTO TEMP. (°C) O.D. (mg/l) C.E. (µs/cm) pH TRANSP. (cm) AMOSTRAL ICTIO08 25,8 6,3 9,3 8,3 58,3 ICTIO09 25,7 5,8 11,0 7,5 90,5 ICTIO10 25,6 5,8 11,0 7,5 63,0 ICTIO11 25,8 5,9 9,3 7,7 105,0 ICTIO12 25,7 5,9 9,5 7,8 110,0 ICTIO13A 26,4 6,7 13,0 7,9 107,5 ICTIO13B 26,0 6,1 8,5 7,8 110,0 ICTIO13C 27,2 6,3 13,0 7,4 110,0 ICTIO13D 25,8 5,9 10,0 7,1 110,0 ICTIO14 26,5 6,4 12,8 7,7 106,0 ICTIO15 26,5 6,5 12,0 8,0 104,0 TEMP. = Temperatura (°C); O.D. = Oxigênio Dissolvido (mg/l); C.E. = Condutividade Elétrica (µs/cm); pH = Potencial Hidrogeniônico; TRANSP. = Transparência (cm); - = ponto sem amostragem. Em vermelho valores em não conformidade com os limites estabelecidos pela CONAMA n ° 357/2005: OD<5,0; pH <6 e >9; Temp. >40.

5.2 Composição da Ictiofauna

Na campanha realizada em dezembro de 2018 do monitoramento da ictiofauna na área de influência da UHE Colíder, foram capturadas 62 espécies de peixes pertencentes a 24 famílias e 5 ordens (Tabela 4).

Tabela 4 - Lista das espécies amostradas durante o monitoramento da ictiofauna na área de influência da UHE Colíder, dezembro de 2018. CLASSIFICAÇÃO NOME POPULAR Acestrorhynchidae Acestrorhynchus microlepis Peixe-cachorro Anostomidae Leporinus brunneus Piau Leporinus cf. fasciatus Piau-flamengo Leporinus friderici Piau-três-pintas Leporinus tigrinus Piau-flamengo Leporinus vanzoi Piau Bryconidae Brycon sp. “subdistal” Beiradeira, Matrinchã Characidae Hemigrammus levis Piaba Hemigrammus sp. “prata” Piaba Jupiaba acanthogaster Piaba Jupiaba apenima Piaba Moenkhausia collettii Piaba Moenkhausia grandisquamis Piaba 22 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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CLASSIFICAÇÃO NOME POPULAR Moenkhausia cf. lepidura Piaba Roeboides affinis Piaba Thayeria sp. “Tapajós” Piaba Chilodontidae Caenotropus schizodon Zoiúdo Crenuchidae Characidium steindachneri Canivete Ctenoluciidae Boulengerella cuvieri Bicuda Curimatidae Curimata inornata Branquinha Curimatopsis biocelatus Branquinha Cyphocharax plumbeus Sardinha Hydrolycus armatus Cachorra Hydrolycus tatauaia Cachorra, Cachilengue Erythrinidae Hoplias aimara Trairão Hemiodontidae Argonectes robertsi Charuto Hemiodus cf. microlepis Charuto Hemiodus quadrimaculatus Charuto Hemiodus sp. “juvenil” Charuto Hemiodus unimaculatus Charuto Prochilodontidae Prochilodus nigricans Curimba Serrasalmidae Metynnis cf. hypsauchen Pacu Metynnis sp. “juvenil” Pacu Myloplus arnoldi Pacu Pacu-branco, Pacu- Myloplus rubripinnis ferrugem Myloplus schomburgkii Pacu-colete Serrasalmus rhombeus Piranha-preta Cyprinodontiformes Poeciliidae Pamphorichthys cf. scalpridens Barrigudinho Gymnotiformes Rhamphychthyidae Gymnorhamphichthys sp. Sarapó Sternopygidae Archolaemus luciae Sarapó Perciformes Cichlidae Aequidens cf. epae Cará Cichla sp. “juvenil” Tucunaré Crenicichla inpa Jacundá, joaninha Laetacara araguaiae Cará Satanoperca jurupari Cará 23 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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CLASSIFICAÇÃO NOME POPULAR Teleocichla sp. n Jacundá, joaninha Sciaenidae Pachyurus cf. junki Corvina Plagioscion squamosissimus Corvina Siluriformes Auchenipteridae Jaú-de-loca, cabeça- Tocantinsia piresi de-pedra Callichthyidae Corydoras apiaka Coridora Heptapteridae Pimelodella cf. howesi Bagre Loricariidae Baryancistrus sp. “mancha grande” Cascudo Baryancistrus sp. “mancha pequena” Cascudo Hypostomus soniae Cascudo Cascudo-helicóptero, Panaque cf. armbrusteri bodó Squaliforma cf. emarginata Cascudo Pimelodidae Hemisorubim platyrhynchos Jurupoca Pimelodus ornatus Mandi Pimelodus tetramerus Mandi Pseudoplatystoma punctifer Cachara Sorubim trigonocephalus Bico-de-pato Trichomycteridae Haemomaster venezuelae Candiru

Os Characiformes apresentaram a maior abundância (1168 indivíduos) e maiores registros de espécies (37 spp.) e famílias (13 famílias) na área de estudo (Figura 41).

24 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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80% 74,9% Espécie 70% 60% 60% 54% Familia 50% Abundância 40% 30% 23% 25% 20% 13% 13,4% 10,6% 8% 8% 4% 10% 3% 0,2% 2% 0,9% 0%

Figura 41 - Porcentagem dos táxons de peixes coletados na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

Quanto à captura por petrecho, analisando a presente campanha, a grande maioria dos espécimes foi capturada utilizando-se redes de emalhar, representando 64,5% (1006 indivíduos) entre todos os petrechos de pesca utilizados (Figura 42).

Captura por petrecho

64,5% Rede Arrasto Anzol 35,1% Peneira Tarrafa 0,3% 0,0% 0,2%

Figura 42 - Frequência relativa (%) do número de indivíduos por petrecho na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018. 25 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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5.3 Estutura das populações

Durante a presente campanha, foram capturados 1.520 exemplares e 145.135,60 gramas. Os exemplares registrados apresentaram comprimento padrão variando entre 0,9 cm (exemplares de Metynnis sp. “juvenil”) a 72,0 cm (Pseudoplatystoma punctifer ) e peso variando entre 0,6 g (Moenkhausia cf. lepidura ) a 3.649,0 g (Prochilodus nigricans ). A espécie com maior número de exemplares capturados foi a piaba (Moenkhausia cf. lepidura ) com 271, enquanto 9 espécies tiveram apenas 1 exemplar capturado. Maior biomassa (36.566,0 g) capturada foi registrada para as pirnahas (Serrasalmus rhombeus ) e a menor (2,0 g) para as piabas, canivetes e candirus (Jupiaba acanthogaster, Characidium steindachneri e Haemomaster venezuelae ) (Tabela 5).

Tabela 5 - Abundância e amplitude biométrica das espécies registradas na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018. NOME CP (cm) PC (g) CLASSIFICAÇÃO N B (g) POPULAR Mín. Méd. Máx. Mín. Méd. Máx. Characiformes Acestrorhynchidae Acestrorhynchus Peixe- 17 298,0 10,0 11,3 13,0 6,0 16,5 25,0 microlepis cachorro Anostomidae Leporinus brunneus Piau 19 1024,0 12,0 15,1 19,0 27,0 55,5 142,0 Leporinus cf. Piau- 29 1631,0 8,0 12,9 20,0 9,0 63,4 229,0 fasciatus flamengo Piau-três- Leporinus friderici 10 1499,0 11,0 17,7 25,0 26,0 149,9 361,0 pintas Piau- Leporinus tigrinus 6 16,0 2,6 3,2 3,7 2,0 2,5 3,0 flamengo Leporinus vanzoi Piau 64 1253,0 1,5 10,3 14,5 4,0 21,5 55,0 Bryconidae Beiradeira, Brycon sp. “subdistal” 15 342,0 7,0 10,2 14,0 7,0 26,8 46,0 Matrinchã Characidae Hemigrammus levis Piaba 10 20,0 2,5 2,8 3,0 2,0 2,0 2,0 Hemigrammus sp. Piaba 23 92,0 3,0 3,7 4,0 4,0 4,0 4,0 “prata” Jupiaba Piaba 1 2,0 22,0 22,0 22,0 2,0 2,0 2,0 acanthogaster Jupiaba apenima Piaba 5 55,0 8,0 8,0 8,0 11,0 11,0 11,0 Moenkhausia collettii Piaba 11 39,0 1,8 4,2 7,0 1,0 3,7 6,0 Moenkhausia Piaba 11 143,0 6,0 7,2 9,5 7,0 13,3 35,0 grandisquamis Moenkhausia cf. Piaba 271 1676,6 1,0 5,9 12,5 0,6 6,8 17,0 lepidura Roeboides affinis Piaba 8 119,0 8,5 9,2 10,0 6,0 14,9 28,0 Thayeria sp. Piaba 43 144,0 3,0 3,7 4,2 3,0 3,4 4,0 “Tapajós” Chilodontidae Caenotropus Zoiúdo 26 640,0 6,0 9,6 13,0 14,0 24,7 72,0 schizodon Crenuchidae Characidium Canivete 1 2,0 2,8 2,8 2,8 2,0 2,0 2,0 steindachneri 26 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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NOME CP (cm) PC (g) CLASSIFICAÇÃO N B (g) POPULAR Mín. Méd. Máx. Mín. Méd. Máx. Ctenoluciidae Boulengerella cuvieri Bicuda 3 3146,0 10,5 31,5 52,0 301,0 1048,7 1467,0 Curimatidae Curimata inornata Branquinha 122 4124,0 7,5 11,5 16,0 8,0 42,9 132,0 Curimatopsis Branquinha 5 45,0 7,5 7,5 7,5 9,0 9,0 9,0 biocelatus Cyphocharax Sardinha 2 15,0 8,0 8,0 8,0 6,0 7,5 9,0 plumbeus Cynodontidae Hydrolycus armatus Cachorra 5 3416,0 12,0 30,5 46,0 283,0 683,2 1432,0 Cachorra, Hydrolycus tatauaia 31 16253,0 12,5 30,1 51,0 83,0 524,3 1265,0 Cachilengue Erythrinidae Hoplias aimara Trairão 9 536,0 2,7 10,5 26,0 2,0 75,7 334,0 Hemiodontidae Argonectes robertsi Charuto 2 640,0 26,5 27,3 28,0 309,0 320,0 331,0 Hemiodus cf. Charuto 95 1879,0 6,0 13,3 57,0 6,0 21,2 59,0 microlepis Hemiodus Charuto 5 66,0 9,5 9,5 9,5 12,0 14,0 17,0 quadrimaculatus Hemiodus sp. Charuto 80 221,0 2,5 3,7 5,5 2,0 2,9 4,0 “juvenil” Hemiodus Charuto 24 985,0 9,5 13,3 31,0 7,0 41,0 332,0 unimaculatus Prochilodontidae Prochilodus nigricans Curimba 17 23984,0 29,0 35,3 44,0 629,0 1410,8 3649,0 Serrasalmidae Metynnis cf. Pacu 2 337,0 15,0 15,0 15,0 162,0 168,5 175,0 hypsauchen Metynnis sp. “juvenil” Pacu 4 11,0 0,9 1,9 2,7 1,0 2,3 4,0 Myloplus arnoldi Pacu 2 16,0 5,5 5,5 5,5 8,0 8,0 8,0 Pacu- branco, Myloplus rubripinnis 15 5803,0 9,5 21,6 36,0 175,0 386,9 918,0 Pacu- ferrugem Myloplus Pacu-colete 3 677,0 14,0 15,5 16,5 223,0 225,7 229,0 schomburgkii Serrasalmus Piranha- 172 36566,0 5,0 17,0 37,0 4,0 232,9 834,0 rhombeus preta Cyprinodontiformes Poeciliidae Pamphorichthys cf. Barrigudinho 14 22,0 1,6 1,6 1,7 1,0 1,7 2,0 scalpridens Gymnotiformes Rhamphychthyidae Gymnorhamphichthys Sarapó 2 3,0 11,5 12,5 13,5 1,0 1,5 2,0 sp. Sternopygidae Archolaemus luciae Sarapó 1 63,0 63,0 63,0 63,0 Perciformes Cichlidae Aequidens cf. epae Cará 2 8,0 3,6 4,1 4,5 3,0 4,0 5,0 Cichla sp. “juvenil” Tucunaré 144 480,0 2,0 5,0 10,0 1,0 6,0 24,0 Jacundá, Crenicichla inpa 5 33,0 4,8 6,4 9,0 4,0 6,6 10,0 joaninha Laetacara araguaiae Cará 8 25,0 2,4 3,4 4,0 2,0 3,4 4,0 Satanoperca jurupari Cará 39 549,0 1,5 5,9 11,0 1,0 12,0 47,0 Jacundá, Teleocichla sp. n 5 12,0 3,4 4,3 5,2 2,0 3,0 4,0 joaninha 27 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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NOME CP (cm) PC (g) CLASSIFICAÇÃO N B (g) POPULAR Mín. Méd. Máx. Mín. Méd. Máx. Sciaenidae Pachyurus cf. junki Corvina 1 128,0 16,0 16,0 16,0 128,0 128,0 128,0 Plagioscion Corvina 5 7186,0 30,0 37,2 44,0 527,0 1437,2 2552,0 squamosissimus Siluriformes Auchenipteridae Jaú-de-loca, Tocantinsia piresi cabeça-de- 1 14,0 7,0 7,0 7,0 14,0 14,0 14,0 pedra Callichthyidae Corydoras apiaka Coridora 2 3,0 3,0 12,0 21,0 1,0 1,5 2,0 Heptapteridae Pimelodella cf. Bagre 3 6,0 5,0 5,0 5,0 2,0 2,0 2,0 howesi Loricariidae Baryancistrus sp. Cascudo 1 112,0 12,5 12,5 12,5 112,0 112,0 112,0 “mancha grande” Baryancistrus sp. Cascudo 1 57,0 12,0 12,0 12,0 57,0 57,0 57,0 “mancha pequena” Hypostomus soniae Cascudo 3 283,0 11,0 14,0 16,5 76,0 94,3 113,0 Cascudo- Panaque cf. helicóptero, 1 825,0 30,0 30,0 30,0 825,0 825,0 825,0 armbrusteri bodó Squaliforma cf. Cascudo 3 107,0 7,0 11,8 16,5 5,0 51,0 97,0 emarginata Pimelodidae Hemisorubim Jurupoca 7 1970,0 17,0 26,9 33,0 79,0 281,4 638,0 platyrhynchos Pimelodus ornatus Mandi 2 392,0 19,0 23,0 27,0 127,0 196,0 265,0 Pimelodus tetramerus Mandi 84 3977,0 6,0 12,9 24,0 5,0 50,7 302,0 Pseudoplatystoma Cachara 3 6016,0 51,0 59,0 72,0 1550,0 2005,3 2895,0 punctifer Sorubim Bico-de-pato 54 15147,0 13,5 32,8 45,0 4,0 278,5 1200,0 trigonocephalus Trichomycteridae Haemomaster Candiru 1 2,0 3,6 3,6 3,6 2,0 2,0 2,0 venezuelae Total Geral 1560 145135,6

Do total de espécies capturadas, 50,0 % (31 spp.) se tratavam de peixes de pequeno porte (com comprimento máximo menor que 25 cm), sendo representadas, principalmente, por piabas, lambaris, branquinhas e cascudinhos. As espécies de médio porte (comprimento entre 25 e 50 cm) representaram 30,6% (179 spp.) do total, sendo principalmente piaus ( Leporinus spp.), pacus (Myleus e Myloplus spp.) e cascudos (Loricariidae), enquanto as de grande porte (maiores que 50 cm) somaram 19,4% (12 spp.), representadas pela: cachorra ( H. armatus ), corvina ( P. squamosissimus), curimba ( P. nigricans ) e outras (Figura 43).

28 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Porte das espécies

50,0% 30,6% Pequeno

Médio

19,4% Grande

Figura 43 - Frequência relativa (%) do porte dos peixes capturados na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

Quanto às estratégias reprodutivas, observou-se que 77,4% (48 spp.) das espécies registradas são migradores de curta distância ou não realizam deslocamentos reprodutivos, enquanto 22,6% (14 spp.) do total tratam-se de espécies que conhecidamente realizam migrações reprodutivas (Figura 44).

Estratégias Reprodutivas

77,4% Não migrador ou Migrador de curta 22,6% distância

Figura 44 - Frequência relativa (%) das estratégias reprodutivas dos peixes capturados na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

29 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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5.4 Distribuição espacial

De acordo com os registros de espécies por trecho 8,0% das espécies foram capturadas em pelo menos 9 dos 18 trechos avaliados. Entretanto, entre as espécies 40,3% apresentaram distribuição restrita a um trecho amostral. O restante das espécies ocorreu entre 2 a 8 trechos amostrados. O trecho ICTIO13A, localizado a montante do barramento da UHE Colíder, foi o que apresentou maior riqueza (22 spp.) e o trecho ICTIO13, no trecho a jusante do STP, foi o que registrou menor número de espécies (1 spp.) (Tabela 6).

Tabela 6 - Ocorrência (OC) de espécies de peixes capturados por trecho amostral registradas na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018. Trechos Amostrais

OC Classificação Nome Popular % ICTIO01 ICTIO01 ICTIO02 ICTIO03 ICTIO04 ICTIO05 ICTIO06 ICTIO07 ICTIO08 ICTIO09 ICTIO10 ICTIO11 ICTIO12 ICTIO14 ICTIO15 ICTIO13A ICTIO13B ICTIO13C ICTIO13D

Characiformes

Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus Peixe-cachorro X X X X 22 microlepis Anostomidae

Leporinus brunneus Piau X X 11

Leporinus cf. fasciatus Piau-flamengo X X X X X X X X 44

Leporinus friderici Piau-três-pintas X X X X 22

Leporinus tigrinus Piau-flamengo X 6

Leporinus vanzoi Piau X X X 17 Bryconidae Beiradeira, Brycon sp. “subdistal” X X 11 Matrinchã Characidae Hemigrammus levis Piaba X X X 17 Hemigrammus sp. Piaba X X 11 “prata” Jupiaba acanthogaster Piaba X 6 Jupiaba apenima Piaba X 6 Moenkhausia collettii Piaba X X X X 22 Moenkhausia Piaba X X X X X 28 grandisquamis Moenkhausia cf. Piaba X X X X X X X X 44 lepidura Roeboides affinis Piaba X 6 Thayeria sp. “Tapajós” Piaba X X 11 Chilodontidae

30 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Trechos Amostrais

OC Classificação Nome Popular % ICTIO01 ICTIO01 ICTIO02 ICTIO03 ICTIO04 ICTIO05 ICTIO06 ICTIO07 ICTIO08 ICTIO09 ICTIO10 ICTIO11 ICTIO12 ICTIO14 ICTIO15 ICTIO13A ICTIO13B ICTIO13C ICTIO13D

Caenotropus schizodon Zoiúdo X X X X 22 Crenuchidae Characidium Canivete X 6 steindachneri Ctenoluciidae Boulengerella cuvieri Bicuda X X X 17 Curimatidae Curimata inornata Branquinha X X X X X X X X X 50 Curimatopsis biocelatus Branquinha X 6 Cyphocharax plumbeus Sardinha X 6 Cynodontidae Hydrolycus armatus Cachorra X X X X 22 Cachorra, Hydrolycus tatauaia X X X X X X X X X X 56 Cachilengue Erythrinidae Hoplias aimara Trairão X X X X 22 Hemiodontidae Argonectes robertsi Charuto X 6 Hemiodus cf. microlepis Charuto X X X X X X X X X X X 61 Hemiodus Charuto X 6 quadrimaculatus Hemiodus sp. “juvenil” Charuto X X X X X X X 39

Hemiodus Charuto X X X X X X X 39 unimaculatus i

Prochilodus nigricans Curimba X X X X X X 33

Serrasalmidae

Metynnis cf. Pacu X 6 hypsauchen Metynnis sp. “juvenil” Pacu X 6

Myloplus arnoldi Pacu X 6

Pacu-branco, Pacu- Myloplus rubripinnis X X X X X X 33 ferrugem Myloplus schomburgkii Pacu-colete X 6

Serrasalmus rhombeus Piranha-preta X X X X X X X X X X X X X X 78

Cyprinodontiformes

Poeciliidae

Pamphorichthys cf. Barrigudinho X 6 scalpridens Gymnotiformes

Rhamphychthyidae

Gymnorhamphichthys Sarapó X 6

31 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Trechos Amostrais

OC Classificação Nome Popular % ICTIO01 ICTIO01 ICTIO02 ICTIO03 ICTIO04 ICTIO05 ICTIO06 ICTIO07 ICTIO08 ICTIO09 ICTIO10 ICTIO11 ICTIO12 ICTIO14 ICTIO15 ICTIO13A ICTIO13B ICTIO13C ICTIO13D sp. Sternopygidae

Archolaemus luciae Sarapó X 6

Perciformes

Cichlidae

Aequidens cf. epae Cará X X 11

Cichla sp. “juvenil” Tucunaré X X X X X X X X 44

Crenicichla inpa Jacundá, joaninha X X X 17

Laetacara araguaiae Cará X X X X 22

Satanoperca jurupari Cará X X X X X X X X 44

Teleocichla sp. n Jacundá, joaninha X X 11

Sciaenidae

Pachyurus cf. junki Corvina X 6

Plagioscion Corvina X X X X X 28 squamosissimus Siluriformes

Auchenipteridae

Jaú-de-loca, Tocantinsia piresi X 6 cabeça-de-pedra Callichthyidae

Corydoras apiaka Coridora X X 11

Heptapteridae

Pimelodella cf. Bagre X 6 howesi Loricariidae

Baryancistrus sp. Cascudo X 6 “mancha grande” Baryancistrus sp. Cascudo X 6 “mancha pequena” Hypostomus soniae Cascudo X 6

Cascudo- Panaque cf. armbrusteri X 6 helicóptero, bodó Squaliforma cf. Cascudo X X 11 emarginata Pimelodidae

Hemisorubim Jurupoca X X X 17 platyrhynchos Pimelodus ornatus Mandi X 6

Pimelodus tetramerus Mandi X X X X X X 33

Pseudoplatystoma Cachara X X X 17 punctifer Sorubim Bico-de-pato X X X X X X X X X X X X 67 trigonocephalus Trichomycteridae

32 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Trechos Amostrais

OC Classificação Nome Popular % ICTIO01 ICTIO01 ICTIO02 ICTIO03 ICTIO04 ICTIO05 ICTIO06 ICTIO07 ICTIO08 ICTIO09 ICTIO10 ICTIO11 ICTIO12 ICTIO14 ICTIO15 ICTIO13A ICTIO13B ICTIO13C ICTIO13D Haemomaster Candiru X 6 venezuelae Total Geral 12 13 14 8 20 16 14 6 13 14 14 8 22 11 1 2 7 22 100

- = sem amostragem.

5.5 Captura por unidade de esforço

O resultado do esforço amostral empregado para a coleta dos peixes por trecho amostral é mostrado nas figuras abaixo. A captura por unidade de esforço foi calculada considerando-se o número de indivíduos (CPUEn) coletados e a biomassa total (CPUEb) por trecho amostrado através das amostragens por rede de emalhar. Para essa análise foram excluídos os pontos do STP. Após a realização da campanha de dezembro de 2018 do monitoramento da ictiofauna na área de influência da UHE Colíder, espacialmente, o trecho amostral ICTIO13A foi aquele que apresentou maior captura por unidade de esforço em número e biomassa. O trecho ICTIO02 apresentou menor valor de captura para número de indivíduos e o ICTIO14 para biomassa (Figura 45 e Figura 46).

350 300 250 200 150 100 50 CPUEn (ind./100m²) CPUEn 0

Trechos amostrais

Figura 45 - Captura por unidade de esforço em número (CPUEn) por trecho na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018. 33 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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25000

20000

15000

10000

5000 CPUEb (g./100m²) CPUEb

0

Trechos amostrais

Figura 46 - Captura por unidade de esforço em biomassa (CPUEb) por trecho na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

As malhas de 2,0, 3,0 e 5,0 cm entre nós opostos foram as que mais capturaram indivíduos, enquanto malhas maiores apresentaram as menores taxas de capturas (Figura 47). Em relação à biomassa, a malha 10 foi a responsável pelas capturas mais representativas (Figura 48).

450 400 350 300 250 200 150 100 CPUEn (ind./100m²) CPUEn 50 0 2 3 4 5 10 20 Tamanho de malha (cm entre nós opostos)

Figura 47 - Captura por unidade de esforço em número (CPUEn) por trecho na área de abrangência da 34 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

60000

50000

40000

30000

20000 CPUEb (g./100m²) CPUEb 10000

0 2 3 4 5 10 20 Tamanho de malha (cm entre nós opostos)

Figura 48 - Captura por unidade de esforço em biomassa (CPUEb) por tamanho de malha na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

Analisando-se a captura por unidade de esforço por espécie, levando em consideração somente as amostragens com redes de emalhar, verificou-se que as espécies mais abundantes em número foram as piranhas, piabas e sardinhas (Serrasalmus rhombeus , Moenkhausia cf. lepidura e Curimata inornata ), sendo as demais espécies menos representativas em número de indivíduos capturados em redes de espera (Figura 49).

35 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Brycon sp. “subdistal”

0 100 200 300 CPUEn (ind./100m²)

Figura 49 - Captura por unidade de esforço em número (CPUEn) das 20 espécies mais representativas na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

Quanto à biomassa, espécies de médio e grande porte foram as responsáveis pelos maiores valores de captura por unidade de esforço em redes de emalhar, como a piranha ( Serrasalmus rhombeus ) e a curimba ( Prochilodus nigricans ) (Figura 50).

36 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Serrasalmus rhombeus

Prochilodus nigricans

Hydrolycus tatauaia

Sorubim trigonocephalus

Plagioscion squamosissimus

Myloplus rubripinnis

Curimata inornata

Pimelodus tetramerus

Boulengerella cuvieri

Hydrolycus armatus

Hemisorubim platyrhynchos

Hemiodus cf. microlepis

Leporinus cf. fasciatus

Pseudoplatystoma punctifer

Leporinus friderici

Moenkhausia lepidura

Leporinus vanzoi

Leporinus brunneus

Hemiodus unimaculatus

Panaque cf. armbrusteri

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 CPUEb (ind./100m²)

Figura 50 - Captura por unidade de esforço em biomassa (CPUE) das 20 espécies mais representativas na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

37 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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5.6 Diversidade e equitabilidade

Após a realização da presente campanha do monitoramento da ictiofauna, de maneira geral, a área de influência da UHE Colíder apresenta diversidade representativa (Diversidade média = 1,53) e abundância de espécies equitativa nos trechos amostrais (Equitabilidade média = 0,74). Os valores do índice de Shannon (H') variaram entre 0,62 e 2,13, sendo o trecho amostral ICTIO13A, aquele com maior diversidade e o trecho ICTIO14 com a menor. A equitabilidade também variou em todos os trechos amostrais, com variação entre 0,39 e 0,96, representando os trechos ICTIO14 e ICTIO02, respectivamente (Figura 51).

Shannon H' Equitabilidade J' 2,5 1,0

2,0 0,8

1,5 0,6

1,0 0,4

Shannon (H') Shannon 0,5 0,2 Equitabilidade (J') Equitabilidade 0,0 0,0

Trechos amostrais

Figura 51 - Índices de diversidade de Shannon (H’) e equitabilidade (J’) na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

5.7 Similaridade

Ao longo da presente campanha, por meio da análise de similaridade dos pontos amostrais com base na abundância e riqueza de espécies, foi possível observar uma baixa semelhança entre os pontos amostrais (<20%). Todavia, pela ictiofauna observada, é válido ressaltar quatro diferentes agrupamentos (Figura 52):

• Grupo 1: Pontos amostrais ICTIO13A, ICTIO14 e ICTIO15;

38 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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• Grupo 2: Pontos amostrais ICTIO05, ICTIO06, ICTIO09, ICTIO07, ICTIO11, ICTIO12 e ICTIO13B; • Grupo 3: Pontos amostrais ICTIO08, ICTIO01 e ICTIO10; • Grupo 4: Pontos amostrais ICTIO10, ICTIO03 e ICTIO02.

ICTIO13A ICTIO14 ICTIO15 ICTIO05 ICTIO06 ICTIO09 ICTIO07 ICTIO11 ICTIO12 ICTIO13B ICTIO08 ICTIO01 ICTIO10 ICTIO03 ICTIO04 ICTIO02

0.96

0.84

0.72

0.60

0.48 Similarity

0.36

0.24

0.12

0.00

Figura 52 - Similaridade de Bray-Curtis (método de agrupamento Cluster) entre os pontos amostrais na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

39 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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5.8 Curva acumulativa de espécies

Para esta análise foram excluídos os pontos de coleta do STP. O número de espécies observadas após a realização desta campanha não atingiu o número de espécies estimadas, e ainda não mostrou tendência de estabilização (Figura 53). A riqueza observada na área de influência da UHE Colíder foi de 62 espécies, enquanto a riqueza estimada foi, segundo o teste de JackKnife 1, de ~85 espécies, o que representa uma taxa de registro de 72,9%.

Espécies Observadas Espécies Estimadas 100

80

60

40

20 Riqueza deRiqueza espécies 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516 Amostras

Figura 53 - Curva de estimativa espécies (JackKnife1) na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

5.9 Guildas Tróficas

Os estômagos estão sendo analisados em laboratório e os resultados serão inseridos no relatório consolidado.

5.10 Processo Reprodutivo

Foram analisadas gônadas de 283 exemplares para o estudo reprodutivo provenientes da presente campanha onde foram encontrados exemplares em diversos estádios do ciclo reprodutivo (Tabela

40 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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7).

Tabela 7 - Frequência absoluta dos estádios de maturação gonadal de machos e fêmeas das espécies selecionadas para os estudos reprodutivos na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018. FÊMEAS MACHOS TOTAL ESPÉCIES NOME VULGAR 1 2 3 4 Total 1 2 3 4 Total GERAL Characiformes Acestrorhynchidae Acestrorhynchus Peixe-cachorro 1 3 1 5 1 1 1 3 8 microlepis Anostomidae Leporinus brunneus Piau 1 1 2 1 6 7 9 Leporinus cf. Piau-flamengo 2 2 14 1 15 17 fasciatus Leporinus friderici Piau-três-pintas 0 1 4 1 6 6 Leporinus vanzoi Piau 1 3 4 6 6 1 13 17 Bryconidae Brycon sp. Beiradeira, 2 2 0 2 “subdistal” Matrinchã Characidae Moenkhausia Piaba 2 2 2 1 3 5 grandisquamis Moenkhausia cf. Piaba 1 1 2 2 2 4 lepidura Roeboides affinis Lambari-bocarra 2 2 0 2 Chilodontidae Caenotropus Zoiúdo 2 2 1 1 3 schizodon Ctenoluciidae Boulengerella cuvieri Bicuda 1 1 1 1 2 Curimatidae Curimata inornata Branquinha 1 12 13 5 5 10 23 Cynodontidae Cachorra, Hydrolycus tatauaia 4 1 2 7 6 5 1 12 19 Cachilengue Erythrinidae Hoplias aimara Trairão 1 1 0 1 Hemiodontidae Argonectes robertsi Charuto 0 1 1 1 Hemiodus cf. Charuto 2 6 8 16 7 6 13 29 microlepis Hemiodus Charuto 4 4 3 11 2 3 5 16 unimaculatus Prochilodontidae Prochilodus Curimba 0 1 1 2 2 nigricans Serrasalmidae 41 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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FÊMEAS MACHOS TOTAL ESPÉCIES NOME VULGAR 1 2 3 4 Total 1 2 3 4 Total GERAL Pacu-branco, Pacu- Myloplus rubripinnis 1 1 3 3 4 ferrugem Serrasalmus Piranha-preta 4 2 3 9 10 9 3 22 31 rhombeus Perciformes Sciaenidae Pachyurus cf. junki Corvina 0 1 1 1 Plagioscion Corvina 1 1 1 1 2 3 squamosissimus Siluriformes Pimelodidae Hemisorubim Jurupoca 0 1 1 1 platyrhynchos Pimelodus ornatus Mandi 1 1 0 1 Pimelodus Mandi 1 1 10 12 2 24 25 tetramerus Sorubim Bico-de-pato 8 1 9 9 8 2 19 28 trigonocephalus Total geral 39 28 75 0 142 82 70 14 0 166 260 Legenda: 1 = Repouso reprodutivo; 2 = Em maturação; 3 = Maduro; 4 = Esgotado (desovado/espermiado).

Tratando-se das gônadas das fêmeas de espécies com estratégia sedentária ( Boulengerella cuvieri, Hemiodus unimaculatus e outros), foram encontrados maior percentual de ovários em atividade reprodutiva (F3) 43,8%. Para machos, a proporção foi de 46,9% dos testículos em atividade reprodutiva também (M2) (Figura 54).

Sedentários

30,0% Fêmeas Machos 1 44,8% 1 2 3 46,9% 2 43,8% 4 3

26,3% 0,0% 0,0% 8,3% 4

Figura 54 - Frequência relativa dos estádios de maturação gonadal de machos e fêmeas de espécies de peixes com hábitos sedentários, analisados na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018. Legenda: 1 = Repouso reprodutivo; 2 = Em maturação; 3 = Maduro; 4 = Esgotado (desovado/espermiado).

42 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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Quando analisadas somente as gônadas daquelas espécies que apresentam comportamentos migratórios ( Myloplus rubripinnis, Pimelodus tetramerus , Prochilodus nigricans e outros), percebe- se maior frequência de estádios reprodutivos entre as fêmeas e de repouso entre os machos (Figura 55).

Migradores

85,7% Fêmeas 85,7% Fêmeas 1 1 2 2 3 3 4 4 0,0% 0,0% 7,1% 7,1% 7,1% 7,1%

Figura 55 - Frequência relativa dos estádios de maturação gonadal de machos e fêmeas de espécies de peixes com hábitos migradores, analisados na área de abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018. Legenda: 1 = Repouso reprodutivo; 2 = Em maturação; 3 = Maduro; 4 = Esgotado (desovado/espermiado).

5.11 Parasitas

Parasitas estão sendo analisados em laboratório e os resultados serão inseridos no relatório consolidado.

5.12 Ovos e Larvas

Devido ao baixo volume de dados encontrados de ovos e larvas, os dados foram avaliados de forma consolidada, apresentando-se os dados de todos os meses já amostrados, com exceção de amostras que ainda estão sendo triadas. As amostras coletadas em dezembro de 2018 estão sendo triadas e serão apresentadas no próximo relatório.

Concomitantemente às coletas de ovos e larvas, foram mensurados os parâmetros abióticos da água: Oxigênio Dissolvido, Temperatura, pH e condutividade. Os valores médios de oxigênio dissolvido permaneceram em conformidade como os valores limites estabelecidos pela Resolução

43 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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CONAMA Nº357/2005, com valores acima de 5 mg/l. O mês de junho apresentou as maiores médias de OD, principalmente nos pontos Ictio14, 13A e 15, todos localizados à jusante da UHE Colíder. Os pontos Ictio 3, 6 e 7 localizados à montante, apresentaram os valores de OD mais baixos, mas dentro dos valores tolerados pela ictiofauna (Figura 56).

9,0

8,5

8,0

7,5

7,0

6,5

Médiade OD (mg/l) 6,0

5,5

5,0 abr-18 jun-18 set-18 out-18

ICTIO01 ICTIO02 ICTIO03 ICTIO04 ICTIO05 ICTIO06 ICTIO07 ICTIO08 ICTIO09 ICTIO10 ICTIO11 ICTIO12 ICTIO13A ICTIO13B ICTIO14 ICTIO15

Figura 56 - Variação do oxigênio dissolvido (mg/l) entre os diferentes meses e pontos de amostragem na área de influência da UHE Colíder.

Os valores médios de temperatura permaneceram em conformidade como os valores limites estabelecidos pela Resolução CONAMA Nº357/2005, com valores abaixo de 40 oC. As temperaturas variaram entre 23 e 30,6 oC, sendo que os maiores valores mais altos ocorreram no ponto Ictio 6 e os mais baixos no ponto Ictio 4 (Figura 57).

44 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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32,0

31,0

C) 30,0 o 29,0

28,0

27,0

26,0

25,0

24,0 Médiade temperatura ( 23,0

22,0 abr-18 jun-18 set-18 out-18

ICTIO01 ICTIO02 ICTIO03 ICTIO04 ICTIO05 ICTIO06 ICTIO07 ICTIO08 ICTIO09 ICTIO10 ICTIO11 ICTIO12 ICTIO13A ICTIO13B ICTIO14 ICTIO15

Figura 57 - Variação da temperatura ( oC) entre os diferentes meses e pontos de amostragem na área de influência da UHE Colíder.

Os valores médios de pH variaram entre 5,7 e 8,6, sendo os valores abaixo de 6 estão fora dos valores limites estabelecidos pela Resolução CONAMA Nº357/2005. Apesar disso, em nenhum dos pontos foi encontrada qualquer situação de risco à ictiofauna. Os valores mais baixos de pH ocorreram no ponto Ictio 14 e os mais altos nos pontos Ictio 7 e 8 (Figura 58).

45 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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9,0

8,5

8,0

7,5

7,0

6,5 Médiade pH

6,0

5,5

5,0 abr-18 jun-18 set-18 out-18

ICTIO01 ICTIO02 ICTIO03 ICTIO04 ICTIO05 ICTIO06 ICTIO07 ICTIO08 ICTIO09 ICTIO10 ICTIO11 ICTIO12 ICTIO13A ICTIO13B ICTIO14 ICTIO15

Figura 58 - Variação do pH entre os diferentes meses e pontos de amostragem na área de influência da UHE Colíder.

Os valores de condutividade variaram entre 2,8 µs/cm no ponto Ictio 10 e 14 µs/cm no ponto Ictio 14 (Figura 59).

46 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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16,0

14,0

12,0

10,0

8,0

6,0

4,0

2,0 Médiade condutividade (µs/cm)

0,0 abr-18 jun-18 set-18 out-18

ICTIO01 ICTIO02 ICTIO03 ICTIO04 ICTIO05 ICTIO06 ICTIO07 ICTIO08 ICTIO09 ICTIO10 ICTIO11 ICTIO12 ICTIO13A ICTIO13B ICTIO14 ICTIO15

Figura 59 - Variação da condutividade entre os diferentes meses e pontos de amostragem na área de influência da UHE Colíder.

Durante as campanhas realizadas no período de abril de 2018 a outubro de 2018, totalizando 4 campanhas, foram coletados um total de 395 ovos e 8 larvas de peixes. A maioria das larvas foi identificada a nível de ordem e família. Apenas uma larva foi identificada a nível de espécie, a corvina ( Plagioscion squamosissimus ) ( Tabela 8).

Tabela 8 - Identificação das larvas de peixes amostradas em cada campanha e ponto amostral. Ponto Campanha Characiformes Characidae Parodontidae P. squamosissimus ICTIO10 jun-18 2

ICTIO11 set-18 2

ICTIO12 abr-18 1

ICTIO13D abr-18 1

ICTIO13D jun-18 1 1

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Foram encontrados ovos apenas nos pontos Ictio 7, 8 e 15, com destaque para o ponto 8, onde se obteve a maior densidade com 9,49 ovos/10m 3. Já as larvas foram encontradas nos pontos Ictio 10, 11, 12 e 13D, com maior densidade no ponto 13D com 0,16 larvas/10m 3 (Tabela 9).

Tabela 9 - Densidade de ovos e larvas de peixes ao longo dos pontos de amostragem da área de influência da UHE Colíder, das campanhas ocorridas entre abril e outubro de 2018. Ponto Média de Ovos/10m3 Média de Larvas/10m3 ICTIO01 0 0 ICTIO02 0 0 ICTIO03 0 0 ICTIO04 0 0 ICTIO05 0 0 ICTIO06 0 0 ICTIO07 0,09 0 ICTIO08 9,49 0 ICTIO09 0 0 ICTIO10 0 0,04 ICTIO11 0 0,02 ICTIO12 0 0,02 ICTIO13A 0 0 ICTIO13B 0 0 ICTIO13C 0 0 ICTIO13D 0 0,16 ICTIO14 0 0 ICTIO15 0,03 0

Entre os meses, foram encontrados ovos apenas nos meses de setembro e outubro de 2018, com 0,023 ovos/10m 3 e 2,232 ovos/10m 3, respectivamente. As larvas foram encontradas nos meses de abril, junho e setembro de 2018, com 0,007 larvas/10m 3, 0,020 larvas/10m 3 e 0,004 larvas/10m 3, respectivamente (Tabela 10).

Tabela 10 - Densidade de ovos e larvas de peixes ao longo das campanhas ocorridas entre abril e outubro de 2018 na área de influência da UHE Colíder. Campanha Média de Ovos/10m 3 Média de Larvas/10m 3 abr-18 0 0,007 jun-18 0 0,020 set-18 0,023 0,004 out-18 2,232 0

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A maior densidade de ovos e larvas ocorreu no período da manhã, às 10h com 2,196 ovos/10m 3 e 0,015 larvas/10m 3 (Tabela 11).

Tabela 11 - Densidade de ovos e larvas de peixes entre os horários na área de influência da UHE Colíder. Horários Média de Ovos/10m 3 Média de Larvas/10m 3 05:00 0,005 0,013 10:00 2,196 0,015 18:00 0,007 0,000 20:00 0,000 0,005

5.13 Táxons de Interesse para a Conservação (Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas e de Especial Interesse)

De acordo o com classificação atual, foram registradas 62 espécies de peixes, identificadas até o menor nível taxonômico possível. Desse total, 41 possuem identificação definitiva em nível específico e 13 foram identificadas parcialmente (inclusão das siglas cf. e aff.). Destas identificadas 5 (Brycon sp. “subdistal” , Thayeria sp. “Tapajós” , Teleocichla sp. n , Baryancistrus sp. “mancha grande” e Baryancistrus sp. “mancha pequena” ) tratam-se, possivelmente, de espécies potencialmente novas para a ciência (Figura 60).

Identificação taxonômica

66,1% Identificação definitiva

Espécies duvidosas 21,0%

8,1% Identificação genérica

4,8% 0,0% Espécies potencialmente novas Figura 60 - Situação da identificação taxonômica das espécies de peixes registradas na área de

49 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT PEIXES UHE COLÍDER abrangência da UHE Colíder, no mês de dezembro de 2018.

5.14 Espécies Migradoras

Durante a presente campanha foram capturadas 14 espécies consideradas migradoras no rio Teles Pires ( Hemisorubim platyrhynchos, Hydrolycus armatus, Leporinus cf. fasciatus, Leporinus friderici, Metynnis cf. hypsauchen, Metynnis sp. “juvenil” , Myloplus arnoldoi, Myloplus rubripinnis, Myloplus schomburgkii, Pimelodus ornatus, Pimelodus tetramerus, Prochilodus nigricans, Pseudoplatystoma punctifer e Sorubim trigonocephalus ). Foram marcados 14 exemplares sendo 5 de pacus (Myloplus rubripinnis ), 4 cachorra (Hydrolycus armatus ), 2 cacharas (Pseudoplatystoma punctifer ) e 2 jurupocas ( Hemisorubim platyrhynchos ). Nesta coleta não foram registradas recaptura de peixes marcados na área de influência da UHE Colíder.

5.15 Espécies Exóticas ou alóctones e Ameaçadas de Extinção

Durante a presente campanha não foi registrada espécie ameaçada de extinção . Durante a presente campanha não foram registradas espécies exóticas.

5.16 Níveis de mercúrio na ictiofauna

As amostras para análise de mercúrio nos peixes estão sendo analisadas em laboratório e os resultados serão inseridos no relatório consolidado.

5.17 Ictiofauna no STP

Durante as amostragens no STP da UHE Colíder foram capturados 4 peixes na entrada e saída do STP com auxílio de tarrafa. Dentre os peixes capturados foram registradas 3 espécies sendo todas consideradas migradoras (Tabela ).

Tabela 12 - Lista e abundância das espécies registradas a jusante e montante do STP da UHE Colíder, no mês de junho de 2018. CLASSIFICAÇÃO NOME POPULAR JUSANTE MONTANTE TOTAL 50 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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ICTIO13C ICTIO3D Characiformes Cynodontidae Cachorra, Hydrolycus tatauaia 2 2 Cachilengue Prochilodontidae Prochilodus nigricans Curimba 1 1 Siluriformes Pimelodidae Sorubim trigonocephalus Bico-de-pato 1 1 Total geral da abundância 2 2 4

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A ictiofauna do rio Teles Pires e seus tributários na área de influência da UHE Colíder é muito diversificada. Após a realização da campanha de dezembro de 2018 do monitoramento da ictiofauna na área de influência da UHE Colíder, foram capturadas 62 espécies de peixes, representantes de 24 famílias e 5 ordens, sendo a ictiofauna representada predominantemente pelo Characiformes;

• Do total de espécies capturadas, 50,0 % (31 spp.) se tratavam de peixes de pequeno porte (com comprimento máximo menor que 25 cm), sendo representadas, principalmente, por piabas, lambaris, branquinhas e cascudinhos. As espécies de médio porte (comprimento entre 25 e 50 cm) representaram 30,6% (179 spp.) do total, sendo principalmente piaus (Leporinus spp.), pacus ( Myleus e Myloplus spp.) e cascudos (Loricariidae), enquanto as de grande porte (maiores que 50 cm) somaram 19,4% (12 spp.), representadas pela: cachorra (H. armatus ), corvina ( P. squamosissimus ), curimba ( P. nigricans ) e outras;

• Com relação à distribuição, 51,7% das espécies registradas ocorrem entre 2 a 8 trechos amostrais da área de influência da UHE Colíder;

• O número de espécies observadas após a realização da presente campanha não atingiu o número de espécies estimadas, e ainda não mostrou tendência de estabilização, sendo a riqueza estimada em uma média de 85 espécies e deve aumentar com maior número de campanhas amostrais do programa;

• Para as CPUEn e CPUEb por malhas de redes empregadas, as mais efetivas numericamente (CPUEn) foram 2, 3 e 5 cm entre nós opostos e a mais efetiva em biomassa 51 Bios – Consultoria e Serviços Ambientais Ltda www.biosambiental.com.br Rua José Claudino, 318 – Centro; CEP 37 200 000 – Lavras/MG Telefax: (35) 3822.5338; Cel. 35 9802.2602 e-mail: [email protected]

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(CPUEb) foi 10 cm;

• O trecho amostral ICTIO13A foi aquele que apresentou maior captura por unidade de esforço em número e o ICTIO04 em biomassa. O trecho ICTIO06 apresentou menor valor de captura para número de indivíduos e o ICTIO01 para biomassa;

• O trecho amostral ICTIO13A apresentou maior diversidade e o trecho ICTIO14 com a menor. Os pontos ICTIO14 e ICTIO02 registraram o menor e maior escore equitabilidade respectivamente;

• Por meio da análise de similaridade dos trechos amostrais com base na riqueza e abundância das espécies a ictiofauna foi agrupada em 4 grandes grupos ictiofaunístico;

• As amostras das coletas de ovos e larvas ainda estão sendo analisadas em laboratório;

• De acordo com a avaliação reprodutiva das espécies, a maioria dos machos e fêmeas de espécies migradoras estavam em repouso reprodutivo. Entre as sedentárias a maioria das fêmeas e machos apresentavam-se em estádios;

• Durante a campanha de dezembro de 2018 da ictiofauna na área de influência da UHE Colíder, foram marcados 14 peixes migradores com marcas tipo “T-TAG”;

• As amostras com parasitas ainda estão sendo analisadas em laboratório;

• As análises laboratoriais de concentração de níveis de metais pesados nos tecidos dos peixes capturados durante a presente campanha estão em andamento;

• As análises do conteúdo estomacal dos peixes capturados durante a presente campanha estão em andamento;

• Na área de estudo não foi registrada espécie elencada em listas de espécies ameaçadas;

• As campanhas para o programa de monitoramento da ictiofauna têm periodicidade mensal, sendo a próxima programada para ser realizada no mês de janeiro de 2019. As atividades estão sendo desenvolvidas de acordo com plano e cronograma de trabalho proposto para retificação/obtenção da licença de coleta e monitoramento da ictiofauna da UHE Colíder.

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7 RECOMENDAÇÕES

• Recomenda-se que as amostragens da ictiofauna na área de influência, exceto os pontos relacionados ao STP, sejam padronizadas e adequadas de acordo com a metodologia utilizada no monitoramento do ictiofauna da UHE Teles Pires, o modelo de metodologia está disponível no link http://licenciamento.ibama.gov.br/Hidreletricas/Teles%20Pires/RELAT%C3%93RIOS%20SE MESTRAIS/POS%20LO%20- %204o%20Relatorio%20Semestral/P.25/Subprograma%20I%20Monitoramento%20da%20I ctiofauna/ .

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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9. ANEXOS

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