DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

54ª Legislatura 3ª Sessão Legislativa ______

ANO LXXIV - - QUARTA-FEIRA, 1º DE MARÇO DE 2017 - Nº 11471 ______

Mesa

(Período 01/02/2017 a 31/01/2018)

Presidente – Edegar Pretto (PT) 1ª Vice-Presidente – Liziane Bayer (PSB) 2º Vice-Presidente – Frederico Antunes (PP) 1ª Secretária – Juliana Brizola (PDT) 2º Secretário – Juvir Costella (PMDB) 3º Secretário – Maurício Dziedricki (PTB) 4º Secretário – Adilson Troca (PSDB)

1º Suplente de Secretário – Valdeci Oliveira (PT) 2º Suplente de Secretário – Juliano Roso (PCdoB) 3º Suplente de Secretário – Bombeiro Bianchini (PPL) 4º Suplente de Secretário – Missionário Volnei (PR)

Superintendente-Geral Mari Ivane Oliveira Perusso

Superintendente Legislativo Leonel Sica da Rocha

Superintendente Administrativa e Financeira Ricieri Dalla Valentina Junior

Superintendente de Comunicação e Cultura Marcelo Roberto Model Nepomuceno

Publicado de acordo com a Lei nº 12.846, de 26 de novembro de 2007 54ª Legislatura 3ª Sessão Legislativa

ANO LXXIII - PORTO ALEGRE - QUARTA-FEIRA, 1º DE MARÇO DE 2017 - Nº 11471

CADERNO DE PROCESSO LEGISLATIVO

Superintendência Legislativa ______

Departamento de Assessoramento Legislativo ______

PAUTA Nº 18 ______

1º DIA:

Projeto de Lei nº 14/2017 - Denomina “Rodovia Nelcy Severo da Silva”, o trecho da VRS-834 que liga o Distrito de Vila São Marcos à BRS-472 - Barragem Sanchuri - . (Deputado(a) Frederico Antunes)

Projeto de Lei nº 15/2017 - Reativa o Serviço Notarial e de Registro do Município de Garruchos, integrante da Comarca de Santo Antônio das Missões. (Poder Judiciário)

5º DIA:

Projeto de Lei nº 192/2012 - Dispõe sobre a publicação dos gastos com hóspedes oficiais pelos órgãos ou entidades da Administração Pública do Estado do , e dá outras providências. (Deputado(a) Lucas Redecker)

Projeto de Lei nº 13/2017 - Desanexa o Tabelionato de Protesto de Títulos do Serviço dos Registros Públicos do Município de Alpestre, anexando-o ao Tabelionato de Notas do mesmo Município, da Comarca de Planalto. (Poder Judiciário)

6º DIA:

Projeto de Lei nº 11/2017 - Denomina “Ponte Adão Orlando Alves” a ponte sobre o rio que liga os municípios de Pedro Osório e Cerrito na Rodovia RS-706. (Deputado(a) Catarina Paladini)

Projeto de Lei nº 12/2017 - Inclui no Calendário Oficial de Eventos do Estado do Rio Grande do Sul a Copa de Futsal e dá outras providências. (Deputado(a) Juliana Brizola) DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 2

8º DIA:

Projeto de Lei nº 10/2017 - Institui a divulgação do número do serviço de Disque-Denúncia – 181 – nos veículos da frota da Polícia Civil no Estado do Rio Grande do Sul. (Deputado(a) Gilmar Sossella)

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ORDEM DO DIA ______

POR IMPOSIÇÃO DO ART. 66 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO - Veto Parcial ao Projeto de Lei nº 250/2016 - Encaminha Veto Parcial ao Projeto de Lei 250/2016, de iniciativa do Poder Executivo, que altera a Lei n.º 14.519, de 8 de abril de 2014, que trata do Plano de Classificação de Cargos e Vencimentos do Instituto-Geral de Perícias “ IGP “, e dá outras providências. (Prazo Fatal: 02/03/2017) (Poder Executivo)

POR IMPOSIÇÃO DO ART. 66 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO - Veto Total ao Projeto de Lei nº 34/2016 - Encaminha Veto Total ao Projeto de Lei 34/2016, de iniciativa do Deputado Elton Weber, que altera a Lei n.º 10.045, de 29 de dezembro de 1993, que estabelece tratamento diferenciado às microempresas, aos microprodutores rurais e às empresas de pequeno porte e dá outras providências. (Prazo Fatal: 02/03/2017) (Poder Executivo)

COM TRAMITAÇÃO REGIMENTAL CONCLUÍDA - Projeto de Lei nº 157/2016 - Autoriza o Poder Executivo a abrir créditos especiais no Orçamento do Estado. (Poder Executivo)

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PUBLICAÇÃO ______

Publicado(s) conforme o disposto no § 1º do art. 218 do Regimento Interno:

Republicação - Convênio n° 8/2017 (Poder Executivo) DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 3

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PAUTA 1º DIA ______

PROJETO DE LEI Nº 14/2017 Deputado(a) Frederico Antunes

Denomina “Rodovia Nelcy Severo da Silva”, o trecho da VRS-834 que liga o Distrito de Vila São Marcos à BRS- 472 - Barragem Sanchuri - Uruguaiana.

Art. 1º - Fica denominada “Rodovia Nelcy Severo da Silva”, o trecho da VRS-834 que liga o Distrito de Vila São Marcos à BRS-472 – Barragem Sanchuri - Uruguaiana, com extensão de 5,99 Km.

Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões,

Deputado(a) Frederico Antunes

JUSTIFICATIVA

A presente proposta objetiva denominar “Rodovia Nelcy Severo da Silva”, o trecho da VRS-834 que liga o Distrito de Vila São Marcos à BRS-472 – Barragem Sanchuri - Uruguaiana, com extensão de 5,99 Km.

Trata-se de demanda oriunda daquela comunidade que já tramita no DAER sob o protocolo nº 16043500388165, encaminhado à 9ª Superintendência Regional do órgão que tem como objeto denominar “Rodovia Nelcy Severo da Silva”, o trecho rodoviário atual, já referido pela Lei Municipal de Uruguaiana nº 2.695 de 29 de novembro de 1996, como: “Avenida Nelcy Severo da Silva”, (trecho ligando as Vilas de São Marcos e Barragem Sanchuri, desde a ligação com a BR472 até a entrada da Vila São Marcos, trecho este que, atualmente, corresponde a Rodovia Vicinal regularmente cadastrada no Sistema Rodoviário Estadual do RS, como VRS-834, que apresenta um único trecho codificado como: 834VRS0010: ENTR. BRS-472 (P/ URUGUAIANA) – VILA SÃO MARCOS, com 5,99km de extensão, situação física pavimentada, circunscrição estadual e administração de responsabilidade do DAER-RS.

Isto posto, a iniciativa em tela atende ao disposto referente a procedimentos administrativos a serem cumpridos para a “Denominação de Rodovias Estaduais em Homenagem à Vultos Importantes”, regulamentada através da Decisão Normativa nº 80/11, aprovada pela Resolução nº 1.158 de 12 de julho de 2011 do Conselho de Administração do DAER e homologada pela Resolução nº 8.027 de 21 de julho de 2011 do Conselho rodoviário do DAER.

O homenageado “Nelcy Severo da Silva”, uruguaianense, muitos serviços prestou àquela Região, principalmente às comunidades citadas na proposição. Tanto que a Lei Municipal retro mencionada o distinguiu.

Sala das Sessões, DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 4

Deputado(a) Frederico Antunes

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PROJETO DE LEI Nº 15/2017 Poder Judiciário

Reativa o Serviço Notarial e de Registro do Município de Garruchos, integrante da Comarca de Santo Antônio das Missões.

Art. 1º Fica reativado o Serviço Notarial e de Registro do Município de Garruchos, integrante da comarca de Santo Antônio das Missões.

Art. 2º Caberão ao Juiz de Direito Diretor do Foro da Comarca de Santo Antônio das Missões as providências administrativas necessárias para o cumprimento do disposto nesta Lei.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, em especial o inciso II do artigo 1º da Lei nº. 11.436, de 12 de janeiro de 2000.

JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Lei tem o objetivo de reativar o Serviço Notarial e Registral no Município de Garruchos, integrante da Comarca de Santo Antônio das Missões.

A reativação proposta neste projeto de lei é medida necessária diante das dificuldades impostas à população daquele Município em relação ao acesso a serviços extrajudiciais mínimos e cotidianos, como registros civis e reconhecimentos de firma.

Revela notar que o Município de Garruchos está localizado há cerca de 60km de distância de Santo Antônio das Missões, localidade mais próxima que conta com a prestação de serviços extrajudiciais e sede da Comarca. Além de a estrada ser de chão batido, o que torna ainda mais difícil o acesso em dias de chuva, o serviço de transporte público entre as cidades é feito apenas uma vez ao dia, saindo de Garruchos às 7h e retornando apenas às 16h30min. Ou seja, para a realização de qualquer ato, por mais simples que seja, o usuário perde o dia todo.

Quanto aos critérios objetivos para instalação/reativação de Serventia, verifica-se que a população do Município de Garruchos, de acordo com o IBGE, é de 3.219 habitantes, enquadrando-se nos requisitos objetivos contidos no art. 3º da Resolução 818/09-COMAG: ART. 3º EM MUNICÍPIO COM POPULAÇÃO DE 3.000 (TRÊS MIL) A 10.000 (DEZ MIL) HABITANTES PODERÁ HAVER UM SERVIÇO NOTARIAL E REGISTRAL COM ATRIBUIÇÕES PARA AS FUNÇÕES DE TABELIONATO DE NOTAS E DE OFÍCIO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS. DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 5

PARÁGRAFO ÚNICO. CONFORME A NECESSIDADE E AS PECULIARIDADES DO MUNICÍPIO E DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PREVISTO DE FORMA ESPECÍFICA PODERÁ SER AGLUTINADA AO SERVIÇO NOTARIAL E REGISTRAL A FUNÇÃO DE CENTRO DE REGISTRO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES.

Importa referir que a Lei, decorrente do presente projeto de lei, não trará ônus para o Poder Judiciário Estadual, pois a administração dos serviços notariais e registrais é de responsabilidade exclusiva do notário e registrador, nos termos do artigo 21 da Lei Federal nº 8.935, de 18 de novembro de 1994: Art. 21 - O gerenciamento administrativo e financeiro dos serviços notariais e de registro é da responsabilidade exclusiva do respectivo titular, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, investimento e pessoal, cabendo-lhe estabelecer normas, condições e obrigações relativas à atribuição de funções e de remuneração de seus prepostos de modo a obter a melhor qualidade na prestação dos serviços.

Dessa forma, ficariam atendidas as condições necessárias para a formulação da providência legislativa, conforme determina o artigo 28, parágrafo único, da Lei Estadual nº 11.183, de 29 de junho de 1998, visando à celeridade, à qualidade satisfatória e à eficiência na prestação dos serviços notariais e registrais.

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OFíCIO Nº 02/2017 - GP-ASSORMET PROCESSO Nº 0010-10/000746-2

Porto Alegre, 20 de fevereiro de 2017.

Senhor Presidente:

Honra-me cumprimentar Vossa Excelência, oportunidade em que venho encaminhar projeto de lei que dispõe sobre a reativação do Serviço Notarial e de Registro do Município de Garruchos, integrante da Comarca de Santo Antônio das Missões.

Para elucidar as razões da presente medida, acompanha este expediente a necessária justificativa.

Na oportunidade, reitero protestos de elevada estima e distinta consideração.

DESEMBARGADOR LUIZ FELIPE SILVEIRA DIFINI, PRESIDENTE DO T RIBUNAL DE J USTI çA DO E STADO DO R IO G RANDE DO S UL . DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 6

A Sua Excelência o Senhor Deputado EDEGAR PRETTO Presidente da Assembleia Legislativa do Estado Nesta Capital

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ORDEM DO DIA ______

VETO PARCIAL AO PROJETO DE LEI Nº 250/2016 Poder Executivo

OF.GG/SL - 04 Porto Alegre, 16 de janeiro de 2017.

Senhora Presidente:

Dirijo-me a Vossa Excelência para comunicar, utilizando-me da prerrogativa conferida pelo artigo 66, §§ 1º e 2º, combinado com o artigo 82, inciso VI, da Constituição Estadual, que decidi vetar parcialmente o Projeto de Lei nº 250/16, que introduz modificações na Lei nº 14.519, de 8 de abril de 2014, que dispõe sobre o Plano de Classificação de Cargos e Vencimentos do Instituto-Geral de Perícias – IGP, e dá outras providências, aprovado na sessão plenária da Assembléia Legislativa do dia 22 de dezembro de 2016.

O Projeto de Lei em epígrafe, de iniciativa do Poder Executivo, por ocasião de sua discussão e votação por essa egrégia Assembleia Legislativa, foi objeto de emendas parlamentares, de autoria do nobre Deputado Gabriel Souza.

O veto parcial que ora subscrevo fundamenta-se em razões de constitucionalidade, de legalidade e de conveniência administrativa a seguir evidenciadas, e diz respeito aos incisos I,VI,VII, VIII e IX do artigo 1º da proposição, cujo conteúdo normativo diz respeito a alterar a momenclatura da categoria funcional “Papiloscopista” para “Perito Papiloscopista” e modificar a hierarquia interna dos cargos na Lei nº 14.519, de 8 de abril de 2014, que dispõe sobre o Plano de Classificação de Cargos e Vencimentos do Instituto-Geral de Perícias – IGP, e dá outras providências.

Os dispositivos ora vetados, conforme referido, são os incisos I,VI,VII, VIII e IX do artigo 1º, a seguir transcritos:

Art. 1º......

I - na tabela do art. 3.º, a categoria funcional de “Papiloscopista” passa a denominar-se “Perito Papiloscopista”, conforme segue: DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 7

Categoria Funcional Escolaridade Classe Número Total ......

Perito Papiloscopista Primeira 85 Ensino superior Segunda 80 Terceira 80 320 Especial 75 ......

VI - o § 3º, do art. 26 passa a ter a redação seguinte:

“Art. 26......

§ 3º. No exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é assegurada autonomia técnica e científica às carreiras de Perito Criminal, Perito Médico-Legista e Perito Papiloscopista.”;

VII - os incisos I e II do art. 27 passam a ter a seguinte redação:

“Art. 27...... I - Perito Criminal, Perito Médico-Legista e Perito Papiloscopista; II - Fotógrafo Criminalístico; e ...... ”

VIII - na tabela do § 1º do art. 34, a correspondência da categoria funcional de Papiloscopista passa a ser a seguinte:

“Art. 34......

§ 1º......

De Para ...... Papiloscopista Perito Papiloscopista ...... ”; IX - o art. 35 passa a ter a seguinte redação:

“Art. 35. Aos (Às) servidores(as) integrantes das categorias funcionais de Perito Criminal, Perito Médico Legista e Perito Papiloscopista é permitida a condução de veículos oficiais durante o serviço.”. Preliminarmente, é importante esclarecer que embora se possa compreender os propósitos que motivaram o Deputado a apresentar as emendas referidas que resultaram nos dispositivos ora vetados, há de se considerar que seu conteúdo fere mandamentos constitucionais, impondo a negativa ao seu prosseguimento. É preciso ressaltar que o objeto do projeto de lei em epígrafe, originariamente concebido pelo Poder Executivo tem por escopo implementar alterações nos requisitos de ingresso dos servidores no quadro do Instituto- Geral de Perícias e modificar o regime de trabalho, especialmente visando ao próximo concurso público, já autorizado. Entretanto, a emenda aprovada resultou em dispositivos que avançam na estrutura de cargos e funções, de modo a alterar o cargo de Papiloscopista para “Perito Papiloscopista” e modificar a hierarquia interna dos cargos.

É incontroversa a importância da atividade exercida pelo papiloscopista; entretanto, não se configura valorização de uma categoria com a mera alteração do nome que a designa; e, sim, com a garantia de condições adequadas de trabalho, remuneração justa, estabilidade e autonomia funcional. DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 8

Com efeito, em face da inquestionável prerrogativa do Poder Executivo para adotar medidas em relação aos servidores públicos, assegurada por normas de alçada constitucional a teor dos artigos 61,§1º, inciso II, alínea “c” da Constituição da República e artigo 60, inciso II, alínea “b” da Constituição Estadual, ao dispor acerca da alteração da legislação pertinente, de modo a fazer constar em vários dispositivos a expressão “Perito Papiloscopista” onde hoje figura a expressão Papiloscopista, tão-só , o parlamentar desborda de sua competência legislativa, constituindo-se tal procedimento em solar vício de iniciativa.

A toda a evidência, tal procedimento fere aos ditames constitucionais vigentes.

É competência privativa do Chefe do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul a iniciativa de dispor sobre matéria desse jaez, ou seja, na medida em que um Poder o substitui na função que lhe é constitucionalmente outorgada, está o legislador exorbitando de sua seara de atuação; e, com isso, maculando o processo legislativo de vício de origem.

Os dispositivos em epígrafe não devem ser acolhidos por pretender dispor sobre matéria não afeta ao Poder Legislativo que, avançando sobre prerrogativas essenciais de outro Poder, viola o princípio da independência e harmonia dos Poderes do Estado, inscrito no artigo 2º da Constituição da República e no artigo 5º da Carta Estadual.

Nessa linha, decidiu o supremo Tribunal Federal: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR DO ESTADO DE SANTA CATARINA. ORGANIZAÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL DA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA. LEI DE INICIATIVA PARLAMENTAR. VÍCIO DE INICIATIVA. INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA. I- Lei estadual que dispõe sobre a situação funcional de servidores públicos: iniciativa do Chefe do Poder Executivo (art.61,§1º, II, a e a, CR/88). Princípio da simetria. II – precedentes do STF. III – Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade da Lei Complementar 178/99, do Estado de Santa Catarina.”

A situação gerada, caso o dispositivo ora vetado prosperasse, desbordaria do razoável, por conta dos consideráveis transtornos que acarretariam à órbita administrativa do Poder Executivo. Por relevante, frise-se que medidas dessa natureza devem, necessariamente, partir do juízo de conveniência e oportunidade do Poder que titula a proposição legislativa.

Em que pese não haver referência de aumento de despesa, tal situação não retira do Chefe do Poder Executivo a iniciativa privativa para dispor sobre a matéria. Há que se considerar que, embora o aumento de despesa não decorra diretamente dos dispositivos ora vetados, o risco à judicialização e à condenação do Estado em demandas judiciais é premente, com a conseqüência de gerar um efetivo passivo aos cofres públicos. Caso prosperem, referidos dispositivos gerarão um passivo judicial e, na esteira dele, custos financeiros substanciais, com impacto em toda a classe.

Ressalte-se que há no caso pautado transposição de cargo sem concurso público, contrariando a súmula vinculante nº 43 do Supremo Tribunal Federal, que dispõe: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a careira na qual anteriormente investido.”

Na forma em se afigura o Projeto de Lei em tela, a Administração Superior encontra-se restringida em seu direito de gerir a interface com seus servidores.

A par de afigurar-se em desacordo com a normatização constitucional, os dispositivos apresentam impropriedades no âmbito da legalidade.

Com efeito, a Lei Federal nº 12.030, de 17 de setembro de 2009, que dispõe sobre as perícias oficiais e dá outras providências, é solar ao estabelecer em seu artigo 5º, “in verbis”: “Observado o disposto na legislação específica de cada ente a que o perito se encontra vinculado, são peritos de natureza criminal os peritos criminais, peritos médico- legistas e peritos odontolegistas com formação superior específica detalhada em regulamento, de acordo com a necessidade de cada órgão e por área de atuação profissional.” DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 9

Ao analisar-se os Pré-requisitos exigidos aos Papiloscopistas pela Lei em comento, verifica-se que a exigência de escolaridade é diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação de nível superior, sem a necessidade de ser especificado o curso superior.

Com efeito, afigura-se impróprio agregar-se o nome Perito aos Papiloscopistas, tornando-os Peritos Papiloscopistas, porquanto são categorias funcionais distintas para as quais a Lei exige curso superior a ambas; porém, aos Peritos, curso superior específico e para aqueles, não há necessidade de especificação do curso.

Ademais, a despeito da inconstitucionalidade apontada, há impossibilidade fática de implementação do novo cargo (perito papiloscopista), porquanto não há atribuições previstas em lei para o cargo criado, que não se confundem com a do cargo de papiloscopista - em extinção.

Por derradeiro, é mister reafirmar que se fulcra esta negativa de sanção no indelegável respeito que devo manter aos preceitos constitucionais. Ciente estou de que, caso consentisse no prosseguimento da proposição, isso não convalidaria o vício insanável apontado anteriormente; pois, consoante a melhor doutrina, a sanção não tem a virtude de apagar o vício de inconstitucionalidade, tendo assim se manifestado o Supremo Tribunal Federal em reiteradas decisões.

A par de todo o exposto, há vir a lume as razões que dizem respeito à conveniência administrativa.

Com efeito, a prosperarem os dispositivos ora vetados, haverá direta conseqüência na organização do Instituto-Geral de Perícias - IGP, com possível surgimento de problemas operacionais na instituição e também questões vinculadas à quebra de hierarquia funcional. A legislação atual define a hierarquia funcional a ser seguida levando em consideração, justamente, a complexidade das atividades e o fluxo operacional da investigação científico-criminal. Prevê o atual diploma que quando atuando em conjunto os Peritos Criminais e os Peritos Médico-Legistas tem ascendência hierárquica sobre os Papiloscopistas, Fotógrafos e Técnicos em Perícia. Isso ocorre pela complexidade da função exercida pelos Peritos Criminais e pelos Peritos Médico-Legistas e porque a estes Peritos cabe a interpretação conjunta, a análise de todos os vestígios, colocando-os no contexto da investigação criminal em curso.

Diante do exposto, por razões de constitucionalidade, de legalidade e de conveniência administrativa, veto parcialmente o Projeto de Lei nº 250/2016, propiciando a esse Egrégio Poder a reapreciação da matéria, certo de que os nobres deputados, ao conhecerem dos motivos que me levaram a tal procedimento, reformularão seu posicionamento.

Atenciosamente,

JOSÉ IVO SARTORI, Governador do Estado.

Excelentíssima Senhora Deputada SILVANA COVATTI , Digníssima Presidente da Assembleia Legislativa, Palácio Farroupilha, NESTA CAPITAL.

______DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 10

VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI Nº 34/2016 Poder Executivo

OF.GG/SL - 001 Porto Alegre, 9 de janeiro de 2017.

Senhora Presidente:

Dirijo-me a Vossa Excelência para comunicar, utilizando-me da prerrogativa que me é conferida pelo artigo 66, § 1º, combinado com o artigo 82, inciso VI, da Constituição Estadual, que decidi vetar na íntegra o Projeto de Lei nº 34/2016, que introduz modificação no art. 2º, inciso II, alínea “c”, da Lei nº 10.045, de 29 de dezembro de 1993, a qual estabelece tratamento diferenciado às microempresas, aos microprodutores rurais e às empresas de pequeno porte e dá outras providências.

O Projeto de Lei de iniciativa do Deputado Elton Weber, em que pese ser meritório, não merece prosseguimento por razões de constitucionalidade, interesse público e conveniência administrativa, conforme passo a demonstrar.

No âmbito da constitucionalidade, o projeto padece de vício de iniciativa, afigurando-se contrário aos ditames constitucionais. Com efeito, há uma interferência do Poder Legislativo nas esferas de competências do Poder Executivo, na medida em que estabelece a quais áreas serão destinados os recursos provenientes do Programa de Cidadania Fiscal.

Cabe tão-somente a cada um dos poderes determinar as ações pertinentes a sua organização e sua estrutura funcional, devendo estas, necessariamente, passar pelo juízo de conveniência e oportunidade da administração superior.

Assim sendo, e não obstante a justificativa apresentada pelo autor da proposta, cumpre ressaltar que esta padece de inconstitucionalidade formal, uma vez que fere o Princípio Constitucional de independência e harmonia entre os Poderes, contido no art. 2º da Constituição da República, e no art. 5º da Constituição Estadual.

A proposta ora analisada contraria o disposto no artigo 60, inciso II, alínea “d”, combinado com o artigo 82, incisos III e VII, todos da Constituição Estadual, que regulam as matérias de iniciativa privativa do Governador do Estado, dentre as quais, as atinentes a organização e funcionamento da administração estadual.

Assim, no âmbito da constitucionalidade, o Projeto revela-se eivado de vício de natureza formal, e em benefício da clareza, mencionamos a diferença entre a inconstitucionalidade formal e a material. Segundo leciona o emérito jurista Ministro GILMAR FERREIRA MENDES, "costuma-se proceder à distinção entre inconstitucionalidade material e formal, tendo em vista a origem do defeito que macula o ato questionado. Os vícios formais afetam o ato normativo singularmente considerado, independentemente de seu conteúdo, referindo-se, fundamentalmente, aos pressupostos e procedimentos relativos à sua formação. Os vícios materiais dizem respeito ao próprio conteúdo do ato, originando-se de um conflito com princípios estabelecidos na Constituição" (Controle de Constitucionalidade: aspectos jurídicos e políticos. Saraiva, São Paulo, 1990, p. 28).

Tratando da inconstitucionalidade formal, esclarece o reconhecido constitucionalista que "os vícios formais traduzem defeito de formação do ato normativo, pela inobservância de princípio de ordem técnica ou procedimental ou pela violação de regras de competência. Nesses casos, viciado é o ato nos seus pressupostos, no seu procedimento de formação, na sua forma final" (Ob Cit. p. 32). DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 11

Assim dispondo, o parlamento interfere em seara privativa do Chefe do Poder Executivo ao legislar acerca da organização e atribuições administrativas dos órgãos da administração pública. Dessa forma, evidenciado está o vício de natureza formal, uma vez que está o órgão público a receber, de forma cogente, mandamentos a serem executados, sem submeter o ditame a seu juízo de conveniência e oportunidade.

Na esteira do referido, o Projeto de Lei fere o princípio fundamental da independência e harmonia dos Poderes do Estado consagrado no artigo 2º da Constituição Federal e no artigo 5º da Carta Estadual, pois, dispondo desta maneira, o legislador extrapola sua competência, sendo que cabe somente ao Governador do Estado definir o enquadramento da receita bruta atinente aos microprodutores rurais.

Da forma como é apresentado o projeto, com o claro objetivo de aumentar a Unidade Padrão Fiscal (UPF-RS) a que se encaixam os microprodutores rurais, o ilustre Deputado acaba por invadir as atribuições próprias do chefe do Executivo. Ademais, cumpre ressaltar que o valor da Unidade Padrão Fiscal foi recentemente atualizado, assim, se o Estado verificar a necessidade de ainda aumentar a referência a que estão submetidos os microprodutores rurais, o governo submeterá a matéria à apreciação do parlamento. Entretanto, no momento, não se vislumbra pertinência em sancionar a presente proposição.

Dito isso, ainda que louvável a iniciativa do Deputado com este projeto de lei, no plano da conveniência administrativa, a matéria abarca atos próprios da gestão de cada Poder. Em sede de Executivo, cabe referir que ele deve decidir sobre como e de que forma implantará as políticas de Estado. Tais medidas estão sob sua gerência, não cabendo ao Poder Legislativo regulamentar a matéria. Cabe à Administração Estadual a edição de normas e a alteração de condutas relacionadas às políticas governamentais.

Diante do exposto, por razões de constitucionalidade e de conveniência administrativa, veto totalmente o Projeto de Lei nº 34/2016, propiciando a esse Egrégio Poder a reapreciação da matéria, certa de que os nobres deputados, ao conhecerem dos motivos que me levaram a não acolher a proposta, reformularão seu posicionamento.

Atenciosamente,

Governador do Estado.

Excelentíssima Senhora Deputada SILVANA COVATTI , Digníssima Presidente da Assembleia Legislativa, Palácio Farroupilha, NESTA CAPITAL. ______

PROJETO DE LEI Nº 157/2016 Poder Executivo DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 12

Autoriza o Poder Executivo a abrir créditos especiais no Orçamento do Estado.

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a abrir no orçamento do Estado créditos especiais no montante de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais), com as seguintes classificações orçamentárias:

MINISTÉRIO PÚBLICO - FUNDO PARA RECONSTITUIÇÃO DE BENS LESADOS 0976.03009101388535 RESSARCIMENTO À COLETIVIDADE POR DANOS CAUSADOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO OUTRAS DESPESAS CORRENTES APLICAÇÕES DIRETAS TESOURO-VINCULADO POR LEI...... R$ 70.000,00 INVESTIMENTOS APLICAÇÕES DIRETAS TESOURO-VINCULADO POR LEI...... R$ 30.000,00

0976.03009101388536 PUBLICIDADE PARA O FOMENTO DE CULTURA OU PRÁTICAS PROTETIVAS DOS BENS, INTERESSES E VALORES E RECONSTITUIÇÃO DE BENS LESADOS OUTRAS DESPESAS CORRENTES APLICAÇÕES DIRETAS TESOURO-VINCULADOS POR LEI...... R$ 10.000,00

TOTAL...... R$ 110.000,00

Art. 2º Os créditos a que se refere o artigo anterior serão cobertos:

I) Pela previsão de ARRECADAÇÃO - FRBL - FUN P/REC BENS LES - Recurso 1105 - 200...... R$ 110.000,00

Art. 3 º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

JUSTIFICATIVA

O presente projeto de lei de abertura de crédito especial no orçamento do Ministério Público Estadual – MPE, no valor de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais), tem como objetivo a inclusão de instrumentos de programação específicos para o atendimento da Lei nº 14.791, de 15 de dezembro de 2015, que dispõe sobre o Fundo para Reconstituição de Bens Lesados - FRBL.

O Fundo, apropriado através da Unidade Orçamentária como dispõe o parágrafo único do art. 1º da referida Lei, destina-se a ressarcir a coletividade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, à economia popular, a bens e direitos de valor artístico, histórico, estético, turístico e paisagístico, à ordem urbanística, à ordem econômica, ao patrimônio público, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo, nos termos do art. 2º da Lei.

A inclusão do crédito adicional no orçamento corrente é necessária para dar efetiva execução dos dispêndios para cumprimento do objetivo do FRBL, a ser aplicado nos termos do art. 6º da Lei nº 14.791/2015, tendo como fonte de recurso o ingresso de receita da própria arrecadação do respectivo Fundo. DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 13

Estas são, pois, as razões que justificam a presente proposição.

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OF.GG/SL - 108 Porto Alegre, 12 de agosto de 2016.

Senhora Presidente:

Dirijo-me a Vossa Excelência para encaminhar-lhe, no uso da prerrogativa que me é conferida pelo artigo 82, inciso III, da Constituição do Estado, o anexo Projeto de Lei que autoriza o Poder Executivo a abrir créditos especiais no Orçamento do Estado, a fim de ser submetido à apreciação dessa Egrégia Assembleia Legislativa.

A justificativa que acompanha o Expediente evidencia as razões e a finalidade da presente proposta.

Atenciosamente,

JOSÉ IVO SARTORI, Governador do Estado.

Excelentíssima Senhora Deputada SILVANA COVATTI, Digníssima Presidente da Assembleia Legislativa, Palácio Farroupilha, NESTA CAPITAL. ______DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 14

COMISSÃO DE FINANÇAS, PLANEJAMENTO, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE

PROJETO DE LEI Nº 157/2016 Processo nº 20452.01.00/16-1

Proponente : Poder Executivo Ementa : Autoriza o Poder Executivo a abrir créditos especiais no Orçamento do Estado. Relator(a) : Deputado(a) Adão Villaverde Parecer : Favorável.

PARECER DA COMISSÃO Nº 01

Vem para exame e parecer da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, o PL n.º 219/2015, origem Poder Judiciário, que autoriza o Poder Executivo a abrir crédito especial no orçamento do Ministério Público Estadual - MPE, no valor de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais), tendo como objetivo a inclusão de instrumentos de programação específicos para o atendimento da Lei nº 14.791, que dispõe sobre o Fundo para Reconstituição de Bens Lesados - FRBL. De acordo com o proponente, a inclusão do crédito adicional no orçamento corrente é necessária para dar efetiva execução às despesas para cumprimento do objetivo do FRBL, tendo como fonte de recurso o ingresso de receita da própria arrecadação do respectivo Fundo. No que tange a análise dos aspectos atinentes à essa Comissão, a proposição cumpre os preceitos legais ora vigentes, razão pela qual apresentamos parecer favorável.

Este é o Parecer da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle.

Sala da Comissão em 23 de fevereiro de 2017.

Deputado(a) Marcelo Moraes, Presidente.

Deputado(a) Adão Villaverde, Deputado(a) João Fischer (Suplente) Relator(a).

Deputado(a) Edson Brum (Suplente) Deputado(a) Vilmar Zanchin (Suplente)

Deputado(a) Marlon Santos Deputado(a) Frederico Antunes

Deputado(a) Adilson Troca DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 15

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PUBLICAÇÃO ______

Publicado(s) conforme o disposto no § 1º do art. 218 do Regimento Interno:

Republicação - Convênio nº 8/2017 - Encaminha Convênio ICMS 03, de 30 de janeiro de 2017, que autoriza o Estado de Santa Catarina a instituir Programa de Fomento às Empresas Prestadoras de Serviço de Comunicação Multimídia que migrarem do Simples Nacional para o Regime Normal, concedendo redução de base de cálculo do ICMS nas prestações internas de serviços de comunicação a que se refere, publicado no Diário Oficial da União de 2 de fevereiro de 2017. (Poder Executivo) DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 16

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Departamento de Comissões Parlamentares ______

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AGENDAS DAS COMISSÕES ______

Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo

AGENDA Audiência Pública

Data: 09/03/2017 Hora: 10:00 Local: Sala João Neves da Fontoura Plenarinho, 3º Andar

Assunto: "Tratar do futuro da pesca da Tainha no Estuário da Lagoa dos Patos e no litoral gaúcho". Proponente: Deputado Zé Nunes (PT). Requerimento de Audiência Pública 2/2017: aprovado pelo Colegiado dos Parlamentares da Comissão , por 08 (oito) votos favoráveis, na Reunião Ordinária do dia 23.02.2017 e registrado na Ata nº 01/2017. Convidados: Fórum da Lagoa dos Patos; Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento; Secretaria Desenvolvimento Agrário – SDR; Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMA; FEPAM; Ministério Meio Ambiente – MMA; Ministério Público do RS; Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente; Ministério Público Federal no RS; IBAMA; PATRAN; Fundação Zoobotânica; Universidade Federal de – UFPEL; Universidade Federal do Rio Grande – FURG; Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS; Colônias de Pescadores (Z1 - Rio Grande; Z2 - São José do Norte; Z3 – Pelotas; Z8 - São Lourenço do Sul; Z4 – Viamão; Z5 – Porto Alegre; Z6 – Tramandaí; Z7 – Torres e Z11 - Tavares); Cooperativas e Associações de Pescadores; Prefeituras e Câmaras de Vereadores dos Municípios de São Lourenço do Sul, Pelotas; Rio Grande, São José do Norte, Porto Alegre; Viamão, Tapes, Arambaré, Tavares, Tramandaí, Imbé, Torres, , , e Balneário Pinhal; Movimento dos Pescadores Profissionais Artesanais (MPPA) no RS; EMATER; FAMURS; AZONASUL; ALINORTE; FETAG; FETRAF-SUL; CONGAPES; Deputado Federal Dionísio Marcon e outras entidades que tenham relação com o tema. Audiência Pública conjunta: com a Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo.

Palácio Farroupilha, 24 de fevereiro de 2017.

Deputado(a) Adolfo Brito, Presidente da Comissão. DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 17

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ATAS DAS COMISSÕES ______

Comissão de Assuntos Municipais

ATA Nº52

Aos seis (06) dias do mês de dezembro do ano de dois mil e dezesseis, às 09 horas e 30 minutos, no Plenarinho do 3º andar da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, sob a presidência do Deputado Eduardo Loureiro (PDT), reuniu-se a Comissão de Assuntos Municipais para a realização de Audiência Pública com o fim de debater os impactos da Usina de Foz do Chapecó na Região Turística do Salto do Yucumã. O Requerimento de Audiência Pública nº. 29/2016, proposto pelo Deputado Eduardo Loureiro (PDT), foi aprovado na Comissão em 16 de agosto de 2016. Convidados : Consórcio Rota do Yucumã; Associação dos Municípios da Região Celeiro (AMUCELEIRO); Associação dos Municípios do Planalto Médio (AMUPLAN); Associação das Câmaras de Vereadores da Região Celeiro (ACAMRECE); CDL Celeiro; Emater Regional de Ijuí; Prefeituras, Câmaras de Vereadores e Associações comerciais da região; Universidades da Região Noroeste; Bancada Gaúcha na Câmara Federal; Secretaria Estadual do Turismo; Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; FEPAM; IBAMA - Seccional RS; Parque Florestal do Turvo; Costeiros do Yucumã; Eletrobrás; Usina de Foz de Chapecó e Província Argentina de Missiones. O Deputado Eduardo Loureiro declarou abertos os trabalhos, registrando as presenças dos seguintes deputados: Deputada Zilá Breitenbach (PSDB) ; Deputado Adolfo Brito (PP); Deputado Sérgio Peres (PRB); Deputada Regina Becker Fortunati (REDE); Deputado Edson Brum (PMDB) e Deputado Juvir Costella (PMDB). Em seguida, o presidente da Comissão de Assuntos Municipais procedeu à composição da mesa, convidando os seguintes representantes: Marcos Cesar Giacomini , prefeito do município de e presidente do Consórcio Rota do Yucumã; Fernando Meireles , diretor da FEPAM e representante da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do RS; João Carlos Hickmann , prefeito de e presidente da Associação dos Municípios da Região Celeiro (AMUCELEIRO); Idílio Pasuch , secretário adjunto da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do RS; Paulo Azeredo , representante da FAMURS; Marcia Muller , vereadora do município de e Miguel Tassi , representante do município argentino de El Soberbo. O Deputado Eduardo Loureiro registrou também a presença de diversas lideranças e autoridades dos municípios da Região Celeiro e da Região do Salto do Yucumã, citando nominalmente: Antônio Sartori, prefeito do município de ; Araci Zelia Kolling Irber, prefeita de São Martinho; Alair Cemin, vice-prefeito de Derrubadas; Adelino Vasconcelos, vereador de Derrubadas; Erno Bomm, vereador de Derrubadas; Arnaldo de Oliveira, vereador do município de Inhacorá; Valtair Jose de Moura, vereador do município de Inhacorá; Ultramar Luiz de Souza, vereador de ; Diego Maciel, Secretário do Meio Ambiente da Prefeitura de Três Passos; Viviane Klein, monitora ambiental do Parque Estadual do Turvo de Derrubadas; Dante Andres Meller, monitor ambiental do Parque Estadual do Turvo de Derrubadas; Maurício dos Santos, gerente da CORSAN de Tenente Portela; Cisto Martinez, presidente da Câmara de Comércio do município argentino de El Soberbo, província de Missiones; Mauro Graziadei, diretor da Secretaria de Gestão Estratégica do governo de Missiones, Argentina; Roberto Paulo Albring Prediger, prefeito de Esperança do Sul; Almir José Bagega, Prefeito do município de Derrubadas. Dando início aos trabalhos, o Deputado Eduardo Loureiro falou que sua motivação para encaminhar o requerimento de realização desta audiência foi um ofício assinado pelo Sr. Marcos Cesar Giacomini, prefeito do município de Redentora e presidente do Consórcio Rota do Yucumã, correspondência entregue a ele, pessoalmente, pela vereadora Márcia Muller, de Tenente Portela, cujo conteúdo alerta para os problemas DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 18 decorrentes da construção de uma usina na região turística do Salto do Yucumã. Para contextualizar a questão, o Deputado Eduardo Loureiro procedeu à leitura do mencionado ofício, o qual deverá ser anexado, por cópia, à presente ata. O principal foco do debate é a instalação da Usina da Foz do Chapecó, construída pelo governo federal e que, após o início de seu funcionamento, passou a controlar o nível das águas do rio, através de seu sistema de comportas, prejudicando principalmente a visibilidade do Salto de Yucumã, um dos mais belos pontos turísticos do Estado e o principal daquela região. Ressaltou, também no ofício, que outros pontos turísticos, às margens do curso d’água, ficaram prejudicados, sem contar os impactos ambientais decorrentes dessa manipulação antinatural do fluxo das águas, como assoreamento, desmoronamento das margens e mortandade de peixes. O Consórcio Rota do Yucumã contratou uma empresa especializada para fazer um diagnóstico científico acerca dos impactos ao meio ambiente e às atividades turísticas decorrentes da manipulação das águas pela Usina, e tal estudo comprovou, com dados, o que já se sabia apenas pela contemplação visual. O Deputado contou, ainda, que um inventário realizado no lado argentino constatou que, ao longo dos 365 dias do ano, apenas durante 55 dias o salto esteve visível e com possibilidade de navegação com botes, único meio de visualização da queda d’água no país vizinho. No mesmo ofício o Sr. Marcos Cesar Giacomini, prefeito do município de Redentora e presidente do Consórcio Rota do Yucumã, diz ter esperanças de que, a partir da Audiência Pública na Assembleia, se possa alcançar uma solução consensual para o problema, estabelecendo-se uma forma de manipulação das comportas da Usina que não seja de todo prejudicial às atividades turísticas daquela região, além de outras ações compensatórias que porventura possam ser tomadas, inclusive em relação aos impactos ambientais. O Deputado Eduardo Loureiro salientou, ainda, que o IBAMA, mesmo sendo convidado, tanto a representação gaúcha como a catarinense, infelizmente não mandou nenhum representante. Em seguida, foi dada a palavra ao Sr. Marcos Cesar Giacomini , Prefeito do município de Redentora e Presidente do Consórcio Rota do Yucumã, para que complementasse o que já havia manifestado em seu ofício. Iniciou agradecendo o acolhimento de seu pedido, como representante dos 33 municípios que pertencem à Rota Turística do Yucumã. Disse que já seria de grande importância se a audiência despertasse a atenção das autoridades, principalmente dos órgãos fiscalizatórios, quanto à eliminação do principal símbolo turístico daquela região, que é o Salto de Yucumã. Aproveitou para agradecer a presença da Comitiva da Província de Missiones, da Argentina, que também têm algo a relatar sobre esta problemática. Ressaltou também a presença da comitiva daquela região, que partiu de Derrubadas, enfrentando uma longa viagem, à noite toda, para estar presente no encontro. Repetiu o que já dissera em seu ofício, destacando os prejuízos causados pela Usina à região do Salto do Yucumã, principalmente no que se refere ao turismo. Salientou que, alguém que tenha visto aquela queda d’água antes de 2010, sabe perfeitamente do que se está falando, pois aquela beleza natural se viu praticamente perdida. Falou das batalhas jurídicas travadas pelo prefeito de Derrubadas, onde se encontra o Parque Estadual do Turvo e o próprio Salto do Yucumã, em defesa daquele patrimônio turístico e ambiental. Disse que, depois da instalação da Usina da Foz do Chapecó, principalmente, não mais é possível se fazer uma programação de visitação ao local. Destacou o estudo feito pelos vizinhos argentinos, que deixou bem claro o tamanho do problema, uma vez que apenas 55 dias ao ano de visibilidade é algo que torna o turismo praticamente inviável. Disse que, embora a região não seja considerada uma das principais do Estado em termos de turismo, hoje é consenso comprovado de que a exploração turística é uma das fontes mais promissoras de trabalho e renda, além de ser uma indústria que, em princípio, não afeta o meio ambiente. Enfatizou que todos os municípios fazem o seu dever de casa neste aspecto, promovendo suas rotas e as belezas naturais que se destacam em suas regiões. Citou vários municípios que participam desse esforço. Lembrou que o objetivo maior era a visitação do Salto do Yucumã, como ponto culminante dos passeios turísticos em toda aquela região, mas que isso hoje não está mais acontecendo, resultando em prejuízos incalculáveis às atividades turísticas que haviam até então se estabelecido ali, como ao próprio comércio de um modo geral. Falou que ali estavam para clamar às autoridades do Estado do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, tanto do Poder Executivo como do Legislativo, bem como ao IBAMA, que foi o órgão que liberou a construção da Usina, no sentido de que se encontre uma solução que seja boa para todos. Comentou que a administração da Usina tem se mostrado irredutível em seus procedimentos, não oferecendo abertura para qualquer tipo de diálogo. Disse ainda que, se não forem tomadas providências, todo o leito do Rio Uruguai estará tomado por usinas, como já está projetado; que o caso do Salto do DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 19

Yucumã é emblemático quanto aos problemas que decorrem desses empreendimentos, podendo servir de guia para que não se repitam erros semelhantes no futuro. O prefeito declarou estar ali pedindo socorro, em nome daquela região, por não ter mais a quem recorrer. O Deputado Eduardo Loureiro , com relação à Empresa Foz do Chapecó, informou que a mesma foi convidada para a audiência, mas respondeu, através de ofício, que não compareceria porque tal tema encontra-se sujeito à análise do juízo da 1ª Vara Federal de Palmeiras das Missões e que, portanto, apenas se manifestará nos autos do processo em questão, movido pelo Município de Derrubadas. A Vereadora Márcia Muller , de Tenente Portela, uma das principais articuladoras da audiência pública, destacou a companhia dos irmãos argentinos, com quem teve oportunidade de dialogar e trocar informações durante a viagem, quando se enalteceu essa beleza natural de Yucumã, o maior salto longitudinal do mundo. Discorreu sobre todas as pessoas, lideranças e entidades que estaria representando no encontro. Entregou ao Deputado Eduardo Loureiro uma Moção de Apoio a Causa do Salto do Yucumã, aprovada na Câmara Municipal de Tenente Portela na noite anterior. Informou que existe na região um clima de indignação no que diz respeito a esse problema, tanto que, quando a moção foi apresentada, o apoio dos vereadores foi unânime. Disse também representar a Associação que estabeleceu o Roteiro Turístico Caminhos do Interior, de Tenente Portela; que um dos desafios de seu município é divulgar o esporte de aventura; que no dia 12 de novembro foi realizado o primeiro encontro portelense de canoagem de aventura, com 122 participantes, tudo isso com o intuito de divulgar as belezas naturais daquela região; que todos os desportistas saíram encantados com as belezas naturais do local. Destacou que o lema deste primeiro encontro era o seguinte: Salve o Salto do Yucumã; que estão tentando calar esse que é reconhecido como “o nosso roncador”, algo totalmente único no mundo. Contou que a fenda surgiu no Rio Uruguai e que margeia nossa vizinha Argentina, provocando o surgimento do Salto do Yucumã, cuja visibilidade pelo lado brasileiro parece ser um presente divino; que os nossos irmãos argentinos, responsáveis pelos passeios de barco do seu lado, ali estavam na audiência, para também colocarem seus argumentos e apreensões a esse respeito. Contou que no lado brasileiro não se conseguiu aprovação para o uso de embarcações turísticas no leito do rio, bem diferente do país vizinho, onde tais autorizações são dadas com maior facilidade; que muitos brasileiros atravessam para o lado argentino justamente para usufruírem desses passeios e assim ficarem mais próximos dessa beleza inigualável. Disse que a visão daquela beleza natural é motivo de encantamento e algo realmente inesquecível. Repetiu algumas considerações já feitas pelo Sr. Marcos Cesar Giacomini, prefeito do município de Redentora, especialmente quanto aos prejuízos causados à indústria do turismo na região, bem como à decepção de centenas de milhares de turistas que, ao chegarem naquele local, não puderam assistir ao espetáculo das águas, visão inigualável e magnífica, única no mundo, que sempre encantou a todos. Levantou a possibilidade de se trabalhar um ajuste de conduta, capaz de devolver ao público aquele espetáculo natural, pelo menos por um tempo maior do que os míseros 55 dias atuais, conforme levantamento feito por nossos vizinhos argentinos. Disse que o sonho atual é de que pelo menos nos finais de semana o Salto esteja visível. Informou que a Usina tem dito que não é causadora desse impacto, mas que, no entanto, ele é real e perfeitamente visível, principalmente para quem nasceu e cresceu naquela região; que visualizar o Salto, a partir de 2010, quando a Usina foi instalada, passou a ser uma questão de sorte, quase uma loteria. Informou que muitas empresas apostaram no desenvolvimento do turismo na região e viram seus investimentos frustrados. Falou das comunidades que se prepararam para receber os turistas e que também viram tudo isso ir por água abaixo, literalmente. Considerou inadmissível que essa Usina interfira dessa maneira, transformando o grande salto roncador em uma simples lâmina d’água. Trouxe o seguinte questionamento: Que tipo de estudo de impacto foi feito antes da construção da usina, para que o salto não fosse afetado? Disse que os defensores do Salto do Yucumã não são contrários ao progresso, ao desenvolvimento, mas que isso não pode significar a destruição das belezas naturais que, além de tudo, representam formas positivas de geração de trabalho e renda, através do turismo. Afirmou que, se não houver um acordo capaz de solucionar, pelo menos em parte, essa questão, o turismo estará definitivamente comprometido naquela região. O Sr. João Carlos Hickmann , prefeito de Tiradentes do Sul e presidente da Associação dos Municípios da Região Celeiro, esclareceu que esta questão já foi muito discutida em âmbito regional, sendo um tema de consenso em todos os municípios integrantes da Associação. Disse estar de inteiro acordo com tudo o que disseram os palestrantes anteriores, reforçando que algo de concreto precisa ser feito, no sentido de solucionar esse grande problema, ou pelo menos DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 20 amenizá-lo. Destacou que a falta de maiores investimentos no setor de turismo se deve justamente ao fato dessa oscilação mencionada no fluxo das águas, que impede a visualização daquela maravilha natural que é o Salto do Yucumã. Disse que algum órgão público oficial já deveria ter apresentado alguma sugestão de melhoria nesse sentido, como o IBAMA, por exemplo, ou a própria empresa Foz do Chapecó, administradora da Usina, mas que isso, infelizmente, até o momento não ocorreu; que acredita não ser difícil para a Usina regular a vasão das águas, nem que isso fosse feito apenas nas sextas, sábados e domingos, de forma coordenada, o que favoreceria sobremaneira a visualização do Salto por parte dos turistas. Fez uma comparação entre as facilidades legais existentes para investimentos, no lado argentino, e as dificuldades neste sentido do lado brasileiro, o que praticamente inviabiliza qualquer projeto nacional na região. Defendeu que o regramento legal é importante, mas que deveria existir maior flexibilidade em casos específicos, de forma a não atrapalhar o desenvolvimento de certas atividades, como o turismo, por exemplo. Neste sentido, relacionou tipos de atividades permitidas do lado argentino e que aqui são proibidas. Pediu uma maior participação da FAMURS neste sentido. O Deputado Eduardo Loureiro disse que, de acordo com a dinâmica da reunião, a palavra continuaria sendo dada aos membros da mesa, mas que os senhores deputados presentes poderiam se manifestar a qualquer momento, bastando que assim o desejassem, já que possuem prioridade nesse sentido; que depois seriam abertas inscrições para quem quisesse fazer uso da palavra. O Sr. Miguel Angel Tassi , representante do município de El Soberbio, província de Missiones, Argentina, revelou fazer parte de uma Cooperativa de Prestadores de Serviços dentro do Salto de Mucunã, como é chamado por eles; que do lado argentino é impossível visualizar o salto caminhando, tendo que ser feito embarcado; que houve em algum momento a ideia de se construir passarelas sobre o rio, mas que até o momento não se concretizou. Contou que lá existe o Parque Provincial Mucunã e a Reserva da Biosfera que rodeia o parque, com 4 mil hectares, área protegida pela UNESCO, sendo o Salto de Mucunã declarado por lei como Patrimônio Natural Nacional da República Argentina, desde 1993. Considerou que a Usina é um dano que se está causando a este lugar, onde existem cerca de cinquenta e três empreendimentos turísticos, como aluguel de botes, cabanas e albergues; que todos daquele local dependem da altura do Salto de Mucunã para poderem exercer suas atividades; que é lamentável hoje não ser previsível a visualização deste que é o maior salto longitudinal do mundo; que não há como se comprometer com quem quer que seja quanto à possibilidade exitosa de visitação, uma vez que ninguém consegue prever quando o Salto será visível ou não. Contou, para efeito de ilustração, que de um dia para outro já se verificou uma variação de cinco metros na altitude do rio; que por isso é impossível se manter qualquer tipo de infraestrutura em torno do local, seja de visitação ou de pontos de embarque; que quando as comportas se abrem as águas levam tudo de arrastro. Disse que essa beleza está sendo perdida sem nenhum tipo de preocupação e controle por parte de quem produz tais efeitos; que a eles não cabe fazer nada, uma vez que apenas 10 km acima do Salto as margens do rio passam a fazer também parte da Argentina, sendo que onde a Usina se instalou pertence totalmente ao Brasil; que apenas sofrem o impacto sem ter como evita-lo, o que prejudica muita gente que vive e trabalha em função do atrativo turístico representado pelo Salto. Ressaltou que a única maneira que encontraram de reagir foi unindo-se ao município brasileiro vizinho, para que juntos possam encontrar algum tipo de solução ao problema. O Sr. Paulo Azeredo , representante da FAMURS, ressaltou a importância do Turismo para o desenvolvimento de qualquer região, considerado a Indústria sem fumaça, mas que, no entanto, em nosso Estado não tem tido o incentivo que merece. Salientou que, apesar de também ser importante a geração de energia, não se deveria permitir que toda uma região fosse prejudicada pela instalação de uma usina hidrelétrica; que antes de qualquer investimento em área tão sensível, estudos sérios de impacto ambiental, social e econômico deveriam ter sido feitos. Revelou que esteve em Uruguaiana recentemente, onde se constatou que ocorrem inundações toda a vez que as comportas da Usina são abertas; que enchentes acontecem de forma repentina, em pleno verão, mesmo não existindo chuvas. Ressaltou a importância da audiência pública, no sentido de favorecer a união de todos os interessados em torno dessa luta, dando voz à região e visibilidade ao problema socioeconômico e ambiental causado pela Usina em torno do Salto de Yucumã e que a todos afeta. Colocou a FAMURS à disposição de todos os envolvidos, como parceira dos municípios para promover as ações que se fizerem necessárias à solução deste grande problema. Fez suas as palavras dos palestrantes que o precederam. Lembrou, também, que tais manipulações nos níveis das águas podem resultar em tragédias, a exemplo de muitas que ocorreram DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 21 pelo mundo afora, inclusive no Brasil. Afirmou que o controle da vasão de uma forma combinada e previsível é algo que precisa ser estabelecido com a máxima urgência. O Sr. Idílio Pasuch , Secretário Adjunto de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul, informou ter sido prefeito do município de ; que em sua região também foi construída a hidrelétrica Castro Alves; que o Consórcio responsável pela administração desta usina é o mesmo que administra a Foz do Chapecó; que o controle acionário desse consórcio é da CPFL(Companhia Paulista Força e Luz (Votorantim, Camargo Correia, Bradesco, etc.)), que parece estar hoje sob domínio chinês; que, portanto, os mesmos que estão em Nova Roma estão na Foz do Chapecó. Afirmou que essa luta não vai ser nada fácil. Disse que em Nova Roma existe também a prática de esportes radicais, a jusante da Usina, e que eles abrem as comportas nos finais de semana para a prática do rafting ; que isto foi colocado no termo de comprometimento e ajustamento antes da execução da obra, razão pela qual não tem havido problemas neste sentido; que o grupo responsável, em um encontro ocorrido em Veranópolis, assumiu o compromisso de construir uma passagem entre os dois municípios envolvidos, Nova Roma e Nova Pádua, mas que, por não ter sido colocado como condicionante, a obra ainda não foi feita; que consta na Ata e tudo o mais, mas até hoje os dois municípios estão esperando pela prometida passagem; que a empresa simplesmente alegou que não estaria obrigada a fazer, já que não foi incluído nos termos de condicionamento. Em razão desse comportamento da empresa é que considera muito dura e difícil a luta do pessoal do Salto de Yucumã com este mesmo grupo. No entanto, declarou que a Secretaria de Turismo é parceira e coloca-se inteiramente à disposição para auxiliar no que for possível. Ressaltou a importância de se integrar todos os roteiros, citando como exemplo o das Missões, juntamente com Argentina e Paraguai, num amplo contexto de atividades turísticas conjugadas. Chamou a atenção para o fato de que as hidrelétricas instaladas naquela região, inclusive a de , não geram energia 24 horas por dia, e que, portanto, é perfeitamente possível que se combine o fechamento das comportas em determinados períodos, de modo a favorecer a visibilidade do Salto. Ressaltou que, todavia, não se vê boa vontade neste sentido, por parte dos controladores, razão pela qual o papel da Assembleia Legislativa é de extrema importância no caso em debate. O Deputado Eduardo Loureiro ressaltou a importância da posição do Governo Estadual diante dessas questões, ainda que não seja responsável direto pela Usina. Disse acreditar que lá atrás, quando se projetou tal obra, deve constar algum tipo de comprometimento no sentido de não se prejudicar a beleza natural do Salto do Yucumã, que sempre foi uma preocupação daquela região. Lembrou, por experiência própria, quando prefeito do município de Santo Ângelo, que qualquer intervenção de impacto na Natureza, como é o caso da construção de usinas, sempre mobilizou as populações afetadas. Ressaltou que é preciso se buscar tal informação, para que se saiba o que efetivamente aconteceu e qual o tipo de acordo que foi celebrado; que algumas questões precisam ser levantadas e respondidas, inclusive para que sejam apontados, se for o caso, os responsáveis por possíveis erros, omissões, descumprimentos ou desvios de conduta. Lembrou que existe uma Ação Judicial tramitando, o que deve ser também considerado. Repetiu que, apesar de a Secretaria do Meio Ambiente não ser diretamente responsável por tudo isso, o seu posicionamento é de extrema relevância, por se tratar de um recurso natural que está localizado no Estado e que, direta ou indiretamente, afeta a todos nós gaúchos. O Sr. Fernando Meireles , diretor da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio Grande do Sul e representando o Governo Estadual, destacou que falaria da parte técnica do processo, pelo fato de não ser político. Informou que no dia 21 de agosto do ano passado visitaram o Parque Estadual do Turvo, no município de Derrubadas, quando então receberam a solicitação do prefeito de alguma providência ou socorro em relação ao assunto ora em debate. Disse que no dia 23 de setembro protocolaram, junto ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos, uma denúncia sobre o que estava ocorrendo no Salto de Yucumã, sendo este, inclusive, o primeiro conflito entre Turismo e Energia Elétrica no território nacional; que tal assunto foi levado ao referido Conselho porque isso está definido na Constituição, pois o Rio Uruguai é de domínio da União, razão porque o Estado não possui qualquer ingerência no assunto, nem quanto às questões de licenciamento; que tudo isso está diretamente ligado ao IBAMA, à Agência Nacional de Águas e à Agência Nacional de Energia Elétrica. Esclareceu que a Usina Foz do Chapecó não tem o poder de decidir quando irá gerar energia, em que hora específica isso deverá ser feito, motivo porque não pode também saber quando terá de abrir ou fechar as comportas; que quem decide isso é o órgão conhecido como Operador Nacional do Sistema Elétrico, cuja sede regional que nos controla DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 22 está situada em Florianópolis. Revelou que, como consequência da denúncia feita sobre o conflito entre dois usos, Usina/Turismo, a Secretaria foi chamada em abril do corrente ano para uma reunião com a Câmara Técnica de Acompanhamento de Projetos, organismo especializado do Conselho Nacional de Águas e competente para resolver questões como essa; que a conclusão a que chegaram os técnicos é que não havia motivos para reclamações, uma vez que tudo havia sido feito em conformidade com a legislação; que os estudos mostram que o Salto do Yucumã está visível durante o dia. Disse que, no entanto, não é isso que está acontecendo de fato. Explicou que a FEPAM implantou uma Estação Técnica entre a Usina e o Salto de Yucumã, para estudar o problema, implantada em junho deste ano; que a partir do seu funcionamento, em julho, a Estação passou a transmitir, via satélite, o nível do Rio naquele trecho a cada 15 minutos. Disse que, curiosamente, embora seja uma Estação do Governo Estadual Gaúcho, foi instalada do lado catarinense, porque é o local que apresentou melhores condições para isso; que a partir dos dados coletados em julho, foi marcada uma reunião em agosto com o Operador Nacional do Sistema, ao qual foram remetidas antecipadamente as informações colhidas pela Estação; que a conclusão do Operador foi de que a onda de cheia que deveria chegar no Salto durante a noite está chegando durante o dia, havendo aí uma inversão e contrariando o que havia sido preestabelecido no projeto; que, portanto, um erro de procedimento está sendo cometido pela Usina, afogando o Salto durante o dia e deixando que fique visível durante à noite. O ONS solicitou à Secretaria que fizesse uma sequência de fotos, a cada hora, de forma a comprovar por imagens o que a Estação de Itapiranga já havia detectado. Falou que tudo isso foi feito, mas que, agora, o ONS depende de uma manifestação oficial das duas agências nacionais reguladoras envolvidas, ANEL e ANA, para que possa tomar as providências legais cabíveis. Explicou que existe um documento de Outorga concedida por estas agências à época da instalação, e que tal documento pode ser suspenso a qualquer momento, em caso de descumprimento do que foi então acordado; que existe, portanto, todo um regramento do Sistema Elétrico que não é tão simples de ser resolvido apenas com boa ou má vontade. Disse que tudo é possível de ser solucionado, mas que terá de haver uma concertação lá em Brasília. Informou que em breve deverá acontecer uma reunião da Agência Nacional de Recursos Hídricos, e que a Secretária do Meio Ambiente está se antecipando a isso através de ofício onde solicita uma nova reunião da Câmara Técnica para dar prosseguimento ao que foi constatado no caso Salto do Yucumã/Usina da Foz do Chapecó, cuja solução depende de decisões das agências ANEL e ANA. Para fortalecer seus argumentos, mostrou algumas fotos tiradas de hora em hora e que revelam o que está ocorrendo com o Salto do Yucumã, que durante o dia vai desaparecendo para só surgir no período da noite, quando já não existem condições de qualquer apreciação turística. Durante a apresentação das fotos, discorreu sobre algumas considerações de ordem técnica a respeito da Estação e sua estratégica localização, para acompanhamento seguro dos índices de vasão nível das águas do Rio Uruguai, dia a dia. Segundo ele, o que pode ser sugerido neste caso é que a empresa administradora da Usina tenha autorização por parte do Operador Nacional do Sistema e das Agências reguladoras para deslocar sua entrada no sistema para o turno da noite, já que atualmente isto está ocorrendo durante o dia, conforme tecnicamente comprovado. Esclareceu que, como o Sistema é interligado, isso irá exigir um reordenamento de toda a cascata brasileira de geração de energia, razão porque não pode ser feito ao bel prazer da empresa, como esclarecido anteriormente; que só depois dessa redefinição Foz do Chapecó poderá ser autorizada a funcionar em outro período. Falou que o ideal seria transferir toda a geração para o turno da noite, mas que isso não é tecnicamente possível, pois a energia que fosse gerada não poderia ser encaminhada ao Sudeste do País, sendo assim desperdiçada; que, diante disso, a melhor alternativa possível terá que ser encontrada, de tal forma que atenda à demanda de energia e também a questão turística regional. Ressaltou que se não tivesse sido instalada a Estação de levantamento às margens do Rio Uruguai hoje não se teria como discutir essa questão, devido à ausência de dados concretos a respeito e tendo em vista que os documentos existentes afirmavam justamente o contrário da situação fática. Recomendou que, dentre os encaminhamentos da Audiência Pública, o passo técnico a ser seguido pela Assembleia Legislativa seria registrar, por escrito, junto ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos, sua insatisfação com a demora da Câmara Técnica de Acompanhamento de Projetos (CTAP) em tomar uma decisão a esse respeito, acionando de imediato as duas Agências Reguladoras, ANATEL e ANA, para que enfim deliberem acerca do que deve ser feito . Ressaltou que esta seria a forma de se fazer algo concreto a esse respeito. Informou que a instabilidade institucional e política vivida pelo País DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 23 também influenciou negativamente nessas questões, porque os membros componentes do Conselho Nacional foram todos substituídos; que informações recebidas dão conta de que tal assunto não consta da pauta de discussões da próxima reunião do referido Conselho. O Deputado Eduardo Loureiro perguntou ao Sr. Fernando Meireles, representante da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e da FEPAM, se todos esses dados por ele demonstrados já haviam sido remetidos aos órgãos competentes, o que foi confirmado, repetindo ainda que tais informações encontram-se em poder do Operador Nacional do Sistema (ONS), em sua representação regional em Florianópolis, quem detém agora a prerrogativa de encaminhamento do assunto à Câmara Técnica de Acompanhamento de Projetos (CTAP do CNRH), para que esta delibere a respeito e, só então, o ONS poderá determinar às Agências Nacionais Reguladoras – ANATEL e ANA, que alterem os documentos de Outorga. Atendendo a questionamentos, o Sr. Fernando Meireles discorreu sobre especificações técnicas inerentes à distribuição de energia à noite, conforme procedimentos adotados e controlados em nível nacional pelo Operador Nacional do Sistema, o que justificaria o fato de Foz do Chapecó não transmitir no período noturno. Explicou que, em decorrência disso, aquela Usina entra na ponta do Sistema e que a energia consumida ali na sala da Audiência neste momento estaria justamente sendo gerada em Foz do Chapecó. Ressaltou que não haveria como utilizar essa energia se fosse produzida à noite. O Deputado Edson Brum manifestou seu apoio integral às demandas da região e à inconformidade do seu povo com o sumiço do Salto do Yucumã, de acordo com tudo o que já se debateu durante a audiência. Revelou ser um turista por natureza, tendo visitado mais de cinquenta países ao longo da vida; que por isso pode afirmar que não existe nada no mundo que se assemelhe às Cataratas de Iguaçu e Niágara, bem como ao Salto de Yucumã; que este é o mais atrasado de todos em termos da Indústria do Turismo, por falta de investimentos neste sentido. Contou que na primeira vez em que lá esteve seu carro atolou, tendo que percorrer a pé o trecho que faltava. Lembrou que no lado brasileiro a Reserva possui em torno de 17 mil hectares de área; que o acesso asfáltico só foi concluído ao final do governo Yeda. Disse que a região noroeste do Estado ainda prescinde de inúmeras ferramentas turísticas necessárias para que se impulsione essa indústria tão bela quanto lucrativa. Mencionou o caso do Parque Museu em , único em seu gênero em todo o mundo, com 70% de estrangeiros dentre os seus visitantes, outra grande rota a ser organizada; tudo isso poderia ser integrado ao Paraíso das Matas e das Águas Termais Minerais do Município de Iraí, demonstrando o quanto nosso Estado ainda carece de políticas de desenvolvimento no âmbito de suas imensas potencialidades turísticas. Disse que visitou no mundo lugares com bem menos potencial, mas com milhares de turistas visitando, em decorrência da infraestrutura estabelecida e da capacidade de divulgação de seus operadores. Quanto à questão objetiva da Audiência Pública, considerou que pode ter havido omissão de técnicos por ocasião do desenvolvimento daquele projeto; que, caso contrário, só pode ter havido má fé por parte daqueles que detinham o poder decisório, sabe-se lá movidos por quais interesses, o que se torna imprescindível investigar; que uma obra dessa envergadura precisa ser profundamente reavaliada, tendo em vista a inexistência ou o descumprimento dos necessários compromissos com a Natureza e com os projetos socioeconômicos e turísticos estaduais; que, diante das consequências perniciosas atuais, alguma providência tem que ser tomada. Falou que o trabalho de coleta de dados realizado pelos técnicos do Estado pode e deve servir de sustentação política nessa luta de recuperação do Salto de Yucumã, em busca de um reordenamento de horários no uso das comportas pela Usina; que, embora reconhecendo as complicações técnicas inerentes ao caso, cabe à Assembleia exercer toda a pressão que se fizer necessária com vistas à solução do problema. Sugeriu, como encaminhamento, que os técnicos presentes na Audiência Pública, tanto da Comissão de Assuntos Municipais quanto do Governo do Estado, em conjunto definissem os caminhos e procedimentos possíveis de adoção por parte da Assembleia Legislativa. Que a primeira forma de pressão seria o encaminhamento de ofícios às autoridades competentes e responsáveis, pois a Assembleia é a Casa que representa os interesses de todos os gaúchos. Como segundo passo, o Deputado Edson Brum sugeriu que se programasse uma caminhada em prol dessa questão, lá em Brasília, junto ao Ministério do Meio Ambiente, convidando o Ministro Sarney Filho para vir pessoalmente conhecer a região e verificar por si mesmo o que está acontecendo ali. Disse que o Salto do Yucumã é muito pouco divulgado. Garantiu que o Ministro ficará impressionado com aquela beleza natural e o imenso valor turístico que representa; que o povo brasileiro, e até mesmo o gaúcho, desconhece o Salto do Yucumã, tampouco sabem de que ali está a queda d’água com maior extensão horizontal do mundo. DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 24

Disse que além do Salto, a Reserva no seu entorno também é de uma riqueza ímpar, dada a diversidade de fauna e flora que a compõe. Encerrou pedindo à Comissão que sugerisse à TV Assembleia a realização de um documentário sobre o local, utilizando-se das redes sociais para divulgar o Salto do Yucumã, um dos mais belos paraísos naturais do mundo. O Sr. Alfredo Ferreira , tesoureiro da AGAPAM, de Porto Alegre, disse que o organismo que representa tem lutado muito contra essas construções de barragens no Estado, algumas delas sendo feitas de forma inadequada e, às vezes, oferecendo até risco de morte às populações que moram em seu entorno. Salientou que a Usina da Foz do Chapecó, com certeza, não foi feita de modo a que se adequasse aos interesses dos povos, nativos ou residentes, nem tampouco às exigências de proteção e preservação do Salto de Yucumã. Destacou que os recursos advindos da exploração turística acabam sendo perdidos e deixam de servir à região, o que demonstra o quanto jogamos fora de tudo o que a Natureza tem nos dado. Frisou que os prejuízos também alcançam o lado argentino do Salto, o que é muito lamentável, já que eles nada podem fazer e menos ainda serem responsabilizados por alguma coisa. Ao considerar que aquilo que está feito não é passível de suspensão, pediu que, pelo menos doravante, não se desenvolvessem novos projetos de hidrelétrica ao longo do Rio Uruguai. Enfatizou que a existência dos atuais problemas é indicação segura de que os estudos que precederão à construção da barragem e da Usina não foram feitos adequadamente. A Deputada Zilá Breitenbach (PSDB) , salientou os avanços conquistados do lado argentino, onde foi construída toda a Avenida Costaneira até o Salto, além dos 53 empreendimentos já mencionados pelo Sr. Miguel, representante da Província de Missiones. Parabenizou a iniciativa do Governo do Estado, através da FEPAM, em colocar a Estação de Monitoramento em Itapiranga, o que certamente é muito significativo para as demandas da região, possibilitando que os argumentos, no que diz respeito ao funcionamento das comportas, possam ser respaldados com informações técnicas. Afirmou que o acesso asfáltico e a construção do pórtico de entrada do Parque foram conquistas importantes, bem como a elaboração do Plano de Manejo, ainda não implantado, mas pronto para sê-lo. Relatou que seu gabinete está sempre recomendando visitas ao Salto do Yucumã, inclusive mostrando cartazes com imagens do local; que, lamentavelmente, as pessoas que atendem à recomendação voltam de lá decepcionadas, porque ao chegarem não conseguem ver nada. Disse que essas coisas trazem a todos uma sensação de impotência diante de tão grave problema. Apesar disso, é de opinião que esse atrativo turístico deve ser mais divulgado, porque é uma maravilha mundial e única. Enfatizou que essa questão precisa ser resolvida o quanto antes, razão porque a audiência pública representa uma luz no horizonte, mais ainda a partir desse monitoramento que vem sendo feito pela FEPAM. Salientou que o exemplo dessa Usina da Foz do Chapecó deve servir de guia para a implantação de futuras barragens e usinas, no sentido de não se cometer os mesmos erros; que tudo precisa ser muito bem avaliado de antemão, e aquilo que for combinado deve ser devidamente registrado em documento próprio, inclusive com inclusão expressa na Carta de Outorga a ser dada pelas Agências Reguladoras. Destacou a importância da integração regional entre as Rotas Turísticas, como fator fundamental para o sucesso desse modal produtivo. A esse respeito, relatou alguns exemplos de fatos concretos que chegaram ao seu conhecimento. Fez um apelo para que todos se sensibilizem e se unam para salvar o Salto do Yucumã, um dos pontos turísticos mais belos do país e de grande riqueza de fauna e flora. A parlamentar ressaltou a importância do ponto turístico também para a economia dos municípios da região. A Deputada Regina Becker Fortunati opinou que tais questões não podem ser vistas de forma isolada ou pontual, uma vez que quaisquer ações envolvendo Natureza, Meio Ambiente, Fauna e Flora precisam ser avaliadas e desenvolvidas com base em uma visão sistêmica. Contou que há dois anos vêm sendo feitos estudos de espécies de peixes ameaçados de extinção no Rio Uruguai, tendo tudo a ver também com o advento dessas Usinas e suas barragens, que tanto alteram o Ecossistema dos locais onde se instalam. Citou como exemplo o comportamento de algumas espécies durante o período de desova, que fazem o percurso contrário ao curso do rio para realizar seu sistema natural de procriação. Disse que o surgimento dessas barragens acaba impedindo isso e provocando a extinção dessas espécies. Declarou ser este tema muito complexo e que requer posicionamentos que muitas vezes são mal compreendidos, vistos muitas vezes como contrários ao progresso econômico e às atividades pesqueiras das famílias envolvidas nisso. Posicionou-se como ferrenha defensora da Natureza, por considerar esta luta uma questão de vida, uma questão de sobrevivência de todas as espécies, inclusive a nossa. Citou o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, o qual declarou que “o ser humano perdeu a sua condição natural de vida, voltando-se contra a própria Natureza DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 25 que o criou, e que, por interesses pessoais ou de grupos, desconsidera a Verdade”. Ressaltou, então, que a situação hoje vivida pelos moradores da região do Salto de Yucumã é consequência de políticas preestabelecidas no País e no Estado, cuja prioridade não é a preservação ambiental e tampouco o bem estar das comunidades. Disse que o questionamento a ser feito é se queremos esse tipo de política para solucionar as questões energéticas do nosso País, quando o mundo todo está hoje abandonando esses modelos e implantando outro tipo de política, concentrada no fornecimento de energia fotovoltaica. Informou que só no Rio Grande do Sul existem duzentos projetos relacionados à produção de energia hidrelétrica no Rio Uruguai, em fase de estruturação e licenciamento. Pediu que todos refletissem um pouco sobre isso, pois não é pouca coisa e representa a instalação de duzentas barragens ao longo do curso do rio. Ressaltou que são áreas imensas a serem inundadas, desconsiderando-se completamente o ambiente natural; que muitas espécies da flora e da fauna irão desaparecer. Questionou: Será que é isso que nós queremos? O que podemos projetar para o nosso futuro se seguirmos com esse tipo de política energética? Enfatizou que agora as comunidades estão sentindo na pele o que esse tipo de política pode fazer, porque sua região está sendo de alguma forma afetada. Disse que, apesar de tais ações serem feitas em âmbito federal, com licenciamentos também federais, isso não impede que a Assembleia Legislativa do Estado se posicione de forma incisiva, toda vez que tais empreendimentos afetem os interesses e a vida das comunidades e dos municípios gaúchos; que os Estados brasileiros, por jurisprudência, estão sim autorizados a se manifestarem em questões de ordem ambiental e de segurança. Reiterou que a região do Salto do Yucumã precisa ser preservada, por suas belezas naturais, mas também por sua importância na cadeia ecológica que envolve a bacia do Rio Uruguai e seus afluentes. Enalteceu, na pessoa do Sr. Miguel, o comparecimento dos irmãos argentinos, parabenizando aquele país por estar muito na frente nessas questões, em relação ao Brasil. Lembrou que o fato de terem conseguido que a UNESCO definisse aquela região como Patrimônio Natural Mundial, lá em 1996, por si só demonstra o quanto estão avançados em tudo o que envolve as políticas ambientais e exploração turística. Comparando, disse que a pesca no país vizinho é estabelecida como atividade turística e não matam os peixes; que conseguem arrecadar uma média de 100 dólares por dia de cada pessoa que lá exerce a pesca esportiva, movimentando toda uma região através do artesanato, hospedagem e culinária, com cerca de 70 mil visitantes, apenas em 2015, para o exercício esportivo da pesca, gerando divisas ao país; que, enquanto isso, o lado brasileiro quase nada oferece de atrativo turístico, estando ainda engatinhando quanto a isso, sem contar a falta de cuidados com a proteção ambiental e com as próprias belezas naturais. Colocou-se como solidária diante dessas questões, prontificando-se a ajudar em tudo o que for preciso neste sentido, mas sempre com esse viés de proteção ambiental, algo que o Brasil parece ter abandonado. Disse que é preciso considerar a vocação natural e turística da região do Salto do Yucumã, levando em conta, por exemplo, a pesca esportiva, tão bem explorada pelos vizinhos argentinos; que as políticas energéticas adotadas pelo Brasil só interessam às grandes corporações e ao capital financeiro, ambos historicamente refratários a tudo que priorize a defesa do Meio Ambiente; que defende, portanto, um posicionamento sistêmico e não apenas pontual. O Sr. Eduardo Ruppenthal , do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente, trouxe um relato de experiência pessoal vivida na Reserva Florestal do Turvo e no Salto do Yucumã, quando lá esteve com toda a sua família, composta de mais de 20 pessoas. Contou que a decepção foi muito grande, porque a beleza natural oferecida pelo Salto não estava visível. Disse que ele próprio já tinha visto, mas que sua família ficou frustrada e certamente não voltará ao local. Afirmou também que há onze anos estuda, de forma científica e acadêmica, a exploração dos recursos hídricos no Rio Uruguai; que fez mestrado no PGBR da UFRGS, aprofundando-se justamente neste tema das hidrelétricas. Declarou que não se pode ser ingênuo, nem tampouco contraditório quando se trata dessas questões; que não se pode defender uma coisa de um lado, e outra de outro lado; que se defenda, então, a busca de energias alternativas de verdade e viáveis, colocando-se claramente contrário à construção de hidrelétricas no Rio Uruguai. Sugeriu que se fizesse uma audiência pública específica para discutir a situação do Rio Uruguai, porque, apenas considerando-se as hidrelétricas já construídas, pode-se afirmar que aquele manancial hídrico já se encontra na UTI, quase morto. Afirmou que, se as duas hidrelétricas projetadas de Garabi- forem construídas, a morte do Rio Uruguai pode ser decretada, porque deixará de existir como tal, transformando-se em uma escada de lagos. Disse que esta é a grande discussão a se fazer; que isso que está acontecendo agora com o Salto do Yucumã é consequência da construção das hidrelétricas todas, DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 26 acima da queda d’água, e não só da Usina da Foz do Chapecó; que antes mesmo da instalação desta usina já se sabia o que iria acontecer com o Salto do Yucumã, mas que interesses maiores, principalmente econômicos e políticos, prevaleceram; que hoje se está colhendo os frutos amargos desse descaso no passado. Declarou que, por isso, este debate tem que ser feito de forma séria, e não aparecendo agora, os municípios envolvidos, como vítimas de um engodo, porque isso não seria verdadeiro; que não se pode defender por um lado a preservação das belezas naturais, como é o caso da Yucumã, e por outro ficar ao lado de políticas nefastas, como essas de construção de barragens em locais totalmente inapropriados, como é o caso do Rio Uruguai. Ressaltou que todos os impactos ambientais e sociais decorrentes da implantação dessas usinas são conhecidos; que não existe nenhuma novidade quanto a esses problemas, todos perfeitamente previstos lá no início de tudo; que houve, sim, um descaso dos responsáveis à época com relação a tudo isso. Insistiu ser muito contraditório o fato da Secretaria de Minas e Energia do Governo Estadual, comandada pelo partido da Deputada Zilá, apoiar a instalação dessas hidrelétricas, da forma como têm sido feitas, e hoje setores do mesmo Governo aqui comparecerem para discutir soluções a todos os problemas resultantes dessas políticas equivocadas. Foi enfático ao reiterar que ou se defende uma coisa ou outra, já que ambas são potencialmente contrárias. Informou que para se construir uma Usina Gigante de Energia Solar se gastaria apenas metade do que se gastou em Itaipu, e que hoje não se faz isso porque não existe interesse econômico. Aproveitou para criticar o pacote do Governo do Estado que prevê a extinção da Fundação Zoobotânica, uma organização de fundamental importância para a preservação da fauna e da flora no Rio Grande do Sul, algo que pode ser considerado totalmente contraditório e na contramão de tudo o que existe de mais avançado em termos ambientais no mundo. Encerrou afirmando que é preciso coerência entre discurso e atitudes, e que o fechamento daquela fundação será como um enterro simbólico da biodiversidade de nosso Estado; que o potencial turístico da região do Turvo e do Salto do Yucumã é algo imensurável, somente avaliado com profundidade por quem já viajou bastante e conhece o resto do mundo. A Deputada Zilá Breitenbach (PSDB) , por ter sido citada pelo Sr. Eduardo, pediu a palavra porque ali se estaria discutindo a defesa e o ponto de vista de cada um. Contou ter estado na Alemanha recentemente, onde justamente foi buscar alternativas energéticas para as regiões de Santa Rosa e Três de Maio, eólica, solar e de biodigestores. Revelou que o Estado possui políticas para o uso de biomassa, com incentivo de ICMS, e que a Secretaria de Minas e Energia tem trabalhado muito na questão da energia eólica no Estado; que tudo isso é reflexo de políticas de governo, adotadas para justamente se evitar que no futuro ocorram dificuldades como essa que hoje atinge o Salto de Yucumã. Discordou, portanto, da opinião do Eduardo de que sua postura ali estaria sendo incoerente, em virtude de seu partido comandar a Secretaria de Minas e Energia. Disse ter estado na Alemanha, há dez anos, ocasião em que não viu o que pode ver agora, onde praticamente todas as casas possuem placas de energia fotovoltaica ou utilizam alguma forma de energia produzida por biodigestores. Insistiu que seu posicionamento é em favor de políticas que favoreçam o desenvolvimento desse novo tipo de energia, limpa e renovável. O Sr. Paulo Brack , representante do InGá – Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais, associado da APEDeMA/RS – Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente no Rio Grande do Sul, contou ser também professor da UFRGS e que fez, pela Universidade, o primeiro levantamento da flora do Parque Estadual do Turvo em 1985, inclusive com publicação do que foi apurado. Disse que, à época, foram encontradas mais de 720 espécies naquele local, um recurso fantástico e compartilhado com a Argentina; que na Região de Missiones está estabelecido um grande corredor ecológico que une espécies como a onça, a anta e outros animais que estão em conexão com o Parque do Iguaçu, também binacional; que é uma região prioritária, porque faz parte da reserva da biosfera da Mata Atlântica, considerado pela UNESCO como um Patrimônio Internacional e que precisa ser conservado. Revelou ter sido constatado o desaparecimento, há dez anos, de um tipo de bromélia que antes ocorria nas rochas, nos lajeados do Salto, inclusive com fotos comprovando isso; que isso é consequência das mudanças nos ciclos do Rio, que foram alterados a tal ponto de comprometer as espécies vivas daquele bioma; que isso ocorreu não só na Foz do Chapecó, mas também em Itá, Machadinho e Barra Grande. Lembrou que Yucumã é uma das Sete Maravilhas do Estado, junto com As Guaritas e outros; que é necessário se promover o Turismo Ecológico, atividade limpa, sustentável, que gera trabalho, renda e prosperidade para as regiões. Mostrou, através de imagens, o número de empreendimentos previstos para a Bacia do Rio Uruguai, ao todo 278 planejados, algo que considerou impressionante. Disse que os defensores DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 27 do meio ambiente estão clamando para que a FEPAM e o IBAMA revejam esse cenário de forma prioritária; que as obras em Panambi, se levadas adiante, vão elevar ainda mais os níveis da água no Salto do Yucumã, que talvez desapareça definitivamente. Contou que o INGÁ entrou com ação junto ao Ministério Público para interromper o licenciamento de Panambi. Ressaltou a importância dessa luta, alertando para o fato de que essa situação é bem maior e mais grave do que aparenta, estando em jogo a própria sobrevivência da Bacia do Rio Uruguai, pois sem as corredeiras não há oxigenação e o rio morre. Ofereceu repassar ao Deputado Eduardo Loureiro toda a documentação e todos os dados que possui a respeito do assunto. Também defendeu a manutenção da Fundação Zoobotânica, com risco de ser extinta por iniciativa do Governo Estadual. Alertou que nossas florestas já foram praticamente dizimadas, sobrando apenas matas ciliares; que, com a morte do Rio Uruguai, às matas em sua margem também serão extintas, o que será uma grande catástrofe. Lamentou a ausência do Ministério Público e do IBAMA na audiência. O Deputado Eduardo Loureiro considerou impressionantes os números com relação aos empreendimentos projetados, reconhecendo que é preciso uma postura atenta de todos os responsáveis, diante das consequências nefastas que possam advir disso. O Sr. Felipe Sturmer , turismólogo, de Três Passos, contratado pelo Consórcio Rota do Yucumã desde 2009, membro do Conselho Estadual do Turismo e representante da Região Turística do Yucumã, revelou que havia uma projeção de aumento considerável do número de turistas, mas que isso não aconteceu devido aos problemas que se seguiram à instalação da Usina da Foz do Chapecó e o consequente encobrimento do Salto do Yucumã. Disse que, ao contrário do que se previa e desejava, o afluxo de turistas só vem decaindo; que na época se tentou contato com a Secretaria do Meio Ambiente, mas que houve muita restrição para que fossem feitos os estudos sobre o impacto da Usina nos níveis da água do rio, o que levou mais de ano para ser autorizado; que o Consórcio Rota do Yucumã financiou esse estudo, contratando para isso uma empresa ambiental especializada; que foi a partir desse estudo que todas as ações atualmente em andamento foram desencadeadas. Ressaltou que sua posição de ponta, na Rota do Yucumã, lhe permite um contato mais próximo e permanente com os turistas; que desejaria compartilhar com a audiência algumas dores vivenciadas ao longo desse convívio. Afirmou que realmente nós estamos bem atrás dos irmãos argentinos, e quem conhece o outro lado pode comprovar isso. Lembrou que, no entanto, por mais boa vontade que se tenha por aqui, são tantos os impedimentos e os entraves que parece que essa fase do “não pode” é algo que não vai terminar nunca. Salientou o esforço que é feito por todos, no sentido de manter e aperfeiçoar a atividade turística na região. Lamentou, no entanto, que isso não tem sido suficiente. Passou a relatar alguns fatos concretos que comprovariam suas afirmações. Como exemplo, citou que às vezes nem água pode ser vendida no Parque do Turvo, porque existe uma norma da Secretaria do Meio Ambiente que impede esse comércio. Comentou que coisas desse tipo são inadmissíveis para um local de visitação turística; que o turista chega ao Centro de Informações Turísticas e lá elogia a beleza de tudo, mas reclama que não encontrou nem mesmo uma água para matar a sede. Ressaltou que isso é profundamente lamentável e inadmissível. Disse que alguma coisa melhorou, mas que ainda falta muito; que existem projetos de instalação de mirantes que precisam ser concretizados, por exemplo; que os passeios de barco no lado argentino fazem o maior sucesso, mas que no lado brasileiro ainda não aconteceu porque estamos na fase do “não pode”. Destacou que, no entanto, o Salto do Yucumã não ser visível na maioria dos dias é o fato mais grave de todos, situação que precisa ser revista o quanto antes; que se precisa trabalhar também na infraestrutura turística daquele local; que, se faltam recursos ao Governo do Estado para tanto, se devem buscar as PPP (Parcerias Público-Privadas); que a experiência dos vizinhos argentinos deve servir de exemplo para nós, pois eles encontraram formas positivas de bem aproveitar o que a Natureza lhes ofereceu. O Sr. Almir José Bagega , prefeito de Derrubadas, assegurou que não seria repetitivo e que a maioria das questões sobre o problema já tinha sido abordada pelos palestrantes que o antecederam. Destacou apenas que quase todos são leigos sobre este assunto em debate, principalmente no que concerne à Usina da Foz do Chapecó. Lembrou que lá no início do projeto de construção da hidrelétrica o município não participou, não foi convidado para isso, e que não existe estudo nenhum que tenha sido feito para avaliar os impactos da barragem sobre a região. Disse que o estudo ambiental é feito no local da barragem, onde as águas serão represadas, e no seu entorno; que, por isso, tendo em vista que a represa e a Usina não estariam localizadas no município de Derrubadas, os efeitos sobre o Parque Estadual do Turvo e o Salto do Yucumã não foram incluídos naquele estudo. Contou que, tanto em Itapiranga como em Guarabi-Panambi, o DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 28 município de Derrubadas participou dos estudos e também acionou o Ministério Público, sobretudo para que se avalie com seriedade os impactos dessas obras justamente onde o Rio Uruguai banha o nosso município; que antes, quando se construiu a Usina da Foz do Chapecó, não havia esta consciência; que ninguém imaginou que este abre e fecha de comportas iria prejudicar a visão de uma das mais belas quedas d’água do mundo. Reiterou que o município de Derrubadas quer estar incluído nos estudos ambientais de todos os novos empreendimentos que venham a afetar o curso das águas do Rio Uruguai e os biomas adjacentes. Ressaltou que aquilo que o município vem falando desde 2010, quando a represa foi implantada, hoje foi comprovado pelos estudos feitos por iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Disse que as iniciativas da prefeitura de Derrubadas junto aos órgãos federais, como IBAMA e ANA, denunciando esses fatos, infelizmente não surtiram nenhum efeito; que aquelas entidades responsáveis por tudo isso, em âmbito nacional, não deram a devida importância ao problema; que talvez outros empreendimentos, mais acima, também tenham influenciado nas transformações do Salto do Yucumã, mas nada que se compare ao que houve após a instalação da Usina da Foz do Chapecó. A seu modo, repetiu as reclamações trazidas pelos demais. Informou que o município pediu, sim, na Justiça, o fechamento da Usina, que só trouxe prejuízos ao município de Derrubadas; que o Consórcio responsável ignorou completamente o município quando elaborou seus projetos de instalação; que a bronca do município é, sim, com a usina; que o município cansou de correr atrás desse Consórcio em busca de diálogo, algo que lhe foi reiteradamente negado; que eles sempre negaram sua responsabilidade pelas cheias intempestivas do rio, posição agora contraditada pelos estudos feitos pela FEPAM; que tal postura obrigou o município a procurar soluções judiciais. Denunciou o assoreamento do Rio Uruguai na área do Salto, como consequência danosa dessa manipulação feita pela Usina, tragédia que é bastante visível por todos os que conhecem há muito tempo o Rio e sabem como era antes, e como ficou depois do represamento das águas. Ressaltou que é preciso ter uma solução para o Salto do Yucumã, razão porque o município de Derrubadas se faz presente na audiência, confiando de que terá, doravante, os apoios dos Poderes Legislativo e Executivo do Estado nesta luta. Ressaltou que não apenas Derrubadas perde com isso, mas todos os municípios integrantes da Rota do Yucumã, sem contar ainda que tudo isso afeta também nossos vizinhos argentinos. O Deputado Eduardo Loureiro considerou interessante que se ouvisse o representante da SEMA/FEPAM, Fernando Meireles, sobre algumas questões colocadas, como o assoreamento do Rio Uruguai, as dificuldades para o funcionamento do Parque Estadual do Turvo nas questões do turismo, como, por exemplo, a proibição de venda de uma simples garrafa de água mineral; que o posicionamento da SEMA seria importante, inclusive para possíveis encaminhamentos. O Sr. Fernando Meireles , da SEMA/FEPAM, disse que a parte de Recursos Hídricos, de sua responsabilidade, seria respondida, mas que a parte do Parque Estadual do Turvo deixaria para sua colega Liana Barbizan, do Departamento de Biodiversidade, responsável por essa área. Em sua opinião o assoreamento mencionado deve ser consequência da vasão turbinada muito alta, ou seja: a água sobe, vai umedecendo as margens, e depois, quando fecha, há um movimento nas terras dessas margens, depois da Foz do Chapecó. Declarou que, se isso não está sendo monitorado, é uma falha do PBA – Projeto Básico Ambiental que deveria ter previsto isso; que isso tem que ser feito por uma estação de monitoramento de sedimentos. Disse que poderia verificar isso e que se, de fato, estiver ocorrendo esse tipo de monitoramento passaria a informação ao prefeito de Derrubadas. Ressaltou que o licenciamento não é estadual, mas federal; que, no entanto, pode colocar isso em sua agenda de trabalho. Ao ser questionado pelo Deputado Eduardo Loureiro sobre qual o órgão federal responsável, respondeu que seria o IBAMA. Contou que estariam visitando o país vizinho, Argentina, a convite do governo de Missiones, já na próxima segunda-feira, como forma de fomentar e fortalecer a integração entre aquela Província e o Estado do Rio Grande do Sul; que dentre os assuntos a serem debatidos está o monitoramento do Rio Uruguai e a integração das políticas ambientais. Disse que a própria Secretária Ana Pelini, a secretária adjunta, sua colega Liane e ele próprio estariam compondo essa comitiva que estará em Missiones. Relatou que em visita ao Governo do Estado, uma representação de Missiones esteve na SEMA, ocasião em que esta lhes repassou sua rede de monitoramento do Rio Uruguai, com cadastramento imediato do responsável pelo departamento de hidrologia do governo dessa província vizinha; que isso aproximou de forma positiva as equipes; que, a partir disso, os alertas de risco são também recebidos em tempo por nossos irmãos da Argentina, através de boletins gerados duas vezes ao dia; que a partir disso ambas as equipes decidiram realizar um planejamento DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 29 conjunto de suas ações de monitoramento; que vão compartilhar as informações da estação estadual de monitoramento, como também abrir o sistema de radares meteorológicos para eles. A Sra. Liana Barbizan , diretora do Departamento de Biodiversidade da SEMA, disse que tudo o que ouviu durante a audiência foi muito enriquecedor para ela, que só recentemente assumiu o cardo de diretoria; que as informações que lhe chegam servirão de base para tomada de decisões que possam, se não resolver, pelo menos amenizar grande parte dos problemas enfrentados naquela região do Parque Estadual do Turvo. Esclareceu que o Plano de Manejo do Parque, ainda utilizado, foi elaborado em 2005, onde tudo deve ser previsto, inclusive o que, quando e como pode ser visitado. Disse que o Plano de Uso Público irá definir melhor a questão das visitações; que a consolidação de fato de tudo isso será possível agora, a partir da formação do Conselho Gestor do Parque, o que aconteceu já neste ano; que a participação dos gestores municipais, bem como de outras autoridades e lideranças locais, será de suma importância para o bom andamento das atividades desse Conselho Gestor; que a intenção é promover o turismo ecológico sustentável na região. Respondendo à pergunta de um dos integrantes da comitiva argentina, a Sra. Liane informou que o nome completo deste órgão é Conselho Gestor da Unidade de Conservação. O Sr. Fábio Rigodanzo , empresário de Derrubadas, disse concordar com a maioria das questões levantadas durante a audiência. Reiterou que o Estudo de Impacto Ambiental, feito à época da instalação da Usina, não contemplou o Salto, não sabendo dizer qual a razão desta falha. Segundo ouviu dizer, parece que os estudos só contemplam a montante da Usina. Ressaltou que só o fato de se ter ali o maior salto longitudinal do mundo, uma das maravilhas do mundo, em termos de beleza natural, a 150 km da Barragem, isso deveria ter sido considerado relevante no estudo de impacto ambiental, feito pela ENGEVIX, empresa privada. Questionou isso, pois tais estudos não poderiam ficar a cargo de grupos privados, cujo interesse é sempre o lucro financeiro, mesmo que em detrimento de questões ambientais e sociais relevantes. Relatou que a Licença Ambiental foi entregue em dezembro, período de férias forenses, impedindo assim que qualquer ação judicial fosse encaminhada tempestivamente; que a FATIMA, entidade ambiental de Santa Catarina, não concordou com o estudo da ENGEVIX; que uma Universidade do Rio de Janeiro teria sido contratada para refazer o estudo, o que acabou não se concretizando. Destacou que, como se pode ver, existe muita coisa nebulosa em torno da construção da referida Usina, especialmente na questão do licenciamento e liberação de instalação. Repetiu que o responsável é o IBAMA, e que o Estado não tem nada a ver com isso; que concorda plenamente com isso, mas a questão que surge é esta: Já que o Estado não tem nada a ver com isso, por que qualquer coisa que se queira desenvolver dentro daquela área, até a venda de uma garrafa d’água, precisa da autorização do Estado? Por que o Estado não estava ali presente, exigindo sua participação e autorização, quando a Usina foi construída, afetando diretamente um Parque Estadual, sétima maravilha do Estado e um dos seus principais pontos turísticos naturais? Disse que a audiência não era o espaço apropriado para se discutir o que é preciso se fazer para deslanchar o turismo na região, mas sim debater os efeitos danosos da Usina e o que se tem de fazer quanto a isso. Repetiu que é triste e revoltante se constatar que, na hora da instalação de uma usina como essa, não houve a exigência de um estudo sério acerca dos impactos ambientais em todo o sistema hídrico da região, a jusante da obra, onde se localiza o maior salto longitudinal do mundo. Resumiu dizendo que foi tão fácil construir, mas que agora, para se conseguir qualquer alteração que minimize esse desastre, é preciso se enfrentar uma burocracia indescritível e incompreensível, em uma peregrinação sem fim por uma infinidade de órgãos governamentais. Destacou que tudo isso não está prejudicando apenas o nosso país, mas também nossos vizinhos argentinos, que compartilham o mesmo rio; que tal situação é vergonhosa para nós brasileiros. Contou que uma comitiva municipal, da qual fazia parte, esteve por quatro vezes na Usina da Foz do Chapecó, tentando uma solução para o problema, mas que a resposta era sempre a mesma, ou seja: que nada poderiam fazer e quem detém o poder para decidir qualquer coisa a respeito é o Operador Nacional do Sistema. Insistiu que tem muita coisa nebulosa no processo de liberação e licenciamento das obras de construção da Barragem e da Usina. Contou que o município de Derrubadas tem perdido substanciais investimentos em decorrência disso, e perguntou quem pagaria por isso; que a prefeitura só entrou com essa ação contra a Foz do Chapecó após o esgotamento de todos os meios amigáveis de solução do problema. O Deputado Juvir Costella (PMDB) destacou a luta do prefeito Bagega, de Derrubadas, bastante conhecida, mas que também se precisaria falar de tantas outras batalhas semelhantes, como de Braga, Miraguaí, Redentora, Três Passos e todas as cidades que acabam tendo DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 30 prejuízos com questões desse tipo. Ressaltou que o depoimento feito pelo empresário Fábio Rigodanzo resume tudo o que ele considera importante a respeito deste assunto; que o prejuízo causado nessa questão do Salto do Yucumã não é apenas local ou regional, mas uma tragédia de alcance estadual, nacional e até mundial, dada a importância deste que é a maior queda d’água longitudinal do planeta. Concorda com a proposta de fechamento da Usina, feita pela prefeitura de Derrubadas. Disse que a falta de um estudo sobre os efeitos danosos, deixado de lado por incompetência, irresponsabilidade ou displicência, é problema do Consórcio proprietário do empreendimento e não das comunidades afetadas; que o prejuízo causado não pode ser calculado, de tal forma que o fechamento da tal Usina é o mínimo que se pode exigir das autoridades competentes; que a região perdeu seu ponto de referência maior, mundialmente reconhecido; que não importa o que digam, a Usina terá que responder por isso, que nem sequer atendia as comitivas de Derrubadas que buscavam dialogar. Reiterou que os prejuízos advindos dessa irresponsabilidade são hoje incalculáveis e impagáveis. Disse que será incansável na luta pelo desenvolvimento do turismo no Estado do Rio Grande do Sul. O Sr. Abdon Baretto Filho , diretor de turismo da Secretaria de Turismo do RS, registrou seu prazer em ter trabalhado com o Deputado Juvir Costella, quando o mesmo esteve a frente da Secretaria Estadual do Turismo. Contou que o Turismo, no governo Sartori, entrou no Eixo Econômico da atual gestão, com ênfase no Turismo Sustentável, que privilegia o respeito ao meio ambiente, à geração de emprego e renda, a questão social e a questão cultural. Disse que é a primeira vez na história gaúcha que isso acontece, de se colocar o Turismo no eixo econômico, razão porque ele próprio teria sido convocado, por sua formação em Economia. Usou seu espaço para fazer uma rápida divulgação das atividades da Secretaria do Turismo, especialmente no que se refere ao Salto do Yucumã e sua divulgação. Enalteceu a postura do Governo atual em relação ao Turismo como atividade impulsionadora do progresso em todos os sentidos. Contou que um site foi desenvolvido para valorizar e divulgar o Salto do Yucumã. Informou que ainda neste mesmo dia, à tarde, em reunião do Conselho Estadual de Turismo o assunto Yucumã seria discutido. O Sr. Sérgio Augusto Aenhle Correa , Secretário de Turismo de Ijuí, questionou o Sr. Abdon Barretto Filho sobre problemas de estruturação levantados anteriormente por outro palestrante, cujo fato de não se poder disponibilizar água potável aos visitantes do Parque Estadual do Turvo, por exemplo, se tornou algo emblemático. Disse que a razão de não existir essa estruturação, pelo que entendera, seria respondida pela Diretora Liane, uma das responsáveis pelo Parque, o que não aconteceu; que ficou pasmo diante da informação de que se deveria criar mais um Conselho Consultivo para resolver esse tipo de minúcia, tendo que estudar se é viável ou não se vender uma garrafa de água no Yucumã. Ressaltou que isso não é necessário, muito menos coerente. Que tais procedimentos devem ser decididos com urgência, por quem detém prerrogativas para isso. Afirmou que não recebeu resposta com relação a este assunto. A Sra. Liana Barbizan , diretora do Departamento de Biodiversidade da SEMA, reafirmou o posicionamento do órgão que representa quanto à importância da promoção e fomento das atividades turísticas no Parque Estadual do Turvo, desde que sustentável; que é totalmente favorável ao uso e visitação do Parque pelos turistas, sendo necessário que para isso se ofereça infraestrutura básica aos visitantes. Esclareceu que, quanto a criação do Conselho Gestor, quis dizer apenas que reuniões para se discutir formas de gestão do local deverão ser feitas pelo Conselho Gestor; que se tal Conselho, em seu Plano de Manejo, julgar necessário restringir o uso do Parque com relação a determinadas atividades, isso deverá ser respeitado. Lembrou que todos os interessados poderão participar desse Conselho, opinando e decidindo sobre quaisquer alterações que julgarem necessárias. Enfatizou que tudo o que é oferecido deve estar previsto no Plano de Manejo, o qual deverá ser seguido fielmente. Contou que existem alguns processos em fase de estudo, não só no Turvo, com respeito à concessão de lancheria na área do parque; que tudo isso precisa passar por um procedimento legal e administrativo, muitas vezes demorado, infelizmente. Disse que é preciso se compreender a complexidade dessas demandas que estão sendo trazidas, porque não se limitam à autorização de venda de uma simples garrafa de água, mas a toda uma cadeia de eventos muito mais complicada do que parece. O Deputado Eduardo Loureiro insistiu que pelo menos a venda de água fosse autorizada de forma mais rápida, sem tanto cuidado ou burocracia. A partir de então, passou a fazer os encaminhamentos finais da audiência pública. Como primeiro encaminhamento o Deputado definiu que a Comissão de Assuntos Municipais manteria um contato inicial com esses órgãos responsáveis pela análise do funcionamento da Usina e de suas comportas, tendo em vista os impactos negativos sobre o Salto do Yucumã, comprovados DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 31 pelo excelente estudo feito pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SEMA, elogiável por sua oportunidade e relevância; que tais órgãos seriam consultados, então, acerca das medidas que deveriam ser tomadas no sentido de buscar uma solução para esse impasse. O Deputado ressaltou que, se faltava um estudo técnico confirmando os efeitos danosos, agora não falta mais. Destacou que as questões a serem levadas aos órgãos competentes são as seguintes: 1) Por que nenhuma providência foi tomada até o momento? 2) Onde este problema está paralisado? 3) Quem seria responsável por tomar tais providências? Lembrou que amanhã ocorrerá uma reunião do Conselho Nacional de Energia e este assunto do Yucumã sequer consta da pauta. Considerou que é hora de nossa Assembleia Legislativa interferir nessa questão, com sua força política, com o apoio que tem e terá da Secretaria Estadual do Meio Ambiente que é parceira, pelo que tem feito e demonstrado de forma efetiva, realizando estudos, levantando dados, mantendo contatos e mostrando resultados concretos aos órgãos nacionais competentes. Disse que a Comissão de Assuntos Municipais iria oficiar a esses órgãos, requerendo respostas, informações e providências; que deverá perguntar o que está sendo feito, quando e como será feito e o motivo de certas providências ainda não terem sido tomadas. Declarou que, em um segundo momento, logo após o encaminhamento dos ofícios, buscar o agendamento de um contato efetivo com os órgãos responsáveis: ANA, ANATEL, IBAMA e OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA. Sugeriu que se formasse uma Comissão Especial, a ser integrada por lideranças locais e regionais, por ativistas ambientais, por técnicos e por parlamentares, para se deslocar até Brasília e lá debater o problema com quem de fato decide ou que, pelo menos, tenha a competência para isso, e também fazer as cobranças que se fizerem necessárias. Ressaltou a importância de se manter a vigilância e até compor um Grupo de Trabalho que monitore, de forma permanente, essa questão, valendo- se da assessoria da própria Comissão de Assuntos Municipais para organizar isso. Explicou que não adianta manter um ou dois contatos, ir até Brasília e, depois, deixar o assunto morrer. Enfatizou que o acompanhamento e a ação precisam ser constantes e organizadas, caso contrário nada irá acontecer nem mudar. A formação desse Grupo de Trabalho Permanente é, portanto, um dos encaminhamentos dados por esta audiência pública. Informou que o Fernando já lhe passou alguns contatos e que, mais tarde, irá providenciar na concretização dessa relação, definindo exatamente quais são os órgãos que devem ser procurados e quem são as pessoas responsáveis. Com relação às outras questões, que dizem respeito mais ao funcionamento do Parque Estadual e daquilo que possa ser estabelecido com foco no turista e seu bem estar, fez um pedido à Secretaria Estadual do Meio Ambiente para que buscasse estruturar isso da forma mais ágil possível. Lembrou que o Turismo é uma atividade geradora de emprego e renda; que é a indústria que mais cresce no mundo, sem chaminé, devendo, portanto, ser incentivada e ter seus instrumentos de manejo facilitados. Disse conhecer bem o tema, porque é natural da Região Missioneira, onde o Turismo igualmente tenta se potencializar como agente propulsor de progresso, mas que encontra empecilhos diversos, principalmente da burocracia de órgãos estatais. Reconheceu que existe toda uma legislação que precisa ser respeitada, mas que também o bom senso e a agilidade, por parte dos agentes públicos, devem prevalecer, o que será bom para todos. Desejou que se fizessem os encaminhamentos necessários, no sentido de se ter uma estruturação melhor no Parque Estadual do Turvo. O Sr. Paulo Azeredo , da FAMURS, ofereceu-se para fazer parte dessa Comissão Especial ou Grupo de Trabalho Permanente, como forma de colaboração em todo esse processo de grande importância para o Rio Grande. Saudou o pessoal da SEMA, lembrando que estarão segunda-feira, dia 12, na Província de Missiones e que lá vão encontrar água para beber. Disse que lá tem tudo, infraestrutura completa; que do lado de cá falta tudo, atola caminhão e outros problemas. Repetiu que isso não está certo. Recomendou que se formasse um Conselho naquele exato momento, inclusive, quem sabe, para visitar a província de Missiones também, juntamente com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Asseverou que a FAMURS é parceira nessa luta em defesa do Salto do Yucumã. Ressaltou o imenso potencial da região, hoje desperdiçado em consequência do descaso daqueles que foram responsáveis pela liberação da Usina. Pregou que os entraves burocráticos precisam ser quebrados e que conta com o potencial da Assembleia Legislativa para impor um ordenamento em tudo isso. O Deputado Eduardo Loureiro parabenizou o pessoal da região pela mobilização e engajamento demonstrados, considerando de fundamental importância essa articulação toda, única forma de se alcançar as mudanças e os encaminhamentos positivos que todos desejam. O Sr. Marcos Cesar Giacomini , prefeito de Redentora e presidente do Consórcio da Rota do Yucumã, responsável principal pela realização da audiência pública, DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 32 informou que o Sr. Felipe Sturmer tem em mãos cópias daquele primeiro estudo que foi feito, sob encomenda da Rota do Yucumã, o qual foi protocolado junto a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, ficando disponível para quem o desejar. O Deputado Eduardo Loureiro salientou, então, que são dois estudos na verdade, um do Consórcio da Rota do Yucumã e outro da SEMA, ambos comprovando os efeitos negativos da Usina da Foz do Chapecó naquele maravilhoso ponto turístico de nosso Estado, os quais serão utilizados na hora de se argumentar perante os órgãos federais responsáveis. Por fim, o Deputado Eduardo Loureiro, presidente da Comissão de Assuntos Municipais e da Audiência Pública, agradeceu a todos e deu por encerrados os trabalhos. O inteiro teor foi gravado, passando o arquivo de áudio a integrar o acervo documental desta reunião. E, para constar, eu, Filipe Madsen Etges, na qualidade de Secretário da Comissão, lavrei a presente ata, que, após aprovada, será assinada pelo presidente da Audiência, também presidente da Comissão de Assuntos Municipais, e por mim.

Deputado Eduardo Loureiro (PDT) Presidente da Comissão de Assuntos Municipais.

Filipe Madsen Etg Secretário da Comissão de Assuntos Municipais

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Comissão de Segurança e Serviços Públicos

ATA Nº43

Ao primeiro dia do mês de dezembro do ano de dois mil e dezesseis, no horário regimental, na Sala Maurício Cardoso, quarto andar do Palácio Farroupilha, sede da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a Comissão de Segurança e Serviços Públicos (CSSP) realizou reunião ordinária, sob a Presidência do Excelentíssimo Deputado Nelsinho Metalúrgico. Estiveram presentes os Excelentíssimos senhores deputados João Reinelli, Bombeiro Bianchini, Miriam Marroni, Juliano Roso e Juliana Brizola membros titulares da Comissão. Na Leitura do Expediente, em Proposições Recebidas, registrou o recebimento das seguintes proposições: 1) Projeto de Lei 196/2015, do deputado Enio Bacci, que determina a comunicação, por parte dos hospitais, clínicas e postos de saúde que integram as redes pública e privada de saúde do Estado, das ocorrências envolvendo embriaguez ou consumo de drogas por criança ou adolescente, na forma que especifica. Processo nº 20444.01.00/15-7; 2) Projeto de Lei 470/2015, do deputado(a) Vinicius Ribeiro, que institui a Política Estadual de Coleta, Tratamento e Reciclagem de Óleo e Gordura de Origem Vegetal ou Animal. Processo nº 20974.01.00/15-3; 3 ) Projeto de Lei 14/2016, da deputada Manuela d´Ávila, que institui a Política Estadual de Combate, Controle, Prevenção e Erradicação de Doenças Transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti no Estado do Rio Grande do Sul, e dá outras providências. Processo nº 20041.01.00/16-4; 4) Projeto de Lei 97/2016, do Poder Judiciário, que dispõe sobre alterações na Lei nº 14.634, de 15 de dezembro de 2014, que instituiu a Taxa Única de Serviços Judiciais, e dá outras providências. Processo nº 20265.01.00/16-5 e 5) Projeto de Lei 195/2016, do Poder Judiciário, que dispõe DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 33 sobre os emolumentos dos serviços notariais e de registro, altera o Selo Digital de Fiscalização Notarial e Registral, o Fundo Notarial e Registral e dá outras providências. Processo nº 20547.01.00/16-1. Em Conhecimento de Matérias da Alçada da Comissão foi lido: 1) Requerimentos Diversos 208/2016, da Caixa Econômica Federal, que notifica crédito de recursos financeiros do orçamento geral da união, sob bloqueio, na conta vinculada ao Termo de Compromisso 0350.834-71 e comunica a extinção dos contratos de repasse 799374/2013/MS/CAIXA, 794815/2013/MS/CAIXA, 805084/2014, 805156/2014 e 805385/2014, por vencimento de cláusulas suspensivas. Processo nº 20659.01.00/16-7. Não havendo quórum regimental para a Ordem do Dia, o presidente Nelsinho Metalúrgico anunciou os Assuntos Gerais e colocou a palavra à disposição dos parlamentares, passando a palavra ao deputado Bombeiro Bianchini, que comunicou à Comissão que na última sexta-feira, tinha havido uma grande Audiência Pública na cidade de , promovida pela Câmara de Vereadores de Alegre e , para tratar da situação de segurança pública na região, relatou a preocupação de todas as autoridades em função da precariedade, causando um pavor muito grande na população pela insegurança, principalmente nas propriedades rurais onde a incidência de abigeato é muito grande e informou, também, que na segunda-feira próxima, São Vicente do Sul estaria promovendo uma Audiência Pública também com o tema de segurança pública. Com a palavra, o presidente Nelsinho Metalúrgico disse que de fato havia um clamor em todo o Estado do RS por conta da crise na segurança pública e que estava insuportável o descaso do Governador em relação a essa situação, que talvez essa fosse a grande marca deixada pelo Governo Sartori: a população acuada. E, nada mais havendo a tratar, o presidente Nelsinho Metalúrgico encerrou a reunião às nove horas e trinta e cinco minutos e eu, secretária, lavrei a presente ata, que vai assinada por ambos, sendo publicada nos termos regimentais.

Deputado Nelsinho Metalúrgico, Presidente,

Mariana Abascal, Secretária da Comissão, em substituição.

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Comissão de Segurança e Serviços Públicos DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. PRO 34

ATA Nº45

Aos oito dias do mês de dezembro de dois mil e dezesseis, no horário regimental, na Sala Maurício Cardoso, Palácio Farroupilha, sede da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a Comissão de Segurança e Serviços Públicos (CSSP) deixou de realizar sua reunião ordinária, por falta de Quorum, nos termos do art. 59 do Regimento Interno desta Casa. E para constar, eu, Secretária da Comissão, lavrei a presente ata, que vai assinada pelo Deputado Nelsinho Metalúrgico, e por mim.

Deputado Nelsinho Metalúrgico, Presidente da Comissão.

Mariana Abascal Secretária da Comissão, em substituição. 54ª Legislatura 3ª Sessão Legislativa

ANO LXXIV - PORTO ALEGRE - QUARTA-FEIRA, 1º DE MARÇO DE 2017 - Nº 11471

CADERNO DE ATOS ADMINISTRATIVOS ______

Atos da Superintendência Administrativa e Financeira ______

GESTÃO DE PESSOAS ______

O SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 5º da Resolução de Mesa n.º 451/01, fundamentada no artigo 30, XII, da Resolução n.º 2.288/91 (Regimento Interno da Assembleia Legislativa), resolve publicar os seguintes atos:

DESIGNAÇÃO - ROBERTO SILVA PESCE, identidade funcional n.º 2602164, para exercer a função de Chefe de Gabinete, padrão 6XFG(FGPL-8), na vaga n.º 805105000033, deixada por Mara Regina Peres De Souza, identidade funcional nº 3468704, no setor Gabinete Parlamentar - Dep. Luís Augusto Lara. Processo n.º 000002498-01.00/17-5. - RUY ANTONIO DE FREITAS, identidade funcional n.º 1008528, para exercer a função de Assessor Superior II (D/A), padrão 6XFG(FGPL-7), na vaga n.º 805091000038, deixada por recomposição da vaga de Ivone Alves Da Silva, identidade funcional nº 3789101 e Ruy Antonio de Freitas, identidade funcional n.º 1008528, no setor Gabinete Parlamentar - Dep. Marcelo Moraes. Processo n.º 000002390-01.00/17-5.

DESIGNAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO - LEONARDO ZANDONA (efetivo), identidade funcional n.º 3473627, para exercer a função gratificada de Coordenador, padrão FGPL-11, na vaga n.º 805130000040, na Divisão de Protocolo e Arquivo/DL/SAF, durante o impedimento da titular Eliane Chimendes Maciel, identidade funcional n.º 3463583, no período de férias de: 01-03-17 a 16-03-17. Processo n.º 000002532-01.00/17-6

DISPENSA - ROBERTO SILVA PESCE (troca de função), identidade funcional nº 2602164, da função gratificada de Assessor Superior II (D/A), padrão 6XFG(FGPL-7), da vaga nº 805091000099, do setor Coordenadoria da Bancada do PTB. Processo nº 000002495-01.00/17-7. - RUY ANTONIO DE FREITAS (troca de função), identidade funcional nº 1008528, da função gratificada de Assessor VI (D/A), padrão FGPL-10, da vaga nº 805076000151, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Marcelo Moraes. Processo nº 000002389-01.00/17-8. DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. ADM 2

EXONERAÇÃO - DANIELA MACHADO, identidade funcional n.º 3468089, do cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, da vaga n.º 805076000352, do setor Coordenadoria da Bancada do PTB, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002514-01.00/17-8. - GETULIO DE FIGUEIREDO SILVA, identidade funcional n.º 3462722, do cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, da vaga n.º 805076000357, do setor Coordenadoria da Bancada do PTB, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002521-01.00/17-1. - IVONE ALVES DA SILVA, identidade funcional n.º 3789101, do cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, da vaga n.º 805076000152, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Marcelo Moraes, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002378-01.00/17-3. - JOSE ANTONIO CONTI, identidade funcional n.º 3461840, do cargo em comissão de Assessor V, padrão CCPL-6, da vaga n.º 805070000010, do setor Coordenadoria da Bancada do PTB, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002522-01.00/17-4. - JUAREZ PORTELLA, identidade funcional n.º 4238699, do cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, da vaga n.º 805061000447, do setor Liderança Partidária do PTB, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002280-01.00/17-5. - LARISSA MONTEIRO SILVEIRA, identidade funcional n.º 3472884, do cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, da vaga n.º 805076000017, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Álvaro Boessio, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002469-01.00/17-2. - LUIZ CEZAR DA CUNHA LOPES, identidade funcional n.º 4373910, do cargo em comissão de Assessor Superior II (D/A), padrão 6XCC(FGPL-7), da vaga n.º 805091000037, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Catarina Paladini, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002465-01.00/17-1. - MÁRCIA FERNANDES DA SILVA MENDES, identidade funcional n.º 3541924, do cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, da vaga n.º 805061000098, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Miriam Marroni, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002410-01.00/17-9. - MARIA ANDREIA CHAVES DOS SANTOS LERMEN, identidade funcional n.º 3793362, do cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, da vaga n.º 805061000304, do setor Coordenadoria da Bancada do PTB, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002515-01.00/17-0. - MARTA REGINA DE MORAES, identidade funcional n.º 4286600, do cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, da vaga n.º 805076000517, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Marcelo Moraes, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002376-01.00/17-8. - PAULO ROBERTO PAZ ORTIZ, identidade funcional n.º 1891561, do cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, da vaga n.º 805061000033, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Ronaldo Santini, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002463-01.00/17-6. - RENÊ MAURÍCIO SUTTON BARBACHAN, identidade funcional n.º 3111245, do cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, da vaga n.º 805061000306, do setor Coordenadoria da Bancada do PTB, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002516-01.00/17-3. - VIVIANE ELIETE DREHER, identidade funcional n.º 3561275, do cargo em comissão de Assessor IV, padrão CCPL-5, da vaga n.º 805065000035, do setor Comis. de Finanças, Planej., Fiscaliz. e Controle, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002525-01.00/17-2. DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. ADM 3

EXONERAÇÃO (troca de cargo) - ANA LIGIA GIL ESPUNY, identidade funcional n.º 3855015, do cargo em comissão de Assessor Superior II, padrão 6XCC(FGPL-7), da vaga n.º 805090000027, do setor Coordenadoria da Bancada do PSB. Processo n.º 000002472-01.00/17-5. - ANA LÚCIA NASCIMENTO REIS, identidade funcional n.º 4291182, do cargo em comissão de Chefe de Gabinete, padrão 6XCC(FGPL-8), da vaga n.º 805105000048, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Pedro Pereira. Processo n.º 000002491-01.00/17-6. - ANDRE LUIS BOEIRA PALACIO, identidade funcional n.º 3465390, do cargo em comissão de Chefe de Gabinete de Líder, padrão 6X CC(FGPL-8), acrescido de gratificação de representação de 15%, da vaga n.º 805110000017do setor Liderança Partidária do PSDB. Processo n.º 000002502-01.00/17-0. - EBER LUIZ TORRES HOFFMANN, identidade funcional n.º 3470830, do cargo em comissão de Coordenador-Geral de Bancada, padrão 6XCC(FGPL-8), acrescido de 15% de verba de representação, da vaga n.º 805135000008, do setor Coordenadoria da Bancada do PSDB. Processo n.º 000002499-01.00/17-8. - EVANIR FONSECA HAMMES BARZ, identidade funcional n.º 3820505, do cargo em comissão de Assessor I (D/A), padrão CCPL-2, da vaga n.º 805051000320, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Luís Augusto Lara. Processo n.º 000002128-01.00/17-8. - GERALDO SANDRI, identidade funcional n.º 4376757, do cargo em comissão de Assessor I (D/A), padrão CCPL-2, da vaga n.º 805051000298, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Silvana Covatti. Processo n.º 000002265-01.00/17-5. - GIOVANI AUGUSTO SPIELMANN, identidade funcional n.º 3523225, do cargo em comissão de Assessor Superior II (D/A), padrão 6XCC(FGPL-7), da vaga n.º 805091000009, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Ronaldo Santini. Processo n.º 000002462-01.00/17-3. - MARA REGINA PERES DE SOUZA, identidade funcional n.º 3468704, do cargo em comissão de Chefe de Gabinete, padrão 6XCC(FGPL-8), da vaga n.º 805105000033, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Luís Augusto Lara. Processo n.º 000002489-01.00/17-6. - NADIR INÁCIO HERMES, identidade funcional n.º 3787702, do cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, da vaga n.º 805061000149, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Marcelo Moraes. Processo n.º 000002387-01.00/17-2. -OSEIAS DOS REIS FRISKI, identidade funcional n.º 3466850, do cargo em comissão de Assessor Superior II, padrão 6XCC(FGPL-7), da vaga n.º 805090000030, do setor Coordenadoria da Bancada do PTB. Processo n.º 000002381-01.00/17-6. - PAULO HENRIQUE DOS SANTOS FELTRIN, identidade funcional n.º 3745910, do cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, da vaga n.º 805061000003, do setor Gabinete Parlamentar - Dep. Maurício Dziedricki. Processo n.º 000002349-01.00/17-0. - ROBINSON TOMAS PADILHA BORGES, identidade funcional n.º 3529614, do cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, da vaga n.º 805076000358, do setor Coordenadoria da Bancada do PTB. Processo n.º 000002379-01.00/17-6. - RODRIGO WALTRICK RIBAS, identidade funcional n.º 2872277, do cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, da vaga n.º 805076000242, do setor Comis. de Finanças, Planej., Fiscaliz. e Controle, a contar de 01/03/2017. Processo n.º 000002488-01.00/17-3. DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. ADM 4

NOMEAÇÃO (em substituição) - TANIA MARIA LAMBERTI SILVEIRA, identidade funcional nº 3467139, para exercer o cargo em comissão de Assessor Superior II (D/A), padrão 6XCC(FGPL-7), na vaga nº 805091000071, durante o impedimento do(a) titular Roseana Fasolo de Oliveira, identidade funcional nº 3468186 (comissionado), no setor Coordenadoria da Bancada do PP, no período de Licença-Prêmio, de: 01/03/2017 a 29/05/2017. Processo nº 000002189-01.00/17-1.

NOMEAÇÃO (ingresso) - CLAUDIO LUIS PEREIRA MARQUIORI, identidade funcional n.º 3549801, para exercer o cargo em comissão de Assessor I (D/A), padrão CCPL-2, na vaga n.º 805051000012, por desdobramento do cargo deixado por Paulo Roberto de Avila Silva, identidade funcional nº 3473260, no setor Gabinete Parlamentar - Dep. Adão Villaverde. Processo n.º 000002307-01.00/17-8. - FERNANDO MULLER PIRES, identidade funcional n.º 3519961, para exercer o cargo em comissão de Assessor Superior II, padrão 6XCC(FGPL-7), na vaga n.º 805090000027, deixada por Ana Ligia Gil Espuny, identidade funcional nº 3855015, no setor Coordenadoria da Bancada do PSB. Processo n.º 000002477-01.00/17-9. - JOSÉ CLÁUDIO FERREIRA MARTINS (adido), identidade funcional n.º 2622327, para exercer o cargo em comissão de Assessor IV (D/A), padrão FGPL-5, na vaga n.º 805065000015, deixada por Ronan Dannenberg Martins, identidade funcional n.º 4265360, na Superintendência de Comunicação e Cultura . Processo n.º 000000375-01.00/17-0. (ingresso)

NOMEAÇÃO (troca de cargo) - ANA LIGIA GIL ESPUNY, identidade funcional n.º 3855015, para exercer o cargo em comissão de Assessor Superior II (D/A), padrão 6X CC(FGPL-7), na vaga n.º 805091000037, deixada por Luiz Cezar da Cunha Lopes, identidade funcional nº 4373910, no setor Gabinete Parlamentar - Dep. Catarina Paladini. Processo n.º 000002470-01.00/17-0. - ANA LÚCIA NASCIMENTO REIS, identidade funcional n.º 4291182, para exercer o cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, na vaga n.º 805061000339, por desdobramento do cargo deixado por Magali Cristina Beckmann, identidade funcional nº 3469697, no setor Coordenadoria da Bancada do PSDB. Processo n.º 000002494-01.00/17-4. - ANDRE LUIS BOEIRA PALACIO, identidade funcional n.º 3465390, para exercer o cargo em comissão de Coordenador-Geral de Bancada, padrão 6X CC(FGPL-8), acrescido de gratificação de representação de 15%, na vaga n.º 805135000008, deixada por Eber Luiz Torres Hoffmann, identidade funcional nº 3470830, no setor Coordenadoria da Bancada do PSDB. Processo n.º 000002504-01.00/17-6. - EBER LUIZ TORRES HOFFMANN, identidade funcional n.º 3470830, para exercer o cargo em comissão de Chefe de Gabinete, padrão 6X CC(FGPL-8), na vaga n.º 805105000048, deixada por Ana Lúcia Nascimento Reis, identidade funcional nº 4291182, no setor Gabinete Parlamentar - Dep. Pedro Pereira. Processo n.º 000002501-01.00/17-8. - EVANIR FONSECA HAMMES BARZ, identidade funcional n.º 3820505, para exercer o cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, na vaga n.º 805061000214, deixada por Mauro de Sousa Gomes, identidade funcional nº 2989328, no setor Gabinete Parlamentar - Dep. Luís Augusto Lara. Processo n.º 000002129-01.00/17-0. - GERALDO SANDRI, identidade funcional n.º 4376757, para exercer o cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, na vaga n.º 805061000197, deixada por Sidiclei Angelo Amaral de Matos, DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. ADM 5

identidade funcional nº 4241517, no setor Gabinete Parlamentar - Dep. Silvana Covatti. Processo n.º 000002261-01.00/17-4. - GIOVANI AUGUSTO SPIELMANN, identidade funcional n.º 3523225, para exercer o cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, na vaga n.º 805076000033, por aglutinação dos cargos deixados por Paulo Roberto Paz Ortiz, identidade funcional nº 1891561, e por Vilson Pietroski, identidade funcional nº 3783189, no setor Gabinete Parlamentar - Dep. Ronaldo Santini. Processo n.º 000002464- 01.00/17-9. - MARA REGINA PERES DE SOUZA, identidade funcional n.º 3468704, para exercer o cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, na vaga n.º 805076000242, deixada por Rodrigo Waltrick Ribas, identidade funcional nº 2872277, no setor Comis. de Finanças, Planej., Fiscaliz. e Controle. Processo n.º 000002492-01.00/17-9. - NADIR INÁCIO HERMES, identidade funcional n.º 3787702, para exercer o cargo em comissão de Assessor Superior II, padrão 6X CC(FGPL-7), na vaga n.º 805090000030, deixada por Oseias dos Reis Friski, identidade funcional nº 3466850, no setor Coordenadoria da Bancada do PTB. Processo n.º 000002388-01.00/17-5. - OSEIAS DOS REIS FRISKI, identidade funcional n.º 3466850, para exercer o cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, na vaga n.º 805076000358, deixada por Robinson Tomas Padilha Borges, identidade funcional nº 3529614, no setor Coordenadoria da Bancada do PTB. Processo n.º 000002382-01.00/17-9. - PAULO HENRIQUE DOS SANTOS FELTRIN, identidade funcional n.º 3745910, para exercer o cargo em comissão de Assessor III (D/A), padrão CCPL-4, na vaga n.º 805061000447, deixada por Juarez Portella, identidade funcional nº 4238699, no setor Liderança Partidária do PTB. Processo n.º 000002348- 01.00/17-8. - ROBINSON TOMAS PADILHA BORGES, identidade funcional n.º 3529614, para exercer o cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, na vaga n.º 805076000517, deixada por Marta Regina de Moraes, identidade funcional nº 4286600, no setor Gabinete Parlamentar - Dep. Marcelo Moraes. Processo n.º 000002380-01.00/17-3. - RODRIGO WALTRICK RIBAS, identidade funcional n.º 2872277, para exercer o cargo em comissão de Assessor VI (D/A), padrão CCPL-10, na vaga n.º 805076000352, deixada por Daniela Machado, identidade funcional nº 3468089, no setor Coordenadoria da Bancada do PTB. Processo n.º 000002542-01.00/17-8.

Ricieri Dalla Valentina Junior

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SÚMULAS ______

SÚMULA DO QUINTO TERMO ADITIVO

CONTRATANTE: Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. CONTRATADA: CP Eletrônica Ltda. PROCESSO N.º: 6070-0100/12-5 CONTRATO N.º: 9/2013 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quarta-feira, 1º de março de 2017. ADM 6

OBJETO: O Contrato tem por objeto a prestação de serviços de manutenção preventiva e corretiva, sem fornecimento de peças, em 7 (sete) equipamentos estabilizadores de energia elétrica de 50kVA e 1 (um) No Break de 30kVA, que atendem toda a rede de informática da CONTRATANTE. SÚMULA: Por este Aditivo é prorrogada a vigência do Contrato por até 12 meses, contados do dia 01-03- 2017, ficando desde já ajustada a rescisão contratual antecipada, sem ônus e a critério da CONTRATANTE, quando findo o processo para aquisição dos novos equipamentos; e em virtude do ato administrativo que autorizou o reajuste do preço mensal, consoante a cláusula sétima, o caput da cláusula sexta é alterado, vigorando a partir de 01-03-2017 com o preço mensal de R$ 450,21. DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA: As despesas decorrentes do presente Quinto Termo Aditivo correm por conta da Função 01 – LEGISLATIVA, Subfunção 0031 – AÇÃO LEGISLATIVA, Atividade 6351 – APOIO ADMINISTRATIVO E QUALIFICAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DA AL, Subtítulo 005 – AÇÕES DE INFORMÁTICA, Elemento 3.3.90.39 – OUTROS SERVIÇOS DE TERCEIROS – PESSOA JURÍDICA. Porto Alegre, 1.º de março de 2017.

Ricieri Dalla Valentina Junior, Superintendente Administrativo e Financeiro. ______