PROGRAMA DO ZOH EDIÇÃO 03 MEGAPRO SHOW

Formato original de RENNAN LOPES VINICIUS GUIMARÃES

Apresentado por DONA LEMBIDINHA LUCAS LUBICHANO RATENA HENDRADE ZOH

Direção artística RENNAN LOPES VITOR ABOU

Direção geral LUCAS LUCIANO

Produzido por MEGAPRO SHOW

Este é um programa de exclusividade do MEGAPRO e protegido por direitos autorais, logo, não pode ter sua veiculação sem que ela seja solicitada à direção. Todos os direitos reservados aos componentes da equipe.

1 PROGRAMA DO ZOH EDIÇÃO 03 MEGAPRO SHOW

CRITIZOH Quadro 1

ZOH: Oooooooi! Bem-vindos a mais um programa e a mais um CritiZoh, people! Tô extasiado pra começar a edição de hoje; a semana foi tão animada que eu até dormi. Recarreguei as energias e acordei mais agitado que a vida de alguns autores que esquecem suas obras pra resolver mil e uma coisas. Paciência. Graças a Deus, Wilson Franco não é um desses escritores e posta sua obra em dia. Então o tio Zoh foi atrás pra saber do que se tratava a famigerada O Hospedeiro. A trama fala sobre os macacos que (IMPORTANTE) NÃO transmitem febre amarela; são apenas hosped... Ah, não é isso. Troquei as bolas. Vamos seguindo que a gente destroca.

A obra tem uma pegada futurística – até porque se passa em 2046 –, num mundo pós- apocalíptico, onde os personagens tentam sobreviver a um vírus que se alastrou pela Terra. Tal roupagem misteriosa foi bem representada na abertura da série, com cenas de alguma outra série ou filme de sobrevivência em conjunto. Na primeira cena (antecedida por um aviso de cenas inadequadas para menores de 16 anos), o cientista Gary O’Connor tenta comunicação via rádio com a unidade. Sucinta essa minha descrição, né? O autor usou a mesma para abrir a série. Errado! Deu pra ver que ao longo da série teríamos um pouco de literário impregnado no roteiro, fora descrição ZERO dos personagens. A cena continua com o cientista surtando por estar em uma ilha e não conseguir ser localizado. No final, ele é atingido por uma gosma, que o sufoca. Abaixo, foto dos bastidores da cena:

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Na segunda cena, boa parte dos personagens está no Distrito 5. Ao que parece, estão confinados ali para se protegerem do ar contaminado pelo vírus. Logan, o líder, demonstrou seu ódio por estar naquela situação xingando o mensageiro que deveria vir trazer a “gororoba” para eles comerem, mas não trouxe. Na cena, duas coisas me chamaram atenção:  1: “Logan bate o telefone com força e sua namorada Jennifer, assim como Lucia, Miles, Parker e o resto do pessoal se aproxima.” Bem, acho que a maioria dos leitores sabe que NÃO se deve colocar relações como namorada, mãe, pai, etc. nas descrições. Mostrar quem é o que de quem fica a cargo dos diálogos.  2: “A mulher encara a câmera e exclama para A Unidade: “Desgraçados” e cospe no chão.” Não disse que já esperava encontrar muito literário por aqui? Pois é... O autor deveria ter feito o seguinte: MULHER – Desgraçados! Apenas. Somente. Simplesmente. E além disso, quem é essa tal de Unidade? Se ainda não nos foi apresentada, não faz sentido dizer com quem a mulher está falando. O episódio segue com a notícia de que Gary O’Connor – sim, o cientista da amoeba da primeira cena – convidou todos para irem à ilha dele. A cena em que Henry, aparentemente o dono do Distrito 5, conta a novidade para os internos me lembrou das noites em que eu e minha irmãzinha dormíamos com nossa mãe contando historinhas: Logan faz gesto de joia para Henry e alegre, ele conta a novidade. HENRY – Gary O’Connor convidou todos para a sua ilha. Caro autor, caso você não seja mãe de família e/ou não esteja contando histórias pra ninar, se decida! Ou você dá spoiler na descrição já anunciando o que o personagem vai dizer, ou deixa ele falar por si só. Os dois não dá. Fica a dica.

Pelo menos a cena foi até realista. Os personagens não aceitaram ir à ilha, que supostamente abrigaria a solução para o vírus, de prontidão. Muitos ainda relutaram, afirmaram não haver solução para o caso. Foi muito bonito o diálogo entre Jennifer e Logan, discutindo sobre o futuro do filho que a moça trazia no ventre. Enfim achei um ponto positivo. Dali, o episódio passou a mostrar a reação de cada núcleo à notícia. Assim iniciaram-se os conflitos entre pessoas que querem e não querem ir para a ilha.

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Mas como o que é bom dura pouco, na cena em que as pessoas que decidiram arriscar em viajar até a ilha já estão pegando o voo, completamente protegidos por um macacão, lemos o seguinte:

Todos entendem que devem entrar no jato e, um por um, entram. Catarina vigia os lados para eles e se depara de longe com dois patrulheiros que atiram nela.

Tirando a marcante presença do literário, que já cansei e provavelmente vocês também já cansaram de me ver falar, cadê a emoção da cena? A morte foi isso? Uma linha e meia? Totalmente sem emoção. E na cena seguinte, dentro do avião, todos já estão agindo como se nada tivesse acontecido. Ai, ai...

O capítulo acaba com um provável flash-forward (o autor não deixou claro), com Gary e Henry mortos, . Quando acabei, respirei aliviado. Pensei em parar por ali mesmo, mas não queria deixar vocês com uma crítica pequena. Sei que amam! Então lá fui eu, segurando nas mãos de Deus, chegando ao episódio dois.

Logan repara em algo verde descendo do machucado do pombo. LOGAN – O que é isso? Logan enfia o dedo no machucado e começa a abrir o pombo.

Então lá fui eu, segurando nas mãos de Deus, fechando o episódio dois. Mentira, mas deu vontade. Reflita comigo: você está em 2046, pós-apocalipse, sob a ameaça de um vírus que dizimou praticamente toda a população humana, e quando vê um pombo morto expelindo algo verde, você vai lá e enfia o dedo?! Pelo amor de Deus...

Depois de algumas ceninhas com Jennifer e Logan determinados a irem embora, e Gary falando nada com nada, fiquei aflito com o cientista virando gosma verde e entrando no corpo do senhor Parker, um velhinho que também fazia parte do Distrito 5, até explodir o corpo do coitado. Jesus! Me acalmei com a cena que encerra o episódio:

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Gary acorda assustado e Felicity acorda tentando entender o que houve. FELICITY – O que foi, querido? GARY – Sonhei algo com estranho, em que eu era uma gosma verde que se rastejava no chão, entrava dentro de um velho e explodia. Felicity começa a rir. FELICITY – Que sonho louco... Felicity volta a dormir e Gary também.

E Zoh também. Olha, já vou pedindo desculpas porque não quero ofender, mas não gostei. A série é muito louca e mal feita. Além da onipresença do estilo literário em pleno roteiro e de muitos erros de pontuação, alguns diálogos não convencem e o público não entende patavinas do que está acontecendo. Nota 3.

E assim encerro o CritiZoh de hoje. O autor tem muito a melhorar, e espero que seja logo, pois se não for... Deixa pra lá. Agora vou voltar a hibernar. Me acordem na hora do debate, ok? Ah, e não saiam enfiando o dedo em qualquer pombo morto por aí. O ministério da saúde e do bom senso advertem que faz mal. Faz muito mal.

UM PAPO, UMA LAMBIDA Quadro 2

DONA LEMBIDINHA: Sejam bem vindos em mais uma edição de Um Papo, Uma Lambida... Hoje recebemos um convidado especial que vai contar tudo e receber as perguntas da Dona Lembidinha aqui, pra começar... Tudo bem João Paulo Ritter, vai uma lembida?

JOÃO PAULO: Se for uma lembida no pescoço, eu tô aceitando porque, assim, já faz um tempo desde a última vez.

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DONA LEMBIDINHA: Opa, meu querido! Vamos marcar! Você é autor da ON, certo? Como surgiu o convite para ir pra lá? Conte-nos tudo, meu bem!

JOÃO PAULO: Ah, com certeza vamos (risos). Sim, sim eu sou autor da On e o convite apareceu quando a Rede Purple estava prestes a acabar e eu iria fazer minha estreia por lá, com uma webnovela (que depois virou websérie) chamada Wiccanos. Aí o Jaime ou o João Victor, não lembro, me chamou para fazer parte da equipe e eu aceitei de boa. Quer dizer, o barco da Purple já ia cair mesmo, não tinha porque eu continuar lá na minha visão das coisas e também porque tava sendo bem difícil trabalhar lá.

DONA LEMBIDINHA: E o que você acha da ON.TV? Qual a sua relação com a galera toda?

JOÃO PAULO: Eu amo, não existe do que reclamar de ninguém. Eu amo o Jaime, ele sempre tá disposto a me ouvir sobre tudo o que eu quero por pra fora sobre minhas histórias. Gosto muito de todos envolvidos, Davi, Flávio, João Victor. Eu me encontrei na Ontv e to muito feliz, to conseguindo finalmente colocar pra fora essas ideias que eu queria por em roteiro.

DONA LEMBIDINHA: É tão bom ver tantas uniões, coisa que está faltando no MV. O que acha do MV atualmente e todas essas intrigas?

JOÃO PAULO: Eu não gosto muito de dar opinião nessas coisas porque já tive pessoas experiências com isso, mas eu penso que para algumas pessoas isso é inevitável, quero dizer, eu gosto de evitar o conflito por motivos de cansaço mesmo, não tenho mais paciência pra isso desde 2015. Também tem aquelas que gostam do conflito... Eu só enrolei e não cheguei a uma conclusão, desculpa.

DONA LEMBIDINHA: Tudo bem, todos nós enrolamos. E suas tramas? Nos conte sobre elas.

JOÃO PAULO: Vamos ver o que eu posso falar. Bem, Caminho Único é uma história que me acompanha desde o final do meu ensino fundamental e da primeira versão, que surgiu na minha cabeça lá em 2010, foi só o Leonardo mesmo e o resto do personagens foram surgindo conforme minhas experiências pessoais e experiências de pessoas perto de mim, além de histórias que eu gostaria de ver em história adolescentes. Uma vez falaram que fiz laboratório em Malhação, não deixa de ser verdade, me baseei em um formato parecido além de ter pego emprestado o formato da série canadense, Degrassi The Next Generation... Enfim, Caminho Único é o meu filho preferido atualmente e tem X-23 né, que basicamente é a minha vontade de escrever sobre super-heróis, vem dessa minha parte nerd, geek (risos). Me ajuda a fazer coisas um meio despirocadas, digamos assim.

DONA LEMBIDINHA: Caminho Único é o que mais ganha destaque dentro e fora da ON. De onde veio inspirações para criar essa série que anda tendo sucesso?

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JOÃO PAULO: Adolescentes (risos), no básico mesmo porque além de eu ter esse pequeno ranço de adolescentes, acabei de sair dessa fase e ficou essa vontade de contar histórias sobre adolescentes com problemas amorosos, na família, problemas psicológicos, de aceitação. Também peguei um pouco de inspiração, mais uma vez citando, a série Degrassi, que apesar de ser um programa feito no Canadá, possui bastante coragem de falar de certos assuntos como aborto, por exemplo, que falei em Caminho Único também... E é isso, minhas inspirações são os adolescentes que mesmo sendo irritantes em uma boa parte do tempo, possuem problemas dos quais valem a pena escrever.

DONA LEMBIDINHA: Adolescentes sempre rendem ótimas histórias. Quais os planos para 2018? Mais tramas? Queremos saber de tudo!

JOÃO PAULO: Tem um especial, tipo telefilme, que pretendemos colocar no ar em Março, sobre a vida dos criadores do Superman, é uma história bem interessante. Olha, eu tô mais preocupado, realmente, em terminar essa segunda temporada de Caminho Único e entregar o episódio final de X-23 antes de pensar em outra história grande, mas não descarto nada.

DONA LEMBIDINHA: Você trabalha bastante, parabéns, já estou apaixonada (Risos). Mas o que queremos saber é sobre o Insônia, o que tem a nos dizer?

JOÃO PAULO: Primeiro, me desculpem pelo piloto... Se alguém escutou, eu vou relançar com o áudio centralizado porque aprendi a fazer isso e prometo que a segunda edição estará melhor. Mas respondendo a tua pergunta, Dona Lembidinha, Insônia é um podcast, para explicar melhor é como um programa de rádio, mas fazemos pela internet e publicamos em um feed, explicando para quem não sabe o que é de fato e o Insônia em si é esse podcast onde eu converso com amigos sobre assuntos que temos em comum, séries, filmes, livros... Obras do MV. Eu também quero, se futuramente alguém topar, fazer entrevistas com autores do MV para expandir mais esse mundo maravilhoso já que o programa é publicado no meu feed do SoundCloud e vai para o iTunes também. Grande essa resposta, estou possuído aqui.

DONA LEMBIDINHA: Aaah, eu gosto de coisas grandes, pode apostar. (Risos) Não sou a Dona Lembidinha à toa. Vocês da ON fazem um ótimo trabalho, estão de parabéns. O que você mais gosta na emissora? E o que mais detesta?

JOÃO PAULO: Ah obrigado, também acho que fazemos um ótimo trabalho. O que eu gosto mais é da liberdade que existe para contar nossas histórias e o que eu mais detesto? Bem, que o Jaime ainda não me pediu em noivado ainda né, vamos rever isso daí (risos). Não, mentira, não sei que eu detesto... É uma resposta bem clichê, pode até ser, mas até agora não apareceu algo me fizesse detestar.

DONA LEMBIDINHA: Isso é ótimo meu anjo, coisas boas e energias boas. É isso que desejo pra você, tudo de bom. Mas infelizmente nossa conversa animada está acabando. Adorei conversar também e saber um pouco de você, foi um prazer, até a próxima.

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JOÃO PAULO: Ah, também adorei conversar contigo. Já vamos deixar aquela lembidinha marcada pra próxima semana então.

DONA LEMBIDINHA: Isso é claro. Mais uma vez muito obrigada!

ANALISAY Quadro 3

LUBICHANO: Oin, gatas e gatos do meu coração. Tô preparada pra atacar? Não, não tô. A melhor resposta que eu dou é o meu brilho e o meu sucesso, monamour. Foi, é e sempre será assim, né, non? O nosso ANALISAY de hoje vai falar sobre as favelas e o tempo na dramaturgia. Utilizarei como recurso a minissérie “Tribunal de Rua”, nova trama de João Carvalho e que estreia em fevereiro no MEGAPRO. Vamo lá, cats?

O TEMPO E O TEMPO...

Milhem Cortaz vive Pedro Bala na nova minissérie do MEGAPRO

Os temas sociais sempre foram presentes na dramaturgia brasileira desde a maga Janete Clair. Se antes vivíamos o mundo e a fantasia de Glória Magadan nos anos 60, agora passamos a colher os frutos da herança que a “maga das oito” nos deixou. Em “Irmãos Coragem”, por exemplo, o retrato de um coronelismo antiquado e sujo fora criado – principalmente através da imagem do grande vilão da novela, Coronel Pedro Barros. Os heróis, os vilões, as mocinhas indefesas continuavam no cotidiano brasileiro através das novelas, mas Janete mostrou que é possível se criar mulheres guerreiras de acordo com sua realidade.

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Não demorou muito tempo para outros autores também perceberem que o caminho da esposa de Dias Gomes era o caminho mais certo a se seguir. Destaco Ivani Ribeiro, Gilberto Braga, Manoel Carlos e o próprio Dias Gomes, que mesmo com seu universo lúdico conseguia mostrar a realidade do nosso país. O tempo vai mudando a história e é apenas ele o responsável por isso. Um exemplo clássico é o sucesso moderno e contemporâneo, para a época, de “Dancin Days”. Gilberto Braga estava ali retratando a realidade de um Brasil que estaria se entregando por inteiro ao universo das discotecas, que naquele momento estava ganhando o mundo. Porém, diferente da contemporaneidade da obra em 1978, em 2014 tivemos “” e quem diria que uma novela que retratasse as discotecas um dia fosse considerada uma novela de época. Imagino a confusão na cabeça daqueles que viveram a época, né, non? As críticas sociais vão se renovando e, consequentemente, suas abordagens.

No mundo virtual, por exemplo, podemos citar “Marcas da Vida”, novela de Weslley Vitoritti, exibida pela WEBTV em 2015. Na trama, Martha (Carolina Kasting) era uma espécie de vilã humanizada. O empenho do autor foi por explicar que Martha é um ser humano frustrado com os problemas da vida. Lá atrás, o autor Lauro César Muniz tentou retratar um tipo parecido com Paloma Gurgel (Dina Sfat) em “”. Na época, a trama foi um fracasso retumbante e o público não entendeu muito bem a personalidade dúbia da mocinha. Ah, e ainda teve a situação da eutanásia, que também não desceu bem para o público. Hoje, esses temas são super comuns e Martha fora bem compreendida pelo público, o que fez de “Marcas da Vida” um sucesso inquestionável. Acredito que Weslley naquele momento tenha sido para a WebTV o que Janete fora para Globo. A mudança da “mexicanização” das obras e o início da “humanização” dos personagens comuns do nosso cotidiano.

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Acima, apresento uma imagem de “Os Dias Eram Assim”, a novela das 23h de 2017, que fora também a maior audiência do horário, ultrapassando fenômenos como “” e “Liberdade Liberdade” tendo 21,0 pontos de média. A trama de autores iniciantes contou a história de Alice (Sophie Charlotte) e Renato (Renato Góes), amores separados pela ditadura militar que durou de 1964 a 1985 no Brasil. A história clichê servia para enriquecer o universo da opressão da Ditadura, mas será que era apenas esse o problema de violência que o nosso país vivia?

E a resposta é: NÃO. Em “Tribunal de Rua”, Nicolau (Vinícius Redd) era um jovem normal. Uma família rígida, claramente apoiadora do Regime Militar, e que tinha, digamos que uma boa condição de vida. Nicolau é sobrinho de Pedro Bala (Milhem Cortaz) e é quem tem como melhor amigo e pai. A vida de Pedro mudou completamente quando ele se enveredou no caminho do tráfico e do jogo de bicho no Morro da Providência. Ele se torna o chefe de um bando e é respeito por lá, porém se vê na missão de fazer seu sucesso.

10 PROGRAMA DO ZOH EDIÇÃO 03 MEGAPRO SHOW

Contrariando o pai, Ronaldo (Bruno Garcia), Nicolau acaba se tornando o mais apto a suceder o tio. Após a morte de Preta (Nanda Costa), Bala não pensa em outra coisa senão vingança e para cumprir a vingança pela morte de sua mulher contará com a ajuda de Nicolau, que, despreparado, assume o Morro para destruir os inimigos de seu tio, que a essa altura é o mais procurado pela polícia. O que quero dizer com isso? E qual é a relação? Bom, “Tribunal de Rua” se passa em 1976, no Rio de Janeiro. Às vezes a televisão nos mostra apenas a realidade política daquele período e acaba esquecendo que, enquanto comunistas e capitalistas se digladiavam nos centros urbanos, as periferias e zonas rurais ainda enfrentavam suas guerras internas e que vitimavam também sua população. O tempo e o lugar podem ser explorados de diversas formas. Claro, às vezes não somos bem compreendidos naquele determinado momento, talvez porque o mundo ainda não esteja preparado para enxergar sua própria sujeira, seus próprios planos ambiciosos e até mesmo seus segredos revelados na tela de um computador, de uma televisão ou de um cinema. O tempo é o senhor do tempo. Não há contradições.

Bye, gatos. Até o programa que vem.

[AQUELE MERCHAN BÁSICO PORQUE PRECISAMOS COMER]

VOANDO COM A BORBOLETA

Quadro 4

RATENA: Olá, amores e amoras. Como vocês vão? Espero que muito bem. Tivemos uma semana bem calma, né non? A única treta mesmo foi aquela história de #pisei e também um programa na OnTV que irá me envolver. Já amei! Agora, vamos para as esquetes da semana. Desculpem minha falta de criatividade. Bloqueio acontece com todos, né? Beijos de luz e até o debate.

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CENA 01/ ESTÚDIOS MEGAPRO/ SALA DE LUBICHANO/ DIA/ INT.

Lucas Lubichano sentado em sua cadeira. Entra Dona Lembidinha, irritada.

LUCAS – O que foi, Lembidinha? Já não disse que tem que bater antes de entrar?

LEMBIDINHA – Ui, adoro bater uma/

LUCAS – Ô, tarada, não é isso não. É bater na porta.

LEMBIDINHA – Ué, mas porta tem pênis desde quando?

LUCAS – Ah, você só pensa safadeza. Como isso é possível?

LEMBIDINHA – Hormônios, querido.

LUCAS – Mas o que você veio fazer aqui? Não viu que eu tô ocupado?

LEMBIDINHA – (vai tirando a blusa) É que eu queria saber/

LUCAS – Sai daqui, Lembidinha.

LEMBIDINHA – Ah, que saco. Ninguém quer minha lambida.

LUCAS – Vá se tratar, louca.

LEMBIDINHA – Ah, não enche.

Lembidinha sai, cabisbaixa. Entra Pombayro (alto, magro, pele morena, nariz grande, óculos espelhados redondos).

LUCAS – Ai, quanto eu mais rezo, mais assombração me aparece.

POMBAYRO – (dicção ruim) Oi, Lucas.

LUCAS – Oi, querido. O que faz aqui?

POMBAYRO – Vim pegar meu pagamento.

LUCAS – Ué, mas você já saiu do MEGAPRO há meses.

POMBAYRO – É que tô esperando até hoje depositarem aquele dinheiro na minha conta.

LUCAS – Ah, aquilo era dinheiro virtual.

POMBAYRO – Ah, tá. E vim manifestar hoje também.

LUCAS – Por quê?

12 PROGRAMA DO ZOH EDIÇÃO 03 MEGAPRO SHOW

POMBAYRO – Porque fiquei sabendo que no Programa do Zoh andaram citando os pombos. Eu sou o defensor mundial dos pombos, tá?

LUCAS – Ah, mas você gosta deles?

POMBAYRO – Sim.

LUCAS – Achei que eles tivessem te passado aquela doença do pombo.

POMBAYRO – Passaram, daí fiquei amigo deles.

LUCAS – Ah, tá.

CAM aproxima-se de Lucas.

LUCAS – (para a CAM) É cada um que me aparece.

Close em Lucas.

CORTA PARA/

CENA 02/ ESTÚDIOS MEGAPRO/ JARDIM/ DIA/ EXT.

Várias pessoas sentadas no gramado. Hannah Kama Sutra ao lado de Militeverton e Lerdeslley escrevendo em cartazes no chão. Em um deles está escrito ‘‘#pisei #piso #pisarei’’, em outro, ‘‘invejosos’’. Chega Lucas Lubichano.

LUCAS – O que é isso aqui, pessoal?

HANNAH – Cartazes, Lubichano.

LUCAS – Vocês vão manifestar onde?

HANNAH – Na concorrência.

LUCAS – Sério? Coragem, hein.

MILITEVERTON – Não rouba meu bordão.

LUCAS – Você que plagiou do Chico Pinheiro. Virou máquina de Xerox foi?

MILITEVERTON – Ah, cruz credo, poc.

LUCAS – Olha, você sabem que eu quero o bem de vocês/

LERDESLLEY – Não adianta, Lubichano. Nós vamos invadir lá sim. Não vamos mudar de ideia.

LUCAS – Não tô falando pra mudarem de ideia. Só acho que deveriam levar máscaras de oxigênio, naftalina, um espanador. Lá tá um mofo só.

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MILITEVERTON – Ah, verdade, poc. Agradecia. Não sou obrigada a morrer com aquele cheiro insuportável.

LUCAS – O pior tudo são as pessoas de lá, né.

LERDESLLEY – Ah, Deus me livre voltar praquele lugar. JAMAIS!

HANNAH – Vamos, gente? Não se esqueçam de levar a raquete de matar mosquito.

MILITEVERTON – Tá comigo já.

CAM vai se afastando.

CORTA PARA/

CENA 03/ ESTÚDIOS MEGAPRO/ CAMARIM/ DIA/ INT.

Espaço pequeno. Dois espelhos grandes em frente a várias cadeiras. Vini Tia Perucas sentado em uma das cadeiras. Entra João Cavalo, com um avental de cabeleireiro.

VINI – Você que vai fazer meu cabelo hoje, João?

JOÃO – Sim. Me ofereceram esse bico, aí aceitei né, amigo.

João pega uma tinta em cima da bancada e começa a pintar o cabelo de Vini.

VINI – Então, amigo, fiquei sabendo que você vai estrear minissérie mês que vem.

JOÃO – Vou sim. Quem te contou? Foi aquele safado do GuaraVitor né? Ah, aquele boca de sacola/

VINI – Foi você mesmo, João.

JOÃO – Eu?

VINI – É.

JOÃO – Ah, verdade. Eu participei daquela notícia do jornalismo do MEGAPRO.

VINI – Ô, João, de que cor você tá pintando meu cabelo?

JOÃO – Cinza, ué. Não era essa cor que você queria?

VINI – Claro que não. Era roxo.

JOÃO – Vixi. O que fazemos agora?

VINI – Eu te mato.

João sai correndo.

14 PROGRAMA DO ZOH EDIÇÃO 03 MEGAPRO SHOW

CORTA PARA/

CENA 04/ ESTÚDIOS MEGAPRO/ SALA DE GUARAVITOR/ DIA/ INT.

GuaraVitor sentado em frente a Rennico Penico.

GUARAVITOR – Rennico, agora que nós somos os responsáveis pelo jornalismo e pelo entretenimento será que poderemos colocar nosso plano em prática?

RENNICO – Que plano?

GUARAVITOR – O impeachment do João Cavalo.

RENNICO – Ih, garoto, isso vai ser difícil. João não larga o osso nunca.

GUARAVITOR – Então precisamos trocar o nome dele. Vai passar a ser João Cachorro.

RENNICO – É, realmente, faz mais sentido.

João Cavalo entra.

GUARAVITOR – Oi, amigo. Como cê tá?

RENNICO – João, que saudade!

João olha para a CAM.

JOÃO – Cambada de falso!

Close em João.

DEBATE DO ZOH

Quadro 5

ZOH: Chegamossss! Ao vivo, em cores, 4K e muita coisa pra falar. Mentira, nem tem. Nosso debate hoje vai ser mais curtinho, visto que a semana não foi lá essas coisas. Alô, gente! Vamos logo armar barraco forte em 2018 pro tio Zoh poder comentar aqui. Enfim, o nosso convidado de hoje é Everton Brito, autor de Anjo Bom. Bem-vindo, Everton!

RATENA: Ah, Everton é um arraso. Bem vindo. Ele já escreveu Medeia também, ícone do 5D.

15 PROGRAMA DO ZOH EDIÇÃO 03 MEGAPRO SHOW

LUBICHANO: Alô, Regina, que é tão gente fina que sabe chegar... Oi, gatos e gatas amados do meu coração. To toda toda aqui. Quero diversão. Bem vinda, Everton.

DONA LEMBIDINHA: Seja bem vindo, Everton! Como é tradição para todo convidado, eu tenho que perguntar... Vai uma lembida?

EVERTON: Boa noite, Brasil! Saindo dos estúdios de Game Over e vindo pra cá. Exausto. Mas tô aqui! Adoro lambidas (não), meu cachorro me lambe (é nojento e ele nem gosta de pessoas).

LUBICHANO: Morto que hoje ele fez tour pelos estúdios MEGAPRO.

EVERTON: Gravando dois programas quase que simultaneamente.

ZOH: Trabalhou bastante, hein?! Será que rola uma participação na Comic Con da WebTV, que tá vindo aí? O que vocês têm a falar sobre a edição 2018 da CC?

DONA LEMBIDINHA: Eu adoro esses eventos, uma ótima oportunidade para se apresentar e criar parcerias. Não importa de qual rede vem, importa se for feita com qualidade.

LUBICHANO: Adoro a CC, mas eu acho que requer tempo pra fazer algo bom, que preste. Se a WebTV tiver interessada mesmo no projeto, acredito que precisam se dedicar bastante a isso, gatas. Mas é uma boa a nova edição. Amo.

RATENA: Eu amo a Comic Con, evento belíssimo de divulgação para todos do mundo virtual. Tomara que dê certo na Webtv.

EVERTON: Amei a iniciativa de ressuscitar a CC, porque foi um evento de proporções imensas. Chiquetérrimo! Com direito a camarão na taça e tudo mais.

RATENA: Britto, amigo, a pergunta que não quer calar: em qual rede você está atualmente? Webmundi ou Webtv ou nas duas?

EVERTON: Webmundi, WebTV e Segundo Canal. No pique. Com a corda no pescoço.

ZOH: Pisou em certos escritores preguiçosos. Cala-te boca!

DONA LEMBIDINHA: Pisou no Brandão, que não faz algo descente desde 2016.

RATENA: Já que você está na Webtv, o que pode nos adiantar sobre a Comic Con?

EVERTON: (RISOS) Eu tento! Olha, tudo está acontecendo muito sigilosamente, mas sei que vai ser algo diferente e cool.

DONA LEMBIDINHA: Esperamos todo o sucesso e não repita o fracasso da última edição, que nem edição teve.

16 PROGRAMA DO ZOH EDIÇÃO 03 MEGAPRO SHOW

ZOH: Já que é tudo no sigilo, vamos partir pra algo que já foi beeem exposto: tá chegando Tribunal de Rua, nova minissérie do João Carvalho. Mais uma bomba, mais um cancelamento ou essa vai pra frente?

DONA LEMBIDINHA: Depois da Ruína das 21h, agora vem novo julgamento das 22h?

ZOH: A louca dos trocadilhos. Fica na sua, Lembidinha.

RATENA: Lembidinha pisando nos trocadilhos. Espero que João escreva algo de qualidade e que termine, pois temos Terra Livre, Perigosa Tentação e The Five, todas abandonadas por ele.

EVERTON: Terra Livre era belíssima. Espero que essa vá pra frente e seja um sucesso. Mas digo uma coisa; não digo nada e ainda digo mais; só digo isso. Pronto, falei.

DONA LEMBIDINHA: Se eu também tivesse escrito Perigosa Tentação, eu abandonaria no segundo capítulo.

LUBICHANO: João, pisa mais! Que o ícone faça sucesso.

ZOH: Vai abordar bem a justiça no Brasil e no MV: não existe. Não viram o que a Zih falou sobre a Hannah, nossa colega de trabalho? Criticou até a hashtag! Falta de pauta ou raivinha particular?

DONA LEMBIDINHA: Falta do que fazer.

RATENA: Raivinha particular, acredito eu. Não tinha o que criticar aí foi falar da hashtag.

LUBICHANO: Confesso que achei meio forçado o fato de criticar a hashtag. Não muda o conteúdo do programa, então acho nada a ver falar mal até disso.

DONA LEMBIDINHA: Aquela crítica foi completamente sem o menor sentido, mas pelo menos a Lady deu uma resposta em seu último programa.

EVERTON: Não li a crítica. Não sou capaz de opinar.

ZOH: Exatamente, gente. Lady Hannah tá um fenômeno. Um beijo e um queijo pra ela! E em homenagem à nossa amiguinha, vamos todos encerrar nosso mini debate dessa edição pisando muito! #Pisei

RATENA: Lady Hannah, nossa vizinha de cenário, arrasou. #pisei

LUBICHANO: Morto. #Pisei

DONA LEMBIDINHA: #pisei toda

EVERTON: Qual o motivo de se apresentarem com apelidos?

17 PROGRAMA DO ZOH EDIÇÃO 03 MEGAPRO SHOW

ZOH: Apelidos? Nunca! São nossos nomes. Zohzíssimo da Silva.

RATENA: Ratena Hendrade, eu mesma.

LUBICHANO: Lubichano Sagwa CatDog da Silva. Eu mesma.

RATENA: Everton, querido, antes de terminaremos, gostaria de deixar algum recado para nosso público?

EVERTON: Tão rápido? Ok. Mesmo que o debate tenha sido curto e faltaram assuntos, foi um prazer estar aqui.

ZOH: Faltaram assuntos mesmo. Não no debate, na semana. Aqui foi só o reflexo, infelizmente. Mas pelo menos algumas pessoas não estão falando besteira pra não dizer que não falou nada. Bem, já vamos nos retirar do estúdio, que a moça da limpeza ficou louca quando soube que hoje ia ser curto. Se despede aí, gente!

DONA LEMBIDINHA: Faltou assunto, porque não teve assunto

RATENA: Temos que culpar nossa semana tão parada, mais parada do que água do mosquito da Zika. Verdade.

EVERTON: Achei que o debate fosse sobre assuntos não só da semana, mas do MV em geral. Foi uma falha minha.

RATENA: Engano seu. Se tivesse lido a edição passada, saberia. (Risos) Tchau e até semana que vem, queridos.

LUBICHANO: Boa noite. Até semana que vem. Beijo e abraço.

DONA LEMBIDINHA: Espero que tenham gostado, queridos, boa noite.

ZOH: E foi isso, gente! Por uma semana mais agitada, porque não tá dando nesse marasmo. Brito, muito obrigado pela participação! Foi um prazer. E a vocês aí do outro lado da tela, até a próxima. Ou não.

#QueTiroFoiEsse?

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