Diagnóstico ambiental de flora

Diagnóstico da Vegetação Nativa Fazenda Bela Vista Sacramento, MG.

Sacramento – MG Setembro / 2018

Diagnóstico ambiental de flora

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ...... 3

2. INTRODUÇÃO ...... 3

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS ...... 5

3.1. Descrição da área de estudo ...... 5

3.1. Levantamento da flora – Qualitativo ...... 8

4. DESCRIÇÃO DA FLORA LOCAL ...... 10

4.1. Definição científica das fitofisionomias amostradas ...... 10

4.2. Estrutura e florística ...... 14

4.2.1. Matas de Galeria ...... 14

4.2.2. Cerrado sentido restrito ...... 29

4.2.3. Cerradão ...... 38

4.3. Espécies ameaçadas de extinção/imunes de corte ...... 46

5. CONSIDERAÇÕES ...... 47

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 54

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EQUIPE

Drª. Carolina de Silvério Arantes1 Coordenação e Vegetação CRBio - 087703/04-D

1 Doutora em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Mestre em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais (UFU), Bióloga pela Universidade Federal de Uberlândia. (34) 9 9976-2693 [email protected]

Marinho Martins Severino Segundo²

Auxiliar de Campo

CRBio 62562/04-D

² Biólogo pela Universidade de Franca, Especialista em Gestão Ambiental pela Faculdade

Católica de Uberlândia, Perito Ambiental pela Globo Verde Ambiental.

(34) 9 9108 9758 [email protected]

Bruno Antonio de Lourdes³

Auxiliar de Campo

CREA 230605-D

³ Engenheiro Ambiental e Sanitarista pela Faculdade de Talentos Humanos de

FACTHUS.

(34) 9 9693 1121 [email protected]

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1. APRESENTAÇÃO

O presente relatório técnico apresenta os dados obtidos em campanhas de campo realizadas na Fazenda Bela Vista, localizada na região leste do município de Sacramento, MG. Os estudos de campo visaram diagnosticar a vegetação presente na área, buscando caracterizar as fitofisionomias presentes, bem como definir seu estádio sucessional e identificar sua riqueza biológica. Foram apresentados dados originais (primários) mensurados a partir de incursões a campo na área de estudo, compostos pelas identificações e análises ecológicas de forma imparcial, que podem ser averiguadas in loco, conforme apresentado a seguir.

2. INTRODUÇÃO

O Brasil é considerado um dos países megadiversos, com uma das maiores biodiversidades já registradas no mundo, devido, principalmente à sua grande extensão territorial com abrangência em diferentes zonas climáticas e heterogeneidade ambiental (MMA, 2007). As diferenças climáticas e físicas acarretam grandes variações ecológicas que dividem o Brasil em diferentes biomas. Dentre os seis biomas que compõem o patrimônio natural brasileiro, o Cerrado é considerado uns dos 34 hotspots do mundo (redutos biológicos considerados críticos para conservação devido à alta biodiversidade e à intensa pressão antrópica no qual estão sendo submetidos), ocupando trechos das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (MITTERMEIER et al., 2005). A conservação da flora deste bioma é de extrema importância para a estabilidade da biodiversidade mundial, já que grande parte do equilíbrio dos ecossistemas naturais é sustentada pelas comunidades vegetais (KLINK & MACHADO, 2005).

Apesar desta grande importância, a cobertura original do Cerrado brasileiro já foi reduzida em mais de 73,8%, devido principalmente, a este tipo de fitofisionomia ocupar terrenos planos, de solos profundos e que são propícios a atividades agrícolas e ocupação urbana (FELFILI et al., 2000; FELFILI et al., 2002). A fragmentação as áreas nativas atingem taxa de 3% ao ano com previsões de que, caso esta taxa se mantenha, por volta de 2030, a ocorrência de áreas nativas do Cerrado estará restrita às áreas protegidas por lei e Unidades de Conservação (HENRIQUES, 2003; MACHADO et al., 2004). A expansão urbana é uma das principais atividades humanas geradoras de fragmentação nas grandes

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cidades. Estima-se que em 2030 as áreas urbanas devem triplicar, em relação às áreas atuais, assim, é necessária a aplicação de medidas e ações de planejamento e arquitetura na expansão dos grandes centros, para que os impactos sobre a fauna e a flora nativas sejam minimizados (UNITED NATIONS, 2004).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2017), Sacramento atualmente apresenta 25.998 habitantes, sendo o segundo município mais habitado da microrregião de Araxá. Dos 3080,44 mil km2 ocupados pelo município, a maior parte é ocupada por atividades agrosilvopastoris na área rural (EMBRAPA, 2010). Considerando que a matriz agrícola é uma das principais fontes da economia do município, torna-se ainda mais difícil equilibrar o crescimento econômico com a conservação das áreas de vegetação restantes (AQUINO & MIRANDA, 2008), Portanto, os estudos de florística permitem avaliar a diversidade biológica contida nos remanescentes florestais, bem como compreender a organização espacial das comunidades vegetais e de seus processos ecológicos, permitirá determinar as potenciais perdas e ganhos para a conservação de seus recursos naturais (TURNER, 1989). Assim, o presente relatório tem por objetivo apresentar os dados florísticos da comunidade vegetal presente na Fazenda Bela Vista no município de Sacramento (MG), descrevendo a diversidade florística desta área.

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3. ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1. Descrição da área de estudo

O estudo foi conduzido nas áreas de vegetação remanescente presente na Fazenda Bela Vista, localizada sob as coordenas centrais de 260994,83 E e 7798780,86 S (23K UTM), com altitude média de 1090 m em relação ao nível do mar e totalizando 2.508,6096 hectares. A área da propriedade está inserida em uma matriz essencialmente agrícola, com todas as áreas vizinhas ocupadas por propriedades, cujas atividades possuem este fim. A área de estudo é ocupada, em sua maior extensão, por áreas de plantio de grãos (soja, milho, trigo, etc.), com alguns remanescentes de vegetação nativa concentrados ao longo de cursos d’água da propriedade. (Figura 1, Figura 2, Figura 3, Figura 4 e Figura 5).

Figura 1. Remanescente de Cerradão da propriedade em matriz agrícola.

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Figura 2. Remanescente de Cerradão da propriedade em matriz agrícola.

Figura 3. Remanescente de Mata de galeria da propriedade em matriz agrícola.

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Figura 4. Remanescente de Mata de galeria da propriedade em matriz agrícola.

Figura 5. Área da propriedade com plantio de grãos.

Segundo o Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE do Estado de , a área de estudo pertence ao Bioma Cerrado (ZEE, 2008). As fitofisionomias presentes na área de

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estudo são mata de galeria (ao longo dos cursos d’água), cerrado sentido restrito (nas bordas nos cursos d’água) e áreas de cerradão (Figura 6). O clima de Sacramento é tropical do tipo Cwb, com estação chuvosa no verão e seca no inverno, conforme a classificação de Köppen. Na estação seca, as médias de temperatura e de pluviosidade são de 17,8ºC e 44 mm, respectivamente. Durante a estação chuvosa (outubro a fevereiro), a temperatura média é de 21ºC e a pluviosidade média é 235 mm, sendo que 50% da precipitação anual (aproximadamente 840 mm) estão concentradas entre os meses de dezembro e fevereiro (KOTTEK et al, 2006). O solo da região é do tipo Latossolo Vermelho Férrico, com textura argilosa em geologia constituída predominantemente por basalto intercalado com Arenito Botucatu (FLORÊNCIO, 2010).

3.1. Levantamento da flora – Qualitativo

Para o primeiro reconhecimento de campo, foi realizada uma visita com o propósito de identificar preliminarmente a situação atual das comunidades vegetais e da área de entorno. Este reconhecimento inicial possibilitou averiguar algumas peculiaridades da área bem como a definição dos pontos de amostragem para o levantamento de campo. O levantamento foi realizado seguindo a metodologia de Avaliação Ecológica Rápida (AER), utilizada para obter informação biológica e ecológica em um curto período de tempo, possibilitando avaliar o patrimônio biológico da área e a tomada eficaz de decisões conservacionistas para a proteção da biodiversidade local (FELFILI et al., 2006).

A metodologia de AER envolve o reconhecimento dos tipos de vegetação na área, a elaboração da lista de espécies da flora e a análise dos resultados. Os dados de campo foram levantados em formatos compatíveis e integrados num Sistema de Informações Geográficas (SIG) para possibilitar a análise da área embasando-se na identificação de suas comunidades naturais distintas, das ameaças que incidem sobre cada comunidade e em ações práticas para garantir sua conservação. Esta forma de trabalho permite recomendar medidas em nível de manejo de espécies individuais para espécies indicadoras, espécies invasoras, espécies-chave e espécies ameaçadas de extinção.

As espécies foram identificadas no campo e nos casos em que isso não foi possível coletou- se material botânico, o qual foi herborizado e identificado através de consultas à literatura específica e a especialistas. A classificação botânica foi realizada com base no Grupo Filogenético das Angiospermas (APG III, 2009) e os nomes das espécies foram conferidos com a base de dados disponíveis na página eletrônica do Missouri Botanical Garden (http://www.mobot.org).

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Figura 6. Mapa descritivo da área de estudo.

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4. DESCRIÇÃO DA FLORA LOCAL

4.1. Definição científica das fitofisionomias amostradas

Por fitofisionomia entende-se a flora e o ambiente de cada local, incluindo a estrutura, as formas de crescimento (árvores, arbustos, etc.) e as mudanças estacionais (sempre-verde, semidecídua, etc.) predominantes na vegetação. A estrutura refere-se à disposição, organização e arranjo dos indivíduos na comunidade, tanto em altura (estrutura vertical) quanto em densidade (estrutura horizontal) (RIBEIRO & WALTER, 2008). A área de estudo possui remanescentes de cerradão, cerrado sentido restrito e mata de galeria ao longo dos cursos d’água.

• Cerradão

O cerradão é a uma formação florestal do bioma Cerrado com características esclerófilas (grande ocorrência de órgãos vegetais rijos, principalmente folhas) e xeromórficas (com características como folhas reduzidas, suculência, pilosidade densa ou com cutícula grossa que permitem conservar água e, portanto, suportar condições de seca) (RIBEIRO & WALTER, 2008). Caracteriza-se pela presença preferencial de espécies que ocorrem no cerrado sentido restrito e também por espécies de florestas, particularmente as da floresta estacional semidecidual e da mata de galeria não inundável. Do ponto de vista fisionômico é uma floresta, mas floristicamente se assemelha mais ao cerrado sentido restrito. O cerradão apresenta dossel contínuo e cobertura arbórea que pode oscilar de 50 a 90%, sendo maior na estação chuvosa e menor na seca (Figura 7). A altura média da camada de árvores varia de oito a 15 metros, proporcionando condições de luminosidade que favorecem a formação de camadas de arbustivas e herbáceas diferenciadas.

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Figura 7. Diagrama de perfil (1) e cobertura arbórea (2) de um Cerradão representando uma faixa de 80 m de comprimento por 10 m de largura.

Fonte: Adaptado de Ribeiro e Walter (2008).

• Cerrado sentido restrito

O cerrado sentido restrito caracteriza-se pela presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, e geralmente com evidências de queimadas (RIBEIRO & WALTER, 2008). Os arbustos e subarbustos encontram-se espalhados, com algumas espécies apresentando órgãos subterrâneos perenes (xilopódios), que permitem a rebrota após queima ou corte. Na época chuvosa as camadas subarbustiva e herbácea tornam-se exuberantes, devido ao seu rápido crescimento. Os troncos das plantas lenhosas em geral possuem cascas com cortiça espessa, fendida ou sulcada, e as gemas apicais (responsáveis pelo crescimento dos vegetais) de muitas espécies são protegidas por densa quantidade de pelos (BRANDÃO et al., 1992). As folhas em geral são rígidas e com consistência de couro. Esses caracteres indicam adaptação a condições de seca (xeromorfismo). Todavia é bem relatado na literatura que as árvores não sofrem restrição de água durante a estação seca, pelo menos aquelas espécies que possuem raízes profundas.

O cerrado sentido restrito denso é um subtipo de vegetação predominantemente arbóreo, com cobertura de 50% a 70% e altura média de cinco a oito metros (Erro! Fonte de referência não encontrada.). Representa a forma mais densa e alta de Cerrado sentido restrito. As camadas de vegetação de arbustos e ervas são menos adensadas, provavelmente devido ao sombreamento resultante da maior cobertura das árvores. Ocorre principalmente nos solos dos tipos Latossolos Vermelho e Cambissolos.

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Figura 8. Diagrama de perfil (1) e cobertura arbórea (2) de um Cerrado Denso representando uma faixa de 40 m de comprimento por 10 m de largura.

Fonte: Adaptado de Ribeiro e Walter (2008).

• Mata de galeria

Vegetação florestal que acompanha um curso de água, onde o lençol freático não está próximo ou sobre a superfície do terreno na maior parte dos trechos o ano todo, mesmo na estação chuvosa (RIBEIRO & WALTER, 2008). Apresenta trechos longos com topografia acidentada, sendo poucos os locais planos (Figura 9). Possui solos bem drenados e uma linha de drenagem (leito do córrego) definida (IVANAUSKAS et al. 1997). A floresta de galeria possui dois subtipos: a floresta não inundável e a floresta inundável. Essas formações acompanham os riachos de pequeno porte e córregos formando corredores fechados sobre o curso de água (ROCHA et al. 2005). Essas florestas geralmente encontram-se encravadas no fundo de vales ou nas cadeias de drenagem onde os cursos de água ainda não escavaram o canal definitivo.

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Figura 9. Diagrama de perfil (1) de mata de galeria inundável (A) e cobertura arbórea (2) de uma mata de galeria, representando uma faixa de 80 m de comprimento por 10 m de largura. Diagrama de perfil (1) de mata de galeria não-inundável (B) e cobertura arbórea (2) de uma mata de galeria, representando uma faixa de 80 m de comprimento por 10 m de largura.

Fonte: Adaptado de Ribeiro e Walter (2008).

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4.2. Estrutura e florística

As áreas de vegetação nativa da propriedade estão localizadas ao longo de oito cursos d’água presentes na propriedade em fragmentos de mata de galeria e de cerrado sentido restrito nas partes mais altas do terreno, com um ponto de maior adensamento de vegetação, caracterizado como fragmento de cerradão. A maior parte das áreas de preservação permanente da propriedade encontra-se isolada fisicamente por cerca. Os pontos de amostragem do estudo estão dispostos na Tabela 1.

Tabela 1. Coordenadas dos pontos de amostragem na área de estudo.

Coordenada Fitofisionomia L S Mata de Galeria 259959 7798848 Mata de Galeria 260071 7800642 Mata de Galeria 260083 7798865 Mata de Galeria 260639 7801101 Mata de Galeria 261656 7795406 Cerradão 260593 7799282 Cerradão 261716 7799438 Cerrado Sentido Restrito 258186 7797596 Cerrado Sentido Restrito 259464 7799893

4.2.1. Matas de Galeria

As matas de galeria da Fazenda Bela Vista ao longo dos cursos d’água que percorrem a propriedade (Figura 6). A comunidade vegetal das matas de galeria da propriedade ocorre em latossolo vermelho sem afloramento rochoso, composta por estratos arbóreos densos e baixa presença de arbustos e gramináceas. As matas de galeria das da propriedade encontram-se bem conservadas em sua maior extensão, com alguns pontos, normalmente nas bordas dos fragmentos (Figura 10), nas áreas intermediárias dos cursos dos córregos (Figura 11) e nos pontos de represamento (Figura 12), em pior estado de conservação. Nestes pontos mais degradados, a vegetação é mais rala, com pequena área basal e predomínio de indivíduos de espécies heliófilas, ou seja, que necessitam de grande quantidade de luz direta para se desenvolver, como Cecropia pachystachya (embaúba; Figura 13), Tapirira guianensis (pau-pombo; Figura 14) e Pleroma candolleanum (quaresmeira; Figura 15).

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Figura 10. Área de borda de Mata de Galeria com alto grau de degradação e presença de cipó.

Figura 11. Área degradada de Mata de Galeria em porção intermediária do curso de um dos córregos da propriedade.

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Figura 12. Área de Mata de Galeria degradada em um dos pontos de represamento da propriedade.

Figura 13. Indivíduo de Cecropia pachystachya (embaúba) em Mata de Galeria da propriedade.

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Figura 14. Indivíduo de Tapirira guianensis (pau-pombo) em Mata de Galeria da propriedade.

Figura 15. Indivíduo de Pleroma candolleanum (quaresmeira) em Mata de Galeria da propriedade.

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Nos adensamentos mais conservados das matas de galeria, a comunidade arbórea é, em sua maioria, composta por indivíduos com grande área basal (Figura 16) e no interior da mata há uma grande quantidade de serapilheira e estrato regenerativo denso (Figura 17).

Figura 16. Indivíduo com grande área basal em área conservada de Mata de Galeria da propriedade.

Figura 17. Solo de Mata de Galeria conservada com grande quantidade de serapilheira.

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A altura média dos indivíduos arbóreos do dossel foi de 15 metros, mas com presença de árvores emergentes (que superam a altura do dossel da comunidade) com mais de 20 metros. No interior dessas áreas mais conservadas foram observados indivíduos típicos de áreas úmidas e indicativos de boa qualidade ambiental, como Dicksonia sp. (samambaiaçu), além de ocorrência de epífitas (Figura 18).

Figura 18. Indivíduo de grande porte de Dicksonia sp. (samambaiaçu) com epífita associada ao tronco.

Nestas áreas conservadas, o estrato arbóreo é dominado por indivíduos de Cecropia pachystachya (embaúba), Tapirira guianensis (pau-pombo), Pleroma candolleanum (quaresmeira), Calophyllum brasiliense (guanandi; Figura 19), Protium heptaphyllum (almecegueira; Figura 19), Xylopia emarginata (pindaíba do brejo; Figura 20), Hymenaea courbaril (jatobá; Figura 21) e Inga sessilis (ingá-amarelo; Figura 22) e com dossel atingindo até 10 metros.

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Figura 19. Mata de Galeria com indivíduos regenerantes de Protium heptaphyllum (almecegueira) e Calophyllum brasiliense (guanandi).

Figura 20. Indivíduo de Xylopia emarginata (pindaíba do brejo) em Mata de Galeria da propriedade.

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Figura 21. Indivíduo de Hymenaea courbaril (jatobá) em Mata de Galeria.

Figura 22. Mata de Galeria com regeneração de Inga sessilis (ingá-amarelo).

No sobosque há ocorrência de indivíduos de Maytenus floribunda (cafezinho-seco; Figura 23), Erythroxylum daphnites (muxiba; Figura 24), Myrcia splendens (guamirim-miudo;

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Figura 25), Myrsine guianensis (capororoca; Figura 26), Calophyllum brasiliense (guanandi; Figura 27) e Amaioua guianensis (cafezinho; Figura 28).

Figura 23. Maytenus floribunda (cafezinho-seco) em Mata de Galeria.

Figura 24. Erythroxylum daphnites (muxiba) em Mata de Galeria.

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Figura 25. Myrcia splendens (guamirim-miudo) em Mata de Galeria.

Figura 26. Myrsine guianensis (capororoca) em Mata de Galeria.

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Figura 27. Calophyllum brasiliense (guanandi) em Mata de Galeria.

Figura 28. Amaioua guianensis (cafezinho) em Mata de Galeria.

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O sobosque das matas de galeria é denso e bem formado com frequente ocorrência indivíduos regenerantes, incluindo indivíduos desta espécie de estágios sucessionais mais avançados, como o Protium heptaphyllum (Figura 19). Nestas áreas também a ocorrência de espécies arbustivas e herbáceas, típicas de ambientes úmidos como, Cyperus sp. (capim-tiririca), Andropogon sp. (capim-rabo-de-burro; Figura 29), Rhynchospora sp. (tiririca-do-brejo), Piper aduncum (falso-jaborandi; Figura 30), Miconia chamissois (beira-rio; Figura 31), Mimosa sp. (unha-de-gato), Vernonia sp. (assa-peixe), algumas áreas apresentam ocorrência rala de bambus (Figura 32) e densa de samambaias (Figura 33).

Figura 29. Andropogon sp. (capim-rabo-de-burro) em área úmida de Mata de Galeria.

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Figura 30. Piper aduncum (falso-jaborandi) em área úmida de Mata de Galeria.

Figura 31. Miconia chamissois (beira-rio) em área úmida de Mata de Galeria.

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Figura 32. Ocorrência rala de bambus nas Matas de Galeria da propriedade.

Figura 33. Ocorrência de samambaias nas Matas de Galeria da propriedade.

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Na área de mata de galeria foram registradas 35 espécies distribuídas em 22 famílias das quais Poaceae (quatro espécies), Fabaceae, Asteraceae e Annonaceae (três espécies cada) foram as mais representativas. Das 35 espécies, 26 (74,3%) possuem síndrome de dispersão do tipo zoocóricas, ou seja, feita por animais, oito (22,9%) síndrome de dispersão do tipo anemocórica, feita pelo vento e uma (2,8%) possui síndrome de dispersão do tipo autocórica, feita pela ação da gravidade (Anexo 1).

As matas de galeria são consideradas os ambientes mais diversos do Cerrado (FELFILI 2000), com uma alta diversidade e riqueza de espécies (FELFILI, 2000). Além disso, essas florestas possuem um importante papel na proteção dos recursos hídricos (LIMA & ZAKIA, 2001). Estas florestas, ao contrário do cerrado, não estão sujeitas aos mesmos níveis de estresse hídrico, pois o lençol freático nestas áreas é mais superficial, deixando água disponível ao longo de todo o ano (GOUVEIA & FELFILI, 1998). A comunidade vegetal amostrada é pouco representativa das comunidades de mata de galeria nativas em estado preservado. Apesar dos indícios de presença de gado e entulhos, a área de preservação permanente da área de estudo encontra-se devidamente isolada por cerca na margem do córrego do lado da propriedade de estudo. Isso indica que o acesso que geram estas perturbações não ocorre pelos limites da propriedade de estudo, mas por outros locais fora destes limites.

Por serem fragmentos estreitos, imerso em uma matriz altamente antropizada, o processo chamado de efeito de borda é bastante intenso nesta comunidade vegetal. O efeito de borda sobre o ecossistema natural é caracterizado por mudanças abióticas (maior exposição a ventos, altas temperaturas e baixa umidade), biológicas diretas (mudanças na abundância e distribuição de espécies causadas diretamente por variações nas condições físicas das bordas) e biológicas indiretas (que envolvem mudanças nas interações ecológicas entre as espécies) (MURCIA, 1995).

A ocorrência de espécies de bambus nas florestas nativas do Cerrado é comum e, quando em menor densidade são indicadores de ambiente com baixo ou nenhum impacto ambiental. A maioria das espécies nativas de bambus que ocorrem nos ambientes florestais do Cerrado são altamente tolerantes à sombra e, em alguns casos estão associados à ambientes com alta umidade (IBGE, 2013). Em condição de perturbação, estas espécies podem passar a ter um caráter invasor e dominar o ambiente (SHIRASUNA, 2012). Porém, em baixas densidade, a presença de bambus no interior das florestas é indicativa de ambiente conservado com baixo ou nenhum impacto ambiental. Assim, nas matas estudadas, a ocorrência moderada de indivíduos de bambus indica que estas matas estão em estado de conservação de bom a intermediário.

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O predomínio de espécies zoocóricas na área de estudo seguiu o padrão encontrado para comunidades vegetais tropicais, onde mais de 50% das espécies produzem frutos adaptados ao consumo de aves e mamíferos (HOWE & SMALLWOOD, 1982). Demonstra- se, assim, o potencial do remanescente em formar habitats e corredores ecológicos naturais que apresentem condições favoráveis para abrigar espécies da fauna local. Além disso, confirma a importância dos agentes biológicos no fluxo gênico das formações vegetais (BUDKE et al., 2005).

O processo de sucessão secundária nessas áreas encontra-se em estágio intermediário a avançado, com a presença de um estrato regenerativo denso e diverso. O estrato regenerativo de uma floresta guarda o potencial de autorregeneração destas comunidades, sendo composto por indivíduos jovens das espécies presentes na comunidade, bem como de espécies novas, colonizadoras do novo ambiente. Estes indivíduos que compõem o estrato arbóreo regenerativo são jovens e, por isso, mais vulneráveis a impactos antrópicos que modificam as condições ambientais das florestas, como a umidade e a luminosidade. A presença de alta densidade de regeneração nas áreas conservadas de Mata de Galeria da propriedade garante que esta comunidade apresenta condições de autorregeneração.

4.2.2. Cerrado sentido restrito

Nas áreas mais altas do relevo da propriedade, nas bordas das matas de galeria e nas áreas de plantio existem remanescentes de vegetação característica da fitofisionomia de cerrado sentido restrito, ocorrendo em solo com cascalho pedregoso (Figura 34).

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Figura 34. Solo do cerrado sentido restrito com cascalho pedregoso.

A comunidade arbórea é formada em sua maior extensão por poucos indivíduos arbóreos esparsos com dossel descontinuo, atingindo alturas entre 5 e 10 metros. Em alguns pontos existe adensamento de vegetação, mais diversa e bem desenvolvida.

As principais espécies arbóreas registradas foram Ouratea hexasperma (folha-de-serra; Figura 35), Dalbergia miscolobium (caviúna; Figura 36), Bowdichia virgilioides (sucupira- preta; Figura 37), Styrax ferrugineus (laranjinha-do-cerrado; Figura 38), Pouteria torta (guapeva; Figura 39), Piptocarpha rotundifolia (pau-de-fumo; Figura 40) e Cabralea canjerana (cedro-bravo; Figura 41).

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Figura 35. Ouratea hexasperma (folha-de-serra) em Cerrado Sentido Restrito.

Figura 36. Dalbergia miscolobium (caviúna) em Cerrado Sentido Restrito.

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Figura 37. Bowdichia virgilioides (sucupira-preta) em Cerrado Sentido Restrito.

Figura 38. Styrax ferrugineus (laranjinha-do-cerrado) em Cerrado Sentido Restrito.

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Figura 39. Pouteria torta (guapeva) em Cerrado Sentido Restrito.

Figura 40. Piptocarpha rotundifolia (pau-de-fumo) em área de Cerrado Sentido Restrito.

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Figura 41. Cabralea canjerana (cedro-bravo) em Cerrado Sentido Restrito.

O estrato herbáceo-arbustivo é dominado por indivíduos de Solanum lycocarpum (lobeira; Figura 42), Ricinus communis (mamona; Figura 43), Neea theifera (capa-rosa; Figura 44), e Mimosa sp. (unha-de-gato).

Figura 42. Solanum lycocarpum (lobeira) em área de Cerrado Sentido Restrito.

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Figura 43. Ricinus communis (mamona) em Cerrado Sentido Restrito.

Figura 44. Neea theifera (capa-rosa) em Cerrado Sentido Restrito.

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Em toda a área há invasão por espécies exóticas, principalmente por capim braquiária (Figura 45) e, apesar disso as áreas de maior adensamento de cerrado sentido restrito possuem alta ocorrência de epífitas (Figura 46).

Figura 45. Invasão por capim braquiária nas áreas de cerrado sentido restrito.

Figura 46. Epífitas nas áreas de cerrado sentido restrito.

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Na área de cerrado sentido restrito foram registradas 42 espécies distribuídas em 23 famílias das quais Fabaceae (11 espécies) é a mais representativa. Das 42 espécies, 21 (50%) possuem síndrome de dispersão do tipo zoocóricas, ou seja, feita por animais, as outras 18 espécies (42,9 %) possuem síndrome de dispersão do tipo anemocórica, feita pelo vento e três espécies (7,1%) possui síndrome de dispersão do tipo autocórica, ou seja, pela gravidade (Anexo 1).

Por serem fragmentos estreitos, imerso em uma matriz altamente antropizada, o processo chamado de efeito de borda é bastante intenso nesta comunidade vegetal. O efeito de borda sobre o ecossistema natural é caracterizado por mudanças abióticas (maior exposição a ventos, altas temperaturas e baixa umidade), biológicas diretas (mudanças na abundância e distribuição de espécies causadas diretamente por variações nas condições físicas das bordas) e biológicas indiretas (que envolvem mudanças nas interações ecológicas entre as espécies) (MURCIA, 1995).

A braquiária teve suas origens na África e foi introduzida no Brasil, a partir de 1950, como forrageira para produção pastoril, sendo amplamente disseminada (ALCANTARA, 1986). Entretanto, esta espécie caracterizou-se como invasora agressiva de áreas de cerrado nativo, causando interações negativas e dominando o ambiente. A braquiária forma densas touceiras e expulsa as espécies nativas de seu habitat (CARVALHO et al. 1990). Em áreas onde a espécie foi introduzida, a braquiária passa a se constituir num importante infestante, muito agressiva e de difícil controle (ALCANTARA, 1986). O solo se torna muito compactado e degradado e, em função principalmente da profundidade da raiz, é muito difícil de exterminá-la para o plantio de nativas (ALCANTARA, 1986). Na dinâmica de regeneração, que é determinada pela interação entre o regime dos distúrbios e a biologia das espécies, espécies com estas características tendem a expandir sua área de ocorrência, inviabilizando um avanço no estádio sucessional da comunidade (CARVALHO et al. 1990). Além de diminuir a produtividade, a alta densidade desta gramínea também está relacionada à perda de biodiversidade em ecossistemas tropicais. Ela influencia a germinação de sementes e o estabelecimento de plântulas das espécies arbóreas, reduzindo consideravelmente a densidade e área basal. A área remanescente mais densas são bem representativas de áreas nativas de cerrado sentido restrito, com muitas espécies características de ambiente e indicadoras de áreas conservadas, como as touceiras de capim nativos registradas em ampla extensão desta área. Além disso, o estrato arbóreo possui alta biomassa com presença de indivíduos de grande porte, com alto desenvolvimento em altura e diâmetro, mostrando a estabilidade da área. O bom estado de conservação desta área é corroborado, ainda, pela presença de

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Diagnóstico ambiental de flora

espécies epífitas e estrato regenerativo bem formado e diversificado, indicando potencial de conservação das espécies vegetais nesta comunidade.

4.2.3. Cerradão

As áreas de Cerradão da propriedade ocorrem nas bordas das formações florestais presentes ao longo dos cursos d’água em solos profundos, bem drenados, de média e baixa fertilidade, ligeiramente ácidos. Essas formações encontram-se em sua maior extensão, em bom estado de conservação, com alta área basal, grande quantidade de serapilheira, sobosque denso e bem formado com grande variedade de indivíduos no estrato regenerativo (Figura 47).

Figura 47. Sobosque de Cerradão.

A comunidade arbórea forma dossel contínuo com indivíduos atingindo alturas entre oito e 15 metros. As principais espécies arbóreas que compõem do dossel são: Styrax camporum (laranjinha-do-campo; Figura 48), Miconia ferrugínea (pixirica; Figura 49), Virola sebifera (virola; Figura 50), Luehea grandiflora (açoita-cavalo; Figura 51), Copaifera langsdorffii (copaíba; Figura 52), Qualea grandiflora (pau-terra-grande; Figura 53), Attalea speciosa

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Diagnóstico ambiental de flora

(babaçu; Figura 54), Leptolobium dasycarpum (colher-de-pedreiro), Dalbergia miscolobium (caviúna), Hymenaea courbaril (jatobá), e Xylopia aromatica (pimenta-de-macaco).

Figura 48. Styrax camporum (laranjinha-do-campo) em Cerradão.

Figura 49. Miconia ferrugínea (pixirica) em Cerradão.

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Diagnóstico ambiental de flora

Figura 50. Virola sebifera (virola) em Cerradão.

Figura 51. Luehea grandiflora (açoita-cavalo) em Cerradão.

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Diagnóstico ambiental de flora

Figura 52. Copaifera langsdorffii (copaíba) em Cerradão.

Figura 53. Qualea grandiflora (pau-terra-grande) em Cerradão.

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Diagnóstico ambiental de flora

Figura 54. Attalea speciosa (babaçu) em Cerradão.

O sobosque é composto, principalmente, por Guettarda viburnoides (veludo-branco; Figura 55), Cordiera sessilis (marmelada; Figura 56), Matayba guianensis (camboatá; Figura 57), Maprounea guianensis (cascudinho; Figura 58), Solanum lycocarpum (lobeira), Myrcia splendens (Guaramirim) e Roupala montana (carne-de-vaca). O estrato herbáceo-arbustivo é composto por indivíduos de Psychotria sp (psicótria) e Mimosa setosa (unha-de-gato).

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Diagnóstico ambiental de flora

Figura 55. Guettarda viburnoides (veludo-branco) em Cerradão.

Figura 56. Cordiera sessilis (marmelada) em Cerradão.

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Diagnóstico ambiental de flora

Figura 57. Matayba guianensis (camboatá) em Cerradão.

Figura 58. Maprounea guianensis (cascudinho) em Cerradão.

Nas áreas mais densas dos fragmentos de Cerradão foram registradas epífitas, indicativas do bom estado de conservação destas comunidades vegetais (Figura 59).

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Diagnóstico ambiental de flora

Figura 59. Bromélia no interior de Cerradão.

Nas áreas de Cerradão foram registradas 75 espécies distribuídas em 37 famílias, das quais Fabaceae teve maior representatividade de espécies, com 13 espécies, seguida de Asteraceae com cinco espécies e Rubiaceae e Annonaceae com quatro espécies cada. Das 75 espécies registradas, 47 (62,7%) possuem síndrome de dispersão zoocóricas, ou seja, feita por animais, 25 (33,3%) possuem síndrome de dispersão anemocórica, ou seja, feita pelo vento e três (4%) espécies possuem síndrome de dispersão do tipo autocórica, ou seja, realizada por explosão ou gravidade (Anexo 1).

O efeito de borda sobre o ecossistema natural é caracterizado por mudanças abióticas (maior exposição a ventos, altas temperaturas e baixa umidade), biológicas diretas (mudanças na abundância e distribuição de espécies causadas diretamente por variações nas condições físicas das bordas) e biológicas indiretas (que envolvem mudanças nas interações ecológicas entre as espécies) (MURCIA, 1995). As alterações no microclima da vegetação causadas pelo efeito de borda envolvem o aumento na susceptibilidade às perturbações ambientais, como aumento da irradiância que atinge o solo e aumento da temperatura do ar (de 4 a 10ºC) (FETCHER et al. 1985; CASSIANI et al. 2008). Essa condição alterada submete as espécies a um maior estresse hídrico e exposição ao vento (CASSIANI et al. 2008), favorecendo o desenvolvimento de espécies típicas de ambientes alterados.

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Diagnóstico ambiental de flora

Assim, a vegetação da borda de um fragmento florestal usualmente apresenta menor diversidade, menor porte, menor permeabilidade, menor diâmetro médio das espécies arbóreas, maior espaçamento entre os indivíduos de maior diâmetro, além de se tornarem mais frequentes as espécies heliófilas (ZAÚ, 1998). A produção de serapilheira, reflexo da produção de biomassa, também é menor na borda do que no interior dos fragmentos (VIDAL et al., 2007). Por vezes a borda é composta por uma vegetação mais densa, composta basicamente por lianas com espinhos e indivíduos de pequeno porte, o que diminui a permeabilidade a alguns organismos animais. Isso pode acarretar na redução da dispersão e da predação de sementes.

O predomínio de espécies zoocóricas na área de estudo seguiu o padrão encontrado para comunidades vegetais tropicais, onde mais de 50% das espécies produzem frutos adaptados ao consumo de aves e mamíferos (HOWE & SMALLWOOD, 1982). Demonstra- se, assim, o potencial do remanescente em formar habitats e corredores ecológicos naturais que apresentem condições favoráveis para abrigar espécies da fauna local. Além disso, confirma a importância dos agentes biológicos no fluxo gênico das formações vegetais (BUDKE et al., 2005).

4.3. Espécies ameaçadas de extinção/imunes de corte

Nos remanescentes estudados não houve registro, pelo método de levantamento ecológico rápido de espécies ameaçadas de extinção ou imunes de corte.

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Diagnóstico ambiental de flora

5. CONSIDERAÇÕES

O levantamento da flora da Fazenda Bela Vista detectou que os fragmentos de mata de galeria, cerrado sentido restrito e cerradão quem compõem a propriedade estão, em sua maior extensão, bem conservados e em processo de regeneração natural avançado com boa representação de espécies que os caracterizam quanto à fitofisionomia a que pertencem. Segundo a lei federal nº 12727 de 2012 (Capítulo II, Art. 4º) são consideradas de preservação permanente: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; Em Minas Gerais, ainda, de acordo com a Lei estadual nº 20922 de 2013, Capítulo II, Seção I, Art. 9º: Para os efeitos desta Lei, em zonas rurais ou urbanas, são APPs: I - as faixas marginais de cursos d’água naturais perenes e intermitentes, excluídos os efêmeros, medidas a partir da borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30m (trinta metros), para os cursos d’água de menos de 10m (dez metros) de largura;

A mata de galeria ao longo dos cursos d´água da propriedade encontram-se bem preservadas, representatividade de espécies características deste ambiente, ampla área basal dos indivíduos adultos e apresentam sobosque e estrato regenerativo densos, diversos e bem formados. A maior parte da área ocupada por mata de galeria na propriedade possui isolamento físico por meio de cercamento. Existem pontos ao longo dos cursos d’água em que as áreas de mata de galeria encontram-se em estado degradado com comunidade vegetal rala, pouco diversa, dominada por indivíduos de espécies generalistas e com invasão por espécies exóticas, que refletem o alto grau de antropização destas áreas. Apesar do alto grau de degradação não houve registro de presença de atividades antrópicas (fogo, fezes de gado, entulho e corte) o que facilita o processo de regeneração natural nessas áreas, visto que existem fontes de dispersão a partir das áreas mais conservadas de mata de galeria da propriedade.

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Diagnóstico ambiental de flora

Os remanescentes de cerrado sentido restrito dispersos na propriedade possuem bom estado de conservação, com boa representatividade de espécies que caracterizam quanto à fitofisionomia que representam. Nesses remanescentes existe um pequeno indício de atividade humana representado pela invasão por capim braquiária, especialmente nas áreas de borda dos fragmentos florestais. Porém, os núcleos das áreas de maior adensamento de cerrado sentido restrito estão isentos da invasão por tal espécie, permitindo a ocorrência de gramíneas nativas desta fitofisionomia. As áreas de cerradão da propriedade encontram-se em bom estado de conservação, com alta biodiversidade, ampla ocupação de área basal, sobosque e estrato regenerativos bem formados, representativos de estágios avançados do processo de sucessão. A matriz agrícola da propriedade e do entorno apesar de exercer influência, especialmente no processo de fragmentação, não apresenta na atualidade grandes influências paras os processos ecológicos e sucessionais das formações vegetacionais presentes na propriedade e na região. Assim, futuras atividades na área de estudo, mantendo os atuais padrões de isolamento e proteção destes fragmentos, não gerariam grandes impactos na diversidade biológica e atividades ecológicas da região, desde que sejam preservadas as medidas de conservação associados aos cursos d’água.

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Diagnóstico ambiental de flora

Anexo 1. Lista de espécies amostradas nos remanescentes de mata de galeria, cerradão e cerrado sentido restrito da fazenda Bela Vista, em Sacramento, MG. Família/Espécie Nome-popular Hábito SD MG CR CSR

Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl. pau-pombo Arbóreo Zoo x x

Lithrea molleoides (Vell.) Engl. aroeira-branca Arbóreo Zoo x

Tapirira obtusa (Benth.) J.D.Mitch. pau-pombo Arbóreo Zoo x

Annonaceae Annona coriacea Mart. araticum Arbóreo Zoo x x

Annona crassiflora Mart. araticum Arbóreo Zoo x Cardiopetalum calophyllum Schltdl. imbirinha Arbóreo Zoo x x Xylopia aromatica (Lam.) Mart. pimenta-de-macaco Arbóreo Zoo x x

Xylopia emarginata Mart. pindaíba-d'água Arbóreo Zoo x

Apocynaceae Aspidosperma tomentosum Mart. peroba-do-cerrado Arbóreo Anemo x x

Odontadenia sp. flor-de-veado Liana Zoo x

Araliaceae

Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin morototó Arbóreo Zoo x

Arecaceae

Attalea speciosa Mart. ex Spreng. babaçu Arbóreo Zoo x

Asteraceae Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze. carrapicho-rasteiro Arbustivo Zoo x x x Ageratum fastigiatum (Gard.) King & H. Rob. mata-pasto Arbustivo Anemo x x Baccharis dracunculifolia DC. dente-de-dragão Arbustivo Zoo x x x Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker pau-de-fumo Arbóreo Anemo x x Vernonia sp assa-peixe Arbustivo Anemo x x

Bignoneaceae

Arrabidae sp. cipó-uma Liana Anemo x

Boragenaceae

Bromelia sp. gravatá Arbustivo Zoo x 49

Diagnóstico ambiental de flora

Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand almecega Arbóreo Zoo x x

Calophyllaceae

Calophyllum brasiliense Cambess. guanandi Arbóreo Zoo x

Celastraceae Maytenus floribunda Reissek cafezinho-seco Arbóreo Zoo x x

Chrysobalaneaceae

Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. oiti-do-cerrado Arbóreo Zoo x

Clusiaceae

Clusia sp. clúsia Arbóreo Zoo x

Combretaceae

Terminalia fagifolia Mart. orelha-de-cachorro Arbóreo Anemo x x

Terminalia glabrescens Mart. capitão Arbóreo Anemo x

Connaraceae Connarus suberosus Planch. ruiva Arbóreo Zoo x x

Cyperaceae Cyperus sp. tiririca Herbáceo Anemo x x

Dicksoniaceae

Dicksonia sp samambaiaçu Arbóreo Anemo x

Ebenaceae Diospyros burchellii Hiern olho-de-boi Arbóreo Zoo x x

Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. cocão Arbóreo Zoo x x Erythroxylum daphnites Mart. mercúrio-da-mata Arbustivo Zoo x

Euphorbiaceae

Croton urucurana Baill. sangra-d'água Arbóreo Auto x

Maprounea guianensis Aubl. vaquinha Arbóreo Zoo x Ricinus communis L. mamona Arbustivo Zoo x x x

Fabaceae Bauhinia sp. pata-de-vaca Arbóreo Auto x x

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Diagnóstico ambiental de flora

Bowdichia virgilioides Kunth sucupira-preta Arbóreo Anemo x x

Copaifera langsdorffii Desf copaíba Arbóreo Zoo x Dalbergia miscolobium Benth. caviúna Arbóreo Anemo x x Dimorphandra mollis Benth. faveiro Arbóreo Auto x Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. tamboril Arbóreo Auto x x Hymenaea courbaril L. Jatobá Arbóreo Zoo x x Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne jatobá-do-cerrado Arbóreo Zoo x x Inga sessilis (Vell.) Mart. ingá-amarelo Arbóreo Zoo x x Leptolobium dasycarpum (Vogel) Yakovlev colher-de-pedreiro Arbóreo Anemo x x

Leptolobium elegans Vogel colher-de-pedreiro Arbóreo Anemo x Machaerium acutifolium Vogel jacarandá-do-cerrado Arbóreo Anemo x x Machaerium opacum Vogel jacarandá Arbóreo Anemo x x Mimosa setosa Benth. unha-de-gato Arbustivo Anemo x x x Sclerolobium paniculatum Vogel angá Arbóreo Anemo x

Malpighiaceae Byrsonima pachyphylla A.Juss. murici Arbóreo Zoo x x

Malvaceae Eriotheca gracilipes (K.Schum.) A.Robyns paineira-do-cerrado Arbóreo Anemo x x Guazuma ulmifolia Lam. camaçã Arbóreo Auto x Luehea grandiflora Mart. & Zucc. açoita-cavalo Arbóreo Anemo x

Melastomataceae Miconia albicans (Sw.) Triana azulinho Arbustivo Zoo x x

Miconia chamissois Naudin beira-rio Arbustivo Zoo x Miconia ferruginata DC. pixirica Arbustivo Zoo x x Pleroma candolleanum (Mart. ex DC.) Triana quaresmeira Arbóreo Anemo x x

Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. canjarana Arbóreo Zoo x x

Metteniusaceae Emmotum nitens (Benth.) Miers sôbro Arbóreo Anemo x x

Myristicaceae 51

Diagnóstico ambiental de flora

Virola sebifera Aubl. virola Arbóreo Zoo x x

Myrtaceae Eugenia dysenterica DC. pitanga Arbóreo Zoo x x Eugenia punicifolia (Kunth) DC. cereja-do-cerrado Arbóreo Zoo x x Myrcia splendens (Sw.) DC. goiabeira-do-campo Arbóreo Zoo x x x

Nyctaginaceae Guapira noxia (Netto) Lundell maria-mole Arbóreo Zoo x x Neea theifera Oerst. caparosa Arbóreo Zoo x

Ochnaceae Ouratea hexasperma (A.St.-Hil.) Baill. oratea Arbóreo Zoo x x

Piperaceae

Piper aduncum L. falso-jaborandi Arbóreo Zoo x

Poaceae

Andropogon sp. capim-rabo-de-burro Herbáceo Anemo x Bambusa sp. bambu Herbáceo Anemo x x Echinolaena inflexa (Poir.) Chase capim-flechinha Herbáceo Zoo x x Urochloa decumbens (Stapf) R.D.Webster capim-braquiária Herbáceo Anemo x x x

Primulaceae Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze pororoca Arbóreo Zoo x x

Proteaceae Roupala montana Aubl. carne-de-vaca Arbóreo Anemo x x

Rubiaceae

Amaioua guianensis Aubl. cafezinho Arbóreo Zoo x Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze marmelinho-do-campo Arbóreo Zoo x

Coussarea hydrangeifolia (Benth.) Müll.Arg. -branco Arbóreo Zoo x Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. veludo-branco Arbóreo Zoo x Psychotria sp. erva-de-gralha Arbóreo Zoo x Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. congonha Arbóreo Zoo x

Sapindaceae Matayba guianensis Aubl. camboatá Arbóreo Zoo x x 52

Diagnóstico ambiental de flora

Serjania sp. cipó-uva Liana Zoo x x

Sapotaceae

Pouteria torta (Mart.) Radlk. guapeva Arbóreo Zoo x

Solanaceae Solanum lycocarpum A.St.-Hil. lobeira Arbustivo Zoo x x x

Styracaceae

Styrax camporum Pohl benjoeiro Arbóreo Zoo x

Styrax ferrugineus Nees & Mart. laranjinha-do-cerrado Arbóreo Zoo x x

Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul embaúba Arbóreo Zoo x x Vochysiaceae Qualea grandiflora Mart. pau-terra Arbóreo Anemo x x Qualea parviflora Mart. fígado-de-galinha Arbóreo Anemo x x Vochysia elliptica (Spr.) Mart. gomeira Arbóreo Anemo x x

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Diagnóstico ambiental de flora

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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