egeac apresenta Abril em Lisboa

19 a 25 abril 2017 Num tempo em que a Europa e o mundo enfrentam desafios que colocam em causa valores essenciais e para garantir que o esquecimento não tem lugar, neste mês de Abril recordamos o património comum de resistência artística que inspirou e inspira ainda os movimentos de cidadania. Não nos circunscrevemos apenas Numa rara oportunidade, à evocação da luta pela liberda- abrimos uma sala de projeção de mas, atentos à diversidade do há muito fechada. Ao lado do universo latino-americano e das Cinema São Jorge, num espaço diásporas que residem em Lisboa que poderá ter servido para o – no ano em que é Capital Ibero- visionamento prévio de várias -americana de Cultura – apresen- fitas, será mostrada a longa- tamos pela primeira vez em -metragem “Censura: alguns a exposição “Operação cortes” de Manuel Mozos, uma Condor” da autoria do fotógrafo montagem a partir de cortes português João Pina. realizados pelos censores em A exposição de fotografia, com filmes que tiveram distribuição curadoria de Diógenes Moura – comercial em Portugal, entre registada nas páginas de um 1950 e 1972. livro, reeditado propositadamen- O Museu do Aljube junta-se a te para acompanhar a sua nós com um papel central nesta chegada ao nosso país – mostra- jornada contra o esquecimento, -nos o lado negro de uma opera- com uma programação intensa, ção secreta que envolveu vários cumprindo os seus desígnios de países sob regimes ditatoriais, restituir a memória coletiva à que utilizaram meios brutais cidadania, em prol da liberdade para calar e controlar aqueles e da democracia. Porque se há que se opunham ao sistema, caminhos que vale a pena trilhar sob o pretexto de manter são os que resultam numa socie- a ordem e a segurança. dade mais justa e é no presente, O programa Abril em Lisboa com a memória do passado, propõe também um espaço que se constrói o futuro. de reflexão sobre a abstenção A todos, um Bom Abril. eleitoral e o afastamento entre os cidadãos e a política, que em última análise, pode colocar em causa as democracias represen- tativas. Através de conversas, filmes, debates e até encontros cara a cara com deputados dos partidos com assento na Assem- bleia da República, o Festival Política convida à participação e apela ao contributo coletivo At a time when Europe and the world e democrático. as a whole are facing challenges that E porque toda a revolução are calling the most fundamental values into question, and in an attempt é acompanhada pela canção, to ensure that these values do not fall juntamos as nossas vozes às de into oblivion, this April we will be taking vários artistas, num concerto que a look at our shared heritage of artistic nos traz “Canções para Revolu- resistance, which has inspired citizens’ ções”. Músicas que ficaram para movements in the past, and continues sempre associadas a momentos to do so to this day. políticos marcantes em vários We will celebrate the 43rd anniversary of the with países do espaço geográfico photography exhibitions, concerts, ibero-americano, e cujas mensa- film screenings and a festival that gens moravam nas entrelinhas, offers something a bit out of the ganham novos arranjos e são ordinary, reflecting on the lack of reinterpretadas por um conjunto citizen involvement in democracy, de convidados criando um along with a museum programme that momento único e irrepetível. has been specially devised to preserve the memory of the struggle against the dictatorship and pay homage to the resistance movement that championed freedom, at the Museu do Aljube – Resistência e Liberdade.

1 Operação Condor Exposição de fotografia de João Pina Curadoria Diógenes Moura 21 abril a 18 julho

© João Pina

Organização e Produção: Galerias Municipais/ EGEAC; Parceria editorial: Tinta-da-china Encerra às 2ªs feiras; Bilheteira: Adulto: 2€; <25 anos: 1€; Grupos Escolares: 2€; Famílias (dois adultos e duas crianças): 4€; Isentos: Crianças até aos 5 anos; Professores quando acompanham grupos de alunos; Profissionais da comunicação social e guias intérpretes em exercício de funções; Membros da AICA, membros do ICOM, mecenas e patrocinadores.

2 Torreão Poente da Praça do Comércio 10h às 18h

“Operação Condor” é fruto Durante quase uma década, de nove anos de investigação e João Pina viajou atrás das recolha de imagens do fotógrafo pegadas do horror vivido e João Pina e é assumida como captou através da sua lente um tributo à memória das sobreviventes, familiares de vítimas desta operação, uma vítimas e lugares de reclusão e aliança político-militar que tortura de uma operação militar vigorou durante o auge da que, nos anos setenta do século Guerra Fria entre as ditaduras passado, terá beneficiado da de seis países latino-americanos anuência do então secretário – Argentina, Bolívia, Brasil, de Estado norte-americano Chile, Paraguai e Uruguai. Henry Kissinger, da cumplicidade Esta operação militar secreta, da CIA e contado com a instituída em 1975, por estes seis colaboração de antigos nazis. países governados por ditaduras Complementando a exposição, militares de extrema-direita, reeditamos o livro “Condor” tinha como missão eliminar a (ed. Tinta-da-china, 2014), oposição política e resultou no num esforço de perpetuar este desaparecimento de dezenas de trabalho para que sobreviva à milhares de pessoas, denomina- efemeridade que está associada dos de “subversivos” ou que à natureza de uma mostra faziam parte da chamada temporária. “ameaça comunista”.

‘Operation Condor’ is the result of nine years of research and gathering images by the Portuguese photojour- nalist João Pina, in the form of a tribute to the memory of the victims of Operation Condor, a political-mili- tary alliance that prevailed at the height of the Cold War between the dictatorships of six Latin American countries – Argentina, Bolivia, , Chile, Paraguay and Uruguay. To complement the exhibition, we have republished the book Condor (Tinta-da-China, 2014), in an effort Inauguração to help this work survive the inevitably ephemeral nature of a temporary 20 abril, 18h showcase. 3 FESTIVAL POLÍTICA debates, workshops, conversas e cinema 20, 21 e 22 abril

© Jorge Matos, sobre imagem Arquivo Diário Notícias, 25 abril 1975

Ideia de: Bárbara Rosa e Rui Oliveira Marques; Co-Produção: EGEAC; Cinema São Jorge & Produtores Associados; Apoios: APS - Associação Portuguesa de Surdos – Língua Gestual Portuguesa, Kryton; 13 Prints; Pure; Atelier Arte e Expressão; World Academy; Museu da Presidência; Instituto Cervantes; Parceiro: Comissão Nacional de Eleições; Media Partners: RTP3 e Antena1

4 CINEMA SÃO JORGE entrada livre sujeita à lotação das salas

A 25 de abril de 1975 o sufrágio em Portugal viveu o seu momen- to áureo. Passado um ano da Revolução dos cravos, nas pri- meiras eleições livres da demo- cracia moderna portuguesa, cerca de 92% dos 6,2 milhões de eleitores recenseados acorre- ram às urnas. Não mais voltou a existir uma participação tão elevada em eleições nacionais. 20 ABRIL Ao longo dos anos os números da abstenção foram aumentan- 18h30 do e hoje confrontamo-nos, a Poesia Política cada sufrágio, com o desinteres- na Rua Garrett se, a desesperança e a falta Por Nuno de participação da sociedade. Moura / Editora Por esse motivo, propomos Douda Correria um festival diferente do habitual: durante dois dias, no Cinema Neste Festival, abrimos as hostilida- São Jorge, refletimos sobre as des com poesia: Nuno Moura, da razões da falta de participação editora Douda Correria, declama democrática através de debates, poesia política na Rua Garrett, workshops, conversas e cinema. relembrando a força que as palavras têm. O local não é aleatório: a Rua Garrett é ponto de passagem obrigatório da cultura lisboeta. Ligando o Largo do Chiado e a Rua do Carmo, nas suas imediações encontramos o Teatro Nacional de São Carlos, o Teatro São Luiz e o Teatro da Trindade, bem como as mais famosas livrarias da cidade – a primeira Livraria Bertrand, funda- 25 April 1975 was a golden moment for da em 1732, o Grémio Literário do suffrage in Portugal. A year after the Chiado, ou ainda o centenário Carnation Revolution, around 92% of Café A Brasileira, onde se reuniam the 6.2 million registered voters went grandes vultos da cultura portugue- to the polls in the first free elections sa do século XX. to be held in the modern Portuguese democracy. The national elections have never since elicited such a large turnout. Over the years, the number of non-voters has increased and now, as every election goes by, we cannot help but notice the widespread apathy, disillusionment and lack of involvement in society. As such, we are putting on a festival with a twist: over two days we will look at the reasons for the lack of participation in our democracy through a series of discussions, workshops, conversations and film screenings at the Cinema São Jorge.

5 FESTIVAL

21 ABRIL 19h30 O voto obrigatório 17h30 é uma solução? COMO COMBATER O caso brasileiro* A ABSTENÇÃO * conversa debate com Jair Rattner ( Jornalista) E LUANDA COZETTI (CANTORA) 60’; Sala 2 60’; Sala 2 Nesta conversa, académicos, um Sendo o voto um direito, deve ser, músico e uma jornalista analisam em simultâneo, um dever? O voto os dados da abstenção em Portugal obrigatório aumenta a participação e propõem caminhos para colocar dos cidadãos na vida política? O o tema na agenda política. crescimento da abstenção é sinal de Moderador: Fernando Alvim; Oradores: Tiago que é preciso criar mecanismos que Fernandes (professor auxiliar do Departa- levem um maior número de eleitores mento de Estudos Políticos da FCSH); Marina para as urnas de voto? Ou o voto Costa Lobo (politóloga, investigadora do facultativo melhora a qualidade do Instituto de Ciências Sociais); Hélio Morais ato eleitoral pela participação de (músico co-fundador dos Linda Martini e dos PAUS); Maria Flor Pedroso (editora de eleitores, na sua maioria, conscien- política da Antena 1) tes e motivados? Não será antes o voto facultativo a aplicação plena de um direito e da liberdade de expres- 18h são? Estas e outras questões sobre “Ressurgentes” a participação dos cidadãos nas filme de Dácia Ibiapina eleições serão debatidas, tendo Brasil, 2015, 75’; M/6; Sala 3 como caso de estudo o modelo brasileiro. O filme acompanha os movimentos sociais de Brasília, entre 2005 e 2013: 21h15 Movimento Passe Livre (por um “Techo y Comida” transporte gratuito e de qualidade), Fora Arruda e Máfia (contra o filme de Juan Miguel governador José Arruda) e Santuário de Castillo Não se Move (contra a criação de Espanha, 2015, 93’; M/6; Sala 3 um bairro em território indígena). Em estreia nacional, um filme 18h30 dramático e honesto sobre uma mãe solteira e desempregada, que Cara a Cara se debate com graves problemas com deputados financeiros. Com medo de perder a Piso 1 tutela maternal do pequeno Adrián, de 8 anos, tenta proporcionar-lhe Propomos um encontro frente a uma vida normal. Até que o dono da frente entre os cidadãos e deputados casa onde vive, perante a falta de eleitos de todas as bancadas parla- pagamento da renda, quer avançar mentares. Durante cinco minutos, com uma ação de despejo. O filme os participantes inscritos poderão e a protagonista, a atriz Natalia de conversar com cada um dos sete Molina, foram premiados em vários deputados. festivais de cinema espanhóis.

Os deputados presentes são Mariana Apoio: Instituto Cervantes Mortágua (Bloco de esquerda), André Silva (PAN), Rita Rato (PCP); Heloísa Apolónia (PEV), Ana Rita Bessa (CDS), Isabel Moreira (PS); Sérgio Azevedo (PSD). Inscrição via [email protected] (inscrição limitada a 12 pessoas por deputado)

6 POLÍTICA

22 ABRIL 15h Abstenção 10h à 11h30 De 0 a 25 Como se faz Iniciativa Artística uma bandeira curadoria Jorge Matos/ Zurrumurru Atelier Infantil Foyer Sala 2 Sendo a Abstenção o tema do Festival Política, que se realiza nas Dar a conhecer aos mais novos os vésperas do 25 de Abril, cinco autores símbolos nacionais, a bandeira e o vão conceber, cada um, uma peça hino, a sua história e significados, serigráfica sobre o impacto da são os principais objetivos desta abstenção na vida política portugue- oficina que pretende ainda motivar sa. Estas peças serão impressas uma reflexão em torno da identidade e vendidas no local. nacional e, em simultâneo, da identidade pessoal. Atelier dinamiza- Participam André da Loba, Carolina Maria, do pelo Serviço Educativo do Museu Miguel Januário (mais menos), Sara Maia e da Presidência da República Alberto Faria.

Grupo-alvo: 6 a 12 anos; máximo 25 crianças/ Inscrição via festivalpolitica@ 15h gmail.com Como juntar pessoas à volta da 12h15 às 13h informação pública* “NHA CASA, NHA BAIRRO Workshop Civic Tech (COMO SE CONSTRÓI Ana Isabel Carvalho O FUTURO?)” e Ricardo Lafuente Teatro Infantil 45’; Sala 2 40’; m/4; SALA 2 O termo “civic tech” tem tido um grande foco nos últimos anos, Com direção artística de Susana descrevendo esforços da sociedade Arrais e encenação de Catarina civil de apontar questões sociais e Aidos, esta peça é o resultado de um delinear soluções para elas, de forma conjunto de improvisações feitas por aberta e colaborativa. Os encontros crianças de territórios sensíveis do “Date With Data” no Porto têm sido concelho de Loures e crianças de um exemplo de espaço cívico para lugares que dizemos mais seguros. desenvolver em conjunto essas Juntas responderam ao desafio soluções e que pela primeira vez “qual é o teu lugar mais bonito?”. se realizam em Lisboa. Produção: Teatro Ibisco Agradecimentos: Fundação Calouste Gulbenkian e Narcisa Costa Elenco: Daniela, Elson, Gabiela, Ibrahim, Inês, Íris, Isabel, Jaime, Maimuna, Maria, Margarida, Rafael, Sónia, Taíssa.

7 FESTIVAL

15H30 16h “Democracia na A importância onda dos dados” da transparência/ Filme de como aceder à Daniel Bernet informação pública * Alemanha,2015, 100’; M/6; Sala 3 Workshop com Bárbara Rosa Um documentário surpreendente 45’; Sala 2 sobre o processo legislativo nos bastidores da União Europeia. Uma Qual é a relação entre transparência história fascinante e explosiva sobre governativa e qualidade de vida dos um grupo de políticos que tentam cidadãos? O que é que cada um de proteger a sociedade digital dos nós pode fazer para transformar a perigos dos megadados e da vigilân- cultura do segredo em cultura do cia maciça. acesso? Estas perguntas vão guiar uma apresentação que pretende converter os cidadãos em atores desta democracia que está cansada dos meros espectadores.

© Democracia na Onda dos Dados 8 POLÍTICA

16h30 às 20h 17h30 Mini Hackathon “Aristides Sousa Mendes Foyer – un hombre bueno” Filme de Victor Lopes A mini-hackathon seguirá o modelo + conversa com realizador * dos encontros “Date With Data”, Argentina, 2017, 60’; M/6; SALA 3 onde se valorizam as mãos na massa, o uso de fontes públicas Na tela conta-se a história de sete de informação e a partilha de dias na vida do cônsul português conhecimentos. A ênfase do evento na cidade francesa de Bordéus que, será prática, mas não é preciso entre 16 e 23 de Junho de 1940, qualquer especialização técnica assinou cerca de 30 mil vistos que para participar – apenas vontade permitiram a muitas famílias de e um computador portátil. origem judia abandonar França tomada pelos nazis. Os salvo-condu- Limitado a 20 participantes| Inscrição via tos abriram a porta à entrada em [email protected] Portugal e, para muitos, a viagem até ao outro lado do Atlântico, para 17h longe do Holocausto. Estreia euro- Democracia adicta peia. - os vícios da governação * 18h Workshop Qual é o papel com João Paulo Batalha, do jornalismo presidente da TIAC – Transparência independente na e INTEGRIDADE, Associação Cívica democracia? * 45’; SALA 2 debate «Em teoria, não existe diferença Curadoria: É Apenas Fumaça entre a teoria e a prática. Na Sala 2 prática, existe!». Esta velha frase anónima é a diferença entre a O que é que os media mainstream democracia que queremos e a não nos contam? Vamos juntar democracia que temos. Neste na mesma mesa quatro projetos workshop, o presidente da Transpa- de jornalismo independente, para rência e Integridade, Associação analisar o papel do jornalismo Cívica, João Paulo Batalha, vai falar na construção da democracia. dos pecados de ação dos eleitos e Participam: Pedro Santos (É Apenas dos pecados de omissão dos eleito- Fumaça), Carla Fernandes (Rádio Afrolis); res. A temida palavra C – corrupção Diogo Cardoso (Divergente) – não é o tema central mas vai andar por aí.

*Ações com tradução simultânea para linguagem gestual

9 CENSURA: ALGUNS CORTES filme de MANUEL MOZOS Portugal, 1999, 75 min 22, 23 e 24 abril

© José Frade

Apoio: Cinemateca Portuguesa

10 SALA DE VISIONAMENTO DO EDÍFICIO DA RANK FILMES/ CINEMA SÃO JORGE 16H ÀS 22H entrada livre sujeita à lotação das sala, m/12

Neste Abril em Lisboa abrimos Encontramos aqui excertos simbolicamente as portas de de filmes de Renoir, Antonioni, uma sala de projeção privada do Rossellini, Guitry ou até mesmo antigo edifício da Rank Filmes, da Disney, que através da mon- contíguo ao Cinema São Jorge, tagem de Mozos ganham coerên- onde alegadamente vários filmes cia, construindo uma nova terão sido visionados pela Comis- narrativa. Os excertos cortados são de Censura aos Espetáculos surgem misturados, sem referen- (que a partir de 1957, por altura ciar os filmes originais, não tendo do aparecimento da televisão, se lugar qualquer distinção entre passou a denominar por Comis- clássicos que ficaram para a são de Exame e Classificação dos história do cinema e fitas que Espetáculos). não sobreviveram ao julgamento Durante três dias, será projeta- do tempo. Ao misturar filmes do na sala recentemente recupe- consagrados com outros desco- rada – que, tal como o Cinema nhecidos, Mozos mostra que a São Jorge, foi construída no final censura era um sistema totalitá- dos anos 40 do século passado, rio capaz tanto de mutilar em pleno , e man- obras-primas como filmes tém ainda as cadeiras originais esquecidos e considerados – um filme que resulta precisa- medíocres pela crítica. mente desta atividade: “Censura: Alguns Cortes”, obra encomen- Our April in programme dada pela Cinemateca Portugue- includes the symbolic opening of the sa ao realizador Manuel Mozos, private viewing room in the former a propósito da comemoração Rank Filmes building adjacent to the do 25.º aniversário da Revolução Cinema São Jorge, where a number dos Cravos em Portugal. of films are thought to have been Os 75 minutos do filme incluem screened by the Censorship Commit- cortes feitos pela censura a cerca tee. Over three days, the recently restored room – which, like the Cinema de 50 fitas produzidas entre 1950 São Jorge, was built in the late 1940s, e 1972, que tiveram distribuição at the height of the Estado Novo, and comercial em Portugal e foram retains its original seating – will host conservadas pela Cinemateca. the screening of a film that is based on the very activities of that committee: ‘Alguns Cortes: Censura’ [A Few Cuts: Censorship] was commissioned from the director Manuel Mozos by the Cinemateca Portuguesa to mark the 25th anniversary of the Carnation Revolution in Portugal.

11 CANÇÕES PARA REVOLUÇÕES 24 abril

© Cabrita Gil, SPA 2017

Parceria: Produtores Associados

12 PRAÇA DO COMÉRCIO, 21h30 ENTRADA LIVRE; m/6

Canções para Revoluções nasce Mais do que testemunhos da existência de um património destes momentos da história comum aos povos ibero-ameri- contemporânea, estas canções canos – a canção de intervenção foram também um meio de ou “canción protesta”, uma ação e participação. Este imenso forma de expressão artística e repertório é apresentado num musical intimamente ligada a único espetáculo e arranjado momentos de grandes transfor- para orquestra sinfónica – mações sociais. Enquanto as Orquestra Metropolitana de ditaduras dominavam todos os Lisboa – e coro – Lisboa Cantat. meios de informação, as canções Sem que se perca a eficácia das permitiam a propagação da mensagens e a força das melo- mensagem revolucionária, dias simples e diretas, os novos ajudavam a despertar consciên- arranjos conferem uma outra cias e a preparar ações para o dimensão a canções como “Coro desenvolvimento democrático. da Primavera” de José Afonso, Este espetáculo reúne um reper- “Cálice” de Chico Buarque, tório representativo da música “Todo Cambia”, popularizada de intervenção de vários países por Mercedes Sosa ou “Hasta deste espaço geográfico – desde Siempre” de Carlos Puebla. Para a revolução mexicana (no início interpretar as canções convida- do séc. XX), passando pela mos um elenco de cantores guerra civil de Espanha (na composto por nomes da música década de 1930), pela revolução popular – António Zambujo, Lura, cubana (década de 1950), pelos Sílvia Perez Cruz e Vitorino – e do processos de resistência em canto lírico – Marina Pacheco países como o Chile, Argentina (soprano) e Mário Alves (Tenor). e Brasil (segunda metade do Participam ainda os instrumen- séc. XX), e pela da revolução tistas Pedro Jóia, Alexandre dos cravos de 1974, em Portugal. Frazão e Norton Daiello. O espectáculo é dirigido pelo Maestro Cesário Costa, com arranjos de Pedro Moreira e direção artista de Luís Varatojo.

Songs For Revolutions was borne of a common heritage shared by people in both the Iberian Peninsula and Latin America peoples – songs that represent This show brings together a represent- a call to action, or ‘canción de protes- ative sample of protest music from ta’, a form of artistic and musical several countries in these parts of the expression that is closely linked to world, from the Mexican Revolution moments of major social change. (early 20th century) to the Spanish While dictatorships controlled all of Civil War of the 1930s, the Cuban the information channels, the songs Revolution of the 1950s, the resistance allowed the revolutionary message to movements in countries like Chile, spread, helping to awaken people’s Argentina and Brazil (second half of consciences and join in efforts to the 20th century), and the Carnation build a democratic society. Revolution in 1974.

13 MUSEU DO ALJUBE RESISTÊNCIA E LIBERDADE

© José Frade 14 VIDAS PRISIONÁVEIS CONVERSA COM DIANA ANDRINGA CONDUZIDA POR ANA ARANHA 19 abril, 16h

Diana Andringa é a convidada desta conversa que integra um ciclo organizado pelo Museu do Aljube Resistência e Liberdade, que pretende recolher depoimen- tos de ex-presos políticos do Aljube ou de outras prisões políticas da Ditadura Militar e do Estado Novo (1926-1974). Diana Andringa entrou para a revista Vida Mundial em 1968, de onde saiu no âmbito de uma demissão coletiva. Afastada do jornalismo, foi copywriter de publicidade, trabalho que a prisão pela PIDE, em janeiro de 1970, interrompeu. Foi condenada a 20 meses de prisão por apoio à causa da independência de Angola, tendo regressado ao jornalismo a tempo de viver a transição para a liberdade. Atualmente é documentarista independente The Museu do Aljube – Resistência e voltou também à academia, e Liberdade is a space dedicated to onde se doutorou em Sociologia commemorating the struggle against da Comunicação, pelo ISCTE-IUL. the dictatorship and the resistance’s Estas conversas contam com efforts to win freedom and democracy. a participação do público This is a museum that seeks to promote the establishment of responsible (escolar ou da comunidade). citizenship, taking up the fight to preserve memories from the dictator- ship that the country faced between 1926 and 1974. The museum is marking the 43rd anniversary of the Carnation Revolu- tion with an all-day programme that includes guided tours, documentary ENTRADA LIVRE film screenings, exhibition openings mEDIANTE INSCRIçÃO PRÉVIA and the collection of testimonies and [email protected] items related to political imprisonment ou T. 21 581 8535) during the dictatorship.

15 DIAS DA MEMÓRIA 25 abril

10H – 18H 11H30, 17H30 e 21H RECOLHA DE VIVA PORTUGAL TESTEMUNHOS de MALTE RAUCH – RECEÇÃO DE objetos Pequeno Auditório do Piso 2

A Luta pela Liberdade e pela Demo- Exibição do documentário feito com cracia é inseparável da recuperação imagens inéditas dos primeiros dias do nosso passado-presente. Se da Revolução. A sessão das 21h00 tem memórias de resistência e do conta com a presença do realizador, encarceramento, vividas por si ou por Malte Rauch, e do comentador, amigos e familiares, venha partilhá- Coronel Carlos Matos Gomes, -las connosco no Museu do Aljube capitão de Abril e o principal Resistência e Liberdade, que faz protagonista do filme. dois anos nos dia 25 de abril. 17H Apoio: RTP Confirme a sua presença para info@ “MEUS CAROS AMIGOS – museudoaljube.pt / [email protected] AUGUSTO BOAL – Parceria: Instituto de História Contemporâ- nea (FCSH-UNL) CARTAS DO EXÍLIO” INAUGURAÇÃO 10H30 DA EXPOSIÇÃO VISITA GUIADA com a participação de Maria do Céu Guerra e Teresa Porto No edifício onde funcionou a antiga prisão do Aljube, está patente uma mostra que aborda a ascensão e «Meus Caros Amigos - Augusto Boal queda dos fascismos e disponibiliza Cartas do Exílio», que abre a porta uma breve história de Portugal entre para um olhar cruzado dos exílios de 1890 e 1976, mostrando igualmente opositores às ditaduras, de um e de exemplos do que foi a censura sobre outro lado do Atlântico. No ano em os meios de comunicação social e que Lisboa é Capital Ibero Americana a produção livreira e discográfica da Cultura, trazer Augusto Boal durante a ditadura (1926-1974). ao Aljube é lembrar a estadia em Venha descobrir este Museu que Portugal de um dramaturgo de retrata uma parte importante renome internacional, que fez escola da história recente do país. pelos lugares de exílio onde se fixou (Buenos Aires, Lisboa, Paris), depois Inscrições: [email protected]/ de ter sido torturado pela polícia [email protected], brasileira, em 1971. Viveu em Lisboa telefone: 21 581 85 36 entre 1976 e 1978, onde dirigiu o Teatro A Barraca, tendo deixado numerosos discípulos e uma memó- ria viva de várias formas experimen- tais de teatro – teatro fórum, teatro- -imagem, teatro do oprimido. Uma realização do Instituto Boal e do Museu do Aljube Resistência e Liberdade

Museu do aljube resistência e liberdade 16 Inauguração palácio baldaia 25 abril 16H — Orquestra Geração 17H — Novas Vozes de Abril 18H — Paulo de Carvalho, Fados Meus ENTRADA LIVRE (sujeita à lotação da sala); M/ 6

No dia em que se celebra a O Palácio Baldaia já serviu revolução assinala-se também a como hotel nos finais do séc.X IX. restituição deste espaço aberto No primeiro quartel do séc. XX, o à freguesia de Benfica, refletindo Estado comprou esta construção os valores de Abril com a sua para aí instalar o Laboratório valorização cultural e a abertura de Patologia Veterinária. do palácio setecentista que foi Na atualidade, o Palácio e os pertença de D. Maria Joana seus jardins irão albergar um Baldaia. conjunto de atividades dedicadas A festa faz-se com muita à cultura, à educação e à inova- música, pela Orquestra Geração, ção. pelas Novas Vozes de Abril e terminado com um espetáculo de Paulo de Carvalho, “Fados Meus”.

On the anniversary of the revolution, we are also celebrating the restoration of this public space to the parish of Benfica, reflecting the revolutionary spirit, which prized culture, by opening Mais informações: up the 18th-century palace that once [email protected] belonged to Maria Joana Baldaia.

17 NÃO PERCA

TEMPO DEPOIS São mais de 500 fotografias que traçam o percurso de um DO TEMPO fotógrafo e que ajudam a com- FOTOGRAFIAS DE preender acontecimentos mar- cantes da História recente de ALFREDO CUNHA Portugal. Uma grande retrospeti- 1970 – 2017 va de um dos maiores nomes do GALERIA MUNICIPAL fotojornalismo português que nos permite ver documentos DO TORREÃO fotográficos que cobrem quase NASCENTE DA 50 anos de carreira. São dele algumas das mais icónicas CORDOARIA fotografias da Revolução dos NACIONAL Cravos, como também são dele as imagens da descolonização ATÉ 25 abril que nos ficaram na memória (contentores chegados das ex-colónias ao Padrão dos Descobrimentos, estátuas às fatias, “S. Tomé e Príncipe 1975”). Organizada por décadas e em núcleos – Nacional, Internacional, Retratos e AMI –, a exposição terá em destaque as transformações ocorridas em Portugal durante os últimos 50 anos, num percurso que também levou Alfredo Cunha a fotografar momentos, figuras e locais um pouco por todo o mundo.

This exhibition comprises over 500 photographs that chart a photogra- pher’s career and help us to understand the key events in Portugal’s recent history. A major retrospective of one of the most iconic figures in Portuguese photojournalism, it showcases photo- graphic documentation spanning Terça a Sexta, 10h às 18h, Sábado e almost 50 years of Cunha’s work. Domingo, das 14h às 18h. Entrada livre

18 AINDA EM ABRIL

ESTRANHOS O Atelier-Museu Júlio Pomar apresenta a proposta curatorial DIAS RECENTES que venceu a segunda edição do DE UM TEMPO Prémio Atelier-Museu Júlio Pomar / EGEAC 2016: “Estranhos Dias MENOS FELIZ Recentes de um Tempo Menos ATELIER-MUSEU Feliz”, com curadoria de Hugo Dinis. Na mostra, será exibido JÚLIO POMAR “O Almoço do Trolha”, da autoria ATÉ 21 maio de Júlio Pomar, obra icónica do neorrealismo português – come- çada durante a prisão no Forte de Caxias e terminada já em liberdade –, classificada pelo Estado Português em 2016. Sobre a exposição, o curador escreve: “Será digno e solidário referir que a história contempo- rânea foi de igual modo difícil para todos? Ou será preferível não assumir que o sacrifício e as dificuldades são sempre (ou quase sempre) suportados pela população sem expressão para que continuem nas franjas das sociedades? (…) Nesta ótica, as obras apresentadas na exposição “Estranhos dias recentes de um tempo menos feliz” confluem, em última instância, num rumo comum: a nostalgia da perda, da decadência e da precariedade”, The Atelier-Museu Júlio Pomar is now conclui. hosting the curated exhibition that won the Atelier-Museu Júlio Pomar / EGEAC Prize in 2016, in the second year of the award: ‘Strange recent days of an unhappy time’, curated by Hugo Dinis. One of the works displayed is Terça a Domingo, das 10h às 13h e das 14h ‘O Almoço do Trolha’ by Júlio Pomar, às 18h; Bilheteira: Adulto:2€; <25 anos: 1€; an iconic work of Portuguese neo-real- Grupos Escolares: 2€; Famílias (dois adultos ism, which the artist started during his e duas crianças: 4€; Isentos: Crianças até imprisonment in the Forte de Caxias aos 5 anos; Professores quando acompa- and finished once he had been freed. nham grupos de alunos; Profissionais da comunicação social e guias intérpretes em It was classified by the Portuguese exercício de funções; Membros da AICA, state in 2016. membros do ICOM.

19 A programação em Espaço Público da EGEAC está sempre na rua em Lisboa e online em lisboanarua.com

Lisboa Por Dentro, Festas de Lisboa, Lisboa na Rua e Natal em Lisboa

EGEAC Patrocínios Media Partners João Gabriel Isidoro Conselho de Administração Joana Gomes Cardoso Colaboradores Lucinda Lopes Alexandre Coelho Manuel Veiga Ana Rosário Bragança

Programação em Design Espaço Público Silvadesigners Viatura Oficial Paula Nunes Imagem Capa Programação/ ©Júlio Pomar Produção Cultural Armanda Parreira Tiragem Fernanda Rodrigues 10 000 Isabel Margarido Sara Cruz Impressão Seomara Martins Wavenology, Lda Sofia Bicho Distribuição Comunicação Completarte Paulo Almeida Liliana Pacheco Susana Branco

Agradecimentos: Júlio Pomar e Fundação Júlio Pomar

20 VIDAS PRISIONÁVEIS CONVERSA COM DIANA ANDRINGA 19 abril MUSEU DO ALJUBE RESISTÊNCIA E LIBERDADE

FESTIVAL POLÍTICA debates, workshops, conversas e cinema 20, 21 e 22 abril CINEMA SÃO JORGE

operação condor Exposição de fotografia de João Pina 21 abril a 18 julho Torreão Poente da Praça do Comércio

CENSURA: ALGUNS CORTES filme de MANUEL MOZOS 22, 23 e 24 abril SALA DE VISIONAMENTO DO EDÍFICIO DA RANK FILMES/ CINEMA SÃO JORGE

CANÇÕES PARA REVOLUÇÕES 24 abril PRAÇA DO COMÉRCIO

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