Monitor de Secas do Nordeste – Informativo para Alagoas
ELABORADO POR:
Vinicius Nunes Pinho Mestre em Hidrometeorologia
Luciano Lopes Lima Geógrafo
Alagoas Janeiro/2016
Síntese do Traçado do Monitor das Secas de dezembro de 2016
Em uma pré-análise, foram considerados os índices SPI e SPEI para 3, 4, 6 meses para a seca de curto prazo e de 12, 18 e 24 meses para a seca de longo prazo, com maior detalhamento para os estados do Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Paraíba (PB) e Pernambuco (PE), em virtude de uma quantidade maior de pontos e informações que esses estados da região Nordeste do Brasil (NEB) apresentam. No intuito de compensar o déficit de informações, tanto para esses estados quanto para as demais áreas do Nordeste brasileiro, foi amplamente utilizado o SPI MERGE, além dos seguintes produtos de apoio: climatologia da precipitação mensal, precipitação observada, anomalia de precipitação do mês de novembro e dos meses anteriores, bem como, o índice de saúde da vegetação (VHI), temperaturas máximas e médias (climatologia, observada e anomalias) do último mês (dezembro de 2016) e do trimestre (outubro a dezembro de 2016). Com isso, áreas do NEB onde há poucos pontos de informações puderam ser analisadas. Para o traçado deste mapa, foi considerada a seca física, levando-se em conta principalmente os índices SPI MERGE, SPI e SPEI, de curto e longo prazo. Ao comparar os mapas validados dos meses de novembro de 2016 (Figura 1.a) e dezembro de 2016 (Figura 1.b), verificou-se uma expansão das áreas de seca Excepcional (S4), como principal modificação no traçado geral.
(b)
Figura 1. Mapas do Monitor de Secas do Nordeste em 2016: (a) Novembro; (b) Mapa Validado - Dezembro.
Alagoas – Monitor de Secas Em Alagoas, onde as chuvas continuaram escassas no mês de dezembro, houve a manutenção da situação crítica na severidade da seca com uma grande área (leste) das áreas S3 (seca Extrema) e S4 (seca Excepcional). A estreita faixa de seca Grave (S2), observada no litoral e zona da mata de Alagoas (no mês outubro), também foi mantida pela seca Extrema (S3). Quanto aos impactos, estes se mantiveram de curto prazo (C), na faixa da zona da mata e litoral e, de curto e longo prazo (CL), nas demais áreas do Estado.
Figura 2. Recorte do Monitor de Secas para o estado de Alagoas
De acordo com os dados do Monitor de secas do Nordeste, uma área de cerca de 62% do estado de Alagoas, encontra-se em nível de seca excepcional (S4), compreendendo 52 municípios do Sertão, Agreste, Sertão do São Francisco e Zona da Mata. Além disso, todo estado está com níveis de seca entre S3 e S4, com os 102 municípios inseridos em áreas de seca extrema ou excepcional. Segue abaixo a relação dos municípios mais afetados pela seca com sua respectiva classificação. Município Região Intensidade Água Branca SERTÃO S4 Batalha SERTÃO S4 Belém AGRESTE S4 Belo Monte SFCO S4 Branquinha ZONA DA MATA S4 Cacimbinhas SERTÃO S4
Cajueiro ZONA DA MATA S4 Campo Grande AGRESTE S4 Canapi SERTÃO S4 Carneiros SERTÃO S4 Chã Preta ZONA DA MATA S4 Coité do Nóia AGRESTE S4 Craíbas AGRESTE S4 Delmiro Gouveia SFCO S4 Dois Riachos SERTÃO S4 Estrela de Alagoas AGRESTE S4 Girau do Ponciano AGRESTE S4 Ibateguara ZONA DA MATA S4 Igaci AGRESTE S4 Inhapi SERTÃO S4 Jacaré dos Homens SERTÃO S4 Jaramataia SERTÃO S4 Lagoa da Canoa AGRESTE S4 Major Isidoro SERTÃO S4 Mar Vermelho ZONA DA MATA S4 Maravilha SERTÃO S4 Mata Grande SERTÃO S4 Minador do Negrão SERTÃO S4 Monteirópolis SERTÃO S4 Olho d'água das Flores SERTÃO S4 Olho d'água do Casado SFCO S4 Olivença SERTÃO S4 Ouro Branco SERTÃO S4 Palestina SERTÃO S4 Palmeira dos índios AGRESTE S4 Pão de Açúcar SFCO S4 Pariconha SERTÃO S4 Paulo Jacinto AGRESTE S4 Pindoba ZONA DA MATA S4 Piranhas SFCO S4 Poço das Trincheiras SERTÃO S4 Quebrangulo AGRESTE S4 Santana do Ipanema SERTÃO S4 Santana do Mundaú ZONA DA MATA S4 São José da Laje ZONA DA MATA S4 São José da Tapera SERTÃO S4 Senador Rui Palmeira SERTÃO S4 Tanque d'Arca AGRESTE S4 Taquarana AGRESTE S4 Traipu SFCO S4 União dos Palmares ZONA DA MATA S4 Viçosa ZONA DA MATA S4 Anadia AGRESTE S3 / S4 Arapiraca AGRESTE S3 / S4 Atalaia ZONA DA MATA S3 / S4
Boca da Mata ZONA DA MATA S3 / S4 Capela ZONA DA MATA S3 / S4 Colônia Leopoldina ZONA DA MATA S3 / S4 Feira Grande AGRESTE S3 / S4 Flexeiras ZONA DA MATA S3 / S4 Joaquim Gomes ZONA DA MATA S3 / S4 Junqueiro ZONA DA MATA S3 / S4 Limoeiro de Anadia AGRESTE S3 / S4 Maribondo ZONA DA MATA S3 / S4 Murici ZONA DA MATA S3 / S4 Olho d'água Grande SFCO S3 / S4 Porto Real do Colégio BSFCO S3 / S4 São Brás SFCO S3 / S4 São Sebastião ZONA DA MATA S3 / S4 Barra de Santo Antônio LITORAL S3 Barra de São Miguel LITORAL S3 Campestre ZONA DA MATA S3 Campo Alegre ZONA DA MATA S3 Coqueiro Seco LITORAL S3 Coruripe LITORAL S3 Feliz Deserto BSFCO S3 Igreja Nova BSFCO S3 Jacuípe ZONA DA MATA S3 Japaratinga LITORAL S3 Jequiá da Praia LITORAL S3 Jundiá ZONA DA MATA S3 Maceió LITORAL S3 Maragogi LITORAL S3 Marechal Deodoro LITORAL S3 Matriz de Camaragibe ZONA DA MATA S3 Messias ZONA DA MATA S3 Novo Lino ZONA DA MATA S3 Paripueira LITORAL S3 Passo de Camaragibe LITORAL S3 Penedo BSFCO S3 Piaçabuçu BSFCO S3 Pilar LITORAL S3 Porto Calvo ZONA DA MATA S3 Porto de Pedras LITORAL S3 Rio Largo ZONA DA MATA S3 Roteiro LITORAL S3 Santa Luzia do Norte LITORAL S3 São Luís do Quitunde LITORAL S3 São Miguel dos Campos ZONA DA MATA S3 São Miguel dos Milagres LITORAL S3 Satuba LITORAL S3 Teotônio Vilela ZONA DA MATA S3
Tabela 1. Municípios mais afetados pela seca em Alagoas
Tabela de Classificação de Severidade da Seca
Resumo de descrição dos mapas
S0-S4: O Monitor de Secas possui uma legenda que identifica as áreas de secas classificadas pela intensidade, variando de S1 (seca menos intensa) até S4 (a mais intensa). S0 indica que são áreas com condições de umidade anormalmente baixa e estão secando e podem, possivelmente, virar áreas de secas.
C e L: Estas letras indicam como a seca e o déficit de umidade têm impactos sociais, ambientais ou econômicos ao longo do tempo: C = Seca de Curto Prazo, normalmente atuando por 4 meses ou menos (ex. agricultura);
L = Seca de Longo Prazo, normalmente atuando por mais de 12 meses (ex. hidrológico e ecológico).