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AUTARQUIAS LOCAIS Legislação Nacional

Lisboa Janeiro de 2015

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AUTARQUIAS LOCAIS

Legislação Nacional

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Título do dossier: AUTARQUIAS LOCAIS – LEGISLAÇÃO NACIONAL

Compilação e pesquisa efetuada por: Lisete Gravito

Colaboradores: Teresa Xavier

Coleção Legislação n.º: 14

Data de publicação: janeiro 2015

Autarquias Locais - Legislação Nacional

ÍNDICE

Nota ...... 15

Reorganização administrativa territorial autárquica ...... 17

Lei n.º 142/85, de 18 de novembro Lei quadro da criação de Municípios ...... 19

Alterada por: . Lei n.º 124/97, de 27 de novembro . Lei n.º 32/98, de 18 de julho . Lei n.º 48/99, de 16 de junho

Lei n.º 48/99, de 16 de junho Estabelece o regime de instalação de novos municípios ...... 23

Lei n.º 22/2012, de 30 de maio Aprova o regime jurídico da reorganização administrativa territorial autárquica .... 27

Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro Reorganização administrativa do território das ...... 39

Retificada por: . Declaração de retificação n.º 19/2013, 28 de março

Lei n.º 81/2013, de 6 de dezembro Transição das freguesias no âmbito da reorganização administrativa operada pelas Leis n.os 56/2012, de 8 de novembro, e 11-A/2013, de 28 de janeiro ...... 189

Despacho n.º 11540/2013, de 5 de setembro Aprova a tabela de designação simplificada das Freguesias ...... 190

Competências ...... 241

Lei n.º 2/87, de 8 de janeiro Obrigatoriedade de consulta prévia às câmaras municipais para autorização e licenciamento de jogos de perícia, máquinas de diversão e outras diversões públicas ...... 243

Lei n.º 169/99, de 18 de setembro Estabelece o quadro de competências, assim como, o regime de funcionamento, dos órgãos dos municípios e das freguesias ...... 245

Alterada por: . Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro . Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro . Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro . Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro

5 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 47/2005, de 29 de agosto Estabelece o regime de gestão limitada dos órgãos das autarquias locais e seus titulares ...... 257

Lei n.º 8/2009, de 18 de fevereiro Cria o regime jurídico dos conselhos municipais de juventude ...... 259

Alterada por: . Lei n.º 6/2012, de 10 de fevereiro

Lei n.º 20/2009, de 12 de maio Estabelece a transferência de atribuições para os municípios do continente em matéria de constituição e funcionamento dos gabinetes técnicos florestais, bem como outras no domínio da prevenção e da defesa da floresta ...... 265

Lei n.º 86/2009, de 28 de agosto Autoriza o Governo a estabelecer o regime jurídico da estrutura e organização dos serviços da administração autárquica, revogando o Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 de abril ...... 267

Lei n.º 49/2012, de 29 de agosto Procede à adaptação à administração local da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, alterada pelas Leis n.os 51/2005, de 30 de agosto, 64-A/2008, de 31 de dezembro, 3-B/2010, de 28 de abril, e 64/2011, de 22 de dezembro, que aprova o estatuto do pessoal dirigente dos serviços e organismos da administração central, regional e local do Estado ...... 269

Alterada por: . Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro

Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro Estabelece o regime jurídico das autarquias locais, aprova o estatuto das entidades intermunicipais, estabelece o regime jurídico da transferência de competências do Estado para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais e aprova o regime jurídico do associativismo autárquico...... 277

Retificada por: . Declaração de Retificação n.º 46-C/2013, de 1 de novembro . Declaração de Retificação n.º 50-A/2013, de 11 de novembro

Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de setembro Regula a transferência para os municípios das novas competências em matéria de organização, financiamento e controlo de funcionamento dos transportes escolares, de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo 47.º da Lei n.º 42/83, de 31 de dezembro, e no Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de março ...... 325

Alterado por: . Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro . Lei n.º 13/2006, de 17 de abril . Decreto-Lei n.º 186/2008, de 19 de setembro . Decreto-Lei n.º 29-A/2011, de 1 de março . Decreto-Lei n.º 176/2012, de 2 de agosto

6 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 399-A/84, de 28 de dezembro Estabelece normas relativas à transferência para os municípios das novas competências em matéria de acção social escolar em diversos domínios ...... 333

Alterado por: . Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro

Decreto-Lei n.º 327/98, de 2 de novembro Atribui às empresas públicas municipais competência para a fiscalização do estacionamento de duração limitada ...... 337

Alterado por: . Lei n.º 99/99, de 26 de julho

Decreto-Lei n.º 260/2002, de 23 de novembro Transfere para as câmaras municipais o licenciamento de áreas de serviço que se pretende instalar na rede viária municipal ...... 339

Decreto-Lei n.º 261/2002, de 23 de novembro Confere às câmaras municipais competência para emitir parecer sobre a localização de áreas de serviço nas redes viárias regional e nacional e prevê a audição dos municípios na definição da rede rodoviária nacional e regional e utilização da via pública ...... 341

Decreto-Lei n.º 264/2002, de 25 de novembro Transfere para as câmaras municipais competências dos governos civis ...... 343

Decreto-Lei n.º 309/2002, de 16 de dezembro Regula a instalação e o financiamento de recintos de espectáculos, no âmbito das competências das câmaras municipais, em desenvolvimento do regime previsto na alínea s) do n.º 1 do artigo 13.º da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de dezembro, na alínea a) do n.º 2 do artigo 21.º da Lei n.º 159/99, de 14 de setembro, e no n.º 1 do artigo 12.º da Lei n.º 109-B/2001, de 27 de dezembro ... 345

Alterado por: . Decreto-Lei n.º 141/2009, de 16 de junho . Decreto-Lei n.º 268/2009, de 29 de setembro . Decreto-Lei n.º 48/2011, de 1 de abril . Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto

Decreto-Lei n.º 310/2002, de 18 de dezembro Regula o regime jurídico do licenciamento e fiscalização pelas câmaras municipais de actividades diversas anteriormente cometidas aos governos civis ... 351

Alterado por: . Decreto-Lei n.º 156/2004, de 30 de junho . Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de janeiro . Decreto-Lei n.º 114/2008, de 1 de julho . Decreto-Lei n.º 48/2011, de 1 de abril . Decret-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto . Lei n.º Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro

7 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro Regulamenta os conselhos municipais de educação e aprova o processo de elaboração de carta educativa, transferindo competências para as autarquias locais ...... 361

Alterado por: . Lei n.º 41/2003, de 22 de agosto . Lei n.º 6/2012, de 10 de fevereiro

Decreto-Lei n.º 115/2006, de 14 de junho Regulamenta a rede social, definindo o funcionamento e as competências dos seus órgãos, bem como os princípios e regras subjacentes aos instrumentos de planeamento que lhe estão associados, em desenvolvimento do regime jurídico de transferência de competências para as autarquias locais ...... 365

Decreto-Lei n.º 144/2008, de 28 de julho No uso da autorização legislativa concedida pelas alíneas a) a e) e h) do n.º 1 do artigo 22.º do Orçamento do Estado para 2008, aprovado pela Lei n.º 67-A/2007, de 31 de dezembro, desenvolve o quadro de transferência de competências para os municípios em matéria de educação, de acordo com o previsto no artigo 19.º da Lei n.º 159/99, de 14 de setembro ...... 379

Alterado por: . Lei n.º 3-B/2010, de 28 de abril . Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro . Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro . Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro . Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro . Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro

Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de outubro No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 86/2009, de 28 de agosto, estabelece o regime da organização dos serviços das autarquias locais ...... 385

Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro Estabelece o regime jurídico do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local ...... 389

Portaria n.º 191/2009, de 20 de fevereiro Regulamenta os procedimentos de transferência de gestão das zonas de caça nacionais para as autarquias locais ...... 395

Alterada por: . Portaria n.º 979/2009, de 1 de setembro

Portaria n.º 133/2011, de 1 de abril Aprova o regulamento para o funcionamento das zonas de caça municipais, revogando a Portaria n.º 545/2008, de 27 de junho ...... 397

Portaria n.º 254/2014, de 9 de dezembro Regulamenta o Programa de Estágios Profissionais na Administração Local ...... 401

8 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Portaria n.º 256/2014, de 10 de dezembro Fixa o montante mensal da bolsa de estágio concedida, no âmbito do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local ...... 407

Portaria n.º 265/2014, de 17 de dezembro Fixa o número máximo de estágios na edição do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local ...... 409

Associação de Municípios e Freguesias ...... 411

Lei n.º 54/98, de 18 de agosto Associações representativas dos municípios e das freguesias ...... 413

Lei n.º 175/99, de 21 de setembro Estabelece o regime jurídico comum das associações de freguesias de direito público ...... 415

Decreto-Lei n.º 68/2008, de 14 de abril Estabelece a definição das unidades territoriais para efeitos de organização territorial das associações de municípios e áreas metropolitanas, para a participação em estruturas administrativas do Estado e nas estruturas de governação do Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 (QREN) ...... 419

Alterado por: . Decreto-Lei n.º 85/2009, de 3 de abril . Lei n.º 21/2010, de 23 de agosto

Despacho n.º 18908/2000, de 19 de setembro Comete à DGAL - Direcção-Geral das Autarquias Locais a obrigação de efetuar o registo das associações de freguesias...... 427

Resolução do Conselho de Ministros nº 108/2001, de 10 de agosto Estabelece o regime da celebração de protocolo de modernização administrativa ... 429

Segurança Local ...... 433

Lei n.º 33/98, de 18 de julho Conselhos municipais de segurança ...... 435

Lei n.º 19/2004, de 20 de maio Revisão de lei quadro que define o regime e forma de cricção das policias municipais ...... 437

Lei n.º 65/2007, de 12 de novembro Define o enquadramento institucional e operacional da protecção civil no âmbito municipal, estabelece a organização dos serviços municipais de protecção civil e determina as competências do comandante operacional municipal ...... 441

Alterada por : . Decreto-Lei n.º 114/2011, 30 de novembro

9 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 39/2000, de 17 de março Regula a criação de serviços de polícia municipal ...... 447 (Revogado pelo Decreto- Lei n.º 197/2008, de 7 de outubro, salvo o Capitulo IV, “ Das carreiras de pessoal de pol ícia municipal”, e os seus anexos II, III e IV).

Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de outubro Regulamenta a Lei n.º 19/2004, de 20 de maio, estabelecendo as regras a observar na deliberação da assembleia municipal que crie, para o respectivo município, a polícia municipal, e regulando, nesse âmbito, as relações entre a administração central e os municípios ...... 453

Decreto-Lei n.º 239/2009, de 16 de setembro Estabelece os direitos e os deveres dos agentes de polícia municipal, assim como as condições e o modo de exercício das respectivas funções, regulamentando a Lei n.º 19/2004, de 20 de maio ...... 457

Portaria n.º 1463/2008, de 17 de dezembro Determina que as polícias municipais e as empresas municipais que exercem a actividade autuante e de fiscalização do Código da Estrada e legislação complementar, bem como dos regulamentos e posturas municipais de trânsito, utilizem, sempre que possível, no âmbito do exercício das suas competências, terminais electrónicos de pagamento, associados a sistemas de informação, para a cobrança das coimas resultantes da respectiva actividade ...... 461

Portaria n.º 254/2013, de 26 de abril Utilização do Sistema de Contraordenações de trânsito, gerido pela ANSR, pelas câmaras municipais, polícias municipais e empresas públicas municipais ...... 463

Alterada por : . Portaria n.º 214/2014, 16 de outubro

Portaria n.º 214/2014, de 16 de outubro Define as condições de atribuição de competências às câmaras municipais para processar e aplicar sanções nos processos contraordenacionais rodoviários por infrações ao trânsito de veículos pesados de mercadorias ou conjunto de veículos nas vias públicas sob jurisdição municipal ...... 465

Finanças Locais ...... 467

Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro Aprova a Lei das Finanças Locais. (Revogada, a partir de 1 de janeiro de 2014 pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, mantendo, no entanto, transitoriamente em vigor, nos termos do disposto no seu artigo 88.º, o anexo do presente diploma, assim como a al. a) do artigo 10.º, que se mantém em vigor até 31 de dezembro de 2017, nos termos do disposto no seu artigo 81.º) ...... 469

Alterada por: . Lei n.º 22-A/2007, de 29 de junho . Lei n.º 67-A/2007, de 31 de dezembro . Lei n.º 3-B/2010, 28 de abril . Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro . Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro . Lei n.º 22/2012, de 30 de maio . Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro . Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro

10 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Retificada por: . Declaração de Retificação n.º 14/2007, de 15 de fevereiro

Lei n.º 53-E/2006, de 29 de dezembro Aprova o regime geral das taxas das autarquias locais ...... 475

Alterada por: . Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro . Lei n.º 117/2009, de 29 de dezembro

Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro Estabelece o regime financeiro das autarquias locais e das entidades Intermunicipais ...... 479

Retificada por: . Declaração de Retificação n.º 46-B/2013, de 1 de novembro

Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto Aprova o regime jurídico da recuperação financeira municipal regulamentando o Fundo de Apoio Municipal, e procede à primeira alteração à Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto, que aprova o regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais ...... 507

Portaria n.º 200/2004, de 16 de janeiro Índices de desenvolvimento social municipal de cada NUTS III e nacional ...... 521

Contratos – Programa ...... 527

Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de dezembro. Estabelece o regime de celebração de contratos - programa de natureza sectorial ou plurissectorial no âmbito da cooperação técnica e financeira entre a administração central e um ou mais municípios, associações municipais ou empresas concessionárias destes ...... 529

Alterado por: . Decreto-Lei n.º 157/90, de 17 de maio . Decreto-Lei n.º 319/2001, de 10 de dezembro

Decreto-Lei n.º 219/95, de 30 de agosto Estabelece o regime de celebração de contratos - programa e de acordos de colaboração de natureza sectorial no âmbito da cooperação técnica e financeira entre o Estado e as freguesias ...... 533

Despacho Normativo n.º 66/88, de 9 de agosto Estabelece um regulamento para apresentação e selecção das candidaturas a contratos - programa nas áreas do saneamento básico, ambiente e recursos naturais ...... 535

Despacho Normativo n.º 184/93, de 6 de agosto Define os critérios e as prioridades de cada sector de investimento, para efeitos de apresentação e selecção de candidaturas a contratos - programa sobre edifícios sede de municípios ...... 537

11 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Despacho Normativo n.º 35/96, de 16 de setembro Reformula o Despacho Normativo n.º 184/93, de 6 de agosto que define os critérios e as prioridades de cada sector de investimento, para efeitos de apresentação e selecção de candidaturas a contratos - programa sobre edifícios sede de municípios ...... 539

ATIVIDADE EMPRESARIAL LOCAL (Regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais) ...... 541

Lei n.º 50/2012, e 31 de agosto Aprova o regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais e revoga as Leis n.os 53 -F/2006, de 29 de dezembro, e 55/2011, de 15 de novembro ...... 543

Alterada por: . Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto

Processo Eleitoral ...... 559

Lei Orgânica nº 1/2001, de 14 de agosto Lei que regula a eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais ...... 561

Alterada por: . Lei Orgânica n.º 5-A/2001, de 26 de novembro . Lei Orgânica n.º 3/2005, de 29 de agosto . Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro . Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro

Retificada por: . Declaração de Retificação n.º 20-A/2001, de 12 de outubro

Lei Orgânica nº 3/2006, de 21 de agosto Lei da paridade: estabelece que as listas para a Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais são compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos...... 597

Retificada por: . Declaração de Retificação n.º 71/2006, de 4 outubro

Lei n.º 22/99, de 21 de abril Regula a criação de bolsas de agentes eleitorais e a compensação dos membros das mesas das assembleias ou secções de voto em actos eleitorais e referendários 599

Alterada por: . Lei n.º 18/2014, de 10 de abril

Lei n.º 26/99, de 3 de maio Alarga a aplicação dos princípios reguladores da propaganda e a obrigação da neutralidade das entidades públicas à data da marcação das eleições ou do referendo ...... 601

12 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 46/2005, de 29 de agosto Estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais ...... 603 Declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros nº 10/2001, de 13 de setembro Torna públicos os países a cujos cidadãos é reconhecida capacidade eleitoral activa e passiva em nas eleições dos órgãos das autarquias locais...... 605

Eleitos Locais ...... 607

Lei n.º 29/87, de 30 de junho Estatuto dos eleitos locais ...... 609

Alterada por: . Lei n.º 97/89, de 15 de dezembro . Lei n.º 1/91, de 10 de janeiro . Lei n.º 11/91, de 17 de maio . Lei n.º 11/96, de 18 de abril . Lei n.º 127/97, de 11 de dezembro . Lei n.º 50/99, de 24 de junho . Lei n.º 86/2001, de 10 de agosto . Lei n.º 22/2004, de 17 de junho . Lei n.º 52-A/2005, de 10 de outubro . Lei n.º 53-F/2006, de 29 de dezembro

Lei n.º 64/93, de 26 de agosto Estabelece o regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos ...... 615

Alterada por: . Lei n.º 39-B/94, de 27 de dezembro . Lei n.º 28/95, de 18 de agosto . Lei n.º 12/96, de 18 de abril . Lei n.º 42/96, de 31 de agosto . Lei n.º 12/98, de 24 de fevereiro . Decreto-Lei n.º 71/2007, de 27 de março . Lei n.º 30/2008, de 10 de julho . Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro

Lei n.º 11/96, de 18 de abril Regime aplicável ao exercício do mandato dos membros das juntas de .. 619

Alterada por: . Lei n.º 169/99, de 18 de setembro . Lei n.º 87/2001, de 10 de agosto . Lei n.º 36/2004, de 13 de agosto

Lei n.º 12/98, de 24 de Fevereiro Regime de incompatibilidades e impedimentos dos autarcas ...... 621

Portaria n.º 399/88, de 23 de junho Aprova os cartões de identidade para uso dos titulares de órgãos e funcionários autárquicos ...... 623

13 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Referendo Local ...... 627

Lei Orgânica n.º 4/2000, de 24 de agosto Aprova o regime jurídico do referendo local ...... 629

Alterada por: . Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro . Lei Orgânica n.º 1/2011, 30 de novembro

Tutela Administrativa ...... 661

Lei n.º 27/96, de 1 de agosto Regime jurídico da Tutela Administrativa ...... 663

Alterada por: . Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro

Carta Europeia de Autonomia Local ...... 667 Resolução da Assembleia da República n.º 28/90, de 23 de outubro Aprovação, para ratificação, da Carta Europeia de Autonomia Local ...... 669

Decreto do Presidente da República n.º 58/90, de 23 de outubro Ratifica a Carta Europeia de Autonomia Local, aprovada, para ratificação, pela Resolução da Assembleia da República n.º 28/90, em 13 de julho de 1990 ...... 673

14 Autarquias Locais - Legislação Nacional

NOTA

Em 1993, a DILP procedeu ao levantamento da legislação relativa às autarquias locais. Dada a extensão do tema, optou-se por divulgar apenas a legislação referente à reorganização administrativa territorial autárquica, competências, associação de municípios e freguesias, segurança local, finanças locais, contratos- programa, atividade empresarial local, processo eleitoral, eleitos locais, tutela administrativa e carta europeia de autonomia local. O presente trabalho é atualizado todos os anos. A versão electrónica deste documento está disponível na Intranet da AR em: http://arnet/sites/DSDIC/DILP/DILPArquivo/Dossiers%20de%20Informação/A utarquiasLocais_LN.pdf

15 Autarquias Locais - Legislação Nacional

16

Reorganização administrativa territorial autárquica

Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 142/85, de 18 de Novembro b) A área da futura circunscrição Lei quadro da criação de municípios municipal cuja criação é pretendida (Com as alterações introduzidas pelas Leis n. os será superior a 500 km2; 124/97, de 27 de novembro, 32/98, de 18 de c) Existência de um aglomerado julho e 48/99, de 16 de junho) populacional contínuo que conte com um número mínimo de 5000 eleitores; A Assembleia da República decreta, nos d) Posto de assistência médica com termos da alínea d) do artigo 164.º e do n.º 2 serviço de permanência; do artigo 169.º da Constituição, o seguinte: e) Farmácia; f) Casa de espectáculos; Artigo 1.º g) Transportes públicos colectivos; Objecto h) Estação dos CTT; i) Instalações de hotelaria; Constitui objecto da presente lei o j) Estabelecimentos de ensino estabelecimento do regime da criação de preparatório e secundário; municípios, na sequência dos princípios l) Estabelecimentos de ensino pré- constantes da Lei n.º 11/82, de 2 de Junho, primário e infantário; sobre o regime de criação e extinção das m) Corporação de bombeiros; autarquias locais e de determinação da categoria n) Parques e jardins públicos; das povoações. o) Agência bancária.

2 - A criação de novos municípios em áreas Artigo 2.º com densidade populacional que, calculada com Factores de decisão base na relação entre os eleitores e a área dos

municípios de origem, for igual ou superior a A Assembleia da República, na apreciação 100 eleitores por quilómetro quadrado e inferior das iniciativas que visem a criação, extinção e a 200 eleitores por quilómetro quadrado deverá modificação de municípios, deverá ter em conta: ter em conta a verificação cumulativa dos a) A vontade das populações abrangidas, seguintes requisitos: expressa através dos órgãos a) Na área da futura circunscrição autárquicos representativos, municipal, o número de eleitores nela consultados nos termos do artigo 5.º residentes será superior a 12000; desta lei; b) A área da futura circunscrição cuja b) Razões de ordem histórica e cultural; criação é pretendida será superior a c) Factores geográficos, demográficos, 150 km2; eco-nómicos, sociais, culturais e c) Existência de um aglomerado administrativos; populacional contínuo que conte com d) Interesses de ordem nacional e um número mínimo de 5000 eleitores; regional ou local em causa. d) Posto de assistência médica com

serviço de permanência; Artigo 3.º e) Farmácia; Condicionante financeira f) Casa de espectáculos;

g) Transportes públicos colectivos; Não poderá ser criado nenhum município se h) Estação dos CTT; se verificar que as suas receitas, bem como as i) Instalações de hotelaria; do município ou municípios de origem, não são j) Estabelecimentos de ensino suficientes para a prossecução das atribuições preparatório e secundário; que lhe estiverem cometidas. l) Estabelecimentos de ensino pré-

primário e infantário; Artigo 4.º m) Corporação de bombeiros; Requisitos geodemográficos n) Parques e jardins públicos;

o) Agência bancária. 1 - A criação de novos municípios em áreas de densidade populacional, calculada com base 3 - A criação de municípios em áreas com na relação entre os eleitores e a área dos densidade populacional, calculada com base na municípios de origem, inferior a 100 eleitores relação entre o número de eleitores e a área dos por quilómetro quadrado deverá ter em conta a municípios de origem, igual ou superior a 200 verificação cumulativa dos seguintes requisitos: eleitores por quilómetro quadrado e inferior a 500 eleitores por quilómetro quadrado deverá a) Na área da futura circunscrição ter em conta a verificação cumulativa dos municipal, o número de eleitores nela seguintes requisitos: residentes será superior a 10000;

19 Autarquias Locais - Legislação Nacional

a) Na área da futura circunscrição 5 - O novo município a criar deve ter municipal, o número de eleitores nela fronteira com mais de um município, caso não residentes será superior a 12000; seja criado junto à orla marítima ou à fronteira b) A área da futura circunscrição cuja com país vizinho, e ser geograficamente criação é pretendida será superior a 30 contínuo. km2; c) Existência de um aglomerado Artigo 5.º populacional contínuo que conte com Consultas prévias um número mínimo de 5000 eleitores residentes; 1 - O projecto ou proposta de lei de criação d) Posto de assistência médica com de nove município deverá obter parecer serviço de permanência; favorável das assembleias das freguesias a e) Farmácia; integrar no novo município f) Casa de espectáculos; 2 - Os municípios em que se integrem as g) Transportes públicos colectivos; freguesias referidas no número anterior serão h) Estação dos CTT; ouvidos nos termos da alínea d) do artigo 3.º da i) Instalações de hotelaria; Lei n.º 11/82, de 2 de Junho. j) Estabelecimentos de ensino 3 - Para efeito de observância do disposto preparatório e secundário; nos números anteriores, a Assembleia da l) Estabelecimentos de ensino pré- República ou o Governo, conforme o caso, primário e infantário; ouvirão os órgãos das autarquias interessadas, m) Corporação de bombeiros; que se pronunciarão no prazo de 60 dias. n) Parques e jardins públicos; 4 - As deliberações a que respeitam as o) Agência bancária. consultas de que trata este artigo são tomadas pela maioria absoluta do número de membros 4 - A criação de municípios em áreas de em efectividade de funções nos respectivos densidade populacional, calculada com base na órgãos. relação entre o número de eleitores e a área dos municípios de origem, igual ou superior a 500 Artigo 6.º eleitores por quilómetro quadrado deverá ter em Proibição temporária da criação de conta a verificação cumulativa dos seguintes municípios requisitos:

a) Na área da futura circunscrição 1 - É proibido criar, extinguir ou modificar municipal, o número de eleitores nela territorialmente municípios nos 6 meses residentes será superior a 30000; anteriores ao período em que legalmente devam b) A área da futura circunscrição cuja realizar-se eleições gerais para qualquer órgão criação é pretendida será superior a 24 de soberania, das regiões autónomas e do poder km2; ( Alterada pela Lei n.º 32/98, de local. 18 de julho) 2 - No caso de eleições intercalares, a c) Existência de um centro urbano, proibição prevista no número anterior abrange constituído em aglomerado contínuo, todo o período posterior ao facto que as com um número mínimo de 10000 determinar até à realização do acto eleitoral e, eleitores residentes e contando com os tratando-se de órgãos da região autónoma ou do seguintes equipamentos colectivos: poder local, reporta-se apenas a municípios envolvidos no processo de criação, extinção ou Posto médico com serviço modificação territorial. permanente; Farmácia; Artigo 7.º Mercado; Abertura e instrução do processo Casa de espectáculos; Transportes públicos colectivos; 1 - Admitidos o projecto ou proposta de lei, o Estação dos CTT; Presidente da Assembleia da República, tendo Instalações de hotelaria; em vista o que se dispõe nos artigos 2.º e 4.º da Estabelecimentos de ensino presente lei, ordenará a instauração do processo preparatório e secundário; no âmbito da respectiva comissão parlamentar. Estabelecimentos de ensino pré- 2 - A abertura nos termos do número anterior primário; será comunicada ao Governo, para que este, nos Creche-infantário; 90 dias seguintes, forneça à Assembleia da Corporação de bombeiros; República, sob a forma de relatório, os Agência bancária; elementos susceptíveis de instrução do processo Parque e jardim público; de acordo com o que se dispõe nesta lei. Recinto desportivo.

20 Autarquias Locais - Legislação Nacional

3 - O relatório a que se refere o número b) Incluir os elementos referenciados nas anterior será elaborado por uma comissão alíneas d), e) e f) do n.º 1 do artigo apoiada tecnicamente pelos serviços anterior; competentes do Ministério da Administração c) Consagrar a possibilidade de nos 2 Interna, presidida por representante deste anos seguintes à criação do município Ministério e integrada por membros indicados poderem os trabalhadores dos demais pelas juntas das freguesias previstas para municípios, com preferência para os constituírem o novo município, pela câmara ou dos municípios de origem, requerer a câmaras municipais do município ou municípios transferência para lugares, não de de origem e ainda por representantes da direcção ou chefia, do quadro do novo Inspecção-Geral de Finanças e do Instituto município até ao limite de dois terços Geográfico e Cadastral, a nomear pelo Ministro das respectivas dotações; das Finanças e do Plano. d) Definir a composição da comissão 4 - O prazo referido no n.º 2 poderá ser instaladora; prorrogado pela Assembleia da República, por e) Estabelecer o processo eleitoral. solicitação fundamentada do Governo. Artigo 10.º Artigo 8.º Período transitório Elementos essenciais do processo 1 – (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de

junho). 1 - O relatório referido no n.º 2 do artigo 2 - (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de anterior incidirá, nomeadamente, sobre os junho). seguintes aspectos: 3 – (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de a) Viabilidade do novo município e do junho). município ou municípios de origem; 4 - Todos os serviços já existentes na área do b) Delimitação territorial do novo novo município passam de imediato após a município, acompanhada de entrada em vigor da lei de criação, a ser representação cartográfica em planta à dirigidos pela comissão instaladora, sem prejuízo escala de 1:25000; da manutenção do apoio em meios materiais e c) Alterações a introduzir no território do financeiros dos municípios de origem município ou municípios de origem, indispensáveis à continuidade do seu acompanhadas de representação funcionamento e até que sejam formalmente cartográfica em escala adequada; recebidos por aquela comissão, nos termos do d) Indicação da denominação, sede e n.º 2 deste artigo. categoria administrativa do futuro 5 - Consideram-se em vigor na área do novo município, bem como do distrito em município todos os regulamentos municipais que que ficará integrado: aí vigoravam à data da criação, cabendo à e) Discriminação, em natureza, dos comissão instaladora, no caso de bens, universalidades, direitos e regulamentação proveniente de mais de um obrigações do município ou municípios município, deliberar sobre aquela que passa a de origem a transferir para o novo ser aplicada. município; f) Enunciação de critérios Artigo 11.º suficientemente precisos para a Eleições intercalares afectação e imputação ao novo 1 - A criação de um novo município implica a município de direitos e obrigações, realização de eleições para todos os órgãos dos respectivamente. diversos municípios envolvidos, salvo se a 2 - O relatório será ainda instruído com respectiva lei for publicada nos 12 meses cópias autenticadas das actas dos órgãos das anteriores ou posteriores ao termo do prazo em autarquias locais envolvidas, ouvidos nos termos que legalmente se devem realizar as do artigo 5.º desta lei. correspondentes eleições gerais. ( Alterada pela Lei n.º 32/98, de 18 de julho) Artigo 9.º 2 - A data das eleições intercalares, o Menções legais obrigatórias calendário das respectivas operações de adaptação dos cadernos de recenseamento e as A lei criadora do novo município deverá: operações eleitorais serão fixados pelo órgão competente no prazo máximo de 30 dias após a a) Determinar as freguesias que o entrada em vigor da lei. constituem e conter, em anexo, um

mapa à escala de 1:25000, com a

delimitação da área do novo município

e a nova área dos municípios de

origem;

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Artigo 12.º Artigo 13.º Critérios orientadores Comissão instaladora

1 - Salvo o que especialmente se dispuser na 1 - (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de lei de criação, a partilha de patrimónios e a junho) determinação de direitos e responsabilidades a 2 - (Revogado pela Lei n.º 48/99, de 16 de que se referem os n.os 1 e 2 do artigo 8.º junho) atenderá aos seguintes critérios orientadores: 3 - Ao Ministério da Administração Interna competirá assegurar as instalações e os meios a) Transmissão para a nova autarquia, materiais e financeiros necessários à actividade sem prejuízo do disposto na alínea f), da comissão instaladora. de uma parte da dívida e respectivos

encargos dos municípios de origem, Artigo 14.º proporcional ao rendimento dos Aplicação da lei impostos ou taxas que constituam, nos

termos da lei, receita própria dos 1 - A presente lei é aplicável a todos os municípios; projectos e propostas de lei de criação de novos b) Transferência para o novo município municípios pendentes na Assembleia da do direito aos edifícios e outros bens República. dos municípios de origem situados na 2 - A aplicação da presente lei às Regiões área das freguesias que passam a Autónomas dos Açores e da Madeira depende da integrar a nova autarquia; publicação de normas especiais que tomem em c) Transferência para o novo município conta o particular condicionalismo, geográfico e das instalações da rede geral dos populacional dos correspondentes arquipélagos. serviços pertencentes ou explorados 3 - Não poderão ser criados novos municípios pelos municípios de origem situados na sedeados nos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal área das freguesias que passam a enquanto não for definida a delimitação das integrar a nova autarquia, salvo áreas urbanas referidas no artigo 238.º, n.º 3, tratando-se de serviços indivisíveis por da Constituição. natureza ou estrutura e que 4 – (Revogado pela Lei n.º 124/97, de 27 de aproveitem às novembro). populações de mais de uma autarquia,

caso em que os municípios interessados se associarão por qualquer das formas previstas na lei para a sua detenção e exploração comum; d) Transferência para o novo município do produto, e correspondentes encargos, de empréstimos contraídos para a aquisição, construção ou instalação dos bens e serviços transferidos nos termos das alíneas b) e c): e) Transferência para o novo município do pessoal adstrito a serviços em actividade na sua área e ainda daqueles que passam a caber-lhe.

2 - Em todas as demais situações em que hajam de determinar-se direitos ou obrigações serão estes apurados proporcionalmente ao número de eleitores inscritos à data da criação. 3 - Os critérios enunciados deverão ser igualmente tidos em conta pela comissão parlamentar quando o relatório for omisso, inconclusivo ou não fundamentado no que respeita às exigências do artigo 8.º

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Lei n.º 48/99, 16 de Junho Artigo 4.º Estabelece o regime de instalação de novos Competência da comissão instaladora municípios 1 - Compete à comissão instaladora:

A Assembleia da República decreta, nos a) Exercer as competências que por lei termos da alínea c) do artigo 161.º da cabem à câmara municipal; Constituição, para valer como lei geral da b) Aprovar o orçamento e as opções do República, o seguinte: plano do novo município; c) Aprovar o balanço e conta de gerência Artigo 1.º do novo município; Âmbito de aplicação d) Fixar a taxa da contribuição

autárquica incidente sobre os prédios O presente diploma estabelece as normas urbanos; aplicáveis ao regime de instalação de novos e) Exercer os poderes tributários municípios. conferidos por lei ao município; Artigo 2.º f) Deliberar sobre a aplicação ou Regime de instalação substituição dos regulamentos do ou dos municípios de origem e proceder à 1 - Os novos municípios estão sujeitos ao respectiva alteração; regime de instalação previsto no presente g) Aprovar delegações de competências diploma desde a publicação da lei de criação e nas freguesias; até ao início de funções dos órgãos eleitos. h) Elaborar o relatório referido no artigo 2 - Os municípios em regime de instalação 11.º, n.º 1; gozam de autonomia administrativa e financeira i) Promover, junto do Instituto Português com as limitações previstas no presente de Cartografia e Cadastro, a diploma. delimitação administrativa do novo 3 - A legislação condicionante da actividade e município e das freguesias que o da responsabilidade dos municípios, dos seus compõem e proceder à respectiva órgãos e respectivos titulares bem como o demarcação; regime da tutela administrativa são igualmente j) Aprovar o mapa de pessoal previsto no aplicáveis nos municípios em regime de artigo 14.º; instalação, com as especificidades e adaptações l) Deliberar noutras matérias da necessárias. competência das assembleias municipais, desde que razões de Artigo 3.º relevante interesse público municipal o Composição e designação da comissão justifiquem.

instaladora 2 - As deliberações referidas nas alíneas b) a g) do n.º 1 carecem de parecer favorável da 1 - A comissão instaladora, cuja composição maioria dos presidentes das juntas das será definida na lei de criação, é composta por freguesias e dos presidentes das assembleias um presidente e por quatro, seis ou oito vogais. das freguesias da área do novo município. 2 - Os membros da comissão instaladora são 3 - As deliberações referidas na alínea l) do designados por despacho do Ministro do n.º 1, obrigatoriamente acompanhadas do Equipamento, do Planeamento e da parecer da maioria dos presidentes das juntas Administração do Território, que tomará em das freguesias e dos presidentes das consideração os resultados eleitorais globais assembleias das freguesias do novo município, obtidos pelas forças políticas nas últimas carecem da ratificação do Ministro do eleições autárquicas realizadas para as Equipamento, do Planeamento e da assembleias das freguesias que integram o novo Administração do Território, sob pena de município. nulidade. 3 - O despacho referido no número anterior 4 - A comissão instaladora pode delegar no indicará, de entre os membros designados, seu presidente a prática dos actos da sua aquele que exercerá as funções de presidente da competência, nos casos e nos termos em que a comissão. câmara municipal o pode fazer no presidente 4 - A comissão instaladora inicia funções no respectivo. 30.º dia posterior à publicação do diploma de criação. Artigo 5.º 5 - A substituição de membros da comissão Competência do presidente da comissão instaladora, por morte, renúncia ou outra razão, instaladora cabe ao Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território e 1 - Cabe, em especial, ao presidente da respeita o princípio referido no n.º 2. comissão instaladora:

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a) Coordenar a actividade da comissão e Artigo 10.º cumprir e fazer cumprir as suas Transferências financeiras deliberações; b) Proceder à instalação das primeiras Enquanto, por falta de elementos de assembleia e câmara municipais informação oficiais, não for possível calcular, eleitas. com rigor, a participação do novo município na repartição dos recursos públicos referidos na lei 2 - O presidente da comissão instaladora das finanças locais, a inscrever no Orçamento do detém também as competências do presidente Estado, as transferências financeiras a inscrever da câmara municipal. e a efectuar assentam na correcção dos 3 - O presidente da comissão instaladora indicadores do ou dos municípios de origem e no pode delegar ou subdelegar nos restantes cálculo dos indicadores do novo município membros a prática de actos da sua competência efectuados de acordo com critérios de própria ou delegada. proporcionalidade. 4 - Das decisões dos membros da comissão instaladora ao abrigo de poderes delegados por Artigo 11.º esta cabe recurso para o plenário da comissão, Transmissão de bens, direitos e obrigações sem prejuízo de recurso contencioso. 1 - Para efeitos de transmissão de bens, Artigo 6.º direitos e obrigações para o novo município, a Impugnação contenciosa câmara municipal de cada um dos municípios de origem e a comissão instaladora do novo Os actos praticados pela comissão instaladora município devem elaborar, no prazo de três e pelo seu presidente no exercício de meses, relatórios discriminando, por categoria, competências próprias são passíveis de os bens, as universalidades, os direitos e as impugnação contenciosa, nos mesmos termos obrigações que, no seu entender, devem ser em que são recorríveis os actos dos órgãos das objecto de transmissão. autarquias locais. 2 - Os relatórios devem conter explicitação, suficientemente precisa, dos critérios de Artigo 7.º imputação utilizados, relativamente a cada um Cessação do mandato da comissão dos grupos referidos. instaladora 3 - Compete a uma comissão constituída por um representante do Ministro do Equipamento, O mandato da comissão instaladora cessa na do Planeamento e da Administração do data da instalação dos órgãos eleitos do Território, que preside, pelo presidente da município. câmara municipal do município de origem e pelo presidente da comissão instaladora do novo Artigo 8.º município a elaboração de proposta final sobre a Estatuto dos membros da comissão matéria, com respeito pelo disposto nos artigos instaladora 10.º e 12.º da Lei n.º 142/85, de 18 de

Novembro. 1 - O presidente da comissão instaladora 4 - A proposta final constante do número exerce as funções em regime de tempo inteiro. anterior deverá ser aprovada pela câmara 2 - Ao regime de funções dos restantes municipal do município ou dos municípios de membros aplica-se o previsto na lei para origem e pela comissão instaladora do novo municípios com as mesmas características. município no prazo máximo de 30 dias. 3 - Os membros da comissão instaladora são 5 - A não aprovação desta proposta final por equiparados aos membros das câmaras qualquer uma das partes envolvidas pode ser municipais para todos os efeitos legais, incluindo suprida por despacho devidamente direitos e deveres, responsabilidade, fundamentado do Ministro do Equipamento, do impedimentos e incompatibilidades. Planeamento e da Administração do Território. Artigo 9.º 6 - A transmissão dos bens, universalidades, Apoio técnico e financeiro direitos e obrigações para o novo município efectua-se por força da lei e o respectivo registo, 1 - Cabe aos vários ministérios competentes quando a ele houver lugar, depende de simples em razão da matéria assegurar o apoio técnico e requerimento. financeiro indispensável ao exercício de funções da comissão instaladora. 2 - O apoio referido é assegurado, sempre que possível, no quadro da cooperação técnica e financeira entre a administração central e a administração local, legalmente prevista.

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Artigo 12.º 2 - A previsão de lugares de pessoal, Prestação de serviços públicos dirigente, de chefia ou outro, no mapa referido deve ser devidamente justificada e 1 - O processo de criação e implantação dos corresponder, em nível e número, às reais serviços do novo município na fase de instalação necessidades de funcionamento dos serviços. não pode pôr em causa a prestação de serviços 3 - O mapa de pessoal vigora até aprovação aos cidadãos, devendo ser assegurados, pelo ou do quadro de pessoal pelos órgãos eleitos. pelos municípios de origem e pelo novo município, os níveis existentes à data da criação Artigo 15.º deste. Repartição de recursos humanos 2 - Até à aprovação da proposta final a que se refere o artigo 11.º da presente lei, cabe à 1 - A integração do mapa de pessoal a que se câmara municipal do município ou dos refere o artigo 14.º é feita, prioritariamente, municípios de origem a satisfação de todos os com recurso aos funcionários do município ou pagamentos relativos a bens e fornecimentos dos municípios de origem, em termos a acordar que venham a ser transmitidos para o novo entre os municípios envolvidos. município, ficando aquela ou aquelas entidades 2 - Na falta de acordo é aplicável o critério da com o direito de regresso sobre o novo proporcionalidade do número de funcionários do município relativamente àqueles respeitantes a município ou dos municípios de origem dívidas vencidas posteriormente à data da relativamente à população residente em cada criação. um dos municípios, não podendo, em caso 3 - Para efeitos do disposto no número algum, as despesas a efectuar com o pessoal a anterior, consideram-se unicamente vencidas as integrar no mapa do novo município ultrapassar dívidas correspondentes a trabalhos ou serviços 60% das respectivas receitas correntes do ano efectivamente prestados após a data da criação económico em curso. do novo município, não sendo este responsável 3 - A repartição efectua-se dando prioridade por mora ou atrasos anteriores, imputáveis ao aos interessados na transferência para o novo município ou municípios de origem ou aos município e rege-se, neste caso, pelo princípio empreiteiros e fornecedores, que decorram, da maior antiguidade na função pública, na nomeadamente, da falta de medição dos carreira e na categoria, sucessivamente, dentro referidos trabalhos. de cada um dos grupos da seguinte ordem de preferência: Artigo 13.º Suspensão de prazos a) Interessados que residam na área territorial do novo município; 1 - Até à entrada em funcionamento dos b) Outros interessados. serviços do novo município, cabe à câmara 4 - A transferência de outros funcionários municipal do município ou dos municípios de rege-se pelo princípio da menor antiguidade na origem prestar o apoio técnico indispensável à função pública, na carreira e na categoria, apreciação das pretensões dos particulares, sucessivamente. devendo fazê-lo de molde que a comissão 5 - Enquanto não forem formalmente instaladora delibere sobre essas pretensões nos integrados no mapa de pessoal, os funcionários prazos legais. transferidos são abonados de ajudas de custo e 2 - Nos processos respeitantes a pretensões transporte pelas suas deslocações diárias, nos dos particulares, cujos documentos devam ser termos gerais, a suportar pelo novo município. objecto de transferência do ou dos municípios de 6 - Os funcionários transferidos do município origem, consideram-se suspensos todos os ou dos municípios de origem que não residam na prazos legais ou regulamentares desde a data do área do novo município têm direito a um início da produção de efeitos do diploma de subsídio de valor correspondente ao quíntuplo criação do novo município até à recepção dos do respectivo vencimento mensal que constitui documentos pelos serviços do novo município. encargo do novo município, a pagar de uma só 3 - A suspensão em causa vigora pelo vez, no momento da integração no mapa de período máximo de um ano a contar da data do pessoal. início da produção de efeitos do diploma de 7 - A recusa de transferência, quando não criação do novo município. fundamentada ou considerada como tal,

constitui grave desinteresse pelo cumprimento Artigo 14.º dos deveres profissionais, para efeitos Mapa de pessoal disciplinares, a apreciar pelos órgãos 1 - A dotação do pessoal que se prevê competentes do município de origem. necessária para funcionamento dos serviços do 8 - Os funcionários transferidos ao abrigo dos novo município consta de mapa de pessoal a números anteriores não podem ser considerados elaborar e aprovar pela comissão instaladora e a dispensáveis ao abrigo do disposto no n.º 2 do ratificar pelo Ministro do Equipamento, do artigo 17.º

Planeamento e da Administração do Território.

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Artigo 16.º Artigo 18.º Recrutamento dos recursos humanos Instalação dos órgãos eleitos

1 - A comissão instaladora pode recrutar, nos Cabe ao presidente da comissão instaladora termos da lei geral e dentro das dotações ou, na sua falta e em sua substituição, ao fixadas no mapa a que se refere a disposição cidadão melhor posicionado na lista vencedora, anterior, os recursos humanos necessários. de entre os presentes, proceder à instalação da 2 - O pessoal não vinculado à função pública assembleia municipal e da câmara municipal é sempre recrutado para categoria de ingresso. eleitas, no prazo de cinco dias a contar do dia do 3 - O pessoal a que se refere a presente apuramento definitivo dos resultados eleitorais. disposição exerce as funções em regime de contrato administrativo de provimento, Artigo 19.º precedido de concurso, ou, sendo funcionário, Norma revogatória em regime de comissão extraordinária de serviço, se a isso se não opuserem as formas de São revogados os n.os 1, 2 e 3 do artigo 10.º provimento da categoria do interessado, ficando e os n.os 1 e 2 do artigo 13.º da Lei n.º 142/85, sujeito ao regime de promoção e progressão de 18 de Novembro, e as demais disposições estabelecido na lei geral ou no estatuto das legais que contrariem o disposto no presente respectivas carreiras. diploma. 4 - A comissão extraordinária de serviço a que se refere o número anterior não carece de Artigo 20.º autorização do serviço de origem do nomeado. Produção de efeitos

Artigo 17.º O presente diploma produz efeitos a partir de Transição do pessoal para o quadro 15 de Setembro de 1998.

1 - Sem prejuízo do regime de estágio, o Artigo 21.º pessoal integrado no mapa de pessoal transita Entrada em vigor em regime de nomeação definitiva, se a isso se não opuserem as formas de provimento da O presente diploma entra em vigor no dia categoria do interessado, para o quadro a que se seguinte ao da sua publicação. refere o n.º 3 do artigo 14.º, na mesma carreira, categoria e escalão. 2 - Excepciona-se do disposto do número anterior o pessoal que seja considerado dispensável, caso em que o visado regressa ao lugar de origem ou vê cessada a comissão de serviço ou denunciado ou rescindido o seu contrato, com pré-aviso de 60 dias, sem prejuízo, nestes dois últimos casos, do abono das remunerações vincendas a que houver lugar. 3 - O desempenho de funções pelo tempo legalmente previsto dispensa a realização de estágio, desde que este não se deva traduzir, nos termos da lei, na obtenção de uma qualificação ou habilitação profissional. 4 - A integração no quadro implica a exoneração dos funcionários, no quadro de origem. 5 - A promoção ou progressão dos funcionários integrados no mapa de pessoal produz efeitos no quadro de pessoal aprovado, bem como no quadro de origem do interessado, considerando-se, neste caso, criados os lugares indispensáveis, a extinguir quando vagarem.

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Lei n.º 22/2012, de 30 de maio b) Participação das autarquias locais na Aprova o regime jurídico da reorganização concretização da reorganização administrativa territorial autárquica administrativa dos respetivos territórios; A Assembleia da República decreta, nos c) Universalidade do esforço e termos da alínea c) do artigo 161.º da flexibilidade no desenho de soluções Constituição, o seguinte: concretas de reorganização administrativa territorial autárquica; CAPÍTULO I d) Obrigatoriedade da reorganização Disposições gerais administrativa do território das freguesias; Artigo 1.º e) Estímulo à reorganização Objeto administrativa do território dos municípios; 1 - A presente lei estabelece os objetivos, os f) Equilíbrio e adequação demográfica princípios e os parâmetros da reorganização das freguesias. administrativa territorial autárquica e define e enquadra os termos da participação das CAPÍTULO II autarquias locais na concretização desse Reorganização administrativa do território processo. das freguesias 2 - A presente lei consagra a obrigatoriedade da reorganização administrativa do território das Artigo 4.º freguesias e regula e incentiva a reorganização Níveis de enquadramento administrativa do território dos municípios. 1 - A reorganização administrativa territorial Artigo 2.º autárquica implica a agregação de freguesias a Objetivos da reorganização administrativa concretizar por referência aos limites territoriais territorial autárquica do respetivo município, segundo parâmetros de agregação diferenciados em função do número A reorganização administrativa territorial de habitantes e da densidade populacional de autárquica prossegue os seguintes objetivos: cada município. 2 - Para efeitos do número anterior, os a) Promoção da coesão territorial e do municípios são classificados de acordo com os desenvolvimento local; seguintes níveis: b) Alargamento das atribuições e competências das freguesias e dos a) Nível 1: municípios com densidade correspondentes recursos; populacional superior a 1000 c) Aprofundamento da capacidade de habitantes por km2 e com população intervenção da junta de freguesia; igual ou superior a 40 000 habitantes; d) Melhoria e desenvolvimento dos b) Nível 2: municípios com densidade serviços públicos de proximidade populacional superior a 1000 prestados pelas freguesias às habitantes por km2 e com população populações; inferior a 40 000 habitantes, bem como e) Promoção de ganhos de escala, de municípios com densidade populacional eficiência e da massa crítica nas entre 100 e 1000 habitantes por autarquias locais; quilómetro quadrado e com população f) Reestruturação, por agregação, de um igual ou superior a 25 000 habitantes; número significativo de freguesias em c) Nível 3: municípios com densidade todo o território nacional, com especial populacional entre 100 e 1000 incidência nas áreas urbanas. habitantes por km2 e com população inferior a 25 000 habitantes, bem como Artigo 3.º municípios com densidade populacional Princípios inferior a 100 habitantes por quilómetro quadrado. A reorganização administrativa territorial 3 - A classificação de cada município segundo os autárquica obedece aos seguintes princípios: níveis previstos no número anterior consta do a) Preservação da identidade histórica, anexo i da presente lei, que dela faz parte cultural e social das comunidades integrante. locais, incluindo a manutenção da anterior denominação das freguesias agregadas, nos termos e para os efeitos previstos na presente lei;

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Artigo 5.º contíguos e 30 % do número das Classificação de freguesias situadas em outras freguesias; lugar urbano c) Em cada município de nível 3, uma redução global do respetivo número de 1 - Para efeitos da presente lei, considera-se freguesias correspondente a, no lugar urbano o lugar com população igual ou mínimo, 50 % do número de freguesias superior a 2000 habitantes, conforme o anexo ii cujo território se situe, total ou da presente lei, que dela faz parte integrante. parcialmente no mesmo lugar urbano 2 - Nos casos em que em cada um dos ou em lugares urbanos sucessivamente lugares urbanos ou em lugares urbanos contíguos e 25 % do número das sucessivamente contíguos do município se situe outras freguesias. apenas o território de uma freguesia, deve esta 2 - Da reorganização administrativa do ser considerada como não situada em lugar território das freguesias não pode resultar a urbano para efeitos da aplicação do n.º 1 do existência de freguesias com um número inferior artigo seguinte. a 150 habitantes. 3 - Em casos devidamente fundamentados, a 3 - Sem prejuízo do disposto no número assembleia municipal pode, no âmbito da anterior, a reorganização administrativa do respetiva pronúncia prevista no artigo 11.º da território das freguesias não é obrigatória nos presente lei, considerar como não situadas nos municípios em cujo território se situem quatro lugares urbanos do município freguesias que ou menos freguesias. como tal sejam consideradas nos termos dos 4 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2, nos números anteriores. casos em que o cumprimento dos parâmetros de 4 - Para efeitos do disposto no número agregação definidos no n.º 1 determine a anterior, devem ser tomados em consideração, existência de um número de freguesias inferior a designadamente: quatro, a pronúncia da assembleia municipal, a) A tipologia predominante das prevista no artigo 11.º da presente lei, pode atividades económicas; contemplar a existência de quatro freguesias no b) O grau de desenvolvimento das território do respetivo município. atividades geradoras de fluxos significativos de população, bens e Artigo 7.º informação; Flexibilidade da pronúncia da assembleia c) A dimensão e o grau de cobertura das municipal infraestruturas urbanas e da prestação dos serviços associados, 1 - No exercício da respetiva pronúncia nomeadamente dos sistemas de prevista no artigo 11.º da presente lei, a transportes públicos, de abastecimento assembleia municipal goza de uma margem de de água e saneamento, de distribuição flexibilidade que lhe permite, em casos de energia e de telecomunicações; devidamente fundamentados, propor uma d) O nível de aglomeração de edifícios. redução do número de freguesias do respetivo município até 20 % inferior ao número global de Artigo 6.º freguesias a reduzir resultante da aplicação das Parâmetros de agregação percentagens previstas no n.º 1 do artigo 6.º 2 - Em casos devidamente fundamentados, a 1 - A reorganização administrativa do assembleia municipal pode alcançar a redução território das freguesias deve alcançar os global do número de freguesias prevista na seguintes parâmetros de agregação: presente lei aplicando proporções diferentes das consagradas no n.º 1 do artigo 6.º a) Em cada município de nível 1, uma 3 - O disposto no presente artigo não redução global do respetivo número de prejudica a obrigação prevista no n.º 2 do artigo freguesias correspondente a, no 6.º mínimo, 55 % do número de freguesias

cujo território se situe, total ou Artigo 8.º parcialmente, no mesmo lugar urbano Orientações para a reorganização ou em lugares urbanos sucessivamente administrativa contíguos e 35 % do número das

outras freguesias; As entidades que emitam pronúncia ou b) Em cada município de nível 2, uma parecer sobre a reorganização administrativa do redução global do respetivo número de território das freguesias ao abrigo da presente freguesias correspondente a, no lei consideram as seguintes orientações mínimo, 50 % do número de freguesias meramente indicativas: cujo território se situe, total ou parcialmente, no mesmo lugar urbano a) A sede do município deve ser ou em lugares urbanos sucessivamente preferencialmente considerada como polo de atração das freguesias que lhe

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sejam contíguas, independentemente Artigo 10.º de nestas se situarem ou não lugares Reforço de competências e recursos urbanos, de modo a promover as financeiros respetivas dinâmicas económicas e sociais; 1 - A reorganização administrativa do b) As freguesias com um índice de território das freguesias é acompanhada de um desenvolvimento económico e social novo regime de atribuições e competências, que mais elevado, um maior número de reforça as competências próprias dos órgãos das habitantes e uma maior concentração freguesias e amplia as competências delegáveis de equipamentos coletivos devem ser previstas na lei, em termos a definir em diploma consideradas, no quadro da prestação próprio. de serviços públicos de proximidade, 2 - As competências próprias das freguesias como preferenciais polos de atração podem ser diferenciadas em função das suas das freguesias contíguas, sem prejuízo específicas características demográficas e da consagração de soluções abrangem, designadamente, os seguintes diferenciadas em função de razões de domínios, em termos a definir em diploma natureza histórica, cultural, social ou próprio: outras; a) Manutenção de instalações e c) As freguesias devem ter escala e equipamentos educativos; dimensão demográfica adequadas, que b) Construção, gestão e conservação de correspondem indicativamente ao espaços e equipamentos coletivos; máximo de 50 000 habitantes e aos c) Licenciamento de atividades mínimos de: económicas; i) Nos municípios de nível 1, 20 000 d) Apoio social; habitantes por freguesia no lugar e) Promoção do desenvolvimento local. urbano e de 5000 habitantes nas 3 - O reforço das competências próprias das outras freguesias; freguesias é acompanhado do reforço das ii) Nos municípios de nível 2, 15 000 correspondentes transferências financeiras do habitantes por freguesia no lugar Estado, calculadas no quadro da despesa urbano e de 3000 nas outras histórica suportada pelo respetivo município no freguesias; âmbito do seu exercício. iii) Nos municípios de nível 3, 2500 4 - Sem prejuízo do disposto no número habitantes por freguesia no lugar anterior, a participação no Fundo de urbano e de 500 habitantes nas Financiamento das Freguesias (FFF) da freguesia outras freguesias. criada por agregação é aumentada em 15 % até

ao final do mandato seguinte à agregação. Artigo 9.º 5 - Excetua-se do disposto no número Agregação de freguesias anterior a criação de freguesias por efeito da

agregação que não resulte de pronúncia da 1 - A freguesia criada por efeito da agregação assembleia municipal conforme com os tem a faculdade de incluir na respetiva princípios e parâmetros de agregação previstos denominação a expressão «União das na presente lei, não havendo, nesses casos, Freguesias», seguida das denominações de lugar a qualquer aumento na participação no todas as freguesias anteriores que nela se FFF. agregam.

2 - A freguesia criada por efeito da agregação Artigo 11.º constitui uma nova pessoa coletiva territorial, Pronúncia da assembleia municipal dispõe de uma única sede e integra o património, os recursos humanos, os direitos e 1 - A assembleia municipal delibera sobre a as obrigações das freguesias agregadas. reorganização administrativa do território das 3 - A agregação das freguesias não põe em freguesias, respeitando os parâmetros de causa o interesse da preservação da identidade agregação e considerando os princípios e as cultural e histórica, incluindo a manutenção dos orientações estratégicas definidos na presente símbolos das anteriores freguesias. lei, sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4 do 4 - O Governo regula a possibilidade de os artigo 6.º e no artigo 7.º interessados nascidos antes da agregação de 2 - Sempre que a câmara municipal não freguesias prevista na presente lei solicitarem a exerça a iniciativa para a deliberação prevista no manutenção no registo civil da denominação da número anterior deve apresentar à assembleia freguesia agregada onde nasceram. municipal um parecer sobre a reorganização do

território das freguesias do respetivo município.

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3 - A deliberação a que se refere o n.º 1 4 - As designações previstas no n.º 2 devem designa-se pronúncia da assembleia municipal. ser comunicadas à Assembleia da República no 4 - As assembleias de freguesia apresentam prazo de 20 dias após a entrada em vigor da pareceres sobre a reorganização administrativa presente lei. territorial autárquica, os quais, quando conformes com os princípios e os parâmetros Artigo 14.º definidos na presente lei, devem ser ponderados Atividade da Unidade Técnica pela assembleia municipal no quadro da preparação da sua pronúncia. 1 - À Unidade Técnica compete: 5 - A pronúncia da assembleia municipal deve a) Acompanhar e apoiar a Assembleia da conter os seguintes elementos: República no processo de a) Identificação das freguesias reorganização administrativa territorial consideradas como situadas em lugar autárquica, nos termos da presente lei; urbano, nos termos e para os efeitos b) Apresentar à Assembleia da República da presente lei; propostas concretas de reorganização b) Número de freguesias; administrativa do território das c) Denominação das freguesias; freguesias, em caso de ausência de d) Definição e delimitação dos limites pronúncia das assembleias municipais; territoriais de todas as freguesias; c) Elaborar parecer sobre a e) Determinação da localização das conformidade ou desconformidade das sedes das freguesias; pronúncias das assembleias municipais f) Nota justificativa. com o disposto nos artigos 6.º e 7.º da presente lei e apresentá-lo à Artigo 12.º Assembleia da República; Prazo d) Propor às assembleias municipais, no caso de desconformidade da respetiva A pronúncia da assembleia municipal deve pronúncia, projetos de reorganização ser entregue à Assembleia da República no administrativa do território das prazo máximo de 90 dias a contar da entrada freguesias. em vigor da presente lei, acompanhada, quando 2 - Com exceção dos casos previstos no n.º 3 emitidos, dos pareceres das assembleias de do artigo 6.º, a deliberação da assembleia freguesia. municipal que não promova a agregação de

quaisquer freguesias é equiparada, para efeitos Artigo 13.º da presente lei, a ausência de pronúncia. Unidade Técnica 3 - As propostas, os pareceres e os projetos

da Unidade Técnica são emitidos e apresentados 1 - É criada a Unidade Técnica para a no prazo máximo de 20 dias após o termo do Reorganização Administrativa do Território, prazo previsto no artigo 12.º adiante designada por Unidade Técnica, que 4 - Os competentes serviços e organismos da funciona junto da Assembleia da República. Administração Pública colaboram com a Unidade 2 - A Unidade Técnica é composta por: Técnica e prestam-lhe o apoio técnico, a) Cinco técnicos designados pela documental e informativo de que esta necessitar Assembleia da República, um dos quais para o exercício das suas competências ao é o presidente; abrigo da presente lei. b) Um técnico designado pela Direção- Geral da Administração Local; Artigo 15.º c) Um técnico designado pela Direção- Desconformidade da pronúncia Geral do Território; d) Cinco técnicos designados pelas 1 - Em caso de parecer de desconformidade comissões de coordenação e com o disposto nos artigos 6.º e 7.º da presente desenvolvimento regional (CCDR), um lei, a Unidade Técnica elabora e propõe a por cada uma, sob parecer das apresentação à respetiva assembleia municipal, respetivas comissões permanentes dos nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo conselhos regionais; anterior, um projeto de reorganização e) Dois representantes designados pela administrativa do território das freguesias, no Associação Nacional de Municípios prazo previsto no n.º 3 do mesmo artigo, dando Portugueses; conhecimento à Assembleia da República. f) Dois representantes designados pela 2 - O projeto apresentado nos termos do Associação Nacional de Freguesias. número anterior deve, no quadro dos princípios previstos no artigo 3.º e das orientações 3 - Os técnicos designados pelas CCDR só previstas no artigo 8.º, assegurar o podem participar e votar nas deliberações cumprimento do disposto no artigo 6.º relativas a municípios que se integrem no âmbito territorial da respetiva CCDR.

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3 - Após a receção do projeto e sem prejuízo CAPÍTULO IV do disposto no número anterior, a assembleia Disposições finais municipal pode, no prazo máximo de 20 dias, apresentar um projeto alternativo à Assembleia Artigo 18.º da República, o qual é apreciado pela Unidade Regiões Autónomas Técnica nos termos previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo anterior. 1 - A presente lei aplica-se em todo o 4 - O disposto no n.º 3 do artigo 5.º e no território nacional. artigo 7.º não é aplicável à pronúncia da 2 - Nas Regiões Autónomas dos Açores e da assembleia municipal prevista no número Madeira, as pronúncias e os projetos previstos anterior. nos artigos 11.º e 15.º são entregues às respetivas assembleias legislativas regionais. CAPÍTULO III Reorganização administrativa do território Artigo 19.º dos municípios Arredondamentos

Artigo 16.º O resultado da aplicação das percentagens Fusão de municípios previstas no n.º 1 do artigo 6.º e no n.º 1 do artigo 7.º é calculado segundo as regras gerais 1 - Os municípios que pretendam concretizar do arredondamento. processos de fusão devem, no âmbito da pronúncia prevista no artigo 11.º, apresentar a Artigo 20.º respetiva proposta à Assembleia da República. Contagem dos prazos 2 - A proposta referida no número anterior deve ser instruída com os seguintes elementos: A contagem dos prazos previstos na presente lei é feita nos termos previstos no Código de a) Identificação dos municípios a fundir; Processo Civil. b) Denominação do novo município;

c) Definição e delimitação dos respetivos Artigo 21.º limites territoriais; Norma revogatória d) Determinação da localização da

respetiva sede; São revogadas a Lei n.º 11/82, de 2 de e) Nota justificativa. junho, a Lei n.º 8/93, de 5 de março, e o artigo 3 - No caso de fusão de municípios, a 33.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro. Direção-Geral das Autarquias Locais assegura o acompanhamento e o apoio técnico ao respetivo Artigo 22.º processo. Entrada em vigor 4 - Os municípios criados por fusão têm tratamento preferencial no acesso a linhas de A presente lei entra em vigor no dia seguinte crédito asseguradas pelo Estado e no apoio a ao da sua publicação. projetos nos domínios do empreendedorismo, da inovação social e da promoção da coesão ANEXO I territorial. (a que se refere o artigo 4.º) 5 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a participação no Fundo de Garantia Classificação dos municípios por níveis Municipal (FGM) do município criado por fusão é Municípios de nível 1 aumentada em 15 % até ao final do mandato Almada. seguinte à fusão. Amadora. Barreiro. Artigo 17.º Cascais. Redefinição de circunscrições territoriais Funchal. Gondomar. 1 - Os municípios que não apresentem Lisboa. propostas de fusão podem propor, no âmbito da Loures. pronúncia prevista no artigo 11.º e mediante Maia. acordo, a alteração dos respetivos limites Matosinhos. territoriais, incluindo a transferência entre si da Moita. totalidade ou de parte do território de uma ou Odivelas. mais freguesias. Oeiras. 2 - A redefinição dos limites territoriais do Porto. município, caso envolva transferência de Seixal. freguesias, não prejudica o cumprimento dos Sintra. parâmetros de agregação definidos no artigo 6.º Valongo. Vila nova de gaia. Municípios de nível 2

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Águeda. Viseu. Albergaria-a-Velha. Vizela. Albufeira. Municípios de nível 3 Alcobaça. Abrantes. Alenquer. Aguiar da Beira. Amarante. Alandroal. Anadia. Alcácer do Sal. Angra do Heroísmo. Alcanena. Aveiro. Alcochete. Barcelos. Alcoutim. Braga. Alfândega da Fé. Caldas da Rainha. Alijó. Câmara de Lobos. Aljezur. Coimbra. Aljustrel. Entroncamento. Almeida. Espinho. Almeirim. Esposende. Almodôvar. Estarreja. Alpiarça. . Alter do Chão. Faro. Alvaiázere. Felgueiras. Alvito. Figueira da Foz. Amares. Guimarães. Ansião. Ílhavo. Arcos de Valdevez. Lagos. Arganil. Lamego. Armamar. Leiria. Arouca. Lourinhã. Arraiolos. Lousada. Arronches. Mafra. Arruda dos Vinhos. Marco de Canaveses. Avis. Marinha Grande. Azambuja. Montemor-o-Velho. Baião. Montijo. Barrancos. Olhão. Batalha. Oliveira de Azeméis. Beja. Ourém. Belmonte. Ovar. Benavente. Paços de Ferreira. Bombarral. Palmela. Borba. Paredes. Boticas. Penafiel. Bragança. Peniche. Cabeceiras de Basto. Ponta Delgada. Cadaval. Ponte de Lima. Calheta. Portimão. Calheta (São Jorge). Póvoa de Varzim. Caminha. Ribeira Grande. Campo Maior. Santa Cruz. Cantanhede. Santa Maria da Feira. Carrazeda de Ansiães. Santo Tirso. Carregal do Sal. Santarém. Cartaxo. São João da Madeira. Castanheira de Pera. Sesimbra. Castelo Branco. Setúbal. Castelo de Paiva. Tomar. Castelo de Vide. Torres Novas. Castro Daire. Torres Vedras. Castro Marim. Trofa. Castro Verde. Viana do Castelo. Celorico da Beira. Vila do Conde. Celorico de Basto. Vila Franca de Xira. Chamusca. Vila Nova de Famalicão. Chaves. Vila Real. Cinfães. Vila Verde. Condeixa-a-Nova.

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Constância. Óbidos. Coruche. Odemira. Corvo. Oleiros. Covilhã. Oliveira de Frades. Crato. Oliveira do Bairro. Cuba. Oliveira do Hospital. Elvas. Ourique. Estremoz. Pampilhosa da Serra. Évora. Paredes de Coura. Ferreira do Alentejo. Pedrógão Grande. Ferreira do Zêzere. Penacova. Figueira de Castelo Rodrigo. Penalva do Castelo. Figueiró dos Vinhos. Penamacor. Fornos de Algodres. Penedono. Freixo de Espada à Cinta. Penela. Fronteira. Peso da Régua. Fundão. Pinhel. Gavião. Pombal. Góis. Ponta do Sol. Golegã. Ponte da Barca. Gouveia. Ponte de Sor. Grândola. Portalegre. Guarda. Portel. Horta. Porto de Mós. Idanha-a-Nova. Porto Moniz. Lagoa. Porto Santo. Lagoa (Açores). Póvoa de Lanhoso. Lajes das Flores. Povoação. Lajes do Pico. Proença-a-Nova. Loulé. Redondo. Lousã. Reguengos de Monsaraz. Mação. Resende. Macedo de Cavaleiros. Ribeira Brava. Machico. Ribeira de Pena. Madalena. Rio Maior. Mangualde. Sabrosa. Manteigas. Sabugal. Marvão. Salvaterra de Magos. Mealhada. Santa Comba Dão. Meda. Santa Cruz da Graciosa. Melgaço. Santa Cruz das Flores. Mértola. Santa Marta de Penaguião. Mesão Frio. Santana. Mira. Santiago do Cacém. Miranda do Corvo. São Brás de Alportel. Miranda do Douro. São João da Pesqueira. Mirandela. São Pedro do Sul. Mogadouro. São Roque do Pico. Moimenta da Beira. São Vicente. Monção. Sardoal. Monchique. Sátão. Mondim de Basto. Seia. Monforte. Sernancelhe. Montalegre. Serpa. Montemor-o-Novo. Sertã. Mora. Sever do Vouga. Mortágua. Silves. Moura. Sines. Mourão. Sobral de Monte Agraço. Murça. Soure. Murtosa. Sousel. Nazaré. Tábua. Nelas. Tabuaço. Nisa. Tarouca. Nordeste. Tavira.

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Terras de Bouro. Tondela. Torre de Moncorvo. Trancoso. Vagos. Vale de Cambra. Valença. Valpaços. Velas. Vendas Novas. Viana do Alentejo. Vidigueira. Vieira do Minho. Vila da Praia da Vitória. Vila de Rei. Vila do Bispo. Vila do Porto. Vila Flor. Vila Franca do Campo. Vila Nova da Barquinha. Vila Nova de Cerveira. Vila Nova de Foz Coa. Vila Nova de Paiva. Vila Nova de Poiares. Vila Pouca de Aguiar. Vila Real de Santo António. Vila Velha de Ródão. Vila Viçosa. Vimioso. Vinhais. Vouzela.

ANEXO II

(a que se refere o artigo 5.º)

Lista de lugares urbanos por município

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Lei n.º 11-A/2013, 5 - Os limites territoriais dos municípios da de 28 de janeiro Golegã e de Santarém são alterados pela Reorganização administrativa do território transferência da freguesia de Pombalinho para o das freguesias município da Golegã de acordo com o constante (Com as alterações introduzidas pela Declaração dos anexos i e ii da presente lei. de Retificação n.º 13/2013, de 28 de março) 6 - Na coluna D do anexo i são identificadas as freguesias que resultam da aplicação da A Assembleia da República decreta, nos presente lei. termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 4.º Cessação jurídica e identidade Artigo 1.º Objeto A criação de uma freguesia por agregação determina a cessação jurídica das autarquias 1 - A presente lei dá cumprimento à locais agregadas nos termos do disposto no n.º obrigação de reorganização administrativa do 3 do artigo 9.º, sem prejuízo da manutenção da território das freguesias constante da Lei n.º sua identidade histórica, cultural e social, 22/2012, de 30 de maio. conforme estabelece a Lei n.º 22/2012, de 30 de 2 - A reorganização administrativa das maio. freguesias é estabelecida através da criação de freguesias por agregação ou por alteração dos Artigo 5.º limites territoriais de acordo com os princípios, Sedes das freguesias critérios e parâmetros definidos na Lei n.º 22/2012, de 30 de maio, com as especificidades 1 - No prazo de 90 dias após a instalação dos previstas na presente lei. órgãos que resultem das eleições gerais das autarquias locais, a realizar em 2013, a Artigo 2.º assembleia de freguesia delibera a localização da Freguesias sede. 2 - A assembleia de freguesia deve 1 - Considera-se criada por agregação a comunicar a localização da sede da freguesia à freguesia cuja circunscrição territorial Direção-Geral das Autarquias Locais, para todos corresponda à área e aos limites territoriais das os efeitos administrativos relevantes. freguesias agregadas, nos termos do n.º 2 do 3 - Na ausência da deliberação ou artigo seguinte. comunicação referidas nos números anteriores e 2 - Considera-se criada por alteração dos enquanto estas não se realizarem, a localização limites territoriais a freguesia cuja circunscrição das sedes das freguesias é a constante da territorial constitua o resultado de alterações das coluna E do anexo i da presente lei. circunscrições territoriais de outras freguesias, independentemente da agregação destas. Artigo 6.º Transmissão global de direitos e deveres Artigo 3.º Criação e limites territoriais 1 - A freguesia criada por agregação integra o património mobiliário e imobiliário, os ativos e 1 - São criadas as freguesias constantes das passivos, legais e contabilísticos, e assume colunas B e C do anexo i da presente lei, que todos os direitos e deveres, bem como as dela faz parte integrante. responsabilidades legais, judiciais e contratuais 2 - A circunscrição territorial das freguesias das freguesias agregadas. criadas por agregação corresponde à área e aos 2 - O disposto no número anterior inclui os limites territoriais das freguesias agregadas. contratos de trabalho e demais vínculos laborais 3 - A circunscrição territorial das freguesias nos quais sejam parte as freguesias agregadas. criadas por alteração dos limites territoriais, bem 3 - A presente lei constitui título bastante como das freguesias que foram objeto de mera para todos os efeitos legais decorrentes do alteração dos seus limites territoriais, é a que disposto nos números anteriores, incluindo os consta do anexo ii da presente lei, que dela faz efeitos matriciais e registrais. parte integrante. 4 - Sem prejuízo de outras formas de 4 - Os limites territoriais constantes do anexo cessação da validade, consideram-se válidos os ii da presente lei correspondem à representação registos anteriores à data de entrada em vigor cartográfica dos limites administrativos das da presente lei que mencionem as freguesias freguesias segundo o sistema de referência PT- objeto de agregação. TM06/ETRS89 (European Terrestrial Reference 5 - O Governo regula a possibilidade de os System 1989) com a indicação da escala gráfica interessados nascidos antes da data de entrada e conforme as coordenadas M e P da respetiva em vigor da presente lei solicitarem a representação cartográfica. manutenção no registo civil da denominação da freguesia onde nasceram.

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Artigo 7.º Artigo 8.º Comissão instaladora da freguesia criada Recursos financeiros por alteração dos limites territoriais 1 - As transferências financeiras do Estado 1 - A instituição da freguesia criada por para as freguesias criadas por agregação são de alteração dos limites territoriais, nos termos do montante igual à soma dos montantes a que n.º 2 do artigo 2.º, será realizada por uma cada uma das freguesias agregadas tinha direito comissão instaladora que funcionará no período no Fundo de Financiamento das Freguesias de quatro meses que antecede o termo do (FFF). mandato autárquico em curso. 2 - É aumentada em 15 %, até ao final do 2 - Para o efeito consignado no número mandato iniciado com a realização das eleições anterior, cabe à comissão instaladora promover gerais para os órgãos das autarquias locais, em as ações necessárias à instalação dos órgãos 2013, a participação no FFF da freguesia criada autárquicos da nova freguesia e executar todos por agregação através de pronúncia da os demais atos preparatórios estritamente assembleia municipal, nos termos do disposto na necessários à discriminação dos bens, direitos e Lei n.º 22/2012, de 30 de maio. obrigações, bem como das responsabilidades legais, judiciais e contratuais a transferir para a Artigo 9.º nova freguesia. Entrada em vigor e produção de efeitos 3 - A comissão instaladora é nomeada pela câmara municipal com a antecedência mínima 1 - A presente lei entra em vigor no dia de 15 dias sobre o início de funções nos termos seguinte ao da sua publicação. do n.º 1 do presente artigo, devendo integrar, 2 - Na preparação e realização das eleições em igual número: gerais para os órgãos das autarquias locais, a realizar em 2013, em Portugal continental, são a) Cidadãos eleitores da área da consideradas as freguesias constantes da coluna freguesia criada por alteração dos D do anexo i da presente lei. limites territoriais; 3 - As freguesias agregadas e as que derem b) Membros dos órgãos deliberativo e origem a freguesias criadas por alteração dos executivo quer do município quer da limites territoriais, constantes da coluna A do freguesia criada por alteração dos anexo i, mantêm a sua existência até às eleições limites territoriais. gerais para os órgãos das autarquias locais de 4 - Na designação referida na alínea a) do 2013, momento em que será eficaz a sua número anterior, serão considerados os cessação jurídica. resultados das últimas eleições para as 4 - Fica excluído do âmbito de aplicação da assembleias de freguesia de onde a freguesia presente lei o disposto no n.º 2 do artigo 18.º da criada por alteração dos limites territoriais é Lei n.º 22/2012, de 30 de maio, bem como na originária. Lei n.º 56/2012, de 8 de novembro.

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ANEXO I (a que se refere o artigo 3.º)

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ANEXO II (a que se refere o artigo 3.º)

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Declaração de Retificação n.º 19/2013, 28 de março

Declaração de Retificação à Lei n.º 11- A/2013, de 28 de janeiro, sobre «Reorganização administrativa do território das freguesias», publicada no suplemento ao Diário da República, 1.ª série, n.º 19, de 28 de janeiro de 2013

Para os devidos efeitos, observado o disposto no n.º 2 do artigo 115.º do Regimento da Assembleia da República, declara-se que a Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro - reorganização administrativa do território das freguesias -, foi publicada no suplemento ao Diário da República, 1.ª série, n.º 19, de 28 de janeiro de 2013, com as seguintes incorreções, que assim se retificam: No anexo i, Município de Abrantes, nas colunas A, B e D, onde se lê «VALE DE MÓS» deve ler-se «VALE DAS MÓS». No anexo i, Município de Almeida, nas colunas A, B e D, onde se lê «VALE VERDE» deve ler-se «VALVERDE» e na coluna A, onde se lê «MONTE PEROBOLÇO» deve ler-se «MONTEPEROBOLSO». No anexo i, Município de Bragança, nas colunas A, B e D, onde se lê «FAILDE» deve ler- se «FAÍLDE». No anexo i, Município de Caldas da Rainha, nas colunas C e D, onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DAS CALDAS DA RAINHA - NOSSA SENHORA DO PÓPULO, COTO E SÃO GREGÓRIO» deve ler-se «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE CALDAS DA RAINHA - NOSSA SENHORA DO PÓPULO, COTO E SÃO GREGÓRIO» e onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DAS CALDAS DA RAINHA - SANTO ONOFRE E SERRA DO BOURO» deve ler-se «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE CALDAS DA RAINHA - SANTO ONOFRE E SERRA DO BOURO». No anexo i, Município de Arcos de Valdevez, nas colunas A, B, D e E, onde se lê «ARCOS DE VALDEVEZ (SÃO SALVADOR)» deve ler-se «ARCOS DE VALDEVEZ (SALVADOR)». No anexo i, Município de Barcelos, nas colunas D e E, onde se lê:

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deve ler-se:

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No anexo i, Município de Coruche, nas colunas D e E, onde se lê «SÃO JOSÉ DA LAMOROSA» deve ler-se «SÃO JOSÉ DA LAMAROSA». No anexo i, Município de Fafe, nas colunas B e D, onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE AGRELA E SERAFÃO» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE AGRELA E SERAFÃO», onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE FREITAS E VILA COVA» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE FREITAS E VILA COVA», onde se lê «UNIÃO DAS

FREGUESIAS DE MONTE E QUEIMADELA» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE MONTE E QUEIMADELA», onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ABOIM, FELGUEIRAS, GONTIM E PEDRAÍDO» deve ler-se «UNIÃO DE

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FREGUESIAS DE ABOIM, FELGUEIRAS, GONTIM No anexo i, Município de São Pedro do Sul, E PEDRAÍDO», onde se lê «UNIÃO DAS nas colunas D e E, onde se lê «VILAR MAIOR» FREGUESIAS DE MOREIRA DO REI E VÁRZEA deve ler-se «VILA MAIOR». COVA» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE No anexo i, Município de Torre de Moncorvo, MOREIRA DO REI E VÁRZEA COVA», onde se lê nas colunas A, B, D e E, onde se lê «URRÓS» «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ANTIME E deve ler-se «URROS». SILVARES (SÃO CLEMENTE)» deve ler-se No anexo i, Município de Torres Vedras, nas «UNIÃO DE FREGUESIAS DE ANTIME E colunas B e D, onde se lê «UNIÃO DAS SILVARES (SÃO CLEMENTE)», onde se lê FREGUESIAS DE TORRES VEDRAS (SÃO PEDRO «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE CEPÃES E E SANTIAGO E SANTA MARIA DO CASTELO E FAREJA» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS SÃO MIGUEL) E MATACÃES» deve ler-se «UNIÃO DE CEPÃES E FAREJA» e onde se lê «UNIÃO DAS DAS FREGUESIAS DE TORRES VEDRAS (SÃO FREGUESIAS DE ARDEGÃO, ARNOZELA E PEDRO, SANTIAGO, SANTA MARIA DO CASTELO SEIDÕES» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS E SÃO MIGUEL) E MATACÃES». DE ARDEGÃO, ARNOZELA E SEIDÕES». No anexo i, Município de Vinhais, nas colunas No anexo i, Município da Guarda, nas colunas A, B, D e E, onde se lê «SOBREIRÓ DE BAIXO» B e D, onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE deve ler-se «SOBREIRO DE BAIXO». AVELÃS DE AMBOM E ROCAMONDO» deve ler-se No anexo ii, Município de Odemira, onde se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE AVELÃS DE AMBOM lê: E ROCAMONDO», onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE CORUJEIRA E TRINTA» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE CORUJEIRA E TRINTA», onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE MIZARELA, PÊRO SOARES E VILA SOEIRO» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE MIZARELA, PÊRO SOARES E VILA SOEIRO», onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE POUSADE E ALBARDO» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE POUSADE E ALBARDO» e onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ROCHOSO E MONTE MARGARIDA» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE ROCHOSO E MONTE MARGARIDA». No anexo i, Município de Leiria, nas colunas A, B, D e E, onde se lê «SOUTO DE CARPALHOSA» deve ler-se «SOUTO DA CARPALHOSA». No anexo i, Município de Loulé, nas colunas B e D, onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE QUERENÇA, TÔR E BENAFIM» deve ler-se «UNIÃO DE FREGUESIAS DE QUERENÇA, TÔR E

BENAFIM». deve ler-se: No anexo i, Município de Meda, onde se lê «Município de Meda» deve ler-se «Município de Mêda» e, nas colunas A, B, D e E, onde se lê «MEDA» deve ler-se «MÊDA». No anexo i, Município de Mirandela, nas colunas D e E, onde se lê «SUCÇÃES» deve ler- se «SUÇÃES». No anexo i, Município de Odemira, nas colunas D e E, onde se lê «SABOIA» deve ler-se «SABÓIA». No anexo i, Município de Odivelas, nas colunas A, B e D, onde se lê «OLIVAL DE BASTO» deve ler-se «OLIVAL BASTO». No anexo i, Município de Ourém, nas colunas A, B e D, onde se lê «RIBEIRA DO FARRIO» deve ler-se «RIBEIRA DO FÁRRIO». No anexo i, Município de Penalva do Castelo, nas colunas B e D, onde se lê «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE VILA COVA DO COVELO E MARECO» deve ler-se «UNIÃO DAS FREGUESIAS DE VILA COVA DO COVELO/MARECO».

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Lei n.º 81/2013, de 6 de dezembro b) A cessação jurídica das freguesias e a Transição das freguesias no âmbito da criação de novas freguesias não reorganização administrativa operada pelas determina a caducidade das Leis n.os 56/2012, de 8 de novembro, e 11- deliberações com eficácia externa, A/2013, de 28 de janeiro nomeadamente as de natureza regulamentar. A Assembleia da República decreta, nos 3 - A interpretação conjugada dos preceitos termos da alínea c) do artigo 161.º da da Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, e das Constituição, o seguinte: normas legais orçamentais e de prestação de

contas aplicáveis e em vigor determina que: Artigo 1.º Objeto a) Os novos titulares dos órgãos das novas freguesias devem, após a A presente lei procede à interpretação de instalação dos respetivos órgãos, normas das Leis n.os 56/2012, de 8 de aprovar novos instrumentos de gestão novembro, e 11-A/2013, de 28 de janeiro, previsional de acordo com os princípios estabelece o princípio da gratuidade da e regras orçamentais consagrados na constituição das novas freguesias e clarifica Lei das Finanças Locais, na Lei de regras em matéria de remunerações dos eleitos Enquadramento Orçamental e no Plano das juntas de freguesia. Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais (POCAL) em vigor à data de Artigo 2.º prestação das contas, designadamente Norma interpretativa relativa à transição de a regra da plenitude, que engloba o freguesias princípio da unidade e o princípio da universalidade, e tendo em conta o 1 - A interpretação conjugada do princípio da Regime Jurídico das Autarquias Locais, continuidade dos mandatos autárquicos previsto aprovado pela Lei n.º 169/99, de 18 de no artigo 80.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro; setembro, e das normas previstas na Lei n.º 11- b) O disposto na alínea anterior não A/2013, de 28 de janeiro, determina que: prejudica a possibilidade de, até à aprovação desses instrumentos de a) Os titulares dos órgãos autárquicos gestão previsional, os órgãos das mantêm-se em funções desde a data novas freguesias realizarem despesas das eleições gerais para as autarquias para as quais exista saldo de dotação locais até à sua substituição legal proveniente dos orçamentos das ocorrida com a instalação dos órgãos freguesias agregadas; eleitos, atuando em nome e por conta c) Na contabilização dos atos de despesa das freguesias criadas por agregação; previstos na alínea anterior deve b) Aos atos praticados pelos titulares dos indicar-se qual a dotação de cada órgãos referidos na alínea anterior orçamento das freguesias agregadas à entre a data das eleições gerais para as qual é imputada a despesa, bem como autarquias locais e a instalação dos indicar-se o saldo disponível imputável, novos órgãos eleitos naquelas eleições antes da despesa, a cada uma dessas é aplicável o disposto na Lei n.º dotações de cada um desses 47/2005, de 29 de agosto. orçamentos; 2 - O artigo 6.º da Lei n.º 11-A/2013, de 28 d) Os titulares dos órgãos legalmente de janeiro, deve ser interpretado no sentido de: competentes das freguesias objeto de cessação jurídica devem prestar a) As novas freguesias sucederem nos contas, nos termos da Lei de direitos e obrigações das freguesias Organização e Processo do Tribunal de objeto de cessação jurídica, Contas, aprovada pela Lei n.º 98/97, transmitindo-se para as novas de 26 de agosto, e das instruções e entidades os ativos, incluindo todos os resoluções do Tribunal de Contas, bens móveis e imóveis, direitos e relativamente ao período de 1 de obrigações, bem como as janeiro a 29 de setembro de 2013, responsabilidades legais, judiciais e bem como reportar os atos praticados contratuais, os saldos existentes em no período de transição, nos termos da caixa, os saldos bancários e os créditos alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º; orçamentais não utilizados

pertencentes às freguesias objeto de

cessação jurídica, constituindo a

presente lei título jurídico bastante

para o registo de propriedade a favor

das novas freguesias;

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e) Os titulares dos órgãos legalmente Artigo 4.º competentes das freguesias resultantes Remunerações dos eleitos das juntas de de agregação, nos termos da Lei n.º freguesia 11-A/2013, de 28 de janeiro, devem apresentar, em 2014, uma conta de As freguesias cujos presidentes reúnam, na gerência relativa ao período sequência das eleições gerais ocorridas no dia compreendido entre 29 de setembro e 29 de setembro, as condições previstas no artigo 31 de dezembro de 2013, nos termos 86.º da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, da Lei de Organização e Processo do devem solicitar as verbas aplicáveis junto da Tribunal de Contas, aprovada pela Lei Direção-Geral das Autarquias Locais, através do n.º 98/97, de 26 de agosto, e das preenchimento de formulário eletrónico próprio instruções e resoluções aprovadas pelo até ao dia 10 de dezembro de 2013. Tribunal de Contas, sem prejuízo do disposto na alínea seguinte; Artigo 5.º f) Independentemente da Aplicação no tempo e produção de efeitos obrigatoriedade de prestação de contas referida na alínea a), deve a prestação 1 - O artigo 2.º tem natureza interpretativa, de contas relativa ao período referido pelo que o respetivo sentido é aplicável desde a na alínea d) seguir o regime mais entrada em vigor das normas interpretadas. exigente, previsto no POCAL, das 2 - O disposto no artigo 3.º reporta os seus contas das anteriores freguesias efeitos à data da inscrição das novas freguesias agregadas relativas ao ano de 2012. no registo nacional de pessoas coletivas públicas. 4 - O disposto nos números anteriores é aplicável às freguesias do município de Lisboa Artigo 6.º que foram objeto da reorganização Entrada em vigor administrativa operada pela Lei n.º 56/2012, de

8 de novembro. A presente lei entra em vigor no dia seguinte

ao da sua publicação. Artigo 3.º

Gratuitidade emolumentar da constituição

das novas freguesias

São gratuitos os atos de inscrição no ficheiro central de pessoas coletivas públicas decorrentes da reorganização administrativa operada pelas Leis n.os 56/2012, de 8 de novembro, e 11- A/2013, de 28 de janeiro.

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Despacho n.º 11540/2013, de 5 de Considerando que a opção de proceder à setembro alteração das referidas bases de dados e demais Aprova a tabela de designação simplificada ferramentas informáticas e sistemas de das Freguesias informação implicaria a assunção de encargos extremamente onerosos para o Estado, na Considerando que a Equipa para os Assuntos medida em que seriam necessárias alterações da Reorganização Administrativa Territorial substanciais a essas mesmas bases de dados e Autárquica (EARATA) foi constituída para o demais ferramentas informáticas; desenvolvimento de trabalhos que visam Atentando ao facto da necessidade de assegurar a atualização e o regular aceitação das designações das freguesias com funcionamento dos sistemas de identificação que mais de 50 caracteres nas referidas bases de suportam a realização dos atos eleitorais e dados e demais ferramentas informáticas e referendários, adaptando-os à nova realidade sistemas de informação determinar que a administrativa, conforme resulta do n.º 3 da Administração Pública deva adaptar a Resolução do Conselho de Ministros n.º 3/2013, designação dessas mesmas freguesias, para de 16 de janeiro; efeitos puramente internos e sem que isso Na medida em que foi identificado, nos implique uma alteração do nome das próprias termos do n.º 3 da Resolução do Conselho de freguesias, a qual só pode ocorrer através de Ministros n.º 34/2013, de 20 de maio, um intervenção legislativa; constrangimento de ordem informática nas Ao abrigo dos princípios da eficácia, eficiência diversas bases de dados do Estado, relativo à e da unidade de ação da Administração, contidos aceitação em tais bases de dados e demais no artigo 267.º, n.º 2 da Constituição da ferramentas informáticas e sistemas de República Portuguesa e no artigo 10.º do Código informação a que o Estado recorre da de Procedimento Administrativo, determina-se designação das freguesias que passam a existir que com a criação das freguesias referidas no com a realização das eleições gerais para os anexo I da Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, órgãos das autarquias locais, nos termos e para nos termos e para os efeitos dos artigos 4.º e os efeitos dos artigos 4.º e 9.º, n.º 3 da Lei n.º 9.º, n.º 3 do mesmo diploma, seja adotada a 11-A/2013, de 28 de janeiro; tabela de correspondências em anexo, para Tendo em conta que o constrangimento efeitos de compatibilização com as bases de informático referido no número anterior dados, ferramentas informáticas e sistemas de corresponde à impossibilidade de serem aceites informação dos serviços e organismos públicos designações de freguesias com mais de 50 tutelados pelos signatários. caracteres nas referidas bases de dados e demais ferramentas informáticas e sistemas de informação;

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COMPETÊNCIAS

Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 2/87, de 8 de Janeiro Obrigatoriedade de consulta prévia às câmaras municipais para autorização e licenciamento de jogos de perícia, máquinas de diversão e outras diversões públicas.

A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º 2, da Constituição, o seguinte: Artigo 1.º - 1 - As entidades a quem compete a concessão e a renovação de autorização para jogos de perícia, o licenciamento, e a sua renovação, de máquinas de diversão, mecânicas, automáticas, eléctricas computorizadas ou electrónicas, ou de salas para exploração destas actividades, ou de outras diversões, nomeadamente casas de espectáculos, boîtes, discotecas, bares e estabelecimentos congéneres, devem remeter, por ofício registado ou mediante protocolo, cópia do respectivo requerimento para parecer prévio da câmara municipal do concelho em que se situar a actividade a autorizar ou a licenciar, salvo indeferimento liminar do pedido. 2 - A câmara municipal tem a faculdade de, no prazo de 30 dias, contados a partir da data do recebimento do ofício, comunicar o seu parecer. 3 - Os prazos aplicáveis à decisão das entidades referidas no n.º 1 contam-se a partir do recebimento do parecer da câmara municipal competente ou do termo do prazo para a sua recepção, sem prejuízo de se aplicarem desde logo os prazos de indeferimento tácito quando o parecer não tenha sido solicitado. Art. 2.º O parecer desfavorável da câmara municipal, que deve ser fundamentado, determina o indeferimento do pedido pela entidade competente para a autorização ou licenciamento. Art. 3.º São nulas, independentemente de declaração dos tribunais, as decisões tomadas que não obedeçam ao disposto nos artigos anteriores. Art. 4.º A presente lei entra em vigor 60 dias após a sua publicação.

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Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro 2 - Nas freguesias com mais de 30000 Estabelece o quadro de competências, eleitores, o número de membros atrás referido é assim como o regime jurídico de aumentado de mais um por cada 10000 eleitores funcionamento, dos órgãos dos municípios para além daquele número. e das freguesias 3 - Quando, por aplicação da regra anterior, (Com as alterações introduzidas pela Lei n.º 5- o resultado for par, o número de membros A/2002 de 11 de janeiro que, a republica, pela obtido é aumentado de mais um. Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro, pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro e pela Artigo 6.º Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) Impossibilidade de eleição

A Assembleia da República decreta, nos 1 - Quando não seja possível eleger a termos da alínea c) do artigo 161.º da assembleia de freguesia por falta de Constituição, para valer como lei geral da apresentação de listas de candidatos ou por República, o seguinte: estas terem sido todas rejeitadas, procede-se de acordo com o disposto nos números seguintes. CAPÍTULO I 2 - No caso de falta de apresentação de listas Objecto de candidatos, a câmara municipal nomeia uma comissão administrativa, composta por três ou Artigo 1.º cinco membros consoante o número de eleitores Objecto seja inferior, ou igual ou superior, a 5000, e procede à marcação de novas eleições. (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 3 - Na nomeação dos membros da comissão setembro) administrativa, a câmara municipal deve tomar em consideração os últimos resultados CAPÍTULO II verificados na eleição para a assembleia de Órgãos freguesia. 4 - A comissão administrativa substitui os Artigo 2.º órgãos da freguesia e não pode exercer funções Órgãos por prazo superior a seis meses. 5 - As novas eleições devem realizar-se até (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 70 dias antes do termo do prazo referido no setembro) número anterior e a sua marcação deve ser feita com a antecedência prevista na lei eleitoral dos CAPÍTULO III órgãos das autarquias locais. Da freguesia 6 - No caso de todas as listas terem sido rejeitadas, a câmara municipal procede desde SECÇÃO I logo à marcação de novas eleições, a realizar no Da assembleia de freguesia período de 30 dias que imediatamente se seguir àquele em que se deveria ter realizado o acto Artigo 3.º eleitoral. Natureza Artigo 7.º (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Convocação para o acto de instalação dos setembro) órgãos

Artigo 4.º 1 - Compete ao presidente da assembleia de Constituição freguesia cessante proceder à convocação dos eleitos para o acto de instalação do órgão. A assembleia de freguesia é eleita por 2 - A convocação é feita nos cinco dias sufrágio universal, directo e secreto dos subsequentes ao do apuramento definitivo dos cidadãos recenseados na área da freguesia, resultados eleitorais, por meio de edital e por segundo o sistema de representação carta com aviso de recepção ou por protocolo, e proporcional. tendo em consideração o disposto no n.º 1 do artigo seguinte. Artigo 5.º 3 - Na falta de convocação no prazo do Composição número anterior, cabe ao cidadão melhor posicionado na lista vencedora das eleições para 1 - A assembleia de freguesia é composta por assembleia de freguesia efectuar a convocação 19 membros quando o número de eleitores for em causa nos cinco dias imediatamente superior a 20000, por 13 membros quando for seguintes ao esgotamento do prazo referido. igual ou inferior a 20000 e superior a 5000, por 4 - Nos casos de instalação após eleições 9 membros quando for igual ou inferior a 5000 e intercalares, a competência referida no n.º 1 é superior a 1000 e por 7 membros quando for exercida pelo presidente da comissão igual ou inferior a 1000. administrativa cessante.

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Artigo 8.º Artigo 10.º Instalação Composição da mesa

1 - O presidente da assembleia de freguesia 1 - A mesa da assembleia é composta por um cessante ou o presidente da comissão presidente, um 1.º secretário e um 2.º administrativa cessante, conforme o caso, ou, secretário e é eleita pela assembleia de na falta ou impedimento daqueles, de entre os freguesia de entre os seus membros. presentes, o cidadão melhor posicionado na lista 2 - A mesa é eleita pelo período do mandato, vencedora, procede à instalação da nova podendo os seus membros ser destituídos, em assembleia até ao 20.º dia posterior ao qualquer altura, por deliberação tomada pela apuramento definitivo dos resultados eleitorais. maioria do número legal dos membros da assembleia. 2 - Quem proceder à instalação verifica a 3 - O presidente é substituído, nas suas faltas identidade e a legitimidade dos eleitos e e impedimentos, pelo 1.º secretário e este pelo designa, de entre os presentes, quem redige o 2.º secretário. documento comprovativo do acto, que é 4 - Na ausência simultânea de todos ou da assinado, pelo menos, por quem procedeu à maioria dos membros da mesa, a assembleia de instalação e por quem o redigiu. freguesia elege, por voto secreto, de entre os 3 - A verificação da identidade e legitimidade membros presentes, o número necessário de dos eleitos que, justificadamente, hajam faltado elementos para integrar a mesa que vai presidir ao acto de instalação é feita na primeira reunião à reunião, salvo disposição contrária constante do órgão a que compareçam pelo respectivo do regimento. presidente. 5 - O presidente da mesa é o presidente da assembleia de freguesia. Artigo 9.º Primeira reunião Artigo 10.º-A Competências da mesa 1 - Até que seja eleito o presidente da assembleia compete ao cidadão que tiver (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de encabeçado a lista mais votada ou, na sua falta, setembro) ao cidadão sucessivamente melhor posicionado nessa mesma lista presidir à primeira reunião de Artigo 11.º funcionamento da assembleia de freguesia que Alteração da composição se efectua imediatamente a seguir ao acto de instalação, para efeitos de eleição, por escrutínio 1 - Os lugares deixados em aberto na secreto, dos vogais da junta de freguesia, bem assembleia de freguesia, em consequência da como do presidente e secretários da mesa da saída dos membros que vão constituir a junta, assembleia de freguesia. ou por morte, renúncia, perda de mandato, 2 - Na ausência de disposição regimental suspensão ou outra razão, são preenchidos nos compete à assembleia deliberar se cada uma das termos do artigo 79.º eleições a que se refere o número anterior é 2 - Esgotada a possibilidade de substituição uninominal ou por meio de listas. prevista no número anterior e desde que não 3 - Verificando-se empate na votação, esteja em efectividade de funções a maioria do procede-se a nova eleição, obrigatoriamente número legal de membros da assembleia, o uninominal. presidente comunica o facto ao membro do 4 - Se o empate persistir nesta última, é Governo responsável pelas tutela das autarquias declarado eleito para as funções em causa o locais, para que este marque, no prazo máximo cidadão que, de entre os membros empatados, de 30 dias, novas eleições, sem prejuízo do se encontrava melhor posicionado nas listas que disposto no artigo 99.º (Redação dada pela Lei os concorrentes integraram na eleição para a Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro). assembleia de freguesia, preferindo 3 - As eleições realizam-se no prazo de 40 a sucessivamente a mais votada. 60 dias a contar da data da respectiva 5 - A substituição dos membros da marcação. assembleia que irão integrar a junta seguir-se-á 4 - A nova assembleia de freguesia completa imediatamente à eleição dos vogais desta, o mandato da anterior. procedendo-se depois à verificação da identidade e legitimidade dos substitutos e à Artigo 12.º eleição da mesa. Participação de membros da junta nas 6 - Enquanto não for aprovado novo sessões regimento, continua em vigor o anteriormente aprovado. 1 - A junta faz-se representar, obrigatoriamente, nas sessões da assembleia de freguesia pelo presidente, que pode intervir nos debates, sem direito a voto.

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2 - Em caso de justo impedimento, o j) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 presidente da junta pode fazer-se substituir pelo de setembro); seu substituto legal. l) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 3 - Os vogais da junta de freguesia devem de setembro); assistir às sessões da assembleia de freguesia, m) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de sendo-lhes facultado intervir nos debates, sem 12 de setembro); direito a voto, a solicitação do plenário ou com a n) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de anuência do presidente da junta, ou do seu 12 de setembro); substituto. o) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 4 - Os vogais da junta de freguesia que não 12 de setembro); sejam tesoureiros ou secretários têm direito às p) Votar moções de censura à junta de senhas de presença nos termos do n.º 1 do freguesia, em avaliação da acção artigo 8.º da Lei n.º 11/96, de 18 de Abril. desenvolvida pela mesma ou por 5 - Os vogais da junta de freguesia podem qualquer dos seus membros, no âmbito ainda intervir para o exercício do direito de do exercício das respectivas defesa da honra. competências; q) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de Artigo 13.º 12 de setembro); Sessões ordinárias r) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro); (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de s) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de setembro) 12 de setembro).

Artigo 14.º 2 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Sessões extraordinárias setembro). 3 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro). setembro) 4 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro). Artigo 15.º 5 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Participação de eleitores setembro). 6 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro). setembro) Artigo 18.º Artigo 16.º Delegação de tarefas Duração das sessões (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . setembro) Artigo 19.º Artigo 17.º Competências do presidente da assembleia Competências (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 1 - Compete à assembleia de freguesia: setembro).

a) Eleger, por voto secreto, os vogais da Artigo 20.º junta de freguesia; Competência dos secretários b) Eleger, por voto secreto, o presidente

e os secretários da mesa; (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de c) (Revogada pela Lei n.º 75/2013, de setembro) . 12 de setembro);

d) (Revogada pela Lei n.º 75/2013, de SECÇÃO II 12 de setembro); Do plenário de cidadãos eleitores e) (Revogada pela Lei n.º 75/2013, de

12 de setembro); Artigo 21.º f) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 Composição do plenário de setembro);

g) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 1 - Nas freguesias com 150 eleitores ou 12 de setembro); menos, a assembleia de freguesia é substituída h) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de pelo plenário dos cidadãos eleitores. 12 de setembro); 2 - O plenário não pode deliberar i) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 validamente sem que estejam presentes, pelo de setembro); menos, 10% dos cidadãos eleitores recenseados na freguesia.

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Artigo 22.º Artigo 27.º Remissão Funções a tempo inteiro e a meio tempo

O plenário de cidadãos eleitores rege-se, com 1 - Nas freguesias com o mínimo de 5000 as necessárias adaptações, pelas regras eleitores e o máximo de 10000 eleitores ou nas estabelecidas para a assembleia de freguesia e freguesias com mais de 3500 eleitores e 50 km respectiva mesa. de área, o presidente da junta pode exercer o mandato em regime de meio tempo. SECÇÃO III 2 - Nas freguesias com mais de 10000 Da junta de freguesia eleitores ou nas freguesias com mais de 7000 eleitores e 100 km de área, o presidente da Artigo 23.º junta pode exercer o mandato em regime de Natureza e constituição tempo inteiro. 3 - Pode ainda exercer o mandato em regime 1 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de de meio tempo o presidente da junta das setembro) . freguesias com mais de 1000 eleitores e em 2 - A junta é constituída por um presidente e regime de tempo inteiro o presidente da junta por vogais, sendo que dois exercerão as funções com mais de 1500 eleitores, desde que nas de secretário e de tesoureiro. respectivas freguesias o encargo anual com a respectiva remuneração não ultrapasse 12% do Artigo 24.º valor total geral da receita constante na conta Composição de gerência do ano anterior nem do valor inscrito no orçamento em vigor. 1 - Nas freguesias com mais de 150 eleitores, 4 - O número de eleitores relevante para o presidente da junta é o cidadão que encabeçar efeitos dos números anteriores é o constante do a lista mais votada na eleição para a assembleia recenseamento vigente na data das eleições de freguesia e, nas restantes, é o cidadão eleito gerais, imediatamente anteriores, para a pelo plenário de cidadãos eleitores recenseados assembleia de freguesia. na freguesia. 2 - Os vogais são eleitos pela assembleia de Artigo 28.º freguesia ou pelo plenário de cidadãos eleitores, Repartição do regime de funções de entre os seus membros, mediante proposta do presidente da junta, nos termos do artigo 1 - O presidente pode atribuir a um dos 9.º, tendo em conta que: restantes membros da junta o exercício das suas funções em regime de tempo inteiro ou de meio a) Nas freguesias com 5000 ou menos tempo. eleitores há dois vogais; 2 - Quando ao presidente caiba exercer o b) Nas freguesias com mais de 5000 mandato em regime de tempo inteiro pode: eleitores e menos de 20000 eleitores há quatro vogais; a) Optar por exercer as suas funções em c) Nas freguesias com 20000 ou mais regime de meio tempo, atribuindo a eleitores há seis vogais. qualquer dos restantes membros o outro meio tempo; Artigo 25.º b) Dividir o tempo inteiro em dois meios Primeira reunião tempos, repartindo-os por dois dos restantes membros da junta; A primeira reunião tem lugar nos cinco dias c) Atribuir o tempo inteiro a qualquer imediatos à constituição do órgão, competindo dos restantes membros. ao presidente a respectiva marcação e convocação, a fazer por edital e por carta com Artigo 29.º aviso de recepção ou através de protocolo com, Substituições pelo menos, dois dias de antecedência. 1 - As vagas ocorridas na junta de freguesia Artigo 26.º são preenchidas: Regime de funções a) A de presidente, nos termos do artigo

79.º; Os membros das juntas de freguesia podem b) A de vogal, através de nova eleição exercer o mandato em regime de tempo inteiro pela assembleia de freguesia. ou de meio tempo, nos termos do artigo seguinte. 2 - Esgotada, em definitivo, a possibilidade de preenchimento da vaga de presidente, cabe à câmara municipal, após a comunicação do facto pelo presidente da assembleia de freguesia, proceder à marcação de novas eleições para a assembleia de freguesia, no prazo de 30 dias,

248 Autarquias Locais - Legislação Nacional com respeito pelo disposto nos n. os 3 e 4 do SECÇÃO IV artigo 11.º e sem prejuízo do disposto no artigo Do regime do pessoal 99.º 3 - A comunicação referida no número Artigo 39.º anterior deve ser feita no prazo de oito dias a Benefícios contar da data da verificação da impossibilidade. (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Artigo 30.º setembro) . Periodicidade das reuniões Artigo 40.º (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Contratos setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Artigo 31.º setembro) . Convocação das reuniões ordinárias CAPÍTULO IV (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Do município setembro) . SECÇÃO I Artigo 32.º Da assembleia municipal Convocação das reuniões extraordinárias Artigo 41.º (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Natureza setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Artigo 33.º setembro) . Competências Artigo 42.º (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Constituição setembro) . Artigo 34.º 1 - A assembleia municipal é constituída por Competências próprias membros eleitos directamente em número superior ao dos presidentes de junta de (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de freguesia, que a integram. setembro) 2 - O número de membros eleitos directamente não pode ser inferior ao triplo do Artigo 35.º número de membros da respectiva câmara Delegação de competências no presidente municipal. 3 - Nas sessões da assembleia municipal (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de participam os cidadãos que encabeçaram as setembro) listas mais votadas na eleição para as assembleias de freguesia da área do município, Artigo 36.º enquanto estas não forem instaladas. Protocolos de colaboração com entidades terceiras Artigo 43.º Convocação para o acto de instalação dos (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de órgãos setembro) 1 - Compete ao presidente da assembleia Artigo 37.º municipal cessante proceder à convocação dos Competências delegadas pela câmara eleitos para o acto de instalação dos órgãos da municipal autarquia, que deve ser conjunto e sucessivo. 2 - A convocação é feita nos cinco dias (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de subsequentes ao do apuramento definitivo dos setembro) resultados eleitorais, por meio de edital e carta com aviso de recepção ou através de protocolo e Artigo 38.º tendo em consideração o disposto no n.º 1 do Competências do presidente artigo seguinte. 3 - Na falta de convocação, no prazo do (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de número anterior, cabe ao cidadão melhor setembro). posicionado na lista vencedora das eleições para a assembleia municipal efectuar a convocação em causa, nos cinco dias imediatamente seguintes ao esgotamento do prazo referido.

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Artigo 44.º maioria do número legal dos membros da Instalação assembleia. 3 - O presidente é substituído, nas suas faltas 1 - O presidente da assembleia municipal e impedimentos, pelo 1.º secretário e este pelo cessante ou o presidente da comissão 2.º secretário. administrativa cessante, conforme o caso, ou, 4 - Na ausência simultânea de todos ou da na falta ou impedimento daqueles, de entre os maioria dos membros da mesa, a assembleia presentes, o cidadão melhor posicionado na lista elege, por voto secreto, de entre os membros vencedora procede à instalação da nova presentes, o número necessário de elementos assembleia até ao 20.º dia posterior ao para integrar a mesa que vai presidir à reunião, apuramento definitivo cios resultados eleitorais. salvo disposição contrária constante do 2 - Quem proceder à instalação verifica a regimento. identidade e a legitimidade dos eleitos e 5 - O presidente da mesa é o presidente da designa, de entre os presentes, quem redige o assembleia municipal. documento comprovativo do acto, que é assinado, pelo menos, por quem procedeu à Artigo 46.º-A instalação e por quem o redigiu. Competências da mesa 3 - A verificação da identidade e legitimidade dos eleitos que hajam faltado, justificadamente, (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de ao acto de instalação é feita, na primeira reunião setembro) do órgão a que compareçam, pelo respectivo presidente. Artigo 46.º-B Grupos municipais Artigo 45.º Primeira reunião 1 - Os membros eleitos, bem como os presidentes de junta de freguesia eleitos por 1 - Até que seja eleito o presidente da cada partido ou coligação de partidos ou grupo assembleia compete ao cidadão que tiver de cidadãos eleitores, podem associar-se para encabeçado a lista mais votada ou, na sua falta, efeitos de constituição de grupos municipais, nos ao cidadão sucessivamente melhor posicionado termos da lei e do regimento. nessa mesma lista presidir à primeira reunião de 2 - A constituição de cada grupo municipal funcionamento da assembleia municipal, que se efectua-se mediante comunicação dirigida ao efectua imediatamente a seguir ao acto de presidente da assembleia municipal, assinada instalação, para efeitos de eleição do presidente pelos membros que o compõem, indicando a sua e secretários da mesa. designação bem como a respectiva direcção. 2 - Na ausência de disposição regimental 3 - Cada grupo municipal estabelece a sua compete à assembleia deliberar se a eleição a organização, devendo qualquer alteração na que se refere o número anterior é uninominal ou composição ou direcção do grupo municipal ser por meio de listas. comunicada ao presidente da assembleia 3 - Verificando-se empate na votação, municipal. procede-se a nova eleição obrigatoriamente 4 - Os membros que não integrem qualquer uninominal. grupo municipal comunicam o facto ao 4 - Se o empate persistir nesta última, é presidente da assembleia e exercem o mandato declarado eleito para as funções em causa o como independentes. cidadão que, de entre os membros empatados, se encontrava melhor posicionado nas listas que Artigo 47.º os concorrentes integraram na eleição para a Alteração da composição da assembleia assembleia municipal, preferindo sucessivamente a mais votada. 1 - Quando algum dos membros deixar de 5 - Enquanto não for aprovado novo fazer parte da assembleia, por morte, renúncia, regimento, continua em vigor o anteriormente perda de mandato ou por outra razão, é aprovado. substituído nos termos do artigo 79.º ou pelo novo titular do cargo com direito de integrar o Artigo 46.º órgão, conforme os casos. Composição da mesa 2 - Esgotada a possibilidade de substituição prevista no número anterior e desde que não 1 - A mesa da assembleia é composta por um esteja em efectividade de funções a maioria do presidente, um 1.º secretário e um 2.º número legal de membros da assembleia, o secretário e é eleita, por escrutínio secreto, pela presidente comunica o facto ao membro do assembleia municipal, de entre os seus Governo responsável pelas tutela das autarquias membros. locais, para que este marque, no prazo máximo 2 - A mesa é eleita pelo período do mandato, de 30 dias, novas eleições, sem prejuízo do podendo os seus membros ser destituídos, em disposto no artigo 99.º ( Redação dada pela Lei qualquer altura, por deliberação tomada pela Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro).

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3 - As eleições realizam-se no prazo de 40 a Artigo 53.º 60 dias a contar da data da respectiva Competências marcação. 4 - A nova assembleia municipal completa o 1 - Compete à assembleia municipal: mandato da anterior. a) Eleger, por voto secreto, o presidente

da mesa e os dois secretários; Artigo 48.º b) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de Participação dos membros da câmara na 12 de setembro); assembleia municipal c) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de

12 de setembro); 1 - A câmara municipal faz-se representar, d) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de obrigatoriamente, nas sessões da assembleia 12 de setembro); municipal, pelo presidente, que pode intervir nos e) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de debates, sem direito a voto. 12 de setembro); 2 - Em caso de justo impedimento, o f) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 presidente da câmara pode fazer-se substituir de setembro); pelo seu substituto legal. g) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 3 - Os vereadores devem assistir às sessões 12 de setembro); da assembleia municipal, sendo-lhes facultado h) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de intervir nos debates, sem direito a voto, a 12 de setembro); solicitação do plenário ou com a anuência do i) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 presidente da câmara ou do seu substituto legal. de setembro); 4 - Os vereadores que não se encontrem em j) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 regime de permanência ou de meio tempo têm o de setembro); direito às senhas de presença, nos termos do l) Votar moções de censura à câmara artigo 10.º da Lei n.º 29/87, de 30 de Junho. municipal, em avaliação da acção 5 - Os vereadores podem ainda intervir para desenvolvida pela mesma ou por o exercício do direito de defesa da honra. qualquer dos seus membros;

m) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de Artigo 49.º 12 de setembro); Sessões ordinárias n) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de

12 de setembro); (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de o) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de setembro) 12 de setembro);

p) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de Artigo 50.º 12 de setembro); Sessões extraordinárias q) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de

12 de setembro); (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de r) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de setembro) 12 de setembro).

2 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Artigo 51.º setembro) . Participação de eleitores 3 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro). 4 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro). Artigo 52.º Duração das sessões 5 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 6 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . setembro) . 7 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de Artigo 52.º-A setembro) . Instalação e funcionamento 8 - (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . Artigo 54.º Competência do presidente da assembleia

(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) .

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Artigo 55.º 2 - Compete à câmara municipal, sob Competência dos secretários proposta do respectivo presidente, fixar o

número de vereadores em regime de tempo (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de inteiro e meio tempo que exceda os limites setembro) . previstos no número anterior.

3 - O presidente da câmara municipal, com SECÇÃO II respeito pelo disposto nos números anteriores, Da câmara municipal pode optar pela existência de vereadores a

tempo inteiro e a meio tempo, neste caso Artigo 56.º correspondendo dois vereadores a um vereador Natureza e constituição a tempo inteiro.

4 - Cabe ao presidente da câmara escolher os 1 - A câmara municipal é constituída por um vereadores a tempo inteiro e a meio tempo, presidente e por vereadores, um dos quais fixar as suas funções e determinar o regime do designado vice-presidente, e é o órgão executivo respectivo exercício. colegial do município, eleito pelos cidadãos eleitores recenseados na sua área. Artigo 59.º 2 - A eleição da câmara municipal é Alteração da composição da câmara simultânea com a da assembleia municipal, salvo no caso de eleição intercalar. 1 - No caso de morte, renúncia, suspensão

ou perda de mandato de algum membro da Artigo 57.º câmara municipal em efectividade de funções, é Composição chamado a substituí-lo o cidadão imediatamente

a seguir na ordem da respectiva lista, nos 1 - É presidente da câmara municipal o termos do artigo 79.º primeiro candidato da lista mais votada ou, no 2 - Esgotada a possibilidade de substituição caso de vacatura do cargo, o que se lhe seguir prevista no número anterior e desde que não na respectiva lista, de acordo com o disposto no esteja em efectividade de funções a maioria do artigo 79.º número legal de membros da câmara municipal, 2 - Para além do presidente, a câmara o presidente comunica o facto à assembleia municipal é composta por: municipal e ao membro do Governo responsável a) Dezasseis vereadores em Lisboa; pelas tutela das autarquias locais, para que este b) Doze vereadores no Porto; proceda à marcação do dia de realização das c) Dez vereadores nos municípios com eleições intercalares, sem prejuízo do disposto 100000 ou mais eleitores; no artigo 99.º (Redação dada pela Lei Orgânica d) Oito vereadores nos municípios com n.º 1/2011, de 30 de novembro). mais de 50000 e menos de 100000 3 - Esgotada, em definitivo, a possibilidade eleitores; de preenchimento da vaga de presidente da e) Seis vereadores nos municípios com câmara, cabe à assembleia municipal proceder mais de 10000 e até 50000 eleitores; de acordo com o número anterior, f) Quatro vereadores nos municípios com independentemente do número de membros da 10000 ou menos eleitores. câmara municipal em efectividade de funções. 4 - As eleições realizam-se no prazo de 40 a 3 - O presidente designa, de entre os 60 dias a contar da data da respectiva vereadores, o vice-presidente, a quem, para marcação. além de outras funções que lhe sejam 5 - A câmara municipal que for eleita distribuídas, cabe substituir o primeiro nas suas completa o mandato da anterior. faltas e impedimentos. 6 - O funcionamento da câmara municipal

quanto aos assuntos inadiáveis e correntes, Artigo 58.º durante o período transitório, é assegurado: Vereadores a tempo inteiro e a meio tempo a) Pelos membros ainda em exercício da 1 - Compete ao presidente da câmara câmara municipal cessante, quando em municipal decidir sobre a existência de número não inferior a três, constituídos vereadores em regime de tempo inteiro e meio automaticamente em comissão tempo e fixar o seu número, até aos limites administrativa, presidida pelo primeiro seguintes: na ordem da lista mais votada das listas em causa, até que ocorra a a) Quatro, em Lisboa e no Porto; designação prevista na alínea seguinte; b) Três, nos municípios com 100000 ou b) Por uma comissão administrativa mais eleitores; composta por cinco membros indicados c) Dois, nos municípios com mais de pelos partidos ou coligações que 20000 e menos de 100000 eleitores; detinham mandatos na câmara d) Um, nos municípios com 20000 ou menos eleitores.

252 Autarquias Locais - Legislação Nacional

municipal cessante e nomeados pelo Artigo 65.º governo. Delegação de competências

7 - A distribuição pelos partidos ou coligações (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de do número de membros da comissão setembro) . administrativa previsto na alínea b) do número anterior será feita por aplicação do sistema Artigo 66.º proporcional pelo método da média mais alta de Competências delegáveis na freguesia Hondt aos resultados da eleição da câmara municipal cessante, competindo ao partido ou (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de coligação mais votada a indicação do presidente. setembro).

Artigo 60.º Artigo 67.º Instalação Protocolos de colaboração com entidades

terceiras 1 - A instalação da câmara municipal cabe ao presidente da assembleia municipal cessante ou, (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de na sua falta, ao cidadão melhor posicionado na setembro) . lista vencedora das eleições para a assembleia municipal, de entre os presentes, e deve ter Artigo 68.º lugar no prazo de 20 dias a contar do Competências do presidente da câmara apuramento definitivo dos resultados eleitorais.

2 - Quem proceder à instalação verifica a (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de identidade e a legitimidade dos eleitos e setembro) . designa, de entre os presentes, quem redige o documento comprovativo do acto, que é Artigo 69.º assinado, pelo menos, por quem procedeu à Distribuição de funções instalação e por quem o redigiu.

3 - A verificação da identidade e legitimidade (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de dos eleitos que hajam faltado, justificadamente, setembro) . ao acto de instalação é feita, na primeira reunião do órgão a que compareçam, pelo respectivo Artigo 70.º presidente. Delegação de competências no pessoal

dirigente Artigo 61.º

Primeira reunião (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de

setembro). A primeira reunião tem lugar nos cinco dias imediatos à constituição do órgão, competindo Artigo 71.º ao presidente a respectiva marcação e Dever de informação convocação, a fazer por edital e por carta com aviso de recepção ou através de protocolo com, (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de pelo menos, dois dias de antecedência. setembro) .

Artigo 62.º Artigo 72.º Periodicidade das reuniões ordinárias Superintendência nos serviços

(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . setembro) .

Artigo 63.º Artigo 73.º Convocação de reuniões extraordinárias Apoio aos membros da câmara

(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . setembro).

Artigo 64.º Artigo 74.º Competências Estatuto dos membros dos gabinetes de

apoio pessoal (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de

setembro) .

253 Autarquias Locais - Legislação Nacional

CAPÍTULO V 2 - O pedido de suspensão, devidamente Disposições comuns fundamentado, deve indicar o período de tempo abrangido e é enviado ao presidente e apreciado Artigo 75.º pelo plenário do órgão na reunião imediata à sua Duração e natureza do mandato apresentação. 3 - São motivos de suspensão, 1 - Os membros dos órgãos das autarquias designadamente: locais são titulares de um único mandato. a) Doença comprovada; 2 - O mandato dos titulares dos órgãos das b) Exercício dos direitos de paternidade autarquias locais é de quatro anos. e maternidade; 3 - Os vogais da junta de freguesia mantêm o c) Afastamento temporário da área da direito a retomar o seu mandato na assembleia autarquia por período superior a 30 de freguesia, se deixarem de integrar o órgão dias. executivo. 4 - A suspensão que, por uma só vez ou Artigo 76.º cumulativamente, ultrapasse 365 dias no Renúncia ao mandato decurso do mandato constitui, de pleno direito, renúncia ao mesmo, salvo se no primeiro dia útil 1 - Os titulares dos órgãos das autarquias seguinte ao termo daquele prazo o interessado locais gozam do direito de renúncia ao manifestar, por escrito, a vontade de retomar respectivo mandato a exercer mediante funções. manifestação de vontade apresentada, quer 5 - A pedido do interessado, devidamente antes quer depois da instalação dos órgãos fundamentado, o plenário do órgão pode respectivos. autorizar a alteração do prazo pelo qual 2 - A pretensão é apresentada por escrito e inicialmente foi concedida a suspensão do dirigida a quem deve proceder à instalação ou mandato, até ao limite estabelecido no número ao presidente do órgão, consoante o caso. anterior. 3 - A substituição do renunciante processa-se 6 - Enquanto durar a suspensão, os membros de acordo com o disposto no número seguinte. dos órgãos autárquicos são substituídos nos 4 - A convocação do membro substituto termos do artigo 79.º compete à entidade referida no n.º 2 e tem 7 - A convocação do membro substituto faz- lugar no período que medeia entre a se nos termos do n.º 4 do artigo 76.º comunicação da renúncia e a primeira reunião que a seguir se realizar, salvo se a entrega do Artigo 78.º documento de renúncia coincidir com o acto de Ausência inferior a 30 dias instalação ou reunião do órgão e estiver presente o respectivo substituto, situação em 1 - Os membros dos órgãos das autarquias que, após a verificação da sua identidade e locais podem fazer-se substituir nos casos de legitimidade, a substituição se opera de ausências por períodos até 30 dias. imediato, se o substituto a não recusar por 2 - A substituição obedece ao disposto no escrito de acordo com o n.º 2. artigo seguinte e opera-se mediante simples 5 - A falta de eleito local ao acto de comunicação por escrito dirigida ao presidente instalação do órgão, não justificada por escrito do órgão respectivo, na qual são indicados os no prazo de 30 dias ou considerada injustificada, respectivos início e fim. equivale a renúncia, de pleno direito. Artigo 79.º 6 - O disposto no número anterior aplica-se Preenchimento de vagas igualmente, nos seus exactos termos, à falta de substituto, devidamente convocado, ao acto de 1 - As vagas ocorridas nos órgãos assunção de funções. autárquicos são preenchidas pelo cidadão 7 - A apreciação e a decisão sobre a imediatamente a seguir na ordem da respectiva justificação referida nos números anteriores lista ou, tratando-se de coligação, pelo cidadão cabem ao próprio órgão e devem ter lugar na imediatamente a seguir do partido pelo qual primeira reunião que se seguir à apresentação havia sido proposto o membro que deu origem à tempestiva da mesma. vaga. 2 - Quando, por aplicação da regra contida na Artigo 77.º parte final do número anterior, se torne Suspensão do mandato impossível o preenchimento da vaga por cidadão proposto pelo mesmo partido, o mandato é 1 - Os membros dos órgãos das autarquias conferido ao cidadão imediatamente a seguir na locais podem solicitar a suspensão do respectivo ordem de precedência da lista apresentada pela mandato. coligação.

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Artigo 80.º Artigo 90.º Continuidade do mandato Formas de votação

Os titulares dos órgãos das autarquias locais (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de servem pelo período do mandato e mantêm-se setembro) . em funções até serem legalmente substituídos. Artigo 91.º Artigo 81.º Publicidade das deliberações Princípio da independência (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . setembro) . Artigo 92.º Artigo 82.º Actas Princípio da especialidade (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . setembro) . Artigo 93.º Artigo 83.º Registo na acta do voto de vencido Objecto das deliberações (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . setembro) Artigo 94.º

Alvarás Artigo 84.º

Reuniões públicas (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de

setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . Artigo 95.º Actos nulos Artigo 85.º Convocação ilegal de reuniões (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . Artigo 96.º Responsabilidade funcional Artigo 86.º Período de antes da ordem do dia 1 – (Revogado pela Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro) (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 2 - (Revogado pela Lei n.º 67/2007, de 31 de setembro) . dezembro)

Artigo 87.º Artigo 97.º Ordem do dia Responsabilidade pessoal

(Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de 1 - (Revogado pela Lei n.º 67/2007, de 31 de setembro) . dezembro) 2 - (Revogado pela Lei n.º 67/2007, de 31 de Artigo 88.º dezembro) Aprovação especial dos instrumentos Artigo 98.º previsionais Formalidades dos requerimentos de

convocação de sessões extraordinárias (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de

setembro) . Artigo 89.º Quórum Artigo 99.º Impossibilidade de realização de eleições (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de intercalares setembro) . (Revogado pela Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro) .

255 Autarquias Locais - Legislação Nacional

CAPÍTULO VI Disposições finais

Artigo 99.º-A.º Prazos

Salvo disposição em contrário, os prazos previstos no presente diploma são contínuos.

Artigo 99.º-B.º Regiões Autónomas

As competências atribuídas no presente diploma ao Governo são exercidas nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira pelo respectivo Governo Regional.

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Lei n.º 47/2005, de 29 de Agosto r) Apoiar ou comparticipar, pelos meios Estabelece o regime de gestão limitada dos adequados, no apoio a actividades de órgãos das autarquias locais e seus interesse da freguesia de natureza titulares social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra; A Assembleia da República decreta, nos s) Afectação ou desafectação de bens do termos da alínea c) do artigo 161.º da domínio público municipal; Constituição, o seguinte: t) Deliberar sobre a criação dos conselhos municipais; Artigo 1.º u) Autorizar os conselhos de Objecto administração dos serviços municipalizados a deliberar sobre a 1 - A presente lei estabelece os limites ao concessão de apoio financeiro, ou quadro de competências dos órgãos autárquicos outro, a instituições legalmente e respectivos titulares no período de gestão. constituídas; 2 - Para efeitos da presente lei, considera-se v) Aprovar os projectos, programas de período de gestão aquele que medeia entre a concurso, caderno de encargos e realização de eleições e a tomada de posse dos adjudicação. novos órgãos eleitos. 2 - O decurso dos prazos legais, respeitantes 3 - São igualmente estabelecidos limites às às matérias previstas no número anterior, competências das comissões administrativas das suspende-se durante o período a que se refere o autarquias locais. artigo anterior.

Artigo 2.º Artigo 3.º Âmbito Presidentes de câmara municipal e

presidentes de junta de freguesia 1 - No período a que se refere o n.º 1 do artigo anterior os órgãos das autarquias locais e 1 - Sem prejuízo do disposto no número os seus titulares, no âmbito das respectivas seguinte, durante o período de gestão caducam competências, sem prejuízo da prática de actos as delegações de competência que tenham sido correntes e inadiáveis, ficam impedidos de aprovadas pelo órgão executivo colegial para o deliberar ou decidir, designadamente, em respectivo presidente. relação às seguintes matérias: 2 - Nos casos em que o presidente de câmara a) Contratação de empréstimos; ou de junta de freguesia se tenha recandidatado b) Fixação de taxas, tarifas e preços; e seja declarado vencedor do acto eleitoral não c) Aquisição, alienação ou oneração de se aplica o disposto no número anterior, bens imóveis; podendo o titular do cargo continuar a exercer d) Posturas e regulamentos; normalmente as suas competências, ficando no e) Quadros de pessoal; entanto os respectivos actos, decisões ou f) Contratação de pessoal; autorizações sujeitos a ratificação do novo g) Criação e reorganização de serviços; executivo na primeira semana após a sua h) Nomeação de pessoal dirigente; instalação, sob pena de nulidade. i) Nomeação ou exoneração de membros 3 - Os actos, decisões ou autorizações dos dos conselhos de administração dos presidentes de câmara ou de junta de freguesia serviços municipalizados e das praticados nos termos referidos no número empresas municipais; anterior devem fazer referência expressa à j) Remuneração dos membros do precariedade legalmente estabelecida. conselho de administração dos serviços municipalizados; Artigo 4.º l) Participação e representação da Comissões administrativas autarquia em associações, fundações, empresas ou quaisquer outras 1 - As comissões administrativas dispõem de entidades públicas ou privadas; competências executivas limitadas à prática de m) Municipalização de serviços e criação actos correntes e inadiáveis, estritamente de fundações e empresas, necessários para assegurar a gestão da n) Cooperação e apoio a entidades autarquia. públicas ou privadas e apoio a 2 - As comissões administrativas, em caso de actividades correntes e tradicionais; dissolução ou extinção do órgão deliberativo, o) Concessão de obras e serviços podem, a título excepcional, deliberar sobre públicos; matérias da competência deste desde que p) Adjudicação de obras públicas e de razões de relevante e inadiável interesse público aquisição de bens e serviços; autárquico o justifiquem. q) Aprovação e licenciamento de obras particulares e loteamentos;

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3 - As deliberações a que se refere o número anterior carecem de parecer prévio da respectiva comissão de coordenação e desenvolvimento regional sob pena de nulidade. 4 - O parecer a que se refere o número anterior é obrigatoriamente emitido no prazo máximo de 10 dias.

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Lei n.º 8/2009, de 18 de Fevereiro entidades públicas e privadas, Cria o regime jurídico dos conselhos nacionais ou estrangeiras; municipais de juventude i) Promover a colaboração entre as (Com as alterações introduzidas pela Lei n.º associações juvenis no seu âmbito de 6/2012, de 10 de fevereiro, que a republica). actuação.

ANEXO CAPÍTULO II Composição Republicação da Lei n.º 8/2009, de 18 de Fevereiro. Artigo 4.º CAPÍTULO I Composição dos conselhos municipais de Disposições gerais juventude

Artigo 1.º A composição do conselho municipal de Objecto juventude é a seguinte:

a) O presidente da câmara municipal, A presente lei estabelece o regime jurídico que preside; dos conselhos municipais de juventude, b) Um membro da assembleia municipal estabelecendo a sua composição, competências de cada partido ou grupo de cidadãos e regras de funcionamento. eleitores representados na assembleia

municipal; Artigo 2.º c) O representante do município no Conselho municipal de juventude conselho regional de juventude;

d) Um representante de cada associação O conselho municipal de juventude é o órgão juvenil com sede no município inscrita consultivo do município sobre matérias no Registo Nacional de Associações relacionadas com a política de juventude. Jovens (RNAJ);

e) Um representante de cada associação Artigo 3.º de estudantes do ensino básico e Fins secundário com sede no município;

f) Um representante de cada associação Os conselhos municipais de juventude de estudantes do ensino superior com prosseguem os seguintes fins: sede no município; a) Colaborar na definição e execução das g) Um representante de cada federação políticas municipais de juventude, de estudantes inscrita no RNAJ cujo assegurando a sua articulação e âmbito geográfico de actuação se coordenação com outras políticas circunscreva à área do concelho ou nas sectoriais, nomeadamente nas áreas do quais as associações de estudantes emprego e formação profissional, com sede no município representem habitação, educação e ensino superior, mais de 50 % dos associados; cultura, desporto, saúde e acção social; h) Um representante de cada b) Assegurar a audição e representação organização de juventude partidária das entidades públicas e privadas que, com representação nos órgãos do no âmbito municipal, prosseguem município ou na Assembleia da atribuições relativas à juventude; República; c) Contribuir para o aprofundamento do i) Um representante de cada associação conhecimento dos indicadores jovem e equiparadas a associações económicos, sociais e culturais juvenis, nos termos do n.º 3 do artigo relativos à juventude; 3.º da Lei n.º 23/2006, de 23 de d) Promover a discussão das matérias Junho, de âmbito nacional. relativas às aspirações e necessidades da população jovem residente no Artigo 5.º município respectivo; Observadores e) Promover a divulgação de trabalhos de investigação relativos à juventude; O regulamento do conselho municipal de f) Promover iniciativas sobre a juventude juventude pode ainda atribuir o estatuto de a nível local; observador permanente, sem direito de voto, a g) Colaborar com os órgãos do município outras entidades ou órgãos públicos ou privados no exercício das competências destes locais, nomeadamente a instituições particulares relacionadas com a juventude; de solidariedade social sediadas no concelho e h) Incentivar e apoiar a actividade que desenvolvam a título principal actividades associativa juvenil, assegurando a sua relacionadas com a juventude, bem como a representação junto dos órgãos associações juvenis ou grupos informais de autárquicos, bem como junto de outras jovens não registados no RNAJ.

259 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 6.º políticas de juventude propostas pelo executivo Participantes externos municipal, assim como para que o conselho municipal de juventude possa apresentar Por deliberação do conselho municipal de eventuais propostas quanto a estas matérias. juventude, podem ser convidados a participar 2 - Após a aprovação pelo executivo nas suas reuniões, sem direito de voto, pessoas municipal dos documentos a que aludem as de reconhecido mérito, outros titulares de alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior, é da órgãos da autarquia, representantes das competência da câmara municipal enviar esses entidades referidas no número anterior que não documentos bem como toda a documentação disponham do estatuto de observador relevante para análise ao conselho municipal da permanente ou representantes de outras juventude, solicitando a emissão do parecer entidades públicas ou privadas cuja presença obrigatório, não vinculativo, previsto no n.º 1 do seja considerada útil para os trabalhos. artigo anterior. 3 - Para efeitos de emissão do parecer CAPÍTULO III obrigatório, não vinculativo, previsto no n.º 2 do Competências artigo anterior, a câmara municipal deve solicitá-lo imediatamente após a aprovação do Artigo 7.º regulamento para consulta pública, remetendo Competências consultivas ao conselho municipal de juventude toda a documentação relevante. 1 - Compete aos conselhos municipais de 4 - O parecer do conselho municipal de juventude pronunciar-se e emitir parecer juventude solicitado no n.º 2 do artigo anterior obrigatório, não vinculativo, sobre as seguintes deve ser remetido ao órgão competente para a matérias: deliberação final, no prazo máximo de 15 dias contados a partir da solicitação referida no a) Linhas de orientação geral da política número anterior. municipal para a juventude, constantes 5 - A não emissão de parecer obrigatório, no do plano anual de actividades; prazo previsto no n.º 4, não obsta à sua b) Orçamento municipal, no que respeita apreciação e aprovação pelos órgãos às dotações afectas às políticas de competentes. juventude e às políticas sectoriais com

aquela conexas; Artigo 9.º c) ( Revogada. ) Competências de acompanhamento 2 - Compete aos conselhos municipais de juventude emitir parecer obrigatório, não Compete aos conselhos municipais de juventude vinculativo, sobre projectos de regulamentos e acompanhar e emitir recomendações aos órgãos posturas municipais que versem sobre matérias do município sobre as seguintes matérias: que digam respeito a políticas municipais de a) Execução da política municipal de juventude. juventude; 3 - O conselho municipal de juventude será b) Execução da política orçamental do auscultado pela câmara municipal durante a município e respectivo sector elaboração dos projectos de actos previstos no empresarial relativa às políticas de número anterior. juventude; 4 - Compete ainda ao conselho municipal de c) Incidência da evolução da situação juventude emitir parecer facultativo sobre sócio-económica do município entre a iniciativas da câmara municipal com incidência população jovem do mesmo; nas políticas de juventude, mediante solicitação d) Participação cívica da população da câmara municipal, do presidente da câmara jovem do município, nomeadamente no ou dos vereadores, no âmbito das competências que respeita ao associativismo juvenil. próprias ou delegadas.

5 - A assembleia municipal pode também Artigo 10.º solicitar a emissão de pareceres facultativos ao Competências eleitorais conselho municipal de juventude sobre matérias da sua competência com incidência nas políticas Compete aos conselhos municipais de de juventude. juventude eleger um representante do conselho

municipal de juventude no conselho municipal Artigo 8.º de educação. Emissão dos pareceres obrigatórios

Artigo 11.º 1 - Na fase de preparação das propostas de Divulgação e informação documentos relativos às alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior, a câmara municipal reúne Compete aos conselhos municipais de com o conselho municipal de juventude para juventude, no âmbito da sua actividade de apresentar e discutir as linhas gerais das divulgação e informação:

260 Autarquias Locais - Legislação Nacional

f) Solicitar e obter acesso à informação e a) Promover o debate e a discussão de documentação necessárias ao exercício matérias relativas à política municipal do seu mandato, junto dos órgãos e de juventude, assegurando a ligação serviços das autarquias locais, bem entre os jovens residentes no município como das respectivas entidades e os titulares dos órgãos da autarquia; empresariais municipais. b) Divulgar junto da população jovem residente no município as suas 2 - Os restantes membros do conselho iniciativas e deliberações; municipal de juventude apenas gozam dos c) Promover a realização e divulgação de direitos identificados nas alíneas a), e) e f) do estudos sobre a situação dos jovens número anterior. residentes no município. Artigo 16.º Artigo 12.º Deveres dos membros do conselho Organização interna municipal de juventude

No âmbito da sua organização interna, Os membros do conselho municipal de compete ao conselho municipal de juventude: juventude têm o dever de:

a) Aprovar o plano e o relatório de a) Participar assiduamente nas reuniões actividades; do conselho ou fazer-se substituir, b) Aprovar o seu regimento interno; quando legalmente possível; c) Constituir comissões eventuais para b) Contribuir para a dignificação dos missões temporárias. trabalhos do conselho municipal de juventude; Artigo 13.º c) Assegurar a articulação entre as Competências em matéria educativa entidades que representam e o conselho municipal de juventude, Compete ainda aos conselhos municipais de através da transmissão de informação juventude acompanhar a evolução da política de sobre os trabalhos deste. educação através do seu representante no conselho municipal de educação. CAPÍTULO V Organização e funcionamento Artigo 14.º Comissões intermunicipais de juventude Artigo 17.º Funcionamento Para o exercício das suas competências no que respeita a políticas de juventude comuns a 1 - O conselho municipal de juventude pode diversos municípios, os conselhos municipais de reunir em plenário e em secções especializadas juventude podem estabelecer formas permanentes. permanentes de cooperação, através da 2 - O conselho municipal de juventude pode constituição de comissões intermunicipais de consagrar no seu regimento interno a juventude. constituição de uma comissão permanente que assegure o seu funcionamento entre reuniões do CAPÍTULO IV plenário. Direitos e deveres dos membros do 3 - O conselho municipal de juventude pode conselho municipal de juventude ainda deliberar a constituição de comissões eventuais de duração temporária. Artigo 15.º Direitos dos membros do conselho Artigo 18.º municipal de juventude Plenário

1 - Os membros do conselho municipal de 1 - O plenário dos conselhos municipais de juventude identificados nas alíneas d) a i) do juventude reúne ordinariamente quatro vezes artigo 4.º têm o direito de: por ano, sendo duas das reuniões destinadas à apreciação e emissão de parecer em relação ao a) Intervir nas reuniões do plenário; plano anual de actividades e ao orçamento do b) Participar nas votações de todas as município e outra destinada à apreciação do matérias submetidas à apreciação do relatório de actividades e contas do município. conselho municipal de juventude; 2 - O plenário dos conselhos municipais de c) Eleger um representante do conselho juventude reúne ainda extraordinariamente por municipal de juventude no conselho iniciativa do seu presidente ou mediante municipal de educação; requerimento de pelo menos um terço dos seus d) (Revogada.) membros com direito de voto. e) Propor a adopção de recomendações 3 - (Revogado. ) pelo conselho municipal de juventude;

261 Autarquias Locais - Legislação Nacional

4 - (Revogado. ) respeitando a autonomia administrativa e 5 - No início de cada mandato o plenário financeira do município. elege dois secretários de entre os seus membros que, juntamente com o presidente, constituem a Artigo 22.º mesa do plenário do conselho municipal de Instalações juventude e asseguram, quando necessário, a condução dos trabalhos. 1 - O município deve disponibilizar 6 - As reuniões dos conselhos municipais de instalações condignas para o funcionamento do juventude devem ser convocadas em horário conselho municipal de juventude. compatível com as actividades académicas e 2 - O conselho municipal de juventude pode profissionais dos seus membros. solicitar a cedência de espaço a título gratuito à câmara municipal para organização de Artigo 19.º actividades promovidas por si ou pelos seus Comissão permanente membros e para proceder a audição com entidades relevantes para o exercício das suas 1 - Compete à comissão permanente do competências. conselho municipal de juventude: Artigo 23.º a) Coordenar as iniciativas do conselho e Publicidade organizar as suas actividades externas;

b) Assegurar o funcionamento e a O município deve disponibilizar o acesso do representação do conselho entre as conselho municipal de juventude ao seu boletim reuniões do plenário; municipal e a outros meios informativos para c) Exercer as competências previstas no que este possa publicar as suas deliberações e artigo 11.º que lhe sejam divulgar as suas iniciativas. eventualmente delegadas pelo

plenário, desde que previsto no Artigo 24.º respectivo regimento. Sítio na Internet 2 - O número de membros da comissão permanente é fixado no regimento do conselho O município deve disponibilizar uma página municipal de juventude e deve ter em conta a no seu sítio na Internet ao conselho municipal representação adequada das diferentes de juventude para que este possa manter categorias de membros identificados no artigo informação actualizada sobre a sua composição, 4.º competências e funcionamento e divulgar as 3 - O presidente da comissão permanente e suas iniciativas e deliberações. os demais membros são eleitos pelo plenário do conselho municipal de juventude. CAPÍTULO VII 4 - Os membros do conselho municipal de Disposições finais e transitórias juventude indicados na qualidade de autarcas não podem pertencer à comissão permanente. Artigo 25.º 5 - As regras de funcionamento da comissão Regulamento do conselho municipal de permanente são definidas no regimento do juventude conselho municipal de juventude. A assembleia municipal aprova o Artigo 20.º regulamento do respectivo conselho municipal Comissões eventuais de juventude, do qual devem constar as disposições que instituem o órgão em cada Para a preparação dos pareceres a submeter município, bem como as demais normas à apreciação do plenário do conselho municipal relativas à sua composição e competências, nos de juventude e para a apreciação de questões termos da presente lei. pontuais, pode o conselho municipal de juventude deliberar a constituição de comissões Artigo 26.º eventuais de duração limitada. Regimento interno do conselho municipal de juventude CAPÍTULO VI Apoio à actividade do conselho municipal O conselho municipal de juventude aprova o de juventude respectivo regimento interno do qual devem constar as regras de funcionamento que não se Artigo 21.º encontram previstas no Código do Procedimento Apoio logístico e administrativo Administrativo e na presente lei, bem como a composição e competências da comissão O apoio logístico e administrativo aos permanente. conselhos municipais de juventude é da responsabilidade da câmara municipal,

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Artigo 27.º Regime transitório

1 - As regras de funcionamento dos conselhos municipais de juventude existentes à data de entrada em vigor da presente lei devem ser objecto de adaptação no prazo máximo de seis meses. 2 - Os municípios que à data de entrada em vigor da presente lei não se encontrem dotados de um conselho municipal de juventude devem proceder à sua instituição, nos termos da presente lei, no prazo máximo de seis meses. 3 - As entidades representadas nos conselhos municipais de juventude devem proceder à designação dos seus representantes no prazo de 30 dias após a instituição ou adaptação dos conselhos municipais de juventude, consoante o caso.

Artigo 28.º Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao da sua publicação.

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Lei n.º 20/2009, de 12 de Maio j) Preparação e elaboração do quadro Estabelece a transferência de atribuições regulamentar respeitante ao para os municípios do continente em licenciamento de queimadas, nos matéria de constituição e funcionamento termos do artigo 27.º do Decreto-Lei dos gabinetes técnicos florestais, bem n.º 124/2006, de 28 de Junho, a como outras no domínio da prevenção e da aprovar pela assembleia municipal; defesa da floresta l) Preparação e elaboração do quadro regulamentar respeitante à autorização Estabelece a transferência de atribuições para da utilização de fogo-de-artifício ou os municípios do continente em matéria de outros artefactos pirotécnicos, nos constituição e funcionamento dos gabinetes termos do artigo 29.º do Decreto-Lei técnicos florestais, bem como outras no domínio n.º 124/2006, de 28 de Junho, a da prevenção e da defesa da floresta. aprovar pela assembleia municipal. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Artigo 3.º Constituição, o seguinte: Princípio geral

Artigo 1.º O disposto na presente lei subordina-se aos Objecto princípios consagrados na Lei de Bases da Política Florestal. A presente lei estabelece a transferência de atribuições para os municípios do continente em Artigo 4.º matéria de constituição e funcionamento dos Articulação com outras matérias gabinetes técnicos florestais, bem como outras no domínio da prevenção e da defesa da As câmaras municipais articulam as políticas floresta. de defesa da floresta com as políticas de educação, sustentabilidade ambiental, fomento Artigo 2.º económico e protecção civil dos respectivos Âmbito municípios.

São transferidas para os municípios as Artigo 5.º seguintes atribuições: Transferência de verbas

a) Acompanhamento das políticas de 1 - São transferidas para os municípios as fomento florestal; dotações inscritas no Fundo Florestal b) Acompanhamento e prestação de Permanente relativas aos gabinetes técnicos informação no âmbito dos instrumentos florestais. de apoio à floresta; 2 - O montante das verbas a transferir c) Promoção de políticas e de acções no anualmente para o pagamento das despesas a âmbito do controlo e erradicação de que se refere a presente lei é actualizado nos agentes bióticos e defesa contra termos equivalentes à actualização dos agentes abióticos; montantes pecuniários correspondentes da d) Apoio à comissão municipal de defesa tabela remuneratória única dos trabalhadores da floresta; com relação jurídica de emprego público. e) Elaboração dos planos municipais de

defesa da floresta contra incêndios, a Artigo 6.º apresentar à comissão municipal de Referências legais defesa da floresta;

f) Proceder ao registo cartográfico anual Consideram-se feitas aos municípios as de todas as acções de gestão de referências constantes de outros diplomas legais combustíveis; sobre atribuições de entidades e organismos da g) Recolha, registo e actualização da administração central, previstas no artigo 2.º base de dados da Rede de Defesa da

Floresta contra Incêndios (RDFCI); Artigo 7.º h) Apoio técnico na construção de Produção de efeitos caminhos rurais no âmbito da execução

dos planos municipais de defesa da A presente lei produz efeitos a partir de 1 de floresta; Janeiro de 2009. i) Acompanhamento dos trabalhos de

gestão de combustíveis de acordo com o artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho;

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Lei n.º 86/2009, de 28 de Agosto introduzidas nas respectivas Autoriza o Governo a estabelecer o regime atribuições, competências e estrutura jurídico da estrutura e organização dos orgânica interna; serviços da administração autárquica, d) Definir que o processo de revogando o Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 reestruturação decorre durante o prazo de Abril de 60 dias úteis, competindo a direcção do mesmo ao presidente da câmara A Assembleia da República decreta, nos municipal, no caso dos municípios, e à termos da alínea d) do artigo 161.º da junta de freguesia, no caso das Constituição, o seguinte: freguesias; e) Definir que compete à assembleia Artigo 1.º municipal, sob proposta da câmara Objecto municipal, a aprovação do modelo de estrutura orgânica, da estrutura É concedida autorização ao Governo para nuclear, definindo as correspondentes revogar o Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 de Abril, unidades orgânicas nucleares, do alterado pela Lei n.º 44/85, de 13 de Setembro, número máximo de unidades orgânicas pelo Decreto-Lei n.º 198/91, de 29 de Maio, pela flexíveis, de subunidades orgânicas, de Lei n.º 96/99, de 17 de Julho, e pela Lei n.º equipas de projecto e de equipas 169/99, de 18 de Setembro, e para aprovar o multidisciplinares; novo regime jurídico da organização dos serviços f) Definir que compete à câmara das autarquias locais. municipal, sob proposta do presidente da câmara municipal, a criação de Artigo 2.º unidades orgânicas flexíveis e a Sentido definição das respectivas atribuições e competências, dentro dos limites A presente lei de autorização legislativa é fixados pela assembleia municipal, a concedida para permitir ao Governo a revogação criação de equipas de projecto e de do Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 de Abril, na sua equipas multidisciplinares e a definição redacção actual, com vista à aprovação de um do estatuto remuneratório do novo regime jurídico aplicável à organização dos respectivo dirigente; serviços das autarquias locais, no sentido de g) Definir que compete ao presidente da obter uma maior eficácia e eficiência no câmara municipal a conformação da funcionamento dos mesmos. estrutura interna das unidades orgânicas e das equipas de projecto e Artigo 3.º multidisciplinares, cabendo-lhe a Extensão afectação ou reafectação do pessoal do respectivo mapa, e, ainda, a criação, A extensão da autorização legislativa alteração e extinção de subunidades concedida é a seguinte: orgânicas; h) Definir que compete à assembleia de a) Definir como princípios da freguesia, sob proposta da junta de organização, estrutura e freguesia, aprovar o modelo de funcionamento dos serviços da estrutura orgânica, definir o número administração autárquica os princípios máximo de unidades orgânicas flexíveis da unidade e eficácia da acção, da e o número máximo total de aproximação dos serviços aos subunidades orgânicas; cidadãos, da desburocratização, da i) Definir que compete à junta de racionalização de meios e da eficiência freguesia, sob proposta do presidente na afectação de recursos públicos, da da junta de freguesia, criar unidades e melhoria quantitativa e qualitativa do subunidades orgânicas flexíveis e serviço prestado e da garantia de definir as respectivas atribuições e participação dos cidadãos; competências, dentro dos limites b) Definir que a estrutura interna da fixados pela assembleia de freguesia; administração autárquica consiste na j) Definir que compete à junta de disposição e organização das unidades freguesia a conformação da estrutura e subunidades orgânicas dos interna das unidades orgânicas, respectivos serviços; cabendo-lhe a afectação ou reafectação c) Definir que o processo de do pessoal do respectivo mapa, e, reestruturação dos serviços da ainda, a criação, alteração e extinção administração autárquica decorre nos de subunidades orgânicas; termos do Decreto-Lei n.º 200/2006, l) Definir que a organização interna dos de 25 de Outubro, e compreende todas serviços municipais deve ser adequada as operações e decisões necessárias à às atribuições do município, concretização das alterações obedecendo a um modelo de estrutura

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hierarquizada ou de estrutura deliberação da câmara municipal, sob matricial; proposta do presidente da câmara; m) Definir que quando seja r) Fixar que os serviços da administração exclusivamente adoptada a estrutura local autárquica são, nos termos da lei, hierarquizada, e desde que se objecto de avaliação interna anual, justifique, com vista ao aumento da definida em regulamento próprio, a flexibilidade e da eficácia na gestão, qual deve contribuir para modificar e podem ser criadas, por deliberação aperfeiçoar políticas, programas ou fundamentada da câmara municipal, projectos, melhorar a resposta dos sob proposta do respectivo presidente, serviços aos respectivos utilizadores, equipas de projecto temporárias e com aperfeiçoar as decisões, racionalizar os objectivos especificados, dirigidas por recursos e evidenciar a directores de projecto municipal; responsabilidade, devendo ser n) Permitir que a estrutura interna submetido à apreciação da câmara hierarquizada seja constituída por municipal, juntamente com a proposta unidades orgânicas nucleares e de orçamento, o plano anual de flexíveis, devendo a estrutura nuclear actividades para o ano seguinte, cuja dos serviços ser aprovada pela câmara desagregação deve reflectir a municipal, podendo ser composta de organização interna dos serviços; direcções ou de departamentos s) Determinar que a organização interna municipais, mas correspondendo dos serviços das juntas de freguesia sempre a uma departamentalização deve ser adequada às atribuições das fixa, e sendo a estrutura flexível dos mesmas e ao respectivo pessoal e pode serviços composta por unidades incluir a existência de unidades flexíveis, dirigidas por um chefe de orgânicas, chefiadas por um dirigente divisão municipal, criadas, alteradas e intermédio de segundo grau, desde que extintas por despacho do presidente da estas disponham, no mínimo, de cinco câmara municipal, que definirá as funcionários, dos quais dois sejam respectivas competências, bem como a técnicos superiores; afectação ou reafectação do pessoal do t) Definir que aos cargos de direcção respectivo mapa, de acordo com o intermédia de segundo grau das limite máximo previamente fixado; freguesias é aplicado, com as devidas o) Permitir que, quando estejam adaptações, o estatuto do pessoal predominantemente em causa funções dirigente das câmaras municipais e dos de execução, possam ser criadas, por serviços municipalizados; despacho do presidente da câmara u) Determinar que as câmaras municipal, subunidades orgânicas no municipais e as juntas de freguesia âmbito das unidades orgânicas; devem promover a revisão dos seus p) Determinar que a deliberação serviços até 31 de Dezembro de 2010. fundamentada da câmara municipal para a criação de equipas de projecto Artigo 4.º deve estabelecer, obrigatoriamente, a Prazo designação do projecto, os termos e a duração do mandato, com a definição A autorização legislativa concedida pela clara dos objectivos a alcançar, a presente lei tem a duração de 90 dias. nomeação do director de projecto, o número de elementos que deve integrar a equipa de projecto e as respectivas funções e os encargos e respectivo cabimento orçamental; q) Determinar que compete à assembleia municipal, sob proposta da câmara municipal, a fixação do estatuto remuneratório das chefias, por equiparação ao estatuto remuneratório dos directores de departamento municipal ou dos chefes de divisão municipal, bem como a determinação do número máximo de equipas multidisciplinares, e que a constituição e a designação dos membros das equipas multidisciplinares e das respectivas chefias, a realizar obrigatoriamente de entre efectivos dos serviços, é efectuada através de

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Lei n.º 49/2012, de 29 de agosto d) «Dormidas turísticas» as dormidas Procede à adaptação à administração local turísticas no território dos municípios, da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, de acordo com os dados do ano do alterada pelas Leis n.os 51/2005, de 30 de último recenseamento geral da agosto, 64-A/2008, de 31 de dezembro, 3- população. B/2010, de 28 de abril, e 64/2011, de 22 de dezembro, que aprova o estatuto do CAPÍTULO II pessoal dirigente dos serviços e Cargos dirigentes organismos da administração central, regional e local do Estado. Artigo 4.º (Com as alterações introduzidas pela Lei n.º 82- Cargos dirigentes das câmaras municipais B/2014, de 31 de dezembro) 1 - Os cargos dirigentes das câmaras A Assembleia da República decreta, nos municipais são os seguintes: termos da alínea c) do artigo 161.º da a) Diretor municipal, que corresponde a Constituição, o seguinte: cargo de direção superior de 1.º grau;

b) Diretor de departamento municipal, CAPÍTULO I que corresponde a cargo de direção Disposições preliminares intermédia de 1.º grau;

c) Chefe de divisão municipal, que Artigo 1.º corresponde a cargo de direção Objeto intermédia de 2.º grau.

A presente lei procede à adaptação à 2 - A estrutura orgânica pode prever a administração local da Lei n.º 2/2004, de 15 de existência de cargos de direção intermédia de janeiro, alterada pelas Leis n.os 51/2005, de 30 3.º grau ou inferior. de agosto, 64-A/2008, de 31 de dezembro, 3- 3 - No caso previsto no número anterior, B/2010, de 28 de abril, e 64/2011, de 22 de cabe à assembleia municipal, sob proposta da dezembro, que aprova o estatuto do pessoal câmara municipal, a definição das competências, dirigente dos serviços e organismos da da área, dos requisitos do recrutamento, entre administração central, regional e local do os quais a exigência de licenciatura adequada, e Estado. do período de experiência profissional, bem como da respetiva remuneração, a qual deve ser Artigo 2.º fixada entre a 3.ª e 6.ª posições remuneratórias, Âmbito de aplicação inclusive, da carreira geral de técnico superior.

1 - A Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na Artigo 5.º redação que lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, Cargos dirigentes dos serviços de 22 de dezembro, com exceção da secção iii municipalizados do capítulo i, aplica-se ao pessoal dirigente das câmaras municipais e dos serviços 1 - Os cargos dirigentes dos serviços municipalizados, com as adaptações previstas da municipalizados são os seguintes: presente lei. 2 - O estatuto do pessoal dirigente de outras a) Diretor-delegado; entidades autárquicas ou equiparadas é regulado b) Diretor de departamento municipal; c) Chefe de divisão municipal. por legislação especial. 2 - O cargo de diretor-delegado pode ser Artigo 3.º equiparado, para efeitos de estatuto Conceitos remuneratório, ao mais elevado grau de direção previsto na estrutura organizativa do município, Para efeitos da presente lei, entende-se por: por deliberação da câmara municipal, sob

a) «População» o total da população proposta do conselho de administração. residente e da população em 3 - Só pode ser criado o cargo de diretor de movimento pendular; departamento municipal no caso de equiparação b) «População residente» a população do diretor-delegado a diretor municipal. residente no território do município, de 4 - Os dirigentes dos serviços acordo com os dados do último municipalizados são contabilizados para efeitos recenseamento geral da população; dos limites de dirigentes a prover previstos na c) «População em movimento pendular» presente lei, tendo em consideração, no caso do a população em movimento pendular diretor-delegado, o cargo dirigente em deslocação para o território do relativamente ao qual o respetivo estatuto município, de acordo com os dados do remuneratório é equiparado. último recenseamento geral da população;

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Artigo 6.º 2 - Os municípios cujo número de dormidas Provimento de diretores municipais turísticas seja igual ou superior a 100 000 por

cada ano civil, e por cada fração igual, podem 1 - Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4, prover um chefe de divisão, a acrescer aos o cargo de diretor municipal apenas pode ser providos nos termos do número anterior, com o provido nos municípios cuja população seja igual limite de seis. ou superior a 100 000.

2 - A cada fração populacional de 100 000 Artigo 9.º corresponde a faculdade de provimento de um Provimento de cargos de direção diretor municipal. intermédia de 3.º grau ou inferior 3 - Os municípios cuja participação no montante total dos fundos a que se refere o n.º 1 - Todos os municípios podem prover um 1 do artigo 19.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de cargo de direção intermédia de 3.º grau ou janeiro, seja igual ou superior a 8 (por mil) inferior, a criar nos termos dos n.os 2 e 3 do podem prover um diretor municipal, a acrescer artigo 4.º aos providos nos termos dos números 2 - Sem prejuízo do disposto no número anteriores. anterior, à fração populacional de 40 000 4 - Os municípios cujo número de dormidas corresponde o direito ao provimento de um turísticas seja igual ou superior a 1 000 000 por dirigente de direção intermédia de 3.º grau ou cada ano civil, e por cada fração igual, podem inferior. prover um diretor municipal, a acrescer aos 3 - O limite global de dirigentes de direção providos nos termos dos números anteriores, intermédia de 3.º grau ou inferior, a prover nos com o limite de dois. termos dos números anteriores, é de seis.

Artigo 7.º Artigo 10.º Provimento de diretores de departamento Exceções aos limites ao provimento municipal

1 - Não são contabilizados, para efeitos dos 1 - Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4, limites previstos nos artigos anteriores: o cargo de diretor de departamento municipal apenas pode ser provido nos municípios com a) Os cargos dirigentes ou de comando população igual ou superior a 40 000. impostos por lei específica, 2 - A cada fração populacional de 40 000 designadamente os relativos a corpos corresponde a faculdade de provimento de um de bombeiros, polícia municipal, diretor de departamento municipal. serviço municipal de proteção civil e 3 - Os municípios cuja participação no serviços veterinários municipais; montante total dos fundos a que se refere o n.º b) Os cargos dirigentes dos serviços 1 do artigo 19.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de intermunicipalizados. janeiro, seja igual ou superior a 2 (por mil) podem prover um diretor de departamento 2 - Os chefes de equipa multidisciplinar, municipal, a acrescer aos providos nos termos criados nos termos do artigo 12.º do Decreto-Lei dos números anteriores. n.º 305/2009, de 23 de outubro, são 4 - Os municípios cujo número de dormidas contabilizados para efeitos dos limites previstos turísticas seja igual ou superior a 400 000 por nos artigos anteriores, tendo em consideração o cada ano civil, e por cada fração igual, podem cargo dirigente relativamente ao qual o prover um diretor de departamento municipal, a respetivo estatuto remuneratório é equiparado. acrescer aos providos nos termos dos números anteriores, com o limite de quatro. Artigo 11.º Recrutamento, seleção e provimento dos Artigo 8.º cargos de direção superior de 1.º grau Provimento de chefes de divisão municipal 1 - Os titulares dos cargos de direção 1 - O cargo de chefe de divisão municipal superior são recrutados, por procedimento pode ser provido em todos os municípios, nos concursal, nos termos da presente lei, de entre termos das alíneas seguintes: indivíduos com licenciatura concluída à data de abertura do concurso há pelo menos oito anos, a) Nos municípios com população inferior vinculados ou não à Administração Pública, que a 10 000, podem ser providos dois possuam competência técnica, aptidão, chefes de divisão municipal; experiência profissional e formação adequadas b) Nos municípios com população igual ao exercício das respetivas funções. ou superior a 10 000 podem ser 2 - O recrutamento para os cargos referidos providos três chefes de divisão no número anterior de entre indivíduos municipal, aos quais pode acrescer um licenciados não vinculados à Administração cargo de chefe de divisão municipal por Pública fica sujeito a aprovação prévia da cada fração igual.

270 Autarquias Locais - Legislação Nacional câmara municipal, sob proposta do respetivo subsequente procedimento concursal, de entre presidente. indivíduos licenciados sem vínculo à 3 - Os cargos de direção superior de 1.º grau Administração Pública que reúnam os requisitos são providos por deliberação da câmara previstos no n.º 1, encontrando-se a sua municipal ou do conselho de administração dos abertura sujeita a aprovação prévia da câmara serviços municipalizados, em regime de municipal, sob proposta do respetivo presidente. comissão de serviço, por um período de cinco anos, renovável por igual período sem Artigo 13.º necessidade de recurso a procedimento Composição do júri de recrutamento dos concursal. cargos dirigentes 4 - A duração da comissão de serviço e da respetiva renovação não pode exceder, na 1 - O júri de recrutamento é designado por globalidade, 10 anos consecutivos, não podendo deliberação da assembleia municipal, sob o dirigente ser provido no mesmo cargo do proposta da câmara municipal, e é composto por respetivo serviço antes de decorridos cinco anos. um presidente e dois vogais. 5 - O provimento nos cargos de direção 2 - O presidente é designado de entre superior produz efeitos à data do despacho de personalidades de reconhecidos mérito designação, salvo se outra data for profissional, credibilidade e integridade pessoal. expressamente fixada. 3 - Os vogais são designados de entre 6 - O despacho de designação, devidamente personalidades de reconhecidos mérito fundamentado, é publicado no Diário da profissional, credibilidade e integridade pessoal, República, no prazo máximo de 30 dias após a cuja atividade seja ou tenha sido exercida respetiva data, juntamente com uma nota preferencialmente na área dos recursos relativa ao currículo académico e profissional do humanos ou da administração local autárquica. designado. 4 - Aos membros do júri que não sejam 7 - São nulos os despachos de designação vinculados à Administração Pública é devida para cargos de direção superior proferidos entre remuneração, a fixar pela câmara municipal, a realização de eleições gerais ou de eleições cujo montante não pode ser superior ao fixado intercalares para o órgão executivo e a nos termos do n.º 5 do artigo 21.º da Lei n.º instalação da câmara municipal recém-eleita. 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi 8 - Excetuam-se do disposto no número dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro. anterior as designações em regime de 5 - A pedido da câmara municipal ou do substituição, nos termos do artigo 27.º da Lei serviço municipalizado interessado, o n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que procedimento concursal é assegurado por lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de entidade pública competente, não integrada nos dezembro, e do artigo 19.º da presente lei. serviços do município, com dispensa de constituição de júri mas com intervenção da Artigo 12.º pessoa referida no n.º 2, sendo, nesse caso, Recrutamento para os cargos de direção aplicável, com as devidas adaptações, o disposto intermédia nos n.os 1, 2, 5, 6, 7 e 12 a 16 do artigo 21.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que 1 - A área de recrutamento para os cargos de lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de direção intermédia de 1.º e 2.º graus é a dezembro. prevista nos n.os 1 e 3 do artigo 20.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi CAPÍTULO III dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro. Formação profissional e competências 2 - A confirmação de que as funções da unidade orgânica a que se refere o n.º 3 do Artigo 14.º artigo 20.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, Formação profissional específica na redação que lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro, correspondem a 1 - O exercício de funções dirigentes implica uma atividade específica e são essencialmente o aproveitamento em cursos específicos para asseguradas por pessoal integrado em carreiras alta direção em Administração Pública ou ou categorias de grau 3 de complexidade administração autárquica, diferenciados, se funcional, depende de aprovação prévia da necessário, em função do nível, grau e conteúdo câmara municipal, sob proposta do respetivo funcional dos cargos dirigentes. presidente. 2 - Sem prejuízo da definição de conteúdos 3 - Nos casos em que o procedimento próprios da administração local, a formação concursal fique deserto ou em que nenhum dos profissional específica inclui necessariamente as candidatos reúna condições para ser nomeado, seguintes áreas de competência: nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da Lei n.º a) Organização e atividade 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi administrativa; dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro, b) Gestão de pessoas e liderança; os titulares dos cargos de direção intermédia podem igualmente ser recrutados, em

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c) Gestão de recursos humanos, 2 - Compete ainda aos titulares de cargos de orçamentais, materiais e tecnológicos; direção: d) Informação e conhecimento; a) Definir os objetivos de atuação da e) Qualidade, inovação e modernização; unidade orgânica que dirigem, tendo f) Internacionalização e assuntos em conta os objetivos gerais comunitários; estabelecidos; g) Gestão da mudança. b) Orientar, controlar e avaliar o 3 - Os cursos adequados à formação desempenho e a eficiência dos serviços profissional específica a que se refere o presente dependentes, com vista à execução dos artigo, qualquer que seja a sua designação e planos de atividades e à prossecução duração, são assegurados, no âmbito da dos resultados obtidos e a alcançar; administração local, pela Fundação CEFA - c) Garantir a coordenação das atividades Fundação para os Estudos e Formação e a qualidade técnica da prestação dos Autárquica, devendo os respetivos regulamentos serviços na sua dependência; e condições de acesso ser objeto de portaria dos d) Gerir com rigor e eficiência os membros do Governo responsáveis pelas áreas recursos humanos, patrimoniais e da administração local e da Administração tecnológicos afetos à sua unidade Pública. orgânica, otimizando os meios e 4 - A formação profissional específica acima adotando medidas que permitam referida pode ser igualmente garantida por simplificar e acelerar procedimentos e instituições de ensino superior, em termos a promover a aproximação à sociedade e fixar em diploma regulamentar. a outros serviços públicos; 5 - Os titulares dos cargos dirigentes e) Assegurar a qualidade técnica do frequentam um dos cursos a que se refere o n.º trabalho produzido na sua unidade 1 durante os dois primeiros anos de exercício de orgânica e garantir o cumprimento dos funções ou, em caso de impossibilidade por prazos adequados à eficaz prestação do causa que não lhes seja imputável, no mais serviço, tendo em conta a satisfação do breve prazo. interesse dos destinatários; f) Efetuar o acompanhamento Artigo 15.º profissional no local de trabalho, Competências do pessoal dirigente apoiando e motivando os trabalhadores e proporcionando-lhes os adequados 1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do conhecimentos e apti-dões artigo 4.º, os titulares dos cargos de direção profissionais necessários ao exercício exercem, na respetiva unidade orgânica, as do respetivo posto de trabalho, bem seguintes competências: como os procedimentos mais adequados ao incremento da qualidade a) Submeter a despacho do presidente do serviço a prestar; da câmara ou a deliberação do g) Divulgar junto dos trabalhadores os conselho de administração dos serviços documentos internos e as normas de municipalizados, devidamente procedimento a adotar pelo serviço, instruídos e informados, os assuntos bem como debater e esclarecer as que dependam da sua resolução; ações a desenvolver para o b) Receber e fazer distribuir pelos cumprimento dos objetivos do serviço, serviços da unidade orgânica a de forma a garantir o empenho e a correspondência a eles referente; assunção de responsabilidades por c) Propor ao presidente da câmara parte dos trabalhadores; municipal ou ao conselho de h) Proceder de forma objetiva à administração dos serviços avaliação do mérito dos trabalhadores, municipalizados tudo o que seja do em função dos resultados individuais e interesse dos órgãos referidos; de grupo e à forma como cada um se d) Colaborar na elaboração dos empenha na prossecução dos objetivos instrumentos de gestão previsional e e no espírito de equipa; dos relatórios e contas; i) Identificar as necessidades de e) Estudar os problemas de que sejam formação específica dos trabalhadores encarregados pelo presidente dos da sua unidade orgânica e propor a órgãos executivos e propor as soluções frequência das ações de formação adequadas; consideradas adequadas ao suprimento f) Promover a execução das decisões do das referidas necessidades, sem presidente e das deliberações dos prejuízo do direito à autoformação; órgãos executivos nas matérias que j) Proceder ao controlo efetivo da interessam à respetiva unidade assiduidade, pontualidade e orgânica que dirige. cumprimento do período normal de

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trabalho por parte dos trabalhadores 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi da sua unidade orgânica; dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro. k) Autorizar a passagem de certidões de documentos arquivados na respetiva Artigo 19.º unidade orgânica, exceto quando Substituição contenham matéria confidencial ou 1 - A substituição a que se refere o artigo reservada, bem como a restituição de 27.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na documentos aos interessados. redação que lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011,

de 22 de dezembro, defere-se pela seguinte Artigo 16.º ordem: Delegação de competências a) Titular de cargo dirigente de grau e 1 - Os titulares de cargos de direção exercem nível imediatamente inferior na escala também as competências que neles forem hierárquica; delegadas ou subdelegadas, nos termos da lei. b) Trabalhador que reúna as condições 2 - Os titulares de cargos de direção podem legais de recrutamento para o cargo delegar ou subdelegar nos titulares de cargos de dirigente a substituir. direção de nível e grau inferior as competências que neles tenham sido delegadas ou 2 - Nos casos referidos na alínea b) do subdelegadas, com a faculdade de número anterior, pode ser dispensado o subdelegação, e desde que exista a requisito do módulo de tempo de experiência correspondente autorização do delegante ou profissional legalmente exigido, em caso de subdelegante. manifesta inexistência de trabalhador que reúna 3 - A delegação de assinatura da todos os requisitos legais para o provimento do correspondência ou do expediente necessário à cargo. mera instrução dos processos é possível em CAPÍTULO V qualquer trabalhador. Situação económico-financeira e 4 - A delegação e subdelegação de mecanismos de flexibilidade competências constituem instrumentos privilegiados de gestão, cabendo aos titulares Artigo 20.º dos cargos de direção a promoção da sua Situação económico-financeira adoção, enquanto meios que propiciam a redução de circuitos de decisão e uma gestão Aos municípios que se encontrem em mais célere e desburocratizada. qualquer das situações previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 58.º da Lei n.º 73/2013, de CAPÍTULO IV 3 de setembro, é vedada a possibilidade de Comissão de serviço aumentar o número de dirigentes providos à data da entrada em vigor da presente lei. Artigo 17.º (Redacão dada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de Decisão da renovação da comissão de dezembro) serviço Artigo 21.º É aplicável, com as devidas adaptações, à Mecanismos de flexibilidade decisão sobre a renovação da comissão de serviço a que se referem os artigos 22.º e 23.º 1 - Os municípios podem aprovar estruturas da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na redação orgânicas com um número de cargos dirigentes que lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de superior até 20 % por nível e grau ao número de dezembro, o disposto no artigo 24.º do mesmo dirigentes cujo provimento é legalmente diploma. permitido, no mínimo de um. 2 - Os municípios podem prover um número Artigo 18.º de diretores de departamento municipal superior Cessação da comissão de serviço ao resultante da aplicação dos critérios e limites previstos na presente lei, desde que tal implique 1 - A comissão de serviço dos titulares dos o não provimento, em igual número, de cargos dirigentes das câmaras municipais e dos diretores municipais. serviços municipalizados cessa, com as 3 - O disposto no número anterior é necessárias adaptações, nos termos do disposto aplicável, com as devidas adaptações, às no artigo 25.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de relações entre chefe de divisão municipal e janeiro, na redação que lhe foi dada pela Lei n.º diretor de departamento municipal e entre 64/2011, de 22 de dezembro, com exceção do dirigente intermédio de 3.º grau ou inferior e disposto na subalínea ii) da alínea e) do seu n.º chefe de divisão municipal. 1. 4 — O município que não se encontre nas 2 - É aplicável, com as devidas adaptações, o situações referidas no artigo anterior pode disposto nos artigos 26.º e 26.º-A da Lei n.º aprovar estruturas orgânicas e prover um número de cargos dirigentes superior ao previsto

273 Autarquias Locais - Legislação Nacional na presente lei se, por efeito conjugado com pessoal dirigente da administração central, outras medidas de racionalização, ao final de através do despacho conjunto a que se refere o cada um dos exercícios orçamentais não existir n.º 2 do artigo 31.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de um aumento global dos custos com pessoal e janeiro, na redação que lhe foi dada pela Lei n.º prestação de serviços a pessoas singulares. 64/2011, de 22 de dezembro, sendo-lhes (Redacão dada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de igualmente aplicáveis as correspondentes dezembro) atualizações anuais. 5 — Quando nos casos do número anterior se 2 - A atribuição de despesas de verifique um aumento dos custos cessa representação nos termos do número anterior é automaticamente o provimento dos dirigentes da competência da assembleia municipal, sob que tenha sido efetuado para além dos limites proposta da câmara municipal. previstos na presente lei. (Redacão dada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) Artigo 25.º 6 — Para efeitos do disposto nos n.os4 e 5 Mecanismos de adequação da estrutura não relevam os aumentos dos custos com orgânica pessoal que decorram de um seguintes factos: a) Decisão legislativa ou judicial; 1 - Os municípios devem aprovar a b) Assunção pelo município de pessoal adequação das suas estruturas orgânicas, nos necessário para assegurar o exercício de termos do Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de atividades objeto de transferência ou outubro, às regras e critérios previstos na contratualização de competências da presente lei até 31 de dezembro de 2012. administração central para a administração 2 - Nos 30 dias posteriores à aprovação da local; adequação das respetivas estruturas orgânicas, c) Assunção de despesas com pessoal que os municípios devem enviar à Direção-Geral das decorram dos respetivos processos de dissolução Autarquias Locais cópia das deliberações dos e da internalização das atividades pelo competentes órgãos autárquicos respeitantes à município. (Redacão dada pela Lei n.º 82- aprovação da adequação das estruturas B/2014, de 31 de dezembro) orgânicas prevista na presente lei. 3 - Nos casos em que da aprovação da CAPÍTULO VI adequação das estruturas orgânicas resultar Disposições finais uma redução do número de dirigentes cujo provimento é legalmente permitido superior a 30 Artigo 22.º % do número de dirigentes atualmente providos, Reposição de verbas indevidas esta pode ocorrer de forma gradual, nos termos do número seguinte. Sem prejuízo da responsabilidade civil, 4 - É admitida a faculdade de uma renovação financeira e disciplinar a que houver lugar nos das comissões de serviço, com exceção das termos gerais, o pessoal que receba respeitantes aos diretores municipais e cargos indevidamente remuneração e demais abonos legalmente equiparados, em número igual à inerentes a lugar dirigente fica obrigado à diferença entre o número de dirigentes reposição das quantias recebidas, sendo correspondente ao valor percentual previsto no solidariamente responsável pela referida número anterior e o número total de dirigentes reposição aquele que informe favoravelmente ou providos a reduzir, a qual, quando utilizada, omita informação relativa ao provimento ou determina a suspensão dos efeitos das permanência de pessoal dirigente em violação correspondentes alterações decorrentes da do disposto na presente lei. adequação orgânica. 5 - A faculdade prevista no número anterior é Artigo 23.º vedada aos municípios que se encontrem em Competências situação de desequilíbrio financeiro estrutural ou de rutura financeira nos termos do disposto no Consideram-se reportadas ao presidente da artigo 41.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro, câmara municipal ou ao conselho de e aos municípios com um montante de administração dos serviços municipalizados as endividamento líquido superior ao limite referências feitas aos membros do Governo e legalmente permitido, ainda que não tenha sido aos dirigentes máximos na Lei n.º 2/2004, de 15 declarada a situação de desequilíbrio financeiro de janeiro, na redação que lhe foi dada pela Lei estrutural ou de rutura financeira. n.º 64/2011, de 22 de dezembro. 6 - Os municípios devem enviar à Direção- Geral das Autarquias Locais, no prazo previsto Artigo 24.º no n.º 2, a lista de dirigentes em exercício de Despesas de representação funções e prazos de termo das comissões de serviço respetivas e, no caso do n.º 3, as 1 - Aos titulares de cargos de direção comissões de serviço suscetíveis de renovação. superior de 1.º grau e de direção intermédia de 7 - É admitida a faculdade da manutenção 1.º e 2.º graus podem ser abonadas despesas até ao final do respetivo período das comissões de representação no montante fixado para o de serviço dos dirigentes em funções à data da

274 Autarquias Locais - Legislação Nacional entrada em vigor da presente lei, a qual, quando utilizada, determina a suspensão dos efeitos das correspondentes alterações decorrentes da adequação orgânica.

Artigo 26.º Percentagens

O resultado da aplicação das percentagens previstas na presente lei é calculado segundo as regras gerais do arredondamento.

Artigo 27.º Norma revogatória

É revogado o Decreto-Lei n.º 93/2004, de 20 de abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 104/2006, de 7 de junho, e 305/2009, de 23 de outubro.

Artigo 28.º Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

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Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro se, ficando os municípios nela abrangidos Estabelece o regime jurídico das autarquias automaticamente integrados na nova locais, aprova o estatuto das entidades comunidade intermunicipal, sem prejuízo do intermunicipais, estabelece o regime direito de abandoná-las. jurídico da transferência de competências 4 - Quando seja dividida a área geográfica de do Estado para as autarquias locais e para uma comunidade intermunicipal existente à data as entidades intermunicipais e aprova o da entrada em vigor da presente lei, esta cinde- regime jurídico do associativismo se em tantas comunidades intermunicipais autárquico. quantas as áreas geográficas resultantes da (Com as alterações introduzidas pelas divisão, que sucedem nas partes Declarações de Retificação n.ºs 46-C/2013, de 1 correspondentes dos direitos e deveres das de novembro e 50-A/2013, 11 de novembro) anteriores, ficando os municípios automaticamente integrados na comunidade A Assembleia da República decreta, nos intermunicipal por cuja área geográfica tenham termos da alínea c) do artigo 161.º da passado a estar abrangidos, sem prejuízo do Constituição, o seguinte: direito de abandoná-las. 5 - Os municípios que deixem de estar Artigo 1.º abrangidos pela área territorial de uma Objeto comunidade intermunicipal existente à data da entrada em vigor da presente lei deixam 1 - A presente lei aprova: automaticamente de fazer parte daquela e ficam automaticamente integrados na área a) O regime jurídico das autarquias metropolitana ou na comunidade intermunicipal locais; por cuja área geográfica tenham passado a estar b) O estatuto das entidades abrangidos, sem prejuízo de abandonar a intermunicipais; comunidade intermunicipal. c) O regime jurídico da transferência de 6 - No prazo de 90 dias, as novas competências do Estado para as comunidades intermunicipais aprovam os seus autarquias locais e para as entidades estatutos e as comunidades intermunicipais intermunicipais, assim como da existentes à data da entrada em vigor da delegação de competências do Estado presente lei que sofram alterações nas nas autarquias locais e nas entidades respetivas áreas geográficas reveem os seus intermunicipais e dos municípios nas estatutos e regulam as consequências jurídicas entidades intermunicipais e nas da alteração. freguesias; 7 - Mantêm-se válidos e em vigor, com as d) O regime jurídico do associativismo devidas adaptações, e em tudo o que não autárquico. contrarie o disposto no regime jurídico das 2 - Os regimes jurídicos e o estatuto referidos entidades intermunicipais, aprovado no anexo i, no número anterior são aprovados no anexo i à os regulamentos com eficácia externa e os presente lei, da qual faz parte integrante. regulamentos de organização e funcionamento dos serviços das entidades intermunicipais Artigo 2.º existentes à data da entrada em vigor da Sucessão presente lei. 8 - Caso o direito de abandono das 1 - Sem prejuízo do disposto nos números comunidades intermunicipais referido nos n.os 2, seguintes, as comunidades intermunicipais 3, 4 e 5 seja exercido no prazo de 6 meses após existentes à data da entrada em vigor da a entrada em vigor da presente lei não é presente lei mantêm-se com as áreas aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 65.º geográficas e as denominações constantes do anexo ii à presente lei, da qual faz parte Artigo 3.º integrante. Norma revogatória 2 - Quando todos os municípios que integrem uma comunidade intermunicipal existente à data 1 - São revogados: da entrada em vigor da presente lei passem a a) Os artigos 2.º a 7.º, 10.º, 11.º, 13.º, ficar abrangidos pelas áreas geográficas de 14.º, 44.º, 103.º, 105.º e 177.º a outras comunidades intermunicipais, a primeira 187.º do Código Administrativo; é extinta, ficando os municípios em questão b) O Decreto-Lei n.º 78/84, de 8 de automaticamente integrados nas últimas, sem março; prejuízo do direito de abandoná-las. c) A Lei n.º 159/99, de 14 de setembro, 3 - Quando as áreas geográficas de várias alterada pelos Decretos-Leis n.os comunidades intermunicipais existentes à data 7/2003, de 15 de janeiro, e 268/2003, da entrada em vigor da presente lei passem a de 28 de outubro, e pelas Leis n.os ficar abrangidas por uma única área geográfica, 107-B/2003, de 31 de dezembro, 55- aquelas comunidades intermunicipais fundem- B/2004, de 30 de dezembro, 60-

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A/2005, de 30 de dezembro, 53- Artigo 5.º A/2006, de 29 de dezembro, 67- Regime especial A/2007, de 31 de dezembro, 64- A/2008, de 31 de dezembro, 3-B/2010, A presente lei não prejudica o disposto na Lei de 28 de abril, e 55-A/2010, de 31 de n.º 56/2012, de 8 de novembro. dezembro; d) Os artigos 1.º a 3.º, 10.º-A, 13.º a ANEXO I 16.º, as alíneas c) a o) e q) a s) do n.º (a que se refere o n.º 2 do artigo 1.º) 1 e os n.os 2 a 6 do artigo 17.º, os artigos 18.º a 20.º, o n.º 1 do artigo TÍTULO I 23.º, 30.º a 41.º, 46.º-A, 49.º a 52.º- Disposições gerais A, as alíneas b) a j) e m) a r) do n.º 1 e os n.os 2 a 8 do artigo 53.º, os Artigo 1.º artigos 54.º e 55.º, 62.º a 74.º, 81.º a Objeto 95.º, e 98.º e 99.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, alterada e 1 - A presente lei estabelece: republicada pela Lei n.º 5-A/2002, de a) O regime jurídico das autarquias 11 de janeiro, pela Lei n.º 67/2007, de locais; 31 de dezembro, e pela Lei Orgânica b) O estatuto das entidades n.º 1/2011, de 30 de novembro; intermunicipais; e) O n.º 1 do artigo 2.º do Decreto-Lei c) O regime jurídico da transferência de n.º 310/2002, de 18 de dezembro, competências do Estado para as alterado pelos Decretos-Leis n.os autarquias locais e para as entidades 156/2004, de 30 de junho, 9/2007, de intermunicipais, assim como da 17 de janeiro, 114/2008, de 1 de julho, delegação de competências do Estado 48/2011, de 1 de abril, e 204/2012, de nas autarquias locais e nas entidades 29 de agosto, na parte em que refere intermunicipais e dos municípios nas as alíneas b), c) e f) do artigo 1.º do entidades intermunicipais e nas mesmo diploma, bem como as suas freguesias; subsequentes disposições relativas à d) O regime jurídico do associativismo titularidade da competência para o autárquico. licenciamento das atividades de venda ambulante de lotarias, de arrumador 2 - As normas constantes da presente lei são de automóveis e atividades ruidosas de de aplicação imperativa e prevalecem sobre as caráter temporário que respeitem a normas especiais atualmente em vigor, salvo na festas populares, romarias, feiras, medida em que o contrário resulte arraiais e bailes; expressamente da presente lei. f) A Lei n.º 45/2008, de 27 de agosto, sem prejuízo do disposto no número Artigo 2.º seguinte; Atribuições g) A Lei n.º 46/2008, de 27 de agosto, alterada pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 Constituem atribuições das autarquias locais de dezembro, sem prejuízo do disposto a promoção e salvaguarda dos interesses no número seguinte. próprios das respetivas populações, designadamente nos domínios referidos no n.º 2 2 - Os artigos 23.º a 30.º da Lei n.º 45/2008, do artigo 7.º e no n.º 2 do artigo 23.º da de 27 de agosto, e os artigos 23.º a 28.º da Lei presente lei. n.º 46/2008, de 27 de agosto, alterada pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro, mantêm-se Artigo 3.º em vigor até 31 de dezembro de 2013. Competências 3 - A revogação da Lei n.º 159/99, de 14 de setembro, prevista na alínea c) do número As autarquias locais prosseguem as suas anterior, não prejudica as transferências e atribuições através do exercício pelos respetivos delegações de competências efetuadas órgãos das competências legalmente previstas, previamente à entrada em vigor da presente lei. designadamente:

Artigo 4.º a) De consulta; Entrada em vigor b) De planeamento; c) De investimento; Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo d) De gestão; anterior, a presente lei entra em vigor no dia e) De licenciamento e controlo prévio; seguinte ao da realização das eleições gerais f) De fiscalização. para os órgãos das autarquias locais imediatamente subsequentes à sua publicação.

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Artigo 4.º f) Ação social; Princípios gerais g) Proteção civil; h) Ambiente e salubridade; A prossecução das atribuições e o exercício i) Desenvolvimento; das competências das autarquias locais e das j) Ordenamento urbano e rural; entidades intermunicipais devem respeitar os k) Proteção da comunidade. princípios da descentralização administrativa, da 3 - As atribuições das freguesias abrangem subsidiariedade, da complementaridade, da ainda o planeamento, a gestão e a realização de prossecução do interesse público e da proteção investimentos nos casos e nos termos previstos dos direitos e interesses dos cidadãos e a na lei. intangibilidade das atribuições do Estado.

SECÇÃO II TÍTULO II Assembleia de freguesia Autarquias locais

SUBSECÇÃO I CAPÍTULO I Competências Disposições gerais

Artigo 8.º Artigo 5.º Natureza das competências Órgãos

Sem prejuízo das demais competências legais 1 - Os órgãos representativos da freguesia e de acordo com o disposto no artigo 3.º, a são a assembleia de freguesia e a junta de assembleia de freguesia tem as competências de freguesia. apreciação e fiscalização e as competências de 2 - Os órgãos representativos do município funcionamento previstas na presente lei. são a assembleia municipal e a câmara municipal. Artigo 9.º

Competências de apreciação e fiscalização Artigo 6.º

Natureza 1 - Compete à assembleia de freguesia, sob

proposta da junta de freguesia: 1 - A assembleia de freguesia e a assembleia municipal são os órgãos deliberativos, a) Aprovar as opções do plano e a respetivamente, da freguesia e do município. proposta de orçamento, bem como as 2 - A junta de freguesia e a câmara municipal suas revisões; são os órgãos executivos, respetivamente, da b) Apreciar o inventário dos bens, freguesia e do município. direitos e obrigações patrimoniais e a 3 - A constituição, composição e organização respetiva avaliação, bem como apreciar dos órgãos das autarquias locais são reguladas e votar os documentos de prestação de na Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, alterada contas; pelas Leis n.os 5-A/2002, de 11 de janeiro, e c) Autorizar a junta de freguesia a 67/2007, de 31 de dezembro, e pela Lei contrair empréstimos e a proceder a Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro. aberturas de crédito; d) Aprovar as taxas e os preços da CAPÍTULO II freguesia e fixar o respetivo valor; Freguesia e) Autorizar a aquisição, alienação ou oneração de bens imóveis de valor SECÇÃO I superior ao limite fixado para a junta Atribuições de freguesia e definir as respetivas condições gerais, podendo determinar Artigo 7.º o recurso à hasta pública; Atribuições da freguesia f) Aprovar os regulamentos externos; g) Autorizar a celebração de contratos de 1 - Constituem atribuições da freguesia a delegação de competências e de promoção e salvaguarda dos interesses próprios acordos de execução entre a junta de das respetivas populações, em articulação com o freguesia e a câmara municipal, bem município. como a respetiva resolução e, no caso 2 - As freguesias dispõem de atribuições dos contratos de delegação de designadamente nos seguintes domínios: competências, a sua revogação; h) Autorizar a celebração de protocolos a) Equipamento rural e urbano; de delegação de tarefas administrativas b) Abastecimento público; entre a junta de freguesia e as c) Educação; organizações de moradores; d) Cultura, tempos livres e desporto; e) Cuidados primários de saúde;

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i) Autorizar a celebração de protocolos e) Apreciar, em cada uma das sessões com instituições públicas, particulares e ordinárias, uma informação escrita do cooperativas que desenvolvam a sua presidente da junta de freguesia acerca atividade na circunscrição territorial da da atividade desta e da situação freguesia, designadamente quando os financeira da freguesia, a qual deve ser equipamentos envolvidos sejam enviada ao presidente da mesa da propriedade da freguesia e se assembleia de freguesia com a salvaguarde a sua utilização pela antecedência de cinco dias sobre a comunidade local; data de início da sessão; j) Autorizar a freguesia a estabelecer f) Discutir, na sequência de pedido de formas de cooperação com entidades qualquer dos titulares do direito de públicas ou privadas; oposição, o relatório a que se refere o k) Autorizar a freguesia a constituir as Estatuto do Direito de Oposição; associações previstas no título v; g) Aprovar referendos locais; l) Autorizar a concessão de apoio h) Apreciar a recusa da prestação de financeiro ou de qualquer outra quaisquer informações ou recusa da natureza às instituições dedicadas ao entrega de documentos por parte da desenvolvimento de atividades junta de freguesia ou de qualquer dos culturais, recreativas e desportivas seus membros que obstem à realização legalmente constituídas pelos de ações de acompanhamento e trabalhadores da freguesia; fiscalização; m) Aprovar o mapa de pessoal dos i) Acompanhar e fiscalizar a atividade da serviços da freguesia; junta de freguesia; n) Aprovar a criação e a reorganização j) Pronunciar-se e deliberar sobre todos dos serviços da freguesia; os assuntos que visem a prossecução o) Regulamentar a apascentação de das atribuições da freguesia; gado, na respetiva área geográfica; k) Pronunciar-se e deliberar sobre todos p) Estabelecer, após parecer da os assuntos com interesse para a Comissão de Heráldica da Associação freguesia, por sua iniciativa ou após dos Arqueólogos Portugueses, a solicitação da junta de freguesia. constituição dos brasões, dos selos e 3 - Não podem ser alteradas na assembleia das bandeiras da freguesia e das suas de freguesia as propostas apresentadas pela localidades e povoações e proceder à junta de freguesia referidas nas alíneas a), f) e sua publicação no Diário da República; m) do n.º 1, nem os documentos referidos na q) Verificar a conformidade dos alínea b) do mesmo número, sem prejuízo de requisitos relativos ao exercício de esta poder vir a acolher em nova proposta as funções a tempo inteiro ou a meio recomendações ou sugestões feitas pela tempo do presidente da junta de assembleia de freguesia. freguesia; (Nos termos da Declaração de Retificação n.º r) Autorizar a celebração de protocolos 46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea k) do de geminação, amizade, cooperação ou n.º 1 do artigo 9.º do anexo I, onde se parceria entre freguesias com lê:«Autorizar a freguesia a constituir as afinidades, quer ao nível das suas associações previstas no título V» deve ler - denominações, quer quanto ao orago se:«Autorizar a freguesia a constituir as da freguesia ou a outras características associações previstas no capítulo IV do título de índole cultural, económica, histórica III») ou geográfica. Artigo 10.º 2 - Compete ainda à assembleia de Competências de funcionamento freguesia: 1 - Compete à assembleia de freguesia: a) Aceitar doações, legados e heranças a benefício de inventário; a) Elaborar e aprovar o seu regimento; b) Estabelecer as normas gerais de b) Deliberar sobre recursos interpostos administração do património da da marcação de faltas injustificadas freguesia ou sob sua jurisdição; aos seus membros; c) Deliberar sobre a administração dos c) Deliberar sobre a constituição de recursos hídricos que integram o delegações, comissões ou grupos de domínio público da freguesia; trabalho para o estudo de matérias d) Conhecer e tomar posição sobre os relacionadas com as atribuições da relatórios definitivos resultantes de freguesia e sem prejudicar o ações tutelares ou de auditorias funcionamento e a atividade normal da executadas sobre a atividade dos junta de freguesia; órgãos e serviços da freguesia; d) Solicitar e receber informação, através da mesa e a pedido de

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qualquer membro, sobre assuntos de Artigo 13.º interesse para a freguesia e sobre a Mesa da assembleia de freguesia execução de deliberações anteriores. 1 - Compete à mesa: 2 - No exercício das respetivas competências, a assembleia de freguesia é apoiada, sendo caso a) Elaborar a ordem do dia das sessões e disso, por trabalhadores dos serviços da proceder à sua distribuição; freguesia designados pela junta de freguesia. b) Deliberar sobre as questões de interpretação e de integração de SUBSECÇÃO II lacunas do regimento; Funcionamento c) Encaminhar, em conformidade com o regimento, as iniciativas dos membros Artigo 11.º da assembleia de freguesia e da junta Sessões ordinárias de freguesia; d) Comunicar à assembleia de freguesia 1 - A assembleia de freguesia reúne em as decisões judiciais relativas à perda quatro sessões ordinárias anuais, em abril, de mandato em que incorra qualquer junho, setembro e novembro ou dezembro, dos seus membros; convocadas com uma antecedência mínima de e) Dar conhecimento à assembleia de oito dias por edital e por carta com aviso de freguesia do expediente relativo aos receção ou protocolo. assuntos relevantes; 2 - A apreciação do inventário dos bens, f) Proceder à marcação e justificação de direitos e obrigações patrimoniais, a respetiva faltas dos membros da assembleia de avaliação e a apreciação e votação dos freguesia; documentos de prestação de contas do ano g) Exercer os poderes funcionais e anterior devem ter lugar na primeira sessão e a cumprir as diligências que lhe sejam aprovação das opções do plano e da proposta de determinadas pela assembleia de orçamento para o ano seguinte na quarta freguesia; sessão, salvo o disposto no artigo 61.º h) Exercer as demais competências legais. Artigo 12.º 2 - O pedido de justificação de faltas pelo Sessões extraordinárias interessado é feito por escrito e dirigido à mesa,

no prazo de cinco dias a contar da data da 1 - A assembleia de freguesia reúne em sessão ou reunião em que a falta se tenha sessão extraordinária por iniciativa da mesa ou verificado, e a decisão é notificada ao após requerimento: interessado pessoalmente ou por via postal. a) Do presidente da junta de freguesia, 3 - Das deliberações da mesa cabe recurso em cumprimento de deliberação desta; para o plenário da assembleia de freguesia. b) De um terço dos seus membros; c) De um número de cidadãos eleitores Artigo 14.º inscritos no recenseamento eleitoral da Competências do presidente e dos freguesia equivalente a 30 vezes o secretários número de elementos que compõem a assembleia de freguesia, quando 1 - Compete ao presidente da assembleia de aquele número de cidadãos eleitores freguesia: for igual ou inferior a 5000, ou a 50 a) Representar a assembleia de vezes, quando for superior. freguesia, assegurar o seu regular 2 - O presidente da assembleia de freguesia, funcionamento e presidir aos seus no prazo de cinco dias após a iniciativa da mesa trabalhos; ou a receção dos requerimentos previstos no b) Convocar as sessões ordinárias e número anterior, por edital e por carta com extraordinárias; aviso de receção ou protocolo, convoca a sessão c) Elaborar a ordem do dia das sessões e extraordinária da assembleia de freguesia. proceder à sua distribuição; 3 - A sessão extraordinária referida no d) Abrir e dirigir os trabalhos, mantendo número anterior deve ser realizada no prazo a disciplina das sessões; mínimo de 3 dias e máximo de 10 dias após a e) Assegurar o cumprimento da lei e a sua convocação. regularidade das deliberações; 4 - Quando o presidente da mesa da f) Suspender e encerrar assembleia de freguesia não convoque a sessão antecipadamente as sessões, quando extraordinária requerida, podem os requerentes circunstâncias excecionais o convocá-la diretamente, observando, com as justifiquem, mediante decisão devidas adaptações, o disposto nos n.os 2 e 3 e fundamentada a incluir na ata da promovendo a respetiva publicitação nos locais reunião; habituais.

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g) Comunicar à junta de freguesia as plano e a respetiva deliberação tenha faltas do seu presidente ou do sido aprovada por maioria de dois substituto legal às sessões da terços dos membros da assembleia de assembleia de freguesia; freguesia em efetividade de funções; h) Comunicar ao Ministério Público as e) Elaborar e aprovar a norma de faltas injustificadas dos membros da controlo interno, bem como o assembleia de freguesia e da junta de inventário dos bens, direitos e freguesia, quando em número obrigações patrimoniais da freguesia e relevante para efeitos legais; respetiva avaliação, e ainda os i) Exercer os poderes funcionais e documentos de prestação de contas, a cumprir as diligências que lhe sejam submeter à apreciação da assembleia determinadas pelo regimento ou pela de freguesia; assembleia de freguesia; f) Executar, por empreitada ou j) Exercer as demais competências administração direta, as obras que legais. constem das opções do plano e tenham dotação orçamental adequada nos 2 - Compete aos secretários coadjuvar o instrumentos de gestão previsional presidente da assembleia de freguesia no aprovados pela assembleia de exercício das suas funções, assegurar o freguesia; expediente e, na falta de trabalhador designado g) Aprovar operações urbanísticas em para o efeito, lavrar as atas das sessões. imóveis integrados no domínio

patrimonial privado da freguesia, após SECÇÃO III parecer prévio das entidades Junta de freguesia competentes;

h) Elaborar e submeter à aprovação da SUBSECÇÃO I assembleia de freguesia os projetos de Competências regulamentos externos da freguesia,

bem como aprovar regulamentos Artigo 15.º internos; Natureza das competências i) Discutir e preparar com a câmara

municipal contratos de delegação de Sem prejuízo das demais competências legais competências e acordos de execução, e de acordo com o disposto no artigo 3.º, a nos termos previstos na presente lei; junta de freguesia tem as competências j) Submeter à assembleia de freguesia, materiais e as competências de funcionamento para efeitos de autorização, propostas previstas na presente lei. de celebração de contratos de

delegação de competências e de Artigo 16.º acordos de execução, bem como da Competências materiais respetiva resolução e, no caso de

contratos de delegação de 1 - Compete à junta de freguesia: competências, revogação; a) Elaborar e submeter à aprovação da k) Discutir e preparar com as assembleia de freguesia as opções do organizações de moradores protocolos plano e a proposta do orçamento, de delegação de tarefas administrativas assim como as respetivas revisões; que não envolvam o exercício de b) Executar as opções do plano e o poderes de autoridade; orçamento, assim como aprovar as l) Submeter à assembleia de freguesia, suas alterações; para efeitos de autorização, propostas c) Adquirir, alienar ou onerar bens de celebração dos protocolos de imóveis de valor até 220 vezes a delegação de tarefas administrativas remuneração mínima mensal garantida previstos na alínea anterior; (RMMG) nas freguesias até 5000 m) Discutir e preparar com instituições eleitores, de valor até 300 vezes a públicas, particulares e cooperativas RMMG nas freguesias com mais de que desenvolvam a sua atividade na 5000 eleitores e menos de 20 000 circunscrição territorial da freguesia eleitores e de valor até 400 vezes a protocolos de colaboração, RMMG nas freguesias com mais de 20 designadamente quando os respetivos 000 eleitores; equipamentos sejam propriedade da d) Alienar em hasta pública, freguesia e se salvaguarde a sua independentemente de autorização da utilização pela comunidade local; assembleia de freguesia, bens imóveis n) Submeter à assembleia de freguesia, de valor superior aos referidos na para efeitos de autorização, propostas alínea anterior, desde que a alienação de celebração dos protocolos de decorra da execução das opções do colaboração referidos na alínea anterior;

282 Autarquias Locais - Legislação Nacional o) Deliberar sobre as formas de apoio a gg) Conceder terrenos, nos cemitérios entidades e organismos legalmente propriedade da freguesia, para jazigos, existentes, nomeadamente com vista à mausoléus e sepulturas perpétuas; execução de obras ou à realização de hh) Gerir, conservar e promover a eventos de interesse para a freguesia, limpeza dos cemitérios propriedade da bem como à informação e defesa dos freguesia; direitos dos cidadãos; ii) Administrar e conservar o património p) Pronunciar-se sobre projetos de da freguesia; construção e de ocupação da via jj) Elaborar e manter atualizado o pública, sempre que tal lhe for cadastro dos bens móveis e imóveis requerido pela câmara municipal; propriedade da freguesia; q) Participar, nos termos acordados com kk) Adquirir e alienar bens móveis; a câmara municipal, no processo de ll) Declarar prescritos a favor da elaboração dos planos municipais de freguesia, após publicação de avisos, ordenamento do território; os jazigos, mausoléus ou outras obras, r) Colaborar, nos termos acordados com bem como sepulturas perpétuas a câmara municipal, na discussão instaladas nos cemitérios propriedade pública dos planos municipais do da freguesia, quando não sejam ordenamento do território; conhecidos os proprietários ou s) Facultar a consulta pelos interessados relativamente aos quais se mostre que, dos planos municipais de ordenamento após notificação judicial, se mantém do território; desinteresse na sua conservação e t) Promover e executar projetos de manutenção de forma inequívoca e intervenção comunitária nas áreas da duradoura; ação social, cultura e desporto; mm) Fornecer material de limpeza e de u) Participar, em colaboração com expediente às escolas do 1.º ciclo do instituições particulares de ensino básico e aos estabelecimentos solidariedade social, em programas e de educação pré-escolar; iniciativas de ação social; nn) Proceder ao registo e ao v) Apoiar atividades de natureza social, licenciamento de canídeos e gatídeos; cultural, educativa, desportiva, oo) Proceder à administração ou à recreativa ou outra de interesse para a utilização de baldios sempre que não freguesia; existam assembleias de compartes; w) Emitir parecer sobre a denominação pp) Executar, no âmbito da comissão das ruas e praças das localidades e das recenseadora, as operações de povoações; recenseamento eleitoral, bem como x) Prestar a outras entidades públicas desempenhar as funções que lhe sejam toda a colaboração que lhe for determinadas pelas leis eleitorais e dos solicitada, designadamente nos referendos; domínios da estatística e outros do qq) Lavrar termos de identidade e interesse da população da freguesia; justificação administrativa; y) Colaborar com a autoridade municipal rr) Passar atestados; de proteção civil na iminência ou ss) Conhecer e tomar posição sobre os ocorrência de acidente grave ou relatórios definitivos de ações tutelares catástrofe; ou de auditorias levadas a efeito aos z) Promover a conservação de abrigos de órgãos ou serviços da freguesia; passageiros existentes na freguesia; tt) Dar cumprimento ao Estatuto do aa) Gerir, conservar e promover a Direito de Oposição; limpeza de balneários, lavadouros e uu) Deliberar sobre a constituição e sanitários públicos; participação nas associações previstas bb) Gerir e manter parques infantis no título v; públicos e equipamentos desportivos vv) Remeter ao Tribunal de Contas as de âmbito local; contas da freguesia; cc) Conservar e promover a reparação ww) Exercer os poderes funcionais e de chafarizes e fontanários públicos; cumprir as diligências que lhe sejam dd) Colocar e manter as placas determinadas pela assembleia de toponímicas; freguesia; ee) Conservar e reparar a sinalização xx) Apresentar propostas à assembleia vertical não iluminada instalada nas de freguesia sobre matérias da vias municipais; competência desta. ff) Proceder à manutenção e 2 - Compete também à junta de freguesia conservação de caminhos, arruamentos proceder à construção dos equipamentos e pavimentos pedonais; referidos nas alíneas z) a cc) e hh) do número

283 Autarquias Locais - Legislação Nacional anterior quando os mesmos se destinem a assembleia de freguesia através da integrar o respetivo património. respetiva mesa; 3 - Compete ainda à junta de freguesia o e) Suspender ou encerrar licenciamento das seguintes atividades: antecipadamente as reuniões, quando circunstâncias excecionais o a) Venda ambulante de lotarias; justifiquem, mediante decisão b) Arrumador de automóveis; fundamentada a incluir na ata da c) Atividades ruidosas de caráter reunião; temporário que respeitem a festas f) Executar as deliberações da junta de populares, romarias, feiras, arraiais e freguesia e coordenar a respetiva bailes. atividade; 4 - A alienação de bens e valores artísticos do g) Dar cumprimento às deliberações da património da freguesia é objeto de legislação assembleia de freguesia, sempre que especial. para a sua execução seja necessária a (Nos termos da Declaração de Retificação n.º intervenção da junta de freguesia; 46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea uu) do h) Autorizar a realização de despesas até n.º 1 do artigo 16.º do anexo I, onde se ao limite estipulado por delegação da lê:«Deliberar sobre a constituição e participação junta de freguesia; nas associações previstas no título V»deve ler - i) Autorizar o pagamento das despesas se:«Deliberar sobre a constituição e participação orçamentadas, de acordo com as nas associações previstas no capítulo IV do título deliberações da junta de freguesia; III») j) Submeter a norma de controlo Artigo 17.º interno, quando aplicável, bem como o Delegação de competências no presidente inventário dos bens, direitos e da junta de freguesia obrigações patrimoniais e respetiva avaliação e ainda os documentos de 1 - A junta de freguesia pode delegar as suas prestação de contas, à aprovação da competências no respetivo presidente, com junta de freguesia e à apreciação e exceção das previstas nas alíneas a), c), e), h), votação da assembleia de freguesia, j), l), n), o), p), q), r), v), oo), ss), tt) e xx) do com exceção da norma de controlo n.º 1 do artigo anterior. interno; 2 - À revogação dos atos e ao recurso das k) Submeter a visto prévio do Tribunal decisões do presidente da junta de freguesia no de Contas, nos termos da lei, os atos exercício de competências delegadas é aplicável, praticados e os contratos celebrados com as devidas adaptações, o previsto nos n.os pela junta de freguesia, assim como 2 e 3 do artigo 34.º quaisquer outros instrumentos que impliquem despesa para a freguesia; Artigo 18.º l) Assinar, em nome da junta de Competências do presidente da junta de freguesia, toda a correspondência, bem freguesia como os termos, atestados e certidões da competência da mesma; 1 - Compete ao presidente da junta de m) Colaborar com outras entidades no freguesia: domínio da proteção civil, tendo em vista o cumprimento dos planos de a) Representar a freguesia em juízo e emergência e programas estabelecidos, fora dele; designadamente em operações de b) Elaborar a ordem do dia, convocar, socorro e assistência na iminência ou abrir e encerrar as reuniões da junta ocorrência de acidente grave ou de freguesia, dirigir os trabalhos e catástrofe; assegurar o cumprimento da lei e a n) Participar no conselho municipal de regularidade das deliberações; segurança; c) Representar a junta de freguesia na o) Presidir à unidade local de proteção assembleia de freguesia e integrar a civil; assembleia municipal do município em p) Determinar a instrução dos processos cuja circunscrição territorial se de contraordenação e proceder à compreende a circunscrição territorial aplicação das coimas, com a faculdade da respetiva freguesia, comparecendo de delegação em qualquer dos às sessões, salvo caso de justo restantes membros da junta de impedimento, sendo representado, freguesia; neste caso, pelo substituto legal por si q) Comunicar à assembleia de freguesia designado; as faltas injustificadas marcadas aos d) Responder, no prazo máximo de 30 membros da junta de freguesia; dias, aos pedidos de informação r) Dar conhecimento aos restantes formulados pelos membros da membros da junta de freguesia e remeter à assembleia de freguesia

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cópias dos relatórios definitivos de a escrituração dos modelos ações tutelares ou de auditorias sobre contabilísticos da receita e da despesa, a atividade da junta de freguesia e dos com base nos respetivos documentos serviços da freguesia, no prazo máximo que são assinados pelo presidente da de 10 dias após o recebimento dos junta de freguesia. mesmos; s) Promover a publicação por edital do Artigo 19.º relatório de avaliação previsto no Competências de funcionamento Estatuto do Direito de Oposição; t) Presidir à comissão recenseadora da Compete à junta de freguesia: freguesia; a) Executar e velar pelo cumprimento u) Promover todas as ações necessárias das deliberações da assembleia de à administração do património da freguesia; freguesia; b) Gerir os serviços da freguesia; v) Elaborar e enviar à assembleia de c) Proceder à marcação das faltas dos freguesia os elementos referidos na seus membros e à respetiva alínea e) do n.º 2 do artigo 9.º; justificação; w) Informar a câmara municipal sobre a d) Instaurar pleitos e defender-se neles, existência de edificações degradadas podendo confessar, desistir ou ou que ameacem desmoronar-se e transigir, se não houver ofensa de solicitar a respetiva vistoria; direitos de terceiros; x) Responder, no prazo máximo de 20 e) Gerir os recursos humanos ao serviço dias, aos pedidos de informação da freguesia. formulados pelos cidadãos recenseados

na freguesia sobre matérias nas quais SUBSECÇÃO II tenham interesse e que sejam da Funcionamento atribuição da freguesia ou da

competência da junta de freguesia; Artigo 20.º y) Exercer as demais competências Periodicidade das reuniões legais e delegadas, bem como exercer

os poderes funcionais e cumprir as 1 - A junta de freguesia reúne ordinariamente diligências que lhe sejam determinadas uma vez por mês, ou quinzenalmente, se o pela junta de freguesia. julgar conveniente, e extraordinariamente 2 - Compete ainda ao presidente da junta de sempre que necessário. freguesia: 2 - A junta de freguesia delibera sobre os dias e horas das reuniões ordinárias, podendo a) Decidir sobre o exercício de funções estabelecer dia e hora certos para as mesmas, em regime de tempo inteiro ou de meio devendo, neste último caso, publicar editais, o tempo, nos termos da lei; que dispensa outras formas de convocação. b) Proceder à distribuição de funções

pelos restantes membros da junta de Artigo 21.º freguesia e designar o seu substituto Convocação das reuniões ordinárias nas situações de faltas e

impedimentos. 1 - Na falta da deliberação a que se refere o 3 - A distribuição de funções implica a n.º 2 do artigo anterior, compete ao presidente designação dos membros aos quais as mesmas da junta de freguesia marcar o dia e hora certos cabem e deve prever, designadamente: das reuniões ordinárias e publicitar a decisão nos termos e com os efeitos da parte final do a) A elaboração das atas das reuniões da mesmo número. junta de freguesia, na falta de 2 - Quaisquer alterações ao dia e hora trabalhador nomeado para o efeito; marcados nos termos do número anterior devem b) A certificação, mediante despacho do ser comunicadas a todos os membros da junta presidente da junta de freguesia, dos de freguesia com, pelo menos, três dias de factos que constem dos arquivos da antecedência e por carta com aviso de receção freguesia e, independentemente de ou protocolo. despacho, o conteúdo das atas das reuniões da junta de freguesia; Artigo 22.º c) A subscrição dos atestados que devam Convocação das reuniões extraordinárias ser assinados pelo presidente da junta de freguesia; 1 - As reuniões extraordinárias podem ser d) A execução do expediente da junta de convocadas por iniciativa do presidente da junta freguesia; de freguesia ou a requerimento da maioria dos e) A arrecadação das receitas, o seus membros, não podendo, neste caso, ser pagamento das despesas autorizadas e recusada a convocação.

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2 - As reuniões extraordinárias são Artigo 25.º convocadas com, pelo menos, cinco dias de Competências de apreciação e fiscalização antecedência, sendo comunicadas a todos os membros da junta de freguesia por edital e por 1 - Compete à assembleia municipal, sob carta com aviso de receção ou protocolo. proposta da câmara municipal: 3 - O presidente da junta de freguesia a) Aprovar as opções do plano e a convoca a reunião para um dos oito dias proposta de orçamento, bem como as subsequentes à receção do requerimento respetivas revisões; previsto no n.º 1. b) Aprovar as taxas do município e fixar 4 - Quando o presidente da junta de o respetivo valor; freguesia não efetue a convocação que lhe tenha c) Deliberar em matéria de exercício dos sido requerida nos termos do número anterior, poderes tributários do município; podem os requerentes efetuá-la diretamente, d) Fixar anualmente o valor da taxa do observando, com as devidas adaptações, o imposto municipal sobre imóveis, bem disposto nos n.os 2 e 3 e promovendo a como autorizar o lançamento de respetiva publicitação nos locais habituais. derramas;

e) Pronunciar-se, no prazo legal, sobre o CAPÍTULO III reconhecimento pelo Governo de Município benefícios fiscais no âmbito de

impostos cuja receita reverte para os SECÇÃO I municípios; Atribuições f) Autorizar a contratação de

empréstimos; Artigo 23.º g) Aprovar as posturas e os Atribuições do município regulamentos com eficácia externa do

município; 1 - Constituem atribuições do município a h) Aprovar os planos e demais promoção e salvaguarda dos interesses próprios instrumentos estratégicos necessários das respetivas populações, em articulação com à prossecução das atribuições do as freguesias. município; 2 - Os municípios dispõem de atribuições, i) Autorizar a câmara municipal a designadamente, nos seguintes domínios: adquirir, alienar ou onerar bens a) Equipamento rural e urbano; imóveis de valor superior a 1000 vezes b) Energia; a RMMG, e fixar as respetivas c) Transportes e comunicações; condições gerais, podendo determinar d) Educação; o recurso à hasta pública, assim como e) Património, cultura e ciência; a alienar ou onerar bens ou valores f) Tempos livres e desporto; artísticos do município, g) Saúde; independentemente do seu valor, sem h) Ação social; prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo i) Habitação; 33.º; j) Proteção civil; j) Deliberar sobre formas de apoio às k) Ambiente e saneamento básico; freguesias no quadro da promoção e l) Defesa do consumidor; salvaguarda articulada dos interesses m) Promoção do desenvolvimento; próprios das populações; n) Ordenamento do território e k) Autorizar a celebração de contratos de urbanismo; delegação de competências entre a o) Polícia municipal; câmara municipal e o Estado e entre a p) Cooperação externa. câmara municipal e a entidade intermunicipal e autorizar a celebração SECÇÃO II e denúncia de contratos de delegação Assembleia municipal de competências e de acordos de execução entre a câmara municipal e SUBSECÇÃO I as juntas de freguesia; Competências l) Autorizar a resolução e revogação dos contratos de delegação de Artigo 24.º competências e a resolução dos Competências acordos de execução; m) Aprovar a criação ou reorganização Sem prejuízo das demais competências legais dos serviços municipais e a estrutura e de acordo com o disposto no artigo 3.º, a orgânica dos serviços municipalizados; assembleia municipal tem as competências de n) Deliberar sobre a criação de serviços apreciação e fiscalização e as competências de municipalizados e todas as matérias funcionamento previstas na presente lei. previstas no regime jurídico da

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atividade empresarial local e das qualquer membro, sobre assuntos de participações locais que o mesmo não interesse para o município e sobre a atribua à câmara municipal; execução de deliberações anteriores; o) Aprovar os mapas de pessoal dos e) Aprovar referendos locais; serviços municipais e dos serviços f) Apreciar a recusa da prestação de municipalizados; quaisquer informações ou recusa da p) Autorizar a câmara municipal a entrega de documentos por parte da celebrar contratos de concessão e fixar câmara municipal ou de qualquer dos as respetivas condições gerais; seus membros que obstem à realização q) Deliberar sobre a afetação ou de ações de acompanhamento e desafetação de bens do domínio fiscalização; público municipal; g) Conhecer e tomar posição sobre os r) Aprovar as normas, delimitações, relatórios definitivos resultantes de medidas e outros atos previstos nos ações tutelares ou de auditorias regimes do ordenamento do território e executadas sobre a atividade dos do urbanismo; órgãos e serviços do município; s) Deliberar sobre a criação do conselho h) Discutir, na sequência de pedido de local de educação; qualquer dos titulares do direito de t) Autorizar a geminação do município oposição, o relatório a que se refere o com outros municípios ou entidades Estatuto do Direito de Oposição; equiparadas de outros países; i) Elaborar e aprovar o regulamento do u) Autorizar o município a constituir as conselho municipal de segurança; associações previstas no título v; j) Tomar posição perante quaisquer v) Autorizar os conselhos de órgãos do Estado ou entidades públicas administração dos serviços sobre assuntos de interesse para o municipalizados a deliberar sobre a município; concessão de apoio financeiro ou de k) Pronunciar-se e deliberar sobre todos qualquer outra natureza a instituições os assuntos que visem a prossecução legalmente constituídas ou participadas das atribuições do município; pelos seus trabalhadores, tendo por l) Apreciar o inventário dos bens, direitos objeto o desenvolvimento de atividades e obrigações patrimoniais e a respetiva culturais, recreativas e desportivas, ou avaliação, bem como apreciar e votar a concessão de benefícios sociais aos os documentos de prestação de contas; mesmos e respetivos familiares; m) Fixar o dia feriado anual do w) Deliberar sobre a criação e a município; instituição em concreto do corpo de n) Estabelecer, após parecer da polícia municipal. Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, a 2 - Compete ainda à assembleia municipal: constituição dos brasões, dos selos e a) Acompanhar e fiscalizar a atividade da das bandeiras do município e proceder câmara municipal, dos serviços à sua publicação no Diário da municipalizados, das empresas locais e República. de quaisquer outras entidades que 3 - Não podem ser alteradas na assembleia integrem o perímetro da administração municipal as propostas apresentadas pela local, bem como apreciar a execução câmara municipal referidas nas alíneas a), i) e dos contratos de delegação de m) do n.º 1 e na alínea l) do número anterior, competências previstos na alínea k) do sem prejuízo de esta poder vir a acolher em número anterior; nova proposta as recomendações ou sugestões b) Apreciar, com base na informação feitas pela assembleia municipal. disponibilizada pela câmara municipal, 4 - As propostas de autorização para a os resultados da participação do contratação de empréstimos apresentadas pela município nas empresas locais e em câmara municipal, nos termos da alínea f) do n.º quaisquer outras entidades; 1, são obrigatoriamente acompanhadas de c) Apreciar, em cada uma das sessões informação detalhada sobre as condições ordinárias, uma informação escrita do propostas por, no mínimo, três instituições de presidente da câmara municipal acerca crédito, bem como do mapa demonstrativo da da atividade desta e da situação capacidade de endividamento do município. financeira do município, a qual deve 5 - Compete ainda à assembleia municipal: ser enviada ao presidente da assembleia municipal com a a) Convocar o secretariado executivo antecedência mínima de cinco dias metropolitano ou a comunidade sobre a data do início da sessão; intermunicipal, conforme o caso, e nos d) Solicitar e receber informação, termos da presente lei, com o limite de através da mesa e a pedido de duas vezes por ano, para responder

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perante os seus membros pelas Artigo 28.º atividades desenvolvidas no âmbito da Sessões extraordinárias área metropolitana ou comunidade intermunicipal do respetivo município; 1 - A assembleia municipal reúne em sessão b) Aprovar moções de censura à extraordinária por iniciativa do seu presidente, comissão executiva metropolitana ou da mesa ou após requerimento: ao secretariado executivo a) Do presidente da câmara municipal, intermunicipal, no máximo de uma por em cumprimento de deliberação desta; mandato. b) De um terço dos seus membros; (Nos termos da Declaração de c) De um número de cidadãos eleitores Retificação n.º 50-A/2013, de 11 de inscritos no recenseamento eleitoral do novembro, na alínea u) do n.º 1 do município equivalente a 5 % do artigo 25.º do anexo I: Onde se lê: número de cidadãos eleitores até ao «Autorizar o município a constituir as limite máximo de 2500. associações previstas no título V;» deve ler -se: «Autorizar o município a 2 - O presidente da assembleia municipal, no constituir as associações previstas no prazo de cinco dias após a sua iniciativa ou a da capítulo IV do título III;») mesa ou a receção dos requerimentos previstos no número anterior, por edital e por carta com Artigo 26.º aviso de receção ou protocolo, convoca a sessão Competências de funcionamento extraordinária da assembleia municipal. 3 - A sessão extraordinária referida no 1 - Compete à assembleia municipal: número anterior deve ser realizada no prazo mínimo de três dias e máximo de 10 após a sua a) Elaborar e aprovar o seu regimento; convocação. b) Deliberar sobre recursos interpostos 4 - Quando o presidente da mesa da de marcação de faltas injustificadas assembleia municipal não convoque a sessão aos seus membros; extraordinária requerida, podem os requerentes c) Deliberar sobre a constituição de convocá-la diretamente, observando, com as delegações, comissões ou grupos de devidas adaptações, o disposto nos n.os 2 e 3, e trabalho para o estudo de matérias promovendo a respetiva publicitação nos locais relacionadas com as atribuições do habituais. município e sem prejudicar o

funcionamento e a atividade normal da Artigo 29.º câmara municipal. Mesa da assembleia municipal 2 - No exercício das respetivas competências, a assembleia municipal é apoiada por 1 - Compete à mesa: trabalhadores dos serviços do município a afetar a) Elaborar o projeto de regimento da pela câmara municipal, nos termos do artigo assembleia municipal ou propor a 31.º constituição de um grupo de trabalho

para o efeito; SUBSECÇÃO II b) Deliberar sobre as questões de Funcionamento interpretação e integração de lacunas

do regimento; Artigo 27.º c) Elaborar a ordem do dia das sessões e Sessões ordinárias proceder à sua distribuição;

d) Verificar a conformidade legal e 1 - A assembleia municipal reúne em cinco admitir as propostas da câmara sessões ordinárias anuais, em fevereiro, abril, municipal legalmente sujeitas à junho, setembro e novembro ou dezembro, competência deliberativa da assembleia convocadas com uma antecedência mínima de municipal; oito dias por edital e por carta com aviso de e) Encaminhar, em conformidade com o receção ou protocolo. regimento, as iniciativas dos membros 2 - A apreciação do inventário dos bens, da assembleia municipal, dos grupos direitos e obrigações patrimoniais, a respetiva municipais e da câmara municipal; avaliação e a apreciação e votação dos f) Assegurar a redação final das documentos de prestação de contas do ano deliberações; anterior devem ter lugar na sessão ordinária de g) Realizar as ações que lhe sejam abril, e a aprovação das opções do plano e da determinadas pela assembleia proposta de orçamento para o ano seguinte na municipal no exercício da competência sessão de novembro, salvo o disposto no artigo a que se refere a alínea a) do n.º 2 do 61.º artigo 25.º;

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h) Encaminhar para a assembleia fundamentada a incluir na ata da municipal as petições e queixas sessão; dirigidas à mesma; g) Integrar o conselho municipal de i) Requerer à câmara municipal ou aos segurança; seus membros a documentação e h) Comunicar à assembleia de freguesia informação que considere necessárias ou à câmara municipal as faltas dos ao exercício das competências da presidentes de junta de freguesia e do assembleia municipal, assim como ao presidente da câmara municipal às desempenho das suas funções, nos sessões da assembleia municipal; termos e com a periodicidade julgados i) Comunicar ao Ministério Público convenientes; competente as faltas injustificadas dos j) Proceder à marcação e justificação de restantes membros da assembleia, faltas dos membros da assembleia para os efeitos legais; municipal; j) Exercer os poderes funcionais e k) Comunicar à assembleia municipal a cumprir as diligências que lhe sejam recusa da prestação de quaisquer determinados pelo regimento ou pela informações ou documentos, bem assembleia municipal; como a falta de colaboração por parte k) Exercer as demais competências da câmara municipal ou dos seus legais. membros; 2 - Compete ainda ao presidente da l) Comunicar à assembleia municipal as assembleia municipal autorizar a realização de decisões judiciais relativas à perda de despesas orçamentadas relativas a senhas de mandato em que incorra qualquer presença, ajudas de custo e subsídios de membro; transporte dos membros da assembleia m) Dar conhecimento à assembleia municipal e de despesas relativas às aquisições municipal do expediente relativo aos de bens e serviços correntes necessárias ao seu assuntos relevantes; regular funcionamento e representação, n) Exercer os poderes funcionais e comunicando o facto, para os devidos efeitos cumprir as diligências que lhe sejam legais, incluindo os correspondentes determinadas pela assembleia procedimentos administrativos, ao presidente da municipal; câmara municipal. o) Exercer as demais competências 3 - Compete aos secretários coadjuvar o legais. presidente da assembleia municipal no exercício 2 - O pedido de justificação de faltas pelo das suas funções, assegurar o expediente e, na interessado é feito por escrito e dirigido à mesa, falta de trabalhador designado para o efeito, no prazo de cinco dias a contar da data da lavrar as atas das sessões. sessão ou reunião em que a falta se tenha verificado, e a decisão é notificada ao Artigo 31.º interessado, pessoalmente ou por via postal. Funcionamento 3 - Das deliberações da mesa da assembleia municipal cabe recurso para o plenário. 1 - A assembleia municipal dispõe de um núcleo de apoio próprio, sob orientação do Artigo 30.º respetivo presidente e composto por Presidente e secretários trabalhadores do município, nos termos definidos pela mesa e a afetar pela câmara 1 - Compete ao presidente da assembleia municipal. municipal: 2 - A assembleia municipal dispõe igualmente de instalações e equipamentos necessários ao a) Representar a assembleia municipal, seu funcionamento e representação, a afetar assegurar o seu regular funcionamento pela câmara municipal. e presidir aos seus trabalhos; 3 - No orçamento municipal são inscritas, sob b) Convocar as sessões ordinárias e proposta da mesa da assembleia municipal, extraordinárias; dotações discriminadas em rubricas próprias c) Abrir e encerrar os trabalhos das para pagamento das senhas de presença, ajudas sessões; de custo e subsídios de transporte dos membros d) Dirigir os trabalhos e manter a da assembleia municipal, bem como para a disciplina das sessões; aquisição dos bens e serviços correntes e) Assegurar o cumprimento da lei e a necessária ao seu funcionamento e regularidade das deliberações; representação. f) Suspender e encerrar

antecipadamente as sessões, quando

circunstâncias excecionais o

justifiquem, mediante decisão

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SECÇÃO III respetiva avaliação e ainda os Câmara municipal documentos de prestação de contas, a submeter à apreciação e votação da SUBSECÇÃO I assembleia municipal; Competências j) Aceitar doações, legados e heranças a benefício de inventário; Artigo 32.º k) Elaborar e submeter à aprovação da Natureza das competências assembleia municipal os projetos de regulamentos externos do município, Sem prejuízo das demais competências legais bem como aprovar regulamentos e de acordo com o disposto no artigo 3.º, a internos; câmara municipal tem as competências l) Discutir e preparar com os materiais e as competências de funcionamento departamentos governamentais e com previstas na presente lei. as juntas de freguesia contratos de delegação de competências e acordos Artigo 33.º de execução, nos termos previstos na Competências materiais presente lei; m) Submeter à assembleia municipal, 1 - Compete à câmara municipal: para efeitos de autorização, propostas de celebração de contratos de a) Elaborar e submeter à aprovação da delegação de competências com o assembleia municipal os planos Estado e propostas de celebração e necessários à realização das atribuições denúncia de contratos de delegação de municipais; competências com o Estado e as juntas b) Participar, com outras entidades, no de freguesia e de acordos de execução planeamento que diretamente se com as juntas de freguesia; relacione com as atribuições do n) Submeter à assembleia municipal, município, emitindo parecer a para efeitos de autorização, propostas submeter a apreciação e deliberação da de resolução e revogação dos contratos assembleia municipal; de delegação de competências e dos c) Elaborar e submeter a aprovação da acordos de execução; assembleia municipal as opções do o) Deliberar sobre as formas de apoio a plano e a proposta do orçamento, entidades e organismos legalmente assim como as respetivas revisões; existentes, nomeadamente com vista à d) Executar as opções do plano e execução de obras ou à realização de orçamento, assim como aprovar as eventos de interesse para o município, suas alterações; bem como à informação e defesa dos e) Fixar os preços da prestação de direitos dos cidadãos; serviços ao público pelos serviços p) Deliberar sobre a concessão de apoio municipais ou municipalizados, sem financeiro ou de qualquer outra prejuízo, quando for caso disso, das natureza a instituições legalmente competências legais das entidades constituídas ou participadas pelos reguladoras; trabalhadores do município, tendo por f) Aprovar os projetos, programas de objeto o desenvolvimento de atividades concurso, cadernos de encargos e a culturais, recreativas e desportivas, ou adjudicação de empreitadas e aquisição a concessão de benefícios sociais aos de bens e serviços, cuja autorização de mesmos e respetivos familiares; despesa lhe caiba; q) Assegurar a integração da perspetiva g) Adquirir, alienar ou onerar bens de género em todos os domínios de imóveis de valor até 1000 vezes a ação do município, designadamente RMMG; através da adoção de planos municipais h) Alienar em hasta pública, para a igualdade; independentemente de autorização da r) Colaborar no apoio a programas e assembleia municipal, bens imóveis de projetos de interesse municipal, em valor superior ao referido na alínea parceria com entidades da anterior, desde que a alienação decorra administração central; da execução das opções do plano e a s) Deliberar sobre a constituição e respetiva deliberação tenha sido participação nas associações previstas aprovada por maioria de dois terços no título v; dos membros da assembleia municipal t) Assegurar, incluindo a possibilidade de em efetividade de funções; constituição de parcerias, o i) Elaborar e aprovar a norma de levantamento, classificação, controlo interno, bem como o administração, manutenção, inventário dos bens, direitos e recuperação e divulgação do obrigações patrimoniais do município e património natural, cultural,

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paisagístico e urbanístico do município, jj) Deliberar sobre a deambulação e incluindo a construção de monumentos extinção de animais considerados de interesse municipal; nocivos; u) Apoiar atividades de natureza social, kk) Declarar prescritos a favor do cultural, educativa, desportiva, município, após publicação de avisos, recreativa ou outra de interesse para o os jazigos, mausoléus ou outras obras, município, incluindo aquelas que assim como sepulturas perpétuas contribuam para a promoção da saúde instaladas nos cemitérios propriedade e prevenção das doenças; municipal, quando não sejam v) Participar na prestação de serviços e conhecidos os seus proprietários ou prestar apoio a pessoas em situação de relativamente aos quais se mostre que, vulnerabilidade, em parceria com as após notificação judicial, se mantém entidades competentes da desinteresse na sua conservação e administração central e com manutenção, de forma inequívoca e instituições particulares de duradoura; solidariedade social, nas condições ll) Participar em órgãos de gestão de constantes de regulamento municipal; entidades da administração central; w) Ordenar, precedendo vistoria, a mm) Designar os representantes do demolição total ou parcial ou a município nos conselhos locais; beneficiação de construções que nn) Participar em órgãos consultivos de ameacem ruína ou constituam perigo entidades da administração central; para a saúde ou segurança das oo) Designar o representante do pessoas; município na assembleia geral das x) Emitir licenças, registos e fixação de empresas locais, assim como os seus contingentes relativamente a veículos, representantes em quaisquer outras nos casos legalmente previstos; entidades nas quais o município y) Exercer o controlo prévio, participe, independentemente de designadamente nos domínios da integrarem ou não o perímetro da construção, reconstrução, conservação administração local; ou demolição de edifícios, assim como pp) Nomear e exonerar o conselho de relativamente aos estabelecimentos administração dos serviços insalubres, incómodos, perigosos ou municipalizados; tóxicos; qq) Administrar o domínio público z) Emitir parecer sobre projetos de obras municipal; não sujeitas a controlo prévio; rr) Deliberar sobre o estacionamento de aa) Promover a observância das normas veículos nas vias públicas e demais legais e regulamentares aplicáveis às lugares públicos; obras referidas na alínea anterior; ss) Estabelecer a denominação das ruas bb) Executar as obras, por administração e praças das localidades e das direta ou empreitada; povoações, após parecer da cc) Alienar bens móveis; correspondente junta de freguesia; dd) Proceder à aquisição e locação de tt) Estabelecer as regras de numeração bens e serviços; dos edifícios; ee) Criar, construir e gerir instalações, uu) Deliberar sobre a administração dos equipamentos, serviços, redes de recursos hídricos que integram o circulação, de transportes, de energia, domínio público do município; de distribuição de bens e recursos vv) Propor a declaração de utilidade físicos integrados no património do pública para efeitos de expropriação; município ou colocados, por lei, sob ww) Enviar ao Tribunal de Contas as administração municipal; contas do município; ff) Promover e apoiar o desenvolvimento xx) Deliberar, no prazo máximo de 30 de atividades e a realização de eventos dias, sobre os recursos hierárquicos relacionados com a atividade impróprios das deliberações do económica de interesse municipal; conselho de administração dos serviços gg) Assegurar, organizar e gerir os municipalizados; transportes escolares; yy) Dar cumprimento ao Estatuto do hh) Deliberar no domínio da ação social Direito de Oposição; escolar, designadamente no que zz) Promover a publicação de respeita a alimentação, alojamento e documentos e registos, anais ou de atribuição de auxílios económicos a qualquer outra natureza, que estudantes; salvaguardem e perpetuem a história ii) Proceder à captura, alojamento e do município; abate de canídeos e gatídeos; aaa) Deliberar sobre a participação do município em projetos e ações de cooperação descentralizada,

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designadamente no âmbito da União câmara municipal, para os efeitos Europeia e da Comunidade dos Países legais; de Língua Portuguesa; f) Aprovar os projetos, programas de bbb) Assegurar o apoio adequado ao concurso, cadernos de encargos e a exercício de competências por parte do adjudicação de empreitadas e aquisição Estado; de bens e serviços, cuja autorização de ccc) Apresentar propostas à assembleia despesa lhe caiba; municipal sobre matérias da g) Autorizar a realização das despesas competência desta. orçamentadas até ao limite estipulado por lei ou por delegação da câmara 2 - A alienação de bens e valores artísticos do municipal, com a exceção das referidas património do município é objeto de legislação no n.º 2 do artigo 30.º; especial. h) Autorizar o pagamento das despesas (Nos termos da Declaração de Retificação n.º realizadas; 46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea s) do i) Comunicar, no prazo legal, às n.º 1 do artigo 33.º do anexo I, onde se entidades competentes para a lê:«Deliberar sobre a constituição e participação respetiva cobrança o valor da taxa do nas associações previstas no título V» deve ler - imposto municipal sobre imóveis, assim se:«Deliberar sobre a constituição e participação como, quando for o caso, a deliberação nas associações previstas no capítulo IV do título sobre o lançamento de derramas; III») j) Submeter a norma de controlo Artigo 34.º interno, bem como o inventário dos Delegação de competências no presidente bens, direitos e obrigações patrimoniais da câmara municipal do município e respetiva avaliação, e

ainda os documentos de prestação de 1 - A câmara municipal pode delegar as suas contas, à aprovação da câmara competências no respetivo presidente, com municipal e à apreciação e votação da exceção das previstas nas alíneas a), b), c), e), assembleia municipal, com exceção da i), j), k), m), n), o), p), s), u), z), aa), hh), oo), norma de controlo interno; vv), aaa) e ccc) do n.º 1 do artigo anterior e na k) Enviar ao Tribunal de Contas os alínea a) do artigo 39.º, com possibilidade de documentos que devam ser submetidos subdelegação em qualquer dos vereadores. à sua apreciação, sem prejuízo do 2 - Das decisões tomadas pelo presidente da disposto na alínea ww) do n.º 1 do câmara municipal ou pelos vereadores no artigo 33.º; exercício de competências delegadas ou l) Assinar ou visar a correspondência da subdelegadas cabe recurso para a câmara câmara municipal que tenha como municipal, sem prejuízo da sua impugnação destinatários quaisquer entidades ou contenciosa. organismos públicos; 3 - O recurso para a câmara municipal pode m) Convocar, nos casos previstos no n.º ter por fundamento a ilegalidade ou 4 do artigo 40.º, as reuniões ordinárias inconveniência da decisão e é apreciado no da câmara municipal para o dia e hora prazo máximo de 30 dias. marcados e enviar a ordem do dia a

todos os outros membros; Artigo 35.º n) Convocar as reuniões extraordinárias; Competências do presidente da câmara o) Estabelecer e distribuir a ordem do municipal dia das reuniões;

p) Abrir e encerrar as reuniões, dirigir os 1 - Compete ao presidente da câmara trabalhos e assegurar o cumprimento municipal: da lei e a regularidade das a) Representar o município em juízo e deliberações; fora dele; q) Suspender ou encerrar b) Executar as deliberações da câmara antecipadamente as reuniões, quando municipal e coordenar a respetiva circunstâncias excecionais o atividade; justifiquem, mediante decisão c) Dar cumprimento às deliberações da fundamentada a incluir na ata da assembleia municipal, sempre que para reunião; a sua execução seja necessária a r) Representar a câmara municipal nas intervenção da câmara municipal; sessões da assembleia municipal; d) Elaborar e manter atualizado o s) Responder, em tempo útil e de modo cadastro dos bens móveis e imóveis do a permitir a sua apreciação na sessão município; seguinte da assembleia municipal, aos e) Participar ao Ministério Público as pedidos de informação apresentados faltas injustificadas dos membros da por esta;

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t) Promover a publicação das decisões h) Praticar os atos necessários à ou deliberações previstas no artigo administração corrente do património 56.º; do município e à sua conservação; u) Promover o cumprimento do Estatuto i) Proceder aos registos prediais do do Direito de Oposição e a publicação património imobiliário do município, do respetivo relatório de avaliação; bem como a registos de qualquer outra v) Dirigir, em articulação com os natureza; organismos da administração pública j) Conceder autorizações de utilização de com competência no domínio da edifícios; proteção civil, o serviço municipal de k) Embargar e ordenar a demolição de proteção civil, tendo em vista o quaisquer obras, construções ou cumprimento dos planos de edificações, efetuadas por particulares emergência e programas estabelecidos ou pessoas coletivas, nos seguintes e a coordenação das atividades a casos: desenvolver naquele âmbito, i) Sem licença ou na falta de designadamente em operações de qualquer outro procedimento de socorro e assistência na iminência ou controlo prévio legalmente ocorrência de acidente grave ou previsto ou com inobservância das catástrofe; condições neles constantes; w) Presidir ao conselho municipal de ii) Com violação dos regulamentos, segurança; das posturas municipais, de x) Remeter à assembleia municipal a medidas preventivas, de normas minuta das atas e as atas das reuniões provisórias, de áreas de da câmara municipal, logo que construção prioritária, de áreas de aprovadas; desenvolvimento urbano prioritário y) Enviar à assembleia municipal, para ou de planos municipais de os efeitos previstos na alínea c) do n.º ordenamento do território 2 do artigo 25.º, toda a documentação, plenamente eficazes; designadamente relatórios, pareceres, memorandos e documentos de igual l) Ordenar o despejo sumário dos natureza, incluindo a respeitante às prédios cuja expropriação por utilidade entidades abrangidas pelo regime pública tenha sido declarada; jurídico da atividade empresarial local e m) Conceder licenças policiais ou fiscais, das participações locais, quando nos termos da lei, regulamentos e existam, indispensável para a posturas; compreensão e análise crítica e n) Determinar a instrução dos processos objetiva da informação aí inscrita. de contraordenação e aplicar as coimas, com a faculdade de delegação 2 - Compete ainda ao presidente da câmara em qualquer dos outros membros da municipal: câmara municipal; a) Decidir todos os assuntos o) Dar conhecimento à câmara municipal relacionados com a gestão e direção e enviar à assembleia municipal cópias dos recursos humanos afetos aos dos relatórios definitivos resultantes de serviços municipais; ações tutelares ou de auditorias sobre b) Designar o trabalhador que serve de a atividade da câmara municipal e dos oficial público para lavrar todos os serviços do município, no prazo contratos nos termos da lei; máximo de 10 dias após o recebimento c) Modificar ou revogar os atos dos mesmos; praticados por trabalhadores afetos aos p) Conceder terrenos, nos cemitérios serviços da câmara municipal; propriedade do município, para jazigos, d) Gerir os recursos humanos dos mausoléus e sepulturas perpétuas. estabelecimentos de educação; 3 - Em circunstâncias excecionais, e no caso e) Promover a execução, por de, por motivo de urgência, não ser possível administração direta ou empreitada, reunir extraordinariamente a câmara municipal, das obras, bem como proceder à o presidente pode praticar quaisquer atos da aquisição de bens e serviços; competência desta, ficando os mesmos sujeitos f) Outorgar contratos em representação a ratificação na primeira reunião realizada após do município; a sua prática, sob pena de anulabilidade. g) Intentar ações judiciais e defender-se 4 - Da informação prevista na alínea c) do n.º nelas, podendo confessar, desistir ou 2 do artigo 25.º devem constar o saldo e o transigir, se não houver ofensa de estado das dívidas a fornecedores e as direitos de terceiros; reclamações, recursos hierárquicos e processos judiciais pendentes, com indicação da respetiva fase e estado.

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3 - Podem ainda ser objeto de delegação ou Artigo 36.º subdelegação as seguintes competências: Distribuição de funções a) Autorizar a realização e o pagamento

de despesas em cumprimento de 1 - O presidente da câmara municipal é contratos de adesão cuja celebração coadjuvado pelos vereadores no exercício das tenha sido autorizada e com cabimento suas funções. no orçamento em vigor; 2 - O presidente da câmara municipal pode b) Autorizar a realização de despesas até delegar ou subdelegar competências nos ao limite estabelecido por lei; vereadores. c) Autorizar o registo de inscrição de

técnicos; Artigo 37.º d) Autorizar termos de abertura e Coordenação dos serviços municipais encerramento em livros sujeitos a essa

formalidade, designadamente livros de Sem prejuízo dos poderes de fiscalização dos obra; quais sejam titulares os membros da câmara e) Autorizar a restituição aos municipal nos domínios sob sua interessados de documentos juntos a responsabilidade, compete ao presidente da processos; câmara municipal a coordenação dos serviços f) Autorizar a passagem de termos de municipais. identidade, idoneidade e justificação

administrativa; Artigo 38.º g) Autorizar a passagem de certidões ou Delegação de competências nos dirigentes fotocópias autenticadas aos

interessados, relativas a processos ou 1 - O presidente da câmara municipal e os documentos constantes de processos vereadores podem delegar ou subdelegar no arquivados e que careçam de despacho dirigente da unidade orgânica materialmente ou deliberação dos eleitos locais; competente as competências previstas nas h) Emitir alvarás exigidos por lei na alíneas a), b), c), g), h), k) e v) do n.º 1 e d), sequência da decisão ou deliberação f), h), i), m) e p) do n.º 2 do artigo 35.º que confiram esse direito; 2 - No domínio da gestão e direção de i) Conceder licenças de ocupação da via recursos humanos, podem ainda ser objeto de pública por motivo de obras; delegação ou subdelegação as seguintes j) Autorizar a renovação de licenças que competências: dependa unicamente do cumprimento a) Aprovar e alterar o mapa de férias e de formalidades burocráticas ou restantes decisões relativas a férias, similares pelos interessados; sem prejuízo pelo regular k) Emitir o cartão de vendedor funcionamento do serviço e da ambulante; salvaguarda do interesse público; l) Determinar a instrução de processos b) Justificar faltas; de contraordenação e designar o c) Conceder licenças sem remuneração respetivo instrutor; ou sem vencimento até ao prazo m) Praticar outros atos e formalidades máximo de um ano; de caráter instrumental necessários ao d) Homologar a avaliação de exercício da competência decisória do desempenho dos trabalhadores, nos delegante ou subdelegante. casos em que o delegado ou 4 - A delegação ou subdelegação da subdelegado não tenha sido o notador; competência prevista na alínea a) do n.º 1 do e) Decidir em matéria de organização e artigo 35.º depende da prática de ato horário de trabalho, tendo em conta as especialmente dirigido a cada uma das orientações superiormente fixadas; representações em causa. f) Autorizar a prestação de trabalho 5 - Às delegações e subdelegações previstas extraordinário; no presente artigo é aplicável, com as devidas g) Assinar contratos de trabalho em adaptações, o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo funções públicas; 34.º h) Homologar a avaliação do período

experimental; Artigo 39.º i) Praticar os atos relativos à Competências de funcionamento aposentação dos trabalhadores;

j) Praticar os atos respeitantes ao Compete à câmara municipal: regime de segurança social, incluindo os relativos a acidentes em serviço e a) Elaborar e aprovar o regimento; acidentes de trabalho. b) Executar e velar pelo cumprimento das deliberações da assembleia municipal;

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c) Proceder à marcação e justificação inferior a 100 000, um chefe do das faltas dos seus membros. gabinete, um adjunto e um secretário; c) Nos restantes municípios, um chefe do SUBSECÇÃO II gabinete, dois adjuntos e um Funcionamento secretário.

2 - O presidente da câmara municipal pode Artigo 40.º constituir um gabinete de apoio ao conjunto dos Periodicidade das reuniões vereadores que exerçam funções a tempo inteiro

ou a meio tempo, com a seguinte composição: 1 - A câmara municipal tem uma reunião ordinária semanal, ou quinzenal, se o julgar a) Nos municípios com um número de conveniente, e reuniões extraordinárias sempre eleitores igual ou inferior a 10 000, um que necessário. secretário; 2 - As reuniões ordinárias da câmara b) Nos municípios com um número de municipal devem ter lugar em dia e hora certos, eleitores superior a 10 000 e igual ou cuja marcação é objeto de deliberação na sua inferior a 50 000, dois secretários; primeira reunião. c) Nos municípios com um número de 3 - A deliberação prevista no número anterior eleitores superior a 50 000 e igual ou é objeto de publicitação por edital e deve inferior a 100 000, três secretários; constar em permanência no sítio da Internet do d) Nos restantes municípios, um adjunto município, considerando-se convocados todos os e um secretário por cada vereador a membros da câmara municipal. tempo inteiro, até ao limite máximo do 4 - Quaisquer alterações ao dia e hora objeto número de vereadores indispensável da deliberação prevista no n.º 2 devem ser para assegurar uma maioria de devidamente justificadas e comunicadas a todos membros da câmara municipal em os membros do órgão com, pelo menos, três exercício de funções a tempo inteiro. dias de antecedência e por protocolo. 3 - O gabinete de apoio previsto no n.º 2 é Artigo 41.º denominado gabinete de apoio à vereação. Convocação das reuniões extraordinárias 4 - O gabinete de apoio à presidência pode ser constituído por mais um adjunto ou 1 - As reuniões extraordinárias podem ser secretário, desde que tal implique a não convocadas por iniciativa do presidente da nomeação do chefe do gabinete. câmara municipal ou após requerimento de, pelo menos, um terço dos respetivos membros. 5 - O gabinete de apoio à presidência e os 2 - As reuniões extraordinárias são gabinetes de apoio à vereação podem ser convocadas com, pelo menos, dois dias de constituídos por um número de secretários antecedência por protocolo, aplicando-se, com superior ao referido nos n.os 1 e 2, desde que as devidas adaptações, o disposto no n.º 3 do tal implique a não nomeação, em igual número, artigo anterior. de adjuntos. 3 - O presidente da câmara municipal 6 - O presidente da câmara municipal e os convoca a reunião para um dos oito dias vereadores podem delegar a prática de atos de subsequentes à receção do requerimento administração ordinária nos membros dos previsto no n.º 1. respetivos gabinetes de apoio. 4 - Quando o presidente da câmara municipal 7 - O presidente da câmara municipal deve não efetue a convocação que lhe tenha sido disponibilizar a todos os vereadores os recursos requerida ou não o faça nos termos do número físicos, materiais e humanos necessários ao anterior, podem os requerentes efetuá-la exercício do respetivo mandato, devendo, para o diretamente, aplicando-se, com as devidas efeito, recorrer preferencialmente aos serviços adaptações, o disposto no número anterior e do município. publicitando a convocação nos locais habituais. Artigo 43.º Artigo 42.º Estatuto dos membros dos gabinetes de Apoio aos membros da câmara municipal apoio pessoal

1 - O presidente da câmara municipal pode 1 - A remuneração do chefe do gabinete de constituir um gabinete de apoio à presidência, apoio à presidência é igual a 90 % da com a seguinte composição: remuneração base do vereador a tempo inteiro, em regime de exclusividade, da câmara a) Nos municípios com um número de municipal correspondente. eleitores igual ou inferior a 50 000, um 2 - A remuneração dos adjuntos dos chefe do gabinete e um adjunto ou gabinetes de apoio à presidência e à vereação é secretário; igual a 80 % da remuneração base do vereador b) Nos municípios com um número de a tempo inteiro, em regime de exclusividade, da eleitores superior a 50 000 e igual ou câmara municipal correspondente.

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3 - A remuneração dos secretários dos Artigo 48.º gabinetes de apoio à presidência e à vereação é Primeira reunião igual a 60 % da remuneração base do vereador a tempo inteiro, em regime de exclusividade, da A primeira reunião dos órgãos executivos câmara municipal correspondente. realiza-se no prazo máximo de cinco dias após a 4 - Os membros dos gabinetes de apoio à sua constituição, competindo ao seu presidente presidência e à vereação são designados e a respetiva marcação e convocação, com a exonerados pelo presidente da câmara antecedência mínima de dois dias, por edital e municipal, sob proposta dos vereadores no caso por carta com aviso de receção ou protocolo. do gabinete de apoio à vereação, e o exercício das suas funções cessa igualmente com a Artigo 49.º cessação do mandato do presidente da câmara Sessões e reuniões municipal. 5 - Aos membros dos gabinetes de apoio 1 - As sessões dos órgãos deliberativos das referidos nos números anteriores é aplicável, autarquias locais são públicas, sendo fixado, nos com as devidas adaptações, o disposto no termos do regimento, um período para diploma que estabelece o regime jurídico a que intervenção e esclarecimento ao público. estão sujeitos os gabinetes dos membros do 2 - Os órgãos executivos das autarquias Governo no que respeita a designação, funções, locais realizam, pelo menos, uma reunião regime de exclusividade, incompatibilidades, pública mensal, aplicando-se, com as devidas impedimentos, deveres e garantias. adaptações, o disposto na parte final do número anterior. CAPÍTULO IV 3 - Às sessões e reuniões dos órgãos das Disposições comuns aos órgãos das autarquias locais deve ser dada publicidade, com autarquias locais indicação dos dias, horas e locais da sua realização, de forma a promover o conhecimento Artigo 44.º dos interessados com uma antecedência de, pelo Princípio da independência menos, dois dias úteis sobre a data das mesmas. Os órgãos das autarquias locais são 4 - A nenhum cidadão é permitido independentes e as suas deliberações só podem intrometer-se nas discussões, aplaudir ou ser suspensas, modificadas, revogadas ou reprovar as opiniões emitidas, as votações feitas anuladas nos termos da lei. ou as deliberações tomadas.

Artigo 45.º Princípio da especialidade 5 - A violação do disposto no número anterior é punida com coima de (euro) 150 a (euro) 750, Os órgãos das autarquias locais só podem para cuja aplicação é competente o juiz da deliberar no quadro da prossecução das comarca, após participação do presidente do atribuições destas e no âmbito do exercício das respetivo órgão. suas competências, nos termos da lei. 6 - As atas das sessões e reuniões, terminada a menção aos assuntos incluídos na ordem do Artigo 46.º dia, fazem referência sumária às eventuais Sessão intervenções do público na solicitação de esclarecimentos e às respostas dadas. Os órgãos deliberativos podem, quando necessário, reunir mais do que uma vez no Artigo 50.º decurso da mesma sessão. Objeto das deliberações

Artigo 47.º 1 - Só podem ser objeto de deliberação os Participação de eleitores assuntos incluídos na ordem do dia da sessão ou reunião. 1 - Nas sessões extraordinárias dos órgãos 2 - Tratando-se de sessão ordinária de órgão deliberativos convocadas após requerimento de deliberativo, e no caso de urgência reconhecida cidadãos eleitores têm o direito de participar, por dois terços dos seus membros, pode o nos termos a definir no regimento e sem direito mesmo deliberar sobre assuntos não incluídos de voto, dois representantes dos respetivos na ordem do dia. requerentes. 2 - Os representantes referidos no número Artigo 51.º anterior podem apresentar sugestões ou Convocação ilegal de sessões ou reuniões propostas, as quais são votadas se tal for deliberado. A ilegalidade resultante da inobservância das disposições sobre convocação de sessões ou reuniões só se considera sanada quando todos

296 Autarquias Locais - Legislação Nacional os membros do órgão compareçam e não 2 - O presidente vota em último lugar. suscitem oposição à sua realização. 3 - As deliberações que envolvam a apreciação de comportamentos ou de qualidades Artigo 52.º de qualquer pessoa são tomadas por escrutínio Período de antes da ordem do dia secreto e, em caso de dúvida, o órgão delibera sobre a forma da votação. Em cada sessão ou reunião ordinária dos 4 - Havendo empate em votação por órgãos das autarquias locais é fixado um período escrutínio secreto, procede-se imediatamente a de antes da ordem do dia, com a duração nova votação e, se o empate se mantiver, adia- máxima de 60 minutos, para tratamento de se a deliberação para a sessão ou reunião assuntos gerais de interesse autárquico. seguinte, procedendo-se a votação nominal se na primeira votação desta sessão ou reunião se Artigo 53.º repetir o empate. Ordem do dia 5 - Quando necessária, a fundamentação das deliberações tomadas por escrutínio secreto é 1 - A ordem do dia deve incluir os assuntos feita pelo presidente após a votação, tendo em indicados pelos membros do respetivo órgão, conta a discussão que a tiver precedido. desde que sejam da competência deste e o 6 - Não podem estar presentes no momento pedido correspondente seja apresentado por da discussão nem da votação os membros do escrito com uma antecedência mínima de: órgão que se encontrem ou se considerem impedidos. a) Cinco dias úteis sobre a data da

sessão ou reunião, no caso de sessões Artigo 56.º ou reuniões ordinárias; Publicidade das deliberações b) Oito dias úteis sobre a data da sessão

ou reunião, no caso de sessões ou 1 - Para além da publicação em Diário da reuniões extraordinárias. República quando a lei expressamente o 2 - A ordem do dia é entregue a todos os determine, as deliberações dos órgãos das membros do órgão com a antecedência mínima autarquias locais, bem como as decisões dos de dois dias úteis sobre a data do início da respetivos titulares destinadas a ter eficácia sessão ou reunião, enviando-se-lhes, em externa, devem ser publicadas em edital afixado simultâneo, a respetiva documentação. nos lugares de estilo durante cinco dos 10 dias subsequentes à tomada da deliberação ou decisão, sem prejuízo do disposto em legislação especial. Artigo 54.º Quórum 2 - Os atos referidos no número anterior são ainda publicados no sítio da Internet, no boletim 1 - Os órgãos das autarquias locais só podem da autarquia local e nos jornais regionais reunir e deliberar quando esteja presente a editados ou distribuídos na área da respetiva maioria do número legal dos seus membros. autarquia, nos 30 dias subsequentes à sua 2 - As deliberações são tomadas à pluralidade prática, que reúnam cumulativamente as de votos, tendo o presidente voto de qualidade seguintes condições: em caso de empate, não contando as a) Sejam portugueses, nos termos da abstenções para o apuramento da maioria. lei; 3 - Quando o órgão não possa reunir por falta b) Sejam de informação geral; de quórum, o presidente designa outro dia para c) Tenham uma periodicidade não nova sessão ou reunião, que tem a mesma superior à quinzenal; natureza da anterior, a convocar nos termos d) Contem com uma tiragem média previstos na presente lei. mínima por edição de 1500 exemplares 4 - Das sessões ou reuniões canceladas por nos últimos seis meses; falta de quórum é elaborada ata na qual se e) Não sejam distribuídas a título registam as presenças e ausências dos gratuito. respetivos membros, dando estas lugar à marcação de falta. 3 - As tabelas de custos relativas à publicação das decisões e deliberações referidas Artigo 55.º no n.º 1 são estabelecidas anualmente por Formas de votação portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da comunicação social e da 1 - A votação é nominal, salvo se o administração local, ouvidas as associações regimento estipular ou o órgão deliberar, por representativas da imprensa regional e a proposta de qualquer membro, outra forma de Associação Nacional dos Municípios Portugueses. votação.

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Artigo 57.º Artigo 60.º Atas Formalidades dos requerimentos de convocação de sessões extraordinárias 1 - De cada sessão ou reunião é lavrada ata, a qual contém um resumo do que de essencial 1 - Os requerimentos aos quais se reportam nela se tiver passado, indicando, as alíneas c) dos n.os 1 dos artigos 12.º e 28.º designadamente, a data e o local da sessão ou são acompanhados de certidões comprovativas reunião, os membros presentes e ausentes, os da qualidade de cidadão recenseado na área da assuntos apreciados, as decisões e deliberações respetiva autarquia local. tomadas e a forma e o resultado das respetivas 2 - As certidões referidas no número anterior votações e, bem assim, o facto de a ata ter sido são passadas no prazo de oito dias pela lida e aprovada. comissão recenseadora respetiva e estão isentas 2 - As atas são lavradas, sempre que de quaisquer taxas, emolumentos e do imposto possível, por trabalhador da autarquia local do selo. designado para o efeito e são postas à 3 - A apresentação do pedido das certidões aprovação de todos os membros no final da deve ser acompanhada de uma lista contendo as respetiva sessão ou reunião ou no início da assinaturas, bem como de documento de seguinte, sendo assinadas, após aprovação, pelo identificação, dos cidadãos que pretendem presidente e por quem as lavrou. requerer a convocação da sessão extraordinária. 3 - As atas ou o texto das deliberações mais importantes podem ser aprovadas em minuta, Artigo 61.º no final das sessões ou reuniões, desde que tal Aprovação especial dos instrumentos seja deliberado pela maioria dos membros previsionais presentes, sendo assinadas, após aprovação, pelo presidente e por quem as lavrou. A aprovação das opções do plano e da 4 - As deliberações dos órgãos só adquirem proposta de orçamento para o ano imediato ao eficácia depois de aprovadas e assinadas as da realização de eleições intercalares nos meses respetivas atas ou depois de assinadas as de novembro ou dezembro tem lugar, em sessão minutas, nos termos dos números anteriores. ordinária ou extraordinária do órgão deliberativo que resultar do ato eleitoral, até ao final do mês Artigo 58.º de abril do referido ano. Registo na ata do voto de vencido Artigo 62.º 1 - Os membros do órgão podem fazer Alvarás constar da ata o seu voto de vencido e as respetivas razões justificativas. Salvo se a lei prescrever forma especial, o 2 - Quando se trate de pareceres a emitir título dos direitos conferidos aos particulares por para outras entidades, as deliberações são deliberação dos órgãos das autarquias locais ou sempre acompanhadas das declarações de voto decisão dos seus titulares é um alvará expedido apresentadas. pelo respetivo presidente. 3 - O registo na ata do voto de vencido exclui o eleito da responsabilidade que eventualmente TÍTULO III resulte da deliberação. Entidades intermunicipais

Artigo 59.º CAPÍTULO I Atos nulos Natureza, criação e regime

1 - São nulos os atos para os quais a lei Artigo 63.º comine expressamente essa forma de Natureza e fins invalidade. 2 - São, em especial, nulos: 1 - Podem ser instituídas associações públicas de autarquias locais para a prossecução a) Os atos que prorroguem ilegal ou conjunta das respetivas atribuições, nos termos irregularmente os prazos de da presente lei. pagamento voluntário dos impostos, 2 - São associações de autarquias locais as taxas, derramas, mais-valias e preços; áreas metropolitanas, as comunidades b) As deliberações de qualquer órgão intermunicipais e as associações de freguesias e das autarquias locais que envolvam o de municípios de fins específicos. exercício de poderes tributários ou 3 - São entidades intermunicipais a área determinem o lançamento de taxas ou metropolitana e a comunidade intermunicipal. mais-valias não previstas na lei;

c) As deliberações de qualquer órgão das

autarquias locais que determinem ou

autorizem a realização de despesas não

permitidas por lei;

298 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 64.º e) Participar, nos termos da lei, na Tutela administrativa definição de redes de serviços e equipamentos de âmbito As associações de autarquias locais estão metropolitano; sujeitas ao regime da tutela administrativa. f) Participar em entidades públicas de âmbito metropolitano, designadamente Artigo 65.º no domínio dos transportes, águas, Abandono de associações de autarquias energia e tratamento de resíduos locais sólidos; g) Planear a atuação de entidades 1 - As autarquias locais integrantes de uma públicas de caráter metropolitano. comunidade intermunicipal ou de uma 2 - Cabe igualmente às áreas metropolitanas associação de fins específicos podem a todo o assegurar a articulação das atuações entre os tempo abandoná-las, mediante deliberação à municípios e os serviços da administração pluralidade de votos do respetivo órgão central nas seguintes áreas: deliberativo. 2 - Sem prejuízo do disposto no número a) Redes de abastecimento público, anterior, as autarquias locais que abandonem infraestruturas de saneamento básico, uma associação nos três anos seguintes à data tratamento de águas residuais e em que nela ingressaram perdem todos os resíduos urbanos; benefícios financeiros e administrativos que b) Rede de equipamentos de saúde; tenham recebido em virtude da sua pertença à c) Rede educativa e de formação mesma e ficam impedidas, durante um período profissional; de dois anos, de integrar outras associações com d) Ordenamento do território, a mesma finalidade. conservação da natureza e recursos naturais; CAPÍTULO II e) Segurança e proteção civil; Área metropolitana f) Mobilidade e transportes; g) Redes de equipamentos públicos; SECÇÃO I h) Promoção do desenvolvimento Órgãos económico e social; i) Rede de equipamentos culturais, Artigo 66.º desportivos e de lazer. Identificação 3 - Cabe ainda às áreas metropolitanas de 1 - As áreas metropolitanas são as indicadas Lisboa e do Porto exercer as atribuições no anexo ii e assumem as designações dele transferidas pela administração central e o constantes. exercício em comum das competências 2 - As comunidades intermunicipais são as delegadas pelos municípios que as integram. livremente instituídas pelos municípios 4 - Cabe igualmente às áreas metropolitanas integrantes das áreas geográficas definidas no designar os representantes municipais em anexo ii e assumem as designações dele entidades públicas ou entidades empresariais constantes. sempre que tenham natureza metropolitana.

Artigo 67.º Artigo 68.º Atribuições das áreas metropolitanas Órgãos

1 - As áreas metropolitanas visam a São órgãos da área metropolitana o conselho prossecução dos seguintes fins públicos: metropolitano, a comissão executiva metropolitana e o conselho estratégico para o a) Participar na elaboração dos planos e desenvolvimento metropolitano. programas de investimentos públicos com incidência na área metropolitana; SUBSECÇÃO I b) Promover o planeamento e a gestão Conselho metropolitano da estratégia de desenvolvimento económico, social e ambiental do Artigo 69.º território abrangido; Natureza e constituição c) Articular os investimentos municipais de caráter metropolitano; 1 - O conselho metropolitano é o órgão d) Participar na gestão de programas de deliberativo da área metropolitana. apoio ao desenvolvimento regional, 2 - O conselho metropolitano é constituído designadamente no âmbito do Quadro pelos presidentes das câmaras municipais dos de Referência Estratégico Nacional municípios que integram a área metropolitana. (QREN);

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3 - O conselho metropolitano tem um iv) Plano metropolitano de gestão presidente e dois vice-presidentes, eleitos por ambiental; aquele, de entre os seus membros. v) Plano metropolitano de gestão de 4 - Ao exercício de funções no conselho redes de equipamentos de saúde, metropolitano não corresponde qualquer educação, cultura e desporto; remuneração, sem prejuízo das ajudas de custo e) Acompanhar e fiscalizar a atividade da devidas nos termos da lei. comissão executiva metropolitana, das

empresas locais e de quaisquer outras Artigo 70.º entidades que integrem o perímetro da Reuniões administração local;

f) Apreciar, com base na informação 1 - O conselho metropolitano tem 12 disponibilizada pela comissão executiva reuniões anuais com periodicidade mensal. metropolitana, os resultados da 2 - O conselho metropolitano reúne participação da área metropolitana nas extraordinariamente por iniciativa do seu empresas locais e em quaisquer outras presidente ou após requerimento de um terço entidades; dos seus membros. g) Conhecer e tomar posição sobre os 3 - As reuniões do conselho metropolitano relatórios definitivos resultantes de são públicas. ações tutelares ou de auditorias 4 - A primeira reunião tem lugar no prazo de executadas sobre a atividade dos 30 dias após a realização de eleições gerais para órgãos e serviços da área os órgãos deliberativos dos municípios e é metropolitana; convocada pelo presidente da câmara municipal h) Tomar posição perante quaisquer do município com maior número de eleitores. órgãos do Estado ou entidades públicas 5 - As reuniões do conselho metropolitano sobre assuntos de interesse para a podem realizar-se na circunscrição territorial de área metropolitana; qualquer dos municípios que integram a área i) Autorizar a celebração de contratos de metropolitana. delegação de competências com o 6 - O presidente do conselho metropolitano Estado e com os municípios, bem como pode convocar, sempre que entender a respetiva resolução e revogação; necessário, os membros da comissão executiva j) Autorizar a área metropolitana a metropolitana para as reuniões daquele órgão. associar-se com outras entidades 7 - É aplicável, com as devidas adaptações, o públicas, privadas ou do setor social e disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 40.º cooperativo, a criar ou participar

noutras pessoas coletivas e a constituir Artigo 71.º empresas locais; Competências k) Deliberar sobre o número de

secretários metropolitanos 1 - Compete ao conselho metropolitano: remunerados, nos termos da presente a) Eleger o seu presidente e vice- lei; presidentes, na sua primeira reunião; l) Aprovar o seu regimento; b) Definir e aprovar as opções políticas e m) Aprovar, sob proposta da comissão estratégicas da área metropolitana; executiva metropolitana, os c) Aprovar o plano de ação da área regulamentos com eficácia externa; metropolitana e a proposta de n) Deliberar, sob proposta da comissão orçamento e as suas alterações e executiva metropolitana, sobre a forma revisões, bem como apreciar o de imputação material aos municípios inventário de todos os bens, direitos e integrantes da área metropolitana das obrigações patrimoniais e respetiva despesas não cobertas por receitas avaliação e, ainda, apreciar e votar os próprias; documentos de prestação de contas; o) Apreciar e deliberar sobre o exercício d) Aprovar os planos, os programas e os da competência de cobrança dos projetos de investimento e impostos municipais pelos serviços da desenvolvimento de interesse área metropolitana, nos termos a metropolitano, cujos regimes jurídicos definir por diploma próprio; são definidos em diploma próprio, p) Aprovar ou autorizar a contratação de incluindo: empréstimos; q) Designar, sob proposta da comissão i) Plano metropolitano de executiva metropolitana, o ordenamento do território; representante da área metropolitana ii) Plano metropolitano de na assembleia geral das empresas mobilidade e logística; locais, assim como os seus iii) Plano metropolitano de proteção representantes em quaisquer outras civil; entidades, organismos ou comissões

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nos quais a área metropolitana 2 - Compete ainda ao conselho metropolitano participe, independentemente de deliberar sobre a demissão da comissão integrarem ou não o perímetro da executiva. administração local; 3 - As deliberações do conselho r) Designar, sob proposta da comissão metropolitano sobre as matérias previstas nas executiva metropolitana, o revisor alienas k), n) e o) do n.º 1 são tomadas por oficial de contas ou a sociedade de unanimidade. revisores oficiais de contas; s) Acompanhar a atividade da área Artigo 72.º metropolitana, e avaliar os respetivos Presidente resultados, nas empresas locais e noutras entidades nas quais a área Compete ao presidente do conselho metropolitana detenha alguma metropolitano: participação; a) Representar em juízo a área t) Aprovar a criação ou reorganização metropolitana; dos serviços metropolitanos; b) Assegurar a representação u) Aprovar o mapa de pessoal dos institucional da área metropolitana; serviços metropolitanos; c) Convocar as sessões ordinárias e v) Autorizar a comissão executiva extraordinárias; metropolitana a celebrar, após d) Dirigir os trabalhos do conselho concurso público, contratos de metropolitano; concessão e fixar as respetivas e) Conferir posse aos membros da condições gerais; comissão executiva metropolitana; w) Aceitar doações, legados e heranças f) Dar início ao processo de formação da a benefício de inventário; comissão executiva metropolitana; x) Autorizar a comissão executiva g) Exercer as demais competências metropolitana a adquirir, alienar ou previstas na lei e no regimento. onerar bens imóveis e fixar as

respetivas condições gerais, podendo SUBSECÇÃO II determinar o recurso à hasta pública, Comissão executiva metropolitana assim como a alienar ou onerar bens

ou valores artísticos da área Artigo 73.º metropolitana, aplicando-se, com as Natureza e constituição devidas adaptações, o disposto no n.º

2 do artigo 33.º; 1 - A comissão executiva metropolitana é o y) Deliberar sobre a participação da área órgão executivo da área metropolitana. metropolitana em projetos e ações de 2 - A comissão executiva metropolitana é cooperação descentralizada, constituída por um primeiro-secretário e por designadamente no âmbito da União quatro secretários metropolitanos e é eleita nos Europeia e da Comunidade dos Países termos dos artigos seguintes. de Língua Portuguesa; z) Deliberar sobre a composição em Artigo 74.º concreto do conselho estratégico para Eleição o desenvolvimento metropolitano; aa) Ratificar o regimento de organização 1 - Na sua primeira reunião, o conselho e funcionamento do conselho metropolitano aprova, à pluralidade de votos, a estratégico para o desenvolvimento lista ordenada dos candidatos a membros da metropolitano; comissão executiva metropolitana a submeter a bb) Deliberar sobre a emissão de parecer votação nas assembleias municipais. relativo às matérias previstas nas 2 - Na reunião prevista no número anterior, o alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo 25.º conselho metropolitano delibera ainda sobre o e na alínea e) do n.º 1 do artigo 33.º; dia e hora para a votação, que deve ocorrer num cc) Aprovar a constituição da entidade período entre 20 a 45 dias. gestora para a requalificação nas 3 - O presidente do conselho metropolitano autarquias, bem como o regulamento comunica, nos 5 dias seguintes, aos presidentes específico; das assembleias municipais dos municípios dd) Pronunciar-se e deliberar sobre associados o conteúdo das deliberações todos os assuntos que visem a previstas no número anterior. prossecução das atribuições da área 4 - Os presidentes das assembleias metropolitana; municipais desencadeiam todos os ee) Exercer as demais competências procedimentos necessários para assegurar a previstas na lei e no regimento. reunião regular das assembleias municipais na data e na hora fixadas, tendo em vista a

301 Autarquias Locais - Legislação Nacional realização da votação a que se refere o número Artigo 76.º anterior. Competências 5 - Nas reuniões a que se refere o número anterior só participam e têm direito a voto os 1 - Compete à comissão executiva membros eleitos das assembleias municipais, metropolitana: com base nos quais se apura o quórum. a) Elaborar e submeter à aprovação do 6 - A votação decorre em simultâneo em conselho metropolitano os planos todas as assembleias municipais e realiza-se por necessários à realização das atribuições sufrágio secreto, sob pena de nulidade. metropolitanas; 7 - A lista submetida a votação é eleita se b) Propor ao Governo os planos, os reunir a maioria dos votos favoráveis num programas e os projetos de número igual ou superior a metade das investimento e desenvolvimento de assembleias municipais, desde que aqueles interesse metropolitano; votos sejam representativos da maioria do c) Participar, com outras entidades, no número de eleitores somados de todos os planeamento que diretamente se municípios integrantes da área metropolitana. relacione com as atribuições da área 8 - Para efeitos do número anterior, os votos metropolitana, emitindo parecer a representativos dos eleitores dos municípios submeter a apreciação e deliberação do integrantes da área metropolitana são apurados conselho metropolitano; nos seguintes termos: d) Pronunciar-se sobre os planos e programas da administração central a) Os votos dos membros das com interesse metropolitano; assembleias municipais integrantes da e) Assegurar a articulação entre os área metropolitana são transportados e municípios e os serviços da contabilizados globalmente, com a administração central; ponderação prevista na alínea f) Colaborar com os serviços da seguinte; administração central com competência b) Cada voto expresso numa dada no domínio da proteção civil e com os assembleia municipal tem a serviços municipais de proteção civil, ponderação igual ao produto da divisão tendo em vista o cumprimento dos do número total de eleitores do planos de emergência e programas município pelo número total de estabelecidos, bem como nas membros dessa assembleia municipal operações de proteção, socorro e com direito de voto nesta votação. assistência na iminência ou ocorrência 9 - Caso a lista submetida a votação não seja de acidente grave ou catástrofe; eleita, o conselho metropolitano, tendo em conta g) Participar na gestão de programas de os resultados das eleições gerais para as desenvolvimento regional e apresentar assembleias municipais e ouvidos os partidos, candidaturas a financiamentos através coligações e grupos de cidadãos nelas de programas, projetos e demais representados, aprova e submete a eleição uma iniciativas; nova lista, aplicando-se o disposto nos números h) Elaborar e submeter a aprovação do anteriores, com as necessárias adaptações. conselho metropolitano o plano de ação e a proposta do orçamento, assim Artigo 75.º como as respetivas alterações e Reuniões revisões; i) Executar as opções do plano e 1 - A comissão executiva metropolitana tem orçamento; uma reunião ordinária quinzenal e reuniões j) Elaborar e apresentar ao conselho extraordinárias sempre que necessário. metropolitano propostas de 2 - As reuniões da comissão executiva harmonização no domínio dos poderes metropolitana não são públicas. tributários dos municípios; 3 - Sem prejuízo do disposto no número k) Aprovar os projetos, programas de anterior, a comissão executiva metropolitana concurso, cadernos de encargos e a deve assegurar a consulta e a participação das adjudicação de empreitadas e aquisição populações sobre matérias de interesse de bens e serviços, cuja autorização de metropolitano, designadamente através da despesa lhe caiba; marcação de datas para esse efeito. l) Propor ao conselho metropolitano o 4 - As atas das reuniões da comissão representante da área metropolitana executiva metropolitana são obrigatoriamente na assembleia geral das empresas publicitadas no sítio da Internet da área locais, assim como os seus metropolitana. representantes em quaisquer outras entidades, organismos ou comissões nos quais a área metropolitana participe, independentemente de

302 Autarquias Locais - Legislação Nacional

integrarem ou não o perímetro da ee) Assegurar o cumprimento das administração local; deliberações do conselho m) Alienar bens imóveis em hasta metropolitano; pública, independentemente de ff) Dirigir os serviços metropolitanos; autorização do conselho metropolitano, gg) Discutir e preparar com os desde que a alienação decorra da departamentos governamentais e com execução das opções do plano e a as câmaras municipais contratos de respetiva deliberação tenha sido delegação de competências, nos aprovada por unanimidade do conselho termos previstos na presente lei; metropolitano; hh) Submeter ao conselho n) Elaborar e aprovar a norma de metropolitano, para efeitos de controlo interno, bem como o autorização, propostas de celebração inventário dos bens, direitos e dos contratos de delegação de obrigações patrimoniais da área competências previstos na alínea metropolitana e respetiva avaliação e anterior; ainda os documentos de prestação de ii) Submeter ao conselho metropolitano, contas, a submeter à apreciação e para efeitos de autorização, propostas votação do conselho metropolitano; de resolução e revogação dos contratos o) Colaborar no apoio a programas e previstos na alínea dd); projetos de interesse metropolitano, jj) Propor ao conselho metropolitano o em parceria com entidades da parecer relativo às matérias previstas administração central; nas alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo p) Elaborar e submeter à aprovação do 25.º; conselho metropolitano projetos de kk) Propor ao conselho metropolitano a regulamentos com eficácia externa da constituição da entidade gestora da área metropolitana; requalificação nas autarquias; q) Proceder à aquisição e locação de ll) Exercer as demais competências bens e serviços; legais, incluindo aquelas que o Estado r) Executar obras por empreitada; venha a transferir para as áreas s) Dirigir os serviços metropolitanos de metropolitanas no quadro da apoio técnico e administrativo; descentralização; t) Alienar bens móveis; mm) Apresentar propostas ao conselho metropolitano sobre matérias da u) Participar em órgãos de gestão de competência deste. entidades da administração central; 2 - A comissão executiva metropolitana pode v) Participar em órgãos consultivos de delegar as suas competências no primeiro- entidades da administração central; secretário, com faculdade de subdelegação nos w) Propor a declaração de utilidade secretários metropolitanos, com exceção das pública para efeitos de expropriação; previstas nas alíneas a), b), c), d), h), j), k), l), x) Enviar ao Tribunal de Contas as m), n), p), s), u), v), x), hh), ii), jj), kk) e mm) contas da área metropolitana; do número anterior. y) Dar conhecimento das contas da área 3 - Compete ao primeiro-secretário, com metropolitana às assembleias faculdade de subdelegação nos secretários municipais dos respetivos municípios; metropolitanos, outorgar contratos em z) Desenvolver projetos de formação dos representação da área metropolitana. recursos humanos dos municípios; 4 - Compete ainda à comissão executiva aa) Desenvolver projetos de apoio à metropolitana comparecer perante as gestão municipal; assembleias municipais, nos termos e para os bb) Acompanhar e apoiar a instrução dos efeitos do n.º 5 do artigo 25.º processos de execução fiscal no âmbito

da administração municipal; Artigo 77.º cc) Acompanhar e apoiar a instrução dos Estatuto dos membros da comissão procedimentos de controlo prévio, executiva metropolitana designadamente nos domínios da

construção, reconstrução, conservação 1 - A remuneração do primeiro-secretário é ou demolição de edifícios, assim como igual a 45 % da remuneração base do relativamente aos estabelecimentos Presidente da República. insalubres, incómodos, perigosos ou 2 - A remuneração dos secretários tóxicos, da competência das câmaras metropolitanos é igual à remuneração base de municipais; vereador a tempo inteiro, em regime de dd) Exercer as competências delegadas exclusividade, de câmara municipal de município nos termos dos contratos previstos no com um número de eleitores superior a 10 000 e artigo 120.º; inferior a 40 000. 3 - O primeiro-secretário e os secretários metropolitanos têm direito a despesas de

303 Autarquias Locais - Legislação Nacional representação, respetivamente, no valor de 30 respetivo regimento de organização e % e de 20 % das suas remunerações base. funcionamento. 4 - O primeiro-secretário é obrigatoriamente 2 - O regimento previsto no número anterior remunerado. é válido após a ratificação pelo conselho 5 - O conselho metropolitano delibera, por metropolitano. unanimidade, sobre o número de secretários 3 - Ao exercício de funções no conselho metropolitanos remunerados, o qual não pode estratégico para o desenvolvimento ser inferior a dois. metropolitano não corresponde qualquer 6 - Os membros da comissão executiva remuneração. metropolitana remunerados exercem funções em regime de exclusividade. CAPÍTULO III 7 - Aos membros da comissão executiva Comunidade intermunicipal metropolitana está vedado o exercício de quaisquer cargos nos órgãos de soberania ou SECÇÃO I das autarquias locais. Órgãos 8 - Os membros da comissão executiva metropolitana não podem ser prejudicados na Artigo 80.º respetiva colocação ou emprego permanente por Instituição e estatutos virtude do desempenho dos seus mandatos. 9 - Durante o exercício do respetivo mandato 1 - A constituição das comunidades não podem os membros da comissão executiva intermunicipais compete às câmaras municipais, metropolitana ser prejudicados no que respeita a ficando a eficácia do acordo constitutivo, que promoções, gratificações, benefícios sociais ou define os seus estatutos, dependente da qualquer outro direito adquirido de caráter não aprovação pelas assembleias municipais. pecuniário. 2 - As comunidades intermunicipais 10 - O tempo de serviço prestado como constituem-se por contrato, nos termos membro da comissão executiva metropolitana é previstos na lei civil, sendo outorgantes os contado como se tivesse sido prestado à presidentes dos órgãos executivos dos entidade empregadora. municípios envolvidos. 11 - As remunerações base e as despesas de 3 - Os estatutos de cada comunidade representação devidas aos membros da intermunicipal estabelecem obrigatoriamente: comissão executiva metropolitana são a) A denominação, contendo a referência suportadas pelo orçamento da respetiva área à unidade territorial que integra, a metropolitana. sede e a composição da comunidade 12 - É aplicável o disposto nos artigos 78.º e intermunicipal; 79.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo b) Os fins da comunidade intermunicipal; Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de dezembro. c) Os bens, serviços e demais

contributos com que os municípios SUBSECÇÃO III concorrem para a prossecução das Conselho estratégico para o suas atribuições; desenvolvimento metropolitano d) A estrutura orgânica, o modo de

designação e de funcionamento dos Artigo 78.º seus órgãos; Natureza e constituição e) As competências dos seus órgãos.

1 - O conselho estratégico para o 4 - Qualquer município integrante de uma desenvolvimento metropolitano é um órgão de unidade territorial em que já exista uma natureza consultiva destinado ao apoio ao comunidade intermunicipal tem o direito processo de decisão dos restantes órgãos da potestativo de a ela aderir, mediante deliberação área metropolitana. da câmara municipal aprovada pela assembleia 2 - O conselho estratégico para o municipal respetiva e comunicada à comissão desenvolvimento metropolitano é constituído por executiva intermunicipal, sem necessidade de representantes das instituições, entidades e autorização ou aprovação dos restantes organizações com relevância e intervenção no municípios. domínio dos interesses metropolitanos. 5 - Não podem existir comunidades 3 - Compete ao conselho metropolitano intermunicipais com um número de municípios deliberar sobre a composição em concreto do inferior a cinco ou que tenham uma população conselho estratégico para o desenvolvimento que somada seja inferior a 85 000 habitantes. metropolitano.

Artigo 79.º Funcionamento

1 - Compete ao conselho estratégico para o desenvolvimento metropolitano aprovar o

304 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 81.º SUBSECÇÃO I Atribuições das comunidades Assembleia intermunicipal intermunicipais Artigo 83.º 1 - As comunidades intermunicipais Constituição e funcionamento destinam-se à prossecução dos seguintes fins públicos: 1 - A assembleia intermunicipal é constituída por membros de cada assembleia municipal, a) Promoção do planeamento e da eleitos de forma proporcional, nos seguintes gestão da estratégia de termos: desenvolvimento económico, social e ambiental do território abrangido; a) Dois nos municípios até 10 000 b) Articulação dos investimentos eleitores; municipais de interesse intermunicipal; b) Quatro nos municípios entre 10 001 e c) Participação na gestão de programas 50 000 eleitores; de apoio ao desenvolvimento regional, c) Seis nos municípios entre 50 001 e designadamente no âmbito do QREN; 100 000 eleitores; d) Planeamento das atuações de d) Oito nos municípios com mais de 100 entidades públicas, de caráter 000 eleitores. supramunicipal. 2 - A eleição ocorre em cada assembleia 2 - Cabe às comunidades intermunicipais municipal pelo colégio eleitoral constituído pelo assegurar a articulação das atuações entre os conjunto dos membros da assembleia municipal, municípios e os serviços da administração eleitos diretamente, mediante a apresentação de central, nas seguintes áreas: listas que não podem ter um número de candidatos superior ao previsto no número a) Redes de abastecimento público, anterior e que devem apresentar, pelo menos, infraestruturas de saneamento básico, um suplente. tratamento de águas residuais e 3 - Os mandatos são atribuídos, em cada resíduos urbanos; assembleia municipal, segundo o sistema de b) Rede de equipamentos de saúde; representação proporcional e o método da média c) Rede educativa e de formação mais alta de Hondt. profissional; 4 - A assembleia intermunicipal reúne d) Ordenamento do território, ordinariamente duas vezes por ano e conservação da natureza e recursos extraordinariamente sempre que convocada nos naturais; termos dos estatutos da comunidade e) Segurança e proteção civil; intermunicipal. f) Mobilidade e transportes;

g) Redes de equipamentos públicos; Artigo 84.º h) Promoção do desenvolvimento Competências económico, social e cultural;

i) Rede de equipamentos culturais, Compete à assembleia intermunicipal: desportivos e de lazer. a) Eleger a mesa da assembleia 3 - Cabe às comunidades intermunicipais intermunicipal; exercer as atribuições transferidas pela b) Aprovar, sob proposta do conselho administração estadual e o exercício em comum intermunicipal, as opções do plano, o das competências delegadas pelos municípios orçamento e as suas revisões, bem que as integram, nos termos da presente lei. como apreciar o inventário de todos os 4 - Cabe às comunidades intermunicipais bens, direitos e obrigações patrimoniais designar os representantes das autarquias locais e respetiva avaliação e, ainda, apreciar em entidades públicas e entidades empresariais e votar os documentos de prestação de sempre que a representação tenha natureza contas; intermunicipal. c) Eleger, sob proposta do conselho

intermunicipal, o secretariado Artigo 82.º executivo intermunicipal; Órgãos d) Aprovar o seu regimento e os

regulamentos, designadamente de São órgãos da comunidade intermunicipal a organização e funcionamento; assembleia intermunicipal, o conselho e) Exercer os demais poderes que lhe intermunicipal, o secretariado executivo sejam conferidos por lei, pelos intermunicipal e o conselho estratégico para o estatutos ou pelo regimento; desenvolvimento intermunicipal. f) Aprovar moções de censura ao

secretariado executivo intermunicipal.

305 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 85.º 3 - As reuniões do conselho intermunicipal Mesa da assembleia intermunicipal são públicas. 4 - A primeira reunião tem lugar no prazo de 1 - Os trabalhos da assembleia intermunicipal 30 dias após a realização de eleições gerais para são dirigidos por uma mesa, constituída pelo os órgãos deliberativos dos municípios e é presidente, um vice-presidente e um secretário, convocada pelo presidente da câmara municipal a eleger por voto secreto de entre os seus do município com maior número de eleitores. membros. 5 - As reuniões do conselho intermunicipal 2 - Enquanto não for eleita a mesa da podem realizar-se na circunscrição territorial de assembleia intermunicipal, a mesma é dirigida qualquer dos municípios que integram a pelos eleitos mais antigos. comunidade intermunicipal. 6 - O presidente do conselho intermunicipal Artigo 86.º pode convocar, sempre que entender Presidente da assembleia intermunicipal necessário, os membros do secretariado executivo intermunicipal para as reuniões Compete ao presidente da assembleia: daquele órgão. 7 - É aplicável, com as devidas adaptações, o a) Convocar as reuniões ordinárias e disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 40.º extraordinárias;

b) Dirigir os trabalhos da assembleia; Artigo 90.º c) Exercer os demais poderes que lhe Competências sejam conferidos por lei, pelos

estatutos, pelo regimento ou pela 1 - Compete ao conselho intermunicipal: assembleia. a) Eleger o seu presidente e vice- Artigo 87.º presidentes, na sua primeira reunião; Senhas de presença b) Definir e aprovar as opções políticas e estratégicas da comunidade 1 - Os membros da assembleia intermunicipal intermunicipal; têm direito a uma senha de presença pela c) Submeter à assembleia municipal a participação nas reuniões ordinárias, calculada proposta do plano de ação da nos termos aplicáveis ao pagamento das senhas comunidade intermunicipal e o de presença abonadas aos membros das orçamento e as suas alterações e assembleias municipais. revisões; 2 - Os membros da assembleia intermunicipal d) Aprovar os planos, os programas e os não têm direito a ajudas de custo pela sua projetos de investimento e participação nas reuniões deste órgão. desenvolvimento de interesse intermunicipal, cujos regimes jurídicos SUBSECÇÃO II são definidos em diploma próprio, Conselho intermunicipal incluindo:

i) Plano intermunicipal de Artigo 88.º ordenamento do território; Constituição ii) Plano intermunicipal de

mobilidade e logística; 1 - O conselho intermunicipal é constituído iii) Plano intermunicipal de proteção pelos presidentes das câmaras municipais dos civil; municípios que integram a comunidade iv) Plano intermunicipal de gestão intermunicipal. ambiental; 2 - O conselho intermunicipal tem um v) Plano intermunicipal de gestão de presidente e dois vice-presidentes, eleitos por redes de equipamentos de saúde, aquele, de entre os seus membros. educação, cultura e desporto; 3 - Ao exercício de funções no conselho intermunicipal não corresponde qualquer e) Propor ao Governo os planos, os remuneração, sem prejuízo das ajudas de custo programas e os projetos de devidas nos termos da lei. investimento e desenvolvimento de interesse intermunicipal; Artigo 89.º f) Pronunciar-se sobre os planos e Reuniões programas da administração central com interesse intermunicipal; 1 - O conselho intermunicipal tem 12 g) Acompanhar e fiscalizar a atividade do reuniões anuais com periodicidade mensal. secretariado executivo intermunicipal, 2 - O conselho intermunicipal reúne das empresas locais e de quaisquer extraordinariamente por iniciativa do seu outras entidades que integrem o presidente ou após requerimento de um terço perímetro da administração local; dos seus membros.

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h) Apreciar, com base na informação (Nos termos da Declaração de Retificação n.º disponibilizada pelo secretariado 46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea c) do executivo intermunicipal, os resultados n.º 1 do artigo 90.º do anexo I, onde se da participação da comunidade lê:«Submeter à assembleia municipal a proposta intermunicipal nas empresas locais e do plano de ação da comunidade intermunicipal em quaisquer outras entidades; e o orçamento e as suas alterações e revisões» i) Conhecer e tomar posição sobre os deve ler -se: «Submeter à assembleia relatórios definitivos resultantes de intermunicipal a proposta do plano de ação da ações tutelares ou de auditorias comunidade intermunicipal e o orçamento e as executadas sobre a atividade dos suas alterações e revisões») órgãos e serviços da comunidade intermunicipal; Artigo 91.º j) Tomar posição perante quaisquer Representação externa órgãos do Estado ou entidades públicas sobre assuntos de interesse para a É da competência do conselho intermunicipal comunidade intermunicipal; a representação da comunidade intermunicipal k) Discutir e preparar com os perante quaisquer entidades externas, com departamentos governamentais e com faculdade de delegação no secretariado as câmaras municipais contratos de executivo intermunicipal. delegação de competências, nos termos previstos na presente lei; Artigo 92.º l) Aprovar a celebração de contratos de Presidente delegação de competências com o Estado e com os municípios, bem como Compete ao presidente do conselho a respetiva resolução e revogação; intermunicipal: m) Autorizar a comunidade a) Representar em juízo a comunidade intermunicipal a associar-se com outras intermunicipal; entidades públicas, privadas ou do b) Assegurar a representação setor social e cooperativo, a criar ou institucional da comunidade participar noutras pessoas coletivas e a intermunicipal; constituir empresas locais; c) Convocar as sessões ordinárias e n) Propor a declaração de utilidade extraordinárias; pública para efeitos de expropriação; d) Dirigir os trabalhos do conselho o) Deliberar sobre a existência e o intermunicipal; número de secretários intermunicipais, e) Conferir posse aos membros do no limite máximo de dois, e se os secretariado executivo intermunicipal; mesmos são remunerados, nos termos f) Dar início ao processo de formação do da presente lei; secretariado executivo intermunicipal; p) Aprovar o seu regimento; g) Exercer as demais competências q) Aprovar, sob proposta do secretariado previstas na lei e no regimento. executivo intermunicipal, os

regulamentos com eficácia externa; SUBSECÇÃO III r) Deliberar sobre a forma de imputação Secretariado executivo intermunicipal material aos municípios integrantes da

comunidade intermunicipal das Artigo 93.º despesas não cobertas por receitas Constituição próprias;

s) Apresentar à assembleia O secretariado executivo intermunicipal é intermunicipal, para aprovação, os constituído por um primeiro-secretário e, documentos de prestações de contas mediante deliberação unânime do conselho da comunidade intermunicipal; intermunicipal, até dois secretários t) Aprovar a constituição da entidade intermunicipais. gestora da requalificação nas

autarquias, bem como o regulamento Artigo 94.º específico. Eleição 2 - Compete ao conselho comparecer nas assembleias municipais para efeitos da alínea a) 1 - Na sua primeira reunião, o conselho do n.º 5 do artigo 25.º, com faculdade de intermunicipal aprova, à pluralidade de votos, a delegação no secretariado executivo lista ordenada dos candidatos a membros do intermunicipal. secretariado executivo intermunicipal a 3 - Compete ainda ao conselho intermunicipal submeter a votação e comunica-a ao presidente deliberar sobre a demissão do secretariado da assembleia intermunicipal. executivo intermunicipal. 2 - O presidente da assembleia intermunicipal desencadeia todos os procedimentos necessários

307 Autarquias Locais - Legislação Nacional para assegurar a reunião regular da assembleia e) Participar na gestão de programas de intermunicipal num dos 30 dias subsequentes à desenvolvimento regional e apresentar comunicação a que se refere o dia anterior, candidaturas a financiamentos através tendo em vista a deliberação sobre a lista dos de programas, projetos e demais candidatos a membros do secretariado executivo iniciativas; intermunicipal. f) Preparar para o conselho 3 - A votação realiza-se por sufrágio secreto, intermunicipal a proposta do plano de sob pena de nulidade. ação e a proposta do orçamento, assim 4 - Caso a lista submetida a votação não seja como as respetivas propostas de eleita, o conselho intermunicipal, tendo em alteração e revisão; conta os resultados das eleições gerais para as g) Executar as opções do plano e o assembleias municipais e ouvidos os partidos, orçamento; coligações e grupos de cidadãos nelas h) Aprovar os projetos, programas de representados, aprova e submete a eleição uma concurso, cadernos de encargos e a nova lista, aplicando-se o disposto nos números adjudicação de empreitadas e aquisição anteriores, com as necessárias adaptações. de bens e serviços, cuja autorização de despesa se encontre abaixo do limite Artigo 95.º definido pelo conselho intermunicipal; Reuniões i) Alienar bens imóveis em hasta pública, por autorização do conselho 1 - O secretariado executivo intermunicipal intermunicipal; tem uma reunião ordinária quinzenal e reuniões j) Preparar para o conselho extraordinárias sempre que necessário. intermunicipal a norma de controlo 2 - As reuniões do secretariado executivo interno, bem como o inventário dos intermunicipal não são públicas. bens, direitos e obrigações patrimoniais 3 - Sem prejuízo do disposto no número da comunidade intermunicipal e anterior, o secretariado executivo intermunicipal respetiva avaliação e ainda os deve assegurar a consulta e a participação das documentos de prestação de contas; populações sobre matérias de interesse k) Colaborar no apoio a programas e intermunicipal, designadamente através da projetos de interesse intermunicipal, marcação de datas para esse efeito. em parceria com entidades da 4 - As atas das reuniões do secretariado administração central; executivo intermunicipal são obrigatoriamente l) Elaborar e submeter à aprovação do publicitadas no sítio da Internet da comunidade conselho intermunicipal projetos de intermunicipal. regulamentos com eficácia externa da comunidade intermunicipal; Artigo 96.º m) Proceder à aquisição e locação de Competências bens e serviços, cuja autorização de despesa se encontre abaixo do limite 1 - Compete ao secretariado executivo definido pelo conselho intermunicipal; intermunicipal: n) Dirigir os serviços intermunicipais; o) Alienar bens móveis, dependente de a) Elaborar e submeter à aprovação do autorização quando o valor se encontre conselho intermunicipal os planos acima do limite definido pelo conselho necessários à realização das atribuições intermunicipal; intermunicipais; p) Participar em órgãos de gestão de b) Participar, com outras entidades, no entidades da administração central; planeamento que diretamente se q) Participar em órgãos consultivos de relacione com as atribuições da entidades da administração central; comunidade intermunicipal, emitindo r) Enviar ao Tribunal de Contas as contas parecer a submeter a apreciação e da comunidade intermunicipal; deliberação do conselho intermunicipal; s) Executar projetos de formação dos c) Assegurar a articulação entre os recursos humanos dos municípios; municípios e os serviços da t) Executar projetos de apoio à gestão administração central; municipal; d) Colaborar com os serviços da u) Exercer as competências delegadas administração central com competência nos termos dos contratos previstos no no domínio da proteção civil e com os artigo 127.º; serviços municipais de proteção civil, v) Assegurar o cumprimento das tendo em vista o cumprimento dos deliberações do conselho planos de emergência e programas intermunicipal; estabelecidos, bem como nas w) Apresentar propostas ao conselho operações de proteção, socorro e intermunicipal sobre matérias da assistência na iminência ou ocorrência competência deste; de acidente grave ou catástrofe;

308 Autarquias Locais - Legislação Nacional

x) Exercer as demais competências 11 - As remunerações base e as despesas de legais. representação devidas aos membros do secretariado executivo intermunicipal são 2 - As competências previstas nas alíneas b), suportadas pelo orçamento da respetiva c), d), k), p) e q) do número anterior são comunidade intermunicipal. exercidas por delegação do conselho 12 - Aos membros do secretariado executivo intermunicipal. intermunicipal é aplicável o disposto nos artigos 3 - O secretariado executivo intermunicipal 78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação, pode delegar as suas competências no primeiro- aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de secretário, com faculdade de subdelegação nos dezembro. secretários intermunicipais.

(Nos termos da Declaração de Retificação n.º SUBSECÇÃO IV 50-A/2013, de 11 de novembro, na alínea u) do Conselho estratégico para o n.º 1 do artigo 96.º do anexo I: Onde se lê: desenvolvimento intermunicipal «Exercer as competências delegadas nos termos dos contratos previstos no artigo 127.º» deve ler Artigo 98.º -se: «Exercer as competências delegadas nos Natureza e constituição termos dos contratos previstos no artigo 120.º»)

1 - O conselho estratégico para o Artigo 97.º desenvolvimento intermunicipal é um órgão de Estatuto dos membros do secretariado natureza consultiva destinado ao apoio ao executivo intermunicipal processo de decisão dos restantes órgãos da

comunidade intermunicipal. 1 - A remuneração do primeiro-secretário é 2 - O conselho estratégico para o igual a 45 % da remuneração base do desenvolvimento intermunicipal é constituído por Presidente da República. representantes das instituições, entidades e 2 - A remuneração dos secretários organizações com relevância e intervenção no intermunicipais é igual à remuneração base de domínio dos interesses intermunicipais. vereador a tempo inteiro, em regime de 3 - Compete ao conselho intermunicipal exclusividade, de câmara municipal de município deliberar sobre a composição em concreto do com um número de eleitores superior a 10 000 e conselho estratégico para o desenvolvimento inferior a 40 000. intermunicipal. 3 - O primeiro-secretário e os secretários intermunicipais têm direito a despesas de Artigo 99.º representação, respetivamente, no valor de 30 Funcionamento % e de 20 % das suas remunerações base.

4 - O cargo de primeiro-secretário é 1 - Compete ao conselho estratégico para o remunerado. desenvolvimento intermunicipal aprovar o 5 - O conselho intermunicipal delibera, por respetivo regimento de organização e unanimidade, sobre a existência e o número de funcionamento. secretários intermunicipais, no limite máximo de 2 - O regimento previsto no número anterior dois, e se os mesmos são remunerados. é válido após a ratificação pelo conselho 6 - Os membros do secretariado executivo intermunicipal. intermunicipal remunerados exercem funções 3 - Ao exercício de funções no conselho em regime de exclusividade. estratégico para o desenvolvimento 7 - Aos membros do secretariado executivo intermunicipal não é atribuída qualquer intermunicipal está vedado o exercício de remuneração. quaisquer cargos nos órgãos de soberania ou das autarquias locais. SECÇÃO II 8 - Os membros do secretariado executivo Disposições comuns aos órgãos das intermunicipal não podem ser prejudicados na entidades intermunicipais respetiva colocação ou emprego permanente por virtude do desempenho dos seus mandatos. Artigo 100.º 9 - Durante o exercício do respetivo mandato Tomada de posse dos membros da não podem os membros do secretariado comissão executiva metropolitana e do executivo intermunicipal ser prejudicados no que secretariado executivo intermunicipal respeita a promoções, gratificações, benefícios sociais ou qualquer outro direito adquirido de Os membros da comissão executiva caráter não pecuniário. metropolitana e do secretariado executivo 10 - O tempo de serviço prestado como intermunicipal tomam posse perante o conselho membro do secretariado executivo metropolitano e perante a assembleia intermunicipal é contado como se tivesse sido intermunicipal, respetivamente, no prazo prestado à entidade empregadora. máximo de cinco dias após as eleições a que se

referem os artigos 74.º e 94.º

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Artigo 101.º previstas no n.º 2 do artigo 71.º, no n.º 3 do Mandato dos membros do conselho artigo 90.º e na alínea f) do artigo 84.º») metropolitano, da assembleia intermunicipal e do conselho intermunicipal Artigo 103.º Vacatura 1 - O mandato dos membros do conselho metropolitano e do conselho intermunicipal 1 - A vacatura do cargo de primeiro- coincide com o que legalmente estiver fixado secretário por morte, renúncia, perda de para os órgãos das autarquias locais. mandato ou qualquer outro motivo atendível 2 - A perda, a cessação e a renúncia ao legalmente previsto determina a dissolução da mandato de presidente de câmara municipal comissão executiva metropolitana e do determina o mesmo efeito no mandato detido secretariado executivo intermunicipal e a nos órgãos referidos no número anterior. realização de novo ato eleitoral. 3 - O mandato dos membros da comissão 2 - A vacatura do cargo de secretário da executiva metropolitana e do secretariado comissão executiva metropolitana e do executivo intermunicipal tem início com a secretariado executivo intermunicipal por morte, tomada de posse e cessa com a eleição de novo renúncia, perda de mandato ou qualquer outro presidente do conselho metropolitano e da motivo atendível legalmente previsto determina assembleia intermunicipal, respetivamente, na a realização de um novo ato eleitoral limitado à sequência da realização de eleições gerais para eleição de um novo membro. os órgãos deliberativos dos municípios, sem 3 - Os membros eleitos na sequência de prejuízo do disposto no artigo seguinte. dissolução da comissão executiva metropolitana 4 - Os membros da comissão executiva e do secretariado executivo intermunicipal ou de metropolitana e do secretariado executivo vacatura do cargo de secretário completam os intermunicipal mantêm-se em funções até à mandatos antes iniciados na decorrência da tomada de posse dos novos membros. realização de eleições gerais para os órgãos deliberativos dos municípios. Artigo 102.º 4 - Os atos eleitorais previstos nos n.os 1 e 2 Demissão da comissão executiva realizam-se de acordo com as disposições dos metropolitana e do secretariado executivo artigos 74.º e 94.º, com as devidas adaptações. intermunicipal Artigo 104.º 1 - Qualquer dos seguintes factos determina Funcionamento a demissão da comissão executiva metropolitana e do secretariado executivo intermunicipal: O funcionamento das entidades intermunicipais regula-se, em tudo o que não a) A aprovação de moções de censura esteja previsto na presente lei, pelo regime pela maioria das assembleias jurídico aplicável aos órgãos municipais. municipais dos municípios que

integram a respetiva área Artigo 105.º metropolitana ou comunidade Deliberações intermunicipal;

b) As deliberações do conselho 1 - As deliberações dos órgãos das entidades metropolitano, do conselho intermunicipais vinculam os municípios que as intermunicipal e da assembleia integram. intermunicipal previstas na alínea b) do 2 - As deliberações do conselho n.º 5 do artigo 25.º, no n.º 3 do artigo metropolitano e do conselho intermunicipal 90.º e na alínea f) do artigo 84.º consideram-se aprovadas quando os votos 2 - Na sequência da demissão da comissão favoráveis dos seus membros correspondam, executiva metropolitana ou do secretariado cumulativamente, a um número igual ou executivo intermunicipal nos termos do número superior ao dos votos desfavoráveis e à anterior é aplicável, com as devidas adaptações, representação de mais de metade do universo o disposto nos artigos 74.º e 94.º total de eleitores dos municípios integrantes da (Nos termos da Declaração de Retificação n.º área metropolitana. 46-C/2013, de 1 de novembro, na alínea b) do 3 - Para efeitos do número anterior, n.º 1 do artigo 102.º do anexo I, onde se lê:«As considera-se que o voto de cada membro é deliberações do conselho metropolitano, do representativo do número de eleitores do conselho intermunicipal e da assembleia município de cuja câmara municipal seja intermunicipal previstas na alínea b) do n.º 5 do presidente. artigo 25.º, no n.º 3 do artigo 90.º e na alínea f) (Nos termos da Declaração de Retificação n.º do artigo 84.º» deve ler -se: «As deliberações 46-C/2013, de 1 de novembro, no n.º 2 do do conselho metropolitano, do conselho artigo 105.º do anexo I, onde se lê: «As intermunicipal e da assembleia intermunicipal deliberações do conselho metropolitano e do conselho intermunicipal consideram -se aprovadas quando os votos favoráveis dos seus

310 Autarquias Locais - Legislação Nacional membros correspondam, cumulativamente, a circunscrição esteja sedeada ao membro do um número igual ou superior ao dos votos Governo que tutela as autarquias locais. desfavoráveis e à representação de mais de metade do universo total de eleitores dos Artigo 109.º municípios integrantes da área metropolitana» Estatutos deve ler -se: «As deliberações do conselho metropolitano e do conselho intermunicipal 1 - Os estatutos das associações de consideram -se aprovadas quando os votos autarquias locais de fins específicos devem favoráveis dos seus membros correspondam, especificar: cumulativamente, a um número igual ou a) A denominação, incluindo a menção superior ao dos votos desfavoráveis e à «Associação de Municípios» ou representação de mais de metade do universo «Associação de Freguesias», consoante total de eleitores dos municípios integrantes da os casos, a sede e a composição; área metropolitana ou da comunidade b) Os fins da associação; intermunicipal») c) Os bens, os serviços e os demais

contributos com que os municípios Artigo 106.º concorrem para a prossecução das Serviços municipais suas atribuições;

d) As competências dos seus órgãos; 1 - As entidades intermunicipais podem criar e) A estrutura orgânica e o modo de serviços de apoio técnico e administrativo. designação e funcionamento dos seus 2 - A natureza, estrutura e funcionamento órgãos; dos serviços referidos no número anterior são f) A duração, quando a associação de definidos em regulamento interno, aprovado municípios de fins específicos não se pelo conselho da entidade intermunicipal, sob constitua por tempo indeterminado. proposta da comissão executiva metropolitana ou do secretariado executivo intermunicipal. 2 - Os estatutos devem especificar ainda os direitos e obrigações dos municípios associados, Artigo 107.º as condições das suas saída e exclusão e da Pessoal admissão de novos municípios, bem como os termos da extinção da associação e da 1 - As entidades intermunicipais dispõem de consequente divisão do seu património. mapa de pessoal próprio, privilegiando-se o 3 - A modificação de estatutos obedece às recurso ao seu preenchimento através dos mesmas regras da sua aprovação originária. instrumentos de mobilidade geral legalmente previstos, preferencialmente de trabalhadores Artigo 110.º oriundos dos mapas de pessoal dos municípios Regime jurídico que as integram. 2 - Aos trabalhadores das entidades As associações de autarquias locais de fins intermunicipais é aplicável o regime jurídico do específicos regem-se pelo disposto na presente contrato de trabalho em funções públicas. lei e na demais legislação aplicável às pessoas coletivas públicas, bem como pelos respetivos CAPÍTULO IV estatutos e regulamentos internos, estando Associações de freguesias e de municípios nomeadamente sujeitas, quaisquer que sejam as de fins específicos particularidades dos seus estatutos e do seu regime de gestão: Artigo 108.º Constituição a) Aos princípios constitucionais de direito administrativo; 1 - A constituição das associações de b) Aos princípios gerais da atividade autarquias locais de fins específicos compete aos administrativa; órgãos executivos colegiais dos municípios ou c) Ao Código do Procedimento das freguesias interessados, ficando a eficácia Administrativo; do acordo constitutivo, que define os seus d) Ao Código dos Contratos Públicos; estatutos, dependente da aprovação pelos e) Às leis do contencioso administrativo; respetivos órgãos deliberativos. f) À lei de organização e processo do 2 - As associações de autarquias locais de Tribunal de Contas e ao regime de fins específicos constituem-se por contrato, nos jurisdição e controlo financeiro do termos previstos na lei civil, sendo outorgantes Tribunal de Contas e da Inspeção-Geral os presidentes dos órgãos executivos dos de Finanças; municípios ou das freguesias envolvidas. g) Ao regime jurídico da administração 3 - A constituição de uma associação de financeira e patrimonial do Estado; autarquias locais de fins específicos é h) Ao regime jurídico das comunicada pela autarquia local em cuja incompatibilidades e impedimentos de cargos públicos e dos trabalhadores em

311 Autarquias Locais - Legislação Nacional

funções públicas, incluindo as SECÇÃO II incompatibilidades previstas nos Transferência de competências artigos 78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto- Artigo 114.º Lei n.º 498/72, de 9 de dezembro; Transferência de competências i) Aos princípios da publicidade, da concorrência e da não discriminação A transferência de competências tem caráter em matéria de recrutamento de definitivo e universal. pessoal e ao regime jurídico aplicável aos trabalhadores que exercem funções Artigo 115.º públicas; Recursos j) Ao regime da realização das despesas públicas; 1 - A lei deve prever expressamente os k) Ao regime da responsabilidade civil do recursos humanos, patrimoniais e financeiros Estado e das demais entidades necessários e suficientes ao exercício pelos públicas. órgãos das autarquias locais e das entidades intermunicipais das competências para eles TÍTULO IV transferidas. Descentralização administrativa 2 - Na previsão dos recursos referidos no número anterior, a lei faz obrigatoriamente CAPÍTULO I referência às respetivas fontes de financiamento Disposições gerais e aos seus modos de afetação. 3 - O Estado deve promover os estudos SECÇÃO I necessários de modo a que a concretização da Disposições gerais transferência de competências assegure a demonstração dos seguintes requisitos: Artigo 111.º a) O não aumento da despesa pública Descentralização administrativa global;

b) O aumento da eficiência da gestão Para efeitos da presente lei, a dos recursos pelas autarquias locais ou descentralização administrativa concretiza-se pelas entidades intermunicipais; através da transferência por via legislativa de c) Os ganhos de eficácia do exercício das competências de órgãos do Estado para órgãos competências pelos órgãos das das autarquias locais e das entidades autarquias locais ou das entidades intermunicipais. intermunicipais;

d) O cumprimento dos objetivos Artigo 112.º referidos no artigo 112.º; Objetivos e) A articulação entre os diversos níveis

da administração pública. A concretização da descentralização administrativa visa a aproximação das decisões 4 - Os estudos referidos no número anterior aos cidadãos, a promoção da coesão territorial, são elaborados por equipas técnicas o reforço da solidariedade inter-regional, a multidisciplinares, compostas por representantes melhoria da qualidade dos serviços prestados às dos departamentos governamentais envolvidos, populações e a racionalização dos recursos das comissões de coordenação e disponíveis. desenvolvimento regional, da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e da Artigo 113.º Associação Nacional de Freguesias. Intangibilidade das atribuições e natureza 5 - A lei deve obrigatoriamente fazer e âmbito da descentralização referência aos estudos referidos no n.º 3. administrativa CAPÍTULO II No respeito pela intangibilidade das Delegação de competências atribuições autárquicas e intermunicipais, o Estado concretiza a descentralização SECÇÃO I administrativa promovendo a transferência Disposições gerais progressiva, contínua e sustentada de competências em todos os domínios dos Artigo 116.º interesses próprios das populações das Âmbito autarquias locais e das entidades intermunicipais, em especial no âmbito das O presente capítulo estabelece o regime funções económicas e sociais. jurídico da delegação de competências de órgãos do Estado nos órgãos das autarquias locais e das entidades intermunicipais e dos órgãos dos

312 Autarquias Locais - Legislação Nacional municípios nos órgãos das freguesias e das e) Continuidade da prestação do serviço entidades intermunicipais. público; f) Necessidade e suficiência dos Artigo 117.º recursos. Prossecução de atribuições e delegação de competências Artigo 122.º Recursos 1 - O Estado, as autarquias locais e as entidades intermunicipais articulam entre si, nos 1 - É aplicável, com as devidas adaptações, o termos do artigo 4.º, a prossecução das disposto nos n.os 1, 2 e 5 do artigo 115.º respetivas atribuições, podendo, para o efeito, 2 - Os contraentes públicos devem promover recorrer à delegação de competências. os estudos necessários à demonstração dos 2 - Para efeitos do disposto no número requisitos previstos nas alíneas a) a e) do n.º 3 anterior, os órgãos do Estado podem delegar do artigo 115.º competências nos órgãos das autarquias locais e 3 - A afetação dos recursos humanos através das entidades intermunicipais e os órgãos dos de instrumento de mobilidade é válida pelo municípios podem delegar competências nos período de vigência do contrato, salvo órgãos das freguesias e das entidades convenção em contrário. intermunicipais. Artigo 123.º Artigo 118.º Cessação do contrato Objetivos 1 - O contrato pode cessar por caducidade, A concretização da delegação de revogação ou resolução. competências visa a promoção da coesão 2 - O contrato cessa por caducidade nos territorial, o reforço da solidariedade inter- termos gerais, designadamente pelo decurso do regional, a melhoria da qualidade dos serviços respetivo período de vigência. prestados às populações e a racionalização dos 3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do recursos disponíveis. artigo 126.º e no n.º 3 do artigo 129.º, a mudança dos titulares dos órgãos dos Artigo 119.º contraentes públicos não determina a Intangibilidade das atribuições e âmbito da caducidade do contrato. delegação de competências 4 - Os contraentes públicos podem revogar o contrato por mútuo acordo. No respeito pela intangibilidade das 5 - Os contraentes públicos podem resolver o atribuições estaduais, autárquicas e contrato por incumprimento da contraparte ou intermunicipais, o Estado e os municípios por razões de relevante interesse público concretizam a delegação de competências em devidamente fundamentadas. todos os domínios dos interesses próprios das 6 - No caso de cessação por revogação ou populações das freguesias, dos municípios e das resolução por razões de relevante interesse entidades intermunicipais. público, os contraentes públicos devem demonstrar o preenchimento dos requisitos Artigo 120.º previstos nas alíneas a) a e) do n.º 3 do artigo Contrato 115.º 7 - A cessação do contrato não pode originar 1 - A delegação de competências concretiza- quebra ou descontinuidade da prestação do se através da celebração de contratos serviço público. interadministrativos, sob pena de nulidade. 8 - Os contraentes públicos podem suspender 2 - À negociação, celebração e execução dos o contrato com os fundamentos referidos no n.º contratos é aplicável o disposto na presente lei 5. e, subsidiariamente, o Código dos Contratos 9 - À suspensão do contrato prevista do Públicos e o Código do Procedimento número anterior é aplicável, com as devidas Administrativo. adaptações, o disposto nos n.os 6 e 7.

Artigo 121.º SECÇÃO II Princípios gerais Delegação de competências do Estado nos municípios e nas entidades intermunicipais A negociação, celebração, execução e cessação dos contratos obedece aos seguintes Artigo 124.º princípios: Intangibilidade das atribuições e âmbito da delegação de competências a) Igualdade;

b) Não discriminação; 1 - No respeito pela intangibilidade das c) Estabilidade; atribuições estaduais, o Estado concretiza a d) Prossecução do interesse público; delegação de competências em todos os

313 Autarquias Locais - Legislação Nacional domínios dos interesses próprios das populações SECÇÃO III das autarquias locais e das entidades Delegação de competências dos municípios intermunicipais, em especial no âmbito das funções económicas e sociais. SUBSECÇÃO I 2 - As competências delegáveis são as Nas entidades intermunicipais previstas em lei. Artigo 128.º Artigo 125.º Âmbito da delegação de competências Igualdade e não discriminação 1 - Os municípios concretizam a delegação de 1 - Na concretização da delegação de competências nas entidades intermunicipais em competências, e no respeito pelos princípios da todos os domínios dos interesses próprios das igualdade e da não discriminação referidos nas populações destas, em especial no âmbito do alíneas a) e b) do artigo 121.º, o Estado planeamento e gestão da estratégia de considera, designadamente, a caraterização da desenvolvimento económico e social, da entidade intermunicipal como área competitividade territorial, da promoção dos metropolitana ou como comunidade recursos endógenos e da valorização dos intermunicipal. recursos patrimoniais e naturais, do 2 - Na concretização da delegação de empreendedorismo e da criação de emprego, da competências, e no respeito pelos princípios da mobilidade, da gestão de infraestruturas igualdade e da não discriminação referidos nas urbanas e das respetivas atividades alíneas a) e b) do artigo 121.º, o Estado prestacionais e da promoção e gestão de considera, designadamente, a caraterização da atividades geradoras de fluxos significativos de autarquia local como município ou freguesia, população, bens e informação. bem como critérios relacionados com a respetiva 2 - Os municípios concretizam ainda a caraterização geográfica, demográfica, delegação de competências nas entidades económica e social. intermunicipais nos domínios instrumentais 3 - É aplicável, com as devidas adaptações, o relacionados com a organização e disposto no n.º 4 do artigo 115.º funcionamento dos serviços municipais e de suporte à respetiva atividade. Artigo 126.º 3 - A validade e eficácia da delegação de Período de vigência competências de um município numa entidade intermunicipal não depende da existência de um 1 - O período de vigência do contrato número mínimo de municípios com contratos de coincide com a duração do mandato do Governo, delegação de competências na mesma entidade salvo casos excecionais, devidamente intermunicipal. fundamentados, e sem prejuízo do disposto no número seguinte. Artigo 129.º 2 - O contrato considera-se renovado após a Período de vigência tomada de posse do Governo, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 1 - O período de vigência do contrato 3 - Os outorgantes podem promover a coincide com a duração do mandato do órgão denúncia do contrato, no prazo de seis meses deliberativo do município, salvo casos após a tomada de posse do Governo ou após a excecionais, devidamente fundamentados, e instalação do órgão autárquico. sem prejuízo do disposto no número seguinte. 4 - Os órgãos deliberativos das autarquias 2 - O contrato considera-se renovado após a locais e das entidades intermunicipais não instalação do órgão deliberativo do município, podem, em caso algum, promover a denúncia do sem prejuízo do disposto no número seguinte. contrato. 3 - Os outorgantes podem promover a denúncia do contrato, no prazo de seis meses Artigo 127.º após a instalação do órgão deliberativo do Comunicação município.

1 - Os departamentos governamentais Artigo 130.º competentes comunicam ao serviço da Registo administração central responsável pelo acompanhamento das autarquias locais, por via 1 - Os contraentes públicos mantêm um eletrónica e no prazo de 30 dias, a celebração, registo atualizado dos contratos celebrados. alteração e cessação dos contratos, mediante o 2 - Os contratos estão disponíveis para envio de cópia. consulta, nos termos da lei. 2 - Compete ao serviço referido no número anterior manter atualizado o registo dos contratos mencionados no número anterior. 3 - Os contratos estão disponíveis para consulta, nos termos da lei.

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SUBSECÇÃO II Artigo 133.º Nas freguesias Acordos de execução

Artigo 131.º 1 - As câmaras municipais e as juntas de Âmbito da delegação de competências freguesia, no prazo de 180 dias após a respetiva instalação, celebram um acordo de execução Os municípios concretizam a delegação de que prevê expressamente os recursos humanos, competências nas freguesias em todos os patrimoniais e financeiros necessários e domínios dos interesses próprios das populações suficientes ao exercício de todas ou algumas das destas, em especial no âmbito dos serviços e competências previstas no artigo anterior. das atividades de proximidade e do apoio direto 2 - É aplicável, com as devidas adaptações, o às comunidades locais. disposto no n.º 2 do artigo 115.º, no n.º 2 do artigo 120.º, no artigo 121.º e no n.º 1 do artigo Artigo 132.º 135.º Delegação legal Artigo 134.º 1 - Consideram-se delegadas nas juntas de Cessação freguesia as seguintes competências das câmaras municipais: 1 - O período de vigência do acordo de execução coincide com a duração do mandato do a) Gerir e assegurar a manutenção de órgão deliberativo do município, salvo casos espaços verdes; excecionais, devidamente fundamentados, e b) Assegurar a limpeza das vias e sem prejuízo do disposto no número seguinte. espaços públicos, sarjetas e 2 - Até à entrada em vigor do acordo de sumidouros; execução, as competências previstas no artigo c) Manter, reparar e substituir o 132.º são exercidas pela câmara municipal. mobiliário urbano instalado no espaço 3 - O acordo de execução considera-se público, com exceção daquele que seja renovado após a instalação do órgão deliberativo objeto de concessão; do município, não determinando a mudança dos d) Gerir e assegurar a manutenção titulares dos órgãos do município e da freguesia corrente de feiras e mercados; a sua caducidade, sem prejuízo do disposto no e) Assegurar a realização de pequenas número seguinte. reparações nos estabelecimentos de 4 - O órgão deliberativo do município pode educação pré-escolar e do primeiro autorizar a denúncia do acordo de execução, no ciclo do ensino básico; prazo de seis meses após a sua instalação. f) Promover a manutenção dos espaços 5 - É aplicável, com as devidas adaptações, o envolventes dos estabelecimentos disposto nos n.os 2, 5, 6 e 7 do artigo 123.º referidos na alínea anterior. 6 - O disposto na parte final do n.º 2 é 2 - Consideram-se ainda delegadas nas aplicável aos casos de caducidade e resolução do juntas de freguesia, quando previstas em lei, as acordo de execução. competências de controlo prévio, realização de 7 - O acordo de execução não é suscetível de vistorias e fiscalização das câmaras municipais revogação. nos seguintes domínios: Artigo 135.º a) Utilização e ocupação da via pública; Igualdade e não discriminação b) Afixação de publicidade de natureza comercial; 1 - Na concretização da delegação de c) Atividade de exploração de máquinas competências, e no respeito pelos princípios da de diversão; igualdade e da não discriminação referidos nas d) Recintos improvisados; alíneas a) e b) do artigo 121.º, os municípios e) Realização de espetáculos desportivos consideram, designadamente, critérios e divertimentos na via pública, jardins relacionados com a caraterização geográfica, e outros lugares públicos ao ar livre, demográfica, económica e social de todas as sem prejuízo do disposto na alínea c) freguesias abrangidas pela respetiva do n.º 3 do artigo 16.º; circunscrição territorial. f) Atividade de guarda-noturno; 2 - É aplicável, com as devidas adaptações, o g) Realização de acampamentos disposto no n.º 4 do artigo 115.º ocasionais; (Nos termos da Declaração de Retificação n.º h) Realização de fogueiras e queimadas. 46-C/2013, de 1 de novembro, no n.º 2 do artigo 135.º do anexo I, onde se lê: «É aplicável, com as devidas adaptações, o disposto no n.º 4 do artigo 115.º» deve ler -se:«É aplicável, com as devidas adaptações, o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 115.º»)

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Artigo 136.º exceção do título iii e sem prejuízo do disposto Período de vigência no número seguinte. 2 - As disposições do capítulo i e das secções É aplicável o disposto nos n.os 1 a 3 do artigo i e ii do capítulo ii do título iv são aplicáveis, com 129.º as devidas adaptações e nos termos dos respetivos estatutos político-administrativos, nas TÍTULO V Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Disposições finais Artigo 139.º Artigo 137.º Unidades administrativas Prazos As entidades intermunicipais previstas na Salvo disposição em contrário, os prazos presente lei constituem unidades previstos na presente lei são contínuos. administrativas, incluindo para os efeitos previstos no Regulamento (CE) n.º 1059/2003, Artigo 138.º do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Regiões autónomas maio de 2003, relativo à instituição de uma nomenclatura comum às unidades territoriais 1 - A presente lei aplica-se às Regiões estatísticas (NUTS). Autónomas dos Açores e da Madeira, com

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ANEXO II Comunidade Intermunicipal do Alto Minho

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Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de Setembro e financiamento dos transportes escolares, a Regula a transferência para os municípios partir do ano lectivo de 1984-1985. das novas competências em matéria de É de realçar que o plano de transportes organização, financiamento e controle de escolares a elaborar por cada município é o funcionamento dos transportes escolares, instrumento de gestão por excelência desta de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo actividade e que se deverá conjugar com os 47.º da Lei n.º 42/83, de 31 de Dezembro, princípios e políticas inerentes aos planos e e no Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março redes de transportes públicos locais, devendo (Com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei ser um complemento destes. n.º 7/2003, de 15 de janeiro 1, pela Lei n.º Assim, para além da regulamentação que ora 13/2006, de 17 de abril, pelo Decreto-Lei n.º se define e estabelece relativamente aos 186/2008, de 19 de setembro, pelo Decreto-lei poderes de intervenção dos municípios na n.º 29-A/2011, de 1 de março e pelo Decreto- organização, funcionamento e financiamento dos Lei n.º 176/2012, de 2 de agosto). transportes escolares, o presente diploma cria junto de cada câmara municipal um conselho O reforço da descentralização do Estado consultivo de transportes escolares, constituído através da atribuição de mais competências às basicamente pelos representantes do município autarquias existentes é um dos objectivos e das escolas da área abrangida pelos programáticos do presente Governo e que se transportes, competindo a presidência de cada encontra consagrado no Decreto-Lei n.º 77/84, um destes órgãos ao presidente da câmara de 8 de Março. municipal ou ao vereador em que ele entenda Para a realização daquele objectivo, a Lei do delegar as suas funções. Orçamento do Estado para 1984 (Lei n.º 42/83, Com efeito, a existência de uma estrutura de 31 de Dezembro) determina a transferência local forte para organização e coordenação dos para os municípios de algumas competências transportes escolares, nos seus múltiplos que a administração central vem levando a aspectos, potencializará a procura de soluções cabo, em particular as que concernem ao serviço cada vez mais ajustadas, social e de transportes escolares. economicamente, às realidades locais se se Considerando que o actual regime de atender à dominância do poder dos municípios já transportes escolares se encontra definido e existente a outros níveis que se interligam com regulado por um conjunto de diplomas legais o funcionamento dos transportes escolares, cujas normas, em diversos aspectos, se como seja na responsabilidade das infra- mostram desajustadas à actual realidade de um estruturas viárias, na gestão dos diversos serviço que, nos últimos 3 anos, sofreu uma equipamentos colectivos do concelho, na explosão notável, e perante a necessidade de emissão de pareceres sobre a criação ou rever, à luz da descentralização, alguns dos alteração de carreiras regulares de transportes princípios básicos que institucionalizam os colectivos, entre outros. benefícios do transporte escolar, decidiu o Uma actuação devidamente programada Governo reunir num único diploma a entre os municípios e os estabelecimentos de regulamentação que consagra as novas ensino representará uma melhoria de serviços a competências municipais na matéria. prestar aos estudantes, bem como economias A importância deste diploma é por todos significativas na exploração dos transportes reconhecida, quer pelo facto de ser a primeira escolares. área de actuação da administração central a ser Os encargos resultantes do exercício desta descentralizada, quer pelo significado que a competência por cada município dependerão, realização desta competência tem na vida social, entre outros factores, do número de alunos- cultural e educativa das populações. utentes do serviço de transportes escolares O envolvimento dos destinatários e futuros residentes no município. Para este efeito será responsáveis pela implementação deste diploma transferida anualmente, para cada município, manifestou-se a vários níveis, tendo sido uma verba do Orçamento do Estado, que deverá consideradas propostas formuladas pela acompanhar a evolução dos custos inerentes ao Associação Nacional dos Municípios Portugueses. exercício das competências aqui Na sequência do que assim foi estabelecido, regulamentadas. visa o presente diploma regulamentar a Assim: responsabilização da administração local por O Governo decreta, nos termos da alínea a) todo o processo de organização, funcionamento do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º 1 Nota: As competências exercidas pelo Conselho Âmbito Consultivo dos Transportes Escolares passam a ser exercidas, nos termos do Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro, pelos Conselhos 1 - O presente diploma regula a transferência Municipais de Educação para os municípios do continente das novas competências em matéria de organização,

325 Autarquias Locais - Legislação Nacional financiamento e controle de funcionamento dos respeitantes ao processo de matrícula e seu transportes escolares, de acordo com o disposto encaminhamento. no n.º 5 do artigo 47.º da Lei n.º 42/83 e no 3 - Os alunos que cumpram o estipulado no Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março. número anterior e se encontrem matriculados 2 - Para a prossecução das atribuições em estabelecimentos de ensino fora do relativas aos transportes escolares podem os respectivo município de residência serão municípios constituir-se, nos termos da lei, em integrados nos transportes escolares que sirvam associações ou federações. aqueles estabelecimentos de ensino, sem 3 - O presente decreto-lei regula, ainda, as prejuízo de poderem utilizar outro transporte condições de atribuição de um passe escolar aos escolar. alunos não abrangidos pelo artigo 2.º, designado 4 - O transporte dos estudantes do ensino por 'passe [email protected]' . (Redacção dada secundário deverá ser comparticipado pelos pelo Decreto-lei n.º 186/2008, de 19 de interessados nos termos a definir em portaria setembro) conjunta dos Ministros da Administração Interna e da Educação, ouvida a Associação Nacional dos Artigo 2.º Municípios Portugueses. Âmbito do serviço de transporte escolar 5 - Não serão abrangidos pelos benefícios previstos nos números anteriores os estudantes 1 - As competências referidas no n.º 1 do que se matriculem contrariando as normas artigo anterior consistem na oferta de serviço de estabelecidas de encaminhamento de matrícula transporte entre o local da sua residência e o de alunos. local dos estabelecimentos de ensino que 6 - Compete a cada estabelecimento de frequentam a todos os alunos dos ensinos ensino a organização do processo de acesso ao primário, preparatório TV, preparatório directo e transporte escolar por parte dos seus alunos, secundário, oficial ou particular e cooperativo bem como a emissão de declaração, segundo com contrato de associação e paralelismo modelo a definir na portaria prevista no n.º 3 do pedagógico quando residam a mais de 3 km ou artigo 3.º-A, relativa aos alunos que não 4 km dos estabelecimentos de ensino, beneficiam de transporte escolar no âmbito do respectivamente sem ou com refeitório. presente decreto-lei, para efeitos de atribuição 2 - O serviço de transporte escolar não do passe a que se refere o artigo 3.º-A.» abrange os alunos que frequentam cursos (Redacção dada pelo Decreto-lei n.º 186/2008, nocturnos ou residam nas áreas servidas por de 19 de setembro) transportes urbanos e suburbanos nas regiões de Lisboa e Porto. Artigo 3.º-A 3 - Exceptuam-se do disposto no número Passe [email protected] anterior: (Aditado pelo Decreto-lei n.º 186/2008, de 19 de setembro) a) Os alunos que hajam sido

obrigatoriamente deslocados de cursos 1 - Os alunos não abrangidos pelo artigo 2.º, diurnos para a frequência de cursos com idade entre os 4 aos 18 anos, inclusive, nocturnos; beneficiam de uma redução do preço do título de b) Os alunos que hajam sido transporte a deduzir do valor da tarifa inteira matriculados compulsivamente em relativa aos passes mensais em vigor, estabelecimentos de ensino situados designadamente os intermodais, os combinados fora das áreas das suas residências; e os passes de rede ou de linha. (Redacção dada c) Os alunos do ensino básico que pelo Decreto-lei n.º 29-A/2011, de 1 de março) residam em áreas servidas por 2 - É aplicável ao 'passe [email protected]' o transportes suburbanos nas regiões de disposto nos n. os 5 e 6 do artigo 3.º do presente Lisboa e Porto. decreto-lei.

3 - O desconto e as condições de atribuição Artigo 3.º do mesmo, a que se refere o n.º 1, bem como Condições de transporte as relativas à operacionalização do sistema

‘passe [email protected]’ são definidos por 1 - O transporte escolar é gratuito até ao portaria conjunta dos membros do Governo final do 3.º ciclo do ensino básico, para os responsáveis pelas áreas das finanças, da estudantes menores que se encontram nas administração local, dos transportes, e da condições estabelecidas no artigo anterior, bem educação. (Redacção dada pelo Decreto-lei n.º como para os estudantes com necessidades 29-A/2011, de 1 de março) educativas especiais que frequentam o ensino 4 - As compensações financeiras a atribuir básico e secundário. (Redação dada pelo aos operadores de transporte em razão da Decreto-Lei n.º 176/2012, de 2 de agosto). obrigação tarifária decorrente da implementação 2 - A utilização dos transportes escolares do 'passe [email protected]' são estabelecidas em pelos alunos deverá respeitar as normas termos a acordar entre o Governo e as empresas emanadas do Ministério da Educação de transporte.»

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Artigo 4.º 3 - Sempre que se verifiquem Plano de transporte escolar reajustamentos ao plano de transporte escolar, devem os mesmos ser dados a conhecer às 1 - Em cada município deverá ser organizado entidades acima referidas no prazo de 30 dias. um plano de transporte escolar, conjugando e complementando a rede de transportes públicos Artigo 6.º e os planos de transportes aprovados para a Meio de transporte a utilizar região, de acordo com a procura efectivamente verificada em cada ano lectivo. 1 - Na efectivação do transporte da 2 - Os estabelecimentos de ensino população escolar serão utilizados, em princípio, colaborarão com a respectiva câmara municipal os meios de transporte colectivo (rodoviário, em ordem à elaboração do plano de transporte ferroviário ou fluvial) que sirvam os locais dos escolar, à qual devem fornecer, estabelecimentos de ensino e de residência dos obrigatoriamente, até 15 de Fevereiro de cada alunos, nos termos dos artigos 11.º a 14.º deste ano, os seguintes elementos: diploma. 2 - Para os efeitos referidos no número a) Previsão do número de alunos que anterior, serão considerados os meios de utilizarão o transporte escolar, transporte colectivo cujos terminais ou pontos discriminados por localidades de de paragem se situem a distância não superior a proveniência, grupos etários de menos 3 km da residência dos alunos ou do e de mais de 12 anos, respectivo grau estabelecimento de ensino e, bem assim, os que de ensino e ano que frequentam; não obriguem os estudantes a tempos de espera b) Levantamento das localidades que superiores a 45 minutos, ou a tempos de não são servidas por carreiras de deslocação superiores a 60 minutos, em cada serviço público e que se situem a mais viagem simples. de 3 km dos pontos de paragem ou 3 - Sempre que os meios de transporte terminais das mesmas; colectivo não preencham as condições fixadas c) Horário escolar previsto para o ano nos números anteriores ou, preenchendo-as, lectivo a que o plano diz respeito. não satisfaçam regularmente as necessidades do 3 - O plano de transporte escolar, a aprovar transporte escolar no que se refere quer ao até 15 de Abril pela câmara municipal, incluirá, cumprimento dos horários quer à realização dos obrigatoriamente: a área abrangida, desdobramentos que se revelem necessários, representada de preferência em planta à escala poderão ser utilizados veículos em regime de de 1:25000, contendo todos os itinerários dos aluguer ou de propriedade dos municípios para a meios de transporte colectivo de passageiros; a realização de circuitos especiais, de acordo com numeração e classificação oficiais, ou designação o disposto nos artigos 15.º a 17.º toponímica, das vias de comunicação a percorrer; a distribuição geográfica dos Artigo 7.º estabelecimentos de ensino, devidamente Criação provisória e reajustamento de assinalados; a procura quantificada por locais de serviços de transportes colectivos origem, assinalando, de forma especial, os que estiverem situados a distância superior a 3 km 1 - Enquanto a competência para a concessão dos transportes colectivos. de carreiras regulares concelhias não for 4 - Por razões de ordem conjuntural, o plano transferida para os municípios, estes poderão de transportes escolares poderá ser objecto de propor à Direcção-Geral de Transportes ajustamentos no decurso do ano lectivo a que Terrestres a criação, com carácter provisório, de respeita. serviços de transportes colectivos, desde que a procura, designadamente a derivada de motivo Artigo 5.º escolar, o justifique. Divulgação dos planos 2 - Nos casos do número anterior, e quando houver acordo prévio com a empresa 1 - Até ao dia 15 de Maio as câmaras transportadora, a Direcção-Geral de Transportes municipais deverão remeter aos Terrestres informará o processo com carácter de estabelecimentos de ensino, ao Instituto de prioridade. Acção Social Escolar e à Direcção-Geral de 3 - Sempre que se justifique uma alteração Transportes Terrestres o respectivo plano de das necessidades de utilização dos transportes transportes escolares para o ano lectivo colectivos por motivos escolares, os municípios seguinte. poderão propor à Direcção-Geral de Transportes 2 - Até ao dia 15 de Junho as câmaras Terrestres o respectivo reajustamento, o qual municipais enviarão às entidades referidas no deverá ser objecto de despacho com carácter de número anterior declaração comprovativa da urgência. adjudicação de circuitos especiais. 4 - Os municípios serão obrigatoriamente ouvidos quanto ao estabelecimento e alteração das redes e horários de transportes colectivos da sua área.

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Artigo 8.º 3 - O preço dos bilhetes de assinatura para Conselho consultivo de transportes estudantes terá a redução a fixar em portaria escolares conjunta dos Ministérios da Administração Interna, da Educação e do Equipamento Social. (Revogados pelo Decreto-Lei n.º 7/2003, de 4 - As empresas facturarão, mensalmente, às 15 de janeiro) câmaras municipais os bilhetes de assinatura que lhes tiverem sido requisitados para o mês Artigo 9.º seguinte, recebendo das mesmas o Competência do conselho consultivo de correspondente pagamento até ao dia 20 do mês transportes escolares da sua utilização.

(Revogados pelo Decreto-Lei n.º 7/2003, de Artigo 14.º 15 de janeiro) Garantia de execução do transporte

Artigo 10.º 1 - As empresas são obrigadas a assegurar o Competência das câmaras municipais transporte de todos os estudantes portadores de bilhetes de assinatura, realizando para o efeito 1 - Compete às câmaras municipais, em os indispensáveis desdobramentos que matéria de transportes escolares: regularmente se justifiquem, não se aplicando, neste caso, o condicionalismo referido no artigo a) Elaborar e aprovar o plano de 128.º do Regulamento de Transportes em transportes escolares, ouvido Automóveis. obrigatoriamente o CCTE; 2 - Para efeitos do disposto no número b) Deliberar sobre a concessão de anterior, poderá a empresa requerer o circuitos especiais; licenciamento de veículos ligeiros de passageiros c) Reajustar as redes de transportes de aluguer sempre que o número excedentário escolares já aprovadas, sempre que de utentes da carreira não justifique a utilização por razões pedagógicas, de pessoal ou de um veículo pesado. de instalações o Ministério da Educação 3 - A não realização dos desdobramentos a proponha alterações às referidas redes. que se refere o n.º 1 do presente artigo é

passível de multa, a aplicar nos termos do artigo Artigo 11.º 211.º do Regulamento de Transportes em Bilhetes de assinatura Automóveis.

1 - As empresas de transportes colectivos de Artigo 15.º passageiros concederão obrigatoriamente Circuitos especiais bilhetes de assinatura (passe escolar) aos estudantes abrangidos por este diploma. 1 - Os circuitos especiais podem ser 2 - Os bilhetes de assinatura terão validade efectuados directamente pelos municípios mensal, a utilizar somente em duas viagens nos através de veículos próprios ou adjudicados dias lectivos e para os troços das carreiras que mediante concurso. ligam o local do estabelecimento de ensino ao 2 - O concurso a que se refere o número local de residência do aluno. anterior será promovido pelas câmaras municipais até ao dia 20 de Abril e reger-se-á Artigo 12.º por normas específicas, a fixar em portaria dos Ocupação de lugar Ministérios da Administração Interna e do Equipamento Social, ouvida a Associação 1 - Os estudantes portadores de bilhete de Nacional dos Municípios Portugueses. assinatura têm direito à ocupação de um lugar 3 - A adjudicação dos circuitos especiais será sentado, nos termos da legislação geral. efectuada até 31 de Maio. 2 – (Revogado pela Lei n.º 13/2006, de 17 4 - Os veículos utilizados na realização dos de abril) circuitos especiais deverão estar identificados nos termos da Portaria n.º 324/82, de 25 de Artigo 13.º Março, com a redacção que lhe foi dada pela Preço e pagamento dos bilhetes de Portaria n.º 475/83, de 22 de Abril. assinatura Artigo 16.º 1 - Os cartões para os passes escolares serão Transporte de outras pessoas nos circuitos requisitados anualmente às empresas especiais transportadoras pelas câmaras municipais. 2 - Mediante protocolo a estabelecer entre a 1 - Nos circuitos especiais poderão ser câmara municipal e os estabelecimentos de transportados professores e outros funcionários ensino, poderão estes requisitar, mensalmente, dos estabelecimentos de ensino, sem prejuízo da as vinhetas para os respectivos alunos. prioridade de transporte dos respectivos alunos.

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2 - Poderá também ser autorizado pela Artigo 20.º Direcção-Geral de Transportes Terrestres, sob Competência do Ministério da Educação proposta da câmara municipal, o transporte de outras pessoas, desde que haja lugares Compete ao Ministério da Educação, através disponíveis e para satisfação desta procura, não do Instituto de Acção Social Escolar: existam transportes colectivos no percurso. a) Transmitir, através dos directores 3 - As pessoas transportadas nos termos dos escolares e responsáveis regionais, as números anteriores pagarão pelo seu transporte orientações que constituem o quadro o preço correspondente ao dos bilhetes simples de referência para actuação dos em vigor nas carreiras de serviço público, que delegados escolares, coordenadores constituirá receita do respectivo município. regionais e secretários dos conselhos

directivos no conselho consultivo de Artigo 17.º transportes escolares; Licenciamento de veículos b) Solicitar a intervenção dos serviços

técnicos competentes, designadamente 1 - Sempre que os veículos a utilizar nos da Inspecção-Geral de Ensino, no circuitos especiais não estejam licenciados para sentido de tornar compatíveis os aluguer ou para a realização de circuitos horários escolares com os da oferta dos turísticos e excursões colectivas, competirá à transportes escolares; Direcção-Geral de Transportes Terrestres c) Apreciar os planos de transportes proceder aos respectivos licenciamentos. escolares sob o ponto de vista técnico- 2 - O licenciamento será requerido ao pedagógico, por forma a serem director-geral de Transportes Terrestres pelo accionados os mecanismos necessários proprietário do veículo, acompanhado da à compatibilização daqueles com a indicação do respectivo itinerário e, no caso de capacidade de acolhimento e concessão de circuito especial, de declaração funcionamento dos estabelecimentos comprovativa passada pela câmara municipal. de ensino; 3 - O disposto nos números anteriores não se d) Participar na elaboração das portarias aplica aos veículos pertencentes às câmaras referidas no n.º 4 do artigo 3.º e no n.º municipais. 3 do artigo 13.º

Artigo 18.º Artigo 21.º Responsabilidade civil pelo exercício da Competência do Ministério do Equipamento actividade Social

1 - No que respeita às empresas de Compete ao Ministério do Equipamento transportes colectivos de passageiros, é Social, através da Direcção-Geral de Transportes aplicável em matéria de responsabilidade civil o Terrestres: que se encontra disposto nos artigos 122.º e 123.º do Regulamento de Transportes em a) Promover a inserção das redes de Automóveis. transportes escolares em planos de 2 - Nos outros casos, é obrigatório cobrir o transportes com âmbito mais vasto; risco da responsabilidade civil em condições não b) Apoiar tecnicamente as câmaras menos favoráveis que as contempladas no municipais, sempre que estas o número anterior para passageiros. solicitem; 3 - No caso previsto no número anterior, c) Promover, através de portaria poderá substituir-se o seguro pela prestação de conjunta dos Ministérios da caução idónea correspondente, como acontece Administração Interna, da Educação e com as empresas de transportes colectivos. do Equipamento Social, a fixação dos preços dos bilhetes de assinatura Artigo 19.º utilizados pelos estudantes nos Transferência de veículos para os transportes colectivos; municípios d) Fornecer, a pedido das câmaras municipais, relação das empresas 1 - A propriedade dos veículos afectos aos concessionárias de serviço de transportes escolares de que sejam titulares os transporte público que operam na área estabelecimentos de ensino, o Instituto de Acção do município, indicando os percursos Social Escolar ou o Estado será transferida para das carreiras e os respectivos horários; os municípios, nos termos do n.º 1 do artigo e) Accionar os mecanismos fiscalizadores 13.º do Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março. da actividade dos transportes 2 - O pessoal que actualmente assegura a escolares, nos termos da lei. condução dos veículos referidos no número anterior e que não esteja integrado no quadro dos estabelecimentos de ensino passará a prestar serviço nas câmaras municipais.

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Artigo 22.º Artigo 24.º Transferência de verbas Cumprimento dos prazos em 1984-1985

1 - A parcela a transferir para fazer face aos No ano lectivo de 1984-1985, o cumprimento custos dos transportes escolares será do preceituado nos artigos 4.º, 5.º e 15.º far-se- anualmente integrada no Fundo de Equilíbrio á independentemente dos prazos neles fixados. Financeiro. 2 - O financiamento dos encargos com os Artigo 25.º transportes escolares relativos ao último Legislação revogada trimestre de 1984 será assegurado pelo Governo através de transferência de verbas 1 - Ficam revogados os Decretos-Leis n. os correspondentes aos custos previstos por 404/77, 372/79 e 229/83, respectivamente de município. 24 de Setembro, 9 de Setembro e 27 de Maio. 2 - Poderão, todavia, no ano lectivo de 1984- Artigo 23.º 1985, ser adoptados e postos em execução os Repartição de encargos planos de transportes escolares em funcionamento à data da entrada em vigor deste 1 - O financiamento dos transportes diploma. escolares no caso do n.º 3 do artigo 3.º será da responsabilidade dos municípios interessados, mediante acordo entre si. 2 - Na falta de acordo relativamente à repartição dos encargos, serão estes repartidos proporcionalmente ao número de estudantes residentes em cada município interveniente.

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Restante articulado do Decreto-Lei n.º Cumpre ainda relevar outros objectivos da 186/2008, de 19 de Setembro que medida, que consiste em incentivar, desde a modificou o Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 infância, a utilização regular de transporte de Setembro referente á criação do passe colectivo, como alternativa ao transporte esc olar ou “'passe [email protected]” . individual, condição necessária para diminuir a dependência face ao petróleo e para tornar as Decreto-Lei n.º 186/2008, de 19 de cidades mais amigas do ambiente. Setembro Por conseguinte, devem ser introduzidas Procede à terceira alteração ao Decreto-Lei alterações ao Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de n.º 299/84, de 5 de Setembro, criando o Setembro, incluindo no seu objecto, para além passe escolar ou «passe [email protected]» do transporte escolar, este complemento para as crianças e jovens que não têm direito a As dificuldades originadas pela conjuntura transporte escolar, facultando-lhes o acesso ao internacional, com especial incidência na subida «passe [email protected]». dos preços do petróleo e combustíveis líquidos, Assim: têm criado dificuldades financeiras às famílias portuguesas, principalmente às que têm Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo menores recursos. Torna-se, por isso, necessário 198.º da Constituição, o Governo decreta o criar medidas sociais adequadas de apoio a seguinte: essas famílias. Deste modo, é criado um novo passe para os Artigo 1.º transportes públicos urbanos: o passe escolar, Objecto designado «passe [email protected]». Esta medida destina-se a todas as crianças e jovens, O presente decreto-lei cria um título de dos 4 aos 18 anos, garantindo-se uma redução transporte destinado a todas as crianças e do preço do título de transporte, a qual jovens que não beneficiem do transporte escolar corresponde a um desconto de 50 % a deduzir previsto no Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de do valor da tarifa inteira relativa aos passes Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 7/2003, mensais em vigor, designadamente os de 15 de Janeiro, e pela Lei n.º 13/2006, de 17 intermodais, os combinados e os passes de rede de Abril, o qual é designado de passe escolar ou ou de linha. «passe [email protected]». Assim, o objectivo primordial deste «passe [email protected]» é apoiar as famílias numa das Artigo 2.º suas necessidades básicas - a mobilidade. Âmbito Este novo passe é um complemento social alternativo ao transporte escolar já existente, 1 - O «passe [email protected]» abrange os consagrado no Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de estudantes do ensino não superior, dos 4 aos 18 Setembro. anos, inclusive, assumindo-se como Outro dos principais objectivos da medida complemento social alternativo ao transporte traduz-se na redução das disparidades que se escolar previsto pelo Decreto-Lei n.º 299/84, de verificam, actualmente, na definição do tarifário 5 de Setembro, e respectiva regulamentação. segundo os grupos etários, atribuindo-se às 2 - O «passe [email protected]» é aplicável aos crianças e jovens um documento que lhes serviços de transporte colectivo de passageiros permitirá beneficiar da redução de 50 % no uso autorizados ou concessionados pelos organismos regular do transporte urbano, que tenha por da administração central, bem como aos finalidade a deslocação das suas residências serviços de transporte de iniciativa dos para os estabelecimentos de ensino que municípios, se estes vierem a aderir ao sistema frequentam. «passe [email protected]».

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Decreto-Lei n.º 399-A/84, de 28 de CAPÍTULO I Dezembro Disposições gerais Estabelece normas relativas à transferência para os municípios das novas competências Artigo 1.º em matéria de acção social escolar em Âmbito do diploma diversos domínios. (Com as alterações introduzidas pelo O presente diploma regula a transferência Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de janeiro 2) para os municípios do continente das novas competências em matéria de acção social no A acção descentralizadora do Governo domínio dos refeitórios, de compreende, na sequência do estabelecido na alojamento em agregado familiar e de auxílios Lei n.º 42/83, de 31 de Dezembro (Lei do económicos destinados às crianças da educação Orçamento do Estado para 1984), e do Decreto- pré-escolar e aos alunos do ensino primário e do Lei n.º 77/84, de 8 de Março (delimitação e ciclo preparatório TV, oficial, particular ou coordenação das actuações da administração cooperativo, com contrato de associação e central e local em matéria de investimentos paralelismo pedagógico. públicos), a acção social escolar no âmbito da educação pré-escolar e do ensino básico. Artigo 2.º Com o presente diploma visa-se dar Conselho consultivo de acção social escolar cumprimento ao artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 77/84, regulamentando o modo e a forma como (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 os municípios vão exercer a nova atribuição de janeiro) posta a seu cargo. São abrangidos pelo regime agora instituído Artigo 3.º as crianças da educação pré-escolar e os alunos Competência do conselho consultivo de do ensino primário e do ciclo preparatório TV, acção social escolar oficial, particular ou cooperativo com contrato de associação e paralelismo pedagógico, e as (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 medidas de acção social escolar prescritas de janeiro) abrangem os refeitórios, o alojamento em agregado familiar e a atribuição de subsídios de Artigo 4.º auxílios económicos. Destes subsídios entendeu- Competência das câmaras municipais se ser de continuar a manter, na administração central, a atribuição dos subsídios para o apoio a 1 - Compete às câmaras municipais, em alunos deficientes e para a aquisição de matéria de refeitórios, de alojamento em próteses. O primeiro, por, em certas zonas e em agregado familiar e de auxílios económicos destinados aos estudantes: certas situações, se poder traduzir, desde já, num encargo a pesar demasiado na gestão a) Deliberar sobre a criação, municipal, num momento em que muito esforço manutenção e administração dos lhe vai ser exigido para o exercício de novas refeitórios escolares e sobre o recurso tarefas; o segundo, por se achar mais ao alojamento em agregado familiar; conveniente deferir para momento posterior o b) Deliberar sobre as condições de estudo da sua integração ao nível dos serviços acesso ao refeitório de utentes que não do Estado, sendo, como é a atribuição daquele pertençam ao estabelecimento de subsídio, por sua natureza, uma medida de ensino onde o mesmo se integra e segurança social. quanto à forma de aquisição e Assim, no desenvolvimento do regime contido utilização das senhas de refeição; na Lei n.º 42/83, de 31 de Dezembro, e no c) Deliberar sobre a atribuição da Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março, e ao responsabilidade directa da gestão dos abrigo, respectivamente, dos seus artigos 47.º e refeitórios aos órgãos directivos dos 15.º: respectivos estabelecimentos de ensino O Governo decreta, nos termos da alínea c) ou sobre a nomeação do responsável do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o pelo refeitório, quando assumam seguinte: directamente a respectiva gestão; d) Deliberar sobre a atribuição de alojamento em agregado familiar; e) Aprovar a atribuição de auxílios económicos.

2 Nota: As competências exercidas pelo conselho consultivo de Acção Social Escolar passam a ser exercidas nos termos do Decreto-Lei n.º 7/2003 de 15 de Janeiro, pelos conselhos municipais de educação.

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2 - No exercício das competências referidas serviço e na fiscalização do cumprimento das no número anterior, as câmaras municipais não normas aplicáveis, o qual será assumido podem baixar o nível de satisfação das directamente pela respectiva câmara municipal necessidades existentes à data da transferência ou confiado por esta aos órgãos directivos do dos correspondentes poderes. estabelecimento de ensino. 3 - Quando as câmaras municipais assumam Artigo 5.º o controle referido no número anterior, Competência do Ministério da Educação nomearão um responsável para esse efeito. 4 - Quando o controle for confiado aos órgãos Compete ao Ministério da Educação, através directivos do estabelecimento de ensino, do Instituto de Acção Social Escolar: poderão estes delegá-lo em professores ou monitores escolhidos, respectivamente, pelo a) Transmitir, através dos directores conselho escolar ou pelo director da escola e escolares, as orientações que pelo encarregado do posto da Telescola. constituem o quadro de referência para 5 - O disposto neste artigo não prejudica a a actuação dos delegados escolares no possibilidade da concessão da exploração do CCASE; serviço, nos termos da lei. b) Recolher periodicamente, através das

direcções escolares e delegações Artigo 8.º escolares, os elementos relativos à Preço das refeições execução material e financeira das

acções desenvolvidas pelas câmaras 1 - O preço de venda das refeições aos municipais ao abrigo do presente alunos será estipulado pelo respectivo município, diploma, com vista à realização dos não podendo exceder o estabelecido para os estudos que reputem convenientes alunos dos ensinos preparatório directo e sobre a matéria; secundário. c) Realizar contactos regulares com as 2 - O preço das refeições a fornecer a utentes estruturas regionais, direcções não estudantes é o correspondente ao fixado escolares e delegações escolares, de para a função pública, não dando direito ao modo a assegurar uma perfeita fornecimento de refeição diferente da ementa sintonia de actuação e informação. diária estabelecida para os alunos.

3 - O pagamento das refeições é feito através CAPÍTULO II de senhas, de acordo com a forma de aquisição Refeitórios escolares e utilização que para as mesmas vier a ser

definida. Artigo 6.º

Objectivo e âmbito Artigo 9.º

Benefícios a favor dos refeitórios escolares 1 - Os refeitórios fornecerão, normalmente, apenas o almoço, que será constituído por uma Os refeitórios escolares beneficiam de refeição equilibrada segundo as normas gerais vantagens idênticas àquelas de que goza a de alimentação emanadas do Instituto de Acção Manutenção Militar na aquisição de géneros Social Escolar, complementando a função alimentícios e outros produtos, nomeadamente a educativa da escola. aquisição na origem da produção e ou da 2 - Os refeitórios escolares servirão distribuição. prioritariamente os alunos dos estabelecimentos de ensino em que se integram. CAPÍTULO III 3 - Desde que os meios humanos e a sua Alojamento em agregado familiar capacidade o permitam, poderão os refeitórios ser ainda utilizados por alunos de outros Artigo 10.º estabelecimentos de ensino que os não Conceito e objectivo possuam, bem como por professores e outros funcionários dos respectivos estabelecimentos 1 - Designa-se por alojamento em agregado de ensino. familiar a colocação dos alunos em famílias sob 4 - Não é permitido o fornecimento de a responsabilidade destas. refeições para o exterior do refeitório. 2 - O alojamento em agregado familiar

constitui uma alternativa ao transporte escolar, Artigo 7.º sempre que a organização deste não seja Gestão dos refeitórios aconselhável ou possível por razões financeiras,

técnicas ou pedagógicas. 1 - A gestão dos refeitórios escolares é da 3 - O CCASE deve atestar que o alojamento responsabilidade das câmaras municipais. reúne condições adequadas para alojar o aluno. 2 - Será exercido um controle directo da gestão de cada refeitório, consistente no acompanhamento local do funcionamento do

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Artigo 11.º 3 - Os alunos estrangeiros carecidos poderão Selecção dos candidatos ser subsidiados quando:

a) Estiverem abrangidos por convenções 1 - A atribuição de alojamento em agregado e ou acordos de cooperação celebrados familiar compete à câmara municipal, mediante entre o Governo Português e o dos prévia selecção dos candidatos no âmbito do respectivos países; CCASE. b) Hajam requerido a nacionalidade 2 - Os delegados escolares actuarão nesta portuguesa, tendo, neste caso, de fazer matéria, sempre que possível, de acordo com as prova desse facto. orientações estabelecidas para os alunos do ensino preparatório. Artigo 14.º 3 - Todo o aluno alojado por integração em Modalidades e processamento famílias terá um processo individual, arquivado na câmara municipal, do qual será remetida 1 - Os auxílios económicos têm as seguintes cópia à respectiva delegação escolar e de que modalidades: farão parte todos os elementos que tiverem servido de base à análise da sua situação, a) Subsídio para alimentação; nomeadamente: b) Subsídio para alojamento em agregado familiar; a) Ficha de inscrição para alojamento; c) Subsídio para livros e material b) Fotocópia do boletim para a escolar; concessão do subsídio de estudo; d) Subsídio para equipamento contra a c) Atestado médico comprovativo de que chuva e o frio. o aluno não possui doenças infecto- contagiosas ou outras 2 - As normas de concessão e processamento de desaconselháveis à sua integração em auxílios económicos, bem como o seu valor, agregado familiar; serão fixadas pelo respectivo município, não d) Termo de responsabilidade da família podendo ser estabelecidas normas mais alojadora. gravosas nem valores inferiores aos fixados para os ensinos preparatório directo e secundário. Artigo 12.º 3 - A organização do processo administrativo Comparticipação relativo à atribuição dos auxílios económicos compete às respectivas delegações escolares. 1 - Uma vez admitido ao alojamento em agregado familiar, o aluno, independentemente Artigo 15.º da sua situação económica, tem direito a uma Subsídio para alimentação comparticipação fixada pela câmara municipal, de montante não inferior à estabelecida para os O subsídio para alimentação é concedido alunos dos ensinos preparatório directo e através de senhas a utilizar em refeitório secundário. escolar. 2 - A entrega da comparticipação referida no Artigo 16.º número anterior será feita directamente à Subsídio para alojamento em agregado família que recebeu o aluno. familiar 3 - Constituem factores determinantes da suspensão da comparticipação: 1 - Os alunos só poderão ser subsidiados a) A verificação de que o aluno forneceu pelas verbas de auxílio económico, com vista ao elementos falsos para análise do seu seu alojamento, desde que abrangidos pelo processo de admissão; estipulado no artigo 12.º do presente diploma. b) A prática de actos de indisciplina 2 - Para cálculo do subsídio deve ter-se em reconhecidos como tais pelo CCASE. conta a comparticipação atribuída aos alunos a que se refere o n.º 1 do mesmo artigo 12.º CAPÍTULO IV Auxílios económicos Artigo 17.º Subsídio para livros e material escolar Artigo 13.º Conceito, objectivo e âmbito 1 - Por material escolar entende-se não só o material de uso corrente como outro material 1 - Por auxílios económicos entendem-se os necessário ao desenvolvimento das actividades subsídios destinados a comparticipar nas curriculares. despesas escolares do aluno, inerentes à 2 - No material escolar é incluído o frequência das aulas. equipamento para educação física. 2 - Os auxílios económicos abrangem apenas 3 - A atribuição do subsídio a que se refere os alunos portugueses carecidos, salvo o este artigo deve efectuar-se, sempre que disposto no número seguinte. possível, antes do início do ano lectivo, a fim de

335 Autarquias Locais - Legislação Nacional que os livros e o material escolar possam ser Artigo 20.º distribuídos aos alunos logo nos primeiros dias Transferência do património de aulas, sem prejuízo de eventuais aquisições O património, incluindo os equipamentos ao longo do ano. afectos aos refeitórios escolares de que trata este diploma, é transferido para o respectivo Artigo 18.º município, nos termos do artigo 13.º do Subsídio para equipamento contra a chuva Decreto-Lei n.º 77/84, bem como os e o frio rendimentos dos fundos instituídos a seu favor e quaisquer donativos que lhes hajam sido feitos. 1 - Podem ser abrangidos por este subsídio os alunos que não beneficiem de transporte Artigo 21.º escolar ou que, beneficiando desse serviço, Transferências de verbas tenham ainda assim de realizar parte do percurso a pé. A parcela a transferir para fazer face aos 2 - O equipamento contra a chuva e o frio custos dos refeitórios, do alojamento em deve ser concedido em espécie, consistindo agregado familiar e dos auxílios económicos será numa capa com capuz e ou um abafo e ou botas anualmente integrada no Fundo de Equilíbrio apropriadas. Financeiro.

CAPÍTULO V Artigo 22.º Disposições finais e transitórias Actividades não transferidas

Artigo 19.º A acção social escolar, cujas actividades não Cantinas escolares sejam transferidas por força do disposto no presente diploma, continua a ser assegurada de 1 - As cantinas escolares a que se referem o acordo com as normas por que actualmente se Decreto-Lei n.º 38968 e o Decreto n.º 38969, rege. ambos de 27 de Outubro de 1952, serão extintas a partir da publicação do presente diploma. 2 - Todos os bens patrimoniais provenientes de legados ou doações feitos às cantinas referidas no n.º 1 passam para o património dos respectivos municípios, devendo os seus rendimentos ser aplicados em acções de alimentação nos refeitórios escolares. 3 - As comissões administrativas nomeadas nos termos do artigo 76.º do Decreto n.º 38969, bem como as direcções das cantinas escolares eleitas nos termos do n.º 2 do artigo 10.º dos estatutos aprovados pela Portaria n.º 14269, de 23 de Fevereiro de 1953, consideram-se exoneradas a partir da publicação do presente diploma, sem prejuízo da obrigatoriedade de os seus membros prestarem o apoio solicitado pela câmara municipal no decurso do processo de transferência a que se reporta o artigo seguinte.

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Decreto-Lei n.º 327/98, de 2 de Novembro Atribui às empresas públicas municipais competência para a fiscalização do estacionamento de duração limitada (Com as alterações introduzidas pela Lei n.º 99/99, de 26 de julho)

O Decreto-Lei n.º 2/98, de 3 de Janeiro, veio introduzir no Código da Estrada importantes adaptações e correcções, bem como algumas medidas inovadoras, com o objectivo de o tornar mais ajustado à realidade social que visa regular. Neste contexto, este diploma veio introduzir, no seu artigo 7.º, alterações, no âmbito da competência para a fiscalização do cumprimento das disposições do Código da Estrada e demais legislação rodoviária, que vêm reforçar as possibilidades de intervenção das autarquias no ordenamento do trânsito, nomeadamente no que se refere ao estacionamento de veículos nas zonas de estacionamento de duração limitada. Nestes termos, tendo em conta o importante papel que o estacionamento de duração limitada representa actualmente no ordenamento do trânsito na via pública, é necessário dotar o pessoal das entidades previstas no presente diploma, que têm a seu cargo a respectiva gestão, de competência legal para exercer funções de fiscalização daquele estacionamento. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º e do n.º 5 do artigo 112.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.º Competência

1 - É equiparado a agente de autoridade administrativa para exercício das suas funções de fiscalização o pessoal das entidades a que, no âmbito autárquico, incumbe ou venha a incumbir a fiscalização do estacionamento de duração limitado na via pública. 2 - No exercício das funções de fiscalização referidas cabe ao pessoal das entidades em causa, assim como a estas, o levantamento de auto de notícia, nos termos do disposto no artigo 151.º do Código da Estrada, e proceder às intimações e notificações previstas nos artigos 152.º e 155.º deste diploma. 3 - As entidades previstas no n.º 1 fornecerão ao seu pessoal formação adequada para o desempenho das funções de fiscalização previstas no presente diploma. ( Alteração introduzida pela Lei n.º 99/99, de 26 de julho)

Artigo 2.º Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor 30 dias após a data da sua publicação.

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Decreto-Lei n.º 260/2002, de 23 de Ao abrigo da alínea c) do n.º 1 do artigo Novembro 198.º da Constituição e no desenvolvimento do Transfere para as câmaras municipais o regime estabelecido na alínea c) do n.º 2 do licenciamento de áreas de serviço que se artigo 17.º da Lei n.º 159/99, de 14 de pretende instalar na rede viária municipal Setembro, na alínea e) do n.º 1 do artigo 13.º da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de Dezembro, e no A Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, n.º 1 do artigo 12.º da Lei n.º 109-B/2001, de estabelece no artigo 17.º, n.º 2, alínea c), que é 27 de Dezembro, o Governo decreta o seguinte: da competência dos órgãos municipais o licenciamento de áreas de serviço que se CAPÍTULO I pretenda instalar na rede viária municipal. Âmbito, definição e licenciamento Ao abrigo do disposto no Decreto-Lei n.º 13/71, de 23 de Janeiro, foi publicado o Artigo 1.º despacho SEOP n.º 37-XII/92, de 27 de Âmbito Novembro, o qual aprovou as normas de instalação e exploração de áreas de serviço, mas 1 - O presente diploma regula o também de postos de abastecimento de licenciamento de áreas de serviço que se combustíveis, a serem aplicadas pela então pretenda instalar na rede viária municipal, Junta Autónoma de Estradas, hoje pelo Instituto englobando a sua construção e funcionamento. das Estradas de Portugal. 2 - Para efeitos do presente diploma, Com o presente diploma, visa-se concretizar constituem a rede viária municipal as estradas o disposto na citada Lei n.º 159/99, de acordo municipais e as estradas desclassificadas que com o também previsto no artigo 13.º, n.º 1, tenham sido objecto de protocolo entre o alínea e), da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de Instituto das Estradas de Portugal e as câmaras Dezembro (Lei do Orçamento do Estado para municipais no âmbito do plano rodoviário 2001), estabelecendo-se o quadro legal do nacional. licenciamento de áreas de serviço que se pretenda instalar na rede viária municipal. Artigo 2.º Nesta regulamentação teve-se em Definição consideração o disposto no aludido despacho SEOP n.º 37-XII/92, no âmbito da administração 1 - Consideram-se áreas de serviço as central, prevendo-se, contudo, determinadas instalações, marginais à estrada, contendo adaptações decorrentes das características equipamentos e meios destinados a prestar próprias da rede viária municipal. apoio aos utentes e aos veículos. O regime a aplicar ao licenciamento de áreas 2 - As áreas de serviço agrupam-se em de serviço que se pretenda instalar na rede classes a definir em portaria conjunta dos viária municipal é, assim, o regime jurídico do membros do Governo responsáveis pelas áreas licenciamento municipal das obras particulares, das obras públicas e das autarquias locais. estabelecendo-se, pela natureza da matéria em causa, algumas especificidades. Artigo 3.º São consideradas áreas de serviço as Competência para licenciar instalações marginais à estrada, contendo equipamento e meios destinados a prestar apoio Compete às câmaras municipais licenciar as aos utentes e aos veículos. Neste amplo áreas de serviço a instalar na rede viária conceito, as áreas de serviço integram as municipal. instalações de abastecimento de combustíveis. O licenciamento das instalações de Artigo 4.º abastecimento de combustíveis não segue, no Licenciamento entanto, o regime previsto neste diploma. Com efeito, de acordo com o previsto no artigo 17.º, 1 - A construção, reconstrução, ampliação, n.º 2, alínea b), da Lei n.º 159/99, e no artigo alteração ou conservação de áreas de serviço na 13.º, n.º 2, alínea d), da Lei n.º 30-C/2000, a rede viária municipal obedece ao regime jurídico competência relativa ao licenciamento e do licenciamento municipal de obras fiscalização de instalações de armazenamento e particulares, com as especificidades abastecimento de combustíveis, com excepção estabelecidas no presente diploma. das localizadas nas redes viárias regional e 2 - Os pedidos de licenciamento relativos à nacional, será transferida da administração instalação de áreas de serviço na rede viária central para os municípios e, portanto, objecto municipal devem ser instruídos nos termos da de diploma autónomo. legislação referida no número anterior e ainda Foram ouvidos os órgãos de governo próprio com os elementos relativos ao seu das Regiões Autónomas e a Associação Nacional funcionamento e constantes de portaria conjunta de Municípios Portugueses. dos membros do Governo responsáveis pelas Assim:

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áreas do equipamento social e das autarquias podendo, por regulamento municipal, tal prazo locais. ser objecto de alteração. 3 - A licença de funcionamento de áreas de 4 - Se as obras não forem iniciadas no prazo serviço na rede viária municipal é concedida, a de seis meses a partir da data de emissão da título precário, por um período de 20 anos, licença, sem motivo justificado, a licença considerando-se automaticamente renovada, por atribuída caducará automaticamente. períodos sucessivos de 5 anos, se não for denunciada por qualquer das partes Artigo 7.º interessadas, com a antecedência mínima de 1 Funcionamento ano, relativamente a cada um dos períodos concedidos. 1 - As áreas de serviço só podem entrar em 4 - As câmaras municipais podem, em funcionamento depois de ter sido verificado pela qualquer momento, por não cumprimento das câmara municipal o cumprimento de todas as normas estabelecidas ou por razões de interesse condições impostas na lei. público, modificar a licença concedida, 2 - As áreas de serviço existentes, à data da suspendê-la temporariamente ou fazê-la cessar publicação do presente diploma, mantêm o definitivamente, sem direito a qualquer regime de exploração em que foram licenciadas, indemnização. sem prejuízo de se poderem efectuar obras de 5 - No alvará de licença de funcionamento, ampliação e melhoria aconselháveis, mediante referir-se-á sempre o título precário da mesma, licença concedida pela câmara municipal devendo ser apresentada pela entidade a que foi respectiva. concedida declaração em que esta se obriga a 3 - As áreas de serviço que à data da encerrar a área de serviço e a retirar as bombas publicação do presente diploma se localizem fora de abastecimento de combustível no prazo de 60 dos aglomerados urbanos devem, no prazo de dias a contar da comunicação, em carta 12 meses a contar da data da sua entrada em registada com aviso de recepção, do vigor, reunir as condições previstas para o cancelamento da licença. licenciamento de áreas de serviço da classe C a 6 - Quando os serviços e equipamentos a que se refere a portaria conjunta relativa às integrar na área de serviço estiverem normas para a instalação e exploração de áreas legalmente dependentes de parecer, autorização de serviço. ou aprovação de outras entidades, o respectivo 4 - As áreas de serviço que não obedeçam às licenciamento fica condicionado à sua obtenção. normas para que foram licenciadas podem ser encerradas se os respectivos proprietários não Artigo 5.º procederem às obras e diligências necessárias à Taxas sua regularização no prazo de 180 dias após a correspondente notificação da câmara municipal 1 - Os municípios têm direito à cobrança de respectiva. taxas pelas licenças concedidas. 2 - As taxas relativas à licença de construção, CAPÍTULO III reconstrução, ampliação, alteração ou Disposições finais conservação são determinadas de acordo com as previstas para o licenciamento de obras Artigo 8.º particulares. Aplicação às Regiões Autónomas

CAPÍTULO II A aplicação do presente diploma às Regiões Instalação e funcionamento Autónomas dos Açores e da Madeira faz-se sem prejuízo das competências cometidas aos Artigo 6.º respectivos órgãos de governo próprio e das Instalação adaptações que lhe venham a ser introduzidas por diploma regional das respectivas 1 - A instalação de áreas de serviço faz-se Assembleias Legislativas Regionais. por conta da entidade a que foi concedida a licença de funcionamento de acordo com o Artigo 9.º projecto aprovado. Revogação 2 - A entidade a que se refere o n.º 1 deve, no prazo de três meses a contar da data da Ficam revogados os artigos do Decreto-Lei notificação do acto de licenciamento, requerer a n.º 13/71, de 23 de Janeiro, e o despacho SEOP emissão da respectiva licença. 37-XII/92, publicado no Diário da República, 2.ª 3 - As obras de instalação de áreas de serviço série, de 22 de Dezembro de 1992, na parte devem ser efectuadas de modo que a sua relativa ao licenciamento de áreas de serviço na entrada em funcionamento ocorra dentro de um rede viária municipal. ano, a partir da data de emissão da licença,

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Decreto-Lei n.º 261/2002, de 23 de Artigo 1.º Novembro Objecto Confere às câmaras municipais competência para emitir parecer sobre a O presente diploma confere às câmaras localização de áreas de serviço nas redes municipais competência para emitir parecer viárias regional e nacional e prevê a prévio sobre a localização de áreas de serviço audição dos municípios na definição da nas redes viárias regional e nacional, bem como rede rodoviária nacional e regional e para se pronunciarem sobre a definição e utilização da via pública alteração da rede rodoviária nacional e regional e sobre a utilização da via pública. A Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, estabelece o quadro de transferência de Artigo 2.º atribuições e competências para as autarquias Parecer sobre a localização de áreas de locais, bem como de delimitação da intervenção serviço da administração central e da administração local. 1 - No âmbito do procedimento de De acordo com a alínea d) do n.º 2 do seu aprovação, concessão ou licenciamento de áreas artigo 17.º é da competência dos órgãos de serviço nas redes viárias regional e nacional é municipais a emissão de parecer sobre a solicitado parecer sobre a localização de áreas localização de áreas de serviço nas redes viárias de serviço e postos de abastecimento ao regional e nacional. Por outro lado, prevê no n.º município onde se pretendam inserir os mesmos, 3 do seu artigo 18.º que os municípios são nos seguintes termos: obrigatoriamente ouvidos na definição da rede a) Após conclusão do estudo de rodoviária nacional e regional e sobre a localização, no caso de atribuição por utilização da via pública. concessão, nos termos do Decreto-Lei Nos termos do artigo 13.º da Lei n.º 30- n.º 173/93, de 11 de Maio, a efectuar C/2000, de 29 de Dezembro - Orçamento do pelo Instituto das Estradas de Portugal Estado para 2001 -, durante o ano de 2001 o (IEP); Governo tomará as providências regulamentares b) No prazo de 15 dias a contar da data necessárias à concretização das transferências de apresentação do pedido pelo de atribuições e competências da administração requerente, no caso do regime de central para os municípios, bem como, caso atribuição directa de postos de aquelas estejam já cometidas aos municípios, abastecimento, pela competente procederá à revisão do correspondente quadro direcção de estradas do IEP. regulamentar, em 35 domínios, perfeitamente definidos nas alíneas a) a am) do n.º 1 deste 2 - Os municípios referidos no número artigo. anterior devem emitir o seu parecer Relativamente ao Ministério das Obras fundamentado no prazo de 30 dias a contar da Públicas, Transportes e Habitação e mais data da recepção do processo. concretamente na área das acessibilidades 3 - Caso os municípios referidos no n.º 1 não rodoviárias, pretende-se, com o presente enviem a resposta no prazo previsto no número diploma, conferir às câmaras municipais as anterior, pode o procedimento prosseguir. competências previstas na alínea f) do n.º 1 do 4 - Relativamente ao licenciamento da artigo 13.º da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de construção de áreas de serviço aplica-se o Dezembro, na sequência do disposto na alínea regime legal vigente, em matéria de d) do n.º 2 do artigo 17.º da Lei n.º 159/99, de licenciamento das obras públicas. 14 de Setembro, e na alínea i) do mesmo preceito, na sequência do disposto no n.º 3 do Artigo 3.º artigo 18.º da Lei n.º 159/99, de 14 de Definição da rede rodoviária nacional e Setembro. regional e utilização da via pública Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas e a Associação Nacional 1 - Na definição e alteração da rede de Municípios Portugueses. rodoviária nacional e regional e sobre a Assim: utilização da via pública, deve a administração Ao abrigo da alínea c) do n.º 1 do artigo central, através do IEP, efectuar audição prévia 198.º da Constituição e no desenvolvimento do do município ou do conjunto de municípios regime estabelecido na alínea d) do n.º 2 do abrangidos. artigo 17.º e no n.º 3 do artigo 18.º da Lei n.º 2 - O prazo de audição, referida no número 159/99, de 14 de Setembro, nas alíneas f) e i) anterior, é de 30 dias a contar da data da do n.º 1 do artigo 13.º da Lei n.º 30-C/2000, de recepção do processo. 29 de Dezembro, e no n.º 1 do artigo 12.º da 3 - Caso os municípios referidos no n.º 1 não Lei n.º 109-B/2001, de 27 de Dezembro, o se pronunciem no prazo previsto no número Governo decreta o seguinte: anterior, pode o procedimento prosseguir.

341 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 4.º Aplicação às Regiões Autónomas

A aplicação às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira do regime previsto no presente diploma depende de diploma próprio das respectivas Assembleias Legislativas Regionais, tendo em conta o interesse específico e as competências cometidas aos respectivos órgãos de governo próprio.

Artigo 5.º Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2003.

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Decreto-Lei n.º 264/2002, de 25 de b) A emissão de parecer sobre o pedido Novembro de reconhecimento de utilidade pública Transfere para as câmaras municipais administrativa de pessoas colectivas competências dos governos civis, constituídas e com sede no município. alterando o Decreto-Lei n.º 252/92 3, de 19 de Novembro, na redacção dada pelo Artigo 3.º Decreto-Lei n.º 316/95, de 28 de Informação aos cidadãos e participação Novembro, e pelo Decreto-Lei n.º procedimental 213/2001, de 2 de Agosto Compete às câmaras municipais: Com o presente diploma, procede-se à a) Promover a prestação de informação transferência de competências dos governos ao cidadão, bem como o seu civis para as câmaras municipais em matérias encaminhamento para os serviços consultivas, informativas e de licenciamento de competentes; actividades diversas. b) Acompanhar as questões ou Sendo as câmaras municipais os órgãos procedimentos que corram em serviços tradicionalmente competentes para a tomada de da administração central, com medidas administrativas de âmbito local, interesse para o município, reforçam-se as respectivas competências potenciando a emissão de decisões naquelas matérias por forma que o nível de globais, céleres e oportunas. decisão esteja cada vez mais próximo do cidadão. Artigo 4.º Reforça-se, assim, a descentralização Licenciamento de actividades diversas democrática da administração pública administrativa prevista no n.º 1 do artigo 6.º da 1 - Compete às câmaras municipais o Constituição. licenciamento do exercício e da fiscalização das Procede-se, concomitantemente, à previsão seguintes actividades: legal do dever de cooperação dos governos civis relativamente às câmaras municipais, quanto à a) Guarda-nocturno; disponibilização de todos os elementos b) Venda ambulante de lotarias; necessários ao cumprimento das obrigações c) Arrumador de automóveis; decorrentes da aplicação deste diploma. d) Realização de acampamentos Foram ouvidos os órgãos de governo próprio ocasionais; das Regiões Autónomas. e) Exploração de máquinas automáticas, Foi ouvida a Associação Nacional de mecânicas, eléctricas e electrónicas de Municípios Portugueses. diversão; Assim: f) Realização de espectáculos Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo desportivos e de divertimentos públicos 198.º da Constituição, o Governo decreta o nas vias, jardins e demais lugares seguinte: públicos ao ar livre; g) Venda de bilhetes para espectáculos Artigo 1.º ou divertimentos públicos em agências Âmbito ou postos de venda; h) Realização de fogueiras e queimadas; O presente diploma transfere para as i) Realização de leilões. câmaras municipais competências dos governos civis em matérias consultivas, informativas e de 2 - O regime jurídico do licenciamento licenciamento. municipal do exercício e da fiscalização das actividades referidas no número anterior é Artigo 2.º estabelecido mediante diploma próprio. Poderes consultivos Artigo 5.º Compete às câmaras municipais: Delegação de competências

a) A emissão de parecer para efeitos de Os poderes transferidos nos termos do reconhecimento de fundações presente diploma para as câmaras municipais constituídas e com sede no território do podem ser delegados nos presidentes das município; câmaras, com poderes de subdelegação nos termos gerais.

3 Revogado pelo Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro

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Artigo 6.º Artigo 8.º Dever de cooperação Norma revogatória

Os governos civis devem facultar às câmaras São revogadas as alíneas f) e g) do artigo municipais todas as informações e os elementos 4.º-F e o artigo 4.º-B do Decreto-Lei n.º 252/92, necessários ao exercício pelos órgãos dos de 19 de Novembro, na redacção dada pelo municípios das competências transferidas nos Decreto-Lei n.º 213/2001, de 2 de Agosto. termos do presente diploma. Artigo 9.º Artigo 7.º Aplicação às Regiões Autónomas Alterações A aplicação do presente diploma às Regiões O artigo 4.º-C do Decreto-Lei n.º 252/92, de Autónomas dos Açores e da Madeira faz-se sem 19 de Novembro, com as alterações que lhe prejuízo das competências cometidas aos foram introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 316/95, respectivos órgãos de governo próprio e das de 28 de Novembro, e pelo Decreto-Lei n.º adaptações que lhe venham a ser introduzidas 213/2001, de 2 de Agosto, passa a ter a por diploma regional das respectivas seguinte redacção: assembleias legislativas regionais.

Artigo 4.º-C Artigo 10.º Poderes junto dos serviços Entrada em vigor desconcentrados O presente diploma entra em vigor em 1 de Compete ao governador civil acompanhar Janeiro de 2003. junto dos serviços desconcentrados de âmbito distrital o andamento de processos ou o tratamento de questões suscitadas no distrito ou com interesse para o mesmo, devendo dar conhecimento ao Governo, nos termos do n.º 1 do artigo 4.º-A.

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Decreto-Lei n.º 309/2002, de 16 de e) (Revogada.) Dezembro f) (Revogada.) Regula a instalação e o financiamento de g) Recintos de diversão provisória. recintos de espectáculos, no âmbito das competências das câmaras municipais, em Artigo 3.º desenvolvimento do regime previsto na Recintos de diversão e recintos destinados alínea s) do n.º 1 do artigo 13.º da Lei n.º a espectáculos de natureza não artística 30-C/2000, de 29 de Dezembro, na alínea a) do n.º 2 do artigo 21.º da Lei n.º 159/99, 1 - Para os efeitos do presente diploma, são de 14 de Setembro, e no n.º 1 do artigo considerados como recintos de diversão e 12.º da Lei n.º 109-B/2001, de 27 de recintos destinados a espectáculos de natureza Dezembro não artística os locais, públicos ou privados, (Com as alterações introduzidas pelos construídos ou adaptados para o efeito, na Decretos-Leis n.º s 141/2009, de 16 de sequência de um processo de licenciamento junho, 268/2009,de 29 de setembro, que o municipal, designadamente:

republica, 48/2011, de 1 de abril e a) Bares com música ao vivo; 204/2012, de 29 de agosto) b) Discotecas e similares; c) Feiras populares; CAPÍTULO I d) Salões de baile; Âmbito e) Salões de festas; f) Salas de jogos eléctricos; Artigo 1.º g) Salas de jogos manuais; Âmbito h) Parques temáticos.

2 – (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 48/2011, 1 - O presente diploma regula a instalação e de 1 de abril) o funcionamento dos recintos de espectáculos e de divertimentos públicos. Artigo 4.º 2 - São excluídos do âmbito de aplicação do Recintos desportivos presente diploma:

a) Os recintos de espectáculos de (Revogado.) natureza artística previstos no artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 315/95, de 28 Artigo 5.º de Novembro; Espaços de jogo e recreio b) Os recintos com diversões aquáticas previstos no artigo 2.º do Decreto-Lei Espaços de jogo e recreio são os espaços n.º 65/97, de 31 de Março. previstos no regulamento aprovado pelo Decreto-Lei n.º 379/97, de 27 de Dezembro, 3 - São igualmente excluídos do âmbito de sem prejuízo do disposto no artigo 32.º do aplicação do presente diploma os espectáculos e mesmo diploma legal. divertimentos de natureza familiar que se realizem sem fins lucrativos, para recreio dos Artigo 6.º membros da família e convidados, quer tenham Recintos itinerantes lugar no próprio lar familiar quer em recinto obtido para o efeito. (Revogado.)

Artigo 2.º Artigo 7.º Recintos de espectáculos e de Recintos improvisados divertimentos públicos

(Revogado.) Para os efeitos do presente diploma, são considerados como recintos de espectáculos e de Artigo 7.º-A divertimentos públicos: Recintos de diversão provisória a) Os recintos de diversão e os recintos (Aditado pelo Decreto-Lei n.º 268/2009, de destinados a espectáculos de natureza 29 de setembro) não artística; b) (Revogada.) 1 - São considerados recintos de diversão c) (Revogada.) provisória os espaços vocacionados e licenciados d) Os espaços de jogo e recreio previstos para outros fins que, acidentalmente, sejam no artigo 2.º do regulamento das utilizados para a realização de espectáculos e de condições técnicas e de segurança divertimentos públicos, independentemente da aprovado pelo Decreto-Lei n.º 379/97, necessidade de adaptação, nomeadamente: de 27 de Dezembro;

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a) Estádios e pavilhões desportivos obedece ao regime jurídico da urbanização e da quando utilizados para espectáculos de edificação aprovado pelo Decreto-Lei n.º natureza artística ou outra; 555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações b) Garagens; introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 c) Armazéns; de Junho, com as especificidades estabelecidas d) Estabelecimentos de restauração e no presente diploma. bebidas. 2 - A aprovação dos projectos para a emissão de licença de construção está sujeita a parecer 2 - A realização de espectáculos e de favorável dos corpos de bombeiros profissionais, divertimentos públicos, com carácter de quando existam, ou do Serviço Nacional de continuidade, em recintos de diversão Bombeiros. provisória, fica sujeita ao regime da licença de 3 - Os pedidos de licenciamento relativos à utilização prevista nos artigos 9.º a 15.º instalação dos recintos de espectáculos e de

divertimentos públicos devem ser instruídos nos CAPÍTULO II termos da legislação referida no n.º 1 e ainda Instalação e funcionamento dos recintos de com os elementos constantes de portaria espectáculos e de divertimentos públicos conjunta dos membros do Governo responsáveis

pela tutela da cultura ou do desporto, consoante SECÇÃO I o caso, do Serviço Nacional de Bombeiros e das Regime geral autarquias locais.

4 - Até à entrada em vigor da portaria Artigo 8.º referida no número anterior, o presidente da Normas técnicas e de segurança câmara municipal, uma vez entregue o pedido

de licenciamento, pode solicitar a apresentação 1 - Aos recintos de espectáculos e de de declaração, a emitir por entidade qualificada divertimentos públicos são aplicáveis as nos termos do n.º 3 do artigo 14.º, de que na seguintes normas técnicas e de segurança: concepção dos projectos foram acauteladas as a) Aos de natureza não artística condições técnicas e de segurança aplicáveis. previstos no n.º 2 do artigo 3.º aplicam-se as normas do Decreto-Lei Artigo 10.º n.º 220/2008, de 12 de Dezembro, e Licença de utilização da Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro; 1 - O funcionamento dos recintos de b) (Revogada.) espectáculos e de divertimentos públicos, com c) Aos espaços de jogo e recreio excepção dos recintos itinerantes e recintos aplicam-se as normas do regulamento improvisados, depende da emissão de licença de das condições técnicas e de segurança utilização, nos termos dos artigos seguintes, a aprovado pelo Decreto-Lei n.º 379/97, qual constitui a licença prevista no artigo 62.º de 27 de Dezembro; do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, d) Aos de natureza não artística na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º previstos no n.º 1 do artigo 3.º, aplica- 177/2001, de 4 de Junho. se, sempre que os mesmos envolvam a 2 - A licença de utilização destina-se a instalação de equipamentos de comprovar, para além da conformidade da obra diversão, o disposto no Decreto-Lei n.º concluída com o projecto aprovado, a adequação 268/2009, de 29 de Setembro, sendo do recinto ao uso previsto, bem como a aplicáveis as normas constantes do observância das normas técnicas e de segurança Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de aplicáveis e ainda as relativas às condições Novembro, e da Portaria n.º sanitárias e à segurança contra riscos de 1532/2008, de 29 de Dezembro, nos incêndio. restantes casos; 3 — A emissão da licença de utilização está e) Aos recintos de diversão provisória sujeita à realização de vistoria nos termos do previstos na alínea a) do n.º 1 do artigo 11.º (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º artigo 7.º, e sempre que os mesmos 204/2012, de 29 de agosto) envolvam a instalação de 4 - A licença de utilização caduca: equipamentos de diversão, aplica-se o a) (Revogada) (Redação dada pelo disposto no Decreto-Lei n.º 268/2009, Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de de 29 de Setembro. agosto) 2 - (Revogado.) b) (Revogada) (Redação dada pelo

Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de Artigo 9.º agosto) Regime aplicável à instalação c) Se tiverem sido realizadas obras ou

intervenções que alterem a morfologia 1 - A instalação de recintos fixos de ou as condições de segurança e espectáculos e de divertimentos públicos funcionais edificadas.

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c) Um representante da autoridade de 5 - A emissão da licença de utilização saúde competente, a convocar nos depende de requerimento, acompanhado dos termos da alínea anterior, sempre que seguintes documentos: se considere relevante a avaliação das a) Cópia simples do certificado de condições sanitárias do recinto, inspeção, a emitir por entidade designadamente em situações de risco qualificada nos termos do artigo 14.º; para a saúde pública. (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 3 - A ausência de qualquer dos membros 204/2012, de 29 de agosto) referidos no número anterior não é impeditiva b) Cópia simples da apólice de seguro de da realização da vistoria, ficando a emissão da responsabilidade civil, válida; (Redação licença de utilização condicionada à dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, apresentação de parecer pela entidade não de 29 de agosto) representada, no prazo de cinco dias, valendo o c) Cópia simples da apólice de seguro de seu silêncio como concordância. acidentes pessoais, válida. (Redação 4 - A comissão referida no n.º 2, depois de dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, proceder à vistoria, elabora o respectivo auto, de 29 de agosto) do qual devem constar o nome do responsável 6 — Os seguros referidos no número anterior pelas condições gerais e de segurança do podem ser substituídos por garantia ou recinto, a lotação para cada uma das actividades instrumento financeiro equivalentes, subscritos a que este se destina e, quando se trate de salas noutro Estado membro da União Europeia ou do de jogos, o número máximo de unidades de Espaço Económico Europeu, nos termos dos n. os diversão ou aparelhos de jogo a instalar. 2 e 3 do artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, 5 — Quando o auto de vistoria conclua em de 26 de julho. (Redação dada pelo Decreto-Lei sentido desfavorável, ou quando seja n.º 204/2012, de 29 de agosto) desfavorável o voto fundamentado de um dos 7 — Quando nos recintos, simultaneamente e elementos referidos no n.º 2, não pode ser com caráter de prevalência, se desenvolvam emitido o alvará da licença de utilização atividades de restauração ou de bebidas, devem enquanto não forem removidas as causas que ser igualmente cumpridas as respetivas justificaram tal decisão, notificando -se o formalidades impostas pelo Decreto-Lei n.º requerente no prazo de 15 dias a contar da data 48/2011, de 1 de abril. (Redação dada pelo da realização da vistoria. (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto) Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto) 8 - A licença de utilização é titulada por alvará que, para além dos elementos referidos Artigo 12.º no artigo 77.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 Emissão da licença e deferimento tácito de Dezembro, com a redacção dada pelo (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho, deve 204/2012, de 29 de agosto) conter as especificações previstas no artigo 13.º 1 — O alvará da licença de utilização para Artigo 11.º recintos de espetáculos e de divertimentos Vistoria públicos é emitido por decisão do presidente da câmara municipal, no prazo de 15 dias a contar 1 - Para os efeitos da emissão da licença de da data da realização da vistoria referida no utilização, a vistoria deve realizar-se no prazo de artigo anterior ou do termo do prazo para a sua 30 dias a contar da data da apresentação do realização. requerimento previsto no n.º 5 do artigo 10.º e, 2 — A falta de emissão do alvará no prazo sempre que possível, em data a acordar com o previsto no número anterior ou a falta da interessado. notificação prevista no n.º 5 do artigo anterior 2 - A vistoria é efectuada por uma comissão vale como deferimento tácito do pedido daquela composta por: licença de utilização.

a) Dois técnicos a designar pela câmara Artigo 13.º municipal, tendo, pelo menos um Especificações do alvará deles, formação e habilitação legal para assinar projectos previstos no Decreto- 1 - O alvará da licença de utilização para Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, recintos de espectáculos e de divertimentos com as alterações introduzidas pelo públicos deve discriminar a identificação do Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de recinto e da entidade exploradora, o nome do Junho; proprietário e do responsável pelas condições b) Um representante do Serviço Nacional gerais e de segurança do recinto, a actividade de Bombeiros, a convocar pela câmara ou actividades a que o recinto se destina, a sua municipal com a antecedência mínima lotação para cada actividade e, no caso das de oito dias; salas ou recintos de jogos, a capacidade máxima

347 Autarquias Locais - Legislação Nacional do número de equipamentos de diversão e de Artigo 17.º jogos a instalar. Recintos sem licença de utilização 2 - Sempre que haja alteração de qualquer dos elementos constantes do alvará, a entidade A utilização, total ou parcial, de recintos que titular da licença de utilização ou a entidade não possuam a licença de utilização para os exploradora do recinto deve, para os efeitos de efeitos de realização de espectáculos e de averbamento, comunicar o facto à câmara divertimentos públicos carece daquela licença, a municipal no prazo de 30 dias a contar da data requerer e a emitir nos termos dos artigos da sua verificação. anteriores. 3 - O modelo de alvará referido neste artigo é aprovado por portaria conjunta dos membros do SECÇÃO II Governo responsáveis pela tutela das autarquias Recintos itinerantes e improvisados locais, do ordenamento do território e do Serviço Nacional de Bombeiros. (Revogada.)

Artigo 14.º Artigo 18.º Certificado de inspecção Licença de instalação e de funcionamento de recintos itinerantes 1 — O certificado de inspeção visa atestar que o empreendimento cumpre e mantém os (Revogado.) requisitos especificados nas normas técnicas e de segurança aplicáveis, previstas no artigo 8.º Artigo 19.º (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, Licença de instalação e de funcionamento de 29 de agosto) de recintos improvisados 2 — Os certificados de inspeção são emitidos por entidades acreditadas para o efeito pelo (Revogado.) Instituto Português de Acreditação, I. P. (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, CAPÍTULO III de 29 de agosto) Fiscalização e sanções 3 — (Revogado.) (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto) SECÇÃO I 4 — Os proprietários ou os promotores de Fiscalização recintos de espetáculos e de divertimentos públicos devem solicitar uma inspeção à Artigo 20.º entidade referida no n.º 2 até 30 dias antes da Entidades com competência de fiscalização data em que se cumpram três anos de anterior solicitação de inspeção. (Redação dada pelo 1 - São competentes para proceder à Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto) fiscalização dos recintos de espectáculos e de divertimentos públicos abrangidos pelo presente Artigo 15.º diploma todas as entidades intervenientes nos Responsabilidade dos autores dos licenciamentos de construção, de utilização e de projectos, dos empreiteiros e dos instalação e funcionamento dos recintos, bem construtores como as autoridades administrativas e policiais, no âmbito das respectivas competências. Os autores dos projectos, os empreiteiros e 2 - As autoridades administrativas e policiais os construtores são obrigados a apresentar que verifiquem infracções ao disposto no seguro de responsabilidade civil que cubra os presente diploma devem elaborar os respectivos riscos do exercício da respectiva actividade, em autos de notícia, que remetem às câmaras termos e condições a aprovar por decreto municipais no prazo máximo de 48 horas. regulamentar. 3 - Todas as entidades fiscalizadoras devem prestar às câmaras municipais a colaboração Artigo 16.º que lhes seja solicitada. Responsabilidade dos proprietários dos recintos e dos divertimentos e dos SECÇÃO II promotores dos espectáculos Sanções

Os proprietários dos recintos de espectáculos Artigo 21.º e dos divertimentos públicos, bem como os Contra-ordenações respectivos promotores, são obrigados a apresentar seguro de acidentes pessoais que 1 — Sem prejuízo das contraordenações cubra os danos e lesões corporais sofridos pelos previstas nos regulamentos das normas técnicas utentes em caso de acidente. e de segurança aplicáveis, constituem contraordenações, puníveis com as seguintes coimas: (Redação dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de agosto)

348 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 23.º a) A violação do disposto nos artigos 9.º Competência para a instrução e aplicação e 10.º, no n.º 4 do artigo 14.º e no das sanções artigo 17.º é punível com coima de €

498,80 até ao máximo de € 3740,98 1 - A instrução dos processos de contra- no caso de se tratar de pessoa singular ordenação compete às câmaras municipais, na ou até € 44 891,81 no caso de se sequência do auto de notícia levantado por tratar de pessoa coletiva; (Redação qualquer das entidades referidas no artigo 20.º dada pelo Decreto-Lei n.º 204/2012, 2 - A decisão sobre a instauração dos de 29 de agosto) processos de contra-ordenação, a designação do b) A falta do seguro a que se referem os instrutor e a aplicação das coimas e sanções artigos 15.º e 16.º é punível com acessórias previstas neste diploma competem ao coima de (euro) 2493,99 até ao presidente da câmara municipal, podendo ser máximo de (euro) 3740,98 no caso de delegada em qualquer dos restantes membros se tratar de pessoa singular ou até do executivo camarário. (euro) 44 891,81 no caso de se tratar 3 - O produto das coimas aplicadas pelo de pessoa colectiva; presidente da câmara municipal no âmbito das c) (Revogada.) (Redação dada pelo respectivas competências, bem como das que Decreto-Lei n.º 204/2012, de 29 de forem cobradas em juízo, constitui receita dos agosto) municípios. 2 - A negligência e a tentativa são puníveis. 3 - No caso de tentativa, as coimas previstas CAPÍTULO IV no n.º 1 são reduzidas para metade nos seus Disposições finais e transitórias limites máximos e mínimos. 4 - Às contra-ordenações previstas no Artigo 24.º presente diploma e em tudo o que nele não se Regime aplicável às autarquias locais encontrar especialmente regulado são aplicáveis Sem prejuízo do disposto no artigo 7.º do as disposições do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, de Outubro, com a redacção que lhe foi dada alterado com as alterações introduzidas pelo pelos Decretos-Leis n.os 356/89, de 17 de Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho, Outubro, e 244/95, de 14 de Setembro, e pela quando as autarquias locais forem proprietárias Lei n.º 109/2001, de 24 de Dezembro. de recintos ou promotoras de espectáculos ou

divertimentos públicos, devem observar o Artigo 22.º regime estabelecido no presente diploma, Sanções acessórias designadamente no que se refere às normas

técnicas e de segurança aplicáveis e aos seguros 1 - Para além da coima que couber ao tipo de obrigatórios de responsabilidade civil e de infracção cometida nos termos do artigo acidentes pessoais. anterior, podem ser aplicadas as seguintes sanções acessórias: Artigo 25.º

a) Interdição do exercício da actividade; Regime aplicável aos recintos de b) Encerramento do recinto; espectáculos e de divertimentos públicos c) Revogação total ou parcial da licença existentes

de utilização; 1 - O disposto no presente diploma aplica-se d) Interdição de funcionamento do aos recintos de espectáculos e de divertimentos divertimento; públicos existentes à data da sua entrada em e) Cassação do alvará de licença de vigor. utilização; 2 - Sem prejuízo do disposto no número f) Suspensão da licença de utilização. anterior, as licenças de recinto emitidas pela 2 - As sanções referidas nas alíneas a), b), Direcção-Geral dos Espectáculos ao abrigo da c), d) e f) têm a duração máxima de dois anos, legislação revogada pelo presente diploma são contados a partir da decisão condenatória, substituídas pela licença de utilização prevista findos os quais pode ser apresentado pedido de no artigo 10.º, ficando a respectiva emissão renovação da licença de utilização, nos termos dependente apenas da realização da vistoria dos artigos 10.º a 14.º prevista no artigo 11.º 3 - Quando for aplicada a sanção acessória de encerramento do recinto, o presidente da Artigo 26.º câmara municipal deve apreender o respectivo Força policial alvará de licença de utilização pelo período de 1 - O promotor do espectáculo pode duração daquela sanção. requisitar, sempre que o julgar necessário para

a manutenção da ordem pública, uma força

policial da zona onde se situe o recinto.

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2 - A força policial prevista no número 2 - São ainda revogados os artigos 1.º, 2.º, anterior terá a composição que vier a ser fixada 3.º, 35.º, 37.º e 43.º a 46.º do Decreto-Lei n.º pelo respectivo comandante. 315/95, de 28 de Novembro, na parte relativa 3 - O promotor do espectáculo quando não aos recintos de espectáculos e de divertimentos solicitar a presença da força policial fica públicos previstos no presente diploma. responsável pela manutenção da ordem no respectivo recinto. Artigo 28.º Entrada em vigor Artigo 27.º Revogação O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2003. 1 - São revogados os artigos 20.º a 23.º do Decreto-Lei n.º 315/95, de 28 de Novembro.

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Decreto-Lei n.º 310/2002, de 18 de 2 - As atividades referidas nas alíneas e) e g) Dezembro do artigo anterior são de livre acesso. Regula o regime jurídico do licenciamento e fiscalização pelas câmaras municipais de Artigo 3.º actividades diversas anteriormente Delegação e subdelegação de competências cometidas aos governos civis (Com as alterações introduzidas pelos Decretos- 1 - As competências neste diploma conferidas Leis n. os 156/2004, de 30 de junho, 9/2007, de à câmara municipal podem ser delegadas no 17 de janeiro, 114/2008, de 1 de julho 4, presidente da câmara, com faculdade de 48/2011, de 1 de abril, 204/2012, de 29 de subdelegação nos vereadores e nos dirigentes agosto, que o republica e pela Lei n.º 75/2013, dos serviços municipais. de 12 de setembro) 2 - As competências cometidas ao presidente da câmara podem ser delegadas nos vereadores, CAPÍTULO I com faculdade de subdelegação, ou nos Âmbito e licenciamento dirigentes dos serviços municipais.

Artigo 1.º CAPÍTULO II Âmbito Licenciamento do exercício da atividade de guarda-noturno O presente diploma regula o regime jurídico de acesso, exercício e fiscalização das seguintes SECÇÃO I atividades: Disposições gerais

a) Guarda-noturno; Artigo 4.º b) Venda ambulante de lotarias; Criação e extinção c) Arrumador de automóveis;

d) Realização de acampamentos A criação e a extinção do serviço de guardas- ocasionais; noturnos em cada localidade e a fixação e e) Exploração de máquinas automáticas, modificação das áreas de atuação de cada mecânicas, elétricas e eletrónicas de guarda são da competência da câmara diversão; municipal, ouvidos os comandantes de brigada f) Realização de espetáculos desportivos da GNR ou de polícia da PSP, conforme a e de divertimentos públicos nas vias, localização da área a vigiar. jardins e demais lugares públicos ao ar

livre; Artigo 5.º g) Venda de bilhetes para espetáculos ou Licença e cessação da atividade divertimentos públicos em agências ou

postos de venda; 1 - É da competência do presidente da h) Realização de fogueiras e queimadas; câmara a atribuição da licença para o exercício i) (Revogada.) da atividade de guarda-noturno.

2 - A licença é intransmissível e tem validade Artigo 2.º 5 trienal. Acesso e exercício das atividades 3 - O pedido de renovação da licença, por

igual período de tempo, é requerido ao 1 - O acesso às atividades referidas nas presidente da câmara municipal com uma alíneas a), b), c) , d), f) e h) do artigo anterior antecedência mínima de 30 dias em relação ao carece de licenciamento municipal. termo do respetivo prazo de validade. 4 - Os guardas-noturnos que cessam a atividade comunicam esse facto ao município, 4Nota : Nos termos do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º até 30 dias após essa ocorrência, estando 114/2008, de 1 de Julho, os municípios devem adaptar dispensados de proceder a essa comunicação se os seus regulamentos às normas introduzidas por este a cessação da atividade coincidir com o termo do Decreto-Lei no prazo de um ano a contar de 1 de Julho prazo de validade da licença. de 2008.

5 Nota : Nos termos do artigo 3.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro é revogado o n.º 1 do artigo 2.º, na parte em que refere as alíneas b), c) e f) do artigo 1.º do mesmo diploma, bem como as suas subsequentes disposições relativas à titularidade da competência para o licenciamento das atividades de venda ambulante de lotarias, de arrumador de automóveis e atividades ruidosas de caráter temporário que respeitem a festas populares, romarias, feiras, arraiais e bailes.

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Artigo 6.º e da administração interna, que Pedido de licenciamento garanta o pagamento de uma indemnização por danos causados a 1 - O pedido de licenciamento é dirigido, sob terceiros no exercício e por causa da a forma de requerimento, ao presidente da sua atividade. câmara e nele devem constar o nome e o domicílio do requerente. Artigo 9.º 2 - O requerimento deve ser instruído com Regulamentação cópia do bilhete de identidade e do cartão de contribuinte, certificado do registo criminal, O regime da atividade de guarda-noturno documento comprovativo das habilitações será objeto de regulamentação municipal. literárias e demais documentos a fixar por regulamento municipal. SECÇÃO II Atividade Artigo 7.º Indeferimento Artigo 9.º-A Compensação financeira O pedido de licenciamento deve ser indeferido quando o interessado não for A atividade do guarda-noturno é compensada considerado pessoa idónea para o exercício da pelas contribuições voluntárias das pessoas, atividade de guarda-noturno. singulares ou coletivas, em benefício de quem é exercida. Artigo 8.º Artigo 9.º-B Deveres Férias, folgas e substituição

O guarda-noturno deve: 1 - O guarda-noturno descansa do exercício da sua atividade uma noite após cada cinco a) Apresentar-se pontualmente no posto noites consecutivas de trabalho. ou esquadra no início e termo do 2 - Uma vez por mês, o guarda-noturno serviço; descansa do exercício da sua atividade duas b) Permanecer na área em que exerce a noites. sua atividade durante o período de 3 - No início de cada mês, o guarda-noturno prestação de serviço e informar os seus deve informar o comando da força de segurança clientes do modo mais expedito para responsável pela sua área de atuação de quais ser contactado ou localizado; as noites em que irá descansar. c) Prestar o auxílio que lhe for solicitado 4 - Até ao dia 15 de abril de cada ano, o pelas forças e serviços de segurança e guarda-noturno deve informar o comando da de proteção civil; força de segurança responsável pela sua área do d) Frequentar anualmente um curso ou período ou períodos em que irá gozar as suas instrução de adestramento e férias. reciclagem que for organizado pelas 5 - Nas noites de descanso, durante os forças de segurança com competência períodos de férias, e em caso de falta do na respetiva área; guarda-noturno, a atividade da respetiva área é e) No exercício de funções, usar exercida, em acumulação, por um guarda- uniforme, cartão identificativo de noturno da área contígua, para o efeito guarda-noturno e crachá; convocado pelo comandante da força de f) Usar de urbanidade e aprumo no segurança territorialmente competente, sob exercício das suas funções; proposta do guarda a substituir. g) Tratar com respeito e prestar auxílio a

todas as pessoas que se lhe dirijam ou Artigo 9.º-C careçam de auxílio; Equipamento h) Fazer anualmente, no mês de

fevereiro, prova de que tem 1 - O equipamento é composto por cinturão regularizada a sua situação de cabedal preto, bastão curto e pala de contributiva para com a segurança suporte, arma, rádio, apito e algemas. social; 2 - O guarda-noturno está sujeito ao regime i) Não faltar ao serviço sem motivo sério, geral de uso e porte de arma, podendo recorrer devendo, sempre que possível, solicitar na sua atividade profissional, designadamente, a a sua substituição com cinco dias úteis aerossóis e armas elétricas, meios de defesa não de antecedência; letais da classe E, nos termos da Lei n.º 5/2006, j) Efetuar e manter em vigor um seguro, de 23 de fevereiro. incluindo na modalidade de seguro de

grupo, nos termos fixados por portaria

conjunta dos membros do Governo

responsáveis pelas áreas das finanças

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3 - Para efeitos de fiscalização, a Artigo 9.º-G identificação das armas que sejam utilizadas ao Lista de guardas-noturnos abrigo do disposto no presente artigo é sempre comunicada à força de segurança A DGAL disponibiliza no seu sítio na Internet territorialmente competente, devendo ser a lista de guardas-noturnos devidamente atualizada caso sofra qualquer alteração. licenciados, cuja publicitação é autorizada nos termos do presente decreto-lei. Artigo 9.º-D Veículos Artigo 9.º-H Segurança na informação Os veículos em que transitam os guardas- noturnos devem encontrar-se devidamente A DGAL adota as medidas técnicas e identificados. organizativas adequadas para proteger os dados contra a destruição, acidental ou ilícita, a perda Artigo 9.º-E acidental, a alteração, a difusão ou o acesso não Modelos autorizado, nos termos da Lei de Proteção de Dados Pessoais, devendo sempre ser protegidos, 1 - O modelo de cartão identificativo de através de medidas de segurança específicas, guarda-noturno é definido por portaria conjunta adequadas ao tratamento de dados em redes dos membros do Governo responsáveis pelas abertas. áreas das autarquias locais e da administração interna. Artigo 9.º-I 2 - Os modelos de uniforme, crachá e Cartão identificativo de guarda-noturno identificador de veículo são definidos por portaria do membro do Governo responsável 1 - No momento da atribuição da licença para pela área da administração interna. o exercício da atividade, o município emite o cartão identificativo de guarda-noturno. SECÇÃO III 2 - O cartão de guarda-noturno tem a mesma Registo, lista e cartão identificativo de validade da licença para o exercício da atividade guarda-noturno de guarda-noturno.

Artigo 9.º-F CAPÍTULO III Registo nacional de guardas-noturnos Licenciamento do exercício da atividade de vendedor ambulante de lotarias 1 - Tendo em vista a organização do registo nacional de guardas-noturnos, no momento da Artigo 10.º atribuição da licença para o exercício da Licenciamento atividade de guarda-noturno, cada município comunica à Direção-Geral das Autarquias Locais, É da competência da câmara municipal a abreviadamente designada por DGAL, sempre atribuição da licença para o exercício da que possível por via eletrónica e automática, os atividade de venda ambulante de lotaria da seguintes elementos: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

a) O nome completo do guarda-noturno; Artigo 11.º b) O número do cartão identificativo de Identificação do vendedor guarda-noturno;

c) A área de atuação dentro do 1 - Cada vendedor ambulante será portador município. de um cartão de identificação, com a fotografia 2 - Os elementos referidos no número atualizada do seu titular e válido por cinco anos, anterior passam a constar do registo nacional de de modelo a aprovar pela câmara municipal. guardas-noturnos, a organizar pela DGAL, que é 2 - As licenças são registadas em livro a entidade responsável, nos termos e para os especial, com termos de abertura e efeitos previstos na Lei n.º 67/98, de 26 de encerramento, por ordem cronológica e sob o outubro, pelo tratamento e proteção dos dados número de ordem em que são transcritos os pessoais enviados pelos municípios, os quais elementos de identificação constantes do podem ser transmitidos às autoridades requerimento, tendo anexada uma fotografia do fiscalizadoras, quando solicitados. vendedor. 3 - O guarda-noturno tem o direito de, a todo o tempo, verificar os seus dados pessoais na Artigo 12.º posse da DGAL e solicitar a sua retificação Validade das licenças quando os mesmos estejam incompletos ou inexatos. (Revogado.)

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Artigo 13.º Artigo 17.º Regras de conduta Normas subsidiárias

1 - Os vendedores ambulantes de lotaria são À atividade de arrumador de automóveis são obrigados: ainda aplicáveis, com as necessárias adaptações, as regras previstas para a atividade a) A exibir o cartão de identificação, dos vendedores ambulantes de lotaria, bem usando-o no lado direito do peito; como as disposições constantes de regulamento b) A restituir o cartão de identificação, municipal. quando a licença tiver caducado.

2 - É proibido aos referidos vendedores: CAPÍTULO V Licenciamento do exercício da atividade de a) Vender jogo depois da hora fixada acampamentos ocasionais para o início da extração da lotaria; b) Anunciar jogo por forma contrária às Artigo 18.º restrições legais em matéria de Licença publicidade. 1 - A realização de acampamentos ocasionais CAPÍTULO IV fora dos locais adequados à prática do campismo Licenciamento do exercício da atividade de e caravanismo fica sujeita à obtenção de licença arrumador de automóveis da câmara municipal, devendo ser requerida pelo responsável do acampamento e Artigo 14.º dependendo a sua concessão da autorização Sujeição a licenciamento expressa do proprietário do prédio. 2 - A realização de qualquer acampamento É da competência da câmara municipal a ocasional fica sujeita à emissão de parecer atribuição da licença para o exercício da favorável das seguintes entidades: atividade de arrumador de automóveis. a) Delegado de saúde; Artigo 15.º b) Comandante da PSP ou da GNR, Licenciamento consoante os casos.

3 - A licença é concedida por um período de 1 - A concessão da licença, de validade anual, tempo determinado, nunca superior ao período será acompanhada da emissão de um cartão de tempo autorizado expressamente pelo identificativo, de modelo a aprovar pela câmara proprietário do prédio, podendo ser revogada a municipal, plastificado e com dispositivo de qualquer momento. fixação que permita a sua exibição permanente, que será obrigatória durante o exercício da CAPÍTULO VI atividade. Regime de exercício da atividade de 2 - As licenças apenas podem ser concedidas exploração de máquinas de diversão a maiores de 18 anos.

Artigo 19.º Artigo 16.º Âmbito Regras de atividade

1 - Para efeitos do presente capítulo, 1 - A atividade de arrumador é licenciada consideram-se máquinas de diversão: para as zonas determinadas. 2 - Na área atribuída a cada arrumador, que a) Aquelas que, não pagando prémios constará da licença e do cartão de identificação em dinheiro, fichas ou coisas com valor do respetivo titular, deverá este zelar pela económico, desenvolvem jogos cujos integridade das viaturas estacionadas e alertar resultados dependem exclusiva ou as autoridades em caso de ocorrência que a fundamentalmente da perícia do ponha em risco. utilizador, sendo permitido que ao 3 - É expressamente proibido solicitar utilizador seja concedido o qualquer pagamento como contrapartida pela prolongamento da utilização gratuita atividade, apenas podendo ser aceites as da máquina face à pontuação obtida; contribuições voluntárias com que os b) Aquelas que, tendo as características automobilistas, espontaneamente, desejem definidas na alínea anterior, permitem gratificar o arrumador. apreensão de objetos cujo valor 4 - É também proibido ao arrumador económico não exceda três vezes a importunar os automobilistas, designadamente importância despendida pelo utilizador. oferecendo artigos para venda ou procedendo à prestação de serviços não solicitados, como a lavagem dos automóveis estacionados.

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2 - As máquinas que, não pagando 4 - Deve acompanhar a máquina cópia da diretamente prémios em fichas ou moedas, decisão de classificação do respetivo tema de desenvolvam temas próprios dos jogos de jogo. fortuna ou azar ou apresentem como resultado 5 - O proprietário de qualquer máquina pode pontuações dependentes exclusiva ou substituir o tema ou temas de jogo autorizados fundamentalmente da sorte são reguladas pelo por qualquer outro, desde que previamente Decreto-Lei n.º 422/89, de 2 de dezembro, e classificado pelo Serviço de Inspeção de Jogos diplomas regulamentares. do Instituto do Turismo de Portugal, I. P. 6 - A cópia do documento que classifica o Artigo 20.º novo tema de jogo autorizado deve acompanhar Registo a máquina de diversão. 7 - A substituição referida no n.º 5 deve ser 1 - Nenhuma máquina submetida ao regime comunicada pelo proprietário ao presidente da do presente capítulo pode ser posta em câmara no balcão único eletrónico dos serviços. exploração sem que se encontre registada e os respetivos temas de jogo classificados. Artigo 23.º 2 - O registo é promovido pelo proprietário Licença de exploração da máquina junto do presidente da câmara territorialmente competente em razão do local (Revogado.) em que se presume que seja colocada em exploração, através do balcão único eletrónico Artigo 24.º dos serviços referido no artigo 53.º-A. Condições de exploração 3 - (Revogado.) 4 - O registo é titulado pelo comprovativo 1 - (Revogado.) eletrónico de entrega no balcão único eletrónico 2 - As máquinas só podem ser exploradas no dos serviços, bem como do comprovativo do interior de recinto ou estabelecimento que não pagamento das quantias eventualmente devidas, se situe a menos de 300 metros de devendo ambos os documentos acompanhar a estabelecimentos pré-existentes de educação máquina a que respeitam. pré-escolar ou de ensino básico ou secundário, 5 - As alterações de propriedade da máquina públicos ou privados. obrigam o adquirente a efetuar o averbamento 3 - A distância prevista no número anterior é respetivo, por comunicação no balcão único aferida por referência à distância percorrida pelo eletrónico dos serviços, que identifique o caminho pedonal mais curto, obedecendo às adquirente e o anterior proprietário, devendo o regras de circulação pedonal constantes do comprovativo da comunicação acompanhar a Código da Estrada. máquina a que respeita. Artigo 25.º Artigo 21.º Condicionamentos Comunicação do registo 1 - A prática de jogos em máquinas A comunicação de promoção do registo da reguladas pelo presente capítulo é interdita a máquina referido no n.º 2 do artigo anterior menores de 16 anos, salvo quando, tendo mais identifica o seu proprietário, o local de de 12 anos, sejam acompanhados por quem exploração pretendido e a classificação do tema exerce o poder paternal. de jogo respetivo pelo Serviço de Inspeção de 2 - É obrigatória a afixação, na própria Jogos do Instituto do Turismo de Portugal, I. P. máquina, em lugar bem visível, de inscrição ou dístico contendo os seguintes elementos: Artigo 22.º a) Número de registo; Temas dos jogos b) Nome do proprietário;

c) (Revogada.) 1 - A importação, fabrico, montagem e venda d) Idade exigida para a sua utilização; de máquinas de diversão obrigam à classificação e) Nome do fabricante; dos respetivos temas de jogo. f) Tema de jogo; 2 - A classificação dos temas de jogo é g) Tipo de máquina; requerida pelo interessado ao Serviço de h) Número de fábrica. Inspeção de Jogos do Instituto do Turismo de

Portugal, I. P., devendo o requerimento ser Artigo 26.º instruído com informação do respetivo jogo. Responsabilidade contraordenacional 3 - O Serviço de Inspeção de Jogos do

Instituto do Turismo de Portugal, I. P., pode 1 - Para efeitos do presente capítulo, solicitar aos interessados a apresentação de consideram-se responsáveis, relativamente às outros elementos que considere necessários contraordenações verificadas: para apreciação do requerimento ou fazer depender a sua classificação de exame direto à máquina.

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a) O proprietário da máquina, nos casos 2 - O funcionamento de emissores, de exploração de máquinas sem registo amplificadores e outros aparelhos sonoros que ou quando em desconformidade com projetem sons para as vias e demais lugares os elementos constantes do título de públicos, incluindo sinais horários, só poderá registo por falta de averbamento de ocorrer entre as 9 e as 22 horas e mediante a novo proprietário; autorização referida no artigo 32.º b) O proprietário ou explorador do 3 - O funcionamento a que se refere o estabelecimento, nas demais situações. número anterior fica sujeito às seguintes restrições: 2 - Quando, por qualquer circunstância, se mostre impossível a identificação do proprietário a) Só pode ser consentido por ocasião de de máquinas em exploração, considera-se festas tradicionais, espetáculos ao ar responsável pelas contraordenações o livre ou em outros casos análogos proprietário ou explorador do estabelecimento devidamente justificados; onde as mesmas se encontrem. b) Cumprimento dos limites estabelecidos no n.º 5 do artigo 15.º Artigo 27.º do Regulamento Geral do Ruído, Fiscalização quando a licença é concedida por período superior a um mês. A fiscalização da observância do disposto no presente capítulo, bem como a instrução dos Artigo 31.º respetivos processos contraordenacionais, Tramitação compete às câmaras municipais, sendo o Serviço de Inspeção de Jogos do Instituto do Turismo de 1 - As licenças devem ser requeridas com a Portugal, I. P., o serviço técnico consultivo e antecedência mínima de 15 dias úteis ao pericial nesta matéria. presidente da câmara. 2 - Os pedidos são instruídos com os Artigo 28.º documentos necessários. Modelos 3 - A autorização para a realização de provas desportivas na via pública deve ser requerida (Revogado) com antecedência nunca inferior a 30 ou 60 dias, conforme se desenrole num ou em mais CAPÍTULO VII municípios, e está sujeita ao parecer favorável Licenciamento do exercício da atividade de das entidades legalmente competentes. realização de espetáculos de natureza desportiva e de divertimentos públicos Artigo 32.º Condicionamentos Artigo 29.º Festividades e outros divertimentos 1 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a realização de festividades, de 1 - Os arraiais, romarias, bailes, provas divertimentos públicos e de espetáculos ruidosos desportivas e outros divertimentos públicos nas vias públicas e demais lugares públicos nas organizados nas vias, jardins e demais lugares proximidades de edifícios de habitação, públicos ao ar livre dependem de licenciamento escolares durante o horário de funcionamento, da câmara municipal, salvo quando tais hospitalares ou similares, bem como atividades decorram em recintos já licenciados estabelecimentos hoteleiros e meios pela Direção-Geral dos Espetáculos. complementares de alojamento só é permitida 2 - As festas promovidas por entidades quando, cumulativamente: oficiais, civis ou militares não carecem da licença a) Circunstâncias excecionais o prevista no número anterior, mas das mesmas justifiquem; deve ser feita uma participação prévia ao b) Seja emitida, pelo presidente da presidente da câmara. câmara municipal, licença especial de

ruído; Artigo 30.º c) Respeite o disposto no n.º 5 do artigo Espetáculos e atividades ruidosas 15.º do Regulamento Geral do Ruído,

quando a licença é concedida por 1 - As bandas de música, grupos período superior a um mês. filarmónicos, tunas e outros agrupamentos musicais não podem atuar nas vias e demais 2 - Não é permitido o funcionamento ou o lugares públicos dos aglomerados urbanos desde exercício contínuo dos espetáculos ou atividades as 0 até às 9 horas. ruidosas nas vias públicas e demais lugares públicos na proximidade de edifícios hospitalares ou similares ou na de edifícios escolares durante o respetivo horário de funcionamento.

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3 - Das licenças emitidas nos termos do Artigo 36.º presente capítulo deve constar a referência ao Requisitos seu objeto, a fixação dos respetivos limites horários e as demais condições julgadas 1 - A venda de bilhetes para espetáculos ou necessárias para preservar a tranquilidade das divertimentos públicos em agências ou postos de populações. venda deve ser efetuada em estabelecimento privativo, com boas condições de apresentação e Artigo 33.º de higiene e ao qual o público tenha acesso, ou Festas tradicionais em secções de estabelecimentos de qualquer ramo de comércio que satisfaçam aqueles 1 - Por ocasião dos festejos tradicionais das requisitos. localidades pode, excecionalmente, ser 2 - (Revogado.) permitido o funcionamento ou o exercício 3 - É obrigatória a afixação nas agências ou contínuo dos espetáculos ou atividades referidos postos de venda, em lugar bem visível, das nos artigos anteriores, salvo nas proximidades tabelas de preços de cada casa ou recinto cujos de edifícios hospitalares ou similares. bilhetes comercializem. 2 - Os espetáculos ou atividades que não estejam licenciados ou se não contenham nos Artigo 37.º limites da respetiva licença podem ser Requerimentos imediatamente suspensos, oficiosamente ou a pedido de qualquer interessado. (Revogado.)

Artigo 34.º Artigo 38.º Diversões carnavalescas proibidas Proibições

1 - Nas diversões carnavalescas é proibido: Nas agências e postos de venda é proibido:

a) O uso de quaisquer objetos de a) Cobrar quantia superior em 10 % à do arremesso suscetíveis de pôr em perigo preço de venda ao público dos bilhetes; a integridade física de terceiros; b) Cobrar importância superior em 20 % b) A apresentação da bandeira nacional à do preço de venda ao público dos ou imitação; bilhetes, no caso de entrega ao c) A utilização de gases, líquidos ou de domicílio; outros produtos inebriantes, c) Fazer publicidade, por qualquer meio, anestesiantes, esternutatórios ou que dentro de um raio de 100 metros em possam inflamar-se, seja qual for o seu torno das bilheteiras sem fazer acondicionamento. expressa referência à diferença de preço praticada; 2 - A venda ou a exposição para venda de d) Recusar a venda de qualquer bilhete produtos de uso proibido pelo número anterior é em seu poder. punida como tentativa de comparticipação na infração. CAPÍTULO IX

Licenciamento do exercício da atividade de CAPÍTULO VIII fogueiras e queimadas Regime de exercício da atividade de

agências de venda de bilhetes para Artigo 39.º espetáculos públicos Fogueiras

Artigo 35.º 1 - É proibido acender fogueiras nas ruas, Princípio geral praças e mais lugares públicos das povoações,

bem como a menos de 30 m de quaisquer 1 - A venda de bilhetes para espetáculos ou construções e a menos de 300 m de bosques, divertimentos públicos em agências ou postos de matas, lenhas, searas, palhas, depósitos de venda não está sujeita a licenciamento, a substâncias suscetíveis de arder e, autorização, a autenticação, a validação, a independentemente da distância, sempre que certificação, a atos emitidos na sequência de deva prever-se risco de incêndio. comunicações prévias com prazo, a registo ou a 2 - Pode a câmara municipal licenciar as qualquer outro ato permissivo, nem a mera tradicionais fogueiras de Natal e dos santos comunicação prévia. populares, estabelecendo as condições para a 2 - (Revogado.) sua efetivação e tendo em conta as precauções

necessárias à segurança das pessoas e bens.

3 - (Revogado.)

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Artigo 40.º Artigo 45.º Queimadas Notificação para execução da cobertura ou resguardo (Revogado.) 1 - Detetada qualquer infração pela qual se CAPÍTULO X considere responsável aquele que explora ou Licenciamento do exercício da atividade de utiliza, seja a que título for, o prédio onde se realização de leilões encontra o poço, fosso, fenda ou irregularidade no solo, devem as autoridades, Artigo 41.º independentemente da aplicação da respetiva Licenciamento coima, notificar o responsável para cumprir o disposto no presente capítulo, fixando o prazo (Revogado) máximo de vinte e quatro horas para a conclusão dos trabalhos de cobertura e CAPÍTULO XI resguardo. Proteção de pessoas e bens 2 - O montante da coima estabelecida nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 47.º é Artigo 42.º elevado ao triplo sempre que os notificados não Proteção contra quedas em resguardos, executarem as obras no prazo concedido, sendo coberturas de poços, fossas, fendas e o responsável notificado para o cumprimento outras irregularidades no solo dentro do novo prazo fixado para o efeito, não superior a doze horas. 1 - É obrigatório o resguardo ou a cobertura eficaz de poços, fendas e outras irregularidades Artigo 46.º existentes em quaisquer terrenos e suscetíveis Propriedades muradas ou vedadas de originar quedas desastrosas a pessoas e animais. O disposto na presente secção não abrange 2 - A obrigação prevista no número anterior as propriedades muradas ou eficazmente mantém-se durante a realização de obras e vedadas. reparações de poços, fossas, fendas e outras irregularidades, salvo no momento em que, em CAPÍTULO XII virtude daqueles trabalhos, seja feita prevenção Sanções contra quedas. Artigo 47.º Artigo 43.º Contraordenações Máquinas e engrenagens 1 - Constituem contraordenações: É igualmente obrigatório o resguardo eficaz a) A violação dos deveres a que se dos maquinismos e engrenagens quando referem as alíneas b), c), d), e) e i) do colocados à borda de poços, fendas e outras artigo 8.º, punida com coima de (euro) irregularidades no solo ou de fácil acesso. 30 a (euro) 170;

b) A violação dos deveres a que se Artigo 44.º referem as alíneas a), f) e g) do artigo Eficácia da cobertura ou resguardo 5.º, punida com coima de (euro) 15 a

(euro) 120; 1 - Considera-se cobertura ou resguardo c) O não cumprimento do disposto na eficaz, para efeitos do presente diploma, alínea h) do artigo 5.º, punida com qualquer placa que, obstruindo completamente a coima de (euro) 30 a (euro) 120; escavação, ofereça resistência a uma sobrecarga d) A venda ambulante de lotaria sem de 100 kg/m2. licença, punida com coima de (euro) 60 2 - O resguardo deve ser constituído pelo a (euro) 120; levantamento das paredes do poço ou cavidade e) A falta de cumprimento dos deveres até à altura mínima de 80 cm de superfície do de vendedor ambulante de lotaria, solo ou por outra construção que, circundando a punida com coima de (euro) 80 a escavação, obedeça àquele requisito, contanto (euro) 150; que, em qualquer caso, suporte uma força de f) O exercício da atividade de arrumador 100 kg. de automóveis sem licença ou fora do 3 - Se o sistema de escavação exigir na local nela indicado, bem como a falta cobertura ou resguardo qualquer abertura, esta de cumprimento das regras da será tapada com tampa ou cancela que dê a atividade, punidos com coima de devida proteção e só permanecerá aberta pelo (euro) 60 a (euro) 300; tempo estritamente indispensável. g) A realização de acampamentos

ocasionais sem licença, punida com

coima de (euro) 150 a (euro) 200;

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h) A realização, sem licença, das e) Exploração de máquinas sem que o atividades referidas no artigo 29.º, respetivo tema ou circuito de jogo punida com coima de (euro) 25 a tenha sido classificado pela Inspeção- (euro) 200; Geral de Jogos, com coima de (euro) i) A realização, sem licença, das 500 a (euro) 750 por cada máquina; atividades previstas no artigo 30.º, f) (Revogada.) punida com coima de (euro) 150 a g) (Revogada.) (euro) 220; h) (Revogada.) j) (Revogada.) i) (Revogada.) k) A violação de qualquer dos requisitos j) Utilização de máquinas de diversão constantes do artigo 38.º, punida com por pessoas com idade inferior à coima de (euro) 60 a (euro) 250; estabelecida, com coima de (euro) 500 l) A realização, sem licença, das a (euro) 2500; atividades previstas nos artigos 39.º e k) Falta ou afixação indevida da inscrição 40.º, punida com coima de (euro) 30 a ou dístico referido no n.º 2 do artigo (euro) 1000, quando da atividade 25.º, bem como a omissão de qualquer proibida resulte perigo de incêndio, e dos seus elementos, com coima de de (euro) 30 a (euro) 270, nos demais (euro) 270 a (euro) 1100 por cada casos; máquina. m) (Revogada.) 2 - A negligência e a tentativa são punidas. n) O não cumprimento dos deveres

resultantes do capítulo xi, punida com Artigo 49.º coima de (euro) 80 a (euro) 250. Sanções acessórias 2 - A coima aplicada nos termos da alínea f) do número anterior pode ser substituída, a Nos processos de contraordenação podem ser requerimento do condenado, pela prestação de aplicadas as sanções acessórias previstas na lei trabalho a favor da comunidade, nos termos geral. previstos no regime geral sobre ilícito de mera ordenação social. Artigo 50.º 3 - A falta de exibição das licenças às Processo contraordenacional entidades fiscalizadoras constitui contraordenação punida com coima de (euro) 70 1 - A instrução dos processos de a (euro) 200, salvo se estiverem contraordenação previstos no presente diploma temporariamente indisponíveis, por motivo compete às câmaras municipais. atendível, e vierem a ser apresentadas ou for 2 - A decisão sobre a instauração dos justificada a impossibilidade de apresentação no processos de contraordenação e a aplicação das prazo de quarenta e oito horas. coimas e das sanções acessórias é da 4 - A negligência e a tentativa são punidas. competência do presidente da câmara. 3 - O produto das coimas, mesmo quando Artigo 48.º estas são fixadas em juízo, constitui receita dos Máquinas de diversão municípios.

1 - As infrações do capítulo vi do presente Artigo 51.º diploma constituem contraordenação punida nos Medidas de tutela de legalidade termos seguintes: As licenças concedidas nos termos do a) Exploração de máquinas sem registo, presente diploma podem ser revogadas pela com coima de (euro) 1500 a (euro) câmara municipal, a qualquer momento, com 2500 por cada máquina; fundamento na infração das regras estabelecidas b) Falsificação do título de registo, com para a respetiva atividade e na inaptidão do seu coima de (euro) 1500 a (euro) 2500; titular para o respetivo exercício. c) Exploração de máquinas sem que

sejam acompanhadas dos documentos CAPÍTULO XIII previstos nos n.os 4 e 5 do artigo 20.º Fiscalização e nos n.os 4 e 6 do artigo 22.º, com

coima de (euro) 120 a (euro) 200 por Artigo 52.º cada máquina; Entidades com competência de fiscalização d) Desconformidade com os elementos

constantes do título de registo por falta 1 - A fiscalização do disposto no presente de averbamento de novo proprietário, diploma compete à câmara municipal, bem como com coima de (euro) 120 a (euro) 500 às autoridades administrativas e policiais. por cada máquina;

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2 - As autoridades administrativas e policiais que verifiquem infrações ao disposto no presente diploma devem elaborar os respetivos autos de notícia, que remetem às câmaras municipais no mais curto prazo de tempo. 3 - Todas as entidades fiscalizadoras devem prestar às câmaras municipais a colaboração que lhes seja solicitada.

CAPÍTULO XIV Disposições finais e transitórias

Artigo 53.º Regulamentos municipais e taxas

1 - O regime do exercício das atividades previstas no presente diploma será objeto de regulamentação municipal, nos termos da lei. 2 - As taxas devidas pelos licenciamentos das atividades previstas no presente diploma serão fixadas por regulamentação municipal.

Artigo 53.º-A Tramitação desmaterializada

1 - Os procedimentos administrativos previstos no presente diploma são efetuados no balcão único eletrónico dos serviços, referido nos artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho.

2 - Quando, por motivos de indisponibilidade da plataforma eletrónica, não for possível o cumprimento do disposto no número anterior, pode ser utilizado qualquer outro meio legalmente admissível.

Artigo 54.º Norma revogatória

São revogadas as normas do Decreto-Lei n.º 316/95, de 28 de novembro, que contrariem o disposto no presente diploma.

Artigo 55.º Aplicação às Regiões Autónomas

A aplicação do presente diploma às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira faz-se sem prejuízo das competências cometidas aos respetivos órgãos de governo próprio e das adaptações que lhe venham a ser introduzidas por diploma regional das respetivas assembleias legislativas regionais.

Artigo 56.º Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor em 1 de janeiro de 2003.

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Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de Janeiro ainda, à gestão do pessoal não docente dos Regulamenta os conselhos municipais de estabelecimentos de educação e ensino. educação e aprova o processo de Embora se tenha consciência de que o elaboração de carta educativa, transferindo processo de descentralização é um processo competências para as autarquias locais evolutivo e, tendencialmente, passível de (Com as alterações introduzidas pela Lei n.º aperfeiçoamento permanente, o papel que o 41/2003, de 22 de agosto e pela Lei n.º 6/2012, presente diploma atribui aos municípios em de 10 de fevereiro) matéria de ordenamento da rede educativa, no conteúdo amplo que esta encerra, a par das A concretização da descentralização competências que transfere para os mesmos na administrativa constitui um objectivo área da educação e do ensino não superior, fundamental do Programa do XV Governo somando-se às competências já detidas por eles Constitucional, enquanto aposta estratégica no na área da acção social escolar, constituem uma princípio da subsidariedade, o qual enforma uma nova visão estrutural do sistema educativo dinâmica de modernização do Estado e um português e um passo da maior importância, no modelo de organização administrativa tendente sentido da aproximação entre os cidadãos e o à obtenção de melhores níveis de satisfação das sistema educativo, e de co-responsabilização necessidades reais dos cidadãos, em termos entre ambos quanto aos resultados deste. mais eficientes e eficazes e mais conformes com As opções agora adoptadas resultaram de o sentido de autonomia responsável constituinte uma ponderação conjunta entre o Governo e a dos regimes democráticos. Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Neste modelo assume particular relevância a que não esqueceu a experiência muito extensa concretização da transferência de atribuições e de cooperação que tem vindo a ser desenvolvida competências da administração central para as entre o Ministério da Educação e os municípios autarquias locais, reconhecendo que os em diversas áreas do sistema educativo. municípios constituem o núcleo essencial da Foram ouvidos os órgãos de governo próprio estratégia de subsidariedade, tendo o presente das Regiões Autónomas. diploma por objecto a transferência de Assim: competências na área da educação e do ensino Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo não superior. 198.º da Constituição, o Governo decreta, para A Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, valer como lei geral da República, o seguinte: procurou estabelecer um quadro de transferências de atribuições e competências CAPÍTULO I para as autarquias locais, determinando que a Âmbito concretização dessas transferências se efectivasse através de diplomas específicos. O Artigo 1.º artigo 19.º da Lei n.º 159/99 elencou as Objecto competências a transferir na área da educação e do ensino não superior, tendo, sequencialmente, 1 - O presente diploma tem por objecto os o artigo 13.º da Lei n.º 30-C/2000, de 29 de conselhos municipais de educação, regulando as Dezembro, e o artigo 12.º da Lei n.º 109- suas competências, a sua composição e o seu B/2001, de 27 de Dezembro, pretendido funcionamento. concretizar as mesmas. Tratou-se, no entanto, 2 - O presente diploma tem, ainda, por de uma intervenção meramente formal, que, em objecto a carta educativa, regulando o processo termos reais, nada acrescentou a estatuições de elaboração e aprovação da mesma e os seus anteriores constantes dos Decretos-Leis n.os efeitos. 77/84, de 8 de Março, 299/84, de 5 de Setembro, 399-A/84, de 28 de Dezembro, e Artigo 2.º 115-A/98, de 4 de Maio. Designações O presente diploma visa suprir essa lacuna, transferindo efectivamente competências 1 - O conselho local de educação, identificado relativamente aos conselhos municipais de na alínea b) do n.º 2 do artigo 19.º da Lei n.º educação, um órgão essencial de 159/99, de 14 de Setembro, passa a designar-se institucionalização da intervenção das por conselho municipal de educação. comunidades educativas a nível do concelho, e 2 - A carta escolar, identificada na alínea a) relativamente à elaboração da carta educativa, do n.º 2 do artigo 19.º da Lei n.º 159/99, de 14 um instrumento fundamental de ordenamento de Setembro, passa a designar-se por carta da rede de ofertas de educação e de ensino. Em educativa. termos complementares, o presente diploma regulamenta competências na área da realização de investimentos por parte dos municípios, nos domínios da construção, apetrechamento e manutenção dos estabelecimentos da educação pré-escolar e do ensino básico, referindo-se,

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CAPÍTULO II cultural, artístico, desportivo, de Conselho municipal de educação preservação do ambiente e de educação para a cidadania; Artigo 3.º g) Programas e acções de prevenção e Objectivo segurança dos espaços escolares e seus acessos; O conselho municipal de educação é uma h) Intervenções de qualificação e instância de coordenação e consulta, que tem requalificação do parque escolar. por objectivo promover, a nível municipal, a 2 - Compete, ainda, ao conselho municipal de coordenação da política educativa, articulando a educação analisar o funcionamento dos intervenção, no âmbito do sistema educativo, estabelecimentos de educação pré-escolar e de dos agentes educativos e dos parceiros sociais ensino, em particular no que respeita às interessados, analisando e acompanhando o características e adequação das instalações, ao funcionamento do referido sistema e propondo desempenho do pessoal docente e não docente e as acções consideradas adequadas à promoção à assiduidade e sucesso escolar das crianças e de maiores padrões de eficiência e eficácia do alunos, reflectir sobre as causas das situações mesmo. analisadas e propor as acções adequadas à

promoção da eficiência e eficácia do sistema Artigo 4.º educativo. Competências 3 - Para o exercício das competências do

conselho municipal de educação devem os seus 1 - Para a prossecução dos objectivos membros disponibilizar a informação de que referidos no artigo anterior, compete ao disponham relativa aos assuntos a tratar, conselho municipal de educação deliberar, em cabendo, ainda, ao representante do Ministério especial, sobre as seguintes matérias: da Educação apresentar, em cada reunião, um a) Coordenação do sistema educativo e relatório sintético sobre o funcionamento do articulação da política educativa com sistema educativo, designadamente sobre os outras políticas sociais, em particular aspectos referidos no número anterior. nas áreas da saúde, da acção social e da formação e emprego; Artigo 5.º b) Acompanhamento do processo de Composição elaboração e de actualização da carta educativa, a qual deve resultar de 1 - Integram o conselho municipal de estreita colaboração entre os órgãos educação: municipais e os serviços do Ministério a) O presidente da câmara municipal, da Educação, com vista a, assegurando que preside; a salvaguarda das necessidades de b) O presidente da assembleia oferta educativa do concelho, garantir municipal; o adequado ordenamento da rede c) O vereador responsável pela educativa nacional e municipal; educação, que assegura a substituição c) Participação na negociação e execução do presidente, nas suas ausências e dos contratos de autonomia, previstos impedimentos; nos artigos 47.º e seguintes do d) O presidente da junta de freguesia Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de eleito pela assembleia municipal em Maio; representação das freguesias do d) Apreciação dos projectos educativos a concelho; (Redacção dada pela Lei n.º desenvolver no município; 41/2003 de 22 de agosto) e) Adequação das diferentes e) Um representante do pessoal docente modalidades de acção social escolar às do ensino básico público. (Redacção necessidades locais, em particular no dada pela Lei n.º 41/2003 de 22 de que se refere aos apoios sócio- agosto). (Nos termos da Declaração de educativos, à rede de transportes Retificação n.º 13/2003, 11 de escolares e à alimentação; outubro, a Lei n.º 41/2003, de 22 de f) Medidas de desenvolvimento agosto, «Primeira alteração ao educativo, no âmbito do apoio a Decreto-Lei n.º 7/2003, de 15 de crianças e jovens com necessidades janeiro (…)» saiu com a seguinte educativas especiais, da organização incorrecção, que assim se retifica: no de actividades de complemento n.º 1 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º curricular, da qualificação escolar e 7/2003, de 15 de janeiro, onde se lê profissional dos jovens e da promoção «e) Um representante do pessoal de ofertas de formação ao longo da docente do ensino básico público;» vida, do desenvolvimento do desporto deve ler-se «e) [Anterior alínea d)]», escolar, bem como do apoio a cujo texto é o seguinte: «d) O director iniciativas relevantes de carácter

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regional de educação com municipal, nos termos propostos pela câmara competências na área do município ou municipal. quem este designar em sua Artigo 7.º substituição». Funcionamento

2 - Integram ainda o conselho municipal de 1 - Os conselhos municipais de educação educação os seguintes representantes, desde reúnem, ordinariamente, no início do ano lectivo que as estruturas representadas existam no e no final de cada período escolar e, município: extraordinariamente, sempre que convocados a) Um representante das instituições de pelo seu presidente. ensino superior público; 2 - Os conselhos municipais de educação b) Um representante das instituições de podem deliberar a constituição interna de grupos ensino superior privado; de trabalho, em razão das matérias a analisar ou c) Um representante do pessoal docente dos projectos específicos a desenvolver. do ensino secundário público; 3 - O apoio logístico e administrativo d) Um representante do pessoal docente necessário ao funcionamento dos conselhos do ensino básico público; municipais de educação é assegurado pela e) Um representante do pessoal docente câmara municipal. da educação pré-escolar pública; f) Um representante dos Artigo 8.º estabelecimentos de educação e de Regimento ensino básico e secundário privados; g) Dois representantes das associações As regras de funcionamento do conselho de pais e encarregados de educação; municipal de educação constam de regimento, a h) Um representante das associações de aprovar pelo conselho, devendo respeitar os estudantes; seguintes princípios: i) Um representante das instituições a) O conselho só pode funcionar quando particulares de solidariedade social que estiverem presentes, pelo menos, desenvolvam actividade na área da metade dos seus membros; educação; b) As deliberações que traduzam j) Um representante dos serviços posições do conselho com eficácia públicos de saúde; externa devem ser aprovadas por l) Um representante dos serviços da maioria absoluta dos seus membros; segurança social; c) Os membros do conselho devem m) Um representante dos serviços de participar obrigatoriamente nas emprego e formação profissional; discussões e votações que, de forma n) Um representante dos serviços directa ou indirecta, envolvam as públicos da área da juventude e do estruturas que representam; desporto; d) As actas das reuniões do conselho o) Um representante das forças de devem ser rubricadas por todos os segurança. membros que nelas participem. p) Um representante do conselho

municipal de juventude (Redação dada Artigo 9.º pela Lei n.º 6/2012, de 10 de Envio de pareceres fevereiro).

3 – Os representantes a que se referem as As avaliações, propostas e recomendações do alíneas c), d) e e) do número anterior são eleitos conselho municipal de educação devem ser pelos docentes do respectivo grau de ensino. remetidas directamente aos serviços e entidades (Redacção dada pela Lei n.º 41/2003 de 22 de com competências executivas nas matérias a agosto) que os mesmos respeitem. 4 – De acordo com a especificidade das matérias a discutir no conselho municipal de CAPÍTULO III educação, pode este deliberar que sejam Carta educativa convidadas a estar presentes nas reuniões personalidades de reconhecido mérito na área Artigo 10.º de saber em análise. (Redacção dada pela Lei Conceito n.º 41/2003 de 22 de agosto) A carta educativa é, a nível municipal, o Artigo 6.º instrumento de planeamento e ordenamento Constituição prospectivo de edifícios e equipamentos educativos a localizar no concelho, de acordo O conselho municipal de educação é com as ofertas de educação e formação que seja nomeado por deliberação da assembleia necessário satisfazer, tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos, no quadro do

363 Autarquias Locais - Legislação Nacional desenvolvimento demográfico e sócio-económico 4 - A carta educativa deve incidir, de cada município. igualmente, sobre a concretização da acção social escolar no município, nos termos das Artigo 11.º modalidades estabelecidas na lei e de acordo Objectivos com as competências dos municípios, do Ministério da Educação e demais entidades. 1 - A carta educativa visa assegurar a 5 - A carta educativa deve prever os termos adequação da rede de estabelecimentos de da contratualização entre os municípios e o educação pré-escolar e de ensino básico e Ministério da Educação, ou outras entidades, secundário, por forma que, em cada momento, relativamente à prossecução pelo município de as ofertas educativas disponíveis a nível competências na área das actividades municipal respondam à procura efectiva que ao complementares de acção educativa e do mesmo nível se manifestar. desenvolvimento do desporto escolar, de acordo 2 - A carta educativa é, necessariamente, o com tipologias contratuais e custos reflexo, a nível municipal, do processo de padronizados, a fixar em protocolo a celebrar ordenamento a nível nacional da rede de ofertas entre o Ministério da Educação e a Associação de educação e formação, com vista a assegurar Nacional dos Municípios Portugueses. a racionalização e complementaridade dessas ofertas e o desenvolvimento qualitativo das Artigo 13.º mesmas, num contexto de descentralização Rede educativa administrativa, de reforço dos modelos de gestão dos estabelecimentos de educação e de 1 - Entende-se por «rede educativa» a ensino públicos e respectivos agrupamentos e de configuração da organização territorial dos valorização do papel das comunidades edifícios escolares, ou dos edifícios utilizados em educativas e dos projectos educativos das actividades escolares, afectos aos escolas. estabelecimentos de educação pré-escolar e dos 3 - A carta educativa deve promover o ensinos básico e secundário, visando a sua desenvolvimento do processo de agrupamento adequação às orientações e objectivos de de escolas, com vista à criação nestas das política educativa, nomeadamente os que se condições mais favoráveis ao desenvolvimento referem à utilização mais eficiente dos recursos de centros de excelência e de competências e à complementaridade das ofertas educativas, educativas, bem como as condições para a no quadro da correcção de desigualdades e gestão eficiente e eficaz dos recursos educativos assimetrias locais e regionais, por forma a disponíveis. assegurar a igualdade de oportunidades de 4 - A carta educativa deve incluir uma análise educação pré-escolar e de ensino a todas as prospectiva, fixando objectivos de ordenamento crianças e alunos. progressivo, a médio e longo prazos. 2 - A necessidade da adequação, em 5 - A carta educativa deve garantir a permanência, da oferta educativa, coerência da rede educativa com a política nomeadamente a que decorre das alterações da urbana do município. procura, em termos qualitativos e quantitativos, e do estado físico dos edifícios, obriga a um Artigo 12.º processo anual de apreciação e ajustamento da Objecto rede educativa.

1 - A carta educativa tem por objecto a Artigo 14.º identificação, a nível municipal, dos edifícios e Equipamentos educativos equipamentos educativos, e respectiva localização geográfica, bem como das ofertas 1 - Os equipamentos educativos são o educativas da educação pré-escolar, dos ensinos conjunto dos meios materiais, designadamente básico e secundário da educação escolar, os edifícios escolares, o equipamento básico, o incluindo as suas modalidades especiais de mobiliário, o material didáctico e os educação, e da educação extra-escolar. equipamentos tecnológico e desportivo, 2 - A carta educativa inclui uma identificação utilizados para a conveniente realização da dos recursos humanos necessários à actividade educativa. prossecução das ofertas educativas referidas no 2 - As características dos equipamentos número anterior, bem como uma análise da educativos obedecem a termos de referência integração dos mesmos a nível municipal, de fixados, em conformidade com a lei, pelo acordo com os cenários de desenvolvimento Ministério da Educação. urbano e escolar. 3 - A carta educativa incide sobre os estabelecimentos de educação pré-escolar e de ensino da rede pública, privada, cooperativa e solidária.

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CAPÍTULO IV especialmente através da conclusão do Ordenamento da rede educativa processo de agrupamento de escolas e de autonomia da sua gestão; Artigo 15.º f) Adequação da oferta de recursos e Princípios gerais racionalização da sua distribuição, com vista ao estabelecimento e à distinção O ordenamento da rede educativa deve, daqueles que, pelas suas considerando o disposto nos artigos 37.º a 41.º características e natureza, devam ser da Lei de Bases do Sistema Educativo, comuns a uma determinada área estruturar-se de acordo com os seguintes geográfica, por forma que melhor princípios gerais: sejam partilhados por todos os estabelecimentos dessa mesma área. a) Consideração da educação pré-escolar

como primeira etapa da educação Artigo 17.º básica; Parâmetros técnicos b) Sequencialidade entre os diferentes

ciclos do ensino básico, de acordo com 1 - O ordenamento da rede educativa deve o definido na Lei de Bases do Sistema respeitar, entre outros, os seguintes parâmetros Educativo, como elemento propiciador técnicos: do cumprimento, com sucesso, do percurso da escolaridade obrigatória, e a) Tipologia de estabelecimentos de como reconhecimento de que este educação pré-escolar e de ensino percurso se deve efectuar, de públicos, em cada momento definidos e preferência, numa única escola ou caracterizados; agrupamento de escolas; b) Modalidades de agregação entre os c) Expressão territorial da rede estabelecimentos de educação pré- educativa, entendida como a escolar e os dos diferentes ciclos do distribuição dos estabelecimentos dos ensino básico, no sentido do diferentes níveis de educação e de aprofundamento do processo de ensino, de acordo com a divisão constituição de agrupamentos de administrativa do País, tendo em escolas; atenção factores resultantes das c) Caracterização dos edifícios e de características geográficas do território, outras infra-estruturas educativas, bem da densidade e da idade da população como do mobiliário e demais a escolarizar, do nível de educação e equipamento, em função do tipo de ensino em questão e da necessidade de escola, do número de alunos, das assegurar a racionalidade e exigências pedagógicas e dos padrões complementaridade das ofertas. de qualidade e de funcionamento definidos; Artigo 16.º d) Dimensão padrão dos Objectivos estabelecimentos de educação pré- escolar e de ensino, por forma a O ordenamento da rede educativa deve estabelecer os limiares mínimo e contribuir para os seguintes objectivos: máximo das crianças e alunos utentes de cada jardim-de-infância, escola do a) Garantia do direito de acesso de todas ensino básico, escola do ensino as crianças e alunos aos secundário e agrupamento de escolas, estabelecimentos de educação pré- tendo em atenção as idades de quem escolar e dos ensinos básico e os frequenta e a especificidade dos secundário; diferentes níveis de educação e de b) Superação das situações de ensino ministrados em cada um; isolamento e de quebra de inserção e) Dimensão padrão e características dos sócio-educativa das crianças e alunos, quadros de pessoal, docente e não prevenindo a exclusão social; docente, de cada estabelecimento de c) Garantia de uma adequada educação pré-escolar e de ensino ou complementaridade de ofertas agrupamento de escolas, tendo em educativas; atenção a especificidade das ofertas d) Garantia da qualidade funcional, educativas. arquitectónica e ambiental dos estabelecimentos de educação pré- 2 - A fixação dos parâmetros técnicos do escolar e de ensino; ordenamento da rede educativa é da e) Desenvolvimento de formas de competência do Ministério da Educação. organização e gestão dos estabelecimentos de educação pré- escolar e de ensino mais eficazes,

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CAPÍTULO V 6 - As cartas educativas são custeadas, em Elaboração da carta educativa partes iguais, pelas câmaras municipais e pelo Ministério da Educação, que definem Artigo 18.º previamente os respectivos custos e Conteúdo metodologia de elaboração.

1 - A carta educativa deve conter, tendo em Artigo 20.º atenção o disposto nos artigos anteriores, a Revisão caracterização sumária da localização e organização espacial dos edifícios e 1 - Revestem a forma de revisão da carta equipamentos educativos, o diagnóstico educativa as alterações da mesma que se estratégico, as projecções de desenvolvimento e reflictam significativamente no ordenamento da a proposta de intervenção relativamente à rede rede educativa anteriormente aprovado, pública. designadamente a criação ou o encerramento de 2 - A carta educativa é instruída com os novos estabelecimentos de educação pré-escolar seguintes elementos: e de ensino. 2 - A revisão das cartas educativas é a) Relatório que mencione as principais obrigatória quando a rede educativa do medidas a adoptar e a sua justificação; município fique desconforme com os princípios, b) Programa de execução, com a objectivos e parâmetros técnicos do calendarização da concretização das ordenamento da rede educativa, devendo o medidas constantes do relatório; processo de revisão ser iniciado a solicitação do c) Plano de financiamento, com a Ministério da Educação ou das câmaras estimativa do custo das realizações municipais. propostas e com a menção das fontes 3 - O Ministério da Educação e as câmaras de financiamento e das entidades municipais reavaliam obrigatoriamente de cinco responsáveis pela sua execução. em cinco anos a necessidade de revisão da carta

educativa. Artigo 19.º 4 - À revisão da carta educativa são Competências aplicáveis os procedimentos previstos para a

respectiva aprovação. 1 - A elaboração da carta educativa é da competência da câmara municipal, sendo Artigo 21.º aprovada pela assembleia municipal respectiva, Efeitos após discussão e parecer do conselho municipal de educação. Depois de aprovada e ratificada, a carta 2 - O apoio técnico necessário à elaboração educativa constitui um instrumento de da carta educativa compete ao Ministério da orientação da gestão do sistema educativo, de Educação, que disponibiliza toda a informação acordo com as competências do Ministério da necessária, bem como a prestação dos serviços Educação e dos municípios, incluindo quanto aos adequados. instrumentos de apoio às iniciativas privadas, 3 - A carta educativa integra o plano director cooperativas e solidárias, quanto à utilização de municipal respectivo, estando, nestes termos, financiamentos e quanto à colocação de recursos sujeita a ratificação governamental, mediante humanos, materiais e financeiros por parte do parecer prévio vinculativo do Ministério da Ministério da Educação ou de outras entidades Educação. públicas. 4 - Podem os municípios articular entre si, nomeadamente através das respectivas CAPÍTULO VI federações e associações, e com o Ministério da Construção, apetrechamento e manutenção Educação o desenvolvimento de instrumentos de de estabelecimentos de educação e ensino planeamento e ordenamento da rede educativa de nível supramunicipal. Artigo 22.º 5 - Na elaboração da carta educativa as Competências câmaras municipais e o Ministério da Educação devem articular estreitamente as suas 1 - A realização dos investimentos na intervenções, de forma a garantir os princípios, construção, apetrechamento e manutenção dos objectivos e parâmetros técnicos estatuídos no estabelecimentos de educação pré-escolar e do presente diploma quanto ao ordenamento da ensino básico, previstos na carta educativa, é da rede educativa, bem como a eficácia dos competência dos municípios. programas e projectos supramunicipais ou de 2 - A realização dos investimentos previstos interesse supramunicipal. no número anterior, no que se refere à educação

pré-escolar e ao 1.º ciclo do ensino básico,

compreende a identificação, a elaboração e a

aprovação dos projectos, o seu financiamento e a respectiva execução.

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3 - O exercício das competências previstas no 2 - As referências feitas em diplomas n.º 1 efectiva-se, no que respeita aos 2.º e 3.º normativos, ou outros, ao Conselho Consultivo ciclos do ensino básico, através de contrato de Acção Social Escolar e ao Conselho Consultivo entre o Ministério da Educação e os municípios, dos Transportes Escolares passam a considerar- assente na identificação padronizada de se feitas aos conselhos municipais de educação. tipologias e custos. 4 - A realização dos investimentos, nos Artigo 26.º termos do n.º 2, na construção, apetrechamento Transferência de património e manutenção dos estabelecimentos do ensino secundário, previstos na carta educativa, é da O património e os equipamentos afectos aos competência do Ministério da Educação. estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino básico que não foram objecto de protocolo, de acordo CAPÍTULO VII com o previsto no n.º 1 do artigo 13.º do Disposições finais e transitórias Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março, transferem-se para os municípios, com dispensa Artigo 23.º da celebração dos referidos protocolos e de Conselhos municipais de educação qualquer outra formalidade, constituindo o presente diploma título bastante para esse 1 - As câmaras municipais devem adoptar as efeito. providências necessárias à criação e início de funcionamento dos conselhos municipais de Artigo 27.º educação no prazo de 90 dias a contar da Recursos financeiros entrada em vigor do presente diploma. 2 - As estruturas representadas nos 1 - Os municípios podem aceder ao apoio conselhos municipais de educação devem indicar financeiro no domínio das infra-estruturas, às câmaras municipais os seus representantes equipamentos e apetrechamento dos no prazo de 60 dias a contar da data da entrada estabelecimentos de educação pré-escolar e do em vigor do presente diploma. 1.º ciclo do ensino básico, no âmbito do eixo 3 - Os conselhos locais de educação que se prioritário III, relativo às intervenções da encontrem constituídos na data da entrada em administração central regionalmente vigor do presente diploma devem adequar a sua desconcentradas, dos programas regionais do composição e funcionamento ao que no mesmo Continente, do Quadro Comunitário de Apoio III, se prevê quanto à composição e funcionamento nos termos e condições definidos nos dos conselhos municipais de educação. respectivos regulamentos específicos. 2 - No que respeita aos investimentos Artigo 24.º previstos no n.º 3 do artigo 22.º, o montante Cartas educativas das verbas a transferir é o previsto nos respectivos contratos. 1 - Até à ratificação das novas cartas educativas, as decisões que incidam sobre Artigo 28.º matérias que devam integrar o seu conteúdo são Pessoal não docente dos estabelecimentos tomadas em articulação entre o Ministério da de educação e do ensino básico Educação e os municípios, sem prejuízo das competências respectivas. 1 - De acordo com o conteúdo, qualitativo e 2 - As cartas educativas devem ser quantitativo, da política global de gestão do aprovadas e ratificadas no prazo de um ano a pessoal não docente dos estabelecimentos de contar da data da entrada em vigor do presente educação pré-escolar e de ensino, o Governo, diploma. em articulação com a Associação Nacional dos 3 - As cartas educativas existentes devem ser Municípios Portugueses, adoptará as adaptadas ao previsto no presente diploma, no providências normativas e financeiras prazo referido no número anterior. necessárias à gestão desse pessoal pelas autarquias locais, em particular quanto ao Artigo 25.º pessoal dos jardins-de-infância e dos Transição de competências estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino básico. 2 - Na gestão referida no número anterior, 1 - As competências exercidas pelo Conselho são assegurados os princípios da plena Consultivo de Acção Social Escolar e pelo integração funcional do pessoal não docente no Conselho Consultivo dos Transportes Escolares, âmbito da gestão específica de cada nos termos, respectivamente, dos Decretos-Leis estabelecimento de educação pré-escolar e de n.os 399-A/84, de 28 de Dezembro, e 299/84, ensino e respectivos agrupamentos, bem como de 5 de Setembro, passam a ser exercidas, nos da mobilidade intermunicipal. termos do presente diploma, pelos conselhos municipais de educação.

367 Autarquias Locais - Legislação Nacional

3 - A presente disposição não prejudica o desempenho de funções por parte do pessoal afecto aos estabelecimentos de educação pré- escolar e de ensino já pertencente aos quadros de pessoal das autarquias locais.

Artigo 29.º Norma revogatória

São revogados os artigos 2.º e 3.º do Decreto-Lei n.º 399-A/84, de 28 de Dezembro, e os artigos 8.º e 9.º do Decreto-Lei n.º 299/84, de 5 de Setembro.

Artigo 30.º Produção de efeitos

O presente diploma produz efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2003.

368 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 115/2006, de 14 de Junho É compromisso do XVII Governo Regulamenta a rede social, definindo o Constitucional promover e reforçar o papel da funcionamento e as competências dos seus rede social em todo o país, investindo na gestão órgãos, bem como os princípios e regras local participada, assegurando que o subjacentes aos instrumentos de planeamento e instalação de respostas e planeamento que lhe estão associados, em equipamentos sociais se fará progressivamente, desenvolvimento do regime jurídico de tendo em conta a rentabilização dos recursos transferência de competências para as existentes e da verdadeira participação das autarquias locais entidades locais. Na sequência da Resolução do Conselho de A rede social criada na sequência da Ministros n.º 197/97, de 18 de Novembro, foi Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/97, desenvolvida a fase experimental desta medida de 18 de Novembro, impulsionou um trabalho de de política social, integrando inicialmente 41 parceria alargada incidindo na planificação concelhos piloto. Actualmente a rede social está estratégica da intervenção social local, implementada em 275 concelhos em todo o abarcando actores sociais de diferentes território continental. naturezas e áreas de intervenção, visando É fundamental, para a afirmação e contribuir para a erradicação da pobreza e da desenvolvimento da rede social ao nível exclusão social e para a promoção do nacional, para além de uma organização desenvolvimento social ao nível local. Este homogénea das estruturas de parceria, a trabalho de parceria tem vindo a ser alvo de integração de instrumentos e estruturas que uma enriquecedora actualização também na reforcem o papel das redes sociais de base local perspectiva da promoção da igualdade de nas decisões para a sua área territorial, género. nomeadamente a obrigatoriedade do pedido de Por diferentes razões, a pobreza e a exclusão parecer ao conselho local de acção social para social atingem em particular grupos de projectos e equipamentos a desenvolver no população mais vulneráveis, destacando-se as concelho, a consideração dos diagnósticos pessoas idosas, as pessoas com deficiências e os sociais e dos planos de desenvolvimento social imigrantes, havendo necessidade de ter em nos planos directores municipais, a construção especial atenção as estratégias de intervenção de um sistema de informação que permita a para estes grupos alvo. recolha de indicadores de base local, de modo a Para fazer face a estes fenómenos e alimentar uma base nacional que leve a um problemas que atingem transversalmente a melhor conhecimento das realidades concelhias sociedade portuguesa, é fundamental que no e da realidade nacional no âmbito da pobreza e planeamento social de carácter local, assim da exclusão social, e dos seus reflexos nas como na rentabilização dos recursos concelhios, desigualdades de género, a constituição de uma estejam sempre presentes as medidas e acções estrutura supraconcelhia que permita um definidas nos diferentes documentos de planeamento concertado para além das planeamento, tais como o Plano Nacional para a fronteiras concelhias. Acção, Crescimento e Emprego (PNACE), o Plano Por outro lado, considerando que o PNAI Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI), o representa um compromisso do Estado Plano Nacional de Emprego (PNE), o Programa Português com a União Europeia para promoção Nacional de Política de Ordenamento do da inclusão na Europa, saliente-se ainda o papel Território (PNPOT), o Plano Tecnológico (PT), o que a rede social deve ter na concepção e Plano Nacional de Saúde (PNS), com especial concretização deste Plano, através da adopção enfoque na Rede Nacional de Cuidados dos objectivos do PNAI para os seus Continuados Integrados, o Plano para a Acção e instrumentos de planeamento bem como a Integração para Pessoas com Deficiência e criação de um sistema de informação que Incapacidades (PAIPDI), o Plano Nacional para a permita uma recolha de informação a um nível Igualdade (PNI), o Plano Nacional de Combate à de maior proximidade. A rede social é o Violência Doméstica (PNCVD) e a Estratégia instrumento por excelência de operacionalização Nacional de Desenvolvimento Sustentável. do PNAI, apresentando-se como o fórum que A rede social pretende constituir um novo congrega as diferentes parcerias e políticas tipo de parceria entre entidades públicas e sociais que visam a promoção do privadas, actuando nos mesmos territórios, desenvolvimento social local. baseada na igualdade entre os parceiros, no Procurando integrar as orientações da União respeito pelo conhecimento, pela identidade, Europeia, já adoptadas pelo PNAI, este decreto- potencialidades e valores intrínsecos de cada lei é inovador ao introduzir a dimensão de um, na partilha, na participação e na género como factor determinante do colaboração, com vista à consensualização de desenvolvimento local. Tendo em conta que a objectivos, à concertação das acções rede social desenvolve um processo de desenvolvidas pelos diferentes agentes locais e à planeamento estratégico de base concelhia, é optimização dos recursos endógenos e exógenos fundamental a articulação estreita com o PNI, ao território. que traduz a necessidade de pensar que a sociedade portuguesa é constituída por homens

369 Autarquias Locais - Legislação Nacional e mulheres, independentemente dos grupos b) Promover o desenvolvimento social sociais de pertença. integrado; A rede social está, efectivamente, implantada c) Promover um planeamento integrado em todo o território continental, havendo uma e sistemático, potenciando sinergias, necessidade real de criar um instrumento competências e recursos; legislativo que, após cinco anos de d) Contribuir para a concretização, funcionamento, venha permitir uma acompanhamento e avaliação dos harmonização quer nos modelos de objectivos do Plano Nacional de Acção funcionamento quer nos processos de para a Inclusão (PNAI); planeamento, que, sem prejuízo de outros, são e) Integrar os objectivos da promoção peças fundamentais para uma melhor da igualdade de género, constantes do distribuição dos recursos no território nacional e, Plano Nacional para a Igualdade (PNI), por outro lado, permitem perspectivar o futuro nos instrumentos de planeamento; de cada território a médio prazo. f) Garantir uma maior eficácia e uma A rede social assume-se como um modelo de melhor cobertura e organização do organização e de trabalho em parceria que traz conjunto de respostas e equipamentos uma maior eficácia e eficiência nas respostas sociais ao nível local; sociais e rapidez na resolução dos problemas g) Criar canais regulares de comunicação concretos dos cidadãos e das famílias. A rede e informação entre os parceiros e a social estruturada ao nível local e organizada população em geral. numa plataforma supraconcelhia, reflectindo-se 2 - A rede social assenta no trabalho de no PNAI, permitirá a Portugal dar um salto parceria alargada, efectiva e dinâmica e visa o qualitativo na organização dos recursos e no planeamento estratégico da intervenção social planeamento das respostas e equipamentos local, que articula a intervenção dos diferentes sociais. agentes locais para o desenvolvimento social. Foram ouvidas a Associação Nacional de

Municípios Portugueses e a Associação Nacional Artigo 4.º de Freguesias nos termos da lei. Princípios de acção da rede social Assim:

No desenvolvimento do regime jurídico As acções desenvolvidas no âmbito da rede estabelecido no n.º 3 do artigo 23.º da Lei n.º social, bem como o funcionamento de todos os 159/99, de 14 de Setembro, e no n.º 1 do artigo seus órgãos, orientam-se pelos princípios da 25.º da Lei n.º 60-A/2005, de 30 de Dezembro, subsidiariedade, integração, articulação, e nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo participação, inovação e igualdade de género. 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 5.º

Princípio da subsidiariedade CAPÍTULO I

Rede social No quadro do funcionamento da rede social,

as decisões são tomadas ao nível mais próximo Artigo 1.º das populações e só depois de explorados todos Objecto os recursos e competências locais se apela a

outros níveis sucessivos de encaminhamento e O presente decreto-lei consagra os princípios, resolução de problemas. finalidades e objectivos da rede social, bem como a constituição, funcionamento e Artigo 6.º competência dos seus órgãos. Princípio da integração

Artigo 2.º A intervenção social e o incremento de Âmbito territorial projectos locais de desenvolvimento integrado

fazem-se através da congregação dos recursos A rede social aplica-se ao território de da comunidade. Portugal continental.

Artigo 7.º Artigo 3.º Princípio da articulação Conceito e objectivos

Na implementação da rede social procede-se 1 - A rede social é uma plataforma de à articulação da acção dos diferentes agentes articulação de diferentes parceiros públicos e com actividade na área territorial respectiva, privados que tem por objectivos: através do desenvolvimento do trabalho em a) Combater a pobreza e a exclusão parceria, da cooperação e da partilha de social e promover a inclusão e coesão responsabilidades. sociais;

370 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 8.º Artigo 14.º Princípio da participação Dinamização e desenvolvimento da rede social No quadro da rede social, a participação deve abranger os actores sociais e as populações, em 1 - A dinamização, acompanhamento e particular as mais desfavorecidas, e estender-se avaliação da rede social no território continental a todas as acções desenvolvidas. compete ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. Artigo 9.º 2 - Compete ainda ao Ministério do Trabalho Princípio da inovação e da Solidariedade Social, em estreita colaboração com a coordenação do PNAI: Na implementação da rede social privilegia-se a) Garantir a articulação e a a mudança de atitudes e de culturas coordenação das medidas de política institucionais e a aquisição de novos saberes, social e dos programas nacionais na inovando os processos de trabalho, as suas área social, promovendo, práticas e os modelos de intervenção em face nomeadamente, a articulação do PNAI das novas problemáticas e alterações sociais. com os planos de desenvolvimento

social, adiante designados por PDS; Artigo 10.º b) Assegurar a articulação do PNI com os Princípio da igualdade de género PDS;

c) Assegurar a coordenação integrada da No quadro da rede social, o planeamento e a rede social e do rendimento social de intervenção integram a dimensão de género inserção; quer nas medidas e acções quer na avaliação do d) Propor e delinear medidas de política impacte. social que promovam a inclusão social;

e) Assegurar a consulta sobre as CAPÍTULO II propostas de medidas de política social Estrutura orgânica ao Conselho Económico e Social e ao

Fórum não Governamental para a SECÇÃO I Inclusão; Órgãos da rede social f) Definir periodicamente circuitos e

metodologias de trabalho a utilizar na Artigo 11.º construção dos PDS e do PNAI que Comissões sociais de freguesia e conselhos assegurem a articulação destes locais de acção social instrumentos de planeamento.

As medidas necessárias à prossecução dos 3 - O Ministro do Trabalho e da Solidariedade objectivos e das acções de intervenção, no Social articula com o responsável governamental âmbito da rede social, são assumidas localmente para a igualdade de género as orientações pelos conselhos locais de acção social, adiante estratégicas relativas à coordenação do PNI com designados por CLAS, e pelas comissões sociais o PNAI. de freguesia, adiante designadas por CSF. SECÇÃO II Artigo 12.º Comissões sociais de freguesia Âmbito territorial das CSF Artigo 15.º 1 - O âmbito territorial das CSF corresponde, Composição das CSF em regra, ao das freguesias. 2 - Mediante proposta das juntas de freguesia As CSF integram: envolvidas, pode o CLAS constituir comissões sociais interfreguesias, abrangendo freguesias a) O presidente da junta de freguesia; do mesmo concelho. b) Os serviços públicos, nomeadamente 3 - As freguesias com número de habitantes os tutelados pelos membros do inferior ou igual a 500 não estão obrigadas a Governo nas áreas do emprego, constituir-se em CSF, devendo, contudo, segurança social, educação, saúde, constituir-se em comissões sociais justiça, administração interna, obras interfreguesias. públicas e ambiente; c) Entidades sem fins lucrativos, tais Artigo 13.º como associações empresariais, Âmbito territorial dos CLAS associações sindicais, instituições particulares de solidariedade social ou O âmbito territorial dos CLAS corresponde ao equiparadas, organizações não dos municípios. governamentais, associações de desenvolvimento local, associações humanitárias, associações culturais e

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recreativas e outras instituições do Artigo 19.º sector cooperativo e social; Formas de funcionamento das CSF d) Grupos comunitários organizados representativos de grupos da 1 - As CSF funcionam em plenário, composto população; pelos representantes de todos os seus membros. e) Quaisquer pessoas dispostas a 2 - Sempre que necessário para o bom contribuir de modo relevante para o exercício das suas competências, as CSF podem desenvolvimento social local, constituir um núcleo executivo e designar os nomeadamente através dos seus grupos de trabalho tidos por adequados. conhecimentos técnicos, intervenção comunitária ou amplitude económica. Artigo 20.º Competências das CSF Artigo 16.º Condições de adesão às CSF Compete às CSF:

a) Aprovar o seu regulamento interno; 1 - A adesão das entidades referidas na b) Sinalizar as situações mais graves de alínea b) do n.º 1 do artigo anterior depende de pobreza e exclusão social existentes na as mesmas exercerem a sua actividade na freguesia e definir propostas de respectiva área geográfica ou de o seu âmbito actuação a partir dos seus recursos, de intervenção ser relevante para o mediante a participação de entidades desenvolvimento social local. representadas ou não na comissão; 2 - A adesão das entidades e das pessoas c) Encaminhar para o respectivo CLAS os referidas nas alíneas c), d) e e) do artigo problemas que excedam a capacidade anterior carece de aprovação pela maioria dos dos recursos da freguesia, propondo as membros que compõem as CSF, mediante soluções que tiverem por adequadas; critérios de adesão estipulados no respectivo d) Promover mecanismos de regulamento interno. rentabilização dos recursos existentes 3 - Só podem ser membros das CSF as na freguesia; entidades que tenham, previamente, aderido ao e) Promover a articulação progressiva da CLAS. intervenção social dos agentes da

freguesia; Artigo 17.º f) Promover acções de informação e Constituição das CSF outras iniciativas que visem uma

melhor consciência colectiva dos 1 - A constituição das CSF e a adesão de problemas sociais; novos membros são deliberadas em sessão g) Recolher a informação relativa aos plenária, ficando registadas em acta assinada problemas identificados no local e por todos os parceiros presentes. promover a participação da população 2 - A adesão dos membros da CSF é e agentes da freguesia para que se concretizada em formulário próprio, tendo cada procurem, conjuntamente, soluções entidade aderente de indicar o respectivo para os problemas; representante. h) Dinamizar a adesão de novos

membros. Artigo 18.º

Presidência das CSF SECÇÃO III

Conselhos locais de acção social 1 - A CSF é presidida pelo presidente da junta de freguesia, que dinamiza e convoca o Artigo 21.º respectivo plenário. Composição dos CLAS 2 - Caso se verifique a impossibilidade da assunção da presidência pelo presidente da 1 - Os CLAS integram: junta de freguesia, esta é assumida por um dos membros da CSF, eleito, de dois em dois anos, a) O presidente da câmara municipal ou pela maioria das entidades que a compõem, o responsável máximo da entidade que tendo a junta de freguesia de indicar um preside; representante para a CSF. b) As entidades ou organismos do sector 3 - A CSF elege, de entre os seus membros, público, nomeadamente os tutelados um elemento que substitua o presidente nos pelos membros do Governo nas áreas seus impedimentos. do emprego, segurança social, educação, saúde, justiça, administração interna, obras públicas e ambiente;

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c) As instituições que desenvolvam 2 - A adesão das entidades e das pessoas respostas sociais, mediante a referidas na alínea b) do n.º 2 do artigo anterior celebração de acordos de cooperação carece da aprovação pela maioria dos membros com organismos públicos, ou, nas que compõem os CLAS mediante critérios de situações em que o número de adesão estipulados no respectivo regulamento instituições, por área de intervenção, é interno. igual ou superior a 10, podem as mesmas designar um representante, Artigo 23.º assegurando-se em todos os casos a Constituição dos CLAS participação no CLAS de cada sector de intervenção social; 1 - A constituição dos CLAS e a adesão de d) Os presidentes das juntas de novos membros são deliberadas em sessão freguesia do respectivo concelho ou plenária, ficando registadas em acta assinada cinco representantes eleitos entre os por todos os parceiros presentes. presidentes de junta de freguesia por 2 - A adesão dos membros dos CLAS é cada 30 freguesias; concretizada em formulário próprio, tendo cada e) Os conselheiros locais para a entidade aderente de indicar o respectivo igualdade de género, quando existam. representante. 3 - Os representantes das entidades 2 - Os CLAS podem ainda integrar: aderentes ao CLAS têm, obrigatoriamente, de a) Entidades sem fins lucrativos, tais estar mandatados com poder de decisão para o como associações sindicais, efeito. associações empresariais, instituições particulares de solidariedade social ou Artigo 24.º equiparadas, organizações não Presidência dos CLAS governamentais, associações humanitárias, associações de 1 - O CLAS é presidido pelo presidente da desenvolvimento local, associações câmara municipal. culturais e recreativas e outras 2 - Compete ao presidente do CLAS convocar instituições do sector cooperativo e as reuniões, presidir e dinamizar o plenário, bem social; como informar o plenário de todos os pareceres b) Entidades com fins lucrativos e emitidos pelo núcleo executivo. pessoas dispostas a contribuir de modo 3 - O presidente da câmara municipal pode relevante para o desenvolvimento delegar a presidência do CLAS num vereador da social local, nomeadamente através câmara municipal, sem faculdade de dos seus conhecimentos técnicos, subdelegação. intervenção comunitária ou contributos 4 - Quando seja impossível a assunção da financeiros. presidência do CLAS pelo presidente da câmara municipal, é eleito, por maioria, um outro 3 - Devem também participar nos trabalhos membro pelo período de dois anos. dos CLAS, sem direito a voto, representantes de outras estruturas de parceria que intervêm Artigo 25.º designadamente no âmbito social e da educação, Funcionamento dos CLAS representantes de projectos ou pessoas com conhecimentos especializados sobre temas ou 1 - Os CLAS funcionam em plenário, realidades concelhias. composto pelos representantes de todos os seus 4 - Nos casos em que os membros do CLAS membros. considerem unanimemente que é necessário um 2 - Sempre que necessário para o bom sistema de representatividade para garantir a exercício das suas competências, os CLAS operacionalidade do seu funcionamento ou podem organizar-se em grupos de trabalho. quando o número de entidades representadas ultrapassa as 75, devem defini-lo no seu Artigo 26.º regulamento interno. Competências do plenário dos CLAS

Artigo 22.º Compete aos CLAS: Condições de adesão aos CLAS a) Aprovar o seu regulamento interno; 1 - A adesão das entidades referidas na b) Constituir o núcleo executivo; alínea c) do n.º 1 e na alínea a) do n.º 2 do c) Criar grupos de trabalho temáticos, artigo anterior depende de as mesmas sempre que considerados necessários exercerem a sua actividade na respectiva área para o tratamento de assuntos geográfica ou de o seu âmbito de intervenção específicos; ser relevante para o desenvolvimento social d) Fomentar a articulação entre os local. organismos públicos e entidades privadas, visando uma actuação

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concertada na prevenção e resolução b) Executar as deliberações do CLAS; dos problemas locais de exclusão social c) Elaborar proposta do plano de e pobreza; actividades anual do CLAS e do e) Promover e garantir a realização respectivo relatório de execução; participada do diagnóstico social, do d) Assegurar a coordenação técnica das plano de desenvolvimento social e dos acções realizadas no âmbito do CLAS; planos de acção anuais; e) Elaborar o diagnóstico social, o plano f) Aprovar e difundir o diagnóstico social de desenvolvimento social e os e o plano de desenvolvimento social, respectivos planos de acção anuais; assim como os respectivos planos de f) Proceder à montagem de um sistema acção anuais; de informação que promova a g) Promover a participação dos parceiros circulação de informação entre os e facultar toda a informação necessária parceiros e a população em geral; para a correcta actualização do sistema g) Colaborar na implementação do de informação nacional a disponibilizar sistema de informação nacional; pelo Instituto da Segurança Social, I. h) Dinamizar os diferentes grupos de P.; trabalho que o plenário do CLAS h) Avocar e deliberar sobre qualquer delibere constituir; parecer emitido pelo núcleo executivo; i) Promover acções de formação para os i) Tomar conhecimento de protocolos e parceiros, de acordo com as acordos celebrados entre o Estado, as necessidades existentes; autarquias, as instituições de j) Acompanhar a execução dos planos de solidariedade social e outras entidades acção anuais; que actuem no concelho; l) Elaborar os pareceres e relatórios j) Apreciar as questões e propostas que solicitados pelo CLAS; sejam apresentadas pelas CSF, ou por m) Estimular a colaboração activa de outras entidades, e procurar as outras entidades, públicas ou privadas, soluções necessárias mediante a na prossecução dos fins do CLAS; participação de entidades competentes n) Emitir pareceres sobre candidaturas a representadas, ou não, no CLAS; programas nacionais ou comunitários l) Avaliar, periodicamente, a execução fundamentados no diagnóstico social e do plano de desenvolvimento social e no plano de desenvolvimento social; dos planos de acção; o) Emitir pareceres sobre a criação de m) Promover acções de informação e serviços e equipamentos sociais, tendo formação e outras iniciativas que visem em vista a cobertura equitativa e uma melhor consciência colectiva dos adequada no concelho, assim como o problemas sociais; impacte das respostas em matéria de n) Submeter à decisão das entidades igualdade de género, designadamente competentes as questões e propostas na conciliação da vida familiar e da que não se enquadrem na sua área de vida profissional. intervenção. 2 - No exercício das suas competências, o

núcleo executivo pode solicitar a colaboração de Artigo 27.º outras entidades que compõem o CLAS. Funcionamento do núcleo executivo

Artigo 29.º 1 - O núcleo executivo é composto por Direitos e deveres dos membros dos CLAS número ímpar de elementos, não inferior a três e não superior a sete. 1 - Constituem, entre outros, direitos dos

membros do CLAS: 2 - Integram obrigatoriamente o núcleo executivo representantes da segurança social, a) Estar representado em todas as da câmara municipal e de uma entidade sem fins reuniões plenárias do CLAS; lucrativos eleita entre os parceiros deste grupo. b) Ser informado, pelos restantes 3 - Os elementos do núcleo executivo não membros do CLAS, de todos os abrangidos pelo n.º 1 são eleitos pelos CLAS de projectos, medidas e programas de dois em dois anos. intervenção social da mesma área territorial; Artigo 28.º c) Aceder a toda a informação produzida Competências do núcleo executivo dos no âmbito das actividades do CLAS. CLAS 2 - Constituem, entre outros, deveres dos membros do CLAS: 1 - Compete ao núcleo executivo:

a) Elaborar o regulamento interno do a) Informar os restantes parceiros do CLAS; CLAS acerca de todos os projectos,

374 Autarquias Locais - Legislação Nacional

medidas e programas de intervenção SECÇÃO IV social da mesma área territorial; Organização da rede ao nível b) Garantir a permanente actualização supraconcelhio da base de dados local; c) Participar activamente na realização e Artigo 32.º actualização do diagnóstico social, Articulação da rede social ao nível plano de desenvolvimento social e supraconcelhio planos de acção; d) Colaborar, mediante disponibilização 1 - De forma a garantir a articulação e o dos recursos existentes, na elaboração, planeamento supraconcelhio são constituídas implementação e concretização do plataformas de âmbito territorial equivalente às plano de acção. NUT III que integram:

3 - O não cumprimento dos deveres referidos a) Os representantes dos centros no n.º 2 em prazo razoável determina a distritais da segurança social das áreas suspensão temporária ou definitiva, nos termos territoriais respectivas; a definir no regulamento interno do CLAS. b) Os representantes dos governadores civis respectivos; Artigo 30.º c) Os dirigentes das entidades e serviços Organização da rede social nos concelhos relevantes da Administração Pública com mais de 250000 habitantes das áreas territoriais respectivas; d) Os presidentes dos CLAS respectivos; 1 - Nos concelhos com mais de 250000 e) Os representantes das instituições habitantes, o CLAS pode proceder à constituição particulares de solidariedade social, de mais de um núcleo executivo, cujo âmbito organizações não governamentais e geográfico deve coincidir com o das comissões associações empresariais e sindicais de protecção de crianças e jovens naqueles com expressão nacional e com concelhos. delegações nos territórios respectivos. 2 - O CLAS pode nomear um grupo de 2 - A coordenação da plataforma é trabalho com competências de coordenação e assegurada pelo director do centro distrital de acompanhamento dos diferentes núcleos segurança social ou seu representante que executivos, nos termos a definir em regulamento abrange o maior número de concelhos, com as interno. seguintes competências: 3 - Nestes concelhos, enquanto não for constituído o CLAS, podem ser constituídas CSF a) Convocar e presidir, no mínimo, a ou comissões sociais interfreguesias desde que quatro reuniões anuais; integradas no âmbito geográfico definido no n.º b) Assegurar o apoio logístico e 1, que assumem as competências atribuídas ao administrativo destas reuniões. CLAS. 3 - Compete à plataforma supraconcelhia da rede social: Artigo 31.º Articulação entre órgãos de parceria ao a) Debater estratégias para a nível local concretização do PNAI naquele território; 1 - No plano local devem ser tomadas b) Garantir a harmonização e articulação iniciativas que promovam a articulação coerente das iniciativas desenvolvidas pelas dos órgãos da rede social com outros órgãos de diferentes parcerias de âmbito parceria com intervenções especializadas, tendo concelhio, que actuam no plano social; em vista a sua progressiva integração. c) Promover reuniões temáticas 2 - Nos casos em que existam gabinetes sectoriais para aprofundar o descentralizados, institucionais ou em regime de conhecimento e análise dos problemas parceria, destinados à promoção da igualdade de sociais do território, tendo em conta a género, os órgãos locais da rede social dimensão de género; estabelecem com estes adequadas formas de d) Analisar e promover a resolução ou o cooperação. encaminhamento para o nível nacional dos problemas que lhe forem apresentados pelos diferentes CLAS da plataforma, concretizando o princípio da subsidiariedade; e) Promover a circulação de informação pertinente pelas entidades que compõem os CLAS da plataforma.

375 Autarquias Locais - Legislação Nacional

CAPÍTULO III Artigo 36.º Funcionamento da rede social Plano de desenvolvimento social

Artigo 33.º 1 - O PDS é um plano estratégico que se Intervenção social ao nível local estrutura a partir dos objectivos do PNAI e que determina eixos, estratégias e objectivos de A intervenção social faz-se através de: intervenção, baseado nas prioridades definidas no DS. a) Contactos regulares entre 2 - O representante da segurança social na responsáveis e técnicos dos projectos comissão mista de coordenação do plano de intervenção social existentes na municipal de ordenamento do território, prevista mesma área de forma a garantir a no n.º 2 do artigo 75.º do Decreto-Lei n.º complementaridade das intervenções e 380/99, de 22 de Setembro, assegura que o a optimização dos recursos; PDS é ponderado na elaboração do plano b) Integração no diagnóstico, no plano director municipal respectivo. de desenvolvimento social, nos planos 3 - O PDS tem carácter obrigatório, tendo de acção e no sistema de informação uma duração sincronizada com o calendário da concelhio, de programas e projectos do Estratégia Europeia. Ministério do Trabalho e da 4 - O PDS integra as prioridades definidas Solidariedade Social e de outros aos níveis nacional e regional, nomeadamente ministérios responsáveis por áreas com as medidas e acções dos planos estratégicos intervenção relevante naquele sectoriais. território; 5 - O PDS integra ainda a dimensão de c) Contratualização de um modelo de género, através de eixos e medidas que intervenção territorial integrado promovam a igualdade entre homens e através de um protocolo entre mulheres. entidades gestoras dos programas

envolvidos e entidades promotoras dos Artigo 37.º projectos com intervenção na área Operacionalização do PDS considerada de forma a racionalizar os

recursos na mesma área de 1 - O PDS operacionaliza-se através de intervenção. planos de acção anuais, a concretizar pelos

parceiros locais. Artigo 34.º 2 - Os planos de acção definem a entidade Planeamento integrado e participado responsável pelo projecto ou a acção e o

respectivo orçamento. O processo de planeamento integrado de 3 - A concretização dos planos de acção ou intervenção no âmbito da rede social tem como de algumas das acções ou projectos neles objectivos a cobertura equitativa e adequada de contidos pode ser realizada através de contratos serviços e equipamentos e a rentabilização dos de execução, formalizados entre os parceiros recursos locais e tem como finalidade o que os vão concretizar. desenvolvimento social local através: 4 - Os contratos de execução, celebrados nos a) Do diagnóstico social (DS); termos do disposto na alínea c) do artigo 33.º, b) Do plano de desenvolvimento social envolvem os recursos das instituições locais, dos (PDS); diferentes sectores da Administração Pública c) Do plano de acção; disponíveis na comunidade e, ainda, os d) Do sistema de informação (SI). programas e projectos sectoriais, nacionais e comunitários existentes. Artigo 35.º Diagnóstico social Artigo 38.º Sistema de informação O DS é um instrumento dinâmico sujeito a actualização periódica, resultante da 1 - O SI compreende duas dimensões, uma participação dos diferentes parceiros, que nacional e uma local. permite o conhecimento e a compreensão da 2 - O SI de dimensão nacional, bem como a realidade social através da identificação das sua supervisão técnica, é da responsabilidade do necessidades, da detecção dos problemas Instituto da Segurança Social, I. P., e integra prioritários e respectiva causalidade, bem como um conjunto de informações e indicadores dos recursos, potencialidades e estatísticos que permitam um conhecimento constrangimentos locais. homogéneo do território nacional. 3 - O SI de dimensão nacional integra um fórum online que permita a partilha de conhecimentos e experiências entre todos os parceiros das redes sociais.

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4 - O SI de dimensão local é constituído por um conjunto de suportes e procedimentos que facilitem a troca de informação entre os parceiros, acessível à população em geral. 5 - O SI, quer ao nível nacional quer ao nível local, integra indicadores e informação relativa ao impacte da dimensão de género na realidade concelhia.

Artigo 39.º Pareceres do CLAS

Os PDS, designadamente os desenvolvidos e financiados por entidades públicas, autonomamente ou em parceria, são objecto de parecer prévio, de carácter não vinculativo por parte do CLAS.

Artigo 40.º Projectos de parceria

Sempre que a maximização da eficácia e eficiência de projectos ou acções de desenvolvimento social de base local aconselhe a sua realização através de uma parceria de várias entidades, o CLAS pode assumir um papel de coordenação, monitorização e avaliação nestes processos.

Artigo 41.º Articulação dos planos de desenvolvimento social com o PNAI

1 - Os PDS constituem os instrumentos que promovem a adequação do PNAI, das políticas e das medidas de âmbito nacional aos problemas e necessidades locais. 2 - O SI da rede social, de dimensão nacional, agrega indicadores a partir dos DS e dos PDS locais para o conhecimento mais aprofundado das situações de pobreza e exclusão social e constitui um instrumento para a elaboração de futuros PNAI.

Artigo 42.º Articulação dos planos de desenvolvimento social com o PNI

Os PDS constituem os instrumentos que promovem a adequação do PNI aos problemas e necessidades locais.

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Decreto-Lei n.º 144/2008, de 28 de Julho o Programa do Governo na parte em que No uso da autorização legislativa concedida estabelece a necessidade de contratualizar com pelas alíneas a) a e) e h) do n.º 1 do artigo os municípios a resolução dos problemas e a 22.º do Orçamento do Estado para 2008, redução das assimetrias que subsistem na aprovado pela Lei n.º 67-A/2007, de 31 de prestação do serviço educativo. Dezembro, desenvolve o quadro de Assim, no Orçamento do Estado para 2008 transferência de competências para os ficou o Governo autorizado a transferir para os municípios em matéria de educação, de municípios as dotações inscritas no orçamento acordo com o previsto no artigo 19.º da Lei dos ministérios relativas a competências a n.º 159/99, de 14 de Setembro descentralizar nos domínios da educação, (Com as alterações introduzidas pelas Leis designadamente as relativas ao pessoal não n.º s 3-B//2010, de 28 de abril, 55-A/2010, de docente do ensino básico, ao fornecimento de 31 de dezembro, 64-B/2011, de 30 de refeições e apoio ao prolongamento de horário dezembro, 66-B/2012, de 31 de dezembro, 83- na educação pré-escolar, às actividades de C/2013, de 31 de dezembro e 82-B/2014, de 31 enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino de dezembro) básico, à gestão do parque escolar e à acção social nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. O Programa do XVII Governo prevê o Importa, assim, consagrar em lei a lançamento de uma nova geração de políticas transferência efectiva de competências para os locais e de políticas sociais de proximidade, órgãos dos municípios em matéria de educação, assentes em passos decisivos e estruturados no no que diz respeito à educação pré-escolar e ao caminho de uma efectiva descentralização de ensino básico. O presente decreto-lei contempla, competências para os municípios. ainda, a possibilidade de nas escolas básicas nas O objectivo central do Programa do Governo quais também é ministrado o ensino secundário, neste capítulo é o reforço e a qualificação do com a designação escolas básicas e secundárias, poder local. serem exercidas pelos municípios as atribuições Definido o modelo de relacionamento a que se refere o presente decreto-lei, mediante financeiro, de acordo com a previsão do fundo a celebração de um contrato específico com o social municipal, na Lei de Finanças Locais, Ministério da Educação. Esta transferência importa dar início a uma efectiva efectiva de competências para os órgãos dos descentralização de competências que tenha municípios em matéria de educação concretiza- como horizonte a transformação estrutural das se, agora, estabelecendo-se mecanismos que políticas autárquicas, designadamente em visam a salvaguarda da situação jurídico- matéria de educação, e no quadro do disposto funcional do pessoal abrangido. na Lei de Bases do Sistema Educativo e do Foram ouvidos os órgãos de governo próprio regime de autonomia, administração e gestão das Regiões Autónomas e a Associação Nacional dos estabelecimentos públicos da educação pré- de Municípios Portugueses. escolar e dos ensinos básico e secundário. Foram observados os procedimentos As competências a transferir para os decorrentes da Lei n.º 23/98, de 26 de Maio. municípios, que constam do presente decreto- Assim: lei, resultam, pois, de um consenso negocial No uso da autorização legislativa concedida entre o Governo e a Associação Nacional de pelas alíneas a) a e) e h) do n.º 1 do artigo 22.º Municípios Portugueses. do Orçamento do Estado para 2008, aprovado O Governo entende que se impõe um pela Lei n.º 67-A/2007, de 31 de Dezembro, e aprofundamento da verdadeira descentralização, nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo completando o processo de transferência de 198.º da Constituição, o Governo decreta o competências para os municípios, em paralelo seguinte: com a alocação dos recursos correspondentes. A opção política do Governo, considerando a CAPÍTULO I educação como factor insubstituível de Disposições gerais democracia e desenvolvimento, traduz-se na adopção de práticas que visem obter avanços Artigo 1.º claros e sustentados na organização e gestão Objecto dos recursos educativos, na qualidade das aprendizagens e na oferta de novas O presente decreto-lei desenvolve o quadro oportunidades a todos os cidadãos para de transferência de competências para os desenvolverem os seus níveis e perfis de municípios em matéria de educação, de acordo formação. com o regime previsto na Lei n.º 159/99, de 14 Considerando como muito positiva a de Setembro, dando execução à autorização experiência desenvolvida pelos municípios no legislativa constante das alíneas a) a e) e h) do âmbito sistema educativo, de que são exemplo n.º 1 do artigo 22.º do Orçamento do Estado incontornável a implementação da educação para 2008, aprovado pela Lei n.º 67-A/2007, de pré-escolar, a criação e funcionamento dos 31 de Dezembro. conselhos municipais de educação e a realização das cartas educativas, cumpre-se, deste modo,

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Artigo 2.º Administração Pública e da administração local, Âmbito são transferidas para os municípios as dotações correspondentes ao pagamento das 1 - São transferidas para os municípios as remunerações do pessoal não docente atribuições e competências em matéria de necessário para cumprir aquele indicador. educação nas seguintes áreas: 4 — Em 2015, as transferências de recursos para pagamento das despesas a que se refere o a) Pessoal não docente das escolas presente artigo são atualizadas nos termos básicas e da educação pré-escolar; equivalentes à variação prevista para as b) Componente de apoio à família, remunerações da função pública. (Redacção designadamente o fornecimento de dada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de refeições e apoio ao prolongamento de dezembro) horário na educação pré-escolar; 5 — A partir de 2016, as transferências de c) Actividades de enriquecimento recursos financeiros a que se refere o presente curricular no 1.º ciclo do ensino básico; artigo são incluídas no Fundo Social Municipal d) Gestão do parque escolar nos 2.º e (FSM) e atualizadas segundo as regras aplicáveis 3.º ciclos do ensino básico; às transferências para as autarquias locais.. e) Acção social escolar nos 2.º e 3.º (Redação dada pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de ciclos do ensino básico; dezembro) f) Transportes escolares relativos ao 3.º

ciclo do ensino básico. Artigo 5.º 2 - A transferência de atribuições e Gestão do pessoal não docente competências a que se referem as alíneas a), c) e d) do número anterior depende da existência 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 2.º, a de carta educativa e da celebração de contratos câmara municipal passa a exercer as de execução por cada município, nos termos do competências relativas ao pessoal não docente presente decreto-lei. dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico nas 3 - Consideram-se feitas às câmaras seguintes matérias, designadamente: municipais as referências constantes de outros a) Recrutamento; diplomas legais sobre atribuições e b) Afectação e colocação do pessoal; competências de entidades e organismos da c) Gestão de carreiras e remunerações; administração central, previstas no presente d) Poder disciplinar. artigo. 2 - O poder disciplinar a que se refere a Artigo 3.º alínea d) do número anterior integra a Princípio geral competência para aplicar pena superior a multa. 3 - Em matéria de avaliação do desempenho O disposto no presente decreto-lei subordina- do pessoal não docente, cabem igualmente à se aos princípios consagrados na Lei de Bases do câmara municipal as competências de Sistema Educativo e ao disposto no decreto-lei homologação e de decisão de recursos. que aprova o regime de autonomia, 4 - As competências referidas nos números administração e gestão dos estabelecimentos anteriores podem ser objecto de delegação nos públicos da educação pré-escolar e dos ensinos órgãos de direcção, administração e gestão dos básico e secundário. agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas. CAPÍTULO II Transferência de competências Artigo 6.º Situação jurídico-funcional Artigo 4.º

Pessoal não docente 1 - O pessoal a que se refere o n.º 1 do

artigo 4.º é transferido para os municípios, sem 1 - É transferido para os municípios o pessoal prejuízo da situação jurídico-funcional que não docente das escolas básicas e da educação detém à data da transferência, designadamente pré-escolar a que se refere o artigo 2.º do em matéria de vínculo, carreira e remuneração. Decreto-Lei n.º 184/2004, de 29 de Julho, em 2 - Os funcionários e agentes mantêm, exercício de funções à data da entrada em vigor igualmente, o direito à mobilidade geral para do presente decreto-lei. quaisquer serviços ou organismos da 2 - São transferidas para os municípios as administração central ou local e à mobilidade dotações inscritas no orçamento do Ministério da especial, por solicitação, nos termos do n.º 5 do Educação para pagamento das despesas com o artigo 11.º da Lei n.º 53/2006, de 7 de pessoal a que se refere o número anterior. Dezembro. 3 - Quando o pessoal não docente seja em 3 - O pessoal a que se refere o n.º 1 deve, número inferior ao resultante do rácio definido após assinatura do contrato de execução da em portaria conjunta dos membros do Governo respectiva transferência, por um período não responsáveis pelas áreas da educação, da

380 Autarquias Locais - Legislação Nacional inferior a dois anos escolares, continuar afecto para as autarquias locais. (Redacção dada pela em estabelecimento de educação ou ensino, Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) salvo quando manifeste o seu acordo com 6 - O disposto no presente artigo não diferente afectação ou quando, prejudica os concursos públicos já abertos pelo fundamentadamente, a mesma se revele Ministério da Educação e que se destinam à imprescindível. construção, manutenção e apetrechamento das 4 - Ao Ministério da Educação cabe, no escolas básicas. âmbito das atribuições de coordenação geral do sistema educativo que lhe incumbe prosseguir, a Artigo 9.º orientação superior das áreas transferidas pelo Transportes escolares presente decreto-lei no domínio dos serviços técnico-pedagógicos, designadamente no que se 1 - São transferidas para os municípios as refere aos serviços de psicologia e orientação e atribuições em matéria de organização e de apoio educativo. funcionamento dos transportes escolares do 3.º ciclo do ensino básico. Artigo 7.º 2 — Em 2014, as transferências de recursos Acção social escolar para pagamento das despesas a que se refere o presente artigo não são atualizadas. (Redacção 1 - São transferidas para os municípios as dada pela Lei n.º 83-C/2013, de 31 de atribuições ao nível da implementação de dezembro) medidas de apoio sócio-educativo, gestão de 3 — A partir de 2015, as transferências de refeitórios, fornecimento de refeições escolares e recursos financeiros a que se refere o presente seguros escolares. artigo são incluídas no FSM e atualizadas 2 - São transferidas para os municípios as segundo as regras aplicáveis às transferências dotações inscritas no orçamento do Ministério da para as autarquias locais. (Lei n.º 83-C/2013, de Educação para pagamento das despesas a que 31 de dezembro) se refere o número anterior. 3 — Em 2015, as transferências de recursos Artigo 10.º para pagamento das despesas a que se refere o Educação pré-escolar da rede pública presente artigo são atualizadas nos termos equivalentes à inflação prevista. (Redação dada 1 - São transferidas para os municípios as pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) seguintes atribuições em matéria de educação 4 — A partir de 2016, as transferências de pré-escolar da rede pública: recursos financeiros a que se refere o presente a) Gestão de pessoal não docente, nas artigo são incluídas no FSM e atualizadas condições previstas no artigo 4.º; segundo as regras aplicáveis às transferências b) Componente de apoio à família, para as autarquias locais. (Redação dada pela designadamente o fornecimento de Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) refeições e apoio ao prolongamento de

horário; Artigo 8.º c) Aquisição de material didáctico e Construção, manutenção e apetrechamento pedagógico. de estabelecimentos de ensino 2 - São transferidas para os municípios as 1 - São transferidas para os municípios as dotações inscritas no orçamento do Ministério da atribuições de construção, manutenção e Educação para pagamento das despesas a que apetrechamento das escolas básicas. se referem as alíneas a) e c) do número 2 - O Ministério da Educação financia a anterior. construção de escolas básicas, mediante a 3 - São transferidas para os municípios as definição de custos padrão, e define as dotações inscritas no orçamento do Ministério do orientações técnicas da sua instalação. Trabalho e da Solidariedade Social para 3 - São transferidas para os municípios as pagamento das despesas a que se refere a dotações inscritas no orçamento do Ministério da alínea b) do n.º 1. Educação para pagamento das despesas de 4 — Em 2015, as transferências de recursos manutenção e apetrechamento de escolas para pagamento das despesas a que se refere o básicas. presente artigo são atualizadas nos termos 4 — Em 2015, as transferências de recursos equivalentes à inflação prevista. (Redacção dada para pagamento das despesas a que se refere o pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) presente artigo são atualizadas nos termos 5 — A partir de 2016, as transferências de equivalentes à inflação prevista. (Redacção dada recursos financeiros a que se refere o presente pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) artigo são incluídas no FSM e atualizadas 5 — A partir de 2016, as transferências de segundo as regras aplicáveis às transferências recursos financeiros a que se refere o presente para as autarquias locais. (Redacção dada pela artigo são incluídas no FSM e atualizadas Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) segundo as regras aplicáveis às transferências

381 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 11.º das competências previstas no Actividades de enriquecimento curricular presente decreto-lei; c) Os direitos e obrigações das partes 1 - São transferidas para os municípios as contratantes; atribuições em matéria de actividades de d) A definição dos instrumentos enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino financeiros utilizáveis; básico, sem prejuízo das competências do e) A forma de acompanhamento e Ministério da Educação relativamente à tutela controlo da execução do contrato por pedagógica, orientações programáticas e parte do Ministério da Educação; definição do perfil de formação e habilitações f) As consequências resultantes do dos professores. incumprimento de qualquer das partes 2 - Consideram-se actividades de contratantes. enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino 2 - Os contratos de execução devem ser básico as que incidam nos domínios desportivo, celebrados até Junho do ano lectivo anterior artístico, científico, tecnológico e das tecnologias aquele a que respeitam. da informação e comunicação, de ligação da 3 - O incumprimento das obrigações escola com o meio, de solidariedade e previstas neste artigo determina a retenção do voluntariado e da dimensão europeia da duodécimo das transferências do fundo social educação, nomeadamente: municipal em valor correspondente, até à a) Ensino do Inglês; regularização da situação. b) Ensino de outras línguas estrangeiras; 4 - Nos casos em que o município não realize c) Actividade física e desportiva; despesa elegível de montante pelo menos igual d) Ensino da música; às transferências financeiras consignadas a um e) Outras expressões artísticas e fim específico, efectuadas nos termos do actividades que incidam nos domínios presente decreto-lei, no ano subsequente é identificados. deduzida à verba a que teria direito ao abrigo do fundo social municipal a diferença entre a receita 3 - São transferidas para os municípios as de este e a despesa correspondente. dotações inscritas no orçamento do Ministério da 5 - Nos casos em que o município não Educação para pagamento das despesas a que assegure o exercício das atribuições transferidas se refere o n.º 1. nos termos do presente decreto-lei, pode o 4 — Em 2015, as transferências de recursos Ministério da Educação assegurar, a título para pagamento das despesas a que se refere o supletivo, as referidas competências. presente artigo são atualizadas nos termos equivalentes à inflação prevista. (Redacção dada Artigo 13.º pela Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) Escolas básicas e secundárias 5 — A partir de 2016, as transferências de recursos financeiros a que se refere o presente Nas escolas básicas e secundárias, nos artigo são incluídas no FSM e atualizadas termos da designação do quadro n.º 1 anexo ao segundo as regras aplicáveis às transferências Decreto-Lei n.º 387/90, de 10 de Dezembro, na para as autarquias locais. (Redacção dada pela redacção dada pelos Decretos-Leis n. os 314/97, Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro) de 15 de Novembro, e 299/2007, de 22 de 6 - O regime que define as normas sobre as Agosto, podem ser igualmente exercidas pelos actividades de enriquecimento curricular é municípios as atribuições a que se refere o desenvolvido em diploma próprio. presente decreto-lei mediante a celebração de

um contrato específico com o Ministério da CAPÍTULO III Educação, seguindo as regras definidas no artigo Execução anterior.

Artigo 12.º Artigo 14.º Contratos de execução Residências para estudantes

1 - As condições de transferências das 1 - São transferidas para os municípios, atribuições a que se referem as alíneas a), c) e mediante a celebração de um contrato de d) do n.º 1 do artigo 2.º são definidas em execução com o Ministério da Educação, as contratos de execução a celebrar entre o residências para estudantes localizadas no Ministério da Educação e os municípios, respectivo concelho. contendo cláusulas obrigatórias relativas: 2 - No contrato de execução a que se refere o a) Identificação das entidades número anterior são definidas as condições em outorgantes; concreto para a transferência do património e do b) Transferência para os municípios dos pessoal das residências para estudantes. recursos humanos, patrimoniais e financeiros associados ao desempenho

382 Autarquias Locais - Legislação Nacional

CAPÍTULO IV Disposições finais

Artigo 15.º Âmbito de aplicação

1 - O presente decreto-lei aplica-se exclusivamente aos estabelecimentos públicos de ensino dependentes do Ministério da Educação, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2 - A aplicação do disposto no presente decreto-lei nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira efectua-se mediante decreto legislativo regional.

Artigo 16.º Entrada em vigor

O presente decreto-lei entra em vigor no mês seguinte à sua publicação.

383 Autarquias Locais - Legislação Nacional

384 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de e no recurso a modelos flexíveis de Outubro funcionamento, em função dos objectivos, do No uso da autorização legislativa concedida pessoal e das tecnologias disponíveis, na pela Lei n.º 86/2009, de 28 de Agosto, simplificação, racionalização e reengenharia de estabelece o regime da organização dos procedimentos administrativos, conferindo serviços das autarquias locais eficiência, eficácia, qualidade e agilidade ao desempenho das suas funções e, numa lógica de A estrutura e a organização dos órgãos e racionalização dos serviços e de estabelecimento serviços autárquicos regem-se actualmente pelo de metodologias de trabalho transversal, a Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 de Abril, um agregação e partilha de serviços que satisfaçam diploma com cerca de 25 anos, que hoje se necessidades comuns a várias unidades revela manifestamente desajustado da realidade orgânicas. da administração autárquica. O quadro legal em vigor em diversos Efectivamente, a consolidação da autonomia domínios, como o licenciamento urbanístico, a do poder local democrático nas últimas décadas, avaliação de desempenho e o estatuto do traduzida na forte aposta na descentralização de pessoal dirigente, propicia a desmaterialização competências, em vários sectores, para as dos processos, a partilha de objectivos, a autarquias locais, pressupõe uma organização simplificação administrativa e a adopção de dos órgãos e serviços autárquicos em moldes novas formas de relação com os munícipes, pelo que lhes permitam dar uma melhor resposta às que estão reunidas as condições necessárias solicitações decorrentes das suas novas para se ultrapassar a tradicional pulverização de atribuições e competências. funções, num quadro em que estas se Impõe-se, por conseguinte, a adaptação da encontram distribuídas rigidamente por diversas legislação que regula o funcionamento dos unidades orgânicas que não comunicam entre si órgãos e serviços autárquicos a novas realidades e em que é patente a falta de reconhecimento organizativas, que permitam o exercício das do mérito e do bom desempenho organizacional. respectivas funções de acordo com um modelo Nesse sentido, procurou-se, através do mais operativo. Este objectivo está, aliás, em presente decreto-lei, garantir uma maior linha com a reforma da Administração Pública racionalidade e operacionalidade dos serviços que tem sido empreendida por este Governo. autárquicos, assegurando que uma maior A modernização da Administração Pública é autonomia de decisão tenha sempre como uma peça essencial da estratégia do Governo de contrapartida uma responsabilização mais crescimento para o País. No passado já tinham directa dos autarcas. sido feitos todos os diagnósticos, aguardando- Por fim, adequam-se os conceitos utilizados se, desde há muito, uma mítica «grande reforma no Decreto-Lei n.º 93/2004, de 20 de Abril, à da Administração Pública». Este Governo terminologia adoptada pela Lei n.º 2/2007, de preferiu o caminho de conduzir um processo 15 de Janeiro, procurando-se, tanto quanto reformador feito de passos positivos, firmes e possível, manter o número de municípios que, consequentes, para alcançar uma Administração ao abrigo da anterior Lei das Finanças Locais, Pública mais eficaz, que sirva bem os cidadãos e podiam criar cargos dirigentes nas câmaras as empresas, à altura do que se espera de um municipais. Estado moderno. Neste contexto, procura-se que Foram ouvidos os órgãos de governo próprio o presente decreto-lei se articule com o conjunto das Regiões Autónomas, a Associação Nacional de diplomas relativos à reorganização da de Municípios Portugueses e a Associação Administração Pública central, sem, contudo, Nacional de Freguesias. esquecer, as especificidades características do Foram observados os procedimentos exercício de funções nas autarquias locais. decorrentes da Lei n.º 23/98, de 26 de Maio. O objectivo da presente revisão é dotar as Assim: autarquias locais de condições para o No uso da autorização legislativa concedida cumprimento adequado do seu amplo leque de pela Lei n.º 86/2009, de 28 de Agosto, e nos atribuições, respeitantes quer à prossecução de termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo interesses locais por natureza, quer de 198.º da Constituição, o Governo decreta o interesses gerais que podem ser prosseguidos seguinte: de forma mais eficiente pela administração autárquica em virtude da sua relação de CAPÍTULO I proximidade com as populações, no quadro do Disposições gerais princípio constitucional da subsidiariedade. A melhoria das condições de exercício da Artigo 1.º missão, das funções e das atribuições das Objecto autarquias locais, assim como das competências dos seus órgãos e serviços, radicam na O presente decreto-lei estabelece o regime diminuição das estruturas e níveis decisórios, jurídico da organização dos serviços das evitando a dispersão de funções ou autarquias locais. competências por pequenas unidades orgânicas,

385 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 2.º SECÇÃO III Âmbito Serviços municipais

O presente decreto-lei aplica-se aos serviços Artigo 6.º da administração autárquica dos municípios e Competências da assembleia municipal das freguesias. À assembleia municipal, sob proposta da Artigo 3.º câmara municipal, compete: Princípios a) Aprovar o modelo de estrutura

orgânica; A organização, a estrutura e o funcionamento b) Aprovar a estrutura nuclear, definindo dos serviços da administração autárquica devem as correspondentes unidades orgânicas orientar-se pelos princípios da unidade e eficácia nucleares; da acção, da aproximação dos serviços aos c) Definir o número máximo de unidades cidadãos, da desburocratização, da orgânicas flexíveis; racionalização de meios e da eficiência na d) Definir o número máximo total de afectação de recursos públicos, da melhoria subunidades orgânicas; quantitativa e qualitativa do serviço prestado e e) Definir o número máximo de equipas da garantia de participação dos cidadãos, bem multidisciplinares, bem como o como pelos demais princípios constitucionais estatuto remuneratório dos chefes de aplicáveis à actividade administrativa e acolhidos equipa; no Código do Procedimento Administrativo. f) Definir o número máximo de equipas

de projecto. CAPÍTULO II

Organização dos serviços da administração Artigo 7.º autárquica Competências da câmara municipal

SECÇÃO I À câmara municipal, sob proposta do Disposições comuns presidente da câmara municipal, compete:

Artigo 4.º a) Criar unidades orgânicas flexíveis e Estrutura interna definir as respectivas atribuições e competências, dentro dos limites 1 - A estrutura interna da administração fixados pela assembleia municipal; autárquica consiste na disposição e organização b) Criar equipas de projecto, dentro dos das unidades e subunidades orgânicas dos limites fixados pela assembleia respectivos serviços. municipal; 2 - Para efeitos do presente decreto-lei, c) Criar equipas multidisciplinares, consideram-se: dentro dos limites fixados pela assembleia municipal, e determinar o a) «Unidades orgânicas» as unidades estatuto remuneratório do respectivo lideradas por pessoal dirigente; chefe de equipa. b) «Subunidades orgânicas» as unidades

lideradas por pessoal com funções de Artigo 8.º coordenação. Competências do presidente da câmara

municipal SECÇÃO II

Reestruturação de serviços Ao presidente da câmara municipal compete

a conformação da estrutura interna das Artigo 5.º unidades orgânicas e das equipas de projecto e Reestruturação de serviços multidisciplinares, cabendo-lhe a afectação ou

reafectação do pessoal do respectivo mapa, e, O processo de reestruturação de serviços ainda, a criação, a alteração e a extinção de decorre, nos termos do Decreto-Lei n.º subunidades orgânicas. 200/2006, de 25 de Outubro, quando se proceda

à reorganização de serviços, e compreende Artigo 9.º todas as operações e decisões necessárias à Tipos de organização concretização das alterações introduzidas nas respectivas atribuições, competências e 1 - A organização interna dos serviços estrutura orgânica interna. municipais deve ser adequada às atribuições do

município, obedecendo aos seguintes modelos:

a) Estrutura hierarquizada; b) Estrutura matricial.

386 Autarquias Locais - Legislação Nacional

2 - Sempre que seja adoptado um modelo a) A designação do projecto; estrutural misto devem distinguir-se as áreas de b) Os termos e a duração do mandato, actividade por cada modelo adoptado, com a definição clara dos objectivos a nomeadamente com respeito pelo disposto no alcançar; n.º 1 do artigo 12.º c) O coordenador do projecto; 3 - Quando seja exclusivamente adoptada a d) O número de elementos que deve estrutura hierarquizada, e desde que se integrar a equipa de projecto e suas justifique, com vista ao aumento da flexibilidade funções. e da eficácia na gestão, podem ser criadas, por 2 - A equipa de projecto considera-se deliberação fundamentada da câmara municipal, automaticamente extinta uma vez decorrido o sob proposta do respectivo presidente, equipas prazo pelo qual foi constituída, sem prejuízo de de projecto temporárias e com objectivos o referido prazo poder ser prorrogado por especificados. deliberação da câmara municipal, sob proposta

fundamentada do respectivo presidente, a qual Artigo 10.º deve referir, designadamente, o grau de Estrutura hierarquizada cumprimento dos objectivos inicialmente

estipulados. 1 - A estrutura interna hierarquizada é 3 - Extinta a equipa de projecto, o constituída por unidades orgânicas nucleares e coordenador do projecto elabora um relatório da flexíveis. actividade desenvolvida e dos resultados 2 - A estrutura nuclear do serviço é composta alcançados, que é submetido à apreciação da por direcções ou por departamentos municipais, câmara municipal. mas correspondendo sempre a uma departamentalização fixa. Artigo 12.º 3 - A estrutura flexível é composta por Estrutura matricial unidades orgânicas flexíveis, dirigidas por um chefe de divisão municipal, as quais são criadas, 1 - A estrutura matricial é adoptada sempre alteradas e extintas por deliberação da câmara que as áreas operativas dos serviços se possam municipal, que define as respectivas desenvolver essencialmente por projectos, competências, cabendo ao presidente da câmara devendo agrupar-se por núcleos de municipal a afectação ou reafectação do pessoal competências ou de produto bem identificados, do respectivo mapa, de acordo com o limite visando assegurar a constituição de equipas previamente fixado. multidisciplinares com base na mobilidade 4 - A criação, alteração ou extinção de funcional. unidades orgânicas no âmbito da estrutura 2 - O estatuto remuneratório das chefias é flexível visa assegurar a permanente adequação definido por equiparação ao estatuto do serviço às necessidades de funcionamento e remuneratório dos directores de departamento de optimização dos recursos, tendo em conta a municipal ou dos chefes de divisão municipal. programação e o controlo criteriosos dos custos 3 - A constituição e a designação dos e resultados. membros das equipas multidisciplinares e das 5 - Quando estejam predominantemente em respectivas chefias, a realizar obrigatoriamente causa funções de natureza executiva, podem ser de entre efectivos dos serviços, é efectuada criadas, no âmbito das unidades orgânicas, por através de deliberação da câmara municipal, sob despacho do presidente da câmara municipal e proposta do presidente da câmara. dentro dos limites fixados pela assembleia 4 - Aos chefes de equipa podem ser municipal, subunidades orgânicas coordenadas cometidas as competências fixadas para os por um coordenador técnico, sem prejuízo do titulares de cargos de direcção intermédia, estabelecido no n.º 3 do artigo 49.º da Lei n.º mediante despacho do presidente da câmara 12-A/2008, de 27 de Fevereiro. municipal. 6 - A estrutura nuclear, bem como os 5 - A deliberação referida no n.º 3 é despachos referidos nos n.os 3 e 5, são publicada no Diário da República, sob pena de publicados no Diário da República, sob pena de ineficácia. ineficácia. 7 - A organização por especialidade não deve SECÇÃO IV prejudicar a mobilidade funcional dos dirigentes Serviços de juntas de freguesia e do restante pessoal. Artigo 13.º Artigo 11.º Competências da assembleia de freguesia Equipas de projecto À assembleia de freguesia, sob proposta da

junta de freguesia, compete: 1 - A deliberação fundamentada da câmara municipal para a criação de equipas de projecto, a) Aprovar o modelo de estrutura no âmbito da estrutura hierarquizada, deve orgânica; estabelecer obrigatoriamente:

387 Autarquias Locais - Legislação Nacional

b) Definir o número máximo de unidades CAPÍTULO III orgânicas flexíveis; Disposições finais e transitórias c) Definir o número máximo total de subunidades orgânicas. Artigo 16.º Alteração ao Decreto-Lei n.º 93/2004, de Artigo 14.º 20 de Abril. Competências da junta de freguesia O artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 93/2004, de 20 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º À junta de freguesia, sob proposta do 104/2006, de 7 de Junho, passa a ter a respectivo presidente, compete: seguinte redacção: «Artigo 2.º a) Criar unidades e subunidades [...] orgânicas flexíveis e definir as

respectivas atribuições e competências, 1 - ... dentro dos limites fixados pela a) ... assembleia de freguesia; b) ... b) A conformação da estrutura interna c) ... das unidades orgânicas, cabendo-lhe a d) (Revogada.) afectação ou reafectação do pessoal do 2 - O cargo de director municipal apenas respectivo mapa, e, ainda, a criação, pode ser criado nos municípios com uma alteração e extinção de subunidades participação no montante total dos Fundos a que orgânicas. se refere o n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º

2/2007, de 15 de Janeiro, superior a 6 (por mil), Artigo 15.º ou em municípios com mais de 100 000 Organização habitantes, e o de director de departamento

municipal apenas pode ser criado nos municípios 1 - A organização interna dos serviços das com uma participação no montante total dos juntas de freguesia deve ser adequada às Fundos superior a 2 (por mil), ou em municípios atribuições das mesmas e ao respectivo pessoal. com mais de 10 000 habitantes. 2 - A organização interna dos serviços pode 3 - A estrutura orgânica pode ainda prever incluir a existência de unidades orgânicas, cargos de direcção intermédia de 3.º grau ou chefiadas por um dirigente intermédio de inferior. segundo grau, desde que estas disponham, no 4 - O disposto no n.º 2 não prejudica os mínimo, de cinco funcionários, dos quais dois lugares criados ao abrigo de legislação anterior.» sejam técnicos superiores.

3 - Quando estejam predominantemente em Artigo 17.º causa funções de natureza executiva, podem ser Norma revogatória criadas subunidades orgânicas, integradas ou não em unidades orgânicas, desde que É revogado o Decreto-Lei n.º 116/84, de 6 de disponham, no mínimo, de quatro trabalhadores Abril, alterado pela Lei n.º 44/85, de 13 de integrados em carreiras de grau 2 de Setembro, pelo Decreto-Lei n.º 198/91, de 29 complexidade. de Maio, pela Lei n.º 96/99, de 17 de Julho, e 4 - As unidades orgânicas e as subunidades pela Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, assim orgânicas são criadas por deliberação da como a alínea d) do n.º 1 do artigo 2.º do assembleia de freguesia, sob proposta Decreto-Lei n.º 93/2004, de 20 de Abril. fundamentada da junta de freguesia.

5 - As deliberações referidas nos números Artigo 18.º anteriores são publicadas em edital, a afixar nos Regiões Autónomas lugares de estilo da freguesia, sob pena de ineficácia. O disposto no presente decreto-lei aplica-se 6 - Aos cargos de direcção intermédia do 2.º directa e imediatamente aos serviços das grau das freguesias é aplicado, com as devidas autarquias locais das Regiões Autónomas dos adaptações, o estatuto do pessoal dirigente das Açores e da Madeira, sem prejuízo da câmaras municipais e dos serviços possibilidade de introdução de adaptações por municipalizados. diploma próprio, quando exigidas pelas

especificidades regionais.

Artigo 19.º

Revisão dos serviços

As câmaras municipais e as juntas de

freguesia promovem a revisão dos seus serviços,

em cumprimento do disposto no presente

decreto-lei, até 31 de Dezembro de 2010.

388 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de participação de jovens capacitados. Fica novembro igualmente salvaguardada a possibilidade de Estabelece o regime jurídico do Programa alocar uma parte do contingente de estágios a de Estágios Profissionais na Administração certas prioridades estratégicas, como são Local atualmente o desenvolvimento económico local e a inclusão social. A integração de jovens no mercado de Foram ouvidas a Comissão Nacional de trabalho e a melhoria das suas qualificações Proteção de Dados, a Associação Nacional de através da concretização de estágios Municípios Portugueses e a Associação Nacional profissionais é uma prioridade e um desiderato de Freguesias. das atuais políticas públicas. O presente decreto-lei foi objeto de Os programas de estágios profissionais na apreciação pública, tendo sido publicado na Administração Pública enquadram-se no âmbito separata n.º 4 do Boletim do Trabalho e das políticas ativas de emprego previstas no Emprego, de 31 de julho de 2014. Programa do XIX Governo Constitucional e visam cumprir os objetivos e medidas do Plano Assim: Nacional de Implementação de uma Garantia Jovem (PNI-GJ), aprovado pela Resolução do Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo Conselho de Ministros n.º 104/2013, de 31 de 198.º da Constituição, o Governo decreta o dezembro. seguinte: Relativamente à administração local, o ponto 4.4 do PNI-GJ refere expressamente a CAPÍTULO I «Dinamização do Programa de Estágios Disposições gerais Profissionais na Administração Local (PEPAL), visando promover a integração dos estagiários Artigo 1.º no mercado de trabalho». Objeto O acordo entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses, celebrado 1 - O presente decreto-lei estabelece o em 8 de julho de 2014, também previu, em regime jurídico do Programa de Estágios matéria de recursos humanos, o lançamento do Profissionais na Administração Local, doravante PEPAL, com a disponibilização de 1500 estágios. designado por PEPAL. No âmbito da referida medida do PNI-GJ e 2 - O PEPAL permite aos estagiários o com o objetivo de proporcionar o desempenho de funções no contexto da desenvolvimento de uma experiência prática em administração local, prioritariamente as contexto de trabalho a um leque mais correspondentes à carreira de técnico superior abrangente de destinatários, potenciando a do regime geral da função pública. respetiva empregabilidade, o presente decreto- 3 - O PEPAL pode, por portaria do membro do lei vem estabelecer o regime jurídico do PEPAL. Governo responsável pela área da administração O presente decreto-lei permite ainda uma local, ser alargado a outras carreiras do regime aproximação aos critérios e objetivos da geral da função pública. Iniciativa Emprego Jovem e estabelece o enquadramento legal da criação de programas Artigo 2.º de estágio específicos em função das condições Âmbito particulares do setor local e reflete os ensinamentos das experiências anteriores dos 1 - O regime estabelecido pelo presente programas de estágio na administração local. decreto-lei aplica-se aos serviços e organismos Considerando a especificidade de cada da administração local. autarquia local, possibilita-se a seleção dos 2 - Para efeitos do disposto no número candidatos a estágio a nível local, onde as anterior, considera-se administração local as entidades promotoras passam a ser diretamente autarquias locais, as entidades intermunicipais, responsáveis no recrutamento e seleção dos e demais associações de municípios e de candidatos, utilizando métodos de seleção freguesias de direito público, e as empresas diferenciados mas assegurando as suas locais, designadas, para efeitos do disposto no transparência e isenção, através da integral presente decreto-lei, por entidades promotoras. publicitação dos critérios de avaliação, e garantindo um processo transparente e rigoroso Artigo 3.º na distribuição dos estágios pelas autarquias e Objetivos no acompanhamento dos estágios. O regime jurídico aprovado pelo presente São objetivos do PEPAL: decreto-lei permite, por um lado, uma melhor a) Possibilitar aos jovens com adequação às necessidades e prioridades locais, qualificação superior a realização de disponibilizando aos estagiários acesso a áreas e um estágio profissional, em contexto atividades onde exista uma procura efetiva no real de trabalho, que crie condições mercado laboral local, e, por outro lado, possibilita a abertura da administração local à

389 Autarquias Locais - Legislação Nacional

para uma mais rápida e fácil integração CAPÍTULO II no mercado de trabalho; Acesso ao Programa de Estágios b) Promover novas formações e novas Profissionais na Administração Local competências profissionais, que possam potenciar a modernização dos Artigo 5.º serviços públicos; Fixação do número de estagiários c) Garantir o início de um processo de aquisição de experiência profissional 1 - O número máximo de estagiários a em contacto e aprendizagem com as selecionar anualmente é fixado por portaria do regras, as boas práticas e o sentido de membro do Governo responsável pela área da serviço público; administração local. d) Fomentar o contacto dos jovens, 2 - A portaria referida no número anterior designadamente os que não trabalham, pode segmentar, por área temática, o não estudam, nem se encontrem em contingente total de estágios ou estabelecer formação, com outros trabalhadores e prioridades temáticas na distribuição dos atividades, evitando o risco do seu mesmos. isolamento, desmotivação e 3 - Os estágios previstos nos números marginalização e contribuindo para a anteriores são distribuídos pelas entidades melhoria do seu perfil de promotoras, por despacho do membro do empregabilidade. Governo responsável pela área da administração local, tendo em conta a disponibilidade de Artigo 4.º acolhimento e acompanhamento dos estagiários Destinatários demonstrada por cada entidade. 4 - A portaria referida no n.º 1 pode prever 1 - O PEPAL destina-se a jovens que que a distribuição de parte do número máximo preencham, cumulativamente, os seguintes de estagiários fixado se efetue posteriormente, requisitos: em função do acompanhamento previsto na alínea e) do n.º 2 do artigo 19.º a) Estejam à procura do primeiro 5 - Para efeitos do disposto no Decreto-Lei emprego ou sejam desempregados à n.º 29/2001, de 3 de fevereiro, é assegurada, procura de novo emprego; em cada edição do PEPAL, uma quota de 5% da b) Tenham até 29 anos de idade, totalidade dos estágios a ser preenchida por inclusive, aferidos à data de início do pessoas com deficiência, nos termos a fixar pela estágio; portaria prevista no artigo 22.º c) Possuam uma qualificação

correspondente, pelo menos, ao nível 6 Artigo 6.º (licenciatura) da estrutura do Quadro Publicitação dos estágios Nacional de Qualificações, constante do

anexo ii à Portaria n.º 782/2009, de 23 1 - O lançamento dos estágios é publicitado de julho. no sítio na Internet da entidade promotora, se 2 - No caso de estágios em funções existir, na bolsa de emprego público (BEP) e em, correspondentes a carreira distinta da referida pelo menos, dois órgãos de comunicação social no n.º 2 do artigo 1.º, o PEPAL pode abranger de expansão regional ou local, sendo ainda jovens detentores de nível de qualificação comunicado à Direção-Geral das Autarquias inferior à prevista na alínea c) do número Locais (DGAL) e ao IEFP, I. P. anterior. 2 - A publicitação referida no número anterior 3 - Para efeitos do disposto no presente inclui, obrigatoriamente, informação sobre a decreto-lei, considera-se que preenche os entidade promotora, o local onde os estágios requisitos previstos na alínea a) do n.º 1 quem decorrem, nas hipóteses previstas no artigo se encontre numa das seguintes situações: 14.º, as áreas de formação exigidas, o plano de estágio, o prazo e a forma de apresentação da a) Nunca tenha tido registo de candidatura, o procedimento de seleção, os remunerações em regimes de proteção parâmetros e a fórmula de avaliação, a social de inscrição obrigatória e não se legislação aplicável e outros requisitos e encontre inscrito em qualquer sistema elementos julgados relevantes. de ensino ou formação profissional a 3 - A DGAL publicita a informação referida tempo inteiro; nos números anteriores no Portal Autárquico. b) Esteja inscrito nos serviços de emprego do Instituto do Emprego e da Artigo 7.º Formação Profissional, I. P. (IEFP, I. Candidaturas à frequência dos estágios P.), na qualidade de desempregado.

4 - No caso de pessoas com deficiência e ou 1 - As candidaturas à frequência dos estágios incapacidade, o limite de idade estabelecido na profissionais, publicitados nos termos do artigo alínea b) do n.º 1 é de 35 anos. anterior, são apresentadas junto das entidades promotoras.

390 Autarquias Locais - Legislação Nacional

2 - As candidaturas referidas no número 2 - A suspensão do estágio só pode ocorrer anterior são formalizadas através do quando não comprometa o cumprimento integral preenchimento de formulário e o candidato deve do plano individual de estágio. efetuar prova do cumprimento dos requisitos 3 - Durante a suspensão do estágio não é exigidos, ambos fixados pela portaria prevista no devida a bolsa de estágio, nem o pagamento de artigo 22.º alimentação. 3 - Os candidatos que tenham frequentado 4 - No dia imediato à cessação do programas de estágios profissionais financiados impedimento por facto relativo ao estagiário, por fundos públicos só podem frequentar um este deve apresentar-se na entidade promotora novo estágio ao abrigo do PEPAL caso se para retomar a atividade. verifique, no processo de seleção para o estágio 5 - A suspensão do estágio não altera a sua a que se candidatam, a inexistência de duração, mas pode adiar a data do seu termo, candidatos aprovados que nunca realizaram desde que não ultrapasse 18 meses após o seu estágios financiados. início.

Artigo 8.º Artigo 11.º Recrutamento e seleção Cessação do contrato de estágio

1 - O procedimento de recrutamento e 1 - O contrato de estágio cessa por seleção dos candidatos é da responsabilidade da caducidade, por acordo das partes ou por entidade promotora do estágio. resolução por alguma das partes, nos termos 2 - Na seleção dos candidatos são aplicados dos números seguintes. os métodos da avaliação curricular e da 2 - A cessação do contrato de estágio por entrevista individual. caducidade ocorre quando se verifique alguma 3 - Os termos da avaliação curricular referida das seguintes situações: no número anterior são estabelecidos na portaria prevista no artigo 22.º, cabendo à a) Decurso do prazo correspondente ao entidade promotora a respetiva parametrização seu período de duração; e a definição da fórmula da avaliação curricular. b) Impossibilidade superveniente, 4 - A entidade promotora pode, no âmbito do absoluta e definitiva, de o estagiário procedimento concursal publicitado, dar poder frequentar o estágio ou de a preferência aos candidatos residentes na área do entidade promotora lho poder município. proporcionar; c) O estagiário atinja cinco dias seguidos CAPÍTULO III ou 10 dias interpolados de faltas Desenvolvimento do estágio injustificadas, mediante comunicação escrita da entidade promotora dirigida Artigo 9.º ao estagiário; Contrato de estágio d) Incumprimento reiterado, por parte do estagiário, dos deveres previstos no 1 - A entidade promotora celebra com o contrato de estágio. estagiário um contrato de estágio, sujeito à forma escrita, em conformidade com o modelo 3 - Para efeitos do disposto na alínea c) do previsto na alínea c) do n.º 2 do artigo 19.º número anterior, não releva o período de 2 - Durante todo o período de suspensão do estágio ocorrido nos termos do desenvolvimento do estágio, os estagiários não artigo anterior. podem exercer qualquer tipo de atividade 4 - O contrato de estágio cessa por acordo profissional, por conta própria ou por conta de das partes, expresso de forma clara e inequívoca outrem. em documento assinado por ambas, no qual se mencionam as datas da celebração desse acordo Artigo 10.º e do início da sua produção de efeitos. Suspensão do contrato de estágio 5 - O contrato de estágio cessa por resolução quando uma das partes comunicar à outra, 1 - A entidade promotora pode suspender o mediante carta registada, com indicação da contrato de estágio: respetiva fundamentação e com antecedência não inferior a 30 dias, a sua intenção de não a) Por facto a ela relativo, pretender a manutenção do contrato de estágio. nomeadamente a reorganização interna 6 - A resolução do contrato de estágio não dos serviços, nos termos legais confere o direito a qualquer indemnização, salvo aplicáveis, durante um período não se não for cumprido o prazo de aviso prévio superior a dois meses; previsto no número anterior. b) Por facto relativo ao estagiário, 7 - Caso o prazo de comunicação da nomeadamente doença, maternidade, resolução não tenha sido integralmente paternidade ou adoção, durante um cumprido, há lugar às seguintes indemnizações: período não superior a seis meses.

391 Autarquias Locais - Legislação Nacional

a) Pagamento do montante a) Subsídio de refeição de valor correspondente aos dias em falta, caso correspondente ao praticado para a o incumprimento seja da entidade generalidade dos trabalhadores que promotora; exercem funções públicas; b) Reposição dos montantes pagos ou b) Seguro que cubra os riscos de pagamento dos dias em falta, caso o eventualidades que possam ocorrer incumprimento seja do estagiário. durante e por causa das atividades correspondentes ao estágio Artigo 12.º profissional, bem como nas Estrutura do estágio deslocações entre a residência e o local de estágio. 1 - O estágio engloba uma componente de 3 - A bolsa de estágio e o subsídio de refeição aplicação de conhecimentos no exercício das não são devidos: funções próprias da entidade promotora e correspondentes à carreira em causa e uma a) Quando o estágio seja suspenso, nos componente formativa, também a decorrer em termos do artigo 10.º contexto de trabalho. b) Pelas faltas injustificadas; 2 - Os objetivos e o plano do estágio são c) Pelas faltas justificadas por motivo de definidos pela entidade promotora. acidente, desde que a responsabilidade 3 - As entidades promotoras estão obrigadas civil daí decorrente se encontre coberta a assegurar aos estagiários o desenvolvimento pelo contrato de seguro previsto na exclusivo de atividades correspondentes à sua alínea b) do número anterior. área de formação e para as quais foram admitidos. Artigo 16.º Efeitos do contrato de estágio Artigo 13.º Duração do estágio 1 - Os estágios desenvolvidos ao abrigo do presente decreto-lei estão sujeitos a tributação, O estágio tem a duração de 12 meses, não nos termos da legislação aplicável. prorrogáveis. 2 - A relação jurídica decorrente da celebração de um contrato de estágio ao abrigo Artigo 14.º do presente decreto-lei é equiparada, Local do estágio exclusivamente para efeitos de segurança social, a trabalho por conta de outrem. 1 - O estágio pode desenvolver-se junto de entidades diferentes das entidades promotoras, Artigo 17.º nomeadamente entidades empresariais, de Acompanhamento do plano de estágio ensino ou de solidariedade social, mantendo a entidade promotora todos os encargos e 1 - Sem prejuízo de a respetiva entidade obrigações com o estagiário, desde que: promotora assegurar o acompanhamento do plano de estágio, o estagiário é acompanhado a) Exista entre a entidade promotora e por um orientador, designado de entre titulares aquelas entidades uma relação assente de cargos dirigentes, de chefia ou de outros na concretização de um programa ou trabalhadores com relevante experiência e projeto conjunto; ou aptidão para o efeito, devendo as funções de b) Aquelas entidades contribuam, de orientação ser consideradas no âmbito da forma direta ou indireta, para a fixação de objetivos, para efeitos do sistema realização das atribuições das integrado de gestão e avaliação de desempenho entidades promotoras. na Administração Pública (SIADAP), aprovado 2 - Às entidades referidas no número anterior pela Lei n.º 66-B/2007, de 28 de dezembro. aplica-se o disposto no n.º 3 do artigo 12.º 2 - Compete ao orientador, designadamente:

a) Propor ao dirigente máximo da Artigo 15.º entidade promotora, para sua Bolsas de estágio e outros apoios aprovação, os objetivos, o plano do

estágio e a avaliação final do 1 - Aos estagiários é concedida, por cada um estagiário, nos termos do artigo dos meses de duração do estágio, uma bolsa de seguinte; estágio de montante fixado por portaria dos b) Inserir o estagiário no ambiente de membros do Governo responsáveis pelas áreas trabalho; das finanças, da Administração Pública e da c) Efetuar o acompanhamento técnico e administração local. pedagógico do estagiário, 2 - Aos estagiários são ainda concedidos os supervisionando o seu progresso face seguintes apoios: aos objetivos e plano definidos;

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d) Efetuar o controlo da pontualidade e 3 - A DGAL organiza uma base de dados, da assiduidade dos estagiários, dando onde constam os elementos pertinentes relativos conhecimento do resultado desse aos estágios. controlo à entidade responsável pelo processamento e pagamento dos CAPÍTULO IV valores pecuniários devidos aos Termo do estágio estagiários. Artigo 20.º 3 - Para efeitos do disposto na alínea d) do Termo do estágio e preferências número anterior, é aplicável ao estagiário, com as devidas adaptações, o regime de faltas e de 1 - No termo do estágio é entregue ao descanso diário e semanal previsto na Lei Geral estagiário um certificado comprovativo de do Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela frequência e avaliação final. Lei n.º 35/2014, de 20 de junho. 2 - A conclusão do estágio com avaliação

positiva, nos termos do n.º 2 do artigo 18.º, não Artigo 18.º tem como efeito a constituição de uma relação Avaliação e classificação final dos jurídica de emprego público ou qualquer outro estagiários tipo de vinculação com o Estado.

3 - Os estagiários que tenham obtido 1 - No fim do estágio é realizada uma aproveitamento com avaliação não inferior a 14 avaliação do estagiário, efetuada de acordo com valores, no âmbito dos procedimentos as regras e critérios estabelecidos pela DGAL nos concursais a que se candidatem, publicitados termos da alínea d) do n.º 2 do artigo seguinte, pela entidade promotora onde realizaram o a qual tem em conta o cumprimento dos estágio e para ocupação de posto de trabalho da objetivos e do plano de estágio. carreira de técnico superior cujas características 2 - A avaliação prevista no número anterior é funcionais se identifiquem com a atividade sempre fundamentada e compete ao dirigente desenvolvida durante o estágio, e se máximo da entidade promotora, mediante candidatem, nos termos legais, a procedimento proposta do orientador do estágio, obedecendo a concursal de recrutamento publicitado no uma escala de 0 a 20 valores. período de dois anos após o termo do estágio,

têm preferência na lista de ordenação final dos Artigo 19.º candidatos, em caso de igualdade de Gestão e coordenação do Programa de classificação, sem prejuízo da aplicação de Estágios Profissionais na Administração outras preferências que a lei já preveja. Local 4 - Os estagiários que tenham obtido

aproveitamento com avaliação não inferior a 14 1 - A gestão do PEPAL é da responsabilidade valores e que venham, na sequência do da DGAL. respetivo procedimento concursal e no período 2 - Enquanto responsável pela gestão do de dois anos após o termo do estágio, a PEPAL, compete à DGAL, designadamente: constituir uma relação jurídica de emprego a) Propor ao membro do Governo público na modalidade de contrato de trabalho competente a realização das edições do em funções públicas por tempo indeterminado, PEPAL; no âmbito de carreiras gerais, beneficiam da b) Preparar os elementos necessários à redução, para 180 dias, do período experimental fixação do número de estagiários e previsto na alínea c) do n.º 1 do artigo 49.º da respetiva distribuição pelas diferentes Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, entidades promotoras, para efeitos do aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho. disposto no n.º 3 do artigo 5.º; c) Estabelecer o modelo de contrato de CAPÍTULO V estágio; Financiamento d) Estabelecer as regras e os critérios de avaliação final dos estágios, bem como Artigo 21.º o modelo da respetiva ficha de Regime de financiamento avaliação; e) Efetuar, em articulação com as 1 - Em cada edição do PEPAL, os custos entidades promotoras, o relativos a cada estagiário são suportados pela acompanhamento da execução do entidade promotora onde decorra o respetivo PEPAL, tendo em conta, estágio. nomeadamente, o cumprimento dos 2 - O disposto no número anterior não objetivos e dos planos de estágio; prejudica o financiamento do PEPAL através de f) Elaborar um relatório final de fundos europeus estruturais e de investimento. execução de cada edição do PEPAL, com base na informação recolhida junto de cada entidade promotora.

393 Autarquias Locais - Legislação Nacional

CAPÍTULO VI Disposições finais

Artigo 22.º Regulamentação

1 - O presente decreto-lei é regulamentado através de portaria do membro do Governo responsável pela área da administração local, designadamente em matéria de acesso ao programa de estágios e respetivos termos de execução. 2 - A regulamentação prevista no número anterior deve assegurar que os estagiários não desenvolvam, no decurso do estágio, atividades que, em face das circunstâncias concretas, correspondam à supressão de carências de recursos humanos da entidade promotora.

Artigo 23.º Norma revogatória

São revogados:

a) O Decreto-Lei n.º 65/2010, de 11 de junho; b) A Portaria n.º 1236/2010, de 13 de dezembro.

394 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Portaria n.º 191/2009, de 20 de Fevereiro Artigo 4.º Regulamenta os procedimentos de Obrigações transferência de gestão das zonas de caça nacionais para as autarquias locais Constituem obrigações das entidades a que (Com as alterações introduzidas pela Portaria n.º se refere o artigo anterior, com as devidas 979/2009, de 1 de setembro, que a republica ) adaptações, as obrigações previstas nos artigos 19.º e 25.º do Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 Artigo 1.º de Agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º Objecto 201/2005, de 24 de Novembro.

A presente portaria regulamenta os Artigo 5.º procedimentos de transferência de gestão das Conselho consultivo zonas de caça nacionais, adiante designadas por ZCN, para as autarquias locais ou para entidades 1 - A autarquia local, ou a entidade colectiva colectivas integradas por estas. integrada por esta, deve constituir um conselho consultivo que assegure a participação da Artigo 2.º sociedade civil na política cinegética da ZCN. Forma 2 - O conselho consultivo da ZCN integra um representante de cada junta de freguesia da 1 - A transferência da gestão é efectuada nos área abrangida, um representante de cada uma termos do artigo 24.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º das organizações do sector da caça de nível 1 e 202/2004, de 18 de Agosto, alterado pelo nível 2 existentes no concelho ou concelhos Decreto-Lei n.º 201/2005, de 24 de Novembro. abrangidos, um representante de cada um dos 2 - O desenvolvimento das condições da conselhos directivos de baldios se a área transferência de gestão deve constar de integrante da ZCN incluir territórios baldios. protocolo de colaboração a estabelecer entre a 3 - Podem integrar ainda o conselho Autoridade Florestal Nacional e a autarquia local consultivo, quando a autarquia local ou a ou entidade colectiva integrada por esta, a entidade colectiva integrada por esta o homologar pelo Ministro da Agricultura, do considerem, dois representantes dos conselhos Desenvolvimento Rural e das Pescas, no qual cinegéticos municipais dos concelhos são estabelecidas as compensações e taxas que abrangidos. forem devidas pela mesma. 4 - Quando a ZCN se integre em áreas 3 - O protocolo referido no número anterior protegidas ou classificadas, o conselho deve ser estabelecido ainda com o Instituto de consultivo deve integrar ainda dois Conservação da Natureza e Biodiversidade representantes do Instituto de Conservação da quando a ZCN se integre em áreas protegidas ou Natureza e Biodiversidade. classificadas, em respeito pelo disposto no n.º 1 5 - Ao conselho consultivo compete emitir do artigo 118.º do Decreto-Lei n.º 202/2004, de parecer sobre os programas de intervenção e 18 de Agosto, com as alterações introduzidas sobre os planos de gestão e exploração. pelo Decreto-Lei n.º 201/2005, de 24 de 6 - A AFN pode, sempre que o entender, Novembro. participar nas reuniões do conselho consultivo, devendo para tanto ser notificada do dia e da Artigo 3.º hora da sua realização bem como da ordem de Exploração trabalhos.

1 - Após publicação da portaria que Artigo 6.º estabelece a transferência de gestão, a Procedimento autarquia local pode outorgar a exploração da zona de caça a associações, federações ou O requerimento para a transferência de confederações de caçadores, associações de gestão é dirigido ao Ministro da Agricultura, do agricultores, de produtores florestais ou outras Desenvolvimento Rural e das Pescas, contendo a entidades integradas por aquelas isoladamente identificação da ou das autarquias locais, ou da ou em parceria. entidade colectiva integrada por estas, e da ZCN 2 - A entidade prevista no número anterior é cuja gestão se pretende transferir. seleccionada através de concurso público, cujo caderno de encargos deve respeitar as condições Artigo 7.º definidas no protocolo referido no n.º 2 do artigo Entrada em vigor 2.º A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

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Portaria n.º 133/2011, de 4 de Abril Artigo 3.º Aprova o Regulamento para o Produção de efeitos Funcionamento das Zonas de Caça Municipais, revogando a Portaria n.º A presente portaria produz efeitos a partir do 545/2008, de 27 de Junho dia seguinte ao da sua publicação.

As zonas de caça municipais criadas pela Lei ANEXO n.º 173/99, de 21 de Setembro, ao REGULAMENTO PARA O FUNCIONAMENTO proporcionarem o exercício da caça organizado a DAS ZONAS DE CAÇA MUNICIPAIS um número maximizado de caçadores em condições especialmente acessíveis, assumem- Artigo 1.º se como um instrumento muito importante no Autorização especial de caça ordenamento de todo o território cinegético. Considerando que o ordenamento dos 1 - Nas zonas de caça municipais (ZCM) só é recursos cinegéticos deve obedecer aos permitido o acto venatório aos caçadores que, princípios da sustentabilidade e da conservação para além dos documentos legalmente exigidos, de diversidade biológica e genética; sejam titulares de uma autorização especial de Considerando que a exploração ordenada dos caça em modelo homologado pela Autoridade recursos cinegéticos é de interesse nacional, Florestal Nacional (AFN), emitida pela respectiva devendo ser ordenada em todo o território; entidade gestora. Considerando, ainda, que os recursos 2 - As autorizações especiais de caça são cinegéticos constituem um património natural concedidas a um número de caçadores que não renovável, susceptível de uma gestão ultrapasse o número de jornadas diárias de caça optimizada e de um uso racional; autorizadas, mediante candidatura a sorteio nos Tendo em vista o estabelecimento de um termos deste Regulamento. quadro de funcionamento simultaneamente 3 - As autorizações especiais de caça são simples e transparente: nominais e intransmissíveis, identificando a zona Importa definir as normas gerais que de caça municipal (ZCM), a entidade emissora, a concretizam e normalizam o direito de acesso espécie ou grupo de espécies cinegéticas, os dos caçadores ao exercício da caça nas zonas de processos de caça e as datas das jornadas de caça municipais, bem como os termos em que caça para que são válidas. devem ser apresentados os resultados anuais de 4 - As autorizações especiais de caça são exploração cinegética e os resultados de individuais ou colectivas, podendo estas últimas exploração financeira. ser atribuídas a grupos constituídos por um Assim: máximo de cinco caçadores, no caso de o Ao abrigo do disposto no artigo 10.º, no n.º 1 processo de caça ser de salto a determinadas do artigo 15.º, nas alíneas g) e i) do artigo 19.º, espécies cinegéticas. no n.º 3 do artigo 26.º e no artigo 27.º do 5 - As autorizações especiais individuais ou Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de Agosto, com colectivas são ainda classificadas nos tipos A, B, a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei C ou D, correspondentes aos caçadores nas n.º 201/2005, de 24 de Novembro, com as condições descritas, respectivamente, nas alterações dos Decretos-Leis n.os 9/2009, de 9 alíneas a), b), c) e d) do n.º 1 do artigo 15.º do de Janeiro, e 2/2011, de 6 de Janeiro, e no uso Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de Agosto, com das competências delegadas pelo Ministro da a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das n.º 201/2005, de 24 de Novembro, com as Pescas através do despacho n.º 78/2010, de 5 alterações dos Decretos-Leis n.os 9/2009, de 9 de Janeiro: de Janeiro, e 2/2011, de 6 de Janeiro. Manda o Governo, pelo Secretário de Estado 6 - Para efeitos de enquadramento das das Florestas e Desenvolvimento Rural, o autorizações especiais de caça colectivas nos seguinte: tipos identificados no n.º 5, os caçadores que integram cada grupo devem reunir as mesmas Artigo 1.º condições ou, não as reunindo, devem ser Regulamento enquadrados no tipo que comportar maior número de elementos, decidindo a entidade É aprovado o Regulamento para o gestora em caso de igualdade. Funcionamento das Zonas de Caça Municipais, anexo à presente portaria e da qual faz parte Artigo 2.º integrante. Condições de candidatura e acesso

Artigo 2.º 1 - Para cada zona de caça municipal e para Norma revogatória cada época venatória, as respectivas entidades gestoras devem divulgar as condições de É revogada a Portaria n.º 545/2008, de 27 de candidatura e acesso seguintes: Junho.

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a) As espécies ou grupos de espécies a) A ZCM a que se refere a candidatura; cinegéticas a explorar, bem como os b) A espécie ou grupo de espécies processos e as datas das respectivas cinegéticas e respectivos processos de jornadas; caça a que se candidata; b) Os limites diários de abate por c) As datas das jornadas de caça a que caçador, por espécie ou grupo de se candidata; espécies cinegéticas; d) O nome, morada, número de carta de c) O número de jornadas de caça diárias, caçador e número de telefone; por espécie ou grupo de espécies e) Nas candidaturas para a concessão de cinegéticas; autorizações especiais de caça d) Os períodos de inscrição e a indicação colectivas considera-se como da aceitação de inscrições em grupo, representante do grupo o primeiro no caso de existir; caçador nela identificado. e) A morada para apresentação das candidaturas; 3 - Sempre que se justifique, devem os f) O local, data e horas de realização dos candidatos indicar ainda: sorteios; g) A percentagem por tipo de a) A qualidade de proprietário ou de autorização especial de caça a atribuir titular de direito de uso e fruição nos em cada dia de caça; termos legais sobre os terrenos h) O valor das taxas a cobrar por inseridos na ZCM; caçador e jornada de caça, bem como b) A condição de associado em zona de o prazo, forma e condições de caça associativa integrada na mesma região cinegética onde se situa a ZCM. pagamento; i) O local para consulta de actas e listas 4 - Em caso de dúvida, as entidades gestoras de candidatos; podem exigir documento comprovativo da j) A identificação dos meios de contacto qualidade a que se refere a alínea a) do n.º 3. para os interessados acederem a 5 - As candidaturas que não reúnam os informações. requisitos aplicáveis são rejeitadas, devendo ser

2 - No estabelecimento das condições de elaborada e disponibilizada para consulta a candidatura e acesso às ZCM, entre o final do respectiva listagem, com a indicação do motivo período de apresentação de candidaturas e a que levou à eliminação. data de realização do sorteio respectivo devem mediar pelo menos três dias úteis, e entre a do Artigo 5.º sorteio e o dia de caça respectivo, pelo menos Sorteio das candidaturas três dias úteis. 1 - Todos os sorteios a que se refere o Artigo 3.º presente Regulamento são públicos. Divulgação 2 - As candidaturas aceites são organizadas por tipo, espécies ou grupos de espécies 1 - Sem prejuízo da divulgação das condições cinegéticas, processo e jornada de caça. de candidatura e acesso nos termos previstos na 3 - As autorizações especiais de caça são lei, as entidades gestoras devem remeter à AFN atribuídas pela ordem consignada em sorteio aos cópia em formato digital simultaneamente com o candidatos aceites para cada dia de caça, até ao envio para jornal de expansão nacional, para limite das jornadas. que seja feita a sua divulgação no sítio da 4 - Na sequência do sorteio a que se refere o Internet da AFN. número anterior é elaborada uma acta e uma 2 - As entidades gestoras devem assegurar a lista ordenada dos candidatos sorteados, com informação aos candidatos quanto à indicação dos não contemplados, e enviadas à elegibilidade das suas candidaturas através da AFN para que seja feita a sua divulgação no sítio divulgação em página na Internet. da Internet da AFN.

Artigo 4.º Artigo 6.º Candidatura à autorização especial de caça Dispensa de sorteio

1 - Para cada ZCM e época venatória, cada 1 - É dispensada a realização de sorteio caçador só pode apresentar uma candidatura por sempre que o número de candidatos a jornada de caça ou época venatória, espécie ou determinado tipo de autorização especial de grupo de espécies cinegéticas. caça e dia de caça for inferior ou igual ao 2 - Os interessados devem apresentar a sua respectivo número de jornadas autorizadas. candidatura em formulário de modelo 2 - Quando o número de inscrições não homologado pela AFN, por correio, por e-mail ou preencher o número de jornadas de caça pessoalmente, na morada divulgada para o disponibilizadas, a entidade gestora pode: efeito, contra comprovativo, indicando:

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a) Atribuir as jornadas de caça 5 - O montante das taxas cobradas reverte disponíveis aos caçadores que para as entidades gestoras das ZCM até ao manifestem esse interesse nas 48 limite das despesas elegíveis efectuadas com a horas que antecedem a jornada de respectiva gestão e administração, devendo a caça; entidade gestora, em caso de excedente, b) Promover um segundo processo de proceder, aquando da extinção da ZCM, à divulgação, sorteando apenas as entrega do mesmo à AFN. jornadas de caça que ficaram desertas. Artigo 8.º 3 - Quando a entidade gestora optar pelo Caução previsto no número anterior, deverá actualizar de imediato a listagem enviada à AFN. No acto de apresentação das candidaturas

pode ser exigido o pagamento de uma caução, Artigo 7.º de montante não superior a 50 % do valor da Taxas taxa devida, a deduzir deste ou a devolver caso

a inscrição não seja aceite ou contemplada. 1 - O exercício da caça nas ZCM está sujeito ao pagamento de uma taxa por jornada de caça Artigo 9.º de valor variável em função do tipo de Incumprimento autorização especial de caça e da espécie ou grupos de espécies cinegéticas, nos seguintes 1 - A falta de pagamento da taxa nas termos: condições definidas implica a anulação da a) Para as autorizações do tipo A: candidatura, perdendo o interessado o direito de reembolso de qualquer valor pago a título de i) Entre (euro) 5 e (euro) 20 no caso caução. de caça menor sedentária e 2 - A não comparência dos candidatos espécies migradoras; admitidos no dia, local e hora marcados ou sem ii) Entre (euro) 25 e (euro) 50 no serem portadores dos documentos necessários caso de javali; para o exercício da caça implica a revogação da iii) Ente (euro) 50 e (euro) 100 nas autorização especial de caça, não havendo lugar restantes espécies de caça maior; ao reembolso dos montantes legais. iv) Aos troféus e carcaças, os critérios 3 - Sem prejuízo da aplicação das sanções e valores definidos na portaria que previstas na lei, a entidade gestora pode revogar regula o exercício da caça em zonas a autorização especial de caça aos caçadores de caça nacionais; que incumprirem as suas orientações no b) Para as autorizações dos tipos B e C, exercício da caça na ZCM, constituindo o limite máximo da taxa não pode fundamento para a suspensão do caçador até ao exceder o dobro aplicável aos termo da época venatória em que se verifica a caçadores classificados no tipo A; ocorrência e a rejeição da sua candidatura na c) Para as autorizações do tipo D, o época venatória seguinte. limite máximo da taxa não pode exceder o triplo do aplicado aos Artigo 10.º caçadores classificados no tipo A. Informação

2 - A taxa devida pelos proprietários ou Os caçadores estão obrigados a facultar à titulares de direitos de uso e fruição de terrenos entidade gestora, nos termos e condições por cinegéticos inseridos na ZCM é de 50 % da esta estabelecidos, informação sobre o número estabelecida para os restantes caçadores de exemplares abatidos em cada dia de caça. inseridos no tipo A. 3 - No caso de grupos de caçadores, Artigo 11.º independentemente do tipo de autorização Resultados do plano anual de exploração e atribuída ao grupo, a taxa devida por cada da execução financeira caçador é a correspondente à sua condição individual, nos termos definidos nas alíneas a), 1 - Os resultados da exploração cinegética e b), c) e d) do n.º 1 do artigo 15.º do Decreto-Lei os da execução financeira devem ser n.º 202/2004, de 18 de Agosto. apresentados em formulário homologado pela 4 - Para efeitos do cumprimento do AFN. estabelecido na subalínea vii) da alínea c) do n.º 2 - Os resultados da exploração cinegética 2 do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 202/2004, devem contemplar: de 18 de Agosto, é suficiente a referência às taxas previstas na presente portaria, podendo as a) Número de jornadas de caça mesmas ser alteradas, anualmente, desde que realizadas, por espécie ou grupo de se mantenham dentro dos valores ora espécies cinegéticas, processos e tipo estabelecidos. de autorização;

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b) Número de dias de caça e de exemplares abatidos por espécie cinegética.

3 - Os resultados da execução financeira devem discriminar as despesas com a gestão e administração da zona de caça e as receitas provenientes das taxas cobradas por tipo de autorização.

4 - Para efeitos do presente Regulamento, consideram-se elegíveis as despesas decorrentes de:

a) Fiscalização;

b) Ordenamento cinegético;

c) Rendas;

d) Seguros;

e) Sinalização;

f) Publicitação das condições de

candidatura e acesso;

g) Comunicações;

h) Aquisição de equipamentos;

i) Indemnização de prejuízos;

j) Prestações de serviços feitas por

associados, proprietários e rendeiros

com terrenos localizados dentro da

ZCM.

Artigo 12.º

Meios de comunicação

1 - O envio de toda a documentação a que se refere a presente portaria por parte da entidade gestora da ZCM para a AFN pode ser efectuado através de uma organização do sector da caça.

2 - Para que o envio possa ser feito nos termos do número anterior, deverá previamente a entidade gestora enviar à AFN cópia da acta da assembleia geral que autoriza a organização do sector da caça em causa.

3 - Os modelos e formulários a que se refere a presente portaria podem ser electrónicos sempre que existam e tenham sido homologados pela AFN.

Artigo 13.º

Contabilidade

1 - As entidades gestoras de ZCM devem manter uma contabilidade simplificada.

2 - As entidades gestoras de ZCM devem manter em arquivo, durante o prazo de cinco anos, todos os documentos de suporte e justificativos dos respectivos actos de gestão e administração. 3 - A AFN efectuará todos os anos, de forma aleatória, uma auditoria ao funcionamento das ZCM.

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Portaria n.º 254/2014, de 9 de dezembro 3 - A eventual redefinição, pela entidade Regulamenta o Programa de Estágios promotora, da informação prevista no n.º 2 só Profissionais na Administração Local pode ter lugar dentro do prazo previsto no número anterior. No contexto económico nacional e da situação do mercado de trabalho, o programa de Artigo 3.º estágios profissionais na administração local Lançamento e publicitação dos estágios pretende promover a integração de jovens no mercado de trabalho, possibilitando-lhes o 1 - O lançamento e a publicitação do exercício de funções adequadas às suas procedimento de recrutamento e seleção dos qualificações através da realização de estágios estagiários compete às entidades onde decorrem remunerados a serem realizados em entidades os estágios, designadas por entidades da administração local autárquica. promotoras, e ocorre no período fixado no Dispõe o artigo 22.º do Decreto-Lei n.º despacho previsto no n.º 3 do artigo 5.º e nos 166/2014, de 6 de novembro, que estabelece o termos definidos no artigo 6.º, ambos do regime jurídico do Programa de Estágios Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro. Profissionais na Administração Local (PEPAL), 2 - O aviso de abertura do procedimento de que o PEPAL é regulamentado através de recrutamento devidamente numerado e datado portaria do membro do Governo responsável indica, ainda, o prazo de validade do pela área da administração local. procedimento, bem como, quando aplicável, a Face ao disposto, a presente portaria referência dos estágios e o número de lugares regulamenta a operacionalização do de estágio reservados a candidatos portadores procedimento prévio de candidatura das de deficiência com um grau de incapacidade entidades autárquicas interessadas em igual ou superior a 60 %. promover estágios com vista à distribuição do 3 - Para os efeitos previstos no n.º 3 do contingente de estágios fixado pela tutela, bem artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de como do procedimento de recrutamento e novembro, é requisito prévio obrigatório à seleção dos candidatos, para além de outros publicitação do procedimento de recrutamento aspetos como a avaliação e certificação dos de estagiários, o registo, pela entidade estagiários. promotora, do respetivo aviso no formulário Assim: eletrónico disponível no acesso reservado do Nos termos do disposto no artigo 22.º do sítio da Internet do Portal Autárquico. Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro: Manda o Governo, pelo Secretário de Estado Artigo 4.º da Administração Local, o seguinte: Candidatura

Artigo 1.º 1 - Para efeitos do previsto no artigo 7.º do Objeto Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, as candidaturas são apresentadas exclusivamente A presente portaria regulamenta o Programa através do preenchimento de formulário de de Estágios Profissionais na Administração Local, candidatura, que obedece ao modelo definido instituído pelo Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 pela DGAL conforme estabelecido na subalínea i) de novembro, adiante designado por PEPAL. da alínea b) do n.º 1 do artigo 17.º e disponibilizado no sítio da internet da entidade Artigo 2.º promotora, se existir, e no Portal Autárquico, Procedimento de pré-candidatura das nos termos dos números seguintes. entidades promotoras 2 - No formulário de candidatura, o candidato indica os seus dados de identificação pessoal e 1 - O lançamento dos estágios é precedido de fornece os elementos para a sua avaliação um procedimento de pré-candidatura das curricular, referidos nos artigos seguintes. entidades interessadas em promover estágios, 3 - O formulário previsto no n.º 1 deve coordenado pela Direção-Geral das Autarquias conter ainda: Locais (DGAL), para efeitos da sua distribuição, a) Declaração de cumprimento, à data nos termos do n.º 3 do artigo 5.º do Decreto-Lei do fim do prazo de candidatura, dos n.º 166/2014, de 6 de novembro. requisitos legais da mesma, 2 - O procedimento de pré-candidatura nomeadamente que se encontra nas previsto no número anterior é efetuado, no condições referidas no artigo 4.º do prazo fixado pela DGAL, através do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de preenchimento de formulário eletrónico novembro; disponível no acesso reservado do sítio da b) A seguinte indicação: «Declaro, sob Internet do Portal Autárquico, onde as entidades compromisso de honra, que todas as promotoras inserem a informação sobre o informações prestadas neste formulário número de estágios que pretendem, o nível de são verdadeiras». qualificação exigido, bem como outros elementos julgados relevantes pela DGAL.

401 Autarquias Locais - Legislação Nacional

4 - A prestação de informações falsas c) Classificação final do 12.º ano ou determina a exclusão de qualquer edição do equivalente, quando aplicável; PEPAL, bem como de qualquer programa de d) Experiência profissional; estágios profissionais financiados pelo Estado. e) Formação profissional comprovada. 5 - O candidato dentro do prazo para a 7 - Os candidatos licenciados apresentam a apresentação de candidaturas é responsável sua candidatura em função da área de formação pelo envio à entidade promotora do formulário da respetiva licenciatura, sendo a classificação referido no n.º 1 devidamente preenchido e da final desta a que se considera para efeitos de prova documental requerida, nos termos do avaliação curricular. artigo 6.º da presente portaria. 8 - Ao candidato podem ser solicitados, 6 - O prazo durante o qual decorrem as outros requisitos julgados relevantes, candidaturas é definido pela entidade nomeadamente com vista à confirmação da promotora, nos termos do artigo 6.º do Decreto- idoneidade do candidato para o estágio. Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro.

Artigo 6.º Artigo 5.º Comprovação dos requisitos e outra Informação exigível informação relevante

1 - São considerados dados de identificação 1 - Os requisitos previstos no artigo 4.º do de preenchimento obrigatório no formulário de Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, candidatura: bem como a informação adicional são a) O nome; comprovados pela entidade promotora, através b) A data de nascimento; da validação da documentação, remetida pelos c) O número de identificação civil; candidatos, referida no n.º 3. d) O número de identificação fiscal; 2 - Sem prejuízo do disposto no número e) O endereço de correio eletrónico e o anterior, compete à entidade promotora número telefónico a utilizar em solicitar, junto dos serviços do IEFP, a contacto posterior no âmbito do verificação da inscrição como desempregado dos procedimento de candidatura; candidatos selecionados para a realização dos f) Morada completa; estágios, bem como da informação sobre a g) Concelho de residência. frequência de estágios financiados por aquela entidade. 2 - O candidato que seja portador de 3 - Para efeitos do cumprimento do previsto incapacidade igual ou superior a 60 % e no n.º 1, os candidatos apresentam os seguintes pretenda beneficiar do regime previsto no n.º 5 documentos: do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, deve assinalar tal pretensão no a) Cópia do documento de identificação campo correspondente. (BI/cartão de cidadão/passaporte); 3 - O candidato que tenha ou não b) Cópia do documento de identificação frequentado programas de estágios profissionais fiscal (NIF), no caso de não ser financiados por fundos públicos, nos quais se portador de cartão de cidadão; incluem os apoiados por fundos concedidos c) Cópia de documento comprovativo da diretamente pela Comissão Europeia, assinala o morada (carta de condução ou outro); facto no campo correspondente, para os efeitos d) Declaração da Segurança Social da previstos no n.º 3 do artigo 7.º do Decreto-Lei qual conste o registo de remunerações n.º 166/2014, de 6 de novembro. do candidato (ou a não existência do 4 - O candidato indica se está ou não inscrito, mesmo); a tempo inteiro, em qualquer sistema de ensino e) Cópia de comprovativo da ou formação profissional. incapacidade igual ou superior a 60 %, 5 - O candidato indica a sua situação face ao quando aplicável; emprego e se se encontra inscrito como f) Cópia do certificado de habilitações desempregado nos serviços do Instituto de onde conste a respetiva classificação; Emprego e Formação Profissional, I. P. (IEFP). g) Cópia do certificado de 12.º ano ou 6 - O candidato indica ainda obrigatoriamente equivalente onde conste a respetiva no formulário de candidatura, para efeitos de classificação (se aplicável); avaliação curricular, os seguintes elementos: h) Cópia do certificado de Mestrado ou Doutoramento (se aplicável); a) Habilitação académica e respetiva i) Cópia dos certificados de formação classificação final, e, no caso de deter o profissional onde conste o respetivo grau de licenciado, a área de formação número de horas ou no caso de ações e a designação da licenciatura; de muito curta duração como b) Outras habilitações académicas de seminários e afins, a data de realização grau superior à licenciatura, quando (se aplicável); aplicável;

402 Autarquias Locais - Legislação Nacional

j) Comprovativos dos requisitos por ordem decrescente do número solicitados pela entidade promotora. máximo de estágios atribuídos a cada entidade promotora cumprindo o 4 - A não comprovação dos requisitos bem disposto na alínea b), sendo depois como da informação complementar solicitada divulgados no Despacho previsto no n.º nos termos do número anterior constitui motivo 3 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º de exclusão da edição do PEPAL. 166/2014, de 6 de novembro.

Artigo 7.º 2 - Cabe à entidade promotora a definição, Avaliação dos candidatos na publicitação referida no artigo 3.º da presente portaria, dos estágios que asseguram o 1 - Para efeitos de avaliação curricular cumprimento da quota calculada nos termos do consideram-se os seguintes fatores: número anterior e atribuída a cada entidade promotora pelo Despacho previsto no n.º 3 do a) Habilitação académica; artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de b) Classificação final obtida; novembro. c) Média obtida no 12.º ano ou 3 - O provimento dos lugares para estágio equivalente (quando aplicável); faz-se em duas fases, sendo primeiro d) Formação profissional; preenchidos os lugares não reservados a e) Experiência profissional. portadores de deficiência, pela ordem da lista de 2 - Para cada um dos fatores de avaliação classificação final, seguindo-se-lhe o curricular previstos no número anterior, a preenchimento dos lugares reservados a entidade promotora pode definir subfatores. portadores de deficiência, de entre candidatos 3 - Compete a cada uma das entidades com deficiência que não tenham obtido promotoras definir para cada estágio a provimento na primeira fase, de acordo com a ponderação dos fatores e a fórmula da avaliação respetiva graduação. curricular, bem como a fórmula de avaliação 4 - No caso de não haver candidatos com final dos candidatos. deficiência admitidos ou aprovados em número suficiente, os lugares reservados a portadores Artigo 8.º de deficiência podem ser preenchidos nos Classificação e seleção dos candidatos termos da primeira parte do número anterior. 5 - Nos concursos em que o número de 1 - As listas de classificação dos candidatos, lugares de estágio não preveja lugares por estágio, são ordenadas por ordem reservados a portadores de deficiência, o decrescente das classificações e divulgadas pelas candidato com deficiência tem preferência em respetivas entidades promotoras. igualdade de classificação, a qual prevalece 2 - As listas dos estagiários selecionados para sobre qualquer outra preferência legal. realizar estágio são divulgadas pelas respetivas entidades promotoras e no Portal Autárquico. Artigo 10.º 3 - As listas referidas no número anterior Contrato de estágio ficam disponíveis no Portal Autárquico até ao final da respetiva edição. 1 - No início do estágio, nos termos do n.º 1 do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 Artigo 9.º de novembro, a entidade promotora celebra com Candidatos portadores de deficiências o estagiário um contrato de estágio que obedece ao modelo disponibilizado pela DGAL conforme 1 - Para efeitos do n.º 5 do artigo 5.º do estabelecido na subalínea ii) da alínea b) do n.º Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, a 1 do artigo 17.º, onde se prevejam os determinação dos lugares de estágio, a serem correspondentes direitos e deveres. preenchidos por pessoas portadoras de 2 - O contrato previsto no presente artigo, deficiência, com um grau de incapacidade igual sujeito à forma escrita, é celebrado em dois ou superior a 60 %, é efetuada do seguinte exemplares pelo candidato e pelo dirigente modo: máximo da respetiva entidade promotora, ficando um exemplar para cada uma das partes a) 5 % do número total de estágios contratantes, do qual devem constar os atribuídos, arredondado à unidade; seguintes elementos: b) Em cada entidade promotora, um lugar quando o número total de a) A identificação, as assinaturas e o estágios atribuídos for igual ou superior domicílio ou sede das partes; a 3 e igual ou inferior a 10 e dois b) O nível de qualificação do estagiário; lugares quando o número total de c) Direitos e deveres das partes; estágios for superior a 10; d) A duração do estágio e a data em que c) Os lugares de estágio calculados na se inicia; alínea a) são distribuídos pela DGAL pelas diferentes entidades promotoras

403 Autarquias Locais - Legislação Nacional

e) A área em que o estágio se sua aprovação, os objetivos e a desenvolve e as funções ou tarefas que especificação do plano do estágio; no âmbito daquela se encontram b) Inserir o estagiário no respetivo atribuídas ao estagiário; ambiente de trabalho; f) O local e o período de duração, diário c) Efetuar o acompanhamento técnico- e semanal, das atividades do estágio; pedagógico do estagiário, g) O valor da bolsa de estágio e do supervisionando o seu progresso face subsídio de refeição; aos objetivos e plano definidos e h) A data de celebração do contrato. garantir a formação em contexto de trabalho necessária ao 3 - Anexo ao contrato deve constar cópia da desenvolvimento das competências apólice de seguro a que se refere o n.º 2, alínea exigidas para o exercício das funções; b), do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, d) Elaborar os relatórios de de 6 de novembro. acompanhamento do estágio e a ficha 4 - Com a assinatura do contrato cessa a com a proposta de avaliação final do possibilidade do estagiário aceitar qualquer estagiário a submeter ao dirigente notificação doutra entidade promotora para a máximo do órgão executivo da realização de estágio na edição em curso do entidade promotora, com base nos PEPAL. modelos definidos nas subalíneas iii) e

iv) da alínea b) do n.º 1 do artigo 17.º; Artigo 11.º e) Nos casos em que o estágio se Início do estágio desenvolva em entidade diferente da

promotora, enviar à entidade O estágio tem início no prazo máximo de 30 promotora a informação sobre o dias após a aceitação pelo candidato do mesmo mencionada no n.º 1 do artigo respetivo lugar. 15.º;

f) Afetar o estagiário ao desenvolvimento Artigo 12.º exclusivo de atividades respeitantes à Bolsa de estágio e outros apoios sua área de formação e para as quais

foi admitido, bem como assegurar que O processamento dos pagamentos aos a sua atividade não corresponda à estagiários da bolsa de estágio e do subsídio de supressão de carências de recursos refeição, previstos respetivamente no n.º 1 e na humanos da entidade promotora. alínea a) do n.º 2 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, é efetuado Artigo 15.º pela entidade promotora dos estágios. Informação sobre o estágio

Artigo 13.º 1 - Compete às entidades promotoras dos Substituição de estagiário estágios registar no sítio do PEPAL, em área

apenas acessível pela DGAL, todos os dados Em caso de cessação do contrato de estágio relevantes para o acompanhamento e avaliação por iniciativa do estagiário nos primeiros 30 dias dos estágios, nomeadamente: após o seu início, pode a entidade promotora celebrar novo contrato para substituição a) Identificação do estagiário; daquele, no respeito pela ordenação da b) Número de identificação da segurança classificação da lista de candidatos ao respetivo social; lugar de estágio. c) Data de início do estágio; d) Se beneficia ou não do regime Artigo 14.º previsto no n.º 5 do artigo 5.º do Orientação Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro; 1 - O estágio decorre sob a orientação de um e) Períodos de suspensão e cessação do orientador, designado formalmente pela estágio, com as respetivas entidade onde o mesmo decorre. justificações; 2 - A entidade onde decorre o estágio f) Relatórios de acompanhamento do designa o respetivo orientador de entre estágio, correspondentes aos 1.º e 2.º dirigentes, chefias ou outros trabalhadores com quadrimestres; relevante experiência e aptidão para o efeito. g) Ficha de avaliação final do estagiário. 3 - Cada orientador tem a seu cargo, no 2 - A não entrega dos dados referidos no máximo, três estagiários. número anterior constitui fundamento para a 4 - Compete ao orientador: revogação do financiamento dos respetivos a) Propor ao dirigente máximo do órgão estágios, quando aplicável. executivo da entidade promotora, para

404 Autarquias Locais - Legislação Nacional

3 - A informação referida nas alíneas a), b) e vi) Modelo do certificado de c) do n.º 1 deve ser enviada à DGAL até 3 dias frequência e aprovação do úteis após a celebração do contrato para efeitos estagiário; do cumprimento dos deveres de informação no vii) Instruções de preenchimento dos âmbito do Plano Nacional de Implementação de modelos previstos nas subalíneas uma Garantia Jovem (PNI-GJ). anteriores. 4 - Os estagiários procedem à avaliação do 2 - A DGAL elabora um relatório final de estágio decorridos seis meses da sua frequência execução de cada edição do PEPAL, com base e no seu termo e da mesma dão conhecimento à em informação recolhida, prestada por cada DGAL, nos termos a definir por esta. entidade promotora nos termos do artigo 15.º 5 - As entidades promotoras e os estagiários 3 - No âmbito das suas competências de obrigam-se a dar resposta aos inquéritos gestão, coordenação e acompanhamento do lançados pela DGAL para efeitos de avaliação do PEPAL, a DGAL pode propor ao membro do contributo do PEPAL para a inserção dos Governo competente a adoção de medidas estagiários no mercado de trabalho. consideradas necessárias para assegurar o

cumprimento dos objetivos de cada edição do Artigo 16.º PEPAL. Avaliação e certificação dos estagiários

Artigo 18.º 1 - No final do estágio, os estagiários são Entrada em vigor avaliados de acordo com as regras, as componentes e os critérios da avaliação A presente portaria entra em vigor no dia definidos pela DGAL, nos termos da alínea a) do seguinte ao da sua publicação. n.º 1 do artigo seguinte.

2 - As componentes da avaliação referidas no número anterior integram obrigatoriamente os objetivos dos estagiários e as competências individuais.

3 - Aos estagiários aprovados são entregues certificados comprovativos da frequência e aprovação no estágio, de acordo com o modelo definido pela DGAL nos termos da subalínea vi) da alínea b) do n.º 1 do artigo seguinte.

4 - A listagem dos estagiários aprovados é disponibilizada pela DGAL no Portal Autárquico.

5 - Compete à entidade promotora do estágio anexar ao certificado referido no n.º 3 uma descrição das atividades desenvolvidas e dos conhecimentos adquiridos.

Artigo 17.º

Gestão e coordenação do PEPAL

1 - Sem prejuízo das competências de gestão e coordenação do PEPAL previstas no artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, compete à DGAL, enquanto entidade responsável pela gestão e coordenação do

PEPAL, definir e disponibilizar:

a) As regras, as componentes e os critérios de avaliação final dos estagiários; b) Os seguintes instrumentos:

i) Formulário de candidatura; ii) Modelo do contrato de estágio; iii) Modelo do relatório de acompanhamento do estágio; iv) Modelo da ficha de avaliação final do estagiário; v) Modelo do relatório de avaliação a preencher pelo estagiário;

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Portaria n.º 256/2014, de 10 de dezembro Fixa o montante mensal da bolsa de estágio concedida, no âmbito do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local

O Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, que cria o Programa de Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL), estipula no n.º 1 do seu artigo 15.º que aos estagiários é concedida, por cada um dos meses de duração do estágio, uma bolsa de estágio de montante fixado por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da administração pública e da administração local. Assim: Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, manda o Governo, através da Ministra de Estado e das Finanças e do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, o seguinte:

Artigo 1.º Objeto

A presente portaria fixa o montante mensal da bolsa de estágio concedida, no âmbito do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL).

Artigo 2.º Bolsa de estágio

1 - O montante da bolsa de estágio é fixado em 1,65 vezes o valor correspondente ao indexante dos apoios sociais (IAS), para os estagiários que possuam uma qualificação correspondente, pelo menos, ao nível 6 (licenciatura) da estrutura do Quadro Nacional de Qualificações, constante do anexo II à Portaria n.º 782/2009, de 23 de julho. 2 - Quando, ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, a Portaria prever a atribuição de estágios noutras carreiras do regime geral da função pública de diferentes níveis de qualificação da estrutura do Quadro Nacional de Qualificações, constante do anexo II à Portaria n.º 782/2009, de 23 de julho, aplicam-se os seguintes montantes de bolsa de estágio: a) 1,2 vezes IAS aos estagiários com qualificação de nível 3; b) 1,3 vezes IAS aos estagiários com qualificação de nível 4; c) 1,4 vezes IAS aos estagiários com qualificação de nível 5.

Artigo 3.º Entrada em vigor

A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

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Portaria n.º 265/2014, de 17 de dezembro Fixa o número máximo de estágios na edição do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local

Dispõe o n.º 1 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, que estabelece o regime jurídico do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL), que o número máximo de estagiários a selecionar é fixado por portaria do membro do Governo responsável pela área da administração local. A presente portaria fixa o número máximo de estagiários para a edição do PEPAL cujo processo se inicia ainda no ano de 2014 e estabelece prioridades temáticas a ponderar na distribuição dos estágios de acordo com o previsto no n.º 2 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro. A presente edição do PEPAL é dirigida a jovens licenciados, sendo os custos com os estágios cofinanciados através de fundos comunitários no âmbito do programa Garantia Jovem (IEJ). Assim, nos termos do disposto no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Administração Local:

Artigo 1.º Fixação do número de estágios

É fixado em 1500 o número máximo de estágios na edição do Programa de Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL) cujo processo de pré- candidatura pelas entidades promotoras se inicia em 2014.

Artigo 2.º Início do procedimento de pré-candidatura das entidades promotoras

O procedimento de pré-candidatura das entidades promotoras de estágios previsto no artigo 2.º da Portaria n.º 254/2014, de 9 de dezembro, deve iniciar- se no prazo de 5 dias da entrada em vigor da presente Portaria.

Artigo 3.º Prioridades temáticas

Caso o número de estágios solicitados pelas entidades promotoras supere o contingente previsto no artigo 1.º, relevam como prioridades para efeitos de distribuição as seguintes áreas temáticas: a) Promoção do desenvolvimento e da competitividade económica local, energia e ciência; b) Intervenção no domínio social, designadamente, educação, saúde, ação social e cultura.

Artigo 4.º Entrada em vigor

A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

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ASSOCIAÇÃO DE MUNÍCIPIOS E FREGUESIAS

Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 54/98, de 18 de Agosto c) Participação na gestão e direcção do Associações representativas dos municípios Centro de Estudos e Formação e das freguesias Autárquica e dos demais organismos especificamente vocacionados para as A Assembleia da República decreta, nos matérias respeitantes às autarquias termos do artigo 161.º, alínea c), do artigo locais. 166.º, n.º 3, e do artigo 112.º, n.º 5, da 2 - O disposto no número anterior não Constituição, para valer como lei geral da prejudica quaisquer direitos conferidos por lei República, o seguinte: aos municípios e às freguesias,

independentemente da sua associação. Artigo 1.º 3 - O disposto na alínea a) do n.º 1 abrange Objecto o direito de as associações fazerem publicar, nos

termos da lei, no Diário da República uma Os municípios e as freguesias podem síntese das tomadas de posição por si associar-se, designadamente, para efeitos da formalmente expressas na consulta relativa aos sua representação institucional junto dos órgãos respectivos actos legislativos com incidência de soberania e da administração central e da autárquica. cooperação com esta na participação em organizações internacionais. Artigo 5.º

Colaboração Artigo 2.º

Constituição Poderão ser estabelecidos acordos de

colaboração entre o Governo e as associações As associações podem constituir-se como nacionais relativos quer a acções de âmbito pessoas colectivas privadas, nos termos da lei interno quer de representação em organismos civil. internacionais.

Artigo 3.º Artigo 6.º Associações nacionais Duração do mandato

1 - São consideradas associações de carácter O mandato dos titulares dos órgãos da nacional, desde que tenham associados em associação terá a duração coincidente com a dos todas as regiões administrativas e Regiões titulares dos órgãos das autarquias locais. Autónomas do País, as associações:

a) De municípios com um número de Artigo 7.º associados superior a 100; Revogação b) De freguesias com um número de associados superior a 1500. É revogado o Decreto-Lei n.º 99/84, de 29 de Março. 2 - Enquanto as regiões administrativas não estiverem criadas, atender-se-á, para efeitos do disposto no número anterior, à divisão distrital.

Artigo 4.º

Estatuto de parceiro

1 - As associações de carácter nacional adquirem, automaticamente, o estatuto de parceiro relativamente ao Estado, sendo-lhes conferidos, sem prejuízo de outras disposições legais, os seguintes direitos, em termos a regulamentar:

a) Consulta prévia, pelos órgãos de soberania, em todas as iniciativas legislativas respeitantes a matéria da sua competência; b) Participação no Conselho Económico e Social;

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Lei n.º 175/99, de 21 de Setembro Artigo 5.º Estabelece o regime jurídico comum das Constituição associações de freguesias de direito público 1 - Compete às juntas das freguesias

interessadas a promoção das diligências A Assembleia da República decreta, nos necessárias à constituição da associação, bem termos da alínea c) do artigo 161.º da como deliberar sobre a participação da freguesia Constituição, para valer como lei geral da e a aprovação dos estatutos. República, o seguinte: 2 - A eficácia das deliberações referidas no Artigo 1.º número anterior depende de aprovação das Conceito respectivas assembleias de freguesia. 3 - A associação é constituída através de A associação de freguesias é uma pessoa escritura pública, nos termos do n.º 1 do artigo colectiva de direito público, criada por duas ou 158.º do Código Civil, sendo outorgantes os mais freguesias geograficamente contíguas ou presidentes das juntas de freguesia das inseridas no território do mesmo município para freguesias integrantes. a realização de interesses comuns e específicos. 4 - A constituição e extinção da associação, os estatutos e as respectivas modificações são Artigo 2.º comunicados ao Ministério do Equipamento, do Objecto Planeamento e da Administração do Território, para efeitos de registo, pela freguesia em cuja A associação de freguesias tem por fim a área a associação de freguesias esteja sediada. realização de quaisquer interesses no âmbito Artigo 6.º das atribuições e competências próprias das Estatutos freguesias associadas, salvo as que, pela sua natureza ou por disposição da lei, devam ser 1 - Os estatutos da associação devem conter realizadas directamente pelas freguesias. indicação:

Artigo 3.º a) Da denominação, sede, objecto e Incumbências composição; b) Da duração da associação, caso não 1 - Podem constituir incumbências da seja constituída por tempo associação de freguesias, designadamente, as indeterminado; seguintes: c) Da contribuição de cada freguesia para as despesas comuns necessárias à a) Participação na articulação, realização do objecto; coordenação e execução do d) Do número de representantes de cada planeamento e de acções que tenham freguesia associada; âmbito interfreguesias; e) Dos seus órgãos e respectivas b) Gestão de equipamentos de utilização competências; colectiva comuns a duas ou mais f) Das demais disposições necessárias ao freguesias associadas; seu bom funcionamento. c) Organização e manutenção em funcionamento dos serviços próprios. 2 - Os estatutos devem ainda fixar as condições de ingresso de novos associados e as 2 - A associação de freguesias, no condições de abandono das freguesias desenvolvimento do seu objecto, pode participar associadas. em empresas de capitais públicos de âmbito 3 - Os estatutos podem ser modificados por municipal que abranjam a área geográfica de acordo das freguesias associadas, de harmonia pelo menos uma das freguesias associadas. com o regime estabelecido na presente lei para a respectiva aprovação. Artigo 4.º 4 - Os estatutos devem conferir aos órgãos Delegação de competências da associação todos os poderes necessários à realização do respectivo objecto, com excepção 1 - Os órgãos da associação de freguesias, dos que, pela sua própria natureza ou disposição constituída exclusivamente por freguesias da lei, devam ser exercidos directamente pelos inseridas no território do mesmo município, órgãos das freguesias associadas. podem praticar actos por delegação de competências da respectiva câmara municipal. Artigo 7.º 2 - No caso de delegação de competências, Órgãos da associação devem ser celebrados protocolos donde constem São órgãos da associação: as matérias delegadas, os direitos e obrigações das partes, os meios financeiros, o apoio técnico a) A assembleia interfreguesias; e o apoio em recursos humanos. b) O conselho de administração.

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Artigo 8.º haja acordo prévio e expresso das Composição e funcionamento da freguesias associadas; assembleia interfreguesias f) Aceitar a delegação de competências por parte das câmaras municipais dos 1 - A assembleia interfreguesias é o órgão municípios em que se insere alguma deliberativo da associação e é constituída pelos das freguesias associadas; presidentes ou seus substitutos e por um dos g) Fixar uma remuneração ou uma vogais de cada uma das juntas das freguesias gratificação a atribuir ao delegado associadas, por elas designados. executivo, mediante proposta do 2 - Nos casos de associações de apenas duas conselho de administração; freguesias, serão dois os vogais a designar pelas h) Exercer as demais competências respectivas juntas de freguesia, para os efeitos previstas na lei ou nos estatutos. do número anterior. 3 - Os membros da assembleia Artigo 10.º interfreguesias eleitos para o conselho de Composição e funcionamento do conselho administração são substituídos, durante o de administração período de tempo em que exercerem funções no referido conselho, salvo se o número de 1 - O conselho de administração é o órgão membros das respectivas juntas de freguesia executivo da associação e é composto por três a não for suficiente para o efeito. cinco membros, eleitos pela assembleia 4 - A duração do mandato da assembleia interfreguesias de entre os seus membros. interfreguesias e a dos respectivos membros é 2 - A assembleia interfreguesias designa, de igual à do mandato para os órgãos das entre os membros do conselho de freguesias, excepto se alguns daqueles deixarem administração, o presidente e um vice- de pertencer ao órgão da freguesia que presidente, o qual substituirá o primeiro nas representam, ou suspenderem o mandato, casos suas faltas e impedimentos. em que, consoante a situação, serão 3 - A duração do mandato do conselho de substituídos definitivamente ou durante o administração é de um ano, automaticamente período de suspensão, salvo, neste último caso, renovável, se na primeira reunião da assembleia deliberação da junta de freguesia respectiva em interfreguesias posterior ao seu termo não se sentido diferente. proceder à eleição de novo conselho de 5 - As reuniões da assembleia interfreguesias administração. são dirigidas por uma mesa constituída por um 4 - No caso de vacatura do cargo por parte presidente e dois secretários, a eleger de entre de qualquer membro do conselho de os seus membros. administração, deve o novo membro ser eleito 6 - A assembleia reúne em plenário ou por na primeira reunião da assembleia secções, nos termos e nos prazos estipulados na interfreguesias que se realizar após a verificação lei e nos estatutos. da vaga, para completar o mandato do anterior 7 - No início de cada mandato autárquico titular. decorrente de eleições gerais nacionais para os 5 - O conselho de administração reúne nos órgãos das autarquias locais é constituída nova termos e nos prazos estipulados na lei e nos assembleia interfreguesias. estatutos. 6 - No início de cada mandato autárquico Artigo 9.º decorrente de eleições gerais nacionais para os Competências da assembleia órgãos das autarquias locais é obrigatoriamente interfreguesias eleito novo conselho de administração. 7 - Os membros do conselho de Compete à assembleia interfreguesias: administração cessam funções se suspenderem o mandato ou se, por qualquer motivo, deixarem a) Eleger o presidente e os secretários de fazer parte do órgão da autarquia que da mesa; representam, sendo substituídos nos termos do b) Eleger os membros do conselho de disposto no n.º 4. administração e designar o seu

presidente e vice-presidente; Artigo 11.º c) Aprovar as opções do plano e o Competências do conselho de orçamento, bem como apreciar os administração documentos de prestação de contas e o

relatório de actividades; 1 - Compete ao conselho de administração: d) Aprovar as opções do plano e o orçamento, bem como as contas e o a) Assegurar o cumprimento das relatório de actividades; deliberações da assembleia e) Aprovar alterações aos estatutos, por interfreguesias; sua iniciativa ou sob proposta do b) Elaborar as opções do plano e o conselho de administração, desde que projecto de orçamento;

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c) Elaborar e aprovar os documentos de 5 - O exercício das funções de delegado prestação de contas e o relatório de executivo não confere ao respectivo titular a actividades e submetê-los à apreciação qualidade de funcionário ou agente e é da assembleia interfreguesias; incompatível com o exercício de qualquer cargo d) Propor à assembleia interfreguesias político em regime de permanência ou em alterações aos estatutos; qualquer órgão autárquico das freguesias e) Nomear um delegado executivo e associadas. fixar os poderes que lhe são 6 - As funções de delegado executivo cessam conferidos; a qualquer momento por deliberação do f) Propor à assembleia interfreguesias a conselho de administração. remuneração ou a gratificação a atribuir ao delegado executivo, Artigo 15.º consoante o desempenho das funções Assessoria técnica seja a tempo inteiro ou a tempo A associação de freguesias pode recorrer à parcial; assessoria técnica das comissões de g) Superintender na gestão do pessoal coordenação regional (CCR) da área em que se ao serviço da associação; situa a respectiva sede da associação. h) Exercer as demais competências

previstas na lei ou nos estatutos. Artigo 16.º 2 - Os poderes da junta de freguesia Tutela referentes à organização e gestão dos serviços incluídos no objecto da associação consideram- A associação de freguesias está sujeita à se transferidos para o conselho de tutela administrativa, nos mesmos termos que administração. as autarquias locais.

Artigo 12.º Artigo 17.º Continuidade do mandato Impugnação contenciosa

A assembleia interfreguesias e o conselho de As deliberações proferidas pelos órgãos da administração mantêm-se em actividade de associação são contenciosamente impugnáveis gestão corrente depois de terminado o nos mesmos termos das deliberações dos órgãos respectivo mandato, até serem substituídos. das freguesias.

Artigo 13.º Artigo 18.º Publicitação Património

As deliberações dos órgãos da associação estão sujeitas às regras de publicitação das O património da associação é constituído deliberações dos órgãos da freguesia. pelos bens e direitos para ela transferidos no acto da constituição ou por ela posteriormente Artigo 14.º adquiridos a qualquer título. Delegado executivo Artigo 19.º 1 - O conselho de administração pode Isenções nomear um delegado executivo, a quem cabe coordenar e assegurar a gestão corrente dos A associação beneficiará de isenção de assuntos da associação, devendo, neste caso, pagamento de todos os impostos, taxas, constar da acta os poderes que lhe são emolumentos e encargos de mais-valias conferidos. previstos na lei para as autarquias locais. 2 - Mediante proposta do conselho de administração, a assembleia interfreguesias Artigo 20.º pode fixar a remuneração ou uma gratificação Receitas ao delegado executivo, de acordo com as funções exercidas. 1 - Constituem receitas da associação: 3 - A remuneração referida no número anterior não pode exceder a remuneração a) O produto da contribuição de cada estabelecida no regime de permanência dos freguesia; eleitos locais para o presidente da maior junta b) As taxas e o rendimento proveniente de freguesia associada. da utilização de bens e da prestação de 4 - Compete ao delegado executivo serviços, inseridos no âmbito do apresentar ao conselho de administração, nos respectivo objecto; meses de Junho e Dezembro, um relatório sobre c) O produto de coimas fixadas por lei ou o modo como decorreu a gestão dos assuntos a regulamento que caibam à associação; seu cargo. d) O rendimento de bens próprios e o produto da sua alienação ou da constituição de direitos sobre eles;

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e) As dotações, subsídios ou 3 - A associação adopta o regime de comparticipações provenientes dos contabilidade estabelecido para as autarquias municípios ou da administração locais. central; Artigo 24.º f) O produto de empréstimos; Julgamento de contas g) Quaisquer outras receitas prescritas por lei. 1 - As contas da associação estão sujeitas a

2 - A contribuição estabelecida para cada apreciação e julgamento pelo Tribunal de freguesia para constituição ou funcionamento da Contas, nos termos da respectiva lei de associação deve ser entregue atempadamente, organização e processo, aplicáveis às freguesias. nos termos estatutários, não havendo lugar à 2 - Para efeitos do disposto no número sua reversão, mesmo quando a freguesia não anterior, as contas devem ser enviadas pelo utilize os serviços prestados pela associação. conselho de administração ao Tribunal de Contas, dentro dos prazos estabelecidos para as Artigo 21.º freguesias. Empréstimos 3 - As contas devem, igualmente, ser

1 - A associação de freguesias pode contrair enviadas pelo conselho de administração às empréstimos a curto prazo, junto de quaisquer assembleias das freguesias associadas, para instituições autorizadas por lei a conceder conhecimento, no prazo de um mês após o acto de apreciação pela assembleia interfreguesias. crédito, nos mesmos termos que as freguesias. 2 - Os estatutos definem, nos limites da lei, Artigo 25.º os termos da contratação de empréstimos e as Pessoal respectivas garantias, que podem ser 1 - O pessoal necessário ao funcionamento constituídas pelo património próprio da da associação é requisitado ou destacado, associação, por uma parcela das receitas de preferencialmente das freguesias associadas, cada freguesia ou, ainda, por uma parcela da não ficando sujeito aos limites de duração contribuição das mesmas para a associação. legalmente previstos. 3 - O capital em dívida dos empréstimos 2 - O mapa de pessoal próprio da associação, referidos no n.º 1 do presente artigo releva para integrado exclusivamente pelo pessoal referido efeito dos limites à capacidade de no número anterior, é aprovado pela assembleia endividamento das freguesias associadas, de interfreguesias, mediante proposta do conselho acordo com o critério legalmente definido para de administração. estas. 3 - O preenchimento do mapa referido no 4 - Para efeitos do disposto no número número anterior pode ser efectuado por fases, anterior, compete à assembleia interfreguesias mas sempre com recurso à utilização dos deliberar sobre a forma de imputação do capital instrumentos de mobilidade a que se refere o em dívida às freguesias associadas, a qual n.º 1. carece do acordo expresso das assembleias de 4 - Só podem ser desempenhadas por freguesia das freguesias em causa. pessoal em regime de contrato a termo certo as Artigo 22.º funções que não correspondam a necessidades Cooperação técnica e financeira permanentes da associação. 5 - O regime jurídico do pessoal próprio da A associação de freguesias pode beneficiar associação é o mesmo que o previsto na lei para dos sistemas e programas específicos de apoio o pessoal da administração local, regime esse financeiro previstos na lei, nomeadamente no também aplicável ao pessoal recrutado quadro da cooperação técnica e financeira entre temporariamente em tudo o que não for o Estado e as freguesias. incompatível com a natureza do seu contrato a

termo certo. Artigo 23.º Opções do plano, orçamento e Artigo 26.º contabilidade Extinção da associação

1 - As opções do plano e o orçamento da 1 - A associação extingue-se pelo decurso do associação são elaborados pelo conselho de prazo, se não tiver sido constituída por tempo administração e submetidos, para efeitos de indeterminado, quando o seu fim se tenha aprovação, à assembleia interfreguesias no esgotado, ou por deliberação de todas as decurso do mês de Outubro, sendo assembleias das freguesias associadas. posteriormente remetidos pelo primeiro às 2 - Se os estatutos não dispuserem assembleias das freguesias associadas, para diversamente, o património da associação, no conhecimento, no prazo de um mês após a caso de extinção, é repartido entre as freguesias citada aprovação. associadas na proporção da respectiva 2 - Do orçamento constam todas as receitas contribuição para as despesas da associação, da associação e as respectivas despesas, seja ressalvados os direitos de terceiros . qual for a sua natureza.

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Decreto-Lei n.º 68/2008, de 14 de Abril regionais existentes nos Estados membros, Estabelece a definição das unidades visando a harmonização de critérios para efeitos territoriais para efeitos de organização informativos e estatísticos comuns a todos os territorial das associações de municípios e países da União Europeia. áreas metropolitanas, para a participação Mas foi apenas em 2003 que foi aprovado o em estruturas administrativas do Estado e Regulamento (CE) n.º 1059/2003, do nas estruturas de governação do Quadro de Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 Maio de 2003, publicado no Jornal Oficial n.º L (QREN) 154 de 21 de Junho de 2003, referente a NUTS. (Com as alterações introduzidas pelos Decreto- O presente decreto-lei adopta o conceito de Lei n.º 85/2009, de 3 de abril e pela Lei n.º unidades territoriais, definidas com base nas 21/2010, de 23 de agosto) NUTS III existentes ajustadas com dinâmicas territoriais já estabilizadas. Nos termos do Programa do XVII Governo Nos municípios e nas respectivas associações Constitucional considera-se prioritário construir estão criadas expectativas de que a mudança no uma estrutura coerente de governabilidade das modelo institucional e territorial se opera por várias escalas territoriais e definir, com clareza, referência às NUTS III. Assim, numa lógica de em cada uma delas, as instituições ganho de escala e de coerência de políticas intervenientes, os fundamentos da sua públicas, muitas associações de municípios já legitimidade e as respectivas competências e iniciaram um trabalho de referência, no âmbito responsabilidades. Por isso, a coordenação, de políticas estratégicas e de planeamento, a desconcentração e descentralização da gestão uma escala intermunicipal. Essa política territorial, em consonância com a reorganização estratégica e de planeamento foi, em grande territorial da administração autárquica e a parte dos casos, resultado da vontade expressa reforma administrativa do Estado, são dos municípios, mas também dos conselhos fundamentais, no respeito pelos princípios da regionais das comissões de coordenação e subsidiariedade e da coesão. desenvolvimento regional, como órgãos O associativismo municipal reveste-se de consultivos e representativos dos interesses grande importância para que possam ser regionais, que incluem representantes dos enfrentados, à escala adequada, problemas municípios, organizações não governamentais, comuns a diferentes autarquias. Assim sendo, universidades e institutos politécnicos, como define o Programa do XVII Governo associações patronais e sindicais, organismos Constitucional, o associativismo municipal desconcentrados da administração central e deverá ter sempre um papel muito relevante na representantes de entidades regionais e desejável articulação de políticas e acções ao nacionais relevantes e individualidades de nível supramunicipal. reconhecido mérito nas respectivas regiões. A Resolução do Conselho de Ministros n.º Assim, o presente decreto-lei confere 39/2006, de 21 de Abril, que aprova o Programa coerência a unidades territoriais definidas com para a Reestruturação da Administração Central base nas NUTS III, reflectindo uma lógica do Estado (PRACE), estabelece que certas económica, social, histórica, geográfica, cultural, competências, pela sua natureza e escala de ambiental e de representação institucional, intervenção, devem ser descentralizadas para as conferindo racionalidade e harmonia à relação áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto ou do Estado com a administração local. para associações de municípios, e que estas Foi ouvida a Associação Nacional de devem ser correspondentes a NUTS III ou à Municípios Portugueses. agregação da NUTS III. Igualmente o Decreto- Assim: Lei n.º 312/2007, de 17 de Setembro, que Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo definiu o modelo de governação do QREN e dos 198.º da Constituição, o Governo decreta o respectivos programas operacionais, seguinte: consubstancia o mesmo entendimento, dado que valoriza o papel das associações de municípios Artigo 1.º ao nível de NUTS III nos órgãos de Objecto aconselhamento estratégico dos programas operacionais regionais, bem como na previsão O presente decreto-lei procede à definição da execução descentralizada ou na das unidades territoriais para efeitos de contratualização de parcerias para gestão de organização territorial das associações de parcelas dos programas operacionais regionais. municípios e das áreas metropolitanas e para a O conceito de nomenclatura das unidades participação em estruturas administrativas do territoriais estatísticas (NUTS) foi introduzido Estado e nas estruturas de governação do pelo EUROSTAT com o propósito de criar um Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007- padrão único e uniforme para a produção de 2013 (QREN). estatísticas e de repartição de fundos ao nível regional na União Europeia. Este conceito trouxe uma classificação única para as várias tipologias

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Artigo 2.º Unidade territorial do Cávado Áreas geográficas Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Terras 1 - As unidades territoriais previstas no de Bouro e Vila Verde. presente decreto-lei são definidas com base nas nomenclaturas das unidades territoriais Unidade territorial do Ave estatísticas de nível 3 (NUTS III) com as seguintes alterações: Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do a) Os municípios de Cabeceiras de Basto Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela. e Mondim de Basto da NUTS III do

Tâmega integram a unidade territorial Unidade territorial do Grande Porto do Ave;

b) Os municípios da Trofa e Santo Tirso Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, da NUTS III do Ave integram a unidade Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Trofa, Valongo, territorial do Grande Porto; Vila do Conde e Vila Nova de Gaia. c) O município de Murça da NUTS III do

Alto-Trás-os-Montes integra a unidade Unidade territorial do Tâmega territorial do Douro;

d) O município de Vila Flor da NUTS III Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico do Douro integra a unidade territorial de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de do Alto-Trás-os-Montes; Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e) O município de Ribeira de Pena da e Resende. NUTS III do Tâmega integra a unidade

territorial do Alto-Trás-os-Montes; Unidade territorial do Entre Douro e Vouga f) O município da Mealhada da NUTS III

do Baixo Vouga integra a unidade Arouca, Santa Maria da Feira, Oliveira de territorial do Baixo Mondego; Azeméis, São João da Madeira e Vale de g) O município de Mortágua da NUTS III Cambra. do Dão-Lafões integra a unidade

territorial do Baixo Mondego. Unidade territorial do Douro 2 - As unidades territoriais, para efeitos do disposto no presente decreto-lei, são as Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo estabelecidas no anexo i e no mapa do anexo II. de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Murça, Penedono, Peso da Artigo 3.º Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São Tratamento de dados João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Real e Vila A Direcção-Geral das Autarquias Locais Nova de Foz Côa. procede ao tratamento dos dados relativos às unidades territoriais estabelecidas no presente Unidade territorial do Alto Trás-os-Montes decreto-lei. Alfândega da Fé, Boticas, Bragança, Chaves, Artigo 4.º Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Entrada em vigor Mirandela, Mogadouro, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços, Vila Flor, Vila Pouca de Aguiar, O presente decreto-lei entra em vigor no dia Vimioso e Vinhais. seguinte à sua publicação. Região do Centro ANEXO I Unidades territoriais no continente Unidade territorial do Baixo Vouga

Região do Norte Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Unidade territorial do Minho-Lima Ovar, Sever do Vouga e Vagos.

Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Unidade territorial do Baixo Mondego Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Nova de Cerveira. Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o- Velho, Mortágua, Penacova e Soure.

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Unidade territorial do Pinhal Litoral Unidade territorial do Médio Tejo

Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Porto de Mós. Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Unidade territorial do Pinhal Interior Norte Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. (Redacção dada pela Lei n.º 21/2010, de 23 de Alvaiázere, Ansião, Arganil, Castanheira de agosto) Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Unidade territorial do Oeste Serra, Pedrógão Grande, Penela, Tábua e Vila Nova de Poiares. Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Unidade territorial do Pinhal Interior Sul Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras. Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei. (Redacção dada pela Lei n.º 21/2010, de 23 Região do Alentejo de agosto) Unidade territorial do Alentejo Litoral Unidade territorial do Dão-Lafões Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro do Cacém e Sines. Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Unidade territorial do Alto Alentejo Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela. Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Unidade territorial da Serra da Estrela Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel . (Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º Fornos de Algodres, Gouveia e Seia. 85/2009, de 3 de Abril)

Unidade territorial da Beira Interior Norte Unidade territorial do Alentejo Central

Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Meda, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Portel, Pinhel, Sabugal e Trancoso. Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas, Viana do Alentejo e Vila Viçosa. Unidade territorial da Beira Interior Sul (Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 85/2009, de 3 de Abril). Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão. Unidade territorial do Baixo Alentejo

Unidade territorial da Cova da Beira Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Ferreira do Alentejo, Belmonte, Covilhã e Fundão. Mértola, Moura, Ourique, Serpa e Vidigueira.

Região de Lisboa e Vale do Tejo Região do Algarve

Unidade territorial da Grande Lisboa Unidade territorial do Algarve

Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Odivelas, Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Oeiras, Sintra, Vila Franca de Xira e Mafra. Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Unidade territorial da Península de Setúbal Vila do Bispo e Vila Real de Santo António.

Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal.

Unidade territorial da Lezíria do Tejo

Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém.

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(Alteração introduzida pelo Decreto-Lei n.º 85/2009, de 30 de abril)

(Alteração introduzida pela Lei n.º 21/2010, de 23 de agosto)

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Despacho n.º 18908/2000, de 19 de setembro Comete à DGAL - Direcção-Geral das Autarquias Locais a obrigação de efectuar o registo das associações de freguesias.

Despacho n.º 18 908/2000 (2.ª série). - A Lei n.º 175/99, de 21 de Setembro, que estabeleceu o regime jurídico das associações de freguesias de direito público, determina, no n.º 4 do artigo 5.º, que a constituição e extinção destas associações, seus estatutos e respectivas modificações são comunicados ao Ministério do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território, para efeitos de registo, pela freguesia em cuja área esteja sediada a associação de freguesias. Relativamente às associações de municípios, o respectivo registo tem sido processado e efectuado pela Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), organismo actualmente sob tutela do Ministro Adjunto, ao abrigo da Lei Orgânica do XIV Governo Constitucional, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 474- A/99, de 8 de Novembro. À semelhança do registo das associações de municípios, o registo das associações de freguesias também é matéria respeitante à administração autárquica, pelo que se considera que a DGAL é a entidade mais vocacionada para aquele efeito. Assim, determino que à DGAL fique cometida a obrigação de efectuar o registo das associações de freguesias, nos termos seguintes:

a) A freguesia competente, nos termos do n.º 4 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 175/99, de 21 de Setembro, enviará à Direcção-Geral das Autarquias Locais, a pedido desta, se necessário, cópia autenticada da escritura da constituição da associação e dos respectivos estatutos; b) Pela ordem de entrada da cópia da escritura proceder-se-á ao registo informático da associação.

Do registo a efectuar constarão os seguintes elementos:

1) Número e data do registo; 2) Denominação da associação; 3) Freguesia-sede; 4) Endereço, telefone, fax e e-mail; 5) Nome das freguesias que a constituem; 6) Objecto; 7) Duração; 8) Número de pessoa colectiva; 9) Data da escritura; 10) Data da publicação dos estatutos no Diário da República, 3.ª série.

A Direcção-Geral das Autarquias Locais comunicará, por ofício, o número de registo de cada uma das associações.

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Resolução do Conselho de Ministros n.º maximização da produtividade, da 108/2001, de 10 de Agosto operacionalidade e da transparência dos Estabelece o regime da celebração de sistemas autárquicos tendo em vista a protocolos de modernização administrativa qualificação dos serviços prestados às comunidades locais. Deste modo, pretende-se As medidas de aperfeiçoamento e de criar condições propícias à experimentação e à qualificação dos serviços públicos locais vêm validação de modelos inovadores de serviço sendo impulsionadas pelo Estado mediante a público, visivelmente pautados pela celebração de protocolos de modernização exemplaridade e pela excelência. administrativa com os municípios, ao abrigo da Mas pretende-se, também, incentivar o Resolução do Conselho de Ministros n.º 23/94, desenvolvimento de projectos de modernização de 17 de Março, no âmbito da cooperação orientados para a consolidação da democracia técnica e financeira entre as administrações local e para a avaliação periódica dos resultados central e local. alcançados. A título de exemplo, serão elegíveis Entretanto, a Administração Pública, central e projectos que visem quer a implementação de local, está cada vez mais a ser chamada a mecanismos de informação, de audição e responder a novos e complexos desafios, os participação dos cidadãos e dos agentes quais decorrem das incessantes transformações económicos e sociais, quer a concretização de sociais, económicas e tecnológicas. Neste abordagens integradas sobre a organização dos sentido, interessa evidenciar o crescimento das tempos de vida, incluindo a compatibilização de expectativas e das exigências dos cidadãos e dos horários de diversa natureza, quer a realização agentes económicos e sociais, sendo irrecusável de estudos e de auditorias respeitantes aos que a modernização dos sistemas serviços prestados. administrativos públicos vá, decisivamente, ao Tendo em vista a necessidade de responder encontro das necessidades e das prioridades da adequadamente aos desafios da competitividade sociedade e da economia portuguesas. e da solidariedade, importa estimular, Nesta óptica, importa adequar a prioritariamente, a concretização de projectos de administração autárquica aos critérios do modernização multissectoriais e integrados e sistema europeu de qualidade, às normas de promover a formalização de parcerias entre as modernização administrativa entretanto entidades autárquicas. Nesta perspectiva, a consagradas no âmbito da Administração nova Administração deverá, pois, nortear-se Pública, bem como criar condições para uma pelos princípios da economia, da eficiência e da melhor harmonização dos tempos de trabalho, eficácia e, simultaneamente, pelos princípios da de apoio à vida familiar e de participação. Por cooperação, da complementaridade e da outro lado, importa acelerar a plena adesão à interdependência. sociedade da informação, promovendo a ligação No respeitante aos procedimentos inerentes à das autarquias locais e das suas associações à apreciação das candidaturas e ao Internet e apostando estrategicamente na acompanhamento da execução física e financeira concepção e no desenvolvimento de intranets dos projectos de modernização, anteriormente autárquicas. centralizados na Direcção-Geral das Autarquias Por sua vez, a reforma do Estado e a Locais, opta-se por um modelo desconcentrado. modernização da Administração Pública, Nesta conformidade, os referidos procedimentos consagradas no Programa do XIV Governo são transferidos para as comissões de Constitucional, implicam a transferência gradual coordenação regional. de novas missões para a administração local Assim: autárquica. Neste sentido, a celebração dos Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da protocolos de modernização deve privilegiar o Constituição, o Conselho de Ministros resolve: desenvolvimento de projectos relacionados com 1 - Os municípios e as freguesias, bem como as atribuições e competências a transferir as respectivas associações, doravante anualmente para as autarquias locais. designados por entidades interessadas, podem Considerando que a concretização dos celebrar com o Estado, através da Direcção- princípios constitucionais da descentralização e Geral das Autarquias Locais (DGAL), protocolos da subsidiariedade não é pensável sem a de modernização administrativa tendo em vista participação das freguesias, a presente fomentar a qualidade e o aperfeiçoamento dos resolução estende a celebração dos protocolos serviços públicos locais. de modernização às freguesias e às respectivas 2 - São elegíveis para efeito de celebração associações. Com a consagração desta inovação dos protocolos mencionados no número anterior crucial pretende-se apoiar os processos de os projectos orientados para a adequação da descentralização e de desconcentração de administração local autárquica aos critérios do funções e serviços dos municípios para as sistema europeu de qualidade, para a melhoria freguesias. das condições com vista à conciliação da A presente resolução contempla ainda, actividade profissional, da vida familiar e da vida designadamente, a adopção de processos de cívica, e para a concretização dos princípios da trabalho, de procedimentos administrativos e de descentralização e da subsidiariedade que métodos de gestão orientados para a visem, designadamente:

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o) Implementação de quaisquer outros a) Adopção de processos de trabalho, de projectos considerados inovadores, procedimentos administrativos e de exemplares ou emblemáticos, nos métodos de gestão orientados para a domínios da modernização obtenção de maior eficiência, eficácia e administrativa autárquica, incluindo os transparência; que respeitam ao cumprimento das b) Valorização das instalações normas obrigatórias em matéria de autárquicas e aquisição de modernização administrativa. equipamentos tendo em vista a qualificação do atendimento do cidadão 3 - As candidaturas à celebração de e dos agentes económicos e sociais; protocolos devem ser apresentadas pelas c) Promoção da sociedade da informação entidades interessadas, em suporte digital e de e do conhecimento, privilegiando, papel, junto da respectiva comissão de designadamente, a criação de uma coordenação regional (CCR), até 15 de Março de Intranet ao nível das autarquias locais cada ano, mediante formulário único, de modelo e a ligação das entidades autárquicas à a aprovar pelo membro do Governo responsável Internet; pela área das autarquias locais, a disponibilizar d) Implementação de mecanismos de pelas CCR. informação, de audição e de 4 - O formulário mencionado no número participação dos cidadãos e dos anterior deverá indicar, nomeadamente, a agentes económicos e sociais; designação do projecto, os objectivos, a e) Concretização de abordagens complementaridade em relação a outros integradas a nível local sobre a projectos desenvolvidos ou a desenvolver, a organização dos tempos de vida, calendarização da execução, o montante do incluindo a compatibilização de investimento e as fontes de financiamento. horários de diversa natureza; 5 - As candidaturas aos protocolos de f) Desenvolvimento de projectos modernização administrativa que respeitem a relacionados com as atribuições e projectos que envolvam a introdução de novas competências anualmente transferidas práticas de modernização administrativa, bem do Estado para as autarquias locais; como os que contemplem a criação de novos g) Desconcentração e descentralização serviços, devem fazer-se acompanhar, salvo se de funções e de serviços autárquicos, fundamentalmente não se justificar, dos planos desde que justificadas pela densidade de formação correspondentes, que constituirão, ou pela dispersão do povoamento do eles próprios, candidaturas ao Programa de território; Formação para as Autarquias Locais (Programa h) Realização de experiências piloto de FORAL). modo a encontrar formas inovadoras 6 - A apreciação das candidaturas é de prestação de serviços públicos de efectuada pelas CCR, com base nas orientações âmbito local; constantes de despacho anual do membro do i) Realização de estudos e de auditorias Governo responsável pela área das autarquias em ordem à avaliação dos serviços e, locais, a publicar na 2.ª série do Diário da consequentemente, à implementação República. dos correspondentes programas de 7 - Do despacho mencionado no número acção; anterior constarão, nomeadamente, os domínios j) Desenvolvimento de formas de de financiamento prioritários, as despesas não cooperação entre entidades elegíveis e os critérios de selecção aplicáveis aos autárquicas de modo a promover o municípios, às freguesias e suas associações. aproveitamento de sinergias; 8 - As CCR remeterão, até 15 de Maio de l) Realização de projectos cada ano, em suporte digital, à DGAL as listas multissectoriais e integrados de das candidaturas admitidas, as quais deverão desenvolvimento organizacional; ser ordenadas em função das prioridades m) Promoção de acções de formação e anualmente estabelecidas. de sensibilização dos funcionários e 9 - A ordenação das candidaturas é agentes da administração autárquica, materializada em aplicação informática a complementares das demais acções do desenvolver pelas CCR e pela DGAL, a partir de projecto, quando a sua dimensão não um sistema de pontuação associado aos critérios justifique o recurso a outros de selecção e aos domínios de financiamento instrumentos de financiamento; prioritários. n) Institucionalização de formas 10 - Cada CCR deverá elaborar duas listas inovadoras e apelativas de divulgação diferenciadas e autónomas: uma integrando as contínua ou periódica das actividades candidaturas apresentadas pelos municípios e prosseguidas pelas entidades suas associações; outra integrando as autárquicas; candidaturas das freguesias e suas associações.

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11 - As candidaturas, depois de ordenadas 18 - Os protocolos, celebrados em data segundo as prioridades anualmente acordada com as entidades interessadas, estabelecidas, serão submetidas pela DGAL ao identificam, nomeadamente, a designação do membro do Governo responsável pela área das projecto, os objectivos a atingir, o prazo de autarquias locais. execução, o montante da comparticipação 12 - As candidaturas, com afectação dos financeira da administração central e as respectivos financiamentos, são seleccionadas obrigações das partes. por despacho do membro do Governo 19 - Os protocolos, uma vez outorgados pelas responsável pela área das autarquias locais. partes, são publicados na íntegra na 2.ª série do 13 - A participação financeira máxima da Diário da República. administração central corresponde a 50% do 20 - O acompanhamento da execução física e investimento elegível, podendo atingir 70% financeira dos projectos é efectuado pelas CCR, quando as entidades interessadas forem sendo que cada entidade interessada deverá detentoras de, pelo menos, um projecto remeter à respectiva CCR os pedidos de considerado caso exemplar de modernização pagamento acompanhados dos documentos administrativa ou quando tenham sido comprovativos da despesa realizada. distinguidas com o prémio de modernização 21 - O pagamento da primeira fracção da administrativa ou com o prémio de qualidade em comparticipação poderá efectuar-se sob a forma serviços públicos. de adiantamento, o qual não poderá exceder 14 - As entidades interessadas que venham a 50% do montante global da comparticipação. implementar projectos acreditados, 22 - O pagamento da última fracção, de anteriormente desenvolvidos por outras 10%, só poderá efectuar-se após a conclusão do entidades autárquicas, beneficiarão de uma projecto, a qual deverá ser documentada em comparticipação financeira da administração relatório final a elaborar pela entidade central de 60% do investimento elegível. interessada, e a remeter à respectiva CCR, para 15 - O financiamento dos projectos efeitos de aprovação. seleccionados poderá ser complementar de 23 - O processamento da participação outros financiamentos, respeitantes, financeira da administração central será designadamente, ao III Quadro Comunitário de efectuado pela DGAL a favor da entidade Apoio, sendo que pelo menos 10% do interessada, mediante indicação fundamentada investimento elegível deverá ser suportado pelas da CCR. entidades interessadas. 24 - É revogada a Resolução do Conselho de 16 - A comparticipação financeira a atribuir Ministros n.º 23/94, de 17 de Março, publicada pela administração central tem origem na no Diário da República, de 14 de Abril de 1994. dotação inscrita no orçamento da DGAL, como «Cooperação técnica e financeira». 17 - O prazo de execução dos projectos, anuais ou plurianuais, pode ser prorrogado por um ano, contado da data de conclusão prevista no protocolo, mediante despacho do membro do Governo responsável pela área das autarquias locais, atendendo à dimensão ou à natureza dos projectos.

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SEGURANÇA LOCAL

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Lei n.º 33/98, de 18 de Julho d) Os resultados da actividade municipal Conselhos municipais de segurança de protecção civil e de combate aos incêndios; A Assembleia da República decreta, nos e) As condições materiais e os meios termos dos artigos 161.º, alínea c), e 166.º, n.º humanos empregues nas actividades 3, e do artigo 112.º, n.º 5, da Constituição, para sociais de apoio aos tempos livres, valer como lei geral da República, o seguinte: particularmente dos jovens em idade escolar; Artigo 1.º f) A situação sócio-económica municipal; Criação dos conselhos municipais de g) O acompanhamento e apoio das segurança acções dirigidas, em particular, à prevenção da toxicodependência e à São criados, pela presente lei, os conselhos análise da incidência social do tráfico municipais de segurança. de droga; h) O levantamento das situações sociais Artigo 2.º que, pela sua particular Funções vulnerabilidade, se revelem de maior potencialidade criminógena e mais Cada conselho municipal de segurança, carecidas de apoio à inserção. adiante designado por conselho, é uma entidade 2 - Os pareceres referidos no número de âmbito municipal com funções de natureza anterior têm a periodicidade que for definida em consultiva, de articulação, informação e regulamento de cada conselho, a aprovar nos cooperação, cujos objectivos, composição e termos do artigo 6.º funcionamento são regulados pela presente lei. 3 - Os pareceres referidos no n.º 1 são

apreciados pela assembleia municipal e pela Artigo 3.º câmara municipal, com conhecimento das Objectivos autoridades de segurança com competência no

território do município. Constituem objectivos dos conselhos:

a) Contribuir para o aprofundamento do Artigo 5.º conhecimento da situação de Composição segurança na área do município, através da consulta entre todas as 1 - Integram cada conselho: entidades que o constituem; a) O presidente da câmara municipal; b) Formular propostas de solução para b) O vereador do pelouro, quando este os problemas de marginalidade e não seja assegurado pelo próprio segurança dos cidadãos no respectivo presidente da câmara; município e participar em acções de c) O presidente da assembleia municipal; prevenção; d) Os presidentes das juntas de c) Promover a discussão sobre medidas freguesia, em número a fixar pela de combate à criminalidade e à assembleia municipal; exclusão social do município; e) Um representante do Ministério d) Aprovar pareceres e solicitações a Público da comarca; remeter a todas as entidades que f) Os comandantes das forças de julgue oportunos e directamente segurança presentes no território do relacionados com as questões de município, bem como dos serviços de segurança e inserção social. protecção civil e dos bombeiros;

g) Um representante do Projecto VIDA; Artigo 4.º h) Os responsáveis na área do município Competências pelos organismos de assistência social,

em número a definir no regulamento 1 - Para a prossecução dos objectivos de cada conselho; previstos no artigo 3.º, compete aos conselhos i) Os responsáveis das associações dar parecer sobre: económicas, patronais e sindicais, em a) A evolução dos níveis de criminalidade número a definir no regulamento de na área do município; cada conselho; b) O dispositivo legal de segurança e a j) Um conjunto de cidadãos de capacidade operacional das forças de reconhecida idoneidade, designados segurança no município; pela assembleia municipal, em número c) Os índices de segurança e o a definir no regulamento de cada ordenamento social no âmbito do conselho, no máximo de 20. município; 2 - O conselho é presidido pelo presidente da câmara municipal.

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Artigo 6.º Regulamento

1 - A assembleia municipal elabora e aprova o regulamento provisório, que envia a título consultivo ao conselho. 2 - O conselho, na sua primeira reunião, analisa o regulamento e emite parecer, a enviar à assembleia municipal. 3 - Na sua primeira reunião, após a recepção do parecer, a assembleia municipal discute e aprova o regulamento definitivo.

Artigo 7.º Reuniões

O conselho reúne ordinariamente uma vez por trimestre, mediante convocação do presidente da câmara municipal.

Artigo 8.º Instalação

1 - Compete ao presidente da câmara municipal assegurar a instalação do conselho. 2 - Compete à câmara municipal dar o apoio logístico necessário ao funcionamento do conselho.

Artigo 9.º Posse

Os membros de cada conselho tomam posse perante a assembleia municipal.

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Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio b) Fiscalização do cumprimento das Revisão da lei quadro que define o regime e normas de âmbito nacional ou regional forma de criação das polícias municipais cuja competência de aplicação ou de fiscalização caiba ao município; A Assembleia da República decreta, nos c) Aplicação efectiva das decisões das termos da alínea c) do artigo 161.º da autoridades municipais. Constituição, para valer como lei geral da 2 - As polícias municipais exercem, ainda, República, o seguinte: funções nos seguintes domínios:

CAPÍTULO I a) Vigilância de espaços públicos ou Das atribuições dos municípios abertos ao público, designadamente de áreas circundantes de escolas, em Artigo 1.º coordenação com as forças de Natureza e âmbito segurança; b) Vigilância nos transportes urbanos 1 - As polícias municipais são serviços locais, em coordenação com as forças municipais especialmente vocacionados para o de segurança; exercício de funções de polícia administrativa, c) Intervenção em programas destinados com as competências, poderes de autoridade e à acção das polícias junto das escolas inserção hierárquica definidos na presente lei. ou de grupos específicos de cidadãos; 2 - As polícias municipais têm âmbito d) Guarda de edifícios e equipamentos municipal e não são susceptíveis de gestão públicos municipais, ou outros associada ou federada. temporariamente à sua responsabilidade; CAPÍTULO II e) Regulação e fiscalização do trânsito Das polícias municipais rodoviário e pedonal na área de jurisdição municipal. Artigo 2.º Atribuições 3 - Para os efeitos referidos no n.º 1, os órgãos de polícia municipal têm competência 1 - No exercício de funções de polícia para o levantamento de auto ou o administrativa, é atribuição prioritária dos desenvolvimento de inquérito por ilícito de mera municípios fiscalizar, na área da sua jurisdição, o ordenação social, de transgressão ou criminal cumprimento das leis e regulamentos que por factos estritamente conexos com violação de disciplinem matérias relativas às atribuições das lei ou recusa da prática de acto legalmente autarquias e à competência dos seus órgãos. devido no âmbito das relações administrativas. 2 - As polícias municipais cooperam com as 4 - Quando, por efeito do exercício dos forças de segurança na manutenção da poderes de autoridade previstos nos n.os 1 e 2, tranquilidade pública e na protecção das os órgãos de polícia municipal directamente comunidades locais. verifiquem o cometimento de qualquer crime 3 - A cooperação referida no número anterior podem proceder à identificação e revista dos exerce-se no respeito recíproco pelas esferas de suspeitos no local do cometimento do ilícito, actuação próprias, nomeadamente através da bem como à sua imediata condução à autoridade partilha da informação relevante e necessária judiciária ou ao órgão de polícia criminal para a prossecução das respectivas atribuições e competente. na satisfação de pedidos de colaboração que 5 - Sem prejuízo do disposto nos números legitimamente forem solicitados. anteriores, é vedado às polícias municipais o 4 - As atribuições dos municípios previstas na exercício de competências próprias dos órgãos presente lei são prosseguidas sem prejuízo do de polícia criminal. disposto na legislação sobre segurança interna e nas leis orgânicas das forças de segurança. Artigo 4.º Competências Artigo 3.º Funções de polícia 1 - As polícias municipais, na prossecução das suas atribuições próprias, são competentes em matéria de: 1 - As polícias municipais exercem funções de polícia administrativa dos respectivos a) Fiscalização do cumprimento dos municípios, prioritariamente nos seguintes regulamentos municipais e da aplicação domínios: das normas legais, designadamente

a) Fiscalização do cumprimento das nos domínios do urbanismo, da normas regulamentares municipais; construção, da defesa e protecção da

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natureza e do ambiente, do património autoridades judiciárias e de outras tarefas locais cultural e dos recursos cinegéticos; de natureza administrativa, mediante protocolo b) Fiscalização do cumprimento das do Governo com o município. normas de estacionamento de veículos 4 - As polícias municipais integram, em e de circulação rodoviária, incluindo a situação de crise ou de calamidade pública, os participação de acidentes de viação que serviços municipais de protecção civil. não envolvam procedimento criminal; c) Execução coerciva, nos termos da lei, Artigo 5.º dos actos administrativos das Competência territorial autoridades municipais; d) Adopção das providências 1 - A competência territorial das polícias organizativas apropriadas aquando da municipais coincide com a área do município. realização de eventos na via pública 2 - Os agentes de polícia municipal não que impliquem restrições à circulação, podem actuar fora do território do respectivo em coordenação com as forças de município, excepto em situações de flagrante segurança competentes, quando delito ou em emergência de socorro, mediante necessário; solicitação da autoridade municipal competente. e) Detenção e entrega imediata, a autoridade judiciária ou a entidade Artigo 6.º policial, de suspeitos de crime punível Dependência orgânica e coordenação com pena de prisão, em caso de flagrante delito, nos termos da lei 1 - A polícia municipal actua no quadro processual penal; definido pelos órgãos representativos do f) Denúncia dos crimes de que tiverem município e é organizada na dependência conhecimento no exercício das suas hierárquica do presidente da câmara. funções, e por causa delas, e 2 - A coordenação entre a acção da polícia competente levantamento de auto, municipal e as forças de segurança é bem como a prática dos actos assegurada, em articulação, pelo presidente da cautelares necessários e urgentes para câmara e pelos comandantes das forças de assegurar os meios de prova, nos segurança com jurisdição na área do município. termos da lei processual penal, até à 3 - A aplicação da presente lei não prejudica chegada do órgão de polícia criminal o exercício de quaisquer competências das competente; forças de segurança. g) Elaboração dos autos de notícia, autos de contra-ordenação ou transgressão Artigo 7.º por infracções às normas referidas no Designação e distintivos artigo 3.º; h) Elaboração dos autos de notícia, com 1 - As polícias municipais designam-se pela remessa à autoridade competente, por expressão «Polícia Municipal», seguida do nome infracções cuja fiscalização não seja da do município. competência do município, nos casos 2 - O modelo de uniforme do pessoal das em que a lei o imponha ou permita; polícias municipais é único para todo o território i) Instrução dos processos de contra- nacional e deverá ser concebido de molde a ordenação e de transgressão da permitir identificar com facilidade os agentes de respectiva competência; polícia municipal, distinguindo-os, j) Acções de polícia ambiental; simultaneamente, dos agentes das forças de l) Acções de polícia mortuária; segurança. m) Garantia do cumprimento das leis e 3 - Os distintivos heráldicos e gráficos regulamentos que envolvam próprios de cada polícia municipal, a exibir nos competências municipais de uniformes e nas viaturas, deverão permitir a fiscalização. fácil identificação do município a que dizem respeito e distingui-los dos utilizados pelas 2 - As polícias municipais, por determinação forças de segurança. da câmara municipal, promovem, por si ou em 4 - Os modelos de uniforme e distintivos colaboração com outras entidades, acções de heráldicos e gráficos a que aludem os números sensibilização e divulgação de matérias de anteriores são aprovados por portaria conjunta relevante interesse social no concelho, em dos membros do Governo responsáveis pelas especial nos domínios da protecção do ambiente áreas da administração interna e das autarquias e da utilização dos espaços públicos, e cooperam locais. com outras entidades, nomeadamente as forças de segurança, na prevenção e segurança Artigo 8.º rodoviária. Efectivos 3 - As polícias municipais procedem ainda à execução de comunicações, notificações e O efectivo das polícias municipais é objecto pedidos de averiguações por ordem das de regulamentação por decreto-lei, tendo em

438 Autarquias Locais - Legislação Nacional conta as necessidades do serviço e a Artigo 12.º proporcionalidade entre o número de agentes e Fixação de competências o de cidadãos eleitores inscritos na área do respectivo município. 1 - Das deliberações dos órgãos municipais que instituem a polícia municipal devem constar, Artigo 9.º de forma expressa, a enumeração das Armamento e equipamento respectivas competências e a área do território do município em que as exercem. 1 - As polícias municipais só podem deter e 2 - O Governo, através de decreto-lei, fixará utilizar as armas de defesa e os equipamentos as regras a observar nas deliberações referidas, coercivos expressamente definidos pelo nomeadamente no que respeita ao conteúdo do Governo. regulamento da polícia municipal, à adequação 2 - As regras de utilização das armas são as dos meios humanos às competências fixadas e à fixadas na lei, a qual estipulará, área do município em que as exercem. obrigatoriamente, que aquelas serão depositadas em armeiro próprio. Artigo 13.º 3 - As especificações técnicas, como o tipo, o Transferências financeiras calibre, a dimensão e o modelo, bem como o número das armas e equipamentos de uso O Governo adoptará as medidas legislativas autorizado às polícias municipais, nos termos do necessárias à dotação dos municípios que número anterior, são definidas por portaria. possuam ou venham a possuir polícia municipal 4 - O armamento das polícias municipais não com os meios financeiros correspondentes às pode ser de calibre igual ou superior ao detido competências efectivamente exercidas. pelas forças de segurança. CAPÍTULO III Artigo 10.º Dos agentes de polícia municipal Tutela administrativa Artigo 14.º 1 - A verificação do cumprimento das leis e Poderes de autoridade dos regulamentos por parte dos municípios, em matéria de organização e funcionamento das 1 - Quem faltar à obediência devida a ordem respectivas polícias municipais, compete aos ou mandado legítimos que tenham sido membros do Governo responsáveis pelas áreas regularmente comunicados e emanados do das finanças e das autarquias locais. agente de polícia municipal será punido com a 2 - Sem prejuízo dos poderes de tutela pena prevista para o crime de desobediência. previstos na lei geral sobre as autarquias locais, 2 - Quando necessário ao exercício das suas compete ao membro do Governo responsável funções de fiscalização ou para a elaboração de pela administração interna, por iniciativa própria autos para que são competentes, os agentes de ou mediante proposta do membro do Governo polícia municipal podem identificar os responsável pelas autarquias locais, determinar infractores, bem como solicitar a apresentação a investigação de factos indiciadores de violação de documentos de identificação necessários à grave de direitos, liberdades e garantias de acção de fiscalização, nos termos da lei. cidadãos praticados pelo pessoal das polícias municipais no exercício das suas funções Artigo 15.º policiais. Uniforme e identificação

Artigo 11.º No exercício efectivo das suas funções, o Criação pessoal das polícias municipais tem de apresentar-se devidamente uniformizado e 1 - A criação das polícias municipais compete pessoalmente identificado. à assembleia municipal, sob proposta da câmara municipal. Artigo 16.º 2 - A deliberação a que se refere o número Meios coercivos anterior formaliza-se pela aprovação do regulamento da polícia municipal e do respectivo 1 - Os agentes de polícia municipal só podem quadro de pessoal. utilizar os meios coercivos previstos na lei que 3 - A eficácia da deliberação a que se referem tenham sido superiormente colocados à sua os números anteriores depende de ratificação disposição, na estrita medida das necessidades por resolução do Conselho de Ministros. decorrentes do exercício das suas funções, da sua legítima defesa ou de terceiros.

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2 - Quando o interesse público determine a Artigo 22.º indispensabilidade do uso de meios coercivos Norma revogatória não autorizados ou não disponíveis para a polícia municipal, os agentes devem solicitar a É revogada a Lei n.º 140/99, de 28 de intervenção das forças de segurança Agosto. territorialmente competentes. 3 - O recurso a arma de fogo é regulado por Artigo 23.º lei. Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no 1.º dia do Artigo 17.º 2.º mês seguinte ao da sua publicação. Porte de arma

1 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, os agentes de polícia municipal, quando em serviço, podem ser portadores de arma fornecida pelo município. 2 - A câmara municipal manterá um registo actualizado das armas distribuídas e dos agentes autorizados a serem portadores das mesmas.

Artigo 18.º Recrutamento e formação

1 - O regime de recrutamento e formação dos agentes de polícia municipal será regulado mediante decreto-lei. 2 - A formação de base conterá obrigatoriamente formação administrativa, cívica e profissional específica, contemplando módulos de formação teórica e estágios de formação prática.

Artigo 19.º Estatuto

1 - Os agentes das polícias municipais estão sujeitos ao regime geral dos funcionários da administração local, com as adaptações adequadas às especificidades decorrentes das suas funções e a um estatuto disciplinar próprio, nos termos definidos em decreto-lei. 2 - As denominações das categorias que integrarem a carreira dos agentes de polícia municipal não podem, em caso algum, ser iguais ou semelhantes às adoptadas pelas forças de segurança.

CAPÍTULO IV Disposições finais e transitórias

Artigo 20.º Regulamentação

O Governo procederá, no prazo de 90 dias, à regulamentação da presente lei.

Artigo 21.º Regime especial das Polícias Municipais de Lisboa e Porto

O regime das Polícias Municipais de Lisboa e Porto é objecto de regras especiais a aprovar em decreto-lei.

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Lei n.º 65/2007, de 12 de Novembro d) Planeamento de soluções de Define o enquadramento institucional e emergência, visando a busca, o operacional da protecção civil no âmbito salvamento, a prestação de socorro e municipal, estabelece a organização dos de assistência, bem como a evacuação, serviços municipais de protecção civil e alojamento e abastecimento das determina as competências do comandante populações presentes no município; operacional municipal. e) Inventariação dos recursos e meios (Com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei disponíveis e dos mais facilmente n.º 114/2011, 30 de novembro) mobilizáveis, ao nível municipal; f) Estudo e divulgação de formas A Assembleia da República decreta, nos adequadas de protecção dos edifícios termos da alínea c) do artigo 161.º da em geral, de monumentos e de outros Constituição, o seguinte: bens culturais, de infra-estruturas, do património arquivístico, de instalações Artigo 1.º de serviços essenciais, bem como do Objecto e âmbito ambiente e dos recursos naturais existentes no município; A presente lei define o enquadramento g) Previsão e planeamento de acções institucional e operacional da protecção civil no atinentes à eventualidade de âmbito municipal, estabelece a organização dos isolamento de áreas afectadas por serviços municipais de protecção civil (SMPC) e riscos no território municipal. determina as competências do comandante operacional municipal em desenvolvimento da Artigo 3.º Lei n.º 27/2006, de 3 de Julho. Comissão municipal de protecção civil

Artigo 2.º 1 - Em cada município existe uma comissão Objectivos e domínios de actuação municipal de protecção civil (CMPC), organismo que assegura que todas as entidades e 1 - São objectivos fundamentais da protecção instituições de âmbito municipal imprescindíveis civil municipal: às operações de protecção e socorro, emergência e assistência previsíveis ou a) Prevenir no território municipal os decorrentes de acidente grave ou catástrofe se riscos colectivos e a ocorrência de articulam entre si, garantindo os meios acidente grave ou catástrofe deles considerados adequados à gestão da ocorrência resultante; em cada caso concreto. b) Atenuar na área do município os 2 - Integram a comissão municipal de riscos colectivos e limitar os seus protecção civil: efeitos no caso das ocorrências descritas na alínea anterior; a) O presidente da câmara municipal, c) Socorrer e assistir no território que preside; municipal as pessoas e outros seres b) O comandante operacional municipal; vivos em perigo e proteger bens e c) Um elemento do comando de cada valores culturais, ambientais e de corpo de bombeiros existente no elevado interesse público; município; d) Apoiar a reposição da normalidade da d) Um elemento de cada uma das forças vida das pessoas nas áreas do de segurança presentes no município; município afectadas por acidente grave e) A autoridade de saúde do município; ou catástrofe. f) O dirigente máximo da unidade de saúde local ou o director do centro de 2 - A actividade de protecção civil municipal saúde e o director do hospital da área exerce-se nos seguintes domínios: de influência do município, designados a) Levantamento, previsão, avaliação e pelo director-geral da Saúde; prevenção dos riscos colectivos do g) Um representante dos serviços de município; segurança social e solidariedade; b) Análise permanente das h) Os representantes de outras vulnerabilidades municipais perante entidades e serviços implantados no situações de risco; município, cujas actividades e áreas c) Informação e formação das funcionais possam, de acordo com os populações do município, visando a sua riscos existentes e as características da sensibilização em matéria de região, contribuir para as acções de autoprotecção e de colaboração com as protecção civil. autoridades; 3 - São competências das comissões

municipais de protecção civil as atribuídas por lei

às comissões distritais de protecção civil que se

441 Autarquias Locais - Legislação Nacional revelem adequadas à realidade e dimensão do 2 - O presidente da câmara municipal é município, designadamente as seguintes: competente para declarar a situação de alerta de âmbito municipal e é ouvido pelo comandante a) Accionar a elaboração do plano operacional distrital de Operações de Socorro, municipal de emergência, remetê-lo para efeito da declaração da situação de alerta para aprovação pela Comissão Nacional de âmbito distrital, quando estiver em causa a de Protecção Civil e acompanhar a sua área do respectivo município . (Redação dada execução; pelo Decreto-Lei n.º 114/2011, 30 de b) Acompanhar as políticas directamente novembro) ligadas ao sistema de protecção civil

que sejam desenvolvidas por agentes Artigo 7.º públicos; Juntas de freguesia c) Determinar o accionamento dos

planos, quando tal se justifique; As juntas de freguesia têm o dever de d) Garantir que as entidades e colaborar com os serviços municipais de instituições que integram a CMPC protecção civil, prestando toda a ajuda que lhes accionam, ao nível municipal, no for solicitada, no âmbito das suas atribuições e âmbito da sua estrutura orgânica e das competências, próprias ou delegadas. suas atribuições, os meios necessários

ao desenvolvimento das acções de Artigo 8.º protecção civil; Unidades locais e) Difundir comunicados e avisos às

populações e às entidades e Em função da localização específica de instituições, incluindo os órgãos de determinados riscos, a comissão municipal de comunicação social. protecção civil pode determinar a existência de

unidades locais de protecção civil de âmbito de Artigo 4.º freguesia, a respectiva constituição e tarefas. Subcomissões permanentes

Artigo 9.º Nos municípios onde tal se justifique, face à Serviços municipais de protecção civil frequência ou magnitude previsível da manifestação de determinado risco, a comissão 1 - Os municípios são dotados de um serviço municipal de protecção civil pode determinar a municipal de protecção civil, responsável pela constituição de subcomissões permanentes, que prossecução das actividades de protecção civil tenham como objecto o acompanhamento no âmbito municipal. contínuo dessa situação e as acções de 2 - Os SMPC são os adequados ao exercício protecção civil subsequentes, designadamente da função de protecção e socorro, variáveis de nas áreas da segurança contra inundações, acordo com as características da população e incêndios de diferentes naturezas, acidentes dos riscos existentes no município e que, quando biológicos ou químicos. a dimensão e características do município o

justificarem, podem incluir os gabinetes técnicos Artigo 5.º que forem julgados adequados. Câmara municipal 3 - O SMPC é dirigido pelo presidente da

câmara municipal, com a faculdade de delegação 1 - Compete à câmara municipal, através dos no vereador por si designado. SMPC, a elaboração do plano municipal de emergência para posterior aprovação pela Artigo 10.º Comissão Nacional de Protecção Civil. Competências dos serviços municipais de 2 - A câmara municipal é ouvida sobre o protecção civil estabelecimento de medidas de utilização do solo tomadas após a declaração da situação de 1 - Compete ao SMPC assegurar o calamidade, designadamente quanto às medidas funcionamento de todos os organismos de protecção especial e às medidas preventivas municipais de protecção civil, bem como adoptadas para regulação provisória do uso do centralizar, tratar e divulgar toda a informação solo em partes delimitadas da área abrangida recebida relativa à protecção civil municipal. pela declaração, nomeadamente em virtude da 2 - No âmbito dos seus poderes de suspensão de planos municipais de ordenamento planeamento e operações, dispõe o SMPC das do território ou de planos especiais de seguintes competências: ordenamento do território. a) Acompanhar a elaboração e actualizar Artigo 6.º o plano municipal de emergência e os Presidente da câmara municipal planos especiais, quando estes existam; 1 - O presidente da câmara municipal é a b) Assegurar a funcionalidade e a autoridade municipal de protecção civil. eficácia da estrutura do SMPC;

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c) Inventariar e actualizar 4 - No que se refere à matéria da informação permanentemente os registos dos pública, o SMPC dispõe dos seguintes poderes: meios e dos recursos existentes no a) Assegurar a pesquisa, análise, concelho, com interesse para o SMPC; selecção e difusão da documentação d) Realizar estudos técnicos com vista à com importância para a protecção civil; identificação, análise e consequências b) Divulgar a missão e estrutura do dos riscos naturais, tecnológicos e SMPC; sociais que possam afectar o município, c) Recolher a informação pública em função da magnitude estimada e do emanada das comissões e gabinetes local previsível da sua ocorrência, que integram o SMPC destinada à promovendo a sua cartografia, de divulgação pública relativa a medidas modo a prevenir, quando possível, a preventivas ou situações de catástrofe; sua manifestação e a avaliar e d) Promover e incentivar acções de minimizar os efeitos das suas divulgação sobre protecção civil junto consequências previsíveis; dos munícipes com vista à adopção de e) Manter informação actualizada sobre medidas de autoprotecção; acidentes graves e catástrofes e) Indicar, na iminência de acidentes ocorridas no município, bem como graves ou catástrofes, as orientações, sobre elementos relativos às condições medidas preventivas e procedimentos a de ocorrência, às medidas adoptadas ter pela população para fazer face à para fazer face às respectivas situação; consequências e às conclusões sobre o f) Dar seguimento a outros êxito ou insucesso das acções procedimentos, por determinação do empreendidas em cada caso; presidente da câmara municipal ou f) Planear o apoio logístico a prestar às vereador com competências delegadas. vítimas e às forças de socorro em situação de emergência; 5 - No âmbito florestal, as competências do g) Levantar, organizar e gerir os centros SMPC podem ser exercidas pelo gabinete técnico de alojamento a accionar em situação florestal. de emergência; h) Elaborar planos prévios de Artigo 11.º intervenção e preparar e propor a Coordenação e colaboração institucional execução de exercícios e simulacros que contribuam para uma actuação 1 - Os diversos organismos que integram o eficaz de todas as entidades serviço municipal de protecção civil devem intervenientes nas acções de protecção estabelecer entre si relações de colaboração civil; institucional, no sentido de aumentar a eficácia e i) Estudar as questões de que vier a ser efectividade das medidas tomadas. incumbido, propondo as soluções que 2 - Tal articulação e colaboração não deve considere mais adequadas. pôr em causa a responsabilidade última do presidente da câmara municipal, devendo ser 3 - Nos domínios da prevenção e segurança, articuladas com as competências que, nesta o SMPC é competente para: matéria, cabem à comissão municipal de a) Propor medidas de segurança face aos protecção civil. riscos inventariados; 3 - A coordenação institucional é assegurada, b) Colaborar na elaboração e execução a nível municipal, pela CMPC, que integra de treinos e simulacros; representantes das entidades, cuja intervenção c) Elaborar projectos de regulamentação se justifica em função de cada ocorrência em de prevenção e segurança; concreto. d) Realizar acções de sensibilização para 4 - No âmbito da coordenação institucional, a questões de segurança, preparando e CMPC é responsável pela gestão da participação organizando as populações face aos operacional de cada força ou serviço nas riscos e cenários previsíveis; operações de socorro a desencadear. e) Promover campanhas de informação sobre medidas preventivas, dirigidas a Artigo 12.º segmentos específicos da população Participação das Forças Armadas alvo, ou sobre riscos específicos em cenários prováveis previamente 1 - O presidente da câmara municipal é definidos; competente para solicitar ao presidente da f) Fomentar o voluntariado em protecção autoridade nacional de protecção civil a civil; participação das Forças Armadas em funções de g) Estudar as questões de que vier a ser protecção civil na área operacional do seu incumbido, propondo as soluções que município. entenda mais adequadas. 2 - O presidente da câmara pode solicitar a colaboração das Forças Armadas directamente

443 Autarquias Locais - Legislação Nacional ao comandante da unidade implantada no seu 2 - Excepcionalmente, quando justificado município, nos casos de urgência manifesta pela amplitude e urgência de socorro, o previstos no n.º 4 do artigo 53.º da Lei n.º comandante operacional nacional pode articular- 27/2006, de 3 de Julho. se operacionalmente com o COM, sem prejuízo do disposto no número anterior. 3 - Nos municípios de Lisboa e Porto, a Artigo 13.º articulação a que se refere o número anterior é Comandante operacional municipal permanente.

1 - Em cada município há um comandante Artigo 16.º operacional municipal (COM). Operações de protecção civil 2 - O COM depende hierárquica e funcionalmente do presidente da câmara Em situação de acidente grave ou catástrofe, municipal, a quem compete a sua nomeação. e no caso de perigo de ocorrência destes 3 - O COM actua exclusivamente no âmbito fenómenos, são desencadeadas operações territorial do respectivo município. municipais de protecção civil, de harmonia com 4 - O COM é nomeado de entre o universo de o plano municipal de emergência, previamente recrutamento que a lei define para os elaborado, com vista a possibilitar a unidade de comandantes operacionais distritais. direcção das acções a desenvolver, a 5 - Nos municípios com corpos de bombeiros coordenação técnica e operacional dos meios a profissionais ou mistos criados pelas respectivas empenhar e a adequação das medidas de câmaras municipais, o comandante desse corpo carácter excepcional a adoptar. é, por inerência, o COM. Artigo 17.º Artigo 14.º Dever de informação Competências do comandante operacional municipal Todos os serviços e organismos que obtenham informações, directamente ou por Sem prejuízo do disposto na Lei de Bases da comunicação de terceiros, sobre elementos Protecção Civil, compete em especial ao COM: considerados fundamentais para efeito de tomada de medidas de protecção civil, devem a) Acompanhar permanentemente as transmitir tais informações, no mais curto operações de protecção e socorro que intervalo de tempo possível, à comissão ocorram na área do concelho; municipal de protecção civil do município a que b) Promover a elaboração dos planos elas se reportem. prévios de intervenção com vista à

articulação de meios face a cenários Artigo 18.º previsíveis; Plano municipal de emergência c) Promover reuniões periódicas de

trabalho sobre matérias de âmbito 1 - O plano municipal de emergência é exclusivamente operacional, com os elaborado com as directivas emanadas da comandantes dos corpos de Comissão Nacional de Protecção Civil, bombeiros; nomeadamente: d) Dar parecer sobre o material mais adequado à intervenção operacional no a) A tipificação dos riscos; respectivo município; b) As medidas de prevenção a adoptar; e) Comparecer no local do sinistro c) A identificação dos meios e recursos sempre que as circunstâncias o mobilizáveis, em situação de acidente aconselhem; grave ou catástrofe; f) Assumir a coordenação das operações d) A definição das responsabilidades que de socorro de âmbito municipal, nas incubem aos organismos, serviços e situações previstas no plano de estruturas, públicas ou privadas, com emergência municipal, bem como competências no domínio da protecção quando a dimensão do sinistro requeira civil municipal; o emprego de meios de mais de um e) Os critérios de mobilização e corpo de bombeiros. mecanismos de coordenação dos meios e recursos, públicos ou privados Artigo 15.º utilizáveis; Articulação operacional f) A estrutura operacional que há-de garantir a unidade de direcção e o 1 - Sem prejuízo da dependência hierárquica controlo permanente da situação. e funcional do presidente da câmara, o COM 2 - Os planos de emergência estão sujeitos a mantém permanente ligação de articulação uma actualização periódica e devem ser objecto operacional com o comandante operacional de exercícios frequentes com vista a testar a sua distrital. operacionalidade.

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3 - Os agentes de protecção civil colaboram Artigo 22.º na elaboração e na execução dos planos de Dever de disponibilidade emergência. 4 - O plano municipal de emergência inclui O serviço prestado no SMPC é de total obrigatoriamente uma carta de risco e um plano disponibilidade, pelo que o pessoal que nele prévio de intervenção de cada tipo de risco exerce funções não pode, salvo motivo existente no município, decorrendo a escala da excepcional devidamente justificado, deixar de carta de risco e o detalhe do plano prévio de comparecer ou permanecer no serviço em caso intervenção da natureza do fenómeno e devendo de iminência ou ocorrência de acidente grave ou ser adequados às suas frequência e magnitude, catástrofe, sob pena de incorrer em bem como à gravidade e extensão dos seus responsabilidade disciplinar. efeitos previsíveis. 5 - Para além de um plano municipal de Artigo 23.º emergência geral, podem ser elaborados planos Formação especiais, sobre riscos especiais, destinados a servir finalidades específicas, tais como o plano 1 - A formação dos funcionários dos SMPC é municipal de defesa da floresta contra incêndios efectuada a nível municipal ou nacional, e planos de emergência dos estabelecimentos de devendo as regras de funcionamento e os ensino. conteúdos curriculares constar de regulamento 6 - No caso das áreas de risco homogéneas da autoridade nacional de protecção civil, prolongadas pelo território de mais de um homologado pelo Ministro da Administração município contíguos, podem ser elaborados Interna, ouvido o Conselho Nacional de planos especiais supramunicipais. Bombeiros. 7 - Nos municípios em que tal se justifique, 2 - São entidades autorizadas a ministrar a podem ser elaborados planos especiais sobre formação a que se refere o presente artigo, o riscos específicos, designadamente relativos a Centro de Estudos e Formação Autárquica, a inundações, incêndios de diferente natureza, Escola Nacional de Bombeiros e a Escola de acidentes biológicos ou químicos, Formação do Regimento de Sapadores movimentações em massa ou a sismos. Bombeiros de Lisboa, e ainda as demais entidades que venham a ser reconhecidas por Artigo 19.º despacho dos ministros responsáveis pelas áreas Actualização dos planos municipais de da administração interna e da administração emergência local.

Os planos municipais de emergência em vigor Artigo 24.º devem ser actualizados em conformidade com a Norma revogatória nova legislação de protecção civil, bem como com a presente lei, no prazo de 180 dias É revogada a Portaria n.º 449/2001, de 5 de contados a partir da aprovação das orientações Maio. técnicas pela Comissão Nacional de Protecção Civil. Artigo 25.º Produção de efeitos Artigo 20.º Defesa da floresta contra incêndios Os municípios adaptam os seus serviços ao regime previsto na presente lei no prazo de 180 1 - Em cada município existe uma comissão dias. municipal de defesa da floresta contra incêndios, que pode ser apoiada pelo gabinete técnico florestal, sendo a sua criação, composição e competências reguladas pelo disposto em diploma próprio. 2 - As câmaras municipais, no domínio do Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios (SNDFCI) exercem as competências previstas no Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho.

Artigo 21.º Carreira de protecção civil

A carreira de protecção civil é criada por diploma próprio.

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Decreto-Lei n.º 39/2000, de 17 de Março de formação complementar na área de Regula a criação de serviços de polícia polícia municipal; municipal b) Agente graduado principal e agente (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 graduado, de entre, respectivamente, de outubro, salvo o capítulo IV, «Das carreiras agentes graduados e agentes de pessoal de polícia municipal», e os seus municipais de 1.ª classe com, pelo anexos II, III e IV) menos, três anos na respectiva categoria classificados de Muito bom ou CAPÍTULO IV cinco anos classificados de Bom; Das carreiras de pessoal de polícia c) Agente municipal de 1.ª classe, de municipal entre agentes de 2.ª classe com, pelo menos, três anos na categoria Artigo 7.º classificados de Bom; Carreiras de polícia municipal d) Agente municipal de 2.ª classe, de entre indivíduos habilitados com o 12.º 1 - São aditadas ao ordenamento de carreiras ano de escolaridade ou equivalente da administração local a carreira de técnico aprovados em estágio com superior de polícia municipal e a carreira de classificação não inferior a Bom (14 polícia municipal, com as estruturas e escalas valores), dando-se preferência, em salariais fixadas no mapa I, anexo II, do caso de igualdade de circunstâncias, presente diploma, do qual faz parte integrante. àqueles ou àquelas que tiverem 2 - Os municípios que criem o serviço de prestado serviço militar nas Forças polícia municipal podem extinguir a carreira de Armadas em regime de voluntariado ou fiscal municipal. contrato pelo período mínimo de um ano. Artigo 8.º 2 - Só poderá ser criada a categoria de Conteúdo funcional graduado-coordenador quando se verifique a

necessidade de coordenar, pelo menos, 10 1 – (Revogado pelo Decreto-Lei n.º agentes de polícia municipal. 121/2008, de 11 de julho e confirmada a revogação pela Declaração de Retificação n.º Artigo 12.º 49/2008, de 27 de agosto) Regime de estágio 2 - O conteúdo funcional da carreira de polícia municipal é o constante do mapa III, 1 - O estágio para ingresso na carreira de anexo IV, do presente diploma, do qual faz parte polícia municipal rege-se pelo disposto no artigo integrante. 5.º do Decreto-Lei n.º 265/88, de 28 de Julho,

com as necessárias adaptações, no artigo 6.º do Artigo 9.º Decreto-Lei n.º 427/89, de 7 de Dezembro, Carreira técnica superior de polícia aplicável à administração local nos termos do municipal Decreto-Lei n.º 409/91, de 17 de Outubro, e (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 pelo disposto nos números seguintes. de julho e confirmada a revogação pela 2 - A admissão ao estágio faz-se de entre Declaração de Retificação n.º 49/2008, de 27 de indivíduos habilitados com o 12.º ano de agosto) escolaridade ou equivalente e que reúnam os

requisitos gerais e específicos de provimento, de Artigo 10.º idade inferior a 28 anos à data do encerramento Regime de estágio do prazo da candidatura, dando-se preferência, (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 em caso de igualdade de circunstâncias, àqueles de julho e confirmada a revogação pela ou àquelas que tiverem prestado serviço militar Declaração de Retificação n.º 49/2008, de 27 de nas Forças Armadas em regime de voluntariado agosto.) ou contrato pelo período mínimo de um ano.

3 - Nos concursos para admissão de Artigo 11.º estagiários são obrigatoriamente utilizados como Carreira de polícia municipal métodos de selecção a prova de conhecimentos,

o exame psicológico, o exame médico e a 1 - O recrutamento para as categorias da entrevista profissional, tendo os três primeiros carreira de polícia municipal obedece às carácter eliminatório seguintes regras: 4 - O estágio tem a duração de um ano e a) Graduado-coordenador, de entre inclui a frequência, com aproveitamento, de um agentes graduados principais com curso de formação, que conterá classificação de serviço de Bom com, obrigatoriamente módulos de natureza pelo menos, três anos de serviço na administrativa, cívica e profissional específica, categoria e com aprovação em curso com a duração de um semestre, a ministrar conjuntamente pelo Centro de Estudos e

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Formação Autárquica e pela Escola Prática de Polícia. 3 - O previsto no número anterior não se 5 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3, os aplica aos fiscais municipais principais, que candidatos que comprovem ter frequentado, transitarão nos termos dos n. os 4 e 5. com aproveitamento, o curso a que se refere o 4 - Os funcionários detentores da categoria número anterior são dispensados da sua de fiscal municipal principal transitam para a frequência. categoria de agente graduado. 6 - A não obtenção de aproveitamento no 5 - A transição a que se refere o número curso de formação a realizar, bem como no final anterior faz-se com observância do disposto nos do estágio, implica o regresso do estagiário ao n.os 2 e 3 do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 353- lugar de origem ou a imediata rescisão do A/89, de 16 de Outubro. contrato, sem direito a qualquer indemnização, 6 - Nas situações previstas no n.º 2, o tempo consoante se trate de indivíduos providos, ou de serviço prestado na anterior categoria da não, definitivamente. carreira de fiscal municipal conta, para todos os 7 - Os estagiários são remunerados pelo efeitos legais, designadamente, para promoção índice 165 da escala salarial do regime geral, na carreira de polícia municipal e progressão na sem prejuízo do direito de opção pela categoria para a qual o funcionário venha a remuneração do lugar de origem, no caso do transitar. pessoal provido definitivamente. 8 - Os indivíduos aprovados em estágio e que Artigo 14.º se encontrem dentro das vagas serão providos a Transição de outro pessoal título definitivo, contando o tempo de estágio para efeitos de promoção e progressão na 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo categoria de ingresso da carreira. anterior, podem transitar para a carreira de polícia municipal os funcionários municipais que Artigo 13.º satisfaçam, cumulativamente, as seguintes Transição de fiscais municipais condições:

a) Estejam habilitados com o 12.º ano 1 - Nos municípios que criem o serviço de de escolaridade ou equivalente; polícia municipal, os fiscais municipais podem b) Frequentem, com aproveitamento, transitar para a carreira de polícia municipal, um curso de formação profissional na desde que satisfaçam, cumulativamente, as área de polícia municipal, a que se seguintes condições: refere o n.º 4 do artigo 12.º; a) Estejam habilitados com o 12.º ano c) Comprovem possuir a robustez física de escolaridade ou equivalente; para o exercício das funções previstas b) Frequentem, com aproveitamento, na carreira, mediante exame médico um curso de formação profissional na de selecção; área de polícia municipal, com duração d) Obtenham relatório favorável em não inferior a três meses, ministrado exame psicológico de selecção. conjuntamente pelo Centro de Estudos 2 - Transitam também para a carreira de e Formação Autárquica e pela Escola polícia municipal os funcionários integrados na Prática de Polícia; carreira de polícia administrativa municipal. c) Comprovem possuir a robustez física 3 - Para efeitos de determinação da categoria para o exercício das funções previstas da carreira de polícia municipal, a relação de na carreira, mediante exame médico natureza remuneratória legalmente fixada de selecção; estabelece-se entre os índices remuneratórios d) Obtenham relatório favorável em correspondentes ao escalão 1 da categoria em exame psicológico de selecção. que o funcionário se encontre e o escalão 1 da 2 - A transição do pessoal a que se refere o categoria da nova carreira. número anterior efectua-se no escalão em que o 4 - As transições a que se refere o número funcionário se encontra posicionado e de acordo anterior efectuam-se para o escalão a que com as seguintes regras: corresponda, na estrutura da categoria, índice remuneratório igual ou, se não houver a) Fiscal municipal especialista principal coincidência, índice superior mais elevado. para agente graduado principal; 5 - Nos casos em que a integração na nova b) Fiscal municipal especialista para carreira se faça em escalão a que corresponda o agente graduado; mesmo índice remuneratório, o tempo de c) Fiscal municipal de 1.ª classe para serviço prestado no escalão de origem releva agente municipal de 1.ª classe; para progressão na nova categoria. d) Fiscal municipal de 2.ª classe para 6 - Nas situações previstas nos números agente municipal de 2.ª classe. anteriores, o tempo de serviço prestado na anterior categoria conta para efeitos de promoção na carreira de polícia municipal.

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Artigo 15.º Artigo 18.º Formação profissional e exames médico e Trabalho extraordinário, nocturno, em dias psicológico de selecção de descanso e em feriados

1 - A duração, o conteúdo curricular, os 1 - Sempre que o horário diário de trabalho critérios de avaliação e o regime de frequência coincida, no todo ou em parte, com o período de dos cursos de formação previstos nos artigos trabalho nocturno, a remuneração respectiva é 10.º, n.º 3, 11.º, n.º 1, alínea a), 12.º, n.º 4, e acrescida nos termos do artigo 32.º, n.º 3, do 13.º, n.º 1, alínea b), do presente diploma são Decreto-Lei n.º 259/98, de 18 de Agosto. fixados por portaria conjunta dos membros do 2 - As situações de trabalho extraordinário e Governo responsáveis pelas áreas da a prestação de trabalho em dias de descanso administração interna e das autarquias locais. semanal e descanso complementar, 2 - A definição do conteúdo e da realização programados nos termos do n.º 3 do artigo 17.º dos exames médico e psicológico de selecção do presente diploma, bem como nos dias são fixados por portaria conjunta dos membros feriados, são igualmente remuneradas nos do Governo responsáveis pelas áreas da termos do diploma referido no número anterior. administração interna e das autarquias locais. Artigo 19.º Artigo 16.º Destacamento de graduados das forças de Extinção de lugares segurança

1 - Os oficiais e demais graduados das forças 1 - No caso de o município optar pela de segurança podem desempenhar funções de extinção da carreira de fiscal municipal, são enquadramento compatíveis nas polícias extintos os lugares dos fiscais municipais que municipais. transitem para lugares da carreira de polícia 2 - O exercício das funções referidas no municipal. número anterior faz-se em regime de 2 - Os fiscais municipais que não transitem, destacamento em termos idênticos ao disposto nos termos do número anterior, para a carreira nos n.os 1, 2, 3 e 4 do artigo 27.º do Decreto- de polícia municipal mantêm-se nos lugares da Lei n.º 427/89, de 7 de Dezembro. carreira de fiscal municipal, os quais se 3 - O destacamento faz-se por solicitação da extinguem quando vagarem, da base para o câmara municipal, devidamente fundamentada e topo. com o acordo do interessado, e depende de

autorização do Ministro da Administração Artigo 17.º Interna, ouvido o responsável máximo da força Semana de trabalho e descanso semanal de segurança respectiva.

1 - A duração semanal de trabalho do pessoal CAPÍTULO IV da carreira de polícia municipal é de trinta e Disposições finais e transitórias cinco horas. 2 - São considerados dias normais de Artigo 20.º trabalho todos os dias da semana, incluindo Receita do município sábados, domingos e feriados. 3 - As situações de trabalho extraordinário, O produto das coimas resultante da de descanso semanal e descanso complementar, actividade do serviço de polícia municipal bem como a fixação da modalidade de horário, constitui receita do município, salvo disposição são definidas na programação de serviço a legal em contrário. estabelecer mensalmente pelos serviços municipais de polícia, devendo, pelo menos uma Artigo 21.º vez por mês, fazer coincidir aqueles dias de Recrutamento excepcional para a categoria descanso com o sábado e o domingo. de graduado-coordenador

4 - A programação a que se refere o número 1 - A área de recrutamento para a categoria anterior pode ser alterada, devendo ser de graduado-coordenador é alargada, por um comunicada aos interessados com a período de cinco anos, nos seguintes termos: antecedência de uma semana, salvo casos excepcionais, em que a referida comunicação a) Funcionários do grupo de pessoal poderá ser feita com a antecedência de quarenta técnico-profissional detentores da e oito horas. categoria de técnico profissional especialista principal habilitados com o 12.º ano de escolaridade ou equivalente; b) Funcionários pertencentes a outros grupos de pessoal, integrados no índice 300 ou superior do regime geral, habilitados com o 12.º ano de escolaridade ou equivalente.

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Artigo 23.º 2 - Sem prejuízo do previsto no número Regime especial transitório de Lisboa e do anterior, os candidatos à categoria de graduado- Porto coordenador devem satisfazer cumulativamente os seguintes requisitos: 1 - Os municípios de Lisboa e do Porto, no a) Frequentem com aproveitamento um prazo máximo estabelecido no artigo 22.º da Lei curso de formação profissional a n.º 140/99, de 28 de Agosto, promovem a regular nos termos do artigo 15.º e da aplicação do regime previsto no presente alínea b) do n.º 1 do artigo 13.º; diploma. b) Comprovem possuir robustez física 2 - O regime especial transitório das polícias para o exercício das funções previstas municipais de Lisboa e do Porto bem como as na carreira, mediante exame médico condições de eventual integração dos agentes da de selecção; Polícia de Segurança Pública em funções c) Obtenham relatório favorável em naqueles municípios são estabelecidos pelo exame psicológico de selecção. Governo em diploma próprio.

Artigo 22.º Artigo 24.º Regime excepcional de transição de pessoal Norma revogatória da carreira de fiscal municipal para a carreira de polícia municipal É revogado o Decreto Regulamentar n.º 20/95, de 18 de Julho. No prazo de cinco anos, contados a partir da data da entrada em vigor do presente decreto- lei, o pessoal da carreira de fiscal municipal provido até à data da entrada em vigor da Lei n.º 140/99, de 28 de Agosto, e habilitado com o 9.º ano de escolaridade ou equivalente poderá transitar para a carreira de polícia municipal, nos termos do disposto nos n.os 2, 3, 4, 5 e 6 do artigo 13.º do presente diploma, desde que preencha, cumulativamente, os requisitos constantes nas alíneas b), c) e d) do n.º 1 do mesmo preceito.

ANEXO II

MAPA I 6

Carreira de polícia municipal

Escalões Grupo de pessoal Categoria 1 2 3 4 5 Técnico -profissional Graduado-coordenador ...... 360 380 410 450 Agente graduado principal ...... 305 315 330 345 360 Agente graduado ...... 260 270 285 305 325 Agente municipal de 1.a ...... 215 220 230 245 260 Agente municipal de 2.a ...... 190 200 210 220 240 Estagiário ...... 165

6 Nota : Nos termos do artigo 1.º, 2.º e Mapa I do Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 de Junho “ os técnicos superiores de polícia municipal transitam para a carreira geral de técnico superior”.

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ANEXO III f) Elaborar autos de notícia e autos de contra-ordenação ou transgressão por MAPA II infracções às normas regulamentares municipais e às normas de âmbito Conteúdo funcional nacional ou regional cuja competência de aplicação ou fiscalização pertença (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 ao município; de julho e confirmada a revogação pela g) Elaborar autos de notícia por acidente Declaração de Retificação n.º 49/2008, de 27 de de viação quando o facto não constituir agosto) crime; h) Elaborar autos de notícia, com ANEXO IV remessa à autoridade competente, por infracções cuja fiscalização não seja da MAPA III competência do município, nos casos em que a lei o imponha ou permita; Conteúdo funcional i) Instruir processos de contra- ordenação e de transgressão da Ao pessoal da carreira de polícia municipal respectiva competência; incumbe, genericamente: j) Exercer funções de polícia ambiental; k) Exercer funções de polícia mortuária; a) Fiscalizar o cumprimento das normas l) Fiscalizar o cumprimento dos de estacionamento de veículos e de regulamentos municipais e de aplicação circulação rodoviária, incluindo a das normas legais, designadamente participação dos acidentes de viação, e nos domínios do urbanismo, da proceder à regulação do trânsito construção, da defesa e protecção dos rodoviário e pedonal na área de recursos cinegéticos, do património jurisdição municipal; cultural, da Natureza e do ambiente; b) Fazer vigilância nos transportes m) Garantir o cumprimento das leis e urbanos locais, nos espaços públicos ou dos regulamentos que envolvam abertos ao público, designadamente competências municipais de nas áreas circundantes de escolas, e fiscalização; providenciar pela guarda de edifícios e n) Exercer funções de sensibilização e equipamentos públicos municipais; divulgação de várias matérias, c) Executar coercivamente, nos termos designadamente de prevenção da lei, os actos administrativos das rodoviária e ambiental; autoridades municipais; o) Participar no serviço municipal de d) Deter e entregar imediatamente à protecção civil. autoridade judiciária ou a entidade

policial suspeitos de crime punível com

pena de prisão em caso de flagrante delito, nos termos da lei processual penal; e) Denunciar os crimes de que tiver conhecimento no exercício das suas funções, e por causa delas, e praticar os actos cautelares necessários e urgentes para assegurar os meios de prova, nos termos da lei processual penal, até à chegada do órgão de polícia criminal competente;

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Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro CAPÍTULO II Regulamenta a Lei n.º 19/2004, de 20 de Da deliberação da assembleia municipal Maio, estabelecendo as regras a observar na deliberação da assembleia municipal Artigo 2.º que crie, para o respectivo município, a Conteúdo da deliberação polícia municipal, e regulando, nesse âmbito, as relações entre a administração 1 - Na deliberação da assembleia municipal central e os municípios que, nos termos do n.º 1 do artigo 11.º da Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, crie a polícia A IV Revisão Constitucional determinou, na municipal são, obrigatoriamente, aprovados: redacção dada ao n.º 3 do artigo 237.º, que «as a) O regulamento de organização e polícias municipais cooperam na manutenção da funcionamento da polícia municipal; tranquilidade pública e na protecção das b) O primeiro mapa de pessoal. comunidades locais», e remeteu para a competência de reserva relativa da Assembleia 2 - A validade do regulamento de da República a definição do regime e da forma organização e funcionamento da polícia de criação das polícias municipais. municipal e do mapa de pessoal aprovados Estes aspectos encontram-se actualmente depende da sua conformidade com as regras estabelecidos na Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, previstas na Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, no que procedeu à revisão da anterior lei quadro e diploma que aprova os regimes de vinculação, cuja regulamentação importa actualizar. de carreiras, e de remunerações dos É o que faz o presente decreto-lei, trabalhadores que exercem funções públicas, e simplificando as regras e os procedimentos a no presente decreto-lei. observar na criação de cada polícia municipal, revendo o quadro jurídico aplicável às Artigo 3.º deliberações a submeter a Conselho de Conteúdo do regulamento de organização e Ministros, à delimitação das competências de funcionamento cada polícia municipal e à delimitação geográfica do respectivo exercício. Do regulamento de organização e São igualmente fixadas as linhas funcionamento de cada polícia municipal consta, fundamentais da cooperação entre a obrigatoriamente: administração central e os municípios que optem pela criação de polícia municipal. a) A enumeração taxativa das Clarifica-se, por fim, o regime aplicável à competências da polícia municipal a cobrança e percepção pelos municípios de criar, dentro do respectivo quadro receitas decorrentes da aplicação de coimas. legal; Foi ouvida a Associação Nacional de b) A delimitação geográfica da área do Municípios Portugueses. território municipal onde serão Assim: exercidas as respectivas competências; Ao abrigo do disposto no artigo 20.º da Lei c) A estrutura orgânica e de comando da n.º 19/2004, de 20 de Maio, e nos termos da polícia municipal; alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da d) A fixação do equipamento coercivo a Constituição, o Governo decreta o seguinte: deter pelo serviço, nos termos dos normativos aplicáveis; CAPÍTULO I e) A descrição, com recurso a elementos Do âmbito de aplicação figurativos, dos distintivos heráldicos e gráficos do município para uso nos Artigo 1.º uniformes e viaturas; Objecto f) A caracterização das instalações de funcionamento da polícia municipal. O presente decreto-lei estabelece as regras a observar na criação de polícias municipais, Artigo 4.º regulando, nesse âmbito, as relações entre a Mapa de pessoal administração central e os municípios, nos termos da lei. 1 - A fixação do número de efectivos de cada polícia municipal depende das necessidades do serviço e da proporcionalidade entre o número de agentes e o número de cidadãos eleitores inscritos na área do respectivo município, nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do presente artigo.

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2 - Na fixação do número de efectivos da CAPÍTULO III polícia municipal consideram-se, Das relações entre a administração central designadamente, os seguintes factores: e os municípios

a) A extensão geográfica do município; Artigo 6.º b) A área do município sobre que incide Cooperação entre a administração central e o exercício das competências do os municípios serviço de polícia municipal, a definir

na deliberação da assembleia municipal 1 - O processo de criação efectiva das respectiva; polícias municipais é acompanhado pelo c) A razão da concentração ou dispersão Ministério da Administração Interna, populacional; designadamente: d) As competências efectivamente exercidas, a definir na deliberação da a) Fixando as especificações técnicas das assembleia municipal respectiva; instalações, de modo a assegurar as e) O número de freguesias do município; adequadas condições de funcionalidade f) O número de equipamentos públicos e operacionalidade, e a inclusão de existentes na área do município sobre mecanismos de trabalho com utilização que incide o exercício das intensiva de tecnologias de informação competências do serviço de polícia e comunicação; municipal; b) Cooperando no processo de formação g) A população em idade escolar na área inicial dos estagiários e na formação do município sobre que incide o complementar dos agentes de polícia exercício das competências do serviço municipal, através do Centro de Estudo de polícia municipal; e Formação Autárquica, da Escola h) A extensão da rede viária municipal; Prática da Polícia de Segurança Pública i) A delimitação da área urbana do e do Instituto Superior de Ciências município. Policiais e Segurança Interna; c) Assegurando aos agentes das polícias 3 - A ponderação dos factores fixados no municipais o acesso à plataforma de número anterior não poderá exceder a razão de ensino a distância do Ministério da 3 agentes por 1000 cidadãos eleitores inscritos Administração Interna, para efeitos de na área do respectivo município. aquisição de competências em matéria 4 - Em cada polícia municipal, o número de de literacia digital e formação efectivos não pode ser inferior a seis. profissional contínua; 5 - O mapa de pessoal é mantido ou alterado d) Facultando às polícias municipais a pela assembleia municipal, sob proposta da utilização do sistema de contra- câmara municipal, e tornado público nos termos ordenações de trânsito gerido pela gerais. Autoridade Nacional de Segurança

Rodoviária (ANSR), bem como de Artigo 5.º outros sistemas de informação Eficácia da deliberação da assembleia relevantes para as respectivas missões, municipal nos termos a definir por portaria do

membro do Governo responsável pela 1 - Nos termos do disposto no n.º 3 do artigo área da administração interna; 11.º da Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, a e) Articulando o exercício de eficácia da deliberação da assembleia municipal competências das forças de segurança que cria a polícia municipal depende de com o cumprimento das missões das ratificação por resolução do Conselho de polícias municipais, designadamente, Ministros. partilhando informação e instituindo 2 - A resolução do Conselho de Ministros é mecanismos e procedimentos de tomada mediante proposta dos membros do coordenação entre os respectivos Governo que tiverem a seu cargo as áreas da responsáveis; administração interna e das autarquias locais.

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f) Incentivando o uso de sistemas de Artigo 8.º informação e de terminais de Regime especial transitório de Lisboa e do pagamento electrónico que facilitem o Porto exercício das competências previstas no artigo seguinte, assegurando Sem prejuízo da aplicação do disposto nos designadamente que a percepção da artigos 6.º e 7.º, o regime das polícias percentagem das coimas que seja municipais de Lisboa e do Porto é objecto de devida ao município tenha lugar de diploma especial, nos termos previstos na Lei forma automatizada, nos termos a fixar n.º 19/2004, de 20 de Maio. em portaria do membro do Governo responsável pela área da administração Artigo 9.º interna; Norma revogatória g) Dando cumprimento às normas legais sobre cooperação entre as estruturas É revogado o Decreto-Lei n.º 39/2000, de 17 centrais e locais em matéria de de Março, salvo o capítulo iv, «Das carreiras de protecção civil. pessoal de polícia municipal», e os seus anexos ii, iii e iv. 2 - É assegurado o acesso das autarquias locais ao Sistema Nacional de Compras Públicas para efeitos de aquisição de equipamentos e de outros bens necessários às polícias municipais.

CAPÍTULO IV Disposições finais e transitórias

Artigo 7.º Receita do município

1 - Salvo disposição legal em contrário, o produto das coimas resultante da actividade da polícia municipal constitui receita do município. 2 - O produto das coimas aplicadas por contra-ordenação rodoviária em resultado da actividade de fiscalização da polícia municipal reverte em 55 % a favor do município, 10 % para a ANSR e 35 % a favor do Estado. 3 - O referido nos números anteriores abrange os montantes cobrados em juízo. 4 - O disposto no presente artigo é também aplicável quando as coimas resultem da actividade exercida por empresas municipais enquanto entidade autuante e fiscalizadora do Código da Estrada e sua legislação complementar, bem como dos regulamentos e posturas municipais de trânsito. 5 - O regime de distribuição de receitas ora previsto será objecto de revisão decorridos dois anos sobre a entrada em vigor do presente decreto-lei, tendo em conta os indicadores relativos à sua aplicação e as necessidades operacionais das polícias municipais.

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Decreto-Lei n.º 239/2009, de 16 de A necessidade da definição rigorosa dos Setembro contornos das funções das polícias municipais, Estabelece os direitos e os deveres dos que o parecer da Procuradoria-Geral da agentes de polícia municipal, assim como República contribuiu para modelar, deve ter uma as condições e o modo de exercício das expressão adequada na formulação do futuro respectivas funções, regulamentando a Lei regime. n.º 19/2004, de 20 de Maio Foram ouvidas a Associação Nacional de Municípios Portugueses, bem como o Sindicato A revisão da Constituição da República Nacional das Polícias Municipais e o Sindicato Portuguesa realizada em 1997 veio permitir que Nacional dos Trabalhadores da Administração os municípios possam criar polícias municipais Local. que, para além do exercício das competências Assim: de polícia administrativa já anteriormente Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo àqueles reconhecidas, tenham ainda poderes de 198.º da Constituição, o Governo decreta o actuação no âmbito da segurança interna, em seguinte: cooperação com as forças de segurança. O actual regime e forma de criação das CAPÍTULO I polícias municipais constam da Lei n.º 19/2004, Âmbito de aplicação de 20 de Maio, importando melhorar alguns aspectos do regime jurídico relativo à sua Artigo 1.º regulamentação. Objecto Tal procedimento foi já adoptado no tocante às regras a observar na criação de polícias O presente decreto-lei aprova os direitos e os municipais e à disciplina das relações entre a deveres dos agentes de polícia municipal e administração central e os municípios, tendo o regula as condições e o modo de exercício das Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro, que respectivas funções, no quadro fixado pela Lei operou a necessária revisão do quadro legal, n.º 19/2004, de 20 de Maio. sido devidamente regulamentado e posto em execução, viabilizando a criação de novas CAPÍTULO II polícias municipais. Disposições gerais O presente decreto-lei vem, agora, estabelecer, de forma mais aperfeiçoada, os Artigo 2.º direitos e os deveres dos agentes de polícia Do agente de polícia municipal municipal e regular as condições e o modo do exercício das respectivas funções. 1 - São agentes de polícia municipal todos os São definidos o regime do uso e porte de que prestem serviço na carreira de polícia arma e o recurso a meios coercivos, bem como o municipal. respectivo equipamento. O direito de detenção, 2 - São ainda agentes de polícia municipal uso e porte de arma fora de serviço fica outros quadros dirigentes, caso existam. dependente de verificação da situação individual, nos termos previstos no regime jurídico das Artigo 3.º armas e suas munições, podendo ser objecto de Princípios fundamentais procedimento simplificado. As normas relativas às carreiras e 1 - Os agentes de polícia municipal actuam remunerações serão inseridas em legislação para prossecução do interesse público, no específica, no quadro da reforma das carreiras respeito pelos direitos e interesses legalmente da administração local que se encontra em protegidos dos cidadãos. curso, opção essa que permitirá definir, de 2 - Os agentes de polícia municipal estão forma integrada e harmoniosa, o regime capaz subordinados à Constituição e à lei e devem de dar resposta às dificuldades diagnosticadas e actuar, no exercício das suas funções de agentes carecidas de solução. Para o efeito, será feita a de autoridade, com respeito pelos princípios da devida articulação interministerial e dado igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da cumprimento às regras legais sobre a imparcialidade e da boa-fé. participação dos trabalhadores no procedimento legislativo. CAPÍTULO III Esta alteração constitui em si mesma um Dos deveres e dos direitos dos agentes de progresso em relação à actual situação, podendo polícia municipal beneficiar, no momento próprio, das alterações que estão em curso quanto ao regime de Artigo 4.º vínculos, remunerações e carreiras da Princípio geral administração local e dos estatutos de corpos especiais. Os agentes de polícia municipal gozam de todos os direitos e estão sujeitos aos deveres e incompatibilidades consignados na Constituição e no Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que

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Exercem Funções Públicas, sem prejuízo do Artigo 9.º regime próprio previsto no presente decreto-lei. Dever de uso de uniforme

Artigo 5.º 1 - Os agentes de polícia municipal exercem Deveres dos agentes de polícia municipal as suas funções uniformizados. 2 - Os modelos de uniforme e insígnias, Para além dos deveres gerais previstos no incluindo divisas, são aprovados nos termos artigo anterior, são ainda deveres dos agentes previstos no n.º 4 do artigo 7.º da Lei n.º de polícia municipal: 19/2004, de 20 de Maio. 3 - Estão isentos do dever de uso de a) O dever de obediência hierárquica; uniforme os dirigentes que, não integrando a b) O dever de sigilo profissional; carreira do pessoal de polícia municipal, nem a c) O dever de denúncia; tal estando obrigados no seu lugar de origem, d) O dever de uso de uniforme; manifestem esse desejo. e) O dever de identificação.

Artigo 10.º Artigo 6.º Dever de identificação Dever de obediência hierárquica

1 - Os agentes de polícia municipal O dever de obediência hierárquica consiste consideram-se identificados quando em acatar e cumprir com exactidão e devidamente uniformizados. oportunidade as ordens dos seus legítimos 2 - Sem prejuízo do disposto no número superiores hierárquicos, dadas em objecto de anterior, os agentes de polícia municipal devem serviço e com a forma legal. exibir prontamente o crachá ou o cartão de

livre-trânsito, sempre que isso seja solicitado ou Artigo 7.º as circunstâncias do serviço o exijam, para Dever de sigilo profissional certificar a sua qualidade.

3 - O modelo de crachá e o modelo de cartão O dever de sigilo profissional obriga os de livre-trânsito são aprovados por portaria elementos da polícia municipal a guardar sigilo conjunta dos membros do Governo responsáveis sobre as informações a que tenham acesso no pelas áreas da administração interna e das exercício das suas funções, designadamente: autarquias locais. a) Não revelar matéria relativa à realização de diligências no âmbito de Artigo 11.º processos de contra-ordenações, assim Direitos dos agentes de polícia municipal como sujeita a segredo nos termos da legislação do processo penal; Para além dos direitos gerais previstos no b) Não revelar matérias respeitantes a artigo 4.º, são ainda direitos dos agentes de assuntos relativos ao dispositivo ou polícia municipal: actividade operacional de polícia, salvo a) O direito de acesso e livre-trânsito; mediante autorização da entidade b) O direito de detenção, uso e porte de hierarquicamente competente; arma fora de serviço; c) Guardar rigoroso sigilo relativamente c) O direito a regime penitenciário a elementos constantes de registos, de especial. centros de dados e de quaisquer

documentos a que, por motivo de Artigo 12.º serviço, tenham acesso. Direito de acesso e livre-trânsito

Artigo 8.º 1 - Os agentes de polícia municipal têm, no Dever de denúncia exercício das suas funções, a faculdade de

entrar livremente em todos os lugares onde se O dever de denúncia obriga o pessoal da realizem reuniões públicas ou onde o acesso do polícia municipal que tenha conhecimento de público dependa do pagamento de uma entrada factos relativos a crimes no exercício das suas ou da realização de certa despesa, dos quais se funções, e por causa delas, a comunicá-los encontram dispensados. imediatamente à entidade competente para a 2 - No exercício das suas funções, os agentes investigação, sem prejuízo da competência para de polícia municipal podem circular livremente levantamento do respectivo auto definida na nos transportes urbanos locais, na área da sua alínea f) do n.º 1 do artigo 4.º da Lei n.º competência, desde que devidamente 19/2004, de 20 de Maio. uniformizados e identificados.

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Artigo 13.º ou cumulativamente, dispensas de serviço até Direito de detenção, uso e porte de arma seis dias por ano, bem como louvores e fora de serviço condecorações. 2 - As recompensas atribuídas são publicadas 1 - Os agentes de polícia municipal, quando no boletim da autarquia ou locais de estilo e portadores de arma em serviço, têm direito, fora registadas no processo individual do elemento de serviço, à detenção, uso e porte de arma contemplado. pessoal, nos termos previstos no regime jurídico 3 - As dispensas de serviço, os louvores e as das armas e suas munições. condecorações são concedidos pela câmara 2 - A autorização mencionada no número municipal, sob proposta do comandante da anterior tem tramitação organizada em polícia municipal respectiva, ou por iniciativa do condições que assegurem a sua especial presidente da câmara municipal. celeridade. 4 - O regime geral das condecorações é fixado por portaria conjunta dos membros do Artigo 14.º Governo responsáveis pela área da Regime penitenciário administração interna e das autarquias locais.

1 - O cumprimento de prisão preventiva e CAPÍTULO V das penas privativas de liberdade pelo agente da Do equipamento polícia municipal ocorre em estabelecimentos prisionais ou unidades especialmente Artigo 18.º vocacionadas para o efeito. Equipamento 2 - O disposto no número anterior aplica-se igualmente à sua remoção ou transporte. 1 - O equipamento dos agentes de polícia municipal é composto por: Artigo 15.º a) Bastão curto e pala de suporte; Pessoal em regime de comissão de serviço b) Arma de fogo e coldre;

c) Algemas; O pessoal a prestar serviço em regime de d) Apito; comissão de serviço nas polícias municipais e) Emissor-receptor portátil ou mantém os direitos e as regalias que detém nos equivalente. serviços de origem relativos à contagem e aumento de tempo de serviço e ao regime de 2 - Os agentes de polícia municipal podem segurança e apoio social. ainda deter ou utilizar as armas da classe E referidas na lei das armas e suas munições. CAPÍTULO IV 3 - Os agentes de polícia municipal não Regime disciplinar podem deter ou utilizar outros equipamentos coercivos além dos previstos nas alíneas a) a c) Artigo 16.º do n.º 1 e no número anterior. Princípio geral 4 - Nas situações em que tal se justifique, deve o equipamento ser ainda constituído por 1 - Ao pessoal da polícia municipal é aplicável coletes de protecção balística. o Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que 5 - O número de equipamentos coercivos é Exercem Funções Públicas. na razão de um por agente. 2 - O Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que Exercem Funções Públicas é ainda aplicável Artigo 19.º ao pessoal de outros serviços que desempenhe Uso e porte de arma funções de comando ou direcção nas polícias municipais, por conveniência para o interesse 1 - Os agentes de polícia municipal podem, público, ou que ali se encontre em comissão de quando em serviço, deter e usar arma de fogo a serviço, salvo se houver lugar à aplicação de disponibilizar pelo município. regime disciplinar especial ao abrigo do estatuto 2 - O calibre das armas a disponibilizar nos do lugar de origem. termos do número anterior não pode ser igual 3 - As multas aplicadas na sequência de ou superior ao das forças de segurança, devendo procedimento disciplinar constituem receita do obedecer às condições definidas por despacho município respectivo. do membro do Governo responsável pela área da administração interna. Artigo 17.º Recompensas Artigo 20.º Armeiro e registo 1 - Aos elementos do pessoal da polícia municipal que se distingam no exercício das 1 - Findo o período de serviço, as armas são suas funções por exemplar comportamento ou depositadas em armeiro próprio, actos de especial mérito, bravura, relevo social ou profissional podem ser atribuídas, separada

459 Autarquias Locais - Legislação Nacional obrigatoriamente disponibilizado pela câmara CAPÍTULO VI municipal. Disposições finais 2 - A câmara municipal organiza e mantém actualizado um registo identificativo das armas Artigo 24.º de defesa disponibilizadas e dos respectivos Regime especial aplicável às polícias utilizadores. municipais de Lisboa e do Porto

Artigo 21.º O regime das polícias municipais de Lisboa e Meios de comunicação do Porto é objecto de diploma especial, nos termos previstos na Lei n.º 19/2004, de 20 de 1 - No exercício das suas funções, os agentes Maio. de polícia municipal utilizam equipamento de telefonia celular de uso autorizado nos termos Artigo 25.º gerais, podendo também usar equipamento Norma revogatória especial de transmissão e de recepção para comunicação, autorizado por despacho do É revogado o Decreto-Lei n.º 40/2000, de 17 membro do governo responsável pela área da de Março. administração interna. 2 - Os agentes de polícia municipal podem Artigo 26.º ainda usar outros meios de comunicação Entrada em vigor electrónica para acesso à informação necessária à prossecução das respectivas missões, incluindo O presente decreto-lei entra em vigor no 1.º os do sistema integrado das redes de dia do mês seguinte ao da sua publicação. emergência e segurança de Portugal, nas condições contratuais aplicáveis.

Artigo 22.º Uso de viaturas

1 - As viaturas utilizadas pela polícia municipal são, em regra, caracterizadas nos termos do disposto no n.º 2. 2 - Os distintivos heráldicos e gráficos, bem como o modelo de caracterização das viaturas, são aprovados nos termos previstos no n.º 4 do artigo 7.º da Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio.

Artigo 23.º

Recurso a meios coercivos

1 - Os agentes de polícia municipal podem fazer uso dos meios coercivos de que dispõem, atentos os condicionalismos legais, nos seguintes casos:

a) Para repelir uma agressão ilícita, actual ou iminente de interesses ou direitos juridicamente protegidos, em defesa própria ou de terceiros; b) Para vencer a resistência à execução de um serviço no exercício das suas funções, depois de ter feito aos resistentes intimação formal de obediência e esgotados que tenham

sido quaisquer outros meios para o conseguir.

2 - À utilização de armas de defesa por agentes de polícia municipal são aplicáveis, com as devidas adaptações decorrentes das especiais competências exercidas por este serviço municipal, as restrições e demais regras previstas no decreto-lei que regula as situações de recurso a arma de fogo em acção policial.

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Portaria n.º 1463/2008, de 17 de relevantes da modernização dos instrumentos de Dezembro pagamento, traduzindo-se no crescimento Determina que as polícias municipais e as exponencial das transacções com cartões de empresas municipais que exercem a pagamento e da utilização de caixas automáticos actividade autuante e de fiscalização do e de terminais de pagamento automático, em Código da Estrada e legislação detrimento dos meios de pagamento complementar, bem como dos tradicionais. regulamentos e posturas municipais de Os novos instrumentos de pagamento trânsito, utilizem, sempre que possível, no electrónico não só oferecem benefícios em âmbito do exercício das suas competências, termos de segurança, facilidade de uso, terminais electrónicos de pagamento, conveniência e tempos de deslocação, espera e associados a sistemas de informação, para processamento, como permitem a redução de a cobrança das coimas resultantes da custos e de tempo no acesso aos serviços de respectiva actividade pagamentos por parte dos utilizadores. Não menos importante é o facto de a 1 - O Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de utilização criteriosa de terminais de pagamento Outubro, veio rever as regras de criação de electrónico - se devidamente combinada com a polícias municipais e aperfeiçoar o desmaterialização do processamento das contra- enquadramento das relações entre a ordenações, através de modernos sistemas de administração central e os municípios. informação - permitir às organizações que em Ao redefinir as linhas fundamentais da tal apostem uma fácil interacção com as cooperação entre a administração central e os estruturas geridas pelo sistema bancário, municípios que optem pela criação da polícia racionalizando assim os recursos afectos ao municipal, o novo regime legal estabeleceu uma cumprimento das normas sancionatórias e fórmula mais justa e equilibrada quanto ao simplificando muito a gestão dos procedimentos. regime aplicável à percepção e cobrança pelos Essa via permite alcançar mais rápida municípios de receitas decorrentes da aplicação disponibilidade dos montantes obtidos e formas de coimas. desburocratizadas de partilha de receitas com Foi largamente consensual a opção tomada entidades parceiras. no sentido de incentivar o uso de sistemas de As regras aplicáveis à necessária interacção informação e de terminais de pagamento com as instituições de crédito são modeladas, no electrónico que facilitem o exercício das quadro legal aplicável ao sector, em competências das polícias municipais, instrumentos contratuais apropriados, que assegurando que a percepção da percentagem propiciam o uso de uma vasta gama de das coimas que seja devida ao município tenha terminais de pagamento electrónico e de lugar de forma automatizada. Ao evitar a serviços complementares, cuja extensão e multiplicação de procedimentos na actividade alcance devem ser objecto de livre escolha pelos diária das polícias municipais, facilita-se, municípios, cabendo-lhes optar pelo regime que também, a vida dos cidadãos e o relacionamento entendam mais adequado às suas necessidades com as demais entidades intervenientes, e possibilidades. assegurando-se que a percentagem devida aos 3 - Ao remeter para portaria do membro do municípios fica, de imediato, na sua posse. Por Governo responsável pela área da administração razões de equidade, optou-se por aplicar interna a densificação da autorização legal também o novo quadro jurídico aos municípios concedida aos municípios pela alínea f) do n.º 1 de Lisboa e Porto, que, pese embora o seu do artigo 6.º Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de regime especial, não poderiam deixar de Outubro, o referido decreto-lei teve em devida beneficiar das inovações aprovadas. conta este quadro de referência, cuja aplicação Por outro lado, não se contemplou apenas a foi pressuposta e, desde logo, autorizada pela actividade de polícias municipais, ficando forma própria. abrangidas, igualmente, as empresas municipais Pretende-se, pois, e tão-só, nesta sede, enquanto entidades autuantes e fiscalizadoras regular, na estrita medida necessária, meios e dos regulamentos e posturas municipais de procedimentos de relacionamento entre a trânsito e do Código da Estrada e sua legislação administração central e a local, agilizando-os, complementar. para que a aplicação do quadro legal possa 2 - A medida legalmente aprovada visa tirar fazer-se de forma eficaz e satisfatória para todas partido dos novos serviços de pagamento as entidades intervenientes, dinamizando a facultados pelos progressos nas tecnologias de expansão dos novos meios de pagamento informação e de comunicação, que, em múltiplos autorizados pelo legislador. sectores da vida económica e social portuguesa, A Associação Nacional de Municípios têm vindo a aumentar o leque de escolhas dos Portugueses emitiu parecer favorável às cidadãos nos pagamentos de bens e serviços. soluções preconizadas na portaria. Na verdade, a rápida disseminação dos Assim: instrumentos de pagamento electrónicos em Nos termos da alínea f) do n.º 1 do artigo Portugal é uma das componentes mais 6.º, conjugada com o n.º 4 do artigo 7.º, do Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro:

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Manda o Governo, pelo Secretário de Estado até ao trânsito em julgado ou decisão definitiva Adjunto e da Administração Interna, o seguinte: sobre os mesmos. 3 - A informação sobre as coimas recebidas, Artigo 1.º bem como sobre as correspondentes às contra- Utilização de terminais electrónicos de ordenações em recurso ou em processamento, pagamento será partilhada, de forma agregada, entre as entidades envolvidas. As polícias municipais e as empresas municipais que exercem a actividade autuante e de fiscalização do Código da Estrada e legislação complementar, bem como dos regulamentos e posturas municipais de trânsito, utilizam, sempre que possível, no âmbito do exercício das suas competências, terminais electrónicos de pagamento, associados a sistemas de informação, para a cobrança das coimas resultantes da respectiva actividade.

Artigo 2.º Condições de utilização

A utilização dos sistemas de pagamento autorizados pelo Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro, realiza-se nas condições contratualmente fixadas entre os municípios e as entidades fornecedoras, de acordo com o quadro legal que rege o sector, podendo abranger o recurso a:

a) Terminais de pagamento automático, fixos, portáteis ou móveis; b) Caixas multibanco; c) Quaisquer outros terminais e sistemas devidamente certificados e com uso autorizado no sistema bancário; d) Serviços complementares, designadamente os tendentes a assegurar transferências bancárias e operações de reconciliação.

Artigo 3.º Transferência electrónica do produto das coimas

1 - A percentagem do produto das coimas relativas a contra-ordenações rodoviárias que devam reverter a favor de polícia municipal ou empresa municipal, de acordo com o disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro, é transferida electronicamente, de forma automatizada, para a conta contratualmente indicada e inscrita como receita municipal ou receita própria da empresa municipal envolvida. 2 - As verbas relativas a coimas por contra- ordenações rodoviárias que devam reverter a favor da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e do Estado são transferidas mensalmente para a entidade competente do Ministério das Finanças e para a ANSR electronicamente, de forma automatizada, de acordo com a repartição estabelecida pelo n.º 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro, exceptuando-se as relativas a processos que tenham sido objecto de recurso,

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Portaria n.º 254/2013, de 26 de abril de Trânsito (SCoT), gerido pela Autoridade Utilização do Sistema de Contraordenações Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). de trânsito, gerido pela ANSR, pelas câmaras municipais, polícias municipais e Artigo 2.º empresas públicas municipais Obrigações das entidades aderentes (Com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 214/2014, de 16 de outubro) 1. As entidades que pretendam aderir ao SCoT devem: A administração pública, no âmbito da segurança rodoviária, num progressivo processo a) Requerer a autorização para a sua de modernização, tem vindo a implementar utilização à Autoridade Nacional de novas tecnologias, visando, entre outros Segurança Rodoviária (ANSR); objetivos, a desmaterialização dos processos de b) Adquirir os equipamentos móveis para contraordenação e a simplificação do utilização do SCoT, designadamente levantamento dos autos. computadores portáteis, placas de Neste contexto, foi criado o Sistema de comunicação, impressoras, cabos de Contraordenações de Trânsito (SCoT), um ligação entre os computadores instrumento de mobilidade que permite uma portáteis e os terminais de pagamento otimização e automatização do processo, a automático, com as características agilização da tramitação processual e a técnicas indicadas pela ANSR; consequente redução dos recursos afetos ao c) Adquirir o equipamento para utilização tratamento administrativo das do SCoT em backoffice, contraordenações. designadamente computadores fixos e Cabe à Autoridade Nacional de Segurança impressoras, com as características Rodoviária (ANSR) a coordenação da fiscalização técnicas indicadas pela ANSR; do trânsito, bem como assegurar o d) Assegurar a celebração de protocolos processamento e gestão dos autos levantados com as entidades proprietárias de por infrações ao Código da Estrada e legislação bases de dados indispensáveis à complementar, tendo sido atribuída a este utilização do SCoT para o organismo a titularidade, desenvolvimento, preenchimento automático dos dados coordenação, gestão e financiamento do SCoT, do auto de contraordenação; através do Despacho-Conjunto n.º 19081/2008, e) Assegurar a configuração de de 8 de julho, do Secretário de Estado Adjunto e infraestruturas tecnológicas para da Administração Interna e do Secretário de utilização do SCoT.

Estado da Proteção Civil. 2. As entidades aderentes devem levantar os Dadas as vantagens decorrentes da utilização autos de contraordenação no modelo eletrónico, do SCoT, quer para as entidades autuantes, aprovado pelo presidente da ANSR. quer para a autoridade administrativa, na sua qualidade de instrutora e decisora dos autos de Artigo 3.º contraordenação, importa alargar e disponibilizar Obrigações da ANSR esse sistema às câmaras municipais, às polícias municipais e às empresas públicas municipais 1. Para viabilizar o início da utilização do enquanto entidades com competência para a SCoT pelas entidades aderentes a ANSR fiscalização das infrações ao Código da Estrada e disponibiliza as seguintes adaptações sua legislação complementar. aplicacionais: Assim: Nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo a) Personalização dos documentos 6.º do Decreto-lei n.º 197/2008, de 7 de emitidos pelo SCoT com elementos outubro: identificativos e outras especificidades Manda o Governo, pelo Ministro da da entidade aderente, designadamente Administração Interna, o seguinte: no auto de contraordenação, nos autos de apreensão de documentos, nos Artigo 1.º ofícios e nas guias de depósito; Utilização do Sistema de Contraordenações b) Configuração e atribuição de séries de de Trânsito números de autos a utilizar pela entidade aderente e respetivas As câmaras municipais, as polícias municipais validações específicas no SCoT; e as empresas públicas municipais na qualidade c) Integração com o repositório de de entidades fiscalizadoras do Código da Estrada utilizadores da Direção-Geral de e legislação complementar, adiante designadas Infraestruturas e Equipamentos por "entidades aderentes", utilizam, sempre que (DGIE), designadamente no que possível, no âmbito do exercício das suas respeita às tarefas de apoio à UTIS na competências, o Sistema de Contraordenações criação da estrutura de AD (perfis e permissões) da entidade aderente e

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carregamento dos respetivos 3. Para efeitos da adequada utilização do utilizadores nessa mesma estrutura; SCoT pelas entidades aderentes a ANSR d) Carregamento dos utilizadores da disponibiliza os seguintes serviços de entidade aderente na base de dados do manutenção aplicacional e suporte técnico: SCoT e atualização das tabelas de a) Suporte de primeira linha para Dados Gerais associadas; esclarecimento de questões associadas e) Preparação e realização das ações de com a infraestrutura tecnológica do formação inicial de formadores, nas sistema, através de uma linha de "help diferentes componentes do SCoT, na desk"; lógica de formação de formadores, com b) Prestação de esclarecimentos e previsão de realização de 2 a 3 dias de resolução das incidências reportadas formação, para um máximo de 15 através da linha de "help desk"; formadores da entidade aderente; c) Apoio à instalação da componente de f) Apoio à instalação da componente de mobilidade do SCoT nos TabletPC e à mobilidade do SCoT nos TabletPC. configuração dos PC desktop para 2. Para as adaptações aplicacionais descritas acesso à componente de "backoffice" no número anterior, a ANSR tem como do sistema; pressuposto que as entidades aderentes: d) Gestão dos pedidos de intervenção decorrentes das questões colocadas a) Utilizam as funcionalidades de Gestão pelos utilizadores, com base em de Documentos Apreendidos e que critérios de criticidade e urgência da suportam o processo de registo e intervenção; tratamento dos documentos e) Manutenção preventiva e análise apreendidos ao abrigo do art.º 173.º regular à qualidade dos dados do do Código da Estrada, designadamente SCoT; o envio dos documentos apreendidos f) Informação de gestão sobre a para a Secção das Contraordenações utilização do sistema e equipamentos. Rodoviárias da Polícia de Segurança

Pública; b) Utilizam a componente de assinatura Artigo 4.º eletrónica qualificada nas notificações Taxas e outros encargos das contraordenações indiretas com (Revogado pela Portaria n.º 214/2014, de 16 de uso de cartões Centro de Gestão da outubro) Rede Informática do Governo (CEGER), que devem previamente adquirir junto daquela entidade.

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Portaria n.º 214/2014, de 16 de outubro n.º 7 do artigo 169.º do Código da Estrada e da Define as condições de atribuição de alínea d) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei competências às câmaras municipais para n.º 197/2008, de 7 de outubro, o seguinte: processar e aplicar sanções nos processos contraordenacionais rodoviários por Artigo 1.º infrações ao trânsito de veículos pesados Objeto de mercadorias ou conjunto de veículos nas vias públicas sob jurisdição municipal A presente portaria define as condições necessárias para, nos termos do disposto no n.º Nos termos do n.º 7 do artigo 169.º do 7 do artigo 169.º do Código da Estrada, atribuir Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei às câmaras municipais a competência para n.º 114/94, de 3 de maio, a competência para o processar e aplicar as respetivas sanções nos processamento das contraordenações previstas processos contraordenacionais rodoviários por no artigo 71.º do Código da Estrada e a infrações ao disposto no artigo 71.º do Código competência para a aplicação das respetivas da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º coimas podem ser atribuídas à câmara municipal 114/94, de 3 de maio, nas vias públicas sob competente para aprovar a localização do jurisdição municipal. parque ou zona de estacionamento. O mencionado no n.º 7 do artigo 169.º do Artigo 2.º Código da Estrada dispõe ainda que compete ao Atribuição da competência membro do Governo responsável pela área da administração interna definir as condições para a A competência referida no artigo anterior atribuição das referidas competências às pode ser atribuída à câmara municipal que câmaras municipais, o que se promove através preencha cumulativamente as seguintes da presente portaria. condições: Neste contexto, importa referir que a adesão ao Sistema de Contraordenações de Trânsito a) Tenha aderido ao Sistema de (SCoT), nos termos da Portaria n.º 254/2013, de Contraordenações de Trânsito (SCoT), 26 de abril, é condição essencial para a nos termos da Portaria n.º 254/2013, atribuição a cada câmara municipal daquelas de 26 de abril; competências. b) O pessoal de fiscalização do município O SCoT é um sistema de informação de se encontre devidamente designado suporte aos processos de fiscalização de trânsito para a fiscalização do cumprimento do e de gestão de contraordenações gerido pela artigo 71.º do Código da Estrada, nos Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária termos da alínea a) do n.º 3 do artigo que permite uma otimização e automatização do 5.º do Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 processo, a agilização da tramitação processual de fevereiro, republicado pela Lei n.º e a consequente redução dos recursos afetos ao 72/2013, de 3 de setembro; tratamento administrativo das c) O pessoal de fiscalização de empresas contraordenações. O SCoT é dotado de uma locais se encontre devidamente componente de mobilidade, que possibilita o designado para a fiscalização do registo de contraordenações através de cumprimento do artigo 71.º do Código terminais móveis, nos quais são também da Estrada, nos termos da alínea c) do disponibilizadas diversas pesquisas relevantes artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 44/2005, para a atividade operacional que permitem o de 23 de fevereiro, republicado pela Lei acesso a informação crítica para a eficácia da n.º 72/2013, de 3 de setembro. atividade de fiscalização e o preenchimento automático de grande parte da informação a Artigo 3.º recolher. Proposta da câmara municipal De facto, as vantagens decorrentes da utilização do SCoT, quer para as entidades 1 - A câmara municipal interessada propõe autuantes, quer para a ANSR, na sua qualidade ao membro do Governo responsável pela área de instrutora e decisora dos autos de da administração interna a atribuição da contraordenação, impõem que a sua competência prevista no artigo 1.º disponibilização às câmaras municipais se 2 - A proposta a que se refere o número concretize de forma acessível e sem anterior deve ser acompanhada de elementos significativos encargos financeiros. Nesse documentais que comprovem o disposto nas sentido, importa alterar a Portaria n.º 254/2013, alíneas b) e c) do artigo 2.º, designadamente, de 26 de abril, eliminando a obrigatoriedade do cópia autenticada da deliberação de designação pagamento de taxas e outros encargos pela do pessoal de fiscalização ou cópia autenticada adesão ao SCoT. da deliberação da câmara municipal que procede Assim: à delegação das competências para fiscalização Manda o Governo, pelo Ministro da do trânsito em empresa local. Administração Interna, ao abrigo do disposto no

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3 - A proposta deve ser entregue junto da c) Incumprimento das notificações para Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária correção ou colocação de sinalização (ANSR), que procede à respetiva instrução. emanadas pela ANSR ao abrigo do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 44/2005, Artigo 4.º de 23 de fevereiro, republicado pela Lei Parecer da Autoridade Nacional de n.º 72/2013, de 3 de setembro.

Segurança Rodoviária 2 - A competência atribuída é revogada sempre que se verifique, de forma comprovada 1 - A ANSR emite parecer sobre a proposta e reiterada, o incumprimento das disposições do da câmara municipal no prazo de 30 dias após Código da Estrada e legislação complementar receção da proposta a que se refere o artigo referentes às garantias processuais dos anterior. arguidos. 2 - Para efeitos do número anterior, a ANSR 3 - A revogação é determinada através de pode solicitar à câmara municipal os elementos despacho do membro do Governo responsável complementares que entenda necessários à pela área da administração interna, sob proposta formulação do parecer. fundamentada da ANSR.

Artigo 5.º Artigo 7.º Exercício da competência atribuída Competência da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária 1 - No âmbito do exercício da competência atribuída, a câmara municipal deve: 1 - Compete à ANSR verificar a manutenção a) Utilizar o Sistema de das condições de atribuição e de exercício das Contraordenações de Trânsito (SCoT), competências conferidas nos termos da presente nos termos da Portaria n.º 254/2013, portaria. de 26 de abril, para o levantamento de 2 - Para verificação extraordinária das todos os autos de contraordenação; condições de atribuição e de exercício, pode a b) Usar exclusivamente equipamentos de ANSR, por iniciativa própria ou por determinação controlo e fiscalização aprovados pela do membro do Governo responsável pela área ANSR; da administração interna, solicitar à câmara c) Levantar os autos de contraordenação municipal todos os elementos que entenda no modelo eletrónico, aprovado pelo necessários e, bem assim, quando se justifique, presidente da ANSR; proceder a inspeções à sinalização dos parques e d) Facultar à ANSR todos os elementos zonas de estacionamento. requeridos por esta, relativos a processos contraordenacionais Artigo 8.º processados no âmbito desta portaria. Alteração à Portaria n.º 254/2013, de 26 de abril 2 - A competência para o processamento das contraordenações e aplicação das sanções por É revogado o artigo 4.º da Portaria n.º infração ao artigo 71.º do Código da Estrada 254/2013, de 26 de abril. pertence à câmara municipal.

3 - A competência atribuída para a instrução do processo administrativo e aplicação de Artigo 9.º sanções pode ser delegada no presidente da Entrada em vigor câmara municipal, com possibilidade de subdelegação. A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Artigo 6.º Revogação da competência atribuída

1 - A competência atribuída e regulada pela presente portaria pode ser revogada a todo o tempo, nas seguintes situações:

a) Incumprimento do estabelecido nos artigos 2.º e 5.º da presente portaria; b) Incumprimento das instruções relativas aos modos e critérios de fiscalização emanadas pela ANSR ao abrigo do n.º 4 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 de fevereiro, republicado pela Lei n.º 72/2013, de 3 de setembro;

466

FINANÇAS LOCAIS

Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro 7 Artigo 6.º Aprova a Lei das Finanças Locais, Promoção da sustentabilidade local revogando a Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto (Com as alterações introduzidas pela (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Declaração, de Retificação n.º 14/2007, de 15 setembro) de fevereiro pelas Leis n. os 22-A/2007, de 29 de junho, 67-A/2007, de 31 de dezembro, 3- Artigo 7.º B/2010, de 28 de abril, 55-A/2010, de 31 de Participação das autarquias nos recursos dezembro, 64-B/2011, de 30 de dezembro, Lei públicos n.º 22/2012, de 30 de maio, Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro e revogada, a partir de 1 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de janeiro de 2014 pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) setembro, mantendo, no entanto, transitoriamente em vigor, nos termos do Artigo 8.º disposto no seu artigo 88.º, o anexo do presente Cooperação técnica e financeira diploma, assim como a al. a) do artigo 10.º, que se mantém em vigor até 31 de dezembro de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de 2017, nos termos do disposto no seu artigo setembro) 81.º.) Artigo 9.º A Assembleia da República decreta, nos termos Tutela inspectiva da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) TÍTULO I Objecto e princípios fundamentais TÍTULO II Receitas das autarquias locais Artigo 1.º Objecto CAPÍTULO I Receitas dos municípios (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 10.º Artigo 2.º Receitas municipais Princípio da coerência Constituem receitas dos municípios: (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de 8a) a) O produto da cobrança dos setembro) impostos a cuja receita têm direito,

designadamente o imposto municipal Artigo 3.º sobre imóveis (IMI) e o imposto Princípio da autonomia financeira dos municipal sobre as transmissões municípios e das freguesias onerosas de imóveis (IMT) e o imposto

municipal sobre veículos (IMV), sem Artigo 4.º prejuízo do disposto na alínea a) do Princípios e regras orçamentais artigo 17.º da presente lei, bem como

a parcela do produto do imposto único (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de de circulação que lhes caiba nos setembro) termos da lei; (Redacção dada pela Lei

n.º 22-A/2007, de 29 de junho) Artigo 5.º b) O produto da cobrança de derramas Coordenação das finanças locais com as lançadas nos termos do artigo 14.º; finanças estaduais c) O produto da cobrança de taxas e

preços resultantes da concessão de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de licenças e da prestação de serviços setembro) pelo município, de acordo com o

disposto nos artigos 15.º e 16.º;

d) O produto da participação nos

recursos públicos determinada nos termos do disposto nos artigos 19.º e 7 Nota: Revogada, a partir de 1 de janeiro de 2014 seguintes; pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, mantendo, no entanto, transitoriamente em vigor, nos termos do disposto no seu artigo 88.º, o anexo do presente 8 Nota : Nos termos do artigo 81.º da Lei n.º 73/2013, diploma, assim como a al. a) do artigo 10.º, que se de 3 de setembro, o disposto na al. a) do artigo 10.º mantém em vigor até 31 de dezembro de 2017, nos da presente Lei mantém-se em vigor até 31 de termos do consagrado no seu artigo 81.º. dezembro de 2017 .

469 Autarquias Locais - Legislação Nacional

e) O produto da cobrança de encargos CAPÍTULO II de mais-valias destinados por lei ao Receitas das freguesias município; f) O produto de multas e coimas fixadas Artigo 17.º por lei, regulamento ou postura que Receitas das freguesias caibam ao município; g) O rendimento de bens próprios, (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de móveis ou imóveis, por eles setembro) administrados, dados em concessão ou cedidos para exploração; Artigo 18.º h) A participação nos lucros de Taxas das freguesias sociedades e nos resultados de outras entidades em que o município tome (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de parte; setembro) i) O produto de heranças, legados, doações e outras liberalidades a favor TÍTULO III do município; Repartição de recursos públicos entre o j) O produto da alienação de bens Estado e as autarquias locais próprios, móveis ou imóveis; l) O produto de empréstimos, incluindo Artigo 19.º os resultantes da emissão de Repartição de recursos públicos entre o obrigações municipais; Estado e os municípios m) Outras receitas estabelecidas por lei ou regulamento a favor dos municípios. (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 11.º Poderes tributários Artigo 20.º Participação variável no IRS (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 12.º Isenções e benefícios fiscais Artigo 21.º Fundo de Equilíbrio Financeiro (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 13.º Liquidação e cobrança dos impostos Artigo 22.º Fundo Geral Municipal (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 14.º Derrama Artigo 23.º Fundo de Coesão Municipal (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 15.º Taxas dos municípios Artigo 24.º Fundo Social Municipal (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) setembro)

Artigo 16.º Artigo 25.º Preços Transferências financeiras para os municípios (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de

setembro)

470 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 26.º Artigo 36.º Distribuição do FGM Conceito de endividamento líquido municipal (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 27. Artigo 37.º (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Limite do endividamento líquido municipal setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 28.º Distribuição do FSM Artigo 38.º (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Regime de crédito dos municípios setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 29.º setembro) Variações máximas

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 39.º setembro) Limite geral dos empréstimos dos municípios Artigo 30.º Fundo de Financiamento das Freguesias (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 40.º Saneamento financeiro municipal Artigo 31.º Transferências financeiras para as (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de freguesias setembro)

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 41.º setembro) Reequilíbrio financeiro municipal

Artigo 32.º (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Distribuição do FFF setembro)

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 42.º setembro) Fundo de Regularização Municipal

Artigo 33.º (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Majoração do FFF para a fusão de setembro) freguesias Artigo 43.º (Revogado pela Lei n.º 22/2012, de 30 de maio) Proibição da assunção de compromissos dos municípios e das freguesias pelo Estado Artigo 34.º Dedução às transferências (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 44.º Regime de crédito das freguesias TÍTULO IV Endividamento autárquico (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 35.º Princípios orientadores

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro)

471 Autarquias Locais - Legislação Nacional

TÍTULO V Artigo 54.º Contabilidade, prestação e auditoria Programas de parceria pública externa das contas (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 45.º setembro)

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de TÍTULO VII setembro) Disposições finais e transitórias

Artigo 46.º Artigo 55.º Consolidação de contas Coimas

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) setembro)

Artigo 47.º Artigo 56.º Apreciação das contas Garantias tributárias

(Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) setembro)

Artigo 57.º Artigo 48.º Regime transitório de repartição dos Auditoria externa das contas dos recursos entre o Estado e os municípios municípios e associações de municípios com participações de capital (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 58.º Regime transitório de distribuição do FSM Artigo 49.º Publicidade (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 59.º Participação no IRS em 2007 e 2008 Artigo 50.º Deveres de informação (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 60.º Regime transitório de distribuição do FFF Artigo 51.º Julgamento das contas (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) Artigo 61.º Regime transitório de endividamento TÍTULO VI Transferência de atribuições e (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de competências setembro)

Artigo 52.º Artigo 62.º Transferência de atribuições e Despesas com pessoal competências (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) setembro) Artigo 63.º Artigo 53.º Adaptação às Regiões Autónomas Financiamento de novas competências (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro) setembro)

472 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 64.º em que I E = índice de existência de Norma revogatória electricidade nas unidades de alojamento (UA), obtido de acordo com a seguinte fórmula: (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de I E = P E/P t x 100 setembro) sendo: Artigo 65.º Entrada em vigor P E = população residente nas famílias que possuem energia eléctrica na UA; (Revogado pela Lei n.º 73/2013, de 3 de P t = população residente de ambos os setembro) sexos; I OH2 = índice de existência de água ANEXO 9 canalizada na UA, obtido de acordo com a seguinte fórmula:

(referido no n.º 10 do artigo 27.º) I OH2 = P OH2/P t x 100

Índice de desenvolvimento social (IDS) sendo:

P OH2 = população residente com água Metodologia para a construção canalizada na UA, proveniente de um sistema de canalização pública ou 1 - São componentes do IDS os seguintes particular; índices: I SA = índice de existência de saneamento A) Esperança de vida à nascença; básico na UA, obtido de acordo com a B) Nível educacional; seguinte fórmula:

C) Conforto e saneamento; I SA = P SA/P t x 100

com um peso idêntico, de acordo com a sendo P SA = população residente com seguinte fórmula: instalações sanitárias com retrete (privativa ou IDS = [e(0) + I(e) + I(cs)]/3 não privativa) ligada a um qualquer tipo de sistema público de drenagem de águas sendo: residuais, particular ou outro tipo de

e(0) = índice de esperança de vida à saneamento. nascença; I(e) = índice do nível educacional; I(cs) = índice de conforto e saneamento.

2 – Fórmula do índice de esperança de vida à nascença (e):

e(0) = 0,5 + [2,511 + 4,515 + 5(110 + 115 + 120 + ... + 1x)]/10

sendo 1x = número de sobreviventes da tábua de mortalidade.

3 - Fórmula de índice do nível educacional [I(e)]:

I(e) = P e (15 e + anos)/P t (15 e + anos) x 100

sendo:

P e (15 e + anos) = população de 15 e mais anos de idade, sabendo ler e escrever; P t (15 e + anos) = população total de 15 e mais anos de idade.

4 - Fórmula do índice de conforto e saneamento [I(cs)]:

I(cs) = (I E + I OH2 + I AS)/3 x 100

9 Nota : Nos termos do artigo 88.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, o anexo da presente lei mantém-se transitoriamente em vigor .

473 Autarquias Locais - Legislação Nacional

474 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro Artigo 4.º Aprova o regime geral das taxas das Princípio da equivalência jurídica autarquias locais (Com as alterações introduzidas pelas Leis n.º s 1 - O valor das taxas das autarquias locais é 64-A/2008, de 31 de dezembro e 117/2009, de fixado de acordo com o princípio da 29 de dezembro) proporcionalidade e não deve ultrapassar o custo da actividade pública local ou o benefício A Assembleia da República decreta, nos auferido pelo particular. termos da alínea c) do artigo 161.º da 2 - O valor das taxas, respeitando a Constituição, o seguinte: necessária proporcionalidade, pode ser fixado com base em critérios de desincentivo à prática CAPÍTULO I de certos actos ou operações. Princípios gerais Artigo 5.º Artigo 1.º Princípio da justa repartição dos encargos Âmbito públicos

1 - A presente lei regula as relações jurídico- 1 - A criação de taxas pelas autarquias locais tributárias geradoras da obrigação de respeita o princípio da prossecução do interesse pagamento de taxas às autarquias locais. público local e visa a satisfação das 2 - Para efeitos da presente lei, consideram- necessidades financeiras das autarquias locais e se relações jurídico-tributárias geradoras da a promoção de finalidades sociais e de obrigação de pagamento de taxas às autarquias qualificação urbanística, territorial e ambiental. locais as estabelecidas entre as áreas 2 - As autarquias locais podem criar taxas metropolitanas, os municípios e as freguesias e para financiamento de utilidades geradas pela as pessoas singulares ou colectivas e outras realização de despesa pública local, quando entidades legalmente equiparadas. desta resultem utilidades divisíveis que beneficiem um grupo certo e determinado de Artigo 2.º sujeitos, independentemente da sua vontade. Legislação subsidiária Artigo 6.º De acordo com a natureza das matérias, às Incidência objectiva relações jurídico-tributárias geradoras da obrigação de pagamento de taxas às autarquias 1 - As taxas municipais incidem sobre locais aplicam-se, sucessivamente: utilidades prestadas aos particulares ou geradas pela actividade dos municípios, designadamente: a) A Lei das Finanças Locais; b) A lei geral tributária; a) Pela realização, manutenção e reforço c) A lei que estabelece o quadro de de infra-estruturas urbanísticas competências e o regime jurídico de primárias e secundárias; funcionamento dos órgãos dos b) Pela concessão de licenças, prática de municípios e das freguesias; actos administrativos e satisfação d) O Estatuto dos Tribunais administrativa de outras pretensões de Administrativos e Fiscais; carácter particular; e) O Código de Procedimento e de c) Pela utilização e aproveitamento de Processo Tributário; bens do domínio público e privado f) O Código de Processo nos Tribunais municipal; Administrativos; d) Pela gestão de tráfego e de áreas de g) O Código do Procedimento estacionamento; Administrativo. e) Pela gestão de equipamentos públicos de utilização colectiva; Artigo 3.º f) Pela prestação de serviços no domínio Taxas das autarquias locais da prevenção de riscos e da protecção civil; As taxas das autarquias locais são tributos g) Pelas actividades de promoção de que assentam na prestação concreta de um finalidades sociais e de qualificação serviço público local, na utilização privada de urbanística, territorial e ambiental; bens do domínio público e privado das h) Pelas actividades de promoção do autarquias locais ou na remoção de um desenvolvimento e competitividade obstáculo jurídico ao comportamento dos local e regional. particulares, quando tal seja atribuição das 2 - As taxas municipais podem também autarquias locais, nos termos da lei. incidir sobre a realização de actividades dos

particulares geradoras de impacto ambiental

negativo.

475 Autarquias Locais - Legislação Nacional

3 - As taxas das freguesias incidem sobre f) A admissibilidade do pagamento em utilidades prestadas aos particulares ou geradas prestações. pela actividade das freguesias, designadamente: Artigo 9.º a) Pela concessão de licenças, prática de Actualização de valores actos administrativos e satisfação

administrativa de outras pretensões de 1 - Os orçamentos anuais das autarquias carácter particular; locais podem actualizar o valor das taxas b) Pela utilização e aproveitamento do estabelecidas nos regulamentos de criação domínio público e privado das respectivos, de acordo com a taxa de inflação. freguesias; 2 - A alteração dos valores das taxas de c) Pela gestão de equipamento rural e acordo com qualquer outro critério que não o urbano; referido no número anterior efectua-se mediante d) Pelas actividades de promoção do alteração ao regulamento de criação respectivo desenvolvimento local. e deve conter a fundamentação económico-

financeira subjacente ao novo valor. Artigo 7.º

Incidência subjectiva Artigo 10.º

Liquidação e cobrança 1 - O sujeito activo da relação jurídico- tributária geradora da obrigação de pagamento 1 - Os regulamentos de criação de taxas das das taxas previstas na presente lei é a autarquia autarquias locais estabelecem as regras relativas local titular do direito de exigir aquela prestação. à liquidação e cobrança daqueles tributos. 2 - O sujeito passivo é a pessoa singular ou 2 - As autarquias locais não podem negar a colectiva e outras entidades legalmente prestação de serviços, a emissão de equiparadas que, nos termos da presente lei e autorizações ou a continuação da utilização de dos regulamentos aprovados pelas autarquias bens do domínio público e privado autárquico locais, esteja vinculado ao cumprimento da em razão do não pagamento de taxas, quando o prestação tributária. sujeito passivo deduzir reclamação ou 3 - Estão sujeitos ao pagamento de taxas das impugnação e for prestada, nos termos da lei, autarquias locais o Estado, as Regiões garantia idónea. Autónomas, as autarquias locais, os fundos e serviços autónomos e as entidades que integram Artigo 11.º o sector empresarial do Estado, das Regiões Pagamento Autónomas e das autarquias locais.

1 - As taxas das autarquias locais extinguem- CAPÍTULO II se através do seu pagamento ou de outras Criação de taxas e modificação da relação formas de extinção, nos termos da lei geral jurídico-tributária tributária.

2 - As taxas das autarquias locais podem ser Artigo 8.º pagas por dação em cumprimento ou por Criação de taxas compensação, quando tal seja compatível com o

interesse público. 1 - As taxas das autarquias locais são criadas por regulamento aprovado pelo órgão Artigo 12.º deliberativo respectivo. Incumprimento 2 - O regulamento que crie taxas municipais ou taxas das freguesias contém 1 - São devidos juros de mora pelo obrigatoriamente, sob pena de nulidade: cumprimento extemporâneo da obrigação de a) A indicação da base de incidência pagamento de taxas das autarquias locais. objectiva e subjectiva; 2 - As dívidas que não forem pagas b) O valor ou a fórmula de cálculo do voluntariamente são objecto de cobrança valor das taxas a cobrar; coerciva através de processo de execução fiscal, c) A fundamentação económico- nos termos do Código de Procedimento e de financeira relativa ao valor das taxas, Processo Tributário. designadamente os custos directos e indirectos, os encargos financeiros, Artigo 13.º amortizações e futuros investimentos Publicidade realizados ou a realizar pela autarquia local; As autarquias locais devem disponibilizar, d) As isenções e sua fundamentação; quer em formato papel em local visível nos e) O modo de pagamento e outras edifícios das sedes e assembleias respectivas, formas de extinção da prestação quer na sua página electrónica, os regulamentos tributária admitidas; que criam as taxas previstas nesta lei.

476 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 14.º Artigo 17.º Caducidade Regime transitório

O direito de liquidar as taxas caduca se a As taxas para as autarquias locais liquidação não for validamente notificada ao actualmente existentes são revogadas no dia 30 sujeito passivo no prazo de quatro anos a contar de Abril de 2010, salvo se, até esta data: da data em que o facto tributário ocorreu. (Redacção dada pela Lei n.º 117/2009, de29 de dezembro) Artigo 15.º a) Os regulamentos vigentes forem Prescrição conformes ao regime jurídico aqui

disposto; 1 - As dívidas por taxas às autarquias locais b) Os regulamentos vigentes forem prescrevem no prazo de oito anos a contar da alterados de acordo com o regime data em que o facto tributário ocorreu. jurídico aqui previsto. 2 - A citação, a reclamação e a impugnação interrompem a prescrição. Artigo 18.º 3 - A paragem dos processos de reclamação, Entrada em vigor impugnação e execução fiscal por prazo superior a um ano por facto não imputável ao sujeito A presente lei entra em vigor em 1 de Janeiro passivo faz cessar a interrupção da prescrição, de 2007. somando-se, neste caso, o tempo que decorreu após aquele período ao que tiver decorrido até à data da autuação.

Artigo 16.º Garantias

1 - Os sujeitos passivos das taxas para as autarquias locais podem reclamar ou impugnar a respectiva liquidação. 2 - A reclamação é deduzida perante o órgão que efectuou a liquidação da taxa no prazo de 30 dias a contar da notificação da liquidação. 3 - A reclamação presume-se indeferida para efeitos de impugnação judicial se não for decidida no prazo de 60 dias. 4 - Do indeferimento tácito ou expresso cabe impugnação judicial para o tribunal administrativo e fiscal da área do município ou da junta de freguesia, no prazo de 60 dias a contar do indeferimento. 5 - A impugnação judicial depende da prévia dedução da reclamação prevista no n.º 2 do presente artigo.

477 Autarquias Locais - Legislação Nacional

478 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 73/2013,de 3 de setembro i) Detenção da maioria do capital ou Estabelece o regime financeiro das dos direitos de voto; autarquias locais e das entidades ii) Direito de designar ou destituir a intermunicipais maioria dos membros do órgão de (Com as alterações introduzidas pela Declaração gestão, de administração ou de de Retificação n.º 46-B/2013, de 1 de fiscalização; novembro) iii) Qualquer outra forma de controlo de gestão; A Assembleia da República decreta, nos f) «Serviços e fundos autónomos do termos da alínea c) do artigo 161.º da setor local», todos os organismos do Constituição, o seguinte: setor local, dotados de autonomia

administrativa e financeira, que não TÍTULO I tenham natureza, forma e designação Objeto, definições e princípios de empresa pública, fundação ou fundamentais associação públicas, mesmo se

submetidos ao regime aplicável a CAPÍTULO I qualquer destas; Objeto e definições g) «Entidades públicas reclassificadas»,

as entidades, com natureza, forma e Artigo 1.º designação de empresa pública, Objeto fundação ou associação públicas, que

tenham sido incluídas no subsetor 1 - A presente lei estabelece o regime administração local das administrações financeiro das autarquias locais e das entidades públicas no âmbito do Sistema Europeu intermunicipais. de Contas Nacionais e Regionais, nas 2 - Sem prejuízo do disposto em legislação últimas contas setoriais publicadas pela especial, as entidades mencionadas nas alíneas autoridade estatística nacional; d) a g) do artigo seguinte estão sujeitas ao h) «Compromissos», as obrigações de regime previsto nas normas da presente lei que efetuar pagamentos a terceiros em expressamente as refiram. contrapartida do fornecimento de bens

e serviços ou da satisfação de outras Artigo 2.º condições, considerando-se os Definições compromissos assumidos quando é

executada uma ação formal pela Para efeitos da presente lei, consideram-se: entidade, como sejam a emissão de a) «Autarquias locais», os municípios e ordem de compra, nota de encomenda as freguesias; ou documento equivalente, ou a b) «Entidades intermunicipais», as áreas assinatura de um contrato, acordo ou metropolitanas e as comunidades protocolo, podendo também ter um intermunicipais; caráter permanente e estar associados c) «Setor local», o conjunto de entidades a pagamentos durante um período incluídas no subsetor da administração indeterminado de tempo, local das administrações públicas no nomeadamente salários, rendas, âmbito do Sistema Europeu de Contas eletricidade ou pagamentos de Nacionais e Regionais, nas últimas prestações diversas; contas setoriais publicadas pela i) «Responsabilidades contingentes», autoridade estatística nacional; possíveis obrigações que resultem d) «Entidades associativas municipais», de factos passados e cuja existência as entidades com natureza, forma ou é confirmada apenas pela designação de associação, participadas ocorrência ou não de um ou mais por municípios, independentemente de acontecimentos futuros incertos não terem sido criadas ao abrigo do direito totalmente sob controlo da público ou privado, com exceção das entidade, ou obrigações presentes entidades intermunicipais; que, resultando de acontecimentos e) «Empresas locais», as sociedades passados, não são reconhecidas constituídas ou participadas nos termos porque: da lei, nas quais as entidades públicas i) Não é provável que um exfluxo de locais participantes possam exercer, de recursos, que incorpora benefícios forma direta ou indireta, uma influência económicos ou um potencial de dominante em razão da verificação de serviço, seja exigido para liquidar as um dos seguintes requisitos, nos obrigações; ou termos do regime jurídico da atividade empresarial local:

479 Autarquias Locais - Legislação Nacional

ii) O montante das obrigações não 2 - A estabilidade orçamental pressupõe a pode ser mensurado com suficiente sustentabilidade financeira das autarquias locais, fiabilidade. bem como uma gestão orçamental equilibrada, incluindo as responsabilidades contingentes por CAPÍTULO II si assumidas. Princípios fundamentais 3 - As autarquias locais não podem assumir compromissos que coloquem em causa a Artigo 3.º estabilidade orçamental. Princípios fundamentais Artigo 6.º 1 - O setor local está sujeito aos princípios Princípio da autonomia financeira consagrados na Lei de Enquadramento Orçamental, aprovada pela Lei n.º 91/2001, de 1 - As autarquias locais têm património e 20 de agosto, alterada pela Lei Orgânica n.º finanças próprios, cuja gestão compete aos 2/2002, de 28 de agosto, e pelas Leis n.os respetivos órgãos. 23/2003, de 2 de julho, 48/2004, de 24 de 2 - A autonomia financeira das autarquias agosto, 48/2010, de 19 de outubro, 22/2011, de locais assenta, nomeadamente, nos seguintes 20 de maio, e 52/2011, de 13 de outubro, e poderes dos seus órgãos: alterada e republicada pela Lei n.º 37/2013, de a) Elaborar, aprovar e modificar as 14 de junho, que expressamente o refiram. opções do plano, orçamentos e outros 2 - Sem prejuízo do disposto no número documentos previsionais, bem como anterior, a atividade financeira das autarquias elaborar e aprovar os correspondentes locais desenvolve-se com respeito pelos documentos de prestação de contas; seguintes princípios: b) Gerir o seu património, bem como a) Princípio da legalidade; aquele que lhes seja afeto; b) Princípio da estabilidade orçamental; c) Exercer os poderes tributários que c) Princípio da autonomia financeira; legalmente lhes estejam atribuídos; d) Princípio da transparência; d) Liquidar, arrecadar, cobrar e dispor e) Princípio da solidariedade nacional das receitas que por lei lhes sejam recíproca; destinadas; f) Princípio da equidade intergeracional; e) Ordenar e processar as despesas g) Princípio da justa repartição dos legalmente autorizadas; recursos públicos entre o Estado e as f) Aceder ao crédito, nas situações autarquias locais; previstas na lei. h) Princípio da coordenação entre finanças locais e finanças do Estado; Artigo 7.º i) Princípio da tutela inspetiva. Princípio da transparência

3 - Os princípios previstos no presente 1 - A atividade financeira das autarquias capítulo são aplicáveis, com as devidas locais está sujeita ao princípio da transparência, adaptações, à atividade financeira das restantes que se traduz num dever de informação mútuo entidades do setor local. entre estas e o Estado, bem como no dever de

divulgar aos cidadãos, de forma acessível e Artigo 4.º rigorosa, a informação sobre a sua situação Princípio da legalidade financeira.

2 - O princípio da transparência aplica-se 1 - A atividade financeira das autarquias igualmente à informação financeira respeitante locais exerce-se no quadro da Constituição, da às entidades participadas por autarquias locais e lei, das regras de direito da União Europeia e entidades intermunicipais que não integrem o das restantes obrigações internacionais setor local, bem como às concessões municipais assumidas pelo Estado Português. e parcerias público-privadas. 2 - São nulas as deliberações de qualquer

órgão das autarquias locais que envolvam o Artigo 8.º exercício de poderes tributários, determinem o Princípio da solidariedade nacional lançamento de taxas não previstas na lei ou que recíproca determinem ou autorizem a realização de despesas não permitidas por lei. 1 - O Estado e as autarquias locais estão

vinculados a um dever de solidariedade nacional Artigo 5.º recíproca que obriga à contribuição proporcional Princípio da estabilidade orçamental do setor local para o equilíbrio das contas

públicas nacionais. 1 - As autarquias locais estão sujeitas, na aprovação e execução dos seus orçamentos, ao princípio da estabilidade orçamental.

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2 - Tendo em vista assegurar a consolidação Artigo 10.º orçamental das contas públicas, em situações Princípio da justa repartição dos recursos excecionais e transitórias, podem ser públicos entre o Estado e as autarquias estabelecidos, através da Lei do Orçamento do locais Estado, limites adicionais à dívida total autárquica, bem como à prática de atos que 1 - A atividade financeira das autarquias determinem a assunção de encargos financeiros locais desenvolve-se no respeito pelo princípio com impacto nas contas públicas pelas da estabilidade das relações financeiras entre o autarquias locais. Estado e as autarquias locais, devendo ser 3 - No âmbito do presente princípio, a Lei do garantidos os meios adequados e necessários à Orçamento do Estado pode determinar prossecução do quadro de atribuições e transferências do Orçamento do Estado de competências que lhes é cometido nos termos montante inferior àquele que resultaria das leis da lei. financeiras especialmente aplicáveis a cada 2 - A participação de cada autarquia local nos subsetor, sem prejuízo dos compromissos recursos públicos é determinada nos termos e assumidos pelo Estado nas áreas da de acordo com os critérios previstos na presente solidariedade e da segurança social. lei, visando o equilíbrio financeiro vertical e 4 - A possibilidade de redução prevista no horizontal. número anterior depende sempre da verificação 3 - O equilíbrio financeiro vertical visa de circunstâncias excecionais imperiosamente adequar os recursos de cada nível de exigidas pela rigorosa observância das administração às respetivas atribuições e obrigações decorrentes do Programa de competências, nos termos da lei. Estabilidade e Crescimento e dos princípios da 4 - O equilíbrio financeiro horizontal pretende proporcionalidade, do não arbítrio e da promover a correção de desigualdades entre solidariedade recíproca, e carece de audição autarquias do mesmo grau resultantes, prévia dos órgãos constitucional e legalmente designadamente, de diferentes capacidades na competentes dos subsetores envolvidos. arrecadação de receitas ou de diferentes necessidades de despesa. Artigo 9.º Princípio da equidade intergeracional Artigo 11.º Princípio da coordenação entre finanças 1 - A atividade financeira das autarquias locais e finanças do Estado locais está subordinada ao princípio da equidade na distribuição de benefícios e custos entre 1 - A coordenação entre finanças locais e gerações, de modo a não onerar excessivamente finanças do Estado tem especialmente em conta as gerações futuras, salvaguardando as suas o desenvolvimento equilibrado de todo o País e a legítimas expetativas através de uma necessidade de atingir os objetivos e metas distribuição equilibrada dos custos pelos vários orçamentais traçados no âmbito das políticas de orçamentos num quadro plurianual. convergência a que Portugal se tenha vinculado 2 - O princípio da equidade intergeracional no seio da União Europeia. implica a apreciação da incidência orçamental: 2 - A coordenação referida no número anterior efetua-se através do Conselho de a) Das medidas e ações incluídas no Coordenação Financeira, sendo as autarquias plano plurianual de investimentos; locais ouvidas antes da preparação do Programa b) Do investimento em capacitação de Estabilidade e Crescimento e da Lei do humana cofinanciado pela autarquia; Orçamento do Estado, nomeadamente quanto à c) Dos encargos com os passivos sua participação nos recursos públicos e à financeiros da autarquia; evolução do montante global da dívida total d) Das necessidades de financiamento autárquica. das entidades participadas pela 3 - Para efeitos do disposto no presente autarquia; artigo, podem igualmente ser estabelecidos e) Dos compromissos orçamentais e das deveres de informação e reporte adicionais responsabilidades contingentes; tendo em vista habilitar as autoridades nacionais f) Dos encargos explícitos e implícitos com a informação agregada relativa à em parcerias público-privadas, organização e gestão de órgãos e serviços das concessões e demais compromissos autarquias locais. financeiros de caráter plurianual;

g) Da despesa fiscal, nomeadamente Artigo 12.º compromissos futuros decorrentes de Conselho de Coordenação Financeira isenções fiscais concedidas, pelos

municípios, ao abrigo do artigo 16.º. 1 - O Conselho de Coordenação Financeira

(CCF) é composto por:

481 Autarquias Locais - Legislação Nacional

a) Um representante do membro do numa versão provisória, na segunda Governo responsável pela área das reunião ordinária do ano. finanças; 8 - Pode, ainda, ser definida a prestação de b) Um representante do membro do informação adicional à estabelecida no número Governo responsável pela área das anterior, mediante regulamento a aprovar para autarquias locais; o efeito pelo CCF. c) Um representante da Direção-Geral do 9 - A informação referida nas alíneas c) a e) Orçamento; do n.º 7 é disponibilizada pelo CCF no Sistema d) Um representante do Gabinete de Integrado de Informação das Autarquias Locais Planeamento, Estratégia, Avaliação e (SIIAL), até 10 dias antes da data da realização Relações Internacionais do Ministério da reunião respetiva. das Finanças; 10 - O CCF remete aos membros do Governo e) Um representante da Autoridade responsáveis pelas áreas das finanças e das Tributária e Aduaneira (AT); autarquias locais, até 30 dias após a realização f) Um representante da Direção-Geral das reuniões previstas no n.º 4, um relatório das Autarquias Locais (DGAL); onde conste a informação trocada e as g) Dois representantes da Associação respetivas conclusões. Nacional de Municípios Portugueses

(ANMP); Artigo 13.º h) Dois representantes da Associação Princípio da tutela inspetiva Nacional de Freguesias (ANAFRE).

2 - Os representantes previstos nas alíneas 1 - O Estado exerce tutela inspetiva sobre as a) a f) do número anterior são designados por autarquias locais e as restantes entidades do despacho dos membros do Governo setor local, a qual abrange a respetiva gestão responsáveis pelas áreas das finanças e das patrimonial e financeira. autarquias locais. 2 - A tutela inspetiva só pode ser exercida 3 - O CCF é presidido pelo representante do segundo as formas e nos casos previstos na lei, membro do Governo responsável pela área das salvaguardando sempre a democraticidade e a finanças, a quem compete convocar as reuniões autonomia do poder local. e dirigir os respetivos trabalhos. 4 - O CCF reúne ordinariamente duas vezes TÍTULO II por ano, até 15 de março e até 15 de setembro, Autarquias locais antes da apresentação do Programa de Estabilidade e Crescimento e da Lei do CAPÍTULO I Orçamento do Estado, respetivamente, e, Receitas dos municípios extraordinariamente, por iniciativa do seu presidente ou de um terço dos seus membros. Artigo 14.º 5 - Nas reuniões ordinárias do CCF participa Receitas municipais um representante do Conselho de Finanças Públicas, com estatuto de observador. Constituem receitas dos municípios: 6 - Ao CCF compete promover a troca de a) O produto da cobrança do imposto informação entre os seus membros, municipal sobre imóveis (IMI), sem nomeadamente entre os representantes da prejuízo do disposto na alínea a) do n.º administração central e das autarquias locais. 1 do artigo 23.º; 7 - Os membros do CCF têm acesso b) O produto da cobrança de derramas antecipado, nomeadamente à seguinte lançadas nos termos do artigo 18.º; informação: c) A parcela do produto do imposto único a) Projeções dos principais agregados de circulação que caiba aos municípios, macroeconómicos com influência no nos termos do artigo 3.º da Lei n.º 22- Orçamento do Estado, na segunda A/2007, de 29 de junho; reunião ordinária do ano; d) O produto da cobrança de taxas e b) Linhas gerais da política orçamental preços resultantes da concessão de do Governo, nomeadamente quanto às licenças e da prestação de serviços medidas com impacto na receita fiscal; pelo município, de acordo com o c) Aos documentos de prestação de disposto nos artigos 15.º e 16.º; contas relativas ao exercício anterior, e) O produto da participação nos ainda que numa versão provisória, na recursos públicos determinada nos primeira reunião ordinária do ano; termos do disposto nos artigos 25.º e d) Estimativas da execução orçamental seguintes; do exercício em curso, na segunda f) O produto da cobrança de encargos de reunião ordinária do ano; mais-valias destinados por lei ao e) Projetos dos quadros plurianuais de município; programação orçamental, ainda que

482 Autarquias Locais - Legislação Nacional

g) O produto de multas e coimas fixadas f) Outros poderes previstos em por lei, regulamento ou postura que legislação tributária. caibam ao município; h) O rendimento de bens próprios, Artigo 16.º móveis ou imóveis, por eles Isenções e benefícios fiscais administrados, dados em concessão ou cedidos para exploração; 1 - O Estado, as Regiões Autónomas e i) A participação nos lucros de qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e sociedades e nos resultados de outras organismos, ainda que personalizados, entidades em que o município tome compreendendo os institutos públicos que não parte; tenham caráter empresarial, bem como os j) O produto de heranças, legados, municípios e freguesias e as suas associações, doações e outras liberalidades a favor estão isentos de pagamento de todos os do município; impostos previstos na presente lei, com exceção k) O produto da alienação de bens da isenção do IMI dos edifícios não afetos a próprios, móveis ou imóveis; atividades de interesse público. l) O produto de empréstimos, incluindo 2 - A assembleia municipal pode, por os resultantes da emissão de proposta da câmara municipal, através de obrigações municipais; deliberação fundamentada que inclui a m) Outras receitas estabelecidas por lei estimativa da respetiva despesa fiscal, conceder ou regulamento a favor dos municípios. isenções totais ou parciais relativamente aos (Nos termos da Declaração de impostos e outros tributos próprios. Retificação n.º 46-B/2013, de 1 de 3 - Os benefícios fiscais referidos no número novembro, na alínea d) do artigo 14.º, anterior não podem ser concedidos por mais de onde se lê: «O produto da cobrança de cinco anos, sendo possível a sua renovação por taxas e preços resultantes da uma vez com igual limite temporal. concessão de licenças e da prestação 4 - Nos casos de benefícios fiscais relativos a de serviços pelo município, de acordo impostos municipais que constituam com o disposto nos artigos 15.º e contrapartida contratual da fixação de grandes 16.º» deve ler -se:«O produto da projetos de investimento de interesse para a cobrança de taxas e preços resultantes economia nacional, o reconhecimento dos da concessão de licenças e da mesmos compete ao Governo, ouvidos o prestação de serviços pelo município, município ou os municípios envolvidos, que se de acordo com o disposto nos artigos pronunciam no prazo máximo de 45 dias, nos 20.º e 21.º») termos da lei, havendo lugar a compensação em caso de discordância expressa do respetivo Artigo 15.º município comunicada dentro daquele prazo, Poderes tributários através de verba a inscrever na Lei do Orçamento do Estado. Os municípios dispõem de poderes tributários 5 - Para efeitos do número anterior, relativamente a impostos e outros tributos a consideram-se grandes projetos de cuja receita tenham direito, nomeadamente: investimento, aqueles que estão definidos nos termos e nos limites do n.º 1 do artigo 41.º do a) Acesso à informação atualizada dos Estatuto dos Benefícios Fiscais. impostos municipais e da derrama, 6 - Os municípios são ouvidos antes da liquidados e cobrados, quando a concessão, por parte do Estado, de isenções liquidação e cobrança seja assegurada fiscais subjetivas relativas a impostos pelos serviços do Estado, nos termos municipais, no que respeita à fundamentação da do n.º 6 do artigo 17.º; decisão de conceder a referida isenção, e são b) Possibilidade de liquidação e cobrança informados quanto à despesa fiscal envolvida, dos impostos e outros tributos a cuja havendo lugar a compensação em caso de receita tenham direito, nos termos a discordância expressa do respetivo município. definir por diploma próprio; 7 - Excluem-se do disposto do número c) Possibilidade de cobrança coerciva de anterior as isenções automáticas e as que impostos e outros tributos a cuja decorram de obrigações de direito internacional receita tenham direito, nos termos a a que o Estado Português esteja vinculado. definir por diploma próprio; 8 - Os municípios têm acesso à respetiva d) Concessão de isenções e benefícios informação desagregada respeitante à despesa fiscais, nos termos do n.º 2 do artigo fiscal adveniente da concessão de benefícios seguinte; fiscais relativos aos impostos municipais. e) Compensação pela concessão de 9 - Nos termos do princípio da legalidade benefícios fiscais relativos a impostos e tributária, as isenções totais ou parciais outros tributos a cuja receita tenham previstas no presente artigo apenas podem ser direito, por parte do Governo, nos concedidas pelos municípios quando exista lei termos do n.º 4 do artigo seguinte;

483 Autarquias Locais - Legislação Nacional que defina os termos e condições para a sua proporção do rendimento gerado na sua área atribuição. geográfica por sujeitos passivos residentes em território português que exerçam, a título Artigo 17.º principal, uma atividade de natureza comercial, Liquidação e cobrança dos impostos industrial ou agrícola e não residentes com estabelecimento estável nesse território. 1 - Os impostos municipais são liquidados e 2 - Para efeitos de aplicação do disposto no cobrados nos termos previstos na respetiva número anterior, sempre que os sujeitos legislação. passivos tenham estabelecimentos estáveis ou 2 - As câmaras municipais podem deliberar representações locais em mais de um município proceder à cobrança dos impostos municipais, e matéria coletável superior a (euro) 50 000 o pelos seus próprios serviços ou pelos serviços da lucro tributável imputável à circunscrição de entidade intermunicipal que integram, desde que cada município é determinado pela proporção correspondente ao território da NUTS III, nos entre os gastos com a massa salarial termos a definir por diploma próprio. correspondente aos estabelecimentos que o 3 - Os municípios que integram entidades sujeito passivo nele possua e a correspondente à intermunicipais podem transferir a competência totalidade dos seus estabelecimentos situados de cobrança dos impostos municipais para o em território nacional. serviço competente daquelas entidades, nos 3 - Quando o volume de negócios de um termos a definir por diploma próprio. sujeito passivo resulte em mais de 50 % da 4 - Quando a liquidação e ou cobrança dos exploração de recursos naturais que tornem impostos municipais seja assegurada pelos inadequados os critérios estabelecidos nos serviços do Estado, os respetivos encargos não números anteriores, podem os municípios podem exceder: interessados propor, fundamentadamente, a fixação de um critério específico de repartição da a) Pela liquidação, 1,5 % dos montantes derrama, o qual, após audição do sujeito passivo liquidados; ou e dos restantes municípios interessados, é fixado b) Pela liquidação e cobrança, 2,5 % dos por despacho dos membros do Governo montantes cobrados. responsáveis pelas áreas das finanças e das 5 - A receita líquida dos encargos a que se autarquias locais. refere o número anterior é transferida pelos 4 - A assembleia municipal pode, sob serviços do Estado para o município titular da proposta da câmara municipal, deliberar lançar receita até ao último dia útil do mês seguinte ao uma taxa reduzida de derrama para os sujeitos do pagamento. passivos com um volume de negócios no ano 6 - A AT fornece à ANMP informação, anterior que não ultrapasse (euro) 150 000. desagregada por municípios, relativa às relações 5 - Nos casos não abrangidos pelo n.º 2, financeiras entre o Estado e o conjunto dos considera-se que o rendimento é gerado no municípios e fornece a cada município município em que se situa a sede ou a direção informação relativa à liquidação e cobrança de efetiva do sujeito passivo ou, tratando-se de impostos municipais e transferências de receita sujeitos passivos não residentes, no município para o município. em que se situa o estabelecimento estável onde, 7 - A informação referida no número anterior nos termos do artigo 125.º do Código do IRC, é disponibilizada por via eletrónica e atualizada esteja centralizada a contabilidade. mensalmente, tendo cada município acesso 6 - Entende-se por massa salarial o valor dos apenas à informação relativa à sua situação gastos relativos a despesas efetuadas com o financeira. pessoal e reconhecidos no exercício a título de 8 - São devidos juros de mora por parte da remunerações, ordenados ou salários. administração central quando existam atrasos 7 - Os sujeitos passivos abrangidos pelo n.º 2 nas transferências para os municípios de indicam na declaração periódica de rendimentos receitas tributárias que lhes sejam próprias. a massa salarial correspondente a cada 9 - Os créditos tributários ainda pendentes município e efetuam o apuramento da derrama por referência a impostos abolidos são que seja devida. considerados para efeitos de cálculo das 8 - Quando seja aplicável o regime especial transferências para os municípios relativamente de tributação dos grupos de sociedades, a aos impostos que lhes sucederam. derrama incide sobre o lucro tributável individual de cada uma das sociedades do grupo, sem Artigo 18.º prejuízo do disposto no artigo 115.º do Código Derrama do IRC. 9 - A deliberação a que se refere o n.º 1 deve 1 - Os municípios podem deliberar lançar ser comunicada por via eletrónica pela câmara anualmente uma derrama, até ao limite máximo municipal à AT até ao dia 31 de dezembro do de 1,5 %, sobre o lucro tributável sujeito e não ano anterior ao da cobrança por parte dos isento de imposto sobre o rendimento das serviços competentes do Estado. pessoas coletivas (IRC), que corresponda à 10 - Caso a comunicação a que se refere o número anterior seja remetida para além do

484 Autarquias Locais - Legislação Nacional prazo nele estabelecido não há lugar à 4 - A AT disponibiliza a cada município, até liquidação e cobrança da derrama. ao final de julho de cada ano, os dados 11 - O produto da derrama paga é transferido agregados do número e montante exequendo para os municípios até ao último dia útil do mês dos processos de execução fiscal que se seguinte ao do respetivo apuramento pela AT. encontrem pendentes e que sejam relativos aos 12 - Para efeitos de aplicação do disposto no impostos municipais e derrama municipal. n.º 1, quando uma mesma entidade tem sede num município e direção efetiva noutro, a Artigo 20.º entidade deve ser considerada como residente Taxas dos municípios do município onde estiver localizada a direção efetiva. 1 - Os municípios podem criar taxas nos termos do regime geral das taxas das autarquias Artigo 19.º locais. Informação a transmitir pela Autoridade 2 - A criação de taxas pelos municípios está Tributária e Aduaneira subordinada aos princípios da equivalência jurídica, da justa repartição dos encargos 1 - No âmbito da obrigação referida nos n.os públicos e da publicidade, incidindo sobre 6 e 7 do artigo 17.º, a AT comunica, até ao utilidades prestadas aos particulares, geradas último dia útil do mês seguinte ao da pela atividade dos municípios ou resultantes da transferência: realização de investimentos municipais.

a) O montante de imposto liquidado e Artigo 21.º das anulações no segundo mês Preços anterior;

b) O montante de imposto objeto de 1 - Os preços e demais instrumentos de cobrança que tenha sido transferido no remuneração a fixar pelos municípios, relativos mês anterior; aos serviços prestados e aos bens fornecidos em c) O montante de imposto que tenha gestão direta pelas unidades orgânicas sido reembolsado aos contribuintes e municipais, pelos serviços municipalizados e por que esteja a ser deduzido à empresas locais, não devem ser inferiores aos transferência referida na alínea custos direta e indiretamente suportados com a anterior; prestação desses serviços e com o fornecimento d) A desagregação, por período de desses bens. tributação a que respeita, do imposto 2 - Para efeitos do disposto no número referido nas alíneas anteriores. anterior, os custos suportados são medidos em 2 - Sem prejuízo do disposto no número situação de eficiência produtiva e, quando anterior, no caso da derrama, a AT disponibiliza, aplicável, de acordo com as normas do de forma permanente, à ANMP e a cada regulamento tarifário em vigor. município, sendo a informação atualizada até ao 3 - Os preços e demais instrumentos de último dia útil dos meses de julho, setembro e remuneração a cobrar pelos municípios dezembro: respeitam, nomeadamente, às atividades de exploração de sistemas municipais ou a) O número de sujeitos passivos de IRC intermunicipais de: com sede em cada município e o total do respetivo lucro tributável; a) Abastecimento público de água; b) O número de sujeitos passivos com b) Saneamento de águas residuais; um volume de negócios superior a c) Gestão de resíduos sólidos; (euro) 150 000 e o total do respetivo d) Transportes coletivos de pessoas e lucro tributável sujeito a derrama, por mercadorias; município; e) Distribuição de energia elétrica em c) O número de sujeitos passivos com baixa tensão. matéria coletável superior a (euro) 50 4 - Relativamente às atividades mencionadas 000 e o total do respetivo lucro no número anterior, os municípios cobram os tributável sujeito a derrama. preços previstos em regulamento tarifário a 3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1, a AT aprovar. comunica ainda a cada município, até 31 de 5 - O regulamento tarifário aplicável à maio de cada ano e com referência a 31 de prestação pelos municípios das atividades dezembro do ano anterior, o valor patrimonial mencionadas nas alíneas a) a c) do n.º 3 tributário para efeitos do IMI de cada prédio observa o estabelecido no artigo 82.º da Lei da situado no seu território, indicando quais os Água, aprovada pela Lei n.º 58/2005, de 29 de prédios isentos. dezembro, e no regulamento tarifário aprovado pela entidade reguladora dos setores de abastecimento público de água, de saneamento

485 Autarquias Locais - Legislação Nacional de águas residuais e de gestão de resíduos 3 - O Governo e os Governos Regionais dos sólidos. Açores e da Madeira podem ainda tomar 6 - Cabe à entidade reguladora dos setores providências orçamentais necessárias à de abastecimento público de água, de concessão de auxílios financeiros às autarquias saneamento de águas residuais e de gestão de locais, nas seguintes situações: resíduos sólidos: a) Calamidade pública; a) Emitir recomendações sobre a b) Municípios negativamente afetados aplicação do disposto no regulamento por investimentos da responsabilidade tarifário do regulador, bem como nos da administração central ou regional; n.os 1, 4, 5 e 7; c) Circunstâncias graves que afetem b) Emitir recomendações sobre a drasticamente a operacionalidade das aplicação dos critérios estabelecidos infraestruturas e dos serviços nos estatutos da referida entidade municipais de proteção civil; reguladora e nos artigos 20.º a 23.º do d) Reconversão de áreas urbanas de Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de génese ilegal ou programas de junho; reabilitação urbana, quando o seu peso c) Informar, nos casos de gestão direta relativo transcenda a capacidade e a municipal, de serviço municipalizado, responsabilidade autárquica nos termos ou de empresa local, a assembleia da lei. municipal e a entidade competente da 4 - A concessão de auxílios financeiros às tutela inspetiva de qualquer violação autarquias locais em situações de calamidade dos preceitos referidos nas alíneas pública é regulada em diploma próprio, anteriores. designadamente no âmbito do Fundo de 7 - Sem prejuízo do poder de atuação da Emergência Municipal. entidade reguladora em caso de 5 - A concessão de qualquer auxílio financeiro desconformidade, nos termos de diploma e a celebração de contrato ou protocolo com as próprio, as tarifas municipais são sujeitas a autarquias locais são previamente autorizadas parecer daquela, que ateste a sua conformidade por despacho dos membros do Governo com as disposições legais e regulamentares em responsáveis pelas áreas das finanças e das vigor. autarquias locais, a publicar no Diário da 8 - Salvo disposições contratuais em República. contrário, nos casos em que haja receitas 6 - São nulos os instrumentos de cooperação municipais ou de serviços municipalizados ou de técnica e financeira e de auxílio financeiro empresas locais provenientes de preços e celebrados ou executados sem que seja demais instrumentos contratuais associados a observado o disposto no número anterior. uma qualquer das atividades referidas no n.º 3 7 - O Governo publica trimestralmente, no que sejam realizadas em articulação com Diário da República, uma listagem da qual empresas concessionárias, devem tais receitas constam os instrumentos de cooperação técnica ser transferidas para essas empresas, pelo e financeira e de auxílio financeiro celebrados montante devido, até ao último dia do mês por cada ministério, bem como os respetivos seguinte ao registo da cobrança da respetiva montantes e prazos. receita, devendo ser fornecida às empresas 8 - O regime de cooperação técnica e concessionárias informação trimestral atualizada financeira, bem como o regime de concessão de e discriminada dos montantes cobrados. auxílios financeiros às autarquias locais são regulados por diploma próprio. Artigo 22.º 9 - O disposto no presente artigo aplica-se às Cooperação técnica e financeira empresas do setor empresarial do Estado.

1 - Não são permitidas quaisquer formas de CAPÍTULO II subsídios ou comparticipações financeiras aos Receitas das freguesias municípios e freguesias por parte do Estado, dos institutos públicos ou dos serviços e fundos Artigo 23.º autónomos. Receitas das freguesias 2 - Pode ser excecionalmente inscrita na Lei do Orçamento do Estado uma dotação global 1 - Constituem receitas das freguesias: afeta aos diversos ministérios, para a) O produto da receita do IMI sobre financiamento de projetos de interesse nacional prédios rústicos e uma participação no a desenvolver pelas autarquias locais, de grande valor de 1 % da receita do IMI sobre relevância para o desenvolvimento regional e prédios urbanos; local, correspondentes a políticas identificadas b) O produto de cobrança de taxas, como prioritárias naquela Lei, de acordo com os nomeadamente provenientes da princípios da igualdade, imparcialidade e justiça. prestação de serviços pelas freguesias;

486 Autarquias Locais - Legislação Nacional

c) O rendimento de mercados e b) Uma subvenção específica, cemitérios das freguesias; determinada a partir do Fundo Social d) O produto de multas e coimas fixadas Municipal (FSM), cujo valor por lei, regulamento ou postura que corresponde às despesas relativas às caibam às freguesias; atribuições e competências transferidas e) O rendimento de bens próprios, da administração central para os móveis ou imóveis, por elas municípios; administrados, dados em concessão ou c) Uma participação variável de 5 % no cedidos para exploração; IRS, determinada nos termos do artigo f) O produto de heranças, legados, 26.º, dos sujeitos passivos com doações e outras liberalidades a favor domicílio fiscal na respetiva das freguesias; circunscrição territorial, calculada sobre g) O produto da alienação de bens a respetiva coleta líquida das deduções próprios, móveis ou imóveis; previstas no n.º 1 do artigo 78.º do h) O produto de empréstimos de curto Código do IRS. prazo; 2 - A receita dos impostos a que se refere a i) O produto da participação nos recursos alínea a) do número anterior é a que públicos determinada nos termos do corresponde à receita líquida destes impostos no disposto nos artigos 38.º e seguintes; penúltimo ano relativamente àquele a que a Lei j) Outras receitas estabelecidas por lei do Orçamento do Estado se refere, excluindo: ou regulamento a favor das freguesias. a) A participação referida na alínea c) do 2 - O disposto no artigo 22.º, no âmbito da número anterior; cooperação técnica e financeira, aplica-se às b) No que respeita ao IVA, a receita freguesias. consignada, de caráter excecional ou

temporário, a outros subsetores das Artigo 24.º administrações públicas. Taxas das freguesias 3 - Para efeitos do disposto no número 1 - As freguesias podem criar taxas nos anterior, entende-se por receita líquida o valor termos do regime geral das taxas das autarquias inscrito no mapa de execução orçamental, locais. segundo a classificação económica, respeitante 2 - A criação de taxas pelas freguesias está aos serviços integrados. subordinada aos princípios da equivalência 4 - Para efeitos do disposto na alínea c) do jurídica, da justa repartição dos encargos n.º 1, considera-se como domicílio fiscal o do públicos e da publicidade, incidindo sobre sujeito passivo identificado em primeiro lugar na utilidades prestadas aos particulares ou geradas respetiva declaração de rendimentos. pela atividade das freguesias. (Nos termos da Declaração de Retificação n.º 46-B/2013, de 1 de novembro, na alínea a) do CAPÍTULO III n.º 1 do artigo 25.º, onde se lê:«Uma Repartição de recursos públicos subvenção geral, determinada a partir do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF), cujo valor é igual Artigo 25.º a 19,5 % da média aritmética simples da receita Repartição de recursos públicos entre o proveniente dos impostos sobre o rendimento Estado e os municípios das pessoas singulares (IRS), o IRC e imposto sobre o valor acrescentado (IVA), deduzido do 1 - A repartição dos recursos públicos entre o montante afeto ao Índice Sintético de Estado e os municípios, tendo em vista atingir os Desenvolvimento Social, nos termos do n.º 2 do objetivos de equilíbrio financeiro horizontal e artigo 69.º» deve ler -se: «Uma subvenção vertical, é obtida através das seguintes formas geral, determinada a partir do Fundo de de participação: Equilíbrio Financeiro (FEF), cujo valor é igual a 19,5 % da média aritmética simples da receita a) Uma subvenção geral, determinada a proveniente dos impostos sobre o rendimento partir do Fundo de Equilíbrio Financeiro das pessoas singulares (IRS), o IRC e imposto (FEF), cujo valor é igual a 19,5 % da sobre o valor acrescentado (IVA), deduzido do média aritmética simples da receita montante afeto ao Índice Sintético de proveniente dos impostos sobre o Desenvolvimento Regional, nos termos do n.º 2 rendimento das pessoas singulares do artigo 69.º») (IRS), o IRC e imposto sobre o valor

acrescentado (IVA), deduzido do Artigo 26.º montante afeto ao Índice Sintético de Participação variável no IRS Desenvolvimento Social, nos termos do

n.º 2 do artigo 69.º; 1 - Os municípios têm direito, em cada ano, a

uma participação variável até 5 % no IRS dos sujeitos passivos com domicílio fiscal na

487 Autarquias Locais - Legislação Nacional respetiva circunscrição territorial, relativa aos de Desenvolvimento Regional nos termos do n.º rendimentos do ano imediatamente anterior, 2 do artigo 69.º») calculada sobre a respetiva coleta líquida das deduções previstas no n.º 1 do artigo 78.º do Artigo 27.º Código do IRS, deduzido do montante afeto ao Fundo de Equilíbrio Financeiro Índice Sintético de Desenvolvimento Social nos termos do n.º 2 do artigo 69.º. 1 - O FEF é repartido da seguinte forma: 2 - A participação referida no número a) 50 % como Fundo Geral Municipal anterior depende de deliberação sobre a (FGM); percentagem de IRS pretendida pelo município, b) 50 % como Fundo de Coesão a qual é comunicada por via eletrónica pela Municipal (FCM). respetiva câmara municipal à AT, até 31 de dezembro do ano anterior àquele a que 2 - A participação geral de cada município no respeitam os rendimentos. FEF resulta da soma das parcelas referentes ao 3 - A ausência da comunicação a que se FGM e ao FCM. refere o número anterior, ou a receção da 3 - Os municípios com maior capitação de comunicação para além do prazo aí estabelecido, receitas municipais, nos termos dos n.os 1, 2 e 4 equivale à falta de deliberação e à perda do do artigo 33.º, são contribuintes líquidos do direito à participação variável por parte dos FCM. municípios. 4 - Nas situações referidas no número Artigo 28.º anterior, ou caso a percentagem deliberada pelo Fundo Geral Municipal município seja inferior à taxa máxima definida no n.º 1, o produto da diferença de taxas e a O FGM corresponde a uma transferência coleta líquida é considerado como dedução à financeira do Estado que visa dotar os coleta do IRS, a favor do sujeito passivo, municípios de condições financeiras adequadas relativo aos rendimentos do ano imediatamente ao desempenho das suas atribuições, em função anterior àquele a que respeita a participação dos respetivos níveis de funcionamento e variável referida no n.º 1, desde que a respetiva investimento. liquidação tenha sido feita com base em declaração apresentada dentro do prazo legal e Artigo 29.º com os elementos nela constantes. Fundo de Coesão Municipal 5 - A inexistência da dedução à coleta a que se refere o número anterior não determina, em 1 - O FCM visa reforçar a coesão municipal, caso algum, um acréscimo ao montante da fomentando a correção de assimetrias, em participação variável apurada com base na benefício dos municípios menos desenvolvidos, percentagem deliberada pelo município. onde existam situações de desigualdade 6 - Para efeitos do disposto no presente relativamente às correspondentes médias artigo, considera-se como domicílio fiscal o do nacionais, e corresponde à soma da sujeito passivo identificado em primeiro lugar na compensação fiscal (CF) e da compensação da respetiva declaração de rendimentos. desigualdade de oportunidades (CDO) baseada 7 - O percentual e o montante da no índice de desigualdade de oportunidades participação variável no IRS constam da nota de (IDO). liquidação dos sujeitos passivos deste imposto. 2 - A compensação por desigualdade de (Nos termos da Declaração de Retificação n.º oportunidades visa compensar, para certos 46-B/2013, de 1 de novembro, no n.º 1 do municípios, a diferença de oportunidades artigo 26.º, onde se lê:«Os municípios têm decorrente da desigualdade de acesso a direito, em cada ano, a uma participação condições necessárias para poderem ter uma variável até 5 % no IRS dos sujeitos passivos vida mais longa, com melhores níveis de saúde, com domicílio fiscal na respetiva circunscrição de conforto, de saneamento básico e de territorial, relativa aos rendimentos do ano aquisição de conhecimentos. imediatamente anterior, calculada sobre a respetiva coleta líquida das deduções previstas Artigo 30.º no n.º 1 do artigo 78.º do Código do IRS, Fundo Social Municipal deduzido do montante afeto ao Índice Sintético de Desenvolvimento Social nos termos do n.º 2 1 - O FSM constitui uma transferência do artigo 69.º» deve ler -se:«Os municípios têm financeira do Orçamento do Estado consignada direito, em cada ano, a uma participação ao financiamento de despesas determinadas, variável até 5 % no IRS dos sujeitos passivos relativas a atribuições e competências dos com domicílio fiscal na respetiva circunscrição municípios associadas a funções sociais, territorial, relativa aos rendimentos do ano nomeadamente na educação, na saúde ou na imediatamente anterior, calculada sobre a ação social. respetiva coleta líquida das deduções previstas 2 - As despesas elegíveis para financiamento no n.º 1 do artigo 78.º do Código do IRS, através do FSM são, nomeadamente: deduzido do montante afeto ao Índice Sintético

488 Autarquias Locais - Legislação Nacional

a) As despesas de funcionamento promoção da conciliação da vida profissional e corrente do pré-escolar público, familiar, da inclusão social e da proteção das nomeadamente as remunerações de vítimas de violência. pessoal não docente, os serviços de alimentação, as despesas com Artigo 31.º prolongamento de horário e transporte Transferências financeiras para os escolar; municípios b) As despesas de funcionamento corrente com os três ciclos de ensino 1 - São anualmente inscritos na Lei do básico público, nomeadamente as Orçamento do Estado os montantes e as datas remunerações de pessoal não docente, das transferências financeiras correspondentes os serviços de alimentação, as às receitas municipais previstas nas alíneas a) a atividades de enriquecimento curricular c) do n.º 1 do artigo 25.º. e o transporte escolar, excluindo 2 - Os montantes correspondentes à apenas as do pessoal docente afeto ao participação dos municípios nas receitas plano curricular obrigatório; referidas no número anterior, com exceção da c) As despesas com professores, relativa ao FEF, são inscritos nos orçamentos monitores e outros técnicos com municipais como receitas correntes e funções educativas de enriquecimento transferidos por duodécimos até ao dia 15 do curricular, nomeadamente nas áreas de mês correspondente. iniciação ao desporto e às artes, bem 3 - Cada município, através do seu órgão como de orientação escolar, de apoio à executivo, pode decidir da repartição dos saúde escolar e de acompanhamento montantes referidos na alínea a) do n.º 1 do socioeducativo do ensino básico artigo 25.º entre receita corrente e de capital, público; não podendo a receita corrente exceder 90 % do d) As despesas de funcionamento FEF. corrente com os centros de saúde, 4 - Os municípios informam a DGAL, nomeadamente as remunerações de anualmente, até 30 de junho do ano anterior ao pessoal, manutenção das instalações e ano a que respeita o orçamento, de qual a equipamento e comparticipações nos percentagem do FEF que deve ser considerada custos de transporte dos doentes; como transferência corrente, na ausência da e) As despesas de funcionamento dos qual é considerada a percentagem de 90 %. programas municipais de cuidados de 5 - A DGAL indica, até 31 de agosto de cada saúde continuados e apoio ao ano, os valores das transferências a efetuar para domicílio, nomeadamente as os municípios no ano seguinte. remunerações do pessoal auxiliar e administrativo afeto a estes Artigo 32.º programas, transportes e interface com Distribuição do Fundo Geral Municipal outros serviços municipais de saúde e de ação social; 1 - A distribuição do FGM pelos municípios f) As despesas de funcionamento de obedece aos seguintes critérios: programas de promoção da saúde a) 5 % igualmente por todos os desenvolvidos nos centros de saúde e municípios; nas escolas; b) 65 % na razão direta da população, g) As despesas de funcionamento de ponderada nos termos do número creches, estabelecimentos de educação seguinte, e da média diária de pré-escolar, equipamentos na área dos dormidas em estabelecimentos idosos, designadamente estruturas hoteleiros e parques de campismo, residenciais e centros de dia, sendo a população residente das nomeadamente as remunerações do Regiões Autónomas ponderada pelo pessoal, os serviços de alimentação e fator 1,3; atividades culturais, científicas e c) 25 % na razão direta da área desportivas levadas a cabo no quadro ponderada por um fator de amplitude de assistência aos utentes daqueles altimétrica do município e 5 % na serviços; razão direta da área afeta à Rede h) As despesas de funcionamento de Natura 2000 e da área protegida; ou programas de ação social de âmbito d) 20 % na razão direta da área municipal no domínio do combate à ponderada por um fator de amplitude toxicodependência e da inclusão social. altimétrica do município e 10 % na 3 - As despesas de funcionamento previstas razão direta da área afeta à Rede no número anterior podem, na parte aplicável, Natura 2000 e da área protegida, nos integrar a aplicação de programas municipais de municípios com mais de 70 % do seu promoção da igualdade de género, território afeto à Rede Natura 2000 e nomeadamente na perspetiva integrada da de área protegida.

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fiscais dos municípios contribuintes líquidos para 2 - Para efeitos do disposto na alínea b) do o FCM é destinado à CDO. número anterior, a população de cada município 6 - O montante definido no número anterior é é ponderada de acordo com os seguintes distribuído por cada município na razão direta do ponderadores marginais: resultado da seguinte fórmula: a) Os primeiros 5000 habitantes - 3; b) De 5001 a 10 000 habitantes - 1; N (índice i) * IDO (índice i) com IDO (índice c) De 10 001 a 20 000 habitantes - i) = IDS - IDS (índice i) 0,25; d) De 20 001 a 40 000 habitantes - 0,5; em que N (índice i) é a população residente e) De 40 001 a 80 000 habitantes - no município i, IDO (índice i) é o índice 0,75; municipal de desigualdade de oportunidades do f) Mais de 80 000 habitantes - 1. município, IDS é o índice nacional de desenvolvimento social e IDS (índice i) é o 3 - Os elementos e os indicadores para índice de desenvolvimento social do município i. aplicação dos critérios referidos nos números 7 - A aplicação dos critérios referidos nos anteriores são comunicados, de forma números anteriores garante sempre a cada discriminada, à Assembleia da República, município 50 % das transferências financeiras, juntamente com a proposta de Lei do Orçamento montante esse que corresponde ao FGM. do Estado. 8 - As transferências a que se refere o número anterior correspondem à soma das Artigo 33.º participações previstas nas alíneas a) e b) do n.º Compensação associada ao Fundo de 1 do artigo 25.º. Coesão Municipal 9 - O cumprimento do disposto no n.º 7 é assegurado pela forma prevista no n.º 2 do 1 - A CF de cada município é diferente artigo 35.º. consoante esteja acima ou abaixo de 1,25 vezes 10 - Para efeitos de cálculo do índice de a capitação média nacional (CMN) da soma das compensação fiscal (ICF), a coleta do IMI a coletas dos impostos municipais referidos na considerar é a que resultaria se a liquidação alínea a) do artigo 14.º e da participação no IRS tivesse tido por base a taxa máxima prevista no referida na alínea c) do n.º 1 do artigo 25.º. Código do IMI. 2 - Entende-se por CMN o quociente da soma 11 - Os valores do índice de desenvolvimento dos impostos municipais referidos na alínea a) social nacional e de cada município têm natureza do artigo 14.º pela população residente mais a censitária e constam de portaria do membro do média diária das dormidas em estabelecimentos Governo responsável pela área das autarquias hoteleiros e parques de campismo. locais. 3 - Quando a capitação média do município 12 - A determinação do índice de (CMMi) seja inferior a 0,75 vezes a CMN, a CF desenvolvimento social consta de decreto-lei. assume um valor positivo igual à diferença entre ambas multiplicadas pela população residente Artigo 34.º mais a média diária das dormidas em Distribuição do Fundo Social Municipal estabelecimentos hoteleiros e parques de campismo de acordo com a seguinte fórmula: 1 - A repartição do FSM é fixada anualmente na Lei do Orçamento do Estado, sendo CFi = (1,25 * CMN - CMMi) * Ni distribuída proporcionalmente por cada município, de acordo com os seguintes em que CMN é a capitação média nacional, indicadores: CMMi é a capitação média do município e Ni é a população residente, mais a média diária das a) 35 % de acordo com os seguintes dormidas em estabelecimentos hoteleiros e indicadores relativos às inscrições de parques de campismo no município i. crianças e jovens nos estabelecimentos 4 - Quando a CMMi seja, em três anos de educação pré-escolar e ensino consecutivos, superior a 1,25 vezes a CMN, a CF básico de cada município: assume um valor negativo igual a 22 % da i) 4 % na razão direta do número de diferença entre ambas multiplicadas pela crianças que frequentam o ensino população residente, mais a média diária das pré-escolar público; dormidas em estabelecimentos hoteleiros e ii) 12 % na razão direta do número parques de campismo de acordo com a seguinte de jovens a frequentar o 1.º ciclo do fórmula: ensino básico público;

iii) 19 % na razão direta do número CFi = 0,22 (1,25 CMN - CMMi) * Ni de jovens a frequentar o 2.º e 3.º

ciclos do ensino básico público; 5 - O valor global do FCM menos a CF a atribuir aos municípios, mais as compensações b) 32,5 % de acordo com os seguintes indicadores relativos ao número de

490 Autarquias Locais - Legislação Nacional

utentes inscritos na rede de saúde b) Um acréscimo superior a 5 % da municipal: participação relativa às transferências i) 10,5 % na razão direta do número de financeiras do ano anterior. beneficiários dos programas municipais 2 - A compensação necessária para assegurar de cuidados de saúde continuados; os montantes mínimos previstos na alínea a) do ii) 22 % na razão direta do número de número anterior efetua-se pelos excedentes que utentes inscritos nos centros de saúde advenham da aplicação da alínea b) do mesmo concelhios; número, bem como, se necessário, mediante c) 32,5 % de acordo com os seguintes dedução proporcional à diferença entre as indicadores relativos ao número de transferências previstas e os montantes mínimos utentes e beneficiários das redes garantidos para os municípios que tenham municipais de creches, transferências superiores aos montantes estabelecimentos de educação pré- mínimos a que teriam direito. escolar, equipamentos na área dos 3 - O excedente resultante do disposto nos idosos, designadamente estruturas números anteriores é distribuído de forma residenciais e centros de dia e proporcional pelos municípios que não programas de ação social de cada mantenham, em três anos consecutivos, a CMN. município:

i) 5 % na razão direta do número de Artigo 36.º inscritos em programas de apoio à Fundo de Financiamento das Freguesias toxicodependência e de inclusão social; As freguesias têm direito a uma participação ii) 12,5 % na razão direta do número nos impostos do Estado equivalente a 2 % da de crianças até aos três anos de média aritmética simples da receita do IRS, IRC idade, que frequentam as creches e e do IVA, nos termos referidos no n.º 2 do artigo jardins-de-infância; 25.º, a qual constitui o Fundo de Financiamento iii) 15 % na razão direta do número das Freguesias (FFF). de adultos com mais de 65 anos residentes em lares ou inscritos em Artigo 37.º centros de dia e programas de apoio Transferências financeiras para as ao domicílio. freguesias

2 - Tratando-se de uma transferência 1 - São anualmente inscritos na Lei do financeira consignada a um fim específico, caso Orçamento do Estado os montantes das o município não realize despesa elegível de transferências financeiras correspondentes às montante pelo menos igual à verba que lhe foi receitas das freguesias previstas no artigo afeta, no ano subsequente é deduzida à verba a anterior. que teria direito ao abrigo do FSM a diferença 2 - Os montantes do FFF são transferidos entre a receita de FSM e a despesa trimestralmente até ao dia 15 do primeiro mês correspondente. do trimestre correspondente. 3 - Para efeitos do disposto no número 3 - Os critérios a ser utilizados no cálculo do anterior, a contabilidade analítica por centro de FFF devem ser previamente conhecidos, por custos deve permitir identificar os custos forma que se possa, em tempo útil, solicitar a referentes às funções educação, saúde e ação sua correção. social. (Nos termos da Declaração de Retificação n.º

46-B/2013, de 1 de novembro, no n.º 3 do Artigo 35.º artigo 37.º, onde se lê: «Os critérios a ser Variações máximas e mínimas utilizados no cálculo do FFF devem ser

previamente conhecidos, por forma que se 1 - Da participação de cada município nos possa, em tempo útil, solicitar a sua correção.» impostos do Estado, por via do FEF e do FSM, deve ler -se: «Os índices a ser utilizados no não pode resultar: cálculo do FFF devem ser previamente a) Uma diminuição superior a 5 % da conhecidos, por forma que se possa, em tempo participação nas transferências útil, solicitar a sua correção.») financeiras do ano anterior para os municípios com capitação de impostos Artigo 38.º locais superior a 1,25 vezes a média Distribuição do Fundo de Financiamento nacional em três anos consecutivos, das Freguesias nem uma diminuição superior a 2,5 % da referida participação, para os 1 - A distribuição pelas freguesias dos municípios com capitação inferior a montantes apurados nos termos do artigo 1,25 vezes aquela média durante anterior é determinada de acordo com os aquele período; seguintes critérios:

491 Autarquias Locais - Legislação Nacional

a) Tipologia de área urbana; CAPÍTULO IV b) Densidade populacional; Regras orçamentais c) Número de habitantes; d) Área. Artigo 40.º Equilíbrio orçamental 2 - Os tipos de freguesias são definidos de acordo com a tipologia de áreas urbanas, 1 - Os orçamentos das entidades do setor aprovada pelo Conselho Superior de Estatística, local preveem as receitas necessárias para cobrir nos termos das alíneas c) e h) do artigo 13.º da todas as despesas. Lei n.º 22/2008, de 13 de maio. 2 - Sem prejuízo do disposto no número 3 - A ponderação atribuída a cada um dos anterior, a receita corrente bruta cobrada deve critérios referidos nos números anteriores é ser pelo menos igual à despesa corrente definida em diploma próprio. acrescida das amortizações médias de 4 - Os elementos e os indicadores para empréstimos de médio e longo prazos. aplicação dos critérios referidos nos números 3 - O resultado verificado pelo apuramento anteriores são comunicados, de forma do saldo corrente deduzido das amortizações discriminada, à Assembleia da República, pode registar, em determinado ano, um valor juntamente com a proposta de Lei do Orçamento negativo inferior a 5 % das receitas correntes do Estado. totais, o qual é obrigatoriamente compensado no 5 - Da distribuição resultante da aplicação exercício seguinte. dos critérios constantes dos n.os 1 e 3 não pode 4 - Para efeitos do disposto no n.º 2, resultar uma diminuição superior a 5 % das considera-se amortizações médias de transferências do ano anterior para as freguesias empréstimos de médio e longo prazos o dos municípios com capitação de impostos locais montante correspondente à divisão do capital superior a 1,25 vezes a média nacional, nem contraído pelo número de anos do contrato, uma diminuição superior a 2,5 % das independentemente do seu pagamento efetivo. transferências para as freguesias dos municípios com capitação inferior a 1,25 vezes aquela Artigo 41.º média. Anualidade e plurianualidade 6 - A participação de cada freguesia no FFF não pode sofrer um acréscimo superior a 5 % da 1 - Os orçamentos das autarquias locais são participação relativa às transferências anuais. financeiras do ano anterior. 2 - A elaboração dos orçamentos anuais é 7 - A compensação necessária para assegurar enquadrada num quadro plurianual de o montante mínimo previsto no n.º 5 efetua-se programação orçamental e tem em conta as mediante dedução proporcional à diferença entre projeções macroeconómicas que servem de base as transferências previstas e os montantes ao Orçamento do Estado. mínimos garantidos para as freguesias que 3 - O quadro plurianual de programação tenham transferências superiores aos montantes orçamental consta de documento que especifica mínimos a que teriam direito. o quadro de médio prazo para as finanças da 8 - A distribuição resultante dos números autarquia local. anteriores deve ser suficiente para o pagamento 4 - Sem prejuízo do disposto no número das despesas relativas à compensação por anterior, os orçamentos incluem os programas, encargos dos membros do órgão executivo da medidas e projetos ou atividades que implicam freguesia, bem como das senhas de presença encargos plurianuais. dos membros do órgão deliberativo para a 5 - O ano económico coincide com o ano civil. realização do número de reuniões obrigatórias, nos termos da lei. Artigo 42.º

Unidade e universalidade Artigo 39.º

Dedução às transferências 1 - Os orçamentos das autarquias locais e

das entidades intermunicipais compreendem Quando as autarquias locais tenham dívidas todas as receitas e despesas de todos os seus reconhecidas por sentença judicial transitada em órgãos e serviços sem autonomia financeira. julgado ou reclamadas pelos credores junto da 2 - Em anexo aos orçamentos das autarquias DGAL, neste último caso reconhecidas por locais e das entidades intermunicipais, são aquelas, pode ser deduzida uma parcela às apresentados, aos respetivos órgãos transferências resultantes da aplicação da deliberativos, de forma autónoma, os presente lei, até ao limite de 20 % do respetivo orçamentos dos órgãos e serviços com montante global, incluindo a participação autonomia financeira, bem como das entidades variável do IRS, com exceção do FSM, por se participadas em relação às quais se verifique o tratar de receita legalmente consignada. controlo ou presunção do controlo pelo

município, de acordo com o artigo 75.º.

492 Autarquias Locais - Legislação Nacional

3 - Os orçamentos das autarquias locais e Artigo 45.º das entidades intermunicipais apresentam o Calendário orçamental total das responsabilidades financeiras resultantes de compromissos plurianuais, cuja 1 - Sem prejuízo do disposto no número natureza impeça a contabilização direta do seguinte, o órgão executivo apresenta ao órgão respetivo montante total no ano em que os deliberativo, até 31 de outubro de cada ano, a compromissos são assumidos. proposta de orçamento municipal para o ano económico seguinte. Artigo 43.º 2 - Nos casos em que as eleições para o Não consignação órgão executivo municipal ocorram entre 30 de julho e 15 de dezembro, a proposta de 1 - Não pode afetar-se o produto de orçamento municipal para o ano económico quaisquer receitas à cobertura de determinadas seguinte é apresentada no prazo de três meses despesas. a contar da data da respetiva tomada de posse. 2 - Sem prejuízo do disposto na Lei de Enquadramento Orçamental, aprovada pela Lei Artigo 46.º n.º 91/2001, de 20 de agosto, alterada e Orçamento municipal republicada pela Lei n.º 52/2011, de 13 de outubro, o princípio da não consignação não se 1 - O orçamento municipal inclui, aplica às receitas provenientes, nomeadamente nomeadamente, os seguintes elementos: de: a) Relatório que contenha a a) Fundos comunitários; apresentação e a fundamentação da b) Fundo Social Municipal; política orçamental proposta, incluindo c) Cooperação técnica e financeira, nos a identificação e descrição das termos do artigo 22.º; responsabilidades contingentes; d) Empréstimos a médio e longo prazos b) Mapa resumo das receitas e despesas para aplicação em investimento ou da autarquia local, que inclui, no caso contraídos no âmbito de mecanismos dos municípios, de forma autónoma, as de recuperação financeira nos termos correspondentes verbas dos serviços dos artigos 51.º e 57.º e seguintes; municipalizados, quando aplicável; e) Receitas provenientes dos preços c) Mapa das receitas e despesas, cobrados nas situações referidas no n.º desagregado segundo a classificação 8 do artigo 21.º. económica, a que acresce, de forma autónoma, o dos serviços Artigo 44.º municipalizados, quando aplicável. Quadro plurianual municipal d) Articulado que contenha as medidas para orientar a execução orçamental. 1 - Atendendo ao disposto no artigo 41.º, o 2 - O orçamento municipal inclui, para além órgão executivo municipal apresenta ao órgão dos mencionados em legislação especial, os deliberativo municipal uma proposta de quadro seguintes anexos: plurianual de programação orçamental, em a) Orçamentos dos órgãos e serviços do simultâneo com a proposta de orçamento município com autonomia financeira; municipal apresentada após a tomada de posse b) Orçamentos, quando aplicável, de do órgão executivo, em articulação com as outras entidades participadas em Grandes Opções do Plano. relação às quais se verifique o controlo 2 - O quadro plurianual de programação ou presunção do controlo pelo orçamental define os limites para a despesa do município, de acordo com o artigo município, bem como para as projeções da 75.º; receita discriminadas entre as provenientes do c) Mapa das entidades participadas pelo Orçamento do Estado e as cobradas pelo município, identificadas pelo respetivo município, numa base móvel que abranja os número de identificação fiscal, quatro exercícios seguintes. incluindo a respetiva percentagem de 3 - Os limites são vinculativos para o ano participação e o valor correspondente. seguinte ao do exercício económico do orçamento e indicativos para os restantes. Artigo 47.º 4 - O quadro plurianual de programação Regulamentação orçamental é atualizado anualmente, para os quatro anos seguintes, no orçamento municipal. Os elementos constantes dos documentos

referidos no presente capítulo são regulados por

decreto-lei, a aprovar até 120 dias após a

publicação da presente lei.

493 Autarquias Locais - Legislação Nacional

CAPÍTULO V 7 - É vedado aos municípios, salvo nos casos Endividamento expressamente permitidos por lei:

a) O aceite e o saque de letras de SECÇÃO I câmbio, a concessão de avales Regime de crédito e de endividamento cambiários, a subscrição de livranças e municipal a concessão de garantias pessoais e

reais; Artigo 48.º b) A concessão de empréstimos a Princípios orientadores entidades públicas ou privadas;

c) 10 A celebração de contratos com Sem prejuízo dos princípios da estabilidade entidades financeiras ou diretamente orçamental, da solidariedade recíproca e da com os credores, com a finalidade de equidade intergeracional, o endividamento consolidar dívida de curto prazo, autárquico orienta-se por princípios de rigor e sempre que a duração do acordo eficiência, prosseguindo os seguintes objetivos: ultrapasse o exercício orçamental, bem a) Minimização de custos diretos e como a cedência de créditos não indiretos numa perspetiva de longo vencidos. prazo; 8 - A limitação prevista na alínea a) do b) Garantia de uma distribuição número anterior inclui as operações efetuadas equilibrada de custos pelos vários indiretamente através de instituições orçamentos anuais; financeiras. c) Prevenção de excessiva concentração

temporal de amortização; Artigo 50.º d) Não exposição a riscos excessivos. Empréstimos de curto prazo

Artigo 49.º 1 - Os empréstimos a curto prazo são Regime de crédito dos municípios contraídos apenas para ocorrer a dificuldades de

tesouraria, devendo ser amortizados até ao final 1 - Os municípios podem contrair do exercício económico em que foram empréstimos, incluindo aberturas de crédito contratados. junto de quaisquer instituições autorizadas por 2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 5 do lei a conceder crédito, bem como celebrar artigo anterior, a aprovação de empréstimos a contratos de locação financeira, nos termos da curto prazo pode ser deliberada pela assembleia lei. municipal, na sua sessão anual de aprovação do 2 - Os empréstimos são obrigatoriamente orçamento, para todos os empréstimos que o denominados em euros e podem ser a curto município venha a contrair durante o período de prazo, com maturidade até um ano ou a médio e vigência do orçamento. longo prazos, com maturidade superior a um ano. Artigo 51.º 3 - Os empréstimos de médio e longo prazos Empréstimos de médio e longo prazos podem concretizar-se através da emissão de obrigações, caso em que os municípios podem 1 - Os empréstimos a médio e longo prazo agrupar-se para, de acordo com as necessidades s podem ser contraídos para aplicação em de cada um deles, obterem condições de investimentos ou ainda para proceder de acordo financiamento mais vantajosas. com os mecanismos de recuperação financeira 4 - A emissão de obrigações em que os municipal. municípios podem agrupar-se é regulada em 2 - Os investimentos referidos no número diploma próprio. anterior são identificados no respetivo contrato 5 - O pedido de autorização à assembleia de empréstimo e, caso ultrapassem 10 % das municipal para a contração de empréstimos é despesas de investimento previstas no obrigatoriamente acompanhado de informação orçamento do exercício, são submetidos, sobre as condições praticadas em, pelo menos, independentemente da sua inclusão no plano três instituições autorizadas por lei a conceder plurianual de atividades, a discussão e a crédito, bem como de mapa demonstrativo da autorização prévia da assembleia municipal. capacidade de endividamento do município. 6 - Os contratos de empréstimo de médio e longo prazos, incluindo os empréstimos contraídos no âmbito dos mecanismos de 10 Nota : Nos termos do artigo 14.º da Lei n.º 75- recuperação financeira municipal previstos na A/2014, de 30 de setembro excluem-se do disposto na secção seguinte, cujos efeitos da celebração se alínea c) do n.º 7 do artigo 49.º da Lei n.º 73/2013, mantenham ao longo de dois ou mais mandatos, de 3 de setembro, os acordos entre municípios e são objeto de aprovação por maioria absoluta respetivos credores que visam o pagamento de dívidas dos membros da assembleia municipal em reconhecidas em decisão judicial transitada em efetividade de funções. julgado.

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3 - Os empréstimos têm um prazo de autorização prévia dos membros do Governo vencimento adequado à natureza das operações responsáveis pelas áreas das finanças e das que visam financiar, não podendo, em caso autarquias locais. algum, exceder a vida útil do respetivo 2 - Para efeitos do disposto no número investimento, nem ultrapassar o prazo de 20 anterior, o município apresenta à DGAL pedido anos. fundamentado com a indicação do montante de 4 - Os empréstimos têm um prazo de empréstimo a contrair, bem como a previsão do utilização do capital máximo de dois anos, não período temporal necessário à redução da dívida podendo o início da amortização ser diferida total até ao limite legal. para além desse período, salvo nos casos 3 - A DGAL informa os membros do Governo legalmente previstos. responsáveis pelas áreas das finanças e das 5 - As amortizações anuais previstas para autarquias locais do pedido apresentado pelo cada empréstimo não podem ser inferiores a 80 município e instrui o processo com os dados % da amortização média de empréstimos, tal sobre a sua situação face ao limite da dívida como definida no n.º 4 do artigo 40.º. total. 4 - A decisão de autorização prevista no n.º 1 Artigo 52.º consta de despacho a publicar no Diário da Limite da dívida total República e identifica o montante de empréstimo autorizado, bem como o período temporal da 1 - A dívida total de operações orçamentais exceção ao limite da dívida total. do município, incluindo a das entidades previstas 5 - Findo o período da exceção para o no artigo 54.º, não pode ultrapassar, em 31 de empréstimo referido no n.º 1, caso se mantenha dezembro de cada ano, 1,5 vezes a média da numa situação de incumprimento do limite da receita corrente líquida cobrada nos três dívida total, o município começa a cumprir a exercícios anteriores. obrigação de redução prevista na alínea a) do no 2 - A dívida total de operações orçamentais n.º 3 do artigo anterior até que o referido limite do município engloba os empréstimos, tal como seja cumprido. definidos no n.º 1 do artigo 49.º, os contratos 6 - O disposto no n.º 1 não prejudica a de locação financeira e quaisquer outras formas obrigação de redução do excesso prevista na de endividamento, por iniciativa dos municípios, alínea a) do n.º 3 do artigo anterior nos casos junto de instituições financeiras, bem como em que o município já se encontre a violar o todos os restantes débitos a terceiros limite da dívida total à data de contratação do decorrentes de operações orçamentais. empréstimo a que alude o presente artigo. 3 - Sempre que um município: Artigo 54.º a) Não cumpra o limite previsto no n.º 1, Entidades relevantes para efeitos de limites deve reduzir, no exercício subsequente, da dívida total pelo menos 10 % do montante em

excesso, até que aquele limite seja 1 - Para efeitos de apuramento do montante cumprido, sem prejuízo do previsto na da dívida total relevante para o limite de cada secção iii; município, são ainda incluídos: b) Cumpra o limite previsto no n.º 1, só pode aumentar, em cada exercício, o a) Os serviços municipalizados e valor correspondente a 20 % da intermunicipalizados, neste último margem disponível no início de cada caso, de acordo com o critério previsto um dos exercícios. no n.º 4 do artigo 16.º da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto; 4 - Para efeito de responsabilidade financeira, b) As entidades intermunicipais e as o incumprimento da obrigação prevista no entidades associativas municipais, número anterior é equiparado à ultrapassagem independentemente de terem sido do limite previsto no n.º 1, nos termos e para os constituídas ao abrigo de regimes efeitos da Lei de Organização e Processo do legais específicos ou do direito privado, Tribunal de Contas, aprovada pela Lei n.º 98/97, de acordo com o critério a estabelecer de 26 de agosto. pelos seus órgãos deliberativos, com o

acordo expresso das assembleias Artigo 53.º municipais respetivas, ou, na sua Calamidade pública ausência, de forma proporcional à

quota de cada município para as suas 1 - O limite previsto no n.º 1 do artigo despesas de funcionamento; anterior pode ser excecionalmente ultrapassado c) As empresas locais e participadas de pela contração de empréstimos destinados ao acordo com os artigos 19.º e 51.º da financiamento da recuperação de infraestruturas Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto, municipais afetadas por situações de calamidade exceto se se tratar de empresas pública, decretadas nos termos da lei, pelo abrangidas pelos setores empresarial período máximo de 10 anos e mediante do Estado ou regional, por força do

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artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 558/99, 4 - A celebração de contratos de de 17 de dezembro, alterado pelo empréstimos de curto prazo, de aberturas de Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de crédito e de locação financeira compete à junta agosto, e pelas Leis n.os 64-A/2008, de freguesia, mediante prévia autorização da de 31 de dezembro, e 55-A/2010, de assembleia de freguesia ou do plenário de 31 de dezembro, proporcional à cidadãos eleitores. participação, direta ou indireta, do 5 - Os empréstimos de curto prazo e as município no seu capital social, em aberturas de crédito são contraídos para ocorrer caso de incumprimento das regras de a dificuldades de tesouraria, não podendo o seu equilíbrio de contas previstas no artigo montante exceder, em qualquer momento, 10 % 40.º daquela lei; do FFF respetivo. d) As cooperativas e as fundações, 6 - Constituem garantia dos empréstimos proporcional à participação, direta ou contraídos as receitas provenientes do FFF. indireta, do município; 7 - É vedado às freguesias quer o aceite quer e) As entidades de outra natureza o saque de letras de câmbio, a concessão de relativamente às quais se verifique, de avales cambiários, bem como a subscrição de acordo com o n.º 4 do artigo 75.º, o livranças, a concessão de garantias pessoais e controlo ou presunção de controlo por reais e a contração de empréstimos de médio e parte do município, pelo montante longo prazos, exceto o disposto no n.º 4. total. 8 - O montante das dívidas orçamentais das freguesias a terceiros, excluindo as relativas a 2 - As entidades previstas na alínea b) do contratos de empréstimo de curto prazo ou número anterior incluem também as associações aberturas de crédito, não pode ultrapassar 50 % participadas não exclusivamente por municípios, das suas receitas totais arrecadadas no ano desde que tenham por objeto a prossecução das anterior. atribuições e competências destes. 9 - Quando o endividamento a fornecedores 3 - Caso, nas situações referidas nas alíneas não cumpra o disposto no número anterior, o c) a e) do n.º 1, sejam entidades intermunicipais montante da dívida deve ser reduzido em 10 %, ou entidades associativas municipais a participar em cada ano subsequente, até que o limite se no capital ou a deter o controlo ou a presunção encontre cumprido. de controlo sobre entidades dessa natureza, a 10 - No caso previsto no número anterior, respetiva percentagem do endividamento compete ao órgão executivo elaborar o plano de relevante a imputar a cada município resulta da redução da dívida até ao limite de que lhe corresponde na entidade associativa, de endividamento previsto no n.º 7 e apresentá-lo acordo com as regras constantes da alínea b) do à assembleia de freguesia para a aprovação. n.º 1.

4 - Para efeitos do apuramento da dívida SECÇÃO III total de cada município não é considerada a dos Mecanismos de alerta precoce e de serviços municipalizados e intermunicipalizados, recuperação financeira municipal bem como as das entidades intermunicipais ou entidades associativas municipais que esteja Artigo 56.º simultaneamente reconhecida na contabilidade Alerta precoce de desvios do município ou dos municípios detentores.

1 - Sempre que, na informação reportada à SECÇÃO II DGAL, a dívida total prevista no artigo 52.º Regime de crédito e regras de atinja ou ultrapasse a média da receita corrente endividamento das freguesias liquida cobrada nos três exercícios anteriores,

são informados os membros do Governo Artigo 55.º responsáveis pelas áreas das finanças e das Regime de crédito das freguesias autarquias locais, bem como os presidentes dos

órgãos executivo e deliberativo do município em 1 - As freguesias podem contrair causa, que informam os respetivos membros na empréstimos de curto prazo e utilizar aberturas primeira reunião ou sessão seguinte. de crédito, junto de quaisquer instituições 2 - Sempre que, na informação reportada à autorizadas por lei a conceder crédito, que DGAL, a dívida total prevista no artigo 52.º devem ser amortizados até ao final do exercício atinja ou ultrapasse 1,5 vezes a média da económico em que foram contratados. receita corrente líquida cobrada nos três 2 - As freguesias podem celebrar contratos exercícios anteriores, são informadas as de locação financeira para aquisição de bens entidades referidas no número anterior, bem móveis, por um prazo máximo de cinco anos. como o Banco de Portugal. 3 - As freguesias podem celebrar contratos 3 - No caso de o município registar durante de locação financeira de bens imóveis com dois anos consecutivos uma taxa de execução da duração anual, renovável até ao limite de cinco receita prevista no orçamento respetivo inferior anos, e desde que os respetivos encargos sejam a 85 % são informadas as entidades referidas no suportados através de receitas próprias n.º 1.

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4 - O alerta referido nos números anteriores financeiro para o período a que respeita o é emitido pela DGAL, no prazo de 15 dias, a empréstimo. contar da data limite do reporte de informação 6 - Os empréstimos para saneamento constante do artigo 78.º. financeiro têm um prazo máximo de 14 anos e 5 - Os alertas referidos nos n.os 1 e 2 um período máximo de carência de um ano. incluem ainda a evolução do rácio referido no 7 - Durante o período de vigência do n.º 1 ao longo dos três exercícios anteriores. contrato, a apresentação anual de contas à assembleia municipal inclui, em anexo ao Artigo 57.º balanço, a demonstração do cumprimento do Mecanismos de recuperação financeira plano de saneamento financeiro. municipal 8 - A sanção prevista no artigo 60.º é aplicável sempre que o município viole a 1 - Os municípios que ultrapassem o limite da obrigação estabelecida no n.º 3. dívida total previsto no artigo 52.º recorrem aos seguintes mecanismos de recuperação Artigo 59.º financeira, nos termos dos artigos seguintes: Plano de saneamento

a) Saneamento financeiro; 1 - A elaboração do plano de saneamento b) Recuperação financeira. financeiro inclui a previsão do período temporal 2 - A adesão aos mecanismos de recuperação necessário à recuperação da situação financeira financeira é facultativa ou obrigatória consoante do município, bem como a apresentação de o nível de desequilíbrio financeiro verificado a 31 medidas específicas necessárias para atingir de dezembro de cada ano. uma situação financeira equilibrada, 3 - Sem prejuízo das situações legalmente nomeadamente nos domínios: previstas, o Estado não pode assumir a) Da contenção da despesa corrente, responsabilidade pelas obrigações dos com destaque para a despesa com o municípios e das freguesias, nem assumir os pessoal; compromissos que decorram dessas obrigações. b) Da racionalização da despesa de

investimento prevista, bem como as Artigo 58.º respetivas fontes de financiamento; Saneamento financeiro c) Da maximização de receitas,

designadamente em matéria de 1 - O município deve contrair empréstimos impostos locais, taxas e operações de para saneamento financeiro, tendo em vista a alienação de património. reprogramação da dívida e a consolidação de passivos financeiros, quando, no final do 2 - Do plano de saneamento deve ainda exercício: constar:

a) Ultrapasse o limite da dívida total a) A calendarização anual da redução do previsto no artigo 52.º; ou nível da dívida total, até ser cumprido b) O montante da dívida, excluindo o limite previsto no artigo 52.º; empréstimos, seja superior a 0,75 b) A previsão de impacto orçamental, vezes a média da receita corrente por classificação económica, das líquida cobrada nos três exercícios medidas referidas nas alíneas do anteriores. número anterior, para o período de vigência do plano de saneamento 2 - Sem prejuízo do disposto no número financeiro. anterior, o município pode contrair empréstimos para saneamento financeiro, desde que 3 - O estudo e o plano de saneamento verificada a situação prevista no n.º 1 do artigo financeiro são elaborados pela câmara municipal 56.º. e propostos à respetiva assembleia municipal 3 - Caso a dívida total prevista no artigo 52.º para aprovação. se situe entre 2,25 e 3 vezes a média da receita 4 - O município remete à DGAL cópia do corrente líquida cobrada nos três exercícios contrato do empréstimo e do plano de anteriores, o município é obrigado a contrair um saneamento financeiro, no prazo de 15 dias, a empréstimo para saneamento financeiro ou a contar da data da sua celebração. aderir ao procedimento de recuperação 5 - Durante o período do empréstimo o financeira previsto nos artigos 61.º e seguintes. município fica obrigado a: 4 - O resultado das operações referidas nos a) Cumprir o plano de saneamento números anteriores não pode conduzir ao financeiro; aumento da dívida total do município. b) Não celebrar novos empréstimos de 5 - Os pedidos de empréstimos para saneamento financeiro; saneamento financeiro dos municípios são c) Remeter à DGAL os relatórios instruídos com um estudo fundamentado da sua semestrais sobre a execução do plano situação financeira e um plano de saneamento de saneamento, no prazo máximo de

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30 dias, a contar do final do semestre a receita corrente líquida cobrada nos últimos três que reportam. exercícios. 3 - O processo de recuperação financeira 6 - Sem prejuízo do disposto na alínea c) do determina o recurso ao Fundo de Apoio número anterior, o acompanhamento do plano Municipal (FAM), previsto no artigo seguinte. de saneamento cabe ao município, através da elaboração de relatórios semestrais sobre a Artigo 62.º execução do plano financeiro pela câmara Criação do Fundo de Apoio Municipal municipal e da sua apreciação pela assembleia municipal. 1 - É criado o FAM, pessoa coletiva de direito 7 - Sem prejuízo do disposto no número público, dotada de autonomia administrativa e anterior, nos casos de adesão obrigatória ao financeira. saneamento financeiro, o seu acompanhamento 2 - O FAM rege-se pela presente lei, pelos cabe à DGAL, através da apreciação dos seus regulamentos e, subsidiariamente, pela lei- relatórios referidos na alínea c) do n.º 5, quadro dos institutos públicos. devendo dar conhecimento aos membros do

Governo responsáveis pelas áreas das finanças e Artigo 63.º das autarquias locais. Objeto do Fundo de Apoio Municipal

Artigo 60.º O FAM tem por objeto prestar assistência Incumprimento do plano de saneamento financeira aos municípios que se encontrem nas

situações previstas no n.º 3 do artigo 58.º e no 1 - O incumprimento do plano de artigo 61.º, mediante a celebração de contrato. saneamento é reconhecido na primeira sessão anual da assembleia municipal, sendo a cópia da Artigo 64.º deliberação respetiva remetida à DGAL, no prazo Regras gerais do FAM máximo de 15 dias, e determina a retenção das transferências a efetuar nos termos do número A estrutura, termos e condições de seguinte para pagamento à instituição financeira capitalização e funcionamento do FAM são respetiva ou aos credores, conforme a causa de reguladas em diploma próprio, que consagra as incumprimento invocada. seguintes regras gerais: 2 - A retenção prevista no número anterior é precedida de audição do município, sendo a) A definição do capital necessário; efetuada mensalmente pela DGAL e tendo como b) As fontes de financiamento, que limite máximo 20 % do respetivo duodécimo das incluem obrigatoriamente a transferências correntes do Orçamento do participação do Estado e de todos os Estado não consignadas. municípios; 3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1, nos c) A previsão que as unidades de casos de adesão obrigatória ao saneamento participação são remuneradas; financeiro, o incumprimento do plano é de d) A existência de uma direção executiva conhecimento oficioso pela DGAL, aquando da e de uma comissão de apreciação dos relatórios referidos na alínea c) acompanhamento, que incluirão do n.º 5 do artigo anterior, dando conhecimento representantes do Estado e dos aos membros do Governo responsáveis pelas municípios; áreas das finanças e das autarquias locais, bem e) A obrigação de o controlo e como os presidentes dos órgãos executivo e fiscalização da gestão do FAM serem deliberativo do município em causa, que exercidos por um revisor oficial de informam os respetivos membros na primeira contas; reunião ou sessão seguinte. f) A previsão de que beneficiam da 4 - Os montantes retidos ao abrigo do assistência financeira através do FAM presente artigo são afetos ao Fundo de os municípios que se encontrem nas Regularização Municipal (FRM). situações previstas no n.º 3 do artigo 58.º e no artigo 61.º; Artigo 61.º g) A existência obrigatória de um Recuperação financeira municipal programa de ajustamento a executar pelos municípios beneficiários de 1 - O município é obrigado a aderir ao assistência financeira; procedimento de recuperação financeira h) A definição de um regime de municipal sempre que se encontre em situação acompanhamento técnico e financeiro de rutura financeira. contínuo do programa de ajustamento 2 - A situação de rutura financeira municipal municipal e do contrato; considera-se verificada sempre que a dívida total i) A possibilidade de recusa de prevista no artigo 52.º seja superior, em 31 de assistência financeira pelo FAM, dezembro de cada ano, a 3 vezes a média da nomeadamente quando o município

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não reúna condições para o credores, valores e datas de vencimento das cumprimento do serviço da dívida; dívidas a pagar, com vista à elaboração de uma j) Previsão de que o incumprimento das listagem cronológica das mesmas. cláusulas contratuais ou do programa 3 - Após confirmação da veracidade e do teor de ajustamento municipal constitui das dívidas pelo revisor oficial de contas ou pela fundamento bastante para a sua sociedade de revisores oficiais de contas a que resolução. se refere o n.º 2 do artigo 77.º, a DGAL procede, até ao limite dos montantes deduzidos, SECÇÃO IV ao seu pagamento, mediante transferência para Fundo de Regularização Municipal a conta do credor ou fornecedor. 4 - Na realização dos pagamentos aos Artigo 65.º fornecedores deve ser respeitada a ordem Fundo de Regularização Municipal cronológica das dívidas. 5 - A DGAL dá conhecimento ao município 1 - O FRM é constituído pelos montantes das das dívidas a cujo pagamento deve proceder, e, transferências orçamentais deduzidas aos após a sua efetivação, remete comprovativo da municípios, sendo utilizado para, através da quitação. DGAL, proceder ao pagamento das dívidas a 6 - Nos casos dos municípios sem dívidas que terceiros do município respetivo. possam ser satisfeitas nos termos do n.º 1, os 2 - Para efeitos do disposto no número montantes aí referidos são devolvidos nos dois anterior, são incluídas no FRM todas e quaisquer anos seguintes. verbas que resultem de retenções nas transferências orçamentais, nomeadamente as TÍTULO III retidas ao abrigo do n.º 2 do artigo 60.º, salvo Entidades intermunicipais disposição legal em contrário. 3 - O montante pago nos termos do número Artigo 68.º anterior não contribui para a redução a que se Receitas refere a alínea a) do n.º 3 do artigo 52.º. 1 - A entidade intermunicipal dispõe de Artigo 66.º património e finanças próprios. Constituição 2 - O património da entidade intermunicipal é constituído pelos bens e direitos para ela 1 - Os montantes afetos ao FRM, nos termos transferidos ou adquiridos a qualquer título. do n.º 2 do artigo anterior, são depositados no 3 - Os recursos financeiros da entidade IGCP, E. P. E., numa conta da DGAL, e podem intermunicipal compreendem: ser aplicados em certificados especiais de dívida a) O produto das contribuições e de curto prazo ou em outro instrumento transferências dos municípios que a financeiro equivalente de aplicação de saldos de integram, incluindo as decorrentes da entidades sujeitas ao princípio da unidade de delegação de competências; tesouraria. b) As transferências decorrentes da 2 - A DGAL é a entidade responsável pela delegação de competências do Estado gestão do FRM, estando, neste âmbito, sujeita ou de qualquer outra entidade pública; às orientações dos membros do Governo c) As transferências decorrentes de responsáveis pelas áreas das finanças e das contratualização com quaisquer autarquias locais. entidades públicas ou privadas;

d) Os montantes de cofinanciamentos Artigo 67.º europeus; Afetação dos recursos e) As dotações, subsídios ou

comparticipações; 1 - Os montantes deduzidos são utilizados f) As taxas devidas à entidade para proceder ao pagamento das dívidas do intermunicipal; município respetivo pela seguinte ordem: g) Os preços relativos aos serviços a) Dívidas a fornecedores, vencidas há prestados e aos bens fornecidos; mais de 90 dias; h) O rendimento de bens próprios, o b) Outras dívidas já vencidas; produto da sua alienação ou da c) Amortização de empréstimos de atribuição de direitos sobre eles; médio ou longo prazo. i) Quaisquer acréscimos patrimoniais, fixos ou periódicos, que, a título 2 - Nos 30 dias seguintes ao final de cada gratuito ou oneroso, lhes sejam trimestre em que tenham existido retenções a atribuídos por lei, contrato ou outro ato que se refere o número anterior, o município jurídico; solicita à DGAL a utilização desses montantes j) As transferências do Orçamento do para a finalidade prevista, devendo o pedido ser Estado, nos termos do artigo seguinte; acompanhado de informação relativa aos

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k) Quaisquer outras receitas permitidas Artigo 70.º por lei. Endividamento

4 - Constituem despesas da entidade 1 - A entidade intermunicipal pode contrair intermunicipal os encargos decorrentes da empréstimos. prossecução das suas atribuições. 2 - A entidade intermunicipal não pode

contrair empréstimos a favor dos municípios. Artigo 69.º 3 - A entidade intermunicipal não pode Transferências do Orçamento do Estado conceder empréstimos a quaisquer entidades

públicas e privadas, salvo nos casos 1 - As entidades intermunicipais recebem expressamente previstos na lei. transferências do Orçamento do Estado no 4 - É vedada à entidade intermunicipal a montante equivalente a: celebração de contratos com entidades a) 1 % do FEF dos municípios que financeiras com a finalidade de consolidar dívida integram a respetiva área de curto prazo, bem como a cedência de créditos metropolitana; não vencidos. b) 0,5 % do FEF dos municípios que integram a respetiva comunidade Artigo 71.º intermunicipal. Cooperação financeira

2 - Ao disposto no número anterior acresce As entidades intermunicipais podem um montante para distribuição em função do beneficiar dos sistemas e programas específicos ISDR resultante da dedução de 0,25 % do de apoio financeiro previstos para os municípios, montante do FEF, determinado nos termos da nomeadamente no domínio da cooperação alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º e de 0,25 % do técnica e financeira. montante que caiba a cada município por via da participação variável de IRS, nos termos do n.º Artigo 72.º 1 do artigo 26.º. Isenções fiscais 3 - O montante previsto no n.º 1 é distribuído de acordo com os seguintes critérios: As entidades intermunicipais beneficiam das a) 20 % para premiar as entidades isenções fiscais previstas na lei para os intermunicipais que progridam nos municípios. resultados do índice de competitividade referente ao ano anterior; Artigo 73.º b) 20 % para premiar as entidades Fiscalização e julgamento das contas intermunicipais que progridam nos resultados do índice de As contas das entidades intermunicipais estão sustentabilidade referente ao ano sujeitas a apreciação e julgamento do Tribunal anterior; de Contas, nos termos da lei. c) 20 % para premiar as entidades intermunicipais que progridam nos TÍTULO IV resultados do índice de qualidade Contabilidade, prestação de contas e ambiental referente ao ano anterior; auditoria d) 40 % para premiar as entidades intermunicipais que progridam nos Artigo 74.º resultados globais do ISDR referentes Contabilidade ao ano anterior. 1 - O regime relativo à contabilidade das 4 - A classificação anual das entidades autarquias locais, das entidades intermunicipais intermunicipais de acordo com o ISDR é e das suas entidades associativas visa a sua realizada com base nos resultados divulgados uniformização, normalização e simplificação, de pelo Instituto Nacional de Estatística, I. P. (INE, modo a constituir um instrumento de gestão I. P.), no primeiro quadrimestre do ano em que económico-financeira e permitir o conhecimento é elaborado o Orçamento do Estado, sendo completo do valor contabilístico do património, comunicada à Assembleia da República aquando bem como a apreciação e julgamento das contas da apresentação do mesmo. anuais. 5 - Para efeitos do disposto no n.º 3, as 2 - A contabilidade das entidades referidas no verbas são distribuídas em função do número de número anterior respeita o Plano de Contas em entidades que tenham registado uma subida nos vigor para o setor local, podendo ainda dispor de resultados de cada índice. outros instrumentos necessários à boa gestão e ao controlo dos dinheiros e outros ativos públicos, nos termos previstos na lei.

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Artigo 75.º d) A capacidade de conseguir a sua Consolidação de contas cooperação na realização de objetivos próprios; 1 - Sem prejuízo dos documentos de e) A assunção da responsabilidade prestação de contas individuais previstos na lei, subsidiária pelos passivos da outra os municípios, as entidades intermunicipais e as entidade. suas entidades associativas, apresentam contas 6 - Devem ainda ser consolidadas, na consolidadas com as entidades detidas ou proporção da participação ou detenção, as participadas. empresas locais que, de acordo com o artigo 7.º 2 - As entidades mãe ou consolidantes são o da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto, integrem o município, as entidades intermunicipais e a setor empresarial local e os serviços entidade associativa municipal. intermunicipalizados, independentemente da 3 - O grupo autárquico é composto por um percentagem de participação ou detenção do município, uma entidade intermunicipal ou uma município, das entidades intermunicipais ou entidade associativa municipal e pelas entidades entidade associativa municipal. controladas, de forma direta ou indireta, 7 - Os documentos de prestação de contas considerando-se que o controlo corresponde ao consolidadas constituem um todo e poder de gerir as políticas financeiras e compreendem o relatório de gestão e as operacionais de uma outra entidade a fim de seguintes demonstrações financeiras: beneficiar das suas atividades. 4 - A existência ou presunção de controlo, a) Balanço consolidado; por parte das entidades referidas no n.º 1 b) Demonstração consolidada dos relativamente a outra entidade, afere-se pela resultados por natureza; verificação dos seguintes pressupostos referente c) Mapa de fluxos de caixa consolidados às seguintes entidades: de operações orçamentais; d) Anexo às demonstrações financeiras a) Serviços municipalizados e consolidadas, com a divulgação de intermunicipalizados, a detenção, notas específicas relativas à respetivamente, total ou maioritária, consolidação de contas, incluindo os atendendo, no último caso, ao critério saldos e os fluxos financeiros entre as previsto no n.º 4 do artigo 16.º da Lei entidades alvo da consolidação e o n.º 50/2012, de 31 de agosto; mapa de endividamento consolidado de b) De natureza empresarial, a sua médio e longo prazos e mapa da dívida classificação como empresas locais nos bruta consolidada, desagregado por termos dos artigos 7.º e 19.º da Lei n.º maturidade e natureza. 50/2012, de 31 de agosto; c) De outra natureza, a sua verificação 8 - Os procedimentos, métodos e casuística e em função das documentos contabilísticos para a consolidação circunstâncias concretas, por referência de contas dos municípios, das entidades aos elementos de poder e resultado, intermunicipais e das entidades associativas com base, designadamente numa das municipais são os definidos para as entidades do seguintes condições: setor público administrativo.

i) De poder, como sejam a detenção Artigo 76.º da maioria do capital ou dos direitos Apreciação dos documentos de prestação de voto, a homologação dos de contas individuais e consolidadas estatutos ou regulamento interno e

a faculdade de designar, homologar 1 - Os documentos de prestação de contas a designação ou destituir a maioria individuais das autarquias locais, das entidades dos membros dos órgãos de gestão; intermunicipais e das entidades associativas ii) De resultado, como sejam o poder municipais são apreciados pelos seus órgãos de exigir a distribuição de ativos ou deliberativos, reunidos em sessão ordinária de dissolver outra entidade. durante o mês de abril do ano seguinte àquele a 5 - Presume-se, ainda, a existência de que respeitam. controlo quando se verifique, relativamente a 2 - Os documentos de prestação de contas outra entidade, pelo menos um dos seguintes consolidados são elaborados e aprovados pelos indicadores de poder ou de resultado: órgãos executivos de modo a serem submetidos à apreciação dos órgãos deliberativos durante a) A faculdade de vetar os orçamentos; sessão ordinária do mês de junho do ano b) A possibilidade de vetar, derrogar ou seguinte àquele a que respeitam. modificar as decisões dos órgãos de 3 - Os documentos de prestação de contas gestão; das entidades referidas no n.º 1, que sejam c) A detenção da titularidade dos ativos obrigadas, nos termos da lei, à adoção de líquidos com direito de livre acesso a contabilidade patrimonial, são remetidos ao estes; órgão deliberativo para apreciação juntamente

501 Autarquias Locais - Legislação Nacional com a certificação legal das contas e o parecer Artigo 78.º sobre as mesmas apresentados pelo revisor Deveres de informação oficial de contas ou sociedade de revisores oficiais de contas, nos termos previstos no artigo 1 - Para efeitos da prestação de informação seguinte. relativamente às contas das administrações públicas, os municípios, as entidades Artigo 77.º intermunicipais, as entidades associativas Certificação legal de contas municipais e as entidades públicas reclassificadas, quando aplicável, remetem à 1 - O auditor externo, responsável pela DGAL os seus orçamentos, quadro plurianual de certificação legal de contas, é nomeado por programação orçamental e contas mensais nos deliberação do órgão deliberativo, sob proposta 10 dias subsequentes, respetivamente à sua do órgão executivo, de entre revisores oficiais de aprovação e ao período a que respeitam, bem contas ou sociedades de revisores oficiais de como os documentos de prestação de contas contas. anuais depois de aprovados, incluindo, sendo 2 - Compete ao auditor externo que procede caso disso, os consolidados. anualmente à revisão legal das contas: 2 - Para efeitos da prestação de informação dos dados sobre a dívida pública, os municípios, a) Verificar a regularidade dos livros, as entidades intermunicipais, as entidades registos contabilísticos e documentos associativas municipais e as entidades públicas que lhes servem de suporte; reclassificadas remetem à DGAL informação b) Participar aos órgãos municipais sobre os empréstimos contraídos e sobre os competentes as irregularidades, bem ativos expressos em títulos de dívida emitidos como os factos que considere nos 10 dias subsequentes ao final de cada reveladores de graves dificuldades na trimestre e após a apreciação das contas. prossecução do plano plurianual de 3 - Para efeitos de acompanhamento e investimentos do município; monitorização do limite da dívida total, os c) Proceder à verificação dos valores municípios remetem à DGAL informação patrimoniais do município, ou por ele necessária, nos 10 dias subsequentes ao final de recebidos em garantia, depósito ou cada trimestre e após a apreciação das contas. outro título; 4 - As freguesias ficam obrigadas a enviar à d) Remeter semestralmente aos órgãos DGAL as respetivas contas, nos 30 dias executivo e deliberativo da entidade subsequentes à data da sessão do órgão informação sobre a respetiva situação deliberativo em que aquelas contas foram económica e financeira; sujeitas a apreciação, bem como os mapas e) Emitir parecer sobre os documentos trimestrais das contas, nos 10 dias de prestação de contas do exercício, subsequentes ao período a que respeitam. nomeadamente sobre a execução 5 - Para efeitos de acompanhamento da orçamental, o balanço e a evolução das despesas com pessoal, as demonstração de resultados individuais autarquias locais remetem trimestralmente à e consolidados e anexos às DGAL os seguintes elementos: demonstrações financeiras exigidas por lei ou determinados pela assembleia a) Despesas com pessoal, incluindo as municipal. relativas aos contratos de avença e de tarefa, comparando com as realizadas 3 - No caso dos municípios, a certificação no mesmo período do ano anterior; legal de contas individuais inclui os serviços b) Número de admissões de pessoal, de municipalizados, sem prejuízo de deliberação da qualquer tipo, e de aposentações, assembleia municipal, sob proposta da câmara rescisões e outras formas de cessação municipal, no sentido da realização da de vínculo laboral; certificação legal de contas destas entidades c) Fundamentação de eventuais poder ser efetuada em termos autónomos, o que aumentos de despesa com pessoal, que também ocorre quanto aos serviços não resultem de atualizações salariais, intermunicipalizados previstos no n.º 5 do artigo cumprimento de obrigações legais ou 8.º da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto. transferência de competências da 4 - Compete, ainda, ao auditor externo administração central. pronunciar-se sobre quaisquer outras situações determinadas por lei, designadamente sobre os 6 - Para efeitos da troca de informação planos de recuperação financeira, antes da sua prevista nas alíneas c) a e) do n.º 7 do artigo aprovação nos termos da lei. 12.º, nomeadamente no que respeita à estimativa de execução orçamental, os municípios preparam essa informação e introduzem-na no SIIAL até 31 de agosto de cada ano.

502 Autarquias Locais - Legislação Nacional

7 - A informação a prestar nos termos dos 2 - As autarquias locais, as entidades números anteriores é remetida por ficheiro intermunicipais, as entidades associativas constante da aplicação informática fornecida municipais e as entidades do setor empresarial pela DGAL. local disponibilizam no respetivo sítio eletrónico 8 - Em caso de incumprimento, por parte das os documentos previsionais e de prestação de autarquias locais e das entidades contas referidos na presente lei, intermunicipais, dos deveres de informação nomeadamente: previstos no presente artigo, bem como dos a) A proposta de orçamento apresentada respetivos prazos, são retidos 10 % do pelo órgão executivo ao órgão duodécimo das transferências correntes no mês deliberativo; seguinte ao do incumprimento, sem prejuízo do b) Os planos de atividades e os valor que seja anualmente estabelecido no relatórios de atividades dos últimos decreto-lei de execução orçamental. dois anos; 9 - Os montantes a que se refere o número c) Os planos plurianuais de anterior são repostos no mês seguinte àquele investimentos e os orçamentos, os em que a entidade visada passa a cumprir os quadros plurianuais de programação prazos de prestação de informação, juntamente orçamental, bem como os relatórios de com a transferência prevista para esse mês. gestão, os balanços e a demonstração 10 - Para efeitos de acompanhamento da de resultados, inclusivamente os situação financeira das autarquias locais pode a consolidados, os mapas de execução DGAL solicitar informação além da referida nos orçamental e os anexos às números anteriores. demonstrações financeiras, dos últimos 11 - As disposições do presente artigo são dois anos; estendidas mediante portaria dos membros do d) Os dados relativos à execução anual Governo responsáveis pelas áreas das finanças e dos planos plurianuais. das autarquias locais às entidades do subsetor local que tenham natureza e forma de empresa, Artigo 80.º fundação ou associações públicas, pela DGAL, se Verificação das contas e quando estas não integrarem a informação prestada pelas autarquias locais e pelas O Tribunal de Contas, em sede de verificação entidades intermunicipais. das contas, remete a sua decisão aos respetivos órgãos autárquicos, com cópia aos membros do Artigo 79.º Governo responsáveis pelas áreas das finanças e Publicidade das autarquias locais.

1 - Os municípios disponibilizam, quer em TÍTULO V formato papel em local visível nos edifícios da Disposições finais e transitórias câmara municipal e da assembleia municipal quer na página principal do respetivo sítio Artigo 81.º eletrónico: Receitas próprias

a) Os mapas resumo das despesas 1 - A alínea a) do artigo 10.º da Lei n.º segundo as classificações económica e 2/2007, de 15 de janeiro, mantém-se, funcional e das receitas segundo a relativamente ao imposto municipal sobre a classificação económica; transmissão onerosa de imóveis, em vigor até b) Os valores em vigor relativos às taxas 31 de dezembro de 2017. do IMI e de derrama; 2 - A partir de 2016 as taxas do IMT são c) A percentagem da participação reduzidas nos seguintes termos: variável no IRS, nos termos do artigo 26.º; a) Em 2016, redução de um terço; d) Os tarifários de água, saneamento e b) Em 2017, redução de dois terços. resíduos, quer o prestador do serviço seja o município, um serviço 3 - A participação variável no IRS, prevista municipalizado, uma empresa local, no artigo 26.º, encontra-se abrangida pelas intermunicipal, concessionária ou um regras previstas no artigo 35.º, por referência às parceiro privado no âmbito de uma transferências a efetuar em 2014 e 2015. parceria público-privada; 4 - O Governo deve criar, no prazo de 180 e) Os regulamentos de taxas municipais; dias após entrada em vigor da presente lei, um f) O montante total das dívidas mecanismo de monitorização futura do impacto desagregado por rubricas e das variações das receitas das autarquias, individualizando os empréstimos incluindo nomeadamente o IMI e o IMT. bancários.

503 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 82.º no artigo 52.º apenas por efeito da existência de Regime transitório de distribuição do FSM dívidas excecionadas constituídas em data anterior à entrada em vigor da presente lei, não 1 - Até que seja fixada na Lei do Orçamento deve o município ser sujeito a sanções previstas do Estado a repartição do FSM referida no n.º 1 na presente lei. do artigo 34.º o montante a distribuir 2 - Para efeitos do número anterior, proporcionalmente por cada município consideram-se dívidas excecionadas as corresponde a 2 % da média aritmética simples seguintes: da receita proveniente do IRS, do IRC e do IVA, a) Os empréstimos e os encargos com o que equivale às competências atualmente empréstimos anteriormente contraídos exercidas pelos municípios nomeadamente no ao abrigo de disposições legais que os domínio da educação, a distribuir de acordo com excecionavam dos limites de os critérios consagrados no n.º 2 do artigo 30.º endividamento; da presente lei. b) Os empréstimos e os encargos com 2 - Ficam excluídos do disposto no número empréstimos contraídos para a anterior os montantes relativos a financiamento conclusão dos programas especiais de de competências com financiamento específico realojamento (PER) cujos acordos de através do Orçamento do Estado ou exercidas ao adesão tenham sido celebrados até ao abrigo de protocolos e outras formas de ano de 1995; cooperação contratualizadas entre a c) As dívidas dos municípios às empresas administração central e os municípios. concessionárias do serviço de (Nos termos da Declaração de Retificação n.º distribuição de energia elétrica em 46-B/2013, de 1 de novembro, no n.º 1 do baixa tensão, consolidadas até 31 de artigo 82.º, onde se lê:«Até que seja fixada na dezembro de 1988. Lei do Orçamento do Estado a repartição do FSM referida no n.º 1 do artigo 34.º o montante a 3 - Para efeitos dos números anteriores, distribuir proporcionalmente por cada município apenas relevam as dívidas excecionadas corresponde a 2 % da média aritmética simples constituídas em data anterior à entrada em vigor da receita proveniente do IRS, do IRC e do IVA, da presente lei e cujos contratos não sejam o que equivale às competências atualmente objeto de alterações, designadamente nos exercidas pelos municípios nomeadamente no montantes ou nos prazos. domínio da educação, a distribuir de acordo com os critérios consagrados no n.º 2 do artigo 30.º Artigo 85.º da presente lei.» deve ler -se:«Até que seja Financiamento das freguesias fixada na Lei do Orçamento do Estado a repartição do FSM referida no n.º 1 do artigo 1 - O regime de transferências para as 34.º o montante a distribuir proporcionalmente freguesias previsto no artigo 38.º inicia a sua por cada município corresponde a 2 % da média vigência no ano de 2016. aritmética simples da receita proveniente do 2 - Nos anos de 2014 e 2015, o montante IRS, do IRC e do IVA, o que equivale às das transferências para as freguesias competências atualmente exercidas pelos corresponde ao valor transferido em 2013 ou, municípios nomeadamente no domínio da em caso de agregação, à soma dos valores educação, a distribuir de acordo com os critérios transferidos para as freguesias agregadas. consagrados no artigo 34.º da presente lei.») Artigo 86.º Artigo 83.º Saneamento e reequilíbrio Equilíbrio orçamental Para os contratos de saneamento e Para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo reequilíbrio existentes à data de entrada em 40.º, no caso de empréstimos já existentes vigor da presente lei, bem como para os planos quando da entrada em vigor da presente lei, de ajustamento previstos na Lei n.º 43/2012, de considera-se amortizações médias de 28 de agosto, aplicam-se as disposições empréstimos o montante correspondente à constantes da Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro, divisão do capital em dívida à data da entrada e do Decreto-Lei n.º 38/2008, de 7 de março, em vigor da presente lei pelo número de anos de alterado pelo Decreto-Lei n.º 120/2012, de 19 vida útil remanescente do contrato. de junho.

Artigo 84.º Artigo 87.º Regime transitório para o endividamento Regulamentação do Fundo de Apoio excecionado Municipal

1 - No caso em que um município cumpra os O diploma complementar previsto no artigo limites de endividamento na data de entrada em 64.º deve ser aprovado no prazo de 120 dias vigor da presente lei, mas que passe a registar contados da publicação da lei. uma dívida total superior aos limites previstos

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Artigo 88.º Índice de desenvolvimento social

Até a aprovação do decreto-lei a que se refere o n.º 12 do artigo 33.º mantém-se em vigor o anexo à Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro.

Artigo 89.º Transferências para as entidades intermunicipais

1 - As regras relativas à transferência de verbas indexadas ao ISDR têm em conta o novo mapa das entidades intermunicipais e das NUTS III. 2 - A dedução prevista no n.º 2 do artigo 69.º, assim como a aplicação dos critérios previstos no n.º 3 do mesmo artigo, entram em vigor no ano de 2016, tendo como ano de referência para a classificação dos índices do ISDR divulgados pelo INE, I. P., no ano anterior.

Artigo 90.º Plataforma de transparência

O Governo deve criar uma plataforma eletrónica em sítio na Internet, de acesso público e universal, na qual é publicada, de modo simples e facilmente apreensível, informação relevante relativa a cada município, designadamente:

a) Informação prestada pelos municípios à DGAL ao abrigo dos respetivos deveres de reporte; b) Dados sobre a respetiva execução orçamental; c) Decisões no âmbito dos respetivos poderes tributários.

Artigo 91.º Norma revogatória

É revogada a Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro, e o Decreto-Lei n.º 38/2008, de 7 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 120/2012, de 19 de junho.

Artigo 92.º Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor em 1 de janeiro de 2014.

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Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto g) À prestação de apoio a pessoas em Aprova o regime jurídico da recuperação situação de vulnerabilidade, nos termos financeira municipal regulamentando o da lei e de regulamento municipal; Fundo de Apoio Municipal, e procede à h) A cemitérios que sejam propriedade primeira alteração à Lei n.º 50/2012, de 31 municipal; de agosto, que aprova o regime jurídico da i) À prestação de serviços na habitação atividade empresarial local e das social e na habitação a custos participações locais. controlados; j) À intervenção urgente em situações A Assembleia da República decreta, nos que constituam perigo para a saúde ou termos da alínea c) do artigo 161.º da segurança de pessoas. Constituição, o seguinte: Artigo 4.º TÍTULO I Princípios gerais Objeto, âmbito, definições e princípios gerais 1 - A recuperação financeira municipal traduz-se na adoção de mecanismos de Artigo 1.º reequilíbrio orçamental, de reestruturação da Objeto dívida e de assistência financeira. 2 - Sem prejuízo do carácter subsidiário da 1 - A presente lei estabelece o regime reestrutura financeira e da assistência jurídico da recuperação financeira municipal e financeira, as medidas referidas no número regulamenta o Fundo de Apoio Municipal, anterior são de aplicação cumulativa. doravante designado por FAM. 3 - O regime de recuperação financeira 2 - O regime de recuperação financeira municipal tem em conta as especificidades de municipal prevê os mecanismos jurídicos e cada município e baseia-se no princípio de financeiros necessários à adoção de medidas que repartição do esforço entre os municípios, os permitam a um município atingir e respeitar o seus credores e o Estado e na prevalência de limite de dívida total previsto no artigo 52.º da soluções encontradas por mútuo acordo entre o Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro. município, os credores municipais e o FAM. 3 - A presente lei procede ainda à primeira 4 - Na afetação dos seus recursos, o FAM alteração à Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto, rege-se pelo princípio de igualdade material que aprova o regime jurídico da atividade entre municípios, tendo como prioridade os empresarial local e das participações locais. casos de recurso obrigatório, nos termos do n.º 2 do artigo 61.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 2.º setembro. Âmbito de aplicação 5 - Nos casos de recurso facultativo, previsto do n.º 3 do artigo 58.º da Lei n.º 73/2013, de 3 A presente lei aplica-se ao Estado, aos de setembro, a assistência financeira fica municípios e seus credores, bem como a condicionada às disponibilidades do FAM, à quaisquer entidades públicas ou privadas que gravidade relativa das situações, à viabilidade do sejam objeto das normas e dos mecanismos compromisso de recuperação e à situação nela previstos. económico-social dos municípios. 6 - Os limites legais de endividamento não Artigo 3.º prejudicam a adoção de medidas que integram a Serviços públicos essenciais recuperação financeira municipal. Para efeitos do disposto na presente lei, consideram-se serviços públicos essenciais, os TÍTULO II serviços municipais básicos e fundamentais, Fundo de Apoio Municipal nomeadamente os relativos: CAPÍTULO I a) À proteção civil e à segurança pública; Disposições gerais b) Ao abastecimento de água e recolha e

tratamento de águas residuais; Artigo 5.º c) À recolha e tratamento de resíduos Regime sólidos urbanos;

d) À manutenção das vias públicas, com 1 - O FAM é uma pessoa coletiva de direito vista a garantir a segurança de pessoas público, dotada de autonomia administrativa e e bens; financeira. e) À manutenção do regular 2 - O FAM rege-se pelo disposto na Lei n.º funcionamento dos estabelecimentos 73/2013, de 3 de setembro, na presente lei, nos escolares a cargo do município; seus regulamentos internos e, subsidiariamente, f) À ação social escolar e ao transporte na lei-quadro dos institutos públicos, aprovada escolar; pela Lei n.º 3/2004, de 15 de janeiro.

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Artigo 6.º b) Elaborar e aprovar os regulamentos Objeto internos e outros normativos que se mostrem necessários ao bom O FAM tem por objeto a recuperação funcionamento do FAM; financeira dos municípios que se encontrem em c) Aprovar, após audição da comissão de situação de rutura financeira nos termos acompanhamento, os programas de previstos na Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, ajustamento municipal, doravante bem como a prevenção de situações de rutura designados por PAMs; financeira. d) Monitorizar a execução dos PAMs; e) Elaborar relatórios trimestrais de CAPÍTULO II acompanhamento dos PAMs; Órgãos e funcionamento f) Propor à comissão de acompanhamento aumentos de capital Artigo 7.º social do FAM; Órgãos g) Propor o resgate das unidades de participação; São órgãos do FAM, a direção executiva, a h) Prestar informação à comissão de comissão de acompanhamento e o fiscal único. acompanhamento, nomeadamente sobre a evolução da execução dos Artigo 8.º PAMs; Composição e designação da direção i) Assegurar as relações com os executiva municípios e com as entidades externas ao FAM, podendo, para este 1 - A direção executiva é constituída por um efeito, solicitar toda a informação presidente e dois vogais, designados, pela relevante; comissão de acompanhamento, para um j) Elaborar anualmente os documentos mandato de cinco anos, não renovável. de gestão do FAM, designadamente, o 2 - O presidente da direção executiva tem orçamento, os planos de atividades voto de qualidade. anuais e plurianuais e os documentos 3 - A direção executiva obriga-se pela de prestação de contas; assinatura do presidente e de um dos vogais. k) Propor a distribuição de resultados; 4 - O presidente da direção executiva é l) Prestar apoio técnico à comissão de substituído, nas suas faltas e impedimentos, acompanhamento, apresentando os pelo vogal por ele indicado. esclarecimentos que forem solicitados; 5 - Os membros da direção executiva são m) Acompanhar os municípios que equiparados, para efeitos remuneratórios e de adiram ao FAM na preparação dos aplicação do regime de incompatibilidades, a respetivos PAMs; gestores públicos do grupo C. n) Realizar e gerir as aplicações 6 - A designação dos membros da direção financeiras do FAM, em estrito executiva é precedida de avaliação, não cumprimento do previsto no vinculativa, de currículo e de adequação de regulamento aprovado pela comissão competências ao cargo a que respeita a proposta de acompanhamento; de designação, realizada pela Comissão de o) Representar o FAM em matérias que Recrutamento e Seleção para a Administração não estejam atribuídas expressamente Pública no prazo de 15 dias, a contar da data da a outro órgão do FAM; receção daquela proposta. p) Emitir parecer à proposta de 7 - A direção executiva integra um membro orçamento dos municípios que tenham indicado pelos representantes do Governo e um acedido ao FAM; membro indicado pelos representantes dos q) Aplicar as sanções previstas no artigo municípios. 50.º

Artigo 9.º Artigo 10.º Competências da direção executiva Composição e designação da comissão de acompanhamento À direção executiva compete, nomeadamente: 1 - A comissão de acompanhamento é composta pelos representantes dos detentores a) Assegurar a gestão do FAM, o que das unidades de participação no capital social do compreende a execução, em nome e FAM, nos seguintes termos: por conta e ordem do FAM, de todos os atos e operações necessários ou a) Um representante designado pelo convenientes à realização do seu membro do Governo responsável pela objeto; área das finanças; b)

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b) Um representante designado pelo e) Aprovar o orçamento, os planos de membro do Governo responsável pela atividades anuais e plurianuais e os área da administração local; documentos de prestação de contas do c) Um representante da Associação FAM, bem como a aplicação dos Nacional de Municípios Portugueses respetivos resultados; (ANMP); f) Aprovar as propostas de aumento de d) Um representante por cada município capital social do FAM, nos termos do ou grupo de municípios que se artigo 20.º agreguem de forma voluntária, cujo 3 - Sem prejuízo do disposto no número valor das unidades de participação seguinte, as deliberações da comissão de realizadas seja igual ou superior a 10 acompanhamento são tomadas por maioria dos % do capital social do FAM. votos dos seus membros, tendo o presidente 2 - Os representantes dos detentores de voto de qualidade, em caso de empate. unidades de participação têm direitos de voto 4 - As deliberações referidas na alínea f) do em número proporcional à soma das unidades n.º 2 são tomadas por maioria de três quartos de participação subscritas pelo seu dos votos dos membros da comissão de representado. acompanhamento. 3 - Cabe à ANMP a representação dos municípios que não integrem, nos termos Artigo 12.º previstos na alínea d) do n.º 1, a comissão de Fiscal único acompanhamento. 4 - Os direitos de voto do Estado são 1 - Sem prejuízo das competências exercidos conjuntamente pelos representantes legalmente atribuídas a outras entidades, o referidos nas alíneas a) e b) do n.º 1. controlo e a fiscalização da gestão do FAM são 5 - Os montantes a que se refere o n.º 3 do exercidas por um fiscal único. artigo 19.º relevam para efeitos do direito de 2 - O fiscal único é designado de entre os voto previsto no n.º 2. revisores oficiais de contas ou sociedades de 6 - A comissão de acompanhamento é revisores oficiais de contas inscritos na respetiva presidida por um dos seus membros, eleito, para lista da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas o efeito, pelos restantes. e do Conselho Nacional de Supervisão de 7 - Os membros da comissão de Auditoria. acompanhamento não auferem qualquer 3 - O mandato do fiscal único tem a duração remuneração pelo exercício das suas funções. de três anos e é renovável uma única vez. 4 - No caso de cessação do mandato, o fiscal Artigo 11.º único mantém-se no exercício de funções até à Competências e deliberações da comissão efetiva substituição. de acompanhamento Artigo 13.º 1 - À comissão de acompanhamento Competências do fiscal único compete, em especial, pronunciar-se: Compete ao fiscal único: a) Sobre as propostas de decisão dos PAMs e acompanhar a sua execução; a) Acompanhar, controlar a legalidade, a b) Quanto à recusa de assistência regularidade e a boa gestão financeira financeira prevista no n.º 2 do artigo e patrimonial do FAM, incluindo o 43.º; impacto das decisões da direção c) Sobre as questões que lhe sejam executiva relativas à aprovação, submetidas pela direção executiva ou revisão e execução dos PAMs; pelo respetivo presidente. b) Emitir parecer sobre o orçamento, o plano de atividades e os documentos 2 - Compete, ainda, à comissão de de prestação de contas do FAM; acompanhamento: c) Elaborar relatórios trimestrais sobre a a) Designar os membros da direção ação fiscalizadora exercida; executiva; d) Fiscalizar a eficácia do sistema de b) Designar o fiscal único, sob proposta gestão de riscos e do sistema de da direção executiva; controlo interno; c) Elaborar e aprovar os regulamentos e) Elaborar documento de certificação internos que se mostrem necessários legal de contas; ao seu funcionamento; f) Pronunciar-se sobre qualquer assunto d) Aprovar o regulamento relativo à que seja submetido à sua apreciação política de aplicações financeiras do pela direção executiva. capital social e disponibilidades do FAM;

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Artigo 14.º média do intervalo previsto no Código do IMI, de Apoio técnico, administrativo e logístico acordo com a seguinte fórmula:

A Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) assegura o apoio técnico, administrativo e logístico indispensável ao bom funcionamento do FAM.

Artigo 15.º

Extinção em que:

CIFAM m corresponde à contribuição do Em caso de extinção do FAM, o produto da município m para o FAM; sua liquidação reverte, depois de reembolsado o CTM corresponde à contribuição total a capital social e os juros a que se refere o n.º 4 realizar peloconjunto dos municípios; do artigo 19.º, para os detentores de unidades FEF m,t corresponde à participação no FEF do de participação, na proporção das contribuições município m no ano t; realizadas. IUC m,t corresponde à parcela do produto do IUC quecaiba ao município m no ano t; CAPÍTULO III IRS PIE m,t corresponde à PIE quanto ao IRS Património e finanças do Fundo de Apoio do municí-pio m, considerando a taxa máxima Municipal da participação variávelprevista na Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, no ano t; Artigo 16.º VPTnão isento m,t corresponde ao valor Património patrimonial tri-butável não isento para efeitos do IMI do município m no ano de 2014. 1 - O património do FAM é constituído por: 4 - Os valores da contribuição de cada a) Créditos relativos aos empréstimos município, resultantes da aplicação do disposto concedidos no âmbito da medida de no número anterior, são apurados pela DGAL e assistência financeira aos municípios; comunicados aos municípios até ao trigésimo dia b) Aplicações de recursos; seguinte ao da entrada em vigor da presente lei. c) Disponibilidades de caixa.

2 - O FAM está obrigado ao cumprimento da Artigo 18.º unidade da tesouraria do Estado, nos termos Unidades de participação previstos no regime da tesouraria do Estado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 191/99, de 5 de 1 - O capital social do FAM é representado junho. por unidades de participação escriturais e intransmissíveis de valor unitário de (euro) 1. Artigo 17.º 2 - As unidades de participação são Capital social do Fundo de Apoio Municipal realizadas em numerário colocado à disposição do FAM, em conta por este titulada junto da 1 - O capital social do FAM é de (euro) 650 Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida 000 000, sendo representado por unidades de Pública - IGCP, E. P. E., sem prejuízo do participação a subscrever e a realizar pelo disposto no número seguinte. Estado, através da Direção-Geral do Tesouro e 3 - Cada detentor do capital social do FAM Finanças (DGTF), e por todos os municípios. recebe as unidades de participação na proporção 2 - Para o capital social do FAM, o Estado do capital realizado, nos termos previstos na contribui com 50 % e o conjunto dos municípios presente lei. com 50 %. 4 - Caso o valor da contribuição não seja um 3 - A contribuição de cada município é múltiplo do valor nominal de cada unidade de calculada ponderando o montante total a realizar participação, o valor subscrito corresponde ao pelo conjunto dos municípios pelo peso relativo múltiplo imediatamente superior. de cada um deles no somatório do Fundo de 5 - As unidades de participação são Equilíbrio Financeiro (FEF), do Imposto Único de remuneradas através da distribuição dos Circulação (IUC) e do Imposto sobre o resultados do FAM. Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), 6 - As unidades de participação são participação nos impostos do Estado (PIE), de valorizadas semestralmente, com referência ao acordo com os valores finais constantes do mapa último dia de cada mês. XIX anexo à Lei do Orçamento do Estado, tendo 7 - O FAM publica semestralmente: por base a média dos últimos cinco anos, a) Um relatório contendo as variações de incluindo o ano em curso, e ponderando também valor das unidades e a explicação para a coleta do imposto municipal sobre imóveis os seus movimentos; (IMI) no município caso fosse aplicada a taxa b) Um relatório de acompanhamento dos PAMs.

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8 - Os relatórios referidos no número anterior 2 - O resgate das unidades de participação é são enviados, pela direção executiva, à comissão efetuado na proporção do capital social realizado de acompanhamento e à Assembleia da por cada um dos participantes. República, sendo ainda disponibilizados na 3 - Em caso de incumprimento junto do FAM, página eletrónica do FAM. o montante das unidades de participação a resgatar é deduzido dos montantes em dívida. Artigo 19.º 4 - O capital social do FAM não pode ser Realização do capital social do Fundo de reduzido para um valor inferior a 5 % da dívida Apoio Municipal total municipal ou a 20 % do montante de endividamento acima dos limites previstos no 1 - A realização do capital social do FAM, por artigo 52.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de parte de cada município e do Estado, é efetuada setembro, consoante o que for mais elevado. no prazo máximo de sete anos, em duas prestações anuais, a realizar nos meses de Artigo 22.º junho e dezembro, com início em 2015. Receitas e despesas do Fundo de Apoio 2 - Até à realização total do capital social do Municipal FAM, o Estado garante, por via da DGTF e através de empréstimos, as necessidades de 1 - São receitas do FAM: financiamento do FAM decorrentes dos a) As contribuições dos detentores do compromissos assumidos ao abrigo da capital social; assistência financeira concedida aos municípios b) Os rendimentos provenientes de elegíveis nos termos da presente lei. aplicações financeiras; 3 - Os empréstimos referidos no número c) Os juros dos empréstimos concedidos anterior são remunerados a uma taxa de juro aos municípios; correspondente ao custo de endividamento da d) O produto dos juros de mora e das República Portuguesa para um prazo coimas aplicadas no âmbito da equivalente, acrescidos de um spread de 0,15 presente lei; %. e) As entregas realizadas pela 4 - O capital social realizado é utilizado Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) prioritariamente no reembolso do capital dos correspondentes ao produto da empréstimos concedidos pelo Estado e no cobrança dos impostos sobre o pagamento dos respetivos juros. rendimento incidentes sobre a

remuneração referida no n.º 5 do Artigo 20.º artigo 18.º; Aumento do capital social do Fundo de f) Quaisquer outras receitas que lhe Apoio Municipal sejam atribuídas por lei, contrato ou

outro título. A direção executiva pode propor à comissão de acompanhamento a realização de aumentos 2 - São despesas do FAM as necessárias à de capital social do FAM, os quais são realizados prossecução das suas competências, nos termos previstos nos artigos 17.º e 18.º nomeadamente os encargos com os:

Artigo 21.º a) Empréstimos concedidos pelo Estado, Redução do capital social do Fundo de nos termos previstos na presente lei; Apoio Municipal b) A remuneração devida aos membros da direção executiva; 1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 4, a c) Honorários pagos pela prestação de direção executiva pode propor à comissão de serviços do fiscal único; d) Auditorias externas. acompanhamento, no âmbito da prestação de contas anuais, ou extraordinariamente, a 3 - A Autoridade Tributária e Aduaneira redução do capital social do FAM, por resgate entrega ao FAM, no prazo de 60 dias após a das unidades de participação, desde que cobrança, os montantes correspondentes às verificadas, cumulativamente, as seguintes receitas fiscais referidas na alínea e) do n.º 1. condições:

a) Os empréstimos concedidos pelo Estado ao FAM estejam totalmente amortizados; b) Existam excedentes de tesouraria que não sejam necessários ao cumprimento dos objetivos do FAM ao nível da assistência financeira.

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TÍTULO III 10 - O PAM deve ainda incluir informação Recuperação financeira quantificada sobre créditos exigidos por terceiros não reconhecidos, bem como sobre as ações CAPÍTULO I judiciais em curso para cobrança de dívidas Programa de ajustamento municipal municipais.

Artigo 23.º Artigo 24.º Fins e conteúdo do programa de Acesso obrigatório ao Fundo de Apoio ajustamento municipal Municipal

1 - A recuperação financeira municipal 1 - Os municípios devem, no prazo de 90 realiza-se através de contrato celebrado entre o dias, a contar do momento da verificação dos FAM e o município, denominado por programa pressupostos previstos no n.º 2 do artigo 61.º de ajustamento municipal (PAM). da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, solicitar o 2 - O PAM é celebrado pelo prazo necessário acesso ao FAM. à redução, pelo município, do seu endividamento 2 - O FAM, relativamente aos municípios que até ao limite previsto no n.º 1 do artigo 52.º da reúnam as condições previstas no número Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, não podendo anterior e que não tenham solicitado o acesso ao ser inferior, quando aplicável, à duração do FAM no prazo aí previsto, notifica o município empréstimo a conceder pelo FAM. para, no prazo de 60 dias, apresentar uma 3 - A direção executiva pode, em situações proposta de PAM. excecionais e devidamente fundamentadas, 3 - A apresentação da proposta do PAM, autorizar que o prazo do empréstimo tenha uma pelos municípios, faz-se mediante o duração superior à referida no número anterior. preenchimento de formulário eletrónico 4 - Com exceção do contrato de empréstimo, aprovado, para o efeito, pela direção executiva. o PAM cessa a pedido do município, quando este comprovadamente cumpra o limite previsto no Artigo 25.º n.º 1 do artigo 52.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de Acesso facultativo ao Fundo de Apoio setembro. Municipal 5 - O PAM deve conter um conjunto de medidas específicas e quantificadas com vista à 1 - Os municípios que reúnam as condições diminuição programada da dívida de cada previstas no n.º 3 do artigo 58.º da Lei n.º município até ao limite legalmente admissível, 73/2013, de 3 de setembro, e que ainda não com base nos seguintes mecanismos: estejam abrangidos pelo mecanismo de recuperação financeira municipal, são notificados a) Reequilíbrio orçamental, que inclui, pelo FAM para, no prazo de 30 dias, informar se nomeadamente, medidas de: optam pelo saneamento financeiro ou pelo i) Redução e racionalização da acesso ao FAM. despesa corrente e do capital; 2 - Nas situações em que os municípios ii) Maximização da receita própria; referidos no número anterior optem por aceder iii) Existência de instrumentos de ao FAM, aplica-se o regime previsto na presente controlo interno. lei. 3 - Os municípios têm 90 dias para b) Reestruturação da dívida financeira e apresentar o PAM, aplicando-se-lhe a totalidade não financeira; do regime previsto na presente lei. c) Assistência financeira. 4 - Caso o município opte pelo saneamento 6 - Sem pôr em causa a prestação dos financeiro, deve comprovar junto do FAM, no serviços públicos essenciais a que se refere o prazo de 90 dias, a obtenção do empréstimo artigo 3.º, o PAM garante o cumprimento do para saneamento financeiro. serviço da dívida municipal. 5 - Na ausência de entrega do comprovativo 7 - Sempre que o município detenha referido no número anterior, o FAM notifica o empresas locais que estejam nas circunstâncias município para elaborar e apresentar uma previstas no n.º 1 do artigo 62.º da Lei n.º proposta de PAM nos termos do artigo 23.º 50/2012, de 31 de agosto, as medidas incluídas no PAM têm em conta os impactos orçamentais Artigo 26.º e a assunção das dívidas que decorram dos Intervenção dos órgãos municipais respetivos processos de dissolução e da internalização das atividades pelo município. 1 - O PAM e as respetivas revisões são 8 - O PAM prevê a intensificação do aprovados pela assembleia municipal, sob ajustamento municipal nos primeiros anos de proposta da câmara municipal. vigência. 2 - O PAM, sempre que inclua um plano de 9 - O PAM inclui a análise de sustentabilidade reestruturação de dívida (PRD) ou, no âmbito da de longo prazo da dívida e a identificação de assistência financeira, a concessão de um riscos orçamentais. empréstimo pelo FAM, é aprovado nos termos do

512 Autarquias Locais - Legislação Nacional n.º 6 do artigo 49.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 29.º setembro. Obrigações de reporte e de prestação de 3 - As deliberações da assembleia municipal informação de aprovação do PAM e das suas eventuais revisões, obrigam o município, durante a sua 1 - Os municípios prestam trimestralmente à vigência, ao cumprimento de todo o seu DGAL, através do Sistema Integrado de conteúdo, nomeadamente quanto à fixação das Informação da Administração Local, a taxas de IMI, lançamento da derrama e informação necessária à monitorização do PAM, determinação da participação variável no IRS, a qual é efetuada de acordo com a estrutura bem como aos limites de despesa. definida pela direção executiva. 4 - A competência atribuída aos municípios 2 - A informação relativa ao segundo e ao pela presente lei considera-se atribuída à quarto trimestre de cada ano é acompanhada de câmara municipal, salvo se a mesma estiver certificação do auditor externo do município, expressamente cometida à assembleia devendo incidir nomeadamente sobre o grau de municipal. cumprimento dos objetivos do PAM. 5 - São nulas quaisquer deliberações 3 - A DGAL disponibiliza ao FAM a informação municipais que contrariem ou condicionem o prevista nos números anteriores, bem como cumprimento dos objetivos previstos no PAM. outra informação remetida pelos municípios que se verifique ser necessária à monitorização do Artigo 27.º PAM. Certificação do programa de ajustamento 4 - Os municípios que adiram ao FAM estão municipal obrigados a incluir no relatório de gestão um anexo relativo à execução do PAM, do qual A proposta de PAM é acompanhada de consta especial fundamentação em caso de certificação de um auditor externo, o qual toma apuramento de desvios. posição expressa sobre o seu conteúdo, em 5 - O relatório de gestão é enviado ao FAM, especial no que respeita à sustentabilidade, às no prazo de 15 dias, a contar da data da sua variáveis subjacentes às estimativas realizadas e aprovação. à exequibilidade dos objetivos de redução de 6 - Nas situações de suspensão de dívida. apresentação de proposta do PAM, os municípios, até final do mês de maio do ano Artigo 28.º seguinte, prestam informação ao FAM sobre o Aprovação e recusa grau de cumprimento dos objetivos previstos nos programas de recuperação e ajustamento 1 - A direção executiva dispõe de um prazo financeiro a que estão vinculados, devendo de 45 dias, a contar da data da apresentação da justificar os desvios apurados. proposta de PAM ou do pedido de suspensão, 7 - Os municípios prestam, por solicitação do para decidir sobre a sua aprovação ou recusa. FAM, qualquer outra informação adicional 2 - O prazo referido no número anterior pode necessária para a avaliação e acompanhamento ser suspenso, caso se verifique a necessidade de do grau de execução dos programas referidos suprir deficiências ou de clarificar o PAM, nos números anteriores. incluindo a revisão do PRD. 8 - Os municípios que adiram ao FAM devem, 3 - A direção executiva notifica o município durante a vigência do respetivo PAM, facultar o da decisão, no prazo de cinco dias úteis, a acesso direto aos sistemas de informação de contar da decisão prevista no n.º 1, devendo, no apoio à sua contabilidade, através de ferramenta caso de recusa, fundamentar expressamente tal informática regulada nos termos de portaria a facto. aprovar, para o efeito, pelos membros do 4 - Na situação referida na parte final do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e número anterior, a câmara municipal deve da administração local. proceder à reformulação da proposta de PAM, 9 - O município divulga no seu sítio na incluindo o PRD, remetendo-a, após aprovação Internet e, caso exista, no boletim da autarquia, pela assembleia municipal, à direção executiva, o PAM aprovado pelo FAM, bem como todas as num prazo de 45 dias, a contar da data da deliberações tomadas no seu âmbito pelos notificação. órgãos municipais. 5 - Após a receção da proposta do PAM reformulada, a direção executiva toma a decisão Artigo 30.º final no prazo e nos termos previstos no n.º 1, Partilha de informação pelo Fundo de Apoio notificando o município do sentido da decisão, Municipal de acordo com o disposto no n.º 3. 1 - A comissão de acompanhamento, sob proposta da direção executiva, determina a informação relativa aos PAMs a publicitar no sítio na Internet da DGAL e no Portal da Transparência Municipal.

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2 - O FAM disponibiliza às entidades públicas CAPÍTULO II de controlo, por via eletrónica, toda a Reequilíbrio orçamental informação produzida no âmbito da aprovação e acompanhamento dos PAMs. Artigo 34.º 3 - O FAM disponibiliza ainda a cada Objetivo do reequilíbrio orçamental município, por via eletrónica, toda a informação produzida no âmbito da aprovação e As medidas de reequilíbrio orçamental acompanhamento do respetivo PAM. constantes do PAM visam a racionalização da despesa e a maximização da receita municipal, Artigo 31.º bem como a otimização da gestão do seu Parecer prévio aos orçamentos dos património. municípios Artigo 35.º 1 - A proposta de orçamento dos municípios Medidas de reequilíbrio orçamental acedentes a um PAM está sujeita a parecer prévio do FAM, o qual incide sobre a 1 - O PAM contém medidas de reequilíbrio conformidade da proposta com as medidas e orçamental específicas, calendarizadas e obrigações nele previstas, a análise de quantificadas, nomeadamente, a: sustentabilidade de médio e longo prazo e a a) Determinação da participação variável identificação de riscos orçamentais. no IRS, à taxa máxima prevista nos 2 - O parecer previsto no número anterior é termos do artigo 26.º da Lei n.º emitido no prazo de 30 dias, a contar da data da 73/2013, de 3 de setembro; apresentação ao FAM, pelo município, da b) Definição da taxa máxima de derrama proposta do orçamento municipal. sobre o lucro tributável sujeito e não 3 - O parecer emitido pelo FAM é enviado ao isento de imposto sobre o rendimento presidente da câmara e ao presidente da das pessoas coletivas, nos termos assembleia municipal do município, que devem previstos no artigo 18.º da Lei n.º disponibilizá-lo a todos os membros dos órgãos 73/2013, de 3 de setembro; a que presidem, com a antecedência mínima de c) Definição das taxas máximas nos sete dias relativamente à data da sessão para a impostos municipais, designadamente aprovação do orçamento municipal. o IMI, nos termos previstos na 4 - O orçamento municipal só pode ser respetiva legislação, incluindo a não submetido à aprovação da assembleia municipal aplicação de qualquer fator minorativo quando acompanhado do parecer previsto no n.º e a aplicação dos fatores majorativos 1. previstos, sem prejuízo do disposto no

número seguinte; Artigo 32.º d) Análise e proposta de revogação de Celebração de contratos benefícios fiscais e isenções de taxas,

cuja concessão seja da competência do Durante o período de vigência do PAM, o município, e abstenção de concessão município não pode, exceto quando previamente de benefícios durante o PAM, exceto se autorizados pelo FAM: autorizado pelo FAM mediante a) Celebrar novos contratos de justificação das vantagens económicas financiamento de que resulte dívida para o município; pública fundada; e) Fixação dos preços cobrados pelo b) Promover novas parcerias público- município nos setores do saneamento, privadas. água e resíduos, nos termos definidos nas recomendações da Entidade Artigo 33.º Reguladora dos Serviços de Águas e Revisão do programa de ajustamento Resíduos, incluindo a possibilidade de municipal fixação de tarifas sociais; f) Identificação e quantificação de novos 1 - O PAM pode ser revisto por iniciativa do preços e tributos municipais a lançar, FAM e ou do município, aplicando-se, com as incluindo derramas, taxas e encargos necessárias adaptações, as regras constantes da de mais-valia; presente lei relativas ao conteúdo e aprovação g) Identificação e quantificação do do PAM. património municipal e serviços a 2 - A revisão do PAM apenas pode ocorrer alienar, concessionar ou ceder a dois anos após a sua celebração ou, exploração, com uma justificação das excecionalmente, caso se registem desvios vantagens económicas para o positivos ou negativos que alterem de forma município; relevante as condições do seu cumprimento, ou h) Identificação e quantificação de se verifique a situação prevista no n.º 4 do segmentos da atividade empresarial artigo 47.º local ou de participações locais a

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reestruturar, alienar ou concessionar, 2 - A concretização dos objetivos previstos no com uma justificação das vantagens número anterior fica dependente da adesão económicas para o município; voluntária dos credores. i) Medidas concretas e quantificadas tendentes ao aperfeiçoamento dos Artigo 37.º processos e do controlo sobre os factos Medidas de reestruturação financeira suscetíveis de gerarem a cobrança de taxas e preços municipais, bem como 1 - A reestruturação de dívida prevista no ao nível da aplicação de coimas e da artigo anterior realiza-se através da integração promoção dos processos de execução no PAM de um PRD, do qual fazem parte fiscal a cargo do município; medidas específicas, calendarizadas e j) Medidas concretas e quantificadas quantificadas. tendentes à melhoria e ao equilíbrio 2 - Para efeitos do disposto na presente lei, dos resultados operacionais das são relevantes quaisquer dívidas municipais, empresas do setor empresarial local; independentemente da sua maturidade ou k) Limitação da despesa corrente, qualificação. incluindo um plano detalhado e 3 - São ainda incluídas no PRD as dívidas que quantificado de redução de custos com o município venha a assumir no âmbito de pessoal e com a aquisição de bens e processos de dissolução de empresas locais que serviços; estejam nas circunstâncias previstas no n.º 1 do l) Medidas de racionalização dos custos artigo 62.º da Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto. com pessoal, incluindo as relativas ao pagamento de trabalho extraordinário Artigo 38.º e ao desenvolvimento de programas de Tramitação prévia ao plano de rescisão por mútuo acordo; reestruturação de dívida m) Avaliação da sustentabilidade e eventual renegociação das condições 1 - Para efeitos de preparação do PRD, o das parcerias público-privadas; município estabelece negociações com os n) Limites à realização de investimento. respetivos credores e comunica-lhes que abriu um processo negocial com vista à apresentação 2 - Quando a fixação da taxa máxima do IMI de um PRD ao FAM e solicita a sua participação implique um aumento superior a 50 % da taxa no mesmo. em vigor no momento de apresentação do PAM, o cumprimento do disposto na alínea c) do 2 - A publicitação do processo negocial é número anterior pode realizar-se faseadamente efetuada mediante informação disponibilizada no em dois anos. sítio na Internet do município da qual consta a 3 - Salvo o disposto no artigo seguinte, as relação das dívidas reconhecidas. medidas previstas no presente artigo são 3 - O credor dispõe de um prazo de 20 dias, obrigatórias e não excluem outras que possam a contar da publicitação referida no número ser adotadas pelo município tendo em vista a anterior, para se pronunciar sobre os respetivos recuperação financeira e a melhoria da sua créditos e informar, por meio idóneo, sobre a situação patrimonial. sua adesão ou não ao processo de negociação. 4 - A receita gerada com as medidas 4 - O processo de negociação tem lugar no previstas nas alíneas g) e h) do n.º 1, não prazo de 60 dias, a contar da data da previstas no PAM, é utilizada exclusivamente na publicitação da informação referida no n.º 2. redução extraordinária da dívida. 5 - Sem prejuízo do disposto nos números

anteriores, o município pode estabelecer CAPÍTULO III contactos diretos com os credores, no sentido de Reestruturação financeira promover a sua adesão ao processo de

negociação. Artigo 36.º

Objetivo da reestruturação financeira Artigo 39.º

Processo negocial 1 - Caso as medidas previstas no capítulo anterior sejam insuficientes para atingir os fins 1 - Durante as negociações, o município fica visados pelo PAM, são também adotadas obrigado a prestar toda a informação, que seja medidas de reestruturação financeira, que, na relevante para as negociações, solicitada pelos sequência da negociação com os credores, seus credores. visam: 2 - No âmbito das negociações, o município a) Alterar a distribuição temporal do pode acordar, com os credores, designadamente serviço da dívida, e moratórias, perdões, reduções de juros de mora b) Reduzir a dívida e ou os seus e ou um programa calendarizado de pagamentos encargos. de dívida, com um limite máximo da vigência do PAM.

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3 - O início do processo negocial obsta à 5 - Se da aplicação do critério estabelecido instauração de quaisquer ações para cobrança no número anterior resultar um montante de dívidas e permite que o município solicite, ao superior ao valor da dívida ao credor, o juiz do tribunal competente, a suspensão das remanescente é repartido pelos restantes ações em curso com idêntica finalidade. credores, de acordo com a mesma ponderação. 4 - A suspensão das ações para cobrança de dívidas nos termos do número anterior cessa, Artigo 42.º para os credores que não aderiram ao processo Plano de reestruturação de dívida ou que não firmaram qualquer acordo, após a aprovação ou recusa final do PAM ou após a 1 - O PRD é um documento que faz parte concessão ou rejeição do visto do Tribunal de integrante do PAM e contém obrigatoriamente: Contas, quando aplicável. a) As listas referidas nos n.os 1 e 2 do 5 - A aprovação do PAM ou a concessão de artigo anterior; visto pelo Tribunal de Contas, quando aplicável, b) O consentimento expresso dos determina a extinção das ações para cobrança titulares dos créditos elencados cujas de dívidas instauradas pelos credores que posições jurídicas são alteradas; tenham firmado acordo com o município. c) O acordo firmado com cada credor;

d) A relação das ações judiciais Artigo 40.º pendentes contra o município e o valor Exclusão do processo de negociação do pedido.

1 - Excluem-se do processo de negociação 2 - O município inclui no plano de referido nos artigos 38.º e 39.º os credores com pagamentos os créditos cuja existência ou créditos inferiores a (euro) 5 000. montante não reconheça, com a previsão de que 2 - A direção executiva pode, a pedido do os montantes destinados à sua liquidação são município, fixar um valor diferente do referido objeto de depósito junto de intermediário no número anterior. financeiro ou, caso seja concedida assistência 3 - Para efeitos do disposto no n.º 1, é financeira pelo FAM nos termos do artigo 44.º, considerada a soma dos créditos possuídos pelo são entregues aos respetivos titulares ou mesmo credor. repartidos pelos demais credores. 4 - O disposto nos números anteriores não é 3 - Os créditos ilíquidos existentes à data da aplicável quando os credores solicitem a elaboração do PRD são incluídos, com menção negociação dos respetivos créditos. da natureza ilíquida, pelo montante previsível do mesmo. Artigo 41.º 4 - Os créditos reestruturados não podem ter Conclusão das negociações prazo de reembolso superior ao previsto nos n.os 2 e 3 do artigo 23.º 1 - Após a conclusão das negociações com 5 - O PRD pode incluir o refinanciamento de cada um dos credores, os acordos alcançados dívida existente, nos termos do n.º 1 do artigo são formalizados e assinados por ambas as 51.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro. partes, sendo elaborada uma lista com a relação global dos créditos objeto de reestruturação, a CAPÍTULO IV identificação dos credores e os termos das Assistência financeira alterações acordadas, designadamente a quantificação da redução da dívida. Artigo 43.º 2 - É ainda elaborada uma lista dos credores Objetivo da assistência financeira que não aderiram ao processo ou que não firmaram qualquer acordo, com indicação dos 1 - A assistência financeira prestada pelo FAM respetivos créditos. tem natureza subsidiária em relação às medidas 3 - Sempre que o FAM conceda um de reequilíbrio orçamental e de reestruturação empréstimo ao município, conforme previsto nos financeira e apenas tem lugar quando aquelas artigos 43.º e 44.º, os credores que firmaram existam e sejam insuficientes para a acordos nos termos do n.º 1 gozam de recuperação financeira do município. preferência relativamente ao pagamento dos 2 - A assistência financeira pode ser recusada seus créditos sobre os credores que não pelo FAM, mediante decisão fundamentada da aderiram ao processo, de acordo com o critério direção executiva, nos termos constantes do estabelecido no número seguinte. artigo 28.º, quando as medidas de reequilíbrio 4 - O montante de cada tranche do orçamental e de reestruturação financeira empréstimo é afeto aos credores tendo em propostas sejam insuficientes ou quando o conta o peso da redução da dívida de cada um município não reúna condições para o sobre o montante da respetiva dívida inicial, na cumprimento do serviço da dívida. soma dessas percentagens de redução.

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Artigo 44.º Artigo 47.º Modalidades de assistência financeira Desembolsos

1 - O FAM presta assistência financeira ao 1 - O desembolso inicial ocorre até 15 dias município através das seguintes modalidades: após a notificação do visto do contrato de empréstimo pelo Tribunal de Contas. a) Empréstimos remunerados; 2 - Os desembolsos subsequentes estão b) Prestação de garantias. sujeitos ao cumprimento dos objetivos 2 - Fica expressamente excluída a trimestrais constantes do PAM. possibilidade de assistência financeira, em 3 - Os desembolsos referidos no número qualquer uma das modalidades referidas no anterior são efetuados no prazo de 15 dias, a número anterior, para as dívidas que não contar da data da aprovação, pela direção estejam incluídas no PAM. executiva, do cumprimento dos objetivos trimestrais. Artigo 45.º 4 - Em caso de incumprimento dos objetivos, Condições do empréstimo procede-se à revisão do PAM nos termos do artigo 33.º, devendo, para o efeito, o município 1 - Os empréstimos têm um prazo de apresentar as razões para o incumprimento vencimento adequado aos objetivos previstos no verificado e as medidas necessárias à correção respetivo PAM, que não pode ultrapassar o prazo dos desvios. previsto nos n.os 2 e 3 do artigo 23.º 5 - Só após a análise favorável das medidas 2 - O montante de financiamento é necessárias à correção dos desvios apurados há determinado pelo FAM, no âmbito da aprovação lugar ao desembolso. do respetivo PAM. 3 - A definição da taxa de remuneração dos Artigo 48.º empréstimos concedidos compete à direção Garantias executiva, que assegura a cobertura dos custos de financiamento e de atividade do FAM. 1 - O FAM pode, excecionalmente e para 4 - O contrato de empréstimo a celebrar efeitos de reestruturação de dívida, nos termos entre o FAM e o município constitui parte do artigo 37.º, conceder garantias pessoais por integrante do PAM. um prazo máximo correspondente ao termo do 5 - O montante do empréstimo é período de vigência do PAM. desembolsado por tranches, nos termos 2 - As garantias só podem ser concedidas previstos no artigo 47.º desde que se revelem imprescindíveis para a realização da restruturação da dívida, Artigo 46.º designadamente por inexistência ou insuficiência Utilização e amortização dos contratos de de outras garantias. empréstimos 3 - A concessão de garantias pelo FAM origina o pagamento, por parte do município, de 1 - O prazo máximo de utilização do uma comissão a fixar no contrato a celebrar, empréstimo é de três anos. para o efeito, com o município e que constitui 2 - A título excecional, o prazo referido no parte integrante do PAM. número anterior pode ser prorrogado até cinco 4 - As obrigações do FAM decorrentes da anos, para os pagamentos decorrentes de ações garantia concedida mantêm-se inalteradas em judiciais identificadas no n.º 10 do artigo 23.º e caso de eventuais incumprimentos do respetivo condicionado à comprovação dos factos que lhe PAM. dão origem, nomeadamente o trânsito em 5 - Com a execução da garantia, fica o FAM julgado de sentenças condenatórias. sub-rogado nos direitos do credor principal, 3 - O início da amortização do empréstimo podendo, para ressarcimento da dívida, acionar não pode ser diferido para além de dois anos. os mecanismos previstos no artigo 50.º 4 - A concessão de empréstimos pelo FAM é 6 - A concessão de garantias por parte do considerada para efeitos de apuramento do FAM é considerada no limite máximo previsto limite máximo previsto anualmente na lei que anualmente na lei que aprova o Orçamento do aprova o Orçamento do Estado, para a Estado, para as garantias pessoais a conceder concessão de empréstimos e outras operações pelo Estado e por outras pessoas coletivas de ativas. direito público. 5 - Sem prejuízo das sanções previstas contratualmente e no artigo 49.º, o incumprimento das obrigações decorrentes do contrato de empréstimo, determina, desde logo, o incumprimento do respetivo PAM, podendo ainda originar a resolução do contrato e o consequente vencimento da dívida.

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TÍTULO IV 4 - Em caso de atraso no pagamento por Monitorização e incumprimento do parte do município de qualquer montante devido programa de ajustamento municipal ao abrigo da presente lei, o FAM aplica juro de mora à taxa legal em vigor, desde a data do Artigo 49.º incumprimento até à data do efetivo pagamento. Incumprimento 5 - Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, a falta de apresentação do PAM ou 1 - A direção executiva, após audição do do pedido de suspensão e o incumprimento das município e da comissão de acompanhamento, obrigações de prestação e reporte de declara, de forma expressa e fundamentada, o informação, são suscetíveis de gerar a retenção incumprimento do PAM, notificando, no prazo de de transferências nos termos previstos nos n.os cinco dias, o município, o Tribunal de Contas e a 8 e 9 do artigo 78.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de Inspeção-Geral de Finanças. setembro, mediante comunicação do FAM à 2 - A declaração de incumprimento é objeto DGAL. de publicitação obrigatória no sítio na Internet 6 - A retenção das transferências referida no da DGAL. número anterior cessa com a regularização da 3 - O incumprimento da obrigação de acesso situação, a qual é comunicada pelo FAM à DGAL. ao FAM, a falta de apresentação do PAM ou do 7 - A falta de prestação pelos municípios da pedido de suspensão nos prazos previstos na informação solicitada corresponde ao presente lei e o incumprimento do PAM nos incumprimento dos deveres de informação termos referidos no n.º 1, constituem previstos na Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, ilegalidades graves para efeitos do disposto na nomeadamente para efeitos da aplicação das alínea i) do artigo 9.º da Lei n.º 27/96, de 1 de retenções aí previstas. agosto, alterada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, 8 - O FAM comunica à DGAL quais os de 30 de novembro. municípios que se encontram na situação 4 - O incumprimento do PAM nos termos mencionada no número anterior, para efeitos de referidos no n.º 1 constitui ainda facto suscetível efetivação da retenção por incumprimento dos de responsabilidade financeira, nos termos deveres de informação, bem como para previstos nas alíneas b), d) e f) do n.º 1 do libertação da mesma, no caso de prestação da artigo 65.º da Lei de Organização e Processo do informação solicitada. Tribunal de Contas, aprovada pela Lei n.º 98/97, de 16 de agosto. TÍTULO V Disposições complementares, transitórias e Artigo 50.º finais Sanções CAPÍTULO I

Disposições complementares 1 - Em caso de incumprimento da obrigação de realização do capital prevista no artigo 19.º, Artigo 51.º e até ao limite do montante das prestações em Aditamento à Lei n.º 50/2012, de 31 de atraso, por solicitação e para entrega ao FAM: agosto a) A DGAL procede à retenção da receita São aditados à Lei n.º 50/2012, de 31 de não consignada proveniente das agosto, o n.º 13 ao artigo 62.º e o artigo 65.º-A, transferências do Orçamento do com a seguinte redação: Estado, independentemente dos limites «Artigo 62.º previstos no artigo 39.º da Lei n.º [...] 73/2013, de 3 de setembro;

b) A Autoridade Tributária e Aduaneira 1 - ... (AT) procede à retenção de outras 2 - ... receitas de natureza fiscal. 3 - ... 2 - A falta de apresentação do PAM ou do 4 - ... pedido de suspensão nos prazos previstos na 5 - ... presente lei determina a aplicação, pelo FAM, de 6 - ... uma coima mensal, correspondente a 1 % do 7 - ... duodécimo das transferências correntes, até que 8 - ... a situação seja regularizada. 9 - ... 3 - As receitas das coimas aplicadas nos 10 - ... termos do presente artigo constituem receita do 11 - ... FAM, que, em caso de não pagamento pelo 12 - ... município, notifica a DGAL para efetuar a 13 - Para efeitos de candidatura aos correspondente retenção nas transferências do procedimentos concursais referidos no n.º 8, os Orçamento do Estado, a qual é entregue ao trabalhadores cedidos ao abrigo e nos termos do FAM. n.º 6 são equiparados a candidatos com relação

518 Autarquias Locais - Legislação Nacional jurídica de emprego público por tempo ou reequilíbrio ou um aumento da dívida indeterminado previamente estabelecida. municipal, o FAM pode fazer cessar a suspensão referida no n.º 1 e exigir a elaboração de uma Artigo 65.º-A proposta de PAM nos termos do artigo 23.º Internalização e integração no município 5 - Em caso de recusa inicial ou cessação da suspensão prevista no número anterior, o 1 - O limite da dívida total previsto no n.º 1 município tem um prazo de 90 dias para do artigo 52.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de apresentar uma proposta de PAM. setembro, não prejudica a assunção da dívida da 6 - Nas situações referidas no número empresa local, no caso de integração ou anterior, o programa de saneamento financeiro internalização da respetiva atividade ao abrigo ou reequilíbrio são substituídos pelo PAM. dos artigos anteriores. 2 - Caso a integração ou internalização da Artigo 53.º atividade cause a ultrapassagem do limite de Submissão ao programa de ajustamento dívida referido no número anterior, o município municipal fica obrigado ao cumprimento do disposto na alínea a) do n.º 3 do artigo 52.º da Lei n.º 1 - No ano de 2014 e a partir do primeiro dia 73/2013, de 3 de setembro. do mês seguinte ao da entrada em vigor da 3 - Aos municípios que ultrapassem os fundos presente lei, o município pode, por sua iniciativa, disponíveis e aumentem os seus pagamentos em efetuar um pedido de acesso ao FAM, desde que atraso em resultado da assunção dos demonstre reunir as condições previstas no n.º compromissos da empresa local cuja atividade 3 do artigo 58.º e no n.º 2 do artigo 61.º da Lei tenha internalizado não é aplicável o disposto no n.º 73/2013, de 3 de setembro. artigo 11.º da Lei n.º 8/2012, de 21 de 2 - Para efeitos do disposto no número fevereiro, alterada pelas Leis n.os 20/2012, de anterior, o FAM solicita à DGAL a informação 14 de maio, 64/2012, de 20 de dezembro e 66- necessária à apreciação do pedido apresentado B/2012, de 31 de dezembro.» pelo município. 3 - Para efeitos de prestação da informação CAPÍTULO II ao FAM sobre os municípios que reúnam as Disposições transitórias e finais condições previstas no n.º 3 do artigo 58.º e no n.º 2 do 61.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de Artigo 52.º setembro, é considerada a dívida total, conforme Regime transitório aplicável a municípios previsto no n.º 2 do artigo 97.º da Lei n.º 83- com programas de saneamento financeiro C/2013, de 31 de dezembro. ou reequilíbrio em curso Artigo 54.º 1 - O município em situação de rutura Instalação financeira, relativamente ao qual tenham sido aprovados planos de reequilíbrio ou saneamento 1 - No prazo de 15 dias, a contar da data da financeiro anteriores à entrada em vigor da entrada em vigor da presente lei, os membros presente lei, ou que tenha aderido ao Programa do Governo responsáveis pelas áreas das de Apoio à Economia Local, aprovado pela Lei finanças e da administração local e a ANMP n.º 43/2012, de 28 de agosto, pode solicitar ao indicam à DGAL os respetivos representantes na FAM, no prazo de 30 dias, a contar do momento comissão de acompanhamento do FAM. da verificação dos pressupostos previstos no n.º 2 do artigo 61.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de 2 - Após o decurso do prazo previsto no setembro, mediante o preenchimento de número anterior, os representantes dos formulário eletrónico a aprovar, para o efeito, membros do Governo responsáveis pelas áreas pela direção executiva, a suspensão da das finanças e das autarquias locais convocam, obrigação de apresentação da proposta de PAM. com a antecedência mínima de sete dias, os 2 - Efetuado o pedido previsto no número restantes membros da comissão de anterior, o FAM tem 45 dias para aprovar a acompanhamento, para a primeira reunião deste suspensão da obrigação de apresentação de órgão na qual, entre outros, se designa a uma proposta de PAM. direção executiva. 3 - Em caso de aceitação, pelo FAM, do 3 - Até 45 dias após a entrada em vigor da pedido de suspensão, o município presta, até presente lei, o Estado dota o FAM dos meios final do mês de maio de cada ano seguinte, necessários ao seu funcionamento e às informação ao FAM sobre o cumprimento dos necessidades relativas à assistência financeira. planos de reequilíbrio ou saneamento financeiros 4 - Após a entrada em vigor da presente lei, preexistentes. a DGAL promove todos os procedimentos 4 - Com base na informação recebida nos necessários à constituição e instalação da termos do número anterior, ou qualquer outra direção executiva e da comissão de transmitida pela DGAL que evidencie o acompanhamento. incumprimento reiterado por parte do município do respetivo programa de saneamento financeiro

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Artigo 55.º Artigo 56.º Apoio transitório de urgência Entrada em vigor

1 - Até 30 de novembro de 2014, os A presente lei entra em vigor no dia seguinte municípios que se encontrem em situação de ao da sua publicação. rutura financeira, nos termos do n.º 2 do artigo 61.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, e se encontrem impossibilitados de cumprir pontualmente as suas obrigações, podem solicitar junto da DGAL um apoio financeiro de urgência nos termos dos números seguintes. 2 - O apoio referido no número anterior tem por limite o montante estritamente necessário para fazer face às necessidades financeiras imediatas do município pelo período máximo de oito meses. 3 - O apoio a que se refere o n.º 1 visa exclusivamente o pagamento de salários, a ininterruptibilidade dos serviços públicos essenciais e o cumprimento do serviço da dívida. 4 - A necessidade financeira referida no número anterior corresponde ao montante da respetiva despesa que não seja coberta pela receita previsível do município no período relevante. 5 - O município disponibiliza à DGAL toda a informação e documentação necessárias à fundamentação do pedido de apoio financeiro. 6 - A DGAL verifica e comunica aos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, do tesouro e da administração local, no prazo de 10 dias úteis contados da receção do pedido do município, o preenchimento dos requisitos previstos nos números 1 a 4. 7 - O apoio financeiro é autorizado por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, do tesouro e da administração local. 8 - O apoio previsto no presente artigo é concedido sob a forma de empréstimo da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) ao município. 9 - Com a concessão da assistência financeira prevista no capítulo IV da presente lei, o crédito da DGTF sobre o município transfere-se automaticamente para o FAM, que reembolsa a DGTF pelo montante do crédito. 10 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, caso o respetivo PAM não seja aprovado no prazo de 12 meses após a concessão do apoio financeiro previsto neste artigo, o município inicia o reembolso do empréstimo à DGTF em 10 prestações semestrais. 11 - Os limites legais de endividamento aplicáveis ao município não prejudicam a concessão do apoio financeiro previsto no presente artigo. 12 - Aos municípios beneficiários do apoio previsto neste artigo não se aplica o disposto no artigo 52.º

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Portaria n.º 200/2004, de 16 de Janeiro Índices de desenvolvimento social municipal de cada NUTS III e nacional

No âmbito da Lei das Finanças Locais, publicada pela Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto, e respectivas alterações, o apuramento do Fundo de Coesão Municipal, que integra a participação dos municípios nos impostos do Estado, tem por base o índice de desenvolvimento social (IDS). Os IDS nacional, de cada município e de cada unidade de 3.º nível da Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins estatísticos (NUTS III), cuja metodologia de construção consta do documento anexo ao referido diploma, têm natureza censitária. Na sequência do recenseamento da população levado a cabo no âmbito do Censos 2001, foram apurados novos valores para o IDS, aos vários níveis, pelo que importa actualizar a informação publicada pela Portaria n.º 995/98, de 25 de Novembro. Nestes termos: Manda o Governo, pelo Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, que sejam publicados os valores do índice de desenvolvimento social acima referidos, conforme anexo à presente portaria. 16 de Janeiro de 2004. - O Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Amílcar Augusto Contel Martins Theias. Índice de desenvolvimento social Nacional - 0,915

NUTS III - Municípios IDS Minho-Lima 0,903 Arcos de Valdevez 0,852 Caminha 0,923 Melgaço 0,891 Monção 0,892 Paredes de Coura 0,877 Ponte da Barca 0,887 Ponte de Lima 0,904 Valença 0,891 Viana do Castelo 0,922 Vila Nova de Cerveira 0,899 Cávado 0,916 Amares 0,901 Barcelos 0,917 Braga 0,925 Esposende 0,916 Terras de Bouro 0,867 Vila Verde 0,895 Ave 0,918 Fafe 0,905 Guimarães 0,918 Póvoa de Lanhoso 0,896 Santo Tirso 0,925 Trofa 0,926 Vieira do Minho 0,885 Vila Nova de Famalicão 0,924 Vizela 0,918 Grande Porto 0,929 Espinho 0,933 Gondomar 0,929 Maia 0,932 Matosinhos 0,928 Porto 0,925 Póvoa de Varzim 0,924 Valongo 0,931 Vila do Conde 0,923 Vila Nova de Gaia 0,930 Tâmega 0,906

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Amarante 0,894 Baião 0,870 Cabeceiras de Basto 0,883 Castelo de Paiva 0,896 Celorico de Basto 0,870 Cinfães 0,877 Felgueiras 0,919 Lousada 0,924 Marco de Canaveses 0,910 Mondim de Basto 0,890 Paços de Ferreira 0,935 Paredes 0,919 Penafiel 0,911 Resende 0,845 Ribeira de Pena 0,862 Entre Douro e Vouga 0,920 Arouca 0,905 Oliveira de Azeméis 0,924 Santa Maria da Feira 0,920 São João da Madeira 0,937 Vale de Cambra 0,909 Douro 0,886 Alijó 0,873 Armamar 0,885 Carrazeda de Ansiães 0,866 Freixo de Espada à Cinta 0,859 Lamego 0,887 Mesão Frio 0,877 Moimenta da Beira 0,869 Penedono 0,876 Peso da Régua 0,872 Sabrosa 0,873 Santa Marta de Penaguião 0,890 São João da Pesqueira 0,889 Sernancelhe 0,885 Tabuaço 0,887 Tarouca 0,871 Torre de Moncorvo 0,872 Vila Flor 0,892 Vila Nova de Foz Côa 0,881 Vila Real 0,906 Alto Trás-os-Montes 0,880 Alfândega da Fé 0,879 Boticas 0,831 Bragança 0,893 Chaves 0,898 Macedo de Cavaleiros 0,896 Miranda do Douro 0,866 Mirandela 0,890 Mogadouro 0,873 Montalegre 0,854 Murça 0,876 Valpaços 0,860 Vila Pouca de Aguiar 0,882 Vimioso 0,856 Vinhais 0,871 Baixo Vouga 0,924 Águeda 0,922 Albergaria-a-Velha 0,923 Anadia 0,916 Aveiro 0,935 Estarreja 0,917 Ílhavo 0,940 Mealhada 0,920 Murtosa 0,914

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Oliveira do Bairro 0,910 Ovar 0,925 Sever do Vouga 0,900 Vagos 0,903 Baixo Mondego 0,919 Cantanhede 0,912 Coimbra 0,922 Condeixa-a-Nova 0,913 Figueira da Foz 0,914 Mira 0,896 Montemor-o-Velho 0,902 Penacova 0,908 Soure 0,890 Pinhal Litoral 0,924 Batalha 0,916 Leiria 0,931 Marinha Grande 0,933 Pombal 0,900 Porto de Mós 0,912 Pinhal Interior Norte 0,904 Alvaiázere 0,876 Ansião 0,891 Arganil 0,903 Castanheira de Pêra 0,906 Figueiró dos Vinhos 0,900 Góis 0,886 Lousã 0,930 Miranda do Corvo 0,919 Oliveira do Hospital 0,905 Pampilhosa da Serra 0,846 Pedrógão Grande 0,863 Penela 0,903 Tábua 0,897 Vila Nova de Poiares 0,908 Pinhal Interior Sul 0,881 Mação 0,887 Oleiros 0,857 Proença-a-Nova 0,882 Sertã 0,878 Vila de Rei 0,899 Dão-Lafões 0,903 Aguiar da Beira 0,864 Carregal do Sal 0,902 Castro Daire 0,874 Mangualde 0,905 Mortágua 0,894 Nelas 0,923 Oliveira de Frades 0,885 Penalva do Castelo 0,865 Santa Comba Dão 0,915 São Pedro do Sul 0,895 Sátão 0,894 Tondela 0,900 Vila Nova de Paiva 0,873 Viseu 0,918 Vouzela 0,889 Serra da Estrela 0,905 Fornos de Algodres 0,883 Gouveia 0,904 Seia 0,904 Beira Interior Norte 0,888 Almeida 0,874 Celorico da Beira 0,875 Figueira de Castelo Rodrigo 0,889 Guarda 0,902

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Manteigas 0,907 Meda 0,873 Pinhel 0,879 Sabugal 0,861 Trancoso 0,865 Beira Interior Sul 0,880 Castelo Branco 0,897 Idanha-a-Nova 0,835 Penamacor 0,836 Vila Velha de Ródão 0,872 Cova da Beira 0,899 Belmonte 0,880 Covilhã 0,904 Fundão 0,885 Oeste 0,910 Alcobaça 0,913 Alenquer 0,900 Arruda dos Vinhos 0,904 Bombarral 0,905 Cadaval 0,904 Caldas da Rainha 0,912 Lourinhã 0,894 Mafra 0,924 Nazaré 0,911 Óbidos 0,900 Peniche 0,909 Sobral de Monte Agraço 0,904 Torres Vedras 0,908 Grande Lisboa 0,932 Amadora 0,924 Cascais 0,942 Lisboa 0,926 Loures 0,929 Odivelas 0,933 Oeiras 0,940 Sintra 0,938 Vila Franca de Xira 0,935 Península de Setúbal 0,928 Alcochete 0,919 Almada 0,932 Barreiro 0,923 Moita 0,927 Montijo 0,909 Palmela 0,912 Seixal 0,938 Sesimbra 0,930 Setúbal 0,921 Médio Tejo 0,918 Abrantes 0,913 Alcanena 0,918 Constância 0,901 Entroncamento 0,943 Ferreira do Zêzere 0,893 Sardoal 0,911 Tomar 0,919 Torres Novas 0,917 Vila Nova da Barquinha 0,917 Ourém 0,918 Lezíria do Tejo 0,903 Almeirim 0,894 Alpiarça 0,887 Azambuja 0,900 Benavente 0,923 Cartaxo 0,923 Chamusca 0,897

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Coruche 0,851 Golegã 0,906 Rio Maior 0,904 Salvaterra de Magos 0,886 Santarém 0,918 Alentejo Litoral 0,867 Alcácer do Sal 0,869 Grândola 0,872 Odemira 0,835 Santiago do Cacém 0,885 Sines 0,882 Alto Alentejo 0,885 Alter do Chão 0,881 Arronches 0,851 Avis 0,865 Campo Maior 0,891 Castelo de Vide 0,863 Crato 0,880 Elvas 0,900 Fronteira 0,848 Gavião 0,864 Marvão 0,845 Monforte 0,853 Mora 0,875 Nisa 0,877 Ponte de Sor 0,881 Portalegre 0,899 Alentejo Central 0,898 Alandroal 0,847 Arraiolos 0,892 Borba 0,883 Estremoz 0,882 Évora 0,920 Montemor-o-Novo 0,886 Mourão 0,874 Portel 0,858 Redondo 0,875 Reguengos de Monsaraz 0,891 Sousel 0,875 Vendas Novas 0,909 Viana do Alentejo 0,884 Vila Viçosa 0,893 Baixo Alentejo 0,877 Aljustrel 0,875 Almodôvar 0,827 Alvito 0,877 Barrancos 0,894 Beja 0,907 Castro Verde 0,890 Cuba 0,879 Ferreira do Alentejo 0,869 Mértola 0,838 Moura 0,874 Ourique 0,832 Serpa 0,864 Vidigueira 0,878 Algarve 0,906 Albufeira 0,919 Alcoutim 0,802 Aljezur 0,860 Castro Marim 0,868 Faro 0,917 Lagoa 0,912 Lagos 0,914 Loulé 0,907

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Monchique 0,847 Olhão 0,901 Portimão 0,915 São Brás de Alportel 0,921 Silves 0,890 Tavira 0,891 Vila do Bispo 0,888 Vila Real de Santo António 0,922 Região Autónoma dos Açores 0,910 Angra do Heroísmo 0,913 Calheta 0,890 Corvo 0,925 Horta 0,912 Lagoa 0,902 Lajes das Flores 0,914 Lajes do Pico 0,920 Madalena 0,921 Nordeste 0,903 Ponta Delgada 0,915 Povoação 0,891 Ribeira Grande 0,898 Santa Cruz da Graciosa 0,889 Santa Cruz das Flores 0,907 São Roque do Pico 0,920 Velas 0,917 Vila da Praia da Vitória 0,910 Vila do Porto 0,904 Vila Franca do Campo 0,880 Região Autónoma da Madeira 0,895 Calheta 0,861 Câmara de Lobos 0,877 Funchal 0,912 Machico 0,893 Ponta do Sol 0,864 Porto Moniz 0,860 Porto Santo 0,904 Ribeira Brava 0,842 Santa Cruz 0,909 Santana 0,838 São Vicente 0,857

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CONTRATOS – PROGRAMA

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Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de Dezembro 2 - A celebração de contratos-programa Estabelece o regime de celebração de enquadra-se no sistema de incentivos contratos-programa de natureza sectorial orientadores de investimentos públicos de ou plurissectorial no âmbito da cooperação âmbito municipal e supramunicipal, no quadro técnica e financeira entre a administração dos objectivos de política de desenvolvimento central e um ou mais municípios, local, regional e sectorial. associações de municípios ou empresas 3 - Os contratos-programa têm por objecto a concessionárias destes execução de um projecto ou conjunto de (Com as alterações introduzidas pelos Decretos- projectos de investimentos que, envolvendo Leis n. os 157/90, de 17 de maio e 319/2001, de técnica e financeiramente um ou mais 10 de dezembro) municípios e departamentos da administração central, resultem de um processo de decisão A Lei n.º 1/87, de 6 de Janeiro, no seu artigo colegial dos órgãos municipais e respeitem as 14.º, comete ao Governo a definição, através de regras e condições fixadas no presente diploma. decreto-lei dos princípios e regras orientadores 4 - No caso de o objecto do contrato- dos sistemas financeiros de apoio ao programa incluir a execução de projectos de que desenvolvimento regional e local no quadro da possam beneficiar entidades privadas ou cooperação técnica e financeira entre o Governo empresas públicas, podem estas ser admitidas e as autarquias locais. como partes contratantes. Também o Decreto-Lei n.º 77/84, de 8 de Março, prevê o exercício de competências em Artigo 2.º regime de colaboração entre o Governo e as Iniciativa e responsabilidade de execução autarquias locais. O presente decreto-lei procede à definição 1 - A iniciativa de propositura de contratos- das condições para a participação do Estado no programa plurissectoriais cabe às comissões de financiamento de projectos de investimento da coordenação regional (CCR) e os de âmbito responsabilidade dos diferentes níveis da sectorial aos municípios ou aos departamentos Administração Pública, através da celebração de sectoriais da administração central, devendo contratos-programa e de acordos de privilegiar-se as soluções intermunicipais, colaboração. sempre que se revelem técnica e A necessidade de adoptar medidas economicamente mais correctas. articuladas aconselha a que a cooperação 2 - A responsabilidade de execução dos técnica e financeira entre o Governo e as empreendimentos compete à entidade autarquias locais no domínio do designada como dono da obra pelos subscritores desenvolvimento regional e local privilegie os do contrato-programa. projectos das autarquias locais incluídos em programas integrados de desenvolvimento Artigo 3.º regional e programas de reordenamento do Objecto litoral, ou incluídos em outros tipos de programas com carácter integrado, Os contratos-programa têm por objecto a preferentemente no quadro da cooperação realização de investimentos nas seguintes áreas: intermunicipal. a) Saneamento básico, compeendendo Assim, ao abrigo do artigo 14.º da Lei n.º sistemas de captação, adução e 1/87, de 6 de Janeiro: armazenagem de água, excluindo a O Governo decreta, nos termos do disposto rede domiciliária; sistemas de recolha, na alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da transporte e tratamento de resíduos Constituição, o seguinte: sólidos e sistemas de águas residuais;

b) Ambiente e recursos naturais, visando CAPÍTULO I a execução de aproveitamentos Disposições gerais relativas a contratos- hidráulicos, a manutenção e programa recuperação das margens naturais das

linhas de água e obras de regularização Artigo 1.º de pequenos cursos de água, a Âmbito instalação de sistemas de despoluição

ou redução de cargas poluentes do 1 - O presente diploma estabelece o regime ambiente e a protecção e conservação de celebração de contratos-programa de na Natureza; natureza sectorial ou plurissectorial no âmbito c) Infra-estruturas de transportes, da cooperação técnica e financeira entre a incluindo a construção e reparação da administração central e um ou mais municípios, rede viária, e respectivo equipamento; associações de municípios ou empresas d) Infra-estruturas e equipamento de concessionárias destes que exerçam a sua comunicações; actividade no domínio dos sectores definidos no e) Cultura, tempos livres e desporto; artigo 3.º (Redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 319/2001 de 10 de dezembro)

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f) Educação, ensino e formação Análise do carácter complementar profissional; (Alteração introduzida dos empreendimentos em pelo Decreto-Lei n.º 157/90, de 17 de articulação com outros de maio) iniciativa pública ou privada; g) Juventude, através da criação de b) Estudos e projectos técnicos já infra-estruturas necessárias para elaborados e pareceres sobre os apoiar os jovens; mesmos emitidos pelas entidades com h) Protecção civil, incluindo quartéis de atribuições nos domínios em causa; bombeiros e equipamentos de c) Identificação das potenciais entidades prevenção e apoio à luta contra contratantes; incêndios; d) Titularidade dos bens patrimoniais e i) Habitação social; dos equipamentos públicos a construir; j) Promoção do desenvolvimento e) Identificação das entidades gestoras económico, incluindo infra-estruturas dos sistemas a construir, respectivo de apoio ao investimento produtivo; estatuto jurídico, ou proposta para a l) Construção, reconstrução ou grandes sua criação, caracterizando a solução reparações de edifícios sede de preconizada; municípios cujo investimento revista f) Estimativa dos volumes anuais do carácter urgente, tendo em vista investimento, face ao calendário assegurar a funcionalidade dos órgãos previsto para a execução dos municipais e a dignidade do exercício projectos; do poder local; g) Estimativa, quando aplicável, dos m) Saúde e Segurança Social. (Aditado fluxos financeiros de receita e despesa pelo Decreto-Lei n.º 157/90, de 17 de anualmente gerados, a partir do início maio) da exploração das infra-estruturas ou equipamentos; CAPÍTULO II h) Proposta de modelo de financiamento, Contratos-programa plurissectoriais abrangendo as fases de primeiro investimento e exploração. Artigo 4.º Apresentação de propostas Artigo 6.º Admissibilidade e financiamento As propostas de contrato-programa da iniciativa das CCR são apresentadas aos 1 - Na celebração de contratos-programa departamentos de planeamento dos sectores para a realização de investimentos só serão envolvidos e aos municípios interessados para consideradas as propostas que cumpram parecer, a emitir no prazo de 60 dias. cumulativamente os seguintes requisitos:

a) Localizarem-se os projectos em áreas Artigo 5.º abrangidas por plano director municipal Conteúdo das propostas plenamente eficaz;

b) Ser o custo global de investimento Sem prejuízo das adaptações devidas à igual ou superior a 25% das verbas natureza dos investimentos em causa, as atribuídas, a título de transferências de propostas deverão integrar os seguintes capital do Fundo de Equilíbrio elementos: Financeiro, constante do último a) Relatório de apresentação do Orçamento do Estado, ao município ou empreendimento que contemple os conjunto de municípios. seguintes aspectos: 2 - A colaboração financeira da administração Memória descritiva e justificativa central no custo total dos investimentos das soluções preconizadas; incluídos em contratos-programa, quando a Objectivos dos projectos e mesma não for designada dono da obra, não quantificação dos resultados, em abrange os encargos resultantes de trabalhos a termos de população servida e dos mais, erros ou omissões. efeitos produzidos, nomeadamente 3 - Nos investimentos objecto de contrato- no âmbito sócio-económico; programa da competência da administração Cálculo, medições e descrição local, a participação financeira da administração técnica necessária à sua central poderá atingir 60% dos respectivos apreciação; custos totais. Planta de localização; 4 - No caso dos investimentos previstos no Programação física e financeira; número anterior, a participação financeira da Importância do projecto no contexto administração central poderá atingir 80% se os regional, sub-regional ou local, projectos forem abrangidos pelo disposto nas face aos actuais níveis médios de satisfação dos objectivos a atingir;

530 Autarquias Locais - Legislação Nacional alíneas a), c) e d) do n.º 2 do artigo 14.º da Lei execução dos investimentos ou das acções que n.º 1/87, de 6 de Janeiro. constituem o objecto do contrato. 5 - A participação da administração central pode atingir 90% quando os investimentos Artigo 11.º resultem da iniciativa dos seus departamentos Resolução dos contratos-programa ou não sejam da competência exclusiva dos municípios. 1 - Qualquer dos contraentes poderá resolver o contrato-programa quando ocorra alguma das Artigo 7.º cláusulas de resolução nele previstas. Celebração dos contratos-programa 2 - Resolvido um contrato-programa, das eventuais propostas de celebração de novo 1 - Os contratos-programa são celebrados contrato para realização, total ou parcial, de entre as entidades referidas no artigo 1.º deste projectos de investimento abrangidos pelo diploma depois de os investimentos serem primeiro deverá constar relatório detalhado das aprovados e dotados pelo Orçamento do Estado causas que motivaram a sua resolução e e incluídos no plano de actividades e orçamento responsabilidades de cada uma das partes pelo dos municípios. seu não cumprimento. 2 - Os contratos-programa celebrados ao abrigo deste diploma, bem como as suas Artigo 12.º revisões, serão publicados na 2.ª série do Diário Norma financeira da República, não carecendo de visto do Tribunal de Contas. 1 - Serão anualmente inscritas no Orçamento do Estado as verbas necessárias para assegurar Artigo 8.º a participação financeira da administração Coordenação central na execução dos projectos de investimento objecto de contratos-programa. Compete às CCR a coordenação da realização 2 - As verbas destinadas à celebração de dos empreendimentos de âmbito plurissectorial. contratos-programa devem ser devidamente autonomizadas e discriminadas pelos programas Artigo 9.º correspondentes aos sectores mencionados no Conteúdo dos contratos-programa artigo 3.º deste diploma, e por empreendimento, com indicação expressa dos 1 - Os contratos-programa devem ter o municípios a que respeitem. seguinte conteúdo: 3 - Excluem-se da aplicação do disposto no n.º 2 os investimentos objecto de inscrição em a) Objecto do contrato; programa integrado de desenvolvimento b) Período de vigência do contrato, com regional, ou de qualquer outro programa as datas dos respectivos início e termo; integrado, desde que as respectivas verbas c) Direitos e obrigações das partes neles figurem discriminadas autonomamente no contratantes; PIDDAC, por empreendimento e por município. d) Definição dos instrumentos 4 - O processamento da participação financeiros utilizáveis; financeira da administração central será e) Quantificação da responsabilidade de efectuado, pelo organismo público em cujo financiamento de cada uma das partes; orçamento se inscrevem as dotações, a favor do f) Estrutura de acompanhamento e dono da obra após publicação do contrato- controle da execução do contrato; programa e mediante a apresentação de autos g) Penalizações face a situações de de medição, ou de pedidos de adiantamento, incumprimento por qualquer das partes visados pela respectiva CCR, no caso em que o contratantes. município. é o dono da obra. 2 - As alterações dos contratos-programa requerem o acordo de todos os contraentes, Artigo 13.º excepto se o próprio contrato o dispensar. Apoio técnico

Artigo 10.º 1 - As CCR poderão fornecer apoio técnico Revisão dos contratos-programa supletivo, quando solicitado pelas partes contratantes, em todas as fases de preparação, Ocorrendo desactualização dos calendários de selecção e aprovação dos projectos, bem como realização originada pela alteração anormal e de todas as operações relativas ao seu imprevisível das circunstâncias que financiamento. determinaram os termos do contrato-programa, 2 - Poderão ainda as CCR promover as ou face a quaisquer outras consequências necessárias diligências para o estabelecimento provenientes daquela alteração, deverá ser da colaboração dos serviços centrais ou proposta a sua revisão pela parte que, nos periféricos da administração central, termos do contrato, seja responsável pela designadamente para efeitos de apoio na elaboração de projectos técnicos, obtenção de

531 Autarquias Locais - Legislação Nacional projectos tipo, planeamento e dimensionamento entre municípios e departamentos da de redes e na execução dos empreendimentos administração central para a realização de de maior complexidade. empreendimentos de natureza sectorial e que, relevando exclusivamente do âmbito da Artigo 14.º competência de um departamento e de um Acompanhamento e relatórios de execução município, não se revistam de complexidade, custo e duração de execução justificativos da Cada CCR elaborará relatórios anuais e finais elaboração de um contrato-programa. de síntese, que remeterá ao Ministério do 2 - Na celebração de acordos de colaboração Planeamento e da Administração do Território, só serão consideradas as propostas relativas a através da Direcção-Geral da Administração projectos que se localizem em áreas abrangidas Autárquica, ficando as partes envolvidas por plano director municipal plenamente eficaz. obrigadas a fornecer a informação necessária. CAPÍTULO V CAPÍTULO III Disposições finais e transitórias Contratos-programa sectoriais Artigo 18.º Artigo 15.º Aplicação às regiões autónomas Apresentação de propostas A aplicação do disposto no presente diploma 1 - As propostas de contratos-programa da às regiões autónomas fica dependente da iniciativa de departamentos da administração publicação de decreto das respectivas central serão apresentadas pelos respectivos assembleias regionais. departamentos sectoriais de planeamento aos municípios, após parecer da CCR da área em Artigo 19.º que o projecto se desenvolve, a emitir no prazo Disposições finais máximo de 30 dias. 2 - As propostas de contrato-programa da 1 - Mantêm-se em vigor os diplomas que iniciativa de municípios serão apresentadas aos estabelecem modalidades ou regimes específicos departamentos sectoriais da administração de cooperação entre a administração central e central envolvidos, após emissão de parecer da as autarquias locais. CCR da área em que o projecto se desenvolve, a 2 - Mantêm-se também válidos todos os emitir no prazo máximo de 30 dias. contratos-programa ou equiparados anteriormente celebrados, não se lhes aplicando Artigo 16.º as disposições contidas no presente diploma. Regulamentação Artigo 20.º 1 - A definição dos critérios e das prioridades Disposições transitórias de cada sector de investimento, para efeitos de apresentação e selecção de candidaturas a 1 - Até 1 de Janeiro de 1992 poderão ser contratos-programa, será fixada por despacho celebrados contratos-programa, plurissectoriais normativo do respectivo ministro da tutela. ou sectoriais, e acordos de colaboração ainda 2 - A celebração de contratos-programa que os respectivos projectos se localizem em sectoriais rege-se pelo disposto nos artigos 5.º a áreas não abrangidas por planos directores 7.º e 9.º a 14.º do presente diploma. municipais plenamente eficazes. 2 - Até à data referida no número anterior, a participação financeira da administração central CAPÍTULO IV em projectos que se localizam em áreas Acordos de colaboração abrangidas por plano director municipal plenamente eficaz objecto de contrato-programa Artigo 17.º pode atingir 80%. Acordos de colaboração

1 - Poderão ainda ser celebrados acordos de colaboração nos domínios técnico e financeiro

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Decreto-Lei n.º 219/95, de 30 de Agosto Estabelece o regime de celebração de contratos-programa e de acordos de colaboração de natureza sectorial no âmbito da cooperação técnica e financeira entre o Estado e as freguesias

A Lei das Finanças Locais prevê a definição de sistemas de apoio para o desenvolvimento regional e local, no âmbito da cooperação técnica e financeira entre o Governo e as autarquias locais. O Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de Dezembro, que regula a celebração de contratos-programa e de acordos de cooperação de natureza sectorial ou plurissectorial entre a administração central e os municípios, constituiu uma das concretizações da previsão legal referida. Mais recentemente, a Resolução do Conselho de Ministros n.º 23/94, de 14 de Abril, veio reforçar as vias de cooperação técnica e financeira com o poder local, ao regular os protocolos de modernização administrativa. O reconhecimento da experiência colhida com a aplicação dos sistemas de apoio definidos e da validade dos resultados alcançados permite que se avance no processo e se reforce a linha de orientação oportunamente traçada. O presente diploma alarga, portanto, às freguesias o regime de cooperação técnica e financeira entre o Estado e as autarquias locais. Foi ouvida a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 1/87, de 6 de Janeiro, e nos termos do disposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º - 1 - O presente diploma estabelece o regime de celebração de contratos-programa e de acordos de colaboração de natureza sectorial no âmbito da cooperação técnica e financeira entre o Estado e as freguesias. 2 - Os contratos-programa e os acordos de colaboração têm por objecto a execução de projectos de investimento que se compreendam no âmbito das competências das freguesias. 3 - A iniciativa de propositura de contratos- programa ou acordos de colaboração cabe às freguesias, sendo privilegiados os investimentos e acções interfreguesias. Art. 2.º - 1 - A definição dos critérios e das prioridades de cada sector de investimento, para efeitos de apresentação de candidaturas das freguesias a contratos-programa ou de acordos de colaboração, é fixada, em cada ano, por despacho conjunto do Ministro do Planeamento e da Administração do Território e do ministro responsável pelo sector do investimento em causa. 2 - Os critérios para a determinação da participação financeira do Estado são igualmente fixados no despacho referido no número anterior. Art. 3.º A tudo quanto não esteja expressamente regulado no presente diploma aplica-se, com as necessárias adaptações, o Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de Dezembro.

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Despacho Normativo n.º 66/88, de 9 de a) Número e características dos Agosto municípios envolvidos, dimensão e Estabelece um regulamento para situação da população servida; apresentação e selecção das candidaturas b) Dimensão e gravidade da situação a contratos-programa nas áreas do que o projecto visa corrigir; saneamento básico, ambiente e recursos c) Viabilidade e compatibilização dos naturais modelos de financiamento propostos e, designadamente, a potencialidade de o Nos termos do Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 empreendimento projectado gerar de Dezembro, a apresentação e selecção das receitas que permitam suportar os candidaturas a contratos-programa dependem custos de manutenção e de exploração da definição, por despacho normativo do e possibilitem a reintegração dos respectivo ministro da tutela, dos critérios e investimentos; prioridades de cada sector de investimento. d) Articulação com outros programas da Considerando que se prevê que as áreas do administração central; saneamento básico, ambiente e recursos e) Complexidade do projecto proposto, naturais virão a conhecer numerosos pedidos de no sentido de abranger e integrar aplicação daquela figura, determina-se, ao várias soluções; abrigo do n.º 1 do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º f) Tratar-se de projecto complementar 384/87, de 24 de Dezembro, o seguinte de outro já anteriormente realizado, regulamento para apresentação e selecção das concorrendo, assim, para soluções candidaturas a contratos-programa nas áreas do integradas; saneamento básico, ambiente e recursos g) Fase do processo em que se encontre naturais: o projecto, abrangendo a sua aprovação ou o início da sua execução. SECÇÃO I Art. 2.º As propostas de contratos-programa Fase de candidatura serão da responsabilidade das câmaras

municipais, dos departamentos sectoriais da Artigo 1.º - 1 - Nas áreas do saneamento administração central dependentes da Secretaria básico, ambiente e recursos naturais, a selecção de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais de candidaturas à celebração de contratos- e das comissões de coordenação regional programa, sectoriais ou plurissectoriais, deverá (CCRs). ter em conta os seguintes elementos: Art. 3.º - 1 - Na fase de candidatura utilizar- a) Enquadrar-se nos objectivos e se-á o procedimento seguinte: estratégias sectoriais e regionais a) Até 21 de Maio, as CCRs, após a superiormente definidos; recolha de todas as propostas de b) Integrar-se em programa de contratos-programa da sua área, desenvolvimento regional, operação entregarão as referidas candidaturas integrada de desenvolvimento, áreas devidamente escalonadas por de actuação de programas integrados prioridades aos organismos com de desenvolvimento, áreas protegidas, responsabilidade sectorial sobre as planos directores municipais ou outros mesmas, sem prejuízo do programas de ordenamento; estabelecimento de contactos c) Tratar-se de uma solução anteriores entre os municípios, as CCRs intermunicipal, ou sub-regional, e os mesmos organismos; sempre que tal se revele técnica e b) Os referidos organismos enviarão ao economicamente mais correcto; Gabinete de Estudos e Planeamento da d) Compreender acções articuladas de Administração do Território (GEPAT), despoluição, no âmbito de bacias ou até 15 de Junho, as candidaturas a sub-bacias hidrográficas, envolvendo contratos-programa, mencionando as diversos agentes poluidores e prioridades que lhes atribuem, tendo utilizadores; em vista o artigo 1.º deste despacho; e) Abranger a recuperação de infra- c) As entidades proponentes instruirão estruturas de saneamento básico e de as candidaturas com os elementos barragens de usos múltiplos, referidos na alínea a) do artigo 5.º do contribuindo para a preservação do Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de património público e para melhoria dos Dezembro, com excepção dos cálculos serviços prestados à população. e medições, e, designadamente, com 2 - A selecção de candidaturas deve ainda, os elementos seguintes: complementarmente, considerar os aspectos Memória descritiva e justificativa seguintes: das soluções preconizadas;

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Objectivos dos projectos e b) As CCRs darão conhecimento do seu quantificação dos resultados, parecer às direcções-gerais em termos de população sectorialmente competentes e ao servida e dos efeitos GEPAT; produzidos, nomeadamente no c) A direcção-geral competente analisará âmbito sócio-económico; o processo, sobre ele emitindo parecer, Descrição técnica sumária da que enviará ao GEPAT, atendendo à solução proposta; sua dupla qualidade de: Planta de localização; Entidade financiadora, Programação física e financeira apreciando as soluções técnicas indicativa; e aprovando os projectos; Importância do projecto no Entidade gestora da política contexto regional, sub-regional sectorial, estabelecendo ou local face aos actuais níveis prioridades e verificando as médios de satisfação dos condições técnicas dos objectivos a atingir; projectos. Análise do carácter complementar dos 2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do empreendimentos face a outros artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 384/87, só serão de iniciativa pública ou privada. celebrados os contratos-programa relativos a investimentos que disponham, na parte 2 - Será condição de admissibilidade da predominante das suas obras, de projectos de candidatura a apresentação de, pelo menos, um execução concluídos e aprovados pelas estudo prévio das implicações da solução entidades competentes. proposta. Art. 8.º O GEPAT, em colaboração com a Art. 4.º O GEPAT analisará as candidaturas direcção-geral competente, avaliará o modelo apresentadas com os organismos proponentes e financeiro e suas alternativas e submeterá à apresentará superiormente proposta indicativa aprovação superior os aspectos essenciais do da sua inclusão em plano, no que respeita às contrato-programa. componentes da responsabilidade dos órgãos da Art. 9.º A direcção-geral competente, face às administração central. orientações aprovadas e atendendo ao disposto Art. 5.º A apreciação pelo GEPAT será feita no artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 384/87, tendo em consideração: preparará a minuta de contrato-programa, que a) O enquadramento das propostas submeterá a parecer prévio do GEPAT, da CCR apresentadas nas políticas sectoriais e respectiva e das entidades contratantes antes de regionais superiormente definidas; a propor à aprovação ministerial. b) O equilíbrio intersectorial e inter- regional das propostas, tendo como SECÇÃO III objectivo evitar assimetrias a nível Disposições finais e transitórias nacional; c) As disponibilidades orçamentais. Art. 10.º As disposições contidas neste despacho normativo são aplicáveis, com as Art. 6.º As entidades proponentes das devidas adaptações, à celebração dos acordos candidaturas aprovadas deverão promover a sua de colaboração mencionados no artigo 17.º do inscrição nos planos de investimento Decreto-Lei n.º 384/87. pertinentes.

SECÇÃO II Negociação e celebração de contratos- programa

Art. 7.º - 1 - As entidades com candidaturas incluídas em plano serão solicitadas a completar os elementos inicialmente enviados, nos termos do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 384/87, de acordo com os seguintes trâmites processuais:

a) Os processos, devidamente instruídos, deverão ser enviados pelas respectivas entidades proponentes aos organismos sectoriais competentes e à CCR da área em que o projecto se desenvolve, para

parecer;

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Despacho Normativo n.º 184/93, de 6 de 2 - A determinação da prioridade a conferir a Agosto cada candidatura faz-se através do somatório Define os critérios e as prioridades de cada das pontuações atribuídas às variáveis sector de investimento, para efeitos de discriminadas no n.º 1. apresentação e selecção de candidaturas a 3 - Às prioridades enunciadas nas alíneas a) contratos-programas sobre edifícios sede a d) do n.º 1 é atribuída a pontuação de, de municípios respectivamente, 12, 10, 8 e 6. 4 - Ao esforço financeiro despendido pelo A preocupação de assegurar adequadas município, medido nos termos da alínea e) do condições de dignidade e funcionalidade no n.º 1, é atribuída a pontuação de 4, 6 ou 8, exercício do poder local levou a que fosse consoante o custo do empreendimento em considerada como objecto possível da relação ao FEF capital se situe, respectivamente, cooperação técnica e financeira entre a abaixo dos 50%, entre os 50% e os 75%, ou administração central e a administração local, acima dos 75%. pela via da celebração de contratos-programas 5 - À taxa de variação demográfica referida ao abrigo do Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de na alínea f) do n.º 1 é atribuída a pontuação de Dezembro, a realização de investimentos na 2, 4 ou 6, consoante seja negativa, se situe área da construção, reconstrução ou grandes entre 0% e 5% ou ultrapasse 5%. reparações de edifícios sede de municípios que 6 - A construção do edifício novo só pode ser revistam carácter de urgência. objecto de comparticipação financeira quando, O artigo 16.º, n.º 1, do citado Decreto-Lei n.º comprovadamente, se revele económica, física 384/87 determina, por seu turno, que será ou funcionalmente inviável a solução da fixada por despacho normativo do respectivo reconstrução ou reparação do edifício existente. ministro da tutela a definição dos critérios e das 7 - Só são admissíveis candidaturas com prioridades de cada sector de investimento, para orçamento devidamente actualizado à data da efeitos de apresentação e selecção de sua apresentação e integrando a totalidade das candidaturas a contratos-programas. despesas previstas, ainda que o investimento se Importando, agora, reformular o Despacho realize por fases. Normativo n.º 57/88, de 19 de Julho, à luz da 8 - Só pode haver lugar a comparticipação experiência entretanto colhida na aplicação dos financeira nos casos em que o custo global do critérios nele consagrados, determina-se o investimento não ultrapasse os 400000 contos. seguinte: 9 - O montante máximo de comparticipação 1 - As prioridades a observar na celebração financeira do Estado é fixado de acordo com o de contratos-programas sobre edifícios sede de seguinte escalonamento: municípios são as seguintes: a) 100000 contos nos municípios com a) Insegurança e ou estado de menos de 10000 eleitores; degradação das instalações; b) 110000 contos nos municípios com b) Valor histórico e arquitectónico dos mais de 10000 e menos de 40000 edifícios sede a reconstruir ou reparar eleitores; ou escolhidos para instalar as novas c) 120000 contos nos municípios com sedes; 40000 ou mais eleitores. c) Existência de plano de pormenor para a área envolvente do edifício; d) Dispersão dos serviços camarários e sua incidência sobre os níveis de resposta técnica e administrativa aos problemas do município, desde que a nova solução resulte em redução do

número de instalações autónomas; e) Esforço financeiro despendido pelo município, medido pela relação entre o custo global do empreendimento e o montante das verbas atribuídas ao município, a título de transferências de capital, provenientes do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF), constante do último Orçamento do Estado; f) Taxa de variação demográfica observada no município entre os dois últimos recenseamentos eleitorais intercalados de cinco anos.

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Despacho Normativo n.º 35/96, de 16 de ou sua integração em centros Setembro históricos; Reformula o Despacho Normativo n.º c) Outras situações devidamente 184/93, de 6 de Agosto, que define os fundamentadas pelo município. critérios e as prioridades de cada sector de 3 - São igualmente levadas em consideração, investimento para efeitos de apresentação em qualquer caso, as seguintes circunstâncias: e selecção de candidaturas a contratos- programa sobre edifícios sede de a) Dispersão dos serviços camarários e a municípios sua incidência sobre os níveis de resposta, desde que a nova solução No sentido de assegurar a funcionalidade e a resulte em redução do número de dignidade do exercício do poder local, a instalações autónomas e em benefício construção, reconstrução ou grandes reparações para os municípes; de edifícios sede de municípios, cujo b) Esforço financeiro despendido pelo investimento revista carácter urgente, constitui município, medido pela relação entre o uma das áreas a privilegiar no âmbito da custo global do investimento e o cooperação técnica e financeira entre as montante das verbas anualmente administrações central e local, através da atribuídas ao município, a título de celebração de contratos-programa nos termos Fundo de Equilíbrio Financeiro - do Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de Dezembro. componente capital; O n.º 1 do artigo 16.º do citado diploma c) Existência de plano de pormenor determina que os critérios e prioridades de cada eficaz na área do edifício. sector de investimento, para efeitos de selecção de candidaturas a contratos-programa, sejam 4 - Para efeitos de hierarquização das fixados por despacho normativo do ministro da candidaturas, a determinação das prioridades respectiva tutela. relativas a cada uma faz-se pelo somatório das Tendo em consideração a experiência colhida pontuações atribuídas às situações discriminadas na aplicação dos critérios estabelecidos pelo nos n.os 2 e 3. Despacho Normativo n.º 184/93, de 6 de 5 - Às prioridades indicadas nas alíneas a), b) Agosto, importa agora reformulá-lo, pelo que e c) do n.º 2 será atribuída a pontuação de 20, determino: 18 e 14, respectivamente. 1 - O critério geral que deve presidir à 6 - À dispersão dos serviços camarários será celebração de contratos-programa nesta área atribuída a pontuação de 8. será o que assenta na selecção das candidaturas 7 - Ao esforço financeiro despendido pelo que visem prioritariamente a reconstrução ou município, medido nos termos da alínea b) do grandes reparações de edifícios sede de n.º 3, será atribuída a pontuação de 2, 4 ou 6, municípios. A selecção das candidaturas cujo consoante o custo do investimento objecto seja a construção de edifício novo só relativamente ao Fundo de Equilíbrio Financeiro terá lugar quando se mostre inviável, em termos de capital esteja abaixo dos 40%, entre os 40% económicos e funcionais, a solução da e os 60% ou acima dos 60%. reconstrução ou reparação. 8 - À existência de plano de pormenor eficaz 2 - As prioridades a observar na celebração é atribuída a pontuação de 6. de contratos-programa sobre edifícios sede são 9 - O montante máximo de comparticipação as seguintes: financeira do Estado é fixado de acordo com o seguinte escalonamento:

a) Insegurança e ou estado de a) 100000 contos nos municípios com degradação das instalações a menos de 10000 eleitores; reconstruir ou reparar; b) 110000 contos nos municípios com b) Valor histórico ou arquitectónico dos mais de 10000 eleitores e menos de edifícios a reconstruir ou reparar ou 40000 eleitores; escolhidos para as novas instalações, c) 120000 contos nos municípios com 40000 ou mais eleitores.

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ATIVIDADE EMPRESARIAL LOCAL

(Regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais)

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Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto Artigo 5.º Aprova o regime jurídico da atividade Entidades públicas participantes empresarial local e das participações locais e revoga as Leis n.os 53-F/2006, de 29 de Para os efeitos da presente lei, consideram- dezembro, e 55/2011, de 15 de novembro se entidades públicas participantes os (Com as alterações introduzidas pela Lei n.º municípios, as associações de municípios, 53/2014, de 25 de agosto) independentemente da respetiva tipologia, e as áreas metropolitanas. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Artigo 6.º Constituição, o seguinte: Princípio geral

CAPÍTULO I 1 - A constituição de empresas locais e as Disposições gerais participações previstas no n.º 3 do artigo 1.º e no artigo 3.º devem ser fundamentadas na Artigo 1.º melhor prossecução do interesse público e, no Objeto e âmbito caso da constituição de empresas locais, também na conveniência de uma gestão 1 - A presente lei estabelece o regime subtraída à gestão direta face à especificidade jurídico da atividade empresarial local e das técnica e material da atividade a desenvolver. participações locais. 2 - As atividades a cargo das empresas locais 2 - O associativismo municipal e a ou das entidades participadas não podem ser participação em entidades de direito público são prosseguidas pelas entidades públicas objeto de diploma próprio. participantes na pendência da respetiva 3 - Sem prejuízo do regime previsto na lei externalização e na sua exata medida. geral, a constituição ou a mera participação em 3 - Para os efeitos do disposto no número associações, cooperativas, fundações ou anterior, deve ser considerada a atividade quaisquer outras entidades de natureza privada concretamente prosseguida pelas empresas ou cooperativa pelos municípios, pelas locais ou pelas entidades participadas. associações de municípios, independentemente da respetiva tipologia, e pelas áreas Artigo 7.º metropolitanas rege-se pelo disposto na Enquadramento setorial presente lei. 1 - As sociedades comerciais controladas Artigo 2.º conjuntamente por diversas pessoas coletivas de Atividade empresarial local direito público integram-se no setor empresarial da entidade que, no conjunto das participações A atividade empresarial local é desenvolvida de natureza pública, seja titular da maior pelos municípios, pelas associações de participação ou que exerça qualquer outro tipo municípios, independentemente da respetiva de influência dominante. tipologia, e pelas áreas metropolitanas, através 2 - Para os efeitos do disposto no número dos serviços municipalizados ou anterior, as participações detidas direta ou intermunicipalizados e das empresas locais. indiretamente pelos municípios, associações de municípios, independentemente da respetiva Artigo 3.º tipologia, e áreas metropolitanas são Participações locais consideradas de forma agregada como uma única participação relativa. São participações locais todas as participações sociais detidas pelos municípios, CAPÍTULO II pelas associações de municípios, Serviços municipalizados independentemente da respetiva tipologia, e pelas áreas metropolitanas em entidades Artigo 8.º constituídas ao abrigo da lei comercial que não Municipalização de serviços assumam a natureza de empresas locais. 1 - Os municípios podem proceder à Artigo 4.º municipalização de serviços. Sociedades comerciais participadas 2 - Os serviços municipalizados integram a estrutura organizacional do município. Para os efeitos da presente lei, as entidades 3 - A criação de serviços municipalizados é referidas no artigo anterior consideram-se precedida da elaboração de estudo sociedades comerciais participadas. relativamente aos aspetos económicos, técnicos e financeiros. 4 - A criação de serviços municipalizados é comunicada à Direção-Geral das Autarquias Locais, no prazo de 15 dias.

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5 - Dois ou mais municípios podem criar o respetivo mandato como membros da câmara ainda serviços intermunicipalizados, aplicando- municipal. se aos mesmos o disposto no presente capítulo. Artigo 13.º Artigo 9.º Competências do conselho de Organização administração

1 - Os serviços municipalizados são geridos Compete ao conselho de administração: sob forma empresarial e visam satisfazer a) Gerir os serviços municipalizados; necessidades coletivas da população do b) Exercer as competências respeitantes município. à prestação de serviço público pelos 2 - Os serviços municipalizados possuem serviços municipalizados; organização autónoma no âmbito da c) Deliberar sobre todos os assuntos administração municipal. relacionados com a gestão e a direção

dos recursos humanos dos serviços Artigo 10.º municipalizados, incluindo o diretor Objeto delegado, quando exista;

d) Preparar as opções do plano e o 1 - Os serviços municipalizados podem ter orçamento a apresentar à câmara por objeto uma ou mais das seguintes áreas municipal; prestacionais: e) Elaborar os documentos de prestação a) Abastecimento público de água; de contas a apresentar à câmara b) Saneamento de águas residuais municipal; urbanas; f) Propor à câmara municipal, nas c) Gestão de resíduos urbanos e limpeza matérias da competência desta, todas pública; as medidas tendentes a melhorar a d) Transporte de passageiros; organização e o funcionamento dos e) Distribuição de energia elétrica em serviços municipalizados; baixa tensão. g) Exercer as demais competências previstas na lei. 2 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, podem ser criados serviços Artigo 14.º municipalizados para o desenvolvimento de Reuniões do conselho de administração atividades não previstas no número anterior, nos casos de integração de empresas locais nos O conselho de administração reúne termos previstos no artigo 62.º quinzenalmente e, extraordinariamente, quando 3 - Só podem ser criados serviços o seu presidente o convoque. municipalizados quando esteja em causa a prossecução de atribuições municipais que Artigo 15.º fundamentem a respetiva gestão sob forma Diretor delegado empresarial.

4 - O disposto no n.º 1 não prejudica as 1 - A orientação técnica e a direção situações já existentes à data da entrada em administrativa dos serviços municipalizados vigor da presente lei. podem ser delegadas pelo conselho de

administração, em tudo o que não seja da sua Artigo 11.º exclusiva competência, no diretor delegado. Contabilidade 2 - Compete ainda ao diretor delegado:

A contabilidade dos serviços municipalizados a) Assistir às reuniões do conselho de rege-se pelas regras aplicáveis aos respetivos administração, para efeitos de municípios. informação e consulta sobre tudo o que diga respeito à atividade e ao regular Artigo 12.º funcionamento dos serviços; Conselho de administração b) Colaborar na elaboração dos documentos previsionais; 1 - Os serviços municipalizados são geridos c) Submeter a deliberação do conselho por um conselho de administração, constituído de administração, devidamente por um presidente e dois vogais. instruídos e informados, os assuntos 2 - Os membros do conselho de que dependam da sua resolução; administração são nomeados pela câmara d) Preparar os documentos de prestação municipal de entre os seus membros, podendo de contas; ser exonerados a todo o tempo. e) Promover a execução das 3 - O mandato dos membros do conselho de deliberações do conselho de administração não é remunerado e coincide com administração.

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3 - O cargo de diretor delegado corresponde 3 - A extinção do serviço municipalizado deve ao de dirigente da Administração Pública, ser comunicada à Direção-Geral das Autarquias devendo a sua criação, recrutamento e estatuto Locais, no prazo de 15 dias. respeitar o estatuto do pessoal dirigente da administração local, nos termos aplicáveis ao CAPÍTULO III respetivo município. Empresas locais 4 - No caso de serviços intermunicipalizados, o cargo de diretor delegado não é considerado SECÇÃO I para efeitos da limitação do número de cargos Disposições comuns dirigentes legalmente definida para os respetivos municípios. Artigo 19.º Empresas locais Artigo 16.º Documentos previsionais e de prestação de 1 - São empresas locais as sociedades contas constituídas ou participadas nos termos da lei comercial, nas quais as entidades públicas 1 - Os serviços municipalizados têm participantes possam exercer, de forma direta orçamento próprio, o qual, para todos os efeitos ou indireta, uma influência dominante em razão legais e procedimentais, será anexado ao da verificação de um dos seguintes requisitos: orçamento municipal, inscrevendo-se neste os a) Detenção da maioria do capital ou dos totais das suas receitas e despesas. direitos de voto; 2 - As perdas que resultem da exploração são b) Direito de designar ou destituir a cobertas pelo orçamento municipal, pertencendo maioria dos membros do órgão de igualmente ao município quaisquer resultados gestão, de administração ou de positivos, os quais, no entanto, não lhe podem fiscalização; ser entregues na parte em que correspondam a c) Qualquer outra forma de controlo de importâncias em dívida aos serviços gestão. municipalizados relativas aos serviços prestados e aos bens fornecidos. 2 - Qualquer uma das entidades públicas 3 - Os documentos de prestação de contas participantes pode constituir sociedades dos serviços municipalizados são publicitados no unipessoais por quotas ou sociedades anónimas sítio na Internet do município, depois de de cujas ações seja a única titular. apreciados pelo respetivo órgão deliberativo. 3 - A constituição de sociedades unipessoais 4 - As perdas ou resultados positivos dos por quotas ou de sociedades anónimas serviços intermunicipalizados são distribuídos unipessoais, nos termos do número anterior, pelos municípios nos termos definidos em acordo deve observar todos os demais requisitos de celebrado para o efeito, o qual é constituição previstos na lei comercial. obrigatoriamente comunicado à Direção-Geral 4 - As empresas locais são pessoas coletivas das Autarquias, no prazo de 15 dias. de direito privado, com natureza municipal, intermunicipal ou metropolitana, consoante a Artigo 17.º influência dominante prevista no n.º 1 seja Empréstimos exercida, respetivamente, por um município, dois ou mais municípios ou uma associação de 1 - A contração de empréstimos para os municípios, independentemente da respetiva serviços municipalizados obedece às regras tipologia, ou uma área metropolitana. legais aplicáveis ao respetivo município. 5 - A denominação das empresas locais é 2 - No caso de serviços intermunicipalizados acompanhada da indicação da sua natureza aplica-se, com as devidas adaptações, o municipal, intermunicipal ou metropolitana, disposto no n.º 4 do artigo anterior. respetivamente E. M., E. I. M. ou E. M. T. 6 - Apenas podem ser constituídas empresas Artigo 18.º locais de responsabilidade limitada. Extinção Artigo 20.º 1 - A deliberação de extinção do serviço Objeto social municipalizado deve ser instruída com a indicação da solução organizacional alternativa, 1 - As empresas locais têm como objeto acompanhada dos correspondentes estudos e exclusivo a exploração de atividades de fundamentação. interesse geral ou a promoção do 2 - No caso de a extinção corresponder à desenvolvimento local e regional, nos termos do externalização da atividade envolvida, os disposto nos artigos 45.º e 48.º, de forma estudos mencionados no número anterior devem tendencialmente autossustentável, sendo demonstrar a viabilidade económica e financeira proibida a constituição de empresas locais para da solução a adotar. a prossecução de atividades de natureza

545 Autarquias Locais - Legislação Nacional exclusivamente administrativa ou com intuito publicação nos termos do Código das Sociedades exclusivamente mercantil. Comerciais. 2 - A proibição prevista no número anterior 4 - A Direção-Geral das Autarquias Locais abrange a aquisição de participações pelas mantém permanentemente atualizada no Portal entidades públicas participantes que confiram Autárquico uma lista de todas as empresas uma influência dominante, nos termos do locais e de todas as participações previstas na disposto na presente lei. presente lei. 3 - O objeto social das empresas locais pode compreender mais de uma atividade, Artigo 23.º independentemente da respetiva natureza de Fiscalização prévia pelo Tribunal de Contas interesse geral ou de promoção do desenvolvimento local e regional, sem prejuízo 1 - A constituição ou a participação em do disposto no n.º 5. empresas locais pelas entidades públicas 4 - Não podem ser constituídas empresas participantes está sujeita à fiscalização prévia do locais nem adquiridas participações que confiram Tribunal de Contas, independentemente do valor uma influência dominante, nos termos previstos associado ao ato. na presente lei, cujo objeto social não se insira 2 - A fiscalização prevista no número anterior nas atribuições dos respetivos municípios, incide sobre a minuta do contrato de associações de municípios, independentemente constituição da empresa local ou de aquisição de da respetiva tipologia, ou áreas metropolitanas. participação social, bem como sobre os 5 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do elementos constantes do artigo 32.º artigo 48.º, só as associações de municípios, 3 - O processo de visto é instruído nos independentemente da respetiva tipologia, e as termos legalmente estabelecidos. áreas metropolitanas podem constituir ou adquirir participações que confiram uma Artigo 24.º influência dominante, nos termos previstos na Direitos societários presente lei, em empresas locais de promoção do desenvolvimento urbano e rural. Os direitos societários nas empresas locais 6 - É nula a deliberação de constituição ou de são exercidos nos termos da lei comercial, em participação em empresas locais em violação do conformidade com as orientações estratégicas disposto nos números anteriores. previstas no artigo 37.º

Artigo 21.º Artigo 25.º Regime jurídico Administração e fiscalização

As empresas locais regem-se pela presente 1 - Sem prejuízo do disposto na presente lei, lei, pela lei comercial, pelos estatutos e, a natureza e as competências dos órgãos sociais subsidiariamente, pelo regime do setor das empresas locais obedecem ao disposto na lei empresarial do Estado, sem prejuízo das normas comercial. imperativas neste previstas. 2 - As empresas locais dispõem sempre de uma assembleia geral e de um fiscal único. Artigo 22.º 3 - Sem prejuízo do disposto no número Constituição de empresas locais seguinte, só um dos membros do órgão de gestão ou de administração pode assumir 1 - A constituição das empresas locais ou a funções remuneradas. aquisição de participações que confiram uma 4 - Nas empresas locais com uma média influência dominante, nos termos da presente anual de proveitos, apurados nos últimos três lei, é competência dos órgãos deliberativos das anos, igual ou superior a cinco milhões de euros, entidades públicas participantes, sob proposta podem ser remunerados dois membros do órgão dos respetivos órgãos executivos. de gestão ou de administração. 2 - A constituição ou a participação em 5 - O fiscal único é obrigatoriamente um empresas locais pelas entidades públicas revisor oficial de contas ou uma sociedade de participantes é obrigatoriamente comunicada à revisores oficiais de contas. Inspeção-Geral de Finanças e à Direção-Geral 6 - Sem prejuízo das competências que lhe das Autarquias Locais, bem como, quando são atribuídas pela lei comercial, compete, em exista, à entidade reguladora do respetivo setor, especial, ao fiscal único: no prazo de 15 dias. a) Emitir parecer prévio relativamente ao 3 - A conservatória do registo comercial financiamento e à assunção de competente, a expensas das empresas locais, quaisquer obrigações financeiras; deve comunicar oficiosamente a constituição ou b) Emitir parecer prévio sobre a a aquisição de participações, bem como os necessidade da avaliação plurianual do estatutos e respetivas alterações, ao Tribunal de equilíbrio de exploração da empresa Contas, ao Ministério Público e à Direção-Geral local e, sendo caso disso, proceder ao das Autarquias Locais e assegurar a devida

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exame do plano previsional previsto no Artigo 27.º n.º 5 do artigo 40.º; Delegação de poderes c) Emitir parecer prévio sobre a celebração dos contratos-programa 1 - As entidades públicas participantes previstos nos artigos 47.º e 50.º; podem delegar poderes nas empresas locais, d) Fiscalizar a ação do órgão de gestão desde que esta faculdade conste expressamente ou de administração; na deliberação que determinou a sua e) Verificar a regularidade dos livros, constituição e nos respetivos estatutos. registos contabilísticos e documentos 2 - Nos casos previstos no número anterior, a que lhes servem de suporte; deliberação deve igualmente especificar as f) Participar aos órgãos e entidades prerrogativas do pessoal que exerça funções de competentes as irregularidades, bem autoridade, designadamente no âmbito de como os factos que considere poderes de fiscalização. reveladores de graves dificuldades na 3 - O não exercício dos poderes delegados dá prossecução do objeto da empresa lugar à respetiva e imediata avocação, assim local; como à dissolução da empresa local, aplicando- g) Proceder à verificação dos valores se, com as devidas adaptações, o disposto no patrimoniais da empresa local ou por capítulo vi. ela recebidos em garantia, depósito ou outro título; Artigo 28.º h) Remeter semestralmente ao órgão Estatuto do pessoal executivo da entidade pública participante informação sobre a 1 - O estatuto do pessoal das empresas locais situação económico-financeira da é o do regime do contrato de trabalho. empresa local; 2 - A matéria relativa à contratação coletiva i) Pronunciar-se sobre qualquer assunto rege-se pela lei geral. de interesse para a empresa local, a solicitação do órgão de gestão ou de Artigo 29.º administração; Pessoal com relação jurídica de emprego j) Emitir parecer sobre os instrumentos público de gestão previsional, bem como sobre o relatório do órgão de gestão ou de O pessoal com relação jurídica de emprego administração e contas do exercício; público pode exercer funções nas empresas k) Emitir a certificação legal das contas. locais mediante acordo de cedência de interesse público, nos termos da Lei n.º 12-A/2008, de 27 7 - Os pareceres previstos nas alíneas a) a c) de fevereiro, que «Estabelece os regimes de do número anterior são comunicados à vinculação, de carreiras e de remunerações dos Inspeção-Geral de Finanças no prazo de 15 dias. trabalhadores que exercem funções públicas», 8 - Os membros da assembleia geral não são alterada pelas Leis n.os 64-A/2008, de 31 de remunerados. dezembro, 3-B/2010, de 28 de abril, 34/2010,

de 2 de setembro, 55-A/2010, de 31 de Artigo 26.º dezembro, e 64-B/2011, de 31 de dezembro. Designação dos membros dos órgãos das

empresas locais Artigo 30.º

Estatuto do gestor das empresas locais 1 - Os membros do órgão de gestão ou de administração das empresas locais são eleitos 1 - É proibido o exercício simultâneo de pela assembleia geral. funções, independentemente da sua natureza, 2 - Compete ao órgão executivo da entidade nas entidades públicas participantes e de pública participante designar o representante funções remuneradas, seja a que título for, em desta na assembleia geral da respetiva empresa quaisquer empresas locais com sede na local. circunscrição territorial das respetivas entidades 3 - Compete ao órgão deliberativo da públicas participantes ou na circunscrição entidade pública participante designar o fiscal territorial da associação de municípios ou área único da empresa local, sob proposta do órgão metropolitana que aquelas integrem, consoante executivo. o que for mais abrangente. 4 - A mesa da assembleia geral da empresa 2 - O valor das remunerações dos membros local é composta por um máximo de três dos órgãos de gestão ou de administração das elementos. empresas locais é limitado ao valor da 5 - O órgão de gestão ou de administração da remuneração de vereador a tempo inteiro da empresa local é composto por um presidente e câmara municipal respetiva. um máximo de dois vogais. 3 - A limitação prevista no número anterior

tem como referência a remuneração mais

elevada dos vereadores a tempo inteiro, no caso

de empresas locais detidas por mais de um

547 Autarquias Locais - Legislação Nacional município, por uma associação de municípios ou 4 - No caso de a empresa local beneficiar de por uma área metropolitana. um direito especial ou exclusivo, nos termos 4 - Sem prejuízo do disposto nos números definidos no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º anteriores, o Estatuto do Gestor Público, 148/2003, de 11 de julho, que «Transpõe para a aprovado pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, de 27 ordem jurídica nacional a Diretiva n.º de março, alterado pela Lei n.º 64-A/2008, de 2000/52/CE, da Comissão, de 26 de julho, que 31 de dezembro, e alterado e republicado pelo altera a Diretiva n.º 80/723/CEE, da Comissão, Decreto-Lei n.º 8/2012, de 18 de janeiro, é de 25 de junho, relativa à transparência das subsidiariamente aplicável aos titulares dos relações financeiras entre as entidades públicas órgãos de gestão ou de administração das dos Estados membros e as empresas públicas», empresas locais. alterado pelo Decreto-Lei n.º 120/2005, de 26 5 - As regras relativas ao recrutamento e de julho, e pelo Decreto-Lei n.º 69/2007, de 26 seleção previstas no Estatuto do Gestor Público de março, essa vantagem deve ser contabilizada não são aplicáveis aos membros dos órgãos das para aferição da sua viabilidade financeira. entidades públicas participantes que integrem os 5 - Os estudos referidos nos n.os 1 e 2, bem órgãos de gestão ou de administração das como os projetos de estatutos e todos os demais respetivas empresas locais, nem a quaisquer elementos de instrução existentes, acompanham outros casos de exercício não remunerado das as propostas de constituição e participação em respetivas funções. empresas locais, devendo ser objeto da apreciação e deliberação previstas no n.º 1 do Artigo 31.º artigo 22.º Princípios de gestão 6 - Independentemente das obrigações de controlo e fiscalização previstas na presente lei e A gestão das empresas locais deve articular- na lei comercial, o desempenho da empresa se com os objetivos prosseguidos pelas local deve ser objeto de avaliação anual pelos entidades públicas participantes no respetivo respetivos órgãos sociais, incluindo a elaboração capital social, visando a satisfação das de um relatório com a análise comparativa das necessidades de interesse geral ou a promoção projeções decorrentes dos estudos referidos nos do desenvolvimento local e regional, n.os 1 e 2 e a efetiva situação económico- assegurando a viabilidade económica e o financeira da empresa local, o qual é equilíbrio financeiro. obrigatoriamente comunicado à Inspeção-Geral de Finanças. Artigo 32.º 7 - A cominação prevista no n.º 1 aplica-se Viabilidade económico-financeira e ainda a todos os atos ou contratos, de natureza racionalidade económica instrumental, acessória ou conexa à constituição de empresas locais ou de aquisição de 1 - A deliberação de constituição das participações sociais, dos quais decorram efeitos empresas locais ou de aquisição de participações de natureza económica ou financeira. que confiram uma influência dominante, nos termos da presente lei, deve ser sempre Artigo 33.º precedida dos necessários estudos técnicos, Parceiros privados nomeadamente do plano do projeto, na ótica do investimento, da exploração e do financiamento, Na escolha dos parceiros privados, as demonstrando-se a viabilidade e entidades públicas participantes devem adotar sustentabilidade económica e financeira das os procedimentos concursais estabelecidos no unidades, através da identificação dos ganhos de regime jurídico da contratação pública em vigor, qualidade, e a racionalidade acrescentada cujo objeto melhor se coadune com a atividade decorrente do desenvolvimento da atividade a prosseguir pela empresa local. através de uma entidade empresarial, sob pena de nulidade e de responsabilidade financeira. Artigo 34.º 2 - Os estudos previstos no número anterior Concorrência devem incluir ainda a justificação das necessidades que se pretende satisfazer com a 1 - As empresas locais, tanto nas relações empresa local, a demonstração da existência de com os sócios como com terceiros, estão procura atual ou futura, a avaliação dos efeitos sujeitas às regras gerais da concorrência, da atividade da empresa sobre as contas e a nacionais e comunitárias, e devem adotar estrutura organizacional e os recursos humanos mecanismos de contratação transparentes e não da entidade pública participante, assim como a discriminatórios, assegurando igualdade de ponderação do benefício social resultante para o oportunidades aos interessados, nos termos conjunto de cidadãos. legalmente previstos. 3 - A atribuição de subsídios à exploração 2 - As empresas locais regem-se pelo pelas entidades públicas participantes no capital princípio da transparência financeira e a sua social exige a celebração de um contrato- contabilidade deve ser organizada de modo a programa. permitir a identificação de quaisquer fluxos financeiros entre elas e as entidades

548 Autarquias Locais - Legislação Nacional participantes no capital social, garantindo o 4 - As orientações estratégicas devem cumprimento das exigências nacionais e refletir-se nas orientações anuais definidas em comunitárias em matéria de concorrência e assembleia geral e nos contratos de gestão a auxílios públicos. celebrar com os gestores. 3 - O disposto nos n.os 1 e 2 não prejudica os regimes derrogatórios especiais, devidamente Artigo 38.º justificados, sempre que a aplicação das normas Participações sociais gerais de concorrência seja suscetível de frustrar, de direito ou de facto, as missões 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 68.º, confiadas às empresas locais encarregadas da as empresas locais não podem constituir nem gestão de serviços de interesse económico geral. adquirir quaisquer participações em sociedades comerciais, nem criar ou participar em Artigo 35.º associações, fundações ou cooperativas. Regulação setorial 2 - Os atos praticados e os contratos celebrados em violação do disposto no número As empresas locais que prossigam atividades anterior são nulos. no âmbito de setores regulados ficam sujeitas aos poderes de regulação da respetiva entidade Artigo 39.º reguladora. Controlo financeiro

Artigo 36.º 1 - As empresas locais estão sujeitas a Proibição de subsídios ao investimento controlo financeiro destinado a averiguar da legalidade, economia, eficiência e eficácia da sua 1 - As entidades públicas participantes não gestão. podem conceder às empresas locais quaisquer 2 - Sem prejuízo das competências atribuídas formas de subsídios ao investimento ou em pela lei ao Tribunal de Contas, o controlo suplemento a participações de capital. financeiro de legalidade das empresas locais 2 - A contratação respeitante à adjudicação compete à Inspeção-Geral de Finanças. de aquisições de bens ou serviços, locações, 3 - As empresas locais adotam fornecimentos ou empreitadas não pode originar procedimentos de controlo interno adequados a a transferência de quaisquer quantias, pelas garantir a fiabilidade das contas e demais entidades públicas participantes, para além das informação financeira, bem como a articulação devidas pela prestação contratual das empresas com as entidades referidas no número anterior. locais a preços de mercado. 3 - As adjudicações referidas no número Artigo 40.º anterior não podem integrar os contratos- Equilíbrio de contas programa previstos nos artigos 47.º e 50.º 4 - Os montantes pagos pelas entidades 1 - As empresas locais devem apresentar públicas participantes ao abrigo dos contratos resultados anuais equilibrados. previstos no n.º 2 não constituem subsídios à 2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 5, no exploração. caso de o resultado líquido antes de impostos se apresentar negativo, é obrigatória a realização Artigo 37.º de uma transferência financeira a cargo dos Orientações estratégicas sócios, na proporção da respetiva participação social, com vista a equilibrar os resultados do 1 - São definidas orientações estratégicas exercício em causa. relativas ao exercício dos direitos societários nas 3 - Os sócios de direito público preveem nos empresas locais, nos termos dos números seus orçamentos anuais o montante previsional seguintes, devendo as mesmas ser revistas, pelo necessário à cobertura dos resultados líquidos menos, com referência ao período de duração do antes de impostos, na proporção da respetiva mandato dos órgãos de gestão ou de participação social. administração fixado pelos respetivos estatutos. 4 - No caso de o orçamento anual do ano em 2 - A competência para a aprovação das causa não conter verba suficiente para a orientações estratégicas pertence ao órgão cobertura dos prejuízos referidos no número executivo da entidade pública participante. anterior, os sócios de direito público deverão proceder a uma alteração ou revisão do mesmo, 3 - As orientações estratégicas referidas nos por forma a contemplar o montante necessário, números anteriores definem os objetivos a e proceder à sua transferência no mês seguinte prosseguir tendo em vista a promoção do à apreciação das contas da empresa local, nos desenvolvimento local e regional ou a forma de termos e nos prazos da lei comercial. prossecução dos serviços de interesse geral, 5 - Sempre que o equilíbrio de exploração da contendo metas quantificadas e contemplando a empresa local só possa ser avaliado numa celebração de contratos entre as entidades perspetiva plurianual que abranja a totalidade públicas participantes e as empresas locais. do período do investimento, é apresentado à Inspeção-Geral de Finanças, para efeitos de

549 Autarquias Locais - Legislação Nacional apreciação, e aos sócios de direito público um completa e atempadamente, os seguintes plano previsional de mapas de demonstração de elementos aos órgãos executivos das respetivas fluxos de caixa líquidos atualizados na ótica do entidades públicas participantes, tendo em vista equilíbrio plurianual dos resultados. o seu acompanhamento e controlo: 6 - Na situação prevista no número anterior, a) Projetos dos planos de atividades os sócios de direito público consagram nos seus anuais e plurianuais; orçamentos anuais o montante previsional anual b) Projetos dos orçamentos anuais, e os compromissos plurianuais necessários à incluindo estimativa das operações cobertura dos desvios financeiros verificados no financeiras com o Estado e as resultado líquido antes de impostos, autarquias locais; relativamente ao previsto no mapa inicial que c) Planos de investimento anuais e sejam da sua responsabilidade, em termos plurianuais e respetivas fontes de semelhantes aos previstos nos n.os 3 e 4. financiamento; 7 - É permitida a correção do plano d) Documentos de prestação anual de previsional de mapas de demonstração de fluxos contas; de caixa líquidos, desde que seja igualmente e) Relatórios trimestrais de execução submetida à apreciação da Inspeção-Geral de orçamental; Finanças e os sócios de direito público procedam f) Quaisquer outras informações e às transferências financeiras necessárias à documentos solicitados para o sustentação de eventuais prejuízos acumulados acompanhamento sistemático da em resultado de desvios ao plano previsional situação da empresa local e da sua inicial. atividade, com vista, designadamente, 8 - As transferências financeiras a cargo dos a assegurarem a boa gestão dos sócios privados devem ser realizadas no mês fundos públicos e a evolução seguinte à apreciação das contas pela entidade institucional e económico-financeira. pública participante.

2 - A violação do dever de informação Artigo 41.º previsto no n.º 1 implica a dissolução dos Empréstimos respetivos órgãos da empresa local,

constituindo-se os seus titulares, na medida da 1 - Os empréstimos contraídos pelas culpa, na obrigação de indemnizar as entidades empresas locais, bem como o endividamento públicas participantes pelos prejuízos causados líquido das mesmas, relevam para os limites ao pela retenção prevista nos n.os 2 e seguintes do endividamento das entidades públicas artigo 44.º participantes, em caso de incumprimento das regras previstas no artigo anterior. Artigo 43.º 2 - As empresas locais não podem conceder Transparência empréstimos a favor dos sócios, nem prestar quaisquer formas de garantias. 1 - As empresas locais têm obrigatoriamente 3 - As entidades públicas participantes não um sítio na Internet. podem conceder empréstimos às empresas 2 - As empresas locais mantêm locais. permanentemente atualizado no seu sítio na 4 - Excluem-se do disposto no n.º 1 as Internet a seguinte informação: participações sociais das entidades públicas participantes nas entidades que integram o setor a) Contrato de sociedade e estatutos; empresarial do Estado. b) Estrutura do capital social; 5 - Em caso de incumprimento das regras de c) Identidade dos membros dos órgãos equilíbrio de contas, previstas no artigo anterior, sociais e respetiva nota curricular; a contribuição das empresas locais e das d) Montantes auferidos pelos membros entidades referidas no número anterior não pode remunerados dos órgãos sociais; originar uma diminuição do endividamento e) Número de trabalhadores, líquido total de cada município, calculado nos desagregado segundo a modalidade de termos da Lei das Finanças Locais, aprovada vinculação; pela Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro, alterada f) Planos de atividades anuais e pelas Leis n.os 22-A/2007, de 29 de junho, 67- plurianuais; A/2007, de 31 de dezembro, 3-B/2010, de 28 de g) Planos de investimento anuais e abril, 64-B/2011, de 30 de dezembro, e plurianuais; 22/2012, de 30 de maio. h) Orçamento anual; i) Documentos de prestação anual de Artigo 42.º contas, designadamente o relatório Deveres de informação das empresas locais anual do órgão de gestão ou de administração, o balanço, a 1 - Sem prejuízo do disposto na lei comercial demonstração de resultados e o quanto à prestação de informações aos sócios, parecer do órgão de fiscalização; as empresas locais devem facultar, de forma

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j) Plano de prevenção da corrupção e transparência, tenham exclusivamente por dos riscos de gestão; objeto uma ou mais das seguintes atividades: k) Pareceres previstos nas alíneas a) a c) a) Promoção e gestão de equipamentos do n.º 6 do artigo 25.º coletivos e prestação de serviços na

área da educação, ação social, cultura, Artigo 44.º saúde e desporto; Deveres de informação das entidades b) Promoção, gestão e fiscalização do públicas participantes estacionamento público urbano;

c) Abastecimento público de água; 1 - As entidades públicas participantes d) Saneamento de águas residuais prestam à Direção-Geral das Autarquias Locais, urbanas; nos termos e com a periodicidade por esta e) Gestão de resíduos urbanos e limpeza definidos com uma antecedência mínima de 30 pública; dias, a informação institucional e económico- f) Transporte de passageiros; financeira relativa às respetivas empresas locais. g) Distribuição de energia elétrica em 2 - No caso de incumprimento pelos baixa tensão. municípios dos deveres de informação previstos no presente artigo, são imediata e Artigo 46.º automaticamente retidos 10 % do duodécimo Princípios orientadores das transferências correntes do Fundo Geral

Municipal (FGM), enquanto durar a situação de 1 - As empresas locais de gestão de serviços incumprimento. de interesse geral devem prosseguir as missões 3 - No caso de incumprimento pelas que lhes estejam atribuídas, tendo em vista: associações de municípios, independentemente da respetiva tipologia, ou áreas metropolitanas a) Prestar os serviços de interesse geral dos deveres de informação previstos no presente na respetiva circunscrição, sem artigo, são imediata e automaticamente discriminação dos utentes e das áreas suspensas as transferências financeiras a seu territoriais sujeitas à sua atuação; favor previstas no Orçamento do Estado. b) Promover o acesso, em condições 4 - A percentagem prevista no n.º 2 aumenta financeiras equilibradas, da para 20 % no caso de reincidência no generalidade dos cidadãos a bens e incumprimento. serviços essenciais, procurando 5 - As verbas retidas são transferidas e a adaptar as taxas e as contraprestações suspensão das transferências é cancelada assim devidas às reais situações dos que forem recebidos os elementos ou cumpridas utilizadores, à luz do princípio da as obrigações legais que estiveram na origem igualdade material; dessas retenções. c) Assegurar o cumprimento das 6 - A Direção-Geral das Autarquias Locais exigências de prestação de serviços de comunica aos serviços competentes do caráter universal relativamente a Ministério das Finanças as informações que lhe atividades económicas cujo acesso se forem prestadas nos termos do presente artigo. encontre legalmente vedado a 7 - O disposto nos n.os 2 e 3 não é aplicável empresas com capitais exclusiva ou no caso de a entidade pública participante maioritariamente privados e a outras demonstrar que exerceu os respetivos direitos entidades da mesma natureza; societários para efeitos do cumprimento dos d) Garantir o fornecimento de serviços deveres de informação. ou a gestão de atividades que exijam avultados investimentos na criação ou SECÇÃO II no desenvolvimento de infraestruturas Empresas locais de gestão de serviços de ou redes de distribuição; interesse geral e) Zelar pela eficácia da gestão das redes de serviços públicos, procurando, Artigo 45.º designadamente, que a produção, o Empresas locais de gestão de serviços de transporte e distribuição, a construção interesse geral de infraestruturas e a prestação do conjunto de tais serviços se procedam Para os efeitos da presente lei, consideram- de forma articulada, tendo em atenção se empresas locais de gestão de serviços de as modificações organizacionais interesse geral aquelas que, assegurando a impostas por inovações técnicas ou universalidade, a continuidade dos serviços tecnológicas; prestados, a satisfação das necessidades básicas f) Cumprir obrigações específicas, dos cidadãos, a coesão económica e social local relacionadas com a segurança da sua ou regional e a proteção dos utentes, e, sem atividade, a continuidade e qualidade prejuízo da eficiência económica, no respeito dos serviços e a proteção do ambiente, pelos princípios da não discriminação e da devendo tais obrigações ser claramente

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definidas, transparentes, não SECÇÃO III discriminatórias e suscetíveis de Empresas locais de promoção do controlo. desenvolvimento local e regional

2 - O disposto na alínea a) do n.º 1 não Artigo 48.º prejudica a faculdade de, salvaguardadas que Empresas locais de promoção do estejam as condições para a boa prossecução desenvolvimento local e regional das atividades de interesse geral no âmbito da respetiva circunscrição e no respeito pelo regime 1 - Para os efeitos da presente lei, são previsto no artigo 34.º, as empresas locais consideradas empresas locais de promoção do desenvolverem a sua atividade no mercado de desenvolvimento local e regional aquelas que, bens e serviços junto de outros agentes visando a promoção do crescimento económico, económicos. a eliminação de assimetrias e o reforço da

coesão económica e social, no respeito pelos Artigo 47.º princípios da não discriminação e da Celebração de contratos-programa com transparência e sem prejuízo da eficiência empresas locais de serviços de interesse económica, tenham exclusivamente por objeto geral uma ou mais das seguintes atividades:

1 - A prestação de serviços de interesse geral a) Promoção, manutenção e conservação pelas empresas locais e os correspondentes de infraestruturas urbanísticas e gestão subsídios à exploração dependem da prévia urbana; celebração de contratos-programa com as b) Renovação e reabilitação urbanas e entidades públicas participantes. gestão do património edificado; 2 - Os contratos-programa devem definir c) Promoção e gestão de imóveis de detalhadamente o fundamento da necessidade habitação social; do estabelecimento da relação contratual, a d) Produção de energia elétrica; finalidade desta, os montantes dos subsídios à e) Promoção do desenvolvimento urbano exploração, assim como a eficácia e a eficiência e rural no âmbito intermunicipal. que se pretende atingir com a mesma, 2 - Excecionalmente, e sem prejuízo do concretizando um conjunto de indicadores ou disposto no artigo 32.º, podem os municípios referenciais que permitam medir a realização constituir ou participar em empresas locais de dos objetivos setoriais. promoção do desenvolvimento urbano e rural de 3 - O desenvolvimento de políticas de preços âmbito municipal, quando estejam verificados os das quais decorram receitas operacionais anuais seguintes pressupostos: inferiores aos custos anuais é objetivamente justificado e depende da adoção de sistemas de a) A associação de municípios ou a área contabilidade analítica onde se identifique a metropolitana que integrem não se diferença entre o desenvolvimento da atividade encontre interessada em constituir ou a preços de mercado e o preço subsidiado na participar em tais empresas; ótica do interesse geral. b) Demonstrem capacidade financeira 4 - O desenvolvimento de políticas de preços própria para o efeito. nos termos do número anterior depende de negociação prévia com as entidades públicas Artigo 49.º participantes dos termos que regulam as Princípios orientadores transferências financeiras necessárias ao financiamento anual da atividade de interesse 1 - As empresas locais de promoção do geral, que constam do contrato-programa. desenvolvimento local e regional devem 5 - Os contratos-programa são aprovados prosseguir as missões que lhes estejam pelo órgão deliberativo da entidade pública confiadas e visam: participante, sob proposta do respetivo órgão executivo. a) Contribuir para o desenvolvimento 6 - O presente artigo não se aplica à económico-social na respetiva contratação prevista no n.º 2 do artigo 36.º circunscrição, sem discriminação das 7 - Independentemente do cumprimento dos áreas territoriais sujeitas à sua demais requisitos e formalidades previstos na atuação; lei, a celebração dos contratos-programa deve b) Promover o crescimento económico ser comunicada à Inspeção-Geral de Finanças e, local e regional; quando não esteja sujeita a visto prévio, ao c) Desenvolver atividades empresariais Tribunal de Contas. integradas no contexto de políticas económicas estruturais de desenvolvimento tecnológico e criação de redes de distribuição; d) Promover o empreendedorismo de base local e regional;

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e) Garantir o fornecimento de serviços Artigo 52.º ou a gestão de atividades que exijam Objeto social das sociedades comerciais avultados investimentos na criação ou participadas no desenvolvimento de infraestruturas; f) Cumprir obrigações específicas, As sociedades comerciais participadas devem relacionadas com a segurança da prosseguir fins de relevante interesse público respetiva atividade, com a local, compreendendo-se o respetivo objeto continuidade e qualidade dos serviços e social no âmbito das atribuições das entidades com a proteção do ambiente e da públicas participantes. qualidade de vida, de forma clara, transparente, não discriminatória e Artigo 53.º suscetível de controlo. Aquisição de participações locais

2 - Salvaguardadas que estejam as condições 1 - Compete ao órgão deliberativo da para a boa prossecução das atividades de entidade pública participante, sob proposta do promoção do desenvolvimento local e regional respetivo órgão executivo, deliberar na respetiva circunscrição e no respeito pelo relativamente à aquisição das participações regime previsto no artigo 34.º, as empresas previstas no presente capítulo, devendo a sua locais podem desenvolver a sua atividade no fundamentação integrar os pressupostos mercado de bens e serviços junto de outros justificativos do relevante interesse público local. agentes económicos. 2 - A deliberação de aquisição de participações locais deve ser antecedida pelo Artigo 50.º cumprimento dos procedimentos previstos na Celebração de contratos-programa com lei, aplicando-se, com as devidas adaptações, o empresas locais de promoção de disposto no artigo 32.º desenvolvimento local e regional 3 - Não é permitida a celebração de contratos-programa entre as entidades públicas 1 - As entidades públicas participantes devem participantes e as sociedades comerciais celebrar contratos-programa com as respetivas participadas. empresas locais de promoção do desenvolvimento local e regional onde se defina Artigo 54.º a missão e o conteúdo das responsabilidades de Fiscalização prévia e deveres de desenvolvimento local e regional assumidas. comunicação 2 - Os contratos-programa referidos no número anterior devem especificar o montante 1 - O ato de aquisição de participações locais dos subsídios à exploração que as empresas está sujeito à fiscalização prévia do Tribunal de locais têm o direito de receber como Contas, independentemente do montante contrapartida das obrigações assumidas, associado à aquisição. aplicando-se o disposto nos n.os 2 a 7 do artigo 2 - A aquisição de participações locais é 47.º obrigatoriamente comunicada pela entidade pública participante à Inspeção-Geral de CAPÍTULO IV Finanças e à Direção-Geral das Autarquias Participações locais Locais, no prazo de 15 dias.

Artigo 51.º Artigo 55.º Participação em sociedades comerciais Controlo e equilíbrio

1 - Os municípios, as associações de 1 - As sociedades comerciais participadas municípios, independentemente da respetiva devem adotar procedimentos de controlo interno tipologia, e as áreas metropolitanas podem adequados a garantir a fiabilidade das contas e adquirir participações em sociedades comerciais demais informação financeira, bem como a de responsabilidade limitada, nos termos da articulação com as entidades públicas presente lei. participantes. 2 - Nas sociedades comerciais participadas 2 - As sociedades comerciais participadas não são admitidas entradas em espécie pelas devem apresentar resultados anuais entidades públicas participantes. equilibrados. 3 - Às situações previstas no n.º 1 é 3 - As entidades públicas participantes estão aplicável, com as devidas adaptações, o disposto obrigadas a prestar informação completa e no n.º 1 do artigo 30.º atempada relativamente às sociedades comerciais em que participam, aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto no artigo 44.º 4 - É aplicável, com as devidas adaptações, o disposto no artigo 41.º

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CAPÍTULO V CAPÍTULO VI Outras participações Alienação, dissolução, transformação, integração, fusão e internalização Artigo 56.º Requisitos e procedimentos Artigo 61.º Deliberação 1 - Os entes constituídos ou participados nos termos do presente capítulo devem prosseguir 1 - Compete ao órgão deliberativo da fins de relevante interesse público local, entidade pública participante, sob proposta do devendo a sua atividade compreender-se no respetivo órgão executivo, deliberar sobre a âmbito das atribuições das respetivas entidades alienação da totalidade ou de parte do capital públicas participantes. social das empresas locais ou das participações 2 - A constituição ou a participação nos entes locais. previstos no presente capítulo está sujeita ao 2 - A dissolução, transformação, integração, visto prévio do Tribunal de Contas, fusão ou internalização das empresas locais independentemente do valor associado ao ato. depende da prévia deliberação dos órgãos da 3 - Aos entes previstos nos números entidade pública participante competentes para anteriores é aplicável, com as devidas a sua constituição, a quem incumbe definir os adaptações, o disposto nos artigos 53.º a 55.º termos da liquidação do respetivo património, nos casos em que tal suceda. Artigo 57.º 3 - As deliberações previstas no presente Fundações artigo são comunicadas à Direção-Geral das Autarquias Locais e à Inspeção-Geral de Os municípios, as associações de municípios, Finanças, bem como, quando exista, à entidade independentemente da respetiva tipologia, e as reguladora do respetivo setor, incluindo, sendo áreas metropolitanas podem criar ou participar caso disso, o plano de integração ou em fundações, nos termos da Lei-Quadro das internalização referido no n.º 12 do artigo Fundações, aprovada pela Lei n.º 24/2012, de 9 seguinte, no prazo de 15 dias. de julho. Artigo 62.º Artigo 58.º Dissolução das empresas locais Cooperativas 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 35.º 1 - Os municípios, as associações de do Código das Sociedades Comerciais, as municípios, independentemente da respetiva empresas locais são obrigatoriamente objeto de tipologia, e as áreas metropolitanas podem criar deliberação de dissolução, no prazo de seis ou participar em cooperativas. meses, sempre que se verifique uma das 2 - As cooperativas mencionadas no número seguintes situações: anterior regem-se pelo Código Cooperativo. a) As vendas e prestações de serviços

realizados durante os últimos três anos Artigo 59.º não cobrem, pelo menos, 50 % dos Associações de direito privado gastos totais dos respetivos exercícios;

b) Quando se verificar que, nos últimos 1 - Os municípios, as associações de três anos, o peso contributivo dos municípios, independentemente da respetiva subsídios à exploração é superior a 50 tipologia, e as áreas metropolitanas podem % das suas receitas; participar com pessoas jurídicas privadas em c) Quando se verificar que, nos últimos associações. três anos, o valor do resultado 2 - As associações referidas no número operacional subtraído ao mesmo o anterior regem-se pelo Código Civil. valor correspondente às amortizações e

às depreciações é negativo; Artigo 60.º d) Quando se verificar que, nos últimos Outras entidades três anos, o resultado líquido é

negativo. Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 1.º, o presente capítulo é ainda aplicável, com 2 - O disposto no número anterior não as devidas adaptações, à constituição ou prejudica a aplicação dos regimes previstos nos participação dos municípios, das associações de artigos 63.º a 65.º, devendo, nesses casos, municípios, independentemente da respetiva respeitar-se igualmente o prazo de seis meses. tipologia, e das áreas metropolitanas noutras 3 - O disposto na alínea a) do n.º 1 só é entidades para além das referidas na presente aplicável após o início da fase de exploração pela lei. empresa local.

554 Autarquias Locais - Legislação Nacional

4 - A dissolução das empresas locais obedece público por tempo indeterminado, não é devida ao regime jurídico dos procedimentos qualquer compensação pela extinção do anterior administrativos de dissolução e de liquidação de posto de trabalho. entidades comerciais. 12 - Para efeitos do disposto no presente 5 - Ao pessoal em efetividade de funções nas artigo, a deliberação de dissolução da empresa empresas locais que incorram numa das local que implique a integração ou a situações previstas no n.º 1, que não se internalização de quaisquer atividades é encontre ao abrigo de instrumentos de acompanhada do respetivo plano, o qual deve mobilidade previstos na Lei n.º 12-A/2008, de incluir os seguintes elementos: 27 de fevereiro, aplica-se o regime do contrato a) Definição das atividades a integrar ou de trabalho, sem prejuízo do disposto no a internalizar; número seguinte. b) Listagem dos postos de trabalho 6 - As empresas locais em processo de indispensáveis para a prossecução das liquidação podem ceder às entidades públicas atividades a integrar ou a internalizar, participantes os seus trabalhadores contratados identificando a carreira e as áreas ao abrigo do regime do contrato de trabalho, funcional, habilitacional e geográfica, nos termos do disposto no artigo 58.º da Lei n.º quando necessárias; 12-A/2008, de 27 de fevereiro, na exata medida c) Previsão das disponibilidades em que estes se encontrem afetos e sejam orçamentais necessárias, nos termos necessários ao cumprimento das atividades da Lei n.º 8/2012, de 21 de fevereiro, objeto de integração ou internalização. que «Aprova as regras aplicáveis à 7 - Os acordos referidos no número anterior assunção de compromissos e aos devem ser celebrados no prazo de seis meses pagamentos em atraso das entidades após a deliberação de dissolução da empresa públicas». local, não sendo aplicável o disposto no artigo 13 - Para efeitos de candidatura aos 72.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, procedimentos concursais referidos no n.º 8, os sob pena de nulidade. trabalhadores cedidos ao abrigo e nos termos do 8 - Na pendência dos procedimentos de n.º 6 são equiparados a candidatos com relação dissolução e de liquidação, os trabalhadores com jurídica de emprego público por tempo relação jurídica de emprego por tempo indeterminado previamente estabelecida. indeterminado, que se encontrem na situação de (Redação dada pela Lei n.º 53/2014, de 25 de cedência de interesse público ao abrigo e nos agosto) termos do n.º 6, podem candidatar-se aos procedimentos concursais exclusivamente Artigo 63.º destinados a quem seja titular de uma relação Transformação jurídica de emprego público por tempo indeterminado previamente estabelecida, 1 - A obrigação de dissolução decorrente do prevista na Lei n.º 12-A/2008, de 27 de disposto no artigo anterior pode ser substituída fevereiro, que sejam abertos pelas entidades pela alienação integral da participação detida públicas participantes às quais se encontrem pela entidade pública participante, nos termos cedidos, nos termos do número seguinte. da lei geral. 9 - O direito de candidatura a que se refere o 2 - Com a alienação referida no número número anterior aplica-se apenas aos anterior, a empresa perde a natureza de procedimentos concursais para a ocupação de empresa local, para todos os efeitos legal ou postos de trabalho correspondentes às funções contratualmente previstos. ou atividade que o trabalhador cedido se 3 - À situação de alienação prevista nos encontra a executar, na exata medida do âmbito números anteriores é aplicável, com as devidas da integração ou internalização previstas no n.º adaptações, o disposto no n.º 5 do artigo 1 do artigo 64.º e no artigo 65.º, e que sejam anterior. abertos no período máximo de 12 meses a contar da data do acordo de cedência de Artigo 64.º interesse público a que se referem os n.os 6 e 7, Integração e fusão de empresas locais independentemente da duração máxima deste poder vir a ser excecionalmente superior. 1 - As empresas locais podem ser objeto de 10 - O disposto nos n.os 8 e 9 não prejudica integração em serviços municipalizados, nos a exigência de verificação dos demais requisitos termos gerais. legais para a constituição da relação jurídica de 2 - A fusão de empresas locais depende da emprego público. prévia demonstração da viabilidade económico- 11 - O disposto nos n.os 6 a 10 aplica-se financeira e da racionalidade económica da apenas aos trabalhadores detentores de contrato futura estrutura empresarial, nos termos do de trabalho por tempo indeterminado que disposto no artigo 32.º tenham sido admitidos pelo menos um ano 3 - A fusão de empresas locais está sujeita ao antes da data da deliberação de dissolução da regime previsto nos artigos 22.º e 23.º empresa local, aos quais, no caso de constituição de relação jurídica de emprego

555 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 65.º consideradas empresas locais as sociedades Internalização comerciais em que essas empresas exerçam ou possam exercer uma posição dominante em A atividade das empresas locais pode ser termos equivalentes ao disposto no n.º 1 do objeto de internalização nos serviços das artigo 19.º respetivas entidades públicas participantes. 2 - No prazo de seis meses após a entrada em vigor da presente lei, as sociedades Artigo 65.º-A comerciais previstas no número anterior devem Internalização e integração no município ser dissolvidas, ou, em alternativa, as respetivas participações podem ser objeto de alienação 1 - O limite da dívida total previsto no n.º 1 integral. do artigo 52.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de 3 - No prazo previsto no número anterior, as setembro, não prejudica a assunção da dívida da empresas locais devem alienar integralmente as empresa local, no caso de integração ou participações por elas detidas nas demais internalização da respetiva atividade ao abrigo sociedades comerciais e cessar a participação dos artigos anteriores. em associações, fundações e cooperativas. 2 - Caso a integração ou internalização da 4 - Quando a participação social seja atividade cause a ultrapassagem do limite de adquirida pela entidade pública na empresa local dívida referido no número anterior, o município titular da mesma, a aquisição: fica obrigado ao cumprimento do disposto na a) Pode ser realizada a título oneroso ou alínea a) do n.º 3 do artigo 52.º da Lei n.º gratuito; 73/2013, de 3 de setembro. b) Não dá lugar ao exercício de direitos 3 - Aos municípios que ultrapassem os fundos de preferência por terceiros; disponíveis e aumentem os seus pagamentos em c) Não prejudica a posição da sociedade atraso em resultado da assunção dos participada em contratos, licenças e compromissos da empresa local cuja atividade outros atos administrativos. tenha internalizado não é aplicável o disposto no artigo 11.º da Lei n.º 8/2012, de 21 de Artigo 69.º fevereiro, alterada pelas Leis n.os 20/2012, de Regime especial e remissões 14 de maio, 64/2012, de 20 de dezembro e 66-

B/2012, de 31 de dezembro. 1 - O regime estabelecido na presente lei não (Redação dada pela Lei n.º 53/2014, de 25 de prejudica a aplicação das normas especiais agosto) previstas nos Decretos-Leis n.os 194/2009, de

20 de agosto (regime jurídico dos serviços

municipais de abastecimento público de água, de Artigo 66.º saneamento de águas residuais urbanas e de Alienação obrigatória das participações gestão de resíduos urbanos), alterado pelo locais Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de agosto, e

307/2009, de 23 de outubro (regime jurídico da As participações locais são objeto de reabilitação urbana). alienação obrigatória sempre que as sociedades 2 - Todas as remissões feitas em diplomas comerciais participadas incorram em alguma das legais ou regulamentares para o regime jurídico situações tipificadas no n.º 1 do artigo 62.º do setor empresarial local, aprovado pela Lei n.º

53-F/2006, de 29 de dezembro, alterada pelas Artigo 67.º Leis n.os 67-A/2007, de 31 de dezembro, 64- Comunicação à Inspeção-Geral de Finanças A/2008, de 31 de dezembro, e 55/2011, de 15

de novembro, devem considerar-se como feitas A violação do disposto no presente capítulo é para a presente lei. comunicada pela Direção-Geral das Autarquias

Locais à Inspeção-Geral de Finanças, para Artigo 70.º efeitos do exercício da tutela administrativa e Normas transitórias financeira e, sendo caso disso, a fim de esta requerer a dissolução oficiosa da empresa em 1 - As entidades de natureza empresarial causa. criadas ou constituídas ao abrigo de legislação

anterior, nas quais as entidades públicas CAPÍTULO VII participantes exerçam uma influência Disposições complementares, transitórias e dominante, assim como as sociedades finais comerciais participadas já existentes, ficam

obrigadas a adequar os seus estatutos em Artigo 68.º conformidade com a presente lei, no prazo de Sociedades comerciais constituídas ou seis meses após a sua entrada em vigor. participadas por empresas locais 2 - As entidades públicas participantes, uma

vez decorrido o prazo previsto no número 1 - Até ao encerramento da liquidação ou à anterior sem que os estatutos das entidades e alienação das respetivas posições, são

556 Autarquias Locais - Legislação Nacional sociedades nele referidas tenham sido adequados em conformidade com a presente lei, devem determinar a dissolução das mesmas ou, em alternativa, a alienação integral das participações que nelas detenham. 3 - As entidades públicas participantes, no prazo de seis meses após a entrada em vigor da presente lei, devem determinar a dissolução ou, em alternativa, a alienação integral das respetivas participações, quando as entidades e sociedades previstas no n.º 1 incorram nas situações referidas no n.º 1 do artigo 62.º e no artigo 66.º 4 - A verificação das situações previstas no n.º 4 do artigo 25.º e nas alíneas a) a d) do n.º 1 do artigo 62.º abrange a gestão das empresas locais e das sociedades comerciais participadas nos três anos imediatamente anteriores à entrada em vigor da presente lei. 5 - É aplicável, com as devidas adaptações, o disposto nos artigos 61.º a 66.º 6 - Os municípios devem proceder à adaptação dos respetivos serviços municipalizados ao regime definido no capítulo ii, no prazo de seis meses após a entrada em vigor da presente lei. 7 - Os trabalhadores com relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado a que se refere no n.º 8 do artigo 62.º não são contabilizados para efeitos dos limites de contratação previstos na Lei do Orçamento do Estado.

Artigo 71.º Norma revogatória

1 - É revogado o capítulo ix do título ii da parte i do Código Administrativo, aprovado pela Lei n.º 31 095, de 31 de dezembro de 1940. 2 - É revogada a Lei n.º 53-F/2006, de 29 de dezembro, alterada pelas Leis n.os 67-A/2007, de 31 de dezembro, 64-A/2008, de 31 de dezembro, e 55/2011, de 15 de novembro. 3 - É revogada a Lei n.º 55/2011, de 15 de novembro.

Artigo 72.º Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao dia da sua publicação.

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PROCESSO ELEITORAL

Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de Agosto capacidade eleitoral activa aos Lei que regula a eleição dos titulares dos portugueses neles residentes. órgãos das autarquias locais e segunda 2 - São publicadas no Diário da República as alteração à Lei n.º 56/98, de 18 de Agosto, listas dos países a cujos cidadãos é reconhecida com a redacção que lhe foi conferida pela capacidade eleitoral activa. Lei n.º 23/2000, de 23 de Agosto, que

altera o regime do financiamento dos Artigo 3.º partidos políticos e das campanhas Incapacidades eleitorais activas eleitorais.

(Com as alterações introduzidas pela Declaração Não gozam de capacidade eleitoral activa: de Retificação n.º 20-A/2001, de 12 de outubro e pelas Leis Orgânicas n. os 5-A/2001, de 26 de a) Os interditos por sentença transitada novembro, 3/2005, de 29 de agosto, 3/2010, de em julgado; 15 de dezembro e 1/2011, de 30 de novembro) b) Os notoriamente reconhecidos como dementes, ainda que não interditos por A Assembleia da República decreta, nos sentença, quando internados em termos da alínea c) do artigo 161.º da estabelecimento psiquiátrico, ou como Constituição, para valer como lei geral da tais declarados por uma junta de três República, a lei orgânica seguinte: médicos; c) Os que estejam privados de direitos Artigo 1.º políticos, por decisão judicial transitada em julgado. 1 - É aprovada como lei orgânica a lei que regula a eleição dos titulares dos órgãos das Artigo 4.º autarquias locais, nos termos seguintes: Direito de voto

TÍTULO I São eleitores dos órgãos das autarquias Âmbito e capacidade eleitoral locais os cidadãos referidos no artigo 2.º, inscritos no recenseamento da área da CAPÍTULO I respectiva autarquia local. Âmbito CAPÍTULO III Artigo 1.º Capacidade eleitoral passiva Âmbito da presente lei Artigo 5.º A presente lei orgânica regula a eleição de Capacidade eleitoral passiva titulares para os órgãos das autarquias locais. 1 - São elegíveis para os órgãos das CAPÍTULO II autarquias locais os cidadãos a seguir indicados: Capacidade eleitoral activa a) Os cidadãos portugueses eleitores; Artigo 2.º b) Os cidadãos eleitores de Estados Capacidade eleitoral activa membros da União Europeia quando de igual direito gozem legalmente os 1 - Gozam de capacidade eleitoral activa os cidadãos portugueses no Estado de cidadãos maiores de 18 anos a seguir indicados: origem daqueles; c) Os cidadãos eleitores dos países de a) Os cidadãos portugueses; língua oficial portuguesa com b) Os cidadãos dos Estados membros da residência em Portugal há mais de União Europeia quando de igual direito quatro anos quando de igual direito gozem legalmente os cidadãos gozem legalmente os cidadãos portugueses no Estado de origem portugueses no respectivo Estado de daqueles; origem; c) Os cidadãos de países de língua oficial d) Outros cidadãos eleitores com portuguesa com residência legal há residência legal em Portugal há mais mais de dois anos quando de igual de cinco anos desde que nacionais de direito gozem legalmente os cidadãos países que, em condições de portugueses no respectivo Estado de reciprocidade, atribuam capacidade origem; eleitoral passiva aos portugueses neles d) Outros cidadãos com residência legal residentes. em Portugal há mais de três anos desde que nacionais de países que, em 2 - São publicadas no Diário da República as condições de reciprocidade, atribuam listas dos países a cujos cidadãos é reconhecida capacidade eleitoral passiva.

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Artigo 6.º funções desde a data de entrega da Inelegibilidades gerais lista de candidatura em que se integrem. (Nos termos da Declaração 1 - São inelegíveis para os órgãos das de Retificação n.º 20-A/2001 de 12 de autarquias locais: outubro, na alínea d) do n.º 1 do artigo 7º, onde se lê «detenham posição a) O Presidente da República; maioritária que exerçam funções de b) O Provedor de Justiça; direcção » deve ler-se «detenham c) Os juízes do Tribunal Constitucional e posição maioritária, que exerçam do Tribunal de Contas; funções de direcção»). d) O Procurador-Geral da República; e) Os magistrados judiciais e do 2 - Não são também elegíveis para os órgãos Ministério Público; das autarquias locais em causa: f) Os membros do Conselho Superior da a) Os concessionários ou peticionários de Magistratura, do Conselho Superior do concessão de serviços da autarquia Ministério Público, da Comissão respectiva; Nacional de Eleições e da Alta b) Os devedores em mora da autarquia Autoridade para a Comunicação Social; local em causa e os respectivos g) Os militares e os agentes das forças fiadores; militarizadas dos quadros c) Os membros dos corpos sociais e os permanentes, em serviço efectivo, bem gerentes de sociedades, bem como os como os agentes dos serviços e forças proprietários de empresas que tenham de segurança, enquanto prestarem contrato com a autarquia não serviço activo; integralmente cumprido ou de h) O inspector-geral e os subinspectores- execução continuada. gerais de Finanças, o inspector-geral e os subinspectores-gerais da 3 - Nenhum cidadão pode candidatar-se Administração do Território e o simultaneamente a órgãos representativos de director-geral e os subdirectores-gerais autarquias locais territorialmente integradas em do Tribunal de Contas; municípios diferentes, nem a mais de uma i) O secretário da Comissão Nacional de assembleia de freguesia integradas no mesmo Eleições; município. j) O director-geral e os subdirectores- gerais do Secretariado Técnico dos CAPÍTULO IV Assuntos para o Processo Eleitoral; Estatuto dos candidatos l) O director-geral dos Impostos. Artigo 8.º 2 - São igualmente inelegíveis para os órgãos Dispensa de funções das autarquias locais: (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2005 a) Os falidos e insolventes, salvo se de 29 de agosto) reabilitados; b) Os cidadãos eleitores estrangeiros Durante o período da campanha eleitoral, os que, em consequência de decisão de candidatos efectivos e os candidatos suplentes, acordo com a lei do seu Estado de no mínimo legal exigível, têm direito a dispensa origem, tenham sido privados do do exercício das respectivas funções, sejam direito de sufrágio activo ou passivo. públicas ou privadas, contando esse tempo para todos os efeitos, incluindo o direito à retribuição, Artigo 7.º como tempo de serviço efectivo. Inelegibilidades especiais Artigo 9.º 1 - Não são elegíveis para os órgãos das Imunidades autarquias locais dos círculos eleitorais onde exercem funções ou jurisdição: 1 - Nenhum candidato pode ser sujeito a prisão preventiva, a não ser em caso de a) Os directores de finanças e chefes de flagrante delito, por crime doloso a que repartição de finanças; corresponda pena de prisão cujo limite máximo b) Os secretários de justiça; seja superior a 3 anos. c) Os ministros de qualquer religião ou 2 - Movido procedimento criminal contra culto; algum candidato e indiciados estes d) Os funcionários dos órgãos das definitivamente por despacho de pronúncia ou autarquias locais ou dos entes por equivalente, o processo só pode prosseguir após estas constituídos ou em que a proclamação dos resultados das eleições. detenham posição maioritária que

exerçam funções de direcção, salvo no

caso de suspensão obrigatória de

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TÍTULO II termos quantos os mandatos que Sistema eleitoral estiverem em causa; c) Os mandatos pertencem às listas a CAPÍTULO I que correspondem os termos da série Organização dos círculos eleitorais estabelecida pela regra anterior, recebendo cada uma das listas tantos Artigo 10.º mandatos quantos os seus termos na Círculo eleitoral único série; d) No caso de restar um só mandato Para efeito de eleição dos órgãos autárquicos, para distribuir e de os termos o território da respectiva autarquia local seguintes da série serem iguais e de constitui um único círculo eleitoral. listas diferentes, o mandato cabe à lista que tiver obtido o menor número CAPÍTULO II de votos. Regime da eleição Artigo 14.º Artigo 11.º Distribuição dos mandatos dentro das listas Modo de eleição 1 - Dentro de cada lista, os mandatos são Os membros dos órgãos deliberativos das conferidos aos candidatos pela ordem de autarquias locais e do órgão executivo do precedência indicada na declaração de município são eleitos por sufrágio universal, candidatura. directo, secreto e periódico e por listas 2 - No caso de morte ou doença que plurinominais apresentadas em relação a cada determine impossibilidade física ou psíquica, de órgão, dispondo o eleitor de um voto singular de perda de mandato ou de opção por função lista. incompatível, o mandato é conferido ao candidato imediatamente seguinte na referida Artigo 12.º ordem de precedência. Organização das listas 3 - A existência de incompatibilidade entre as funções desempenhadas pelo candidato e o 1 - As listas propostas à eleição devem exercício do cargo para que foi eleito não conter a indicação dos candidatos em número impede a atribuição do mandato. igual ao dos mandatos a preencher no respectivo órgão e de suplentes nos termos do TÍTULO III n.º 9 do artigo 23.º Organização do processo eleitoral 2 - Para as eleições gerais o número de mandatos de cada órgão autárquico será CAPÍTULO I definido de acordo com os resultados do Marcação das eleições recenseamento eleitoral, obtidos através da base de dados central do recenseamento eleitoral e Artigo 15.º publicados pelo Ministério da Administração Marcação da data das eleições Interna no Diário da República com a antecedência de 120 dias relativamente ao 1 - O dia da realização das eleições gerais termo do mandato. para os órgãos das autarquias locais é marcado 3 - Os candidatos de cada lista consideram- por decreto do Governo com, pelo menos, 80 se ordenados segundo a sequência constante da dias de antecedência. respectiva declaração de candidatura. 2 - As eleições gerais realizam-se entre os dias 22 de Setembro e 14 de Outubro do ano Artigo 13.º correspondente ao termo do mandato. Critério de eleição 3 - A marcação do dia da votação suplementar a que haja lugar por razões A conversão de votos em mandatos faz-se de excepcionais previstas na presente lei compete acordo com o método de representação ao presidente da câmara municipal. (Redação proporcional correspondente à média mais alta dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de de Hondt, obedecendo às seguintes regras: novembro) 4 - O dia dos actos eleitorais é o mesmo em a) Apura-se, em separado, o número de todos os círculos e recai em domingo ou feriado votos recebidos por cada lista no nacional, podendo recair também em dia feriado círculo eleitoral respectivo; municipal o acto eleitoral suplementar. b) O número de votos apurados por cada

lista é dividido, sucessivamente, por 1,

2, 3, 4, 5, etc., sendo os quocientes

alinhados pela ordem decrescente da

sua grandeza numa série de tantos

563 Autarquias Locais - Legislação Nacional

CAPÍTULO II 3 - A sigla e o símbolo devem reproduzir Apresentação de candidaturas rigorosamente o conjunto dos símbolos e siglas de cada um dos partidos que as integram e SECÇÃO I devem ser simultaneamente comunicados ao Propositura Ministério da Administração Interna, para efeitos do cumprimento do n.º 4 do artigo 30.º Artigo 16.º 4 - As coligações para fins eleitorais não Poder de apresentação de candidaturas constituem individualidade distinta dos partidos e deixam imediatamente de existir logo que for 1 - As listas para a eleição dos órgãos das tornado público o resultado definitivo das autarquias locais podem ser apresentadas pelas eleições, salvo se forem transformadas em seguintes entidades proponentes: coligações de partidos políticos, nos termos da lei. a) Partidos políticos;

b) Coligações de partidos políticos Artigo 18.º constituídas para fins eleitorais; Apreciação e certificação das coligações c) Grupos de cidadãos eleitores.

2 - Nenhum partido político, coligação ou 1 - No dia seguinte ao da comunicação, o grupo de cidadãos pode apresentar mais de uma Tribunal Constitucional, em secção, verifica a lista de candidatos nem os partidos coligados observância dos requisitos estabelecidos no n.º podem apresentar candidaturas próprias para a 2 do artigo anterior, a legalidade das eleição de cada órgão. denominações, siglas e símbolos, bem como a 3 - Nenhum cidadão eleitor pode ser sua identificação ou semelhança com as de proponente de mais de uma lista de candidatos outros partidos ou coligações. para a eleição de cada órgão. 2 - A decisão prevista no número anterior é 4 - Os partidos políticos e as coligações de imediatamente publicada por edital. partidos políticos podem incluir nas suas listas 3 - Da decisão cabe recurso, a interpor no candidatos independentes, desde que como tal prazo de vinte e quatro horas a contar da declarados. afixação do edital, pelos representantes de 5 - Só podem apresentar candidaturas os qualquer partido ou coligação, para o plenário do partidos políticos e as coligações como tal Tribunal Constitucional, que decide no prazo de legalmente registados até ao início do prazo de quarenta e oito horas. apresentação e os grupos de cidadãos que 4 - O Tribunal, independentemente de satisfaçam as condições previstas nas requerimento, passa certidão da legalidade e disposições seguintes. anotação da coligação, a fim de a mesma 6 - Ninguém pode ser candidato instruir o processo de candidatura, e notifica os simultaneamente em listas apresentadas por signatários do documento de constituição da diferentes partidos, coligações ou grupos de coligação. cidadãos. 5 - As coligações antes constituídas e registadas ao abrigo das disposições aplicáveis Artigo 17.º da lei dos partidos políticos não estão sujeitas às Candidaturas de coligações formalidades constantes dos números anteriores, sem prejuízo do cumprimento do 1 - Dois ou mais partidos podem constituir disposto no n.º 2 do artigo anterior. coligações para fins eleitorais com o objectivo de apresentarem conjuntamente uma lista única à Artigo 19.º eleição dos órgãos das autarquias locais, nos Candidaturas de grupos de cidadãos termos dos números seguintes. 2 - A constituição da coligação deve constar 1 - As listas de candidatos a cada órgão são de documento subscrito por representantes dos propostas pelo número de cidadãos eleitores órgãos competentes dos partidos, deve ser resultante da utilização da fórmula: anunciada publicamente até ao 65.º dia anterior à realização da eleição em dois dos jornais n/(3 x m) diários de maior difusão na área da autarquia e deve ser comunicada, no mesmo prazo, ao em que n é o número de eleitores da autarquia e Tribunal Constitucional, mediante junção do m o número de membros da câmara municipal documento referido e com menção das ou de membros da assembleia de freguesia, respectivas denominação, sigla e símbolo para conforme a candidatura se destine aos órgãos do apreciação e anotação. município ou da freguesia. 2 - Os resultados da aplicação da fórmula do número anterior, contudo, são sempre corrigidos por forma a não resultar um número de cidadãos proponentes inferior a 50 ou superior a 2000, no caso de candidaturas a órgão da freguesia, ou

564 Autarquias Locais - Legislação Nacional inferior a 250 ou superior a 4000, no caso de Artigo 23.º candidaturas a órgão do município. Requisitos gerais da apresentação 3 - Os proponentes devem subscrever declaração de propositura da qual resulte 1 - A apresentação das candidaturas consiste inequivocamente a vontade de apresentar a lista na entrega de: de candidatos dela constante. a) Lista contendo a indicação da eleição 4 - Os proponentes devem fazer prova de em causa, a identificação do partido, recenseamento na área da autarquia a cujo coligação ou grupo de cidadãos órgão respeita a candidatura, nos termos dos proponente e a identificação dos números seguintes. candidatos e do mandatário da lista e, 5 - As listas de candidatos propostos por no caso de coligação, a indicação do grupos de cidadãos devem conter, em relação a partido que propõe cada um dos cada um dos proponentes, os seguintes candidatos; elementos: b) Declaração de candidatura. a) Nome completo; 2 - Para efeitos do disposto no n.º 1, b) Número do bilhete de identidade; entendem-se por «elementos de identificação» c) Número do cartão de eleitor e os seguintes: denominação, sigla e símbolo do respectiva unidade geográfica de partido ou coligação, denominação e sigla do recenseamento; grupo de cidadãos e o nome completo, idade, d) Assinatura conforme ao bilhete de filiação, profissão, naturalidade e residência, identidade. bem como o número, a data e o arquivo de 6 - O tribunal competente para a recepção da identificação do bilhete de identidade dos lista pode promover a verificação por candidatos e dos mandatários. amostragem da autenticidade das assinaturas e 3 - A declaração de candidatura é assinada da identificação dos proponentes da iniciativa. conjunta ou separadamente pelos candidatos, dela devendo constar, sob compromisso de Artigo 20.º honra, que não estão abrangidos por qualquer Local e prazo de apresentação causa de inelegibilidade nem figuram em mais de uma lista de candidatos para o mesmo órgão, 1 - As listas de candidatos são apresentadas que aceitam a candidatura pelo partido, perante o juiz do tribunal da comarca coligação ou grupo de cidadãos proponente da competente em matéria cível com jurisdição na lista e que concordam com a designação do sede do município respectivo até ao 55.º dia mandatário indicado na mesma. anterior à data do acto eleitoral. 4 - A denominação identificadora do grupo de 2 - No caso de o tribunal ter mais de um cidadãos eleitores não pode conter mais de cinco juízo, são competentes aquele ou aqueles que palavras que, por seu turno, não podem fazer forem designados por sorteio. parte das denominações oficiais dos partidos políticos ou das coligações com existência legal. Artigo 21.º 5 - Cada lista é instruída com os seguintes Representantes dos proponentes documentos:

a) Certidão, ou pública-forma de certidão Na apresentação das listas de candidatos, os do Tribunal Constitucional, partidos políticos são representados pelos comprovativa do registo do partido órgãos partidários estatutariamente político e da respectiva data ou, no competentes ou por delegados por eles caso de coligação, da certidão referida designados, as coligações são representadas por no n.º 4 do artigo 18.º; delegados de cada um dos partidos coligados e b) Declaração de propositura, no caso os grupos de cidadãos são representados pelo das candidaturas de grupos de primeiro proponente da candidatura. cidadãos, de acordo com o disposto no

n.º 8; Artigo 22.º c) Certidão de inscrição no Mandatários das listas recenseamento eleitoral de cada um

dos candidatos e do mandatário, em 1 - Os partidos políticos, coligações e grupos todos os casos. de cidadãos concorrentes designam um mandatário de entre os eleitores inscritos no 6 - Para efeitos da alínea a) do número respectivo círculo para efeitos de representação anterior, considera-se prova bastante a entrega, nas operações referentes à apreciação da por cada partido ou coligação, de um único elegibilidade e nas operações subsequentes. documento para todas as suas listas 2 - A morada do mandatário é sempre apresentadas no mesmo tribunal. indicada no processo de candidatura e, quando ele não residir na sede do município, escolhe ali domicílio para aí ser notificado.

565 Autarquias Locais - Legislação Nacional

7 - A prova da capacidade eleitoral activa das mesmas à porta do edifício do tribunal, com pode ser feita globalmente, para cada lista de a identificação completa dos candidatos e dos candidatos e de proponentes, na sequência de mandatários. solicitação dirigida aos presidentes das 2 - Nos cinco dias subsequentes o juiz comissões recenseadoras. verifica a regularidade do processo, a 8 - Na declaração de propositura por grupos autenticidade dos documentos que o integram e de cidadãos eleitores, nos casos em que a a elegibilidade dos candidatos. presente lei o admitir, os proponentes são 3 - De igual modo, no prazo referido no n.º ordenados, à excepção do primeiro e sempre 2, podem as entidades proponentes, os que possível, pelo número de inscrição no candidatos e os mandatários impugnar a recenseamento. regularidade do processo ou a elegibilidade de 9 - As listas, para além dos candidatos qualquer candidato. efectivos, devem indicar os candidatos suplentes em número não inferior a um terço, Artigo 26.º arredondado por excesso. Irregularidades processuais 10 - As declarações referidas nos n. os 3 e 8 não carecem de reconhecimento notarial. 1 - O tribunal, se verificar a existência de 11 - O mandatário da lista, indicado nos irregularidades processuais ou de candidatos termos do artigo 22.º, responde pela exactidão e inelegíveis, manda notificar o mandatário da veracidade dos documentos referidos nos candidatura. números anteriores, incorrendo no crime 2 - No prazo de três dias, podem os previsto e punido pelo artigo 336.º do Código mandatários suprir irregularidades processuais Penal. ou substituir candidatos julgados inelegíveis ou sustentar que não existem quaisquer Artigo 24.º irregularidades a suprir ou candidatos a Requisitos especiais de apresentação de substituir, sem prejuízo de apresentarem candidaturas candidatos substitutos para o caso de a decisão do tribunal lhes vir a ser desfavorável. 1 - No acto de apresentação da candidatura, 3 - No caso de a lista não conter o número o candidato estrangeiro deve apresentar uma exigido de candidatos efectivos e suplentes, o declaração formal, especificando: mandatário deve completá-la no prazo de quarenta e oito horas. a) A nacionalidade e a residência

habitual no território português; Artigo 27.º b) A última residência no Estado de Rejeição de candidaturas origem;

c) A não privação da capacidade eleitoral 1 - São rejeitados os candidatos inelegíveis e passiva no Estado de origem. as listas cujas irregularidades não tenham sido 2 - Em caso de dúvida quanto à declaração supridas. referida na alínea c) do número anterior, pode o 2 - No caso de não ter sido usada a faculdade tribunal, se assim o entender, exigir a de apresentação de substitutos prevista no n.º 2 apresentação de um atestado, emitido pelas do artigo anterior, o mandatário da lista é autoridades administrativas competentes do imediatamente notificado para que proceda à Estado de origem, certificando que o candidato substituição do candidato ou candidatos não está privado do direito de ser eleito nesse inelegíveis no prazo de vinte e quatro horas e, Estado ou que as referidas autoridades não têm se tal não acontecer, a lista é reajustada com conhecimento de qualquer incapacidade. respeito pela ordem de precedência dela 3 - O atestado referido no número anterior constante e com a ocupação do número de pode ser apresentado até à data em que é lugares em falta pelos candidatos suplentes cujo legalmente admissível a desistência, nos termos processo de candidatura preencha a totalidade do artigo 36.º dos requisitos legais, seguindo a respectiva 4 - No caso de candidato estrangeiro que não ordem de precedência. seja nacional de Estado membro da União 3 - A lista é definitivamente rejeitada se, por Europeia, deve ser apresentada autorização de falta de candidatos suplentes, não for possível residência que comprove a residência em perfazer o número legal dos efectivos. Portugal pelo período de tempo mínimo legalmente previsto. Artigo 28.º Publicação das decisões Artigo 25.º Publicação das listas e verificação das Decorridos os prazos de suprimentos, as candidaturas listas rectificadas ou completadas são afixadas à porta do edifício do tribunal. 1 - Findo o prazo para a apresentação das candidaturas, é imediatamente afixada a relação

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Artigo 29.º Lisboa e Porto, aos juízes dos tribunais cíveis, Reclamações até ao 40.º dia anterior ao da eleição. (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de 1 - Das decisões relativas à apresentação de novembro) candidaturas podem reclamar os candidatos, os seus mandatários, os partidos políticos, as SECÇÃO II coligações ou os primeiros proponentes de Contencioso grupos de cidadãos eleitores concorrentes à eleição para o órgão da autarquia, até quarenta Artigo 31.º e oito horas após a notificação da decisão, para Recurso o juiz que tenha proferido a decisão. 2 - Tratando-se de reclamação apresentada 1 - Das decisões finais relativas à contra a admissão de qualquer candidatura, o apresentação de candidaturas cabe recurso para juiz manda notificar imediatamente o o Tribunal Constitucional, com excepção das mandatário e os representantes da respectiva decisões proferidas sobre denominações, siglas e lista para responder, querendo, no prazo de símbolos de grupos de cidadãos que são quarenta e oito horas. irrecorríveis. 3 - Tratando-se de reclamação apresentada 2 - O recurso deve ser interposto no prazo de contra a decisão que tenha julgado inelegível quarenta e oito horas a contar da afixação das qualquer candidato ou que tenha rejeitado listas a que se refere o n.º 5 do artigo 29.º qualquer candidatura, são notificados imediatamente os mandatários e os Artigo 32.º representantes das restantes listas, ainda que Legitimidade não admitidas, para responderem, querendo, no prazo referido no número anterior. Têm legitimidade para interpor recurso os 4 - O juiz decide as reclamações no prazo de candidatos, os respectivos mandatários, os dois dias a contar do termo do prazo previsto partidos políticos, as coligações e os primeiros nos n .os 2 e 3. proponentes dos grupos de cidadãos eleitores 5 - Quando não haja reclamações ou logo concorrentes à eleição no círculo eleitoral que tenham sido decididas as que hajam sido respectivo. apresentadas, é publicada à porta do edifício do tribunal uma relação completa de todas as listas Artigo 33.º admitidas. Interposição do recurso 6 - É enviada cópia das listas referidas no número anterior ao director-geral de 1 - O requerimento de interposição do Administração Interna. (Redação dada pela Lei recurso, do qual devem constar os seus Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro) fundamentos, é entregue no tribunal que proferiu a decisão recorrida, acompanhado de Artigo 30.º todos os elementos de prova. Sorteio das listas apresentadas 2 - Tratando-se de recurso de decisão que tenha julgado elegível qualquer candidato ou 1 - No dia seguinte ao termo do prazo para admitido qualquer candidatura, é imediatamente apresentação de candidaturas ou da decisão de notificado o respectivo mandatário ou o reclamação, quando haja, na presença dos representante para responder, querendo, no mandatários e dos candidatos que desejem prazo de dois dias. assistir, o juiz preside ao sorteio das respectivas 3 - Tratando-se de recurso de decisão que listas, para o efeito de se lhes atribuir uma tenha julgado inelegível qualquer candidato ou ordem nos boletins de voto, assim como ao rejeitado qualquer candidatura, são sorteio dos símbolos, em numeração romana, de imediatamente notificados os mandatários ou os 1 a 20, a utilizar pelos grupos de cidadãos. representantes das restantes candidaturas que 2 - O resultado do sorteio é imediatamente hajam intervindo na reclamação para afixado à porta do edifício do tribunal. responderem, querendo, no prazo referido no 3 - Do acto de sorteio é lavrado auto, de que número anterior. são imediatamente enviadas cópias à Comissão 4 - O recurso sobe ao Tribunal Constitucional Nacional de Eleições, e, bem assim, ao nos próprios autos. presidente da câmara municipal respectiva, para efeitos de impressão dos boletins de voto. Artigo 34.º (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de Decisão de 30 de novembro) 4 - As denominações, siglas e símbolos dos 1 - O Tribunal Constitucional, em plenário, partidos políticos e coligações devidamente decide, definitivamente, no prazo de 10 dias a legalizados, bem como os símbolos a utilizar na contar da data da recepção dos autos prevista identificação dos órgãos a eleger, são remetidos no artigo anterior, comunicando a decisão, no pela Direcção-Geral de Administração Interna às próprio dia, ao juiz recorrido. câmaras municipais, juízes de comarca e, em

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2 - O Tribunal Constitucional profere um TÍTULO IV único acórdão em relação a cada círculo Propaganda eleitoral eleitoral, no qual decide todos os recursos relativos às listas concorrentes nesse círculo. CAPÍTULO I Princípios gerais Artigo 35.º Publicação Artigo 38.º Aplicação dos princípios gerais 1 - As listas definitivamente admitidas são imediatamente enviadas por cópia, pelo juiz, ao Os princípios gerais enunciados no presente presidente da câmara municipal, que as publica, capítulo são aplicáveis desde a publicação do no prazo de cinco dias, por editais afixados à decreto que marque a data das eleições gerais porta dos edifícios do tribunal, da câmara ou da decisão judicial definitiva ou deliberação municipal e das juntas de freguesia do dos órgãos autárquicos de que resulte a município, no caso de eleição da assembleia e da realização de eleições intercalares. câmara municipal, e no edifício da junta de freguesia e noutros lugares de estilo na Artigo 39.º freguesia, no caso de eleição da assembleia de Propaganda eleitoral freguesia.

2 - No dia da eleição as listas sujeitas a Entende-se por «propaganda eleitoral» toda a sufrágio são novamente publicadas por editais actividade que vise directa ou indirectamente afixados à entrada das assembleias de voto promover candidaturas, seja dos candidatos, dos juntamente com os boletins de voto. partidos políticos, dos titulares dos seus órgãos

SECÇÃO III ou seus agentes, das coligações, dos grupos de Desistência e falta de candidaturas cidadãos proponentes ou de quaisquer outras pessoas, nomeadamente a publicação de textos Artigo 36.º ou imagens que exprimam ou reproduzam o Desistência conteúdo dessa actividade.

1 - É lícita a desistência da lista até quarenta Artigo 40.º e oito horas antes do dia das eleições. Igualdade de oportunidades das 2 - A desistência deve ser comunicada pelo candidaturas partido ou coligação proponentes, ou pelo primeiro proponente, no caso de lista Os candidatos, os partidos políticos, apresentada por grupo de cidadãos, ao juiz, o coligações e grupos proponentes têm direito a qual, por sua vez, a comunica ao presidente da efectuar livremente e nas melhores condições a câmara municipal. sua propaganda eleitoral, devendo as entidades 3 - É igualmente lícita a desistência de públicas e privadas proporcionar-lhes igual qualquer candidato, até ao momento referido no tratamento, salvo as excepções previstas na lei. n.º 1, mediante declaração por ele subscrita com a assinatura reconhecida notarialmente, Artigo 41.º mantendo-se, contudo, a validade da lista. Neutralidade e imparcialidade das

entidades públicas Artigo 37.º

Falta de candidaturas 1 - Os órgãos do Estado, das Regiões 1 - No caso de inexistência de listas de Autónomas e das autarquias locais, das demais candidatos tem lugar um novo acto eleitoral nos pessoas colectivas de direito público, das termos do número seguinte. sociedades de capitais públicos ou de economia 2 - Se a inexistência se dever a falta de mista e das sociedades concessionárias de apresentação de listas de candidatos, o novo serviços públicos, de bens do domínio público ou acto eleitoral realiza-se até ao 6.º mês posterior de obras públicas, bem como, nessa qualidade, à data das eleições gerais, inclusive, e, se a os respectivos titulares, não podem intervir inexistência se dever a desistência ou a rejeição, directa ou indirectamente na campanha eleitoral o novo acto eleitoral realiza-se até ao 3.º mês, nem praticar actos que de algum modo inclusive, que se seguir àquela data. favoreçam ou prejudiquem uma candidatura ou 3 - Cabe ao presidente da câmara municipal uma entidade proponente em detrimento ou a marcação do dia de realização do novo acto vantagem de outra, devendo assegurar a eleitoral. (Redação dada pela Lei Orgânica n.º igualdade de tratamento e a imparcialidade em 1/2011, de de 30 de novembro) qualquer intervenção nos procedimentos 4 - Até à instalação do órgão executivo em eleitorais. conformidade com o novo acto eleitoral, o 2 - Os funcionários e agentes das entidades funcionamento do mesmo é assegurado por uma previstas no número anterior observam, no comissão administrativa, com funções exercício das suas funções, rigorosa neutralidade executivas, de acordo com o disposto nos perante as diversas candidaturas e respectivas artigos 223.º e 224.º entidades proponentes.

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3 - É vedada a exibição de símbolos, siglas, 2 - São permitidos os anúncios publicitários, autocolantes ou outros elementos de como tal identificados, em publicações propaganda por titulares dos órgãos, periódicas, desde que não ultrapassem um funcionários e agentes das entidades referidas quarto de página e se limitem a utilizar a no n.º 1 durante o exercício das suas funções. denominação, símbolo e sigla do partido, coligação ou grupo de cidadãos e as informações Artigo 42.º referentes à realização anunciada. Liberdade de expressão e de informação CAPÍTULO II Não pode ser imposta qualquer limitação à Campanha eleitoral expressão de princípios políticos, económicos e sociais, sem prejuízo de eventual Artigo 47.º responsabilidade civil ou criminal. Início e termo da campanha eleitoral

Artigo 43.º O período da campanha eleitoral inicia-se no Liberdade de reunião 12.º dia anterior e finda às 24 horas da antevéspera do dia designado para as eleições. A liberdade de reunião para fins eleitorais rege-se pelo disposto na lei geral sobre o direito Artigo 48.º de reunião, sem prejuízo do disposto no artigo Promoção, realização e âmbito da 50.º campanha eleitoral

Artigo 44.º A promoção e realização da campanha Propaganda sonora eleitoral cabe sempre aos candidatos e aos partidos políticos, coligações ou grupos de 1 - A propaganda sonora não carece de cidadãos eleitores proponentes, sem prejuízo da autorização nem de comunicação às autoridades participação activa dos cidadãos. administrativas, sem prejuízo de os níveis de ruído deverem respeitar um limite razoável, Artigo 49.º tendo em conta as condições do local. Comunicação social 2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 7 do artigo 50.º, não é admitida propaganda sonora 1 - Os órgãos de comunicação social que antes das 9 nem depois das 22 horas. façam a cobertura da campanha eleitoral devem dar um tratamento jornalístico não Artigo 45.º discriminatório às diversas candidaturas. Propaganda gráfica 2 - O preceituado no número anterior não é aplicável às publicações doutrinárias que sejam 1 - A afixação de cartazes não carece de propriedade de partidos políticos, coligações ou autorização nem de comunicação às autoridades grupos de cidadãos proponentes, desde que tal administrativas. facto conste expressamente do respectivo 2 - Não é admitida a afixação de cartazes cabeçalho. nem a realização de inscrições ou pinturas murais em centros históricos legalmente Artigo 50.º reconhecidos, em monumentos nacionais, em Liberdade de reunião e manifestação templos e edifícios religiosos, em edifícios sede de órgãos do Estado, das Regiões Autónomas e 1 - No período de campanha eleitoral e para das autarquias locais, em edifícios públicos ou os fins a ela atinentes, a liberdade de reunião onde vão funcionar assembleias de voto, nos rege-se pelo disposto na lei, com as sinais de trânsito ou nas placas de sinalização especialidades constantes dos números rodoviária ou ferroviária e no interior de seguintes. repartições e de edifícios públicos, salvo, quanto 2 - O aviso a que se refere o n.º 2 do artigo a estes, em instalações destinadas ao convívio 2.º do Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto, dos funcionários e agentes. é feito pelo órgão competente do partido ou partidos políticos interessados ou pelo primeiro Artigo 46.º proponente, no caso de grupos de cidadãos Publicidade comercial eleitores, quando se trate de reuniões, comícios, manifestações ou desfiles em lugares públicos 1 - A partir da publicação do decreto que ou abertos ao público. marque a data da eleição é proibida a 3 - Os cortejos e os desfiles podem realizar- propaganda política feita directa ou se em qualquer dia e hora, respeitando-se indirectamente através dos meios de publicidade apenas os limites impostos pela liberdade de comercial. trabalho e de trânsito e pela manutenção da ordem pública, bem como os decorrentes do período de descanso dos cidadãos.

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4 - O auto a que alude o n.º 2 do artigo 5.º 3 - Só têm direito de acesso aos meios do citado diploma é enviado, por cópia, ao específicos de campanha eleitoral as respectivo presidente da câmara municipal e, candidaturas concorrentes à eleição. consoante os casos, às entidades referidas no n.º 2. (Redação dada pela Lei Orgânica n.º Artigo 54.º 1/2011, de de 30 de novembro) Materiais não-biodegradáveis 5 - A ordem de alteração dos trajectos ou Não é admitida em caso algum a afixação de desfiles é dada pela autoridade competente, por cartazes ou inscrições com colas ou tintas escrito, às mesmas entidades e comunicada ao persistentes nem a utilização de materiais não- presidente da câmara municipal territorialmente biodegradáveis. competente. (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro) Artigo 55.º 6 - A presença de agentes da autoridade em Troca de tempos de emissão reuniões organizadas por qualquer candidatura apenas pode ser solicitada pelas entidades 1 - As candidaturas concorrentes podem referidas no n.º 2, sendo estas responsáveis acordar na troca entre si de tempo de emissão pela manutenção da ordem quando não façam ou espaço de publicação que lhes pertençam ou tal solicitação. das salas de espectáculos cujo uso lhes seja 7 - O limite a que alude o artigo 11.º do atribuído. Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto, é 2 - Não é permitida a cedência do uso dos alargado até às 2 horas. direitos referidos no número anterior. 8 - O recurso previsto no n.º 1 do artigo 14.º do diploma citado é interposto no prazo de SECÇÃO II quarenta e oito horas para o Tribunal Direito de antena Constitucional. Artigo 56.º Artigo 51.º Radiodifusão local Denominações, siglas e símbolos 1 - As candidaturas concorrentes à eleição de Cada partido ou coligação proponente utiliza ambos os órgãos municipais têm direito a tempo sempre, durante a campanha eleitoral, a de antena nas emissões dos operadores denominação, a sigla e o símbolo respectivos, radiofónicos com serviço de programas de que devem corresponder integralmente aos âmbito local com sede na área territorial do constantes do registo do Tribunal Constitucional, respectivo município, nos termos da presente e os grupos de cidadãos eleitores proponentes a secção. denominação, a sigla e o símbolo fixados no final 2 - Por «tempo de antena» entende-se o da fase de apresentação da respectiva espaço de programação própria da candidatura. responsabilidade do titular do direito. 3 - Por «radiodifusão local» entende-se, para Artigo 52.º o efeito, o conjunto de operadores radiofónicos Esclarecimento cívico com serviço de programas generalistas e temáticos informativos, de âmbito local. Cabe à Comissão Nacional de Eleições promover, através de meios de comunicação Artigo 57.º social, públicos e privados, o esclarecimento Direito de antena objectivo dos cidadãos sobre o significado das eleições para a vida do País, sobre o processo 1 - Durante o período da campanha eleitoral, eleitoral e sobre o processo de votação. os operadores reservam ao conjunto das candidaturas trinta minutos, diariamente, CAPÍTULO III divididos em dois blocos iguais, de quinze Meios específicos de campanha minutos seguidos, um entre as 7 e as 12 horas e outro entre as 19 e as 24 horas. SECÇÃO I 2 - Até 10 dias antes da abertura da Acesso campanha eleitoral, os operadores devem indicar ao tribunal da comarca com jurisdição na Artigo 53.º sede do distrito ou Região Autónoma o horário Acesso a meios específicos previsto para as emissões relativas ao exercício do direito de antena. (Redação dada pela Lei 1 - O livre prosseguimento de actividades de Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro) campanha implica o acesso a meios específicos. 3 - O início e a conclusão dos blocos a que se 2 - É gratuita a utilização, nos termos refere o n.º 1 são adequadamente assinalados consignados na presente lei, das emissões de por separadores identificativos do exercício do radiodifusão sonora local, dos edifícios ou direito de antena e o titular do direito deve ser recintos públicos e dos espaços públicos de identificado no início e termo da respectiva afixação. emissão.

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4 - Os operadores asseguram aos titulares do Artigo 60.º direito de antena, a seu pedido, o acesso aos Processo de suspensão do exercício do indispensáveis meios técnicos para a realização direito de antena das respectivas emissões. 5 - Os operadores registam e arquivam os 1 - A suspensão do exercício do direito de programas correspondentes ao exercício do antena é requerida ao tribunal de comarca com direito de antena pelo prazo de um ano. jurisdição na sede do distrito ou Região Autónoma pelo Ministério Público, por iniciativa Artigo 58.º deste ou a solicitação de representante de Distribuição dos tempos de antena qualquer candidatura concorrente. (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de 1 - Os tempos de emissão reservados nos novembro) serviços de programas são atribuídos, em 2 - O representante da candidatura, cujo condições de igualdade, aos partidos políticos, direito de antena tenha sido objecto de pedido coligações e grupos de cidadãos eleitores de suspensão, é imediatamente notificado por concorrentes. via telegráfica ou telecópia para contestar, 2 - Se alguma candidatura com direito de querendo, no prazo de vinte e quatro horas. antena prescindir do seu exercício, os tempos de 3 - O tribunal requisita aos operadores os antena que lhe cabiam são anulados, sem registos das emissões que se mostrarem possibilidade de redistribuição. necessários, os quais lhe são imediatamente 3 - A distribuição dos tempos de antena é facultados. feita pelo tribunal da comarca com jurisdição na 4 - O tribunal decide, sem admissão de sede do distrito ou Região Autónoma mediante recurso, no prazo de vinte e quatro horas e, no sorteio, até três dias antes do início da caso de ordenar a suspensão do direito de campanha, e comunicada de imediato, dentro do antena, notifica logo a decisão aos operadores, mesmo prazo, aos operadores envolvidos. para cumprimento imediato. (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro) Artigo 61.º 4 - Para efeito do disposto no número Custo da utilização anterior, o tribunal da comarca com jurisdição na sede do distrito ou Região Autónoma 1 - O exercício do direito de antena previsto organiza tantas séries de emissões quantas as na presente lei é gratuito. candidaturas que a eles tenham direito. 2 - O Estado, através do Ministério da (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de Administração Interna, compensa os operadores de 30 de novembro) radiofónicos pela utilização, devidamente 5 - Para o sorteio previsto neste artigo são comprovada, correspondente às emissões convocados os representantes das candidaturas previstas no n.º 2 do artigo 57.º, mediante o intervenientes. pagamento de quantia constante de tabelas a

Artigo 59.º homologar por portaria do membro do Governo Suspensão do direito de antena competente até ao 6.º dia anterior à abertura da campanha eleitoral. 1 - É suspenso o exercício do direito de 3 - As tabelas referidas no n.º 2 são antena da candidatura que: elaboradas por uma comissão arbitral composta por um representante do Secretariado Técnico a) Use expressões que possam constituir dos Assuntos para o Processo Eleitoral, que crime de difamação ou injúria, ofensa preside, com voto de qualidade, um da às instituições democráticas, apelo à Inspecção-Geral de Finanças, um do Instituto da desordem ou à insurreição ou Comunicação Social e três representantes dos incitamento ao ódio, à violência ou à referidos operadores a designar pelas guerra; associações representativas da radiodifusão b) Faça publicidade comercial; sonora de âmbito local. c) Faça propaganda abusivamente desviada do fim para o qual lhe foi SECÇÃO III conferido o direito de antena. Outros meios específicos de campanha 2 - A suspensão é graduada entre um dia e o número de dias que a campanha ainda durar, Artigo 62.º consoante a gravidade da falta e o seu grau de Propaganda gráfica fixa frequência, e abrange o exercício do direito de antena nas emissões de todos os operadores 1 - As juntas de freguesia estabelecem, até abrangidos, mesmo que o facto que a três dias antes do início da campanha eleitoral, determinou se tenha verificado apenas num espaços especiais em locais certos destinados à deles. afixação de cartazes, fotografias, jornais murais, 3 - A suspensão é independente da manifestos e avisos. responsabilidade civil ou criminal.

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2 - O número mínimo desses locais é 5 - Para o sorteio previsto neste artigo são determinado em função dos eleitores inscritos, convocados os representantes das candidaturas nos termos seguintes: concorrentes.

a) Até 250 eleitores - um; Artigo 65.º b) Entre 250 e 1000 eleitores - dois; Custo da utilização c) Entre 1000 e 2000 eleitores - três;

d) Acima de 2500 eleitores, por cada 1 - Os proprietários de salas de espectáculos fracção de 2500 eleitores a mais - um; ou os que as explorem, quando fizerem a e) Os espaços especiais reservados nos declaração prevista no n.º 1 do artigo anterior locais previstos nos números anteriores ou quando tenha havido a requisição prevista no são tantos quantas as candidaturas n.º 2 do mesmo artigo, devem indicar o preço a intervenientes. cobrar pela sua utilização, que não pode ser

superior à receita líquida correspondente a um Artigo 63.º quarto da lotação da respectiva sala num Lugares e edifícios públicos espectáculo normal.

2 - O preço referido no número anterior e 1 - O presidente da câmara municipal deve demais condições de utilização são uniformes procurar assegurar a cedência do uso, para fins para todas as candidaturas. da campanha eleitoral, de edifícios públicos e recintos pertencentes ao Estado e outras Artigo 66.º pessoas colectivas de direito público, repartindo Arrendamento com igualdade a sua utilização pelos concorrentes na autarquia em que se situar o 1 - A partir da data da publicação do decreto edifício ou recinto. que marcar o dia das eleições ou da decisão 2 - A repartição em causa é feita por sorteio judicial definitiva ou deliberação dos órgãos quando se verifique concorrência e não seja autárquicos de que resulte a realização de possível acordo entre os interessados e a eleições intercalares e até 20 dias após o acto utilização é gratuita. eleitoral, os arrendatários de prédios urbanos 3 - Para o sorteio previsto neste artigo são podem, por qualquer meio, incluindo a convocados os representantes das candidaturas sublocação por valor não excedente ao da renda, concorrentes. destiná-los, através de partidos, coligações e

grupos de cidadãos proponentes, à preparação e Artigo 64.º realização da campanha eleitoral, seja qual for o Salas de espectáculos fim do arrendamento e sem embargo de

disposição em contrário do respectivo contrato. 1 - Os proprietários de salas de espectáculos 2 - Os arrendatários, candidatos, partidos ou de outros recintos de normal utilização políticos, coligações ou grupo de cidadãos pública que reúnam condições para serem proponentes são solidariamente responsáveis utilizados na campanha eleitoral devem declará- por todos os prejuízos causados pela utilização lo ao presidente da câmara municipal até 10 prevista no número anterior. dias antes da abertura da campanha eleitoral, indicando as datas e as horas em que as salas TÍTULO V ou recintos podem ser utilizados para aquele Organização do processo de votação fim.

2 - Na falta da declaração prevista no número CAPÍTULO I anterior ou em caso de comprovada carência, o Assembleias de voto presidente da câmara municipal pode requisitar as salas e os recintos que considere necessários SECÇÃO I à campanha eleitoral, sem prejuízo da actividade Organização das assembleias de voto normal e programada para os mesmos.

3 - O tempo destinado a propaganda Artigo 67.º eleitoral, nos termos do número anterior, é Âmbito das assembleias de voto repartido igualmente pelas candidaturas concorrentes que o desejem e tenham 1 - A cada freguesia corresponde uma apresentado o seu interesse no que respeita ao assembleia de voto. círculo onde se situar a sala. 2 - As assembleias de voto das freguesias 4 - Até três dias antes da abertura da com um número de eleitores sensivelmente campanha eleitoral, o presidente da câmara superior a 1000 são divididas em secções de municipal, ouvidos os mandatários das listas, voto, de modo que o número de eleitores de procede à repartição dos dias e das horas a cada uma não ultrapasse sensivelmente esse atribuir a cada candidatura, assegurando a número. igualdade entre todas, recorrendo ao sorteio 3 - Não é permitida a composição de secções quando se verifique concorrência e não seja de voto exclusivamente por eleitores não possível o acordo entre os interessados. nacionais.

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Artigo 68.º 5 - Da decisão do tribunal da comarca com Determinação das secções de voto jurisdição na sede do distrito ou Região Autónoma cabe recurso, a interpor no prazo de Até ao 35.º dia anterior ao dia da eleição, o um dia, para o Tribunal Constitucional, que presidente da câmara municipal determina os decide em Plenário em igual prazo. (Redação desdobramentos previstos no número anterior, dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de comunicando-os imediatamente à novembro) correspondente junta de freguesia. 6 - As alterações à comunicação a que se refere o n.º 1 resultantes de recurso são Artigo 69.º imediatamente comunicadas à câmara municipal Local de funcionamento e à junta de freguesia envolvida.

1 - As assembleias de voto reúnem-se em Artigo 71.º edifícios públicos, de preferência escolas ou Anúncio do dia, hora e local sedes de órgãos municipais e de freguesia que ofereçam as indispensáveis condições de 1 - Até ao 25.º dia anterior ao da eleição o capacidade, acesso e segurança. presidente da câmara municipal anuncia, por 2 - Na falta de edifícios públicos adequados, edital afixado nos lugares de estilo, o dia, a hora são requisitados, para o efeito, edifícios e os locais em que se reúnem as assembleias de particulares. voto ou secções de voto. 3 - A requisição dos edifícios, públicos ou 2 - Dos editais consta também o número de privados, destinados ao funcionamento das inscrição no recenseamento dos eleitores assembleias de voto cabe ao presidente da correspondentes a cada assembleia de voto. câmara, que deve ter em conta o dia da votação assim como o dia anterior e o dia seguinte, Artigo 72.º indispensáveis à montagem e arrumação das Elementos de trabalho da mesa estruturas eleitorais e à desmontagem e limpeza. 1 - Até dois dias antes do dia da eleição, a 4 - Quando seja necessário recorrer à comissão recenseadora procede à extracção de utilização de estabelecimentos de ensino, as duas cópias devidamente autenticadas dos câmaras municipais devem solicitar aos cadernos de recenseamento, confiando-as à respectivos directores ou órgãos de junta de freguesia. administração e gestão a cedência das 2 - Quando houver desdobramento da instalações para o dia da votação, dia anterior, assembleia de voto, as cópias ou fotocópias dos para a montagem e arrumação das estruturas cadernos abrangem apenas as folhas eleitorais, e dia seguinte, para desmontagem e correspondentes aos eleitores que hajam de limpeza. votar em cada secção de voto. 3 - Até dois dias antes da eleição, o Artigo 70.º presidente da câmara municipal envia ao Determinação dos locais de funcionamento presidente da junta de freguesia:

a) Os boletins de voto; 1 - Compete ao presidente da câmara b) Um caderno destinado à acta das municipal determinar os locais de funcionamento operações eleitorais, com termo de das assembleias de voto e proceder à requisição abertura por ele assinado e com todas dos edifícios necessários, comunicando-os às as folhas por ele rubricadas; correspondentes juntas de freguesia até ao 30.º c) Os impressos e outros elementos de dia anterior ao da eleição. trabalho necessários; 2 - Até ao 28.º dia anterior ao da eleição as d) Uma relação de todas as candidaturas juntas de freguesia anunciam, por editais a definitivamente admitidas com a afixar nos lugares de estilo, os locais de identificação dos candidatos, a fim de funcionamento das assembleias de voto. ser afixada, por edital, à entrada da 3 - Da decisão referida no n.º 1 cabe recurso assembleia de voto. para o tribunal da comarca com jurisdição na sede do distrito ou Região Autónoma. (Redação 4 - Na relação das candidaturas referida na dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de alínea d) do número anterior devem ser novembro) assinalados, como tal, os candidatos declarados 4 - O recurso é interposto no prazo de dois como independentes pelos partidos e coligações. dias após a afixação do edital, pelo presidente 5 - O presidente da junta de freguesia da junta de freguesia ou por 10 eleitores providencia pela entrega ao presidente da mesa pertencentes à assembleia de voto em causa, é de cada assembleia ou secção de voto dos decidido em igual prazo e a decisão é elementos referidos nos números anteriores, até imediatamente notificada ao recorrente. uma hora antes da abertura da assembleia.

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SECÇÃO II lugar ainda por preencher, para que de entre Mesa das assembleias de voto eles se faça a escolha através de sorteio a realizar dentro de vinte e quatro horas no Artigo 73.º edifício da câmara municipal e na presença dos Função e composição representantes das entidades proponentes que a ele queiram assistir. 1 - Em cada assembleia de voto há uma 3 - Não tendo sido apresentadas propostas mesa que promove e dirige as operações nos termos do número anterior, o presidente da eleitorais. câmara procede à designação dos membros em 2 - A mesa é composta por um presidente, falta recorrendo à bolsa de agentes eleitorais um vice-presidente, um secretário e dois constituída nos termos da lei. escrutinadores. 4 - Se, ainda assim, houver lugares vagos, o presidente da câmara procede à designação por Artigo 74.º sorteio, de entre os eleitores da assembleia de Designação voto.

1 - Os membros das mesas das assembleias Artigo 78.º de voto são escolhidos por acordo de entre os Reclamação representantes das candidaturas ou, na falta de acordo, por sorteio. 1 - Os nomes dos membros das mesas são 2 - O representante de cada candidatura é publicados por edital afixado no prazo de dois nomeado e credenciado, para o efeito, pela dias à porta da sede da junta de freguesia e respectiva entidade proponente, que, até ao notificados aos nomeados, podendo qualquer 20.º dia anterior à eleição, comunica a eleitor reclamar contra a designação perante o respectiva identidade à junta de freguesia. juiz da comarca no mesmo prazo, com fundamento em preterição de requisitos fixados Artigo 75.º na presente lei. Requisitos de designação dos membros das 2 - O juiz decide a reclamação no prazo de mesas um dia e, se a atender, procede imediatamente à escolha, comunicando-a ao presidente da 1 - Os membros de cada mesa são câmara municipal. designados de entre os eleitores pertencentes à respectiva assembleia de voto. Artigo 79.º 2 - Não podem ser designados membros da Alvará de nomeação mesa os eleitores que não saibam ler e escrever (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, português, e o presidente e o secretário devem de de 30 de novembro) possuir escolaridade obrigatória. Até cinco dias antes da eleição, o presidente Artigo 76.º da câmara municipal lavra alvará de designação Incompatibilidades dos membros das mesas das assembleias de (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, voto e participa as nomeações às juntas de de de 30 de novembro) freguesia respectivas.

Não podem ser designados membros de Artigo 80.º mesa de assembleia de voto, para além dos Exercício obrigatório da função eleitores referidos nos artigos 6.º e 7.º, os deputados, os membros do Governo, os 1 - Salvo motivo de força maior ou justa membros dos Governos Regionais, os causa, e sem prejuízo do disposto no artigo Representantes da República, os membros dos 76.º, é obrigatório o desempenho das funções órgãos executivos das autarquias locais e os de membro da mesa de assembleia ou secção de mandatários das candidaturas. voto. 2 - Aos membros das mesas é atribuído o Artigo 77.º subsídio previsto na lei. Processo de designação 3 - São causas justificativas de impedimento:

a) Idade superior a 65 anos; 1 - No 18.º dia anterior ao da realização da b) Doença ou impossibilidade física eleição, pelas 21 horas, os representantes das comprovada pelo delegado de saúde candidaturas, devidamente credenciados, municipal; reúnem-se para proceder à escolha dos c) Mudança de residência para a área de membros das mesas das assembleias de voto da outro município, comprovada pela freguesia, na sede da respectiva junta. junta de freguesia da nova residência; 2 - Se na reunião se não chegar a acordo, d) Ausência no estrangeiro, devidamente cada um dos representantes referidos propõe ao comprovada; presidente da câmara municipal, até ao 15.º dia anterior ao da eleição, dois eleitores por cada

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e) Exercício de actividade profissional de 3 - Substituídos os faltosos, ficam sem efeito carácter inadiável, devidamente as respectivas nomeações e os seus nomes são comprovado por superior hierárquico. comunicados pelo presidente da mesa ao presidente da câmara municipal. 4 - A invocação de causa justificativa é feita, sempre que o eleitor o possa fazer, até três dias Artigo 84.º antes da eleição, perante o presidente da Permanência na mesa câmara municipal.

5 - No caso previsto no número anterior, o 1 - A mesa, uma vez constituída, não pode presidente da câmara procede imediatamente à ser alterada, salvo caso de força maior. substituição, nomeando outro eleitor 2 - Da alteração e das suas razões é dada pertencente à assembleia de voto, nos termos publicidade através de edital afixado dos n.os 3 e 4 do artigo 77.º imediatamente à porta do edifício onde funcionar

a assembleia de voto. Artigo 81.º

Dispensa de actividade profissional ou Artigo 85.º lectiva Quórum

Os membros das mesas das assembleias de Durante as operações de votação é voto gozam do direito a dispensa de actividade obrigatória a presença da maioria dos membros profissional ou lectiva no dia da realização das da mesa, incluindo a do presidente ou a do vice- eleições e no seguinte, devendo, para o efeito, presidente. comprovar o exercício das respectivas funções.

SECÇÃO III Artigo 82.º Delegados das candidaturas concorrentes Constituição da mesa

Artigo 86.º 1 - A mesa da assembleia ou secção de voto Direito de designação de delegados não pode constituir-se antes da hora marcada para a reunião da assembleia nem em local 1 - Cada entidade proponente das diverso do que houver sido determinado, sob candidaturas concorrentes tem o direito de pena de nulidade de todos os actos que praticar. designar um delegado efectivo e outro suplente 2 - Após a constituição da mesa, é afixado à para cada assembleia de voto. entrada do edifício em que estiver reunida a 2 - Os delegados podem ser designados para assembleia de voto um edital, assinado pelo uma assembleia de voto diferente daquela em presidente, contendo os nomes e números de que estiverem inscritos como eleitores. inscrição no recenseamento dos cidadãos que 3 - As entidades proponentes podem formam a mesa e o número de eleitores inscritos igualmente nomear delegados, nos termos nessa assembleia. gerais, para fiscalizar as operações de voto 3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1, os antecipado. membros das mesas das assembleias ou secções 4 - A falta de designação ou de comparência de voto devem estar presentes no local do seu de qualquer delegado não afecta a regularidade funcionamento uma hora antes da marcada para das operações. o início das operações eleitorais, a fim de que estas possam começar à hora fixada. Artigo 87.º

Processo de designação Artigo 83.º

Substituições 1 - Até ao 5.º dia anterior ao da realização da

eleição as entidades proponentes das listas 1 - Se uma hora após a marcada para a concorrentes indicam por escrito ao presidente abertura da assembleia de voto, não tiver sido da câmara municipal os delegados possível constituir a mesa por não estarem correspondentes às diversas assembleias e presentes os membros indispensáveis ao seu secções de voto e apresentam-lhe para funcionamento, o presidente da junta de assinatura e autenticação as credenciais freguesia, mediante acordo da maioria dos respectivas. delegados presentes, designa os substitutos dos 2 - Da credencial constam o nome, o número membros ausentes de entre eleitores de inscrição no recenseamento, o número e a pertencentes a essa assembleia de voto. data do bilhete de identidade do delegado, o 2 - Se, apesar de constituída a mesa, se partido, coligação ou grupo que representa e a verificar a falta de um dos seus membros, o assembleia de voto para que é designado. respectivo presidente substitui-o por qualquer 3 - Não é lícita a impugnação da eleição com eleitor pertencente à assembleia de voto, base na falta de qualquer delegado. mediante acordo da maioria dos restantes membros da mesa e dos delegados das entidades proponentes que estiverem presentes.

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Artigo 88.º identificativos das diversas candidaturas, Poderes dos delegados conforme modelo anexo a esta lei. 2 - São elementos identificativos as 1 - Os delegados das entidades proponentes denominações, as siglas e os símbolos das das candidaturas concorrentes têm os seguintes entidades proponentes das candidaturas poderes: concorrentes, que reproduzem os constantes do registo existente no Tribunal Constitucional e no a) Ocupar os lugares mais próximos da tribunal de comarca respectivo. mesa da assembleia de voto, de modo 3 - Cada símbolo ocupa no boletim de voto a poderem fiscalizar todas as uma área de 121 mm2 definida pelo menor operações de votação; círculo, quadrado ou rectângulo que o possa b) Consultar a todo o momento as cópias conter, não podendo o diâmetro, a largura ou a dos cadernos de recenseamento altura exceder 15 mm e respeitando, em eleitoral utilizadas pela mesa da qualquer caso, as proporções dos registos no assembleia de voto; Tribunal Constitucional ou aceites c) Ser ouvidos e esclarecidos acerca de definitivamente pelo juiz. todas as questões suscitadas durante o 4 - Em caso de coligação, o símbolo de cada funcionamento da assembleia de voto, um dos partidos que a integra não pode ter uma quer na fase de votação quer na fase área de dimensão inferior a 65 mm2, excepto se de apuramento; o número de partidos coligados for superior a d) Apresentar, oralmente ou por escrito, quatro, caso em que o símbolo da coligação reclamações, protestos ou ocupa uma área de 260 mm2, salvaguardando- contraprotestos relativos às operações se que todos os símbolos ocupem áreas de voto; idênticas nos boletins de voto. e) Assinar a acta e rubricar, selar e 5 - Em cada coluna, na linha correspondente lacrar todos os documentos a cada lista, figura um quadrado em branco respeitantes às operações de voto; destinado a ser assinalado com a escolha do f) Obter certidões das operações de eleitor, conforme modelo anexo. votação e apuramento.

2 - Os delegados não podem ser designados Artigo 92.º para substituir membros de mesa faltosos. Cor dos boletins de voto

Artigo 89.º Os boletins de voto são de cor branca na Imunidades e direitos eleição para a assembleia de freguesia, amarela na eleição para a assembleia municipal e verde 1 - Os delegados não podem ser detidos na eleição para a câmara municipal. durante o funcionamento da assembleia de voto, a não ser por crime punível com pena de prisão Artigo 93.º superior a 3 anos e em flagrante delito. Composição e impressão

2 - Os delegados gozam do direito 1 - O papel necessário à impressão dos consignado no artigo 81.º boletins de voto é remetido pela Imprensa

Nacional-Casa da Moeda ao respectivo

presidente da câmara municipal até ao 43.º dia SECÇÃO IV anterior ao da eleição. (Redação dada pela Lei Boletins de voto Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro)

Artigo 90.º 2 - As denominações, siglas e símbolos dos Boletins de voto partidos políticos devidamente legalizados e das coligações registadas são remetidos pela 1 - Os boletins de voto são impressos em Direcção-Geral de Administração Interna às papel liso e não transparente. câmaras municipais, aos juízes de comarca e, 2 - Os boletins de voto são de forma em Lisboa e Porto, aos juízes dos tribunais rectangular, com a dimensão apropriada para cíveis, até ao 40.º dia anterior ao da eleição. neles caber a indicação de todas as listas (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de submetidas à votação. de 30 de novembro) 3 - A impressão dos boletins de voto e a Artigo 91.º aquisição do restante material destinado ao acto Elementos integrantes eleitoral são encargo das câmaras municipais, para o que, até ao 60.º dia anterior ao da 1 - Em cada boletim de voto relativo ao eleição, devem ser escolhidas, preferencialmente círculo eleitoral respectivo consta o símbolo na área do município ou do distrito, as gráfico do órgão a eleger e são dispostos tipografias às quais será adjudicada a horizontalmente, em colunas verticais impressão. correspondentes, uns abaixo dos outros, pela 4 – (Revogado) (Redacção dada pela Lei ordem resultante do sorteio, os elementos Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro)

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Artigo 94.º Artigo 98.º Exposição das provas tipográficas Local de exercício do sufrágio

1 - As provas tipográficas dos boletins de O direito de sufrágio é exercido na voto devem ser expostas no edifício da câmara assembleia eleitoral correspondente ao local municipal até ao 33.º dia anterior ao da eleição onde o eleitor esteja recenseado, sem prejuízo e durante três dias, podendo os interessados dos casos excepcionais previstos na presente lei. reclamar, no prazo de vinte e quatro horas, para o juiz da comarca, o qual julga em igual prazo, Artigo 99.º tendo em atenção o grau de qualidade que pode Requisitos do exercício do sufrágio ser exigido em relação a uma impressão a nível local. 1 - Para que o eleitor seja admitido a votar 2 - Da decisão do juiz da comarca cabe deve estar inscrito no caderno eleitoral e ser recurso, a interpor no prazo de vinte e quatro reconhecida pela mesa a sua identidade. horas, para o Tribunal Constitucional, que decide 2 - A inscrição no caderno de recenseamento em igual prazo. eleitoral implica a presunção de capacidade 3 - Findo o prazo de reclamação ou eleitoral activa, nos termos do artigo 2.º da interposição do recurso ou decidido o que tenha presente lei. sido apresentado, pode de imediato iniciar-se a 3 - Se a mesa entender que o eleitor revela impressão dos boletins de voto, ainda que incapacidade psíquica notória, pode exigir, para alguma ou algumas das listas que eles integrem que vote, a apresentação de documento não tenham sido ainda definitivamente comprovativo da sua capacidade, emitido pelo admitidas ou rejeitadas. médico que exerça poderes de autoridade sanitária na área do município e autenticada Artigo 95.º com o selo do respectivo serviço. Distribuição dos boletins de voto Artigo 100.º 1 - A cada mesa de assembleia de voto são Pessoalidade remetidos, em sobrescrito fechado e lacrado, boletins de voto em número igual ao dos 1 - O direito de sufrágio é exercido correspondentes eleitores mais 10%. pessoalmente pelo eleitor. 2 - Os presidentes das juntas de freguesia e 2 - Não é admitida nenhuma forma de os presidentes das assembleias de voto prestam representação ou delegação, sem prejuízo do contas dos boletins de voto que tiverem recebido disposto no artigo 116.º perante os respectivos remetentes, a quem devem devolver, no dia seguinte ao da eleição, Artigo 101.º os boletins de voto não utilizados ou inutilizados Presencialidade pelos eleitores. O direito de sufrágio é exercido TÍTULO VI presencialmente em assembleia de voto pelo Votação eleitor, salvo nos casos previstos no artigo 117.º

CAPÍTULO I Artigo 102.º Exercício do direito de sufrágio Segredo de voto

Artigo 96.º 1 - Ninguém pode, sob qualquer pretexto, ser Direito e dever cívico obrigado a revelar o sentido do seu voto. 2 - Dentro da assembleia de voto e fora dela, 1 - O sufrágio constitui um direito e um dever até à distância de 50 m, ninguém pode revelar cívico. em que sentido votou ou vai votar. 2 - Os responsáveis pelos serviços e pelas 3 - Ninguém pode ser perguntado sobre o empresas que tenham de se manter em sentido do seu voto por qualquer entidade, salvo actividade no dia da realização da eleição para o efeito de recolha de dados estatísticos facilitam aos respectivos funcionários e não identificáveis, nos termos do disposto no n.º trabalhadores dispensa pelo tempo suficiente 2 do artigo 126.º para que possam votar. Artigo 103.º Artigo 97.º Extravio do cartão de eleitor Unicidade do voto No caso de extravio do cartão de eleitor, os O eleitor vota só uma vez para cada órgão eleitores têm o direito de obter informação sobre autárquico. o seu número de inscrição no recenseamento na junta de freguesia.

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Artigo 104.º 2 - Não sendo possível o seu suprimento Abertura de serviços públicos dentro das duas horas subsequentes à abertura da assembleia de voto, é esta declarada No dia da realização da eleição, durante o encerrada. período de funcionamento das assembleias de voto, mantêm-se abertos os serviços: Artigo 108.º Continuidade das operações a) Das juntas de freguesia para efeito de informação dos eleitores acerca do seu A assembleia de voto funciona número de inscrição no recenseamento ininterruptamente até serem concluídas todas as eleitoral; operações de votação e apuramento, sem b) Dos centros de saúde ou locais prejuízo do disposto no artigo seguinte. equiparados, para efeito do disposto no n.º 3 do artigo 99.º e no n.º 2 do Artigo 109.º artigo 116.º; Interrupção das operações c) Dos tribunais, para efeitos de recepção do material eleitoral referido 1 - As operações são interrompidas, sob pena no artigo 140.º de nulidade da votação, nos seguintes casos:

a) Ocorrência na freguesia de grave CAPÍTULO II perturbação da ordem pública que Processo de votação afecte a genuinidade do acto de

sufrágio; SECÇÃO I b) Ocorrência na assembleia de voto de Funcionamento das assembleias de voto qualquer das perturbações previstas

nos n.os 2 e 3 do artigo 124.º; Artigo 105.º c) Ocorrência na freguesia de grave Abertura da assembleia calamidade.

1 - A assembleia de voto abre às 8 horas do 2 - As operações só são retomadas depois de dia marcado para a realização da eleição, depois o presidente verificar a existência de condições de constituída a mesa. para que possam prosseguir. 2 - O presidente declara aberta a assembleia 3 - A interrupção da votação por período de voto, manda afixar os documentos a que se superior a três horas determina o encerramento referem o n.º 2 do artigo 35.º e o n.º 2 do da assembleia de voto e a nulidade da votação. artigo 82.º, procede com os restantes membros 4 - O não prosseguimento das operações de da mesa e os delegados das candidaturas à votação até à hora do encerramento normal das revista da câmara de voto e dos documentos de mesmas, após interrupção, determina trabalho da mesa e exibe a urna perante os igualmente a nulidade da votação, salvo se já presentes para que todos possam certificar-se tiverem votado todos os eleitores inscritos. de que se encontra vazia. Artigo 110.º Artigo 106.º Encerramento da votação Impossibilidade de abertura da assembleia de voto 1 - A admissão de eleitores na assembleia de voto faz-se até às 19 horas. Não pode ser aberta a assembleia de voto 2 - Depois desta hora apenas podem votar os nos seguintes casos: eleitores presentes na assembleia de voto. 3 - O presidente declara encerrada a votação a) Impossibilidade de constituição da logo que tenham votado todos os eleitores mesa; inscritos ou, depois das 19 horas, logo que b) Ocorrência na freguesia de grave tenham votado todos os eleitores presentes na perturbação da ordem pública no dia assembleia de voto. marcado para a realização da eleição Artigo 111.º ou nos três dias anteriores; Adiamento da votação c) Ocorrência na freguesia de grave calamidade no dia marcado para a 1 - Nos casos previstos no artigo 106.º, no realização da eleição ou nos três dias n.º 2 do artigo 107.º e nos n.os 3 e 4 do artigo anteriores. 109.º, a votação realiza-se no 7.º dia subsequente ao da realização da eleição. Artigo 107.º 2 - Quando, porém, as operações de votação Suprimento de irregularidades não tenham podido realizar-se ou prosseguir por ocorrência de grave calamidade na freguesia, 1 - Verificando-se irregularidades superáveis, pode o respectivo presidente da câmara a mesa procede ao seu suprimento. municipal adiar a realização da votação até ao 14.º dia subsequente, anunciando o adiamento

578 Autarquias Locais - Legislação Nacional logo que conhecida a respectiva causa. (Redação reconhecimento unânime dos membros da dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de mesa. novembro) 3 - Reconhecido o eleitor, o presidente diz em 3 - A votação só pode ser adiada uma vez. voz alta o seu número de inscrição no 4 - Nesta votação os membros das mesas recenseamento e o seu nome e, depois de podem ser nomeados pelo respectivo presidente verificada a inscrição, entrega-lhe um boletim de da câmara municipal. (Redação dada pela Lei voto por cada um dos órgãos autárquicos a Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro) eleger. 4 - Em seguida, o eleitor dirige-se à câmara SECÇÃO II de voto situada na assembleia e aí, sozinho, Modo geral de votação assinala com uma cruz, em cada boletim de voto, no quadrado correspondente à candidatura Artigo 112.º em que vota, após o que dobra cada boletim em Votação dos elementos da mesa e dos quatro. delegados 5 - O eleitor volta depois para junto da mesa e deposita na urna os boletins, enquanto os Não havendo nenhuma irregularidade, votam escrutinadores descarregam o voto, rubricando imediatamente o presidente e os vogais da os cadernos de recenseamento na coluna a isso mesa, bem como os delegados dos partidos, destinada e na linha correspondente ao nome do desde que se encontrem inscritos no caderno de eleitor. recenseamento da assembleia de voto. 6 - Se o eleitor não pretender expressar a sua vontade em relação a algum dos órgãos a Artigo 113.º eleger, esse facto será mencionado na acta Votos antecipados como abstenção, desde que solicitado pelo eleitor, e deverá ser tido em conta para os 1 - Após terem votado os elementos da efeitos do artigo 130.º mesa, o presidente procede à abertura e 7 - Se, por inadvertência, o eleitor deteriorar lançamento na urna dos votos antecipados, algum boletim, pede outro ao presidente, quando existam. devolvendo-lhe o primeiro. 2 - Para o efeito do disposto no número 8 - No caso previsto no número anterior, o anterior, a mesa verifica se o eleitor se encontra presidente escreve no boletim devolvido a nota devidamente inscrito e procede à de inutilizado, rubrica-o e conserva-o, para os correspondente descarga no caderno de efeitos previstos no n.º 2 do artigo 95.º recenseamento, mediante rubrica na coluna a 9 - Logo que concluída a operação de votar, o isso destinada e na linha correspondente ao eleitor deve abandonar a assembleia ou secção nome do eleitor. de voto, salvo no caso previsto no n.º 1 do 3 - Feita a descarga, o presidente abre o artigo 121.º, durante o tempo necessário para sobrescrito azul referido no artigo 118.º e retira apresentar qualquer reclamação, protesto ou dele o sobrescrito branco, também ali contraprotesto. mencionado, que introduz na urna, contendo o boletim de voto. SECÇÃO III Modos especiais de votação Artigo 114.º Ordem de votação dos restantes eleitores SUBSECÇÃO I Voto dos deficientes 1 - Os restantes eleitores votam pela ordem de chegada à assembleia de voto, dispondo-se Artigo 116.º para o efeito em fila. Requisitos e modo de exercício 2 - Os membros das mesas e os delegados dos partidos em outras assembleias e secções 1 - O eleitor afectado por doença ou de voto exercem o seu direito de sufrágio logo deficiência física notórias que a mesa verifique que se apresentem, desde que exibam o não poder praticar os actos descritos no artigo respectivo alvará ou credencial. anterior vota acompanhado de outro eleitor por si escolhido, que garanta a fidelidade de Artigo 115.º expressão do seu voto e que fica obrigado a Modo como vota cada eleitor sigilo absoluto. 2 - Se a mesa deliberar que não se verifica a 1 - O eleitor apresenta-se perante a mesa, notoriedade da doença ou deficiência física exige indica o seu número de inscrição no que lhe seja apresentado no acto de votação recenseamento e o nome e entrega ao atestado comprovativo da impossibilidade da presidente o bilhete de identidade, se o tiver. prática dos actos referidos no número anterior, 2 - Na falta de bilhete de identidade a emitido pelo médico que exerça poderes de identificação do eleitor faz-se por meio de autoridade sanitária na área do município e qualquer outro documento oficial que contenha autenticado com o selo do respectivo serviço. fotografia actualizada ou ainda por

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SUBSECÇÃO II 2 - Podem ainda votar antecipadamente Voto antecipado os estudantes de instituições de ensino inscritos em estabelecimentos situados Artigo 117.º em distrito, região autónoma ou ilha Requisitos diferentes daqueles por onde se encontram inscritos no recenseamento 1 - Podem votar antecipadamente: eleitoral. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de a) Os militares, os agentes de forças e dezembro) serviços de segurança interna e os bombeiros e agentes da protecção civil 3 - Para efeitos de escrutínio só são que no dia da realização da eleição considerados os votos recebidos na sede da estejam impedidos de se deslocar à junta de freguesia correspondente à assembleia assembleia de voto por imperativo de voto em que o eleitor deveria votar até ao dia inadiável de exercício das suas funções anterior ao da realização da eleição. no País ou no estrangeiro; (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de Artigo 118.º 15 de dezembro) Modo de exercício do direito de voto b) Os membros integrantes de antecipado por razões profissionais delegações oficiais do Estado que, por (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, deslocação ao estrangeiro em de 15 de dezembro) representação do País, se encontrem impedidos de se deslocar à assembleia 1 — Qualquer eleitor que esteja nas de voto no dia da eleição; condições previstas nas alíneas a), b), c), d) e c) Os trabalhadores marítimos e g) do n.º 1 do artigo anterior pode dirigir -se ao aeronáuticos, bem como os ferroviários presidente da câmara do município em cuja área e os rodoviários de longo curso que por se encontre recenseado, entre o 10.º e o 5.º força da sua actividade profissional se dias anteriores ao da eleição, manifestando a encontrem presumivelmente sua vontade de exercer antecipadamente o deslocados no dia da realização da direito de sufrágio. (Redacção dada pela Lei eleição; Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro) d) Os membros que representem 2 — O eleitor identifica -se pela forma oficialmente selecções nacionais, prevista nos n. os 1 e 2 do artigo 115.º e faz organizadas por federações desportivas prova do impedimento invocado através de dotadas de estatuto de utilidade documento assinado pelo seu superior pública desportiva, e se encontrem hierárquico, pela entidade patronal ou outro que deslocados no estrangeiro, em comprove suficientemente a existência do competições desportivas, no dia da impedimento ao normal exercício do direito de realização da eleição; voto. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º e) Os eleitores que por motivo de doença 3/2010, de 15 de dezembro) se encontrem internados ou 3 - O presidente da câmara entrega ao eleitor presumivelmente internados em os boletins de voto e dois sobrescritos. estabelecimento hospitalar e 4 - Um dos sobrescritos, de cor branca, impossibilitados de se deslocar à destina-se a receber os boletins de voto e o assembleia de voto; outro, de cor azul, a conter o sobrescrito f) Os eleitores que se encontrem presos anterior e o documento comprovativo a que se e não privados de direitos políticos. refere o n.º 2. g) Todos os eleitores não abrangidos 5 - O eleitor preenche os boletins que pelas alíneas anteriores que, por força entender em condições que garantam o segredo da representação de qualquer pessoa de voto, dobra-os em quatro, introduzindo-os no colectiva dos sectores público, privado sobrescrito de cor branca, que fecha ou cooperativo, das organizações adequadamente. representativas dos trabalhadores ou 6 - Em seguida, o sobrescrito de cor branca é de organizações representativas das introduzido no sobrescrito de cor azul actividades económicas, e, ainda, juntamente com o referido documento outros eleitores que, por imperativo comprovativo, sendo o sobrescrito azul fechado, decorrente das suas funções lacrado e assinado no verso, de forma legível, profissionais, se encontrem impedidos pelo presidente da câmara municipal e pelo de se deslocar à assembleia de voto no eleitor. dia da eleição. (Redacção dada pela Lei 7 - O presidente da câmara municipal Orgânica n.º 3/2010, de 15 de entrega ao eleitor recibo comprovativo do dezembro) exercício do direito de voto de modelo anexo a esta lei, do qual constem o seu nome, residência, número de bilhete de identidade e assembleia de voto a que pertence, bem como o

580 Autarquias Locais - Legislação Nacional respectivo número de inscrição no conhecimento de quais os estabelecimentos recenseamento, sendo o documento assinado onde se realiza o voto antecipado. pelo presidente da câmara e autenticado com o 4 - A nomeação de delegados dos partidos carimbo ou selo branco do município. políticos e coligações deve ser transmitida ao 8 - O presidente da câmara municipal elabora presidente da câmara até ao 14.º dia anterior ao uma acta das operações efectuadas, nela da eleição. mencionando expressamente o nome, o número 5 - Entre o 10.º e o 13.º dias anteriores ao de inscrição e a freguesia onde o eleitor se da eleição o presidente da câmara municipal em encontra inscrito, enviando cópia da mesma à cuja área se encontre situado o estabelecimento assembleia de apuramento geral. hospitalar ou prisional com eleitores nas 9 - O presidente da câmara municipal envia, condições do n.º 1, em dia e hora previamente pelo seguro do correio, o sobrescrito azul à anunciados ao respectivo director e aos mesa da assembleia de voto em que o eleitor delegados das entidades proponentes, desloca- deveria exercer o direito de sufrágio, ao cuidado se ao mesmo estabelecimento a fim de ser dado da respectiva junta de freguesia, até ao 4.º dia cumprimento, com as necessárias adaptações anterior ao da realização da eleição. ditadas pelos constrangimentos dos regimes 10 - A junta de freguesia remete os votos hospitalares ou prisionais, ao disposto nos n.os 2 recebidos ao presidente da mesa da assembleia a 9 do artigo anterior. de voto até à hora prevista no n.º 1 do artigo 6 - O presidente da câmara pode 105.º excepcionalmente fazer-se substituir para o efeito da diligência prevista no número anterior Artigo 119.º pelo vice-presidente ou por qualquer vereador Modo de exercício por doentes internados e do município devidamente credenciado. por presos 7 - A junta de freguesia destinatária dos votos recebidos remete-os ao presidente da 1 - Os eleitores que se encontrem nas mesa da assembleia de voto até à hora prevista condições previstas nas alíneas e) e f) do n.º 1 no n.º 1 do artigo 105.º do artigo 117.º podem requerer, por meios electrónicos ou por via postal, ao presidente da Artigo 120.º câmara do município em que se encontrem Modo de exercício do voto por estudantes recenseados, até ao 20.º dia anterior ao da eleição, a documentação necessária ao exercício 1 - Qualquer eleitor que esteja nas condições do direito de voto, enviando cópias do cartão de previstas no n.º 2 do artigo 117.º pode requerer cidadão ou bilhete de identidade e cartão ou ao presidente da câmara do município em que certidão de eleitor, juntando documento se encontre recenseado a documentação comprovativo do impedimento invocado, necessária ao exercício do direito de voto no passado pelo médico assistente e confirmado prazo e nas condições previstas nos n. os 1 e 2 do pela direcção do estabelecimento hospitalar, ou artigo 119.º documento emitido pelo director do 2 - O documento comprovativo do estabelecimento prisional, conforme os casos. impedimento do eleitor consiste numa (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, declaração emitida pela direcção do de 15 de dezembro) estabelecimento de ensino que ateste a sua 2 - O presidente da câmara referido no admissão ou frequência. (Redacção dada pela número anterior envia, por correio registado Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro) com aviso de recepção, até ao 17.º dia anterior 3 - O exercício do direito de voto faz-se ao da eleição: perante o presidente da câmara do município onde o eleitor frequente o estabelecimento de a) Ao eleitor a documentação necessária ensino superior, no prazo e termos previstos nos ao exercício do direito de voto, n. os 3 a 7 do artigo 119.º acompanhada dos documentos

enviados pelo eleitor; SECÇÃO IV b) Ao presidente da câmara do município Garantias de liberdade do sufrágio onde se encontrem eleitores nas

condições definidas no n.º 1 a relação Artigo 121.º nominal dos referidos eleitores e a Dúvidas, reclamações, protestos e indicação dos estabelecimentos contraprotestos hospitalares ou prisionais abrangidos.

3 - O presidente da câmara do município 1 - Além dos delegados das listas onde se situe o estabelecimento hospitalar ou concorrentes à eleição, qualquer eleitor inscrito prisional em que o eleitor se encontre internado na assembleia de voto pode suscitar dúvidas e notifica as listas concorrentes à eleição, até ao apresentar por escrito reclamação, protesto ou 16.º dia anterior ao da votação, para os fins contraprotesto relativos às operações eleitorais previstos no n.º 3 do artigo 86.º, dando da mesma assembleia e instruí-los com os documentos convenientes.

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2 - A mesa não pode negar-se a receber as devendo retirar-se logo que lhe seja formulado reclamações, os protestos e os contraprotestos, pedido nesse sentido pelo presidente ou por devendo rubricá-los e apensá-los às actas. quem o substitua, ou quando verifique que a sua 3 - As reclamações, os protestos e os presença já não se justifica. contraprotestos têm de ser objecto de 4 - Quando o entenda necessário, o deliberação da mesa, que pode tomá-la no final, comandante da força de segurança, ou um seu se entender que isso não afecta o andamento delegado credenciado, pode visitar, desarmado e normal da votação. por um período máximo de dez minutos, a 4 - Todas as deliberações da mesa são assembleia ou secção de voto, a fim de tomadas por maioria absoluta dos membros estabelecer contacto com o presidente da mesa presentes e fundamentadas, tendo o presidente ou com quem o substitua. voto de desempate. 5 - Nos casos previstos nos n.os 2 e 3, as operações eleitorais na assembleia ou secção de Artigo 122.º voto são suspensas, sob pena de nulidade da Polícia da assembleia de voto eleição, até que o presidente da mesa considere verificadas as condições para que possam 1 - Compete ao presidente da mesa, prosseguir. coadjuvado pelos vogais desta, assegurar a liberdade dos eleitores, manter a ordem e, em Artigo 125.º geral, regular a polícia na assembleia, Presença de não-eleitores adoptando para esse efeito as providências necessárias. É proibida a presença na assembleia de voto 2 - Não é admitida na assembleia de voto a de não-eleitores e de eleitores que aí não presença de pessoas em condições susceptíveis possam votar, salvo se se tratar de de prejudicar a actividade da assembleia ou que representantes ou mandatários das candidaturas sejam portadoras de qualquer arma ou concorrentes à eleição ou de profissionais da instrumento susceptível de como tal ser usado. comunicação social, devidamente identificados e no exercício das suas funções. Artigo 123.º Proibição de propaganda Artigo 126.º Deveres dos profissionais de comunicação 1 - É proibida qualquer propaganda nos social e de empresas de sondagens edifícios das assembleias de voto e até à distância de 50 m. 1 - Os profissionais de comunicação social 2 - Por «propaganda» entende-se também a que no exercício das suas funções se desloquem exibição de símbolos, siglas, sinais, distintivos às assembleias ou secções de voto devem ou autocolantes de quaisquer listas. identificar-se, se solicitados a tanto pelos membros da mesa, e não podem: Artigo 124.º a) Obter no interior da assembleia de Proibição de presença de forças militares e voto ou no seu exterior até à distância de segurança e casos em que pode de 50 m imagens ou outros elementos comparecer de reportagem que possam

comprometer o segredo de voto; 1 - Salvo o disposto nos números seguintes, b) Perturbar de qualquer modo o acto da nos locais onde se reunirem as assembleias e votação. secções de voto e num raio de 100 m a contar dos mesmos é proibida a presença de forças 2 - A execução de sondagens ou inquéritos militares ou de segurança. de opinião e a recolha de dados estatísticos no 2 - Quando for necessário pôr termo a algum dia da eleição devem observar procedimentos tumulto ou obstar a qualquer agressão ou que salvaguardem o segredo de voto, não violência, quer dentro do edifício da assembleia podendo os eleitores ser questionados a ou secção de voto quer na sua proximidade, ou distância inferior à referida na alínea a) do ainda em caso de desobediência às suas ordens, número anterior. pode o presidente da mesa, consultada esta, requisitar a presença de forças de segurança, Artigo 127.º sempre que possível por escrito, ou, no caso de Difusão e publicação de notícias e impossibilidade, com menção na acta eleitoral reportagens das razões da requisição e do período da presença de forças de segurança. As notícias ou quaisquer outros elementos de 3 - O comandante de força de segurança que reportagem que divulguem o sentido de voto de possua indícios seguros de que se exerce sobre algum eleitor ou os resultados do apuramento só os membros da mesa coacção física ou psíquica podem ser difundidos ou publicados após o que impeça o presidente de fazer a requisição encerramento de todas as assembleias de voto. pode intervir por iniciativa própria, a fim de assegurar a genuinidade do processo eleitoral,

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TÍTULO VII 3 - O outro escrutinador regista numa folha Apuramento branca ou, de preferência num quadro bem visível, e separadamente, os votos atribuídos a Artigo 128.º cada lista, os votos em branco e os votos nulos. Apuramento 4 - Simultaneamente, os boletins de voto são examinados e exibidos pelo presidente, que, O apuramento dos resultados da eleição é com a ajuda de um dos vogais, os agrupa em efectuado nos seguintes termos: lotes separados, correspondentes a cada uma das listas votadas, aos votos em branco e aos a) O apuramento local é feito em cada votos nulos. assembleia ou secção de voto; 5 - Terminadas as operações referidas nos b) O apuramento geral consiste na números anteriores, o presidente procede à contabilização, no âmbito territorial de contraprova da contagem, pela contagem dos cada município, dos resultados obtidos boletins de cada um dos lotes separados. nos círculos eleitorais e na atribuição 6 - Os membros de mesa não podem ser dos mandatos relativamente a cada um portadores de qualquer instrumento que permita dos órgãos eleitos nos termos do artigo escrever quando manuseiam os boletins de voto. 14.º

Artigo 132.º CAPÍTULO I Voto em branco Apuramento local

Considera-se «voto em branco» o Artigo 129.º correspondente a boletim de voto que não Operação preliminar contenha qualquer sinal em qualquer quadrado.

Encerrada a votação, o presidente da Artigo 133.º assembleia ou secção de voto procede à Voto nulo contagem dos boletins que não foram utilizados e dos que foram inutilizados pelos eleitores e 1 - Considera-se «voto nulo» o encerra-os num sobrescrito próprio, que fecha e correspondente ao boletim: lacra, para efeitos do n.º 2 do artigo 95.º a) No qual tenha sido assinalado mais de Artigo 130.º um quadrado; Contagem dos votantes e dos boletins de b) No qual haja dúvidas quanto ao voto quadrado assinalado; c) No qual tenha sido assinalado o 1 - Concluída a operação preliminar, o quadrado correspondente a uma presidente manda contar o número de votantes candidatura que tenha sido rejeitada pelas descargas efectuadas nos cadernos de ou desistido das eleições; recenseamento. d) No qual tenha sido feito qualquer 2 - Em seguida, manda abrir a urna, a fim de corte, desenho ou rasura; conferir o número de boletins de voto entrados e) No qual tenha sido escrita qualquer em relação a cada órgão autárquico e, no fim da palavra. contagem, volta a introduzi-los nela. 2 - Não é considerado voto nulo o do boletim 3 - Em caso de divergência entre o número de voto no qual a cruz, embora não sendo dos votantes apurados e o dos boletins de voto perfeitamente desenhada ou excedendo os contados, prevalece, para fins de apuramento, o limites do quadrado, assinale inequivocamente a segundo destes números. vontade do eleitor. 4 - Do número de boletins de voto contados é 3 - Considera-se ainda como nulo o voto dado imediato conhecimento público através de antecipado quando o sobrescrito com o boletim edital, que o presidente lê em voz alta e manda de voto não chegue ao seu destino nas afixar à porta da assembleia de voto. condições previstas nos artigos 118.º e 119.º ou

seja recebido em sobrescrito que não esteja Artigo 131.º adequadamente fechado. Contagem dos votos

Artigo 134.º 1 - A mesa procede sucessivamente à Direitos dos delegados das candidaturas contagem dos votos relativos à eleição de cada um dos órgãos autárquicos, começando pela 1 - Os delegados das candidaturas assembleia de freguesia. concorrentes têm o direito de examinar os lotes 2 - Um dos escrutinadores desdobra os dos boletins separados, bem como os boletins, um a um, e anuncia em voz alta a correspondentes registos, sem alterar a sua denominação da lista votada. composição e, no caso de terem dúvidas ou

objecções em relação à contagem ou à

583 Autarquias Locais - Legislação Nacional qualificação dada ao voto de qualquer boletim, 2 - Os elementos referidos no número têm o direito de solicitar esclarecimentos ou anterior são remetidos em sobrescrito, que deve apresentar reclamações ou protestos perante o ser, depois de fechado, lacrado e rubricado pelos presidente. membros da mesa e delegados dos partidos, de 2 - No decorrer da operação referida no modo que as rubricas abranjam o sobrescrito e a número anterior os delegados não podem ser pala fechada. portadores de qualquer instrumento que permita escrever. Artigo 138.º 3 - Se a reclamação ou protesto não forem Destino dos restantes boletins atendidos pela mesa, os boletins de voto reclamados ou protestados são separados, 1 - Os restantes boletins de voto, anotados no verso com a indicação da devidamente empacotados e lacrados, são qualificação dada pela mesa e do objecto da confiados à guarda do juiz de direito da reclamação ou do protesto, e rubricados pelo comarca. presidente da mesa e pelo delegado do partido. 2 - Esgotado o prazo para a interposição dos 4 - A reclamação ou protesto não atendidos recursos contenciosos, ou decididos não impedem a contagem do boletim de voto definitivamente estes, o juiz promove a para o efeito de apuramento geral. destruição dos boletins.

Artigo 135.º Artigo 139.º Edital do apuramento local Acta das operações eleitorais

O apuramento assim efectuado é 1 - Compete ao secretário da mesa proceder imediatamente publicado por edital afixado à à elaboração da acta das operações de votação e porta principal do edifício da assembleia ou da apuramento. secção de voto, em que se discriminam: 2 - Da acta devem constar: a) Identificação do órgão autárquico; a) A identificação do círculo eleitoral a b) Número de eleitores inscritos; que pertence a assembleia ou secção c) Número de votantes; de voto; d) Número de votos atribuídos a cada b) Os números de inscrição no lista; recenseamento e os nomes dos e) Número de votos em branco; membros da mesa e dos delegados dos f) Número de votos nulos. partidos políticos, coligações e grupos

Artigo 136.º de cidadãos concorrentes; Comunicação e apuramento dos resultados c) O local da assembleia ou secção de da eleição voto e hora de abertura e de (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, encerramento da votação; de de 30 de novembro) d) As deliberações tomadas pela mesa durante as operações; 1 - Os presidentes das mesas das e) O número total de eleitores inscritos assembleias de voto comunicam imediatamente votantes e de não votantes; à junta de freguesia ou à entidade para esse f) O número de inscrição no efeito designada pelo director-geral de recenseamento dos eleitores que Administração Interna ou pelo Representante da exerceram o voto antecipado; República, consoante os casos, os elementos g) O número de votos obtidos por cada constantes do edital previsto no artigo anterior. lista, o de votos em branco e o de 2 - A entidade a quem é feita a comunicação votos nulos; apura os resultados da eleição na freguesia e h) O número de boletins de voto sobre comunica-os imediatamente ao director-geral de os quais haja incidido reclamação ou Administração Interna ou ao Representante da protesto; República, consoante os casos. i) As divergências de contagem a que se 3 - O respectivo Representante da República refere o n.º 3 do artigo 130.º, se as transmite imediatamente os resultados à houver, com indicação precisa das Direcção-Geral de Administração Interna. diferenças notadas; j) O número de reclamações, protestos e Artigo 137.º contraprotestos apensos à acta; Destino dos boletins de voto nulos ou l) Quaisquer outras ocorrências que a objecto de reclamação ou protesto mesa julgar dever mencionar.

1 - Os boletins de voto nulos e aqueles sobre Artigo 140.º os quais haja reclamação ou protesto são, Envio à assembleia de apuramento geral depois de rubricados, remetidos à assembleia de apuramento geral com os documentos que lhes 1 - No final das operações eleitorais, os digam respeito. presidentes das mesas das assembleias ou

584 Autarquias Locais - Legislação Nacional secções de voto entregam pelo seguro do correio Artigo 143.º ou pessoalmente, contra recibo, as actas, os Direitos dos representantes das cadernos e demais documentos respeitantes à candidaturas eleição ao presidente da assembleia de apuramento geral. Os representantes das candidaturas 2 - Para os efeitos do disposto no número concorrentes têm o direito de assistir, sem voto, anterior, no artigo 95.º, n.º 2, no artigo 137.º e aos trabalhos da assembleia de apuramento no n.º 1 do artigo 138.º, bem como para geral, bem como de apresentar reclamações, execução das operações de apuramento a que protestos ou contraprotestos. se refere o artigo 146.º, o presidente da assembleia de apuramento geral requisita os Artigo 144.º elementos das forças de segurança necessários Constituição da assembleia de apuramento para que estes procedam à recolha de todo o geral material eleitoral, que será depositado no edifício do tribunal de comarca do círculo 1 - A assembleia de apuramento geral deve eleitoral municipal respectivo. ficar constituída até à antevéspera do dia da realização da eleição. CAPÍTULO II 2 - O presidente dá imediato conhecimento Apuramento geral público da constituição da assembleia através de edital a afixar à porta do edifício da câmara Artigo 141.º municipal. Assembleia de apuramento geral Artigo 145.º 1 - O apuramento dos resultados da eleição Estatuto dos membros das assembleias de compete a uma assembleia de apuramento que apuramento geral funciona junto da câmara municipal. 2 - No município de Lisboa podem constituir- É aplicável aos cidadãos que façam parte das se quatro assembleias de apuramento e nos assembleias de apuramento geral o disposto no restantes municípios com mais de 200000 artigo 81.º, durante o período do respectivo eleitores podem constituir-se duas assembleias funcionamento, mediante prova através de de apuramento. documento assinado pelo presidente da 3 - Compete ao director-geral de assembleia. Administração Interna decidir, até ao 14.º dia anterior à data da eleição, sobre o Artigo 146.º desdobramento referido no número anterior. Conteúdo do apuramento (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro) 1 - O apuramento geral consiste na realização das seguintes operações em relação a Artigo 142.º cada um dos órgãos autárquicos em causa: Composição a) Verificação do número total de

eleitores inscritos e de votantes; As assembleias de apuramento geral têm a b) Verificação dos números totais de seguinte composição: votos em branco e de votos nulos; a) Um magistrado judicial ou o seu c) Verificação dos números totais de substituto legal ou, na sua falta, um votos obtidos por cada lista; cidadão de comprovada idoneidade d) Distribuição dos mandatos pelas cívica, que preside com voto de diversas listas; qualidade, designado pelo presidente e) Determinação dos candidatos eleitos do tribunal da relação do distrito por cada lista; judicial respectivo; f) Decisão sobre as reclamações e b) Um jurista designado pelo presidente protestos. da assembleia de apuramento geral; 2 - Nos municípios em que exista mais de c) Dois professores que leccionem na uma assembleia de apuramento, a agregação área do município, designados pela dos resultados compete à que for presidida pelo delegação escolar respectiva; magistrado mais antigo ou, se for o caso, pelo d) Quatro presidentes de assembleia de cidadão mais idoso. voto, designados por sorteio efectuado

pelo presidente da câmara; Artigo 147.º e) O cidadão que exerça o cargo Realização de operações dirigente mais elevado da área

administrativa da respectiva câmara 1 - A assembleia de apuramento geral inicia municipal, que secretaria sem direito a as operações às 9 horas do 2.º dia seguinte ao voto. da realização da eleição.

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2 - Em caso de adiamento ou declaração de Artigo 152.º nulidade da votação em qualquer assembleia de Destino da documentação voto, a assembleia de apuramento geral reúne (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, no dia seguinte ao da votação ou do de de 30 de novembro) reconhecimento da impossibilidade da sua realização para completar as operações de 1 - Os cadernos de recenseamento e demais apuramento. documentação presentes à assembleia de apuramento geral, bem como a acta desta, são Artigo 148.º confiados à guarda e responsabilidade do Elementos do apuramento tribunal da comarca com jurisdição na sede do distrito ou Região Autónoma. 1 - O apuramento geral é feito com base nas 2 - Terminado o prazo de recurso contencioso actas das operações das assembleias de voto, ou decididos os recursos que tenham sido nos cadernos de recenseamento e demais apresentados, o tribunal da comarca com documentos que os acompanharem. jurisdição na sede do distrito ou Região 2 - Se faltarem os elementos de alguma das Autónoma procede à destruição de todos os assembleias de voto, o apuramento geral inicia- documentos, com excepção das actas das se com base nos elementos já recebidos, assembleias de voto, da acta da assembleia de designando o presidente nova reunião dentro apuramento geral e de uma das cópias dos das quarenta e oito horas seguintes, para se cadernos eleitorais. concluírem os trabalhos, tomando, entretanto, as providências necessárias para que a falta seja Artigo 153.º reparada. Certidões ou fotocópias da acta de apuramento geral Artigo 149.º Reapreciação dos resultados do As certidões ou fotocópias da acta de apuramento geral apuramento geral são passadas pelos serviços administrativos da câmara municipal, mediante 1 - No início dos seus trabalhos a assembleia requerimento. de apuramento geral decide sobre os boletins de voto em relação aos quais tenha havido Artigo 154.º reclamação ou protesto e verifica os boletins de Mapa nacional da eleição voto considerados nulos, reapreciando-os segundo critério uniforme. Nos 30 dias subsequentes à recepção das 2 - Em função do resultado das operações actas de todas as assembleias de apuramento previstas no número anterior a assembleia geral, a Comissão Nacional de Eleições elabora e corrige, se for caso disso, o apuramento da faz publicar no Diário da República, 1.ª série, respectiva assembleia de voto. um mapa oficial com o resultado das eleições, por freguesias e por municípios, de que conste: Artigo 150.º a) Número total dos eleitores inscritos; Proclamação e publicação dos resultados b) Número total de votantes;

c) Número total de votos em branco; Os resultados do apuramento geral são d) Número total de votos nulos; proclamados pelo presidente da assembleia até e) Número total de votos atribuídos a ao 4.º dia posterior ao da votação e, em cada partido, coligação ou grupo de seguida, publicados por meio de edital afixado à cidadãos, com a respectiva porta do edifício onde funciona a assembleia. percentagem;

f) Número total de mandatos atribuídos Artigo 151.º a cada partido, coligação ou grupo de Acta do apuramento geral cidadãos, em relação a cada órgão

autárquico; 1 - Do apuramento geral é imediatamente g) Nome dos candidatos eleitos, por lavrada acta donde constem os resultados das partido, coligação ou grupo de respectivas operações, as reclamações, os cidadãos, para cada um dos órgãos protestos e os contraprotestos apresentados de autárquicos. harmonia com o disposto no artigo 143.º e as decisões que sobre eles tenham recaído.

2 - No dia posterior àquele em que se concluir o apuramento geral, o presidente envia um dos exemplares da acta à Comissão Nacional de Eleições, por seguro do correio ou por próprio, contra recibo. (Redação dada pela Lei

Orgânica n.º 1/2011, de de 30 de novembro)

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SECÇÃO I Artigo 159.º Apuramento no caso de não realização ou Processo nulidade da votação 1 - A petição de recurso especifica os Artigo 155.º respectivos fundamentos de facto e de direito e Regras especiais de apuramento é acompanhada de todos os elementos de prova ou de requerimento solicitando ao Tribunal que 1 - No caso de não realização de qualquer os requisite. votação, o apuramento geral é efectuado não 2 - No caso de recurso relativo a assembleias tendo em consideração as assembleias em falta. de apuramento com sede em Região Autónoma, 2 - Na hipótese prevista no número anterior e a interposição e fundamentação podem ser na de adiamento, nos termos do artigo 111.º, a feitas por via telegráfica, telex ou telecópia até realização das operações de apuramento geral ao dia anterior à data limite para o Tribunal ainda não efectuadas e a conclusão do Constitucional decidir, sem prejuízo de posterior apuramento geral competem à assembleia de envio de todos os elementos de prova. apuramento geral. 3 - Os representantes dos partidos políticos, 3 - A proclamação e a publicação dos coligações e grupos de cidadãos intervenientes resultados, nos termos do artigo 150.º, têm na eleição são imediatamente notificados para lugar no dia da última reunião da assembleia de responderem, querendo, no prazo de um dia. apuramento geral. 4 - O Tribunal Constitucional decide 4 - O disposto nos números anteriores é definitivamente em plenário no prazo de dois aplicável em caso de declaração de nulidade de dias a contar do termo do prazo previsto no qualquer votação. número anterior. 5 - É aplicável ao contencioso da votação e TÍTULO VIII do apuramento o disposto no Código de Contencioso da votação e do apuramento Processo Civil, quanto ao processo declarativo, com as necessárias adaptações. Artigo 156.º Pressupostos do recurso contencioso Artigo 160.º Efeitos da decisão 1 - As irregularidades ocorridas no decurso da votação e no apuramento local ou geral 1 - A votação em qualquer assembleia de podem ser apreciadas em recurso contencioso, voto e a votação em toda a área do município só desde que hajam sido objecto de reclamação ou são julgadas nulas quando se hajam verificado protesto apresentado no acto em que se ilegalidades que possam influir no resultado verificaram. geral da eleição do respectivo órgão autárquico. 2 - Das irregularidades ocorridas no decurso 2 - Declarada a nulidade da votação numa ou da votação ou do apuramento local pode ser em mais assembleias ou secções de voto, os interposto recurso contencioso, sem prejuízo da actos eleitorais correspondentes são repetidos interposição de recurso gracioso perante a no 2.º domingo posterior à decisão, havendo assembleia de apuramento geral no 2.º dia lugar, em qualquer caso, a uma nova assembleia posterior ao da eleição. de apuramento geral.

Artigo 157.º TÍTULO IX Legitimidade Ilícito eleitoral

Da decisão sobre a reclamação, protesto ou CAPÍTULO I contraprotesto podem recorrer, além dos Princípios gerais respectivos apresentantes, os candidatos, os mandatários, os partidos políticos, coligações e Artigo 161.º grupos de cidadãos e seus delegados ou Concorrência com crimes mais graves representantes, intervenientes no acto eleitoral. As sanções cominadas nesta lei não excluem Artigo 158.º a aplicação de outras mais graves, decorrentes Tribunal competente e prazo da prática de quaisquer infracções previstas noutras leis. O recurso contencioso é interposto perante o Tribunal Constitucional no dia seguinte ao da Artigo 162.º afixação do edital contendo os resultados do Circunstâncias agravantes gerais apuramento. Constituem circunstâncias agravantes gerais do ilícito eleitoral:

a) Influir a infracção no resultado da

votação;

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b) Ser a infracção cometida por agente SECÇÃO II de administração eleitoral; Crimes relativos à organização do processo c) Ser a infracção cometida por membro eleitoral de comissão recenseadora; d) Ser a infracção cometida por membro Artigo 168.º de assembleia de voto; Candidatura de cidadão inelegível e) Ser a infracção cometida por membro de assembleia de apuramento; Aquele que, não tendo capacidade eleitoral f) Ser a infracção cometida por passiva, dolosamente aceitar a sua candidatura candidato, mandatário ou delegado de é punido com prisão até 1 ano ou pena de multa candidatura. até 120 dias.

CAPÍTULO II Artigo 169.º Ilícito penal Falsas declarações

SECÇÃO I Quem prestar falsas declarações Disposições gerais relativamente às condições legais relativas à aceitação de candidaturas é punido com a pena Artigo 163.º de prisão até 1 ano ou pena de multa até 120 Tentativa dias.

A tentativa é sempre punível. Artigo 170.º Candidaturas simultâneas Artigo 164.º Pena acessória de suspensão de direitos Quem aceitar candidatura em mais de uma políticos lista concorrente ao mesmo órgão autárquico é punido com a pena de prisão até 1 ano ou pena À prática de crimes eleitorais pode de multa até 120 dias. corresponder, para além das penas especialmente previstas na presente lei, a Artigo 171.º aplicação da pena acessória de suspensão, de 6 Coacção constrangedora de candidatura meses a 5 anos, dos direitos consignados nos ou visando a desistência artigos 49.º e 50.º, no n.º 3 do artigo 52.º, no n.º 1 do artigo 124.º e no artigo 207.º da Quem, por meio de violência, ameaça de Constituição da República Portuguesa, atenta a violência ou de grave mal ou de ameaça relativa concreta gravidade do facto. a perda de emprego, constranger qualquer cidadão a não se candidatar ou a desistir da Artigo 165.º candidatura é punido com a pena de prisão de 2 Pena acessória de demissão anos ou a pena de multa de 240 dias.

À prática de crimes eleitorais por parte de SECÇÃO III funcionário ou de agente da Administração Crimes relativos à propaganda eleitoral Pública no exercício das suas funções pode corresponder, independentemente da medida da Artigo 172.º pena, a pena acessória de demissão, sempre Violação dos deveres de neutralidade e que o crime tiver sido praticado com flagrante e imparcialidade grave abuso das funções ou com manifesta e grave violação dos deveres que lhes são Quem, no exercício das suas funções, inerentes, atenta a concreta gravidade do facto. infringir os deveres de neutralidade ou imparcialidade a que esteja legalmente obrigado Artigo 166.º é punido com pena de prisão até 2 anos ou pena Direito de constituição como assistente de multa até 240 dias.

Qualquer partido político, coligação ou grupo Artigo 173.º de cidadãos concorrentes pode constituir-se Utilização indevida de denominação, sigla assistente nos processos penais relativos ao acto ou símbolo eleitoral. Quem, durante a campanha eleitoral, com o Artigo 167.º intuito de prejudicar ou injuriar, utilizar Responsabilidade disciplinar denominação, sigla ou símbolo de qualquer partido, coligação ou grupo de cidadãos é punido As infracções previstas nesta lei constituem com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa também faltas disciplinares quando cometidas até 120 dias. por funcionários ou agentes da Administração Pública, sujeitos a responsabilidade disciplinar.

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Artigo 174.º meses a 3 anos ou pena de multa não inferior a Violação da liberdade de reunião e 60 dias. manifestação SECÇÃO V 1 - Quem, por meio de violência ou Crimes relativos à votação e ao apuramento participação em tumulto, desordem ou vozearia, perturbar gravemente reunião, comício, Artigo 179.º manifestação ou desfile de propaganda é punido Fraude em acto eleitoral com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa até 120 dias. Quem, no decurso da efectivação da eleição: 2 - Quem, da mesma forma, impedir a a) Se apresentar fraudulentamente a realização ou prosseguimento de reunião, votar tomando a identidade de eleitor comício, manifestação ou desfile é punido com inscrito; ou pena de prisão até 2 anos ou pena de multa até b) Votar em mais de uma assembleia de 240 dias. voto, ou mais de uma vez na mesma

assembleia, ou em mais de um boletim Artigo 175.º de voto relativo ao mesmo órgão Dano em material de propaganda autárquico, ou actuar por qualquer

forma que conduza a um falso 1 - Quem roubar, furtar, destruir, rasgar, apuramento do escrutínio; ou desfigurar ou por qualquer forma inutilizar ou c) Falsear o apuramento, a publicação ou tornar inelegível, no todo ou em parte, material a acta oficial do resultado da votação; de propaganda eleitoral ou colocar por cima dele qualquer outro material é punido com pena de é punido com pena de prisão até dois anos ou prisão até 1 ano ou pena de multa até 120 dias. com pena de multa até 240 dias. 2 - Não são punidos os factos previstos no número anterior se o material tiver sido afixado Artigo 180.º em casa ou em estabelecimento de agente sem Violação do segredo de voto o consentimento deste. Quem em assembleia de voto ou nas suas Artigo 176.º imediações até 50 m: Desvio de correspondência a) Usar de coacção ou artifício O empregado dos correios que fraudulento de qualquer natureza ou se desencaminhar, retiver ou não entregar ao servir do seu ascendente sobre eleitor destinatário circular, cartazes ou outro meio de para obter a revelação do voto deste é propaganda é punido com pena de prisão de 6 punido com pena de prisão até 1 ano meses a 3 anos ou pena de multa de 60 a 360 ou com pena de multa até 120 dias; dias. b) Revelar como votou ou vai votar é punido com pena de multa até 60 dias; Artigo 177.º c) Der a outrem conhecimento do Propaganda na véspera e no dia da eleição sentido de voto de um eleitor é punido com pena de multa até 60 dias. 1 - Quem no dia da votação ou no anterior fizer propaganda eleitoral por qualquer meio é Artigo 181.º punido com pena de multa não inferior a 100 Admissão ou exclusão abusiva do voto dias. 2 - Quem no dia da votação fizer propaganda Os membros de mesa de assembleia de voto em assembleia de voto ou nas suas imediações que contribuírem para que seja admitido a votar até 50 m é punido com pena de prisão até 6 quem não tenha direito de sufrágio ou não o meses ou pena de multa não inferior a 60 dias. possa exercer nessa assembleia, bem como os que contribuírem para a exclusão de quem o SECÇÃO IV tiver, são punidos com pena de prisão até 2 Crimes relativos à organização do processo anos ou com pena de multa até 240 dias. de votação Artigo 182.º Artigo 178.º Não facilitação do exercício de sufrágio Desvio de boletins de voto Os responsáveis pelos serviços ou empresas Quem subtrair, retiver ou impedir a em actividade no dia da votação que recusarem distribuição de boletins de voto ou por qualquer aos respectivos funcionários ou trabalhadores outro meio contribuir para que estes não dispensa pelo tempo suficiente para que possam cheguem ao seu destino no tempo legalmente votar são punidos com pena de prisão até 1 ano estabelecido é punido com pena de prisão de 6 ou com pena de multa até 120 dias.

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Artigo 183.º Artigo 188.º Impedimento do sufrágio por abuso de Não assunção, não exercício ou abandono autoridade de funções em assembleia de voto ou de apuramento O agente de autoridade que, abusivamente, no dia da votação, sob qualquer pretexto, fizer Quem for designado para fazer parte de sair do seu domicílio ou retiver fora dele mesa de assembleia de voto ou como membro qualquer eleitor para que não possa votar é de assembleia de apuramento e, sem causa punido com pena de prisão até 2 anos ou com justificativa, não assumir, não exercer ou pena de multa até 240 dias. abandonar essas funções é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 Artigo 184.º dias. Abuso de funções Artigo 189.º O cidadão investido de poder público, o Não exibição da urna funcionário ou agente do Estado ou de outra pessoa colectiva pública e o ministro de qualquer O presidente de mesa de assembleia de voto culto que se sirvam abusivamente das funções que não exibir a urna perante os eleitores é ou do cargo para constranger ou induzir punido com pena de prisão até 1 ano ou com eleitores a votar ou a deixar de votar em pena de multa até 120 dias. determinado sentido são punidos com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 Artigo 190.º dias. Acompanhante infiel

Artigo 185.º Aquele que acompanhar ao acto de votar Coacção do eleitor eleitor afectado por doença ou deficiência física notórias e não garantir com fidelidade a Quem, por meio de violência, ameaça de expressão ou o sigilo de voto é punido com pena violência ou de grave mal, constranger eleitor a de prisão até 1 ano ou com pena de multa até votar, o impedir de votar ou o forçar a votar 120 dias. num certo sentido é punido com pena de prisão até 5 anos, se pena mais grave lhe não couber Artigo 191.º por força de outra disposição legal. Introdução fraudulenta de boletim na urna ou desvio da urna ou de boletim de voto Artigo 186.º Coacção relativa a emprego Quem fraudulentamente introduzir boletim de voto na urna antes ou depois do início da Quem aplicar ou ameaçar aplicar a um votação, se apoderar da urna com os boletins de cidadão qualquer sanção no emprego, voto nela recolhidos mas ainda não apurados ou nomeadamente o despedimento, ou o impedir se apoderar de um ou mais boletins de voto em ou ameaçar impedir de obter emprego a fim de qualquer momento, desde a abertura da que vote ou deixe de votar ou porque votou ou assembleia de voto até ao apuramento geral da não votou ou porque votou ou não votou em eleição, é punido com pena de prisão até 3 anos certo sentido ou ainda porque participou ou não ou com pena de multa até 360 dias. participou em campanha eleitoral é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa Artigo 192.º até 240 dias, sem prejuízo da nulidade da Fraudes da mesa da assembleia de voto e sanção e da automática readmissão no emprego, de apuramento se o despedimento tiver chegado a efectivar-se. O membro da mesa de assembleia de voto ou Artigo 187.º da assembleia de apuramento que apuser ou Fraude e corrupção de eleitor consentir que se aponha nota de descarga em eleitor que não votou ou que não a apuser em 1 - Quem, mediante artifício fraudulento, eleitor que tiver votado, que fizer leitura infiel de levar eleitor a votar, o impedir de votar, o levar boletim de voto, que diminuir ou aditar voto no a votar em certo sentido ou comprar ou vender apuramento ou que de qualquer modo falsear a voto é punido com pena de prisão até 1 ano ou verdade da eleição é punido com pena de prisão com pena de multa até 120 dias. até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. 2 - Nas mesmas penas incorre o eleitor aceitante de benefício proveniente de transacção do seu voto.

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Artigo 193.º Artigo 198.º Obstrução à fiscalização Não comparência de força de segurança

1 - Quem impedir a entrada ou a saída em O comandante de força de segurança que assembleia de voto ou de apuramento de injustificadamente deixar de cumprir os deveres qualquer delegado de partido ou coligação decorrentes do artigo 124.º é punido com pena interveniente em campanha eleitoral ou por de prisão até 1 ano ou com pena de multa até qualquer modo tentar opor-se a que exerça os 120 dias. poderes que lhe são conferidos pela presente lei, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com Artigo 199.º pena de multa até 120 dias. Falsificação de boletins, actas ou 2 - Se se tratar do presidente da mesa a documentos pena não será, em qualquer caso, inferior a 1 ano. Quem dolosamente alterar, ocultar, substituir, destruir ou suprimir, por qualquer Artigo 194.º modo, boletim de voto, acta de assembleia de Recusa de receber reclamações, protestos voto ou de apuramento ou qualquer documento ou contraprotestos respeitante a operações da eleição é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa O presidente da mesa de assembleia de voto até 240 dias. ou de apuramento que ilegitimamente se recusar a receber reclamação, protesto ou Artigo 200.º contraprotesto é punido com pena de prisão até Desvio de voto antecipado 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. O empregado do correio que desencaminhar, Artigo 195.º retiver ou não entregar à junta de freguesia voto Reclamação e recurso de má-fé antecipado, nos casos previstos nesta lei, é punido com pena de prisão até 2 anos ou com Aquele que, com má-fé, apresentar pena de multa até 240 dias. reclamação, recurso, protesto ou contraprotesto ou impugnar decisões dos órgãos eleitorais Artigo 201.º através de recurso manifestamente infundado é Falso atestado de doença ou deficiência punido com pena de multa até 100 dias. física

Artigo 196.º O médico que atestar falsamente doença ou Perturbação de assembleia de voto ou de deficiência física é punido com pena de prisão apuramento até 2 anos ou pena de multa até 240 dias.

1 - Quem, por meio de violência ou Artigo 202.º participando em tumulto, desordem ou vozearia, Agravação impedir ou perturbar gravemente a realização, o funcionamento ou o apuramento de resultados Quando com o facto punível concorram de assembleia de voto ou de apuramento é circunstâncias agravantes a moldura penal punido com pena de prisão até 5 anos. prevista na disposição aplicável é agravada de 2 - Quem entrar armado em assembleia de um terço nos seus limites mínimo e máximo. voto ou de apuramento, não pertencendo a força pública devidamente habilitada nos termos do CAPÍTULO III artigo 124.º, é punido com pena de prisão até 1 Ilícito de mera ordenação social ano ou com pena de multa de 120 dias. SECÇÃO I Artigo 197.º Disposições gerais Presença indevida em assembleia de voto ou de apuramento Artigo 203.º Órgãos competentes Quem durante as operações de votação ou de apuramento se introduzir na respectiva 1 - Compete à Comissão Nacional de assembleia sem ter direito a fazê-lo e se recusar Eleições, com recurso para a secção criminal do a sair, depois de intimidado a fazê-lo pelo Supremo Tribunal de Justiça, aplicar as coimas presidente, é punido com pena de prisão até 1 correspondentes a contra-ordenações praticadas ano ou com pena de multa até 120 dias. por partidos políticos, coligações ou grupos de cidadãos, por empresas de comunicação social, de publicidade, de sondagens ou proprietárias de salas de espectáculos.

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2 - Compete, nos demais casos, ao Artigo 207.º presidente da câmara municipal da área onde a Reuniões, comícios, manifestações ou contra-ordenação tiver sido praticada aplicar a desfiles ilegais respectiva coima, com recurso para o tribunal competente. Quem promover reuniões, comícios, 3 - Compete ao juiz da comarca, em processo manifestações ou desfiles em contravenção do instruído pelo Ministério Público, com recurso disposto na presente lei é punido com coima de para a secção criminal do Supremo Tribunal de 100000$00 a 500000$00. Justiça, aplicar as coimas correspondentes a contra-ordenações cometidas por eleitos locais Artigo 208.º no exercício das suas funções. Violação de regras sobre propaganda sonora ou gráfica SECÇÃO II Contra-ordenações relativas à organização Quem fizer propaganda sonora ou gráfica do processo eleitoral com violação do disposto na presente lei é punido com coima de 10000$00 a 100000$00. Artigo 204.º Propostas e candidaturas simultâneas Artigo 209.º Publicidade comercial ilícita 1 - As entidades proponentes que propuserem duas ou mais listas concorrentes Quem promover ou encomendar bem como a entre si à eleição do mesmo órgão autárquico empresa que fizer propaganda comercial com são punidas com coima de 200000$00 a violação do disposto na presente lei é punido 1000000$00. com coima de 1000000$00 a 3000000$00. 2 - Os partidos que proponham candidatura própria em concorrência com candidatura Artigo 210.º proposta por coligação de que façam parte são Violação dos deveres dos canais de rádio punidos com a coima de 200000$00 a 1000000$00. O não cumprimento dos deveres impostos pelo 3 - Os cidadãos que propuserem listas artigo 57.º e pelo n.º 4 do artigo 60.º constitui concorrentes entre si ao mesmo órgão contra-ordenação, sendo cada infracção punível autárquico são punidos com a coima de com coima de 500000$00 a 3000000$00. 20000$00 a 200000$00. 4 - Quem aceitar ser proposto como candidato em duas ou mais listas com violação Artigo 211.º do disposto no n.º 7 do artigo 16.º é punido com Não registo de emissão correspondente ao a coima de 100000$00 a 500000$00. exercício do direito de antena

Artigo 205.º O canal de rádio que não registar ou não Violação do dever de envio ou de entrega arquivar o registo de emissão correspondente ao atempada de elementos exercício do direito de antena é punido com coima de 200000$00 a 500000$00. 1 - Quem, tendo a incumbência do envio ou entrega, em certo prazo, de elementos Artigo 212.º necessários à realização das operações de Violação de deveres das publicações votação, não cumprir a obrigação no prazo legal informativas é punido com coima de 200000$00 a 500000$00. A empresa proprietária de publicação 2 - Quem, tendo a incumbência referida no informativa que não proceder às comunicações número anterior, não cumprir a respectiva relativas a campanha eleitoral previstas na obrigação em termos que perturbem o presente lei ou que não der tratamento desenvolvimento normal do processo eleitoral é igualitário às diversas candidaturas é punida punido com coima de 500000$00 a com coima de 200000$00 a 2000000$00. 1000000$00. Artigo 213.º SECÇÃO III Não cumprimento de deveres pelo Contra-ordenações relativas à propaganda proprietário de salas de espectáculo eleitoral O proprietário de salas de espectáculo, ou Artigo 206.º aqueles que as explorem que não cumprirem os Campanha anónima deveres impostos pelos artigos 64.º e 65.º, é punido com coima de 200000$00 a 500000$00. Quem realizar actos de campanha eleitoral não identificando a respectiva candidatura é punido com coima de 100000$00 a 500000$00.

592 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 214.º SECÇÃO VI Cedência de meios específicos de campanha Outras contra-ordenações

Quem ceder e quem beneficiar da cedência Artigo 219.º de direitos de utilização de meios específicos de Violação do dever de dispensa de funções campanha é punido com coima de 200000$00 a 500000$00. Quem violar o dever de dispensa de funções ou actividades nos casos impostos pela presente SECÇÃO IV lei é punido com coima de 100000$00 a Contra-ordenações relativas à organização 500000$00, se outra sanção não estiver do processo de votação especialmente prevista.

Artigo 215.º TÍTULO X Não invocação de impedimento Mandato dos órgãos autárquicos

Aquele que não assumir funções de membro CAPÍTULO I de mesa de assembleia de voto, tendo causa Mandato dos órgãos justificativa do impedimento, e que, com dolo ou negligência, não a haja invocado, podendo fazê- Artigo 220.º lo, até três dias antes da eleição ou, Duração do mandato posteriormente, logo após a ocorrência ou conhecimento do facto impeditivo, é punido com 1 - O mandato dos órgãos autárquicos é de coima de 20000$00 a 100000$00. quatro anos, sem prejuízo da respectiva dissolução, nos casos e nos termos previstos na SECÇÃO V lei, ressalvado o disposto no artigo 235.º Contra-ordenações relativas à votação e ao 2 - Em caso de dissolução, o órgão apuramento autárquico resultante de eleições intercalares completa o mandato do anterior. Artigo 216.º Não abertura de serviço público Artigo 221.º Incompatibilidades com o exercício do O membro de junta de freguesia e o mandato responsável por centro de saúde ou local equiparado que não abrir os respectivos serviços 1 - É incompatível, dentro da área do mesmo no dia da realização da eleição é punido com município, o exercício simultâneo de funções coima de 10000$00 a 200000$00. autárquicas nos seguintes órgãos:

a) Câmara municipal e junta de Artigo 217.º freguesia; Não apresentação de membro de mesa de b) Câmara municipal e assembleia de assembleia de voto à hora legalmente freguesia; fixada c) Câmara municipal e assembleia

municipal. O membro de mesa de assembleia de voto que não se apresentar no local do seu 2 - O exercício de funções nos órgãos funcionamento até uma hora antes da hora autárquicos é incompatível com o desempenho marcada para o início das operações é punido efectivo dos cargos ou funções de: com coima de 10000$00 a 50000$00. a) Representante da República, nas Artigo 218.º Regiões Autónomas; (Redacção dada Não cumprimento de formalidades por pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de membro de mesa de assembleia de voto ou novembro) de assembleia de apuramento b) Dirigente na Direcção-Geral do Tribunal de Contas, na Inspecção-Geral O membro de mesa de assembleia de voto ou de Finanças e na Inspecção-Geral da de apuramento que não cumprir ou deixar de Administração do Território; cumprir, por negligência, formalidades c) (Revogada) (Redacção dada pela Lei legalmente previstas na presente lei é punido Orgânica n.º 1/2011, de 30 de com coima de 10000$00 a 50000$00. novembro) d) Dirigente e técnico superior nos serviços da Comissão Nacional de Eleições e do Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral.

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3 - O exercício de funções nos órgãos Artigo 224.º executivos das autarquias locais é incompatível Composição da comissão administrativa com o exercício das funções de membro de governo da República ou de governo das 1 - A comissão administrativa a designar nos Regiões Autónomas. termos do n.º 1 do artigo anterior é composta 4 - O cidadão que se encontrar, após a por três membros, no caso de freguesia, e por eleição ou designação, em alguma das situações cinco membros, no caso de município. previstas nos números anteriores tem de optar 2 - Na designação dos membros da comissão pela renúncia a uma das duas funções administrativa devem ser tomados em autárquicas executivas ou pela suspensão das consideração os últimos resultados eleitorais funções deliberativas ou de optar entre a função verificados na eleição do órgão deliberativo em autárquica e a outra. causa. 5 - É igualmente incompatível com o exercício de funções autárquicas a condenação, CAPÍTULO III por sentença transitada em julgado, em pena Instalação dos órgãos privativa de liberdade, durante o período do respectivo cumprimento. Artigo 225.º 6 - Quando for o caso e enquanto a Instalação dos órgãos eleitos incompatibilidade durar, o membro do órgão autárquico é substituído pelo cidadão 1 - Compete ao presidente do órgão imediatamente a seguir na ordem da respectiva deliberativo cessante ou ao cidadão melhor lista. posicionado na lista vencedora, nos termos da lei, proceder à convocação dos candidatos CAPÍTULO II eleitos, para o acto de instalação do órgão, nos Eleições intercalares cinco dias subsequentes ao apuramento definitivo dos resultados eleitorais. Artigo 222.º 2 - A instalação do órgão é feita, pela Regime entidade referida no número anterior, até ao 20.º dia posterior ao apuramento definitivo dos 1 - As eleições intercalares a que haja lugar resultados eleitorais e é precedida da verificação realizam-se dentro dos 60 dias posteriores ao da da identidade e legitimidade dos eleitos a verificação do facto de que resultam, salvo efectuar pelo responsável pela instalação. disposição especial em contrário. 2 - Cabe ao membro do Governo responsável TÍTULO XI pela tutela das autarquias locais a marcação do Disposições transitórias e finais dia de realização das eleições intercalares. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, Artigo 226.º de 15 de dezembro) Certidões 3 - Não há lugar à realização de eleições intercalares nos seis meses anteriores ao termo São obrigatoriamente passadas, a do prazo em que legalmente devem ter lugar requerimento de qualquer interessado, no prazo eleições gerais para os órgãos autárquicos nem de três dias: nos seis meses posteriores à realização destas. a) As certidões necessárias para

instrução do processo de apresentação Artigo 223.º de candidaturas; Comissão administrativa b) As certidões de apuramento geral.

1 - Sempre que haja lugar à realização de Artigo 227.º eleições intercalares é nomeada uma comissão Isenções administrativa, cuja designação cabe ao membro do Governo responsável pela área da São isentos de quaisquer taxas ou administração interna, no caso de município ou emolumentos, do imposto do selo e do imposto freguesia. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º de justiça, conforme os casos: 3/2010, de 15 de dezembro) 2 - Até à designação referida no número a) As certidões a que se refere o artigo anterior, o funcionamento do órgão executivo, anterior; quanto aos assuntos inadiáveis e correntes, é b) Todos os documentos destinados a assegurado pelos seus membros em exercício, instruir quaisquer reclamações, constituídos automaticamente em comissão protestos ou contraprotestos nas administrativa presidida pelo membro melhor assembleias eleitorais ou de posicionado na lista mais votada. apuramento geral, bem como quaisquer reclamações ou recursos previstos na lei;

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c) Os reconhecimentos notariais em Artigo 231.º documentos para fins eleitorais; Direito subsidiário d) As procurações forenses a utilizar em reclamações e recursos previstos na Em tudo o que não estiver regulado na presente lei, devendo as mesmas presente lei aplica-se aos actos que impliquem especificar o fim a que se destinem; intervenção de qualquer tribunal o disposto no e) Quaisquer requerimentos, incluindo os Código de Processo Civil quanto ao processo judiciais, relativos ao processo declarativo, com excepção dos n.os 4 e 5 do eleitoral. artigo 145.º

Artigo 228.º Artigo 232.º Prazos especiais Funções atribuídas aos governos civis

No caso de realização de eleições (Revogado) (Redacção dada pela Lei intercalares, os prazos em dias previstos na Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro)) presente lei são reduzidos em 25%, com arredondamento para a unidade superior. Artigo 233.º Funções atribuídas ao presidente da Artigo 229.º câmara municipal Termo de prazos Quando as funções do órgão executivo 1 - Os prazos previstos na presente lei são municipal forem desempenhadas por uma contínuos. comissão administrativa, cabem ao presidente 2 - Quando qualquer acto processual previsto desta as funções autárquicas atribuídas ao na presente lei envolva a intervenção de presidente da câmara municipal pela presente entidades ou serviços públicos, o termo dos lei. prazos respectivos considera-se referido ao termo do horário normal dos competentes Artigo 234.º serviços ou repartições. Listas dos eleitos 3 - Para efeitos do disposto no artigo 20.º, as secretarias judiciais terão o seguinte horário, 1 - O presidente da câmara municipal remete aplicável a todo o País: ao Secretariado Técnico dos Assuntos para o Das 9 horas e 30 minutos às 12 horas e 30 Processo Eleitoral os nomes e demais elementos minutos; de identificação dos cidadãos eleitos e Das 14 às 18 horas. respectivos cargos, no prazo de 30 dias após a eleição. Artigo 230.º 2 - As alterações posteriores ocorridas na Acerto das datas das eleições composição dos órgãos autárquicos devem ser igualmente comunicadas pelo presidente da O próximo mandato autárquico cessa, câmara no prazo de 30 dias após a sua excepcionalmente, na data da instalação dos verificação. órgãos autárquicos subsequente às eleições a realizar no prazo estabelecido no n.º 2 do artigo Artigo 235.º 15.º do ano de 2005. Aplicação

O disposto no n.º 2 do artigo 15.º aplica-se a partir das segundas eleições gerais, inclusive, posteriores à entrada em vigor da presente lei.

ANEXO

Recibo comprovativo do voto antecipado

Para os efeitos da lei eleitoral para os órgãos das autarquias locais se declara que ... (nome do cidadão eleitor), residente em ..., portador do bilhete de identidade n.º ..., passado pelo Arquivo de Identificação de ..., em ..., inscrito na assembleia de voto (ou secção de voto) de ..., com o n.º ..., exerceu antecipadamente o seu direito de voto no dia ... de ... de ... O Presidente da Câmara Municipal de ...... (assinatura).

595 Autarquias Locais - Legislação Nacional

2 - São revogados os Decretos-Leis n. os 701-A/76, de 29 de Setembro, e 701-B/76, de 29 de Setembro, e todas as disposições que os alteraram. 3 - São igualmente revogadas outras normas que disponham em contrário com o estabelecido na presente lei.

596 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei Orgânica n.º 3/2006, de 21 de Agosto b) A sua divulgação através do sítio na Lei da paridade: estabelece que as listas Internet da Comissão Nacional de para a Assembleia da República, para o Eleições com a indicação referida na Parlamento Europeu e para as autarquias alínea anterior; locais são compostas de modo a assegurar c) A redução do montante de a representação mínima de 33% de cada subvenções públicas para as um dos sexos. campanhas eleitorais nos termos da (Com as alterações introduzidas pela Declaração presente lei. de Retificação n.º 71/2006, de 4 de outubro) Artigo 5.º A Assembleia da República decreta, nos Deveres de divulgação termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, a lei orgânica seguinte: As listas que, não respeitando a paridade tal como definida nesta lei, não sejam objecto da Artigo 1.º correcção prevista no artigo 3.º são afixadas à Listas de candidaturas porta do edifício do tribunal respectivo com a indicação de que contêm irregularidades nos As listas de candidaturas apresentadas para a termos da lei da paridade e comunicadas, no Assembleia da República, para o Parlamento prazo de quarenta e oito horas, à Comissão Europeu e para as autarquias locais são Nacional de Eleições. compostas de modo a promover a paridade entre homens e mulheres. Artigo 6.º Divulgação na Internet pela Comissão Artigo 2.º Nacional de Eleições Paridade 1 - A Comissão Nacional de Eleições 1 - Entende-se por paridade, para efeitos de assegura, no prazo de quarenta e oito horas aplicação da presente lei, a representação após a recepção da comunicação prevista no mínima de 33,3% de cada um dos sexos nas artigo anterior, a divulgação através do seu sítio listas. na Internet das listas de candidatura que não 2 - Para cumprimento do disposto no número respeitem a paridade tal como definida nesta lei. anterior, as listas plurinominais apresentadas 2 - As listas de candidatura divulgadas nos não podem conter mais de dois candidatos do termos do número anterior são agrupadas sob a mesmo sexo colocados, consecutivamente, na identificação dos respectivos proponentes. ordenação da lista. 3 - Nas eleições em que haja círculos Artigo 7.º uninominais, a lei eleitoral respectiva estabelece Redução da subvenção para as campanhas mecanismos que assegurem a representação eleitorais mínima de cada um dos sexos prevista no n.º 1. 4 - Excepciona-se do disposto no n.º 1 a 1 - Se violarem o disposto no n.º 1 do artigo composição das listas para os órgãos das 2.º, os partidos, coligações ou grupos de freguesias com 750 ou menos eleitores e para os eleitores, conforme o caso, sofrem uma redução órgãos dos municípios com 7500 ou menos na participação nos 80% ou 75% da subvenção eleitores. pública para as campanhas eleitorais previstas, respectivamente, nos n.os 1 e 3 do artigo 18.º Artigo 3.º da Lei n.º 19/2003, de 20 de Junho, nos Notificação do mandatário seguintes termos: (Nos termos da Declaração de Retificação n.º 71/2006, de 4 de outubro, n.º 1, No caso de uma lista não observar o disposto onde se lê «eleitorais previstas» deve ler-se na presente lei, o mandatário é notificado, nos «eleitorais previstos». termos fixados na lei eleitoral aplicável, para a) Se um dos sexos estiver representado proceder à sua correcção no prazo estabelecido na lista de candidatura em na mesma lei. percentagem inferior a 20%, é

reduzida a participação naquela Artigo 4.º subvenção pública em 50%; Efeitos da não correcção das listas b) Se um dos sexos estiver representado

na lista de candidatura em A não correcção das listas de candidatura nos percentagem igual ou superior a 20% e prazos previstos na respectiva lei eleitoral inferior a 33,3%, é reduzida a determina: participação naquela subvenção pública a) A afixação pública das listas com a em 25%. indicação da sua desconformidade à presente lei;

597 Autarquias Locais - Legislação Nacional

2 - O disposto no número anterior não se aplica a listas com um número de candidatos inferior a três. 3 - Se violarem o disposto no n.º 2 do artigo 2.º, os partidos, coligações ou grupos de eleitores, conforme o caso, sofrem uma redução de 50% na participação nos 80% ou 75% de subvenção pública para as campanhas eleitorais a que teriam direito nos termos dos n.os 1 e 3 do artigo 18.º da Lei n.º 19/2003, de 20 de Junho. 4 - Nas eleições para a Assembleia da República, os resultados eleitorais obtidos pelo partido no círculo eleitoral onde houve incumprimento dos n.os 1 e 2 do artigo 2.º são abatidos aos resultados eleitorais nacionais, em percentagem equivalente à da redução da subvenção pública para campanhas eleitorais calculada de acordo com o disposto nos números anteriores. 5 - Nas eleições para os órgãos do município e da freguesia, havendo diferentes tipos e graus de incumprimento das listas apresentadas por um partido, coligação ou grupo de eleitores para os diversos órgãos, é tomada como referência a lista que pela aplicação dos critérios dos números anterior implica uma redução maior da subvenção pública para as campanhas eleitorais. (Nos termos da Declaração de Retificação n.º 71/2006, de 4 de outubro, n o n.º 5, onde se lê «números anterior» deve ler-se «números anteriores») Artigo 8.º Reapreciação

Decorridos cincos anos sobre a entrada em vigor da presente lei, a Assembleia da República avalia o seu impacte na promoção da paridade entre homens e mulheres e procede à sua revisão de acordo com essa avaliação. ( Nos termos da Declaração de Retificação n.º 71/2006, de 4 de outubro, no artigo 8.º, onde se lê «Decorridos cincos anos» deve ler-se «Decorridos cinco anos» e onde se lê «impacte na promoção» deve ler-se «impacto na promoção».)

598 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 22/99, de 21 de Abril 2 - O número de agentes eleitorais a recrutar Regula a criação de bolsas de agentes por freguesia dependerá, cumulativamente: eleitorais e a compensação dos membros a) Do número de mesas a funcionar em das mesas das assembleias ou secções de cada uma das freguesias que integram voto em actos eleitorais e referendários. o respectivo município; (Com as alterações introduzidas pela Lei n.º Lei b) Do número de membros necessários n.º 18/2014, de 10 de abril) para cada mesa, acrescido do dobro. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da 3 - Os candidatos à bolsa devem inscrever- Constituição, para valer como lei geral da se, mediante o preenchimento do boletim de República, o seguinte: inscrição anexo à presente lei, junto da câmara municipal ou da junta de freguesia da sua CAPÍTULO I circunscrição até ao 15.º dia posterior à Da constituição de bolsas de agentes publicitação do edital referido no n.º 1 do eleitorais presente artigo.

Artigo 1.º Artigo 5.º Objecto Processo de selecção

A presente lei regula a criação de bolsas de 1 - Cada câmara municipal constituirá uma agentes eleitorais, com vista a assegurar o bom comissão não permanente, integrada pelo seu funcionamento das mesas das assembleias ou presidente, pelo presidente da junta de secções de voto nos actos eleitorais ou freguesia respectiva e por um representante de referendários, bem como o recrutamento, cada um dos grupos políticos com assento na designação e compensação dos seus membros. assembleia municipal, que ordenará os candidatos de acordo com os critérios fixados no Artigo 2.º presente artigo. Designação dos membros das mesas 2 - Os candidatos são ordenados em função do nível de habilitações literárias detidas. 1 - A designação dos membros das mesas 3 - Em caso de igualdade de classificação das assembleias ou secções de voto faz-se nos preferirá o candidato mais jovem. termos previstos na legislação que enquadra os 4 - A comissão procederá à elaboração da respectivos actos eleitorais. acta da lista de classificação final, que será 2 - Nas secções de voto em que o número de publicitada em edital à porta da câmara cidadãos seleccionados nos termos gerais com municipal e das juntas de freguesia e noutros vista a integrar as respectivas mesas seja locais que se julguem convenientes. insuficiente, os membros das mesas serão 5 - A acta da lista de classificação final nomeados de entre os cidadãos inscritos na mencionará, obrigatoriamente, a aplicação a bolsa de agentes eleitorais da respectiva cada candidato dos critérios de selecção freguesia. referidos no presente artigo.

Artigo 3.º Artigo 6.º Agentes eleitorais Formação cívica em processo eleitoral

1 - Em cada freguesia é constituída uma O Secretariado Técnico dos Assuntos para o bolsa integrada por cidadãos aderentes ao Processo Eleitoral ministrará aos agentes programa «Agentes eleitorais» e que se eleitorais, após a integração na bolsa, formação encontrem inscritos no recenseamento eleitoral em matéria de processo eleitoral, da sua circunscrição. nomeadamente no âmbito das funções a 2 - Os agentes eleitorais exercem funções de desempenhar pelas mesas das assembleias membros das mesas das assembleias ou secções eleitorais. de voto nos actos eleitorais ou referendários. Artigo 7.º Artigo 4.º Processo de designação dos agentes Recrutamento pelas câmaras municipais eleitorais

1 - As câmaras municipais, com a 1 - Os agentes eleitorais designados para colaboração das juntas de freguesia, promovem acto eleitoral ou referendário são notificados, a constituição das bolsas através do pelo presidente da câmara municipal, até 12 recrutamento dos agentes eleitorais, cujo dias antes da realização do sufrágio, com a anúncio será publicitado por edital, afixado à identificação da mesa a integrar. porta da câmara municipal e das juntas de 2 - Da composição das mesas é elaborada freguesia, e por outros meios considerados lista, que é publicada, em edital, à porta da adequados. câmara municipal e das juntas de freguesia.

599 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 8.º ANEXO Substituições em dia de eleição ou referendo Boletim de inscrição para candidatos à bolsa de agentes eleitorais 1 - Se não tiver sido possível constituir a mesa sessenta minutos após a hora marcada 1 - ... (nome completo do cidadão). para a abertura da assembleia ou secção de voto 2 - ... (idade). por não estarem presentes os membros 3 - Residência: indispensáveis ao seu funcionamento, o Freguesia: ... presidente da junta de freguesia designa os Concelho: ... substitutos dos membros ausentes de entre os Rua/lugar: ... agentes eleitorais da correspondente bolsa. Número: ... 2 - Se, apesar de constituída a mesa, se Andar: ... verificar a falta de um dos seus membros, o Código postal: ... presidente substitui-o por qualquer eleitor 4 - Bilhete de identidade: pertencente à bolsa de agentes eleitorais. Número: ... 3 - Se não for possível designar agentes Arquivo de identificação: ... eleitorais, o presidente da junta de freguesia Data de nascimento: ... nomeará o substituto do membro ou membros 5 - Cartão de eleitor: ausentes de entre quaisquer eleitores dessa Número de inscrição: ... freguesia, mediante acordo da maioria dos Unidade geográfica de recenseamento: restantes membros da mesa e dos ... representantes dos partidos, das candidaturas e, 6 - Habilitações literárias: ... no caso do referendo, dos partidos e dos grupos ... (assinatura do cidadão). de cidadãos que estiverem presentes. Confirmação das declarações pela câmara 4 - Substituídos os faltosos, ficam sem efeito municipal ou junta de freguesia: as anteriores nomeações, e os seus nomes são Confirmo os elementos constantes dos n. os 1, comunicados pelo presidente da mesa ao 2, 4, 5 e 6. presidente da câmara municipal. ... (assinatura). ... (data). CAPÍTULO II Da compensação dos membros das mesas É obrigatória a apresentação do bilhete de identidade e do cartão de eleitor. Artigo 9.º Compensação dos membros das mesas

1 - Aos membros das mesas é atribuída uma gratificação no montante de € 50, atualizada com base na taxa de inflação, calculada a partir do índice de preços no consumidor, sem habitação, divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística, I. P., relativa ao ano civil anterior, produzindo efeitos no primeiro dia do mês seguinte ao da referida divulgação. (Redação dada pela Lei n.º Lei n.º 18/2014, de 10 de abril). 11 2 - A gratificação referida no número anterior fica isenta de tributação.

Artigo 10.º Pagamento de despesas

As despesas com a compensação dos membros das mesas são suportadas por verba inscrita no orçamento do Ministério da Administração Interna, que efectuará as necessárias transferências para os municípios.

11 Nota : Nos termos do artigo 3.º da Lei n.º Lei n.º 18/2014, de 10 de abril, a primeira atualização do montante atribuído os membros das mesas, nos termos do artigo 9.º da Lei n.º 22/99, de 21 de abril, é realizada em 2015 .

600 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 26/99, de 3 de Maio Alarga a aplicação dos princípios reguladores da propaganda e a obrigação da neutralidade das entidades públicas à data da marcação das eleições ou do referendo.

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 61.º da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte:

Artigo 1.º Âmbito de aplicação

O regime previsto na presente lei é aplicável desde a publicação do decreto que marque a data do acto eleitoral ou do referendo.

Artigo 2.º Igualdade de oportunidades

Os partidos ou coligações e os grupos de cidadãos, tratando-se de acto eleitoral, os candidatos e os partidos políticos ou coligações que os propõem, tratando-se de referendo, têm direito a efectuar livremente e nas melhores condições a sua propaganda, devendo as entidades públicas e privadas proporcionar-lhes igual tratamento, salvo as excepções previstas na lei.

Artigo 3.º Neutralidade e imparcialidade das entidades públicas

1 - Os órgãos do Estado, das Regiões Autónomas e das autarquias locais, das demais pessoas colectivas de direito público, das sociedades de capitais públicos ou de economia mista e das sociedades concessionárias de serviços públicos, de bens do domínio público ou de obras públicas, bem como, nessa qualidade, os respectivos titulares, não podem intervir directa ou indirectamente em campanha eleitoral ou para referendo, nem praticar quaisquer actos que favoreçam ou prejudiquem uma posição em detrimento ou vantagem de outra ou outras, devendo assegurar a igualdade de tratamento e a imparcialidade em qualquer intervenção nos procedimentos eleitorais ou referendários. 2 - Os funcionários e agentes das entidades referidas no número anterior observam, no exercício das suas funções, rigorosa neutralidade perante as diversas posições, bem como perante os diversos partidos e grupos de cidadãos eleitores. 3 - É vedada a exibição de símbolos, siglas, autocolantes ou outros elementos de propaganda por titulares de órgãos, funcionários e agentes das entidades referidas no n.º 1 durante o exercício das suas funções.

601 Autarquias Locais - Legislação Nacional

602 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 46/2005, de 29 de Agosto Estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º Limitação de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais

1 - O presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia só podem ser eleitos para três mandatos consecutivos, salvo se no momento da entrada em vigor da presente lei tiverem cumprido ou estiverem a cumprir, pelo menos, o 3.º mandato consecutivo, circunstância em que poderão ser eleitos para mais um mandato consecutivo. 2 - O presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia, depois de concluídos os mandatos referidos no número anterior, não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido. 3 - No caso de renúncia ao mandato, os titulares dos órgãos referidos nos números anteriores não podem candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quadriénio imediatamente subsequente à renúncia.

Artigo 2.º Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2006.

603 Autarquias Locais - Legislação Nacional

604 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Declaração n.º 10/2001, de 13 de Setembro

Torna públicos os países a cujos cidadãos é reconhecida capacidade eleitoral activa e passiva em Portugal nas eleições dos órgãos das autarquias locais

Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna

Declaração n.º 10/2001

Em cumprimento do disposto nos artigos 2.º, n.º 2, e 5.º, n.º 2, e no artigo 1.º, n.º 1, da Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de Agosto, torna-se público que são os seguintes os países a cujos cidadãos é reconhecida capacidade eleitoral activa e passiva em Portugal nas eleições dos órgãos das autarquias locais:

1) Capacidade eleitoral activa:

a) Países da União Europeia; b) Brasil e Cabo Verde; c) Argentina, Chile, Estónia, Israel, Noruega, Peru, Uruguai e Venezuela.

2) Capacidade eleitoral passiva:

a) Países da União Europeia; b) Brasil e Cabo Verde; c) Peru e Uruguai.

605 Autarquias Locais - Legislação Nacional

606

ELEITOS LOCAIS

Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 29/87, de 30 de Junho participação em actos relacionados com as suas ESTATUTO DOS ELEITOS LOCAIS funções de eleitos, designadamente em reuniões (Com as alterações introduzidas pelas Leis n. os dos órgãos e comissões a que pertencem ou em 97/89, de 15 de dezembro, 1/91, de 10 de actos oficiais a que devem comparecer. janeiro, 11/91, de 17 de maio, 11/96, de 18 de 5 - As entidades empregadoras dos eleitos abril, 127/97, de 11 de dezembro, 50/99, de 24 locais referidos nos n.os 2, 3 e 4 do presente de junho, 86/2001, de 10 de agosto, 22/2004, artigo têm direito à compensação dos encargos de 17 de junho, 52-A/2005, de 10 de outubro, resultantes das dispensas. que a republica e 53-F/2006, de 26 de 6 - Todas as entidades públicas e privadas dezembro) estão sujeitas ao dever geral de cooperação para com os eleitos locais no exercício das suas Artigo 1.º funções. Âmbito Artigo 3.º 1 - A presente lei define o Estatuto dos Exclusividade e incompatibilidades Eleitos Locais. 2 - Consideram-se eleitos locais, para efeitos 1 - Os presidente e vereadores de câmaras da presente lei, os membros dos órgãos municipais, mesmo em regime de permanência, deliberativos e executivos dos municípios e das podem exercer outras actividades, devendo freguesias. comunicá-las, quando de exercício continuado, quanto à sua natureza e identificação, ao Artigo 2.º Tribunal Constitucional e à assembleia Regime do desempenho de funções municipal, na primeira reunião desta a seguir ao início do mandato ou previamente à entrada em 1 - Desempenham as respectivas funções em funções nas actividades não autárquicas. regime de permanência os seguintes eleitos 2 - O disposto no número anterior não revoga locais: os regimes de incompatibilidades e impedimentos previstos noutras leis para o a) Presidentes das câmaras municipais; exercício de cargos ou actividades profissionais. b) Vereadores, em número e nas 3 - Não perdem o mandato os funcionários da condições previstos na lei. administração central, regional e local que, c) Membros das juntas de freguesia em durante o exercício de permanência, forem regime de tempo inteiro. colocados, por motivos de admissão ou 2 - A câmara municipal poderá optar pela promoção, nas situações de inelegibilidade existência de vereadores em regime de meio previstas na alínea h) do n.º 1 do artigo 6.º e tempo, correspondendo dois vereadores em nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 7.º da Lei regime de meio tempo a um vereador em Orgânica n.º 1/2001, de 14 de Agosto. regime de permanência. 3 - Os membros de órgãos executivos que Artigo 4.º não exerçam as respectivas funções em regime Deveres de permanência ou de meio tempo serão dispensados das suas actividades profissionais, No exercício das suas funções, os eleitos mediante aviso antecipado à entidade locais estão vinculados ao cumprimento dos empregadora, para o exercício de actividades no seguintes princípios: respectivo órgão, nas seguintes condições: a) Em matéria de legalidade e direitos a) Nos municípios: os vereadores, até dos cidadãos: trinta e duas horas mensais cada um; i) Observar escrupulosamente as b) Nas freguesias de 20000 ou mais normas legais e regulamentares eleitores: o presidente da junta, até aplicáveis aos actos por si trinta e duas horas mensais, e dois praticados ou pelos órgãos a que membros, até vinte e quatro horas; pertencem; c) Nas freguesias com mais de 5000 e ii) Cumprir e fazer cumprir as até 20000 eleitores: o presidente da normas constitucionais e legais junta, até trinta e duas horas mensais, relativas à defesa dos interesses e e dois membros, até dezasseis horas; direitos dos cidadãos no âmbito d) Nas restantes freguesias: o presidente das suas competências; da junta, até trinta e duas horas, e um iii) Actuar com justiça e membro, até dezasseis horas. imparcialidade; 4 - Os membros dos órgãos deliberativos e b) Em matéria de prossecução do consultivos são dispensados das suas funções interesse público: profissionais, mediante aviso antecipado à entidade empregadora, quando o exija a sua

609 Autarquias Locais - Legislação Nacional

i) Salvaguardar e defender os h) A passaporte especial, quando em interesses públicos do Estado e da representação da autarquia; respectiva autarquia; i) A cartão especial de identificação; ii) Respeitar o fim público dos j) A viatura municipal, quando em poderes em que se encontram serviço da autarquia; investidos; l) A protecção em caso de acidente; iii) Não patrocinar interesses m) A solicitar o auxílio de quaisquer particulares, próprios ou de autoridades, sempre que o exijam os terceiros, de qualquer natureza, interesses da respectiva autarquia quer no exercício das suas local; funções, quer invocando a n) À protecção conferida pela lei penal qualidade de membro de órgão aos titulares de cargos públicos; autárquico; o) A apoio nos processos judiciais que iv) Não intervir em processo tenham como causa o exercício das administrativo, acto ou contrato respectivas funções; de direito público ou privado nem p) A uso e porte de arma de defesa; participar na apresentação, q) Ao exercício de todos os direitos discussão ou votação de assuntos previstos na legislação sobre protecção em que tenha interesse ou à maternidade e à paternidade; intervenção, por si ou como r) A subsídio de refeição, a abonar nos representante ou gestor de termos e quantitativos fixados para a negócios de outra pessoa, ou em Administração Pública. que tenha interesse ou 2 - Os direitos referidos nas alíneas a), b), e), intervenção em idênticas f), p), q) e r) do número anterior apenas são qualidades o seu cônjuge, parente concedidos aos eleitos em regime de ou afim em linha recta ou até ao permanência. 2.º grau da linha colateral, bem 3 - O direito referido na alínea h) do n.º 1 é como qualquer pessoa com quem exclusivo dos presidentes das câmaras viva em economia comum; municipais e dos seus substitutos legais. v) Não celebrar com a autarquia

qualquer contrato, salvo de Artigo 6.º adesão; Remunerações dos eleitos locais em regime vi) Não usar, para fins de interesse de permanência próprio ou de terceiros,

informações a que tenha acesso 1 - Os eleitos locais em regime de no exercício das suas funções; permanência têm direito a remuneração mensal, c) Em matéria de funcionamento dos bem como a dois subsídios extraordinários, de órgãos de que sejam titulares: montante igual àquela, em Junho e Novembro. 2 - O valor base das remunerações dos i) Participar nas reuniões ordinárias presidentes das câmaras municipais é fixado por e extraordinárias dos órgãos referência ao vencimento base atribuído ao autárquicos; Presidente da República, de acordo com os ii) Participar em todos os índices seguintes, arredondado para a unidade organismos onde estão em de euro imediatamente superior: representação do município ou da freguesia. a) Municípios de Lisboa e Porto - 55%; b) Municípios com 40000 ou mais Artigo 5.º eleitores - 50%; Direitos c) Municípios com mais de 10000 e menos de 40000 eleitores - 45%; 1 - Os eleitos locais têm direito: d) Restantes municípios - 40%.

a) A uma remuneração ou compensação 3 - As remunerações e subsídios mensal e a despesas de representação; extraordinários dos vereadores em regime de b) A dois subsídios extraordinários permanência correspondem a 80% do montante anuais; do valor base da remuneração a que tenham c) A senhas de presença; direito os presidentes dos respectivos órgãos. d) A ajudas de custo e subsídio de 4 - Os eleitos locais em regime de transporte; permanência nas câmaras municipais têm direito e) À segurança social; às despesas de representação correspondentes a f) A férias; 30% das respectivas remunerações no caso do g) A livre circulação em lugares públicos presidente e 20% para os vereadores, as quais de acesso condicionado, quando em serão pagas 12 vezes por ano. exercício das respectivas funções;

610 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 7.º Artigo 9.º Regime de remunerações dos eleitos locais Abonos aos titulares das juntas de em regime de permanência freguesia

1 - As remunerações fixadas no artigo (Revogado pela Lei n.º 11/96, de 18 de abril) anterior são atribuídas do seguinte modo: Artigo 10.º a) Aqueles que exerçam exclusivamente Senhas de presença funções autárquicas, ou em

acumulação com o desempenho não 1 - Os eleitos locais que não se encontrem remunerado de funções privadas, em regime de permanência ou de meio tempo recebem a totalidade das têm direito a uma senha de presença por cada remunerações previstas no artigo reunião ordinária ou extraordinária do respectivo anterior; órgão e das comissões a que compareçam e b) Aqueles que exerçam funções participem. remuneradas de natureza privada 2 - O quantitativo de cada senha de presença percebem 50% do valor de base da a que se refere o número anterior é fixado em remuneração, sem prejuízo da 3%, 2,5% e 2% do valor base da remuneração totalidade das regalias sociais a que do presidente da câmara municipal, tenham direito; respectivamente, para o presidente, secretários, c) ( Revogada pela Lei n.º 53-F/2006 de restantes membros da assembleia municipal e 29 de dezembro) vereadores. d) Aqueles que, nos termos da lei, exerçam outras actividades em Artigo 11.º entidades públicas ou em entidades do Ajudas de custo sector público empresarial não participadas pelo respectivo município 1 - Os membros das câmaras municipais e apenas podem perceber as das assembleias municipais têm direito a ajudas remunerações previstas no artigo de custo a abonar nos termos e no quantitativo anterior. fixado para a letra A da escala geral do funcionalismo público quando se desloquem, por 2 - Para os efeitos do número anterior, não motivo de serviço, para fora da área do se considera acumulação o desempenho de município. actividades de que resulte a percepção de 2 - Os vereadores em regime de não rendimentos provenientes de direitos de autor. permanência e os membros da assembleia 3 - Para determinação do montante da municipal têm direito a ajudas de custo quando remuneração, sempre que ocorra a opção se desloquem do seu domicílio para assistir às legalmente prevista, são considerados os reuniões ordinárias e extraordinárias e das vencimentos, diuturnidades, subsídios, prémios, comissões dos respectivos órgãos. emolumentos, gratificações e outros abonos, desde que sejam permanentes, de quantitativo Artigo 12.º certo e atribuídos genericamente aos Subsídio de transporte trabalhadores da categoria optante.

4 - Os presidentes de câmaras municipais e 1 - Os membros das câmaras municipais e os vereadores em regime de permanência que das assembleias municipais têm direito ao não optem pelo exclusivo exercício das suas subsídio de transporte, nos termos e segundo a funções terão de assegurar a resolução dos tabela em vigor para a função pública, quando assuntos da sua competência no decurso do se desloquem por motivo de serviço e não período de expediente público. utilizem viaturas municipais.

2 - Os vereadores em regime de não Artigo 8.º permanência e os membros da assembleia Remunerações dos eleitos locais em regime municipal têm direito a subsídio de transporte de meio tempo quando se desloquem do seu domicílio para

assistirem às reuniões ordinárias e Os eleitos locais em regime de meio tempo extraordinárias e das comissões dos respectivos têm direito a metade das remunerações e órgãos. subsídios fixados para os respectivos cargos em regime de tempo inteiro, sendo-lhes aplicável o Artigo 13.º limite constante da alínea c) do n.º 1 do artigo Segurança social anterior. Aos eleitos locais em regime de permanência é aplicável o regime geral de segurança social.

611 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 13.º-A Artigo 18.º-C Exercício do direito de opção Aumento para efeitos de aposentação

(Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de (Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de outubro) outubro)

Artigo 14.º Artigo 18.º-D Férias Bonificação de pensões

Os eleitos locais em regime de permanência (Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de ou de meio tempo têm direito a 30 dias de férias outubro) anuais. Artigo 19.º Subsídio de reintegração Artigo 15.º Livre trânsito (Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de outubro) Os eleitos locais têm direito à livre circulação em lugares públicos de acesso condicionado na Artigo 20.º área da sua autarquia, quando necessária ao Protecção penal efectivo exercício das respectivas funções autárquicas ou por causa delas, mediante a Os eleitos locais gozam da protecção apresentação do cartão de identificação a que se conferida aos titulares dos cargos públicos pelo refere o artigo seguinte. n.º 1 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 65/84, de 24 de Fevereiro. Artigo 16.º Cartão especial de identificação Artigo 21.º Apoio em processos judiciais 1 - Os eleitos locais têm direito a cartão especial de identificação, de modelo a aprovar Constituem encargos a suportar pelas por diploma do Ministério do Plano e da autarquias respectivas as despesas provenientes Administração do Território no prazo de 60 dias de processos judiciais em que os eleitos locais a contar da publicação da presente lei. sejam parte, desde que tais processos tenham 2 - O cartão especial de identificação será tido como causa o exercício das respectivas emitido pelo presidente da assembleia municipal funções e não se prove dolo ou negligência por para os órgãos deliberativos e pelo presidente parte dos eleitos. da câmara municipal para os órgãos executivos. Artigo 22.º Artigo 17.º Garantia dos direitos adquiridos Seguro de acidentes 1 - Os eleitos locais não podem ser 1 - Os membros de órgãos autárquicos têm prejudicados na respectiva colocação ou direito a um seguro de acidentes pessoais emprego permanente por virtude do mediante deliberação do respectivo órgão, que desempenho dos seus mandatos. fixará o seu valor. 2 - Os funcionários e agentes do Estado, de 2 - Para os membros dos órgãos executivos quaisquer pessoas colectivas de direito público e em regime de permanência, o valor do seguro de empresas públicas ou nacionalizadas que não pode ser inferior a 50 vezes a respectiva exerçam as funções de presidente de câmara remuneração mensal. municipal ou de vereador em regime de permanência ou de meio tempo consideram-se Artigo 18.º em comissão extraordinária de serviço público. Contagem de tempo de serviço 3 - Durante o exercício do respectivo mandato não podem os eleitos locais ser (Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de prejudicados no que respeita a promoções, outubro) concursos, regalias, gratificações, benefícios sociais ou qualquer outro direito adquirido de Artigo 18.º-A carácter não pecuniário. Suspensão da reforma antecipada 4 - O tempo de serviço prestado nas

(Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de condições previstas na presente lei é contado outubro) como se tivesse sido prestado à entidade empregadora, salvo, no que respeita a Artigo 18.º-B remunerações, aquele que seja prestado por Termos da bonificação do tempo de serviço presidentes de câmara municipal e vereadores em regime de permanência ou de meio tempo. (Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de outubro)

612 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 23.º Regime fiscal

As remunerações, compensações e quaisquer subsídios percebidos pelos eleitos locais no exercício das suas funções estão sujeitos ao regime fiscal aplicável aos titulares dos cargos políticos.

Artigo 24.º Encargos

1 - As remunerações, compensações, subsídios e demais encargos previstos na presente lei são suportados pelo orçamento da respectiva autarquia local. 2 - Os encargos derivados da participação dos presidentes das juntas de freguesia nas reuniões das assembleias municipais são suportados pelo orçamento dos municípios respectivos. 3 - A suspensão do exercício dos mandatos dos eleitos locais faz cessar o processamento das remunerações e compensações, salvo quando aquela se fundamente em doença devidamente comprovada ou em licença por maternidade ou paternidade.

Artigo 25.º Comissões administrativas

As normas da presente lei aplicam-se aos membros das comissões administrativas nomeadas na sequência de dissolução de órgãos autárquicos.

Artigo 26.º Revogação

1 - São revogadas as Leis n.os 9/81, de 26 de Junho, salvo o n.º 2 do artigo 3.º, e 7/87, de 28 de Janeiro. 2 - O n.º 2 do artigo 3.º da Lei n.º 9/81, de 26 de Junho, fica revogado com a realização das próximas eleições gerais autárquicas.

Artigo 27.º Disposições finais

(Revogado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de outubro)

Artigo 28.º Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao da sua publicação.

613 Autarquias Locais - Legislação Nacional

614 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 64/93, de 26 de Agosto Titulares de altos cargos públicos Regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos 1 - Para efeitos da presente lei, são políticos e altos cargos públicos 12 considerados titulares de altos cargos públicos (Com as alterações introduzidas pelas Leis ou equiparados: os n. 39-B/94, de 27 de dezembro, 28/95, a) (Revogado pelo Decreto-Lei n.º de 18 de agosto, 12/96, de 18 de abril, 71/2007, de 27 de março) 42/96, de 31 de agosto, 12/98, de 24 de b) ) (Revogado pelo Decreto-Lei n.º fevereiro, pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, de 71/2007, de 27 de março) 27 de março,pela Lei n.º 30/2008, de 10 de c) O membro em regime de permanência julho e Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de e a tempo inteiro da entidade pública novembro) independente prevista na Constituição ou na lei.

A Assembleia da República decreta, nos 2 – (Revogado, na redacção dada pelo n.º4 termos dos artigos 164.º, alínea d), 167.º, do art.8º da Lei n.º 39-B/94, de 27 de alínea l), e 169.º, n.º 3, da Constituição, o dezembro, pela Lei n.º 12/96, de 18 de abril) seguinte: Artigo 4.º Artigo 1.º Exclusividade Âmbito (Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de (Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de agosto) agosto) 1 - Os titulares dos cargos previstos nos 1 - A presente lei regula o regime do artigos 1.º e 2.º exercem as suas funções em exercício de funções pelos titulares de órgãos de regime de exclusividade, sem prejuízo do soberania e por titulares de outros cargos disposto no Estatuto dos Deputados à políticos. Assembleiada República e do disposto no 2 - Para efeitos da presente lei, são artigo 6.º . considerados titulares de cargos políticos: (A e xpressão que existia “ quanto aos

a) (Revogada). (Redação dada pela Lei autarcas a tempo parcial” foi eliminada pela Lei n.º 30/2008, de 10 de julho) n.º 12/98, de 24 de fevereiro). b) Os membros dos Governos Regionais; 2 - A titularidade dos cargos a que se refere c) O provedor de Justiça; o número anterior é incompatível com quaisquer d) O Governador e Secretários Adjuntos outras funções profissionais remuneradas ou de Macau; não, bem como com a integração em corpos e) (Revogada) . (Redação dada pela Lei sociais de quaisquer pessoas colectivas de fins Orgânica n.º 1/2011, de 30 de lucrativos. novembro) ; 3 - Exceptuam-se do disposto no número f) O presidente e vereador a tempo anterior as funções ou actividades derivadas do inteiro das câmaras municipais; cargo e as que são exercidas por inerência. g) Deputado ao Parlamento Europeu. Artigo 5.º Artigo 2.º Regime aplicável após cessação de funções Extensão da aplicação (Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de (Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de agosto)

agosto) 1 - Os titulares de órgãos de soberania e

titulares de cargos políticos não podem exercer, O regime constante do presente diploma é pelo período de três anos contado da data da ainda aplicável aos titulares de altos cargos cessação das respectivas funções, cargos em públicos. empresas privadas que prossigam actividades no

sector por eles directamente tutelado, desde Artigo 3.º que, no período do respectivo mandato, tenham sido objecto de operações de privatização ou 12 Nota: O art. 3º da Lei n.º 28/95, de 18 de Agosto tenham beneficiado de incentivos financeiros ou dispõe que a referência a titulares de cargos políticos a de sistemas de incentivos e benefícios fiscais de que alude a Lei n.º 64/93, de 26 de Agosto, entende- natureza contratual. se feita igualmente a titulares de órgãos de soberania. A Lei n.º 28/95, de 18 de Agosto entra em vigor na data da sua publicação, sendo aplicável aos titulares de órgão de soberania e demais titulares de cargos políticos electivos a partir do início de novo mandato ou exercício de funções.

615 Autarquias Locais - Legislação Nacional

2 – Exceptua-se do disposto no número comerciais ou empresariais e, bem anterior o regresso à empresa ou actividade assim, o exercício de profissão liberal; exercida à data da investidura no cargo. b) Desempenho de cargos sociais, ainda que a título gratuito; Artigo 6.º c) Apoios ou benefícios financeiros ou Autarcas materiais recebidos para o exercício (Repristinado na sua redacção originária pela Lei das actividades respectivas, n.º 12/98, de 24 de fevereiro) designadamente de entidades estrangeiras; 1 - Os presidentes e vereadores de câmaras d) Entidades a quem sejam prestados municipais, mesmo em regime de permanência, serviços remunerados de qualquer a tempo interio ou parcial, podem exercer outras natureza; actividades, devendo comunicá-las, quando de e) Sociedades em cujo capital o titular, exercício continuado, quanto à sua natureza e por si, pelo cônjuge ou pelos filhos, identificação, ao Tribunal Constitucional e à disponha de capital. assembleia municipal, na primeira reunião desta a seguir ao início do mandato ou previamente à 5 - O registo é público e pode ser consultado entrada em funções nas actividades não por quem o solicitar. autárquicas. 2 - O disposto no número anterior não Artigo 8.º revoga os regimes de incompatibilidades e Impedimentos aplicáveis a sociedades impedimentos previstos noutras leis para o (Redacção dada pela Lei n.º 28/95, de 18 de exercício de cargos ou actividades profissionais. agosto)

Artigo 7.º 1- As empresas cujo capital seja detido numa Regime geral e excepções percentagem superior a 10% por um titular de órgão de soberania ou titular de cargo político, 1 - A titularidade de altos cargos públicos ou por alto cargo público, ficam impedidas de implica a incompatibilidade com quaisquer participar em concursos de fornecimento de outras funções remuneradas. bens ou serviços, no exercício de actividade de 2 - As actividades de docência no ensino comércio ou indústria, em contratos com o superior e de investigação não são incompatíveis Estado e demais pessoas colectivas públicas. com a titularidade de altos cargos públicos, bem 2 - Ficam sujeitas ao mesmo regime: como as inerências a título gratuito. a) As empresas de cujo capital, em igual 3 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, percentagem, seja titular o seu de 27 de março) cônjuge, não separado de pessoas e 4 -.(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, bens, os seus ascendentes e de 27 de março) descendentes em qualquer grau e os colaterais até ao 2.º grau, bem como Artigo 7.º-A aquele que com ele viva nas condições Registo de interesses do artigo 2020.º do Código Civil; (Aditado pela Lei n.º 28/95, de 18 de agosto) b) As empresas em cujo capital o titular do órgão ou cargo detenha, directa ou 1 - É criado um registo de interesses na indirectamente, por si ou Assembleia da República, sendo facultativa a sua conjuntamente com os familiares criação nas autarquias, caso em que compete às referidos na alínea anterior, uma assembleias autárquicas deliberar sobre a sua participação não inferior a 10%. existência e regulamentar a respectiva composição, funcionamento e controlo. Artigo 9.º 2 - O registo de interesses consiste na Arbitragem e peritagem inscrição, em livro próprio, de todas as actividades susceptíveis de gerarem 1 - Os titulares de cargos políticos e de altos incompatibilidades ou impedimentos e quaisquer cargos públicos estão impedidos de servir de actos que possam proporcionar proveitos árbitro ou de perito, a título gratuito ou financeiros ou conflitos de interesses. remunerado, em qualquer processo em que seja 3 - O registo de interesses criado na parte o Estado e demais pessoas colectivas Assembleia da República compreende os registos públicas. relativos aos Deputados à Assembleia da 2 - O impedimento mantém-se até ao termo República e aos membros do Governo. do prazo de um ano após a respectiva cessação 4 - Para efeitos do disposto no número de funções. anterior, serão inscritos em especial os seguintes factos:

a) Actividades públicas ou privadas, nelas se incluindo actividades

616 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 9.º-A a) Para os titulares de cargos electivos, Actividades anteriores com a excepção do Presidente da (Aditado pela Lei n.º 42/96, de 31 de agosto) República, a perda do respectivo mandato; 1 - Sem prejuízo da aplicabilidade das b) Para os titulares de cargos de disposições adequadas do Código do natureza não electiva, com a excepção Procedimento Administrativo, aprovado pelo do Primeiro-Ministro, a demissão. Decreto-Lei n.º 442/91, de 15 de Novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei Artigo 11.º n.º 6/96, de 31 de Janeiro, os titulares de Fiscalização pela Procuradoria-Geral da órgãos de soberania, de cargos políticos e de República altos cargos públicos que, nos últimos três anos anteriores à data da investidura no cargo, 1 - Os titulares de altos cargos públicos tenham detido, nos termos do artigo 8.º, a devem depositar na Procuradoria-Geral da percentagem de capital em empresas neles República, no 60 dias posteriores à tomada de referida ou tenham integrado corpos sociais de posse, declaração de inexistência de quaisquer pessoas colectivas de fins lucrativos incompatibilidades ou impedimento, donde não podem intervir: constem todos os elementos necessários à verificação do cumprimento do disposto na a) Em concursos de fornecimento de presente lei, incluindo os referidos no n.º 1 do bens ou serviços ao Estado e demais artigo anterior. pessoas colectivas públicas aos quais 2 - A Procuradoria-Geral da República pode aquelas empresas e pessoas colectivas solicitar a clarificação do conteúdo das sejam candidatos; declarações aos depositários no caso de dúvidas b) Em contratos do Estado e demais sugeridas pelo texto. pessoas colectivas públicas com elas 3 - O não esclarecimento de dúvidas ou o celebrados; esclarecimento insuficiente determina a c) Em quaisquer outros procedimentos participação aos órgãos competentes para a administrativos, em que aquelas verificação e sancionamento das infracções. empresas e pessoas colectivas 4 - A Procuradoria-Geral da República intervenham, susceptíveis de gerar procede ainda à apreciação da regularidade dúvidas sobre a isenção ou rectidão da formal das declarações e da observância do conduta dos referidos titulares, prazo de entrega, participando aos órgãos designadamente nos de concessão ou competentes para a verificação e sancionamento modificação de autorizações ou irregularidades ou a não observância do prazo. licenças, de actos de expropriação, de

concessão de benefícios de conteúdo Artigo 12.º patrimonial e de doação de bens. Regime aplicável em caso de 2 - O impedimento previsto no número incumprimento anterior não se verifica nos casos em que a referida participação em cargos sociais das 1 - Em caso de não apresentação da pessoas colectivas tenha ocorrido por declaração prevista nos n .os 1 dos artigos 10.º e designação do Estado ou de outra pessoa 11.º, as entidades competentes para o seu colectiva pública. depósito notificarão o titular do cargo a que se aplica a presente lei para a apresentar no prazo Artigo 10.º de 30 dias, sob pena de, em caso de Fiscalização pelo Tribunal Constitucional incumprimento culposo, incorrer em declaração de perda do mandato, demissão ou destituição 1 - Os titulares de cargos políticos devem judicial. depositar no Tribunal Constitucional, nos 60 dias 2 - Para efeitos do número anterior, os posteriores à data da tomada de posse, serviços competentes comunicarão ao Tribunal declaração de inexistência de incompatibilidades Constitucional e à Procuradoria-Geral da ou impedimentos, donde conste a enumeração República, consoante os casos, a data de início de todos os cargos, funções e actividades de funções dos titulares de cargos a que se profissionais exercidos pelo declarante, bem aplica a presente lei. como de quaisquer participações iniciais detidas pelo mesmo. Artigo 13.º 2 - Compete ao Tribunal Constitucional Regime sancionatório proceder à análise, fiscalização e sancionamento das declarações dos titulares de cargos políticos. 1 - O presente regime sancionatório é 3 - A infracção ao disposto nos artigos 4.º, aplicável aos titulares de altos cargos públicos. 8.º e 9.º-A implica as sanções seguintes: 2 - A infracção ao disposto nos artigos 7.º e (Redacção dada pela Lei n.º 42/96, de 31 de 9.º-A constitui causa de destituição judicial. agosto). (Redacção dada pela Lei n.º 42/96, de 31 de agosto)

617 Autarquias Locais - Legislação Nacional

3 - A destituição judicial compete aos Artigo 15.º tribunais administrativos. Norma revogatória 4 - A infracção ao disposto no artigo 5.º determina a inibição para o exercício de funções É revogada a Lei n.º 9/90, de 1 de Março, de altos cargos políticos e de altos cargos com as alterações introduzidas pela Lei n.º públicos por um período de três anos. 56/90, de 5 de Setembro.

Artigo 14.º Nulidade e inibições (Redacção dada pela Lei n.º 42/96, de 31 de agosto)

A infracção ao disposto nos artigos 8.º, 9.º e 9.º-A determina a nulidade dos actos praticados e no caso do n.º 2 do artigo 9.º a inibição para o exercício de funções em altos cargos públicos pelo período de três anos.

618 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 11/96, de 18 de Abril Artigo 5.º-A Regime aplicável ao exercício do mandato Despesas de representação dos membros dos membros das juntas de freguesia das juntas de freguesia em regime de (Com as alterações introduzidas pelas Leis permanência n. os 169/99, de 18 de setembro, 87/2001, (Aditado pela Lei n.º 87/2001 de 10 de de 10 de agosto e 36/2004, de 13 de agosto. Entra em vigor com a Lei do OE para o agosto) ano de 2002)

Os membros das juntas de freguesia em A Assembleia da República decreta, nos regime de permanência têm direito a despesas termos dos artigos 164.º, alínea d), 167.º, de representação correspondentes a 30% das alínea l), e 169.º, n.º 3, da Constituição, o respectivas remunerações base, no caso do seguinte: presidente, e a 20%, no caso dos vogais, as

quais serão pagas 12 vezes por ano. Artigo 1.º

Regime de tempo inteiro e meio tempo Artigo 6.º

Periodicidade da remuneração (Revogados pela Lei n.º 169/99 de 18 de setembro) A remuneração prevista no artigo 5.º tem

periodicidade mensal, acrescendo-lhe dois Artigo 2.º subsídios extraordinários de montante igual Deliberação sobre o regime de tempo àquela, em Junho e em Novembro. inteiro e meio tempo

Artigo 7.º (Revogados pela Lei n.º 169/99 de 18 de Abonos aos titulares das juntas de setembro) freguesia

Artigo 3.º 1 - Os presidentes das juntas de freguesia Limites que não exerçam o mandato em regime de

permanência têm direito a uma compensação (Revogados pela Lei n.º 169/99 de 18 de mensal para encargos, fixada por referência às setembro) remunerações atribuídas aos presidentes das

câmaras municipais dos municípios com menos Artigo 4.º de 10000 eleitores, de acordo com os índices Distribuição de funções seguintes:

(Revogados pela Lei n.º 169/99 de 18 de a) Freguesias com 20000 ou mais setembro) eleitores - 12%; b) Freguesias com mais de 5000 e Artigo 5.º menos de 20000 eleitores - 10%; Remuneração c) Restantes freguesias - 9%.

1 - O valor base da remuneração do 2 - Os tesoureiros e secretários das juntas de presidente da junta de freguesia em regime de freguesia que não exerçam o mandato em permanência é fixado por referência ao regime de permanência têm direito a idêntica vencimento base atribuído ao Presidente da compensação no montante de 80% da atribuída República, de acordo com os escalões seguintes: ao presidente do respectivo órgão. 3 – A compensação mensal para encargos a) Freguesias com mais de 20000 tem a natureza de ajuda de custo para todos os eleitores - 25%; efeitos legais. (Redacção dada pela Lei n.º b) Freguesias com mais de 10000 e 36/2004, de 13 de agosto) menos de 20000 eleitores - 22%; c) Freguesias com mais de 5000 e Artigo 8.º menos de 10000 eleitores - 19%; Senhas de presença d) Freguesias com menos de 5000 eleitores - 16%. 1 - Os vogais das juntas de freguesia que não sejam tesoureiros ou secretários têm direito a 2 - Nos casos previstos no artigo 4.º, uma senha de presença por cada reunião mantém-se o valor da remuneração do n.º 1 do ordinária ou extraordinária correspondente a 7% presente artigo. do abono previsto no n.º 1 do artigo 7.º 3 - A remuneração prevista no n.º 1 deste artigo não acumula com o abono previsto no artigo 7.º

619 Autarquias Locais - Legislação Nacional

2 - Os membros da assembleia de freguesia Artigo 11.º têm direito a uma senha de presença por cada Legislação aplicável reunião ordinária ou extraordinária correspondente a 5% do abono previsto no n.º 1 Aplicam-se subsidiariamente aos eleitos para do artigo 7.º órgãos das juntas de freguesia, com as necessárias adaptações, as normas da Lei n.º Artigo 9.º 29/87, de 30 de Junho. Dispensa do exercício parcial da actividade profissional Artigo 12.º Incompatibilidades Os membros das juntas de freguesia que não exerçam o mandato em regime de permanência Aplica-se aos membros das juntas de têm direito à dispensa do desempenho das suas freguesia que exerçam o seu mandato em actividades profissionais para o exercício das regime de permanência a tempo inteiro o suas funções autárquicas, ficando obrigados a disposto nas normas da Lei n.º 64/93, de 26 de avisar a entidade patronal com vinte e quatro Agosto, com as alterações introduzidas pela Lei horas de antecedência, nas seguintes condições: n.º 28/95, de 18 de Agosto.

a) Nas freguesias com 20000 ou mais Artigo 13.º eleitores - o presidente da junta, até Revogação trinta e seis horas mensais, e dois

membros, até vinte e sete horas; São revogados o artigo 9.º e o n.º 3 do artigo b) Nas freguesias com mais de 5000 e 10.º da Lei n.º 29/87, de 30 de Junho. até 20000 eleitores - o presidente da

junta, até trinta e seis horas mensais, Artigo 14.º e dois membros, até dezoito horas; Entrada em vigor c) Nas restantes freguesias - o

presidente da junta, até trinta e seis O presente diploma produzirá os seus efeitos horas mensais, e um membro, até com a entrada em vigor da Lei do Orçamento do dezoito horas. Estado para o presente ano económico.

Artigo 10.º

Pagamentos ou encargos

1 - A verba necessária ao pagamento das remunerações e encargos com os membros da junta em regime de tempo inteiro ou de meio tempo será assegurada directamente pelo Orçamento do Estado. 2 - O disposto no número anterior não se os aplica aos casos a que se referem os n. 3 e 4 do artigo 3.º

620 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 12/98, de 24 de Fevereiro Regime de incompatibilidades e impedimentos dos autarcas

A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 161.º, alínea c), 164.º, alínea m), 166.º, n.º 3, e 112.º, n.º 5, da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º

1 - É revogado o artigo 6.º da Lei n.º 64/93, de 26 de Agosto, na redacção que lhe foi dada pelo artigo 1.º da Lei n.º 28/95, de 18 de Agosto. 2 - É eliminada a expressão «quanto aos autarcas a tempo parcial» na parte final do n.º 1 do artigo 4.º da Lei n.º 64/93, de 26 de Agosto, segundo a redacção constante do artigo 1.º da Lei n.º 28/95, de 18 de Agosto. 3 - É repristinado o artigo 6.º da Lei n.º 64/93, de 26 de Agosto, na sua redacção originária.

Artigo 2.º

A presente lei é aplicável aos presidentes e vereadores de câmaras municipais e aos membros das juntas de freguesia a que se refere o artigo 12.º da Lei n.º 11/96, de 18 de Abril, a partir do início do mandato resultante das eleições de 14 de Dezembro de 1997.

621 Autarquias Locais - Legislação Nacional

622 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Portaria n.º 399/88, de 23 de Junho elementos de identificação julgados Aprova os cartões de identidade para uso convenientes. dos titulares de órgãos e funcionários 6.º - 1 - A não restituição de qualquer dos autárquicos cartões a que se refere esta portaria, terminada a razão do seu uso, ou a sua exibição ilegítima Prevendo a Lei n.º 29/87, de 30 de Junho, o serão punidas com coima de 1000$00. uso, por parte dos eleitos locais, de cartão 2 - As coimas a que se refere o número especial de identificação a emitir pelos anterior serão aplicadas por simples despacho presidentes das assembleias e câmaras da entidade emitente, revertendo o seu produto municipais; para a autarquia local a que pertencer o Havendo ainda vantagem em transferir para respectivo titular. os órgãos autárquicos a emissão de cartões de 7.º É revogada a Portaria n.º 285/79, de 19 identificação para uso dos respectivos de Junho, na parte em que contrarie este funcionários e agentes e, bem assim, cometer diploma. ao conselho municipal a emissão de cartões de identificação para uso dos elementos que o integram: Manda o Governo, pelo Ministro do Planeamento e da Administração do Território, nos termos do artigo 16.º da Lei n.º 29/87, de 30 de Junho: 1.º São aprovados os seguintes modelos de cartão especial de identificação, constantes dos anexos I, II, III e IV, para uso dos eleitos locais, a emitir pelos presidentes das assembleias municipais, para os órgãos deliberativos, e pelos presidentes das câmaras municipais, para os órgãos executivos:

Modelo 0/1 - a emitir pelo presidente da

assembleia municipal para uso próprio

e dos restantes membros da respectiva

assembleia;

Modelo 0/2 - a emitir pelo presidente da

câmara municipal para uso próprio e

dos vereadores;

Modelo 0/3 - a emitir pelo presidente da

assembleia municipal para uso dos

presidentes e membros das

assembleias de freguesia que integram

a respectiva autarquia;

Modelo 0/4 - a emitir pelo presidente da

câmara municipal para uso dos

presidentes e vogais das juntas de

freguesia que integram a respectiva

autarquia.

2.º É aprovado o seguinte modelo de cartão de identificação, constante do anexo V, a emitir pelo presidente do conselho municipal para uso próprio e dos restantes membros. 3.º Se o titular de um órgão autárquico for, por inerência, titular de outro órgão, poderá esse facto ser mencionado, por averbamento, no cartão de identidade que corresponder ao primeiro cargo ocupado. 4.º São aprovados os seguintes modelos de cartão de identidade, constantes dos anexos VI e VII, a emitir pelos presidentes das câmaras municipais e pelos presidentes das juntas de freguesia para uso dos funcionários e agentes do município e da freguesia, respectivamente. 5.º As entidades emitentes dos cartões referidos nesta portaria farão com que estes sejam registados em livros próprios com os

623 Autarquias Locais - Legislação Nacional

624 Autarquias Locais - Legislação Nacional

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626

REFERENDO LOCAL

Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei Orgânica n.º 4/2000, de 24 de Agosto d) As questões e os actos de conteúdo Aprova o regime jurídico do referendo local orçamental, tributário ou financeiro; (Com as alterações introduzidas pelas Leis e) As matérias que tenham sido objecto Orgânicas n.º 3/2010, de 15 de dezembro e n.º de decisão irrevogável, 1/2011, de 30 de novembro) designadamente actos constitutivos de direitos ou de interesses legalmente A Assembleia da República decreta, nos protegidos, excepto na parte em que termos da alínea c) do artigo 161.º da sejam desfavoráveis aos seus Constituição, para valer como lei geral da destinatários; República, a lei orgânica seguinte: f) As matérias que tenham sido objecto de decisão judicial com trânsito em TÍTULO I julgado. Âmbito e objecto do referendo 2 - São também excluídas as matérias que

tenham sido objecto de celebração de contrato- Artigo 1.º programa. Objecto

Artigo 5.º A presente lei orgânica rege os casos e os Actos em procedimento de decisão termos da realização do referendo de âmbito local previsto no artigo 240.º da Constituição. 1 - Os actos em procedimento de decisão,

ainda não definitivamente aprovados, podem Artigo 2.º constituir objecto de referendo local. Âmbito do referendo local 2 - No caso previsto no número anterior, o

procedimento suspende-se até à decisão do 1 - O referendo local pode verificar-se em Tribunal Constitucional sobre a verificação da qualquer autarquia local, à excepção das constitucionalidade ou legalidade do referendo freguesias em que a assembleia seja substituída local, ou, no caso de efectiva realização do pelo plenário dos cidadãos eleitores. referendo, até à publicação do mapa dos 2 - No referendo local são chamados a resultados do referendo, nos termos do n.º 3 do pronunciar-se os cidadãos eleitores recenseados artigo 147.º na área territorial correspondente à autarquia local onde se verifique a iniciativa. Artigo 6.º

Cumulação de referendos Artigo 3.º

Matérias do referendo local 1 - Cada referendo tem como objecto uma só

matéria. 1 - O referendo local só pode ter por objecto 2 - É admissível a cumulação numa mesma questões de relevante interesse local que devam data de vários referendos dentro da mesma ser decididas pelos órgãos autárquicos autarquia, desde que formal e substancialmente municipais ou de freguesia e que se integrem autonomizados entre si. nas suas competências, quer exclusivas quer 3 - Não podem cumular-se referendos locais partilhadas com o Estado ou com as Regiões entre si, se incidentes sobre a mesma matéria, Autónomas. nem referendos locais com o referendo regional 2 - A determinação das matérias a submeter autonómico ou nacional. a referendo local obedece aos princípios da unidade e subsidiariedade do Estado, da Artigo 7.º descentralização, da autonomia local e da Número e formulação das perguntas solidariedade interlocal.

1 - Nenhum referendo pode comportar mais Artigo 4.º de três perguntas. Matérias excluídas do referendo local 2 - As perguntas são formuladas com

objectividade, clareza e precisão e para 1 - São expressamente excluídas do âmbito respostas de sim ou não, sem sugerirem directa do referendo local: ou indirectamente o sentido das respostas. a) As matérias integradas na esfera de 3 - As perguntas não podem ser precedidas competência legislativa reservada aos de quaisquer considerandos, preâmbulos ou órgãos de soberania; notas explicativas. b) As matérias reguladas por acto legislativo ou por acto regulamentar Artigo 8.º estadual que vincule as autarquias Limites temporais locais; c) As opções do plano e o relatório de Não pode ser praticado nenhum acto relativo actividades; à convocação ou à realização de referendo entre a data de convocação e a de realização de

629 Autarquias Locais - Legislação Nacional eleições gerais para os órgãos de soberania, eleitores recenseados na respectiva área, eleições do governo próprio das Regiões consoante o que for menor. Autónomas e do poder local, dos deputados ao 2 - Nos municípios e freguesias com menos Parlamento Europeu, bem como de referendo de 3750 cidadãos recenseados, a iniciativa em regional autonómico ou nacional. causa tem de ser proposta por, pelo menos, 300 ou por 20% do número daqueles cidadãos, Artigo 9.º consoante o que for menor. Limites circunstanciais 3 - A iniciativa proposta não pode ser subscrita por um número de cidadãos que 1 - Não pode ser praticado nenhum acto exceda em 50% o respectivo limite mínimo relativo à convocação ou realização de referendo exigido. na vigência do estado de sítio ou de emergência, antes de constituídos ou depois de dissolvidos os Artigo 14.º órgãos autárquicos eleitos. Liberdades e garantias 2 - A nomeação de uma comissão administrativa suspende o processo de 1 - Nenhuma entidade pública ou privada realização do referendo. pode proibir, impedir ou dificultar o exercício do direito de iniciativa, designadamente no que TÍTULO II concerne à instrução dos elementos necessários Convocação do referendo à sua formalização. 2 - Ninguém pode ser prejudicado, CAPÍTULO I privilegiado ou privado de qualquer direito em Iniciativa virtude do exercício da iniciativa para o referendo. Artigo 10.º Poder de iniciativa Artigo 15.º Forma 1 - A iniciativa para o referendo local cabe aos deputados, às assembleias municipais ou de 1 - A iniciativa popular deve ser reduzida a freguesia, à câmara municipal e à junta de escrito, incluindo a pergunta ou perguntas a freguesia, consoante se trate de referendo submeter a referendo, e conter em relação a municipal ou de freguesia. todos os promotores os seguintes elementos: 2 - A iniciativa cabe ainda, nos termos da Nome; presente lei, a grupos de cidadãos recenseados Número de bilhete de identidade; na respectiva área. Assinatura conforme ao bilhete de identidade. 2 - As assembleias podem solicitar aos SECÇÃO I serviços competentes da Administração Pública a Iniciativa representativa verificação administrativa, por amostragem, da autenticidade das assinaturas e da identificação Artigo 11.º dos subscritores da iniciativa. Forma 3 - A iniciativa popular preclude a iniciativa superveniente, sobre a mesma questão, quer Quando exercida por deputados, a iniciativa por parte de deputados à assembleia quer por toma a forma de projecto de deliberação e, parte do órgão executivo. quando exercida pelo órgão executivo, a de proposta de deliberação. Artigo 16.º Representação Artigo 12.º Renovação da iniciativa 1 - A iniciativa popular deve mencionar, na parte inicial, a identificação dos mandatários Sem prejuízo do disposto no artigo 20.º, as designados pelos cidadãos subscritores, em iniciativas de referendo definitivamente número não inferior a 15. rejeitadas não podem ser renovadas no decurso 2 - Os mandatários referidos no número do mesmo mandato do órgão representativo. anterior designam entre si uma comissão executiva e o respectivo presidente, para os SECÇÃO II efeitos de responsabilidade e representação Iniciativa popular previstos na lei.

Artigo 13.º Artigo 17.º Titularidade Tramitação

1 - A iniciativa a que se refere o n.º 2 do 1 - A iniciativa popular é, conforme os casos, artigo 10.º é proposta à assembleia deliberativa endereçada ao presidente da assembleia por um mínimo de 5000 ou 8% dos cidadãos municipal ou da assembleia de freguesia, que a indefere liminarmente sempre que, de forma

630 Autarquias Locais - Legislação Nacional manifesta, os requisitos legais se não mostrem Artigo 22.º preenchidos. Direito de petição 2 - Uma vez admitida, o presidente diligencia no sentido da convocação da assembleia, em O poder de iniciativa conferido nos termos ordem a permitir a criação de comissão dos números anteriores não prejudica o especificamente constituída para o efeito. exercício do direito de petição. 3 - A comissão procede no prazo de 15 dias à apreciação da iniciativa. CAPÍTULO II 4 - A comissão ouve a comissão executiva Deliberação prevista no n.º 2 do artigo 16.º, ou quem em sua substituição for designado e haja Artigo 23.º expressamente aceite esse encargo, para os Competência esclarecimentos julgados necessários. 5 - A comissão pode também convidar ao A deliberação sobre a realização do referendo aperfeiçoamento do texto apresentado, quer em compete, consoante o seu âmbito, à assembleia ordem à sanação de eventuais vícios, quer municipal ou à assembleia de freguesia. visando a melhoria da redacção das questões apresentadas. Artigo 24.º 6 - Concluído o exame, a iniciativa, Procedimento acompanhada de relatório fundamentado, é enviada ao presidente da assembleia para 1 - A deliberação mencionada no artigo agendamento. anterior é obrigatoriamente tomada, em sessão ordinária ou extraordinária, no prazo de 15 dias Artigo 18.º após o exercício ou recepção da iniciativa Efeitos referendária, caso esta tenha origem representativa, ou de 30 dias, caso a origem Da apreciação da iniciativa pela assembleia seja popular. municipal ou de freguesia pode resultar: 2 - No caso de a competência relativa à questão submetida a referendo não pertencer à a) Arquivamento, nos casos de falta de assembleia municipal ou à assembleia de comparência injustificada do freguesia e a iniciativa não ter partido do órgão representante designado nos termos autárquico titular da competência, a deliberação dos n.os 4 e 5 do artigo anterior ou de sobre a realização do referendo carece de vício não sanado; parecer deste último. b) Conversão da iniciativa popular em 3 - O parecer a que se refere o número deliberação; anterior é solicitado pelo presidente da c) Rejeição da iniciativa popular. assembleia municipal ou de freguesia e deve ser

emitido no prazo de cinco dias, contados a partir Artigo 19.º da data de recepção do pedido de parecer. Publicação 4 - Os prazos a que se refere o n.º 1 do

presente artigo suspendem-se durante o A iniciativa popular que não for objecto de transcurso do prazo a que se refere o número indeferimento liminar será publicada em edital a anterior. afixar nos locais de estilo da autarquia a que 5 - A deliberação sobre a realização do diga respeito e, nos casos em que este exista, referendo é tomada à pluralidade de votos dos no respectivo boletim. membros presentes, tendo o presidente voto de

qualidade. Artigo 20.º

Renovação CAPÍTULO III

Fiscalização da constitucionalidade e da A iniciativa popular rejeitada nos termos da legalidade alínea c) do artigo 18.º não pode ser renovada no decurso do mandato do órgão deliberativo. SECÇÃO I

Sujeição a fiscalização preventiva Artigo 21.º

Caducidade Artigo 25.º

Iniciativa A iniciativa popular não caduca com o fim do mandato do órgão deliberativo, reiniciando-se No prazo de oito dias a contar da deliberação novo prazo de apreciação nos termos do artigo de realização do referendo, o presidente do 17.º órgão deliberativo submete-a ao Tribunal

Constitucional, para efeitos de fiscalização

preventiva da constitucionalidade e da

legalidade.

631 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 26.º 5 - Não é admitido o requerimento: Prazo para pronúncia a) Quando a deliberação de realização

da consulta for manifestamente O Tribunal Constitucional procede à inconstitucional ou ilegal; verificação no prazo de 25 dias. b) Cujas irregularidades processuais não

tenham sido sanadas nos termos do Artigo 27.º número anterior. Efeitos da inconstitucionalidade ou ilegalidade 6 - O incumprimento dos prazos previstos no artigo 25.º e no n.º 4 do presente artigo não 1 - Se o Tribunal verificar a prejudica a admissibilidade do requerimento inconstitucionalidade ou a ilegalidade da desde que, neste último caso, a sanação das deliberação de referendo notificará o presidente irregularidades processuais seja feita antes da do órgão que a tiver tomado para que, no prazo conferência prevista no número seguinte. de oito dias, esse órgão delibere no sentido da 7 - Se o Presidente do Tribunal Constitucional sua reformulação, expurgando-a da entender que o requerimento não deve ser inconstitucionalidade ou da ilegalidade. admitido, submete os autos à conferência, 2 - Reenviada ao Tribunal Constitucional, mandando simultaneamente entregar cópia do este procederá, também no prazo de 25 dias, a requerimento aos restantes juízes. nova verificação da constitucionalidade e da 8 - O Tribunal Constitucional decide no prazo legalidade da deliberação. de oito dias. 3 - Tratando-se de iniciativa popular, a 9 - O Presidente do Tribunal Constitucional decisão negativa do Tribunal Constitucional será admite o requerimento, usa da faculdade notificada ao presidente do órgão que deliberou prevista no n.º 4 deste artigo ou submete os a realização do referendo, que convidará, de autos à conferência no prazo de cinco dias imediato, a comissão executiva mencionada no contados da data em que o processo lhe é n.º 2 do artigo 16.º a apresentar uma proposta concluso. de reformulação da deliberação no prazo de 10 - A decisão de admissão do requerimento cinco dias. não preclude a possibilidade de o Tribunal vir, 4 - No caso previsto no número anterior, o em definitivo, a considerar a consulta prazo a que se refere o n.º 1 conta-se a partir inconstitucional ou ilegal. da data da recepção, pelo presidente do órgão 11 - A decisão da não admissão do que deliberou a realização do referendo, da requerimento é notificada ao presidente do proposta de reformulação elaborada pela órgão que deliberou a realização da consulta. comissão executiva ou, na falta desta, do termo do prazo concedido para a sua emissão. Artigo 29.º Distribuição SECÇÃO II Processo de fiscalização preventiva 1 - A distribuição é feita no prazo de um dia, contado da data da admissão do pedido. Artigo 28.º 2 - O processo é de imediato concluso ao Pedido de verificação da relator a fim de este elaborar, no prazo de cinco constitucionalidade e da legalidade dias, um memorando contendo o enunciado das questões sobre as quais o Tribunal 1 - O pedido de verificação da Constitucional se deve pronunciar e da solução constitucionalidade e da legalidade deve ser que para elas propõe, com indicação sumária acompanhado do texto da deliberação e de cópia dos respectivos fundamentos. da acta da sessão em que tiver sido tomada. 3 - Distribuído o processo, são entregues 2 - No caso de se tratar de iniciativa popular, cópias do pedido a todos os juízes, do mesmo o pedido deverá ser complementado com o texto modo se procedendo com o memorando logo original da mesma. que recebido pelo secretário. 3 - Autuado pela secretaria e registado no competente livro, o requerimento é Artigo 30.º imediatamente concluso ao Presidente do Formação da decisão Tribunal Constitucional, que decide sobre a sua admissão. 1 - Com a entrega ao Presidente do Tribunal 4 - No caso de se verificar qualquer Constitucional da cópia do memorando é-lhe irregularidade processual, incluindo a concluso o respectivo processo para o inscrever ilegitimidade do requerente, o Presidente do na ordem do dia da sessão plenária a realizar no Tribunal Constitucional notifica o presidente do prazo de oito dias a contar da data do órgão que tiver tomado a deliberação para, no recebimento do pedido. prazo de oito dias, sanar a irregularidade, após 2 - A decisão não deve ser proferida antes de o que o processo volta ao Presidente do Tribunal decorridos dois dias sobre a entrega das cópias Constitucional para decidir sobre a admissão do do memorando a todos os juízes. requerimento.

632 Autarquias Locais - Legislação Nacional

3 - Concluída a discussão e tomada a decisão TÍTULO III pelo Tribunal, é o processo concluso ao relator Realização do referendo ou, no caso de este ficar vencido, ao juiz que deva substituí-lo, para a elaboração, no prazo de CAPÍTULO I cinco dias, do acórdão e sua subsequente Direito de participação assinatura. Artigo 35.º Artigo 31.º Princípio geral Notificação da decisão 1 - Pronunciam-se directamente através do Proferida a decisão, o Presidente do Tribunal referendo os cidadãos portugueses recenseados Constitucional manda notificar imediatamente o na área correspondente ao município ou à presidente do órgão autor da deliberação de freguesia. referendo. 2 - Pronunciam-se, também, em condições de reciprocidade, os cidadãos de estados de CAPÍTULO IV língua oficial portuguesa com residência legal Fixação da data da realização do referendo em Portugal há mais de dois anos, recenseados na área referida no número anterior. Artigo 32.º 3 - Participam, ainda, os cidadãos Competência para a fixação da data estrangeiros da União Europeia recenseados na área referida no n.º 1, quando de igual direito Notificado da decisão do Tribunal gozem legalmente os cidadãos portugueses no Constitucional de verificação da respectivo Estado de origem do cidadão constitucionalidade e legalidade do referendo, o estrangeiro. presidente da assembleia municipal ou de freguesia que o tiver deliberado notificará Artigo 36.º também, no prazo de dois dias, o presidente do Incapacidades órgão executivo da respectiva autarquia para, nos cinco dias subsequentes, marcar a data de Não gozam do direito de participação no realização do referendo. referendo:

a) Os interditos por sentença com Artigo 33.º trânsito em julgado; Data do referendo b) Os notoriamente reconhecidos como

dementes, ainda que não interditos por 1 - O referendo deve realizar-se no prazo sentença, quando internados em mínimo de 40 dias e no prazo máximo de 60 estabelecimento psiquiátrico ou como dias a contar da decisão da fixação. tal declarados por um médico; 2 - Depois de marcada, a data do referendo c) Os que estejam privados de direitos não pode ser alterada, salvo o disposto no artigo políticos por decisão judicial transitada 9.º em julgado. Artigo 34.º

Publicidade CAPÍTULO II

Campanha para o referendo 1 - A publicação da data e do conteúdo do referendo local é feita por editais a afixar nos SECÇÃO I locais de estilo da área da autarquia a que diga Disposições gerais respeito e por anúncio em dois jornais diários.

2 - A publicação do edital é feita no prazo de Artigo 37.º três dias a contar da data da marcação do Objectivos e iniciativa referendo.

3 - A data do referendo e as questões 1 - A campanha para o referendo consiste na formuladas devem ser comunicadas ao justificação e no esclarecimento das questões Secretariado Técnico dos Assuntos para o formuladas e na promoção das correspondentes Processo Eleitoral e à Comissão Nacional de opções, com respeito pelas regras do Estado de Eleições no momento em que se verificar a direito democrático. publicação prevista no n.º 1. 2 - A campanha é levada a efeito pelos

partidos políticos legalmente constituídos, ou por

coligações de partidos políticos, que declarem

pretender tomar posição sobre as questões

submetidas ao eleitorado.

3 - Na campanha poderão igualmente intervir

grupos de cidadãos, organizados nos termos da

presente lei.

633 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 38.º Artigo 43.º Partidos e coligações Neutralidade e imparcialidade das entidades públicas Até ao 15.º dia subsequente ao da convocação do referendo, os partidos 1 - Os órgãos do Estado, das Regiões legalmente constituídos e as coligações fazem Autónomas e das autarquias locais, das demais entrega à Comissão Nacional de Eleições da pessoas colectivas de direito público, das declaração prevista no n.º 2 do artigo anterior. sociedades de capitais públicos ou de economia mista e das sociedades concessionárias de Artigo 39.º serviços públicos, de bens do domínio público ou Grupos de cidadãos de obras públicas, bem como, nessa qualidade, os respectivos titulares, não podem intervir 1 - No prazo previsto no artigo anterior directa ou indirectamente em campanha para podem cidadãos, em número não inferior a 2% referendo nem praticar actos que de algum ou 4% dos recenseados na área correspondente modo favoreçam ou prejudiquem uma posição à autarquia, no caso, respectivamente, de em detrimento ou vantagem de outra ou outras. referendo municipal ou de freguesia, constituir- 2 - Os funcionários e agentes das entidades se em grupo, tendo por fim a participação no previstas no número anterior observam, no esclarecimento das questões submetidas a exercício das suas funções, rigorosa neutralidade referendo. perante as diversas posições, bem como perante 2 - Cada cidadão não pode integrar mais de os diversos partidos e grupos de cidadãos. um grupo. 3 - É vedada a exibição de símbolos, siglas, 3 - A forma exigida para a sua constituição é autocolantes ou outros elementos de idêntica à da iniciativa popular. propaganda por funcionários e agentes das 4 - O controlo da regularidade do processo e entidades referidas no n.º 1 durante o exercício correspondente inscrição é da competência da das suas funções. Comissão Nacional de Eleições, que se pronunciará nos 15 dias subsequentes. Artigo 44.º 5 - Os grupos de cidadãos far-se-ão Acesso a meios específicos representar, para todos os efeitos da presente lei, nos termos previstos no n.º 2 do artigo 16.º 1 - O livre prosseguimento de actividades de campanha implica o acesso a meios específicos. Artigo 40.º 2 - É gratuita para os partidos e para os Princípio da liberdade grupos de cidadãos intervenientes a utilização, nos termos estabelecidos na presente lei, das 1 - Os partidos e os grupos de cidadãos publicações informativas, das emissões das regularmente constituídos desenvolvem estações públicas e privadas de televisão e rádio livremente a campanha, que é aberta à livre de âmbito local e dos edifícios ou recintos participação de todos. públicos. 2 - As actividades de campanha previstas na 3 - Os partidos e os grupos de cidadãos que presente lei não excluem quaisquer outras não hajam declarado pretender participar no decorrentes do exercício dos direitos, liberdades esclarecimento das questões submetidas a e garantias assegurados pela Constituição e pela referendo não têm o direito de acesso aos meios lei. específicos de campanha.

Artigo 41.º Artigo 45.º Responsabilidade civil Início e termo da campanha

1 - Os partidos são civilmente responsáveis, O período de campanha inicia-se no 12.º dia nos termos da lei, pelos prejuízos directamente anterior e finda às 24 horas da antevéspera do resultantes de actividades de campanha que dia do referendo. hajam promovido. 2 - O mesmo princípio rege, com as SECÇÃO II necessárias adaptações, os grupos de cidadãos. Propaganda

Artigo 42.º Artigo 46.º Princípio da igualdade Liberdade de imprensa

Os partidos e grupos de cidadãos Durante o período de campanha são intervenientes têm direito à igualdade de imediatamente suspensos quaisquer oportunidades e de tratamento, a fim de procedimentos ou sanções aplicadas a efectuarem livremente e nas melhores condições jornalistas ou a empresas que explorem meios as suas actividades de campanha. de comunicação social por actos atinentes à mesma campanha, sem prejuízo da responsabilidade em que incorram, a qual só

634 Autarquias Locais - Legislação Nacional pode ser efectivada após o dia da realização do Artigo 49.º referendo. Propaganda gráfica

Artigo 47.º 1 - A afixação de cartazes não carece de Liberdades de reunião e de manifestação autorização nem de comunicação às autoridades administrativas. 1 - No período de campanha para os fins a 2 - Não é admitida a afixação de cartazes ela atinentes, a liberdade de reunião rege-se nem a realização de inscrições ou pinturas pelo disposto na lei, com as especialidades murais em monumentos nacionais, em templos constantes dos números seguintes. e edifícios religiosos, em edifícios sede de órgãos 2 - O aviso a que se refere o n.º 2 do artigo do Estado, das Regiões Autónomas e das 2.º do Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto, autarquias locais, ou onde vão funcionar é feito pelo órgão competente do partido ou assembleias de voto, nos sinais de trânsito ou partidos políticos interessados quando se trate nas placas de sinalização rodoviária ou de reuniões, comícios, manifestações ou desfiles ferroviária e no interior de repartições ou em lugares públicos ou abertos ao público. edifícios públicos, salvo, quanto a estes, em 3 - Os cortejos e os desfiles podem realizar- instalações destinadas ao convívio dos se em qualquer dia e hora, respeitando-se funcionários e agentes. apenas os limites impostos pela liberdade de 3 - É proibida a afixação de cartazes nos trabalho e de trânsito e pela manutenção da centros históricos legalmente reconhecidos. ordem pública, bem como os decorrentes do 4 - Também não é admitida em caso algum a período de descanso dos cidadãos. afixação de cartazes ou inscrições com colas ou 4 - O auto a que alude o n.º 2 do artigo 5.º tintas persistentes. do Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 Agosto, é enviado por cópia ao presidente da Comissão Artigo 50.º Nacional de Eleições e, consoante os casos, aos Propaganda gráfica adicional órgãos competentes do partido ou partidos políticos interessados. 1 - As juntas de freguesia estabelecem, até 5 - A ordem de alteração dos trajectos ou três dias antes do início da campanha, espaços desfiles é dada pela autoridade competente, por especiais em locais certos destinados à afixação escrito, ao órgão competente do partido ou de cartazes, fotografias, jornais murais, partidos políticos interessados e comunicada à manifestos e avisos. Comissão Nacional de Eleições. 2 - O número mínimo desses locais é 6 - A presença de agentes de autoridade em determinado em função dos eleitores inscritos, reuniões organizadas por qualquer partido nos termos seguintes: político apenas pode ser solicitada pelos seus a) Até 250 eleitores - um; órgãos competentes, ficando a entidade b) Entre 250 e 1000 eleitores - dois; organizadora responsável pela manutenção da c) Entre 1000 e 2500 eleitores - três; ordem quando não faça tal solicitação. d) Acima de 2500 eleitores, por cada 7 - O limite a que alude o artigo 11.º do fracção de 2500 eleitores a mais - um. Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto, é alargado até às duas horas. 3 - Os espaços especiais reservados nos 8 - O recurso previsto no n.º 1 do artigo 14.º locais previstos nos números anteriores são do Decreto-Lei n.º 406/74, de 29 de Agosto, é tantos quantos os partidos intervenientes e interposto no prazo de um dia para o Tribunal grupos de cidadãos regularmente constituídos. Constitucional. 9 - Os princípios contidos no presente artigo Artigo 51.º são aplicáveis, com as devidas adaptações, aos Publicidade comercial grupos de cidadãos. A partir da data da publicação da convocação Artigo 48.º do referendo é proibida a propaganda política Propaganda sonora feita, directa ou indirectamente, através de qualquer meio de publicidade comercial em 1 - A propaganda sonora não carece de órgãos de comunicação social ou fora deles. autorização nem de comunicação às autoridades administrativas. 2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 7 do artigo anterior, não é admitida propaganda sonora antes das 8 e depois das 23 horas.

635 Autarquias Locais - Legislação Nacional

SECÇÃO III Artigo 56.º Meios específicos de campanha Salas de espectáculos

SUBSECÇÃO I 1 - Os proprietários de salas de espectáculos Publicações periódicas ou de outros recintos de normal acesso público que reúnam condições para serem utilizados em Artigo 52.º campanha para referendo declaram esse facto Publicações informativas públicas ao órgão executivo da autarquia local em questão até 20 dias antes do início da As publicações informativas de carácter campanha, indicando as datas e horas em que jornalístico pertencentes a entidades públicas ou as salas ou os recintos podem ser utilizados para delas dependentes inserem sempre matéria aquele fim. respeitante à campanha para referendo e 2 - Na falta de declaração, e em caso de asseguram igualdade de tratamento aos partidos comprovada carência, esse órgão autárquico e grupos de cidadãos intervenientes. pode requisitar as salas e os recintos que considere necessários à campanha, sem prejuízo Artigo 53.º da sua actividade normal ou já programada para Publicações informativas privadas e os mesmos. cooperativas 3 - O tempo destinado a propaganda, nos termos dos n.os 1 e 2, é repartido pelos partidos 1 - As publicações informativas pertencentes e grupos de cidadãos intervenientes que a entidades privadas ou cooperativas que declarem, até 15 dias antes do início da pretendam inserir matéria respeitante à campanha, nisso estar interessados, por forma a campanha para referendo comunicam esse facto assegurar igualdade de tratamento. à Comissão Nacional de Eleições até três dias 4 - Até 10 dias antes do início da campanha, antes do início da campanha e ficam obrigadas a o executivo local, ouvidos os representantes dos assegurar tratamento jornalístico igualitário aos partidos políticos e grupos de cidadãos partidos e grupos de cidadãos intervenientes. intervenientes, indica os dias e as horas que 2 - As publicações que não procedam a essa lhes tiverem sido atribuídos, com respeito pelo comunicação não são obrigadas a inserir matéria princípio da igualdade. respeitante à campanha, salvo a que lhes seja enviada pela Comissão Nacional de Eleições, não Artigo 57.º tendo igualmente direito à indemnização Custos da utilização das salas de prevista no artigo 165.º espectáculos

Artigo 54.º 1 - Os proprietários das salas de Publicações doutrinárias espectáculos, ou os que as explorem, indicam o preço a cobrar pela sua utilização, que não pode O preceituado no n.º 1 do artigo anterior não ser superior à receita líquida correspondente a é aplicável às publicações doutrinárias que metade da lotação da respectiva sala num sejam propriedade de partido político, grupo de espectáculo normal. cidadãos ou associação política interveniente, 2 - O preço referido no número anterior e as desde que tal facto conste expressamente do demais condições de utilização são uniformes respectivo cabeçalho. para todos os partidos e grupos de cidadãos intervenientes. SUBSECÇÃO II Outros meios específicos de campanha Artigo 58.º Repartição da utilização Artigo 55.º Lugares e edifícios públicos 1 - A repartição da utilização de lugares e edifícios públicos, de salas de espectáculos e de 1 - A utilização dos lugares públicos a que se outros recintos de normal acesso público é feita refere o artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 406/74, de pela câmara municipal ou pela junta de 29 de Agosto, é repartida, precedendo consulta freguesia em questão, mediante sorteio, quando dos interessados e por forma a assegurar se verifique concorrência e não seja possível igualdade de tratamento. acordo entre os intervenientes. 2 - Os órgãos executivos autárquicos da área 2 - Para o sorteio previsto neste artigo são onde se realiza o referendo devem assegurar a convocados os representantes dos partidos cedência do uso, para fins de campanha, de políticos e dos grupos de cidadãos. edifícios públicos e recintos pertencentes a 3 - Os interessados podem acordar na outras pessoas colectivas de direito público, utilização em comum ou na troca dos locais cujo repartindo, de acordo com os mesmos critérios, uso lhes tenha sido atribuído. a sua utilização pelos partidos e grupos de cidadãos intervenientes.

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Artigo 59.º 2 - O regime das despesas de campanha dos Arrendamento partidos e dos grupos de cidadãos eleitores é, com as necessárias adaptações, o das despesas 1 - A partir da data da publicação da em campanhas eleitorais para as autarquias convocação do referendo até 20 dias após a sua locais, incluindo o respeitante aos limites de realização, os arrendatários de prédios urbanos despesas efectuadas por cada partido ou grupo podem por qualquer meio, incluindo a de cidadãos eleitores. sublocação por valor não excedente ao da renda, destiná-los à preparação e à realização Artigo 63.º da respectiva campanha, seja qual for o fim do Responsabilidade pelas contas arrendamento e independentemente de disposição em contrário do respectivo contrato. Os partidos políticos e os grupos de cidadãos 2 - Os arrendatários e os partidos políticos e são responsáveis pela elaboração e grupos de cidadãos são solidariamente apresentação das contas da respectiva responsáveis pelos prejuízos causados campanha. decorrentes da utilização prevista no número anterior. Artigo 64.º Prestação e publicação das contas Artigo 60.º Instalação de telefones No prazo de 90 dias a partir da proclamação oficial dos resultados, cada partido ou grupo de 1 - Os partidos políticos e os grupos de cidadãos presta contas discriminadas da sua cidadãos têm direito à instalação gratuita de um campanha à Comissão Nacional de Eleições e telefone por cada freguesia em que realizem publica-as em dois dos jornais mais lidos na actividades de campanha. autarquia em questão. 2 - A instalação de telefones pode ser requerida a partir da data de convocação do Artigo 65.º referendo e deve ser efectuada no prazo de Apreciação das contas cinco dias a contar do requerimento. 1 - A Comissão Nacional de Eleições aprecia, SECÇÃO IV no prazo de 90 dias, a legalidade das receitas e Financiamento da campanha despesas e a regularidade das contas e publica a sua apreciação no Diário da República. Artigo 61.º 2 - Se a Comissão Nacional de Eleições Receitas da campanha verificar qualquer irregularidade nas contas, notifica o partido ou o grupo de cidadãos para 1 - A campanha para o referendo só pode ser apresentar novas contas devidamente financiada por: regularizadas no prazo de 15 dias. 3 - Subsistindo nas novas contas a) Contribuições dos partidos políticos apresentadas irregularidades insusceptíveis de intervenientes; suprimento imediato, a Comissão Nacional de b) Contribuições dos grupos de cidadãos Eleições remete-as ao Tribunal de Contas a fim intervenientes; de que este sobre elas se pronuncie, no prazo c) Contribuições de eleitores; de 30 dias, com publicação da respectiva d) Produto de actividades de campanha. decisão no Diário da República. 2 - O financiamento das campanhas subordina-se, com as necessárias adaptações, CAPÍTULO III aos princípios e regras do financiamento das Organização do processo de votação campanhas eleitorais para as autarquias locais, excepto no que toca às subvenções públicas. SECÇÃO I 3 - Os grupos de cidadãos eleitores sujeitam- Assembleias de voto se a regime equivalente ao dos partidos políticos, com as necessárias adaptações. SUBSECÇÃO I Organização das assembleias de voto Artigo 62.º Despesas da campanha Artigo 66.º Âmbito das assembleias de voto 1 - Todas as despesas de campanha são discriminadas quanto ao seu destino com a 1 - A cada freguesia corresponde uma junção de documentos certificativos, quando de assembleia de voto. valor superior a três salários mínimos mensais 2 - As assembleias de voto das freguesias nacionais. com um número de eleitores superior a 1000 são divididas em secções de voto, de modo que o número de eleitores de cada uma não ultrapasse sensivelmente esse número.

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Artigo 67.º 2 - Dos editais consta também o número de Determinação das assembleias de voto inscritos no recenseamento dos eleitores correspondentes a cada assembleia de voto. 1 - Até ao 35.º dia anterior ao do referendo, o órgão executivo da autarquia determina as Artigo 71.º assembleias de voto de cada freguesia. Elementos de trabalho da mesa 2 - Tratando-se de referendo municipal, o presidente da câmara comunica de imediato 1 - Até três dias antes do dia do referendo, a essa distribuição à junta de freguesia. comissão recenseadora procede à extracção de 3 - Da decisão do autarca cabe recurso para duas cópias devidamente autenticadas dos o tribunal da comarca com jurisdição na sede do cadernos do recenseamento, confiando-as à distrito ou Região Autónoma. (Redação dada junta de freguesia. pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de 2 - Até dois dias antes do dia do referendo, novembro) no caso de referendo municipal, o presidente da 4 - O recurso é interposto no prazo de dois câmara municipal envia ao presidente da junta dias após a afixação do edital, pelo presidente de freguesia um caderno destinado à acta das da junta de freguesia ou por 10 eleitores operações eleitorais, com termo de abertura por pertencentes à assembleia de voto em causa, e ele assinado e com todas as folhas por ele é decidido em igual prazo, sendo a decisão rubricadas, bem como os impressos e outros imediatamente notificada ao recorrente. elementos de trabalho necessários. 5 - Da decisão do tribunal da comarca com 3 - A junta de freguesia providencia no jurisdição na sede do distrito ou Região sentido da entrega ao presidente da mesa de Autónoma cabe recurso, a interpor no prazo de cada assembleia de voto até uma hora antes da um dia, para o Tribunal Constitucional, que abertura da assembleia dos elementos referidos decide em Plenário em igual prazo. (Redação nos números anteriores. dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro) SUBSECÇÃO II Mesa das assembleias de voto Artigo 68.º Local de funcionamento Artigo 72.º Função e composição 1 - As assembleias de voto reúnem-se em edifícios públicos, de preferência escolas ou 1 - Em cada assembleia de voto há uma sedes de câmaras municipais ou de juntas de mesa que promove e dirige as operações de freguesia que ofereçam as indispensáveis referendo. condições de acesso e segurança. 2 - A mesa é constituída por um presidente, 2 - Na falta de edifícios públicos adequados um vice-presidente, um secretário e dois são requisitados para o efeito edifícios escrutinadores. particulares. Artigo 73.º Artigo 69.º Designação Determinação dos locais de funcionamento Os membros das mesas das assembleias de 1 - Compete ao presidente da câmara voto são escolhidos por acordo entre os municipal ou da junta de freguesia, consoante representantes dos partidos que tenham feito a os casos, determinar os locais de funcionamento declaração prevista no n.º 2 do artigo 37.º e os das assembleias de voto, comunicando-os, representantes dos grupos de cidadãos quando for caso disso, às correspondentes intervenientes, ou, na falta de acordo, por juntas de freguesia até ao 30.º dia anterior ao sorteio. do referendo. 2 - Até ao 28.º dia anterior ao do referendo, Artigo 74.º as juntas de freguesia anunciam, por editais a Requisitos da designação de membros das afixar nos lugares do estilo, os locais de mesas funcionamento das assembleias de voto. 1 - Os membros de cada mesa são Artigo 70.º designados de entre os eleitores pertencentes à Anúncio da hora, dia e local respectiva assembleia de voto. 2 - Não podem ser designados membros da 1 - Até ao 15.º dia anterior ao do referendo, mesa os eleitores que não saibam ler e escrever o presidente do executivo camarário ou da português. freguesia em cuja área tem lugar a consulta anuncia, através de edital afixado nos locais de estilo, o dia, a hora e os locais em que se reúnem as assembleias de voto.

638 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 75.º Artigo 79.º Incompatibilidades Exercício obrigatório da função

Não podem ser designados membros da 1 - O exercício da função de membro de mesa de assembleia de voto: (Redação dada mesa de assembleia de voto é obrigatório pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de podendo ser remunerado, nos termos da lei. novembro) 2 - São causas justificativas de escusa:

a) O Presidente da República, os a) Idade superior a 65 anos; deputados, os membros do Governo e b) Doença ou impossibilidade física dos Governos Regionais, os comprovada pelo delegado de saúde Representantes da República e os local; membros dos órgãos executivos das c) Mudança de residência para a área de autarquias locais ; (Redação dada pela outra autarquia, comprovada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de junta de freguesia da nova residência; novembro) d) Ausência no estrangeiro, devidamente b) Os juízes de qualquer tribunal e os comprovada; magistrados do Ministério Público. e) Exercício de actividade profissional de carácter inadiável, devidamente Artigo 76.º comprovado por superior hierárquico Processo de designação ou, não sendo o caso, através de qualquer meio idóneo de prova. 1 - No 18.º dia anterior ao da realização do referendo, pelas 21 horas, os representantes 3 - A invocação de causa justificativa é feita, dos diversos partidos e grupos de cidadãos, sempre que tal possa ocorrer, até três dias devidamente credenciados, reúnem para antes do referendo, perante o presidente do proceder à escolha dos membros da mesas das órgão executivo autárquico da área em questão. assembleias de voto da freguesia, na sede da 4 - No caso previsto no número anterior, o respectiva junta. presidente procede imediatamente à 2 - Se na reunião se não chegar a acordo, a substituição, nomeando outro eleitor designação resultará de sorteio a realizar, pelo pertencente à assembleia de voto. presidente da junta de freguesia, nas quarenta e oito horas seguintes, entre os eleitores da Artigo 80.º assembleia de voto. Dispensa de actividade profissional

Artigo 77.º Os membros das mesas das assembleias de Reclamação voto gozam do direito a dispensa de actividade profissional no dia da realização do referendo e 1 - Os nomes dos membros das mesas, no seguinte, devendo para o efeito comprovar o designados através dos processos previstos no exercício das respectivas funções. número anterior, são publicados por edital afixado no prazo de dois dias à porta da sede da Artigo 81.º junta de freguesia, podendo qualquer eleitor Constituição da mesa reclamar contra a designação perante o juiz da comarca no mesmo prazo, com fundamento em 1 - A mesa das assembleias de voto não pode preterição de requisitos fixados na presente lei. constituir-se antes da hora marcada para a 2 - O juiz decide a reclamação no prazo de votação nem em local diverso do que houver um dia e, se a atender, procede imediatamente sido anunciado, sob pena de nulidade de todos à escolha, comunicando-a ao presidente da os actos que praticar. junta de freguesia. 2 - Constituída a mesa, é afixado à porta do edifício em que estiver reunida a assembleia de Artigo 78.º voto um edital assinado pelo presidente, Alvará de nomeação contendo os nomes e os números de inscrição (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de no recenseamento dos cidadãos que compõem a 30 de novembro) mesa, bem como o número de eleitores inscritos nessa assembleia. Até cinco dias antes do referendo, o presidente do executivo autárquico lavrará Artigo 82.º alvará de designação dos membros das Substituições assembleias de voto, participando, no caso de referendo municipal, as nomeações às juntas de 1 - Se uma hora após a marcada para a freguesia respectivas. abertura da assembleia de voto não tiver sido possível constituir a mesa por não estarem presentes os membros indispensáveis ao seu funcionamento, o presidente da junta de

639 Autarquias Locais - Legislação Nacional freguesia, mediante acordo da maioria dos 2 - Da credencial constam o nome, o número delegados presentes, designa os substitutos dos de inscrição no recenseamento, o número e a membros ausentes de entre eleitores data do bilhete de identidade do delegado, o pertencentes a essa assembleia de voto. partido ou o grupo de cidadãos que representa e 2 - Se, apesar de constituída a mesa, se a assembleia de voto para que é designado. verificar a falta de um dos seus membros, o presidente substitui-o por qualquer eleitor Artigo 87.º pertencente à assembleia de voto, mediante o Poderes delegados acordo da maioria dos restantes membros da mesa e dos delegados dos partidos e grupos de 1 - Os delegados dos partidos e dos grupos cidadãos que estiverem presentes. de cidadãos intervenientes têm os seguintes 3 - Substituídos os faltosos, ficam sem efeito poderes: as respectivas nomeações e os seus nomes são a) Ocupar os lugares mais próximos da comunicados à entidade por elas responsável. mesa da assembleia de voto de modo a

poderem fiscalizar todas as operações Artigo 83.º de votação; Permanência da mesa b) Consultar a todo o momento as cópias

dos cadernos de recenseamento 1 - A mesa, uma vez constituída, não pode eleitoral utilizadas pela mesa da ser alterada, salvo caso de força maior. assembleia de voto; 2 - Da alteração da mesa e das suas razões é c) Ser ouvidos e esclarecidos acerca de dada publicidade através de edital afixado todas as questões suscitadas durante o imediatamente à porta do edifício onde funcionamento da assembleia de voto, funcionar a assembleia de voto. quer na fase da votação quer na fase

do apuramento; Artigo 84.º d) Apresentar oralmente ou por escrito Quórum reclamações, protestos ou

contraprotestos relativos às operações Durante as operações é obrigatória a de voto; presença da maioria dos membros da mesa, e) Assinar a acta e rubricar, selar e incluindo a do presidente ou a do vice- lacrar todos os documentos presidente. respeitantes às operações de voto;

f) Obter certidões das operações de SUBSECÇÃO III votação e apuramento. Delegados dos partidos e dos grupos de cidadãos 2 - Os delegados dos partidos políticos e grupos de cidadãos intervenientes não podem Artigo 85.º ser designados para substituir membros da Direito de designação de delegados mesa faltosos.

1 - Cada partido que tenha feito a declaração Artigo 88.º prevista no n.º 2 do artigo 36.º, e cada grupo de Imunidades e direitos cidadãos interveniente no referendo, tem o direito de designar um delegado efectivo e outro 1 - Os delegados dos partidos e grupos de suplente para cada assembleia de voto. cidadãos não podem ser detidos durante o 2 - Os delegados podem ser designados para funcionamento da assembleia de voto, a não ser uma assembleia de voto diferente daquela em por crime punível com pena de prisão superior a que estiverem inscritos como eleitores. três anos e em flagrante delito. 3 - A falta de designação ou de comparência 2 - Os delegados gozam do direito de qualquer delegado não afecta a regularidade consignado no artigo 80.º das operações. SECÇÃO II Artigo 86.º Boletins de voto Processo de designação Artigo 89.º 1 - Até ao 5.º dia anterior ao da realização do Características fundamentais referendo, os partidos e grupos de cidadãos indicam por escrito ao presidente da câmara 1 - Os boletins de voto são impressos em municipal ou da junta de freguesia, conforme os papel liso e não transparente. casos, os delegados correspondentes às diversas 2 - Os boletins têm forma rectangular, com a assembleias de voto e apresentam-lhe para dimensão apropriada para neles caberem, assinatura e autenticação as credenciais impressas em letra facilmente legível, as respectivas. perguntas submetidas ao eleitorado.

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Artigo 90.º CAPÍTULO IV Elementos integrantes Votação

1 - Em cada boletim de voto são dispostas, SECÇÃO I umas abaixo das outras, as questões Data da realização do referendo submetidas ao eleitorado. 2 - Na linha correspondente à última frase de Artigo 96.º cada pergunta figuram dois quadros, um Dia da realização do referendo encimado pela inscrição da palavra «Sim» e outro pela inscrição da palavra «Não», para o 1 - O referendo realiza-se no mesmo dia em efeito de o eleitor assinalar a resposta que todo o território abrangido pelo referendo, sem prefere. prejuízo do disposto no artigo 112.º 2 - O referendo só pode realizar-se num Artigo 91.º domingo ou em dia de feriado nacional, Cor dos boletins de voto autonómico ou autárquico.

Os boletins de voto são de cor branca. SECÇÃO II Exercício do direito de sufrágio Artigo 92.º Composição e impressão Artigo 97.º Direito e dever cívico A composição e a impressão dos boletins de voto são efectuadas pela Imprensa Nacional- 1 - O sufrágio constitui um direito e um dever Casa da Moeda. cívico. 2 - Os responsáveis pelos serviços e pelas Artigo 93.º empresas que tenham de se manter em Envio dos boletins de voto às autarquias actividade no dia do referendo facilitam aos (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de respectivos funcionários e trabalhadores 30 de novembro) dispensa pelo tempo suficiente para que possam votar. A Direcção-Geral de Administração Interna providencia o envio dos boletins de voto às Artigo 98.º freguesias onde tem lugar o referendo. Unicidade

Artigo 94.º O eleitor só vota uma vez em cada referendo. Distribuição dos boletins de voto Artigo 99.º 1 - Compete ao presidente do órgão Local de exercício do sufrágio executivo da freguesia proceder à distribuição dos boletins de voto pelas assembleias de voto. O direito de sufrágio é exercido na 2 - A cada assembleia de voto são remetidos, assembleia de voto correspondente ao local por em sobrescrito fechado e lacrado, boletins de onde o eleitor esteja recenseado. voto em número igual ao dos correspondentes eleitores, mais 10%. Artigo 100.º 3 - O órgão referido no n.º 1 presta contas Requisitos do exercício do direito de ao tribunal da comarca com jurisdição na sede sufrágio do distrito ou Região Autónoma dos boletins de voto recebidos. (Redação dada pela Lei Orgânica 1 - Para que o eleitor seja admitido a votar n.º 1/2011, de 30 de novembro) tem de estar inscrito no caderno de recenseamento e a sua identidade ser Artigo 95.º reconhecida pela mesa da assembleia de voto. Devolução dos boletins de voto não 2 - A inscrição no caderno de recenseamento utilizados ou inutilizados eleitoral implica a presunção do direito de (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de participação. 30 de novembro) Artigo 101.º No dia seguinte ao da realização do Pessoalidade referendo, o presidente de cada assembleia de voto devolve ao tribunal da comarca com 1 - O direito de sufrágio é exercido jurisdição na sede do distrito ou Região pessoalmente pelo eleitor. Autónoma, ou à entidade que o substitua, os 2 - Não é admitida nenhuma forma de boletins de voto não utilizados ou inutilizados representação ou delegação. pelos eleitores.

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Artigo 102.º b) Ocorrência, na freguesia, de grave Presencialidade perturbação da ordem pública no dia marcado para a realização do O direito de sufrágio é exercido referendo; presencialmente em assembleia de voto pelo c) Ocorrência, na freguesia, de grave eleitor, salvo o disposto quanto ao modo de calamidade, no dia marcado para a exercício do voto antecipado . (Redacção dada realização do referendo ou nos três pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dias anteriores. dezembro) Artigo 107.º Artigo 103.º Irregularidades e seu suprimento Segredo do voto 1 - Verificando-se irregularidades supríveis, a 1 - Ninguém pode, sob qualquer pretexto, ser mesa procede ao seu suprimento. obrigado a revelar o sentido do seu voto. 2 - Não sendo possível esse suprimento 2 - Dentro da assembleia de voto e fora dela, dentro das duas horas subsequentes à abertura até à distância de 500 m, ninguém pode revelar da assembleia de voto, é esta declarada em que sentido votou ou vai votar. encerrada.

Artigo 104.º Artigo 108.º Abertura de serviços públicos Continuidade das operações

No dia da realização do referendo, durante o A assembleia de voto funciona período de funcionamento das assembleias de ininterruptamente até serem concluídas todas as voto, mantêm-se abertos os serviços: operações de votação e apuramento, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte. a) Das juntas de freguesia, para efeito Artigo 109.º de informação dos eleitores acerca do Interrupção das operações seu número de inscrição no

recenseamento eleitoral; 1 - As operações são interrompidas, sob pena b) Dos centros de saúde ou locais de nulidade da votação, nos seguintes casos: equiparados, para o efeito do disposto no n.º 2 do artigo 117.º a) Ocorrência, na freguesia, de grave perturbação da ordem pública que SECÇÃO III afecte a genuinidade do acto de Processo de votação sufrágio; b) Ocorrência, na assembleia de voto, de SUBSECÇÃO I qualquer das perturbações previstas Funcionamento das assembleias de voto nos n.os 2 e 3 do artigo 124.º; c) Ocorrência, na freguesia, de grave Artigo 105.º calamidade. Abertura da assembleia 2 - As operações só são retomadas depois de 1 - A assembleia de voto abre às 8 horas do o presidente verificar a existência de condições dia marcado para a realização do referendo, para que possam prosseguir. depois de constituída a mesa. 3 - Determina o encerramento da assembleia 2 - O presidente declara aberta a assembleia de voto e a nulidade da votação a interrupção de voto, manda afixar os editais a que se refere desta por período superior a três horas. o n.º 2 do artigo 81.º, procede com os restantes 4 - Determina também a nulidade da votação membros da mesa e os delegados dos partidos e a sua interrupção quando as operações não grupos de cidadãos à revista da câmara de voto tiverem sido retomadas até à hora do seu e dos documentos de trabalho da mesa e exibe encerramento normal, salvo se já tiverem a urna perante os eleitores para que todos votado todos os eleitores inscritos. possam certificar-se de que se encontra vazia. Artigo 110.º

Presença de não eleitores Artigo 106.º

Impossibilidade de abertura da assembleia É proibida a presença na assembleia de voto de voto de não eleitores e de eleitores que aí não possam votar, salvo se se tratar de Não pode ser aberta a assembleia de voto representantes de partidos intervenientes no nos seguintes casos: referendo ou de profissionais da comunicação a) Impossibilidade de constituição da social, devidamente identificados e no exercício mesa; das suas funções.

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Artigo 111.º isso destinada e na linha correspondente ao Encerramento da votação nome do eleitor. 3 - Feita a descarga, o presidente abre o 1 - A admissão de eleitores na assembleia ou sobrescrito azul referido no n.º 4 do artigo 119.º secção de voto faz-se até às 19 horas. e retira o boletim de voto de sobrescrito branco, 2 - Depois desta hora apenas podem votar os também ali mencionado, e procede eleitores presentes. imediatamente à sua introdução na urna. 3 - O presidente declara encerrada a votação logo que tenham votado todos os eleitores Artigo 115.º inscritos ou, depois das 19 horas, logo que Ordem da votação dos restantes eleitores tenham votado todos os eleitores presentes na assembleia de voto. 1 - Os restantes eleitores votam pela ordem de chegada à assembleia de voto, dispondo-se Artigo 112.º para o efeito em fila. Adiamento da votação 2 - Os membros das mesas e os delegados

1 - Nos casos previstos no artigo 106.º, no dos partidos em outras assembleias de voto n.º 2 do artigo 107.º e nos n.os 3 e 4 do artigo exercem o seu direito de voto logo que se 109.º, aplicar-se-ão, pela respectiva ordem, as apresentem, desde que exibam o respectivo disposições seguintes: alvará ou credencial.

a) Realização de uma nova votação no Artigo 116.º mesmo dia da semana seguinte; Modo como vota cada eleitor b) Realização do apuramento definitivo sem ter em conta a votação em falta, 1 - Cada eleitor, apresentando-se perante a se se tiver revelado impossível a mesa, indica o número de inscrição no realização da votação prevista na recenseamento e o nome e entrega ao alínea anterior. presidente o bilhete de identidade. 2 - Na falta de bilhete de identidade, a 2 - Quando, porém, as operações de votação identificação do eleitor faz-se por meio de não tenham podido realizar-se ou prosseguir por qualquer outro documento oficial que contenha ocorrência de grave calamidade na freguesia, fotografia actualizada, ou ainda por pode o presidente da câmara municipal reconhecimento unânime dos membros da respectivo adiar a realização da votação até ao mesa. 14.º dia subsequente, anunciando o adiamento 3 - Identificado o eleitor, o presidente diz em logo que conhecida a respectiva causa. (Redação voz alta o seu número de inscrição no dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de recenseamento e o seu nome e, depois de novembro) verificada a inscrição, entrega-lhe um boletim de 3 - A votação só pode ser adiada uma vez. voto.

4 - Em seguida, o eleitor dirige-se à câmara SUBSECÇÃO II de voto situada na assembleia e aí, sozinho, Modo geral de votação assinala em relação a cada pergunta submetida

ao eleitorado o quadrado encimado pela palavra Artigo 113.º «Sim» ou o quadrado encimado pela palavra Votação dos elementos da mesa e dos «Não», ou não assinala nenhum, e dobra o delegados boletim em quatro.

5 - Voltando para junto da mesa, o eleitor Não havendo nenhuma irregularidade, votam entrega o boletim de voto ao presidente, que o imediatamente o presidente e os vogais da deposita na urna, enquanto os escrutinados mesa, bem como os delegados dos partidos e descarregam o voto, rubricando os cadernos de dos grupos de cidadãos que se encontrem recenseamento na coluna a isso destinada e na inscritos no caderno de recenseamento da linha correspondente ao nome do eleitor. assembleia de voto. 6 - Se, por inadvertência, o eleitor deteriorar

o boletim, pede outro ao presidente, Artigo 114.º devolvendo-lhe o primeiro. Votos antecipados 7 - No caso previsto no número anterior, o

presidente escreve no boletim devolvido a nota 1 - Após terem votado os elementos da de inutilizado, rubrica-o e conserva-o para o mesa, o presidente procede à abertura e efeito do artigo 95.º lançamento na urna dos votos antecipados, quando existam.

2 - Para o efeito do disposto no número anterior, a mesa verifica se o eleitor se encontra devidamente inscrito e procede à correspondente descarga no caderno de recenseamento, mediante rubrica na coluna a

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SUBSECÇÃO III f) Os membros que representem Modos especiais de votação oficialmente selecções nacionais, organizadas por federações desportivas DIVISÃO I dotadas de utilidade pública desportiva Voto dos deficientes e se encontrem deslocados no estrangeiro em competições Artigo 117.º desportivas, no dia da realização do Requisitos e modo de exercício referendo; (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de 1 - O eleitor afectado por doença ou dezembro) deficiência física notórias, que a mesa verifique g) Todos os eleitores não abrangidos não poder praticar os actos descritos no artigo pelas alíneas anteriores que, por força anterior, vota acompanhado por outro eleitor da representação de qualquer pessoa por si escolhido, que garanta a fidelidade de colectiva dos sectores público, privado expressão do seu voto e que fica obrigado a ou cooperativo, das organizações sigilo absoluto. representativas dos trabalhadores ou 2 - Se a mesa deliberar que não se verifica a de organizações representativas das notoriedade da doença ou da deficiência física, actividades económicas, e, ainda, exige que lhe seja apresentado no acto da outros eleitores que, por imperativo votação atestado comprovativo da decorrente das suas funções impossibilidade da prática dos actos descritos no profissionais, se encontrem impedidos artigo anterior emitido pelo médico que exerça de se deslocar à assembleia de voto no poderes de autoridade sanitária na área da dia da realização do referendo. freguesia e autenticado com o selo do respectivo (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º serviço. 3/2010, de 15 de dezembro)

2 - Os eleitores referidos nas alíneas a), b) e DIVISÃO II g) do número anterior quando deslocados no Voto antecipado estrangeiro entre o 12.º dia anterior ao do

referendo e o dia da realização do referendo Artigo 118.º podem exercer o direito de voto junto das A quem é facultado representações diplomáticas, consulares ou nas

delegações externas dos ministérios e 1 - Podem votar antecipadamente: instituições públicas portuguesas previamente a) Os militares que no dia da realização definidas pelo Ministério dos Negócios do referendo estejam impedidos de se Estrangeiros, nos termos do artigo 120.º -A. deslocar à assembleia de voto por (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, imperativo inadiável de exercício das de 15 de dezembro) suas funções; 3 — Podem ainda votar antecipadamente os b) Os agentes de forças e serviços que estudantes de instituições de ensino inscritos em exerçam funções de segurança interna estabelecimentos situados em distrito, região nos termos da lei, bem como os autónoma ou ilha diferentes daqueles por onde bombeiros e agentes da protecção civil, se encontram inscritos no recenseamento que se encontrem em situação análoga eleitoral. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º à prevista na alínea anterior; 3/2010, de 15 de dezembro) (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 4 — Podem ainda votar antecipadamente os 3/2010, de 15 de dezembro) seguintes eleitores recenseados no território c) Os trabalhadores marítimos e nacional e deslocados no estrangeiro: aeronáuticos, bem como os ferroviários a) Militares, agentes militarizados e civis e os rodoviários de longo curso que por integrados em operações de força da sua actividade profissional se manutenção de paz, cooperação encontrem presumivelmente técnico -militar ou equiparadas; embarcados ou deslocados no dia da b) Médicos, enfermeiros e outros realização do referendo; cidadãos integrados em missões d) Os eleitores que por motivo de humanitárias, como tal reconhecidas doença se encontrem internados ou pelo Ministério dos Negócios presumivelmente internados em Estrangeiros; estabelecimento hospitalar e c) Investigadores e bolseiros em impossibilitados de se deslocar à instituições universitárias ou assembleia de voto; equiparadas, como tal reconhecidas e) Os eleitores que se encontrem presos. pelo ministério competente;

d) Estudantes inscritos em instituições

de ensino ou que as frequentem ao

abrigo de programas de intercâmbio;

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e) Os eleitores doentes em tratamento 7 - O presidente da junta de freguesia no estrangeiro, bem como os seus entrega ao eleitor recibo comprovativo do acompanhantes . (Redacção dada pela exercício do direito de voto, do qual constam o Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de nome, residência, número do bilhete de dezembro) identidade e assembleia de voto a que pertence, bem como o respectivo número de inscrição no 5 — Podem ainda votar antecipadamente os recenseamento, assina o documento e cidadãos eleitores cônjuges ou equiparados, autentica-o com o carimbo ou selo branco da parentes ou afins que vivam com os eleitores autarquia. mencionados no número anterior. (Redacção 8 - O presidente da junta de freguesia dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de elabora uma acta das operações efectuadas, dezembro) nela mencionando o nome, o número de 6 - Só são considerados os votos recebidos inscrição e a freguesia onde o eleitor se encontra na sede da junta de freguesia correspondente à inscrito, enviando cópia da mesma à assembleia assembleia de voto em que o eleitor deveria de apuramento geral. votar, até ao dia anterior ao da realização do 9 - A junta de freguesia remete os votos referendo. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º referidos nos números anteriores ao presidente 3/2010, de 15 de dezembro) da mesa da assembleia de voto até à hora

prevista no n.º 1 do artigo 105.º Artigo 119.º 10 - Os partidos e grupos de cidadãos Modo de exercício do direito de voto intervenientes na campanha para o referendo antecipado por razões profissionais podem nomear, nos termos gerais, delegados

para fiscalizar as operações referidas nos n. os 1 1 — Os eleitores que se encontrem nas a 8. condições previstas nas alíneas a), b), c), f) e g) do n.º 1 do artigo anterior podem dirigir -se ao Artigo 120.º presidente da câmara do município em cuja área Modo de exercício por doentes e por presos se encontre recenseado, entre o 10.º e o 5.º dias anteriores ao do referendo, manifestando a 1 — Os eleitores que se encontrem nas sua vontade de exercer antecipadamente o condições previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1 direito de sufrágio. (Redacção dada pela Lei do artigo 118.º podem requerer, por meios Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro) electrónicos ou por via postal, ao presidente da 2 — O eleitor identifica -se da forma prevista câmara do município em que se encontrem nos n. os 1 e 2 do artigo 116.º e faz prova do recenseados, até ao 20.º dia anterior ao do impedimento invocado através de documento referendo, a documentação necessária ao assinado pelo seu superior hierárquico, pela exercício do direito de voto, enviando cópias do entidade patronal ou outro que comprove seu cartão de cidadão ou bilhete de identidade e suficientemente a existência do impedimento ao cartão ou certidão de eleitor, juntando normal exercício do direito de voto. (Redacção documento comprovativo do impedimento dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de invocado, passado pelo médico assistente e dezembro) confirmado pela direcção do estabelecimento 3 - O presidente da junta de freguesia hospitalar, ou documento emitido pelo director entrega ao eleitor um boletim de voto e dois do estabelecimento prisional, conforme os casos. sobrescritos. (Redacção dada pela Lei Orgânica n.º 3/2010, 4 - Um dos sobrescritos, de cor branca, de 15 de dezembro) destina-se a receber o boletim de voto e o outro, 2 - O autarca referido no número anterior de cor azul, a conter o sobrescrito anterior e o enviará por correio registado com aviso de documento comprovativo a que se refere o n.º recepção, até ao 17.º dia anterior ao do 2. referendo: 5 - O eleitor preenche o boletim em condições que garantam o segredo de voto, a) Ao eleitor, a documentação necessária dobra-o em quatro e introdu-lo no sobrescrito de ao exercício do direito de voto, cor branca, que fecha adequadamente. acompanhada dos documentos 6 - Em seguida, o sobrescrito de cor branca é enviados pelo eleitor; introduzido no sobrescrito de cor azul b) Ao presidente da junta de freguesia juntamente com o referido documento da área onde se encontrem eleitores comprovativo, sendo o sobrescrito azul fechado, nas condições definidas no n.º 1, a lacrado e assinado no verso, de forma legível, relação nominal dos referidos eleitores pelo presidente da junta de freguesia e pelo e a indicação dos estabelecimentos eleitor. hospitalares ou prisionais abrangidos.

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3 - O presidente da junta de freguesia onde 3 — As operações eleitorais previstas nos se situe o estabelecimento hospitalar ou números anteriores podem ser fiscalizadas pelos prisional onde o eleitor se encontra internado partidos e grupos de cidadãos eleitores notifica, até ao 16.º dia anterior ao do intervenientes na campanha para o referendo referendo, os partidos e grupos de cidadãos que nomeiem delegados até ao 16.º dia anterior intervenientes na campanha para o referendo, ao do referendo. para cumprimento dos fins previstos no n.º 10 do artigo anterior, dando conhecimento de quais Artigo 120.º -B os estabelecimentos onde se realiza o voto Modo de exercício do voto por antecipado. estudantes 4 - A nomeação de delegados dos partidos e (Aditado pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de grupos de cidadãos deve ser transmitida ao dezembro) presidente da junta de freguesia até ao 14.º dia anterior ao do referendo. 1 — Os eleitores que se encontrem nas 5 - Entre o 13.º e o 10.º dia anteriores ao do condições previstas no n.º 3 do artigo 118.º referendo, o presidente da junta de freguesia podem requerer, por meios electrónicos ou por em cuja área se encontre situado o via postal, ao presidente da câmara do estabelecimento hospitalar ou prisional com município em que se encontrem recenseados a eleitores nas condições do n.º 1 desloca-se, em documentação necessária ao exercício do direito dia e hora previamente anunciados ao de voto no prazo e nas condições previstas nos respectivo director e aos delegados de justiça, n. os 1 e 2 do artigo 120.º ao estabelecimento a fim de ser dado 2 — O documento comprovativo do cumprimento, com as necessárias adaptações, impedimento do eleitor consiste numa ditadas pelos constrangimentos dos regimes declaração emitida pela direcção do hospitalares ou prisionais, ao disposto nos n. os estabelecimento de ensino que ateste a sua 4, 5, 6, 7, 8 e 9 do artigo anterior. admissão ou frequência. 6 - A junta de freguesia destinatária dos 3 — O exercício do direito de voto faz -se votos recebidos dá cumprimento ao disposto no perante o presidente da câmara do município n.º 9 do artigo anterior. onde o eleitor frequente o estabelecimento de ensino, no prazo e termos previstos nos n. os 3 a Artigo 120.º -A 6 do artigo 120.º. Modo de exercício do direito de voto antecipado por eleitores deslocados no SECÇÃO IV estrangeiro Garantias de liberdade do sufrágio (Aditado pela Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de dezembro) Artigo 121.º Dúvidas, reclamações, protestos e 1 — Os eleitores que se encontrem nas contraprotestos condições previstas nos n. os 2, 4 e 5 do artigo 118.º podem exercer o direito de sufrágio entre 1 - Além dos delegados dos partidos e grupos o 12.º e o 10.º dias anteriores ao do referendo, de cidadãos intervenientes na campanha para o junto das representações diplomáticas, referendo, qualquer eleitor pertencente a uma consulares ou nas delegações externas dos assembleia de voto pode suscitar dúvidas e ministérios e instituições públicas portuguesas apresentar por escrito reclamações, protestos e previamente definidas pelo Ministério dos contraprotestos relativos às operações da Negócios Estrangeiros, nos termos previstos no mesma assembleia e instruí-los com os artigo 119.º, sendo a intervenção do presidente documentos convenientes. da câmara municipal da competência do 2 - A mesa não pode recusar-se a receber as funcionário diplomático designado para o efeito, reclamações, os protestos e os contraprotestos e a quem cabe remeter a correspondência eleitoral deve rubricá-los e apensá-los à acta. pela via mais expedita à junta de freguesia 3 - As reclamações, os protestos e os respectiva. contraprotestos têm de ser objecto de 2 — No caso dos eleitores mencionados nas deliberação da mesa, que pode tomá-la no final alíneas a) e b) do n.º 4 do artigo 118.º, o se entender que isso não afecta o andamento Ministério dos Negócios Estrangeiros, se normal da votação. reconhecer a impossibilidade da sua deslocação 4 - Todas as deliberações da mesa são aos locais referidos no número anterior, designa tomadas por maioria absoluta dos membros um funcionário diplomático, que procede à presentes e fundamentadas, tendo o presidente recolha da correspondência eleitoral, no período voto de qualidade. acima referido.

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Artigo 122.º Artigo 125.º Polícia da assembleia de voto Deveres dos profissionais de comunicação social 1 - Compete ao presidente da mesa, coadjuvado pelos vogais, assegurar a liberdade Os profissionais de comunicação social que dos eleitores, manter a ordem e em geral no exercício das suas funções se desloquem às policiar a assembleia, adoptando para o efeito as assembleias de voto não podem: providências necessárias. a) Colher imagens ou aproximar-se das 2 - Não são admitidos na assembleia de voto câmaras de voto por forma que possa os eleitores que se encontrem manifestamente comprometer o segredo do voto; sob o efeito do álcool ou de estupefacientes, ou b) Obter no interior da assembleia de que sejam portadores de qualquer arma ou voto ou no seu exterior, até à distância instrumento susceptível de como tal ser usado. de 500 m, outros elementos de

reportagem que igualmente possam Artigo 123.º comprometer o segredo do voto; Proibição de propaganda c) Perturbar de qualquer modo o acto da

votação. 1 - É proibida qualquer propaganda dentro das assembleias de voto e fora delas até à Artigo 126.º distância de 500 m. Difusão e publicação de notícias e 2 - Por propaganda entende-se também a reportagens exibição de símbolos, siglas, sinais, distintivos ou autocolantes de quaisquer partidos, As notícias, as imagens ou outros elementos coligações ou grupos de cidadãos, ou de reportagem colhidos nas assembleias de representativos de posições assumidas perante voto, incluindo os resultados do apuramento o referendo. parcial, só podem ser difundidos ou publicados

após o encerramento de todas as assembleias Artigo 124.º de voto. Proibição de presença de forças de

segurança e casos em que podem CAPÍTULO V comparecer Apuramento

1 - Nos locais onde se reunirem as SECÇÃO I assembleias de voto e num raio de 100 m é Apuramento parcial proibida a presença de forças de segurança, salvo nos casos previstos nos números Artigo 127.º seguintes. Operação preliminar 2 - Quando for necessário pôr termo a algum tumulto ou obstar a qualquer agressão ou Encerrada a votação, o presidente da violência dentro do edifício da assembleia de assembleia de voto procede à contagem dos voto ou na sua proximidade, e ainda em caso de boletins que não tiverem sido utilizados, bem desobediência às suas ordens, pode o presidente como dos inutilizados pelos eleitores e encerra- da mesa, consultada esta, requisitar a presença os com a necessária especificação em de forças de segurança, sempre que possível por sobrescrito próprio, que fecha e lacra para os escrito, mencionando na acta das operações as efeitos do artigo 95.º razões e o período da respectiva presença.

3 - Quando o comandante das forças de Artigo 128.º segurança verificar a existência de fortes indícios Contagem dos votantes e dos boletins de de que se exerce sobre os membros da mesa voto coacção física ou psíquica que impeça o presidente de fazer a requisição, pode 1 - Concluída a operação preliminar, o apresentar-se a este por iniciativa própria, mas presidente manda contar o número de votantes deve retirar-se logo que pelo presidente ou por pelas descargas efectuadas nos cadernos de quem o substitua tal lhe seja determinado. recenseamento. 4 - Quando o entenda necessário, o 2 - Em seguida, manda abrir a urna a fim de comandante da força de segurança pode visitar, conferir o número de boletins de voto entrados desarmado e por um período máximo de dez e, no fim da contagem, volta a introduzi-los minutos, a assembleia de voto, a fim de nela. estabelecer contacto com o presidente da mesa 3 - Em caso de divergência entre o número ou com quem o substitua. dos votantes apurados e o dos boletins de voto

contados prevalece, para efeitos de apuramento,

o segundo destes números.

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4 - Do número de boletins de voto contados é 2 - Considera-se ainda como voto nulo o voto dado imediato conhecimento público através de antecipado quando o sobrescrito com o boletim edital que o presidente lê em voz alta e manda de voto não chegue ao seu destino nas afixar à porta da assembleia de voto. condições previstas nos artigos 119.º e 120.º ou seja recebido em sobrescrito que não esteja Artigo 129.º adequadamente fechado. Contagem dos votos Artigo 133.º 1 - Um dos escrutinadores desdobra os Direitos dos delegados dos partidos e dos boletins, um a um, e anuncia em voz alta qual a grupos de cidadãos resposta a cada uma das perguntas submetidas ao eleitorado. 1 - Depois das operações previstas nos 2 - O outro escrutinador regista num quadro artigos 128.º e 129.º, os delegados dos partidos bem visível, ou não sendo tal possível numa e dos grupos de cidadãos têm o direito de folha branca, a resposta atribuída a cada examinar os lotes dos boletins separados, bem pergunta, os votos em branco e os votos nulos. como os correspondentes registos, sem alterar a 3 - Simultaneamente, os boletins de voto são sua composição e, no caso de terem dúvidas ou examinados e exibidos pelo presidente, que, objecções em relação à contagem ou à com a ajuda de um dos vogais, os agrupa em qualificação dada ao voto de qualquer boletim, lotes separados, correspondentes aos votos têm o direito de solicitar esclarecimentos ou validamente expressos, aos votos em branco e apresentar reclamações ou protestos perante o aos votos nulos. presidente. 4 - Terminadas as operações previstas nos 2 - Se a reclamação ou protesto não for números anteriores, o presidente procede à atendido pela mesa, os boletins de voto contraprova dos boletins de cada um dos lotes reclamados ou protestados são separados, separados e pela verificação dos requisitos anotados no verso com a indicação da previstos no n.º 2. qualificação dada pela mesa e do objecto da reclamação ou do protesto, e rubricados pelo Artigo 130.º presidente da mesa e pelo delegado do partido Votos válidos ou do grupo de cidadãos. 3 - A reclamação ou o protesto não atendidos Excepcionados os votos referidos no artigo não impedem a contagem do boletim de voto seguinte, consideram-se válidos os votos em para o efeito de apuramento parcial. que o leitor haja assinalado correctamente as respostas a uma ou mais das questões Artigo 134.º formuladas. Edital do apuramento parcial

Artigo 131.º O apuramento é imediatamente publicado por Votos em branco edital afixado à porta do edifício da assembleia de voto em que se discriminam o número de Considera-se voto em branco o respostas afirmativas ou negativas a cada correspondente a boletim de voto que não pergunta, o número de votos em branco e o de contenha qualquer sinal ou aquele em que não votos nulos. figure nenhuma resposta. Artigo 135.º Artigo 132.º Comunicação para efeito de escrutínio Voto nulo provisório (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 1 - Considera-se voto nulo, no tocante a 30 de novembro) qualquer das perguntas, o correspondente ao boletim: 1 - Os presidentes das mesas das assembleias de voto comunicam imediatamente a) No qual tenha sido assinalado mais de à junta de freguesia ou à entidade para esse um quadrado correspondente à mesma efeito designada pelo director-geral de pergunta; Administração Interna ou pelo Representante da b) No qual haja dúvidas quanto ao República, consoante os casos, os elementos quadrado assinalado; constantes do edital previsto no número c) No qual tenha sido feito qualquer anterior. corte, desenho ou rasura; 2 - A entidade a quem é feita a comunicação d) No qual tenha sido escrita qualquer apura os resultados do referendo na freguesia e palavra. comunica-os imediatamente ao director-geral de Administração Interna ou ao Representante da República.

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3 - O Representante da República transmite m) Quaisquer outras ocorrências que a imediatamente os resultados à Direcção-Geral mesa julgue dever mencionar. de Administração Interna. Artigo 139.º Artigo 136.º Envio à assembleia de apuramento geral Destino dos boletins de votos nulos ou objecto de reclamação ou protesto Nas vinte e quatro horas seguintes à votação, os presidentes das mesas das assembleias de Os boletins de votos nulos ou sobre os quais voto entregam pessoalmente, contra recibo, ou tenha havido reclamação ou protesto são, depois remetem, pelo seguro do correio, as actas, os de rubricados, remetidos à assembleia de cadernos e demais documentos respeitantes ao apuramento geral com os documentos que lhe referendo ao presidente da assembleia de digam respeito. apuramento geral.

Artigo 137.º SECÇÃO II Destino dos restantes boletins de voto Apuramento geral

1 - Os restantes boletins de voto, Artigo 140.º devidamente empacotados e lacrados, são Assembleia de apuramento geral confiados à guarda do juiz de direito da comarca. O apuramento geral dos resultados do 2 - Esgotado o prazo para interposição dos referendo compete a uma assembleia recursos contenciosos, ou decididos constituída para o efeito, que funciona no definitivamente estes, o juiz promove a edifício da câmara municipal. destruição dos boletins. Artigo 141.º Artigo 138.º Composição Acta das operações de votação e apuramento 1 - Compõem a assembleia de apuramento geral: 1 - Compete ao secretário da mesa proceder a) Um magistrado judicial ou seu à elaboração da acta das operações de votação substituto legal, e, na sua falta, um e apuramento. cidadão de comprovada idoneidade 2 - Da acta devem constar: cívica, designado pelo presidente do a) Os números de inscrição no tribunal da relação do distrito judicial recenseamento e os nomes dos respectivo, que servirá de presidente, membros da mesa e dos delegados dos com voto de qualidade; partidos e grupos de cidadãos b) Dois juristas de reconhecido mérito intervenientes; escolhidos pelo presidente; b) O local da assembleia de voto e a c) Dois licenciados em Matemática que hora de abertura e de encerramento; leccionem na área do concelho, c) As deliberações tomadas pela mesa designados pela direcção escolar durante as operações; respectiva; d) O número total de eleitores inscritos, d) O chefe da secretaria da câmara o de votantes e o de não votantes; municipal respectiva, que servirá de e) Os números de inscrição no secretário, sem direito de voto. recenseamento dos eleitores que 2 - As assembleias de apuramento geral dos votaram por antecipação; concelhos de Lisboa e do Porto podem ter f) O número das respostas afirmativas composição alargada, através da designação de ou negativas obtidas por cada mais um jurista de reconhecido mérito e de um pergunta; licenciado em Matemática, nos termos do g) O número de respostas em branco a número anterior. cada pergunta; 3 - Os partidos e grupos de cidadãos h) O número de votos totalmente em intervenientes na campanha podem fazer-se branco e o de votos nulos; representar por delegados devidamente i) O número de boletins de voto sobre os credenciados, sem direito de voto, mas com quais haja incidido reclamação ou direito de reclamação, protesto e contraprotesto. protesto;

j) As divergências de contagem, se Artigo 142.º tiverem existido, a que se refere o n.º Constituição e início das operações 3 do artigo 128.º, com indicação

precisa das diferenças notadas; 1 - A assembleia deve estar constituída até à l) O número de reclamações, protestos e antevéspera do dia do referendo, dando-se contraprotestos apensos à acta;

649 Autarquias Locais - Legislação Nacional imediatamente conhecimento público dos nomes base nos elementos já recebidos, designando o dos cidadãos que a compõem através de edital presidente nova reunião, dentro das quarenta e afixado à porta do edifício da câmara municipal. oito horas seguintes, para se concluírem os trabalhos, tomando entretanto as necessárias 2 - As designações a que se refere a alínea c) providências para que a falta seja reparada. do n.º 1 do artigo anterior devem ser comunicadas ao presidente até três dias antes Artigo 145.º das eleições. Proclamação e publicação dos resultados 3 - A assembleia de apuramento geral inicia as suas operações às 9 horas do 2.º dia seguinte 1 - A proclamação pelo presidente e a ao da realização do referendo. publicação dos resultados fazem-se até ao 4.º 4 - Em caso de adiamento ou declaração de dia posterior ao da votação. nulidade da votação em qualquer assembleia de 2 - A publicação consta de edital afixado à voto, o início das operações tem lugar no 2.º dia porta do edifício da câmara municipal. seguinte ao da votação, para completar as operações de apuramento. Artigo 146.º Acta do apuramento geral Artigo 143.º Conteúdo do apuramento geral 1 - Do apuramento é lavrada acta de que constem os resultados das respectivas 1 - O apuramento geral consiste: operações. 2 - Nos dois dias posteriores àquele em que a) Na verificação do número total de se conclua o apuramento geral, o presidente eleitores inscritos; envia pelo seguro do correio dois exemplares da b) Na verificação dos números totais de acta à Comissão Nacional de Eleições. votantes e de não votantes, com as

respectivas percentagens Artigo 147.º relativamente ao número total de Mapa dos resultados do referendo inscritos;

c) Na verificação dos números totais de 1 - A Comissão Nacional de Eleições elabora votos em branco, de votos nulos e de um mapa oficial com os resultados do referendo votos validamente expressos, com as de que constem: respectivas percentagens relativamente ao número total de a) Número total de eleitores inscritos; votantes; b) Números totais de votantes e de não d) Na verificação dos números totais de votantes, com as respectivas respostas afirmativas e negativas às percentagens em relação ao número perguntas submetidas ao eleitorado, total de inscritos; com as respectivas percentagens c) Números totais de votos validamente relativamente ao número total de votos expressos, de votos em branco e de validamente expressos; votos nulos, com as respectivas e) Na verificação do número de percentagens relativamente ao número respostas em branco em relação a cada total de votantes; pergunta, com as correspondentes d) Número total de respostas afirmativas percentagens relativamente ao número e negativas a cada pergunta submetida total dos respectivos votantes. ao eleitorado, com as respectivas percentagens relativamente ao número 2 - O apuramento geral consiste ainda na total de votos validamente expressos; reapreciação e decisão uniforme relativa aos e) Número total de respostas em branco boletins de voto objecto de reclamação ou em relação a cada pergunta com as protesto e aos considerados nulos. respectivas percentagens 3 - Em resultado das operações previstas no relativamente ao número total de número anterior, a assembleia corrige, se for votantes. caso disso, o apuramento da respectiva assembleia de voto. 2 - A Comissão Nacional de Eleições enviará o mapa, no prazo de oito dias, consoante os Artigo 144.º casos, ao presidente da assembleia municipal ou Elementos do apuramento geral da assembleia de freguesia. 3 - O presidente do órgão em causa dá 1 - O apuramento geral será feito com base conhecimento do mapa dos resultados do nas actas das operações das assembleias de referendo à assembleia, em reunião voto, nos cadernos de recenseamento e nos extraordinária, se necessário, e diligência no demais documentos que os acompanharem. sentido da publicação do mapa através de edital 2 - Se faltarem os elementos de alguma a afixar, num prazo de três dias, nos locais de assembleia de voto, o apuramento inicia-se com estilo da área da autarquia a que diga respeito

650 Autarquias Locais - Legislação Nacional ou, caso exista, através de boletim da autarquia ou protesto apresentados por escrito no acto em ou de anúncio em dois dos jornais de maior que se tiverem verificado. circulação na totalidade da área abrangida. 4 - A não publicação nos termos do número Artigo 152.º anterior implica ineficácia jurídica do referendo. Legitimidade

Artigo 148.º Da decisão sobre a reclamação, protesto ou Destino da documentação contraprotesto podem recorrer, além do respectivo apresentante, os delegados ou 1 - Os cadernos de recenseamento e demais representantes dos partidos ou grupos de documentação presente à assembleia de cidadãos intervenientes na campanha. apuramento geral, bem com a acta desta, são confiados à guarda e responsabilidade do Artigo 153.º tribunal da comarca correspondente à área de Tribunal competente e prazo realização do referendo. 2 - Terminado o prazo de recurso contencioso O recurso contencioso é interposto perante o ou decididos os recursos que tenham sido Tribunal Constitucional no dia seguinte ao da apresentados, o tribunal procede à destruição de afixação do edital contendo os resultados do todos os documentos, com excepção das actas apuramento. das assembleias de voto. Artigo 154.º Artigo 149.º Processo Certidões ou fotocópias da acta de apuramento geral 1 - A petição de recurso especifica os respectivos fundamentos de facto e de direito e 1 - Aos partidos ou grupos de cidadãos é acompanhada de todos os elementos de intervenientes na campanha para o referendo prova. que o requeiram, são emitidas certidões ou 2 - No caso de recurso relativo a assembleias fotocópias da acta de apuramento geral. de apuramento com sede em Região Autónoma, 2 - As certidões ou fotocópias da acta de a interposição e fundamentação podem ser apuramento geral são emitidas pela secretaria feitas por via telegráfica, por telex ou fax, sem do tribunal responsável pela sua guarda no prejuízo do posterior envio de todos os prazo de três dias. elementos de prova. 3 - Os representantes dos restantes partidos SECÇÃO III ou grupos de cidadãos intervenientes na Apuramento em caso de adiamento ou campanha para o referendo são imediatamente nulidade da votação notificados para responderem, querendo, no prazo de um dia. Artigo 150.º 4 - O Tribunal Constitucional decide Regras especiais de apuramento definitivamente em plenário no prazo de dois dias a contar do termo do prazo previsto no 1 - No caso de adiamento de qualquer número anterior. votação nos termos do artigo 112.º, a 5 - É aplicável ao contencioso da votação e assembleia de apuramento geral reunir-se-á no do apuramento o disposto no Código de dia subsequente à realização dessa votação para Processo Civil quanto ao processo declarativo, proceder ao respectivo apuramento e aos com as necessárias adaptações. ajustamentos a introduzir no apuramento entretanto realizado. Artigo 155.º 2 - A proclamação e a publicação terão lugar Efeitos da decisão até ao 11.º dia subsequente à votação. 3 - O disposto nos números anteriores é 1 - A votação em qualquer assembleia de aplicável em caso de declaração de nulidade de voto só é julgada nula quando se hajam qualquer votação. verificado ilegalidades que possam influir no resultado geral do referendo. CAPÍTULO VI 2 - Declarada a nulidade da votação numa ou Contencioso da votação e do apuramento mais assembleias de voto, as operações correspondentes são repetidas no segundo Artigo 151.º domingo posterior à decisão. Pressuposto do recurso contencioso

As irregularidades ocorridas no decurso da votação e das operações de apuramento parcial ou geral podem ser apreciadas em recurso, desde que tenham sido objecto de reclamação

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CAPÍTULO VII Artigo 161.º Despesas públicas respeitantes ao Encargos com a composição e a impressão referendo dos boletins de voto

Artigo 156.º As despesas com a composição e a impressão Âmbito das despesas respeitantes ao dos boletins de voto são satisfeitas por verbas referendo sujeitas a inscrição no orçamento do Ministério da Administração Interna, através do Constituem despesas públicas respeitantes ao Secretariado Técnico dos Assuntos para o referendo os encargos públicos resultantes dos Processo Eleitoral. actos de organização e concretização do processo de votação, bem como da divulgação Artigo 162.º de elementos com estes relacionados. Despesas com deslocações

Artigo 157.º 1 - As deslocações realizadas por indivíduos Despesas locais e centrais não vinculados à Administração Pública no exercício de funções para que tenham sido 1 - As despesas são locais e centrais. legalmente designados no âmbito da efectivação 2 - Constituem despesas locais as realizadas do referendo ficam sujeitas ao regime jurídico pelos órgãos das autarquias locais ou por aplicável, nesta matéria, aos funcionários qualquer outra entidade a nível local. públicos. 3 - Constituem despesas centrais as 2 - O pagamento a efectivar, a título de realizadas pela Comissão Nacional de Eleições e ajudas de custo, pelas deslocações a que se pelo Secretariado Técnico dos Assuntos para o refere o número anterior é efectuado com base Processo Eleitoral ou outros serviços da no estabelecido para a categoria de técnico administração central no exercício das suas superior de 1.ª classe, 1.º escalão, nas tabelas atribuições. correspondentes da função pública.

Artigo 158.º Artigo 163.º Trabalho extraordinário Transferência de verbas

Os trabalhos relativos à efectivação de 1 - O Estado, através do Ministério da referendo que devam ser executados por Administração Interna, comparticipa nas funcionários ou agentes da Administração despesas a que alude o n.º 1 do artigo 160.º, Pública para além do respectivo período normal mediante transferência de verbas do seu de trabalho são remunerados, nos termos da lei orçamento para as autarquias. vigente, como trabalho extraordinário. 2 - Os montantes a transferir são calculados de acordo com a seguinte fórmula: Artigo 159.º Montante a transferir = V + A x E Atribuição de tarefas em que: V é a verba mínima, em escudos, por No caso de serem atribuídas tarefas a autarquia; entidade não vinculada à Administração Pública, E o número de eleitores por autarquia; a respectiva remuneração tem lugar na medida A o coeficiente de ponderação, expresso em do trabalho prestado, nos termos da lei. escudos por eleitor. 3 - Os valores V e A são fixados por decreto- Artigo 160.º lei. Pagamento das despesas 4 - Em caso de referendo municipal, a verba atribuída é consignada às freguesias da 1 - As despesas locais são satisfeitas por respectiva área, de acordo com o critério verbas sujeitas a inscrição no orçamento das estabelecido no n.º 2. respectivas autarquias locais. 5 - A verba prevista no número anterior é 2 - As despesas centrais são satisfeitas pelo transferida até 30 dias antes do início da Secretariado Técnico dos Assuntos para o campanha para o referendo. Processo Eleitoral, mediante verba sujeita a 6 - Nas situações a que alude o n.º 4, a inscrição no respectivo orçamento. transferência para a freguesia ocorrerá no prazo 3 - As despesas efectuadas por outras de cinco dias a contar da data em que tenha entidades no exercício de competência própria sido posta à disposição do município. ou sem prévio assentimento das respectivas autarquias locais ou do Ministério da Administração Interna, consoante os casos, são satisfeitas por aquelas entidades.

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Artigo 164.º a) O facto de a infracção influir no Dispensa de formalismos legais resultado da votação;

b) Ser a infracção cometida por agente 1 - Na realização de despesas respeitantes à com intervenção em actos de efectivação do referendo é dispensada a referendo; precedência de formalidades que se mostrem c) Ser a infracção cometida por membro incompatíveis com os prazos e a natureza dos de comissão recenseadora; trabalhos a realizar e que não sejam de carácter d) Ser a infracção cometida por membro puramente contabilístico. da mesa da assembleia de voto; 2 - A dispensa referida no número anterior e) Ser a infracção cometida por membro efectiva-se por despacho da entidade da assembleia de apuramento; responsável pela gestão do orçamento pelo qual f) Ser a infracção cometida por a despesa deve ser suportada. representante ou delegado de partido

político ou de grupo de cidadãos Artigo 165.º formalizado nos termos da presente lei. Dever de indemnização

SECÇÃO II 1 - O Estado indemniza as publicações Ilícito penal informativas, nos termos do disposto no artigo

60.º do regime do direito de antena nas eleições SUBSECÇÃO I presidenciais e legislativas, na redacção da Lei Disposições gerais n.º 35/95, de 18 de Agosto.

2 - A competente comissão arbitral é Artigo 168.º composta por um representante do Secretariado Punição da tentativa Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, um representante da Inspecção-Geral de Finanças e A tentativa é sempre punível. um representante designado pelas associações do sector. Artigo 169.º

Pena acessória de suspensão de direitos Artigo 166.º políticos Isenções

À prática de crimes relativos ao referendo São isentos de quaisquer taxas ou pode corresponder, para além das penas emolumentos, do imposto do selo e da taxa de especialmente previstas na presente lei, pena justiça, consoante os casos: acessória de suspensão, de seis meses a cinco a) Os requerimentos, incluindo os anos, dos direitos consignados nos artigos 49.º, judiciais, relativos à efectivação do 50.º e 51.º, no n.º 3 do artigo 52.º e nos artigos referendo; 122.º e 124.º da Constituição da República, b) Os reconhecimentos notariais em atenta a concreta gravidade do facto. documentos para efeitos de referendo; c) As procurações forenses a utilizar em Artigo 170.º reclamações e recursos previstos na Pena acessória de demissão presente lei, devendo as mesmas especificar o fim a que se destinam; À pratica de crimes relativos ao referendo por d) Todos os documentos destinados a parte de funcionário público no exercício das instruir quaisquer reclamações, suas funções pode corresponder, protestos ou contraprotestos perante independentemente da medida da pena, a pena as assembleias de voto ou de acessória de demissão, sempre que o crime tiver apuramento, bem como quaisquer sido praticado com flagrante e grave abuso das reclamações ou recursos previstos na funções ou com manifesta e grave violação dos lei; deveres que lhe são inerentes, atenta a concreta e) As certidões relativas ao apuramento. gravidade do facto.

CAPÍTULO VIII Artigo 171.º Ilícito referendário Direito de constituição como assistente

SECÇÃO I Qualquer partido que tenha efectuado a Princípios comuns declaração prevista no n.º 2 do artigo 37.º, ou grupo de cidadãos, constituído nos termos e Artigo 167.º para os efeitos da presente lei, pode constituir- Circunstâncias agravantes se assistente em processo penal relativo a referendo. Constituem circunstâncias agravantes do ilícito relativo ao referendo:

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SUBSECÇÃO II Artigo 177.º Crimes relativos à campanha para Propaganda no dia do referendo referendo 1 - Quem no dia do referendo fizer Artigo 172.º propaganda por qualquer meio é punido com Violação dos deveres de neutralidade e pena de multa não inferior a 50 dias. imparcialidade 2 - Quem no mesmo dia fizer propaganda em assembleia de voto ou nas suas imediações até Quem, no exercício das suas funções, 500 m é punido com pena de prisão até 3 meses infringir os deveres de neutralidade ou ou pena de multa não inferior a 30 dias. imparcialidade, constantes do artigo 43.º, é punido com pena de prisão até 2 anos ou pena SUBSECÇÃO III de multa até 240 dias. Crimes relativos à organização do processo de votação Artigo 173.º Utilização indevida de denominação, sigla Artigo 178.º ou símbolo Desvio de boletins de voto

Quem, durante a campanha para o referendo Quem subtrair, retiver ou impedir a e com o intuito de prejudicar ou injuriar, utilizar distribuição de boletins de voto, ou por qualquer denominação, sigla ou símbolo de qualquer meio contribuir para que estes não cheguem ao partido, coligação ou grupo de cidadãos é punido seu destino no tempo legalmente estabelecido, é com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa punido com pena de prisão de 3 meses a 2 anos até 120 dias. ou pena de multa não inferior a 100 dias.

Artigo 174.º SUBSECÇÃO IV Violação das liberdades de reunião e de Crimes relativos ao sufrágio e ao manifestação apuramento

1 - Quem, por meio de violência ou Artigo 179.º participação em tumulto, desordem ou vozearia, Fraude em acto referendário perturbar gravemente reunião, comício, manifestação ou desfile de propaganda é punido Quem, no decurso da efectivação do com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa referendo: até 120 dias. a) Se apresentar fraudulentamente a 2 - Quem, da mesma forma, impedir a votar tomando a identidade do eleitor realização ou prosseguimento de reunião, inscrito; comício, manifestação ou desfile é punido com b) Votar em mais de uma assembleia de pena de prisão até 2 anos ou pena de multa até voto, ou mais de uma vez na mesma 240 dias. assembleia, ou em mais de um boletim

de voto, ou actuar por qualquer forma Artigo 175.º que conduza a um falso apuramento do Dano em material de propaganda escrutínio;

c) Falsear o apuramento, a publicação 1 - Quem roubar, furtar, destruir, rasgar, ou a acta oficial do resultado da desfigurar ou por qualquer forma inutilizar ou votação; tornar ilegível, no todo ou em parte, material de propaganda durante o período da campanha é punido com pena de prisão até 2 anos ou para o referendo é punido com pena de prisão com pena de multa até 240 dias. até 6 meses ou pena de multa até 60 dias. 2 - Não são punidos os factos previstos no Artigo 180.º número anterior se o material tiver sido afixado Violação do segredo de voto em casa ou em estabelecimento de agente, sem conhecimento deste, ou tiver sido afixado antes Quem em assembleia de voto ou nas suas do início da campanha. imediações até 500 m:

Artigo 176.º a) Usar de coacção ou artifício Desvio de correspondência fraudulento de qualquer natureza ou se servir do seu ascendente sobre eleitor O empregado dos correios que para obter a revelação do voto deste é desencaminhar, retiver ou não entregar ao punido com pena de prisão até 1 ano destinatário circular, cartazes ou outro meio de ou pena de multa até 120 dias; propaganda é punido com pena de prisão de 6 b) Der a outrem conhecimento do meses a 3 anos ou pena de multa de 60 a 360 sentido de voto de um eleitor é punido dias. com pena de multa até 60 dias;

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c) Revelar como votou ou vai votar é fim de que vote ou deixe de votar ou porque punido com pena de multa até 60 dias. votou ou não votou em certo sentido, ou ainda porque participou ou não participou em Artigo 181.º campanha para o referendo é punido com pena Admissão ou exclusão abusiva do voto de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias, sem prejuízo da nulidade da sanção e Os membros de mesa de assembleia de voto da automática readmissão no emprego se o que contribuírem para que seja admitido a votar despedimento tiver chegado a efectivar-se. quem não tenha direito de sufrágio ou não o possa exercer nessa assembleia, bem como os Artigo 187.º que contribuírem para a exclusão de quem o Fraude e corrupção do eleitor tiver, são punidos com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. 1 - Quem, mediante artifício fraudulento, levar o eleitor a votar, o impedir de votar, Artigo 182.º conduzir a fazê-lo em certo sentido ou comprar Não facilitação do exercício de sufrágio ou vender o voto é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. Os responsáveis pelos serviços ou empresas 2 - Na mesma pena incorre aquele que em actividade no dia da eleição que recusem aos oferecer, prometer ou conceder emprego público respectivos funcionários ou trabalhadores ou privado ou outra vantagem a um ou mais dispensa pelo tempo suficiente para que possam eleitores ou, por acordo com estes, a uma votar são punidos com pena de prisão até 1 ano terceira pessoa mesmo quando a vantagem ou com pena de multa até 120 dias. utilizada, prometida ou conseguida for dissimulada a título de indemnização pecuniária Artigo 183.º dada ao eleitor para despesas de viagem ou de Impedimento do sufrágio por abuso de estada ou de pagamento de alimentos ou autoridade bebidas ou a pretexto de despesas com a campanha eleitoral. O agente de autoridade que abusivamente, 3 - Em pena idêntica incorre ainda o eleitor no dia do referendo, sob qualquer pretexto, fizer aceitante do benefício ou vantagem sair do seu domicílio ou retiver fora dele provenientes da transacção do seu voto. qualquer eleitor para que este não possa votar é punido com pena de prisão até 2 anos ou com Artigo 188.º pena de multa até 240 dias. Não assunção, não exercício ou abandono de funções em assembleia de voto ou de Artigo 184.º apuramento Abuso de funções Quem for designado para fazer parte de O cidadão investido de poder público, o mesa de assembleia de voto ou como membro funcionário ou agente do Estado ou de outra de assembleia de apuramento e, sem causa pessoa colectiva pública e o ministro de justificativa, não assumir, não exercer ou qualquer culto que se sirvam abusivamente das abandonar essas funções, é punido com pena de funções ou do cargo para constranger ou induzir prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60 eleitores a votar ou a deixar de votar em dias. determinado sentido são punidos com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 Artigo 189.º dias. Não exibição da urna

Artigo 185.º O presidente da mesa da assembleia de voto Coacção de eleitor que não exibir a urna perante os eleitores é punido com pena de prisão até 6 meses ou com Quem, por meio de violência, ameaça de pena de multa até 60 dias. violência ou de grave mal, constranger o eleitor a votar, o impedir de votar ou o forçar a votar Artigo 190.º num certo sentido é punido com pena de prisão Acompanhante infiel até 5 anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal. Aquele que acompanhar ao acto de votar eleitor afectado por doença ou deficiência física Artigo 186.º notórias e não garantir com fidelidade a Coacção relativa a emprego expressão ou o sigilo de voto é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até Quem aplicar ou ameaçar aplicar a um 120 dias. cidadão qualquer sanção no emprego, nomeadamente a de despedimento, ou o impedir ou ameaçar impedir de obter emprego a

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Artigo 191.º 2 - Quem entrar armado em assembleia de Introdução fraudulenta de boletim na urna voto ou apuramento, não pertencendo a força ou desvio da urna ou de boletim de voto pública devidamente autorizada, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa Quem fraudulentamente introduzir boletim de até 120 dias. voto na urna antes ou depois do início da votação, se apoderar da urna com os boletins de Artigo 196.º voto nela recolhidos mas ainda não apurados ou Presença indevida em assembleia de voto se apoderar de um ou mais boletins de voto em ou apuramento qualquer momento, desde a abertura da assembleia de voto até ao apuramento geral do Quem durante as operações de votação ou de referendo, é punido com pena de prisão até 3 apuramento se introduzir na respectiva anos ou pena de multa até 360 dias. assembleia sem ter direito a fazê-lo e se recusar sair, depois de intimado pelo presidente, é Artigo 192.º punido com pena de prisão até 6 meses ou com Fraudes praticadas por membro da mesa de pena de multa até 60 dias. assembleia de voto Artigo 197.º O membro da mesa de assembleia de voto Não comparência de força de segurança que apuser ou consentir que se aponha nota de descarga em eleitor que não votou ou que não a O comandante de força de segurança que apuser em eleitor que tiver votado, que fizer injustificadamente deixar de cumprir os deveres leitura infiel do boletim de voto ou de resposta a decorrentes do artigo 124.º é punido com pena qualquer pergunta, que diminuir ou aditar voto a de prisão até 6 meses ou com pena de multa até uma resposta no apuramento ou que de 120 dias. qualquer modo falsear a verdade do referendo é punido com pena de prisão até 2 anos ou com Artigo 198.º pena de multa até 240 dias. Falsificação de boletins, actas ou documentos relativos a referendo Artigo 193.º Obstrução à fiscalização Quem dolosamente alterar, ocultar, substituir, destruir ou suprimir, por qualquer Quem impedir a entrada ou a saída em modo, boletim de voto, acta de assembleia de assembleia de voto ou de apuramento de voto ou de apuramento ou qualquer documento qualquer delegado ou grupo de cidadãos respeitante a operações de referendo é punido interveniente em campanha para referendo ou com pena de prisão até 2 anos ou com pena de por qualquer modo tentar opor-se a que exerça multa até 240 dias. os poderes que lhe são conferidos pela presente lei é punido com pena de prisão até 6 meses ou Artigo 199.º com pena de multa até 60 dias. Falso atestado de doença ou deficiência física Artigo 194.º Recusa de receber reclamações, protestos O médico que atestar falsamente doença ou ou contraprotestos deficiência física é punido com pena de prisão até 1 ano ou pena de multa até 120 dias. O presidente da mesa da assembleia de voto ou de apuramento que ilegitimamente se Artigo 200.º recusar a receber reclamação, protesto ou Desvio de voto antecipado contraprotesto é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias. O empregado do correio que desencaminhar, retiver ou não entregar à junta de freguesia voto Artigo 195.º antecipado, nos caso previstos nesta lei, é Perturbação ou impedimento de assembleia punido com pena de prisão até 2 anos ou com de voto ou de apuramento pena de multa até 240 dias.

1 - Quem, por meio de violência ou Artigo 201.º participando em tumulto, desordem ou vozearia, Agravação impedir ou perturbar gravemente a realização, o funcionamento ou o apuramento de resultados As penas previstas nos artigos desta secção de assembleia de voto ou de apuramento é são agravadas de um terço nos seus limites punido com pena de prisão até 2 anos ou com mínimo e máximo nos casos previstos no artigo pena de multa até 240 dias. 167.º

656 Autarquias Locais - Legislação Nacional

SECÇÃO III punida com coima de 1000000$00 a Ilícito de mera ordenação social 3000000$00.

SUBSECÇÃO I Artigo 207.º Disposição gerais Violação de deveres por publicação informativa Artigo 202.º Órgãos competentes A empresa proprietária de publicação informativa que não proceder às comunicações 1 - Compete à Comissão Nacional de relativas à campanha para o referendo previstas Eleições, com recurso para a secção criminal do na presente lei ou que não der tratamento Supremo Tribunal de Justiça, aplicar as coimas igualitário aos diversos partidos é punida com correspondentes a contra-ordenações cometidas coima de 200000$00 a 2000000$00. por partido político ou grupo de cidadãos, por empresa de comunicação social, de publicidade, SUBSECÇÃO III de sondagens ou proprietária de salas de Contra-ordenações relativas à organização espectáculos. do processo de votação 2 - Compete nos demais casos ao presidente da junta de freguesia da área onde a contra- Artigo 208.º ordenação tiver sido cometida aplicar a Não invocação de impedimento respectiva coima, com recurso para o tribunal competente. Aquele que não assumir funções de membro 3 - Compete ao juiz da comarca, em de mesa de assembleia de voto por processo instruído pelo Ministério Público, com impedimento justificativo que não invoque, recurso para a secção criminal do Supremo podendo fazê-lo, imediatamente após a Tribunal de Justiça, aplicar as coimas ocorrência ou o conhecimento do facto correspondentes a contra-ordenações cometidas impeditivo é punido com coima de 20000$00 a por eleitos locais no exercício das suas funções. 100000$00.

Artigo 203.º SUBSECÇÃO IV Afectação do produto das coimas Contra-ordenações relativas ao sufrágio e ao apuramento O produto das coimas correspondentes a contra-ordenações previstas pela presente lei é Artigo 209.º afectado da seguinte forma: Não abertura de serviço público

a) 60% para o Estado; O membro de junta de freguesia e o b) 40% para a autarquia local em que responsável por centro de saúde ou local tenha lugar o referendo. equiparado que não abrir os respectivos serviços

no dia da realização do referendo é punido com SUBSECÇÃO II coima de 10000$00 a 200000$00. Contra-ordenações relativas à campanha

Artigo 210.º Artigo 204.º Não apresentação de membro de mesa de Reuniões, comícios, manifestações ou assembleia de voto à hora legalmente desfiles ilegais fixada

Quem promover reuniões, comícios, O membro de mesa de assembleia de voto manifestações ou desfiles em contravenção com que não se apresentar no local do seu o disposto na presente lei é punido com coima funcionamento até uma hora antes da hora de 100000$00 a 500000$00. marcada para o início das operações é punido

com coima de 10000$00 a 50000$00. Artigo 205.º

Violação de regras sobre propaganda Artigo 211.º sonora ou gráfica Não cumprimento de formalidades por

membro de mesa de assembleia de voto ou Quem fizer propaganda sonora ou gráfica de assembleia de apuramento com violação do disposto na presente lei é punido com coima de 10000$00 a 100000$00. O membro de mesa de assembleia de voto ou

de apuramento que não cumprir ou deixar de Artigo 206.º cumprir, sem intenção fraudulenta, formalidade Publicidade comercial ilícita legalmente prevista na presente lei é punido

com coima de 10000$00 a 50000$00. A empresa que fizer propaganda comercial com violação do disposto na presente lei é

657 Autarquias Locais - Legislação Nacional

Artigo 212.º TÍTULO IV Não cumprimento de deveres pelo Efeitos do referendo proprietário de sala de espectáculo CAPÍTULO I O proprietário de sala de espectáculo que não Disposições comuns cumprir os seus deveres relativos à campanha constantes nos n.os 1 e 3 do artigo 56.º e no Artigo 219.º artigo 57.º é punido com coima de 200000$00 a Eficácia 500000$00 1 - Os resultados do referendo vinculam os Artigo 213.º órgãos autárquicos. Propaganda na véspera de referendo 2 - A vinculação referida no número anterior depende de o mínimo de votantes ser superior a Aquele que no dia anterior ao referendo fizer metade dos eleitores inscritos no propaganda por qualquer modo é punido com recenseamento. coima de 10000$00 a 50000$00. Artigo 220.º Artigo 214.º Sanções Receitas ilícitas A não observância do resultado do referendo O partido ou grupo de cidadãos interveniente pelas assembleias autárquicas competentes em campanha para referendo que obtiver para a implica a sua dissolução, nos termos da lei. mesma campanha receitas não previstas na presente lei é punido com coima de montante Artigo 221.º igual ao que ilicitamente tiver recebido e nunca Dever de agir dos órgãos autárquicos inferior a 100000$00. Se da votação resultar resposta que implique Artigo 215.º a produção de um acto pela autarquia sobre a Não discriminação de receitas ou despesas questão ou questões submetidas a referendo, o órgão autárquico competente aprovará o acto de O partido ou grupo de cidadãos interveniente sentido correspondente, no prazo de 60 dias. em campanha para referendo que não discriminar ou não comprovar devidamente as Artigo 222.º receitas ou despesas da mesma campanha é Revogação ou alteração ou substituição do punido com coima de 100000$00 a acto concretizador do referendo 1000000$00. 1 - O acto praticado para corresponder ao Artigo 216.º sentido do referendo não poderá ser revogado Não prestação ou não publicação de contas ou alterado na sua definição essencial no decurso do mesmo mandato. O partido ou grupo de cidadãos que não 2 - Os órgãos autárquicos competentes não publicar as contas nos termos da presente lei é poderão aprovar acto de sentido oposto ao do punido com coima de 1000000$00 a resultado do referendo no decurso do mesmo 2000000$00. mandato.

Artigo 217.º Artigo 223.º Reclamação e recurso de má fé Propostas de referendo objecto de resposta negativa Aquele que com má fé apresentar reclamação, recurso, protesto ou contraprotesto As propostas de referendo objecto de ou aquele que impugnar decisões dos órgãos resposta dos eleitores que implique a eleitorais através de recurso manifestamente continuidade da situação anterior ao referendo infundado será punido com coima de 5000$00 a não poderão ser renovadas no decurso do 10000$00. mesmo mandato.

Artigo 218.º TÍTULO V Não publicação do mapa oficial Disposições finais

O presidente do órgão deliberativo autárquico Artigo 224.º que não dê conhecimento ou não dê Comissão Nacional de Eleições conhecimento exacto do mapa de resultados oficiais do referendo, através dos meios A Comissão Nacional de Eleições exerce as previstos no n.º 3 do artigo 147.º e no prazo aí suas competências também em relação aos definido, é punido com coima de 1000000$00 a actos de referendo de âmbito local. 2000000$00.

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Artigo 225.º Registo do referendo

1 - O Tribunal Constitucional deve dispor de um registo próprio dos referendos realizados, bem como dos respectivos resultados. 2 - O presidente do órgão executivo do município ou da freguesia, consoante os casos, comunica ao Presidente do Tribunal Constitucional a data de realização do referendo, nos cinco dias subsequentes à data da sua marcação. 3 - A Comissão Nacional de Eleições envia ao Presidente do Tribunal Constitucional o mapa dos resultados do referendo a que se refere o artigo 147.º no prazo previsto no n.º 2 do mesmo artigo.

Artigo 226.º Direito supletivo

São aplicáveis ao regime do referendo local, supletivamente e com as devidas adaptações, em tudo o que não se encontre expressamente estabelecido na presente lei, as disposições da lei eleitoral para a Assembleia da República.

Artigo 227.º Norma revogatória

É revogada a Lei n.º 49/90, de 24 de Agosto.

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TUTELA ADMINISTRATIVA

Autarquias Locais - Legislação Nacional

Lei n.º 27/96, de 1 de Agosto Artigo 5.º Regime jurídico da tutela administrativa Titularidade dos poderes de tutela (Com as alterações introduzidas pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro) A tutela administrativa compete ao Governo, sendo assegurada, de forma articulada, pelos A Assembleia da República decreta, nos Ministros das Finanças e do Equipamento, do termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º Planeamento e da Administração do Território, 3, da Constituição, o seguinte: no âmbito das respectivas competências.

Artigo 1.º Artigo 6.º Âmbito Realização de acções inspectivas

1 - A presente lei estabelece o regime 1 - As inspecções são realizadas jurídico da tutela administrativa a que ficam regularmente através dos serviços competentes, sujeitas as autarquias locais e entidades de acordo com o plano anual superiormente equiparadas, bem como o respectivo regime aprovado. sancionatório. 2 - Os inquéritos e as sindicâncias são 2 - Para efeitos do presente diploma são determinados pelo competente membro do consideradas entidades equiparadas a Governo, sempre que se verifiquem os autarquias locais as áreas metropolitanas, as pressupostos da sua realização. assembleias distritais e as associações de 3 - Os relatórios das acções inspectivas são municípios de direito público. apresentados para despacho do competente membro do Governo, que, se for caso disso, os Artigo 2.º remeterá para o representante do Ministério Objecto Público legalmente competente. 4 - Estando em causa situações susceptíveis A tutela administrativa consiste na verificação de fundamentar a dissolução de órgãos do cumprimento das leis e regulamentos por autárquicos ou de entidades equiparadas, ou a parte dos órgãos e dos serviços das autarquias perda de mandato dos seus titulares, o membro locais e entidades equiparadas. do Governo deve determinar, previamente, a notificação dos visados para, no prazo de 30 Artigo 3.º dias, apresentarem, por escrito, as alegações Conteúdo tidas por convenientes, juntando os documentos que considerem relevantes. 1 - A tutela administrativa exerce-se através 5 - Sem prejuízo do disposto no número da realização de inspecções, inquéritos e anterior, sempre que esteja em causa a sindicâncias. dissolução de um órgão executivo, deve também 2 - No âmbito deste diploma: ser solicitado parecer ao respectivo órgão deliberativo, que o deverá emitir por escrito no a) A inspecção consiste na verificação da prazo de 30 dias. conformidade dos actos e contratos dos 6 - Apresentadas as alegações ou emitido o órgãos e serviços com a lei; parecer a que aludem, respectivamente, os n.os b) O inquérito consiste na verificação da 4 e 5, ou decorrido o prazo para tais efeitos, legalidade dos actos e contratos deverá o membro do Governo competente, no concretos dos órgãos e serviços prazo máximo de 60 dias, dar cumprimento, se resultante de fundada denúncia for caso disso, ao disposto no n.º 3. apresentada por quaisquer pessoas

singulares ou colectivas ou de Artigo 7.º inspecção; Sanções c) A sindicância consiste numa

indagação aos serviços quando existam A prática, por acção ou omissão, de sérios indícios de ilegalidades de actos ilegalidades no âmbito da gestão das autarquias de órgãos e serviços que, pelo seu locais ou no da gestão de entidades equiparadas volume e gravidade, não devam ser pode determinar, nos termos previstos na averiguados no âmbito de inquérito. presente lei, a perda do respectivo mandato, se

tiverem sido praticadas individualmente por Artigo 4.º membros de órgãos, ou a dissolução do órgão, Deveres de informação e cooperação se forem o resultado da acção ou omissão deste.

Os órgãos e serviços objecto de acções de Artigo 8.º tutela administrativa encontram-se vinculados Perda de mandato aos deveres de informação e cooperação.

1 - Incorrem em perda de mandato os

membros dos órgãos autárquicos ou das

entidades equiparadas que:

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f) Não aprecie ou não apresente a a) Sem motivo justificativo, não julgamento, no prazo legal, as compareçam a 3 sessões ou 6 reuniões respectivas contas, salvo ocorrência de seguidas ou a 6 sessões ou 12 reuniões facto julgado justificativo; interpoladas; g) Os limites legais de endividamento da b) Após a eleição, sejam colocados em autarquia sejam ultrapassados, salvo situação que os torne inelegíveis ou ocorrência de facto julgado justificativo relativamente aos quais se tornem ou regularização superveniente; conhecidos elementos reveladores de h) Os limites legais dos encargos com o uma situação de inelegibilidade já pessoal sejam ultrapassados, salvo existente, e ainda subsistente, mas não ocorrência de facto não imputável ao detectada previamente à eleição; órgão visado; c) Após a eleição se inscrevam em i) Incorra, por acção ou omissão dolosas, partido diverso daquele pelo qual em ilegalidade grave traduzida na foram apresentados a sufrágio consecução de fins alheios ao interesse eleitoral; público. d) Pratiquem ou sejam individualmente

responsáveis pela prática dos actos Artigo 10.º previstos no artigo seguinte. Causas de não aplicação da sanção 2 - Incorrem, igualmente, em perda de mandato os membros dos órgãos autárquicos 1 - Não haverá lugar à perda de mandato ou que, no exercício das suas funções, ou por causa à dissolução de órgão autárquico ou de entidade delas, intervenham em procedimento equiparada quando, nos termos gerais de administrativo, acto ou contrato de direito direito, e sem prejuízo dos deveres a que os público ou privado relativamente ao qual se órgãos públicos e seus membros se encontram verifique impedimento legal, visando a obtenção obrigados, se verifiquem causas que justifiquem de vantagem patrimonial para si ou para o facto ou que excluam a culpa dos agentes. outrem. 2 - O disposto no número anterior não afasta 3 - Constitui ainda causa de perda de responsabilidades de terceiros que mandato a verificação, em momento posterior eventualmente se verifiquem. ao da eleição, de prática, por acção ou omissão, em mandato imediatamente anterior, dos factos Artigo 11.º referidos na alínea d) do n.º 1 e no n.º 2 do Decisões de perda de mandato e de presente artigo. dissolução

Artigo 9.º 1 - As decisões de perda do mandato e de Dissolução de órgãos dissolução de órgãos autárquicos ou de entidades equiparadas são da competência dos Qualquer órgão autárquico ou de entidade tribunais administrativos de círculo. equiparada pode ser dissolvido quando: 2 - As acções para perda de mandato ou de dissolução de órgãos autárquicos ou de a) Sem causa legítima de inexecução, entidades equiparadas são interpostas pelo não dê cumprimento às decisões Ministério Público, por qualquer membro do transitadas em julgado dos tribunais; órgão de que faz parte aquele contra quem for b) Obste à realização de inspecção, formulado o pedido, ou por quem tenha inquérito ou sindicância, à prestação de interesse directo em demandar, o qual se informações ou esclarecimentos e exprime pela utilidade derivada da procedência ainda quando recuse facultar o exame da acção. aos serviços e a consulta de 3 - O Ministério Público tem o dever funcional documentos solicitados no âmbito do de propor as acções referidas nos números procedimento tutelar administrativo; anteriores no prazo máximo de 20 dias após o c) Viole culposamente instrumentos de conhecimento dos respectivos fundamentos. ordenamento do território ou de 4 - As acções previstas no presente artigo só planeamento urbanístico válidos e podem ser interpostas no prazo de cinco anos eficazes; após a ocorrência dos factos que as d) Em matéria de licenciamento fundamentam. urbanístico exija, de forma culposa, taxas, mais-valias, contrapartidas ou Artigo 12.º compensações não previstas na lei; Efeitos das decisões de perda de mandato e e) Não elabore ou não aprove o de dissolução orçamento de forma a entrar em vigor no dia 1 de Janeiro de cada ano, salvo 1 - Os membros de órgão dissolvido ou os ocorrência de facto julgado que hajam perdido o mandato não podem fazer justificativo; parte da comissão administrativa a que se refere o n.º 1 do artigo 14.º

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2 - No caso de dissolução do órgão, o 3 - O oferecimento do rol de testemunhas e o disposto no número anterior não é aplicável aos requerimento de outros meios de prova devem membros do órgão dissolvido que tenham ser efectuados nos articulados, não podendo votado contra ou que não tenham participado cada parte produzir mais de 5 testemunhas nas deliberações, praticado os actos ou omitido sobre cada facto nem o número total destas ser os deveres legais a que estavam obrigados e superior a 20. que deram causa à dissolução do órgão. 4 - Não há lugar a especificação e 3 - A renúncia ao mandato não prejudica o questionário nem a intervenção do tribunal disposto no n.º 1 do presente artigo. colectivo, e os depoimentos são sempre 4 - A dissolução do órgão deliberativo da reduzidos a escrito. freguesia ou da região administrativa envolve 5 - É aplicável a alegações e a prazos o necessariamente a dissolução da respectiva preceituado nos n. os 2 e 3 do artigo 60.º do junta. Decreto-Lei n.º 267/85, de 16 de Julho. 6 - Somente cabe recurso da decisão que Artigo 13.º ponha termo ao processo, o qual sobe Inelegibilidade imediatamente e nos próprios autos, com efeito suspensivo, e, dado o seu carácter urgente, A condenação definitiva dos membros dos deve ainda ser observado no seu regime o órgãos autárquicos em qualquer dos crimes de disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 115.º do responsabilidade previstos e definidos na Lei n.º Decreto-Lei n.º 267/85, de 16 de Julho. 34/87, de 16 de Julho, implica a sua 7 - As sentenças proferidas nas acções de inelegibilidade nos actos eleitorais destinados a perda de mandato ou de dissolução de órgão são completar o mandato interrompido e nos notificadas ao Governo. subsequentes que venham a ter lugar no período 8 - Às acções desta natureza é aplicável o de tempo correspondente a novo mandato regime de custas e preparos estabelecido para completo, em qualquer órgão autárquico. os recursos de actos administrativos.

Artigo 14.º Artigo 16.º Processo decorrente da dissolução de órgão Aplicação às Regiões Autónomas

1 - Em caso de dissolução do órgão O regime da presente lei aplica-se às Regiões deliberativo de freguesia ou de região Autónomas, sem prejuízo da publicação de administrativa ou do órgão executivo municipal, diploma que defina os órgãos competentes para é designada uma comissão administrativa, com o exercício da tutela administrativa. funções executivas, a qual é constituída por três membros, nas freguesias, ou cinco membros, Artigo 17.º nas câmaras municipais e nas regiões Norma transitória administrativas. 2 - Nos casos referidos no número anterior, 1 - Sempre que o regime consagrado no os órgãos executivos mantêm-se em funções até presente diploma se revele em concreto mais à data da tomada de posse da comissão favorável ao réu, o mesmo é de aplicação administrativa. imediata aos processos com decisões não 3 - Quando a constituição do novo órgão transitadas em julgado, inclusive no que diz autárquico envolver o sufrágio directo e respeito à apreciação dos respectivos universal, o acto eleitoral deve ocorrer no prazo fundamentos. máximo de 90 dias após o trânsito em julgado 2 - Para efeitos de aplicação do disposto no da decisão de dissolução, salvo se no mesmo número anterior, qualquer das partes pode período de tempo forem marcadas eleições requerer a baixa do processo ao tribunal de 1.ª gerais para os órgãos autárquicos. instância para efeitos de novo julgamento. 4 - Compete ao Governo, mediante decreto, 3 - O disposto no número anterior aplica-se nomear a comissão administrativa referida no aos processos pendentes no Tribunal n.º 1, cuja composição deve reflectir a do órgão Constitucional. dissolvido. Artigo 18.º Artigo 15.º Norma revogatória Regime processual 1 - É revogada a Lei n.º 87/89, de 9 de 1 - As acções para declaração de perda de Setembro, bem como todas as disposições mandato ou de dissolução de órgãos autárquicos especiais que prevejam fundamentos de perda ou entidades equiparadas têm carácter urgente. de mandato ou de dissolução de órgãos 2 - As acções seguem os termos dos recursos autárquicos por remissão para o regime de dos actos administrativos dos órgãos da tutela administrativa estabelecido por aquele administração local, com as modificações diploma. constantes dos números seguintes. 2 – (Revogado). (Redação dada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro)

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CARTA EUROPEIA DE AUTONOMIA LOCAL

Autarquias Locais - Legislação Nacional

Resolução da Assembleia da República n.º Artigo 1.º 28/90, de 23 de Outubro Aprovação, para ratificação, da Carta As Partes comprometem-se a considerar-se Europeia de Autonomia Local vinculadas pelos artigos seguintes, nos termos prescritos pelo artigo 12.º da presente Carta. A Assembleia da República resolve, nos termos dos artigos 164.º, alínea j), e 169.º, n.º PARTE I 5, da Constituição, aprovar, para ratificação, a Carta Europeia de Autonomia Local, concluída Artigo 2.º em Estrasburgo a 15 de Outubro, cuja versão Fundamento constitucional e legal da em francês e a respectiva tradução em autonomia local português seguem em anexo. O princípio da autonomia local deve ser CARTA EUROPEIA DE AUTONOMIA LOCAL reconhecido pela legislação interna e, tanto quanto possível, pela Constituição. Preâmbulo Artigo 3.º Os Estados membros do Conselho da Europa, Conceito de autonomia local signatários da presente Carta: 1 - Entende-se por autonomia local o direito Considerando que a finalidade do e a capacidade efectiva de as autarquias locais Conselho da Europa é a de alcançar uma regulamentarem e gerirem, nos termos da lei, união mais estreita entre os seus sob sua responsabilidade e no interesse das membros a fim de salvaguardar e de respectivas populações, uma parte importante promover os ideais e os princípios que dos assuntos públicos. são seu património comum; 2 - O direito referido no número anterior é Considerando que um dos meios pelos exercido por conselhos ou assembleias quais esta finalidade será alcançada é compostos de membros eleitos por sufrágio através da conclusão de acordos no livre, secreto, igualitário, directo e universal, domínio administrativo; podendo dispor de órgãos executivos que Considerando que as autarquias locais são respondem perante eles. Esta disposição não um dos principais fundamentos de todo o prejudica o recurso às assembleias de cidadãos, regime democrático; ao referendo ou a qualquer outra forma de Considerando que o direito dos cidadãos participação directa dos cidadãos permitida por de participar na gestão dos assuntos lei. públicos faz parte dos princípios

democráticos comuns a todos os Estados Artigo 4.º membros do Conselho da Europa; Âmbito da autonomia local Convencidos de que é ao nível local que

este direito pode ser mais directamente 1 - As atribuições fundamentais das exercido; autarquias locais são fixadas pela Constituição Convencidos de que a existência de ou por lei. autarquias locais investidas de Contudo, esta disposição não impede a responsabilidades efectivas permite uma atribuição às autarquias locais, nos termos da administração simultaneamente eficaz e lei, de competências para fins específicos. próxima do cidadão; 2 - Dentro dos limites da lei, as autarquias Conscientes do facto de que a defesa e o locais têm completa liberdade de iniciativa reforço da autonomia local nos relativamente a qualquer questão que não seja diferentes países da Europa representam excluída da sua competência ou atribuída a uma uma contribuição importante para a outra autoridade. construção de uma Europa baseada nos 3 - Regra geral, o exercício das princípios da democracia e da responsabilidades públicas deve incumbir, de descentralização do poder; preferência, às autoridades mais próximas dos Considerando que o exposto supõe a cidadãos. A atribuição de uma responsabilidade existência de autarquias locais dotadas a uma outra autoridade deve ter em conta a de órgãos de decisão constituídos amplitude e a natureza da tarefa e as exigências democraticamente e beneficiando de de eficácia e economia. uma ampla autonomia quanto às 4 - As atribuições confiadas às autarquias competências, às modalidades do seu locais devem ser normalmente plenas e exercício e aos meios necessários ao exclusivas, não podendo ser postas em causa ou cumprimento da sua missão; limitadas por qualquer autoridade central ou acordaram no que se segue: regional, a não ser nos termos da lei.

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5 - Em caso de delegação de poderes por 2 - A tutela administrativa dos actos das uma autoridade central ou regional, as autarquias locais só deve normalmente visar que autarquias locais devem gozar, na medida do seja assegurado o respeito pela legalidade e possível, de liberdade para adaptar o seu pelos princípios constitucionais. exercício às condições locais. Pode, contudo, compreender um juízo de 6 - As autarquias locais devem ser oportunidade exercido por autoridades de grau consultadas, na medida do possível, em tempo superior relativamente a atribuições cuja útil e de modo adequado, durante o processo de execução seja delegada nas autarquias locais. planificação e decisão relativamente a todas as 3 - A tutela administrativa das autarquias questões que directamente lhes interessem. locais deve ser exercida de acordo com um princípio de proporcionalidade entre o âmbito da Artigo 5.º intervenção da autoridade tutelar e a Protecção dos limites territoriais das importância dos interesses que pretende autarquias locais prosseguir.

As autarquias locais interessadas devem ser Artigo 9.º consultadas previamente relativamente a Recursos financeiros das autarquias locais qualquer alteração dos limites territoriais locais, eventualmente por via de referendo, nos casos 1 - As autarquias locais têm direito, no em que a lei o permita. âmbito da política económica nacional, a recursos próprios adequados, dos quais podem Artigo 6.º dispor livremente no exercício das suas Adequação das estruturas e meios atribuições. administrativos às funções das autarquias 2 - Os recursos financeiros das autarquias locais locais devem ser proporcionais às atribuições previstas pela Constituição ou por lei. 1 - Sem prejuízo de disposições gerais 3 - Pelo menos uma parte dos recursos estabelecidas por lei, as autarquias locais devem financeiros das autarquias locais deve provir de poder definir as estruturas administrativas rendimentos e de impostos locais, tendo estas o internas de que entendam dotar-se, tendo em poder de fixar a taxa dentro dos limites da lei. vista adaptá-las às suas necessidades 4 - Os sistemas financeiros nos quais se específicas, a fim de permitir uma gestão eficaz. baseiam os recursos de que dispõem as 2 - O estatuto do pessoal autárquico deve autarquias locais devem ser de natureza permitir um recrutamento de qualidade baseado suficientemente diversificada e evolutiva de em princípios de mérito e de competência. Para modo a permitir-lhes seguir, tanto quanto este efeito, o estatuto deve fixar as condições possível na prática, a evolução real dos custos adequadas de formação, de remuneração e de do exercício das suas atribuições. perspectivas de carreira. 5 - A protecção das autarquias locais financeiramente mais fracas exige a Artigo 7.º implementação de processos de perequação Condições de exercício das financeira ou de medidas equivalentes responsabilidades ao nível local destinadas a corrigir os efeitos da repartição desigual das fontes potenciais de financiamento, 1 - O estatuto dos representantes eleitos bem como dos encargos que lhes incumbem. localmente deve assegurar o livre exercício do Tais processos ou medidas não devem reduzir a seu mandato. liberdade de opção das autarquias locais no seu 2 - O estatuto deve permitir uma próprio domínio de responsabilidade. compensação financeira adequada das despesas 6 - As autarquias locais devem ser efectuadas no exercício do mandato, bem como, consultadas, de maneira adequada, sobre as se for caso disso, uma compensação pelo modalidades de atribuição dos recursos que lhes trabalho executado e ainda a correspondente são redistribuídos. protecção social. 7 - Na medida do possível os subsídios 3 - As funções e actividades incompatíveis concedidos às autarquias locais não devem ser com o mandato do representante eleito destinados ao financiamento de projectos localmente não podem ser estabelecidas senão específicos. A concessão de subsídios não deve por lei ou por princípios jurídicos fundamentais. prejudicar a liberdade fundamental da política das autarquias locais no seu próprio domínio de Artigo 8.º atribuições. Tutela administrativa dos actos das 8 - A fim de financiar as suas próprias autarquias locais despesas de investimento, as autarquias locais devem ter acesso, nos termos da lei, ao 1 - Só pode ser exercida qualquer tutela mercado nacional de capitais. administrativa sobre as autarquias locais segundo as formas e nos casos previstos pela Constituição ou pela lei.

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Artigo 10.º prazo de três meses após a data da recepção da Direito de associação das autarquias locais notificação pelo Secretário-Geral.

1 - As autarquias locais têm o direito, no Artigo 13.º exercício das suas atribuições, de cooperar e, Autarquias às quais se aplica a Carta nos termos da lei, de se associar com outras autarquias locais para a realização de tarefas de Os princípios de autonomia local contidos na interesse comum. presente Carta aplicam-se a todas as categorias 2 - Devem ser reconhecidos em cada Estado de autarquias locais existentes no território da o direito das autarquias locais de aderir a uma Parte. Contudo, cada Parte pode, no momento associação para protecção e promoção dos seus do depósito do seu instrumento de ratificação, interesses comuns e o direito de aderir a uma de aceitação ou de aprovação, designar as associação internacional de autarquias locais. categorias de autarquias locais ou regionais que 3 - As autarquias locais podem, nas entenda limitar ou excluir do campo de aplicação condições eventualmente previstas por lei, da presente Carta. Cada Parte pode igualmente cooperar com as autarquias de outros Estados. incluir subsequentemente outras categorias de autarquias locais ou regionais no campo de Artigo 11.º aplicação da Carta por meio de notificação ao Protecção legal da autonomia local Secretário-Geral do Conselho da Europa.

As autarquias locais devem ter o direito de Artigo 14.º recorrer judicialmente, a fim de assegurar o livre Comunicação de informações exercício das suas atribuições e o respeito pelos princípios de autonomia local que estão Cada Parte transmitirá ao Secretário-Geral do consagrados na Constituição ou na legislação Conselho da Europa qualquer informação interna. adequada relativa às disposições legislativas e outras medidas que tenha tomado com o PARTE II objectivo de se conformar às disposições da Disposições diversas presente Carta.

Artigo 12.º PARTE III Compromissos Artigo 15.º 1 - Todas as Partes se comprometem a Assinatura, ratificação, entrada em vigor considerar-se vinculadas por, pelo menos, 20 disposições da parte I da Carta, das quais, pelos 1 - A presente Carta está aberta à assinatura menos, 10 são escolhidas de entre as seguintes: dos Estados membros do Conselho da Europa. Será submetida a ratificação, aceitação ou Artigo 2.º; aprovação. Os instrumentos de ratificação, Artigo 3.º, n. os 1 e 2; aceitação ou aprovação serão depositados junto Artigo 4.º, n. os 1, 2 e 4; do Secretário-Geral do Conselho da Europa. Artigo 5.º; 2 - A presente Carta entrará em vigor no Artigo 7.º, n.º 1; primeiro dia do mês seguinte ao decurso do Artigo 8.º, n.º 2; prazo de três meses após a data em que quatro Artigo 9.º, n. os 1, 2 e 3; Estados membros do Conselho da Europa Artigo 10.º, n.º 1; tenham expressado o seu consentimento em Artigo 11.º estar vinculados pela Carta, nos termos do 2 - Cada Estado contratante, no momento do número anterior. depósito do seu instrumento de ratificação, 3 - Em relação aos outros Estados que aceitação ou aprovação, notificará o Secretário- exprimam posteriormente o seu consentimento Geral do Conselho da Europa das disposições em ficar vinculados pela Carta, esta entrará em escolhidas, nos termos do n.º 1 do presente vigor no primeiro dia do mês seguinte ao artigo. decurso do prazo de três meses após a data do 3 - Cada Parte pode ulteriormente, em depósito do instrumento de ratificação, aceitação qualquer momento, notificar o Secretário-Geral ou aprovação. em como se considera vinculada por qualquer outra disposição da presente Carta que ainda Artigo 16.º não tenha aceite, nos termos das disposições do Cláusula territorial n.º 1 do presente artigo. Estes compromissos ulteriores serão considerados parte integrante 1 - Cada Estado pode, no momento da da ratificação, aceitação ou aprovação da Parte assinatura ou do depósito do seu instrumento de notificante e terão os mesmos efeitos a partir do ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, primeiro dia do mês seguinte ao decurso do designar o ou os territórios aos quais será aplicável a presente Carta.

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2 - Cada Estado pode subsequentemente, em Artigo 18.º qualquer altura, através de declaração dirigida Notificações ao Secretário-Geral do Conselho da Europa, alargar a aplicação da presente Carta a qualquer O Secretário-Geral do Conselho da Europa outro território designado na declaração. A Carta notificará os Estados membros do Conselho: entrará em vigor relativamente a este território a) De qualquer assinatura; no primeiro dia do mês seguinte ao decurso do b) Do depósito de qualquer instrumento prazo de três meses após a data da recepção da de ratificação, aceitação ou aprovação; declaração pelo Secretário-Geral. c) De qualquer data de entrada em vigor 3 - Qualquer declaração feita nos termos dos da presente Carta, nos termos do seu dois números anteriores pode ser retirada, artigo 15.º; relativamente a qualquer território designado d) De qualquer notificação recebida em nesta declaração, por meio de notificação aplicação das disposições dos n.os 2 e dirigida ao Secretário-Geral. A retirada entrará 3 do artigo 12.º; em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao e) De qualquer notificação recebida em decurso do prazo de seis meses após a data de aplicação das disposições do artigo recepção da notificação pelo Secretário-Geral. 13.º;

f) De qualquer outro acto, notificação ou Artigo 17.º comunicação referente à presente Denúncia Carta.

1 - Nenhuma Parte pode denunciar a Em fé do que, os abaixo assinados, presente Carta antes do final de um período de devidamente autorizados para o efeito, cinco anos após a data da sua entrada em vigor. assinaram a presente Carta. Será dado um pré-aviso de seis meses ao Feita em Estrasburgo, no dia 15 de Outubro Secretário-Geral do Conselho da Europa. de 1985, em francês e inglês, fazendo ambos os Esta denúncia não afecta a validade da Carta textos igualmente fé, num único exemplar, o relativamente às outras Partes, salvo se o qual será depositado nos arquivos do Conselho número destas for inferior a quatro. da Europa. 2 - Cada Parte pode, nos termos das O Secretário-Geral do Conselho da Europa disposições enunciadas no número anterior, transmitirá cópias certificadas a cada um dos denunciar qualquer número da parte I da Carta Estados membros do Conselho da Europa. que tenha aceite, com ressalva da quantidade e categoria dos números aos quais esta Parte está obrigada, nos termos das disposições do n.º 1 do artigo 12.º Qualquer Parte que, na sequência da denúncia de um número, não preencha os requisitos das disposições do n.º 1 do artigo 12.º será considerada como tendo igualmente denunciado a própria Carta.

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Decreto do Presidente da República n.º 58/90, de 23 de Outubro

Ratifica a Carta Europeia de Autonomia Local, aprovada, para ratificação, pela Resolução da Assembleia da República n.º 28/90, em 13 de Julho de 1990

O Presidente da República decreta, nos termos do artigo 138.º, alínea b), da Constituição, o seguinte: É ratificada a Carta Europeia de Autonomia Local, aprovada, para ratificação, pela Resolução da Assembleia da República n.º 28/90, em 13 de Julho de 1990.

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