AVEIRO E COIMBRA.Pdf
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In Memoriam de Vitorino Magalhães Godinho (1918-2011) “Uma das primeiras tarefas tem que ser a reprodução integral das Memórias. E até a sua edição, por quanto se trata da mais importante fonte de conjunto para a História Portuguesa”. (Mito e Mercadoria, 1990, p.17) AS FREGUESIAS DOS DISTRITOS DE AVEIRO E COIMBRA NAS MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758 Memórias, História e Património Colecção – PORTUGAL NAS MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758 Volumes publicados: Vol. 1 – As freguesias do Distrito de Braga nas Memórias Paroquiais de 1758. A construção de um imaginário minhoto setecentista. Braga, 2003 Vol. 2 – As freguesias do Distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758. Alto Minho: Memória, História e Património. Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005 Vol. 3 – As freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património. Braga, 2006 Vol. 4 – As freguesias do Distrito de Bragança nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património. Braga, 2007 Vol. 5 – As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património. Braga, 2009 Vol. 6 – As freguesias do Distrito de Viseu nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias , História e Património. Braga, 2010 Vol. 7 – As freguesias dos Distritos de Aveiro e Coimbra nas Memórias Paroquiais de 1758 Memórias, História e Património. Braga, 2011 Próximos volumes: Vol. 8 – As freguesias do Distrito da Guarda nas Memórias Paroquiais de 1758. Vol. 9 – As freguesias dos Distritos de Castelo Branco e Portalegre nas Memórias Paroquiais de 1758. Estudo e edição integrada no Projecto FCT-PTDC/HAH/65120/2006 JOSÉ VIRIATO CAPELA HENRIQUE MATOS AS FREGUESIAS DOS DISTRITOS DE AVEIRO E COIMBRA NAS MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758 Memórias, História e Património COLECÇÃO PORTUGAL NAS MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758 B R A G A | 2 0 1 1 Título As freguesias dos Distritos de Aveiro e Coimbra nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património Coordenador José Viriato Capela Estudos Introdutórios José Viriato Capela Leitura e fixação de texto das Memórias, recolha documental e bibliográfica, elaboração de índices e roteiros José Viriato Capela e Henrique Matos Edição José Viriato Capela Colaboração: Sandra Castro José Alberto Martins José Jorge P. Capela Cristiano Cardoso (Texto: Produções agrícolas) Luís de Sousa (Roteiro: Notícias arqueológicas e mouriscas; Cartografia histórica) Execução Gráfica: Minhografe – Artes Gráficas, Lda. Braga Data de Saída Outubro de 2011 Tiragem 500 exemplares Depósito legal 336302/11 ISBN 978-972-98662-6-5 Investigação financiada pelo ProjectoA Paróquia Rural e as Comunidades Locais Portuguesas no século XVIII. Fontes para o seu Estudo: as Memórias Paroquiais de 1758 (Bragança, Porto, Viseu, Aveiro) (Projecto PTDC/HAH/65120/2006). Estudo integrado na linha de investigação Paisagens, Fronteiras e Poderes do CITCEM. Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória / Universidade do Minho Responsável José Viriato Capela © Todos os direitos reservados. Proibida reprodução integral ou parcial de harmonia com a lei. NOTA PRÉVIA AS MEMÓRIAS PAROQUIAIS NA HISTORIOGRAFIA LOCAL E REGIONAL DE AVEIRO E COIMBRA Se há Memórias que merecem a prioridade de uma edição sistemática são as de Aveiro e Coimbra relativamente às quais, com certo pioneirismo, se chamou a atenção para o seu valor histórico e histo- riográfico. Tal deve-se ao ambiente cultural promovido peloArquivo Coimbrão, Boletim da Biblioteca Municipal de Coimbra (1923 – 1990; 2002 – 2010) e do Arquivo do Distrito de Aveiro (1935 – 1976), duas notáveis revistas de Cultura Local e Regional Portuguesa, assim como a eruditos bibliotecários, arquivis- tas e historiadores, trabalhando no seu contexto, como Rocha Madahil e Eduardo Costa, que foram os primeiros a chamar a atenção para a importância e valia destas fontes e a tomar a iniciativa da sua edição sistemática, tendo sobre elas promovido as primeiras edições e os primeiros estudos. Foi, de facto, daqui que se iniciou, desde 1935, a publicação destas Fontes, começando pelas Informações Paroquiais de 1721 de Aveiro e Coimbra1 e que depois se estendem às Memórias Paroquiais de 1758 para muitas paróquias do Distrito de Aveiro (no Arquivo do Distrito de Aveiro). Quanto à importância destas Fontes, regista-se o que sobre elas refere A. G. da Rocha Madahil em nota à edição da Memória Paroquial de Ílhavo de 1758 que publica, logo de seguida, em Aditamento, à de 1721: “Avalie-se, por este breve exemplo das Informações Paroquiais de 1758 que publicamos, que tesouros da documentação se conservam inéditos, e que notável serviço se prestaria à História Local, im- primindo e facultando a todos essa colecção magnífica de informações do século XVIII (…)”. E adiante: “(…) Torna-se absolutamente urgente e imprescindível a publicação das nossas grandes massas docu- mentais (…)2”. As Memórias Paroquiais de 1758 seriam, porém, as menos publicadas neste primeiro impulso, porque os estudos e edições voltaram-se para as Informações Paroquiais de 1721, para as de 1732, para as do Inquérito de 1756 sobre o Terramoto e também para alguns Inquéritos de origem diocesana, afins, cujos textos das respostas aos Inquéritos estavam localmente disponíveis no Arquivo e Museu de Arte da Universidade de Coimbra3. Seria sob o signo da fundação da moderna História Local e Regional portuguesa, que teve grande desenvolvimento na Historiografia conimbricense, que asMemórias Paroquiais viriam a ser incluídas no leque das Fontes a utilizar para a escrita daquela História. Não de uma forma sistemática, é certo, mas recorrendo, frequentemente, às suas informações. O sinal de partida desta História Local e Regional é, manifestamente, a obra de António de Oliveira – A vida económica e social de Coimbra de 1537 a 1640, (2 vols., Coimbra, 1971-1972). Na sequência deste estudo, sofrendo-lhe o impulso, vasta produção de cariz económico-social fundaria a mais robusta historiografia local portuguesa para a região de Coimbra e Mondego, recorrendo aos informes das Memórias de 1758 (e das outras), de modo mais ou menos 1 A.G. da Rocha Madahil – “Informações Paroquiais do Distrito de Aveiro de 1721” in Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. 1 a 8, 1935 a 1942; Idem – “As Informações Paroquiais da cidade de Coimbra recolhidas em 1721”, in Arquivo Coimbrão, Boletim da Biblioteca Munici- pal de Coimbra (1937); Idem – “Novas fontes da história local portuguesa. As Informações Paroquiais da diocese de Coimbra pedidas pela Academia Real de História em 1721” in Biblos, vol. X, Coimbra, 1934. 2 A.G. da Rocha Madahil – “Aditamento: as Informações Paroquiais de Ílhavo, 1758” in Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. II (1936) e vol. III (1937). 3 Idem – “Aditamento: As informações paroquiais … art. cit.”, (1937), pág. 194. NOTA PRÉVIA 8 intenso, conforme os períodos de estudo, com Maria Helena Cruz Coelho4, Margarida Sobral Neto5, Irene Maria Vaquinhas6, Rui Cascão7. Estas Fontes serviriam também de suporte e referência à História e Histo- riografia político-institucional8, religiosa9, da História de Arte10, da História Social11, Cultural e das Menta- lidades12, de base local e regional. Na mesma linha de estudos, com Inês Amorim, para Aveiro, a História Regional, na sua vertente político-administrativa e económica e social, recorrerá largamente à informação das Memórias13. Desde 1995, o Centro de História da Sociedade e da Cultura da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra iniciou a publicação sistemática para alguns concelhos das Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas onde se incluem as Memórias Paroquiais de 175814. Para alguns concelhos do distrito de Aveiro e Coimbra, as Memórias Paroquiais têm sido, ulti- mamente, objecto de publicação de conjunto. Em maior número para o distrito de Aveiro, com edições enquadradas por estudos introdutórios. Foram publicadas as Memórias das freguesias dos concelhos de Arouca, Castelo de Paiva, Estarreja/Murtosa, Oliveira de Azeméis, Ovar. Para o distrito de Coimbra foram publicadas as do concelho da Lousã15. Também algumas monografias locais, antigas e modernas, as usam em grande profusão, incluindo algumas vezes os textos impressos do Dicionário do Padre Luís Cardoso de 1747-175116. AVEIRO E COIMBRA NAS MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758 Os estudos introdutórios à edição das Memórias pretendem situar a escrita e contributo destes textos para a descrição desta grande região histórica, humana e social que forma a grande unidade da Região Natural e Província da Beira Litoral ou Beira Mar. Um primeiro tópico é dirigido à fixação dos aspectos essenciais da suaRegião Natural e Territó- rio Político, ao tempo da redacção das Memórias. A descrição regional, física e humana, é tarefa que vai abreviada porque relativamente a este quadro produziu a Geografia Humana e Regional Portuguesa os seus mais expressivos estudos e ensaios. A descrição económica (sobretudo, a agrária) vai aqui mais lar- gamente ilustrada com os testemunhos, no seu conjunto, ricos, das Memórias Paroquiais, que permitem seguir os contrastes internos a este vasto território (medido pelas diferentes culturas e actividades), em particular os que opõem, mas também articulam, a economia serrana à marítima, mas também aos vastos campos dos vales alargados do Vouga e Mondego, aí onde se fez a primeira introdução e depois mais lar- ga expansão do milho maís, fixado pela resistência da sua primeira identificação nestas Memórias como milho zaburro. E também as primeiras manifestações da transição do Norte Atlântico para o Sul Mediter-