, Ano II, no 17 - Cr$ 7,00 i Junho de 1977 Z © em n h % O 2 o O 3 a JORNAL (63) A ÓRGÃO DA COOPERATIVA DOS JORNALISTAS DE PORTO ALEGRE

É |

E I> A O () A O A X

> tumultos,

P greves

(Cenas de

uma visita t

de Lacerda ao MEP

Rio Grande)

eh BR DFANBSB V8.GNGAAA

CARTAS

cooJORNALF Este jornal, criado em 15 de novembro de 1975, perterice à primeira Cooperativa de jornalistas do Brasil, a COOJORNAL, que foi fundada em 24 de agosto de 1974. A COOJORNAL tem U-LÁ-LH, tCHE !! 317 sócios. É uma organização administrada pelos próprios jor nalistas, com uma diretoria eleita em assembléia geral. Cada as- sociado, independente de sua participação em capital ou tra- balho, tem os mesmos direitos nas decisões de assembléia. Além da diretoria, a COOJORNAL tem um Conselho Editorial para orientar a linha e qualidade de suas publicações próprias e de 18 outras publicações que faz para terceiros Editor Elmar Bones da Costa Redação José Antônio Vieira da Cunha , Rosvita Saueressig, Jorge Poly- doro, Osmar Trindade, Jacqueline Joner (redatores) , Airton Cen- Caro leitor, teno, Marina Wodtke, Rafael Guimarães, Jorge Freitas, Marcelo Lopes, Maria Helena Brancher, Vera Tereza Costa, Tânia Fail- lace, Acari Amorim, Marco Antônio Schuster, Zélia Leal, Elaine Lerner, Ricardo Schmitt, André Pereira [redatores e repórteres] , Falávamos da coerência e da dignidade do compositor Chico Buarque de Holanda Luis Grassi e Severino [Brasília), Gilberto Pauletti (Rio) , quando ele chegou. Banhozinho tomado, camisa fora das calças, simples, sorridente. O - Hélio Teixeira (Curitiba) , Jorge Escosteguy, Geraldo Hasse e Patrício Renato São Paulo] , Paolo Marconi Salvador) , Gleizer Chico de sempre. Neves [Belo Horizonte) , josé Maria de Andrade Recife) , Maria da Graça Seligman e Luís Lanzetta (Florianópolis), Luís Abreu, Eramos quatro à sua espera, no apartamento do crítico musical Tarik de Souza, no Rio. Eneida Serrano, Assis Hoffmann (Fotografia) , Luís Carlos Ferré, Bebia-se uma cachacinha mineira, mineiramente. Juvenal da Luz (Arte), Jorge Gallina, Lilian Ben David (Dia- gramação) Francisco Alba (Coordenação. Técnica), Dejair Ele ajudou a testar o gravador ("Cuidado com essa maquininha que ela é marota"). , Boeira, Maria Isabel Timm, Beti Stifelman, Paulo Roberto França (revisão) , Nílson Figueiredo. Carlos de Gôs Rios (produção) , Atento, ouviu nossas explicações, o que queriamos dele, Serviu-se de uma pequena dose Paulo Sá, Atil Vineton, Luis Gustavo Machado, Rubens Ma- de uísque sem gelo e disse: chado, Jorge Patrício e Silva (montagem), Hélio Pinho, Ivan Carlos Franco, Júlio César Romano (composição). - Então vamos lá, vamos ver se dá certo. Tem dias que eu estou muito burro e não sai Gerência - nada que preste. Força aos heróis Eládio Vieira da Cunha Foram quase três horas de papo gravado. E, como você poderá ver na página 18, Chico Comercial não estava nada burro naquela noite. Como sempre. Gabriel Matias Alô gente boa: Circulação e Assinaturas Carlos Alberto Wagner, Dirceu Zaremsky Perdoem o tempo de silêncio. Andei Números atrasados recebendo alguns Coojornais. Ótimos. Em estoque somente a partir da Edição n.o 10. Custo de cada Gostei muito mesmo, principalmente da exemplar: preço do último jornal na banca. Pedidos acompa- Durante dois meses, três repórteres penetraram na intimidade desse monstro que é a nhados do respectivovalor para: Rua Comendador Coruja, 372 TV Globo. Seu trabalho rendeu as coisas mais completas que se publicaram sobre o edição sobre a morte do Jango. O jornal 90.000 - Porto Alegre-RS - assunto no país: uma reportagem de capa da revista Veja ('A Hollywood Brasileira") e, voltou às minhas mãos todo amassado, Endereço Rua Comendador Coruja, 372 - Fones 240951 e 21-8984 - depois, um esplêndido livro-reportagem intitulado O Ópio do Povo. Um desses depois de ter passado por toda a colônia Telex (051) 1605 - CEP 90.000, Porto Alegre, R$ brasileira de Lyon. Recebam os cumpri- - Registro n.o 33170/Livro A1 repórteres, Hamilton Almeida Filho, é o autor do artigo da página 10 sobre o homem que era "a própria imagem" da Globo e agora é o desempregado mais caro do Brasil. mentos de todo o pessoal pela excelente Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre Ltda. matéria. Também valeu a entrevista sobre ASSOCIADOS: José Antônio Vieira da Cunha (Presidente), Osmar Trindade (Vice-Presidente), Marcelo Oscar Lopes" o Getúlio. Recapitulações históricas são (Secretário), Luís Cláudio Cunha, Jorge Olavo de Carvªfho sempre importantes, principalmente para Leite, José Guaraci Fraga, Carlos Karnas, Antônio Oliveira, nossa geração, que recebeu uma infor- Maria da Graça Seligman, Assis Hoffmann, Emanuel Gomes Qual o jornal mais importante e influente do mundo? Certamente não há um consenso de Mattos, Carlos Henrique Bastos, Edgar Vasques (Con- na resposta a esta pergunta. Mas é certo que toda vez que esta discussão for levantada mação alienante da história de nosso país e selheiros de Administração], João Borges de Souza, Tomás trineo Pereira, Alberto André, Agnese Schiífino, Sérgio Bec: o nome do Le Monde estará em evidência. Há 32 anos este diário de Paris, de propriedade nosso povo. Isto, vamos dar força aos nos- ker, Antônio Gonzales, Carlos Mosmann, Luiz Carlos Felizar- de uma cooperativa de jornalistas, cultiva um jornalismo sério, equilibrado e, sobretudo, sos heróis ainda que eles sejam caricaturas, do, Euclides Torres, Leo Taveinhanski (Conselheiros Fiscais), Jorge Polydoro (Diretor-Superintendente), Adélia Yates Porto muito bem informado. Nas últimas páginas desta edição você encontrará uma síntese das para despertar a reflexão. da Silva, Ademar Vargas de Freitas, Affonso Ritter, Angela Ricordi, Antônio Britto Filho, Antônio Dreon, Arthur Mon- idéias e dos princípios que regem a vida do Le Monde. É uma entrevista que seu diretor de Zélia Leal, Lyon, França teiro, Carlos Alberto Kolecza, Carlos Urbim, Celso Rosa, redação, Jacques Fauvet, deu à televisão francesa em fins do ano passado, traduzida Claiton Selistre, Clarice Aquistapace da Silva, Caco Barcelos, Danilo Ucha, Delmar Marques, Fernando Albrecht, Elmar especialmente para nós por Zélia Leal, coo-jornalista gaúcha que vive em Paris Bones da Costa, frico Valduga, Erni Quaresma, Floriano atualmente, Soares, Glàdis Ibarra, Imara Stallbaum, Jandira Maria César, José Antônio Ribeiro, Félix Valente, Julieta Nunes Pereira Demoniacamente Licínio de Azevedo, Luiz Carlos Merten, Luiz Francisco Terra Júnior, Luiz Fonseca, Maria Angélica de Moraes, Maria Wag ner, Marina Wodtke Abu-Jamra, Mário Marcos de Souza Marques Leonam Borges da Cunha, Nirce Levin, Otacílio Grivot, Paulo de Tarso Ricordi, Paulo Gerson A. de Oliveira Carlos Lacerda, não há dúvida, foi uma das personagens mais ricas da vida brasileira Pedro Maciel / Regina Vasquez, Renato Pinto da Silva, Ricar Prezados amigos: do Chàves, Rosvita Saueressig Laux, Sérgio Moita, Silmar dos últimos 30 anos. Parece, no entanto, que estamos perdendo a capacidade de olhar Estamos encantados com o Coojornal. Múller- Walter Molina, Hermelindo Macedo, Clóvis de para trás com o mínimo de isenção. Pelo menos é esta a impressão que deram os nossos Oliveira Malta, Omar de Barros Filho, João Carlos Ferreira da Continuem neste sentido que em seguida Silva, Lenora Vargas, Leonid Streliaev, Divino Fonseca, J. B mais respeitados jornais com sua cobertura sobre a morte de Lacerda. terão muitos leitores! Força aí! - Liselotee Scalco, Eva Maria Caparelli, Maristela Bairros, Luiz Rache Vitello Fo, Telmo Zanini, lara Bendati, Afonso Licks, Rogério Pode ser mais cristão, digamos assim, ver apenas o lado bom das pessoas que morrem. O. Heuser, Porto Alegre. Mendelski, Carlos Rodrigues, Victor Hugo Sperb, Jaime Klin- Mas quase sempre é pouco verdadeiro isso e - para um país de presente atribulado e towitz, Sílvio Ferreira, Ana Amélia de Lemos, José Onofre Alberto Blum, Flávio Dutra, jorge Martins Freitas, Renan An- futuro impreciso como o nosso - é perigoso, especialmente tratando-se de figuras tão tunes de Oliveira, Mário Eugênio da Rocha, João Batista importantes como Lacerda. "Um povo que não conhece a sua história está condenado a Aveline, Dorival Pacheco, josé Lauro Dieckmann, Gerson Schirmer, Rejane Bi rando Goulart, Paulo Burd repetir os erros do passado", diz um filósofo, numa frase muito citada, mas, pelo que se Caros amigos. Gomercindo:Coi . no, Laila Pinheiro, Ma Não tenho muito a dizer-lhes porque o rinória Schilling »eraldo Hasse, Gilber vê, sem muito crédito por estas bandas.

to Pauletti, Jorge Es , Luiz Oscar Matzenbacher, Olyr Nas páginas 15,16 e 17, a nossa limitada contribuição para que se entenda sem muitas necessário vocês mesmos sabem relatar Zavaschi, Ademir Fontoura, Flavio Porcelto, Virson Holder baum, Carlos Fehiberg, Jussara Pereira Coelho, Luiz Paulo de distorções essa figura que, como diz Jânio Quadros, era dada a "vôos de águia e com muita inteligência. Só posso deixar Pilla Vares, Paulo Roberto Maciel, Luiz Afonso Franz, Andre aqui meus cumprimentos pelas excelentes Pereira, Eugênio Bortolon, Mário Luiz Madureira, Roberto mergulhos de martim-pescador". Manera, Clàudio Levitan, José Antônio Simch da Silva, Maria reportagens e a certeza de que continuarão da Graça Guindani, Sérgio Caparelli; Lauro José de Quadros por muito tempo abrindo caminho nesta Maria Inês Burger Marques, José Antônio Pinheiro Machado O Editor Olívio Lamas, Silvia Costa, Judith Martins: Costa, Sérgio selva. Um abraço. - Pery Marzullo, Porto Toniello, José Abu-Jamra, Francisco Dias Lopes, Lilian Bem David, Nilson Figueiredo, Roberto Alves D'Azevedo, José Alegre. Frasmo Nascentes, Beatriz Polydoro, Hipólito Pereira, Fer nando Rômulo Bueno, Edgar Lisboa, Antônio Carlos Mafalda Valdir Barbosa Paz, Sérgio Arnoud, Ivan Pinheiro Machado A caricatura de Carlos Lacerda na capa é criação de Lan, reproduzida do original Maroni João da Silva, Luiz Augusto Rebés de Abreu, Vera Regina Monteiro, Amauri Mari de Melo, Paulo Macedo, Mar- arquivado no Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa co Antônio Schuster, Neuza Tasca, Otília Maria Goulart Senhor Editor: Roberto Appel, Ivo Egon Stigger, Elaine Lerner, Alda Suzete Rosa Souza, Carla Irigaray, Tânia Barros, Tânia Jamardo, Remeto anexo Cr$ 80,00, correspon- Fatllace, Santa [rene Rosa, Paulo Denis Pereira, Ayrton Ka dentes à assinatura anual do Coojornal, jor- nitz, Pedro Macedo, Terezinha Tellini Figueredo, laraporan levaram à quebra do consenso acima Múller, Zélia Leal, Luiz Alberto: Arteche, Neuza Maria Ri- Movimento apontado. A partir daí continuar no jornal nal que ilustra, admiravelmente, os profis- beiro, Edgar Planella, Marcos Antônio Baggio, Edna Della Nina, Amindo Antônio Ranzolin, Vilmo Medeiros, Paulo implicaria em ser conivente com tal pers- sionais de imprensa que se uniram dentro Poli, André Jockyman, Jayme Copstein, Raul Rbenich, Cin Carta aberta: pectiva. da doutrina da solidariedade. O Coojornal tia Maria Nahra Leal, Leonardo Berlese Dourado, Edson Gomes Chaves Fo, João Paulo Lacerda, Luiz Fernando Lima 4 :- Consideramos, assim, rompidos é mais um exemplo que o Rio Grande da Silva, Verlaine Maria Silveira, Adroaldo Bauer Spindola Nós, abaixo assinados, conselheiros, oferece ao país de como se deve valorizar a Correa, Vera D. Barcellos, Sibyla Loureiro, Humberto An- os Compromissos que Movimento assu- dreatta, Christa Berger Kuschick, Maria Eneida Serrano, Jac- editores, redatores, repórteres, cola- mira, em seu no Zero, com o público leitor, criatura humana. Parabéns. - Genaro G. queline Joner, Ronaldo Westermann, Luiz Carlos Mello, Al- fonso Abraham, Wiadymir Ungaretti, Danilo Miralles, Ga- boradores, funcionários, membros de com todos os que apoiaram e com aqueles Krebs, Santo Angelo. briel Matias, José Luiz Chiarelli, Fernando Dibe Pinto, Flo- sucursais e correspondentes de Movimen- riano Correa, Milton Saldanha Machado, Miriam Tereza que nele trabalhassem ou viessem a tra- Chagas de Moura, Paulo Antônio Fogaça, Severino de Araújo to, nos consideramos excluídos e portanto balhar. Lá se dizia, explicando a formação Góes, Fernando Guedes, Neltair Rebês Abreu, Maria da Graça da Silva, Walmaro Paz, Ana Elusa Sperb Rech, Milton nos demitimos deste jornal que ajudamos a da idéia de Movimento, que o sentido do Meus amigos: Wels, Maria Helena Brancher, Maria Luisa Paim Teixeira, construir. Essa situação se deve a: empreendimento era "prosseguir com o Júlio Tadeu Sortica, Ana Maria Lopes de Almeida, Edson Luiz Quero reiterar os meus cumprimentos Kozminski, Najar Tubino, Marise de Martini Fetter, Luiz An- 1 - Durante um tempo prolongado a projeto de ter uma empresa jornalística on- tônio Kozminski, Jurandir Silveira, Alfredo Fedrizzi, Carlos pela excelente condução que tem sido direção do jornal afirmou uma linha de as pessoas que escrevessem, de fato e Roberto Dorneles, Ricardo Schmitt, Carmem Maria Lavia- dada à Cooperativa, destacando especial- guerra, Nelson Baibich, Francisco Daniel L. da Silva, Orlando editorial que não satisfazia o consenso de direito, ou seja, também juridicamente, Carlos Brasil, Vera Teresa Costa, Juarez Fonseca, Carlos Gil- mente a elevada qualidade e a corajosa in- berto X. da Rocha, Jorge Gallina, Maria Eloir da Silveira, mínimo do conjunto de pessoas que nele tivessem poder de decisão para garantir a Renato Kern, Vera Suzana Kern, Valmório Oliveira Rios, teligência com que tem sido editado o nos- trabalhava. Essa posição editorial manifes- observação de suas idéias". Evaldo José Gonçalves, Helton Ricardo Barreto, Higino Cos- so Cogornal. - Mário Luiz Madureira, me Barros, José Enedir Francisco, José Roberto Garcez, Luiz tou-se básica e explicitamente nos "Ensaios 5 - Ao contrário dessa democracia de Telmo Emerim, Valdir'da Silva, Norberto Hoftmann, Sérgio Porto Alegre. Batsow, Cândido Augusto Cruz , Francisco Juska Filho, Cara); Populares", seção considerada como o fato e de direito, chegamos, em Movimen- Rafael Guimarães, Gilberto Ribas dos Santos, Carlos Fre- editorial de Movimento. to, a uma situação semelhante àquela des- derico Menz, Eduardo Serrano San Martin, Ilza Maria Tourinho Girardi, Eugenio de Faria Neves, Carlos Eduardo 2 - Em razão dos métodos de tra- crita pela própria equipe que saía de Athanazio, Renato Canini, Wilmar de Oliveira Marques, balho (de participação e de decisão) vigen- Opinião em 1975: "Era como se num Caros colegas. Acari Amoórim, Waldoar Teixeira, José A. Souza Pinto Netto, Pedro Sosa Pereira, Wilson Silveira de Moura, Enio Roberto tes no jornal, definidos por uma estrutura projeto que pertencia de fato a várias pes- Depois do primeiro, demoniacamente, Nugent da Rocha, Ana Maria Smídt, Eduardo Soares Gui- marães, Alberto Magno Filgueiras, Antônio Carlos Rosito, burocrática que mantinha fechado o poder soas, uma das partes tomasse uma decisão passei a ler todos os números do Coojornal. lara Terezinha Schilling Pereira, Fernando Fuentes Lindote, de decisão, embora aparentasse abri-lo em fundamental unilateralmente" (Movimento Primeiro, como filante; hoje em dia, como Fernando Saes, Miriam Costa Correa, Nestor Fedrizzi, Odilon Abreu, Laerte Martins, Silvio Correa, Luis Carlos Ferreira, discussões amplas, qualquer consenso es- no Zero, página 4. - assinante. Anibal Bendati, Arthur Xavier de Oliveira Filho, Carlos Ro- tava longe de ser alcançado. E a direção do Não vou me desmanchar em elogios, berto Silveira, Carlos Alfredo Smich da Silva, Olides Canton, 6 - Manteremos a partir de agora, em Roberto Augusto Thomé, Rogério Raupp Ruschel, Luiz Fer- jornal objetivamente não se interessou em relação a Movimento, um apoio crítico no por desnecessários. Direi apenas que os nando Verissimo, José Luiz Goulart Prévidi, Maria Elaine Al- ves Borges, Eduardo Rômulo Bueno, Guaracy de Souza promover o consenso através de métodos sentido de que ele se reencontre com os coleguinhas, além de tópicos muito opor- Cunha, Março Túlio de Rose, Mauro César Silveira, Mauro democráticos. tunos para a época em que sobrevivemos, 1977] compromissos assumidos em seu no Zero, Pacheco Toralles, Luiz Ricardo Lanzetta, Alice Inês de Ver- ney Lorenzi, Ana Maria. Barros Pinto, Lotário Neuberger e 3 - No dia 29 de abril, após mais de E reafirmamos nosso compromisso em têm sacado reportagens do melhor nível, de Ubirajara Silva Prates; Antônio Canabarro Irois Filho, Ber- 12 horas de reunião, o Conselho de Re- como o caso "Dúvidas um ano depois do nadete dos Santos Viana, Carlos Alexandre Gruber de Castro, favor de uma imprensa independente e Cristina Baptista Pereira Eloisa Beatriz Enck Gonçalves, Jarie dação, mais , um membro do Conselho democrática Flávio Aguiar, Alberto Duar- grande incêndio", sobre o incêndio da Elisabete Peters, José Ribeiro Fontes, Mário Alberto Nasci- Editorial, por nove votos contra cinco e te, Jean Claude Bernadet, Francisco de Renner. junho mento, Patrício D'Avila Garcez, Bentes, Paulo Antônio Coelho de Barros, Raul Zoratto Sanvicente, Riomar Bessio da uma abstenção (ausentes três membros do Oliveira, todos membros do Conselho de Só uma reclamação: recebi o número - Trindade, Rômulo Kraft, Vera Maria Bosak. Raul Quevedo, Ricardo Bolsoni, Mirta Vieira Coelho e Juvenal B. da Luz Conselho de Redação e seis do Conselho Redação. A carta contém mais 34 assi- de abril em maio. Vocês datam o nosso jor- Neto, Associado à Editorial ) aprovaram uma proposta da naturas de repórteres, editores, colabo- nal com atraso ou o enviam por tartaruga? direção que, no fundamental, legitima a radores, pessoal de arquivo, pesquisa e ad- - Marco Aurélio B. Guimarães, São Paulo. , atual. linha editorial e confirma também o ministração, de São Paulo, Salvador e Belo

Coojornal eAJOCOOP . , poder, dessa estrutura burocrática que, . Pergunte à ECF, | ***" , Associação dosJornais e Revistas de Cooperativas HorlaQnte, -e, + nv au en os. 1

R&3 hs Dotar aa leda ola ve ie o aiai, 3

BR DFANBSB VB. GNG;AAA NONA em COL , p. D+

é 1

CARTAS (Continuação)

Veio para a guerra

Cócegas e acabou num Grenal na enfermeira Por Justo Piernes *

Caros amigos:

Tudo começou quando o doutor De- latorre resolveu fazer cócegas numa enfer- Depoimento meira. "É uma mania que ele tem", ten- taram justificar os amigos, mas a irmã de um jornalista Dominícia da Silva, diretora geral do Hos- pital Marieta Konder Bornhausen, em argentino que Itajaí, fiel a seus critérios de castidade, en- tendeu a atitude "amistosa" do médico veio ao Rio Grande Como um gesto libidinoso e dispensou seus serviços de cirurgião. O jornal Correio de cobrir a Guerra da Itajaí - o único sob censura prévia da im- rensa catarinense - resolveu dar pu- Legalidade, licidade ao ocorrido, defendendo o médico e fazendo novas acusações que depois de punham em xeque a austeridade do hos- pital que a recatada freira havia se en- alguns sustos, carregado de preservar. Denunciou a tentativa de estupro acabou num ocorrida dentro de um dos apartamentos do hospital onde estava internada uma an- campo de futebol. ciá de influente família itajaiense. O motorista das freiras, Jaemecil da Rosa, tentou à força contra a virgindade de uma menina que convalescia no Marieta. A an- ciá moribunda despertou com os gritos da menina e o escândalo estava armado. A direção do hospital, que pertence à rede estadual, processou o dono do jornal, Elias Adaime, por denunciação caluniosa, o que bastou para que novas denúncias afloras- sem. v O enfermeiro de plantão na noite da tentativa de curra, Adenir José de Souza, em carta assinada, com firma reconhecida, afirmou que o hospital rejeitava siste- maticamente o internamento de indigentes A no de 1961. Uma tarde qualquer na e ainda mais: "Vendia a pacientes do INPS redação do Clarin, em Buenos ou a particulares remédios da Central de Aires, onde há pouco eu tinha entrado. Medicamentos que deveriam ser distri- Uma ordem: buídos gratuitamente". Um médico - Piernes, tens que ir a Porto Alegre. cearense, o cirurgião plástico José Eliomar Está por estourar uma revolução. da Silva, também pôs-se a denunciar, e diz E me larguei. Justo no dia em que o (“.NHWUÍMS' ter elementos suficientes para demonstrar avião que trazia João Goulart, dos Estados -A “imã/[( Lat/(%% / N SS Unidos aterrissava no aeroporto de Ezeiza, f ut leal ;UL 141

hbocu oz É ERS que houve irregularidades e lançou um Lºtti/! LA (! desafio: "provadas as inverdades de mi- em Buenos Aires, em meio a uma comoção p UK (A ,( l!?! OU ([kl . Int“ IA AU dl l/ ilhas nhas acusações, dispensarei qualquer in- mundial. Tomei o último vôo da Cruzeiro SAL 200 9a oa U o i CE queérito contra mim e, voluntariamente, me com destino a Porto Alegre, cujo aeroporto proponho. a entrar na cela, trancar as estava a ponto de ser fechado, logo de sua grades por dentro e entregar as chaves ao ocupação militar. Não pude. Houve uma assinados pelo general Machado Lopes, tinha a metralhadora. Estava convertido carcereiro. Mas se for comprovada a ver- pane no motor esquerdo do avião que comandante do III Exército, anunciando numa fera. A bronca lhe saltava pelos dade das denúncias, quero cadeia para os precisou voltar e fazer uma aterrissagem de que apoiava o e que a olhos. culpados". O INPS já concluiu inquérito emergência. O resto foi azarado. Voei a luta seria levada até as últimas conseqiuên- - Jango está enganado. E vai pagar sigiloso que, dizem, confirma as denún- Montevidéu. Voei depois a Rivera para cias. Foram dias de angústia e de espera. A caro. cias. depois seguir por terra através de Santana guerra do Norte contra o Sul era inevitável Foi uma espécie de profecia e a última Existem mais coisas neste hospital, a do Livramento. Tampouco deu certo. Fazia e iminente. Até passei um medo atroz nota sobre la guerra que enviei a Clarin. Já versão catarinense do Nossa Senhora da uma semana que chovia sem parar. As es- naquela noite em que uma esquadrilha saiu era sexta-feira e pensava retornar no sá- Conceição em Porto Alegre, mas por en- tradas estavam obstruídas. As pontes de São Paulo com instruções para bombar-. bado. Não pude. Los muchachos da Folha quanto não passam de rumores. Como o carregadas pelas águas dos rios. Passei três dear o Palácio Piratinionde Brizolla con- Esportiva e meu amigo Edson Pires não caso da morte de um velho médico, em dias vendo chover em Rivera e passando e versava com os correspondentes todas as deixaram. que no domingo jogavam In- consequência de uma dose excessiva de voltando de Livramento para jogar no Cas- noites enquanto sua mesa de despachos ia ternacional e Grêmio no histórico Estádio medicamentos - 120 gotas, quando a sino de noite. se enchendo de copos de vinho. Recordo Olímpico, Como iria embora sem ver o receita indicava apenas 12 - e a inutili- A providência me levou a conhecer um aquela chamada do telefone e as palavras jogo,/o Grenal! Fui ver. E até tive a honra de zação da perna de uma jovem que foi as- senhor chamado Paz, rico fazendeiro em definitivas de Brizolla: que um comentário sobre o jogo saiu as- saãa viva enquanto era submetida a uma Livramento e íntimo amigo de Goulart. Ele Senhores. Vêm bombardear o sinado por mim e escrito em espanhol. operação com bisturi elétrico. O aparelho tinha um aviãozinho e precisava "chegar a Palácio. Vocês são estrangeiros e não Ninguém se lembrava da guerra. Nem teria sido mal ligado e a chapa de ferro que qualquer preço a Porto Alegre". O preço devem correr ô risco de morrer por uma dos recrutas. Nem dos do Norte. Nem dos faz o fio-terra teria queimado até o osso da foi umas horas de vôo numa manhã cheia causa que não lhes pertence. do Sul. Estavam todos ali juntos, apinhados perna da paciente. de raios, nuvens baixas, ventos e chuvas. Já famos embora. Mas Abel Maure, um no estádio. A guerra era história. 'O canhão Arthur Monteiro, Blumenau, SC. Era um inferno nesse avião anão, um Piper grande jornalista, correspondente da tinha sido substituído por uma bola de de um motor só, Deixamos a cabine vo- Reuters em Buenos Aires, disse a frase futebol. As metralhadoras por 22 joga- 'mitada até o teto, mas chegamos a Porto celebre: dores, um juiz e dois bandeirinhas. Alegre. - A notícia está aqui. E os jornalistas Aonde ir? A um jornal. Por quem per- devem estar junto da notícia. guntar? Por um velho amigo da crônica es- E os cinco que rodeávamos a mesa de portiva, o inesquecível petiço Edson Pires, Brizola - sempre com sua metralhadora POUTOR ! * Argentino, 58 anos, 40 deles exercendo que agora fico sabendo já se foi deste mun- dependurada no ombro - esperamos jornalismo, Justo Piernes foi redator da QUE HDORRDR! do. Edson me levou até a Folha da Tarde inertes, , enquanto o governador ia re- United Press, da revista Leoplan, do jornal Esportiva, no prédio do Correio do Povo. cebendo minuto a minuto a marcha da es- Crítica; ex-chefe de redação do Correo de Nunca mais me esquecerei dessa redação e quadrilha que ia nos liquidar a todos. Fal- La Tarde e do matutino Clarin. Foi preso, de sua gente. Me deram tudo, ao ponto de tam 10 minutos, cinco, dois. um. Cessou o uma ocasião em Quito, sob a acusação de me darem uma sala, uma máquina de es- ruído de motores. As luzes do Palácio, mentiroso, por ter informado que as forças crever e até uma chave, No dia do pa- que haviam sido apagadas, foram reacesas. armadas preparavam um golpe contra gamento me fizeram entrar na fila para ver Voltamos a tomar o copo de vinho nas Velasco Ibarra. Duas semanas depois, o ,se me pagavam, tanto tempo eu estava ali. mãos. Já não tremíamos. Evidente: tinha derrotado e exilado Ibarra congratulou-o. Além dessa redação maravilhosa, havia sido um aviso. Na próxima vez. .. uma guerra civil em marcha. E comecei a Não houve próxima vez. Estávamos em Buenos Aires pelo furo. Escreveu o livro trabalhar na rua. Os caminhões do Exército comendo num dos lindos restaurantes do Crônicas con Bronca e até o ano passado

foi secretário geral da Unión de Jornalistas 1977 carregavam muchachos até uma praça em velho mercado, onde se misturavam o bom Profissionais da Argentina. frente ao velho mercado de Porto Alegre. churrasco com o vinho elas chicas da noite de Mães chorando. Noivas gritando. Irmãs porto-alegrense, quando tomamos co- abraçando os rapazes. Sim, iam à guerra. A nhecimento de mensagem de Goulart **O episódio conhecido como Legalidade Rádio da Legalidade -- aquela cidade já desistindo de forçar a resistência do Sul e foi um movimento liderado pelo então junho era chamada a Capital da Legalidade** - aceitando entrar no jogo pacífico e ins- governador Leonel Brizolla,em 1961, para - fazia brotar as palavras inflamadas do titucional. garantir a posse do vice-presidente João governador do Rio Grande do Sul, don Voltaram los muchachos del frente . Goulart, seu cunhado, no cargo de Pre- Leonel: Brizolla.: Era um fanático da sua Mais mães: irmãs, noivas. Mais lágrimas. ' sidente, , vago com a renúncia: de: Jânio -

causa. Também surgiam os comunicados © Agora de alegria. Fui ver Brizolla. Já não * Quadros. i Coojornal

CAs S

ar pranBSB VB.GNCIAMA 77 LONLII am 00 L , © . 2 (31

IDÉIAS SCOPINIÓES

Atrás do sorriso

pode ter um espião "Destruiram a Constituião" A conversa fácil, o sorriso e aquela dose No dia 12 de maio o deputado Romildo de persistência, já não são as principais vir- Bolzan (MDB) leu no plenário da Assem- tudes que os vendedores devem apresen- (Osório, bléia Legislativa gaúcha um documento es- em 1870) tar, na hora de procurar emprego. Na crito há mais de 100 anos e que, no entan- opinião de John Keane, presidente da As- to, conserva-se atualíssimo, como disse o sociação Americana de Marketing e ex- parlamentar. consultor da United States Steel, General Comemorava-se o Dia da Cavalaria, e o Motors e outras multinacionais, eles de- "Ilmo. e Exmo. Sr. Tenente General qual a Nação que simpatize conosco. A documento tratava-se da carta escrita por verão atuar como verdadeiros espiões, bis- Conde de Porto Alegre. Pelotas, 5 de ja- emigração para o nosso país é dificílima, e Osório, então Visconde do Herval, ao Con- bilhotando tudo o que faz e pensa sua neiro de 1870. Tenho presente a carta de V. finalmente, Sr. Conde, desejo as reformas ,de de Porto Alegre. freguesia e repassar essas informações ao Exa de 29 de dezembro p. p. em que me fez mais convenientes à nossa Pátria, para que Em 1868, a guerra contra o Paraguai seu patrão. Isso evitará que seu patrão seja saber o trabalho pretendido pelo Centro livres marchemos à prosperidade; e confio ainda não terminara, mas o general Luiz apanhado de surpresa pela concorrência, Liberal no sentido da união do partido e muito que V. Exa e o Centro Liberal farão Osório voltou ao Brasil, gravemente ferido Keane acredita que se. suas idéias tives- natureza e extensão das reformas que o quanto nos seja útil, para o desenvolvi- por um tiro no maxilar inferior. Aqui en- sem encontrado seguidores entre as gran- mesmo partido deseja fazer triunfar. Res- mento de boas idéias que o Partido Liberal controu um tenso ambiente político: o Par- des empresas, essas firmas teriam se an- pondendo a V.Exa declaro que me parece tem enunciado. Parece-me que a questão tido Liberal havia caído e o Conservador tecipado a algumas decisões que lhes muito conveniente a marcha projetada. V. servil deve quanto antes receber o prin- tomado o Poder, num dos golpes de estado prejudicaram. "Um exemplo é a Organi- Exa sabe que me falece força intelectual cípio de solução - o ventre livre, o ensino da nossa História. zação dos Países Exportadores de Petróleo, para tão grande assunto, porém, tenho livre, a liberdade religiosa, as reformas O Partido Liberal havia se lançado que poderia ter sido neutralizada antes de confiança no direito e nos homens que es- municipais, são assuntos que me parecem numa campanha de reformas políticas, tornar-se realidade", lembra. Keane su- tão à testa da direção do Partido. Também merecer muita atenção. V. Exa sabe que pedindo a ampliação do direito de voto, geriu a espionagem como função de ven- me parece que a extensão das reformas não não tenho pretensão de ser político, mas fim da vitaliciedade do Congresso e outras das durante o | Congresso Brasileiro de será só de leis que pouco a pouco foram sabe que sou da oposição desde 1838, que idéias liberais. Marketing, encerrado dia 18 do mês pas- destruindo o sentido de nossa Constituição comecei a pensar nos males de meu país e Ório mostra simpatia e apoio a essas sado, no Rio, perante uma embasbacada e fazendo-nos retrogadar para o despotis- contudo me sinto impossibilitado para idéias, como se vê na carta endereçada ao platéia de quase 500 pessoas, que se ins- mo de muitos acabrunhando o povo tratar d'estes assuntos; falo deles a V. Exa Conde e publicada em parte pelo colunista creveram a Cr$ 1.600,00 cada uma, para brasileiro pela centralização que mata o para dar-lhe como pede uma prova de Sérgio da Costa Franco no Correio do Povo, ouvir algum conselho sobre como exportar espírito público; a moralidade política meus acatamentos de respeito. Concluin- a fonte utilizada pelo deputado Bolzan: produtos. também precisa ser levantada, visto como do, direi mais a V. Exa, que me parece bom E foi exatamente sobre isso que ele chegamos a um estado que os homens do desde já discutir pela imprensa a conve- dedicou a maior parté de sua conferência poder mudam de cor e pôem de parte a lei, niência e justiça de ser incluído nos soldos - o mercado externo, suas artimanhas e os interesses do povo. A Magistradura não dos oficiais militares o que hoje se de- muitas lutas de bastidores, envolvendo até tem independência; o poder joga com ela nomina terça parte e adicional. V. Exa é a diplomacia do país, para conquistar con- no sentido de sua conservação sem o bem perspicaz para ajuizar da conveniên- sumidores. menor respeito ao direito individual do cia desta proposta em favor de uma classe Keane esclareceu, porém, que o suces- cidadão. Por este caminho vai a garra e a que conhecemos e que vivendo sem futuro so de uma investida não depende apenas garantia da vida, da fortuna e da família. A e sem direitos, ainda conserva abnegação da agressividade nas vendas, mas também Guarda Nacional está degenerada em vil pela Pátria e respeito à lei, ao ponto de não de muita malícia para perceber problemas instrumento de compressão e nem nesse ser admitido nos ministérios de sua profis- geopolíticos e tirar proveito deles. Citou exercício consegue a própria garantia, por- são: porque o egoismo não admite virtudes como exemplo a possibilidade do fim do que muda de sorte mudando de senhor. A .patrióticas. Desejo, Sr. Conde, que o Im- bloqueio a Cuba, que tem um mercado lei eleitoral é uma desordem projetada e pério do Brasil se regenere, porque se no consumidor de cerca de 13 milhões de pes- levada a efeito para impedir a liberdade do meio de tanta desmoralização resvala a soas. E ainda o rompimento de relações voto e o resultado dessse sistema não nos Monarquia da América, nós que desde a comerciais entre a Inglaterra e a Rodésia, dará nunca o governo real das maiorias. O infância a temos ajudado a defender, que abria tanto o campo para produtos in- partido vencido pela força estará em cons- veremos o resto de nossos dias nadando em dustrializados naquele país africano, como tante conspiração em prejuízo do progres- sangue e a Pátria anarquizada pelos maus o de matérias-primas aos ingleses. so. V. Exa bem vê quanto será doloroso à costumes. Estimarei que V. Exa tenha Mas a problema maior de quem preten- Nação cujos representantes só podem ser gozado boa saúde e sou com estima e con- de avançar sobre o mercado externo ou designados pelo governo. O Fisco, o exér- sitíeração de V. Exa: - Visconde do Her- conquistar posições no seu próprio país é a cito da polícia, são tão incômodos na nos- val." eterna competição entre os vários fa- sa terra, e a nossa vida política é tão ex- bricantes pela mesma fatia do bolo. Keane Osório: pela moralidade lí tica travagantemente exercida que eu não sei

não se esqueceu disso. Esclareceu, em ligeiro tom de lamentação, que as recentes denúncias sobre os lucros das empresas norte-americanas no estrangeiro e sua conhecida prática de marketing, "prin- cipalmente na área de subornos", aca- baram provocando uma pressão crescente Sucessão: se der empate, e legislação severa, estabelecendo um controle na base da marcação homem-a- homem sobre as firmas norte-americanas. E advertiu: "É uma reação que tende a se Geisel decide espalhar." Durante todo o seminário, Keane es- teve assessorado por um conterrâneo, que O presidente Ernesto Geisel possivel- da AAB e pisódios envolvendo acidentes Finalmente, em abril, falou-se que o segundo ele será o novo presidente da en- mente será o primeiro chefe da Revolução de trens da Central do Brasil, Geisel deu a Planalto decidira autorizar a candidatura tidade, após as eleições, daqui 2 três anos. a fazer seu sucesso. Isto porque sua dis- Almeida inteira liberdade de ação. Na- Figueiredo. Esta, no entanto, depende, A exemplo de outros lugares onde os creta presença entre as articulações iniciais quela época, os analistas militares ainda. de uma promoção, do candidato, ao eleitos são conhecidos antes da abertura criaria as condições para o presidente da achavam evidente a candidatura Reinaldo, posto de general de exército. das urnas, o empresário justifica a ini- República intervir no processo, na con- embora o fenômeno da reforma compul- A quantidade de variáveis que comporá ciativa com seu habitual pragmatismo: "É dição de árbitro, valendo sua preferência sória permanecesse como uma ameaça. a decisão ainda não pode ser inteiramente pará não perder a continuidade." como indicação. Contudo, Almeida permanece na ativa, no avaliada porque não foram colhidos os Durval Guimarães Desde que surgiram os primeiros no- Superior Tribunal Militar. resultados da luta anti-inflação do gover- mes, dias após sua posse, em março de 74, Nessa mesma época surgia a 'candi- no. É consenso entre os militares que as o presidente tem-se mantido equidistante, datura do diretor de Material Bélico do medidas de combate à inflação exigem mas não tem se omitido: em algum mo- Exército, general Euler Bentes Monteiro, unidade e coesão das forças armadas, dis- mento sempre prestigiou um ou outro as- considerado pelos expertos como o her- ciplina de seus chefes e calma no trato da pirante, sem, contudo, definir-se. deiro da liderança do general Afonso Al- política, pois seus componentes impo- Embora a candidatura do atual chefe do buquerque Lima, ex-ministro do Interior do pulares, devido a medidas drásticas, Rio São Paulo SNI, general de divisão João Batista Fi- governo Costa e Silva e postulante 'à poderão mexer no quadro, o que tornaria, gueiredo, seja falada desde o primeiro dia presidência na eleição do presidente Emílio eventualmente, precipitadas as medidas (ele é o candidato mais antigo) , na verdade Garrastazu Médici. Bentes era tido pelos que fossem tomadas antes de esses resul- somente em abril de 1977 ele pareceu especialistas como "o cavalo que corre por tados serem inteiramente avaliados. Por is- receber o sinal verde para "tocar" sua can- fora", ou seja: um candidato que poderia didatura., so, somente em janeiro ou fevereiro seriam 1977 aparecer irresistível no momento da es- feitas as consultas. Se der empate, o Antes, em meados de 1976, o candidato colha. presidente decide. de O Coojomal está à venda em mais evidente era o general Reinaldo de Melo Almeida, então comandante do | Mais tarde surgiu o que seria a can- José Antônio Severo São Paulo e no Rio. didatura natural, a do ministro do Exército, Exército. Durante a crise paulista, em general Sílvio Frota. No início, seu nome junho No centro, nos bairros, nos outubro de 1975, que terminou com a era descartado, pois, diziam os analistas, - reforma do comandante do 11 Exército, aeroportos e em Livrarias. general Ednardo Avila, Almeida foi um dos "é tão evidente a candidatura do ministro . mais influentes chefes a apoiar a decisão que termina não saindo", ao explitarem o funçionamen_to do sistema. Contudo, ela +» do presidente de intervir em, São Paulo.. surgiu e é hoje apontada, comoa mais sim-

Coojornal "Ja Mais tarde, na crise gerada' pelas' bombas palica ads nl......

«r

p * BR "

IDÉIAS &JOPINIOES

Dificuldades do

império Mesquita

A crise continua a perturbar o mais in- outras atividades (uma editora, por exem- sobre Júlio Mesquita, e por outro lado de fluente jornal brasileiro. Quase dois meses plo) e outras incursões no mercado finan- Murilo Felisberto, editor-chefe do Jornal da depois de ter iniciado um processo de ceiro, Tarde. demissões em massa de jornalistas e fun- cionários - até 31 de maio 800 já tinham Uma das primeiras medidas desta úl- Evidencia-se aí uma clara punição à sido dispensados -, o jornal o Estado de S. tima corrente foi a mudança de prédio, a redação do Estado de S. Paulo. Nesta os Paulo ( e seu filhote Jornal da Tarde) con- primeira vitória dos tecnocratas. A crise jornalistas se movimentaram em favor dos tinua afundado em dívidas e problemas, que atinge todos os setores do país, de- colegas demitidos, realizando inclusive consegiência direta do financiamento de siludidos com o milagre, foi apenas a gota longas assembléias noturnas na sede do d'água 35 milhões de dólares feito junto ao Banco para que os acontecimentos se an- “(IREI—NJ. 5. Sindicato dos Jornalista. Ao contrário do tecipassem de Boston para compra de seu novo (Coojornal 16, maio de 77) . que aconteceu no JT, onde Murilo não per- equipamento. mitiu qualquer movimentação. Agora, Uma das principais fontes de renda do Murilo estaria colhendo os frutos de seu A dívida hoje sobe a 50 milhões de jornal são os anúncios das imobiliárias e os comportamento no episódio. dólares (ou Cr$ 750 milhões) , fora os juros de emprego. O baque no setor imobiliário que vencem periodicamente. Agora em e os índices de desemprego reduziram em outubro, por exemplo, a empresa deverá 30% os classificados do Estadão. A mu- "SENHOR HELOU. .." resgatar um título de Cr$ 98 milhões, re- dança de prédio e os defeitos de impres- ferentes a juros e correções cobrados pelo são do novo equipamento pioraram a A crise do centenário jornal chegou às banco norte-americano. situação. Naquela época, maio/agosto do ruas, lógico. O concorrente Folha de São ano passado, a maioria dos anúncios tinha Paulo publicou dois discursos feitos na As- Além de tudo, o jornal que durante de ser compensada devido à precariedade sembléia Legislativa paulista por Wadi mais de um século orgulhou-se de sua isen- da impressão. Alguns chegaram a ser re- Helou e Alcides Franciscato, ambos de- ão e liberalismo, vê-se agora obrigado a publicados oito vezes, sempre de graça. putados arenistas. fazer o que sempre evitou: valer-se da O concorrente mais direto do Estadão, a Ambos, em dias diferentes, abordaram ajuda do governo. A família Mesquita, Folha de São Paulo, aproveitou a deixa com detalhes os acontecimentos, inclusive proprietária da empresa- S.A. O Estado de critérios seriam "puramente ideológicos, para ganhar terreno. Aumentou a redação, demissões, No caso de Helou, o próprio Es- S. Paulo, teve um encontro com o ministro beneficiando os amigos da casa". procurou melhorar seu conteúdo e prin- tadão deu uma pequena nota em negrito, da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, in- cipalmente seu esquema de circulação. acrescentando uma nota de redação: formavam seus próprios funcionários no Na sucursal do Rio, por exemplo, acon- Houve muitos dias em que às seis da "Senhor Helou, cuide dos seus problemas". fim de maio. E o Banco Itaú, ligado ao teceram estranhas coincidências. Os manhã a Folha já fora distribuída - en- atual prefeito paulista Olavo Setúbal, está demitidos. eram os mais combativos e quanto o concorrente recem começava a A Folha de São Paulo chega a tratar dando o seu aval aos empréstimos do jor- menos maleáveis, todos membros da ABI. ser impresso, para chegar às bancas perto com ironia os assuntos. Publicou a integra nal, tentanto aliviar sua crise econômica. E foi decretado o fim de uma norma rígida: do meio-dia. as duas redações até então distintas foram do discurso de Franciscato, que pediu unidas sob a chefia de Luís Carlos Lisboa, ajuda "aos jornais que estão crise", citando DISPUTAAINTERNA antes diretor da redação do Jornal da Tar- especificamente o Estadão. Desta vez foi a AMIGOS DA CASA de. Folha que deu uma nota em negrito, ao pé No silêncio da redação instalada junto da notícia: "Ao referir-se a sérias difícul- à avenida Marginal do Tietê não há assunto As demissões dos jornalistas - perto de £ o lacerdismo no poder, segundo in- dades financeiras em que se debatem real- mais palpitante que a crise do Estadão . Ali 80 nos dois jornais, computando-se as terpretação de Helena Cravo, em artigo as- mente algumas empresas jornalísticas, o se comenta que tudo começou depois da. sucursais - aumentaram a tensão interna. sinado no matutino carioca Tribuna da Im- deputado Alcides Franciscato faz gene morte de Francisco Mesquita (1970) ; quan- Fernão Lara Mesquita, redator da Editoria prensa no dia 2 de junho. Ela comenta um ralizações que podem induzir a erro. De Internacional do Estadão, e filho de Ruy assunto antes pouco divulgado: o Jornal da nossa parte, não estamos de maneira do duas correntes começaram a brigar para d Mesquita, acusou Clóvis Rossi, chefe de Tarde teria sido fundado para dar emprego nenhuma incluídos naquele rol".

fazer prevalecer suas idéias. Uma, defen- #2 dida por Ruy Mesquita e Júlio de Mesquita redação, de "no mínimo mentiroso", a a assessores do ex-governador carioca s propósito de um memorial divulgado pela Carlos Lacerda. Quando o JT foi criado, há A julgar pela edição de 1976 dos Neto, pretendia manter a tradição do jor- "Maiores e Melhores" da revista Exame, é nal e incrementar sua importância social, redação do jornal contra as medidas im- 11 anos, eles ja recebiam salários melhores postas pela direção. do que os de seus colegas do Estadão. verdade. No listão das grandes empresas política e econômica. A outra facção, en- jornalísticas, referente a seus Índices de cabeçada por José Vieira de Carvalho Mes- Tudo girou a respeito da lista dos que Importante registrar que para vários endividamento em relação ao patrimônio quita, primo de Júlio e Ruy, vê o jornal poderiam ser dispensados, elaborada por cargos no Estado, além de Miguel Jorge líquido, a S.A. O Estado de S. Paulo li- como apenas mais uma das fontes de lucro Rossi. Alguns acham que ele nunca deveria (substituto de Rossi na chefia de redação derava, com 80%, enquanto a Folha era a de uma futura grande empresa, investindo ter entregue tal relação. Outros consi- do Estadão) , foram jornalistas do JT como menos endividada, com um Índice de em fábricas de papel, ocupando a capa- deram que este foi o menor dos males. Pois Samuel Dirceu e outros. O que é encarado 17%. cidade ociosa de seu parque gráfico em a lista poderia ser feita pela direção e. os como uma vitória, por um lado, de Ruy Mário Miranda

Mude para a

poupança de renda certa.

1977

de

junho

-

Banco Maisonnave de Investimento S.A.

Coojornal

R 199 BR DFANBSB V8.GNG;AAA ON "]

Perdão,

Leitores Por Luis Cláudio Cunha

Amizades latinas posição: 49% das ações pertencerão ao Comunicações -- jornal Zero Hora, Rádio atual prefeito de Recife, Antônio Farias, e TV Gaúcha - venceu a concorrência que o atual governador pretende transfor- para exploração do Canal 12 de Floria- mar em seu sucessor; 49% foram com- nóÓpolis. prados por usineiros e comerciantes per- Surpresa porque dois dos grupos ca- nambucanos; e outros 2% pelo secretário tarinenses eram ligados às oligarquias do Trabalho, Joaquim Francisco, sobrinho Ramos da Silva e Konder Bornhausen, que do governador. compõem as duas alas da Arena local. A inclusão de Francisco entre os com- Mais: o resultado da concorrência pradores foi encarada em Recife como uma poderá determinar a venda do Canal 2, TV manobra de Moura Cavalcanti para fazer Cultura, a única emissora da capital, ao do jornal o seu porta-voz na Campanha .outro grupo gaúcho, a Caldas Júnior - para o Senado em 78. Este controle sobre o Correio do Povo, folhas da Manhã e da diário seria reforçado por Farias. Tarde, Rádio e TV Guaíba - ou uma com- Mais: diz-se em Recife que o MDB só posição entre as duas empresas - CJCJ e espera que os novos donos assumam (o TV Cultura. contrato foi assinado dia 27 de maio) o jor- Apesar de temer a futura concorrência, nal para iniciar uma campanha denuncian- o diretor-presidente da Cultura, Darci do favorecimentos e corrupção, pois a em- Lopes (que em maio esteve em "visita de presa deve Cr$ 88 milhões e tem como cortesia" ao diretor-presidente da Caldas maior credor o próprio governo. Desta Júnior, Breno Caldas) , evita falar sobre a dívida, Cr$ 10 milhões são relativos a Conquista da RBS. Só joga lenha numa, por causas trabalhistas e Cr$ 12 milhões a for- enquanto, pequena fogueira: "Quem tem necedores, principalmente de papel. que falar são os grupos derrotados na con- Também grave é o fato de, enquanto os corrência. Se eu fosse um deles teria muito funcionários não recebem salários há anos, a dizer, pois venceu logo um que não é o representante da Justiça na empresa (pois catarinense". General Pinochet...... e o condecorado R. Marinho está sob intervenção federal há oito anos) De qualquer forma, o fato consolida a recebe mensalmente - sem nenhum investida da RBS no mercado catarinense. atraso - 70 salários mínimos (Cr$ 868,80 Denunciado em toda a imprensa entregou a medalha, esclarecendo que cada em Pernambuco), o que dá Cr$ 60.816,00, e o editor-geral do Jornal do mundial pelo seu desrespeito aos direitos "Roberto Marinho se tem destacado por Commercio, Esmaragdo Marroquim, re- humanos, o governo chileno parece ter sua amizade ao Chile". Já a matéria O cebe 25 salários mínimos, ou Cr$ 21.720,00 conseguido um aliado na imprensa Globo diz que "nosso companheiro por mês, O 1o Encontro Gaúcho de Mídia, brasileira: o jornal "O Globo", do Rio de Marinho)" agradeceu penhorado a Será preciso muito dinheiro para re- promovido pelo Grupo de Mídias do RS nos Janeiro. Esta amizade acabou sendo manifestação de apreço e ainda mandou dias 2,3 e 4 deste mês, fez um belo suces- uma mensagem a seu amigo presidente: cuperar o império do velho senador F. Pes- materializada neste mês, quando o diretor soa de Queiroz, de 86 anos, ambicioso a so. Perto de 400 pessoas participaram - e de O Globo e dono da toda poderosa Rede "Peço a gentileza de transmitir ao ponto de, em 1948, quando fundou a Rádio durante os três dias receberam uma to- Globo de Televisão, recebeu em seu presidente Augusto Pinochet o meu mais Jornal do Commercio, dar-lhe oslogan de nelada de informações e dados sobre todos gabinete a mais alta condecoração caloroso agradecimento e a certeza de que "Pernambuco falando para o mundo". os veículos de comunicação social. concedida pelo governo chileno a um tudo farei em minha missão jornalística, a Eleito senador no começo da década de Quem não esteve lá, no entanto, pouco estrangeiro - a Ordem de Bernardo serviço do Chile". Sem dúvida o general 60, o velho Pessoa de Queiroz deixou as soube do que aconteceu, pois os jornais de O' Higgins, grau de Grande Oficial. A - Pinochet deve estar entre os que, como empresas com seu filho Paulo, um jovem Porto Alegre, alimentando velhas picui- notícia foi ªda pelo próprio jornal de disse o embaixador chileno na mesma nhas, divulgaram apenas informações par- cerimônia, dão "um voto de confiança, sem muitas idéias e tido como "irrespon- Marinho em notícia de três colunas no alto sável" para tal função -- costumava sair ciais. Isto é, os jornais da Caldas Júnior só credibilidade na notícia propalada e na de página e com foto, em sua edição de 3 todas as noites com as vedetes que con- gastaram tinta e papel para mostrar o que de junho. a imagem difundida" pelo Sistema Globo. tratava para a televisão. As empresas foram seus representantes e os expositores de O embaixador chileno Bravo Munoz entrando em falência, enquanto Paulo outros estados disseram. Idem para Zero Hora, que só escreveu sobre o que lhe in- pensava apenas em construir uma gigan- tesca estação de tevê, uma espécie de teressava diretamente. super TV Globo do Nordeste. Até que em Nenhuma linha foi escrita sobre os 1969 foi à falência e passou à intervenção debates que se realizaram no fim de cada A Bloch Editores - Manchete, Fatos & tentativa de demitir dois redatores e de do Governo Federal. sessão - e foram estes justamente os que Fotos, Pais & Filhos, etc. - demitiu, entre uma reação dos outros colegas. Na revisão mais despertaram a atenção de todos. O fevereiro e maio, aproximadamente 80 houve até ameaça de sorteio para demitir rádio, por exemplo, foi acusado de estar lon- funcionários de sua sede, na Praia do Rus- três pessoas, que só não saiu porquê se ge de usar todas as suas potencialidades, o sel, no Rio, onde funciona a fábrica de apresentaram três voluntários para serem que provocou um acirrado debate, pois os revistas do grupo. A medida não surpreen- cortados. representantes gaúchos do setor não ad- deu a ninguém pois esta é, afinal, uma importante registrar que não se tem mitiram este fato. Prática comum em época de dissídio sa- conhecimento de que a Bloch esteja em Surpresa geral em : Aos mídias, um grande abraço pelo arial. Adolpho Bloch pretendia - dizem crise e tampouco que esteja com pessoal derrubando outros quatro grupos catari- sucesso do encontro. diretores da empresa - reduzir em Cr$ 500 em ociosidade. Em muitos casos os profis- nenses, o grupo gaúcho Rede Brasil Sul de Aos diários, pêsames. mil mensais a folha de pagamento. sionais tiveram o contrato de trabalho Amplia-se o sofisticado parque gráfico, rompido e foram convidados a trabalhar constrói-se um novo edifício no Russel e como free-lancer, uma fórmula que a em- investe-se continuamente em obras de ar- presa está descobrindo para não correr ris- Já que a era é dos tecnocratas, vamos aprender a falar bonito também, por que não? te, mobiliário, cortinas, automóveis, cos e não pagar os chamados custos sociais reuniões sociais. A conclusão não é difícil: - 13o salário, férias, FGTS, INPS, etc. - A receita é dada por um norte-americano, lógico, um cidadão qualquer, segundo a aplica-se máquinas e economiza-se em com os empregados efetivos. revista Newsweek, que observou que só fazia carreira quem falasse empolado. Ele fez pessoal. Na revista Fatos & Fotos Gente, por uma composição de palavras que permite a qualquer um falar com uma certa autoridade exemplo, foram demitidos dois dos três úl- em qualquer tipo de conversa - e melhor, sem que os outros entendam nada do que se timos profissionais da equipe de repor- diz mas ao mesmo fiquem constrangidos em pedir explicações. tagem e substituídos por estagiários que O método é simples. Basta escolher ao acaso um número qualquer de três algarismos completavam o Curso Bloch de Jornalismo, e se buscar a palavra correspondente a cada algarismo em cada uma das colunas do ministrado por diretores de revistas da quadro abaixo. Por exemplo: se você escolher o número 458, vai formar a expressão "casa". Estagiários - com salários baixos Depois de oito miseráveis anos, a si-. "Dinâmica global estabilizada". Vá em frente - e seja o destaque no próximo coquetel em - deverão ser admitidos, também, na Pais tuação dos funcionários do Jornal do Com- que participar. & Filhos, cuja diretora foi demitida por não mercio, de Recife, pode melhorar. A série querer abrir mão de nenhum nome de sua crise econômica e administrativa da em- equipe. As demissões têm, também, um presa levou seus proprietários, a família caráter político: são determinadas por Pessoa de Queiroz, a vender tudo (o jornal, COLUNA 1 COLUNA 2 COLUNA 3 critérios financeiros, mas as cabeças são mais o Diário da Noite, uma emissora de escolhidas segundo critérios políticos. tevê e cinco de rádio) para um grupo 0 - Programação 0 - Funcional 0 - Sistemática 1977 Toda a equipe da sucursal de Recife foi capitaneado pelo atual governador de Per- 1 - Estratégia 1 - Operacional 1 - Integrada de demitida porque Ricardo Noblat, o chefe, nambuco, [cx/loura Cavalcanti, 2 - Mobilidade 2 - Dimensional 2 - Equilibrada pretendia uma reavaliação salarial. Quinze Os funcionários vêem agora a possi- 3 - Planificação 3 - Transacional 3 - Totalizada contínuos da sede do Rio foram cortados bilidade de sairem - literalmente - da 4 - Dinâmica 4 - Estrutural 4 - Insumida junho por terem assinado um memorando cordial miséria, pois desde 1971 recebem apenas 5 - Flexibilidade 5 - Global 5 - Balanceada -- em que pediam não fosse descontado do magros vales semanais de Cr$ 100,00 até 6 - implementação 6 - Direcional 6 - Coordenada seu reajuste salarial um aumento ínfimo Cr$ 250,00. 7 - Instrumentação 7 - Opcional 7 - Combinada obtido em novembro último. Em Ele Ela foi Teme-se, porém, no Recife, a nova 8 - Retroação 8 - Central 8 - Estabilizada demitida toda a equipe - exceção do orientação política do diário, pois; seus. . |.. 9 - Projeção 9 - Logística 9 -Paralela Coojornal diretor Narceu de Almeida -, depois da compradores formaram uma singular com- [

Ca

' v 100 1994 eo à BR DFANBSB 1994 , p. 3B

EQUILÍBRIO

O País necessita não apenas reduzir deficit, mas coando seus excedentes para diferentes países do mundo. também alcançar superavit. A preocupação converte-se De 1972 a 1976 a SAMRIG exportou US$ em dever de todos. Das autoridades e dos cidadãos. Dos 314,894,300.00, despendeu US$ 7,763,360.00, gerando, indivíduos e das empresas. portanto, US$ 307,130,970.00 em divisas Iíquidas. Mais que nunca é preciso exportar. Ajude o Brasil a produzir divisas e a economizá-las A SAMRIG, além de produzir farinhas, farelo, óleo também. comestível, margarinas, gordura vegetal, lecitina, sabões, Assim, vencendo os desafios do presente, construf- proteína isolada de soja, para milhões de brasileiros, há mos solidamente para o futuro. muito que vem participando do mercado exterior, es-

SamMRIG -L/s a moinmos rio GRANDENSES

! | I !| | 4

1977

de

junho

Coojornal

"S

BR DFANBSB VB.GNÇGAM TON LI OOAL, ©.

IDÉIAS & OPINIÓES

A gente paga, mas não fica

Quem não se cansou de ler até o fim o escândalos não vêm a público -, o minis- longo trabalho (21 laudas) do Banco Cen- sabendo de nada tro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, tral sobre as estrepolias do mercado finan- e o presidente do Banco Central, Paulo Lira ceiro, divulgado quando já não era possível - este, segundo se sabe, visivelmente esconder tudo, certamente ficou assom- constrangido -, compareceram à posse do brado. E não apenas pelo fato de que se eleito. E trocaram os habituais tapinhas nas tenha gasto dos coªs públicos, para costas com quem, àquela altura, já fora "manter a confiança no sistema finan- responsavel pela devora de algo parecido ceiro", nada menos de Cr4 18 bilhões e 200 com Cr$ 4 bilhões em moeda sonante dos milhões que serviram para cobrir os rom- cofres do Tesouro. O encontro, registrado bos financeiros de 141 firmas. Mas porque pela imprensa, não deve ter passado des- isso tudo foi feito sem que o público tives- percebido para milhares de investidores se a mênor possibilidade de acompanhar o que estavam com dinheiro para aplicar. desenvolvimento dos processos. "Afinal, embora se corresse um risco", Os menos avisados devem ter ficado devem ter pensado, "a instituição, pelo animados com o tom enérgico do relatório, menos aliJvinha caminhando solidamen- onde não faltam expressões como "ação te". Pois não vinha. saneadora", "rol das penalidades", "deten- Embora não se conheça ainda senão os ão e reclusão dos infratores", "a mão da | Tfíºrnaldá étim contornos da história das relações do ei os tem alcançado". O rigor das auto- LUTFALLA: governo com o Grupo UEB, algumas infor- ridades encarregadas de defender o pú- como mações já foram levantadas. Por exemplo: blico dos maus administradores, mantendo FO! TRAMA GOLPE um dos motivos para a alegada intervenção assim a confiança no mercado financeiro, foi que o grupo insistia em não observar al- parece não ter limites. guns artigos da legislação, como o que Para os leitores que possuem um mi- proibe o repasse de recursos, pela parte nimo de informação, no entanto, o assom- financeira da organização, para as outras bro provocado pela leitura do relatório do empresas que eventualmente componham Banco Central é de outra natureza. A lin- o conglomerado. Nada mais justo. guagem enérgica não os impressiona, pois elas derivam basicamente de duas tircuns- Surpreendentemente, no entanto, tâncias: ) o momento político aconse- quando um repórter do mesmo jornal lhava que ela fosse adotada, já que se tor- Mas parece ainda mais sinistro o fato de empresas do Grupo Decred, que acrêscen- paulista, no Rio, abordou um dos diretores nara inevitável a divulgação de dados des- que aparentemente o Governo julga des- tarão mais alguns bilhões - entre 4 e 5 - da UEB e pediu explicações a respeito, a confortáveis; e 2) ninguém duvida de que a necessário fornecer informações com- de cruzeiros ao total das despesas, e outras cândida resposta foi a seguinte: tais legislação brasileira sobre o assunto seja plementares sobre os casos. O problema, instituições financeiras que se encon- operações foram antecipadamente au- extremamente atualizada e que preveja no entanto, é que sobre tais assuntos não tram às vésperas de intervenção se torizadas pelo Banco Central. Ou seja, podem ser baixadas cortinas de silêncio. melhante - e que já custaram mais al- segundo os dirigentes da organização, duras penalidades. Mas em alguns países, Na verdade, o mínimo que se pode desejar gumas centenas de milhões de cruzeiros quando uma determinada companhia do como se sabe, há uma distância enorme para homens de negócios que armam não incluídos na primeira lista -, são 141 grupo precisava de dinheiro, ligava para o entre a lei e sua aplicação. A verdade é arapucas para o público, é que seus nomes histórias com começo, meio e fim que ain- Banco Central, explicava a situação e pedia que, da mesma forma quanto ganhar di- e suas histórias sejam devidamente co- da não foram reveladas. ara não cumprir a- lei. E alguém, do outro nheiro, também para livrar-se das grades a nhecidas. E neste episódio, sem contar as Alguns exemplos. O Banco Central, ado da linha, respóndia: "Pois não, esteja imaginação não tem limites. uma semana, dois meses ou um ano antes à vontade". do estouro do Grupo UEB estava perfei- A parte de cada um tamente a par das irregularidades que es- Não é de surpreender, assim, que o Até 28 de fevereiro; o Banco Central havia gasto com as seguintes empresas: tavam sendo praticadas. E porque pagava Grupo UEB tenha crescido apesar de seus diariamente uma certa importância para problémas. O diretor de Mercado de Grupolinanceirolpirana . ( ...... - .... s... Cr$ 1.054,2 milhões Capitais do Banco Central, Sérgio Ribeiro, Grupo Financilar lume .; ...... e.. .. Cr$ 702,1 milhões que a área financeira do grupo não fechasse depois de alguma hesitação, explicou que Grupo Financeiro CPI -. .. - ..e , 2. p ira, Cr$ 679,3 milhões o seu caixa em deficit, sabia que o grupo realmente isto acontecia. Mas garantiu que Grupo Nacional Bratileio ...... Cr$ 768,0 milhões enfrentava enormes dificuldades finan- Cr4 1.418, 1 milhões ceiras. No entanto, não deixou apenas que não era ilegal. E não se falou mais no as- Orupo Jorge Kalil. al s vaias eae oa cao ea ea sl tao uma organização visivelmente arruinada sunto. Esta história não está ainda com- Grupo União de Empresas Brasileiras, formado pelo grupo continuasse a emitir letras de câmbio, cer- pletamente esclarecida. Como não estão financeiro Independência Decred, Lojas Ducal, Bemoreira, nem um pouco esclarecidas as outras 141 Textil Serido e outras companhias ...... Cr$ 4,0 bilhões para tificados de depósitos e outros títulos que histórias que os arquivos do Banco Central mais eram colocados junto ao público. Segundo guardam com desvelo. Outras O O o ao aa o e o Ao alado d a Ila a agio a ata e a ov o al ea ch a Cr$ 2.057 ,9 milhões apurou o repórter Walter Clemente, da O Banco Central gastou, ainda, em outros grupos financeiros Gazeta Mercantil, apenas na região de Por enquanto, os investigadores, que não foram liquidados e foram passados para o controle de Taubaté, vale do Rio Paraíba, no interior porém, podem estar certos de uma coisa: Outros (. O c c o o volar . e trar ou c e ea dare os ( Cr$ 7 .474,2 bilhões paulista, um único intermediário - Naufal outras instituições financeiras devem estar União Comercial, engolido pelo Itau...... :...... |. Cr$ 2.978,3 bilhões Distribuidora de Títulos - afirma que os enfrentando grandes dificuldades no Capo Mineiro ...... - Lda Cr$ 428,4 milhões poupadores da região possuem Cr$ 200 momento. Mas não esperem por sinal de Ap ERM o Cabo e o r e ao o do sele o o aio Cr$ 150,3 milhões "© milhões em títulos da Independência- alerta. Ninguém vai fornecer qualquer pis- Aurea. ...) b Ae vio i ese ea tria ia or elaa aaa Cr$ 416,5 milhões Decred que aãora certamente serão usados ta. A única coisa sensata a fazer é: fugir de Audi s ai e do Cro Veado pede eve d e e dra s doa Cr$ 758,7 milhões para empapelar parede (parte das letras tais mªos como o diabo foge da cruz. Ou Pailgon ... Ao a o oo i r io o aa aa e o eda see Cr$ 230,7 milhões foram colocadas no próprio dia da inter- se ar às instituições financeiras mais P aaa eai e ia adao s o Cr$ 1.257,2 milhões venção) . E poderosas, que oferecem rendimentos Aecua l L o ca saida a a Cetec aa Cr$ 417,3 milhões Banco Central e o Governo fizeram miseráveis pelo seu dinheiro. Aplicar Grupo Financeiro Ipiranga (anterior à decretação extrajudicial) Cr$ 836,9 milhões pior. Quando José Luís Moreira de Souza dinheiro em troca de rendimentos extraor- foi eleito, pela 13.a vez consecutiva, para dinários, ou mesmo apenas bem compen- No total, o Banco Central colocou dinheiro em 141 organizações financeiras, sem presidente da Adeçif, no Rio - faz parte sadores, poderá representar um risco muito contar as que no momento estão sob regime de intervenção branca; das 141, 132 estão em da história do mercado financeiro uma grande porque quem oferece tal lucro pode liquidação extrajudicial e 9 sob intervenção. i doentia e irracional solidariedade entre os estar estourado. E as demais instituições e membros desta comunidade, enquanto os o Governo sabem. Mas não contam.

Continental. Som de uma orelha a outra.

1977 de | junho rádio à moda da casa. - - Nos ,] | _ ib: Coojornal e *71v BROFANBSB VB.GNG;AAA - ON 19494 004 ©. 40

IDÉIAS & OPINIÓES

Pasquim explorava e entramos nele. Os livros políticos foram uma consequência natural, afinal, hoje, humor e política an- Livros em cima do fato dam juntos". Outro lançamento de sucesso foi o livro Em apenas cinco dias o livro A Hora de to. Apenas meses depois a Antologia se do jornalista Marcos Sá Correia: 1964 Visto Mudar do senador Paulo Brossard esgotou pagou. e Comentado pela Casa Branca, sobre a sua primeira edição de cinco mil exem- Em compensação, estas publicações, participação norte-americana na queda de João Goulart, Cr$ 50,00 e 160 páginas. "Foi plares. A obra do político emedebista, Cr$ perigosas do ponto de vista das grandes 45,00 e 120 páginas, tem a colaboração do empresas editoriais, têm dado prestígio à um lançamento feito às pressas pela jornalista Carlos Castelo Branco e foi lan- editora junto ao público. Até o momento a atualidade do tema - confessa Pinhei- L&PM já colocou no mercado 100 mil li- rinho - e ocorreram algumas omissões,

0103 cada apenas 18 dias após os pronuncia- vros, dos quais 55 mil já foram vendidos. A como a do histórico da reportagem". Com

ep mentos de Brossard no senado, dias 6, 9 e 10 de abril. f divulgação é feita em forma de anúncio um pouco mais de experiência a L&PM

sin O lançamento é uma iniciativa da pago e a distribuição pelos próprios edi- pretende agora atacar na área da ficção editora L&PM, uma empresa que vem tores, Lima e Pinheirinho, e por distri- brasileira: lançando uma novela de Moacyr

nesqy revolucionando o mercado regional, com buidores contratados fora do estado. Scliar, ainda sem título, e um romance alguns lances de repercussão nacional. A "No início editávamos só cartuns", ex- coletivo de Scliar, Josué Guimarães e Luis L&PM é uma editora de gente nova - é plica Pinheirinho, "agora estamos diver- Fernando Veríssimo. Outra área a ser atin- dirigida pelos jornalistas Paulo de Almeida sificando nossa linha. O primeiro lança- gida é a da literatura infantil. Já estão sen- Lima, 27 anos, e Ivan Pinheiro Machado, mento foi o Rango, do Edgar Vasquez, que do feitos contatos com Ivan Fernandes, 26 anos - que vem provando, ao longo de é um amigo dos tempos de ginásio., Nossa filho de Millôr. O próprio Millôr Fernandes dois anos, que a experiência jornalística sede era na cozinha do meu pai. Tiramos terá uma série de obras editadas e relan- pode ser um grande instrumento na em- cinco mil exemplares e vendemos tudo. cadas pela L&PM ainda este ano: É, A His- presa editorial. Editamos mais sete mil. Percebemos que o tória é uma Estória, Um Elefante no Caos e Até o final do ano a L&PM terá editado humor era um terreno virgem, que só o Liberdade, Liberdade. seu 32o título e o segredo desta vitalidade parece estar na atualidade e agilidade, rapidez na publicação - elementos bem conhecidos dos jornalistas - que têm Caracterizado os lançamentos da editora. Apesar dos sucessos editoriais, como A Hora de Mudar, a ousadia tem causado al- guns problemas à L&PM. "No ano pas- sado quase fomos à falência por desco- nhecimento do mercado", diz Pinheiro. "investimos Cr$ 200 mil, que não tinha- mos, num único lançamento: dois volumes da Antologia Brasileira de Humor. A coisa era grande demais e quase naufragamos, Paulo Lima e Pinheiro Machado porque tinhamos de pagar nossos forne- levaram a agilidade do cedores na hora e o retorno do livro é len- jornalismo para editar livros e explorar temas atuais.

Em defesa do

índio brasileiro

Com a proposta inicial de não deixar tegração econômica, tem estimulado par- que as denúncias feitas durante o semi- ticulares à violação do patrimônio indí- nário O Índio Brasileiro: Um Sobrevivente, gena. Terras que tradicional e constitu- realizado em Porto Alegre de 25 de abril a cionalmente pertenciam aos índios, lhes 15 de maio, caissem mais uma vez no es- são arrebatadas a pretexto de solução para quecimento, foi criada no dia 13 de maio a problemas sociais de outros segmentos da Associação Nacional de Apoio ao Índio nacionalidade. (Ana). Durante os 20 dias do seminário, Mantida a situação de extermínio romovido pelo Instituto Cultural Brasi- progressivo do índio pelo processo de acul- eiro Alemão, mais uma vez antropólogos, turação, que opera negativamente sobre a estudiosos e interessados falaram da in- identidade dessas minorias étnicas, em vasão das terras indígenas e da morte de poucos anos não teremos quaisquer ves- sua cultura. Estes são os pontos principais tígios dessas civilizações. nos quais os índios receberam o apoio da As culturas ditas primitivas são o resul- entidade, que por enquanto está limitada tado de secular interação do homem com ao Rio Grande do Sul, mas que já recebeu ambientes naturais dos mais variados. Estes manifestações de apoio de todo o país. O povos se desenvolveram em sistemas manifesto de fundação da Anaí tem este sociais e econômicos puros, livres da ex- texto: ploração do homem pelo homem. O bem- "O território brasileiro, em 1500, con- estar das comunidades indígenas, ao con- tava com aproximadamente 5 milhões de trário da submissão ao econômico, índios, distribuídos em 240 nações com está consubstanciado em valores esta- Características culturais próprias e diferen- belecidos por fatores mitológicos, his- ciadas. tóricos e humanos. f A escalada de colonização branca Estas culturas merecem ser preservadas, chegou aos nossos dias com a alarmante quando não seja, como uma alternativa de redução deste número para apenas 120 mil, vida e de organização social para a hu- tendo sido extintas 87 tribos, o que re- manidade. presenta, além do fenocídio, um atentado Por isso constituímos, hoje, a Asso- cultural irreversível. ciação Nacional de Apoio ao Índio, de- Grande parte dos sobreviventes, des- cidindo: caracterizados culturalmente, somam-se 1o -= Contribuir para uma nova cons- ao enorme contigente de populações mar- ciência pública de respeito às minorias ét- ginais brasileiras. nicas e sociais. Somente 400 anos após a chegada do 2o - Apoiar os Povos Indígenas nas homem branco foi tomada, no Brasil, a reivindicações para recuperar e garantir a primeira atitude governamental de pro- inviolabilidade de suas terras, sua posse teção ao Índio. permanente, o usufruto exclusivo das 1977

Apesar de algumas ações bem inten- riquezas naturais e de todas as utilidades de cionadas, oficiais ou missionárias, de nelas existentes (cont. o artigo 198 da Cons- proteção ao Índio, verifica-se que toda tituição em vigor), apta e suficiente. política adotada fundamentou-se em pos- 3o - Reconhecer, respeitar e apoiar > junho tulados errôneos como o da "aculturação" sua autonomia cultural e seu direito à $ -- e da "integração", resultando numa do- autodeterminação. Supermercados ao gosto do freguês. > minação cultural. 4o -- Apoiar as lutas de sobrevivência Nos dias atuais, em âmbito nacional, a do próprio índio.

União, através de projetos de colonização, Coojornal aberturas de estradas, ou de pretensa in- Porto Alegre, 13 de maio de 1977

--- m B 1 BR DFANBSB VB.GNG;AAA ?Y 104 1949 am OO ,O

- pla qem eam "EHS mªm ere ___ """" ""

mais caro O desempregado

o Brasil Por Hamilton Almeida Filho Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1976. Demitido sem aviso prévio, onde Walter Clark vai arrumar outro emprego de para que a tranquilidade sobré o domin go possa contagia-lo, aí vão algumas explicações da estratégia adotada per

1,5 milhão por mês? Rede Globo: . Se nao acreditamos no Sílvio Santos como empxcsária de televisão, não pó demos deixar de reconhecer que ele possuí diversos elementos de empatiª

"São uns meninos que eu botei lá. golpe de sorte e audácia, comprou da Tupi com uma respeitável força nas camadas de menor instrução e baixo poder a Eu sou o dono disso tudo". de São Paulo a novela "O Direito de Nas- quisitivo, Analisando-se a audiência qualificada, o forte do Silvio é a Es ge. Jai-Lºja. em (:?—ª.: o ”Maiª,, ele perde nas classes B < ganha Roberto Marinho cer", recusada pela Tupi do Rio. Podia per- êm na classe A. Esse resultado e distorcido. A classe le der num só dia 40 artistas contratados pela or e sempre tem empregada. claro que quem atende a € gada e informa ao pusquisador o que ela está vendo - Walter Clark, quem diria, acabar no Excelsior, mas às 8 da noite a TV-Rio era absoluta com as dores e desventuras da 3 o Santos embora a familia possa estar as Galeão! B muebra. do hábito nas classes menos informadas é mais di- Sozinho, na manhã do último sábado Mamãe Dolores. E aprendeu a sua maior de maio, mal dormido depois de 9 horas de lição: vôo Nova lorque-Rio, Walter Clark Bueno, -- Sem novela, uma estação não vive, 41 anos, há 12 líder da mais bem sucedida Porque novela dá uma audiência fixa. A experiência de publicitários brasileiros no base da vida da televisão é a novela. campo da comunicação, ainda demorôu Quando Walter Clark chegou na TV- um pouco para perceber que não era mais Globo, no dia 2 de dezembro de 19%5, para ser seu diretor-comercial, ele jà não tinha o diretor geral, à imagem e semelhança do comando do Sistema Globo de Televisão mais dúvidas quanto ao papel daquele - "à maior força desarmada do País". veículo nos anos seguintes do Brasil. Seria Ali, no saguão do aeroporto, elegante e a vitrine, a alavanca do consumo, a amarrotado, Walter Clark parecia não imagem do milagre brasileiro, a fábrica de acreditar naquele momento: sem aviso sonhos mais veloz do mundo. A aldeia prévio deixava de ser 'um dos executivos global. , mais bem pagos em terras brasileiras - - Fomos nós que fizemos tudo isso salário mensal em torno de 1,5 milhões de que está aí. A TV Globo é um trabalho de cruzeiros, ou seja, 1% do faturamento verdadeiros profissionais. A minha geração total da Rede Globo de Televisão. E, ao tinha uma grande frustração: a fragilidade receber a notícia dos repórteres que não dos empresários de TV. O único mérito do dormiram para aguardar a sua chegada às 6 dr. Roberto Marinho foi acreditar nas nos- da manhã, se tornava certamente no sas jovens cabeças. Ande por aí tudo, veja, desempregado mais caro do Brasil. pergunte, Quem fez a Globo fui eu, o Boni, Pobre Walter Clark, foi o último a o Joe Wallach, o Arce. A Globo era uma saber. f estação fantasma, pior do que a Gazeta de Fora do Brasil há uma semana, Walter São Paulo. Nós fizemos tudo. Agora: não Clark não sabia ser aquela a sua última me pergunte onde tudo isso vai parar. Eu C &om um abraço muito traqquilo| missão na Rede Globo: representá-la na es- não sei, ninguém sabe. tréia da novela Gábriela, vendida para a Foram 12 anos de sucesso até esse dia, Numa carta à Roberto Marinho, Boni traça a egtratégia global para derrotar Silvio televisão, portuguesa, em Lisboa, e trazer Visto de perto, fora das capas de, revistas Santos, em agosto de 1976. : | de Nova lorque uma reportagem de 3 masculinas; de propaganda "e: negócios, minutos para o Fantástico. Mas; na vêspera Walter Clark de há muito dava'sinais de es- da sua volta, um boato corria célere na tar mal. Numa habitual reunião diária para cionou chamar de dupla Boni and Clark estados, 2.300 , dos 3,951 municípios Zona Sul da ªcidade, de onde escapou no o uísque de início de noite, no último an- Umá dupla quase perfeita e afinada em brasileiros e a possibilidade de atingir hoje, Jardim Botânico.. .:. RESP dar da Vênus Platinada", sede do poder . seus objetivos.. : num mesmo momento; 10 milhões e 500 - Você não sabe? O Roberto Marinho global no Jardim Botânico, em sua sala de Que jogou com tudo na escalada de mil lares com TV. - a metade dos lares de demitiu ó Walter Clark! * meio "andar, "Walter Clark: cumpriu mais audiência. Catástrofes; Chacrinha, Raul toda a Nação; Uma rede capaz de arrastar Assunto do dia, entrou: pela noite nos uma vez, para mim, a-sua missão de ser a "Casamento na TV" Longras, Flávio Caval- para si 250: milhões. de dólares de fatura- bares de Ipanema e Leblon, onde normal- voz, 0 rosto e à imagem do mundo que canti, Dercy Gonçalves, Jacinto "Homem mento num ano. ! mente. a TV Globo é assunto e presença dizia ter construído. Como responsável do Sapató Branco" Figueira, "Ted Boy Até Onde pôde, Walter Clark ajudou a © cotidiana através de sua fauna e flora - pela política interna e externa da Rede Marino, a marmelada do telecatch e, prin- dirigir essa máquina; representou-a, fun- astros e estrelas, figurões e figurantes, en- Globo, Walter Clark não dava a impressão cipalmente, os dramalhões cubanos - diu-se com ela. Sob a orientação de fim, o grande circo da Hollywood brasi- de um vitorioso. Não porque tivesse a lin- embrião. da indústria da novela. O es- Wallach e junto com Arce, consolidou o leira. "Ele bateu na barriga de um general gua pesada, ao deleite dos golinhos de quema global deitava a sua rede enquanto esquema comercial. Introduziu o mer- numa recepção"; "Não soube? Na véspera vodka, os olhos vermelhos, injetados mes- o primeiro lugar no Ibope começava a ficar chandising (o anúncio subliminar dentro da de viajar, o prédio da Globo teve que ser mo, as olheiras mal suportando o próprio vago. O fracasso de empresários de outras programação) na TV e criou os diversos evacuado pra ele sair de maca, em estado peso. Parecia ancorado para sempre no épocas como Chateaubriand e Paulo tentáculos globais, as empresas que giram de coma, de pileque!"; "O Roberto Ma- sofá, apesar do terno verde-claro, "ton-sur- Machado de Carvalho se tornava uma em torno da televisão - como a Sigla-Som rinho já convidou o Carlos Lemos do JB pro ton" sobre o colete verde-escuro, do ca- realidade. E a TV Excelsior, do Grupo Livre, o Mercado Global, a Vasglo (de lugar dele". belo nem curto nem comprido, apesar de Simonsen, outrora poderoso por suas li- promoção de espetáculos) , a ICB (Indústria No Rio de Janeiro, um boato é capaz de toda a sua estampa - sua beleza estava ações com o Governo Goulart, estava sem Cinematográfica Brasileira) , entre outras. matar. Ou derrubar. cansada, cansadissima. ôlego, esfacelada depois da Revolução de O sucesso dos maravilhosos rapazes Paulista, paulistano, filho de um ins- -- O processo de conquista de audiên- Março. E a Globo não teve problemas de que nos deram a Globo foi demais. A ponto talador de alto-falantes da falecida Panair cia é como empurrar um carro sem ignição ocupar o seu lugar. de se pensar - como diz Boni - que a do Brasil, boy simpático e inteligente na numa ladeira. Depois que pega não pára O modelo brasileiro de televisão. Seu "Rede Globo é grande demais para o País". Rádio Tamoio, metido a escrever pro- mais! marco: 1969. O Time-Life deixa a socie- Um superpoder de paisano que não se gramas, Walter Clark tornou-se profissional E desse processo Walter Clark foi uma dade (recebendo seus 9 milhões de dólares desdobra mais. na vida como publicitário. Aos 17 anos, espécie de elo de ligação. No Jardim nos próximos 6 anos) e a Globo, ao com- chefe de tráfego da Agência Interameri- Botânico já encontrou Joseph Wallach, o prar duas novas emissoras (São Paulo e Há 3 anos, Walter Clark vinha se afas- cana de Publicidade. Pela porta da pro- gringo que veio de uma estação de San Belo Horizonte) , começa seu crescimento. tando de todas as atividades, a não ser de dução comercial entrou na TV. Chegou na Diego, Califórnia, para ser o Mister Time- Centraliza todas suas atividades de pro- representação. Há 2, diziam na Globo, não TV-Rio em 1956. Chefe da Produção de Life, representante do primeiro sócio de dução, comercialização e administração conseguia mais fazer nada. Suas mãos Comerciais, secretário-geral do r- Roberto Marinho. Se entregou de corpo e em sua sede do Rio. Lança o sistema de trêmulas ao tomar café, os soniferos para 1977 tamento Comercial, recordista aos 23 anos: alma à implantação da filosofia do Net- emissoras "afiliadas": 1. A Globo fornece a poder dormir, a bebida -o dia inteiro e o de Diretor comercial de TV; work - do sistema de rede e exploração programação de graça, exigindo apenas o medo de sequestro quando a imprensa -- Eu era um verdadeiro monstrinho! - comercial de TV americana. Aos poucos, cumprimento de um padrão; 2. Através de falava de seu salário, foi o último retrato de confessou uma vez. compôs ostaff necessário a essa revolução seu esquema de comercialização, vende os Walter Clark. junho Um de seus feitos na sua escalada para de mídia, levando primeiro José Ulisses Ar- anúncios de suas "afiliadas" no mercado . Ninguém pensava que ele um dia - virar mito: no Natal de 1959, colocou 63 ce, ex-dono de agência de publicidade, nacional, ficando com 50% desse fatu- pudesse sair da Globo. Todos nós, in- minutos de comerciais no ar em apenas 1 para cuidar da comercialização. E depois, ramento para si, cabendo à "afiliada" a ex- clusive ele próprio, já haviamos nos es- hora! Como diretor-geral da TV-Rio se en- José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o ploração do mercado regional. quecido da única coisa que poderia der- volveu numa luta de gigantes com a Tupi e Boni, seu antigo companheiro, para cuidar E assim, foi um-massacre. Rede Globo e rubá-lo: apesar de tudo, Walter Clark

Coojornal a Excelsior, as donas do mercado. Num da produção. Formando o que se conven- você, juntos para sempre: 32 emissoras, 18 Bueno não passava de um empregado.

mb e A 42 eanasa va. GNG.AMATAIOL Lad em COL, p.

eee PW alea tem .o a 4 yr

Pense.

Pare para pensar. E todos nós, de um jeito ou Nós, da Pallotti, vivemos de Pode ser que vire um conto, Uma paradinha qualquer, outro, uns mais outros menos, imprimir idéias e não podemos um livro. Uma peça de um pensamentinho que seja. estamos precisando de uma conceber esse impedimento. propaganda. Um manual de Pense idéias ao alcance da dose de evolução. Porque achamos que ficar instruções. Um cartaz, um realização, coisas práticas. Não dessa evolução calado, engavetar criações ou folheto ou um prospecto de Num meio melhor de carregada de know-hows, desistir de imaginar, é ruim utilidade pública. Pode ser que , executar uma tarefa, de tecnologias, avanços científicos para você e para os que vivem se torne um boletim de empresa cumprir uma função. e progressos. Não. ao seu redor. ou mesmo um catálogo Dê uma boa pensada na Estamos falando de idéias A Pallotti, com este comercial. vida que você leva, no modo de ser humano para ser anúncio, não quer mudar o Não importa. O que mais como reage e na sua postura em humano. mundo. Só não queremos que interessa é que pensando você relação às mudanças do nosso Se nós chegamos a este pensem que por não opinarmos pode participar intensamente tempo. estágio cultural, foi porque há estamos satisfeitos com ele. de qualquer processo funcional Reflita sobre problemas que milhões e milhões de anos um Vamos pensar. Com que estiver envolvido e assim se lhe interessam ou lhe dizem ancestral nosso resolveu originalidade, com teimosia. realizar melhor. respeito. Problemas seus, da assumir o seu mais antigo e Pode ser que uma idéia sua Demos esses exemplos de ( sua comunidade - todos "exclusivo privilégio biológico: o contribua para aumentar a idéias porque essa é a parte que de pensar. . esperança ou otimismo em sua nos toca no contexto geral. E Não fosse isso, o Homem casa, no seu trabalho, na sua porque nós da Pallotti ainda seria um animal a mais escola. acreditamos muito no que na natureza. fazemos. . - renovadoras. Não teria acumulado Mas se a sua felicidade Fazer do hábito de pensar conhecimentos nem sentido a depender de uma idéia que não uma forma de questionar fatos necessidade de preservar e precise de papel, tinta e e atos é evoluir. transmitir idéias. impressora, não faz mal. Mas parece que todas essas Nem só de idéias impressas conquistas estão nos custando vive o Homem. muito caro. Estão impedindo da gente pensar.

«. 4 “PV" ho cá

R E 9224904 PAuoTT

00 -- Passo D'Areia (Volta do Guerino) 1977

.3976 - Cx. Postal 6010 de 09 - Porto Alegre -- Rio Grande do Sul

junho COMPOSIÇÃO/FOTOLITAGEM/IMPRESSÃO "

"Livros * Catálogos . o Boletins :* Folhetos Coojornal

e Revistas * Cartazes © Aríais © Prospectos e House-orgens e Malas-diretas [raro

e nm .um—...,.ÚQL. #1 -A

004 77104199 em OFANBSB BR

sa papi teor o s : 7 00 aa aipo n o egaa ore? pest i 7 W elPeloPPelaBelo

ae ATA a Pa - Pa eo A ver, a 4 A

Anúncios

em jornal

O jornal será o veículo de comunicação que mais crescerá em participação no bolo publicitário, nos próximos anos, como consequência dé "um maior proflssmnalls- mo e a existência de atividade de plane jamento dentro dos jornais". a conclusão de um estudo feito há pouco em São Paulo pela empresa Pro- motest S/C Ltda. , Pré Testes de Promo- ções, com base numa pesquisa realizada entre as pessoas mais indicadas a falar sobre um assunto como este: publicitários do setor de mídia de grandes, médias e pequenas agências de propaganda da capital paulista. Segundo o estudo, 77,5% dos entrevis- tados vêem perspectivas de grande cres- cimento da utilização, pelos anunciantes, da chamada mídia impressa, no Brasil. "As principais razões que fundamentam esse ponto de vista", diz o trabalho da Promotest, "residem na crença de que haverá melhoria no nível sócio-cultural da população, com maior penetração dos veículos (maiores tiragens) e consequente melhoria nas relações de custo". Uma das dificuldades de um rápido crescimento da presença de anúncios em jornais e revistas seria a falta de infor- mações sobre o público atingido por esses veículos. 82,5% dos mídias disseram faltar qualificação para esse público e definição Em meio a bois e ovelhas que pastam arquitetos, sociólogos), no entanto, con- utilizado com tecnologia adequada adequada ao poder de influência dos jor- mansamente, 800 universitários assistem às tinuam empenhados no seu trabalho de "Capim santa-fé, a gente só teria o tra— nais e revistas. Entretanto, 80% deles dis- aulas em cabanas de madeira e pedra, propor soluções novas e mais adequadas balho de colher, porque lá em Santana e seram acreditar que a 'participação da cobertas de capim santa-fé e trepadmras A ao nosso meio. ainda é farto. Quanto à tec nologia de sua ia impressa tende a crescer nos pró- natureza IOÍ respel "d'i“ as DOUCas árv (HPS - Quando propomos determiriadotipo utilização é só aprendê-la com o habitante x ; anos, "em consequência, pr'wcipai— ficaram de pé e nem a área foi E de material de construção de uma moradia da região que sempre o utilizou explica mente, da maior preocupaç JU dm veíc uim nada.: Os obstáculos naturais do terreno ou outros prédios, estamos pensando en imlu natural de Livramento, que acred i LW fazem parte do ambiente oterecer condições ao homem para que ele suas idé levadas muito a te cenário não é mas estava possa reer ir-se a natureza e sé rque ! m concorrência previsto no projeto apri ntado pelo ar nsigo mesmo m ambientes indústrias alta const tura quiteto Janer Paixão coelho par o agre os, antina ais, construídos culação pela Universidade Internacional de Santana do a com a intenção do lh ro, esque- aparec | Livramento, na fronteira do | com < o homem, que é o fundamental ai oderão favorecer a mídia i | Uruguai, em plena campant cha. As juitetura tradicional. par trcularmente, o jornal no es |- idéias não passaram da x_i O antepro- ocupações propos- p.:ªàda, para um campus "univer racionalização e otimização a que serão jeto, pois a Aspes (Asso Santa pela w mada biotectur a, que segundo >sitário, as idéias de mun ) tas 7 - 2 4a - Pa levados os homens de mídia", para o Ensino Superior) provavelmente far i | "apenas quer trocar o concreto pelo aplicadas na escolinha *.*-vemº Cha Segundo a Promotest; a mídia técnica perplexa, rejeitou a pro; de Janer verde", "as soluções arquitetônicas do peuzinha Vwmeífr; Tac bananeiras das agências vê os jornais como o melhor preferindo um projeto de arquitetos 1po de Janer podem não ser tão irreais uma rede de nailor tentar uma veículo para anúncios de lojas de varejo uruguaios que prevê os tradicionais prédios quando se sau" que estudos feitos na Irepdumm e muitos sacos < dos cheios acon s bem de perto por auto- de tijolo e concreto e todas as outras so- L niwrwínrit le Montevideu provaram que de espuma quebram a monotonia de um seguindo-se imóveis e financei- luções da arquitetura convencional o cap a-fe, existente na região, pode aprendizado tradicional para as crianças ras/investimentos. Janer e seu grupo (formado por jovens resistir como telhado até 60 anos, se for Jorge Freitas Quanto ao futuro, 87,5% dos mídias dª.—“mm que há maior vantagem "na " ilização de jornais dirigidos a certos seg-

NEMA RAEM mentos da população, pelo fato de atin- A Funai também € e e # © girem diretamente o público alvo com ente or dis nevªr) e conse eficiência faz censura CUSsto É| AaSem intermediários ! F k Ca diretamente com o público alvin 8 Como não consegue preservar as úl- A venda direta de gêneros alimen mais direto de produção das cooperati- timas tribos indígenas dos que invadem tícios do produtor ao consumidor foi vas agrícolas os resultados serão ainda

suas terras, a Funai (Fundação Nacional do lançada como experiência em Santa mais «evidentes.. Outro exemplo: em

Índio) quer preservá-las da imprensa. Catarina e agora se consolida como um Santa Catarina, o feijão preto foi to- Quem quiser fazer reportagem numa reser- exemplo capaz de revolucionar o sis- mercializado pelos produtores entre Cr$ va terá que passar por uma cuidadosa tema de abastecimento em vários es- 4,00 e Cr$ 5,00 o quilo. Adicionando triagem. tados. No ano passado, através de um custos de beneficiamento, embalagens, Até agora o processo que a Fundação convênio com a Federação das Coope- transporte «e 'mais algum outro, ele utilizava para credenciar repórteres e rativas de Santa Catarina (Fecoagro), poderia chegar a Cr$ 7,00 ou Cr$ 8,00,

fotógrafos era relativamente fácil: bastava o Ministério da Agricultura lançou o No entanto, ele estava sendo vendido a

enviar um roteiro dos locais escolhidos e Projeto de Cadeias Voluntárias de Cr$ 20,00 no varejo PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL Esperar por credenciais. Mas as constantes Abastecimento, utilizando a rede (10 O agrônomo Érico Gebler reconhece DOS DIFERENTES TIPOS DE MÍDIA PROGRAMADO PELAS AGENCIAS críticas contra a Funai fizeram com que o lojas) de supermercados da Cobal, em que a expansão do projeto deve pro-. NO VALOR TOTAL general Ismarth de Oliveira, responsável bairros populares vocar a reação da rede de grandes 192 1968 1974 1976 'pelo órgão, mudasse de tática e aplicasse Distribuídos por diversas cidades, os supermercados, mas não está preo- normas tão rígidas quanto as exigidas a um supermercados Fecobal - assim pas- cupado com isso. "O plano é do Gover- | | E s candidato à carreira diplomática do ita- saram a ser chamados - tinham o ob- no Federal e não surgirão transtornos no | | um ip * maraty. jetivo de eliminar o intermediário, seu desenvolvimento", argumenta. No sa de h Inicialmente, os jornalistas-candidatos abastecidos pelas cooperativas. Pas começo, em dezembro de 1975, o | P_Í. |

deverão se habilitar com o tradicional sado um ano, foi confirmada não só a projeto começou timido, com uma loja PS b | 9 ! 9 9 | e © .]. N e [Te) e a roteiro. Depois mandar a Brasília um re- viabilidade do programa como também na pequena localidade de Biguaçu, a 17 e qe sn latório cuidadoso e completo, onde o a sua Importâncea "Em Chapecó - quilômetros da capital. i.?“aSI— e9 | -S |e - ( | e “.*.ºu'çi e * * repórter deverá especificar detalhadamen- conta o agrônomo frico Gebler, coor- Em abril, quando foi assinado con- 8 | e - e a e © te que tipo de reportagem tenciona fazer, denador do projeto -, a cooperativa de trato entre a Cobal, o Banco Nacional soa , a 3 | e a | 0 | e 3 a (9 , Z g/||| perguntas e os entrevistados escolhidos. O lá, depois de um mês de funcionamen- de Crédito Cooperativo -- que finan- | eo! |" | e e a e, |a 1977 fotógrafo também não escapa: ele terá de to, elevou o movimento de Cr$ 300 mil ciará a expansão - e a Fecoagro, a rede a | ª es Leoa | e. e8Ua om UF de mandar um plano descrevendo que tipo de para três milhões. E o mesmo está Fecobal já tinha 14 lojas. A Cobal

fotos e quais os ângulos que pretende acontecendo em Criciúma, Itajaí e deveria ainda transferir mais 10 super- MÍDIA Televisão © 8 8 Jornal J fotografar. Nada pode ser feito fora desse Lajes". mercados à Fecoagro. A experiência

junho Rádio sae Revistas 8a esquema. E para completar, Ismarth faz Em Florianópolis, depois de uma bem sucedida de Santa Catarina deverá iai

- Fonte: Pedro Mainrath, in Carta do mais uma exigência: não poderá ser escrita semana, o supermércado Fecobal es- ser estªndxda .ogo ao Rio Grande do O Mídia, no 5 set/out 1976 nenhuma linha contra a Funai. tava faturando 12% acima do movi- Sul, onde inicialmente a Cobal preten- 8 % O

mento habitual, quando era da Cobal. de passar d cooperativas um supermer- MMM Esses resultados vêm do preço. Um cado em Vacaria e outro em ban“;

exemplo: o Fecobal estava vendendo o cidade habitada por uma maioria de lo Coojornal macarrão a Cr$ 1,55, contra-.Cr$ 2,50 operários e ao lado de Porto Alegre. | ROM

and 8 . dos supermercados comuns. E no .seto?

9 *

a “ª. _; glx/1 .g(x (“um (« L'çl' BR DFANBSB VB8.GNG, AM 1

noa aa re aas r -x + 1% TM dei aint e maias a ia ea ea ea ride s o a ia das ceara o pi o o la m MQ R a a PAK ' 2 Pare : IDÉIAS & OPINIÓES

últimos 12 meses era de 43,43% e que só Como unir no último mês havia crescido 6,38%, sen- os jogadores? do que do início do ano até aquela data o ATÁ . 2 acréscimo fora de 20,21%. Se continuar Valores mínimos maio/75 maio/76 maio/77 ªmªsse ritmo, ͺm uma? mtc'gdia sitrnràlââi de Aposentadorias Cr$ 445,00 Cr$ 642,00 Cr$ 92500 Há oito meses na presidência da As- aumento mensal, até agosto poderá a sociação Profissional dos Jogadores de acumular o dobro. Então, quando o INPS Penfges Cr$ 297,00 C 528,00 Cr$ 617,00 Futebol do Rio Grande do Sul, o late estiver pagando os reajustes, as necessi- Auxílio-doença Cr$ 371,00 Cr$ 535,00 Cr$ 771,00 ral-direito do Internacional, Cláudio Du- arte, tem enfrentado sérias dificuldades dades básicas para sobreviver terão au- para tormar um sindicato da classe. mentado 63,64% num ano e quatro meses. Como disse um matutino de Porto Alegre, transformou-se num centroavante de poucos gols. A tarefa, que se limita ao recolhimento de 300 assinaturas dos 900 jogadores profissionais gaúchos, teve pouco sucesso. "Falta conscientização profissional", disse Cláudio num tom quase Cchoroso num programa de rádio. "Mas o jogador de futebol e muito des- confiado mesmo", justificou ele, "e para provar-lhe que temos boas intenções temos que usar apenas um argumento: mostrar serviço". Isto é, conseguir transformar a associação em sindicato. Modificar a draconiana Lei do Passe seria um dos objetivos prioritários do sin- dicato. "Já entregamos nas mãos do Minis- tro do Trabalho um memorial, queremos a mudança do cálculo do preço do passe", diz Cláudio. O valor do preço do passe de um jogador é calculado em cima de seus salários: será sempre 200 vezes mais. Um jogador que receba Cr$ 7.500,00 por mês, terá o valor do passe fixado em Cr$ 1. 500 mil. "Não condiz com a realidade", atirma o capitão do Inter. São Miguel, o primeiro esforço para formação de uma Mas tem mais, muito mais, completa comunidade cristã no sul do Brasil. O advogado Sérgio Neves, por enquanto O passado que o tempo não apagou. trabalhando de graça para a Associação. As multas aplicadas indiscriminadamente por critérios pessoais e prepotentes dos di- retores, o contrato de gaveta, o vínculo do passe, os métodos de preparação e re- cuperação física aplicados pelos clubes "são alguns dos 'mais graves problemas dos jogadores de futebol" acusa o advogado. Chªm Por estas e outras, a associação-sindicato a 7 ja deve estar se preparando para enfrentar muitas brigas, inclusive com os patrões, ou seja, os dirigentes de clubes. Jorge Freitas |O nome: ]

Reajustes aposentados Triste situação vivem os que recebem do INPS. Além de terem suas pensões e aposentadorias inferiores aos aumentos do salário mínimo nos últimos dois anos, terão de esperar até agosto para recebê-los, quatro meses depois de decretados oficial- mente (maio). Enquanto o mínimo foi reajustado em 44,17% em 76 e 44,11% em 77, os aposentados foram bonificados em | semen . apenas 43% em 76 e 40% este ano. O que significa uma perda de 5,8% em relação ao salário. A isso soma-se o atraso que, sem juros ou correção monetária, desgastará, seguramente, um terço das novas quantias. Mas a situação se torna pior aos depen- Há dez anos que o nome Apesul dentes do INPS que estão nas faixas mais está ligado às tradições e aos costumes baixas de benefícios. Segundo um decreto, do Rio Grande do Sul. as aposentadorias do Instituto não podem ser inferiores a 90% do salário mínimo, o E durante todo este tempo, que dá Cr$ 925,00 a serem pagos apenas ela se tornou parte da vida de mais de em agosto (agora esses 90% representam 300 mil famílias gaúchas.

Cr$ 642,00) , E essa faixa deve representar Recebendo poupança e concedendo 60% dos 172 mil aposentados do Rio Gran- de do Sul. financiamentos para casa própria. A legislação previdenciária determina Sempre com muito carinho, simpatia ainda que os pensionistas não podem e atendimento personalizado. Conte com a Apesul. A Caderneta ganhar menos de 60% do salário minimo. 1977 da terra. Isso dará a uma população estimada em 90 de mil pessoas, que sobrevivem com a pensão do Instituto e que se enquadram nessa Gaúcha de nascimento, gaúcha faixa mínima, um rendimento de apenas junho

Cr$ 617,00 mensais. - de coração. Caderneta No final de abril, o Departamento In- No sul, x E tersindical de Estatística e Estudos Sócio- Caderneta &. APESUL E Econômicos (Dieese) informava .que .o . Apesul. de Poupança - -- aumento de custo de vida acumulado nos Coojornal

eesà [60

BR DFANBSB T7 em 001 ;, - 45 Lo

e 1 presse sy. Wl'ffil'fí Fa *?M", E! el e r a r O a o eta aaa o o e e Va WT VRS Lªm“, com g rara a e a a # a q y a a e &'0 : ETO s a da da s a s 4 s ? as à à + 4a e 4 fa 4 4 à a a a d 4 a a + VT vo v a + # a r a a a a ABFT1FI" yF 3 à ,,)..zzàhtç Lá # # I- satata a ** v a 4 1 a 3

Depois do pau, o apreço aos jornalistas

"Só pode ser ironia", comentaram es- Pouco tempo depois, um repórter do pantados os jornalistas baianos presentes Jornal da Bahia foi praticamente massa- ao lançamento de um concurso de repor- crado por policiais civis em frente ao tagem do governo do estado, no dia 27 de prédio da Secretaria da Segurança, quando maio. sua frente o secretário de Edu- cobria uma manifestação popular de A cação e Cultura dizia desassombradamente protesto contra a prisão de um pregador. que "esta é mais uma prova do apreço que No último dia 19 de maio, burlada pelos o governador Roberto Santos nutre pela estudantes, a polícia irritou-se e investiu imprensa". É que oito dias antes ocorrera a contra o público que se aglomerava, usan- última agressão a quase uma dezena de do cães amestrados, mosquetões e bastões repórteres e fotógrafos que foram ma- de madeira, fato documentado pelo fo- nietados, algemados, espancados e postos tógrafo do Estado de S. Paulo. Isto bastou a correr por cães e soldados da Polícia para que fosse iniciada uma caçada a todos Militar quando faziam a cobertura das os jornalistas que, além de espancados, tranquilas manifestações estudantis no tiveram as anotações rasgadas e os filmes "Dia Nacional pela Anistia e Liberdades apreendidos. Democráticas",

A imprensa, na Bahia, realmente anda Mas não é apenas por parte das au- merecendo nos últimos tempos uma de- toridades estaduais que os jornalistas ferência toda especial. Nestes dois anos e baianos foram lembrados no mês passado. Sete deles, integrantes da última diretoria pouco de governo esta foi a terceira vez 'do Sindicato, foram chamados a responder que jornalistas foram espancados quando processo pelo Ministério do Trabalho, onde faziam a cobertura de assuntos em que a polícia se notabilizou pelas arbitrarie- se apuram responsabilidades pela publi- cação no jornal O Nosso (órgão oficial do dades. Primeiro foi durante a expulsão de 300 pessoas de uma invasão de uma favela, Sindicato) de um abaixo-assinado de 80 jornalistas. durante a qual a polícia distribuiu unifor- memente pancadas entre moradores e jor- E We te ci nalistas. Paolo Marconi Na pancadaria em Salvador sobrou também para repórteres e fotógrafos

Para enfrentar a crise

Os motoristas e proprietários de táxis de UMA EUOOPERATIVA UM JORNAL Porto Alegre estão organizando uma cooperativa, estimulados pela recente PUNHE xa Tiske proibição da venda de gasolina aos domin- No 4EU CARRB ! gos, feriados e nos demais dias da semana após as 23 horas, exceto para motoristas de táxi reunidos em associação de classe ou DE PESO cooperativa. Nem bem decidiram criar uma cooperativa e já receberam da Pe trobrás concessão para instalar um posto Desde algum tempo o Jornal de Caxias está tendo de gasolina, localizado no final da Avenida Ipiranga. outra impressão, e quem sabe imprimir, Na verdade, outros graves problemas sabe também exprimir. Está sendo lido por enfrentados tanto pelos proprietários como "gente que interessa. E 'muito. Jornal de Caxias, um pelos motoristas contribuiram para for- jornal de fato, sem farsas. Atinge e talecer a idéia da criação de uma co operativa. não tinge. Um jornal como há muito não Os motoristas se consideram cada vez se tinha notícia. Dê uma olhadinha no Jornal de Caxias. mais explorados pelos patrões. Para eles as As grandes paixões nascem aos poucos. três modalidades de trabalho - metro rodado, comissão ou aluguel -- se resumem numa palavra: "exploração". Pela primeira, cada metro rodado vazio é No início a cooperativa só terá veículos prejuízo na certa. Se é comissão, o pro- que pertençam a proprietários ou autô- prietário paga no máximo 30% sobre a nomos. Por que não organizar uma co- féria bruta, quantia considerada irrisória. operativa entre motoristas empregados, jus- Já o aluguel pode custar de Cr$ 200,00 a tamente os mais numerosos e com menos Cr$ 360,00 por dia. "Até 260 Por dia dá pra recursos? "É impossível", diz Sadi, prin- trabalhar, mais é impossível", diz o mo- cipalmente porque a Prefeitura não está torista Genésio Bolzan. Mas quase todas as concedendo novas placas de táxi. E a empresas aplicam o aluguel de Cr$ 360,00. cooperativa precisaria "de início umas 100 Com os proprietários de empresas e placas para poder gerar suas atividades", autônomos que têm o seu carrinho os problemas se localizam principalmente na O certo é que a cooperativa seria mais renovação da frota. Diversas empresas es- útil se reunisse exatamente os motoristas tão com a maior parte de seus carros que são empregados, pois são eles jus- parados por falta de dinheiro, de pneus e tamente o lado mais fraco do setor. acessórios. De qualquer forma, Hilton Lima, asses- Sadi Vally, há 14 anos trabalhando no sor jurídico da Ocergs, considera que tal serviço de trânsito de Porto Alegre, acha Jornal de Caxias cooperativa está surgindo mais como de que a "saída social e financeira" está no consumo do que propriamente de tra- COLÉGIO Do CARMO vai DISPENSAR sistema cooperativo. ele quem está or- balho. O associado terá um posto de 400 ALUNOS DO NOTURNO ATÉ JULHO ganizando, junto com assessores da Or- gasolina, com lavagem e lubrificação; com- ganização das Cooperativas do Rio Grande prará pneus e peças na própria coope do Sul (Ocergs) e do Incra, a primeira rativa a um preço inferior ao da praça e cooperativa gaúcha do setor - a Co terá mais chances de obter financiamen- operativa de Trabalho dos Prorrietários e tos, através da cooperativa, para renovar

1977 Motoristas de Táxis de Porto Alegre. Até o sua frota. final deste semestre Sadi garante que "os de caárªãse da cooperativa estarão rodando pela "Desta maneira", diz Hilton, "o as- ci 14 sociado aumentará a relação e receberá o

junho O objetivo principal da sociedade é a retorno dos lucros (sobras, segundo a lei

- Jornal de Caxias "defesa econômica e social dos associados, cooperativista) da cooperativa no final do facilitando-lhes o exercício da profissão, ano, na proporção que consumir (compra Rua Gal. Sampaio, 189 - Caixa Postal, 233 : Fone: 21.2555 de gasolina, peças, pneus da coopera- Cexias do Sul aperfeiçoando os métodos de trabalho pela cooperação". Já tem 32 associados, a tiva".

Coojornal metade proprietários de empresas, com um. total de 175 carros. Acari Amorim Sus

FM pava

BR DFANBSB VB.GNÇAAATTICHIZO enCOLA ; . A

nada Aos inimigos,

pedindo a renúncia de de corvo 11 de agosto, Carlos Lacerda foi apelidado ' o principal ins- Getúlio: por ter sido considerado Até agora nem.o indivíduo Gregório levou Getúlio - da crise política que inquérito. No en- tigador no Fortunato foi ouvido no Ele escrevia artigos o Vargas ao suicídio. tanto, ele é o chefe da malta, ou antes, jornal - Tribuna da Imprensa aquele seu próprio seu lugar-tenente, pois o chefe é e seu governo. A partir se - contra Getúlio se beneficia dos seus serviços e conhecido como o que do episódio que ficou Vargas (...) A Getúlio Var- - no qual foi chama Getúlio Atentado da Rua Toneleros dirijo, de todo coração, um apelo o major da Aero- gas ferido e morreu depois à presidência para sal- e o próprio supremo: renuncia Rubens Florentino Vaz para que o náutica se var a República. Deixa o poder tiro no pé -os artigos Lacerda levou um país, que é o nosso, possa respirar nos eu e incisivos. A seguir, teu "Sei que amanhã, quando tornaram frequentes lhe roubaram. Sai nesse dias de paz que os teus do que escreveu Lacerda ainda morrer um resumo do poder, Getúlio Vargas, se queres amigos vão dizer os meus :; ..ªA período. merecer algum respeito como criatura eu tinha um bom coração. .. $a de ser que foi lançada a can- humana, já que perdeste o direito Cavaquinho) 2 de agosto, quando B (Nelson ao Senado: como chefe do governo didatura de João Goulart acatado foi feito se- a revolução pela paz. A revolução - Uma vez um cávalo Façamos um potro gaúcho e sem desgraças. nador. Agora, porém, é sem sangue candidato (...) É, que se atrave a aparecer santo! sem escrúpulos, sobre a culpa de Getúlio Var- quase um pois, esse aventureiro 19 de agosto, Era Vargas, carrapato no couro da oligarquia gas: 20 de maio último aos 63 anos, candidato a senador pelo - Getúlio Vargas mantinha no Palácio os amigos de Carlos Lacerda, morto no dia que se apresenta Realmente e elevados seus João Goulart, não. Es- uma guarda ilegal, custeada os para dizer o quanto er a bom o seu coração Distrito Federal (...) Presidencial não pouparam esf terem nas mãos os arregaça as man- público e constituída não dos mais destaca dos desses amigos se trabalhista de "boite" com o dinheiro princípios. E o fato alguns vida por se d de que a morte retirou da para a farra e depois, somente de funcionários regulares acabou dando a impressão gas da camisa grincipais jornais do país muitos inimigos, finge de de criminosos €.) político controvertido e com apresentar assim descomposto, polícia, mas também rasileira não um homem polêmico, .um que se procura amigo dos trabalhadores Por outro lado, a confusão mas um quase-santo. jornais, na que se Lacerda instituiu a censura prévia nos estabelecer consiste em pretender era governador da Guabara, o atentado da Rua Quando não conhecia desde a extinção do 9 de agosto, sobre demonstre o dolo de Vargas para consi- do Rio, uma prática que o país o major televisão e no rádio Novo. Antes, em Toneleros, quando foi ferido O palácio de Vargas é de imprensa e Propaganda, o DIP do Estado derá-lo culpado (...) famigerado Departamento para Florentino Vaz: (...) O maior veemência a intervenção dos militares Rubens como o porão dos Bórgias foi quem pregou com maior forças armadas ficam a dever ao 1954, ele E em 1955, quando Café Filho as culpado chama-se Getúlio Dorneles Var- um governo constitucional. e a exibição derrubar Getúlio Vargas, para o país. Em povo honesto (...) a pregaç ão sua permanência no elaborar um projeto de regime autoritário gas! E cada dia de a presidência chegou a Jânio que que permitirá a tantos milhares ver- ocupava dessem posse à Jango no lugar de das provas, governo é um dia de opróbrio, dia de Forças Armadas para que não compreender que a 1961, incitou as de brasileiros ouvir e e de aflição para a nação brasileira. o Sin- sonha renunciara. era chegada de acabar com para retirar Goulart, um presidente hora vez pregou a solução militar de Getúlio E em 1964, mais uma dicato do Crime que é o regime 20 de agosto, depois que a Aeronáutica que" pelo voto popular. das (..) É preciso deixar bem claro participação da guarda pes- eleito o mais intransigente defensor Vargas concluiu pela baixou ao túmulo como as for- No entanto, Carlos Lacerda espera confiante não deixem no atentado: têm a memória tão fraca assim. o povo soal de Getúlio para surpresa dos que não a demo- Vargas do liberdades democráticas, são cas armadas seja escamoteada - Falta. agora expulsar à sua morte mostrou o quanto a cobertura que os jornais deram na hora em que ela Mas, se dia provaram que eles eram Cracia precisamente Catete. enterro e as missas de sétimo ór- os amigos dele, seu de das lágrimas de quatro importantes quanto juscelino, o desaparecimento triunfa através tenha recebido tanto espaço de uma menina viúva poucos. Embora não decretou luto ) oficial, fãos e da coragem dois dias depois do suicídio de repercussão popular. O governo O 26 agosto, praticamente não teve de Juscelino. Estes dias são de perigo porque Lacerda o caixão e cantando, como no caso [..) Getúlio: massa na rua, carrega ndo o sr. Getúlio Vargas às úl- não houve elogiosas de quase todas as figuras desespero levará - O respeito que a morte nos inspira tenham provocado declarações seus atos Estes Embora os jornais raras as presenças de timas consequências de mais do que nunca, o dever: enterro e nas missas eram é da exige de todos, da política nacional, no ser de vitória da Verdade os que importantes como Sandra Cavalcanti e o atual "dias podem de ser sinceros. Não pensam assim de seus colaboradores mais próximos irreparáveis. Mais do destaque, além Justiça ou de dores aproveitam, mais uma vez, de Getúlio do palácio se prefeito do Rio, Marcos Tamoio. reconheceu o que nunca, o crime derrama-se de reabilitação da uma manifestação de carinho", Vargas, para a tentativa uma manifestação política, foi Ele não hesitará um só "Não foi de pessoas à missa de sétimo sobre a nação. oligarquia que afundou o povo na desgraça - referindo-se à pequena afluência em golpe contra seu filho Sérgio Lacerda momento em transformar (...) A solução que, o presidente Getúlio povo con- dia. povo a vitória amarga que o pessoal, que de Janeiro, que Lacerda governou, num o Vargas deu ao seu drama Câmara de Vereadores do Rio imolação, já agorà sagrada, A própria homenagem à sua memória. quistou pela emociona o Brasil inteiro; não foi a de um a proposta de uma sessão em Vaz primeiro momento recusou Lacerda no do major Rubens Florentino e sim a de um ho- no centro do país, a morte colheu Carlos presidente combatido Segundo versões que circulam sonho de ser que não foi traído pelos mais uma vez o seu antigo edição: mem traído. Mas ele começava a cultivar E num segundo clichê da mesma leal- momento em que Mesquita (O Estado de S. Paulo adversários, que o combateram com Um grupo, com o apoio do grupo memória do. major. Vaz, pelo presiderite da República. que surgisse como um - Pela o fim(...) Lamentando, profun- a sua ressurreição política para em plena rua, já dade até Jornal da Tarde), estava tramando no meu filho que vi caçado do presidente e em que se debate o governo por damente, a morte trágica à presidência se a:)gndas mim que tenho a vida jurada ível candidato civil não por Vargas, não podemos permitir que abertura política. ao Congresso, ex- Getúlio empurrassem o is para uma de O Estado, tais bandidos, requeiro suicídio ainda se momento de sua morte, por jornalistas ao os que o levaram ao de 38 hãsfãolhido antes às Forças Armadas, imploro o O depoimZnto de Lacerda, faria parte desse ponho aproveitem de sua morte para continuar democrata revol lucionário Deus, que tenham piedade ressaltando as qualidades de devem lamentar povo, suplico a do Brasil. um enfarte. Os verdadeiros democratas suplício plano, truncado subitamente por do Brasil ou não?!

e lanterneiros al-amadas Por Marcos Sá Correa As gerações que se o país está Con- políticos e populares. depois para deter maioria - assim como ace- João país a sombra de Goulart, de sobrepõem neste espaço de tempo 1964 a revolução era para tirar a ter um dia a totalidade Em Juscelino à presidência, en- denado de es- Nela es- o caminho de Lacerda, leram muito o processo inevitável Goulart do Palácio do Planalto. do eleitores que nunca votou em para tirar Lacerda do pedestal morte de políticos histó- cada um a seu modo, fim em Juscelino - que quecimento. A tavam embarcados, estão nem em Goulart, nem Isso é um "Jaterdismo" institucionalizado, de ricos apenas o dramatiza e sublinha. Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek: frágil e vã qualquer veleidade eles aí, às voltas pelo país, vivinhos. tornam na popa - mas estavam. todos político brasileiro, inevitável. na proa, outro fizeram, no sentido de encontrar, no momento célebre de As três mortes -o deste fenômeno do dia- Depois, no primeiro exemplo os resíduos ainda vivos de "lacerdismo" Curioso, diante a distância que hoje separa até quando seus instrumentos excep- evidenciar de "ex-lacerdistas", da humanidade, é saber utilização de brasileiros de suas que há é uma parcela a-dia acertos costumes políticos "ex- anos, que tinham 5,7 cionais para fins de promover "ex-malamadas", "ex-lanterneiros", brasileiros de 18,20 o que treze anos de experiências de ela cassou Juscelino e causas, de idéia. em 1964 e hoje têm um título puramente políticos, anos, nunca é maquis", que não mudou anos à presidência não fizeram. Nestes treze uma inclinação natural pelo acabou com sua candidatura brasileiro eleitor e esquecer, O eleitorado a en- Lacerda. Aí a revo- bom como apos- e a crítica, serão convidados da República, Ficou milhões de pes- É a morte do "lacerdismo", ativismo com a cassação ganhou um contingente de a realidade atual por ex- lução, depois de inaugurar nunca Lacerda, e sua sobrevivência tender e observar - cerca de 15 milhões - que tolado de própria de pre- soas político- tiradas do baú do "lacerdismo", de Juscelino sua dinastia João Goulart, forma rotineira de ação plicações de ex- votou em Lacerda, nem em como ou de "juscelinismo". e, com a ajuda dos poderes es- dos governos revolucio- do "janguismo", sidente Juscelino Kubitschek, Quando administrativa sucessórios, nem em juntos, ceção, seus próprios metódos fal- que são capazes de explicar, Juscelino, Goulart e Lacer- políticos tinham direitos políticos, nários, As viúvas de E assim os eleitores ses foi home- arti- livrou-se de Lacerda. o título eleitoral. como a memória de Lacerda encontraram no funeral do e com tava a esses eleitores da, se de Lacerda que fizeram a revolução es- altar menos "Jacerdista" pos- Se, em 1967 a tiraram os títulos, os políticos nageada no culador da frente ampla. colocaram o "lacer- Quando demo- ela, em grande parte, um com suas o da nostalgia do regime um suspeitíssimo arranjo tavam todos proscritos, cada sível: frente ampla era permanen- ele tra- 1977 dismo" no poder -a campanha menos contra o qual na ativa, governo, montada em e seu contingente mais ou crático, da candidatura ao a denúncia siste- Causas prescrito pelo: corrupção, qual, e que de te contra a irremediavelmente con- balhou, e a favor do grande parte com interesse próprio o culto da fiel de adeptos, só mática da infiltração comunista, exceção, não se conhece uma o "lacerdismo", no no tempo. regime de ajudou a desmoronar se livraram da gelados o "lacer- eficácia administrativa - no Brasil se autocrítica de Lacerda. Se estavam real- Essa é uma perspectiva que grande velório os três acteplasmas políticos civis, em estilo de junho última influência dos por mais que ainda latejasse, com seu juntos. Uniu-0s vai rapidamente embaçando: dismo" mente, convincentemente

favor, o movimen- sido im- - cuja órbita, contra ou a artificial- política intato, teria treze anos, que sem que o se conserve a situação política mobilização a passagem de to nascera. esta marcha fúnebre com o percebessem, al se paralisa a história, nem mes- possível entoar país e seus líderes ainda Kubitschek, João Goulart e mente, não político Juscelino ainda que meramente temas de loas à democracia. começa a apagar todo o passado Lacerda, estão todos mortos, na mo o desêmbarque, sua herança Carlos das novas gerações na crosta anterior a 1964, para enfeixaí em menos de vegetativo, tempo mais que bastan- rápida sucessão que dizimou que até o Treze anos são esfumaçada da São estas gerações, co- na mesma recordação mais ricas do pas- do planeta. na memória de um país seis meses as três figuras a metade do te para que democracia. ano que vem terão ocupado melhores mitos As leis e os hábitos mecem a evanescer até os sado recente brasileiro. e nas seguintes Serão primeiro para banir do eleitorado brasileiro, dra o iam políticos se criaram, Dame mer- - semen co pono ..---

& ©oL, e- 74 ar pranBSB

LOA )A A e LO LAS à a a * 7a A | 6 BR DFANBSB V8.GNG;AAA 774 OH %,

ruas o grita: IIF [ |

£ uma cena que não mais se repetiu no Lacerda queria ser candidato à aeroporto de Porto Alegre: vinte mil pes- soas, divididas em duas multidões, uma presidência aplaudindo, outra vaiando e xingando. Mas Carlos Lacerda desembarcou sorriden- da República e veio ao Rio te e, sorridente recebeu as boas vindas das s - o engenheiro Ildo Grande fazer campanha Meneghetti, gc nador do Rio Grande do Sul, os deputados Paulo Brossard, Sinval no reduto dos seus arquiinimigos: Guazzelli e Cândido Norberto (então presidente da Assembléia gaúcha), e o Getúlio, Jango e Brizola. estadual do Trabalho, Arnaldo da Costa Prieto Lá fora a polícia tentava conter a mul- tidão que se exaltava, agitando suas faixas: "FORA CORVO DA GUANABARA" ABAIXO O MATA-MENDIGOS" (esta ú! tima uma alusão aos cadáveres de men- digos encontrados no Rio da Guarda jogados pela polícia carioca) Carlos Lacerda era governador da Guanabara e chegava a Porto Alegre nesse dia 20 de julho de 1963 como convidado especial para o encerramento do II Con- gresso de Engenharia Sanitária. Mas ele queria ser presidente da República. Estava em campanha para ser o candidato da UD- N, percorrendo todos os estados. ! Era, portanto, inevitável que tentasse tirar proveito político da visita, a primeira que fazia ao Rio Grande depois da crise de 19%1, quando os militares tentaram im- pedir a posse de Jango. Seus correligio- nários prepararam grandes manifestações. No centro de Porto "Não. poderia, no entanto, ser tranquila Alegre as ou apenas festiva a visita do maior inimigo manifestações do trabalhismo brasileiro no reduto de seus chegaram ao auge. O principais adversários - Getúlio, Jango, fotógrafo Assis Brizolla.

Hoffmann Hoffmann, que fazia a O primeiro incidente ocorreu antes cobertura para a UH, mesmo de o avião que trazia Lacerda tocar

Assis foi espancado até na pista do aeróporto Salgado Filho. Um de desmaiar (abaixo) grupo de ferroviários saía da Estação Di- Foto retor Pestana, próxima ao aeroporto. Um deles, Wolf da Silva Gomes, empunhava cirurgia de emergência para salvá-lo. Logo go da BR-2 (hojé BR-116) os uma bandeira negra em sinal de luto pela depois, um irmão do então deputado jogavam pedras e corvos presença de Lacerda. Leonel Brizola foi atingido no rosto por governador da Guanabara. " Foi então que o grupo se encontrou um tijolaço. Os batedores deixaram de com outro, liderado pelo general da reser- Evitando a confusão, a comitiva dos a comitiva na altura do va Plínio Lehmann Figueiredo. Formou-se a dois governadores tratou logo de sair do laçador, de onde Lacerda : confusão e no meio dela o general puxou aeroporto. Um grupo de batedores ia sede da Associação Rio-gr de sua arma e disparou. , abrindo caminho na multidão, enquanto prensa onde deu uma longa; ' A bala atingiu Wolf da Silva, ferindo-o dos dois lados do carro oficial brigadianos coletiva. Ao sair do carro na A gravemente. Os médicos do Pronto Socorro a cavalo protegiam as autoridades. Ao lon- ges ele ganhou mais vaias e apl de Porto Alegre tiveram que fazer uma POLÍCIA DE MENEGHNETTI MASSACROU O POVO PARA DEFENDER (COM verdráotra friaMATA-MENDIGOS eap recebor real. Pela, al, éque osadio da Polio de Gongalvesdas ada voc"Palíia edeFranehcocomandode Choy dedas Paula delegado Aragem,rim, Otacloonlem,quar- Uma senhora, que no soge de poncidario encurralandoChoque severmelhosreas.populares, napenetraram: suasenhora plenitude, noe reietocrianças Víris eà - eSets,dendodepois tentavase debaixode sevor seulivrarde umcapãodaautomóvel,horda aterdo poilil, fi adlesco-came: re: parede, distríbuiram mais borrachadas epor tirado, arrastada ésurrada por dele "cheques".CMACMA tdioasaguio dostentendo dobárbaros cinema fugir doGurdosD.

Nos To PGIVRVELfInanEleo m aia !

Ipira, * emerge leCi Miipea id Aeeedas vi che ta pedalas Palo a or (9a (7/6428

:

Águia e

martim-pescador

- mendigos", complementando com fotos de Por João Borges de Souza 4 policiais espancando mulheres., . Sé o Correio do Pôvo seria um pouco Os amigos que em fins de março martim-pescador. Inteligente até o des- mais'comedido e preferiria comentar os in- conversaram com o ex-vereador, ex- vario. Culto até a erudãção. Tribuno de 4. do aeroporto. "É curioso assinalar feitos telúricos". Ou ainda esta, do me, depois de haver o senhor Cárlos deputado federal, ex-governador da Guanabara, ex-líder oposicionista a senador Paulo Brossard de Souza Pinto: ªguia deixado o aeroporto, «ocorreram "'Em muitos períodos foi um dos ho- entendimentos verbais entre "dois todos: os governos do País a partir de 1946 (mesmo a alguns que em deter- mens mais admirados do nosso País e $ aux—gumas de manifestantes", dizia o jornal. também um dos mais hostilizados". © Enquanto a Folha da Tarde assegurava que minados momentos apoiou), e, ao tudo era culpa de "conhecidos desordeiros morrer, editor de livros, encontraram um homem amargurado. Políticos e Com "vôos de águia" ou "mergulhos que sempre aproveitam estas ocasiões para de martim-pescador", Lacerda esteve | "perturbarem a ordem pública. i livreiros em sua maioria, eles diagnos- ticaram em Carlos Frederico Werneck na cena política brasileira durante Na sua entrevista na Associação Rio- quatro décadas. E no período consti- grandense de Imprensa, Lacerda procurou de Lacerda um desânimo e amargura que se sobrepunham ao espírito tucional de 1946 a 1964 figurou na con- ser discreto em relação a sua candidatura: dição de um dos astros principais, "Identífico na pressa de lançar candidatos agitado de sempre. - "Estou mudo até 1979", dizia levando ao extremo as res- coadjuvado por civis e militares, muitos a insatisfação com o governo, mas é destes sob a liderança do brigadeiro preciso antes de tudo preservar o regime", trições que lhe foram impostas com a cassação em 68. Queria evitar de falar Eduardo Gomes, duas vezes derrotado diria ele. como candidato à Presidênçã da em questões políticas mesmo entre Diria ainda que tinha esperanças de que República sob a legenda decanião Goulart cumprisse seu mandato até o fim, amigos até que se esgotassem os 10 anos da cassação dos seus direitos Democrática Nacional -o partido pelo | "embora esteja difícil". Sobre Juscelino, qual Lacerda se elegeu vereador em 46 políticos. "que também queria ser candidato, comen- e que foi, com a Tribuna da Imprensa, tou: "Tenho medo dos que pedem bis. Para seu principal instrumento de oposição a conter a inflação seria muito perigoso Indo a São Paulo autografar o todos os governos que se seguiram. chamar quem a fez". E sobre os militares primeiro (agora único) volume de suas disse:. "Têm todo o direito de opinar. O memórias A Casa de Meu Avô, foi Sua vida política começa em 1932, grave é quando saem dos tanques para ir às necessário muita insistência da repórter quando aluno da Faculdade de Direito. Regina Penteado, da Folha Ilustrada, Dois anos depois torna-se pública sua para que Lacerda desse uma opinião As repercussões nos dias seguintes adesão ao Partido Comunista quando - viriam de todos os lados. Os estivadores e sobre a situação brasileira. E ainda as- lê, em comício no Teatro João Caetano, os ferroviários entraram em greve como sim com evidente contrariedade: manifesto de Luiz Carlos Prestes sobre protesto contra a presença de Lacerda. Os "-- Sou cidadão brasileiro, casado, os objetivos da Aliança Libertadora bancários reclamavam da violência policial vacinado, pagador de impostos e avô Nacional. Em 1964, Lacerda, gover- - Contra os manifestantes e a Ultima Hora de seis netos; de fato, não existe lei nador da Guanabara e ainda candidato ê fazia coro; "BRIGADA E POVO, LACERDA nenhuma que me obrigue a não pensar à Presidência da República é assim £ ECORVO no Brasil. definido pela CIA: / 7 £ A ARI pedia providências do gover- -Um dos anticomunistas mais â nador para apurar os responsáveis pelo es- © Dito isto e ainda observando gue "é vigorosos e notórios da América Latina. pancamento do jovem fotógrafo Assis Hof- pára não dizer que me esquivei da per- Conquistou ampla reputação como . 8 fmann, da Última Hora , por agentes gunta", falou de sua decepção diante orador franco e jornalista vitriólico, $ policiais. dos caminhos «seguidos pelo povo mas seu ardor e seu comportamento £ A Executiva Regional do PTB, presidida brasileiro, nas últimas décadas: "Eu emocional muitas vezes tendem © a: pelo deputado João Caruso, telegrafou ao sempre acreditei no Brasil, por ser um diminuir sua eficiência. Crítico franco tarde entrevistou-se com o arcebispo Dom presidente da República, pedindo pro- país grande, rico, populoso. Mas, ul- . do ex-presidente Goulart, es- "| Vicente - Scherer, seguindo depois para a vidências contra a ação policial "que es- timamente, dei para pensar, como num perar que Lacerda, um líder udenista, |- rádio Guaíba, onde participaria do pro- pancou - uma . multidão que protestava pesadelo, que a Índia também é um seja forte concorrente à Presidência nas grama Távola Redond da. segundo seu. legítimo direito". Dizia" o país enorme e que já teve uma civili- dãõesdopróximoano. Tem demons- | . telegrama: "Espancaram mulheres e crian- zação muito mais adiantada do trado uma atitude predominantemente :| . ças sob a ordem do gover , que assim hoje. Mas as dissenções entre as fac- © pró-americana: CONFUSÃO se colocou ao lado quem veio pregar o ções, o refúgio do povo em fórmulas : de Ipe de Estado, o que fez através da rádio místicas como uma evasão, devido à "Com essa reputação Lacerda trans- As. manifestações não podiammais ser uaiba. Reclamamos a restituição das impossibilidaWicipação na vida. formou-se num dos principais líderes controladas. As 23 horas Lacerda chegava garantias às liberdades democráticas". Cívica, por i imento: das castas civis da fase da vida política brasileira no prédio da Companhia Jornalística Cal- Esta nota do PTB foi reproduzida nos privilegiadas, acabaram fazendo com encerrada em 64. Uma liderança con- das Júnior para participar do programa na jornais da Caldas Júnior, seguida de uma que o ficasse para trás, cada vez quistada em acontecimentos que rádio Guaíba. Uma multidão se reuniu na nota da redação: "O telegrama acima mais distanciado da elite dirigente". traumatizaram a vida do País: em 54, frente para vaiar o governador carioca. reproduzido, assinado pelo presidente da comanda a campanha contra Getúlio O número de manifestantes foi engros- Executiva Regional do PTB, constitui um "Temo que ao invés de tomarmos o Vargas, sofre o atentado da rua To- sado pela saída dos cinemas que ficavam dos mais lamentáveis documentos de toda caminho do Canadá, tomemos o ca- neleros (no incidente ele foi ferido no por perto. No momento de maior confusão a história do Rio Grande do Sul, pois-só - minho da Índia". Depois referindo-se pé e morreu o major da Aeronáutica alguém largou um porco entre os populares contém inverdades e mistificações. . ." ao esvaziamento de lideranças disse Rubens Vaz) dia 5 de agosto e , no dia provocando uma algazarra ainda maior. No dia 24 de julho o presidente da que "...estamos deformando a nossa 24, o Presidente suicida-se; em 55, no Alguns gritavam: "Lacerda ao paredão", Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Say classe dirigente. O ensino brasileiro é a movimento militar de 11 de novembro, enquanto outros jogavam pedras e corvos Marques, acusava o diretor regional da mais rendosa indústria, pois vende, a ficou ao lado do presidente interino, mortos contra os vidros do prédio. Petrobrás no Rio Grande do Sul, Fernando preço de ouro, (yalomas inúteis. Por- Carlos Luz, a bordo do cruzador Taman-. "Cenas dignas da juventude hitlerista", Ribeiro, como o principal instigador dos que uma universidade que não permite daré, sob o comando do almirante Pena comentaria no outro dia a Folha da Tarde. tumultos, "trazendo caminhões com o livre debate não passa de uma inu- Botto. Derrotado, licencia-se da Cã- Soldados de baioneta calada surgiram de operários da empresa para participarem tilidade". mara e vai para os Estados Unidos; em todos os lados, dispersando a multidão e das manifestações". Say concluiu dizendo 56 volta ao País para fazer Oposição ao impedindo o tráfego na rua Caldas Júnior, que a "Petrobrás deveria se chamar Pe- E retomando o tom que cultivou em Governo de Juscelino Kubitschek; em no centro de Porto Alegre. trovietzky". sua atuação política, concluiu: "Quan- 60 é um dos articuladores da candi- O que aconteceu em seguida é difícil Lacerda voltaria ao Rio sem pronunciar do, em uma nação se acostuma as pes- datura de Jânio Quadros e, um ano de saber. Para o jornal Última Hora os sua palestra aos engenheiros, porque o soas a se portarem como carneiros, os depois, já na oposição, põe-se à frente gorros vermelhos (pelícia de choque) reitor da URGS, Eliseu Paglio!li, negou-se a descendentes também se portarão do movimento que levaria o Presidente chegaram espancando mulheres e crian- ceder o salão de atos para a solenidade de como carneiros". Foi a única vez que à renúncia; em 64 pretende candidatar- cas: "Com verdadeira fúria assassina e, encerramento do Congresso de Engenharia fez uma referência crítica ao regime se à Presidência. Mas os militares após receber o comando de dois dele- Sanitária. Nos meses seguintes as coisas que ajudou a implantar em 1964. decidem-se pela eleição do marechal gados, os policiais iniciaram o massacre do iriam evoluir e Lacerda se tornaria o centro Castelo Branco. Três anos depois, em das atenções, assumindo o papel principal povo". Para o colunista Castelo Branco, 67, ele ainda alimenta a esperança de Já a Folha da Tarde diria que "com gás na sucessão de Goulart, prevista para o ano Lacerda tinha o "...temperamento de ser o candidato civil. Definida a suces- lacrimogênio e algumas borrachadas os seguinte, Na época o incidente de Porto aria um homem que lutava e agredia quase são a favor de Costa e Silva, Lacerda policiais dispersaram os revolucianários, Alegre foi o assunto principal de todos os coloca-se na oposição e vai a Lisboa e que em seguida empreenderam uma cor- jornais do país, mesmo porque nada de sempre indiscriminadamente,mas que jamais teve plena consciência dos Montevidéu tentar uma reaproximação ef rida digna de um campeão olímpico. Cabe muito original estava acontecendo; Es- danos morais que causava. No fundo, a com os dois presidentes que tudo fizera 250 esclarecer que nenhuma parcela daquilo tados Unidos e União Soviética firmavam para derrotar: Juscelino e Jango. Seu mais um pacto nuclear, o editor da Tribuna agressão se esgotava, "nele, com a Ludo que se chama povo participou do triste es- objetivo era formar a Frente Ampla, um | petáculo dos comunistas e filocomunis- da Imprensa, jornalista Hélio Fernandes, palavra. A reconciliação, generosa e completa, foi outra constante de sua movimento que ele planejava para Lado erá preso por ordem do ministro da guerra, transformar-se num terceiro partido., | ê a imprensa se dividia em leda Maria Vargas ganhava o concurso de vida". Talvez por isso esta observação Como se de Jânio Quadros, por ele apoiado e por Em 68, o Governo fecha a Frenté Am- | dois mu bem definidos. Na manhã miss Universo em Miami e o deputado ele duramente criticado no seu efêmero pla, que de fato ainda não existia, pren- Paulo Brossard denunciava: "A crise foi es- de Lacerda e cassa-lhe os direitos | timulada por quem de lestruir as | governo: "Era um homem paradoxal, Capaz de vôos de águia e mergulhos de políticos. s democráti

pina" BR DFANBSB VB.GNGAAATTLOLLAA Em COL, 0:44

IO ª d Ela al Eat Pola U e ENTR NTT ATR N N vt tor a COR CU R R 4 94 eeo todo oe o e e ea eme e a ee era e e e vom a e ini, ) 90809 3 % é < é 4

Entrevista a Tarik de Souza, Gilberto Pauletti, José Antônio Severo e Elmar

HCO

RQULE

seu. pôr na rua um disco inteiramente Há cinco anos ele não conseguia |

Mas o público continua cada vez mais E há quatro pelo menos não aparecia na tevê.

e TV Bandeirantes faz enorme sucesso fiel a Chico. Seu especial feito pela

Amigos já vendeu 300 mil cópias. o disco Meus Caros

* ' oojornal - Você faz parte do grupo EME A, | a. E % de músicos e compositores projetados no início da carreira pela TV, pelos fes- tivais da Record de 65/66. Quase todos es- tão hoje afastados da televisão e você há três ou quatro anos não aparecia nos ví- deos. Agora você voltou com um programa especial feito pela Bandeirantes de São Paulo e que está passando em todo o país com uma acolhida muito boa. Como foi a sua volta? Chico Buarque -- Não foi assim uma volta programada. Eles me fizeram um convite que achei razoavel. Eu já havia feito um programa em 73 com o Roberto Oliveira, que dirigiu este de agora. Foi tudo muito livre, muito à vontade. Gravaram 17 horas de bate-papo, de besteira para tirar uma hora e pouco de programa. Eu gostei muito, achei muito bom. Coojornal - Significa que você fez as pazes com a TV? Chico Buarque -- Nunca estive brigado Com a televisão, nunca disse que não tran- sava TV. Não concordo com o monopólio, com o tipo de censura que a Globo andou fazendo, por exemplo. O que houve foi is- so: estive cortado da televisão em parte pela censura oficial, em parte pela censura própria da Globo. Coojornal - Mas agora, se a Globo con- vidar para um especial você topa? Chico Buarque -- Agora sou eu que não quero. Acho inadmissível uma censura, como a Globo andou exercendo por aí, 8 principalmente numa época em que a cen- sura oficial era braba.

Coojornal - Eles já lhe propuseram algo assim? Chico Buarque - Sim, já propuseram, há mais de seis meses. Mas agora não me in- teressa, não estou a fim. Não acho que es- teja perdendo alguma coisa com isso. Também não é nenhum ato heróico não fazer TV Globo. Eu não gosto do que vejo lá. Não acredito que possa fazer um programa bom lá, Vejo gente boa lá, vejo e não gosto do resultado final.

Coojornal -- Quem você viu lá que não foi bem? Chico Buarque - Não vamos entrar nisso, não. Mas já vi coisas incríveis, apesar de bem intencionadas às vezes. Coojornal -- A Globo é uma imensa

máquina, você não teria o controle do pularam como teve na Bandeirantes, e is- so Chico Buarque -- Não é controle, é con- fiança. É outra coisa. O Roberto Oliveira já tinha feito um trabalho comigo, bem feito, honesto e eu me entreguei. Se ele quisesse fazer um programa muito ruim, me der- rubando, ele ia fazer com o material que ele tinha lá, 17 horas de gravação. Era

1977 só escolher as mil coisas que não deram

de certo e pronto. Não estou dizendo que a Globo iria fazer uma coisa dessas comigo, isso é bobagem. Só que acho que eles não Lobato

junho dariam o meu tempo. Eu vejo cantor na TV

-

Globo assustado, não sei se é impressão Roberto minha, mas parece que o cara está assus-

tado, se errar vai bater o gongo. Isso não é José de culpa de fulano ou de cicrano não. É um

, sistema que existe. .. doente. Fotos Coojornal » les aipo aaa I ªtºa-ªf de fat paso on a oro Re o eo o rega de ar teima apo o el eum r'vrmªªx “"ib— ttt a tretas AMVNmHX—H WSS Ç 388" W o 9 RPAAIO < VARAS p BR DFANBSB VB.GNG.

POM M Tu 5 Mu Pa Me ta Ra Ma N NA TNA MahaPacta ET A hal cef dai cosoo dor do o ao eso e e ee a eo o o eo07 Oo eo o e ao o a o o o a a a 0 F o a ooo a a a a ao te a Noa d a toa doo doa a Poa da a # ao a a a a d e a ca a a s P ror e r a a r r r V r r V N a TR ** f. il% h sa" e, 0a Naa? tres TASFITIIS + bala

"Foi sem querer, mas Meus Caros

Amigos saiu mais

jogado pra fora,

mais otimista /i do que os A

outros discos" 1 /

Mas a Globo não chegou.a um acordo com 1“: a * a gravadora dele, então não entrou Ray ,.“ Connif. assim. O que for mais barato eles pegam e vendem qualquer coisa, Pôem A

Coojornal - E como escapar dele? disco com 20 faixas e você compra conten- Chico Buarque - Acho que tem que haver te porque tem mais música. Mas as mú- pouquíssimos os jovens compositores e nas sociedades , concorrência. Tem coisas muito ruins lá sicas vêm cortadas e estragam logo porque arrecadadoras estavam musicos que não são ligados à Sombras. Ela chegando: a proporções que todo mundo assiste porque não tem os sulcos são muito estreitos. É violentis- policiais. Quando ainda é precária, ainda não pode atender ela estava apenas outra coisa. Isso tem que ser dito: com o simo. se formando, era apenas aos problemas de cada um. Mas só não está discutida em que os outros estão fazendo aqui no Rio bate-papos, começou a sofrer Coojornal - E como é que se combate is- na Sombras quem está desinformado ou uma série de ataques não dá para virar o botão, só pra desligar. das sociedades, alar- so? desiludido ou está ligado ao velho sistema madas com a idéia, e isso acabou dando Chico Buarque - Por enquanto o que se Coojornal - Você acha que a concorrên- de arrecadação de direito autoral. força à Sombras. Então, aquela idéia que cia aperfeiçoa... pode fazer é atacar no terreno do direito era de uns 10 ou 12 caras acabou se am- autoral. O grosso da arrecadação de direito Coojornal -O pessoal da Sombras teve al- Chico Buarque - Estou falando num país gum problema, algum boicote nessa área pliando. E hoje a Sombras tem voz, ela é capitalista, nós estamos vivendo aqui. autoral no Brasil é festinha do interior, a ouvida em termos de direito autoral. boate no Acre, a música que toca de fundo do direito autoral? Acontece que de repente nós temos uma Chico Buarque -- Que eu saiba não. Mil televisão com todos os defeitos da tele- em restaurante, e a rádio e a televisão, que Coojornal - Seu último disco "Meus Caros é o que tinha, que paga mesmo, é uma ameacinhas. Tom jobim mesmo recebeu! Amigos" vendeu já 250 mil cópias. É uma visão estatal, aliados a todos os defeitos da telegrama, ele é da SBACEM, acho que ninharia o que eles pagam. A TV Globo coisa surpreendente. Como você explica: a televisão em livre iniciativa. Estamos com ameaçando expulsão, uma coisa assim. os defeitos e só os defeitos dos dois lados. paga uma ninharia, enquanto nos Estados música do Chico é que mudou ou aumen- Unidos o que págam o rádio e TV represen- Eles têm lá uma porção de cláusulas des- tou a receptividade para o tipo de música Eu morei na Itália. Lá a televisão tem coisas sas. Eu, por exemplo, já tinha recebido chatas, por que é do Estado, não há con- ta 85% do direito autoral arrecadado. que o Chico faz? » Agora promete-se uma solução para este ameaça de expulsão dos quadros da UBC Chico Buarque - Primeiro: foi mais de 2 corrência. Mas quando você chega aqui e (União Brasileira de Compositores) háalgum vê o volume de anúncios que nos jogam assunto, vamos ver. mil. É um pouco mais de 300 mil, E eu não tempo, quando comecei a fazer música em cima, você leva um susto. Coojomal -Em que estágio está isso? sei explicar. Acho que conta o fato de que Chico Buarque -- Bom, tem aí esse Con- com o Tom Jobim mesmo e com outros eu estava há muito tempo sem lançar um Coojornal -O que você acha desses caras, selho Nacional do Direito Autoral, cuja in- compositores que não são da UBC. Hoje disco de Coisas novas, Não entendo tam- não existe mais esse problema. Mas existia atores de novela, Chico Anísio e outros que tenção é sanear esse negócio. Agora não é bém nada disso: um disco de peça de estão gravando disco, faturando a força da fácil. Aí também entra o poder das.velhas isso. Você para fazer música com um par- teatro vende menos do que disco que não é ceiro tinha que pedir a carteirinha para Globo? sociedades arrecadadoras e não se pode pega de teatro. Disco de filme não vende, é saber se ele era da mesma arrecadadora. Chico Buarque -- Acho que não é o caso subestimar o poder delas. Aí tem ligações tabu. Era um absurdo e caiu porque não con- de discutir os caras, o Chico Anisio ou que você não imagina, outro porque gravou um disco. O caso é a vinha a eles e mesmo porque eu sou um Coojornal - Seus últimos dois discos que Globo que está entrando na música como Coojornal - E a Sombras? Como está a cara com bastante nome, podia chiar e ia foram aquele da peça Calabar que acabou está entrando no teatro e no cinema e com Sombras (1) ficar mal. Quer dizer, neste nível se você saindo como "Chico Canta" e o "Sinal um poder, uma máquina de promoção com Chico Buarque -A Sombras é um mo- me perguntar ou perguntar a outros com- Fechado" foram discos que representam a qual ninguém é capaz de competir. A vimento de classe que por enquanto atua positores de mais nome se eles sofreram al- uma descida na tua carreira justamente por dificuldade de se montar uma peça porque mais dentro do problema do direito au- guma pressão, não vai encontrar nada Causa do problema da censura. Este é o os atores estão todos vinculados à Globo e toral. Mas que pode vir a ser um órgão de primeiro disco em que você conseguiu for- classe atuante. Ainda não é porque é uma Coojornal - O problema são os menos não podem trabalhar em determinados mar um reportório novo, não é? coisa muito difícil, com muita suspeita em conhecidos, os principiantes... horários é uma coisa séria. E isso não é Chico Buarque - E, outro dia nós tivemos cima, porque está mexendo numa caixa de Chico Buarque - E., O problema não nada: a Globo começa a entrar, indire- uma conversa lá na companhia discutindo marimbondo que são as velhas sociedades somos nós não. É aquele compositor que se tamente, em promoção de teatro e até em se vamos gravar ou não vamos gravar e arrecadadoras de direito autoral. Então já passarem a mão, se mandarem embora, ' filme. Não é a Globo, é gente ligada à vimos que menos do que todos esses discos vêm aquelas acusações todas de praxe, que não vai: acontecer nada. Não vai sair no Globo Então você vê lá num horário aí, menos que "Sinal Fechado", que é um bando de subversivos ZÓzimo. E aí tem até crime nobre, no Jornal Nacional a propaganda praticamente não tinha música minha, e o de uma peça. Jamais você vai conseguir Coojornal - Quantos compositores já es- Coojornal - Como crime? "Calabar", que saiu todo mutilado, foi o fazer isso com Gota D'água, por exemplo, tão ligados à Sombras? Chico Buarque - Crime de morte, Teve "Quando o Carnaval Chegar". E este é um você não terá dinheiro pra isso nunca. Chico Buarque -- Não tenho os números. um cara aí que levou uma bala porque disco de um filme, mas é um disco de Quer dizer: o negócio é feito através de Ela tem um problema que por enquanto falou mal da sociedade. músicas quase todas minhas e ainda tinha permuta, os artistas estão na produção, não pode atuar fora do Rio. Em São Paulo Nara e Bethânia para reforçar. Vendeu 40 fazem um especial, não sei o quê e acaba atua um pouquinho. Mas no Rio são Coojornal - É um caso com a Sica aqui no mil, que em comparação ao que eu vendo tendo o dedo da Globo nisso. Isso é muito Rio, não? Como era o nome do cara? normalmente é muito pouco. grave porque no fim eles não têm o mo- Chico Buarque - Chamava-se Nelson, (1) - A SOMBRAS (Sociedade Musical nopólio apenas de televisão. Estão entran- parece. É um compositor que a gente não Coojornal - Desde quando não havia um Brasileira) é uma entidade civil criada há do de sola na música. Você vai ver a lista conhece, evidentemente. Eles não vão dar disco inteiramente seu, assim como este dois anos para defesa da música e dos do hit parade, é o tema da novela das 8, em um tiro no Tom Jobim. "Meus Caros Amigos"? direitos do compositor brasileiro. Seu primeiro lugar, o segundo lugar é a faixa Chico Buarque - É, Tinha esse disco do presidente é Antonio Carlos Jobim, e tem internacional da novela das 10. .. Coojornal - Foi difícil a formação da filme, com a Nara e Bethânia, disco de como companheiro de direção Chico Buar- Sombras? show com o Caetano, o "Calabar", que saiu Coojornal -- Mas esse é o hit-parade da que de Holanda, Hermínio Belo de Car- Chico Buarque - Claro que foi. Eu me todo errado com a capa toda branca, o Globo... valho, Luiz Gonzaga Junior, Vitor Martins, lembro: desde que me dou por compositor, "Sinal Fechado", que era com músicas de Chico Buarque -- Não, isso é verdade. Aldir Blanc e outros. No ano passado, a de uns doze anos para cá, há essa conversa outros Compositores, o disco do show do Quem vende mais disco são eles mesmo, Sombras mandou um extenso relatório ao de discutir direito autoral, de tentar reunir Canecão com a Bethânia. Quer dizer, nada longe. São os discos de novela e nisso aí há Ministro da Educação, Ney Braga, sobre a o pessoal e nunca deu certo. Isso porque a disso era um trabalho meu, normal. O úl- mais sacanagem porque eles pegam uma situação do direito autoral no Brasil. O profissão um pouco condena a gente a um timo que foi assim "um trabalho inteira- coisa aqui e outra coisa ali, nas músicas in- ministro achou "calamitoso" o quadro des- certo individualismo. É muito difícil juntar mente meu, normal, foi "Construção" em ternacionais nem se fala. Essa novela do crito no relatório que acabou dando ori- em torno de qualquer tema comum. A 1971. Mário Prata. o Estúpido Cupido, não gem ao Conselho Nacional de Direito Sombras parecia ser mais uma tentativa aparece Ray Conit e, segundo o texto do Autoral, órgão ligado ao Ministério da destas e acabou dando certo, principal- Prata, deveria ter a música do Ray Connif. Educação. mente porque no momento os escândalos, 4

Tudo que está no ar, está na Continental.

1977

de

—;|unho Nos w rádio à moda da casa.

Coojornal TT LOL (49 en 0O L, p. IFS

VB.GNÇAAA (3 BR DFANBSB Í”..-

sa " ?“.ªn'fn'e'c13133-033"- « e al al aa al e val a voa alla Teal alta PE a d i io e ioa rar e oa .“!) 2 13 | é . cita é e :; "à :| A L U 2 reage ap os toe ee ra 2 or # a =* ; e *e e- "0 a a

Coojornal - O momento atual, em que o país Começa a redescobrir o exercício da crítica em todos os níveis, não seria propício para esse tipo de música sua. Isso : não teria influído para chegar a esses 300 mil discos? Chico Buarque - Eu já falei sobre isso. Mas se fosse pensar assim, um disco como "Calabar" teria tudo para ser um estrondo em vendagem. Acredito que haja 200 mil pessoas informadas neste país, Então, uma peça que foi proibida, foi proibida in- clusive a divulgação da proibição dessa peça, e consegue sair um disco com músicas desta a era uma coisa para, como as pessoas dizem, faturar em cima. Mas nada, foi um fracasso. Agora, reco- nheço que o momento atual talvez seja um pouco mais quente do que alguns anos atrás, mais otimista no sentido de que as: coisas podem melhorar. Está havendo uma mobilização muito maior, inclusive você vê isso em termos de espetáculos públicos. O Milton Nascimento lotando o Maraca- názinho, lotando três noites o Ibirapuera em São Paulo, em Porto Alegre também. E não é só isso: espetáculos com artistas menos conhecidos também estão levando muita gente. Acho que está havendo uma "Estava duro e ia fazer um necessidade de reunião muito grande. Claro que o disco não tem muito a ver com jingle. Mas o isso que estou falando. Mas acho que é gente libera uma música do Chico leva Coojornal - Então é correto quando dizem paralelo. bronca de Brasília, se não libera leva bron- que você é mais letrista, trabalha melhor, presidente da ca do Zózimo" (Nota da Redação: Zózimo se preocupa mais, com a letra do que com Coojornal - Que diferença você vê entre Barroso, colunista social do Jornal do a música? esse último disco e os outros discos seus? empresa pulou:vai Brasil, do Rio) . Chico Buarque - Não, não acontece isso Chico Buarque - Sem que eu tenha tra- Quando faço música e letra faço as duas mado nem nada, parece que ele está den- dar galho com Coojornal - A existência da censura in- Coisas junto. Uma coisa não leva vantagem tro de um espírito assim um pouco menos fluía no teu ânimo? Ou melhor: como é sobre a outra não. Minha preocupação é de lamentoso do que "Calabar", por exemplo. a Aeronáutica" que influía no teu trabalho essa perspectiva que fique uma coisa só e pra isso às vezes É um negócio mais aberto, jogado para de ver esse trabalho, uma música, cortada tenho que cortar um pouco da música para fora, mais otimista mesmo., pela censura? encaixar com a letra, mas geralmente eu Chico Buarque - Bem, influía mais em Coojornal - Você está mais otimista? corto mais a letra do que a música. Talvez, relação ao teatro do que à música. É chato Chico Buarque - Não é otimista diante é verdade porque eu tenho mais facilidade você iniciar um trabalho achando que ia dos fatos, não. É que depois de cinco anos literária do que musical, tecnicamente trabalhar meses em cima e a coisa não ia debaixo daquele peso todo da censura, falando. Para deixar bem claro não faço sair. Se bem que a própria repressão no quanto abre qualquer portinha a gente ex- letra sem música e às vezes faço música caso era uma forma de atiçar. travasa, talvez até demais. Eu sou muito sem letra. Excepcionalmente ?aço letra cauteloso. Mas acho que está havendo Coojornal - E no caso da música? para a música de outra pessoa, como já fiz música para um poema do João Cabral. quase a necessidade de se criar coisas mais Chico Buarque - Nunca me preocupei Coojornal - Havia um caso pessoal da Mas não é o meu trabalho habitual esse. vivas, mais brilhantes. Uma vontade mes- censura contra você. Por quê? muito se ia ser proibida ou não. Sempre mo de um desafogo. E de uma certa forma Chico Buarque - Não era só contra mim. trabalhei normalmente. Coojornal - No caso do livro, houve é preciso reconhecer que em termos de Mas era principalmente porque eu chiava. Cooiornal - Você tem muita coisa cen- muitas restrições a ele do ponto de vista da censura, principalmente a censura à im- Nunca perdi oportunidade de chiar. surada e que não conseguiu liberar ainda? crítica literária. O fato de você ser um prensa, nós estamos melhor do que há três Seu "arquivo morto" é grande? Compositor consagrado terá influído nisso? ou quatro anos atrás., Coojornal -- Na posse do governo Geisel Quanto ao teatro há também essa reação?! tocou música sua... Chico Buarque - Tenho, mas não é ques- Chico Buarque? - Vai haver sempre uma Coojornal - Teve uma época em que você Chico Buarque -- Como é isso? tão de ficar guardando e pensando em restrição. Eu não sou considerado um mandava três músicas e duas eram cor- amanhã ou depois liberar. Porque acho Coojornal -- Na festa da posse tocou uma dramaturgo e já escrevi três peças. Afinal, tadas. Como está a censura agora com que a música tem o momento, a hora que fita com músicas suas. você? foi feita, depois não me, interessa mais. eu me firmei como compositor. E há outra Chico Buarque - Isso pode ser até dis- coisa: há um certo tipo de crítica mais Chico Buarque - Bem, teve uma época Não que ela tenha envelhecido, mas eu tração. Mas eu acho que essa questão da acadêmica, que gosta de ficar passando a em que havia, e isso foi declarado, havia não vou ffcar agora lamentando da música censura não é somente isso porque hoje em mão na cabeça das pessoas, E é mais fácil um caso pessoal. E esse caso pessoal pas- que foi feita há quatro anos atrás, que foi dia ainda há censura. Só que da maneira passar a mão na cabeça do compositor do sou. Agora acho que estou igual aos ou- proibida e está na gaveta. Não estou nem que era ela não interessa mais a quase nin- que do escritor. Aquela coisa, o compo- tros, não há mais essa discriminação. Por- preocupado em tentar liberar agora. Claro guém. Só uma parcela mínima dentro da ssitor da Banda, tem mais é que ficar fazen- que afinal, com isso eu estava sendo que se eu fizer uma música agora e ela for Arena aprova a censura do jeito que ela es- do música. Mas é natural, Na época talvez prejudicado mas, por outro lado, a gente censurada talvez eu vá gravar em Portugal. tava sendo efetuada, Só a linha José Bo- tenha ficado mais magoado, mas depois tem que contar que as autoridades também Mas é no momento. A gente está animado, nifácio, a linha Dinarte Mariz, porque um passou, se desgastam com essas coisas. A gente está fazendo ou acabou de fazer, e ela ser "liberal" da Arena já é contra. Não digo não pode subestimar a força delas, mas ao proibida é um baque, uma porrada. Mas a Coojornal - As críticas desestimularam o contra a censura como existe hoje, mas mesmo tempo tem que saber que elas se porrada que você levou há quatro anos Chico escritor? contra o que existia há quatro anos atrás, desgastam. Eu sentia isso pela manifes- atrás já não dói tanto. Chico Buarque - Não, Eu vou escrever tação das pessoas. Pessoas me perguntan- vamos dizer, Hoje se você perguntar para o quando quiser. , Quando escrevi aquele do, pessoas até com pena. Eu não ganhava Magalhães Pinto ele vai dizer que é contra Coojornal - Daria um disco de censu- radas? Quantas são? livro não queria saber de mais nada. Foi nada com isso, mas eles perdem. Veja só: um endurecimento da censura, uma época maravilhosa, eu não queria tenho certeza que a peça Gota D'água foi Chico Buarque - Numericamente não são saber de outra coisa. Daria tudo para entrar Coojornal - Mas não são os políticos nem muitas, mas isso tem pouca importância. muito difícil de liberar, mas eu tenho cer- numa dessas outra vez, mas também não a Arena que decidem sobre a censura... Porque também há mil formas de censura: teza que a proibição de Calabar contribuiu Chico Buarque :- É, mas não pode es- há música que não pode tocar no rádio, vou procurar como não procurei. Quando para liberar a Gota D'água. £ um jogo que quecer que eles estavam identificados e es- pintar pintou. existe. música que pode sair, depois não pode tão identificados com o que acontece aí. mais, a coisa é variada. Coojornal - Você falou em conquista. Em Coojornal - Você encara esse avanço Não pode esquecer isso não. que termos que isso ocorreu? como conquista ou concessão deles? Coojornal - Aquele livro que você es- Coojornal - Você foi censurado até nas Chico Buarque - Evidentemente, todo o Chico Buarque - É uma conquista. De creveu em 1974, "Fazenda Modelo", foi entrelinhas, como foi o caso do "Apesar de trabalho da gente não teria qualquer res- jeito nenhum acredito em concessão e uma maneira de escapar ao bloqueio que sonância ou não teria ressonância maior se Você". você estava sofrendo na música? não tenho nada a agradecer, muito pelo Chico Buarque -- Cada letra, cada música não fosse o preço do chuchu. Houve um contrário. .. Chico Buarque - Talvez tenha começado tempo em que eles podiam ficar de pi- tem mil leituras, mesmo que eu não queira porque estava sem perspectiva de lançar dar uma dupla interpretação ela tem uma cuinha com um compositor. Havia uma Coojormal - Você falou uma coisa não um disco de músicas novas. Mas depois euforia por aí, classe média andava por aí muito sabida: Gota D'água teve problemas interpretação múltipla. O público pode en- disso não. Durante o trabalho era aquilo tender como quiser e eu acho até saudável com os carros cheios de plásticos Meu para liberar? que quis fazer mesmo, enquanto estive Brasil Eu te Amo e tudo o mais. Então tinha Chico Buarque -- Ah, sim. Ela voltou com que o público interprete uma música assim trabalhando não pensei mais nessas coisas. ou assado. Acontece que o censor não é um chato ou meia dúzia deles, que fica- tantos cortes que não sobrava nada, Aquilo era uma coisa que eu sempre pensei vam incomodando, era simples calar a público. E houve caso até de censura es- em fazer. Coojornal - E aí, como você conseguiu tética, do censor não liberar uma música boca deles. Agora os tempos são outros. liberar? por achar de mau gosto. No caso do Coojornal - Mas foi uma coisa, digamos, Qualquer música minha não vale uma fila Chico Buarque - Foi o Paulo Pontes. Ele "Apesar'de Você" a censura do Rio liberou, inesperada porque você é um homem que do feijão. Eu não sou a pessoa mais cre-

Po foi para Brasília, não sei os detalhes. Vol- depois levou um pau de Brasília. Houve lida mais com a música do que com a denciada para analisar a situação toda, tou então ainda com vários cortes, mas que palavra, com o teatro. .. mas acho que a coisa está preta mesmo e gu censor ameaçado de perder emprego. A dh não afetaram o essencial da peça. música não tinha nada. Chico Buarque - Não. Eu lido com a do jeito que está não tem muita saída. Eu música e com a palavra e até lido mais com vejo na minha área o pessoal muito ani- Coojornal -O Paulo Pontes negociou com ' Coojornal - Como é essa história de cen- a palavra sem a música do que com a mado, com muita disposição para fazer quem lá? Com parlamentares ou... sor perder emprego? ! música sem a palavra. Mesmo antes de coisas, acreditando que as coisas vão Chico Buarque - Não sei, não sei mesmo. Chico Buarque - Não, isso aconteceu. fazer música; nos tempos de colégio já es- melhorar. Acontece que essa minha ge- Parlamentares eu acho que não, senão Tem até uma história que parece anedota crevia. Sempre gostei muito. Então es- ração já viveu outra> época de euforia saberia. Essas coisas são muito discretas, mas é verídita. Um censor carioca disse rever para teatro era um fascínio para muito grande também em 68 e vai sempre & tetra a: . para um ámigo meu: "Pôxa", não dá Se 'a "* mim. com o pé atrás.

: && BR DFANBSB VB8.GNGÇ;AAA

W VA fe do # 394 Í—yó, PER 3 a A)

Coojornal - Como você vê essas manifes- tações dos estudantes aí?

Chico Buarque - Pois é, a gente já enfren- "Os tempos mudaram. tou uma situação dessas, já viu não dar em nada, que há muitos riscos aí muito gran- Hoje qualquer fizeram foi impor a falência à Companhia e não, que de maneira nenhuma. Deu um des. Mas ao mesmo tempo estou vendo pulo: "Isso pode me criar problemas com a que eles são muito menos porra louca do música minha os jornais não podiam dizer Aeronáutica". que em 68. A gente poderia imaginar que o Coojornal - Havia então pressões extra- não vale censura, digamos? garoto de hoje, que em 68 tinha 11 anos, Coojornal -- Em compensação, aquela Chico Buarque - O que a gente sente é não tivesse aprendido nada. Mas está se imobiliária de São Paulo, a Clineu Rocha, vendo que a experiência nunca é perdida. uma fila pra que na época mais negra, mais dura, não usou com a maior cara de pau uma mésica precisava uma ordem expressa do governo tua como jingle... Coojornal -- Então não é correto dizer que comprar feijão" pra apertar o sujeito. Aquelas proibições de Chico Buarque - Mas ela foi à falência, o país formou uma geração de alienados? rádio, na TV Globo aqui no Rio e várias como castigo (risos) Chico Buarque - E. Está vindo uma leva rádios não eram por ordens vindas de

nova aí. Sem muita dor e também sem Brasília. São coisas das mais realistas que o Coojornal - Como foi mesmo essa história muito desbunde, já um pouquinho cansada Rei, dos puxa-sacos, isso em todos os da Clineu Rocha? o. Outro dia fui ver uma peça, Me lembro por exemplo que ia Chico Buarque - Não, foi um negócio de pegal 10 uma vez, un AIO Então os shows foram tam- dez anos atras.: Eu fiz uma musiquinha gamente que I je você fugir à p AO qu isa multo boa gravei com o violão assim que era para es Sa politica uma companhia de sa empresa distribuir aos seus clientes de eu riouir entre cilen e Natal. Mas estava eSCrItO dO ) comercial ) era pra tocar AA nem nao i há dois anos

COS “WC:? da 1 ua a a s me deram a C ut COMO

Coojorna Aquela história com a Banda

een mea, | 16 melhante? e ( V 1 a ta # M R ao | Chico Bua ta que sa a ) e à a % P | , A X no jornal há pouc » agora, não ! do de novo | siedade . Pelo menos era daque oca. Eu vi que a Banda es a acabando a passividade, o "eu estou na tava tocando como fundo para uma con minha não quero nem saber" CM vocação d iço Mil tava há bas- H tante tempo: Aí fui: n ndo, me 'ir- jorna Você não está mais fazendo Por Tarik de Souza ritando e mar der d artá. Mandei dizer que estava muito surpreso, que nunca pensei que ). que TIZ IO! 1 que a B ida tosse ur a banda para chamar [ Of io e meio parece ipl es ão t! o rótulo de taiso meu ner a. 1 para o S Aço Militar, era uma banda sen int; em bem em em med Só no palco A mo a [ toda militar, era un ia bandinha je interior C ova, num Danqui violão, ) nato Drasile d€ Pal - ( Cultural [. Décima segunda cantava samba, marchi » outras | Coojorna Juai todos se lembram noo ele estava a toa XpIOG lir col Chico Buarque - huma. Eu !t no jornai

na vida - havia esperan iv cin entraos como diria o rival a explicação que da am de que aquilo não s tornado parceiro de « Ba anda passou 2, na letra calista, aepo era com eles, era c om a firma ncarregada ('avªlilsir—IZ'ÍYJÉ Alguns artist $ usam esse $ e o próprio mi 9 transtor- show reunido "Chico e CaetanoJi da propagand o era a Assessoria da contato d to com o pt » como um gramado do mado para melhor ao Vivo", na Bahia agver- | Presidência a República Mas tiraram termôme ), uma 512.139“? (í'i ver como o Mas, eis que chegou a roc ja viva e levou sário música. deix i assim E público está reagindo ao seu trabalho. o destino pra lá. De roldão. Os que so- A forma nacional brasileira, o formato | Você não sente falta disso? braram para contar a história, ficaram, do pacote - disco? livro? peça? - perdeu Coojornal - E os planos? Você tem coisas Chico Buarque - Olha, na verdade esse apesar de você. Se guardando pra quando logo para o recheio, cada vez mais contun- | projetadas já? entrosamento com o público não «"me O Carnaval chegasse, Tempo até de amal- dente. A época adversa levando as sovas e Chico Buarque - Não faço planos a longo acrescentava quase nada. Em primeiro diçoar, com as palavras disponíveis: "Na as sobras merecidas. Chico desenquadrou- prazo, muito menos em questão de mú- lugar por aquilo que já falei, eu fazia o se. De bom menino, imortal precoce, a en- sica. 'Eu tenho um projeto de fazer um barriga da miséria, eu nasci batuqueiro", show querendo terminar. Depois porque queria dizer brasileiro. Foi um tempo de fant terrible e filho pródigo. Tijolo com trabalho com o Milton Nascimento, é cc m não compensa, aquilo me consome muito, Calabares e de cala-bocas, Bárbara. Um tijolo, canta a canção, já não lhe confe- ele e o Guarnieri. Está muito no ar a nda, consome os nervos, consome a cabeça. E sonoro Sinal Fechado. Aconteceu o ine- riam o mesmo desenho lógico, deixava de | está entre uma peça e... no começo era claro que tem momentos bons, que você vitável: "Nem uma lágrima derramei por ser o apelo seresteiro de antanho. Buarque uma peça, depois a gente começou a pen fica contente, fica envaidecido e tal. Mas você/quando você foi embora de Holanda, a tradicional família do Pa- sar num espetáculo, algo com o Milton eu prefiro ir a São Paulo e ver a Gota Enfim, agora, ao menos pode-se re- caembu, gerou um inconformista, um cantando, com músicos e com atores D'água, ver o público julgando o meu conhecer que a coisa aqui tá preta. Embora duvide-0-dó incansável. Deus dará? Mas e trabalho sem precisar estar lá no palco. Há não seja possível prever, com exatidão, o se Deus não dá? Devagar, não. Devagar é Coojornal - Você seria um dos atores? artistas que entram no palco e aquilo faz que será, que será? Um imenso Portugal? que não se vai ao longe. Chico Buarque -- Não, é uma experiência que já fiz e não quero repetir. Fiz o galà no parte da vida deles e aquela transmissão, Uma nação colonial? O repórter, de plan- A descoberta fatal de que não existe aquele entrosamento, faz com que eles tão, estará atento, como sempre esteve pecado ao sul do Equador. Vale tudo e hay filme "Quando o Carnaval Chegar", na cresçam, se transformem. E o caso da aqui: por coincidência aziaga, doze anos que ser antropófago, autofágico para não época gostei, toi muito divertido, mas Bethânia, do Milton Nascimento, não é o para um trabalho sério não dá. Não me de carreira, às vezes, quase às carreiras. permitir que o samba seja apenas bem pra considero um bom ator. Ao contrário, sou meu caso. Chico Buarque me parece isso que eu frente, atado à mesma corrente. Agudo muito canastrão. venho querendo rimar desde o princípio: o analista político, dos que flagram o mo- Coojornal -- Quer dizer: o show foi o meio

músico jornalista. O apanhador de notí- mento, Chico acumula as manhas de in- que usaste para chegar ao público numa Coojornal - E além desse espetáculo, algo 1977 cias, o intérprete da atmosfera pesada além quieto artista, dos que esquadrinham e época em que isso era impedido ou dificul- mais? a

dos aviões de carreira, sem prejuízo da for- semeiam os ventos. Depois, se esconde de tado em outros meios. Chico Buarque - Tudo está um pouco ma poética. Repórter de caneta e violão, não. Está aí, cara a cara: vai para a rua e Chico Buarque -- E, foi o tempo dos cir- vago. Hoje mesmo a gente estava conver- chope e tremoços. bebe a tempestade. Assim permanente-

cuitos, em que eu saí por aí pelo Brasil in- sando aí o negócio de uma viagem em junho o Aos 34 anos, o carioca, como era mente indócil, nunca embalará os sonos

P renªn Não tinha outra saída. E aí junta agosto para a África (Angola, Moçam- l de (19 Você conhecido nos arredores da Faculd, dos esplêndidos berços. o problema econômico bique e G eu, o Milton e o Rui Arquitetura e Urbanismo Acorda amor, eu five um pesadelo O aparece na TV, os suerra, que está com a idéia de fazer um l | ro inimigo da régua as regras agora! $ | eterno inimigo da eg" Armª“ as. agor || filme m lá. ia A A ia . para conhecer o £; Chico, no tempo em que era Francisco lá oe tah fazer ale show 2 iaà NICO o tempo en € | processo fu e talvez fazer alguns shows e Bla e mas isto é segunda O R | e

LE

1

orem ir sm omo om ermo ol o o o r ot om m em as m ae e m m e mmm mr o c am s ea x a m ac og me ma, e em imeem mesm momo mim mom to m m m m: d %s

2 Um buraco de bi

emitindo cerca de 600 Cortes de verbas, milhões de ORTES por mês e o dinheiro proveniente da venda diminuição de desses papéis era, usado exclusivamente para resgatar outros papéis lançados an- teriormente à medida. que o prazo ia ven- funcionários, cendo. O ªaªfazia apenas uma troca de papéis, paga juros. E em outubro foi: suspensão de forçado a deixar de emitir e apenas recom prar 328 milhões de ORTES porque estava concursos. Mesmo gastando acima dos limites com a dívida. Gastava 70 milhões por mês acima do per- assim dificilmente o mitido. 1 Finalmente é preciso lembrar que no governo gaúcho passado o estado já teve um deficit de 1,3 bilhões de cruzeiros e que, no final do ano, conseguirá evitar um o governo precisou se empenhar para con- seguir uma licença do Banco Central para deficit de 2 bilhões emitir 350 milhões em títulos, para obter este ano recursos que lhe permitissem cumprir "compromissos urgentes", segundo disse o Secretário da Fazenda. Foi necessário um dear,empenho, especial: P CO PS. porque o já devia - Segundo a Secretaria da Fazenda, em outubro do ano passado o total da dívida interna superava os 2,5 bilhões de cru- zeiros (2,2 bilhões em títulos resgatáveis a curto prazo e 339 milhões em contratos) . Segundo a Secretaria do Planejamento, em .. Para quem já teve até a pretensão de ser informações prestadas à assessoria eco- um país à parte, o Rio Grande do Sul passa nômica da bancada do MDB na Assembléia por uma situação no mínimo constran- gaúcha, o total da dívida acumulada (in- gedora. Suas dívidas acumulam-se a tal terna, externa e flutuante) era,yem 31 de RS ponto que a única maneira de pagá-las é agosto do ano passado, 5,8 bilhões de pedindo mais dinheiro emprestado. O cruzeiros, dinheiro que entra nos cofres do Tesouro Estadual não alcança cobrir nem as des- CULPA DA SOJA pesas corriqueiras para manter a máquina do governo funcionando. Seus empregados Convém acrescentar ainda que o cir- estão descontentes porque receberam um culo vicioso das dificuldades financeiras aumento (30%) muito abaixo da elevação do estado chega a outros pontos. Por do custo de vida e vivem a perspectiva de exemplo: a Secretaria da Fazenda calcula passarem a receber com atraso. que as empresas privadas devem 677 Planos anunciados grandiosamente es- milhões de impostos atrasados ao Tesouro

tão suspensos ou retardados por falta de Serrano Estadual. Alguns desses processos têm 20 verba. Concursos para preenchimento de anos, a cobrança é lenta e não há muita vagas no serviço público cancelados, fun- maneira de acelerar. Tanto pela legislação,. cionários aprovados em concursos já Eneida que é excessivamente tolerante com as de empresas, quanto pela falta de fiscais. (O realizados sem perspectiva de contratação.

O governo estadual começa a agir como as Foto quadro de fiscais do ICM é de 400 homens, empresas em crise: entre primeiro de ja- mas a Fazenda só tem 310. Segundo Miran- neiro e 15 de maio deste ano os quadros do custarão até o fim do ano 7,2 bilhões de da, porque o salário é baixo enquanto Sari- da dívida, etc. Afinal, se estão certas as es- ta Catarina paga 30 mil por mês para uma funcionalismo foram reduzidos em 1443 Cruzeiros em salários. timativas vão faltar uns 2 bilhões de pessoas, fuznção dessas, o Rio Grande do Sul oferece segundo informações da Se Os outros impostos (1) que completam Cruzeiros, isto é, quase 20% do total da cretaria 12. da Fazenda. Foram dispensados O orçamento estadual deverão dar mais ou receita. 1960 funcionários Se a esse quadro for somada a infor- nesse período que, menos 1 bilhão de cruzeiros, com os quais "Vamos ter que apelar para as ante- somados a mortes, aposentadorias, maçªodadapuumggstécnicosqpefi— exo- O Rio Grande contará para todas as outras cipações de receita e operações de crédito* nerações, abriam 2163 vagas. Mas foram zeram o orçamento que, se quisesse de curtªm apenas 1620. para tapar os buracos do caixa", disse aos atender às suas reais necessidades, o.Rio imeiros quatro ont apenas para deputados em seu depoimento o professor Grande do Sul precisaria de uma receita de meses do ano, o ridas o estado precisarà de 1 Miranda. Ocorre que isso exigirá uma princi P bilhão e 500 milhões (amortizações e juros) 21bi|hóa,qu_aseodobmdorm_glr Sobre ginástica pois as antecipações receita tão dará para fazer uma idéia situação. de Circ P ias, ICM, a conclusão razoável é de que se o governo nada mais são do que adiantamentos que o que o estado ar- Conseguir segurar muito as despesas | , apenas os funcio- mwmsassaqmmaqum e . Banço do. Brasil faz aos estados e têm li- nários pgglicossãoasvltmdm aumentar as receitas ao máximo, chegará mites. E as operações de crédito, além de ao fim do ano com um buraco de 2 bilhões terem também suas limitações, represen- ou - a com pessoa! no seu caixa pelo menos. O que a estas al- - subiu 30%. Resultado: tam um sério ônus para as fina s já com- em maio o ICM turas será um bom resultado. balidas: são as letras estaduais, as cha- deixou. nos cofres gaúchos 535 milhões de madas Obrigações Reajustáveis do Tesouro cruzeiros, 27 milhões a menos do que o CHAPÉU NA MÃO para planejamento t e orien tação Estadual, que a Fazenda coloca no mer- cimento econômico, acabam tendo enor- necessário para cobrir a folha de pagamen- cado financeiro e resgata a n prazo to dos 166 mil funcionários públicos. O secretário da Fazenda, Babot Miran- mes reflexos em todas as atividades. Se o .. Para determinado pagando juros. Quando esse governo precisava contratar 18 mil profes- pagar uma dívida vencida em da, não aceita quando se diz que "o Rio dinheiro da venda de ORTES é usado em janeiro, 6 governador Sinval Guazzelli Grande do Sul está à falência". E ele está sores em 76/77 e vai contratar no máximo teve que pedir um investimentos que depois vão render lu- 10 mil, são menos empregos, são milhares empréstimo de 300 certo no sentido de que um estado não vai cros, é vantagem lançar mão das letras. milhões ao Banco do Brasil. E, mesmo as- à falência. Não e negar, no entanto, de crianças sem escola, é material escolar sim, Mas quando é para tapar buraco do caixa , que deixa de ser comprado, etc. ficou devendo às empresas contra- que se fosse visto como uma empresa, o elas só contribuem para aumentar ainda O mesmo ocorre se ele deixa de construir tadas para fàzer prédios, estradas, enfim, Rio Grande estaria pelo menos numa si- mais a dívida e elevar o desequilíbrio fi- is chamadas estradas, de ampliar a assistência social, de obras públicas, um tota! de tuação que os economistas chamam de nanceiro dos cofres públicos. referentes a fevereiro, março, prê-falimentar: isto é, já não tem condi- aumentar a produção de energia, de es- Além disso, o Governo Federal, timular a produção agrícola. £ isso tudo é ções de saldar os seus compromissos a não preocupado com o excessivo grau de en- ssor Jorge Babot Miranda, num ser aumentando suas dívidas. Ou seja, dividamento tanto pior quando se sabe que é um » prestado perante a Assembléia dos estados, está limitando processo que vem crescendo: em 1975, a aumentando cada vez mais estes com- essas operações, estabelecendo uma re- ia 6 de junho último, estimou promissos até que os credores percebem Secretaria da Agricultura ganhava 3, 2% dos adação do ICM até o final do dução gradativa do volume de papéis es- e ). Em 76, essa per- quea situação não tem saída, e lhe cortâm taduais no mercado e um teto máximo para a i um total "próximo E ano para aos 9 bi- 0 crédito e recorrem à Justiça, para salvar o o resgate desses papéis, No ano passado, gr o recebeu a zeiros", Isso significaque o esta- que ainda é possível., 10s do que previa com esse im- por exemplo, o Rio Grande do Sul vinha vestimentos

Rex O; Rio Grande do Sul está assim, A irçamento feito de julho a ou- 2% e es- tubro menos* que O Governo Federal tome al- da > passado previa-se 9 bilhões e gumas medidas ou altere o sistema de apenas 2,56%. E é Of de ICM, provável que nem ch ue a isto. Enquanto g arrecadação de imposto para dar mais aos De bilhões é preciso deduzir 20% (1) Além do ICM, o Estado arrecada: Fundo isso as despesas a amortização da di- estados, o governo gaúcgo terá que viver de Participação dos estados que co iondem à taxa de retorno (percentagem vida mais juros biram: representavam aos. de chapéu na mão para satisfazer suas sobrê IPI + Imposto de Renda), pesa municíp Ficam, Fundo 47% do orçamento em 74 serão 11% portanto, 7,2 bilhões necessidades mínimas: pagamento de pes- Rodoviário em líquidos nas o suficiente (parte do Imposto sobre Com- 4077. É para pagar os sual, despesas de custeio (material de ex- bustíveis), recebe ainda uma parcela e empreg do governo que, segundo es- pediente, serviços, etc.), verbas para « pequena do Imposto sobre Energia Elétrica &. timativ rópria secretaria da Fazenda, programas já em andamento, abatimento € Imposto sobre Minerais. 47 & _____ aaa 2 elee e ese eee o eee mem

*a de BR DFANBSBVE.GNGAMA T7 LOU LI CBL;

- / _-

Das margens

do Guaiba para

os mares bravios

de muitas terras. Boa viagem, Limnos Is and. -a DN

CR --- - Começa, nas margens do esporos: Guaiba, mais uma longa contoshistória e de aventuras muitos mares, de velhos marinheiros. Uma história que a cada técnica,porto contará do trabalho, um pouco da da criatividade Da pujança da gente de nossa gaúcha. indústria naval, que entrega". aos sete mares mais um navio Navio: N/M Limnos Island o tipo exportação.Trazendo divisas que Armador: Limnos Maritime S.A. tanto o país precisa. Madrinha: Sra.PRINCIPAIS Lis Jensen DO NAVIO: Na sua rota de progresso Comprimento CARACTERÍSTICAS tetak ...... v olive c c oia 126,85m rumo ao futuro. ComprimentoBoca moldada: entre .... perpendiculares: SEA eva ...... ,...... io 117,00m 17, 96m CaladoPontal médio*. A de projeto, i . a. *. a _ ...... eo ae a. .. avo. .::. 10 7,85m 265m CapacidadeDeadweight dosde projeto...... perdes. . ..: ...... - . . .o e. a o aooo 11.751m? 8.100tpb PotênciaRotação dedo MotorMotor Propulsor:.Propulsor. ..-...... y. dl. vis .,re ir. 5.800BHP 520RPM Praça de Máquinas desguarnecida Velocidades. . ., . i p na paa aaa 15,5 30 homensnós . .. a eo Guamição:.. aa debe Classmcadora _Sºciedade of Shipping. Lioyd's Register

ESTALEIRO SÓ SA. Casco: 100 - Financiado pela CACEX

amores «- lea € A ªlfª NV % %* j DFANBSB V8.GNG.AAA "770 BR

Nas suas constantes manifestações a nador Guazzelli há quase dois anos, quan- respeito da situação financeira do estado, do foi decidida a implantação no Rio Gran- o professor Jorge Babot Miranda tem men- de do Sul de um pólo petroquímico, apesar cionado como causas principais do de- de toda a pressão das indústrias paulistas. sequilíbrio a política tributária implantada Havia uma verdadeira euforia entre os téc- em 1967 e a política de incentivos fiscais nicos do governo com a possibilidade de às exportações, dotar o estado de um poderoso parque A reforma reduziu de 17% para 14% o transtormador de matérias-primas e que vai imposto que toca aos estados, mas não Babot Miranda. trazer grandes investimentos e abrir mi- reduziu os seus compromissos na área de lhares de empregos. investimentos públicos. E a política de es- "Daqui para pior O cavalo da metáfora de Guazzelli era timulo à exportação resultou em mais per- o que os homens do governo estavam da para as finanças regionais. No Rio Gran- só indo chamando de "oportunidade histórica de de do Sul a soja, segundo alguns cálculos, desenvolvimento", da qual o pólo re-

vai movimentar entre 20 e 25 bilhões de para o Grêmio " Serrano presentaria o ponto mais elevado. Seria a cruzeiros este ano. Mas vai deixar para o chance do RS recuperar terreno em relação

Tesouro Estadual 2,5 bilhões de imposto, Eneida , ao centro-sul do país e deixar de ser final-

quase todo ele pago pela parte que será ex- mente um "estado primário exportador" ou de portada em grão, sobre a qual incide 13% seja, um produtor de safras para exporta-'

de ICM, O óleo e o farelo têm estímulos: o Foto ção, condição que tem impedido histó- primeiro é isento e o segundo paga menos ricamente um desenvolvimento mais de 5% de ICM. Ambos possibilitam. fa- varam um quadro que o Rio Grande do Sul anos: cresceu à média de 5,6% enquanto o equilibrado do estado. bulosos lucros às indústrias e quase nada já apresentava muito antes de tudo isso, resto do país cresceu a 6,8%. A importân- Além. do pólo petroquímico, a "opor- ao estado, que ainda tem que pagar a elas pela própria estrutura da sua economia. cia da economia gaúcha diminuiu também tunidade histórica" se completava com um "prêmios" por seus esforços à exportação. Nos últimos 20 anos calcula-se que pelo perante o Paraná e Santa Catarina. ambicioso plano de formação de um par- No ano passado o Rio Grande do Sul pagou menos 1 milhão de gaúchos saíram do es- Em termos reais, o produto estadual que de indústrias metal-mecânicas, uma 400 milhões em prêmios (quase o valor tado em busca de outras terras no Paraná, que em 1947 era 10% do nacional, em 1973 usina para gaseificação do carvão, uma mensal da folha de pagamento do fun- Santa Catarina e Mato Grosso. Talvez esse era de 7% : A agricultura gaúcha tinha uma usina para produção de fertilizantes ni- cionalismo; dava para pagar um 14o salário) fato explique uma informação levada pelo Barticipação de 52% no produto agrícola trogenados, um parque «agroindustrial, e este ano pagara 550 milhões (segundo professor Miranda na sua exposição aos rasileiro em 1947, caindo para 44%. E uma usina para beneticiamento do cobre. promessa do ministro Mário Simonsen deputados: enquanto 'o Rio Grande do Sul também a indústria regional perdeu po No total investimentos de 500 milhões de parte desses prêmios passará a ser devol- hoje gasta 18% das suas despesas com pes- sição passando de 8% do produto indus- dólares. i vido ao estado pela União este ano). soal, ou seja, mais de 1 bilhão de cruzeiros, trial nacional para apenas 6%. São planos que representam uma es- Babot Miranda, no entanto, deixa ver com inativos, 0 Paraná, com população Isso indica que as tentativas de trans- perança, mas que - mesmo os que estão

a. que Os reflexos negativos do modelo expor- semelhante, gasta apenas 250 milhões, isto formação da economia gaúcha têm obtido em andamento, como o pólo petroquímico tador para o estado vão um pouco além da é, .quatro vezes menos. Desse milhão de pouco sucesso, O estado continua a de- - padecem das restrições de um momento questão tributária. "Passamos em cinco 'gaúchos a maioria eram agricultores jovens nder basicamente da sua agricultura, adverso a pesados investimentos (os cortes anos de 1 milhão para 5 milhões de to- que foram em busca de terra em outros es- oje representada fundamentalmente pela no orçamento federal, de onde viria a neladas de soja, isso requer estradas para * tados. Porque no seu, ou ela está exces- soja. O grande surto de esperança surgido grande parte dos recursos são tão drásticos transportar a prod ução, requer estradas - sivamente pulverizada na região colonial nos dois últimos anos, quando foram quanto os do estado). para que o caminhão entre na lavoura, onde a área agrícola está esgotada, ou está previstos para o estado grandes programas Para o curto prazo, as perspectivas es- requer armazéns, exige que o estado invis- nas mãos de uns poucos na campanha. de industrialização estão encontrando obs- tão menos para a frase de Guazzelli do que ta muito e não receba na mesma propor- Analisando.os 25 anos que vão de 1947 táculos nas proprias dificuldades finan- para uma outra dita pelo secretário Babot ão. Antes tinhamos o boi que foi des- a 1973, um grupo de técnicos da Fundação ceiras da União, que deveria a parte prin- Miranda - segundo um colunista local ocado pela soja, o boi não exigia tanto, Estadual de Economia e Estatística conclui, cipal dos recursos nesses empreendimen- num momento de acentuado desalento: não precisava de asfalto". num estudo muito citado, que a taxa de tos: "Para completar mesmo, só falta eu, no dia Na verdade, a política tributária, o crescimento do Rio Grande do Sul foi bem "O gaúcho não deve vêr passar o cavalo em que sair daqui, assumir as finanças do modelo exportador, a soja, apenas agra- menor do que a média brasileira nestes encilhado sem montá-lo", disse o gover- Grêmio". i

Na descentralização ganham os estrangeiros

Por Ismar Cardona *

Os empresários nacionais produtores de Era natural então que despertasse, lento os projetos apresentados pelas em- investimentos externos em Minas atingiram bens de capital (equipamentos) estão como despertou, as atenções das grandes presas estrangeiras. a cerca de 9 bilhões de dólares. reclamando com a maior veemência contra empresas estrangeiras fabricantes de A aprovação do projeto pelo CDI é im- a excessiva penetração das êmpresas es- equipamentos. Afinal, para não perder o portante devido aos incentivos de toda [.a DEFESA trangeiras na sua área. Segundo eles, o mercado que se fechava às suas vendas ' ordem que as empresas recebem para im- governo está desenvolvendo uma política depois das restrições impostas às import plantar seus projetos. Sem aprovação do Atacados pelas autoridades estaduais demasiadamente benevolente para com as tações, as indústrias estrangeiras come- CDI, embora possam se instalar no País que os acusam de favorecer uma maior empresas estrangeiras. Entendem que é in- caram a assediar as portas do País. Para o elas ficam inteiramente de fora dos esti- concentração industrial em São Paulo e de dispensável uma política mais rígida que governo, pelo menos para sua maior parte, mulos e financiamentos que a Finame, privilegiarem as empresas paulistas, os téc- discipline a participação dessas industrias. esse interesse era olhado com bons olhos. agência do BNDE, concede para as indús- nicos do CDI se defendem como podem: Os estados criticam violentamente a O II PND era um programa ambicioso, suas trias comprarem equipamentos produzidos - Não é verdade que estejamos excessiva concentração industrial no eixo metas pretendiam que o Brasil atingisse, por empresas nacionais. t protegendo os interesses das indústrias Rio-São Paulo. É indispensável, dizem eles, no período de tempo mais curto possivel, a paulistas em: detrimento das localizadas que o governo atenue as disparidades auto-suficiência na produção daqueles REVOADA em outros estados. Acontece que apro- regionais, passando a dar maior. atenção e equipamentos. vamos um número maior de projetos estímulos às demais regiões. É preciso des- As indústrias nacionais do setor, no en- Começou então a revoada de indústrias São Paulo porque eles, na verdade, re- concentrar a indústria, é a palavra de or- tanto, deflagraram cerrado bombardeio estrangeiras: em direção ao mercado presentam a ampliação de indústrias . dem dos governadores. #60 aa contra as pretensões das empresas estran- brasileiro: Demag, Krupp, CBC (Mitsu- nacionais já existentes, enquanto que os O I! Plano Nacional de Desenvolvimen- geiras. Afinal, diziam elas, as indústrias bichi), F. L. Schmidt, etc., etc. outros estados, bem boa parte, são de in- to deu uma ênfase especial ao problema, nacionais tinham sofrido todos os ônus do * Diante do veto do CDI aos seus pro- dústrias estrangeiras que vão se superpor às enfatizando a disposição oficial de con- pioneirismo nessa área e não seria justo jetos, sob o argumento de que pretendiam indústrias já existentes. ceder estímulos concretos para que a des- que agora, quando sopravam ventos mais produzir equipamentos já produzidos por Não podendo derrubar a barreira do centralização da economia nacional favoráveis, elas fossem alijadas, ou pelo indústrias nacionais, essas empresas co- CDI as autoridades estaduais lançam mão deixasse o terreno das intenções acadê- menos tivessem de repartir as fatias do meçaram a usar como escudo os governos de todo o seu artesanal de prestígio junto micas e passasse a existir efetivamente. bolo com as empresas arrivistas. _. estaduais. Não estava se falando tante em ao Governo Federal para obter a aprovação Quando o governo decidiu ativar o seu De parte. do governo, entretanto, as política de desconceritração industrial? de seus projetos. E, na maioria Casos, programa de substituição de importações respostas foram, no mínimo ambíguas. Ao Como os governadores estavam mais in- conseguem. Aí estão a Krupp, a Demag, a de bens de capital e insumos básicos, a par- mesmo tempo que garantiam o propósito teressados em aumentar a arrecadação de Elcat, ou a própria Fiat que não nos deixam tir de 1974/75, levantou-se a necessidade oficial de que as indústrias nacionais as- seus estados e ampliar a oferta em- mentir. de se estimular a descentralização através sumissem a Iideransa desses projetos, in- pregos processou-se o inevitável casamen- Diante de um quadro desta natureza, desses setores. sinuavam nas entrelinhas que, em última to entre estados e empresas estrangeiras. torna-se urgente a necessidade de se re- e PRESSA instância, a penetração maior ou menor Diga-se a bem da verdade, e em defesa dos definir o modelo industrial do País - se é O governo, por sua vez, às voltas com o das empresas estrangeiras na produção de governadores, que esta atitude, embora dis- que se possa chamar de modelo um amon- desequilíbrio em seu balanço de pagamen- equipamentos estava condicionada à cutível, é auxiliada pela inexistência de toado de normas e praxes que favoreceu tos, apostava uma corrida contra o tempo: maior ou menor velocidade das indústrias uma política industrial definida. uma excessiva concentração de riqueza em era preciso fabricar no Brasil aqueles nacionais em responder à demanda por A disputa pelos investimentos estran- São Paulo a fim de eliminar as disparidades produtos que mais estavam pesando em novos e sofisticados equipamentos. geiros transformou-se, então, no objetivo regionais atualmente existentes. nossa balança comercial. Ao mesmo tem- Os dados estavam lançados. Com uma máximo de alguns estados, não importan- Defender uma política de concentração po, eram criados obstáculos às importa- economia mundial trôpega, sujeita aos do se se chocavam ou não com as interes- industrial no eixo Rio-São Paulo deve ser ses das empresas nacionais. Minas Gerais debitado na conta das iniquidades na-

137" ções de equipamentos. Para os empresários caprichos de uma recessão crônica, essas nacionais fabricantes de equipamentos - empresas não tinham outra escolha e que, justiça seja feita, assumiu a posição cionais, mas achar que essa desconcen- de leia-se fabricantes paulistas de equipamen- começaram a sondar o mercado brasileiro de grande celeiro para esses investimentos tração só possa ser feita através de uma tos, pois mais de 90% das indústrias do para instalar suas fábricas aqui. As pressões passou a sediar os mais importantes em- desabrida política de desnacionalização da em sentido contrário foram, como já se es- preendimentos estrangeiros, não só na área economia, deve ser, sem titubeios, urgen- junho setor estão instaladas em São Paulo - era a grande chance. Afinal o programa previa perava, bastante fortes. Os organismos de bens de capital como em outros setores. temente desmascarada. -- um pacote de projetos que somavam al- governamentais, especialmente o Con- Cite-se como exemplo, a Fiat, a Demag, a gumas dezenas de bilhões de dólares em selho de Desenvolvimento Industrial e o Krupp, a F. L. Schmidt e a Elcat. investimentos, No mundo inteiro, árabes e BNDE, se juntaram aos protestos da As- Nos últimos cinco anos, segundo dados irânianos "aí incluídos, não existia um sociação Brasileira das Indústrias de Base divulgados pelo Indi, insuspeito instituto * Ismar Cardona é editor de Economia do Coojornai - programa de apelos tão convidativos. _ (ABDIB) e passaram a cozinhar em fogo de estudos econômicos daquele estado, os jornal O Globo, do Rio. -

:“ -» BR DFANBSB VB8.GNG;AAA ! 7 HA Q01i :p. 56

1977 de

_ Este é o óleo indicado para as peças mais junho -

importantes do mundo da comunicação. a orna!l oo]

é Olvebra.Fabricante do óleo Violeta Cc

a oa

#

! V do! BR DFANBSB V8.GNG.AAA

é %

Empresários pedem mudança

O que pensam os principais

homens de empresa

do sul sobre o chamado cear, todavia, a liberdade, pedra angular Nessas respostas, os empresários modelo brasileiro da criatividade, produtividade e de todos deixam transparecer o os fatores inerentes a um sistema produtivo que se amplia entre a população pelas dis- eficiente e progressista". torções geradas pelo "modelo" brasileiro. A questão salarial, dentro da política "É importante que o empresário tenha con- As queixas e críticas que os empresários origem. Neste caso, por exemplo, se des- econômica adotada no Brasil ultimamente, fiança na orientação e nas mensagens do têm dirigido ao governo nos últimos tem- cobrirá que nenhuma manifestação de tem fundamental importância. Ela tem sido governo e esta confiança será obtida na pos serviram para mais uma vez levantar, reprovação da política governamental par- conduzida, por exemplo, no sentido de medida em que elas se tornem eficazes", de fonte agora insuspeita para o Sistema, tiu de setores bancários ou financeiros, concentrar a renda, criando nas camadas afirmou Wol gang Klaus Sopher, da Zivi- uma questão cada vez mais importante: o nitidamente o setor da economia para on- de renda mais alta o mercado que vai con- Hércules. Sopher, comentando a sit "modelo" brasileiro de desenvolvimento. de têm convergido os maiores lucros do sumir os produtos de alguma sofisticação do país, diz ainda que "tem-se atri Tidos como os maiores beneficiários desse "modelo" brasileiro. (como eletrodomésticos) que aos poucos unicamente ao petróleo a paternidade de modelo os empresários chegaram a sur- "Ao sistema financeiro cabe suplemen- vão surgindo e possibilitando a instalaç todos os males" para indagar, finalmente, preender algumas vezes defendendo temas tar e não dominar o sistema econômico", de novas indústrias, que oferecem a sen- como que atônito: "Será só ele o culpado?" como maior distribuição da renda e re- afirmou, em sua lauda número 11, a "carta sação de "desenvolvimento". Ocorre, Dos 12 empresários, dentre os mais im- democratização. de Gramado", um documento de autoria porém, como mostra qualquer (bom) livro portantes do estado, que responderam ao Nas' manifestações empresariais, desde . das federações das indústrias do Paraná, clássico de economia, essa política fa- questionário, apenas um concordou com a logo é preciso deixar claro algumas coisas. Santa Catarina e Rio Grande do Sul, divul- vorece apenas às grandes corporações política de "desaceleração econômica" Em primeiro lugar, distinguir declarações gado no início de maio. Essa carta, o mais multinacionais (sempre de alguma forma posta em prática pelo governo como meio de propósitos não muito bem esclarecidos, importante documento de empresários ligadas a bancos) . de combater a inflação. A idéia defendida como as do idente da Federação do brasileiros nos últimos tempos, faz afir- Sintomaticamente, muitos empresários sempre foi esta: um país subdesenvolvido, Comércio de Paulo no início do ano, e, mações como esta: "Compete ao Estado têm se manifestado contra essa política. ue precisa crescer para melhorar o nível em segundo, identificar as fontes de zelar por este fundamento básico, sem cer- Aqui, algumas dessas opiniões: "Minha vida da sua população, deve encontrar opinião pessoal é a de que uma liberali- outras fórmulas para deter a inflação sem zação salarial poderia ativar a economia, parar fábricas e sem baixar o salário de seus notadamente se dirigida às faixas de mais trabalhadores. "No Brasil, o trabalhador baixa renda" e ainda não conseguimos assalariado, quando desempregado, reali- obter uma melhor redistribuição de renda, mente perde talvez até o direito de co para mim, instrumento que possibilita a mer", reconheceu Paulo Vellinho. obtenção de uma estabilidade social, Foi condenada, também, a excessiva econômica e política duradoura" (Luiz dependência do exterior, seja na captação Mandelli, presidente da Federação das In- de empréstimos em dólares para financiar dústrias do RS); "Os reajustes salariais o "deficit" do balarâo de pagamentos deveriam ser um pouco acima dos níveis de como para a própria colocação do produto desvalorização da moeda, para permitir o fabricado dentro do país, que hoje sai das incremento do mercado interno" (Elmiro fábricas e corre em direção aos portos, E, Lindemann, da Adubos Trevo); "Todo in- em alguns casos, as afirmações de re- dustrialista consciente deseja a ampliação provação ao governo atingiram o grau da do mercado interno pela melhor distri- irritação. "É necessário que o governo pare buição de renda" (Carlos Reinaldo Mendes de intervir casuisticamente tumultuando a Ribeiro, da Indústria de Plásticos Neofor- estabilidade essencial para as atividades m); "Volto a insistir em que o dissídio utivas", disse Reinaldo Mendes Ri- coletivo deva retornar às suas origens, ou iro, quase que repetindo palavras que seja, proteger realisticamente as camadas havia dito ao ministro Simonsen, da Fazen- baixas da população" (Paulo Vellinho, da da, no início do ano, numa reunião na Springer-Admiral . Todas estas declarações Federação das Indústrias. foram prestadas em resposta a um ques- ? Luis Mandelli e Paulo Vellinho: é necessário mudar a política salarial gonlário do jornal Gazeta Mercantil, de São aulo. Tomás Pereira

Quem faz e quem, lê o COOJORNAL tem um interesse em comum: a verdade.

Quem faz o

COOJORNAL é uma | --- cooJORNAL ! equipe da Cooperativa dos | I Jornalistas de Porto Alegre. CUPOM DE ASSINATURA Quem lê o l : COOJORNAL são pessoas | | críticas e exigentes. Que | Nome: | buscam no nosso E jornalismo o meio melhor I Endereço: Telefone: I de acompanhar os fatos do : Bairro: CEP: Cidade: Estado: : nosso tempo. Para essas pessoas é que ] Forma de pagamento: | nós fazemos o | Cheque em nome da COOJORNAL | COOJORNAL. Com a | Banco: Valor: Data: | responsabilidade de quem sabe que fazer jornal é fazer I Ordem de pagto. no: Valor: Data: | leitores. I Banco: |

197] Sempre tendo coisas | |I

de importantes em comum ] (Vale postal no: Valor: Data: | com eles. Como a verdade. I I junho Preenchendo o cupom ao ASSINATURA POR 12 EDIÇÓES: Cr$ 80,00 sidadelado, você mensal preenche de a informaçãosua neces- I Rua Comendador Coruja, 372 Fones? Redação - 24.0951 - Administração e Comercial - 21.8984 I selecionada e tratada como você I Porto Alegre - RS - Brasil I merece. I Coojors:;

Ea om serrar var + BRDFANBSB V8.GNÇAAA HAQ04)H42OOA .tl—-ª; * ªl.—?;. %

75 ANOS DE COOPERATIVISMO:

É UM BOM COMEÇO.

Omo d so tol kaj/”IIM/IMI”, [ o 222220 oo o a / 44. 1 po d * o p

< al:

ta

A f

|

PP Dae RA

9 « é UM

anos de história só dizem A história do Parece que a implantação Parece que o evoluiu e respeito exclusivamente aos cooperativismo no Brasil está foi fácil e que logo trouxe os cooperativismo não contribuição associados de entidades com 75 anos. frutos naturais de uma filosofia que não trouxe ao povo brasileiro e à Cooperativistas e a mais Para quem não é em favor do bem comum; alguma ninguém; cooperativista e nos vê Parece que o Nação; Parece também que o Mas só parece. resumindo assim estas sete cooperativismo foi crescendo e esquecido, que o Porque, para nós que décadas e meia de história, crescendo sem nenhuma falha; passado foi presente não nos entusiasma e somos e vivemos o parece que não há nada para Parece que não faltou apoio que o futuro não nos preocupa; cooperativismo, a sua história, contar. ou compreensão aos primeiros e Parece ainda que já está com todas as suas conquistas Parece que os pioneiros idealistas e ao seu trabalho de e que já conseguimos todos os seus problemas, está alemães não vieram com a estruturar as bases do sistema tudo feito melhores condições recém começando. idéia na cabeça e uma calejada em nosso país; o desejado: de vida para todos os que E a Cotrijuí se orgulha de experiência nas mãos; Parece que não dependem do cooperativismo; fazer parte dela. Nas safras e Parece que não houve anos aconteceram as crises e que Parece, enfim, que estes 75 nas entressafras da nossa e anos de divulgação por onde não nos serviram de lição; realidade. houvesse uma nesga de terra para plantar ou criar, e gente

com fé na união;

1977

de junho COTRLUJ

-

COOPERATIVA TRITÍCOLA REGIONAL SERRANA LTDA. - IJUÍ - R$

ooiornal R$ emir x.Coqyomal

BR DFANBSB VB.GNGAAA T7TLOTLII2m SOL, (.

piano a Torres y F TTTTiTTTITTTTT ri v TTETTEYYrYI

No alto da primeira página, o desenho de um pesado

cacete e o título agressivo: A Idade do Pau

Um nanico

feroz e desbocado

Por Airton Centeno

Também nunca esqueceu os imperiais. Sua © mais desbocado jornalista gaúcho irritação maior, no entanto, era contra os morreu em 1848, de apoplexia. Era calvo, portugueses empregados na burocracia do coxo e torto, e conhecido como Pedro Império. Tanto que, no fundo da sua Boticário, por ser dono de uma botica (far- "dA IDADE Toy mácia) segundo descrição dos seus adver- botica, ele julgou descobrir uma droga nª; | miraculosa para livrar a nação deste tumor. sários. Na época em que os jornais eram Boticário propôs simplesmente a depor- todos nanicos agressivos e panfletários ele tação de 400 "galegos". A sugestão apresen- editava o mais feroz de todos - A Idade tada ao Clube Revolucionário, quando do Pau, um jornal que defendia a sepa- Bento Gonçalves estava ausente de Porto ração do Rio Grande do Sul do resto do

ITM! Alegre, encontrou simpatizantes. Entretan- e pregava a morte aos portugueses, país lll nos tetos do Império". to, um antídoto preparado com a astúcia que "mamavam [!! liberal surtiu efeito um pouco antes. "A liberdade se rega com sangue, não Político hábil, Sá Brito conseguiu con- com esterco. Estas coisas nunca se com- tornar a questão. Convidado para presidir a porão enquanto não se jogar a peteca por assembléia dos deportadores, Sá Brito lan- estas ruas com as cabeças dos galegos", cou uma contraproposta. Numa saída pes- dizia ele com fúria. Seu verdadeiro nome sedista, sugeriu a tormação de uma comis- era Pedro José de Almeida e embora fosse são para estudar o assunto. A idéia foi defensor ardoroso da Revolução Farrou- aceita e o assunto sepultado. Mais tarde, pilha, tão anarquista e furiosa era a sua quando Bento Gonçalves regressou da pena que nunca causou agrado aos re- campanha, a proposição chegou às suas volucionários. mãos, mas nelas ficou por pouco tempo: o A imprensa era explosiva e livre nessa general olhou rapidamente a representação época. E do jornal de Boticário colocava e amassou o papel, jogando-o ao chão: "Is- mais água quente no caldeirão onde fu- so não tem propósito". megavam as primeiras idéias nacionalistas, Se isto não liquidou a atividade re- no limiar do levante farroupilha, em 1833. volucionária de Pedro Boticário - para Em tais tempos, ser jornalista era exer- uns o Marat dos Farrapos, para outros um citar a liberdade de opinar em meio a uma Bocage menor -, a reação monárquica na intensa fuzilaria de sonetos. Em Porto tomada de Porto Alegre tomou a si este en- Alegre, formavam de um lado os jornais cargo. Quando a cidade caiu submetida às liberais aliados a uma esquerda precoce: A forças imperiais de Manoel Marques de Idade do Pau, o Inexorável, O Amigo do Souza, futuro Conde de Porto Alegre, Homem e da Pátria, O Recopilador Liberal, Boticário foi preso e recolhido para' a O Constitucional Riograndense, O Vigilan- Presiganga - um navio que, ancorado ao te e - agora respire fundo - A Sentinela largo "no Guaíba, recebia e amontoava os da Liberdade na Guarita ao Norte do Rio a distribuição feita pelos próprios reda- cia: "Defeitos naturais não envilecem/ prisioneiros farrapos. Foi levado para a Grande de São Pedro. De outro lado, os tores, também responsáveis pela distri- Uma alma bem formada, ó vil galego/ Fortaleza da Laje, no Rio, onde enton- monarquistas Idade do Ouro, Sentinela, buição de insultos. Nesse ambiente mo- Recorda-te Camões, torto labrego/ A quem traria também preso o general Bento Gon- inflexível, Mestre Barbeiro, Correio de Por- vimentava-se a figura de Boticário. Vaca as musas elogios tecem". E prossegue: calves da Silva, chefe dos farroupilhas. to Alegre, Campeão: da Liberdade, O Brava, para os adversários. "Virtudes com sarcasmo não fenecem/ Na prisão com Bento, viveria o episódio Pobre, Correio da Liberdade e a Bellona Quando os monarquistas tentaram fun- Sejam filhas do Brasil ou do Mondego, que lhe garantiria um lugar na história, ain- Irada Contra os Sectários de Momo. dar em Porto Alegre a Sociedade Militar, Aprende estas lições, ó meu borrego/ da que como um marginal. Em todo o continente de São Pedro era apontada como ponta-de-lança do império Que bem pode ser que te interessem". E Boticário e o general farrapo planejam latente o descontentamento das oligar- português, liberais e conservadores conclui, dando à resposta perspectivas ex- uma fuga da prisão. O plano entra em quias tradicionais - representadas pelos aguçaram suas penas. E Boticário levou o tra-jornalísticas: "O homem que pintou a execução. Os dois percorrem corredores pecuaristas produtores de charque à cata que lhe cabia. musa tua/ Não faz caso de ti, não te escuros e quando apenas uma grade os de maior participação no bolo de riqueza "Não temos lá no inferno lagartixa/ De avalia/ Constante segue avante a marcha separa do retorno à Revolução, Boticário, nacional - contra os grupos exportadores, mais nojo e fedor que este maldito/ Na sua/ Pátria, honra, virtude ele aprecia/ E muito gordo, não consegue passar entre as de trânsito livre nos corredores imperiais porta da botica, baixa e escura/ Vomita só como aos versos teus não retribua/ A res- barras. Bento Gonçalves, temendo re- para formularem a política econômica do posta do pau melhor seria". presálias à sua fuga desencadeadas contra país. Este embate teve seus reflexos na vida furor o sanguinário/ Que um Bertholdo Boticário, retorna ao cárcere. O líder jornalística da província com as tipografias parece na figura/ Assusta só de ver seu ar A referência do último verso também farrapo seria transferido para o Forte do proliferando e imprimindo jornalecos man- nefário/ Enjeitado da gente mais baixa/ é remete ao logotipo de A Idade do Pau, um Mar, na Bahia, de onde conseguiria es- tidos pela venda avulsa, alguns assinantes calvo, coxo, torto e boticário". - grande cacete desenhado junto ao título. capar. Boticário foi libertado somente em e escassos anúncios econômicos, mas Bombardeado pelo arquiinimigo Mes- Mas, tal agressividade: não era compar- 1845, de uma prisão de Pernambuco. Vol- notadamente pelos próprios partidos ou tre Barbeiro - que tinha uma promessa tilhada por todos os cabeçalhos, não tão taria a Porto Alegre para morrer de uma correligionários de mão aberta. A perio- para os adversários: "faria a barba de todos"" diretos. Seus colegas de trincheira colo- apoplexia, em 1848. dicidade era irregular, o tamanho variável, -, Boticário respondeu com certa elegàân- cavam como divisa de seus jornais citações Até agora a História não lhe teve con- francesas, nunca dispensando uma pitada sideração nem as praças lhe reservaram de colonização cultural. Pedro Boticário bustos. Mas o incidente com Bento Gon- não sabia nada disso. calves, não se pode negar, é muito pro- O próprio nome dado ao seu jornal foi metedor, nestes tempos em que o MEC e a um desafio à Idade do Ouro, órgão "ca- Embrafilme estimulam uma garimpagem ramuru' - defensor da fundação da no passado brasileiro para, mais uma vez, Sociedade Militar -, onde a primeira jor- trazer à tona uma reluzente memória 0 carro que você quiser, - nalista gaúcha, Maria Josefa Pinto, ani- oficial. O episódio também abre uma nova nhava poemas em louvor a Dom João Vl. possibilidade de trabalho para os figurantes Mas as rajadas de desaforos com que tortos, gordos, calvos, que poderão par- sempre com o tanque Cheio. Boticário premiava seus opositores, sua li- ticipar de alguma asséptica superprodução derança sobre os ativistas nos confrontos histórica dos Carlos Coimbra da vida. O de rua, nunca lhe deram prestígio político. tempo e a Embrafilme dirão. Mas, por Inclusive aos domingos. Ele não conseguiu sequer ser eleito para a favor, um marginal da história não merece primeira assembléia provincial do Estado. ser tratado assim. Ficou como suplente. 1977 auto locadora gaucha Para os liberais, como o doutor Francis- de O carro que você quiser, co de Sá Brito, redator do Constitucional na hora que você quiser. Sempre. Riograndense, o jornalismo irreverente de *Do jornal de Pedro Boticário não exis- Conceição, 364 - fones: 21-3333, 21-5555 e 245166 Boticário causava horror. Sá Brito reser- tem vestígios nas bibliotecas e museus de junho & Estande permanente no Aeroporto Salgado Filho vava para o povo mobilizado por Boticário Porto Alegre. Os números de 7 a 12 de A - fones: 42-4510 e 42-5363 - Porto Alegre o tratamento de "bando de celerados". A Idade do Pau, transferidos do Arquivo São Paulo: Rua da C solação, 323 - Loja 28 - fone: 258-1233 frente da massa, de despossuídos. que Público para o Museu da Comunicação '"vagava pelas ruas de Porto Alegre, o Vaca Hipólito da Costa, desapareçeram. As Brava insuflava a rebelião contra aqueles referências sobre Boticário e seu jornal são que chamava . de "monstros. lusitanos". muito raras e, quase sempre, repetitivas.

BRDFANBSB VB.GNGAMA 7 LOY 199 amoo1 , p, 60

Um jornal e seus De um lado o jornalista e político Jean Jacques Servan-Schreiber, ex- presidente do Partido Radical Independente da França -centro- esquerda - e ex-diretor da importante revista L'Express. Do outro, Jacques Fauvet, diretor de redação do Le Monde, o mais respeitado jornal da compromissos França e que disputa com o New York Times a liderança em respeitabilidade e prestígio no jornalismo mundial. Servan-Schreiber entrevistou Fauvet no teresse. Pegue por exemplo o Le Monde Canal 1 da Televisão Francesa num de dez anos atrás e verá poucos artigos programa transmitido em 21 de sobre a China. E isto por uma razão novembro do ano passado. O assunto muito simples: este país, este vasto da entrevista: o Le Monde, sua proposta continente estava praticamente fe- jornalística, suas tendências e como chado à imprensa francesa e faz funciona este jornal no qual a redação pouco mais de quatro anos que temos detém 40% do capital. um correspondente em Pequim. Além disso hoje são tratados assuntos como o do sexo, que há dez anos só eram vistos do ponto de vista da medicina. Mas, voltando à questão anterior da obje- tividade ou honestidade da informação. Acredito que ela inicia no momento em que se produz uma grande informação, que não se deixa passar isto em silên- cio, que não se minimiza nenhum acontecimento, nenhum documento relativamente importante. A falta de honestidade consiste em calar sobre um Jean Jacques Servan-Schreiber - acontecimento ou não reproduzir nem Hubert Beuve-Méry, fundador do Le um resumo de um documento impor- Monde, dava um conselho a seus re- tante. datores: "Sejam chatos". E ainda hoje Porém, nem sempre se consegue a não lemos o Le Monde para nos diver- honestidade, nem no Le Monde, O ob- tir. Seus artigos são densos, sem fotos e jetivo é produzir cada dia, uma ima- sem grandes manchetes. Sua capa vista gem, um reflexo o mais autêntico pos- a dois metros de distância parece ser a sível da informação, do que se passou mesma todos os dias há 32 anos. E, no nas últimas 24 horas em todo o univer- entanto, Le Monde é hoje o terceiro desejo de fazer reinar uma maior justiça é um jornal de opinião. A distinção en- so. jornal diário da França, com 425 mil Servan-Schreiber - O senhor acabou na sociedade e na economia. Mas este tre um jornal de opinião e um jornal de exemplares, vindo logo depois do de explicar que a objetividade consistia não é o problema. Nestes dois anos de informação é uma falsa distinção. Todo Oueste-France e do France-Soir. E no em primeiro lugar em não se calar dian- governo a questão é saber se ele pode jornal tem uma opinião mesmo quando ano passado Le Monde foi o único jor- te de nenhum acontecimento e de não passar para a realidade suas intenções e ele não a exprime de uma maneira nal diário de Paris a ter lucros pelo seu deixar passar nada em silêncio. Gostaria projetos. Em todo cáso, o presidente e clara. Não escolher entre o que se crê volume de publicidade. Pelo menos então que nos explicasse um episódio, o governo não se situam à esquerda. ser o bem e o mal, o verdadeiro e o fal- uma vez, coisa séria dá dinheiro. já muitas vezes lembrado, que se refere Eles se dizem de centro. so, é ter uma opinião. Calar-sé é ter Mas, o Le Monde é orgulhoso prin- à guerra do Camboja. Quando Le Mon- Servan-Schreiber - Muitas pessoas uma opinião. Conheço um matutino cipalmente do seu poder de influência. de relatou a queda do Camboja, duran- dizem que o Le Monde evoluiu nos úl- que durante a segunda guerra do Viet- Todos que fazem parte do jogo político, te um longo período não falou dos mas- timos anos para uma posição mais name - a dos americanos - nunca social, econômico e cultural lêem o jor- sacres que a imprensa ocidental des- crítica. Isto é voluntário ou significa um colocou na primeira página notícias nal com a assiduidade de um padre que crevia e explicava. A conclusão disto é reza seu breviário. deslize no grupo de redatores? sobre esta guerra. Este jornal deveria ter Fauvet - O fato é que Le Monde, certamente uma opinião: de que esta que houve ausência de objetividade. Le Mas a gente não se transforma im- Monde havia tomado partido a favor desde que existe, há 32 anos, sempre guerra não era importante para a vida punemente numa instituição. Este ano dos. revolucionários cambojanos. Qual Le Monde foi submetido a duras críticas tomou posição quando uma opção sim- do nosso continente, para a vida inter- ples e grave se apresentava ao país e nacional, ou mesmo para a vida do é a explicação para isto? que podem ser resumidas nisto: a di- Fauvet - Em primeiro lugar, é im- ao parlamento. Não vou fazer uma universo. Talvez tivesse mesmo uma reita acusa o jornal de ser tendencioso à portante dizer que a imprensa francesa enumeração porque seria muito longo. opinião sobre o julgamento moral desta esquerda e esta lhe faz a mesma se interessou pelo Camboja apenas Mas todos sabem que quando o jornal guerra e de alguns de seus aspectos. Is- acusação ao contrário, de ser simpático quando o regime do marechal Lon Nol ainda era dirigido por Beuve-Méry, to também é ter uma opinião à direita. afundou. Antes falava-se muito pouco. Esta noite, Jacques Fauvet, diretor do tomou partido contra a primeira guerra Aliás, se todos os jornais fossem de- O mesmo aconteceu com Portugal, os Le Monde há sete anos e onde também da Indochina (a nossa) , contra o rear- informação, seriam todos iguais, com jornais só passaram a se interessar após fez praticamente toda sua carreira jor- mamento da Alemanha, por uma exceção daqueles que estivessem a ser- a queda de Caetano. Ora, o regime de nalística, aceitou pela primeira vez, política de autonomia da Argélia, viço de um partido, de uma ideologia, Lon Nol era fraco e corrupto e hoje todo depois do início desta polêmica, ex- Marrocos e Tunísia, por de Gaulle em de um interesse, de uma confissão. mundo reconhece isto, mesmo a im- plicar-se em público. Talvez ele tam- 58, contra de Gaulle em 69, pelo voto Basta olhar para os jornais todos os dias prensa americana. Na época da queda bém nos revele alguns dos segredos de em branco no referendo de Pompidou e ver como são diferentes, não apenas nós tinhamos um dos nossos jornalistas, sobre a Europa. Pessoalmente me na sua apresentação gráfica mas tam- fabricação de um jornal de reputação Patrice de Beer, em Phnom Penh. Ele mundial. Jacques Fauvet, é verdade que declarei a favor do candidato do par- bém no seu conteúdo. Se um deter- estava lá para fazer matérias sobre os tido socialista, François Miterrand, em minado jornal coloca um assunto na o Le Monde prefere a esquerda? acontecimentos e poucas semanas an- Jacques Fauvet- Se a pergunta é 1974. Resumindo, cada vez que o primeira página e o outro o relega a tes Le Monde havia previsto a queda do simples e direta a resposta não pode ser futuro do país está em jogo, Le Monde uma página interna já houve um jul- regime de Lon Nol. Quando a cidade toma posição. E isto acontece desde gamento de valor do acontecimento. dada da mesma forma. Seria neces- caiu, evidentemente ele não foi corren- sário, em primeiro lugar, definir o que que o jornal existe. E Le Monde não Portanto, todo jornal é de opinião. do ao telex. Como todos os estrangeiros entendemos por esquerda, Se a esquer- toma posição dentro de um engajamen- Quero dizer com isto que, em todo - inclusive os soviéticos - refugiou-se to político ou ideológico, mas simples: o processo técnico de elaboração de da é o contrário da direita, permita que na embaixada da França. Três semanas mente exprime um desejo e uma uma informação - a partir do acon- eu diga que a pergunta tem pouco sen- depois, ele Conseguiu passar para a tido, porque ninguém se situa à direita. preferência. Aliás, este é um dever que tecimento até sua reprodução em jor- Tailândia. E lá ele fez o seu trabalho, Nunca ouvi ninguém dizer a um po- o jornal tem em relação aos seus léi- nais, rádio ou televisão - intervêm mandando matéria sobre o que viu e lítico ou a um jornalista que ele fosse de tores. O leitor tem o direito de co- ' uma série de julgamentos que diferem ouviu. direita. Em 1919 houve um grupo na nhecer a preferência de um jornal. E de um jornal a outro e, dentro de um Mas acho que você está se referindo Câmara dos Deputados que teve a todos os jornais têm preferência, mes- mesmo jornal, de um jornalista a outro. à acusação feita pelo New York Times coragem de se chamar Republicartos de mo quando eles não dizem. Insisto neste ponto porque muitos que disse que nenhum jornal teria se Direita, mas não durou mais do que al- Servan-Schreiber - Os leitores fiéis acham, de boa fé, que a informação é recusado a reproduzir o telex de um jor- gumas semanas. E, na véspera da do Le Monde sabem muito bem o que é recebida pela imprensa de uma maneira nalista que por acaso se encontrasse no esta tomada de posição. aquele mecânica e restituída ao público de guerra, o partido mais à direita na As- local. Eu acho importante dizer que sembléia se chamava Republicanos de pequeno artigo cercado, de uma co- uma maneira mecânica, como se o jor- durante as três semanas que passou na luna, à direita geralmente, que é as- nal fosse uma espécie de autômato. Esquerda. embaixada da França, Patrice de Beer sinado por seu diretor e que efetiva- Não é verdade. O jornalista é um Eu não quero abrir um debate sobre ouviu muitas notícias, muitos boatos mente marca uma escolha em grandes homem que, se não está a serviço de o que é esquerda ou o que é direita, confirmados ou não. O certo é que as transformações políticas. Mas isto um partido, de uma ideologia, de um mas já que você me fez uma pergunta pessoas que ali se encontravam não acontece raramente, algumas vezes interesse, de uma religião é um homem direta, vou responder também de uma podiam ver tudo. Nosso jornalista contou maneira direta. Se a esquerda significa durante o ano. No conjunto dos edi- livre, mas que tem uma mentalidade, 1977 um estado de espírito, é um herdeiro de o que viu entre Phnom Penh e a fron- toriais publicados nos outros dias vocês de justiça dentro da liberdade, Le Monde teira tailandesa, num trajeto de oito tentam manter - vou dizer uma pa- valores de seus pais e de seus mestres, prefere a esquerda. dias. Ele contou o que viu e ouviu, lavra muito controvertida na nossa de sua experiência, a tal ponto que não Servan-Schreiber -- Isto significa que Outros Contaram o-que não viram e profissão - uma certa objetividade? pode evitar a interferência de seu jul- junho Le Monde considera que este governo, tiveram que desmentir depois . Fauvet - Este é um problema muito gamento sobre a informação. - esta maioria que está no poder, do qual Servan-Schreiber - Vejamos um amplo. Em primeiro lugar seria neces- Servan-Schreiber - Por que o Le é observador diário, atento e às vezes caso mais próximo da França e onde, de sário lembrar ou ensinar - infelizmen- Monde dobrou de volume nos últimos crítico, não representa a justiça ou'a certo modo, era mais fácil confirmar os liberdade? te, às vezes, mesmo aos jornalistas - o dez anos?

Fauvet: -O: governo: representa .a que é a imprensa: É preciso antes de Fauvet - Porque existem agora . Coojornal liberdade: E existe; : sem dúvida, o tudo dissipar um equivoco: todo jornal , muito, mais. países, nos. quais se tem in-. . 33

ro ,? i 7a ©0A , 51 BR DFANBSB VE.GNG;AAATTHOU LI9 em

depoimentos. Falo do jornal República, aqueles que podem se expressar têm a que não há uma separação de poderes. de Portugal, que em junho de 1975 foi liberdade de se expressar. Mas existem £ um sistema democrático não habi- paralisado pelos seus tipógrafos co- aqueles que não podem se exprimir. Por tual, na profissão. munistas, que afastaram a diretoria, exemplo: qual é o jornal diário que Fauvet - Volto agora a uma pergun- socialistas, e assumiram o controle da permite a expressão dos líderes do par- ta feita no início da entrevista que empresa. Durante um certo tempo, Le tido Socialista? Quando num regime, deixei sem resposta. Será que a tendên- Monde apresentou esta história como numa sociedade são necessários mi- cia do jornal seria determinada por um um conflito social banal, e não como lhões para se fundar e fazer viver um grupo de redatores? Não. Se fosse assim uma operação política, um ataque do jornal, não se pode dizer que a liber- eu seria cúmplice deste grupo, então partido Comunista contra o partido dade real de expressão da imprensa seja seria indigno de ocupar minha função. Socialista, explicação que era dada pelo garantida, apesar da ajuda do Estado. E isto valeria também para o redator- resto da imprensa. Sob este ponto de Não falo apenas da liberdade legal, chefe e para os chefes de serviço. Se vista, qual é a posição do Le Monde? de escrever ou de publicar um jornal. nós fôssemos bastante cegos para Fauvet - Nós não elaboramos uma Falo também da liberdade real, da pos- deixar um grupo, que jamais nomeamos posição sobre Portugal. Nossas notícias sibilidade de todos se exprimirem. UN ENTRETIEN AVEC M, GISCARO D'ESTAING ou definimos, orientar o jornal numa de lá, sempre vieram do nosso corres- Servan-Schreiber -O senhor disse direção que não aprovássemos, ainda pondente, No caso República tinhamos ue o Le Monde é independente. In- uma vez seriamos cúmplices. um enviado especial que, por ser jo- ãependente de quem? É verdade que cada geração de vem, talvez tenha cometido erros que Fauvet - Independente de todo redatores traz ao jornal seu estado de todos podem cometer. , mundo. Independente de todo par- espírito, sua mentalidade. Os homens tido, de toda ideologia, de todo in- Le Monde: igual há 32 anos de 30 a 40 anos não têm a minha men- Não tenho o dossiê do caso Re- pública na minha frente, Mas o que vou teresse, de todo credo. Só não é in- talidade nem os mesmos critérios de falar agora não é para defender o Le dependente daqueles que o fazem ou julgamento que eu. Tento adotá-los à Monde, que não tem porque se defen- daqueles que o lêem, porque num jor- uma publicidade mentirosa - que ven- medida que me parecem importantes der, e sim defender a imprensa. nal como .o nosso o leitor exerce uma de um produto com argumentos falsos para o bem comum, à verdade e ao Vamos tomar como exemplo a influência sobre o redator. - também às vezes corrigimos os tex- desenvolvimento. Eles são muito mais Comuna de 1870. Os historiadores que Servan-Schreiber - Vocês também tos de publicidade política. sensíveis aos problemas que a nossa um século depois têm a vantagem da são independentes dos anunciantes? Servan-Schreiber - Falemos um geração ignorou ou que antigamente distância, no tempo e no espaço não Fauvet - Somos independentes dos pouco dos redatores do Monde. Foram tratávamos com a maior hipocrisia. Um concordam entre si sobre os aconte- nossos anunciantes como todos os jor- os primeiros a constituir uma sociedade exemplo disto são os problemas: se- cimentos da comuna. E não se trata de nais franceses. E somos por duas razões. de redatores e eles detêm parte do xuais. Nós não os descobrimos com os discordar sobre as causas ou lições que A primeira é porque os anunciantes - capital do jornal. Isto quer dizer que homens e mulheres de trinta anos. . se devem tirar dos acontecimentos mas chefes de empresas e as sociedades cada um pode escrever o que quiser no Somente não se falava deles e é por isto sobre o desenvolvimento e a própria francesas - ficaram tão inteligentes jornal? que existiam tantos dramas. Desta for- cronologia dos acontecimentos. E estes como seus colegas alemães, ameri- Fauvet - Não. Em primeiro lugar é ma cada geração traz seu ativo e seu livros em alguns aspectos entram em canos e ingleses. Eles compreenderam preciso explicar que a sociedade dos passivo. E as gerações atuais de homens contradição total. Então, o que os his- que a publicidade é antes de tudo uma redatores do Monde detém 40% do e mulheres têm esta grande qualidade: toriadores não conseguem fazer vocês maneira de vender um. artigo, um capital. E isto não lhes dá nenhum têm horror à hipocrisia. E este horror pode conduzi-los a outros excessos, se querem, todo mundo quer, que nós jor- produto ou um serviço. Quando um lucro, nem a eles nêm aos outros mem- nalistas, em algumas horas, ou mesmo jornal tem uma boa tiragem tem um bros da sociedade, porque os nossos es- não de franqueza, ao menos de bru- talidade. Mas isto compensa os defeitos em alguns minutos, estabeleçamos a bom volume de publicidade. L'Hu- tatutos evitam que haja um interesse verdade total e definitiva. manité, jornal diário do partido co- financeiro dos proprietários - entre es- da nossa geração. Portanto, não existe No caso de Portugal, como para munista francês, tem uma tiragem baixa tes, redatores, empregados e técnicos. grupo no Monde. qualquer acontecimento, nós damos e pouca publicidade. Já o Humanité- Portanto, os redatores são sócios, jor- Servan-Schreiber - Mas nem todos notícias diariamente. De uma forma Dimanche, semanário, também co- nalistas e são sindicalizados na sua têm a mesma opinião? rápida, muitas vezes, mas sempre munista, tira 150 mil exemplares e tem maioria. Fauvet - Com os diabos! Claro que quente. Porque há duas espécies de jor- bastante publicidade. Como jornalistas eles se comportam não! Nós sempre pedimos aos jornalis- tas para não aderir a grupos extremistas, nalismo: o jornalismo frio - que não é A segunda razão da nossa indepen- como todos os jornalistas, isto é, são dência dos anunciantes é que não é subordinados mas escrevem livremente de esquerda ou de direita, e de não O nosso - e o jornalismo quente. Para militar publicamente. Estaregra sempre escrever sobre um acontecimento não proibido a um chefe de jornal ter um dentro de um determinado quadro. esperamos que a notícia esfrie, que a pouco de coluna vertebral. Aliás, isto Quando um jornalista entra no Monde foi respeitada. até é recomendável. Um diretor, ou até ele sabe que não é a mesma coisa que Servan-Schreiber - Os jornalistas do paixão tenha descido, que as coisas Monde estão inscritos em algum par- sejam cempor cento confirmadas. mesmo um proprietário, pode recusar entrar no Le Figaro, LHumanité ou Damos as notícias à medida que elas as intromissões da publicidade na France-Soir. Os jornalistas aceitam o tido? redação. E o importante para o: Monde Monde, mas ninguém é obrigado a en-, Fauvet Não sei, mas creio que não. acontecem, com o risco de se queimar. Em todo caso, sua liberdade de expres- Servant-Schreiber - E isto é inerente hoje, como para todos os jornais fran- trar ou permanecer no jornal. ceses, é que se eles atingem uma ti- Na sua estrutura o Monde é dividido são evidentemente é preservada. Eu ao fato de ser um jornal diário. faço questão de ignorar em quem eles Fauvet - Mas existem certos jornais ragem alta recebem anúncios. em sete serviços: política, economia, Servan-Schreiber - Mas existem etc... Temos uma estrutura um pouco votam. Não pode haver grupos no diários que esperam que o fato tenha Monde por uma razão muito simples: passado para darem a notícia. Quem se casos de influência da publicidade na piramidal, isto é, cada redator escreve redação a nível internacional. Recen- sua matéria que será lida por um chefe os serviços não são homogêneos. Não aproximou da verdade durante a guerra existe um grupo no serviço de política, da Argélia? Aqueles que esperaram que temente li una entrevista com o co- de serviço ou um chefe adjunto, depois ronel Khadafi que iniciava na primeira por um redator-chefe e finalmente por um grupo no serviço de exterior. Exis- os fatos fossem verificados, ou que as tem homens e mulheres de tendências e barbaridades fossem perdoadas para página do Le Monde e terminava em um diretor. outra página, num caderno especial Servan-Schreiber - O senhor relê origens diferentes que realizam uma falar, ou aqueles que, como nós, fa- síntese de suas opiniões, de suas ten- lavam dos fatos assim como eles nos sobre a Líbia. E quando se fala em tudo que vai ser publicado? caderno especial se fala de anúncios e Fauvet - Leio todos os manuscritos dências e análises. Em todo caso eles chegavam. E, algumas vezes, até não transmitem suas posições pessoais atenuando as notícias - porque tam- anunciantes do país que é assunto. importantes e as provas das matérias já Fauvet - Para não criar um equivoco compostas quando posso, Faço o mes- ou seus preconceitos. bém somos sensíveis às razões de Es- Servan-Schreiber - E é o senhor que tado. para nossos leitores nós deveriamos mo que fazia meu predecessor Hubert Volto à cobertura dos acontecimen- realmente ter deixado a entrevista den- Beuve-Méry, aprendi os seus métodos garante por eles? tro do suplemento sobre a Líbia. Mas de trabalho. Chego no jornal às Fauvet - Não sou o único a garantir e tos da revolução portuguesa. Era uma aliás sou o último a garantir, porque questão quente, movimentada, com- Khadafi é sempre um personagem in- 7h45min' e até as 13h (hora em que teressante principalmente na situação fecha a primeira edição) leio o que eles se garantem a si mesmos. Volto a plicada e difícil de compreender. E a repetir o que já disse, e é nesse sentido imprensa francesa não é como a em que se encontra o Oriente Médio. aparece no jornal Mas este suplemento, como todos os Servan-Schreiber - O senhor que somos um pouco severos com nos- americana, que manda dez jornalistas sos jornalistas, isto é, com todos os jor- para cobrir um fato, . Quando Mário outros, foi feito de forma livre pela modifica os originais? redação. E nele havia até um artigo de Fauvet - Sim. As vezes faço algumas nalistas. Não entendo como certos Soares, líder do partido Socialista e hoje colegas criticam os outros por suas ten- chefe do governo português, quis es- um senhor (não vou citar o nome) que modificações na forma e na maneira de não é colaborador habitual do Monde, dizer as coisas. Porque somos espe- dências. Os jornalistas, antes de tudo, crever um livro, a quem se dirigiu? A são pessoas, não são autômatos. Por Dominique Pouchin, redator do Monde que não pode ser acusado de ser fa- cialistas e nossa linguagem nem sempre vorável ao governo da Líbia. é clara. E pode acontecer que o jor- que os jornalistas não teriam sensi- que durante muito tempo foi nosso en- bilidade? Por que não podem fazer um viado especial a Portugal. Sem dúvida, Servan-Schreiber - Le Monde, como nalista se deixe levar por sua linguagem vários outros jornais, não hesitou em hermética. Quando faço alguma julgamento? O que nós pedimos é que o ele confiava em nosso redator, que, jornalista não tome partido. E isto não é como todo mundo, deve ter cometido publicar com destaque as acusações do modificação e o jornalista ainda está na líder da Coréia do Norte - Kim II-Sung. redação ligo para ele e digo: "Isto não fácil principalmente para os jornalistas erros que trabalham em jornais diários, que Servan-Schreiber - Mas eu queria E se amanhã o general Pinochet quiser me parece muito claro. Você foi de- fazer o mesmo, o senhor diretor do masiadamente longe ou não foi sufi- escrevem um pouco por reflexo, sem lembrar uma frase que encerrou uma muito tempo para pensar porque a notícia que falava no caso República: Monde aceitaria? cientemente longe". Mas quando se Fauvet - Não se pode, nestes casos, trata de uma questão sem importância matéria precisa ser redigida em alguns "A verdadeira questão é saber se, per- minutos. Mas não podemos fazer mitindo a todos o uso da liberdade de confundir o leitor. Quando se publica não pergunto a opinião do redator um tipo de publicidade política deve-se sobre a mudança. Se hoje sou diretor do exigências impossíveis aos jornalistas expressão, alguns não abusariam". E ao porque eles fariam um jornalismo sem senhor, diretor do Le Monde, esta frase sempre ter a preocupação de identificá- Monde é porque em março de 1968 - é la como publicidade, se possível até necessário definir o mês, isto é muito interesse. É preciso que dentro do não choca? critério de escolha de informações, pas- Fauvet - Isolada assim ela pode com tipos diferentes, importante - os redatores conside- Servan-Schreiber - Mas neste caso raram que o redator-chefe do jornal era se uma certa concepção do homem, da chocar. Mas eu me lembro da famosa vida, da sociedade e da história. frase de André Malraux: "Nenhuma não havia problema de confusão. Falo digno de ser seu diretor. Portanto, eles de uma questão de escolha, Vocês es- têm confiança em mim. E eles têm con- Servan-Schreiber - Existe um ponto liberdade aos inimigos da liberdade", É no qual Le Monde não se comporta 1977 realmente uma máxima perigosa que colher? geralmente os anúncios po- dições de renovar esta confiança ou en- líticos? tão de me privar dela. E eu tenho con- como os grandes jornais, os americanos de pode conduzir ao totalitarismo. Mas eu Fauvet - Não. Ninguém pode nos fiança neles. por exemplo. Falo das matérias de concordo com ela na medida em que denúncia, de escândalos ou de grandes ela acompanha uma idéia. Aliás, não se acusar disto sem apresentar exemplos. Servan-Schreiber - No fundo há, en- tão, duas ou três pessoas - o redator- injustiças. É surpreendente ver que este junho pode dizer que em nosso país a liber- O que acontece é que neste tipo de chefe, um chefe de serviço e o senhor- jornal, o mais influente da imprensa es-

- publicidade, que não quer vender um dade de imprensa seja total. Crita francesa, não utiliza sua força para Servan-Schreiber - O senhor acha produto ou um artigo, nós pedimos que que podem corrigir a opinião de um não existam expressões ou frases que redator. E o fato de o senhor ter sido fazer campanhas. Isto significa cer- que não existe liberdade total de im- tamente uma tomada de posição, por prensa na França? possam ferir uma opinião contrária e eleito pelos redatores e que estes pos- , Fauvet -Não. A liberdade de expres- mesmo um "interesse contrário. Assim » Sam retirar a confiança no senhor quan- quê? Coojornal | Fauvet - Muitas vezes já discutimos são é total. Com isto quero dizer que como não temos» e «direito de propor do acharem que for necessário, mostra [F <> 7 b 3 em 001, à. SA % eu a BR DFANBSB VB.GNG;AAA 77 LOY 1 94

este assunto e é certo que pecamos por excesso de prudência. O senhor com- para a imprensa francesa com a americana, mas é preciso comparar 500 Contrate também a opinião francesa com a opinião americana e talvez ainda as leis francesas às leis americanas. Na França não gostamos muito de fofocas, e os hábitos franceses, as relações com a justiça e com a polícia são bastante diferentes. Há sempre uma espécie de segredo que pesa sobre as matérias e especialistas um segredo muito bem guardado que às vezes é violado em parte pelos jor- nalistas ou pelos advogados no interes- se de seus clientes. Mas há uma espécie

de reserva, de prudência excessiva sobre estes temas de denúncia. Servan-Schreiber - Mas o senhor para cuidar não acha que um jornal corajoso de- veria assumir riscos quando tem con- dições de fazê-lo, sobretudo condições financeiras? Pois se a gente olhar, nos últimos 30 anos a imprensa não sofreu grandes condenações na justiça. Por- tanto, não fomos muito incomodados até agora. O senhor não acha que a de seus da saúde missão de um jornal é ser verdadei- ramente um quarto poder, de ir até as últimas consequências, isto é, fazer o que os outros poderes não fazem? Fauvet - Acho que o senhor tem razão. Nós fazemos isto. Outros jornais também. Mas não dentro deste espirito de campanha de imprensa que fazem empregados os jornais americanos. Talvez a gente esteja errado. Os americanos empre- gam dois jornalistas durante seis meses na mesma matéria ou então 12 jornalis-

tas durante um mês no mesmo assunto. Eles entrevistam as pessoas, tentam

conseguir documentos e finalmente

lançam uma campanha. Isto não faz ' ªll“?! parte dos hábitos franceses, e é uma pena. Mas mesmo que fizesse parte dos hábitos franceses, teriamos grandes 4 'n'» | dificuldades. Servan-Schreiber - Certamente. As- sim como tiveram grandes dificuldades os jornalistas que se ocuparam do caso Watergate Fauvet - Vou fazer uma confidên- cia. Não conte para ninguém, Em 1969,

(& Le Monde denunciou uma operação imobiliária em Paris que parecia de- sonesta , principalmente na sua pu blicidade. E desde: aquela época o COmerciante se recusa a colocar anún- cios em noss&jernal Servan-Schreiber -= O senhor se or- gulha disto, espero Fauvet - Me orgulho mas sou obrigado a admitir que isto privou o Le Monde de uma réceita de três a quatro milhões de francos. Reconheço que a matéria era um pouco forte. Não acredito que isto acontecesse nos Es- tados Unidos. Você sabe a importância Servan-Schreiber - Sim, sim, acon-

teceria. A General! Motors suprimiu toda da assistência médica

a publicidade no Wall Street Journai, para os seus empregados. que havia publicado coisas desagra- Sabe o quanto representa dáveis sobre a empresa. Depois de al- gum tempo o jornal desmentiu suas em tranqgiiilidade para a

matérias e a General Motors voltou a mão-de-obra da sua empresa. anunciar. E conhece de perto todos

aqueles compromissos

com as entidades que prestam Coojornal este serviço.

em Santa Catarina A Unimed surgiu para

tratar dos funcionários e do

funcionamento da assistência.

Em Florianópolis: A Unimed é uma

cooperativa de saúde. Significa

serviços médicos e ILHABEL

relacionamento direto com

Livros e Revistas os profissionais. O convênio com a UNIMED/PA garante o atendimento

São 500 especialistas Rua Anita Garibaldi, 37 pelo beneficiário em trânsito por qualquer médico

à disposição de quem é filiado às outras UNIMED s do País, mediante a simples apresentação Centro beneficiário por convênio. da carteira. Isto significa, por exemplo, que

_ Conte com a Unimed. só no Rio Grande do Sul há 1,500

E saúde para os seus empregados médicos à disposição de seus funcionários. 1077

Em Lajes: e descanso para sua empresa. a,

Banca de jornais na nah unimed 1 Praça João Costa PORTO ALEGRE -

Centro SEDE | Sociedade Cooperativa de Serviços Rua Santa Terezinha, 345 Médicos e Hospitalares Ltda.: Tarnal (Fone 1162

pagers (G4 ª' a C BR DFANBSB V8.GNG.MA_L7'Í

O azar

de

Carpeggiani

Carpeggiani só constatou essa verdade o fim do mês passado, o jogador de no Flamengo, mas não admite se queixar futebol Paulo César Carpeggiani, em relação a Zico, embora não seja muito 28 anos, casado, pai de três filhos, viveu difícil perceber o que acontece em campo. os piores dias de sua vida. Em péssima for- E esse não é o único problema do Flamen- ma técnica, atormentado pelas saudades go, pois há ainda a insegurança do técnico do Sul e pela incapacidade do seu time, o Cláudio Coutinho - que embora seja da Flamengo do Rio de Janeiro, ele passou a Seleção vive bajulando a imprensa - e de torcer com entusiasmo para que o Grêmio Luís Paulo, que após cada jogo se preocupa de Porto Alegre realmente adquirisse o seu em realizar um verdadeiro inquérito para . passe, como havia sido anunciado. A con- saber o que as pessoas acharam de sua firmação da transferência não saiu e maio atuação, por exemplo. não terminou sem mais um desgosto para E a própria imprensa esportiva carioca Carpeggiani: dia 30 seu nome não estava - sempre tão generosa -- já começa a na lista de 24 Jogadores convocados para a questionar Carpeggiani. Um dos fatos mais Seleção Brasileira, embora tivesse ficado lembrados é que ele marcou apenas um gol numa reserva técnica de outros 21 nomes. em 14 jogos por seu novo time - e Cr$ 5 O que aconteceu com esse jogador, milhões é realmente um preço muito alto que há um ano era citado como um dos por um gol. A imprensa apenas ainda não cinco maiores talentos do futebol brasileiro explorou o que se disse em Porto Alegre no € uma das grandes esperanças da Seleção? fim do ano passado. Carpeggiani jogou Aconteceu que Carpeggiani cometeu um apenas 14 partidas pelo Inter durante o ano erro de cálculo, e acabou trocando "a passado, por causa de uma operação dos vidona que tinha no Rig Grande do Sul por meniscos e da tentativa de apressar a um inferno no Rio de Janeiro", como con- recuperação à força de massagens. fessou em cartas a amigos de Porto Alegre. Ficou a maior parte do ano entregue ao "Hoje eu estaria morto, se arrependimento Defartamento Médico e a sua recuperação matasse", escreveu. O engano começou definitiva chegou a ser questionada pela tom o mês de fevereiro, quando o Flamen- imprensa durante a fase mais aguda de sua go lhe ofereceu a possibilidade de receber doença. De volta aos treinamentos, Car- Cr$ 750 mil como participação sobre a sua peggiani jogou algumas partidas de pouca venda -- 15% de Cr$ 5 milhões, preço do importância pelo Internacional e foi- ven- passe -, com uma vida folgada no Rio, dido ao Flamengo, num momento em que salários iguais aos de Zico |- estrela do o clube perdia o treinador e time- e tardes de inesquecível alegria no vendia seu Ídolo maior, o zagueiro Fi- Maracanã. O Inter resistiu no início, mas gueroa, a um clube do Chile. De qualquer cedeu e então Carpeggiani foi embora. maneira, entre a torcida do Inter, ficou a Antes, porém, acabou atropelando um dúvida quanto à recuperação técnica , homem de 23 anos em Porto Alegre e agora daquele que era tido como um dos dois - está ameaçado de ter que pagar uma in- o outro era Figueroa - principais joga- denização de Cr$ 500 mil à sua vítima, que dores do time. teve uma perna amputada. No Rio, desco- Em todo o caso, certamente Carpeggia- briu que a participação de Cr$ 750 mil viria ni já não se sentia mais útil ao time que com 30% a menos - para o imposto de ganhou o bicampeonato brasileiro sem sua renda - e que dos Cr$ 525 mil restantes só ajuda e também por isso forçou a sua receberia 300 mil de entrada. Em seguida, saída. E essa saída parece ser definitiva, iconstatou que os salários no Flamengo não pois também no fim do mês passado ele são pagos com tanta regularidade como no chegou a se irritar com Lula, ex- Inter. E o aumento com a transferência companheiro de Inter; que lhe perguntara nem foi tanto assim: passou apenas de Cr$ se não gostaria de propor uma troca dos 52 mil para Cr$ 60 mil mensais. dois ao Flamengo: E mais: a família de Carpeggiani, que - Absolutamente; não quero voltar ao em Porto Alegre morava numa casa - Inter. É o único clube brasileiro em que própria - de quatro quartos, no Rio teve não posso jogar. Com que cara eu ficaria? ue se submeter primeiro a um hotel e De prostituta arrependida? gewis a dois apartamentos de temporada, A pressa de Lula em propor uma troca antes de Carpeggiani conseguir o que se justifica: o ponteiro-esquerdo do Inter ocupa agora, luxuoso e confortável é ver- insiste em voltar a morar no Rio. Mas a dade - de 13o andar e com vista para o diretoria do Inter recebeu a possibilidade mar, no Leblon -- mas ao preço de Cr$ 13 com frieza. O diretor de futebol, Artur mil de aluguel mensal. Dallegrave, quando lhe falaram da volta de Aconteceu também que Carpeggiani Carpeggiani ao Sul - para o Inter ou para estava enganado ao pensar que se adian- seu maior rival, o Grêmio -- tratou de es- tava ao declínio de uma grande equipe, a friar o assunto: do Inter, saindo antes que ela terminasse. - O Flamengo pagou cinco milhões O Inter não acabou, e o pior para o jogador & doei & e pelo passe e tem o direito de fazer o que foi a constatação de que o Flamengo - "Seo arrependimento matasse, eu estaria morto"" achar melhor com o jogador. Mas Lula tem com uma dívida de 50 milhões - não é contrato até o fim do ano e não sai do Inter na verdade um clube tão grande como os agora. Esse baixinho fala em ir embora des- jornais e seus torcedores gostam de afir- de o começo do ano passado e continua mar. gerados pelo próprio jogador-, o atro- para receber a devolução, ela já está vol- aqui. - Eu tenho uma casa e quatro apar- pelamento, a doença incurável do sogro no tando - geralmente por cima de sua Se voltasse ao Sul, Paulo César Carpeg- tamentos em Porto Alegre e sou. finan- Sul, Os problemas principais estão dentro cabeça. giani teria que reconquistar não apenas o ceiramente independente, até poderia do campo, toda vez que o Flamengo joga. E nem foi por falta de aviso. Quando crédito mas também o nome. Depois que parar. Acontece que gosto mesmo é de Não adianta Carpeggiani chutar uma Falcão - um dos ex-companheiros em ele foi embora, a imprensa passou a tratá- jogar futebol, mas nem isso está sendo bola para a ponta, como fazia no Inter: o Porto Alegre -- voltou da Seleção, todos os lo como Carpeggiani, transferindo o tra- possível - desabafou Carpeggiani. Flamengo não tem ponteiros, pois Osni na jogadores do Inter ficaram sabendo que tamento de Paulo César para um também E embora evite acusações aos seus direita e Luís Paulo na esquerda não sabem Zico, do Flamengo, absorvia todo o jogo meia-armador do futebol de Caxias do Sul, novos companheiros, é fácil perceber as nem fazer um cruzamento, muito menos das equipes onde atuava. "A gente dá a que pelo menos está quase todos os dias razões principais do seu desgosto, muito reter a jogada. que o Flamengo quer bola ao Zico, corre, espera a devolução e nos títulos dos jornais e no noticiário da piores que a falta de adaptação ao Rio, os atacar sempre em velocidade e quando sabe quando é que vai receber de volta? Na rádio e da televisão. pequenos problemas financeiros - exa Carpeggiâni atira a bola na frente e avança lua, meu chapa", queixou-se Falcão. a Irineu Dickel -Rio s ] N nks + A PN pÁ PS 5a Vere ssa a * a BR OFANBSB , p (y RARA AQ RV AsRVATO Ha %