Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia -UFBA. Bahia da Federal Universidade da Contemporâneas Cultura e Comunicação em Pós-Graduação de Programa do Professora Gutmann Freire Juliana Sobre performance e historicidade: e historicidade: Sobre performance Performance. Historicidade.MTVBrasil. Palavras-Chave estudos culturais. possibilidade depromoverdiálogoentreaestéticaeos desentimento,como eestrutura gênero, performance midiática, pelaarticulaçãoentreosconceitosde procedimentos paraaanálisedeumaorganização aqui umaexpectativa maisampladepesquisa:discutir marcas degênero(televisivosemusicais).Projeta-se em seusprogramasenosmodosdeconvocação materializadas sentidos, porcontinuidadeserupturas por umcontínuoprocessodedisputasvalorese uma ambiênciadeexperiência televisual,constituída televisiva.Examinaaemissora enquanto performance culturais, processoaquitraduzidopelaideiade de fazer, deserelacionarcomaaudiênciaecontextos histórica, dodesempenhodaMTVBrasil,seusmodos conceitual paraaapreensão,emumaperspectiva O artigoapresentaumapropostadearticulação Resumo uma abordagem estética uma abordagemestética e culturaldaMTVBrasil | [email protected] Juliana Freire Gutmann em umaperspectivahistórica voltadas paraaanálisedesuaproduçãosimbólica nacional, sãopoucasasreferênciasacadêmicas música popularmassivaedaproduçãotelevisiva a importânciadocanalnopaís,paraofomentoda sua própriavisualidade.Aindaquesereconheça fez dodesenvolvimentotecnológicodispositivoda contextos televisivosefonográficosbrasileiros, a músicaeoaudiovisualemsintoniacomos dedesfrutar cultura.Aoforjarformas determinada acesso adimensõesdasensibilidadedeuma fazendo desuasmaterialidadesmembrana e desejosdopúblico,captoupadrõesdeconsumo, enquanto “canaldajuventude”,incorporougostos e musical.Juntoàcapacidadedeserreconhecida expectativas emrelaçãoaoconsumoaudiovisual mas comoespaçodeexperiências queinstituiu fonográfica, funçãodiluídaaolongodasuahistória, Brasil atounãoapenascomomeiodedifusão Ao longodos27anosdeexibição nopaís,aMTV proposição 1 A Brasil – ou de qualquer outra organização Brasil –oude qualquer outraorganização A abordagemhistóricaquese pretendedaMTV 1 . www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599

1/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. fenômenos comunicacionaisemumaperspectiva estudos culturaisimportantesparapensaros Schechner ePaul dos Zumthoreformulações apropriadaporRichard noção deperformance A abordagemprevêaaproximação entrea histórica defenômenosmidiáticos. os pontosdeaproximaçãoo desejodeconstruir entre Em umsentidomaisamplo,aproposiçãoexplicita profícuos quandoaplicadosdemodoarticulado. advindos detradiçõesdistintas,podemsemostrar dereconhecimento.Taisformas conceitos,mesmo canal televisivo,suasestratégiasdeproduçãoe histórica, dasdimensõessensíveleculturaldeum sentimento paraoexame , emumaperspectiva de eestrutura de gêneromidiático,performance teóricos,propõe-seacionarosconceitos Em termos horizonte deexpectativa (KOSSELLECK, 2006). ambiente deexperiência quetambémdizsobreum investigação decomoumaemissoraconstituiuum então, tomadacomopressupostoempíricoparaa televisiva.AMTVBrasilé, ideia deperformance ser reconhecida,processoaquitraduzidopela e específicasdeatuar da emissora,suasformas quais podemosapreenderosmodosdeformar produção econtextos derecepção.Espaçospelos enquanto espaçosdeinteraçãoentreestratégias televisiva –tomasuasmarcasexpressivas 1

para a análise estudos culturaiseaestéticaparaanálise com focoemdeterminados programas(GUTMANN, 2005;REIS, 2006) etc. aculturação” daexpansãomarca multinacionalnopaís(LUSVARGHI, 2002), demomentosepisódicossua programação ou do “gênero videoclipe” porelainstitucionalizado(SOARES, 2009; TREVISAN, 2009;HOLZBACH, 2013), do “processo de emissora, comfoconosseuscomerciais evinhetas(MUANIS, 2010), dachamada “estética dovideoclipe” porelaempreendida No campodacomunicaçãobrasileiro, da delinguagem há estudos relevantessobreaMTVdedicadosàanálisedasestratégias abordagem supõeumprotocolodeanáliseque históricos. Emumaperspectivametodológica,a alterados narelaçãocomcontextos e tempos e modosdevaloração,osquaisvãosendo corpos dosapresentadores,programas,vinhetas) marco dematerialidadestelevisuais(cenários, televisiva,éfeitono na dimensãodaperformance primeira emissorasegmentadadopaís,comfoco O exame da departedoprocessoformação programas, seuscontextos, suasrecepções). audiovisual ecujosentidosefaznarelação(entre executadode formar atravésdasuaprodução 2006) deumaemissoraTV, seuespecíficomodo de compreendero“mostrarfazer”(SCHECHNER, pareceacenarparaapossibilidade performance de produçãoeconsumo.Jáoconceito da recepçãoecríticacultural,regulandopráticas interior dasobras,atravéslógicasindustriais, gênero enquantocategoriaculturalqueoperano Mittell éconvocadopelamaneiracomoentende Williams, desentimento. denominadaestrutura encontra forçateóricanahipóteseculturalde linguagem) parapensarumprocessohistórico dosusosda dos programas,dasnarrativas, transitórias (dosgênerostelevisivos,daemissora, estáveisequetambémsão com asestruturas e degênero,JasonMittell.Apreocupação desentimento,RaymondWilliams,estrutura histórica ecultural,especialmenteasnoçõesde www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 2/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. circularam sobreelesemreportagensecríticas. os programastelevisivosediscursosque cultural esensível.Asanálisesconsideram ambiência, buscandodarcontadoseucaráter historicizado docanaltelevisivo,vistoenquanto contextos (GUTMANN,2014)eprivilegiaumolhar contempla relaçõesentretextos, paratextos e física, ouseja, éalgodotadodedimensões além desuaforçasimbólica, tempregnância entre umorganismoeoambiente, aqual,para interação (necessáriaeconstante) estabelecida Para Dewey(1980),experiência designaa específico mododeformar/fazer/atuar. base noprocessodeincorporaçãomaterialum experiência deDewey, televisiva,nostermos com que acenaparaapossibilidadedecompreender de conteúdoveiculado,mascomoambiência,o objeto paraanálisedeprogramaçãooudotipo Concebemos umcanaltelevisivonãocomosimples falardaexperiêncianos permite televisiva. recepcionais,que sujeitos eseuscontornos espaço deinteraçãocriadoentreprogramas, uma emissoradeTV. Oolharsevoltaparao historicamentepor comunicativos construídos paraacompreensãodosprocessos performance desentimento,gêneromidiáticoe estrutura culturais sevale,aprincípio,dasnoçõesde teóricas oriundasdaestéticaedosestudos relaçõesentreperspectivas O esforçodeconstruir de sentimentoeperformance 2 Gêneromidiático, estrutura processo deprodução desentido. de umatipologiaprogramação, mascomo programas nãopelasuaconcepção comoamostra televisivo, talpremissanosleva ainterpretaros Jr, 2005).Tomando comoreferênciaocampo de consumo,estratégiascomerciais(JANOTTI entre elementosexpressivos, discursivos,hábitos midiáticas;resultadodearticulações em formas midiáticos sãopráticasculturaisencarnadas empíricas reconhecidashistoricamente.Gêneros analítica cujavalidadeéprovadaporexistências dotado denaturezaintrínseca,mascategoria considerá-lo nãocomoinstânciaabstrataoualgo enquanto conceitometodológico,oquepressupõe ganhando espaçonocampodacomunicação e práticassociais,anoçãodegênerovem Dimensão deinteraçãoentreprodutosmidiáticos estratégias centraisdecomunicabilidade. materiais esimbólicastêmnosgênerostelevisivos (GUIMARÃES eLEAL,2008)–,cujascondições enquanto ambiência–oufiguraçãoda experiência atelevisãoétomada 2008, p.06).Nessestermos, social nãosãoindiferentes(GUIMARÃESeLEAL, condições deapariçãoecircunstânciashistórica em funçãodeumobjeto,cujamaterialidade, repertório, padrões,mobilizaçãocorpórea;existe ato depercepçãoqueenvolveinterpretação, é sempreação(física,intelectualeemocional), de maneiraintegraleintensa(DEWEY, 1980), que mobilizadiversascapacidadeshumanas convenções, sejaaqueladefinidacomo“uma”, repetida, dispersaefragmentada,submissaa concretas. Experiência,sejaaquelarotineira, www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 3/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. determinada emissoraapartir desuasestratégias determinada deuma nos levemacompreendermodos deformar posições, funcionamentose reconfigurações que para identificarelementos, ordem, correlações, o conceitopodeserpostoemfuncionamento dimensão ativadasensibilidade.Nessadireção, comoaTVseconstróienquanto pelas formas regularidades edesviosdesentidoquerespondem de produtoreseespectadores,premiações,etc.), reportagens, materialpublicitário,depoimentos em diferentessistemas(programas,críticase televisiva, passapelapossibilidadederelacionar, força dogênero,quandopensadoparaaanálise quea metodológicos,pode-seafirmar Em termos tempo-espaço. um determinado seria seureconhecimentoemodosderecepçãoem estável,aqual deumaformação sentidos emtorno e contextuais, quepõememjogodisputasde uma espéciedeespiralelementostextuais ressignificadas,atuamem permanentemente por umcontínuoprocessodedispersão.São dedutivo eestático,massãoconstruídas ao longodotempo,demodolinear, cronológico, competências daaudiência,nãoseorganizam, sentidos. Regularidadesgenéricas,querestauram como categoriacultural,cenáriodedisputa de gênerodaideiaconsenso,quandoodefine tecnologia, crítica,etc.Oautordeslocaosentido textuais, dasindústrias,audiências,política, de relaçõesintertextuais entreosdomínios apenas pelostextos, elasemergemtambém gênero nãosãodefinidaseinstitucionalizadas Nas palavrasdeMittell(2001),convenções Nesse mesmo sentido, acredita-se que as formas Nesse mesmo sentido, acredita-sequeasformas da banda(2014,p.214). do rockedacarreira em virtudedaexperiência cultivadadatradição de umacondutamaisampla que sedesenvolve que ocorpo,movimento,osgestosfazemparte argumentar Pink Floydenquantoperformance, ao analisarasmanifestaçõesmateriaisdabanda deinspiraçãoparaCardosoFilho(2014), serve como umaexperiência desociabilidade,oque O interessedeFrithépensaraperformance deouvireinteragir.formas reproduz umdadosabercultural,indicando queacanção quandoafirma performance massiva, caracterizaoatodeouvirenquanto (1998), nocampoespecíficodamúsicapopular estável eaumaforçainventiva.SimonFrith que remetem,aomesmotempo,aumpadrão de leitura.Ostextos teriamindícios daexperiência experiências inscritasnostextos comoindicadores implícito, atacandoaspossibilidadesde que todotexto pressupõeum corpo performático procurou avançaremumentendimentoinicialde canal televisivo.Comoconceito,Zumthor(2000) deum compreensão dessecaráterperformativo se mostrarcomoumprofícuolegadoparaa parece o audiovisual,anoçãodeperformance Apesar denãoserelacionarespecificamentecom midiática esuarecepção. específicas deinteraçãoentreumaambiência paraoexame dasmaneiras de performance proposição nosdesafiaaapropriarosentido de restauraçãoerasuraconvenções.Tal www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 4/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. cultural studies . argumentação emdireçãoao diálogocomos situação culturalsãopontos centraisdanossa dada àsnoçõesdeconvenção, competênciae em processo.Osentidodeprocessoeaênfase justamenteporque estão,sempre, performance comportamentos podemserexaminados “como” Schechner reconhecequeeventos,açõesou práticas repetidaseculturalmentereconhecidas, constituisentidosatravésde Ora, seperformance (SCHECHNER, 2006). enovospadrões situações, identidades,narrativas ensaiam; práticasrepetidasqueconstituemrituais, realizadas eparaasquaispessoastreinam comportamentos duplamenteexperienciados, ações Performances sãocomportamentosrestaurados, behaviors), pelosquaisatuamasconvenções. sentido decomportamentosrestaurados(restored possibilidade deacessoaessadimensãoestariano nos negócios,nastecnologias,etc.).Para ele,a atividade humana(navidacotidiana,nasartes, assumindo queestapodeserpensadacomotoda como um“mostrarfazer”,amplificaaabordagem Schechner (2006),que,aoconceberaperformance Essa proposiçãoencontrafundamentoemRichard e suasdesestabilizações. padrõesestáveis evoca reiteraçãodedeterminados marca/organizaçãotelevisiva,aqual determinada mais amplaquedizsobreaexperiência comuma dar pistasparaacompreensãodeumaconduta de convocaçãodosgênerosmidiáticospodemnos materiais deumespecíficoprogramaedosmodos 2005). Osentido dehipótesedadoànoção de tácito epadrãopartilhadono presente(HIGGINS, expressão quesão,aomesmo tempo,consenso padrões. Por de convenção,entendem-seformas novos reiterando, disputandoeformando possíveis delidaresearticularcomoinstituído, restaurado, atuacomochaveparacaptarformas se aproxima dosentidodecomportamento A ideiadeconvenção,quenãoequivale,mas e aproduçãodesentido(GOMES,2011,p.38). sociais entre materialidadeseconômicas,estruturas maneira comovivemosacomplexidade dasrelações a instituído. Apresentaumcaminhoparafisgar do queéexperienciado edoqueédaordem relação quetemoscomavidaordinária,emtermos possibilidade conceitualquerespondaporessa de sentimento,oautorprocuraencontraruma subversões depadrões.Pela hipótesedaestrutura sobre modosdereconhecimento,repetiçãoe cultura (WILLIAMS,1979),quetambémdizem ideológicas, etc.)dodesenvolvimentoativoda as tendências(científicas,filosóficas,estéticas, , tempo-espaço,eformações em umdeterminado o quedeveserreiterado,valorizadoesilenciado operam cultural etambéminstituiçãosocial,pelaqual analítica. Por essaacepção,aTVéumaforma que têmosentidodeconvençãocomochave e simbólicasdosmodosdepensar, alterações materiais implicam emalteraçõesdasformas que permanentes processo detransformações a análiseculturalpartedoreconhecimento Comecemos porRaymondWilliams, paraquem , as forças dominantes que ditam tradições, asforçasdominantesqueditam www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 5/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. dimensão de resistência (WILLIAMS, 1979, p.126). dimensão deresistência(WILLIAMS,1979,p.126). recriados equetêmaculturadominantecomo práticas, gostosqueestãosendocontinuamente Já oselementosemergentesseriamsignificados, que nãopersistecomoconvençãodopresente. seria umaspectoreconhecidocomo“dopassado”, hegemônico. Oresidualédiferentedoarcaico,que que foisendoincorporadoereincorporadocomo o observar atuam nopresente,porissopermitem emumtempopassado,masqueainda construídos etc.) prevalentes.Osaspectosresiduaissãoaqueles dominação, masdeforças(valores,sentidos,formas, dominante seriaohegemônico,nãonosentidode cultural.Oelemento processo deformação diferentes temporalidadesqueconfiguramum apropriadas porWilliams paradescreveras Dominante, residualeemergentesãocategorias temporalidades emummesmotempohistórico. restaurados) significadarcontadedistintas irão orquestraroschamadoscomportamentos dizer, deconvenções,que,arriscamos formação de vida.Analisarhistoricamenteesseprocesso(de querespondempormodos valores, gostos,formas históricas) serelacionamcommudançasnos deescolhastécnicas,masprocessuaise frutos convenções (asquaisnãosãomeramentecausais, quando Williams supõequeasmudançasnas maisclaro desentimentotorna-se estrutura 2

Williams tinha, notadamente, apreocupação, defundomarxista, paraidentificar emanalisaraculturacomoestratégia e ressignificações deconvenções? quais elementosdaculturanospermitem falardaMTVBrasilemdiferentesmomentos históricoscombasenasapropriações Ocupando umlugardistintodeanálise, históricada estaproposta daabordagem TV seinspiraem Williams paraquestionar: sentidos, comoumadeterminada estruturatemsidovivida. deproduçãoerecepçãomodoaobservar valoresepráticas seus pressupostosparaoexameda performancetelevisiva, oesforço énadireçãodefisgartransiçõesedeslocamentos e oposicionais)deorganizaçãosocialfrenteao capitalismo.outras construções(alternativas de Quandonosapropriamos de restauraçãoeressignificaçãoconvenções. deumcontínuoprocesso midiático sãofrutos expressivasque formas queorientamoconsumo cultural nosofereceminsumosparasustentar desentimentoegênerocomocategoria Estrutura séries televisivas,osquadrinhos,etc. de outrasdimensõesmidiáticas,comoorock,as televisivo, massuaabordageminspiraleituras tomadocomogênero culturais dotelejornalismo, estudo, Gomesserefereespecialmenteàspráticas residuais, asfissurasdaordemdovivido.Emseu interpretação deelementosdominantese como mododerecuperarhistoricamente,pela ao queédaordemexperiência cotidiana, instituído socialmentecomoconvenção,articulado deacessaroqueé três elementoscomoformas autora levaacabopropostaaoconsideraresses em funcionamentoparaanálisetelevisiva,a põe oconceitodegênerocomocategoriacultural como dimensõesdeanálisedacultura.Quando emergente) sãointerpretadasporGomes(2011) diferentes temporalidades(dominante,residuale à aproximação desentimentocomas deestrutura As pistasapontadasporWilliams (1979)relativas na disputapeloconsenso em emergência(e,portanto,aindanãocristalizada) O emergentesediferenciadonovopelofatodeatuar 2 . www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 6/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. convenções e disputas por novas convenções. convenções edisputaspornovasconvenções. de e desnaturalizações,dominânciasrupturas, dinâmico etambémsimultâneodenaturalizações de realidades–éumprocessocontínuo,repetido, reconhecidasdeconstituição recepção esuasformas a TV –dosseusmodosespecíficosdeinteraçãocom Isso porqueentendemosqueahistóriaculturalda (aqui apropriadasenquantomarcasdegênero). convocações etambémrasurasdeconvenções de umaemissora,cujoreconhecimentoadvém expressivas possibilidade decompreensãoformas modos deleitura(ZUMTHOR,2000),inspiraa ou “indíciosdaexperiência” quenosdizemsobre enquanto um“mostrarfazer”(SCHECHNER,2006), Nessa mesmaperspectiva,anoçãodeperformance modo devida,umaespecíficacultura. porpráticasrepetidas,umespecífico conformam, de padrõesevaloresimplícitosexplícitos que uma análisequeoconsidereespaçodedisputa afetivamente comumcanaltelevisivopressupõe historicamente, reconhecemosenosrelacionamos de suasdistintastemporalidades.Estudarcomo, dandoconta usos dalinguagem,dasnarrativas, historicizada dasemissoras,dosgêneros, textos econtextos eprivilegieumaabordagem olhar sobreaTVqueleveemcontarelaçõesentre Tal pressupostoparecefundamentalparaum americano, aMusicTelevision começoua Fundada em1981comoum canal acabonorte- da MTVBrasil? 3 Por quefalardeperformance formando apresentadores,experimentandoformando ambiência criativaparaocampo televisivo, horas seguidas.Assim,também configurou foi oprimeirocanalbrasileiro aserexibido 24 daprogramaçãotelevisiva– consumo ininterrupto de conteúdoregular, oquelevouàinstituiçãodo financiados pelasmajorspossibilitavaaoferta produtiva musical.Aexibição devideoclipes representavam aforçaarticuladoradacadeia fonográfico emqueasgravadorasmultinacionais comoagentedeumcenário ao gênero,firmou-se publicações impressasepoucasrádiosdedicadas de acessoaoconsumorocksereduziama Durante adécadade1990,quandoasformas selos degravadoras(JANOTTI Jr., 2003,p.59). fato queincentivouosurgimentodebandase consumo demúsicajovem,emespecialorock, fomentou omercadoaudiovisual,ampliou da emissoraratificouseuimpactomundial: locais,arepercussãonacional visual. Emtermos pela TVe,aomesmotempo,incorporousuaforma que, comaMTV, amúsicapopfoiincorporada (1996)afirma Burnett fonográfica internacional, Ao analisaraconsolidaçãodaindústria norte-americana . para aproprietáriadamarca,programadora em 30desetembro2013,quandofoidevolvida Circulou emsinalUHFatéoseufechamento, TV abertaeemoutralínguaquenãooinglês. da multinacional,aprimeiraserlançadaem segmentado dopaís.Foi aterceirafranquia Abril,comoprimeirocanal 1990, peloGrupo ser veiculadanoBrasilem20deoutubro www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599

7/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. valorativas em torno da definição do rock pelo dadefinição dorockpelo valorativas em torno seamparavanasdisputas Esse “olhargrupal” norte-americana. nacional,daemissora diferenciação, emterritório Black SabbatheTheWho,demarcavamlugarde foco emvideoclipesdebandascomoLedZeppelin, divulgado nagrandemídia,eClássicosMTV, com pouco voltado paraouniversodorockalternativo B, às variadasvertentesdoheavymetal, Lado brasileira. ProgramascomoFúriaMetal,dedicado pesado eentrevistacomartistasdacenarocker Gastão Moreira,exibia clipes de bandasrock etc.), oprogramaGásTotal, apresentadopor da vidaordinária(casamento,traições,fofocas, detemas filmes, talkshowsedebatesemtorno era reconhecidopelosprogramasdeculinária, tarde, quandoohábitodeaudiênciabrasileira Entre 1991e1998,porexemplo, nohorárioda (JANOTTI “olhargrupal” Jr.,determinado 2003). padrões valorativos,gostoseafetosligadosaum ao rocksituaramumespaçoporondecirculavam emissoras. Marcas,tambémgenéricas,relativas contraste comosgênerospriorizadospelasoutras inusitados, etc.),emumaperspectivade texturas dasimagens,osenquadramentos frenético daedição,asvariaçõesdecorese articulavam aovideoclipe(ografismo,oritmo se expressivas reconhecidascomo“daMTV” como dispositivosdedistinção.Formas Na primeiradécada,tinhaorockevideoclipe televisivos, instituindoconvençõesestilísticas,etc. linguagens, reinventandomarcasdegêneros direto. Pelo primeiro,aTVse relacionacom como asimulaçãodocontato earetóricado dispositivos convencionaisda mediaçãotelevisiva, (2008), reconhecemos,nessa formulação, acessível. EmumaremissãoaMartín-Barbero que seconfiguracomoalgodoméstico,íntimoe habitado poralguém“foradali”,eatelevisão, entre ocinema,querepresentariaummundo deumaanálisecomparativa suposição decorre como “estrelas”,osVJsseriam“oordinário”.Tal rock presentesnaprogramaçãosãocolocados Goodwin argumentaque,enquantoosartistasde televisivas viahierarquiadeidentificação, depersonalidades sobreasconstruções Langer’s (GOODWIN, 1992).ApartirdoestudodeJohn constrói pontosdeidentificaçãocomaaudiência do seucorpoeumespecíficomise-en-scéne, (Video-jockey), oapresentadorque,pelouso pelafiguradoVJ personalização construída Um aspectocaracterísticodocanalfoisua dos gêneros)(GUTMANN,2014). programas, consumidoresemodosdereprodução interlocutores) eeles(asoutrasemissoras,seus constituídas pelaoposiçãoentrenós(aMTVeseus se asinstânciasdoprocessocomunicativofossem segmentado, autênticoecooptado,etc.Eracomo mainstream eindependência,popular oposições relacionadasaovalordeautenticidade: porumasériede constitui seu“olhargrupal”, modo desemostrardaMTV, queserelacionae retóricos,épossívelcompreenderesse Em termos como critériodedistinçãoproduçãotelevisiva. sentido deautenticidade(FRITH,1998),apropriado www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 8/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. tipo específicodeespectador queéatraídopor institucionalizados, ela“nãoapenasdescreveum comportamentos ligados adeterminados socialcominteressesespecíficos como umgrupo pelaemissora.Ajuventudeévista construída compreender olugarda“nova”audiência o adventodaMusicTelevision, buscando e juventude,consolidadaglobalmentecom Frith (1993)analisaarelaçãoentreTV, música obras eartistas. gênerosmusicais, afetivas comdeterminados desuasrelações reconhecimento pelaafirmação daemissora;forjammodosde “olhar grupal” pelo seucorpo,fala,vestimentasegestos,o pop (1992,p.141).NaMTV, elespersonificam, televisiva, nestecaso,ouniversodascelebridades dimensões mediadorasdeumadadarealidade dos programasdeauditório,funcionamcomo apresentadores dosnoticiários,detalkshows, Para Goodwin(1992),osVJs,assimcomo cotidiana (MARTÍN-BARBERO, 2008). tempo simultâneoefragmentado,típicosdavida eixo daproximidade combaseno construída direto organizaaambiênciatelevisualsobo e notomcoloquialdasfalas.Jáaretóricado figurativizações do“apresentador-animador” disperso eoespaçodoméstico,investenas interlocutor. Comomododeacionarotempo social,fazendo-ode grupo um determinado 3 etc. (DECIA, 24fev. 1999). nacionais, antes em 30%, passouater8horasde programação aovivo, einvestiuemprogramasdeentrevistas, debate, quiz sobre ojovembrasileirourbano, parajustificarsua novaprogramaçãoqueaumentoupara50%aproporçãode clipes Em 1999, aMTVBrasil, entãoúnicaespecializadaemvideoclipes, até divulgaoDossiêUniversoJovem, pesquisademercado como marcodaprogramaçãoemissora O anode1999éreconhecidopelacríticatelevisiva e consolidaçãodecanaisTVpagosnopaís. do hábitodeaudiênciasegmentadacomaentrada compartilhamento digital,dainstitucionalização edasredesde da popularizaçãointernet sonora eseuimpactonaindústriafonográfica, das tecnologiasdegravaçãoereprodução da músicapopularmassivaapartirdoadvento dosmodosdeconsumo especialmente, rearranjos Brasil, seuscontextos contemplam, deformação culturaldaemissora.NocasoMTV formação é umapistaimportanteparaacompreensãoda espectadores, programas,vinhetas,mediadores, (ou restaurado)noprocessodeinteraçãoentre O comportamentodaaudiência,virtualizado de seredizer, etc. hábitos eexpectativas deconsumo,gostos,modos reconhecimento degênerostelevisivosemusicais, audiência” (FRITH,1993,p.75),quecontempla um tipoparticulardecomportamentoda um tipoespecíficodeprograma,masdescreve axé esertanejo,paraconvenções degêneros comercial” (DECIA,18fev. 1999),comoopagode, 1999). Aberturaparaa“músicanacionalpopmais “abertura” daprogramação(SORDILI,04abr. 18 fev. 1999).Éoperíodocaracterizadocomo na brigacomasredesdeTVaberta”(DECIA, para “entrar “deixa deladoavocação‘alternativa’” www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 3 , quando 9/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. também ditas“populares” crítica comoprogramade“clipes evariedades” meia-noite. Onovoprodutoeraidentificadopela foramparaa no techno,rap,metalealternativo) Total. Asatraçõesmaissegmentadas(comfoco da emissora,entreosquaisClássicosMTVeGás de diversosprodutosespecializadosemmúsica programa entrounafaixadeprogramaçãonolugar anos deMTVBrasil”(DECIA,18fev. 1999).O marca desta“virada”,a“maisradicaldosnove (1999-2002)foireconhecidocomo O Supernova disputado comomarcadiscursivadedistinção. transições, emqueosentidodeautenticidadeé mas seexplica porumcontínuo processode (comorockecomvideoclipe), simples ruptura caracterizou aimprensanaépoca,nãosereduzà juventude. Movimentoque,aocontráriodoque outros hábitos,desejosecomportamentosda “novo” sensorium,querespondiatambémpor modos deapropriaçãomarcasgênero,ao buscou searticular, atravésdeseusprogramase mas comoocanal,pensadoenquantoambiência, mercado televisivo(ecadavezmenosfonográfico), entanto, nãoéseuposicionamentocomercialno o consumodemúsica.Oquenosinteressa,no única possibilidadedeacessoaudiovisualpara com umajuventudequenãomaisatinhacomo a MTVBrasilbuscavaestratégiasdeinteração namoro eoreality comerciais, show.Emtermos como oprogramadeauditório,variedades, 4

conotação negativa. (extensa) eseunívelsocial(identificado como “das classes populares”), oucomosinônimo de “baixaqualidade”, assumindo Neste caso, otermo “popular” éutilizadopelaimprensanosentido de “comercial”, quandoassociado aotamanhodaaudiência 4 daTVbrasileira, por uma única edição do Supernova, apresentado por umaúnicaediçãodoSupernova, Em2000,afaixavespertinapassouserocupada programas devideoclipedaemissora. eletrônico comfundoemchroma key , própriosdos convidados eentrevistadores),nolugardocenário aberta (bancada,computador, assentos paraos Brasil, comelementoscênicostípicosdaTV inauguraoscenáriosfísicosnaMTV Supernova ededebate.O por programasinformativos reconhecida, atéentão,pelatrajetóriamarcada apresentada porSoninha,cujacredibilidadeera foi NaçãoZumbi.Aediçãonoturna como ogrupo de artistasnacionaisconsideradosautênticos, bandas denominadasindie,comoRadiohead–e veiculava videoclipesderock–principalmentedas pagode, sertanejoeaxé.Jáaúltima,das20h30, emissora (oDiskMTV),eabriaespaçopara a VJsubstitutadoprogramamaispopularda gravada, eraapresentadoporChrisNicklas, veiculada das14hàs15h30eúnicapreviamente 2,ediçãomaislonga da emissora.OSupernova apresentadores “tradicionais”eos“novos”VJs música” eos“fãsdascelebridades”,entre “cooptados”, entreospúblicos“aficionadospela entre artistasconsiderados“autênticos”eos edições diárias,eramexplícitas asdisputas ano deveiculação,quandofoiexibido emquatro salada” (DECIA,18fev. 1999).Noseuprimeiro vinhetasecomerciaisemumagrande jornalismo, (VITÓRIA, 21.Fev. 2000),que “misturamúsica, www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 10/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. momentos episódiosde“mudanças”,maspor cultural daMTVBrasilnãose explica por exibição indicaqueahistória doSupernova Essa brevedescriçãodosprimeirosanosde do sujeitoespectador. reconhecidos peloprotagonismodavidaordináriae TV aberta,osprogramaspopularesdetalkshows com convençõesgenéricasdessafaixahoráriada aproximações Nessa direção,aMTVvaiconstruindo constituía aprincipalestratégiadecomunicabilidade. e opúblicoatravésdeligaçõestelefônicase-mails– mediadores, entreeleseseusconvidados, a ocuparlugarcentral,econversação–entreos ocomputadorpassou No cenáriodoSupernova, vinheta sonoradoprograma. cabeça voar. Ogolpecoincidia comaentradada cara dadoporumsegundoboneco,quefaziasua mulher...”), queerasurpreendido porumsocona funk (aletradizia:“andamosderé,viemospegar trazia aimagemdeumbonecodançando era antecipadaporsuavinheta.Amaisconhecida seguintes doprogramaademarcaçãovalorativa (os “cooptados”eos“autênticos”),nasedições específicos de exibição paraosgênerosmusicais horários construía no primeiroano,oSupernova pagode, dancemusic,rockerapnacional.Se, com artistaseestreiasdevideoclipesaxé, novidades domundodascelebridades,entrevistas ao vivo,comtrêshorasdeduração.Davaênfaseàs pelos VJsestreantesDidiWagner eMarcosMion, 5

Video Music Brasil , premiaçãoanualdevideoclipes daemissora. do campomusical,oVMB deconsagração seu principalinstrumento inclui oaxéepagodecomocategoriasdo e No mesmoanoemquelançaoSupernova e valoraçãodosgênerosmusicaistelevisivos). deexpressãoaudiências (aquivistospelasformas descontinuidades dosmodosderelaçãocomas e sentidosquesãodaordemdecontinuidades um contínuoprocessodedisputasentrevalores fragmentado ecausal,mas em ummovimento não semostroudemodocronológico, linear, de gênerosmidiáticos(televisivosemusicais), convenções (padrõesculturaisderepetição) nas continuidadesedescontinuidadesde culturaldaMTVBrasil,comfocoformação Essa leituradepartedoprocesso apontam asconsideraçõesfinais 4 RIPMTVBrasilouparaonde modos defazeresemostrardaemissora. de autenticidadequemarcou,historicamente, dosentido indica umcenáriodedisputaemtorno e visual”(RIBEIRO, 22out,1999).Tal definição nas partes‘esquecidas’domainstreamsonoro feita pois davafocopara“aproduçãoalternativa produção nacionaleprivilegiaroaxépagode”, emissora nesteano,adeolharparaoumbigoda dapolíticaperpetradapela na contracorrente pela imprensaespecializada.“Estréiaquenasce cultuado VJFábioMassari,sãoreferendados Mondo Massari(1999-2000),apresentadopelo 5 , programascomo www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 11/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. cooptação edisputas porautenticidade,reside elementosde Nesse sutilmovimentoquealterna programação dosúltimosanos docanal. humor apartirdaideiadetosco,quemarcaram da TVbrasileira,ounosmodosdeconstituiçãodo (2000-2005), umdostalksshowsmaiscultuados como configurava,por exemplo, oGordoaGogo aos outroscanais,sejanamaneiraescrachada traçosdeoposiçãoemrelação fazer preservou programas dehumoretalkshows,seumostrar mesmo decooptação,convençõestelevisivasdos mesmo tempoqueincorporou,emumgesto de distinçãoparaelesnasuaprogramação.Ao molduras pagode, axéesertanejo,masconstruiu Na viradadoséculo,abriuespaçoparaartistasde processo denaturalizaçõesedesnaturalizações. masporumcontínuo por umasimplesruptura, como procuramosdemonstraraqui,nãosedefine juventudes emumoutrotempo.Movimentoque, deserelacionarcomoutras como forma seus modosdeacessoaovalorautenticidade aberta edeoutrosgênerosmusicais,reconfigura em direçãoàsreferênciasmaishegemônicasdaTV juvenil,quandoaemissorasedesloca grupamento de subjetividadesrelacionadasadeterminado momento, enquantodispositivosdeconstituição Se orockevideoclipeatuaram,emumprimeiro elemento dedistinçãodaemissora. histórica, nosfazemveraautenticidadecomo Temporalidades que,emumaperspectiva e articulaçãoentredistintastemporalidades. de transiçãocontínua,disputassentidos no marcodesuasmaterialidades. de padrõesestáveisesuasdesestabilizações,vistas ambiência televisivaatravésdoexame dereiterações histórica ecultural,dosmodosdeexecutar deuma possibilidade decompreensão,emumaperspectiva desentimento–como midiático eestrutura gênero articulação entreanoçãodeperformance, analítico apresentadonesteartigo–pautadona Tal constataçãonoslevaainvestirnoprotocolo diante detantasoutrasjuventudes. possibilidades deacessomusicaleaudiovisual, diante detantasofertas,outras padrões derepetiçãodiantetantossegmentos, mas porumaincapacidadedereinventarseus ou porterincorporadoconvençõesdaTVaberta, simplesmente porterperdidosuaaurarocker que aMTVpodeterchegadoaofimnão afirmar, aindaemtommeramenteespeculativo, comportamento, políticaesexualidade. Arrisco música, jánãoprecisavadaMTVparadiscutir altura, jánãoprecisavadaMTVparaconsumir se relacionarcomumajuventudeque,aesta se engajaremumadimensãodopopularpara a tentativa–talvezequivocadadeemissora C. Mendonça;CARDOSO FILHO, Jorge.Experiência Floyd. In:PICADO, Benjamim;MENDONÇA,CarlosM. doPink lado escurodalua?Heranças performance CARDOSO FILHO, Jorge.AovivoemPompéia ouno Routledge, 1996. musicindustry.international LondonandNewYork: BURNETT, Robert.TheGlobalJukebox -The Referências www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 12/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. Contemporâneas, 2005. de Pós-GraduaçãoemComunicação eCultura Salvador, BA:UniversidadeFederal daBahia,Programa estratégias demediaçãomusical. Dissertação. versões: gêneroemododeendereçamentocomo ______. JornaldaMTVemtrês Dez/Marc., 2014. do talkshow. Contracampo,Niterói,n.31,p.60-78, programa GordoaGo-Gocomoespaçodeexperiência éconvenção:O GUTMANN, Juliana.Quandoruptura v.2, nº19,p.1-14-dez,2008. estética eexperiência mediada.Intexto. Porto Alegre, S.Experiência GUIMARÃES, César;LEAL,Bruno Minesota: UniversityofMinesotaPress,1992. factory: GOODWIN, Andrew. Dancinginthedistraction Culturais. GOMES, ItaniaMariaMota.ComunicaçãoeEstudos deSentimento.In:JANOTTI,cultural daEstrutura Jr; GOMES, ItaniaM.RaymondWilliams eahipótese University Press,1998. popular music.Cambridge/Massachusetts:Harvard ______Performing Rites:onthevalueof London andNewYork: Routledge,1993.p.57-72 Sound andVision -Themusicvideoreader. Grossberg. Simon; GOODWIN,Andrew;LAWRENCE, FRITH, Simon.Youth/Music/Television. In:FRITH, Books, 1980. DEWEY, John.Artasexperience. NovaYork: Perigee Fevereiro de1999.Ilustrada. Folha“Supernova”. deSãoPaulo, SãoPaulo, 24de ______. MTVadereapagodeeaxéem Paulo, SãoPaulo, 28deFevereiro de1999. TVFolha. DECIA, Patrícia. 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São São Paulo, 2006. em ComunicaçãoSocialdaUniversidade Metodistade doCampo,SP:Bernardo ProgramadePós-Graduação MTV: linguagemdaBrasileira.Dissertação.São REIS, JoãoAugustoNascimento.IstonãoéTV, é Universidade Federal deMinasGerais,2010. Belo Horizonte:Pós-GraduaçãoemComunicaçãoSocialda contemporânea: RedeGlobo,MTVesuasvinhetas.Tese. MUANIS, Felipe deCastro.Asmetaimagensnatelevisão genre. CinemaJournal,40,nº3,Spring,2001. Jason.Aculturalapproachtotelevision MITTELL, Janeiro: EditoraUFRJ,2008. comunicação, culturaesociedade.5ªed.Riode MARTÍN-BARBERO, Jesús.Dosmeiosàsmediações: Artes daUniversidadedeSãoPaulo, 2002. Ciências daComunicação,EscoladeComunicaçãoe Dissertação. SãoPaulo: ProgramadePós-graduaçãoem padronização daculturana mídia eletrônica. LUSVARGUI, LuisaCristina.MTVBrasil–a Paulo: Contraponto,2006. São contribuição àsemânticadostemposmodernos. KOSSELLECK, Reinhart.Futuro Passado: 2005. RiodeJaneiro.Anais...Janeiro:UFF, 2005. midiático. In: XIVEncontroNacionaldaCOMPÓS, música popularmassivaapartirdanoçãodegênero discursos edascanções:umapropostadeanáliseda ______. Dosgênerostextuais, dos Janeiro: E-papers,2003. mídia,gêneromusicaleidentidade.Riode and Roll: JANOTTI Jr, Jeder. AumentaqueissoaíéRock da UniversidadeFederal Fluminense,2013. Tese. RiodeJaneiro:Pós-Graduaçãoem Comunicação consolidação dovideoclipecomogêneroáudio-visual. HOLZBACH, ArianeD.SmellsLike Teen Spirit:a Oxford: BlackwellPublishers,2005. WilliamsHIGGINS, John.TheRaymond Reader. www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599

13/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. São Paulo: EDUC,2000. ZUMTHOR, Paul. Performance,. recepçãoeleitura Janeiro: JorgeZahar, 1979. WILLIAMS, Raymond.Marxismo eLiteratura.Riode com.br/istoegente/29/reportagens/rep_adriana.htm São Paulo, 21.Fev. 2000.Retiradodehttp://www.terra. VITORIA, Gisele.Didi,aapostadaMTV. IstoÉGente, Universidade CatólicadoRioGrandeSul,2011. de Pós-GraduaçãoemComunicaçãodaPontifícia de videoclipe(1984-2009).Tese. Porto Alegre:Programa TREVISAN, MicheleKapp.AeraMTV: de SãoPaulo, São Paulo. 04.abr. 1999.TVFolha. SORDILI, Aline.NovaMTVimpulsionaprodução.Folha Contemporâneas, 2005. de Pós-GraduaçãoemComunicaçãoeCultura Salvador, BA:UniversidadeFederal daBahia,Programa análise deaudiovisuaisdaculturamidiática.Tese. na videoclipes: canção,gêneroseperformance SOARES, Thiago.Aconstruçãoimagéticados introduction. NewYork: Routledge,2006. SCHECHNER, Richard.Performance Studies:an 1999. Televisão. inteiro naMTV. Folha deSãoPaulo, SãoPaulo, 22out. RIBEIRO, Lucio.“MondoMassari”sintonizaoplaneta

análise da estética análise daestética www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 14/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. Performance. Historicity. MTVBrazil. Keywords and theculturalstudies. feeling topromoteadialoguebetweentheaesthetic of and structure concepts ofgenre,performance organization basedonthearticulationbetween research: discussproceduresforanalyzingamedia musical genres).Thereisabroaderexpectation to convoke genresbrands(televisionand materializedintheirprogramsandways ruptures disputes ofvaluesandmeanings,continuities experience, consistingbyacontinuousprocessof the TVchannelasanenvironmentoftelevisual Itexamines translated astelevisedperformance. with theaudienceandculturalcontexts, aprocess MTV ,theirwaysofdoingandrelating capture, inahistoricalperspective,theactingof This articleproposesaconceptualarticulationfor Abstract of MTVBrazil an aestheticandculturalapproach About performanceandhistoricity: 22 dejulho2015 Recebido em: 06 de agosto de2015 06 deagosto Aceito em: Performance. Historicidad.MTVBrasil. Palabras clave entre laestéticaylosestúdiosculturales. sentimiento comopossibilidaddepromoverdiálogo de yestructura conceptos degénero,performance organización mediáticaporlaarticulaciónentrelos discutir procedimientosparaelanálisisdeuna proyecta unaexpectativa másampliadeinvestigación: de marcasgénero(televisivosymusicales).Se em susprogramasyenlosmodosdeconvocatória materializado sentidos, porcontinuidadesyrupturas por uncontinuoprocesodedisputasvaloresy un ambientedelaexperiencia televisiva,constituída televisiva.Examinalaredcomo idea deperformance y contextos culturales,procesoaquitraducidoporla maneras dehacer, derelacionarsecomlaaudiencia histórica, deldesempeñodelaMTVBrasil,sus conceptual paralaapreensión,bajounaperspectiva Este artículopresentaunapropuestadearticulación Resumen MTV Brasil un enfoqueestéticoyculturalde Sobre performanceyhistoricidad:

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15/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. Herom Vargas, UniversidadeMunicipaldeSãoCaetanodoSul, Brasil Gustavo DaudtFischer, Unisinos, Brasil Goiamérico Felício CarneiroSantos, UniversidadeFederal deGoiás, Brasil e Marketing, Brasil Gisela GrangeirodaSilvaCastro, EscolaSuperiordePropaganda Gabriela Reinaldo, UniversidadeFederal doCeará, Brasil Francisco Paulo Jamil Almeida Marques, UniversidadeFederal doCeará, Brasil Elinaldo TeixeiraFrancisco , UniversidadeEstadualdeCampinas, Brasil Erick Felinto deOliveira, UniversidadedoEstadoRiodeJaneiro, Brasil Elizabeth MoraesGonçalves, UniversidadeMetodistadeSãoPaulo, Brasil Eduardo Vicente, UniversidadedeSãoPaulo, Brasil de MinasGerais, Brasil Eduardo Antonio deJesus, Pontifícia UniversidadeCatólica Correa Araujo,Denize Universidade Tuiuti doParaná, Brasil Daniela Zanetti, UniversidadeFederal doEspíritoSanto, Brasil Irmgard Vogel ,Daisi UniversidadeFederal deSantaCatarina, Brasil Cláudio NovaesPintoCoelho, Faculdade CásperLíbero, Brasil César GeraldoGuimarães, UniversidadeFederal deMinasGerais, Brasil Ângela Freire, Prysthon UniversidadeFederal dePernambuco, Brasil Álvaro Larangeira, Universidade Tuiuti doParaná, Brasil Arthur Ituassu, Pontifícia doRiodeJaneiro, UniversidadeCatólica Brasil do Sul, Brasil Antonio CarlosHohlfeldt, Pontifícia doRioGrande UniversidadeCatólica Andrea França, Pontifícia doRiodeJaneiro, UniversidadeCatólica Brasil André LuizMartinsLemos, UniversidadeFederal daBahia, Brasil Ana ReginaBarrosRegoLeal, UniversidadeFederal doPiauí, Brasil Ana CarolinaRochaPessôa Temer, UniversidadeFederal deGoiás, Brasil doRioGrandeSul,Católica Brasil Ana CarolinaDamboriarenaEscosteguy, Pontifícia Universidade Alexandre Farbiarz, UniversidadeFederal Fluminense, Brasil Alexandre RochadaSilva, UniversidadeFederal doRioGrandeSul, Brasil CONSELHO EDITORIAL de Comunicação, inseridoseminstituiçõesdoBrasileexterior. finalidade difundiraproduçãoacadêmicadepesquisadoresdaárea Comunicação (Compós). Lançadaem2004, temcomoprincipal da Associação NacionaldosProgramasdePós-Graduação em eletrônico A revistaE-Compóséapublicaçãocientíficaemformato Expediente CONTATO |[email protected] EDITORAÇÃO ELETRÔNICA|RokaEstúdio Revisão Assistente editorial|MárcioZanettiNegrini EQUIPE TÉCNICA Universidade Federal daBahia, Brasil Universidade Federal daBahia, doReconcavo Brasil Jorge CardosoFilho Universidade deSãoPaulo, Brasil Irene Machado Pontifícia doRioGrande doSul, UniversidadeCatólica Brasil Cristiane Freitas Gutfreind COMISSÃO EDITORIAL de textos |PressRevisão

Walmir Albuquerque Barbosa,Walmir Albuquerque UniversidadeFederal do Amazonas, Brasil Veneza MayoraRonsini, UniversidadeFederal deSantaMaria, Brasil Simone Maria Andrade Pereira deSá, UniversidadeFederal Fluminense, Brasil Sérgio LuizGadini, UniversidadeEstadualdePonta Grossa, Brasil Miani,Rozinaldo Antonio UniversidadeEstadualdeLondrina, Brasil Rose MeloRocha, eMarketing, EscolaSuperiordePropaganda Brasil Rogério Ferraraz, Universidade Anhembi Morumbi, Brasil Regiane Ribeiro, UniversidadeFederal doParaná, Brasil Potiguara MendesSilveiraJr , UniversidadeFederal deJuizFora, Brasil Nísia MartinsRosario, UniversidadeFederal doRioGrandeSul, Brasil Mirna Feitoza Pereira, UniversidadeFederal do Amazonas, Brasil Micael MaiolinoHerschmann, UniversidadeFederal doRiodeJaneiro, Brasil Márcio SouzaGonçalves, UniversidadedoEstadoRiodeJaneiro, Brasil Mauro deSouza Ventura, UniversidadeEstadualPaulista, Brasil Mauricio RibeirodaSilva, UniversidadePaulista, Brasil do Norte, Brasil Maria dasGraçasPintoCoelho, UniversidadeFederal doRioGrande Maria ClotildePerez Rodrigues, UniversidadedeSãoPaulo, Brasil Malcher,Maria AtaideUniversidadeFederal doPará, Brasil Maria OgéciaDrigo, UniversidadedeSorocaba, Brasil Marcel Vieira BarretoSilva, UniversidadeFederal daParaíba, Brasil Malena SeguraContrera, UniversidadePaulista, Brasil Luciana MirandaCosta, UniversidadeFederal doPará, Brasil Luíza Mônica Assis daSilva, UniversidadedeCaxiasdoSul, Brasil Liziane SoaresGuazina, UniversidadedeBrasília, Brasil Lilian CristinaMonteiroFrança, UniversidadeFederal deSergipe, Brasil Kati Caetano, Universidade Tuiuti doParaná, Brasil José Luiz Aidar Prado, Pontifícia deSãoPaulo, UniversidadeCatólica Brasil José Afonso daSilvaJunior, UniversidadeFederal dePernambuco, Brasil Bonin,Jiani Adriana Universidadedo Vale doRiodosSinos, Brasil Janice Caiafa, UniversidadeFederal doRiodeJaneiro, Brasil Itania MariaMotaGomes, UniversidadeFederal daBahia, Brasil e CulturaContemporânea-UFBA Programa dePós-Graduação emComunicação Edson Fernando Dalmonte Presidente em Comunicação Associação NacionaldosProgramasdePós-Graduação [email protected] Morumbi Universidade Anhembi Programa dePós-Graduação emComunicação Rogério Ferraraz Secretário-Geral [email protected] Programa dePós-Graduação emComunicaçãoSocial–PUC-RS Cristiane Freitas Gutfreind Vice-presidente E-COMPÓS [email protected] COMPÓS Indexada por Latindex |www.latindex.unam.mxIndexada porLatindex passa aservolumeanualcomtrêsnúmeros. A identificaçãodasedições, apartirde2008, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015. de Pós-Graduação emComunicação. Revista da Associação NacionaldosProgramas |www.compos.org.br |www.e-compos.org.br |E-ISSN1808-2599 www.e-compos.org.br | E-ISSN1808-2599 16/16 Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.18, n.2, maio/ago. 2015.