Plano de Manejo da APA de Pouso Alto

Encarte 2 - Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Maio de 2016 Relatório impresso em papel reciclado CTE Cuidando do Meio Ambiente Maio/16 Centro Tecnológico de Engenharia Plano de Manejo da APA de Pouso Alto. Encarte 2. Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC. Centro Tecnológico de Engenharia. – Goiânia, GO: CTE, 2016. 435p.

Coordenação: Fausto Nieri Moraes Sarmento Plano de Manejo – Centro Tecnológico de Engenharia.

1. Caracterização Regional. 2. Caracterização da UC. 3. Caracterização dos Fatores Abióticos. 4.Caracterização dos Fatores Bióticos. 5. Socioeconomia. 6. Fogos e Outras Ocorrências Excepcionais. 7. Atividades Desenvolvidas. 8. Visão da Comunidade sobre a Unidade de Conservação. 9. Alternativas de Desenvolvimento Econômico Sustentável. 10. Potencial de Apoio à Unidade de Conservação. 11. Instituição do Conselho Gestor. 12. Declaração de Significância. APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 1 – Contextualização da Unidade de Conservação

AUTORIDADES PÚBLICAS

Governador Marconi Ferreira Perillo Júnior

Secretário do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos Vilmar da Silva Rocha

Superintendente Executivo Mário João de Souza

Superintendente Executiva de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Jacqueline Vieira da Silva

Superintendente de Proteção Ambiental e Unidades de Conservação José Leopoldo de Castro Ribeiro

Gerente de Compensação Ambiental e Áreas Protegidas Erlon Maikel Gouvêa

Servidor Responsável pelo Acompanhamento e Elaboração do Plano de Manejo Eric Rezende Kolailat (Analista Ambiental)

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EQUIPE TÉCNICA

Empresa Responsável pela Elaboração do Plano de Manejo Responsável Técnico (RT) pela Elaboração do Plano de Manejo CTE – Centro Tecnológico de Engenharia Ltda Fausto N. Moraes Sarmento EQUIPE TÉCNICA – PLANO DE MANEJO APA POUSO ALTO DIRETORIA Profissional Formação e N º de Documentos Responsabilidade no estudo Fausto N. Moraes Sarmento Eng. Civil CREA nº 857/D-GO Diretor Heloíza Gusmão Lima Engª. Civil CREA nº 1108/D-DF Diretora José Olímpio Júnior Eng. Segurança CREA nº 0536/D-GO Diretor SUPERINTENDÊNCIA DE MEIO AMBIENTE Profissional Formação e N º de Documentos Responsabilidade no estudo M.Sc. Flávio César Gomes de Oliveira Biólogo CRBio nº 30699/4D Coordenação Geral SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS E PROJETOS Profissional Formação e N º de Documentos Responsabilidade no estudo M.Sc. Conrado M. Spínola Eng. CREA nº 5061879630/D-SP Coordenação de Estudos e Projetos COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETO - PLANO DE MANEJO DA APA POUSO ALTO Profissional Formação e N º de Documentos Responsabilidade no estudo M.Sc. Raquel Lima da Silveira Bióloga CRBio nº 40598/4D Coordenadora do Projeto MSc. Wilson Lopes Mendonça Neto Geógrafo - CREA n° 1014532809/D-GO Auxiliar Técnico de Coordenação Rubia Tobias da Silva Bióloga CRBio nº 80443/4D Auxiliar Técnica do Projeto MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E ANTRÓPICO Profissional Formação e N º de Documentos Responsabilidade no estudo Msc. Wallas de Souza Castro Geógrafo CREA nº 20846/D-GO Físico MSc. Wilson Lopes Mendonça Neto Geógrafo Físico – Analise das Unidades da Paisagem Msc. Joildes Brasil dos Santos Geógrafo Físico Geovane Rodrigues Gomes Técnico em Mineração Físico - Espeleologia José Délio Alves Pereira Biólogo CRBio nº 16342/4D Flora Dr. Wilian Vaz Silva Biólogo CRBio nº 34688/4-D Fauna - Coordenação Técnica Ricardo Herrero Madureira Médico Veterinário CRMV nº: 3328 Fauna – Mastofauna Tiago Magalhães Ribeiro Biólogo CRBio nº 44438/4D Fauna - Coordenador de Campo Sheila Pereira Andrade Bióloga CRBio nº 70957/4-D Herpetofauna Edmar P. Victor Júnior Biólogo CRBio nº 76074/4-D Ornitofauna Paulo Roberto Gomes Pereira Biólogo CRBio nº 70569/4-D Mastofauna Fagner Correia D'arc Biólogo CRBio nº 80081/4-D Mastofauna - Quiropterofauna Alan Francisco de Carvalho Sociólogo Socioeconomia Carla Simone da Silva Assistente Social CRESS nº 2231 Socioeconomia Cristiane Batista Cordeiro Assistente Social CRESS nº 2930 Socioeconomia Gremilla Nolasco Moraes Assistente Social CRESS nº 2792 Socioeconomia Marivone J. Felipe Geógrafa CREA nº 8567/D-GO Socioeconomia Lorena Alves e Silva Tecnóloga em Geoprocessamento Elaboração de Mapas e Figuras Tiago Lima da Silveira - Formatação *CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia / CRMV GO – Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Goiás / CRBio – Conselho Regional de Biologia / CRESS - Conselho Regional de Serviço Social

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SUMÁRIO

2 QUADRO SOCIOAMBIENTAL / DIAGNÓSTICO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (UC) ...... 1 2.1 CARACTERIZAÇÃO REGIONAL ...... 1

2.1.1 Descrição ...... 1 2.1.2 Caracterização Ambiental ...... 2 2.1.2.1 Clima ...... 2 2.1.2.2 Hidrografia ...... 12 2.1.2.3 Geologia ...... 25 2.1.2.4 Geomorfologia e Relevo ...... 30 2.1.2.5 Solos ...... 36 2.1.2.6 Vegetação ...... 39 2.1.2.7 Fauna Terrestre ...... 43 2.1.3 Uso e Ocupação da Terra e Problemas Ambientais Decorrentes ...... 48 2.1.4 Características da População...... 56 2.1.5 Aspectos Culturais e Históricos ...... 65 2.1.5.1 Colonização da Região e História Recente ...... 65 2.1.5.2 Manifestações culturais ...... 76 2.1.5.3 Etnias indígenas e populações tradicionais ...... 85 2.1.5.3.1 Povos indígenas ...... 85 2.1.5.3.2 Comunidades quilombolas ...... 87 2.1.5.3.3 Assentamentos rurais ...... 88 2.1.6 Legislação Federal, Estadual e Municipal Pertinente ...... 90 2.2 CARACTERIZAÇÃO DA UC ...... 97

2.2.1 Informações Gerais sobre a Unidade de Conservação ...... 97 2.2.1.1 Acesso à Unidade ...... 97 2.2.1.2 Origem do Nome e Histórico de Criação da UC ...... 99 2.2.2 Caracterização dos Fatores Abióticos ...... 101 2.2.2.1 Clima ...... 116 2.2.2.2 Geologia ...... 126

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2.2.2.2.2 Recursos Minerários ...... 151 2.2.2.2.3 Espeleologia ...... 187 2.2.2.3 Relevo / Geomorfologia ...... 197 2.2.2.4 Solos ...... 211 2.2.2.5 Recursos Hídricos ...... 237 2.2.3 Caracterização dos Fatores Bióticos ...... 251 2.2.3.1 Flora ...... 251 2.2.3.2 Fauna ...... 283 2.2.3.2.1 Herpetofauna ...... 289 2.2.3.2.2 Ornitofauna ...... 296 2.2.3.2.3 Mastofauna ...... 303 2.2.4 Socioeconomia ...... 308 2.2.5 Fogos e Outras Ocorrências Excepcionais ...... 333 2.2.6 Atividades Desenvolvidas ...... 336 2.2.6.1 Atividades Apropriadas ...... 336 2.2.6.1.1 Fiscalização ...... 336 2.2.6.1.2 Pesquisa...... 336 2.2.6.1.3 Conscientização ambiental ...... 336 2.2.6.1.4 Relações Públicas / divulgação ...... 336 2.2.6.1.5 Visitação ...... 337 2.2.6.2 Atividades ou Situações Conflitantes ...... 337 2.2.6.2.1 Extrativismo Vegetal ...... 337 2.2.6.2.2 Agricultura e pecuária ...... 338 2.2.6.2.3 Extrativismo mineral ...... 339 2.2.6.2.4 Caça e pesca ilegais ...... 340 2.2.6.2.5 Turismo ...... 340 2.2.6.2.6 Fogo ...... 341 2.2.6.2.7 Geração de energia elétrica ...... 342 2.2.7 Visão da Comunidade sobre a Unidade de Conservação ...... 343 2.2.8 Alternativas de Desenvolvimento Econômico Sustentável ...... 371 2.2.9 Potencial de Apoio à Unidade de Conservação ...... 372 2.2.10 Instituição do Conselho Gestor da APA de Pouso Alto ...... 375 2.2.11 Declaração de Significância ...... 376 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...... 379

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FIGURAS

Figura 7 - Localização da APA de Pouso Alto ...... 1 Figura 8 - Sistemas de circulação atmosférica perturbada na região Centro-Oeste...... 3 Figura 9 - Mapa climático da APA de Pouso Alto-GO...... 5 Figura 10 - Chuva Acumulada Mensal com Base na Estação Climatológica de Posse (1961 – 90 e 2004)...... 7 Figura 11 - Chuva Acumulada Mensal com Base na Estação Climatológica de Formosa (1961 – 90 e 2004)...... 7 Figura 12 - Temperatura máxima, média e mínima diária em julho de 2005, com base nos dados da Estação de Formosa...... 8 Figura 13 - Temperatura máxima, média e mínima diária em julho de 2005, com base nos dados da Estação de Formosa...... 8 Figura 14 - Extrato do balanço hídrico mensal da estação de Posse-GO...... 11 Figura 15 - Gráfico do balanço hídrico da cidade de Posse-GO. ETP = evapotranspiração potencial. ETR = evapotranspiração real (mm)...... 11 Figura 16 - Distribuição das Regiões Hidrográficas em Goiás e Distrito Federal ...... 13 Figura 17 - Vazões específicas da Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, destaque para os 14,47% da unidade do Alto Tocantins...... 14 Figura 18 - Reservatório da Usina Hidrelétrica Cana Brava na travessia do município de Colinas do Sul para Minaçu. Nota-se ao fundo as características do relevo aguçado fortemente dissecado, semelhantes aos da APA de Pouso Alto (UTM Fuso 22L 808.808E / 8.476.714N - 352m) ...... 16 Figura 19 - Províncias e subprovíncias Hidrogeológicas do Brasil...... 17 Figura 20 - Tipos de Aquíferos, nota-se o aquífero fraturado em rochas metamórficas em cor laranja, do qual são representativos na região da APA de Pouso Alto...... 21 Figura 21 - Sistemas Orogênicos do Tocantins, da Borborema e da Mantiqueira representados entre as províncias estruturais do Escudo do Atlântico ...... 25 Figura 22 - Setores Orogênicos da Província Estrutural do Tocantins, destaque para a localização da APA de Pouso Alto no contexto orogenético da Província, no seu centro o Domínio Almas-Cavalcante e nas suas extremidades Noroeste e Sudeste a Faixa Brasília .... 27 Figura 23 - Quartzito Feldspático do Grupo Arraias intrudido por veio de quartzo (faixa branco leitosa) no setor norte da APA. Ao fundo Cachoeira da Ave Maria no vão do engenho do moleque (UTM Fuso 23L 232.787E / 8.485.897N - 1046m) ...... 28

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Figura 24 - Superfície de Aplainamento constituída por Coberturas Detrito-Lateríticas recentes em altimetria aproximada de 997m (UTM Fuso 23L 220.956E / 8.416.832N – 997m) ...... 29 Figura 25 - Dobramento Regional ao Sul da APA, município de São João da Aliança ...... 31 Figura 26 - Cachoeira onde evidencia-se o relevo de dobra, identificado uma Siclinal pronunciada ...... 32 Figura 27 - Trecho intensamente fraturado em local estruturalmente controlado por falha, da qual forma o desnível topográfico, conhecido por Cachoeira da Ave Maria a 1046m de altitude (UTM Fuso 23L 232787E / 8485897N – 1046m) ...... 33 Figura 28 - Macroformas do relevo regional - APA de Pouso Alto ...... 35 Figura 29 - Localização regional das áreas de maior ocorrência de solos intemperizados e profundos associados com os principais vales ...... 37 Figura 30 - Corte em estrada evidenciado a pequena espessura do solo com alta quantidade de cascalho na sua constituição (UTM Fuso 22L 820.949E / 8.497.602N) ...... 38 Figura 31 - Distribuição Geográfica dos grande biomas do Brasil e Localização da APA de Pouso Alto no interior do bioma Cerrado...... 39 Figura 32 - Porcentagem de remanescentes de vegetação natural no bioma Cerrado...... 42 Figura 33 - Padrão espacial de riqueza de espécies no bioma Cerrado...... 47 Figura 34 - Padrão espacial de espécies endêmicas no bioma Cerrado...... 48 Figura 35 - Utilização das terras nos municípios que compõe a APA de Pouso Alto em 2006 ...... 50 Figura 36 - Pastagem plantada formada a partir da introdução da Brachiaria brizantha região Sudeste no vale do rio São Bartolomeu ...... 51 Figura 37 - A criação extensiva de gado em áreas de pastagem natural é uma prática comum no interior da APA especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Noroeste da UC ...... 51 Figura 38 - Cultura de eucalipto nas imediações da GO-241 entre as Sedes dos municípios de Teresina de Goiás e Cavalcante próximo as coordenadas UTM Fuso 23L 250.352e / 8.476.296N ...... 52 Figura 39 - Mudas de eucalipto com menos de um ano, plantadas após a derrubada da vegetação natural evidenciado pelos restos vegetais amontoados em meio a lavoura ...... 53 Figura 40 - Josélia Batista Dias – Chefe de Gabinete da Secretaria do Meio Ambiente de Cavalcante de Goiás...... 55 Figura 41 - Marlon Rogério Bandeira - Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Alto Paraíso ...... 55

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Figura 42 – Ervino Otto Dieter – Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de São João D’Aliança ...... 55 Figura 43 – Alan Cardec Xavier de Matos – Secretário de Turismo e Meio Ambiente de Colinas do Sul ...... 56 Figura 44 - Número de habitantes no período de 1991, 2000 e 2010, nos municípios que fazem parte da APA de Pouso Alto...... 59 Figura 45 - População masculina e feminina dos municípios que compõem a APA de Pouso Alto no período de 2010 ...... 62 Figura 46 - População urbana e rural dos municípios que compõem a APA de Pouso Alto no período de 2010 ...... 62 Figura 47 - Densidade Demográfica por habitantes/ km² nos municípios que compõem a APA de Pouso Alto em 2010 ...... 63 Figura 48 - Porcentagem da Taxa de Crescimento Demográfica nos municípios que compõem a APA de Pouso Alto no período de 2010/2013 ...... 63 Figura 49 - Taxa de Envelhecimento nos municípios que compõem a APA de Pouso Alto em 2010 ...... 65 Figura 50 – Entrada do Município de Alto Paraíso ...... 65 Figura 51 - Entrada do Município de Cavalcante ...... 69 Figura 52 - Entrada do município de Colinas do Sul ...... 72 Figura 53 - Entrada do município de Nova Roma ...... 73 Figura 54 - Entrada do município de São João D’Aliança ...... 74 Figura 55 - Entrada do município de Teresina de Goiás ...... 75 Figura 56 - Comunidades Quilombolas identificadas na APA de Pouso Alto ...... 88 Figura 57 - Programas de assentamento identificados na APA de Pouso Alto ...... 90 Figura 58 - Acesso e localização da APA de Pouso Alto ...... 98 Figura 59 - Localização do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e da Área de Proteção Ambiental Pouso Alto ...... 100 Figura 60 - Modelo esquemático dos aspectos do meio físico consideram o seu processamento/interação na paisagem ...... 101 Figura 61 - Pontos de amostragem ao longo da Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto. Nos diversos locais visitados os procedimentos de prospecção de Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Recursos Hídricos e Clima foram executados com vistas a validação de informações obtidas em dados secundários...... 104

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Figura 62 - Dados de precipitação da estação de Posse-GO (número 83332). Médias mensais dos anos de 2002 à 2012...... 120 Figura 63 - Dados de temperatura da estação de Posse-GO (número 83332). Médias mensais dos anos de 2002 à 2012...... 121 Figura 64 - Dados de velocidade do vento e pressão da estação de Posse-GO (número 83332). Média para os anos de 2002 à 2012 ...... 122 Figura 65 - Dados de temperatura e umidade da estação de Posse-GO (número 83332) dos anos de 2002 à 2012...... 123 Figura 66 - Mapa hipsométrico da APA de Pouso Alto-GO ...... 125 Figura 67 - Metassiltito exposto em corte na rodovia GO-239 entre São Jorge e Colinas do Sul, observa-se a intrusão do veio espesso de quartzo - onde era alvo do garimpo a décadas atrás na região (UTM Fuso 23L 188.287E / 8.426.376N – 788m) ...... 131 Figura 68 - Afloramento de biotita granito heterogranular no centro do Domo da Serra Branca, intensamente metamorfizado com cristalização de minerais na sua constituição (UTM Fuso 22L 816689E / 8497647N - 349m) ...... 134 Figura 69 - Quartzito branco leitoso com lentes de calcário no limite sul do PNCV (UTM Fuso 23L 217399E / 8432836N - 1172m) ...... 136 Figura 70 - Relevo serrano sustentando por Monzogranito Aurimina a Norte da Cidade de Teresina de Goiás (UTM 23L 250.732E / 8.486.516N – 747m) ...... 140 Figura 71 - Quartzitos finos a médios em quebra de relevo no cânion dos Couros (UTM 23L 203.225E / 8.419.889N – 956m) ...... 143 Figura 72 - Paraconglomerado São Miguel exposto na área do Ribeirão São Miguel, que escoa por entre a formação rochosa (UTM Fuso 23L 198.975E / 8.439.891N - 901m) ...... 143 Figura 73 - Formas erosivas no trecho principal do Vale da Lua. O processo de abrasão hídrica é facilitado pela presença do carbonato como matriz. As “esculturas naturais” e o aspecto liso do leito são os detalhes de principal interesse pelos visitantes. No local o ribeirão São Miguel corre encaixado nas fendas em função da dissolução do carbonato presente na rocha (UTM Fuso 23L 198.975E / 8.439.891N - 901m)...... 145 Figura 74 - Corte em estrada que liga Colinas do Sul a Cavalcante, onde evidencia-se o perfil latériticos ferruginoso de consistência rígida sob uso pecuarista (UTM Fuso 23L 195.842E / 8.445.846N - 503m) ...... 150 Figura 75 - Principais depósitos minerais do Brasil ...... 153 Figura 76 - Quantitativo dos processos minerários em curso na APA de Pouso Alto ...... 154

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Figura 77 - (A) Entrada de área utilizada pela Seven Gold Mineração para pesquisa mineral de Ouro, desativada. (B) Corpo principal do minério de grafita extraído pela detentora do alvará (UTM Fuso 22L 820.949E / 8.497.602N – 442m) ...... 155 Figura 78 - Coluna mantida pela mineradora onde testemunha-se o mineral de grafita (entre os destaques em amarelo) (UTM Fuso 22L 820.949E / 8.497.602N – 442m) ...... 155 Figura 79 - Pilha de rejeito a céu aberto de extração de minério de manganês nas proximidades da estrada vicinal que liga a cidade de Cavalcante a cidade de Minaçu (UTM Fuso 23L 198.405E / 8.491.554N – 871m) ...... 156 Figura 80 - Amostra de rejeito de manganês de lavra abandonada (UTM Fuso 23L 198.405E / 8.491.554N – 871m) ...... 157 Figura 81 - Localização da Mina Buraco do Ouro ao longo de zona de falha N70E, truncada no contato entre milonito de granito da Suíte Aurumina (PP22au2) e quartzitos feldspáticos do Grupo Araí (PPaqf)...... 158 Figura 82 - Pátio da Penery Mineração na cidade de Calvacante, onde se nota o guindaste utilizado para a descida na Mina Buraco do Ouro (UTM Fuso 23L 233.895E / 847.3189N – 825m) ...... 159 Figura 83 - Minério da Mina Buraco do Ouro, grãos de ouro concentrados nos níveis micáceos mais escuros, por Alvarenga et al. (2007)...... 160 Figura 84 - Região Cárstica contida na região da APA de Pouso Alto ...... 190 Figura 85 - Relevo de rochas expostas com feições de detalhes cársticos, registrada no setor Norte da APA nos limites dos corpos rochosos do Grupo Paranoá (UTM 22L 823.632E / 8.494.802N - 490m) ...... 191 Figura 86 - Exemplificação do Grau de Pontecial a Ocorrência de Cavernas ...... 193 Figura 87 – Poligonal da APA de Pouso Alto. Localização da cavidade indentificada, denominada Furnas e das cavidades registradas junto ao CECAV/ ICMBio, gruta da Barriguda Grande e Caverna do Vale Encatado...... 194 Figura 88 - Vista Panorâmica da entrada da Gruta de Furnas, Povoado das Lajes...... 195 Figura 89 - Dimensão da entrada da Gruta com desenvolvimento vertical relevante...... 196 Figura 90 - (UTM Fuso 23L 230269E / 8501847N - 1102m) ...... 199 Figura 91 - Colinas amplas e suaves margeando o rio Tocantinzinho (UTM Fuso 22L 184.952E / 8.419.512N - 504m) ...... 200 Figura 92 - Colinas Dissecadas e morros baixios no entorno da cidade de Colinas do Sul no centro do registro fotográfico (UTM Fuso 23L 815.864E / 8.436.871N - 685m)...... 201

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Figura 93 - Escarpa erosiva limite do setor Norte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros ao fundo (UTM Fuso 23L 206.707E / 8.455.923N - 510m) ...... 202 Figura 94 - Relevo característico dos planaltos e platôs do setor Sudeste da APA, nota-se no topo do platô a esquerda a silvicultura de porte médio (UTM Fuso 23L 242.786E / 8.420.870N - 1110m) ...... 203 Figura 95 - Planaltos de relevo suave ondulado modelados sob coberturas detrito-latériticas do setor Sul da APA (UTM Fuso 23L 220.956E / 8.416.832N - 997m) ...... 203 Figura 96 - Centro do vale do setor Leste da APA após a comunidade do moinho, onde evidencia-se o relevo do tipo plano a suave ondulado envolto por morros de topo plano a convexo (UTM Fuso 23L 270.448E / 8.441.566N - 459m) ...... 204 Figura 97 - Pequena planície fluvial, onde evidencia-se a acumalação de sedimentos por influência do reservatório da UHE Cana Brava no córrego dos Macacos (UTM Fuso 22L 816.689E / 849.7647N - 349m) ...... 205 Figura 98 - Face Leste do Domo da Serra Branca, definido em mapeamento como domínio montanhoso (UTM Fuso 22L 816.689E / 8.497.647N - 349m) ...... 206 Figura 99 - Feições de rebordo erosivo no setor Sul da APA (UTM Fuso 23L 205.614E / 8.418.982N – 1066m) ...... 207 Figura 100 - Forma residual de forma variada constituindo um Inselberg no setor Norte da APA (UTM Fuso 23L 188.807E / 8.482.734N – 617m) ...... 208 Figura 101 - Topo de relevo plano de alta altitude onde ocorrem em vastas áreas os solos pedregosos de perfil A e C ou Cr dos Neossolos Litólicos (UTM Fuso 23L 205.614E / 8.418.982N - 1066m) ...... 213 Figura 102 - Perfil de Neossolo Litólico onde destaca-se o horizonte A incipiente sobre rocha da Formação Traíras (UTM Fuso 23L 190.916E / 8.485.029N - 773)...... 214 Figura 103 - Perfil de Latossolo Vermelho em área de uso agrícola no setor Sul da APA de Pouso Alto (UTM Fuso 23L 227.659E / 8.407.915N – 1190m) ...... 218 Figura 104 - Perfil de Argissolo Vermelho-Amarelo em área sob uso de pastagem (UTM Fuso 23L 242.665E / 8.474.515N - 854m) ...... 221 Figura 105 - Perfil de Cambissolo em área sob Cerrado (UTM Fuso 23L 246.944E / 8.474.548N – 798m) ...... 223 Figura 106 - Perfil de Gleissolo em área de Campo Cerrado (UTM Fuso 23L 209.953E / 8.436.180N - 1229m) ...... 227 Figura 107 - Voçoroca em área de Gleissolo na região do vale do engenho ao Norte da cidade de Cavalcante (UTM Fuso 23L 232.009E / 8.491.966N – 1107m) ...... 228

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Figura 108 - Gráfico da quantidade de Área (ha) por Classe de Erosão das Terras na área da APA de Pouso Alto ...... 232 Figura 109 - Grande feição erosiva do tipo ravina registrada na zona de suscetibilidade Muito Forte (MF) à erosão, no setor Sul do PNCV (UTM Fuso 23L 211.370E / 8.433.323N - 1187m) ...... 232 Figura 110 - Plantação de soja em vale ao Sul da cidade de Alto Paraíso, nota-se ainda a presença de eucaliptos nos topos do morro ao fundo (UTM Fuso 23L 234.545E / 8.423.042N – 1105m) ...... 234 Figura 111 - Alguns dos recursos hídricos disponíveis na área da APA de Pouso Alto. A) Cascata dos Couros, b) Rio Tocantinzinho c) Águas Termais do Éden, d) Reservatório Serra da Mesa; e) Cachoeira Stª Barbara e f) Ribeirão das Almas...... 239 Figura 112 - Rio São Bartolomeu, na divisa entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás e Nova Roma (Projeção UTM 270.448E / 8.441.566N)...... 240 Figura 113 - Córrego Macacão (Projeção UTM 816.877E / 8.498.301N)...... 240 Figura 114 - Rio Tocantinzinho (Projeção UTM 238.138E / 8.475.441N)...... 241 Figura 115 - Bacias hidrográficas que fazem parte do limite da APA de Pouso Alto...... 243 Figura 116 - Reservatório da UHE Serra da Mesa...... 245 Figura 117 - Dados de vazão e precipitação mensais da estação Tocantinzinho...... 246 Figura 118 - Dados de vazão e precipitação mensais da estação Ponte Rio Preto...... 247 Figura 119 - Perfis esquemáticos dos três poços identificados na área da APA de Pouso Alto...... 250 Figura 120 - Mancha de Floresta Estacional Semidecidual Submontana, com a presença esparsa da palmeira babaçu (Attalea sp.), ladeada por formações de feições Savânicas nas imediações das coordenadas UTM: 23L 203.385E 8.439.854N, todas em bom estado de conservação .. 254 Figura 121 - Fragmento de Floresta Estacional Decidual na depressão do rio São Bartolomeu, nas imediações das coordenadas UTM: 23L 266.187E 8.440.035N. No auge do período de Seca as espécies que compõem este padrão perdem totalmente as folhas ...... 255 Figura 122 - Borda de maciço de Floresta Estacional Decidual Submontana na região Dos Órfãos ...... 256 Figura 123 -Aspecto externo de um maciço de Savana Florestada (Cerradão) nas margens da GO – 241, entre a Sede de Cavalcante e o Mirante Da Nova Aurora sobre mancha de Latossolo ...... 257 Figura 124 - Ao centro e fundo nesgas de Floresta de Galeria ladeadas por formação de Savana Arborizada na porção Sudoeste da APA, próximo ao rio Tacantinzinho ...... 259

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Figura 125 - Floresta de Galeria de característica paludosa com presença da palmeira buriti (Mauritia flexuosa), ladeada por Savana Gramínio-Lenhosa (Campo Limpo Úmido) ...... 260 Figura 126 - Floresta Estacional Semidecidual presente nas margens do rio São Bartolomeu, porção Sudeste da APA de Pouso Alto ...... 261 Figura 127 - Fragmento de Savana Arborizada (Cerrado Típico) em bom estado de conservação sobre mancha de Latossolo na porção Sudeste da APA, coordenadas UTM: fuso 23L 256.770E / 8.438.247N...... 263 Figura 128 - Aspecto da Savana Arborizada (Cerrado Rupestre) no alto da Serra do Tombador, uma das porções em melhor estado de conservação no interior da APA ...... 265 Figura 129 - Savana Arborizada (Cerrado Ralo) presente no interior da APA próximo ao povoado de São José, município de Cavalcante, região Norte da APA, evidenciando a maior densidade do estrato herbáceo/arbustivo e árvores enfezadas esparsas ...... 266 Figura 130 - Padrão de Vereda em bom estado de conservação na região do Vale do Engenho ao Norte da APA ...... 267 Figura 131 - População de coqueiro-de-vassoura (Butia archeri) compondo fitofisionomias de Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Sujo) e Savana Arborizada (Cerrado Ralo) na porção Norte da APA onde é explorada para a confecção de vassoura...... 269 Figura 132 - Droseramontana e Xyris sp. sobre substrato rochoso em segmento de Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Rupestre) permanentemente úmido...... 270 Figura 133 - Savana Gramíneo Lenhosa (Campo Limpo Úmido) ladeando Floresta de Galeria ao fundo na altura das Coordenadas UTM: Fuso 23L 23L 226.942E / 8.493.875N ...... 271 Figura 134 - Equino forrageando trecho recoberto por Savana Gramíneo-Lenhosa na porção Norte da APA de Pouso Alto ...... 272 Figura 135 - População de Melinis minutiflora (inflorescência vermelha) em meio ao estrato herbáceo/arbustivo natural denso ...... 280 Figura 136 - Sítios contemplados pelo levantamento de dados primários na área da APA de Pouso Alto. Em vermelho, transectos realizados...... 285 Figura 137 - Sítios amostrados na área de influência da APA de Pouso Alto. Legenda: 1 = RPPN’s Vale das Araras e Varanda da Serra; 2 = RPPN Soluar; 3 = RPPN Cachoeira das Pedras Bonitas; 4 = RPPN Fazenda Campo Alegre; 5 = RPPN Parque da ...... 286 Figura 138 - Vista panorâmica dos sítios amostrados na área de influência da APA de Pouso Alto...... 287 Figura 139 - Metodologia empregada durante levantamento realizado na área da APA de Pouso Alto para a obtenção de dados primários complementares...... 288

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Figura 140 - Espécies registradas no sítio 1 durante levantamento de dados primários complementares ...... 292 Figura 141 - Espécies registradas no sítio 2 durante levantamento de dados primários ...... 293 Figura 142 - Espécies registradas no sítio 3 durante levantamento de dados primários ...... 294 Figura 143 - Pseudopaludicola mystacalis, única espécie de anfíbio registrada no sítio 4 ... 295 Figura 144 - Espécies registradas no sítio 5 durante levantamento de dados primários ...... 296 Figura 145 - Espécies registradas no sítio 6 durante levantamento de dados primários ...... 296 Figura 146 -Distibuição da espécie Mergus octosetaceus para a APA de Pouso Alto, baseado no mapa apresentado por Disconzi (2012) ...... 299 Figura 147 - Colibri serrirostris, espécime registrado no sítio 1 durante levantamento de dados primários ...... 300 Figura 148 - Ara ararauna, espécimes registrados no sítio 2 durante levantamento de dados primários ...... 301 Figura 149 - Athene cunicularia, espécime observada em área aberta nos arredores do sítio 3 ...... 302 Figura 150 - Culicivora caudacuta, espécie considerada vulnerável registrada em menor frequência para a área amostrada...... 302 Figura 151 - Registros de mamíferos terrestres obtidos no sítio 1 durante levantamento de dados primários. A = fezes de Canidae; B = Toca de Priodontes maximus (tatu-canastra)...... 304 Figura 152 - Registros de mamíferos terrestres obtidos nos sítios 2 e 3 durante levantamento de dados primários. A = pegada de Cuniculus paca (paca); B = pegada de Hydrochoerus hydrochaeris (capivara)...... 304 Figura 153 - Registros de mamíferos terrestres obtidos no sítio 4 durante levantamento de dados primários. A = Hydrochoerus hydrochaeris (capivara); B = Callithrix penicillata (sagui-de- trufo-preto)...... 305 Figura 154 - Registros de mamíferos terrestres obtidos no sítio 4 durante levantamento de dados primários. A = Ozotocerus bezoarticus (veado-campeiro); B = Tapirus terrestris (anta). .... 305 Figura 155 - Número de citações das espécies de morcegos levantadas para a APA de Pouso Alto e suas adjacências...... 306 Figura 156 - Hábitos alimentares predominante das espécies de morcegos catalogadas para a APA de Pouso Alto e suas adjacências...... 307 Figura 157 - A esquerda: Unidade Básica de Saúde de São João D’Aliança e a direita: Unidade Básica de Saúde de Teresina de Goiás ...... 318 Figura 158 – Unidade Básica de Saúde de Cavalcante ...... 318

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Figura 159 - Mortalidade infantil para cada 1000 nascidos vivos em 2012, nos municípios que compõem a APA ...... 320 Figura 160 - Taxa de alfabetização referente aos municípios que compõem a APA, nos anos de 2000 e 2010 ...... 323 Figura 161 – A esquerda: Escola Municipal em Cavalcante de Goiás e a direita: Colégio Estadual em Teresina de Goiás ...... 323 Figura 162 – Posto da Polícia Militar de Nova Roma de Goiás ...... 325 Figura 163 - Captação de água de Cavalcante ...... 327 Figura 164 - Lixão de Cavalcante ...... 327 Figura 165 - Captação de água de Teresina de Goiás...... 327 Figura 166 - Lixão de Teresina de Goiás ...... 327 Figura 167 - Coleta Seletiva em Nova Roma de Goiás ...... 327 Figura 168 - Lixão de Colinas de Sul ...... 327 Figura 169 - Lixão de Alto Paraíso de Goiás ...... 328 Figura 170 - Terminal rodoviário de Cavalcante...... 329 Figura 171 - Agência dos Correios em Teresina de Goiás ...... 330 Figura 172 - Agência dos Correios de Cavalcante ...... 330 Figura 173 – CRAS de Cavalcante de Goiás ...... 331 Figura 174 - Senhora Dalila Reis Martins – Coordenadora do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos ...... 331 Figura 175 - Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de Colinas do Sul ...... 332 Figura 176 - Secretaria Municipal de Ação Social e Cidadania de São João D’Aliança ...... 332 Figura 177 - Prefeitura Municipal de Nova Roma ...... 332 Figura 178 - Entrevista com o senhor Alberto Diniz Santiago – Assistente Social do CRAS de Nova Roma ...... 332 Figura 179 – CRAS de Teresina de Goiás ...... 332 Figura 180 – Joaquim Miranda – Prefeito Municipal de Teresina de Goiás ...... 332 Figura 181 - Extensão de Savana Arborizada (Cerrado Ralo) recentemente queimada próximo ao povoado de São José, município de Cavalcante para renovação das espécies que compõem o extrato herbáceo/arbustivo usado na criação extensiva de gado ...... 334 Figura 182 - Queimadas na área da APA de Pouso Alto ...... 342 Figura 183 - Sede da APA de Pouso Alto, em Colinas do Sul. Junho de 2014...... 345 Figura 184 – Entrevistas realizadas no município de Cavalcante ...... 349 Figura 185 – Entrevistas realizadas no município de Teresina de Goiás ...... 355

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Figura 186 - Entrevistas realizadas no município de Nova Roma ...... 358 Figura 187 – Entrevistas realizadas no município de Colinas do Sul ...... 361 Figura 188 - Entrevistas realizadas no município de Alto Paraíso de Goiás ...... 365 Figura 189 - Entrevistas realizadas no município de São João D’Aliança ...... 370

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TABELAS

Tabela 8 - Dados da unidade hidrográfica do Alto Tocantins...... 13 Tabela 9 - Informações sobre a subunidade do Alto Tocantins ...... 14 Tabela 10 - Disponibilidade Hídrica per capita da subunidade do Alto Tocantins...... 15 Tabela 11 - Vazão regularizada pelas principais usinas hidrelétricas da Alto Tocantins...... 15 Tabela 12 - Descrição das províncias Hidrogeológicas e principais aquíferos do Brasil ...... 17 Tabela 13 - Poços tabulares no limite da área da APA de Pouso Alto ...... 23 Tabela 14 - Utilização das Terras por Área (ha) 2006 ...... 49 Tabela 15 - Localização e Organização Política ...... 57 Tabela 16 - População Total dos Municípios/Estado de Goiás/Brasil ...... 59 Tabela 17 - População Masculina, Feminina, Urbana, Rural, Densidade Demográfica e Taxa Geométrica de Crescimento Anual/ Ano 2010 ...... 61 Tabela 18 - População residente por grupos de idade 2010 ...... 64 Tabela 19 - Taxa de envelhecimento em % no ano de 2010 ...... 64 Tabela 20 - Comunidade Remanescentes Quilombolas na área limite da APA de Pouso Alto ...... 88 Tabela 21 - Programa de Assentamento do INCRA Identificados nos municípios da APA de Pouso Alto...... 89 Tabela 22 - Principais Instrumentos legais federais ambientais ...... 91 Tabela 23 - Principais Instrumentos Legais do Estado de Goiás ...... 94 Tabela 24 - Dados das estações pluviométricas localizadas nos municípios que fazem parte da APA de Pouso Alto...... 105 Tabela 25 - Dados da estação de Posse-GO ...... 106 Tabela 26 - Simbologia correspondente as classes de aptidão agrícola das terras ...... 109 Tabela 27 - Alternativas de utilização das terras de acordo com os grupos de aptidão agrícola ...... 110 Tabela 28 - Quadro-guia de avaliação da aptidão agrícola das terras ...... 112 Tabela 29 - Dados das estações fluviométricas localizadas nos municípios que fazem parte da APA de Pouso Alto...... 114 Tabela 30 - Dados dos poços tabulares localizados no município Alto Paraíso de Goiás. .... 116 Tabela 31 - Dados pluviométricos das estações pluviométricas que fazem parte da APA de Pouso Alto...... 119 Tabela 32 - Hierarquia litoestratigráfica da APA de Pouso Alto ...... 128

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Tabela 33 - Processos Minerários identificados na área da APA de Pouso Alto ...... 161 Tabela 34 - Cavidades primárias e secundárias e suas características ...... 187 Tabela 35 - Grau de potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil de acordo com a litologia...... 192 Tabela 36 - Síntese das principais características geoambientais da APA de Pouso Alto-GO ...... 198 Tabela 37 - Extensão em hectares dos compartimentos do relevo da APA de Pouso Alto ... 199 Tabela 38 - Quantitativo das áreas (ha) das classes de vulnerabilidade do relevo associados às feições morfológicas ...... 209 Tabela 39 - Características Físico-Químicas de Perfil de Latossolo Vermelho Amostrado .. 216 Tabela 40 - Horizonte Bw de Latossolo Vermelho amostra na região do Vale do rio Preto . 217 Tabela 41 - Aspectos físicos-químicos de Perfil de Argissolo Vermelho-Amarelo amostrado ...... 220 Tabela 42 - Aspectos físico-químicos do perfil amostrado de Cambissolo ...... 222 Tabela 43 - Aspectos físico-químicos do perfil de solo amostrado na APA de Pouso Alto .. 226 Tabela 44 - Interação dos fatores erodibilidade dos solos e tipos de relevo ...... 229 Tabela 45 - Descrição das Classes de Aptidão Agrícola julgadas a partir das Unidades de Mapeamento ...... 236 Tabela 46 - Síntese das características hidrográficas das três bacias principais da APA de Pouso Alto ...... 237 Tabela 47 - Características morfométricas das bacias que compõem a APA de Pouso Alto . 241 Tabela 48 - Área total das sub-bacias, valor em porcentagem de quanto elas representam no limite da APA de Pouso alto e padrão de drenagem predominante...... 244 Tabela 49 - Parcelas relativas à compensação financeira pela utilização de Recursos Hídricos, pagas pelas UHEs de Serra da Mesa e Cana Brava em 2004...... 245 Tabela 50 - Dados de vazão e precipitação mensais da estação Tocantinzinho...... 246 Tabela 51 - Dados de vazão e precipitação mensais da estação Ponte Rio Preto...... 247 Tabela 52 - Informações sobre os sistemas aquíferos que compõem a área da APA de Pouso Alto...... 248 Tabela 53 - Espécies raras de ocorrência na região de estudo conforme Giulietti et al., (2009) ...... 273 Tabela 54 - Lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçada de extinção para o estado de Goiás, mas que ocorrem também em outros estados da federação, conforme Ministério do Meio Ambiente, 2008...... 275

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Tabela 55 - Relação das espécies consideradas de interesse econômico para a área da APA de Pouso Alto. Legenda: Mad. Madeireiro; Ali. Alimentício; Orn. Ornamental; Med. Medicinal; Fau. Faunístico; Ole. Oleoginosa; Art. Artesanato...... 276 Tabela 56 - Principais gramíneas usadas nas pastagens plantadas e com maior poder invasor identificadas nos domínios da APA ...... 279 Tabela 57 - Coordenadas . de referência dos sítios contemplados pelo levantamento de dados primários in loco...... 284 Tabela 58 - Produto Interno Bruto - PIB 2010/2011 ...... 311 Tabela 59 - Valor adicionado bruto a preços básicos (R$ mil) ...... 312 Tabela 60 - Economia dos municípios ...... 314 Tabela 61 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – 2000-2010 ...... 315 Tabela 62 - Total de consumidores (nº) e consumo total MWh ...... 316 Tabela 63 - Relação de Prestadoras de Atendimento da Saúde nos municípios da UC em 2014 ...... 317 Tabela 64 - Dados de doenças endêmicas notificadas nos municípios que compõem a APA no período de 2001/2011 ...... 319 Tabela 65 - Indicadores de Mortalidade ...... 320 Tabela 66 – Educação: Sistema de Ensino (2012/2013) ...... 321 Tabela 67 - Taxa de alfabetização (Pessoas de 10 anos ou mais de idade) 2000/2010 ...... 322 Tabela 68 – Situação do efetivo dos profissionais da Segurança Pública no estado de Goiás em 2013 ...... 324 Tabela 69 - Ligações de Água, extensão de rede de água / ligações de esgoto, extensão de rede coletora de esgoto no período de 2010/2013 ...... 326 Tabela 70 - Programas e Projetos desenvolvidos nos municípios da APA até maio de 2014 331 Tabela 71 - Extrativismo Vegetal - 2011/2012 ...... 338 Tabela 72 - Relação de entrevistados ...... 348 Tabela 73 - Relação de entrevistados ...... 354 Tabela 74 - Relação de entrevistados ...... 357 Tabela 75 - Relação de entrevistados ...... 360 Tabela 76 - Relação de entrevistados ...... 364 Tabela 77 - Relação de entrevistados ...... 369 Tabela 78 - Principais serviços e estabelecimentos para atender aos visitantes da APA de Pouso Alto ...... 373

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2 QUADRO SOCIOAMBIENTAL / DIAGNÓSTICO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (UC)

2.1 CARACTERIZAÇÃO REGIONAL

2.1.1 Descrição

A APA de Pouso Alto é uma Unidade de Conservação Estadual e, portanto, seu gerenciamento é feito pelo Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Recurso Hídricos - SEMARH, que também é responsável pelo seu planejamento. Com 872 mil hectares, pode se considerar que a APA de Pouso Alto é uma UC de grande porte quando comparada a Unidades de mesma categoria, no âmbito federal e estadual é a maior UC do Estado de Goiás, e ocupa mais de 2% do território estadual. A APA se localiza na microrregião da Chapada dos Veadeiros, região nordeste do Estado de Goiás, abrangendo os seguintes municípios: Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Nova Roma, São João da Aliança e Teresina de Goiás (Figura 7). Figra 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6

Figura 7 - Localização da APA de Pouso Alto

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2.1.2 Caracterização Ambiental

2.1.2.1 Clima

Nas ciências ambientais o estudo climático de uma determina área envolve a análise integrada de diversos fenômenos meteorológicos estudados durante um longo período de tempo. O conhecimento de outras variáveis físicas da paisagem, como relevo, solo e vegetação também podem contribuir na discussão climática, permitindo identificar padrões para determinação de tipos de climas, assim como, a alteração dessas variáveis, pode provocar mudanças climáticas em escala local. A APA de Pouso Alto, dentro de um contexto regional é palco de uma dinâmica atmosférica bastante heterogênea, uma vez que as diferenças altimétricas, as formas do relevo variadas e a posição geográfica próxima aos trópicos, permitem a interação entre sistemas regionais de circulação atmosférica, que cria ambientes distintos com microclimas bastante variados. Localizada no Centro-Oeste do Brasil, a região da APA recebe ventos que sopram geralmente de NE à E oriundos do Anticiclone Subtropical semifixo do Atlântico Sul que no inverno causa certa estabilidade atmosférica. Enquanto que no verão essa estabilidade é afetada por diferentes sistemas de circulação ou correntes perturbadoras. De acordo com Nimer (1989), destacam-se nessa região três correntes: a) Sistema de correntes perturbadas de Oeste – de linhas de instabilidade tropicais (IT); b) Sistema de correntes perturbadas de Norte – de convergência intertropical (CIT); e c) Sistema de correntes perturbadas de Sul – do anticiclone polar e frente polar (FT). Como podem ser observadas na Figura 8.

2 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 8 - Sistemas de circulação atmosférica perturbada na região Centro-Oeste. Fonte: NIMER, 1989.

O Sistema de Correntes Perturbadas de Oeste é responsável por provocar chuvas e trovoadas comuns no período verão nessa região. A origem desse sistema está relacionada com a Frente Polar Atlântica (FPA) quando entra em contato com o ar mais quente da zona tropical. O segundo sistema é o CIT – Sistema de Correntes Perturbadas de Norte, ele atua no período de verão no Norte de Goiás e Mato Grosso, com ação máxima na estação de outono, sendo um dos sistemas responsáveis pelas chuvas da convergência intertropical. O terceiro e último sistema que atua na região é o Sistema de Correntes Perturbadas de Sul. No verão, na região do Chaco, o anticiclone polar encontra dificuldade de penetrar, devido ao centro de baixa do interior. Nesse período as chuvas frontais são quase ausentes, já

3 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC que raramente a Frente Polar Atlântica consegue ultrapassar a baixa do Chaco. No inverno, o anticiclone ganha força, e a baixa de interior migra para a região do Acre e Bolívia. Nesse momento a região fica sujeita a ação do anticiclone polar, com baixa nebulosidade, pouco umidade do ar e com quedas na temperatura, sendo frequentes os ventos estáveis e relativamente quentes do anticiclone subtropical (NIMER, 1989).

2.1.2.1.1 Classificação Climática

Segundo a classificação climática de Koppen (1948), a vegetação natural dos diversos ambientes terrestres apresenta relações diretas com o clima. Sob esta perspectiva, entende-se que a vegetação atual seria um reflexo da sazonalidade climática que o ambiente passou ao longo do tempo. A Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto está localizada no Brasil Central, e de acordo com o mapa atualizado de climas do Brasil, segundo a classificação de Köppen (1948) a APA apresenta nos seus limites de ocorrência três tipos de climas, denominados pelas siglas Aw, Cwa e Cwb (Figura 9). O clima Aw é chamado de clima tropical de savana com estação seca de inverno ou Clima de Savana. Ocorre de forma predominante em quase toda área da APA. A letra A representa climas tropicas chuvosos. Essa característica está em função da localização geográfica, comum para regiões próximas aos trópicos, que recebem mais insolação solar durante o ano, com maior umidade e formação de nuvens, que reflete na vegetação de maior porte, como as florestas da América do Hemisfério Sul. No contexto regional da APA, o clima Aw é caracterizado por apresentar verões chuvosos, principalmente entre os meses de dezembro a março (estação úmida), e uma estação seca de inverno ao longo de todo o restante do ano, sendo o mês de julho caracterizado como o mais seco. Ocorre principalmente nas baixas altitudes (300 à 400m), no região central da APA, que se localiza entre as escarpas do setor ocidental da Serra Geral e a Leste pode ser observada a unidade geomorfológica do Vão do Paranã.

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Figura 9 - Mapa climático da APA de Pouso Alto-GO. Fonte: Alvares et al. (2013)

O clima Cwa é chamado de clima tropical de altitude, característico por ser chuvoso e moderadamente quente, com chuvas no verão e seca no inverno. É comum apresentar temperaturas superiores ao clima Aw, atingindo a média do mês mais quente, isto é, temperaturas superiores à 22°C. Ocorre nas linhas de escarpas entre as altas altitudes do clima Cwb e as baixas altitudes do clima Aw.

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O Cwb é chamado Clima subtropical de altitude, com inverno seco e verão ameno. É o clima com temperaturas mais amenas, comparadas aos outros dois climas, apresentando temperaturas inferiores à 22ºC. Ocorre nas altitudes mais altas registradas na área da APA, na região do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, com altitudes acima de 1.200m. De modo geral, pode-se observar que o clima da região predominante apresentam temperaturas elevadas no período de Primavera-Verão e amenas quando no Inverno, em decorrência da dinâmica atmosférica outrora apresentada, mas também pelos diversos fatores geográficos, tais como: posição continental, extensão latitudinal e o relevo (NIMER, 1989). Este último é considerado um dos importantes fatores da singularidade microclimática da Área de Proteção Ambiental.

2.1.2.1.2 Elementos e Fatores Climáticos

Considerando-se que o clima é um fenômeno dinâmico, ao iniciar os estudos climáticos é necessário o conhecimento das variáveis que influenciam e são influenciadas por ele. Segundo a Climatologia, o estudo do clima deve estar pautado na discussão dos seus elementos e fatores climáticos. Os elementos climáticos são as grandezas atmosféricas mensuráveis, sendo: temperatura, radiação, pressão atmosférica e umidade. Estes podem variar no tempo e no espaço e são considerados critérios importantes na caracterização climática de uma dada superfície. Em contrapartida, os fatores climáticos são condições que interferem ou determinam os elementos climáticos, e consequentemente, o clima de uma região, sendo: latitude e altitude. Nesse sentido, serão discutidos a seguir alguns fatores e elementos climáticos no contexto climático ao qual a APA de Pouso Alto está submetida. Utilizando-se dos dados das estações meteorológicas dos municípios de Posse-GO (número 83332) e Formosa-GO (número 83379), são apresentadas as informações acerca de chuva acumulada e temperatura para o ano de 2004 (Figuras 10, 11, 12 e 13). Os gráficos de chuva acumulada evidenciam a formação de duas estações bem definidas nessa região, sendo uma estão úmida, que ocorre geralmente entre dezembro e março, onde são registrados valores médios-mensais de 360mm em Posse-GO e 510mm em Formosa-GO, e uma estação seca de inverno, sem registro de precipitação em alguns meses (junho e julho). A distribuição pluviométrica tem relação direta com o sistema atmosférico que atua nessa região, como as já citadas correntes perturbadoras, que junto a topografia controlam o clima regional e imprimem particularidades evidenciadas em microclimas distintos, que variam principalmente em virtude da altitude local.

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Figura 10 - Chuva Acumulada Mensal com Base na Estação Climatológica de Posse (1961 – 90 e 2004). Fonte: INMET, 2014.

Figura 11 - Chuva Acumulada Mensal com Base na Estação Climatológica de Formosa (1961 – 90 e 2004). Fonte: INMET, 2014.

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Figura 12 - Temperatura máxima, média e mínima diária em julho de 2005, com base nos dados da Estação de Formosa. Fonte: INMET, 2014.

Figura 13 - Temperatura máxima, média e mínima diária em julho de 2005, com base nos dados da Estação de Formosa. Fonte: INMET, 2014.

8 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Quanto aos dados de temperatura, são apresentados nas Figuras 12 e 13 as informações de temperatura máxima, média e mínima diárias para o mês de julho de 2005. As temperaturas médias ficam entorno de 20ºC, atingindo mínima de 10ºC e máxima 30ºC. Esse gradiente é de certa maneira a realidade do clima regional, com exceções de microambientes comuns ao perímetro da APA, cuja condição climática tem comportamento singular quando se comparada a nível regional. No caso do contexto do nordeste goiano, a variação térmica é menos acentuada que a do gradiente de precipitação. Características como as altas altitudes registradas nessa área e a significativa preservação da cobertura vegetal natural, influenciam diretamente as condições climáticas. A topografia é um dos fatores que justificam as temperaturas amenas, se comparada à outras regiões do estado de Goiás. O clima, representado pelos elementos e fatores climáticos, é um dos principais condicionantes no modelado da paisagem, influenciando o relevo, o solo, a vegetação e a própria ocupação antrópica. Nesse sentido, a temperatura e a precipitação tem papeis relevantes no balanço hídrico de uma dada região, como discutido no tópico a seguir.

2.1.2.1.3 Balanço Hídrico

O estudo do balanço hídrico corresponde a um conjunto referente a quantidade de água que entra e sai de uma certa porção do solo em um determinado intervalo de tempo. Segundo Almeida et al. (2006) “o cálculo do balanço hídrico consiste na determinação do excesso e deficiência de água no solo, possibilitando definir diretrizes para um melhor aproveitamento dos recursos hídricos” (ALMEIDA et al., 2006). O estudo do balanço hídrico da região hidrográfica do Tocantins-Araguaia, onde consta a APA estudada, apresenta valores de precipitação igual a 1.837mm e uma vazão de 13.624m³/s, com a evapotranspiração real de 1.371mm, que corresponde a 75% da precipitação (ANA,2014). Outras informações sobre potencial hídrico da área é apresentado no Zoneamento Geoambiental e Agroecológico do Estado de Goiás - Região Nordeste (IBGE, 1995). A região do NE goiano é caracterizada por apresentar altos índices de evapotranspiração potencial, de 1.300 a 1.500mm, que ocorre entre os meses de dezembro à março. Quanto maior o volume de água no sitema, maior intensidade da evapotranspiração. A disponibilidade hídrica está em função das características físicas do relevo, do solos e da capacidade de armazenamento de água, que vão refletir diretamente sobre excedente hídirico. Por excedente hídrico entende-se

9 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC como sendo o momento em que o solo atinge seu ponto máximo de estocagem de água, fazendo com que a água não mais infiltre, mas escoe em superfície. Na região do NE goiano as áreas com menores valores (400mm) de excedente hídrico correpondem a regiões do vão do Paranã e Patamares do Chapadão Central. Na região com relevo mais alto (altitudes >1.000m) como nas regiões do Planaltos do Alto Tocantins- Paranaíba, Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros o excedente é superior a 500mm, com duração de 5 meses. Quanto ao período de deficiência hídrica, as áreas mais altas dos planaltos da região apresentam média de 400mm de déficit hídrico anual, enquanto a região depremida do Vão do Paranã apresentam índices inferiores de 300mm (IBGE, 1995). Uma discussão mais local da APA está relacionada as informações do balanço hídrico dessa região, apresentadas as Figura 14 e 15. Como observado, a região tem sete meses de excedente hídrico, entre os meses de outubro à março, e um déficit entre os meses de junho e agosto. Os meses com excedente hídrico coincidem com o período de verão, onde as chuvas são mais intensas na região. Na Figura 15 é apresentada a relação entre da ETP (evapotranspiração potencial) e da ETR (evapotranspiração real) com os valores de precipitação. Os dados de evapotranspiração potencial refere-se a água que retorna ao sistema atmosférico, seja por processo de transpiração como de evaporação, considerando uma superfície de cobertura vegetal com estoque de água. Enquanto os dados de evapotranspiração real diz respeito ao valor com maior precipitação de água que foi transferida para a atmosfera.

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Figura 14 - Extrato do balanço hídrico mensal da estação de Posse-GO. Fonte: EMBRAPA (2005)

Figura 15 - Gráfico do balanço hídrico da cidade de Posse-GO. ETP = evapotranspiração potencial. ETR = evapotranspiração real (mm). Fonte: EMBRAPA (2005)

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A análise do balanço hídrico normal mensal permite concluir que evapotranspiração acompanha a linha de precipitação. Período de excedente hídrico percebe-se que a linha de ETP e ETR tem o mesmo comportamento. No inverno, com a diminuição da incidência de raios solares, a evapotranspiração real é reduzida, porque não há calor suficiente para causar evapotranspiração de todo estoque de água contida no solo e nas plantas, como pode ser observado na queda dos valores de temperatura entre os meses de estiagem. Já no verão, esse processo é acelerado devido a maior insolação, que permite maior umidade e formação de nuvens, quando os valores de ETP e ETR voltam a coincidirem.

2.1.2.2 Hidrografia

2.1.2.2.1 Águas Superficiais

No contexto do estado de Goiás três grandes regiões hidrográficas (RH) compõem o território: Região Hidrográfica do Rio Tocantins-Araguaia, RH do Paraná e RH do São Francisco (Figura 16). A APA de Pouso Alto faz parte da RH do Tocantins-Araguaia, mais especificamente da subunidade do Alto Tocantins, a unidade hidrográfica do Paranã-Tocantins, no setor norte, destacado em verde na Figura 16.

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Figura 16 - Distribuição das Regiões Hidrográficas em Goiás e Distrito Federal Fonte: CNRH, 2003.

A região hidrográfica do Tocantins-Araguaia é formada por uma população de 7.890.714 habitantes. A subunidade do Alto Tocantins representa 33,7% desse total, ocupa uma área de 305.511km². Nessa região vivem um total de 2.657.435 habitantes, sendo que 71,6% desse total vivem em área urbana (Tabela 8). Tabela 1 Tabela 2Tabela 3Tabela 4Tabela 5Tabela 6Tabela 7 Tabela 8 - Dados da unidade hidrográfica do Alto Tocantins. Unidade População Área (Km²) Urbanização (%) Hidrográfica Rural Urbana Total Alto Tocantins 305.511 1.902.839 754.596 2.657.435 71,6 Fonte: MMA (2006)

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A subunidade do Alto Tocantins ainda se subdivide em 7 unidades hidrográficas (Tabela 9), estando a APA inserida na unidade do Paranã-Tocantins. Tabela 9 - Informações sobre a subunidade do Alto Tocantins

Fonte: MMA (2006).

O rio Tocantins nasce a mais de 1000m de altitude na região do Planalto de Goiás, sendo formado pelos rios Almas e Maranhão. Seu principal afluente é o rio Araguaia, destacam- se também os afluentes da margem direita, como os rios: Bagagem, Tocantinzinho, Paranã, do Sono, Manoel Alves Grande e Farinha; e da margem esquerda, os rios Santa Teresa e Itacaúnas. De acordo com os dados da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) a “Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia é a segunda maior região brasileira em termos de disponibilidade hídrica apresentando 13.624m³/s de vazão média (Q)” (ANA, 2005). Como pode ser visto nos dados referentes as vazões específicas dessa região, a unidade do alto Tocantins apresenta 14,47l/s/km² (Figura 17).

Figura 17 - Vazões específicas da Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, destaque para os 14,47% da unidade do Alto Tocantins.

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Fonte: MMA, 2006. Em termo disponibilidade hídrica e demanda na área de influência do Paranã- Tocantins, a área apresenta uma vazão média de 1.033,8m³/s para atender uma população de 375.728 habitantes resultando numa disponibilidade hídrica de 86.769,9m³/hab.ano (Tabela 10). Essa informação deve ser vista com ressalvas, uma vez que a vazão não é disponível em total circunstâncias. Tabela 10 - Disponibilidade Hídrica per capita da subunidade do Alto Tocantins. Subdivisão Subdivisão Qm População Disponibilidade Hidrográfica Sub Hidrográfica (m³/s) (hab.)* Hídrica (m³/hab.ano) 1 Sub 2 Sub 1 – Tocantins Sub 2 – Paranã- 1.033,8 375.728 86.769,9 Alto Tocantins

Fonte: MMA, 2006.

Na mesma região, onde está presente a APA de Pouso Alto, estão presentes na porção Oeste da área as usinas hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana Brava, do qual fazem uso das águas do Alto Tocantins para produção de energia elétrica. Conforme indicado na Tabela 11, são apontadas as características das UHEs de Serra da Mesa e Cana Brava, está última tem pequena parte do seu reservatório dentro da APA, mais precisamente no seu extremo noroeste (Figura 18). Tabela 11 - Vazão regularizada pelas principais usinas hidrelétricas da Alto Tocantins.

Fonte: MMA, 2006.

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Figura 18 - Reservatório da Usina Hidrelétrica Cana Brava na travessia do município de Colinas do Sul para Minaçu. Nota-se ao fundo as características do relevo aguçado fortemente dissecado, semelhantes aos da APA de Pouso Alto (UTM Fuso 22L 808.808E / 8.476.714N - 352m)

A barragem da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa está situada no curso principal do rio Tocantins, no município de Minaçu (GO), a 1.790km de sua foz. O reservatório de Serra da Mesa é o maior do Brasil em volume de água, com 54,4 bilhões de m³, com uma área de 1.784km² (FURNAS, 2014). A Usina Hidrelétrica Cana Brava está localizada nos municípios de Minaçu (GO) e Cavalcante (GO), ocupando uma área de 139,63km² (UFRJ, 2014).

2.1.2.2.2 Águas Subterrâneas

O estudo dos recursos hídricos subterrâneos em escala nacional parte da primeira divisão do país em províncias hidrogeológicas proposta por Pessoa et al. (1980). No Mapa Hidrogeológico do Brasil, na escala 1: 2.500.000, é apresentada uma divisão do Brasil em dez províncias e quinze subprovíncias (Figura 19). Os fatores utilizados como determinantes nas divisões propostas foram tectônica, morfologia, fisiografia e litologia. Estas províncias são regiões onde os sistemas aquíferos apresentam condições semelhantes de armazenamento, circulação e qualidade de água (DNPM/CPRM, 1981; MENTE, 2000).

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Figura 19 - Províncias e subprovíncias Hidrogeológicas do Brasil. Fonte: Hasui et al. (2012)

As águas subterrâneas no Brasil ocupam diferentes tipos de reservatórios, desde as zonas fraturadas das rochas cristalinas do embasamento até os depósitos sedimentares cenozoicos. A Tabela 12 apresenta as divisões propostas e suas principais características em nível de Brasil. A APA de Pouso Alto está inserida no contexto da Bacia do Rio Tocantins- Araguaia, que por sua vez está presente nos limites da província do Escudo Central.

Tabela 12 - Descrição das províncias Hidrogeológicas e principais aquíferos do Brasil PROVÍNCIAS HIDROGEOLÓGICAS DO BRASIL 1 Província Escudo Setentrional – caracterizada pela ausência quase total de informações hidrogeológicas, estima-se que os aquíferos Boa Vista, Tacatu, e Grupo Roraima e Beneficente são os mais promissores, sendo formados de areias, arenitos finos, médios e grosseiros. O Aquífero Boa Vista constitui-se de arenitos com intercalações de níveis conglomeráticos e camadas pelíticas (argila), com poços apresentando vazão média de 30m3/h.

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PROVÍNCIAS HIDROGEOLÓGICAS DO BRASIL 2 Província Amazonas – os melhores aquíferos conhecidos são os depósitos arenosos correspondentes às Formações Solimões, Içá e Alter do Chão, que apresentam bons índices de produtividade em diversas áreas, como Belém, Ilha de Marajó, Santarém e Manaus (Alter do Chão), além de Rio Branco e Porto Velho (Solimões). Os depósitos que compõem o Sistema Aquífero Solimões são arenitos, conglomerados, siltitos, argilitos e calcários síltico-argilosos, localizados no topo da sequência sedimentar da Bacia Sedimentar Amazônica, apresentando espessura máxima total de 2.200m. A vazão média dos poços é de 28m3/h, com profundidade média de 60m. O Sistema Aquífero Alter do Chão ocorre abaixo da Formação Solimões, sendo constituído por arenitos e argilitos, compondo uma espessura máxima de 1.250m. A vazão média dos poços é de54m3/h e profundidade média de 130m.

3 Província Escudo Central – É constituída predominantemente por unidades proterozoicas e arqueanas cobertas em pequenos trechos por depósitos paleozoicos e cenozoicos. Face à ausência quase total de informações hidrogeológicas estima-se que as áreas aquíferas mais promissoras correspondem aos sedimentos proterozóicos das unidades Beneficente, Prosperança e Pacaás Novos. Nas regiões com elevado índice pluviométrico é de se esperar boas possibilidades hídricas nas rochas fraturadas subjacentes. 4 Província Parnaíba – apresenta três sistemas aquíferos principais de extensão regional, Poti-Piauí, Cabeças e Serra Grande, além de outros menores tais como: Codó, Sambaíba, Corda e Itapecuru pertencentes à bacia sedimentar Parnaíba, que apresentam águas de boa qualidade química. O poço jorrante do Vale do Gurguéia – o Violeta – antes de ser tamponado, captava diretamente dos sistemas Cabeças e Serra Grande, com vazão de 1000m3/h. O Aquífero Poti-Piauí é constituído por arenitos, siltitos e folhelhos, localmente calcários, apresentando espessura média de 400m. As vazões médias nas porções livre e semi- confinada são respectivamente 18 e 40m3/h. O Sistema Aquífero Cabeças apresenta o melhor potencial hidrogeológico da bacia sedimentar, apesar da espessura menor (300m). Compõe-se de arenitos apresentando vazões médias na porção livre e confinada, respectivamente de 12 e 50m3/h. O Sistema Aquífero Serra Grande engloba arenitos finos a grossos, níveis de conglomerados e intercalações de siltitos, apresentando vazões médias de 6,0 e 14m3/h, para as poções livres e confinadas.

5 Província São Francisco – predominam aquíferos fraturados cársticos (Chapada Diamantina e Bambuí). O Bambuí ocorre na região da bacia do rio Verde Grande, e na região de -Lagoa Santa. O Sistema Aquífero Bambuí compreende os metassedimentos, em sua maioria de natureza carbonática dos Grupos Bambuí e Una, além dos carbonatos da Formação Caatinga. Os poços apresentam vazão média de 10m3/h para uma profundidade média de 90 metros. Outro importante sistema aquífero é a Formação , que abastece diversas cidades da Bahia e Goiás. Este aquífero tem uma função reguladora para o escoamento de trecho médio do rio São Francisco. O Sistema Aquífero Urucuia-Areado engloba sedimentos (arenitos muito finos a médios, com intercalações de conglomerados, folhelhos e siltitos) apresentando espessura máxima

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PROVÍNCIAS HIDROGEOLÓGICAS DO BRASIL de 1.500m. A vazão dos poços na camada superior é de até 60m3/h, enquanto na inferior pode atingir mais de 600m3/h. Além destes, vale citar a existência de aquíferos de menor expressão tais como: Salitre, Jacaré, Uruçuí, Mata da Corda e Paranoá. Este último englobando a AII da LT em estudo.

6 Província Escudo Oriental– ocorrem duas subprovíncias, a Nordeste com potencial hidrogeológico muito fraco e a Sudeste, fraco a médio. Na primeira, normalmente às vazões médias dos poços são baixas (1 a 3m3/h) e com ocorrência de sal, já na segunda as vazões são médias (10m3/h), com boa qualidade química. Na subprovíncia Nordeste (6a) o reduzido potencial hidrogeológico (disponibilidade de água) está relacionada às condições deficientes de circulação das águas subterrâneas, aliadas às condições do clima semi-árido e à presença de rochas cristalinas, que resultam nas taxas excessivas de salinidade. Porém, há ocorrência de pequenas bacias sedimentares, que apresentam maior potencial, com destaque para a do Araripe, que cobre uma área de 11.000Km², com poços de vazões da faixa de 5 a 150m3/h para profundidade de 50 a 300m. Na subprovíncia Sudeste (6b) as condições climáticas propiciam um manto de alteração das rochas cristalinas que podem atingir várias centenas de metros de espessura, favorecendo melhores condições hídricas subterrâneas, tanto no aspecto quantitativo como qualitativo. Há a ocorrência de pequenas bacias como a de São Paulo, Taubaté e Resende, que têm sua importância associada à presença na área metropolitana de São Paulo e adjacências.

7 Província Paraná – possui os aquíferos mais promissores do país, tais como o Sistema Aquífero Guarani, Bauru-Caiuá e Serra Geral e, com menor expressão, o Furnas, Ponta Grossa e Aquidauana. O Sistema Aquífero Bauru-Caiuá ocorre no topo da sequência sedimentar da bacia do Paraná, sendo constituído por arenitos finos a médios com intercalações de argilitos e siltitos. Em algumas regiões é intensamente explorado, com vazões dos poços variando de 10 a 80m3/h, constituindo-se importante fonte de abastecimento público. O Sistema Aquífero Serra Geral é formado pelas rochas basálticas que recobrem o Sistema Aquífero Guarani, tratando-se de rochas cristalinas onde a água está associada à presença de fraturas, fissuras e zonas vesiculares (espaços vazios). Apresenta vazões variáveis, podendo chegara 150m3/h, sendo muito utilizado para o abastecimento nas regiões Sul e Sudeste. O Sistema Aquífero Guarani é, provavelmente, o maior aquífero transfronteriço das Américas, possuindo uma área aproximada de 1,2 milhões de Km² e estendendo-se desde a Bacia Sedimentar do Paraná (Brasil, Paraguai e Uruguai) até a Bacia do Chaco (Argentina). No Brasil ocorre nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, , São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Este manancial dispõe de um volume de água de aproximadamente 37.000km3, em grande parte de boa qualidade, porém, existem áreas com a presença de sais, o que pode inviabilizar alguns usos. Em alguns pontos do sistema (porções confinadas) ocorrem águas com temperaturas superiores a 30ºC, que podem ser utilizadas para o turismo termal e até mesmo pela indústria. Suas vazões variam de 50 a 100m3/h, com predominância entre 100 e 500m3/h. Estudos recentes têm sugerido que o Guarani tem partes compartimentadas (compartimentação em blocos) e levantado dúvidas acerca de seus limites reais, especialmente na porção oriental. Neste sistema ocorrem os dois tipos de recarga: a direta

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PROVÍNCIAS HIDROGEOLÓGICAS DO BRASIL nas áreas de afloramento, onde os arenitos estão em contato com a superfície; e a indireta por meio de água proveniente das fraturas das rochas da Formação Serra Geral.

8 Província Escudo Meridional – Localiza-se no extremo Sul do país e apresenta alguns aquíferos, de pouca expressão, restritos às zonas fraturadas cristalinas.

9 Província Centro-Oeste – subdivida em quatro sub-províncias: Ilha do Bananal (9a), Alto Xingú (9b), Chapada dos Parecis (9c) e Alto Paraguai (9d), com a presença de diversos tipos de rochas, tais como: metamórficas, calcários, sedimentos, etc. O Sistema Aquífero Parecis é constituído por arenitos com intercalações de níveis de conglomerado e camadas de argila, tendo espessura média de 150m. Poços tubulares construídos neste Sistema apresentam vazão média de 147m3/h e atendem a todo o sistema de abastecimento de Vilhena – RO (ANA, 2005). O Sistema Aquífero Pantanal, é formado por sedimentos arenosos recentes, com espessuras que podem atingir mais de 600 metros. Este sistema é responsável pela manutenção do ecossistema pantaneiro.

10 Província Costeira – Está dividida em nove subprovíncias: Amapá (a); Barreirinhas (b); Ceará e Piauí (c); Potiguar (d); Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte (e); Alagoas e Sergipe (f ); Recôncavo, Tucano e Jatobá (g); Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia (h), Rio Grande do Sul (i). Trata-se de bacias sedimentares de pequenas dimensões, com espessuras muito variáveis. Comparativamente, é a província mais ameaçada pela forma de extração das águas subterrâneas no Brasil (Rebouças, 2002). Os aquíferos mais promissores e bem distribuídos são os sedimentos do Grupo Barreiras, presentes em diversas subprovíncias, que abastecem Belém, Recife, São Luiz, Fortaleza e Natal. Destaca-se, ainda, na subprovíncia Barreirinhas o Marituba, que junto ao Barreiras, respondem por 80% do abastecimento público de Maceió. Na subprovíncia Ceará e Piauí ocorrem os aquíferos Beberibe e Dunas. Na Potiguar destacam-se o Jandaíra e Açu; na Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte os aquíferos Beberibe, Maria Farinha e Gramame; no Recôncavo, Tucano e Jatobá, Marizal, São Sebastião (que abastece Salvador e Camaçari), Ilhas e Tacarutu.

Fonte: MMA (2007)

Em função da grande disponibilidade hídrica superficial da região, os estudos hidrogeológicos são um tanto escassos, com ausência quase total de informações sobre águas subterrâneas. Nas últimas décadas, com o avanço da fronteira agrícola a demanda por águas subterrâneas aumentou, com destaque para as terras do Nordeste goiano no Vão do Paranã. A forma de capitação dessa água é geralmente por meio de perfuração de poços tabulares profundos.

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2.1.2.2.2.1 Sistemas Aquíferos fraturados ou fissurados

Na região da APA de Pouso Alto existe predominantemente aquíferos do tipo fraturados ou fissurados, do qual ocorrem em sistemas de rochas impermeáveis, como rochas ígneas e metamórficas, portadoras de muitas descontinuidades. Os maciços rochosos podem acumular água em quantidades maiores ou menores em função da quantidade, arranjo, abertura e intercomunicação dos sistemas de fraturas (Figura 20). Esse tipo de aquífero é preocupante quando situado próximo a grandes centros consumidores, pois os volumes de água são muito menores do que nos casos de aquíferos porosos. Geralmente, poços perfurados nessas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora, dependendo apenas de terem sido interceptadas fraturas capazes de conduzir água (HASUI et al., 2012).

Figura 20 - Tipos de Aquíferos, nota-se o aquífero fraturado em rochas metamórficas em cor laranja, do qual são representativos na região da APA de Pouso Alto. Fonte: HASUI et al. (2012)

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De acordo com Hasui et al. (2012) os aquíferos fraturados podem ser entendidos como aquíferos anisotrópicos, ou dotados de anisotropia, porque neles a água somente flui onde houver fraturas, e estas costumam ter certas orientações preferenciais no espaço. É muito comum que a locação dê preferência a zonas muito fraturadas, como grandes zonas de falha e cinturões miloníticos, onde a frequência das fraturas (número de fraturas por metro) é suficientemente alta para permitir que muitas descontinuidades sejam atravessadas pela perfuração. No limite da APA foram registrados 23 poços tabulares, distribuídos nos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colina do Sul e Teresina de Goiás, como apresentados na Tabela 13.

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Tabela 13 - Poços tabulares no limite da área da APA de Pouso Alto Data de Latitude Longitude Usuário ENDERECO MUNICIPIO Data Inicial Perfuração Profundidade Vazão -14,0806 -47,3223 Saneago Alto Paraiso de Goiás 27/08/99 29/08/99 102,00 0,00 -14,0807 -47,3229 Saneago Alto Paraiso de Goiás 31/08/99 01/08/99 102,00 3,64 Wildes de Faz. estrada -14,1861 -47,4993 Faria Pereira Alto Paraiso Km 5 Alto Paraiso de Goiás 24/9/1999 25/9/1999 84,00 20,30 -14,1025 -47,4901 Semarh Povoado São Jorge Alto Paraiso de Goiás 36,00 5,00 -14,1028 -47,4852 Semarh Povoado São Jorge Alto Paraiso de Goiás 185,00 0,00 -14,1027 -47,4844 Semarh Povoado São Jorge Alto Paraiso de Goiás 80,00 0,00 -14,1026 -47,4844 Semarh Povoado São Jorge Alto Paraiso de Goiás 82,00 0,00 -14,1040 -47,4855 Semarh Povoado São Jorge Alto Paraiso de Goiás 0,00 0,00 Recanto da Grande Paz -14,0817 -47,3048 Semarh (Mauro) Alto Paraiso de Goiás 220,00 6,00 -14,1038 -47,4903 Semarh São Jorge Alto Paraiso de Goiás 22/05/97 27/05/97 53,00 6,00 -14,0821 -47,3047 Alberto Alto Paraiso de Goiás 0,00 0,00 Centro de Terapia e -14,0731 -47,3024 Pousada Alto Paraiso de Goiás 0,00 10,00 Oficina de Ciências e -14,0747 -47,3026 Artes Alto Paraiso de Goiás 0,00 0,00 -14,0452 -47,8188 Semarh Capela Cavalcante 15/04/00 15/04/00 100,00 15,80 -13,5800 -47,8990 Semarh Engenho II Cavalcante 15/10/98 22/10/98 100,00 8,00 Faz. Novo Paraiso - -14,0351 -48,0257 Semarh Nelson Ananias Colinas do Sul 47,00 4,00 Caixa Econômica -14,0352 -48,0020 Federal Lajes Colinas do Sul 16/11/98 17/11/98 150,00 0,00 Caixa Econômica -14,0406 -48,0026 Federal Lajes Colinas do Sul 25/11/98 26/11/98 150,00 3,00

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Data de Latitude Longitude Usuário ENDERECO MUNICIPIO Data Inicial Perfuração Profundidade Vazão Caixa Econômica -14,0405 -48,0028 Federal Lajes - Poço I Colinas do Sul 11/7/1998 12/7/1998 130,00 0,00 Caixa Econômica -14,0352 -48,0019 Federal Lajes - Poço II Colinas do Sul 12/7/1998 13/7/1998 96,00 0,00 -14,0433 -48,0421 Semarh Povoado de Borba Colinas do Sul 18/3/1997 26/4/1997 100,00 5,00 -14,0429 -48,0418 Semarh Povoado de Borba Colinas do Sul 98,00 3,00 -13,7861 -47,2156 Semarh Tapa Olho Teresina de Goiás 20/02/99 22/02/99 90,00 15,52

Fonte: SIEG, 2014 e SIAGAS, 2014

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2.1.2.3 Geologia

Para a compreensão geológica da qual a Área de Proteção Ambiental - APA de Pouso Alto está contextualizada é imprescindível a retomada dos principais eventos tectônicos que remontam as idades das rochas identificadas em seus limites. A história geológica regional começa no Ciclo Brasiliano, que compreende o último de uma série de eventos tectônicos, ocorrido durante o Neoproterozóico, que resultou na formação de faixas móveis em vários continentes. No caso do Brasil, todo o território foi afetado pelos eventos da Orogênese Brasiliana (600 Ma). Segundo Almeida et al. (1977), determinadas áreas submetidas aos eventos do Ciclo Brasiliano, apresentam semelhanças com relação a sua origem e evolução, o que permitiu a identificação de três zonas tectonicamente instáveis (ou ativas), sendo: Províncias Tocantins, Mantiqueira e Borborema (Figura 21). Dentre estas, destacadas na Figura 21, atenta-se para o Sistema Orogênico do Tocantins, do qual abrange grande parte do estado de Goiás e onde a APA se insere integralmente.

Figura 21 - Sistemas Orogênicos do Tocantins, da Borborema e da Mantiqueira representados entre as províncias estruturais do Escudo do Atlântico Fonte: Bizzi et al. (2003)

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Para entendimento das condições geológicas da qual a área se submeteu e está submetida, a compreensão das forças endógenas e de deformação das rochas, bem como suas origens, possibilita inferir cenários, principalmente quando avaliados com os recursos hídricos e os processos de aplainamento do relevo regional. Para tanto, como mencionado o embasamento regional está vinculado a Província Estrutural do Tocantins (ALMEIDA et al., 1977), localizada na região central do Brasil, do qual constitui um sistema de configurações orogênicas de idade brasiliana caracterizada por cinturões dobrados e falhados denominados de cinturões orogênicos Brasília, Paraguai e Araguaia. São resultantes da convergência e colisão dos Crátons Amazonas a Oeste, São Francisco a Leste e Paranapanema a Sudoeste, este último encoberto pelas rochas da Bacia do Paraná. Estão assentados sobre terrenos arqueanos e paleoproterozoicos retrabalhados durante o Ciclo Brasiliano. A Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto tem sob contexto geológico sua inserção nos contrafortes do cinturão orogênico Brasília (Figura 22), que por sua vez incorpora os três domínios do sistema o Almas-Cavalcante, presente numa faixa alongada de Nordeste a Leste, localizada na porção central da APA e a Faixa Brasília, do qual contempla o porção de Noroeste e Sul-Sudeste da APA (MOREIRA et al., 2008).

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Figura 22 - Setores Orogênicos da Província Estrutural do Tocantins, destaque para a localização da APA de Pouso Alto no contexto orogenético da Província, no seu centro o Domínio Almas-Cavalcante e nas suas extremidades Noroeste e Sudeste a Faixa Brasília Fonte: (HASUI et al., 2012)

Conforme Hasui et al. (2012) o domínio Almas-Cavalcante representa intrusões granitoides e algumas pequenas áreas de supracrustais neoproterozoicas, a sua porção mais antiga, juntamente com o domínio Goiano. Ainda segundo o autor a constituição do domínio é variada e as unidades mais expressivas em extensão distribuem-se heterogeneamente havendo para a região da APA maior expressividade de unidades do Paleoproterozoico Transamazônico e Paleoproterozoico pós-Transamazônico-Mesoproterozoico. A unidade expressiva do Paleoproterozoico (Transamazônico) diz respeito ao Complexo gnáissico Almas-Cavalcante, de 2.400 a 2.200 Ma (HASUI et al., 2012), correspondendo as litologias gnaisses tonalíticas, granodioríticos, trondhjemíticos, quartzo-monzodioríticos, quartzo-dioríticos e graníticos, mais ou menos migmatizados. Para o Paleoproterozoico (pós-Transamazônico) - Mesoproterozoico é presente a unidade metavulcanos sedimentar grupo Araí com as formações Traíras no topo, correspondendo aos metassiltitos, filitos, cálcio-xistos, micaxistos, quartzitos, metacalcários e

27 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC metadolomitos. Em sua base, também presente na região da APA destaca-se o Grupo Arraias, de 1770 Ma, do qual apresenta quartzitos (Figura 23), filitos, metassiltitos, metaconglomerados, metandesitos, metadacitos, metarriodacitos, metariolitos, metabasaltos e metavulcanoclastitos.

Figura 23 - Quartzito Feldspático do Grupo Arraias intrudido por veio de quartzo (faixa branco leitosa) no setor norte da APA. Ao fundo Cachoeira da Ave Maria no vão do engenho do moleque (UTM Fuso 23L 232.787E / 8.485.897N - 1046m)

Referente a Faixa Brasília, situada na parte oriental do cinturão orogênico, entre o Cráton São Francisco e os domínios Goiano e o Almas-Cavalcante, esteve sujeita a processos distensivos, a que se devem a formação de rifts e acumulação de sedimentos dos grupos Paranoá e de formações recentes, estas últimas identificadas principalmente na porção Sul da APA, onde há porções de relevo mais arrasado, conforme indicado na Figura 24. Segundo Hasui et al., (2012) a partir da metade do mesoproterozóico instalou-se uma margem continental a esquerda da borda Oeste do Cráton do São Francisco, que foi alvo de sedimentação, começando pelos grupos Canastra e Paranoá, presentes regionalmente.

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Figura 24 - Superfície de Aplainamento constituída por Coberturas Detrito-Lateríticas recentes em altimetria aproximada de 997m (UTM Fuso 23L 220.956E / 8.416.832N – 997m)

Conforme pode ser visto a Geologia da região da APA é composta por rochas muito antigas, do Pré-Cambriano, contudo apresenta algumas áreas ao Sul recobertas por sedimentos do Terciário/Quaternário (Coberturas detrito-lateríticas), relacionadas a área de ocorrência da Faixa Brasília. As estruturas geológicas são oriundas de dobramentos, fraturas e falhamento muito antigos, as sequências sinclinais e anticlinais de antigas dobras, ainda que arrasadas pelos processos erosivos recorrentes são observadas em grandes dimensões do relevo regional, os ressaltos topográficos destoam na paisagem. Dobras de menor porte e os sentidos dos esforços tectônicos podem ser vistos nos paredões expostos em falhas alargadas, retrabalhadas pela ação da drenagem e da erosão superficial (intemperismo). Assim a região norte-nordeste de Goiás onde está inserida a APA de Pouso Alto é uma das áreas de afloramento das litologias mais antigas do território brasileiro, algumas datando de mais de 2 bilhões de anos de idade, como mencionado por Dardenne e Campos (2000). Além da antiguidade de suas rochas a região é marcada por estruturas ligadas a movimentos tectônicos que tem marcante papel na elaboração das feições geomorfológicas.

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2.1.2.4 Geomorfologia e Relevo

É marcante no estado de Goiás as condições Geomorfológicas com domínio de relevo plano a suavemente ondulado nas paisagens de grande parte do estado, com predomínio de variações altimétricas entre 500 e 900m, apenas uma porcentagem pequena correspondem às terras altas. Segundo Oliveira (2007) 1,77% da área de Goiás e Distrito Federal, quando somadas, encontram-se acima de 1100m de altitude. Os terrenos com a altimetria superior a 1500m localizam-se apenas na região da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto, correspondendo a 0,01% do total. A APA de Pouso Alto é porção de um planalto que se estende pelo Norte-Nordeste do estado de Goiás, formando uma faixa contínua em direção ao Centro e ao setor Leste de Goiás. A Oeste a APA é margeada por depressões, terrenos planos e baixios (abaixo de 500m) que acompanham o sentido do rio Tocantins. A Leste os terrenos de elevada altimetria é interrompido bruscamente numa quebra de relevo, com alta declividade, que leva ao Vão do Paranã, que por sua vez este possui relevo marcante em território goiano. Esta depressão, com altitudes entre 300 a 500m é bordejada a Leste, na divisa com o estado da Bahia pela escarpa do Chapadão Central, que constitui a Serra Geral de Goiás. Forma uma faixa de direções Norte- Sul ligada ao Norte com as depressões do rio Tocantins, ao Sul aumenta a cota altimétrica formando o Planalto do Distrito Federal, uma sequência de chapadões que domina o Leste de Goiás. Este é uma continuidade daquele que compõe a APA de Pouso Alto e estende-se, para o Centro e o Sudeste de Goiás (OLIVEIRA, 2007). A singularidade geomorfológica atribui à região uma particularidade climática, quando comparado às médias térmicas mensais e anuais, mais brandas que áreas adjacentes de latitude semelhante.

2.1.2.4.1 O relevo da região e suas particularidades evolutivas

A evolução do relevo da região teve como condicionantes iniciais os eventos geológicos do Pré-Cambriano, quando a crosta terrestre apresentava relevos elevados intercalados por vastas depressões (MAURO et al., 1982). Ao longo dos anos as depressões foram preenchidas pelos sedimentos que constituíram o empilhamento de rochas do Grupo Araí, formando por tanto uma grande bacia de sedimentação durante o Pré-Cambriano, da qual passou por sucessivas eventos de orogênse, do qual formou-se dobramentos e falhamentos que as colocaram em posição culminante.

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Os dobramentos correspondem a flexões produzidas no material rochoso plástico, identificadas na região em anticlinais e sinclinais, conforme pode ser visto ao Sul da APA, no município de São João da Aliança na Figura 25, uma grande evidência de dobramento, onde os terrenos com material de maior resistência possuem suas feições mais bem conservadas, enquanto os trechos de siclinais possuem suas rochas soterradas por material intemperizados in loco e de transporte, que preencheu as depressões de origem geológica. As feições são visíveis principalmente quando posteriormente os processos de falhamento as expõem, principalmente em trechos de saltos e cachoeiras, como pode ser visto na Figura 26 em cachoeira no município de São João da Aliança, no divisor de águas entre a APA e o Vão do Paranã.

Figura 25 - Dobramento Regional ao Sul da APA, município de São João da Aliança Fonte: Google Earth, 2014

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Figura 26 - Cachoeira onde evidencia-se o relevo de dobra, identificado uma Siclinal pronunciada Fonte: Panoramio por Claudio Perez Hidalgo

Outro processo endógeno comum na região são os falhamentos apresentados na crosta, oriundo de deslocamento relativo, que são evidenciados em diferentes escalas, desde as microfalhas às falhas regionais, identificado em boa parte por material fragmentado. Não raro são evidenciadas juntamente com as fraturas, correspondendo as aberturas ou fendas que surgem na superfície, percebidas em escalas distintas, desde microscópicas a macroscópicas. Considera-se estas feições importantes do ponto vista geomorfológico, uma vez que são pontos de fácil intemperização e erosão. Na Figura 27 é trazido o exemplo da Cachoeira Ave Maria, onde sua queda de desnível de mais de 40m é oriunda de um falhamento normal a horizontal, do qual produziu a feição com grande quantidade de fraturas.

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Figura 27 - Trecho intensamente fraturado em local estruturalmente controlado por falha, da qual forma o desnível topográfico, conhecido por Cachoeira da Ave Maria a 1046m de altitude (UTM Fuso 23L 232787E / 8485897N – 1046m)

Devido a tais circunstâncias, muito marcadamente geológicas da formação do relevo regional, estas áreas foram indicadas por Mauro et al. (1982) em levantamento do Projeto RADAMBRASIL, como Domínio dos Planaltos em Estruturas Sedimentares Dobradas, ocupando posição topográfica elevada, contrastando com as Depressões Pediplanadas da APA e entorno, como por exemplo, o Vão do Paranã. Na Figura 28 está apresentada algumas das principais macroformas que ocorrem na região, onde é possível visualizar os relevos de depressão, constituindo os vales, e as áreas elevadas de dissecação pronunciada, bem como as superfícies de relevo brando, suavemente ondulado a plano. As formações sedimentares dobradas apresentam variações de composição mineralógica e de resistência à erosão, as variações determinam a superfície com longas cristas que assinalam as bordas sinclinais, anticlinais e estruturas intrusivas. Destaca-se na porção Oeste da Figura 28 vários Domos (na cor vermelha), incluso o Domo da Serra Branca no extremo Noroeste da APA e aqueles de dimensões maiores a Oeste do limite da APA, os Domos da Serra de Niquelândia e da Serra da Mesa. A feição comum na região constitui de uma elevação do solo, em formato de abobada mais ou menos isolada, resultado do arqueamento convexo de camadas sedimentares. Nas proximidades destas feições

33 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC a atividade minerária encontra-se em desenvolvimento, onde a extração de minérios é recorrente. Os vales são também feições de grande destaque na região, o mais conhecido tem por nome Vão do Paranã, Figura 28 a Leste da APA, tendo pequena parte dentro dos seus limites. Alguns outros são identificados no interior da UC, destacando-se o Vale do Rio Preto ao Norte de Colinas do Sul. Mauro et al. (1982) considerou que os vales foram entalhados em rochas mais tenras como os micaxistos, xistos sericítivos e arenitos enquanto que as cristas e hogbacks são sustentados por quartzitos. Os terrenos planos remodelados e capeados por colúvios posicionam-se no interior das dobras, enquanto seus flancos apresentam fortes entalhes, truncando dobras e exumando superfícies estruturais, formando as partes centrais dos topos planálticos. Nos planos embutidos são identificados gramíneas e drenados por veredas contendo vegetação de palmáceas (buritis). Das dobras escarpadas dessas feições residuais e patamares estendem-se extensas rampas arenosas culminando em depressões, por vezes registrando em sua superfície fragmentos de quartzitos.

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Figura 28 - Macroformas do relevo regional - APA de Pouso Alto Fonte: NASA (2000) 35 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.1.2.5 Solos

De acordo com Ramalho Filho e Beek (1995), a interpretação de levantamento de solos é a tarefa que apresenta maior relevância para a utilização racional desse recurso, além de outros setores que utilizam o solo como elemento integrante de suas atividades. Assim, podem ser realizadas interpretações para as atividades agrícolas, onde as terras de acordo com sua aptidão para diversas culturas, sob diferentes condições de manejo e viabilidade de melhoramento, por meio de novas tecnologias, venham a ser julgadas próprias ou impróprias a atividade agrícola. O relevo acaba se constituindo no resultado das forças contrárias (endógenas e exógenas), razão pela qual se reveste de importância enquanto subsídio para a demarcação de diferenças morfológicas, com diferenças pedológicas e consequentemente relativas ao uso e ocupação do solo em toda região. Não raro as atividades agrícola são induzidas pelas condições geológicas e do relevo dentro dos limites da APA, chegando a extrapola-la, pois é evidente que os eventos orogenéticos e de modelagem do relevo não são exclusivos dos limites da APA, cunhado em 2001 pelo Decreto 5.419. Sabendo da relação suporte de conformação pedológica, muitos trabalhos têm demonstrado estreita relação entre a disposição do relevo e os solos resultantes, a exemplo do trabalho desenvolvido por Casseti (2005). Enquanto nas áreas planas predominam os Latossolos, portadores de alto desenvolvimento físico, nas áreas movimentadas prevalecem solos caracterizados por horizonte B incipiente ou simplesmente os Neossolo Litólicos. O caráter edáfico, sobretudo nos solos autóctones, pode estar relacionado à estrutura subjacente, a exemplo dos Latossolos Vermelho-Escuros, geralmente associados a rochas básicas ou ultrabásicas, enquanto os Latossolos Vermelho-Amarelos quase sempre se associam às rochas ácidas (menor teor de ferro), estão associados comumente a presença dos arenitos. Essa relação chega a exercer uma certa correspondência quanto à troca de bases: solos eutróficos, com troca de bases superior a 50%, considerados de fertilidade natural, e solos distróficos, com troca de bases inferior a 50%. Da morfologia representada por superfícies aplainadas, ou mesmo tabulares, para o domínio de formas aguçadas, registra-se a seguinte situação quanto ao desenvolvimento físico dos solos: Latossolos (L), Argissolos (A), Cambissolos (C) e Neossolos Litólicos (RL). Essa relação encontra-se, via de regra, determinada pelo balanço entre morfogênese e pedogênese, pois, enquanto em áreas tabulares prevalece a componente perpendicular (infiltração), nas fortemente dissecadas predomina a paralela (escoamento), numa estreita relação de tendência

36 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC crescente com a declividade. Tais parâmetros oferecem sustentação ao processo de apropriação do relevo, insistindo na perspectiva de uso dos recursos naturais (CASSETI, 2005). Na Figura 29, buscou-se apresentar de maneira abrangente as áreas com ocorrências dos solos com maior intemperização e profundidade, bem como aqueles julgados mais “jovens”, isto é, com menor desenvolvimento, formando horizontes pouco distinguíveis e no caso da APA de Pouso Alto, com maior quantidade de cascalho na sua constituição. Nota-se que a partir da demarcação de “Arcos” (na cor laranja) é possível discernir as áreas onde apresentam a maior ocorrência de solos intemperizados e profundos, que mesmo ácidos são adotados pelas atividades agrícolas, umas vez que as condições do relevo plano a suave ondulado somadas a profundidade dos solos e a baixa pedregosidade são altamente favoráveis a inserção no sistema Agrossilvipastoril. Na área de solos com declives mais suaves, após uma taxa de pedogênese muito acentuada, eventualmente todos os minerais facilmente intemperizáveis desaparecem, se tem um solo profundo com uma taxa de pedogênese muito baixa, mas também com muito pouca erosão. É o caso por exemplo, das áreas indicadas pelos arcos da Figura 29, se vê a íntima relação entre relevo e cobertura pedológica nos alvos indicados.

Figura 29 - Localização regional das áreas de maior ocorrência de solos intemperizados e profundos associados com os principais vales Fonte:(NASA, 2000)

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Nas áreas fora dos limites dos Arcos, mas dentro da APA, prevalecem a condições geológica e geomorfológica em detrimento da cobertura pedológica, que são incipientes. Formam-se solos pouco desenvolvidos, “rasos” conforme perfil da Figura 30, pobres em bases, expresso pela saturação de base menor que 50%. Estes solos acidentados, originados de rochas não muito ricas são distróficos da mesma forma que aqueles originados em situações tais que a precipitação intensa e relativamente bem distribuída, aliada a uma temperatura mais baixa, faz com que a lixiviação seja relativamente mais rápida do que a intemperização. As rochas peliticas pobres, tais como ardósia, folhelhos, micaxistos pobres e filitos representam o primeiro caso.

Figura 30 - Corte em estrada evidenciado a pequena espessura do solo com alta quantidade de cascalho na sua constituição (UTM Fuso 22L 820.949E / 8.497.602N)

Estas áreas portanto são contempladas por solos em geral muito ricos em alumínio e a vegetação é muita fraca, mais arbustiva, com exceção é claro de pequenas “manchas” de solos eutróficos sob rocha pouco mais rica. Neste setor fora dos arcos da Figura 29, do qual abrangem boa parte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) são considerados sistemas muito instáveis e que tendem a se degradar com extrema facilidade, deixando muito solo exposto num processo semelhante à desertificação.

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Nas fitofisionomias florestais embasadas por solos rasos distróficos da APA, quando há queima da vegetação de origem antrópica ou não, ocorrem perdas de nutrientes com muita rapidez, tornando o sistema bastante pobre em nutrientes, o que pode ser irreversível.

2.1.2.6 Vegetação

A APA de Pouso Alto foi demarcada abrangendo parte dos municípios de Alto Paraíso, Nova Roma, Teresina de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul e São João da Aliança, porção norte-nordeste do Estado de Goiás, “core” do bioma Cerrado (Figura 31). O bioma Cerrado reveste quase a totalidade do Planalto Central Brasileiro, numa grande extensão contínua equivalente a 2.036.448km2, cerca de 23,92% do território nacional (IBGE, 2004). O bioma faz contato a Leste e Sudeste com a Mata Atlântica, a Oeste e Noroeste com a Floresta Amazônica, regiões com maiores precipitações anuais; a Nordeste com a Caatinga; e, a Sudeste com o Chaco boliviano, duas das regiões mais secas da América do Sul (Prado & Gibbs, 1993). Ainda a Sudeste contata também com a depressão do pantanal.

Figura 31 - Distribuição Geográfica dos grande biomas do Brasil e Localização da APA de Pouso Alto no interior do bioma Cerrado.

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O bioma Cerrado abrange todo o Distrito Federal, cobrindo quase todo o estado de Goiás e Tocantins, parte da Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rondônia e São Paulo (RIBEIRO & WALTER, 1998). Na forma de encraves ocorre ainda em meio a outros biomas como a Floresta Amazônica, a Caatinga e a Floresta Atlântica nos estados do Amazonas, Amapá, Roraima, Pará, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Ceará, Paraíba, Alagoas, Bahia, na Zona dos Cocais no Estado do Maranhão, região das Araucárias e Pradarias de altitude no Paraná e no Pantanal (DIAS, 1998). No bioma Cerrado podem ser identificadas diversas fitofisionomias com feições campestres, savânicas e florestais, determinadas principalmente pela fertilidade do solo (RATTER & DARGIE, 1992), variações no lençol freático (OLIVEIRA-FILHO et al., 1989) e influência do fogo (COUTINHO, 1982). A altitude representa outro fator que também contribui para a ocorrência de variações fitofisionômicas e composição das espécies observadas no bioma. Este aspecto é muito evidente na área da APA de Pouso Alto, uma vez que há mudanças altimétricas superiores a 1000m em espaço territorial pequeno, fato que causa alterações florísticas numa mesma fitofisionomia. Um exemplo a ser citado é a espécie Vochysia thyrsoidea, exclusiva da Savana Arborizada, que naturalmente não ocorre em baixa altitude. Nos trechos específicos das porções mais elevadas do bioma Cerrado e nos domínios da APA de Pouso Alto, são bem representativos dois tipos fitofisionômicos que compõem a Savana Arborizada e a Savana Gramíneos-lenhosa, o Cerrado Rupestre e o Campo Rupestre (RIBEIRO & WALTER, 1998). Estes apresentam estrutura e composição florística que as distinguem de outras formações savânicas de ocorrência para o bioma Cerrado e são considerados ecossistemas detentores de endemismos e de espécies raras (ROMERO & NAKAJIMA, 1999; BOSQUETTE, 2008). A maior diversidade de ambientes, condicionados principalmente por fatores físicos, confere ao bioma Cerrado umas das mais elevadas diversidade de espécies da flora do Brasil. Sano et al. (2008) relacionaram 11.627 espécies da flora do bioma Cerrado. Vale ressaltar que estas espécies não foram descritas recentemente, é parte de um processo de conhecimento contínuo realizado por diversos pesquisadores. Os primeiros estudos sistematizados sobre a flora do bioma Cerrado e, em particular, no estado de Goiás, remontam ao século XIX. Nesse período, naturalistas europeus realizaram expedições no interior do Estado e em outras províncias de domínio do bioma Cerrado, e também na Caatinga, Mata Atlântica e Floresta Amazônica. Em Goiás estas expedições contribuíram sobremaneira para o conhecimento da flora do bioma com as primeiras descrições de espécies realizadas por pesquisadores como Johann Emmanuel Pohl, Karl F. P. Von Martius, Augustin François Cesar

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Prouvençal (Auguste de Saint-Hilaire), Willian J. Burchell, Peter Wilhelm Lund, Ludwig Riedel, George Gardner, Hugh Algernon Weddell, H. G. Ule e Auguste F. Marie Glaziou (RIZZO et al., 2005). Destes eminentes naturalistas, Ule, Pohl, Glaziou e Burchell percorreram trechos da região norte-nordeste do estado de Goiás onde foi instituída a APA de Pouso Alto e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Mais recentemente outros pesquisadores da flora do Cerrado vinculados a instituições de ensino e pesquisa (UnB, Embrapa Cerrado, IBGE), vem realizando pesquisas na região. O Cerrado é considerado um Hotsposts (MYERS, 2000), área de relevância ecológica em função da elevada diversidade de espécie, endemismo e por estar sob forte pressão ou ameaça. No Cerrado a incorporação de novas áreas ao processo produtivo, sustentado por atividades econômicas baseadas na produção primária, representa a principal ameaça às formas de vida no bioma. Na região onde foi instituída a APA de Pouso Alto a diversidade de tipos fitofisionômicos pode ser considerada elevada havendo quase todos os tipos fitofisionômicos Savânicos que compõem o bioma Cerrado de acordo com o Manual Técnico da Vegetação Brasileira IBGE (2012) e com Ribeiro & Walter (1998). Estas variações estão notadamente associadas aos diversos tipos de solo, altitude e umidade disponível. A região Norte do Estado de Goiás, além da elevada diversidade de tipos fitofisionômicos, é de grande importância por ainda possuir as maiores extensões de terras recobertas por vegetação natural, cerca de 75% a 87%, diferentemente do observado em outras regiões do estado, como as regiões Sul, Sudeste, Centro, Leste, onde as atividades agropecuária e ocupação urbana, promoveram alterações significativas na paisagem, havendo poucos testemunhos que ainda detêm as características da vegetação pretérita. Nas regiões mais alteradas os remanescentes encontram-se quase sempre isolados pelas grandes monoculturas especialmente por lavouras mecanizadas e pastagens introduzidas. Parte destes estão protegidos na forma de unidade de conservação, reserva legal, APPs ou ocupam as áreas impróprias para o uso intensivo. A Figura 32 evidencia o padrão de distribuição dos remanescentes no bioma Cerrado.

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Figura 32 - Porcentagem de remanescentes de vegetação natural no bioma Cerrado. Fonte: Carvalho et al. (2008)

O predomínio de vegetação natural sobre a introduzida na região Norte, está associado às limitações impostas por fatores associados ao meio físico, geologia, geomorfologia e, consequentemente, pedologia. Estes elementos limitaram o uso e a ocupação mais intensiva dos solos na região, se comparado aos modelos observados em outras regiões do Estado. Em função disso, a paisagem local expressa grandes extensões de terras ocupadas por vegetação primária, entremeada por manchas de usos voltados para a produção primária, com característica ainda rudimentar, de pequenos tratos culturais e pastagem introduzida, sobre ambientes menos movimentados coincidentes com as frações de solos com maior fertilidade natural ou que propiciam a mecanização, mesmo que pontual. Às exceções desse modelo de

42 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC uso são evidenciadas nas chapadas da porção Sul da UC, trechos no Vão do Paranã, a Sudeste, e áreas disjuntas nas planícies dos rios Preto e Claro, na porção Norte e Leste, como demonstra o Mapa de Uso do Solo e Cobertura Vegetal. O uso do solo, em especial para a formação de pastagem plantada e para a agricultura mecanizada se configura como sendo os principais fatores de modificação da paisagem.

2.1.2.7 Fauna Terrestre

O conhecimento dos padrões ecológicos que interferem na estrutura das assembleias faunísticas é um ponto crucial para o estabelecimento de políticas conservacionistas. Considerando o conhecimento atual sobre a diversidade de espécies de vertebrados do Cerrado, o grupo zoológico da Herpetofauna, que agrupa os anfíbios e répteis, corresponde a um importante objeto de estudo na análise do grau de associação espécie- ambiente, devido à especificidade ambiental de algumas espécies, principalmente espécies associadas a formações florestais dependentes da serrapilheira e de outros recursos. Atualmente os anfíbios (Classe Amphibia) são representados por três ordens viventes: a ordem Anura, que agrupa as espécies popularmente conhecidas por sapos, rãs e pererecas; a ordem Urodela, conhecidas popularmente por salamandras; e a ordem Gymnophiona, popularmente conhecidas por cecílias ou cobras-cegas. Avaliando as três ordens, a ordem Anura é a mais diversa e que detêm maior irradiação por toda a região Neotropical, seguida da ordem Gymnophiona e Urodela. Para o Brasil são catalogadas 946 espécies (SEGALLA et al., 2012), contudo tais dados podem estar subestimados devido ao número constante de novas descrições (e.g. BRANDÃO et al., 2013; CARVALLHO & GIARETTA, 2013; MARTINS & GIARETTA, 2013). Dados mais recentes apontam a ocorrência de 209 espécies de anfíbios para o bioma Cerrado (VALDUJO et al., 2012), destas um número significativo é de espécies endêmicas, cerca de 108 espécies de anfíbios. Os répteis são representados por quatro ordens atuais, sendo que apenas três ocorrem na região Neotropical (Testudines, Crocodylia e Squamata). A maior diversidade de répteis do Cerrado compreende o grupo dos “escamados” (Subordem Squamata) (anfísbenídeos, lagartos e serpentes) que detêm uma alta mobilidade e plasticidade em termos ambientais, podendo ocupar diferentes ambientes terrestres e aquáticos. Para o Brasil são catalogadas 744 espécies (BÉRNILIS & COSTA, 2012), no âmbito do bioma Cerrado, este ocupa o segundo lugar em diversidade de lagartos e anfisbenídeos, e o terceiro em diversidade de serpentes (RODRIGUES, 2005), sendo registradas para o bioma, 267 espécies de Squamata,

43 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC destas 103 são endêmicas para o bioma (NOGUEIRA et al., 2011). Colli et al. (2002) indicam ainda a ocorrência de 10 espécies de quelônios e cinco de crocodilianos. Tal aporte de dados ressaltam o grau de prioridade conferido ao Cerrado em ações locais e representativas de proteção e manejo, apontando para níveis de diversidade, regionalização faunística e endemismo elevados nesta região, indicando que as conclusões anteriores sobre baixa riqueza e endemismo resultaram de amostragens incompletas e escassez de estudos taxonômicos refinados (COLLI et al., 2002, CARMIGNOTTO 2005, NOGUEIRA, 2006, NOGUEIRA et al., 2010). Em relação a avifauna, levantamentos recentes indicam a ocorrência de 1.901 espécies de aves para o Brasil (CBRO, 2014), cerca 60% das espécies de aves da América do Sul, que por sua vez, é o continente que abriga o maior número de espécies de aves. O Brasil é o país do Novo Mundo com maior número de aves endêmicas e ameaçadas de extinção, 234 e 116 espécies, respectivamente (GWYNNE et al., 2010; IUCN, 2014). De acordo com Silveira & Olmos (2007), a elevada diversidade da avifauna brasileira é resultante da grande variedade de ambientes existentes, bem como da especificidade observada quanto à composição de espécies e ao uso do habitat. Neste contexto, o Cerrado apresenta um total de 856 espécies de aves (SILVA & SANTOS, 2005), aproximadamente 45,02% das aves brasileiras. Além de representar o grupo de vertebrados terrestres com maior diversidade no bioma, o Cerrado teria algo entre 30 (SILVA & SANTOS, 2005) e 33 espécies de aves endêmicas (CAVALCANTI 1999). Destaca- se ainda que 777 espécies se reproduzem dentro do bioma, 26 são migrantes do hemisfério Norte, 12 são migrantes do Sul da América do Sul e oito são possivelmente migrantes altitudinais das montanhas do Sudeste brasileiro. Estudos mostram que 65,42% das aves que se reproduzem no Cerrado são, de alguma forma, dependentes ou semidependentes de ambientes de formações florestais, suscitando a necessidade premente de ações de conservação (SILVA, 1995; ROMA, 2006; SILVA & SANTOS, 2005; REGO et al., 2011; OLIVEIRA, 2013). O grupo zoológico da Mastofauna, representado por espécies com diferentes graus de mobilidade, contemplando desde espécies terrestres de pequeno, médio e grande tamanho, até espécies semi-aquáticas, aquáticas e ainda voadoras (quirópteros), também corresponde a um importante objeto de estudo na análise do uso, ocupação e grau de qualidade ambiental, devido à especificidade ambiental de algumas espécies em relação ao uso de recursos e à sua permanência no ambiente. Atualmente os mamíferos (Classe Mammalia) são representados por 22 ordens viventes no mundo, das quais 12 ocorrem no Brasil, como Rodentia (roedores),

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Chiroptera (morcegos) e Primates (primatas) sendo as mais diversas (REIS et al., 2006; PAGLIA et al., 2012). Paglia et al. (2012) listaram 701 espécies para o Brasil, distribuídas em 243 gêneros e 50 famílias, sendo a Mastofauna brasileira constituída principalmente de espécies arborícolas, não restritas ao Brasil e de ampla distribuição geográfica. Para alguns grupos de taxonomia complexa como Rodentia e Didelphimorphia, a diversidade ainda é subestimada e o número de espécies tende a aumentar nos próximos anos (REIS et al., 2006). O bioma Cerrado é caracterizado pela diversidade fitofisionômica formando um mosaico vegetacional, constratando ambientes savânicos e florestais nos diferentes gradientes da paisagem. A Mastofauna do Cerrado é composta por 251 espécies, das quais 32 são exclusivas do bioma (PAGLIA et al., 2012). As ordens mais diversas no bioma são Chiroptera (40,2%), Rodentia (31,7%), Didelphimorphia (10,3%) e Carnivora (8,3%). Os morcegos (Ordem Chiroptera), contribuem de forma notável com a riqueza e diversidade da Mastofauna de vários ecossistemas neotropicais (EMMONS & FEER, 1997), além de desempenhar papéis fundamentais tanto na predação de artrópodes e vertebrados (HUMPHREY et al., 1983), quanto na dispersão de sementes e polinização de uma grande diversidade de plantas na região Tropical (FLEMING, 1982). Mesmo com todo avanço científico nas últimas décadas, o estado de conhecimento básico sobre os morcegos brasileiros é ainda muito incipiente e existem várias lacunas de conhecimento na maior parte do país (BERNARD et al., 2012), principalmente em áreas do Cerrado, como é o caso da região da APA de Pouso Alto. Marinho-Filho & Sazima (1998) listaram 80 espécies de morcegos para o Cerrado e, recentemente, Aguiar & Zortéa (2008) ampliaram esta lista para 103, e este parece ser o melhor delineamento do cenário da diversidade de quirópetros para o bioma. Neste bioma, endemismos de morcegos são raros, até o momento, apenas duas espécies descritas, Lonchophylla dekeyseri e Thyroptera devivoi (PAGLIA et al., 2012), mas estima-se uma elevada diversidade regional como já descrita para outros grupos no Cerrado [e.g. Carmignotto (2005), para roedores e marsupiais]. Devido às suas diferentes formações de micro hábitats e grande variedade de espécies de morcegos, este bioma é um importante meio de dispersão zoogeográfica da quiropterofauna brasileira, pois o Cerrado praticamente atravessa o Brasil interligando-se com importantes ecossistemas, tais como o Pantanal, a Floresta Atlântica e a região Amazônica. Quanto a fauna de mamíferos terrestres do bioma, considera-se ainda que a diversidade de mamíferos de pequeno porte ainda é subestimada (BONVICINO et al., 2005) e

45 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC estudos recentes evidenciam alta pressão principalmente sobre as espécies de maior porte sugerindo aumento no número de unidades de conservação para a preservação de espécies (OLIVEIRA et al., 2009). Neste cenário de conhecimento atual, a preservação da fauna requer um conhecimento apurado sobre os padrões que regem a distribuição das espécies no ambiente, refletindo muitas vezes em uma relação estreita entre a fauna e os recursos disponíveis em determinada região. No contexto regional da APA de Pouso Alto, tem-se uma região rica considerando os grupos da fauna e também o nível de endemismo. Estudos de modelagem ecológica (DINIZ-FILHO et al., 2008a) estimam uma riqueza variando de 55 a 63 espécies de anfíbios, 67 a 85 espécies de répteis, 410 a 456 espécies de aves e 69 a 72 espécies de mamíferos (Figura 33). Considerando o nível de endemismo (DINIZ-FILHO et al., 2008b), a região é uma das que detêm os maiores índices no Cerrado variando de 46 a 61 espécies (Figura 34), principalmente em função da elevada altitude que determina isolamento geográfico de espécies de menor mobilidade.

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Figura 33 - Padrão espacial de riqueza de espécies no bioma Cerrado. Fonte: modificado de DINIZ-FILHO et al. (2008).

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Figura 34 - Padrão espacial de espécies endêmicas no bioma Cerrado. Fonte: modificado de DINIZ-FILHO et al. (2008).

2.1.3 Uso e Ocupação da Terra e Problemas Ambientais Decorrentes

No Brasil, o caminho do desenvolvimento socioeconômico adotado, fundamentado principalmente na concentração fundiária, associado ao desenvolvimento de novas tecnologias de produtos e insumos, provocou grandes impactos socioambientais ao bioma Cerrado, como por exemplo, a mudança na paisagem, provocada basicamente pelo desmatamento e pelo uso indiscriminado dos corpos hídricos; aceleração dos processos erosivos, devido principalmente à falta de cobertura vegetal do solo; à drástica redução da diversidade da fauna e da flora; e, ainda, à monocultura e o esvaziamento demográfico do campo. Certamente os impactos foram provocados não somente pela agricultura, mas também, pela atividade pecuária, desenvolvidas em extensas propriedades rurais. O Estado de Goiás conta com uma área total de 340.086,698km², os municípios que abrangem a área da APA de Pouso Alto somam uma área de 17.493,75km2, representando 5,14% da área total do Estado. O município de Cavalcante apresenta a maior área com 6.953,67km² e Santa Teresina a menor com 774,64km2.

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Segundo o resultado preliminar do Censo Agropecuário de 2006, do IBGE, nos últimos dez anos houve um crescimento de 7,08% do número de estabelecimentos rurais no Brasil que chegou a 5.204.130 estabelecimentos. A área total dos estabelecimentos rurais nos seis municípios somam 986.189ha (3,83% do total estadual), dos quais 1,25% em Cavalcante, 0,74% em Alto Paraíso de Goiás, 0,70% em São João D`Aliança, 0,51% em Colinas do Sul, 0,39% em Nova Roma e 0,23% em Teresina de Goiás. Em 2006 o padrão de utilização das terras no município de Alto Paraíso de Goiás tinha como predominante mata natural e plantada, seguido por pastagens, e nos demais municípios pastagens seguido de matas naturais e plantadas (Tabela 14 e Figura 35).

Tabela 14 - Utilização das Terras por Área (ha) 2006 Pastagens Matas Utilização de Lavouras Lavouras naturais e naturais e Município terras – Área permanentes temporárias plantadas plantadas Total (ha) (ha) (ha) (ha) (ha) Alto Paraísode 190.439 1.250 5.592 84.588 89.198 Goiás

Cavalcante 322.089 9.598 24.599 201.587 58.487

Colina do 132.128 276 1.445 72.174 40.174 Sul

Nova Roma 102.342 198 2.996 62.164 29.271

São João 179.991 3.269 26.983 96.122 46.621 D’Aliança Teresina de 59.200 38 306 51.291 5.070 Goiás Estado de 25.683.548 247.691 3.359.049 15.709.871 5.640.548 Goiás

Fonte: IMB/SEPLAN 2006

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250.000

200.000

150.000 Hectares Lavouras permanentes (ha)

em

Lavouras temporárias (ha) 100.000 Pastagens naturais e plantadas (ha) Matas naturais e plantadas (ha) Tamanho 50.000

0 Alto Paraíso Cavalcante Colina do Nova Roma São João Teresina de de Goiás Sul D`Aliança Goiás

Figura 35 - Utilização das terras nos municípios que compõe a APA de Pouso Alto em 2006

Compõem as categorias de uso antrópico as áreas identificadas no mapeamento como “agropecuária”, cujas ocorrências concentram-se no relevo mais alto da porção Sul da APA e nos compartimentos inferiores ao Norte, Noroeste e a Sudeste numa pequena porção do vale do rio Paranã. Na porção Sul se pratica a agricultura mecanizada com uso intensivo do solo, incluindo o cultivo sob pivô caracterizando a atividade com maior capacidade de transformação da paisagem natural. Ao Norte e Noroeste a agricultura limita-se a pequenos tratos culturais destinados ao consumo próprio com comercialização do excedente. Esse tipo de atividade promove menor alteração do ambiente por propiciar a regeneração natural após o abandono da atividade, assim como se observou formações de vegetação secundária (capoeira) na região dos órfãos. Esse tipo de uso se deve sobretudo ao assentamento rural onde predominam pequenas propriedades e as limitações de uso do solo proporcionados principalmente pelas condições de relevo, impróprias a mecanização. A pecuária extensiva praticada com a exploração de pastagem plantada representa a segunda atividade com maior capacidade de transformação da paisagem identificada no interior da APA. Concentram-se, especialmente na porção Sudeste e nos Vales dos rios Preto e Claro ao Norte e Noroeste. São pastagens em vários estados de manejo formadas por meio da introdução de gramíneas dos gêneros Brachiaria, predominando as espécies brizantha e decumbens além do Andropogon gayanus e Panicum maximum, como pode ser visto na Figura 36. Sobre estas pastagens vegetam espécies arbóreas esparsas testemunhos da flora autóctone a maior representantes da Savana Arbórea Aberta, Savana Florestada e da Floresta Estacional indicando que esta atividade se concentra sobre as manchas de solos de melhor qualidade.

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Ressalta-se que as transformações proporcionadas pela pecuária e agricultura podem ainda ser consideradas pouco expressivas em torno de 13 a 25%.

Figura 36 - Pastagem plantada formada a partir da introdução da Brachiaria brizantha região Sudeste no vale do rio São Bartolomeu

A exploração da pastagem nativa é uma prática comum na região, especialmente nas porções de domínio das formações savânicas (Figura 36). As modificações proporcionadas por esse modelo são significativamente menores se comparada ao modelo tradicional. Advém do uso do fogo, empregado para promover a renovação das gramíneas nativas no período de seca, como pode ser visto na Figura 37, quando se escasseiam as pastagens plantadas. Essa prática concentra-se nas regiões Norte, Nordeste e Noroeste da APA.

Figura 37 - A criação extensiva de gado em áreas de pastagem natural é uma prática comum no interior da APA especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Noroeste da UC

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A silvicultura, embora incipiente, representa outra atividade econômica identificada no interior da APA de Pouso Alto. Foram identificados cultivos de eucalipto ainda recentes em duas áreas. Uma no município de Teresina de Goiás próximo a coordenada UTM: 23L 250.352(E) 8.476.296(N), Figura 38 cujo plantio foi efetuado a aproximadamente quatro anos e a segunda no município de Colinas do Sul, coordenada 23L UTM: 810.490(E) 8.462.300(N), Figura 39 realizado recentemente, menos de um ano, após a derrubada da vegetação natural, como pôde ser evidenciado pelas leiras, chamadas popularmente de pavios, dos restos vegetais. São áreas de poucos hectares, contudo, é um indicativo de atividade que pode vir a ser desenvolvida em maior escala na região, mesmo não tendo sido identificado potenciais consumidores nos domínios da APA, uma vez que o eucalipto se adapta bem aos solos bem drenados de baixa fertilidade e clima da região.

Figura 38 - Cultura de eucalipto nas imediações da GO-241 entre as Sedes dos municípios de Teresina de Goiás e Cavalcante próximo as coordenadas UTM Fuso 23L 250.352e / 8.476.296N

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Figura 39 - Mudas de eucalipto com menos de um ano, plantadas após a derrubada da vegetação natural evidenciado pelos restos vegetais amontoados em meio a lavoura

Para avaliar a existência de fator de pressão sobre os ecossistemas no interior da APA, levou-se em consideração as informações obtidas durante os trabalhos de campo direcionadas para as principais atividades econômicas desenvolvidas no local e a influência de atividades externas à UC (Figuras 40 a 43). Enquanto influência externa verificou-se que obras de infraestrutura exercem pressão sobre os ambientes naturais no interior da APA, uma vez que os ambientes mais alterados estão quase sempre nas imediações de estradas, rodovias, sede de propriedades rurais, em correlação com as características de relevo e solo. A exploração do turismo sem controle representa outro fator de pressão externa, em função da geração de resíduos sólidos, extração de espécies ornamentais e medicinais, entre outros. A expansão urbana e o crescente aumento da população humana representa outro fator externo com influência sobre áreas conservadas uma vez que elevam a demanda por recursos diversos. De forma direta, também promovem alterações na paisagem natural, especialmente através da mineração e ainda da exploração dos rios para a produção de energia elétrica, uma vez que há no interior da APA e borda rios propícios ao desenvolvimento desse tipo de atividade. Contudo, a exploração da pecuária extensiva por meio do uso de gramínea exótica e também natural, que usa o fogo como elemento viabilizador para a exploração das gramíneas nativas, associada a agricultura mecanizada explorada na região sul, representam os principais fatores de pressão, uma vez que tem maior poder de transformação da paisagem natural. A Política Municipal do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação e conservação do meio ambiente, objetivando uma melhor qualidade de vida, de forma a

53 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC assegurar as condições para um desenvolvimento socioeconômico local, integrado e sustentado, atendendo o previsto na Política Nacional do Meio Ambiente. Dos seis municípios em estudo nenhum possui legislação ambiental muncipal. Os municípios de Alto Paraíso, Cavalcante, Colinas do Sul e Teresina de Goiás, desenvolvem atividades de educação ambiental nas escolas e comunidades urbanas e rurais. Colinas do Sul desenvolve três programas, Programa CAR – Cadastro Ambiental e Rural, Projeto Pré fogo e Conscientização do uso do lixo. Os municípios de Nova Roma e São João D’Aliança até o momento do estudo não desenvolviam nenhuma atividade educativa voltada para o Meio Ambiente. Segundo informações coletadas nos municípios juntamente às Secretarias Municipais do Meio Ambiente por meio de entrevistas alegam ter problemas relacionados ao meio ambiente nos respectivos municípios. Em Cavalcante a falta de saneamento básico é um agravante, queimadas irregulares, desmatamento irregular, extração de madeira de lei sem autorização e voçoroca. O município possui uma Unidade de Conservação Municipal denominada Lava Pés, intistuida pelo decreto municipal nº 24 de 22 de fevereiro de 2002; Em Colinas do Sul um dos problemas enfrentados pela secretaria do meio ambiente é a falta de aterro sanitário, inexistência de coleta de lixo nas margens do lago de Serra da Mesa e pesca predatória; Em Teresina de Goiás os problemas enfrentados são em decorrência de queimadas irregulares e extração de madeira de lei em áreas protegidas de Remanescentes Quilombolas; Em Alto Paraíso existem queimadas irregulares, falta de aterro sanitário e falta de saneamento básico. Em São João D’Aliança a Secretaria do Meio Ambiente apresenta como um dos problemas enfrentados a mineração clandestina; Em Nova Roma o que vem ocorrendo com freqüência são as queimadas irregulares.

54 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 40 - Josélia Batista Dias – Chefe de Gabinete da Secretaria do Meio Ambiente de Cavalcante de Goiás.

Figura 41 - Marlon Rogério Bandeira - Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Alto Paraíso

Figura 42 – Ervino Otto Dieter – Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de São João D’Aliança

55 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 43 – Alan Cardec Xavier de Matos – Secretário de Turismo e Meio Ambiente de Colinas do Sul

2.1.4 Características da População

2.1.4.1 Localização e Organização Político-Administrativa

O Estado de Goiás, localizado na região Centro-Oeste do Brasil, ocupa uma área de 340.086,698km². É o 7° Estado do País em extensão territorial, e responsável por 3,99% do território nacional. Limita-se ao Norte com o Estado do Tocantins, ao Sul com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a Leste com a Bahia e Minas Gerais e a Oeste com Mato Grosso. Goiás possui 246 municípios e envolve quase todo o Distrito Federal, exceto seu extremo Sudeste. Goiás é divido em cinco mesorregiões e dezoito microrregiões geográficas. A localização e organização politico-administrativa dos seis municipios que abrangem áreas da APA de Pouso Alto encontra-se na Tabela 15.

56 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Tabela 15 - Localização e Organização Política

São João Da Organização Político-administrativa Alto Paraíso Cavalcante Colinas do Sul Nova Roma Teresina de GO Aliança Área 2.593,91 6.953,67 1.708,19 2.135,96 3.327,38 774,64 % em relação à área do Estado 0,76% 2,04% 0,50% 0,62% 0,97% 0,22% Distância da Capital (km²) 425 507 435 577 354 485 Chapada dos Chapada dos Chapada dos Chapada dos Chapada dos Chapada dos Microrregião Veadeiros Veadeiros Veadeiros Veadeiros Veadeiros Veadeiros Mesorregião Norte Goiano Norte Goiano Norte Goiano Norte Goiano Norte Goiano Norte Goiano

Latitude (S) 10º07`57” 13º47`51” 14º09`05” 13º44`31” 14º42`20” 13º46`35”

Longitude (O) 47º30`36” 47º27`30” 48º04`42” 46º52`49” 47º31`29” 47º15`53”

Altitude 1.186 823 535 610 986 754 Coordenadas Rio Areia/São Sebastião de Nova Capela/Rio Roma/ São São Preto/Serra Lajes e Jaó/ Vila Teodoro e Tapa Pedra Preta e Distritos / Povoados / Aglomerados Jorge/Moinho Branca/Arai/São Borba Olho / Amendoim Forte José Cormari/Cana Brava/Ouromina e salobro Teresina de Goiás, Iaciara, São Alto Paraíso, Alto Paraíso, Cavalcante, Domingos, Monte Água Fria, Cavalcante, Municípios Limítrofes Colinas do Sul, Alegre de Goiás, Formosa, Flores Monte Alegre, Niquelândia, São Terezina de Goiás, de Goiás e Nova Roma João d'Aliança e Flores de Goiás Niquelândia Nova Roma

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2.1.4.2 Dinâmica Demográfica

O Brasil tem apresentado nos últimos anos um processo de urbanização altíssimo, superior inclusive aos de muitos países de primeiro mundo, com a concentração crescente da população, em aglomerados “urbanos”, extremamente heterogêneos em termos de tamanho, infraestrutura e função. Essa concentração, inédita e heterodoxa, em termos dos padrões clássicos, foi provocada, sobretudo, por fatores de ordem política e tecnológica. A partir da década de 1930, os vários governos que se sucederam, apesar de suas diferenças e matrizes ideológicas, desenvolveram uma política persistente e continuada de modernização, centrada na industrialização e urbanização, incentivando, de forma mais ou menos explícita, a transferência do homem do campo para a cidade. Essa política foi coroada pelo início mais recente das práticas capitalistas e tecnológicas na agropecuária brasileira, provocando a quebra dos pequenos produtores, à concentração fundiária, à diminuição do número de empregos rurais e, consequentemente, a aceleração do êxodo rural. Conforme a populacional realizada em 2010 pelo IBGE, Goiás possui 6.003.788 habitantes, o que representa 3,15% da população brasileira. É o Estado mais populoso da região Centro-Oeste. Possui uma densidade demográfica de 17,65hab/km². No período 1991-2010, a população de Alto Paraíso de Goiás cresceu 39,1% passando de 4.193 habitantes em 1991 para 6.885 em 2010. Em 2010, a população do município representava 0,11% da população do Estado. Em 1991, o censo demográfico apontou uma população de 8.156 habitantes em Cavalcante e no período de 2000-2010, o número de habitantes, cresceu 2,64%. Em Colinas do Sul, acorreu um decréscimo no período de 2000-2010 de -4,83%, o mesmo acontecendo com o município de Nova Roma, onde em 1991 o total de população foi de 4.715 e em 2010 3.471 habitantes, uma queda de -26,38%. Nesse mesmo período, São João da Aliança foi o município que apresentou o maior crescimento, aumento de 100,48%, representando 0,17% da população total do Estado. De todos os municípios em estudo, Teresina de Goiás foi o que apresentou a menor população, mas foi o que teve maior crescimento 119,66% no período de 1991-2010. A Tabela 16 apresenta a população total dos municípios e confirma o crescimento populacional dos municípios no período estudado, assim como do Estado de Goiás e do Brasil. A Figura 44 apresenta somente o crescimento populacional dos municípios em estudo, com destaque para o município de São João D’Aliança que apresentou o maior crescimento entre os demais.

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Tabela 16 - População Total dos Municípios/Estado de Goiás/Brasil Municípios 1991 2000 2010 Alto Paraíso de Goiás 4.193 6.182 6.885 Cavalcante 8.156 9.150 9.392 Colinas do Sul 3.458 3.702 3.523 Nova Roma 4.715 3.717 3.471 São João D`Aliança 5.116 6.736 10.257 Teresina de Goiás 1.373 2.585 3.016 Goiás 4.018.903 5.003.228 6.003.788 Brasil 146.825.475 169.799.170 190.755.799

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano/IBGE – Censos Demográficos.

12.000

10.000

8.000

1991 6.000 Habitantes 2000 de 4.000

Nº 2010 2.000

0 Alto Paraíso de Cavalcante Colinas do Sul Nova Roma São João Teresina de Goiás Goiás D`Aliança

Figura 44 - Número de habitantes no período de 1991, 2000 e 2010, nos municípios que fazem parte da APA de Pouso Alto.

Do total da população do estado em 2010, 3.022.161 habitantes são mulheres e 2.981.627 habitantes são homens.

De acordo com os dados apresentados na Tabela 17, percebe-se que a população masculina supera a feminina nos municípios de Colinas do Sul (52,17%), Nova Roma (51,68%), São João D’Aliança (51,41%) e Teresina de Goiás (51,12%). Em Alto Paraíso de Goiás (50,50%) e Cavalcante (52,33%) a feminina supera a masculina. O mesmo ocorre no Estado de Goiás (50,33%).

59 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

O esvaziamento demográfico do meio rural brasileiro fez com que se elevasse consideravelmente a concentração da população nas sedes municipais, ou mesmo em distritos e povoados. A análise dos contingentes populacionais urbanos e rurais e de sua evolução recente tem grande relevância não só para a compreensão da dinâmica demográfica, como também para o entendimento da realidade socioeconômica dos municípios, uma vez que existe uma relação estreita e complexa entre a distribuição espacial da população e as modalidades de aproveitamento dos recursos naturais que utiliza. O aumento da concentração demográfica nos núcleos urbanos é uma tendência que se consolida a partir dos anos 1960/1970, permanecendo nos dias atuais para a maioria dos municípios brasileiros.

O processo de urbanização da população brasileira consolidou-se a partir da década de 1970, mais ou menos, em paralelo com o processo de queda da fecundidade. Nos municípios onde as atividades rurais têm participação relevante na economia, esse processo configura muito mais com um esvaziamento do campo do que uma urbanização propriamente dita.

Assim, em maior ou menor grau, a urbanização que se processa em municípios do interior, e também em grandes centros urbanos, é causada mais por forças de repulsão (falta de terra e de trabalho no campo) do que por forças de atração (oportunidades de trabalho e renda na cidade). Por isso, taxas crescentes de “urbanização” não significam necessariamente melhoria das condições de vida e de trabalho, podem expressar o contrário, e são, frequentemente, sintomas de graves problemas sociais derivados de intenso êxodo rural, este por sua vez provocado pela redução das oportunidades de trabalho, ou pela falta de recursos para uma exploração rentável da terra (Figura 45).

A maioria dos goianos reside em áreas urbanas (90,2%), a população rural compreende 9,8%. Igualmente ocorre nos municípios em estudo, pois a população é predominantemente urbana, exceto no município de Nova Roma que teve sua população rural maior (58,91%). Segundo o IBGE/2010, 75,80% da população de Alto Paraíso de Goiás, 50,48% Cavalcante, 71,67% em Colinas do Sul, 65,55% em São João D’Aliança e 70,55 em Teresina de Goiás é urbana. (Figura 46).

A densidade demográfica é a relação entre a população e a área ocupada, geralmente medida em habitantes por quilômetro quadrado.No Brasil, segundo o IBGE, a densidade demográfica média é de 22,43hab/km2 índice mais alto do que o do Estado de Goiás que foi de 17,65hab/km2. Os municípios da APA de Pouso Alto apresentam um índice abaixo

60 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC que o do Estado, isso se deve ao fato de que o Estado de Goiás possui uma população que se distribui de forma desigual. (Figura 47).

Quanto à taxa de crescimento geométrico, relativa ao período de 2010/2013, demonstra que houve um crescimento nos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Nova Roma e Teresina de Goiás. (Figura 48).

Tabela 17 - População Masculina, Feminina, Urbana, Rural, Densidade Demográfica e Taxa Geométrica de Crescimento Anual/ Ano 2010 Tx Dens. Município/ População População Geométrica Urbana Rural Demográfica Estado Masculina Feminina de Cresc. (hab./km²) (%)2010/2013 Alto Paraíso 3.408 3.477 5.219 1.666 2,65 1,08 1,79 de Goiás Cavalcante 4.650 4.915 4.742 4.650 1,35 0,26 1,15 Colinas do 1.838 1.685 2.525 998 2,06 -0,49 0,49 Sul Nova Roma 1.794 1.677 1.426 2.045 1,63 -0,68 0,32 São João 5.274 4.983 6.724 3.533 3,08 4,29 3,79 D`Aliança Teresina de 1.542 1.474 2.134 882 3,89 1,55 2,13 Goiás Estado de 2.981.627 3.022.161 5.420.714 583.074 17,65 1,84 2,33 Goiás

Fonte: IBGE e Instituto Mauro Borges de Estatística e Esudos Socioeconômicos

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6.000

5.000

4.000

3.000 População Masculina Habitantes

de 2.000 População Feminina Nº

1.000

0 Alto Paraíso de Cavalcante Colinas do Sul Nova Roma São João Teresina de Goiás D`Aliança Goiás

Figura 45 - População masculina e feminina dos municípios que compõem a APA de Pouso Alto no período de 2010

8.000 7.000 6.000 5.000

4.000 Urbana Habitantes

de 3.000 Rural

Nº 2.000 1.000 0 Alto Paraíso de Cavalcante Colinas do Sul Nova Roma São João Teresina de Goiás Goiás D`Aliança

Figura 46 - População urbana e rural dos municípios que compõem a APA de Pouso Alto no período de 2010

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4,5 3,89 4

3,5 3,08 KM² 3 2,65 por 2,5 2,06 2 1,63 1,35 1,5

Habitantes 1 0,5 0 Alto Paraíso de Cavalcante Colinas do Sul Nova Roma São João Teresina de Goiás D`Aliança Goiás

Figura 47 - Densidade Demográfica por habitantes/ km² nos municípios que compõem a APA de Pouso Alto em 2010

5 Alto Paraíso de Goiás Cavalcante % 4 Colinas do Sul 3 Nova Roma Crescimento

de

2 São João D`Aliança Teresina de 1 Goiás Geométrica

0 Taxa 2010 2013 ‐1

Figura 48 - Porcentagem da Taxa de Crescimento Demográfica nos municípios que compõem a APA de Pouso Alto no período de 2010/2013

A estrutura da pirâmide etária da população no estado de Goiás se alterou nas últimas décadas. Em 1980 mais da metade da população de Goiás (53,4%) tinha entre 0 e 19 anos e a população com idade a partir de 60 anos representava 4,5%. Em 2010 o grupo etário entre 0 a 19 anos representou apenas 32,9% do total de habitantes de Goiás e o grupo com mais de 60 anos mais do que dobrou, passando para 9,4% do total de habitantes Os dados da Tabela 18 se refere à estrutura da população por grupos de idade, em 2010. Nesse ano, nos municípios em estudo, foram recenseadas um total de 3.374 crianças com idades entre 0 a 4 anos e 3.618 crianças com idades entre 5 e 9 anos. Somando-se esses dois

63 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC grupos de idade, tinha-se uma população de 6.992 crianças, com idades entre 0 e 9 anos. No mesmo ano, a faixa de idades entre 10 e 19 anos, apresentava um total de 7.549 adolescentes e jovens. São João D’Aliança possui uma população bastante jovem, com 45,26% pertencentes à faixa etária de 15 a 39 anos. A faixa etária considerada mais idosa, com idade superior aos 60 anos chega a 8,37% e a faixa etária de 0 a 14 anos, a dos mais jovens é de 30,11%, ou seja, aproximadamente um terço da população. Em todos os municípios em estudo, verifica-se que os estratos de pessoas mais jovens, entre 10 a 49 anos são proporcionalmente mais elevados.

Tabela 18 - População residente por grupos de idade 2010 Alto Colinas do Nova São João Teresina Idade (Anos) Paraíso de Cavalcante Sul Roma D`Aliança de Goiás Goiás 0 a 4 anos 597 907 301 288 969 312 5 a 9 anos 643 1.021 332 283 1.037 302 10 a 14 anos 712 1.170 372 350 1.083 348 15 a 19 anos 614 990 346 300 937 327 20 a 29 anos 1.277 1.367 503 476 1.819 525 30 a 39 anos 1.085 1.212 496 438 1.579 384 40 a 49 anos 782 1.008 428 488 1.191 294 50 a 59 anos 618 806 355 399 783 226 60 a 69 anos 310 497 219 249 527 162 70 a 79 anos 178 305 134 141 245 102 ≥ 80 anos 69 109 37 59 87 34

Fonte: IBGE

A Tabela 19 está representando a taxa de envelhecimento em porcentagem, que é a razão entre a população de 65 anos ou mais de idade em relação à população total, onde o município de Nova Roma apresenta a taxa maior de população idosa com um percentual de 9,10% em relação aos demais municípios que compõem a APA de Pouso Alto (Figura 49).

Tabela 19 - Taxa de envelhecimento em % no ano de 2010 Alto Taxa de Colinas do São João Teresina de Paraíso Cavalcante Nova Roma envelhecimento Sul D’Aliança Goiás de Goiás % 5,32 6,88 7,89 9,10 5,47 7,00 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano

64 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

10,00% 9,00% %

8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% Envelhecimento 3,00% de 2,00%

Taxa 1,00% 0,00% Alto Cavalcante Colina do Nova São João Teresina Paraíso de Sul Roma D`Aliança de Goiás Goiás

Figura 49 - Taxa de Envelhecimento nos municípios que compõem a APA de Pouso Alto em 2010

2.1.5 Aspectos Culturais e Históricos

2.1.5.1 Colonização da Região e História Recente

2.1.5.1.1 Alto Paraíso

Figura 50 – Entrada do Município de Alto Paraíso

Pelo Decreto Lei Estadual 557 de 30 de março de 1938 Veadeiros surge como distrito de Cavalcante. Em 12 de dezembro de 1953 pelo decreto estadual Nº 808, ainda com o nome de Veadeiros, Alto Paraíso foi elevado à categoria de município, desmembrando-se de Cavalcante e, em termos judiciários, pertencendo à Comarca de Formosa e Veadeiros. Pela Lei Estadual 4.685 de 15 de outubro de 1963, passa a denominar-se Alto Paraíso de Goiás.

65 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

A divisão geopolítica da Chapada é relativamente recente, pois os municípios da região são originários de uma subdivisão de Cavalcante, antigo núcleo de colonização decorrente do período de pico do extrativismo aurífero nacional. As fazendas de Francisco de Almeida e Firmino de Almeida Salermo, José Pereira Barbosa e Manuel Caboclo foram geradoras do primeiro núcleo povoado na região em meados do século XVIII, dando início ao processo de colonização com cultivo de frutas, milho, café e pecuária. Intimamente ligada ao desenvolvimento desta região, encontra-se a cultura do trigo, realizada não só na Chapada dos Veadeiros como em diversos outros lugares de Goiás. Em meados da década de 1950, instalou-se próximo ao Parque Nacional, a primeira Fazenda Escola da região – Fazenda Bona Espero. Em meados da década de 1960, fundou-se mais uma Fazenda Escola por uma organização espírita, de natureza Kardecista, batizada com o nome de Cidade da Fraternidade. A partir daí, a migração dá um novo passo significativo, abrindo caminho para outros "buscadores" espirituais. Até meados da década de 1980, Alto Paraíso, que integra a região geoeconômica de Brasília, se manteve em relativo isolamento sociocultural, em função do difícil acesso ocasionado pela inexistência de estradas pavimentadas. As mudanças provocadas por projetos do governo, principalmente o asfaltamento da GO-118 (Brasília-Nordeste Goiano em 1985); a progressiva migração de novos alternativos após o "Projeto rumo ao Sol"; as primeiras divulgações da mídia nacional evocando belezas cênicas e "poderes energéticos" produzidos pelo cristal; mais a crescente onda nos meios urbanos de preocupação com a ecologia e com o meio ambiente provocam o "boom do ecoturismo". Brasília descobre o "Parque dos Veadeiros" e São Jorge eleva-se à categoria de balneário internacional. Na virada de 90, as seitas religiosas e o "Ecoturismo" provocam a chegada de novos visitantes e moradores. Dentre as seitas mais expressivas que surgiram nesta ocasião pode-se citar: os Cavaleiros de Maytréia, os adeptos de Saint Germain que construíram as Cúpulas e os seguidores de Osho. A partir do início da década de 90, presencia-se o surgimento das primeiras ONGs, de caráter ambiental, que passam a desempenhar ativo papel na defesa do patrimônio natural da Chapada dos Veadeiros. Como exemplo a ACV-CV - Associação dos Condutores de Visitantes da Chapada dos Veadeiros; a ASFLO-Associação dos Pequenos Extrativistas de Flores do Cerrado da Chapada dos Veadeiros; a ASJOR - Associação Comunitária da Vila de São Jorge; AMOR MOINHO – Associação dos Moradores do Povoado do Moinho, todas de

66 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC inspiração local. Outras, inclusive de caráter internacional como a WWF – Fundo Mundial para a Natureza. Gentílico: alto-paraisense Formação Administrativa

2.1.5.1.1.1 Distrito de São Jorge

São Jorge é um distrito de Alto Paraíso de Goiás foi criado pela Lei Municipal Nº 499/96 de 06 de dezembro de 1996. Nesta mesma lei consta que o Distrito de São Jorge será representado junto à Administração Municipal por um Sub-Prefeito, de livre indicação do Prefeito Municipal de Alto Paraíso. O distrito apresenta uma área de 350Km², localizado na entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. O santuário ecológico situa-se entre o vale do rio Preto e o vale do rio São Miguel, um lugar privilegiado com natureza exuberante que tornou o povoado conhecido internacionalmente. São Jorge anteriormente recebia o nome de Baixa dos Veadeiros, utilizava este nome porque ficava em um local abaixo de Alto Paraíso. A partir de 1951, após a segunda guerra mundial, aumentou a procura de para fazer material bélico. Este fato da história mundial influenciou na fundação da Vila de São Jorge, pois o local possui enormes veios de cristal de quartzo e ali constituiu-se uma pequena vila de garimpeiros de caráter provisório, pois em 1956 a cotação do cristal caiu em função da criação do cristal sintético e ao mesmo tempo inicia-se a construção de Brasília que acabou atraindo os garimpeiros da antiga Baixa em busca de bons salários. Com a inauguração de Brasília, muitos antigos garimpeiros retornaram. Como o preço do cristal no mercado melhorou, deu-se início a melhor fase do garimpo de São Jorge, fase que se estendeu até 1964, quando o golpe militar derrubou João Goulart e a junta militar que assumiu o poder realizou intervenções nas firmas que exportavam cristal para o exterior dando início à decadência do garimpo de cristal na antiga Baixa que continuou sobrevivendo apenas das lascas dos mesmo cristais, até que se tornou inviável a subsistência de muitas famílias que tiveram que se mudar em busca de melhores condições. A partir de 1989 começa a nova fase de São Jorge, com a organização de Brasília, a economia do povoado volta a crescer com a chegada de cristais. Na época um homem influente do pequeno vilarejo, conhecido como Zequita propôs a mudança de nome do lugar para São Jorge, devido à sua forte crença no Santo e a idéia de que São Jorge está nas alturas, o nome gerou boa aceitação dos moradores, já que a vila chamava-se Baixa. Então Zequita mandou trazer de São Paulo a imagem de São Jorge que está na capela construída pelos garimpeiros e cuja a festa é celebrada anualmente em 23 de

67 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC abril. Nessa época a região começa a ser descoberta pela sua incrível beleza natural, e aos poucos vai surgindo uma nova atividade econômica, o turismo. Com a implementação em 1961 da unidade de conservação do IBAMA, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o turismo é proposta ao povoado como principal fonte de renda. O povoado abraça a idéia e começa a se adaptar para a nova realidade. O turismo era realizado de forma desestruturada e desordenada até que no início dos anos 80, o IBAMA intervém revitalizando o parque, iniciou-se atividades de educação ambiental e orientação da população local para receber a visitação pública. Em 2001 o Parque Nacional ganha da UNESCO o título de Patrimônio Mundial Natural. Atualmente São Jorge conta com boa infraestrutura turística, sua população está em torno de 600 habitantes, concentram suas atividades em receber visitantes do Brasil e do exterior. Dentre as infraestruturas oferecida encontra-se pousadas, camppings, restaurantes, pizzarias entre outros. São Jorge é famoso pela sua vida noturna, as várias opções proporcionam satisfação a todos os gostos. A visitação acontece todo o ano, que chega ao ápice no mês de julho (alta temporada), mês que acontece um importante encontro de culturas, o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros onde se reúnem grupos culturais de todo o Brasil. As construções mais antigas são de adobe, tendo a fachada voltada para a frente das ruas sem calçamento. Atualmente a maioria das residências é dotada de instalações sanitárias com esgotamento por meio de fossas negras. Entretanto existem várias residências cujos moradores ainda resistem em implantar estas medidas higiênicas. Há um posto de saúde municipal e uma escola municipal de ensino infantil e fundamental contando com duas salas de aula, com aproximadamente 90 alunos matriculados distribuídos em seis turmas e em dois turnos. O povoado é dotado de rede de energia elétrica que serve às residências. Não existe iluminação pública por opção dos próprios moradores através de consenso manifestado através da Associação Comunitária de São Jorge. O maior problema existente atualmente refere-se ao abastecimento de água. Existe uma captação feita em pequena barragem no interior do Parque Nacional de onde é conduzida diretamente para as residências de São Jorge. Recentemente foi perfurado um poço tubular para captação de água subterrânea. O sistema de abastecimento é suficiente para atender à população fixa, mas incapaz de suprir as necessidades da atual demanda turística que se verifica em feriados prolongados.

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2.1.5.1.1.2 Povoado do Moinho

O povoado de Moinho fica situado a 12Km de Alto Paraíso. O local leva esse nome por ter abrigado o primeiro moinho de trigo da região da Chapada dos Veadeiros, hoje desativado. Têm um núcleo concentrado de casas simples e pequenas, cercadas por sítios, chácaras e fazendas. Ao longo dos anos, a comunidade se desenvolveu como típico aglomerado rural. Com a implantação do movimento turístico na região, o povoado do Moinho passou a adquirir características urbanas, tendo em vista a constante subdivisão das propriedades em lotes cada vez menores. Atualmente é comum a comercialização de lotes de até 1.000 metros quadrados, fugindo completamente da caracterização de módulos rurais especificados pelo INCRA. No povoado encontra-se o parque Solarion onde estão as principais cachoeiras da região, Cahoeira dos Anjos e Cachoeira dos Arcanjos.

Fica em um grande e fértil vale entre os contrafortes da Serra Geral do Paranã e a Serra da Água Fria. O saneamento básico não apresenta infraestrutura adequada, os moradores contam com água proveniente de cisternas, as instalações sanitárias com esgotamento é realizado por meio de fossas negras e o lixo é queimado. Há um posto de saúde municipal que atende a prevenção de algumas doenças e quando necessário encaminha para tratamento na sede do município. Possui uma escola municipal de ensino infantil e fundamental.

2.1.5.1.2 Cavalcante

Figura 51 - Entrada do Município de Cavalcante

69 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Em 1736 o garimpeiro Julião Cavalcante e seus companheiros, vindo em busca de novas minas de ouro chegaram a Cavalcante. A notícia da descoberta de imensa mina de ouro de grande profundidade à margem do córrego Lava Pés, na serra da Cavalhada, atraiu numerosos aventureiros dos mais distantes rincões, iniciando-se o povoado com o nome de Cavalcante, em homenagem ao fundador e colonizador. Em 1740, foi fundado oficialmente o arraial de Cavalcante, pelo bandeirante Diogo Teles Cavalcante e Domingos Pires do Prado, em presença do Governador da Capitania de São Paulo, D. Luiz de Mascarenhas. Em 1759, o arraial foi elevado a freguesia, por ordem do Governador da Capitania de Goiás, D. João Manoel de Melo. Em 1794, com a decadência da cidade de São Félix, transferiu-se para Cavalcante a Fundição de ouro, extinta em 1806, por tornar-se deficitária. Elevado à categoria de vila com a denominação de Cavalcante, pelo decreto de 11-11-1831. Constituído do distrito sede. Instalado em 30-03-1838. Freguesia criada com a denominação de Cavalcante, pela lei provincial nº 14, de 03-07-1835. A divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 3 distritos: Cavalcante, Moinho e Nova Roma. Nos quadros de Apuração do Recenseamento Geral de 01-IX-1920, o município aparece constituído de 4 distritos: Cavalcante, Moinho, Nova Roma e São Domingos do Café. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de 5 distritos: Cavalcante, Lajes, Nova Roma, São Domingos do Café e Veadeiros. Embora sobre o distrito de Moinho, não há documentos que provem o seu desaparecimento. Pelo decreto-lei estadual nº 557, de 30-03-1938, o distrito de São Domingos do Café passou a denominar-se Cafelândia. Pelo decreto-lei estadual nº 1233, de 31-10-1938, o distrito de Lajes foi extinto, vindo seu território a fazer parte do distrito sede do município de Cavalcante e Cafelândia. No quadro fixado para vigorar no período de 1949/1953, o município é constituído de 4 distritos: Cavalcante, Cafelândia, Nova Roma e Veadeiros. Pelo decreto-lei estadual nº 8305, de 31-12-1943, o distrito de Cafelândia passou a denominar-se Araí e o distrito de Nova Roma a denominar-se Guataçaba. No período de 1944- 1948, o município é constituído de 4 distritos: Cavalcante, Araí (ex-Cafelândia), Guataçaba (ex-Nova Roma) e Veadeiros. Pela lei municipal nº 2, de 21-01-1949, transferiu-se a sede do distrito de Araí para o povoado de Lajes, mantendo esta denominação. Pela lei estadual nº 355, de 30-11-1949, o distrito de Guataçaba voltou a denominar-se Nova Roma. Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 4 distritos: Cavalcante, Lajes (ex- Araí), Nova Roma (ex-Guataçaba) e Veadeiros.

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Pela Lei Estadual nº, de 24-07-1953, desmembra do município de Cavalcante os distritos de Veadeiros e Nova Roma para formar o novo município de Veadeiros, atualmente Município de Alto Paraíso de Goiás. O município é constituído de dois distritos, Cavalcante e Lajes. Pela lei municipal nº 6, de 20-08-1955, o distrito de Lajes passou a denominar-se Colinas. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela lei estadual nº 7042, de 26-06-1968, é criado o distrito de Teresina de Goiás e anexado ao município de Cavalcante. Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 3 distritos: Cavalcante, Colinas e Teresina de Goiás. Pela lei estadual nº 10403, de 30-12-1987, desmembra do município de Cavalcante o distrito de Colinas. Elevado à categoria de município com a denominação de Colinas do Sul. Pela lei estadual nº 10449, de 14-01-1988, desmembra de Cavalcante o distrito de Teresina de Goiás. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 1-VI-1995, o município é constituído do distritosede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. Gentílico: cavalcantense Formação Administrativa

2.1.5.1.2.1 Povoado Engenho II

O povoado Engenho II, localiza-se a 27km da cidade de Cavalcante, com acesso por uma estrada de terra. No povoado residem aproximadamente 72 famílias. A economia é voltada para agricultura de subsistência, criação de bovinos, suínos e aves, além do uso de frutos do cerrado (extrativismo), com destaque para os atrativos culturais e naturais em especial as cachoeiras de Santa Bárbara e Capivara. Diante do crescimento turístico na região os moradores do povoado viram no turismo uma nova fonte de renda, constituindo no povoado serviços turísticos como: pousadas, restaurantes, albergues, área de camping e guia turísticos, que cobra por pessoas e por grupos, tendo em vista a comunidade Engenho ser parada obrigatória para quem quer ter acesso as cachoeiras. Em relação a educação o povoado conta com uma escola de ensino fundamental do 6º ao 9º ano e 1º e 2º ano do Ensino Médio. Em relação ao saneamento básico o município de Cavalcante em 2014 lança o Plano Municipal de Saneamento Básico, o qual tem ações que visa atender as demandas sociais no que tange a: água, esgoto, lixo e drenagem do povoado.

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2.1.5.1.2.2 Povoado Araí

O povoado tem aproximadamente 200 casas e 500 moradores. A grande maioria não tem trabalho formal e vivem do cultivo de agricultura e pecuária de subsistência. O saneamento básico não apresenta infraestrutura, os moradores contam com água proveniente de poços, fossa séptica, o lixo é queimado. Quanto à educação, o povoado tem uma escola municipal Vereador Anedino de Deus Coutinho, com educação infantil e ensino fundamental. Não há assistência médica e odontológica no povoado, Existe apenas vacinação de pessoas e animais nas épocas de campanhas. O povoado de São Domingos, antigo Arraial de Araí, é passagem obrigatória para a cachoeira São Félix, onde os moradores locais acharam uma fonte de renda como guia turístico de acesso a cachoeira.

2.1.5.1.3 Colinas do Sul

Figura 52 - Entrada do município de Colinas do Sul

A história do município de Colinas do Sul começou na década de 50, com a ocupação das margens do córrego Almécegas, até a transferência do distrito de Lages (pertencente a Cavalcante) para o já distrito de Colinas. Em 1955, Nilo Passos assume o cargo de primeiro subprefeito da futura cidade. O nome Colinas foi dado em função das características do relevo, por sugestão de João Bernardes Rabelo e aprovado pela população local. A primeira eleição ocorreu em 1959, com a vitória de Argemiro Teles de Farias.

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Sua emancipação política, no entanto, só foi possível em 1985, mesmo ano em que foi apresentado à assembleia legislativa o projeto de criação do município de Colinas do Sul – à época já existia outro com o nome de Colinas, na região Norte do Estado. Em 1987, o governador de Goiás, Antônio Henrique Santillo, sancionou a Lei 10.403 que criou o município. Localizada entre a Chapada dos Veadeiros e o Lago de Serra da Mesa, a nordeste de Goiás, Colinas do Sul limita-se ao Norte com o município de Cavalcante, ao Sul com o município de Niquelândia, a Leste com os municípios de Campinaçu e Minaçu e a Oeste com o município deAlto Paraíso. Está a cerca de 480 quilômetros de Goiânia e a 270 quilômetros de Brasília.

2.1.5.1.4 Nova Roma

Figura 53 - Entrada do município de Nova Roma

Nos meados do século XVIII, já existia o povoamento no local onde se ergue Nova Roma, com o nome de São Teodoro, onde os habitantes se dedicavam ao garimpo de ouro. Em 1858, foi elevado a Freguesia, com a denominação de Nova Roma, de origem desconhecida, pertencente à Vila de Cavalcante. Registra-se como habitante principal da época o Juiz de Paz Felipe de Andrade Lima, sem referência ao fundador da povoação. Desde sua fundação foi erigida a capela de São Teodoro, padroeiro na época, topônimo primitivo da localidade. As atividades de garimpo de ouro e outros minérios constituíam sua base econômica. Gentílico: nova-romano

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Formação Administrativa

2.1.5.1.5 São João D’Aliança

Figura 54 - Entrada do município de São João D’Aliança

A povoação que deu origem à sede municipal, localizava-se no antigo Município de Forte, hoje simples povoado, com a denominação de "Olhos d'Água", em virtude de diversas nascentes existentes na região. Em 1910, segundo o Anuário Estatístico e Geográfico do Estado de Goiás, o povoado possuía apenas duas casas e uma capela dedicada a São João e denominava-se Capetinga, nome originário do ribeirão que banha a região. Mais tarde, tornou-se conhecido por "São João de Capetinga”, em louvor ao padroeiro e à denominação antiga do local. Em 22 de abril de 1931, o povoado foi elevado à categoria de Vila, com o novo topônimo de São João D'Aliança, em homenagem à Aliança Liberal que triunfou em 1930, tornando-se sede do Município de Forte, que retornou à condição de povoado, pela Lei Estadual nº 793, de 6 de março de 1931, que determinara a transferência da sede municipal. Em 1939, foi extinto o município, voltando à condição de distrito, pertencente ao Município de Formosa. Quinze anos depois, pela Lei Estadual nº 782, de 1º de outubro de 1953, foi novamente elevado a município, instalado em 1º de janeiro de 1954, com o mesmo topônimo de "São João D'Aliança". Gentílico: joanino Formação Administrativa

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2.1.5.1.6 Teresina de Goiás

Figura 55 - Entrada do município de Teresina de Goiás

O município de Teresina de Goiás surgiu da iniciativa de três homens e duas mulheres, Delfino Szeerquins, José da Costa e Joaquim de Souza Fagundes, Joaquina Nunes Bandeira e Antonia Francisca Lopes, que em 1960 decidiram criar um loteamento no entorno de Cavalcante com Campos Belos, na antiga GO-012. As terras pertenciam à esposa de Joaquim de Souza,e foi ele quem primeiro se estabeleceu no local. A vila que começou a se formar pertencia ao município de Cavalcante. Em 1968 ganhou a condição de distrito de Cavalcante.

Devido ao seu rápido crescimento, o distrito foi emancipado em 14 de janeiro de 1988, e em 1989 teve sua primeira eleição.

Atualmente, Teresina de Goiás é o município mais novo da Chapada dos Veadeiros e apesar de ter muitos atrativos naturais ainda não tem uma grande estrutura voltada para o turismo. O município é cortado pela GO-118 e pela GO-241, que dá acesso a Cavalcante.Na fundação da cidade de Teresina de Goiás, participou também o Sr. Jorjari Berto da Costa Ferreira, filho de Osório da Costa Ferreira. Estes foram os primeiros a chegarem neste território. Os dois vieram de Nova Roma-GO, cidade vizinha. Quando chegaram, armaram uma pequena cabana embaixo de um pé de pequí e começaram a cultivar terras pela redondeza. A partir daí, os acima citados, tiveram conhecimento e resolveram se unir aos dois. Começando portanto a nova cidade teresinense. O Sr. Osório era um homem de grande sabedoria, e as pessoas sempre o consultava antes de tomar as decisões, ele trabalhava como carpinteiro. Ofício que fora passado para seu filho Jorjari Berto, que atualmente mora em Brasíla-DF com sua família. Este

75 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC possui a mais extensa área de terra particular no solo desta pequena cidade, cuja terra atualmente está sendo vendida por ele mesmo para formação de novos bairros e contudo, contribuir com o crescimento e desenvolvimento de Teresina, cidade pela qual tem grande apreço, pois encontra- se nesta cidade e seu arredores uma incomensurável variedade de frutas, vegetação, animais e sobretudo de riquezas naturais. Sendo considerada a cidade que possui a maior riqueza natural do Centro Oeste do Brasil.

2.1.5.2 Manifestações culturais

O turismo vem se destacando como um fenômeno econômico e social sendo uma das atividades que mais cresce no mundo, gerando uma grande mobilização de recursos e geração de empregos.

O Estado de Goiás conta com grandes atrativos turísticos, cachoeiras, serras, rios, águas termais, chapadas, cidades históricas reconhecidas pela UNESCO como patrimônio histórico mundial, organizados em nove regiões turísticas, com destaque para: Região Agroecológica - compreende o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o Parque Nacional das Emas - Sítio Natural do Patrimônio Mundial e Reserva da Biosfera do Pantanal, reconhecidos pela UNESCO. Região Vale do Araguaia - um dos melhores polos de ecoturismo, lazer, pesca esportiva e camping do País. Região do Ouro, compreendendo as cidades de Pirenópolis (Patrimônio Histórico Nacional), Corumbá de Goiás (Sítio Histórico Estadual), Cidade de Goiás (Sítio Histórico do Patrimônio Mundial) e o Parque Estadual da Serra dos Pirineus. Região das Águas, nos municípios de Caldas Novas e Rio Quente, considerado a maior fonte de águas termais do mundo, com temperaturas que variam de 30º a 57ºC. Há também as grutas e cavernas do Parque Estadual Terra Ronca e as atividades turísticas na região dos lagos goianos, com destaque para a contemplação e a pesca esportiva.

Alto Paraíso, juntamente com Cavalcante, Teresina de Goiás, Colinas do Sul, São João D'Aliança e Nova Roma, forma uma região pela UNESCO, a Biosfera Goyaz, maior patrimônio natural do estado. Na Biosfera Goyaz encontra-se o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO. O portão de entrada do parque é a Vila de São Jorge, uma antiga vila de garimpeiros do início do século XX, que hoje tem como atividade principal o turismo.

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2.1.5.2.1 Alto Paraíso de Goiás

O turismo é a principal atividade responsável por movimentar a economia municipal. Alto Paraíso de Goiás possui em seu território o portão de entrada para o PNCV - Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e diversos outros atrativos, além de boa estrutura para receber o visitante. É bastante procurado por turistas de todo o país e, com isso, outros municípios vem se beneficiando, já que os turistas interessados em novos atrativos ou em lugares menos explorados de lá seguem para estes.

Somado ao PNCV, existem diversas propriedades abertas à visitação, cujos atrativos são constituídos, em geral, por práticas ligadas à água, como cachoeiras, rios, e fontes termais, oferecendo atividades de canyoning, arvorismo, mountain bike, trekking e cascading.

Os aspectos histórico-culturais são um potencial ainda pouco explorado em toda a região. Ainda é possível presenciar diversas manifestações seculares da cultura imaterial local (músicas, danças, culinária, causos, modos de viver). Há também a herança histórica da época do bandeirantismo, passando pelos ciclos do garimpo, até a chegada dos grupos espiritualistas. Alto Paraíso possui também inscrições rupestres pouco estudadas, o que intensifica seu apelo de 'lugar a ser desvendado'.

Alto Paraíso de Goiás é considerado como o santuário goiano da ecologia, do misticismo, das terapias naturais, do espiritualismo e da paz. A quantidade de grupos místicos, filosóficos e religiosos transformaram o município na Capital Brasileira do Terceiro Milênio. O município é cortado pelo paralelo 14º, que atravessa a lendária cidade de Machu Picchu no Peru, originando fantásticas histórias sobre a região: discos voadores e seres extraterrestres. O município possui uma crescente estrutura para o turismo, com hotéis, pousadas e até mesmo quintais que são alugados em temporada, para abrigar os turistas adeptos do campismo.

Um dos atrativos de Alto Paraíso de Goiás, são as comidas típicas goianas são comercializadas, principalmente pelas pousadas e restaurantes.

A seguir estão listadas as principais e festas populares do município:

 06 de janeiro – Dia de Reis;  20 de janeiro – Dia de São Sebastião;  26 de janeiro a 1 de fevereiro – Folia de São Sebastião;  15 de junho – Festa do Divino Espírito Santo e Folia do Divino Pai Eterno;  04 de outubro – Festa de São Francisco (na Capela de São Francisco e SãoSebastião no Novo Horizonte);

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 27 de novembro – Festa de Nossa Senhora das Graças (Padroeira de Alto Paraíso);  12 de dezembro – Aniversário da Cidade de Alto Paraíso.

2.1.5.2.2 Cavalcante

Cavalcante é a porta da frente para quem entra na Chapada dos Veadeiros. Cerca de 70% da área do parque nacional que protege a região está dentro do município. O município possui um forte apelo histórico e sua cultura secular que remete ao ciclo do ouro, juntamente com as belezas cênicas, riqueza em recursos hídricos e vegetação preservada em quase toda extensão municipal, fornecem uma diversidade de possibilidades para o aproveitamento turístico. Os atrativos naturais são constituídos por rios e praias fluviais, cachoeiras, águas termais, mirantes naturais, cadeias de montanhas e trilhas pouco alteradas pelas atividades humanas. Existem mais de 100 cachoeiras próximas à cidade, que é circundada pelos cânions da chapada, ideal para esportes de aventura. A Ponte de Pedra é um dos mais impressionantes visuais de paisagem na borda Norte da Chapada dos Veadeiros, situada em Cavalcante. O rio passa por uma garganta fechadíssima, por um arco de pedra que lembra uma ponte, e despenca 400 metros serra abaixo em várias quedas e corredeiras. Atravessando a serra, chega-se a fontes de águas termais que deram nome a uma extinta vila mineradora - Água Quente, de 1733. O fluxo de turismo ecológico cresce lentamente, vindo por Alto Paraíso, a 93km por uma estrada de terra que contorna o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Os equipamentos e serviços ligados ao turismo são diversificados no que se refere a preços, contando o município de hotéis e pensões que, juntos, oferecem mais de dezenas de leitos, e alguns restaurantes simples. O município de Cavalcante abriga mais da metade do Sítio Histórico Kalunga, situado no Nordeste do município, com mais de 230 mil hectares de Cerrado protegido. A área Kalunga é a maior comunidade remanescente de Quilombo do Brasil, com cerca de 4.000 cidadãos, que só tiveram contato com a “civilização” há menos de 30 anos. O turismo religioso também movimenta a região, principalmente na das comunidades quilombolas em homenagem a Nossa Senhora da Abadia, que atrai mais de mil romeiros. As festas santas dos Kalungas são repletas de rituais cerimoniosos, como a Festa do

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Império e o Levantamento do Mastro, que têm coreografia complexa e atraem centenas de visitantes. As festas da sede também são muitas e carregadas de tradição: a Caçada da Rainha, a Festa do Divino, a Folia de Reis, a caminhada da Sexta-feira Santa ao topo do Morro da Cruz e o Carnaval de rua, famoso na região. A seguir estão listadas as principais datas e festas populares do município:

 11 a 20 de Janeiro - Novena de São Sebastião: festa típica, novena, caçada da rainha, forró com sanfona e ronca – Povoado da Capela;  1 a 5 de março – Carnaval de rua: Desfile e premiação de blocos e foliões com músicas que retratam a história e tradição do município, além de letras que falam de ecologia e meio-ambiente, juntamente com uma campanha de educação ambiental;  18 de abril – Caminhada da Paixão;  Maio - Encontro dos Povos da Chapada dos Veadeiros: Encontro de seis municípios com mostras de artes, artesanato e folclore da região. Realização de palestras e debates de temas ambientais, com convidados de diversas regiões do país;  Maio - Festa do Divino Espírito Santo - na sede do município;  03 a 11 de junho – Semana do Meio Ambiente: Realização de palestra nas escolas, campanhas de limpeza nas ruas e nos rios, apresentação de vídeos e festival de música ambiental;  19 de junho – Procissão de Corpus Christi: Procissão que sai da Capela de Nossa Senhora Aparecida até a Igreja Matriz de Santana, no Centro. As ruas são decoradas e pintadas com temas religiosos;  14 e 15 de junho – Folia de Santo Antônio - Engenho II (Região Kalunga) Quadrilha, comidas típicas e forró;  21 a 24 de junho – Folia de São João: Nos dias 21 e 22/6 há quermesse, quadrilha e forró e no dia 24/6, a Festa do Imperador, com barracas de palha armadas na rua;  28 e 29 de junho – Folia de São Pedro: Festa junina onde se comemora o santo e os agricultores lhe pedem chuva para as plantações. Meados de julho – Romaria de São José - Povoado São José. Novena a São José, com festa folclórica tradicional de Imperador e Rainha;  Julho - Festa do Peão Boiadeiro;

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 13 de julho – Romaria do Engenho II: Festa tradicional kalunga, com reza, batuque, sussa (danças tradicionais kalungas), arremate de folia, novena e forró;  Última semana de julho - Festa da Barraquinha (Padroeira local – Nossa Senhora Santana) com caçada da rainha;  06 de Agosto - Festa do Menino Jesus– Povoado Rio Preto;  13 a 17 de Setembro - Romaria do Vão do Moleque (Nossa Senhora do Livramento, Nossa Senhora dos Remédios e São Gonçalo): Festa dos Kalungas, com várias danças típicas, casamentos, batizados, forró e súcia;  Romaria do Vão das Almas (Nossa Senhora da Abadia): com manifestações da cultura Kalunga;  Festa de Nossa Senhora Aparecida: Povoado Forquilha;  Festa dos Santos Reis;  11 de Novembro - Aniversário da cidade.

2.1.5.2.3 Colinas do Sul

O município de Colinas do Sul recebe inúmeros turistas, ocorrendo essencialmente em função da pesca, embora seus atrativos sejam bastante diversificados, baseados principalmente nas águas: são rios, córregos, cachoeiras, águas termais, além do reservatório da UHE Serra da Mesa, que atrai pessoas de todo o Brasil (principalmente de Brasília) na alta temporada (corresponde a feriados prolongados da seca). Os recursos turísticos naturais são poucos difundidos, como as grutas e os sítios arqueológicos. A cultura é outro grande atrativo, com destaque para a festa da Caçada da Rainha, festa folclórica realizada em julho e baseada nas danças típicas africanas (batuque da rainha). O município abriga, ainda, a Reserva Indígena dos Avá Canoeiro. O município ainda conta com uma Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Cachoeira das Pedras Bonitas, onde consta uma cachoeira e trilhas com equipamentos de segurança, com destaque para o atendimento especial a portadores de deficiência visual e cadeirantes, iniciativa pioneira na região. O artesanato de Colinas do Sul trabalha com matéria prima artificial e natural fazendo reciclagem, biscuit, pet, raízes, madeira, bordados, ponto cruz, doces, colchas de retalhos, garrafadas (medicina tradicional), panela de barro e capim dourado. A população é bastante envolvida e comprometida com a cultura tradicional. Uma das festas que mais mobiliza a população é a Festa da Caçada da Rainha.

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A seguir estão listadas as principais datas e festas populares do município:

 1 a 6 de janeiro – Folia de Santo Reis;  11 a 20 de janeiro – Novena de São Sebastião – Povoado de Lages;  24/01 a 02/02 – Novena de Nossa Senhora das Candeias – Povoado da Jaó;  01 de maio – Festa de poesias e músicas inéditas;  01 de junho – Aniversário da cidade;  Junho – Folia de São João – Povoado de Vila Borba;  Junho – Quadrilhas;  Junho – Folia do Divino Espírito Santo;  Junho – Folia de Nossa Senhora do Rosário;  2º final de semana de julho – Festa da Caçada da Rainha: com danças folclóricas e batuque da Rainha;  29/11 a 08/12 – Novenas de Nossa Senhora da Conceição.

2.1.5.2.4 Nova Roma

Atualmente existe o interesse em explorar o turismo como vetor de desenvolvimento local, mas para isso é necessária a prévia implementação de infraestrutura para receber o visitante. O município possui muitas cavernas e cachoeiras. Segundo o inventário turístico do Grupo Nativa, o município possui 03 atrativos histórico culturais; 10 atrativos envolvendo águas; 03 atrativos espeleológicos (cavernas). Além disso, relatos de moradores locais informam que no povoado de Salobro existe água salgada. As festas locais atraem um número significativo de visitantes de outros municípios do entorno, bem como de Brasília e de Goiânia, sendo a Caçada da Rainha e a Súcia destaques locais. A seguir estão listadas as principais datas e festas populares do município:

 6 de Janeiro – Festa de Reis;  20 de Janeiro – São Sebastião;  24 de Junho – Dia de São João;  3º fim de semana do mês de Julho – Festa da Nossa Senhora do Rosário;  4º fim de semana do mês de Julho – Festa do Povoado Chapada;  13/14/15 de Agosto – Festa da Nossa Senhora da Abadia (romaria no povoado de Ouro Minas – é a maior festa do município e a que atrai mais turistas);

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 15 de Setembro – Festa Nossa Senhora do Livramento;  15 de Outubro – Festa da Nossa Senhora Aparecida;  8 de Dezembro – Festa da Nossa Senhora da Conceição (comunidade Magalhães – remanescente quilombola, parente dos Kalungas – abriga mais ou menos 35 pessoas/ Festa da Folia).

2.1.5.2.5 São João D’Aliança

O município possui um grande potencial natural, mas ainda é pouco explorado. Atualmente ele começa a dar sinais positivos e se levanta em favor de ganhos econômicos e ambientais. Podendo ser considerado o “Portal da Chapada” (por ser o primeiro município da Chapada dos Veadeiros a partir de Brasília), São João D’Aliança conta com um Centro de Atendimento ao Turista, uma associação de guias e uma agência de ecoturismo, apesar de melhorias serem necessárias em termos de pousadas e restaurantes. Entre seus principais atrativos ecoturísticos, destacam-se:

 Cachoeira das Andorinhas - A Cachoeira das Andorinhas fica na região do Córrego Rodeador, na Serra Geral do Paranã. São 26km da sede de São João D’Aliança, sendo 10km de trecho pavimentado e 12km de trecho não pavimentado, além de uma trilha de 4 km, às vezes escorregadia, cuja caminhada leva, em média, uma hora para se realizar, com nível médio de dificuldade. A queda possui grande beleza e, em determinadas épocas do ano, as andorinhas, com seus ninhos por detrás da queda d’água, atravessam a cachoeira e a sobrevoam, justificando seu nome. Há um poço ideal para o banho na parte superior da cachoeira, antes da queda. De lá, a 997m de altitude em relação ao nível do mar, tem-se uma bela vista;

 Cachoeira São Cristóvão - É também conhecida como Cachoeira do Pastor e está localizada na região do Chico do Morro, na Serra Geral do Paranã. O acesso se dá por via não pavimentada, 14km distante da sede de São João D’Aliança. Do rancho para as cachoeiras do Córrego Veadeiros há uma pequena trilha interna de 800m, que é realizada em cerca de 30 minutos, com nível médio de dificuldade. São duas quedas d’água, uma com 33m e outra com 55m. É possível tomar banho no poço da primeira queda. Alguns metros adiante, justamente onde começa a segunda queda, tem-se um belo mirante do Vale do Paranã. No rancho são servidas refeições típicas da culinária goiana feitas em fogão à lenha, ideal para arrematar um dia de caminhada;

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 Cachoeiras São Pedro - Localizadas na Fazenda Bela Vista, no Vale do São Pedro, na Serra Geral do Paranã, estas cachoeiras fazem parte da microbacia do córrego São Pedro. São 19km de trecho não-pavimentado até a trilha. Para a Cachoeira São Pedro I, são 1,5km de trilha, que leva em média 40 min para serem feitos. Já para a cachoeira São Pedro II (de 37m de altura), a trilha tem 2km, que levam em média 1h de caminhada para serem completados, e tem um trecho com alto grau de dificuldade;

 Cachoeira do Label - A cachoeira do Label é a mais alta do município, com aproximadamente 120 m de altura. Está localizada na Serra Geral do Paranã e é formada pelo córrego Extrema. O acesso é feito por 26km de carro na estrada municipal não pavimentada. A trilha interna tem 2,5km com médio grau de dificuldade. Há um rancho e área de camping para quem quiser pernoitar em barracas ou redes;

 Cachoeira do Cantinho - O Cantinho é a cachoeira com o maior volume de água, e um dos poços mais fundos do município, localizada a uma distância de 45km da cidade, sendo 2km de asfalto e 43km de terra. É feita uma caminhada de 1 hora em trilha com médio grau de dificuldade. A cachoeira do Cantinho, com seus 30m de altura, despenca entre as rochas e forma um acortinado de beleza ímpar escolhendo o rio Cachoeirinha como seu leito eterno;

 Balanço do Mário - Bem pertinho de São João D’Aliança, a apenas 10km de asfalto, 1,2km de terra e 100m de trilha, o Balanço do Mário tem banheiro, comida e rancho de apoio. O balanço e o trampolim ficam sobre o rio das Brancas, onde com medo, coragem e determinação, o visitante se lança num frenesi, passando momentos inesquecíveis;

 Bocaina do Farias - Também conhecida como Buraco do Farias (ou Cânion do Farias pelos praticantes do canionismo), a região leva o nome de dois rios que ali nascem: Faria e Farinha. É uma área peculiar da Serra Geral do Paranã, abrigando cachoeiras, canyons, rios e piscinas naturais. Está localizada a uma distância de 65km da sede do município de São João D’Aliança, sendo 35km pavimentados e 30km em estradas de terra. Depois do trajeto de carro, caminha-se em uma trilha de aproximadamente 6km, com médio grau de dificuldade e alguns trechos bastante íngremes.

 Fazenda Boa Esperança - Localiza-se na Serra Geral do Paranã, ao Norte do córrego Extrema, distante 25km da sede do município de São João D’Aliança. Para chegar até a fazenda é necessário cavalgar por aproximadamente 6 horas, em um caminho muito acidentado que corta a Serra Geral. O esforço é recompensado quando se chega à

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fazenda onde estão localizadas três cachoeiras espetaculares. A primeira leva o nome da Fazenda e se encontra a aproximadamente 20 minutos de caminhada da sede da propriedade. Tem 10m de queda d’água e é extremamente bela e intocada. A segunda queda d’água se chama Cachoeira do Quintal, tem por volta de 8m de altura e é um ótimo local para se refrescar sem ter que se deslocar muito. A terceira cachoeira, intitulada Véu de Noiva, é a maior delas, com 72m de altura e duas quedas d’água, uma ao lado da outra. Em São João D’Aliança o artesanato ainda faz parte da produção local. Tradições sulistas, trazidas por colonos a região, foram somadas às já existentes, diversificando as festas, ritmos, sotaques, culinária e costumes. Porém, a cultura tradicional ainda encontra-se preservada, podendo ser considerada um atrativo do município. A principal festa do município, que acontece durante o mês de janeiro, é a Folia de São Sebastião, onde toda a população se envolve na organização do evento. Em julho ocorre a festa de São João Batista, que conta com uma grande barraca com apresentações, shows e comércio voltados para a Igreja. Ela envolve aproximadamente 5.000 pessoas no dia principal. Ainda no mês de julho, a comunidade do Forte realiza três dias de festa para a Caçada da Rainha. O evento conta com apresentações, missa do Divino Espírito Santo (abertura), missa do Imperador, de Nossa Senhora do Rosário e do Rei e da Rainha. Há movimentações no sentido de estimular a comunidade local para explorar o comércio, que atualmente é exercido por pessoas provindas de Formosa, Flores de Goiás e área urbana de São João D’Aliança. Em novembro o destaque é o aniversário da cidade. Na ocasião são realizados shows e os bares ambulantes se beneficiam. Apesar dos diversos eventos, a população sente falta de um local para divulgar o artesanato e os trabalhos realizados no município. A seguir estão listadas as principais datas e festas populares do município:

 14 a 20 de janeiro – Festa de São Sebastião: missas, novenas, terços e baile com apresentação de catira;  Maio – Festa de São João Batista: novenas, missas, terços e baile;  23 a 26 de junho – Caçada da Rainha na comunidade do Forte;  Julho - Festa de São João Batista;  Agosto - Romaria da Pedra Preta;  Novembro - aniversário da cidade.

84 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.1.5.2.6 Teresina de Goiás

Teresina de Goiás é o município mais novo da Chapada dos Veadeiros e apesar de ter muitos atrativos naturais ainda não tem uma grande estrutura voltada para o turismo. Conta com uma exuberante natureza, lindas cachoeiras, serras e rios. Os principais atrativos são:

 Cachoeira do Poço Encantado com ótima estrutura receptiva de hospedagem e alimentação, um local para toda a família e idade, com fácil acesso;  Funil do Paranã, é um enorme cânion cortado com praias e paredões, um lugar mágico no meio do Território Kalunga. Um passeio de barco no funil é uma experiência única, e claro ao sabor da gastronomia Kalunga. A cidade está entre Alto Paraíso e Cavalcante e é um dos portões de entrada para o Território Kalunga, o maior quilombo do Brasil, com muita cultura, história e um povo hospitaleiro e sábio, que vive harmoniosamente.

2.1.5.3 Etnias indígenas e populações tradicionais

2.1.5.3.1 Povos indígenas

A APA de Pouso de Alto abrange os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Nova Roma, São João D’Aliança e Teresina de Goiás. Dos municípios citados somente em Colinas do Sul encontra-se terra indígena, a Terra Indígena Avá-Canoeiro, com uma área demarcada de 38.702,7174ha (perímetro de 110.690,34m – conforme Memorial Descritivo de demarcação – Terra Indígena Avá-Canoeiro (FUNAI.1999).

A pesquisa bibliográfica/documental enfocou a consulta em textos acadêmicos, convênios, textos legais, memorandos, relatórios, pareceres e a peça antropológica produzidos sobre os Avá-Canoeiro. O material consultado foi obtido junto aos acervos de FURNAS, FUNAI e MPF (6ª Câmara).

2.1.5.3.1.1 Breve Descrição da Situação Fundiária

O território tradicional Avá configura-se como uma intrusão Tupi no Cerrado, região tipicamente ocupada por povos Jê. As primeiras notícias sobre os Avá-Canoeiro remontam ao século XVIII, quando frentes de expansão atravessaram a região do Alto rio Tocantins. Considerados como um empecilho à ocupação e colonização da região os Avá-

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Canoeiro sofreram, ao longo do século XIX, a ação de expedições de pacificação e extermínio. “A partir dos anos sessenta do século XIX eles não mais constituíam um obstáculo à ocupação colonizadora do Brasil Central, pois se encontravam em número bastante reduzido” (PACTO cap. 5). No século XX as margens dos rios Maranhão e Tocantins se mantiveram como centros de referência territorial dos pequenos grupos Avá que viviam em intensa mobilidade. Entre 1946 e 1955 o Serviço de Proteção ao Índio - SPI manteve uma frente de atração na região. Os trabalhos desta frente estavam baseados em “relatos de moradores dos municípios de Formoso e Uruaçu, em Goiás, sobre massacres de aldeias Avá-Canoeiro realizados por fazendeiros” (GRANADO, 2005).

Em 1973 os trabalhos da frente de atração foram retomados, resultando no contato com nove índios na região do rio Formoso do Araguaia. “(...) ao invés de demarcar uma área tendo como base o local onde foi realizado o contato, denominado “Mata do Mamão”, a FUNAI optou por transferi-los para a aldeia Canoanã, na ilha do Bananal, junto aos índios Javaé, seus inimigos históricos” (GRANADO, 2005). Neste mesmo ano a FUNAI começou os estudos para interditar uma área nas proximidades da foz dos rios Tocantinzinho e Bagagem. O aumento das notícias sobre índios isolados na região fazia acreditar que logo seriam contatados.

Com o apoio técnico e logístico de FURNAS, em 1994 a FUNAI realizou o levantamento fundiário, cadastrando 64 famílias de ocupantes não-índios, cuja presença no interior da terra interditada foi considerada de boa-fé. Em 02 de outubro de 1996 através da Portaria 598/MJ/96 a Terra Indígena foi declarada de posse permanente dos índios Avá- Canoeiro. Em 1999 teve início a retirada dos não indígenas e foi realizada a demarcação física dos limites da Terra Indígena, que totalizou 38.702,7174ha.

2.1.5.3.1.2 População

Desde os massacres e perseguições a demografia Avá apresenta extrema fragilidade. Em 1983 foram contatados quatro indígenas, três mulheres e um homem. Atualmente a população na TI Avá-Canoeiro é composta por seis indivíduos: duas idosas com aproximadamente 60 e 70 anos; um homem de aproximadamente 46 anos; uma mulher de aproximadamente 38 anos, um jovem de 23 anos e uma jovem de 21 anos. O casamento da jovem Avá com um índio Tapirapé, realizado em 2008, produziu certa dinâmica na frágil demografia Avá. Contrariando as expectativas o casal residiu por um

86 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC curto período na Terra Indígena. Durante os meses de janeiro a outubro de 2010 o casal viveu entre os Tapirapé, no estado do Mato Grosso. 2.1.5.3.1.3 Principais Atividades Produtivas

Na atualidade as atividades produtivas do grupo Avá são desenvolvidas principalmente pelo indígena adulto, que aos 46 anos de idade é o responsável pelo plantio, caça, coleta e eventual pesca. Seu filho, embora tenha 23 anos, estando, portanto, em plenas condições para o trabalho, não pode, neste momento, ser considerado como força de trabalho do grupo doméstico. Com efeito, o ingresso em idade adulta o jovem indígena se distanciou do grupo doméstico. Quando ainda adolescente ele acompanhava o pai nos trabalhos da roça. Hoje em dia, entretanto, apenas contribui com algum pescado eventual. A caça, a pesca e a coleta sempre serviram como complementação da dieta Avá, que como outros grupos Tupi tradicionalmente se dedicavam à agricultura, com ênfase no plantio de milho e mandioca e no fabrico da farinha. Durante os anos de perseguições os cultivos foram, obviamente, abandonados. Contudo, os relatos dos regionais antes do contato sempre indicavam o furto de feijão, abóbora, mandioca. Após o contato, vivendo na Terra Indígena demarcada, os Avá voltaram a plantar suas roças de milho, mandioca e outros cultivos em menor escala, como batata doce, feijão, abóbora, amendoim, melancia, entre outras. O arroz foi trazido com o contato e hoje é um item importante de sua alimentação. A caça ainda hoje é atividade valorizada e sua carne muito apreciada. A coleta de frutos e mel complementam a dieta. Embora pouco apreciada, a pesca faz parte da dieta.

2.1.5.3.2 Comunidades quilombolas

Segundo o INCRA, as comunidades quilombolas são grupos étnicos – predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana, que se auto definem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. Estima-se que em todo o País existam mais de três mil comunidades quilombolas. De acordo com o levantamento realizado no INCRA foi identificado na região que se encontra a área da APA de Pouso Alto quatro comunidades de remanescentes quilombolas certificadas e 19 comunidades sem certificação. Contudo, dentro do limite da área da APA de Pouso Alto encontra-se uma comunidade remanescente quilombola, esta com certificado da Fundação Cultural Palmares, conforme Tabela 20 e Figura 56.

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Tabela 20 - Comunidade Remanescentes Quilombolas na área limite da APA de Pouso Alto Com Certificado Municípios Nome da Comunidade

Cavalcante Kalunga 19/04/2005

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário / Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária / Superintendência Regional do INCRA / Divisão Técnica - SR-13/T. 2011

Figura 56 - Comunidades Quilombolas identificadas na APA de Pouso Alto

2.1.5.3.3 Assentamentos rurais

O INCRA em Goiás em parceria com o exército, nos últimos três anos, conseguiu avançar o número de certificações. Em 2010, o Estado possuía 287 imóveis certificados. No ano seguinte, esse total subiu para 624. Em 2012, atingiu 1300 certificações e em 2013, alcançou 2.455.

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Nos municípios que compõem a APA de Pouso Alto foram identificados 17 Programas de Assentamentos - PAs, somando ao todo 1.167 famílias assentadas em uma área de 55.716,99ha. Contudo a APA de Pouso Alto não abrangie os municípios como um todo. Diante disso, dentro da APA só encontram-se 8 PAs, em uma área de 32.055,31ha, conforme Tabela 21 e Figura 57.

Tabela 21 - Programa de Assentamento do INCRA Identificados nos municípios da APA de Pouso Alto. Área Ha Municípios Nome do Assentamento Nº de Famílias Sílvio Rodrigues 118 4.840,00 Alto Paraíso Esusa 49 13.884,27 Terra Mãe 100 4.267,37 Colinas do Sul Angico 20 968,00 Córrego Bonito 86 3.321,87 Cavalcante Rio Bonito 70 -- Vida Nova II 54 2.904,00 São João D’Aliança Benemilson Oliveira dos Santos 39 1.869,80

Fonte: Secretarias municipais de Agricultura e Meio Ambiente dos Municípios de Alto Paraíso, Colinas do Sul, Cavalcante e São João D’Aliança, consultando em junho de 2014

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Figura 57 - Programas de assentamento identificados na APA de Pouso Alto

Fonte: INCRA, 2014

2.1.6 Legislação Federal, Estadual e Municipal Pertinente

A Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto se situa no estado de Goiás. Assim, os diplomas legais normatizadores do uso dos recursos ambientais, direta ou indiretamente relacionados à UC, serão listados e discutidos abaixo. A Lei 9.985/00, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, define questões relacionadas à criação, implantação e gestão das diferentes categorias de manejo, dentre as quais as Áreas de Proteção Ambiental. Esta Lei foi regulamentada pelo Decreto 4.340/02, sendo que estes dois instrumentos legais definem geral e especificamente a conduta gerencial interna da UC. Adicionalmente, a Lei 9.605/98, a Lei de Crimes Ambientais e o Decreto 3.479/99 definem aspectos relacionados aos crimes cometidos nestas unidades de conservação, mesmo os que as afetam indiretamente. Neste particular, o Artigo 40 da Lei 9.605/98 tem proporcionado algumas contradições em sua aplicação quando da autuação de crimes aos quais são atribuídos danos indiretos às UCs. Isto tem ocorrido em função de que, na

90 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC maioria das ocasiões, os autos de infração não são subsidiados por pareceres técnicos ou relatórios de perícia que evidenciam tecnicamente estes impactos, como por exemplo, em situações de poluição de recursos hídricos, a montante das UCs. O licenciamento ambiental das atividades consideradas de significativo impacto ambiental ou nas situações em que estas UCs estão localizadas nas áreas de influência das atividades dos empreendimentos em licenciamento obedece às disposições constantes no Artigo 36 da Lei 9.985/00 e Decreto 4.340/02, especialmente no que se refere à obrigatoriedade da compensação por significativo impacto ambiental. O percentual mínimo a ser destinado a esta compensação é de 0,5% de acordo com o grau de impacto ambiental do empreendimento. Esta graduação e a consequente determinação do percentual a ser destinado à compensação ambiental são determinados por meio de metodologia elaborada pela DIREC/IBAMA, durante a instrução dos procedimentos administrativos de licenciamento, já que cabe ao IBAMA licenciar os empreendimentos localizados nas zonas de amortecimento das UC’s federais. A seguir, são apresentados outros diplomas federais que afetam direta ou indiretamente a gestão de UC’s (Tabelas 22 e 23).

Tabela 22 - Principais Instrumentos legais federais ambientais

INSTRUMENTO DATA RESUMO LEGAL Decreto-Lei n.º3.365 21/06/1941 Dispõe sobre a desapropriação por utilidade pública Lei n.º 5.197 03/10/1967 Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências Proíbe a instalação e funcionamento de barracas, tendas etc. Portaria n.º 1.477 18/05/1970 no perímetro dos Parques Nacionais Decreto n.º 84.017 21/09/1979 Aprova o regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros Acesso gratuito de ex-combatentes do Brasil a Parques Portaria n.º 657-P 05/09/1980 Nacionais Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Lei n.º 6.902 27/04/1981 Proteção Ambiental e dá outras providências Dispõe sobre Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins Lei n.º 6.938 31/08/1981 e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências Regulamenta trânsito de motocicletas e veículos afins nos Portaria n.º 208-P 08/06/1982 Parques Nacionais

Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos Lei n.º 7.347 24/07/1985 causados ao Meio Ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético e dá outras providências

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INSTRUMENTO DATA RESUMO LEGAL Resolução Dispõe sobre as queimadas de manejo nas Unidades de 14/12/1988 CONAMA nº 011 Conservação Resolução 16/03/1988 Constituição de mutirões ambientais CONAMA n.º 3

Resolução 14/13/1988 Dispõe sobre as Áreas de Proteção Ambiental CONAMA n.º 10

Trata da proteção ao Meio ambiente no Artigo 225, Capitulo Constituição Federal 05/10/1988 VI do Meio Ambiente

Resolução 14/12/1988 Proteção às Unidades de conservação CONAMA n.º 11 Vincula às Diretorias de Ecossistemas e de Recursos Portaria n.º 384 27/06/1989 Naturais Renováveis as Unidades de Conservação Cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente e dá outras Lei nº 7.797 10/07/1989 providências. Acesso gratuito aos Parques Nacionais de pessoas maiores Portaria n.º 760 27/09/1989 de 60 anos Dispõe sobre a coleta por estrangeiros de dados e materiais Decreto n.º 98.830 15/01/1990 científicos no Brasil e dá outras providências Título de reconhecimento de Reservas Particulares do Portaria n.º 828 01/06/1990 Patrimônio Natural RPPN Regulamenta a Lei n.º 6.902, de 27 de abril de 1981 e a Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, Decreto n.º 99.274 06/06/1990 respectivamente, sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional de Meio Ambiente. Dá outras providências

Portaria n.º 887 15/06/1990 Dispõe sobre a proteção de cavidades naturais subterrâneas

Dispõe sobre a proteção das cavidades naturais subterrâneas Decreto n.º 99.556 01/10/1990 existentes no Território Nacional e dá outras providências

Resolução Proteção dos Ecossistemas do Entorno das Unidades de 06/12/1990 CONAMA n.º 13 Conservação Lei n.º 8.171 17/01/1991 Dispõe sobre a política agrícola

Estabelece preços de ingressos e permanência em Parques Portaria n.º 39 16/08/1991 Nacionais, Reservas Biológicas, Estações Ecológicas e Jardim Botânico do Estado do Rio de Janeiro

92 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

INSTRUMENTO DATA RESUMO LEGAL Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona Lei n.º 8.617 04/01/1993 econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências Aprova o Regimento Interno do Conselho Nacional de Portaria n.º 216 15/07/1994 Unidades de Conservação SNUC Dispõe sobre filmagens, gravações e fotografias em Portaria n.º 90-N 02/09/1994 Unidades de Conservação Regulamenta a Pesquisa Científica em Unidades de Portaria n.º 91-N 02/09/1994 Conservação SNUC Resolução Reparação de danos ambientais causados pela destruição de 14/04/1996 CONAMA n.º 2 florestas e outros ecossistemas Dispõe sobre o reconhecimento das Reservas Particulares do Decreto n.º 1.922 05/06/1996 Patrimônio Natural e dá outras providências Resolução Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas Lei nº 9.605 12/02/1998 de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Lei nº 9.790 23/03/1999 Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.

Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Lei nº 9.985 18/07/2000 Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Institui princípios e diretrizes para a implementação da Decreto nº 4.339 22/08/2002 Política Nacional da Biodiversidade.

Regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, Decreto nº 4.340 22/08/2002 que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências.

Dispõe sobre o acesso público aos dados e informações Lei nº 10.650 16/04/2003 existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sisnama.

Estabelece diretrizes aos órgãos ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de gastos de Resolução recursos advindos de compensação ambiental, conforme a 05/04/2006 CONAMA nº 371 Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUCe dá outras providências.

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INSTRUMENTO DATA RESUMO LEGAL

Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio Decreto nº 6.514 22/07/2008 ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências.

Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2odo art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de Lei nº 12.527 18/09/2011 dezembro de 1990; revoga a Lei no11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.

Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso Decreto nº 7.724 16/05/2012 XXXIII do caput do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição.

Dispõe, no âmbito do licenciamento ambiental sobre a autorização do órgão responsávelpela administração da Unidade deConservação (UC), de que trata o § 3º do Resolução 17/12/2010 artigo 36 da Lei nº 9.985 de 18 de julho de2000, bem como CONAMA nº 428 sobre a ciência do órgãoresponsável pela administração da UC nocaso de licenciamento ambiental deempreendimentos não sujeitos a EIA-RIMA edá outras providências

Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; Lei nº 12.727 17/10/2012 revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

No âmbito estadual, tem-se os seguintes instrumentos legais:

Tabela 23 - Principais Instrumentos Legais do Estado de Goiás

INSTRUMENTO DATA RESUMO LEGAL Dispõe sobre a prevenção e controle da poluição do meio Lei nº 8.544 17/10/1978 ambiente.

94 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

INSTRUMENTO DATA RESUMO LEGAL Aprova o Regulamento da Lei n.º 8.544, de 17 de outubro de Decreto nº 1.745 06/12/1979 1978, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição no meio ambiente. Aprova o regimento interno do Conselho Estadual de Meio Decreto nº 2.839 08/10/1987 Ambiente. Institui o Programa de Educação Ambiental no Estado de Decreto nº 2.955 03/06/1988 Goiás e dá outras providências. Institui a política florestal do Estado de Goiás e dá outras Lei nº 12.596 14/03/1995 providências. Institui a Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Lei nº 12.603 07/04/1995 Hídricos – SEMARH. Aprova o regulamento do fundo estadual de meio ambiente – Decreto nº 4.470 19/06/1995 FEMA, e dá outras providências. Aprova o regulamento da Secretaria de Meio Ambiente e dos Decreto nº 4.469 19/06/1995 recursos hídricos e dá outras providências. Dispõe sobre o conselho estadual de recursos hídricos – Decreto nº 4.468 19/06/1995 CERHI e dá outras providências. Institui Grupo Especial para elaboração da proposta de Decreto nº 4.479 23/06/1995 criação da Reserva da Biosfera do Cerrado Fase II. Regulamenta a Lei nº 12.596, de 14/03/1995, que dispõe Decreto nº 4.593 13/11/1995 sobre a política florestal do Estado de Goiás. Dispõe sobre a pesca, aquicultura e proteção da fauna Lei nº 13.025 13/01/1997 aquática e dá outras providências. Estabelece normas de orientação à política estadual de recursos hídricos, bem como ao sistema integrado de Lei nº 13.123 16/07/1997 gerenciamento de recursos hídricos, e dá outras providências. Institui o programa de descentralização das ações ambientais Decreto nº 5.159 29/12/1999 no Estado de Goiás. Redução do ICMS para industrialização ou comercialização Decreto nº 5.157 29/02/2000 de animais silvestres em criatórios estabelecidos no Estado de Goiás.

Dispõe sobre o Plano de exploração florestal e uso Portaria nº 22-N 20/09/2001 alternativo do solo previstos na Lei n.º12.596 de 14 de março de 1995 e no Decreto n.º 4.593, de 13 de novembro de 1995.

Institui o Sistema Estadual de Unidades de Conservação do Lei nº 14.247 29/07/2002 Estado de Goiás. Lei nº 14.241 29/07/2002 Proteção à Fauna.

95 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

INSTRUMENTO DATA RESUMO LEGAL Resolução CEMAm 20/05/2003 Dispõe sobre pesquisas em UC nº 029 Institui a Câmara Superior das Unidades de Conservação do Decreto nº 5.806 21/07/2003 Estado de Goiás. Regulamenta a Lei no 14.241, de 29 de julho de 2002 e dá Decreto nº 5.899 09/02/2004 outras providências. Dispõe sobre a proposta do Ministério Público Resolução CEMAm relativo à vedação à exploração e/ou supressão 30/08/2005 nº 051 vegetal de qualquer natureza na área compreendida pela APA de Pouso Alto. Dispõe sobre o processo de consultas Resolução CEMAm 21/02/2006 públicas para criação de unidades de nº 058 conservação no Estado de Goiás. Resolução CEMAm Dispõe sobre as diretrizes para gestão da 04/07/2007 nº 073 biodiversidade no Estado de Goiás. Dispõe sobre o processo de realização deestudos técnicos Resolução CEMAm para criação de unidadesde conservação no Estado de Goiás, 31/10/2007 nº 079 excetuando-se a Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN. Institui o Programa Estadual de Apoio a Reservas Particulares do Patrimônio Natural, dispõe sobre a criação, Decreto nº 7.665 03/07/2012 implantação e gestão de reservas particulares do patrimônio natural e dá outras providências. Regulamenta a Lei Complementar n° 90, de 22 de dezembro Decreto nº 8.147 08/04/2014 de 2011. Dispõe sobre a Política de Desenvolvimento do Ecoturismo Lei nº 14.769 12/05/2004 e do Turismo Sustentável no Estado de Goiás Dispõe sobre a criação do Serviço Voluntário Ambiental no Lei nº 17.329 20/06/2011 âmbito do Estado e dá outras providências.

Dispõe sobre procedimentos gerais para a autorização de instalação e funcionamento de estações de telecomunicações de transmissão e de antenas transmissoras de rádio, Lei nº 17.857 10/12/2012 televisão, telefonia, telecomunicação em geral e de outros equipamentos afins em unidades de conservação integrantes do SEUC e dá outras providências.

Dispõe sobre as infrações administrativas ao meio ambiente Lei nº 18.102 18/07/2013 e respectivas sanções, institui o processo administrativo para sua apuração no âmbito estadual e dá outras providências.

96 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

INSTRUMENTO DATA RESUMO LEGAL Regulamenta o disposto no inciso III do § 1º do art. 107 da Lei Complementar nº Constituição Estadual, acrescido pela Emenda 20/12/2011 90 Constitucional nº 40, de 30 de maio de 2007, e dá outras providências.

Pode-se observar que Goiás é um estado que apresenta leis específicas instituindo o sistema de unidades de conservação estadual. Os Municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Nova Roma, São João D’Aliança e Teresina de Goiás não contam com um Código Municipal do Meio Ambiente, seguindo a legislação Estadual. As Secretárias de Meio Ambiente dos municípios reconhecem que existem problemas de ajustes e aplicação da legislação ambiental nos municípios.

2.2 CARACTERIZAÇÃO DA UC

2.2.1 Informações Gerais sobre a Unidade de Conservação

2.2.1.1 Acesso à Unidade

A Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto está localizada na região Nordeste do Estado de Goiás, na área pertencente aos municípios de Alto Paraíso de Goiás, São João d’Aliança, Teresina de Goiás, Cavalcante, Nova Roma e Colinas do Sul. Os núcleos urbanos próximos e de maior porte são: a capital federal (Brasília) distando 230km a partir de Alto Paraíso de Goiás, e a capital estadual (Goiânia) distando do mesmo municipio 439km (Figura 58). A partir de Brasília, o acesso a APA se dá pela BR-020 passando por Planaltina (DF) e em seguida pela GO-118, passando por São Gabriel e São João D’Aliança, cuja porção Norte já se encontra dentro da APA. Alternativamente, o acesso a partir de Goiânia pode ser feito pela cidade de Niquelândia, a Oeste da APA, que dará acesso por Colinas do Sul. Existem diversos acessos que cortam a APA, fazendo ligação entre as cidades de Alto Paraíso e Colinas, Colinas a Minaçu e Minaçu a Cavalcante.

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Figura 58 - Acesso e localização da APA de Pouso Alto

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2.2.1.2 Origem do Nome e Histórico de Criação da UC

A região da APA apresenta uma grande variação altimetrica, que vai de 600 até cerca de 1.700m, sendo o ponto mais alto do Estado de Goiás, região denominada então de Pouso Alto, de onde se originou o nome da APA. A proposta de criação da APA de Pouso Alto é de autoria da Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – Goiás (SEMARH), financiada pelo Fundo Estadual do Meio Ambiente (FEMA). A proposta baseou-se, dentre outras coisas, nas indicações técnicas que, na década de 60, determinaram o decreto de criação de um Parque Nacional com 625 mil hectares, que após ações contrárias teve sua área reduzida para 60 mil hectares. Cinquenta anos depois, a criação da APA tentou resgatar o decreto inicial delimitando uma UC de mais de 800 mil hectares (Figura 59). A criação da APA foi também uma forma de certificar as atividades desenvolvidas dentro de seus limites, sendo, portanto um componente estratégico no desenvolvimento do Estado. A OCA Brasil, ONG destinada a conservação ambiental, proponente à criação desta APA. Teria feito a proposta em uma reunião na Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente realizada em novembro de 1999. Nesta reunião a OCA Brasil teria proposto a criação de uma unidade de conservação, a APA de Pouso Alto, que deveria abranger aproximadamente 600 mil hectares, número estimado com base na área originalmente prevista para o Parque Nacional do Tocantins. Nesta reunião estiveram presentes: Paulo Nogueira Neto (representantes do CONAMA e da Adesp), Marcelo de Oliveira Safadi (Superintendente Executivo da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Goiás), Jair Pereira Barbosa (então Prefeito de Alto Paraíso), Marco Antônio Caminha e João Baptista Monsã (Ministério do Meio Ambiente), Moacir Arruda (Ibama), Mari Bolocci (Universidade Federal de Goiás), Paulo Maluhy (OCA) e Ricardo Mesquita Fonseca, Rogério Dias e Alan Gonçalves Barbosa (WWF). No relatório de atividades elaborado pelo Grupo Nativa, contratado pelo WWF, observou-se que entre 2000 e 2001, foram desenvolvidas atividades visando a aprovação da APA de Pouso Alto na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e da Reserva da Biosfera do Cerrado Fase II. Segundo relatório deste Grupo, as atividades se iniciaram com uma reunião realizada em agosto de 2000, na sede do WWF em Brasília, onde foi elaborado o plano de execução dos trabalhos sob a coordenação de Leonardo Lacerda. Nesta ocasião foram definidos os novos limites da APA. A equipe formada por: biólogos, Rogério Dias (Biólogo),

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Bismarque Villa Real (Consultor em Ecoturismo), Paulo Bertran (Historiador), Paulo Paiva (Engenheiro Civil – SEMARH), Marcelo Safadi (Arquiteto – Sup. Executivo/SEMARH), Tadeu Veiga (Geólogo), Juliana Ferreira Leite (Geógrafa /AGMAR), Luiz José da Cunha Lima (Guia da Chapada), Ângelo Rizzo (Biólogo), Ricardo Mesquita da Fonseca (WWF), Roberto Gerosa (WWF) Fernando Santana (WWF) e Paulo Maluhi e Xá (OCA), percorreu as seguintes localidades: Alto Paraíso – Cavalcante – Araí – Minaçú – Serra da Mesa – Colinas – São Jorge – Alto Paraíso.

Figura 59 - Localização do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e da Área de Proteção Ambiental Pouso Alto

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2.2.2 Caracterização dos Fatores Abióticos

O diagnóstico referente ao meio físico tem caráter fundamental em estudos desta natureza, isso porque trata da superfície terrestre e dos processos modeladores da paisagem. Segundo Ross (2009), a funcionalidade dos ambientes naturais é comandada pela energia solar por meio da atmosfera e pela energia do interior da Terra por meio da litosfera. Ainda segundo o autor, a troca permanente de energia e matéria que se processa nessas duas grandes massas, aliada à presença da água em seus três estados físicos, é a responsável pela dinâmica e pela presença da vida vegetal e animal. O meio físico é um dos componentes que devem ser obrigatoriamente tratados em estudo de Planos de Manejo para auxiliar na gestão de Unidades de Conservação, podendo ser considerado como passivo e/ou ativo, recebendo ou deflagrando impactos e processos, em resposta à interação homem-meio, neste caso nos limites da Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto. Busca-se a sua abordagem de maneira integrada, enfocando a dinâmica de cada uma de suas formas de interação, envolvendo desde fluxos energéticos atuantes no meio até seus componentes materiais. Para isso deve-se rever noções fundamentais relacionadas com à inserção do meio físico no contexto dos grandes ciclos terrestres (ciclo da água, do ar e das rochas) e suas interações (BITAR et al., 1990) (Figura 60).

Figura 60 - Modelo esquemático dos aspectos do meio físico consideram o seu processamento/interação na paisagem

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Os desafios dessa temática ambiental é elucidar os processos pelo qual é modelado a superfície, e, sobretudo, levar a luz do planejamento socioambiental a dialética constante entre homem e natureza nas suas diversas formas de apropriação. As formas de uso e ocupação envolvem interferências locais e até mesmo regionais. As interferências causadas por pressões de cunho antrópico em virtude de dinâmicas socioeconômicas, por vezes estaduais, nacionais e até mesmo mundiais ocorrem em diversas frentes ao longo dos tempos, antes da implantação de unidades de conservação, posteriormente a sua definição e até mesmo de posse do plano de manejo da área objetivada. Para tanto, o presente estudo busca elucidar as principais características da área, no que se refere ao Clima, Geologia, Geomorfologia, Pedologia e Recursos Hídricos, entendendo que estes componentes têm contribuições essenciais à dinâmica do meio ambiente da área, além de fornecer subsídios para o entendimento das influências positivas e negativas inerentes a constituição a Unidade de Conservação e o que sua implantação traz. Deste modo buscou-se tratar dos aspectos de cada meio sugerindo sua influência no todo, alguns aspectos avaliados sob a ótica da sua temática, correlacionando os aspectos consagrados por cada meio, dos quais são considerados relevantes do ponto de vista da sua alteração face as interferências antropogênicas. A metodologia que contempla a dinâmica do meio físico foi preliminarmente definida com base nos aspectos técnicos-cientificos e termo de refrência proposto (IBAMA, 2002). Com objetivo de amostrar as condições físico-naturais da Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto, conjuntamente com os levantamentos e analises de informações secundárias, foi indubitável as prospecções realizadas em campo, entre os dias 13 e 19 de Junho de 2014. O levantamento de campo serviu de base para o refinamento e validação das informações das cartas de geologia, geomorfologia, solos e hidrografia, bem como foi útil para a coleta de solo e rocha na área de estudo. A equipe, composta por profissionais responsáveis pela elaboração do diagnóstico do meio físico, percorreu trechos situados no interior da área estudada. A definição dos percursos realizados foi pautada na acessibilidade, nos mapeamentos geológicos, geomorfológicos, de reconhecimento de solos pré-existentes e por meio das informações da rede de drenagem. As observações de campo tiveram como base elementos como perfis em cortes de estradas e/ou morros, formas do relevo, cotas altimétricas, mudanças ou quebras de declividade, grau de dissecação, discordâncias, distribuição e natureza da cobertura vegetal e usos das terras.

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Adicionalmente, durante os percursos de campo, procurou-se obter dados objetivos, como tipos de rochas, formas do relevo, grau de declividade, classes de solos, áreas úmidas, entre outros, bem como também dados subjetivos complementares às observações efetuadas. Realizou-se por meio de questionamentos aos moradores e trabalhadores na área, indagações acerca do nível das águas, períodos chuvosos, focos erosivos, conservação das áreas, entre outros pontos importantes para a conservação. Efetuou-se em todos os trajetos realizados o registro fotográfico dos elementos observados, assim como registro das coordenadas com receptor GPS. Utilizando-se da metodologia supracitada buscou-se:  Confirmar, por meio de pontos plotados com base em aparelho GPS, as ocorrências de materiais geológicos que contemplam as litoestratigrafias que constavam no mapa de geologia bem como da espeleologia;  Verificar a consistência do material litológico do entorno e do assoalho do local da APA;  Identificar camadas de rochas que tenham potencial mineralógico para confrontar com as áreas de concessão de pesquisa e extração mineral junto ao DNPM;  Identificar a macroestrutura geomorfológica do qual a APA está inserida;  Levantar as unidades morfológicas com base no padrão de tipos de relevos conforme a proposição da taxonomia do relevo;  Avaliar o grau de declividade das vertentes;  Identificar morfologias do terreno de deposição de sedimentos, aluviais e coluviais;  Cadastrar processos de erosão linear, laminar, diferencial, eólica e tubular em porções da APA de elevado interesse socioeconômico;  Confirmar por meio de perfuração a trado de mão e cortes de estradas o sistema pedológico da área, com base nas características do solo;  Coletar amostras de solos e encaminhá-las para análise laboratorial, com vistas a conhecer inteiramente as características pedológicas de boa parte das terras da região;  Identificar os tipos de uso e ocupação sobre os diferentes tipos de solos;  Elucidar dúvidas quanto à abrangência e/ou localização além de identificar novas ocorrências que porventura ainda não foram registradas e mapeadas;  Identificar os sistemas hidrográficos da área por meio de caminhamentos e marcação de pontos por meio do GPS;  Avaliar a situação das principais bacias hidrográficas, seu leito menor, leito maior, diques marginais, erosão das margens e tipologia do curso d’água;

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 Efetuar o registro fotográfico nos variados pontos percorridos, com objetivo de ilustrar amostrar os locais o mais fielmente possível a sua descrição observa-se na Figura 61, os pontos amostrais realizados por toda a APA e alguns registros fotográficos das prospecções efetuadas na campanha de campo.

Figura 61 - Pontos de amostragem ao longo da Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto. Nos diversos locais visitados os procedimentos de prospecção de Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Recursos Hídricos e Clima foram executados com vistas a validação de informações obtidas em dados secundários.

O clima da região onde se insere a APA de Pouso Alto será elucidado a partir do enfoque macroclimático e do clima regional. No primeiro momento acatará os pressupostos de koppen (1948) ao classificar o clima global, aos quais serão complementados a partir das análises baseados na obra de Nimer (1989). Pôr fim, o clima regional será levantado e considerado a partir dos dados registrados pelas estações pluviométricas, fluviométricas, convencionais e automáticas localizadas nos municípios contemplados pela APA.

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A análise do clima da APA de Pouso Alto esteve baseada na coleta de dados sobre o clima da área, suas principais características e sua correlação com o relevo e o solo. Foi utilizado o novo mapa de climas do Brasil, apresentado por Alvares et al. (2013), baseado no sistema de classificação climático de Koppen (1948). Essa classificação foi lançada a primeira vez em 1900, e esteve sujeitas a alterações pelo próprio autor. De forma sucinta, essa classificação está baseada na relação entre clima e vegetação, incluindo critérios numéricos – os elementos climáticos, que são usados para distinguir os diversos climas presentes no planeta. Na análise dos elementos climáticos foram utilizados dados disponíveis pela Agência Nacional de Água – ANA, das estações pluviométricas e fluviométricas dos municípios que compõem a APA. Foram identificadas 6 estações pluviométricas (Tabela 24), distribuídas nos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Teresina de Goiás, Colinas do Sul e Niquelândia, este último fazendo divisa com o limite sudoeste da APA.

Tabela 24 - Dados das estações pluviométricas localizadas nos municípios que fazem parte da APA de Pouso Alto.

ESTAÇÕES PLUVIIOMÉTRICAS Anos de Latitude Longitude Código Nome UF Município Operadora Operação ALTO PARAÍSO ALTO PARAÍSO -14:8:5 -47:30:42 1447000 GOIÁS ANA 1969-2012 DE GOIÁS DE GOIÁS PONTE RIO -13:59:20 -47:55:42 1447004 GOIÁS CAVALCANTE ANA 1984-2012 PRETO -13:47:49 -47:27:42 1347000 CAVALCANTE GOIÁS CAVALCANTE FURNAS 1969-2012 SÃO LUIZ DO -14:14:25 -48:1:17 1448008 GOIÁS NIQUELÂNDIA FURNAS 1995-2012 TOCANTINS PONTE TERESINA DE -13:25:31 -47:8:21 1347001 GOIÁS ANA 1969-2012 PARANÃ GOIÁS COLINAS DO COLINAS DO -14:9:2 -48:4:42 1448000 GOIÁS ANA 1968-2012 SUL SUL

Fonte: ANA (2014).

De maneira complementar, foram utilizados os dados da estação meteorológica do município de Posse-GO (Tabela 25), de modo a auxiliar na discussão climática. Deve-se esclarecer, que não havia outras estações meteorológicas dentro do limite da APA, sendo a estação de Posse-GO a mais próxima da área estudada. Seus dados estão disponíveis no site do Instituto Nacional de Meteorologia - INMET. Desta estação foram discutidos os dados de velocidade do vento (mps), pressão atmosférica (mbar), temperatura (ºC) e umidade relativa do ar (%), dentro de um recorte temporal de 10 anos.

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Tabela 25 - Dados da estação de Posse-GO Estação: 83332 - POSSE - GO Latitude -14.1 Longitude -46.36 Altitude 825.64m Início da Operação 04/08/1975 Situação: Operante Período solicitado dos dados 01/01/2002 a 31/12/2012

Fonte: INMET (2014).

O conhecimento Geológico é parte fundamental do contexto físico, trata-se de um dos primeiros passos ao entendimento da dinâmica da área, sobretudo a pretérita. É no arcabouço geológico que se assentam o manto pedológico, a cobertura vegetal, a fauna e se dão as dinâmicas sociais. O entendimento da base rochosa é de certa maneira significante do ponto de vista técnico e econômico. O levantamento dos aspectos geológicos foi realizado previamente por meio de bibliografia especializada da região. Teve como base principal os trabalhos desenvolvidos no Serviço Geológico do Brasil (CPRM) sob a autoria de Santos (2003) Bizzi et al. (2003) e Dardenne; Campos (2000), além de trabalhos relacionadas a área, o Plano de Manejo do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (ROSA; TOLENTINO, 2009), o Levantamento dos Recursos Naturais do Projeto RADAMBRASIL (BRASIL, 1982) e IANHEZ et al. (1983), entre outros. Com relação ao potencial mineral da área será realizado associação do material litológico com os processos minerários protocolados no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), do qual fornece um panorama das condições atuais dos processos minerários da região. A cartografia é para o levantamento geológico o produto síntese de entendimento dos fatos que o circunscreve. O estudo se apoiará nas interpretações de imagens orbitais obtidas junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por meio do Divisão de Geração de Imagens (DGI), complementar as estas serão consultados via software as imagens de alta resolução espacial contidas do Google Earth®, das quais servirão de apoio ao entendimento das formações e grupos geológicos. A validação dos fatos geológicos foi segundo metodologia convencional de trabalho de campo, que compreende o levantamento de seções geológicas pré-selecionadas, descrição de afloramentos, coleta de amostras de rocha, interpretação e integração das fotografias aéreas e das imagens de satélite supracitadas. A descrição eminentemente técnica,

106 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC opta por incluir breves explicações, de forma a facilitar a compreensão sem comprometer o rigor científico, baseados em convenções nacionais e internacionais. Para tanto o levantamento realizado para o estado de Goiás e Distrito Federal (MOREIRA et al., 2008) foi extraído para compor as características das unidades litoestratigráficas da área. As mudanças geomorfológicas na superfície terrestre, resultantes das intensas oscilações climáticas e tectônicas pretéritas, resultaram numa diversidade de tipologias de formas do relevo terrestre, que vai desde montanhosas a planas. O relevo é entendido como um recurso natural, pois as variações de tipos de formas favorecem ou dificultam os usos que as sociedades fazem da superfície (ROSS, 2009). Por vezes constituem a ambiência necessária para a formação de tipos de solos distintos; de férteis a inférteis; de alta a fraca erodibilidade. Além é claro do condicionamento ao uso e ocupação diversos. No que tange a Geomorfologia o levantamento bibliográfico foi inicialmente pertinente, com vistas a prévia compreensão da região da APA de Pouso Alto, onde serão utilizados os levantamentos do recursos naturais do Projeto RADAMBRASIL nas Folhas SD 23 e SE 22, respectivamente (BRASIL, 1982; 1983). Complementar a isto o estudo geomorfológico se baseará nos pressupostos geológicos que dão sustentação, sobretudo na gênese das formas de relevo. Para tanto foi imprescindível o uso de material cartográfico, imagens de sensores remotos Landsat e Google Earth onde as informações foram refinadas posteriormente. Aliadas as imagens de satélites será utilizada imagens de radar oriunda do programa Shuttle Radar Topography Mission Data (NASA, 2000), que possibilita a formulação do Modelo Digital de Elevação (MDE) da área na escala de 1:100.000. O modelo ainda possibilita a elaboração da carta Hipsométrica da APA, considerada imprescindível do ponto de vista do zoneamento da região. A manipulação cartográfica do material foi elaborado em ambiente SIG (Sitema de Informação Geográfica) nas plataformas ArcGIS® v.10.1 e Global Mapper® v. 14.2. Foram abordados no estudo os aspectos morfológicos e da morfodinâmica do relevo, baseados nas convenções estabelecidas no Manual Técnico de Geomorfologia (IBGE, 2009). Os relevos foram classificados de acordo com a sua gênese, ou seja, de acordo com os fatores ou processos que os originaram ou modelaram. O refinamento das informações foram realizados em campo, na escala de trabalho local, onde foram tabulados os principais elementos observados na paisagem que circunda a região. A metodologia para o estudos do relevo em campo foi amparada pelas condições atuais da região, tendo como indicadores: afloramentos rochosos; escarpas erosivas; quebras topográficas do relevo; áreas encachoeiradas; falhas

107 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC geológicas; lineamentos de canais; rampas coluviais e aluviais; topos tabulares e aguçados; terraços; planície e planaltos; encostas; processos erosivos e deposicionais; entre outros. O levantamento pedológico da área em estudo foi realizado com base em dados secundários e primários, com consulta preliminar ao levantamento de solos do Projeto RADAMBRASIL, Folha SD 23 Brasília e Folha SE-22 Goiânia, na escala de 1:1.000.000 (BRASIL, 1982; 1983). O material foi ainda refinado, utilizando imagens dos sensores remotos (LANDSAT e GEOGLE EARTH) e cartas plani-altimétricas do IBGE em escalas de análise, fez-se a validação dos solos a partir do Modelo Digital de Elevação (MDE) por meio do programa Shuttle Radar Topography Mission Data (NASA, 2000), na escala de 1:100.000. A validação das tipologias esteve baseado no levantamento de campo diferentes setores da região, sendo avaliados perfis de solo e análises dos horizontes, e posterior coleta para análise em laboratório da fertilidade e textura. A caracterização do solo levou em consideração seus aspectos morfológicos, físicos, químicos, mineralógicos e biológicos. A classificação foi de acordo com Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – SiBCS (EMBRAPA, 2006). Para fins de entendimento da Suscetibilidade à Erosão das Terras foram considerados o mapeamento do Projeto RADAMBRASIL (BRASIL, 1982) juntamente com o mapeamento da Geodiversidade de Goiás realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM, 2013). Para a caracterização da aptidão agrícola da região foi adotada a metodologia proposta e largamente utilizada por Ramalho Filho e Beek (1995):

CRITÉRIOS BÁSICOS: A metodologia da interpretação desenvolvida por Ramalho Filho & Beek (1995), segue orientações contidas no “Soil Survey Manual” (Estados Unidos, 1951) e na metodologia da FAO (1976), que recomendam que a avaliação da aptidão agrícola das terras seja baseada em resultados de levantamentos sistemáticos, realizados com base nos vários atributos das terras - solo, clima, vegetação, geomorfologia, etc.

NÍVEIS DE MANEJO CONSIDERADOS: Tendo em vista práticas agrícolas ao alcance da maioria dos agricultores num contexto específico, técnico, social e econômico, são considerados três níveis de manejo, visando diagnosticar o comportamento das terras em diferentes níveis tecnológicos. Sua indicação é feita através das letras A, B e C, as quais podem aparecer na simbologia da

108 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC classificação escritas de diferentes formas, segundo as classes de aptidão que apresentam as terras em cada um dos níveis adotados. - Nível de Manejo A (primitivo) Baseado em práticas agrícolas que refletem um baixo nível tecnológico. - Nível de Manejo B (pouco desenvolvido) Baseado em práticas agrícolas que refletem um nível tecnológico médio. - Nível de Manejo C (desenvolvido) Baseado em práticas agrícolas que refletem um alto nível tecnológico. Os níveis B e C envolvem melhoramentos tecnológicos em diferentes modalidades. Contudo, não levam em conta a irrigação na avaliação da aptidão agrícola das terras. A classificação da aptidão agrícola das terras é realizada em função dos graus de limitação atribuídos a cada uma das unidades analisadas. As letras indicativas das classes de aptidão, de acordo com os níveis de manejo, podem aparecer nos subgrupos em maiúsculas, minúsculas ou minúsculas entre parênteses, com indicação de diferentes tipos de utilização, conforme pode ser observado na Tabela 26. Tabela 26 - Simbologia correspondente as classes de aptidão agrícola das terras Tipo de Utilização

Classe de Pastagem Pastagem Aptidão Lavouras Silvicultura Agrícola Plantada Natural Nível de Manejo Nível de Nível de Nível de A B C Manejo B Manejo B Manejo A Boa A B C P S N Regular a b c p s n Restrita (a) (b) (c) (p) (s) (n) Inapta ------Fonte: Ramalho Filho & Beek, 1995

A ausência de letras representativas das classes de aptidão agrícola na simbolização dos subgrupos indica não haver aptidão para uso mais intensivo. Essa situação não exclui, necessariamente, o uso da terra com um tipo de utilização menos intensivo.

GRUPOS, SUBGRUPOS E CLASSES DE APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS: a) Grupos de Aptidão Agrícola Trata-se de mais um artifício cartográfico, que identifica no mapa o tipo de utilização mais intensivo das terras, ou seja, sua melhor aptidão.

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A representação dos grupos é feita com algarismos de 1 a 6, em escalas decrescentes, segundo as possibilidades de utilização das terras. As limitações que afetam os diversos tipos de utilização aumentam do grupo 1 para o grupo 6, diminuindo, consequentemente, as alternativas de uso e a intensidade com que as terras podem ser utilizadas, conforme demonstra a Tabela 27.

Tabela 27 - Alternativas de utilização das terras de acordo com os grupos de aptidão agrícola GRUPOS AUMENTO DA INTENSIDADE DE USO DE LAVOURAS APTIDÃO PRESERVAÇÃO SILVICULTURA AGRÍCOLA DA FLORA E DA E/OU PASTAGEM APTIDÃO APTIDÃO APTIDÃO FAUNA PASTAGEM PLANTADA RESTRITA REGULAR BOA NATURAL

1

2

3

4 DA LIMITAÇÃO DIMINUIÇÃO DAS 5 ALTERNATIVAS DE USO AUMENTO DA INTENSIDADE 6 Fonte: Ramalho Filho & Beek, 1995

b) Subgrupos de Aptidão Agrícola É o resultado conjunto da avaliação da classe de aptidão relacionada com o nível de manejo, indicando o tipo de utilização das terras. No exemplo 1(a)bC, o algarismo 1, indicativo do grupo, representa a melhor classe de aptidão das componentes do subgrupo, uma vez que as terras pertencem à classe de aptidão boa no nível de manejo C (grupo 1); classe de aptidão regular, no nível de manejo B (grupo 2); e classe de aptidão restrita, no nível de manejo A (grupo 3). Em certos casos, o subgrupo refere-se somente a um nível de manejo relacionado a uma única classe de aptidão agrícola.

c) Classes de Aptidão Agrícola Uma última categoria constitui a tônica da avaliação da aptidão agrícola das terras nesta metodologia, sendo representada pelas classes de aptidão denominadas como BOA, REGULAR, RESTRITA e INAPTA, para cada tipo de utilização indicada.

REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA: a) Simbolização

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Conforme exposto, os algarismos de 1 a 5 que aparecem na simbolização cartográfica representam os grupos de aptidão agrícola que identificam os tipos de utilização indicados para as terras - lavouras, pastagem plantada, silvicultura e pastagem natural. As terras que não se enquadram para nenhum desses usos constituem o grupo 6, o qual deve ser mais bem estudado por órgãos específicos, que poderão decidir pela sua melhor destinação. As letras A, B ou C, que acompanham os algarismos referentes aos três primeiros grupos, expressam a aptidão das terras para lavouras em pelo menos um dos níveis de manejo considerados. Conforme as classes de aptidão boa, regular ou restrita, essas letras podem estar maiúsculas, minúsculas ou entre parênteses. Para os grupos 4 e 5, que se referem aos outros tipos de utilização menos intensivos, a indicação da aptidão é feita de modo similar, em maiúsculas, minúsculas e minúsculas entre parênteses, utilizando-se as letras P, S e N.

b) Condições agrícolas das terras: Para a análise das condições agrícolas das terras toma-se hipoteticamente como referência, como tem sido feito até então pelo CNPS/EMBRAPA, um solo que não apresente problemas de fertilidade, deficiência de água e oxigênio, que não seja suscetível à erosão e nem ofereça impedimentos à mecanização. Como normalmente as condições das terras fogem a um ou a vários desses aspectos, estabeleceram-se diferentes graus de limitação em relação ao solo de referência para indicar a intensidade dessa variação. Os cinco fatores tomados tradicionalmente para avaliar as condições agrícolas das terras considerados neste estudo são: deficiência de fertilidade; deficiência de água; excesso de água ou deficiência de oxigênio; suscetibilidade à erosão e impedimentos à mecanização.

c) Avaliação das classes de aptidão agrícola das terras O Quadro Guia de Avaliação da Aptidão Agrícola (Tabela 28), também conhecido como Tabela de conversão, constitui uma orientação geral para a classificação da aptidão agrícola das terras em função de seus graus de limitação, relacionados com os níveis de manejo A, B e C.

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Tabela 28 - Quadro-guia de avaliação da aptidão agrícola das terras GRAUS DE LIMITAÇÃO DAS CONDIÇÕES AGRÍCOLAS DAS TERRAS PARA OS NÍVEIS DE APTIDÃO AGRÍCOLA TIPO MANEJO A, B e C IMPEDIMENTOS DEFICIÊNCIA DE DEFICIÊNCIA EXCESSO DE SUSCETIBILIDA DEUTILIZAÇÃ GRUPO SUBGRUPO CLASSE À FERTILIDADE DE ÁGUA ÁGUA DE À EROSÃO O MECANIZAÇÃO A B C A B C A B C A B C A B C INDICADO N/ L/ L/ L/ L N2 L N/L1 L/ N/L1 N2 L 1 1ABC BOA N/L1 M M M L1 M N L/ L2 M L2 M L/M N2/L M 2 2abc REGULAR L1 M M M L/M1 M/F L LAVOURAS M L2/M M/ L2/M M 1 2 M/ 3 3(abc) RESTRITA M1 M/ M/ M/ M1 F M M/ 2 F 2 F* M1 L2 F F F F F M1 M M/ 4P BOA F1 M/F1 M1/F M/ F PASTAGEM 4 4p REGULAR F1 F1 1 F F PLANTADA 4(p) RESTRITA F1 MF F1 F F

5S BOA 5s REGULAR M/ M/ M M/ M/ SILVICULTURA 5(s) RESTRITA F M/F1 L1 F F1 MF F M/ F F E/OU 5 F F1 L1 F F1 MF F F F F PASTAGEM 5N BOA M MF L/M1 F MF MF MF F F F NATURAL 5n REGULAR F 5(n) RESTRITA

SEM PRESERVAÇÃO APTIDÃO 6 6 - - - - - DA FLORA E DA AGRÍCOL FAUNA A - Graus de Limitação: N - Nulo NOTAS: - Os algarismos sublinhados correspondem aos níveis de viabilidade de melhoramento das condições agrícolas das terras, os L - Ligeiro demais representam os grupos de aptidão. M - Moderado - Terras sem aptidão para lavouras em geral, devido ao excesso de água, podem ser indicadas para arroz de inundação. F - Forte *No caso de grau forte por suscetibilidade à erosão, o grau de limitação por deficiência de fertilidade não dever ser maior do que ligeiro MF - Muito Forte a moderado para a classe restrita - 3(a). / - Intermediário

Fonte: Ramalho Filho & Beek (1995)

112 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

O estudo dos recursos hídricos teve como base dados secundários do Caderno da Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia (MMA, 2006), o qual apresenta valores de excedente hídrico, vazões, entre outras informações socioambientais das sub-bacias que fazem parte da Região Hidrográfica do Tocantins, em especial a unidade do Alto Tocantins, onde está inserida a APA Pouso Alto. Foram coletadas informações das estações fluviométricas do Sistema de Informações Hidrológicas da ANA, disponíveis no site HidroWeb (http://hidroweb.ana.gov.br/) para os municípios que fazem parte da APA. Foram identificadas 19 estações fluviométricas, contudo todas as estações selecionadas não estão mais em atividade, nesse sentido, serão apresentados os dados das estações com dados mais recentes, que são as estações de AHE Boa Vista - Mira E e Ponte Rio Preto, que funcionaram até 2001 e 2006, respectivamente (Tabela 29).

113 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Tabela 29 - Dados das estações fluviométricas localizadas nos municípios que fazem parte da APA de Pouso Alto.

ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS Sub- Anos de Latitude Longitude Código Nome Rio Estado Município Responsável Operadora bacia Operação

20900000 TOCANTINZINHO 20 RIO GOIÁS COLINAS DO ANA ANA 1971-1996 -14:11:1 -48:5:25 TOCANTINZINHO SUL

20920026 AHE SÃO FÉLIX - 20 RIO TOCANTINS GOIÁS COLINAS DO FURNAS FURNAS -13:50:16 -48:18:32 MIRA D SUL 1989-1996

20920030 AHE SÃO FÉLIX - 20 RIO TOCANTINS GOIÁS COLINAS DO FURNAS FURNAS -13:50:10 -48:19:10 MIRA L SUL 1982-1988

20920065 AHE SÃO FÉLIX - 20 RIO TOCANTINS GOIÁS COLINAS DO FURNAS FURNAS -13:49:57 -48:17:54 MIRA E SUL 1988-1996

20920070 AHE SÃO FÉLIX - 20 RIO TOCANTINS GOIÁS COLINAS DO FURNAS FURNAS -13:49:57 -48:17:48 MIRA J SUL 1982-1969

20950000 PONTE RIO 20 RIO PRETO GOIÁS COLINAS DO ANA ANA -13:59:17 -47:55:44 PRETO SUL 1979-2006

21040000 TORÓ 21 RIO SÃO FÉLIX GOIÁS CAVALCANTE TRACTEBE TRACTEB -13:33:11 -47:59:26 L EL s/inf.

21600025 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:26:47 -47:14:30 MIRA E GOIÁS 1992-2001

21600030 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:26:54 -47:14:46 MIRA F GOIÁS 1992-1995

21600035 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:26:58 -47:15:6 MIRA G GOIÁS 1992-1995

21600040 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:26:59 -47:15:13 MIRA H GOIÁS 1992-1996

21600045 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:27:4 -47:15:28 MIRA I GOIÁS 1992-1995

21600050 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:26:30 -47:15:57 MIRA J GOIÁS 1992-1995

21600055 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:26:19 -47:16:11 MIRA K GOIÁS 1992-1995

21600060 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:25:54 -47:16:27 MIRA L GOIÁS 1992-1995

114 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS Sub- Anos de Latitude Longitude Código Nome Rio Estado Município Responsável Operadora bacia Operação

21600065 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:25:50 -47:16:40 MIRA M GOIÁS 1992-1995

21600070 AHE BOA VISTA - 21 RIO PARANÃ GOIÁS TERESINA DE FURNAS FURNAS -13:25:34 -47:17:13 MIRA N GOIÁS 1992-1995

21610000 CACH DO FUNIL - 21 RIO PARANÃ GOIÁS NOVA ROMA ELETRONO ELETRON -13:26:6 -47:16:0 1 KM A JUS RTE ORTE s/inf.

21620000 4 KM JUS CACH 21 RIO PARANÃ GOIÁS NOVA ROMA ANA ANA -13:25:50 -47:16:45 DO FUNIL 1973-1975 s/inf. = Sem informação Fonte: ANA, 2014.

115 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Para o estudo de águas subterrânea foi utilizado os dados secundários da Série Geologia e Mineração 1 – HIDROGEOLOGIA do Estado de Goiás (ALMEIDA et al, 2006) e as informações dos sistemas aquíferos do Estado de Goiás disponíveis em formato digital (.SHP) no site do SIEG – Sistema Estadual de Geoinformação (http://www.sieg.go.gov.br/). De acordo com as informações disponíveis no site do SIAGAS - Sistema de Informações de Águas Subterrâneas, são identificados no limite da APA de Pouso Alto três poços tabulares (Tabela 30).

Tabela 30 - Dados dos poços tabulares localizados no município Alto Paraíso de Goiás. Código do Coordenadas UF Município Localidade Ponto X Y Alto Paraíso de GO-327, Km 9, Fazenda São 5200002675 GO 8432848 219319 Goiás Bento. Alto Paraíso de Fazenda Sta Juliana, Estrada Alto 5200002676 GO 8430239 230342 Goiás Paraíso/Brasília Alto Paraíso de GO-118, Km 133, Fazenda Deusa 5200002677 GO 8406501 228961 Goiás das Águas.

Fonte: SIAGAS/ CPRM, 2014.

2.2.2.1 Clima

2.2.2.1.1 Influência da Circulação Atmosferica na APA A dinâmica atmosférica regional sobre a APA é regulada por centros de ações positivas responsáveis pelas altas pressões subtropicais do Atlântico Norte e por centros de ações negativas responsáveis pelas depressões que ocorrem na região Amazônica e na região de planície do Chaco. É fato que a vegetação é um fator resposta do clima, mas no caso da APA de Pouso Alto observa-se que mesmo com a predominância do Bioma Cerrado, existe diferentes climas que coexistem numa mesma área, em função da heterogeneidade deste bioma, assim como as diferenças evidenciadas no relevo (que varia de plano a ondulado) e dos sistemas atmosféricos. Essa pluralidade climática é de certa forma comum para o clima tropical, característico pela sua alternância entre estações seca e úmida ao longo do ano. De acordo com Monteiro (1963) essa região é frequentemente afetada pela Massa Tropical Atlântica (Ta) e Massa Equatorial Continental (Ec), sendo que a primeira atua durante todo o ano. No verão, quando a massa (Ta) chega ao continente, ela se torna inferiormente instável em função ao aquecimento basal, retomando sua estabilidade durante o inverno. A

116 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC massa (Ec) nasce na região Amazônica, por isso é carregada de grande teor de umidade. Essa massa de ar quente (Ec) age principalmente no verão, provocando o aumento da umidade, da temperatura e das precipitações. Segundo Nimer (1979, p. 393) a Região Centro-Oeste, o mecanismo atmosférico (fator dinâmico) constitui o fator regional que assegura uma certa homogeneidade climática, enquanto que o relevo, através da variação da altitude e a variação latitudinal, levam à heterogeneidade. No caso da APA de Pouso Alto não é diferente. As áreas mais rebaixadas, com cotas inferiores a 500m de altitude, apresentam-se com um relevo mais homogêneo, relativamente plano, representado pela unidade geomorfológica da Superfície de Aplainamento. As variações no microclima começam com as mudanças bruscas de altitude, como nas áreas de topo, platôs e serras (com altitudes superiores a 1200m). Como salientou Nimer (1989) a variação da altitude provoca uma heterogeneidade climática. No tópico a seguir são discutidos os climas que se manifestam na área da APA e suas principais características.

2.2.2.1.2 Tipos Climáticos De acordo com o novo mapa climático do Brasil (ALVARES et al., 2013), baseada na classificação climática de Köppen (1948), na área da APA de Pouso Alto são identificados os seguintes tipos de climas: Aw, Cwa e Cwb. A diversidade climática observada na APA está em função a diversos fatores climáticos relacionados aos sistemas atmosféricos que atuam na área. O relevo também contribui para essa heterogeneidade climática, refletindo em microclimas um tanto distintos, que estão condicionados, entre outros fatores, a altitude. O clima Aw se enquadra como clima tropical chuvoso e os climas Cwa e Cwb encaixam-se como climas temperados chuvosos e moderadamente quentes. O clima tipo Aw refere-se ao “clima tropical de savana com estação seca de inverno”, sendo ele o mais proeminente na área da APA. Este, por sua vez, é caracterizado por apresentar duas estações bem definidas. São registrados verões chuvosos, principalmente entre os meses de dezembro a março (estação úmida), e uma estação seca de inverno ao longo de todo o restante do ano, sendo o mês de julho caracterizado como o mais seco. As temperaturas médias mensais são superiores a 18°C, mesmo para os meses de inverno. Na APA, nas áreas aplainadas localizadas no centro da APA, entre as áreas escapadas do setor ocidental da Serra Geral e a Leste, próximo a unidade geomorfológica do Vão do Paranã. O Cwa refere-se ao “clima subtropical de inverno seco.É um clima temperado úmido com inverno seco e verão temperado característicos por apresentar temperaturas mais amenas, comparadas aos outros dois climas, apresentando temperaturas superiores à 22ºC.

117 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Ocorre na região serrana da APA, do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, em altitudes acima de 1200m. O clima Cwb refere-se ao “clima tropical de altitude”, com inverno seco e verão ameno, característico por ser chuvoso e moderadamente quente, com chuvas no verão e seca no inverno. É comum apresentar temperaturas superiores ao clima Aw, atingindo a média do mês mais quente temperaturas inferiores à 22°C. Ocorre na região serrana da APA, do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, em altitudes acima de 1200m. Ocorre nas linhas de escarpas entre as altas altitudes do clima Cwa e as baixas altitudes do clima Aw.

2.2.2.1.3 Parâmetros Meteorológicos 2.2.2.1.3.1 Precipitação

Uma análise da distribuição de chuvas ao longo do ano, correlacionada com os dados de precipitação podem ser observado na Tabela 31. Como observado, os meses que apresentam maiores valores de precipitação média são janeiro, março e dezembro, 243,2mm, 235,2mm e 238,1mm, respectivamente. Essa característica de verão chuvoso é comum para o clima Aw que é o predominante na APA. É evidenciado também a formação de duas estações bem definidas ao longo do ano, uma estação quente e chuvosa (verão) e outra seca (inverno). Essa última é mais pronunciada nos meses de junho e julho, quando os valores de precipitação caem bruscamente, resultado da maior estabilidade atmosférica nesse período. Se analisado os dados pluviométricos das 6 estações presentes na APA, observa-se que no período de 2002 – 2012 chove anualmente nessa área cerca de 1200mm/ano (Tabela 31). O elevado índice de precipitação corrobora positivamente no balanço hídrico e na disponibilidade da água para a região. Características como a rede hidrográfica, o uso e ocupação do solo e a capacidade de armazenamento de água subterrânea são outros fatores que também influênciam diretamente no sistema hidrológico. Utilizando a estação meteorológica do município de Posse-GO, é possível inferir que os meses de novembro a março são registrados os maiores índices de precipitação (Figura 62). Como já apresentado, a ação da Massa Equatorial Continental (Ec) no período do verão é mais intensa nessa área, trazendo umidade da região florestada da planície Amazônica, o que reflete diretamente na formação de nuvens responsáveis pela manifestação de trovoadas, muito comuns no verão dessa região.

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Tabela 31 - Dados pluviométricos das estações pluviométricas que fazem parte da APA de Pouso Alto.

Fonte: ANA, 2014.

119 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Precipitação (mm) 300

250

200

mm 150

100

50

0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 62 - Dados de precipitação da estação de Posse-GO (número 83332). Médias mensais dos anos de 2002 à 2012. Fonte: INMET, 2014.

2.2.2.1.3.2 Temperatura

Os valores de temperatura são elevados durante quase todo ano (> 22ºC), o que é normal para as regiões tropicais, onde a insolação é mais intensa e com pouca variação anual. O mês mais quente registra média de 26,2ºC e o mais frio com 22,9ºC. De modo geral, as altas temperaturas observadas durante todo o ano na região próxima a APA é resultado da sua posição geográfica, em latitudes intertropicais. Quanto mais próximo da linha do Equador (em baixas latitudes), o raios solares incidem mais diretamente na superfície. Essa variação da radiação solar no topo da superfície terrestre muda em função da latitude, o que faz com que a distribuição seja assimétrica, considerando as mudanças da posição da Terra ao longo do ano (AYOADE, 2002). Regiões de climas tropicais, e principalmente equatoriais, sofrem pouco esse efeito de distanciamento e aproximação da Terra em relação ao Sol, fazendo com que recebam constantemente energia solar sem muita variação ao longo do ano. Como pode ser observado na Figura 63, as temperaturas elevadas são comuns durante todo o ano, variando um pouco de acordo com as características locais, como altitude e rugosidade do relevo. Mesmo com as variações climáticas na área da APA, os climas Aw, Cwa e Cwb apresentam, de modo geral, a característica de serem climas quentes, por isso é comum registrar temperaturas superiores a 22°C.

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Temperatura (Cº) 27

26

25

24

23

22

21 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 63 - Dados de temperatura da estação de Posse-GO (número 83332). Médias mensais dos anos de 2002 à 2012. Fonte: INMET, 2014.

2.2.2.1.3.3 Pressão e Ventos

Outro parâmetro utilizado na discussão dos aspectos do clima de uma região é a pressão atmosférica, entendida como a pressão exercida pela atmosfera terrestre em qualquer ponto da mesma. É representada pelo símbolo “p”, referente a força exercida por unidade de área. Formalmente, de acordo com o Sistema Internacional (SI) a unidade para medir a pressão é o pascal (Pa), equivalente a uma força de 1 newton por uma área de 1 metro quadrado. Na Figura 64 são apresentados os valores de pressão representados em Milibar (mbar), sendo que um Bar equivalente a 1013x105Pa, correlacionados com as informações de velocidade do vento. A pressão do ar está diretamente relacionada a altitude. Por exemplo, uma área que está ao nível do mar vai assumir valor máximo de pressão atmosférica, haja vista a espessura da camada de ar ser maior e com isso exerce maior pressão sobre a superfície. Como observado na Figura 64, os valores de pressão ficam acima de 800 mbar durante todo o ano, apresentando uma média de 861,78mbar/ano. Considerando que a área da APA apresenta um gradiente de 1300m, e que parte considerada da APA e do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros estão localizadas num extenso platô com altitude superior a 1200m, espera-se que a pressão atmosférica seja menor.

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A velocidade do vento está diretamente relacionada às variações de pressão atmosférica. Por exemplo, áreas em que a pressão atmosférica é menor, entende-se que o ar dessas áreas é mais leve e quente. Estando mais leve, o ar vai ascender na atmosfera (ou subir). Em compensação, quando o ar está mais frio, em áreas com alta pressão, ao invés de subir, o ar vai descer e ocupar o lugar do ar mais leve que subiu. É essa diferença de pressão que movimenta o ar e gera os ventos. Na Figura 64 são apresentados dados de velocidade do vento para a estação de Posse-GO. Os dados mostram que a velocidade dos ventos varia entre 1 e 1,8mps/ano, com média de 144mps/ano. Conquanto, essa média pode variar para mais ou para menos ao longo do ano, dependendo de fatores como a estação do ano e a altitude.

Pressão x Velocidade do Vento 950 2 1,8 900 1,6 (mps)

850 1,4 1,2 Vento (mbar)

800 1 do 0,8 750

Pressão 0,6 700 0,4

0,2 Velocidade 650 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Pressão (mbar) Velocidade do Vento (mps)

Figura 64 - Dados de velocidade do vento e pressão da estação de Posse-GO (número 83332). Média para os anos de 2002 à 2012 Fonte: INMET (2014).

Diante da rugosidade do relevo da APA, com diferentes cotas altimétricas e formas variadas de unidades geomorfológicas, a velocidade do vento não tem padrão em todo o limite da área estudada. Diante das propriedades físicas aqui discutidas, como a ascensão e subsidência do ar a partir da diferença de pressão, variáveis como vento e pressão vão variar a partir das características locais.

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2.2.2.1.3.4 Umidade relativa do ar e evaporação

A umidade relativa do ar é uma das medidas mais populares nos estudos sobre umidade atmosférica, e é entendida como “a razão entre o conteúdo real de umidade de uma amostra de ar e a quantidade de umidade que o mesmo volume de ar pode conservar na mesma temperatura e pressão quando saturado” (AYOADE, 2002). Analisando a tríade “Precipitação, Evapotranspiração e Umidade”, apresentado na Figura 65, é possível discutir as relações entre essas variáveis e o ambiente da APA de Pouso Alto. Como já discutido, a precipitação é mais concentrada nos meses de verão, justamente quando são registrados os maiores índices de umidade (acima de 60%). Essa umidade preponderante nos meses de verão é proveniente da Massa Equatorial Continental (Ec).

Relação Precipitação, Evapotranspiração e Umidade 300 80 70 250 60 200 50 mm 150 40 % 30 100 20 50 10 0 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Precipitação (mm) Evapotranspiração(mm) Umidade (%)

Figura 65 - Dados de temperatura e umidade da estação de Posse-GO (número 83332) dos anos de 2002 à 2012. Fonte: INMET (2014).

Se analisadas as linhas de evapotranspiração e umidade, percebe-se que ambas acompanham uma mesma tendência, onde os valores de evapotranspiração são maiores quando os de umidade também são maiores. Na região da APA é comum verões chuvosos com grande umidade do ar. Essa umidade por sua vez é reflexo do maior índice de evapotranspiração, consequência direta da maior insolação solar durante o verão. Na climatologia, a umidade do ar é uma medida diretamente influenciada pela temperatura. Ainda que não haja diminuição ou aumento do conteúdo de umidade, essa medida pode sofrer variação com a oscilação da temperatura, nesse sentido, os valores de umidade

123 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC relativa do ar é inversamente proporcional aos valores de temperatura. Contudo, essa afirmativa deve ser analisada com cautela, uma vez que “os dados sobre a umidade relativa provindos de diferentes estações não são estritamente comparáveis” (AYOADE, 2002). No caso da APA de Pouso Alto espera-se encontrar os menores valores de umidade relativa nos meses de junho e setembro, uma vez que esses são os meses mais secos, com menor índice pluviométrico e onde são registradas as menores temperaturas. Em compensação, os meses que caracterizam o verão (dezembro à março), por serem os mais quentes, apresentam as temperaturas mais elevadas fazendo com que a umidade relativa do ar diminua. Por apresentar um relevo movimentado, com cotas superiores a 1200m de altitude, espera-se que nas áreas mais elevadas do platô localizado no centro da APA, sejam registrados valores superiores da umidade relativa, considerando que quanto maior a altitude menor a temperatura, e com isso, o aumento da umidade.

2.2.2.1.4 Síntese Climática De modo geral, percebe-se que o clima da região da APA de Pouso Alto é do tipo tropical chuvoso, com algumas variações relacionadas principalmente a altitude e as rugosidades do relevo. Como observado na Figura 66, a variação de altitude é um dos principais condicionantes da disposição climática evidenciada na APA, representada por um gradiente altimétrico de 1300m. As áreas com menores altitudes, representada pelo relevo mais suave da superfície regional de aplainamento, predomina o clima Aw. Com o aumento da altitude no centro da APA, o clima passa a ser mais temperado, devido a menor pressão atmosférica, e maior circulação de ventos.

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Figura 66 - Mapa hipsométrico da APA de Pouso Alto-GO

Nesse sentido, as variáveis discutidas como latitude, altitude, precipitação, temperatura, pressão atmosférica e umidade, permitem entender um pouco da dinâmica climática da área da APA. O clima é um fator importante no estudo integrado da paisagem, e assim como os outros aspectos físicos, não devem ser analisados isoladamente, mas dentro do contexto que estão inseridos. Como foi discutido, a altitude é um fator importante no estudo de clima, e no caso da APA também é relevante destacar as inúmeras nascentes da região que brotam na área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, onde são registradas altitudes superiores à 1.600m. Como foi inicialmente apresentado, o bioma no qual a APA está inserido é o Cerrado. Este bioma por sua vez vem passando por um intenso processo de antropização nas últimas três décadas, em função do avanço da fronteira agrícola para a região Centro-Oeste do Brasil. Além dessa substituição da cobertura vegetal natural pelas atividades do agronegócio, problemas como queimadas são ainda frequentes nesse bioma. Considerando as características climáticas da região da APA, principalmente durante a estação seca, os gestores públicos e a população de um modo geral devem estar atentos aos problemas relacionados ao desmatamento e as queimadas.

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2.2.2.2 Geologia

2.2.2.2.1 Unidades Litoestratigráficas A Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto apresenta sob o contexto geológico sua inserção nos contrafortes do cinturão orogênico Brasília, que por sua vez incorpora entre os três domínios do sistema, o Almas-Cavalcante presente numa faixa alongada de Nordeste a Leste, que preenche a porção central da APA e a Faixa Brasília, do qual contempla o porção de Noroeste e Sul-Sudeste da APA. Em síntese, a Geologia da região da APA é composta por rochas muito antigas, do Pré-Cambriano, contudo apresenta algumas áreas ao Sul recobertas por sedimentos do Terciário/Quaternário (Coberturas detrito-lateríticas), relacionadas a área de ocorrência da Faixa Brasília, onde sustentam platôs e superfícies regionais de aplainamento largamente utilizadas por atividades agrossilvipastoris. A APA apresenta-se em uma das áreas de afloramento das litologias mais antigas do território brasileiro, algumas datando de mais de 2 bilhões de anos de idade, como mencionado por Dardenne; Campos (2000). Além da antiguidade de suas rochas a região é marcada por estruturas ligadas a movimentos tectônicos que tem marcante papel na elaboração das feições geomorfológicas, que por sua vez destoam na paisagem, uma vez que são feições de grande beleza cênica com grande potencial turístico, parcela importante da economia local. Para tanto, importante se faz registrar as características litoestratigráficas das unidades mapeadas na área pelo Programa de Geologia e Mineração do estado, do qual gera e disponibiliza informações geológicas e do potencial mineral do Estado de Goiás. A partir dessas informações ficou evidenciado a grande variedade das litologias até o momento mapeadas, onde podem ser enquadradas em macro domínios, possibilitando compreender a área de um modo mais homogêneo, mesmo por que a riqueza geológica-mineral da região está intimamente associada a heterogeneidade de corpos rochosos e minerais produzidos. Pode-se destacar a princípio três domínios rochosos principais, por serem de maior expressão e por conterem variadas unidades litológicas, que sejam: o Domínio de Sequências Sedimentares Proterozoicas dobradas, metamorfizadas em baixo a médio grau; Domínio de Sequências Vulcanosedimentares Proterozoicas dobradas metamorfizadas de baixo a alto grau; e, Domínio de Complexos Granitoides deformados. O primeiro domínio está em linhas gerais na porção Sul e Norte da APA, são as áreas onde o relevo tem características de menor movimentação em altitudes médias (entre 800 a 1000m), no setor Norte a dissecação já se apresenta mais pronunciada em relação ao setor

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Sul. É o domínio que apresenta os corpos rochosos do Grupo Paranoá, Bambuí e algumas formações do Grupo Araí. O segundo domínio rochoso corresponde as Sequências Vulcanosedimentares Proterozoicas dobradas metamorfizadas de baixo a alto grau, notadamente estão vinculadas as unidades geomorfológicas de maior irregularidade topográfica. São as áreas serranas, cristas, terrenos de alta altitude, escarpas, associados aos hogback e relevo dobrado apalachiano, incluindo toda área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Estas áreas são quase que exclusivas da formação Arraias, onde os quartzitos sustentam as formas morfológicas. O terceiro e último domínio de maior expressão dentro da APA, são os Complexos Granitoides deformados, abrangendo os vales do rio Preto, rio Claro, da Cidade de Cavalcante e Teresina, o centro do Domo da Serra Branca, entre outras depressões de menor extensão. Estão relacionados aos corpos rochosos da Subprovíncia do Tocantins, do qual contempla os granitos mapeados na APA, como exemplo relevante cita-se o granito Serra Branca, alvo de grande interesse a décadas devido ao seu potencial mineral associados ao estanho, tântalo e minério de ouro. O domínio contém os corpos rochosos de idade elevada, segundo Moreira et al. (2008). Diante do exposto é indicado a diante a hierarquia litoestratigráfica da APA de Pouso Alto (Tabela 32), com suas unidades relacionadas aos domínios mencionados, bem como suas características transcritas de Moreira et al. (2008).

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Tabela 32 - Hierarquia litoestratigráfica da APA de Pouso Alto

Idade Domínio Grupo Hierarquia Litotipos

Domínio de Sedimentos Cenozóicos Inconsolidados ou pouco Q2a - Depósitos Aluvionares Areias finas a grossa, argilas e sites consolidados, depositados em meio aquoso Congloemraso oligomíticos, seixos de

Cenozoico Domínio de Coberturas Cenozóicas N1dl - Coberturas detrito- quartzos, lateritas autóctones com Detrito-Lateríticas lateríticas ferruginosas carapaças ferruginosas Domínio de Sequências Sedimentares Proterozóicas Grupo Bambuí NP2pb - Subgrupo Siltitos e argilitos cinza-esverdeados Dobradas, metamorfizadas em baixo a médio grau Domínio de Coberturas Sedimentares Proterozóicas, não ou NP3tm - Formação Três Arcóseos, arenitos arcoseanos e

muito pouco dobradas e Marias siltitos Neoproterozoico metamorfizadas Paraconglomerado São Miguel, MPpa1 - Unidade 1 - metarritmitos, quartzitos finos e Conglomerática Rítmica microconglomeráticos MPpa2 - Unidade 2 - Siltico Metassiltitos Argilosos, metassiltitos, Domínio de Sequências Ardosiana filito, ardósia e mármore Sedimentares Proterozóicas Grupo Paranoá Dobradas, metamorfizadas em baixo Quartztito fino a muito fino, fldpático, MPpa3 - Unidade 3 - Ritmica a médio grau filito carbonoso, argilitos e Quartzítica metassiltitos Mesoproterozoico Netarfilitos, Ardósias, Metassiltitos, MPpa4 - Unidade 4 - Rítmica filitos carbonosos, calcixistos e Pelito-Carbonatada quartzitos feldspáticos

128 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Domínio de Sequências Metarenito, Quartzito arcoseano, Vulcanosedimentares Proterozoicas PP4a - Formação Arraias quartztio feldpático, metavulcânicas Dobradas metamorfizadas de baixo a ácidas, metassiltito e metarritmito alto grau Quartizto arcoseano, Metassiltitos, Domínio de Sequências PP4t - Formação Traíras Sedimentares Proterozóicas Grupo Araí metarritmitos Dobradas, metamorfizadas em baixo a médio grau PP13tz - Formação Ticunzal Paragnaisses, micaxistos e quartzitos Domínio de Complexos Granitoides Tonalitos, Trondhjemitos, PP12gm – Unidade Gnáissico- Intensamente Deformados: Granodioritos e mozogranitos Migmatítica Ortognaisses foliados Quartzo xistos, clorita-muscovita- Domínio de Sequências quartzo xistos, magnetita-clorita- Sedimentares Proterozóicas PP4smb – Unidade B – Grupo Serra da Mesa muscovita xistos e granada-clorita- Dobradas, metamorfizadas em baixo Metapsamo-pelítica muscovita e lentes de calcixisto e a médio grau mármore Granitos, granitos greisenizados e

Paleoproterozoico PMytsb - Granito Serra Branca greisens, xistos e biotitos Quarzo, microclínio pertítico, PMytf - Granito Florêncio oligoclásio e biotita, tendo zircão, apatita, granada e turmalina Quartzo, microclínio pertítico, PMytsr - Granito Chapada São Domínio de Complexos Granitoides Subprovíncia oligoclásio e biotita, zircão, apatita, Roque deformados Tocantins granada e turmalina PP4ysc - Granito Serra da Turmalina granitos e granitóides Cangalha Pp4ypb - Suíte Pedra Branca Biotita Granito e Leucogranito Sienogranito, Monzogranito, Biotita PP2y2au - Suíte Aurumina sienogranito e Tonalito Fonte: Moreira et al. (2008)

129 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.2.1.1 Paleoproterozoico

 PP4a - Grupo Araí – Formação Arraias O Grupo Araí, termo herdado do povoado homônimo situado a 30km a Noroeste de Cavalcante, foi proposto por Barbosa et al. (1969) e subdividido, da base para o topo, nas formações Arraias e Traíras. Contudo, a coluna estratigráfica proposta por Barbosa et al. (1969) foi sendo modificada em virtude de trabalhos de detalhe, como os de Marini et al. (1976, 1979), Dyer (1978), Baêta Jr. et al. (1978), Fuck et al. (1988) Fuck & Marini (1978, 1979) e Araújo & Alves (1979). Araújo & Alves (1979) dividem o grupo em seis subunidades litológicas informais, com espessura total de 1.100m. As rochas do grupo ocorrem na zona externa da Faixa de Dobramentos Brasília, sustentam região acidentada, com cotas entre 300 e 1.650m, ocupam cerca de 11.000km2 da porção Nordeste de Goiás, abrangendo as regiões de Alto Paraíso, Colinas de Goiás, Cavalcante e Nova Roma, e se estendem para o Sudeste do Estado de Tocantins. A unidade consiste de rochas metassedimentares (Figura 67) e metavulcânicas depositadas sobre o embasamento granito gnáissico de Almas- Cavalcante, a Formação Ticunzal, a Suíte Aurumina e o Diorito Nova Roma e estão sotopostas aos grupos Paranoá e Bambuí. Segundo Alvarenga et al. (2006) a Formação Arraias pode ser dividida em oito litofácies, no entanto nos limites da APA são registradas segundo mapeamento de Moreira et al. (2008) cinco (5) litofácies.

130 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 67 - Metassiltito exposto em corte na rodovia GO-239 entre São Jorge e Colinas do Sul, observa-se a intrusão do veio espesso de quartzo - onde era alvo do garimpo a décadas atrás na região (UTM Fuso 23L 188.287E / 8.426.376N – 788m)

A. PP4aa - Metarenito Metarenitos finos com marcas de ondas e estratificação cruzada.

B. PP4aqa - Quartzito Arcoseano É composto por quartzitos arcoseanos com estratificação cruzada. Seus contatos com a Formação Ticunzal e a Suíte Aurumina são discordantes, mas geralmente tectônicos e foram intrudidos por granitóides da Subprovíncia Paranã.

C. PP4aqf - Quartzito Feldspático É constituído de quartzitos feldspáticos médios a grossos, com baixo grau de seleção e possuem estratificação cruzada tabular e acanaladas. Alvarenga et al. (2006) interpretam a fácies como depósitos fluviais. Os ortoquartzitos são mais comuns na base da litofácies em níveis que variam de poucos centímetros de espessura até mais de 12m. Intercalações de metavulcânicas ácidas são comuns nesta litofácies.

D. PP4aα – Metavulcânicas Ácidas

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Constituídas por dacitos, riodacitos e riolitos, com frequentes níveis piroclásticos e, não raro, finas de rios entrelaçados e, com frequência, possuem intercalações de sedimentos fluviais e eólicos (Alvarenga et al., 2006).

E. PP4as - Metassiltito e Metarritmito Compreende entre 200 e 300m de espessura de metassiltitos ritmicamente acamadados, por vezes com quartzitos arcoseanos muito finos, e se situa na base das rochas metavulcânicas da Formação Traíras, como se observa nas escarpas das serras da Aboboreira e da Prata.

 Granitos Estaníferos de Goiás Cerca de duas dezenas de granitos de idade proterozóica, na maioria mineralizados em cassiterita, agrupam-se em quatro subprovíncias no Estado de Goiás: rio Tocantins, rio Paraná, Pirenópolis-Goianésia e Ipameri. A Subprovíncia do rio Tocantins situa-se na bacia do rio que lhe empresta o nome, e onde é razoavelmente conhecida. Seus granitos mais característicos ("Tipo Serra da Mesa") afloram a Oeste do rio Tocantins. Os corpos situados a Leste do rio apresentam características híbridas entre os "tipo Serra da Mesa" e os da Subprovíncia do Rio Paraná. Na região da Serra da Cangalha (Cavalcante) ocorrem turmalina granitos. Os granitos da Subprovíncia Tocantins ocupam as porções internas da Faixa Uruaçu (MARINI et al. 1984) e formam corpos ovalados e estirados segundo a estruturação regional. Estes corpos constituem serras e ocupam núcleos de domos ou branquianticlinais, apresentando-se circunscritos por metassedimentos do Grupo Serra da Mesa (Granitos Serra do Encosto, Serra Dourada e Serra da Mesa) ou do Grupo Arai (Granitos Serra Branca, Florêncio e Chapada de São Roque). Os maciços graníticos exibem estrutura gnáissica acentuada nas bordas e contêm mineralizações em albititos (Serra Dourada), greisens (Serra Branca) e egmatites (Serra da Mesa). Os granitos desta Subprovíncia apresentam conspícua foliação e são constituídos de grandes cristais de ortoclásio microclinizados, quartzo, biotita e, mais raramente, anfibólio. Os acessórios mais comuns são ilmenita, zircão, apatita, titanita e allanita. A maioria dos corpos apresenta sinais de alterações tardi e pós-magmáticas (microclinização, albitização e greisenização). Entretanto, zonas greisenizadas importantes são conhecidas apenas no Granito Serra Branca. A Subprovíncia Tocantins localiza-se na região do rio homônimo, sendo formada apenas pelos granitos mais jovens da Província Estanífera de Goiás. Foi definida por Marini & Botelho (1986) e é representada pelos granitos Serra Dourada, Serra do Encosto, Serra da Mesa,

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Serra Branca, Bom Sucesso de Baixo, Chapada de São Roque, Florêncio, Pirapitinga, Serra da Cangalha e Raizaminha. Estes corpos de granito possuem, em geral, forma ovalada, alongada e/ou moldada às estruturas regionais, ocupam núcleos de domos ou braquianticlinais e seu diâmetro maior varia desde alguns quilômetros até dezenas de quilômetros. São intrusivos no Complexo Almas-Cavalcante e na Formação Tincuzal. Alguns corpos estão circundados por rochas metassedimentares dos grupos Serra da Mesa e Araí ocorrendo como núcleos de domos. Nos maciços Serra Dourada, Serra do Encosto e Serra da Mesa as relações de contato com as rochas do Grupo Serra da Mesa são de intrusão (ROSSI et al., 1992).

A. PMytf - Granito Florêncio O granito foi cartografado por Fuck & Marini (1979) e ocupa o núcleo de um domo irregular com 10km2 circundado por rochas do Grupo Araí em contato tectônico. A rocha é rosa e de textura porfirítica com fenocristais de K-feldspato de até 2cm em matriz grossa a muito grossa de quartzo, microclíniopertítico, oligoclásio e biotita, tendo zircão, apatita, granada, turmalina e opacos como acessórios.

B. PMytsb - Granito Serra Branca A importância deste granito reside na sua mineralização de cassiterita em greisens, descoberta em 1972, mas o corpo passou a ser conhecido com os trabalhos de Barbosa et al. (1969). Suas características petrográficas, geoquímicas e de mineralizações de estanho foram detalhadas por Andrade & Danni (1978), Montalvão & Bezerra (1981) e Pinto-Coelho (1996). Localizado no município de Calvacante, a Leste de Minaçu, o granito tem forma circular, formando um Domo, com cerca de 8km de diâmetro e é intrusivo no Grupo Araí (Anexo 09 – Mapa de Geologia). Consiste de granitos e litótipos metassomatisados, distribuídos em faixas N-S e subdivididos, de Oeste para Leste, em granitos, granitos greisenizados e greisens, com deformação crescente no mesmo sentido. Não são raros os enclaves de xistos e de biotititos. Segundo Pinto-Coelho & Charoy (2001), o maciço contém quatro tipos de granitos: a) biotita granito porfiróide grosso com pronunciada foliação inclinada para Oeste e que aflora na porção ocidental do maciço; b) granito porfiróide grosso com duas micas, de características petrográficas semelhantes às do biotita granito, exceto pela maior deformação; c) biotita granito heterogranular (Figura 68), aflora na porção oriental e é composto por quartzo, albita, microclínio e muscovita, e d) muscovita-topázio granito, aflora localmente na porção oriental

133 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC do maciço. Segundo os autores, a diferenciação do maciço é assimétrica devido à alteração pós- magmática e formação de greisens de cúpula. O litótipo dominante é de biotita granito róseo, porfirítico com fenocristais centimétricos de ortoclásio e de quartzo azulado, imersos em matriz grossa a muito grossa. As fácies mais evoluídas são representadas por leucogranitos e albita- topázio granitos. O maciço da Serra Branca hospeda importantes mineralizações de estanho em greisens com fengita ± quartzo ± topázio. Também merecem destaque as concentrações de e fluorita os greisens mais centrais do maciço. Alguns greisens monominerálicos são constituídos por mica muito fina que pode ter aplicação industrial. Hasui & Almeida (1970) obtiveram idades KAr em biotita de 530±16 Ma, Pimentel et al. (1991a) idades U-Pb de 1.574 e 1.614, Rossi et al. (1992) de 1.578 ± 20 Ma e Reis Neto (1983) a idade Rb-Sr de 1.409 Ma e Pb-Pb em rocha total de 1.658 ± 64 Ma.

Figura 68 - Afloramento de biotita granito heterogranular no centro do Domo da Serra Branca, intensamente metamorfizado com cristalização de minerais na sua constituição (UTM Fuso 22L 816689E / 8497647N - 349m)

C. PMytsr - Granito Chapada de São Roque Ocorre na região Oeste da APA, ao Norte da cidade de Colinas do Sul, foi descrito pela primeira vez por Fuck & Marini (1979). Tem forma elíptica irregular com cerca de 25km²

134 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC e está em contato tectônico com rochas do Grupo Araí, a Oeste e Sul, do Complexo Almas- Cavalcante a Leste e da Formação Ticunzal a Sudeste. A rocha é cinza a rosa, porfirítica com fenocristais de K-feldspato de até 2 centímetros imersos em matriz grossa a muito grossa. É composta por quartzo, microclínio pertítico, oligoclásio e biotita, com zircão, apatita, granada, turmalina e opacos como acessórios.

D. PP4ysc - Granito Serra da Cangalha Localiza-se a Noroeste de Cavalcante onde constitui o alto topográfico elíptico de eixo maior SW-NE. Consiste de turmalina granitos intrusivos nas rochas da Suíte Aurumina e se relaciona aos granitóides da Subprovíncia Paranã.

E. PP4ypb - Suíte Pedra Branca Segundo Alvarenga et al. (2006), o termo Suíte Pedra Branca foi utilizado em virtude do maciço homônimo representar a área-tipo da suíte pois contém Exposição das diversas fácies e importantes depósitos de estanho. Foi dividida nas litofácies Biotita Granito e Leucogranito.

F. PP4y4pb1 - Biotita Granito Esta litofácies predomina na suíte e compreende a maior parte do Granito Pedra Branca, os granitos Soledade, Sucuri e Mocambo, e os diques porfiríticos com quartzo azul que ocorrem ao longo da estrada entre a a GO-118 e Nova Roma, passando pelo povoado de Aurumina (Alvarenga et al., 2006).

G. Maciço Pedra Branca Definido por Araújo & Alves (1979) e estudado por Padilha & Laguna (1981), Botelho & Marini (1984), Botelho & Rossi (1988) e Botelho (1992b), o maciço aflora como corpo oval com cerca de 100km² a Oeste de Nova Roma. Seus contatos com o Grupo Araí, a Leste e Sudoeste, e com os gnaisses do Complexo Almas-Cavalcante são tectônicos. Trata-se de biotita sienogranito leucocrático róseo, porfirítico a inequigranular grosso a muito grosso.

 PP4t - Grupo Araí – Formação Traíras A Formação Traíras é de ambiente marinho e Alvarenga et al. (2006) a subdividem em três fácies.

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A. PP4tqt - Quartzito Consiste de quartzitos arcoseanos (Figura 69) em bancos de até 20cm com estratificação cruzada e marcas onduladas. Situa-se na base da Formação Traíras e estão sobrepostos por discordância pela Formação Jequitaí nas regiões de Monte Alegre de Goiás e Cavalcante. São superpostos pelos siltitos da fácies PP4ts2 a Oeste da Folha Cavalcante. São interpretados como depósitos de ambiente marinho raso sob influência das correntes de maré (ALVARENGA et al., 2006).

Figura 69 - Quartzito branco leitoso com lentes de calcário no limite sul do PNCV (UTM Fuso 23L 217399E / 8432836N - 1172m)

B. PP4ts1 - Siltito 1 Compreende metassiltitos cinza, com frequência calcíferos, maciços e homogêneos, por vezes laminados, e metarritmitos formados pela alternância de níveis argilosos e/ou siltosos com níveis arenosos contendo laminação plano-paralela, marcas onduladas e laminações cruzadas. Estruturas de soterramento e compactação consistem de diques de areia. Segundo Alvarenga et al. (2006), esta fácies retrata ambiente de inframaré, mais profundo e mais calmo, com episódica influência de correntes de tempestade de baixa energia.

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C. PP4ts2 - Siltito 2 Foi descrita apenas a Oeste de Cavalcante por Alvarenga et al. (2006) como composta de metassiltitos e quartzitos rítmicos. Os dados geocronológicos de U-Pb em zircão de rochas metavulcânicas ácidas da Formação Arraias geraram idade em torno de 1.771 Ma (Pimentel et al., 1991b), próxima da idade dos granitos Soledade e Sucuri, de 1.769 ±2 e 1.767 ±10 Ma, respectivamente. Isto atesta a contemporaneidade entre o vulcanismo do Grupo Araí e os granitos da Subprovíncia do Paranã. Esta idade indica que o início da deposição do Grupo Araí teria ocorrido por volta de 1.800 Ma, semelhante à atribuída por Schobbenhaus et al. (1984) ao vulcanismo ácido estanífero da região de Paramirim, no Supergrupo Espinhaço. A deposição das rochas clásticas do Grupo Araí tem sido atribuída a um ambiente de rift intracontinental, originado por extensão crustal acompanhada de magmatismo em torno de 1800 Ma no Brasil Central (Pimentel et al., 1991). A extensão foi seguida de subsidência flexural pós rift que continuou durante o Mesozóico (Alvarenga et al., 2002) e deposição dos sedimentos da Formação Arraias acompanhada de Vulcanismo ácido a básico e intrusões graníticas (Marini & Botelho, 1986; Botelho & Pimentel, 1993).

D. PP12gm – Unidade Gnáissico-Migmatítica Corresponde ao Conjunto Migmatítico-Anfibolítico de Correia Filho & Sá (1980) e à Suíte 2 de Cruz (1993) e ocorre na porção Norte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. É composta de tonalitos, trondhjemitos, granodioritos e, por vezes, monzogranitos foliados. Segundo Cruz (1993) e Kuyumjian (1996), estas rochas constituem uma suíte TTG com biotita, mais jovem, de afinidade cálcio-alcalina de baixo alumínio e derivadas da fusão parcial de metabasalto.

E. PP13tz - Formação Ticunzal Marini et al. (1978) definiram como Formação Ticunzal um conjunto de paragnaisses, micaxistos e quartzitos que, com frequência, afloram na base do Grupo Araí. A unidade ocorre no Nordeste do estado, nas regiões do Rio Preto, Cavalcante, Campos Belos e Monte Alegre de Goiás, bem como nas serras do Ticunzal, Tombador, Forquilha e Santana, município de Cavalcante, na Serra do Boqueirão, município de Teresina de Goiás, e como restos de xistos miloníticos nos granitos milonitizados do embasamento (Botelho et al., 1998). Essa unidade foi posteriormente estudada por Danni & Fuck (1981) e Botelho et al. (1999). É constituída por uma seção basal de paragnaisses que passam gradualmente a xistos grafitosos

137 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC no topo, seguidos de muscovita xisto, -clorita xisto, micaxistos granadíferos, tremolita xistos e grafita xistos. Alvarenga et al. (2006) a dividem em duas litofácies.

F. PP13tzp - Fácies Paragnaisse É a porção basal da formação e consiste de rocha com bandamento milimétrico a centimétrico dado por níveis brancos quartzo-feldspáticos e verde-escuros ricos em biotita, muscovita, ilmenita e granada. Minerais retrometamórficos compreendem clorita, muscovita, titanita e rutilo.

G. PP13tzx - Fácies Xisto É composta de quartzo-muscovita xistos esbranquiçados a esverdeados, muscovita- granada xistos, cloritamuscovita-quartzo xistos e grafita xistos. Os contatos da Formação Ticunzal com as rochas da Suíte Aurumina e do Grupo Araí são tectônicos, marcados por zonas de milonito. Por vezes, a formação ocorre como escamas de empurrão sobre o Grupo Araí, com vergência para Leste. As rochas da Formação Ticunzal são caracteristicamente politectônicas, polimetamórficas e possuem todas as deformações que afetaram o Grupo Araí e, pelo menos, um evento anterior. As paragêneses metamórficas indicam fácies xisto verde alto e provável fácies anfibolito. O estágio de deformação das rochas dessa formação tem sido alvo de discussões, com hipóteses que lhe atribuem a possibilidade de representar gnaisses milonitizados do embasamento ou uma sequência metassedimentar pré-Araí (Lacerda Filho et al., 1999). A idade da Formação Ticunzal não foi ainda determinada, mas é mais antiga do que 1,77 Ga, a idade dos granitos estaníferos intrusivos da Subprovíncia Paranã (Pimentel et al., 1991a). Marini et al. (1981, 1984a, b), o que sugere idade paleoproterozóica, parcialmente confirmada pela idade Rb-Sr de referência de 2,0 a 2,5 Ga obtida por Reis Neto (1983) em amostras da Formação Ticunzal e do embasamento granito-gnáissico. Pimentel et al. (2000) sugerem que o ambiente de deposição da formação é marinho restrito, com atividade biológica. A Formação Ticunzal hospeda mineralizações de urânio na região do rio Preto e provavelmente também na região de Campos Belos. Segundo Marini et al. (1984b), as ocorrências se assemelham aos depósitos do Paleoproterozóico da Austrália (Ranger) e do Canadá (Rabbit Lake). A formação também é a encaixante dos granitos e pegmatitos da Suíte Aurumina, hospedeiros dos depósitos de Sn-Ta da região de Monte Alegre de Goiás.

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H. PP4smb – Unidade B – Metapsamo-pelítica Consiste de quartzo xistos, clorita-muscovita- quartzo xistos, magnetita-clorita- muscovita xistos e granada-clorita-muscovita xistos com intercalações de quartzito (PP4smbq) e lentes de calcixisto e mármore (PP4smbc) em níveis de micaxisto granadífero. Também ocorrem xistos grafitosos, micaxistos com lentes de quartzito com porfiroblastos de granada e estaurolita e/ou cianita. A deformação do Grupo Serra da Mesa é caracterizada por foliação de baixo ângulo e não raro ocorrem dobras isoclinais a recumbentes com ápices espessados e flancos transpostos que indicam tectônica de decollément, resultantes de vergência de Oeste para Leste, em direção ao Cráton São Francisco (VALENTE, 1992). A idade do Grupo Serra da Mesa é controversa, mas sua colocação no Mesoproterozóico deve-se à intrusão neste das rochas alcalinas do Peixe de dade U-Pb em zircão de 1.503 ± 5 Ma (KITAJIMA, 2002).

 PP2yu2au - Suíte Aurumina A suíte ocorre no Norte e Nordeste de Goiás, a Leste de Cavalcante, Oeste e Sudoeste de Campos Belos e Noroeste de Nova Roma. É formada por corpos graníticos sin a pós-tectônicos intrusivos na Formação Ticunzal, como indica a presença de andaluzita e apófises ao longo da foliação das encaixantes no Morro do Passarinho (PEREIRA, 2001). Por vários anos, o corpo de 4km2 situado entre o povoado de Aurumina e o Rio Paranã foi considerado como Granito Aurumina e inserido no domínio anteriormente conhecido como Complexo Granito-gnáissico (PEREIRA, 2001). Segundo a autora, a suíte é peraluminosa. Datações K-Ar em muscovita primária de pegmatitos estaníferos dos garimpos do Xupé e Riacho dos Cavalos, região de Monte Alegre, forneceram a idade de 2.129 ± 26 Ma e dados U- Pb de cassiterita de mineralização estanífera em greisens com idade de 2.023 Ma a 2.277 Ma (SPARRENBERGER e TASSINARI, 1999). Dados U-Pb em zircão de rochas peraluminosas indicam idades entre 2,0 e 2,2 Ga, a mais jovem comparável com a de cassiterita de depósitos de Sn da região de Monte Alegre de Goiás e com a de muscovita de pegmatitos estaníferos (SPARRENBERGERE e TASSINARI, 1999). Por outro lado, dados isotópicos Sm-Nd TDM de granitos e tonalitos da suíte geraram idade-modelo entre 2,4 e 2,7 Ga, com ԑNd entre -3 e -6 (FUCK, 2002). Estes dados são comparáveis aos de granitos metaluminosos paleoproterozóicos da Suíte Pedra Branca, de idade- modelo Sm-Nd TDM de 2,0 a 2,5 Ga e ԑNd entre + 3 e – 11 (PIMENTEL & BOTELHO, 2001). Isto indica que a fonte dos magmas da suíte é dominantemente arqueana com retrabalhamento crustal.

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Os granitos da suíte hospedam mineralizações de ouro, estanho e tantalita. As de ouro ocorrem em Aurumina e, provavelmente, Cavalcante onde contêm platinóides associados a veios de quartzo em milonitos do contato entre granito e a Formação Ticunzal. Também possuem depósitos/ ocorrências de estanho e tântalo em greisens e pegmatitos na fácies turmalina-muscovita granito em Monte Alegre de Goiás (BOTELHO et al., 1999, 2006). O granito típico é um corpo alongado segundo N30W onde zonas de deformação intensa podem ser confundidas com as encaixantes. Este tipo também ocorre na região de Teresina de Goiás e Cavalcante (Figura 70) e se caracteriza por anomalias radiométricas nos canais do potássio e do tório.

Figura 70 - Relevo serrano sustentando por Monzogranito Aurimina a Norte da Cidade de Teresina de Goiás (UTM 23L 250.732E / 8.486.516N – 747m) A rocha é cinza, de granulação média a grossa, tem proeminente foliação e enclaves de material grafitoso e é composta por quartzo, microclínio pertítico, plagioclásio, biotita e muscovita magmática. A presença de muscovita magmática e características químicas lhe conferem caráter peraluminoso, correlacionável aos granitos sincolisionais (BOTELHO et al., 1999). Na atual definição da unidade, todos os milonitos peraluminosos das regiões de Cavalcante, Nova Roma, Monte Alegre de Goiás, Campos Belos e Arraias são atribuídos à Suíte Aurumina. Botelho et al. (2006) subdividem a suíte em seis fácies que compreendem muscovita granito, biotita-muscovita granito, tonalito, biotita granito, migmatitos e turmalina–

140 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC muscovita granito, os quais incluem fases sin, tardi e pós-tectônicas. Dessas fácies, apenas as quatro primeiras foram cartografadas nos mapeamentos recentes.

A. PP2y2au1 - Fácies 1, Sienogranito Tem ampla distribuição a Leste e Nordeste de Cavalcante e Monte Alegre de Goiás e é representada por granito caracterizado pela presença de lamelas de muscovita pré-tectônicas em relação à foliação milonítica regional. Seu contato com a Formação Ticunzal está exposto no leito e nas margens da estrada de Cavalcante a Colinas do Sul e no Morro do Passarinho, próximo a Monte Alegre de Goiás. Nestas localidades, os xistos encaixantes possuem apófises do granito e efeitos de metamorfismo de contato dado pela presença de andaluzita (ALVARENGA et al., 2006). Os minerais essenciais compreendem quartzo, microclínio, plagioclásio (An15), muscovita, com biotita varietal que pode ocorrer em proporções emelhantes às da muscovita.

B. PP2y2au2 - Fácies 2, Monzogranito As principais ocorrências desta fácies situam-se na região de Cavalcante e Monte Alegre de Goiás. Também ocorre como intrusões de menor porte no povoado de Aurumina, área-tipo. Sua presença é detectada por proeminentes anomaliasaerogamaespectrométricas (BENTES et al., 1977). Uma característica importante da fácies é sua associação com depósitos de ouro em Cavalcante e Aurumina, além de outras ocorrências. Seus constituintes essenciais compreendem quartzo, microclínio, plagioclásio (An12), muscovita e biotita e os acessórios são apatita, zircão, monazita, torita, ilmenita e monazita.

C. PP2y3au4 - Fácies 4, Biotita sienogranito Ocorrência restrita à região de Cavalcante e Teresina de Goiás, foi definida como stocks de biotita granito com deformação incipiente e resposta aerogamaespectrométrica (ALVARENGA et al., 2006). Dentre os granitos da suíte, esta fácies possui até 1% de monazita em grãos arredondados e traços de torita (ALVARENGA et al., 2006).

D. PP2y2au3 - Fácies 3, Tonalito Possui ampla distribuição no Nordeste de Goiás e Sudeste do Tocantins com extensas áreas na região entre Monte Alegre de Goiás e Arraias e entre Arraias e Paranã, além de estreita faixa nas proximidades do Granito Serra Branca. Consiste de tonalito leucocrático, em geral menos deformado do que os granitos anteriores e, por vezes, isótropo e com textura

141 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

ígnea preservada. A Nordeste de Monte Alegre o tonalito é mais rico em biotita e possui nódulos de grafita. Comparativamente às outras fácies esta é tardi-tectônica e discordante das foliações regionais. Seus varietais são muscovita e granada.

2.2.2.2.1.2 Mesoproterozoico

 MPpa - Grupo Paranoá O Grupo Paranoá é composto por uma espessa sucessão psamo-pelítica e importante contribuição de rochas carbonáticas. As primeiras informações sobre estas rochas devem-se a Andrade Ramos (1958), que as denominou de Formação Paranoá. Braun (1968) a definiu como formação inferior e lateral ao Grupo Bambuí. A partir de Dardenne (1974) a Formação Paranoá foi separada do Grupo Bambuí e elevada à categoria de grupo. Dardenne (1978) o desdobrou no Conglomerado São Miguel, basal, seguido das formações Jequitaí ou Topázios. Está exposto em extensas áreas de Goiás, principalmente ao longo de ampla faixa N- S e ocorre desde o Distrito Federal até o Sul do Estado do Tocantins. Foi descrito em detalhe nas regiões de Alto Paraíso, local da seção-tipo, São João da Aliança, São Gabriel, Padre Bernardo e Distrito Federal. A divisão do Grupo Paranoá aqui adotada é a proposta por Faria (1995), que a desdobrou em quatro megaciclos, definida no Distrito Federal e estendida para todo o Estado de Goiás por Lacerda Filho et al. (1999), e engloba as unidades de Fuck et al. (1988), Baêta Jr. et al. (1978) e Araújo & Alves (1979). A proposta se fundamenta na descrição de fácies sedimentares e interpretação de sistemas deposicionais. Da base para o topo, os megaciclos compreendem: A. MPpa1 - Unidade 1 - Conglomerática Rítmica Quartzítica Inferior Exposta na região de Alto Paraíso, compreende o paraconglomerado São Miguel, metarritmitos, quartzitos finos a médios (Figura 71) e quartzitos microconglomeráticos. O paraconglomerado São Miguel tem cerca de 50m de espessura e repousa em discordância erosiva sobre o Grupo Araí (Figura 72). Trata-se de conglomerado polimítico sustentado por matriz arenosa grossa, carbonática, esverdeada. Os clastos possuem de 2mm a 1m de diâmetro, são subarredondados a angulosos e constituídos de quartzo, quartzito fino, metassiltito, filito, metamarga e calcixisto. Ocorre em espessas camadas maciças, por vezes com incipiente estratificação cruzada e convoluta, com intercalações de quartzito calcífero e filito carbonoso. O paraconglomerado está sotoposto à Litofácies Metarritmitos.

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Figura 71 - Quartzitos finos a médios em quebra de relevo no cânion dos Couros (UTM 23L 203.225E / 8.419.889N – 956m)

Figura 72 - Paraconglomerado São Miguel exposto na área do Ribeirão São Miguel, que escoa por entre a formação rochosa (UTM Fuso 23L 198.975E / 8.439.891N - 901m)

A.1. Paraconglomerado São Miguel

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As rochas dessa unidade são representadas por paraconglomerados, mal selecionados, de coloração cinza e ricos em carbonato, sendo esta última característica responsável pela ação diferencial da erosão fluvial, que resulta em formas peculiares de grande beleza natural esculpidas nas rochas (Figura 73). O Paraconglomerado São Miguel foi afetado por importantes processos diagenéticos responsáveis pela recristalização da maior parte do carbonato presente originalmente na matriz, dando margem à formação de um “pseudocimento”, que atualmente corresponde, em média, a quase metade da composição das rochas dessa unidade. É necessário informar os visitantes sobre as condições de formação das rochas (incluindo ambientes deposicionais e processos sedimentares), uma vez que há grande confusão por parte do público em geral, que, em muitos momentos acredita estar diante de uma rocha de origem vulcânica, e não sedimentar. É importante ainda que se dê maior ênfase aos avisos sobre a importância da preservação da área, sobre a proibição de retirada de amostras de rocha e sobre a manutenção da limpeza do local. O sítio encontra-se bem preservado, não sendo encontrados vestígios de depredação, lixo ou pichação. Quanto às sinalizações no local, há alguns avisos sobre o cuidado geral que se deve ter com o local, não sendo encontradas placas alusivas à gênese das rochas ali observadas. A conscientização para a preservação de determinado local é indiscutivelmente despertada a partir do conhecimento sobre sua origem, bem como da sua importância.

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Figura 73 - Formas erosivas no trecho principal do Vale da Lua. O processo de abrasão hídrica é facilitado pela presença do carbonato como matriz. As “esculturas naturais” e o aspecto liso do leito são os detalhes de principal interesse pelos visitantes. No local o ribeirão São Miguel corre encaixado nas fendas em função da dissolução do carbonato presente na rocha (UTM Fuso 23L 198.975E / 8.439.891N - 901m).

B.1. Litofácies Metarritmito Consiste de uma seqüência de metamarga calcítica a olomítica, maciça com gretas de ressecamento, cubos de sal e leitos centimétricos de carbonato e filito carbonoso rítmicos com intercalações de quartzito. Em direção ao topo passa para metassiltitos arenosos e metassiltitos argilosos com estruturas de carga e raras estruturas de contração. É dividida em uma sublitofácies inferior pelito- carbonatada e outra, superior, rítmica.

C.1. Sublitofácies Pelito-Carbonatada É constituída de metamarga dolomítica creme a rosa, em camadas de 20 a 30cm de espessura e metassiltitos calcíferos com até 10m de espessura. Tem aspecto maciço a laminado e passa gradualmente a metassiltito argiloso com gretas de ressecamento, cubos de sal e intercalações centimétricas a decimétricas de carbonato.

D.1. Sublitofácies Rítmica

145 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

É a porção principal da litofácies metarritmito e é composta de metassiltitos arenosos e metassiltitos argilosos esverdeados a cinza-claros, alternados com quartzitos finos a muito finos, localmente médios, feldspáticos, metargilitos cinza-esverdeados e laminados e metassiltitos argilosos laminados, sotopostos a camadas de metarritmito, pelito carbonático contendo fendas de ressecamento e moldes de cubos de sal, e camadas de evaporito substituídas por carbonato.

E.1. Litofácies Quartzito fino a médio Composta de camadas lenticulares de quartzito feldspático com marcas onduladas, diques de areia e estratificação cruzada tabular, com intercalações de lâminas de quartzo-filito rico em magnetita, síltico-argilosas, metassiltitos argilosos, camadas pelito-carbonáticas com frequentes gretas de ressecamento e estruturas de contração e camadas de evaporitos substituídas por carbonato e com moldes de cubos de sal.

F.1. Litofácies Quartzítica É composta por quartzitos finos a médios com estratificação tabular, acanalada e convoluta e intercalações de filitos carbonosos, quartzito microconglomerático a microconglomerado e de filito carbonoso, centimétricas a decimétricas.

G.1. Sublitofácies Rítmica É a porção principal da litofácies metarritmito e é composta de metassiltitos arenosos e metassiltitos argilosos esverdeados a cinza-claros, alternados com quartzitos finos a muito finos, localmente médios, feldspáticos, metargilitos cinza-esverdeados e laminados e metassiltitos argilosos laminados, sotopostos a camadas de metarritmito, pelito carbonático contendo fendas de ressecamento e moldes de cubos de sal, e camadas de evaporito substituídas por carbonato.

H.1. Litofácies Quartzito fino a médio Composta de camadas lenticulares de quartzito feldspático com marcas onduladas, diques de areia e estratificação cruzada tabular, com intercalações de lâminas de quartzo-filito rico em magnetita, síltico-argilosas, metassiltitos argilosos, camadas pelito-carbonáticas com freqüentes gretas de ressecamento e estruturas de contração e camadas de evaporitos substituídas por carbonato e com moldes de cubos de sal.

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B. MPpa2 - Unidade 2 - Síltico-Ardosiana Compreende metassiltitos argilosos, às vezes carbonosos com intercalações de quartzito fino, metassiltito, filito, ardósia e mármore dispostos em uma litofácies síltica e outra ardosiana. A litofácies síltica é caracterizada por metassiltitos argilosos, por vezes carbonosos, exibindo em direção ao topo lentes de quartzito, filito e mármore em seqüência rítmica. Os quartzitos são ora puros ora arcoseanos, muito grossos a conglomeráticos na base e médios no topo, em geral mal selecionados, friáveis, com grãos angulosos e manchas ovaladas de óxido de ferro. Os mármores são calcíticos e dolomíticos, róseos a brancos e possuem estromatólitos (Conophyton) e estruturas de contração. Filitos, filitos carbonosos e calcifilitos são complementares. A litofácies ardosiana é composta por ardósias vermelhas e roxas, com acamamento salientado por lâminas mais sílticas e concentrações de manganês em concreções e lâminas descontínuas. No topo contém intercalações de quartzito fino a metassiltito em lâminas até bancos lenticulares de 1,5m de espessura e base erosiva. Ocorrem marcas onduladas e estruturas hummocky (MELO FILHO, 1996).

C. MPpa3 - Unidade 3 - Rítmica Quartzítica Intermediária Ocorre a Oeste de Formosa, próximo a Planaltina e Sobradinho, nos domos de Brasília e Cristalina, onde é explorada como material de construção. A base da unidade é de quartzito fino (MPpa3qt) a muito fino, feldspático, friável, bem selecionado que evolui para alternância de filito carbonoso, argilitos amarelos ou vermelhos e metassiltitos. Inclui ardósias, quartzitos finos a médios e raros conglomerados intraformacionais e calcários com ocasionais lâminas de metassiltitos e metargilitos e intercalações de quartzitos finos a médios, localmente grossos. O pacote é arroxeado com tons amarelo e vermelho e contém estruturas hummocky, em espinha de peixe, de contração, marcas onduladas e laminações cruzadas por ondas.

D. MPpa4 - Unidade 4- Rítmica Pelito-Carbonatada Ocorre nas regiões de Planaltina de Goiás e Sobradinho, a Norte de Taguatinga, Sul de Niquelândia, Norte de São Gabriel de Goiás e na região de Padre Bernardo. A unidade é composta de metargilitos, ardósias, metassiltitos vermelhos, brancos e amarelados, filitos carbonosos rítmicos, calcixistos e quartzitos feldspáticos finos a médios. Os quartzitos têm geometria ondulada, lenticular e estruturas hummocky. As estruturas sedimentares mais comuns são marcas onduladas, estruturas de carga e raras laminações cruzadas por ondas e estruturas de contrações. A estes litótipos se somam lentes de metacalcário cinza (MPpa4cc) e de mármores e dolomitos (MPpa4mm) com leitos de intraclastos, oólitos e estromatolitos com

147 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC capanobactérias e colunas cônicas e convexas (Dardenne,2000) do tipo Conophyton metula kirichenko (Dardenne et al., 1976; Melo Filho, 1996). Também ocorrem cataclasitos associados (MPpa4ct). A unidade representa ambientes deposicionais que refletem significativas flutuações do nível do mar, com pelitos de águas profundas, ritmitos de maré e de tempestade. A partir de estromatólitos, Cloud & Dardenne et al. (1973) e Dardenne (1978, 1979) propuseram que o Grupo Paranoá depositou-se entre 1.350 a 950 Ma, semelhante ao proposto por Rocha et al. (1990) para a Formação Caboclo (BA), correlacionável ao Grupo Paranoá. A datação Pb-Pb de carbonatos da Formação Caboclo por Babinski (1993) gerou a idade de 1.140 ± 140 Ma.

2.2.2.2.1.3 Neoproterozoico

 Grupo Bambuí O Grupo Bambuí representa extensa cobertura plataformal do paleocontinente São Francisco. Compreende uma associação de litofácies pelito-siliciclásticas e arbonáticas de extenso mar epicontinental neoproterozóico. Distribui-se geograficamente ao longo de vasta faixa N-S da região Nordeste de Goiás e se estende de forma contínua para os estados da Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Piauí e Distrito Federal. Os primeiros estudos desenvolvidos nesta unidade foram os de Derby (1880), Rimann (1917), seguidos por Branco & Costa (1961), Oliveira (1967), Almeida (1967), Braun (1968), Barbosa et al. (1969, 1970b), Schöll (1972, 1973), Beurlen (1974), Alvarenga & Dardenne (1978) e Dardenne (1978a,b; 1979). A estratigrafia do Grupo Bambuí aqui adotada é a proposta por Dardenne (1 978a) que a divide, da base para o topo, nas formações Jequitaí, Topázios, Sete Lagoas, Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacaré e , reunidas no Subgrupo Paraopeba, e a Formação Três Marias, topo do grupo. Segundo Dardenne (1978) a deposição do Grupo Bambuí ocorreu em regime de plataforma epicontinental estável a partir de megaciclos transgressivos-regressivos de águas pouco profundas. Iniciou-se por sedimentação glaciogênica seguida por sucessivos megaciclos regressivos, separados por períodos de subsidência e aumento da lâmina de água, com consequente deposição de sedimentos argilosos. O Megaciclo I é representado pela formação Sete Lagoas, o Mega-ciclo II pelas formações Serra de Santa Helena e Lagoa do Jacaré e o Mega-ciclo III pelas formações Serra da Saudade e Três Marias.

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1. NP2pb - Subgrupo Paraopeba Engloba as formações Sete Lagoas, Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacaré e Serra da Saudade. Em algumas áreas de Goiás, o reconhecimento destas formações é difícil devido às condições de afloramentos, o que levou Lacerda Filho, et al. (1999) a reuní-las sob o termo Subgrupo Paraopeba Indiviso, termo adotado neste relatório. Compreende siltitos e argilitos cinza-esverdeados a avermelhados, por vezes calcíferos, e calcários finos cinza e intercalações de lentes de quartzito (Np2bpqt).

2. NP3tm - Formação Três Marias Constitui o topo do Grupo Bambuí. Foi denominada de Arenito por Eschwege (1832), e redenominada de Formação Três Marias por Branco & Costa (1961). É constituída por arcóseos, arenitos arcoseanos e siltitos, cinza-esverdeadoscom intercalações subordinadas de conglomerado. A deposição da unidade ocorreuem ambiente plataformal com tempestades e ambiente transicional para deltáico e fluvial. A sua espessura varia 250 m na barragem Três Marias, em Minas Gerais, a mais de 1.000m na serra de São Domingos em Goiás. A idade deposicional dos sedimentos do grupo é ainda indefinida, apesar dos estudos radiométricos e paleontológicos (Machado & Schrank, 1989; Babinski, 1993; Thomaz Filho & Bonhomme, 1976; Bonhomme, 1982; Bonhomme et al., 1982; Parenti Couto et al., 1981; Chang et al. 1993; Marchese, 1974, dentre outros). A datação U-Pb de um dique intrusivo no Subgrupo Paraopeba forneceu a idade de 635 ± 2 Ma (Machado & Schrank, 1989). Babinski (1993), considerando dados geocronológicos anteriores e os resultados Pb-Pb nas formações Sete Lagoas e Lagoa do Jacaré, admite que a deposição de rochas carbonáticas iniciou logo após 950 Ma, com reajuste isotópico por volta de 600 Ma. Freitas-Silva (1998) reinterpretou os dados geocronológicos disponíveis e, por meio de duas isócronas, definiu idades de 762 ± 49 Ma e 547 ± 57 Ma, interpretadas, respectivamente, como a provável época de sedimentação e homogeneização parcial do Grupo Bambuí possivelmente por diagênese ou metamorfismo.

2.2.2.2.1.4 Cenozoico

 N1dl - Coberturas Detrito-Lateríticas Ferruginosas Esta unidade tem ampla distribuição no estado e dispersa ocorrência nos limites da APA (Anexo 09 - Mapa de Geologia) e atapeta superfícies de aplainamento desenvolvidas sobre rochas de todas as unidades litoestratigráficas e, atualmente, está sob efeito de dissecação marginal por erosão. Estes sedimentos são formações superficiais que se desenvolveram em

149 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC zonas de interflúvios. Compreendem sedimentos aluviais ou coluviais constituídos por conglomerados oligomíticos com seixos de quartzito e lateritos autóctones com carapaças ferruginosas. As crostas, quando possuem perfis completos, podem alcançar mais de 30m de espessura, embora, nem sempre apresentam nítida diferenciação em horizontes. Perfis mais desenvolvidos possuem os seguintes horizontes:

A. Horizonte superficial Apresenta espessura inferior a 1m e é constituído por materialareno-argiloso, amarelado, desestruturado e suprimido em declives mais acentuados.

B. Horizonte concrecional Possui de 2 a 4m de espessura e consiste de crosta com concreções ferruginosas cimentadas hematita terrosa, goetita e gibsita, conforme perfil de cerca de 1m indicado na Figura 74, registrado nos arredores do povoado de Capela.

Figura 74 - Corte em estrada que liga Colinas do Sul a Cavalcante, onde evidencia-se o perfil latériticos ferruginoso de consistência rígida sob uso pecuarista (UTM Fuso 23L 195.842E / 8.445.846N - 503m)

C. Horizonte argiloso Pode alcançar 15m de espessura e é de saprólito avermelhado.

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D. Horizonte pálido Tem de 2 a 3m de espessura, de cores claras e situa-se na interface rocha/saprólito. A heterogeneidade de forma e composição desses depósitos indicam ser colúvio-aluviais de pedimentação (IANHEZ et al., 1983). A sua relevância econômica reside na associação com depósitos supergênicos de manganês, níquel, bauxita, fosfato e ouro detrítico, conhecidos nos municípios de São João D’aliança, Niquelândia, Barro Alto, Catalão e Fazenda Nova, respectivamente.

 Q2a ‐ Depósitos Aluvionares Os depósitos aluvionares se associam à rede de drenagem que flui sobre o embasamento cristalino e as bacias sedimentares, notadamente a tributária dos rios Araguaia e Tocantins. Os depósitos são pouco extensos e somente foram cartografados os de maior extensão, compatíveis com a escala do mapa. Estes compreendem as acumulações de sedimentos de calha e de planície de inundação, compostos por areias finas a grossas, cascalhos e lentes de material silto-argiloso e turfa. As frações mais grossas podem conter concentrações de rutilo, ouro, zircão e diamante, as quais podem constituir depósitos de interesse econômico.

2.2.2.2.2 Recursos Minerários “Recursos minerais são concentrações de materiais rochosos que podem ser utilizados pelo homem. Eles são fonte de grande parte dos materiais que compõem a base da sociedade industrial moderna” aponta Teixeira (2012). Em meio a tantos minerais encontram-se ferro, cobre, alumínio, zinco, ouro, materiais de construção e muitas outras substâncias de constituições não metálicas e metálicas. No que diz respeito às substâncias como Petróleo, gás natural, carvão mineral e minerais radioativos, que venham a conter urânio e tório, estão incluídos no grupo dos recursos energéticos (TEIXEIRA, 2012).

2.2.2.2.2.1 Origem e Classificação dos Depósitos Minerais

Em parte, as províncias metalogeneticas brasileiras constituem herança das condições especificas de nossa história geológica, na Figura 75 estão indicados os principais depósitos no Brasil. Além disso, no domínio intraplaca atuam as plumas do manto, as quais se relacionam soerguimentos, rifteamentos e manifestações magmáticas (TEIXEIRA, 2012).

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Essas condições podem gerar derrames e intrusões básicas, portadoras de níquel, platina e cobre, e intrusões de rochas alcalinas, em parte com carbonatos associados. As concentrações de metais e minerais valiosos são anomalias da natureza e sua ocorrência e esparsa. As concentrações de um elemento ou grupo de metais ou minerais em diferentes pontos de uma região constituem as províncias metalogenéticas. Várias teorias têm sido elaboradas para explicar o porquê de tais concentrações, os processos determinantes da incidência em algumas regiões e a ocorrência em certas épocas. Os depósitos minerais podem ser classificados em função dos processos geológicos que atuaram durante sua formação. A seguir um dos esquemas de classificação mais utilizados: • Depósitos hidrotermais, formados em associação com soluções salinas quentes; • Depósitos magmáticos, concentrados em rochas ígneas; • Depósitos porfiríticos, que ocorrem próximo ou dentro de intrusões dioriticas ou granitoides de textura porfiritica; • Depósitos metamórficos de contato (escarniticos), formados pela intrusão de rochas plutônicas em calcários impuros; • Depósitos de óxidos de ferro-cobre-ouro, pertencentes a um agrupamento que foi idealizado com base em definição empírica que se originou de atributos geoquímicos comuns a esse tipo de mineralização; • Depósitos sedimentares precipitados a partir de soluções, principalmente da água do mar; • Depósitos residuais, formados pelas reações químicas do intemperismo superficial; • Depósitos de plácer, nos quais os minerais são removidos, transportados e concentrados pela ação da água ou do vento;

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Figura 75 - Principais depósitos minerais do Brasil Fonte: Teixeira (2012)

Nota-se que nas proximidades da APA de Pouso Alto existem relevantes depósitos minerais (Figura 76). Ao Norte da APA tem-se Cassiterita em Monte Alegre, a Noroeste lavra de Amianto em Minaçu e mina de Níquel, a Sudoeste da APA, no município de Niquelândia. 2.2.2.2.2.2 Processos e Atividades Minerárias

Os processos minerários identificados na área da APA de Pouso Alto foram consultados no Departamento de Produção Mineral (DNPM) vinculado ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Destaca-se os depósitos porfiríticos, metamórficos de contato, precipitados a partir de soluções, principalmente da água do mar, devido a ocorrência de minerais de origem destes depósitos na Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto: ouro, estanho, grafita, manganês, níquel, cassiterata, berilo, caulim, tântalo, ferro, fosfato, quartzo, areia e cascalho, conforme é indicado nos processos minerários protocolados junto ao DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), na Tabela 33. A pesquisa de depósitos minerais na APA é

153 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC recorrente pelos interessados, haja vista o número elevado de autorização de pesquisas deferidas pelo DNPM, no total 205, exemplificadas no gráfico da Figura 76. Cabe mencionar o alto número de processos minerários colocados como “disponíveis” pelos antigos requerentes, o fato possibilita entender que, em parte as áreas requeridas não tiveram sucesso quanto as substâncias pesquisadas preliminarmente ou mesmo por outras questões técnica-financeiras.

Requerimento de Lavra de Garimpeiro 1

Requerimento de Registro de Extração 2

Lavra Garimpeira 2

Requerimento de licancimento 2

Concessão de Lavra 3

Licenciamento 4

Requerimento de Lavra 6

Requerimento de Pesquisa 47

Disponibilidade 58

Autorização de Pesquisa 205

0 50 100 150 200 250

Figura 76 - Quantitativo dos processos minerários em curso na APA de Pouso Alto Fonte: Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)

No Mapa dos Processos Minerários (Anexo 10) é possível notar a concentração dos processos no setor Norte da APA de Pouso Alto, entre as cidades de Minaçu (a Oeste da APA) e a cidade de Cavalcante, nos arredores desta por sua vez já não há áreas com disponibilidade para novos requerimentos. Outro setor com maior quantidade de processos está na porção Sudeste da APA, entre os municípios de São João da Aliança e Alto Paraíso de Goiás. São ocorrentes na área, especificamente no extremo Sudoeste da APA as de Garimpo, nesse caso no município de Colinas do Sul, próximo à rodovia que a liga a sede de Alto Paraíso, onde há dois processos desta natureza, onde foram autuados como infratores e lavrado multa. Outras, próxima da produção são as poligonais que foram concedidos as lavras, três no total, além de seis processos onde foram requeridos a concessão de lavra. Destas, onde foram concedidas as Lavras, foi possível verificar em campo que na poligonal de processo 803603/1973, da qual engloba o centro do Domo da Serra Branca, extremo Noroeste da APA, não encontra-se atividades minerários em curso, no entanto, no seu

154 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC entorno imediato nos limites da poligonal de número 86037/2006 de propriedade da Seven Gold Mineração, Indústria e Comércio, há evidências de extração de minério de Grafita, onde os estabelecimentos utilizados pela empresa encontram-se fechados e com as atividades mineiras desativadas (Figura 77), restando apenas os rejeitos dos minérios e as cavas efetuadas no corpo rochoso expostas (Figura 78).

Figura 77 - (A) Entrada de área utilizada pela Seven Gold Mineração para pesquisa mineral de Ouro, desativada. (B) Corpo principal do minério de grafita extraído pela detentora do alvará (UTM Fuso 22L 820.949E / 8.497.602N – 442m)

Figura 78 - Coluna mantida pela mineradora onde testemunha-se o mineral de grafita (entre os destaques em amarelo) (UTM Fuso 22L 820.949E / 8.497.602N – 442m)

Situação semelhante é registrada entre a Reserva Natural da Serra do Tombador e a cidade de Cavalcante, onde evidencia-se a pilha de rejeito de minério de manganês a beira da

155 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC estrada (Figura 79), localizada entre os limites da poligonal 803240/1978, do qual consta diante da consulta de 11 de julho/2014 a concessão de lavra do minério na área, com o último evento registrado em 2007, do qual publicou-se infração da Mineração Ribeirão Cana Brava LTDA. Esta localizada nas cabeceiras do rio Santa Rita. O manganês é contaminante da água e pode contaminar o Santa Rita com resíduos, como observado no “bota fora” de sedimentos finos em uma pequena lagoa de decantação. A mineradora conhecida como Toniolo possuía maquinário pesado, o que permitia uma exploração bem mais acentuada, incluindo a remoção de grande quantidade de solo. Como até hoje existem no local passivos ambientais oriundos das atividades desenvolvidas pela empresa Toniolo (Figura 80); verifica-se ainda porções com resíduos de minério fino, lagoas de decantação, restos de infraestrutura de beneficiamento, áreas abertas e degradadas, cavas, além de diversas ravinas decorrentes de erosão iniciada no topo do morro, material particulado fino, composto por resíduos de minério e sedimentos de solo, ainda transportado por lixiviação ao rio Santa Rita, situado na divisa da Reserva.

Figura 79 - Pilha de rejeito a céu aberto de extração de minério de manganês nas proximidades da estrada vicinal que liga a cidade de Cavalcante a cidade de Minaçu (UTM Fuso 23L 198.405E / 8.491.554N – 871m)

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Figura 80 - Amostra de rejeito de manganês de lavra abandonada (UTM Fuso 23L 198.405E / 8.491.554N – 871m)

A cerca da mineração nos arredores da cidade de Cavalcante, o relatório apresentado por Alvarenga et al. (2007) foi utilizado parcialmente para demonstrar a realidade mineral local, uma vez que o mesmo apresenta a contento a avaliação do caso. Na região de Cavalcante, dezenas de veios de quartzo auríferos subverticais cortam rochas da Formação Ticunzal e granitos da Suíte Aurumina (≅ 2,15 Ga), mas não atingem os quartzitos do Grupo Araí (≅ 1,77 Ga). Esses veios de quartzo são considerados como hidrotermalitos silicosos por D’El Rey Silva e Senna Filho (1998). Segundo Alvarenga et al. (2007) alguns trabalhos desenvolvidos na região de Cavalcante (BOTELHO E SILVA, 2004 e 2005; MASSUCATTO 2003) relacionam a mineralização aurífera a granitogênese sin-tectônica da Suíte Aurumina, através de relações de campo e idades de muscovita (Ar-Ar ≅ 2,1 Ga) e mostram que há discordância entre veios de quartzo e conglomerados basais do Grupo Araí. Na área urbana da cidade de Cavalcante, a Mina Buraco do Ouro, explorada desde 1750 até hoje, situa-se em crista alongada orientada N60-70E com aproximadamente 500m de comprimento, e largura variável de 20 a 25m (Figura 81). O veio encontra-se hospedado em ortognaisses miloníticos parcialmente transformados pela alteração hidrotermal que envolve cloritização, silicificação e sericitização.

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Figura 81 - Localização da Mina Buraco do Ouro ao longo de zona de falha N70E, truncada no contato entre milonito de granito da Suíte Aurumina (PP22au2) e quartzitos feldspáticos do Grupo Araí (PPaqf). Fonte: Alvarenga et al. (2007).

O veio é preenchido essencialmente por quartzo maciço finamente cristalino, contendo pequena porcentagem de muscovita (<3%) e minerais subordinados, tais como turmalina, magnetita, pirita, galena e carbonatos. A continuidade desses corpos em forma de charuto, em profundidade, pode atingir 90m. O intervalo observado entre os diversos corpos mineralizados varia de 5 a 8m até 20m. A mineralização principal é representada por ouro nativo em grãos grossos (200 a 900m), frequentemente lamelares, com teores médios de 12-15g/t Au. O ouro contém de 10 a 12% Ag. A principal característica da mineralização do Buraco do Ouro é a associação do ouro com minerais do grupo da platina (MGP), Ag-Bi-S-Se minerais (selenetos), e arsenetos como sperrylita (PtAs2), identificados por Marchetto et al. (1993). Recentemente, um novo mineral, kalungaíta (PdAsSe), foi descrito por Botelho et al. (2006). Segundo Alvarenga et al.(2007) a Mina de ouro de Aurumina está situada no contexto da Folha Cavalcante, em prospecto explorado desde a época dos bandeirantes, porém trabalhado mais regularmente a partir de 1948. Desde essa época, foram sucessivos períodos de exploração e paralisação, até os trabalhos da empresa MIBASA, que implantou um projeto de mina na década de 1980. O depósito de Aurumina foi inicialmente explorado pela empresa, a céu aberto, até uma profundidade de 27 metros, e, em seguida, em mina subterrânea, até 120 metros. Contudo, atualmente encontra-se paralisada em virtude de embargo pelo órgão ambiental competente, a empresa Penery Mineração detém os direitos minerários junto ao

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DNPM e mantém a área da mineração sob manutenção constante (Figura 82), sem no entanto exercer atividade de extração do minério de ouro.

Figura 82 - Pátio da Penery Mineração na cidade de Calvacante, onde se nota o guindaste utilizado para a descida na Mina Buraco do Ouro (UTM Fuso 23L 233.895E / 847.3189N – 825m)

Na região, o ouro ocorre em vários veios de quartzo, contendo muscovita, caulinita e grafita, além de fluorita no contato com rocha encaixante hidrotermalizada. Possuem direção NE, estão relacionados a zona de cisalhamento N-NE, encaixados em milonitos de granito e de xistos e em geral associados a uma rica paragênese sulfetada. O depósito principal está hospedado em veio de quartzo de 50cm de espessura e 200m de comprimento, vide Figura 83, reconhecido por sondagem até 200m de profundidade, encaixado no contato de xisto da Formação Ticunzal com o milonito de biotita – muscovita granito da Suíte Aurumina (PP2γ2au2). Esse veio é orientado N40E /70 NW, com o mergulho suavizando-se nos níveis mais profundos. O ouro (teor médio de 14g/t, atingindo até 22 g/t), junto com a prata (teor médio 8g/t), encontra-se disseminado no quartzo em associação com sulfetos de metais base.

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Figura 83 - Minério da Mina Buraco do Ouro, grãos de ouro concentrados nos níveis micáceos mais escuros, por Alvarenga et al. (2007).

Baseado em Alvarenga et al. (2007) a Província Estanífera de Goiás, definida por Marini & Botelho (1986), abrange uma vasta região do Norte do estado, que se caracteriza pela presença de granitos estaníferos de idade paleo-/mesoproterozóica distribuídos em duas sub- províncias: Subprovíncia do Rio Paranã (SRP) e Subprovíncia do Rio Tocantins (SRT). Nessa definição, os autores englobaram os depósitos importantes de estanho em uma única época metalogenética, relacionada aos granitos do tipo A. Entretanto, trabalhos mais recentes (Botelho & Moura 1998, Pereira 2001, Botelho et al., 2002b) mostram que depósitos de estanho, com tântalo associados, estão relacionados a granitogênese mais antiga, a Suíte Aurumina. Os depósitos de estanho e tântalo associados a granitos da Suíte Aurumina, estão situados no contexto da Folha Monte Alegre de Goiás, nas proximidades da cidade de mesmo nome. Vários outros depósitos e ocorrências do mesmo tipo são conhecidos nas regiões vizinhas a Monte Alegre, porém estão localizados nos domínios da Folha Porto-Real. Os pegmatitos e greisens da região de Monte Alegre já foram alvo de explorações de Sn-Ta por empresas (, Goiás Estanho) e garimpeiros. Na área do Xupé, foram realizados trabalhos de prospecção, com sondagens e abertura de galerias, tendo sido avaliada uma reserva com cerca de 2.500 toneladas de estanho. Atualmente, nenhum tipo de exploração vem sendo realizada, devido à queda do preço do estanho na década de 80. As áreas exploradas encontram-se abandonadas e as cavas de minério estão inundadas ou entulhadas com material de rejeito.

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Tabela 33 - Processos Minerários identificados na área da APA de Pouso Alto PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860590/2004 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH AMARILLO MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 26/07/2010 DO BRASIL LTDA. OURO 860591/2004 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH AMARILLO MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 26/07/2010 DO BRASIL LTDA. OURO 860592/2004 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH AMARILLO MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 26/07/2010 DO BRASIL LTDA. OURO 860161/2005 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO PH INVESTIMENTOS E MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 02/09/2010 PARTICIPAÃIES LTDA MANGANÊS 860826/2005 AUTORIZAÇÃO DE 224 - AUT PESQ/AUTO INFRAÇÃO MINERAÇÃO PEDRA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA PUBLICADA EM 09/11/2010 PRETA LTDA MANGANÊS 861049/2005 AUTORIZAÇÃO DE 646 - AUT PESQ/TORNA S/EFEITO JOSÉ RUBENS MORETTI MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA APLICADA-REL PESQ EM JÚNIOR MANGANÊS 15/07/2010 861093/2005 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 26/11/2010 CORREIA FERRO 861094/2005 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO GSHL BRASIL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 26/11/2010 LTDA. FERRO 861095/2005 AUTORIZAÇÃO DE 250 - AUT PESQ/EXIGÊNCIA GSHL BRASIL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/06/2010 LTDA. FERRO 861097/2005 AUTORIZAÇÃO DE 250 - AUT PESQ/EXIGÊNCIA GSHL BRASIL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 25/10/2010 LTDA. FERRO 861821/2005 AUTORIZAÇÃO DE 654 - AUT PESQ/PARCELAMENTO TAH GSHL BRASIL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA QUITADO EM 14/12/2009 LTDA. FERRO 861929/2005 AUTORIZAÇÃO DE 224 - AUT PESQ/AUTO INFRAÇÃO GSHL BRASIL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA PUBLICADA EM 07/10/2010 LTDA. OURO 861931/2005 AUTORIZAÇÃO DE 326 - AUT PESQ/PRORROGAÇÃO GSHL BRASIL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRAZO 03 ANOS PUB EM 20/09/2010 LTDA. OURO

161 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 862168/2005 AUTORIZAÇÃO DE 178 - AUT PESQ/NOTIFICAÇÃO ADM L WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PGTO DÉBITO TAH EM 24/02/2010 CORREIA MANGANÊS 862169/2005 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 26/11/2010 CORREIA MANGANÊS 862170/2005 AUTORIZAÇÃO DE 178 - AUT PESQ/NOTIFICAÇÃO ADM L WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PGTO DÉBITO TAH EM 24/02/2010 CORREIA MANGANÊS 860140/2006 AUTORIZAÇÃO DE 326 - AUT PESQ/PRORROGAÇÃO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRAZO 03 ANOS PUB EM 15/07/2009 LTDA OURO 860141/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860142/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860143/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860144/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860145/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860146/2006 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 07/12/2010 LTDA OURO 860147/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860148/2006 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 07/12/2010 LTDA OURO 860149/2006 AUTORIZAÇÃO DE 214 - AUT PESQ/COMUNICACAO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA OCORR OUTRA SUBSTANCI EM LTDA OURO 08/02/2010 860150/2006 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 07/12/2010 LTDA OURO

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PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860151/2006 AUTORIZAÇÃO DE 243 - AUT PESQ/RECURSO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA APRESENTADO PROTOCOLIZA EM LTDA OURO 07/12/2010 860152/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860153/2006 AUTORIZAÇÃO DE 214 - AUT PESQ/COMUNICACAO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA OCORR OUTRA SUBSTANCI EM LTDA OURO 08/02/2010 860154/2006 AUTORIZAÇÃO DE 243 - AUT PESQ/RECURSO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA APRESENTADO PROTOCOLIZA EM LTDA OURO 07/12/2010 860155/2006 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 07/12/2010 LTDA OURO 860156/2006 AUTORIZAÇÃO DE 214 - AUT PESQ/COMUNICACAO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA OCORR OUTRA SUBSTANCI EM LTDA OURO 08/02/2010 860157/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860158/2006 AUTORIZAÇÃO DE 326 - AUT PESQ/PRORROGAÇÃO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRAZO 03 ANOS PUB EM 15/07/2009 LTDA OURO 860159/2006 AUTORIZAÇÃO DE 1007 - AUT PESQ/DESISTENCIA PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRORROGAÇÃO PRAZO ALV PROT EM LTDA OURO 07/12/2010

860160/2006 AUTORIZAÇÃO DE 326 - AUT PESQ/PRORROGAÇÃO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRAZO 03 ANOS PUB EM 15/07/2009 LTDA OURO 860161/2006 AUTORIZAÇÃO DE 214 - AUT PESQ/COMUNICACAO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA OCORR OUTRA SUBSTANCI EM LTDA OURO 08/02/2010 860737/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH SEVEN GOLD MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 25/01/2010 LTDA OURO 860840/2006 AUTORIZAÇÃO DE 178 - AUT PESQ/NOTIFICAÇÃO ADM L PAULO DE TARÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PGTO DÉBITO TAH EM 04/06/2008 CHANDER JÚNIOR OURO

163 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861153/2006 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 LTDA OURO 861456/2006 AUTORIZAÇÃO DE 250 - AUT PESQ/EXIGÊNCIA MARCEL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 24/11/2010 LTDA OURO 860039/2007 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- MANGANÉSE MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 31/01/2008 LTDA COBRE 860048/2007 AUTORIZAÇÃO DE 662 - NOTIFICAÇÃO ADM PGTO WERVERTON DE LIMA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA DÉBITO MULTA EM 25/08/2010 FERREIRA OURO 860159/2007 AUTORIZAÇÃO DE 654 - AUT PESQ/PARCELAMENTO TAH VALMIRO TOLENTINO DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA QUITADO EM 25/10/2010 QUEIROZ OURO 860160/2007 AUTORIZAÇÃO DE 654 - AUT PESQ/PARCELAMENTO TAH VALMIRO TOLENTINO DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA QUITADO EM 25/10/2010 QUEIROZ OURO 860318/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860319/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 LTDA OURO 860320/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860321/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860351/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860352/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860353/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860699/2007 AUTORIZAÇÃO DE 326 - AUT PESQ/PRORROGAÇÃO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRAZO 03 ANOS PUB EM 03/12/2010 LTDA OURO

164 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860700/2007 AUTORIZAÇÃO DE 326 - AUT PESQ/PRORROGAÇÃO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRAZO 03 ANOS PUB EM 03/12/2010 LTDA OURO 860704/2007 AUTORIZAÇÃO DE 326 - AUT PESQ/PRORROGAÇÃO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRAZO 03 ANOS PUB EM 03/12/2010 LTDA OURO 860705/2007 AUTORIZAÇÃO DE 326 - AUT PESQ/PRORROGAÇÃO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRAZO 03 ANOS PUB EM 03/12/2010 LTDA OURO 860706/2007 AUTORIZAÇÃO DE 326 - AUT PESQ/PRORROGAÇÃO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PRAZO 03 ANOS PUB EM 03/12/2010 LTDA OURO 861177/2007 AUTORIZAÇÃO DE 196 - AUT PESQ/TORNA S/EFEITO DESP PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA APROV REL PUB EM 20/10/2009 LTDA OURO 861250/2007 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO ADÒO HELENO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 08/04/2010 RODRIGUES FERRO 861251/2007 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO ADÒO HELENO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 08/04/2010 RODRIGUES FERRO 861252/2007 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO ADÒO HELENO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 28/10/2010 RODRIGUES FERRO 861266/2007 AUTORIZAÇÃO DE 240 - AUT PESQ/DEFESA ADÒO HELENO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA APRESENTADA EM 17/09/2010 RODRIGUES FERRO 861278/2007 AUTORIZAÇÃO DE 249 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - GME4 DO BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL PROTOCOLIZADA EM PARTICIPAÇÕES E NIQUEL 29/09/2010 EMPREENDIMENTOS S A 861280/2007 AUTORIZAÇÃO DE 249 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - GME4 DO BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL PROTOCOLIZADA EM PARTICIPAÇÕES E NIQUEL 29/09/2010 EMPREENDIMENTOS S A 861337/2007 AUTORIZAÇÃO DE 178 - AUT PESQ/NOTIFICAÇÃO ADM L GUIDO MAGALHÃES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PGTO DÉBITO TAH EM 04/06/2008 ARANTES MANGANÊS 861386/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH GIOVANI TOKARSKI MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 OURO 861399/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO

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PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861450/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH MIBASA - MIINERADORA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 BARRO ALTO LTDA MANGANÊS 861961/2007 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 DE ALMEIDA FERRO 862021/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH ADHERPAR MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/07/2010 EMPREENDIMENTOS E FERRO PARTICIPAÇÕES LIMITADA 862040/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 862046/2007 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - ADHERPAR MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM EMPREENDIMENTOS E FERRO 27/08/2010 PARTICIPAÇÕES LIMITADA 862048/2007 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - ADHERPAR MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM EMPREENDIMENTOS E FERRO 27/08/2010 PARTICIPAÇÕES LIMITADA 860080/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 DE ALMEIDA OURO 860081/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 DE ALMEIDA OURO 860082/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 DE ALMEIDA OURO 860083/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 DE ALMEIDA OURO 860084/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 DE ALMEIDA OURO 860085/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 DE ALMEIDA OURO

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PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860087/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 DE ALMEIDA OURO 860163/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860373/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 LTDA OURO 860386/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH WORLD CONNECTION MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 IMPORTAÇÃO E MANGANÊS EXPORTAÇÃO LTDA. 860387/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH WORLD CONNECTION MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 IMPORTAÇÃO E MANGANÊS EXPORTAÇÃO LTDA. 860402/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- HENRIQUE JORGE DE CASSITERITA INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 OLIVEIRA PINHO 860411/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- HENRIQUE JORGE DE CASSITERITA INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 OLIVEIRA PINHO 860435/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- HENRIQUE JORGE DE CASSITERITA INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 OLIVEIRA PINHO 860439/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- HENRIQUE JORGE DE CASSITERITA INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 OLIVEIRA PINHO 860463/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH CASSIA VALADARES DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 VASCONCELOS MANGANÊS 860464/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH OZAMIR FERREIRA DA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/07/2010 SILVA MANGANÊS 860646/2008 AUTORIZAÇÃO DE 662 - NOTIFICAÇÃO ADM PGTO ALMAN ALIANÃA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA DÉBITO MULTA EM 25/08/2010 MINERAÇÃO DE MANGANÊS MANGANÊS LTDA 860712/2008 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - ITAMIX MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM INDUSTRIAL LTDA OURO 04/11/2010

167 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860753/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/07/2010 CORREIA MANGANÊS 860805/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PEDRO HENRIQUE DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 OLIVEIRA MANGANÊS 860861/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERNANDO PEREIRA DA QUARTZO INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/07/2010 ROCHA THOMSEN 860885/2008 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- MINERAÇÃO ROCHAS E MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 METAIS DO BRASIL LTDA OURO 860912/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 860913/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 860914/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 861139/2008 AUTORIZAÇÃO DE 635 - AUT PESQ/AUTO INFRAÇÃO ADHERPAR MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA-TAH EM 25/08/2010 EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS PARTICIPAÇÕES LIMITADA 861165/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH DELFIM FERREIRA ALVES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 J·NIOR MANGANÊS 861183/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 861276/2008 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - ITAMIX MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM INDUSTRIAL LTDA OURO 04/11/2010 861277/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 861326/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH SINTERTEC MINERAIS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 INDUSTRIAIS LTDA. MANGANÊS

168 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861385/2008 AUTORIZAÇÃO DE 662 - NOTIFICAÇÃO ADM PGTO PENGKAI MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA DÉBITO MULTA EM 25/08/2010 MANGANÊS 861593/2008 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - ITAMIX MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM INDUSTRIAL LTDA OURO 04/11/2010 862145/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH THYAGO BAPTISTA CALCÁRIO CORRETIVO DE PESQUISA EFETUADO EM 21/01/2010 CORDEIRO CALCITICO SOLO KEUTENEDJIAN 861421/2008 AUTORIZAÇÃO DE 224 - AUT PESQ/AUTO INFRAÇÃO ADÒO HELENO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA PUBLICADA EM 02/09/2010 RODRIGUES FERRO 861531/2008 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - FERLIG FERRO LIGA LTDA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM MANGANÊS 04/11/2010 861533/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERLIG FERRO LIGA LTDA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 MANGANÊS 861582/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ NASSIM MAMED J┌NIOR ILMENITA INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 16/06/2010 861532/2008 AUTORIZAÇÃO DE 662 - NOTIFICAÇÃO ADM PGTO ALMAN ALIANÃA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA DÉBITO MULTA EM 25/08/2010 MINERAÇÃO DE MANGANÊS MANGANÊS LTDA 861518/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 861523/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PEDRO HENRIQUE DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 OLIVEIRA MANGANÊS 861575/2008 AUTORIZAÇÃO DE 662 - NOTIFICAÇÃO ADM PGTO KHALIL NAJIB KARAM MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA DÉBITO MULTA EM 25/08/2010 MANGANÊS 861497/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 861594/2008 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - ITAMIX MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM INDUSTRIAL LTDA OURO 04/11/2010

169 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861517/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 861850/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ SEBASTIÃO MENDES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 16/07/2010 RIBEIRO NIQUEL 861846/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ SEBASTIÃO MENDES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 16/07/2010 RIBEIRO NIQUEL 861847/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ SEBASTIÃO MENDES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 16/07/2010 RIBEIRO NIQUEL 861848/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ SEBASTIÃO MENDES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 16/07/2010 RIBEIRO NIQUEL 861849/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ SEBASTIÃO MENDES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 16/07/2010 RIBEIRO NIQUEL 861851/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ SEBASTIÃO MENDES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 16/07/2010 RIBEIRO NIQUEL 862088/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH SINTERTEC MINERAIS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 INDUSTRIAIS LTDA. MANGANÊS 862703/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 LTDA OURO 862455/2008 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA KHALIL NAJIB KARAM MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 MANGANÊS 862452/2008 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA KHALIL NAJIB KARAM MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 MANGANÊS 862454/2008 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA KHALIL NAJIB KARAM MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 MANGANÊS 861759/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH JOSÉ EDUARDO DUARTE ÁGUA BALNEOTERAPI PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 DE OLIVEIRA MINERAL A 862453/2008 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA KHALIL NAJIB KARAM MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 MANGANÊS

170 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861274/2008 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - ITAMIX MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM INDUSTRIAL LTDA OURO 04/11/2010 861498/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 861420/2008 AUTORIZAÇÃO DE 224 - AUT PESQ/AUTO INFRAÇÃO ADÒO HELENO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA PUBLICADA EM 02/09/2010 RODRIGUES FERRO 862190/2008 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA CÚSAR AUGUSTO DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 SOUSA SENA MANGANÊS 862639/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH THYAGO BAPTISTA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 CORDEIRO KEUTENEDJIAN 862632/2008 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA CARLOS FRANCISCO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 BELEM TELES FERRO 862633/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH THYAGO BAPTISTA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 CORDEIRO KEUTENEDJIAN 862635/2008 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA THYAGO BAPTISTA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 CORDEIRO KEUTENEDJIAN 862638/2008 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA THYAGO BAPTISTA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 CORDEIRO KEUTENEDJIAN 862640/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH THYAGO BAPTISTA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 CORDEIRO KEUTENEDJIAN 862756/2008 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - FERLIG FERRO LIGA LTDA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM MANGANÊS 04/11/2010 862754/2008 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - FERLIG FERRO LIGA LTDA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM MANGANÊS 04/11/2010 862704/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 LTDA OURO

171 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 862833/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH RUBENS MARTINS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 MOURÃO OURO 860251/2009 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALMAN ALIANÃA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA TAH EM 15/10/2010 MINERAÇÃO DE MANGANÊS LTDA 860200/2009 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH IBRAHIM RASSI MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 23/07/2010 NIQUEL 860198/2009 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH APARECIDO DE JESUS E MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/07/2010 SILVA FERRO 860501/2009 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH WERVERTON DE LIMA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 29/01/2010 FERREIRA OURO 860252/2009 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- ALMAN ALIANÃA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA TAH EM 15/10/2010 MINERAÇÃO DE MANGANÊS LTDA 860047/2007 AUTORIZAÇÃO DE 662 - NOTIFICAÇÃO ADM PGTO WERVERTON DE LIMA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA DÉBITO MULTA EM 25/08/2010 FERREIRA OURO 860427/2009 AUTORIZAÇÃO DE 249 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - GME4 DO BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL PROTOCOLIZADA EM PARTICIPAÇÕES E NIQUEL 29/09/2010 EMPREENDIMENTOS S A 860576/2009 AUTORIZAÇÃO DE 236 - AUT PESQ/DOCUMENTO DIVERSO DINIZ & IRMÒOS ÁGUA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 06/12/2010 MINERAL LTDA OURO 860598/2009 AUTORIZAÇÃO DE 635 - AUT PESQ/AUTO INFRAÇÃO EDUARDO VAN DER MAAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA-TAH EM 25/08/2010 MANGANÊS 860628/2009 AUTORIZAÇÃO DE 641 - AUT PESQ/MULTA APLICADA- DELIO NUNES DE JESUS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA TAH EM 15/10/2010 MANGANÊS 861499/2008 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH FERROATLANTICA BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 28/01/2010 MINERAÇÃO LTDA. MANGANÊS 860226/2009 AUTORIZAÇÃO DE 209 - AUT PESQ/INICIO DE PESQUISA PAULO ANGELO CARRARO AMETISTA GEMA PESQUISA COMUNICADO EM 02/12/2010

172 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860777/2009 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 LTDA OURO 860779/2009 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 LTDA OURO 860783/2009 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 LTDA OURO 860864/2009 AUTORIZAÇÃO DE 278 - AUT PESQ/RENUNCIA ALVARÁ FLÁVIO GRISI CASSITERITA INDUSTRIAL PESQUISA PESQ PROTOCOLIZ EM 28/10/2010 860866/2009 AUTORIZAÇÃO DE 278 - AUT PESQ/RENUNCIA ALVARÁ FLÁVIO GRISI CASSITERITA INDUSTRIAL PESQUISA PESQ PROTOCOLIZ EM 28/10/2010 861111/2009 AUTORIZAÇÃO DE 209 - AUT PESQ/INICIO DE PESQUISA VENERANDO JOSE ALVES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA COMUNICADO EM 23/08/2010 OURO 861426/2009 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH JOÒO PEREIRA DA SILVA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 22/07/2010 NETO MANGANÊS 861361/2009 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH JOÒO PEREIRA DA SILVA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 22/07/2010 NETO MANGANÊS 861466/2009 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ QUANTUM MINERAÇÃO FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA ENVIADO EM 29/09/2010 LTDA 861680/2009 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA BEKIM ALIMI MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 MANGANÊS 861684/2009 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA BEKIM ALIMI MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 MANGANÊS 861685/2009 AUTORIZAÇÃO DE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA BEKIM ALIMI MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 15/10/2010 MANGANÊS 860030/2010 AUTORIZAÇÃO DE 209 - AUT PESQ/INICIO DE PESQUISA WERVERTON DE LIMA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA COMUNICADO EM 18/11/2010 FERREIRA OURO 861096/2005 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH GSHL BRASIL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 LTDA. FERRO

173 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860028/2010 AUTORIZAÇÃO DE 209 - AUT PESQ/INICIO DE PESQUISA WERVERTON DE LIMA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA COMUNICADO EM 18/11/2010 FERREIRA FERRO 860029/2010 AUTORIZAÇÃO DE 209 - AUT PESQ/INICIO DE PESQUISA WERVERTON DE LIMA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA COMUNICADO EM 18/11/2010 FERREIRA OURO 860153/2010 AUTORIZAÇÃO DE 224 - AUT PESQ/AUTO INFRAÇÃO MARIA DE FÁTIMA DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA PUBLICADA EM 25/10/2010 JESUS OURO 860050/2010 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH SANDRO SANTANA COSTA QUARTZO INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 860054/2010 AUTORIZAÇÃO DE 224 - AUT PESQ/AUTO INFRAÇÃO RODOVAL DE SOUZA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA PUBLICADA EM 25/10/2010 GUEDES MANGANÊS 860317/2007 AUTORIZAÇÃO DE 264 - AUT PESQ/PAGAMENTO TAH PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EFETUADO EM 30/07/2010 LTDA OURO 860173/2010 AUTORIZAÇÃO DE 282 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - ITAMIX MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL EFETIVADA EM INDUSTRIAL LTDA MANGANÊS 04/11/2010 860198/2010 AUTORIZAÇÃO DE 545 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - JOSÚ DE FREITAS PEREIRA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO PARCIAL PROTOCOLIZADA OURO EM 06/12/2010 860260/2010 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 11/08/2010 LTDA MANGANÊS 860450/2010 AUTORIZAÇÃO DE 224 - AUT PESQ/AUTO INFRAÇÃO FRANCISCO ALVES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MULTA PUBLICADA EM 25/10/2010 MENDES MANGANÊS 860456/2010 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ PLANALTO GOIÁS FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA ENVIADO EM 29/11/2010 MINERAIS TRANSPORTES. 860428/2009 AUTORIZAÇÃO DE 209 - AUT PESQ/INICIO DE PESQUISA GME4 DO BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA COMUNICADO EM 13/10/2010 PARTICIPAÇÕES E NIQUEL EMPREENDIMENTOS S A 861279/2007 AUTORIZAÇÃO DE 209 - AUT PESQ/INICIO DE PESQUISA GME4 DO BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA COMUNICADO EM 13/10/2010 PARTICIPAÇÕES E NIQUEL EMPREENDIMENTOS S A

174 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860432/2009 AUTORIZAÇÃO DE 249 - AUT PESQ/TRANSF DIREITOS - GME4 DO BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA CESSÃO TOTAL PROTOCOLIZADA EM PARTICIPAÇÕES E NIQUEL 29/09/2010 EMPREENDIMENTOS S A 860533/2010 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ MINETTO MINERAIS DO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 29/09/2010 BRASIL LTDA MANGANÊS 861683/2009 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ BEKIM ALIMI MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 19/08/2010 MANGANÊS 861970/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ PEDRO HENRIQUE DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 29/11/2010 OLIVEIRA MANGANÊS 861972/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ PEDRO HENRIQUE DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 29/11/2010 OLIVEIRA MANGANÊS 861975/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ PEDRO HENRIQUE DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 29/11/2010 OLIVEIRA MANGANÊS 861971/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ PEDRO HENRIQUE DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 29/11/2010 OLIVEIRA MANGANÊS 861973/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ PEDRO HENRIQUE DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 29/11/2010 OLIVEIRA MANGANÊS 861976/2008 AUTORIZAÇÃO DE 207 - AUT PESQ/OFICIO AO JUIZ PEDRO HENRIQUE DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA ENVIADO EM 29/11/2010 OLIVEIRA MANGANÊS 860965/2010 AUTORIZAÇÃO DE 323 - AUT PESQ/ALVARÁ DE PESQUISA VENERANDO JOSE ALVES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA 03 ANOS PUBL EM 06/10/2010 OURO 860890/2003 AUTORIZAÇÃO DE 662 - NOTIFICAÇÃO ADM PGTO RENATO TEODORO DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA DÉBITO MULTA EM 01/07/2009 OLIVEIRA OURO 861008/2010 AUTORIZAÇÃO DE 278 - AUT PESQ/RENUNCIA ALVARÁ VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQ PROTOCOLIZ EM 04/10/2010 MANGANÊS 861010/2010 AUTORIZAÇÃO DE 278 - AUT PESQ/RENUNCIA ALVARÁ VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQ PROTOCOLIZ EM 04/10/2010 MANGANÊS 861007/2010 AUTORIZAÇÃO DE 278 - AUT PESQ/RENUNCIA ALVARÁ VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQ PROTOCOLIZ EM 04/10/2010 MANGANÊS

175 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860293/1991 AUTORIZAÇÃO DE 240 - AUT PESQ/DEFESA SIGO - MINERAÇÃO E OURO NÃO PESQUISA APRESENTADA EM 22/09/2010 PARTICIPAÃIES LTDA INFORMADO 861284/2010 AUTORIZAÇÃO DE 323 - AUT PESQ/ALVARÁ DE PESQUISA DINIZ & IRMÒOS ÁGUA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA 03 ANOS PUBL EM 12/11/2010 MINERAL LTDA MANGANÊS 861285/2010 AUTORIZAÇÃO DE 323 - AUT PESQ/ALVARÁ DE PESQUISA DINIZ & IRMÒOS ÁGUA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA 03 ANOS PUBL EM 12/11/2010 MINERAL LTDA MANGANÊS 861930/2005 AUTORIZAÇÃO DE 654 - AUT PESQ/PARCELAMENTO TAH GSHL BRASIL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA QUITADO EM 14/12/2009 LTDA. OURO 860890/2003 AUTORIZAÇÃO DE 662 - NOTIFICAÇÃO ADM PGTO RENATO TEODORO DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA DÉBITO MULTA EM 01/07/2009 OLIVEIRA OURO 803603/1973 CONCESSÃO DE 436 - CONC LAV/DOCUMENTO MINERAÇÃO PEDRA ESTANHO NÃO LAVRA DIVERSO PROTOCOLIZADO EM LINDA LTDA INFORMADO 12/08/2010 803240/1978 CONCESSÃO DE 806 - REQ LAV/AUTO INFRAÇÃO MINERAÇÃO RIBEIRAO MANGANÊS NÃO LAVRA PUBLICADO EM 02/07/2007 CANA BRAVA LTDA INFORMADO 860297/1979 CONCESSÃO DE 473 - CONC LAV/CUMPRIMENTO PENERY MINERAÇÃO OURO NÃO LAVRA EXIGÊNCIA PROTOCOLI EM 27/07/2010 LTDA INFORMADO 862221/2005 DISPONIBILIDADE 328 - DISPONIB/ÁREA DISPONIVEL ART MINERAÇÃO CORCOVADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL 26 CM PUBLI EM 21/05/2008 DE MINAS LTDA. TITÂNIO 862223/2005 DISPONIBILIDADE 328 - DISPONIB/ÁREA DISPONIVEL ART MINERAÇÃO CORCOVADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL 26 CM PUBLI EM 21/05/2008 DE MINAS LTDA. TITÂNIO 860243/2006 DISPONIBILIDADE 328 - DISPONIB/ÁREA DISPONIVEL ART MINERAÇÃO CORCOVADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL 26 CM PUBLI EM 21/05/2008 DE MINAS LTDA. TITÂNIO 860255/2006 DISPONIBILIDADE 328 - DISPONIB/ÁREA DISPONIVEL ART MINERAÇÃO CORCOVADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL 26 CM PUBLI EM 21/05/2008 DE MINAS LTDA. TITÂNIO 860256/2006 DISPONIBILIDADE 328 - DISPONIB/ÁREA DISPONIVEL ART MINERAÇÃO CORCOVADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL 26 CM PUBLI EM 21/05/2008 DE MINAS LTDA. TITÂNIO 860504/2006 DISPONIBILIDADE 303 - DISPONIB/CONSID PRIORITARIO- LUDELMAR MARQUES DE QUARTZITO INDUSTRIAL EDITAL PESQUISA PUB EM 28/12/2006 ARAUJO

176 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860337/2007 DISPONIBILIDADE 303 - DISPONIB/CONSID PRIORITARIO- JOSÉ EDUARDO DUARTE ÁGUA BALNEOTERAPI EDITAL PESQUISA PUB EM 30/06/2008 DE OLIVEIRA MINERAL A 860763/2004 DISPONIBILIDADE 662 - NOTIFICAÇÃO ADM PGTO ANTÈNIO CARLOS BRAGA MINÉRIO DE INDUSTRIAL DÉBITO MULTA EM 28/11/2008 RAMOS OURO 860944/2005 DISPONIBILIDADE 315 - DISPONIB/DOCUMENTO DIVERSO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PROTOCOLIZADO EM 26/11/2010 CORREIA FERRO 860735/2007 DISPONIBILIDADE 99 - DISPONIB/ÁREA S/PRETEN PROC VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL ARQ ÁREA LIVRE EM 13/05/2009 OURO 861959/2007 DISPONIBILIDADE 312 - DISPONIB/HABILIT EDITAL ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBI P/PESQ EM 15/12/2009 DE ALMEIDA FERRO 862149/2007 DISPONIBILIDADE 312 - DISPONIB/HABILIT EDITAL ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBI P/PESQ EM 15/12/2009 DE ALMEIDA OURO 860086/2008 DISPONIBILIDADE 312 - DISPONIB/HABILIT EDITAL ALEXANDRO MARQUES MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBI P/PESQ EM 15/12/2009 DE ALMEIDA OURO 860963/2008 DISPONIBILIDADE 312 - DISPONIB/HABILIT EDITAL INGO GUSTAV WENDER MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBI P/PESQ EM 08/03/2010 MANGANÊS 860965/2008 DISPONIBILIDADE 312 - DISPONIB/HABILIT EDITAL INGO GUSTAV WENDER MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBI P/PESQ EM 04/03/2010 MANGANÊS 860558/2006 DISPONIBILIDADE 312 - DISPONIB/HABILIT EDITAL MINERAÃAO MONTE MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBI P/PESQ EM 18/02/2010 AZUL LTDA MANGANÊS 860131/2006 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA MICHAEL MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - BRETTSCHNEIDER OURO EDITAL EM 15/03/2010 860339/2005 DISPONIBILIDADE 225 - AUT PESQ/MULTA APLICADA MARIA ISABEL RIBEIRO QUARTZO INDUSTRIAL PUBLICADA EM 19/05/2010 ABUD 862008/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 24/05/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 862225/2008 DISPONIBILIDADE 99 - DISPONIB/ÁREA S/PRETEN PROC EVILÁSIO SALUSTIANO MINÉRIO DE INDUSTRIAL ARQ ÁREA LIVRE EM 10/08/2010 BATALHA FERRO 860053/2010 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA RODOVAL DE SOUZA MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - GUEDES MANGANÊS EDITAL EM 09/09/2010 861866/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA.

177 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861867/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861868/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861871/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861872/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861876/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861877/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861881/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861909/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861910/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861912/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861913/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861916/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 16/09/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA.

178 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861275/2008 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA FRANCISCO ALVES MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MENDES OURO EDITAL EM 23/09/2010 862436/2008 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA RICARDO LIMA DIAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - FERRO EDITAL EM 23/09/2010 861204/2009 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA KHALIL NAJIB KARAM MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - OURO EDITAL EM 23/09/2010 861211/2009 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ADMAR COELHO DOS CASSITERITA INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - SANTOS EDITAL EM 05/10/2010 861236/2003 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA RENATO TEODORO DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - OLIVEIRA OURO EDITAL EM 13/10/2010 861722/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA KILLMALLOCK MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MINERAÇÃO DO BRASIL FERRO EDITAL EM 03/11/2010 LTDA 861724/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA KILLMALLOCK MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MINERAÇÃO DO BRASIL FERRO EDITAL EM 03/11/2010 LTDA 861879/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 03/11/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861917/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 03/11/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861918/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 03/11/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861919/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 03/11/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861920/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 03/11/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA.

179 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861929/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 03/11/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861999/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 03/11/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861921/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 03/11/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861739/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA KILLMALLOCK MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MINERAÇÃO DO BRASIL FERRO EDITAL EM 03/11/2010 LTDA 861005/2010 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MANGANÊS EDITAL EM 05/11/2010 861011/2010 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MANGANÊS EDITAL EM 05/11/2010 861926/2008 DISPONIBILIDADE 1341 - AUT PESQ/ÁREA ARTIGAS MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - EMPREENDIMENTOS E MANGANÊS EDITAL EM 05/11/2010 PARTICIPAÇÕES LTDA. 861004/2010 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MANGANÊS EDITAL EM 05/11/2010 861009/2010 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MANGANÊS EDITAL EM 05/11/2010 861003/2010 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MANGANÊS EDITAL EM 05/11/2010 861006/2010 DISPONIBILIDADE 1340 - REQ PESQ/ÁREA VALE S A MINÉRIO DE INDUSTRIAL DISPONIBILIDADE PARA PESQUISA - MANGANÊS EDITAL EM 05/11/2010 861988/2005 DISPONIBILIDADE 315 - DISPONIB/DOCUMENTO DIVERSO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PROTOCOLIZADO EM 26/11/2010 CORREIA FERRO

180 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860024/1999 LAVRA GARIMPEIRA 576 - PLG/AUTO INFRAÇÃO MULTA DULCE HELENA PIRONI QUARTZO NÃO PUBLICADO EM 14/06/2007 INFORMADO 860809/1999 LAVRA GARIMPEIRA 577 - PLG/MULTA APLICADA DULCE HELENA PIRONI QUARTZO NÃO PUBLICADA EM 08/10/2008 INFORMADO 860039/2004 LICENCIAMENTO 1401 - LICEN/LICENÃA AMBIENTAL ELIAS FERREIRA DA SILVA AREIA CONSTRUÇÃO PROTOCOLIZADA EM 30/04/2010 CIVIL 861103/2006 LICENCIAMENTO 760 - LICEN/RAL ANO BASE JOSEVINO DA COSTA AREIA CONSTRUÇÃO APRESENTADO EM 07/04/2008 FERREIRA CIVIL 861262/2006 LICENCIAMENTO 736 - LICEN/DOCUMENTO DIVERSO OZAMIR FERREIRA DA AREIA CONSTRUÇÃO PROTOCOLIZADO EM 04/09/2009 SILVA CIVIL 860808/2008 LICENCIAMENTO 776 - LICEN/TRANSF DIREITOS - EUNICE DIAS DE FARIA AREIA CONSTRUÇÃO CESSÃO PARCIAL APROVADA EM CIVIL 23/09/2010 803602/1973 REQUERIMENTO DE 2 - DOCUMENTO DIVERSO MINERAÇÃO GONDUANA ESTANHO NÃO LAVRA PROTOCOLIZADO EM 28/05/2007 LTDA. INFORMADO 803604/1973 REQUERIMENTO DE 336 - REQ LAV/DOCUMENTO DIVERSO MINERAÇÃO GONDUANA ESTANHO NÃO LAVRA PROTOCOLIZADO EM 04/11/1993 LTDA. INFORMADO 803704/1973 REQUERIMENTO DE 336 - REQ LAV/DOCUMENTO DIVERSO MINERAÇÃO GONDUANA ESTANHO NÃO LAVRA PROTOCOLIZADO EM 04/11/1993 LTDA. INFORMADO 803705/1973 REQUERIMENTO DE 682 - REQ LAV/PAE ANALISADO EM MINERAÇÃO GONDUANA BERILO NÃO LAVRA 11/10/1983 LTDA. INFORMADO 803706/1973 REQUERIMENTO DE 682 - REQ LAV/PAE ANALISADO EM MINERAÇÃO GONDUANA ESTANHO NÃO LAVRA 11/10/1983 LTDA. INFORMADO 803707/1973 REQUERIMENTO DE 682 - REQ LAV/PAE ANALISADO EM MINERAÇÃO GONDUANA BERILO NÃO LAVRA 13/10/1983 LTDA. INFORMADO 860245/2010 REQUERIMENTO DE 333 - REQ PLG/REQUERIMENTO LAVRA JORGE LUIZ GOMES QUARTZO INDUSTRIAL LAVRA GARIMPEIRA GARIMPEIRA PROTOCOLIZADO EM LEMOS 05/03/2010

181 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861629/2007 REQUERIMENTO DE 1154 - REQ LICEN/DOCUMENTO MIGUEL FLÁVIO GOMES AREIA CONSTRUÇÃO LICENCIAMENTO DIVERSO PROTOCOLIZADO EM PEDROSA CIVIL 20/01/2010 860208/2010 REQUERIMENTO DE 1154 - REQ LICEN/DOCUMENTO CLEIDE NATALIA JOSE AREIA CONSTRUÇÃO LICENCIAMENTO DIVERSO PROTOCOLIZADO EM VIDAL CIVIL 11/08/2010 862047/2007 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO GEDEON SILVA DOS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM SANTOS FILHO FERRO 09/11/2007 862049/2007 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO GEDEON SILVA DOS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM SANTOS FILHO FERRO 09/11/2007 862050/2007 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO GEDEON SILVA DOS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM SANTOS FILHO FERRO 09/11/2007 860436/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO HENRIQUE JORGE DE CASSITERITA INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM OLIVEIRA PINHO 13/03/2008 860628/2008 REQUERIMENTO DE 136 - REQ PESQ/DOCUMENTO DIVERSO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADO EM 17/02/2009 LTDA OURO 860632/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORREIA FERRO 08/04/2008 860657/2008 REQUERIMENTO DE 131 - REQ PESQ/EXIGÊNCIA GEDEON SILVA DOS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 09/06/2008 SANTOS FILHO FERRO 860662/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO THIAGO MARRESE CAULIM INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM SCARPELLINI 11/04/2008 860752/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORREIA MANGANÊS 25/04/2008 860754/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORREIA MANGANÊS 25/04/2008

182 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860755/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORREIA MANGANÊS 25/04/2008 860756/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORREIA MANGANÊS 25/04/2008 860758/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORREIA MANGANÊS 25/04/2008 860761/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORREIA MANGANÊS 25/04/2008 860766/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO WILSON MACHADO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORREIA MANGANÊS 25/04/2008 860966/2008 REQUERIMENTO DE 121 - REQ PESQ/INDEFERIMENTO ART INGO GUSTAV WENDER MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA 18 PAR 1 PUBLICADO EM 03/09/2008 MANGANÊS 861141/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO GSHL BRASIL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA. FERRO 03/06/2008 861227/2008 REQUERIMENTO DE 121 - REQ PESQ/INDEFERIMENTO ART EVILÁSIO SALUSTIANO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA 18 PAR 1 PUBLICADO EM 03/09/2008 BATALHA FERRO 861962/2008 REQUERIMENTO DE 135 - REQ PESQ/CUMPRIMENTO MINERAÇÃO ROCHAS E MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA EXIGÊNCIA PROTOCOLI EM 22/12/2008 METAIS DO BRASIL LTDA MANGANÊS 862449/2008 REQUERIMENTO DE 122 - REQ PESQ/INDEFERIMENTO P/ KHALIL NAJIB KARAM MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA NAO CUMPRIMENTO EXIGÊNCIA EM MANGANÊS 05/10/2010 862634/2008 REQUERIMENTO DE 122 - REQ PESQ/INDEFERIMENTO P/ THYAGO BAPTISTA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA NAO CUMPRIMENTO EXIGÊNCIA EM CORDEIRO 05/10/2010 KEUTENEDJIAN 862634/2008 REQUERIMENTO DE 122 - REQ PESQ/INDEFERIMENTO P/ THYAGO BAPTISTA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA NAO CUMPRIMENTO EXIGÊNCIA EM CORDEIRO 05/10/2010 KEUTENEDJIAN

183 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 862636/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO THYAGO BAPTISTA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORDEIRO 14/10/2008 KEUTENEDJIAN 862637/2008 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO THYAGO BAPTISTA FOSFATO FERTILIZANTES PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM CORDEIRO 14/10/2008 KEUTENEDJIAN 862184/2008 REQUERIMENTO DE 150 - REQ PESQ/DESISTENCIA KHALIL NAJIB KARAM MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PROTOCOLIZADA EM 26/10/2010 MANGANÊS 860426/2009 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO GME4 DO BRASIL MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM PARTICIPAÇÕES E NIQUEL 13/04/2009 EMPREENDIMENTOS S A 860965/2009 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO GEDEON SILVA DOS MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM SANTOS FILHO OURO 20/07/2009 860778/2009 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA OURO 22/06/2009 860780/2009 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA OURO 22/06/2009 860781/2009 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA OURO 22/06/2009 860782/2009 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA OURO 22/06/2009 861408/2009 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO MSF MINERAÇÃO S.A. MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM OURO 14/10/2009 860018/2010 REQUERIMENTO DE 185 - REQ PESQ/RECURSO AO EDVAIR ALVES DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA MINISTRO PROTOCOLIZADO EM OLIVEIRA OURO 19/07/2010 860172/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA MANGANÊS 19/02/2010

184 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 860261/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA MANGANÊS 09/03/2010 860261/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO PENERY MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA MANGANÊS 09/03/2010 860479/2009 REQUERIMENTO DE 131 - REQ PESQ/EXIGÊNCIA LINO BAZÍLIO DA SILVA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 22/09/2010 MANGANÊS 861203/2010 REQUERIMENTO DE 131 - REQ PESQ/EXIGÊNCIA DELFIM FERREIRA ALVES MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PUBLICADA EM 20/10/2010 J·NIOR MANGANÊS 861294/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO AGROPECUARIA NOVA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM ERA LTDA MANGANÊS 24/09/2010 861293/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO AGROPECUARIA NOVA MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM ERA LTDA MANGANÊS 24/09/2010 861550/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO TERRATIVA MINERAIS S.A. MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM MANGANÊS 03/11/2010 861602/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO GENEAL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA TÂNTALO 09/11/2010 861604/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO GENEAL MINERAÇÃO MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM LTDA TÂNTALO 09/11/2010 861674/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO SÓLIDA CONSTRUTORA E MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM ENGENHARIA LTDA MANGANÊS 23/11/2010 861533/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO OTAVIO HAHN MURUSSI MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM MANGANÊS 27/10/2010 861778/2010 REQUERIMENTO DE 1274 - REQ PESQ/REQ PROVENIENTE RAIZAMA AREIA E MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA DE CESSÃO PARCIAL PROTOC EM CASCALHO LTDA OURO 06/12/2010

185 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

PROCESSO FASE ÚLTIMO EVENTO NOME SUBSTÂNCIA USO 861790/2010 REQUERIMENTO DE 100 - REQ PESQ/REQUERIMENTO CASSIA VALADARES DE MINÉRIO DE INDUSTRIAL PESQUISA PESQUISA PROTOCOLIZADO EM VASCONCELOS MANGANÊS 07/12/2010 861575/2009 REQUERIMENTO DE 829 - REQ EXT/CUMPRIMENTO DE PREFEITURA MUNICIPAL CASCALHO CONSTRUÇÃO REGISTRO DE EXIGÊNCIA PROTOCOLIZADA EM DE ALTO PARAÍSO DE CIVIL EXTRAÇÃO 21/12/2009 GOIÁS 861574/2009 REQUERIMENTO DE 829 - REQ EXT/CUMPRIMENTO DE PREFEITURA MUNICIPAL CASCALHO CONSTRUÇÃO REGISTRO DE EXIGÊNCIA PROTOCOLIZADA EM DE ALTO PARAÍSO DE CIVIL EXTRAÇÃO 21/12/2009 GOIÁS

Fonte: Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), consulta realizada em 11 de Julho de 2014.

186 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.2.3 Espeleologia As cavidades naturais subterrâneas podem ser compreendidas como componentes de um sistema denominado carste, que é um tipo de paisagem caracterizado por depressões fechadas, drenagens subterrâneas e cavernas, onde o intemperismo químico, através da dissolução da rocha encaixante, determina as formas de relevo (LOPES, 2009; HARDT, 2008). Geralmente, o processo se dá pela dissolução das rochas carbonáticas, como o calcário, porém, estudos mostram a existência de carste em outros tipos de rocha, sendo comum no território brasileiro a ocorrência de cavernas em calcários, mármores, canga, arenitos, quartzitos, granitos e gnaisses (HARDT, 2006). As cavidades naturais podem ser de origem primária ou secundária. As cavidades primárias são formadas por ocasião da formação da rocha que as abriga. São primárias as cavernas vulcânicas e as cavernas de corais. As cavidades secundárias são as mais comuns. São formadas por diferentes processos após a formação da sua rocha encaixante. A Tabela 34 exemplifica a tipologia de cavernas primárias e secundárias baseada na origem do corpo rochoso. Tabela 34 - Cavidades primárias e secundárias e suas características Cavidades Primárias Com formação contemporânea à formação da rocha na qual estão inseridas. O escoamento de lava pode formar diversos tipos de cavidades na rocha. Enquanto o entorno do fluxo se resfria e solidifica, a lava continua Vulcânicas escorrendo por canais, chamados tubos de lava, muitas vezes por longas distâncias. O esvaziamento e preservação desses tubos podem formar cavidades acessíveis pelo exterior. Podem ser formadas durante o crescimento de recifes de coral. Essas De Corais cavidades podem, em alguns casos, formar pequenas galerias ou salões no interior do recife.

Cavernas Secundárias

Formadas posteriormente à formação da rocha encaixante. Sua formação se deve principalmente a processos de dissolução ou por atividade tectônica.

Ocorre pela dissolução da rocha pela água da chuva ou de rios. O processo é também chamado de carstificação. É o processo mais freqüente de formação de cavernas. Este processo ocorre em um tipo de paisagem chamado carste ou sistema cárstico, terrenos constituídos Cársticas predominantemente por rochas solúveis, principalmente as rochas carbonáticas (calcário, mármore e dolomitos) ou outros evaporitos, como gipsita. Estudos recentes mostram que existem carstes em outros tipos de rocha como arenitos, quartzitos, minério de ferro, granitos, etc.

187 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Ocorrem quando uma camada solúvel abaixo de uma camada não solúvel De Colapso ou erosão (arenito ou granito, por exemplo) é dissolvida e remove a sustentação das mecânica camadas superiores.

Tectônicas Formadas por fraturas ou colapsos resultantes de atividade tectônica.

Formadas por qualquer dos processos descritos acima em regiões de temperaturas muito baixas. Isso provoca o congelamento da água infiltrada De Gelo (Ice Caves) pelo solo ou da umidade atmosférica e forma em seu interior diversos tipos de precipitações de gelo que podem ser tão exuberantes como os espeleotemas rochosos. Formada no gelo das geleiras.Estas cavernas são temporárias e podem Em geleiras desaparecer completamente ou mudar de configuração ao longo do tempo. No fundo do mar são fendas que podem atingir grandes profundidades. Na Marinhas costa são normalmente formadas pelo encontro das ondas com as paredes da costa.

De todas as tipologias citadas, da região na APA de Pouso Alto as cavidades têm maiores chances de ocorrerem em rochas carbonáticas, pois neste sistema rochoso, na região Nordeste de Goiás, são encontrados os exemplos de maior tamanho e com maior ornamentação do Estado, haja vista a proximidade, cerca de 70km em linha reta com a APA - Área de Proteção Ambiental da Serra Geral de Goiás e o Parque Estadual de Terra Ronca, duas grandes unidades que apresentam a conservação de cavidades naturais. Os principais fatores que influenciam na formação de uma cavidade são: fatores climáticos (precipitação e temperatura), geomorfologia, taxa de erosão, litologia, textura e estrutura das rochas, intemperismo, circulação de águas, tanto superficiais quanto subterrâneas, e ações bióticas. No caso das cavidades de calcário, a sua formação/gênese se dá pela interação entre rocha/água. A água tende a percolar zonas de fraqueza na rocha, tais como falhas, fraturas, contatos entre camadas, xistosidade, dissolvendo a rocha (o carbonato, principal componente do calcário, é facilmente dissolvido pelo ácido carbônico, que é um componente comum da água da chuva). Com o passar do tempo, essas feições tendem a se alargar, formando “galerias”. Num segundo momento, essas “galerias” podem se expandir através de ações mecânicas (erosão por desagregação de partículas ou desmoronamento de rocha). A forma das “galerias” formadas (seu padrão morfológico) vai depender da interação dos fatores supracitados. Com a evolução, formam-se galerias secundárias, num processo contínuo de ampliação que alia dissolução e/ou abatimento, com posterior preenchimento com sedimentos de diversas fontes, tais como aluviões, solos, sedimentos químicos (espeleotemas), etc. Embora se formem no interior de afloramentos de calcário, comumente as cavidades subterrâneas apresentam contato com a superfície, através de entradas que se formam

188 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC por dissolução ou desmoronamento, como no caso das dolinas e das clarabóias. Externamente, os afloramentos de calcário apresentam feições do tipo lapiás, cânions e vales-cegos. A todo esse conjunto de feições (galerias subterrâneas, entradas e feições de relevo típicas) dá-se o nome de carste. Uma vez que a maioria das cavidades se forma em rochas carbonáticas, essas são ponto de atenção para estudos espeleológicos. As dimensões do pacote sedimentar, em especial das rochas carbonáticas, são um fator limitante para o desenvolvimento das províncias espeleológicas. Deste modo, espera-se que quanto maior a extensão da rocha calcária, maior a possibilidade da mesma abrigar cavidades de maiores dimensões, por vezes conectadas umas às outras por algum fluxo hídrico. No Brasil, existem referências de cavidades em todo o território nacional, sendo ainda incipiente o registro de suas ocorrências. Estima-se que pouco mais de 5% das cavidades, de uma estimativa de 150.000, possuam registro no cadastro do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavidades (CECAV) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), atualmente a mais completa base de informações sobre cavidades no país. Dados do CECAV indicam a presença de 9.805 cavidades cadastradas, a maioria nos estados de Minais Gerais (38%), Pará (18%), Bahia (9%), Goiás (7,4%), Tocantins (6,4%), São Paulo (6,2%) e Rio Grande do Norte (4,2%). Grupos de espeleologia, junto com as universidades e estudos técnicos, contribuem através de mapeamento, cadastros e descrições, das quais estão disponíveis, em parte, em base de dados online, como exemplo emblemático o sítio eletrônico do CECAV, que é o de maior disseminação de informações de natureza espeleológica.

2.2.2.2.3.1 Interfaces entre Geologia e Espeleologia

Baseado nos levantamentos bibliográficos e de classificação de cavidades naturais provenientes dos estudos de referência do CEVAV (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavidades) e da contextualização das regiões cársticas do Brasil por Cavalcanti et al. (2011) utilizou-se para fins do contexto espeleológico o apanhado histórico-científico de ambos para contextualização da APA de Pouso Alto face a probabilidade de ocorrência de cavidades naturais. Para tanto a primeira proposta de classificação do carste brasileiro surgiu na década 1970, elaborada por Karmann; Sánchez (1979) que, a partir da distribuição de rochas carbonáticas, identificaram cinco províncias espeleológicas: Vale do Ribeira, Bambuí, Serra da Bodoquena, Alto Rio Paraguai e Chapada de Ibiapaba, além de outras nove áreas com fenômenos cársticos mais restritos. Posteriormente, Auler; Rubbioli; Brandi (2001)

189 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC caracterizaram geologicamente a distribuição de 14 áreas carbonáticas no Brasil, com base no mapa geológico elaborado por Schobbenhaus et al., 1984 citado por HARDT (2004), adotando a terminologia região cárstica para designar áreas com cavernas. Recentemente, em meados de 2009, o CECAV refinou e ampliou a classificação de Auler, Rubbioli e Brandi (2001), a partir dos dados constantes do Mapa Geológico do Brasil (CPRM, 2003), da litoestratigrafia do Geobank (CPRM, 2014) e da base de dados do CECAV, que contava à época, com aproximadamente 6.000 cavidades naturais subterrâneas registradas. Foram então identificadas cinco novas regiões cársticas não carbonáticas. Destarte, o “Mapa das Regiões Cársticas do Brasil”, elaborado pelo CECAV (CECAV, 2014), contém 19 regiões cársticas: Formação Caatinga, Formação Carajás, Formação Salinas, Formação , Grupo Açungui, Grupo Apodi, Grupo Araras, Grupo Brusque, Grupo Corumbá, Grupo Rio Pardo, Grupo Ubajara, Grupo Una, Grupo Vargem Grande, Grupo Xambioá, Região Cárstica de São João Del Rei, Região Cárstica Quadrilátero Ferrífero, Supergrupo Canudos, Grupo Bambuí e Grupo Paranoá. Dentre estas, as duas últimas regiões estão contempladas pela APA de Pouso Alto, com ocorrência restrita a Noroeste e Sul- Sudeste da APA, conforme indicado na Figura 84.

Figura 84 - Região Cárstica contida na região da APA de Pouso Alto Fonte: Lindalva F. Cavalcanti, extraído do sítio do CECAV (2014).

190 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

O potencial espeleológico do Grupo Paranoá é demonstrado pela grande concentração de cavernas nos municípios goianos de Padre Bernardo e Niquelândia, configurando uma Província Espeleológica, proposto por Karmann; Sanchez (1979). Entre os dois Grupos geológicos contidos na APA, o grupo Paranoá possui maior extensão em área, sua maior ocorrência está na porção Sul e Sudeste da APA, e a Noroeste, numa faixa que segue a Leste do Domo da Serra Branca perpassando a Norte da Serra do Tombador até o interflúvio oeste do Vale dos Órfãos. Neste trecho foi registrado, ainda que de modo pouco ocorrente, algumas feições geomorfológicas com características cársticas, aflorando corpo rochoso de coloração cinza-escuro e algumas formações de pequenas lápias, conforme visto na Figura 85. Ainda que na área não haja registros de cavidades naturais para este setor, entre os limites rochosos do Grupo Paranoá é pertinente não negligenciar o potencial que o Grupo Paranoá, e parte das suas Formações, possui na área, conforme encontra-se registrado as caracteristicas litoestratigráficas contidas no item de Geologia.

Figura 85 - Relevo de rochas expostas com feições de detalhes cársticos, registrada no setor Norte da APA nos limites dos corpos rochosos do Grupo Paranoá (UTM 22L 823.632E / 8.494.802N - 490m)

A maior ocorrência de rochas favoráveis a cavernas no Brasil é representada pelos calcários e dolomitos do Grupo Bambuí, que se desenvolvem desde o Sul de Minas Gerais até o centro-oeste da Bahia, passando também pelo Leste de Goiás. No estado de Goiás destaca-se a região de São Domingos, com várias cavernas enormes percorridas por rios caudalosos e a região de Mambaí, também com um grande número de cavidades importantes. Na região da APA de Pouso Alto o Grupo Bambuí segue numa faixa que segue desde Leste da cidade de Alta Paraíso de Goiás abrindo-se similarmente a um leque em direção ao Vão do Paranã, onde por diversos estudos de ocorrência de cavidades naturais em Minas Gerais, Goiás, Bahia e Tocantins apresentam-se inúmeras cavidades na sua maioria de origem cárstica. Em consulta

191 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC ao CEVAC não há registo de cavidades para o Grupo Bambuí dentro dos limites da APA, contudo prospecções para conhecimento do Grupo na área é pertinente, uma vez que a geomorfologia de quebra de relevo, formando escarpas e as condições litológicas do Bambuí, somadas a grande ocorrência de cavernas nestas áreas, são propensas à existência de cavidades de relevante interesse científico, ambiental e socioeconômico. Quando se avalia o potencial dos litotipos identificados na APA, torna-se pouco mais claro que, os Grupos Paranoá e Bambuí têm maior potencial à existência de cavidades. Uma vez que, se considerarmos os dados a nível de Brasil, por exemplo, temos 78,4% das cavidades localizadas em áreas com graus de potencialidade de ocorrência Muito Alto e Alto, ou seja, desenvolvidas basicamente em rochas carbonáticas e em formações ferríferas; 12,8% em áreas com grau de potencialidade Médio, englobando, em especial, os arenitos e quartzitos, com vários registros de ocorrência em todo o Brasil; e 8,7% do total em locais de Baixa potencialidade e Ocorrência Improvável (Tabela 35).

Tabela 35 - Grau de potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil de acordo com a litologia.

Grau de Litotipo Potencialidade Calcário, Dolomito, Evaporito, Metacalcário, Formação ferrífera bandada, Muito Alto e Jaspilito. Calcrete, Carbonatito, Mármore e Marga. Alto Arenito, Conglomerado, Filito, Folhelho, Fosforito, Grauvaca, Metaconglomerado, Metapelito, Metassiltito, Micaxisto, Milonito, Quartzito, Pelito, Riolito, Ritmito, Médio Rocha calci-silicática, Siltito e Xisto. Anortosito, Arcóseo, Augengnaisse, Basalto, Charnockito, Diabasio, Diamictito, Enderbito, Gabro, Gnaisse, Granito, Granitóide, Granodiorito, Hornfels, Kinzigito, Komatito, Laterita, Metachert, Migmatito, Monzogranito, Oliva gabro, Baixo Ortoanfibolito, Sienito, Sienogranito, Tonalito, Trondhjemito, entre outros litotipos. Ocorrência Aluvião, Areia, Argila, Cascalho, Lamito, Linhito, Turfa e outros sedimentos. Improvável

Fonte: CECAV (2014)

192 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Na Figura 86 está registrado para APA os graus e potencialidade que as formações rochosas possuem, baseado em mapeamento utilizado pelo CECAV para julgamento das áreas de menor a maior potencial a ocorrência de cavidades naturais. Nota-se que algumas cavidades plotadas, como a Gruta da Barriguda e a Caverna do Vale Encantado estão contidas em áreas cuja potencialidade é considerada média, ainda segundo prospecção realizada na área a Gruta Furnas, localizada no Vale do rio Preto, encontra-se em área julgada de baixo potencial a ocorrência de Cavernas. Isto é, as condições geológico-geomorfológica de grande singularidade da APA, possuem potencial a cavidades em diferentes setores da APA, não somente as de origem cárstica, mas de outras litologias, como formam-se as Grutas de abatimento nos quartzitos da Formação Arraias. Ainda que predominem as áreas de médio potencial a ocorrência de cavidades é pertinente considerar que dentro dos limites da APA há zonas consideradas de Alta a Muito Alta potencialidades.

Figura 86 - Exemplificação do Grau de Pontecial a Ocorrência de Cavernas Fonte: CECAV (2014)

193 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.2.3.2 Descrição das Feições do Exocarste

As cavidades naturais existentes e cadastradas, dentro da poligonal da APA de Pouso Alto encontram-se inseridas nos municípios de Cavalcante, denominadas Gruta da Barriguda Grande e em Alto Paraiso denominada de Caverna do Vale Encantado. Localmente foi identificado em Colinas do Sul, no povoado das Lajes a Gruta Furnas (Fuso 22L UTM, 822.643E / 8.439.158N – 627m). Nesta área não foram identificadas elevações calcárias, somente parcialmente exposto na forma de matriz carbonática, com ocorrência restrita. Também não foram identificadas feições cársticas de interesse, tais como fendas, dolinas, lapiás, entre outros. A Gruta Furnas no município de Colinas do Sul (Figura 87) não tem cadastro junto aos órgãos oficiais, demandando mais estudos técnicos para o mapeamento e descrição para ser cadastrada e disponibilizada junto ao órgão. Inserida sobre a Serra das Lajes, localizada em propriedade particular no povoado das Lajes, em estrada vicinal que liga a cidade de Colinas do Sul a Cavalcante, passando pelos Vales do rio Preto e do Claro, a cavidade tem sua relevância, valor cênico e cultural para população local muito ligada ao porte e a sua singularidade, pois do povoado das Lajes é possível visualizar a entrada da cavidade; se tornando um atrativo relevante para o patrimônio espeleológico regional.

Figura 87 – Poligonal da APA de Pouso Alto. Localização da cavidade indentificada, denominada Furnas e das cavidades registradas junto ao CECAV/ ICMBio, gruta da Barriguda Grande e Caverna do Vale Encatado.

194 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

A origem da Gruta de Furnas é de fraturamento, gerado a partir de um abatimento de bloco, cuja presença do carbonato se encontra na matriz de cimentação da rocha existente na região, com a presença comum de blocos métricos a submétricos na base ou a meia encosta e no topo destas elevações, que se mostra de difícil acesso. Já as outras áreas apresentam um potencial desconhecido até mesmo pelos órgãos competentes, pouco conhecido até mesmo pela população existente na região. Trata-se de cavidades de origem tipicamente freática, como demonstram as estruturas de dissolução juntamente com abatimento de blocos. Estas estruturas seriam o fruto da ação da água, não apresentando estruturas sedimentares tipo estratificações, embora seja cortada por numerosas fraturas. Essas características fazem com que o desenvolvimento desta cavidade não seja muito significativo e seja fortemente condicionado pelo fraturamento (Figura 88 e 89). Trata-se do início do processo de formação de uma cavidade por dissolução ao longo de fraturas. Praticamente não apresenta espeleotemas, tendo sido identificado somente algum escorrimento e início de formação de formas coralóides.

Figura 88 - Vista Panorâmica da entrada da Gruta de Furnas, Povoado das Lajes.

195 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 89 - Dimensão da entrada da Gruta com desenvolvimento vertical relevante.

2.2.2.2.3.3 Síntese do Contexto Espeleológico

Analisando a Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente nº 2 de 20 de agosto de 2009, no que diz respeito aos parâmetros físicos, bióticos e socioeconômicos estabelecidos, podemos afirmar, até o momento, que a Gruta do povoado das Lajes possui grau de relevância, uma vez que atende ao menos uma das especificações listadas no Art. 3º, qual seja: Dimensões notáveis em extensão, área ou volume. Ressalta-se que não foi feita uma caracterização mais detalhada da mesma, tendo sido obtidos apenas os seus parâmetros físicos (topografia e geologia) devido a dificuldade de acesso a entrada da gruta. Quanto às demais cavidades, constatou-se que a região apresenta potencial espeleológico como grutas, cânion e abatimento de blocos, enquadrando dentro das normativas que demostram sua relevância juntamente com parâmetros a serem considerados para o seu grau de importância. Devido ao pequeno número de cavidades cadastradas no Cadastro Nacional de Cavidades daSociedade Brasileira de Espeleologia, não foi possível identificar distritos espeleológicos detalhados. Os dados aqui apresentados constituem uma referência de apoio a futuros estudos, e necessitam de estudos continuados de prospecção ao longo da extensão da APA. Vale ainda chamar a atenção para a necessidade de trabalhos de prospecção em áreas tipicamente

196 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC sedimentares aflorantes como na Gruta de Furnas. Essas grandes feições geológicas possuem um significativo potencial para a ocorrência de cavidades naturais, que têm sido pouco registradas, pouco estudadas e subutilizadas na APA de Pouso Alto.

2.2.2.3 Relevo / Geomorfologia

O relevo da região da Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto marca singularmente a paisagem do Nordeste Goiano ao apresentar formas peculiares e sobretudo a grande diversidade de feições que possui, haja vista a quantidade de compartimentos. De um modo geral, as sequências de rochas dobradas mostram sulcos ou cristas paralelas, com a ressalva que nem sempre as formas deprimidas coincidem com os sinclinais ou as cristas com os anticlinais, pois a erosão, atuando nas rochas deformadas e expostas, podem originar relevos positivos na região do siclinal e inversamente na do anticlinal. Quando observamos as variadas estruturas siclinais e anticlinais no relevo da APA, não se constata um controle tectônico original na paisagem, mas o resultado da erosão que despojou espessos pacotes de rochas, para revelar camadas resistentes e dobradas anteriormente (GUERRA & CUNHA, 2007), no entanto fica claro que anteriormente ao desgaste exógeno da paisagem a influência do eventos endógenos são marcantes. Baseado no mapeamento de Geodiversidade Estadual desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), disponível em seu sítio Geobank (Geodiversidade de Goiás - http://geobank.sa.cprm.gov.br/) foi delimitado os compartimentos e caracterizados conforme tópico que segue.

2.2.2.3.1 Compartimentação Geomorfológica No contexto da APA de Pouso Alto foram identificadas variadas formas de relevo contidas em compartimentos de formas comuns, constituindo um mosaico. O predomínio das formas são de alta altitude de relevo moderadamente dissecada pelas intempéries climáticas pretéritas e atuais. Estas feições, contidas no compartimento denominado de Chapadas e Platôs ultrapassam 1000m de altitude, formando uma faixa alongada de Sudoeste a Centro-Norte da APA, formam o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e tem dentro dos seus limites o ponto culminante do estado de Goiás (1676m), cujo o nome é emprestado à APA, conhecido como Serra do Pouso Alto, ao Norte da cidade de Alto Paraíso. Outras formas que marcam intensamente a paisagem são as escarpas serranas e as colinas amplas, das quais no setor Norte da APA são dominantes.

197 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Na Tabela 36 estão exemplificado os compartimentos do relevo associados as unidades geoambientais e seus domínios predominantes. Nota-se que boa parte dos compartimentos tem elevada associação com os domínios de sequências rochosas dobradas e metamorfizadas, comuns na região. Tabela 36 - Síntese das principais características geoambientais da APA de Pouso Alto- GO

Síntese Geoambiental da APA de Pouso Alto Domínio Unidade Geológico Compartimentos do Predominante Ambiental Relevo Características Alta taxa de fraturamento, Granitóides Domínio de Colinas que potencializa a capacidade Peraluminosos Amplas e Suaves de alimentar os aquíferos subjacentes Metarenito, Domínio de Colinas Relevo dissecado associado a quartzitos e Dissecadas e Morros metaconglomerados Baixos erosão fluvial Ocorre na zona de transição Sequências Predomínio de entre as superfícies aplainadas Sedimentares Metassedimentos Escarpas Serranas Proterozóicas Síltico-argilosos de chapadas e o relevo mais alto formado pelos platôs dobradas, metamorfizadas em Intercalações baixo grau a alto grau irregulares de Solos arenosos, soltos, com metassedimentos Domínio de Morros e boas propriedades de Serras Baixas arenosos e síltico- infiltração da água. argilosos Predomínio de metasedimentos Alta capacidade de retenção síltico-argilosos, Degraus Estruturais e de água e proteção de Rebordos Erosivos com intercalações de aquíferos. metagrauvacas Alto grau de fraturamento das rochas, recarga do freático e Chapadas e Platôs Sequências Predomínio de potencial a poluição por Vulcanosedimentares Quartzitos infiltração Proterozóicas dobradas Planaltos Áreas altas com solos bem desenvolvidos. metamorfizadas de baixo a alto grau Grande variação litológica Indiferenciado Domínio Montanhoso das características geomecânicas e hidráulicas Sedimentos Cenozóicos Ambiente de Inconsolidados ou Planícies Planícies Fluviais ou Ambiente de Planícies Pouco Consolidados, Aluvionares Flúvio Lacustres Aluvionares recentes Depositados em Meio Recentes Aquoso Complexos Séries Graníticas Inselbergs e outros Relevos Acidentados com boa Granitoides capacidade de formação de deformados Alcalinas Relevos Residuais nascentes. Horizonte Laterítico Quebras de relevo com in situ Planaltos e Platôs formação de cachoeiras. Coberturas Cenozóicas Detrito- Relevo predominantemente Lateríticas Depósitos Detrito- Superfícies plano com textura dos Laterítico Aplainadas Retocadas sedimentos predominante arenosa

198 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.3.1.1 Chapadas e Platôs

Constituída por formas preponderantes no setor Leste da APA, está inserida no Domínio Sequências Vulcanosedimentares Proterozóicas dobradas metamorfizadas de baixo a alto grau. Esse domínio é representado por quebras de relevo, onde se formam mirantes naturais e cachoeiras. Como unidade geológico ambiental das “chapadas e platôs” está o Predomínio de Quartzitos, que tem como principal característica o alto grau de fraturamento das rochas que pode refletir positivamente na recarga do freático, mas ao mesmo tempo, facilitar a contaminação por infiltração de poluentes. Correspondem ao compartimento de maior abrangência da APA, como pode ser visualizado na Tabela 37. Suas formas são tomadas por campos Cerrados em grande parte da sua ocorrência (Figura 90).

Figura 90 - (UTM Fuso 23L 230269E / 8501847N - 1102m)

Tabela 37 - Extensão em hectares dos compartimentos do relevo da APA de Pouso Alto

Sigla Amplitude do Compartimentos do Relevo Declividade Área (ha) Unidade Topo

R2c Chapadas e Platôs 15 a 30° 0 a 20m 280.307,06 Domínio de Colinas Amplas e R4a1 Suaves 3°-10° 20 a 50m 219.991,17

R4b Dominio de Morros e Serras Baixas 15°-35° 80 a 200m 106.719,14

R2c1 Planaltos e Platôs 5° a 10° 0 a 20m 79.593,92

R4d Escarpas Serranas 25°-45° >300m 66.455,32

R4c Domínio Montanhoso 25°-45° >300m 51.820,53 Degraus Estruturais e Rebordos R4e Erosivos 10°-25° 50 a 200m 32.334,46

R3a2 Superficies Aplainadas Retocadas 0°-5° 10 a 30m 26.871,76

R2b3 Planaltos 2°-5° 20 a 50m 26.729,53 Domínio de Colinas Dissecadas e R4a2 Morros Baixos 5°-20° 30 a 80m 5.304,61 Planícies Fluviais ou Flúvio R1a Lacustres 0°-3° zero 3.596,14 Inselbergs e outros Relevos R3b Residuais 25°-45° 50 a 500m 2.448,48

199 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.3.1.2 Domínio de Colinas Amplas e Suaves

O segundo grupo de formas do relevo predominantes na APA é o “Domínio de Colinas Amplas e Suaves”. Esse grupo faz parte do Domínio de Complexos Granitoides deformados e da unidade geológico ambiental dos Granitóides Peraluminosos. Dentre suas principais características estão a sua alta taxa de fraturamento, que potencializa a capacidade de alimentar os aquíferos subjacentes, grande número de nascentes relacionadas ao relevo movimentado e formação de solos porosos e pouco permeáveis (Plintossolos), mas com ocorrência também de solos maduros, como os Latossolos, contudo bastante restrito para região da APA. A associação com os cursos fluviais são comuns onde são representativos na área drenada pela Bacia do Tocantins (Figura 91).

Figura 91 - Colinas amplas e suaves margeando o rio Tocantinzinho (UTM Fuso 22L 184.952E / 8.419.512N - 504m)

2.2.2.3.1.3 “Domínio de Colinas Dissecadas e Morros Baixos”

“Domínio de Colinas Dissecadas e Morros Baixos” é muito similar ao anterior, mas com ocorrência restrita ao setor Oeste da APA, abrangendo a cidade de Colinas do Sul (Figura 92) e o entorno do Domo da Serra Branca a Noroeste. A dissecação dessas formas está associada ao trabalho da drenagem por meio de erosão fluvial.

200 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 92 - Colinas Dissecadas e morros baixios no entorno da cidade de Colinas do Sul no centro do registro fotográfico (UTM Fuso 23L 815.864E / 8.436.871N - 685m)

2.2.2.3.1.4 Escarpas Serranas

O compartimento referente as “Escarpas Serranas” estão relacionados ao Domínio de Sequências Sedimentares Proterozóicas dobradas, metamorfizadas em baixo grau a médio grau, fazendo parte da unidade geológico ambiental, com predomínio de Metassedimentos Síltico-argilosos, com intercalações de metagrauvacas. Essas formas estão associadas a solos de comportamento muito heterogêneo, representados principalmente pela classe dos neossolos litólicos, que ocorrem na área intermediária entre a superfície aplainada de chapadas e o relevo mais alto formado pelos platôs. Contudo, em sua predominância não há formação pedológica, pois a alta declividade das feições não possibilita a infiltração das águas pluviais, ficando evidente o maciço rochoso das escarpas (Figura 93). São comumente áreas com ausência de uso antrópico, com exceção do ecoturismo e da contemplação pelos turistas que fazem visitação a região.

201 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 93 - Escarpa erosiva limite do setor Norte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros ao fundo (UTM Fuso 23L 206.707E / 8.455.923N - 510m)

2.2.2.3.1.5 Planaltos e Platôs

No setor Sudeste da APA ocorrem formas de relevo do tipo “Planaltos e Platôs”, associados aos Domínios de Sequências Sedimentares Proterozóicas dobradas, metamorfizadas em baixo grau a médio grau e de Coberturas Cenozóicas Detrito-Lateríticas. Nesse grupo é comum a formação de solos com horizonte laterítico, bastante intemperizados e com baixa fertilidade. Os espaços entre os nódulos da crosta leterítica aumenta a permeabilidade e melhora a capacidade de armazenamento de água. No centro dos vales deste compartimento e nos topos dos platôs, boa parte dos terrenos foram tomados por atividades agrossilvipastoris, principalmente lavouras e pastagens (Figura 94 e 95), devido às condições de conformidade do relevo: plano a suave ondulado.

202 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 94 - Relevo característico dos planaltos e platôs do setor Sudeste da APA, nota-se no topo do platô a esquerda a silvicultura de porte médio (UTM Fuso 23L 242.786E / 8.420.870N - 1110m)

Figura 95 - Planaltos de relevo suave ondulado modelados sob coberturas detrito-latériticas do setor Sul da APA (UTM Fuso 23L 220.956E / 8.416.832N - 997m)

203 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.3.1.6 Superfícies Aplainadas Retocadas

O compartimento das “Superfícies Aplainadas Retocadas” está localizado no setor Leste da APA, na região do Vão do Paranã. Esse relevo tem relação com três domínios: Domínio de Sequências Sedimentares Proterozóicas dobradas, metamorfizadas em baixo grau a médio grau; Domínio de Coberturas Cenozóicas Detrito-Lateríticas; e Domínio de Sedimentos Cenozóicos Inconsolidados ou pouco consolidados, depositados em meio aquoso. O relevo plano característico desse compartimento associado a alta porosidade das áreas arenosas são favoráveis a infiltração de poluentes, sendo esta uma das suas principais limitações. Contudo são as áreas de maior aptidão agrícola da APA, onde é comum a presença de lavouras e pastagens (Figura 96).

Figura 96 - Centro do vale do setor Leste da APA após a comunidade do moinho, onde evidencia-se o relevo do tipo plano a suave ondulado envolto por morros de topo plano a convexo (UTM Fuso 23L 270.448E / 8.441.566N - 459m)

2.2.2.3.1.7 Planícies Fluviais ou Flúvio Lacustres

Faz parte das coberturas Cenozoicas, isto é, sedimentos recentes transportados por cursos d’águas e depositados nas áreas de graben, onde formam extensas planícies fluvio e aluviais, ocorrendo no Vão do Paranã, em parte em trecho do Vale do rio Preto e alguns locais de menor dimensão (Figura 97).

204 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 97 - Pequena planície fluvial, onde evidencia-se a acumalação de sedimentos por influência do reservatório da UHE Cana Brava no córrego dos Macacos (UTM Fuso 22L 816.689E / 849.7647N - 349m)

2.2.2.3.1.8 Domínio de Morros e Serras Baixas

No extremo Oeste da APA são identificadas as formas de relevo denominadas de “Domínio de Morros e Serras Baixas”. Essas formas também fazem parte do Domínio de Sequências Sedimentares Proterozóicas dobradas, metamorfizadas em baixo grau a médio grau, e da unidade geoambiental Intercalações irregulares de metassedimentos arenosos e síltico- argilosos. Esse compartimento é formado por solos arenosos (Neossolo Litólico distrófico), que são facilmente escaváveis e com boa permeabilidade. Contudo suas feições possuem características de alta dissecação onde grande parte do seu relevo foi arrasada e ainda passa por processo desta natureza, como é o caso de fenômenos erosivos.

2.2.2.3.1.9 Domínio Montanhoso

O compartimento “Domínio Montanhoso” faz parte do Domínio Sequências Vulcanosedimentares Proterozóicas dobradas metamorfizadas de baixo a alto grau e da unidade geológico ambiental Indiferenciada. Esse compartimento ocorre no setor Norte da APA. Nesse compartimento é favorável a ocorrência de quartzitos, filitos, gnaisses, rochas metavulcânicas e lentes de mármore, que possuem potencial para uso como rocha ornamental. É neste

205 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC compartimento que se tem feições de alta relevância, como a Serra do Tombador e o Domo da Serra Branca (Figura 98).

Figura 98 - Face Leste do Domo da Serra Branca, definido em mapeamento como domínio montanhoso (UTM Fuso 22L 816.689E / 8.497.647N - 349m)

2.2.2.3.1.10 Planaltos

O compartimento “Planaltos” faz parte do domínio Sequências Vulcanosedimentares Proterozóicas dobradas metamorfizadas de baixo a alto grau e da unidade geológico ambiental Granitóides Peraluminosos. Esse compartimento ocorre muito localmente a Oeste da APA. Onde suas feições são sustentadas por rochas da formação Arraias, com topo plano de declividade entre 2 a 5°. Devido a condição plana a suave ondulado, este compartimento tem maior infiltração das águas pluviais, por consequência, possuem cobertura pedológica mais espessa.

2.2.2.3.1.11 Degraus Estruturais e Rebordos Erosivos

O compartimento “Degraus Estruturais e Rebordos Erosivos” faz parte do domínio Sequências Sedimentares Proterozóicas dobradas, metamorfizadas em baixo grau a alto grau e da unidade geológica de Predomínio de metasedimentos síltico-argilosos, com intercalações de metagrauvacas (Figura 99).

206 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 99 - Feições de rebordo erosivo no setor Sul da APA (UTM Fuso 23L 205.614E / 8.418.982N – 1066m)

2.2.2.3.1.12 Inselbergs e outros Relevos Residuais

O último compartimento é referente aos Inselbergs e outros Relevos Residuais que fazem parte do domínio Complexos Granitoides deformados e da unidade geológico ambiental Séries Graníticas Alcalinas. Forma feições singulares na paisagem, pois destoam dentre as demais circundantes, representativas no setor Norte da APA de Pouso Alto (Figura 100).

207 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 100 - Forma residual de forma variada constituindo um Inselberg no setor Norte da APA (UTM Fuso 23L 188.807E / 8.482.734N – 617m)

2.2.2.3.2 Vulnerabilidade do Relevo A vulnerabilidade do relevo da APA de Pouso Alto foi baseada primeiramente nos compartimentos mencionados anteriormente e consequentemente nas feições morfológicas predominantes, das quais estão associadas. De um modo geral a APA tem zonas de Muita Baixa (MB) vulnerabilidade, que são restritas às planícies fluviais, aluviais e superfícies planas a suavemente onduladas, passando por áreas com moderada vulnerabilidade a fenômenos erosivos numa faixa intensamente dissecada que segue numa faixa de Sudoeste (região de Colinas do Sul) até Norte da Serra do Tombador, onde por vezes fica evidente as cadeias serranas de declividade pronunciada, da qual torna suscetível a queda e rolamento de blocos de rocha, uma vez que devido a condição de alto declive não possuem capacidade de formação de solo. Devido a condição singular da paisagem da região, muito representativa em função do relevo movimentando da área, não raro formando locais de grande beleza cênica, atrativo contemplativo aos turistas que frequentam a região da Chapada dos Veadeiros, predominam formas que possuem de Alta (A) a Muito Alta (MA) vulnerabilidade do relevo. Na Tabela 38 estão indicadas as feições associadas as classes de vulnerabilidade e suas respectivas extensões em hectare (ha).

208 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Tabela 38 - Quantitativo das áreas (ha) das classes de vulnerabilidade do relevo associados às feições morfológicas

Classes de Feições Associadas Área (ha) Vulnerabilidade Muito Baixa (MB) Planícies Fluviais ou Flúvio Lacustres 3.596,23 Baixa (B) Planaltos, Superfícies Aplainadas e Colinas Suaves 326.458,62 Média (M) Inselbergs, Domos e Feições Côncava-Convexas 168.230,97 Alta (A) Cadeias Serranas, Feições de Altitude e Colinas Aguçadas 280.310,35 Muito Alta (MA) Escarpas Serranas, Rebordos Erosivos e Degraus Estruturais 123.580,99

2.2.2.3.2.1 Muito Baixa (MB)

Estas áreas correspondem às áreas de baixa altitude associadas aos cursos d’água sinuosos que escoam entre os vales mais amplos, como por exemplo, os Vales do rio do Preto e do Paranã. Conforme pode ser visto no Mapa de Vulnerabilidade do Relevo (Anexo 13) são áreas restritas de pouca expressão na área, contudo não devem ser negligenciadas outras formas semelhantes omitidas pela escala do mapeamento. Estas feições estão relacionadas aos sedimentos quaternários transportados e depositados pelas drenagens das principais bacias que drenam a APA.

2.2.2.3.2.2 Baixa (B)

É a classe mais representativa da APA de Pouso Alto, são indicadas pois sua ocorrência situa-se nos principais vales da região, onde contém as áreas de Muito Baixa (MB) vulnerabilidade mencionadas a pouco. As áreas mapeadas para esta classe correspondem ao setor Sul da APA, numa superfície elevada (800 a 1000m) que corresponde a um relevo plano a suave ondulado capeada predominantemente por coberturas detrito lateríticas sob corpo rochoso do grupo Paranoá. Considera-se semelhante dinâmica parte do Vão do Paranã contido na APA a Leste da cidade de Alto Paraíso, o Vale da cidade de Cavalcante que segue até a cidade de Teresina, formando um arco de terrenos rebaixados e arrasados, onde é comum solos intemperizados e profundos. A região mais representativa desta classe corresponde aos Vales do rio Preto, rio Claro e Vale do Órfão. Assim como as demais, possuem condições pedológicas favoráveis às atividades agrossilvipastoris sobre planaltos, em colinas suaves e em superfícies aplainadas capeadas por manchas esparsas de Latossolos e Argissolos. Considera-se de baixa vulnerabilidade podendo vir a ocorrer fenômenos erosivos de pequena monta, pois a declividade do relevo destas áreas é branda.

209 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.3.2.3 Média (M)

Corresponde a terceira classe de vulnerabilidade de maior representatividade da APA. Estão associadas às áreas de pouca ocupação antrópica pois suas feições são dissecadas, formando um relevo movimentado a ondulado, onde por vezes é visível morros de topos aguçados e colinas com longa vertente. No setor Norte nos arredores do Domo da Serra Branca, é mais comum visualizar Inselbergs e morros concâvos – convexos, onde se nota o intenso intemperismo atuante, pois a formação de solos nesta zona é incipiente.

2.2.2.3.2.4 Alta (A)

São consideradas nesta classe as áreas de maior altitude da APA, onde não raro associam-se às cadeias serranas e colinas aguçadas, que destacam-se na paisagem da região. Conforme pode ser visto no Mapa de Vulnerabilidade do Relevo (Anexo 13), contempla uma faixa que segue do Centro-Sul a Norte da APA, onde possui um trecho no entorno da cidade de Cavalcante, do qual contém no seu interior a Serra de Santana. Estão fortemente associadas aos quartzitos da Formação Arraias, que por sua vez está contida no Domínio de Sequências Vulcanosedimentares Proterozóicas dobradas metamorfizadas de baixo a alto grau. Sua extensão aproximada é de 280.310ha.

2.2.2.3.2.5 Muito Alta (MA)

Correspondem às áreas de menor potencial para uso antrópico, com exceção de práticas de lazer que envolva ecoturismo e montanhismo. Representa as feições que envolvem as áreas de Alta (A) vulnerabilidade do relevo, pois contém as escarpas serranas, os rebordos erosivos de grandes cadeias serranas e comumente degraus estruturais onde se vê a pulverização do material rochoso devido ao movimento tectônico na zona de falhamento. Uma vez que possuem um potencial turístico elevado, são por outro lado correspondente às áreas de alto risco a visitação devido à ausência de camada pedológica suficiente, a diferença altimétrica, gerando por vezes grandes abismos, e o deslocamento e queda de blocos. Consideram-se as áreas contidas nesta classe, bem como as de Alta (A) vulnerabilidade do relevo, como sendo voltadas para a preservação da flora e fauna do Cerrado regional, onde sua manutenção pode ser fomentada por práticas que tem por finalidade a pesquisa, o desenvolvimento local, o lazer e a conservação da biodiversidade local.

210 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.4 Solos

Os tipos de solos contidos na superfície são considerados zonais. Esta definição é baseada numa classificação global em que solo, vegetação e clima estão presumivelmente interligados, sendo o clima a causa primeira e os solos e a vegetação os efeitos (DREW, 1983). Ainda não se conseguiu modificar os conjuntos completos dos grupos de solos zonais, a ponto de ser impossível reconhecê-los, como se fez com a vegetação em inúmeros locais, inclusive de porções da Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto. Contudo, alterar a vegetação para fins agrícolas ou mesmo florestais, com a consequente mudança do microclima, leva inevitavelmente à modificação das propriedades do solo, em face da estreita relação causal dos três aspectos. A lavoura é uma atividade que altera consideravelmente o solo, principalmente a sua química e sua biologia, mas pouco sua textura e estrutura. As mudanças mais drásticas correspondem normalmente às tentativas, bem sucedidas ou não, de melhorar a produtividade da terra, recorrendo a fertilizações e irrigações. A crescente mecanização da lavoura vem permitindo que a terra seja lavrada e gradeada em épocas do ano em que o solo, em tempos passados, estariam demasiados úmidos e pesados para trabalhar. A pressão econômica que os agricultores convivem os fazem semear o mais cedo possível, em outros casos até mesmo utilizando de áreas que não possuem capacidade produtiva, com baixa aptidão agrícola das terras para atividades de intenso trato ano a ano, ocorrendo por vezes situações de perda de produtividade, aumento de investimento em insumos agrícolas, baixa qualidade da produção, alta alteração da cobertura pedológica, aumento da emissão de GEEs (Gases de Efeito Estufa), alteração da qualidade da água a jusante, perda de terras por processos erosivos, ameaça da fauna e flora aquática, dentre outros. Procura-se caracterizar, o mais fielmente possível as condições da cobertura pedológica mapeada e posteriormente modificada pelo Projeto RADAMBRASIL (BRASIL, 1982). Algumas classes de solos possuem maior expressividade na área, em virtude da sua maior extensão, como também em função das atividades econômicas desempenhadas sobre seu manto e estas características aliadas, principalmente, às condições geológicas e geomorfológicas possibilitaram definir as principais classes de solos da APA, como também suas principais características relevantes sob a ótica do objetivo do Plano de Manejo da APA de Pouso Alto. Baseado nas classes mapeadas pelo Projeto RADAMBRASIL, temos para a área da APA de Pouso Alto seis grandes classes de solos: Neossolos, Latossolos, Argissolos,

211 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Cambissolos, Plintossolos e Gleissolos. No entanto, estas possuem outras classes de solos em associação as suas ocorrências. Podem ser semelhantes as identificadas na área, bem como outras que ficaram omissas, por virtude da sua pequena área de ocorrência e/ou talvez por haver pouca associação. Por exemplo, quando numa grande área registra-se Latossolos Vermelho- Amarelo há de considerar a ocorrência em pequenas manchas de Argissolos Vermelho- Amarelo, Solos Hidromórficos e Gleissolos associados a cursos d’águas e ambientes geomorfológicos ímpares, como as veredas, dentre outros. Isto é, as classes aqui apresentadas são consideradas dominantes, entende-se deste modo a ocorrência de outros tipos de solos em associação, que por vezes podem apresentar maior ou menor capacidade agrícola, bem como suscetibilidade erosiva.

2.2.2.4.1 Descrição Sumária dos Solos 2.2.2.4.1.1 Neossolos

 Neossolos Litólicos Distróficos São solos minerais não hidromórficos, pouco desenvolvidos, muito rasos ou rasos, com horizonte A sobre a rocha, ou sobre horizonte C ou Cr, ou sobre material com 90% ou mais de sua massa (por volume) constituída por fragmentos de rocha com diâmetro maior que 2mm e apresentando um contato lítico dentro de 50cm da superfície do solo. Têm sua origem relacionada a litologias diversas, porém com predomínio de quartizitos, micaxistos e rochas pelíticas nesta área. Ocorrem sob vegetação de campo Cerrado e Cerrado Rupestre. Preferencialmente ocupam locais com forte declividade, geralmente encostas de morros, porém são verificados também em situação de relevo mais suave, porém de altitude, um exemplo comum é no setor Norte da Serra do Tombador, sob algumas formas de topo arrasado, intensamente intemperizado, tornando o relevo de interflúvios esparsos. Nestas porções de alta altitude as temperaturas são mais amenas, em função de pequenas interferências microclimáticas; maior circulação dos ventos, maior perda de temperatura durante o período noturno, redução da umidade e das moléculas de oxigênio.

 Área de ocorrência São os solos mais expressivos em termos de abrangência da APA de Pouso Alto, sua condição de formação do material de origem e das formas do relevo condicionam a presença deste tipo de solo numa faixa alongada que vai de Sul, Leste a Norte. Na porção Central, onde

212 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC está delimitado o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) são de maior representatividade (Figura 101).

Figura 101 - Topo de relevo plano de alta altitude onde ocorrem em vastas áreas os solos pedregosos de perfil A e C ou Cr dos Neossolos Litólicos (UTM Fuso 23L 205.614E / 8.418.982N - 1066m)

 Principais limitações ao uso agrícola A pequena espessura do solo, a frequente ocorrência de cascalhos e fragmentos de rocha no seu perfil, a grande susceptibilidade à erosão, mormente nas áreas de relevo muito acidentado, que são as mais comuns de sua ocorrência, são as limitações mais comuns. Há também o problema da baixa fertilidade natural para os solos distróficos, que impõe a necessidade de correções químicas. As áreas de ocorrência destes solos são mais apropriadas para preservação da flora e fauna.

 Neossolos Litólicos Eutróficos Assim como os distróficos, os Neossolos Litólicos Eutróficos são solos minerais não hidromórficos, pouco desenvolvidos, muito rasos ou rasos, com horizonte A sobre a rocha, ou sobre horizonte C ou Cr, ou sobre material com 90% ou mais de sua massa (por volume) constituída por fragmentos de rocha com diâmetro maior que 2mm e apresentando um contato lítico dentro de 50cm da superfície do solo.

213 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Apresentam grande variabilidade em termos de textura e são muito heterogêneos também quanto às propriedades químicas, face a composição mineralógica das rochas sotopostas. Na Figura 102, registra-se o perfil onde nota-se a rocha em pouca profundidade, por sua vez bastante intemperizada, mantendo visível o acamamento na diagonal, com presença de pequenas fissuras por onde as raízes da vegetação permeiam solo e rocha. O horizonte A do perfil apresenta-se com coloração cinza a cinza-escuro (cor técnica) tornando evidente o maior incremento de matéria orgânica, podendo ser considerado um A húmico de pouco mais de 40cm.

Figura 102 - Perfil de Neossolo Litólico onde destaca-se o horizonte A incipiente sobre rocha da Formação Traíras (UTM Fuso 23L 190.916E / 8.485.029N - 773)

 Área de ocorrência Ocorrem no setor Norte da APA de Pouso Alto, entre o Domo da Serra Branca e a Reserva Natural da Serra do Tombador. O relevo associado é fortemente dissecado com formação de cristas e morros aguçados, em parte são oriundas de rochas com lentes carbonáticas do Grupo Paranoá.

 Principais limitações ao uso agrícola Suas principais limitações estão nas condições físicas do solo e do relevo de sua ocorrência, pois é grande o impedimento a mecanização agrícola, por serem considerados

214 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC eutróficos, suas condições químicas são mais favoráveis ao cultivo. No entanto, possuem alta erodibilidade devido a sua pouca espessura.

2.2.2.4.1.2 Latossolos

 Latossolos Vermelho Apresentam boa drenagem interna, condicionada por elevada porosidade e grande homogeneidade de características ao longo do perfil e, em razão disto, elevada permeabilidade. Este fato os coloca, quando em condições naturais, como solos de razoável resistência à erosão de superfície (laminar e sulcos). São pouco expressivos em termos de ocorrência na área de trabalho e se revestem de grande importância, por ser o principal substrato da produção agrícola e pecuária. Apresentam textura argilosa ou média e estão associados na área a litologias diversas, desde arenitos a granitos. Em perfil amostrado (Tabela 39) o teor de argila entre os horizontes, principalmente no A e AB é mais elevado, ao passo que em profundidade a fração areia fina aumenta em detrimento da quantidade de argila. Tratam-se de solos muito intemperizados, com baixíssima capacidade de troca de cátions e, portanto, com baixa capacidade de retenção de nutrientes. Na unidade apresenta saturação por bases moderada, condicionada provavelmente pela presença de calcário do Subgrupo Paraopeba e do Grupo Paranoá.

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Tabela 39 - Características Físico-Químicas de Perfil de Latossolo Vermelho Amostrado Laboratório: Solocria Perfil no: Latossolo Vermelho Protocolo no: 025137 - 025143 Granulometria da Terra Fina (g.kg-1)

Areia Areia Fina Silte 0,05 Argila Símbolo Profundidade (cm) Grossa 2 – 0,2 – 0,05 – 0,002 < 0,002 Silte/Argila 0,2 mm mm mm mm

A 1 - 10 8,1 31,9 10 50 0,2 AB 10 - 56 8 37 9 46 0,2 Bw 56 - 93 8,4 40,6 9 42 0,21 Bw2 93+ 5,3 52,7 5 37 0,14 Complexo Sortivo cmolc/kg pH C N MO Bases Trocáveis (cmolc.kg-1) Horizontes CaCl2 (%) (%) (%) Ca+2 Mg+2 K+1 1 4,6 1,62 2,8 0,6 0,3 0,08 2 5 0,93 1,6 0,2 0,1 0,02 3 5,4 0,87 1,5 0,2 0,02 0,01 4 5,7 0,7 1,2 0,3 0,5 0,01 Saturação Saturação por Valor T CTC Horizontes por bases Alumínio (mE/100ml) (mE/100ml) (V%) (m%) 100.Al+3 1 18,22 28,99 3,82 5,38 2 10,26 0 2,32 3,12 3 12,86 0 3,58 2,41 4 21,16 0 2 2,41

A condição de boa profundidade e pouca pedregosidade não eximem os Latossolos da região a condição de acidez, em profundidade o pH torna-se básico, no entanto registra-se alta acidez nos horizontes A e AB, onde a cobertura encontra-se sob uso agrícola. A relação em superfície de baixa acidez vincula-se com o maior incremento de matéria orgânica (2,8%). Caso semelhante é identificado em horizonte Bw de Latossolo Vermelho na região do Vale do rio Preto (Tabela 40), onde a saturação por alumínio na casa dos 25% implica em caracterizar a condição distrófica destes solos, onde presumivelmente possuem capacidade agrícola devido suas condições físicas, no entanto com restrição quanto às condições de fertilidade: acidez e baixa troca de bases. Ainda assim considera-se a cobertura pedológica mais propensa para fins agrícolas da região da APA.

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Tabela 40 - Horizonte Bw de Latossolo Vermelho amostra na região do Vale do rio Preto

Perfil no: Latosso Vermelho escuro Laboratório: Solocria distrófico Protocolo no: 007216 Granulometria da Terra Fina (g.kg-1)

Silte Areia Areia Fina Argila 0,05 – Silte/Argil Símbolo Profundidade (cm) Grossa 2 – 0,2 – 0,05 < 0,002 0,002 a 0,2 mm mm mm mm

2 10 - 60 23,9 19,1 9 48 0,19 Complexo Sortivo cmolc/kg Horizont pH C N MO Bases Trocáveis (cmolc.kg-1) e CaCl2 (%) (%) (%) Ca+2 Mg+2 K+1 2 4,6 0,75 1,3 0,3 0,2 0,07 Saturação Saturação por Valor T CTC Horizont por bases Alumínio (mE/100ml (mE/100ml e (V%) (m%) ) ) 100.Al+3 2 16,43 25,97 0,2 3,47

 Área de ocorrência Ocorrem em condições de relevo suave ondulado e plano e estão cobertos por vegetação de Cerrado e Floresta, embora hoje não se encontre grande quantidade de vegetação natural sobre os mesmos, salvo casos restritos. Distribuem-se por amplas superfícies no Sul da APA (Figura 103), sempre em locais de relevo mais suave, onde as superfícies encontram-se mais conservadas. Apresentam- se em manchas dispersas nas áreas dos vales do rio Preto, de Cavalcante, de Teresina de Goiás, e após a comunidade do Moinho já no Vão do Paranã. Em boa parte desses locais estão sob uso da pecuária.

217 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 103 - Perfil de Latossolo Vermelho em área de uso agrícola no setor Sul da APA de Pouso Alto (UTM Fuso 23L 227.659E / 8.407.915N – 1190m)

 Principais limitações ao uso agrícola Possui ótimas condições físicas, que aliadas ao relevo plano ou suavemente ondulado onde ocorrem, favorecem sua utilização com as mais diversas culturas adaptadas ao clima da região. Por serem ácidos e distróficos, ou seja, no geral com baixa saturação por bases, requerem sempre correção de acidez e fertilização. A ausência de elementos, tanto macros quanto micronutrientes é uma constante. Quando com textura média, em razão da menor capacidade de retenção de água e nutrientes, não se prestam para a utilização com lavouras, sendo a pecuária extensiva a opção mais utilizada na região.

2.2.2.4.1.3 Argissolos

 Argissolo Vermelho São solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B textural com argila de atividade baixa, imediatamente abaixo do horizonte A ou E, e satisfazendo ainda os seguintes requisitos:  horizonte plíntico se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superior do horizonte B textural;

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 horizonte glei se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superior do horizonte B textural; Apresentam horizonte A dos tipos chernozêmico e moderado. O horizonte B textural, na maioria das vezes apresenta-se bem definido, com estrutura de forte desenvolvimento do tipo blocos e presença de cerosidade em quantidade e desenvolvimento suficientes para o seu enquadramento como tal.

 Área de ocorrência De acordo com mapeamento adotado, ocorrem no setor Oeste da APA de Pouso Alto, na região do Vale do rio Preto e do rio Claro. Em boa parte não possuem usos intensivos, salvo as áreas voltadas a pecuária, lavouras não são usuais, apenas as de pequena propriedade e/ou para fins de subsistência.

 Principais limitações ao uso agrícola Muitas são as limitações à sua utilização agrícola, embora nem sempre sejam ocorrências sistemáticas para todas as unidades de mapeamento. As unidades que apresentam maior quantidade de limitações à utilização agrícola, são aquelas de topografia mais movimentada, com declives muito fortes. Dentre as limitações destas unidades, pode-se mencionar os efeitos diretos dos relevos acidentados sobre a mecanização agrícola e sobre a vulnerabilidade à erosão, além da presença de cascalhos, pedras e boulders que também são limitantes à mecanização e desenvolvimento de raízes.

 Argissolo Vermelho-Amarelo Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), assim são denominados solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B textural com argila de atividade baixa, ou com argila de atividade alta conjugada com saturação por bases baixa ou com caráter alítico, imediatamente abaixo do horizonte A ou E, e satisfazendo ainda os seguintes requisitos:  horizonte plíntico se presente, não satisfaz os critérios para Plintossolos;  horizonte glei se presente, não satisfaz os critérios para Gleissolos; Apresentam horizonte A do tipo moderado. O horizonte B textural, na maioria das vezes apresenta-se bem definido, com estrutura de forte desenvolvimento do tipo blocos e

219 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC presença de cerosidade em quantidade e desenvolvimento suficientes para o seu enquadramento como tal. São os ARGISSOLOS de cores vermelho-amarelas no matiz 5YR ou mais vermelha, e mais amarela que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B, inclusive BA. Em sua constituição apresentam atividade de argila moderada, com baixo teor de silte (Tabela 41). A condição de areia grossa por vezes é intercalada por fragmentos de rochas maiores que 3cm. O pH menor que 5, de acordo com a análise do solo descrito na Tabela 41, está relacionada ao material de origem, podendo vir a ter maior incremento de minerais de rochas calcárias do grupo Paranoá, por vezes do grupo Bambuí.

Tabela 41 - Aspectos físicos-químicos de Perfil de Argissolo Vermelho-Amarelo amostrado Perfil no: Argissolo Vermelho- Laboratório: Solocria Amarelo Protocolo no: 007216 Granulometria da Terra Fina (g.kg-1)

Silte Areia Areia Fina Argila 0,05 – Símbolo Profundidade (cm) Grossa 2 – 0,2 – 0,05 < 0,002 Silte/Argila 0,002 0,2 mm mm mm mm

A 1 – 30 (49) 29,9 22,1 4 44 0,09 Bt 30 (49) – 75 (95) 24,1 28,9 5 42 0,12 C 95+ 19,8 34,2 4 42 0,1 Complexo Sortivo cmolc/kg pH C N MO Bases Trocáveis (cmolc.kg-1) Horizontes CaCl2 (%) (%) (%) Ca+2 Mg+2 K+1 A 4,3 0,7 1,2 0,2 0,1 0,6 Bt 4,4 0,46 0,8 0,2 0,1 0,1 C 4,4 0,46 0,8 0,06 0,04 0,05 Saturação Saturação por Valor T CTC Horizontes por bases Alumínio (mE/100ml) (mE/100ml) (V%) (m%) 100.Al+3 A 0,4 1,4 4,8 5,26 Bt 0,3 0,8 5,64 4,44 C 0,4 0,7 4,48 3,95

220 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

 Área de ocorrência Ocorrem por uma extensa área no setor Oeste da APA, no entanto são recorrentes manchas dispersas por entre os relevos de maior movimentação nos vales de Cavalcante e Teresina de Goiás. São identificados as margens da rodovia que liga a cidade de Teresina a Cavalcante sob uso de pastagem (Figura 104) e vegetação de Cerrado.

Figura 104 - Perfil de Argissolo Vermelho-Amarelo em área sob uso de pastagem (UTM Fuso 23L 242.665E / 8.474.515N - 854m)

 Principais limitações ao uso agrícola O tipo de uso mais comum sobre os mesmos é com pastagem plantada e originam- se na área de alteração de rochas pelíticas como siltitos e argilitos, ocorrendo na maior parte das vezes em situação de relevo movimentado (ondulado), sob vegetação de Floresta. Devido a condição de relevo movimentado e horizonte A com boa parcela de areia, somadas areias grossa e fina, constituem solos de moderada a alta suscetibilidade à erosão, deste modo possuem limitações, devendo ser utilizadas práticas conservacionistas caso implantadas atividades agrícolas.

2.2.2.4.1.4 Cambissolos

 Cambissolo Háplico Tb Distrófico

221 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Solos minerais, não hidromórficos, com horizonte A principalmente do tipo moderado sobre horizonte B incipiente, que se trata de um horizonte pouco evoluído, no qual se manifestam apenas características de cor e/ou estrutura, sem haver outras características indicadoras de maior evolução, necessárias para caracterizar horizontes mais evoluídos. São solos pouco profundos a rasos, com pequena diferenciação de horizontes, sem acumulação de argila, textura franco-arenosa ou mais argilosa, com ocorrência de cascalhos em muitas situações. As cores são variáveis, desde amareladas até avermelhadas. Quando derivados de rochas cristalinas, de um modo geral apresentam materiais primários facilmente decomponíveis no interior de sua massa. Originam-se a partir da alteração de rochas diversas e por tal razão apresentam-se bastante variáveis quanto às características de textura e de fertilidade natural. Na APA ocorrem solos com argila de atividade baixa, e quanto à saturação por bases são altamente ácidos, ou seja, apresentam baixa fertilidade natural, conforme apresentado na Tabela 42.

Tabela 42 - Aspectos físico-químicos do perfil amostrado de Cambissolo Laboratório: Solocria Perfil no: Cambissolo Distrófico Protocolo no: 007216 Granulometria da Terra Fina (g.kg-1)

Areia Areia Fina Silte 0,05 Argila Símbolo Profundidade (cm) Grossa 2 – 0,2 – 0,05 – 0,002 < 0,002 Silte/Argila 0,2 mm mm mm mm

B 1 - 79 36,7 33,3 9 21 0,43 BC 80+ 32,3 39,7 9 19 0,47 Complexo Sortivo cmolc/kg pH C N MO Bases Trocáveis (cmolc.kg-1) Horizontes CaCl2 (%) (%) (%) Ca+2 Mg+2 K+1 B 4,1 0,23 0,4 0,2 0,1 0,15 BC 4,1 35 0,6 0,2 0,1 0,08 Saturação Saturação por Valor T CTC Horizontes por bases Alumínio (mE/100ml) (mE/100ml) (V%) (m%) 100.Al+3 B 11,39 86,15 13,88 3,95 BC 7,63 85,82 17,92 4,98

222 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

 Área de ocorrência Ocorrem sob vegetação de Cerrado quando distróficos, muitas vezes são cascalhentos e pedregosos e se originam de rochas do tipo micaxistos, quartzitos e rochas de natureza pelítica. Devido as condições geológicas e do relevo ocorrem largamente na área da APA, sempre associados às vertentes de maior declividade e superfícies de relevo movimentado a forte ondulado. No mapeamento adotado (Anexo 14 - Mapa de Pedologia) está indicado no extremo Sudoeste da APA, no entanto, devido a escala do levantamento é possível identificar em outros setores da APA, como no perfil amostrado da Figura 105, registrado entre as cidades de Teresina e Cavalcante.

Figura 105 - Perfil de Cambissolo em área sob Cerrado (UTM Fuso 23L 246.944E / 8.474.548N – 798m)

 Principais limitações ao uso agrícola De um modo geral, são solos bastante susceptíveis à erosão. Características de pequena profundidade, baixa fertilidade natural, pedregosidade e ocorrência em relevo declivoso, são as principais limitações ao uso agrícola apresentadas pelos mesmos, além da baixa fertilidade natural.

 Cambissolo Háplico Ta Eutrófico

223 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Solos constituídos por material mineral com horizonte B incipiente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, exceto horizonte hístico com espessura superior a 40cm.

 Área de ocorrência No mapeamento adotado apresentam-se numa única mancha no Vale da Cidade de Teresina, porção Norte. Contudo sua ocorrência não restringe a área, podendo ser registrado no Sudoeste e Norte da APA.

 Principais limitações ao uso agrícola Assim como os Cambissolos distróficos, possuem algumas restrições ao uso agrícola, principalmente devido à alta erodibilidade, pois são solos pouco desenvolvidos, não raro pedregosos. No entanto suas condições químicas são melhores se comparadas aos distróficos, contudo práticas de manejo e conservação são recomendadas devido as condições físicas de ocorrência.

2.2.2.4.1.5 Plintossolos

Geralmente ocorrem em locais planos e baixos, onde há oscilação do lençol freático. São solos imperfeitamente ou mal drenados. A textura não foi discriminada em campo e foram identificados horizontes A dos tipos fraco e moderado. São constatados solos com argila de atividade baixa e com baixa capacidade de troca de cátions, ou seja, solos mineralogicamente bastante pobres, caracterizados como distróficos, dotados quase que exclusivamente de argilas não expansivas, caulinitas principalmente, o que é bastante condizente com o seu processo de formação. Originam-se em geral dos sedimentos recentes do quaternário, comuns nas partes baixas (planícies e terraços de córregos e/ou rios). A cobertura vegetal natural é, via de regra, de Campo Cerrado Tropical e Cerrado, em relevo plano ou suave ondulado com ocorrência de murundus.

 Área de ocorrência

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Ocorrem dispersos pela área em várias manchas, ora em regime de dominância ora como subdominantes. São dominantes no setor Leste do Vale do rio Preto, na porção Sul da serra do Tombador. Tem sob cobertura o Cerrado com poucas propriedades com atividade pecuarista em curso.

 Principais limitações ao uso agrícola A principal limitação relaciona-se com a drenagem imperfeita ou má, que limita bastante o uso destes solos, durante uma parte do ano, quando ficam saturados com água e mesmo submersos. Embora com limitações fortes do ponto de vista químico, o que efetivamente tem sido determinante em sua exploração é o regime hídrico reinante em seus locais de ocorrência. Nos períodos de estiagem, o lençol freático baixa a níveis significativos, porém o perfil permanece úmido internamente por toda a estação seca. Este fato é determinante para a escolha até mesmo dos tipos de forrageiras adaptadas. Quanto à utilização de drenagem artificial, há que se ter cuidado com o dimensionamento dos drenos, para que não haja ressecamento excessivo do solo e consequente endurecimento do horizonte plíntico, criando desta forma uma barreira ao escoamento natural de água e também às raízes.

2.2.2.4.1.6 Gleissolos

 Gleissolo Háplico Solos minerais hidromórficos, com horizontes glei abaixo do horizonte superficial A ou de horizonte hístico com menos de 40cm; ou horizonte glei começando dentro de 50cm da superfície sem nenhum tipo de horizonte diagnóstico acima do horizonte glei ou sem horizonte plíntico ou vértico ou B textural com mudança textural abrúptica coincidente com horizonte glei. São mal ou muito mal drenados, encharcados, ocorrendo em áreas baixas, com textura variando de média a argilosa, argila de atividade baixa, saturação por bases baixa. Invariavelmente se desenvolvem a partir de sedimentos do Quaternário Recente, geralmente aluvionares. Estão ou foram cobertos por vegetação campestre (Campo Hidrófilo de Várzea) em planícies de inundação de córregos e rios. No perfil amostrado na APA (Tabela 43) a quantidade de areia fina nos horizontes foi dominante, onde a fração argila teve baixa quantidade. As bases trocáveis foram consideradas baixas onde por sua vez nota-se os valores de pH abaixo de 5, isto por que a

225 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC condição de má drenagem destes solos apresentam alta quantidade de água ao longo dos horizontes, o tornando menos ácido.

Tabela 43 - Aspectos físico-químicos do perfil de solo amostrado na APA de Pouso Alto Laboratório: Solocria Perfil no: Gleissolo Protocolo no: 025137 - 025143 Granulometria da Terra Fina (g.kg-1)

Silte Areia Areia Fina Argila < 0,05 – Símbolo Profundidade (cm) Grossa 2 – 0,2 – 0,05 0,002 Silte/Argila 0,002 0,2 mm mm mm mm

A 1 - 40 27,5 46,5 10 16 0,63 B 40 - 67 19,2 54,8 10 16 0,63 C 67+ 15,1 56,9 9 19 0,47 Complexo Sortivo cmolc/kg pH C N MO Bases Trocáveis (cmolc.kg-1) Horizontes CaCl2 (%) (%) (%) Ca+2 Mg+2 K+1 A 4,1 1,22 2,1 0,2 0,1 0,1 B 4,1 1,39 2,4 0,2 0,1 0,04 C 4,1 0,46 0,8 0,2 0,1 0,03 Saturação Saturaçã por o por Valor T CTC Horizontes Alumínio bases (mE/100ml) (mE/100ml) (m%) (V%) 100.Al+3 A 6,78 84,62 2,56 5,9 B 5,12 86,07 2,41 6,64 C 6,43 86,96 16,11 5,13

 Área de ocorrência Por se tratarem de solos hidromórficos, têm ocorrência preferencial em locais permanentemente alagados, como é o caso das planícies de inundação dos rios e córregos e outras áreas deprimidas. Na APA foram cartografados em apenas uma unidade de mapeamento próxima da cidade de Alto Paraíso de Goiás. Porém sabe-se da existência de machas dispersas na região, como exemplo no setor Oeste (Figura 106) e norte da APA.

226 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 106 - Perfil de Gleissolo em área de Campo Cerrado (UTM Fuso 23L 209.953E / 8.436.180N - 1229m)

 Principais limitações ao uso agrícola As principais limitações ao uso agrícola decorrem da má drenagem, com presença de lençol freático alto e dos riscos de inundação que são frequentes. A drenagem artificial é imprescindível para torná-los aptos à utilização agrícola com um maior número de culturas. Há limitações também ao emprego de máquinas agrícolas, principalmente pelas condições de drenagem. Após drenagem e correção das deficiências químicas, presta-se para pastagens, capineiras e diversas culturas. Em áreas próximas a grandes centros consumidores, estes solos costumam ser usados intensivamente com olericultura, desde que com um bom manejo da água do solo. Devido a maior fração de areia, oriunda das rochas areníticas e quartzticas na APA são comuns, quando encontrados, a presença de erosão, como é o caso da feição da Figura 107 no vale do engenho ao Norte de Cavalcante, numa área úmida.

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Figura 107 - Voçoroca em área de Gleissolo na região do vale do engenho ao Norte da cidade de Cavalcante (UTM Fuso 23L 232.009E / 8.491.966N – 1107m)

2.2.2.4.2 Suscetibilidade à Erosão das Terras Os processos erosivos sobre a crosta terrestre incidem e atuam diferentemente nos diversos ambientes naturais, indicando que cada um deles resiste mais ou menos à sua ação. Conhecer a predisposição natural dos vários ambientes, se maior ou menor, naturalmente que auxilia a tomada de decisões com relação à medidas preventivas de controle da erosão. Embora a quantificação das perdas de terras por erosão, ou a quantificação das maiores ou menores propensões à incidência dos processos erosivos nos vários ambientes, seja tarefa difícil em razão dos vários fatores que influenciam o processo, o conhecimento qualitativo das áreas de maior ou menor propensão é um elemento de grande valia para a orientação de tomadas de decisão, que visem a prevenção dos processos e também como orientação para a escolha de atividades mais adequadas a cada situação. A questão da erosão no seu sentido literal, necessariamente deve ser avaliada sob pontos de vista distintos no que diz respeito à sua forma de manifestação, em razão da diferença na natureza de seus fatores predisponentes. Desta forma, tem-se a erosão superficial, comumente conhecida como laminar e/ou em sulcos, basicamente determinada pelas características dos solos (erodibilidade), pela topografia do terreno (formas de relevo) e pela natureza das chuvas (erosividade) e a erosão em

228 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC profundidade, também conhecida como processo de voçorocamento e ravinamento, e que é condicionada tanto pelos fatores já mencionados quanto por características do subsolo (natureza do substrato geológico ou profundidade do mesmo) e dinâmica hídrica subsuperficial. No meio agronômico, a erosão do tipo superficial é comumente a que tem demandado maiores preocupações por sua ocorrência quase sistemática em áreas de agricultura, sendo responsável por perdas consideráveis de terras e insumos agrícolas, ou seja, perdas de capital. Buscando fornecer orientações básicas sobre a maior ou menor fragilidade dos ambientes da Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto no tocante à incidência de processos erosivos de superfície, ou seja, informações qualitativas básicas sobre a maior ou menor propensão natural dos ambientes a este tipo de erosão, tomando por base exclusivamente dados corriqueiros fornecidos nos mapas de solos, procurou-se avaliar a suscetibilidade à erosão superficial (laminar e sulcos), dos diversos ambientes, definidos como unidades de mapeamento do mapa de solos conjuntamente com o do relevo. Para definição das classes de susceptibilidade à erosão superficial, procedeu-se à análise da interação dos fatores erodibilidade dos solos e características do relevo, conforme combinações constantes na Tabela 44.

Tabela 44 - Interação dos fatores erodibilidade dos solos e tipos de relevo Tipos de relevo Erodibilidade dos Plano Suave Ondulado Forte Escarpado/ solos ondulado ondulado montanhoso Fraca Fraca Fraca Fraca/ Moderada/ Forte Moderada Forte Moderada Fraca/ Moderada Moderada/ Forte Forte /Muito Forte Moderada Forte Forte Moderada Moderada/ Forte Forte/ Muito Muito Forte Forte Forte Muito forte Moderada Moderada/ Forte Muito Forte Muito Forte Forte

2.2.2.4.2.1 Classes de Susceptibilidade à Erosão

Fraca (Fr) – Corresponde às áreas de solos caracterizados como de fraca erodibilidade ocorrendo em condição de relevo plano e/ou suave ondulado. As terras assim caracterizadas são constituídas em sua maioria por solos de considerável permeabilidade, representados nesta área em sua maioria por Latossolos de textura argilosa, no setor Sul da APA sobre Chapadas e Platôs, bem como do extremo Leste nas terras baixas do Vão do Paranã. Somam cerca de 34.171,10ha.

229 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Fraca/Moderada (Fr/M) – Corresponde às áreas de solos caracterizados como de fraca erodibilidade, ocorrendo em condição de relevo ondulado e/ou solos de moderada erodibilidade, em condição de relevo plano. Para tanto foram considerados os Argissolos do setor Oeste da APA, bem como os Latossolos Vermelho-Amarelo constantes nesta região. Foram também cartografadas as áreas de relevo plano a suavemente ondulado do setor Ssul da APA, onde ocorrem manchas intercaladas de Neossolos associados aos Latossolos. Somam cerca de 65.545,16ha.

Moderada (M) – Corresponde às áreas de solos caracterizados como de forte e muito forte erodibilidade, ocorrendo em condição de relevo plano e solos caracterizados como de moderada erodibilidade, em condição de relevo suave ondulado. Como por exemplo, áreas dos vales de Cavalcante, no setor Sul da Serra do Tombador, onde o relevo em grande rampa possibilita aumento da energia cinética das águas sob Latossolos, Argissolos e Cambissolos. Somam cerca de 166.930,43ha.

Moderada/Forte (M/F) – Corresponde às áreas de solos caracterizados como de forte e muito forte erodibilidade, ocorrendo em condição de relevo suave ondulado, e solos caracterizados como de moderada erodibilidade, ocorrendo em condição de relevo ondulado, e ainda solos caracterizados como de fraca erodibilidade em condição de relevo forte ondulado. Sua maior ocorrência está associada a dominância dos plintossolos a Leste do Vale do rio Preto, e ao Sul do Vale do Órfão e quanto ao relevo foram associados às áreas dissecadas onde ocorrem como dominantes os Neossolos Litólicos eutróficos, pois apresentam maior incremento de húmus e maior fixação da vegetação cerradeira. Somam cerca de 90.649,40ha.

Forte (F) – Corresponde às áreas de solos caracterizados como de forte e muito forte erodibilidade, ocorrendo em áreas de relevo ondulado, e de solos caracterizados como de moderada erodibilidade, em condição de relevo forte ondulado, e ainda solos caracterizados como de fraca erodibilidade, em condição de relevo escarpado e montanhoso. Foram delimitadas na APA as áreas de ocorrência do Cambissolo sob relevo com forte dissecação, apresentando interflúvios pequenos com topos aguçados, onde a mecanização é de difícil implantação. Nos arredores de Colinas do Sul e ao Norte da Serra do Tombador foram as áreas mais expressivas deste mapeamento, bem como na quebra de relevo entre as altas e baixas altitudes, onde formam escarpas. Somam cerca de 127.581,59ha.

230 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Muito Forte (MF) – Corresponde às áreas de solos caracterizados como de forte e muito forte erodibilidade, ocorrendo em condição de relevo forte ondulado, escarpado/montanhoso. Coincidem com as áreas de ocorrência dos Neossolos Litólicos distróficos, em parte os eutróficos, quantd em relevo intensamente dissecados. A área mais expressiva encontra-se numa faixa de Sudoeste a Nordeste, nas áreas de relevo de altitude com forte dissecação, onde os neossolos litólicos tem dominância sob os quartzitos da formação Arraias. Somam cerca de 413.621,23ha.

Especial (E) – Corresponde às áreas de planícies de inundação, ilhas de rios e onde as rochas estão expostas. São áreas submetidas a uma dinâmica hídrica especial, com alternância de períodos de cheia e períodos de seca, que sobrepujam em importância a vulnerabilidade natural, determinada pelas demais características, ou áreas onde inexiste solo, como é o caso afloramento de rochas. Na APA foram cartografadas pequenas áreas desta classe, estando associadas às áreas de planície fluvial ou flúvio lacustre, na região do Vale do rio Claro, tributário do rio Preto e no setor Leste associado ao Vão do Paranã. Somam cerca de 3.592,20ha. Conforme mencionado, as classes de suscetibilidade à erosão das terras foram definidas baseado no binômio solo e relevo. Para tanto, devido as condições geológicas de grande influência na conformação da região, principalmente em virtude dos eventos tectônicos que a região sofreu, formando grandes estruturas dobradas, com alta incidência de falhamentos e fraturamentos. A classe de maior ocorrência está associada as áreas de solo pouco desenvolvidos, Neossolo Litólicos, julgou-se estas áreas como suscetibilidade muito forte (MF) à erosão das terras, conforme pode ser identificado na grande área que a classe abrange (Figura 108 e 109). A espacialização das classes, está contemplada no Mapa de Suscetibilidade à Erosão das Terras (Anexo 16).

231 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

450000,00

400000,00

350000,00

300000,00

250000,00

200000,00

150000,00

100000,00

50000,00

0,00 Fraca/Mod Moderada Moderada Muito Especial (E) Fraca (Fr) erada /Forte Forte (F) (M) Forte (MF) (Fr/M) (M/F) Área (ha) 3592,20 34171,10 65545,16 166930,43 90649,40 127581,59 413621,23

Figura 108 - Gráfico da quantidade de Área (ha) por Classe de Erosão das Terras na área da APA de Pouso Alto

Figura 109 - Grande feição erosiva do tipo ravina registrada na zona de suscetibilidade Muito Forte (MF) à erosão, no setor Sul do PNCV (UTM Fuso 23L 211.370E / 8.433.323N - 1187m)

232 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.4.3 Aptidão Agrícola das Terras De acordo com Ramalho Filho (1995), a interpretação de levantamento de solos é a tarefa que apresenta maior relevância para a utilização racional desse recurso, além de outros setores que utilizam o solo como elemento integrante de suas atividades. Assim, podem ser realizadas interpretações para atividades agrícolas, onde as terras devem ser classificadas de acordo com sua aptidão para diversas culturas, sob diferentes condições de manejo e viabilidade de melhoramento através de novas tecnologias. Importante deixar claro que o sistema ou o julgamento ora apresentado se constitui apenas numa ferramenta útil para o planejamento agrícola regional, e, portanto, traz consigo uma série de limitações, particularmente no que diz respeito aos aspectos ecológicos e socioeconômicos. Portanto, deve ser usado apenas como indicativo da potencialidade agropecuária das diversas situações, sem poder ser determinante da destinação final das mesmas, uma vez que vários outros fatores também devem ser considerados. Com base nos condicionantes físicos e na alta suscetibilidade que as terras da APA possui para a ocorrência de processos erosivos, o estudo partiu do entendimento de que áreas inaptas para qualquer tipo de uso, em sua maioria erodidas, devem ser usadas para reequilíbrio do sistema biótico da área, a partir de medidas que visem o seu reflorestamento e para áreas que o ainda o possuem, a sua manutenção, visto que a conservação é de relevante significância para a proteção da fauna e flora da região, bem como a manutenção dos ecossistemas em condições favoráveis, seguindo normas científicas e leis federais, estaduais e municipais.

2.2.2.4.3.1 Classes de Aptidão Agrícola das Terras da Áreia

Conforme o mapeamento de solos (MAURO; DANTAS; ROSO, 1982) e do relevo (NASA, 2000) foram julgadas para áreas subgrupos de aptidão agrícola de todos os seis grupos de aptidão descritos na metodologia, conforme Ramalho filho; Beek, (1995). Isto devido à grande extensão da APA de Pouso Alto e grande diversidade de ambientes singulares da região. Os grupos mapeados são: GRUPO 1 - Terras com aptidão BOA para lavouras de ciclo curto e/ou longo em pelo menos um dos níveis de manejo; GRUPO 2 - Terras com aptidão REGULAR para lavouras de ciclo curto e/ou longo em pelo menos um dos níveis de manejo; GRUPO 3 - Terras com aptidão RESTRITA para lavouras de ciclo curto e/ou longo em pelo menos um dos níveis de manejo;

233 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

GRUPO 4 - Terras com aptidão BOA, REGULAR ou RESTRITA para pastagem plantada. GRUPO 5 - Terras com aptidão BOA, REGULAR ou RESTRITA para pastagem plantada; GRUPO 6 - Terras sem aptidão para uso agrícola.

As áreas que se apresentaram com maior aptidão ao uso agrícola localizam-se no setor Sul e Leste da APA, onde associam-se a ocorrência de Latossolos em Chapadas e Platôs de superfície plana a suave ondulada. Estes por sua vez são recorrentes nos vales de solos intemperizados, onde é comum a presença de atividade agrícola em curso (Figura 110).

Figura 110 - Plantação de soja em vale ao Sul da cidade de Alto Paraíso, nota-se ainda a presença de eucaliptos nos topos do morro ao fundo (UTM Fuso 23L 234.545E / 8.423.042N – 1105m)

As áreas onde é possível a implantação de lavouras de atividade intensiva são restritas aos pequenos vales e aos platôs. Na região do Vale do rio Preto, onde se tem a presença de relevo ondulado a suave ondulado, possui condições de atividades deste cunho, desde que sejam respeitados as restrições de uso e manejo, uma vez que é registrado manchas de solos de alta erodibilidade intercalados com Latossolos e Argissolos, por vezes sob uso pecuaristas de forma incipiente. Caso semelhante verifica-se nas terras baixas circundantes as cidades de Cavalcante e Teresina de Goiás, conforme pode ser visto no Mapa de Aptidão Agrícola das Terras (Anexo 15).

234 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

As áreas de menor aptidão agrícola são predominantes na APA. Tal condição está relacionada a condição geológica fortemente atuante, onde os solos são predominantemente litólicos (Neossolos Litólicos). São áreas onde a suscetibilidade à erosão das terras é alta, e a mecanização é impedida em virtude das características do relevo. Na Tabela 45 estão exemplificados os subgrupos de aptidão agrícola das terras associadas a unidades de mapeamentos (solos), bem como a descrição de cada classe. Nota-se as principais limitações pedológicas relacionadas aos solos da região, ligadas principalmente a suscetibilidade à erosão das terras.

235 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Tabela 45 - Descrição das Classes de Aptidão Agrícola julgadas a partir das Unidades de Mapeamento

Siglas das Principais limitações Subgrupos Classes de Unidades de Mapeamento Descrição da Classe de Aptidão de aptidão Solos DF DH EH M E Terras que se apresentam na classe de Aptidão Boa LV Latossolo Vermelho 1abC para lavoura no nível de manejo C e Regular nos X níveis de manejo a e b

LVA Latossolo Vermelho-Amarelo Terras que se apresentam na classe de Aptidão X X 2(a)bc Regular no nível de manejo b e C e Restrita para Argissolo Vermelho-Amarelo PVAd lavoura no nível de manejo (a) X X X distrófico PVd Argissolo Vermelho distrófico Terras que se apresentam na classe de Aptidão X X X X LVA2 Latossolo Vermelho-Amarelo2 3(bc) Restrita para lavouras nos níveis de manejo b e c, e X X Inapta no nível A CXvef Cambissolo Háplico eutrófico X X Terras que se apresentam na classe de Aptidão FX Plintossolo Háplico 4p X X X Regular para pastagem plantada Argissolo Vermelho-Amarelo Terras que se apresentam na classe de Aptidão PVAd2 5(s) X X X X distrófico2 Restrita para Silvicultura Rle Neossolo Litólico eutrófico Terras que se apresentam na classe de Aptidão X X X 5n CXbdf Cambissolo Háplico distrófico Regular para pastagem natural X X X X Rld Neossolo Litólico distrófico Terras que se apresentam Sem Aptidão Agrícola X X X X 6 GX Gleissolo Háplico indicada para Preservação da Fauna e Flora X X X DF = Deficiência de fertilidade; DH = Deficiência hídrica; EH = Excesso hídrico; M = Impedimentos à mecanização; E = Susceptibilidade à erosão.

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2.2.2.5 Recursos Hídricos

2.2.2.5.1 Águas Superficiais Nos limites da APA, os principais cursos d’água identificados, são: rio Macacão, ribeirão Picarrão, rio dos Couros, rio São Bartolomeu, rio das Almas, rio das Pedras, ribeirão dos Bois, ribeirão São Miguel, rio Preto, ribeirão , rio Maquine, córrego Areia, córrego são Bento, ribeirão do Meio, córrego Laranjal e rio São Félix. No setor Leste da APA, nas escarpas orientais da Chapada dos Veadeiros nascem os rios Macacão e Tocantinzinho, que desaguam no rio Paranã, na bacia de rio homônimo. No setor Sul da APA está a bacia do rio Tocantinzinho e nas áreas rebaixadas a Oeste encontra-se a bacia do rio Preto (este rio nasce dentro do PNCV). A APA cobre a área de cinco sub-bacias que fazem parte da bacia do Alto Tocantins (Figura 111). Na Tabela 46 esta apresentada uma síntese das informações hidrográficas das três bacias principais que cobrem a área da APA.

Tabela 46 - Síntese das características hidrográficas das três bacias principais da APA de Pouso Alto Altitude Bacia Sub-bacia Nascente Rios Principais Relevância (m) Corta todo o Alto Paraíso Parque Nacional Rio Preto Claro e Almas 1500 de Goiás-GO da Chapada dos Veadeiros Afluente São Bartolomeu e Rio Paranã Formosa-GO 1200 importante do rio Macacão Tocantins. Afluente do rio Alto Tocantins, a sua Tocantins jusante é formado Couros, o reservatório da Serra Piçarrão, São Miguel, Rio UHE Serra da Geral do São 1200 Tocantinzinho Mesa e da Cana Paranã-GO João, Cachoeirinha e Brava (este último Brancas encontra-se em parte dentro da APA

Como podem ser vistas nas ilustrações da Figura 111, a região da APA de Pouso Alto além de ter um grande potencial de recursos hídricos superficiais, tem um patrimônio paisagístico riquíssimo, formado por diversas cachoeiras, rios e córregos com paisagens paradisíacas (Figura 112).

237 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Entre os principais afluentes na área da APA está o rio São Bartolomeu (Figura 113), que nasce no município de Alto Paraíso de Goiás, segue no sentido Leste da APA até o rio Macacão (Figura 114). No centro da APA Pouso de Alto, no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros nasce o rio dos Couros, na região próxima ao Morro do Capão Grosso, segue também no sentido Leste até desaguar no rio Tocantinzinho. Este último nasce no município de Alto Paraíso de Goiás e desagua no reservatório da hidrelétrica de Serra da Mesa (GO).

238 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 111 - Alguns dos recursos hídricos disponíveis na área da APA de Pouso Alto. A) Cascata dos Couros, b) Rio Tocantinzinho c) Águas Termais do Éden, d) Reservatório Serra da Mesa; e) Cachoeira Stª Barbara e f) Ribeirão das Almas.

239 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 112 - Rio São Bartolomeu, na divisa entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás e Nova Roma (Projeção UTM 270.448E / 8.441.566N).

Figura 113 - Córrego Macacão (Projeção UTM 816.877E / 8.498.301N).

240 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 114 - Rio Tocantinzinho (Projeção UTM 238.138E / 8.475.441N).

2.2.2.5.1.1 Morfometria

 Densidade de Drenagem

Na Tabela 47 são apresentadas informações morfométricas das três principais bacias que fazem parte da APA de Pouso Alto, a escolha dessas bacias se deu a partir da relevância e abrangência dentro do limite da APA.

Tabela 47 - Características morfométricas das bacias que compõem a APA de Pouso Alto

Densidade de Sub-Bacia Área (km²) Padrão de Drenagem Drenagem (Km/km²) Rio Preto 3784,71 0,20 Dentrítica/Paralela Rio Tocantinzinho 5156,75 0,21 Paralela/Dentrítica Rio Paranã 13098,79 0,17 Dentrítica/Paralela

De acordo com Christofoletti (1980) os padrões de drenagem referem-se ao arranjamento espacial dos cursos fluviais, que podem ser influenciados em sua atividade morfogenética pela natureza e disposição das camadas rochosas, pela litologia mais ou menos resistente, pela declividade da área, pelas unidades geomorfológicas, entres outros fatores que agem de forma conjunta na modelagem do sistema de drenagem.

241 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

No caso da APA de Pouso Alto tem-se como padrão de drenagem formas paralelas e dentríticas. As formas paralelas referem-se ao sistema de drenagem em que apresentem excessivos números de canais fluviais com padrão paralelamente alinhas uns aos outros. Esse padrão é comum em alguns setores das três bacias analisadas, principalmente nas áreas com declive acentuado, principal ente nas áreas entre as superfícies planas e o topo do platô, onde fica a Chapada dos Veadeiros. O padrão de drenagem dentrítico, comum na região da APA, é também designado como arborescente, porque a disposição dos canais fluviais assemelha-se a ramos de árvores. Nesse sentido, as correntes tributárias dos rios distribuem-se em todas as direções da superfície, o que é compreensivo quando formados sob rochas de resistência uniforme (CHRISTOFOLETTI, 1980). Os valores de densidade de drenagem são baixos paras as três bacias analisadas, que apresentam média de 0,19Km/km². O maior número de canais fluviais irá refletir na diminuição do comprimento desses canais, uma vez que essa é uma relação inversa, como salienta Christofoletti (1980) ao afirmar a relevância do cálculo da densidade de drenagem no estudo de bacias hidrográficas, porque esta apresenta uma relação inversa com o comprimento dos rios, já que a medida que aumenta o valor numérico da densidade, há diminuição quase proporcional dos componentes fluviais das bacias, como extensão e número de canais.

 Hierarquia Fluvial

Na análise de bacias a hierarquia fluvial é um fator que consiste na classificação de determinado curso de água no conjunto da bacia que estes fazem parte. De acordo com as teorias da Geomorfologia Fluvial clássica, canais de primeira ordem são todos aqueles que possuem apenas um tributário, os de segunda ordem são aquelas que somente recebem tributários de primeira ordem, e assim sucessivamente. As bacias estudadas apresentam canais de até terceira ordem, referentes aos rios principais, neste caso o rio Tocantinzinho, rio Preto e rio Paranã, contudo há predominância de canais de primeira ordem, em função da grande quantidade de nascentes na região da APA.

 Sub-bacias hidrográfica da APA

Anteriormente foram apresentadas informações das três principais bacias dentro do limite da APA, contudo, a área da APA de Pouso Alto ocupa a área de influência de cinco bacias, como apresentado da Figura 115.

242 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 115 - Bacias hidrográficas que fazem parte do limite da APA de Pouso Alto.

No contexto da APA de Pouso Alto, a bacia do rio Preto possui 41,80% da sua área de influência dentro do limite da APA, seguida da bacia do rio Tocantinzinho com 20,72% e da bacia do Paranã com 18,34%. O uso das bacias em questão é representado predominantemente pela vegetação do tipo Cerrado, com vulnerabilidade variando de Medianamente estável à vulnerável. Conquanto, mesmo sendo uma área para conservação, alguns usos antrópicos são registrados, associados a produção agropecuária, extrativismo e implantação de núcleos urbanos.

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Tabela 48 - Área total das sub-bacias, valor em porcentagem de quanto elas representam no limite da APA de Pouso alto e padrão de drenagem predominante. Sub-Bacia Área (km²) % da sub-bacia na APA Rio São Felix 2929,83 6,84 Rio Maranhão 1347,09 2,10 Rio Preto 3784,70 41,80 Rio Tocantinzinho 5156,75 20,72 Rio Paranã 13098,79 18,34 Rio São Mateus 5745,19 10,20

Sob o contexto regional, as bacias analisadas fazem parte de uma unidade maior entendida como Bacia do Alto Tocantins. Alguns estudos já foram implantados nessa região hidrográfica, mas deve-se salientar o estudo em escala local, que compreende o contexto específico dessa sub-unidade. Alternativas a ausências desses estudos detalhados são os planos de manejo de bacias hidrográficas que pode vir a contribuir para uma melhor gestão das bacias estaduais, contribuindo com isso na disseminação de informações socioambientais e indicando quais as melhores práticas a serem inseridas diante as fragilidades e potencialidades naturais.

 Usos das Águas

O uso das águas está relacionado principalmente ao abastecimento dos núcleos urbanos relacionados a saneamento, geração de energia, atividades agropastoris e lazer (turismo). O potencial hidrelétrico da área é evidente com a presença das usinas hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana Brava. No tocante ao abastecimento de água, os dados sobre a região hidrográfica do Alto Tocantins, onde está inserida a APA de Pouso Alto, apresenta 61,7% de abastecimento de água, quase vinte porcentos abaixo da média nacional (81,5%). Somente 5,8% da população dessa região têm acesso a rede de esgoto. (MMA, 2006). Quanto a produção de energia elétrica, observa-se que a área da APA, assim como o contexto da região hidrográfica do Alto Tocantins, tem grande potencial hidrelétrico, sendo um elo entre o sistema energético Sul/Sudeste/Centro-Oeste e o Norte/Nordeste. A usina de Serra da Mesa localizada na região de Minaçu-GO tem sua barragem situada no rio Tocantins e tem um reservatório com volume de 54 bilhões de metros cúbicos (Figura 116).

244 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 116 - Reservatório da UHE Serra da Mesa.

A usina hidrelétrica de Cana Brava, assim como a Serra da Mesa, esta instalada no rio Tocantins, localizada na divisa entre os municípios de Minaçu e Cavalcante, no Norte de Goiás. A formação do seu reservatório ocupou uma área de aproximadamente 139Km². Essas duas usinas supracitadas são de relevância não somente no contexto regional, mas nacional, abastecendo outras regiões do país. Conforme estabelecido pela Lei n.º 8.001, de 13 de março de 1990, são destinados 45% dos recursos aos municípios atingidos pelas barragens. No caso das usinas de Serra da Mesa e Cana Brava, os municípios recebem compensação financeira pela utilização de recursos hídricos, como apresentado da Tabela 49.

Tabela 49 - Parcelas relativas à compensação financeira pela utilização de Recursos Hídricos, pagas pelas UHEs de Serra da Mesa e Cana Brava em 2004. Distribuição ao Estado de Goiás – Valor Total pago pelo AHE em Usinas Parcela paga em 2004 (R$) 2004 (R$) Serra da Mesa 5.787.299,54 14.468.248,83 Cana Brava 2.879.523,78 7.198.809,41 Fonte: MMA, 2006.

Entre os outros usos da água superficial está o turismo, nas suas mais diversas modalidades, como: turismo de lazer, turismo ecológico e turismo científico. De modo geral, a presença de muitas cachoeiras na região impulsiona o turismo e com isso movimenta a economia dos municípios envolvidos.

245 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Existem usos relacionados principalmente a pecuária, dessedentação de animais e uso da água para abastecimento humano, principalmente nasáreas próximas aos núcleos urbanos.

2.2.2.5.1.2 Hidrologia

Os valores de vazão (máxima, média e mínima) para a estação do rio Tocantinzinho (Tocantinzinho) e a estação do rio Preto (Ponte Rio Preto), são apresentados nas Figuras 117 e 118 e as Tabelas 50 e 51. Como pode se observar, os dados da vazão máxima acompanhao da linha da precipitação, indicando com isso que o período de cheia corresponde ao período de maior precipitação, que ocorre nos meses de verão de dezembro a março. Estação Tocantinzinho (1971‐1996)

350 600 300 500

(mm) 250 400 m³/s) 200

300 (Q 150 100 200

100 Vazão

Precipitação 50 0 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Máxima Média Mínima Precipitação

Figura 117 - Dados de vazão e precipitação mensais da estação Tocantinzinho. Fonte: ANA, 2014

Tabela 50 - Dados de vazão e precipitação mensais da estação Tocantinzinho. Estação Tocantinzinho (1971-1996) Mês/Vazão Máxima Média Mínima Precipitação Jan 481,29 167,75 74,74 274,71 Fev 375,48 170,83 90,39 236,75 Mar 337,66 145,53 79,63 205,6 Abr 190,53 98,74 65,98 100,83 Mai 83,75 58,82 47,05 28,78 Jun 50,82 41,11 35,3 5,63 Jul 36,15 31,62 27,98 2,91 Ago 31,52 25,4 22,37 5,67 Set 32,23 22,69 19,44 37,09 Out 58,21 36,79 19,56 144,01 Nov 163,28 68,72 30,32 217,67 Dez 365,95 138,69 55,87 290,41 Média 183,9 83,9 47,38 129,17 Fonte: ANA, 2014

246 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Estação Ponte do Rio Preto (1979‐2006) 350 160 300 140 250 120 (mm)

100 m³/s) 200

80 (Q 150 60 100

40 Vazão

Precipitação 50 20 0 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Máxima Média Mínima Precipitação

Figura 118 - Dados de vazão e precipitação mensais da estação Ponte Rio Preto. Fonte: ANA, 2014.

Tabela 51 - Dados de vazão e precipitação mensais da estação Ponte Rio Preto. Mês/Vazão Máxima Média Mínima Precipitação Jan 140 39,2 9,87 247,6 Fev 116,62 34,09 11,07 208,94 Mar 126,31 38,13 11,9 189,37 Abr 65,95 19,94 8,59 103,35 Mai 15,4 7,28 4,43 34,06 Jun 4,99 3,59 2,86 6,47 Jul 2,86 2,47 2,18 2,65 Ago 2,48 1,99 1,8 8,82 Set 3,31 1,9 1,63 56,45 Out 20,04 5,98 1,76 176,91 Nov 49,89 13,01 2,98 240,23 Dez 127,79 31,46 7,79 305,76 Média 56,3 16,58 5,57 131,71 Fonte: ANA, 2014.

Como pode ser observado nas Figuras e Tabelas acerca dos dados de vazão, percebe-se uma grande disparidade entre os valores de vazão máxima e mínima para os meses de verão, enquanto que no restante do ano, os dados são bastante próximos. Isso pode ser explicado pelo fator climático. O clima Aw, tipo da região, tem como característica a formação de duas estações bem definidas ao longo do ano, uma quente e chuvosa e outra seca e fria. Nos meses de chuva (no verão) o rio aumenta consideravelmente seus valores de vazão. Esse aumento pode refletir na capacidade de transporte de sedimentos do canal fluvial. No caso de rios caudalosos, esse potencial é ainda maior, e a ação erosiva pluvial/fluvial passa a ganhar mais força.

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2.2.2.5.2 Águas Subterrâneas 2.2.2.5.2.1 Hidrogeologia

Acerca da disponibilidade hídrica subterrânea, na área da APA de Pouso Alto são identificados cinco tipos de sistemas aquíferos, como apresentados da Tabela 52. O Sistema Aquífero do Grupo Paranoá, é identificado nos setores Sudeste e Noroeste da APA. De acordo com Barros. (1993), o grupo Paranoá:  Ocorre em rochas de idade Pré-Cambriana Média a Superior;  São Aquíferos locais, restritos a zonas fraturadas/falhadas, ou cársticas, com água subterrânea. São ampliados em certas áreas pelo manto de intemperismo. A permeabilidade é geralmente baixa, com baixa porosidade primária. Ocorrem aquíferos livres com raros casos de poços semijorrantes ou jorrantes. A qualidade físico-química das águas é boa.

Tabela 52 - Informações sobre os sistemas aquíferos que compõem a área da APA de Pouso Alto. SISTEMA AQUÍFERO DOMÍNIO LITOLOGIA Sistema Sigla Subsistema Metassiltito, Dolomito, PPC Fissuro Cástico Calcifilito Paraconglomerado, R1/Q1 Fraturado Quartzito Aquífero Paranoá SAP Quartzito, Filito, R4 Fraturado Metassiltito Metassiltito, Ardosia, S/A Fraturado Calcario Aquífero Bambuí SAB Fraturado Siltito, Argilito, Calcario Aquífero Cristalino Ortognaisse, Granito SACNE Fraturado Nordeste Gnaisse Aquífero Serra da Quartzito, Calcixisto, SASM Fraturado Mesa Calcario Metassiltito, Marmore, Aquífero Arai SAAr Fraturado Filito

Fonte: CPRM, 2014.

O Sistema Aquífero Paranoá corresponde aos litotipos do Grupo Paranoá, e no caso específico da APA de Pouso Alto, são identificados quatro subsistemas desse aquífero: PPC, R1/Q1, R4 e S/A. O subsistema PPC (Psamo-Pelito-Carbonatado) é formado por lentes de calcários e camadas de quartzitos, associado a rochas argilosas. O subsistema R1/Q1 (Metarritmito/Quartzito) é formado por um conjunto litológico basal de metarritmito e camadas

248 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC de quartzito. O subsistema R4 (Metarritmito argiloso) é caracterizado por metarritmitos argilosos, com rochas com cerca de 60% de fração argilosa e 40% de material quartzítico fino. O último subsistema, S/A (Metassiltito/Ardósia), é formado por litologias pertencentes à Unidade Metassiltito e por ardósias (ALMEIDA et al., 2006). Dentre as quatro subunidades do Sistema Paranoá, o subsistema R1/Q é o que apresenta as melhores condições do ponto de vista de produtividade e qualidade de água subterrânea. O sistema aquífero Bambuí é identificado bem especificamente no setor Leste da APA, formado por um conjunto de rochas do Grupo Bambuí. De acordo com Almeida et al. (2006) esse sistema é constituído por siltitos, siltitos argilosos e bancos e camadas de arcóseos, compondo aqüíferos de meios fissurados, controlados pela densidade de fraturamento. O autor ainda afirma que “o relevo marcado por chapadas rebaixadas e localmente por um padrão suavemente ondulado favorece a infiltração, otimizando o condicionamento dos reservatórios subterrâneos”. No caso da APA, corresponderia a área sob a superfície regional de aplainamento. O Aquífero Cristalino Nordeste está localizado no centro da APA. Esses sistemas estão diretamente associados a rochas cristalinas do Grupo Serrada da Mesa. A litologia é representada pelo embasamento arqueano/proterozóico situado na região Nordeste do estado. Esse sistema está localizado numa área de baixa disponibilidade hídrica subterrânea, o que tem relação com o grupo de rochas pouco fraturadas (ALMEIDA et al., 2006). O Aquífero Serra da Mesa é formado por um grupo de rochas do Grupo Serra da Mesa, das Sequências Vulcanossedimentares, supracrustais dos arcos de ilhas do Noroeste do estado e ao Grupo Baixo Araguaia (ALMEIDA et al., 2006). Na APA esse sistema tem ocorrência bastante restrita no setor Oeste. O último sistema identificado é o Sistema Aquífero Arai, é o mais expressivo na região da APA de Pouso Alto, estando associado a rochas psefíticas, psamíticas e pelíticas. Em função do relevo movimento nas áreas de planaltos da região da APA, esse sistema tem sua capacidade de armazenamento e transmissividade comprometidos. Além das condições do relevo, o fato geológico também interfere nesse sistema, diante a baixa densidade de fraturas abertas, que tendem a se fechar com o aumento da profundidade (ALMEIDA et al., 2006).

2.2.2.5.2.2 Usos das águas subterrâneas

O uso das águas subterrâneas na área da APA de Pouso Alto está relacionado a perfuração do solo para captação de água na forma de poços tabulares. Segundo dados

249 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC disponíveis do SIAGAS - Sistema de Informações de Águas Subterrâneas, entre os municípios que compõem a APA, foram identificados apenas três poços tabulares, todos localizados no município de Alto Paraíso de Goiás. Na Figura 119 é apresento o perfil esquemático de cada um dos poços. O perfil identificado pela letra “A” está localizado na GO-327, Km 9, Fazenda São Bento, pertence ao Sr.º Sebastião Rodrigues Cabral. O poço está à 1172.00m de altitude, estando dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Tocantins. O perfil “B” está localizado na Fazenda Sta Juliana, na estrada Alto Paraíso/Brasília, pertence ao Sr.º Wildes de Faria Pereira, localizado na Bacia Hidrográfica do Rio Tocantins. O perfil “C” está localizado na GO-118, Km 133, Fazenda Deusa das Águas. Os três poços são do tipo tabulares, localizados sob área do sistema aquífero Paranoá, no subsistema SAP. Tem como finalidade de uso abastecimento doméstico, irrigação e dessedentação de animais.

Figura 119 - Perfis esquemáticos dos três poços identificados na área da APA de Pouso Alto.

250 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.2.5.3 Síntese dos Recursos Hídricos A região da APA de Pouso Alto está localizada na região hidrográfica do Alto Tocantins, entre as sub-bacias do rio Paranã, Preto, Tocantinzinho, Maranhão, São Félix e São Mateus. Esta é uma área de grande potencial hídrico, de importância a nível de Brasil, com a presença das usinas hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana Brava. No tocante a outros aspectos sociais, ainda deixa a desejar, principalmente nas questões de abastecimento de água e rede de esgoto. Além do uso das águas da região da APA de Pouso Alto para fins de geração de energia, existem também os usos para abastecimento doméstico, agropecuária e dessedentação dos animais, seja através da retirada direta da água proveniente dos canais fluviais (águas superficiais) ou de poços tabulares (águas subterrâneas). O uso dos recursos hídricos para fins de lazer e turismo também ocorre na APA, diante as paisagens paradisíacas das cachoeiras desta região. Nada obstante, esses e outros usos devem ser feitos de maneira a não extrapolar as potencialidades e fragilidades naturais do ambiente, através de um desenvolvimento sustentável que contemple a realidade local e regional. O estudo integrado de bacias hidrográficas e o zoneamento geoambiental do Estado de Goiás podem subsidiar ações positivas para uma melhor utilização dos recursos hídricos desta região.

2.2.3 Caracterização dos Fatores Bióticos

2.2.3.1 Flora

Na APA de Pouso Alto, levando em consideração as informações obtidas durante os levantamentos de campo e a análise de imagem de satélite, pode-se dizer que ocorrem quase todos os tipos fitofisionômicos descritos por (RIBEIRO & WALTER, 1998) e no Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012) para os domínios do bioma Cerrado. São formações florestais, Floresta Estacional Semidecidual e Decidual (Mata Seca) ambas Submontana, Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (Mata Ciliar); Floresta de Galeria (Mata de Galeria); Savana Florestada (Cerradão); formações savânicas, Savana Arborizada (Cerrado Típico, Cerrado Rupestre, Cerrado Ralo), Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Sujo, Campo Limpo, Campo Rupestre). A Vereda está quase sempre associada às surgências e ao Campo Limpo Úmido, contudo, é considerada como uma formação Savânica por Ribeiro & Walter (1998).

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A maior diversidade de tipos fitofisionômicos no interior da APA de Pouso Alto se deve principalmente a ampla dimensão da UC 872.000ha, a qual agrega em seu domínio diversas formas de relevo, solo, altitude, umidade disponível, elementos abióticos considerados essenciais para elevar a diversidade da paisagem e a riqueza de espécies da flora nos domínios do bioma Cerrado (FELFILI et al., 2001, 2005), (MENDONÇA et al., 1998). As formações florestais presentes no interior da APA estão associadas, na sua maioria, aos cursos de águas e também às manchas de solos de melhor fertilidade natural, de estrutura morfológica e física variados, devido principalmente ao material de origem, normalmente as rochas básicas e ultrabásicas. Diferentemente das categorias de estrutura florestal, as de feições savânicas recobrem uma diversidade maior de solos, vegetando desde solos eutróficos profundos aos álicos pouco desenvolvidos. Esta característica pode, em parte, explicar a dominância das fitofisionomias savânicas no bioma Cerrado e principalmente no interior da APA de Pouso Alto, especialmente a Savana Arborizada (Cerrado Típico, Cerrado Ralo, Cerrado Rupestre). A Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Limpo, Campo Sujo e Campo Rupestre), possui feição mais aberta se comparada às demais categorias. Está associada aos solos poucos desenvolvidos de baixa fertilidade, especialmente Plintossolos, Gleissolos, Organossolos, Neossolos e Nitossolos (RIBEIRO & WALTER, 2001). É bastante evidente pela ampla distribuição sobre os vários compartimentos no interior da UC, porém em espaços restritos, confinados aos ambientes altos e planos, principalmente a Sudeste, região de “Cascata dos Couros” onde existem Canyon e ainda sobre topo de morros, intercalando entre as áreas de maior e menor dissecação na Serra Branca, Serra de Santana, Serra do Tombador, entre outras que compõem o conjunto serrano da APA de Pouso Alto.

2.2.3.1.1 Formações Florestais 2.2.3.1.1.1 Floresta Estacional Semidecidual Submontana

Formação florestal não associada aos cursos de água, típica das regiões climáticas com duas estações (seca, chuva) bem definidas. Caracteriza-se pela queda parcial das folhas, com índices que alcançam até 50% no auge do período de seca, especialmente dos indivíduos arbóreos de maior porte. Ocorre quase sempre sobre solos bem desenvolvidos e ricos em nutrientes (RIBEIRO & WALTER, 1998), propiciando uma formação de porte elevado entre 15 e 25m com eventuais indivíduos emergentes sobre o estrato arbóreo dominante. Os indivíduos arbóreos são predominantemente retilíneos, copa bem desenvolvidas, propiciando maior cobertura do solo no período das águas, algo entre 70% e 95%.

252 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

No interior da APA ocorre na forma de manchas, associadas ou não às florestas de Galeria ou ainda à Savana Florestada, sendo que a palmeira babaçu (Attalea sp.) representa uma particularidade desse padrão de vegetação observada durante os levantamentos florísticos. A maior densidade propicia menor incidência de luz, fato que favorece o desenvolvimento de algumas espécies herbáceo/arbustivas, incluindo epífitas adaptadas ao ambiente sombreado. Além da palmeira babaçu (Attalea sp.), durante os levantamentos de campo foram catalogadas nas machas de Floresta Estacional Semidecidual presentes no interior da APA (Figura 120), especialmente nos fragmentos localizados nas coordenadas UTM: 23L 198.929(E) 8.429.840(N) e 23L 820.312(E) 8.476.962(N) espécies como jequibá (Cariniana strellensis), garapa (Apuleia leiocarpa), jatobá (Hymenaea courbaril), mandiocão (Schefflera morototonii), feijão-cru (Platymiscium floribundum), copaiba (Copaifera langsdorffii), cachuás (Trichilia spp.), camboatá (Matayba guianensis), pau-terra-da-mata (Qualea dichotoma), acoita-cavalo (Luehea grandiflora), murta (Myrcia fallax), assa-leitão (Cupania vernalis), paina-da-mata (Eriotheca candolleana), caroba-da-mata (Jacaranda sp.), goiabinha-da-mata (Myrcia tomentosa), dedaleiro-da-mata (Lafoesia densiflora), pombeirão (Tapirira obtusa), angico (Anadenanthera peregrina), maminha-de-porca (Zanthoxullum rieldelianum), entre outras. Entre as ervas destaque para representantes da família Orchidaceae, dos gêneros Oncidium, Catasetum e Oeceoclades. Embora tenham sido referenciados dois fragmentos no texto, este padrão ocorre na forma de encraves ou manchas, na região dos órfãos; bacia do córrego Ave Maria, contribuinte do rio das Almas; córrego Moquém; ribeirão Montes Claros; cabeceiras do rio São Bartolomeu; entre outras. Estas áreas estão sobre forte pressão, uma vez que vegetam solos de melhor qualidade, denominados pelos proprietários rurais “terra de cultura”, ideias para o cultivo de subsistência das chamadas “roça de toco”. São alvo ainda da remoção seletiva de madeira para usos na confecção de cercas e currais principalmente.

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Figura 120 - Mancha de Floresta Estacional Semidecidual Submontana, com a presença esparsa da palmeira babaçu (Attalea sp.), ladeada por formações de feições Savânicas nas imediações das coordenadas UTM: 23L 203.385E 8.439.854N, todas em bom estado de conservação

2.2.3.1.1.2 Floresta Estacional Decidual (Mata Seca Decídua)

Formação florestal de ocorrência para os ambientes de topografia um pouco mais movimentado se comparado ao modelo anterior, coincidindo, na sua maioria, com rampas curtas e solos predominantemente rasos com e sem afloramentos rochosos, quase sempre de boa fertilidade natural. Caracteriza-se pela perda das folhas no período de seca, onde, no conjunto, a porcentagem é superior a 50%, sendo que em algumas situações pode ser de 100%, quando ocorre sobre os afloramentos calcários (RIBEIRO & WALTER, 1998). O fragmento localizado na altura da coordenada UTM: 23L 266.187(E) / 8.440.035(N), embora não ocorra sobre afloramento calcário, mas sobre solo fisicamente bem desenvolvido e de boa fertilidade natural, perde totalmente as folhas no período de seca, podendo ser considerada uma exclusividade fitofisionômica nos domínios da APA. Contudo, por vegetar solo de boa fertilidade, numa região de intensa ocupação pela pecuária extensiva, relevo plano e por possuir em sua composição florística várias espécies de alta qualidade e valor madeireiro, é uma das formações que mais sofre pressão nos domínios da APA. Nesse padrão a composição florística difere um pouco das florestas deciduais que não perdem totalmente as folhas, pela presença da barriguda-imbaré (Cavanillesia arborea), amburana-de-gabão (Commiphora leptophloeus), (Cavanillesia arborea), amburana-de-gabão (Commiphora leptophloeus), amburana

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(Amburana cearenis), vaqueta (Combretum duarteanum), braúna (Schinopsis brasiliensis) e pau-ferro (Machaerium scleroxylum), como pode ser visualizado na Figura 121

Figura 121 - Fragmento de Floresta Estacional Decidual na depressão do rio São Bartolomeu, nas imediações das coordenadas UTM: 23L 266.187E 8.440.035N. No auge do período de Seca as espécies que compõem este padrão perdem totalmente as folhas

No geral no subtipo que não cai totalmente as folhas, a formação caracteriza-se por um padrão florestal com estratos arbóreos, intermediário e superior com altura total que varia de 10 a 20m, com eventuais indivíduos emergentes. O intermediário nem sempre se apresenta bem definido, normalmente há alternância de espécies arbóreas de maior porte com outras menos expressivas intercalando entre as grandes árvores. No estrato superior são dominantes as espécies deciduais, enquanto que no estrato intermediário, ocorrem também espécies semidecíduas. São espécies características da tipologia Floresta Estacional Decidual (Mata Seca Decidual) o ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa), angicos (Anadenanthera spp.), monjolo (Acacia polyphylla), aroeira (Myracrodruon urundiuva), barriguda (Chorysia speciosa), peroba-rosa (Aspidosperma cylindrocarpon), peroba-branca (A. pirifolium), guatambu (A. subincanum) caroba (Jacaranda cupidifolia), chichá (Sterculia striata). No estrato inferior ocorrem ervas, plântulas e espécies jovens da regeneração natural. Assim como epífitas e espécies rupículas das famílias Bromeliaceae, Orchidaceae. Este tipo vegeta com maior expressividade porções descontínuas da bacia do Rio Das Almas, Claro e sopés das serras do Roncador, Branca,

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Santana quase sempre sobre os Argissolos, Nitossolos, Cambissolos e Neossolos litólicos. A Figura 122 evidencia outro padrão de Floresta Estacional Decidual Submontana que perde em menor proporção as folhas do período de seca.

Figura 122 - Borda de maciço de Floresta Estacional Decidual Submontana na região Dos Órfãos

2.2.3.1.1.3 Savana Florestada (Cerradão)

A Savana Florestada (Cerradão) é uma fitofisionomia de feição florestal, de característica xeromórfica, floristicamente similar ao Cerrado Típico, embora possua na sua composição espécies de Mata (RIBEIRO E WALTER, 1998). Ainda segundo estes autores o Cerradão possui dossel predominantemente contínuo, cobertura arbórea entre 50 e 90% e altura média entre 8 e 15m de altura, sendo baixa a presença de epífitas. Nos domínios da APA ocorre sobre solos predominantemente profundos e bem drenados, normalmente sobre os latotossolos- Vermelho Amarelo Distróficos e Latossolo Vermelho Distróficos. Nos domínios da APA possui moderada representatividade, ocorrendo na forma de manchas ou encraves, associado à Savana Arborizada ou à Floresta Estacional, caracterizando uma região ecotonal. É mais representativa nos interflúvios das drenagens formadoras dos rios Claro, Preto e contribuintes do Rio das Almas na região próxima à Sede do município de Cavalcante, como pode ser observado na Figura 123. Em alguns desses fragmentos foram catalogados durante os trabalhos de campo espécies como a sucupira-preta (Bowdichia virgilioides), supira-branca (Pterodon

256 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC pubescens), pau-d´óleo (Copaifera langsdorffi), imbiruçus (Pseudobombax tomentosum, P. longiflorum), vinhatico (Plathymenia reticulata), baru (Dipteryx alata), pequi (Caryocar brasiliense), uva-de-macaco (Hirtella glandulosa), mamacadela (Brosimum gaudichaudii), jacarandá-do-cerrado (Machaerium opacum), gonçalo (Astronium fraxinifolium), açoita-cavalo (Luehea grandiflora), capitão-do-campo (Terminalia argentea), olho-de-boi (Diospyros hispida), assa-leitão (Cupania vernalis), chapada ou sucupira-amargosa (Vatairea macrocarpon), tingui (Magonia pubescens), tatarema (Sclerolobium paniculatum), caroba (Jacaranda cuspidifolia), dedaleiro (Lafoensia pacari), jatobá-branco (Hymenaea stigonocarpa), chá-de- (Rudgea virbunides), faveira (Dimorphandra mollis), guatambu- do-campo (Aspidosperma macrocarpon), caroba-amarela (Memora nodosa), mata-menino (Siparuna versicolor), entre outras. Muitas destas espécies são encontradas também na Savana Arborizada, contudo, normalmente apresentam porte inferior ao observado na Savana Florestada.

Figura 123 -Aspecto externo de um maciço de Savana Florestada (Cerradão) nas margens da GO – 241, entre a Sede de Cavalcante e o Mirante Da Nova Aurora sobre mancha de Latossolo

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2.2.3.1.1.4 Floresta de Galeria (Mata de Galeria)

A Floresta de Galeria são formações florestais associadas aos cursos de água de pequeno porte de ocorrência para os domínios do bioma Cerrado, formando corredores florestais densos sobre o espelho de água. De acordo com características topográficas, substrato e umidade disponível, a Floresta de Galeria (Mata de Galeria) pode ser de dois tipos: Inundável e não-Inundável (Ribeiro & Walter (1998). Conforme estes mesmos autores a o padrão Inundável recobre os cursos d’águas com vale mais expandido e de fundo chato, onde o fluxo superficial não definiu o leito de escoamento, permanecendo saturado a maior parte do ano, mesmo no período de seca. A categoria não-Inundável por sua vez ocorre em ambientes bem drenados cujos leitos já estão definido, sendo este tipo encontrado com maior clareza nos ambientes de meia encostas, ao longo de grotas e ainda sobre as superfícies suave ondulada serpenteando principalmente as fitofisionomias de feição savânica (Figura 124). Ambos os tipos ocorrem de forma generalizada em todo do domínio da APA a maioria conservadas quando em contato com vegetação natural e moderadamente alterada quando em contato com áreas de pastagens principalmente. Ocorrem sobre diversos tipos de solos, desde hidromórficos (Glei Húmico, Glei Pouco Húmico e Plintossolos) aos bem drenados (Podzólico Vermelho- Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo Plíntico e Aluvial), sendo a umidade disponível um parâmetro determinante da diversidade florística, maior nas Florestas de Galeria sobre solos bem drenados (REATTO et al., 2001). A categoria de Floresta de Galeria não inundável, por sua vez, apresenta um quadro de espécies mais diversa se comparado à categoria paludosa, sobretudo do estrato arbóreo. Nesse padrão foram catalogadas, durante os trabalhos de campo, espécies como o pombeiro (Tapirira guianesis), amecla (Protium heptaphyllum), pau-d´óleo (Copaifera langsdorffii), marmelada (Allibertia edulis), veludo-vermelho (Guettarda sp.), açoita-cavalo (Luehea grandiflora), canela (Nectandra sp., Ocotea sp.), garapa (Apuleia leiocarpa), jatobá-da-mata (Hymenaea courbaril), tento (Ormosea arborea), pimenteira (Gomidesia lindeniana), bigueiro (Cariniana rubra), veludo-branco (Guettarda viburnoides), cachuá (Trichilia sp., assa-leitão (Cupania vernalis), guatambu (Aspidosperma subincanum), pata-de-vaca (Bauhinia rufa), envira-preta (Unanopsis lidimanii), leiteiro (Sapium glandulatum), mutamba (Guazuma ulmifolia), pateiro (Sloanea monosperma), fruta-de-arancoã (Erythroxyllum sp.), merindiba- vermelha (Terminalia glabescens), uvinha (Chrysophyllum marginatum), maminha-de-porca (Zanthoxullum rhoifolium), marinheiro (Guarea guidonia), jangada (Apeiba tibourbou), mandiocão (Sheflera morototonii), cafezinho (Rhanminidium eleocarpon), guapeva (Pouteria

258 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC torta), peroba (Aspidosperma cylindrocarpon), entre outras. No estrato inferior ocorrem ervas, plântulas e indivíduos jovens da regeneração natural, trepadeiras de pequeno porte e epífitas. Dentre as espécies dos hábitos citados, destacam-se as pertencentes aos gêneros Olyra, Callathea, Oncidum e Smilax.

Figura 124 - Ao centro e fundo nesgas de Floresta de Galeria ladeadas por formação de Savana Arborizada na porção Sudoeste da APA, próximo ao rio Tacantinzinho

A Florestas de Galeria paludosa, onde o lençol freático está próximo ou na superfície do solo a maior parte do ano, inclusive no período de seca, possui uma comunidade florística adaptada ao ambiente permanentemente saturado, onde nota-se principalmente no estrato arbóreo, elevada densidade de espécimes de baixa diversidade de espécies. Esse padrão ocorre deste as altas altitudes nas margens das drenagens presentes no alto das serras com altitudes entre 1000m e 1600m, sobre as superfícies planas, normalmente ladeadas por Savana Gramínio-lenhosa (Campo Úmido), às presentes nos compartimentos inferiores com altitudes entre 350m e 500m. Dentre as espécies catalogadas neste padrão de vegetação merece destaque pela densidade a pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata), buriti (Mauritia flexuosa), bicuiba (Virola urbaniana), caferana (Ferdinandusa speciosa), amescla (Protium heptaphyllum), mangue (Calophyllum brasiliensis), pinha-do-brejo (Talouma ovata), cedro-do-brejo (Cedrela odorata), bingueiro (Cariniana rubra), maria-mole (Dendropanax cuneatum), carvalho- brasileiro (Euplassa inaequalis), palmito (Euterpe sp.) Hedyosmium brasiliense, marinheiro

259 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

(Guarea macrophylla), entre outras. A Figura 125 mostra uma Floresta de Galeria com a presença da palmeira buriti (Mauritia Flexuosa) associada à outras arbóreas também adaptadas ao ambiente paludicola.

Figura 125 - Floresta de Galeria de característica paludosa com presença da palmeira buriti (Mauritia flexuosa), ladeada por Savana Gramínio-Lenhosa (Campo Limpo Úmido)

2.2.3.1.1.5 Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (Mata Ciliar)

Formação florestal que vegeta as margens dos rios de médio e grande porte nos domínios do bioma Cerrado (RIBEIRO & WALTER, 1998). São formações estreitas restritas aos diques marginais onde os sedimentos mais grosseiros são depositados durante as grandes cheias (AB’SABER, 2000). Normalmente a largura equivale ao rio, contudo, sobre as superfícies planas possa ser maior. No interior da APA de Pouso Alto revestem as margens dos rios de maior porte especialmente o rio Preto, rio Claro, Rio Das Almas, São Bartolomeu, Tocantinzinho. Estruturalmente é uma floresta com altura total que varia entre 15 e 20 metros, com eventuais indivíduos de maior porte com até 25 metros. Os indivíduos de maior porte são espaçados, predominantemente retos, com caducifolia semelhante às florestas de interflúvio de característica semidecídua. Nos caminhamentos realizados ao longo das drenagens citadas foram catalogadas espécies como o tamboril (Enterolobium contortisiliquum), jangada (Apeiba tibourbou), esporão-de-galo (Celtis iguanaea), os ingás (Inga spp.), pajeú (Triplaris gardneriana), marinheiro (Guarea guidonia), gameleira-branca (Ficus sp.), sessenta-galha (Hirtella gracilipes), pau-d’óleo (Copaifera langsdorffii), amecla (Protium heptaphyllum), a

260 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC canela (Nectandra sp.), louro (Cordia trichotoma), angico (Anadenanthera peregrina), xixá (Sterculia striata), folha-de-couro (Coussarea hidrangeaefolia), taperebá (Spondias mobin), pau-marfim (Agonandra brasiliensis), cega-machado (Physocalymma scaberrimum), leiteiro (Sapium glandulatum), anilão (Senna multijuga), chifre-de-veado (Casearia sylvestris), entre outras relacionadas na lista de florística. A Figura 126 evidencia o aspecto externo da Floresta Estacional Aluvial.

Figura 126 - Floresta Estacional Semidecidual presente nas margens do rio São Bartolomeu, porção Sudeste da APA de Pouso Alto

As formações justafluviais, compostas pelas Floresta de Galeria e Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, são as fitofisionomias de maior importância, levando em consideração a riqueza de espécies da flora nos domínios do bioma Cerrado. São responsáveis por 33% do número total de espécies conhecidas para o bioma. Contém elementos florísticos de outras regiões (biomas), sendo ainda fonte de alimento, abrigo e refúgio para espécies da fauna além de conter espécies vegetais ameaçadas pela destruição das florestas contínuas Mata Amazônica e Atlântica, Felfili et al., (2001).

2.2.3.1.1.6 Formações Savânicas Abertas

 Savana Arborizada (Cerrado Sentido Restrito).

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Embora o Manual Técnico da Vegetação Brasileira (2012), trate a Savana Arborizada como um padrão de vegetação único. Ribeiro & Walter (1998) propuseram o Cerrado Sentido Restrito e o subdividiu em outros subtipos, Cerrado Denso, Cerrado Típico, Cerrado Ralo, Cerrado Rupestre e também a Vereda, com o propósito de melhor descrever as variações estruturais e florística, que no caso, a Savana Arborizada apresenta. Assim para a descrição da Savana Arborizada dar-se-á nomenclatura regional correspondente dos tipos identificados durante os trabalhos de campo.

 Savana Arborizada (Cerrado Típico)

Dentre as formações savânicas a de feição correspondente ao Cerrado Típico representava o tipo fitofisionômico dominante na área em estudo. Dessa forma ocorre também no bioma Cerrado Ribeiro & Walter (1998). Na APA ocorre de forma generalizada, contudo, é mais evidente nas regiões norte, nordeste e noroeste, principalmente nas bacias dos rios Claro, Preto e Almas, sendo menos expressiva nas demais porções. A Savana Arborizada (Cerrado Típico) caracteriza-se pela presença de uma comunidade arbórea diversa homogeneamente distribuída sobre um estrato inferir herbáceo/arbustivo denso e contínuo. Embora, em situações existam manchas com densidade que muitas vezes fogem ao padrão. As espécies do estrato superior possuEM altura total que varia entre 3 e 7 metros, ramificações irregulares, onde as copas quase sempre se tocam. O estrato inferior é formado predominantemente por gramínea embora ocorram herbáceas de folhas largas, arbustos e espécies arbóreas emergentes, evidenciando a sucessão natural, aspecto evidenciado na Figura 127. Dentre as espécies arbóreas catalogadas durante os trabalhos de campo destaque para o pequi (Caryocar brasiliense), oiti-do-cerrado (Licania himile), paus-santo (Kielmeyera speciosa, Kielmeyera coriacea), muliana (Salvertia convallariaeodora), tinteiro-branco (Miconia sp.), cajueiro (Anacardium sp.), laranjinha-do-campo (Styrax ferrugineus), gabiroba (Campomanesia sp.), brinco (Connarus suberosus), veludo-branco (Guettarda virbunoides), fruta-de-jacu (Caesaria rupestris), caraíba (Tabebuia aurea), mangaba (Hancornia speciosa), pau-doce (Vochysia rufa), araticuns (Annona coriacea, Annona crassiflora.), pau-de-leite (Hymathantus obovatum), angelim-do-cerrado (Andira cuyabensis), cajueiro-rasteiro (Anacardium humilis), goiabinha (Psidium myrsinoides), bacupari (Salacia crassifolia), faveira (Dimorphandra mollis), barbatimão (Stryphnodendron adstringens), carobinha (Jacaranda ulei), caroba-amarela (Memora nodosa), caroba (Jacaranda cuspidifolia), mercúrio-do-campo (Erythroxylum spp.), jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), jasmim-do-campo

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(Spiranthera odoratissima), algodãozinho (Coclospermum regium) , pau-terra-de-folha-miúda (Qualea parviflora), pau-terra (Qualea multiflora), cariperana (Licania sp), gomeira (Vochysia elliptica), pau-de-cobra (Ouratea hexasperma), conta (Rourea induta), carvoeiro (Sclerolobium aureum), faveira (Dimorphandra mollis), lixeira (Curatella americana), lixinha (Davilla eliptica), entre outras. Nos estratos inferior e intermediário, além de algumas espécies arbóreas em crescimento já listadas anteriormente, se observam outras que contribuEM para elevar a densidade desses estratos, especialmente pela ocorrência de representantes das famílias Poaceae, Fabaceae, Arecaceae, Gentianaceae, Bignoneaceae, Euforbiaceae e Asteraceae.

Figura 127 - Fragmento de Savana Arborizada (Cerrado Típico) em bom estado de conservação sobre mancha de Latossolo na porção Sudeste da APA, coordenadas UTM: fuso 23L 256.770E / 8.438.247N.

 Savana Arborizada (Cerrado Rupestre)

O Cerrado Rupestre é um tipo fitofisionômico de característica herbáceo/arbustiva, dotado de árvores de pequeno porte, entre 2 e 4 metros, esparsas, muito tortuosas, com baixa densidade arbórea, entre 5% e 15%, restritas aos ambientes com altitudes superiores a 900m. Ocorre sobre solos litólicos de baixa fertilidade, ácidos e com baixos teores de matéria orgânica (REATTO et al., 1998; RIBEIRO e WALTER, 1998). O estrato herbáceo, caracterizado pela presença de endemismo, se apresenta irregular alternando ambientes de maior densidade com outros menos compactos, quase sempre descontínuos em função dos afloramentos rochosos.

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Nos ambientes de maior intensidade dos afloramentos rochosos, as espécies arbóreas se desenvolvem nas fissuras das rochas e depressões capazes de acumular sedimentos e umidade suficientes para sustentá-las. Na área em estudo o Cerrado Rupestre ocorre nos domínios do compartimento superior do relevo, da Serra Do Roncador, Serra de Santana principalmente, associado outras fitofisionomias em especial ao Cerrado Ralo e às vezes às formações campestres, incluindo o Campo Rupestre, constituindo um mosaico de formações predominantemente abertas, sobre solo Litólico com e sem afloramentos de rocha. O estrato herbáceo/arbustivo, assim como o arbóreo, não se apresenta homogêneo, alternando ambientes com cobertura quase total do solo com outros que evidenciam o substrato rochoso, como pode ser visualizado na Figura 128. Compõem o estrato herbáceo / arbustivo espécies como: canela-de-ema (Vellozia spp.), melosa (Lippia sp.), pé-de-perdiz (Croton sp.), mandevila (Mandevilla sp.), capim barba-de- bode (Aristida sp.), capim andropógom (Andropogon sp.), candelabro (Mimosa claussenii), murici (Byrsonima subterranea), pau-de-cobra (Ouratea hexasperma.), sete-sangrias (Diplusodon spp.), Leguminosae (Chamaecrista sp.), (Malpighiaceae), pau-santo-anão (Kielmeyera sp.), mandioquinha-brava (Manihot spp.), botão-de-outro (Xyris spp.), sete- sangria-rasteira (Cuphea sp.) e pau-santo (Kielmeyera rubriflora); orquídeas terrestres como as do gênero Cyrtopodium e, nas frestas dos afloramentos rochosos, Begonia sp e representantes das famílias Bromeliaceae e Cactaceae. A comunidade arbórea, diferentemente do estrato herbáceo/arbustivo, visivelmente possui menor diversidade de espécies e espécimes. Contudo, a maior altitude associada aos fatores edáficos e a deficiência hídrica, propicia a ocorrência de espécies características do Cerrado Rupestre e de outras que também ocorrem noutras formações de Cerrado, como, por exemplo, Clusia sp, Noranthea sp, gomeira (Vochysia thyrsoidea), gomeirinha (Vochysia elliptica), puçá (Mouriri sp.), mangaba (Hancornia speciosa), murici (Byrsonima coccolobifolia), pau-santo (Kielmeyera speciosa, Kielmeyera rubriflora), carvoeiro-branco (Sclerolobium sp.), pau-santo-de-folha-fina (Kilmeyera sp.), mata-vaqueiro (Simarouba versicolor), pau-doce (Vochysia rufa), fruta-de-ema (Parinari sp), curriola (Pouteria ramiflora), tinteiro-branco (Miconia albicans), candelabro (Mimosa claussenii) e eventualmente o murici-rosa (Byrsonima umbellata que normalmente vegeta bordas de Floresta de Galeria, foi catalogado em área de Cerrado Rupestre, contudo, ao lado de um afloramento do lençol freático.

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Figura 128 - Aspecto da Savana Arborizada (Cerrado Rupestre) no alto da Serra do Tombador, uma das porções em melhor estado de conservação no interior da APA

 Savana Arborizada (Cerrado Ralo)

Representa a fisionomia mais aberta entre as que compõem o Cerrado Sentido Restrito proposto por Ribeiro & Walter, 1998. Na APA ocupa os modelados fortemente ondulados e sobre topos e partes das encostas das serras quase sempre associado à outras tipologias de feição Savânica (Cerrado Típico, Campo Sujo). Recobre solos fisicamente pouco desenvolvidos, quimicamente de baixa fertilidade e elevada acidez. Caracteriza-se por apresentar um estrato inferior herbáceo contínuo, sobre a qual vegeta uma comunidade arbórea esparsa, composta por indivíduos bem ramificados, baixo porte, com alturas entre 2 e 4 metros, as vezes com eventuais indivíduos sobressaindo aos demais. As árvores e arvoretas dão uma cobertura de solo entre 5 e 15%, onde o estrato herbáceo varia em densidade de acordo com as características do solo, ora denso, ora ralo, com exposição eventual de substrato, como pode ser visto na Figura 129. Durante os caminhamentos realizados nesse padrão de vegetação percebeu- se que a composição florística é similar à flora da Savana Arborizada (Cerrado Típico) sendo que as variações ficam por conta da densidade e porte das espécies arbóreas. Compõem a Savana Arborizada (Cerrado Ralo) espécies como a lixinha (Davila eliptica), pau-terra- vermelho (Qualea multiflora), muliana (Salvertia convallariaeodora), tinteiro-branco (Miconia albicans), muricí (Byrsonima subterranea, B. crassa, B. Coccolobifolia), caju (Anacardium

265 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC sp.), pau-doce (Vochysia rufa), pau-santo (Kielmeyera speciosa), pau-de-cobra (Ouratea hexasperma), conta (Rourea induta), tatarema (Sclerolobium aureum), faveira (Dimorphandra mollis) e pau-terra-de-folha-larga (Qualea grandiflora), pau-de-leite (Himatanthus obovatus). No estrato inferior foram catalogadas espécies dos gêneros Aristida, Panicum, Paspalum, Andropogon e Axonopus; entre ervas e arbustos de folha larga destacam entre outras, Baccharis, Eremanthus, Eupatorium, Vernonia, Sabicea brasiliensis, Arrabideae brachypoda, Bauhinia spp., Palicourea rigida. Todos os padrões que compõem a Savana Arborizada (Cerrado Típico, Cerrado Rupestre, Cerrado Ralo) remanescentes no interior da APA, apresentam pouca alteração no que se refere ao desmatamento ou exploração madeireira. As alterações constatadas estão associadas às queimadas e criação extensiva de gado.

Figura 129 - Savana Arborizada (Cerrado Ralo) presente no interior da APA próximo ao povoado de São José, município de Cavalcante, região Norte da APA, evidenciando a maior densidade do estrato herbáceo/arbustivo e árvores enfezadas esparsas

 Vereda

Trata-se de uma formação pioneira, composta por comunidade arbórea esparsa composta predominantemente pela palmeira buriti (Mauritia flexuosa) e eventualmente a buritirana (Mauritiella armata), vegetando sobre um campo herbáceo/arbustivo denso e contínuo que, em função das características edáficas associadas à umidade e topografia, vegeta

266 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC ambientes específicos na área da APA de Pouso Alto. Ocorre com maior expressividade no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, porção Norte da Sede do Município de Cavalcante, especificamente no Vale do Engenho e também na porção Sudoeste na região do Vale Dos Couros. A Figura 130 evidencia um dos padrões de Vereda identificados na porção Norte da APA. No Mapa de Uso do Solo e Cobertura a Vereda foi incorporada à categoria Floresta de Galeria. Essa formação, que intercepta tipologias exclusivas de Cerrado, abriga uma comunidade florística diversificada, onde se destacam espécies de elevada beleza, como as do gênero Paepalanthus (sempre vivas), várias espécies do gênero Xyris; e, inúmeras melastomatáceas arbustivas, dos gêneros Microlicia, Macairea, Miconia Rhynchanthera, entre outras. A família Eriocaulaceae representada também por espécies do Syngonanthus, especialmente onde a umidade é maior; enquanto que a família Graminae, possui maior densidade e diversidade de espécies. Na área em estudo, a medida que a Vereda se estende para jusante, a partir da surgência de montante, outras espécies arbóreas que não o buriti (Mauritia flexuosa) se desenvolvem, formando nesgas florestais mais adensada sobre a drenagem, que já inicia a definição de seu leito de escoamento. Dentre as espécies arbóreas merecem destaque a pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata), bingueiro (Cariniana rubra) e pombeiro (Tapirira guianensis). Em função da maior umidade, as veredas apresentam bom estado de conservação, especialmente por ser menos afetada pelo fogo.

Figura 130 - Padrão de Vereda em bom estado de conservação na região do Vale do Engenho ao Norte da APA

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2.2.3.1.1.7 Formações Savânicas Campestres

 Savana Gramíneo-lenhosa (Campo Sujo, Campo Limpo, Campo Rupestre)

A Savana Gramíneo-Lenhosa é uma formação predominantemente campestre entremeada ou não de plantas lenhosas enfezadas, de ocorrência restrita, sendo um padrão menos expressivo nos domínios do bioma Cerrado. Conforme o tipo de solo e umidade disponível pode ser do tipo Úmida e Seca. O padrão úmido ocorre ao longo de Veredas, Floresta de Galeria ou em meio a outras categorias savânicas sobre manchas de solos hidromórficos, sendo que o padrão Seco ocorre sobre as cristas das serras e morrarias, coincidindo com solos litólicos.

 Savana Gramíneo Lenhosa (Campo Sujo)

Na APA de Pouso Alto esta categoria ocorre de forma descontínua, porém com ampla distribuição sobre as morrarias e ambientes serranos que incluem a Serra do Tombador, serra Branca, Serra de Santana entre outras. Caracteriza-se por uma formação herbáceo/arbustiva desprovida de espécies arbóreas, ou quando estas ocorrem são enfezadas com altura total de no máximo 2m. Estas vegetam esparsamente sobre o estrato rasteiro de elevada densidade, às vezes com composição florística diversa ou ainda apresentando domínio de uma sobre as demais. Nessa situação, notam-se em trechos da Serra do Tombador ambientes restritos recobertos quase que exclusivamente por populações de canela-de-ema (Vellozia spp.) e algumas espécies arbóreas esparsas como: muliana (Salvertia convallariaeodora), pau-doce (Vochysia rufa), gomeira (Vochysia eliptica), pau-de-cobra (Ouratea hexasperma), tinteiro- branco (Miconia ferruginea). No estrato herbáceo constata-se a dominância de representantes dos gêneros Aristida, Panicum, Paspalum, Axonopus (Poaceae) e Bulbostylis Rhyncosphora (Cyperaceae). Além dos gêneros citados destacam-se no Campo Sujo as sempre-vivas (Paepalanthus spp.) e botão-de-ouro (Xyris spp.). Ocorrem também palmeiras de caule curto e acaule vegetando de forma esparsa o estrato herbáceo/arbustivo denso, com destaque para a gapiova (Syagrus comosa), muito apreciada pela população local, coqueiro-de-vassoura (Butia archeri), usado para a produção artesanal de vassouras, e Allagoptera sp. Estas palmeiras compõem também as flórulas da Savana Parque e da Savana Arborizada na região de domínio da APA, sendo que em locais específicos formam densas populações como pode ser visto na Figura 131.

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Figura 131 - População de coqueiro-de-vassoura (Butia archeri) compondo fitofisionomias de Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Sujo) e Savana Arborizada (Cerrado Ralo) na porção Norte da APA onde é explorada para a confecção de vassoura.

 Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Rupestre)

O padrão de Savana Gramíneo-Lenhosa sobre ambiente rupestre ocupa trechos descontínuos das porções mais elevadas no interior da APA, associadas à outras categorias savânicas arbóreas e também graminosa. Vegeta solos rasos, bem drenados de baixa fertilidade e com afloramentos de rocha, especialmente na Serra do Tombador e principalmente no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, sobre a Serra de Santana. Nessas localidades recobre porções descontínuas das encostas pouco íngremes, topo de morros menos acentuados e até superfícies planas. No Mapa de Uso do Solo e Cobertura Vegetal não foi possível a diferenciação entre uma categoria e outra e função da escala de trabalho. A composição florística é similar para a maior dos padrões de Savana Gramíneo-lenhosa de ocorrência para os ambientes bem drenados. Durante os trabalhos de campo foram catalogadas espécies como o douradão (Palicourea rigida), velame-do-campo (Macrosiphonia sp), jalapa (Mandevilla sp.), pé-de-perdiz (Croton antisyphiliticus), buquê-de-noiva (Deianira spp.), pau-santo-anão (Kielmeyera rubriflora), sete-sangria (Diplusodon spp.), hortelã-do-campo (Hyptis sp.), algodão-do-campo (Pavonia sp.), azedinha (Oxalis sp.), gomeira-anã (Vochysia herbacea), entre outras.

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De um modo geral as categorias inclusas como Savana Gramíneo Lenhosa apresentam bom estado de conservação, principalmente nas porções distantes de Sedes de propriedades rurais. Contudo, são muito evidentes os vestígios de fogo e forrageio de gado. Dentre as espécies que se destacam nesse tipo citam-se entre outras as representantes da família Poaceae: Aristida, Panicum, Paspalum, Andropogon, Axonopus; Oxalidadeceae: Oxalis; Xyridaceae: Xyris, Abolboda; Cyperaceae: Cyperus; Euphorbiaceae: Croton e sabicea; Erioculaceae: Syngonanthus, Paepalanthus. Quando ocorre sobre solos úmidos ocorrem ainda Ludwigia, Polygala, Burmannia, Syngonathus, Xyris e Drosera, como pode ser observado na Figura 132.

Figura 132 - Droseramontana e Xyris sp. sobre substrato rochoso em segmento de Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Rupestre) permanentemente úmido.

 Savana Gramíneo Lenhosa (Campo Limpo Úmido)

Formação predominantemente herbácea, a maioria de folha estreita, raros arbustos e ausência de espécies de arbóreas. Ocorre associado com outras fitofisionomias, sendo mais frequentes ao longo de Veredas, Floresta de Galeria paludosa com ou sem palmeira buriti (Mauritia flexuosa) e surgência do lençol freático, como o observado na altura da coordenada UTM: 23L 226.942(E) 8.493.875(N), (Figura 133). Nesse caso caracteriza-se como Campo Limpo Úmido (RIBEIRO & WALTER, 1998). Quando ocorre nas encostas e topos de morros sobre solos poucos desenvolvidos de baixa fertilidade natural e bem drenados caracteriza-se

270 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC como Campo Limpo Seco. Ambas as categorias ocorrem sobre diversos tipos de solo especialmente Plintossolos, Gleissolos, Cambissolos, Neossolos, Organossolo. Nsse padrão de Savana Gramíneo Lenhosa a família Poaceae é a mais representativa (Aristida, Axonopus, Panicum, Mesosetum, Paspaluum, Trachypogon), tendo outras também importantes Lythaceae (Cuphea, Diplusodon), Orchidaceae (Cleistes, Habenaria, Sarcoglottis), Iridaceae (Cipura, Sisyrinchium, Trimezia), Cyperaceae (Rhynchospora), Droseraceae (Drosera), Burmanniaceae (Burmania), Xyridaceae (Xyris, Abolboda), Asteraceae (Aspilia), entre outras.

Figura 133 - Savana Gramíneo Lenhosa (Campo Limpo Úmido) ladeando Floresta de Galeria ao fundo na altura das Coordenadas UTM: Fuso 23L 23L 226.942E / 8.493.875N

No interior APA a Savana Gramíneo-Lenhosa sobre solo permanentemente úmido (Campo Limpo Úmido) é explorada como pastagem natural, assim como as outras formas de vegetação campestres e savânica, contudo, o forrageio nas áreas de Campo Úmido é significativamente maior por serem as únicas áreas com espécies herbáceas ainda verdes no período de seca. Esta atividade foi observada em alguns pontos no interior da APA, realizada por gado, equinos e muares, como pode ser visualizado na Figura 134. Na região a exploração do Cerrado como pastagem natural é muito evidente devido à pouca existência de pastagens plantadas. Atualmente constitui um fator de pressão sobre os ecossistemas naturais, uma vez que ateiam fogo anualmente para renovar as gramíneas nativas.

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Figura 134 - Equino forrageando trecho recoberto por Savana Gramíneo-Lenhosa na porção Norte da APA de Pouso Alto

Consideram-se como aspectos relevantes a presença de maior diversidade de fitofisionomias, com destaque para dois tipos fitofisionômicos que compõem a Savana Arborizada e a Savana Gramíneos-lenhosa, o Cerrado Rupestre e o Campo Rupestre (RIBEIRO & WALTER, 1998), e a Floresta Estacional Decidual presente no compartimento inferior a Sudeste da APA, por apresentar composição florística diferenciada das demais formações florestais presentes no interior da APA. Estas três categorias possuem estrutura e composição florística que as distinguem de outras formações savânicas e florestais de ocorrência para o bioma Cerrado e são considerados ecossistemas detentores de endemismos, principalmente o Cerrado Rupestre, além de espécies raras, ameaçadas de extinção, protegidas por Lei e de valor econômico elevado. A área compreendida pela APA de Pouso Alto possui também elevada diversidade de ambientes e bom estado de conservação, fatores que propiciam maior diversidade de espécies da flora e consequentemente da fauna, diretamente dependente de ambientes preservados. A maior diversidade fitofisionômica em condições ainda primárias estão associadas às condicionantes do meio físico, como variações edáficas, topografia e umidade que também limitam usos com maior capacidade de transformação da paisagem. Os trechos mais conservados localizam-se no alto da Serra de Santana, a Norte do Parque Nacional da

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Chapada dos Veadeiros; toda a porção a Noroeste da UC, incluindo a Serra do Tombador; além da porção Leste excetuando a planície rio São Bartolomeu.

2.2.3.1.2 Espécies Raras Uma espécie geralmente é considerada rara quando seus representantes estão confinados a uma pequena área (área de ocorrência restrita), quando ocorrem sob condições específicas (área de ocupação restrita) e/ou quando são escassos ao longo de sua distribuição (baixa densidade) (Giulietti et al., 2009). As espécies com distribuição restrita têm muito mais possibilidades de serem extintas, por um evento catastrófico qualquer ou simplesmente pela ocupação humana desordenada, do que espécies amplamente distribuídas. Por isso, elas recebem maior atenção por parte dos conservacionistas. O argumento é simples: se protegermos as áreas onde estas espécies ocorrem, estaremos protegendo também populações de outras espécies que possuem distribuições mais extensas e, assim, maximizando os esforços de conservação (GIULIETTI et al., 2009). Segundo o livro Plantas Raras do Brasil (GIULIETTI et al., 2009) que sintetiza o trabalho intenso de mais de 170 cientistas de 55 instituições e nos revela o mundo das plantas raras do Brasil, para a região da APA em estudo têm-se 48 espécies consideradas raras, citadas na Tabela 53.

Tabela 53 - Espécies raras de ocorrência na região de estudo conforme Giulietti et al., (2009) Município Família Nome científico AMARANTHACEAE Froelichiella grisea ASTERACEAE (COMPOSITAE) Dimerostemma grazielae ERIOCAULACEAE Paepalanthus cordatus Eriope machrisae Hypenia paradisi Hyptis digitata Hyptis imbricatiformis

Hyptis nivea Alto Paraíso Hyptis pachyphylla Hyptis penaeoides Hyptis tagetifolia Mimosa manidea LEGUMINOSAE - MINOSOIDEAE Mimosa ulei LEGUMINOSAE - PAPILIONOIDEAE Crotalaria irwinii Diplusodon hatschbachii LYTHRACEAE Diplusodon leucocalycinus MELASTOMATACEAE Cambessedesia glaziovii

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Município Família Nome científico Chaetostoma flavum Chaetostoma scoparium Microlicia crebropunctata Microlicia ordinata Microlicia psammophila OXALIDACEAE Oxalis veadeirosensis Altoparadisium chapadense POACEAE (GRAMINEAE) Ophiochloa bryoides Sporobolus paucifolius Cavalcante POACEAE (GRAMINEAE) Paspalum valsii AMARANTHACEAE Gomphrena hermogenesii ASTERACEAE (COMPOSITAE) Ichthyothere connata Hypenia aristulata Hyptis heterophylla LAMIACEAE (LABIATAE) Hyptis pachyphylla Colinas do Sul Hyptis penaeoides Diplusodon chapadensis LYTHRACEAE Diplusodon pygmaeus OXALIDACEAE Oxalis pretoensis SANTALACEAE Phoradendron anamariae São João da Aliança LYTHRACEAE Diplusodon ericoides Bidens edentula Dimerostemma bishopii ASTERACEAE (COMPOSITAE) Dimerostemma grazielae Ichthyothere connata Vernonia echinocephala Teresina de Goiás Cuphea cunninghamiifolia Diplusodon appendiculosus LYTHRACEAE Diplusodon argenteus Diplusodon heringeri VELLOZIACEAE Barbacenia cylindrica

2.2.3.1.3 Espécies Endêmicas Houaiss e Villar (2001) conceitua espécie endêmica como aquela que só ocorre em uma determinada localidade ou região geográfica. No Bioma Cerrado, Segundo (KLINK & MACHADO, 2005) 44% das espécies vegetais de ocorrência para o Cerrado são endêmicas. Considerando que até 2008 eram conhecidas para o bioma Cerrado quase 12.000 espécies faneragâmicas (SANO et al., 2008), o percentual representa algo próximo de 5.280 espécies para os domínios do Cerrado. As demais compõem as floras de outros domínios florísticos, uma vez que o Cerrado, por assumir uma posição de destaque no centro do País, faz contato com outros biomas, especialmente com a Floresta Amazônica, a Caatinga, o Pantanal e com a Mata Atlântica. Considerando que UC localiza-se na porção central do bioma Cerrado e por possuir elevada diversidade fitofisionômica em bom estado de conservação, este percentual tende a se manter, para os limites da APA.

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2.2.3.1.4 Espécies da Flora Ameaçadas de extinção Para a área da APA e conforme os resultados obtidos durante os estudos florístico e comparando com as informações contidas na Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (MMA, 2008), na Tabela 54, relaciona-se as espécies aroeira (Myracrodruon urundeuva), o palmito (Eutepe edulis), a braúna (Schinopsis brasiliensis) e a arnica (Lychnophora ericoides), como de ocorrência para o interior da APA. BOURSCHEID (2005), relacionam as espécies Pfaffia townsendii, Hyptis tagetifolia, Diplusodon hatschbachii, Paspalum longiaristatum, Paspalum niquelandiae. Todavia, não se descarta a ocorrência das demais espécies, principalmente as representantes das famílias Lamiaceae, Lythraceae e Poaceae por haver fitofisionomias detentoras de várias espécies que pertencem às famílias relacionadas, especialmente as de feições Campestres. Na 54, estão apresentadas espécies ameaçadas para a região Centro-Oeste por entender que há similaridade florística entre as três unidades da federação.

Tabela 54 - Lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçada de extinção para o estado de Goiás, mas que ocorrem também em outros estados da federação, conforme Ministério do Meio Ambiente, 2008. Família Nome Científico Autor Região Bioma Amaranthaceae Pfaffia townsendii Pedersen GO Cerrado BA, DF, GO, Myracrodruon urundeuva Cerrado Anacardiaceae Engl MA,MG,MS,MT, (Aroeira) /Caatinga SP BA, CE, DF, Cerrado Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Engl. GO,MA, MG, /Caatinga MS, PI,TO AL, BA, ES, Euterpe edulis (Jussara, GO,PB, PE, PR, Arecaceae Mart. Mata Atlântica palmito) RJ,RN, SE, SC, SP (Schultz Bip. Asteraceae Aspilia pohlii GO Cerrado ex Baker) Lychnophora ericoides Asteraceae Mart. GO,SP,MG Cerrado (Arnica) A.H.Gentry & Bignoniaceae Jacaranda intricata GO Cerrado Morawetz Lamiaceae Hyptis imbricatiformis Harley GO Cerrado Lamiaceae Hyptis pachyphylla Epling GO Cerrado Lamiaceae Hyptis penaeoides Ta u b . GO Cerrado Lamiaceae Hyptis tagetifolia Harley GO Cerrado

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Família Nome Científico Autor Região Bioma (Kuhlm.) Lentibulariaceae Utricularia biovularioides GO Cerrado P.Taylor Lythraceae Diplusodon ericoides Lourteig GO Cerrado

Lythraceae Diplusodon hatschbachii Lourteig GO Cerrado

Lythraceae Diplusodon panniculatus Koehne GO Cerrado

Lythraceae Diplusodon retroimbricatus Koehne GO Cerrado

Phragmipedium DF,GO,MG,PR,R Cerrado / Mata Orchidaceae (Vell.) Rolfe vittatum(Sapatinho) J,SP Atlântica Boechat & Poaceae Gymnopogon doellii DF,GO,MG Cerrado Valls Filg. & Poaceae Paspalum biaristatum GO Cerrado Davidse Davidse & Poaceae Paspalum longiaristatum GO Cerrado Filg. Poaceae Paspalum niquelandiae Filg. GO Cerrado Polygalaceae Polygala franchetii Chodat DF,GO Cerrado

Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2008 2.2.3.1.5 Espécies de Interesse Econômico Na Tabela 55 abaixo estão listadas algumas espécies consideradas como de interesse econômico, sobretudo, aquelas dotadas de madeira destinada ao uso nobre e também espécies frutíferas, usadas na medicina popular, ornamental, óleoginosas, entre outras. Ressalta-se que todas as espécies vegetais apresentam algum valor econômico e principalmente ecológico.

Tabela 55 - Relação das espécies consideradas de interesse econômico para a área da APA de Pouso Alto. Legenda: Mad. Madeireiro; Ali. Alimentício; Orn. Ornamental; Med. Medicinal; Fau. Faunístico; Ole. Oleoginosa; Art. Artesanato.

Família Nome Científico Nome Comum Usos Spondia mobim Cajá/taperebá Ali. Astronium fraxinifolium Gonçalo Mad. Astronium graveolens Guaritá Mad. ANACARDIACEAE Schinopsis brasiliensis Braúna Mad. Anacardium spp. Caju Frut. Myracrodruon urundeuva Aroeira Mad. Annona crassifolia Araticum Ali./fau. ANNONACEAE Duguetia furfuracea Sofre-do-rim-quem-quer Med. APOCYNACEAE Hacornia speciosa Mangaba Ali.

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Família Nome Científico Nome Comum Usos Aspidosperma macrocarpon Guatambu-do-campo Mad./orn. Aspidosperma polyneuron Peroba Mad, Aspidosperma subincanum Guatambu-da-mata Mad. Attalea sp. Babaçu Ole./fau Attalea geraensis Piaçaba Art. Butia archeri Coqueiro-de-vassoura Art. ARECACEAE Euterpe edulis Palmito Ali Syagrus comosa Gapiova Ali. Syagrus oleraceae Guariroba Ali Mauritia flexuosa Buriti Fau./art. ARACEAE Phyllodendron bipinnatifidum Cipó-imbé Orn. ASTERACEAE Lychnophora ericoides Arnica Med Anemopaegma arvense Catuaba Med. Jacaranda ulei Carobinha Med. Tabebuia impetiginosa Ipê-roxo Orn./mad. BIGNONIACEAE Tabebuia roseo-alba Ipê-branco Orn./mad. Tabebuiaserratifolia Ipê-amarelo Orn./mad. Tabebuia vellosoi Ipê-amarelo-da-mata Orn./mad. BORAGINACEAE Cordia sellowiana Freijó Orn./mad. CARYOCARACEAE Caryocar brasiliense Pequi Ali. COMBRETACEAE Buchenavia tomentosa Merindiba Fau./mad. ICACINACEAE Emmotum nitens Sobro Mad. Aniba sp. Canelinha-de-cheiro Mad. LAURACEAE Ocotea cissiflora Canelão Mad. Ocotea sp. Canela Mad. Cariniana strelensis Jequitibá Mad. LECYNTHIDACEAE Cariniana rubra Bingueiro Mad. Apuleia leiocarpa Garapa Mad. FABACEAE- CAESALPINIOIDADE Copaifera langsdorffii Pau-óleo Mad./med. Hymenaea courbaril Jatobá-da-mata Mad./fau. Anadenanthera colubrina Angico Mad. FABACEAE- Anadenanthera peregrina Angico Mad./fau. MIMOSOIDADE Enterolobium contortisiliquum Tamboril Mad. Plathymenia reticulata Amarelinho Mad. Andira inermis Morcegueira Mad. FABACEAE- Dipteryx alata Baru Mad./fau. PAPILIONOIDEAE Machaerium acutifolium Jacarandá-da-mata Mad. LYTHRACEAE Physocalymma scaberrimum Cega-machado Mad./orn. Cedrela fissilis Cedro Mad. MELIACEAE Guarea guidonia Marinheiro Mad. OPILIACEAE Agonandra brasiliensis Pau-marfim Mad. Catasetum sp. Sumaré Orn. Cattleya sp. Orquídea Orn. ORCHIDACEAE Laelia sp. Orquídea Orn. Lockhartia sp. Orquídea Orn. Notylia sp. Orquídea Orn.

277 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Família Nome Científico Nome Comum Usos Oeceoclades maculata Orquídea terrestre Orn. Oncidium sp. Orquídea Orn. RUBIACEAE Alliberbia sessilis Marmelada Ali VOCHYSIACEAE Salvertia convallariaeodora Muliana Mad. Vochysia rufa Pau-doce Med.

Fonte: Levantamento de campo 2.2.3.1.6 Espécies Bioindicadoras Indicadores de qualidade ambiental (bioindicadores) podem ser definidos como variáveis que possuem o objetivo de fornecer informações que expressem, direta ou indiretamente, a situação de determinado ambiente quanto à qualidade ambiental em um determinado momento (VAN STRAALEN, 1998). Segundo Rodrigues e Thiago (2008), três tipos de indicadores (Condição, Pressão e Resposta) podem fornecer uma síntese das condições ambientais, das pressões sobre o meio ambiente e das respostas encontradas pelas sociedade para mitiga-las. Assim as condições ambientais observadas no interior da APA são a expressão do uso do solo, que variam entre 13% a 25%, se concentrando nas regiões Sul e Sudeste. Ou seja, há a dominância de áreas conservadas com características de vegetação primária e que ainda mantêm espécies de clímax, secundárias e pioneiras associadas aos processo de sucessão natural e não aos distúrbios de grande magnitude. Diante do exposto elegem-se as espécies consideradas bioindicadoras da boa qualidade ambiental observada em quase todas as superfícies da UC, principalmente aquelas consideradas como raras e ameaçadas de extinção apresentadas no presente estudo, nas Tabelas 53 e 54.

2.2.3.1.7 Espécies Invasoras As espécie invasoras consideradas no presente estudo referem-se àquelas introduzidas pelo homem em suas atividades econômicas, das quais não tem controle no meio natural e que exercem competição com as espécies nativas. Embora tenham sido identificadas áreas ocupadas por eucalipto, esta não foi considerada, assim como espécies exploradas na agricultura, por possuírem baixa capacidade de dispersão e desenvolvimento no meio natural, exercendo pouca competição com as espécies nativas. Assim foram consideradas somente as gramíneas exóticas usadas nas formações de algumas pastagens na região de domínio da APA, conforme apresentado na sequência na Tabela 56.

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Tabela 56 - Principais gramíneas usadas nas pastagens plantadas e com maior poder invasor identificadas nos domínios da APA FAMILIA NOME CIENTÍFICO NOME COMUM USO POACEAE Andropogon gayanus andropogom forrageira Brachiaria decumbens braquiaria forrageira Brachiaria brizantha braquiarão forrageira Hypahemia rufa jaraguá forrageira Melinis minutiflora meloso forrageira Panicum maximum colonião forrageira Panicum maximum mambaça forrageira Panicum maximum massai forrageira

Entre as espécies introduzidas na APA de Pouso Alto as pertencentes ao gêneros Brachiaria são dominantes e também as que apresentam o maior poder de proliferação e de competição com as espécies nativas. Observou-se nas áreas de contato com as pastagens a invasão das braquiárias em meio a vegetação natural, principalmente nos locais providos de solos mais desenvolvidos e que a vegetação natural se apresenta mais rala, ou seja, ambiente de maior insolação adentrando por até 20m. Além das bordas, foram identificadas nos ambientes usados para o pastoreio natural, principalmente nas fitofisionomias de Savana Parque. As gramíneas dos gêneros Panicum e Andropogon, se comparadas às braquiárias, apresentam menor poder de invasão e são muito evidentes ao longo de estradas e rodovias pavimentadas. As gramíneas mencionadas não foram encontradas no interior das grandes manchas de vegetação nativas, diferentemente do capim-meloso e do Jaraguá, que eventualmente ocorrem na forma de pequenas “moitas”, contudo, sem exercer competição danosa. Nota-se que há tolerância por parte da vegetação nativa, ou seja, a competição parece não afetar o desenvolvimento das espécies autóctones. A Figura 135 evidencia uma população de Melinis minutiflora em meio a vegetação nativa no alto da Serra de Santana, próxima ao Parque Nacional Chapada dos Veadeiros.

279 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 135 - População de Melinis minutiflora (inflorescência vermelha) em meio ao estrato herbáceo/arbustivo natural denso

2.2.3.1.8 Espécies Novas e não Citadas Para o Estado de Goiás Allophylum petiolulatus, Allophyllus puberulus, Paullinia spicata, Serjania caracosana, Serjania confertiflora, Serjania lethralis, Serjania meriodionalis, Serjania palludosa, Serjania platucarpa, Talisia esculenta e Urvillea ulmacea (Sapotaceae); Bacopa reflexa, B. repens (Scrophulariaceae); Cissus araguainensis (vitaceae); Cyrtopodium andersonii, Cyrtopodium braehmii, Cyrtopodium eugenii, Galeandra beyrichii, Galeandra lacustris, Oncidium fuscopetalum, Sarcoglottis hassleri (Orchidaceae), e Xyris concinna (Xyridadeceae), até então não são citadas para Goiás e, Alstroemeria scaberula e Bomarea edulis (Alstroemeriaceae); Allophylus semidentatus (Sapindaceae); Axonopus purpusii e Reimarochloa acuta (Poaceae); Bactris setosa (Arecaceae); Encholirium sp., Tillandsia lolifolia (Bromeliaceae); Eschweilera ovata (Lecythidaceae); Helietta glaziovii (Rutaceae); Homalium guianense (Flacourtiaceae); cf. Thelischista sp., e Triphora cf. pusilla (Orchidaceae), não são citadas para o bioma Cerrado.

2.2.3.1.9 Fragmentação da Paisagem Atualmente, com a intensificação das pressões antrópicas sobre o ambiente, observa-se um intenso processo de substituição das paisagens naturais por outros usos da terra.

280 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Essas interferências na paisagem convertem extensas e contínuas áreas com cobertura florestal em fragmentos florestais, causando problemas ao meio ambiente e, em muitos casos, afetando a disponibilidade e a qualidade de recursos naturais importantes à população de todas as regiões do mundo (VALENTE, 2001). Fragmento Florestal é qualquer área de vegetação natural contínua, (independente do seu estágio sucessional), interrompida por barreiras antrópicas (estradas, culturas agrícolas, etc.) ou naturais (montanhas, lagos, outras formações vegetacionais, etc.), que sofra diminuição significativa do fluxo de animais, pólen e/ou sementes (ESPÍRITO SANTO, 1997). De acordo com Korman (2003) a fragmentação florestal é definida como a separação ou desligamentos não naturais de áreas amplas em fragmentos espacialmente segregados, promovendo a redução dos tipos de habitat e a divisão dos habitat remanescentes em unidades menores e isoladas, o que afeta a biodiversidade e a qualidade ambiental. A fragmentação age fundamentalmente reduzindo e isolando as áreas propícias à sobrevivência das populações, sendo apontada como a principal causa da perda de biodiversidade (METZGER, 1999), porém as respostas das comunidades vegetais e de cada espécie à fragmentação variam de acordo com diversos fatores, como histórico da fragmentação, seu tamanho e forma, impactos das ações humanas atuais, grau de isolamento e a sensibilidade da comunidade e dos indivíduos de cada espécie a estes processos (CANTINHO, 2010). Dentre as consequências mais importantes do processo de fragmentação florestal, destacam-se a diminuição da diversidade biológica, o distúrbio do regime hidrológico das bacias hidrográficas, as mudanças climáticas, a degradação dos recursos naturais e a deterioração da qualidade de vida das populações tradicionais (MARTINS et al., 2002). Diante disso, Slaviero (2007) enfatiza que a análise da paisagem em regiões intensamente fragmentadas é de fundamental importância para o estabelecimento de modelos de preservação e conservação da biodiversidade por determinar o grau de comprometimento ecológico geográfico da área em análise. A ecologia da paisagem envolve o estudo de padrões da paisagem, a interação entre manchas no interior do mosaico da paisagem e a forma como padrões e interações mudam no tempo. Considera ainda o desenvolvimento e dinâmica da heterogeneidade espacial e os seus efeitos nos processos ecológicos (COUTO, 2004). Para tornarem possíveis as ações que promovam a recuperação e até mesmo a interligação dos fragmentos florestais, por meio dos corredores ecológicos, é necessária a realização do diagnóstico da atual situação (AZEVEDO, 2003).

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A fragmentação de origem antrópica ocorre com maior intensidade sobre as terrenos propícios a ocupação e produção, especialmente sobre as superfícies planas dotadas de solos fisicamente bem desenvolvidos. No interior da APA as condições associadas aos aspectos físicos não propiciam ocupação intensa por atividades que apresentam maior capacidade de transformação da paisagem, fato que explica a baixa fragmentação de origem antrópica no interior da APA, compondo um grande contínuo de vegetação. As exceções são a depressão do rio São Bartolomeu e os planaltos no município de São João Da Aliança, onde se pratica a pecuária extensiva e a agricultura mecanizada. Ressalta-se que nessas áreas a ocupação é mais acentuada nos interflúvios e que as margens das drenagens ainda exercem importante função nos processos de dispersão da flora e da fauna por ainda se manterem, em sua maioria, contínuas.

2.2.3.1.10 Estudo Florístico A metodologia empregada no estudo florístico possibilitou a identificação de um número significativo de espécies de ocorrência para as diversas fitofisionomias, primária, secundária e vegetação introduzida nos diversos compartimentos e ambientes no interior da APA de Pouso Alto. Ao todo foram catalogadas 414 espécies em 41 pontos de amostragens. Vale lembrar que os caminhamentos foram realizados em 24 pontos sendo que os demais 17 serviram para observações aleatórias complementares durante os deslocamentos, totalizando 41 pontos de amostragens. As espécies encontradas nos pontos de caminhamentos estão relacionadas em Anexo 04, sendo que as espécies amostradas em toda a APA estão contidas no Anexo 05. A inclusão das espécies identificadas durante os deslocamentos, contribuíram para elevar a riqueza de espécies presentes na área da APA nos locais visitados e que não haviam sido catalogadas nos pontos de caminhamentos. As espécies foram ordenadas por família com o nome popular e científico, usos potenciais e fitofisionomia de ocorrência. Além destas informações, a Tabela 57 referente aos pontos de caminhamentos contêm também as coordenadas em UTM. Algumas espécies não foram identificadas em campo, tampouco foram coletadas para identificação em herbário, uma vez que não dispunham de estruturas reprodutivas, sendo estas julgadas imprescindíveis no processo de identificação sistemática. Este fato se deve as características fenológicas de algumas espécies que só florescem a cada dois anos ou mais. Especialistas em flora presentes em campo, além da utilização de manuais consagrados para esta especialidade, foram importantes para identificação taxonômica das espécies ao menor nível taxonômico possível.

282 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

As famílias mais importantes, levando em consideração a riqueza de espécies foram, em ordem decrescente, Fabaceae (59), compreendendo as sub-famílias Mimosoideae, Caesalpinioideae, Papilionoideae e Cercideae; Poaceae (18), Bignoniaceae (17), Rubiaceae (15); Apocynaceae (14); Malvaceae (13); Vochysiaceae (13); e, Annonaceae (12) Arecaceae; (12) Euphorbiaceae (12); Malpighiaceae (12); Melastomataceae (12); Myrtaceae (12). A listagem apresentada no Anexo 05 não representa exatamente todas as espécies que ocorrem na área da APA, a exemplo dos resultados apresentados por (BOURSCHEID, 2005), contudo, representam as espécies mais importantes que caracterizam cada uma das fitofisionomias identificadas. Novos estudos, se realizados em outros pontos de amostragens, elevarão o número de espécies além das citadas, todavia, as principais famílias e respectivos representantes, sem dúvida, estão contemplados neste documento. A riqueza de espécies observada durante os trabalhos de campo está associada a dois fatores: a baixa fragmentação pelo homem, o que permite um grande contínuo de vegetação natural em bom estado de conservação; e, a elevada diversidade de tipos fitofisionômicos observados. Ambos propiciam uma paisagem natural em forma de mosaico pela sucessão contínua de vegetação campestre, savânica e florestal.

2.2.3.2 Fauna

O diagnóstico faunístico da APA de Pouso Alto foi confeccionado com base em uma avaliação de dados secundários disponíveis na literatura científica e em dados primários levantados in loco no âmbito do presente estudo e por BOURSCHEID (2005). Estudos formalmente publicados em periódicos científicos, dissertações e teses, que detêm um maior grau de confiabilidade, na região do Planalto Central Brasileiro foram utilizados para a formação de uma base de conhecimento a partir de dados secundários. Os resultados de BOURSCHEID (2005) foram considerados por representar um levantamento criterioso de espécies dentro dos limites da APA. O levantamento consistiu na amostragem em seis RPPNs em 2004 e 2005 (Vale das Araras, Varanda da Serra, Soluar, Parque Capetinga, Cachoeira das Pedras Bonitas e Fazenda Campo Alegre), localizadas no municípios de Cavalcante, Colinas do Sul, Alto Paraíso e São João da Aliança. Para a obtenção de dados primários complementares e levantamento de atributos ecológicos que possam estar associados à ocupação de espécies na área da APA foi realizada duas expedições a campo, sendo a primeira realizada entre os dias 3 e 6 de junho de 2014 e a segunda, entre os dias 13 e 18 de junho de 2014. Foram selecionados seis sítios de amostragem

283 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC considerando a diversidade fitofisionômica e o contexto paisagístico local (Tabela 57; Figuras 136 – 138; Anexo 3). Duas estratégias de amostragem comumente empregadas em Estudos de Avaliação Ecológica Rápida para a caracterização da biodiversidade foram empregadas: i) Busca ativa através da metodologia de Procura Visual Limitada por Tempo (MARTINS & OLIVEIRA, 1998); ii) Amostragem em sítio reprodutivo (SCOTT & WOODWARD, 1994).

Tabela 57 - Coordenadas de referência dos sítios contemplados pelo levantamento de dados primários in loco.

Sítios ZONA X_UTM Y_UTM Descrição Reserva Ecológico Serra do Tombador/Savana Sítio 1 23L 193541 8.489.409 arborizada e Floresta Estacional Semidecidual Aluvial do rio Conceição e Floresta de Galeria Floresta Estacional Semidecidual Aluvial do rio Sítio 2 22L 821.889 8.476.982 Preto Encontro entre os rios Tocantinzinho e São Sítio 3 23L 185.235 8.420.152 Miguel/Formações rupestres e afloramentos rochosos Floresta Estacional Semidecidual Aluvial do rio Sítio 4 23L 359.014 8.435.361 Macacão e áreas brejosas inseridas em campo aberto Campo úmido inserido no Parque Nacional da Sítio 5 23L 210.763 8.437.388 Chapada do Veaderos, Florestas de Galeria e buritizais Cachoeira dos Cristais/Formações rupestres e Sítio 6 23L 230.100 8.439.666 Florestas de Galeria

284 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 136 - Sítios contemplados pelo levantamento de dados primários na área da APA de Pouso Alto. Em vermelho, transectos realizados. Fonte: Fonte: Google Earth, 2014 285 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 137 - Sítios amostrados na área de influência da APA de Pouso Alto. Legenda: 1 = RPPN’s Vale das Araras e Varanda da Serra; 2 = RPPN Soluar; 3 = RPPN Cachoeira das Pedras Bonitas; 4 = RPPN Fazenda Campo Alegre; 5 = RPPN Parque da Capetinga

286 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Sítio 1 Sítio 2

Sítio 3 Sítio 4

Sítio 5 Sítio 6 Figura 138 - Vista panorâmica dos sítios amostrados na área de influência da APA de Pouso Alto.

A metodologia de busca ativa por Procura Visual Limitada por Tempo consistiu no deslocamento a pé e vasculhamento de todos os microambientes visualmente acessíveis (Figura 139), sendo o esforço amostral medido em horas-observador (320 horas/observador). A amostragem em sítio reprodutivo consistiu na observação para obtenção de dados de riqueza e uso do ambiente nos sítios disponíveis na área da APA. A metodologia de amostragem em sítios reprodutivos consiste na vistoria em sítios potenciais ao uso das espécies considerando atividade reprodutiva. Os dados levantados são importantes para a caracterização da biodiversidade local.

287 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Registro de vestígios (pegadas, fezes)

Varredura com auxílio de gancho Observação de aves com auxílio de herpetológico binóculos

Transectos terrestres

Transectos embarcados Figura 139 - Metodologia empregada durante levantamento realizado na área da APA de Pouso Alto para a obtenção de dados primários complementares.

288 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

As espécies com ocorrência confirmada e com potencialidade de ocorrência foram listadas em ordem alfabética considerando a alocação sistemática em ordem e família, segundo a nomenclatura científica e os nomes populares constantes em CBRO, (2014), Segalla et al. (2012), Bérnilis & Costa (2012) e Reis et al. (2006). Considerações ecológicas, taxonômicas, biogeográficas e conservacionistas são apresentadas juntamente com uma matriz com a característica das espécies no intuito de caracterizar as assembleias e subsidiar ações conservacionista no âmbito do Plano de Manejo.

2.2.3.2.1 Herpetofauna A listagem gerada a partir da avaliação de dados primários e secundários juntamente com a avaliação da disponibilidade de recursos na paisagem local apontam a potencialidade de ocorrência de 62 espécies de anfíbios classificados em duas ordens, nove famílias e 21 gêneros, e 104 espécies de répteis, classificados em três ordens, 17 famílias, 61 gêneros (Anexo 04), o que representa cerca de 29,18% e 39,32% da diversidade de anfíbios e répteis, respectivamente, conhecida para o bioma (NOGUEIRA et al., 2011; VALDUJO et al., 2012). A elevada riqueza de espécies observada para a região possivelmente reflete a composição e a estrutura da paisagem local em que pode-se observar um mosaico de vegetação savânica variando de Campo Limpo a Cerrado sensu stricto, com encraves de Florestas de Galeria, Campos Sujos, e Campos Rupestres, em que a composição da fauna e flora são fortemente influenciadas pela altitude, aliada aos aspectos edáficos e à disponibilidade diferenciada de água (FELFILI et al., 2007). Neste contexto, nota-se que dentre as espécies com potencial ocorrência para a APA de Pouso Alto, 45,90% dos anfíbios são considerados especialistas quanto ao uso do ambiente, enquanto que 54% são espécies generalistas pouco exigentes no uso do ambiente, ocupando normalmente habitat abertos, principalmente campos úmidos e veredas. Para os répteis, 38,09% das espécies são habitat-especialistas e dependentes de ambientes mais preservados. Tais dados evidenciam o elevado grau de conservação dos remanescentes de vegetação primária e a alta disponibilidade de microhabitat essenciais para a manutenção das populações residentes e na preservação de sítios reprodutivos. Em relação ao padrão de distribuição, 58% das espécies de anfíbios são formas endêmicas do Cerrado. A despeito de algumas das espécies de anuros endêmicas do Cerrado terem distribuição ampla dentro do bioma (e.g. Chiasmocleis albopunctata, Dendropsophus cruzi, Hypsiboas lundii, Physalaemus nattereri, Pseudopaludicola mystacalis), uma porção

289 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC significativa tem distribuição restrita, sendo que algumas delas, como H. phaeopleura, Leptodactylus tapiti, Adenomera cotuba, A. juikitam, Proceratophrys rotundipalpebra, S. rogerioi,S. skaios, são conhecidas apenas para a Chapada dos Veadeiros e algumas localidades do Planalto Central. Entre os répteis, 25% das espécies listadas são endêmicas: Amphisbaena anaemariae, A. mensae, Anolis meridionalis, Atractus albuquerquei, Apostolepis ammodytes, Bothrops marmoratus, B. pauloensis, B. moojeni, Chironius flavolineatus, C. quadrilineatus, Cnemidophorus mumbuca, Coleodactylus brachystoma, Drymoluber brazili, Erythrolamprus maryellenae, Epicrates crassus, Kentropyx paulensis, Lygophis paucidens, Hoplocercus spinosus, Mabuya guaporicola, Micrablepharus atticolus, Micrurus brasiliensis, Trilepida fuliginosa, Tropidurus itambere, Tupinambis quadrilineatus, T. duseni, Xenodon nattereri e Xenopholis undulatus. A região em que se insere a APA de Pouso Alto destaca-se também pela ocorrência de espécies de Cerrado de altitude com afloramentos rochosos, como os lagartos Phylopezus pollicaris e Gymnodactylus geckoides e os anuros Ameerega flavopicta,Bokermannohyla pseudopseudis, Hypsiboas ericae e Leptodactylus tapeti. Ressalta-se a importância das formações rupestres por serem ambientes menos comuns, com altos níveis de endemismo e frequentemente isolados por vales ou platôs. Considerando os registros obtidos por sítio amostral, destaca-se o sítio 1, inserido na Reserva Ecológica da Serra do Tombador, abrangendo trechos de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial do rio Conceição e Floresta de Galeria dos seus afluentes, bem como regiões bastante conservadas de savana arborizada. Entre as espécies catalogadas para o sítio, sobressaem-se para as formações florestais, Hypsiboas lundii, H. phaeopleura, Scinax skaios e Barycholos ternetzi, espécies consideradas endêmicas do bioma Cerrado, habitat-especialistas e indicadoras de qualidade ambiental (BRANDÃO & ARAÚJO, 2001), como também, Proceratophrys rotundipalpebra, espécie recentemente descrita para o município de Alto Paraíso de Goiás e Teresina de Goiás (MARTINS & GIARETTA, 2013). Além destas, H. albopunctatus, espécie generalista, também foi registrada em atividade reprodutiva. Bokermannohyla pseudopseudis, foi observada às margens do rio Conceição, em formações rupestres, e é conhecida a partir do planalto central de Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, no Brasil, de 1.200m de altitude, e possuem baixa tolerância a perturbação antrópica (ETEROVICK et al., 2004). Algumas das espécies de répteis registradas também se demonstraram associadas a estes ambientes: Leptodeira annulata e, Mesoclemmys vanderhaegei (Figura 140). Nos remanescentes de savana arborizada, apenas a espécie

290 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Tropidurus torquatus pode ser identificada, apresentando grande plasticidade ambiental e ampla distribuição geográfica, sendo típica de áreas abertas naturais. Em geral, espécies do grupo de Tropidurus torquatus são heliófilas, diurnas, predominantemente insetívoras e vivem em habitat abertos como os encontrados em algumas áreas de Caatinga, Cerrado, Chaco, Restinga e Savana Amazônica (RODRIGUES, 1987; VITT, 1993; ZERBINI, 1998; FARIA & ARAUJO 2004). Os resultados apontam uma espécie peçonhenta com ocorrência confirmada para a APA de Pouso Alto, Bothrops moojeni e a provável ocorrência de, no mínimo, mais quatro espécies, o que remete a importância de direcionamentos específicos no âmbito da gestão ambiental da UC.

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Bokermannohyla pseudopseudis Hypsiboas albopunctatus

Hypsiboas lundii Hypsiboas phaeopleura

Scinax skaios Barycholos ternetzi

Bothrops moojeni Leptodeira annulata Figura 140 - Espécies registradas no sítio 1 durante levantamento de dados primários complementares

292 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

No sítio 2, que procurou amostrar trechos de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial do rio Preto, foi observada maior riqueza de anfíbios, sendo registradas duas espécies endêmicas do bioma, e com maior especificidade de habitat: Barycholos ternetzi, tem ocorrência para os estados de Goiás, Tocantins e Minas Gerais, sendo registrada a partir de 500 – 1,500m de altitude em ambientes justafluviais (Floresta Estacional Semidecidual Aluvial e Floresta de Galeria), e áreas de savana arborizada (PAVAN et al. 2004); Ameerega flavopicta, apresenta distribuição para ambientes de Cerrado do estado de Goiás, Minas Gerais e no Distrito Federal, sendo encontrados em leitos de riachos e ambientes com afloramentos rochosos (HADDAD & MARTINS, 1994). As espécies generalistas de área aberta registradas no sítio 2 foram: Hypsiboas paranaiba, H. raniceps, Leptodactylus labyrinthicus, L. podicipinus, Physalaemus cuvieri e Rhinella schneideri (Figura 141). Em relação aos répteis, apenas uma espécie foi registrada: Tropidurus oreadicus, com distribuição para os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Maranhão, Bahia e Piauí; margens do curso inferior do rio Tocantins até Belém (Rodrigues 1987). Nos cerrados do Planalto Central do Brasil, é simpátrico com Tropidurus itambere e T. torquatus (RODRIGUES, 1987).

Ameerega flavopicta Hypsiboas paranaiba

Physalaemus cuvieri Leptodactylus labyrinthicus Figura 141 - Espécies registradas no sítio 2 durante levantamento de dados primários

293 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

No encontro entre os rios Tocantinzinho e São Miguel, onde o sítio 3 está situado, foram observadas formações rupestres e florestais que margeiam trechos dos rios supracitados. Foram registradas as seguintes espécies: Proceratophrys rotundipalpebra, Ameerega flavopicta, Hypsiboas lundii, H. raniceps, Leptodactylus labyrinthicus e Scinax fuscovarius. Dentre os répteis destaca-se a espécie de cágado, Phrynops geoffroanus, espécie dulcícola, com ampla distribuição na região neotropical sendo encontrada desde a Amazônia Colombiana até a região Sul do Brasil, Uruguai e Norte da Argentina (ERNST & BARBOUR 1985). Habita mais frequentemente lagoas, açudes, riachos e rios de maior volume (MEDEM, 1960). A dieta diversificada e a adaptação a ambientes impactados demonstram que P. geoffroanus é uma espécie com grande plasticidade ambiental (BRANDÃO et al.,2002) (Figura 142).

Hypsiboas raniceps Hypsiboas lundii

Scinax fuscovarius Phrynops geoffroanus Figura 142 - Espécies registradas no sítio 3 durante levantamento de dados primários

Apesar do sítio 4, localizado no rio Macacão, apresentar trechos de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial em bom estado de conservação, apenas duas espécies foram catalogadas: Tropidurus oreadicus e Pseudopaludicola mystacalis (Figura 143). Espécie generalista, P. mystacalis distribui-se pelas regiões Central, Sudeste e Sudoeste do Brasil, Leste da Bolívia, Paraguai e Argentina nas regiões de Corrientes e Misiones. Podendo ser encontrado

294 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC em áreas abertas associadas a cerrado e brejos (DURÉ et al. 2004), embora durante levantamento tal espécie tenha sido observada exclusivamente em ambiente preservado.

Figura 143 - Pseudopaludicola mystacalis, única espécie de anfíbio registrada no sítio 4

Áreas de campo úmido foram representadas pelo sítio 5, no qual nota-se ainda a presença de Floresta de Galeria e Buritis, área inserida dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Este pode ser considerado um sítio essencial para a manutenção das assembleias locais de anfíbios, que utiliza, em sua maioria, ambientes úmidos para reprodução e forrageio, como também de répteis comumente registrados em campo úmido e com ocorrência confirmada para a região. Neste sítio, assim como no anterior, apenas duas espécies foram catalogadas, Dendropsophus minutus e Adenomera saci (Figura 144). A. saci, espécie recém descrita, tem distribuição ampla, ocorrendo preferencialmente em ambientes rupestres, campos úmidos e veredas (CARVALHO & GIARETTA, 2013). De modo similar, no sítio 6, situado nas proximidades da cachoeira dos Cristais, abrangendo uma área extremamente conservada de formações savânicas e florestais, também foram registradas apenas duas espécies: Tropidurus oreadicus e Cnemidophorus ocellifer, espécie heliófila, típica de ambientes campestres, com distribuição geográfica mais ampla (Figura 145).

295 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Adenomera saci Dendropsophus minutus

Figura 144 - Espécies registradas no sítio 5 durante levantamento de dados primários

Tropidurus oreadicus Cnemidophorus ocellifer

Figura 145 - Espécies registradas no sítio 6 durante levantamento de dados primários

Dentre as espécies levantadas, apenas Mesoclemmys vanderhaegei foi classificada com baixo risco de extinção, as demais não constam nas listas global e nacional de espécies da fauna ameaçadas de extinção (MACHADO et al., 2005; IUCN, 2014). As espécies Ameerega flavopicta, Boa constrictor, Eunectes murinus, Epicrates crassus, Tupinambis spp. são citadas no Apêndice II do CITES que lista espécies não necessariamente ameaçadas de extinção, mas que podem se tornar caso a pressão imposta pelo comércio não seja controlada (CITES, 2014).

2.2.3.2.2 Ornitofauna A análise dos dados primários e secundários apontam a ocorrência de 402 espécies de aves (Anexo 05), o que representa cerca de 48% da diversidade de aves conhecida para o bioma (SILVA 1995). Quinze espécies-alvo foram identificadas, sendo dez ameaçadas de extinção de acordo com as listas consultadas: Nothura minor; Taoniscus nanus, Geositta poeciloptera, Poospiza cinerea, Culicivora caudacuta, Alectrurus tricolor, Coryphaspiza

296 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC melanotis, Tigrisoma fasciatum, Urubitinga coronata, Mergus octosetaceus (MACHADO et al., 2008; IUCN, 2014) e 12 consideradas endêmicas para o Cerrado: Nothura minor, Taoniscus nanus, Alipiopsitta xanthops, Herpsilochmus longirostris, Melanopareia torquata, Clibanornis rectirostris, Syndactyla dimidiata, Antilophia galeata, Cyanocorax cristatellus, Poospiza cinerea, Charitospiza eucosma (CAVALCANTI, 1999; SILVA & BATES, 2002). Quatro espécies estão categorizadas simultaneamente como endêmicas e ameaçadas, justificando o valor total de espécies-alvo. A espécie Nothura minor (codorna-mineira), considerada vulnerável tanto na lista global (IUCN, 2014) como na lista nacional (MACHADO et al., 2008), É pouco conhecida (COLLAR, 1992), é considerada endêmica do bioma Cerrado, com registros pontuais para Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Ocorre em baixas densidades e está ausente em muitas áreas de habitat aparentemente propício (BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2014a). Durante estudos realizados na área da Chapada dos Veadeiros a espécie foi registrada principalmente em áreas de campo sujo, sendo ocasionamente detectada em mancha de campo limpo adjacente a campo sujo. A altitude média dos locais de registro da espécie varia entre 1100 e 1250 metros (BRAZ, 2008). Taoniscus nanus (inhambu-carapé): espécie considerada vulnerável tanto na lista global (IUCN, 2014) como na lista nacional (MACHADO et al., 2008). Espécie considerada endêmica do bioma Cerrado, ocorre em uma área restrita no Brasil Central, com registros muito pontuais nos estados do Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, São Paulo e historicamente no Paraná (BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2014b). Na região em que se insere a APA de Pouso Alto esta espécie é registrada em áreas de campo limpo sazonalmente úmido com pequenas manchas de campo sujo, circundando veredas e nas bordas de estreitas Florestas de Galeria. A altitude média dos locais de localização da espécie varia entre 1100 e 1250 metros (BRAZ, 2008). Geositta poeciloptera (andarilho): espécie considerada vulnerável tanto na lista global (IUCN, 2014) como na lista nacional (MACHADO et al., 2008). Espécie considerada endêmica do bioma Cerrado, ocorre em uma área ampla de distribuição no Brasil Central, com registros esparsos em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Tocantins, Bahia e Mato Grosso (BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2014c). Ocorre frequentemente em áreas queimadas com vegetação original de campo limpo sazonalmente úmido com pequenas manchas de campo sujo, circundando veredas e nas bordas de estreitas Florestas de Galeria. A altitude média dos locais de localização da espécie varia entre 1100 e 1250 metros (BRAZ, 2008).

297 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Poospiza cinérea (capacetinho-do-oco-do-pau): espécie considerada vulnerável na lista global (IUCN, 2014), e ameaçada na lista nacional (MACHADO et al., 2008). Endêmica do domínio Cerrado, habita os cerrados e florestas decíduas (RIDGELY & TUDOR 1989). Tem distribuição escassa e local. É uma espécie pouco estudada em campo, sendo encontrada apenas na região central do Brasil, em altitudes entre 600 a 1200 metros nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo (SIBLEY & MONROE, 1990). É considerado extinto neste último estado (WIKIAVES, 2014). Dentre as espécies ameaçadas associadas a ambientes aquáticos, ressalta-se a presença do pato mergulhão, Mergus octosetaceus, uma espécie considerada rara e criticamente ameaçada de extinção em nível global (IUCN, 2014), sendo extremamente sensível à degradação e perda de habitat (DISCONZI, 2012). As principais áreas de ocorrência desta espécie no Brasil estão localizadas na Chapada dos Veadeiros, na Serra da Canastra em Minas Gerais e no Rio do Sono no estado de Tocantins (HUGHES et al., 2006; DISCONZI, 2012). Considerando a região em que se insere a APA de Pouso Alto, existem registros para espécie nas bacias do rio Tocantinzinho, rio dos Couros, ribeirão São Miguel e rio Preto (BRAZ, 2008; CTE, no prelo; DISCONZI, 2012) (Figura 146). A estimativa é que haja apenas 250 espécimes em todo o mundo, sendo que as cabeceiras de todos os rios de ocorrência do mesmo na Chapada dos Veadeiros se encontram nas cotas altimétricas superiores a 1200 metros (RANIERI, 2013). Em 2011, durante levantamento avifaunistico na bacia do rio Tocantinzinho, quatro espécimes foram avistados nos trechos com corredeiras próximos ao encontro dos rios Tocantinzinho e São Miguel. A vegetação nas margens do rio nos locais de registro era predominantemente de Cerrado rupestre, e altitude média variando entre 510 e 580 metros (CTE, no prelo). Braz (2008), registrou a espécie em diversas ocasiões em trechos do rio Preto, o que permitiu confirmar a reprodução da espécie dentro dos limites da APA.

298 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 146 -Distibuição da espécie Mergus octosetaceus para a APA de Pouso Alto, baseado no mapa apresentado por Disconzi (2012)

Segundo Ranieri (2013), na região em que se insere a APA, pode-se notar a presença de inúmeras nascentes que dão origem a cursos d’água que correm em vales profundos e estreitos, marcados por rupturas de declive que favorecem o aparecimento de cachoeiras e corredeiras, com desníveis altimétricos muitos variados e afloramento de material rochoso, sendo considerada de extrema importância para refúgios ecológicos de espécies com maior exigência em termos de qualidade ambiental, como o Mergus octosetaceus. Dentre as espécies catalogadas com provável ocorrência para a área de estudo, apenas cinco são classificadas como visitantes sazonais oriundo do hemisfério Norte (Pandion haliaetus – águia-pescadora; Actitis macularius – maçarico-pintado; Tringa solitaria – maçarico-solitário; Tringa flavipes – maçarico-de-perna-amarela; Vireo olivaceus – juruviara- boreal); as restantes são classificadas como residentes – apresentam evidências de reprodução no país disponíveis (CBRO, 2014). Quanto as espécies que apresentam valor cinegético, isto é, são alvos de caça, têm- se as várias espécies de inhambús (Crypturellus spp), perdiz (Rhynchotus rufescens), o pato- do-mato (Cairina moschata), o jacupemba (Penelope superciliaris) e o mutum-de-penacho (Crax fasciolata). Diversas espécies são alvos de criação em cativeiro e comércio ilegal, tendo

299 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC a reprodução comprometida pela retirada de ovos e filhotes dos ninhos. Entre elas estão araras (Ara ararauna e A. chloropterus), periquitos (Eupsittula aurea, Brotogeris chiriri, papagaio- galego Alipiopsitta xanthops), tucanaçu (Ramphastos toco), araçaris (Pteroglossus castanotis), sabiás (Turdus spp.,) sanhaçu-cinzento (Thraupis sayaca), bicudo (Sporophila maximiliani), e icteríneos como o xexéu (Cacicus cela). Considerando as aves encontradas durante o levantamento, foram registradas 30 espécies no sítio 1: nas florestas ciliares do rio Conceição foram registrados o jaó - Crypturellus undulatus, a choca-do-planalto – Thamnophilus pelzelni, fruxu-do-cerradão – Neopelma pallescens, assanhadinho – Myiobius barbatus, pula-pula – Basileuterus culicivorus, fim-fim – Euphonia chlorotica. Em ambientes campestres registraram-se a jandaia-verdadeira – Aratinga jandaya, canário-do-campo – Emberizoides herbícola, bico-de-pimenta – Saltatricula atricollis, beija-flor-de-orelha-violeta – Colibri serrirostris (Figura 147).

Figura 147 - Colibri serrirostris, espécime registrado no sítio 1 durante levantamento de dados primários Em trechos de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial dos rios Preto, sítio 2, Tocantinzinho, sítio 3, e Macacão, sítio 4, foram catalogadas 24, 14 e 30 espécies, respectivamente, aves de hábito aquático e ambientes ripários como o arapapá – Cochlearius cochlearius, os martins-pescadores Megaceryle torquata e Chloroceryle amazona, o urubuzinho – Chelidoptera tenebrosa, a saracura-três-potes – Aramides cajaneus, o garrinchão- de-barriga-vermelha – Cantorchilus leucotis, o pitiguari – Cyclarhis gujanensis, a andorinha-

300 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC do-rio Tachycineta albiventer, o biguatinga – Anhinga anhinga, socó-boi – Tigrisoma lineatum, gavião-caramujeiro – Rostrhamus sociabilis. Nas áreas de campo sujo e savana arborizada são comuns a arara canindé – Ara ararauna (Figura 148), coruja-buraqueira – Athene cunicularia (Figura 149), o -de-encontro-amarelo – Brotogeris chiriri, o sabiá do campo – Mimus saturninus, e em menor frequência foi registrada a espécie Culicivora caudacuta – o papa- moscas-do-campo (Figura 150). Culicivora caudacuta, espécie considerada vulnerável tanto na lista da fauna brasileira ameaçada de extinção (MACHADO et al., 2008), quanto na lista global (IUCN, 2014), ocorre no Brasil Central, e nos cerrados do Paraguai e Argentina. Durante a campanha de campo, esta espécie foi observada em áreas de savana arborizada, e campo sujo no entorno do sítio 3.

Figura 148 - Ara ararauna, espécimes registrados no sítio 2 durante levantamento de dados primários

301 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 149 - Athene cunicularia, espécime observada em área aberta nos arredores do sítio 3

Figura 150 - Culicivora caudacuta, espécie considerada vulnerável registrada em menor frequência para a área amostrada

302 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

A avaliação dos sítios 5 (campo úmido) e 6 (cachoeira dos cristais), resultou em um baixo número de espécies, sendo duas espécies foram registradas no sítio 5: o tuim – Forpus xanthopterygius, e a maracanã-do-buriti – Orthopsittaca manilatus, e oitos espécies no sítio 6, dentre elas destaca-se o gavião-branco – Pseudastur albicollis, espécie dependente de formações florestais, tem ocorrência na Amazônia, Mato Grosso e Norte do Maranhão estendendo-se ao sul até Goiás.

2.2.3.2.3 Mastofauna A Mastofauna da área de influência da APA de Pouso Alto é considerada rica e composta em sua maioria por espécies de ampla distribuição pelo Cerrado (PAGLIA et al., 2012), sendo a área potencial à ocorrência de endemismos principalmente para os mamíferos de pequeno porte não-voadores (WEKSLER & BONVICINO, 2005). Estudos realizados em outras áreas de altitude do Planalto Central Brasileiro, como os Planos de Manejo do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e da RPPN Serra do Tombador, corroboram a riqueza esperada para a área. A listagem de espécies gerada a partir da avaliação de dados primários e secundários apontam a potencialidade de ocorrência de 67 espécies de mamíferos terrestres classificados em nove ordens, 18 famílias e 49 gêneros (Anexo 06). Esta riqueza representa 27% da diversidade de mamíferos conhecida para o Cerrado (PAGLIA et al., 2012). Os mamíferos terrestres se destacam pela alta mobilidade e plasticidade no uso do ambiente (REIS et al., 2006). Considerando os dados primários levantadas, obteve-se no sítio1 o registro de seis espécies, Sapajus libidinosus (macaco-prego), Priodontes maximus (tatu- canastra), Didelphis albiventris (gambá), Chrysocyon brachyurus (lobo-guará), Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) e Mazama americana (veado-mateiro) (Figura 151). O sítio 1, localizado na Reserva Ecológica da Serra do Tombador, detêm uma grande disponibilidade de ambientes que refletem na alta diversidade de espécies. Ambientes florestados de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial do rio Conceição e Floresta de Galeria dos seus afluentes, juntamente com as áreas de savana arborizada representam importantes ambientes para o forrageamento, refúgio, reprodução e dessedentação das espécies.

303 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

A B

Figura 151 - Registros de mamíferos terrestres obtidos no sítio 1 durante levantamento de dados primários. A = fezes de Canidae; B = Toca de Priodontes maximus (tatu-canastra).

A amostragem do sítio 2 contemplou trechos de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial do rio Preto. Neste sítio, foi constatado vestígios de Cuniculus paca (paca), espécie associada a ambiente florestado e de alta pressão cinegética (FERREIRA et al., 2012) (Figura 152). No sítio 3, formado por ambientes rupestres e florestais que margeiam os rios Tocantinzinho e São Miguel, foram visualizados espécimes de Hydrochoerus hydrochaeris (capivara) (Figura 152). A capivara habita diferentes ambientes e se alimenta de gramíneas e vegetação aquática (OLIVEIRA & BONVICINO, 2006).

A B

Figura 152 - Registros de mamíferos terrestres obtidos nos sítios 2 e 3 durante levantamento de dados primários. A = pegada de Cuniculus paca (paca); B = pegada de Hydrochoerus hydrochaeris (capivara).

Hydrochoeris hydrocharis (capivara) também foi registrada no sítio 4, rio Macacão. O trecho inspecionado representa ambiente de Floresta Estacional Semidecidual Aluvial em bom estado de conservação, onde pode ser visualizado um bando de Callitrix penicillata (sagui) (Figura 153). Já nos sítios 5 e 6, áreas de campo úmido, decorrente da presença de Floresta de Galeria e buritis, e também de formações savânicas e florestais, foram registradas quatro

304 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC espécies de mamíferos de médio e grande porte: Tapirus terrestris (anta), Dasypus novemcinctus (tatu-galinha), Procyon cancrivorus (mão-pelada) e Ozotoceros bezoarticus (veado-campeiro) (Figura 154). Estas espécies mostram diferentes adaptações, estando associadas a ambientes mais íntegros como a anta (SEKIAMA et al., 2006) até espécies mais generalistas (tatu). Em relação ao status conservacionista das espécies de mamíferos terrestres listadas, 11 estão classificadas em alguma categoria de ameaça e dez espécies (15%) (Myrmecophaga tridactyla, Priodontes maximus, Chrysocyon brachyurus, Speothos venaticus, Panthera onca, Puma concolor, P. yagouarondi, Leopardus wiedii, L. pardalis e L. tigrinus) estão classificadas como “vulneráveis” pelo MMA (2008). Pelos critérios da IUCN (2014), quatro estão na categoria de “vulneráveis” (Myrmecophaga tridactyla, Priodontes maximus, Leopardus tigrinus e Tapirus terrestris) e cinco estão na categoria de “quase ameaçada” (Ozotocerus bezoarticus, Panthera onca, Leopardus wiedii, Speothos venaticus e Chrysocyon brachyurus).

A B Figura 153 - Registros de mamíferos terrestres obtidos no sítio 4 durante levantamento de dados primários. A = Hydrochoerus hydrochaeris (capivara); B = Callithrix penicillata (sagui-de-trufo- preto).

A B Figura 154 - Registros de mamíferos terrestres obtidos no sítio 4 durante levantamento de dados primários. A = Ozotocerus bezoarticus (veado-campeiro); B = Tapirus terrestris (anta).

305 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Em suma, considerando todos dados analisados nota-se que a assembleia de mamíferos terrestres da APA é rica em função da qualidade dos ambientes presentes na região, os quais são excelentes disponibilizadores de recursos para as espécies, e da baixa pressão antrópica sobre elas. A diversidade de mamíferos de pequeno porte é subestimada e, em função da sua baixa mobilidade, pode-se considerar que a região é uma área potencial à ocorrência de importantes registros de ordem taxonômica e biogeográfica. Considerando a fauna de mamíferos voadores (quirópteros), foram listadas 53 espécies de morcegos de sete famílias com potencialidade para a ocorrência nas abrangências da APA de Pouso Alto (Anexo 07), o que representa 51% da riqueza estimada para o bioma (AGUIAR & ZORTÉA, 2008). Desmodus rotundus, Carollia perspicillata, Platyrrhinus lineatus, Glossophaga soricina, Anoura geoffroyi, Phyllostomus hastatus, Artibeus lituratus, Lonchophylla dekeyseri e Furipterus horrens foram os táxons que apresentaram ampla distribuição na região (Figura 155), estando presentes na maior parte das localidades estudadas. 16 14 12 10 citações

8 de

6 4

Número 2 0

Figura 155 - Número de citações das espécies de morcegos levantadas para a APA de Pouso Alto e suas adjacências.

A comunidades de morcegos estão entre as mais ricas e ecologicamente diversas entre todas as comunidades de mamíferos, tanto que na área da APA foram registradas espécies com diferentes hábitos alimentares (Figura 156), que são reconhecidamente importantes na regulação dos ecossistemas (KUNZ & FENTON 2003). Na região Neotropical, 62 famílias de plantas têm ao menos uma espécie dispersada por morcegos e pelo menos 858 espécies vegetais dependem dos morcegos para polinização ou dispersão (GEISELMAN et al. 2002). Destacam- se, nessa linha de raciocínio, a decisiva contribuição para manutenção das populações de insetos

306 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC dentro de um equilíbrio razoável, levando-se em conta que a maioria das espécies apresenta hábito alimentar insetívoro (GARDNER, 2008). Dentre as espécies de morcegos listados para a APA, nota-se que a insetivoria é o hábito alimentar predominante, seguida da frugivoria e nectarivoria, ao passo que os hábitos alimentares hematófago, carnívoro, onívoro e piscívoros ficam representados em menor escala (Anexo 07).

Figura 156 - Hábitos alimentares predominante das espécies de morcegos catalogadas para a APA de Pouso Alto e suas adjacências.

Destaca-se a presença do nectarívoro Lonchophylla dekeyseri, uma espécie endêmica do Cerrado que esta listada como Vulnerável na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (MACHADO et al., 2008) e Quase Ameaçada (Near Threatened) na lista Internacional (IUCN, 2014). Há quase cinco anos foi criado o Plano de Ação Nacional para Conservação do Morceguinho-do-cerrado por meio da Portaria nº 89, de 27 de agosto de 2010 do Ministério do Meio Ambiente - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Neste programa foram estabelecidas as metas e respectivas ações para que se atingisse o objetivo aumentar a viabilidade populacional da Lonchophylla dekeyseri em cinco anos, evitando a sua extinção. A densidade populacional desta espécie é baixa, e alguns levantamentos na sua área de distribuição têm falhado em localizar este morcego no Cerrado. Tomaz & Zortéa (2008) registraram a espécie na Serra da Mesa, mas com uma baixa incidência (1% das capturas). Esta espécie refugia-se durante o dia em cavernas e outros abrigos de origem calcária (BREDT et al.,1999).

307 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Destaca-se ainda a ocorrência da espécie hematófaga Desmodus rotundus. Esta espécie é de grande interesse econômico e de preocupação em relação economia rural e à saúde pública, por alimentar-se preferencialmente de sangue de mamíferos de grande porte como bovinos, equinos e suínos (AGUIAR, 2007). Portanto, morcegos hematófagos contaminados podem transmitir os vírus rábico por meio da mordedura aos herbívoros domésticos. Desmodus rotundus é uma espécie muito comum em áreas com abrigos disponíveis e em fazendas de gado, condição muito comum no Cerrado e em outros biomas brasileiros, mas em grande porção da APA este quadro é minimizado em função da pecuária ocorrer de forma menos expressiva que outras regiões do estado. Bredt & Caetano-Junior (1996) realizaram um levantamento prévio dos morcegos que habitavam grutas da região de Niquelândia, antes da construção da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa e verificaram o estabelecimento de contato prévio dos morcegos com o vírus em 71% dos indivíduos coletados. No entanto, os exames não acusaram a presença do vírus rábico nas 16 espécies encontradas, embora nove delas já tivessem sido registradas com raiva no território brasileiro. A lista apresenta algumas espécies estritamente cavernícolas (e.g. Furipterus horrens, Lionycteris spurrelli, Lonchophylla dekeyseri, Natalus macrourus, P. parnellii e Pteronotus gymnonotus), indicando a necessidade da realização de futuras amostragens nas cavidades existentes. A despeito desses ambientes, no domínio da APA de Pouso Alto, são conhecidas apenas três cavidades naturais, as quais estão localizadas no município de Cavalcante (Gruta da Barriguda Grande), Alto Paraiso (Caverna do Vale Encantado) e Colinas do Sul (Gruta Furnas), o que favorece a presença dos morcegos que dependem desse recurso. Por meio da listagem das espécies e da observação da atual configuração paisagística, nota-se que a APA de Pouso Alto apresenta-se como uma das principais áreas dentro do estado para conservação dos quirópteros. A presença de muitas espécies da subfamília Phyllostominae reafirma essa condição, por serem considerados bons indicadores da qualidade ambiental (FENTON et al., 1992). Neste sentido, entende-se que o estabelecimento desta UC é uma das melhores alternativas para a manutenção deste grupo, uma vez que se mantém não apenas as espécies, mas também seus habitats, as relações entre elas e os processos ecológicos (PIVELLO, 2006).

2.2.4 Socioeconomia

A caracterização socioeconômica da APA de Pouso Alto abordou os seguintes componentes: organização territorial, modo de vida, base econômica, educação, saúde,

308 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC assistência social, segurança pública, meios de transporte, energia elétrica, comunicação e saneamento básico. Os estudos objetivaram identificar a situação socioeconômica dos municípios que são abrangidos pela APA de Pouso Alto. O diagnóstico socioambiental da Área de Influência da APA, baseou-se em dados secundários oficiais, de órgãos estaduais, federais e municipais, bem como em observações diretas e informações colhidas durante a visita a campo na referida área. Os dados secundários foram obtidos na Secretaria do Estado de Gestão e Planejamento (SEGPLAN), em especial no IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Governo de Goiás. Esses dados serviram de base para o estudo sobre demografia e infraestrutura dos municípios. No que se refere aos setores da economia, além dos dados contidos no Anuário, foram utilizados outros, constantes de outras publicações do IMB, um denominado PIB – Produto Interno Bruto dos Municípios Goianos e o outro de IDE – Índice de Desenvolvimento Econômico e IDS – Índice de Desenvolvimento Social, que serviram de base às considerações acerca do nível de desenvolvimento econômico e social dos municípios. Sítios eletrônicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), bem como de outros órgãos do Governo Federal, também foram consultados, a fim de suprir eventuais lacunas das fontes acima referidas para confirmar e/ou detalhar dados das mesmas. Os mapas do Estado de Goiás, em especial o Político e o Rodoviário, foram utilizados para obter informações relativas à localização, à rede viária e às características geográficas da região. Observações e dados coletados nas prefeituras, juntamente com as entrevistas realizadas durante o levantamento de campo na região, serviram para complementar as informações e os dados secundários, além de contribuírem para uma melhor interpretação e compreensão dos mesmos.

2.2.4.1 Estrutura Produtiva e de Serviços nos Municípios

2.2.4.1.1 Produto Interno Bruto (PIB) O Produto Interno Bruto (PIB) é um indicador utilizado para se inferir a riqueza total produzida por uma determinada sociedade. Segundo o IBGE, em 2011 o PIB (Produto

309 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Interno Bruto) do Brasil cresceu 2,7% sobre o ano anterior, totalizando R$ 4,143 trilhões ou US$ 2,367 trilhões. Este crescimento é resultado do aumento de 4,3% nos impostos e 2,5% no valor adicionado. No mesmo ano o PIB goiano ultrapassou a marca dos R$ 100,00 bilhões a preços correntes. No confronto de 2010 com 2011, o PIB teve acréscimo de R$ 13,692 bilhões, um aumento de 14%. Os dados do PIB relacionados ao período de 2010 a 2011 revelam um crescimento nos municípios de Alto Paraíso de Goiás (13,72), Colinas do Sul (7,55%), São João D’Aliança (13,25%) e Teresina de Goiás (5,51%). Por outro lado os municípios de Cavalcante (-3,95%) e Nova Roma (-13,21%) apresentaram uma queda nesse mesmo período (Tabela 58). Em 2011, o PIB total dos municípios avaliados somaram R$ 566.561,21, o que representa 0,50% em relação ao Estado. Cavalcante apresentou a maior contribuiçao, com 51,91%, seguida por São João D’Aliança com (23,46%) e Alto Paraíso de Goiás (10,80%). Quando se considera o PIB per capita (ou seja, dividido por todos os habitantes), da mesma forma que teve o desempenho do PIB Absoluto, houve um movimento de ascensão nos últimos anos. Em 2011, o estado de Goiás registrou PIB per capita de R$ 18.298,59, ante R$ 16.251,70 em 2010, com incremento de R$ 2.046,90, apresentando um aumento de 12,59%. O resultado do PIB per capita possibilitou a Goiás ganhar uma posição no ranking entre as unidades da federação, saindo da 12ª colocação, em 2010, para 11ª em 2011. A ascensão do PIB per capita dos municípios em estudo nesse mesmo período foi de 12,49% em Alto Paraíso de Goiás, 7,95% em Colinas do Sul, 10,30% em São João D`Aliança e 12,59% em Teresina de Goiás, ambos apresentando um PIB menor que do Estado. O município de Cavalcante foi o único município que apresentou um PIB per capita maior que do Estado, e nesse período estudado, apresentou uma queda de -4,12%.

310 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Tabela 58 - Produto Interno Bruto - PIB 2010/2011 PIB a preços PIB a preços PIB per PIB per correntes - Município/Estado correntes - capita (R$), capita (R$), (R$mil), ano (R$mil), ano 2011 ano 2010 ano 2011 2010 Alto Paraíso de Goiás 53.832,32 61.219,87 7.842,70 8.822,58 Cavalcante 306.231,04 294.123,27 32.598,58 31.253,14 Colina do Sul 24.794,07 26.668,41 7.037,77 7.597,84 Nova Roma 39.908,49 34.632,99 11.507,64 10.029,83 São João D’Aliança 117.358,40 132.917,02 11.445,13 12.625,10 Teresina de Goiás 16.111,38 16.999,65 5.341,97 5.573,66 Estado de Goiás 97.575.930,34 111.268.552,97 16.251,70 18.298,59 Fonte: SEGPLAN-GO/ IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos

Os três grupos principais que medem a produção de um país são (Tabela 59):

 Agropecuária: formado por agricultura extrativista vegetal e pecuária;  Indústria: que engloba áreas de extração mineral, de transformação, serviços industriais de utilidade pública e construção civil; e  Serviços: que incluem comércio, transporte, comunicação, serviços da administração pública e outros. Dentre os grandes setores de atividades econômicas, o setor de serviços predomina em Goiás, representando 62% da produção de riquezas. Neste setor pode-se ressaltar o comércio, tanto o varejista como o atacadista, que é bastante dinâmico, principalmente na capital, bem como as atividades imobiliárias. Em 2011, a atividade de serviços apresentou crescimento de 5,6% em volume e valor adicionado de R$ 58,418 bilhões. O incremento desse setor em comparação ao ano de 2010 foi de R$ 8,137 bilhões, com aumento de 16,18%. A atividade industrial é composta pela indústria extrativa mineral, indústria de transformação, produção e distribuição de eletricidade, gás e água e construção civil. Essas atividades somaram em 2011 R$ 25,819 bilhões de VA, com acréscimo de R$ 3,282 bilhões. Esse setor alcançou taxa de crescimento de 5,7%, inferior à registrada no ano anterior (13,7%). O setor agropecuário liderou o crescimento na economia goiana (14,1%), decorrente da expansão na produção agrícola, com destaque para as culturas de soja, cana-de- açúcar, milho, feijão, sorgo e tomate. Na pecuária também houve aumento na taxa, decorrente ao crescimento do efetivo de bovinos. Em 2011, comparado ao ano de 2010, a agropecuária goiana teve redução na participação nacional. O valor adicionado do setor era de R$ 11,950

311 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC bilhões em 2010 e passou para R$ 12,048 bilhões em 2011, com incremento de R$ 97,600 milhões, isso é, um aumento de 0,81%. A participação do setor primário na composição do PIB é destacada principalmente pela atuação da agricultura e pecuária. O único município que teve a maior participação no setor agropecuário foi São João D’Aliança com 52,30% em 2011, e sua participação com relação com Estado, foi de 0,55%. No setor de serviços no período de 2010-2011, exceto o município de Cavalcante os demais apresentaram crescimento. Esse crescimento se deve as mudanças decorrentes na economia moderna, favorecendo o desenvolvimento de atividades relacionadas à prestação de serviços, do comércio e do turismo. Os municípios em questão encontram-se numa região com grande potencial para o aproveitamento turístico, haja vista que se localiza numa área dotada de recursos naturais com beleza cênica notável. O setor industrial dos municípios representou em 2011 1% do valor adicionado do Estado. Cavalcante foi o município que teve maior participação, com 91,34% do total dos municípios que foi de R$ 258.754,97.

Tabela 59 - Valor adicionado bruto a preços básicos (R$ mil)

Agropecuária Indústria Serviços Municípios 2010 2011 2010 2011 2010 2011 Alto Paraíso de 14.236,73 14.613,87 5.002,50 5.703,18 32.078,06 37.752,18 Goiás 244.613,2 Cavalcante 14.298,17 12.497,15 236.349,01 43.540,72 42.586,73 5 Colina do Sul 5.673,34 5.619,56 2.543,24 2.846,99 15.328,93 16.950,59 Nova Roma 21.898,67 15.518,93 2.205,50 2.470,15 14.898,72 15.605,12 São João 61.317,83 66.952,38 7.847,74 9.226,24 44.102,59 51.819,32 D’Aliança Teresina de Goiás 2.393,86 2.016,61 1.898,80 2.159,40 11.257,13 12.275,41 11.950.496, 12.048.097,2 22.536.48 25.818.974, 50.280.701, 58.417.962, Estado de Goiás 79 0 0,58 89 84 92 Fonte: SEGPLAN-GO/ IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos

2.2.4.2 Finanças Públicas

As finanças públicas, constituídas por impostos, contribuições, transferências federais e estaduais, têm papel estratégico para o poder público municipal, uma vez que são o principal suporte para a implementação de políticas públicas voltadas para as questões sociais

312 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC básicas, como a educação, saúde, segurança pública, saneamento básico, assistência social, moradia, dentre outros.

O Estado de Goiás vem implementando o Programa de Gestão das Finanças Públicas, cujas metas visam promover o equilíbrio entre receita e despesa, com uma programação orçamentária e de desembolso financeiro. Goiás vem adotando as seguintes medidas: redução e controle dos gastos com pessoal e manutenção dos órgãos; execução de investimentos dentro da capacidade financeira do Estado; renegociação de dívidas; incremento de receitas próprias; recuperação de créditos; reforma administrativa; dentre outras, visando transformar o Estado em instrumento de desenvolvimento social.

A receita do estado em 2011 foi de R$ 16,232 bilhões, crescimento de 11,3% com relação a 2010. A variação da arrecadação de receita tributária esperada é de 12,7%, ou seja, R$ 9,923 bilhões, da receita patrimonial -6,9%, ou seja, R$ 21,592 milhões, e o crescimento esperado para as transferências correntes é de 7,2%, R$ 3,608 bilhões.

As despesas estão alocadas em sua maior parte nas áreas de administração (19,0%), educação (17,6%), saúde (12,4%), previdência social (12%) e encargos especiais (10,3%). Os programas sociais com maiores despesas para o poder público estadual são: Programa Renda Cidadã, Programa Bolsa Universitária, Programa de Proteção e Inclusão Social e Programa Morada Nova (cheque moradia).

A receita cresceu em todos os municípios no período de 2010-2011, exceto Alto Paraíso de Goiás que teve uma queda de -11,66%. O crescimento foi de 2,13% em Cavalcante, 8,96% em Colinas do Sul, 13,89% em Nova Roma, 17,31% em São João D’Aliança e 25,79% em Teresina de Goiás. Esse resultado foi determinado, principalmente, pelo desempenho da receita do ICMS, item que tem a maior participação na composição da receita, mesmo com os efeitos da crise econômica mundial. De acordo com os dados da SEGPLAN/GO, em 2011, as despesas foram menores que as receitas no município de Colinas do Sul, Nova Roma e Teresina de Goiás, encerrando o ano com saldo positivo. Ao contrário, Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e São João D’Aliança tiveram suas receitas menores que suas despesas, fechando o ano com saldo negativo (Tabela 60). Segundo dados do IMB/SEGPLAN, a arrecadação do ICMS durante o período de 2012 a 2013, apresentou um aumento em Nova Roma de 254%, 13,27% em São João D’Aliança

313 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC e 18,60% em Teresina de Goiás. Por outro lado no município de Alto Paraíso de Goiás houve redução de 1,70%, de 80,30% em Cavalcante e 33,66% Colinas do Sul.

Tabela 60 - Economia dos municípios Despesas correntes Receitas correntes ICMS (R$ mil) Município (R$ mil) (R$ mil) 2010 2011 2010 2011 2012 2013 Alto Paraíso de Goiás 14.499 16.646 16.541 14.612 1.170 1.150 Cavalcante 20.234 20.580 19.981 20.408 6.544 765 Colinas do Sul 10.241 11.001 10.376 11.306 202 134 Nova Roma 7.833 7.909 7.520 8.565 71 252 São João D’Aliança 14.074 16.621 13.642 16.004 3.321 3.762 Teresina de Goiás 7.620 8.797 7.024 8.836 43 51 Fonte: SEGPLAN-GO/ IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos 2010/2012 2.2.4.2.1 Índice de Desenvolvimento Urbano

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é um indicador composto por três dimensões: o PIB per capita, corrigido pelo poder de compra; a longevidade, mensurada pela expectativa de vida ao nascer; e a educação, avaliada pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia entre zero e um.

Quanto mais próximo de 1 o IDH, melhor qualidade de vida nos municípios. A qualidade de vida dos municípios que possuem o IDH entre 0,8 e 1 é considerada alta e dos que possuem o IDH até 0,5, baixa. Os índices entre 0,5 e 0,6 classificam o desenvolvimento do município como médio baixo e entre 0,6 e 0,7, médio-alto. O Estado de Goiás subiu duas posições e agora ocupa a 8ª posição no ranking nacional do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) baseado no censo de 2010. O crescimento foi mais expressivo que a média nacional, atingindo 50,92%. Em 1991 era 0,487 e em 2010 era de 0,776. Na análise dos números de 2000 para 2010 observa-se que houve aumento no IDH em todos os municípios que compõe a UC.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) dos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul, Nova Roma, São João D’Aliança e Teresina de Goiás estão situados na faixa de desenvolvimento humano médio alto (IDHM entre 0,6 e 0,799), já o município de Cavalcante apresentou um IDHM 0,584, que é considerado baixo. Entre 2000 e

314 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2010, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação, seguida por Longevidade e Renda.

De 2000 a 2010 houve melhoria nos índice em todos os municípios, o que indica que a expectativa de vida nos municípios aumentou.

Na Tabela 61, são apresentados os valores de IDH por educação, longevidade e renda e o IDH total de cada município que faz parte da UC, em dois momentos, 2000 e 2010.

Tabela 61 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – 2000-2010 Geral Educação Longevidade Renda Municípios 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 Alto Paraíso de Goiás 0,572 0,713 0,371 0,611 0,787 0,819 0,640 0,723 Cavalcante 0,396 0,584 0,172 0,415 0,710 0,808 0,509 0,595 Colinas do Sul 0,472 0,658 0,282 0,549 0,702 0,820 0,532 0,633 Nova Roma 0,486 0,634 0,309 0,529 0,753 0,812 0,492 0,594 São João D’Aliança 0,533 0,685 0,308 0,609 0,753 0,812 0,654 0,650 Teresina de Goiás 0,498 0,661 0,315 0,564 0,723 0,817 0,543 0,626 Estado de Goiás 0,700 0,776 0,765 0,866 0,668 0,745 0,667 0,717

Fonte: SEGPLAN-GO/ IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos

2.2.4.3 Infraestrutura de serviços nos municípios

2.2.4.3.1 Energia Elétrica

De acordo com informações disponibilizadas no IBM – Instituto Mauro Borges de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Estado de Goiás possui atualmente 83 empreendimentos geradores de energia elétrica, que somados geram 9.953MW de potência. Goiás é o 4º estado brasileiro em capacidade instalada de energia elétrica, com 8,5% da capacidade nacional.

O consumo de energia elétrica cresceu 3,52% em Goiás no período de 2010 a 2013. O setor onde o consumo de energia mais cresceu nesse período foi o residencial, 23,10%, seguido pelo comercial com 19,96%. Segundo a CELG, do total de consumidores de energia elétrica no Estado, o grupo residencial responde a 83,63%, o comercial a 9,44%, o rural a 6,70%, o industrial 0,42%, o poder público e serviços públicos a 0,79%.

315 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

O fornecimento de energia elétrica na região estudada é realizado pela CELG – Centrais Elétricas de Goiás. O total de consumidores dos seis municípios no ano de 2013 foi 13.337, representando 0,50% do total de consumidores do Estado (Tabela 62). Tabela 62 - Total de consumidores (nº) e consumo total MWh Discriminação 2010 2011 2012 2013 Consumidores (nº) 2.784 2.828 2.917 3.115 Consumo Total 7.968 8.029 14.434 18.700 Consumo Residencial 2.748 3.000 3.301 3.434 Consumo Industrial 25 24 22 13 Goiás Consumo Comercial 2.066 1.975 2.176 2.267

Alto Paraíso de Alto Paraíso Consumo Rural 1.443 1.489 7.311 11.162 Outros 1.686 1.541 1.624 1.824 Discriminação 2010 2011 2012 2013 Consumidores (nº) 2.105 2.224 2.435 2.495 Consumo Total 3.617 3.754 4.157 4.296 Consumo Residencial 1.739 1.826 2.038 2.103 Consumo Industrial 25 52 31 15 Consumo Comercial 660 690 776 878 Cavalcante Consumo Rural 207 232 351 321 Outros 986 954 961 979 Discriminação 2010 2011 2012 2013 Consumidores (nº) 1.393 1.418 1.446 1.572 Consumo Total 2.917 2.929 2.984 3.201 Consumo Residencial 966 1.009 1.096 1.286 Consumo Industrial 541 520 582 447 Consumo Comercial 469 430 446 488

Colinas do Sul Colinas do Sul Consumo Rural 389 415 303 437 Outros 552 555 557 543 Discriminação 2010 2011 2012 2013 Consumidores (nº) 1.468 1.466 1.461 1.467 Consumo Total 2.585 2.662 2.785 2.858 Consumo Residencial 736 815 846 885 Consumo Industrial 8 8 6 5 Consumo Comercial 217 251 251 245 Nova Roma Nova Roma Consumo Rural 829 793 864 863 Outros 795 795 818 860 Discriminação 2010 2011 2012 2013 Consumidores (nº) 3.169 3.321 3.469 3.562 Consumo Total 12.289 13.181 13.275 14.559 Consumo Residencial 2.115 2.335 2.533 2.767 Consumo Industrial 309 421 153 152 Consumo Comercial 1.492 1.603 1.729 1.783 Consumo Rural 7.167 7.433 7.484 8.454 São João D’Aliança D’Aliança São João Outros 1.206 1.389 1.376 1.403 Discriminação 2010 2011 2012 2013 Consumidores (nº) 1.070 1.075 1.093 1.126 Consumo Total 1.893 1.887 2.091 2.202

Goiás Consumo Residencial 681 677 737 809

Teresina de Consumo Industrial 6 8 7 11

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Consumo Comercial 273 271 339 373 Consumo Rural 401 400 438 505 Outros 532 531 570 504 Fonte: SEGPLAN-GO/ IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos 2.2.4.3.2 Saúde Pode-se dizer que o Estado de Goiás é bem servido em relação à saúde, principalmente na área de oncologia, oftalmologia e queimaduras. Goiás possui vários hospitais especializados. Segundo os dados do Ministério da Saúde, em 2010, Goiás possuía uma rede hospitalar com 457 unidades, sendo 184 públicas e 273 da rede particular. Contava com 18.788 leitos, desses 5.892 públicos e 12.896 privados, o número de leitos por habitantes era de 3,1 leitos/mil habitantes e a proporção de leitos por hospital era de 41 leitos/hospital. De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde todos os municípios que compõem a UC contam com uma Secretaria Municipal de Saúde. Dos seis municípios, Nova Roma e Teresina de Goiás não possuem Hospital, os demais contam com hospitais municipais. Os atendimentos são de baixa e média complexidade. Quanto a Unidade Móvel somente a população do município de Cavalcante não possui este benefício, veja Tabela 63 e Figuras 157 e 158. Tabela 63 - Relação de Prestadoras de Atendimento da Saúde nos municípios da UC em 2014 Unidade de atendimento Alto Paraíso de Cavalcante Colinas do Sul Goiás Centro de Saúde/Unidade Básica 3 3 1

Posto de Saúde 1 - 3 Hospital Geral 1 1 1 Nº de Leitos 15 18 15 Consultório Isolado 1 - - Unidade Móvel Terrestre 1 - 1 Unidade de atendimento Nova Roma São João Teresina de D’Aliança Goiás Centro de Saúde/Unidade Básica 1 4 3 Posto de Saúde 1 1 - Hospital Geral - 1 - Nº de Leitos - 26 (SUS) e 50 - Particular Unidade Móvel Terrestre 1 1 1 Fonte: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

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Figura 157 - A esquerda: Unidade Básica de Saúde de São João D’Aliança e a direita: Unidade Básica de Saúde de Teresina de Goiás

Figura 158 – Unidade Básica de Saúde de Cavalcante

2.2.4.3.2.1 Doenças Endêmicas

Algumas doenças são transmitidas por insetos, chamados vetores, como as espécies que transmitem malária, febre amarela, leishmaniose, dengue, dentre outras doenças. Nos município que compõem a APA, entre 2001 e 2011, houve 204 casos de doenças transmitidas por mosquitos, dentre os quais nenhum caso confirmado de malária, nenhum caso confirmado de febre amarela, 149 casos confirmados de leishmaniose e 55 notificações de dengue (Tabela 64). A taxa de mortalidade associada às doenças transmitidas por mosquitos nos municípios de Cavalcante e Nova Roma em 2012, foi de 39,7 óbitos a cada 100 mil habitantes, nos demais municípios não houve ocorrência de óbitos.

318 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Tabela 64 - Dados de doenças endêmicas notificadas nos municípios que compõem a APA no período de 2001/2011 Município Malária Febre Amarela Leishmaniose Dengue Alto Paraíso de Goiás -- -- 33 3 Cavalcante -- -- 37 6 Colinas do Sul -- -- 50 9 Nova Roma -- -- 4 9 São João D’Aliança -- -- 11 14 Teresina de Goiás -- -- 14 14 Fonte: DATASUS

2.2.4.3.2.2 Mortalidade

A mortalidade infantil é o número de óbitos de crianças durante o primeiro ano de vida, por mil nascidos vivos, sendo considerado um dos indicadores mais consistentes das condições socioambientais de uma população.

Dos seis municípios que compõem a APA, Nova Roma e Teresina de Goiás não apresenta nenhum óbito no ano de 2012. Já o município de Colinas do Sul apresentou taxa de 73,2 óbitos a cada mil nascidos vivos, seguido pelo município de Alto Paraíso com 20,2 óbitos a cada mil nascidos vivos; Cavalcante com 13,9 óbitos a cada mil nascidos vivos e São João D’Aliança com 7,8 óbitos a cada mil nascidos vivos (Figura 159).

Os indicadores de mortalidade abaixo mostram que os óbitos por residência, ou seja, aqueles contados segundo o local de residência do falecido, superam os óbitos por ocorrência, que são contados segundo o local de ocorrência do óbito.

De acordo com a Tabela 65 o município de São João D’Aliança apresentam o maior índice de óbitos seja por residência ou por lugar de registro em relação aos demais municípios.

Teresina de Goiás, no período de 2010 a 2012, demonstra ser o município com menor índice de óbitos por lugar de registro e residência.

Alto Paraíso apresentou um aumento de 123% no número de óbitos de lugar de registro no período de 2010 a 2012. Cavalcante por sua vez apresentou redução de 4,9% no mesmo período em relação aos óbitos de lugar de registro.

319 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Tabela 65 - Indicadores de Mortalidade

2010 2011 2012 Óbitos Óbitos Óbitos Municípios Óbitos Óbitos Óbitos p/Lugar de p/Lugar de p/Lugar de p/residência p/residência p/residência Registro Registro Registro Alto Paraíso 13 25 12 26 22 29 de Goiás Cavalcante 41 55 32 41 22 39 Colinas do 16 19 13 19 16 22 Sul Nova Roma 14 19 18 22 21 23 São João 17 31 25 42 31 43 D’Aliança Teresina de 2 9 7 17 3 8 Goiás Fonte: IBGE

80 73,2 70 nascidos 60 50 1000

por 40

vivos 30 20,2 Infantil

20 13,9 7,8 10 0 0 0 Alto Paraíso Cavalcante Colinas do Sul Nova Roma São João Teresina de Mortalidade de Goiás D’Aliança Goiás Municípios

Figura 159 - Mortalidade infantil para cada 1000 nascidos vivos em 2012, nos municípios que compõem a APA

2.2.4.3.3 Educação O Estado de Goiás em 2013 possuía 4.525 estabelecimentos de ensino, com 39.869 salas de aula e 65.313 docentes. Nos municípios que compõem a APA, entre 2012 e 2013, houve um aumento no número de salas de aula apenas nos municípios de Alto Paraíso de Goiás (14,89%) e Cavalcante (2,88%) (Tabela 66). Quando se analisa o número total de alunos por série, verifica-se em todos os municípios, o maior número está no ensino fundamental. Esta situação denota que ainda hoje há uma desvalorização do ensino médio, por parte da comunidade e das próprias autoridades,

320 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC que consideram – equivocadamente – ser o ensino fundamental suficiente para preparar as novas gerações para o exercício da cidadania e para o atendimento as exigências do mercado de trabalho. É oportuno lembrar que existe um movimento cada vez mais forte, entre educadores e outros elementos da sociedade organizada, no sentido de que o ensino médio também se torne obrigatório como está previsto no artigo 208, inciso II, da Constituição Federal.

Tabela 66 – Educação: Sistema de Ensino (2012/2013) Alto Paraíso Cavalvante Colinas do Sul Nova Roma de Goiás 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 Escolas 12 12 34 32 5 4 9 9 Salas de Aula 94 108 107 110 27 23 34 34 Docentes 123 116 177 163 52 48 63 56 Alunos (Total) 2.121 2.049 2.860 2.777 941 963 806 765 Alunos - Pré- 259 219 225 236 90 114 96 74 Escola Alunos/Ensino 1.372 1.367 2.084 1.970 660 653 532 536 Fundamental Alunos - Ensino 296 304 371 387 170 157 167 136 Médio Alunos - Ensino 40 35 32 27 6 22 11 6 Especial Alunos - Ed. 63 45 81 62 15 17 - - Jovens e Adultos Alunos Creche 109 124 67 95 - - - 13

São João D’Aliança Teresina de Goiás Estado de Goiás

2012 2013 2012 2013 2012 2013 Escolas 11 11 5 5 4.452 4.525 Salas de Aula 80 78 27 27 41.257 39.869 Docentes 118 118 42 39 66.223 65.313 Alunos (Total) 2.229 2.219 839 829 1.431.096 1.433.348 Alunos - Pré- 163 96 76 170 120.822 127.252 Escola Alunos/Ensino 1.480 1.452 622 530 895.633 882.981 Fundamental Alunos - Ensino 443 431 132 121 259.827 259.787 Médio Alunos - Ensino 19 29 9 8 23.579 23.995 Especial Alunos - Ed. 59 105 - - 60.839 62.983 Jovens e Adultos Alunos Creche 65 106 - - 52.272 56.057 Fonte: SEGPLAN-GO/ IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos

321 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

De acordo com o IMB, a rede atual de instituições públicas e privadas de ensino existente no Estado de Goiás oferece condições adequadas para a qualificação de mão-de-obra técnica, tanto de nível médio, como de nível superior, destacando-se: a Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), este com 8 campus, além de 6 instituições municipais, distribuídos em várias regiões do Estado e das instituições privadas de ensino superior, com 80 estabelecimentos. Em 2011, a rede de educação superior goiana realizou 194.616 matrículas. Os municípios em questão não contam com cursos superiores ou técnicos. Este fato é apontado como um dos motivos que faz com que os jovens sofram uma estagnação profissional e migrem à procura de melhores condições de sustento. As taxas de alfabetização é considerado um dos principais indicadores de desenvolvimento humano porque, como mostram a teoria e a prática, há uma vinculação, estreita e direta, entre a melhoria das condições de vida de um grupo humano e o seu nível de educação, sendo que esta pressupõe, como um dos seus principais instrumentos, a capacidade de leitura e a compreensão básica de textos escritos (alfabetização funcional). A taxa de alfabetização no Estado aumentou de 89,20% em 2000 para 92,68% em 2010, porém Goiás que ocupava o 12º lugar no ranking, passou para o 82º. Entre 2000 e 2010 (Tabela 67 e Figura 160 e 161), a percentagem de pessoas alfabetizadas, entre a população com idade de 10 anos ou mais, aumentou em todos os municípios, significando que houve uma melhoria na educação. O maior desempenho com taxa de alfabetização em 2010 foi no município de Alto Paraíso de Goiás (89,88%) seguida por São João D’Aliança (87,32%). Todos os municípios tiveram uma taxa de alfabetização inferior à do Estado de Goiás (92,68%). A menor taxa foi do município de Cavalcante com 76,26%. Os municípios apresentaram um aumento na taxa de alfabetização no período de 2000 a 2010.

Tabela 67 - Taxa de alfabetização (Pessoas de 10 anos ou mais de idade) 2000/2010 Ano Municípios 2000 2010 Alto Paraíso de Goiás 86,4 89,88 Cavalcante 61,7 76,26 Colinas do Sul 82,7 85,74 Nova Roma 81,9 82,10 São João D’Aliança 84,0 87,32 Teresina de Goiás 74,2 85,64 Estado de Goiás 89,20 92,68 Fonte: IBGE

322 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

100 90 80 70 60 % 50

Taxa 40 2000 30 2010 20 10 0 Alto Paraíso de Cavalcante Colinas do Sul Nova Roma São João Teresina de Goiás D`Aliança Goiás Municípios

Figura 160 - Taxa de alfabetização referente aos municípios que compõem a APA, nos anos de 2000 e 2010

Figura 161 – A esquerda: Escola Municipal em Cavalcante de Goiás e a direita: Colégio Estadual em Teresina de Goiás

2.2.4.3.4 Segurança pública Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, os números que o Índice de Homicídios a cada 100.000 habitantes em Goiás sofreu aumento proporcional de 0,61% em 2013 com relação a 2012. Conforme estudo apresentado pelo Ministério da Justiça intitulado Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança, com dados do ano de 2011, Goiás encontrava-se na 17ª Posição com valores acima da média nacional, ou seja, há menos policiais por habitante que a média dos demais entes federados. Com a realidade atual, o Estado figuraria na 7ª posição, apresentando valores abaixo da média nacional, ou seja, com mais policiais por habitantes que a média dos demais Estados. Melhora de 10 posições. Os dados referem-se ao número de habitantes para cada Policial, seja Civil, Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar, no Estado de Goiás. Veja relação dos efetivos na Tabela 68.

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Tabela 68 – Situação do efetivo dos profissionais da Segurança Pública no estado de Goiás em 2013 Unidade Efetivo Efetivo com contratações Polícia civil 3.104 3.966 Delegados 341 469 Agentes e escrivães 2.763 3.497 Polícia militar 11.964 15.744 Polícia Técnico Científica 529 1.116 Corpo de Bombeiro Militar 2.806 3.666 Fonte: SSP/GO – Secretaria de Segurança Pública do estado de Goiás

O município de Nova Roma possui um Batalhão da polícia militar, que conta com o apoio de duas viaturas e sete policiais (Figura 162). Como não possui Delegacia da Polícia Civil, os casos são atendidos pelo município de Iaciara-GO. As principais ocorrências registradas são relacionadas à Lei Maria de Penha. Em Alto Paraíso a segurança é realizada pelo Batalhão da Polícia Militar, que conta com 5 viaturas e 10 policiais. A população conta com uma Delegacia da Polícia Civil e um presídio que atende aos municípios de Alto Paraíso e São João D’Aliança. As principais ocorrências registradas são: furtos, acidentes de transito e violência. São João D’Aliança possui uma companhia da polícia militar, com duas viaturas e seis policiais, que realizam o patrulhamento rural, não possui Unidade do Corpo de Bombeiros e em casos de emergência o atendimento é feito no município de Planaltina-GO. A população não conta com delegacia especializada e o atendimento é realizado pelo município de Alto Paraíso. As principais ocorrências registradas estão relacionadas à Lei Maria da Penha; Em Colinas do Sul a população conta com um posto da polícia militar para garantir a segurança no município. O posto possui duas viaturas com quatro policiais. Não há Delegacia da Polícia Civil e os casos são encaminhados para o município de Niquelândia-GO. As principais ocorrências registradas estão relacionadas à Lei Maria da Penha e furtos. Em Cavalcante a segurança é realizada pelo 14ª Companhia da Polícia Militar, que conta com 5 viaturas e 10 policiais. A população conta com uma Delegacia da Polícia Civil. As principais ocorrências registradas são: furtos e violência doméstica. O município de Teresina de Goiás é atendido pelo município de Cavalcante que encaminha uma equipe da polícia militar e uma viatura para atender as demandas do município. A população não conta com nenhuma delegacia especializada e o atendimento é realizado pelo município de Cavalcante. As principais ocorrências registradas no município estão relacionadas à Lei Maria da Penha e a furtos.

324 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Figura 162 – Posto da Polícia Militar de Nova Roma de Goiás

2.2.4.3.5 Saneamento básico

O saneamento básico traz uma série de benefícios, que variam desde a redução do número de doentes afetados por doenças de veiculação hídrica até a redução de impactos ambientais sobre os recursos hídricos e consequentemente de sua vida aquática em decorrência do lançamento inadequado de esgotos domésticos nos leitos de rios e córregos.

Todos os municípios que compõem a APA não apresentam serviço de coleta e tratamento de esgoto, os efluentes são despejados em fossa séptica.

A SANEAGO (Figuras 163 a 165) é a empresa que realiza o tratamento de água nos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, São João D’Aliança e Teresina de Goiás, e conforme a Tabela 69, todos apresentaram aumento no número de ligações de água no período de 2010 a 2013. O tratamento de água nos municípios de Colinas do Sul e Nova Roma é realizado pelas suas respectivas prefeituras, a captação é realizada por gravidade e a população não paga por esses serviços.

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Tabela 69 - Ligações de Água, extensão de rede de água / ligações de esgoto, extensão de rede coletora de esgoto no período de 2010/2013 Alto Paraíso de Goiás 2010 2011 2012 2013 Água-Ligação (nº) 2.251 2.316 2.386 2.477 Extensão de rede de água 54.318 54.318 54.318 54.622 (m) Cavalcante 2010 2011 2012 2013 Água-Ligação (nº) 1.911 2.006 2.062 2.121 Extensão de rede de água 31.886 31.886 31.886 32.987 (m) São João D’Aliança 2010 2011 2012 2013 Água-Ligação (nº) 1.963 2.097 2.222 2.343 Extensão de rede de água 38.535 38.535 42.873 43.563 (m) Teresina de Goiás 2010 2011 2012 2013 Água-Ligação (nº) 764 785 810 819 Extensão de rede de água 13.455 13.455 13.455 13.822 (m) Fonte: SEGPLAN-GO/ IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos

A destinação dada aos resíduos sólidos urbanos e os efeitos decorrentes desse arranjo inadequado ocorre em todos os municípios da APA, tendo em vista que nenhum possui Aterro Sanitário, somente lixão (Figuras 166 a 169). Esses serviços que são de responsabilidade do poder público municipal, quando corretamente ofertados à sua população, proporcionam, dentre outros fatores, mais saúde, melhor qualidade de vida, desenvolvimento sociocultural e econômico, tornando-se referencial para ações de outros governos.

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Figura 163 - Captação de água de Figura 164 - Lixão de Cavalcante Cavalcante

Figura 165 - Captação de água de Teresina Figura 166 - Lixão de Teresina de Goiás de Goiás

Figura 167 - Coleta Seletiva em Nova Roma Figura 168 - Lixão de Colinas de Sul de Goiás

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Figura 169 - Lixão de Alto Paraíso de Goiás

2.2.4.3.6 Meios de transporte e comunicação O Estado de Goiás é dotado de extensa infraestrutura de portos, rodovias e ferrovias. Sua extensa malha rodoviária é composta de 25 mil km de rodovias, das quais, 53,2% são pavimentadas. As principais rodovias federais do Estado são a BR-153 que atravessa toda sua extensão ligando o Norte ao Sul do País, a BR-060, que liga Goiânia a Brasília e ao Sudoeste goiano e a BR-050, que liga o Distrito Federal ao Sul do Brasil. Segundo o IMB, Goiás dispõe também de 685km da Ferrovia Centro-Atlântica que atende à região do Sudeste do Estado e o Distrito Federal. A Ferrovia Norte-Sul, em construção, com o papel fundamental de mudar o perfil econômico do Brasil Central, terá em território goiano 1.200km, onde atravessará as regiões Norte, Central e o pujante Sudoeste do Estado de Goiás. As obras do trecho Anápolis (GO)-Uruaçu (GO) estavam 98,3% concluídas, e as do trecho Uruaçu (GO)-Palmas (TO), 90,8% concluídas, em dezembro de 2011. Foi anunciado pelo Governo Federal, em janeiro de 2011, o início das obras do ramal Sul da ferrovia que ligará Anápolis (GO) à Estrela D’Oeste (SP), sendo que a conclusão deste trecho está prevista para 2014. Goiás conta também com a Hidrovia Paranaíba –Tietê -Paraná, que se inicia no Porto de São Simão favorecendo de forma econômica e segura o escoamento de parte da produção goiana de grãos. O Complexo Portuário de São Simão, localizado à margem direita do rio Paranaíba, no Sul de Goiás, tem capacidade de armazenagem total de 89.000t e capacidade operacional total de 2.100t/hora.

328 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

O Estado de Goiás conta com alguns aeroportos, mas, o que mais se destaca é o Aeroporto Santa Genoveva, localizado na capital a oito quilômetros do centro da cidade, com fácil acesso às rodovias que ligam a capital goiana aos polos turísticos e industriais do Estado de Goiás. O complexo aeroportuário está preparado para operar aeronaves de médio porte tipo B-737, AirBus 320, B 707 e, eventualmente, B-767. A pista de pouso possui, atualmente, 2.500 por 45 metros. Em 2011, o movimento do aeroporto foi de 2.522.745 passageiros, 5.869.020 toneladas de carga e passaram 64.678 aeronaves. Dos municípios que compõem a APA, apenas Alto Paraíso conta com aeroporto. Todos os municípios estudados dispõem de terminais rodoviários (Figura 170) que realizam diariamente o transporte intermunicipal e estadual.

Figura 170 - Terminal rodoviário de Cavalcante

O acesso aos municípios podem ser realizados através das seguintes rodovias (Figura 171):

 Alto Paraíso de Goiás – dista da capital de 424km, e os principais acessos se dão pela BR-010, BR-020, BR-030 e BR-450;  Cavalcante - dista da capital de 512km, com acesso pela BR-010, BR-020, BR-030 e BR-450;  Colinas do Sul - dista da capital de 396km, com acesso pela GO-237 e BR-414;

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 Nova Roma – dista da capital 567km, com acesso pela GO-241, BR-010, BR-030, BR-020 e BR-450;  São João D’Aliança – dista da capital 356km, com acesso pelas BR-010, BR-020, BR-030, BR-450;  Teresina de Goiás – dista da capital 490km, com acesso pelas BR-010, BR-020, BR-030 e BR-450.

Quanto à infraestrutura de comunicação disponível nos municípios da APA podem ser citados: Agência dos Correios (Figura 171 e 172), rádio (somente no município de Alto Paraíso). Em relação à internet está disponível em todos os municípios. A telefonia fixa e a móvel está presente em todos os municípios, sendo captado o sinal da prestadora VIVO, o sinal da TIM só é viável no município de Nova Roma. Os sinais abertos de televisão são todos captados (Globo, SBT, Record, Bandeirantes, Rede TV, entre outros) através de antena parabólica.

Figura 171 - Agência dos Correios em Figura 172 - Agência dos Correios de Teresina de Goiás Cavalcante

2.2.4.3.7 Assistência social

Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social – MDS todos os municípios da APA de Pouso Alto contam com uma unidade do CRAS - Centro de Referência de Assistência Social (Figuras 173 a 180), entretanto, nenhum possui Unidade do CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social.

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De acordo com os registros de abril de 2014 do Cadastro Único do Programa Bolsa Família, os municípios que compõem a APA de Pouso Alto têm 8.667 famílias cadastradas, deste universo são atendidas 49,83% das famílias, ou seja, 4.319 beneficiários. A Secretaria de Assistência Social desenvolve por meio do CRAS vários programas como o Benefício de Prestação Continuada - BPC, que atende um total de 328 idosos e 515 portadores de deficiência, nos municípios da APA. Além disso a população é beneficiada com vários outros programas (Tabela 70).

Tabela 70 - Programas e Projetos desenvolvidos nos municípios da APA até maio de 2014 Nível Atendimento Programa/Projeto PAIF – Serviço de Proteção Social Básica a Família Federal 3.250

Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo Federal 1.110

Bolsa Família Federal 4.319 Benefício de Prestação Continuada – BPC Federal 843 Equipe Volante Federal 4 Fonte: MDS – Ministério do Desenvolvimento Social

Figura 173 – CRAS de Cavalcante de Goiás Figura 174 - Senhora Dalila Reis Martins – Coordenadora do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

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Figura 175 - Centro de Convivência e Figura 176 - Secretaria Municipal de Ação Fortalecimento de Vínculos de Colinas do Social e Cidadania de São João D’Aliança Sul

Figura 177 - Prefeitura Municipal de Nova Figura 178 - Entrevista com o senhor Roma Alberto Diniz Santiago – Assistente Social do CRAS de Nova Roma

Figura 179 – CRAS de Teresina de Goiás Figura 180 – Joaquim Miranda – Prefeito Municipal de Teresina de Goiás

332 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.5 Fogos e Outras Ocorrências Excepcionais

Os incêndios que ocorrem no interior da APA se originam basicamente da limpeza de pastos e áreas roçadas, sem o devido controle do uso do fogo. Também são comuns os incêndios em pastagens e florestas nas áreas limítrofes às rodovias causados por pessoas trafegando nas rodovias, pelo lançamento de guimbas de cigarro ou até mesmo por acidentes rodoviários. Entre os meses de maio e setembro ocorrem a maioria dos focos de incêndio. É bastante comum na região a ocorrência de incêndios florestais causados pelo uso inadequado do fogo para limpeza de pastagens. Apesar de ser exigida uma autorização do IBAMA para realização para queima controlada, onde devem ser seguidas uma série de recomendações, os proprietários rurais simplesmente ignoram a legislação. A ação do fogo sobre a vegetação natural é um assunto polêmico, fato que gera opiniões diversas sobre o tema, uma vez que o processo separadamente não leva em consideração associações de fatores que envolvem aspectos físicos e também biológicos. Com relação aos fatores biológicos, há de se considerar o tipo de vegetação, se florestal, savânico ou campestre, se são áreas queimadas anual ou esporadicamente, áreas que apresentam alterações antrópicas, como, por exemplo, raleamento da vegetação arbórea, época de reprodução das plantas, densidade da vegetação, composição de espécies, entre outras. Com relação aos aspectos de caráter físico devem ser levados em consideração o período do ano, a hora do dia, o nível de umidade do solo, o tipo de solo e relevo. Estes fatores podem contribuir para elevar ou não a magnitude dos efeitos do fogo sobre a vegetação natural. Desta forma, os incêndios florestais ocorrem por construção de aceiros em largura insuficiente para controlar o fogo ou mesmo pela inexistência de aceiros. Também não são observados os horários mais adequados para a queima, o sentido, o vento, e todos os demais fatores que contribuem para evitar a perda de controle sobre o fogo. Por outro lado, não existe uma cultura de fiscalizar as queimas de pastagens e também existe uma limitação de recursos humanos na região para realizar este tipo de fiscalização, que em vários casos exige a presença de um Perito em Incêndios Florestais. Nos domínios da APA de Pouso Alto predomina vegetação natural conservada com índices que variam de 75% a 87%, prevalecendo as formações savânicas e campestres, com maciços florestais naturalmente esparsos, todos sobre os mais diversos tipos de solo, relevo e umidade. Segundo relatos dos proprietários rurais e também observação de campo, os focos de queimadas são mais intensos nos meses de junho, julho e agosto, meses considerados mais

333 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC secos na região Centro-Oeste e consequentemente da vegetação, especialmente as de feições campestre e savânica, fato que eleva a magnitude da queimada. Por outro lado, naturalmente as espécies vegetais que as compõem possuem mecanismos de proteção como, por exemplo, cascas espessas, gema de crescimento protegidas, xilopódio, estruturas que propiciam a brotação e desenvolvimento após a queimada. Diferentemente das espécies florestais que são mais susceptíveis, que dependendo da intensidade da queimada, pode promover inclusive a morte de espécies e, caso seja um fragmento florestal pequeno com elevada densidade de cipós sobre as copas das árvores, pode promover a morte de todas as espécies. As queimadas anuais para a renovação das pastagens nativas no interior da APA se concentra sobre as área de Savana Arborizada, Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa, fisionomias mais resistentes ao fogo. Eventualmente nessas notam-se indivíduos arbóreos carbonizado, contudo, não chega a promover alterações estruturais nos remanescentes que ainda apresentam feição de vegetação primária com presenças dos vários estratos vegetais, arbóreo, arbustivo-herbáceo em bons níveis de conservação, especialmente nas áreas de mais difícil acesso, extensas porções com a vegetação conservada, fato que contribui para a manutenção do equilíbrio ecológico e conservação de recursos genéticos da flora e fauna regional. A Figura 181 evidencia um pequeno segmento de Savana Arborizada recentemente queimada, para renovação das gramíneas nativas. Nesse local o efeito limitou-se à porção aérea do estrato rasteiro, não causando a morte de indivíduos arbóreos.

Figura 181 - Extensão de Savana Arborizada (Cerrado Ralo) recentemente queimada próximo ao povoado de São José, município de Cavalcante para renovação das espécies que compõem o extrato herbáceo/arbustivo usado na criação extensiva de gado

334 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Diante do exposto e considerando a presença da UC, haverá um aumento do fluxo de pessoas na região, elevando as chances de ocorrer queimada criminosa. Estes aspectos justificam a necessidade de uma fiscalização e um monitoramento da área da APA de Pouso Alto Para evitar que incidentes com incêndios ocorram, é necessário o conhecimento das diferentes paisagens e formas de uso do solo para se propor as medidas de prevenção e combate. Pensando nisso foi elaborado uma carta de risco (Anexo 22 – Mapa Carta de Risco de Incêndios) de queimada com o intuito de hierarquizar as áreas com potencial para a ocorrência de queimadas. O resultado permitirá estabelecer estratégias específicas de prevenção e de combate. Levar informações que visem a conscientização do público alvo representa outra estratégia para se evitar a ocorrência e promover o controle de queimada. Outra etapa é o trabalho de Educação Ambiental junto ao público alvo por meio de distribuição de panfletos informativos e palestras a respeito das queimadas direcionadas aos funcionários e visitantes da APA, abordando o seguinte conteúdo programático básico:

 Principais causas de queimadas;  Ambientes mais propensos a ocorrência de queimadas;  Por que e como prevenir as queimadas?;  Como combater queimadas;  A legislação ambiental e o uso do fogo;  O fogo e os danos ambientais, sociais e econômicos;  O fogo e a extinção local de espécies da flora e da fauna;  Os efeitos das queimadas na qualidade do ar, do solo, das águas;  Quais os benefícios ambientais, sociais e econômicos ao se evitar queimadas. Trata-se de uma estratégia educativa, preventiva e elucidativa acerca de assuntos relacionados a prevenção e combate a queimadas. Também deverá ser realizado o contato direto junto aos proprietários ou responsáveis pelos imóveis que estão localizados na área da APA, não se limitando àqueles que praticam à queima controlada, levando em consideração que no presente caso, os proprietários já estão preparados para executar essa ação, devendo ser estendidas também aos proprietários que não praticam a queima controlada. O combate deve ser feito prioritariamente com equipes especializadas, como, por exemplo, corpo de bombeiros.

335 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.6 Atividades Desenvolvidas

2.2.6.1 Atividades Apropriadas

2.2.6.1.1 Fiscalização Fiscalização é a prática de vigilância constante sobre determinada atividade que tenha seu procedimento regulado por uma lei específica. A APA de Pouso Alto deverá proteger os recursos naturais e a biodiversidade da região e manter a integridade do meio ambiente, bem como assegurar o uso racional dos recursos naturais e seus subprodutos, visando coibir as ações prejudiciais do homem sobre a natureza.

2.2.6.1.2 Pesquisa Na região da APA de Pouso Alto existe um grande interesse pela realização de pesquisas, como monografias, dissertações e teses elaboradas referentes aos aspectos físicos e biológicos da região e também, pesquisas da área social humana.

2.2.6.1.3 Conscientização ambiental A APA de Pouso Alto deverá:  Promover a conscientização do significado da conservação, recuperação e uso adequado dos recursos naturais;  Promover a percepção e compreensão do uso e ocupação do meio ambiente dentro dos princípios de convivência harmoniosa do homem com a natureza.

2.2.6.1.4 Relações Públicas / divulgação O conselho Gestor da APA de Pouso Alto deverá:  Promover a divulgação dos recursos, benefícios e normas da APA para o conhecimento público;  Divulgação ampla das atividades e importância da APA como forma de turismo ecológico;  Confeccionar material de divulgação sobre o zoneamento, áreas de visitação, equipamentos, regulamentos e normas daAPA.

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2.2.6.1.5 Visitação

Para se pensar em uso público da APA de Pouso Alto, há ainda um bom caminho a percorrer, vislumbrado no mínimo a médio e longo prazos. A atratividade da APA é indiscutível, com a diversidade da fauna e outras belezas naturais como: morros e mirantes naturais, cachoeiras e rios. Entretanto, a distância, a dificuldade de acesso são barreiras fortes quando se pensa em desenvolvimento de visitação a APA de Pouso Alto.

2.2.6.2 Atividades ou Situações Conflitantes

2.2.6.2.1 Extrativismo Vegetal Em Alto Paraíso, entre 2011 e 2012 registrou-se uma crescente produção de carvão vegetal, lenha e tora, a partir da exploração da vegetação da Silvicultura. De todos os municípios que compõem a Unidade de Conservação, somente Alto Paraíso apresenta dados de produtos da silvicultura, tendo em vista os dados da vegetação natural não serem representativos. Os demais municípios apresentados na Tabela 71 tratam-se da vegetação natural, pois segundo o IBGE não registra a existência da atividade de silvicultura. Observa-se, também, que trata-se de uma atividade pouco representativa na economia local, tendo gerado menos de R$ 5.250 mil no ano de 2012. Os municípios de Cavalcante, Colinas do Sul, São João D’Aliança e Teresina de Goiás apresentam crescimento no período de 2011 a 2012 na produção de carvão vegetal, madeira em lenha e tora. Somente o município de Nova Roma apresentou uma decrescente produção no mesmo período.

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Tabela 71 - Extrativismo Vegetal - 2011/2012 Carvão Vegetal/ Anos Madeira Lenha / em (m³) Madeira Tora / em (m³) toneladas Alto Paraíso de Goiás 2011 207 163 1.308 2012 600 50.000 6.000 Cavalcante 2011 417 9.853 691 2012 396 10.148 718 Colinas do Sul 2011 70 2.500 90 2012 60 2.600 90 Nova Roma 2011 4.250 3.200 25 2012 -- 3.000 18 São João D’Aliança 2011 99 8.866 294 2012 102 9.663 314 Teresina de Goiás 2011 3 1.553 72 2012 4 1.707 78 Fonte: SEGPLAN-GO/ IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos

2.2.6.2.2 Agricultura e pecuária No início de sua ocupação os municípios tinham como atividade produtiva a mineração, agricultura e pecuária. Depois veio o turismo ecológico, misticismo e esoterismo que envolve a região. Nos municípios da APA, conforme análise do uso de solo, predomina área de pastagem, com intensificação da agricultura no município de São João da Aliança e Alto Paraíso de Goiás. Os conflitos existentes em relação à agricultura e pecuária são grandes, principalmente devido à pressão dos fazendeiros em relação à APA, onde a maioria é contra, de acordo com a Dissertação de Mestrado relacionada à implantação da APA de Pouso Alto, elaborada por Cristiane Meiçó (2006). Cem por cento dos entrevistados do município de Colinas do Sul são contra a APA, justificando a impossibilidade de uso agrícola e pecuário, que segundo os entrevistados configura-se num entrave ao crescimento econômico do município. No município de Cavalcante os moradores foram mais maleáveis, onde não enxerga a APA como um entrave econômico em relação à agricultura e pecuária, mas como algo que se pode retirar grandes benefícios.

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Por iniciativa dos proprietários rurais de Alto Paraíso de Goiás e São João D’Aliança, foi ajuizada uma ação popular, na comarca de Alto Paraíso de Goiás, solicitando liminarmente a paralisação da implantação da APA. Foi concedida em 18/01/2006, porem revogada um ano depois em 16 de Abril de 2007. Os conflitos gerados pelos fazendeiros são em decorrência da Resolução nº051/2005, que suspendia a licença de desmatamento e exploração em propriedades acima de 30ha, localizadas dentro da APA. Desta forma, propriedades que já possuíam áreas plantadas ou em pastagem poderiam continuar com este uso, isso até a finalização do plano de manejo. Notou-se em pesquisa de campo e através de estudos realizados sobre este conflito relacionado a pecuária, agricultura e proteção ambientalm, que fazendeiros não podem cultivar monoculturas e intensificar a produção, porque, segundo eles próprios, não podem desmatar. Outra dificuldade está relacionada à falta de incentivo e assistência técnica.

2.2.6.2.3 Extrativismo mineral No que tange à exploração de recursos minerais, segundo informações do Instituto Mauro Borges, o município de Alto Paraíso, Colinas do Sul, Nova Roma e Teresina de Goiás não há registro a extração de nenhum minério no período de 2011 a 2012, porém em levantamentos de campo foi observado que há extração mineral de forma informal. Em Cavalcante há o registro de extração de 200 (kg) de ouro, no ano de 2012. No município de São João D’Aliança é extraído Siltito para Cerâmica Branca e Manganês, a produção teve um aumento de 4,30% no período de 2011 para 2012, passando de 30.660 toneladas para 32.038 toneladas em 2012. Diante do contexto geológico da APA de Pouso Alto tornou-se evidente a potencialidade de mineralizações, principalmente quando associadas aos Granitos Estaníferos de Goiás, do qual apresentam zonas importantes há muito tempo alvo de atividades mineiras. Segundo Alvarenga et al. (2007) desde o período dos bandeirantes (1750), ocorrem trabalhos mais regulares a partir de 1948, quando precedidas de pesquisas mais detalhadas da pontecilidade mineral, principalmente de minério de ouro nos arredores da cidade de Cavalcante. Por sua vez esse minério é exaustivamente especulado diante do seu valor econômico, tanto em depósitos antigos de origem porfiríticos, metamórficos de contato e precipitados a partir de soluções, principalmente da água do mar, como também associados à depósitos de aluvião, fato são os inúmeros títulos minerários protocolados junto ao DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) para a substância.

339 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Sobressai ainda o registro de minerais com origem em depósitos correlatos, dentro dos limites e entorno da APA, como ouro, estanho, grafita, manganês, níquel, cassiterata, berilo, caulim, tântalo, ferro, fosfato, quartzo, areia e cascalho (DNPM). Minerais desta natureza são largamente pesquisados e por muitas vezes extraídos no setor Norte da APA de Pouso Alto, zona pela qual encontra-se na sua quase totalidade requerida por diversos atores e partições privadas junto ao órgão responsável (DNPM). Extrações de pequena monta são identificadas por vezes em locais esparsos onde o provimento de areia, argila e cascalho é conhecido e por muitas vezes extraídos para fins de construção civil. Não há no entanto largas áreas de extração destas substâncias, contudo são recorrentes no setor Sudeste, Sudoeste e Nordeste da APA. Diante do entendimento litoestratigráfico, da potencialidade e atividades minerais na área foco do estudo, considera-se a extração mineral uma atividade econômica viável com alto potencial, onde grande quantidade de pesquisas encontram-se em curso vislumbrando depósitos minerários de alto valor econômico.

2.2.6.2.4 Caça e pesca ilegais

Toda região do estado de Goiás é fiscalizada pela SEMARH - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado de Goiás.

A caça e pesca predatória são um problema enfrentado por todas as secretarias do Meio Ambiente dos municípios que compõem a APA de Pouso Alto. Segundo os secretários municipais faltam equipamentos e equipes de fiscalização. O município de Colinas do Sul não possui viatura para realizar o patrulhamento rural. Cavalcante e Teresina de Goiás se opuserem a fornecer dados da polícia militar. Os demais municípios (Alto Paraíso de Goiás, Nova Roma e São João D’Aliança), contam com uma viatura para realizar o patrulhamento rural.

2.2.6.2.5 Turismo O turismo em alguns municípios da APA de Pouso Alto já se encontra mais avançado, como no caso dos municípios de Cavalcante e Alto Paraíso, este conta com infraestrutura de hotéis, pousadas, o Centro de Atendimento ao Turista - CAT, organizado, com funcionários para atender os turistas, guia turístico, acesso aos municípios com rodovias asfaltadas. Cavalcante possui mais de 150 cachoeiras catalogadas, porém nem todas com acesso aberto para visitação. Toda esta riqueza em água pode ser apreciada ao visitar os principais atrativos do município como a cachoeira Santa Bárbara, localizada em uma comunidade

340 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC kalunga, as cachoeiras do Rio Prata e a Ponte de Pedra, entre outras. Localizadas na comunidade Kalunga do Engenho, distante a 28km da cidade por estrada de terra, as cachoeiras da Santa Bárbara e Capivara estão entre as mais visitadas. Para chegar até a cachoeira da Santa Bárbara percorrem-se 5km de trilhas passando por uma região onde podem ser vistos alguns sub-tipos de cerrado. Já em Alto Paraíso o astral místico e as incontáveis belezas naturais da Chapada dos Veadeiros fazem do municícpio um ponto de encontro de diversas tribos. Por lá, reúnem-se esotéricos, ecoturistas e aventureiros em perfeita harmonia. Em um cenário contornado por cânions gigantescos, paredões rochosos, rios cristalinos, cachoeiras, piscinas naturais e minas de quartzo. No município de Colinas do Sul o turismo já enfrenta dificuldades, apesar de possuir atrativos turísticos pois o município fica no meio do caminho entre São Jorge (distrito de Alto Paraiso) e Niquelândia, nas proximidades de uma das "pontas" do lago de Serra da Mesa, junto ao rio Tocantinzinho. Preparou-se para ser um pólo de turismo de olho no lago - mas o desastre ecológico de 2001 fez as águas baixarem 9 metros e os investimentos ficaram a espera da volta das águas. A partir de Colinas é possível atingir pontos de turismo às margens do lago, como (12km), Chapada da Visão, Chiqueiro de Pedra e Vale do Lago. Por estrada de terra pode-se contornar a Serra de Santana e o Parque da Chapada, passando pelos povoados do Rio Preto e Capela até chegar a Cavalcante, a falta de políticas públicas e incentivo ao turismo, a infraestrutura local e logística, as vias de acesso que não possuem pavimentação, são fatores que diminui a visitação turística. O CAT existe, mas não funciona, encontra-se fechado sem funcionários. Nos municípios de Nova Roma e Teresina de Goiás o crescimento em relação ao turismo enfrenta dificuldades, sem infraestrutura adequada e políticas públicas voltadas para este setor. Existem na região várias festas folclóricas, cachoeirias porém com pouca divulgação. Todos os municípios da APA sofrem situações conflitantes em relação à falta infraestura na parte de segurança e em atendimento de socorro, não contam com Unidade do Corpo de Bombeiro e falta efetivo policial e os riscos são muitos, pois a maioria dos atrativos turísticos são ecológicos.

2.2.6.2.6 Fogo As queimadas irregulares é um problema enfrentado em todos os municípios abrangidos pela APA de Pouso Alto (Figura 182). Vale ressaltar que nenhum município que compõem a APA possui Unidade do Corpo de Bombeiros.

341 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

As unidades de Corpo de Bombeiros que atendem os casos de emergências dos municípios da APA se deslocam dos municípios de Posse, Niquelândia e Planaltina de Goiás.

Figura 182 - Queimadas na área da APA de Pouso Alto

2.2.6.2.7 Geração de energia elétrica Uma das atividades conflitantes da APA de Pouso Alto são os empreendimentos energéticos impactantes, como Usinas Hidrelétricas e Linhas de Transmissão. A APA de Pouso Alto apresenta diversos rios propícios à instalação de aproveitamentos hidrelétricos. O Plano Nacional de Energia Elétrica (1993 – 2015) da Eletrobrás prevê a construção de 84 usinas hidrelétricas no Estado de Goiás. Já o Inventário Hidrelétrico do rio Tocantinzinho, incluindo seus afluentes, prevê a construção de 16 aproveitamentos hidrelétricos, com potência instalada de 138,75MW. Atualmente existem em fase de construção duas UHEs (UHE Mirador e UHE Colinas), ambas localizadas no rio Tocantinzinho, próximas aos municípios de Colinas do Sul e Alto Paraíso. Estes projetos de usinas provocam muita discussão entre os ambientalistas e moradores da região da APA de Pouso Alto, que alegam que a barragem em si e o lago formado dessas usinas irão irremediavelmente interromper o corredor que o rio Tocantinzinho representa, afetando a dispersão de diversos organismos vivos.

342 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Alegam que desde 1996, três grandes represas hidrelétricas foram instaladas na bacia do rio Tocantins. A Serra da Mesa inundou os rios Tocantins, Bagagem, Tocantinzinho e Maranhão, criando um imenso lago de 170 mil ha, que circunda uma vasta região ao Sul e a Oeste do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV). A Usina Cana Brava, cuja barragem se encontra no rio Tocantins, inundou também boa parte do rio Preto, o principal rio do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - PNCV, onde estão as famosas quedas; a UHE Peixe Angical inundou o rio Paranã, que circunda toda a região ao Leste e Norte do PNCV. Entre a UHE Cana Brava e a UHE Peixe Angical, existe o projeto em fase de estudo socioambientais da UHE São Salvador, que inundará boa parte do que resta do Tocantins e do Paranã. A única bacia que ainda não possui barragens é a dos rios Tocantinzinho e dos Couros, ao Sul do PNCV. Por isso os impactos dos projetos da UHE Mirador e Colinas terão grande relevância regional. Vive-se em uma era de preocupação ambiental e o uso dos recursos energéticos é um dos principais fatores a afetar o ambiente. As fontes de energia fornecem alguns dos elementos mais cruciais na construção de uma sociedade moderna, e tornam possíveis muitas das amenidades de que se desfruta hoje em dia. Porém, a qualidade de vida é medida por outros fatores além dos bens materiais; a saúde e o bem estar humano e a natureza dos sistemas sociais representam papéis importantes, senão fundamentais. Diante disso os conflitos sociais emergem calorosamente frente aos impactos sociais e ambientais que poderão ocorrer na APA de Pouso Alto com a criação de novos empreendimentos, sem a participação popular e sem que sigam a risca o Decreto Nº 5.419, de 7 de Maio de 2001, que dispõe sobre a criação da Área de Proteção Ambiental - APA de Pouso Alto e dá outras providências, como o Art. 4o – “Para resguardar e proteger a integridade da APA de Pouso Alto todos os empreendimentos susceptíveis de provocar modificações e/ou impactos ambientais dentro e num raio de 10km dos limites desta Unidade de Conservação, deverão ser submetidos à anuência da Agência Goiana de Meio Ambiente”. Entre outros decretos.

2.2.7 Visão da Comunidade sobre a Unidade de Conservação

Este diagnóstico trata da Percepção de atores locais da Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto, no Estado de Goiás, Unidade de Conservação de Uso Sustentável. Compõe o Encarte 2 – Diagnóstico da UC / Quadro Socioambiental, no âmbito do estudo para elaboração de seu Plano de Manejo, pela empresa CTE – Centro Tecnológico de Engenharia Ltda.

343 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.1 Introdução

O objetivo do presente diagnóstico é atender o Plano de Trabalho (PT) apresentado pela CTE Engenharia Ltda. à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) do Estado de Goiás, onde se preconiza que no Encarte – 2, dentre outros, deve-se abordar a identificação de situações de conflito, existentes ou potenciais na UC; a visão da comunidade sobre a UC; os grupos de interesse, denominados primários, os que participam diretamente de atividades econômicas dentro da UC, e secundários, estes indiretamente influenciados pela UC; e, ainda a composição de redes de interesses complementares, a fim de identificar prováveis alianças ou possível potencialização de conflitos. Considera-se que, com vistas ao atendimento dos objetivos propostos, os procedimentos metodológicos adotados permitem se fazer importantes inferências, mas que só serão mais abrangentes quando do desenvolvimento das Oficinas de Planejamento nas sedes municipais, quando se terá oportunidade de se contar com a participação do maior número possível de organizações sociais (stakeholders) locais. Neste sentido, este relatório desempenha também a função de instrumento preparatório para as referidas oficinas. Os levantamentos de campo ocorreram no período de 15 a 18 de junho de 2014, nas sedes dos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Nova Roma, São João D’Aliança e, Teresina de Goiás, todos abrangidos pela UC, quando utilizou-se de entrevistas diretas, face to face, e coleta de depoimentos de atores locais, notadamente representantes de organizações sociais (stakeholders), identificados em campo e, cujo escopo de atuação direta ou indireta, tem como referência a APA de Pouso Alto. Nas entrevistas, os depoimentos dos entrevistados foram estimulados pelo pesquisador – sociólogo, a partir do seguinte roteiro: a) Tem conhecimento da APA de Pouso Alto? b) Quais os principais usos atuais em relação aos recursos da APA? c) Quais são as principais demandas atuais das comunidades / grupos sociais / organizações sociais / empresas que atuam na APA, neste município? d) Quais as principais ameaças em relação aos recursos da APA? e) Poderia indicar os conflitos existentes em relação à APA? Os depoimentos colhidos foram transcritos e agrupados por município, de modo a propiciar que, em cada um dos seis abrangidos pela UC, diferenças específicas sejam explicitadas.

344 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Na apresentação dos depoimentos, na medida do possível, procurou-se dissociar as declarações dos entrevistados, a título de preservação de cada um deles, vez que trata-se de questões acentuadamente polêmicas, podendo, por isso mesmo, produzir incompreensões e conflitos. Assim, em cada entrevista, ao invés de nomear o entrevistado, optou-se por enumerá- lo como, por exemplo, Entrevistado 1, 2, e assim sucessivamente. Na análise das informações utilizou-se de referências bibliográficas que tratam diretamente da questão da APA de Pouso Alto. Registros fotográficos ilustram as entrevistas realizadas.

2.2.7.2 A APA de Pouso Alto

A Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, criada pelo Decreto Nº 5.419 de 07 de maio de 2001, pelo Governo do Estado de Goiás, em uma área de 872.000ha, abrangendo os territórios de seis municípios, quais sejam: Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Nova Roma, São João D’Aliança e, Teresina de Goiás. A sede da APA esta localizada no município de Colinas do Sul (Figura 183).

Figura 183 - Sede da APA de Pouso Alto, em Colinas do Sul. Junho de 2014.

345 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Segundo o Art. 1 de seu Decreto de criação, “destina-se a fomentar o desenvolvimento sustentável e a preservar a flora, a fauna, os mananciais, a geologia e o paisagismo da região de Pouso Alto, localizada na Chapada dos Veadeiros, neste Estado.” O Art. 2º trata do memorial descritivo da UC e, o Art. 3º exclui do perímetro de sua abrangência a área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e as sedes municipais. Estabelece-se no Art. 4o que, para proteção da APA de Pouso Alto, todos os empreendimentos susceptíveis de provocar modificações e/ou impactos ambientais dentro e num raio de 10km dos seus limites, deverão ser submetidos à anuência da Agência Goiana de Meio Ambiente. E, no Art. 5o assevera-se que “as atividades permitidas na região da APA de Pouso Alto serão regulamentadas a partir de um zoneamento a ser elaborado sob a coordenação da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado de Goiás, seguida a orientação do Conselho de Gestão, com a participação dos órgãos governamentais e da sociedade civil dos municípios envolvidos. O processo de criação da APA de Pouso Alto pelo governo estadual e seus desdobramentos institucionais a posteriori, inclusive em relação às comunidades e grupos sociais afetados, nos municípios por ela abrangidos, foram amplamente discutidos nos trabalhos de MEIÇÓ (2006), BARBOSA (2008) e, FERREIRA e ALMEIDA (2014). Estes documentos são de leitura necessária para uma melhor compreensão dos conflitos potenciais e manifestos que acompanharam o desenrolar dos acontecimentos ao longo de sua história até a atualidade. Assim, o objetivo do presente relatório não é o de reproduzir a história desta UC, ou mesmo, desenvolver uma nova interpretação dos fatos, mas de analisar os depoimentos colhidos neste levantamento, notadamente com relação à pressão antrópica sobre os recursos da APA, tendo como subsídio as análises realizadas nos trabalhos assinalados. Deve-se, no entanto, destacar alguns pontos marcantes no processo, segundo MEIÇÓ (2006): a) A proposta de criação da APA de Pouso Alto é de autoria da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás (SEMARH), financiada pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e executada pelo Grupo Nativa com o apoio da ONG OCA Brasil (pg. 44); b) Em 2000, foi realizada em Cavalcante uma consulta pública onde se discutiu a implantação da APA, que contou com cerca de 150 pessoas. A reunião, posteriormente, foi contestada quanto a falta de representação e legitimidade (pg.44);

346 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

c) Em 07 de maio de 2001, o então governador Marconi Ferreira Perillo assina o Decreto 5.419 de criação da APA de Pouso Alto, com 872 mil hectares (pg. 45); d) Em setembro de 2001, o então presidente Fernando Henrique Cardoso assina Decreto de ampliação do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (PNCV) de 60 mil hectares para 235 mil hectares.(pg. 47); e) Com o objetivo de contestar o Decreto presidencial, proprietários rurais, trabalhadores rurais e moradores fundaram, em 2001, a Associação Cidadania, Transparência e Participação (ACTP) (pg. 47); f) A ampliação do PNCV garantiu o título de Patrimônio Natural da Humanidade, conferido pela UNESCO, em 2001; g) Em 2002, a ACTP entrou com mandato de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF); h) Em 2003, o STF declarou nulo o Decreto presidencial de ampliação do PNCV; i) Em 2005, após mais de 1 ano de discussão envolvendo a Agência Ambiental de Goiás (AGMA), Ministério Público do Estado de Goiás e Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Goiás, o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEMAm), aprovou a Resolução 051/2005, segundo a qual ficava suspensa a emissão e renovação de licença de exploração e / ou supressão vegetal de qualquer natureza, em área acima de 30 hectares, localizada na APA de Pouso Alto; j) Em 2005, a AGMA contrata a empresa Boursheid de Porto Alegre, iniciando-se a elaboração do Plano de Manejo da APA e instalação do seu Conselho Consultivo. A empresa seria paga pela AGMA com o dinheiro da compensação ambiental da empresa Transmissora Sudeste Nordeste (TSN). (pg. 52). O contrato entre AGMA e a empresa Boursheid foi encerrado, ficando o Plano de Manejo inconcluso; k) Em Abril de 2014, por meio de licitação, a empresa CTE Engenharia Ltda., de Goiânia, é contratada pela SEMARH para a sua conclusão, processo que ora encontra-se em andamento.

2.2.7.3 Entrevistados e Depoimentos

2.2.7.3.1 Município de Cavalcante

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Tabela 72 - Relação de entrevistados Contatos Nome Formação Organização Abrangência Posição Telefone E-mail Vilmar Souza Costa Graduado em Associação Cavalcante, Presidente (062) 9646-4029 / [email protected] Ciências da Quilombo Teresina de (061) 9909-3863 Natureza e Kalunga (AQK) Goiás e Monte Matemática – UNB Alegre Josélia Batista Dias Graduação em Secretaria Municipal Chefe de Gabinete (62) 9992-3046 [email protected] Administração Municipal de da Secretaria de Meio Ambiente Meio Ambiente Pedro Ferreira Peres Ensino Médio Secretaria Municipal (62) 9689-1574 [email protected] Completo Municipal de Secretário Meio Ambiente Ricardo Alexandre Técnico Secretaria de Secretário 62 – 9923 – 2334 [email protected] Gerais Agropecuário Agricultura Yuri Poeck da Costa - Centro de Municipal Atendente (62) 3494-1507 [email protected] Atendimento ao Turista - CAT Rosa Maria da Silva - Sindicato dos Municipal Presidente Tel: (62) 3494-156 / [email protected] Machado Produtores Rurais (61) 9668-7911 de Cavalcante Joseni Fernandes M. de - Sindicato dos Cavalcante e Presidente 62 – 9945 – 7336 – [email protected] Castro Trabalhadores e Teresina de 61 – 9622 – 8528 Trabalhadoras Goiás Rurais de Cavalcante e Teresina de Goiás

Dalila Reis Martins Técnica em Meio Associação Cavalcante, Representante 62 – 9852 – 8686 [email protected] Ambiente pelo IFG Quilombo Teresina de Afrocultural da no Kalunga (AQK) Goiás e Monte Conselho do Alegre Parque Nacional Chapada dos Veadeiros;

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Entrevista com o Sr. Vilmar Souza Costa. Entrevista com a Sra. Dalila Reis Martins. Cavalcante, junho de 2014. Cavalcante, junho de 2014.

Entrevista com o Sr. Pedro Ferreira e Josélia Entrevista com o Sr. Ricardo Alexandre Batista Dias. Cavalcante, junho de 2014. Garcia Galvão. Cavalcante, junho de 2014.

Entrevista com a Sra. Rosa Maria da Silva Entrevista com a Sra. Joseni F. M. de Castro. Machado. Cavalcante, junho de 2014. Cavalcante, junho de 2014.

Entrevista com o Sr. Yuri Poeck da Costa. Cavalcante, junho de 2014. Figura 184 – Entrevistas realizadas no município de Cavalcante

349 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

A entrevista com a Sra. Joseni F. M. de Castro, presidente do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Cavalcante não se realizou, visto que manifestou desconhecer a questão da APA de Pouso Alto.

2.2.7.3.1.1 Entrevistado 1

Já ouviu falar da APA de Pouso Alto, mas sem muito conhecimento técnico. O uso que a comunidade Kalunga faz na área da APA destina-se à agropecuária de subsistência por meio da “roça de toco”, algumas delas em cabeceira de rio, mas para a qual o desmatamento é insignificante. Mas há desmatamento ilegal de pequi, baru e sucupira, por meio de aliciamento de pessoas da comunidade Kalunga. O destino da madeira é o mercado local e regional. Há também atividade garimpeira ilegal (são3 balsas no rio Paranã, entre Salinas e ). Após o rio João, 35km da sede de Cavalcante, há atividade de mineração, em direção ao vão do Moleque. Registra-se também práticas de pescaria e caça ilegais. Segundo o entrevistado, os conflitos surgem, em grande medida, por desinformação da comunidade e por falta representação e orientação institucional da APA em Cavalcante. Uma das grandes ameaças é a utilização das águas para a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), a exemplo da PCH Santa Mônica, no rio das Almas. A lentidão da solução da questão fundiária com relação ao território Kalunga de 253 mil ha, aproximadamente, abrangendo 400 fazendas é uma das grandes fontes de insatisfação e conflito. Tem causado profunda decepção e descontentamento o fato de o DNIT alegar que o trajeto da BR-010 – Brasília – Palmas não poderá passar pela sede municipal de Cavalcante e mais próximo das comunidades Kalunga, por causa da APA. Segundo as reivindicações, o trajeto retiraria a sede de Cavalcante e as comunidades Kalunga do isolamento, beneficiando diretamente em torno de 550 famílias Kalunga.

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2.2.7.3.1.2 Entrevistado 2

Tem acompanhado as discussões em relação à APA de Pouso Alto. Há muitos garimpos irregulares, sem qualquer controle. Há demanda do sindicato pela regularização. Há várias empresas, atualmente paralisadas por conta da APA, quais sejam: ZEUS MINERAÇÃO, BASSMAN, FAZENDA PH - MINERAÇÃO, PENERY MINERAÇÃO, TAMBORIL MANGANÊS LTDA. Há extração de areia lavada, cujo destino é o mercado local em maior parte para Brasília. Dizem que têm licença do IBAMA. Na APA praticamente não tem atividade agrícola, mas somente “roça de toco”, de subsistência. A pecuária é praticada com gado solto no Cerrado, mas há também criação em pastos formados, em especial, na saída para Colinas do Sul, em cerca de 20 fazendas. Há extração ilegal de madeira (desmatamento irregular com a finalidade de construção de cerca, curral, construção civil, etc.). Não há uma empresa ou grupo social específico, mas individualmente pessoas intermediadoras, que atuam junto aos Kalungas, em cuja região a exploração é maior. Há corte de pequi, sucupira e baru. Com relação às demandas, informam que há pela construção de hidrelétrica, como a PCH Santa Mônica, no rio das almas; os fazendeiros demandam a formação de pasto; e a comunidade demanda a rodovia BR-010 (Brasília – Palmas),passando por Cavalcante e comunidades Kalunga, vez que, no projeto original,não tira Cavalcante do isolamento. Toda a comunidade quer que a rodovia passe pela cidade e próximo ao território Kalunga; o DNIT alega custos e impactos ambientais na APA. Há resistências de segmentos que atuam na APA, como o Sindicato dos Garimpeiros. Toda vez que há reunião, todos reclamam da APA, vez que restritiva, causando ônus social (não gerando empregos), econômico (não gerando renda) e institucional (não ampliando a arrecadação de tributos). Por vezes produtores compram a fazenda e depois se dão conta que não podem desmatar por conta da restrição da APA. A maioria, ou grande parte das pessoas de Cavalcante não aceita restrição com relação ao uso do solo as APA. A discussão vem desde 2005. A APA foi imposta!

351 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.3.1.3 Entrevistado 3

O entrevistado acompanha as discussões acerca da APA de Pouso Alto. Hoje há na APA, lavoura de subsistência e pecuária extensiva. Os grandes produtores demandam área de pasto. Os conflitos fortes são com produtores e trabalhadores em relação a questão do “corte zero”. Inicialmente houve radicalização. A questão foi revista, mas até hoje não se sabe direito o que de fato é permitido. Em 2010 houve reunião em Colinas no Sul, onde se explicitou forte radicalismo em relação à questão. Os conflitos podem se acentuar, pois poderá ocorrer desvalorização das terras, dependendo do Plano de Manejo que se produzir.

2.2.7.3.1.4 Entrevistado 4

Não revelou amplo domínio sobre o processo de criação da APA e seus desdobramentos institucionais. A demanda é grande, pois APA é muito utilizada; há muitos atrativos naturais: cachoeiras (águas de um modo geral); mirantes; canionismo por dentro das cachoeiras; mirantes. Muitas associações, como a de artesões, de guias, de pousadeiros, a Kalunga tem amplo interesse na preservação da APA e sua utilização para finalidades turísticas e afins. Dentre os conflitos existentes, destaca a falta de interação e integração do setor com a comunidade.

2.2.7.3.1.5 Entrevistado 5

O entrevistado revelou-se com amplo conhecimento e interesse pelo processo de criação da APA e, também, de outros parques chamados de “corte zero”, como os que a SEMARH estaria propondo, notadamente o Parque São Félix, o Parque São Bartolomeu e o Parque Serra da Prata (Aenxo 23, 24 e 25). Estamos de pleno acordo com a APA de Pouso Alto, vez que de uso sustentável. Hoje nela se desenvolve somente agricultura de subsistência o que faz com que 95% do município estejam preservados. Deve-se continuar como está. Mas estão propondo agora mais três parques estaduais com “corte zero”, sendo dois deles em Cavalcante, dentro da APA: o São Félix e o São Bartolomeu. Se juntar o Parque

352 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Nacional da Chapada dos Veadeiros mais o território Kalunga, mais os dois parques, o que irá sobrar para os produtores? Os produtores não aceitam parque estadual com “corte zero”; por que toda reserva de “corte zero” tem que ser em Cavalcante? Como as pessoas vão viver? A população não aceita! A população de produtores tem procurado o sindicato. A APA de Pouso Alto não é problema, mas os parques de “corte zero” sim. O governador esteve na semana passada na cidade, na Mineradora Zeus e disse que não tem conhecimento sobre os parques... O estudo dos parques foi feito pela FUNATURA e atingirão Cavalcante, Alto Paraíso, Monte Alegre, Nova Roma, São Domingos, Niquelândia.

2.2.7.3.1.6 Entrevistado 6

A entrevistada se disse a par das discussões e polêmicas sobre a APA de Pouso Alto, mas centrou sua fala na demanda da comunidade Kalunga em relação à BR-010, que ligará BSB a Palmas. A comunidade Kalunga quer que a rodovia passe pela sede de Cavalcante, Vão do Moleque, cidade de Paranã e Palmas. O DNIT diz que a APA não permite, a terraplanagem seria difícil, o impacto ambiental seria maior. A comunidade solicitou que o DNIT conversasse com a AGETOP. Em abril de 2014 ocorreu uma reunião da comunidade com o DNIT. Até então quase ninguém se importava para a questão da APA; não se tinha conhecimento sobre ela. Só então, após a reunião, é que a comunidade se atentou para a APA. O engenheiro ambiental disse que a APA não permite mudar o traçado da rodovia. A comunidade entrou em contato com a Fundação Palmares para viabilizar a reunião entre a AGETOP e o DNIT.A Palmares não dá assistência... O DNIT procurou a Palmares para intermediar a negociação da comunidade quilombola para o projeto original que vai passar por Monte Alegre e por terras Kalunga, mas que vai beneficiar somente alguns fazendeiros e não a maior parte da comunidade (80%). A produção da roça sai por Goiânia e não pelo Tocantins, 70% da comunidade quilombola estão na APA.

353 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.3.2 Município de Teresina de Goiás

Tabela 73 - Relação de entrevistados Contatos Nome Formação Organização Abrangência Posição Telefone E-mail Silvalina Alves dos Santos Ensino Médio Associação dos Municipal Presidente (62) 9949 - 9213 - Completo Agricultores Familiares de Teresina de Goiás (AFETEG). Josué Faustino de Souza Ensino - Associação Cultural Membro (62)9841-9817. - Fundamental Domínio Descendente Completo – Monte Alegre, Teresina de Goiás e Cavalcante. Teresina de Goiás. Joaquim Miranda - Prefeitura de Teresina de Municipal Prefeito - - Goiás Valtenes Claudino Rezende - Secretaria de Transporte Municipal Secretário - - de Teresina

354 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Entrevista com a Sra. Silvalina Alves dos Entrevista com o Sr. Josué Faustino de Santos. Teresina de Goiás, junho 2014. Souza. Teresina de Goiás, junho 2014.

Entrevista com o Sr. Joaquim Miranda. Entrevista com o Sr. Valtenes Claudino Teresina de Goiás, junho 2014. Rezende. Teresina de Goiás, junho 2014. Figura 185 – Entrevistas realizadas no município de Teresina de Goiás

2.2.7.3.2.1 Entrevistado 1

A entrevistada revelou que pouco sabe sobre a APA de Pouso Alto e não tem informação sobre conflitos em relação à APA. Em Terezina a produção rural é pequena, predomina pequenos produtores, não há grandes áreas de pasto; há horta, madeira, cana, etc.; não há grande produção; e não há sindicato de produtores rurais.

2.2.7.3.2.2 Entrevistado 2

O entrevistado revelou que acompanha as discussões sobre a APA de Pouso Alto. A matéria prima do artesanato é do Cerrado da APA;a melhor alternativa de uso é o ecoturismo, o extrativismo e a cultura local. No município já houve manifestação contra a APA; queriam a liberação de área para pasto, pecuária; carvoaria.

355 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.3.2.3 Entrevistado 3

Revelou-se conhecedor das discussões sobre a APA de Pouso Alto. Em Teresina de Goiás não tem agricultura, pecuária, etc. O pouco que há é de subsistência. O município é muito pobre e as pessoas carentes; os programas do governo é que seguram um pouco a situação. Metade do município está na área Kalunga. Há retirada de madeira (aroeira, jatobá, etc.) ilegal, para venda, no interior da própria comunidade. Há garimpo de ouro, cristal e manganês, e são muitos. Todas as Serras em volta da cidade são áreas registradas no DNPM pela Vale do Rio Doce. Não há 5% de pastagem; é o município com mais área preservada do estado. O pessoal parou com as atividades nas fazendas que seriam desapropriadas para compor o território Kalunga. Travou tudo e a situação continua indefinida. Prefeito: O IBAMA multa a prefeitura, como? Governo multando governo...

2.2.7.3.2.4 Entrevistado 4

O entrevistado limitou-se a manifestar que no município de Teresina de Goiás há total desinformação com relação à existência da APA.

356 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.3.3 Municipio de Nova Roma Tabela 74 - Relação de entrevistados Contatos Nome Formação Organização Abrangência Posição Telefone E-mail Mirian Leite São José Sampaio Psicopedagoga Prefeitura Municipal Prefeita (62) 9696-0367 [email protected] Municipal de Nova Roma Eleuses Rodrigues Gonzaga Ensino Médio Prefeitura Municipal Vice prefeito (62) 9934-5443 (61) Completo Municipal de 9806-5443 Nova Roma Astrogildo Ferreira Gomes - Sindicato dos Municipal Presidente Trabalhadores Rurais de Nova Roma Mirim Topógrafo Conselho Municipal Ex (62) 9962-0761 Municipal de presidente Meio Ambiente

357 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Entrevista com a Sra. Mírian Leite São José Entrevista com o Sr. Astrogildo Ferreira Sampaio. Nova Roma, junho de 2014. Gomes. Nova Roma, junho de 2014.

Entrevista com a Sr. Eleuses Rodrigues Entrevista com o Sr. Mirim. Nova Roma, Gonzaga. Nova Roma, junho de 2014. junho de 2014. Figura 186 - Entrevistas realizadas no município de Nova Roma

2.2.7.3.3.1 Entrevistado 1

O entrevistado revelou conhecimento mediano sobre a questão da APA no município de Nova Roma. O uso atual é com “roça de toco”; agropecuária de subsistência. No período de seca os agricultores sobem com o gado para a área da APA (na chapada). Na área da APA há desvalorização das terras, pois quando se sabe que está na área da APA, perde-se o interesse da compra... Todos querem saber se a terra a venda está na área da APA.

2.2.7.3.3.2 Entrevistado 2

Do mesmo modo que o entrevistado 1, apresentou conhecimento mediano sobre a questão da APA no município de Nova Roma, inclusive de sua exata localização. Há receios de restrições de uso na APA.

358 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Em 2013 foi feita uma reunião em Nova Roma para criação de um parque “corte zero”. A população não concordou, causou verdadeira comoção na população. Parque São Bartolomeu (corte zero).

2.2.7.3.3.3 Entrevistado 3

O entrevistado mostrou pouco conhecimento a respeito da APA. O uso na área da APA é com pecuária extensiva, com pouco pasto e a maior parte com capim nativo. Não conhece a área da APA. Não tem noticia de conflitos de uso e ocupação na APA

2.2.7.3.3.4 Entrevistado 4

O entrevistado revelou que conhece bem a região da APA de Pouso Alto no município de Nova Roma. Na região do Tapa Olho, da APA, são muitos posseiros titulados. Não há conflito de uso. A grande maioria não sabe da APA Já quanto ao Parque Estadual São Bartolomeu há conflitos pelo “corte zero”.

359 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.3.4 Município de Colinas do Sul

Tabela 75 - Relação de entrevistados Contatos Nome Formação Organização Abrangência Posição Telefone E-mail Alan Cardek Xavier de Matos - Secretaria de Municipal Secretário (62) 3486 – 1117 / (62) [email protected] Turismo e Meio 9627 – 4477 Ambiente

Valdivino Paulino de Sousa - Sindicato de Municipal Presidente (62) 9651-6760 Trabalhadores Rurais de Colinas do sul / Associação dos Agricultores Familiares Nova Vida – Assentamento Angico / Ex vereador Saulo Rafael de Araujo Silva. Superior AGRODEFESA em Municipal Servidor (62) 9687-0234 [email protected] Colinas do Sul.

360 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Entrevista com o Sr. Alan Cardeck Xavier de Entrevista com o Sr. Valdivino Paulino de Matos. Colinas do Sul, junho de 2014. Souza. Colinas do Sul, junho de 2014.

Entrevista com o Sr. Saulo Rafael de Araujo Silva. Colinas do Sul, junho de 2014. Figura 187 – Entrevistas realizadas no município de Colinas do Sul

2.2.7.3.4.1 Entrevistado 1

O entrevistado revelou que acompanha as discussões a respeito da APA de Pouso Alto, cuja sede encontra-se em Colinas do Sul. O efeito da APA no município tem sido bastante grave. Por exemplo, a CELG argumenta que não pode dar continuidade ao programa Luz para Todos devido à APA, já que não pode desmatar. Aí, o produtor fica na mão, pois falta energia para irrigação, tanque de leite, conservação de produtos de origem vegetal e animal, etc. Pousadas foram construídas, mas não têm energia..., draga para tirar areia não está sendo liberado... Acabou a atividade de carvoaria; o produtor quer fazer pasto, mas não pode... Mas, afinal, o quanto é possível desmatar? Tampouco se sabe... Barragem: não pode... Como fazer tanque escavado para criação de peixe?

361 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Há extração de areia, manganês e ferro: uma empresa (uma pessoa de São Paulo) já extraiu manganês na fazenda Samambaia. Hoje está parado por falta de rodovia, infraestrutura, etc. Há várias áreas sugeridas no DNPM. PCHs: os ambientalistas são contra as da Bacia do Tocantinzinho e do Rio Preto. No Tocantinzinho a RIALMA já teria comprado as áreas para instalação das PCHs. Destinação do lixo nas áreas da APA, se não pode lá, prá onde levar? Os principais grupos de pressão em Colinas do Sul são Sindicatos e ambientalistas.

2.2.7.3.4.2 Entrevistado 2

O entrevistado revelou que tem amplo conhecimento sobre a APA de Pouso Alto. Para os trabalhadores e pequenos produtores, os problemas são os mesmos, só pode desmatar 30ha da propriedade, o que praticamente equivale a “corte zero”. E os produtores rejeitam o “corte zero” e a APA. Tem uma sede da APA em Colinas. A administração da prefeitura é que cuida. Isso quase custou a reeleição do atual prefeito Iram do Lago Ferreira. O funcionário é pago pela prefeitura. No local faz-se reunião da comunidade (assentamento, meio ambiente, etc.). Só não há reunião da APA... O pessoal quer vender as fazendas e ninguém quer comprar por conta da APA. Não se pode abrir estradas para as propriedades, por exemplo, no rio São Miguel. Já foi cancelado um projeto de assentamento na Fazenda Samambaia, do Banco do Brasil para 30 famílias e não foi aprovado por causa da APA. Deve haver compensação aos produtores para preservar. Serra da Mesa até hoje não executou o PACUERA.

2.2.7.3.4.3 Entrevistado 3

O entrevistado, por estar no município há apenas 3 anos, conhece pouco da APA de Pouso Alto. Hoje há muita desinformação do produtor que quer pasto a todo custo. A visão do meio ambiente é como algo restritivo. O Plano de Manejo é uma demanda local há muito tempo. A visão é de que quer criar gado, mas o governo não deixa...

362 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

A população que vive na roça não é jovem; a juventude vai embora para Formosa, Goianésia, Anápolis, etc. Portanto, não há visão de futuro na roça em Colinas do Sul. Nas fazendas é comum o uso de ROUNDUP, herbicida a base de glifosato para controle de pasto e erva daninha.

363 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.3.5 Município de Alto Paraíso de Goiás

Tabela 76 - Relação de entrevistados Contatos Nome Formação Organização Abrangência Posição Telefone E-mail Marlon Rogério Bandeira Ensino Secretaria Municipal Secretário 62 – 3446-1249 / 62 – [email protected] Médio municipal de 9659 – 1656 Completo agricultura e meio ambiente Paulo Maluhy Superior Instituto OCA Regional Diretor presidente 11 – 99183 – 9446 [email protected] – Brasil [email protected] Marcos Saboya Superior Rede de Local Conselheiro do (62) 9668-9422 [email protected] Integração Verde Conselho Gestor da (RIVE)/ APA de Pouso Alto, e representa a Sociedade Civil de Entidades Ambientalistas Jair Pereira Barbosa Júnior Superior CONDEMA Local Presidente (62) 3446 -2053 / (62) [email protected] Conselho 3446 - 1249 Municipal de Defesa do Meio Ambiente Fernando da Silva Superior Secretaria Local Secretário (62) 9668-0159 [email protected] Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico Leonardo Ribeiro Superior Sindicato Rural de Local / Presidente (62) 3096 – 2236 [email protected] Alto Paraíso / Estadual (62) 8169-9889 Federação da Agricultura do Estado de Goiás

364 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Entrevista com o Sr. Marlon Rogério Entrevista com o Sr. Paulo Maluhy. Alto Bandeira. Alto Paraíso de Goiás, junho de Paraíso de Goiás, junho de 2014. 2014.

Entrevista com o Sr. Marcus Saboya. Alto Entrevista com o Sr. Jair Pereira Barbosa Paraíso de Goiás, junho de 2014. Júnior. Alto Paraíso de Goiás, junho de 2014.

Entrevista com o Sr. Leonardo Ribeiro. Entrevista com o Sr. Fernando da Silva Goiânia, junho de 2014. Couto. Alto Paraíso de Goiás, junho de 2014.

Figura 188 - Entrevistas realizadas no município de Alto Paraíso de Goiás

365 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.3.5.1 Entrevistado 1

O entrevistado revelou que conhece bem as questões relativas à APA de Pouso Alto. Inicialmente a população rural ficou perplexa, pois não se sabia como proceder. Chegou-se a dizer “Para tudo!” Com o tempo, as audiências e tratativas institucionais, os produtores hoje querem o Plano de Manejo logo, mas com a participação de todos os segmentos na sua elaboração. Querem ser ouvidos. As PCHs da RIALMA no Tocantinzinho são um problema, e grande parte, especialmente de ambientalistas, é contra.

2.2.7.3.5.2 Entrevistado 2

O entrevistado conhece bem as questões relativas à APA de Pouso Alto, desde a sua criação. A desinformação é generalizada, já houve manifestação contra a APA, a partir do Sindicato Rural. O governo deveria titular imediatamente a APA e, em seguida, dialogar com o pessoal do Sindicato Rural. A região tem o título emitido pela UNESCO de Patrimônio Natural da Humanidade. Sua importância e significado ambiental é mundial. O Zoneamento Ecológico Econômico tem que ser elaborado logo... Há indisposição generalizada em relação aos parques. A relação com a APA tem que ter uma semente de benefício para o pessoal como, por exemplo, a regularização fundiária.

2.2.7.3.5.3 Entrevistado 3

O entrevistado conhece bem as questões relativas à APA de Pouso Alto, desde a sua criação. Faltam serviços ambientais; a APA é o maior ativo ambiental do Estado de Goiás. Os ativos ambientais, quando devidamente valorizados, são maiores que a agropecuária, mineração, PCH, etc. Tem que se elaborar o Zoneamento Ecológico Econômico com a maior urgência. A região é reserva da biosfera mundial; está entre as 30 regiões ambientalmente mais importantes do planeta.

366 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Hoje há três ameaças contra a APA, quais sejam: o avanço da fronteira agrícola e a indústria agrícola, em especial da soja com pulverização de área em Alto Paraíso; as PCHs e, a mineração. A pecuária não é inimiga do meio ambiente. A regularização fundiária é uma demanda forte e que tem gerado conflitos com o estado

2.2.7.3.5.4 Entrevistado 4

O entrevistado conhece bem as questões relativas à APA de Pouso Alto, desde a sua criação. A APA é uma demanda antiga de Alto Paraíso; Houve resistência por parte dos produtores e aprovação dos ambientalistas; No Governo FHC derrubou-se a ampliação do PNC dos Veadeiros no STF; Há fortes expectativas das entidades ambientalistas pelo Plano de Manejo e ZEE. Há um problema fundiário que ainda não foi resolvido; As pessoas pensam que quando há alguma questão relativa à preservação ambiental, é para prejudicá-las. Não veem na APA uma oportunidade. As reuniões para a implantação dos parques foram muito ruins; literalmente botaram o pessoal prá correr. As pessoas em geral apoiam a ideia da APA, mas não há consenso.

2.2.7.3.5.5 Entrevistado 5

O entrevistado disse que conhece bem as questões relativas à APA de Pouso Alto, desde a sua criação. O principal problema é a não implantação da APA; travou o município. A sociedade cobra da prefeitura. Falta representação institucional da APA no município. Não há qualquer incentivo para o pessoal que vive na área da APA. - Tem que oferecer incentivo a todos, inclusive produtores rurais. A regularização fundiária é fundamental inclusive para acesso a recursos de programas oficiais.

367 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.3.5.6 Entrevistado 6

O entrevistado revelou que tem pleno domínio da questão da APA de Pouso Alto, desde a sua criação. Desde o início, o processo da APA gerou desconfianças; não houve um diálogo adequado na discussão da APA. É preciso equilíbrio, coerência e bom senso no encaminhamento da questão da APA. O que ocorreu? Criou-se uma APA sem a devida transparência e envolvimento dos diversos segmentos sociais. O Conselho Estadual de Meio Ambiente limitou a 30ha a licença para supressão vegetal, até que se concluísse o Plano de Manejo da APA. A decisão é de 2006 e, no entanto, o Plano de Manejo não foi concluído até hoje, 2014. Há processos de solicitação de desmatamento de 2010, e até hoje não saiu... A necessidade do desmatamento é, inicialmente, para a pecuária e depois, incorpora-se a área à agricultura. Foi sugerido ao CEMAM. A ampliação da área de desmatamento para até 200ha, em 2010, uma solicitação do Sindicato de Produtores Rurais de Alto Paraíso através da FIEG Criou-se uma situação de conflito pela forma como a APA foi criada; criou-se uma situação de insegurança jurídica. Deve-se realizar o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) adequado, a partir do estudo das potencialidades. Não se pode restringir tudo. Há insegurança jurídica e insegurança institucional; o Conselho da APA não funciona. Os proprietários da parte Sul de Alto paraíso e a parte de São João D’Aliança na APA vão solicitar exclusão dessas áreas da APA, pois há profunda desconfiança com relação ao futuro Plano de Manejo.

368 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.7.3.6 Município de São João D’Aliança

Tabela 77 - Relação de entrevistados Contatos Nome Formação Organização Abrangência Posição Telefone E-mail Ervino Otto - Secretaria Municipal de Municipal Secretário (62) 3438 – 1944 / [email protected] Dieter Agricultura, Meio (62) 9955 - 3072 Ambiente e Turismo Justino - Sindicado Rural de São Municipal Presidente (62) 3438 - 1427 - Felício Perius João D’Aliança

369 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Entrevista com o Sr. Ervino Otto Dieter. São Entrevista com o Sr. Justino Felício Perius. João D’Aliança, junho de 2014. São João D’Aliança, junho de 2014. Figura 189 - Entrevistas realizadas no município de São João D’Aliança

2.2.7.3.6.1 Entrevistado 1

O entrevistado disse que possui razoável conhecimento da APA de Pouso Alto e da região de São João D’Aliança que ela abrange. No começo, em 2005, houve muita resistência do pessoal aqui no município; hoje há ainda resistência e medo devido a restrição de uso do solo, especialmente por parte dos produtores. Hoje há muitas dúvidas, pois ninguém conhece a regulamentação da APA. Na área da APA há muito uso com agricultura; plantação de eucalipto, pivô central, feijão, soja, milho, em médias e grandes propriedades. Há três comunidades dentro da APA: Bandeira e Vereda (povoados), Distrito do Forte, território remanescente quilombola e, dois assentamentos: Serra Bonita e Lajes. A APA abrange cerca de 20% da área do município. Há fortes diferenças entre os moradores da APA de São João D’Aliança e ambientalistas de Alto Paraíso Há receio da compra de imóveis por acusa da APA. O receio é comprar e não poder usar por conta das restrições que possam surgir.

2.2.7.3.6.2 Entrevistado 2

O entrevistado disse que possui bastante conhecimento da APA de Pouso Alto e da região de São João D’Aliança que ela abrange. No início houve muita resistência, e ainda hoje estão todos com o “pé atrás”. É preciso que haja recompensa ao produtor pela restrição de uso.

370 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

No local há lavoura irrigada, barragem para captação de água. A APA não atrapalha muito a compra e venda de imóveis rurais No local não tem mineração; não são contra a APA, preocupam-se com o que virá no Plano de Manejo.

2.2.7.4 Considerações Finais

Os atores sociais entrevistados neste levantamento são representantes de organizações sociais, cujo escopo de atuação direta ou indiretamente, tem como referência a APA de Pouso Alto e, por isso, suas declarações são portadoras de legitimidade, reconhecida nos municípios abrangidos pela APA de Pouso Alto. Representam, assim, o pensamento (concepções, valores e interesses) de suas respectivas organizações e membros. Os depoimentos colhidos nas entrevistas realizadas, a par de falarem por si só, revelam testemunhos e percepções de atores sociais importantes das comunidades, entidades e organizações dos seis municípios abrangidos pela área da APA de Pouso Alto; do verdadeiro drama histórico de seu processo de criação e instalação. Em que pese os 13 anos decorridos de sua criação, percebe-se nos depoimentos marcas significativas de um enredo composto por fortes polêmicas e intensos debates, que certamente se reafirmarão e / ou se recomporão durante a elaboração do Plano de Manejo da APA. As declarações e afirmações contidas nas falas dos entrevistados são sinais importantes para se compreender a trama de relações e interesses envolvidos nas discussões. Observa-se que questões como participação, legitimidade e transparência na elaboração do Plano de Manejo e do respectivo Zoneamento Ecológico Econômico da APA de Pouso Alto, são altamente sensíveis e condicionantes para seu êxito. Pode-se claramente constatar sentimento de desconfiança que permeia alguns depoimentos, assim como elementos de desinformação, decorrentes de um processo pretérito, com o qual deve-se tirar lições.

2.2.8 Alternativas de Desenvolvimento Econômico Sustentável

Nas últimas cinco décadas o ser humano foi levado, erroneamente, a tomar o desenvolvimento como sinônimo de crescimento econômico, permanente e ilimitado. Atualmente, dadas as enormes dificuldades para a aceitação de um conceito inequívoco de

371 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

Desenvolvimento, e considerando ainda a deficiência do conceito oficial de Desenvolvimento Sustentável, faz-se necessário buscar uma maior compreensão da sustentabilidade através da consideração e análise de suas dimensões básicas. A perspectiva desenvolvimentista, notoriamente hegemônica no período pós Segunda Guerra, orientava para o crescimento econômico, permanente e baseado no consumo abusivo de recursos naturais não renováveis, como condição básica e indispensável para que as sociedades tidas como subdesenvolvidas superassem o “atraso” e alcançasse o “progresso”, condição já presente nas nações e sociedades consideradas como desenvolvidas. Os problemas gerados nesse processo e as insuficiências desse enfoque já são bastante conhecidos e não necessitam ser aqui reproduzidos, bastando lembrar que o reconhecimento da crescente insustentabilidade do modelo convencional de desenvolvimento resultou de uma série de eventos, obras e alertas que, ao longo dos últimos 40 anos, vem despertando a comunidade científica e a opinião pública sobre a necessidade de novos enfoques, mais respeitosos com o meio ambiente, socialmente desejáveis, politicamente aceitáveis e viáveis sob o ponto de vista econômico. Ao lado da dimensão ecológica, a dimensão social representa precisamente um dos pilares básicos da sustentabilidade, uma vez que a preservação ambiental e a conservação dos recursos naturais somente adquirem significado e relevância quando o produto gerado nos agro ecossistemas, em bases renováveis, também possa ser equitativamente apropriado e usufruído pelos diversos segmentos da sociedade. Ou seja, a equidade é a propriedade dos agro ecossistemas que indica quão equânime é a distribuição da produção e também dos custos entre os beneficiários humanos. O turismo ecológico, ecoturismo ou turismo rural é apontado por algumas prefeituras e grupos sociais como sendo uma das alternativas econômicas que a Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto pode trazer para a população da região e municípios vizinhos. Porém os dados disponíveis não permitem afirmar que tal atividade econômica poderá resultar em um fortalecimento da economia local, sem antes haver investimentos em infraestrutura, tanto interna quanto externa a APA.

2.2.9 Potencial de Apoio à Unidade de Conservação

Dentre os municípios em que a APA de Pouso Alto está inserida, Alto Paraíso e Cavalcante são os municípios que conta com uma melhor infraestrutura para atender as

372 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC atividades da APA, como os visitantes, tais como: agências bancárias, serviços mecânicos, farmácias, correios e uma grande variedade de comércio varejista, entre outros. A Tabela 78 apresenta uma relação dos principais serviços e estabelecimentos disponíveis para atender às demandas da APA de Pouso Alto.

Tabela 78 - Principais serviços e estabelecimentos para atender aos visitantes da APA de Pouso Alto

SERVIÇOS E ALTO PARAÍSO CAVALCANTE ESTABELECIMENTOS BANCOS BANCO DO BRASIL BANCO DO BRASIL Av. Ari Valadão Filho, 690 – Rua Joaquim Freire S/Nº Qd. 18 Centro – Telefone: (62) Lt. 32 – Centro – Telefone: (62) 3446.1323 3494-1010 / 3494-1183 Email: [email protected] ITAÚ UNIBANCO Av. Ari Valadão Filho, 767 – Centro – Telefone: (62) 3446- 1275 / 3446-1266 POSTO DE ATENDIMENTO ELETRÔNICO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Av. Ari Valadão Filho - Centro HOSPITAIS HOSPITAL MUNICIPAL HOSPITAL MUNICIPAL DE GUMERCINDO BARBOSA CAVALCANTE Rua São José Operário s/nº - Avenida Elias Jorge S/Nº - Bairro Paraisinho – Telefone: Centro – Telefone: (62) (62) 3446-2102 3494.1013 / 3494.1308 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU Rua Francisco Salermo s/nº Qd. 66 Lt. 11 – Bairro Paraisinho – Telefone: (62) 3446-1734 OFICINAS MECÂNICAS AUTO MECÂNICA E No município não se SOCORRO SANTO disponibiliza de nenhuma oficina ANTÔNIO especializada em manutenções Avenida Paraíso s/nº, - veiculares Telefone: (62) 3446-1630 AUTO MECÂNICA CRISTAL Av. Paraíso, 71 – Telefone: (62) 3446-1480 OFICINA E BORRACHARIA DO CAMINHONEIRO Av. Ary Ribeiro Valadão Filho, qd. 63 – Centro.

373 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

SERVIÇOS E ALTO PARAÍSO CAVALCANTE ESTABELECIMENTOS HOTÉIS E POUSADAS POUSADA DOS GUIAS POUSADA MORRO Rua Zorozmo Barbosa, 278 – ENCANTADO Centro – Telefone: (62) 3446- Rua João Guilhermino, 233 1231 / 3446.1690 Centro, Telefone: (62) 3494- 1220 CHAPADA HOTEL POUSADA SOL DA Av. Ary Ribeiro Valadão Filho CHAPADA – Centro – Telefone (62) 3446- Rua Borba Gato - Quadra 26, 1012 218 - Centro, Cavalcante - Go TAPINDARÉ HOTEL POUSADA VILA DOS IPÊS Av. Ary Ribeiro Valadão Rua 19 - Qd.86, 991 Filho, Centro – Telefone (62) Centro, Cavalcante - Go 3446-1659 POUSADA ALFA E ÔMEGA POUSADA BANANAL Rua Joaquim de Almeida, 15 – Adm: Praça Diogo Cavalcante Centro – Telefone (62) 3446- Teles, S/Nr, 0 1225 Centro, Cavalcante - Go (62) 3494-1220

HOTEL EUROPA VALE DAS ARARAS Rua 1 qd. 7 Lt. 1 – St. Planalto POUSADA – Telefone: (62) 3446-1558 Estr Cavalcante / Colinas Do Sul - Km.3, 0 Centro, Cavalcante - Go (62) 3459-0007

POSTO DE AUTO PARAÍSO SUPER POSTO PINEIRO COMBUSTÍVEL POSTO Pça Diogo Cavalcante, 84 – Av. Ary Ribeiro de Valadão Centro – Telefone: (62) 3494- Filho, Centro – Telefone: (62) 1165 3446-1212 Posto Vale da Lua – Rua 1 qd. 1 lt. 7 ao 16 – Setor Planalto – Telefone: (62) 3441-1641 SEGURANÇA PÚBLICA DELEGACIA DE POLÍCIA DELEGACIA DE POLÍCIA (DELEGACIAS E CIVIL CIVIL DISTRITOS POLICIAIS) Rua João Bernardo Rabelo, Pça Boa Morte – Centro - Centro – Telefone: (62) Telefone: (62) 3494.1298 3494.1298 RÁDIO RÁDIO COMUNITÁRIA PARAÍSO - PARAÍSO FM Av. Ary Ribeiro Valadão Filho, 1100 – Centro – Telefone (62) 3446-2075 CORREIOS ETC – EMPRESA ETC – EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS E TELÉGRAFOS Rua das Araras s/nº - centro – Av. Silvino Ferreira Qd. 12 – Telefone: (62) 3446-1520/ Centro – Telefone: (62) 3494- 3446-1882 1235

374 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

2.2.10 Instituição do Conselho Gestor da APA de Pouso Alto

O Decreto Nº 7.767, de 27 de novembro de 2012, restabelece o Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto. O Art. 2º estabelece que o Conselho Consultivo terá como função a emissão de pareceres ou opiniões, propondo medidas ou ações necessárias para a gestão ambiental e o manejo da APA de Pouso Alto e integrará a estrutura organizacional da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. O Art. 4º descreve as finalidades do Conselho Consultivo da APA de Pouso Alto: I – propor à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos as medidas necessárias à execução do zoneamento ecológico da APA de Pouso Alto e definir as atividades e os incentivos permitidos em cada zona, bem como os restringidos ou proibidos; II – integrar os Municípios abrangidos pela APA de Pouso Alto com órgãos da administração pública estadual; III – propor à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos a aplicação de medidas legais destinadas a impedir ou evitar o exercício de atividades causadoras de degradação ambiental; IV – desenvolver programas e projetos que visem ao desenvolvimento sustentável da região da APA de Pouso Alto; V – divulgar as medidas previstas no Decreto Nº 7.767 para esclarecimento e orientação da comunidade local sobre a APA de Pouso Alto e suas finalidades. O Art. 5º institui que o Conselho Consultivo da APA de Pouso Alto será composto por 01 (um) representante, com o respectivo suplente, dos seguintes órgãos e entidades, a serem nomeados por ato do Governador do Estado para mandato de 02 (dois) anos, permitida a recondução: I – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, cujo Titular o presidirá; II – Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Irrigação; III – Goiás Turismo – Agência Goiana de Turismo; IV – Secretaria de Estado da Cultura; V – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO; VI – cada um dos Municípios pertencentes à área da APA de Pouso Alto, indicados, cumulativamente:

375 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC

a) pelo Poder Executivo; b) pelo Poder Legislativo; c) pelo setor rural; d) por entidade civil, constituída no prazo mínimo de 02 (dois) anos, que atue na região da APA de Pouso Alto, dedicada a atividades de cunho ambiental ou social.

Desta forma, atualmente o Conselho Consultivo da APA de Pouso Alto é constituído pelas seguintes entidades participantes:  Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos;  Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento;  Agência Goiana de Turismo;  ICMBIO;  Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira;  Prefeitura de Alto Paraíso de Goiás;  Câmara dos Vereadores de Alto Paraíso de Goiás;  Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Alto Paraíso de Goiás;  Prefeitura de Cavalcante;  Câmara dos Vereadores de Cavalcante;  Prefeitura de Colinas do Sul;  Câmara dos Vereadores de Cavalcante;  Conselho Municipal Rural de Colinas do Sul;  ONG Colinas do Sul;  Prefeitura de Nova Roma;  Câmara dos Vereadores de Nova Roma;  Prefeitura de Teresina de Goiás;  Câmara dos Vereadores de Teresina de Goiás;  Prefeitura de São João D’Aliança;  Câmara dos Vereadores de São João D’Aliança;  Conselho Rural de São João D’Aliança;

2.2.11 Declaração de Significância

A Declaração de Significância foi estruturada com base nas informações levantadas para a confecção do diagnóstico a fim de compor o Plano de Manejo. Assim, objetiva-se mostrar

376 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC a significância da área de estudo por meio da análise das inter-relações dos atributos que compõem o quadro socioambiental. Busca-se ainda, identificar as fragilidades e restrições atuais assim como as tendências de evolução da qualidade ambiental da região. Trata-se de um exercício necessário para a compreensão das dinâmicas que se estabelecem entre seus elementos em função das intervenções das atividades econômicas desenvolvidas em seu interior, uma vez que áreas distintas, considerando elevada diversidade de características das paisagem, tenderão a apresentar respostas também diferenciadas a uma mesma pressão de uso. A APA de Pouso Alto representa uma unidade territorial que contém heterogeneidades locais significativas representada pela fisiografia de seu território, diversas formas de relevo, altitude, solo, flora, características marcantes do bioma Cerrado. Em escala regional estas variações se confundem, não sendo muito evidentes, contudo, a medida em que se amplia o foco, as diversidades são realçadas, podendo-se identificar unidades menores com maior grau de homogeneidade, compondo um grande mosaico de formas naturais, intercalando categorias florestais, savânicas e campestre, ou seja, a expressão do bioma Cerrado em sua integridade fisionômica. Localizada nas regiões Norte e Nordeste do estado de Goiás a APA de Pouso Alto apresenta diversos tipos de rocha, formas de relevo, solos e variações altimétricas superiores a 1000 metros. Estas características conferem à UC feições próprias que expressam elevada beleza cênica e outros fatores que a distingue de outras regiões do estado, principalmente no tocante à diversidade e boa qualidade ambiental da flora e da fauna, modos de vida da população e principais atividades econômicas e socioculturais praticadas nos domínios da APA. A rede hidrográfica varia de densa a moderada, formada principalmente por cursos d’água de pequeno porte componentes da bacia do rio Tocantins. Devido às variações altimétricas e quebras bruscas do relevo, há inúmeras cachoeiras de características e dimensões diversas o que propicia ambientes ideais e de atratividade à visitação pública, assim como os demais atributos naturais presentes no interior da APA. Devido à localização, dimensão, estado de conservação da vegetação natural e inter- relação com outras Unidade de Conservação (i.e Chapada dos Veadeiros) na região, faz parte do Corredor Ecológico Paranã-Pireneus, um dos mecanismos ecológicos criados com o propósito de propiciar e facilitar maior interação intra e interespecíficas e, por consequência, a perpetuação das espécies da fauna e da flora de uma determinada região. Pela maior diversidade fitofisionômica é considerada ainda por pesquisadores um centro de endemismo de espécies da flora, sobretudo daquelas que habitam os ambientes extremos das formações rupestres (Cerrado e Campo Rupestre) com altitudes superiores a 1000m. As formações savânicas são dominantes

377 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC e mais diversas, contudo, há de se ressaltar as formações florestais principalmente as justafluviais pela importância que exercem na contribuição da manutenção das águas, nos processos que estabelecem e mantem em equilíbrio a dinâmica ecológica local. Em relação à fauna, a diversidade de espécies encontrada na APA de Pouso Alto evidencia importância relevante considerando o endemismo observado para diversos grupos, como as espécies de anfíbios Hypsiboas ericae, Proceratophrys rotundipalpebra e Leptodactylus tapeti, pequenos mamíferos, Oryzomys spp. e Oligoryzomys rupestris, e ainda a presença de espécies raras como Mergus octosetaceus (pato-mergulhão). A manutenção de uma integridade biótica na região é importante para a manutenção das populações de espécies nativas. As diferentes formas de relevo e estrutura física dos solos também restringem o uso por atividade de maior transformação da paisagem e propiciam maiores áreas recobertas com vegetação natural. Verificou-se que o uso do solo está na sua maioria relacionado à produção primária, porém em pequena escala, excetuando-se nas porções Sul onde se pratica a agricultura mecanizada e a Sudeste a pecuária extensiva. O baixo índice de ocupação do solo com transformação total da paisagem é o menor se comparado às demais regiões do estado, entre 13% e 25%, fato que, associado as demais características físicas e bióticas, confere à região maior interesse para a conservação. A presença de cidades e localidades no interior da APA é o principal fator de conflito, pois com a ocupação humana surgem diversos problemas decorrentes de suas atividades: lixo, esgoto, queimadas, caça e entre outros fatores que acabam por degradar a paisagem. Fazer com que a população residente na região tenha consciência da importância de residir às voltas de uma Unidade de Conservação e da necessidade e oportunidade de se desenvolver socioeconomicamente sem prejudicar a qualidade ambiental da APA, através da educação dos moradores e responsabilidade de seus representantes é um horizonte a ser perseguido. Os levantamentos de campo permitiram identificar outras situações de conflitos associados à exploração de recursos naturais principalmente para a criação extensiva de gado. Outra questão cultural identificada refere-se ao uso do fogo para promover a limpeza de pequenas áreas para o cultivo e ainda para promover a renovação das gramíneas nativas. O uso do fogo e a introdução de espécies exóticas foram as principais atividades antrópicas de pressão identificadas no interior da APA. Avaliando o cenário regional com foco para a ecologia da paisagem a partir da análise de imagem de satélite e resultados de observações obtidas durante as expedições a

378 APA de Pouso Alto - Plano de Manejo ENCARTE 2 – Quadro Socioambiental / Diagnóstico da UC campo, considerando ainda conceitos de ecologia da conservação, não há interesse que se amplie a área da UC, uma vez que há no entorno áreas com características bióticas e físicas similares, especialmente no que se refere a cobertura vegetal. Contudo, faz-se necessário estabelecer algumas áreas de uso restrito de modo que recursos naturais importantes sejam preservados no interior da APA e principalmente no interior do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Considerando a situação atual da paisagem na região onde se insere APA, da representatividade ecológica, mormente no que se refere a elevada diversidade biológica, conectividade com outras Unidades de Conservação não se recomenda a mudança de categoria tampouco ampliação, sendo necessário estabelecer o zoneamento com as devidas recomendações conforme cada unidade da paisagem permite e associada às questões legais vigentes, de modo a encontrar o equilíbrio do uso e da conservação.

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