UNIJUI – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

CURSO DE GEOGRAFIA

DÉBORA JULIANA FALCÃO GRACIOLI

A cidade de Panambi e as transformações recentes na configuração territorial.

IJUÍ, 2012 1

DÉBORA JULIANA FALCÃO GRACIOLI

A cidade de Panambi e as transformações recentes na configuração territorial.

Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção do Título de Licenciado.

Orientadora: Bernadete Maria de Azambuja

IJUÍ, 2012

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“O espaço deve ser considerado como um conjunto indissociável de que participam de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais, e objetos sociais, e, de outro, a vida que preenche e os anima, ou seja, a sociedade em movimento”. (Santos, 1988. p. 26) 4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus sobre todas as coisas, a minha família, em especial minha mãe, e a todos que me ajudaram nesta caminhada.

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Agradecimentos

Hoje, vivo uma realidade que parece um sonho, mas foi preciso muito esforço, determinação, paciência, perseverança e ousadia para chegar até aqui, e nada disso eu conseguiria sozinha.

Minha terna gratidão a todos aqueles que colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado.

Agradeço a Deus, sobre todas as coisas, por todas as vitórias na minha vida; a minha mãe e a meu padrasto e a meu marido Jeferson, que sempre estiveram ao meu lado diante de todas as dificuldades encontradas ao longo do caminho.

À professora Bernadete Maria de Azambuja que, com muita paciência e atenção, dedicou do seu valioso tempo para me orientar em cada passo deste trabalho.

Agradeço a todos os professores por me proporcionar o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter e afetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto que se dedicaram a mim, não somente por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender.

A palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nominar terão os meus eternos agradecimentos.

Obrigada a todos que, mesmo não estando citados aqui, tanto contribuíram para a conclusão desta etapa muito importante da minha vida.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Município de Panambi/RS ...... 12

Figura 2. Bacias Hidrográficas do Rio Grande do Sul ...... 14

Figura 3. Região Topográfica do Município de Panambi ...... 15

Figura 4. Mapa de Ordenamento Físico - Territorial ...... 17

Figura 5. Quadro de Informações Socioeconômicas do Município ...... 22

Figura 6. Principais Vias da Cidade de Panambi ...... 30

Figura 7. Perímetro Urbano Legal de Panambi/RS ...... 32

Figura 8. Zoneamento Urbano de Panambi/RS...... 33

Figura 9. Área Urbana de Panambi/RS ...... 34

Figura 10. Proposta Anel Viário em Panambi/RS ...... 38

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...... 9

1. CONTEXTUALIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE PANAMBI-RS ...... 11

1.1. Localização geográfica de Panambi ...... 11

1.2. Configuração territorial do município de Panambi...... 15

1.3. Aspectos políticos, econômicos e sociais ...... 18

2. A CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DA CIDADE DE PANAMBI/RS ...... 23

2.1. Aspectos teóricos sobre a organização urbana ...... 23

2.2. A expansão urbana de Panambi ...... 27

2.3. Tendências e perspectivas socioespaciais da cidade de Panambi/ RS ...... 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 41

REFERÊNCIAS ...... 43

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INTRODUÇÃO

A realização deste trabalho partiu da curiosidade de conhecer e compreender as transformações recentes na configuração territorial do município de Panambi –

RS, especificamente o espaço urbano, já que é uma realidade que vem se constituindo ao longo do tempo, caracterizada pelo crescimento urbano.

É meu objetivo com este estudo conhecer a realidade espacial urbana deste município e fazer avaliações sobre seu desenho urbano, através da análise dos aspectos físicos e do processo de uso e ocupação, identificando as áreas já saturadas e as áreas passíveis de expansão urbana.

O estudo do espaço urbano é muito importante, pois através dele compreendemos a cidade no seu aspecto social, político e econômico. Como pesquisadora, procurei entender como a cidade se produz e reproduz e como bases teóricas para a pesquisa foram utilizados os escritos dos seguintes autores: Milton

Santos que através de seu estudo passa a compreensão do espaço em relação à sociedade, pois esta é quem o produz; Paul Singer que relaciona o acesso ao solo urbano com a segregação socioespacial, pois o acesso aos serviços urbanos beneficia as localizações mais valorizadas onde a maioria da população não tem vez; Eliseo Savério Spósito nos mostra que devemos estudar a cidade por meio das diversidades socioespaciais que ela apresenta; Roberto Lobato Corrêa aborda o modo como à população mais pobre da cidade soluciona o problema da moradia e de integração na cidade; Pedro Pinchas Geiger nos seus estudos nos revela que existe uma relação entre os fatos da história urbana com os fatos da história

9 econômica. Esses autores são utilizados, por trazerem contribuições relevantes e proporcionarem uma dimensão ampliada dos saberes geográficos aqui estudados.

O presente trabalho foi desenvolvido através de coleta de dados junto à

Prefeitura Municipal, à Câmara de Vereadores, ao Museu e Arquivo Histórico de

Panambi (MAHP), e com a revisão bibliográficas de obras retratam a história do município. O plano diretor municipal foi à base fundamental para a compreensão deste estudo, além dele visitei os bairros da cidade para realizar a observação sobre as áreas de maior densidade ocupacional.

O primeiro capítulo do trabalho trata sobre localização geográfica do município de Panambi seguido de sua configuração territorial, aspectos políticos, econômicos e sociais. No segundo capítulo abordei a configuração espacial da cidade, aspectos teóricos da organização urbana e as tendências e perspectivas socioespaciais deste município.

O meu desejo com a realização deste trabalho é que possa contribuir como subsidio para o estudo da realidade local, pois o espaço urbano sempre estará se modificando e nós como cidadãos atuantes devemos estar cientes de como o nosso município está se desenvolvendo e de como podemos participar deste processo.

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE PANAMBI/RS

1.1- Localização geográfica de Panambi

O município de Panambi, fundado em 15 de dezembro de 1954, está localizado na região Noroeste Colonial do Estado do Rio Grande do Sul, no entroncamento das rodovias BR-285 e BR-158, conforme figura 1. Possui uma área territorial de 490 km². Com 29 km² correspondem à área urbana, 6,4% do total. As coordenadas geográficas de referência são a latitude 28°17’33’’ Sul e a longitude 53°30’06’’ Oeste, com altitude de 418 metros de referência. É limitada pelos seguintes municípios que apresentam a respectiva distancia rodoviária: Condor: 16 km ao norte; Santa Bárbara do Sul: 32 km a leste; : 42 km a noroeste; : 38 km a oeste; e Pejuçara: 25 km ao sul, conforme pode ser observado no mapa da página numero dezessete.

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Figura 1- Município de Panambi, RS.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:RioGrandedoSul_Municip_Panambi.svg

< acessado em 26 de novembro de 2012>.

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O município possui uma topografia acidentada, de difícil planejamento urbanístico. Na área campestre predominam as com suave ondulação e reduzida presença de rochas. Na região colonial, outrora área de mata nativa, se sobressaem rincões elevados com frequentes ocorrências de rochas. Ao longo dos rios há escarpas rochosas escavadas durante milênios pela ação das águas. O clima é do tipo Subtropical Úmido. No período que compreende os meses de outubro a março, o clima se caracteriza como subtropical, ao passo que a incidência térmica nos meses de abril a setembro, permite classificar o clima de Panambi como temperado. A vegetação do município de Panambi situa-se na Região Fitogeográfica da Floresta de Planalto com presença de araucária. A extensão original da mata nativa abrangia principalmente as áreas situadas entre os rios Caxambu, ao sul, e Palmeira, ao norte, envolvendo a maior parte da bacia hidrográfica do Rio Fiúza e projetando-se para oeste até as confluências do Rio Ijuí. O Rio Fiúza, outrora denominado Arroio Corticeira, tem a maior parte de sua abrangência hidrográfica situada dentro do território do município de Panambi. Suas nascentes encontram-se no território do município de Santa Bárbara do Sul, a nordeste da localidade de Capão Alto e deságua no Rio Palmeira. A bacia hidrográfica, incluída na Bacia do Rio Ijuí, cobre uma área de aproximadamente 190 km², dos quais 150 km² situam-se em área do município de Panambi, e 40 km², no município de Santa Bárbara do Sul. A extensão do rio pode ser avaliada em mais ou menos 35 km, dos quais, 32 km em território de Panambi. (http://www.panambi.rs.gov.br/index. php? list=1) Pelo registro cartográfico pode ser contado, na Bacia do Rio Uruguai entre sangas e arroios, 59 afluentes, sendo 27 à margem direita, e 32 à margem esquerda. Entre os afluentes do Fiúza, que talvez mais se tenha tornado notório, destaca-se o Arroio Moinho, à margem direita, pois seu curso inferior corta a cidade de Panambi.

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Figura 2- Bacias Hidrográficas do Rio Grande do Sul.

Fonte: SEMA - Relatório Final do Inventário Florestal Contínuo do Rio Grande do Sul, 2002.

As matas nativas e os campos praticamente desapareceram ou foram modificados. Os campos foram transformados em lavouras de trigo, soja e milho, principalmente, e também pastagens cultivadas. A originária mata nativa latifoliada, com raras presenças de agrupamentos de araucária, praticamente desapareceu, restando apenas algumas áreas reduzidas em extensão. O município de Panambi é conhecido como Cidade das Máquinas, e ostenta o título de 3º Pólo Metal-Mecânico do estado devido ao seu diversificado parque industrial, originado da presença de ferrarias, serrarias e oficinas artesanais desde o início da colonização. A sua importância econômica está localizado em torno do comércio, agricultura, pecuária e indústria. 14

1.2 - Configuração territorial do município de Panambi

O município de Panambi situa-se no Planalto Médio Gaúcho, região caracterizada pelos campos serranos. Localizam-se entre cerros e vales de grande beleza, sendo banhadas pelos rios Palmeira, Fiúza e Caxambu. Panambi se assenta sobre um terreno de topografia acidentada, de difícil planejamento urbanístico. A Figura 3 apresenta as características gerais de relevo panambiense, indicando a topografia extremamente acidentada.

Figura 3 - Região Topográfica do Município de Panambi.

Fonte: Plano Básico de Saneamento Municipal (PSBM), 2009.

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Sobre o ordenamento territorial da cidade a Lei Municipal nº 927/86 de 1986 estabeleceu o zoneamento urbano da cidade e a Lei Complementar municipal N.º 07/93, de 23 dezembro de 1993, delimita os bairros e o centro de Panambi, O Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Municipal de Panambi apresenta a divisão do território em Zona Rural e Zona Urbana, conforme figura 4, p.17.

Segundo dados do Plano Diretor:

A zona urbana do município corresponde, aproximadamente, 6,4 % da área total do município. A Zona Rural do município apresenta as seguintes localidades: Entre rios, Assis Brasil, , Maranei, Ocearú, Jacicema, Esquina Handt, Pinheirinho, Boa Vista, Encarnação, Belizário, São Manoel, Linha Brasil, Linha Jaciandi, Linha Serrana, Linha Pavão, Linha Fiúza, Linha Caxambu, Linha Faxinal, Barra do Fiúza, Pontão do Fiúza, Linha Timbará, Linha Inhame, Iriapira I, Iriapira II, Rincão Frente, Rincão Fundo, Linha Morengaba, Linha 15 de Novembro, Linha 7 de Setembro e Esquina Cesca, também fazem parte da zona rural as áreas que se destinam ao uso florestal e agropecuário. (Plano Diretor, p. 44)

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Figura 4 – Mapa de Ordenamento Físico-Territorial.

Fonte: Plano Básico de Saneamento Municipal (PSBM), 2009.

No mapa acima podemos observar o município de Panambi – RS e seus respectivos municípios limítrofes: Condor, Santa Bárbara do Sul, Ajuricaba, Bozano e Pejuçara. A parte azul que está em destaque é a área urbana do município. A área rural do município está representada pelos pontos vermelhos com suas respectivas localidades mostradas na página16.

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1.3 - Aspectos políticos, econômicos e sociais.

A povoação, de origem portuguesa ocorreu a partir de 1820 e a colonização, de origem alemã, iniciou com a fundação da Colônia chamada "Neu-Württemberg". O Dr. Hermann Meyer, em expedição realizada ao Mato Grosso, tomou conhecimento da existência de terras férteis no Estado. Para promover os trabalhos de colonização manteve um administrador remunerado, o senhor Carlos Dhein, que lavrou a escritura da colônia para Dr. Meyer, em 31 de agosto de 1898. A colonização visava inicialmente imigrantes vindos de Württemberg, na Alemanha, mas também vieram famílias das antigas colônias da região de Estrela e .

De 1898 até 1938, permaneceu a denominação de Neu-Württemberg para a colônia como um todo. Com a demarcação da área urbana em 1901, recebeu a designação Elsenau, como uma homenagem à esposa de Meyer, Else.

Em 1938, a colônia foi elevada à categoria de Vila. Ainda em 1938, mais uma alteração, feita pelo Decreto Estadual nº. 7589, de 29 de novembro daquele ano, também pelo interventor Federal Cordeiro de Farias, estabelecendo o nome de Pindorama, que significa Terra das Palmeiras.

Em 1944, houve mais uma alteração, passando a chamar-se Tabapirã, que significa “aldeia dos telhados vermelhos”, contudo, esse nome não chegou a ser usado oficialmente, tendo em vista que logo foi substituído por Panambi.

Contando com uma estrutura socioeconômica bem desenvolvida, em 1949 pleiteou-se a emancipação, após uma vasta campanha. Com vários conflitos e discordâncias, realizaram-se dois plebiscitos, o primeiro aconteceu em 1949 e o segundo em 1954.

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Conforme Clêdi Ficht Malheiros

O projeto de emancipação marcou divisas e também a população. Embora a comissão emancipacionista fosse composta por integrantes de todos os partidos políticos da época, houve dificuldades insuperáveis, conflitos e momentos de oposição. O projeto de progresso pensado para Panambi via a indústria mexeu com o imaginário do povo, que via na emancipação o caminho para atingir a proposta do projeto, afinal, não poderíamos depender política e economicamente para sempre de Cruz Alta. O cognome serviu para impulsionar o desejo, a utopia, de vir a ser município industrial. (2007, p.188)

No dia 15 de dezembro de 1954, foi decretada a emancipação de Panambi, e marcada a data para a primeira eleição para Prefeito e para vereadores.

No livro Panambi Múltiplos Olhares, Clêdi Ficht Malheiros, descreve:

Viajando pela historia do município, entende-se que com a emancipação surgiram crescentes oportunidades de trabalho no campo e na cidade, produção de equipamentos e produtos de apurada tecnologia, com destaque no cenário econômico, social e cultural de nosso estado e no continente. A “Cidade das Máquinas” passou por diversas denominações: Salinas, Neu-württemberg, Elsenau, Pindorama (Terra das Palmeiras), Pindorama do Sul, Tabapirã (Aldeia de Telhados Vermelhos) e Panambi (Borboleta). (MALHEIROS, p.189)

Panambi destaca-se no cenário industrial gaúcho pelo seu significativo número de indústrias e seu elevado padrão gerencial e tecnológico. É hoje o terceiro pólo metal-mecânico do estado. Desde 1914, com o surgimento das primeiras oficinas, é uma comunidade em constante desenvolvimento, e se tornou conhecida como a "Cidade das Máquinas", pelo crescimento do seu parque industrial, cuja as projeções ultrapassa as fronteiras do país.

Neste município encontramos centenas de pequenas, médias e grandes indústrias, que se dedicam aos mais variados ramos de atividade industrial, destacando-se as metalúrgicas, metal-mecânicas, de eletroeletrônica, malharias, madeira, moveleira e de produtos alimentícios.

Em 1992 com o início da instalação do Distrito Industrial, nosso município inaugurou uma nova fase no desenvolvimento, pois com a criação de dezenas de

19 novas indústrias, foi alavancada a criação de novos produtos e serviços, além de incrementar substancialmente a geração de emprego e renda.

O crescimento da indústria, muito se deve ao bem estruturado sistema educacional do município. O Colégio Evangélico Panambi, possui um Centro de Formação Técnica, formando alunos nas diversas áreas de interesse da indústria local, tais como metal-mecânica, Eletrotécnica, Mecatrônica, Informática etc. Há também uma escola do SENAI, onde são ministrados inúmeros cursos profissionalizantes nas áreas técnicas e industriais.

O Município conta ainda com um campus com formação superior na área de Metal mecânica, dotada de diversos laboratórios de ensaios técnicos, dando suporte às indústrias de Panambi. A Universidade de Panambi é um Campus da Unijui - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Graças a este eficiente sistema educacional do município, todos os anos surgem novas empresas formando as escolas técnicas que tem foco voltado à inovação tecnológica e ao empreendedorismo, além de haver um forte investimento por parte das indústrias na formação de funcionários, visando o crescimento técnico das mesmas.

Conforme os estudos de Nara Graciele Pompéo

Dados do Plano Diretor (2006) revelam que o município de Panambi tem caráter polarizador, exercendo uma atração populacional nas áreas urbanas devido às atividades econômicas ali instaladas. O crescimento da população urbana está alicerçado nas possibilidades de emprego e renda decorrentes destas atividades. Atualmente, 86,8% da população reside em áreas urbanas, valor superior à média regional de 73% e da média estadual de 81,65%. Com a instalação de indústrias (especialmente metal-mecânica) nas áreas urbanas, as quais empregam grande número de funcionários e alavancam a economia local, ocorreu o desenvolvimento acelerado de Panambi. (2006, p. 31)

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As indústrias, que se destacam são empresas como a Bruning Tecnometal S.A., o Grupo Kepler Weber, o Grupo Fockink, a Saur Equipamentos S.A., entre outras de médio e pequeno porte. As atividades econômicas do município não se restringem apenas às indústrias, destacando-se também a agricultura, o comércio e os serviços. Conforme estudos de Marguit Neumann Gonçalves

O comércio que participa com 11% do total: é uma importante fonte de geração de emprego para as mulheres, porém, atualmente enfrenta serias dificuldades provenientes da crise do setor agrícola e da indústria local. Os serviços contribuem igualmente com 1/3 na composição do valor adicionado e são representados principalmente pela atividade de transporte que atende a indústria do setor metal mecânico. A agricultura por sua vez, com uma queda de 56% nos últimos 10 anos representa atualmente somente 6% do total do valor adicionado. (GONÇALVES, p. 15)

Desta forma o município de Panambi está bem servido em suas atividades econômicas, pois a cidade conta com variado segmento da indústria e comércio. Dentre eles, destaca-se a Cotripal, que busca servir a seu quadro social e a comunidade em geral, através da comercialização de bens de consumo atuando em diversos segmentos operacionais específicos como: Frigorífico localizado no município de Condor, Fábrica de rações, posto de recebimento e resfriamento de leite, supermercados, rede de lojas, materiais de construção, autocentro Goodyear, posto de abastecimento BR, TRR Borboleta, distribuidora de bebidas, restaurante. No quadro que se encontra abaixo estão apresentados dados socioeconômicos do município de Panambi coletados na FEE Fundação de Economia e Estatística.

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Quadro de Informações Socioeconômicas do Município

População total (2011): 38.386 habitantes Densidade Demográfica (2011): 78,2 hab./km² PIBpm (2009) R$782.522 PIB Per capita (2009) R$20.171 Exportações Totais (2010) U$ FOB 53.314.725 Taxa de analfabetismo de pessoas 2,96% com 15 anos ou mais (2010) Expectativa de vida ao nascer (2000) 72,61 anos

Coeficiente de mortalidade infantil 11,21 por mil nascidos vivos (2010)

Fonte:http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/resumo/pg_municipios_detalhe.php? municipio=Panambi < acessado em 18 de novembro de 2012>

A importância desses índices se deve principalmente as indústrias de nosso município; pois através delas é que acontece a geração de empregos, onde a partir daí podemos observar o crescimento econômico do município e de sua população, que passa a ter condições de usufruir dos bens e serviços que Panambi oferece. O município de Panambi/RS, com uma população de 38.058 habitantes, dos quais, 90,8% representam a população urbana, conforme IBGE – Censo 2010 apresenta um processo de urbanização decorrente, principalmente, das atividades industriais. Em 2012 pelo IBGE atinge 38.794 habitantes.

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2. A CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DA CIDADE DE PANAMBI/RS

2.1 - Aspectos teóricos sobre a Organização Urbana

A geografia é uma ciência que estuda os fenômenos da natureza e da sociedade e sua distribuição espacial. Tem como objetivo compreender a dinâmica espacial que se desenvolve sincronicamente, produzindo, reproduzindo e transformando o espaço geográfico nas escalas local, regional, nacional e mundial, inserida em contextos históricos. O estudo do espaço urbano é muito importante, pois através dele caracterizamos a organização interna da cidade, desta forma não devemos fazer referencia ao urbano apenas pelo espaço físico das cidades, mas devemos abordar sua organização social, política e econômica. Enquanto fenômeno geográfico, a urbanização se apresenta como um conjunto de processos coordenados pela ação humana. Como pesquisadores devemos compreender como a cidade se produz e reproduz, pois os espaços urbanos são, de modo geral, facilmente reconhecíveis na paisagem, porém cada espaço urbano apresenta suas peculiariedades. Através de Milton Santos, busca-se a compreensão do espaço em relação à sociedade, pois esta é quem o produz. Dessa forma procura-se em suas obras o entendimento dos aspectos históricos, políticos, econômicos e sociais que motivaram a configuração do espaço urbano.

Segundo SANTOS:

Se a geografia deseja interpretar o espaço humano como fato histórico que ele é, somente a história da sociedade mundial aliada a da sociedade local, pode servir como fundamento a compreensão da realidade espacial e permitir a sua transformação a serviço do homem, pois a história não se escreve fora do espaço e não há sociedade a espacial. O espaço ele mesmo é social. (SANTOS, 1979, p.9).

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Em relação ao processo de urbanização, SANTOS diz:

O forte movimento de urbanização que se verifica a partir da segunda guerra mundial é contemporâneo de um forte crescimento demográfico, resultado de uma natalidade elevada e de uma mortalidade em descenso cujas causas essenciais são o progresso sanitário, a melhoria dos padrões de vida e a própria urbanização. (SANTOS, 2005, p. 33).

SINGER (1979) relaciona o acesso ao solo urbano, com a segregação socioespacial, pois o acesso aos serviços urbanos normalmente beneficia determinadas localizações, as localizações mais “valorizadas” que, portanto, a maioria da população não tem acesso. Considera-se como ocorre a valorização de certas áreas da cidade em detrimento de outras, que se conectam aos investimentos e desinvestimento, tal como ocorre nos centros novos e velhos que muitas cidades possuem. Spósito nos mostra que temos de estudar a cidade por meio das diversidades socioespaciais que ela apresenta, reconhecendo as diferenças entre o centro e a periferia urbana, entre áreas de habitação selecionada, de habitação popular ou a existência de bolsões de pobreza.

Segundo Spósito:

A estruturação interna da cidade, dinâmica e dotada de movimento próprio, pode ser consequência, finalmente, tanto da implantação de equipamentos coletivos (conjuntos habitacionais, hospitais, escolas, supermercados ou centros comerciais etc.) quanto de aspectos que só podem ser explicados socialmente, como a segregação espacial decorrente da localização de distintas camadas de populações identificadas pelas diferenças de poder aquisitivo (2008, p. 35).

Corrêa aborda o modo como a população mais pobre da cidade soluciona, individual e coletivamente, o problema da moradia e de se integrar à cidade. Essas áreas da cidade apresentam dupla escassez: a falta de melhorias urbanas e de qualidade na moradia e a carência de emprego e cidadania.

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Segundo Corrêa:

Em relação ao onde morar é preciso lembrar que existe um diferencial espacial na localização de residências vistas em termos de conforto e qualidade. Esta diferença reflete em primeiro lugar um diferencial no preço da terra... Que varia em função da acessibilidade e das amenidades. Os terrenos de maior preço serão utilizados para as melhores residências, atendendo à demanda solvável (do mercado imobiliário). Os terrenos com menores preços, pior localizados, serão utilizados na construção de residências inferiores, a serem habitadas pelos que dispõem de menor renda (1989b, p. 63).

Precisamos compreender como se deu o processo de inserção das pessoas no espaço urbano acompanhando também os diferentes modos produtivos e as diferentes urbanizações que produzem e todas as diferenciações de apropriação do espaço urbano que ocorrem sobre determinadas lógicas sócioespaciais. Desta forma o espaço urbano em todos os seus parâmetros nos faz refletir sobre uma série de questões que precisam ser analisadas e compreendidas, por isso a necessidade e a importância do apoio de um referencial teórico. As porções do território ocupadas pelo homem vão desigualmente mudando de natureza e de composição, exigindo uma nova definição. As noções de espaço habitado como de terra habitada vão brutalmente alterando-se com a velocidade do processo de urbanização. A existência do fato urbano no Brasil está alicerçada ao modo como se processou a ocupação, povoamento e colonização das diversas regiões do país, com destaque para as decisões políticas e a existência de atividades econômicas promotoras de desenvolvimento no território.

Segundo Geiger:

Há, evidentemente, uma relação entre os fatos da história urbana e os fatos da história econômica. As transformações que ocorrem na estrutura urbana brasileira acompanham a substituição do sistema econômico colonial por um sistema de economia nacional. “Por sua vez, o crescimento da população urbana é fator de expansão do mercado interno, causa de transformações na economia brasileira” (Geiger, 1963, p. 61).

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Dessa forma, a análise da estreita articulação entre economia e urbanização auxilia na compreensão de como se originaram as cidades no Brasil, como se desenvolveram ou entraram em decadência. Destaca-se a importância da explosão demográfica na ampliação do número de centros urbanos e na constituição das grandes cidades e o significado que assume a industrialização que gera empregos para profissionais qualificados, expandindo a classe média e o nível de consumo urbano, transformando a cidade com padrão de modernidade e gerando êxodo rural. A rede urbana brasileira, nos últimos anos, vem passando por um grande processo de transformação oriundo de forte fenômeno de integração dos mercados proporcionados pela globalização. As cidades ligadas umas as outras estão em processo contínuo de dinamismo e assumem a sua importância dentro da rede de acordo com a sua produção, circulação, consumo e os diversos aspectos das relações sociais.

Segundo Corrêa a rede urbana caracteriza-se:

Corrêa ressalta que, a partir desse período, as modificações que, sobretudo, irão caracterizar a rede urbana brasileira são a continuidade da criação de novos núcleos urbanos, a crescente complexidade funcional dos centros urbanos, a mais intensa articulação entre centros e regiões, a complexidade dos padrões espaciais da rede e as novas formas de urbanização. (Corrêa, 2001, p.360),

A mudança é a expressão continuada e atualizada da estrutura social crescentemente diferenciada e complexa, visto que as relações sociais, seja por meio de fatores internos ou externos, estruturam o processo de urbanização, onde no Brasil se traduz em uma maior complexidade da rede urbana, uma vez que se constitui em um reflexo, um meio e uma condição social. A rede urbana reflete e reforça as características dos contextos políticos, econômicos e socioculturais da própria realidade em sua complexidade. Percebe-se que as relações entre as cidades brasileiras estão bem mais integradas, as cidades não estão mais inseridas, somente, na economia regional. A rede de cidades continua sendo um sistema integrado e hierarquizado que vai dos pequenos aglomerados às regiões metropolitanas ou grandes cidades, mas suas conexões, no entanto, adquirem uma relação de múltiplos circuitos na rede urbana. 26

A Urbanização é o crescimento do espaço, do meio de vida da cidade. O espaço urbano se caracteriza pela aglomeração de pessoas, atividades e edificações, as cidades são sedes de municípios, independentemente do número de habitantes que possam ter. As cidades trazem consigo todas as transformações históricas, pois elas passam por vários momentos determinantes na arquitetura, na cultura, na composição paisagística, variando assim de tamanho, de momento histórico, de formação urbana entre outro.

2.2 - A expansão urbana de Panambi

A origem do povoamento Panambiense, foi à compra de terras do município de Cruz Alta, por um alemão, trazendo colonos da mesma origem que já estavam no Rio Grande do Sul. Assim em 1899, foi fundada a colônia Neu-Wurtemberg. Panambi, no vocabulário indígena significa "vale das borboletas azuis". Somente em 1919, após a primeira guerra mundial, vieram para a região colonos naturais de Wurtemberg, na Alemanha. Eram 178 famílias. Em 1954, com muitas dificuldades, emancipou-se de Cruz Alta e Palmeira das Missões. O município situa-se no planalto Rio-Grandense. Panambi nasceu de uma colonização puramente alemã. A colonização chamada de Neu Würtemberg, daí o primeiro nome de Panambi, foi obra de um cidadão da Alemanha, o Dr. Hermann Meyer, que em expedição realizada ao Mato Grosso, tomou conhecimento, através de Carlos Dhein, da existência de terras férteis no RS, e para promover os trabalhos da colonização mantinha aqui um administrador remunerado, o próprio Carlos Dhein. A colonização visava imigrantes de Württemberg, Alemanha, contudo, sabe-se que a grande ocupação posterior foi feita por famílias das "Antigas Colônias" da região de Estrela e Santa Cruz. Sobre o ordenamento territorial da cidade a lei municipal nº 927/86 de 1986 estabeleceu o zoneamento urbano da cidade e a lei complementar municipal N.º07/93 de 23 de Dezembro de 1993, delimita os bairros e o centro de Panambi, O 27

Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Municipal de Panambi é a lei que divide o território em Zona Rural e Zona Urbana. A zona urbana do município corresponde, aproximadamente, 6,4% da área total do município. A Zona Urbana é delimitada pelo perímetro urbano legal e divide- se em: Zona Urbana de Ocupação Prioritária e Zona de Expansão Urbana. A Zona Urbana de Ocupação Prioritária é composta pelas áreas da cidade efetivamente ocupadas, servidas por ruas e glebas a elas contíguas, formada pelos seguintes bairros: , Jaciandi, Trentini, Fritsch, Zona Norte, Morro do Grosse, Bela Vista, Planalto, Italiana, Parque Moinho Velho, Erica, São Jorge, Jardim Paraguai, Arco-Íris, Esperança, , Serrana, Alto Paraíso, Vila Nova, Nossa Senhora de Fátima, Medianeira, Kuhn, Becker, Fensterseifer, Pavão e Wolgien. A Zona Rural do município apresenta as seguintes localidades, Entre-Rios, Assis Brasil, Gramado, Maranei, Ocearú, Jacicema, Esquina Handt, Pinheirinho, Boa Vista, Encarnação, Belizário, São Manoel, Linha Brasil, Linha Jaciandi, Linha Serrana, Linha Pavão, Linha Fiúza, Linha Caxambu, Linha Faxinal, Barra do Fiúza, Pontão do Fiúza, Linha Timbará, Linha Inhame, Iriapira I, Iriapira II, Rincão Frente, Rincão Fundo, Linha Morengaba, Linha 15 de Novembro, Linha 7 de Setembro e Esquina Cesca, também fazem parte da zona rural as áreas que se destinam ao uso florestal e agropecuário. O crescimento urbano desorganizado na cidade de Panambi gerou um impacto significativo na bacia hidrográfica do Rio Fiúza, que corta a cidade, com enchentes que preocupam a população. No Município de Panambi, a partir da década de 60, a migração do interior para a cidade aumenta e o crescimento ocorreu sem planejamento urbano, com ocupação das várzeas, dos banhados e de áreas com risco de enchentes, ou seja, neste caso, observamos que a cidade foi crescendo sem diretrizes que disciplinassem a urbanização. Quando acontecem enchentes, várias áreas são atingidas que são consideradas áreas de risco: parte oeste do hotel Elsenau as regiões centro-norte e centro-sul, Avenida Konrad Adenauer, Ginásio Municipal, SESI, ponte da Avenida 7 de Setembro, na rótula com a General Osório, Vila Nova, rua General Osório, Andrade Neves, Rua do Recreio, Bairro Pavão, rua Barão do Rio Branco, rua Hermann Faulhaber, bairro Fensterseifer e a rua General Osório, Alvis Klasener e Planalto.

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Nos bairros mais nobres da cidade como Fátima, Medianeira, Bela Vista, Parque Moinho Velha, Piratini, Érica, Zona Norte, entre outros, se concentram habitantes com maior poder aquisitivo, e o padrão selecionado de residência marca a paisagem dos bairros. A maioria da população da cidade se concentra nos bairros periféricos áreas de habitação popular, que se situam nos bairros Planalto, Italiana, Agrovila Trentini, Jaciandi, Fritsch, Alvorada, Fensterseifer, Vila Nova, Piratini, Arco-íris, Jardim Paraguai, São Jorge e Érica. Nos bairros Pavão, Alvis Klasener, Esperança, Serrana, Alto Paraíso, Wolgien Novo Sul, parte do Bairro Kuhn, encontramos a maioria dos habitantes com baixo poder aquisitivo. Posso salientar que através do Programa do Governo Federal, minha casa minha vida houve um alto índice de crescimento habitacional atingindo as pessoas de menor poder aquisitivo, ocorrendo a expansão de moradias na cidade de Panambi-RS. A maioria do comércio no município está localizada na área central, onde encontramos fluxo de pessoas, mercadorias e informação. As principais atividades econômicas do município encontram-se no distrito industrial. Considerado o 3º Pólo Metal-mecânico do Rio Grande do Sul, é referência nacional na produção de peças e equipamentos para a indústria de máquinas agropecuárias e veículos automotores e armazenamento e secagem de grãos. Destacam-se a Kepler Weber, Bruning, Grupo Fockink, Saur Equipamentos e Lange Termoplásticos. Temos como vias principais de acesso à cidade a BR 285 e a BR 158 e ainda um emaranhado de estradas vicinais interioranas que unem as localidades e os municípios vizinhos. As vias principais da cidade são a Avenida Sete de Setembro, Avenida Konrad Adenauer, Avenida Presidente Kennedy, Avenida Prefeito Rudi A. Franke, Rua General Osório, Rua Barão do Rio Branco, Rua Duque de Caxias, Rua da Holanda, Rua Josino Lima, Herman Mayer, Rua Benjamin Constant, Rua Hermann Faulhaber, Rua Gaspar Martins, Rua do Rincão, Rua da Palmeira, Rua Vinte Cinco de Julho e Rui Barbosa. Conforme Figura 6.

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Figura 6 - Principais Vias da Cidade de Panambi.

Fonte: Pompéo, Nara Graciele, P. 36. A Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores localizam-se na Avenida

Konrad Adenauer zona sul da cidade, e atua de forma centralizada em complexo

único, exceto a área da Saúde.

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A prefeitura municipal trabalha com as seguintes secretarias: Secretária de

Obras, Urbanismo e Vias Públicas, Secretária de Agricultura, Indústria, Comércio e

Serviços, Secretaria de Educação e Cultura, Secretaria de Saúde e Saneamento.

Sobre assuntos que tratam da questão ambiental no município de Panambi criou-se a ARPA FIÚZA, uma organização composta por ecologistas locais, que tem como objetivo principal a Recuperação e Preservação Ambiental, ao mesmo tempo em que homenageia o Rio Fiúza, que fornece água aos cidadãos.

A Zona Urbana é delimitada pelo perímetro urbano legal conforme Figura 7 que institui o Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Municipal de Panambi.

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Figura 7- Perímetro Urbano Legal de Panambi/RS

Fonte: Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Municipal de Panambi, 2004.

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A área do perímetro urbano compreende um total de 34,51 km² e divide-se em: Zona Urbana de Ocupação Prioritária e Zona de Expansão Urbana, como representado abaixo.

Figura 8 - Zoneamento Urbano de Panambi/RS

Fonte- Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Municipal, 2004.

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No mapa acima podemos observar que mesmo havendo a proposta do Anel Viário que visa interligar as BRS e incentivando a descentralização da cidade para o lado oeste do município, não é isso que está acontecendo a cidade está crescendo para o lado leste indo além da rodovia. A Zona Urbana de Ocupação Prioritária é composta pelas áreas da cidade efetivamente ocupadas, servidas por ruas e glebas a elas contíguas, formada pelos seguintes bairros, que está nominado na Figura 9.

Alvorada, Jaciandi, Trentini, Fritsch, Zona Norte, Morro do Grosse, Bela Vista, Planalto, Italiana, Parque Moinho Velho, Érica, São Jorge, Jardim Paraguai, Arco-Íris, Esperança, Piratini, Serrana, Alto Paraíso, Vila Nova, Nossa Senhora de Fátima, Medianeira, Kuhn, Becker, Fensterseifer, Pavão e Wolgien.

Figura 9 - Área Urbana de Panambi/RS

Fonte: Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Municipal, 1992. Elaboração: Laboratório de Geoprocessamento e Análise Territorial- Unijui. Abr./03 34

Conforme o Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento do município, a Zona Urbana da cidade de Panambi é delimitada pelo seguinte perímetro urbano legal:

Partindo-se no cruzamento da projeção de uma linha imaginária paralela 100 metros (cem metros) ao noroeste da estrada Linha Brasil com o Arroio Veado, PONTO 1, identificado pela coordenada UTM /SAD69 254527.1341 m E 6872266.0781 m N; segue a nordeste pelo Arroio Veado, por uma extensão de 1.195 metros (um mil cento e noventa e cinco metros), até encontrar a projeção de uma linha imaginária paralela 50 metros (cinquenta metros) ao norte do eixo central da Rua , PONTO 02, identificado pela coordenada UTM / SAD69 255433.4951 m E e 6871680.3212 m N; segue por esta linha imaginária de direção nordeste por 204 metros (duzentos e quatro metros), até alcançar a Rua 25 de Julho, PONTO 3, identificado pela coordenada UTM / SAD69 255268.9011 m E 6871620.6315; deste ponto deflete ao sul, pelo eixo central da Rua 25 de Julho até atingir um ponto a uma distância de 82 metros (oitenta e dois metros) do ponto 3, PONTO 4, identificado pela coordenada UTM / SAD69 255584.4733 m E 6871552.0446 m N; deste ponto segue-se por uma linha imaginária projetada 105 metros (cento e cinco metros) ao norte do eixo central da Rua , por uma distância de 243 metros (duzentos e quarenta e três metros), até atingir o PONTO 5, identificado pela coordenada UTM / SAD69 255816.4549 m E 6871478.3521 m N; deste ponto deflete-se a sul e segue-se pelo eixo central da Rua por uma distância de 224 metros (duzentos e vinte e quatro metros) até encontrar o PONTO 6, identificado pela coordenada UTM / SAD69 255813.2056 m E 6871254.4018 m N; deste ponto deflete-se à leste, seguindo por uma linha paralela a Rua Otto Rehn, distante 100 metros (cem metros) do seu eixo central, por uma distância de 970 metros (novecentos e setenta metros), até atingir o PONTO 7, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256778.0777 m E 6871162.6581 m N e localizado no eixo central da Rodovia BR 158; deste ponto deflete-se à sul, seguindo pelo eixo central da Rodovia BR 158, por uma distância de 1.782 Metros (um mil setecentos e oitenta e dois metros), até encontra o PONTO 8, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256166.5713 m E 6869518.4575 m N, localizado no trevo de acesso à cidade pela Rua Iriapira; deste ponto deflete-se a sudeste, seguindo-se pelo eixo central da Rua Iriapira, por uma distância de 242 metros (duzentos e quarenta e dois metros), até encontrar o PONTO 9, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256373.3519 m E 6869395.1696 m N; deste ponto deflete-se ao sul, seguindo por uma linha paralela a Rodovia BR 158, distante 230 metros (duzentos e trinta metros) do seu eixo central, por uma distância de 1.171 metros (um mil cento e setenta e um metros), até encontrar o PONTO 10, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256559.8708 m E 6868264.0927 m N; deste ponto deflete-se a leste seguindo-se em linha reta por uma distância de 204 metros (duzentos e quatro metros), até encontrar o PONTO 11, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256763.4996 m E 6868264.0927 m N; deste ponto deflete-se a sul seguindo-se em linha reta por uma distância de 640 metros (seiscentos e quarenta metros), até encontrar o Rio Fiúza, no PONTO 12, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256763.4996 m E e 6867623.7483 m N; deste ponto deflete-se a leste e segue-se pelo leito do Rio Fiúza por uma distância de 1.048 metros (um mil e quarenta e oito metros) até encontrar o PONTO 13, identificado pela coordenada UTM / SAD69 257275.8194 m E e 6866848.5856 m N; deste ponto deflete-se a sudoeste e segue-se em linha reta por uma distância de 121 metros (cento 35

e viste e um metros), até encontrar o eixo central da Rua Henrique Ball, PONTO 14, identificado pela coordenada UTM / SAD69 257164.3482 m E e 6866802.3891 m N; deste ponto deflete-se a sudeste e segue-se pelo eixo central da Rua Henrique Ball, por uma distância de 321 metros (trezentos e vinte e um metros), até encontrar o PONTO 15, identificado pela coordenada UTM / SAD69 257248.2547 m E 6866508.5020 m N, localizado no prolongamento da Rua Artur Dias de Almeida, junto a Rua Henrique Ball; deste ponto deflete-se a oeste e segue-se pelo prolongamento da Rua Artur Dias de Almeida até encontrar o eixo central da referida rua na sua área já implantada, aonde encontra o PONTO 16, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256852.3327 m E 6866513.3983 m N; deste ponto deflete-se a sul e segue-se em linha reta por uma distância de 321 metros (trezentos e vinte e um metros) até encontrar o PONTO 17, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256846.7267 m E 6866192.4371 m N; deste ponto deflete-se a oeste e segue-se em linha reta por uma distância de 148 metros (cento e quarenta e oito metros) até encontrar o PONTO 18, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256698.3348 m E 6866192.7260 m N; deflete-se a norte e segue-se pelo prolongamento da Rua João Francisco Jaques até encontrar o seu eixo central, no qual encontra-se o PONTO 19, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256673.9325 m E 6866390.6652 m N; deflete-se a oeste e segue em linha reta por uma distância de 439 metros (quatrocentos e trinta e nove metros), até encontrar o eixo central da Rodovia BR 158, aonde encontra-se o PONTO 20, identificado pela coordenada UTM / SAD69 256234.6390 m E 6866390.6652 m N; deflete-se a sudoeste e segue-se pelo eixo central da Rodovia BR 158 por uma distância de 5.765 metros (cinco mil setecentos e sessenta e cinco metros), até encontrar o trevo de distribuição de tráfego no entroncamento das Rodovias BR 158 e BR 285, no qual encontra-se o PONTO 21, identificado pela coordenada UTM / SAD69 254695.5739 m E 6861527.0459 m N; deste ponto deflete-se a oeste e segue-se pelo eixo central da Rodovia BR 285, por uma distância de 2.677 metros (dois mil seiscentos e setenta e sete metros), até encontrar o PONTO 22, localizado a 130 metros (cento e trinta metros) do trevo de acesso a Panambi, pela Avenida Presidente Kennedy, identificado pela coordenada UTM / SAD69 252062.5004 m E e 6861996.8931 m N; deste ponto deflete-se a norte e segue-se em linha reta por uma distância de 7.687 metros (sete mil seiscentos e oitenta e sete metros), até encontrar o PONTO 23, identificado pela coordenada UTM / SAD69 252381.9228 m E e 6869676.9877 m N; deste ponto deflete-se a nordeste e segue-se em linha reta por uma distância de 1.107 metros (um mil cento e sete metros), até encontrar o PONTO 24, identificado pela coordenada UTM / SAD69 253247.0614 m E 6870351.3232 m N, localizado no eixo central de uma estrada vicinal, que dá continuidade a Rua do Rincão; deste ponto segue-se por uma linha paralela a Rua Linha Brasil, distante 100 metros (cem metros) do seu eixo central, por um distância de 2.300 metros (dois mil e trezentos metros), até encontrar o PONTO 1, que deu origem a esta descrição.

Desta forma a incorporação de áreas da Zona de Expansão Urbana à Zona Urbana de Ocupação Prioritária somente pode ser realizada após estudo prévio que comprove absoluta necessidade social e que apresente o zoneamento de uso, o regime urbanístico respectivo e o sistema viário principal.

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Segundo estudos de Nara Gracieli Pompéo

O Plano Diretor é o instrumento básico para orientar a política de desenvolvimento e ordenamento da expansão urbana do município, integrando o uso do solo, habitação, saneamento e mobilidade urbana, além de relevante oportunidade de participação social na determinação de políticas urbanas e prioridades de investimento. Um dos objetivos fundamentais do plano diretor é garantir o direito às cidades sustentáveis, entendido como direito à terra urbana (urbanizada e regularizada), à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para a nossa e as futuras gerações (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2006 apud POMPEO, p.59).

Segundo a mesma autora,

Na cidade de Panambi a lei do Plano Diretor entrou em vigor no ano de 1993. No período de março a julho deste ano, devido às mudanças ocorridas nesse meio tempo, o Plano passou por uma revisão, a qual procurou identificar a realidade da cidade e seus problemas por meio de leitura técnica, questão urbanística, indicadores socioeconômicos e a legislação existente, assim como reforçar os pontos positivos e corrigir possíveis defeitos da legislação existente. Após esta caracterização da cidade foi elaborada à proposta final do Plano Diretor, contendo os princípios fundamentais e objetivos gerais da política urbana, ordenamento territorial, parâmetros para uso, ocupação e parcelamento do solo, instrumentos de planejamento, jurídicos, urbanísticos e tributários, bem como a gestão política territorial, constituindo um planejamento adequado a Panambi. (POMPEO, p. 59)

A figura a seguir, apresenta uma das propostas contidas no Plano Diretor ver Figura 10, que visa à construção de um anel viário do lado oeste da cidade, interligando as BRS 285 e 158, o qual passará a influenciar positivamente a mobilidade urbana da cidade, incentivando a descentralização dos serviços e o crescimento da cidade para oeste do município.

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Figura 10- Proposta de Anel Viário em Panambi/RS

Fonte: Plano Diretor de Panambi, 2004.

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2.3 - Tendências e perspectivas socioespaciais da Cidade de Panambi/RS

O espaço urbano do município de Panambi tem sua formação partindo de um eixo central que podemos considerar o coração da cidade, pois nesta parte se concentram os fluxos de mercadorias, pessoas e informações e demais tipos de serviços que a sociedade em geral necessita. Partindo do núcleo central encontramos um total de vinte e sete bairros, destes, Bela Vista, Medianeira, Parque Moinho Velho, Nossa Senhora de Fátima, Piratini, Zona Norte, Érica, e Parte do bairro Kuhn, fazem parte das áreas onde se concentram tipos de habitações mais sofisticadas e consequentemente população com alto poder aquisitivo. Nos bairros periféricos como Planalto, Italiana, Agrovila Trentini, Jaciandi, Fritsch, Alvorada, Fensterseifer, Vila Nova, Piratini, Arco-íris, Jardim Paraguai, São Jorge e Érica, se concentram a maioria da população que vem de outros municípios em busca de emprego principalmente na área industrial. Os dados do Plano Diretor nos mostram que Panambi se diferencia das demais cidades da região em relação ao déficit habitacional, pois não apresenta favelas, existe sim grande quantidade de habitações padronizadas que foram construídas através do programa minha casa minha vida do governo federal. Não tem significativo número de sub-habitações, não acontece ocupação irregular de áreas, sejam públicas ou privadas dando condições ao desenvolvimento de atividades relacionadas á construção civil para fins habitacionais. Outro fator importante é que o município de Panambi conta com iniciativas oficiais de apoio, como incentivo e financiamento à construção de moradias para famílias de baixa renda e a implantação de loteamentos populares de promoção pública. Nesse sentido pode-se afirmar que o déficit habitacional está relacionado a existência de uma grande procura por habitação pelas famílias que buscam fugir do pagamento de aluguéis elevados. A meu ver o que impulsionou a utilização do solo nessas áreas mais periféricas foram os altos preços dos terrenos nas áreas mais bem servidas e de localização central. Dessa forma, encontramos preços abaixo de mercado em áreas

39 impróprias à ocupação, ou localizadas na periferia urbana, os quais não cobrem os custos dos investimentos a serem feitos reiterando a falta de infraestrutura urbana. Conforme o Plano Diretor (2007, p.62) a expansão do Sistema Viário Urbano do Município deve atender aos seguintes aspectos: compatibilidade com o sistema viário existente; facilitar a ligação com as diversas regiões da cidade; eixos projetados em forma de trama; cuidados com as interseções; previsão de marginais ao longo das vias estruturais. Os traçados definitivos serão determinados pelos levantamentos topográficos, geotécnico e ambiental que precedem a fase do projeto. Será destinado um local para a construção de um novo terminal rodoviário de passageiros próximo ao anel viário. Será destinado um local para a futura implantação de um terminal de cargas (porto seco) próximo ao anel viário e ao distrito industrial. Será destinado um local para a futura implantação de um aeródromo ou aeroporto municipal, segundo Normas da Infraero e da ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Em suma todos esses aspectos relacionados ao planejamento urbano se forem colocados em prática conforme escrito na Lei, vai a influenciar a mobilidade urbana da cidade de Panambi, passando a incentivar a descentralização dos serviços e o crescimento da cidade para o lado oeste do município, que tem áreas de expansão urbana possíveis de serem ocupadas e servirem a população.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo conhecer o espaço urbano do município de Panambi e as transformações recentes em sua configuração territorial.

Entendo que precisamos estudar a cidade por meio das diversidades socioespaciais que ela apresenta, reconhecendo as suas diferenças.

Inicialmente mostro-se o município de Panambi através de seus aspectos geográficos englobando sua localização, área, coordenadas, topografia, clima, vegetação, rios, bacias hidrográficas, matas e campos nativos. Ressalta-se a configuração do território, que mostra que a cidade de Panambi se assenta sobre um terreno de topografia acidentada de difícil planejamento urbanístico.

Mais adiante foi mostrada a historia de Panambi, através de seus aspectos políticos, econômicos e sociais, que são muito importantes para que possamos compreender como a cidade evoluiu ao longo do tempo através de suas atividades.

Tratou-se de mostrar os aspectos teóricos sobre a organização urbana, com o uso de ideias centrais de autores como: Santos, Singer, Spósito, Corrêa, Geiger, que foram de fundamental importância para me darem às bases teóricas desse estudo.

O tema da expansão urbana do município foi abordado no sentido de se compreender como é dividida e delimitada a área urbana do território através das leis municipais.

Dados do Plano Diretor evidenciam que o município de Panambi tem apresentado altos índices habitacionais, desta forma observei que o município por

41 se diferenciar das demais cidades da região não possui favelas ou sub-habitações e não existe ocupação irregular de áreas.

Panambi conta ainda com iniciativas oficiais de financiamento à construção de moradias para famílias de baixa renda e a implantação de loteamentos populares de promoção pública, que são muito procurados pelas famílias que buscam fugir de aluguéis elevados.

Em suma, observa-se que o município apresenta uma tendência ao crescimento habitacional, pois existe uma parcela da população que migra para

Panambi em busca de trabalho, especificamente na área industrial e apresentam a necessidade de moradia fazendo com que a cidade cresça habitacionalmente nos bairros que apresentam alguma indústria.

A realização deste trabalho é de extrema importância para o ensino de

Geografia na educação básica. Entendo que esta é uma ciência que busca integrar contribuições de todos os campos do saber. Ela garante um espaço específico para o tratamento das questões sociais e ecológicas dentro das escolas, permitindo que os problemas do mundo sejam discutidos e aprofundados nas salas de aula.

É através do conhecimento do espaço local e pela comparação dele com outros lugares, que cada pessoa compreende melhor sua inserção territorial e cultural, especialmente como contribui para a construção de uma identidade pessoal e comunitária mais rica.

Desta forma o que se buscou neste trabalho foi descrever e caracterizar a organização interna da cidade através do estudo do espaço urbano, apresentando em especial os estudos relativos ao ordenamento territorial, conforme as proposições contidas no Plano Diretor.

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REFERÊNCIAS

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CORREA, Roberto Lobato Azevedo. A periferia urbana. In: Geosul, Florianópolis: UFSC, n. 2, ano I, p. 70-78, segundo semestre de 1986. ______. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1989.

GEIGER, Pedro Pinchas. Evolução da rede urbana brasileira. Rio de Janeiro: Inep; MEC, 1963.

Gonçalves, Marguit Neumann, A indústria metal-mecânica do município de Panambi/RS: uma primeira visão do território. Estudos setoriais, cadeias produtivas, sistemas locais de produção.

Panambi: múltiplos olhares / Museu e Arquivo Histórico de Panambi. – : Ed. Universidade de Passo Fundo, 2007. 301 p. Il. 21 cm. Pompéo, Nara Graciele, Avaliação da Relação Entre Mobilidade Urbana e o Uso do Solo na Cidade de Panambi/RS.

Plano Diretor Municipal de Panambi

Plano de Saneamento Básico Municipal (PSBM)

SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. São Paulo: Edusp, 2005. _____. Espaço e sociedade. Petrópolis: Vozes, 1979. P. 9-27. SINGER, Paul. O uso do solo urbano na Economia capitalista. In MARICATO, E. (org). A produção capitalista da casa e da cidade no Brasil industrial. São Paulo; Alfa-Omega, 1979. SPÓSITO, Eliseo Savério. Redes e cidades. São Paulo: Editora UNESP, 2008. SPÓSITO, Maria Encarnación. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1988. www.cidades.gov.br acessado em 10 de novembro 2012. www.ibge.gov.br, acessado em 10 de novembro 2012. www.panambi.rs.gov.br/acessado em 25 de outubro 2012 http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/resumo/pg_municipios_detalhe.php?municip io=Panambi, acessado em 18 de novembro de 2012.

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