LAURA CRISTINA PIRES LIMA

LEGUMINOSAE ADANS. NAS FLORESTAS ESTACIONAIS DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL: TAXONOMIA, PREFERÊNCIA POR HABITAT, DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E SIMILARIDADE FLORÍSTICA

Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Botânica, para obtenção do título de Magister Scientiae

VIÇOSA MINAS GERAIS – BRASIL 2006

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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV

T Lima, Laura Cristina Pires, 1980- L732L Leguminosae adans, nas florestas estacionais do Parque 2006 Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil : taxonomia, preferência por habitat, distribuição geográfica e similari- dade florística / Laura Cristina Pires Lima. – Viçosa : UFV, 2006. x, 134f. : il. ; 29cm.

Orientador: Flávia Cristina Pinto Garcia. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Viçosa.

Inclui bibliografia.

1. Leguminosae - Identificação. 2. Botânica - Classificação. 3. Leguminosae - Distribuição geográfica. 4. Parque Estadual do Itacolomi (MG). I. Universidade Federal de Viçosa. II.Título.

CDD 22.ed. 583.74

LAURA CRISTINA PIRES LIMA

LEGUMINOSAE ADANS. NAS FLORESTAS ESTACIONAIS DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL: TAXONOMIA, PREFERÊNCIA POR HABITAT, DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E SIMILARIDADE FLORÍSTICA

Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Botânica, para obtenção do título de Magister Scientiae.

APROVADA: 21 de fevereiro de 2006.

Profª. Ângela Lúcia Bagnatori Sartori Profª. Marli Pires Morim (Conselheira)

Profª. Rita Maria Carvalho-Okano Prof. Jimi Naoki Nakajima

Profª. Flávia Cristina Pinto Garcia (Orientadora) ii

Dedicatória : Ao meu pai Hélio, minha irmã Francieli e especialmente a minha querida mãe Odete “Sonho que se sonha sozinho é só um sonho. Sonho que se sonha junto é realidade”, pelo amor e apoio incondicional eu dedico esta etapa a vocês. iii AGRADECIMENTOS

Agradecer é algo muito especial, e é com carinho que agradeço a todas as pessoas que ajudaram na concretização deste trabalho, especialmente: À professora Flávia Cristina Pinto Garcia pela orientação e apoio durante a realização deste trabalho. À professora Ângela Lúcia Bagnatori Sartori pelo aconselhamento, leituras críticas do manuscrito e amizade fraternal. Aos especialistas Ângela Vaz, Haroldo Lima, Luciana Silva, Marli Morim e Vidal Mansano pelo auxílio na identificação das espécies. Aos membros da banca examinadora pelas valiosas sugestões que propiciaram o enriquecimento deste trabalho. À Universidade Federal de Viçosa pela oportunidade de poder realizar um sonho e a todos que a fazem, e que tive oportunidade de conhecer. Aos professores do Departamento de Biologia Vegetal (DBV), pelos ensinamentos botânicos. Aos funcionários da secretaria do DBV, em especial ao Ângelo pela paciência e solicitude com que sempre me atendeu. Aos funcionários do Horto Botânico, Gilmar, Luiz e Maurício pelo auxílio no preparo, registro e incorporação do material botânico no acervo do Herbário VIC. À coordenação do Programa de Pós-Graduação em Botânica, em nome do professor Wagner Campos Otoni por viabilizar recursos para minhas viagens ao Parque Estadual do Itacolomi (PEI). Ao CNPq pela concessão da bolsa de mestrado. Ao Instituto Estadual de Florestas, em especial ao diretor do PEI, Alberto Matos pela oportunidade de trabalho nesta unidade de conservação; ao funcionário Juarez pelo apoio logístico e disponibilidade de deslocamento no PEI. Ao Mário Eugênio F. de Araújo, por me acompanhar no campo, sem o seu esforço e prestatividade ficaria difícil alcançar representatividade nas coletas do PEI. Aos curadores dos Herbários OUPR e BHCB, que gentilmente emprestaram o material botânico solicitado. Ao Reinaldo Pinto, pela paciência e profissionalismo na arte de ilustrar as plantas. Ao Henrique de Oliveira, Edson Avelar e Nilson Bardales pela disponibilidade em digitalizar o mapa do PEI. Ao Arnildo Pott e Carlos Nunes pelas correções do Abstract. iv À amiga Gracineide Almeida pelo companheirismo no campo, e ajuda incondicional no registro desta dissertação. Às leguminetes Valquíria Dutra e Fabiana Fillardi, pelo empréstimo de literaturas específicas, e agradável troca de idéias sobre Leguminosae. Às amigas da Pós-Graduação: Andréa Barroncas, Érica Duarte, Dayana Francino e Silvana Ferreira, componentes do “clube da Luluzinha”, pela amizade e atenção durante a realização deste trabalho. Em especial a amiga Silvana Ferreira, companheira dos momentos bons e difíceis desta dissertação e na vida pessoal, e com certeza um lindo exemplo de amor a taxonomia vegetal. Às companheiras de República, Andreza Viana, Eliane Clemente e Michéllia Soares, pelo convívio e aprendizado. À Ana Lúcia Barros pela acolhida e incentivo quando cheguei em Viçosa. À carioca Anninha Souza pelo empenho em busca de literaturas no Museu Nacional. Não poderia deixar de agradecer ao querido Marcus P. Andrade, que foi um presente de Minas Gerais, e muito mais que um namorado durante a execução deste trabalho. Obrigada pelo amor, amizade, companheirismo, incentivo e esperança na minha vida pessoal e profissional.

v ÍNDICE

RESUMO ...... viii ABSTRACT ...... x INTRODUÇÃO GERAL ...... 1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 3 CAPÍTULO 1 ...... 6 ESTUDO TAXONÔMICO DE LEGUMINOSAE ADANS. NAS FLORESTAS ESTACIONAIS DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL ...... 6 1. 1. INTRODUÇÃO ...... 6 1.2.1. Área de estudo...... 8 1.2.2. Coleta e tratamento taxonômico do material botânico ...... 8 1.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...... 11 1.3.1. Chave de identificação das espécies de Leguminosae das Florestas Estacionais do PEI: ervas, arbustos, subarbustos, lianas e trepadeiras ...... 13 Caesalpinioideae...... 16 Bauhinia leiopetala Benth...... 16 Bauhinia ungulata var. cuiabensis ...... 17 Senna pendula (Willd.) H.S. Irwin var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby...... 19 Senna pneumatica H.S. Irwin & Barneby...... 20 Senna reniformis (G.Don) H.S.Irwin & Barneby...... 21 ...... 22 Acacia martiusiana (Steud.) Burkart...... 22 Acacia aff. riparia Kunth...... 23 schinifolia Benth...... 25 Inga vulpina Mart. ex Benth...... 26 Mimosa bimucronata var. bimucronata O. Kuntze...... 27 Piptadenia adiantoides (Spreng.) J.F. Macbr...... 29 Piptadenia micracantha Benth...... 30 Papilionoideae...... 31 Aeschynomene elegans var. elegans Cham. & Schltdl...... 31 Camptosema bellum (Mart.) Benth...... 32 Chaetocalyx longiflora Benth. ex A. Gray ...... 33 Clitoria falcata var . falcata Lam...... 33 Crotalaria breviflora DC...... 35 Crotalaria paulina Schrank ...... 36 Dalbergia brasiliensis Vogel ...... 37 Dalbergia frutescens var. frutescens (Vell.) Britton ...... 38 Desmodium adscendens (Sw.) DC...... 40 Desmodium uncinatum (Jacq.) DC...... 41 Dioclea violacea Mart. ex Benth...... 42 Indigofera suffruticosa Mill...... 42 Machaerium aculeatum Raddi ...... 43 Machaerium oblongifolium Vogel ...... 44 Poiretia punctata (Willd.) Desv...... 45 Trifolium repens L...... 46 Vigna peduncularis var . peduncularis (Kunth.) Fawc. & Rendle...... 46 1.3.2. Chave de identificação das Leguminosae arbóreas das Florestas Estacionais do PEI .... 49 Caesalpinioideae...... 52 Bauhinia longifolia (Bong.) Steud...... 52 Cassia ferruginea var. ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC...... 53 vi Copaifera reticulata Ducke ...... 54 Melanoxylon brauna Schott...... 56 Sclerolobium friburgense Harms...... 57 Sclerolobium rugosum Mart ex Benth...... 57 Senna macranthera (Collad.) H.S. Irwin & Barneby var. nervosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby...... 58 Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby var. lindleyana (Gard.) H.S. Irwin & Barneby...... 60 Senna reniformis (G.Don) H.S.Irwin & Barneby...... 61 Mimosoideae...... 62 Abarema langsdorfii (Benth.) Barneby & J.W. Grimes...... 62 Abarema obovata (Benth.) Barneby & J.W Grimes...... 63 Anadenanthera colubrina var. colubrina (Vell.) Brenan ...... 65 Anadenanthera peregrina (L.) Speg...... 66 Calliandra parvifolia (Hook. & Arn.) Speg...... 67 Inga cylindrica (Vell.) Mart...... 68 Inga edulis Mart...... 68 Inga ingoides (Rich.) Willd...... 69 Inga marginata Willd...... 71 Inga schinifolia Benth...... 72 Inga sessilis (Vell.) Mart...... 74 Inga vera subsp. affinis (DC.) T.D. Penn...... 75 Inga vulpina Mart. ex Benth...... 75 Mimosa scabrella Benth...... 76 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr...... 77 Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. Lima...... 79 Stryphnodendron polyphyllum Mart...... 80 Papilionoideae...... 80 Andira fraxinifolia Benth...... 80 Bowdichia virgilioides Kunth...... 81 Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth...... 82 Dalbergia aff. revoluta Ducke ...... 83 Dalbergia villosa var. villosa (Benth.) Benth...... 83 Machaerium brasiliense Vogel ...... 85 Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld...... 86 Machaerium nyctitans (Vell.) Benth...... 87 Machaerium villosum Vogel...... 88 Ormosia friburgensis Taub. ex Harms...... 89 Platypodium elegans Vogel ...... 91 Swartzia pilulifera Benth...... 92 1.4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 93 CAPÍTULO 2 ...... LEGUMINOSAE ADANS. NAS FLORESTAS ESTACIONAIS DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL: PREFERÊNCIA POR HABITAT, PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO E SIMILARIDADE FLORÍSTICA ...... 101 2.1. INTRODUÇÃO ...... 101 22. MATERIAL E MÉTODOS ...... 103 2.2.1. Área de estudo...... 103 2.2.2. Ocorrência das espécies de Leguminosae nas Trilhas amostradas do PEI ...... 105 2.2.3. Padrões de Distribuição Geográfica e Preferência por Habitat das espécies de Leguminosae encontradas no PEI ...... 105 2.2.4. Comparação Florística das espécies arbóreas de Leguminosae ocorrentes entre diferentes áreas Florestais...... 106 vii 2.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...... 107 2.3.1. Ocorrência das espécies de Leguminosae nas Trilhas amostradas do PEI ...... 107 2.3.2. Padrões de Distribuição e Preferência por Habitat das Leguminosae ocorrentes nas Florestas Estacionais do PEI...... 112 2.3.3. Comparação Florística das espécies arbóreas de Leguminosae ocorrentes entre diferentes áreas Florestais...... 118 2.4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 127 CONCLUSÕES GERAIS ...... 134

viii RESUMO

LIMA, Laura Cristina Pires, M.S., Universidade Federal de Viçosa, Fevereiro 2006. Leguminosae Adans. nas Florestas Estacionais do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil: taxonomia, preferência por habitat, distribuição geográfica e similaridade florística. Orientadora: Flávia Cristina Pinto Garcia. Conselheiras: Ana Maria Goullart de Azevedo Tozzi e Ângela Lúcia Bagnatori Sartori.

Este trabalho tem como objetivos realizar o estudo taxonômico da família Leguminosae nas florestas estacionais do Parque Estadual do Itacolomi (PEI), verificar a preferência por habitat, os padrões de distribuição geográfica das espécies amostradas e similaridade florística entre diferentes áreas florestais. As coletas foram mensais no período compreendido entre setembro/2004 e novembro/2005. A área de estudo compreendeu oito trilhas: Alcan, estrada de Baixo, Forno, estrada da Torre, Baú, Custódio, Belém e Cibrão. Após as coletas, os espécimes foram herborizados, incluídos no acervo do Herbário VIC e as duplicatas foram enviadas ao Herbário OUPR. A identificação dos táxons foi realizada mediante literatura específica, visita a herbários e consulta a especialistas. O estudo taxonômico reuniu 65 táxons específicos e infra-específicos, subordinados a 34 gêneros, os quais distribuem-se entre as três subfamílias, destacando-se Papilionoideae como a de maior riqueza, tanto em número de gêneros (20) quanto de espécies (30). Os gêneros mais representativos foram Inga (8 spp.), Machaerium (6 spp.), Dalbergia (5 spp.) e Senna (5 spp.). São fornecidas chaves de identificação, descrições, ilustrações e comentários sobre fenologia, taxonomia e distribuição geográfica dos táxons. Ormosia friburgensis e Sclerolobium friburgense tiveram sua área de distribuição ampliada para o estado de Minas Gerais. A maioria das espécies estudadas (69,2%) ocorre em floresta estacional submontana, mostrando a preferência das Leguminosae por faixas altitudinais mais baixas. Com relação à preferência por habitat, 73,8% foram considerados elementos florísticos generalistas e 26,2% especialistas ao domínio florestal atlântico. Entre os 65 táxons foram reconhecidos oito padrões de distribuição geográfica: Anfiatlântico (2 spp.), Neotropical (9 spp.), América do Sul Ocidental-Centro-Oriental (18 spp.), Brasil Centro-Oriental (10 spp.), Brasil Atlântico Nordeste-Sudeste-Sul (7 spp.), Brasil Atlântico Nordeste-Sudeste (7 spp.), Brasil Atlântico Sudeste-Sul (4 spp.), Brasil Atlântico Sudeste (8 spp.). Dentre estes padrões 43% dos táxons foram constatados no padrão atlântico, mostrando que quase metade das espécies encontradas distribui-se na costa atlântica. A flora do PEI mostrou-se mais similar ix ao Parque Nacional do Itatiaia (RJ), o que pode ser explicado pela localização destas áreas no maciço da Mantiqueira e por fatores abióticos como gradiente altitudinal e pluviosidade.

x ABSTRACT

LIMA, Laura Cristina Pires, M.S., Universidade Federal de Viçosa, February 2006. Leguminosae Adans. in Seasonal Forests of the Itacolomi State Park, Minas Gerais, Brazil: taxonomy, habitat preference, geographical distribution and floristic similarity. Adviser: Flávia Cristina Pinto Garcia. Committee Members: Ana Maria Goullart de Azevedo Tozzi e Ângela Lúcia Bagnatori Sartori.

This work aims the taxonomic study of the Leguminosae in seasonal forests of the Itacolomi State Park (PEI), check habitat preference, geographic distribuition of the sampled species and the analysis of floristic similarity among differents forests areas. The collection was carried out monthly, from september /2004 to november /2005. The study area comprised eigth tracks: Alcan, estrada de Baixo, Forno, estrada da Torre, Baú, Custódio, Belém and Cibrão. After field collection, the specimens were botanized, and included in VIC Herbarium and duplicates were sent to OUPR Herbarium. Taxonomic determination was carried out by means of specialized literature, visits to herbaria, and consultation with specialists. The taxonomic study gathered 65 specific and infra-specific taxa in 34 genera, which are distribues among all three subfamilies, the richest bein Papilionoideae in both genera (20) and species (30). The most representative genera were Inga (8 spp.), Machaerium (6 spp.), Dalbergia (5 spp.) and Senna (5 spp.). Keys, descriptions, illustrations and comments about phenology, taxonomy and geographical distribution are provided for the taxa. Ormosia friburgensis and Sclerolobium friburgense had their distribution area amplified for the Minas Gerais State. Most of the studied species (69,2%) occurred in submontane seasonal forest, showing Leguminosae preference for lower altitude. In relation to habitat preference, 73,8% were considered generalistic floristic elements and 26,2% specialists in the atlantic forest domain. Among 65 taxa, eight distribution patterns were identified: Amphiatlantic (2 spp.), Neotropical (9 spp.), Western- Central-Eastern South America (18 spp.), Central-Eastern Brazil (10 spp.), Northeastern- Southeastern-Southern Atlantic Brazil (7 spp.), Northeastern-Southeastern Atlantic Brazil (7 spp.), Southeastern-Southern Atlantic Brazil (4 spp.), Southern Atlantic Brazil (8 spp.). Among these patterns, 43% of the taxa were verified in the atlantic pattern, showing that almost half of the species found were distributed on the atlantic coast. The PEI flora showed to be more similar to the Itatiaia National Park (RJ), attributed to the location of these areas on the Mantiqueira range and to abiotic factors such as altitude and rainfall. 1 INTRODUÇÃO GERAL

Leguminosae tem sido considerada uma das três maiores famílias de angiospermas com 727 gêneros e 19.325 espécies (Lewis et al. 2005). A alta plasticidade ecológica da família permite a ocupação dos mais diversos habitats, sendo uma característica peculiar e de relevante significado para sua grande diversidade nas formações vegetacionais neotropicais (Lima 2000). No Brasil, as Leguminosae estão distribuídas em quase todas as formações vegetacionais (Barroso et al. 1991) sendo uma das mais representativas nos campos rupestres (Giulietti & Pirani 1988; Pirani et al . 2003; Garcia & Dutra 2004), cerrados (Mendonça et al. 1998) e em formações florestais (Oliveira-Filho 1994a; Ribeiro 1998; Lima 2000), o que evidencia sua importância na Flora do Brasil. O Brasil apresenta uma expressiva diversidade de ecossistemas florestais, tropicais e subtropicais, dada sua grande área física, seguida pela diversidade de climas e solos, sendo a floresta amazônica, as florestas do planalto interior e a mata atlântica, alguns exemplos desta riqueza florestal (Leitão-Filho 1997). A mata atlântica estende-se para o interior passando de perenifólia na faixa costeira e caducifólia ou subcaducifólia na faixa continental (Rizzini 1997). Na região sudeste do Brasil estão localizadas as principais áreas deste bioma, que estão inseridas principalmente no complexo montanhoso das Serras do Mar, dos Órgãos e da Mantiqueira (Rizzini 1997; Lima 2000). Em virtude destas cadeias montanhosas nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo é característica a presença dos “mares de morros”, de ampla distribuição na paisagem das áreas florestais (Fernandes 1998). O estado de Minas Gerais é detentor de uma grande diversidade de formações vegetais, em virtude das condições geológicas, climáticas e topográficas (Martins 2000). Segundo este mesmo autor essas formações abrangem três grandes biomas: caatinga, ao norte; cerrado, na porção leste- sudeste e floresta atlântica, na porção centro-ocidental. A floresta atlântica, em Minas Gerais, está distribuída principalmente na Zona da Mata e compreende diferentes formações florestais: ombrófila mista, ombrófila densa e estacional semidecidual, sendo que esta última ocupa grande parte do território do Estado (Silva 2000). As informações sobre as florestas estacionais semideciduais de Minas Gerais apontam Leguminosae como uma das famílias mais representativas. A maioria das informações florísticas estão concentradas em publicações de cunho não taxonômico realizadas em determinadas regiões mineiras como Zona da Mata: (Meira-Neto et al. 1997a, b, c; Meira-Neto & Martins 2002 e Silva et al. 2003); região do Rio Doce: (Lombardi & Gonçalves 2000); sul de Minas: (Oliveira-Filho & Machado 1993; Oliveira-Filho et al. 1994a; b; c; Oliveira-Filho & Ratter 1995; França & Stheman 2 2004; Carvalho et al. 2005). Além desses, alguns estudos foram realizados em área de transição entre os domínios de Cerrado e Mata Atlântica (Pedralli et al. 1997; e Meyer et al. 2004). Estudos taxonômicos envolvendo Leguminosae em florestas estacionais de Minas Gerais são incipientes diante da sua representatividade e, restritos, sobretudo, na região do Rio Doce: Mendonça-Filho (1996), Bortoluzzi et al. (2003), Nunes (2003), Bosquetti (2004), Bortoluzzi et al. (2004), evidenciando a necessidade de estudos taxonômicos relacionados à Leguminosae em outras regiões de Minas Gerais. O Parque Estadual do Itacolomi (PEI) está localizado nos municípios de Ouro Preto e Mariana, na região extremo oeste da Floresta Atlântica, na zona de transição entre os domínios reais da referida Floresta e do Cerrado (Peron 1989). A transição entre a Floresta Atlântica e o Cerrado no sudeste do Brasil envolve uma grande extensão de florestas semidecíduas (Oliveira-Filho & Fontes 2000). A vegetação do PEI, de acordo com a classificação de Veloso et al. (1991), é formada por Campos Rupestres e Florestas Estacionais Semideciduais Montanas. As florestas do PEI, segundo Rizzini (1997), são caracterizadas como: Pluvial Ripária e Pluvial Baixo-Montana. De acordo com a classificação de Veloso et al. (1991), podem ser consideradas como Florestas Estacionais Semideciduais Montanas (acima de 550m de altitude). As florestas montanas estão entre as menos conhecidas e as mais ameaçadas de todas as vegetações florestais dos trópicos (Gentry 1995). Elas apresentam menor riqueza de angiospermas em relação as florestas localizadas em baixas altitudes (Webster 1995). Essa diversidade de espécies permite fitofisionomias e estruturas florestais que se sucedem num gradiente montanha acima, diferenciando-se normalmente a curtas distâncias (Whitmore 1990). Diante do exposto acima, nota-se uma carência de estudos taxonômicos relacionados à Leguminosae nas florestas estacionais de Minas Gerais e um conhecimento incipiente sobre as florestas montanas, principalmente nas regiões de transição entre Cerrado e Mata Atlântica. Sendo assim, visando contribuir para ampliar o conhecimento relacionado a tais aspectos, este trabalho encontra-se organizado em dois capítulos entitulados respectivamente: Estudo Taxonômico de Leguminosae Adans. nas Florestas Estacionais do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil; Leguminosae Adans. nas Florestas Estacionais do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil: preferência por habitat, padrões de distribuição e similaridade florística. Este trabalho tem como principais objetivos realizar o estudo taxonômico da família Leguminosae nas florestas estacionais do PEI, identificar a preferência por habitat e padrões de distribuição geográfica das espécies de Leguminosae encontradas no PEI e a realizar a comparação florística das espécies arbóreas do PEI com outros estudos realizados em diferentes áreas florestais, afim de compreender a ocorrência das espécies de Leguminosae. 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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6 CAPÍTULO 1 ESTUDO TAXONÔMICO DE LEGUMINOSAE ADANS. NAS FLORESTAS ESTACIONAIS DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL

1. 1. INTRODUÇÃO

Leguminosae Adans. é a terceira maior família de Angiospermae e compreende cerca de 727 gêneros e 19.325 espécies (Lewis et al. 2005). No Brasil, de acordo com Lima (2000), encontram-se cerca de 2.100 espécies nativas reunidas em 188 gêneros e distribuídas em quase todas as formações vegetacionais (Barroso et al. 1991). Com relação à taxonomia da família, classificações mais antigas propostas por Adanson (1763) e Bentham (1865) consideram Leguminosae como uma família com três subfamílias: Caesalpinioideae, Mimosoideae e Papilionoideae, porém os trabalhos de Hutchinson (1967) e Cronquist (1981) reconheceram estas como três famílias independentes: Caesalpiniaceae, Mimosaceae e , respectivamente. Chapill (1995), a partir de dados morfológicos e moleculares, confirmou Leguminosae como uma família monofilética, caracterizada pela presença de uma pétala mediana na posição adaxial, ovário monocarpelar, placentação marginal e fruto legume. Lewis & Schrire (2003) discutiram a monofilia dentro da família e sugeriram a utilização do termo Leguminosae para identificá-la, em vez de Fabaceae, que é ambíguo, podendo se referir tanto à família como um todo sensu Adanson (1763), quanto aos membros de Papilionoideae sensu Hutchinson (1967). As Leguminosae apresentam os mais variados hábitos: ervas, trepadeiras, lianas, subarbustos, arbustos, árvores de pequeno, médio ou grande porte (Barroso et al. 1991). As folhas possuem filotaxia geralmente alterna, são comumente compostas, paripinadas, imparipinadas, bifolioladas ou unifolioladas, com estípulas persistentes ou caducas, com pulvino e/ou pulvínulo na base do pecíolo ou peciólulo, respectivamente, que permitem movimentos de alteração do ângulo das folhas (Barroso et al. 1991). As flores têm corola desde actinomorfa a zigomorfa e gineceu unicarpelar (Barroso et al. 1991). Embora o fruto legume seja o mais comum entre os representantes da família, existem outros tipos morfológicos como craspédio, folículo, lomento e sâmara (Barroso et al. 1999). Leguminosae agrega espécies fixadoras de nitrogênio (James et al. 2001), tóxicas (Kissmann & Groth 1999), apícolas, forrageiras, medicinais, ornamentais e pioneiras (Lorenzi 1992, 1995, 1998; Pott & Pott 1994), sendo que outras espécies podem ainda ser utilizadas na indústria (Joly 1991), agricultura (Bressani & Elias 1980) e na alimentação, como fonte de proteína vegetal (Lewis 1987), o que reforça a sua importância econômica e ecológica. 7 A família tem sido considerada, em trabalhos florísticos, como uma das mais representativas em formações campestres de altitude (Giulietti & Pirani 1988; Pirani et al . 2003; Garcia & Dutra 2004), em cerrados (Mendonça et al. 1998) e em formações florestais (Oliveira-Filho et al. 1994; Ribeiro 1998; Lima 2000), confirmando que estão distribuídas em quase todas as formações vegetacionais brasileiras (Barroso et al. 1991), e sua importância para a Flora do Brasil. No Estado de Minas Gerais ocorrem os seguintes biomas: Caatinga, ao norte; Cerrado, na porção leste-sudeste e Floresta Atlântica, na porção centro-ocidental, principalmente na região da Zona da Mata (Martins 2000). No Estado, a Floresta Atlântica compreende diferentes formações florestais: Ombrófila Mista, Ombrófila Densa e Estacional Semidecidual, sendo que esta última ocupa grande parte do território do Estado (Silva 2000).

A maioria das publicações que abrangem as florestas estacionais consiste em estudos fitossociológicos ou avaliação ecológica rápida fornecendo listagem apenas das espécies arbóreas, deixando uma lacuna florística sobre ocorrência do componente herbáceo-arbustivo e trepador na floresta. Além disso, estudos taxonômicos sobre Leguminosae, nas florestas estacionais de Minas Gerais são escassos diante da sua representatividade, sendo citados trabalhos realizados: na Estação Biológica de Caratinga (Mendonça-Filho 1996), e no Parque Estadual do Rio Doce (Bortoluzzi et al. 2003; Nunes 2003; Bosquetti 2004; Bortoluzzi et al. 2004). O Parque Estadual do Itacolomi (PEI) está localizado nos municípios de Ouro Preto e Mariana, na região extremo oeste da Floresta Atlântica, na zona de transição entre os domínios reais da referida Floresta e do Cerrado (Peron 1989), sendo sua vegetação composta, de acordo com a classificação de Veloso et al. (1991), por Campos Rupestres e Florestas Estacionais Semideciduais Montanas. Oliveira-Filho & Fontes (2000) propuseram uma classificação das florestas estacionais de acordo com gradiente altitudinal. Considerando-se que a variação fitofisionômica está relacionada a um gradiente altitudinal as florestas do PEI, sensu Oliveira-Filho & Fontes (2000), são subdivididas em: submontana, montana e altimontana. Messias et al. (1997), em um inventário florístico de todas as famílias, encontraram 38 espécies de Leguminosae. No entanto, Dutra et al. (2006), estudando somente as Papilionoideae nos Campos Ferruginosos, amostraram 20 espécies, e nos Campos Rupestres foram 46 espécies de Leguminosae (Dutra 2005), indicando que a família havia sido subamostrada por Messias et al. (1997). Nesses trabalhos não foram incluídas as espécies das Florestas Estacionais, que constituem boa parte da cobertura vegetal do PEI. Neste capítulo, será apresentado o estudo taxonômico de Leguminosae ocorrentes nas florestas estacionais do PEI, com o fornecimento de chaves analíticas, descrições e ilustrações para identificação das espécies estudadas; distribuição geográfica, preferência por habitats e comentários taxonômicos. 8 1.2. MATERIAL E MÉTODOS

1.2.1. Área de estudo

O Parque Estadual do Itacolomi (PEI) foi criado pelo decreto nº 4465 de 19 de junho de 1967 e está localizado entre os meridianos 43º32’ e 43º22’W e os paralelos 20º30’ e 20º20’S (figura 1), fazendo limite com os municípios de Ouro Preto e Mariana (Messias et al. 1997). A vegetação do PEI está composta por duas formações vegetacionais: os campos e as florestas, cada uma delas apresentando variação de acordo com o solo, disponibilidade de água, altitude e relevo. Os campos ocupam a maior extensão da área do Parque, entremeados com áreas de florestas, formando capões de extensão variável (Messias et al. 1997). As florestas do PEI podem ser denominadas como: Pluvial Ripária e Pluvial Baixo-Montana (Rizzini 1997). De acordo com a classificação de Veloso et al. (1991), podem ser consideradas como Florestas Estacionais Semideciduais Montanas (acima de 550m de altitude). Utilizando-se a classificação de Oliveira-Filho & Fontes (2000) as florestas estacionais podem ser: submontana entre 300-700m, montana entre 700-1100m de altitude e altimontana acima de 1100m de altitude, que será adotado neste trabalho. Os tipos de solos ocorrentes no PEI são: arenoso claro, associado ao quartzito e argiloso, no qual predomina latossolo vermelho-amarelo, sendo este o mais comum em áreas de vegetação florestal (Messias et al. 1997). O clima regional é caracterizado como de altitude relativamente úmido, com nevoeiros freqüentes e ventos dominantes na direção sudeste, sendo a temperatura média de 21ºC, com máxima de 33ºC e mínima de 4ºC (Messias et al. 1997). A pluviosidade é de, aproximadamente, 2.000 mm anuais, com concentração de chuvas no período de outubro a março (Messias et al. 1997) e seca no período de abril a agosto, o que é uma característica típica de floresta estacional.

1.2.2. Coleta e tratamento taxonômico do material botânico

As coletas do material botânico foram realizadas mensalmente, de setembro/2004 a novembro/2005, ao longo de trilhas e estradas pré-estabelecidas em áreas remanescentes de Florestas Estacionais, em diferentes altitudes, que recobrem parte do Parque Estadual do Itacolomi (figura 1), sendo: 1. Alcan; 2. Estrada de Baixo; 3.Forno; 4. Estrada da Torre; 5. Baú; 6. Custódio; 7. Belém; 8. Cibrão. Nesta última trilha as espécies foram coletadas ao longo do rio Mainarte. O material coletado (fértil e estéril) foi herborizado conforme as técnicas de Fidalgo & Bononi (1984) 9 e Mori et al. (1985) e depositado no acervo do Herbário VIC, do Departamento de Biologia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa. Duplicatas foram enviadas ao Herbário OUPR, da Universidade Federal de Ouro Preto. A identificação das espécies foi realizada com base na literatura taxonômica, comparação com coleções dos herbários (OUPR; BHCB; VIC) e, consulta a especialistas. A classificação adotada para subfamílias, tribos e gêneros está em Lewis et al. (2005). As abreviações dos nomes dos autores em Brummitt & Powell (1992) e a grafia dos nomes dos periódicos em Kew Record of Taxonomic Literature (Royal Botanic Gardens 2005). Foram elaboradas duas chaves de identificação de acordo com os tipos de hábito apresentados. As definições dos tipos de hábito foram adequadas de Guedes-Bruni et al. (2002), sendo consideradas ervas as plantas não lenhosas com altura até 50cm; subarbustos as plantas eretas com ramificação próxima do chão, cujos ramos são parcialmente lignificados; arbustos as plantas com ramificação a partir de 1m de altura com ramos lenhosos; árvores ou arvoretas as plantas com ramificação próxima do ápice, formando fuste lenhoso; trepadeiras as plantas com ramos flexíveis não lenhosos que apoiam-se em árvores ou arbustos e lianas as trepadeiras com caule lenhoso.

A terminologia utilizada para a descrição das estruturas vegetativas e reprodutivas está de acordo com Radford et al. (1974), Harris & Harris (1994) e Barroso et al. (1999). As descrições das espécies estão padronizadas por subfamílias e seguem em ordem alfabética por subfamílias, gênero e espécies, incluindo a amplitude morfológica do material examinado do PEI, e quando necessárias foram complementadas com dados de materiais dos seguintes herbários: Universidade Federal de Viçosa (VIC), Universidade Federal de Ouro Preto (OUPR) e Universidade Federal de Belo Horizonte (BHCB). Neste trabalho foram descritas apenas as espécies nativas, as cultivadas foram apenas listadas. Após as descrições de cada táxon são comentadas as características diagnósticas, os limites taxonômicos e a distribuição geográfica, por meio de revisões recentes ou literatura disponível de cada táxon e observações de campo das espécies ocorrentes nas trilhas percorridas no PEI. As ilustrações foram confeccionadas com base em material herborizado e/ou fixado em álcool 70%, com auxílio de estereomicroscópio Olympus, incluindo características vegetativas e reprodutivas importantes para a identificação das espécies.

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Figura 1. Localização do Parque Estadual do Itacolomi e Áreas Estudadas. 1. Alcan; 2. Estrada de Baixo; 3.Forno; 4. Estrada da Torre; 5. Baú; 6. Custódio; 7. Belém; 8. Cibrão. 11 1.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo taxonômico das espécies de Leguminosae ocorrentes nas florestas estacionais do PEI, totalizou 65 táxons, reunidos em 34 gêneros e agrupados em 15 tribos (tabela 1), sendo Eryhtrina speciosa uma espécie cultivada (tabela 1). A subfamília mais representativa foi Papilionoideae (30 spp.), seguida por Mimosoideae (22 spp.) e Caesalpinioideae (13 spp.). As tribos mais representativas foram Dalbergieae (17 spp.) e Ingeae (11 spp). Os gêneros mais representativos foram Inga (8 spp.), Machaerium (6 spp.), Dalbergia (5 spp.) e Senna (5 spp.). Devido ao elevado número de espécies registradas, os táxons foram apresentados em duas chaves artificiais, considerando-se principalmente o tipo de hábito, facilitando desta forma a consulta dos usuários de acordo com os grupos estudados. A primeira chave tratou as espécies herbáceas, subarbustivas, arbustivas, trepadeiras e lianas e a segunda chave as arbóreas. As espécies herbáceas, subarbustivas, arbustivas, trepadeiras e lianas, somaram 30 espécies reunidas em 20 gêneros, agupados em 11 tribos (tabela 1). Os gêneros mais representaivos foram Senna com três espécies, Bauhinia , Acacia , Inga, Piptadenia , Crotalaria , Dalbergia e Machaerium , com duas; e os demais gêneros Calliandra , Mimosa , Aeschynomene , Chaetocalyx , Camptosema , Clitoria , Dioclea , Indigofera , Poiretia , Trifolium e Vigna , com uma única espécie cada. As Leguminosae arbóreas somaram 39 espécies reunidas em 22 gêneros, agrupados em 10 tribos (tabela 1). Os gêneros mais representativos foram Inga com oito espécies, Machaerium com quatro, Senna e Dalbergia com três; Sclerolobium , Abarema e Anadenanthera com duas; e os demais gêneros Bauhinia , Cassia , Copaifera , Melanoxylon , Calliandra , Mimosa , Piptadenia , Pseudopiptadenia , Stryphnodendron , Andira , Bowdichia , Ormosia , Platypodium , Pterocarpus e Swartzia , apresentaram apenas uma única espécie cada O hábito arbóreo foi o que apresentou maior riqueza de espécies (39), sendo que as trepadeiras e ervas foram representadas por apenas três e quatro espécies, repectivamente (tabela 1). A tribo Dalbergieae apresentou maior diversidade de hábito entre os seus componentes no PEI (tabela 1). Enquanto que a tribos Caesalpinieae, Detarieae, Ingeae, Sophoreae e Swartzieae foram predominantemente representadas por espécies arbóreas. As tribos Acacieae e Phaseoleae foram representadas principalmente por espécies nativas de lianas e trepadeiras. Muitas espécies de Leguminosae ocorrentes nas florestas do PEI, não floresceram e/ou frutificaram no período de estudo. Os acervos dos Herbários mais próximos OUPR, CETEC, VIC e BHCB tem poucos exemplares destas espécies coletados na região de Ouro Preto/Mariana. A carência destes materiais botânicos nos acervos mineiros consultados pode ser explicada porque a maioria dos levantamentos florísticos efetuados nesta região foram feitos a partir de estudos 12 fitossociológicos ou avaliação ecológica rápida, nas quais muitas espécies são coletadas estéreis e não são incorporadas as coleções botânicas, ou então não são incluídas na amostragem.

Tabela 1. Táxons de Leguminosae segundo a classificação de Lewis et al. (2005), encontrados nas florestas do PEI e seus hábitos representados por: A: Árvore; Av: Arvoreta; Ab: arbusto; E: Erva; Sb: Subarbusto; L: Liana; Tr: Trepadeira. *cultivada.

Subfamília Tribo Espécie Hábito Cassia ferruginea var . ferruginea (Schrad.) Schrad. ex A DC. Caesalpinieae Melanoxylon brauna Schott A Sclerolobium friburgense Harms A Sclerolobium rugosum Mart. ex Benth. A Senna macranthera (Collad.) H.S. Irwin & Barneby var. A nervosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby var. A lindleyana (Gard.) H.S. Irwin & Barneby Caesalpinioideae Cassieae Senna pendula (Willd.) H.S. Irwin var. glabrata (Vogel) Ab H.S. Irwin & Barneby Senna pneumatica H.S. Irwin & Barneby Ab Senna reniformis (G.Don) H.S.Irwin & Barneby Ab ou Av Bauhinia longifolia (Bong.) Steud . A Cercidae Bauhinia leiopetala Benth. L Bauhinia ungulata var. cuiabensis (Bong.) Vaz Ab Detarieae Copaifera reticulata Ducke A Acacieae Acacia martiusiana (Steud.) Burkart. L Acacia aff. riparia Kunth. L Abarema langsdorfii (Benth.) Barneby & J.W.Grimes A Abarema obovata (Benth.) Barneby & J.W Grimes A Calliandra parvifolia (Hook. & Arn.) Speg. Ab ou Av Inga cylindrica (Vell.) Mart. A Inga edulis Mart. A Inga ingoides Ingeae (Rich.) Willd. A Inga marginata Willd. A Inga schinifolia Benth. Ab ou Av Inga sessilis (Vell.) Mart. A Mimosoideae Inga vera subsp. affinis (DC.) T.D. Penn. A Inga vulpina Mart. ex Benth. Ab ou Av Anadenanthera colubrina var. colubrina (Vell.) Brenan A Anadenanthera peregrina (L.) Speg. A Mimosa bimucronata var. bimucronata O. Kuntze Ab Mimosa scabrella Benth. Ab Piptadenia adiantoides Mimoseae (Spreng.) J.F. Macbr. L Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. A Piptadenia micracantha Benth. L Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. A Lima Sryphnodendron polyphyllum Mart. A

13 Continuação Tabela 1 Subfamília Tribo Espécie Hábito Crotalaria breviflora DC. E ou Sb Crotalarieae Crotalaria paulina Schrank Sb Aeschynomene elegans var. elegans Cham. & Schltdl. E Andira fraxinifolia Benth. A Chaetocalyx longiflora Benth. ex A. Gray Tr Dalbergia brasiliensis Vogel L Dalbergia frutescens var. frutescens (Vell.) Britton L Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth. A Dalbergia aff. revoluta Ducke A Dalbergia villosa var . villosa (Benth.) Benth. A Dalbergieae Machaerium aculeatum Raddi L Machaerium brasiliense Vogel A Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld A Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. A Machaerium oblongifolium Vogel L Machaerium villosum Vogel A Papilionoideae Platypodium elegans Vogel A Poiretia punctata (Willd.) Desv. L Pterocarpus rohrii Vahl A Desmodium adscendens (Sw.) DC. E Desmodieae Desmodium uncinatum (Jacq.) DC. S Indigofereae Indigofera suffruticosa Mill . Ab Camptosema bellum (Mart.) Benth. Tr Clitoria falcata var. falcata Lam. Tr Dioclea violacea Mart. ex Benth. L Phaseoleae Erythrina speciosa Andrews A* Vigna peduncularis var. peduncularis (Kunth.) Fawc. & Tr Rendle Bowdichia virgilioides Sophoreae Kunth A Ormosia friburgensis Taub. ex Harms. A Swartzieae Swartzia pilulifera Benth. A Trifolieae Trifolium repens L. E

1.3.1. Chave de identificação das espécies de Leguminosae das Florestas Estacionais do PEI: ervas, arbustos, subarbustos, lianas e trepadeiras 1. Folhas unifolioladas ou trifolioladas 2. Folhas unifolioladas 3. Caule alado; folíolo não bilobado; anteras heteromorfas; fruto inflado 4. Ramos velutinos ou vilosos; folíolo elíptico ou oblongo ...... 18. Crotalaria breviflora 4. Ramos glabros; folíolo obovado ...... 19. Crotalaria paulina 3. Caule não alado; folíolo bilobado; anteras uniformes; fruto plano-compresso 5. Pecíolo até 1,5cm compr.; folíolo 7-nervado, base obtusa ou truncada; nectário foliar presente; fruto legume ...... 2. Bauhinia ungulata var . cuiabensis 5. Pecíolo acima 4cm compr.; folíolo 9-11-nervado, base cordada; nectário foliar ausente; fruto legume samaróide ...... 1. Bauhinia leiopetala

14 2. Folhas trifolioladas 6. Ervas ou subarbustos 7. Folíolo com margem inteira; estipela presente; inflorescência pseudo-racemosa ou paniculada; estames diadelfos 8. Estipela 1-2mm compr.; raque foliar serícea ou tomentosa; folíolo terminal obovado ou orbicular; lomento 1-2 articulado; artículo 0,8-1,4cm compr...... 22. Desmodium a dscendens 8. Estipela 5-7mm compr.; raque foliar hirsuta; folíolo terminal ovado-lanceolado; lomento 3-8 articulado; artículo 2,5-4cm compr...... 23. Desmodium uncinatum 7. Folíolo com margem serrilhada; estipela ausente; inflorescência umbelada; estames monadelfos ……...... …...... 30. Trifolium repens 6. Trepadeiras ou lianas 9. Lianas ...... 24. Dioclea violacea 9. Trepadeiras 10. Folíolos laterais simétricos; flores não ressupinadas e pétalas da carena retas ...... 15. Camptosema bellum 10. Folíolos laterais assimétricos; flores ressupinadas ou pétalas da carena contorcidas 11. Ramos hirsutos; estipela ovado-lanceolada; corola branca; ovário puberulento; estilete reto, ciliado ...... 17. Clitoria falcata var . falcata 11. Ramos glabrescentes ou seríceos; estipela oblonga; corola lilás-arroxeada; ovário tomentoso; estilete espiralado, hirsuto ...... 29. Vigna peduncularis var . peduncularis

1. Folhas plurifolioladas 12. Folhas pinadas 13. Nectário foliar presente 14. Raque foliar canaliculada ou estriada; corola dialipétala; androceu dialistêmone; estaminódios presentes 15. Folhas 6-10-folioladas; corola 20-23mm compr.; estigma terminal 16. Estípula linear; nectário entre o 1º par de folíolos; sépalas obovadas; ovário tomentoso ...... 3. Senna pendula var . glabrata 16. Estípula reniforme; nectário entre todos os pares de folíolos; sépalas oblongas; ovário pubescente ...... 5. Senna reniformis 15. Folhas 16-folioladas; corola 13-15mm compr.; estigma lateral...... 4. Senna pneumatica 15 14. Raque foliar marginada ou alada; corola gamopétala; androceu monadelfo; estaminódios ausentes 17. Folhas 6-8-folioladas; face abaxial do folíolo hirsuta; filetes róseos; fruto tomentoso ...... 10. Inga vulpina 17. Folhas (14-)16-28-folioladas; face abaxial do folíolo glabra; filetes brancos; fruto glabro ...... 9. Inga schinifolia

13. Nectário foliar ausente 18. Folhas paripinadas 19. Ramos estriados, hirsutos; folhas 4-folioladas, folíolos opostos; estipela presente ...... 28. Poiretia punctata 19. Ramos cilíndricos, seríceos; folhas 8-12-folioladas, folíolos alternos; estipela ausente ...... 14. Aeschynomene elegans var . elegans 18. Folhas imparipinadas 20. Estipela presente 21. Trepadeiras; folhas 5-folioladas; corola amarela; estames monadelfos ...... 16. Chaetocalyx longiflora 21. Arbustos; folhas 11-15-folioladas; corola coral; estames diadelfos ...... 25. Indigofera suffruticosa 20. Estipela ausente 22. Ramos ou gavinhas armados; sâmara com região seminífera basal 23. Ramos com gavinhas armadas; folhas 5-7-folioladas; estípula 1,5mm compr., não espinescente, triangular; folíolos oblongos, obovados, raro elípticos; sâmara oblonga ...... 27. Machaerium oblongifolium 23. Ramos sem gavinhas; folhas 31-39-folioladas; estípula 4mm compr., espinescente, unciforme; folíolos oblongos; sâmara falcada …...... 26. Machaerium aculeatum 22. Ramos inermes; sâmara com região seminífera central 24. Folhas 7-11(-17)-folioladas; folíolos ovados ou elípticos, face abaxial puberulenta ...... 21. Dalbergia frutescens var. frutescens 24. Folhas 17-29-folioladas; folíolos lanceolados ou oblongos, face abaxial serícea ...... 20. Dalbergia brasiliensis 12. Folhas bipinadas 25. Nectário foliar presente 16 26. Inflorescência espiciforme; androceu com até 10 estames; anteras glandulares na antese 27. Folhas (3-)4-6 pinadas; foliólulos 4-6 pares, obovados ...... 12. Piptadenia adiantoides 27. Folhas 8-15 pinadas; foliólulo 30-49 pares, lineares ou linear-falcados ...... 13. Piptadenia micracantha 26. Inflorescência capituliforme; androceu com mais de 10 estames; anteras eglandulares na antese 28. Ramos glabrescentes; folhas 6-10-pinadas, foliólulos acima de 6,1mm compr...... 7. Acacia aff . riparia 28. Ramos tomentosos; folhas 15-23-pinadas; foliólulos até 3,5mm compr...... 6. Acacia martiusiana 25. Nectário foliar ausente 29. Ramos armados; inflorescência homomórfica; corola tetrâmera; estames livres; fruto craspédio ...... 11. Mimosa bimucronata var . bimucronata 29. Ramos inermes; infloresccência heteromórfica; corola pentâmera ou hexâmera; estames monadelfos; fruto legume ...... 8. Calliandra parvifolia

Caesalpinioideae

1. Bauhinia leiopetala Benth ., Fl. Bras. 12(20):210. 1870. Figuras 2-3

Liana, ramo estriado, glabro ou glabrescente, não alado. Estípula 3-6mm compr., lanceolada, caduca; pecíolo 4-8cm compr.; raque ausente, nectário ausente. Folha unifoliolada, bilobada; folíolo 7,5-10x10-10,3cm, lobo 4,4-5x3,2-4,3cm, ápice acuminado, base cordada, face adaxial glabra, abaxial serícea, 9-11- nervado. Inflorescência espiciforme, terminal; pedúnculo 0,7-2,1cm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque 4,1-9cm compr., ferrugínea-tomentosa. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 6mm compr., gamossépalo, campanulado, glabro externamente; corola 10mm compr., branca e rósea, pétalas oblanceoladas; estames 10, isodínamos, dialistêmones, filetes 10-11mm compr., glabros, anteras 2-3mm compr., estaminódios ausentes; ovário 4mm compr., seríceo, estípite 1-2mm compr.; estilete 6mm compr., nutante, seríceo; estigma terminal, glabro. Legume samaróide, 8-13x1,4-1,5cm, plano compresso, glabro, indeiscente; semente 1, 1,2x1cm, arredondada, castanha. Não foi observada floração nem frutificação desta espécie no período de estudo. 17 O gênero Bauhinia é facilmente reconhecido pelas folhas unifolioladas bilobadas de venação palminérvia (Vaz & Tozzi 2003). Entretanto, é preciso flor e/ou fruto deste gênero para identificação em nível específico. Com isto, o material coletado no PEI foi determinado através de consulta aos herbários VIC e BHCB e confirmação da especialista Ângela Vaz. Nas Flora Brasiliensis, Bentham (1870) observou uma forte afinidade entre Bauhinia radiata Vell. e B. leiopetala . Vaz (com. pess.) apontou a necessidade de revisão destes táxons que possivelmente podem ser formas distintas da mesma espécie. O hábito escandente e os folíolos de base cordada a diferem das outras espécies de Bauhinia ocorrentes no PEI. Ocorre somente no Brasil, onde pode ser encontrada nos estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Vaz 1995). Segundo esta mesma autora, B. leiopetala , tem preferência por florestas submontanas no estado do Rio de Janeiro. No PEI, foi coletada na trilha de Belém, em floresta estacional montana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, trilha de Belém, 17/VI/2005, st., Lima et al. 407 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Marliéria, entorno do Parque Estadual do Rio Doce, 06/VI/2003, fl., Bosquetti & Queiroga 151 (VIC); Santa Bárbara, Cenibra, 15/VII/1992, fr., Costa s/nº (BHCB 22309).

2. Bauhinia ungulata var . cuiabensis (Bong.) Vaz , Rodriguésia 54(83): 55-143. 2003. Pauletia cuyabensis Bong ., Mem. Acad. Imp. Sci. St. Petersb., ser. 4 sci Math. 2: 125. 1836. Figuras 4-5

Arbusto 2-3m alt., ramo estriado, ferrugíneo-puberulento, não alado. Estípula 2mm compr., lanceolada, caduca; pecíolo (0,7-)0,8-1(-1,5)cm compr.; raque ausente; nectário intra-estipular, rudimentar. Folha unifoliolada, bilobada; folíolo 2,5-6,8x2,5-6,8cm, lobo 1-2,5x1,1-3cm, ápice obtuso ou agudo, base truncada ou obtusa, face adaxial glabra, face abaxial ferrugíneo-pubescente, 7- nervado. Inflorescência pseudo-racemosa, terminal; pedúnculo 1,5-1,8cm compr., ferrugíneo- pubescente; raque 6-9cm compr., ferrugínea-pubescente. Flor pentâmera, zigomorfa, pedicelada; cálice 15-18mm compr., gamossépalo, tubuloso, ferrugíneo-puberulento externamente; corola 47- 73mm compr., branca, pétala centro-adaxial linear-lanceolada; estames 10, heterodínamos, monadelfos, filetes livres 32-54mm compr., glabros, anteras 7-9mm compr., estaminódios 2; ovário 10-15mm compr., puberulento, estípite 20mm compr.; estilete 42mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Legume, 8-13x1,4-1,5cm, plano-compresso, puberulento, deiscente; sementes 10-12, 0,8x0,6cm, arredondadas, castanhas. Floresceu de novembro a março e frutificou de dezembro a junho. 18

Figuras 2-3. Bauhinia leiopetala Benth. 2. Folha ( Lima et al. 407 ). 3. Fruto ( Costa s/nº BHCB 22309 ). Figuras 4-5. Bauhinia ungulata var . cuiabensis (Bong.) Vaz. 4. Ramo com fruto ( Lima et al. 372 ). 5. Flor ( Lima et al. 340) . Figuras 6-8. Senna pendula (Willd.) H.S. Irwin var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby. 6. Ramo com inflorescência. 7. Nectário. 8. Flor sem pétalas ( Lima & Silva 349 ). Figuras 9-13. Senna pneumatica H.S.Irwin & Barneby. 9. Folha. 10. Nectário. 11. Flor. 12. Estigma. 13. Fruto ( Lima & Ferreira 293 ). Figuras 14-16. Senna reniformis (G. Don) H.S. Irwin & Barneby. 14. Ramo. 15. Nectário ( Lima & Silva 333 ). 16. Flor sem pétalas ( Lima & Magalhães 232 ). 19

O número de nervuras do folíolo e a forma da pétala são características diagnósticas desta espécie (Vaz & Tozzi 2003). Bauhinia ungulata possui três variedades com registros para as regiões centro-oeste e sudeste do Brasil: cuiabensis, ungulata e parvifolia; a variedade cuiabensis difere das outras pelos folíolos cartáceos ou coriáceos, menores que 7,5cm compr. (Vaz & Tozzi 2003). Ocorre no Paraguai e Brasil, onde pode ser encontrada nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e Tocantins (Vaz & Tozzi 2003). Habita cerrado, cerradão, campo cerrado, campo sujo, campo úmido, formações do pantanal, carrasco, caatinga, florestas de galeria, florestas abertas, florestas semidecíduas e florestas e na zona de transição floresta-cerrado (Vaz & Tozzi 2003). No PEI, foi coletada no Cibrão e trilha de Belém, em áreas de floresta submontana e montana, respectivamente. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 07/XII/2004, fr., Lima & Araújo 249 (VIC); trilha de Belém, 26/IV/2005, fl., Lima et al. 340 (VIC); 17/VI/2005, fr., Lima et al. 372 (VIC).

3. Senna pendula (Willd.) H.S. Irwin var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby , Mem. New York Bot. Gard. 35(1): 382. 1982. Cassia indecora var. glabrata Vogel, Gen. Cass. Syn. 19. 1837. Figuras 6-8

Arbusto 2m alt., ramo estriado, tomentoso. Estípula 2mm compr., linear, caduca; pecíolo 2,3-2,8cm compr.; raque 2-3cm compr., estriada; nectário entre o primeiro par de folíolos, subssésil, globoso. Folha 8-10-foliolada, paripinada; folíolos 2,8-3,4x1-1,3cm, opostos, obovados, base oblíqua, ápice obtuso ou acuminado, ambas as faces glabras, pubescente na nervura principal. Inflorescência racemosa, axilar; pedúnculo 2-2,7cm compr., glabrescente; raque 0,8-1cm compr., glabrescente. Flor pentâmera, zigomorfa, pedicelada; cálice 11mm compr., dialissépalo, sépalas obovadas, hirsutas externamente; corola dialipétala, 23mm compr., amarela, pétala centro-adaxial suborbicular; estames 7, heterodínamos, dialistêmones, em dois verticilos: 4 medianos e 3 abaxiais maiores, filetes retos ou curvados 2-20mm compr., glabros, anteras 6-10mm compr., estaminódios 3; ovário 13mm compr., tomentoso, estípite 2mm compr.; estilete 6mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Legume bacóide, 14-16x1-1,5cm, subcilíndrico, glabro, indeiscente; sementes 32-54, oblongas, enegrecidas. Floresceu de março a maio, mas não foram observados frutos nas florestas do PEI, utilizando-se material de campo rupestre para complementar a descrição. 20 O número de jugas (4-5) e os estames centro-adaxiais pêndulos são diagnósticos desta espécie (Irwin & Barneby 1982). No PEI, Senna pneumatica também possui folíolos obovados, sendo semelhante aos de S. pendula var. glabrata , entretanto o número de folíolos e a forma da estípula são características vegetativas que diferenciam estes táxons. Apresenta ampla distribuição no Planalto Brasileiro, ocorre também na Bahia, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (Irwin & Barneby 1982). Habita orlas florestais antropizadas, em altitudes com ca. 700m, bem como ambientes abertos, barrancos, em beira de estradas e rodovias (Bortoluzzi 2004). No PEI, foi coletada na estrada de Baixo, em floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, Calais, 17/VI/2004, fr., Dutra & Pereira 212 (VIC); estrada de Baixo, 28/IV/2005, fl., Lima & Silva 349 (VIC).

4. Senna pneumatica H.S. Irwin & Barneby , Mem. New York Bot. Gard. 35(1): 329. 1982. Figuras 9-13

Arbusto 1,5m alt., ramo estriado, tomentoso. Estípula 9-15mm compr., ovada, persistente; pecíolo 2,4-3,5cm compr.; raque 6,5-9cm compr., estriada; nectário entre o primeiro par de folíolos, estipitado, cilíndrico. Folha 16-foliolada, paripinada; folíolos 2-3x0,6-1cm, opostos, obovados, base oblíqua, ápice mucronado, face adaxial glabra, face abaxial pubescente, principalmente na nervura principal. Inflorescência racemosa, terminal; pedúnculo 2,2-2,5cm compr., pubérulo; raque 1,2- 1,5cm compr., pubérula. Flor pentâmera, zigomorfa, pedicelada; cálice 8mm compr., dialissépalo, sépalas ovadas, hirsutas externamente; corola dialipétala, 13-15mm compr., amarela, pétala centro adaxial orbicular; estames 7, heterodínamos, dialistêmones, em dois verticilos: 4 medianos e 3 abaxiais maiores, filetes retos ou curvados 4-6mm compr., glabros, anteras 5-6mm compr., estaminódios 3; ovário 5mm compr., seríceo, estípite 1mm compr.; estilete 4mm compr., curvado, glabro; estigma lateral, ciliado. Legume, 9-9,5x0,8cm, plano compresso, glabro ou glabrescente, deiscente; sementes 15-16, 0,6-0,7x0,4-0,5cm, obovadas, castanho claras. Floresceu de fevereiro a maio e frutificou de agosto a outubro. No PEI, é facilmente reconhecida entre as espécies do gênero pela estípula ovada e o número de pares de folíolos (8). É uma espécie próxima de S. organensis (Harms) H.S. Irwin & Barneby, da qual se diferencia pela forma e comprimento do fruto (Irwin & Barneby 1982). Restrita à Serra de Caparaó, no estado de Minas Gerais limite com o Espírito Santo (Irwin & Barneby 1982). Nas matas do PEI, foi coletada apenas na trilha do Baú, em floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, trilha do Baú, 03/VIII/2004, fr., Lima et al. 208 (VIC); 16/02/2005, fl., fr., Lima & Ferreira 293 (VIC). 21 5. Senna reniformis (G.Don) H.S.Irwin & Barneby , Mem. New York Bot. Gard. 35(1): 223. 1982. Cassia reniformis G.Don, Gen. Hist. 2: 440. 1832. Figuras 14-16

Arbusto ou arvoreta 1,5-5m alt., ramo estriado, glabrescente ou tomentoso. Estípula 1,4- 3,1mm, reniforme, persistente; pecíolo 1,5-2,5cm compr.; raque 2,8-5cm compr., canaliculada; nectário entre todos os pares de folíolos, séssil, piriforme. Folha 6-foliolada, paripinada; folíolos 6,7-9,5x2,8-3,7cm, opostos, oblongos ou obovados, base obtusa, ápice agudo, face adaxial glabra e face abaxial glabrescente ou tomentosa, principalmente na nervura principal. Inflorescência racemosa, axilar ou terminal; pedúnculo 2-3,7cm compr., tomentoso; raque 2-4cm compr., tomentosa. Flor pentâmera, zigomorfa, pedicelada; cálice 10mm compr., dialissépalo, sépalas oblongas, glabras externamente; corola dialipétala, 20mm compr., amarela, pétala centro adaxial obovada; estames 7, heterodínamos, dialistêmones, em dois verticilos: 4 medianos e 3 abaxiais maiores, filetes retos ou curvados 7-25mm compr., glabros, anteras 3mm compr., estaminódios 3; ovário 18mm compr., pubescente, estípite 4mm compr.; estilete 1mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Legume, 9-12x1-2cm, plano compresso, glabro, deiscente; sementes 24- 28, 0,6-x0,5cm, oblongas, enegrecidas. Floresceu de novembro a maio e frutificou de dezembro a agosto. A estípula reniforme e o legume plano compresso são características que auxiliam no reconhecimento desta espécie (Irwin & Barneby 1982). É uma espécie próxima de Senna cana (Nees & C. Mart.) H.S. Irwin & Barneby, da qual difere pela localização dos nectários e fruto plano compresso (Irwin & Barneby 1982). Distribui-se nos estados de Minas Gerais e Bahia, sendo endêmica da Cadeia do Espinhaço, onde habita cerrado, margem de mata de galeria, brejo e vegetações com altitudes entre 950 e 1.800m (Irwin & Barneby 1982). Nas florestas do PEI, foi coletada nas estradas da Torre, de Baixo, e trilha da Alcan, em floresta estacional altimontana, bem como observada nas trilhas do Forno, Custódio e Baú. Nas trilhas de Belém e Cibrão foi observada em floresta estacional montana e submontana, respectivamente. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 27/IV/2005, fl., Lima et al. 347 (VIC); trilha de Belém, 07/XII/2005, fl., fr., Lima & Araújo 235 (VIC); Ouro Preto, estrada em direção a Torre, 06/XII/2004, fl., fr., Lima & Magalhães 232 (VIC); trilha Alcan, 25/04/2005, fl., Lima & Silva 333 (VIC).

22 Mimosoideae

6. Acacia martiusiana (Steud.) Burkart , Fl. Il. Catarin., fasc. Legu: 30. 1979. Mimosa martiusiana Steud., Flora 20(2): 122. 1837. Figuras 17-20

Liana armada, ramo estriado, ferrugíneo-tomentoso, acúleos recurvos. Estípula não observada, caduca; pecíolo 0,9-1,6cm compr ferrugíneo-tomentoso; raque 3,5-16,5cm compr., canaliculada, ferrugíneo-tomentosa; nectário estipitado, cupuliforme, no pecíolo, entre o par de pina proximal e os pares distais. Folha bipinada, pinas 15-23 pares; foliólulos 42-58 pares, 3,1-3,5x0,5- 0,8mm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice acuminado, ambas as faces glabras, ciliado. Inflorescência capituliforme reunida em panícula terminal, homomórfica; pedúnculo 8-12mm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque globosa, diâmetro da inflorescência 6-8mm (excluindo os filetes). Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 2mm compr., campanulado, pubescente externamente; corola gamopétala, 3,5mm compr., glabrescente externamente; estames 70-73, filetes brancos, livres, 5-7mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1mm compr., glabro ou puberulento, estípite 1mm compr.; estilete 6-6,2mm compr., glabro. Legume, 8-12,5x2-2,5cm, plano compresso, margem inteira ou levemente sinuosa, ápice aristado, puberulento ou glabro; sementes 8-10, 10x7mm, arredondadas, castanhas. Floresceu de fevereiro a abril e frutificou de junho a outubro. A coloração ferrugínea dos tricomas, o número de pinas e o nectário estipitado são característicos desta espécie (Lima et al. 1994). Esta espécie tem sido citada em algumas literaturas específicas (Bentham 1876; Lewis 1987) como Acacia adhaerens Benth., que foi sinonimizada por Burkart (1979). Ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (Lewis 1987; Lima et al. 1994; Mendonça-Filho 1996). Espécie típica da porção sudeste sul da floresta pluvial atlântica, ocorrendo principalmente nas áreas de vegetação secundária e orla de mata (Lima et al. 1994). No PEI, foi coletada somente no Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 17/II/2005, fl., Lima et al. 304 (VIC); 16/VI/2005, fr., Lima et al. 368 (VIC); 18/X/2005, fr., Lima et al. 393 (VIC).

23 7. Acacia aff . riparia Kunth ., Nov. Gen. Sp. (folio ed.) 6: 218. 1824. Figuras 21-23

Liana armada, ramo estriado, glabrescente, acúleos recurvos. Estípula 2mm compr., ovada, caduca; pecíolo 2-3,5cm compr. pubescente; raque 5,5-9,5cm compr., canaliculada, pubescente; nectário estipitado, cupuliforme, no pecíolo, entre o par de pina proximal e distal. Folha bipinada, pinas 6-10 pares; foliólulos 40-64 pares, 6,1-10,1x1-1,1mm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice agudo, face adaxial glabra, abaxial serícea. Inflorescência capituliforme reunida em panícula terminal, homomórfica; pedúnculo 3-7mm compr., pubescente; raque globosa, diâmetro da inflorescência 7-8mm (excluindo os filetes). Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 2-2,5mm compr., campanulado, pubescente externamente; corola gamopétala, 3,5mm compr., glabra externamente; estames 71-74, filetes brancos, livres, 5-10mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1mm compr., glabro, estípite 1mm compr.; estilete 7-8mm compr., glabro. Legume, 10- 13x2,5cm, plano compresso, margem reta, ápice mucronulado, pubescente; sementes 10-12, 9x4mm, obovadas, castanho-escuras. Floresceu de novembro a fevereiro e frutificou de dezembro a junho. O exemplar analisado apresenta afinidade com a descrição de A. nitidifolia Speg., porém difere no comprimento do foliólulo (até 10,1mm), ausência de hipófilo e o comprimento do fruto (acima 13cm). Com o auxílio de especialistas e a descrição de Bentham (1876), esta espécie foi identificada como A. aff. riparia Kunth., diferindo apenas na glândula peciolar estipitada. Diante da dificuldade de identificação, complexidade e representatividade do gênero no Brasil (ca. 100 spp.) sensu Silva (1990), evidencia-se a necessidade de revisões taxonômicas neste grupo. Existem registros desta espécie para a América Central e América do Sul nos países Equador, Colômbia, Peru, Argentina, Bolívia e Brasil (Ildis 2005). No Brasil, ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Bentham 1876; Barroso 1965; Lewis 1987). No PEI, foi coletada apenas na trilha da Alcan, em floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, trilha da Alcan, 08/XII/2004, fr., Lima & Araújo 261 (VIC); 30/I/2005, fl., Lima & Ferreira 288 (VIC).

8. Calliandra parvifolia (Hook. & Arn.) Speg. , Revista Argent. Agron. 1:193. 1926. Inga parvifolia Hoook & Arn., Bot. Misc. 3:202. 1833. Figuras 24-28

Arbusto ou arvoreta 1,5-5m alt., ramo cilíndrico, glabro ou glabrescente, inerme. Estípula 3- 7mm compr., lanceolada, persistente; pecíolo 0,8-1,2cm compr., tomentoso; raque 5-8,2cm compr., 24

Figuras 17-20. Acacia martiusiana (Steud.) Burkart. 17. Folha. 18. Foliólulo. 19. Nectário e acúleo. 20. Detalhe da inflorescência ( Lima et al. 304 ). Figuras 21-23. Acacia aff . riparia Kunth. 21. Folha. 22. Nectário e acúleo. 23. Flor em corte longitudinal (Lima & Ferreira 288 ). Figuras 24-28. Calliandra parvifolia (Hook & Arn.) Speg. 24. Ramo com inflorescência. 25. Foliólulo. 26. Flor periférica. 27. Flor terminal ( Lima & Garcia 382 ). 28. Fruto ( Lima & Araújo 248 ). Figuras 29-30. Inga schinifolia Benth. 29. Ramo com inflorescência ( Magalhães-Gomes s/nº OUPR 4568 ). 30. Fruto ( Messias 272 ). 25 canaliculada, tomentosa; nectário ausente. Folha bipinada, pinas 8-20 pares; foliólulos 30-48 pares, 2-3,5x0,5-0,8cm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice obtuso, margem ciliada face abaxial glabra, face adaxial tomentosa na base, ambas as faces com pontuações. Inflorescência umbeliforme, axilar, heteromórfica; pedúnculo 13-16mm compr., viloso; raque globosa, diâmetro da inflorescência 9- 10mm (excluindo filetes). Flor pentâmera ou hexâmera, actinomorfa, séssil ou pedicelada; flor periférica pentâmera, pedicelada, pedicelo 0,5-0,8mm compr.; cálice 2-2,2mm compr., funiliforme, tomentoso externamente; corola gamopétala, 4-5mm compr., tomentosa externamente; estames 16, filetes brancos na base e avermelhados no ápice, tubo estaminal incluso, 3mm compr., filetes livres 32-35mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1,2mm compr., glabro, estípite 0,1mm compr.; estilete 22mm compr., glabro; flor terminal hexâmera, séssil; cálice 3mm compr., campanulado; estames 22; estilete 38mm compr. Legume, 7-11x0,9-1,3 cm, plano compresso, margem reta espessa, ápice caudado, glabro ou puberulento; sementes 5-10, 4-5x2-3mm, obovadas, castanhas. Floresceu em maio, setembro a novembro e frutificou durante o ano todo. Os filetes brancos na base e avermelhados no ápice e o legume com as margens espessas são característicos do gênero (Barneby 1998). O comprimento da estípula, do cálice e indumento da corola são diagnósticos desta espécie (Barneby 1998). Distribui-se no Paraguai e Brasil, onde é citada para os estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Paraná, ocupando margens de rio, campo cerrado, dunas, campinarana e floresta atlântica, habitando um gradiente altitudinal de 650- 900m (Barneby 1998; Queiroz 2004). No PEI, foi coletada no Cibrão, em floresta estacional submontana, sendo bastante comum nesta trilha. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 07/XII/2004, fr., Lima & Araújo 248 (VIC), 26/IX/2005, fl., Lima & Garcia 382 (VIC).

19. Inga schinifolia Benth ., London J.Bot. 4. 584. 1845. Figuras 29-30

Arbusto ou arvoreta 3m alt., ramo cilíndrico, gabro. Estípula 3-4mm compr., linear- lanceolada, caduca; pecíolo 0,3-1,3cm compr., glabro ou glabrescente; raque 2,9-11,5cm compr., marginada, glabra ou glabrescente; nectário estipitado, circular, entre todos os pares de folíolos. Folha (14-)16-28-foliolada; folíolos 1,3-2,5x0,4-0,9cm, opostos, rômbicos ou elípticos, base aguda, ápice agudo ou mucronulado, ambas as faces glabras. Inflorescência umbeliforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 34mm compr., pubérulo; raque globosa, diâmetro da inflorescência 12- 13mm (excluindo os filetes). Flor pentâmera, actinomorfa, curto-pedicelada, pedicelo 0,1mm 26 compr.; cálice 1-1,2mm compr., campanulado, pubérulo externamente; corola gamopétala, 5-5,2mm compr., pubérula externamente; estames 22-24, filetes brancos, tubo estaminal exserto, 6mm compr., filetes livres 6mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1mm compr., glabro, estípite 0,1mm compr.; estilete 12mm compr., glabro. Legume nucóide, 9x9,5cm, levemente recurvado, plano compresso, margem reta, ápice apiculado, glabro; sementes 16, 11x5mm, oblongas, enegrecidas, com sarcotesta. Não floresceu nem frutificou no período de estudo. O número (7-14) e tamanho dos folíolos (1,3-2,5x0,4-0,9cm) são características que diferenciam esta espécie das outras espécies de Inga ocorrentes nas florestas do PEI. Pennington (1997) considerou I. schinifolia como sinônimo de I. tenuis , enquanto Garcia (1998) as considerou como espécies distintas entre si. Inga schinifolia , aqui reconhecida neste trabalho diferencia-se de I. tenuis , por apresentar pedúnculo da inflorescência reto e menor que 5,5cm compr. No Brasil está distribuída nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, ocupando áreas de floresta estacional decidual montana e floresta ombrófila densa montana (Garcia 1998). No PEI, foi coletada na trilha do Baú e estrada do Manso, em floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, mata do Manso, 12/XII/1990, st., Lima et al. 4054 (OUPR); trilha do Baú, 15/VI/2005, st., Lima & Garcia 391 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais : Ouro Preto, APA das Andorinhas, Serra da Brígida, 18/X/1999, fr., Messias 272 (OUPR); Morro São Sebastião, 27/II/1895, fl., Magalhães- Gomes s/nº (OUPR 4568).

10. Inga vulpina Mart. ex Benth. , Trans. Linn. Soc. London 30(3): 625. 1875. Figuras 31-33

Arbusto ou árvore 2-8m alt., ramo cilíndrico, ferrugíneo-hirsuto. Estípula 3-4mm compr., ovada, caduca; pecíolo 1-2,5cm compr., ferrugíneo-hirsuto; raque 3,5-6,8cm compr., alada, ferrugíneo-hirsuta; nectário estipitado, cupuliforme, entre todos os pares de folíolos. Folha 6-8- foliolada; folíolos 6,5-9,2x2-3,5cm, opostos, elípticos ou lanceolados, base aguda, ápice agudo ou apiculado, face adaxial glabrescente, face abaxial hirsuta. Inflorescência espiciforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 50-60mm compr., tomentoso; raque 20mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa , séssil; cálice 6,5-7mm compr., campanulado, hirsuto externamente; corola gamopétala, 12,2-13mm compr., setosa externamente; estames 52-58, filetes róseos, tubo estaminal incluso, 8mm compr., filetes livres 20-22mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 2mm compr., glabro, estípite 0,5mm compr.; estilete 25,5mm compr., glabro. Legume nucóide, 5- 27 5,5x2,5-2,6cm, plano compresso, margem reta, ápice obtuso, ferrugíneo-tomentoso; sementes 8-11, 7x3mm, oblongas, castanhas, com sarcotesta. Floresceu em setembro e frutificou em novembro. Inga vulpina é uma espécie próxima de I. barbata , da qual se diferencia pela estípula 3-4mm compr., cálice hirsuto externamente e os filetes róseos (Garcia 1998). São espécies simpátricas no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (Garcia 1998; Dutra 2005). No Brasil ocorre nos estados de Bahia até Santa Catarina, habitando matas de altitude, acima de 400m, sendo uma das poucas espécies de Inga que sobrevive em solos pedregosos dos campos rupestre e cerrado de Minas Gerais (Garcia 1998). No PEI, foi coletada na estrada de Baixo, mata do Manso e observada na trilha do Forno, em floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada de Baixo, 12/XII/1990, fr., Lima et al. 4066 (OUPR); mata do Manso, próximo do alojamento, 19/IX/2004, fl., Lima & Garcia 211 (VIC).

11. Mimosa bimucronata var . bimucronata O. Kuntze , Podr. 2: 469. 1825. Figuras 34-36

Arbusto 3-7m alt., ramo cilíndrico, pubescente, acúleos recurvos. Estípula 5-7mm compr., lanceolada, persistente; pecíolo 1,1-1,5cm compr., glabrescente, aculeado; raque 5-7,4cm compr., canaliculada, glabrescente; nectário ausente. Folha bipinada, pinas (7-)8-10 pares; foliólulos 22-30 pares, 8-9x1-1,2cm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice agudo, face adaxial glabrescente ou pubescente, face adaxial glabra. Inflorescência capituliforme reunida em fascículo axilar ou panícula terminal, homomórfica; pedúnculo 9-10mm compr., pubérulo; raque globosa, diâmetro da inflorescência 4-5mm (excluindo filetes). Flor tetrâmera, actinomorfa, séssil; cálice 0,8mm compr., campanulado, glabro externamente; corola gamopétala, 3mm compr., glabra externamente; estames 8, filetes brancos, livres, 4-8mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 0,8mm compr., glabro, estípite 0,1mm compr.; estilete 9mm compr., glabro. Craspédio, 3,8-4,5x0,5-0,7cm, plano compresso, margem reta, ápice apiculado, glabro; sementes 5-7, 3x1mm, ovadas, castanho-claras. Floresceu janeiro a março e frutificou de fevereiro a abril. O par de acúleos na base do pecíolo, o número de foliólulos, inflorescência amplamente paniculada são diagnósticos desta espécie (Barneby 1991). A espécie possui duas variedades: 28

Figuras 31-33. Inga vulpina Mart. ex Benth. 31. Ramo com inflorescência. 32. Nectário ( Lima & Garcia 211 ). 33. Fruto ( Lima et al. 4066 ). Figuras 34-36. Mimosa bimucronata var . bimucronata (O. Kuntze). 34. Folha. 35. Flor em corte longitudinal. 36. Frutos ( Lima et al. 325 ). Figuras 37-41. Piptadenia adiantoides (Spreng.) J.F. Macbr. 37. Ramo com inflorescência. 38. Nectário. 39. Flor. 40. Antera glandular ( Lima & Silva 310 ). 41. Fruto ( Lima et al. 300) . Figuras 42-44. Piptadenia micracantha Benth. 42. Folha. 43. Foliólulo (Lima & Duelhi-Filho 390). 44. Flor ( Silva et al. s/nº OUPR 1450 ). 29 bimucronata e adenocarpa , sendo que a variedade típica difere da var. adenocarpa pelo menor número de pares de foliólulos (até 22) e maior comprimento dos mesmos (Barneby 1991). Distribui-se de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, ocupando áreas de floresta estacional semidecidual, mata atlântica e cerrado (Barneby 1991; Mendonça et al. 1998). No PEI, foi coletada próximo a trilha de Belém e observada no Cibrão, floresta estacional montana e submontana, respectivamente. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada em direção a trilha de Belém, 31/III/2005, fl., fr., Lima et al. 325 (VIC).

12. Piptadenia adiantoides (Spreng .) J.F. Macbr. , Contrib. Gray. Herb. 59: 17. 1919. Acacia adiantoides Spreng., Syst. 3: 146. 1826. Figuras 37-41

Liana armada, ramo cilíndrico, tomentoso, acúleos recurvos. Estípula 3mm compr., lanceolada, caduca; pecíolo 4,3-10cm compr., tomentoso, acúleos recurvos; raque 4,6-10,3cm compr., cilíndrica, tomentosa, acúleos recurvos; nectário séssil, pateliforme, entre a maioria dos pares de pinas e pares de foliólulos. Folha bipinada, pinas (3-)4-6 pares; foliólulos 4-6 pares, 1,5- 2,7x0,9-1,5cm, opostos ou subopostos, obovados, base aguda, ápice obtuso ou mucronulado, ambas as faces glabras ou pubescentes. Inflorescência espiciforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 8- 18mm compr., tomentoso; raque 60-98mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 1,2mm compr., campanulado, pubérulo externamente; corola dialipétala, 3mm compr., glabra externamente; estames 10, filetes brancos ou avermelhados, livres, 6-7mm compr., glabros, anteras glandulares na antese; ovário 1mm compr., seríceo, estípite 1,2mm compr.; estilete 0,5-3mm compr., glabro. Legume, 9,5-12,5x2,1-2,6cm, plano compresso, margem reta, ápice apiculado, glabrescente; sementes 9-12, 8x4,2mm, obovadas, enegrecidas. Floresceu de fevereiro a abril e frutificou de fevereiro a maio. A inflorescência espiciforme, o número de estames (10) e as anteras glandulares na antese auxiliam no reconhecimento deste gênero (Tamashiro 1989). Os ramos armados e os folíolos obovados acima de 1,5cm compr., diferenciam esta espécie das demais Mimosoideae ocorrentes no PEI. No Brasil, está presente nos estados do Pará, Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal (Bentham 1876; Lewis 1987; Tamashiro 1989; Mendonça-Filho 1996). No PEI, foi coletada no Cibrão e trilha da Alcan, em floresta estacional submontana e altimontana, respectivamente, observada na estrada de Baixo, nas trilhas do Baú e Custódio, em áreas de floresta estacional altimontana. 30 Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 23/III/2004, fl., Messias 868 (OUPR); 17/II/2005, fr., Lima et al. 300 (VIC); Ouro Preto, trilha da Alcan, 29/III/2005, fl., Lima & Silva 310 (VIC).

13. Piptadenia micracantha Benth ., Trans. Linn. Soc. London 30(3): 369. 1875. Figuras 42-44

Liana armada, ramo cilíndrico, tomentoso, acúleos recurvos. Estípula 3-5mm compr., linear, caduca; pecíolo 2,3-3,4cm compr., tomentoso, acúleos recurvos; raque 5,4-10cm compr., estriada, tomentosa, acúleos recurvos; nectário séssil, pateliforme, nos pares de pinas distais e pares de foliólulos distais. Folha bipinada, pinas 8-15 pares; foliólulos 30-49 pares, 5-6,3x0,9-1,1cm, opostos, lineares ou linear-falcados, base oblíqua, ápice agudo, ambas as faces glabras, ciliado. Inflorescência espiciforme, terminal, homomórfica; pedúnculo 12mm compr., tomentoso; raque 86mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 1mm compr., campanulado, glabrescente externamente; corola dialipétala, 3mm compr., glabra externamente; estames 10, filetes avermelhados, livres, 3-4mm compr., glabros, anteras glandulares na antese; ovário 1mm compr., seríceo, estípite 1mm compr.; estilete 3mm compr., glabro. Legume, 12-15,5x2,5-2,7cm, plano compresso, margem sinuosa, ápice apiculado, glabrescente; sementes 8-10, 8-9x5-6mm, obovadas ou orbiculares, castanho-escuras. Floresceu de abril a junho e frutificou de agosto a setembro. No PEI, as folhas com 8-15 pares de pinas, foliólulos 30-49 pares, lineares ou linear- falcados são características que separam esta espécie de P. adiantoides . No Brasil está distribuída nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (Bentham 1876; Barroso 1965; Tamashiro 1989). Espécie exclusiva da floresta pluvial atlântica (Lima et al. 1994). No PEI, foi coletada na estrada do Cibrão, em floresta estacional submontana, trilha do Baú e estrada em direção a Fazenda do Manso, áreas de floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 22/VIII/2005, fr., Lima & Duelhi-Filho 390 (VIC); Ouro Preto, estrada para Fazenda do Manso, 14/IV/1994, fl., Silva et al. s/nº (OUPR 1450); trilha do Baú, 25/IX/2005, fr., Lima et al. 380 (VIC). 31 Papilionoideae

14. Aeschynomene elegans var . elegans Cham. & Schltdl. , Linnaea 5: 583-584. 1830. Figura 45

Erva prostrada, ramo cilíndrico, seríceo. Estípula 5-7mm compr., lanceolada, persistente; estipela ausente; pecíolo 0,3-1cm compr., hirsuto; raque 1,5-2,5cm compr., cilíndrica, hirsuta. Folha 8-12-foliolada, paripinada; folíolos 1,1-1,3x0,4-0,6cm, alternos, oblongos ou obovados, base aguda, ápice mucronado, margem inteira, ambas as faces seríceas, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência racemosa, axilar, 8-12-flora; pedúnculo 1,5cm compr., seríceo; raque 1-1,2cm compr., serícea. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,5-0,8cm compr.; cálice 3mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 0,5mm compr., seríceo externamente; corola amarela, estandarte 7-8mm compr., glabro externamente, alas 7-8mm compr., pétalas da carena 7-8mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (5+5), 5-7mm compr., anteras isomorfas; ovário 2- 3mm compr., tomentoso, estípite 2mm compr.; estilete 2mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Lomento 4-6 articulado, 2,5-2,8x0,2-0,3cm, artículo oboval depresso, ápice agudo, uncinado; sementes 4-6, 1,5x1mm, ovada-reniformes, castanhas-claras. Floração e frutificação de outubro a março. Aeschynomene elegans é uma espécie próxima de A. falcata (Poir.) DC., da qual se diferencia pelo número de folíolos (10-12) e tricoma uncinado sobre a superfície do fruto (Fernandes 1996; Lima et al. prelo). A. elegans possui duas variedades: elegans e robustior Rudd, sendo a variedade típica, segundo Fenandes (1996), diferenciada principalmente pelo comprimento dos folíolos (até 13mm de compr.). Ocorre do México ao Uruguai e Sul da Argentina (Brandão 1992). No Brasil distribui-se pelos estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Fernandes 1996). Habita florestas e campos rupestres atingindo elevações de até 7.600m de altitude (Rudd 1955). No PEI, foi coletada na trilha da Alcan e observada na estrada de baixo e estrada da Torre, localizadas em áreas de floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada de baixo, 04/II/2002, fl., fr., Dutra 97 (OUPR); trilha da Alcan, 24/X/2004, fl., fr., Lima & Garcia 225 (VIC). 32 15. Camptosema bellum (Mart.) Benth. , Fl. Bras. 15 (1): 156. 1862. Bionia bella Mart., Repert. Bot. Syst. 1: 764. 1837. Figuras 46-50

Trepadeira, ramo cilíndrico, seríceo ou hirsuto. Estípula 2mm compr., lanceolada, caduca; estipela 1,5mm compr., lanceolada, caduca; pecíolo 2-3,2cm compr., seríceo; raque 0,8-1,2cm compr., estriada, serícea. Folha 3-foliolada, imparipinada; folíolos laterais simétricos; folíolo terminal 2,5-12x0,9-3,8cm, elíptico ou lanceolado, base aguda ou obtusa, ápice agudo, margem inteira, face adaxial glabra, face abaxial serícea, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência pseudoracemosa, axilar, 2-5-flora; pedúnculo 1-1,2cm compr., glabro; raque 0,9-1,2cm compr., glabra. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,3-0,6cm compr.; cálice 28-32mm compr., tubuloso, 4-laciniado, lacínios 5-12mm compr., seríceo externamente; corola vermelha, estandarte 48-58mm compr., glabro externamente, alas 45-55mm compr., pétalas da carena retas 45-55mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (5+5), 41-43mm compr., anteras isomorfas; ovário 13-15mm compr., tomentoso, estípite 12-20mm compr.; estilete 18mm compr., reto, glabro; estigma terminal, glabro. Fruto não observado; semente não observada. Floresceu de março a maio, mas não foram observados frutos no período de estudo. Camptosema bellum diferencia-se das demais espécies do gênero pelo número reduzido de flores na inflorescência (Queiroz 1999). Apesar de florescer em várias trilhas do PEI, e dos indivíduos marcados para coleta de frutos, a mesma não frutificou no período de estudo. Queiroz (1999) que revisou Camptosema para o Brasil, também não encontrou frutos desta espécie nos herbários consultados, com isto pode-se afirmar que esta espécie deve ter alguma dificuldade reprodutiva, pois, seus frutos são desconhecidos pela comunidade científica. No Brasil ocorre nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, em áreas serranas associadas à Serra da Mantiqueira (Queiroz 1999). No PEI, foi coletada na trilha do Baú e no Cibrão, em floresta estacional altimontana e submontana, respectivamente, e observada na trilha do Forno e trilha de Belém, em floresta estacional altimontana e montana, repectivamente. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 23/III/2004, fl., Messias 884 (OUPR); 30/III/2005, fl., Lima et al. 320 (VIC); Ouro Preto, trilha do Baú, 16/III/2004, fl., Dutra & Garcia 182 (VIC); 29/III/2005, fl., Lima & Silva 315 (VIC). 33 16. Chaetocalyx longiflora Benth. ex A. Gray , U.S. Expl. Exped., Phan. 1: 423. 1854. Figuras 51-53

Trepadeira, ramo estriado, tomentoso. Estípula 10-12mm compr., lanceolada, persistente; estipela 0,5mm compr., linear, caduca; pecíolo 2,8-3cm compr., tomentoso; raque 1,5-2cm compr., estriada, tomentosa. Folha 5-foliolada, imparipinada; folíolos 2-2,8x0,5-1cm, opostos, elípticos ou oblongos, base aguda ou obtusa, ápice agudo ou apiculado, margem inteira, ambas as faces pubescentes, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência em fascículo, axilar, 2-4-flora. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 2,5-3cm compr.; cálice 13mm compr., campanulado, giboso, 5- laciniado, lacínios 3-5mm compr., pubescente e glandular externamente; corola amarela, estandarte 30mm compr., pubescente externamente, alas 25mm compr., pétalas da carena 26mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 22-25mm compr., anteras uniformes; ovário 12mm compr., barbado, estípite 3mm compr.; estilete 11mm compr., curvado, ciliado; estigma terminal, glabro. Fruto não observado; semente não observada. Não floresceu nem frutificou no período de estudo. O gênero caracteriza-se pelo hábito trepador, cálice campanulado, subgiboso na base e lomentos longos estriados longitudinalmente (Rudd 1981). O indumento pubescente nos folíolos e no estandarte são diagnósticos desta espécie (Rudd 1958). Segundo esta mesma autora, C. longiflora é semelhante a C. scandens (L.) Urb., pela largura dos folíolos (0,5-2,5cm), sendo diferenciada pelo cálice giboso e estandarte acima de 22mm compr. Existem registros desta espécie para a Bolívia e o Brasil, onde ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná (Rudd 1958; Lewis 1987). No PEI, foi coletada no Cibrão, em floresta estacional submontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 20/I/2005, st., Lima et al. 406 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, Tanque da Psicultura, 06/VII/1979, fl., Vidal & Vidal 538 (VIC).

17. Clitoria falcata var . falcata Lam ., Encycl. 2 (1): 51. 1786. Figuras 54-57

Trepadeira, ramo estriado, hirsuto. Estípula 4-5mm compr., ovado-lanceolada, persistente; estipela 4-5mm compr., ovado-lanceolada, persistente; pecíolo 2,5-3cm compr., hirsuto; raque 0,8- 1,7cm compr., estriada, hirsuta. Folha 3-foliolada, imparipinada; folíolos laterais assimétricos; folíolo terminal 4,5-7x2,4-3,5cm, ovado ou elíptico, base obtusa, ápice agudo, margem 34

Figura 45. Aeschynomene elegans var . elegans Cham & Schltdl. 45. Ramo com fruto ( Lima & Garcia 225 ). Figuras 46-50. Camptosema bellum Mart. 46. Ramo com inflorescência. 47. Estípula. 48. Peças da corola. 49. Androceu. 50. Gineceu ( Messias 884 ). Figuras 51-53. Chaetocalyx longiflora Benth. ex A. Gray. 51. Ramo com flores ( Vidal & Vidal 538 ). 52. Estipela ( Lima et al. 406 ). 53. Androceu (Vidal & Vidal 538 ). Figuras 54-57. Clitoria falcata var . falcata Lam. 54. Folha. 55. Estipela. 56. Flor. 57. Gineceu ( Messias 859 ). Figuras 58-59. Crotalaria breviflora DC. 58. Ramo com fruto. 59. Detalhe do indumento da face adaxial do folíolo ( Lima & Silva 312 ). Figura 60. Crotalaria paulina Schrank. 60. Ramo com fruto ( Lima et al. 324 ). 35 inteira, face adaxial glabra, face abaxial serícea, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência racemosa, axilar, 4-flora; pedúnculo 4-6cm compr., hirsuto; raque 0,6-0,8cm compr., hirsuta. Flor zigomorfa, ressupinada, pedicelada, pedicelo 0,2cm compr.; cálice 20mm compr., tubuloso, 5- laciniado, lacínios 8-12mm compr., hirsuto externamente; corola branca, estandarte 28mm compr., glabro externamente, alas 25mm compr., pétalas da carena 24mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (5+5), 15-20mm compr., anteras uniformes; ovário 8mm compr., puberulento, estípite 1mm compr.; estilete 10mm compr., reto, ciliado; estigma terminal, glabro. Fruto não observado; semente não observada. Não floresceu nem frutificou no período de estudo. Clitoria falcata possui três variedades: falcata, longifolia e latifolia. A variedade típica é facilmente reconhecida pelas flores brancas, podendo ser diferenciada da var. longifolia pelos folíolos menores e de var. latifolia , pela forma dos folíolos, perfeitamente elípticos (Miotto 1987a). Ocorre na América do Sul Tropical, América Central e África Tropical (Ildis 2005). No Brasil, distribui -se pelos estados do Amazonas, Pará, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Fantz 1980; Miotto 1987a). Habita áreas abertas, campos arbustivos, secos ou inundados e matas com solo arenoso (Miotto 1987a). No PEI, foi coletada no Cibrão, em área de floresta estacional submontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 24/III/2004, fl., Messias 859 (OUPR); estrada entre Serrinha e Cibrão, 29/III/2004, fl., Dutra et al. 312 (VIC).

18. Crotalaria breviflora DC ., Prodr. 2: 127. 1825. Figuras 58-59

Erva ereta ou subarbusto 0,5-1,5m alt., ramo cilíndrico, velutino ou viloso, caule alado. Estípula não observada, caduca; estipela ausente; ala internodal 3-4cm compr. Folha 1-foliolada; folíolo 3,5-7,5x0,8-2,4cm, elíptico ou oblongo, base aguda, ápice agudo ou apiculado, margem inteira, ambas as faces seríceas, venação camptódroma, discolor. Inflorescência racemosa, terminal, 6-12-flora; pedúnculo 1,5-4cm compr., hirsuto ou viloso; raque 3-10cm compr., hirsuta ou vilosa. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,3-0,5cm compr.; cálice 12-14mm compr., campanulado, 5- laciniado, lacínios 6-10mm compr., seríceo externamente; corola amarela, estandarte 14-16mm compr., glabro externamente, alas 13-14mm compr., pétalas da carena 13-14mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 11-12mm compr., anteras heteromorfas; ovário 7,2mm compr., glabro, estípite 1mm compr.; estilete 8mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, ciliado. Legume, 3-3,5x0,7-0,8cm, inflado, oblanceolado, ápice apiculado, glabro; sementes 24-28, 3x2mm, reniformes, castanha-escuras. 36 Floresceu de fevereiro a abril e frutificou de março a maio. No PEI, O indumento velutino ou viloso dos ramos e os folíolos elípticos ou oblongos são características que diferenciam Crotalaria breviflora de C. paulina . No Brasil ocorre nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Paraná (Filiettaz 2002). Habita áreas de cerrado, campo rupestre, campo de altitude e mata atlântica, em borda de mata, local úmido e brejosos (Filiettaz 2002). No PEI, ocorre na trilha do Baú, trilha da Alcan e estrada da Torre, áreas de floresta estacional altimontana, o que corrobora estudos feitos por Filiettaz (2002), onde foram encontrados registros desta espécie em altitudes de até 1600m, no estado de Minas Gerais. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada da Torre, 29/III/2005, fr., Lima & Silva 312 (VIC); trilha da Alcan, 25/IV/2005, fl., Lima & Silva 334 (VIC); trilha do Baú, 27/II/2002, fl., Messias 645 (OUPR); 19/I/2005, fl., Lima & Garcia 263 (VIC).

19. Crotalaria paulina Schrank , Pl. Rar. Hort. Monac. pl. 88. 1822. Figura 60

Subarbusto, ramo cilíndrico, glabro, caule alado. Estípula não observada, caduca; estipela ausente; ala internodal 2,6-45cm compr. Folha 1-foliolada; folíolo 6-11x2-3,7cm, obovado, base aguda, ápice mucronulado, margem inteira, face adaxial glabra com tricomas seríceos na nervura principal, face abaxial serícea, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência racemosa, terminal, 12-16-flora; pedúnculo 2,5-4cm compr., glabro; raque 12-14cm compr., glabra. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 1-1,2cm compr.; cálice 16mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 7- 10mm compr., glabro externamente; corola amarela, estandarte 20mm compr., glabro externamente, alas 18mm compr., pétalas da carena 18mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 13-14mm compr., anteras heteromorfas; ovário 9mm compr., glabro, estípite 1mm compr.; estilete 12mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, ciliado. Legume, 5-6x1-1,2cm, inflado, oblanceolado, ápice apiculado, glabro ou glabrescente; sementes 40, 4x3mm, reniformes, castanhas. Floresceu em fevereiro e frutificou em março. Crotalaria paulina pode ser reconhecida por ser glauca e apresentar ramos totalmente glabros (Filiettaz 2002). As características que a diferenciam de C. breviflora , que também apresenta caule alado, foram comentados na espécie anterior. Distribui-se no noroeste da América do Sul (Colômbia e Venezuela) e no centro e sudeste do Brasil (Filiettaz 2002). Segundo Polhil (1982) é uma espécie nativa do Brasil com distribuição no Amazonas, Mato Grosso, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Habita campo 37 rupestre, cerrado, sub-bosque ou margem de mata ciliar, floresta estacional montana, freqüentemente associada a locais úmidos ou brejosos, ou locais secos e solos arenosos (Filiettaz 2002). No PEI, foi coletada na estrada do Cibrão, floresta estacional submontana, em altitude de 676m, ampliando a faixa altitudinal desta espécie, que segundo Polhil (1982), ocupa altitudes entre 800-1300m. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 17/II/2005, fl., Lima et al. 302 (VIC); 30/III/2005, fr., Lima et al. 324 (VIC).

20. Dalbergia brasiliensis Vogel , Linnaea 11: 198. 1837. Figuras 61-63

Liana, ramo cilíndrico, glabro ou puberulento, inerme. Estípula 10mm compr., oblonga, caduca; estipela ausente; pecíolo 1,3-3,3cm compr., tomentoso; raque 8,2-12,8cm compr., cilíndrica, tomentosa. Folha 17-29-foliolada, imparipinada; folíolos 2,9-4,3x0,6-1,9cm, alternos, lanceolados ou oblongos, base obtusa, ápice agudo, margem inteira, face adaxial glabra, face abaxial serícea, venação camptódroma, concolor. Inflorescência cimeira escorpióide, terminal, 12- 15-flora por cimeira; pedúnculo 0,5-0,6cm compr., tomentoso; raque 1-1,2cm compr., tomentosa. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1cm compr.; cálice 3mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 1-1,5mm compr., pubescente externamente; corola creme-esverdeada, estandarte 5mm compr., glabro externamente, alas 5mm compr., pétalas da carena 4mm compr.; androceu heterodínamo, estames 9-11, monadelfos, 4-5mm compr., anteras isomorfas; ovário 2mm compr., ciliado, estípite 2mm compr.; estilete 1mm compr., reto, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara, 7-7,5x2cm, elíptico-oblonga, região seminífera central, ápice agudo, glabro; semente 1, 7x4mm, oblonga-reniforme, castanha. Floresceu de janeiro a março e frutificou dezembro a maio. No PEI, Dalbergia brasiliensis é uma espécie próxima de Dalbergia frutescens , da qual se diferencia pela folha 7-17-foliolada e folíolos lanceolados ou oblongos. No Brasil distribui-se pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (Carvalho 1997). Habita foresta montana no sudeste do Brasil (Carvalho 1997). No PEI, foi coletada na trilha de Belém, floresta estacional montana, confirmando a informação de Carvalho (1997), e observada no Cibrão, em floresta estacional submontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, trilha de Belém, 21/I/2005, fr., Lima et al. 278 (VIC); 18/II/2005, fl., Lima et al. 308 (VIC). 38 21. Dalbergia frutescens var . frutescens (Vell.) Britton , Bull. Torrey Bot. Club 16(12): 324. 1889. Figuras 64-66

Liana, ramo cilíndrico, glabro, inerme. Estípula não observada, caduca; estipela ausente; pecíolo 1,8-2,3cm compr., puberulento ou tomentoso; raque 2,6-10,2cm compr., cilíndrica, puberulenta ou tomentosa. Folha 7-11(-17)-foliolada, imparipinada; folíolos 3,5-5,6x2-2,6cm, alternos, ovados ou elípticos, base obtusa ou aguda, ápice agudo, margem inteira, face adaxial glabra, face abaxial puberulenta, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência cimeira escorpióide, terminal, 12- 15-flora por cimeira; pedúnculo 1cm compr., puberulento; raque 0,5-0,6cm compr., puberulenta. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1cm compr.; cálice 3mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 0,5-1mm compr., pubescente externamente; corola creme-esverdeada, estandarte 4mm compr., glabro externamente, alas 4mm compr., pétalas da carena 4mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 2-3mm compr., anteras isomorfas; ovário 2mm compr., ciliado, estípite 1mm compr.; estilete 1mm compr., reto, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara, 6,5-7x1,8-2cm, elíptico-oblonga, região seminífera central, ápice mucronulado, glabro; semente 1, 10x7mm, reniforme, castanha. Não foram observadas flores no período de estudo, mas frutos de outubro a março. Dalbergia frutescens é uma espécie muito polimorfa tanto na morfologia quanto no hábito, normalmente, apresenta-se como liana, sendo menos freqüente o hábito escandente (Almeida 1953; Cavalho 1997). A delimitação das variedades desta espécie: var. frutescens e var. tomentosa são muito tênues, sendo diferenciadas apenas pelo tipo de indumento (Carvalho 1997), que não é uma caraterística consistente e evidencia a necessidade de estudos futuros sobre a mesma. Está distribuída na Guiana, Venezuela, Argentina, Paraguai e Brasil (Carvalho 1997). No Brasil foi registrada para os estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul (Carvalho 1997). Habita restinga, floresta atlântica ombrófila, floresta de galeria, e floresta de araucária, ocupando amplo gradiente altitudinal, desde nível do mar até 1200m (Carvalho 1997). No PEI, foi coletada na trilha da Alcan e na estrada de Baixo e observada na estrada da Torre e na trilha do Baú, todas áreas de floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, Calais, 20/I/2004, fl., Dutra et al. 162 (VIC); estrada de Baixo, 24/X/2004, fr., Lima & Garcia 219 (VIC); trilha da Alcan, 31/III/2005, fr., Lima et al. 330 (VIC).

39

Figuras 61-63. Dalbergia brasiliensis Vogel. 61. Folha. 62. Face abaxial do folíolo. 63. Flor ( Lima et al. 308 ). Figuras 64-66. Dalbergia frutescens var . frutescens (Vell.) Britton. 64. Folha. 65. Face abaxial do folíolo. 66. Frutos ( Lima et al. 330 ). Figuras 67-69. Desmodium adscendens (Sw.) DC. 67. Folha. 68. Estipela. 69. Fruto ( Dutra & Ferreira 237 ). Figuras 70-73. Desmodium uncinatum (Jacq.) DC. 70. Ramo com inflorescência. 71. Estípula. 72. Estipela. 73. Fruto ( Lima & Silva 314 ). Figura 74. Dioclea violacea Mart. ex Benth. 74. Ramo com inflorescência ( Lima et al. 366 ). 40 22. Desmodium adscendens (Sw.) DC. , Prodr. 2: 332. 1825. Hedysarum adscendens Sw., Prodr. 106. 1788. Figuras 67-69

Erva prostrada, ramo cilíndrico, tomentoso ou viloso. Estípula 3-5mm compr., lanceolada, persistente; estipela 1-2mm compr., linear, caduca; pecíolo (0,6-)0,9-1,2cm compr., seríceo ou tomentoso; raque (0,3-)0,4-0,6cm compr., estriada, serícea ou tomentosa. Folha 3-foliolada, imparipinada; folíolos laterais simétricos; folíolo terminal (1,4-)1,6-2,4x1,1-1,4cm, obovado ou orbicular, base aguda, ápice obtuso, margem inteira, ambas as faces pubescentes, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência pseudo-racemosa, terminal, 20-flora; pedúnculo 2cm compr., uncinado ou seríceo; raque 16cm compr., uncinado ou seríceo. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,9-1cm compr.; cálice 4mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 2-3mm compr., seríceo externamente; corola rósea, estandarte 6mm compr., glabro externamente, alas 6mm compr., pétalas da carena 6mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (9+1), 4,5-5mm compr., anteras uniformes; ovário 3-4mm compr., seríceo, séssil; estilete 3mm compr., curvado, tomentoso; estigma terminal, ciliado. Lomento 1-2 articulado, 0,8-1,4x0,3-0,4cm, artículo oboval, compresso, ápice agudo, uncinado; sementes 1-2, 4x3mm, reniformes, castanhas. Não foi verificada floração nem frutificação desta espécie, em área de mata no período de estudo, por isso foi usado material coletado em campo rupestre. No PEI, o folíolo obovado ou orbicular distingue Desmodium adscendens de D. uncinatum . A forma do folíolo de Desmodium adscendens é uma característica de fácil reconhecimento entre as espécies do gênero ocorrentes no Brasil, entretanto, pode ser confundida com D. trifolium (L.) DC, da qual se diferencia pelo hábito prostrado e inflorescência pseudo-racemosa (Azevedo 1981). No Brasil pode ser encontrada nos estados do Amazonas, Acre, Pará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Azevedo 1981; Lewis 1987; Mendonça-Filho 1996). Habitando formações de campo rupestre, restinga, cerrado, caatinga, ocorrendo em áreas de mata, capoeira e brejo (Azevedo 1981), sendo considerada espécie invasora bastante freqüente na planície litorânea (Lorenzi 1982). No PEI, foi coletada no Cibrão, floresta estacional submontana, e observada na estrada de baixo e trilha de Belém, em floresta estacional altimontana e montana, respectivamente. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, Calais, 26/V/2004, fl., fr., Dutra & Ferreira 237 (VIC); trilha da Alcan, 20/I/2005, st., Lima et al. 397 (VIC).

41 23. Desmodium uncinatum (Jacq.) DC. , Prodr. 2: 331. 1825. Hedysarum uncinatum Jacq., Pl. Hort. Schoenbr. 3: 27. 1798. Figuras 70-73

Subarbusto, ramo estriado, com tricoma uncinado. Estípula 3mm compr., lanceolada, caduca; estipela 5-7mm compr., linear, persistente; pecíolo 3-5cm compr., hirsuto; raque 0,8-1,5cm compr., estriada, hirsuta. Folha 3-foliolada, imparipinada; folíolos laterais simétricos; folíolo terminal 4,2-6x1,8-2,8cm, ovado-lanceolado, base obtusa, ápice agudo ou apiculado, margem inteira, face adaxial pubescente-setosa, face abaxial velutina, venação camptódroma, geralmente com uma mácula acompanhando a nervura central, concolor. Inflorescência paniculada, terminal, 7- 12-flores por racemo; pedúnculo 3,5cm compr., uncinado ou hirsuto; raque 1,5cm compr., uncinada ou hirsuta. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 1,1-1,2cm compr.; cálice 4mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 0,2-3mm compr., hirsuto externamente; corola esverdeada, lilás ou azul, estandarte 11mm compr., glabro externamente, alas 8mm compr., pétalas da carena 8mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (9+1), 7-8mm compr., anteras uniformes; ovário 5mm compr., seríceo, estípite 0,5mm compr.; estilete 3mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, puberulento. Lomento 3-8 articulado, 2,5-4x0,3-0,4cm, artículo trigonal ou rômbico, ápice agudo, uncinado-hirsuto; sementes 3-8, 2,4x2mm, arredondadas, castanha-esverdeadas. Floresceu e frutificou de março a maio. Esta espécie diferencia-se das outras Papilionoideae ocorrentes no PEI, pelo ramo uncinado. Desmodium uncinatum é uma espécie próxima de D. subsericeum Malme, da qual se diferencia pelo ramo estriado, face abaxial do folíolo velutina e lomento uncinado-hirsuto (Azevedo 1981). No Brasil está distribuída na Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Azevedo 1981; Lewis 1987; Nobre 2004). Habita formações de cerrado, restinga, campo rupestre e áreas de matas, capoeiras, pastagens e locais úmidos, sendo referida como espécie invasora (Azevedo 1981). No PEI, foi coletada na trilha do Baú, estrada de baixo, floresta estacional altimontana, e observada na trilha de Belém, floresta estacional montana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada de Baixo, 28/IV/2005, fl., fr., Lima & Silva 348 (VIC); trilha do Baú, 29/III/2005, fl., fr., Lima & Silva 314 (VIC).

42 24. Dioclea violacea Mart. ex Benth. , Comm. Legum. Gen. 69. 1837. Figura 74

Liana, ramo cilíndrico, ferrugíneo-pubescente, adpresso. Estípula não observada, caduca; estipela não observada, caduca; pecíolo 7,5-8cm compr., ferrugíneo-pubescente; raque 0,5-1cm compr., estriada, ferrugínea-pubescente. Folha 3-foliolada, imparipinada; folíolos laterais assimétricos; folíolo terminal 12,5-16,5x7,8-8,5cm, obovado, base obtusa, ápice obtuso, margem inteira, face adaxial pubescente, face abaxial hirsuta, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência pseudo-racemosa, com nodosidades, axilar, 25-62-flora; pedúnculo 20-32cm compr., seríceo; raque 16-16,5cm compr., serícea. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,3cm compr.; cálice 7mm compr., tubuloso, 5-laciniado, lacínios 1-2mm compr., seríceo externamente; corola rosa, estandarte 10mm compr., pubescente externamente, alas 10mm compr., pétalas da carena 10mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (9+1), 7-8mm compr., anteras uniformes; ovário 8mm compr., ferrugíneo-seríceo, estípite 2mm compr.; estilete 3mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Legume, 15x5cm, oblongo, ápice obtuso, ferrugíneo- viloso; sementes 3, 30x25mm, reniformes, castanho-escuras. Floresceu em junho, mas não frutificou no período de estudo. Dioclea violacea caracteriza-se, entre as lianas estudadas, pelas folhas trifolioladas e corola rosa. Distribui-se na Argentina, Paraguai e Brasil, onde pode ser encontrada nas regiões, Norte, Sudeste e Sul (Burkart 1970; Miotto 1987b; Mendonça-Filho 1996). No PEI, foi coletada na estrada do Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 16/VI/2005, fl., Lima et al. 366 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Marliéria, Parque Estadual do Rio Doce, 20/V/1999, fr., Bortoluzzi et al. 658 (VIC).

25. Indigofera suffruticosa Mill ., Gard. Dict 8 n. 2. 1768. Figura 75

Arbusto 1,5m alt., ramo estriado, seríceo. Estípula linear, 4-5mm compr., persistente; estipela linear, 1-2mm, persistente; pecíolo 1,6-2,3cm compr., seríceo; raque 4-8cm compr., cilíndrica, serícea. Folha 11-15-foliolada, imparipinada; folíolos 2,2-2,8x0,7-0,8cm, opostos, elípticos ou obovados, base aguda, ápice obtuso ou agudo, margem inteira, face adaxial glabra, face abaxial serícea, venação não observada, concolor. Inflorescência racemosa, axilar, 10-34-flora; 43 pedúnculo 0,4-0,5cm compr., seríceo; raque 2-2,6cm compr., serícea. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1cm compr.; cálice 1mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 0,2mm compr., externamente; corola coral, estandarte 4,2mm compr., seríceo externamente, alas 4,2mm compr., pétalas da carena 4,2mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (9+1), 3,2-4mm compr., anteras unifomes; ovário 2mm compr., seríceo, estípite 0,5mm compr.; estilete 1,5mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, ciliado. Legume, 1,1-1,2x0,2cm, linear, ápice apiculado, seríceo; sementes 5-7, 1,2x1,2mm, quadradas, castanhas. Floresceu e frutificou de abril a junho. Indigofera suffruticosa é uma espécie próxima de I. truxillensis Kunth, da qual difere pelos folíolos glabros na face adaxial (Eisinger 1987). Distribui-se pela América Tropical e Subtropical, habitando beiras de estradas, campos arbustivos e locais alterados (Eisinger 1987). No PEI, foi coletada no Cibrão, em sub-bosque alterado de floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 27/IV/2005, fl., fr., Lima et al. 343 (VIC).

26. Machaerium aculeatum Raddi , Mem. Mat. Fis. Soc. Ital. Sci. Modena, Pt. Mem. Fis. 18(2): 398- 399. 1820. Figuras 76-78

Liana, armada, ramo cilíndrico, glabro ou tomentoso, sem gavinhas. Estípula 4mm compr., espinescente, unciforme, persistente; estipela ausente; pecíolo 0,4-1,3cm compr., tomentoso; raque 5,7-7cm compr., cilíndrica, tomentosa. Folha 31-39-foliolada, imparipinada; folíolos 1,2-1,8x0,4- 1cm, alternos ou subopostos, oblongos, base oblíqua, ápice mucronulado, margem inteira, face adaxial glabrescente, face abaxial pubérula, venação craspedódroma, concolor. Inflorescência panícula, terminal, 5-12-flora por racemo; pedúnculo 0,6cm compr., tomentoso; raque 0,9-1cm compr., tomentosa. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1cm compr.; cálice 5mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 1mm compr., pubescente externamente; corola lilás, estandarte 6mm compr., seríceo externamente, alas 6mm compr., pétalas da carena 5mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 3-4mm compr., anteras isomorfas; ovário 3mm compr., seríceo, estípite 1mm compr.; estilete 1mm compr., reto, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara, 5,5-6cm compr., falcada, região seminífera basal, ápice obtuso, tomentosa; semente 1, 1,1x0,5mm, oblonga-reniforme, enegrecida. Não foram observadas flores, mas frutos de maio a julho no período de estudo. 44 O hábito de liana e as estípulas espinescentes unciformes são diagnósticos de Machaerium aculeatum, e também ajudam na diferenciação de M. hirtum (Vell.) Stellfeld, uma espécie muito próxima (Mendonça-Filho 1996; Bortoluzzi et al. 2004). Distribui-se na Argentina, Bolívia e Brasil, onde é citada para os estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Hoehne 1941; Lewis 1987; Mendonça-Filho 1996). No PEI, foi coletada no Cibrão e trilha de Belém, floresta estacional submontana e montana, respectivamente. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 20/XII/1993, fl., Dias s/nº (OUPR 8259); trilha de Belém, 17/VI/2005, fr., Lima et al. 369 (VIC).

27. Machaerium oblongifolium Vogel , Linnaea 11: 184. 1837. Figuras 79-80

Liana, ramo cilíndrico, pubescente ou ferrugíneo-velutino com gavinhas aculeadas. Estípula 1,5mm compr., não espinescente, triangular, caduca; estipela ausente; pecíolo 1,2-2,6cm compr., ferrugíneo-velutino; raque 1,5-5,5cm compr., cilíndrica, ferrugínea-velutina. Folha 5-7-foliolada, imparipinada; folíolos 3,7-5,6x1,2-2,7cm, alternos ou opostos, oblongos ou obovados, raro elípticos, base obtusa, ápice obtuso ou acuminado, margem inteira, face adaxial glabrescente ou ferrugíneo-velutina, face abaxial ferrugíneo-velutina, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência racemo, axilar, 20-flora; pedúnculo 2cm compr., velutino; raque 2,5cm compr., velutina. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1cm compr.; cálice 5mm compr., campanulado, 5- laciniado, lacínios 1-2mm compr., tomentoso externamente; corola verde, estandarte 8mm compr., seríceo externamente, alas 7mm compr., pétalas da carena 6-7mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 6-7mm compr., anteras isomorfas; ovário 3mm compr., seríceo, estípite 3mm compr.; estilete 3mm compr., curvado, barbado na base; estigma terminal, glabro. Sâmara, 5,6cm compr., oblonga, região seminífera basal, ápice obtuso, glabrescente; semente 1, 4x3mm, obovada, enegrecida. Apesar do acompanhamento mensal dos indivíduos no campo, estes não floresceram no período de estudo, mas frutificaram de janeiro a março. O número de folíolos (5-7) e o revestimento da face adaxial dos folíolos (ferrugíneo- velutina) e a flor verde são característicos desta espécie (Sartori & Tozzi 1998). No Brasil está distribuída nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Lewis 1987; Sartori & Tozzi 1998). Habita formações de mata de restinga e mata de encosta, predominantemente na faixa atlântica (Sartori & Tozzi 1998). No PEI, foi coletada no Cibrão, floresta estacional submontana, e observada na estrada de Baixo, floresta estacional altimontana. 45 Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 17/II/2005, fr., Lima et al. 299 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, estrada de Ouro Preto para São Bartolomeu, 06/XI/2005, fl., Garcia & Carvalho 1098 (VIC).

28. Poiretia punctata (Willd.) Desv. , J. Bot. Agric. 1: 122. 1813. Glycine punctata Willd., Sp. Pl. 3(2): 1066. 1802. Figuras 81-82

Liana, ramo estriado, hirsuto. Estípula 3mm compr., ovada, caduca; estipela 3-4mm compr., linear-lanceolada, caduca; pecíolo 1,5-4,5cm compr., hirsuto; raque 0,5-1,2cm compr., estriada, hirsuta. Folha 4-foliolada, paripinada; folíolos 1,6-2,9x1,2-2,1cm, opostos, obovados, base aguda, ápice obtuso, margem inteira, ambas as faces seríceas, face abaxial com pontuações translúcidas, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência racemosa, axilar, 20-34-flora; pedúnculo 0,3- 0,5cm compr., seríceo; raque 1,2-3,7cm compr., serícea. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,3- 0,4cm compr.; cálice 3mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 1mm compr., glabrescente com pontuações glandulares externamente; corola amarela, estandarte 7mm compr., tomentoso com pontuações glandulares externamente, alas 9mm compr., pétalas da carena 7mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 7-8mm compr., anteras unifomes; ovário 3mm compr., pubescente, séssil; estilete 6mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Fruto não observado; semente não observada. Floresceu de fevereiro a março, mas não frutificou devido a perda das partes florais. O hábito escandente, inflorescência racemosa e o número de folíolos (4) são característicos de Poiretia (Rudd 1981). Os tricomas ou glândulas evidentes nas folhas e cálice facilitam o reconhecimento desta espécie e auxiliam na diferenciação de P. bahiana (Lewis 1987). Distribuída no México, América Central e América do Sul, na Venezuela, Peru, Equador, Colômbia, Bolívia e Brasil (Muller 1984). No Brasil, ocorre nos estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás, ocupando áreas de campo, campo sujo, mata de galeria, encosta de mata e beira de estrada (Muller 1984). No PEI, foi coletada no Cibrão, sub-bosque de floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 17/II/2005, fl., Lima et al. 295 (VIC).

46 29. Trifolium repens L. , Sp. Pl. 2: 767. 1753. Figuras 83-84

Erva prostrada, ramo estriado, glabro. Estípula 8-14mm compr., lanceolada, persistente; estipela ausente; pecíolo 4,8-8,1cm compr., glabro ou puberulento; raque ausente. Folha 3-foliolada, digitada, imparipinada; folíolos laterais simétricos; folíolo terminal 1,5-2,2x1,1-1,8cm, obovado, base aguda, ápice obtuso ou obcordado, margem serrilhada, face adaxial glabra, face abaxial glabra ou serícea, venação camptódroma, geralmente com uma mácula acompanhando a nervura central, concolor. Inflorescência umbelada, axilar, 16-18-flora; pedúnculo 7-14cm compr., glabrescente; raque 1-1,2cm diam. (incluindo o cálice), glabrescente. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,4- 0,6cm compr.; cálice 6mm compr., campanulado, 5-laciniado, tubo 4mm compr., lacínios 1,5-2mm compr., glabro externamente; corola branca ou amarela, estandarte 10mm compr., glabro externamente, alas 9mm compr., pétalas da carena 8mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 6-7mm compr., anteras uniformes; ovário 2mm compr., puberulento, estípite 1mm compr.; estilete 4mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Fruto não observado; semente não observada. Floresceu de outubro a novembro, mas não foram observados frutos no período de estudo. A folha digitada, o folíolo de margem serrilhada e a corola persistente no fruto são características diagnósticas de Trifolium (Heyn 1981). No Brasil ocorrem 2 espécies de Trifolium: T. repens e T. polymorhum Poir., sendo que a primeira se diferencia da última pelos folíolos maiores que 1,4cm compr. e o ovário puberulento (Bentham 1859). É uma espécie européia com ampla distribuição, cuja ocorrência no Brasil é incerta como uma espécie nativa ou subespontânea (Bentham 1859). No PEI, foi coletada em área de floresta estacional altimontana, próximo a Fazenda do Manso. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, próximo a Fazenda do Manso, 12/XII/1990, fl., Lima et al. 4060 (OUPR); 17/XI/2005, fl., Lima & Casazza 405 (VIC).

30. Vigna peduncularis var . peduncularis (Kunth.) Fawc. & Rendle, Fl. Jamaica 4(2): 68.1920. Phaseolus peduncularis Kunth., Nov. Gen. Sp. 6: 447. 1823. Figuras 85-89

Trepadeira, ramo estriado, glabrescente ou seríceo. Estípula 2mm compr., lanceolada, persistente; estipela 1mm compr., oblonga, persistente; pecíolo 2,1-4cm compr., glabrescente ou seríceo; raque 0,5-1cm compr., canaliculada, glabrescente ou serícea. Folha 3-foliolada, imparipinada; folíolos laterais assimétricos, folíolo terminal 1,9-5,5x1,2-1,7cm, lanceolado, base 47 obtusa, ápice agudo, margem inteira, ambas as faces glabras ou glabrescentes, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência pseudo-racemosa, axilar, 4-flora; pedúnculo 3,2-7cm compr., seríceo; raque 0,4-0,9cm compr., seríceo. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,3-0,4cm compr.; cálice 6,5mm compr., tubuloso, 5-laciniado, lacínios 2-2,5mm compr., ciliado no ápice dos lacínios; corola lilás-arroxeada, estandarte 8mm compr., glabro externamente, alas 6mm compr., pétalas da carena 6mm compr., contorcidas; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (9+1), 5- 6mm compr., anteras uniformes; ovário 4mm compr., tomentoso, estípite 1mm compr.; estilete 5mm compr., espiralado, tomentoso; estigma terminal, hirsuto. Legume, 5,9-10x0,2-0,5cm, linear, seríceo; sementes 3, 7mm compr., castanhas. Floresceu de abril a maio, mas não frutificou no período de estudo. Segundo Maréchal et al. (1978), os folíolos lanceolados de consistência membranácea e o comprimento do estandarte (menor 2cm), são características diagnósticas desta espécie. Distribui-se da América Central até o norte da Argentina (Maréchal et al. 1978). No PEI, foi coletada na trilha do Baú e estrada de Baixo, em floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada de Baixo, 12/XII/1990, fl., Lima et al. 4063 (OUPR); estrada de cima, 21/III/2005, fl., fr., Dutra 56 ( OUPR); trilha do Baú, 25/IV/2005, fl., Lima & Silva 337 (VIC); 18/V/2005, fl., Lima & Andrade 351 (VIC). 48

Figura 75. Indigofera suffruticosa Mill. 75. Ramo com frutos ( Lima et al. 343 ). Figuras 76-78. Machaerium aculeatum Raddi. 76. Ramo com fruto. 77. Estípula. 78. Folíolo ( Lima et al. 369 ). Figuras 79-80. Machaerium oblongifolium Vogel. 79. Ramo com fruto. 80. Gavinha ( Lima et al. 299 ). Figuras 81- 82. Poiretia punctata (Willd.) Desv. 81. Folha. 82. Estipela ( Lima et al. 295) . Figuras 83-84. Trifolium repens L. 83. Ramo com inflorescência. 84. Folíolo ( Lima et al. 4060) . Figuras 85-89. Vigna peduncularis var. peduncularis (Kunth.) Fawc. & Rendle. 85. Folha. 86. Estípula. 87. Estipela (Lima & Silva 337 ). 88. Flor. 89. Gineceu ( Lima & Andrade 351 ). 49 1.3.2. Chave de identificação das Leguminosae arbóreas das Florestas Estacionais do PEI

1. Folhas unifolioladas …………………………...... …...... 1. Bauhinia longifolia 1. Folhas plurifolioladas 2. Folhas pinadas 3. Nectário foliar presente 4. Raque foliar canaliculada; corola dialipétala, zigomorfa; androceu dialistêmone; estaminódios presentes; sementes sem sarcotesta 5. Folhas 4-6-folioladas; raque foliar até 5 cm compr.; folíolos acima de 6,7cm compr.; nectário foliar entre todos os pares de folíolos 6. Estípula reniforme; inflorescência racemosa; sépalas oblongas; pétala centro- adaxial obovada; fruto plano compresso ...... 9. Senna reniformis 6. Estípula linear; inflorescência paniculada; sépalas ovadas; pétala centro-adaxial orbicular; fruto cilíndrico...... 7. Senna macranthera var . nervosa 5. Folhas (32) 44-48-folioladas; raque foliar acima de 10 cm compr.; folíolos até 3,8cm compr.; nectário foliar somente entre o 1º par de folíolos ...... 8. Senna multijuga var . lindleyana 4. Raque foliar marginada ou alada; corola gamopétala, actinomorfa; androceu monadelfo; estaminódios ausentes; sementes com sarcotesta 7. Folhas (14) 16-28-folioladas; folíolos até 2,5cm compr...... 19. Inga schinifolia 7. Folhas 4-12-folioladas; folíolos acima de 6,2cm compr. 8. Raque foliar marginada; estípula oblanceolada ...... 15. Inga cylindrica 8. Raque foliar alada; estípula linear, ovada ou ovado-lanceolada 9. Folhas 4-folioladas, folíolos de face abaxial glabra ou puberulenta ...... 18. Inga marginata 9. Folhas 6-12-folioladas, folíolos de face abaxial tomentosa ou hirsuta 10. Nectário foliar estipitado; filetes róseos ...... 22. Inga vulpina 10. Nectário foliar séssil; filetes brancos ou cremes 11. Estípula linear; nectário foliar transversalmente comprimido ...... 16. Inga edulis 11. Estípula ovada ou ovado-lanceolada; nectário foliar circular ou triangular 12. Ramos velutinos; folhas 12-folioladas; legume nucóide recurvado, plano compresso ...... 20. Inga sessilis 12. Ramos tomentosos; folhas 8-10-folioladas; legume nucóide reto, cilíndrico 50 13. Corola lanosa; estames até 42; fruto acima 12,5cm compr...... 17. Inga ingoides 13. Corola serícea; estames acima 100; fruto até 10cm compr...... 21. Inga vera sbsp . affinis 3. Nectário foliar ausente 14. Folhas paripinadas 15.Folhas 10-16-folioladas; corola actinomorfa; fruto criptosâmara 16. Raque foliar estriada, folíolo de face abaxial áureo-tomentosa, nervuras terciárias conspícuas ...... 6. Sclerolobium rugosum 16. Raque foliar triangular, folíolo de face abaxial alvo-pubescente, nervuras terciárias inconspícuas ...... ……...... 5. Sclerolobium friburgense

15.Folhas 32–36-folioladas; corola levemente zigomofa; fruto lomento drupáceo ...... …...... 2. Cassia ferruginea var . ferruginea 14. Folhas imparipinadas 17. Folíolos predominantemente opostos 18. Estipela presente 19. Folhas 5-7-folioladas, raque marginada; face adaxial do folíolo tomentosa; corola ausente, estames acima de 27, dialistêmones ...... 39. Swartzia pilulifera 19. Folhas 13-folioladas, raque canaliculada; face adaxial do folíolo glabra; corola presente; estames 10, diadelfos ...... 27. Andira fraxinifolia 18. Estipela ausente 20. Folhas 7-9-folioladas, face abaxial do folíolo pubescente; fruto legume; semente uma cor ...... 36. Ormosia friburgensis 20. Folhas 17-21-folioladas; face abaxial do folíolo glabra; fruto criptolomento; semente duas cores ...... 4. Melanoxylon brauna 17. Folíolos predominantemente alternos 21.Venação dos folíolos reticulada; corola ausente; semente com arilo ...... 3. Copaifera reticulata 21.Venação dos folíolos broquidódroma, craspedódroma ou camptódroma; corola presente; semente sem arilo 22. Ramos armados 23. Folhas 13-21-folioladas; venação do folíolo broquidódroma; sâmara glabra ...... 34. Machaerium nyctitans 51 23. Folhas (29-)37-45-folioladas; venação do folíolo craspedódroma; sâmara pubescente ...... 33. Machaerium hirtum 22. Ramos inermes 24. Folíolos com venação campódroma; fruto com região seminífera apical ...... 37. Platypodium elegans 24. Folíolos com venação broquidódroma; fruto com região seminífera basal ou central 25. Folhas 5-7-folioladas 26. Folíolos de margem revoluta; sâmara elíptica ou oblonga ...... 30. Dalbergia aff . revoluta 26. Folíolos de margem não revoluta; sâmara orbicular ...... 38. Pterocarpus rohrii 25. Folhas 9-23-folioladas 27. Ápice dos folíolos retuso ou obtuso 28. Folíolos acima 4cm compr.; corola azul; legume samaróide ...... 28. Bowdichia virgilioides 28. Folíolos até 2,5cm compr.; corola branca; sâmara região seminífera central 29.Folíolos oblongos; cálice pubescente; estandarte glabro ...... 29. Dalbergia nigra 29.Folíolos elípticos ou obovados; cálice viloso; estandarte tomentos ... 31. Dalbergia villosa var . vilosa 27. Ápice do folíolo agudo ou acuminado 30.Ramos pubescentes ou tomentosos; folhas 9-11 folioladas, folíolos de ápice acuminado; sâmara falciforme ...... 32. Machaerium brasiliense 30.Ramos glabrescentes ou vilosos; folhas 15-23-folioladas, folíolos de ápice agudo; sâmara oblonga ...... 35. Machaerium villosum 2. Folhas bipinadas 31. Nectário foliar presente 32.Ramos armados; corola dialipétala ...... 24. Piptadenia gonoacantha 32.Ramos inermes; corola gamopétala 33. Pinas até 10 pares; androceu monadelfo; fruto circinado; semente bicolor 52 34.Foliólulos oblongo-subfalcados; inflorescência racemosa, homomórfica ...... 10. Abarema langsdorfii 34.Foliólulos ovado-romboidais; inflorescência umbeliforme; heteromórfica ...... 11. Abarema obovata 33. Pinas acima de 12 pares; androceu dialistêmone; fruto reto ou contorcido; semente unicolor 35. Foliólulos alternos; filetes vináceos; fruto legume nucóide ...... 26 . Stryphnodendron polyphyllum 35. Foliólulos opostos ou subopostos; filetes brancos; fruto folículo 36. Foliólulos até 3,2mm compr., nectário pateliforme 37. Nectário foliar arredondado; inflorescência espiciforme; folículo contorcido, margens não constrictas entre as sementes ...... 25. Pseudopiptadenia contorta 37. Nectário foliar oblongo; inflorescência capituliforme; folículo não contorcido, margens contrictas entre as sementes ...... 13. Anadenanthera peregrina 36. Foliólulos acima de 4mm compr., nectário globoso ...... 12. Anadenanthera colubrina var . colubrina 31. Nectário foliar ausente 38. Ramos estriados, escabros; face adaxial do folíolo revestida por tricomas estrelados; flor tetrâmera; craspédio muricado ...... 23. Mimosa scabrella 38. Ramos cilíndricos, glabros ou glabrescentes; face adaxial do folíolo tomentosa na base; flor pentâmera ou hexâmera; legume glabro ou puberulento ...... 14. Calliandra parvifolia

Caesalpinioideae

1. Bauhinia longifolia (Bong.) Steud. , Nomencl. Bot. 2(1): 191. 1840. Pauletia longifolia Bong., Mem. Acad. Imp. Sci. St. Petersb. 4: 122. 1836. Figura 90

Árvore 8-10m alt., ramo cilíndrico, glabrescente. Estípula 2mm compr., linear, caduca; pecíolo 2-3cm compr.; raque ausente; nectário intraestipular, tubular. Folha unifoliolada, bilobada; folíolo 8-9x7-8,5cm, lobo 2,5-4x2-3,3cm, ápice agudo ou obtuso, base truncada ou obtusa, face adaxial glabra, face abaxial adpresso-pubescente, 7-9 nervado. Inflorescência pseudo-racemosa, 53 terminal; pedúnculo 0,9cm compr., puberulento; raque 3-5cm compr., puberulenta. Flor pentâmera, zigomorfa, pedicelada; cálice 17-30mm compr., gamossépalo, tubuloso, puberulento externamente; corola 45mm compr., esverdeada, pétala centro-adaxial linear; estames 10, heterodínamos, monadelfos, filetes livres 20-38mm compr., glabros, anteras 11mm compr., estaminódios 2; ovário 10mm compr., tomentoso, estípite 4mm compr.; estilete 40mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Legume, 15-16x1,1cm, plano compresso, pubescente, deiscente; sementes 11-14, 1x0,6, obovadas, castanho-escuras. Floresceu de março a maio, mas não frutificou no período de estudo. O folíolo de face abaxial adpresso-pubescente e a pétala centro-adaxial linear são característicos desta espécie (Vaz & Tozzi 2003). No material examinado observou-se que folíolos jovens tendem a ser inteiros. Bauhinia longifolia é uma espécie próxima de B. fusconervis (Bong.) Steud e B. pulchella Benth., das quais se diferencia pelos filetes glabros e folíolos de até 12cm de compr. (Vaz & Tozzi 2003). Distribui-se no Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil, nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará (Mendonça-Filho 1996; Vaz & Tozzi 2003). Habita em florestas ciliares em domínio de cerrado, floresta de serra, próxima a campo rupestre e florestas mais úmidas de encosta, na mata atlântica nos Estados de Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais (Vaz & Tozzi 2003). No PEI, foi encontrada no Cibrão, em floresta estacional submontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 30/III/2005, fl., Lima et al. 319 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Viçosa, campus da Universidade Federal de Viçosa, 10/IV/1982, fr., Silveira s/nº (VIC 7658).

2. Cassia ferruginea var . ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. , Prodr. 2: 489. 1825. Bactylotrobium ferrugineum Schrad., Goett.Gel. Anz. 1(72): 713. 1821. Figuras 91-93

Árvore 4-12m alt., ramo cilíndrico, tomentoso. Estípula 9mm compr., linear lanceolada, caduca; pecíolo 1,4-2,2cm compr.; raque 15-18cm compr., canaliculada; nectário ausente. Folha 32- 36-foliolada, paripinada; folíolos 2,7-3x0,9-1cm, opostos, subopostos ou alternos, oblongos, base obtusa ou assimétrica, ápice obtuso ou mucronado, face adaxial pubérula, face abaxial pubescente, principalmente na nervura principal. Inflorescência racemosa, axilar; pedúnculo 1cm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque 16-19cm compr., ferrugíneo-tomentosa. Flor pentâmera, levemente zigomorfa, pedicelada; cálice 9mm compr., dialissépalo, sépalas ovadas, glabras externamente; 54 corola 25mm compr., amarela, pétala centro adaxial oblanceolada; estames 7, heterodínamos, dialistêmones, em dois verticilos, 4 medianos e 3 abaxiais maiores, filetes sigmóides, filetes 7- 30mm compr., glabros, anteras 3mm compr., estaminódios 3; ovário 20mm compr., tomentoso, estípite 3mm compr.; estilete 1mm compr., curvado, tomentoso; estigma terminal, ciliado. Lomento drupáceo, 36-54x1,8-2cm, cilíndrico, glabro, indeiscente; sementes 74-98, 0,9x0,6cm, arredondadas, castanhas. Floresceu de outubro a novembro e frutificou de fevereiro a agosto. As características diagnósticas desta espécie são número de folíolos (32-36) e o fruto do tipo lomento drupáceo (Irwin & Barneby 1982). A espécie possui duas variedades: var. ferruginea e var. velloziana H.S. Irwin & Barneby, sendo a variedade típica diferenciada pelo comprimento (até 30mm) dos filetes sigmóides (Irwin & Barneby 1982). No Brasil ocorre nos estados do Ceará, Bahia, Minas Gerais, Tocantins e Goiás (Irwin & Barneby 1982). Habita cerrado, capoeira, restinga e floresta atlântica de encosta (Irwin & Barneby 1982; Mendonça-Filho 1996). No PEI, foi coletada no Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 30/III/2005, fr., Lima et al. 323 (VIC); 18/X/2005, fl., Lima et al. 392 (VIC).

3. Copaifera reticulata Ducke , Arch. Jar. Bot. Rio de Janeiro 1: 22. 1915. Figuras 94-96

Árvore 5-8m alt., ramo cilíndrico, tomentoso. Estípula não observada, caduca; pecíolo 0,9- 1,2cm compr.; raque 4-6cm compr., canaliculada; nectário ausente. Folha 7-11-foliolada, imparipinada; folíolos 2,5-3 (-4,5)x1-1,5(-1,7)cm, alternos, ovado-lanceolados ou elípticos, base aguda ou obtusa, ápice retuso, obtuso ou agudo, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa na nervura principal, venação reticulada. Inflorescência em panícula de espiga, axilar; pedúnculo 1,5- 2cm compr., tomentoso; raque 4-5cm compr., tomentosa. Flor tetrâmera, apétala, séssil; cálice 9mm compr., dialissépalo, sépalas ovadas, seríceas internamente; corola ausente; estames 8, homodínamos, dialistêmones, filetes 5mm compr., glabros, anteras 1mm compr., estaminódios ausentes; ovário séssil 2mm compr., barbado; estilete 3mm compr., reto, glabro; estigma terminal, glabro. Legume, 2-3x1,5-1,8cm, túrgido, glabro, deiscente; semente 1, 1,8x1,2cm, arredondada, enegrecida, arilo amarelo ou alaranjado. Floresceu de dezembro a janeiro e frutificou de maio a setembro. As características diagnósticas desta espécie são os folíolos alternos, flor tetrâmera e semente enegrecida com arilo amarelo ou alaranjado. O comprimento do pecíolo (0,9-1,2cm) foi 55

Figura 90. Bauhinia longifolia (Bong.) Steud. 90. Ramo com inflorescência ( Lima et al. 319) . Figuras 91-93. Cassia ferruginea var. ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. 91. Folha. 92. Flor sem pétalas ( Lima et al. 323 ). 93. Fruto ( Lima et al. 392 ). Figuras 94-96. Copaifera reticulata Ducke. 94. Folha. 95. Folíolo. 96. Flor ( Lima & Araújo. 239) . Figuras 97-98. Melanoylon brauna Schott. 97. Folha. 98. Fruto ( Lima et al. 364). Figuras 99-102. Sclerolobium friburgense Harms. 99. Folha. 100. Corte transversal da raque foliar. 101. Indumento e venação da face abaxial do folíolo. 102. Fruto ( Lima et al. 365 ). 56 menor que o descrito por Dwyer (1951). Segundo este autor, a coloração do arilo, número, forma e tamanho dos folíolos diferenciam esta espécie de C. langsdorfii Desf. Tem registros no Peru, Bolívia e Brasil, nos estados do Acre, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo (Dwyer 1951; Bosquetti 2004). No PEI, foi coletada no Cibrão e trilha de Belém, floresta estacional submontana e montana, respectivamente, e observada na trilha da Alcan e estrada de baixo, floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 07/XII/2004, fl., Lima & Araújo 239 (VIC); 16/VI/2005, fr., Lima et al. 363 (VIC); trilha de Belém, 21/I/2005, fl., fr., Lima et al. 275 (VIC).

4. Melanoxylon brauna Schott , Sist. Veg. 4: Cur. Post. 406. 1827. Figuras 97-98

Árvore 18-20m alt., ramo cilíndrico, tomentoso. Estípula não observada, caduca; pecíolo 4,5-5,5cm compr.; raque 16-18cm compr., estriada; nectário ausente. Folha 17-21-foliolada, imparipinada; folíolos 4,5-6,5x1,5-2cm, opostos, subopostos ou raramente alternos, elípticos, base obtusa, ápice agudo, ambas as faces glabras. Inflorescência paniculada, terminal; pedúnculo 3cm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque 6cm compr., ferrugíneo-tomentosa. Flor pentâmera, actinomorfa, pedicelada; cálice 12mm compr., dialissépalo, sépalas obovadas, ferrugíneo- tomentosas externamente; corola 23mm, amarela, pétalas orbiculares; estames 10, heterodínamos, dialistêmones, filetes 16mm compr., ferrugíneo-vilosos, anteras 3mm compr., estaminódios ausentes; ovário 9mm compr., ferrugíneo-viloso, estípite 2mm compr.; estilete 3mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, ciliado. Criptolomento, 6,7-11x3,5-3,8cm, plano compresso, glabro, deiscente; sementes 8-16, 0,8x0,4cm, reniformes, castanho-claras. Floresceu de março a maio e frutificou de junho a setembro. As flores amarelas vistosas, a coloração do indumento na inflorescência e o fruto criptolomento facilitam o reconhecimento da mesma no PEI. Ocorre do sul da Bahia até São Paulo (Lorenzi 1992; Mendonça-Filho 1996). Habita floresta pluvial atlântica de encosta (Lorenzi 1992). No PEI, foi coletada no Cibrão, em floresta estacional submontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 30/III/2005, fl., Lima et al. 321 (VIC); 16/VI/2005, fr., Lima et al. 364 (VIC).

57 5. Sclerolobium friburgense Harms , Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 24: 211. 1928. Figuras 99-102

Árvore 8-20m alt., ramo cilíndrico, pubescente. Estípula não observada, caduca; pecíolo 2,4- 3,6cm compr.; raque 6-7,5cm compr., triangular; nectário ausente. Folha 10-16-foliolada, paripinada; folíolos 8-13x5,5-6,5cm, opostos, elípticos ou lanceolados, base obtusa, ápice agudo, face adaxial glabrescente, face abaxial alvo-pubescente, nervuras terciárias inconspícuas. Inflorescência axilar. Flor não observada. Criptosâmara, 9,2-10x2,5-3cm, plano compressa, glabra, deiscente; semente 1, 1,2x1cm, arredondada, enegrecida. Não foram observadas flores, mas frutos de junho a setembro. O número de folíolos e as nervuras terciárias inconspícuas são característicos desta espécie (Dwyer 1957). Resultados de estudos morfológicos e moleculares realizados por Heredeen et al. (2003), mostraram a relação entre os gêneros Sclerolobium e Tachigali , que foram posteriormente considerados sinônimos por Lewis et al. (2005), sendo assim as espécies de Sclerolobium foram transferidas para o gênero Tachigali . Silva & Lima (em andamento) estão realizando revisão de Tachigali para mata atlântica, e enquanto aguardamos a delimitação taxonômica das espécies, foi aqui utilizada a classificação de Dwyer (1957) para Sclerolobium . No Brasil ocorre nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo (Dwyer 1957; Lima et al. 1994), sendo este trabalho o primeiro registro de ocorrência desta espécie para Minas Gerais. Habita Floresta Pluvial Atlântica, ocorrendo nas encostas da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira (Lima et al. 1994). Foi coletada no PEI, na estrada do Cibrão, floresta estacional submontana, e observada na estrada em direção a Fazenda do Manso e trilha da Alcan, floresta estacional altimontana, confirmando e ampliando a faixa altitudinal desta espécie, que segundo Lima et al. (1994) ocorre geralmente em altitudes superiores a 1000m. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 16/VI/2005, fr., Lima et al. 365 (VIC).

6. Sclerolobium rugosum Mart ex Benth. , Hooker's J. Bot. Kew Gard. Misc. 11: 237. 1850. Figuras 103-106

Árvore 8-20m alt., ramo estriado, puberulento. Estípula 6mm compr., lanceolada, caduca; pecíolo (1,4-)2-4,5cm compr.; raque (3-)5,5-12cm compr., estriada; nectário ausente. Folha 10-12- foliolada, paripinada; folíolos 5,5-10,2x2,1-3,6cm, opostos, oblongos ou elípticos, base oblíqua ou obtusa, ápice agudo ou obtuso, face adaxial glabra, face abaxial áureo-tomentosa, nervuras terciárias conspícuas. Inflorescência em panícula de espiga, axilar; pedúnculo 1,6cm compr., 58 tomentoso; raque 2cm compr., tomentosa. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 4mm compr., dialissépalo, sépalas ovadas, tomentosas externamente; corola 3mm compr., branca, pétalas linear- lanceoladas; estames 10, heterodínamos, dialistêmones, filetes 5mm compr., ferrugíneo-seríceo na base, anteras 1mm compr., estaminódios ausentes; ovário 2mm compr., ferrugíneo-seríceo, estípite 1mm compr.; estilete 1mm compr., reto, ciliado; estigma terminal, glabro. Criptosâmara, 8,5- 10x2,8-3,2cm, plano compressa, glabra, deiscente; semente 1, 1,3x1cm, ovada, castanho- esverdeada. Floresceu de setembro a outubro e frutificou de março a maio. As flores actinomorfas e os frutos do tipo criptosâmara são diagnósticos deste gênero (Dwyer 1957). Sclerolobium rugosum pode ser caracterizado pelo folíolo de face abaxial áureo- tomentosa, e as nervuras terciárias conspícuas (Dwyer 1957). Esta espécie tem registros para os estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, e Goiás, principalmente em floresta semidecídua de altitude (Dwyer 1957; Lorenzi 1998; Mendonça-Filho 1996). Foi coletada na estrada de Baixo e observada na trilha da Alcan, floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, próximo a Fazenda do Manso, 08/X/1998, fl., Matos s/nº (OUPR 7538); 31/III/2005, fr., Lima et al. 331 (VIC).

7. Senna macranthera (Collad.) H.S. Irwin & Barneby var . nervosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby , Mem. New York Bot. Gard. 35(1): 184. 1982. Cassia nervosa Vogel, Gen. Cass. Syn. 39: 682. 1837. Figuras 106-109

Árvore 3-8m alt., ramo estriado, tomentoso. Estípula 3-5mm, linear, caduca; pecíolo 2,5- 5,8cm compr.; raque 1,8-3,8cm compr., canaliculada; nectário entre todos os pares de folíolos, séssil ou subssésil, globoso. Folha 4-foliolada, paripinada; folíolos 8-13,8x2,6-4,2cm, opostos, oblongo-falcados, base oblíqua ou obtusa, ápice acuminado, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa. Inflorescência paniculada, axilar ou terminal; pedúnculo 1,6-4cm compr., tomentoso; raque 2,9-5,8cm compr., tomentosa. Flor pentâmera, zigomorfa, pedicelada; cálice 4-6mm compr., dialissépalo, sépalas ovadas, pubescentes externamente; corola dialipétala, 29-37mm compr., amarela, pétala centro adaxial orbicular; estames 7, heterodínamos, dialistêmones, em dois verticilos: 4 medianos e 3 abaxiais maiores, filetes retos ou curvados 4-6mm compr., tomentoso, anteras 5-8mm compr., estaminódios 3; ovário 16mm compr., ciliado, estípite 3mm compr.; estilete 1mm compr., curvado, ciliado; estigma terminal, ciliado. Legume bacóide, 28x1cm, cilíndrico, pubescente, indeiscente; sementes 160, 0,5x0,3-0,4cm, ovadas, castanhas. 59

Figuras 103-106. Sclerolobium rugosum Mart. ex Benth. 103. Folha. 104. Corte transversal da raque foliar. 105. Indumento e venação da face abaxial do folíolo ( Lima et al. 331 ). 106. Flor ( Matos s/nº OUPR 7538 ). Figuras 107-110. Senna macranthera (Collad.) H.S. Irwin & Barneby var. nervosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby. 107. Folha. 108. Nectário. 109. Flor sem pétalas ( Lima et al. 292) . 110. Fruto (Lima et al. 350) . Figuras 111-113. Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby var. lindleyana (Gard.) H.S.Irwin & Barneby. 111. Folha. 112. Nectário. 113. Fruto ( Lima et al. 329) . Figuras 114- 117. Senna reniformis (G.Don) H.S.Irwin & Barneby. 114. Folha. 115. Nectário ( Lima & Silva 333). 116. Flor sem pétalas ( Lima & Magalhães 232 ). 117. Fruto ( Lima & Silva 333) . 60 Floresceu de fevereiro a março e frutificou de abril a junho. O número (4) e a forma dos folíolos são característicos desta espécie (Irwin & Barneby 1982). Senna macranthera tem três variedades muito próximas: macranthera , nervosa e micans que são diferenciadas pela densidade de indumento, número de rudimentos seminais e tamanho dos frutos (Irwin & Barneby 1982). No Brasil ocorre nos estados do Piauí, Ceará, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás (Irwin & Barneby 1982; Mendonça-Filho 1996). Habita florestas de galeria, chapadões, encosta altlântica, floresta semidecídua de altitude, e vegetações entre 10- 1450m de altitude (Irwin & Barneby 1982; Lorenzi 1992). No PEI, foi coletada na estrada do Cibrão, em floresta estacional submontana, na estrada da Torre e trilha do Forno, em floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 17/II/2005, fl., Lima et al. 305 (VIC); 27/IV/2005, fr., Lima et al. 350 (VIC); Ouro Preto, estrada em direção a Torre, 16/II/2005, fl., Lima & Ferreira 292 (VIC).

8. Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby var . lindleyana (Gard.) H.S. Irwin & Barneby , Mem. New York Bot. Gard., 35 (2): 498. 1982. Cassia lindleyana Gard., London J. Bot. 2: 341. 1843. Figuras 111-113

Árvore 6m alt., ramo estriado, ferrugíneo-tomentoso. Estípula 12mm, linear lanceolada, caduca; pecíolo 1,5-2,5cm compr.; raque (10)18-24cm compr., canaliculada; nectário entre o primeiro par de folíolos, subséssil, cilíndrico. Folha (32)44-48-foliolada, paripinada; folíolos 3,3- 3,8x0,7-0,9cm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice mucronulado, truncado ou mucronulado, ambas as faces pubescentes, com tricomas tomentosos na nervura principal. Inflorescência racemosa; pedúnculo 1,0-1,5cm, ferrugíneo-pubescente; raque 2cm compr., ferrugíneo-pubescente. Flor pentâmera, zigomorfa, pedicelada; cálice 6mm compr., sépala obovada, glabro externamente; corola dialipétala, 20mm compr., amarela, pétala centro adaxial obovada; estames 7, heterodínamos, dialistêmones, em dois verticilos: 4 medianos e 3 abaxiais maiores, filetes retos ou curvados 2-4mm compr., glabro, anteras 6,0-7,0mm compr., 3 estaminódios; ovário 15mm compr., ciliado, estípite 3mm compr.; estilete 0,5mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Legume, 9,5x1,8cm, plano compresso, puberulento, deiscente; sementes 16, 0,7x0,2cm, oblongas, esverdeadas. Os número e forma dos folíolos e a forma do fruto são característicos desta espécie (Irwin & Barneby 1982). No PEI, quando estéril é semelhante a Cassia ferruginea var. ferruginea , devido 61 aos folíolos oblongos e estípula linear-lanceolada, mas pode ser diferenciada pela presença de nectário entre o primeiro par de folíolos. Segundo Bortoluzzi (2004), os espécimes coletados em maiores altitudes, em Santa Catarina, geralmente apresentavam indumento mais denso, o que confere com as características do material analisado nas florestas estacionais altimontanas do PEI. Floresceu em janeiro e frutificou em março e setembro. Ocorre de norte ao sul do Brasil, principalmente na encosta pluvial atlântica da Bahia até os estados do sudeste, atingindo a região sul até Santa Catarina (Irwin & Barneby 1982; Bortoluzzi 2004). No PEI, foi coletada próximo à portaria do Parque, onde é cultivada, e na trilha do Custódio, onde provavelmente é nativa, uma vez que é bastante comum na região. Ambas áreas estão localizadas em floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, próximo a portaria do PEI, 21/I/2005, fl., Lima et al. 283 (VIC); 31/III/2005, fr., Lima et al. 329 (VIC); trilha do Custódio, 20/X/2005, fr., Lima & Andrade 394 (VIC).

9. Senna reniformis (G.Don) H.S.Irwin & Barneby , Mem. New York Bot. Gard. 35(1): 223. 1982. Cassia reniformis G.Don, Gen. Hist. 2: 440. 1832. Figuras 114-117

Arbusto ou arvoreta 1,5-5m alt., ramo estriado, glabrescente ou tomentoso. Estípula 1,4- 3,1mm, reniforme, persistente; pecíolo 1,5-2,5cm compr.; raque 2,8-5cm compr., canaliculada; nectário entre todos os pares de folíolos, séssil, piriforme. Folha 6-foliolada, paripinada; folíolos 6,7-9,5x2,8-3,7cm, opostos, oblongos ou obovados, base obtusa, ápice agudo, face adaxial glabra e face abaxial glabrescente ou tomentosa, principalmente na nervura principal. Inflorescência racemosa, axilar ou terminal; pedúnculo 2-3,7cm compr., tomentoso; raque 2-4cm compr., tomentosa. Flor pentâmera, zigomorfa, pedicelada; cálice 10mm compr., dialissépalo, sépalas oblongas, glabras externamente; corola dialipétala, 20mm compr., amarela, pétala centro adaxial obovada; estames 7, heterodínamos, dialistêmones, em dois verticilos: 4 medianos e 3 abaxiais maiores, filetes retos ou curvados 7-25mm compr., glabros, anteras 3mm compr., estaminódios 3; ovário 18mm compr., pubescente, estípite 4mm compr.; estilete 1mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Legume, 9-12x1-2cm, plano compresso, glabro, deiscente; sementes 24- 28, 0,6-x0,5cm, oblongas, enegrecidas. Floresceu de novembro a maio e frutificou de dezembro a agosto. A estípula reniforme e o legume plano compresso são características que auxiliam no reconhecimento desta espécie (Irwin & Barneby 1982). É uma espécie próxima de Senna cana 62 (Nees & C. Mart.) H.S. Irwin & Barneby, da qual difere pela localização dos nectários e fruto plano compresso (Irwin & Barneby 1982). Distribui-se nos estados de Minas Gerais e Bahia, sendo endêmica da Cadeia do Espinhaço, onde habita cerrado, margem de mata de galeria, brejo e vegetações com altitudes entre 950 e 1.800m (Irwin & Barneby 1982). Nas florestas do PEI, foi coletada nas estradas da Torre, de Baixo, e trilha da Alcan, em floresta estacional altimontana, bem como observada nas trilhas do Forno, Custódio e Baú. Nas trilhas de Belém e Cibrão foi observada em floresta estacional montana e submontana, respectivamente. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 27/IV/2005, fl., Lima et al. 347 (VIC); trilha de Belém, 07/XII/2005, fl., fr., Lima & Araújo 235 (VIC); Ouro Preto, estrada em direção a Torre, 06/XII/2004, fl., fr., Lima & Magalhães 232 (VIC); trilha Alcan, 25/04/2005, fl., Lima & Silva 333 (VIC).

Mimosoideae

10. Abarema langsdorfii (Benth.) Barneby & J.W. Grimes , Mem New York Bot. Gard. 74 (1): 95. 1996. Pithecelobium langsdorfii Benth., London J. Bot. 3: 205. 1844. Figuras 118-120

Árvore (2-)6-15m alt., ramo cilíndrico, tomentoso. Estípula 1-2mm compr., filiforme, caduca; pecíolo 1-2,5cm compr., tomentoso; raque 3-11cm compr., estriada, tomentosa; nectário séssil, pateliforme, no pecíolo, entre as pinas dos pares distais e pares distais dos foliólulos. Folha bipinada, pinas 4-10 pares; foliólulos 18-26 pares, 8-11x2mm, opostos, oblongo-subfalcados, base obtusa, ápice obtuso ou subagudo, ambas as faces glabras ou glabrescentes. Inflorescência racemosa, axilar, homomórfica; pedúnculo 40-60mm compr., tomentoso; raque 8-12mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil ou curto-pedicelada; cálice 2,5-3mm compr., campanulado, puberulento externamente; corola gamopétala, 6mm compr., pubescente externamente; estames 18- 31, filetes brancos, tubo estaminal exserto, 5-8mm compr., filetes livres 22-28mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1mm compr., tomentoso, séssil; estilete 15-25mm compr., glabro. Legume, 0,8-1cm larg., circinado, plano compresso, margem sinuosa torcida, ápice agudo, puberulento; sementes 10-12, 5-6x5mm, arredondadas, azuis e brancas. Floresceu e frutificou de janeiro a maio. Abarema é facilmente reconhecido pelo legume circinado e semente bicolor (Barneby & Grimes 1996). O foliólulo oblongo-subfalcado, inflorescência racemosa, homomórfica são características que a distinguem de Abarema obovata. A inflorescência de A. langsdorfii foi 63 considerada homomórfica porque tamanho de cálice, corola, androceu e gineceu foram os mesmos nas flores periféricas e terminais, entretanto, as flores periféricas são curto-pediceladas (1mm compr.) e as terminais sésseis. No Brasil distribui-se nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, habitando florestas de encosta, florestas de restinga, morros e cursos de rios (Barneby & Grimes 1996). No PEI, foi coletada nas trilhas do Baú e de Belém, floresta estacional altimontana e montana, respectivamente e observada, nas demais trilhas do PEI, Cibrão, em floresta estacional submontana, Alcan, Custódio, e nas estradas de Baixo e da Torre, áreas de floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, trilha de Belém, 20/V/2005, fr., Lima et al. 355 (VIC); estrada para trilha de Belém, 21/I/2005, fl., Lima et al. 281 (VIC); Ouro Preto, trilha do Baú, 05/III/1994, fl., Roschel & Dias s/nº (OUPR 1328); 20/V/2005, fl., fr., Lima et al. 357 (VIC).

11. Abarema obovata (Benth.) Barneby & J.W Grimes , Mem New York Bot. Gard. 74 (1): 91. 1996. Calliandra obovata Benth., London J. Bot. 3: 101. 1844. Figuras 121-124

Árvore 2-7m alt., ramo cilíndrico, tomentoso. Estípula não observada, caduca; pecíolo 1- 2,4cm compr., tomentoso; raque 2-5,5cm compr., canaliculada, tomentosa; nectário séssil, pateliforme, entre todos os pares de pinas e pares de folíólulos. Folha bipinada, pinas 2-3 pares; foliólulos 3-4 pares, 2-6x1-2,8cm, opostos ou subopostos, ovado-romboidais, base oblíqua, ápice obtuso, ambas as faces glabras. Inflorescência umbeliforme em fascículo axilar, heteromórfica; pedúnculo 27-35mm compr., tomentoso; raque globosa, diâmetro da inflorescência 5-6mm (excluindo os filetes). Flor pentâmera, actinomorfa, séssil ou pedicelada; flor periférica pedicelada, pedicelo 2mm compr.; cálice 3mm compr., campanulado, ferrugíneo-tomentoso externamente; corola gamopétala, 8mm compr., ferrugínea-pubescente externamente; estames 28, filetes brancos, tubo estaminal incluso, 3-4mm compr., filetes livres 32-38mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1,5mm compr., pubescente, estípite 2mm compr.; estilete 36mm compr., glabro; flor terminal séssil; cálice 4mm compr., tubuloso; corola 13mm compr., glabrescente externamente; estames 34, tubo estaminal exserto, 18mm compr., filetes livres 20mm compr., glabros; ovário 2,5mm compr., pubescente, séssil; estilete 24mm compr. Legume, 1,2-2cm larg., circinado, plano compresso, margem sinuosa torcida, ápice agudo, glabro; sementes 10-16, 7- 8x7mm, arredondadas, azuis e brancas. Floresceu de dezembro a janeiro e frutificou de setembro a fevereiro. 64

Figuras 118-120. Abarema langsdorfii (Benth.) Barneby & J.W. Grimes. 118. Ramo com inflorescência. 119. Foliólulo. 120. Flor em corte longitudinal ( Lima et al. 281) . Figuras 121-124. Abarema obovata (Benth.) Barneby & J.W. Grimes. 121. Ramo com inflorescência. 122. Flor periférica em corte longitudinal. 123. Flor terminal em corte longitudinal (Lima et al. 272) . 124. Fruto ( Lima & Araújo 234 ). Figuras 125-129. Anadenanthera colubrina var . colubrina (Vell.) Brenan. 125. Folha. 126. Nectário. 127. Foliólulo. 128. Antera. 129. Fruto (Lima et al. 303 ). Figuras 130-132. Anadenanthera peregrina (L.) Speg. 130. Foliólulo. 131. Nectário ( Lima & Andrade 395). 132. Fruto ( Lima & Costa 230 ). 65 A diferenciação entre as duas espécies de Abarema , ocorrentes no PEI, foi fornecida nos comentários de A. langsdorfii . Através de análise de material herborizado, verificou-se os espécimes coletados no PEI (Dias & Roschel s/nº VIC 28471; Messias & Roschel s/nº OUPR 1218), identificados como Piptadenia rigida e Pithecelobium sp, apresentaram androceu com mais de 10 estames monadelfos, legume circinado e semente bicolor com pleurograma, características que se enquadram no gênero Abarema (Barneby & Grimes 1996). É restrita ao Brasil, onde possui registros apenas para o estado de Minas Gerais na floresta de encosta, floresta estacional e mata de cipó entre 400-1030m de altitude (Barneby & Grimes 1996; Mendonça-Filho 1996). No PEI, foi coletada na estrada de Baixo, trilha da Alcan e Custódio, em floresta estacional altimontana, Belém, floresta estacional montana e observada na estrada do Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, trilha de Belém, 07/XII/2004, fr., Lima & Araújo 234 (VIC); 20/I/2005, fl., Lima et al. 272 (VIC); Ouro Preto, estrada de Baixo, 19/IX/2004, fr., Lima & Garcia 212 (VIC); trilha da Alcan, 30/I/2005, fr., Lima & Ferreira 289 (VIC).

12. Anadenanthera colubrina var . colubrina (Vell.) Brena n, Kew Bull. 10(2): 182. 1955. Mimosa colubrina Vell., Fl. Flum. 11: 16. 1835. Figuras 125-129

Árvore 8-12m alt., ramo cilíndrico, glabro ou pubescente. Estípula 5-6mm compr., linear- lanceolada, caduca; pecíolo 3,5-5,5cm compr., puberulento; raque 12-16cm compr., canaliculada, puberulenta, nectário séssil, globoso, no pecíolo e entre os pares de pinas distais. Folha bipinada, pinas 13-18 pares; foliólulos 48-60 pares, 4-5x1mm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice agudo, face adaxial glabra, ambas as faces glabras, ciliado. Inflorescência capituliforme reunida em panícula terminal ou fascículo axilar, homomórfica; pedúnculo 7-8mm compr., pubescente; raque globosa, diâmetro da inflorescência 6-8mm (excluindo os filetes). Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 1-1,2mm compr., campanulado, pubescente externamente; corola gamopétala, 2,2- 3mm compr., pubescente externamente; estames 10, filetes brancos, livres, 6-8mm compr., glabros, anteras glandulares na antese; ovário 0,8-1mm compr., glabro, estípite 0,1-0,2mm compr.; estilete 6-6,5mm compr., glabro. Folículo, 19-24x1,8-1,9cm, reto, plano compresso, margem regularmente constricta entre as sementes, ápice apiculado, glabro; sementes 10-12, 11x10mm, arredondadas, enegrecidas. Floresceu e frutificou de dezembro a março. 66 Anadenanthera colubrina possui duas variedades, colubrina e cebil (Griseb) Altschul, sendo a variedade típica diferenciada da var. cebil pelos nectários estipitados, cálice menor que 2,5mm compr. e os folículos com margens regularmente constrictas (Altschul 1964). No Brasil ocorre nos estados do Maranhão, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná (Altschul 1964). Habita floresta pluvial em altitudes superiores a 400m (Lorenzi 1992). No PEI, foi coletada no Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 17/II/2005, fl., Lima et al. 303 (VIC); 30/III/2005, fr., Lima et al. 322 (VIC).

13. Anadenanthera peregrina (L.) Speg. , Physis 6: 314. 1923. Mimosa peregrina L., Sp. Pl. 1: 520. 1723. Figuras 130-132

Árvore 10-12m alt., ramo cilíndrico, tomentoso. Estípula 1-2mm compr., ovada, caduca; pecíolo 2-2,5cm compr., tomentoso; raque 6-8,5cm compr., canaliculada, tomentosa; nectário séssil, pateliforme, oblongo, entre os pares de pinas distais. Folha bipinada, pinas 14-15 pares; foliólulos 54 pares, 2-3x0,5mm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice agudo, face adaxial tomentosa, face abaxial puberulenta, ciliado. Inflorescência capituliforme reunida em fascículo axilar, homomórfica; pedúnculo 17mm compr., alvo-tomentoso; raque globosa, diâmetro da inflorescência 10mm (excluindo os filetes). Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 2mm compr., campanulado, pubescente externamente; corola gamopétala, 4mm compr., glabra externamente; estames 10, filetes brancos, livres, 5mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1-1,2mm compr., glabro, estípite 0,2mm compr.; estilete 5mm compr., glabro. Folículo, 19x3cm, reto, plano compresso, margem irregularmente constricta entre as sementes, ápice apiculado, verrucoso, sementes 7, 3x1,5mm, oblongas, castanho-escuras. Floresceu em outubro, mas não frutificou no período de estudo. Anadenanthera peregrina difere de A. colubrina pelas anteras eglandulares e superfície do fruto verrucosa (Altschul 1964). Ocorre no Oeste da Índia e América do Sul (Altschul 1964). No PEI, foi coletada na trilha do Custódio, floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, trilha do Custódio, 20/X/2005, fl., Lima & Andrade 395 (VIC). Material adicional examinado : Brasil. Minas Gerais: Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, Vila Gianetti, 10/XI/2004, fl., fr., Lima & Costa 230 (VIC).

67 14. Calliandra parvifolia (Hook. & Arn.) Speg. , Revista Argent. Agron. 1:193. 1926. Inga parvifolia Hoook & Arn., Bot. Misc. 3:202. 1833. Figuras 133-137

Arbusto ou arvoreta 1,5-5m alt., ramo cilíndrico, glabro ou glabrescente. Estípula 3-7mm compr., lanceolada, persistente; pecíolo 0,8-1,2cm compr., tomentoso; raque 5-8,2cm compr., canaliculada, tomentosa; nectário ausente. Folha bipinada, pinas 8-20 pares; foliólulos 30-48 pares, 2-3,5x0,5-0,8cm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice obtuso, margem ciliada, face abaxial glabra, face adaxial tomentosa na base, ambas as faces com pontuações. Inflorescência umbeliforme, axilar, heteromórfica; pedúnculo 13-16mm compr., viloso; raque globosa, diâmetro da inflorescência 9-10mm (excluindo filetes). Flor pentâmera ou hexâmera, actinomorfa, séssil ou pedicelada; flor periférica pentâmera, pedicelada, pedicelo 0,5-0,8mm compr.; cálice 2-2,2mm compr., funiliforme, tomentoso externamente; corola gamopétala, 4-5mm compr., tomentosa externamente; estames 16, filetes brancos na base e avermelhados no ápice, tubo estaminal incluso, 3mm compr., filetes livres 32-35mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1,2mm compr., glabro, estípite 0,1mm compr.; estilete 22mm compr., glabro; flor terminal hexâmera, séssil; cálice 3mm compr., campanulado; estames 22; estilete 38mm compr. Legume, 7-11x0,9-1,3 cm, levemente recurvado, plano compresso, margem reta espessa, ápice caudado, glabro ou puberulento; sementes 5-10, 4-5x2-3mm, obovadas, castanhas. Floresceu em maio, setembro a novembro e frutificou durante o ano todo. Os filetes brancos na base e avermelhados no ápice e o legume com as margens espessas são característicos do gênero (Barneby 1998). O comprimento da estípula, do cálice e indumento da corola são diagnósticos desta espécie (Barneby 1998). Distribui-se no Paraguai e Brasil, onde é citada para os estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Paraná, ocupando margens de rio, campo cerrado, dunas, campinarana e floresta atlântica, habitando um gradiente altitudinal de 650- 900m (Barneby 1998; Queiroz 2004). No PEI, foi coletada no Cibrão, em floresta estacional submontana, sendo bastante comum nesta trilha. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 07/XII/2004, fr., Lima & Araújo 248 (VIC), 26/IX/2005, fl., Lima & Garcia 382 (VIC).

68 15. Inga cylindrica (Vell.) Mart., Flora 20(2): 114. 1837. Mimosa cylindrica Vell., Fl. Flumin. 11: 9. 1835. Figuras 138-141

Arvoreta ou árvore 1,5-12m alt., ramo cilíndrico, glabro ou tomentoso. Estípula 2-3mm compr., oblanceolada, caduca; pecíolo 1,4-2cm compr., pubérulo; raque 4,5-8,2cm compr., marginada, pubérula, nectário séssil, circular, entre todos os pares de folíolos. Folha 6-10-foliolada; folíolos 6,2-12,3x1-3,4cm, opostos, elípticos, base aguda, ápice agudo, ambas as faces glabras ou puberulentas. Inflorescência espiciforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 24-52mm compr., pubescente ou tomentoso; raque 35-50mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 1mm compr., campanulado, pubérulo externamente; corola gamopétala, 4,5mm compr., pubérula externamente; estames 32-35, filetes brancos, tubo estaminal incluso, 4mm compr., filetes livres 4- 5mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1,5mm compr., glabrescente, séssil; estilete 2,5- 3mm compr., glabro. Legume nucóide, 12-16x1,7-2cm, reto, plano compresso, margem constricta, ápice mucronulado, glabro ou glabrescente; sementes 8-12, 10x6mm, elípticas, castanho-claras, com sacotesta. Floresceu de setembro a novembro e frutificou em dezembro. Os folíolos mais estreitos e a face do fruto proeminentemente reticulata são características diagnósticas desta espécie (Garcia 1998). É uma espécie próxima de I. laurina pela inflorescência e estrutura floral, diferindo pelo tamanho e número de folíolos e a forma do fruto (Pennington 1997). Ocorre na Colômbia e no Brasil, onde está presente na Amazônia, Planalto Central, e Mata Atlântica, sendo que nesta região foi registrada apenas nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Pennington 1997; Garcia 1998). No PEI, foi coletada na estrada do Cibrão, trilha de Belém, floresta estacional submontana e montana, respectivamente e observada na trilha da Alcan, floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 07/XII/2004, fr., Lima & Araújo 244 (VIC); 26/IX/2005, fl., Lima & Garcia 383 (VIC); trilha de Belém, 08/XII/2004, fr., Lima & Araújo 254 (VIC).

16. Inga edulis Mart ., Herb. Fl. Bras. 20(2):113-114. 1837. Figuras 142-145

Árvore 12-15m alt., ramo estriado, ferrugíneo-tomentoso. Estípula 6-7mm compr., linear, caduca; pecíolo 3-3,5cm compr., tomentoso; raque 14,5-19cm compr., alada, tomentosa; nectário séssil, transversalmente comprimido, entre todos os pares de folíolos. Folha 10-12-foliolada; 69 folíolos 14-18,5x6-9,5cm, opostos, elíptico-ovados, base obtusa ou aguda, ápice agudo, ambas as faces tomentosas. Inflorescência espiciforme axilar ou terminal, homomórfica; pedúnculo 17-20mm compr., tomentoso; raque 14-20mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 7mm compr., tubuloso, tomentoso externamente; corola gamopétala, 16mm compr., serícea externamente; estames 60, filetes cremes, tubo estaminal incluso, 16mm compr., filetes livres 32mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 2mm compr., glabro, séssil; estilete 28mm compr., glabro. Legume nucóide, 23x0,6cm, reto, cilíndrico, margens sulcadas longitudinalmente, ápice agudo, tomentoso; sementes não observadas. Não floresceu nem frutificou no período de estudo. É uma espécie próxima de Inga vera subsp. affinis e I. ingoides , das quais se diferencia principalmente pelo nectário foliar transversalmente comprimido, indumento curtamente tomentoso e flores menores (até 16mm compr.) e delicadas (Garcia 1998). Distribui-se na Colômbia, oeste da América do Sul Tropical, Andes, e nordeste da Argentina (Pennington 1997). Na América do Sul, ocorre em toda região tropical, exceto nas regiões áridas do nordeste e planalto central do Brasil (Garcia 1998). No PEI, foi coletada no Cibrão, em floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 19/X/2005, st., Lima et al. 410 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, UHE Fumaça, 18/XII/1997, fl., Tameirão-Neto 2661 (VIC); Marliéria, Parque Estadual do Rio Doce, trilha do Aníbal, 27/XI/2001, fr., Nunes et al. 118 (VIC).

17. Inga ingoides (Rich.) Willd. , Sp. Pl. 4: 1012. 1806. Mimosa ingoides Rich., Actes Soc. Hist. Nat. Paris 1 (1): 113. 1792. Figuras 146-147

Árvore 6-15m alt., ramo cilíndrico, tomentoso. Estípula 3mm compr., ovada, caduca; pecíolo 1-3cm compr., tomentoso; raque 7,5-14cm compr., alada, tomentosa; nectário séssil, circular ou triangular, entre todos os pares de folíolos. Folha 10-foliolada; folíolos 7,5-16,5x1,7- 6cm, opostos, elípticos ou obovados, base aguda ou obtusa, ápice cuspidado, face adaxial pubescente, face abaxial tomentosa. Inflorescência racemosa, axilar, homomórfica; pedúnculo 40- 21mm compr., tomentoso; raque 15-25mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, pedicelada, pedicelo 2-3mm compr.; cálice 13-14mm compr., campanulado, tomentoso externamente; corola gamopétala, 20mm compr., lanosa externamente; estames 42, filetes brancos, tubo estaminal

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Figuras 133-137. Calliandra parvifolia (Hook. & Arn. ) Speg. 133. Ramo com inflorescência. 134. Foliólulo. 135. Flor periférica. 136. Flor terminal ( Lima & Garcia 382 ). 137. Fruto ( Lima & Araújo 248 ). Figuras 138-141. Inga cylindrica (Vell.) Mart. 138. Folha. 139. Estípula. 140. Flor ( Lima & Garcia 383 ). 141. Fruto ( Lima & Araújo 244 ). Figuras 142-145. Inga edulis Mart. 142. Folha. 143. Nectário (Nunes et al. 118 ). 144. Estípula ( Lima et al. 410 ). 145. Flor ( Tameirão-Neto 2661 ). Figuras 146- 147. Inga ingoides (Rich.) Willd. 146. Inflorescência ( Valente & Meira-Neto 379 ). 147. Fruto ( Lima et al. 296 ). 71 incluso, 6mm compr., filetes livres 40mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 6mm compr., glabro, séssil; estilete 46mm compr., glabro. Legume nucóide, 12,5-22,5x0,8-1,5cm, reto, cilíndrico, margem longitudinalmente estriada, ápice mucronulado, tomentoso; sementes 18, 8x6mm, ovadas, castanho-escuras com sarcotesta. Apenas frutificou, mas não floresceu no período de estudo. Inga ingoides pode ser confundida com I. vera subsp. affinis , pela qual difere pelos frutos maiores (12,5-22,5x0,8-1,5cm) e o número de sementes (18). Outra característica que separa estas duas espécies é o botão globoso de Inga ingoides (Garcia 1998). Existem registros desta espécie desde a América do Sul Tropical até a Bolívia (Pennington 1997). Na costa do Brasil pode ser encontrada nos estados do nordeste até o sul da Bahia, onde atinge o interior continente na vegetação do sudeste de Minas Gerais, ocupando áreas de floresta ombrófila densa aluvial e de terras baixas (Garcia 1998). No PEI, foi coletada no Cibrão e trilha de Belém, floresta estacional submontana e montana, respectivamente. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 17/II/2005, fr., Lima et al. 296 (VIC); trilha de Belém, 08/XII/2004, fr., Lima & Araújo 256 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Paraopeba, Flona, 18/III/1999, fl., Valente & Meira-Neto 379 (VIC).

18. Inga marginata Willd ., Sp. Pl. 4(2): 1015. 1806 Figuras 148-150

Árvore 5m alt., ramo cilíndrico, puberulento. Estípula 2mm compr., ovada, caduca; pecíolo 1,8-3,5cm compr., tomentoso; raque 1,6-4cm compr., alada, tomentosa; nectário subséssil, circular, entre todos os pares de folíolos. Folha 4-foliolada; folíolos 8,5-10x2,5-2,9cm, opostos, elípticos, base aguda, ápice agudo, ambas as faces glabras ou puberulentas. Inflorescência espiciforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 0,8-1,3mm compr., tomentoso; raque 43-70mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa , séssil; cálice 11-15mm compr., campanulado, pubérulo externamente; corola gamopétala, 5mm compr., glabra ou pubérula externamente; estames 35-36, filetes brancos, tubo estaminal exserto, 7mm compr., filetes livres 5-6mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1,1mm compr., glabrescente, séssil; estilete 11mm compr., glabro. Legume nucóide imaturo, 11,2x0,9cm, reto, plano compresso, margem constricta, ápice apiculado, glabro; sementes 10, imaturas, com sarcotesta. Floresceu e frutificou em janeiro. As folhas 4-folioladas, estípula ovada e os frutos glabros são características diagnósticas desta espécie arbórea de Inga ocorrente nas florestas do PEI. 72 É uma das espécies mais comuns e amplamente distribuídas, ocorrendo no México, América Central, norte da América do Sul, Andes, Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil (Pennington 1997), distribuindo-se nesse último, de norte ao sul, ocupando florestas estacionais, próximas a matas úmidas e quase todos os tipos de florestas tropicais, exceto restinga e floresta ombrófila montana (Garcia 1998). No PEI, foi coletada no Cibrão apenas em floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 20/I/2005, fl., fr., Lima et al. 267 (VIC).

19. Inga schinifolia Benth ., London J.Bot. 4. 584. 1845. Figuras 151-152

Arbusto ou arvoreta 3m alt., ramo cilíndrico, gabro. Estípula 3-4mm compr., linear- lanceolada, caduca; pecíolo 0,3-1,3cm compr., glabro ou glabrescente; raque 2,9-11,5cm compr., marginada, glabra ou glabrescente; nectário estipitado, circular, entre todos os pares de folíolos. Folha (14-)16-28-foliolada; folíolos 1,3-2,5x0,4-0,9cm, opostos, rômbicos ou elípticos, base aguda, ápice agudo ou mucronulado, ambas as faces glabras. Inflorescência umbeliforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 34mm compr., pubérulo; raque globosa, diâmetro da inflorescência 12- 13mm (excluindo os filetes). Flor pentâmera, actinomorfa, curto-pedicelada, pedicelo 0,1mm compr.; cálice 1-1,2mm compr., campanulado, pubérulo externamente; corola gamopétala, 5-5,2mm compr., pubérula externamente; estames 22-24, filetes brancos, tubo estaminal exserto, 6mm compr., filetes livres 6mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 1mm compr., glabro, estípite 0,1mm compr.; estilete 12mm compr., glabro. Legume nucóide, 9x9,5cm, levemente recurvado, plano compresso, margem inteira, ápice apiculado, glabro; sementes 16, 11x5mm, oblongas, enegrecidas, com sarcotesta. Não floresceu nem frutificou no período de estudo. O número (7-14) e tamanho dos folíolos (1,3-2,5x0,4-0,9cm) são características que diferenciam esta espécie das outras espécies de Inga ocorrentes nas florestas do PEI. Pennington (1997) considerou I. schinifolia como sinônimo de I. tenuis , enquanto Garcia (1998) as considerou como espécies distintas entre si. Inga schinifolia , aqui reconhecida neste trabalho diferencia-se de I. tenuis , por apresentar pedúnculo da inflorescência reto e menor que 5,5cm compr. No Brasil está distribuída nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, ocupando áreas de floresta estacional decidual montana e floresta ombrófila densa montana (Garcia 1998). No PEI, foi coletada na trilha do Baú e estrada do Manso, em floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, mata do Manso, 12/XII/1990, st., Lima et al. 4054 (OUPR); trilha do Baú, 15/VI/2005, st., Lima & Garcia 391 (VIC). 73

Figuras 148-150. Inga marginata Willd. 148. Ramo com inflorescência. 149. Nectário. 150. Estípula ( Lima et al. 267 ). Figuras 151-152. Inga schinifolia Benth. 151. Ramo com inflorescência ( Magalhães- Gomes s/nº OUPR 4568 ). 152. Fruto ( Messias 272 ). Figuras 153-155. Inga sessilis (Vell.) Mart. 153. Nectário. 154. Flor. 155. Fruto ( Lima & Garcia 226 ). Figuras 156-157. Inga vera subsp. affinis (DC.) T.D. Penn. 156. Flor ( Souza et al. 214) . 157. Fruto ( Lima et al. 341 ). Figuras 158-160. Inga vulpina Mart. ex Benth. 158. Ramo com inflorescência. 159. Nectário ( Lima & Garcia 211 ). 160. Fruto ( Lima et al. 4066) . 74 Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais : Ouro Preto, APA das Andorinhas, Serra da Brígida, 18/X/1999, fr., Messias 272 (OUPR); Morro São Sebastião, 27/II/1895, fl., Magalhães- Gomes s/nº (OUPR 4568).

20. Inga sessilis (Vell.) Mart ., Flora 20 (2): 114. 1837. Mimosa sessilis Vell., Fl. Flumin. 11: 21. 1753 Figuras 153-155

Árvore 3-12m alt., ramo cilíndrico, ferrugíneo-velutino. Estípula 15mm compr., ovado- lanceolada, caduca; pecíolo 3,5-6,2cm compr., ferrugíneo-velutino; raque 14-20cm compr., alada, ferrugíneo-velutina; nectário séssil, circular ou triangular, entre todos os pares de folíolos. Folha 12- foliolada; folíolos 12,5-20,5x6-8cm, opostos, elípticos, base aguda, ápice agudo, face adaxial pubescente, face abaxial ferrugíneo-tomentosa. Inflorescência espiciforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 50mm compr., tomentoso; raque 35mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 25mm compr., campanulado, tomentoso externamente; corola gamopétala, 28mm compr., velutina externamente; estames 216, filetes brancos, tubo estaminal incluso, 16mm compr., filetes livres 70mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 4mm compr., glabro, séssil; estilete 84mm compr., glabro. Legume nucóide, 10,5-20,5x1,8-2,5cm, recurvado, plano compresso, margem estriada, ápice apiculado, velutino; semente não observada. Floresceu em junho e agosto e frutificou em março e outubro. Ramos, raque foliar e frutos revestidos por tricomas velutinos são características exclusivas de I. sessilis , entre as Leguminosae arbóreas encontradas nas matas do PEI. No Brasil pode ser encontrada nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Garcia 1998). Habita floresta ombrófila densa submontana e montana, acima dos 400m de altitude, floresta estacional montana e matas de galeria em cerrado (Pennington 1997; Garcia 1998). No PEI, foi coletada na trilha da Alcan, estrada da Torre e observada nas trilhas do Baú, Forno, Custódio e estrada de baixo, áreas de floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada da Torre, 26/IX/2005, fr., Lima et al. 358 (VIC); estrada para Fazenda do Manso, 23/VII/1994; fl., Roschel s/nº (OUPR 1439); trilha da Alcan, 24/X/2004, fr., Lima & Garcia 226 (VIC).

75 21. Inga vera subsp . affinis (DC.) T.D. Penn. , The Genus Inga: Bot. 176. 1997. Inga affinis DC., Prodr. 2: 433. 1825. Figuras 156-157

Árvore 5-6m alt., ramo cilíndrico, ferrugíneo-tomentoso. Estípula 3-4mm compr., ovada, caduca; pecíolo 1,5-3cm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque 7-12,5cm compr., alada, ferrugíneo- tomentosa; nectário séssil, circular, entre todos os pares de folíolos. Folha 8-10-foliolada; folíolos 9- 14,5x5-5,4cm, opostos, elípticos ou obovados, base aguda, ápice acuminado ou apiculado, face adaxial pubescente ou tomentosa, face abaxial tomentosa. Inflorescência espiciforme ou racemosa, axilar, homomórfica; pedúnculo 30-35mm compr., tomentoso; raque 33-40mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil ou curto-pedicelada, pedicelo 1mm compr.; cálice 5-7mm compr., campanulado, tomentoso externamente; corola gamopétala, 18-21mm compr., serícea externamente; estames 118-120, filetes brancos, tubo estaminal incluso, 15mm compr., filetes livres 38mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 3mm compr., glabro, séssil; estilete 51mm compr., glabro. Legume nucóide, 9,5-10x1,8-2,5cm, reto, cilíndrico, margem estriada longitudinalmente, ápice cuspidado, ferrugíneo-tomentoso; sementes 10, 10x8mm, arredondadas, castanho-escuras, com sarcotersta. Não foram observadas flores no período de estudo, mas frutos de fevereiro a março. Os frutos menores e o número de sementes de I. vera subsp. affinis são características que a diferenciam de Inga ingoides. Distribui-se na América do Sul tropical, Colômbia, Uruguai, com poucos registros na América Central (Pennington 1997). No Brasil esta espécie possui ampla distribuição na mata atlântica, sendo que suas populações ocupam tanto ambientes hidrófitos quanto áridos como caatinga e cerrados, onde estão sempre associadas à margem de rios perenes (Garcia 1998). No PEI, foi coletada nas trilhas da Alcan e de Belém, floresta estacional altimontana e montana, respectivamente, e observada na estrada do Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, 01/X/1998, fl., Sousa et al. 214 (OUPR; VIC); Mariana, trilha de Belém, 26/IV/2005, fr., Lima et al. 341 (VIC).

22. Inga vulpina Mart. ex Benth. , Trans. Linn. Soc. London 30(3): 625. 1875. Figuras 158-160

Arbusto ou árvore 2-8m alt., ramo cilíndrico, ferrugíneo-hirsuto. Estípula 3-4mm compr., ovada, caduca; pecíolo 1-2,5cm compr., ferrugíneo-hirsuto; raque 3,5-6,8cm compr., alada, ferrugíneo-hirsuta; nectário estipitado, cupuliforme, entre todos os pares de folíolos. Folha 6-8- 76 foliolada; folíolos 6,5-9,2x2-3,5cm, opostos, elípticos ou lanceolados, base aguda, ápice agudo ou apiculado, face adaxial glabrescente, face abaxial hirsuta. Inflorescência espiciforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 50-60mm compr., tomentoso; raque 20mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa , séssil; cálice 6,5-7mm compr., campanulado, hirsuto externamente; corola gamopétala, 12,2-13mm compr., setosa externamente; estames 52-58, filetes róseos, tubo estaminal incluso, 8mm compr., filetes livres 20-22mm compr., glabros, anteras eglandulares; ovário 2mm compr., glabro, estípite 0,5mm compr.; estilete 25,5mm compr., glabro. Legume nucóide, 5- 5,5x2,5-2,6cm, reto, plano compresso, margem inteira, ápice obtuso, ferrugíneo-tomentoso; sementes 8-11, 7x3mm, oblongas, castanhas, com sarcotesta. Floresceu em setembro e frutificou em novembro. Inga vulpina é uma espécie próxima de I. barbata , da qual se diferencia pela estípula 3-4mm compr., cálice hirsuto externamente e os filetes róseos (Garcia 1998). São espécies simpátricas no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (Garcia 1998; Dutra 2005). No Brasil ocorre nos estados de Bahia até Santa Catarina, habitando matas de altitude, acima de 400m, sendo uma das poucas espécies de Inga que sobrevive em solos pedregosos dos campos rupestre e cerrado de Minas Gerais (Garcia 1998). No PEI, foi coletada na estrada de Baixo, mata do Manso e observada na trilha do Forno, em floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada de Baixo, 12/XII/1990, fr., Lima et al. 4066 (OUPR); mata do Manso, próximo do alojamento, 19/IX/2004, fl., Lima & Garcia 211 (VIC).

23. Mimosa scabrella Benth ., J. Bot. 4: 387-388. 1841. Figuras 161-166

Árvore 5-12m alt., ramo estriado, escabro. Estípula 4mm compr., lanceolada, caduca; pecíolo 2-4,5cm compr., escabro; raque 3-4,5cm compr., cilíndrica, escabra; nectário ausente. Folha bipinada, pinas 4-5 pares; foliólulos 23-34 pares, 7-8x2,1cm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice obtuso, ambas as faces revestidas por tricomas estrelados. Inflorescência capituliforme em fascículo axilar ou racemo terminal, homomórfica; pedúnculo 7-9mm compr., escabro; raque globosa, diâmetro da inflorescência 5-6mm (excluindo filetes). Flor tetrâmera, actinomorfa, séssil, andromonóica; cálice 0,8-1mm compr., campanulado, glabro externamente; corola gamopétala, 3,5mm compr., puberulenta externamente; estames 4, filetes amarelos, livres, 6-7mm compr., glabros, anteras eglandulares, estaminódios 4; gineceu rudimentar. Craspédio, 3x0,9 cm, reto, plano compresso, margem sinuosa, ápice agudo, muricado; sementes 4, 6x4mm, obovadas, castanho- escuras. 77 Floresceu de agosto a outubro e frutificou setembro a dezembro. A ausência de nectário, as flores tetrâmeras, e o fruto craspédio são característicos deste gênero (Barneby 1991). O ramo escabro, folíolo revestido por tricomas estrelados e o fruto muricado são diagnósticos desta espécie, que tem afinidades com M. eriocarpa Benth., pelo número de foliólulos (23-24 pares) e difere desta pelo porte arbóreo (Barneby 1991). No Brasil ocorre desde o sudeste do ao Rio Grande do Sul, sendo uma espécie comum em floresta perturbada, regiões de altitude e floresta de araucária (Barneby 1991; Lorenzi 1992). No PEI, foi coletada na estrada de Baixo e trilha do Forno, floresta estacional altimontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada de Baixo, 22/VIII/2005, fl., Lima & Pedreira 376 (VIC); trilha do Forno, 06/XII/2004, fr., Lima & Magalhães 233 (VIC).

24. Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. , Contrib. Gray Herb. 59: 17. 1919. Acacia gonoacantha Mart., Herb. Fl. Bras. 20 (2): 109. 1837. Figuras 167-171

Árvore 10-20m alt., ramo cilíndrico, cristado, tomentoso, acúleos não recurvos. Estípula 5mm compr., linear-lanceolada, caduca; pecíolo 2-3,2cm compr., tomentoso, acúleos não recurvos; raque 6,5-11cm compr., canaliculada, tomentosa, acúleos não recurvos; nectário subséssil, urceolado, no pecíolo, entre os pares de pinas distais e pares de foliólulos distais. Folha bipinada, pinas 7-10 pares; foliólulos (28-)-32-50 pares, 5-6x1cm, opostos, oblongos, base oblíqua, ápice agudo, ambas as faces glabrescentes. Inflorescência espiciforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 4- 10mm compr., tomentoso; raque 50-65mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 0,4- 0,5mm compr., campanulado, pubescente externamente; corola dialipétala, 1,2-1,5mm compr., glabra externamente; estames 10, filetes brancos, livres, 1,8-2mm compr., glabros, anteras glandulares na antese; ovário 0,6-0,8mm compr., glabro, estípite 0,8-1mm compr., glabro; estilete 1-1,2mm compr., glabro. Legume, 12-17x2,4-2,5cm, reto, plano compresso, margem inteira, ápice obtuso, puberulento; sementes 12-15, 0,4-0,5x0,4-0,5mm, arredondadas, castanho-escuras. Floresceu de janeiro a fevereiro e frutificou de março a agosto. Os ramos armados, cristados e a corola dialipétala são diagnósticos desta espécie entre as arbóreas ocorrentes no PEI. No Brasil pode ser encontrada nos estados do Piauí, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina (Bentham 1876; Lewis 1987; Tamashiro 1989; Mendonça-Filho 1996). Habita principalmente floresta pluvial de encosta atlântica e floresta estacional entre 500-700m de altitude (Lorenzi 1992). No PEI, foi coletada no Cibrão, em

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Figuras 161-166. Mimosa scabrella Benth. 161. Ramo com inflorescência. 162. Indumento da raque foliar. 163. Indumento da face adaxial do foliólulo. 164. Flor andromonóica em corte longitudinal. 165. Detalhe do rudimento do gineceu ( Lima & Pedreira 376 ). 166. Craspédio ( Lima & Magalhães 233 ). Figuras 167-171. Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. 167. Folha. 168. Acúleo. 169. Nectário. 170. Flor em corte longitudinal ( Lima et al. 264 ). 171. Fruto ( Lima et al. 344) . Figuras 172-175. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. Lima. 172. Folha. 173. Nectário (Lima & Duelhi-Filho 379 ). 174. Detalhe da inflorescência ( Lopes et al. 37). 175. Fruto ( Lima & Duelhi-Filho 379 ). Figuras 176-178. Stryphnodendron polyphyllum Mart. 176. Pina. 177. Nectário. 178. Fruto ( Lima et al. 347 ). 79 área de floresta estacional submontana, e observada na trilha do Custódio, floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais : Mariana, PEI, Cibrão, 20/I/2005, fl., Lima et al. 264 (VIC); 27/IV/2005, fr., Lima et al. 344 (VIC); 19/V/2005, fr., Lima & Andrade 353 (VIC).

25. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. Lima , Arq. Jard. Bot. Rio de Janeiro 30:57. 1991. Acacia contorta DC., Prodr. 2: 470. 1825. Figuras 172-175

Árvore 18-20m alt., ramo estriado, glabrescente ou tomentoso. Estípula caduca, não observada; pecíolo 1,5-2,4cm compr., glabrescente ou tomentoso; raque 9-12,7cm compr., canaliculada, tomentosa; nectário séssil, pateliforme, arredondado, no pecíolo, entre os pares de pinas distais e pares de foliólulos distais. Folha bipinada, pinas 16-24 pares; foliólulos 37-52 pares, 2,1-3,2x0,5-0,6cm, opostos, lineares ou falcados, base oblíqua, ápice agudo ou subagudo, ambas as faces glabrescentes. Inflorescência espiciforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 10-15mm compr., tomentoso; raque 70-120mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 1mm compr., campanulado, seríceo externamente; corola gamopétala, 2mm compr., serícea externamente; estames 10, filetes brancos, livres, 4mm compr., glabros, anteras glandulares na antese; ovário 1mm compr., viloso, estípite 1mm compr., glabra; estilete 1-mm compr., glabro. Folículo, 26,6-32x1,3- 1,8cm, contorcido, plano compresso, margem inteira ou levemente sinuosa, ápice mucronulado, glabro; sementes 11-16, 17-26x11mm, oblongo-ovadas, preto-esverdeadas. Floresceu de janeiro a fevereiro e frutificou de abril a setembro. Segundo Lewis & Lima (1991), P. contorta tem semelhanças com P. brenanii G.P. Lewis & M.P. Lima, da qual se diferencia pelas estípulas caducas, ovário piloso e fruto com margens sinuosas (Lewis & Lima 1991). No Brasil pode ser encontrada nos estados da Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Lewis & Lima 1991). Habita formações de floresta Atlântica (matas de encosta, matas de restinga e mata de cipó), caatinga e como remanescente em plantações de cacau (Lewis & Lima 1991). No PEI, foi coletada no Cibrão, em floresta estacional submontana. Material examinado : Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 22/VIII/2005, fr., Lima & Duelhi-Filho 379 (VIC). Material adicional examinado : Brasil. Minas Gerais: Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, Setor de Dendrologia, 13/X/2001, fl., Lopes et al. 37 (VIC).

80 26. Stryphnodendron polyphyllum Mart ., Herb. Fl. Bras. 20 (2): 117. 1837. Figuras 176-178

Árvore 5-6m alt., ramo cilíndrico, glabro ou ferrugíneo-pubescente. Estípula não observada, caduca; pecíolo 3,5-6cm compr., pubescente ou tomentoso; raque 10-18cm compr., canaliculada, pubescente ou tomentosa; nectário séssil, verruciforme, no pecíolo e entre os pares de pinas distais. Folha bipinada, pinas 12-16 pares; foliólulos 18-21 pares, 7-10x2,5-4cm, alternos, oblongos, base oblíqua, ápice obtuso, ambas as faces revestidas seríceas. Inflorescência espiciforme, axilar, homomórfica; pedúnculo 15-18mm compr., ferrugíneo-puberulento; raque 50-60mm compr. Flor pentâmera, actinomorfa, séssil; cálice 0,8-1mm compr., campanulado, glabro externamente; corola gamopétala, 2mm compr., glabra externamente; estames 10, filetes vináceos, livres, 2-3mm compr., glabros, anteras glandulares na antese; ovário 0,5mm compr., glabro, estípite 0,1mm compr.; estilete 3,2mm compr., glabro. Legume nucóide, 7-8x1-2cm, reto, plano compresso, margem inteira, ápice obtuso, ferrugíneo-puberulento; semente não observada. Floresceu em dezembro e frutificou em março. Os foliólulos alternos revestidos por tricomas seríceos, filetes vináceos e o legume nucóide são característicos desta espécie. Ocorre nos estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Martins 1974; Lewis 1987; Mendonça-Filho 1996). No PEI, foi coletada na estrada do Cibrão e na trilha de Belém, floresta estacional submontana e montana, respectivamente. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 07/XII/2004, fl., Lima & Araújo 247 (VIC); trilha de Belém, 31/III/2005, fr., Lima et al. 347 (VIC).

Papilionoideae

27. Andira fraxinifolia Benth ., Comm. Legum. Gen . 44. 1837. Figuras 179-181

Arbusto ou árvore, ramo estriado, tomentoso. Estípula 2mm compr., triangular, caduca; estipela 3-4mm compr., linear-lanceolada, persistente; pecíolo 2,5-5,4cm compr., tomentoso ou viloso; raque 7-13,5cm compr., canaliculada, tomentosa ou vilosa. Folha 13-foliolada, imparipinada; folíolos 9,5-12x3,2-3,6cm, opostos, elípticos ou oblongos, base aguda, ápice cuspidado, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência panícula, terminal, 2-4-flora; pedúnculo 1-1,7cm compr., tomentoso ou viloso; raque 1,2-2,7cm compr., tomentoso ou viloso. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,3-0,6cm compr.; 81 cálice 10mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 1-2mm compr., puberulento externamente; corola roxa, estandarte 16mm compr., glabro externamente, alas 16mm compr., pétalas da carena 16mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (9+1), 14-16mm compr., anteras uniformes; ovário 8mm compr., seríceo, estípite 3mm compr.; estilete 5mm compr., curvado, seríceo; estigma terminal, glabro. Drupa, 3,5x1,5cm, oblíqua, ápice cuspidado, glabrescente; semente 1, 15x8mm, globosa, amarela. Não floresceu nem frutificou no período de estudo. Na floresta atlântica pode ser confundida com A. anthelmia (Vell.) J.F. Macbr., A. ormosioiodes Benth. e A. legalis (Vell.) Toledo, das quais se diferencia pelas estípulas caducas e flores menores que 17mm compr. (Pennington 2003). No Brasil, ocorre no estado de Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (Pennington 2003). No PEI, foi coletada no Cibrão, floresta estacional submontana, e observada na trilha de Belém, em floresta estacional montana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 20/I/2005, st., Lima et al. 409 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, Mina da Samitri, 07/IX/2000, fl., Mota & Viana 626 (BHCB); Rio Vermelho, 19/V/1995, fr., s/ coletor s/nº (VIC 15716).

28. Bowdichia virgilioides Kunth ., Nov. Gen. Sp. 6: 376. 1823. Figuras 182-183

Árvore 4m alt., ramo cilíndrico, tomentoso. Estípula 4-5mm compr., ovada, caduca; estipela inconspícua; pecíolo 1,8-2,8cm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque 5-8,7cm compr., canaliculada, ferrugíneo-tomentosa. Folha 9-13-foliolada, imparipinada; folíolos 4-5,4x1,1-1,8cm, alternos, oblongos, base obtusa, ápice obtuso, face adaxial glabra, face abaxial alvo-serícea, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência panícula, terminal, 10-16-flora por racemo; pedúnculo 1- 1,5cm compr., tomentoso; raque 4-5,5cm compr., tomentosa. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,5cm compr.; cálice 10mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 3mm compr., pubescente externamente; corola azul; estandarte 16mm compr., glabro externamente, alas 15mm compr., pétalas da carena 15mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, dialistêmones, 8-10mm compr., anteras uniformes; ovário 4mm compr., ciliado, estípite 2mm compr.; estilete 2mm compr., torcido, glabro; estigma terminal, glabro. Legume samaróide, 4-5,5x0,9-1,1cm, oblongo, ápice apiculado, glabro; sementes 1-3, 5x3mm, obovadas, marrom-avermelhadas. Floresceu em setembro e frutificou em novembro. 82 As flores azuis e os legumes samarídeos são características que diferenciam esta espécie das demais Papilionoideae arbóreas ocorrentes no PEI. Bowdichia virgilioides possui caducifólia associada a floração (Queiroz 2004), e as estipelas desta espécie são inconspícuas, sendo visíveis apenas nas folhas jovens do material botânico. Existem registros desta espécie para Brasil, Bolívia, Paraguai, Venezuela, Colômbia, Guiana e Suriname (Ildis 2005). No Brasil, ocorre nos estados da Bahia, Pará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo (Bentham 1875; Lewis 1987; Lorenzi 1992). Habita áreas de restinga, cerrado e formações de campos rupestres em altitudes de até 1200m (Lewis 1987; Lorenzi 1992; Zappi et al. 2003). No PEI, foi coletada na estrada do Cibrão, em floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 26/IX/2005, fl., Lima & Garcia 388 (VIC); 16/XI/2005, fr., Lima & Araújo 402 (VIC).

29. Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth. , J. Linn. Soc. Bot. 4(Suppl.): 36. 1860. Pterocarpus niger Vell., Fl. Flum.: 300. 1829. Figuras 184-186

Árvore 3-18m alt., ramo cilíndrico, glabro ou tomentoso. Estípula não observada, caduca; estipela ausente; pecíolo 0,6-1,2cm compr., tomentoso; raque 4,5-9,5cm compr., cilíndrica, tomentosa. Folha 11-23-foliolada, imparipinada; folíolos 1,2-2,3x0,4-0,6cm, alternos, oblongos, base obtusa ou oblíqua, ápice retuso ou obtuso, face adaxial glabra, face abaxial serícea, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência cimeira escorpióide, axilar, 6-10-flora por cimeira; pedúnculo 0,4-0,6cm compr., viloso; raque 0,8-1,9cm compr., viloso. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1cm compr.; cálice 7mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 1,5-3mm compr., pubescente externamente; corola branca, estandarte 8mm compr., glabro externamente, alas 8mm compr., pétalas da carena 5mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 6-8mm compr., anteras isomorfas; ovário 2mm compr., viloso, estípite 3mm compr.; estilete 1mm compr., geniculado, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara, 5-10,5x1,2-2,2cm, elíptica, região seminífera central, ápice agudo ou mucronulado, glabra; sementes 1-2, 6x3,5mm, reniformes, castanhas. Apesar do acompanhamento mensal no campo, os indivíduos não floresceram no período de estudo, mas frutificaram de dezembro a outubro. Os folíolos oblongos de ápice retuso, estandarte glabro externamente, estilete geniculado são característicos desta espécie (Carvalho 1997). No Brasil esta espécie é um componente de floresta atlântica do sul da Bahia ao norte de São Paulo, extendendo-se até Minas Gerais em florestas semidecíduas tropicais ao longo de vales de 83 rios (Carvalho 1997). No PEI, foi coletada no Cibrão e trilha de Belém, floresta estacional submontana e montana, respectivamente. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 07/XII/2004, fr., Lima & Araújo 252 (VIC); 23/VIII/2005, fr., Lima & Duelhi-Filho 378 (VIC); trilha de Belém, 21/I/2005, fr., Lima et al. 282 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Ponte Nova, BR-356, próximo ao Bar Pimenteira, 23/X/2004, fl., Lima & Garcia 214 (VIC).

30. Dalbergia aff . revoluta Ducke , Arch. Jard. Bot. Rio de Janeiro 4: 73-74. Figuras 187-189

Árvore 4m alt., ramo estriado, glabro ou puberulento. Estípula não obervada; estipela ausente; pecíolo 2,5-3cm compr., tomentoso; raque 2,8-3,4cm compr., estriada, tomentosa. Folha 5- 7-foliolada, imparipinada; folíolos 4,2-7x1,8-2,7cm, alternos, obovados, base aguda, ápice emarginado ou obcordado, ambas as faces glabras ou glabrescentes, margem revoluta, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência não observada. Flor não observada. Sâmara, 4,5-7x1,2- 1,5cm, elíptica ou oblonga, região seminífera central, ápice mucronulado ou apiculado, glabro; sementes 1-3, 7x5mm, rômbicas, castanho-avermelhadas. Não foram observadas flores no período de estudo, mas frutos de setembro a novembro. Difere das demais espécies arbóreas de Dalbergia ocorrentes no PEI pelo menor número de folíolos, de ápice emarginado ou obcordado e margem revoluta. Existem registros desta espécie para as Guianas, Venezuela e Brasil, onde é citada para os estados do Amapá, Amazônia, Roraima, ocupando áreas de campos arenosos e florestas ao longo do rio Orinoco (Carvalho 1997). No PEI, foi coletada na Estrada do Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 26/IX/2005, fr., Lima & Garcia 386 (VIC).

31. Dalbergia villosa var . villosa (Benth.) Benth. , J. Linn. Soc. Bot. 4(Suppl.): 38. 1860. Miscolobium villosum Benth., Comm. Legum. Gen. 40. 1837. Figuras 190-192

Árvore 3-5m alt., ramo cilíndrico, glabrescente ou tomentoso. Estípula 1-2mm compr., oblonga, caduca; estipela ausente; pecíolo 0,5-0,7cm compr., tomentoso; raque 3,4-4,7cm compr., estriada, tomentosa. Folha 15-17-foliolada, imparipinada; folíolos 1,8-2,5x0,5-1cm, alternos, 84

Figuras 179-181. Andira fraxinifolia Benth. 179. Estipela. 180. Flor. 181. Androceu ( Mota & Viana 626 ). Figuras 182-183. Bowdichia virgilioides Kunth. 182. Folha. 183. Fruto ( Lima & Araújo 402 ). Figuras 184-186. Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth. 184. Folíolo. 185. Flor (Lima & Garcia 214 ). 186. Fruto ( Lima et al. 252). Figuras 187-189. Dalbergia aff. revoluta Ducke. 187. Folha. 188. Corte transversal do folíolo. 189. Fruto ( Lima & Garcia 386 ). Figuras 190-192. Dalbergia villosa var. villosa (Benth.) Benth. 190. Folíolo. 191. Flor ( Lima & Casazza 404 ). 192. Fruto ( Lima et al. 280 ). Figuras 193-195. Machaerium brasiliense Vogel. 193. Folíolo. 194. Indumento da face abaxial do folíolo. 195. Fruto ( Lima et al. 370 ). Figuras 196-197. Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld. 196. Estípula. 197. Folíolo ( Lima et al. 408 ). Figuras 198-200. Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 198. Folíolo. 199. Estípula ( Lima & Garcia 398 ). 200. Fruto (Valente & Basílio 289). 85 elípticos ou obovados, base obtusa ou atenuada, ápice obtuso, face adaxial glabrescente ou serícea, face abaxial serícea, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência panícula, axilar, 10-12-flora por racemo; pedúnculo 0,5cm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque 1cm compr., ferrugíneo- tomentosa. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1-0,2cm compr.; cálice 4mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 1-2mm compr., viloso externamente; corola branca, estandarte 5mm compr., tomentoso externamente, alas 5mm compr., pétalas da carena 5mm compr.; androceu heterodínamo, estames 9, monadelfos, 4-5mm compr., anteras isomorfas; ovário 3mm compr., viloso, estípite 1mm compr.; estilete 1mm compr., reto, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara, 3- 4,5x0,8-1cm, elíptica, região seminífera central, ápice mucronulado, glabrescente; semente 1, 7x5mm, reniforme, castanha. Floresceu em novembro e frutificou em janeiro. Dalbergia villosa possui duas variedades: villosa e barretoana (Hoehne) A.M. de Carvalho, sendo que a variedade típica é diferenciada pelos ramos jovens vilosos e estandarte de até 5,5mm compr. (Carvalho 1997). Ocorre no Brasil central principalmente nos estados de Minas Gerais e São Paulo, habitando predominantemente áreas de cerrado, mas pode ocupar florestas de galeria e floresta latifoliolada semidecídua (Lorenzi 1992; Carvalho 1997). No PEI, foi coletada na estrada do Cibrão e trilha de Belém, floresta estacional submontana e montana, respectivamente, e observada nas trilhas da Alcan, Baú, Forno e Custódio, e estradas da Torre e de Baixo, em áreas de floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, trilha de Belém, 21/I/2005, fr., Lima et al. 280 (VIC); 17/V/2005, fl. Lima & Casazza 404 (VIC); Ouro Preto, estrada para Fazenda do Manso, 15/I/1994, fl., Dias & Roschel s/nº (OUPR 1347); 12/XII/1990, fr., Lima et al. 4064 (OUPR).

32. Machaerium brasiliense Vogel , Linnaea 11:185. 1837. Figuras 193-195

Árvore 2-4m alt., ramo cilíndrico, pubescente ou tomentoso. Estípula não observada, caduca; estipela ausente; pecíolo 1,6-2,4cm compr., pubescente ou ferrugíneo-tomentoso; raque 4- 8,2cm compr., cilíndrica, pubescente ou ferrugíneo-tomentosa. Folha 9-11-foliolada, imparipinada; folíolos 2,5-6x0,9-1,7cm, alternos, elípticos, base obtusa, ápice acuminado, face adaxial glabra, face abaxial glabrescente ou ferrugíneo-velutina, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência racemosa, axilar, 8-12-flora; pedúnculo 1,8-2cm compr., tomentoso; raque 2-3cm compr., tomentosa. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1cm compr.; cálice 4mm compr., campanulado, 86 5-laciniado, lacínios 1mm compr., tomentoso externamente; corola creme-esverdeada; estandarte 8mm compr., seríceo externamente, alas 7,5mm compr., pétalas da carena 7mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (9+1), 6-7mm compr., anteras isomorfas; ovário 3mm compr., viloso, estípite 1,5mm compr.; estilete 3mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara, 6,8-8,4cm compr., falciforme, região seminífera basal, ápice obtuso ou apiculado, glabrescente; semente 1, 12x8mm, reniforme, enegrecida. Não foram observadas flores no período de estudo, mas frutos em junho. Os folíolos glabros na face adaxial, de ápice acuminado e frutos glabrescentes diferem M. brasiliense de M. villosum , outra espécie do gênero também ocorrente no PEI. M. brasiliense é uma espécie próxima de M. triste da qual se diferencia pelo hábito arbóreo e flores pediceladas (Sartori & Tozzi 1998). Ocorre na Argentina e Brasil, onde pode ser encontrada nos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo (Lewis 1987; Mendonça-Filho 1996; Sartori & Tozzi 1998). Habita áreas de cerradão, mata ciliar e mata mesófila semidecídua (Sartori & Tozzi 1998). No PEI, foi coletada na trilha de Belém e observada no Cibrão, floresta estacional montana e submontana, respectivamente. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, trilha de Belém, 17/VI/2005, fr., Lima et al. 370 (VIC); Ouro Preto, estrada de Baixo, 23/I/2001, fr., Messias et al. 497 (OUPR). Materail adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Viçosa, ESAU, 10/X/1933, fl., Kuhlmam s/nº (VIC 2221).

33. Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld , Tribuna Farm. 12: 132. 1944. Nissolia hirta Vell., Fl. Flumin.7: 78. 1760. Figuras 196-197

Árvore 12m alt., ramo cilíndrico, puberulento, armado. Estípula 0,3-0,5cm compr., aculeada, acúleo recurvo; estipela ausente; pecíolo 0,4-0,8cm compr., pubescente ou ferrugíneo-tomentoso; raque 5,5-8cm compr., cilíndrica, pubescente ou ferrugíneo-tomentosa. Folha (29-)37-45-foliolada, imparipinada; folíolos 0,9-1,6x0,2-0,4cm, alternos ou subopostos, estreito-oblongos, base obtusa, ápice mucronado, face adaxial glabrescente, face abaxial serícea, venação craspedódroma, concolor. Inflorescência paniculada, axilar ou terminal, 8-15-flora por racemo; pedúnculo 0,3-0,4cm compr., ferrugíneo-seríceo; raque 0,5-3,5cm compr., ferrugíneo-seríceo. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1-0,2cm compr.; cálice 6mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 1mm compr., puberulento externamente; corola roxa, estandarte 8mm compr., velutino externamente, alas 8mm compr., pétalas da carena 7mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 7-9mm compr., anteras isomorfas; ovário 5mm compr., velutino, estípite 2mm compr.; estilete 2mm 87 compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara, 5,5-6,5cm compr., subfalcada, região seminífera basal, ápice agudo, pubescente; semente 1, 12x8mm, reniforme, enegrecida. Não floresceu nem frutificou no período de estudo. É uma espécie próxima de M. aculeatum Radii, da qual se diferencia por apresentar hábito arbóreo e estípulas aculeadas retilíneas (Mendonça-Filho 2002). Estas são muito confundidas, inclusive em publicações florísticas (Lorenzi 1992; Pedrali et al. 1997). Segundo Hoehne (1941) M. angustifolium Vogel foi tratada como sinônimo de M. aculeatum . Lima (1995) considerou M. angustifolium como sinônimo de M. hirtum . Estudos recentes realizados por Mendonça-Filho et al. (2002) baseados em características morfológicas e número de cromossomos confirmam a separação de M. aculeatum e M. hirtum resolvendo de forma consistente a delimitação taxonômica dos mesmos. Tem registros na América Central, México, Colômbia, Suriname, Guiana, Venezuela, Peru e Brasil (Ildis 2005). No Brasil ocorre nos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul (Mendonça-Filho 1996; Dubs 1998; Sartori & Tozzi 1998). No PEI, foi coletada no Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada do Cibrão, 16/VI/2005, st., Lima & Garcia 408 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Barroso, Mata do Baú, 03/I/2002, fl., Assis 378 (VIC); Juiz de Fora, V/1993, fr., Silveira & Lisboa s/nº (VIC 14345).

34. Machaerium nyctitans (Vell.) Benth., Comm. Legum. Gen. 34. 1837. Nissolia nyctitans Vell., Fl. Flumin. 7: 75. 1760. Figuras 198-200

Árvore 3-6m alt., ramo cilíndrico, ferrugíneo-tomentoso, armado. Estípula 0,9-1,1cm compr., aculeada, acúleo retilíneo; estipela ausente; pecíolo 0,4-2,7cm compr., ferrugíneo- tomentoso; raque 5-8cm compr., estriada, tomentosa. Folha 13-21-foliolada, imparipinada; folíolos 1,3-2,3x0,5-1cm, alternos ou subopostos, oblongos, base obtusa, ápice obtuso, ambas as faces seríceas, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência paniculada, terminal, 16-18-flora por racemo; pedúnculo 0,4-0,8cm compr., ferrugíneo-pubescente; raque 1,4-1,6cm compr., ferrugíneo- pubescente. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1cm compr.; cálice 5mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 1,5-2mm compr., ferrugíneo-seríceo externamente; corola vinácea, estandarte 9mm compr., ferrugíneo-seríceo externamente, alas 8mm compr., pétalas da carena 7mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 6-8mm compr., anteras isomorfas; ovário 3mm compr., seríceo, estípite 3mm compr.; estilete 1mm compr., reto, glabro; estigma terminal, glabro. 88 Sâmara, 5,5-6cm compr., falcada, região seminífera basal, ápice obtuso, glabra; semente 1, 6x3mm, oblonga-reniforme, castanho-escura. Foi utilizado material adicional do VIC porque esta espécie não floresceu nem frutificou no período de estudo. Não foram tratadas as variedades desta espécie no presente trabalho porque as mesmas são delimitadas pelas características florais e as flores descritas no material adicional são da região de Viçosa. Os ramos armados, raque e pecíolo tomentosos são características que facilitam o reconhecimento desta espécie (Sartori & Tozzi 1998). Machaerium nyctitans é uma espécie próxima de M. floridum (Mart. ex Benth.) Ducke e M. scleroxylon Tul., das quais se diferencia pelo maior tamanho das folhas, inflorescência e frutos e pela coloração da pétala (Mendonça-Filho 2002). No Brasil, pode ser encontrada nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná (Sartori & Tozzi 1998; Mendonça-Filho 2002). Ocorre em mata mesófila semidecídua, podendo ocorrer em florestas costeiras (Sartori & Tozzi 1998; Mendonça- Filho 2002). No PEI, foi coletada na trilha de Belém e estrada de Baixo, floresta estacional montana e altimontana, respectivamente, observada nas trilhas da Alcan, Baú, Custódio, Forno e estrada da Torre, áreas de floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, trilha de Belém, 17/VI/2005, st., Lima et al. 399 (VIC); Ouro Preto, estrada de Baixo, 27/IX/2005, st., Lima & Garcia 398 (VIC). Material adicional examinado: Brasil. Minas Gerais: Viçosa, Reserva Florestal Mata do Paraíso, fl., 11/VI/2005, Rodrigues & Basílio 47 (VIC); 24/X/2005, fr., Valente & Basílio 589 (VIC).

35. Machaerium villosum Vogel , Linnaea 11: 189. 1837 . Figuras 201-203

Árvore 7-12m alt., ramo cilíndrico, glabrescente ou alvo-viloso. Estípula não observada, caduca; estipela ausente; pecíolo 3,1-5,1cm compr., alvo-viloso; raque 8-15cm compr., cilíndrica, alvo-vilosa. Folha 15-23-foliolada, imparipinada; folíolos 5,4-8,2x1,4-3cm, alternos ou subopostos, elípticos, oblongos ou ovado-lanceolados, base atenuada ou obtusa, ápice agudo, ambas as faces alvo-vilosas, venação broquidódroma, discolor. Inflorescência paniculada, axilar, 10-flora por racemo; pedúnculo 1,1-3cm compr., alvo-viloso; raque 4,5-6cm compr., alvo-vilosa. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,1cm compr.; cálice 5mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 2-4mm compr., seríceo externamente; corola roxa, estandarte 9mm compr., seríceo externamente, alas 7mm compr., pétalas da carena 8mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 6-7mm compr., anteras isomorfas; ovário 3mm compr., viloso, estípite 3mm 89 compr.; estilete 1mm compr., geniculado, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara oblonga, região seminífera basal, 5-6cm compr., região seminífera 0,9-1cm larg., asa 1,1-1,4cm larg., ápice obtuso, ferrugíneo-seríceo; semente 1, 9x6mm, reniforme, castanho-escura. Floresceu de outubro a dezembro e frutificou de novembro a fevereiro. M. villosum é uma espécie próxima de M. acutifolium Vog. e M. cantarellianum Hoehne, sendo que da primeira difere pelos folíolos oblongos, sempre revestidos e da segunda pelo hábito arbóreo e folíolos maiores e vilosos na face abaxial (Sartori & Tozzi 1998) No Brasil, ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná (Lewis 1987; Sartori & Tozzi 1998). A espécie ocorre em borda e interior de mata cerrado, cerradão, e floresta semidecídua de altitude (Lorenzi 1992; Sartori & Tozzi 1998). No PEI, foi coletada na trilhas de Belém e Alcan, floresta estacional montana e altimontana, respectivamente, e observada nas trilhas do Cibrão, floresta estacional submontana, Baú, Custódio, Forno, e estradas da Torre e de Baixo, em áreas de floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, trilha de Belém, 31/II/2005, fr., Lima et al. 328 (VIC). Ouro Preto, trilha da Alcan, 24/X/2004, fl., Lima & Garcia 227 (VIC).

36. Ormosia friburgensis Taub. ex Harms ., Feddes Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 19: 290. 1924. Figuras 204-206

Árvore 15m alt., ramo estriado, glabro. Estípula não observada, caduca; estipela ausente; pecíolo 1,5-2,5cm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque 5,8-7,2cm compr., estriada, ferrugíneo- tomentosa. Folha 7-9-foliolada, imparipinada; folíolos 7,5-10x2,5-4,4cm, opostos, elíptico-oblongos ou obovados, base aguda, ápice acuminado, face adaxial glabra, face abaxial pubescente, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência não observada. Flor não observada. Legume, 4,5-8x3,2- 4cm, oblíquo, ápice agudo, ferrugíneo-tomentoso; semente 1-2, 2,4x1,8cm, globosas, vermelho- amarelas ou vermelho-alaranjadas. Apesar de acompanhar a espécie para coleta de flores, estas não foram observadas, mas frutificou em agosto. O. friburgensis é próxima de uma espécie nova de Ormosia , ocorrente no Rio de Janeiro que está sendo descrita por Meireles & Lima (prelo), pelos frutos indeiscentes, semente globosa com testa laranja, vermelha ou vinácea. Entretanto, O. friburgensis caracteriza-se pelo folíolo com indumento tomentoso, áureo ou subáureo na face adaxial e nervuras secundárias bastante conspícuas (Rudd 1965). No Brasil pode ser encontrada nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo (Rudd 1965) sendo este o primeiro registro de ocorrência para Minas Gerais. Habita margens de rios e matas de encosta 90

Figuras 201-203. Machaerium villosum Vogel. 201. Folíolo. 202. Indumento da face abaxial do folíolo ( Lima & Garcia 227 ). 203. Fruto ( Lima et al. 328 ). Figuras 204-206. Ormosia friburgensis Taub. ex Harms. 204. Folíolo. 205. Indumento da face abaxial do folíolo ( Lima et al. 206) . 206. Fruto ( Lima et al. 396). Figuras 207-208. Platypodium elegans Vogel. 207. Folíolo. 208. Fruto ( Lima et al. 362). Figuras 209-210. Pterocarpus rohrii Vahl. 209. Ramo com inflorescência ( Damázio s/nº OUPR 4528 ). 210. Fruto ( Lima & Garcia 387 ). Figuras 211-214. Swartzia pilulifera Benth. 211. Folha. 212. Estipela. 213. Indumento da face abaxial do folíolo. 214. Flor ( Lima et al. 209 ). 91 em altitudes superiores a 800m (Rudd 1965; Lima et al. 1994). No PEI, foi coletada numa mata próxima a estrada da Torre, floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, mata próxima a estrada da Torre, 03/VIII/2004, fr., Lima et al. 206 (VIC); 23/VIII/2005, fr., Lima et al. 396 (VIC).

37. Platypodium elegans Vogel , Linnaea 11: 420-422. 1837. Figuras 207-208

Árvore 9-12m alt., ramo canaliculado, pubérulo. Estípula não observada, caduca; estipela ausente; pecíolo 0,8-1,1cm compr., pubérulo;, raque 7,6-9cm compr., canaliculada, pubérula. Folha 13-17-foliolada, imparipinada; folíolos 3,6-3,8x1,1-1,3cm, opostos ou alternos, oblongos, base aguda, ápice emarginado, face adaxial glabra, face abaxial tomentosa, venação camptódroma, concolor. Inflorescência panícula, terminal e axilar, 4-6-flora por racemo; pedúnculo 2-3cm compr., tomentoso; raque 1,5-1,8cm compr., tomentosa. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 1,6cm compr.; cálice 10mm compr., campanulado, 5-laciniado, lacínios 4mm compr., glabro ou puberulento externamente; corola amarela; estandarte 18mm compr., glabro externamente, alas 16mm compr., pétalas da carena 13mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, diadelfos (5+5), 10-12mm compr., anteras uniformes; ovário 6mm compr., seríceo, estípite 5mm compr.; estilete 4mm compr., curvado, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara, 8-9cm compr., oblonga, região seminífera apical, ápice obtuso, glabrescente; semente 1, 1,5x0,8cm, oblonga, castanha. Floresceu em novembro e frutificou em junho. O folíolo de ápice emarginado, venação camptódroma e a sâmara com região seminífera apical diferenciam esta espécie das demais Papilionoideae arbóreas ocorrentes no PEI. Ocorre na América Central e América do Sul, na Venezuela, Bolívia, Paraguai e Brasil (Lima 2000). No Brasil é citada para os estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Lewis 1987; Lorenzi 1992). No PEI, foi coletada no Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, Cibrão, 16/VI/2005, fr., Lima et al. 362 (VIC); 16/XI/2005, fl., Lima & Araújo 401 (VIC).

38. Pterocarpus rohrii Vahl , Symb. Bot. 2: 79-80. 1791. Figuras 209-210

Árvore 20m alt., ramo estriado, glabro ou puberulento. Estípula não observada, caduca; estipela ausente; pecíolo 1,5-3cm compr., glabro ou puberulento; raque 5-8cm compr., canaliculada, 92 glabra ou puberulenta. Folha 5-7-foliolada, imparipinada; folíolos 5,8-12x3-6,7cm, alternos, oblongos, elípticos ou obovados, base obtusa ou aguda, ápice obtuso ou acuminado, face adaxial glabra, face abaxial glabrescente ou pubescente, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência racemosa, axilar, ca. 45-flora; pedúnculo 3,6cm compr., tomentoso; raque 7cm compr., tomentosa. Flor zigomorfa, pedicelada, pedicelo 0,8cm compr.; cálice 6mm compr., campanulado, 5-laciniado, tubo 4mm compr., lacínios 2mm compr., puberulento externamente; corola amarela, estandarte 16mm compr., glabro externamente, alas 13mm compr., pétalas da carena 13mm compr.; androceu heterodínamo, estames 10, monadelfos, 7-9mm compr., anteras uniformes; ovário 3mm compr., viloso, séssil; estilete 10mm compr., reto, glabro; estigma terminal, glabro. Sâmara, 4,8-7,2x5,5- 6,7cm, orbicular, região seminífera central, ápice obtuso, glabro ou glabrescente; semente 1, 20x7cm, oblonga-reniforme, castanho-clara. Não foram observadas flores, mas frutos em setembro. O número, forma dos folíolos, as flores amarelas e a sâmara orbicular são características que auxiliam na identificação desta espécie (Bortoluzzi et al. 2004). Distribui-se no México, América Central, Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peu, Bolívia e Brasil (Lima et al. 1994). No Brasil, ocorre nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Maranhão (Lewis 1987; Lima et al. 1994). No PEI, foi coletada na estrada do Cibrão, floresta estacional submontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Mariana, PEI, estrada do Cibrão, 26/IX/2005, fr., Lima & Garcia 387 (VIC). Ouro Preto, base do Itacolomi, sem data, fr., Damázio s/nº (OUPR 4528).

39. Swartzia pilulifera Benth ., J. Bot. Hooker 2: 90. 1840. Figuras 211-214

Árvore 2-6m alt., ramo canaliculado, glabrescente, ferrugíneo tomentoso. Estípula 5-6mm compr., lanceolada, caduca; estipela 1-2mm compr., triangular, caduca; pecíolo 2-3cm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque 3,5-9,5cm compr., marginada, ferrugíneo-tomentosa. Folha 5-7- foliolada, imparipinada; folíolos 5,5-20x2-6,5cm, opostos ou subopostos, elípticos, oblongos ou obovados, base aguda ou obtusa, ápice agudo, obtuso ou retuso, ambas as faces ferrugíneo- tomentosas, venação broquidódroma, concolor. Inflorescência racemosa, axilar, 16-32-flora; pedúnculo 0,5-1cm compr., ferrugíneo-tomentoso; raque 5-8cm compr., ferrugíneo-tomentoso. Flor apétala, pedicelada, pedicelo 0,3-0,6cm compr.; cálice 5-6mm compr., inteiro no botão e 4- segmentado na antese, ferrugíneo-tomentoso externamente; corola ausente; androceu heterodínamo, 93 estames 29-32, dialistêmones, 2-3 estames maiores 5mm compr., 27-29 estames menores 2mm compr., anteras uniformes; ovário 2mm compr., seríceo, estípite 2mm compr.; estilete 0,5mm compr., geniculado, glabro; estigma terminal, glabro. Legume, 2x1,5cm, largo ovado ou elíptico, ápice obtuso, ferrugíneo-tomentoso ou glabrescente; semente 1, 1,5x0,8cm, obovada, preta, arilo branco. Floresceu de julho a agosto e frutificou de outubro a fevereiro. O comprimento do pecíolo (2-3cm) e da raque foliar (3,5-9,5cm), não conferem com a chave proposta por Mansano e Tozzi (1999a), mas abrangem a amplitude morfológica descrita por Cowan (1967). S. pilulifera tem afinidade com S. apetala , da qual se diferencia pelo ovário seríceo e fruto ferrugíneo tomentoso (Cowan 1967). No Brasil ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina (Cowan 1967; Mansano & Tozzi 1999a). Habita preferencialmente cerrado (Mansano & Tozzi 1999b). No PEI, foi coletada na estrada da Torre, trilha da Alcan, e observada na trilha do Baú e estrada de Baixo, áreas de floresta estacional altimontana. Material examinado: Brasil. Minas Gerais: Ouro Preto, PEI, estrada da Torre, 18/IX/2004, fl., Lima at al. 209 (VIC); 24/X/2004, fl., fr., Lima & Garcia 216 (VIC); trilha da Alcan, 16/II/2005, fr., Lima et al. 291 (VIC).

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101

CAPÍTULO 2 LEGUMINOSAE ADANS. NAS FLORESTAS ESTACIONAIS DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL: PREFERÊNCIA POR HABITAT, PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO E SIMILARIDADE FLORÍSTICA

2.1. INTRODUÇÃO

A família Leguminosae é considerada uma das três maiores famílias de angiospermas com 727 gêneros e 19.325 espécies (Lewis et al. 2005). A alta plasticidade ecológica da família, permite a ocupação dos mais diversos habitats, sendo uma característica peculiar e de relevante significado para sua grande diversidade nas formações vegetacionais neotropicais (Lima 2000). No Brasil a família está representada por 188 gêneros e 2100 espécies (Lima 2000), distribuídas em quase todas as formações vegetacionais (Barroso et al. 1991). Além disso, tem sido apontada como uma das mais representativas nos campos rupestres (Giulietti & Pirani 1988; Pirani et al . 2003; Garcia & Dutra 2004), cerrados (Mendonça et al. 1998) e em formações florestais (Ribeiro 1998; Lima 2000), evidenciando sua importância para a Flora do Brasil. Nos levantamentos florísticos realizados nos biomas do estado de Minas Gerais, Leguminosae também tem sido considerada como uma das mais representativas por Brandão & Gavilanes (1994) na Caatinga, Brandão & Gavilanes (1997) no Cerrado, Garcia & Dutra (2004) no campo rupestre, e Oliveira-Filho et al. (1994a) na Mata Atlântica. Segundo Martins (2000), no estado de Minas Gerais, ocorrem os seguintes biomas: Caatinga, ao norte, Cerrado, na porção leste- sudeste e Floresta Atlântica, na porção centro-ocidental. Em Minas Gerais, a Floresta Atlântica, está distribuída principalmente na Zona da Mata e compreende diferentes formações florestais: Ombrófila Mista, Ombrófila Densa e Estacional Semidecidual, sendo que esta última ocupa grande parte do território do Estado (Silva 2000).

As informações sobre as Florestas Estacionais Semideciduais de Minas Gerais apontam Leguminosae como uma das famílias mais representativas. O que pode ser comprovado pelos estudos de diversas regiões mineiras: na Zona da Mata (Meira-Neto et al. 1997a, b, c; Meira-Neto & Martins 2002; Silva et al. 2003); na região do Rio Doce: (Lombardi & Gonçalves 2000); no Sul de Minas (Oliveira-Filho & Machado 1993; Oliveira-Filho et al. 1994a, b, c; Oliveira-Filho & Ratter 1995; França & Sthelman 2004; Carvalho et al. 2005); na região Sudeste (Pedralli et al. 1997; Meyer et al. 2004).

As Florestas Estacionais do sudeste brasileiro estão inseridas numa área de transição entre Cerrado e Floresta Atlântica (Oliveira-Filho & Fontes 2000). Estas florestas formam corredores migratórios, via florestas de galeria, entre Cerrado e Floresta Atlântica (Oliveira-Filho & Ratter 102 1995). Estudos de similaridade visando compreender quais os elementos florísticos predominam nestas florestas também são escassos em Minas Gerais: Prado & Gibbs (1993), Oliveira-Filho & Ratter (1995), Oliveira-Filho & Fontes (2000) e Carvalho et al. (2005). A área estudada, o Parque Estadual do Itacolomi (PEI), está localizada na região sudeste do Estado, extremo oeste da Floresta Atlântica, zona de transição entre os domínios reais da referida Floresta e do Cerrado (Peron 1989). Sua vegetação está constituída, de acordo com a classificação de Veloso et al. (1991), por Campos Rupestres e Florestas Estacionais Semideciduais, sendo esta o objeto desse estudo. Considerando o gradiente altitudinal estas florestas são subdivididas em submontanas, montanas e altimontanas, segundo Oliveira-Filho & Fontes (2000). Diante da representatividade de Leguminosae como componente das florestas estacionais mineiras, e da insuficiência de estudos que identifiquem elementos florísticos das florestas da região sudeste do Estado, foram estabelecidos como objetivos desse trabalho: relacionar a ocorrência das Leguminosae nas trilhas do PEI com o gradiente altitudinal; verificar a preferência por habitat das espécies do PEI como elementos florísticos generalistas ou especialistas ao Domínio Florestal Atlântico sensu Oliveira-Filho & Fontes (2000); identificar os padrões de distribuição geográfica dos táxons estudados; comparar floristicamente as espécies arbóreas do PEI com outras áreas florestais nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, para identificá-las como possíveis elementos da Floresta Atlântica.

103

22. MATERIAL E MÉTODOS

2.2.1. Área de estudo

O Parque Estadual do Itacolomi (PEI) foi criado pelo decreto nº 4465 de 19 de junho de 1967 e está localizado (figura 1) entre os meridianos 43º32’ e 43º22’W e os paralelos 20º30’ e 20º20’S, fazendo limite com os municípios de Ouro Preto e Mariana (Messias et al. 1997). A vegetação do PEI está composta por duas formações vegetacionais: os campos e as florestas, cada uma delas apresentando variação de acordo com o solo, disponibilidade de água, altitude e relevo (Messias et al. 1997). As florestas do PEI, segundo Rizzini (1997), são caracterizadas como: Pluvial Ripária e Pluvial Baixo-Montana. De acordo com a classificação de Veloso et al. (1991), podem ser consideradas como Florestas Estacionais Semideciduais Montanas (acima de 550m de altitude). Oliveira-Filho & Fontes (2000) propõem uma classificação para Florestas Estacionais baseando-se na variação fitofisionômica relacionada à altitude: submontana entre 300-700m, montana entre 700- 1100m de altitude e altimontana acima de 1100m de altitude, que será adotada neste trabalho. A Serra do Itacolomi abrange uma área de aproximadamente 6.000 ha, com grandes declividades topográficas e altitudes que variam de 700 a 1772 m acima do nível do mar (Peron 1989). Os tipos de solos ocorrentes no PEI são: arenoso-claro, associado ao quartzito e argiloso, no qual predomina latossolo vermelho-amarelo, sendo este o mais comum em áreas de vegetação florestal (Messias et al. 1997). O clima regional é caracterizado como de altitude relativamente úmido, com nevoeiros freqüentes e ventos dominantes na direção sudeste. A temperatura média é de 21ºC, com máxima de 33ºC e mínima de 4ºC (Messias et al. 1997). A pluviosidade é de, aproximadamente, 2.000 mm anuais, com concentração de chuvas no período de novembro a março (figura 2).

Figura 1. Localização do Parque Estadual do Itacolomi e Áreas Estudadas. 1. Alcan; 2. Estrada de Baixo; 3.Forno; 4. Estrada da Torre; 5. Baú; 6. Custódio; 7. Belém; 8. Cibrão. 105

400 350 300 250 200 150 100 50 0 J F M A M J J A S O N D

Figura 2 - Precipitação média mensal, entre os anos de 2001 a 2004, na região de Ouro Preto (Fonte: Estação Meteorológica da Alcan, Saramenha).

2.2.2. Ocorrência das espécies de Leguminosae nas Trilhas amostradas do PEI

As espécies tratadas nesse capítulo são provenientes do estudo taxonômico das espécies de Leguminosae nas Florestas Estacionais do PEI (capítulo 1), que apresenta material testemunho no Herbário VIC, do Departamento de Biologia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa. Os dados referentes à ocorrência dessas espécies nas trilhas foram obtidos por meio de observações de campo, durante coletas mensais, de setembro/2004 a novembro/2005, ao longo das trilhas: 1. Alcan; 2. Estrada de Baixo; 3. Forno; 4. Estrada da Torre; 5. Baú; 6. Custódio; 7. Belém; 8. Cibrão.

2.2.3. Padrões de Distribuição Geográfica e Preferência por Habitat das espécies de Leguminosae encontradas no PEI

Os dados sobre a distribuição geográfica dos táxons foram obtidos a partir de revisões taxonômicas e/ou estudos florísticos. Os padrões de distribuição das mesmas foram adaptados de Lima et al. (1997); Lima (2000) e Morim (2002), em: 1. Anfiatlântico; 2. Neotropical; 3. América do Sul Ocidental-Centro-Oriental; 4. Brasil Centro-Oriental; 5. Brasil Atlântico Nordeste-Sudeste- Sul; 5. Brasil Atlântico Nordeste-Sudeste; 7. Brasil Atlântico Sudeste-Sul; 8. Brasil Atlântico Sudeste. As espécies também foram classificadas como elementos florísticos generalistas ou especialistas quanto à preferência por habitat. Foram consideradas especialistas as espécies exclusivas do domínio Florestal Atlântico sensu Oliveira-Filho & Fontes (2000), incluindo as florestas ombrófila densa e estacional. Generalistas as que além do domínio Florestal Atlântico habitam outros biomas como da Amazônia, Cerrado e/ou Caatinga. 106 2.2.4. Comparação Florística das espécies arbóreas de Leguminosae ocorrentes entre diferentes áreas Florestais

As espécies arbóreas das florestas estacionais do PEI foram comparadas com 13 trabalhos realizados em áreas florestais nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (tabela 1), através de uma matriz de presença e ausência que serviu de base para o cálculo do índice de similaridade de Sorensen. Para verificar a relação florística entre as áreas analisadas, foi utilizada uma análise de agrupamento pela técnica de ligação da média de grupo (UPGMA) usando o programa MVSP 3.13m (Kovach Computing Services 2004). A partir da listagem florística obtida dos trabalhos utilizados (tabela 1) foram inclusas na análise estatística apenas espécies arbóreas identificadas em nível específico; e as formações florestais destes trabalhos (tabela 1) foram reclassificadas de acordo com Oliveira-Filho & Fontes (2000). A validade dos nomes de gêneros e espécies, apresentados na tabela 5, foi verificada consultando revisões taxonômicas para as espécies estudadas e o Ildis (2005). Como muitos dos trabalhos analisados não identificaram os táxons em nível infra-específico, esta categoria foi considerada apenas em se tratando do nome válido da espécie.

Tabela 1. Levantamentos florísticos realizados em diferentes áreas florestais ocorrentes nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, utilizados na comparação florística. Localidade Referência Coordenadas Geográficas 1. Reserva Ecológica de Macaé de Cima/RJ Lima et al. 1994 22º21’-22º28’S 42º27’-42º35’W 2. Floresta de Itatiaia/RJ Morim 2002 22º30’-22º33’S 42º15’-42º19’W 3. Mata do Carvão/RJ Lima 2000 21º20’-21º26’S 41º03’-41º05’W 4. Cabo Frio/RJ Lima 2000 22º30’-23º00’S 42º15’-42º00’W 5. Estação Biológica de Caratinga/MG Mendonça-Filho 1996 19º50’S 41º50’W 6. Parque Estadual do Rio Doce/MG Nunes 2003; Bosquetti 2004; 19º48’-19º29’S Bortoluzzi et al. (2003;2004) 42º38’-48º28’W 7. Usina de Pilar, Ponte Nova/MG Meira-Neto et al. (1997a, b, c) 20º25’S 42º56’W 8. Viçosa/MG Meira-Neto & Martins 2002 20º45’S 42º55’W 8. Parque Estadual Rola – Moça/MG Meyer et al. 2004 22º03’-22º00’S 44º01’-43º58’W 7. Estação Ecológica do Tripuí/MG Pedralli et al . 1997 20º23’45’’S 43º34’33’’W 11. Lavras/MG Oliveira-Filho et al . 1994b 21º13’S 44º57’W 12. Serra de São José, Tiradentes/MG Oliveira-Filho & Machado 21º00’S 1993 44º15’W 13. Serra do Japi/SP Rodrigues & Shepherd 1992 23º11’S 46º52’W 14. Parque Estadual do Itacolomi/MG Lima (presente estudo) 20ë30’-20º20’S 43º32’-43º22’’W 107 2.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

2.3.1. Ocorrência das espécies de Leguminosae nas Trilhas amostradas do PEI

O estudo taxonômico das Leguminosae ocorrentes nas florestas estacionais do PEI (capítulo 1) amostrou 65 espécies nativas, cuja ocorrência é apresentada na tabela 2, juntamente com seus hábitos. Senna reniformis; Abarema langsdorffi, Abarema obovata; Dalbergia villosa var . villosa, Machaerium nyctitans e Machaerium villosum (tabela 2) foram considerados os táxons mais comuns nas florestas estacionais do PEI, ocorrendo em mais de 50% ou todas as trilhas amostradas. Os táxons restritos a uma única trilha das florestas estacionais do PEI (tabela 2) foram: Bauhinia leiopetala, Bauhinia longifolia, Cassia ferruginea var. ferruginea, Melanoxylon brauna, Senna multijuga var. lindleyana , Senna pneumatica; Acacia martiusiana, Acacia aff. riparia , Anandenanthera colubrina var . colubrina, Anadenanthera peregrina, Calliandra parvifolia, Inga edulis, Inga marginata; Bowdichia virgilioides, Chaetocalyx longiflora, Clitoria falcata var. falcata, Crotalaria paulina, Dalbergia aff. revoluta., Dioclea violacea, Indigofera suffruticosa, Machaerium hirtum, Ormosia friburgensis, Platypodium elegans, Poiretia punctata, Pseudopiptadenia contorta, Pterocarpus rohrii e Trifolium repens. A trilha do Cibrão corresponde a uma área de floresta estacional submontana (660-702m de altitude), que abrange um transecto na margem do rio Mainarte e a estrada do Cibrão. É a trilha mais preservada do PEI, embora tem sido degradada pela comunidade local, devido a extração de lenha. Foi verificada (tabela 2) nesta trilha a maior riqueza de táxons, 45, o que equivale a 69,2% das espécies amostradas nas florestas estacionais do PEI. A subfamília mais representativa (tabela 2) foi Papilionoideae (21 spp.). Calliandra parvifolia foi a espécie mais comum. Foram encontrados os hábitos (tabela 2) arbóreo, arbustivo, subarbustivo, herbáceo, trepador e liana nesta trilha. A trilha de Belém compreende uma área de floresta estacional montana (998-1035m de altitude), os táxons foram coletados ao longo de um transecto na mata e na estrada de Belém. As árvores desta área apresentaram troncos delgados, o que é comum às espécies ocorrentes em florestas montanas (Botrel et al. 2002). Esta trilha apresentou-se em 3º lugar quanto à riqueza de espécies (21), conforme dados da tabela 2. Papilionoideae foi a subfamília mais representativa (10 spp.). A espécie mais comum nesta trilha foi Machaerium nyctitans . Bauhinia leiopetala foi encontrada apenas nesta trilha. Foram observados todos os hábitos nesta área (tabela 2). As demais trilhas estudadas: estrada de Baixo, Alcan, Forno, Custódio, Baú e estrada da Torre ocupam áreas de floresta estacional altimontana, e encontram-se em regeneração devido a queimadas desencadeadas na estação seca. 108 Tabela 2. Espécies de Leguminosae das florestas estacionais do PEI, suas subfamílias, seus hábitos e ocorrência nas trilhas, classificadas de acordo com os tipos vegetacionais predominantes. Legenda do hábito: A – Árvores; Ab – Arbustos; Sb – Subarbustos; E – Ervas; T – Trepadeiras; L – Lianas. Legenda das trilhas: TB – Trilha do Baú; TA - Trilha da Alcan; EB – Estrada de Baixo; ET - Estrada da Torre; TC – Trilha do Custódio. TF. Trilha do Forno.

Altimontana Montana Submontana SUBFAMÍLIA Hábito Trilhas Espécie TB TA EB ET TC TF Belém Cibrão CAESALPIONIOIDEAE Bauhinia leiopetala Benth. L x B. longifolia (Bong.) Steud. A x B. ungulata var. cuiabensis Ab x x (Bong. ) Vaz Cassia ferruginea var. ferruginea Ab x (Schrad.) Schrad. ex DC. Copaifera reticulata Ducke A x x x x Melanoxylon brauna Schott A x Sclerolobium friburgense Harms A x x x S. rugosum Mart. ex Benth. A x x Senna macranthera (Collad.) H.S. A x x x Irwin & Barneby var. nervosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby S. multijuga (Rich.) H.S. Irwin & A x Barneby var. lindleyana (Gard.) H.S. Irwin & Barneby S. pendula (Willd.) H.S. Irwin Ab x var. glabrata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby S. pneumatica H.S. Irwin & Ab x Barneby S. reniformis (G.Don) H.S.Irwin Ab ou A x x x x x x x x & Barneby MIMOSOIDEAE Abarema langsdorfii (Benth.) A x x x x x x Barneby & J.W.Grimes A. obovata (Benth.) Barneby & A x x x x x J.W Grimes Acacia martiusiana (Steud.) L x Burkart. A. aff . riparia Kunth L x Anadenanthera colubrina var. A x colubrina (Vell.) Brenan A. peregrina L. (Speg.) A x Inga cylindrica (Vell.) Mart. A x x x I. edulis Mart. A x I. ingoides (Rich.) Willd. A x x I. marginata Willd. A x I. schinifolia Benth . A ou Ab x x I. sessilis (Vell.) Mart. A x x x x x x I. vera subsp. affinis (DC.) T.D. A x x x Penn I. vulpina Mart ex Benth. Ab ou A x x Mimosa bimucronata var. Ab x x bimucronata O. Kuntze M. scabrella Benth. A x x Piptadenia adiantoides (Spreng.) L x x x x x J.F. Macbr. P. gonoacantha (Mart.) J.F. A x x Macbr.

109 Continuação tabela 2... SUBFAMÍLIA Altimontana Montana Submontana Espécie Hábito Trilhas TB TA EB ET TC TF Belém Cibrão MIMOSOIDEAE Piptadenia. micracantha Benth. L x x x Pseudopiptadenia contorta (DC.) A x G.P. Lewis & M.P. Lima Stryphnodendron polyphyllum A x x Mart. PAPILIONOIDEAE Aeschynomene elegans var. E x x x elegans Cham. & Schltdl . Andira fraxinifolia Benth. A x x Bowdichia virgilioides Kunth A x Calliandra parvifolia (Hook. & Ab ou A x Arn.) Speg. Camptosema bellum (Mart.) T x x x x Benth. Chaetocalyx longiflora Benth. ex T x A. Gray Clitoria falcata var . falcata Lam. T x Crotalaria breviflora DC. E ou Sb x x x C. paulina Schrank Sb x Dalbergia brasiliensis Vogel L x x D. frutescens var. frutescens L x x x x (Vell.) Britton D. nigra (Vell.) Allemao ex A x x Benth. D. aff. revoluta Ducke A x D. villosa var. v illosa (Benth.) A x x x x x x x x Benth. Desmodium adscendens ( Sw.) E x x x DC. D. uncinatum (Jacq.) DC. Sb x x x Dioclea violacea Mart. ex Benth. L x Indigofera suffruticosa Mill . x Machaerium aculeatum Raddi L x x M. brasiliense Vogel A x x M. hirtum (Vell.) Stellfeld A x M. nyctitans (Vell.) Benth. A x x x x x x x M. oblongifolium Vogel L x x M. villosum Vogel A x x x x x x x x Ormosia friburgensis Taub. ex A x Harms. Platypodium elegans Vogel A x Poiretia punctata (Willd.) Desv. L x Pterocarpus rohrii Vahl A x Trifolium repens L. E x Vigna peduncularis var. T x x peduncularis (Kunth.) Fawc. & Rendle Total de espécies ... 16 18 25 12 10 9 21 45

A estrada de Baixo inclui uma faixa altitudinal (1250-1290m de altitude), que abrange um transecto lateral ao longo da estrada. Foi a segunda trilha mais representativa (tabela 2), com ca. 38% das espécies Leguminosae encontradas do PEI. Papilionoideae foi a subfamília mais rica em 110 número de espécies (11 spp.). Sclerolobium rugosum e Machaerium nyctitans foram bem representativos nesta trilha. Todos os hábitos foram encontrados nesta trilha (tabela 2). Na trilha da Alcan a altitude varia de 1299-1370m, e as espécies foram coletadas ao longo do trilha e num transecto transversal à mesma. Mimosoideae e Papilionoideae foram as subfamílias mais ricas quanto ao número de espécies (7) cada uma. Esta trilha foi o único local de ocorrência de Acacia aff. riparia (tabela 2), que segundo Lewis (1987) é uma espécie comum em florestas estacionais. Representantes de Leguminosae com hábito do tipo liana não foram registrados nesta área. A trilha do Forno abrange uma faixa altitudinal (1317-1382m), incluindo a trilha e um transecto transversal à mesma. O solo desta área é do tipo gleissolo, sendo a vegetação desta trilha formada principalmente por espécies das famílias Gleicheniaceae, Bromeliaceae, Poaceae e Cyperaceae. Esta última possui espécies indicadoras de áreas úmidas, confirmando o tipo de ambiente encontrado nesta trilha. Esta trilha apresentou menor riqueza de Leguminosae (tabela 2), o que pode ser explicado porque a maioria das Leguminosae têm preferência por terras firmes (Lewis 1987). A trilha do Custódio compreende altitudes entre (1206-1389m de altitude), as espécies foram coletadas ao longo de um transecto para Bacia do rio Custódio. Esta área possui indivíduos cultivados de Eucalyptus sp., e apresentou baixo número de Leguminosae (tabela 2). Mimosoideae foi a subfamília com maior número de espécies (6). A ocorrência de Anadenanthera peregrina e Piptadenia gonoacantha, espécies consideradas pioneiras por Lorenzi (1992; 1998), indica que a mesma está alterada. Além disso, não foram registrados os hábitos subarbustivo, herbáceo e trepador nesta trilha, confirmando que esta área encontra-se em regeneração. A trilha do Baú e a estrada da Torre abrangem áreas de florestas estacionais altimontanas com as maiores altitudes (1348-1516m), do presente estudo. As coletas foram efetuadas ao longo da trilha do Baú e da estrada da Torre, sendo estas áreas localizadas no limite entre campo rupestre e floresta estacional. As espécies Senna pneumatica e Ormosia friburgensis (tabela 2), foram restritas à trilha do Baú e estrada da Torre, respectivamente. Ormosia friburgensis tinha registro apenas para o estado do Rio de Janeiro (Rudd 1965) sendo que nesse trabalho a sua área de distribuição foi ampliada para o estado de Minas Gerais. A subfamília mais representativa nesta área foi Papilionoideae (tabela 2). O hábito trepador não foi encontrado na estrada da Torre. Analisando as florestas estacionais estudadas (tabela 2), foi observado que a ocorrência de Leguminosae é predominante na floresta submontana, com faixa altitudinal entre 660-702m (figura 1). A menor riqueza (tabela 2), foi constatada na floresta altimontana (trilha do Forno) cuja altitude varia de 1317-1382m (figura 1). Os resultados encontrados são corroborados por outros trabalhos realizados em diferentes faixas altitudinais de áreas florestais (Gentry 1995; Salis et al. 1995; Lima 111 2000; Oliveira-Filho & Fontes 2000), onde é apontada a preferência das espécies de Leguminosae por faixas altitudinais, mais baixas. A riqueza de Leguminosae está inversamente associada à elevadas altitudes, diminuindo drasticamente com o aumento do gradiente altitudinal (França & Stehmann 2004). Entretanto, uma das áreas amostradas em floresta estacional altimontana (estrada de Baixo), foi a segunda mais representativa em número de espécies (tabela 2). Isto pode ser explicado pelo fato desta área ser aberta e a maioria das espécies encontradas nesta trilha também ocorreu em outras tipologias florestais (tabela 2), ocupando mais de uma faixa altitudinal. No PEI, verificou-se a presença de 20 espécies (30,8%) exclusivas das florestas submontanas (tabela 2): Bauhinia longifolia, Cassia ferruginea var. ferruginea, Melanoxylon brauna; Acacia martiusiana, Anandenanthera colubrina var . colubrina, Inga edulis, Inga marginata, Pseudopiptadenia contorta; Bowdichia virgilioides, Calliandra parvifolia, Chaetocalyx longiflora, Clitoria falcata var. falcata, Crotalaria paulina, Dalbergia aff. revoluta., Dioclea violacea, Indigofera suffruticosa, Machaerium hirtum, Platypodium elegans, Poiretia punctata e Pterocarpus rohrii. Apesar dos registros restritos de Cassia ferruginea var. ferruginea, Calliandra parvifolia e Bowdichia virgilioides, para florestas estacionais submontanas do PEI, estas podem ser encontradas em outras formações vegetacionais como restinga, campo rupestre e cerrado, respectivamente (Irwin & Barneby 1982; Barneby 1998; Zappi et al. 2003). Bauhinia leiopetala foi a única espécie restrita as florestas montanas do PEI (tabela 2), a preferência desta por este tipo de formação vegetacional é confirmada por Vaz (1995). O número de espécies exclusivas das florestas altimontanas do PEI (tabela 2), somam 17, o que equivale a 26,2% dos táxons encontrados na área de estudo. São elas: Sclerolobium rugosum, Senna multijuga var. lindleyana, Senna pendula var. glabrata, Senna pneumatica; Acacia aff. riparia, Anadenanthera peregrina, Inga schinifolia, Inga sessilis, Inga vulpina, Mimosa scabrella; Aeschynomene elegans var . elegans, Crotalaria breviflora, Dalbergia frutescens var. frutescens, Ormosia friburgensis, Swartzia pilulifera, Trifolium repens e Vigna peduncularis var. peduncularis (tabela 2). Apesar de Senna multijuga var. lindleyana, Anadenanthera peregrina, Crotalaria breviflora serem restritas as florestas altimontanas do PEI, essas são citadas para florestas estacionais submontanas, áreas florestais em regeneração e cerrado, respectivamente (Lorenzi 1992; Filiettaz 2002; Bortoluzzi 2004). Foram constatados 27 táxons ocorrentes em mais de uma faixa altitudinal (tabela 2): Bauhinia ungulata var . cuiabensis, Copaifera reticulata, Senna macranthera var . nervosa, Sclerolobium friburgense, Senna reniformis; Abarema langsdorfii, Abarema obovata, Inga cylindrica, Inga ingoides, Inga vera subsp. affinis, Mimosa bimucronata var. bimucronata, Pipatdenia adiantoides, Piptadenia gonoacantha, Piptadenia micracantha, Stryphondendron 112 polyphyllum; Andira fraxinifolia, Camptosema bellum, Dalbergia brasiliensis, Dalbergia nigra, Dalbergia villosa var . villosa, Desmodium adscendens , Desmodium uncinatum, Machaerium aculeatum, Machaerium brasiliense, Machaerium nyctitans, Machaerium oblongifolium e Machaerium villosum, o que equivale a (42%) das Leguminosae do PEI. Estes resultados são confirmados por Lima (2000), no qual o número de táxons exclusivos em cada faixa altitudinal é baixo, quando comparado a riqueza de espécies que ocupam mais de uma faixa.

2.3.2. Padrões de Distribuição e Preferência por Habitat das Leguminosae ocorrentes nas Florestas Estacionais do PEI

Os padrões de distribuição dos táxons de Leguminosae ocorrentes nas florestas estacionais do PEI, compreende 3 macrorregiões apresentadas na tabela 3, evidenciando que a maioria dos táxons encontrados no PEI são restritos ao território brasileiro.

Tabela 3. Número e porcentagem das espécies de Leguminosae do PEI, ocorrentes distribuídas por macrorregiões.

Macrorregião Número de Espécies Porcentagem (%) América do Sul, América Central, México 11 16,9 e /ou África América do Sul 15 23,1 Restritas ao Brasil 39 60 Total 65 100

A partir destes resultados foram definidos oito padrões de distribuição, com relação das espécies e elementos florísticos quanto a preferência por habitat (tabela 4). O padrão de distribuição Anfiatlântico (tabela 4) abrange espécies com faixa de ocorrência nas Américas e África, representando 3,1% das Leguminosae coletadas no PEI. Fazem parte deste padrão: Clitoria falcata var. falcata e Trifolium repens com ampla distribuição no Brasil, e preferência por áreas abertas, ocupando diversos tipos vegetacionais (Bentham 1859; Miotto 1987a).

113 Tabela 4. Padrões de distribuição, relação das espécies quanto a preferência por habitat das Leguminosae do PEI. 1 Barneby & Grimes (1996); 2 Burkart (1979); 3 Benham (1876); 4 Hoehne (1941); 5 Rudd (1955); 6 Fernandes (1996); 7 Altschul (1964); 8 Mendonça et al. (1998); 9 Pennington (2003); 10 Vaz (1995); 11 Vaz & Tozzi (2003); 12 Ildis (2005); 13 Bentham (1859); 14 Lewis (1987); 15 Zappi e t al. (2003); 16 Barneby (1998); 17 Queiroz (2004); 18 Queiroz (1999); 19 Irwin & Barneby (1982); 20 Mendonça-Filho (1996); 21 Fantz (1980); 22 Miotto (1987a); 23 Dwyer (1951); 24 Filiettaz (2002); 25 Carvalho (1997); 26 Azevedo (1981); 27 Burkart (1970); 28 Miotto (1987b); 29 Eisinger (1987); 30 Garcia (1998); 31 Pennington (1997); 32 Sartori & Tozzi (1998); 33 Mendonça-Filho (2002); 34 Barneby (1991); 35 Rudd (1965); 36 Lima (presente estudo); 37 Tamashiro (1989); 38 Lima et al. (1994); 39 Muller (1984); 40 Lima (2000); 41 Lewis & Lima (1991); 42 Dwyer (1957); 43 Martins (1974); 44 Mansano & Tozzi (1999); 45 Cowan (1967); 46 Maréchal et al. (1978); 47 Rudd (1958). 48 Nobre (2004).

Padrão Elementos Florísticos Espécie referência (número de espécies) Especialista Generalista Anfiatlântico Clitoria falcata var . falcata Lam .21,22 x (2) Trifolium repens L. 13 x 2 Acacia aff. riparia Kunth. 3,12,14 x Aeschynomene elegans var. elegans Cham. & x Schltdl. 5,6 Inga marginata Willd. 30,31 x Inga vera subsp. affinis (DC.) T.D. Penn 30,31 x Neotropical Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld 20,32 x (9) Platypodium elegans Vogel 40 x Poiretia punctata (Willd.) Desv. 39 x Pterocarpus rohrii Vahl 38 x Vigna peduncularis var. peduncularis (Kunth.) x Fawc. & Rendle 46 9 Anadenanthera peregrina L. (Speg.) 7 x Bauhinia longifolia (Bong.) Steud. 11 x Bauhinia ungulata var. cuiabensis (Bong.) Vaz 11 x Bowdichia virgilioides Kunth 13,14, 15 x Calliandra parvifolia (Hook. & Arn.) Speg. 16,17 x Chaetocalyx longiflora Benth. ex A. Gray 14, 47 x Copaifera reticulata Ducke 23 x Crotalaria paulina Schrank 24 x América do Sul Dalbergia frutescens var. frutescens (Vell.) x Ocidental-Centro- Britton 25 Oriental (18) Dalbergia aff. revoluta 25 x Dioclea violacea Mart. ex Benth. 27, 28 x Indigofera suffruticosa Mill. 29 x Inga cylindrica (Vell.) Mart. 30, 31 x Inga edulis Mart. 30, 31 x Inga ingoides (Rich.) Willd. 30,31 x Machaerium aculeatum Raddi 20 x Machaerium brasiliense Vogel 4, 32 x Piptadenia adiantoides (Spreng.) J.F. Macbr. 20, 37 x 18 Andira fraxinifolia Benth. 9 x Cassia ferruginea var. ferruginea (Schrad.) x Brasil Centro-Oriental Schrad. ex DC. 19,20 (10) Crotalaria breviflora DC. 24 x Desmodium adscendens (Sw.) DC. 26 x Desmodium uncinatum (Jacq.) DC. 26,48 x

114 Continuação Tabela 4... Padrão Elementos Florísticos Espécie referência (número de espécies) Especialista Generalista Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. 8,37,38 x Sclerolobium rugosum Mart ex Benth. 42 x Senna macranthera (Collad.) H.S. Irwin & x Barneby var. nervosa (Vogel) H.S. Irwin & Brasil Centro-Oriental Barneby 19 (10) Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby x var. lindleyana (Gard.) H.S. Irwin & Barneby 19 Senna pendula (Willd.) H.S. Irwin var. glabrata x (Vogel) H.S. Irwin & Barneby 19 10 Abarema langsdorfii (Benth.) Barneby & x J.W.Grimes 1 Acacia martiusiana (Steud.) Burkart. 2, 3, 14,38 x Brasil Atlântico Nordeste Anadenanthera colubrina var. colubrina (Vell.) x –Sudeste- Sul Brenan 7 (7) Inga vulpina Mart ex Benth. 30 x Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 32,33 x Machaerium villosum Vogel 14,32 x Mimosa bimucronata var. bimucronata O. Kuntze 34 x 4 3 Bauhinia leiopetala Benth. 10 x Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth. 25 x Machaerium oblongifolium Vogel 14,32 x Brasil Atlântico Nordeste- Melanoxylon brauna Schott 20,40 x Sudeste Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & x (7) M.P. Lima 41 Senna reniformis (G.Don) H.S.Irwin & Barneby 19 x Sryphnodendron polyphyllum Mart. 43 x 4 3 Brasil Atlântico Sudeste- Dalbergia brasiliensis Vogel 25 x Sul Inga sessilis (Vell.) Mart. 30,31 x (4) Mimosa scabrella Benth. 34 x Swartzia pilulifera Benth. 44,45 x 2 2 Abarema obovata (Benth.) Barneby & J.W x Grimes 1 Camptosema bellum (Mart.) Benth. 18 x Dalbergia villosa var. villosa (Benth.) Benth. 25 x Brasil Atlântico Sudeste Inga schinifolia Benth. 30 x (8) Ormosia friburgensis Taub ex Harms. 35,36 x Piptadenia micracantha Benth. 37,38 x Sclerolobium friburgense Harms 36,38,42 x Senna pneumatica H.S. Irwin & Barneby 19 x 7 1 Total - 17 48

O padrão Neotropical (tabela 4) compreende espécies com faixa de distribuição nos trópicos da América do Sul, podendo se estender até América Central e México. São inclusas neste padrão: Acacia aff. riparia, Aeschynomene elegans var . elegans, Inga marginata, Inga vera subsp. affinis, Machaerium hirtum, Platypodium elegans, Poiretia punctata, Pterocarpus rohrii e Vigna 115 peduncularis var . peduncularis, que representam 13,8% (9 spp.) dos táxons encontrados no PEI. Dentre estas, todas são generalistas (tabela 4) em relação a preferência por habitat e a maioria é comum em áreas degradadas como: Aeschynomene elegans var. elegans (Rudd 1955); Machaerium hirtum (Sartori & Tozzi 1998); Poiretia punctata (Muller 1984) e Pterocarpus rohrii (Lima 2000). Inga marginata e Inga vera subsp. affinis ocupam áreas próximas à margens de rios e são dispersas por hidrocoria e/ou zoocoria, o que pode explicar a ampla distribuição destas nos neotrópicos (Pennington 1997). O padrão América do Sul Ocidental-Centro-Oriental (tabela 4) inclui táxons cuja distribuição alcança áreas do oeste, centro e leste da América do Sul, os extremos mais ao norte Venezuela, Suriname e Guiana são atingidos por alguns táxons. São reconhecidas neste padrão 18 espécies (27,7%) ocorrentes no PEI: Anadenanthera peregrina, Bauhinia longifolia, Bauhinia ungulata var. cuiabensis, Bowdichia virgilioides, Calliandra parvifolia, Chaetocalyx longiflora, Copaifera reticulata, Crotalaria paulina, Dalbergia frutescens var. frutescens, Dalbergia aff. revoluta, Dioclea violacea, Indigofera suffuticosa, Inga cylindrica, Inga edulis, Inga ingoides, Machaerium aculeatum, Machaerium brasiliense e Piptadenia adiantoides . Anadenanthera peregrina, Bowdichia virgilioides, Crotalaria paulina, Dalbergia frutescens var. frutescens e Dalbergia aff. revoluta são os táxons que alcançam os extremos mais ao norte da América do Sul (Altschul 1964; Carvalho 1997; Filiettaz 2002). Dalbergia frutescens var. frutescens ocorre em restinga e nas florestas atlântica, de araucária e de galeria (Carvalho 1997); Crotalaria paulina habita áreas de cerrado, campo rupestre, sub-bosque de mata ciliar e floresta estacional montana (Filiettaz 2002); Bowdichia virgilioides ocupa formações de restinga, campo rupestre e cerrado (Lewis 1987; Zappi et al. 2003). Bauhinia ungulata var. cuiabensis, Calliandra parvifolia, Machaerium aculeatum e Machaerium brasiliense ocorrem nos extremos oeste, centro e leste da América do Sul, sendo que no Brasil, habitam áreas de cerrado, campo rupestre e floresta atlântica (Hoehne 1941; Barneby 1998; Sartori & Tozzi 1998; Vaz & Tozzi 2003). No padrão Brasil Centro-Oriental (tabela 4) estão inseridas espécies com distribuição nas regiões centro-oeste, nordeste, sudeste e/ou sul do Brasil; poucas espécies não se distribuem na região sul, sendo o limite de ocorrência das mesmas o sudeste brasiliero. Este padrão está representado por 10 espécies (15,3%): Andira fraxinifolia, Cassia ferruginea var. ferruginea, Crotalaria breviflora, Desmodium adscendens, Desmodium uncinatum , Piptadenia gonoacantha, Sclerolobium rugosum, Senna macranthera var. nervosa, Senna multijuga var. lindleyana Senna pendula var. glabrata. 116 Cassia ferruginea var. ferruginea, Senna macranthera var. nervosa e Sclerolobium rugosum não se distribuem até a região sul do Brasil, sendo o sudeste o limite de ocorrência das mesmas (Dwyer 1957; Irwin & Barneby 1982). Andira fraxinifolia, Crotalaria breviflora, Desmodium adscendens e Piptadenia gonoacantha têm ampla distribuição no território brasileiro, sendo elementos generalistas (tabela 4) e comuns em áreas degradadas (Azevedo 1981; Tamashiro 1989; Filiettaz 2002; Pennington 2003). Desmodium adscendens ocupa formações de cerrado, campo rupestre, restinga e caatinga (Azevedo 1981); Piptadenia gonoacantha habita florestas de galeria no cerrado e floresta pluvial atlântica (Lorenzi 1992; Mendonça et al. 1998). No padrão Atlântico Nordeste-Sudeste-Sul (tabela 4), estão representadas as espécies com distribuição desde o nordeste até o sul do Brasil. Este padrão foi constatado em 7 táxons (10,8%) ocorrentes no PEI: Abarema langsdorfii, Acacia martiusiana, Anadenanthera colubrina var. colubrina, Inga vulpina, Machaerium nyctitans, Machaerium villosum e Mimosa bimucronata var. bimucronata. Esta última apresentou maior amplitude geográfica, ocorrendo do estado de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, em florestas estacionais semidecíduas e cerrado (Barneby 1991). Anadenanthera colubrina var. colubrina, Machaerium nyctitans e Machaerium villosum tem como limite norte e sul os estados da Bahia e Paraná, respectivamente (Altschul 1964; Lewis 1987; Sartori & Tozzi 1998). Anadenanthera colubrina var. colubrina não é exclusiva do Brasil, pois, tem registros para Missiones, na Argentina (Altschul 1964). Foi inclusa neste padrão porque segundo esse mesmo autor é representativa nas florestas úmidas do Brasil, sendo considerada por Lima (2000) como elemento florístico especialista ao domínio Atlântico. Inga vulpina distribui-se da Bahia até Santa Catarina, sendo uma das poucas espécies do gênero que ocupam áreas de cerrado e campo rupestre, também comum em matas de altitude (Garcia 1998). Ocorre em simpatria com Inga barbata Benth., nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Garcia 1998; Dutra 2005). O padrão Brasil Atlântico Nordeste-Sudeste (tabela 4) abrange espécies com faixa de distribuição desde o nordeste ao sudeste brasileiro. Foram verificadas 7 espécies (10,8%) neste padrão: Bauhinia leiopetala, Dalbergia nigra, Inga ingoides, Machaerium oblongifolium, Melanoxylon brauna, Pseudopiptadenia contorta, Senna reniformis e Stryphnodendron polyphyllum. São elementos florísticos especialistas: Bauhinia leiopetala, Dalbergia nigra, Machaerium oblongifolium e Melanoxylon brauna. Bauhinia leiopetala ocupa florestas montanas nos estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Vaz 1995); Dalbergia nigra ocorre do sul da Bahia ao norte de São Paulo, sendo um componente típico da floresta atlântica (Carvalho 1997); 117 Machaerium oblongifolium distribui-se da Bahia até São Paulo em formações de mata de restinga e mata de encosta, predominantemente no litoral (Lewis 1987; Sartori & Tozzi 1998); Melanoxylon brauna restringe-se à costa atlântica e região periférica ao Brasil Central (Lima 2000). Pseudopiptadenia contorta, Senna reniformis e Stryphynodendron polyphyllum são elementos florísticos generalistas (tabela 4). Pseudopiptadenia contorta tem registros na Paraíba, Bahia e toda região sudeste, em formações de caatinga, mata de restinga e floresta atlântica (Lewis e Lima 1991); Senna reniformis, espécie endêmica da cadeia do Espinhaço, distribui-se nos estados de Minas Gerais e Bahia em cerrado, mata de galeria, formações brejosas e vegetações com altitudes acima de 950m (Irwin & Barneby 1982). No Brasil Atlântico Sudeste-Sul (tabela 4) estão registradas espécies com faixa de distribuição nos estados do sudeste e sul brasileiro. Este padrão está representados por 4 espécies (6,2%): Dalbergia brasiliensis, Inga sessilis, Mimosa scabrella e Swartzia pilulifera. Neste padrão foram considerados táxons de maior amplitude geográfica Inga sessilis e Mimosa scabrella , ocorrendo desde o Espírito Santo até o Rio Grande do Sul (Barneby 1991; Garcia 1998). Inga sessilis ocupa áreas de floresta ombrófila densa montana e submontana e floresta estacional montana (Garcia 1998); Mimosa scabrella habita vegetação perturbada de florestas montanas e floresta de araucária (Barneby 1991). Swartzia pilulifera tem registros nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina (Cowan 1967; Mansano & Tozzi 1999). Segundo Mansano & Tozzi (1999), esta espécie é exclusiva de cerrado, entretanto, foi coletada por Lima (2000) e Morim (2002), no Parque Nacional do Itatiaia (RJ), em formações de floresta pluvial montana e altimontana, comportando-se desta forma como elemento florístico generalista. O padrão Brasil Atlântico Sudeste (tabela 4) está representado por táxons cujo limite de ocorrência abrange os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Neste padrão são reconhecidos 8 táxons (12,3%): Abarema obovata, Camptosema bellum, Dalbergia villosa var. villosa, Inga schinifolia, Ormosia friburgensis, Piptadenia micracantha, Sclerolobium friburgense e Senna pneumatica . Nenhuma das espécies reconhecidas neste padrão foi registradas ao longo de toda região sudeste, sendo Abarema obovata e Senna pneumatica exclusivas de Minas Gerais (Irwin & Barneby 1982; Barneby & Grimes 1996); Camptosema bellum restrita aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo (Queiroz 1999); Inga schinifolia e Piptadenia micracantha foram registradas para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Lima et al. 1994; Garcia 1998); Ormosia friburgensis e Sclerolobium friburgense citadas apenas para ao estados do Rio de Janeiro (Dwyer 1957; Rudd 1965), tiveram suas áreas de distribuição ampliadas para o estado de Minas Gerais, no presente trabalho. 118 Analisando as Leguminosae das florestas estacionais do PEI, quanto a preferência por habitat (tabela 4), verificou-se que 73,8% são generalistas e 26,2% especialistas ao domínio Atlântico. Relacionando estes resultados com os padrões de distribuição (tabela 4) nota-se que as espécies generalistas predominam nos padrões: Anfiatlântico, Neotropical, América do Sul Ocidental- Centro-Oriental e Brasil Centro-Oriental. Os táxons especialistas ao domínio Atlântico destacaram-se principalmente nos padrões Brasil Atlântico Nordeste-Sudeste, Brasil Atlântico Sudeste-Sul e Brasil Atlântico Sudeste. Entre os táxons especialistas destacam-se grupos característicos da floresta ombrófila e floresta estacional do sudeste. Estes resultados são confirmados por Oliveira-Filho & Fontes (2000) que verificaram semelhanças florísticas entre estas duas florestas e consideraram a floresta estacional como um sub-conjunto das florestas ombrófilas.

2.3.3. Comparação Florística das espécies arbóreas de Leguminosae ocorrentes entre diferentes áreas Florestais

Nas 14 áreas analisadas (tabela 1), Leguminosae foi representada por 177 espécies e 64 gêneros (tabela 5). A subfamília Papilionoideae foi a mais representativa com 80 espécies reunidas em 28 gêneros, sendo Machaerium o gênero que apresentou maior número de espécies (14). Mimosoideae foi a segunda maior subfamília com 56 espécies e 17 gêneros. Inga foi o gênero mais rico, com 29 espécies. Caesalpinioideae foi representada por 41 espécies e 19 gêneros, sendo Senna o gênero mais representativo (8 spp.). Nas florestas estacionais do PEI, foi verificado o mesmo padrão de riqueza de espécies entre as subfamílias e os gêneros citados acima. Inga, Machaerium e Senna foram os que mais se destacaram no PEI (tabela 5), com oito, quatro e três espécies, respectivamente, confirmando desta forma que estes gêneros são comuns em áreas florestais. Nenhuma espécie foi comum a todas as áreas, sendo a de maior ocorrência: Piptadenia gonoacantha (12 áreas), espécie amplamente distribuída pelo Brasil, habitando floresta estacional entre 500-700m de altitude e áreas em regeneração (Lorenzi 1992). Copaifera langsdorfii (10), Platypodium elegans (9) e Senna multijuga (9), todas são espécies amplamente encontradas no Brasil em áreas de floresta atlântica, sendo que as duas primeiras também ocorrem em formações de cerrado (Lorenzi 1992; Mendonça et al. 1998; Bortoluzzi 2004). Anadenanthera colubrina, Anadenanthera peregrina, Cassia ferruginea, Inga marginata, Machaerium nyctitans, Pseudopiptadenia contorta e Senna macranthera ocorrem em oito áreas; Anadenanthera colubrina habita floresta pluvial em altitudes superiores a 400m (Lorenzi 1992) e Anadenanthera peregrina ocorre em floresta altimontana (capítulo 1), ambas comuns em ambientes florestais degradados (Lima 2000). Cassia ferruginea, Inga marginata, Pseudopiptadenia contorta e Senna macranthera são elementos florísticos generalistas (tabela 4). Enquanto Machaerium nyctitans é um componente 119 típico de floresta mesófila, podendo ocorrer em florestas costeiras (Sartori & Tozzi 1998; Mendonça-Filho 2002).

Tabela 5. Matriz de presença (1) e ausência (0) das espécies de Leguminosae ocorrentes nas florestas Estacionais de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. FMV – Floresta Montana de Viçosa; UHP – Usina Hidrelétrica de Pillar; PERM- Parque Estadual do Rola-Moça; FT – Floresta de Tiradentes; FL – Floresta de Lavras; SJ – Serra do Japi; EBC – Estação Biológica da Caratinga; PERD – Parque Estadual do Rio Doce; PEI – Parque Estadual do Itacolomi; FIT – Floresta de Itatiaia; REMC – Reserva Ecológica de Macaé de Cima; MAC – Mata do Carvão; CAF Cabo Frio; EET – Estação Ecológica do Tripuí.

Espécie F U E P F F E P P R F M C S MV H E E T L B E E E I A A J P T R C R I M T C F M D C Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J.W. 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Grimes Abarema langsdorfii (Benth.) Barneby & Grimes 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 0 Abarema obovata (Benth.) Barneby & Grimes 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 Acacia glomerosa Benth. 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Acacia polyphylla DC. 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Acosmium lentiscifolium Spreng. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 Acosmium limae Stirton sp. nov. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Acosmium subelegans (Mohlenbr.) Yakovlev 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1 0 Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 1 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 1 Anadenanthera peregrina (L.) Speg. 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 Andira anthelmia (Vell.) J.F. Macbr. 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Andira fraxinilifolia Benth. 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 Andira inermis (Wright) DC. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Andira legalis (Vell.) Toledo 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 Andira ormosioides Benth. 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Apuleia leicarpa (Vog. ) Macbr. 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 1 0 Balizia pedicellaris (DC.) Barneby & J.W. Grimes 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 Bauhinia albicans Vogel 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Bauhinia forficata Link 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Bauhinia fusco-nervis (Bong.) Steud. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Bauhinia longifolia (Bong.) Steud. 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 Bowdichia virgilioides (Kunth) 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 Caesalpinia echinata Lam. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Caesalpinia ferrea Mart. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 Caesalpinia pluviosa DC. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Calliandra harrisii (Lindl.) Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 Calliandra parvifolia (Hook & Arn.) Speg. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad ex DC. 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 1 Cassia grandis L. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Centrolobium microchaete (Benth.) H.C. Lima 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Centrolobium sclerophyllum H.C. Lima 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Centrolobium tomentosum Benth. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 Chamaecrista ensiformis (Vell.) H.S. Irwin & 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 Barneby Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0

120 Continuação Tabela 5... Espécie F U E P F F E P P R F M C S MV H E E T L B E E E I A A J P T R C R I M T C F M D C Collaea speciosa (Loisel.) DC. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Copaifera langsdorfii Desf. 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 1 Copaifera lucens Dwyer 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Copaifera reticulata Ducke 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 Copaifera trapezifolia Hayne 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 Dahlstedtia pinnata (Benth.) Malme 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Dalbergia brasiliensis Vogel 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Dalbergia foliolosa Benth. 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 Dalbergia glaziovii Harms 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Dalbergia miscolobium Benth. 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Dalbergia nigra (Vell.) Alemão ex Benth. 1 1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 Dalbergia aff. revoluta 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Dalbergia villosa (Benth.) Benth. 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Dialium guianense (Aubl.) Sandwith 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Deguelia costata (Benth.) Az. Tozzi 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Deguelia hatschbachii Az. Tozzi 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Dimorphandra exaltata Schott 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Dimorphandra jorgei M.F. Silva 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F. Macbr. 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Enterolobium monjollo (Vell.) Mart. 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 Erythrina falcata Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 Erythrina speciosa Andrews 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Erythrina verna Vell. 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 Exostyles venusta Schott 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 Grazielodendron riodocensis H.C. Lima 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Hymenaea courbaril L. 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 Hymenaea rubriflora Ducke 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Hymenolobium janeirense Kuhlm. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 Inga alba (Sw.) Willd. 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Inga barbata Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 Inga bullata Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Inga capitata Desv. 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 Inga cordistipula Mart. 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Inga cylindrica (Vell.) Mart. 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 Inga edulis (Vell.) Mart. 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 Inga flagelliforms (Vell.) Mart. 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 Inga ingoides (Rich.) Willd. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Inga lanceifolia Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Inga laurina (Sw.) Willd. 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 Inga lenticellata Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Inga lentiscifolia Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Inga leptantha Benth. 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 Inga marginata Willd. 1 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 0 0 1 Inga maritima Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Inga mendoncae Harms 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 Inga platyptera Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Inga pleiogyna T.D. Penn. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Inga schinifolia Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Inga selowiana Benth. 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Inga sessilis (Vell.) Mart. 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1

121 Continuação Tabela 5.. Espécie F U E P F F E P P R F M C S MV H E E T L B E E E I A A J P T R C R I M T C F M D C Inga striata Benth. 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 0 0 Inga subnuda Salzm. Ex Benth. ssp. luschnathiana 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 (Benth.)Penn. Inga tenuis (Vell.) Mart. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Inga thibaudiana DC. 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 Inga vera sbsp. a ffinis (DC.) T.D. Pen 1 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 Inga vulpina Mart ex Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Inga sp. nov. 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby & J.W. Grimes 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Lonchocarpus costatus Benth. 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Lonchocarpus cultratus (Vell.) Az. Tozzi & H.C. 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Lima Lonchocarpus glaziovii Taub. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Lonchocarpus leucanthus Burkart 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Lonchocarpus subglauscencens Mart. Ex Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Lonchocarpus virgilioides (Vogel) Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Machaerium brasiliense Vogel 1 1 0 0 0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 Machaerium floridum (Benth.) Ducke 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Machaerium fulvovenosum H.C. Lima 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Machaerium glabrum Vogel 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 Machaerium incorruptibile (Vell.) Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 Machaerium leucopterum Vogel 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 0 1 0 0 1 1 0 0 1 1 1 1 0 1 Machaerium obovatum Kuhlm. & Hoehne 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Machaerium pedicellatum Vogel 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Machaerium cf . punctatum Pers. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Machaerium scleroxylon Tul. 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Machaerium stipitatum Vogel 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 Machaerium villosum Vogel 0 0 1 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1 Melanoxylon brauna Schott 1 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 Mimosa scabrella Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 Myrocarpus fastigiatus Allemão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Myrocarpus frondosus Allemão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 Myroxylon peruiferum L.f. 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 Ormosia sp. nova 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Ormosia arborea (Vell.) Harms 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Ormosia fastigiata Tul. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Ormosia friburgensis Taub. Ex Harms 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 Parapiptadenia pterosperma (Benth.) Brenan 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0 Peltogyne angustiflora Ducke 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 Peltogyne discolor Vogel 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 Piptadenia paniculata Benth. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 Phyllocarpus riedelii Tul. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Platycyamus regnellii Benth. 0 1 0 1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 Plathymenia foliolosa Benth. 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 Platymiscium floribundum Vogel 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1

122 Continuação Tabela 5... Espécie F U E P F F E P P R F M C S MV H E E T L B E E E I A A J P T R C R I M T C F M D C Platymiscium pubescens Micheli 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Platypodium elegans Vogel 1 1 0 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 Poecilanthe falcata (Vell.)Heringer 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 Poeppigia procera C. Presl 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & 1 1 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 M.P. Lima Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rauschert 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 Pseudopiptadenia warmingii (Benth.) G.P. Lewis & 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 M.P. Lima Pterocarpus rohrii Vahl 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 Pterogyne nitens Tul. 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Schizolobium parayba (Vell.) Blake 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 Sclerolobium beaurepairei Harms 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Sclerolobium friburgensis Harms 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 Sclerolobium pilgerianum Harms 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Sclerolobium rugosum Mart ex Benth. 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 Senna angulata (Vogel) H.S. Irwin & Barneby 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Senna alata (L.) Roxb. 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Senna cana (Nees & Mart.) H.S. Irwin & Barneby 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Senna macranthera (Collad.) H.S. Irwin & Barneby 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby 0 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 Senna obtusifolia (L.) H.S. Irwin & Barneby 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Senna reniformis (G.Don) H.S. Irwin & Barneby 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Senna silvestris (Vell.) H.S. Irwin & Barneby 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Stryphnodendron guianense (Aubl.) Benth. 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Stryphnodendron polyphyllum Mart. 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 0 Swartzia acutifolia Vogel 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 Swartzia apetala Raddi 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0 Swartzia flaeming ii Raddi 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 Swartzia glazioviana Taub. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 Swartzia langsdorffii Raddi 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Swartzia multijuga Vogel 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 Swartzia myrtifolia Sm. var. elegans (Schott)Cowan 1 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 Swartzia oblata Cowan 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 Swartzia pilulifera Benth. 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 Sweetia fruticosa Spreng. 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 Tachigali paratyensis (Vell.) H.C. Lima 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 Vatairea heteroptera (Fr. All.) Ducke 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 Vataireopsis araroba (Aguiar) Ducke 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Zigia latifolia (L.) Fawc. & Rendle 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Zollernia glabra (Spreng.) Yakovl. 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 Zollernia glaziovii Yakovlev 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Zollernia illicifolia (Brongn.) Vog. 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Número Total de Espécies 25 28 14 16 26 21 67 59 39 33 47 44 40 18

Comparando o número de espécies em cada área (tabela 6), o PEI foi a 6º com a maior riqueza de espécies de Leguminosae, sendo a Estação Biológica da Caratinga a área mais rica, com 67 espécies e a estação Ecológica do Tripuí, a menos representativa com 14 espécies.

123 Tabela 6. Tabela comparativa do número de gêneros e espécies de Leguminosae e dados de altitude, pluviosidade, clima e classificação da formação florestal sensu Oliveira-Filho & Fontes em levantamentos florísticos de diferentes áreas florestais de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Pluviosidade nº total nº total de espécies Altitude Formações Localidade (mm/ano) Clima (m) Florestais Gen. Spp. Caes Mim Pap

Ombrófila Reserva Ecológica 880-1720 2190 Cf Montana e 17 33 7 13 13 de Macaé de Cima Altimontana Ombrófila Submontana, Floresta de Itatiaia 400-2770 2100 Cw 29 47 10 17 20 Montana e Altimontana Mata do Carvão 30-50 1000 Aw - 33 44 12 14 18 Cabo Frio 0-210 820 Aw - 28 40 8 11 21 Estação Biológica Estacional 400-680 1000-2000 Aw 40 67 16 20 31 de Caratinga Submontana Parque Estadual do Estacional 230-515 700-1200 Aw 36 59 19 24 16 Rio Doce Submontana Estacional Usina de Pilar, Submontana, - 1221 - 24 28 8 7 13 Ponte Nova Montana e Altimontana Estacional Viçosa 670-680 1.221,4 Cwb 18 25 5 10 10 Montana Parque Estadual 1000-1478 - Cwa - 15 16 4 4 8 Rola –Moça Estação Ecológica Estacional 1280-1450 1450-1800 Cwb 8 14 5 4 5 do Tripuí Altimontana Estacional Lavras 925 1493,2 Cwb 17 21 6 5 10 Montana Estacional Serra de São José, 900-1170 - Cwb Montana e 18 26 5 9 12 Tiradentes Altimontana Estacional Serra do Japi 750-1170 1367-1500 - Montana e 13 18 3 6 9 Altimontana Estacional Parque Estadual do Submontana, 660-1760 2000 - 22 39 9 17 13 Itacolomi Montana e Altimontana

Utilizando-se como base comparativa de riqueza de espécies apenas áreas de estudo que incluem florestas montanas e/ou altimontanas (acima 700m de altitude) sensu Oliveira-Filho & Fontes (2000), as áreas mais ricas são: Itatiaia, PEI, e Macaé de Cima com 47, 39 e 33, espécies respectivamente (tabela 6), evidenciando que o gradiente altitudinal influencia na riqueza de espécies. Além disso, apesar do curto período de coletas (15 meses) no PEI, a área do presente estudo está bem representada quanto ao número de táxons. 124 A análise de agrupamento das 14 áreas florestais (figura 3), mostrou a formação de três grandes grupos e uma área bastante dissimilar: Grupo A formado por florestas estacionais da Zona da Mata Mineira, sul de Minas e São Paulo; Grupo B, reuniu áreas florestais do sudeste e leste mineiro e Rio de Janeiro; e o grupo C agrupou duas áreas florestais do estado do Rio de Janeiro (Mata do Carvão e Cabo Frio).

UPGMA EET CAF C MAC REMC B FIT PEI PERD EBC SJ FL FT A PERM UHP FMV

0,04 0,2 0,36 0,52 0,68 0,84 1

Sorensen's Coefficient Figura 3. Similaridade Florística da área de estudo, Parque Estadual do Itacolomi (PEI), e 13 levantamentos realizados em diferentes áreas florestais nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. FMV – Floresta Montana de Viçosa; UHP – Usina Hidrelétrica de Pillar; PERM- Parque Estadual do Rola-Moça; FT – Floresta de Tiradentes; FL – Floresta de Lavras; SJ – Serra do Japi; EBC – Estação Biológica da Caratinga; PERD – Parque Estadual do Rio Doce; PEI – Parque Estadual do Itacolomi; FIT – Floresta de Itatiaia; REMC – Reserva Ecológica de Macaé de Cima; MAC – Mata do Carvão; CAF Cabo Frio; EET – Estação Ecológica do Tripuí.

A área mais dissimilar do PEI, foi a Estação Ecológica do Tripuí com 13% de similaridade, essa é a área mais próxima geograficamente da área estudada. Os acervos dos Herbários CETEC e BHCB, foram consultados para realizar a identificação dos espécimes de Leguminosae coletados no Tripuí, entretanto, os materiais citados por Pedralli et al. (1997), não foram localizados, o que pode indicar uma identificação incorreta dos espécimes, alterando o resultado de similaridade florística com as demais áreas analisadas. O primeiro grupo (FMV e UHP) reuniu áreas localizadas no sudeste de Minas Gerais (Zona da Mata Mineira), estudadas em florestas estacionais montanas e submontanas. Essas áreas possuem similaridade florística de 58%, o que pode ser explicado pela proximidade geográfica, tipologia florestal e pluviosidade média anual (tabela 6). Essas localidades compartilham 16 espécies entre si: Anadenanthera colubrina, Andira fraxinifolia, Apuleia leiocarpa, Bauhinia forficata. Cassia ferruginea, Copaifera langsdorfii, Dalbergia nigra, Lonchocarpus muehlbergianus, Machaerium brasiliense, Melanoxylon brauna, Piptadenia gonoacantha, Platypodium elegans, 125 Pseudopiptadenia contorta, Stryphonodendron guianense, Swartzia myrtifolia var . elegans e Swartzia oblata. São exclusivas dessas áreas: Bauhinia forficata e Stryphnodendron guianense, sendo a primeira um componente típico de floresta pluvial montana, distribuindo-se em quase todos os estados do sudeste, exceto Espírito Santo, até Rio Grande do Sul (Lorenzi 1992). O grupo FMV-UHP uniu-se ao Parque Estadual Rola-Moça (PERM), que localiza-se na região metropolitana de Belo Horizonte em floresta de galeria. Estas três áreas reúnem seis espécies em comum: Cassia ferruginea, Copaifera langsdorfii, Lonchocarpus muehlbergianus, Piptadenia gonoacantha e Swartzia oblata. A maioria destas espécies, exceto Lonchocarpus muehlbergianus, têm registros em florestas estacionais e florestas ombrófilas (Irwin & Barneby 1982; Lorenzi 1992; Mendonça et al. 1998; Mansano & Tozzi 1999). Estes resultados evidenciam as migrações das espécies entre florestas estacionais e ombrófilas via florestas de galeria (Oliveira-Filho & Ratter 1995). O quarto grupo (FT e FL) é formado por florestas estacionais montanas, situadas no sul de Minas Gerais. Essas áreas compartilham 14 espécies entre si, com similaridade de 59%. São elas: Anadenanthera peregrina, Bowdichia virgilioides, Copaifera langsdorfii, Hymenaea courbaril, Leucochlorum incuriale, Machaerium nyctitans, Machaerium stipitatum, Machaerium villosum, Piptadenia gonoacantha, Platypodium elegans, Pseudopiptadenia leptostachya, Sclerolobium rugosum, Senna macranthera e Swartzia oblata. Nenhuma delas foi exclusiva deste grupo, confirmando os dados de Oliveira-Filho & Fontes (2000), que consideraram a composição das florestas estacionais influenciada por elementos florísticos de diferentes tipologias florestais. Este grupo ligou-se a Serra do Japi, com similaridade de 36%, esta área, está localizada no estado de São Paulo em florestas estacionais montanas. A proximidade geográfica, tipologia florestal e pluviosidade anual acima de 1200mm (tabela 6), justificam a similaridade entre estas áreas que tem Leucochlorum incuriale como espécies exlusiva. Segundo Barneby & Grimes (1996), essa espécie distribui-se do estado de Minas Gerais ao Paraná, ocorrendo em campos e áreas de transição floresta de galeria-cerrado, em elevações de 710-1500m de altitude. O sexto grupo (EBC e PERD) está constituído por duas áreas situadas no leste de Minas Gerais, em florestas estacionais submontanas. Este grupo também foi encontrado por Nunes (2003). Dentre as áreas analisadas, estas apresentaram a flora mais semelhante (66%), que pode ser justificada pela tipologia florestal, pluviosidde e coordenadas geográficas (tabela 6). Enterolobium monjolo, Inga thibaudiana, Plahtymenia foliolosa e Pseudopiptadenia warmingii são exclusivas dessas localidades. Inga thibaudiana ocorre em floresta ombrófila densa de terras baixas no Espírito Santo e Bahia, penetrando o continente através de florestas estacionais distribuídas pelas savanas de Minas Gerais (Garcia 1998). A forma de distribuição dessa espécie é corroborada pelo padrão 126 proposto por Oliveira-Filho & Fontes (2000) para táxons ocorrentes em florestas costeiras e estacionais. A sétimo grupo reuniu Parque Estadual do Itacolomi (MG) e Parque Nacional do Itatiaia (RJ), localizado sob o maciço da Mantiqueira em áreas de florestas estacionais e ombrófilas, respectivamente, subdivididas em submontanas, montanas e altimontanas. Essas localidades tem semelhança florística de 45%, que pode ser explicada pelo gradiente altitudinal e pluviosidade anual (tabela 6). Apesar da pluviosidade semelhante em ambas as áreas, o PEI possui estação seca bem definida, no período de maio a setembro. O déficit hídrico é uma condição importante na separação entre florestas ombrófilas e estacionais (Veloso et al. 1991). Mimosa scabrella foi a única espécie exclusiva destas áreas, apesar de ser um elemento florístico de florestas montanas, essa espécie também ocorre em áreas alteradas de altitude (Barneby 1991). Este grupo uniu-se a reserva Ecológica de Macaé de Cima (RJ), situada no maciço da Serra do Mar em floresta ombrófila densa montana. Essas três áreas agrupam-se com similaridade de 32%, sendo Ormosia friburgensis e Sclerolobium friburgense exclusivas dessas localidades, que segundo Lima et al. (1994) são comuns em formações florestais montanas. Em relação as espécies ocorrentes no PEI, 18 estão amplamente distribuídas nas florestas estacionais, ocorrendo em mais de 6 áreas. São elas: Anadenanthera colubrina, Anadenanthera peregrina, Cassia ferruginea, Inga marginata, Machaerium villosum, Platypodium elegans, Pseudopiptadenia contorta, Pterocarpus rohrii, Senna macranthera, Senna multijuga, Swartzia pillulifera, M. hirtum, M. brasiliense, Sclerolobium rugosum e Melanoxylon brauna. Destas, apenas a última constitui um elemento florístico especialista ao domínio atlântico (tabela 4), sendo as demais espécies generalistas (tabela 4). Espécies restritas as florestas estacionais do PEI, foram quatro: Dalbergia aff . revoluta, Inga ingoides, Inga schinifolia, Inga vulpina e Senna reniformis . Inga ingoides ocupa áreas de floresta ombrófila densa aluvial e de terras baixas (Garcia 1998). Segundo esta mesma autora, Inga schinifolia e Inga vulpina são espécies que tem preferência por matas de altitude. Senna reniformis, espécie endêmica da cadeia do Espinhaço, habita cerrado, margem de mata de galeria, brejo e vegetações com altitudes entre 950 e 1.800m (Irwin & Barneby 1982). Os resultados encontrados mostram que as tendências de variações florísticas são influenciadas pela variação de altitude e pluviosidade (tabela 6), padrões bem conhecidos para o neotrópico (Gentry 1995). Apesar do PEI ocupar uma área de transição entre os domínios de cerrado e mata atlântica, pode se considerar com base nos resultados aqui obtidos que, sua vegetação em relação a Leguminosae, apresenta maior influência de elementos florísticos da floresta ombrófila montana.

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134 CONCLUSÕES GERAIS

O estudo taxonômico totalizou 65 espécies reunidas em 34 gêneros, e 15 tribos. A subfamília, tribo e gênero mais representativos foram Papilionoideae (30 spp.), Dalbergieae (17 spp.) e Inga (8 spp.), respectivamente. O hábito predomimante foi o arbóreo com 39 espécies. O pesente estudo colaborou com o conhecimento da Flora de Leguminosae do estado de Minas Gerais e da região de Ouro Preto, pois, 61% dos táxons encontrados não haviam sido registrados para o PEI, nem se encontravam depositados nos acervos dos Herbários da região. A distribuição geográfica de Sclerolobium friburgense e Ormosia friburgensis foi ampliada para o estado de Minas Gerais com a ocorrência dessas espécies na área estudada. Os resultados deste trabalho mostram que 40% das espécies de Leguminosae amostradas no PEI são restritas a uma única trilha, evidenciando a importância de preservar esta unidade de Conservação. A maioria das espécies amostradas foram encontradas em florestas estacionais submontanas, confirmando a preferência de Leguminosae por faixas altitudinais mais baixas. As florestas estacionais do PEI região possuem uma confluência de elementos vindos de diferentes tipologias florestais, considerados, portanto, generalistas. A maioria das espécies (73,8%) são generalistas e 26,2% especialistas em relação ao domínio florestal atlântico. Dentre as espécies generalistas, cerca de 67% pertencem ao componente herbáceo-arbustivo-trepador. A floresta atlântica tem influência na flora do PEI, uma vez que 43% das espécies apresentaram padrão de distribuição atlântico. A flora arbórea do PEI mostrou-se mais similar a do Parque Nacional do Itatiaia (RJ), o que pode ser explicado pela localização das mesmas no Maciço da Mantiqueira e pelas condições ambientais semelhantes de altitude e pluviosidade.

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